Вы находитесь на странице: 1из 9
Introdugdo problema que langamos como desafio para este estudo € formulado na seguinte pergunta: Qual a relacio entre religiio e violencia? A religiao ajuda a diminuir ou a aumentar a violencia’? A educagao religiosa nas escolas ¢ universidades pode contribuir para a diminuigao da violencia? AVIOLENCIA. O MAL A RELIGIAG Ea Educapao para a Solidariedade some Vicente Paulo Alves* Perceber esta relagdo entre a religido e o mal | (amanifestado na violencia) seré 0 nosso objetivo, | aludindo que a educagao religiosa é uma das formas | de conhecer e formar nossa consciéncia, de aprender a 1 conviver com o nosso lado sombrio, apontado, pelos ___ psicdlogos, como o responsvel pelo mal no mundo. Nao s6 a psicologia, mas também as mitologias e as religides tentaram explicar a presenga do mal no ‘mundo, personificado pelo homem antigo nas forgas, nocivas da natureza e no mundo espiritual ameagado- res. A presenga do mal no mundo esté também na violéncia que domina o atual cenério da sociedade, embora o esforgo feito por parte das autoridades, organizagdes niio governamentais, igrejas, institutos € pessoas singulares na busca de solugdes efetivas ido tenha conduzido a paz tio desejada. A violéncia tem miltiplas causas e conseqiéncias de dificil interpreta ‘do, que exige uma dedicagao (também miiltipla) para a | ‘As causas da violéncia, em particular no Brasil e claras para Otévio José Klein (1996), segundo o qual “a sociedade atual caminha, a passos largos, para o neoliberalismo, que, por forga de ‘no mundo ocidental, seus principios e estrutura, gera violencia e & excludente. Ao absolutizar, o mercado tem como meta a maximizagio do lucro, exclui e marginaliza de forma violenta povos e pessoas. Exclusio ‘marginalizagio sfo os novos nomes da violencia, Da violencia do mercado surgem, em cadeia, outras pequenas e grandes violéncias sociais (p. 10). E continua Klein (1996) afirmando que “a nossa organizagao social esta impregnada de violencia. 0 aparelho do Estado violenta 0 cidadao. As instituigdes civis sdo violentas, mas a maior violencia se localiza principalmente nas relagdes de trabalho (..). AS principais violéneias que 0 povo softe slo: a falta de respeito A dignidade do trabalhador, os baixos salétios, as més condigGes de transporte e de moradia, 0 precé- rio atendimento satide, a violéncia dos pregos, dos Meios de Comunicagiio Social, do sistema educacio- nal, da poluicdo, da destruicao da natureza, violéncias, de algumas religides, autoritarismo e despotismo na familia...” (p. 14). As conseqiléncias da violéncia geram contflitos que derivam da situacdo de injustiga, crescendo cada ver mais a diferenga entre ricos e pobres, a luta pelo poder, a disputa racial e a xenofobia, a violencia contra mulheres e indios, a morte de milhoes de pessoas que morrem de subnutrigao e enfermidades. “Muitos conflitos derivam também de vethas disputas «que foram reprimidas durante o perfodo de confronto mundial: as tensdes entre grupos étnicos, nacionais, religiosos, lingt ‘As causas da violéncia social nao datam de hoje, jo antigas e podem ser vistas na maioria dos projetos histéricos (como 0 escravagismo, 0 feudalis- ‘os € raciais. ‘mo, 0 capitalismo neoliberal, o socialismo real) que se implantaram de forma violenta contra a maioria da buscar solugdes. * Mestre em Teologia Dogmitica pela Universidade Gregoriana de Roma, doutor em Ciencias da Religido na UMESP e Diretor de Programas de Agio e Reflexio Pastoral na UCB, 3 populagdo e em favor de uma minoria privilegiada, Por isso, a tentativa de compreender melhor a violén- cia passa pela histori, pelo estudo que antropélogos, psicslogos, socislogos e te6logos tem levado a cabo nesses tiltimos anos. A tentativa & também valida quando o Ensino Social da Igreja aponta formas atuais de violéncia do mereado como a criagdo de novas necessidades para (os consumidores, transformando as pessoas necessita- das em pessoas desejosas. Os Meios de Comunicagao Social escamoteiam ou manipulam ideologicamente a ‘questo da violencia, difundindo em sua programacio 4 prépria violencia! O Ens todas as pessoas de boa vontade para que se empe- nhem em tomar possfvel a convivéncia humana. Esse 10 Social da Igreja orienta € um dos grandes desafios em nossos dias, pois nos encontramos em uma sociedade na qual a violencia, contra as pessoas € grupos sociais aumenta, tornando muitas vezes as relagdes humanas impossiveis. [Nao € apenas 0 Ensino Social da Igreja Catslica ‘que se preocupa com a violéneia. Também o Conselho Mundial de Tgrejas esté preocupado com 0 assunto e, Por isso, criou na conferéncia de Johannesburgo, em Janeiro de 1994, 0 Programa para superar a violéncia, ‘com o propésito de por em evidéncia a cultura mundi- al da violéncia e transformé-la em uma cultura de paz, Justa, Esse programa “estd provando ser uma forga, fundamental de resistencia A idéia de que a violencia é ‘uma dimensao inevitavel da condigo humana” ® necessério empreender uma nova reflexto (psicolégica, antropol6gica e teol6gica) para estabele- cer as bases de uma nova cultura mundial de paz e de justiga no mundo contemporineo, Para a psicologia e 4 antropologia, a violéncia também se origina no ccoragdo e na mente dos seres humanos. Para a teolo- gia, 0 pecado humano (0 “nao” ao plano divino) ividiu a humanidade, fez entrar no mundo a violéncia « distanciou as pessoas entre si e de Deus. * CF Documento de Santo Domingo, n. 280. Analisaremos em um primeiro momento quais as contribuigdes que a religido pode dar para ajudar a desarmar a violéncia, apoiando-nos nas anélises de René Girard e nos tedlogos da libertagio, Em um segundo momento, veremos como é importante a formagio ética da consciéncia na aprendizagem de convivéncia com 0 nosso lado sombrio, apoiando-nos nas obras de John A. Sanford e Francisco Catao. Por fim, apresentaremos a proposta ce uma educagao para a solidariedade, para a esperanga e para o mundo pluralista, apoiando-nos em Francisco Cato, Hugo Assmann e Jung Mo Sung, Violéncia: a religiio pode desarmé-la? Em seu conhecido livro A violéncia ¢ 0 sagrado°, René Girard (1998) discute a polémica idéia de que os homens so governados por um mimetismo instintivo, responsével pelo desencadeamento de “comportamen- tos de apropriagdo mimética” geradores de conflitos € rivalidades, e que a violéncia seria um componente natural das sociedades humanas a ser constantemente extirpada pelo sacrificio de vitimas expiat6rias. Em otras palavras, podemos dizer que o sagrado tem. ‘uma interface com 0 mal, com o violento e com o sacrificio. Para Girard (1998), a grande contribuigao da religido seria a de apaziguar as violencias intesti- nais ¢ impedir a explosio de conflitos no meio da comunidad. Nas sociedades primitivas, a violéncia deve ser prevenida pelo ambiente religioso. Esta prevengo religiosa pode ter um caréter violento manifestada no sacrificio ritual. O sacrificio procura apaziguar a violencia e evitar que ela seja desencadeada, bem como as condutas religiosas e morais visam & ndo- violéncia de uma forma imediata na vida cotidiana e, ® GE. Consejo Mundial de Iglesias. Superarla violencia. Genebra: CMI, 1997, p.7. » CE René GIRARD, A violencia e o sagrado, Rio de Janeiro: Paz © Tera, 1998. r ‘uitas vezes, de forma mediata na vida ritual, parado- xalmente por intermédio da propria violencia, No centanto, para Girard (1998), quanto mais os homens tentam controlar a violencia, mais Ihe fornecem alimentos. A violencia esté dentro do homem e a0 mesmo tempo fora dele. “Ea violéncia que constitui 0 verdadeiro coragao e a alma secreta do sagrado” * ‘A functio do sacrificio & “purificar” a violéncia, “engané-la” e dissipé-la sobre vitimas que no possam_ ser vingadas. A natureza contagiosa da violencia impregna 0 sactificio, pois o seu objetivo é impedir que a violéncia continue, alastrando-se pela comuni dade. Quando se perde 0 controle sobre a violéncia, a dimensto religiosa se decompoe, a seguranca fisica € a ordem cultural ficam ameagadas. As instituigdes perdem a validade, a erosdo de todos os valores precipita-se. Uma ver que a violéncia tenha penetrado nna comunidade, ela ni cessa de se propagar e exacer- bar. O sacrificio usa do mecanismo da vitima expiat6ria, cuja fungdo é a de perpetuar ou renovar os efeitos deste mecanismo, ou seja, manter a violencia fora da comunidade * Girard afirma ter violéncia contra a vitima expiat6ria poderia ser radicalmente fundadora, pois, ao acabar com 0 vicioso da violéncia, ela inicia um outro cfrculo jas razdes para pensar que a sulo vicioso, 0 do rito sacrificial, que talvez seja 0 da totalidade da cultura, Se isso € verdadeiro, a violéncia fundadora constitui realmente a origem de tudo 0 que 60s homens possuem de mais precioso e que preservam com 0 maior cuidado. A tese de Girard € que a violén- cia fundadora é a matriz de todas as significagdes miticas e rituais. © pensamento ritual deseja repetir 0 mecanismo fundador. O rito existe justamente para restaurar e consolidar a diferenga, ap6s seu terrivel desaparecimento causado pela crise. * CE. René GIRARD, op. cit, p. 46. * Para buscar uma resposa satisfatria das origens da violent Em um encontro realizado entre René Girard e os tedlogos da libertacdo em 1990 (Piracicaba), Hugo ASSMANN afirmava que sentia crescer a consciéncia de que é preciso evitar o perigo - em termos girardianos - do desejo mimético e que, portanto, niio se deve imitar a légica dos opressores, para ndo se cair em uma violéncia sem controle. O sacrificio expiat6rio realizado nas religi cristianismo) completa, complementa e toma perfeito o sacrificio de quem o reatiza, Na Idade Média, se pensava que o sacrificio de Jesus tinha valor porque era um auto-sacrificio. Mas hoje os tedlogos da libertacao estao convencidos de que 0 sactificio de Jesus tem valor por ser um dom de si mesmo, uma auto-entrega consciente. O dom de si tem uma razio, tum sentido em entregar a vida que contenha um. elemento de supera (em particular no € dissolugo do proprio sacrifi cio. Para os te6logos da libertagdo, a morte de Jesus foi uma morte por solidariedade, foi um ato solidario ‘umm ato gerador de solidariedade, porque ele fez de sua vida um dom de si. Hoje também os cristdos entregam ‘a sua vida por solidariedade, por causa da sua luta pela justiga, portanto, os pobres so vitimas dos sacrificios exigidos pelo deus capita, Para Leonardo Boff, s6 a partir de uma outra Logica (a dos oprimidos) & possivel romper o efreulo mimético da violéncia, ¢ isso implica em redefinir as relagdes teologais ¢ a visio de Deus. Estamos sendo desafiados a elaborar linguagens acerca do dom de si que estejam articuladas a partir da possibilidade de mudangas © desejo mimético € apenas uma chave impor- tante para a compreensio dos conflitos, mas ndo é a Sinica, Entdo, a pergunta ainda permanece: por que a violéncia? Por que rebrota sempre a violéncia onde GIRARD se prope analisar a tragédia de Epo Rei. Ahistria de Eaipo-Rei, de Sofoces, fala do patito do incesto como fonte da violencia gerada em Tebas. O paricio ¢o inceso $6 adquirem seu verdadeiro sentido no interior da crise sacrificial e uando relacionados a ela CI. René GIRARD, Cap. 3: Edipoe a vita expiatria “CE. ASSMANN, Hugo. (ed.) René Girard com tedlogos da liberagdo - um dogo sobre idols e sacri Unimep, 1991, p.70. x] \spectos da dindmica interna do didlogo entre René Girard etedlogos dal stag” in ASSMANN, Hugo ios. Ptripolis e Pracicaba: Co-edigio Vozes e quer que surjam instituigdes? Girard estava convenci do de que as forgas geradoras de violencia sio mais poderosas que a harmonia e a unidade. Esse € 0 aspecto sempre presente do pecado original, enquanto, para além de qualquer concepgio mitica, representa ‘um nome para a violéncia na historia, O que une Girard ¢ 0s tedlogos da libertagao € a rejeigao do sacrificio de vidas humanas, 0 sacrificial ou 0 sacrificialismo. Para Girard, “uma das coisas que faz a pastoral tradicional seja to ineficaz hoje é que ela jé yguagem adequada para enfrentar 0 mal: Ji nfo ousa falar do pecado individual e nao sabe como lidar com 0 pecado social” (p. 74). tema Superar a violencia requer que se faga frente a causas ¢ sintomas em nivel estrutural, individual ¢ intermediario, As igrejas ¢ outras comunidades religi- ‘sas dispdem de um recurso valioso e inico para a criagio de culturas de paz com justiga: a possibilidade de promover uma espiritualidade para a vida. A ‘compreensio criti da graga, do amor e da redenglo & «a base do testemunho da paz. com justica que pode dar as igrejas, As igrejas, as sociedades, os movimentos em favor da justiga social deveriam aplicar enfoques niio- violentos para a seguranca pessoal, comunitéria © nacional, ¢ acabam por aceitar a crenga de que a violéncia € um meio normal e efieaz para a defesa ou amudanga sistémica, As religides esto buscando solugdes imaginati- vvas para superar a violéncia mediante um labor que implique todos os setores da comu de se construir lagos de solidariedade e reconciliar as comunidades que se véem envoltas em conflitos violentos. lade no sentido Existem trés formas em que as religides “podem la construc da paz: ) O apoio fundamental em uma mudanga de mentalidade; contribuir com a taret ” Cf. Consejo Mundial de Iglesias, op. cit, p11 b) A construgdo de redes de relagdes: entre as pessoas e entre instituigdes e organismos que defen- dem a paz e a justiga; ©) As iniciativas ao servigo da paz-e a solucio ‘no violenta dos conflitos. As igrejas deveriam tomar iniciativas para preparar e formar as pessoas para a tarefa da observagdo, mediagio e conciliago nos conflitos”” Toda contribuigdo ativa ¢ auténtica das igrejas & tarefa de construgio da paz, justiga e reconciliagao requer que elas mesmas estejam dispostas a admitir seus prépri culpa, a fim de romper o ef da inimizade e das disputas religiosas. Se cada uma das racas, culturas, ideologias € teligiges se afirmasse como a melhor ou como a tinica verdadeira, destinada a dominar todas as outras, 0 ‘mundo viveria em conflito latente e nao merec fracassos, sua responsabilidad e sua ulo vicioso da violéncia, ° ualificativo de pluralista. O efetivo respeito e 0 acolhimento ao outro, ao diferente, é a condigio fundamental do pluratismo. Parece que hé uma aspira- ¢40 comum a0 convivio na diferenga, a exigéncia ifusa de um espirito ecuménico, no sentido amplo, de tolerdincia, de entendimento e de colaboragao entre homens e mulheres, entre ragas, culturas, ideologias e religides, apesar de sua diversidade, reconhecida e até cultivada. ‘A questio da paz, em particular a responsabilida- de das igrejas de fazer tudo 0 possfvel para impedir a guerra, de exercer seu ministério em favor das vitimas, de forma imparcial,e de ser agentes de mediak reconciliago em tempos de guerra, tem repercussdes ede sociais, assim como dimensdes formativas. A abertura para a formagao ética da com iéncia é apontada pelas religides e pela psicologia como uma das formas de superar a violéncia, sobretudo na aprendizagem de conviver com 0 nosso lado sombrio, cujo tema tratare- mos a seguir. Controlar nosso lado sombrio pela formagao ética da consciéncia A formagao ética da consciéncia pode ocorrer quando nos damos conta do mal que esté dentro de nds, que alua em nosso incon: jente, Para a Psicologia existe um lado escuro em nossa natureza inevitavel, que recusa ser assimilado pelos nossos elevados ideais| de bondade e moralidade. Segundo John A. SANFORD, quando nos empenhamos em ser bons demais, acabamos gerando, em nosso inconsciente, a reagdo oposta. Se tentamos viver demais sob a luz, uma quantidade equivalente de trevas ird se acumular dentro de nés, Se ultrapassamos os limites de nossa capacidade natural para o amor ¢ a bondade, acaba ‘mos criando dentro de nés mesmos a mesma parcela de 6dio e crueldade, Segundo a psicologia, o impor- tante € tomar consciéncia e viver, nao em fungdo de ideais que niio se alcanca, mas de partir do centro interior de cada um de nds, que é 0 tinico elemento capaz de nos colocar em equilibrio. E necessério lutar pelo autoconhecimento e pela formacio ética da consciéncia mais do que em perseguir grandes ideais. “Quem procura ser bom e se esquece de seu lado escuro cai vitima desse mesmo mal que, apesar de existir dentro de cada um de n6s, € por nds negado, Na linguagem mitolégica, nio se pode reverenciar uma divindade benética,ligada & luz e 20 amor, € negligenciar a divindade-irma das trevas e do mal” * O conceito psicol6gico sombra refere-se ao lado ‘obscuro, ameagador e indesejado da nossa personali- dade. Nossa tendéneia € buscar incorporar uma imagem daquilo que gostarfamos de ser. As qualidades ‘que pertenceriam a essa personalidade consciente, mas que nao estao de acordo com a pessoa que queremos 10 rejeitadas e parte da personalidade que foi reprimida por causa do sm a constituir a sombra. Ea ser, “ego ideal”, O “ego ideal” é formado pelos ideais ou padries que modelam o desenvolvimento do ego ou a personalidad consciente. Tentando nos conformar aos padroes ideais, rejeitamos nosso lado agressivo, vVingativo e de impulsos sexuais incontroliveis. O que foi rejeitado nao deixa de existir porque 0 negamos: 20 contrério, ele permanece dentro de nés e forma a segunda personalidade que a psicologia chama de sombra. A sombra tem também qualidades positivas, vitais que podem ser adicionadas & nossa vida e fortalecé-la. A asticia de um ladrao poderia nos ajudar a ndo cair ingenuamente nos negécios. O humor € 0 iso podem liberar nossa sombra: pessoas com a sombra demasiadamente reprimida tém a tendéncia a barrar seu senso de humor. A sombra é pensada aqui como algo dentro de nés que contém o lado negro contririo & nossa tendéncia de seguir uma vida benig- nna que nos permitiré receber a aprovagio dos outros & de Deus. Na maioria das vezes, quando as pessoas come- ‘gam a descobrir o camino para a consciéncia, depa- ram com 0 mal (dor, sofrimento, morte) -“o mal & ‘uma necessidade para que ocorra a individualizagao’ Para haver crescimento da alma, afloramento da consciéncia, fibra moral, personalidades vigorosas, tem que haver escuridao, pecado e destrutividade no mundo de almas que lidam com forgas opostas. Parece que isso esté também presente na filosofia hindu, onde ‘© bem e 0 mal sao ilusdes e 0 oposto est em Bhrama (Deus). O bem ¢ o mal séo necessérios, inevitiveis, ‘mas ndio tém espago na natureza de Deus. Nao & necessério que © homem lute contra o mal. A salvagaio no € aleangada pelos preceitos morais, mas pelo direcionamento que se faz do ego, dos desejos e das paixdes. A tarefa prépria do homem nao € se opor a0 ‘mal, mas trabalhar para permitir que a conseiéncia das pessoas abrace a vontade de Deus através da rentincia * Cf John A. SANFORD. Mal - lado sombrio da realidade. So Paulo: Paulinas, 198, p. 36 * Idem, p54 sf 40 ego pessoal, a vontade e aos desejos. Desde cedo a erianga necesita de um vinculo com os pais para criar um fundamento para a vida ‘moral. Os pais ndo deveriam levar a fazer uma divisto com 0 seu Jado obscuro: a sombra é muito mais perigosa quando a personalidade consciente perde 0 contato com ela - ela pode desenvolver restrigdes. necessérias aos instintos e afetos mais violentos, sem produzir uma divistio com seu lado mais obscuro. ‘A maneira mais comum de tratar a sombra é negi-la: isso acontece porque o despertar da sombra traz culpa e tensio, e nos forga a uma dificil tarefa espiritual e psicol6gica. Negar a sombra nao resolve 0 problema, mas agrava-o ainda mais: perdemos 0 contato com os aspectos positivos desse lado obscuro € 0 projetamos em outras pessoas. Projegio € um mecanismo psicolégico inconsci- cente quando nossa personalidade no ativa no tem relagdo com a consciéncia. Vemos nos outros uma parte de nés mesmos, o que provoca resultados negativos nas relagdes com as pessoas. As vezes, no gostamos de uma pessoa porque projetamos algo que nao gostamos naquela pessoa, SANFORD confirma isso ao afirmar que, “quando a sombra é projetada, © in (duo nao percebe as sinistras intengdes nela cexistentes, como o inimigo velado da davida interior, ‘ou as baixas motivagdes da voracidade e do auto- engrandecimento que tém estado por detrés das iniimeras atrocidades de tempos passados” ", ‘Asombra, ¢ em conseqiiéncia a violencia, atua de forma especial quando hi envolvimento com sexo, inheiro e poder conduzindo ao trfico de armas €

Вам также может понравиться