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AUTOMAÇÃO
(Aulas Teóricas)
Coimbra 2007
Índice
2. Resistências Hidráulicas.............................................................................................17
2.1. Resistências hidráulicas distribuídas..................................................................17
2.2. Resistências hidráulicas localizadas...................................................................26
2.3. Perdas de caudal..................................................................................................29
3. Fluidos Hidráulicos...................................................................................................33
3.1. Propriedades físicas e Características dos Fluídos hidráulicos.........................33
3.2. Óleos Minerais.....................................................................................................40
3.3. Fluidos Resistentes ao Fogo................................................................................41
3.3.1. Fluidos Sintéticos.......................................................................................43
3.3.2. Fluidos de Base Aquosa.............................................................................44
4. Vedantes.......................................................................................................................47
4.1 O-ringues..............................................................................................................47
4.2. Vedantes Estáticos...............................................................................................54
4.3. Vedantes Dinâmicos.............................................................................................56
4.4. Empanques...........................................................................................................61
5. Cilindros hidráulicos...................................................................................................65
5.1. Classificação dos cilindros hidráulicos...............................................................65
5.2. Cálculo de cilindros hidráulicos..........................................................................67
5.2.1. Espessura da camisa do cilindro................................................................67
5.2.2. Encurvadura..............................................................................................68
5.2.2.1. Verificação do diâmetro da camisa do cilindro à encurvadura....69
5.2.2.2. Verificação do diâmetro da haste do cilindro à encurvadura.......71
5.2.3. Guiamento..................................................................................................73
5.2.4. Espessura do fundo do cilindro hidráulico.................................................74
5.2.5. Amortecimento............................................................................................75
i
6. Bombas e Motores hidráulicos....................................................................................77
6.1. Generalidades......................................................................................................77
6.2. Classificação e aplicação das bombas hidráulicas.............................................78
6.2.1. Bombas hidráulicas de êmbolos................................................................78
6.2.1.1. Bombas hidráulicas de êmbolos em linha....................................80
6.2.1.2. Bombas hidráulicas de êmbolos radiais.......................................81
6.2.1.3. Bombas hidráulicas de êmbolos axiais.........................................82
6.2.2. Bombas hidráulicas de palhetas................................................................85
6.2.3. Bombas hidráulicas de engrenagens.........................................................87
6.3. Classificação e aplicação de motores hidráulicos..............................................90
6.4. Expressões de cálculo..........................................................................................92
6.4.1. Bomba hidráulica.......................................................................................93
6.4.2. Motor hidráulico........................................................................................93
7. Válvulas.......................................................................................................................95
7.1. Válvulas Direccionais.......................................................................................95
7.1.1. Classificação..............................................................................................95
7.1.2. Estrutura e construção...............................................................................96
7.1.3. Sistemas de accionamento........................................................................102
7.2. Válvulas de Retenção.........................................................................................104
7.2.1. Válvulas de retenção de comando directo................................................104
7.2.2. Válvulas de retenção de comando hidráulico..........................................104
7.3. Válvulas Fluxométricas.......................................................................................105
7.3.1. Estranguladores.......................................................................................106
7.3.2. Válvulas reguladoras de caudal...............................................................108
7.4. Válvulas Manométricas......................................................................................113
7.4.1. Válvulas limitadoras de pressão...............................................................113
7.4.2. Válvulas reguladoras de pressão..............................................................116
7.4.3. Válvulas de sequência...............................................................................120
8. Acumuladores Hidráulicos........................................................................................121
8.1. Classificação construtiva...................................................................................121
8.2. Cálculo de um acumulador hidráulico...............................................................125
ii
1. TRANSMISSÃO HIDROSTÁTICA DA ENERGIA
d2
F= × P [kg] (1.1)
D2
20 2 400
F= × 1000 = × 1000 = 10 kg
200 2 40000
d2
H= × h [mm] (1.2)
D2
20 2 400
H= × 1000 = × 1000 = 10 mm.
200 2 40000
Para ultrapassar esta desvantagem bastará substituir o cilindro da esquerda por uma
bomba alimentada por óleo contido num depósito de capacidade suficiente, tal como a Figura
1.2 ilustra. Desta forma, torna-se possível introduzir no cilindro da direita o volume de óleo
necessário para que o êmbolo percorra a distância desejada.
2
Transmissão Hidrostática da Energia
Assim, o estado liquido caracteriza-se por uma liberdade de formas (típica dos gases)
associado a um volume constante (próprio dos sólidos). O principio dos vasos comunicantes,
representado na Figura 1.3, demonstra o que se acabou de afirmar.
Isto mais não é do que o principio de Pascal, traduzido pela Figura 1.4, segundo o qual
“em qualquer ponto de um líquido em repouso, a pressão é igual em todos os sentidos,
transmite-se em todas as direcções e actua com forças iguais em superfícies iguais.”
3
Transmissão Hidrostática da Energia
Até aqui, a pressão foi definida como um fenómeno estático, ou seja, inerente à
aplicação de forças sobre a zona superficial de uma massa liquida praticamente em repouso.
Na realidade, a sua origem pode também ser dinâmica, como mostra a Figura 1.5.
Uma análise completa dos factores que intervêm numa transmissão hidráulica
permitem distinguir outras formas de energia:
4
Transmissão Hidrostática da Energia
Com o auxílio da Figura 1.6 que representa uma conduta de secção variável cheia de
um fluido em movimento, enuncia-se o principio de Bernoulli, sobre o qual assenta todo o
tipo de transmissão, seja ela hidrostática ou hidrocinética.
v12 p1 v 2 p
Z1 + + + e1 = Z 2 + 2 + 2 + e2 = constante (1.4)
2g γ 2g γ
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Transmissão Hidrostática da Energia
v2 p
+ = constante (1.5)
2g γ
Nesta revisão geral sobre os princípios da física elementar dos fluidos falta apenas
mencionar o principio da continuidade. Este afirma que numa conduta de secção variável em
regime permanente, o volume de fluido que atravessa uma secção qualquer por unidade de
tempo, ou seja, o caudal, é constante.
1
Ao longo do texto, em todas as grandezas onde apareça kg, deve ler-se kgf, excepto na massa e massa
volúmica.
6
Transmissão Hidrostática da Energia
Ou então por:
Q = 6 × v × A = constante (1.9)
Exemplo 1.3: Calcular a velocidade média do fluido numa conduta cujo diâmetro interior é D
= 20 mm, se por ela circular um caudal Q = 100 l/min.
π × 0, 22
A= = 3,14 cm2
4
100
v= = 5,3 m/s
6 × 3,14
7
Transmissão Hidrostática da Energia
êmbolo. Se do lado exterior se aplicar sobre o êmbolo um esforço resistente (um peso ou uma
força qualquer), origina-se uma maior pressão no fluido, responsável por empurrar o êmbolo e
vencer a resistência.
W = F × l [kg.m] (1.10)
Exemplo 1.4: Calcular o trabalho desenvolvido por um êmbolo vertical que eleva um peso P
= 700 kg a uma altura l = 800 mm.
3
Aplicando a expressão (1.11) obtém-se v = = 0,025 m/s.
2 × 60
Se o tempo gasto fosse o triplo, isto é, 6 minutos, a velocidade seria a terça parte da
3
anterior, ou seja, v = = 0,0083 m/s.
6 × 60
O trabalho depende somente da força e do espaço percorrido, mas não do tempo gasto
(velocidade do êmbolo). Tanto o cilindro hidráulico rápido bem como o lento considerados no
Exemplo 1.5 proporcionam a mesma força para uma igual distância percorrida, executando
8
Transmissão Hidrostática da Energia
portanto o mesmo trabalho. A única diferença está no tempo gasto, isto é, a potência do
primeiro cilindro hidráulico (mais rápido) é superior à do segundo cilindro hidráulico (mais
lento), pois por definição a potência desenvolvida é:
W
N= [kW] (1.12)
t
p×Q
Ni = [CV] (1.13)
450
p×Q
Ni = [kW] (1.14)
612
Exemplo 1.6: Calcular a potência hidráulica de uma bomba hidráulica sabendo que a leitura
de um manómetro indica o valor p = 75 kg/cm2 e que um sensor de caudal indica o valor Q =
150 l/min.
9
Transmissão Hidrostática da Energia
75 × 150
Ni = = 25 CV.
450
À esquerda da bomba hidráulica entra a potência mecânica1 Nm, quer dizer, a que é
proveniente do motor. A seta da direita indica a potência hidráulica Ni fornecida pela bomba
hidráulica e utilizável na transmissão hidrostática e a seta dirigida para baixo indica a potência
Np perdida no interior da bomba hidráulica. A potência mecânica deve ser maior que cada
uma das outras duas, sendo precisamente igual à soma de ambas, isto é:
Nm = Ni + Np (1.15)
Ni Ni
ηt = = (1.16)
N m Ni + N p
Esse rendimento será tanto menor quanto maior for a potência perdida.
1
Também poderá designar-se por potência teórica, Nt.
10
Transmissão Hidrostática da Energia
Exemplo 1.7: Calcular o rendimento total de uma bomba hidráulica, supondo que a potência
hidráulica é Ni = 36 CV e que a potência perdida é Np = 4 CV.
36
ηt = = 0,9 = 90%
36 + 4
Exemplo 1.8: Uma bomba hidráulica fornece um caudal Q = 15 l/min a uma pressão de 150
kg/cm2. O seu rendimento total é ηt = 85%. Calcular a potência mecânica necessária para o
seu accionamento.
150 × 15
Ni = = 5 CV
450
Ni 5
Nm = = = 5,88 CV
ηt 0,85
Np = Nm – Ni = 5,88 – 5 = 0,88 CV
11
Transmissão Hidrostática da Energia
Pela mesma razão que conduziu à introdução do conceito de rendimento total em vez
das perdas totais, é conveniente substituir as perdas parciais acabadas de descrever, pelos seus
rendimentos correspondentes. É de realçar que os conceitos de rendimento e perda têm um
significado inverso, isto é, rendimentos elevados implicam perdas pequenas e vice-versa.
Exemplo 1.9: Supondo que uma bomba hidráulica sofre uma perda de caudal de 0,204 l/min,
calcular o caudal efectivo (hidráulico) e o rendimento volumétrico, sabendo que o caudal
teórico é Qt = 4,07 l/min.
3,866
ηv = = 0,95 = 95 %
4,07
12
Transmissão Hidrostática da Energia
também a existência de uma certa pressão perdida pp que se relaciona com a pressão teórica pt
e com a hidráulica pi pela expressão:
pt = pi + pp (1.19)
pi pi
ηm = = (1.20)
pt pi + p p
Exemplo 1.10: Determinar o rendimento total de uma bomba hidráulica com ηm = 87% e ηv =
92%.
Até agora as considerações sobre perdas e rendimentos têm incidido apenas no caso de
bombas hidráulicas, mas é perfeitamente natural associar também perdas e rendimentos ao
funcionamento do receptor hidráulico (cilindro hidráulico ou motor hidráulico), onde tem
lugar a reconversão da energia e da potência hidráulica em energia e potência mecânica.
A Figura 1.10 esquematiza as potências que intervêm num receptor hidráulico. Note-
se que a seta da esquerda indica agora a potência hidráulica fornecida ao dito receptor
hidráulico (potência vinda da bomba hidráulica), a seta da direita representa a potência
mecânica restituída (utilizável) e a seta dirigida para baixo representa a potência perdida.
13
Transmissão Hidrostática da Energia
Nm = Ni – Np (1.22)
Qt = Qi – Qp (1.23)
Qt Qt
ηv = = (1.24)
Qi Qt + Q p
pt pt
ηm = = (1.25)
pi pt + p p
ηt = η v × η m (1.27)
14
Transmissão Hidrostática da Energia
Note-se que Ni1 e Ni2 não têm obrigatoriamente de coincidir, visto que entre as
unidades primária e secundária ocorre uma perda de energia nas condutas e nas uniões. Os
valores de Ni1 e Ni2 apenas poderão ser iguais em transmissões compactas ou monobloco,
onde a bomba hidráulica e o receptor hidráulico se encontram montados num mesmo corpo ou
a uma distância muito curta.
N m2
ηt = (1.28)
N m1
15
2. RESISTÊNCIAS HIDRÁULICAS
Figura 2.1a Circuito com resistências Figura 2.1b Circuito com resistências
hidráulicas distribuídas (contínuas) eléctricas distribuídas (contínuas)
três grandezas eléctricas, expressa pela lei de Ohm será válida também para as grandezas
hidráulicas, isto é:
V=R×I p = Q × Rh (2.1)
Tabela 2.11
Conduta de impulsão
• Pressão [kg/cm2] 20 50 100 150 200 300
• Velocidade do óleo [m/s] 3 4 4,5 5 5,5 6
Conduta de retorno
• Velocidade do óleo [m/s] 2..........3
Conduta de aspiração
• Velocidade do óleo [m/s] 1.........1,5
1
O uso da Tabela 2.1 para caudais inferiores a 20 l/min conduz a circuitos hidráulicos subdimensionados (perdas
de carga excessivas). No caso de caudais superiores a 200 l/min conduz ao sobredimensionamento do diâmetro
das tubagens e ao agravamento económico do circuito hidráulico.
18
Resistências Hidráulicas
p = ∆p + p1 [kg/cm2] (2.2)
Multiplicando ambos os membros da expressão (2.2) por Q/450 (vd. (1.13)), obtém-se
uma relação entre potências:
N = ∆N + N1 [CV] (2.3)
19
Resistências Hidráulicas
50 × γ × l × v 2
∆p = λ× [kg/cm2] (2.4)
g×d
1
Ao longo do texto, em todas as grandezas onde apareça kg, deve ler-se kgf, excepto na massa e massa
volúmica.
20
Resistências Hidráulicas
γ ×v×d
Re = (2.5)
µ×g
O regime é do tipo laminar se Re < Recr, sendo do tipo turbulento se Re > Recr. Os
valores de Recr normalmente utilizados encontram-se na Tabela 2.2, variando de acordo com
os diversos tipos de secção.
21
Resistências Hidráulicas
Tabela 2.2
Tipo de secção Recr
Circular (parede lisa) 2000 a 3000
Coroa circular concêntrica (paredes lisas) 1100
Coroa circular excêntrica (paredes lisas) 1000
Coroa circular concêntrica (paredes rugosas) 700
Coroa circular excêntrica (paredes rugosas) 400
64
λ= (2.6)
Re
22
Resistências Hidráulicas
Se bem que nos circuitos hidráulicos raramente se atinjam valores de Re tão elevados
que façam intervir a influência da rugosidade das paredes das condutas, convém esclarecer
que acima de Recr (portanto em regime turbulento) essa influência manifesta-se de maneira
crescente com o aumento de Re. O fenómeno encontra-se expresso na Figura 2.4 pela
presença na zona de regime turbulento de várias curvas relativas a diferentes valores médios
de rugosidade absoluta, ε.
A titulo indicativo, a Tabela 2.3 resume valores médios de rugosidade absoluta de
diversos materiais.
Tabela 2.3
Rugosidade absoluta
Materiais ε [mm]
Cobre 0,0015
Aço 0,04
Plástico 0,03
De forma a avaliar melhor a influência que cada uma das variáveis tem sobre a perda
de carga, é conveniente associar a expressão (2.4) com as expressões (2.6) e (2.7).
µ ×l ×v
∆p = 3200 × [kg/cm2] (2.8)
2
d
A expressão (2.8) é válida para regime laminar e demonstra que a perda de carga ∆p é
directamente proporcional à viscosidade dinâmica (absoluta), ao comprimento, à velocidade e
inversamente proporcional ao quadrado do diâmetro.
3/ 4
γ µ1/ 4 × l × v7 / 4
∆p = 15,82 × × [kg/cm2] (2.9)
g 5/ 4
d
23
Resistências Hidráulicas
0,9 × 6 × 5 0,9 × 6 × 70
Re1 = = 918 Re2 = = 12840
0,003 × 9,81 0,003 × 9,81
0,07 × 50 × 0,9 × 1 × 6 2
∆p1 = = 2,31 kg/cm2
9,81 × 5
0,032 × 50 × 0,9 × 1 × 6 2
∆p 2 = = 0,0756 kg/cm2
9,81 × 70
Supõe-se que óleo empregue é o mesmo do Exemplo 2.1, mas agora a temperatura de
funcionamento é de 30ºC, em vez dos 50ºC anteriores. O cálculo de Re dá:
0,9 × 6 × 5 0,9 × 6 × 70
Re1 = = 230 Re2 = = 3211
0,012 × 9,81 0,012 × 9,81
24
Resistências Hidráulicas
0,3 × 50 × 0,9 × 1 × 6 2
∆p1 = = 9,9 kg/cm2
9,81 × 5
0,038 × 50 × 0,9 × 1 × 6 2
∆p 2 = = 0,0896 kg/cm2
9,81 × 70
Comparando uma vez mais os resultados, verifica-se que as perdas de carga em regime
laminar são aproximadamente 100 vezes superiores comparativamente ás do regime
turbulento.
Comparando ainda nos dois Exemplos as perdas de carga em regime laminar por um
lado e em regime turbulento por outro, conclui-se que a sensibilidade do regime laminar ás
variações da viscosidade dinâmica (absoluta) é maior que a do regime turbulento.
Visto que as variações de temperatura indicadas no Exemplo 2.1 são comuns nos
circuitos hidráulicos, dos resultados obtidos conclui-se que a estabilidade de funcionamento
(expressa por valores quase constantes de ∆p) é quase perfeita no regime turbulento.
1
As restrições impostas ao uso da Tabela 2.2, já foram anteriormente referidas.
25
Resistências Hidráulicas
Tabela 2.4
Raio de curvatura Diâmetro exterior
rB [mm] de [mm]
4 10
6 16
8 20
10 25
12 32
14 40
15 40
16 40
18 50
20 50
22 63
25 68
28 80
30 80
35 100
38 100
40 110
26
Resistências Hidráulicas
De um modo geral, a resistência localizada numa curva produz uma perda de carga
dada por:
C ×γ × v2
∆p = [kg/cm2] (2.10)
20 × g
Exemplo 2.3: Calcular a perda de carga de uma curva com β = 120º e rB/di = 6, para uma
velocidade média v = 6 m/s. O peso específico do óleo é γ = 0,9 kg/dm3.
0,2 × 0,9 × 6 2
∆p = = 0,033 kg/cm2
20 × 9,81
β γ × v2
∆p = × C 90 º [kg/cm2] (2.11)
90º 20 × g
Onde C90º é o valor do coeficiente de resistência dado pela curva de β = 90º no gráfico
da Figura 2.5.
1
À curva a corresponde β = 30º, à b β = 45º, à c β = 90º e à d β = 120º.
27
Resistências Hidráulicas
As considerações feitas até aqui dizem apenas respeito à porção do circuito hidráulico
que trabalha sob pressão, ou seja, a compreendida entre o orifício de impulsão da bomba
hidráulica e o ponto de descarga no tanque do óleo de retorno. Assim, excluiu-se uma parte do
circuito hidráulico, dimensionalmente pequena, mas de vital importância para o bom
funcionamento da bomba hidráulica e por conseguinte de todo o circuito hidráulico.
A porção do circuito hidráulico em questão é aquela que trabalha na aspiração e que,
excepto no caso particular do depósito se manter a baixa pressão, funciona abaixo da pressão
atmosférica, ou por outras palavras, funciona em depressão.
γ ×h
O termo representa a cota devida à posição do nível de óleo no tanque (sinal +
10
quando o nível de óleo estiver abaixo da bomba, sinal – no caso oposto).
28
Resistências Hidráulicas
Q 4 × 16
v= = = 1,33 m/s
6 × S 6 × π × 16 2
0,0016 × 4 × 1,33
∆p D = 3200 × = 0,106 kg/cm2
16 2
0,9 × 0,6
pu = 0,106 + 2 × 0,05 + = 0,26 kg/cm2
10
Por acção da diferença de pressões, produzem-se fugas de óleo através das folgas, a
partir das zonas de pressão mais elevada para zonas de pressão inferior, que interessa
determinar com a máxima exactidão. Constatou-se que as perdas de caudal (fugas) através das
folgas cuja altura seja de poucas milésimas de milímetros podem calcular-se recorrendo ás
expressões do movimento laminar. Fazendo uma analogia entre uma folga e um canal de
secção rectangular de altura h, espessura b e comprimento l, em que a distribuição da
velocidade corresponde ao regime laminar (vd. Figura 2.3a), admite-se para a velocidade
média a expressão:
h 2 × ∆p
v= [m/s] (2.13)
12 × µ × l
29
Resistências Hidráulicas
b × h3 × ∆p
QL = v × S = [cm3/s] (2.14)
12 × µ × l
Para folgas anelares concêntricas cujo diâmetro médio é dm, a expressão (2.14) sofre
uma alteração. Assim, a espessura b é substituída pelo perímetro π × dm e h equivale à semi-
diferença dos diâmetros:
d × π × h3 × ∆p
QL = m [cm3/s] (2.15)
12 × µ × l
Para folgas excêntricas (caso típico do êmbolo alojado no corpo das válvulas) com
χ
excentricidade relativa e = (definida entre a distância dos centros e a altura da folga), a
h
expressão (2.15) transforma-se em:
1
As unidades do caudal de fugas QL vêm expressas em [cm3/s] para evitar os baixos valores numéricos que
surgiriam se as unidades fossem [l/min].
30
Resistências Hidráulicas
d × π × h3 × ∆p
Q´L = m × (1 + 1,5e2) [cm3/s] (2.16)
12 × µ × l
d × π × h3 × ∆p
QL = 2,5 × m [cm3/s] (2.17)
12 × µ × l
Exemplo 2.5: Pretende-se calcular o caudal de fugas de uma válvula distribuidora de êmbolo
ligado entre duas câmaras cuja diferença de pressão é ∆p = 250 kg/cm2. A estanquecidade é
feita por intermédio do ajuste do êmbolo na sua sede cilíndrica sobre um comprimento l = 5
mm segundo o eixo. O diâmetro médio é dm = 22 mm e a altura da folga é h = 0,004 mm. A
viscosidade dinâmica (absoluta) é µ = 0,0023 kg.s/m2.
22 × π × 0, 0043 × 250
QL = = 0, 008 cm3/s
1, 2 × 0, 0023 × 5
31
3. FLUIDOS HIDRÁULICOS
1
Indica-se a temperatura de referência porque o peso especifico varia com a temperatura.
2
Nesta unidade, o kg refere-se a kgf, enquanto que na unidade SI da massa volúmica, o kg refere-se a kg massa.
3
Outros parâmetros que influenciam β são a temperatura, a viscosidade cinemática e a composição do óleo.
Fluidos Hidráulicos
pressão na ordem dos 100 kg/cm2 acarreta uma diminuição (não uniforme) no volume de óleo
de aproximadamente 0,7%. Isto quer dizer que, por exemplo, um volume de 100 litros de óleo
à temperatura de 20ºC e a uma pressão inicial, quando submetido a uma temperatura e uma
pressão de serviço de 100 kg/cm2, reduz-se a uns 99,3 litros, ou seja, diminui 0,7 litros.
Esta propriedade pode desprezar-se em circuitos hidráulicos de pequeno volume e
baixa pressão, mas não pode ser ignorada quando existam cilindros hidráulicos de grande
capacidade, tubagens de comprimento apreciável e grande diâmetro, associadas a elevadas
pressões de serviço, pois dela dependem a precisão de deslocamento e a rapidez de resposta
em processos de regulação e controle, a qual pode originar, por exemplo, um atraso na
disponibilização da pressão, que se repercutirá sobre a duração total do ciclo produtivo.
dv
F =τ × A = µ× ×A (3.1)
dy
34
Fluidos Hidráulicos
35
Fluidos Hidráulicos
36
Fluidos Hidráulicos
bolhas de vapor no óleo, resultantes da incapacidade inicial do óleo fluir com rapidez
suficiente. Quando as bolhas colapsam, a força de colapso retira material da superfície dos
elementos hidráulicos, danificando-os seriamente. Em contrapartida, o mesmo óleo
apresentará um bom comportamento à temperatura de serviço.
De acordo com o gráfico viscosidade/temperatura da Figura 3.4, quanto mais elevado
for o índice de viscosidade, menos inclinada será a linha do gráfico. Um óleo com índice de
viscosidade elevado é pouco sensível a variações da temperatura, sendo o mais aconselhado
para circuitos hidráulicos (caso do óleo B da Figura 3.4). Um óleo com baixo índice de
viscosidade denota forte influência da temperatura na variação da viscosidade do óleo, sendo
inadequado para aplicação em circuitos hidráulicos (caso do óleo A da Figura 3.4).
37
Fluidos Hidráulicos
38
Fluidos Hidráulicos
39
Fluidos Hidráulicos
oxidado apresenta uma cor escura, dando lugar à formação no seu seio de lamas, vernizes e
substâncias ácidas responsáveis pelo deterioramento dos equipamentos (bloqueamento de
válvulas, corrosão dos metais), aumento da viscosidade e impedimento da transmissão do
calor. A oxidação do óleo desenvolve-se com maior ou menor rapidez em função de diversas
condições, tais como a temperatura do óleo, a temperatura ambiente, o tipo de bomba
hidráulica, o volume total de óleo existente no circuito, a presença de água, ferrugem, poeiras
e de certos materiais (chumbo, latão, cobre) e algumas ligas (cobre-chumbo, cobre-zinco).
A adição de aditivos anti-oxidantes, que funcionam pela inibição da assimilação do
oxigénio, pode atenuar este inconveniente, mas não impede que o óleo seja totalmente
substituído depois de um certo número de horas de funcionamento do circuito hidráulico.
Os óleos minerais dividem-se, segundo a ISO, em quatro tipos: HH, HL, HM e HV.
No tipo HH incluem-se óleos sem aditivos, para situações de baixa exigência (ex.:
macacos hidráulicos manualmente operados, circuitos com tendência para fugas de óleo).
Proporcionam uma fraca protecção contra o desgaste e corrosão dos componentes, sendo o
seu limite de temperatura de 40°C.
No tipo HL, os óleos contêm já aditivos anti-ferrugem, anti-corrosão a anti-oxidação,
correspondendo a uma evolução do tipo HH. Usados onde as protecções anti-desgaste do óleo
não são fundamentais (ex.: bombas hidráulicas de palhetas sujeitas a cargas moderadas), mas
apesar disso permitem uma maior longevidade ao óleo, boa protecção anti-ferrugem, boa
protecção anti-espuma, ausência de efeitos corrosivos em ligas de cobre.
40
Fluidos Hidráulicos
Se bem que os óleos minerais constituam o meio mais adequado e conveniente para a
transmissão da energia, apresentam um grande inconveniente já que ardem violentamente
quando em contacto com uma chama ou uma superfície muito quente. Assim, em certas
aplicações hidráulicas específicas, onde o risco de incêndio seja elevado ou possa haver
consequências desastrosas em termos de vidas e bens, prefere-se renunciar a parte das
vantagens que o óleo mineral proporciona e recorrer a fluidos hidráulicos especiais, pouco
inflamáveis, denominados fluidos resistentes ao fogo.
41
Fluidos Hidráulicos
Misturas
ésteres fosfóricos – cloro-hidrocarbonetos
1
Substância que pelas suas propriedades se considera intermédia entre o álcool e a glicerina.
42
Fluidos Hidráulicos
43
Fluidos Hidráulicos
Nas emulsões óleo em água, a percentagem de óleo mineral que é no máximo de 20%,
(geralmente 5%), é dispersa na água em finas gotículas de 5 µm de diâmetro. Desta forma,
melhora-se o escasso poder lubrificante passível de provocar o desgaste prematuro dos
vedantes dinâmicos. Juntamente com outros aditivos, melhora o poder anti-corrosão.
Possui apenas a viscosidade da água, logo muito reduzida, pois o óleo constitui a
menor parte da emulsão, conduzindo a fugas pelas folgas internas de bombas hidráulicas e
válvulas direccionais de êmbolo e ao aparecimento de cavitação. A separação entre a água e o
óleo, existente após longos períodos de inactividade do circuito hidráulico, é facilmente
resolúvel mediante agitação mecânica. Este tipo de emulsão não ataca quimicamente tintas e
vedantes normais, apresentando um custo reduzido.
Os campos de aplicação típicos são o corte de metal em máquinas-ferramentas e a
indústria mineira.
1
Um fluido Newtoniano apresenta uma viscosidade dinâmica independente da tensão, isto é, respeita a lei de
dv
Newton τ = µ
dy
44
Fluidos Hidráulicos
viscosidade). Este facto limita a sua aplicação a circuitos hidráulicos que não originem
grandes tensões de deslizamento.
Estas emulsões são bastante estáveis, embora se o fluido estiver parado, possa
verificar-se uma certa separação entre o óleo e a água, ou seja, o óleo sobrepor-se-á à água.
Este fenómeno não oferece preocupação, pois quando a bomba hidráulica é posta novamente
em funcionamento, há agitação suficiente para repor a emulsão. O problema poderá advir da
presença de contaminantes, porque o fenómeno atrás referido prolongar-se-á no tempo. É por
isso que este tipo de emulsão se torna mais adequada para aplicações "limpas".
Há que ter em atenção as inevitáveis perdas de água por evaporação. Estas devem
compensar-se periodicamente, requerendo para tal uma vigilância frequente, acrescentando
apenas água, se o circuito hidráulico for isento de fugas, ou acrescentando a emulsão, se no
circuito hidráulico existirem fugas, pois caso contrário, desequilibrar-se-á a proporção entre a
água e o óleo, perdendo a emulsão o seu poder lubrificante.
45
Fluidos Hidráulicos
Tabela 3.1
Propriedade Õleo mineral Emulsão água- Gilcol-água Ester
(Valores típicos) em-óleo de fosfato
Resistência ao fogo Pobre Aceitável Excelente Bom
Viscosidade (em geral) Baixa-muito alta Baixa Baixa-médía Baixa-alta
Índice de Viscosidade Elevado (70-100) Elevado (150) Baixo (40-50)
Inflamabilidade Elevada Resistente ao fogo Não inflamável Resistente ao fogo
Temperatura
de serviço (Máx.) 105°C 65°C 65°C 150°C
Anticorrosivo/
Ferrugem Muito bom Aceitável a bom Aceitável Aceitável a bom
Lubrificação Excelente Aceitável Aceitável Muito bom
Efeitos sobre
Tintas Standard Nenhum Nenhum Amolece a tinta Não compatível
Adequação para
os rolamentos Muito bom Aceitável Pobre Muito bom
Vida da Bomba Excelente Muito bom Bom Muito bom
(a baixas pressões)
Toxidade Nenhuma Nenhuma Nenhuma Moderado
Ponto de Inflamação 220°C Nenhum Nenhum 260°C
Densidade Relativa 0,87 0,84 1,08 1,14
Pressão de vapor Baixa Elevada Elevada Baixa
Comparação de custos 1.0 1.0 1.5-2.0 6.0
Comparação de peso 1.0 1.1 1.2 1.3
Manutenção Baixa Elevada Elevada Baixa
Compatibilidade
de Vedação:
Borracha Natural Má Má Boa Má
Polisopreno Má Má Boa Má
Polibutadieno Má Má Boa Má
Stitreno-butadieno Má Má Boa Má
Acrilonitrilo (Nitrilo) Muito boa Boa Boa Má
Polícloropreno
(Neopreno) Aceitável Aceitável Boa Má
Isobutueno-isopreno
1
(butil) Má Má Boa Boa
Etilano-propileno EP Má Má Muito boa Boa
Polietileno
cloro-sulfurizado Aceitável Aceitável Boa Má
Etìleno
polisulfurizado Muito boa Muito boa Muito boa Aceitável
Silicones Má Pobre Aceitável Boa
Poliuretano Boa Boa Má Má
Elastómeros
fluo-ridisados “viton” Muito boa Muito boa Muito boa Muito boa
Elastómeros
fluorcloridisados Muito boa Boa Boa Muito boa
Acetato de
etileno-vínil Má Aceitável Aceitável Pobre
1
A temperaturas limitadas.
46
4. VEDANTES
4.1. O-RINGUES
Se forem tomadas algumas precauções os O-ringues terão uma grande vida útil. O
respeito pelos limites de pressão e temperatura, uma adequada selecção dos compostos afim
de evitar a reacção química entre os O-ringues e os fluidos a vedar e um correcto
dimensionamento da ranhura de alojamento, são alguns dos cuidados a tomar.
48
Vedantes
alojamento que é sujeito à pressão e impedindo eventuais fugas de óleo. Quanto maior for a
pressão (até um valor limite) exercida pelo óleo que tenta passar pela folga, mais eficaz será a
vedação entretanto formada. Deixando de se exercer pressão, a resiliência do composto
elástico implica o retornar do O-ringue à sua forma inicial, intacto e pronto para novas
situações de trabalho.
Figura 4.3 O-ringue correctamente instalado
Pelo acima descrito conclui-se que é essencial definir uma pré-compressão adequada.
Um valor de 10% resulta numa superfície de vedação plana de cerca de 40 a 45% da secção
transversal inicial do O-ringue, antes da aplicação de pressão.
Uma baixa pré-compressão reduz o atrito, mas proporciona fugas a baixa pressão e
temperatura. Para pressões muito baixas, a resiliência da composto elástico é responsável pela
vedação.
Para garantir uma vedação razoável a pressões mais elevadas será necessário aumentar
o valor da pré-compressão. No entanto há que ter em atenção que esse acréscimo poderá
causar efeitos adversos, tais como uma difícil instalação e redução da vida útil do O-ringue,
mais acentuada no caso de uma vedação dinâmica submetida a elevadas pressões de serviço.
A pré-compressão induz uma força de atrito entre o O-ringue a as paredes da ranhura
de alojamento. Até que as forças aplicadas sejam suficientes para ultrapassar a força de atrito
ou deformar anormalmente o composto elástico, o O-ringue manterá a sua forma inicialmente
deformada pela pré-compressão e vedará unicamente por pressão diametral.
A pré-compressão inicialmente aplicada ao volume constante do material do O-ringue,
produz-lhe um aumento do comprimento ao longo da ranhura. A expansão ou dilatação do
composto elástico, aumentará ainda mais o comprimento do O-ringue comprimido. A ranhura
de alojamento deverá ser suficientemente longa para permitir a máxima expansão do O-
ringue, caso contrário originam-se tensões muito elevadas. Normalmente a dimensão da
ranhura de alojamento deverá permitir que o O-ringue deslize ou rode ligeiramente dentro da
ranhura.
Quando se aplica uma pressão, o O-ringue desliza ou roda na direcção dessa pressão
até ao fim da ranhura. A partir daí, a existência de pressão suplementar tem como
49
Vedantes
50
Vedantes
51
Vedantes
52
Vedantes
Antes da instalação, os O-ringues devem ser bem lubrificados, assim como todos os
elementos em contacto com ele. Aconselha-se o uso de um lubrificante adequado que não
danifique o O-ringue, não seja prejudicial para o óleo, nem entupa filtros ou deixe resíduos.
Durante a instalação, evitar o contacto dos O-ringues com detritos, areia, fragmentos
de metal ou outros materiais estranhos, nem utilizar instrumentos afiados (para os instalar ou
extrair). Eliminar O-ringues que tenham sido limpos com panos sujos de óleo ou previamente
usados. Certificar-se que o óleo está isento de impurezas. Um excessivo estiramento do O-
ringue aquando da sua instalação pode afectar a forma circular da secção transversal,
implicando uma perda de compressão e comprometendo a estanquecidade proporcionada.
Ainda durante a instalação e para que o O-ringue não sofra golpes e/ou cortes, é conveniente
chanfrar as ranhuras de alojamento das camisas ou tubos cilíndricos e das hastes, tal como a
Figura 4.10 esquematiza. Deve prever-se um chanfro de dimensões suficientes e de cantos
bem arredondados, para facilitar a entrada do O-ringue, evitando-se assim a sua rápida
deterioração. O chanfro deve ser maior que o diâmetro livre do O-ringue quando instalado na
sua ranhura de alojamento e suficientemente comprido para o comprimir gradualmente até ele
estar totalmente acondicionado.
Durante o serviço o O-ringue não deve passar sobre cantos, furos ou rasgos, sob pena
de ficar aliviado e vedar deficientemente.
Os materiais empregues na construção dos êmbolos deverão ser mais macios do que os
das camisas dos cilindros hidráulicos, para evitar a formação de riscos devido ao movimento
relativo. É conveniente evitar materiais macios como o alumínio, latão, bronze, ligas de cobre
a níquel (monel) e aço inoxidável não maquinável, sendo preferível recorrer a aços ou ferros
fundidos suficientemente densos, caso contrário a folga radial pode dilatar e contrair com as
variações da pressão, causando a destruição do O-ringue.
53
Vedantes
54
Vedantes
55
Vedantes
ranhura de alojamento até à superfície do tubo, incluindo a folga diametral, definida como a
diferença entre os diâmetros da ranhura de alojamento a da camisa do cilindro hidráulico.
56
Vedantes
Tal como os vedantes estáticos radiais (vd. Figura 4.12), a localização da ranhura de
alojamento permite ainda dividir os vedantes dinâmicos alternativos, em macho a fêmea.
No primeiro caso, ilustrado pela Figura 4.18, a ranhura de alojamento localiza-se num
êmbolo móvel inserido no interior da camisa de um cilindro hidráulico.
57
Vedantes
Num vedante dinâmico rotativo, apresentado na Figura 4.20, um elemento móvel roda
continuamente sobre o seu eixo relativamente a um elemento fixo. Tal como no caso anterior,
somente um dos elementos se movimenta relativamente ao O-ringue. Este tipo de vedante
implica o contacto com a mesma superfície de atrito, logo a lubrificação e o aumento de
temperatura constituem um problema.
58
Vedantes
Outro factor muito importante a considerar num O-ringue sujeito a serviço dinâmico é
a dureza, que varia de forma praticamente proporcional à pressão. A baixa pressão e
temperatura, um O-ringue macio de dureza 50° ou 60° Shore proporciona melhor
estanquecidade (particularmente em superfícies rugosas), menor atrito, mais fácil estiramento,
menor pré-compressão, mas fraca resistência à extrusão relativamente aos O-ringues normais,
cuja dureza varia entre 70° a 80° Shore. Estes resistem melhor ao desgaste e ao atrito, sendo
aconselhados para vedantes dinâmicos animados de movimento rotativo ou oscilante, para
59
Vedantes
evitar movimentos laterais. Com este grau de dureza os O-ringues obtêm bons resultados se
trabalharem a pressões e temperaturas baixas, mas podem sofrer extrusão a pressões mais
elevadas. Os O-ringues com uma dureza superior a 85° Shore raramente apresentam
resultados satisfatórios em serviço dinâmico porque devido a essa dureza não se adaptam bem
ás irregularidades ou deformações das superfícies de contacto, o que origina uma diminuição
da estanquecidade. A pressão limite para 70° Shore é de 150 kg/cm2 a para 80° Shore é de
200 kg/cm2. Para pressões superiores reservam-se os de dureza acima de 85° Shore.
A Figura 4.23 relaciona a folga máxima admissível entre elementos sujeitos a serviço
dinâmico com a dureza Shore dos O-ringues.
Quanto menor for a temperatura de serviço, maior dureza apresenta o O-ringue, o que
pode também provocar o aumento do atrito. Contudo, a contracção térmica do O-ringue limita
a compressão, podendo reduzir o acréscimo no atrito causado por um aumento da dureza, pois
quanto maior for a dureza (acima dos 70° Shore) maior é o atrito, visto que para um mesmo
valor de pré-compressão e relativamente a O-ringues macios, a força de compressão é
superior. A dureza diminui com o aquecimento inicial, mas o serviço contínuo volta a
aumentá-la depois do aquecimento inicial. A existência de contracção térmica pode significar
o recurso a anéis anti-extrusão ou a uma redução na folga diametral, no caso de vedantes
dinâmicos usados a altas temperaturas.
Em jeito de conclusão resumem-se algumas vantagens a limites funcionais dos O-
ringues:
a) Os O-ringues permitem uma perfeita estanquecidade estática em cilindros hidráulicos,
desde que a pressão do óleo não ultrapasse 350 kg/cm2;
60
Vedantes
4.4. EMPANQUES
Ainda que sob muitos aspectos os O-ringues representem a solução mais evoluída em
termos de estanquecidade, recorre-se com bastante frequência a vedantes de maiores
dimensões axiais e radiais, mas que em troca oferecem a garantia de uma maior duração.
Em serviço dinâmico associado ao aumento das dimensões dos êmbolos e hastes dos
cilindros hidráulicos e do curso dos mesmos, ou quando existam defeitos de acabamento
61
Vedantes
É constituído por uma série de anéis de secção rectangular, visíveis na Figura 4.25,
empilhados de forma que as juntas respectivas não fiquem alinhadas horizontalmente, de
modo a reduzir as fugas de óleo ao mínimo.
62
Vedantes
Movimentos alternados.
63
5. CILINDROS HIDRÁULICOS
O primeiro tipo é visível na Figura 5.2. O óleo à pressão entra numa só câmara e por
isso apenas permite a execução de trabalho num só sentido do movimento do êmbolo. O
movimento de recuo, inverso ao produzido pelo óleo à pressão e no qual o cilindro hidráulico
não produz força, é realizado por outro meio qualquer (gravidade, mola, contrapeso).
O segundo tipo, visível na Figura 5.3, é chamado de duplo efeito porque o óleo à
pressão pode entrar por uma ou outra das duas câmaras e permitir a produção de força em
ambos os sentidos.
66
Cilindros Hidráulicos
A Figura 5.6 representa uma possível classificação geral dos cilindros hidráulicos,
segundo um ponto de vista funcional.
67
Cilindros Hidráulicos
dinterno
s0 = [mm] (5.1)
200 × K
S
−2
1,11× pmáx
Com base na expressão (5.1), calcula-se agora a espessura das paredes da camisa do
cilindro hidráulico, s, aplicando a expressão:
5.2.2. ENCURVADURA
68
Cilindros Hidráulicos
Começa-se por verificar qual das expressões – Euler ou Tetmajer – é aplicável. Para
isso utilizam-se as expressões:
l1
λ= (5.3)
i
l1 = k × l [mm] (5.4)
69
Cilindros Hidráulicos
Se o grau de esbeltez λ for inferior a 100 utiliza-se a expressão de Tetmajer (vd. Figura
5.7). Neste caso, a tensão crítica de encurvadura σk dependerá do material indicado para a
camisa do cilindro hidráulico:
70
Cilindros Hidráulicos
Se o grau de esbeltez λ for superior a 100 utiliza-se a expressão de Euler (vd. Figura
5.7). Neste caso, é preciso tomar em consideração o módulo de elasticidade E, tendo a
expressão a seguinte forma:
π2 ×E
σk = [kg/cm2] (5.9)
λ 2
F G × cos α × l
σ= + [kg/cm2] (5.10)
A 2 ×W
π × (d exterior
2
− d int2 erior )
A= [cm2] (5.11)
4
π × (dexterior
4
− dinterior
4
)
W= [cm3] (5.12)
52 × d 4
exterior
Começa-se mais uma vez por verificar qual das expressões – Euler ou Tetmajer – é
aplicável. Para isso utilizam-se as expressões:
l1
λ= (5.13)
i
71
Cilindros Hidráulicos
l1 = k × l [mm] (5.14)
d haste
i= [mm] (5.15)
4
λ = grau de esbeltez;
l1 = comprimento submetido a encurvadura [mm];
i = raio de inércia [mm];
k = calcula-se através da Figura 5.8;
l = curso do cilindro hidráulico [mm];
dhaste = diâmetro da haste do cilindro hidráulico [mm].
Se o grau de esbeltez λ for inferior a 100 utiliza-se a expressão de Tetmajer (vd. Figura
5.7). Neste caso, a tensão crítica de encurvadura σk dependerá do material indicado para a
haste do cilindro hidráulico:
Se o grau de esbeltez λ for superior a 100 utiliza-se a expressão de Euler (vd. Figura
5.7). Neste caso, é preciso tomar em consideração o módulo de elasticidade E, tendo a
expressão a seguinte forma:
π2 ×E
σk = [kg/cm2] (5.19)
λ 2
F G × cos α × l
σ= + [kg/cm2] (5.20)
A 2 ×W
π × d haste
2
A= [cm2] (5.21)
4
72
Cilindros Hidráulicos
π × d haste
3
W= [cm3] (5.22)
32
5.2.3. GUIAMENTO
73
Cilindros Hidráulicos
Também a espessura de cada tampa do cilindro hidráulico deve ser calculada para
resistir à pressão de serviço.
Supondo que a união das tampas à camisa do cilindro hidráulico é feita mediante
soldadura, a espessura é dada por:
p máx
h = 0,9 × rs × [mm] (5.26)
σ adm
5.2.5. AMORTECIMENTO
Para velocidades do êmbolo superiores a 0,1 m/s ou mesmo menores, mas quando as
massas a mover sejam consideráveis é aconselhável a existência de amortecimento hidráulico
74
Cilindros Hidráulicos
nos fins de curso, de forma a evitar choques nos fins de curso, passíveis de provocar danos
mecânicos. O amortecimento hidráulico consiste em desviar o caudal de óleo que sai da
câmara do cilindro hidráulico, quando o êmbolo percorre a parte final do seu curso, para um
estrangulamento que origina uma perda de carga de amortização. É evidente que a pressão de
amortização não deve em circunstância alguma ultrapassar o limite máximo de pressão
admissível para o cilindro hidráulico.
Em primeiro lugar e pelo que foi dito no parágrafo anterior, é preciso calcular as
velocidades de avanço e recuo da haste do cilindro hidráulico e compará-las com o valor
crítico de 0,1 m/s:
l
v= [m/s] (5.29)
t
2 × p máx × S a × l a
v = vcritico
2
+ [m/s] (5.30)
100 × m
1
Nesta unidade do SI, o kg refere-se a kg massa. Será necessário dividir a força que actua sobre a haste, dada em
kgf, pela aceleração da gravidade.
75
Cilindros Hidráulicos
76
6. BOMBAS E MOTORES HIDRÁULICOS
6.1. GENERALIDADES
Uma bomba hidráulica aspira o óleo existente num tanque, através da conduta de
aspiração, impelindo-o para a conduta de pressão. A partir daí, o óleo é distribuído pelo
circuito hidráulico, podendo ser reconduzido ao tanque ou fornecido a um receptor hidráulico.
Convém salientar que num circuito hidráulico, a pressão não é gerada pela bomba hidráulica,
mas resulta da resistência imposta à circulação do óleo.
Uma bomba hidráulica tem como objectivo principal fornecer um caudal . Para isso
tem de vencer determinadas resistências. Até aqui, a definição é válida para os dois tipos de
bombas hidráulicas (hidrostáticas e hidrodinâmicas). As diferenças surgem quando se analisa
a forma de obter o caudal e como se vencem as resistências.
78
Bombas e Motores Hidráulicos
Para que a bomba hidráulica possa realmente funcionar, a câmara deve estar unida a
duas condutas (aspiração e impulsão). A conduta de aspiração serve para introduzir na bomba
o óleo absorvido durante a primeira metade do ciclo e a conduta de impulsão serve para
expelir o óleo posto em movimento pelo êmbolo.
Durante a aspiração, a conduta de impulsão deve permanecer fechada para impedir que
o óleo já expelido retorne à câmara e durante a impulsão, deve fechar-se a conduta de
aspiração, pois o óleo já aspirado voltaria a descarregar-se pela conduta de aspiração. Para tal,
colocam-se na bomba hidráulica duas válvulas chamadas de aspiração e impulsão, cujo
funcionamento é automático e determinado pela própria passagem do óleo.
Ainda durante a aspiração, o fornecimento de óleo é completamente interrompido,
dando origem a um caudal bastante irregular. Este motivo associado à limitação de aplicações
que o accionamento manual implica, reserva a utilização deste tipo de bombas hidráulicas
79
Bombas e Motores Hidráulicos
A Figura 6.2 ilustra uma bomba hidráulica de dois êmbolos ligados por bielas a uma
cambota.
Com uma bomba hidráulica semelhante à da Figura 6.3 obtêm-se melhores resultados
já que estando um maior número de êmbolos devidamente desfasados, o grau de
irregularidade do caudal diminui, pois o caudal total é consequência da junção de vários
caudais parciais. Se o número de êmbolos for impar o grau de irregularidade será ainda
menor.
80
Bombas e Motores Hidráulicos
Se bem que a bomba hidráulica de êmbolos em linha seja a mais simples do ponto de
vista construtivo, é também a mais volumosa, apresentando ainda limitações de velocidade
devido ás massas oscilantes dos êmbolos, bielas e cambota.
81
Bombas e Motores Hidráulicos
82
Bombas e Motores Hidráulicos
83
Bombas e Motores Hidráulicos
Tal como no primeiro caso, este tipo de bomba hidráulica também existe na variante
de cilindrada variável. A regulação da cilindrada consegue-se à custa da variação da
inclinação do bloco de cilindros, tal como mostra a Figura 6.7.
84
Bombas e Motores Hidráulicos
O veio da bomba hidráulica acciona um prato oscilante, o qual transmite aos êmbolos
não rotativos um movimento axial alternativo. O encosto permanente dos êmbolos ao prato é
garantido por molas, sendo as forças de compressão desenvolvidas entre os êmbolos,
suportadas por um rolamento axial. As fases de admissão e compressão são realizadas por
válvulas.
Apresenta comparativamente ás soluções anteriores algumas desvantagens, pois
funciona exclusivamente como bomba hidráulica, é dinamicamente desequilibrada e não
permite a variação de caudal, porque o ângulo de inclinação do prato oscilante é fixo.
85
Bombas e Motores Hidráulicos
força que mantém em contacto as palhetas contra as suas guias de deslizamento pode ser
centrifuga, elástica (molas) ou hidráulica.
Graças ao formato interno da carcaça, cada uma das câmaras, ao passar em frente aos
orifícios de aspiração sofre um aumento de volume e absorve determinada quantidade de óleo.
À medida que o rotor gira, cada câmara sofre uma redução de volume enviando o óleo contido
no seu interior para o orifício de impulsão. O volume de óleo deslocado coincide (perdas à
parte) com o aumento de volume das câmaras.
A variação de caudal, é possível somente em unidades que tenham apenas uma zona
de aspiração e outra de impulsão. Consegue-se modificando com mecanismos adequados a
excentricidade do rotor dentro da carcaça. Quando a excentricidade for nula, anula-se também
o caudal.
86
Bombas e Motores Hidráulicos
87
Bombas e Motores Hidráulicos
À medida que ambas as rodas dentadas rodam nos sentidos indicados, o óleo
proveniente do tanque entra na câmara de aspiração da bomba hidráulica, ocupando as
cavidades dos dentes, sendo conduzido exteriormente entre estas e a parede interior da
carcaça, desde a conduta de aspiração à de impulsão. A depressão necessária ao processo de
aspiração gera-se na câmara de aspiração por aumento do volume entre os dentes engrenados
quando estes desengrenam. Na câmara de impulsão os dentes voltam a encontrar-se com as
respectivas cavidades, forçando o óleo a deslocar-se para a conduta de impulsão.
O isolamento entre as câmaras de impulsão e de aspiração é assegurado pelo
engrenamento das rodas dentadas. Na periferia, o isolamento é feito pelo ajuste entre as
cabeças dos dentes e a carcaça da bomba hidráulica.
Se na carcaça da bomba hidráulica se colocarem três ou mais rodas dentadas
convenientemente acopladas, a bomba hidráulica poderá alimentar duas ou mais condutas de
impulsão independentes.
É indispensável uma configuração rigorosamente plana das superfícies de contacto da
carcaça e dos flancos das rodas dentadas, os quais devem formar um ângulo recto com os
eixos de rotação, pois de outra forma a bomba hidráulica pode sofrer danos. Devido a estes
condicionalismos, a execução de uma boa bomba hidráulica de engrenagens requer
procedimentos construtivos de elevada qualidade que se repercutem no custo final.
88
Bombas e Motores Hidráulicos
No interior de uma carcaça rodam duas engrenagens (uma interna e outra externa) com
folgas radiais e axiais tais que permitem uma vedação aceitável. A engrenagem interna roda
na direcção indicada na Figura 6.11, arrastando a engrenagem externa na mesma direcção.
Devido à rotação, as duas engrenagens afastam-se, aumentando o volume disponível entre os
dentes. O óleo ocupa o espaço entre os dentes das engrenagens, que por sua vez formam
câmaras estanques com uma vedação em forma de meia lua colocada entre as referidas
engrenagens (aí a folga entre os dentes das engrenagens tem um valor máximo). Quando os
dentes das duas engrenagens tornam a engrenar, o óleo é expelido para a conduta de impulsão.
89
Bombas e Motores Hidráulicos
É constituída por dois ou mais parafusos sem fim. O parafuso central é accionado
através de um veio motor, transmitindo rotação aos dois parafusos externos. Desta maneira
formam-se câmaras estanques de volume constante entre os parafusos externos, central e a
carcaça da bomba hidráulica. Com a rotação dos parafusos, o volume de óleo desloca-se
desde a conduta de aspiração até à conduta de impulsão.
90
Bombas e Motores Hidráulicos
92
Bombas e Motores Hidráulicos
Caudal fornecido:
V × n ×ηv
Q= [l/min] (6.1)
1000
Potência absorvida:
M × n Q × ∆p
N= = [CV] (6.2)
716 450 × η t
Binário absorvido:
1,59 × V × ∆p
M = [kg.m] (6.3)
1000 × η m
Caudal absorvido:
V ×n
Q= [l/min] (6.4)
1000 × η v
Potência fornecida:
M × n Q × ∆p
N= = × η t [CV] (6.5)
716 450
Binário fornecido:
1,59 × V × ∆p × η m
M = [kg.m] (6.6)
1000
Exemplo 6.1: Um motor hidráulico em que ∆p = 130 kg/cm2, deve fornecer uma potência útil
de 40 CV a uma velocidade de 150 rpm. Supondo um rendimento mecânico de 95% e um
rendimento volumétrico de 90%, calcular o binário fornecido, a cilindrada e o caudal
absorvido.
93
Bombas e Motores Hidráulicos
40
M = 716 × = 190 kg.m
150
1000 × 190
V= = 970 cm3
1,59 × 130 × 0,95
970 × 150
Q= = 162 l/min
1000 × 0,9
94
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7.3.1. ESTRANGULADORES
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111
7.4. VÁLVULAS MANOMÉTRICAS
112
Figura 7.23 Válvula limitadora de pressão
de comando directo
O cone é submetido a duas forças opostas, normalmente diferentes. Por um lado actua
a força da mola e por outro a força equivalente ao produto da pressão do óleo pela superfície
activa do cone. Quando a segunda força for superior à primeira (de valor pré-estabelecido), a
mola cede e o cone levanta-se da sua sede, permitindo a passagem do óleo para o tanque.
Sendo assim, cada movimento do cone (provocado pelo funcionamento da válvula) determina
o deslocamento do pequeno êmbolo dentro do seu alojamento, que constitui uma câmara
fechada. Entre essa câmara e o exterior a passagem do óleo é estrangulada, pois sem esta
precaução (amortecimento) a válvula tenderia a vibrar de forma ruidosa, havendo o perigo de
danificar outros elementos do circuito hidráulico.
Entre os requisitos que se exigem a uma válvula deste tipo figuram a ausência de
vibrações, rapidez de reacções e uma estanquecidade perfeita em condições de repouso. No
entanto, quando os valores do caudal a descarregar para o tanque e da pressão limite a pré-
estabelecer são elevados, a válvula limitadora de pressão de comando directo torna-se
inadequada porque o seu correcto funcionamento exigiria dimensões enormes, implicando um
excesso de volume e dificuldades de calibração.
113
Figura 7.24 Válvula limitadora de pressão de comando hidráulico
114
Relativamente ás curvas características das válvulas, representadas na Figura 7.25 e
que traduzem a dependência entre o caudal enviado para o tanque e a pressão de abertura,
verifica-se que o valor da pressão depende menos do valor do caudal nas válvulas limitadoras
de pressão de comando hidráulico (linha 2).
115
Também neste caso existem dois tipos de válvulas reguladoras de pressão, isto é, de
comando directo e de comando hidráulico.
A válvula reguladora de pressão de três vias de comando directo da Figura 7.28 é mais
complexa que a anterior. De facto, resulta da combinação entre uma válvula limitadora de
pressão e outra redutora de pressão.
Tal como na válvula reguladora de pressão da Figura 7.27, a pressão a jusante da
válvula reguladora de pressão de três vias é conduzida à face inferior do êmbolo. Aí, a força
resultante é comparada com a força pré-estabelecida numa mola. Se a pressão a jusante
ultrapassar o valor ajustado na mola, o êmbolo da válvula deslocar-se-á, obstruindo
progressivamente a passagem entre os orifícios de alimentação P e de utilização A e ligando a
utilização A ao tanque T, o que implicará a diminuição da pressão a jusante da válvula.
Com uma válvula deste tipo, a pressão a jusante da válvula mantém-se constante
independentemente das pressões indicadas a montante.
Utilizam-se quando existem forças exteriores actuantes sobre os receptores hidráulicos
ligados ao orifício de utilização A.
116
Figura 7.28 Válvula reguladora de pressão
de três vias de comando directo
Tal como nas válvulas limitadoras de pressão, as válvulas reguladoras de pressão para
grandes caudais dispõem de comando hidráulico. Na válvula reguladora de pressão de duas
vias de comando hidráulico, visível na Figura 7.29, a pressão pretendida a jusante ajusta-se de
antemão mediante a actuação num manípulo. Conforme este ajuste, o êmbolo desloca-se mais
ou menos e estrangula mais ou menos a passagem entre a alta (montante) e a baixa pressão
(jusante).
Esta válvulas são constituídas por uma válvula principal e por uma válvula piloto
(válvula limitadora de pressão de comando directo). A válvula principal é normalmente aberta
e possui no seu interior um êmbolo. A pressão a regular, a jusante, actua sobre a face inferior
do êmbolo e passando através de um restritor, incide também sobre a face superior do mesmo
êmbolo, comunicando com a válvula piloto.
Atingindo-se a pressão pré-estabelecida na válvula piloto, estabelece-se um caudal de
pilotagem através do restritor da válvula principal. Em consequência da perda de carga
ocasionada, o êmbolo desloca-se comprimindo a mola e impedindo a comunicação entre os
orifícios de entrada e de saída. O caudal de pilotagem retorna ao tanque através da válvula
piloto.
O valor mínimo da pressão a jusante que é possível obter com este tipo de válvulas
varia entre 1 a 10 kg/cm2.
117
Figura 7.29 Válvula reguladora de pressão
de duas vias de comando hidráulico
118
Suponha-se por exemplo, que se dispõe de dois cilindros hidráulicos alimentados em
paralelo e cujos movimentos devam executar-se sucessivamente, de modo que um inicie o seu
movimento apenas quando o outro tenha atingido o seu fim de curso. Suponha-se também que
as cargas requeridas e as dimensões diametrais dos êmbolos dos referidos cilindros
hidráulicos determinam pressões sensivelmente diferentes. O problema resolve-se inserindo
no ramo do circuito hidráulico associado ao cilindro hidráulico a movimentar primeiro, uma
válvula de sequência, como a Figura 7.30 esquematiza. A alimentação procedente da bomba
hidráulica provoca em primeiro lugar o movimento do êmbolo do primeiro cilindro
hidráulico, o qual ao aproximar-se do seu fim de curso gera uma pressão que aumenta
rapidamente. Este aumento de pressão (até à pressão p2) faz abrir a válvula de sequência, com
o consequente envio de óleo ao segundo cilindro hidráulico.
119
a fechar. Dado que a pressão de pilotagem externa é alheia a qualquer ciclo de regulação, a
válvula só assume as posições aberta e fechada.
120
8. ACUMULADORES HIDRÁULICOS
posição do êmbolo. O que varia é a energia acumulada ou cedida, que depende da altura do
êmbolo relativamente ao cilindro. Para ter uma ideia das grandezas que intervêm neste tipo
de acumulador, basta dizer que a actuação de uma pressão de 200 kg/cm2 num êmbolo com
300 mm de diâmetro obriga a colocar contrapesos equivalentes a uma carga total de 140
toneladas.
Os acumuladores hidráulicos de nível livre, isto é, aqueles que não têm separação
entre a parte superior, onde se encontra o gás comprimido, e o fluido, usam-se
preferencialmente em grandes instalações à base de água, podendo absorver volumes
bastante consideráveis e fornecer a energia de forma gradual. No entanto, não têm
122
Acumuladores Hidráulicos
123
Acumuladores Hidráulicos
1
Usa-se azoto pois a sua inactividade química exclui todo o fenómeno de corrosão da superfície interior,
combustão ou explosão, sempre possível em presença de óleo, além de impedir o envelhecimento da
borracha sintética das juntas, membranas ou diafragmas.
124
Acumuladores Hidráulicos
Este acumulador hidráulico, garante através de uma bexiga, uma perfeita separação
entre a câmara correspondente ao gás e a câmara destinada ao óleo. Na parte superior do
acumulador existe uma válvula de enchimento destinada a introduzir o azoto. A válvula
“anti-extrusão” tem a função de fechar o orifício de acesso do óleo quando a bexiga se
encontrar totalmente expandida, evitando assim a sua extrusão.
Tal como o acumulador hidráulico de diagrama, este também apresenta uma inércia
reduzida e um rendimento elevado, dada a ausência de perdas por atrito e o isolamento
entre as câmaras do gás e do óleo.
125
Acumuladores Hidráulicos
V = V1 – V2 [litros] (8.1)
p0 × V0 = p1 × V1 = p2 × V2 = constante (8.2)
V0 × ( p 2 − p1 ) p0
V = V1 − V2 = × [litros] (8.3)
p2 p1
p0
A relação Z = define a pressão prévia do gás (a titulo indicativo, Z apenas
p1
estará compreendida entre 0,5 e 0,9). Da expressão (8.3) deduz-se finalmente:
V × p2
V0 = [litros] (8.4)
Z × ( p 2 − p1 )
126
Acumuladores Hidráulicos
0,72
V0 × ( p 2 0,72 − p10,72 ) p
V = V1 − V2 = × 0 [litros] (8.6)
p 2 0,72 p1
p0
Considerando mais uma vez Z = , da expressão (8.6) deduz-se finalmente:
p1
V × p 2 0,72
V0 = [litros] (8.7)
Z 0,72 × ( p 2 0,72 − p10,72 )
72
Calcula-se Z = = 0,9 e substitui-se em (8.4) obtendo-se:
80
5 × 180
a) V0 = = 10 litros
0,9 × (180 − 80)
5 × 180 0,72
b) V0 = = 13 litros
0,9 0,72 × (180 0,72 − 80 0,72 )
127
Bibliografia