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OLIVEIRA, A.P.; ALVES, E.U.; ALVES, A.U.; DORNELAS, C.S.M.; SILVA, J.A.; PÔRTO, M.L.; ALVES, A.V.

Produção de feijão-fava em função do uso


de doses de fósforo em um Neossolo Regolítico. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 22, n. 3, p. 543-546, jul-set 2004.

Produção de feijão-fava em função do uso de doses de fósforo


Ademar P. de Oliveira1; Edna U. Alves2; Adriana U. Alves3,4; Carina S.M. Dornelas3,4; Jandiê A. da Silva3;
Mônica L. Pôrto3; Amarlete V. ALves¹
1
UFPB, CCA, C. Postal 02, 58397-000 Areia-PB, Bolsista CNPq, E-mail: ademar@cca.ufpb.br; 2UNESP, 14870-000 Jaboticabal–SP;
3
Graduação em Agronomia, UFPB; 4Bolsistas PIBIC/CNPq

RESUMO ABSTRACT.
O fósforo é um importante nutriente para as plantas e sua pre- Lima bean production as a result of the application of
sença no solo promove o crescimento e eleva a produção das horta- phosphorus levels
liças. O presente trabalho, realizado na Universidade Federal da Phosphorus is an important mineral nutrient for vegetables. This
Paraíba, em Areia, em um NEOSSOLO REGOLÍTICO Psamítico work was conducted at Universidade Federal da Paraíba, in Areia,
típico no período de dezembro/2001 a julho/2002, teve por objetivo Brazil, from December/2001 to July/2002, aiming to evaluate the
avaliar a resposta do feijão-fava, cultivar “Orelha de Vó”, a diferen- effect of levels of P2O5 on the yield of lima bean, cv. “Orelha de
tes doses de P2O5. O delineamento experimental utilizado foi em Vó”. The experimental design was a randomized block with five
blocos casualizados com cinco tratamentos (0; 100; 200; 300; 400 e treatments (0; 100; 200; 300; 400 and 500 kg ha-1 of P2 O5), and four
500 kg ha-1 de P2 O5) e com quatro repetições. Cada parcela continha replications. Each plot consisted of 40 plants spaced 1.0 m between
40 plantas espaçadas em 1,0 m x 0,50 m. As produções máximas rows and 0.50 m between plants in each row. The estimated maximum
estimadas de grãos verdes e secos (5,2 e 2,7 t ha-1), respectivamente, yield of green and dry beans (5.2 and 2.7 t ha-1, respectively)
ocorreram com 309 e 302 kg ha-1 de P2O5. As doses de P2O5 que corresponded, to the dosages of 309 and 302 kg ha-1 of P2O5. The
proporcionaram maiores retornos econômicos foram 291 kg ha-1 para levels 291 kg ha-1 and 281 kg ha-1 of P2O5 provided, respectively, the
a produção de grãos verdes e 281 kg ha-1 para produção de grãos greater economic return for the yield of green (4.1 t ha-1) and dry
secos, sendo as receitas previstas para a aplicação destas, corres- (1.8 t ha-1) beans. The most economic levels included more than
pondentes às produtividades de 4,1 e 1,8 t ha-1, respectivamente. As 80% of those dosages responsible for the maximum yields and
doses mais econômicas compreenderam mais de 80% daquelas res- indicated the economic viability of phosphorus utilization on lima
ponsáveis pelas produções máximas, constituindo um indicativo da bean crop. The P2O5 levels which promoted the maximum yield and
viabilidade econômica do emprego de fósforo no cultivo de feijão- the maximum economic return for green and dry beans yield were
fava. As doses de P2O5 com as quais obtiveram-se as máximas pro- respectively, with 57.1; 56.3; 55.0 and 53.8 mg dm-3 of available P
duções e retornos econômicos quanto a produção de grãos verdes e for the extractor of Melich 1. The lima bean response to the
secos, se correlacionam, respectivamente, com 57,1 e 56,3 e com phosphorus fertilization in soils with similar fertility used in the
55,0 e 53,8 mg dm-3 de P disponível pelo extrator de Melich 1. Pro- present study, for green and dry beans yield, will be reduced at levels
babilidades minimizadas de ocorrência de resposta dessa cultura à of available P superior to 55.0 and 53.8 mg dm-3. The average
adubação fosfatada em solos semelhantes ao do presente estudo, concentration of P in the leaves of lima bean, 120 days after sowing,
para a produção de grãos verdes e secos, serão obtidas quando os in function of levels of P2O5 was of 3.4 g kg-1. For the soil of this
teores de P disponível forem superiores a 55,0 e 53,8 mg dm-3. A study the application of 291 and 281 kg ha-1 of P2O5 is more
concentração média de P nas folhas do feijão-fava, aos 120 dias após recommended to establish the lima bean respectively, for green and
a semeadura, em função das doses de P2O5 foi de 3,4 g kg-1. As doses dry beans yield.
de 291 e 281 kg ha1 de P2O5, respectivamente, devem ser as reco-
mendadas para aplicação no solo em estudo, visando a produção de
grãos verdes e secos de feijão-fava.

Palavras-chave: Phaseolus lunatus L, adubação, grãos verdes, grãos Keywords: Phaseolus lunatus L, fertilization, green grains, dry
secos, produção. grains, yield.

(Recebido para publicação em 23 de outubro de 2002 e aceito em 30 de abril de 2004)

O feijão-fava (Phaseolus lunatus L)


também conhecido por feijão-de-
lima, fava-de-lima, simplesmente fava,
ca-se como um dos maiores produtores
nacionais. Em algumas regiões tem se
constatado níveis baixos de produtivi-
ção, e reduzir os recursos naturais não
renováveis que originam esses insumos
(Moura et al., 2001). Para se obter alta
é uma das alternativas de renda e ali- dade, devido principalmente à falta de produtividade é necessário uma aduba-
mento para a população da região Nor- um programa de pesquisas sobre nutri- ção fosfatada (Fageria, 1990), o que tem
deste do Brasil, que o consome sob a ção mineral. ocasionado a intensificação da busca de
forma de grãos maduros ou verdes. É A grande maioria dos solos brasilei- doses mais adequadas para as culturas e
produzido por pequenos produtores que ros é ácida de baixa fertilidade e eleva- que possibilitem maiores retornos eco-
utilizam principalmente cultivares de da capacidade de retenção de fósforo o nômicos.
crescimento indeterminado. O estado da que leva à necessidade de aplicação de As quantidades de fósforo retiradas
Paraíba, onde o feijão fava é cultivado elevadas doses de fosfatos, contribuin- do solo pelas hortaliças são geralmente
em quase todas as micro-regiões, desta- do para o aumento nos custos de produ- baixas, principalmente quando compa-

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A. P. Oliveira et al.

radas com o nitrogênio e o potássio. mitam a obtenção de rendimentos A adubação de plantio constou da
Entretanto, apesar dessa aparente baixa satisfatórios no feijão-fava. As poucas aplicação de forma localizada de 20 t
exigência, os teores desse nutriente na informações a respeito da sua nutrição, ha-1 de esterco bovino curtido e seco, das
solução do solo, bem como a velocida- relatam que, embora retire muito potás- doses de P2O5 mencionadas acima, uti-
de do seu restabelecimento na mesma, sio do solo (Vieira, 1992), nas regiões lizando-se como fonte superfosfato sim-
não são suficientes para atender às ne- Sul e Sudeste, em solos com baixa fer- ples, e de 170 kg ha-1 de cloreto de po-
cessidades das culturas. Como conse- tilidade, deve-se aplicar fósforo no plan- tássio, sete dias antes da semeadura. Em
qüência, nas adubações é o fósforo que tio, juntamente com matéria orgânica cobertura, aplicou-se 400 kg ha-1 de sul-
entra em maiores proporções (Coutinho (Filgueira, 2000). fato de amônio, em duas parcelas iguais,
et al., 1993). Seu fornecimento em dose Não existem trabalhos visando re- aos 30 e aos 60 dias após a semeadura.
adequada favorece o desenvolvimento comendações de fósforo para a cultura As doses de esterco bovino, de cloreto
do sistema radicular aumentando a ab- do feijão-fava nas condições do estado de potássio e de sulfato de amônio, fo-
sorção de água e de nutrientes; aumenta da Paraíba, razão pela qual as sugestões ram definidas conforme recomendação
o vigor das plantas oriundas de semea- de aplicação desse nutriente nessa do Laboratório de Química e de Fertili-
dura direta; favorece a floração e a hortaliça são formuladas adequando-se dade do Solo do Centro de Ciências
frutificação e aumenta a qualidade e o informações de outras regiões produto- Agrárias da UFPB, baseada nas carac-
rendimento dos produtos colhidos ras. Nesse sentido, o objetivo do pre- terísticas química do solo.
(Filgueira, 2000). sente trabalho foi verificar o comporta- Durante a condução da cultura fo-
Em solos naturalmente bem supri- mento do feijão-fava quando submeti- ram realizadas pulverizações à base de
dos com fósforo, a sua adição não afeta do a doses de P2O5. Deltametrina 2,5E a cada quinze dias,
a produção nem a qualidade das horta- visando o controle da cigarrinha verde
liças (Fontes et al., 1997). Entretanto, MATERIAL E MÉTODOS (Empoasca braemer) e da lagarta-das-
para diferentes classes de teores desse vagens (Etiella zinckenella). No perío-
nutriente no solo são obtidas curvas de O trabalho foi conduzido no campo do de ausência de chuvas, foi realizada
respostas correspondentes (Raij, 1991). experimental da Universidade Federal da irrigação por aspersão. Efetuaram-se
Os solos, porém, diferem quanto à imo- Paraíba, em Areia, em NEOSSOLO também capinas com auxílio de enxa-
bilização de fosfatos, e as condições que REGOLÍTICO Psamítico típico textura da, procurando-se manter a cultura li-
favorecem os maiores índices do fenô- franca (Embrapa, 1999), de dezembro/ vre de plantas invasoras. O plantio foi
meno são maiores teores de argila, maior 2001 a julho/2002, respectivamente, da- realizado pelo método de semeadura
ocorrência na argila de óxidos de ferro tas da semeadura à última colheita. A aná- direta, colocando-se quatro sementes
e alumínio e menores valores de pH lise química do solo da área experimental por cova da cultivar “Orelha de Vó”.
(Raij, 1983). Em condições de solos com resultou: pH H2O = 6,3; P disponível Aos 15 dias realizou-se o desbaste, dei-
pequena CMAP (capacidade máxima de (extrator Mehlich 1) = 11,1 mg dm-3; K xando-se duas plantas por cova. As co-
adsorção de P), como os arenosos, é pre- disponível = 9,0 mg dm-3; Na+ = 0,03 cmolc lheitas, em número de oito, foram reali-
ciso maior valor I (fator intensidade), dm-3, H+ + Al+3 = 1,07, Al+3 = 0,00 cmolc zadas à medida que a vagem iniciava
ou seja, a concentração ótima para aten- dm-3; Ca+2 = 2,4 cmolc dm-3; Mg+2 = 0,2 sua maturação para obtenção do rendi-
der a demanda da planta; bem como para cmolc dm-3; SB = 2,65 cmolc dm-3; CTC = mento de grãos verdes e quando se apre-
uma mesma quantidade de fósforo co- 3,72 cmolc dm-3 e matéria orgânica = 16,1 sentavam secas para obtenção de grãos
locada no solo, devem ser encontrados g dm-3. O esterco bovino utilizado apre- secos. Ao final da colheita efetuou-se a
valores I bem maiores nos solos areno- sentou as seguintes características em base amostragem do solo (0-20 cm de pro-
sos (Novais e Smyth, 1999). seca: P = 3,6 g kg-1; K = 4,1 g kg-1; N = 3,8 fundidade), coletando-se dez amostras
Muitos trabalhos brasileiros mos- g kg-1; matéria orgânica = 182 g dm-3 e simples ao acaso por parcela para se
tram respostas marcantes do fósforo na relação C/N = 10/1. A área experimental determinar as concentrações de P dis-
elevação do rendimento das hortaliças, apresenta topografia plana e os teores de ponível pelo extrator Melich I.
em função da sua aplicação (Seno et al., areia, silte e argila foram, respectivamen- Os resultados foram submetidos às
1994; Fontes et al., 1997; Vieira et al., te, 841, 88 e 70 g kg -1, conforme análises de variância e de regressão, sen-
1998; Silva, et al., 2001b). Para o metodologia definida por Day (1965). do selecionado para expressar o com-
feijoeiro comum, este nutriente também As plantas foram dispostas em filei- portamento das doses de P2O5 o modelo
tem proporcionado as maiores e mais ras, tutoradas pelo método de varas cru- significativo de maior ordem que tenha
freqüentes respostas e sua baixa dispo- zadas, no espaçamento de 1,0 m x 0,5 apresentado maior coeficiente de de-
nibilidade no solo afeta negativamente m, em parcelas com 40 plantas, sendo terminação, utilizando-se o “software”
o crescimento das plantas e sua produ- 20 empregadas para avaliar grãos ver- SAEG (2000).
ção (Pastorini et al., 2000). Contudo, des e 20 pra avaliar grãos secos. Os tra- Também foram determinadas as do-
embora o fósforo seja o nutriente que tamentos consistiram de seis doses de ses de P2O5 capazes de promoverem os
as hortaliças mais respondem (Filgueira, P2O5 (0; 100; 200; 300; 400 e 500 kg ha-1), maiores retornos econômicos para a pro-
2000), pouco se conhece, ainda, a res- disposto em blocos casualizados com dução de grãos verdes e secos, confor-
peito das quantidades a utilizar, que per- quatro repetições. me Raij (1991). Os valores utilizados

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Produção de feijão-fava em função do uso de doses de fósforo em um Neossolo Regolítico

para as variáveis grãos verdes e secos e


P2O5 vigentes em Areia (PB) em agosto
de 2002 foram: R$ 2,00/kg de grãos
verdes, R$ 2,50/kg de grãos secos e R$
3,50/kg de P2O5, ressaltando porém, que
essas relações de preços podem variar a
cada ano, conforme a demanda e oferta.
No entanto, a fim de atenuar os proble-
mas de variação cambial, trabalhou-se
com uma relação de troca ao invés de
moeda corrente (Natale et al., 1996),
procurando-se assim dados mais está-
veis. Portanto, a “moeda” utilizada nos
cálculos, foi o próprio grão verde e seco,
considerando-se as seguintes relações de
equivalência: quilograma de P2O5/kg de
grãos verdes e secos iguais, respectiva-
mente, a 1,75 e 1,4, sendo as doses mais
econômicas calculadas baseadas na de- Figura 1. Produção de grãos verdes (y1) e de grãos secos (y2) de feijão-fava, cultivar “Ore-
rivadas das equações de regressão entre lha de Vó”, em função do uso de doses de P2O5 em NEOSSOLO REGOLÍTICO Psamítico
as produções de grãos verdes e secos e típico textura franca. Areia, UFPB, 2002.
as doses de P2O5 por meio da relação de
dy/dx = a1 + 2a2 x. As doses mais eco-
nômicas (x’ ) foram então calculadas
por:
x’ = a1 - relação de equivalência
2 (-a2)
Onde x’ representa a dose econômi-
ca, a1 a taxa de incremento de produção
e a2, o ponto de máxima produção.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os efeitos da adubação fosfatada


sobre a produção de grãos verdes e se-
cos de feijão-fava, ajustaram-se a mo-
delos quadráticos (Figura 1). As produ-
ções máximas de grãos verdes e secos
estimadas por derivações em, respecti-
vamente, 5,2 e 2,7 t ha-1, ocorreram com
309 e 302 kg ha-1 de P2O5, respectiva- Figura 2. Teores de P disponível (Melich I), em função de doses de P2O5 para o estabeleci-
mente. Estes resultados, evidenciam mento de feijão-fava cultivar “Orelha de Vó” em NEOSSOLO REGOLÍTICO Psamítico
uma boa produção do feijão-fava, culti- típico textura franca. Areia, UFPB, 2002.
var “Orelha de Vó” na micro-região de
Areia e supera os rendimentos obtidos
por Vieira (1978) nas condições de Vi- previstas devido à aplicação do P2O5 As doses mais econômicas represen-
çosa (MG) e por Lyman (1983) na Co- foram calculadas pelos aumentos de pro- taram mais de 80% daquelas responsá-
lômbia. duções (4,6 e 2,2 t ha-1 de grãos verdes veis pelas produções máximas o que
As doses de P2O5 capazes de propor- e secos), respectivamente, substituindo pode indicar a viabilidade econômica do
cionar maior retorno econômico para as as doses mais econômicas, pelo “x” das emprego de fósforo no cultivo de fei-
produções de grãos verdes e secos de derivadas segundas das equações de re- jão-fava. Segundo Lobato (1982) a me-
feijão-fava, foram determinadas, respec- gressão, deduzido dos custos do P2O5 lhor eficiência econômica para o fósfo-
tivamente, pelas seguintes equações: (509 kg ha-1 de grãos verdes e 393 kg ro encontra-se entre 80 a 95% da pro-
(30,069 - 1,75)/(2 x 0,0486) e (14,659 - ha-1 de grãos secos), resultando numa dução máxima. Também, as doses de
1,4)/(2 x 0,0243). Dessa forma, as do- receita correspondente à produtividade P2O5 responsáveis pelas máximas pro-
ses mais econômicas foram, respectiva- de 4,1 e 1,8 t ha-1 de grãos verdes e se- duções e pelos máximos retornos eco-
mente, de 291 e 281 kg ha-1. As receitas cos, respectivamente. nômicos para a produção de grãos ver-

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A. P. Oliveira et al.

des e secos, se correlacionaram, respec- ponibilidade de outros nutrientes veicu- FONTES, P.C.R.; ROCHA, F.A.T.; MARTINEZ,
H.E.P. Produção de máxima eficiência econômi-
tivamente, com 57,1 e 56,3 e com 55,0 lados pelos fertilizantes, ou ainda que ca da batata em função da adubação fosfatada.
e 53,8 mg dm-3 de P disponível residual, tenha se tornado disponível pelas mu- Horticultura Brasileira, Brasília, v.15, n.2, p.104-
determinado pelo extrator Melich I (Fi- danças no ambiente do solo, ocasiona- 107, 1997.
gura 2). LOBATO, E. Adubação fosfatada em solos da
do pelo esterco bovino utilizado. Em Região Centro-Oeste. In: OLIVEIRA, A.J.
De maneira geral, as doses de P2O5 solos argilosos, fato semelhante foi ob- LIURENÇO,S.; GOEDERT, W.J. Adubação
apresentaram efeitos significativos tanto servado por Vieira (1995), com fosfatada no Brasil. Brasília: EMBRAPA-DID,
na produção do feijão-fava, quanto para 1982. 209 p. (EMBRAPA – DID. Documento 21)
mandioquinha salsa.
LYMAN, J.M. Adaptation studies on lima beans
os teores de P disponível. Dessa manei- Para o estabelecimento do feijão- accessions in Colombia. Journal of the American
ra, considerando-se que as produções de fava em Neossolo Regolítico Psamítico Society for Horticultural Science, v.108, p.369-
máximos retornos econômicos ficaram 376, 1983.
Típico, textura franca, com caracterís- MESQUITA FILHO, M.V; TORRENT, J.
acima de 80% daquelas responsáveis
tica química semelhante ao utilizado Phosphate sorption as related to mineralogy o a
pelas produções máximas, a probabilida- hidrosequence of soils from the Cerrado region
nessa pesquisa, deve ser recomendado
de de ocorrência de resposta do feijão- (Brazil). Geoderma, v.58, p.107–123, 1993.
fava a adubação fosfatada, em solos se- a aplicação de 291 ou de 281 kg ha-1 de MOURA, W.M.; LIMA, P.C.; CASALI, V.W.D.;
melhantes ao do presente estudo, será P2O5 quando o objetivo for respectiva- PEREIRA, P.R.G. Eficiência nutricional para fós-
mente, produzir grãos verdes ou secos. foro em linhagens de pimentão. Horticultura Bra-
minimizada quando os teores de P dis- sileira, Brasília, v. 19, n. 3, p. 306-312, 2001.
ponível forem superiores a 55,0 para a No entanto, de acordo com Mesquita NATALE, W.; COUTINHO, E.L.M.;
produção de grãos verdes e a 53,8 mg Filho e Torrent (1993), essas doses po- BOARETTO, A.; PEREIRA, F.M. Dose mais eco-
dm-3 para a produção de grãos secos. dem ser menores e os teores de P dispo- nômica de adubo nitrogenado para a goiabeira em
formação. Horticultura Brasileira, Brasília, v.14,
O baixo teor inicial de fósforo no nível maiores se for adicionado matéria n.2, p.196-199, 1996.
solo, conforme Novais e Smyth (1999), orgânica em quantidade superior à em- NOVAIS, R.F.; SMYTH, T.J. Fósforo em solo e
possivelmente tenha sido um forte alia- pregada no presente estudo, em função planta em condições tropicais. Viçosa: UFV, DPS,
de uma menor adsorção de P. 1999. 399 p.
do para a resposta do feijão-fava a esse PASTORINI, L.H.; BACARIN, M.A.; LOPES,
elemento. Os efeitos das adubações N.F.; LIMA, M.G.S. Crescimento inicial de
fosfatadas sobre as culturas são especial- AGRADECIMENTOS feijoeiro submetido a diferentes doses de fósforo
mente acentuadas em solos de baixa fer- em solução nutritiva. Revista Ceres, Viçosa, v.47,
n.270, p.219-228, 2000.
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radicular, é importante para a formação do Nascimento e Expedito de Souza 1983. 142 p.
dos primórdios das partes reprodutivas, Lima que viabilizaram a execução dos RAIJ, B.V. Fertilidade do solo e adubação.
é essencial para a boa formação de fru- Piracicaba: Ceres/Potafos, 1991. 343 p.
trabalhos de campo. SAEG - Sistema para análise estatística, versão
tos e, em geral, incrementa a produção 8.0. Viçosa-MG: Fundação Artur Bernardes, 2000.
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provável que durante o crescimento e
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