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PÚBLICO EM 05/10/2018
ANÁLISE
PROCESSO Nº 0029951-17.2017.8.19.0203
CONEXÃO
ILEGITIMIDADE PASSIVA
DENUNCIAÇÃO À LIDE
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COSTA DA SILVA E OUTROS, por sua advogada, cuja procuração está
em anexo, com escritório no endereço informado no rodapé da
presente, apresentar CONTESTAÇÃO pelas razões e direito que passa
a expor.
FATOS
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cada, e construir 04 (quatro) futuras casas alocadas nos terrenos,
com 120m2 cada uma, no prazo de 24 (vinte e quatro) meses após
aprovação do projeto junto à Prefeitura, mais a quantia, em espécie,
de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) após a entrega das chaves
das casas construídas.
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Considerando as restrições financeiras das Autoras e o limite de apoio
que o Sr. Vinícius Linhares poderia lhes oferecer, tomaram a
iniciativa de, por prudência, buscar uma casa cujas condições de
locação fossem compatíveis com as parcas possibilidades da família.
Ademais, é importante ressaltar que o Sr. Vinícius Linhares foi
pessoalmente à Administradora do imóvel locado pelos Réus
explicando a situação e o citado imóvel foi deixado limpo e em
perfeito estado, não gerando qualquer ônus para os Réus, conforme
resta comprovado pelo “Termo de Rescisão com Entrega das
Chaves" (Anexo A).
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- por se tratar de custeio de aluguel, o valor originalmente avençado
deve ser anualmente corrigido, de modo a cumprir seu objetivo,
uma vez que os contratos de locação são atualizados a cada
12 (doze) meses; e
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impedimento do cumprimento da obrigação. Fato de notório
conhecimento das Autoras, confessado na ata notarial anexada
(fls. 79/88) e na notificação extrajudicial que as Autoras promoveram
(fls. 89/97).
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desumana, houve a quebra de confiança da família Costa nos Réus e,
por conseguinte, a busca de orientação jurídica para salvaguarda
seus direitos.
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Desde então as partes, como confessado na inicial,
estão buscando um acordo para solucionar o cumprimento da
obrigação, demonstrando a total boa-fé dos Réus.
Ambos entenderam ser melhor efetuar a venda a terceiro que
assumiria o cumprimento da obrigação, fato que foi concretizado,
conforme escrituras em anexo.
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Nunca houve “anuência tática” das Credoras, ora Autoras.
A citada minuta do “Termo de Confissão e Assunção de Dívida”
(TCAD), conforme registrado nas fls. 141 a 153, foi encaminhado
pelo patrono das Autoras ao patrono dos Réus em maio/2017,
no bojo das tratativas iniciadas pela Autoras para a solução amistosa
da lide, conforme resta comprovado na Ata Notarial de
março/2017. Somente nas condições detalhadamente
explicitadas naquele TCAD é que as Autoras aceitariam figurar como
intervenientes anuentes na operação de compra e venda
dos Réus com terceiros, o que não ocorreu.
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pagamento da dívida do Sr. Anderson Corrêa e sua esposa Simone
Brum referente à aquisição pelos mesmos dos lotes 01 e 02
da Estrada Pau da Fome, nº 101, conforme escritura de 15/07/2011”;
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Não se trata de “declarar unilateralmente a nulidade das cláusulas da
escritura de compra e venda que determinavam a dação em
pagamento”, mas constatação objetiva frente à legislação
urbanística municipal, segundo a qual, na área em que se
encontram os Lotes 01 e 02, não é possível o fracionamento
em lotes inferiores a 600 m2. Logo, é juridicamente impossível o
cumprimento da promessa de dação em pagamento contida na
Escritura de 15/07/2011, que previa o fornecimento às
Autoras de 06 (seis) lotes de 150 a 200 m2, onde seriam
construídas 04 (quatro) casas. Assim, o art. 166, inciso II, do Código
Civil prevê que a consequência, ante a existência de negócio jurídico
com objeto impossível, é a nulidade do negócio.
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2 – Essa dação em pagamento é equivalente a uma obrigação
de fazer futura consubstanciada na construção e entrega de lotes de
terreno e casas.
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SÉTIMA: caso o outorgado deixe de promover o
adimplemento de quaisquer das cláusulas
estabelecidas no presente contrato, poderão as
outorgantes optar por:
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Assim, se os próprios Embargantes reconhecem o
inadimplemento das obrigações assumidas por eles mesmos,
logo não deve sequer ser suscitada qualquer dúvida acerca da
higidez da execução, ante a previsão contida na Cláusula
Sétima da escritura de compra e venda de 15/07/2011,
que estabelece inequivocamente a possibilidade de manejo da
execução por quantia certa pelo valor fixado na escritura para
a operação de compra e venda.
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DIREITO
1 – PRELIMINARES
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Salientamos que em uma das demandas se requer a execução
do contrato, nesta se busca indenização por danos materiais e morais
em valor aproximado ao da própria obrigação principal, em clara
confusão jurídica. Ou seja, se trata de cumprimento da obrigação,
descumprimento e indenização compensatória, multa moratória,
cláusula penal? É necessário definir os institutos jurídicos.
Da forma que foi apresentada nas duas demandas há claramente
uma tentativa de enriquecimento ilícito, razão pela qual se requer a
declaração da conexão e o julgamento em conjunto das demandas.
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reais), que já é suficiente para não se enquadrarem na condição de
miserabilidade exigida para concessão do benefício.
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Caso não seja esse o entendimento, ao menos que seja
determinada a revogação do benefício e pagamento das despesas ao
final da demanda, que não gera prejuízo ao Estado e nem mesmo às
Autoras.
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de sua genitora, que pereceu progressivamente desde 2012
acometida por hipertensão arterial sistêmica, osteoporose,
Doença de Paget e Alzheimer, conforme relatório médico
(Anexo D), vindo a falecer em 03/01/2017 num leito do
Hospital Municipal Cardoso Fontes (Anexo E). Neste ponto,
é imperativo salientar que, se os Réus tivessem agido com honradez
e pago o devido às vendedoras dos lotes que adquiriram,
o falecimento da Sra. Nayde poderia, no mínimo, ter se dado em
condições mais dignas, dano este que jamais poderá ser reparado
pelos ora Réus.
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do recolhimento das custas sob pena de ser desconsiderada a
Contestação apresentada.
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realizada tacitamente através da negociação amplamente narrada na
inicial e pelo e-mail anexado aos autos na fl.141/142.
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propriedade, já que a aquisição da propriedade só se dá com o
registro, nos termos do art. 1.227 do Código Civil.
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Assim, a sucessão processual no polo passivo depende
expressamente da anuência das Autoras, uma vez que,
à época da escritura de compra e venda de 04/10/2017
(Anexo F), entre os ora Réus, de um lado, e DÉRLIO FONSECA e
LEONARDO LAU, de outro, o bem imóvel já se encontrava
litigioso, porque a presente execução já havia sido proposta
bem antes, em 17/07/2017, conforme explicita a aludida escritura
em seu item “12 – DOS DOCUMENTOS E CERTIDÕES
APRESENTADAS”, o que demonstra a completa má-fé dos Réus
na referida alienação.
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assim como a sociedade empresária PATROPI PROMOTORA DE
CRÉDITO E FOMENTO MERCANTIL LTDA., se afigurarem como
pessoas – físicas e jurídica – inidôneas e sem a menor
capacidade econômico-financeira para realizar qualquer
pagamento a quem quer que seja, conforme resta sobejamente
comprovado em levantamento efetuado por este patrono
(Anexo I) Aliás, beira o escárnio designar como garantidora de uma
obrigação avaliada em mais de R$ 1 milhão a sociedade
empresária PATROPI, visto que em pesquisa realizada no sítio
eletrônico do TJ/RJ, a mesma já figurou em 17 processos como
revel, sendo condenada em todos à devolução dos valores
pagos, acrescidos de ressarcimento pelas perdas e danos.
Não bastasse, em 07/08/2017, nos autos do processo
nº 0037009-42.2015.8.19.0203, o d. Juízo competente
realizou a penhora on-line nas contas da PATROPI
não encontrando nenhum centavo sequer.
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Ademais, o art. 792, inciso IV, do Código de Processo Civil
(CPC) dispõe que a alienação é considerada fraude à execução
quando, ao tempo da alienação, “tramitava contra o devedor
ação capaz de reduzi-lo à insolvência”. Neste ponto,
a própria escritura de compra e venda de 04/10/2017, firmada
entre os Embargantes e terceiros, prevê expressamente em seu
item “12 – DOS DOCUMENTOS E CERTIDÕES APRESENTADAS”
a existência da ação de execução já em curso (Anexo F),
o que demonstra a completa má-fé dos Réus na referida
alienação.
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Tais escrituras indicam que DÉRLIO E LEONARDO assumiram
as obrigações dispostas na escritura de compra e venda. Assim como,
colocam a empresa PATROPI como garantidora da obrigação através
de garantia real.
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Caso negativo, favor explicar o eventual impacto de tal denunciação
na execução e na ação indenizatória.
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O cumprimento da obrigação após a aprovação do projeto,
que se deu em 02/09/2015, se tornou inexequível e acarretaria em
vantagem econômica desproporcional para as Autoras,
já que somente foi possível aprovar o parcelamento do solo em lotes
mínimos de 600 m2, que corresponde a três vezes o tamanho da
obrigação principal, se tornando inviável o cumprimento.
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É sabido que quando a obrigação se torna impossível de ser
cumprida ela se resolve em perdas e danos, salvo se não houver
culpa do devedor, como é o caso em tela, onde o descumprimento da
obrigação se deu por fato de terceiro.
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- primeiro alegam que pagaram "parte através de lotes e casas no
próprio local" para, em seguida, afirmarem que "o cumprimento da
obrigação após a aprovação do projeto, que se deu em 02/09/2015,
se tornou inexequível";
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os e-mails trocados entre as partes) demonstram de forma patente
que as Autoras nunca anuíram que terceiros assumissem as
obrigações dos Réus perante elas e, inclusive, estes foram alertados
das consequências jurídicas, caso levassem adiante a venda dos lotes
a terceiros sem tal anuência, conforme consta na Ata Notarial
(fls. 85).
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Portanto, tratando-se de cláusula válida, que foi cumprida
integralmente pelos Réus, não há que se falar em nova indenização
por danos materiais.
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(Anexo B). Entretanto, mesmo notificados e, portanto,
cientes da conta na qual deveriam prosseguir com o depósito
mensal da obrigação pecuniária a título de aluguel,
os Réus deliberadamente optaram por descumprir mais este
item da Escritura de 15/07/2011.
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Súmula 75, TJRJ. “O simples descumprimento de dever legal
ou contratual, por caracterizar mero aborrecimento, em princípio,
não configura dano moral, salvo se da infração advém circunstância
que atenta contra a dignidade da parte.”
“Dissabores, desconfortos e
frustações de expectativa fazem parte da vida
moderna, em sociedade cada vez mais
complexa e multifacetada, como renovadas
ansiedades e desejos, e por isso não se
mostra viável aceitar que qualquer estímulo
que afete negativamente a vida ordinária
configure dano moral.” (RECURSO ESPECIAL
Nº 1.634.847 – SP (20160/0086245-0)
REL. MIN. NANCY ANDRIGHI – Dje:
29/11/2016)
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Assim, no caso concreto, em que as Autoras tiveram
frustradas suas expectativas de adquirir imóvel, sem qualquer outra
repercussão, demonstram que os fatos narrados, apesar de
desagradáveis, não ultrapassam a seara do mero aborrecimento.
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CONSEQUENTEMENTE, MANTINHAM, DESDE ESSA DATA,
INDUBITÁVEL CONHECIMENTO ACERCA DA NULIDADE
ABSOLUTA AB INITIO DAS OBRIGAÇÕES DADAS EM
PAGAMENTO. Isto porque as Autoras, senhoras humildes,
não detinham conhecimento sobre a existência de requisitos legais
impeditivos de parcelamento da terra nos termos pactuados na
escritura, notadamente em contraposição aos Réus, empreendedores
imobiliários que são, conforme operações descritas nas Certidões
expedidas pelo 5º e 6º Ofícios do Registro de Distribuição
(Anexos J e K).
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frise-se, sem a anuência das credoras, ora Autoras,
as obrigações que assumiram na Escritura de 15/07/2011.
Isto se torna patente ao se analisar o levantamento efetuado
(Anexo I), o qual comprova de maneira inconteste que os
compradores, DERLIO FONSECA DOS SANTOS e LEONARDO JOSÉ DO
PATROCÍNIO ARAGÃO DOS SANTOS LAU, assim como a sociedade
empresária PATROPI PROMOTORA DE CRÉDITO E FOMENTO
MERCANTIL LTDA., se afiguram como pessoas – físicas e jurídica
– inidôneas e sem a menor capacidade econômico-financeira
para realizar qualquer pagamento a quem quer que seja. Aliás,
beira o escárnio designar como garantidora de uma obrigação
avaliada em mais de R$ 1 milhão a sociedade empresária
PATROPI, visto que em pesquisa realizada no sítio eletrônico do
TJ/RJ, a mesma já figurou em 17 processos como revel,
sendo condenada em todos à devolução dos valores pagos,
acrescidos de ressarcimento pelas perdas e danos.
Não bastasse, em 07/08/2017, nos autos do processo nº
0037009-42.2015.8.19.0203, o d. Juízo competente
realizou a penhora on-line nas contas da PATROPI
não encontrando nenhum recurso disponível.
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explicitado que esse valor de R$ 800.000,00 (oitocentos mil
reais) já havia sido pago aos Réus em 04/11/2016.
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- os Réus, mesmo cientes de impossibilidade jurídica da promessa de
dação em pagamento, continuaram por anos criando ilusões e
falsas esperanças no sentido de que um dia as vendedoras,
ora Autoras, teriam suas tão sonhadas casas próprias. Inclusive,
o Réu, Sr. Anderson Correa, chegou ao ponto de contratar a arquiteta
Débora Maísa Schon de Carvalho (Tel.: 99483-3444, registro no CAU
nº 1774158, e-mail: deborarqui@ig.com.br) para coletar junto às
Autoras detalhes das plantas de suas almejadas casas, conforme
farta documentação ora disponibilizada (Anexo ___);
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As tutelas de urgência solicitadas, tanto para arresto dos bens,
quanto para pagamento do aluguel mensal fixado por critérios
exclusivos das Autoras não têm como ser deferida porque estão
ausentes os requisitos.
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- é absolutamente inverídica a afirmação de que as Autoras deixaram
o imóvel locado sem qualquer aviso, uma vez que os Réus foram
notificados extrajudicialmente (Anexo B), ocasião em que foi
indicada a conta bancária para o adimplemento da obrigação.
Portanto, resta comprovado que deliberadamente optaram por deixar
de cumprir com o pagamento a título de aluguel.
8 - CONCLUSÃO
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Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em
direito admitidos.
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