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Mecanismos efetores da imunidade humoral

A imunidade humoral é mediada por anticorpos secretados, e sua função fisiológica é a


defesa contra microrganismos extracelulares e toxinas microbianas, bem como nos protegem
de células tumorais. É chamada assim pois está presente no soro, bem como está o sistema
complemento, que também acaba por ser mecanismo efetor desse tipo de imunidade.
Esse tipo de imunidade contrasta com a imunidade mediada por células, o outro braço efetor
do sistema imune adaptativo, que é mediada por linfócitos T e cuja função é a eliminação de
microrganismos que infectam as células hospedeiras e nelas vivem.
A imunidade humoral é a forma de imunidade que pode ser transferida de indivíduos
imunizados para não imunizados por meio do soro. Os tipos de microrganismos que são
combatidos pela imunidade humoral são bactérias extracelulares, fungos e até
microrganismos intracelulares como vírus, que são alvos de anticorpos antes de infectarem as
células ou quando são liberados a partir de células Infectadas.
As vacinas atualmente em uso induzem proteção primariamente pela estimulação da
produção de anticorpos, por meio da inserção da parte não tóxica da toxina. Apesar de seus
papéis protetores essenciais, os anticorpos podem ser perigosos e medeiam a lesão tecidual
em indivíduos alérgicos e em determinadas doenças autoimunes.

Visão geral
As principais funções dos anticorpos são neutralizar e eliminar microrganismos infecciosos e as
toxinas microbianas. A eliminação de antígenos mediada por anticorpos envolve diversos
mecanismos efetores e requer a participação de vários componentes celulares e humorais do
sistema imune, incluindo fagócitos e proteínas do sistema complemento.
Os anticorpos são produzidos por plasmócitos nos órgãos linfoides secundários e na medula
óssea e realizam suas funções efetoras em locais distantes de onde são produzidos.Os
anticorpos produzidos nos linfonodos, no baço e na medula óssea podem entrar na circulação
sanguínea e, então, circular por todo o corpo. Os anticorpos produzidos nos tecidos linfoides
associados às mucosas são transportados através das barreiras epiteliais para o lúmen de
órgãos mucosos, como o intestino e as vias respiratórias, onde esses anticorpos secretados
bloqueiam a entrada de microrganismos ingeridos ou inalados, o que não ocorre com
linfócitos T. Os Anticorpos, ao contrário dos linfócitos T, também são ativamente transportados
através da placenta para a circulação do feto em desenvolvimento.
Ocasionalmente, os anticorpos podem ser produzidos em tecidos periféricos não linfoides, em
locais de infecção ou de inflamação crônica. Os anticorpos que medeiam a imunidade
protetora podem ser derivados de plasmócitos produtores de anticorpos de vida longa ou
curta. A primeira exposição ao antígeno, seja por infecção ou vacinação, leva à ativação de
linfócitos B virgens e sua diferenciação em plasmócitos secretores de anticorpos e células de
memória (Cap. 12). A exposição subsequente ao mesmo antígeno leva à ativação de células
B de memória e a uma resposta de anticorpos mais intensa e rápida.
A especificidade da fase efetora é devida as interações antígeno -anticorpo -> as Igs só
funcionam com ligação específica, diferentemente, por exemplo, do Sistema Complemento.
Assim, para que eles sejam efetores, os anticorpos precisam de ligações específicas.
Muitas das funções efetoras dos anticorpos são mediadas pelas regiões constantes da cadeia
pesada das moléculas de Ig, e os diferentes isotipos de cadeia pesada possuem distintas
funções efetoras.

Por exemplo, algumas subclasses de IgG ligam-se aos receptores Fc de fagócitos e promovem
a fagocitose de partículas recobertas por anticorpo; IgM e algumas subclasses de IgG ativam
o sistema complemento; e IgE liga-se aos receptores Fc de mastócitos e desencadeia sua
ativação.
As IgM em formato pentamerico, com cadeia central. Pe o primeito tipo de isotipo gerado e
tem funções limitadas, mas tem a principal função dela agindo no sistema complemento.
As IgG são monoméricas, bem como a IgE; a IgE tem maior ação contra helmintos e reações
alérgicas. A IgA é dimérica, e é encontrada em mucosas. Esses três tipos são as
imunoglobulinas mais efetivas.
A IgD é monomérica, e é a única Ig não encontrada na circulação, estando na membrana e
formando o BCR. Defeitos nela causam ausência de resposta humoral.
O sistema imune humoral é especializado de tal maneira que diferentes exposições de
microrganismos ou antígenos estimulam a mudança de isotipo na célula B para um tipo que
seja mais eficiente no combate a esses agentes. A troca de isotipo ocorre nos linfócitos B para
gerar isotipos melhores para combater os microrganismos.
Cada um dos tipos de imunoglobulina estão presentes normalmente em diferentes
concentrações no corpo, e seu tipo – cada uma agindo em uma doença - ajuda no diagnóstico
de algumas enfermidades.
A neutralização é a única função de anticorpos que é mediada inteiramente pela ligação do
antígeno e não requer participação das regiões constantes da Ig.
Apesar de muitas das funções efetoras dos anticorpos serem mediadas pelas regiões
constantes da cadeia pesada da Ig, todas elas são desencadeadas pela ligação do antígeno
às regiões variáveis. A ligação do anticorpo a um antígeno multivalente, como um
polissacarídio ou um epítopo repetido sobre uma superfície microbiana, aproxima as regiões
do Fc, e esse agrupamento de moléculas de anticorpo leva à ativação do complemento e
possibilita que os anticorpos se liguem a receptores de Fc em fagócitos e os ative. A
necessidade de ligação ao antígeno assegura que os anticorpos ativem diversos mecanismos
efetores somente quando é preciso, ou seja, quando os anticorpos encontram e se ligam
especificamente aos antígenos, não quando os anticorpos estão apenas circulando em sua
forma livre de antígeno.
Funções efetoras das imunoglobulinas
1. Neutralização de microrganismos e toxinas microbianas: impede a ligação com
receptores de membrana
2. CDC -> depende do sistema complemento
3. ADCC -> ligação do anticorpo com complemento e ligação do complemento com
anticorpo (?)
4. Opsonização e fagocitose
Neutralização de microrganismos e toxinas microbianas
Os anticorpos contra microrganismos e toxinas microbianas bloqueiam a ligação desses
agentes e suas toxinas aos receptores celulares. Dessa maneira, os anticorpos inibem, ou
neutralizam, a infectividade de microrganismos, bem como os potenciais efeitos lesivos das
toxinas microbianas.
Muitos microrganismos penetram nas células hospedeiras por meio da ligação de
determinadas moléculas da superfície microbiana a proteínas ou lipídios de membrana
presentes na superfície das células hospedeiras.
Por exemplo, os vírus influenza usam a hemaglutinina de seu envelope para infectar as células
epiteliais respiratórias e as bactérias Gram-negativas utilizam suas pilosidades para aderir e
infectar uma variedade de células hospedeiras. Os anticorpos que se ligam a essas estruturas
microbianas interferem na capacidade desses agentes de interagir com os receptores
celulares por meio do Bloqueio. Em alguns casos, os anticorpos podem se ligar ao
microrganismo e induzir alterações conformacionais em moléculas de superfície que impedem
a interação do agente com receptores celulares. Muitas toxinas microbianas também
medeiam seus efeitos patológicos pela ligação a receptores celulares Específicos.
Como ocorre ligação ao microrganismo, depende, assim, da região variável, e é
independente da porção FC. Quanto maior a afinidade do anticorpo (por conta de troa de
isotipo e maturação de afinidade), mais efetivo é na neutralização.
A neutralização de microrganismos e toxinas mediada por anticorpos requer apenas a
participação das regiões de ligação ao antígeno. Portanto, tal neutralização pode ser
mediada por anticorpos de qualquer isotipo presente na circulação. maior parte dos
anticorpos neutralizantes no sangue consiste em isotipo IgG; nos órgãos mucosos, o isotipo
prevalecente é IgA.
Por exemplo, a toxina botulínica se liga a um receptor para ser endocitada; o anticorpo se
liga a toxina, assim, impedindo sua interação. (A Leishmania impede a formação de
fagolisossomo [fagossomo + lisossomo]).
A maioria das vacinas atuais são voltadas a induzir anticorpos neutralizantes.
Como a neutralização é mediada apenas pela porção variável, por ser específica para o
antígeno, ela pode ser feita com fragmentos proteolíticos de IgG, que ainda tem atividade
neutralizante. A imunidade então será mediada por fragmentos Fab ou F(ab9)2 de
anticorpos específicos, os quais não possuem regiões Fc das cadeias pesadas.
O uso da papaína cria dois anticorpos Fab; o uso de pepsina cria um anticorpo F(ab)2.
Esse tipo de tecnologia é importante pois, em caso de picada de cobra, a região constante
do anticorpo de cavalos (onde a imunoglobulina é produzida) é diferente da nossa e provoca
uma resposta imune conra ela. Assim, uma pessoa que frequentemente tem de tomar antidotos
cointra venenos faz com que os soros gradualmente percam efeito. Para essa pessoa, é
necessário o processo de humanização, que justamente corta a porção Fab do anticorpo e
pendura-se nela uma porção Fc humana.
Hoje em dia, há uma grande produção de vários tipos de anticorpos que estão sendo
produzidos. Quanto mais leve, mais fácil o trabalho. Essas modificações ocorrem, por
exemplo, ´para fazer com que um fragmento FAB, que não tem alta efetividade por cona
propria, adquira essa afinidade por uma série de modificações que envolvem tecnologia.
Opsonização e fagocitose de microrganismos

Os anticorpos do isotipo IgG (principalmente) cobrem (opsonizam) os microrganismos que


geram uma resposta imune e promovem sua fagocitose pela ligação de receptores de Fc nos
fagócitos. Os fagócitos mononucleares e os neutrófilos ingerem os microrganismos.
Esses fagócitos expressam uma variedade de receptores de superfície que se ligam
diretamente aos microrganismos e os internalizam, mesmo sem a presença de anticorpos,
proporcionando um mecanismo de imunidade inata. A eficiência desse processo pode ser
acentuadamente aumentada se o fagócito puder se ligar à partícula com afinidade alta;
assim, esse processo é dependente de receptores para a porção Fc. Os fagócitos
mononucleares e os neutrófilos expressam receptores para as porções Fc dos anticorpos IgG
que se ligam especificamente a partículas recobertas por anticorpos. Os microrganismos
também podem ser cobertos por um subproduto da ativação do complemento denominado
C3b e são fagocitados pela ligação a um receptor de leucócito para C3b. O processo de
cobertura de partículas para promover a fagocitose é denominado opsonização, e
substâncias que fazem essa função, incluindo anticorpos e proteínas do complemento, são
chamadas de opsoninas.
Nessa opsonização, se ligarão vários IgG na superficie microbiana, e os fagócitos
reconhecerão sua porção constante.
Receptores de Fc em leucócitos
Os leucócitos expressam receptores de Fc que se ligam às regiões constantes de anticorpos e,
assim, promovem a fagocitose de partículas cobertas de Ig e liberam sinais que regulam as
atividades dos leucócitos; outros receptores de Fc medeiam o transporte de anticorpos para
diversos locais. Os receptores de Fc para diferentes isotipos de cadeia pesada são expressos
em muitas populações leucocitárias e apresentam diversas funções na imunidade. Dentre esses
receptores de Fc, aqueles que são mais importantes para a fagocitose de partículas
opsonizadas são os receptores para as cadeias pesadas de anticorpos IgG, chamados
receptores Fcgama. Essa familia de receptores reconhece diferentes tipos de igG, e
anticorpos de circulação.
Os receptores Fcg foram classificados em três grupos, I, II e III, com base em suas afinidades
para as cadeias pesadas de diferentes subclasses de IgG. Diferentes receptores de Fc
também são expressos em distintos tipos celulares.
** os receptores FcalfaR se refere a IgA, e FcERi, para IgE; este ultimo depende da
agegação de duas moléculas para promover a sinalização.
Esses receptores tem estrutura globulinica, bem como uma porção transmembrana e
intracelular, sendo que a maioria tem porções intracelulares feitas para sinalização (ITAM,
ITIM)
(As funções de sinalização do FcgRII são mediadas pela cauda citoplasmática desse receptor
de cadeia única)
Normalmente, esses receptores precisam de outras porções para fazer uma sinalização
eficiente.
Todos os receptores Fcg contêm uma cadeia de ligação ao ligante,
denominada cadeia a, que reconhece as cadeias pesadas da IgG. As diferenças observadas
em relação à especificidade ou afinidade de cada FcgR para os diversos isotipos de IgG
baseiam-se nas distinções na estrutura dessas cadeias a. Todos os receptores Fc são ativados
de forma ideal por anticorpos ligados aos seus antígenos e não por estas moléculas livres,
Circulantes.
Em geral, os imunocomplexos contendo IgG1 e IgG3 se ligam eficientemente a receptores de
Fc, ativando-os, e os imunocomplexos contendo IgG2 não se ligam bem. IgG4 possui uma
afinidade muito baixa para ativar os receptores Fc. A ligação à maior parte dos receptores
Fc resulta em ativação celular, exceto o FcgRIIIB, que é um receptor inibitório.
Papel dos Receptores Fcg na Fagocitose e Ativação de Fagócitos
A ligação dos receptores de Fc em fagócitos a partículas multivalentes revestidas de
anticorpo leva à internalização dessas partículas e à ativação de fagócitos (Fig. 13-4). Os
subtipos de IgG que se ligam melhor a esses receptores são as opsoninas mais eficientes para
promover fagocitose. As partículas opsonizadas são internalizadas em vesículas conhecidas
como fagossomos, os quais se fundem com os lisossomos, e as partículas fagocitadas são
destruídas nestes fagolisossomos. A ativação requer a ligação cruzada dos FcRs por várias
moléculas de Ig adjacentes (p. ex., em microrganismos revestidos com anticorpo ou em
imunocomplexos).
A ligação cruzada das cadeias a de ligação ao ligante de um FcR resulta em eventos de
transdução de sinal. Essas vias de sinalização induzem diversas respostas nos leucócitos,
incluindo a transcrição de genes que codificam citocinas, mediadores inflamatórios e enzimas
microbicidas, além da mobilização do citoesqueleto levando aos processos de fagocitose,
exocitose de grânulos e migração celular. As principais substâncias microbicidas produzidas
nos fagócitos ativados são as espécies reativas de oxigênio, óxido nítrico e enzimas
hidrolíticas. As mesmas substâncias microbicidas podem danificar os tecidos; esse mecanismo
de lesão tecidual mediada por anticorpos é importante em doenças de hipersensibilidade.
Três grupos principais de receptores Fc IgG-específicos:
>> FcyRI (CD64) é o principal receptor de alta afinidade dos fagóticos, expresso em
macrófagos e neutrófilos, e o receptor mais importante para a fagocitose de partículas
opsonizadas. É especifico para a região constante. Sua sinalização gera moléculas
microbicidas, como fagótico oxidase, secreção de enzimas hidrolíticas e secreção de reativos
intermediários de oxigênio, e a transcrição de genes que leva a codificação de citocinas,
mobilização do citoesqueleto levando a fagocitose, exocitose de granulos e migração celular.
Uma das citocinas induzidas é o IFN-gama, que, por feedback positivo, estimula a expressão
de mais FcyRI; estimula troca de isotipo para IgG ligante de alta afinidade com FcRI (IgG1 e
IgG3 em humanos), amplificando a resposta; estimula diretamente as atividades microbicidas
de fagócitos; é importante para a endocitose. A ligação também promove sinal que faz a
endociose e a formação de fagolisossomo.
A sua cadeia gama do FcR contém um motivo de ativação imunorreceptor com base em
tirosina (ITAM). A aproximação das moléculas gama induzem a sinalização FcgRI, da mesma
forma que o receptor de alta afinidade para IgE (Cap. 20), está constantemente saturado
com seus ligantes de Ig. A ativação de receptores Fc requer que os receptores esteja
agrupados no plano da membrana, e o agrupamento e sua consequente ativação pelo FcgRI
são mediados pela ligação cruzada de moléculas de IgG ligadas ao receptor a antígenos
multivalentes.
>> FCyRII (CD32): liga-se a subtipos de IgG humana com uma afinidade baixa. Um subipo é
expresso pelos neutrófilos e fagócitos mononucleares e participa da fagocitose de partículas
opsonizadas, ao passo que outro é expresso em fagócitos mononucleares, neutrófilos e células
NK. Possui motivo ITAM;.
>> FCyRIII (CD16) liga-se a subtipos de IgG humana com uma afinidade baixa
Sinalização inibitória pelo FCyRIIB: O FcgRIIB também é expresso em células dendríticas,
neutrófilos, macrófagos e mastócitos e pode exercer um papel na regulação das respostas
destas células na ativação de receptores Fc e de outros estímulos.
Citotoxicidade celular dependendo de anticorpos
Principalmente IgG e IgE.. Depende de receptores para a porção FC e de células liticas
(como células NK) e anticorpos ligados ao alvo. É mais frequente na eliminação de células
infectadas ou tumorais, que são opsonizada por anticorpos antitumorais, por exemplo.
As células natural killer (NK) e outros leucócitos ligam-se a células revestidas com anticorpo
pelos receptores de Fc e as destroem. Esse processo é chamado de citotoxicidade mediada
por células dependente de anticorpos (ADCC). É função das células NK, as quais utilizam seus
receptores de Fc, FcgRIII, para se ligar a células revestidas com anticorpo. O FcgRIII (CD16) é
um receptor de baixa afinidade que se liga a moléculas de IgG agregadas dispostas sobre
as superfícies das células, mas não se liga a moléculas circulantes de IgG monomérica. Dessa
maneira, a ADCC só acontece quando a célula-alvo está revestida com moléculas de
anticorpo e a IgG livre no plasma não ativa as células NK nem compete eficazmente com a
IgG ligada a células para a ligação a FcgRIII. O acoplamento do FcgRIII a células-alvo
revestidas com anticorpo ativa as células NK para que elas sintetizem e secretem citocinas,
como o IFN-g, bem como para liberar o conteúdo dos seus Grânulos (como ganzimas e
perforinas), os quais medeiam as funções de morte deste tipo de células. a célula NK causa
apoptose, uma das mortes menos inflamatórias.
Embora utilize células NK, essa resposta depende de anticorpos específicos, e, assim, não faz
parte da imunidade inata.

Eliminação de helmintos mediada por anticorpo


Alguns parasitas helmínticos são eliminados pela ação conjunta de anticorpos, eosinófilos e
mastócitos, que medeiam a morte e a expulsão desses parasitas. Os helmintos (vermes) são
muito grandes para serem internalizados por fagócitos, e seus tegumentos são relativamente
resistentes aos produtos microbicidas dos neutrófilos e dos macrófagos. Eles podem, no
entanto, ser mortos por uma proteína catiônica tóxica, conhecida como a proteína básica
principal, presente nos grânulos de eosinófilos. Anticorpos IgE e, em menor extensão,
anticorpos IgG e IgA que revestem os helmintos podem se ligar a receptores de Fc em
eosinófilos e provocar a desgranulação destas células, liberando a proteína básica e outros
conteúdos dos grânulos de eosinófilos e, assim, matar os parasitas.
O receptor utilizado é o FCeRI. Ele se liga ao IgE circulante quando há parasitose e alergia;
assim que ocorre reconhecimento de antígeno pelo IgE, ocorre degranulação do mastócito.

Além de ativar eosinófilos, os anticorpos de IgE que reconhecem antígenos sobre a superfície
dos helmintos podem iniciar a desgranulação dos mastócitos locais através do receptor de
alta afinidade para IgE. Essa é a imunidade contra helmintos, dependente de anticorpos e
células.

Os helmintos tem uma parede altamente polissacarídica. Sua estrutura dificulta a ação de
alguns mecanismos da imunidade, como já mencionado. Essa parede favorece a produção de
TGF-beta, que induz a formação preferencial de IgE, que se liga a parede do helminto e
será reconhecido por matócitos e eosinófilos, que degranulam. Uma das moléculas liberadas
são vasoativas, para ajudar na eliminação do helminto. Os mediadores de mastócitos podem
induzir broncoconstricção e aumento da motilidade local, contribuindo para a expulsão de
vermes de locais como as vias aéreas e o lúmen do trato gastrintestinal.
Os eosinófilos são melhores em matar helmintos do que qualquer outro leucócito; a resposta
Th2 e o IgE provêm um mecanismo que traz os eosinófilos para os helmintos e os ativam.

As quimiocinas e citocinas liberadas por mastócitos ativados também podem atrair eosinófilos
e causar sua degranulação.
O conteúdo dos granulos pode causar sintomas de alergia.

Sistema Complemento
O sistema complemento é um dos principais mecanismos efetores da imunidade humoral e é
também um importante mecanismo efetor da imunidade inata.
Complemento = “complementa a ação de anticorpos”
O sistema complemento é composto de proteínas séricas e de superfície celular que interagem
umas com as outras e com outras moléculas do sistema imune de maneira altamente regulada
para gerar produtos que funcionam para eliminar os microrganismos. As proteínas do
complemento são proteínas plasmáticas normalmente inativas; elas são ativadas apenas em
determinadas condições para gerar produtos que medeiam várias funções efetoras do
complemento. Diversas características de ativação do complemento são essenciais para sua
função normal, como:
 O sistema complemento é ativado por microrganismos e por anticorpos que estão
ligados aos microrganismos e outros antígenos.
 A ativação do complemento envolve a proteólise sequencial de proteínas para gerar
complexos de enzimas com atividade proteolítica. Isso permite enorme amplificação,
pois cada molécula de enzima ativada em uma etapa pode gerar várias outras
moléculas na etapa seguinte.
 Os produtos de ativação do complemento tornam-se ligados covalentemente a
superfícies de células microbianas, anticorpos ligados aos microrganismos e outros
antígenos, e também aos corpos apoptóticos. As moléculas tornam-se estavelmente
ativadas após sua ligação a microrganismos, anticorpos ou células mortas. Essa
característica assegura que a ativação completa não ocorra no sangue.
 A ativação do complemento é inibida por proteínas reguladoras que estão presentes
em células normais do hospedeiro e ausentes nos microrganismos.

Vias de ativação

1. Via clássica -> ativada por determinados isotipos de anticorpos (IgM e IgG) ligados a
antígenos
2. Via alternativa -> ativada na superfície de células microbianas na ausência de
anticorpo
3. Via das lectinas -> ativada por lectina plasmática que se liga a resíduos de manose
em microrganismos
Todas as vias resultam na geração de complexos de enzimas capazes de clivar a proteína
C3.
O evento central na ativação do complemento é a proteólise da proteína do complemento C3
para gerar produtos biologicamente ativos e a subsequente ligação covalente de um produto
de C3, denominado C3b, a superfícies celulares microbianas ou ao anticorpo ligado ao
antígeno. A ativação do complemento depende da geração de dois complexos proteolíticos:
a C3-convertase, que cliva C3 em dois fragmentos proteolíticos denominados C3a e C3b; e a
C5-convertase, que cliva C5 em C5a e C5b. Todas as funções biológicas do complemento são
dependentes da clivagem proteolítica
de C3. Por exemplo, a ativação do complemento promove a fagocitose porque o C3b torna-
se covalentemente ligado aos microrganismos e os fagócitos (neutrófilos e macrófagos)
expressam receptores para C3B. os peptídeos produzidos pela quebra do C3 induzem a
inflamação. Já C5 participa também da inflamação e da produção de poros nas membranas
de alvos microbianos.
As clivagens que ocorrem na ativação do sistema complemento geram fragmentos que ou
ficam em circulação (por exemplo, C3a) ou que ficam na membrana.
As vias alternativa e das lectinas são mecanismos efetores da imunidade inata, enquanto a
clássica é um dos principais mecanismos de imunidade adaptativa. Elas diferem na forma
como C3 é produzido, mas tem mesmo produtos.
Via alternativa
A via alternativa de ativação do complemento resulta na proteólise de C3 e na fixação
estável do produto de degradação de C3b nas superfícies microbianas, sem a necessidade
de anticorpo.
C3-convertase da via alternativa funciona para amplificar a ativação do complemento
iniciado por qualquer uma das vias, alternativa, clássica ou das lectinas. Quando C3 é
clivado, o C3b permanece ligado às células e o C3a é liberado.
A ativação da via alternativa ocorre prontamente nas superfícies de células microbianas e
não em células de mamífero. Se o complexo C3-convertase é formado sobre células de
mamíferos, é rapidamente degradado e a reação é finalizada pela
ação de diversas proteínas reguladoras presentes nessas células: A ausência de proteínas
reguladoras nas células microbianas permite a ligação e a ativação da C3-convertase da via
alternativa.

Via Clássica

A via clássica é iniciada pela ligação da proteína C1 do complemento a domínios de IgG e


de moléculas de IgM que estão ligadas ao antígeno. Entre os anticorpos IgG, IgG3 e IgG1
(em humanos) são ativadores do complemento mais eficazes do que as outras subclasses. C1 é
um complexo de proteína grande e multimérico. Uma de suas subunidades, C1q, é constituída
por um arranjo radial de seis cadeias, como um guarda-chuva, que executa a função de
reconhecimento da molécula e liga-se especificamente às regiões Fc.
* Embora IgM fixe o sistema complemento, o organismo necessita de troca de isotipo ao
decorrer da resposta imunológica para se ter mecanismos mais efetivos.
Somente anticorpos ligados a antígenos, e não anticorpos livres circulantes, podem iniciar a
ativação da via clássica (Fig. 13-11). A razão para isso é que cada molécula
de C1q deve se ligar a, pelo menos, duas cadeias pesadas de Ig e ser ativada e cada
região Fc de Ig possui apenas um único local de ligação a C1q. Dessa maneira, duas ou mais
regiões Fc precisam estar acessíveis para C1, para que a ativação da via clássica seja
iniciada. Como cada molécula de IgG possui apenas uma região Fc, várias moléculas de IgG
precisam ser aproximadas antes de se ligar a C1q, e esse agrupamento de diversos
anticorpos de IgG apenas quando eles se ligam a um antígeno multivalente. Ainda que IgM
livre (circulante) seja pentamérica (e plana) ela não se liga a C1q porque as regiões Fc estão
em uma configuração que as torna inacessíveis a C1q. A ligação da IgM a um antígeno induz
uma alteração conformacional que a deixa em forma de grampo e que expõe os locais de
ligação nas regiões Fc, permitindo a ligação a C1q. Em virtude da sua estrutura pentamérica,
uma única molécula de IgM pode se ligar a duas moléculas de C1q, e esta é uma das razões
que explicam por que a IgM é um anticorpo mais eficaz para a ligação ao complemento (ou
fixação do complemento) do que a IgG.
Assim, menos IgMs são necessárias para a ligação do sistema complemento do que IgG.
Se o complemento pudesse ser ativado por IgMs planas ou uma IgG apenas, ele seria
ativado o tempo inteiro, o que é ruim para o organismo.
A ligação de C1q leva a ativação de outra subunidade, C1s, que cliva C4 e gera C4b. A
clivagem de C3 resulta na remoção do fragmento pequeno C3a; e C3b pode formar
ligações covalentes com as superfícies das células ou com o anticorpo em que está ocorrendo
a ativação do complemento. C3b, uma vez depositado, pode se ligar ao Fator B e gerar
mais C3-convertase pela via alternativa, como discutido anteriormente. O resultado final das
diversas etapas enzimáticas e da amplificação é que uma única molécula de C3 convertase
pode levar à deposição de centenas ou milhares de moléculas de C3b na superfície da célula
em que o complemento é ativado. Os passos-chave iniciais das vias alternativas e clássica são
análogos: C3 na via alternativa é homóloga a C4 na via clássica.

Via das lectinas


A via das lectinas de ativação do complemento é desencadeada pela ligação de
polissacarídios microbianos a lectinas circulantes, tais como a lectina ligadora de manose (ou
manana) plasmática (MBL) ou as ficolinas, sempre na ausência de anticorpo.

Etapas finais da ativação do complemento


As C5-convertases geradas iniciam a ativação dos componentes da via comum do
complemento, o que culmina na formação do complexo de ataque a membrana (Mac).
A ligação do sistema complemento leva a indução da construção de um MAC (ataque de
complexo a membrana):
As C5 convertases clivam C5 em C5a, que é liberado, e Cdb, que permanece ligado as
proteínas do complemento depositadas na superfície celular. C6, C7, C8 e C9 são proteínas
estruturalmente relacionadas e sem atividade enzimática.
C5b sustenta uma conformação transitória que é capaz de se ligar as proteínas C6 e C7.

O complexo C5b67 (hidrofóbico) forma um complexo ao se inserir na membrana celular, que


atrai C8, que penetra na membrana celular e permite a polimerização de C9
(estruturalmente relacionada a perforina) e a formação do MAC.
O MAC é um canal onde há livre circulação de água e íons, sendo que a entrada de água
resulta em aumento osmótico e ruptura das células em cuja superfície o MAC foi depositado.
A ativação do sistema complemento é extremamente regulada.
,A regulação deve ocorrer antes de se formar o complexo C5b67 – depois disso, a regulação
fica mais complicada.

Receptores para proteínas do complemento


Muitas das atividades biológicas do sistema do complemento são mediadas pela ligação de
fragmentos do complemento a receptores de membrana expressos em vários tipos celulares.
Desses receptores, o mais bem caracterizados são específicos para os fragmentos de C3 e
são descritos aqui. Vários receptores reconhecem diferentes partes do sustema complemento e
serão ativados em situações específicos. Os receptores de fragmentos de C3 reconhecem o
sistema complemento sem precisar de imunoglobulinas.

 O receptor de complemento do tipo 1 (CR1 ou CD35) funciona principalmente para


promover fagocitose de partículas recobertas por C3b e C4b e remoção dos
imunocomplexos da circulação. É expresso principalmente em células derivadas da
medula óssea, incluindo eritrócitos, neutrófilos, monócitos, macrófagos, eosinófilos e
linfócitos T e B; ele também é encontrado em células dendríticas foliculares no interior
dos folículos de órgãos linfoides periféricos. Fagócitos utilizam esse receptor para se
ligar a partículas opsonizadas com C3b ou C4b e internalizá-las. A ligação das
partículas recobertas por C3b ou C4b a CR1 também transduz sinais que ativam os
mecanismos microbicidas dos fagócitos, especialmente quando o receptor de Fcg é
simultaneamente envolvido por partículas revestidas de anticorpo. Também é um
regulador da ativação do complemento.
 O receptor do complemento do tipo 2 (CR2 ou CD21) tem como função estimular as
respostas imunes humorais, aumentando a ativação de células B por antígenos e
promovendo a retenção de complexos antígeno-anticorpo nos centros germinativos.
CR2 está presente em linfócitos B, células dendríticas foliculares e em algumas células
epiteliais. Liga-se especificamente aos produtos de clivagem de C3b.
 O receptor do complemento do tipo 3, também chamado Mac-1 é expresso em
neutrófilos, fagócitos mononucleares, mastócitos e células NK. Esse receptor é um
membro da família de integrinas de receptores de superfície celular. Em neutrófilos e
monócitos, Mac-1 promove a fagocitose de microrganismos opsonizados. Além disso,
Mac-1 pode fazer o reconhecimento direto de bactérias para a fagocitose ao se ligar
a algumas moléculas microbianas desconhecidas. Também se liga à molécula de
adesão intercelular 1 (ICAM-1, do inglês, intercellular adhesion molecule 1) em células
endoteliais e promove a adesão estável dos leucócitos ao endotélio, mesmo sem
ativação do complemento. Essa ligação leva ao recrutamento de leucócitos para os
locais de infecção e de lesão tecidual.
 O receptor de complemento do tipo 4 tem provavelmente uma função semelhante à
do Mac-1.
 O receptor do complemento da família das imunoglobulinas (CRIg) é expresso na
superfície de macrófagos no fígado e é conhecido como célula de Kupffer. Liga-se a
fragmentos C3b do complemento e está envolvido na eliminação de bactérias
opsonizadas e de outros patógenos transmitidos por via sanguínea.

Regulação da atividade do complemento


A ativação da cascata do complemento e a estabilidade de proteínas ativas do complemento
são finamente reguladas para evitar a ativação do complemento em células normais do
hospedeiro e para limitar a duração da ativação do complemento,
mesmo em células microbianas e complexos antígeno-anticorpo.
A regulação do complemento é mediada por diversas proteínas circulantes e de membrana
celular. Muitas dessas proteínas, bem como as várias proteínas das vias clássica e alternativa,
pertencem a uma família denominada reguladores da atividade do complemento (RCA, do
inglês regulators of complement activity).
Primeiro, a ativação do complemento ocorre contínua e espontaneamente em um nível baixo
e, se for permitido que tal ativação simplesmente prossiga, o resultado pode ser danoso para
as células e tecidos normais. Segundo, mesmo quando o complemento é ativado onde é
realmente necessário, como sobre células microbianas ou complexos antígeno-anticorpo, ele
precisa ser controlado porque os produtos da degradação de proteínas do complemento
podem se difundir para as células adjacentes e produzir lesão. Diferentes mecanismos
reguladores inibem a formação da C3-convertase nas etapas iniciais da ativação do
complemento, quebram e inativam as convertases de C3 e de C5 e inibem a formação do
MAC nas etapas posteriores da via do complemento.
Exemplos:

a. A atividade proteolítica de C1 é inibida por uma proteína plasmática denominada


inibidor de C1 (C1-INH). C1-INH é um inibidor de serinoproteases (serpina) que
mimetiza os substratos normais de subunidades de C1. Se o C1q se ligar a um
anticorpo e iniciar o processo de ativação do complemento, C1-INH é clivado por e se
torna covalentemente ligado a essas proteínas do complemento e impede a ativação
da via clássica, limitando o tempo durante o qual essas subunidades ativos ficam
disponíveis para ativar as etapas subsequentes na cascata. SERPIN inibe a produção
de C3/inibe C1.
b. Cd59, uma proteína de membrana, impede, por exemplo, o processo de formação da
MAC pela inibição de C9. Ele funciona por meio da incorporação de si mesmo nos
MACs que estão sendo montados após a inserção de C5b-8 na membrana. Está
presente em células normais, mas não no organismo. A formação do MAC também é
inibida por proteínas plasmáticas como a proteína S. Os MACs em formação podem
se inserir em qualquer membrana celular vizinha além da membrana em que foram
gerados. Os inibidores do MAC no plasma e nas membranas celulares hospedeiras
asseguram que não ocorra a lise de células que simplesmente estejam próximas ao
local da ativação do complemento.
c. A montagem dos componentes das convertases de C3 e de C5 é inibida pela ligação
de proteínas reguladoras para C3b e C4b depositados nas superfícies das células. Se
C3b for depositado sobre as superfícies de células normais de mamífero, ele pode se
ligar a várias proteínas de membrana que são produzidos por células de mamíferos
mas não de microrganismos. Ao se ligar a C3b ou C4b, essas proteínas inibem
competitivamente a ligação de outros componentes da C3-convertase, como Bb da via
alternativa e C2a da via clássica, bloqueando, assim, a progressão da cascata do
complemento.

A função das proteínas reguladoras pode ser superada pela excessiva ativação das vias do
complemento. Temos enfatizado a importância dessas proteínas reguladoras na prevenção
da ativação do complemento em células normais.
No entanto, a fagocitose mediada pelo complemento e os danos às células normais são
mecanismos patogênicos importantes em muitas doenças imunológicas.
Nessas doenças, grandes quantidades de anticorpos podem ser depositadas nas células
hospedeiras, gerando proteínas ativas do complemento suficientes para que as moléculas
reguladoras sejam incapazes de controlar a ativação da cascata.
A regulação pode ocorrer, por exemplo, no caso de uma ativação não correta e formação
de autoanticorpo, que está em baixa concentração e assim é facilmente inibidos. O aumento
de concentração de fatores circulantes faz com que isso não funcione.

Funções do complemento

As principais funções efetoras do sistema do complemento na imunidade inata e na imunidade


adaptativa humoral são promover a fagocitose de microrganismos sobre os quais o
complemento é ativado, estimular a inflamação e induzir a lise desses microrganismos. Além
disso, os produtos de ativação do complemento facilitam a ativação de linfócitos B e a
produção de anticorpos. A fagocitose, inflamação e a estimulação da imunidade humoral são
mediadas pela ligação de fragmentos proteolíticos de proteínas do complemento para vários
receptores da superfície celular, enquanto a lise celular é mediada pelo MAC.
As funções independentes de imunoglobulinas são a opsonização e fagocitose e a citólise
mediada pelo complemento.

>> Opsonização e fagocitose

Os microrganismos sobre os quais o complemento é ativado pela via clássica ou pela via
alternativa tornam-se revestidos, por exemplo, por C3b, e são fagocitados pela ligação
dessas proteínas (que atuam como opsoninas) aos receptores específicos em macrófagos e
neutrófilos. C3b liga-se a CR1.
Por si só, o CR1 é ineficaz na indução da fagocitose de microrganismos revestidos com C3b,
mas isso pode ser aumentado se os microrganismos estiverem revestidos com anticorpos IgG
que se ligam simultaneamente a receptores Fcg.
A ativação de macrófagos pela citocina IFN-g também melhora a fagocitose
mediada por CR1. Um exemplo da importância do complemento é a defesa do hospedeiro
contra bactérias com cápsulas ricas em polissacarídios, tais como pneumococos e
meningococos, que é mediada primariamente pela imunidade humoral. Os anticorpos IgM
contra polissacarídios capsulares ligam-se às bactérias, ativam a via clássica do complemento
e estimulam a eliminação das bactérias por fagocitose no baço. É por isso que indivíduos sem
o baço são suscetíveis a septicemia pneumocócica e meningocócica disseminada.

Estimulação das Respostas Inflamatórias


Os fragmentos proteolíticos dos complementos C5a, C4a e C3a induzem inflamação aguda,
ativando mastócitos, neutrófilos e células endoteliais. Células fagociticas, neutrófilos e
macrófagos são ativados pelos fragmentos solúveis C4a, C3a e C5a para eliminar melhor os
fagócitos. Todos os três peptídios ligam-se a mastócitos e induzem a desgranulação, com a
liberação de mediadores vasoativos como a histamina. Em neutrófilos, C5a reforça a
motilidade, a adesão firme às células endoteliais e, em altas concentrações, o estímulo do
burst respiratório e da produção de espécies reativas de oxigênio. Além disso, C5a pode
atuar diretamente sobre as células endoteliais vasculares e induzir aumento da
permeabilidade vascular e expressão de P-selectina, o que promove a ligação de neutrófilos.
Essa combinação de ações de C5a em mastócitos, neutrófilos e células endoteliais contribui
para a inflamação nos locais da ativação do complemento.
Os efeitos pró -inflamatórios de C5a, C4a e C3a são mediados pela ligação dos peptídios
aos receptores específicos em vários tipos celulares. O receptor de C5a é o mais bem
caracterizado.
O receptor de C5a é expresso em muitos tipos celulares, incluindo neutrófilos, eosinófilos,
basófilos, monócitos, macrófagos, mastócitos, células endoteliais, células musculares lisas,
células epiteliais e astrócitos.

Citólise mediada pelo complemento


A lise mediada pelo complemento de organismos estranhos é mediada pelo MAC (Fig. 13-17,
C). A maioria dos patógenos desenvolveu durante sua evolução paredes celulares espessas ou
cápsulas que impedem o acesso do MAC em suas membranas celulares. A lise mediada pelo
complemento parece ser essencial apenas para a defesa contra alguns poucos agentes
patogênicos que são incapazes de resistir à inserção do MAC.

Outras funções do sistema complemento:


A remoção de imunocomplexos
Ao se ligar aos complexos antígeno-anticorpo, as proteínas do complemento promovem a
solubilização destes complexos e sua eliminação por fagócitos. Um pequeno número de
imunocomplexos é formado frequentemente na circulação quando um indivíduo monta uma
vigorosa resposta de anticorpos a um antígeno circulante. Se os imunocomplexos se acumulam
no sangue, eles podem ser depositados na parede dos vasos (por exemplo, no rim) e induzir
reações inflamatórias que danificam os vasos e o tecido circundante.
A ativação do complemento sobre moléculas de Ig promove a dissolução dos imunocomplexos.
A remoção é feita por células do baço.

Amplificação da resposta imune


A proteína C3d gerada a partir de C3 liga-se a CR2 (=CD21) em células B e facilita a
ativação dessas células e o início das respostas imunes humorais. C3d é gerado quando o
complemento é ativado por um antígeno, seja diretamente ou após a ligação ao anticorpo. A
ativação do complemento resulta na ligação covalente de C3b e de seu produto de clivagem,
C3d, ao antígeno. Os linfócitos B podem se ligar ao antígeno através de seus receptores de
Ig e também, simultaneamente, ao C3d ligado ao antígeno por meio do CR2, o correceptor
para o receptor de antígeno das células B, aumentando, assim, a sinalização induzida pelo
antígeno em células B. em suma, o microrganismo se liga a CR2 e BCR, amplificando a
ativação de linfócito B, para produzir mais anticorpos.
Regulação da resposta imune por imunoglobulinas
Quando produzimos muita Ig, e ela está livre (no final da resposta imune, quando já não há
mais tantos antígenos), elas se ligam em FCRIIgama, que tem motivo ITIUM, além de haver
BCR reconhecendo antígenos em baixa concentração, o que leva a inibição da resposta.
respostas imunes inatas aos microorganismos fornecem sinais adicionais para a ativação de
linfócitos.

Atividades especializadas: Imunidade de mucosas

Transporte ativo de IgA = transcitose


Ex: vacina contra poliomielite (vírus entra pela mucosa).
O IgA protege as mucosas de infecções, especialmente em locais com contato com ar. Isso
ocorre pela secreção, por linfócitos B, de IgA na forma dimérica, se ligando a receptor basal
na célula epitelial que reconhece cadeias J (no centro do dímero, também está na Ig
pentamérica).
Imunidade neonatal
Neonatos mamíferos são protegidos contra a infecção por anticorpos produzidos pela mãe
que atravessam a placenta, sendo transportados para a circulação fetal, e pelos anticorpos
ingeridos no leite e transportados através do epitélio gastrointestinal de recém-nascidos por
um processo especializado conhecido como transcitose.

Os recém-nascidos não têm a capacidade de montar respostas imunes eficazes contra


microrganismos e, durante vários meses após o nascimento, sua principal defesa contra
a infecção é a imunidade passiva fornecida pelos anticorpos maternos. A IgG materna é
transportada através da placenta, e a IgA e IgG presentes no leite materno são ingeridas
pelo lactente.
O transporte transepitelial de IgA materna para o leite depende do receptor de poli-Ig. As
moléculas de IgA e IgG ingeridas podem neutralizar organismos patogênicos que tentam
colonizar o intestino do bebê, e os anticorpos IgG ingeridos também são transportados
através do epitélio intestinal para a circulação do neonato. Assim, um recém-nascido possui,
essencialmente, os mesmos anticorpos IgG que sua mãe. O transporte da IgG materna
através da placenta e do epitélio intestinal neonatal é mediado por um receptor de Fc
específico para IgG denominado receptor de Fc neonatal (FcRn) que se assemelha a uma
molécula do complexo de histocompatibilidade principal de classe I (MHC), contendo uma
cadeia pesada transmembrana ligada não covalentemente à b2-microglobulina.

Leite: recebe IgG da mãe, por receptor FRn, que estão no intestino e reconhece região Fc do
IgG da mãe.

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