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ÁREA – PROCESSOS CRIATIVOS

LINHA – POÉTICAS DA CRIAÇÃO MUSICAL

PROJETO DE PESQUISA

A poética da mente musical: semântica cognitiva e processos criativos

Responsável: Marcos Nogueira

Apresentação

Reivindicando, tal como fez o formalismo oitocentista, uma fundamentação científica para a
percepção estética da música e para o exame da origem do sentido musical, salienta-se no
presente projeto a importante colaboração da psicologia cognitiva com o desenvolvimento do
formalismo musical, desde o final do século XIX — sobretudo a partir da psicologia da forma
das primeiras décadas do século passado.

Contudo, pressupõe-se aqui que somente com a emergência da pesquisa em cognição


incorporada (ciência cognitiva enacionista) é que se tornou possível construir uma
fundamentação mais adequada para o desenvolvimento de uma semântica do entendimento
musical. Esse referencial teórico-metodológico pôde, enfim, superar o paradigma que coloca
o conhecimento na condição de representações que o cérebro faz de um mundo
predeterminado observado pelo indivíduo.

Em vez disso, o processo cognitivo implicaria a construção de um mundo, e essa construção


dá-se por meio de interações dinâmicas do indivíduo com um mundo a ele congruente: a
experiência é o lugar de toda unidade cognitiva e a percepção é o princípio de toda
experiência. Perceber é assim um modo de atuar; a percepção é uma simulação interior da
ação e um exercício de antecipação dos efeitos da ação.

É plausível, pois, investigar, à luz da ciência cognitiva enacionista, os fundamentos que


embasaram o conhecimento sobre forma na Musicologia, a fim de conhecer as
potencialidades desse sistema numa ótica distinta daquela sob a qual vem sendo abordado
e atualizado desde então, mas principalmente a fim de esclarecer as deficiências que o
mantiveram restrito à prática descritiva de uma sintaxe da obra musical.

Estamos diante da tradicional controvérsia linguística entre uma semântica formal, que em
música apontaria diretamente para o campo da referenciação (expressão, ideias,
sentimentos, representação, simbolismo), recorrentemente abordado pela teoria musical
moderna, e uma semântica cognitiva, comprometida com o “como” construímos o sentido
musical, isto é, com o estudo dos processos cognitivos pelos quais organizamos formalmente
os eventos musicais no ato da escuta — aquilo que as estéticas modernas jamais cogitaram.

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