Livro Felicidade Interna Bruta o Caso de Um Bairro Rico e Um Bairro Pobre

ROBERTO ZANON
SOLANGE IRENE SMOLAREK DIAS

MARIA PAULA FONTANA DE FIGUEIREDO
FELICIDADE INTERNA BRUTA: O CASO DE UM BAIRRO RICO E DE UM

BAIRRO POBRE
1ª Edição
Cascavel PR
Smolarek Arquitetura / Studio CSD
2019
CRÉDITOS
Capa
Laila Smolarek - Tête-à-Tête Design
Revisão
Célio Escher
Diagramação
Roberto Zanon
Prefácio
Sirlei Maria Oldoni
Apresentação
Maria Paula Fontana de Figueiredo
Roberto Zanon
Solange Irene Smolarek Dias
712.55098162
Z330
Felicidade interna bruta: o caso de um bairro rico e de um bairro pobre/ Roberto Zanon, Solange Irene
Smolarek Dias, Maria Paula Fontana Figueiredo .- 1ª ed.- Cascavel PR: Smolarek Arquitetura / Studio CSD, 2019.
118.p:Ilus.:Tab.Graf.
Inclui bibliografia
Vários autores
ISBN 978-85-60709-29-8
Pesquisa está vinculada a etapa de “Trabalho de curso” do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário
da Fundação Assis Gurgacz - FAG, de Cascavel PR.
1.Arquitetura e Urbanismo. 2. Planejamento Urbano. 3. Morumbi e Neva (Bairros de Cascavel PR) - Estudo de caso.
4. Bairro – Imposto - IPTU. 5. Arquitetos – Planejamento Urbano.6. Felicidade interna bruta (FIB) I. Zanon, Roberto. II.
Dias, Solange Irene Smolarek. III. Figueiredo, Maria Paula Fontana. IV. Título.
CDD 712.55098162
Catalogação na fonte: Eliane Teresinha Loureiro da Fontoura Padilha – CRB9 - 1913
SMOLAREK ARQUITETURA / STUDIO CSD

CNPJ nº 02.247.647/0001-48
Dedico esta pesquisa especialmente à Maria Dilva,
ao Adelar e ao Miguel − que busquem sempre a
felicidade.
Assim como também dedico a todo aquele que,

como diz Platão, deseja ser feliz.
Roberto Zanon
AGRADECIMENTOS
Aos meus professores, pela indicação do caminho.

À minha orientadora, professora Solange Irene Smolarek Dias, por acreditar em
meu trabalho, por me ajudar a lidar com minhas limitações e por se tornar uma
amiga memorável, para sempre "mamma".
À minha coorientadora, Maria Paula Fontana de Figueiredo, que provou ser
uma pessoa maravilhosa. Assim, neste trabalho não ganhei apenas uma mãe
acadêmica, mas também uma “sorella” dedicada.
À professora Sirlei Maria Oldoni, que contribuiu e acreditou na atual pesquisa.
Ao Ludigero, à arquiteta Janiceli, à arquiteta Hitomi e à professora Luciana
Ferraz, que contribuíram de forma prestimosa e com dados essenciais para a
elaboração da atual produção.
Aos meus pais, Maria Dilva Pastorini Zanon e Adelar Antônio Zanon, bem como
à minha avó Elma Lena Pastorini, que não mediram esforços para me tornar
possível todo o processo acadêmico.
Roberto Zanon
RESUMO
Com o trabalho monográfico ora em questão objetivou-se realizar o levantamento do

índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) na cidade de Cascavel/PR. Para isso foram
selecionados dois bairros − o possuidor de maior renda em relação ao de menor −
em prol de se gerar uma análise entre a felicidade e a renda da população. Para tal
comparação necessitou-se da criação de um índice que pudesse dar parâmetro para
a escolha dos bairros e assim compará-los e analisar a influência da renda social
sobre a felicidade da população, indicador esse denominado Imposto Predial e
Territorial Urbano por Hectare (IPTU/ha). O objetivo surgiu com o mesmo interesse
de produção do FIB, para desassociar a felicidade com o critério de produtividade e
da comercialidade de produtos e riquezas, ou seja: utilizar um indicador nacional que
não fosse o Produto Interno Bruto (PIB). Para o levantamento e a análise foram
contextualizadas e referenciadas aplicações que são: Curitiba/PR, Thimbi/Butão e o
FIB referente às nações produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Também foram apresentadas definições de felicidade ao longo da história por
pensadores, cientistas e filósofos, bem como a própria definição utilizada para a
aplicação de felicidade no FIB. Com esse estudo provou-se que o bairro com menor
renda possui menor FIB, ao passo que o bairro com maior renda possui maior FIB.
Palavras-chave: Felicidade Interna Bruta (FIB); Cascavel/PR; Bairros

LISTA DE ABREVIATURA E DE SIGLAS
• CBS − Centre for Bhutan Studies

• FIB – Felicidade Interna Bruta
• ha − Hectare
• IBGE − Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
• IDH -- Índice de Desenvolvimento Humano
• IDHM -- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
• IPARDES − Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social
• IPTU − Imposto Predial e Territorial Urbano
• IPTU/ha − Imposto Predial e Territorial Urbano por hectare
• ITU − Imposto Territorial Urbano
• M – (Bairro) Morumbi
• N – (Bairro) Neva
• ONU – Organização das Nações Unidas
• ONUBR - Nações Unidas do Brasil
• PIB – Produto Interno Bruto
• PNUD -- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
LISTA DE QUADROS
Quadro A – Estrutura do FIB dos bairros Neva e Morumbi Cascavel/PR..................53

LISTA DE APÊNDICE
APÊNDICE A – SIGNIFICADOS DOS DOMÍNIOS E DOS INDICADORES DO FIB . 69

APÊNDICE B – HABITANTES, ESTRATIFICAÇÃO E NÚMERO DE
QUESTIONÁRIOS CASCAVEL/PR .................................................................................... 70
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO FIB CASCAVEL/PR .................................................. 70
APÊNDICE D – DISTRIBUIÇÃO DOS PESOS DOS INDICADORES DO FIB ........... 72
APÊNDICE E – IPTU/HA POR LOTEAMENTO EM CASCAVEL/PR ........................... 73
APÊNDICE F – SOMATÓRIA DO IPTU POR LOTEAMENTO EM CASCAVEL 2019
.................................................................................................................................................. 73
APÊNDICE G – CLASSIFICAÇÃO DE LOTEAMENTOS POR BAIRRO E SEUS
VALORES DE IPTU .............................................................................................................. 75
APÊNDICE H – LOCALIDADES SORTEADAS PARA APLICAÇÃO DO
QUESTIONÁRIO FIB NO BAIRRO MORUMBI ................................................................ 79
APÊNDICE I – LOCALIDADES SORTEADAS PARA APLICAÇÃO DO
QUESTIONÁRIO FIB NO BAIRRO NEVA......................................................................... 79
APÊNDICE J – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 01...................................... 81
APÊNDICE K – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 02. .................................... 82
APÊNDICE L – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 03. .................................... 83
APÊNDICE M – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 04. ................................... 83
APÊNDICE N – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 05. .................................... 85
APÊNDICE O – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 06. ................................... 86
APÊNDICE P – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 07. .................................... 87
APÊNDICE Q – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 08. ................................... 88
APÊNDICE R – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 01. ............................................ 89
APÊNDICE S – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 02. ............................................ 90
APÊNDICE T – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 03.............................................. 91
APÊNDICE U – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 04. ............................................ 92
APÊNDICE V – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 05. ............................................ 93
APÊNDICE W – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 06. ........................................... 94
APÊNDICE X – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 07. ............................................ 95
APÊNDICE Y – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 08. ............................................ 96
APÊNDICE Z – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 09.............................................. 97
APÊNDICE AA – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 10. .......................................... 98
APÊNDICE BB – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 11. .......................................... 99
APÊNDICE CC – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 12. ....................................... 100
APÊNDICE DD – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 13. ....................................... 101
APÊNDICE EE – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 14. ........................................ 102
APÊNDICE FF – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 15. ........................................ 103
APÊNDICE GG – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 16. ....................................... 104
APÊNDICE HH – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 17. ....................................... 105
APÊNDICE II – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 18. ........................................... 106
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A – RANKING DE FELICIDADE 2018 .............................................................. 108

ANEXO B – RANKING DE FELICIDADE 2019 .............................................................. 109
ANEXO C – PLANTA GENÉRICA DE VALORES – 2018 ............................................ 110
ANEXO D – GRÁFICO DE VALORES COMPLEMENTAR AO ANEXO C ................ 111
ANEXO E – FÓRMULA PARA O CÁLCULO DE AMOSTRAGEM PARA
POPULAÇÃO INFINITA ..................................................................................................... 111
ANEXO F – CÁLCULO DO PIB. ....................................................................................... 112
ANEXO G – CÁLCULO DO PIB, ÓTICA DA DESPESA. .............................................. 112
ANEXO H – CÁLCULO DO PIB, ÓTICA DA OFERTA.................................................. 112
ANEXO I – CÁLCULO DO PIB, ÓTICA DO RENDIMENTO. ....................................... 112
ANEXO J – FIGURA DE FIB DE CURITIBA. .................................................................. 114
SUMÁRIO
PREFÁCIO ............................................................................................................................. 15
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 16
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 17
1 FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

DIRECIONADA AO TEMA DA PESQUISA: FIB ............................................................. 20
1.1 OS FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS E O TEMA DA PESQUISA: FIB........ 20

1.2 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA SOBRE O FIB ............................................................. 21
1.2.1 A RELAÇÃO ENTRE FIB E PIB......................................................................................... 26
1.2.2 O PIB MUNICIPAL, POR BAIRROS NO BRASIL.................................................................. 27
1.2.3 A IMPORTÂNCIA PARA O PLANEJAMENTO URBANO DE INDICADORES DE BAIRROS......... 28
1.3 SÍNTESE DO CAPÍTULO ............................................................................................... 29
2 CORRELATOS E ABORDAGENS ................................................................................. 31
2.1 A MÉTRICA NA CONSTRUÇÃO DO FIB .................................................................... 31

2.2 O FIB EM THIMBU/BUTÃO ........................................................................................... 32
2.3 O FIB EM CURITIBA ....................................................................................................... 35
3 APLICAÇÃO NO TEMA DELIMITADO: CONSTRUÇÃO DA METODOLOGIA .... 39
3.1 A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS JÁ APLICADOS ........................................................ 39

3.2 DO PORQUÊ DA ESCOLHA DO CASO: CASCAVEL/PR ........................................ 40
3.3 PROPOSTA METODOLÓGICA DE UTILIZAR O IPTU/HA ....................................... 40
3.3.1 A CONSTRUÇÃO DO INDICADOR IPTU/HA NO CASO DE CASCAVEL/PR ......................... 42
3.3.2 A APLICAÇÃO DO IPTU/HA NO CASO DE CASCAVEL/PR ................................................ 43
3.4 A AMOSTRAGEM E A SUA ESTRATIFICAÇÃO........................................................ 44
3.5 A CONSTRUÇÃO DO QUESTIONÁRIO ..................................................................... 46
3.5.1 A UTILIZAÇÃO DE DOMÍNIOS, INDICADORES, PESOS E SIGNIFICADOS............................. 46
3.5.2 A CONSTRUÇÃO, A APLICAÇÃO E O TABULAÇÃO DO QUESTIONÁRIO .............................. 48
3.6 ANÁLISE DE DADOS: COMO EM CURITIBA/PR ...................................................... 49
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS: O FIB EM BAIRROS DE CASCAVEL/PR........... 52
4.1 A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA E SEUS RESULTADOS ................................. 52

4.2 ANALISANDO DADOS DE CASCAVEL/PR ............................................................... 52
5 CONSIDERAÇÕES ........................................................................................................... 56
5.1 RESGATE DOS ELEMENTOS DA PESQUISA .......................................................... 56

5.2 RESPOSTAS AOS PROBLEMAS DA PESQUISA .................................................... 58
5.3 LIMITES DA PESQUISA ................................................................................................ 60
5.4 PROPOSIÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 60
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62
APÊNDICES ........................................................................................................................... 68
APÊNDICE A – SIGNIFICADOS DOS DOMÍNIOS E DOS INDICADORES DO FIB ... 69

QUESTIONÁRIOS CASCAVEL/PR .................................................................................... 70
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO FIB CASCAVEL/PR ................................................... 70
APÊNDICE D – DISTRIBUIÇÃO DOS PESOS DOS INDICADORES DO FIB ............. 72
APÊNDICE E – IPTU/HA POR LOTEAMENTO EM CASCAVEL/PR............................. 73
APÊNDICE F – SOMATÓRIA DO IPTU POR LOTEAMENTO EM CASCAVEL 2019 . 73
APÊNDICE G – CLASSIFICAÇÃO DE LOTEAMENTOS POR BAIRRO E SEUS
VALORES DE IPTU ............................................................................................................... 75
QUESTIONÁRIO FIB NO BAIRRO MORUMBI ................................................................. 79
QUESTIONÁRIO FIB NO BAIRRO NEVA.......................................................................... 79
APÊNDICE J – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 01. ...................................... 81
APÊNDICE K – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 02....................................... 82
APÊNDICE L – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 03. ...................................... 83
APÊNDICE M – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 04. ..................................... 83
APÊNDICE N – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 05. ..................................... 85
APÊNDICE O – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 06. ..................................... 86
APÊNDICE P – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 07....................................... 87
APÊNDICE Q – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 08. ..................................... 88
APÊNDICE R – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 01. .............................................. 89
APÊNDICE S – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 02. .............................................. 90
APÊNDICE T – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 03. .............................................. 91
APÊNDICE U – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 04. .............................................. 92
APÊNDICE V – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 05. .............................................. 93
APÊNDICE W – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 06. ............................................. 94
APÊNDICE X – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 07. .............................................. 95
APÊNDICE Y – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 08. .............................................. 96
APÊNDICE Z – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 09. .............................................. 97
APÊNDICE AA – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 10. ........................................... 98
APÊNDICE BB – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 11. ........................................... 99
APÊNDICE CC – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 12. ......................................... 100
APÊNDICE DD – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 13. ......................................... 101
APÊNDICE EE – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 14. ......................................... 102
APÊNDICE FF – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 15. .......................................... 103
APÊNDICE GG – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 16. ........................................ 104
APÊNDICE HH – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 17. ......................................... 105
APÊNDICE II – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 18. ............................................ 106
ANEXOS ............................................................................................................................... 107
ANEXO A – RANKING DE FELICIDADE 2018 ................................................................ 108

ANEXO B – RANKING DE FELICIDADE 2019 ................................................................ 109
ANEXO C – PLANTA GENÉRICA DE VALORES – 2018 .............................................. 110
ANEXO D – GRÁFICO DE VALORES COMPLEMENTAR AO ANEXO C .................. 111
ANEXO E – FÓRMULA PARA O CÁLCULO DE AMOSTRAGEM PARA POPULAÇÃO
INFINITA ............................................................................................................................... 111
ANEXO F – CÁLCULO DO PIB.......................................................................................... 112
ANEXO G – CÁLCULO DO PIB, ÓTICA DA DESPESA................................................. 112
ANEXO H – CÁLCULO DO PIB, ÓTICA DA OFERTA. .................................................. 112
ANEXO I – CÁLCULO DO PIB, ÓTICA DO RENDIMENTO. ......................................... 112
ANEXO J – FIGURA DE FIB DE CURITIBA..................................................................... 114
15
PREFÁCIO
E aí, “dinheiro não traz felicidade?”
É em torno dessa crença popular que o autor Roberto Zanon, juntamente com
a orientação de Solange Irene Smolarek Dias e Maria Paula Fontana Figueiredo,
desenvolve seu trabalho, que de forma primorosa entrelaça o senso popular à
discussão erudita. Une a arquitetura e urbanismo à filosofia e, por fim, como
resultado o autor nos apresenta um estudo científico comparativo entre um bairro
pobre e um bairro rico, além de uma rica e inédita metodologia para a mensuração
da felicidade das cidades brasileira.
Com essa metodologia o autor transpõe um conceito tão abstrato, como
felicidade, para algo que possa ser medido, concretizado e, a partir de então, possa
auxiliar nas medidas de planejamento urbano das cidades.
O estudo de Roberto Zanon tem enorme mérito e resulta da seriedade e do
compromisso do autor em sua graduação de arquitetura e urbanismo. Seu diálogo
que permeia essa multidisciplinariedade é destinado a todos que assim como ele, a
Solange, a Maria e eu almejam cidades felizes!
Cascavel, junho de 2019
Profª Mª Sirlei Maria Oldoni

16
APRESENTAÇÃO
Com muita satisfação apresentamos a presente obra, que se origina do

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, de
autoria do ora arquiteto e urbanista Roberto Zanon, orientado pela arquiteta e
urbanista Solange Irene Smolarek Dias e coorientado pela também arquiteta e
urbanista Maria Paula Fontana de Figueiredo. Este livro é a materialização de um
projeto cujo amadurecimento levou a intenção, por parte do orientado e das
orientadoras, de publicação que, na formatação de livro, recebe o título de
“Felicidade Interna Bruta: o caso de um bairro rico e de um bairro pobre”.
A pesquisa objetivou estudar as diferenças no nível de felicidade de dois
bairros: um com maior e outro com menor renda. Para isso, usou-se como estudo de
caso a cidade de Cascavel/PR. Para que pudesse ser feita a comparação, na
ausência de um índice de renda específico de bairros, necessitou-se da criação de
um índice que pudesse dar parâmetro para a sua escolha, indicador esse
denominado Imposto Predial e Territorial Urbano por Hectare (IPTU/ha).
O objetivo surgiu com o mesmo interesse de produção do índice de Felicidade
Interna Bruta (FIB), para desassociar a felicidade como critério de produtividade e da
comercialidade de produtos e riquezas, ou seja: utilizar um indicador nacional que
não fosse o Produto Interno Bruto (PIB). Para o levantamento e a análise foram
contextualizadas e referenciadas aplicações que são: Curitiba/PR, Thimbi/Butão e o
FIB referente às nações produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Merece destaque a multidisciplinariedade do livro, que leva a arquitetura e o
urbanismo à novos lugares, como a filosofia, ao mesmo tempo em que apresenta
metodologia inédita para a mensuração da felicidade de cidades brasileiras a partir
de seus bairros. Almejamos que sua aplicação viabilize aos planejadores urbanos e
aos governos municipais a criação de políticas públicas cada vez mais assertivas e
que despertem no usuário do espaço urbano, acima de tudo, a felicidade.
Os autores
Junho de 2019
17
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa está vinculada à etapa de "Trabalho de Curso" do Curso de

Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz – FAG, de
Cascavel/PR. Insere-se na linha de pesquisa intitulada “Planejamento Urbano” e,
nesse assunto, tem por tema o índice de Felicidade Interna Bruta − FIB. O estudo,
com foco na felicidade, justifica-se pela importância para a avaliação da felicidade de
uma população em prol de medidas em busca de soluções mais assertivas para
cada realidade. Trata-se de uma nova área de atuação urbanística e que visa a
ampliação de atuação do urbanista com foco na felicidade urbana e regional.
A agregação dessa área no FIB é de suma importância, tanto nas pesquisas
acadêmicas quanto nas profissionais, uma vez que é dever da pesquisa acadêmica
do urbanismo, com destaque para quem trabalha na aplicação do urbanismo, uma
vez que o índice é de escassa produção brasileira, porém de importância social e
regional. Mesmo assim, no entanto, o FIB não é restrito somente à área do
urbanismo, podendo assim ser levantado e aplicado por diversos campos de
pesquisa, como os das áreas sociais, políticas e educacionais, entre outras. Trata-
se, efetivamente, de um indicador que agrega valor à produção cientifica, pois, por
ser classificado como complexo e rico em detalhes, agrega valor às linhas de estudo
justamente por essa sua complexidade e riqueza de detalhes. Ademais, esse índice
pode ser analisado com estudos de sustentabilidade (ZANON; FIGUEIREDO; DIAS,
2018), de política, de saúde, de psicologia e demais pesquisas com interesses no
bem-estar humano.
O FIB não é apenas um indicador, mas também um catalisador de
mudanças. É catalisador de mudanças porque promove processos de ação pública
em prol da coletividade, do desenvolvimento sustentável, da mobilidade social com
finalidade do bem-estar de todos (VISÃO DO FUTURO, 2015). Trata-se um enfoque
recente na história humana, tendo tido a sua origem na década de 1970, no Butão,
país asiático. Posteriormente sofreu adaptações pela Organização das Nações
Unidas − ONU, passando a ter princípios e diretrizes a partir das quais se tornou
possível o uso como indicador para diversas culturas. A sua origem se fundamenta
na premissa de um objetivo social, não sendo levado em consideração apenas o
crescimento econômico, mas também a integração do desenvolvimento material com
o psicológico, cultural e espiritual (SALES, 2016, p. 60). A metodologia escolhida
18
baseia-se na dialética, com interpretação dinâmica e fundamentada na realidade,
estabelecendo que os fatores sociais não podem ser classificados isoladamente
(GIL, 2008, p. 22). É uma metodologia que privilegia as alterações qualitativas e se
opõe a qualquer modo de pensar em que a ordem quantitativa se torne regra.
No caso de Cascavel/PR, é conhecido que nunca foi elaborado e analisado
algum indicador de Felicidade Interna Bruta – FIB, tanto no centro da cidade quanto
nos seus bairros, sendo o objetivo da atual pesquisa o levantamento e a análise do
FIB de bairros de Cascavel, tendo como principal foco o de comprovar ou de refutar
a crença popular de que “dinheiro não traz felicidade”. Isto posto, o problema da
pesquisa foi estabelecido assim: Quais são os índices de FIB do bairro com maior
valor econômico em relação ao de menor valor econômico de Cascavel/PR? Para
isso, foi necessário o desenvolvimento de um índice através do qual pudesse ser
verificada a relação de renda entre os bairros. A hipótese inicial é que os bairros
mais abonados detêm menor índice FIB, ao passo que os bairros menos abonados
possuem maior FIB.
O objetivo geral do trabalho consistiu em verificar o FIB de dois bairros, quais
sejam, do bairro com maior valor econômico e do bairro com menor valor econômico
de Cascavel/PR. Os objetivos específicos foram: i) fundamentar o conceito de FIB; ii)
desenvolver uma metodologia para medir os valores econômicos por bairro nas
cidades brasileiras; iii) aplicar o questionário FIB; iv) analisar os dados coletados; v)
concluir em resposta ao problema inicial da pesquisa.
A pesquisa se desenvolveu a partir dos seguintes marcos teóricos:
Marco teórico 01: [...] por ora definimos a auto-suficiência como sendo
aquilo que, em si mesmo, torna a vida desejável e carente de nada. E como
tal entendemos a felicidade, considerando-a, além disso, a mais desejável
de todas as coisas, sem contá-la como um bem entre outros. Se assim
fizéssemos, é evidente que ela se tornaria mais desejável pela adição do
menor bem que fosse, pois o que é acrescentado se torna um excesso de
bens, e dos bens é sempre o maior o mais desejável. A felicidade é,
portanto, algo absoluto e auto-suficiente, sendo também a finalidade da
ação (ARISTÓTELES, 1991, p. 15).
Marco teórico 02: Não é verdade que nós, homens, desejamos todos ser
felizes? (PLATÃO, 2011, p. 478).
Nesta pesquisa, os fundamentos arquitetônicos estão no primeiro capítulo.

Ele se apresenta os fundamentos arquitetônicos, a apresentação do tema junto com
uma revisão da bibliografia a ele referente, a relação investigada entre FIB e o
Produto Interno Bruto − PIB, a realidade do PIB no Brasil e a importância do
19
planejamento de indicadores por bairros. No segundo capítulo é apresentada a
métrica para a construção do FIB, bem como são informadas as referências da
aplicação: as cidades de Curitiba/PR e de Timbu/Butão, mais o FIB global da ONU.
O terceiro capítulo apresenta a elaboração da metodologia desenvolvida pela
pesquisa a fim de averiguar a realidade da renda monetária, ou seja, o Imposto
Predial e Territorial Urbano por hectare − IPTU/ha, o processo da sua instituição
legal e da sua aplicação no caso de Cascavel/PR, bem como um breve histórico do
urbanismo da cidade. No quarto capítulo foram produzidos e analisados os
resultados da pesquisa em dois bairros de Cascavel/PR.
20
1 FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
DIRECIONADA AO TEMA DA PESQUISA: FIB
Este primeiro capítulo aborda os fundamentos arquitetônicos de forma a

apresentar os conhecimentos em relação à teoria da arquitetura, ao planejamento
urbano, a projetos e a técnicas conectando-os ao tema da pesquisa. Entende-se que
tais pilares são fundamentais para a formação de arquitetos e urbanistas, sendo o
foco do estudo a felicidade da população.
Além disso, este capítulo também apresenta os fundamentos do índice de
Felicidade Interna Bruta – FIB, bem como o de "felicidade", buscando referências
desde a filosofia pré-socrática até o conceito da psicologia contemporânea.
Acrescenta ainda a relação entre o FIB e o PIB, assim como a realidade do
levantamento do PIB no território brasileiro, âmbito em que dispor de indicadores por
bairro para o planejamento urbano é efetivamente relevante.
1.1 OS FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS E O TEMA DA PESQUISA: FIB
No estudo da felicidade, o FIB tem importância na avaliação da qualidade de

vida individual e social, pois que abrange avaliações dos aspectos econômicos, de
saúde, políticos, educacionais, culturais, de bem-estar psicológico, de acesso a
lazer, entre outros.
Souza (2004, p. 100) afirma que o planejamento e a gestão pública são
ciências aplicadas, bem como interdisciplinares. A pesquisa social, que procura
contribuir com a superação de fenômenos negativos, demanda intensa organização,
o que é realizado através da cooperação entre conhecimentos de variadas
disciplinas. Através desse diálogo interdisciplinar, o aprendizado se apresenta de
forma mútua na superação de fronteiras e fica evidente quando se pensa além das
problemáticas, buscando refletir sobre as soluções. O autor acima identificado
considera que nenhum conhecimento é dividido e individualizado e que só a
interdisciplinaridade consegue resolver os processos e fatores que respondem às
transformações das relações sociais e à construção do espaço social, em especial
no caso de áreas complexas. Assim, portanto, todas as ciências sociais, incluindo a
Arquitetura e o Urbanismo, devem contribuir entre si.
21
O processo de mudança da cidade, segundo Souza (2004, p. 519), depende
de uma práxis coletiva. Ao consistir numa práxis coletiva, o processo de mudança
tem a possibilidade de ser ativo ao máximo, pois o seu conhecimento traz
demarcações úteis quando das escolhas das decisões. Essa prática é entendida
como um processo de mudança social quanto à espacialidade, com ênfase no
ganho crescente da autonomia coletiva e individual, que são condições que se
conectam à qualidade de vida e ao aumento da justiça social.
Um dos grandes impasses para a conquista da felicidade, segundo Ito (2014),
em relação ao FIB, é a carência de acesso, de espaço e de equipamentos urbanos
de forma uniforme: isso se diferencia de cidade para cidade. Como afirma Colin
(2000, p. 94), nas cidades menores todas as classes sociais usufruem dos mesmos
espaços e equipamentos urbanos como praças, teatros e parques, bem como dos
mesmos serviços como iluminação, água, transporte público, etc. Com os planos
reguladores de zoneamento e como consequência deles, foi criada a hierarquização
dos espaços urbanos, isto é, a divisão de áreas funcionais e setorizadas em áreas
comercias, industriais, residenciais, que possuem subdivisões sociais como bairros
do proletariado e bairros nobres, entre outros. Quanto maiores as individualizações
dos espaços, menos homogeneidade de acesso existe.
No que diz respeito à História, Carvalho (1980, p. 20) retrata bem a questão
da busca da qualidade de vida ao exemplificar a medicina como a conservação da
vida, evitando e curando doenças: a moradia, desde a pré-história, tem esta mesma
função de proteção contra intempéries e permite, sobretudo, proteção e repouso
durante as noites. Conforme houve o desenvolvimento social, mais construções com
diferentes funções passaram a existir, embasadas nas necessidades e para resolver
problemas e aflições humanas. Essa busca por soluções de problemas comunitários
nada mais é do que a busca da felicidade e de corretas escolhas com a finalidade de
solucionar os anseios existentes em cada realidade local ou regional.
1.2 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA SOBRE O FIB
O conceito de "felicidade", em se tratando do índice de Felicidade Interna

Bruta – FIB, tem recebido muitas definições distintas: ao longo da história, vários
pensadores propuseram diversos conceitos. Os registros mais antigos que dizem
respeito à felicidade foram produzidos pela literatura grega pré-socrática. Naqueles
22
tempos, esses conceitos eram utilizados para fazer alusão às pessoas de boa vida:
makarios, olbios e eudaimon. Os termos "makarios" e "olbios", na tradução, dizem
respeito, o primeiro, a uma vida abençoada pelos deuses e, o segundo, à impotência
do humano diante disso, ou seja, os humanos são passíveis de felicidade. Com
"eudaimon" essas duas ideias não se diferenciam, porém o termo inclui a ideia da
vida realizada em seu potencial (McMAHON, 2006, p. 1-3). Existem dois fragmentos
conservados de Estobeu (apud1 SOUZA, 1996, p. 319): “A felicidade é a alma e a
infelicidade também” e “A felicidade não mora em rebanhos nem em ouro; a alma é
a morada da divindade”. Já Lauriola (2006, p. 3) define eudaimon como “[...] aquele
que tem um poder divino (daimon) bem disposto (eu)”2. Nesses conceitos, a
felicidade ainda não é entendida como autossuficiente, como relata Aristóteles no
marco teórico desta pesquisa.
Posteriormente a essa realidade ocorreu uma ruptura decorrente dos grandes
avanços da produção intelectual filosófica, findando o período denominado pré-
socrático e iniciando o período socrático3. Nesse novo período, Platão (2011, p.
243), também aqui apresentado como marco teórico, pergunta de maneira incisiva:
“Não é verdade que nós, homens, desejamos todos ser felizes?”. Centenas de anos
posteriores, na Europa moderna, em meados dos anos 1600, esse conceito foi
reforçado por Pascal (2002, p. 148): “Todos os homens buscam a felicidade. E não
há exceção. Independentemente dos diversos meios que empregam, o fim é o
mesmo. […] a felicidade é o que todas as pessoas buscam”. Mesmo anteriormente,
na Idade Média, em meados dos anos 1200, Tomás de Aquino (2016, p. 4010), tido
como o primeiro grande representante da filosofia medieval, dera continuidade ao
pensamento platônico, afirmando que, indiferentemente de quão más as pessoas
pudessem ser, nenhuma delas deseja ir para o inferno.
Voltando à antiguidade grega, Aristóteles (1991, p. 237) defendia, assim como
Platão o fizera antes, que todos os seres humanos desejam a felicidade, mas que
ela é encontrada através da justa medida para si e, assim, pode ser mensurada.
1
Os fragmentos não se constituem, em si, uma obra, são apenas frações preservadas de uma obra
e, por isso, não podem ser referenciadas como tal. Por isso é necessária fazer a referência através
de "apud" dos livros que contêm o conjunto dos fragmentos existentes, como no caso de Souza
(1996).
2
Em tradução livre do autor: “having a well disposed (eu) divine power (daimon)”.
3
Período estabelecido pela filosofia devido à grande importância do legado de Sócrates (FERREIRA,
2016).
23
Aristóteles ainda afirma que as convicções de senso comum de atribuição da
felicidade não são capazes de produzi-la, pois as crenças (o reconhecimento social,
a honra, os bens pessoais, etc.) são, sobretudo, pensamentos que estão postos
como extremos ou dependem do reconhecimento externo e, exatamente por isso,
não podem produzir felicidade.
Outro conceito, mais simplista e também comumente utilizado, é o da
felicidade momentânea, relacionada às satisfações dos prazeres, como afirmado no
período iluminista, em fins do século XVII, por Jeremy Benthan (1979, p. 53).
Para o estudo da "felicidade" é necessário compreender que se trata de um
termo milenar do senso comum e da filosofia. Só muito recentemente, em termos
históricos, passou a ter também uso científico, em especial na psiquiatria e na
psicologia, áreas do conhecimento que geraram conceitos como “consciente” e
“esquizofrenia”, geralmente usados apenas como vocabulário internamente
científico, sendo o isolamento, contudo, impossível (SEWAYBRICKER, 2017, p. 24).
Diferentemente de Benthan (1979, p. 53), anteriormente citado, Warr (2007, p.
7-8), já no campo da discussão científica, refere-se à felicidade oferecendo quatro
argumentos para explicá-la: i) pela fascinação que a palavra “felicidade” exerce no
ser humano; ii) através do entendimento de que o conceito poderia ser benéfico aos
trabalhos científicos; iii) pelo conceito de felicidade já produzido pelos estudos
filosóficos; iv) através do uso conotativo do termo, para ampliar o acesso das
pessoas às pesquisas.
Dentro das áreas da ciência, a ramificação que mais se destaca em
repercussão sobre a investigação da felicidade é a psicologia positiva. Conforme
Seligman (2002, p. 1-4), um dos principais representantes da psicologia positiva,
historicamente esse campo possuía três objetivos: curar doenças mentais; fazer a
vida das pessoas mais produtiva e melhor; e identificar talentos e nutri-los. Quanto a
isso, contudo, Maddux (2002) afirma que, após a Segunda Guerra Mundial, a
psicologia passou a se focar, sobretudo, na cura das doenças mentais, pois nesse
objetivo a atividade se mostrava economicamente promissora.
A psicologia positiva (KINGFISHER, 2013, p. 73) surge com a intenção de se
apresentar como uma ciência rigorosamente empírica. Com esse objetivo assim
definido, podia-se presumir que exerceria uma influência social inevitável e, ainda,
uma busca comum a todas as pessoas, da forma mais objetiva possível
(CHRISTOPHER 2008, p. 565). Uma psicologia assim direcionada não pretendia e
24
tampouco poderia cair em relatividade de conceitos, razão pela qual se distanciou
dos aspectos metafísicos da felicidade (RYFF, 1989, p. 1077).
Dentre os conceitos contemporâneos existentes, a definição de felicidade
proveniente de Benthan (1979, p. 53), posteriormente apresentado por Comte-
Sponville (2001, p. 22-23), por McMahon (2006, p. 25) e por Bauman (2008, p. 3-4),
é intitulada “felicidade contemporânea”. Nessa definição, a sociedade pós-moderna,
baseada num conceito simplista, entende que há um estado constante de ausência
e de busca da felicidade na satisfação, mediante a sua saciedade pelo consumo; um
estado de espera passiva, que não possui fim e se dá na esteira de um ideal
inatingível. Essa condição é intitulada, por Veenhoven (2004, p. 9), como “fábrica da
felicidade”.
No âmbito do paradigma comercial moderno, tanto o FIB quanto a psicologia
positivista coincidem com o liberalismo4, como esclarecem Diener (1995) e
Veenhoven (2004, p. 9), que indicam que as pessoas mais felizes vivem em culturas
economicamente desenvolvidas e individualistas e são extrovertidos autônomos,
assertivos e empreendedores.
Como resposta ao questionamento da felicidade do consumo intitulada de
“fábrica de felicidade” por Veenhoven (2004, p. 9), surgiu, no ano 1947, em parceria
com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento − PNUD, o indicador
FIB, em contrapartida à lógica de consumo, impulsionado pela métrica do indicador
do Produto Interno Bruto − PIB. Essa nova métrica da felicidade parte de nove
domínios: bem-estar psicológico, saúde, educação, cultura, uso equilibrado do
tempo, governo, vitalidade comunitária, meio ambiente, padrão de vida (SALES,
2016, p. 65-68).
O FIB é um índice com base em pesquisa social e mede a qualidade de vida
dos habitantes de determinada cidade do ponto de vista de serem felizes ou
infelizes. Ele apresenta pontos negativos e positivos do local em estudo, dados de
diversos conhecimentos e aspectos diferenciados, criando assim uma
multidisciplinaridade complexa com banco de dados que possam contribuir
4
O termo "liberalismo" foi inicialmente utilizado por Smith (2008) para nominar uma política
econômica de princípios capitalistas, onde o Estado deve ter uma redução de suas atribuições.
Nas nações que adotam o liberalismo, o Estado deve ser mínimo, não devendo interferir nem
regular as relações econômicas e individuais para não prejudicar a chamada "livre iniciativa".
25
significativamente para as escolhas e os planos em prol do desenvolvimento da
região (BUDISMO PETRÓPOLIS, 2015).
O FIB se baseia no pressuposto de que o foco principal de uma sociedade é a
integração de quatro elementos do desenvolvimento, sendo eles: econômico,
cultural, psicológico e espiritual. Para tanto, são feitos cálculos através dos domínios
do FIB5. No Brasil, as primeiras ações para a implementação desse índice ocorreram
com a iniciativa do Programa “Visão do Futuro”, nas cidades de Itapetinga e
Angatuba, ambas no estado de São Paulo. Segundo pesquisadores, o índice não é
apenas um indicador, mas também um catalisador de mudanças, processo em prol
da coletividade, do desenvolvimento sustentável e de mobilidade social com
finalidade de alcançar o bem-estar de todos (VISÃO DO FUTURO, 2015).
Seria benéfico que fosse intensificada a colaboração internacional para as
mensurações, mantendo o foco nas formulações e nas aplicações práticas no que se
refere a projetos e a programas, pois onde o povo se encontra é, portanto, onde as
mudanças significativas e genuínas acontecem. Considera-se que práticas tendo
como base a mensuração do FIB irão exigir alterações na estrutura tradicional de
governo, nos objetivos e nas normas administrativas. De início as ferramentas e os
critérios para a seleção de projetos e de programas devem se alinhar com o FIB
(ANDREWS, 2009).
Na conceituação do FIB está inerente a condição de que os aspectos
culturais, ambientais e, sobretudo, sociais devem ser somados ao crescimento
econômico para a análise do desenvolvimento de uma sociedade (BIANCO, 2016, p.
391). Jigme Singya, rei de Butão, ao adotar pela primeira vez o indicador, incluía os
aspectos culturais, psicológicos, materiais e espirituais: tais fatores determinam a
qualidade de vida das pessoas e o quanto tais aspectos influenciam na felicidade
individual e coletiva (ARRUDA, 2009, p. 1). Complementando: para medir os níveis
de miséria e de felicidade, é necessário ter conhecimento prévio dos motivos que os
causam (HELLIWELL; LAYARD;e SACHS, 2018, p. 57).
Considerando os aspectos do FIB, o gráfico em anexo6, apresentado por
Helliwell (2018, p. 28), aponta, num contexto mundial, a Finlândia, a Noruega, a
Dinamarca, a Islândia e a Suíça como os países com os maiores índices de
5
Os domínios estão explicados no Apêndice A − Significados dos domínios e dos indicadores do FIB.
6
Ver anexo A − Ranking de Felicidade 2018.
26
felicidade, respectivamente. O Brasil, no ano de 2018, localizava-se na 28ª posição,
dentre 136 nações, seguido pela Argentina, pela Guatemala e pelo Uruguai. Há que
destacar que os Estados Unidos, mesmo com o maior PIB mundial, ficaram
classificados apenas na 18º posição, logo abaixo de Luxemburgo. Já no ano de
2019, o Brasil desceu para a 32ª posição7 (HELLIWELL, 2019, p. 26), perdendo
inclusive 16 posições nos últimos quatro anos (GLOBOPLAY, 2019). Destaca-se
também a permanência da Finlândia na liderança do FIB global8 (HELLIWELL, 2019,
p. 26).
1.2.1 A relação entre FIB e PIB
O Produto Interno Bruto − PIB é uma soma de valores monetários de todos os

serviços e bens finais produzidos de uma determinada região em um determinado
período de tempo. Possui ainda duas ramificações importantes, o PIB nominal e o
PIB real. O primeiro se refere ao valor calculado de preços correntes, isto é, no ano
em que o produto foi produzido e comercializado. Já o segundo é medido a preços
fixos, para o que é escolhido um ano como referência e feito o cálculo eliminando o
efeito da inflação. É mais indicado o uso do valor real, para isso se usa um índice de
preços que isola o crescimento real do crescimento suposto devido ao aumento dos
preços na economia (RIBEIRO, 2013, p. 2).
Na fórmula do cálculo do PIB9 na ótica de despesas10 vão analisadas todas as
entradas e saídas do Estado em questão. Na ótica da oferta11, o PIB é calculado a
partir do valor produzido em cada uma das empresas da economia. Na ótica do
rendimento12, o PIB é calculado a partir dos rendimentos dos fatores produtivos
distribuídos pelas empresas (QUEIROZ, 2015, p. 15).
Usar o PIB como norteador de desenvolvimento é uma postura de
planejamento problemática, pois é um índice puramente econômico e, portanto, não
considera as demais áreas de interesse comum. Em razão dessa restrição evidente
7
Ver anexo B − Ranking de Felicidade 2019.
8
Ibidem.
9
Ver Anexo F − Cálculo do PIB (NAIME, 2011).
10
Ver Anexo G − Cálculo do PIB, ótica da despesa.
11
Ver Anexo H − Cálculo PIB, ótica da oferta.
12
Ver Anexo I − Cálculo do PIB, ótica do rendimento.
27
do PIB, foi criado, pela ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano − IDH com
intuito de mensurar a qualidade de vida das pessoas. Trazendo esse assunto para o
nosso campo da "felicidade", e comparando, pode-se dizer que o FIB é o
melhoramento do IDH, melhoramento devido ao fato de utilizar mais áreas de
verificação do índice (RIBEIRO, 2013, p. 3).
Nesse contexto do FIB se defende a ideia de que um grande desenvolvimento
econômico, quando desassociado da sustentabilidade, gera diversos problemas, o
que inclui perdas nos aspectos ambientais, sociais, institucionais e mesmo
econômicos adicionados ao caráter da ética e da responsabilidade social, além de
perda de qualidade de vida (BRASIL, 2014, p. 15). Um exemplo disso é a China, que
atualmente se destaca como o país com o maior crescimento gradativo e o segundo
PIB mundial, entretanto, no ano de 2018, se enquadrou mal, ou seja, na 86ª posição
no FIB mundial (HELLIWEL, 2018, p. 24), decaindo para a 93ª posição 2019
(HELLIWEL, 2018, p. 26).
Mesmo assim, contudo, o desenvolvimento econômico sustentável é um
grande fator para um alto índice de felicidade, como mostra o Ranking de
Felicidade13. Os dez primeiros países são, por unanimidade, países desenvolvidos e
adeptos do desenvolvimento sustentável, como nos mostra a lista de países
participantes da Agenda 2030 (ONUBR14, 2019).
1.2.2 O PIB municipal, por bairros no Brasil
O caso brasileiro de pesquisa se destaca, assim como outros países, na

pesquisa do PIB por município (IBGE15, 2017). Apesar disso, para o presente
trabalho esse levantamento tem sua utilidade secundarizada, servindo apenas como
um norteador, não sendo o foco desta produção científica.
O foco do presente trabalho incide na comparação da felicidade entre bairros,
mais especificamente, na análise e na comparação do FIB no bairro mais abastado
13
Ver Anexo B − Ranking de Felicidade 2019.
14
Nações Unidas do Brasil.
15
IBGE − Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
28
com o bairro menos abastado. Para isso são necessários dados mais específicos do
que apenas o PIB municipal da cidade (URA, 2012a).
No Censo de 2010 do IBGE (2010a) foram feitos alguns levantamentos por
bairro, contudo os dados recolhidos foram restritos a números demográficos. No ano
de 2013, a ONUBR (2013) divulgou que seriam adicionados os levantamentos do
IDHM por bairro no Brasil. Não houve, entretanto, qualquer informação sobre a
abrangência de indicador PIB por bairros, assim como nenhum censo, nem trabalhos
com esse levantamento na cidade de Cascavel16. Essa inexistência de dados
provocou preocupações em relação ao objetivo da presente pesquisa, na pretensão
de contrapor o FIB do bairro com o maior e o do bairro com menor indicativo de
desenvolvimento econômico.
Dessa forma, como alternativa, foi necessário, para o presente trabalho, o
desenvolvimento de um índice que pudesse dar diretrizes para fundamentar a atual
pesquisa, ou seja, um indicador que pudesse mensurar o desenvolvimento
econômico de cada bairro. Com a origem dessa métrica de análise financeira
regional, foi constatado que com ele é possível não apenas utilizá-lo na aplicação da
atual pesquisa, mas, sim, na constituição de qualquer pesquisa que precise dos
seguintes dados, assim como já acontece com outros índices (IBGE, 2017). Além de
ampliar a aplicação da pesquisa científica, o índice torna possível a aplicação em
todos os municípios brasileiros.
1.2.3 A importância para o planejamento urbano de indicadores de bairros
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal − IDHM apresenta dados

econômicos e sociais, porém expressa um deficit no que se refere aos dados
ambientais, pois a busca pela harmonia entre os meios econômicos, sociais e
ambientais é crescente dentro das cidades (FERENTZ, 2015, p. 17). Com a
participação da população nas sugestões e nas decisões de investimento em cada
bairro, os focos de problemas locais passam a ficar mais claros e são resolvidos com
maior agilidade econômica. A partir do momento em que as medidas apresentam
16
Cidade escolhida para o estudo de caso.
29
ênfase em qualidade de vida, o desenvolvimento se torna sustentável em todas as
suas esferas: ambiental, social e econômico (FERENTZ, 2015, p. 63).
Estabelecer um ranking entre os bairros mais e os menos desenvolvidos, com
explicitação das condições de vida, as políticas urbanas tendem a apreender melhor
a realidade vivida, contribuindo assim na evidenciação de áreas marginalizadas −
como é o caso das favelas − e passando a indicar diretrizes para o desenvolvimento
da cidade em si, sem exclusão (HERCULANO, 2000).
Para a transformação há pontos que são essenciais: a vontade de mudar, a
visão solidária e o planejamento estratégico para uma cidade humanizada. Essa
visão e esse planejamento consistem em buscar, para a cidade, o equilíbrio entre o
que é fundamental e o que é importante, trabalhando com o equilíbrio entre
potencialidade e necessidade. Cidade humanizada é aquela que busca a integração
de funções "trabalhar", "recrear" e "habitar" sem segregação, pois quando se
mesclam diferentes rendas se tem a cidade ainda mais humanizada, considerando
que um presta serviço ao outro (LERNER, 2003).
1.3 SÍNTESE DO CAPÍTULO
Dos conceitos apresentados do FIB fica claro que esse é um marcador de

qualidade de vida com grande destaque na felicidade das pessoas, baseando-se, de
maneira geral, em pesquisas sociais de campo. Evidentemente o último item não
desqualifica as produções neste tema, visto que o FIB produzido pela ONU
(HELLIWELL, 2019), de nível internacional e de ocorrência anual, seria inexequível,
caso fosse necessário fazer levantamentos in loco.
Os conceitos de felicidade apresentados neste capítulo abordaram, ao longo
da história, desde crenças de senso comum, definições filosóficas iniciais, ou seja,
as pré-socráticas, através, por exemplo, do termo eudaimon, e filosóficas
propriamente ditas, até estudos científicos produzidos na contemporaneidade.
A partir das definições e dos critérios do FIB se torna possível analisar e
compreender grandes exemplos da aplicação do índice, possibilitando o
aprofundamento da pesquisa mediante o estudo dos correlatos. Os municípios
30
escolhidos, apresentados no próximo capítulo, são: i) Thimbu/Butão17 e ii)
Curitiba/PR/BR18.
17
Cidade de origem do FIB.
18
Cidade brasileira que se destaca pela aplicação do FIB.
31
2 CORRELATOS E ABORDAGENS
Neste capítulo vão apresentadas referências teóricas, pois se apresentam

estudos de casos com destaque histórico, sendo, primeiro, a cidade de Thimbu,
capital de Butão, sede do The Centre for Bhutan Studies19 − CBS, instituição
dirigente da produção e atualização do FIB no país e, segundo, a cidade de
Curitiba/PR, no Brasil, caso correlato que se destaca pela metodologia na produção
do índice e a sua proximidade com a cidade Cascavel/PR.
Com a apresentação desses dois correlatos se torna possível obter
referenciais e parâmetros para conhecer a aplicabilidade e comparação entre ambas
as cidades, visando, posteriormente, a aplicação dessa metodologia de análise na
cidade de Cascavel/PR.
O capítulo destaca também critérios a serem analisados mediante entrevistas,
bem como as descrições de cada âmbito do FIB, dos domínios e dos indicadores,
seu respectivo peso para o estabelecimento do índice, que variam entre 50% e 10%,
dependendo da importância do indicador para a felicidade da região.
2.1 A MÉTRICA NA CONSTRUÇÃO DO FIB
Este subcapítulo tem como objetivo apresentar a métrica utilizada para a

produção do FIB, usando o método de Alkire e Foster (2008, p. 5). O índice é gerado
a partir de duas medidas: i) relação por pessoa (em porcentagem) de pessoas
felizes; ii) domínio em que as pessoas ainda não estão felizes. A produção de Ura20
(2012a, p. 13-40) apresenta os nove domínios do FIB, compreendendo 33
indicadores agrupados, bem como a metodologia de seis etapas para o
desenvolvimento, sendo elas: i) escolha dos indicadores; ii) aplicar limiares de
suficiência; iii) aplicar peso para cada indicador; iv) aplicar os limiares de felicidade;
v) identificar dois grupos: pessoas felizes e pessoas ainda não felizes (prioridade
política); vi) identificar entre as pessoas ainda não felizes, qual porcentagem de
19
Em livre tradução do autor para “The Centre for Bhutan Studies”.
20
URA, Karma. Diretor do Centro de Estudos do Butão − CBS, contribuição na promoção e no
aprofundamento do FIB e condutor de pesquisas multidisciplinares sobre o país (ROYAL
INSTITUTE FOR GOVERNANCE AND STRATEGIC STUDIES, 2019).
32
domínios que não tem suficiência e em qual porcentagem possuem suficiência
(URA, 2012b, p. 82-84). Os significados dos domínios e as 33 ramificações
denominadas de indicadores são descritas por Ito (2014, p 83- 86)21.
Os nove domínios do FIB são igualmente ponderados, isso porque eles são
de igual importância. Nenhum pode ser classificado permanentemente como mais
importante do que o outros, mas cada um pode ser particularmente importante, para
alguma pessoa ou para alguma instituição, em um determinado momento. Nos 33
três indicadores derivados dos nove domínios22, cada item tem seu peso variado,
porém os indicadores subjetivos e de autorrelatos têm pesos mais leves, e os
indicadores que se prevê serem mais objetivos e/ou mais confiáveis, têm pesos
relativamente maiores. Dos indicadores, três deles recebem apenas 10% de peso de
seus respectivos domínios, porque são subjetivos, sendo: i) saúde, estado de saúde
autorrelatado; ii) governança, desempenho de governanças e direitos fundamentais;
iii) ecologia, responsabilidade pelo meio ambiente e percepções ecológicas. Dentre
os três últimos domínios − educação, cultura e vitalidade da comunidade −, os
indicadores são ponderados em 20%. Os demais são pesados em 30% (URA,
2012b, p. 41). 23
Dessa forma, nos critérios utilizados para as entrevistas, como proposição da
atual pesquisa, se estabelecem pesos iguais aos nove domínios, totalizando, em
cada um deles, 100%. Em cada domínio, a percentagem distribuída para cada
indicador varia, decorrente do seu grau de importância.
A partir desse ponto, a presente pesquisa apresenta correlatos como
referências do FIB: o primeiro deles sendo de nível internacional, Thimbu, capital do
país onde surgiu o FIB, seguido por uma referência de pesquisa nacional e regional:
Curitiba, no Paraná.
2.2 O FIB EM THIMBU/BUTÃO
21
Ver Apêndice A − Significados dos domínios e dos indicadores do FIB.
22
Ver apêndice D − Distribuição dos pesos dos indicadores do FIB.
23
Para conferir significados dos itens do Apêndice D, sugere-se a leitura do Apêndice A.
33
Thimbu é a província24 capital do Butão, localizada na área oeste do país, que
se situa ao norte do Himalaia, entre a China e a Índia, com população estimada de
203.000 habitantes, sendo que o país possui 758.288 habitantes (CENTRAL
INTELLIGENCE AGENCY, 2018). Para a contextualização da cultura butanesa com
a arquitetura, é certo afirmar que não é de costume a contratação de profissionais
com atribuições técnicas para a construção de residências. O que é feito é uma
consulta astrológica antes do início das construções, algumas delas datadas com
cerca de 900 anos (VIVA ZEM, 2015).
A pesquisa feita por Helliwell (2018, p. 29) mostra que Thimbu se localiza na
97ª posição no Ranking de Felicidade e se destaca pelo alto valor no FIB per capita,
sendo que os valores mais baixos se estabelecem principalmente pela expectativa
de vida e pela liberdade de escolhas.
O The Centre for Bhutan Studies − CBS (URA25, 2012a) desenvolveu ainda o
índice do país, bem como para todas as cidades (URA, 2012b), utilizando-se do
questionário disponibilizado por esse mesmo autor (URA, 2010a). O instituto
desenvolveu o FIB para a cidade de Thimbu (URA, 2012c), que foi utilizado para a
apresentação dos dados que seguem nos próximos parágrafos.
No domínio do bem-estar psicológico, destaca-se o maior número de
entrevistados que se declararam em "cinco", isso numa escala de zero a dez, com
31,2% dos avaliados. Na mesma escala, 24,3% das pessoas questionadas se
declararam em "sete". Os menores valores declarados foram "dois" (ou seja, 0,5%
de entrevistados), antecedidos por "três" (ou seja, 1,4% dos entrevistados). No
aspecto de qualidade de vida, diante das opções i) muito ruim, ii) ruim, iii) nem ruim
nem bom, iv) bom e v) muito bom, a opção mais escolhida foi “bom”, com 61,2% do
total entrevistado, seguida por “nem ruim nem bom”, com 27,8%. A opção “muito
ruim” foi escolhida por apenas 0,5% dos entrevistados, similar à opção “ruim”,
escolhida por 3,9% dos entrevistados.
No domínio da saúde, a autoavaliação foi baseada nas opções: i) ruim, ii)
justo, iii) bom, iv) muito bom e v) excelente. A opção com maior destaque é foi a
24
A geopolítica do Butão denomina alguns aglomerados urbanos como províncias. Na atual pesquisa
é utilizada tanto essa denominação de "província", como a de “cidade” (KAUL, 1996).
25
Diretor e, portanto, autor responsável pelas publicações do CBS (ROYAL INSTITUTE FOR
GOVERNANCE AND STRATEGIC STUDIES, 2019).
34
“muito bom”, com 60,1% de escolhas. A ela se seguiu a opção “bom”, com 24,3%. As
opções menos escolhidas foram “justo”, com 10,6%, e “ruim” com 0,6% dos
entrevistados.
No domínio “uso do tempo”, as opções foram; i) maior parte do tempo
trabalhando, ii) maior parte do tempo não trabalhando e iii) maior parte do tempo em
descanso. A opção mais escolhida foi “maior parte do tempo não trabalhando”, com
36,74% das escolhas. A segunda opção foi “maior parte do tempo em descanso”,
com 34,53%, por fim, a menos escolhida, “maior parte do tempo trabalhando”, com
28,74% dos entrevistados.
No domínio da "educação", 72,4% dos indivíduos se denominaram
alfabetizados e 27,6% não alfabetizados. Nas opções de qualificação educacional,
destaca-se “sem escolaridade formal” com 34,4%, seguida por ensino “primário”26
com 15,5%, sendo as menos escolhidas, respectivamente, o “pós-graduação” com
2,0% e 2,3% para as pessoas com diploma ou certificado educacional.
No domínio "cultura", no aspecto do conhecimento e domínio da fala da língua
materna, as opções foram: i) nenhum domínio, ii) somente um pouco, iii) bem e iv)
ótimo. A opção mais escolhida foi “ótimo” com 92,0%, seguida por “bem” com 6,1%,
depois “somente um pouco”, com 1,8% e, por fim, “nenhum domínio” com 0,2% dos
entrevistados. Quando questionados sobre a importância das tradições butanesas, a
opção mais declarada foi “muito importante” com 90% de escolhas, seguida por
“importante”, com 8%, sendo “não importante” e “não sei”, ambas com apenas 1%
das declarações.
No aspecto de "governança", os entrevistados, ao serem questionados sobre
a sua atuação na “participação comunitária”27 nos últimos doze meses, 86%
disseram "sim" e apenas 14% disseram "não". Quando perguntados sobre o
desempenho dos governantes, 45,2% disseram “bom”, 45,0% “muito bom”, 8,6%
“médio” e apenas 1,2% escolheram a opção “ruim”.
No domínio "vitalidade comunitária", os questionados, ao serem perguntados
sobre se trabalharam de maneira voluntária nos últimos doze meses, 67% afirmaram
"não terem feito", isso em contraposto aos 33% dos entrevistados que declararam
que "fizeram". Quando perguntados sobre o sentimento de pertencimento à
26
Em livre tradução do autor para “literary school”.
27
Em livre tradução do autor para “zomdue”
35
comunidade, 49% afirmaram terem um sentimento “muito forte”, 46% disseram “um
pouco” e apenas 5%, “fraco”.
No domínio "ecologia", os entrevistados foram questionados se eram
responsáveis pela conservação do meio ambiente natural. Em relação a isso, 84,0%
afirmaram serem “muito responsáveis”, 14,7% se classificaram como
“medianamente responsáveis”, 0,7% escolheram a opção “nada responsáveis” e os
últimos 0,6% escolheram a opção “pouco responsáveis”. No questionamento sobre
se deveria haver uma lei antipoluição mais rígida, 62% dos indivíduos responderam
“concordar plenamente”, 34,5% responderam que “concordam”, 2,2%, que “não
concordam nem discordam”, e apenas 0,6% responderam que “discordam”.
No domínio "padrão de vida" foi questionado sobre distribuição por renda
familiar anual. Quanto a isso, 32,0% declararam a terem mais de 225,000
ngultrum28, 16,4% afirmaram terem entre 150,001 a 225,000, 16,03% dos individuais
indicaram terem entre 100,001 a 150,000, 15,7% informaram receber entre 50,001 a
75,000, 11,9% indicaram receber entre 75,001 a 100,000, e apenas 7,6% indicaram
possuir uma renda entre 25,001 a 50,000.
Destaca-se que, apesar da baixa colocação no FIB global na ONU, sendo o
95º (HELLIWELL 2019, p. 24), o levantamento feto pelo The Centre for Bhutan
Studies mostra indicadores considerados “altos” pela população, o que remete a
uma diferença entre o levantamento global e o levantado in loco, porém sem
desmerecer nenhum deles, uma vez que se trata de saber como uma população
está satisfeita com a vida. Leva-se em consideração a complexidade do índice
aplicado no país (THE CENTRE FOR BHUTAN STUDIES, 2010), com
questionamentos que são simplificadas pela metodologia da ONU (HELLIWELL,
2019) para assim ser passível de mensurar.
2.3 O FIB EM CURITIBA
28
O termo "ngultrum" nomeia a moeda oficial de Butão. Em cotação, um dólar americano refere-se a
74,209 ngultruns butaneses. Conversão datada em 14 de outubro de 2018. (BANCO CENTRAL
DO BRASIL, 2018).
36
Curitiba é a capital do estado no Paraná, situada na região metropolitana de
Curitiba a leste do estado (IPARDES29, 2010). Criada no ano de 1693, a cidade
apresentada 1.751.907 habitantes no Censo de 201030, e com população atual
estimada em 1.917.185 habitantes (IBGE, 2010c). O estudo de caso do município,
de desenvolvimento do FIB, é baseado em um projeto da ONU elaborado por
Lustosa e Melo (2010) e filtrado, levantado e disponível por Ferentz (2015, p. 169), a
qual levou em consideração as nove dimensões do FIB, selecionando quatorze
indicadores. Os valores levantados são analisados pela escala psicométrica Likert31,
os dados são preenchidos em uma escala de um a cinco, em que um é “nada feliz”,
dois “pouco feliz”, três “moderadamente feliz”, quatro é “feliz” e cinco “muito feliz”.
Nos próximos parágrafos estão apresentados os dados levantados por Ferentz
(2015).
No caso de Curitiba, diferentemente de Thimbu, foi feito um levantamento dos
bairros da cidade e, fundamentado nisso, desenvolveu-se uma análise técnica
criando assim um mapa dos níveis de felicidade em cada bairro. A média geral do
FIB obtida foi de 3,60, o que foi categorizado entre “moderadamente feliz” e “feliz”.
Os aspectos que tiveram menores resultados foram: o desempenho do governo
(sendo, em especial, o combate à corrupção, com 1,59), melhorias educacionais
(com 1,69), melhorias na iluminação pública (com 1,75) e melhoria dos serviços de
saúde (com 1,78). Já os melhores resultados foram os princípios que crianças
devem aprender em família e com respeito aos pais (com 4,83), honestidade (com
4,82), respeito aos mais velhos (com 4,76) e disciplina (com 4,68).
Os domínios com médias maiores foram: i) cultura (com 4,51); ii) educação
(com 4,45); iii) meio ambiente (com 4,31); iv) uso equilibrado do tempo (com 4,03); v)
padrão de vida (com 3,94); vi) saúde (com 3,35); vii) bem-estar psicológico (com
3,12), viii) vitalidade comunitária (com 2,87); viii) governança (com 1,87).
Enfim, a média geral dos domínios foi 3,60.
29
IPARDES − Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social.
30
Ano do último censo produzido.
31
O termo "likert" denomina uma metodologia para entender e mensurar atitudes ou comportamento
de pessoas. Essa metodologia auxilia a formular e a computar de forma psicométrica as respostas
de um questionamento. Usado para medir comportamentos de entrevistados, considera diversos
itens, auxilia na análise e na contagem de pontuação de cada indivíduo. Torna possível uma
análise visual de comparação entre os itens, sendo assim um facilitador da compreensão dos
resultados (LLAURADÓ, 2015; FRANKENTHAL, 2017).
37
No levantamento destaca-se que, dos 75 bairros apenas 24% apresentaram a
classificação razoável de “feliz”, embora outros 76% tenham apresentado a
classificação de “moderadamente feliz”. Essas duas classificações totalizaram 100%
dos bairros, não tendo nenhum “pouco feliz", “nada feliz” ou “muito feliz”.
Considerando os bairros isoladamente, foram avaliadas as localidades com maiores
médias, começando por Cascatinha (com 3,67), Centro Cívico (com 3,65), Juvevê
(com 3,63), Capão da Imbuia (com 3,62) e Alto da Glória (com 3,61). Os
considerados mais baixos foram Cachoeira (com 2,94), Augusta e São Miguel (com
2,97), Atuba (com 3,01), Prado Velho (com 3,05) e Ganchinho (com 3,15).
Além do questionário quantitativo, destaca-se o levantamento qualitativo dos
entrevistados. Os habitantes fizeram sugestões de itens urbanos e humanos que os
deixariam mais felizes. Muitos ressaltaram a necessidade de mudança
comportamental das pessoas (com 10,9%), destacando os aspectos de humildade e
gentileza. Além disso, propuseram mudanças culturais e sociais, ressaltando
eventos gratuitos semanais, frisando a conscientização contra o preconceito, contra
desigualdade social e a favor do combate à corrupção.
Entre os moradores, 11,2% apresentaram alguns motivos para promover
felicidade, como, primeiro, a melhoria na vida das pessoas com poucas condições –
o que incluiria fazer cursos profissionalizantes para a capacitação e a inserção direta
no mercado de trabalho) e, segundo, acesso a saneamento básico e a água potável.
No âmbito político, 12,7% dos respondentes propuseram provas teóricas aos
candidatos a cargos públicos com finalidade de impedir aqueles sem a capacidade
profissional e cultural indispensável.
Quanto à mobilidade, sugestões para a melhoria e o aumento do número das
ciclovias, implantação de transporte público para pontos turísticos, melhoria no
sistema ferroviário, aluguéis de bicicletas e autorização para transportá-las em
ônibus de transporte coletivo.
As pessoas propuseram ainda sugestões para segurança, devido ao medo de
saírem à rua e sofrer com assaltos, violência, roubos, drogas e agressões. Por isso
ocorreram sugestões para a criação de postos policiais em parques, aumento da
frota, permanência em escolas e melhorias de iluminação das vias.
38
O destaque dessa pesquisa em Curitiba está na relação da análise entre os
bairros, podendo assim identificar as potencialidades e as necessidades,
destacando cada domínio no seu respectivo bairro de abrangência32, criando assim
a identificação de cada bairro, possibilitando a criação de políticas em prol de uma
cidade mais humana (LERNER, 2003).
Entendemos que os objetivos almejados para este capítulo foram alcançados

através da apresentação das definições dos nove domínios do FIB, dos seus
respectivos domínios e principalmente do peso que cada um deles tem efetivamente,
tornando-se possível a complexa tarefa de desenvolvimento e análise do índice da
felicidade, com ênfase na cidade de Cascavel. A análise dos correlatos atribui
caráter de fundamentação, possibilidade comparativa e conhecimento da realidade
do FIB das cidades, que não a cidade do estudo de caso da atual pesquisa,
podendo assim sair de uma realidade restrita para ampliar o entendimento da
realidade além das fronteiras e das limitações geográficas.
No que diz respeito à fundamentação teórica, tendo como referências as
cidades selecionas − Curitiba e Thimbu −, é notável a contribuição de ambos os
estudos, principalmente no que remete a estudo de caso e informações sobre as
experiências na aplicabilidade do FIB, contribuindo também para fortificar o
referencial, na teoria e na prática da atual produção científica. É, contudo,
fundamental reconhecer as diferenças regionais, culturais e de crenças, isso para
não apenas replicar o FIB como um modelo único e universal, mas através dele ter
ciência da aplicabilidade local, levando em consideração a realidade e as crenças
locais, conhecendo a distinção entre as crenças butanesas (orientais) e as crenças e
os ideais brasileiros (ocidentais).
32
Ver do Apêndice J ao II – questionários aplicados.
39
3 APLICAÇÃO NO TEMA DELIMITADO: CONSTRUÇÃO DA METODOLOGIA
Considerando que o objetivo da presente pesquisa é uma proposta

metodológica, e a sua aplicação prática, o presente capítulo discorre sobre os
procedimentos metodológicos e o caso da sua aplicação.
3.1 A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS JÁ APLICADOS
Na atual pesquisa utilizou-se a escala psicométrica Likert33 (LLAURADÓ,

2015) para a realização das entrevistas. Essa escala, utilizada por Ferentz (2015),
contribui na análise e no cálculo das pontuações dos entrevistados de maneira
individual e coletiva. Likert possui uma variação de um a cinco na pontuação
individual, onde “um” corresponde ao menor valor possível e “cinco” ao maior valor
de felicidade. Usa-se também a metodologia de análise e comparação dos bairros,
propondo uma configuração do bairro em forma de figura como feito na cidade de
Curitiba34 (FERENTZ, 2015).
Para cálculo da amostragem de entrevistas necessárias foi utilizado o método
WHOQOL-BREF (GIL, 2008, p. 96)35, bem como a realização da estratificação
proporcional entre os bairros do município (GIL, 2008, p. 96), ambos métodos
utilizado por na cidade de Curitiba por Ferentz (2015, p. 31).
Contudo para a amostragem final do levantamento FIB de Cascavel/PR por
bairros foram transformadas em porcentagem facilitando assim a didática de
apresentação, tanto para os indicadores quanto para análise em área, assim como
utilizado na pesquisa desenvolvida e aplicada em Butão (THE CENTRE FOR
BHUTAN STUDIES, 2010a). Será utilizado de forma semelhantes, no aspecto de
questionário, análise, pesos e métricas, ao ranking produzido pelo ONU36
(HELLIWELL, 2018, p. 26) para organização das áreas e seus respectivos FIB, da
ordem do maior para o menor.
33
Conforme explicado no subcapítulo 2.3.
34
Ver Anexo J – Figura de FIB de Curitiba.
35
Ver Anexo E – Fórmula para o cálculo de amostragem para população infinita.
36
Ver Anexo B − Ranking de Felicidade 2019.
40
3.2 DO PORQUÊ DA ESCOLHA DO CASO: CASCAVEL/PR
A cidade de Cascavel localiza-se na região oeste do estado do Paraná,

possui uma população estimada em 324.476 habitantes (IBGE, 2010b), tendo o
quarto maior IDH do estado, com o índice de 0.782 (PNUD BRASIL, 2013),
considerado de “alto valor”, superior à média nacional, que é de 0.755 (PNUD
BRASIL, 2015). O município é a sede da região metropolitana de Cascavel
(PARANÁ, 2015), sendo ele o terceiro maior polo de desenvolvimento do estado, a
terceira melhor cidade do estado para fazer negócios e a vigésima terceira melhor
do país (URBAN, 2018), além de historicamente ser conhecida como "ilha de
prosperidade e de empreendedores" (DIAS et al., 2005, p. 103).
Com esse destaque econômico, ficou a dúvida: os índices de FIB dessa ilha
de prosperidade condizem com o seu destaque econômico? Essa é a razão da
escolha do caso.
A metodologia utilizada para responder a essa dúvida ou questionamento
segue como definido por Ferentz (2015, p. 17) e se refere à coleta de dados através
da especificação de bairros, podendo assim ser feita uma análise com mais
especificidade do município e as suas diversas realidades, superando assim uma
avaliação simples e genérica do município. A finalidade é de identificar, com a maior
proximidade possível, os locais onde estão ocorrendo os maiores índices de
felicidade, ou mesmo de infelicidade, que, no caso da atual pesquisa, se aplica a
apenas dois bairros, tratando-se de uma análise comparativa entre eles.
3.3 PROPOSTA METODOLÓGICA DE UTILIZAR O IPTU/ha
Até então não havia sido produzida uma pesquisa sobre a felicidade por
bairros na cidade de Cascavel. Uma das dificuldades para tal decorre da falta de
informações e de dados referentes à economia de cada região da cidade,
impossibilitando assim a pesquisa no critério de seleção dos bairros sob o aspecto
financeiro. Para isso foi então necessário criar um indicador a partir dos demais
dados disponíveis na prefeitura municipal, bem como foi necessário formular uma
metodologia de aplicação compatível com a nova opção. Assim, esse indicador
41
escolhido foi denominado IPTU/ha37, que vai descrito com mais detalhes no
subcapitulo a baixo.
A pesquisa para a cidade toda, considerando a sua extensão e a sua
população, não se tornava possível no presente trabalho monográfico, uma vez que
essa amplitude, pelos critérios metodológicos, é considerada infinita38 para cálculo
de forma estatística, considerando que a sua densidade demográfica é 136.23
hab./km² (IBGE, 2010a), ou seja, 2.59 vezes maior que a média estadual, que, por
sua vez, é 52.40 hab./km² (IBGE, 2010b) e ainda 5.72 vezes maior que a média
nacional, que é de 23.81 hab./km² (IBGE, 2010c)39. Além ainda da complexidade do
estudo e do tempo hábil para a realização das entrevistas, uma vez que o índice é
composto por nove áreas de análise40, cada uma com os seus desdobramentos,
resultando em 33 questões para cada entrevistado41.
Devido a isso, optou-se por realizar a pesquisa em duas áreas delimitadas,
sendo cada uma delas correspondente a um bairro, conforme proposto por Ferentz
(2015, p. 17). Como critério de seleção dos locais levou-se em consideração o
principal motivo para a criação do FIB: o contraponto ao PIB, pois no Butão se
pensou que seguir o PIB como métrica nacional traria dinheiro, mas não felicidade e
que a prioridade deveria estar em ser feliz (URA, 2008), causando, assim, uma
aparente dissociação entre os conceitos de felicidade e de renda monetária.
Na realidade das cidades brasileiras, poucas são as que possuem dados
levantados por bairro por pesquisas científicas e tampouco por meio de
pesquisadores profissionais e particulares. Com isso houve uma busca por dados
municipais, encontrando-se materiais que possuíam uma avaliação do perímetro
urbano. Para efeito de pesquisa acadêmica exigia-se, contudo, que fossem dados
obtidos por força de lei − somente assim tornando-se possível a sua utilização em
pesquisas científicas (ABNT, 2003).
37
IPTU − Imposto Predial e Territorial Urbano e ha – hectare.
38
Superior a 100.000 habitantes (GIL 2008, p. 95). Ver Anexo E – Fórmula para o cálculo de
amostragem para população infinita
39
Os valores comparativos entre as regiões foram calculados para a presente pesquisa, pois não
constam das fontes originais.
40
Domínios – bem-estar psicológico, saúde, educação, cultura, uso do tempo, governo, vitalidade da
comunidade, ecologia e padrão de vida.
41
Ver apêndice C – Questionário FIB Cascavel/PR.
42
Com esses parâmetros partiu-se em busca por dados municipais, tendo-se
encontrado dados que possuíam uma avaliação econômica das regiões dentro do
perímetro urbano, e que embasavam e ainda embasam a cobrança de IPTU,
sabendo-se que, no território brasileiro, é exigido que essa análise esteja prescrita
em lei (AFONSO; ARAUJO; NÓBREGA, RIOS, 2013). Trata-se de legislação que
define critérios e parâmetros considerando, entre outros fatores, o poder aquisitivo
dos habitantes na área. Então, com isso é preciso fazer-se o levantamento dos
dados e dos valores, nas áreas selecionadas de estudo, isso possibilitando
classificar cadastros individuais e calcular todo o valor obtido em cada área
selecionada, podendo considerar que essa área seja um loteamento, uma região ou
um bairro, por exemplo, sendo que, no caso desta pesquisa, o critério de delimitação
foi bairro – dois bairros específicos.
Os valores obtidos ainda não correspondem a uma análise coerente com a
realidade, uma vez que cada bairro possui uma área diferente dos demais, gerando
assim uma vantagem aos que possuam maior extensão.
Um bairro com maior área possui um valor superior de IPTU por bairro em
comparação a outro com a mesma classificação financeira, porém de menor área.
Por isso foi necessário proceder a uma equiparação de valores, ou seja, foi
necessário dividir o valor de imposto pelo tamanho da área de que foi extraído. A
escala usada para o cálculo desse tamanho da área foi hectare (ha), por ser uma
escala bem compatível com os territórios dos bairros nos municípios em geral.
Desse modo foi, nesta pesquisa, obtido o valor de IPTU/ha. Isto posto, agora
se faz uma comparação entre os bairros e se obtém, a partir desse procedimento, a
hierarquização econômica dos bairros. Essa hierarquização pode, assim, ser
utilizada em qualquer pesquisa em que o critério seja a análise econômica de bairros
ou de outras áreas urbanas. É valido salientar que essa metodologia pode ser
aplicada a todas as cidades brasileiras, desde que sejam cidades com impostos
prediais devidamente averiguados e legalmente embasados.
3.3.1 A construção do indicador IPTU/ha no caso de Cascavel/PR

43
No caso do município de Cascavel, os dados de avaliação econômica
constam de lei, incluindo os critérios para a cobrança do IPTU, área, qualidade de
edificação, entre outros itens (CASCAVEL, 2017a). Verificou-se, no entanto, que, em
anexo à lei, consta um mapa com a distribuição de áreas da cidade e seus
respectivos padrões. Com isso se gera a planta genérica de valores42.
Ocorre, entretanto, que essa avaliação não está restrita a bairros, sendo que
a restrição delas é dada apenas pela realidade econômica das áreas, criando assim
padrões econômicos relativos ao poder aquisitivo da população municipal. A planta
genérica de valores é a exposição do critério da avaliação econômica das áreas,
contudo é apenas um dos critérios de elaboração do IPTU de cada uma.
3.3.2 A aplicação do IPTU/ha no caso de Cascavel/PR
A partir da Lei Municipal nº 6806, de dezembro de 2017 (CASCAVEL, 2017a),

foi gerado um mapa da cidade definindo áreas com características semelhantes,
gerando um valor genérico de IPTU. Cada área aparece no mapa com uma cor
característica. Nessa mesma lei consta uma legenda43 ao mapa. Ela identifica uma
relação de cores com os respectivos valores por metro quadrado construído na
região.
Isso posto, foi então necessário levantar o cadastro imobiliário de todas as
unidades imobiliárias existentes no perímetro urbano de Cascavel, contendo a
localização do imóvel, seu respectivo bairro e seu IPTU cobrado, para em seguida
calcular os valores para cada bairro (CASCAVEL, 2017a). Com isso foi dividido o
valor do IPTU dos bairros pela sua respectiva área, obtendo assim o IPTU/ha.
É do conhecimento público que, na cidade de Cascavel, ocorreu, em 22 de
abril de 2019, a divisão do bairro Canadá, dando origem a um novo bairro, este
denominado "Vista Linda" (OBSERVATÓRIO SOCIAL DO BRASIL, 2019), passando
a cidade para um total de 32 bairros. Quanto a isso, no entanto, os cálculos, os
levantamentos e as distribuições dos dados necessários dos índices IPTU/ha e do
FIB para a presente pesquisa já haviam sido coletados e produzidos no final de
2018. Também, e principalmente, a presente pesquisa desconsiderou essa
42
Ver anexo C – Planta genérica de valores – 2018 (CASCAVEL, 2019).
43
Ver Anexo D – Gráfico de valores complementares ao Anexo C.
44
subdivisão de bairros ocorrida em abril de 2019 devido à inexistência de dados,
como número populacional do novo bairro, para a quantificação de questionários do
FIB e, ainda, pelo fato de os cadastros imobiliários não estarem atualizados. Devido
a isso a quantidade de bairros considerados na atual pesquisa é de 31, situação real
e legal no final de 2018, quando a pesquisa foi aplicada.
3.4 A AMOSTRAGEM E A SUA ESTRATIFICAÇÃO
Tendo em vista que a cidade de Cascavel foi escolhida para a aplicação do

estudo, foram então considerados os dados do IBGE (2010b), segundo os quais a
população foi estabelecida em 286.20544 habitantes. Desse modo, para a obtenção
de amostragem da pesquisa, foi utilizada a fórmula do cálculo para populações
infinitas de Gil45 (2008, p. 96), superior a 100.000 pessoas.
Levando em consideração que a cidade possuía uma população grande46
demais para a aplicação da pesquisa aos habitantes, recorreu-se a uma amostra.
Foi então necessário adotar o recurso de porcentagens de erro e de confiança
adequadas para definir uma quantidade ideal de amostra que permitisse um
resultado aproximado à realidade total. Essas definições devem ser meticulosas,
pois, quando a margem de erro é grande, ou seja, superior a 7 ou 10%, o resultado
se torna duvidoso e, quando a margem é pequena, por volta de 1 ou 2%, o trabalho
de aplicação se torna inviável pela grande quantidade de indivíduos a pesquisar.
Por isso foram considerados ideais e adotados os critérios de 5% de margem
de erro e de 95% de porcentagem de confiança para obter um resultado
proporcional na estratificação entre os bairros47 (GIL, 2008, p. 96). Para isso foi
necessário o levantamento da quantidade de habitantes por bairro: com esses dados
44
O último senso levantado é datado de 2010. Existe a expectativa de população estimada em
324.476 (IBGE, 2018). Sendo, contudo, uma estimativa, não uma averiguação, recomenda-se a
utilização, quando possível, do último censo oficial (SZWARCWALD, 2008).
45
Ver Anexo E − Fórmula para o cálculo de amostragem para população infinita.
46
Considerando a densidade demográfica da cidade de Cascavel, que é de 136.23 hab./km² (IBGE,
2010a), ou seja, 2.59 vezes maior que a média estadual, que, por sua vez, é 52.40 hab./km² (IBGE,
2010b) e, ainda, 5.72 vezes maior que a média nacional, de 23.81 hab./km² (IBGE, 2010c).
47
45
foi feita a estratificação por bairro48, resultando em um total de amostra de 400
questionários para toda a cidade49.
Ao produzir o cálculo de número de entrevistas necessárias para a cidade,
foram coletados dados municipais de todos os cadastros imobiliários50, em um total
de 65.535 cadastros51 urbanos municipais, juntamente com o IPTU de cada um. Na
cidade de Cascavel, cada cadastro está vinculado a um loteamento, e não ao bairro:
dessa forma obteve-se o valor de IPTU por loteamento52. Isso feito, foi possível a
classificação dos valores por bairro, considerando que, de acordo com a lei de uso e
ocupação de solo – Lei Municipal nº 6696, de fevereiro de 2017 (CASCAVEL,
2017b) −, é possível a criação de loteamentos com áreas que façam parte de dois
ou mais bairros ao mesmo tempo. A partir de tal critério legal, inseriram-se os
loteamentos, ou partes deles, em seus respectivos bairros53. Devido ao fato de os
valores estarem apresentados por loteamento, foi necessário calcular a soma do
IPTU por loteamento, sobretudo daqueles que se localizam em um único bairro54. Já
nos casos em que os loteamentos estão situados em dois ou mais bairros, foi
necessária a separação cadastral, considerando o bairro correspondente.
Na finalização dessa etapa da pesquisa foi preciso obter informações sobre a
área de cada bairro em hectares, para, com isso, dividir o valor de IPTU total de
cada bairro pela área em hectares correspondente. Ao final do processo foi possível
a somatória de área e de valor de todos os bairros, gerando, assim, o indicador
48
Ver Apêndice B – Habitantes, estratificação e número de questionário Cascavel/PR.
49
Ver Apêndice C – Questionário FIB Cascavel/PR.
50
São dados de uma unidade construtiva, podendo ser, entre outras, moradia, loja, residência,
escritório, etc. Cada unidade pode estar inserida em uma única edificação com diversas unidades,
como um prédio, por exemplo, ou em uma única construção no lote urbano correspondente. No
cadastro imobiliário municipal consta a área da unidade, área do terreno, localidade para base do
cálculo de valores, utilizando assim como base a planta genérica da cidade. Esses dados podem
ser obtidos a partir da metragem produzida in loco pela prefeitura municipal, projeto arquitetônico
devidamente aprovado, e a matrícula do imóvel disponibilizada pelo cartório de registro de imóveis
responsável, entre outras informações complementares. Com base em todas essas informações é
então possível gerar o IPTU para cada unidade construtiva (TAUIL, 2012).
51
Dados técnicos internos e não publicados, disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Cascavel
para a presente pesquisa.
52
Ver Apêndice G – Somatória IPTU por loteamento em Cascavel/PR.
53
Ver Apêndice G – Classificação de loteamentos por bairro.
54
Ver Apêndice E– IPTU/ha por loteamento em Cascavel/PR.
46
econômico IPTU/ha para toda a região urbana, bem como o valor desse indicador
em cada bairro, especificamente55.
Avaliando os valores obtidos pela aplicação do novo indicador econômico foi
possível definir os bairros menos e mais expressivos no âmbito econômico, em
relação a todos os demais, sendo eles o bairro Morumbi (M) e o bairro Centro,
respectivamente. Ocorre, contudo, que o bairro Centro possui apresenta duas
características que inviabilizam a aplicação da pesquisa: primeiramente, o seu
número de habitantes, mas, especialmente, a sua diferenciação dos demais bairros
urbanos, seja na maior densidade demográfica, seja no uso e ocupação do solo, no
sistema viário, etc. Como o objetivo a pesquisa é o levantamento do FIB de
Cascavel e considerando que o bairro Centro não representa a realidade financeira,
social e política da cidade, optou-se, para evitar distorções na comparação, por não
selecioná-lo. Logo, para a presente pesquisa optou-se por escolher o bairro com o
segundo maior IPTU/ha: ou seja, foram analisados o bairro Morumbi (M) e o bairro
Neva (N)56.
3.5 A CONSTRUÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Existem diferentes questionários que foram sendo adaptados pelas pesquisas

científicas, como é o caso do de Bianco (2016). Também é o caso do questionário
aplicado em Curitiba (FERENTZ, 2015) e existe o da ONU (HELLIWELL, 2018;
HELLIWELL, 2019), que é, em sua essência, a averiguação do FIB em uma
determinada região. Para a atual pesquisa preferimos, contudo, estabelecer os
critérios usados pelo Butão (URA, 2012b).
3.5.1 A utilização de domínios, indicadores, pesos e significados
55
56
Ver Apêndice E – IPTU/ha por loteamento em Cascavel/PR.
47
Com o objeto definido, através dele foi estabelecido também o questionário a
ser utilizado. Optou-se pela utilização das definições oficiais do FIB, visto que, desse
modo, o levantamento e a análise mantêm a fidelidade com os dados criados pelo
CBS, já que procederam em parceria com a ONU, como descrito por Ura (2012b).
Partindo desse pressuposto, os indicadores são os 33 definidos por Ura
(2012b, p. 13-40)57, cada um com o seu respectivo peso de avaliação, pesos que
variam entre 50%, 40%, 33%, 30%, 20%, 17% e 10%. Cada indicador pertence a um
domínio, e a soma dos percentuais dos indicadores perfaz 100% em cada domínio,
sendo, no total, nove os domínios, a saber: Bem-estar psicológico, saúde, educação,
cultura local, uso do tempo, governança, vitalidade comunitária, ecologia e padrão
de vida.
Na continuidade da pesquisa, foram mantidos os valores de cada indicador e
os domínios, para que assim seja possível uma análise individual de cada critério na
comparação de cada um dos bairros58, e, com isso, poder pontuar os indicadores e
os domínios de maior felicidade de cada bairro (FERENTZ, 2015, p. 58), e suas
respectivas regiões.
No que se refere aos significados, optou-se, da mesma forma, por seguir as
definições de CBS (URA 2012b, p. 13-40), traduzidas pelo autor59. Pra a construção
do formulário foi transformado o significado dos indicadores de forma individual em
forma de pergunta60, com o critério de ser mais bem compreendido e, dessa forma,
corretamente respondido (FERENTZ, 2015, p. 36).
A aplicação das entrevistas considerou a fórmula para o cálculo da
amostragem para população infinita61, para a população urbana de Cascavel, e a
estratificação do número de amostras obtido, pelos bairros escolhidos. Cada um dos
dois bairros (M e N) foi dividido em quatro partes (norte, sul, leste e oeste),
definindo-se amostras equilibradas em cada quarto do bairro, a fim de visualização
individualizada das áreas62. A escolha dos endereços das amostras, para cada
57
Ver Apêndice A – Significados dos domínios e dos indicadores do FIB.
58
Neva e Morumbi.
59
60
Apêndice C – Questionário FIB Cascavel/PR.
61
62
Ver Apêndices H – Localidades sorteadas para aplicação do questionário FIB no bairro Morumbi e,
também, Apêndice I – Localidades sorteadas para aplicação do questionário FIB no bairro Neva.
48
quarto do respectivo bairro, ocorreu por sorteio. A localização das amostras
encontra-se no Apêndice G – Classificação de loteamento por bairro e no Apêndice
E– IPTU/ha por loteamento em Cascavel/PR.
3.5.2 A construção, a aplicação e o tabulação do questionário
A aplicação dos questionários nas entrevistas seguiu critérios estabelecidos

pelo estudo da estatística (LARSON; FARBER, 2010). Por se tratar de uma pesquisa
territorial, devem-se selecionar lugares que fiquem na localidade, não podendo ser
lojas, shopping centers, terminais de ônibus urbanos, praças ou quaisquer espaços
de uso comum. Assim, locais com maior segurança para a aplicação são
residências, podendo ser uni- ou multifamiliares, sendo que o entrevistado deve
morar na edificação (LARSON; FARBER, 2010) ou, pelo menos, no bairro
selecionado pela pesquisa, com a devida informação constada no trabalho63.
Outro critério foi a impessoalidade do entrevistando em relação ao
entrevistado, isso é: não foi permitida a escolha de indivíduos, pois, havendo essa
escolha por parte do pesquisador, ocorreria uma seleção, e a pesquisa ficaria restrita
aos conhecidos, causando assim um afastamento da realidade dos moradores dos
bairros. Para isso foi definido o sorteio prévio das residências de forma aleatória64.
Com isso, para o atual levantamento, foi utilizado um mapa dos bairros escolhidos
pelos dados IPTU/ha, considerando que esses bairros ainda tiveram uma subdivisão
de áreas: norte, sul, leste e oeste, para facilitar a visualização das distribuições das
áreas selecionadas (LARSON; FARBER, 2010).
Aplicaram-se os questionários na primeira quinzena de dezembro de 2018.
Na aplicação do FIB foram retomados os pesos dos 33 indicadores que variam entre
50%, 40%, 33%, 30%, 20%, 17% e 10%. Como já anteriormente informado, cada
indicador corresponde a um domínio e a soma de todos os indicadores de um
determinado domínio possui a soma total de 100% (URA, 2012b, p. 13-40)65, sendo
que, em cada domínio, cada indicador possui um percentual pré-definido. Para
63
Na aplicação em Cascavel, todas as residências sorteadas eram habitadas por seus respectivos
moradores, e não visitantes ou moradores de outra residência.
64
Ver Apêndice H – Localidades sorteadas para aplicação do questionário FIB, bairro Morumbi e
Apêndice I – Localidades sorteadas para aplicação do questionário FIB, bairro Morumbi.
65
49
exemplificar, no domínio da "saúde" há quatro indicadores que valem,
respectivamente, 30%, 30%, 30% e o último valendo 10%, totalizando 100%.
Com isso, para o cálculo do FIB por bairro, foram definidas pontuações de um
a cinco, com aplicação do método Likert (LLAURADÓ, 2015). Posteriormente foram
transformados esses valores em porcentagens para adaptação à tabela FIB. Essas
percentagens, dentro do mesmo domínio, são somadas. Após o levantamento de
cada um dos nove domínios, calculou-se a respectiva média, gerando a média do
FIB do bairro. Com os domínios e os indicadores de cada bairro foi possível a
análise individual das áreas internas do bairro66 e também a comparação entre os
bairros selecionados67.
3.6 ANÁLISE DE DADOS: COMO EM CURITIBA/PR
Algumas das metodologias de análise fazem uso de modelos de correlatos,

bem como a utilização da escala psicométrica Likert (LLAURADÓ, 2015). A palavra
"psicométrico" origina-se da combinação das palavras “psique” (mente) e “metro”
(medida) (LLAURADÓ, 2015). Sendo assim, trata-se de uma ferramenta que analisa
e mede as características psicológicas de uma pessoa. Essa ferramenta foi criada
pelo educador e psicólogo Rensis Likert na conclusão de seu título de pós-doutorado
pela Universidade de Columbia (FRANKENTHAL, 2017). Essa escala apresenta
variações de três, cinco e sete pontos. Provou-se que a escala de cinco pontos é
mais eficaz e menos complexa para o entrevistado fazer a correspondência com a
sua real condição (BERNUDES et al. 2016).
Para a presente pesquisa, a escala psicométrica que foi utilizada está
embasada no caso de Curitiba, objetivando facilitar ao entrevistado a compreensão
da pergunta, bem como ao pesquisador, para bem analisar a resposta da questão
apresentada. Curitiba considera a resposta variante entre um a cinco, na qual os
valores dos números assim correspondem: um é “nada feliz”, dois é “pouco feliz”,
três é “moderadamente feliz”, quatro é “feliz” e cinco é “muito feliz”.
66
Norte, sul, leste e oeste.
67
Ver Apêndice E − Estrutura FIB bairros Neva e Morumbi em Cascavel/PR.
50
Adequando a escala para a presente pesquisa, considerou-se: 1) um: “nunca
feliz”; 2) dois: “raramente feliz”; 3) três: “às vezes feliz”; 4) quatro: “bastante feliz”; 5)
cinco: “sempre feliz”. Dessa forma foi possível a geração de uma escala crescente
de FIB entre os números de um a cinco (FERENTZ, 2015).
Esta pesquisa tem, contudo, a intenção de continuidade do levantamento do
FIB em todos os bairros da cidade de Cascavel, bem como ser um modelo de
execução do FIB nas cidades brasileiras. Em razão disso não se objetiva restringir
as futuras pesquisas à mesma escala, uma vez que ela pode ser variada de acordo
com a necessidade (DALMORO, 2014).
Também, para a atual pesquisa, optou-se por transformar os valores obtidos
nas entrevistas em porcentagem, variante entre um a cem, bem como utilizado no
caso de Thimbu. Trata-se de flexibilizar as futuras pesquisas e de padronizar o
método de análise, desvinculando-se essa flexibilização e essa padronização da
escala escolhida.
No atual capítulo foi justificada a escolha da cidade de Cascavel/PR para o

estudo de caso, bem como foi feita a exposição dos métodos aplicados como
referência que foram ou serão utilizados para alcançar os objetivos da pesquisa. A
escolha de Cascavel mostra-se adequada uma vez que não possui FIB por bairro,
sabendo-se que esse índice se prova ser de boa metodologia para conhecer a
realidade, em especial conhecer problemas locais, e assim tornando possível atribuir
soluções mais assertivas para cada local (FERENTZ, 2015, p. 17).
Para a aplicação do indicador criado nesta pesquisa − o IPTU/ha −, devem
ser relatados todos os procedimentos, visando aplicá-lo em outras cidades a partir
do exemplo da aplicação em Cascavel. Tais condições ocorrerem mediante
levantamento de dados, apresentando leis para fundamentação, além da explicação
de cálculo de amostragem populacional e da sua estratificação.
Na construção do questionário FIB optou-se pela aplicação do questionário
FIB oficial produzido pelo CBS em parceria com a ONU, com isso facilitando a
comparação com qualquer outra região do mundo, uma vez que não tenha sofrido
qualquer alteração de significado ou de indução ao entrevistado. Além dos
51
significados, é importante salientar que, sob a mesma ótica, foi mantido o peso de
todos os atributos, tanto indicadores e domínios, assim como a fórmula de cálculo do
FIB.
Tais definições oportunizaram que no próximo capítulo sejam apresentadas
as análises do FIB levantado em Cascavel nos bairros N e M, a comparação entre
ambos, assim como as análises individuais em cada um deles com relação aos nove
domínios.
52
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS: O FIB EM BAIRROS DE CASCAVEL/PR
O capítulo quatro apresenta a análise da aplicação do FIB em dois bairros da

cidade de Cascavel. A análise foi feita com o intuito de averiguar a felicidade dos
bairros N e M, na sua totalidade e em todos os nove domínios do FIB.
4.1 A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA E SEUS RESULTADOS
As entrevistas foram elaboradas tendo como estrutura “com qual frequência

você se considera feliz no que diz respeito a (determinado assunto)?”68 Com isso, as
respostas e as porcentagens têm um caráter temporal, correspondendo, de forma
geral, à metragem entre 1 a 5 na escala Likert (LLAURADÓ, 2015), referindo-se a:
1%: nunca feliz; 25%: raramente feliz; 50%: às vezes feliz; 75%: bastante feliz; e
100%: sempre feliz. Para a análise dos resultados optou-se, contudo, pela
transformação dos dados para porcentagem, assim como feito no FIB do
Thimbi/Butão (URA, 2010b). Com a finalidade de manter a proporção proposta, as
análises configuram-se, de forma geral, como: 0% a 12,5%: nunca feliz; 12,6% a
37,5%: raramente feliz; 37,6% a 62,5%: às vezes feliz; 62,6% a 87,5%: bastante
feliz; e 87,6 a 100%: sempre feliz.
As exceções a essa classificação são as questões de número 4, 5, 6, 7, 12 e
2369, uma vez que as suas perguntas se referem a “com qual frequência você esteve
doente, desarmônico com o ambiente em que vive ou insatisfeito com a quantidade
de bens”. Para isso os significados respondentes são: 0% a 12,5%: sempre
insatisfeito; 12,6% a 37,5%: bastante insatisfeito; 37,6% a 62,5%: às vezes
insatisfeito; 62,6% a 87,5%: raramente insatisfeito; e 87,6 a 100%: nunca insatisfeito.
4.2 ANALISANDO DADOS DE CASCAVEL/PR
68
Ver Apêndice C – Questionário FIB Cascavel/PR.
69
Ver os Apêndices J a II – Questionários aplicados.
53
Considerando a metodologia apresentada, analisou-se o FIB de ambos os

bairros (M e N), conforme demonstrado nas entrevistas70. Os dados levantados
foram considerados em porcentagem de um a cem de todos os domínios, quais
sejam: bem-estar psicológico, saúde, educação, padrão de vida, vitalidade
comunitária, cultura, uso equilibrado do tempo, governo e meio ambiente, em cada
um dos bairros e em seus respectivos quadrantes: norte, sul, leste e oeste. A análise
contemplou, também, o FIB de cada um dos quadrantes e o FIB geral de cada um
dos bairros. Por fim, na somatória percentual foi gerada a média entre ambos os
bairros, tanto para cada domínio quanto para o FIB final de ambos. Essas análises
estão representadas no Quadro A.
Quadro A – Estrutura do FIB dos bairros Neva e Morumbi em Cascavel/PR.
FIB total
Morumbi Neva entre
bairros
Domínios Norte Leste Sul Oeste Total do Norte Leste Sul Oeste Total do
% % % % bairro por % % % % bairro por
domínios domínios
Bem-estar 77,4 54,1 58,3 100 72,4% 72,5 81,6 76,8 82,4 78,3% 75,3%
psicológico
Saúde 77,5 15,2 66,2 65,0 55,9% 56,5 66,0 35,6 69,3 56,8% 56,3%
Educação 43,7 37,5 36,2 58,7 44,0% 68,0 51,0 53,1 66,2 59,5% 51,7%
Cultura 21,2 62,5 27,5 57,8 42,2% 63,5 70,5 56,8 35,0 56,4% 49,3%
Uso do 81,2 81,3 56,2 68,7 71,8% 77,5 67,5 71,8 71,8 72,1% 71,9%
tempo
Governo 35,0 10,0 33,7 20,0 24,6% 54,0 44,5 42,5 46,8 66,9% 45,7%
Vitalidade 70,0 46,2 27,5 73,7 54,3% 64,0 83,0 68,7 69,3 71,2% 62,7%
da comun.
Ecologia 60,0 55,0 55,0 55,0 56,2% 62,5 68,5 49,3 81,5 65,4% 60,8%
Padrão de 78,4 73,9 95,4 66,0 48,4% 52,8 59,4 72,5 81,5 66,5% 57,4%
vida
71 72 73
Total por 60,4 48,4 50,6 62,7 52,3% 52,8 65,5 58,2 65,3 63,4% 57,8%
região
Fonte: Produzido pelo autor, com dados da coleta do FIB.
70
Ver do Apêndice J – Questionário FIB bairro Morumbi 01 ao Apêndice II − Questionário FIB bairro
Neva 18.
71
FIB total bairro Morumbi.
72
FIB total bairro Neva.
73
Média FIB entre os bairros Neva e Morumbi.
54
No que diz respeito ao FIB levantado, analisando o bairro N em comparação
ao M74, este último apresenta menores porcentagens em todos os nove domínios: i)
bem-estar psicológico com 78,3% (N) e 72,4% (M), ambos caracterizados como
“bastante feliz”; ii) saúde com 56,8% (N) e 55,9% (M), como “às vezes feliz”; iii)
educação com 59,5% (N) e 44,0% (M), como “às vezes feliz”; iv) cultura com 56,4
(N) e 42,2% (M), ambos como “às vezes feliz”; v) uso do tempo com 72,1% (N) e
71,8% (M), como “bastante feliz”; vi) governo com 66,9% (N) e 24,6% (M), o primeiro
caracteriza-se como “bantate feliz”, já o segundo como “raramente feliz”; vi)
vitalidade da comunidade com 72,2% (N) e 54,3% (M), em que o bairro N se
classifica como “bastante feliz”, enquanto o bairro M, como “às vezes feliz”; viii)
ecologia com 65,4% (N) e 56,2% (M), os dois como “às vezes feliz”; ix) padrão de
vida com 66,5% e 48,4%, o bairro N identificando-se como “bastante feliz", enquanto
o bairro M se considera-se “às vezes feliz”.
Dentre as regiões internas do bairro M, o quadrante norte apresenta 60,4%
“às vezes feliz”; na área leste essa resposta corresponde a 48,4%; no sul
corresponde a 50,6% e, por fim, no quadrante oeste a alternativa “bastante feliz”
aparece com 62,7%.
Nos quadrantes do bairro N, o norte aparece com 52,8% de “às vezes feliz”, a
área leste apresenta 65,5% de “bastante feliz”, o sul com 56,2% de “às vezes feliz” e
o quadrante oeste aparece com 65,3% de “às vezes feliz”.
Referente ao FIB total por bairro, o bairro N se destacou com maior valor,
tendo apresentado 63,4% de “bastante feliz”, enquanto o bairro M apresenta apenas
52,3% de apenas de “às vezes feliz”. Numa média entre ambos os bairros, o FIB é
de 57,8%, classificando-se, assim, essa média como “às vezes feliz”.
Referente ao FIB total por bairro, o bairro N se destacou com maior valor,
tendo apresentado 63,4% de “bastante feliz”, enquanto o bairro M apresenta apenas
74
Ver Apêndice – Estrutura FIB bairros Neva e Morumbi Cascavel/PR.
55
52,3% de apenas de “às vezes feliz”. Numa média entre ambos os bairros, o FIB é
de 57,8%, classificando-se, assim, essa média como “às vezes feliz”.
56
5 CONSIDERAÇÕES
No que diz respeito à felicidade, a pesquisa abordou três áreas de

conhecimento: i) o conhecimento filosófico, com conceitos e definições do período
pré-socrático em diante na história, ii) o conhecimento de senso comum, como foi o
caso da frase “dinheiro não traz felicidade” e iii) o conhecimento científico,
abrangendo pesquisas da psicologia e da psiquiatria, além dos princípios próprios de
fundamentação do índice FIB.
5.1 RESGATE DOS ELEMENTOS DA PESQUISA
Na introdução da pesquisa apresentou-se tema, problema e hipótese iniciais

da pesquisa. Justificou-se a importância de se promover uma produção e avaliação
de felicidade de grupos populacionais em prol de medidas para soluções mais
assertivas para cada vivência e realidade coletiva. Considerou-se, inclusive, uma
nova e ampla área de atuação para urbanistas, possibilitando pesquisas futuras
tanto mediante a aplicação do FIB quanto do IPTU/ha, pois se acredita serem
contribuições válidas para diversas áreas de pesquisa.
No primeiro capítulo foram apresentados os diversos conceitos de felicidade.
Informou-se que esses conceitos tiveram origem histórica na distante antiguidade
pelo conhecimento popular, podendo-se, por exemplo, retornar à antiga civilização
grega e certamente a civilizações anteriores. Esse conhecimento popular afirmava
que todos desejam a felicidade, mas não se consegue alcançá-la efetivamente pelo
fato de a felicidade ser atribuída a algo que não é autossuficiente, ou seja, o
indivíduo necessita constantemente buscar alcançá-la, pois a felicidade é sempre
passageira e restrita a alguns momentos.
O conceito de felicidade com base nas escritas filosóficas poderia ser tomado
a partir da Grécia antiga, dos filósofos pré-socráticos a Platão e Aristóteles. Esses
escritos tratam do assunto "felicidade" com o intuído de entender o seu real
significado para assim ser possível alcançá-la. Esses pensadores então formularam
definições desde os pré-socráticos, que atribuíam a felicidade a algo externo e, de
uma forma geral, a algo ligado mitologia local. Depois, em razão da mudança na
forma de pensar atribuída ao filosofo Sócrates, a temática passou a ser estudada e
compreendida em si, e mais objetivamente alcançável, tendo a possibilidade, no
57
período clássico e medieval, de ser definida como duradoura. Posteriormente, já em
tempos ditos modernos, entrando no período industrial europeu, o significado de
felicidade passou a ser perene novamente − um reflexo claro da realidade da época.
Para concluir a apresentação das definições foram expostas as teorias da
ciência, representada pela sua área de competência, a psicologia e a psiquiatria.
Essas ciências, apesar de usufruírem dos conceitos filosóficos, elas, porém,
atribuem à felicidade uma métrica científica e a individualização do ser. Os teóricos
apresentados divergem em como é alcançada a felicidade, porém o essencial de
suas respectivas produções é a vontade inerente aos indivíduos de serem felizes, o
que leva a reforçar a importância conceitual apresentada através dos marcos
teóricos para i índice FIB.
Foi apresentada também a relação entre FIB e PIB. Em seguida for informada
a ausência de informações do PIB por bairro e a dificuldade que a falta desse
conteúdo causou ao atual trabalho. Assim, foi necessário formular e adotar uma
outra solução para resolver o impasse descoberto no caminho ê-lo, apresenta-se
para finalizar o capítulo a importância para o planejamento urbano de possuir um
indicador com essa finalidade.
No segundo capítulo foram apresentadas a métrica na construção do FIB e
também as cidades como correlatos, sendo uma delas o caso de Curitiba, a qual
possui o objetivo de entendimento e comparação entre os bairros do município,
assim como a cidade de Thimbu, capital do Butão. Em ambos os casos foi essencial
o levantamento de dados mediante a aplicação de entrevistas. No caso apresentado
de Curitiba, a pesquisa tem seu foco e preocupação maior em produzir uma análise
comparativa entre os bairros do município.
Como informação principal, a exposição das características mais a métrica de
abordagem e a aplicação possui em ambos as cidades apresentadas. No caso de
Thimbu, a produção foi levantada e produzida pelo órgão responsável − o CBS.
Essa entidade usou e usa uma forma completamente visual, com gráficos e tabelas
dos indicadores separadamente.
Em ambos os trabalhos foram desenvolvidas perguntas para a obtenção de
dados, visto que é a melhor forma de conhecer os anseios dos indivíduos, embora,
evidentemente, essa obtenção de dados não seja possível em escala global.
O embasamento referencial obtido de ambas as cidades, Curitiba e Thimbu, é
eficaz no aspecto do conhecimento para ampliar o olhar para além das fronteiras do
58
município que será estudado, tendo um respaldo de conhecimento geral da
realidade do índice de FIB a exemplo ocidental e oriental, internacional, nacional e
regional, levando em consideração a realidade cultural e crenças locais.
Além disso, foi esclarecido o que é o FIB, assim como a sua origem,
conceituação, métrica para levantamentos e aplicações, bem como os domínios
responsáveis, os seus indicadores e os seus respectivos pesos para a equiparação
do índice. Tudo isso foi esclarecido para melhor entendimento da coleta de dados a
partir de referências e com o intuído de conhecimento da aplicabilidade do FIB
mediante o estudo de grandes exemplos de produção dada a sua grande
importância histórica e de produção conceitual.
No terceiro capitulo foi definido o indicador IPTU/ha, bem como a sua
metodologia para aplicação, informando-se sobre a sua construção, sobre como
deve ser utilizado, assim como a referência do caso já aplicado. Além disso,
justificou-se o estudo de caso escolhido, a sua aplicação e a sua amostragem de
estratificação, a utilização dos domínios, dos indicadores, dos pesos e dos
significados do FIB, a tabulação do questionário e a distribuição nos bairros.
Com a metodologia objetivou-se explicar os métodos usados já aplicados em
outras pesquisas. Pela inexistência de indicador, bem como de sua aplicação, a sua
complexidade e, por fim, a construção do questionário FIB que foi aplicado na cidade
escolhida como estudo de caso.
Finalmente, no capítulo quatro foram analisados, pela metodologia proposta,
os resultados da pesquisa.
5.2 RESPOSTAS AOS PROBLEMAS DA PESQUISA
No que se refere ao objetivo geral, com relação ao bairro mais feliz, o Quadro
A – Estrutura do FIB dos bairros Neva e Morumbi em Cascavel/PR, disposto no
subcapítulo 4.2, e que analisa os dados de Cascavel/PR, evidencia o nível de
felicidade de cada bairro pesquisado, evidenciando que o bairro Neva obteve a sua
porcentagem com 63,4% de FIB enquanto que o bairro Morumbi obteve apenas
52,3%.
Observa-se que, no caso pesquisado, existe relação entre renda e felicidade,
conforme o apresentado como crença popular. Os resultados demonstram que o
bairro Neva é o mais expressivo economicamente e possui maior índice FIB,
59
enquanto o bairro Morumbi, menos expressivo economicamente, possui menor
índice FIB. Com esses dados, a hipótese inicial da pesquisa está refutada, ficando
refutada também a frase de uso cotidiano: “Dinheiro não traz felicidade”. Os
resultados da pesquisa comprovam o que, no aspecto global, acontece: no atual
ranking da felicidade, os dez primeiros países são todos considerados países
desenvolvidos75, inclusive no PIB.
Respondendo ao problema da pesquisa, e refutando a hipótese inicial,
considera-se que o objetivo geral – o de verificar o FIB do bairro com maior valor
econômico em relação ao bairro de menor valor econômico de Cascavel/PR − foi
alcançado.
No que se refere ao marco teórico, é importante lembrar que Aristóteles trata
principalmente de duas afirmações: felicidade é autossuficiente, ou seja, não
depende de nada, incluindo bens ou finanças, e é a finalidade das ações, ou seja,
todos desejam ser felizes.
É relevante ressaltar que, numa interpretação rasa, tanto o presente trabalho,
quanto o FIB global opor-se-iam à primeira afirmação de Aristóteles no que tange à
autossuficiência da felicidade, ou seja, de não depender de nenhuma outra coisa
nem de bens materiais. Diferentemente, considerando que a felicidade de ambos os
estudos está vinculada à renda populacional, deve ser lembrado que o significado e
o conceito do termo "felicidade" tem significados extremamente opostos, pois o
filosofo afirma que ela não depende de coisa alguma. Assim, averiguando o
resultado das pesquisas, supostamente o filosofo estaria errado, contudo isso não
deve ser analisado dessa forma. Em vez de verificar simplesmente o resultado, as
pesquisas devem ser analisadas desde a sua origem, ou seja: o conceito e os
critérios a serem questionados aos entrevistados.
O significado do índice de felicidade vincula-se a diversas áreas da vida das
pessoas. Com isso se percebe que o conceito do termo no FIB não é o mesmo
utilizado pelo filosofo, pois no FIB já parte do pressuposto que ela não seja
autossuficiente, uma vez que se vincula a fatores como saúde, educação, renda e os
demais que foram utilizados. Aristóteles disse, na sua afirmação da autossuficiência,
que um indivíduo não saudável, por exemplo, pode ser ou não feliz, ou seja, uma
75
Sendo eles Finlândia (1º), Noruega (2º), Dinamarca (3º), Islândia (4º), Suíça (5º), Holanda (6º),
Canadá (7º), Nova Zelândia (8º), Suécia (9º) e Austrália (10º) (HELLIWELL, 2019, p. 26).
60
pessoa extremamente pobre também pode ser feliz, uma vez que a felicidade de
alguém não se faz refém de coisa alguma. Então, nesse caso, o termo "felicidade" é
o mesmo, porém o conceito é oposto. Por esse motivo, em conclusão e pelos
resultados da presente pesquisa, considera-se que o resultado do FIB não se opõe
ao conceito do antigo filósofo grego de Estagira, e sim ao seu significado de
felicidade.
Por mais importante e essencial que seja a definição de Aristóteles para a
humanidade, ela não possui potencialidade para mensuração populacional, uma vez
que, como afirmado por ele, é comum as pessoas não saberem afirmar a própria
felicidade e atribuírem ao termo critérios errôneos. Por esse e como único motivo, a
atual pesquisa não utilizou o conceito do filosofo para a averiguação do índice FIB.
5.3 LIMITES DA PESQUISA
No decorrer deste trabalho foi notada a escassez de indicadores que

possibilitassem a utilização ou a produção de dados de renda por bairro. Essa
escassez foi então superada com a nossa formulação do índice IPTU/ha, o qual
possibilitou a continuação da pesquisa e, mais, possibilita a utilização por quaisquer
análises futuras que venham a necessitar desse conteúdo.
5.4 PROPOSIÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Com base nos limites da pesquisa, ficam propostos temas para a

continuidade do assunto abordado, sendo ele o índice FIB, bem como a análise de
renda por bairro ou por áreas municipais. Também se propõem estudos nos demais
bairros da cidade de Cascavel, para assim constituir o FIB da cidade inteira. Propõe-
se igualmente a utilização do IPTU/ha para toda aquela pesquisa que dependa de
indicadores econômicos, levando em consideração que esse índice pode ser
aplicado em qualquer cidade brasileira, e em quaisquer outras no mundo, desde que
se enquadre nos critérios necessários.
O objetivo da pesquisa foi o de medir o FIB de dois bairros da cidade de
Cascavel: objetivo esse atingido. A pesquisa, no entanto, oportunizou ir além, seja
pela proposição do indicador inédito do IPTU/ha, seja pela oportunidade, também
inédita, de medir a realidade da felicidade da população dos bairros.
61
Conclui-se que, quanto mais informações coletadas sobre os desejos e as
angústias dos habitantes, mais assertivas serão as proposições teóricas e a
aplicação de políticas públicas para o desenvolvimento urbano e regional. Esse tipo
de pesquisa efetivamente pode facilitar os estudos para a proposição e a aplicação
de programas de projetos de desenvolvimento urbano e regional.
62
REFERÊNCIAS
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<https://www.abntcatalogo.com.br/norma. aspx?ID=2135#>. Acesso em: 29 mar.
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68
APÊNDICES
69
APÊNDICE A – SIGNIFICADOS DOS DOMÍNIOS E DOS INDICADORES DO FIB
DOMÍNIOS ÍNDICADORES DOMÍNIOS ÍNDICADORES
Bem-estar i) satisfação com a vida, é a auto iv) desempenho do governo visão
psicológico avaliação referente a qualidade de Governo geral do desempenho do governo
vida tendo como base o combate a
ii) espiritualidade, toma como base corrupção, injustiça social, social,
Avalia o nível de para a avaliar os hábitos de ambiente, etc.
satisfação, tendo orações, meditações ou reflexões i) criminalidade analisa a
como base os iii) energias positivas e iv) energias Vitalidade da criminalidade, levando em
sentimentos que positivas são o conjunto do estado comunidade consideração o número de vezes,
as pessoas emocional, preocupação, inveja, no último ano, em que o
costumam raiva, generosidade e compaixão, é Pesquisa a entrevistado foi vítima de algum tipo
manifestar apresentado de forma que o interação e apoio de crime
indivíduo deve relatar quantas entre as pessoas ii) doação e apoio para a
vezes esses sentimentos se de uma comunidade diagnostico de trabalho
manifestaram nas últimas semanas. comunidade voluntário e doação financeira,
i) desabilitação avalia os problemas calcula as ações realidade no
Saúde de saúde que desencadeiam último ano, no parâmetro do tempo
problemas físicos a longo prazo de trabalho voluntário e ajuda
Investiga física e financeira em prol da comunidade
mental da pessoa ii) saúde diária diz respeito ao em que vide
questionada número de dias nos últimos trinta iii) família mede a boa convivência
dias, que o entrevistado esteve e a satisfação do indivíduo com sua
incapacitado ou doente relativo a família
seu estado normal iv) relação com a comunidade
iii) saúde mental questiona sobre avalia a vivencia com a
ansiedade, autoconfiança e comunidade, tendo como parâmetro
depressão, sendo usado a vivencia em comunidade do
questionamentos criadas por entrevistado.
psicólogos e pesquisadores dessa i) problemas urbanos diz respeito
área Ecologia aos problemas urbanos devido ao
iv) desempenho do governo visão crescimento exagerado, em relação
geral do desempenho do governo Este domínio ao transito, áreas verdes das
tendo como base o combate a mede a cidades e crescimento urbano em si
corrupção, injustiça social, social, percepção e a ii); vida selvagem/ agricultura mede
ambiente, etc. preocupação da o nível de preocupação no que diz
i) alfabetização investiga a pessoa em respeito a degradação ecológica na
Educação capacidade de ler e escrever de relação ao meio agricultura, aos prejuízos a
forma adequada na língua nativa, ambiente, tendo vegetação, e por conseguinte, na
Domínio que julgado pela declaração, não de como princípio vida selvagem;
avalia o forma qualitativo, o entrevistado que todo iii) responsabilidade ambiental
qualidade da deve descrever aquilo que é indivíduo deve avalia o nível de responsabilidade
educação do adequado para si contribuir com a em relação ao ambiente, através do
entrevistado ii) formação educacional se refere a proteção parecer individual do entrevistado
escolaridade formal do indivíduo ambientam iv) poluição analisa o gral de
iii) conhecimentos gerais avalia o preocupação no tocante aos
conhecimento da pessoa no que diz variados problemas ambientais
tocante a cultura, doenças e leis do impulsionados pela poluição
país; i) renda familiar avaliação salarial
iv) valores morais se diz em relação Padrão de vida de todas as pessoas que vivem na
a cinco ações: mentir, roubar, mesma moradia. Divide-se o valor
matar, desarmonia e apresentação Analisa o padrão obtido pelo número de pessoas da
de mau comportamento no âmbito de vida do casa, o limiar é estabelecido por
sexual. entrevistado, pesquisador da área, analisa-se o
i) participação sócio cultural: tendo como base gral de suicide para a família
Cultura assiduidade nas atividades culturais bens materiais ii) bens, verifica a quantidade de
no último ano suficientes para bens que o entrevistado possui
É definida como uma vida iii) qualidade de habitação pondera
aquilo que ii) habilidade artesanais: interesse e confortável as variáveis de superlotação,
fomenta o conhecimento artístico nas pessoas por quarto, além da
sentimento de tradições locais, se trata apenas de qualidade dos toaletes e do telhado.
identidade e a uma declaração. i) horas de trabalho define além de
integração da iii) domínio de linguagem. Fluência Uso do tempo trabalho formal inclui também horas
população ou fala em sua língua pátria, é não remuneradas como: afazeres
apenas uma declaração. É o equilíbrio domésticos, trabalhos voluntários,
Iv) comportamento em público: entre horas de contribuições para a comunidade e
como o entrevistado concorda e trabalhos cuidados com os filho, considera
pratica os modos locais enquanto remuneradas e também o quantidade de horas
em contato com a comunidade não remuneradas é de oito horas por
i) serviços públicos julgamento em remuneradas, dia
Governo relação a quantidade de serviços horas de sono e ii) doação e apoio para a
públicos, a partir dos fatores como: lazer comunidade diagnostico de trabalho
Analisa os fornecimento de luz, agua, distância voluntário e doação financeira,
parâmetros com dos hospitais, etc calcula as ações realidade no
relação ao ii) participação política mede a último ano, no parâmetro do tempo
desempenho do participação do indivíduo em de trabalho voluntário e ajuda
governo de modo eleições bem como seu financeira em prol da comunidade
geral e os direitos envolvimento em discussões em que vive
dos cidadãos políticas iii) horas de sono mede a
iii) liberdade política analisa a quantidade de horas dormidas,
opinião e direito ao voto das levando em consideração a média
pessoas, a consciência dos direitos saudável de oito horas diárias.
civis, como liberdade de opinião e
associações e partidos
Fonte: Elaborado pelo autor com dados em Ura (2012b, p. 13-40).

70
QUESTIONÁRIOS CASCAVEL/PR
Bairros Habitantes Estratificação Amostra Questionários

Alto Alegre 7961 3,0% 11,9 12
Brasília 11300 4,2% 16,9 17
Brazmadeira 5827 2,2% 8,7 9
Canadá 4292 1,6% 6,4 6
Cancelli 10257 3,8% 15,4 15
Cascavel Velho 13392 5,0% 20,1 20
Cataratas 5509 2,1% 8,3 8
Centro 24534 9,2% 36,8 37
Coqueiral 7884 3,0% 11,8 12
Country 4415 1,7% 6,6 7
Esmeralda 5515 2,1% 8,3 8
Fag 358 0,1% 0,5 1
Floresta 13173 4,9% 19,7 20
Guarujá 6696 2,5% 10,0 10
Interlagos 12664 4,7% 19,0 19
Maria Luiza 5095 1,9% 7,6 8
Morumbi 5353 2,0% 8,0 8
Neva 11712 4,4% 17,6 18
Pacaembu 5374 2,0% 8,1 8
Parque São Paulo 10371 3,9% 15,5 15
Parque Verde 5575 2,1% 8,4 8
Periolo 9544 3,6% 14,3 14
Pioneiros Catarinense 4781 1,8% 7,2 7
14 de Novembro 6751 2,5% 10,1 10
Recanto Tropical 5963 2,2% 8,9 9
Região do Lago 7478 2,8% 11,2 11
Santa Cruz 15861 5,9% 23,8 24
Santa Felicidade 14432 5,4% 21,6 22
Santos Dumont 1983 0,7% 3,0 3
São Cristóvão 9050 3,4% 13,6 14
Universitário 12735 4,8% 19,1 20
Total Urbano 266835 100% 398,5 400
76
Fonte: Produzido pelo autor, com dados de Gil (2008) .
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO FIB CASCAVEL/PR
76
71
Fonte: Elaborado pelo autor com dados em Ura (2012). Ver Apêndice A – Significados dos domínios e
dos indicadores do FIB
Domínios Indicadores Peso Pergunta

em %
Bem-estar Satisfação com a 33 1: Quando você está satisfeito com sua vida?
psicológic vida
o Espiritualidade 33 2: Quando você ora, medita ou reflete?
Emoções positivas 17 3: Quando você sente generosidade e compaixão pelo próximo?
Emoções negativas 17 4: Quando você sente preocupação, inveja e raiva?
Saúde Desabilitação 30 5: No último ano, quando você teve problemas físicos de saúde?
Saúde diária 30 6: Nos últimos 30 dias, quando você esteve incapacitado em relação ao seu estado
normal?
Saúde mental 30 7: Quando você é ansioso, deprimido ou sem confiança própria?
Auto avaliação de 10 8: Quando os programas de governo se preocupam com sua saúde?

saúde
Educação Alfabetização 30 9: Qual a sua frequência em ler e escrever?
Formação 30 10: Estudou até: 1=fundamental; 2=médio; 3=graduação; 4=mestrado; 5=doutorado?

educacional
Conhecimentos 20 11: Qual o seu interesse em cultura, doenças e leis brasileiras?
gerais
Valores morais 20 12: Qual a frequência com que você mente e desarmoniza o ambiente em que vive?
Cultura Participação sócio 30 13: No último ano, com que frequência esteve em atividades culturais?
cultural
Habilidade 30 14: Qual o seu interesse e conhecimento nas tradições locais?
artesanais
Domínios de 20 15: Qual a sua fluência no português: 1=muito ruim, 2=ruim, 3=médio, 4=bom, 5=muito
linguagem bom?
Comportamento em 20 16: Com que frequência as suas atividades em público são aceitas pela sua
público comunidade?
Uso do Horas de trabalho 50 17: Quando você trabalha mais que 8 horas diárias (incluindo também trabalhos
tempo voluntários)?
Horas de sono 50 18: Quando você tem 8 horas de sono diariamente?
Serviços públicos 40 19: Qual a sua satisfação quanto a fornecimento de luz, agua, ônibus, distância de
Governo hospitais, etc?
Participação política 40 20: Quando você participa e se envolve em discussões políticas?
Liberdade politica 10 21: Quando você pratica sua liberdade de opinião e associação a partidos?
Desempenho do 10 22: Na sua opinião, qual a frequência com que o governo combate a corrupção?
governo
Vitalidade Criminalidade 30 23: No último ano, com que frequência você foi vítima de algum crime?
da
comunidad Apoio à comunidade 30 24: No último ano, quando ajudou financeira ou voluntariamente sua comunidade?
e
Família 20 25: Qual a frequência com que você convive e sente-se feliz estando com sua família?
Relação com a 20 26: Qual a frequência com que você vive em comunidade (não sozinho)?
comunidade
Problemas urbanos 40 27: Quando há problemas urbanos (trânsito, crescimento, falta de áreas verdes)?
Ecologia
Vida 40 28: Qual o seu nível de preocupação com a degradação ecológica e vida selvagem?
selvagem/agricultura
Poluição 10 29: Quando se preocupa com problemas ambientais impulsionados pela poluição?
Responsabilidade 10 30: Qual a sua preocupação em relação ao meio ambiente?

ambiental
Padrão de Renda familiar 33 31: Está satisfeito com a renda da sua família?
vida
Bens 33 32: Está satisfeito com a quantidade de bens que possui?
Qualidade de 33 33: Está satisfeito com a qualidade de sua moradia?

habitação
72
APÊNDICE D – DISTRIBUIÇÃO DOS PESOS DOS INDICADORES DO FIB
Domínios Indicadores Peso Domínios Indicadores Peso

Bem-estar Satisfação com a vida 33% Uso do Horas de trabalho 50%
psicológico Espiritualidade 33% tempo Horas de sono 50%
Emoções positivas 17% Serviços públicos 40%
Emoções negativas 17% Governo Participação política 40%
Saúde Desabilitação 30% Liberdade política 10%
Saúde diária 30% Desempenho do governo 10%
Saúde mental 30% Vitalidade Criminalidade 30%
Auto avaliação de saúde 10% da Apoio à comunidade 30%
Educação Alfabetização 30% comunidade Família 20%
Formação educacional 30% Relação com a comunidade 20%
Conhecimentos gerais 20% Problemas urbanos 40%
Ecologia Vida selvagem / agricultura 40%
Valores morais 20% Poluição 10%
Cultura Participação sócio-cultural 30% Responsabilidade ambiental 10%
Habilidade artesanais 30% Padrão de Renda familiar 33%
Domínios de linguagem 20% vida Bens 33%
Comportamento em público 20% Qualidade de habitação 33%
77
Fonte: THE CENTRE FOR BHUTAN STUDIES (2010b, p. 26). Adaptação do autor .
77
Apêndice em tradução livre do autor.
73
APÊNDICE E – IPTU/HA POR LOTEAMENTO EM CASCAVEL/PR
BAIRROS ÁREA em ha SOMA DO IPTU IPTU/ha

1 - CENTRO 612,83 R$15.172.295,60 24.757,76
2 - CANCELLI 349,268 R$1.787.589,85 5.118,10
3 - COUNTRY 202,581 R$2.416.580,96 11.928,96
4 - SÃO CRISTÓVÃO 287,906 R$1.980.820,23 6.880,09
5 - PACAEMBU 242,925 R$1.552.209,39 6.389,67
6 - REGIÃO DO LAGO 534,3 R$2.481.866,48 4.645,08
7 - MARIA LUÍZA 174,043 R$1.221.112,54 7.016,15
8 - PARQUE SÃO PAULO 311,572 R$3.087.757,87 9.910,25
9 - NEVA 259,467 R$3.239.233,93 12.484,18
10 - PIONEIROS
CATARINENSE 256,297 R$837.457,48 3.267,53
11 - SANTA CRUZ 312,692 R$759.415,97 2.428,64
12 - ALTO ALEGRE 218,133 R$1.054.583,81 4.834,59
13 - COQUEIRAL 178,621 R$1.564.211,77 8.757,15
14 - PARQUE VERDE 217,445 R$945.866,08 4.349,91
15 - CANADÁ 468,092 R$640.957,33 1.369,30
16 - BRAZMADEIRA 181,435 R$376.264,34 2.073,82
17 - INTERLAGOS 286,074 R$444.612,03 1.554,19
18 - FLORESTA 308,906 R$1.028.981,98 3.331,05
19 - BRASÍLIA 256,236 R$780.714,53 3.046,86
20 - PERIOLO 210,29 R$502.356,82 2.388,88
21 - MORUMBI 470,595 R$349.023,97 741,67
22 - CATARATAS 213,341 R$461.059,29 2.161,14
23 - CASCAVEL VELHO 787,125 R$811.826,09 1.031,38
24 - UNIVERSITÁRIO 565,346 R$1.916.629,96 3.390,19
25 - SANTA FELICIDADE 440,943 R$1.140.286,88 2.586,02
26 - 14 DE NOVEMBRO 256,337 R$469.774,28 1.832,64
27 - GUARUJÁ 171,465 R$550.916,49 3.213,00
28 - SANTOS DUMONT 99,565 R$264.081,10 2.652,35
29 - FAG 156,061 R$856.191,69 5.486,26
30 - ESMERALDA 332,032 R$452.941,99 1.364,15
31 - RECANTO TROPICAL 276,381 R$1.196.168,71 4.327,97
TOTAL: 9638,304 R$ 57.787.704,09 155.318.94
Fonte: Produzido pelo autor.
APÊNDICE F – SOMATÓRIA DO IPTU POR LOTEAMENTO EM CASCAVEL 2019

74
Loteamento Soma de IPTU 78 R$36.554,25 158 R$7.675,16 241 R$1.100.638,91

1 R$22.427.303,50 79 R$166.285,66 159 R$20.249,29 243 R$38.254,50
2 R$95.038,14 80 R$95.162,76 160 R$11.422,93 244 R$266.561,69
3 R$92.179,39 81 R$41.123,45 161 R$82.536,14 245 R$94.106,06
4 R$543.020,68 82 R$196.919,18 162 R$5.281,36 246 R$38.840,75
5 R$187.937,04 83 R$136.227,54 163 R$18.252,25 247 R$71.008,53
6 R$538.467,63 84 R$13.863,11 164 R$131.013,71 248 R$34.603,43
7 R$89.170,16 85 R$35.111,69 165 R$66.694,26 249 R$7.432,06
8 R$101.587,94 86 R$19.658,18 166 R$37.921,38 250 R$8.989,00
9 R$393.209,58 87 R$78.182,66 167 R$91.594,91 251 R$1.486,59
10 R$1.064.993,59 88 R$55.489,03 168 R$333.986,48 252 R$4.851,78
11 R$213.119,95 89 R$21.744,15 169 R$23.610,98 253 R$18.723,94
12 R$13.414,56 90 R$19.273,03 171 R$35.229,02 254 R$39.808,92
13 R$562.111,39 91 R$24.802,09 172 R$54.810,48 255 R$49.588,37
14 R$150.961,72 92 R$385.111,32 173 R$207.363,57 256 R$24.422,57
15 R$119.716,59 93 R$11.925,29 174 R$49.463,46 257 R$6.100,56
16 R$86.428,98 94 R$148.774,73 176 R$12.554,58 258 R$57.350,60
17 R$186.655,77 95 R$43.648,18 177 R$14.909,01 259 R$9.741,92
18 R$69.149,88 96 R$15.552,72 178 R$7.674,82 260 R$9.689,22
19 R$18.561,16 97 R$171.663,02 179 R$113.158,02 261 R$57.855,79
20 R$275.113,58 98 R$135.796,35 180 R$510.969,98 262 R$41.826,26
21 R$122.348,37 99 R$25.847,31 181 R$81.564,22 263 R$14.167,20
22 R$137.886,95 100 R$11.928,03 182 R$35.850,18 264 R$2.780,12
23 R$38.586,01 101 R$332.952,19 183 R$48.988,55 265 R$77.796,80
24 R$5.967,43 102 R$52.644,08 184 R$18.258,76 266 R$2.392,75
25 R$90.680,89 104 R$4.645,61 185 R$111.521,39 267 R$3.484,74
26 R$2.326.279,99 105 R$27.507,37 186 R$123.276,06 268 R$7.039,71
27 R$168.644,12 106 R$499.289,05 187 R$41.403,28 269 R$17.616,51
28 R$162.917,26 107 R$211.551,76 188 R$6.061,98 270 R$4.343,29
29 R$28.768,72 108 R$13.381,12 189 R$63.839,44 271 R$46.177,67
30 R$262.336,36 109 R$752.354,40 191 R$56.746,11 276 R$7.712,86
31 R$325.118,90 110 R$7.292,94 192 R$19.324,80 283 R$15.538,04
32 R$15.302,57 111 R$86.473,94 193 R$4.393,82 284 R$0,00
33 R$21.760,29 112 R$139.574,58 194 R$7.063,90 287 R$3.978,30
34 R$17.169,62 113 R$7.828,65 195 R$61.081,55 290 R$101,81
35 R$67.459,79 114 R$113.817,14 196 R$28.916,58 294 R$8.617,23
36 R$36.628,28 115 R$50.169,77 197 R$168.384,99 311 R$10.943,76
37 R$16.592,98 116 R$37.890,32 198 R$27.632,21 312 R$11.307,51
38 R$62.979,05 117 R$204.889,84 199 R$14.011,28 313 R$31.238,02
39 R$202.488,34 118 R$32.280,58 200 R$32.738,41 314 R$7.124,65
40 R$21.462,43 119 R$92.984,80 201 R$23.529,08 315 R$19.190,76
41 R$12.818,91 120 R$244.306,43 202 R$13.827,69 316 R$7.520,89
42 R$4.786,04 121 R$71.264,74 203 R$39.089,81 317 R$2.098,84
43 R$23.885,57 122 R$59.326,67 204 R$5.142,67 318 R$18.465,87
44 R$34.208,94 123 R$48.055,02 205 R$81.954,46 321 R$0,00
45 R$89.397,92 124 R$42.222,85 206 R$86.217,78 322 R$6.219,55
46 R$195.539,81 125 R$34.361,83 207 R$287.136,78 323 R$4.972,95
47 R$181.410,02 126 R$9.543,24 208 R$77.968,01 324 R$3.623,64
48 R$18.707,11 127 R$9.856,71 209 R$80.387,45 325 R$629,96
49 R$93.934,87 128 R$85.346,44 210 R$0,00 326 R$2.256,59
50 R$95.076,83 129 R$9.691,71 211 R$36.115,88 327 R$2.799,14
51 R$108.622,71 130 R$127.990,36 212 R$81.247,52 328 R$0,00
52 R$67.044,07 131 R$96.849,77 213 R$192.768,72 329 R$0,00
53 R$22.428,70 132 R$90.753,40 214 R$35.608,24 330 R$921,28
54 R$103.849,92 133 R$570.471,14 215 R$43.193,46 333 R$924,65
55 R$68.620,33 134 R$12.153,30 216 R$27.894,50 601 R$0,00
56 R$128.237,76 135 R$32.792,92 217 R$8.564,63 602 R$0,00
57 R$121.376,60 137 R$24.288,71 218 R$95.068,52 603 R$0,00
58 R$19.557,25 138 R$512.059,89 219 R$39.588,98 604 R$0,00
59 R$537.057,52 139 R$633.378,61 220 R$42.483,63 605 R$0,00
60 R$34.364,31 140 R$16.369,95 221 R$108.691,87 606 R$0,00
61 R$41.721,20 141 R$157.620,02 222 R$18.603,33 607 R$0,00
62 R$141.370,54 142 R$14.982,30 223 R$24.283,26 Vazio R$569,96
63 R$729.214,20 143 R$49.506,82 224 R$104.923,76 Total Geral R$57.787.704,09
64 R$95.166,27 144 R$45.317,71 225 R$44.015,07
65 R$184.489,46 145 R$78.821,29 227 R$4.690,23
66 R$71.915,30 146 R$25.105,38 228 R$11.978,33
67 R$117.638,43 147 R$129.583,92 229 R$168.578,40
68 R$94.969,38 148 R$17.765,76 230 R$195.677,65
69 R$1.051.040,33 149 R$12.521,72 231 R$11.902,37
70 R$19.369,00 150 R$188.146,73 232 R$35.771,70
71 R$189.868,51 151 R$30.984,60 233 R$68.942,65
72 R$47.482,30 152 R$186.135,28 234 R$123.000,53
73 R$78.275,52 153 R$28.478,71 235 R$66.726,50
74 R$75.324,25 154 R$7.129,42 236 R$16.538,66
75 R$7.339,60 155 R$15.613,01 237 R$100.847,36
76 R$147.799,52 156 R$2.916,72 238 R$818.337,72
77 R$98.434,74 157 R$70.291,16 240 R$4.592.501,66
Fonte: Produzido pelo autor. Dados técnicos não publicados, disponibilizados pela Prefeitura Municipal de
Cascavel para a presente pesquisa.
75
APÊNDICE G – CLASSIFICAÇÃO DE LOTEAMENTOS POR BAIRRO E SEUS VALORES DE IPTU
LOTEAMENTOS DENTRO DOS BAIRRO 134 - APARECIDA VILA NOSSA

R$12.153,30
BAIRROS LOTEAMENTOS SOMA DO IPTU 140 - ARAGUAIA VILA
R$16.369,95
131 - CURITIBA LOT. 151 - PIQUIRI PARQUE RESID
R$162.917,26 R$30.984,60
PARCIALMENTE NO BAIRRO 160 - SANTO ANASTACIO LOTE R$11.422,9
3
1 - CENTRO LOTEAMENTO R$
PARCIALMENTE NO BAIRRO
14.689.883,17
1 - CENTRO 6 - ALTO ALEGRE VILA 1 - CENTRO LOTEAMENTO
R$ 21.538,70 R$ 1.009.228,56
19 - INDEPENDENCIA JARDIM 12 - LUMAR LOTEAMENTO
R$ 6.310,79 R$3.219,49
63 - BOA VISTA VILA 26 - SAO CRISTOVAO LOTEAM
R$ 291.645,68 R$325.679,19
TOTAL: R$15.172.295,6 39 - BRASILIA LOTEAMENTO
R$26.323,48
0
42 - DONA DELFINA JARDIM
27 - JUSSARA JARDIM R$3.924,55
R$5.967,43
67 - PINHEIROS JARDIM
41 - SAO PEDRO VILA R$85.220,67
R$62.979,05
120 - PERIOLO LOTEAMENTO
81 - CARELLI JARDIM R$19.055,90
R$36.554,25
158 - SAO JOSE VILA R$3.300,32
87 - BANDEIRANTES JARDIM
R$13.863,11
TOTAL:
166 - GUAIRA VILA R$1.980.820,23
R$66.694,26
121 - NACIONAL LOTEAMENTO
187 - PARIGOT DE SOUZA CJ HAB R$71.264,74
R$6.061,98
2- 221 - GRAMADO II COND. RES
207 - CLAUDETE PARQUE JD R$108.691,87
CANCELLI R$80.387,45
5- 26 - SAO CRISTOVAO LOTEAM
1 - CENTRO LOTEAMENTO PACAEMBÚ R$1.216.644,43
R$ 1.345.638,21
38 - SAO FRANCISCO LOTEAM
19 - INDEPENDENCIA JARDIM R$17.004,34
R$ 3.341,01
71 - PACAEMBU PARQUE RES.
73 - METROPOLITANO JARDIM R$ 75.909,79 R$138.604,01
180 - VITORIA JARDIM TOTAL:
R$90.193,31 R$1.552.209,39
TOTAL: 16 - CARAVELLE PARQUE
R$1.787.589,85 R$86.428,98
40 - KIBERAMA BONATO LOT. 25 - ITAIPU LOTEAMENTO
R$16.592,98 R$90.680,89
44 - SIMONE VILA 49 - ITAMARATI JARDIM
R$34.208,94 R$93.934,87
52 - SOCIAL AMERICANO JD 85 - DAS NACOES JARDIM
R$93.934,87 R$35.111,69
211 - TOM JOBIM COND. RES. 88 - CHAMPAGNAT JARDIM
R$36.115,88 R$55.489,03
232 - COUNTRY VILLE COND. 117 - NOVA YORK JARDIM
R$35.771,70 R$204.889,84
254 - VINICIUS DE MORAES COND. 184 - BRISA DO LAGO LOT. FEC.
R$18.258,76
RES. R$39.808,92 193 - VILA VERDE LOT. FECHADO
3- 6 - REGIÃO R$4.393,82
COUNTRY DO LAGO 208 - LAGO DOURADO LOTEAM
1 - CENTRO LOTEAMENTO R$77.968,01
R$ 1.121.365,17 209 - GOLDEN GARDEN COND.
19 - INDEPENDENCIA JARDIM R$80.387,45
R$ 9.094,96 250 - MORADAS DO LAGO COND
63 - BOA VISTA VILA R$8.989,00
R$ 437.528,52 PARCIALMENTE NO BAIRRO
67 - PINHEIROS JARDIM
R$81.063,57 1 - CENTRO LOTEAMENTO
180 - VITORIA JARDIM R$ 897.092,14
R$511.095,45 26 - SAO CRISTOVAO LOTEAM
TOTAL: R$776.977,51
R$2.416.580,96 71 - PACAEMBU PARQUE RES.
23 - PARAISO JARDIM R$51.264,49
R$38.586,01 TOTAL:
24 - FRANCA JARDIM R$2.481.866,48
R$5.967,43 18 - COMERCIAL LOTEAMENTO
31 - PRIMAVERA JARDIM R$69.149,88
R$162.917,26 50 - MARIA TEREZA JARDIM
34 - VIEIRA LOTEAMENTO R$95.076,83
R$17.169,62 59 - MARIA DE FATIMA JD
48 - MARGARIDA LOTEAMENTO R$537.057,52
R$18.707,11 159 - FLAMINGO LOTEAMENTO
58 - BAZE LOTEAMENTO 7 - MARIA R$20.249,29
4 - SÃO R$19.557,25 LUIZA 601 - BELLUNO
61 - SAO CARLOS LOTEAM. R$0,00
CRISTÓ- R$41.721,20 PARCIALMENTE NO BAIRRO
VÃO 72 - APARECIDA JARDIM
R$47.482,30 4 - MARIA LUIZA JARDIM
84 - SANTO ANTONIO LOTEAM. R$499.579,02
R$13.863,11 TOTAL:
90 - APARECIDA VILA R$1.221.112,54
R$19.273,03 30 - DONA JURACY JARDIM
96 - PINHEIRO LOTEAMENTO R$262.336,36
R$15.552,72 8 - PARQUE 64 - SAO VICENTE VILA
99 - PARANA LOTEAMENTO R$95.166,27
R$25.847,31 SÃO
69 - SAO PAULO PARQUE
110 - FAZENDINHA LOTEAM. PAULO R$1.051.040,33
R$7.292,94 92 - SOCIAL JARDIM
R$385.111,32
76
133 - IGUACU VILA 138 - CRISTAL JARDIM

R$570.471,14 R$ 107.532,57
236 - SIMON PEDRO LOTEAM. 213 - VALE DO SOL LOTEAM.
R$16.538,66 R$ 71.324,42
253 - CAVAN LOTEAMENTO TOTAL:
R$18.723,94 R$1.564.211,77
PARCIALMENTE NO BAIRRO 150 - PARQUE VERDE CONJ R.
R$188.146,73
1 - CENTRO LOTEAMENTO 173 - RODOBENS TERRA NOVA
R$ 672.819,10 R$207.363,57
62 - TOLENTINO VILA 197 - PALMEIRAS CONJ. RES.
R$15.550,75 R$168.384,99
TOTAL: 212 - PORTAL DO VALE COND.
R$3.087.757,87 R$81.247,52
21 - OLIVEIRA JARDIM 14 - 225 - SAO CARLOS COND. RES
R$122.348,37 R$44.015,07
PARQUE
22 - ACACIA JARDIM 229 - CIDADE VERDE JARDIM
R$137.886,95 VERDE R$168.578,40
45 - CLAUDIA 1ª PARTE JD 247 - PORTO SEGURO LOTEAM
R$89.397,92 R$71.008,53
53 - AMERICA JARDIM 249 - SAO MATEUS RESID.
R$22.428,70 R$7.432,06
55 - SANTA LUZIA VILA 260 - AGUA VERDE RESID.
R$68.620,33 R$9.689,22
56 - GUANABARA JARDIM TOTAL:
R$128.237,76 R$945.866,09
68 - SANTA MARIA LOTEAM. 80 - LAZARIN LOTEAMENTO
R$94.969,38 R$98.434,74
9 - NEVA 93 - LONDRINA LOTEAMENTO 100 - LUPATINI JARDIM
R$11.925,29 R$11.928,03
105 - CASCATINHA JARDIM 111 - CANADA PARQUE JARDIM
R$27.507,37 R$86.473,94
129 - CLAUDIA 2ª PARTE JD 113 - LIBERDADE JARDIM
R$9.691,71 R$7.828,65
141 - PIO XII JARDIM 119 - PIATTI JARDIM
R$157.620,02 R$92.984,80
PARCIALMENTE NO BAIRRO 161 - ANA PAULA JARDIM
R$82.536,14
1 - CENTRO LOTEAMENTO R$ 2.242.780,35 167 - CONTINENTAL PARK
15 - R$91.594,91
62 - TOLENTINO VILA CANADÁ 237 - NOVO MILENIO JARDIM
R$ 125.819,78 R$100.847,36
TOTAL: 312 - MIRANTE LOTEAMENTO
R$3.239.233,93 R$11.307,51
20 - PIONEIROS CATARINENSES 326 - PIOVESAN JARDIM
R$275.113,58 R$2.256,59
32 - SANTA MONICA JARDIM PARCIALMENTE NO BAIRRO
R$15.302,57
46 - DIONE VILA 67 - PINHEIROS JARDIM
R$195.539,81 R$43.026,04
10 - 47 - ELIZABETH VILA 73 - METROPOLITANO JARDIM
R$181.410,02 R$ 11.738,63
PIONEIROS 132 - ROMA RESIDENCIAL TOTAL:
CATARI- R$90.753,40 R$640.957,34
NENSE 235 - NINHO DA COBRA LOT. 33 - BRAZMADEIRA VILA
R$66.726,50 R$21.760,29
PARCIALMENTE NO BAIRRO 102 - GARBIM LOTEAMENTO
R$52.644,08
89 - ADRIANA LOTEAMENTO 123 - RIO BRANCO JARDIM
R$12.611,60 R$48.055,02
TOTAL: 135 - PARANA JARDIM
R$837.457,48 R$32.792,92
13 - SANTO ONOFRE PARQUE 196 - TOCANTINS I CONJ RES
R$562.111,39 R$28.916,58
181 - BOM JESUS LOTEAMENTO 215 - TOCANTINS LOTEAMENTO
R$81.564,22 R$43.193,46
PARCIALMENTE NO BAIRRO 16 – 220 - CAIOBA JARDIM
R$42.483,63
11 - SANTA BRAZMA-
109 - SANTA CRUZ PQ RESID. 248 - MELISSA LOTEAMENTO
CRUZ R$670,04 DEIRA R$34.603,43
218 - SANTO ANTONIO JARDIM 269 - SANTAFE RESIDENCIAL
R$74.153,44 R$17.616,51
238 - FAG LOTEAMENTO PARCIALMENTE NO BAIRRO
R$ 40.916,88
TOTAL: 12 - LUMAR LOTEAMENTO
R$759.415,97 R$10.195,06
54 - SAO PEDRO PARQUE 42 - DONA DELFINA JARDIM
R$103.849,92 R$861,48
124 - CHRISTINA VILA 255 - JABORA LOTEAMENTO
R$42.222,85 R$ 43.141,88
314 - DE MONET JARDINS TOTAL:
R$7.124,65 R$376.264,34
PARCIALMENTE NO BAIRRO 70 - MADEVANI JARDIM
12 - ALTO R$19.369,00
ALEGRE 6 - ALTO ALEGRE VILA R$ 516.928,92 76 - INTERLAGOS JARDIM
R$147.799,52
9 - PALMEIRAS JARDIM 171 - PARANAGUA JARDIM
R$ 381.413,29 R$35.229,02
109 - SANTA CRUZ PQ RESID. 179 - TARUMA VILA
R$3.044,18 R$113.158,02
TOTAL: 201 - JESUITAS CONJ HABIT.
R$1.054.583,81 R$23.529,08
10 - COQUEIRAL VILA 17 – 202 - ABELHA CONJ RESIDENC
R$1.064.993,59 INTERLA- R$13.827,69
94 - ACLIMACAO 1.PARTE JD GOS 246 - JULIETA DA SILVA BUENO
R$148.774,73
CONJ. HAB. R$38.840,75
13 – PARCIALMENTE NO BAIRRO
256 - SANGA FUNDA REC. CONJ.
COQUEI-
9 - PALMEIRAS JARDIM HAB. R$24.422,57
RAL R$ 11.796,28
315 - BARCELONA LOTEAMENTO
97 - ACLIMACAO 2.PARTE JD R$19.190,76
R$ 159.646,60
321 - GRALHA AZUL LOTEAMENTO
109 - SANTA CRUZ PQ RESID. R$0,00
R$143,58
327 - 4 ESTACOES LOTEAMENTO
R$2.799,14
77
502 - ARAUCÁRIA 210 - MANTOVANI LOT. CHAC.

R$0,00 R$0,00
PARCIALMENTE NO BAIRRO 262 - JOSE ANTONIO MERLIN DIST.
IND. R$41.826,26
255 - JABORA LOTEAMENTO
R$ 6.446,48 317 - SARAH ELISA LOTEAMENTO
R$2.098,84
TOTAL:
R$444.612,03 318 - MANTOVANI JARDIM
R$18.465,87
106 - CLARITO PARQUE RESID 21 -
R$499.289,05 324 - BELMONTE LOTEAMENTO
MORUMBI R$3.623,64
168 - FLORESTA PARQUE HAB
R$333.986,48 329 - ECO PARK LOTEAMENTO
R$0,00
205 - COLONIAL JARDIM
R$81.954,46 PARCIALMENTE NO BAIRRO
216 - PAZZINATTO PARQUE R
18 - R$27.894,50 101 - MORUMBI PARQUE
R$ 283.009,36
FLORESTA 313 - FLORAIS DO PARANA
R$31.238,02 TOTAL:
R$349.023,97
65 - CATARATAS JARDIM
R$184.489,46
57 - ALVORADA JARDIM
R$ 54.619,47 116 - ESTRELA DO MAR BAIR
R$37.890,32
TOTAL:
R$1.028.981,98 118 - COLMEIA JARDIM
R$32.280,58
122 - ESTEVES JARDIM
R$59.326,67 142 - RECANTO AZUL JARDIM
R$14.982,30
130 - CONSOLATA VILA N.SRA
R$127.990,36 157 - NUC PR IND II -CATARATAS
R$70.291,16
144 - SANTA MARTA JARDIM
R$45.317,71 163 - MORADA DO SOL JARDIM
R$18.252,25
154 - GEORGIA LOTEAMENTO
R$7.129,42 22 – 194 - IZABEL LOTEAMENTO
R$7.063,90
182 - DE NAPOLI JARDIM CATARA-
R$35.850,18 204 - WANDA LOTEAMENTO
TAS R$5.142,67
183 - LOS ANGELES JARDIM
R$48.988,55 263 - BOTANICO JARDIM RES. LOT.
191 - VERDES CAMPOS CONJ. FECH. R$14.167,20
R$56.746,11
325 - ANA CECILIA LOTEAMENTO
195 - BELA VISTA I CONJ. R R$629,96
R$61.081,55
222 - SANTA MARIANA I JARDIM
R$18.603,33
125 - SANTANA BAIRRO R$ 29.894,79
223 - SANTA MARIANA II JARDIM
19 - R$24.283,26
38 - SAO FRANCISCO LOTEAM
BRASÍLIA 227 - PANORAMA LOTEAMENTO R$ 45.974,70
R$4.690,23
TOTAL:
228 - SANTA MARIANA III JARDIM R$461.059,29
R$11.978,33
35 - NOVO MUNDO LOTEAM.
257 - FRASSON RESIDENCIAL R$67.459,79
R$6.100,56
36 - DONA GENI PARQUE RES
267 - DONA ROSA LOTEAMENTO R$36.628,28
R$3.484,74
51 - PRESIDENTE LOTEAM.
PARCIALMENTE NO BAIRRO R$108.622,71
77 - EUROPA PQ RES JARDIM
120 - PERIOLO LOTEAMENTO R$98.434,74
R$25.896,48
78 - ROBERTA JARDIM
39 - BRASILIA LOTEAMENTO R$36.554,25
R$ 172.115,08
115 - JARAGUA VILA
57 - ALVORADA JARDIM R$50.169,77
R$ 66.757,13
143 - JK PARQUE RESID
158 - SAO JOSE VILA R$49.506,82
R$4.374,84 23 -
147 - NOVA ITALIA JARDIM
TOTAL: CASCAVEL R$129.583,92
R$780.714,53
VELHO 192 - ENCANTADO LOTEAMENTO
29 - IPANEMA JARDIM R$19.324,80
R$28.768,72
230 - VENEZA JARDIM
60 - KENNEDY VILA R$195.677,65
R$34.364,31
231 - COLINA VERDE PARQUE
127 - LOS ALAMOS VILA R$11.902,37
R$9.856,71
268 - AQUARELA DO BRASIL LOT
156 - SOARES JARDIM
R$2.916,72 FECH. R$7.039,71
176 - DAVI VILA 328 - VEREDAS JARDIM
R$12.554,58 R$0,00
177 - BELO HORIZONTE JD 333 - NOVA VENEZA JARDIM
R$14.909,01 R$921,28
178 - COLACO VILA TOTAL:
R$7.674,82 R$811.826,09
185 - SAO FRANCISCO CONJ. 5 - UNIVERSITARIO JARDIM
R$111.521,39 R$187.937,04
188 - INDIANARA JARDIM 7 - MARISTELA PARQUE
R$6.061,98 R$89.170,16
217 - CAROLINE JARDIM 8 - MARILIA LOTEAMENTO
20 - R$8.564,63 R$101.587,94
PERIOLO 252 - SAO JOAO PQ. RESID. 14 - SAO LUIZ JARDIM
R$4.851,78 R$150.961,72
259 - SORRISO LOTEAMENTO 15 - TURISPARQUE I LOTEAM
R$9.741,92 R$119.716,59
266 - AGUA DOCE LOTEAMENTO 17 - MARIA DE LOURDES JD
R$2.392,75 24 – R$186.655,77
311 - CAMPO BELO LOTEAMENTO UNIVERSI- 37 - CASCAVEL PARQUE
R$10.943,76 R$16.592,98
PARCIALMENTE NO BAIRRO TÁRIO 66 - SANTA CATARINA JD
R$624.454,15
39 - BRASILIA LOTEAMENTO 75 - CAPANEMA LOTEAMENTO
R$174.139,97 R$7.339,60
101 - MORUMBI PARQUE 86 - DONA JOSEPHINA VILA
R$ 56.601,86 R$19.658,18
120 - PERIOLO LOTEAMENTO 95 - URUSSANGA JARDIM
R$2.024,88 R$43.648,18
125 - SANTANA BAIRRO 107 - PANORAMICO JARDIM
R$ 4.467,03 R$211.551,76
TOTAL: 126 - JACANA PARQUE RESID
R$502.356,82 R$9.543,24
78
137 - IMPERIAL JARDIM 153 - NUC PR IND I -WALPIDES ROSS

R$24.288,71 R$28.478,71
214 - NELIDA LOTEAMENTO 164 - AEROPORTO II E III - ENCIPAR
R$35.608,24 R$131.013,71
243 - TRES BARRAS GLEBA 189 - SOL NASCENTE LOTEAM.
R$38.254,50 R$63.839,44
322 - VERONA RESIDENCIAL 198 - CRUZEIRO DO SUL CONJ
R$6.219,55 R$27.632,21
PARCIALMENTE NO BAIRRO TOTAL:
R$550.916,49
4 - MARIA LUIZA JARDIM 98 - SANTOS DUMONT JARDIM
R$43.441,65 R$135.796,35
TOTAL: 28 - 145 - AEROPORTO JARDIM
R$1.916.629,96 R$78.821,29
SANTOS
2 - NOVA CIDADE LOTEAM. 174 - ITAPEMA JARDIM
R$95.038,14 DUMONT R$49.463,46
3 - CIDADE UNIVERSITARIA TOTAL:
R$92.179,39 R$264.081,10
43 - TREVO LOTEAMENTO 261 - TREVISO LOT. FECHADO
R$23.885,57 R$57.855,79
74 - HORIZONTE JARDIM PARCIALMENTE NO BAIRRO
R$75.324,25
79 - PETROPOLIS JARDIM 29 - FAG 218 - SANTO ANTONIO JARDIM
R$166.285,66 R$20.915,07
82 - SANTA FELICIDADE JD 238 - FAG LOTEAMENTO
25 - SANTA R$196.919,18 R$ 777.420,83
FELICIDA- 128 - ITAPUA JARDIM TOTAL:
R$85.346,44 R$856.191,69
DE 186 - UNIAO CONJ HAB JD 11 - ESMERALDA LOTEAMENTO
R$123.276,06 R$213.119,95
200 - INTEGRACAO CONJ HAB 206 - PAULO GODOY CONJ. H
R$32.738,41 R$71.915,30
233 - AMIZADE DA JARDIM 219 - TIO ZACA CONJ. HABIT
R$68.942,65 R$39.588,98
30 –
234 - PADOVANI JARDIM 265 - ANGRA DOS REIS RESID.
R$123.000,53 ESMERAL- R$77.796,80
258 - PADOVANI II JARDIM DA 270 - PARQUE DOS IPES
R$57.350,60
LOTEAMENTO R$4.343,29
TOTAL:
R$1.140.286,88 271 - FLORENCA LOT. RESIDENCIAL
R$46.177,67
83 - 14 DE NOVEMBRO
R$136.227,54 TOTAL:
R$452.941,99
112 - ESPLANADA JARDIM
R$139.574,58 91 - SEMINARIO JARDIM
R$24.802,09
146 - MARISA PARQUE RESID
R$25.105,38 139 - RECANTO TROPICAL LOT
R$633.378,61
26 - 14 DE 172 - MONTREAL
R$54.810,48 PARCIALMENTE NO BAIRRO
NOVEM- 31 -
224 - QUEBEC LOTEAMENTO
BRO R$104.923,76 RECANTO R$ 12.016,41
97- ACLIMACAO 2. PARTE JD
PARCIALMENTE NO BAIRRO TROPICAL
138- CRISTAL JARDIM R$ 404.527,31
89 - ADRIANA LOTEAMENTO
R$ 9.132,54 213 - VALE DO SOL LOTEAM.
R$ 121.444,29
TOTAL:
R$469.774,28
TOTAL: R$1.196.168,71
114 - GUARUJA JARDIM
27 - R$113.817,14 R$
TOTAL:
GUARUJÁ 152 - AEROPORTO I CJ RS JD 57.787.704,09
R$186.135,28
Fonte: Produzido pelo autor, com dados extraídos e calculados do Apêndice G, em conformidade do Apêndice H.
79
QUESTIONÁRIO FIB NO BAIRRO MORUMBI
Fonte: Produzido pelo autor a partir do mapa da cidade disponibilizado pelo GeoCascavel
(Cascavel, 2019).
QUESTIONÁRIO FIB NO BAIRRO NEVA
80
Fonte: Produzido pelo autor a partir do mapa da cidade disponibilizado pelo GeoCascavel
(Cascavel, 2019).
81
APÊNDICE J – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 01.
M SEXO 27 IDADE N QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS
Domínios. Cada Indicadores Peso Pergunta Níveis e %

11.11% 1 2 3 4 5 Soma por Valor
0 25 50 75 100 domínio relação a
11,11%
Bem-estar Satisfação com a vida 33% 1: Quando você está satisfeito com sua vida? 0 0,83 1,65 2,48 3,3 6,65 0,73
psicológico
Espiritualidade 33% 2: Quando você ora, medita ou reflete? 0 0,83 1,65 2,48 3,3
Emoções positivas 17% 3: Quando você sente generosidade e compaixão pelo próximo? 0 0,43 0,85 1,28 1,7
Emoções negativas 17% 4: Quando você sente preocupação, inveja e raiva? 0 0,43 0,85 1,28 1,7
Saúde Desabilitação 30% 5: No último ano, quando você teve problemas físicos de saúde? 0 0,75 1,5 2,25 3 9,50 1,05
Saúde diária 30% 6: Nos últimos 30 dias, quando você esteve incapacitado em relação ao seu estado normal? 0 0,75 1,5 2,25 3
Saúde mental 30% 7: Quando você é ansioso, deprimido ou sem confiança própria? 0 0,75 1,5 2,25 3
Auto avaliação de saúde 10% 8: Quando os programas de governo se preocupam com sua saúde? 0 0,25 0,5 0,75 1
Educação Alfabetização 30% 9: Qual a sua frequência em ler e escrever? 0 0,75 1,5 2,25 3 4,50 0,49
Formação educacional 30% 10: Estudou até: 1=fundamental; 2=médio;3=graduação;4=mestrado; 5=doutorado? 0 0,75 1,5 2,25 3
Conhecimentos gerais 20% 11: Qual o seu interesse em cultura, doenças e leis brasileiras? 0 0,5 1 1,5 2
Valores morais 20% 12: Qual a frequência com que você mente e desarmoniza o ambiente em que vive? 0 0,5 1 1,5 2
Cultura Participação sócio cultural 30% 13: No último ano, com que frequência esteve em atividades culturais? 0 0,75 1,5 2,25 3 2,50 0,27
Habilidade artesanais 30% 14: Qual o seu interesse e conhecimento nas tradições locais? 0 0,75 1,5 2,25 3
Domínios de linguagem 20% 15: Qual a sua fluência no português: 1=muito ruim, 2=ruim, 3=médio, 4=bom, 5=muito bom? 0 0,5 1 1,5 2
Comportamento em público 20% 16: Com que frequência as suas atividades em público são aceitas pela sua comunidade? 0 0,5 1 1,5 2
Uso do tempo Horas de trabalho 50% 17: Quando você trabalha mais que 8 horas diárias (incluindo também trabalhos voluntários)? 0 1,25 2,5 3,75 5 8,75 0,97
Horas de sono 50% 18: Quando você tem 8 horas de sono diariamente? 0 1,25 2,5 3,75 5
Serviços públicos 40% 19: Qual a sua satisfação quanto a fornecimento de luz, agua, ônibus, distância de hospitais, 0 1 2 3 4 2,25 0,24
Governo etc?
Participação política 40% 20: Quando você participa e se envolve em discussões políticas? 0 1 2 3 4
Liberdade politica 10% 21: Quando você pratica sua liberdade de opinião e associação a partidos? 0 0,25 0,5 0,75 1
Desempenho do governo 10% 22: Na sua opinião, qual a frequência com que o governo combate a corrupção? 0 0,25 0,5 0,75 1
Vitalidade da Criminalidade 30% 23: No último ano, com que frequência você foi vítima de algum crime? 0 0,75 1,5 2,25 3 8,50 0,94
comunidade Apoio à comunidade 30% 24: No último ano, quando ajudou financeira ou voluntariamente sua comunidade? 0 0,75 1,5 2,25 3
Família 20% 25: Qual a frequência com que você convive e sente-se feliz estando com sua família? 0 0,5 1 1,5 2
Relação com a comunidade 20% 26: Qual a frequência com que você vive em comunidade (não sozinho)? 0 0,5 1 1,5 2
Problemas urbanos 40% 27: Quando há problemas urbanos (trânsito, crescimento, falta de áreas verdes)? 0 1 2 3 4 8,00 0,88
Ecologia Vida selvagem/agricultura 40% 28: Qual o seu nível de preocupação com a degradação ecológica e vida selvagem? 0 1 2 3 4
Poluição 10% 29: Quando se preocupa com problemas ambientais impulsionados pela poluição? 0 0,25 0,5 0,75 1
Responsabilidade ambiental 10% 30: Qual a sua preocupação em relação ao meio ambiente? 0 0,25 0,5 0,75 1
Padrão de vida Renda familiar 33% 31: Está satisfeito com a renda da sua família? 0 0,83 1,65 2,48 3,3 8,25 0,91
Bens 33% 32: Está satisfeito com a quantidade de bens que possui? 0 0,83 1,65 2,48 3,3
Qualidade de habitação 33% 33: Está satisfeito com a qualidade de sua moradia? 0 0,83 1,65 2,48 3,3
Soma dos 9 domínios, considerando 11,11% para cada um deles, com notas entre 0 e 10 5,75
Fonte: Produzido pelo autor com dados coletados em entrevista.
Critérios da planilha: 1=0%=nunca; 2=25%=raramente; 3=50%=às vezes; 4=75%=bastante; 5=100%=sempre. Exceção às perguntas nºs 4, 5, 6, 7, 12 e 23, onde os percentuais permanecem,
mas as respostas são 1=sempre, 2=bastante, 3=às vezes, 4=raramente, 5=nunca
82
APÊNDICE K – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 02.
Domínios. Indicadores Peso Pergunta Níveis e % Soma por Valor
Cada 11.11% 1 2 3 4 5 domínio relação a
0 25 50 75 100 11,11%
psicológico Espiritualidade 33% 2: Quando você ora, medita ou reflete? 0 0,83 1,65 2,48 3,3
Valores morais 20% 12: Qual a frequência com que voce mente e desarmoniza o ambiente em que vive? 0 0,5 1 1,5 2
Uso do Horas de trabalho 50% 17: Quando você trabalha mais que 8 horas diárias (incluindo também trabalhos voluntários)? 0 1,25 2,5 3,75 5 7,50 0,83
tempo Horas de sono 50% 18: Quando você tem 8 horas de sono diariamente? 0 1,25 2,5 3,75 5
Serviços públicos 40% 19: Qual a sua satisfação quanto a fornecimento de luz, agua, ônibus, distância de hospitais, etc? 0 1 2 3 4 4,75 0,52
Governo Participação política 40% 20: Quando você participa e se envolve em discussões políticas? 0 1 2 3 4
Vitalidade Criminalidade 30% 23: No último ano, com que frequência você foi vítima de algum crime? 0 0,75 1,5 2,25 3 5,50 0,61
da Apoio à comunidade 30% 24: No último ano, quando ajudou financeira ou voluntariamente sua comunidade? 0 0,75 1,5 2,25 3
comunidade Família 20% 25: Qual a frequência com que você convive e sente-se feliz estando com sua família? 0 0,5 1 1,5 2
Padrão de Renda familiar 33% 31: Está satisfeito com a renda da sua família? 0 0,83 1,65 2,48 3,3 7,43 0,82
vida Bens 33% 32: Está satisfeito com a quantidade de bens que possui? 0 0,83 1,65 2,48 3,3
83
APÊNDICE L – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 03.
F SEXO 58 IDADE L QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS

0 25 50 75 100 11,11%
Comportamento em 20% 16: Com que frequência as suas atividades em público são aceitas pela sua comunidade? 0 0,5 1 1,5 2
público
Relação com a 20% 26: Qual a frequência com que você vive em comunidade (não sozinho)? 0 0,5 1 1,5 2
comunidade
Responsabilidade 10% 30: Qual a sua preocupação em relação ao meio ambiente? 0 0,25 0,5 0,75 1
ambiental
APÊNDICE M – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 04.

84
0 25 50 75 100 11,11%
Uso do tempo Horas de trabalho 50% 17: Quando você trabalha mais que 8 horas diárias (incluindo também trabalhos voluntários)? 0 1,25 2,5 3,75 5 10,00 1,11
Horas de sono 50% 18: Quando você tem 8 horas de sono diariamente? 0 1,25 2,5 3,75 5
85
APÊNDICE N – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 05.
M SEXO 25 IDADE O QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS
Domínios. Indicadores Pes Pergunta Níveis e % Soma por Valor
Cada o 1 2 3 4 5 domínio relação a
11.11% 0 25 50 75 100 11,11%
86
APÊNDICE O – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 06.
F SEXO 52 IDADE O QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS
Domínios. Indicadores Peso Pergunta Níveis e % Soma Valor
Cada 1 2 3 4 5 por relação a
11.11% 0 25 50 75 100 domínio 11,11%
87
APÊNDICE P – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 07.
M SEXO 62 IDADE S QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS
0 25 50 75 100 11,11%
88
APÊNDICE Q – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO MORUMBI 08.
F SEXO 14 IDADE S QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS
Cada 1 2 3 4 5 domínio relação a
11.11% 0 25 50 75 100 11,11%
89
APÊNDICE R – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 01.
11.11% 0 25 50 75 100 11,11%
90
APÊNDICE S – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 02.
F SEXO 34 IDADE N QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS
11.11% 0 25 50 75 100 11,11%
91
APÊNDICE T – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 03.
11.11% 0 25 50 75 100 11,11%
92
APÊNDICE U – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 04.
11.11% 0 25 50 75 100 11,11%
93
APÊNDICE V – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 05.
0 25 50 75 100 11,11%
94
APÊNDICE W – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 06.
M SEXO 29 IDADE L QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS
0 25 50 75 100 11,11%
95
APÊNDICE X – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 07.
M SEXO 39 IDADE L QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS
11.11% 0 25 50 75 100 11,11%
96
APÊNDICE Y – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 08.
11.11% 0 25 50 75 100 11,11%
97
APÊNDICE Z – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 09.
0 25 50 75 100 11,11%
98
APÊNDICE AA – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 10.
0 25 50 75 100 11,11%
99
APÊNDICE BB – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 11.
11.11% 0 25 50 75 100 11,11%
100
APÊNDICE CC – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 12.
0 25 50 75 100 11,11%
101
APÊNDICE DD – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 13.
0 25 50 75 100 11,11%
102
APÊNDICE EE – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 14.
M SEXO 29 IDADE O QUADRANTE NO BAIRRO NOME E ENDEREÇO: ESSAS INFORMAÇÕES ESTÃO NOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS EM CAMPO E, POR PRESERVAÇÃO DE IDENTIDADE, NÃO ESTÃO AQUI APRESENTADAS
0 25 50 75 100 11,11%
103
APÊNDICE FF – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 15.
0 25 50 75 100 11,11%
104
APÊNDICE GG – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 16.
0 25 50 75 100 11,11%
105
APÊNDICE HH – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 17.
0 25 50 75 100 11,11%
106
APÊNDICE II – QUESTIONÁRIO FIB BAIRRO NEVA 18.
0 25 50 75 100 11,11%
107
ANEXOS
108
ANEXO A – RANKING DE FELICIDADE 2018
Fonte: HELLIWELL (2018, p. 28)

109
ANEXO B – RANKING DE FELICIDADE 2019
Fonte: HELLIWELL (2019, p. 26)

110
ANEXO C – PLANTA GENÉRICA DE VALORES – 2018
Fonte: CASCAVEL (2018).

111
ANEXO D – GRÁFICO DE VALORES COMPLEMENTAR AO ANEXO C
Valor do m² por
Cor Itens UFM
Salmão 1 29,40
Amarelo Canário 2 14,72
Vermelho 3 8,28
Verde claro 4 4,80
Azul escuro 5 2,40
Azul claro 6 1,68
Marrom 7 1,31
Verde musgo 8 1,12
Vinho 9 0,87
Cinza 10 0,63
Laranja 11 0,52
Verde escuro 12 0,31
Ocre 13 0,25
Branco 14 0,16
Distritos
Administrativos 15 0,06
Fonte: CASCAVEL, 2018.
ANEXO E – FÓRMULA PARA O CÁLCULO DE AMOSTRAGEM PARA

POPULAÇÃO INFINITA
Fonte: GIL (2018, p. 96).

112
ANEXO F – CÁLCULO DO PIB.
Fonte: NAIME (2011).
ANEXO G – CÁLCULO DO PIB, ÓTICA DA DESPESA.
PIB = Consumo + Gastos do Governo + Investimentos + Exportações – Importação
Fonte: QUEIROZ, 2015, p. 12.
ANEXO H – CÁLCULO DO PIB, ÓTICA DA OFERTA.
PIB = Soma do valor acrescentado bruto por cada uma das empresas da economia
+ (Impostos – Subsídios) sobre o consumo
Fonte: QUEIROZ (2015, p. 13).
ANEXO I – CÁLCULO DO PIB, ÓTICA DO RENDIMENTO.

113
PIB = Remuneração do Trabalho + Excedente Bruto de Exploração
Fonte: QUEIROZ (2015, p. 13).

114
ANEXO J – FIGURA DE FIB DE CURITIBA.
Fonte: FERENTZ (2015, p. 59).

115

Livro Felicidade Interna Bruta o Caso de Um Bairro Rico e Um Bairro Pobre

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ROBERTO ZANON

SOLANGE IRENE SMOLAREK DIAS

FELICIDADE INTERNA BRUTA: O CASO DE UM BAIRRO RICO E DE UM

Catalogação na fonte: Eliane Teresinha Loureiro da Fontoura Padilha – CRB9 - 1913

SMOLAREK ARQUITETURA / STUDIO CSD

Assim como também dedico a todo aquele que,

Aos meus professores, pela indicação do caminho.

Com o trabalho monográfico ora em questão objetivou-se realizar o levantamento do

Palavras-chave: Felicidade Interna Bruta (FIB); Cascavel/PR; Bairros

• CBS − Centre for Bhutan Studies

Quadro A – Estrutura do FIB dos bairros Neva e Morumbi Cascavel/PR..................53

APÊNDICE A – SIGNIFICADOS DOS DOMÍNIOS E DOS INDICADORES DO FIB . 69

ANEXO A – RANKING DE FELICIDADE 2018 .............................................................. 108

1 FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 OS FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS E O TEMA DA PESQUISA: FIB........ 20

2 CORRELATOS E ABORDAGENS ................................................................................. 31

2.1 A MÉTRICA NA CONSTRUÇÃO DO FIB .................................................................... 31

3 APLICAÇÃO NO TEMA DELIMITADO: CONSTRUÇÃO DA METODOLOGIA .... 39

3.1 A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS JÁ APLICADOS ........................................................ 39

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS: O FIB EM BAIRROS DE CASCAVEL/PR........... 52

4.1 A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA E SEUS RESULTADOS ................................. 52

5.1 RESGATE DOS ELEMENTOS DA PESQUISA .......................................................... 56

APÊNDICE A – SIGNIFICADOS DOS DOMÍNIOS E DOS INDICADORES DO FIB ... 69

ANEXOS ............................................................................................................................... 107

ANEXO A – RANKING DE FELICIDADE 2018 ................................................................ 108

E aí, “dinheiro não traz felicidade?”

Cascavel, junho de 2019

Profª Mª Sirlei Maria Oldoni

Com muita satisfação apresentamos a presente obra, que se origina do

Esta pesquisa está vinculada à etapa de "Trabalho de Curso" do Curso de

Nesta pesquisa, os fundamentos arquitetônicos estão no primeiro capítulo.

Este primeiro capítulo aborda os fundamentos arquitetônicos de forma a

1.1 OS FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS E O TEMA DA PESQUISA: FIB

No estudo da felicidade, o FIB tem importância na avaliação da qualidade de

1.2 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA SOBRE O FIB

O conceito de "felicidade", em se tratando do índice de Felicidade Interna

1.2.1 A relação entre FIB e PIB

O Produto Interno Bruto − PIB é uma soma de valores monetários de todos os

1.2.2 O PIB municipal, por bairros no Brasil

O caso brasileiro de pesquisa se destaca, assim como outros países, na

1.2.3 A importância para o planejamento urbano de indicadores de bairros

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal − IDHM apresenta dados

1.3 SÍNTESE DO CAPÍTULO

Dos conceitos apresentados do FIB fica claro que esse é um marcador de

Neste capítulo vão apresentadas referências teóricas, pois se apresentam

2.1 A MÉTRICA NA CONSTRUÇÃO DO FIB

Este subcapítulo tem como objetivo apresentar a métrica utilizada para a

2.2 O FIB EM THIMBU/BUTÃO

2.3 O FIB EM CURITIBA

2.4 SÍNTESE DO CAPÍTULO

Entendemos que os objetivos almejados para este capítulo foram alcançados

Considerando que o objetivo da presente pesquisa é uma proposta

3.1 A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS JÁ APLICADOS

Na atual pesquisa utilizou-se a escala psicométrica Likert33 (LLAURADÓ,

3.2 DO PORQUÊ DA ESCOLHA DO CASO: CASCAVEL/PR

A cidade de Cascavel localiza-se na região oeste do estado do Paraná,

3.3 PROPOSTA METODOLÓGICA DE UTILIZAR O IPTU/ha

3.3.1 A construção do indicador IPTU/ha no caso de Cascavel/PR

3.3.2 A aplicação do IPTU/ha no caso de Cascavel/PR

A partir da Lei Municipal nº 6806, de dezembro de 2017 (CASCAVEL, 2017a),

3.4 A AMOSTRAGEM E A SUA ESTRATIFICAÇÃO

Tendo em vista que a cidade de Cascavel foi escolhida para a aplicação do

3.5 A CONSTRUÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Existem diferentes questionários que foram sendo adaptados pelas pesquisas