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INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Pré-zoneamento para a cultura da


oliveira no Estado de São Paulo

Seu cultivo normalmente se encon-

O
Brasil é um grande impor-
tador de azeitonas e azeite, tra em regiões semi-áridas do mediter-
sendo totalmente dependente râneo, com elevadas temperaturas e
de importação de países como Espa- baixo índice pluviométrico (250 a 550
nha, Portugal, Itália, Chile e Argentina. mm anuais) nos meses de verão. No
Em 2009, foram importados, por volta clima mediterrâneo, durante o inverno,
de 44 mil toneladas de azeite e 70 mil ocorre acumulação de frio, conside-
toneladas de azeitona em conservas, o rado indispensável para que a oliveira
que movimentou mais de um bilhão de saia da dormência e floresça. Como já
reais no mercado nacional. mencionado suportam temperaturas
Existem cultivos estabelecidos nos próximas a 40°C sem ocorrer queima-
Estados de Minas Gerais e Rio Grande duras, mas a atividade fotossintética
do Sul e também alguns produzindo no começa a ser inibida com temperatu-
estado de São Paulo. No entanto, ainda ras acima de 35°C. A planta é sensí-
há falta de conhecimento das caracte- vel ao frio, mas ocorre um aumento
rísticas agroindustriais das cultivares gradual de tolerância provocada pelas
introduzidas e seu potencial econômi- baixas temperaturas do outono, o que
co de extração e comercialização do estimula a dormência. Podem ocorrer
azeite produzido. Entre essas caracte- pequenas lesões em brotos e ramos
rísticas, a composição dos frutos e pa- se a temperatura permanecer por um
râmetros químicos se destacam como período entre 0 e 5°C. Se ocorrer tem-
essenciais para a seleção e recomen- peraturas negativas até -10°C podem
dação de cultivares.
ocorrer danos definitivos nos brotos
A oliveira (Olea europaea) é uma
e ramos, podendo ser irreversíveis e
planta angiosperma dicotiledônea da
levar a planta à morte. O período de
Angelica Prela Pantano1 família oleaceae. É arbórea e cultivada
florescimento é altamente influenciado
Edna Ivani Beertoncini2 em diversas regiões como: sul da Eu-
Marcos Silveira Wrege3 pelas condições ambientais. Em condi-
ropa (Portugal, França, Itália, Grécia e
Espanha), no norte da África, Américas ções de inverno ameno, as cultivares
do Sul e do Norte e alguns países da oriundas de regiões de clima tempera-
Ásia. É uma planta de clima tempera- do, podem apresentar variabilidade na
do e devido a sua estrutura xerófita se floração em relação a outro ciclo, devi-
desenvolve bem em ambientes com do a instabilidade térmica no inverno,
1 Instituto Agronômico, Centro de Ecofisiologia e verões longos, quentes e secos e, com o que é comum em regiões subtropi-
Biofísica, angelica@iac.sp.gov.br baixos índices pluviométricos. Quanto cais, como o sul de Minas Gerais.
2 APTA, Polo Regional do Centro Sul/Piracicaba (SP),
à frutificação, a temperatura adequada No Estado de São Paulo, o cultivo
ebertoncini@apta.sp.gov.br
varia entre 25 e 35°C. Contudo, é capaz ainda é restrito, mas vem se expandin-
3 Embrapa Florestas, Colombo (PR)
de suportar temperaturas próximas a do rapidamente, o que leva ao aumen-
to da demanda para novas pesquisas,
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40°C, sem ocorrer queimaduras às fo-
lhas e aos ramos. com objetivo de recomendação de
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áreas aptas para o cultivo de acordo, Tabela 1. Relação dos principais municípios do Estado de São Paulo e respectiva
principalmente, com as características estimativa de disponibilidade de frio, com temperaturas abaixo de 13°C.
climáticas desejáveis para o desenvol-
Nº de Horas
vimento satisfatório da planta. Portan- de Frio
Locais
to, o objetivo desse estudo é identificar Caconde, Gália, Taquarituba, Silveiras, Valinhos, Araçoiaba, Boituva, Itaí, Iti-
regiões no estado onde ocorram acú- rapina, Jundiaí, Sarapuí, Coronel Macedo, Diadema, Riversul, Santa Isabel,
mulo de 500 horas de frio com tem- Águas da Prata, Bernardino de Campos, Burí, Cássia dos Coqueiros, Socorro,
500 - 600
peraturas abaixo de 13°C, condições Franca, Mandurí, São Carlos, Tatuí, Torrinha, Vinhedo, Cristais Paulista, Gua-
essas consideradas ideais ao cultivo reí, Ibaté, Pedregulho, São Carlos, Timburí, Angatuba, Cerqueira César, Itaberá,
Várzea Paulista
de oliveiras.
Capela do Alto, Monte Alegre do Sul, Itatiba, Natividade da Serra, Santa Bran-
Os dados utilizados para a estimati-
ca, Itupeva, Avaré, Botucatu, Franco da Rocha, Itapetininga, Itapeva, Monteiro
va de Números de Horas de Frio (NHF), 600 - 700
Lobato, São Miguel Arcanjo, Tejupa, Caieiras, Itatinga, Guarulhos, Morungaba,
no Estado de São Paulo, foram obtidos São Bernado do Campo, Sarutaria, Louveira, Osasco, Rio Grande da Serra
junto ao banco de dados do Ciiagro - Mairiporã, Mogi das Cruzes, São Luis do Paraintinga, Susano, Arujá, Bom Jesus
Instituto Agronômico. Nesse estudo, dos Perdões, Bragança Paulista, Cabreúva, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jambeiro,
adotou-se a metodologia de Pedro Ju- Poá, Santo Antônio do Jardim, Atibaia, Capão Bonito, Itatinga, Santo Antônio do
nior et al. (1991) e Bardin et al. (2010), 700 - 800 Pinhal, São Caetano do Sul, São Paulo, Vargem, Campo Limpo, Ferraz de Vas-
concelos, Jarinú, Bom Jesus de Pirapora, Santana do Parnaíba, Santo André, La-
os quais estimam a temperatura média
goinha, Redenção da Serra, Carapicuíba, Ribeirao Pires, São Sebastião da Grama,
a partir do método de coordenadas ge- Mauá, Cajamar
ográficas, com os coeficientes deter- Juquitiba, São Bento do Sapucaí, Biritiba-Mirim, Embú, Embú-Guaçu, Piedade,
minados exclusivamente para o Estado 800 - 900 Pilar do Sul, Piracaia, Serra Negra, Nazaré Paulista, Pinhalzinho, São Roque,
de São Paulo. Guapiara, Jandira, Ibiúna
O método estima o número de ho- 900 - 1000 Salesópolis, Mairinque, Cotia, Joanópolis, Taboão da Serra
ras de frio, com base na temperatura
Apiaí, Francisco Morato, Pedra Bela, Ribeirão Branco, Tapiraí, Cunha, Divi-
média do mês mais frio (Tjulho) do Acima
nolândia, Santo Antônio do Pinhal, Barra do Turvo, Itapecerica da Serra, Itararé,
local, sendo esse o fator a apresentar de 1000
Campos do Jordão
maior correlação em relação às de-
mais variáveis independentes testadas
(latitude, longitude e altitude). Para Foram adotadas escalas de 100 NHF
estimativa de NHF acima de 13°C, utili- para separar as classes e assim agrupar
zou-se a seguinte equação: as localidades com acúmulo semelhan-
tes em NHF (Tabela 1 e Figura 1).
NHF >13 = 4482,88 – 231,21 (Tjulho)
Grande parte dos locais com NHF
Tomou-se como base apenas os estimados acima de 500 se encontra
fatores altitude e acúmulo de horas de em regiões de altitude acima de 700
frio, uma vez que esses são os fato- m, embora não se pode aplicar esse
res determinantes para a adaptação da parâmetro para identificação de áre-
cultura em uma determinada região e
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as aptas, pois muitas áreas no esta-
estão correlacionados. do possuem tal altitude, porém não O Agronômico | v. 64-66 | 2014
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acumulam número de horas de frio já estabelecidos em altitude variando


necessário para o florescimento. A es- de 900 a 1900m de altitude.
timativa apresentada nesse trabalho se De acordo com a Classificação
baseia em dados meteorológicos obti- Climática de Köppen, as localidades
dos em um único ponto por município. passíveis de produção de azeitonas do
Para um resultado mais preciso, se faz Estado de São Paulo são classificadas
necessário o registro de temperaturas como Cwa e Cwb. O clima tipo Cwa
no local de cultivo, utilizando assim da- são locais considerados “tropical de
dos reais. Nesse município há cultivos altitude, com inverno seco e tempera-

Figura 1. Regiões do Estado de São Paulo identificadas de acordo com acumulo de horas de frio, com temperaturas

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abaixo de 13°C.
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turas do mês mais quente superior a COUTINHO, E.F. A cultura da oliveira. Pelotas:
22°C”. O clima Cwb, indica “tropical de Embrapa Clima Temperado, 2007. 143p.
altitude, com temperatura do mês mais OLIVEIRA, M.C.; RAMOS, J.D.; PIO, R.; CAR-
quente inferior a 22°C”, o que ocorre DOSO, M.G. Características fenológicas e físi-
em Campos do Jordão e Santo Antônio cas e perfil de ácidos graxos em oliveiras no
do Pinhal. No entanto, apenas a classi- sul de Minas Gerais. Pesquisa Agropecuária
ficação climática do local, não pode ser Brasileira, v.47, p.30-35, 2012.
considerada isoladamente na escolha
de um determinado local para cultivo. PEDRO JÚNIOR, M.J.; ORTOLANI, A.A.; RIGI-
Para a escolha de um local para cul- TANO, O.; ALFONSI, R.R.; PINTO, H.S.; BRU-
tivo, devem ser observadas diversas NINI, O. Estimativa de horas de frio abaixo de
condições como, altitude, clima, adap- 7 e 13°C para regionalização da fruticultura de
tabilidade da cultivar na região. Para clima temperado no Estado de São Paulo. Bra-
isso se faz necessário o acompanha- gantia, Campinas, v.38, n.1, p.123-130, 1979.
mento de desenvolvimento de diver- PEDRO JÚNIOR, M.J.; MELLO, M.H.A.; ORTO-
sas cultivares disponíveis no mercado LANI, A.A.; ALFONSI, R.R.; SENTELAS, P.C.
para averiguação da adaptabilidade em Estimativa das temperaturas médias mensais
cada região, pois existe variabilidade das máximas e das mínimas no Estado de São
genética entre as cultivares e com isso Paulo. Campinas: Instituto Agronômico, 1991.
um melhor ou pior desenvolvimento 11p. (Boletim técnico, 142).
dessa frutífera em regiões distintas do
Estado de São Paulo. PRELA-PANTANO, A.; BERTONCINI, E.I.; BAR-
DIN-CAMPAROTTO, L. Levantamento e Ca-
REFERÊNCIAS racterização Climática das Localidades com
Cultivo de Oliveiras no Estado de São Paulo. III
BARBOSA, W.; POMMER, C.V.; RIBEIRO, M.D.; Encontro da Cadeia Produtiva de Olivicultura e
VEIGA, R.F.A.; COSTA, A.A. Distribuição ge- 6ª Expoazeite, Campinas, 2012. CD-ROM. (Do-
ográfica e diversidade varietal de frutíferas e cumentos IAC, 108).
nozes de clima temperado no Estado de São
Paulo. Revista Brasileira de Fruticultura. Jaboti-
cabal, v.25, n.2, p. 341-344, 2003.

CARDOSO, L.G.V.; BARCELOS, M.F.P.; OLI-


VEIRA, A.F.; PEREIRA, J.A.R.; ABREU, W.C.;
PIMENTEL, F.A.; CARDOSO, M.G.; PEREIRA,
M.C.A. Características físico-químicas e perfil
de ácidos graxos de azeites obtidos de dife-
rentes variedades de oliveiras introduzidas no
sul de Minas Gerais – Brasil. Semina Ciências
Agrárias, Londrina, v.31, p.127-136, 2010.
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