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Sob forte pressão de ativistas e da opinião pública, à última hora, o Governo grego reviu a lei

que redefine o que é violação. A versão preliminar da lei, entretanto emendada, não reconhecia
que o sexo sem consentimento é violação e restringia ainda mais a definição legal existente.

"Não é mais necessário provar o uso de violência para que um caso seja levado a tribunal como
violação. Agora sabemos e compreendemos que quando duas pessoas querem ter sexo há
consentimento, mas se uma não quiser ou não puder dizer que não quer, isto é violação, e isto
está protegido agora pela lei grega", sublinhou a ativista da Amnistia Internacional, Eirini
Gaitanou.

Os ativistas esperam agora que os atores do sistema judicial recebam orientações claras sobre
esta mudança na lei.

"Acho que é um passo importante. Dá uma resposta à cultura existente de violação na Grécia.
Infelizmente, temos tido muitos exemplos nos últimos tempos. Ataques, violações e até
femicídios. Portanto, isto é Justiça para as vítimas e uma rede de segurança para nós", realçou
Alexandra Ftouli do Comité Central da Juventude do Syriza.

A Grécia é o nono país europeu a reconhecer na lei que o sexo sem consentimento é violação.

As estatísticas sobre o número de vítimas de violação na União Europeia são chocantes. Uma
em cada 20 mulheres, com mais de 15 anos, foi violada, de acordo com os dados da Agência
dos Direitos Fundamentais da União Europeia. Mas a maioria dos países europeus não
reconhece que o sexo sem consentimento é violação.

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Portugal cumpre esta quinta-feira um dia de luto nacional pelas vítimas de violência doméstica.
Doze mulheres foram mortas no início deste ano, o número mais elevado numa década.

Ilda Afonso, diretora técnica do P'ra Ti, centro de atendimento à Mulher da associação UMAR
(União de Mulheres Alternativa e Resposta), no Porto, encontra razões para explicar esta subida
do número de vítimas: "Deve-se a vários motivos, principalmente a uma sociedade que ainda
vê de forma desigual o papel dos homens e das mulheres, mas também, e a UMAR não se cansa
de apontar o dedo, ao facto de a Justiça em Portugal não levar a sério o crime de violência
doméstica, desvalorizando o crime, achando que é um crime menor, desculpando o agressor e
encontrando sempre defeitos na vítima".

As sentenças de um juiz do Tribunal da Relação do Porto têm chocado muitas pessoas em


Portugal. Neto de Moura foi advertido, depois de ter escrito numa sentença que podia entender
o facto de um marido ter agredido a mulher, por ela ter cometido adultério. Até citou a Bíblia,
lembrando que nesta se lê que as mulheres adúlteras devem ser punidas com a morte.

A associação de mulheres lembra que Portugal só começou a trabalhar nas respostas à violência
doméstica no início do milénio, 20 anos depois de outros países europeus.
"Em Portugal, três em cada cinco mulheres são ou foram vítimas de violência doméstica. Há
outros países como a França e a Alemanha com números bem inferiores a estes. Há outros
países que têm números superiores aos nossos. Também depende do trabalho que já vem sendo
feito nos diferentes países", afirma Ilda Afonso.

A UMAR considera que Portugal deve investir na prevenção primária e na formação de


profissionais, como juízes e profissionais de saúde.

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