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Salvador - BA
2008
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INTRODUÇÃO
O SUBTEMA
parte dos desempregados encontram-se nas faixas de 19 –24 anos e 31–40 anos e 26% tem
auxílio governamental.
A UNEB, desde 2007, vem estreitando vínculos com a comunidade através da
Associação. A partir de dezembro de 2007, considerando as demandas postas pela
comunidade no sentido de ampliar o nível de escolaridade, foi implantado o projeto “Direito à
Educação: uma proposta de alfabetização de jovens e adultos para a cidadania”. Trata-se de
uma ação extensionista do Curso de Direito do Campus I, em parceria com o MEC/ SESu/
PROEXT 2007, envolvendo três professores e 6 estudantes. Os principais objetivos são:
promover a alfabetização de jovens e adultos que não tiveram acesso à escolarização em idade
própria, no período de oito meses; proporcionar aos estudantes a oportunidade de realização
de um trabalho comunitário, ampliando a participação social e política; implementar ações de
natureza interdisciplinar; abrir canais de comunicação entre a Universidade e as comunidades;
fomentar uma política em Direitos Humanos no âmbito da formação para a cidadania.
O projeto encontra-se implantado e em desenvolvimento cujo vínculo entre a
Universidade e comunidade vem sendo fortalecido pela confiança que a comunidade explicita
a favor do projeto. Decorre disso a emergência de novas demandas para as quais a
Universidade procura atender.
INTERVENÇÕES NA ASSOCIAÇÃO
Decidido pelo trabalho com a Associação Santa Rosa de Lima, faltava consultar os
membros da Associação sobre essa possibilidade, bem como as condições para sua realização.
Com o apoio da professora Mariana Veras, foi agendada uma visita para observação e
manutenção dos primeiros contatos, conhecer o local, mostrar a proposta para que a
comunidade, desta forma, permitisse a realização do trabalho.
No dia quatorze de abril, Davimário, Diego, Fabrício, Marcelo e Wagner estiveram na
associação, acompanhados da professora Mariana Veras, para estabelecer esses primeiros
contatos. A equipe chegou ao local enquanto acontecia uma aula, e não foi possível fazer uma
apresentação formal, explicando o propósito da visita. Posteriormente, a visita foi discutida na
reunião semanal da Associação, e foi considerada como suspeita, não tendo sido bem
acolhida, pois ninguém sabia o que aquelas pessoas “estranhas” foram fazer lá. Eles se
sentiram invadidos, como que se estivessem sendo fiscalizados. Tudo isso em função de falha
de comunicação da equipe. No dia vinte e oito de abril, Thales e Douglas, juntamente com a
professora Mariana Veras, foram à Associação, quando foi esclarecido o objetivo da visita
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tranqüilidade tanto para o grupo quanto para os membros da associação de moradores que
participavam do debate.
O objetivo dos alunos foi alcançado, pois foi possível obter da comunidade um
conceito de cidadania que estava além do conhecimento teórico que a academia proporciona.
Todo o material colhido foi editado e algumas partes foram selecionadas para serem
apresentadas como resultado do trabalho de campo. A cada parte selecionada foram tecidas
críticas e comentários que confrontaram o conceito de cidadania e a forma de acessar direitos
com o que foi verificado na comunidade. Estes recortes foram comparados com a literatura
utilizada e demonstrado, através da confrontação, a sabedoria que provém da Associação
Santa Rosa de Lima e dos moradores das comunidades englobadas.
Após as considerações iniciais e saudações feitas por todos os integrantes que se
faziam presentes, Thales iniciou a apresentação fazendo uma explanação dos fundamentos
teóricos utilizados desde o início do projeto de pesquisa voltados à questão da cidadania.
Logo depois foi apresentado um pequeno vídeo que foi coletado junto a Associação de
Moradores Santa Rosa de Lima no dia quatorze de maio, ocasião na qual ocorreu a
intervenção com o debate. Após a apresentação do vídeo onde um morador da Associação
falava sobre a necessidade de participação de todos para que os direitos sejam alcançados,
Davimário comentou sobre a necessidade de participação política, sobre a discussão de
assunto de interesse como, o espaço público, onde o homem livre exerce sua cidadania e
como este assunto estava sendo conduzido na Associação, através da mobilização para a
construção da cidadania. Após um outro vídeo, onde o conceito de cidadão é apresentado com
maestria por um morador da comunidade, quando ele diz que “o cidadão anda na linha,
trabalha e busca seus direito”, Davimário observa a sabedoria que vem do povo simples da
comunidade. Também nestas palavras encontra-se o conceito de alteridade: aprender a
conviver com as diferenças, buscando equilíbrio entre os diversos pontos de vista.
Diego apresentou, com base nas palavras de uma integrante da Associação, a
dificuldade em entender o que os contratos diziam, devido ao abuso dos termos difíceis e as
dificuldades de compreensão da linguagem técnica contratual. Diego abordou também sobre o
direito a moradia que é fundamentalmente garantido pela Constituição Brasileira de 1988,
mas seu alcance é dificultado também pelo formalismo dos contratos.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DALLARI, Dalmo de Abreu. O que são direitos da pessoa. São Paulo: Brasiliense, 1981.
GOLD, Gerald; Ghandi: uma biografia fotográfica. Seleção fotográfica e posfácio:
Richard Attenborough. Tradução: Francisco Luís Horácio da Matta. 2. ed. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1983.
KING JUNIOR, Martin Luther. Eu Tenho Um Sonho. Portal Afro: Instituto Cultural.
Disponível em: <http://www.portalafro.com.br/religioes/evangelicos/
discursoking.htm>. Acesso em: 20 mai. 2008.
KING JUNIOR, Martin Luther. Eu Tenho Um Sonho. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Eu_Tenho_Um_Sonho>. Acesso em: 20 mai. 2008.
MANZINI-COVRE, Maria de Lourdes. Cidadania, cultura e sujeitos. In: SPINK, Mary Jane
Paris (Org.). A cidadania em construção: uma reflexão transdisciplinar. São Paulo:
Cortez, 1994.
O Acesso aos Direitos e à Justiça: um direito fundamental. Revista Eletrônica Mensal do
Curso de Direito da UNIFACS, Salvador, ano 2007, n. 88, out. 2007. Disponível em:<
http://web.unifacs.br/revistajuridica/edicao_outubro2007/convidados/con4.doc>. Acesso
em: 15 abr. 2008.
SAWAIA, Bader Burihan. Cidadania, diversidade e comunidade. In: SPINK, Mary Jane Paris
(Org.). A cidadania em construção: uma reflexão transdisciplinar. São Paulo: Cortez,
1994.
WOLKMER, Antonio Carlos. História do Direito no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2007.
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ANEXO I
1. TEMA
2. JUSTIFICATIVA
3. PROBLEMÁTICA
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Visão de mundo centrada no indivíduo enquanto cidadão livre e autônomo, destacado do todo social.
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Ainda revela: “uma carência é sempre específica, sem conseguir generalizar-se nem se
universalizar num direito”. Da mesma forma que um privilégio por ser sempre particular,
ocorre o mesmo, “pois se tal ocorresse deixaria de ser privilégio”.
Nesse cenário materialmente desigual, sobressai o indivíduo agente de direitos
formais, mas não consolidados ante a ausência de uma esfera pública onde o exercício da
política poderia conduzir à realização do bem comum.
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As leis passam então a exprimir os privilégios dos poderosos ou a vontade pessoal dos
governantes; enquanto o poder Judiciário, segundo a autora, (2002, p.339) “aparece como
misterioso, envolto num saber incompreensível e numa autoridade quase mística. Aceita-se
por isso mesmo que a legalidade seja por um lado incompreensível; e por outro, ineficiente (a
impunidade não reina livre e solta?); e que a única relação possível com ela seja a da
transgressão (o famoso jeitinho)”.
Dessa forma observa-se que a idéia de cidadão passa por um processo “construção”
em um país baseado nessas gritantes diferenças e redes de privilégios. O gozo pleno dos
direitos, assim como o conhecimento dos deveres fica em segundo plano. Conforme Roberto
da Matta, em A Casa e A Rua, “a noção de cidadania, o conceito de indivíduo engendram
práticas sociais e tratamentos substancialmente diversos”. (1997, p.75) Tem-se como
“resultado uma nítida distinção de certas categorias ocupacionais que passaram a ter mais
direitos que outras, gozando mais cedo e melhor de certos direitos universais”. (1997, p.75)
O mesmo autor ainda cita que no Brasil, por contraste, “a comunidade é
necessariamente heterogênea, complementar e hierarquizada. Sua unidade básica não está
baseada em indivíduos (cidadãos), mas em relações e pessoas, famílias e grupos de parentes e
amigos” (1997, p.77). Ou seja, “no Brasil, o indivíduo isolado e sem relações, a entidade
política indivisa, é algo considerado como altamente negativo, revelando apenas a solidão de
alguém que, sem ter vínculos, é um ser humano marginal em relação aos outros membros da
comunidade [...] O que vale é a relação”. (1997, pp.77,78)
Ainda que esteja assegurado no plano formal, na Constituição Federal, que todos são
iguais perante a lei, não é assim que a cidadania, como um papel social, é vivida no cotidiano
da sociedade. Inclusive a palavra cidadão é muitas vezes usada com uma conotação negativa
no Brasil, para marcar a inferioridade ou desvantagem de outro. Expressões como “aquele
cidadão tem que esperar um pouco”, “o cidadão não está com todos os documentos em
ordem”, indicam que o uso do termo universalizante cidadão tornou-se uma forma de não
resolver ou dificultar a resolução de um problema.
Para finalizar o mesmo DA MATTA revela que “o cidadão é a entidade que está
sujeita à lei, ao passo que a família e as teias de amizade, as redes de relações, que são
altamente formalizadas política, ideológica e socialmente, são entidades fora da lei” (1997,
p.81), ou, melhor dizendo, acima da lei. Dessa forma, o papel social do indivíduo e o aspecto
universalizante de ser cidadão tornaram-se, antes de tudo no Brasil, um verdadeiro desafio
para um real acesso aos direitos, uma vez que estes de nenhuma forma estão realmente
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assegurados. Vê-se então um Direito que se distancia de um ideal de justiça e que tampouco
sua positivação no ordenamento jurídico remete a uma igualdade de todos perante a lei.
5. METODOLOGIA E VIABILIDADE
6. OBJETIVO
De forma geral, o objetivo deste trabalho será promover uma discussão acerca dos
temas “Cidadania” e “Direito”, considerando situações práticas enfrentadas pelos integrantes
da comunidade foco da pesquisa de campo e a bibliografia estudada.
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7. CRONOGRAMA
24/03 31/03 07/04 14/04 21/04 28/04 05/05 12/05 19/05 26/05 02/06 09/06
ATIVIDADE a a a a a a a a a a a a
30/03 06/04 13/04 20/04 27/04 04/05 11/05 18/05 25/05 01/06 08/06 14/06
Definição da equipe e escolha do subtema
Levantamento Bibliográfico
Coleta de Dados
Apresentação do Seminário
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DALLARI, Dalmo de Abreu. O que são direitos da pessoa. São Paulo: Brasiliense, 1981.
MANZINI-COVRE, Maria de Lourdes. Cidadania, cultura e sujeitos. In: SPINK, Mary Jane
Paris (Org.). A cidadania em construção: uma reflexão transdisciplinar. São Paulo:
Cortez, 1994.
O Acesso aos Direitos e à Justiça: um direito fundamental. Revista Eletrônica Mensal do
Curso de Direito da UNIFACS, Salvador, ano 2007, n. 88, out. 2007. Disponível em:<
http://web.unifacs.br/revistajuridica/edicao_outubro2007/convidados/con4.doc>. Acesso
em: 15 abril 2008.
SAWAIA, Bader Burihan. Cidadania, diversidade e comunidade. In: SPINK, Mary Jane Paris
(Org.). A cidadania em construção: uma reflexão transdisciplinar. São Paulo: Cortez,
1994.
SPINK, Mary Jane Paris (Org.). A cidadania em construção: uma reflexão
transdisciplinar. São Paulo: Cortez, 1994.
WOLKMER, Antonio Carlos. História do Direito no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2007.
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ANEXO II
• Qual a reflexão que podemos ter diante dos vídeos agora expostos?
• O que podemos entender como “acesso aos direitos”? Antes de mais nada, o que seria
“direitos”? (colocar questão para o grupo).
R: Formalizar ao final que direitos podem ser entendidos como a possibilidade de praticar
ou não determinado ato, e que isto é protegido legalmente; e também a possibilidade que
alguém pode ter de exigir ou que se deixe de praticar determinado ato por outros.
Estamos ai num conceito formal e estrito de direito subjetivo e relação jurídica (isso não
precisa ser explicado na intervenção), onde existe um sujeito ativo portador de um direito
(subjetivo) que pode exigir do sujeito passivo um cumprimento de um dever (jurídico).
Daí a premissa que “para cada direito há um dever a ser cumprido”.
Nota: estes direitos estão na 1ª, 2ª e 3ª geração dos direitos humanos. Não é necessário
realizar essa divisão no debate, mas, apenas fomentar essa questão no sentido de constatar
mais tarde que cidadania está apenas num conceito formal.
• Será mesmo que todos nascem livres e iguais em dignidades e direitos, observamos
isso no dia a dia de nossas vidas? (Aqui pode ser lido o começo do art. 5º da CF/88 e
ou da declaração dos direitos humanos de 1948).
• O que seria então direitos humanos? (Instigar a discussão e fechar com algum dos
possíveis conceitos, como por exemplo, que direitos humanos sendo são necessidades
fundamentais que todas as pessoas têm e que precisam ser atendidas para que elas
possam sobreviver e possam atender às suas necessidades, mantendo assim sua
dignidade).
• Quais reflexões que podemos ter diante desse vídeo? Afinal de contas, o que seria ser
cidadão? O que é cidadania? Em quais momentos do nosso dia-a-dia ouvimos ou
empregamos estes termos?
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R: (Uma vez formalizado o conceito de direitos e deveres a idéia de luta dos sujeitos,
podemos construir o conceito de cidadão que em síntese é “o indivíduo possuidor de
direitos e deveres perante o Estado”. Para Maria de Lourdes Manzini Covre, em “O Que é
a Cidadania”, “a proposta mais funda de cidadania é a de que todos os homens são iguais
ainda que perante a lei”, mais ainda da garantia dos direitos humanos, “enfim no direito de
ter uma vida digna de ser homem”. Refere-se à cidadania “como o próprio direito à vida
no sentido pleno”. Ela mesma pondera logo no início do seu texto que cidadania pode ter
várias acepções a depender dos grupos, dos personagens que tratam do assunto. Dalmo de
Abreu Dallari, em “O Que São Direitos das Pessoas” define cidadania de uma forma mais
estrita como “a situação (jurídica) de uma pessoa em relação a determinado Estado”.
Exemplificando: aquele que pertence ao povo brasileiro é cidadão brasileiro).
• Com outras palavras, vocês nestas situações em que ouvem essas frases, percebem que
a palavra cidadão tem um significado positivo ou negativo?
• Vocês acreditam que a informação sobre cidadania pode ajudar nessa comunidade
para construção de um bem comum maior para todos?
Como objetivo este vídeo tem como base a possibilidade de fomentar a construção da
idéia de cidadania não apenas no papel, uma vez que de fato ela não existe. Um primeiro
passo para esse conquista da cidadania pode ser através do conhecimento, da informação
das leis. (Possibilidade de supressão deste vídeo uma vez que os mesmos questionamentos
feitos neste podem ser usados no posterior, ou de utilização de um vídeo após o outro).
R.: Como cidadãos devemos lutar pelos nossos direitos. Devemos levar o grupo a refletir,
como afirma Marilena Chauí em “A Sociedade Democrática” que:
• No dia a dia, entre nós, o que se pode fazer para praticar a cidadania aqui dentro da
comunidade?
(Dependendo do tempo, essa discussão pode ser fomentada no clipe anterior, e este vídeo
pode ser suprimido ou pode servir como elemento ilustrativo e de reiteração das questões
anteriores, uma vez que o juiz o qual é entrevistado comenta da necessidade de
conhecimento por parte da população de noções básicas do Direito, do Poder Judiciário,
da necessidade de conscientização política, entre outros. Assim durante a execução do
vídeo fica-se apenas a equipe na incumbência de distribuir a parte da cartilha que é
comentada no próprio vídeo).
Juizados Especiais
• Você acha que há tratamentos diferentes quando se busca algo perante a justiça?
(fundamentar sobre o patrimonialismo de forma implícita e o paradoxo entre lei e
cotidiano).
• Alguém aqui já se encontrou em situações nas quais teve certeza que tinha direitos
mas mesmo assim não conseguiu o que buscava?
(levantar questão sobre necessidades básicas da comunidade).
(Pode-se, a depender do tempo mostrar o vídeo apenas de forma ilustrativa, como forma
de conhecimento desses juizados, ou simplesmente pode ser suprimido e ser distribuído a
Cartilha do Balcão de Justiça e Cidadania, tecendo um breve comentário do que seja esse
Juizados Especiais e ao que eles se propõem).
Eu tenho um sonho
Finalização do trabalho