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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


APLICADAS

JOCINEI GODÓI LIMA


JULIO FERREIRA

SEMINÁRIO: A CRISE NA EDUCAÇÃO


HANNAH ARENDT

CAMPINAS-SP

2019
JOCINEI GODÓI LIMA
JULIO FERREIRA

SEMINÁRIO: A CRISE NA EDUCAÇÃO


HANNAH ARENDT

Trabalho de Jocinei Godói de Lima e Julio


Ferreira apresentado na Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, como
requisito parcial para a obtenção de média
na disciplina de Tópicos Especiais de
Ética.

Professor: Dr. Renato Kirchner

PUC-CAMPINAS

2019
1. Qual o texto lido (dar a referência completa)

Livro: Entre o passado e o futuro – capítulo V (A crise na educação)

Autor(a): Hannah Arendt

2. Temática do texto

A crise na educação

3. Palavras-chave

Crise. Educação Moderna. Política. Pedagogia. Conservadorismo

4. Questões de cunho filosófico presentes no texto

4.1. A visão equivocada de natureza humana

O papel desempenhado pela educação em todas as utopias políticas, a partir


dos tempos antigos, mostra o quanto parece natural iniciar um novo mundo com
aqueles que são por nascimento e por natureza novos. Por esse motivo na
Europa, a crença de que se deve começar das crianças se se quer produzir novas
condições permaneceu sendo principalmente o monopólio dos movimentos
revolucionários de feitio tirânico que, ao chegarem ao poder, subtraem as
crianças a seus pais e simplesmente as doutrinam.

4.2. A ilusão emergente do pathos do novo

Como dizia Arendt, “cada nova geração cresce no interior de um mundo


velho”. A ideia de que o novo é sempre um alvo a ser atingido quanto à educação
é uma ilusão que desconsidera todo um arcabouço teórico de técnicas e métodos
de ensino efetivos. Apontar para um ideal utópico e, em nome deste ideal, tentar
preparar os mais novos para alcançá-lo é o mesmo que castrar-lhes a imaginação
e a possibilidade de eles mesmos inovarem. Este é, talvez, o ponto principal da
crise educacional brasileira: tentar em nome de um objetivo intátil e inatingível,
neutralizar a imaginação dos novos impondo a eles um exercício intelectual que
desconsidera importantes antepassados históricos, gigantes que nos legaram
uma rica tradição intelectual.

4.3. A emancipação do homem

Na Modernidade houve a preocupação de que as crianças aprendiam de uma


forma que não era própria à sua infância, ou seja, que eram impostas formas
adultas de ensino-aprendizado. Com isso surgiu uma ideia de que as crianças
possuem um mundo próprio, autônomo, descolado do mundo dos adultos. Um
efeito colateral desta ideia foi entregar as crianças para que aprendam ao seu
modo e, além disso, deixá-las sofrerem em suas individualidades a tirania da
maioria (dos seus pares) sem que haja qualquer interferência dos adultos a seu
favor.

5. O diálogo com outros saberes presentes no texto

5.1. Antropologia filosófica

O ideal de formação humana (paideia grega).

5.2. Pedagogia

A análise e comparação das concepções pedagógicas (moderna e


conservadora).

5.3. Psicologia e Pragmatismo

A influência da Psicologia moderna e dos princípios do Pragmatismo na


educação.

6. Principal problema levantado e solução (hipótese)

Problema: A ilusão de uma educação que visa o progresso e emancipação


humana, além da formação do ideal do homem utópico, desconsiderando a
necessidade de qualquer conservação e tradição acumulada na educação.
Solução: A necessidade dos fundamentos de uma educação clássica,
adaptadas às demandas contemporâneas, para uma melhor formação humana e
integral (leia-se ética).

7. Quais questionamentos que podem ser colocados em relação ao texto

É possível uma formação integral do homem atual, visando apenas desígnios


modernos de educação?

Quais as consequências de um método pedagógico distorcido na formação do


ser humano?

Qual a importância de uma educação conservadora para o processo de


ensino-aprendizagem na atualidade?

8. Correlação do problema com a disciplina estudada (Ética)

Há a indicação de que “A Escola de Frankfurt propunha-se principalmente


uma investigação social sobre a sociedade industrializada moderna e as
consequências que esta sociedade traz para o ser humano”. A partir deste
indicativo percebe-se que o atual estado de coisas no que tange à educação,
também foi afetado de modo negativo pelas ideias atreladas a um “ideal de
Modernidade”, sobretudo, da idealização do homem moderno.

Neste sentido, Hannah Arendt tece críticas contundentes ao modo de


educação do seu tempo, em especial, a forma como a educação americana
estava sendo conduzida. O problema central que toca, inclusive, em questões
éticas de como o ensino deveria ser conduzido, reside: “em até que ponto o ato
de ensinar e aprender deve se pautar pela autoridade decorrente da tradição em
um mundo que não mais se estrutura por estes valores – autoridade e tradição?”

Arendt vislumbrava que a ideia de educação que busca sempre formar o


homem utópico, o homem novo que confere primazia à transformação social em
detrimento de outras facetas humanas, era uma ideia equivocada. Por um lado
Arendt defendia uma visão progressista sobre a política e, por outro, defendia
uma visão conservadora na educação.

Um dos motivos principais que esbarrava seriamente em questões éticas


tratava-se de a educação não ser tomada como instrumento de politização, uma
vez que Arendt denunciava veementemente estes modos de educação que
serviam aos intentos maquiavélicos de movimentos revolucionários que
culminaram em totalitarismos.

Do ponto de vista do homem integral é necessário que se haja uma


educação integral que não ofereça a primazia ou a prioridade de desenvolvimento
da faceta social em detrimento das outras facetas humanas. Quando as regras da
razão humana são postas à parte, dando lugar a pragmatismos que visam a um
progresso artificial, a educação é afetada de modo negativo, além de
doutrinações para fins totalitaristas estarem sempre batendo na porta da
educação.

Uma alternativa para se pensar a educação, levando em consideração


questões éticas que auxiliem a boa convivência, o respeito e a tentativa de uso
pleno das faculdades intelectuais, reside em buscar na educação clássica,
maneiras de adaptação às demandas contemporâneas, a fim de que o ser
humano possa ser educado integralmente.

Neste caso, a conservação da tradição intelectual dos gigantes do passado


não se refere a mero saudosismo ou medo do futuro. Não se trata de trazer
elementos da educação clássica sem qualquer contextualização. Pelo contrário,
conservar aqui significa que, assentados nos ombros de gigantes, é possível
avançar seguramente rumo ao novo que se desvela na interação de cada geração
com o mundo.

9. Bibliografia

ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. São Paulo, SP: Perspectiva,


1972.

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