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que o texto quer dizer. Nesse nivel, o texto se revela plurissignificativo: o namorado, homem do século XX, identificando-se com os personagens dos filmes a que assiste, imagina ser o her6i dessas aventuras. Podemos também entender que 0 poema no fala de um caso particular de amor, mas do amor em geral, de todas as épocas. Podemos ainda avancar nossa interpretacao e inferir que a balada ironiza as relacdes amorosas de hoje, opondo & visio que temos do amor de outras épocas, heroico, cheio de aventuras e tragico, 0 amor prosaico dos tempos da liberdade sexual e da igualdade entre a 05 sexos. Essas interpretagdes, e outras mais que vocé tenha dado ao poema de Drummond, néo se excluem. Todas elas preenchem as possibilidades significativas do texto. 0 texto e o leitor : Na crénica de Mario Quintana, no primeiro capitulo deste livo, lemios a seguinte afirmacéo: “a verdade & que a minha atroz funcdo nao é resolver e sim propor enigmas, fazer oleitor pensare + no pensar por ele.” _ Quintana nao sugere que toda obra deva ser um complicado enigma e cada leitura, uma penosa de- ifragio. Sua frase apenas caracterize a obra literéria como uma provocagao. Isso nos faz pensar sobre co papel desempenhado pelo leitor em sua relagao com o texto: + A obra literéria constitui uma estrutura significante (que significa, que carrega significados). Os seus significados se concretizam no momento da leitura. * Oleitor, por sua vez, nao é um elemento passivo, nem apenas recebe “coisas feitas”. A ele compete tornar vivos os significados que existem potencialmente na obra + Aleitura, portanto, também consiste em um ato criativo. As expectativas do leitor No momento da leitura, 0 leitor p6e em movimento todas as suas capacidades intelectuais e afetivas: inteligéncia, cultura, informacoes, dominio da lingua, experiancias de vida e, sobretudo, sensibilidade. O conjunto de suas experiéncias culturais e o conhecimento das convencdes literérias geram expectativas de toda ordem em relacéo ao texto, O prazer da leitura pode advir tanto da satisfacéo dessas expectati- vas quanto das surpresas provocadas por desdobramentos inesperados, (0 texto possui inimeros indices (indicios, pistas), que permitem a formulagéo de hipoteses e anteci- paces, Nem sempre essas previsOes so conscientes, podendo até ser relativas tanto a longas sequén- Gas do texto como a sequencias minimas. Por exempio, na segunda estrofe da “Balada do amor através das idades”, 0 verso “dei urn pulo desesperado” abre duas possibilidades: a da vitéria ou a da derrota do her6i. Certamente, o leitor espera a vit6ria, mas é surpreendido pela informacao seca e direta: “e 0 leo comeu nés dois”. £ importante lembrar que muitas vezes o autor “planta” pistas falsas para acentuar tanto a expectativa quanto a surpresa. As narrativas policiais e de suspense séo exemplares nesse proce- dimento de despiste. Se o leitor adivinhasse tudo, grande parte dos efeitos emocionais ¢ intelectuais da leitura se perderia Os géneros literarios Uma antiga tradicéo, que remonta a Plato e a Arist6teles (século IV a.C.), estabeleceu uma classi- ficagio basica em trés géneros, que englobam inumeras categorias menores comumente chamadas subgéneros. Orextlitersio «27

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