Chão de Umbanda Casuá Data:

do Pai Francisco 08/01/2019

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Artigo 51 – O Ser Humano e o Sentido da Tolerância Folha: 1

Cada Ser humano é singular, único, individual, um DNA, uma obra de arte, um viver, que tem
na vida um presente concedido por Deus.

O Ser Humano é a única pessoa que pode ser, estar onde pode estar e pensar o que quer
pensar. Se outros o rejeitam, não devem se entristecer. A rejeição deles nada tem a ver com
aquele ser humano, tem a ver com eles.

O julgamento impróprio dos outros tem a ver com a falta de conhecimento ou sabedoria deles.

Um Ser Humano não é melhor, nem pior que ninguém. Nem superior e nem inferior. Tem
habilidades e defeitos singulares, e é possível que, em determinados momentos, ele possa
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fazer a diferença, pelo dado momento da ocasionalidade que se encontra. E essa

ocasionalidade é merecimento.

Se esforçar para ser tudo o que puder ser sem, contudo, se tornar cópias de outras pessoas.
Afinal! se são singulares, tem que honrar a linha do uno. De ser "O" ao invés de ser apenas
mais um. Quem é capaz de dominar o outro pela força física, pode ser forte, mas quem domina
a si mesmo é que têm o verdadeiro poder de dominar pelo ser e sua força de viver.

Um Ser Humano deve ter sempre em mente que são pessoas especiais entre muitas pessoas
especiais, e é por isso que tem que fazer o melhor que puder para que possa continuar
evoluindo.

Um Ser Humano deve seguir o que o satisfaz, fazer aquilo que o deixa feliz, qualquer que seja
a atividade, pois, mais importante que fazer a coisa certa é encontrar a coisa certa para fazer.
Com o tempo, não deve demorar a aprender a respeitá-lo e isso virá a seu tempo.
Mas, é bom sempre lembrar de uma importante "máxima":

"Nada há de nobre em se julgar superior ao próximo. A verdadeira nobreza consiste em

ser superior ao que foi antes".

Isto, a cada dia! Como a história narrada em um livro: A cada página a evolução da narrativa
da própria história. A sua história.

E já que falamos de história, trago uma de autor desconhecido, mas que serve para uma
reflexão conjunta.

“Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um

lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar.

Lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um
dia de trabalho muito duro.
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Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante
queimadas, defronte ao meu pai.

Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que
meu pai fez foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha
sido o meu dia na escola.

Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando
a torrada com manteiga e geleia e engolindo cada bocado.

Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver
queimado a torrada.

E eu nunca esquecerei o que ele disse: "Adorei a torrada queimada..."

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe
perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada.

Ele me envolveu em seus braços e me disse:

"Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente
cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém.

A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o
melhor marido, empregado, ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente
todos os dias!

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias,
escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais
importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir as falhas do outro.
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Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando.

Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso,
de tão limpo.

Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu.

Eu nunca soube fazer você dormir, mas comigo você tomava banho rápido, sem
reclamar.

A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apoia, eu e ela nos
completamos.

Nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto temos os dois presentes."

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e
mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e com amigos. Mas trago aqui para dentro do universo
umbandista. Entre Filhos de Fé, Irmãos da corrente e Amigos do terreiro.

A Tolerância é um dos 32 sentidos do Afeto que se enraíza a partir de outros sentidos e exige
regras interiores, a partir dos seus próprios sentidos, para que haja a sintonia e o respeito, o
aprendizado e a união:
1 – Amor: Aprenda a se amar para que possa amar ao próximo e praticar o tratar aos
semelhante como gostaria de ser tratado. A primeira virtude de um Umbandista.

2 – Fé: Tenha a sua sem impô-la à dos outros. Ela não é objeto de disputa. E é da maneira
que precisa ser, diferentemente em grau, intensidade e profundidade em cada ser humano,
não servindo de base para nenhuma verdade absoluta, a não ser a sua própria verdade, que
está naquilo que você acredita.

3 – Respeitar: Além de ser um dos 32 sentidos do Afeto, é também uma virtude. Dele nasce
a compreensão, a amizade, a união, a boa convivência e a tolerância. A religião do outro, as
práticas e fundamentos religiosos do outro, a oração do outro e assim por diante. Você não
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pode medir ou comparar o que não vê e que está dentro do outro. Mas pode respeitar o brilho
nos olhos do outro, tão transparente pela a Fé dele.

4 – Compreender: Para diferenciar o seu com o do outro é fácil e rápido, porque tenderás
pelo Ego a dizer que o seu é melhor do que o dele. Mas entender, a partir do conhecimento,
o porque a sua imagem no seu Congá Familiar é azul e a do seu irmão é branca, porque ele
tem uma pedra energética diferente da sua ou um Otá que você ainda não tem. Parou para
pensar que a diferença toda está em si próprio? A resposta é simplesmente porque a sua
energia e vibração nunca será igual à dele. O sublime está nos seus valores e virtudes
umbandistas, que são o adubo para a sua Moral umbandista e humana.

5 – Ouvir: Vai ser o primeiro diferencial para te fazer um bom aprendiz. O seu cérebro
consegue executar muito bem a tarefa de ouvir e pensar reflexivamente, agregativamente,
evolutivamente e afetivamente. O ouvir mais nos leva à estados contemplativos de imaginação
colocando imagens suas dentro daquele contexto do outro. Também assim surge o Afeto e
revigora o Amor e a Fé.

6 – Falar: É uma das armas mais poderosas que o ser humano tem e pode ser usado tanto
para o bem como para o mal. Aprenda a medir o seu Livre Arbítrio para isso.

7 – Enxergar: Lembre-se que não é o mesmo que ver. Enxergar está além. Mas vai muito
mais além quando é praticado sem julgamentos e sem intenções.

8 – Ensinar: Todo ser é capaz de ensinar voluntário ou involuntariamente. Você não precisa
ir para uma sala de aula e nem um palco, porque pelo exemplo, o cenário do seu
comportamento ensina muito mais do que qualquer palavra proferida. Portanto seja você
mesmo e não aquilo que outros pedem para que você seja.

9 – Se limitar: É uma das regras mais difíceis de se praticar, porque a luta interior contra o
casal “Ego e Vaidade” e o casal “Orgulho e Soberba” é longa, estafante e constante. Mas
conhecendo esses inimigos interiores e como eles operam e aparecem, fica mais fácil.
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10 – Ajudar: Isso não significa fazer. Fazer pelo outro. Estarás atrapalhando ao outro. Estarás
contribuindo para o retardo da evolução do outro, e acaba sendo pra si próprio. Ensine a
pescar e não a esperar o peixe limpo. Este é o princípio da verdadeira caridade.

Lembre-se que o Livre Arbítrio é de cada um assim como a Liberdade de Consciência.

Os questionamentos são necessários para o caminho da evolução, assim como a crítica

construtiva também. Mas entenda seus erros e acertos. Tenha certeza que vais aprender
muito mais com os erros. Mas a tolerância aparece quando você se pré-dispõe a iluminar o
caminho do teu próximo para que entenda e tenha uma outra ótica ou perspectiva daquele
erro dele. Ou do seu erro.

Existem dois ditados que cabem muito bem no encerramento deste longo arquivo:
“Quer conhecer verdadeiramente quem é uma pessoa, lhe dê um cargo de liderança e
espere as máscaras caírem”.
“Quer conhecer as características de uma pessoa, more (acompanhe) com a vida dela,
e entenderás o que verdadeiramente tem no seu lar interior: A Alma”.

"Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar."
(Dalai Lama)

Então filho, se esforce para ser sempre tolerante, principalmente com quem dedica o precioso
tempo da vida, a você e ao próximo.