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Stomatos

ISSN: 1519-4442
ppgpediatria@ulbra.br
Universidade Luterana do Brasil
Brasil

Frantz Nobre, Daniela; Vallandro Lopes, Gustavo


Aplicações clínicas da barra transpalatina removível
Stomatos, vol. 12, núm. 23, julho-dezembro, 2006, pp. 11-16
Universidade Luterana do Brasil
Río Grande do Sul, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=85002303

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Daniela Frantz Nobre
Gustavo Vallandro Lopes

Aplicações clínicas da barra


transpalatina removível
Clinical applications of the removable transpalatal arch

RESUMO
O presente artigo tem por objetivo discorrer sobre o emprego da barra transpalatina removível na
prática ortodôntica. A ativação do arco transpalatino gera uma série de forças e binários clinicamente
úteis para mover os molares superiores nos três planos espaciais. Este dispositivo de fácil confecção
apresenta importantes funções tais como: auxiliar na ancoragem, expansão e contração dos arcos,
correção das rotações de molares, controle do torque e inclinações de molares, controle da extrusão de
molares, correção da mordida cruzada unilateral e auxiliar no movimento de distalização dos molares
no arco superior. O conhecimento das possibilidades de emprego da barra transpalatina constitui um
importante recurso auxiliar na terapia ortodôntica.
Palavras-chave: ortodontia, maloclusão.

ABSTRACT
The present article has for objective to discourse the use of the removable transpalatal arch in
orthodontic treatment. The activation of the transpalatal arch generates a series of forces and binary
clinically useful to move the maxillary molars in the three space plans. This device of easy making
presents important such functions as: to aid in the anchorage, expansion and contraction of the arches,
correction of the rotations of molars, control of the torque and inclinations of molars, control of the
extrusion of molars, correction of the unilateral upper crossbite and auxiliary in the movement of
distalization of maxillary molars. The knowledge of the possibilities of use the transpalatal arch constitutes
an important auxiliary resource in the orthodontic therapy.
Key words: orthodontics, malocclusion.

______
Daniela Frantz Nobre é professora de Graduação e Pós-Graduação da ULBRA Canoas/RS
Gustavo Vallandro Lopes é especialista em Ortodontia pela ULBRA Canoas/RS
______
Endereço para correspondência: Gustavo Vallandro Lopes
Rua Sininbu, 1912/03 – Caxias do Sul/RS – CEP 95020-004. Fone: (54) 3221.8802. E-mail: gvlopes@ibest.com.br

Stomatos
Stomatos v.12, n.23,
Canoasjul./dez.v.12
2006 n.23 jul./dez. 2006 p.11-16 11
INTRODUÇÃO paço livre de 1 a 2 mm do palato. Este dispositivo é
mais indicado como auxiliar na ancoragem dos mo-
A barra transpalatina tem sido aplicada como lares superiores e deve ser confeccionado e instalado
importante mecanismo auxiliar na terapia na sua forma passiva (BALDINI, LUDER, 1982;
ortodôntica devido a sua fácil confecção e ampla McNAMARA JR, BRUDON, 1993).
gama de possibilidades de ativações (RAMOS et Para a confecção da barra transpalatina re-
al., 2000). Foi patenteada por Goshgarian (1972) movível podem ser usados fios de aço 0,8 mm, indi-
e, desde então, seu emprego clínico tem sido estu- cado para movimentações ortodônticas, ou 0,9 mm,
dado por diversos autores. indicado para ancoragem. Ela pode ser confeccio-
Burstone (1988) descreveu o uso passivo e nada diretamente em boca ou através da utilização
ativo deste dispositivo no tratamento ortodôntico, de modelos de gesso. São empregados os alicates
concluindo que a barra transpalatina removível 139 (universal) para obtenção da alça central e o
apresenta maior facilidade e controle de ativações alicate 410 (conformador de presilhas) para mode-
em relação a barra fixa soldada, a qual teria seu lar as presilhas. A confecção pode iniciar pela alça ou
emprego mais indicado em casos de ancoragem. pelas presilhas. Quando iniciada pela alça faz-se duas
Este aparelho oferece uma excelente capa- dobras oblíquas para adaptá-la ao palato (1 a 2 mm
cidade de correção das rotações dos molares distante da mucosa), após confeccionam-se as pre-
(McNAMARA JR, BRUDON, 1993; REBELLATO, silhas com o alicate 410, tendo as mesmas compri-
1997; RAMOS et al. 2000). Também é utilizado mento aproximado de 5 mm, para correta adapta-
na terapia ortodôntica para correção da mordida ção e estabilização aos tubos dos molares (RAMOS
cruzada unilateral (ALMEIDA et al., 2001). et al., 2000; ALMEIDA et al., 2001). A estabilização
O sistema de dois tubos soldados à superfí- deve ser feita com fio de amarrilho 0,30 mm e ou
cie palatina das bandas dos molares superiores, com anel de separação elastomérico (REBELLATO,
no qual a barra é encaixada, produz um comple- 1997; RAMOS et al., 2000).
xo de força indeterminado. Entretanto, a análise A barra transpalatina, quando passiva, não
estática deste dispositivo permite uma previsão útil deve gerar forças, binários ou movimentos
em termos clínicos, para determinação de direção dentários ao ser inserida nos tubos palatinos sol-
e magnitude relativas dos momentos gerados dados às bandas dos molares. Os ajustes são fei-
(REBELLATO, 1997). tos inserindo uma presilha de cada vez, cuidando
A barra transpalatina removível é primeira- para que a presilha adjacente a que foi inserida
mente confeccionada passiva, sendo importante que primeiramente fique paralela ao seu tubo. Todo o
o ortodontista saiba ativá-la de maneira correta ajuste deve ser feito fora da boca e na presilha
para que não sejam gerados movimentos e forças que foi inserida primeiro, após concluído o ajuste
indesejados. Neste sentido, o presente artigo tem de um lado, insere-se a presilha do lado oposto e
como objetivo discorrer sobre o emprego da barra repete-se o processo (REBELLATO, 1997).
transpalatina removível na prática ortodôntica. É importante ressaltar, por questão de segu-
rança, que a barra transpalatina removível deve
ser amarrada com fio dental preso à mão do ope-
REVISÃO DA LITERATURA rador quando testada em boca, para evitar aci-
dentes como a sua aspiração e deglutição (RA-
Confecção da barra transpalatina passiva MOS et al., 2000).
A barra transpalatina pode ser fixa ou re-
movível (BURSTONE, 1988; BURSTONE, 1989;
Mc NAMARA JR, BRUDON, 1993; REBELLATO, Aplicações clínicas
1997; RAMOS et al., 2000).
A confecção da barra transpalatina fixa requer Ativação da barra transpalatina
adaptação das bandas nos molares superiores e A barra transpalatina, ao ser ativada, gera
moldagem de transferência, para posterior soldagem forças e binários. As dobras em “V” simétrico, ângu-
da barra a superfície palatina das bandas. Deve ser los de entrada iguais e opostos das presilhas, devem
produzida com fio de aço 0,9 mm e manter um es- trazer como resultado o movimento dentário simé-

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trico dos molares. Entretanto, as dobras em “V” que os molares apresentarão um aumento do torque
assimétrico criam binários opostos, cujas forças de palatino de raízes, vestibularizando suas coroas
equilíbrio são substrativas e não se anulam (REBELLATO, 1997; RAMOS et al., 2000).
(REBELLATO, 1997). McNamara, Brudon (1993) ressaltam que
As ativações nas presilhas das barras quando desejamos expansão acima de 2 mm, ou-
transpalatinas dividem-se em: tros sistemas de expansão devem ser utilizados
• Primeira ordem: atuam no plano oclusal para obtenção de melhores resultados.
e sentido mésio-distal dos molares, gerando rota- Segundo Ramos et al. (2000), as inclinações
ções; vestibulares das coroas dos molares podem ser
• Segunda ordem: atuam no plano sagital e compensadas através das ativações de terceira
sentido cervico-oclusal dos molares, gerando in- ordem das presilhas com torque vestibular das
clinações (somente possível em “V” simétrico); raízes.
• Terceira ordem: atuam no plano frontal A contração da distância intermolar pode ser
dos molares, usadas para imprimir torque (rota- obtida reduzindo-se o comprimento da barra
ção de presilhas em relação ao seu encaixe). transpalatina. Cuidados devem ser tomados quanto
ao surgimento de inclinação palatina das coroas dos
Auxiliar na ancoragem dos molares molares. Ativações de terceira ordem das presilhas,
A barra transpalatina fixa ou removível, con- com torque palatino das raízes podem ser emprega-
feccionada com fio de aço 0,9 mm, oferece anco- das para compensar tal movimento. Outro impor-
ragem moderada nos casos de tratamento tante item a ser controlado durante a constrição da
ortodôntico que envolvem extrações e fechamen- barra é o possível trauma sobre a mucosa do palato
to de espaços (RAMOS et al., 2000). após a liberação da força. O trauma pode ser evita-
Uma vez inexistentes as rotações dos mola- do afastando-se mais a barra do palato antes da sua
res, o arco transpalatino servirá como unidade de ativação (RAMOS et al., 2000).
estabilização, sendo bastante útil quando usa-se
elásticos em cadeia em um arco contínuo, para Controle de torques dos molares e correção de
fechamento de espaços. Neste caso, o arco mordida cruzada unilateral
transpalatino criará resistência a tendência de ro- Segundo Ramos et al. (2000), os torques
tação mesial dos molares (McNAMARA JR, palatinos ou vestibulares dos molares são produ-
BRUDON, 1993). zidos pela rotação das presilhas em relação aos
Segundo Graber, Vanarsdall Jr (1994), a seus encaixes.
barra transpalatina quando usada na dentição Para obtenção do controle do torque dos
mista previne a migração mesial dos primeiros molares, as dobras de terceira ordem devem ser
molares superiores, durante a transição dos se- empregadas (REBELLATO, 1997).
gundos molares decíduos para os segundos Estas ativações de terceira ordem, quando
premolares. Também pode ser usada para estabi- simétricas, podem ser usadas depois de uma ex-
lização da posição transversa dos molares e an- pansão rápida da maxila, não somente para man-
coragem durante toda terapia ortodôntica. ter a dimensão transversa, mas também para cor-
Em caso em que a ancoragem deve ser rigir a inclinação vestibular das coroas dos molares
máxima, se faz necessário o uso de outros dispo- (causadas pela terapia), através do torque vestibu-
sitivos complementares tais como o arco extra- lar das raízes. Outro exemplo clínico é a aplicação
oral ou botão de Nance associados (McNAMARA JR, do torque vestibular das raízes associadas à expan-
BRUDON, 1993). são da barra transpalatina, servindo para contro-
lar a reicidiva transversal e criar uma melhor
intercuspidação dos molares (REBELLATO, 1997).
Expansão e contração dos molares Göllner et al. (1993) empregaram a barra
A expansão da distância intermolar pode ser transpalatina para correção da mordida cruzada
obtida aumentando-se o comprimento da barra unilateral dos primeiros molares superiores. Os
transpalatina. Quando colocada nos tubos autores idealizaram uma modificação na haste
palatinos a barra gera uma força expansiva, sendo terminal da barra transpalatina do lado cruzado.

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Nesta haste eliminou-se a porção do fio dobrado Ricketts (1969) preconiza o uso de uma linha
sobre si, tornando-a simples e viabilizando a cria- que passa pelas pontas das cúspides disto-vestibu-
ção de momentos de força no molar cruzado, pro- lar e mésio-palatino do primeiro molar superior per-
movendo um giro em torno de seu eixo dentro do manente, devendo coincidir com a ponta da cúspide
tubo palatino, propiciando sua vestibularização. do canino do lado oposto ou até 4 mm para distal.
No lado não cruzado a haste foi mantida dupla e Cetlin, Ten Hoeve (1983) salienta a relação de
aplicou-se torque vestibular de raiz, mantendo o paralelismo que as superfícies vestibulares dos pri-
dente de ancoragem estável. meiros molares permanentes superiores devem apre-
Ingervall et al. (1995) empregaram a mesma sentar entre si, para não apresentarem rotações.
metodologia usada por Göllner et al. (1993) em 35 Segundo Dahlquist et al. (1996) os molares
jovens portadores de mordida cruzada unilateral. A podem estar em oclusão ideal em posições um
idade média variava entre 6 anos e 8 meses e 15 anos pouco diferentes do que as preconizadas por
e 11 meses. No grupo de expansão bilateral, os mola- Ricketts (1969) e Cetlin, Ten Hoeve (1983), sen-
res de ambos os lados foram vestibularizados, en- do que a linha de Ricketts passará em média até
quanto que no grupo de expansão unilateral, somen- 11 mm para distal das pontas cúspides dos cani-
te movimento vestibular de molar cruzado foi verifi- nos e também não haveria completo paralelismo
cado. Com isso, os autores concluíram que o sistema entre as faces vestibulares dos molares.
da barra transpalatina modificada corrigiu a mordi- Pode-se obter um ganho de espaço no perí-
da cruzada causando menos efeitos colaterais aos mo- metro do arco superior de 1 a 2 mm de cada lado,
lares de ancoragem. quando corrigidas as rotações dos primeiros mo-
Ponto importante a ser ressaltado é que a dis- lares (McNAMARA, BRUDON, 1993).
tância da haste terminal única em direção oclusal As rotações dos molares são obtidas através
em relação ao molar cruzado deve ser no máximo da ativação de primeira ordem das presilhas, po-
de 10 mm, afim de que o torque no lado oposto dendo ser simétrica ou assimétrica. Devemos to-
seja adequado. O calibre do fio de aço inoxidável mar cuidado com as forças de mesialização e
mais adequado para esta mecânica é 0,9 mm distalização geradas pela barra transpalatina
(INGERVALL et al., 1995; ALMEIDA et al., 2001). quando a sua ativação for assimétrica (McNAMARA
JR, BRUDON, 1993; REBELLATO, 1997; RAMOS
Correção da rotação dos molares et al., 2000).
Segundo Lemons, Holmes (1961), os pri- A ativação das rotações dos molares superi-
meiros molares permanentes superiores ores pode gerar aumento ou diminuição do perí-
freqüentemente apresentam rotação mesial, prin- metro do arco. Quando quer-se aumentar o perí-
cipalmente nos casos de Classe II. metro do arco, deve-se promover uma rotação
Andrews (1972) descreveu que deve haver mésio-vestibular bilateral nos molares, para tal
ausências de rotações e também três pontos de deve ser feita ativação para dentro em “V” simé-
contato para a oclusão normal dos primeiros mo- trico nas presilhas. Esta ativação das presilhas
lares permanentes: também é usada em casos de tratamento
• A superfície distal da cúspide disto-vesti- ortodôntico com extração de pré-molares, para
bular do primeiro molar superior deve ter contato reduzir os momentos mésio-palatinos produzidos
com a superfície mésio-vestibular do segundo molar pelas forças de fechamento de espaço
inferior; (REBELLATO, 1997).
• A cúspide mésio-vestibular do primeiro mo- Quando quer-se obter a diminuição do perí-
lar superior deve ocluir no sulco vestibular princi- metro do arco superior, os molares superiores de-
pal do primeiro molar inferior; verão sofrer uma rotação mésio-palatina, para
• A cúspide mésio-lingual do primeiro mo- isso as presilhas devem receber ativação bilateral
lar superior deve ocluir na fossa central do pri- para fora em “V” simétrico (REBELLATO, 1997).
meiro molar inferior. As ativações de primeira ordem em “V”
Ressalta-se que a obtenção destas relações assimétrico geram forças de mesialização e
dos molares somente serão possíveis se os mesmos distalização, além dos movimentos binários. Um
não apresentarem rotações. exemplo é a rotação mésio-vestibular unilateral apli-

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cada a um molar, que irá gerar um movimento de em um lado dentro da presilha e no lado a ser
distalização no molar do lado oposto preso à barra distalizado ela deve ser fixada por vestibular, pas-
transpalatina. Deve-se salientar que esta correção de sando pela mesial do molar. Desta maneira, a ativa-
Classe II unilateral necessita de um sistema de anco- ção não promoverá momentos indesejáveis, como
ragem no lado ativado, por exemplo, arco retangular rotação do molar distalizado.
ligando todo o segmento dentário do lado oposto à Corbett (1996) sugere o uso da barra
correção (RAMOS et al., 2000). transpalatina modificada. A “Nitanium Molar
Da mesma forma, quando se deseja corrigir Rotator 2” tem efeito memória por ser construída
a rotação de um molar no sentido mésio-palatina de níquel e titânio e possuir ativação térmica. A
unilateral, uma força de mesialização irá incidir barra em temperatura abaixo de 34°C torna-se
sobre o molar ligado à barra do lado oposto ao flexível para ativação, uma ativação de primeira
da ativação (RAMOS et al. 2000). ordem em um dos lados causará distalização no
Ten Hoeve (1985) salienta a aplicação da lado oposto.
barra para corrigir giro dos molares antes de sua
distalização com placas com molas ou aparelho Controle da extrusão e intrusão relativa dos
extra-oral. molares
Segundo Cetlin, Ten Hoeve (1983) e
Correção das inclinações dos molares McNamara Jr, Brudon, (1993), o controle da
As correções das inclinações dos molares são extrusão dos molares e um certo grau de intrusão
obtidas através das ativações de segunda ordem pode ser obtido com a confecção de uma alça maior
das presilhas, (em “V” simétrico) binários iguais e e direcionada para mesial, permitindo maior atua-
opostos serão aplicados aos molares no plano ção da força lingual.
sagital (REBELLATO, 1997). Lazzara (1976) avaliou a barra transpala-
Segundo Rebellato (1997), este tipo de ati- tina em 11 jovens com padrão vertical e observou
vação pode ser útil para corrigir má-oclusão de forças intrusivas insignificantes.
Classe II unilateral, quando combinado com o uso Weisenberg (1976), por sua vez, demons-
de aparelho extra-oral e sem o emprego de arcos. trou que o uso da barra transpalatina pode ser
O molar com movimento de inclinação distal da eficaz para evitar a extrusão dos molares, favo-
raiz irá potencializar a ação da distalização do recendo com isso o controle da dimensão vertical.
arco extra-oral. É impossível criar ativações de No entanto, não tem sido descritos estudos
segunda ordem assimétricas, pois os molares sem- conclusivos em relação a função lingual e as for-
pre sofrerão binários de igual magnitude. ças intrusivas produzidas pelo arco transpalatino
(McNAMARA JR, BRUDON, 1993).
Distalização dos molares
A utilização da barra transpalatina no mo-
vimento de distalização requer a ativação de pri- CONSIDERAÇÕES FINAIS
meira ordem de uma só presilha. O molar com a
presilha ativada receberá uma força de equilíbrio A barra transpalatina é um importante me-
com direção mesial, já a força que atuará no molar canismo coadjuvante no tratamento ortodôntico.
oposto ao da ativação terá direção distal, tenden- O conhecimento de suas ativações e a compreen-
do a movimentar o primeiro para mesial e segun- são de sua biomecânica básica traz ao ortodontista
do para distal (REBELLATO, 1997). um importante recurso auxiliar na terapia.
Por existirem momentos de forças opostos, Este dispositivo pode ser fixo ou removível;
necessita-se ancorar o lado ativado. Um exemplo no entanto, o presente trabalho abordou com
de ancoragem é o uso de um arco retangular seg- maior destaque o uso da barra removível, por ser
mentado unindo um segmento da arcada no lado esta mais facilmente ativada e permitir maior con-
ativado deixando livre o molar a ser distalizado. trole das ativações. A barra transpalatina fixa pro-
Melsen et al. (1994) criaram uma modifica- duzida com fio de aço 0,9 mm tem maior indicação
ção no uso da barra transpalatina para promover de uso como dispositivo de ancoragem moderada.
distalização dos molares. A barra apresenta encaixe Muitas possibilidades de utilização deste disposi-

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