CRIME ORGANIZADO
é uma criminalidade difusa que se Os comandos são formados por
Neste trabalho será abordada a complexa
problemática do Crime Organizado, analisando as
principais características dessa modalidade
desenvolvida e por demais articulada. Visam o
acúmulo de poder econômico, tendo em vista o
alto poder de corrupção, a necessidade de
"legalizar" lucro obtido ilicitamente, forte
intimidação, conexões locais e internacionais,
criminalidade difusa e, finalmente, estrutura das
organizações criminosas e sua relação com a
comunidade.
Crime organizado é possível definir?
A construção do conceito de crime
organizado não é fácil. Aspectos econômicos e
institucionais devem ser levados em
consideração. Inicialmente é de vital importância
tentar descobrir suas características, permitindo
que um grupo de indivíduos que praticam atos
ilícitos possam ser enquadrados como
organização criminosa. Dessa forma se faz
necessário observar o modus operandi, as
estruturas de sustentação, as ramificações, a
divisão de funções, o tempo de existência, bem
como as dimensões de sua atuação.
Diversas escolas e teorias conceituam
crime organizado, o FBI (Federal Bureau of
Investigation), define como qualquer grupo que
possua uma estrutura formalizada cujo objetivo
seja a busca de lucros através de atividades
ilegais. Esses grupos utilizam de violência e da
corrupção dos agentes públicos, tendo como item
fundamental a influência nas instituições do
estado, gerando altos ganhos econômicos, por
praticas fraudulentas e coercitivas.
“A criminalidade organizada não é apenas
uma organização bem feita, mas é em ultima
analise, a corrupção da legislatura, da
magistratura, do ministério publico, da polícia, ou
seja, a paralisação estatal no combate à
criminalidade...
caracteriza pala ausência de vitimas individuais.”
Entre as formas de sustento do crime
organizado se encontram o trafico de drogas, os
jogos de azar, a corrupção pública e privada e a
compra de “proteção”, como acontece com a
máfia italiana e com as milícias no Rio de Janeiro.
São organizações que possuem características
especiais como, por exemplo, um sistema
normativo infra-cultural, que privilegia valores
específicos e determinados estilos de
comportamento, tendo a violência como
instrumento de sustentáculo e de ascendência e
ainda a possibilidade de infiltração no sistema
político-administrativo. Um aspecto de suma
importância desse fenômeno social é que alem do
combate das forças policiais, esses grupos
sofrerão com a oposição de outras facções ilegais
rivais.
O crime organizado pelo mundo.
Historicamente não só o Brasil mais o
mundo de forma geral sofre com a problemática
complexa das organizações criminosas e suas
facetas. A grande facilidade de mutação
(mudança de ramo) conforme a ação do estado
em seu combate, recebe em cada país um nome
próprio.
Itália – Maffia, China – Tríade, Japão –
Yakusa, Colômbia e México – CarteL, São
somente algumas denominações dessas facções
criminosas bem estruturas e com enorme poder
econômico para corromper, intimidar e espalhar o
terror.O crime organizado não é nada mais do que
uma guerra urbana contra o Estado Democrático
de Direito.
O crime organizado no Brasil.
Em nossa sociedade o crime organizado,
em regra geral, assume três formas publicas; Os
Comandos (primeiro comando da capital,
comando vermelho, terceiro comando), As milícias
e a “Máfia do colarinho branco”.
quadrilhas fortemente armadas que obtém o
controle das rotas de tráfico de entorpecentes em
uma determinada região, ditando regras,
espalhando o terror e o medo. Como existem
varias facções criminosas com tais objetivos,
expandir cada vez mais e buscar maiores lucros, a
disputa pelo mercado ilícito se dá em disputas
armadas tirando o sossego da comunidade e
expondo cidadão de bem aos perigos do confronto
e suas conseqüências.
As milícias por sua vez apareceram em
nossa sociedade, mais especificamente no estado
do Rio de Janeiro, como uma forma de mutação,
imigração, mudança de meio de obtenção de
lucro, por parte de agentes públicos, antes
sustentados pelo trafico de entorpecentes. Visto
ações governamentais, atuação de forças policiais
e outros meios, determinadas facções criminosas
do trafico foram expulsas das comunidades dando
espaço para a ocupação de uma máfia de
“proteção”, com o escopo de proteger a
comunidade do retorno e das ações das facções
ligadas ao trafico.
Tal proteção e objeto de comercialização
de grupos paramilitares, formados por policiais
militares da ativa e da inatividade, policiais civis,
bombeiros, guardas municipais, vigilantes e
agentes penitenciários, em grande parte
residentes na comunidade, que cobram taxas dos
moradores por uma suposta proteção contra
grupos criminosos, alem disso, controlam o
fornecimento de serviços, onerando os preços
através de uso ostensivo de violência e extorsão
de pagamentos em troca de tal proteção.
Essa modalidade criminosa tem grande
sustentação política, pois uma vez a comunidade
estando isenta das ações do trafico, abre espaço
para a entrada de políticos e outras ações
levianas, que visam lucro e voto através do
grande volume de massa de manobra que
residem nessas comunidades.
Diversos políticos do RJ são notórios
milicianos, embora nenhum tenha sido julgado e
condenado. Dois vereadores e um deputado
estadual chegaram a ser presos por ligações com
esses grupos paramilitares. Já em 2008, foi
instaurada a CPI das milícias na assembléia
legislativa fluminense, presidida pelo deputado
Marcelo Freixo. Vários políticos foram intimados,
por utilizarem desse artifício para obterem lucros,
bem como curral eleitoral, onde tais comunidades
os tendo como “padrinhos”, criavam uma relação
de dependência, muitas vezes pelos meios
inescrupulosos dos grupos armados, se tornado
uma fonte rica de votos.
Crime organizado – definição legal.
Não existe em nenhuma parte do nosso
ordenamento jurídico a definição de organização
criminosa. Cuida-se, portanto, de um conceito
vago, totalmente aberto, absolutamente poroso.
Organização criminosa, portanto, hoje, no
ordenamento jurídico brasileiro é uma alma (uma
enunciação abstrata) em busca de um corpo (de
um conteúdo normativo, que atenda o princípio da
legalidade).
Diante do que foi exposto até aqui se
indaga: hoje, que devemos entender por crime
organizado no Brasil?
Na nossa visão, o conceito de crime
organizado agora envolve:
(a) a quadrilha ou bando (artigo: 288,
CPB), que claramente (com a Lei 10.217/01)
recebeu o rótulo de crime organizado, embora
seja fenômeno completamente distinto do
verdadeiro crime organizado;
(b) as associações criminosas já
tipificadas no nosso ordenamento jurídico (art. 35
da Lei de Tóxicos, 11343/2006.) assim como
todas as que porventura vierem a sê-lo e
(c) todos os ilícitos delas decorrentes
("delas" significa: da quadrilha ou bando assim
como das associações criminosas definidas em
lei).
Referido conceito, em conseqüência, de
outro lado e juridicamente falando, não abrange:
(a) a "organização criminosa", por falta de
definição legal;
(b) o concurso de pessoas (os requisitos
da estabilidade e permanência levam à conclusão
de que associação criminosa ou quadrilha ou
bando jamais podem ser confundidos com o mero UNIVERSO
concurso de pessoas, que é sempre eventual e DIREITO – CRIMINOLOGIA
momentâneo).
Características criminológicas da organização
criminosa CRIME ORGANIZADO
A ciência criminológica de qualquer modo,
já conta com incontáveis estudos sobre as
organizações criminosas. Dentre tantas outras,
são apontadas como suas características
marcantes: hierarquia estrutural, planejamento
empresarial, claro objetivo de lucros, uso de meios
tecnológicos avançados, recrutamento de
pessoas, divisão funcional de atividades, conexão
estrutural ou funcional com o poder público e/ou
com o poder político, oferta de prestações sociais,
divisão territorial das atividades, alto poder de
intimidação, alta capacitação para a fraude,
conexão local, regional, nacional ou internacional
com outras organizações etc.
Diante da abordagem acima mencionada,
no que tange as características marcantes do
crime organizado, temos sua adesão, por parte
dos jovens e homens que optam por isso,
explicada pela teoria econômica do crime (Gary
Becker), que através de estudos do
comportamento, concluiu que o individuo opta
pelo delito a partir do momento em que entende
ser o retorno esperado maior que o custo
DISCIPLINA: CRIMONOLOGIA
associado. A escolha de uma associação
DOCENTE: MS. CECÍLIA AIRES
criminosa diminui os riscos desse custo,
favorecido pela impunidade, determinada muitas
GRUPO 10
vezes pela corrupção dos agentes públicos e pela
corrupção política.
ADEMILSON MARQUES LEÃO
O modelo que essa associação assume
CESAR ANTONIO PINTO ATAÍDE
tem sido objeto de estudo da psicologia social
DARLENE DE OLIVEIRA ALVES
desde as origens da criminologia como ciência.
FAULKNER COELHO SILVA
Tais modelos explicativos somente dão conta do
RENATA DE OLIVEIRA MENDES
processo de aliciamento e de alguns aspectos de
SANDOVAL LOPES DOS S FILHO
sua lógica paramilitar, contudo somente uma
WILDILENE ALVES LEAL POVOA
abordagem sócio econômica pode elucidar suas
raízes e alvo de combate; o lucro fácil e sem
GOIÂNIA, 08 DE NOVEMBRO DE 2010.
escrúpulos.