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Gostaria de propor uma reflexão sobre a ideia de Raça. Do
ponto de vista da genética ou genoma, não existe raças humanas.
Existe sim o racismo que tem origem na teoria do Evolucionismo
Social – que defendia uma crença sem base científica e com
interesses econômicos coloniais – que a civilização europeia era
mais evoluída e superior, e que os povos nativos colonizados eram
inferiores dentro de uma ideia de raça. Dizer que existiam raças
inferiores, com menos capacidade cerebral causa da falta de
progresso (no caso o Estado, a tecnologia e a economia colonial),
era a base desta ideologia eurocentrista, que utilizava uma ideia de
raça e pureza racial, misturada com eugenia, para dominação e
escravização de seres desumanizados chamados de raças inferiores
que não tinham sequer alma. Estas ideias deixaram marcas sociais
tão profunda que até hoje, mesmo sabendo que é provado
cientificamente que não existe raças, temos que lidar com o racismo
com várias ramificações, e o racismo como uma construção social
que causa desigualdades, estigmatização, e finalmente o ponto que
quero chegar, o erro de supor que aja uma pureza racial. É um tiro
no pé.
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igualdade de direitos entre todos os povos. Ao invés de falar em
civilização falamos sobre culturas, ao invés de falar em raças,
falamos de etnias e relativizamos o conceito de progresso de acordo
com outras racionalidades que não eurocêntricas. Este pensamento
linear, que traça uma linha reta entre passado presente e futuro,
primitivo e moderno não cabe definitivamente ao pensamento
indígena de Aby Yala, vide intelectuais indígenas que falam sobre
as cosmovisões indígenas, cíclicas, tempo em movimento.
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o passado, presente e futuro como um tempo só. A divisão não
existe.
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centros urbano, e ficamos entre apenas duas opções de identidade
étnica: branco e afrodescendente – lembrando que pardo é a cor de
pele de muitos indígenas, mas não de todos e não é identidade
étnica.
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apagamento e racismo estrutural a ponto de muitas de nós temos
imensa dificuldade de resgatar até mesmo o nome da nossa etnia.
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que esta sofreu. Este foi o início do processo de constituição
miscigenada do povo brasileiro.
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tem relação com aparência física, mas sim com cosmovisão de
mundo que tudo que nesta sociedade tende a oprimir.
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a unidade escolar esteja não for próxima ou dentro de terra indígena
demarcada, o que não é algo fácil de se concretizar nem onde vivem
povos de forma tradicional, quanto menos em contexto urbano. Isto
causa agravamento dos preconceitos que a escola ainda perpetua
sobre os indígenas. As culturas dos povos indígenas são centenas e
como ciências tão importantes quanto a europeia para a humanidade,
quanto mais para os seus descendentes, o que poderia gerar uma
retomada cultural importante para uma parcela da população que
vive a margem da sociedade nas periferias e não tem acesso ao
conhecimento sobre sua ancestralidade. Acreditamos que estes
conhecimentos poderiam trazer novas perspectivas de resistência
cultural e política em relação a dominação ideológica capitalista.
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minha bisavó ninguém se declarava indígena, pois ela era evangélica
desde os 14 anos. Porém sei que sou descendente de indígena porque
meu tataravô era o outro, o que era o indígena, e é com essa memória
que vou ir atrás da minha ancestralidade, porque me identifico mais
com este outro, do que com os que foram coptados pela cultura
eurocêntrica.
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Diferentes formas de ser mulher: Diante a
construção de um novo feminismo indígena?
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Do “feminismo” aos feminismos:
Embora a construção de relações mais equitativas entre
homens e mulheres tornou-se em um ponto medular na luta das
mulheres indígenas organizadas, o conceito de feminismo não foi
reivindicado dentro de seus discursos políticos. Este conceito
continua sendo identificado como o feminismo liberal urbano,
que para muitas delas tem conotações separatistas que as afastam de
sua necessidade de uma luta conjunta com os seus companheiros
indígenas. Aqueles que chegaram ao feminismo depois de uma
experiência de militância em organizações de esquerda sabem que a
força ideológica que tiveram os discursos que representam ao
feminismo como uma “ideologia burguesa, separatista e
individualista” que separa às mulheres das lutas por seus povos. As
experiências do feminismo liberal anglo, que de fato, partiram de
uma visão muito individualista dos “direitos dos cidadãos”, foram
utilizadas para criar uma representação homogeneizadora do
“feminismo”.
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O PROCESSO DE PROTAGONISMO INDÍGENA NO
BRASIL.
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cosmológicas e míticas em torno das quais girava toda a dinâmica
da vida tradicional.
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Surgindo a partir de então, a consolidação do movimento
indígena organizado, nas décadas de 1970 e 1980. Período histórico
da luta de resistência indígena no Brasil, por um lado, caracterizado
pelo surgimento e pela atuação de lideranças indígenas carismáticas
que, com coragem e determinação, enfrentaram as forças
colonialistas e integracionistas (Estado e Igreja) que subjugavam os
povos indígenas; por outro lado, os povos indígenas, apoiados por
alguns importantes aliados (missionários, indigenistas e
intelectuais), iniciavam uma longa caminhada de reorganização,
mobilização e articulação política indígena de resistência e de defesa
de direitos e interesses coletivos – época heroica que marcou a
principal mudança no curso da história brasileira.
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Na atualidade, os povos indígenas estão cada vez mais
presentes em todos os aspectos da vida nacional – cultura, agenda
de governo, mídia nos seus diversos segmentos, pesquisa, vida
universitária, esportes, política parlamentar e partidária –
demonstrando que a questão indígena pode ter não somente maior
visibilidade e relevância na vida nacional, mas, sobretudo, um
espaço próprio de autonomia e de liberdade para que se decida como
viver nesse mundo atual com todas as suas vantagens e desvantagens
ainda existentes.
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A formulação de tal questionamento se justifica, por muitas
decisões judiciais ainda utilizarem como critério para comprovação
da identidade indígena a existência de documentos que atestem essa
possibilidade. Onde, através da Constituição Federal de 1988, artigo
231, há previsão de reconhecimento dos indígenas, através da
organização social, dos costumes, idiomas, crenças e tradições.
Nesse sentido, estaria superada a necessidade de documentos
oficiais para atestar a identidade indígena e as discussões acerca dos
níveis de integração do indígena na sociedade.
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Referências:
http://justificando.com/2016/05/12/a-denuncia-de-um-advogado-
sobre-a-situacao-dramatica-dos-indigenas-frente-a-repressao-de-
fazendeiros/
Fonte: http://mujeresylasextaorg.wordpress.com/2007/08/08/mujer
esindigenas-y-feminismo
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