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Nossa crítica tem como base argumentos e princípios “mais ou menos” universais, que se
submetem à uma lógica de coerência e reciprocidade.
As desigualdades legítimas, ou seja, aquelas que importam são as que os indivíduos veem como
injustas – desigualdades justas são tidas como “evidentes” e “naturais”.
Páginas 17/18: a análise das injustiças sociais supõe, portanto, colocar-se frente à articulação
das desigualdades objetivas e aos princípios de justiça que fazem com que tal situação e tal
conduta sejam definidas como injustas.
Pg 18: - Injustiças sociais “objetivas”: exclusão que fragiliza grande parte da população –
indivíduos mais sensíveis.
Permanência das desigualdades (apesar da massificação escolar) apontada por índices de saúde,
segurança e os acidentes.
Pg: 19 - O sentimento de injustiça poderia passar despercebido uma vez que para muitos parece
natural que vivamos em uma sociedade desigual (especialmente por aqueles que tentam
“reconstituir uma aristocracia que escapa à condição comum”.
Somos, de modo geral, cada vez mais sensíveis às desigualdades e às injustiças. Discriminações
(exemplos mencionam os aposentados, mulheres e trabalhadores em condições análogas à
escravidão) são menos toleráveis.
A percepção de injustiça aumenta porque, embora estejamos cada vez mais ligados ao princípio
de igualdade, vivemos em mundo que produz desigualdades continuamente.
Pg: choque entre essa realidade e a revolução democrática. O choque é tão violento quanto a
ameaça que parece pairar sobre os equilíbrios longamente construídos pelo Estado-providência,
quanto a redução das proteções a própria nação parece levada pela brutalidade das mudanças
da economia mundial. Esta análise está no centro da maioria das críticas sociais e da denúncia
dos estragos do liberalismo que alimentam um pensamento crítico tão “único” quanto o
pensamento único que ele combate. (pg. 20).
Nem todas as desigualdades são a priori injustas. Há três fatores que se opõem à essa
redução: