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O olfato é o mais primitivo dos cinco sentidos, uma vez que o rinencéfalo (rhino, nariz, en,
dentro, cephalos, cabeça), que contém as estruturas responsáveis pelas sensações do olfato e
do paladar e pelo controle de funções vegetativas, faz parte do paleocéfalo. Diretamente
associados ao sistema límbico, que controla as respostas emocionais do indivíduo, os odores
promovem reações instintivas muito fortes – normalmente respostas binárias, como sim ou não
(atração ou repulsão). O olfato é menos desenvolvido nos humanos do que em outros animais,
como os cães, que por isso são empregados na detecção de substâncias químicas proibidas em
locais públicos e em meios de transporte.
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O paladar é o sentido do sabor dos materiais que
entram em contato com as papilas gustativas
localizadas na língua. É um sentido extremamente
associado ao olfato; muitas vezes, quando estamos
com esse sentido comprometido (por exemplo,
durante uma gripe), fica alterada a sensação do
sabor dos alimentos. Tanto o olfato quanto o paladar
podem ser classificados como sentidos químicos,
porque ocorre uma interação direta entre as
substâncias químicas e os receptores presentes no
nariz e na língua.
Atualmente, essa definição clássica de cinco sentidos é contestada. Nos humanos, por exemplo,
existem outros sentidos, como a nocicepção (percepção da dor) e a propiocepção, que é a
percepção de seu próprio corpo e da localização espaço-temporal de cada uma de suas partes.
Outros animais possuem sentidos inexistentes em humanos, como a magnetocepção
(percepção do campo magnético terrestre), de aves e insetos, e a eletrodetecção (percepção de
campos elétricos), encontrada em peixes e em mamíferos da ordem Monotrêmata, como o
ornitorrinco.
Imagens: http://www.musee-moyenage.fr/homes/home_id20393_u1l2.htm
Os sentidos do paladar e do olfato, como você viu, são sentidos químicos, ou seja, dependem
da interação de moléculas com receptores neuronais específicos. Dessa forma, as sensações
obtidas por esses sentidos são fortemente dependentes das estruturas e das propriedades
físico-químicas das moléculas que irão ativá-los.
Evaporação (http://www.flickr.com/photos/oldonliner/436326382/)
e
Sublimação (http://www.flickr.com/photos/slice/464646935/)
1.Ligações hidrogênio
2.Interações dipolo-dipolo
3.Forças de van der Waals
Outras interações menos discutidas são variações das interações do tipo dipolo-dipolo, como a
íon-dipolo e os complexos de transferência de carga, também chamados de interações do
tipo π-stacking (a tradução literal seria empilhamento de sistemas π), em que um anel
aromático, normalmente ligado a um grupo eletrodeficiente (R2), funciona como dipolo
positivo, e então forma uma interação dipolo-dipolo com outro anel aromático ligado a um
grupo doador de elétrons (R1), porém de alta densidade eletrônica e que atua como dipolo
negativo. Esse tipo de interação é muito importante no meio biológico, pois possibilita a
interação entre os anéis aromáticos presentes nas estruturas de diversos fármacos e os anéis
aromáticos de resíduos de aminoácidos como a tirosina e o triptofano.
Após a divisão dos grupos, trabalhamos o sentido da audição, explicando toda a parte
teórica relacionada à biologia e à física. Na prática, trabalhamos todo o sentido de
equilíbrio dos alunos demonstrando como a privação dos sentidos e dependência apenas
de um influencia o equilíbrio. Logo em seguida, trabalhamos o sentido da visão,
explicando teoricamente como enxergamos e as deficiências na visão das cores. Na
prática, utilizamos uma caixa com três lâmpadas com as 3 cores primárias de luz, para
demonstrar a mistura das cores, e provar que qu luz branca que vem do sol é formada
pelas 7 cores do arco-íris. Após a visão trabalhamos o sentido do tato, explicando
sobre os corpúsculos que existem na pele e são responsáveis pelas sensações de quente
e frio e de pressão. Na prática pedimos aos alunos que, vendados, identifiquem certas
“peças” através do tato. Em seguida trabalhamos o paladar, explicando aos alunos as 4
regiões da língua e como recebemos as informações adquiridas nas células gustativas.
Na prática, os alunos identificaram os sabores dos alimentos colocados em sua boca,
enquanto estes se encontram vendados e com obstrução do canal olfativo. Finalmente
terminamos a oficina com o sentido do olfato, começando com a correlação do olfato
com a capacidade de sentir o gosto das coisas. Na parte química, explicamos como o
cheiro é sentido e porque certas coisas têm ou não cheiro. Passamos também pela parte
de aromas artificiais, explicando o trabalho do químico no desenvolvimento de tais
substâncias. Na prática, desenvolvemos a síntese do acetato de isoamila (óleo de
banana) com os alunos. Durante o período da prática, citamos algumas vidrarias de
laboratório e seu uso, comentamos sobre segurança em laboratório e utilidades do
produto formado.
Mais adiante, quando discutirmos a constituição da matéria, voltaremos à relação entre os níveis
macroscópico e microscópico. Por hora, o mais importante é despertar a curiosidade que
naturalmente trazemos conosco. Uma das nossas primeiras sensações no nascimento é que o
mundo é cheio de coisas, cheio de matéria. A química tenta responder às perguntas sobre a
natureza da matéria. Percebemos de maneira intuitiva as transformações químicas e físicas.
Somos sensíveis aos fenômenos como a luz, o calor (temperatura), a distância, o tempo, a força
e quando uma combinação destes fenômenos age sobre a matéria, esta matéria é modificada
de algum modo. Quando cortamos um pedaço de queijo, o produto resultante possui as
mesmas propriedades: sabor, cor, textura... os pedaços cortados são do mesmo tipo de queijo,
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apesar de serem mais leves e mais fácil de serem comidos. Porém, após certo tempo, o sabor e
a cor podem se alterar, e o queijo já não é o mesmo: se estragou. Uma vez comido, o queijo
interage de diversas formas com nosso organismo para fornecer nutrientes e também energia.
Por que tudo isso acontece? Pense sobre isso e iniciaremos o entendimento do Universo através
das lentes da química.
Visão, audição, paladar, tato e olfato. Quando crianças, nós aprendemos sobre os cinco sentidos e que os
utilizamos para perceber o mundo à nossa volta. Cores, cheiros, sabores, gostos, sons, calor, frio,
sensações táteis, enfim, somos bombardeados por estímulos ambientais o tempo todo e o que nos difere
de outros animais é a nossa capacidade de interpretar esses estímulos e dar-lhes significado. Aliás, o
significado dos eventos vivenciados e memorizados no curso de nossas vidas somente têm sentido graças
às emoções a eles associadas
.Sempre encontro pessoas que me perguntam sobre minha profissão e que se surpreendem
com uma profissão um tanto fascinante, mas ainda desconhecida: a Análise Sensorial. Daí,
procuro usar minha habilidade de professor e explicar o que faço e sua aplicabilidade. Então,
vamos lá, o que afinal é isso?
A Análise Sensorial é definida como a disciplina científica usada para evocar, medir, analisar e
interpretar as impressões causadas por alimentos e materiais nos órgãos dos sentidos. Note
que há uma referência aos alimentos porque a Análise Sensorial originalmente surgiu na
indústria alimentos e bebidas nas primeiras décadas do século
XX. Porém, tem havido nos últimos anos um crescente interesse
de outros segmentos industriais pelos métodos sensoriais,
segmentos como personal care, cosméticos, fármacos, papel,
têxteis e até automóveis e aeronaves. E por quais motivos? Os
que já bem conhecemos: desenvolver produtos que satisfaçam as
expectativas e preferências dos consumidores e garantir um
determinando padrão de qualidade dos mesmos.
A interpretação dos dados é a busca das causas do fenômeno observado, o que permite as
conclusões e formulações de novas hipóteses. Isso tudo pode parecer um tanto “acadêmico”,
mas é exatamente o que um analista faz em sua rotina laboratorial.
Ao evocar o método científico, minha intenção é desvincular a Análise Sensorial daquelas cenas
típicas de comerciais de televisão nos quais as pessoas tentam adivinhar qual é a marca da
cerveja que estão tomando ou dos “testes cegos” com pessoas vendadas degustando presunto.
Na verdade, essas cenas são criações de publicitários no intuito de aumentar a dramaticidade e
o poder de convencimento de suas mensagens!
Acabei de mencionar “adivinhação” e “testes cegos” e isto me conduz a outras questões cruciais
em Análise Sensorial: sua base científica psicofísica e psicológica e a forte base estatística no
delineamento experimental e a análise dos dados. O delineamento experimental é a atuação
planejada do experimentador, ou seja, como ele aplica um teste sensorial corretamente para
obter os dados que necessita.
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E quanto aos testes serem cegos, isto significa que sempre codificamos as amostras de forma
que os avaliadores não saibam a marca ou tenham informação demasiada sobre o teste. Assim,
não se criam expectativas, nem se estimulam as respostas.
Quanto ao método a ser aplicado, o experimentador deve ter definido o que ele quer avaliar, a
questão central do teste. Há três grupos de métodos sensoriais com diferentes aplicações e
frequentemente encontro profissionais utilizando-os de forma equivocada. Eis os
métodos:Métodos de diferença: São testes com duas amostras (comparação pareada, duotrio,
triangular) ou mais (dois-em-cinco, ordenação, diferença-do-controle) utilizados em situações
nas quais o experimentador deseja simplesmente saber se existe diferença entre as amostras,
de forma global ou direcionada (cor, sabor, aroma etc). Alguns destes testes são simples,
rápidos e necessitam de apenas alguns indivíduos selecionados, como os testes de comparação
pareada e o triangular. Já o teste de diferença-do-controle usa uma escala para medir o grau
de diferença entre a amostra-teste e uma amostra controle sendo, portanto, um teste mais
informativo e mais apropriado a controle de qualidade ou estudos de shelf-life (tempo de
validade de um produto).
Métodos afetivos: são realizados com consumidores, em laboratórios, em outros locais onde se
encontra o mercado de interesse ou mesmo no próprio domicílio do consumidor. Os testes
afetivos avaliam o grau de aceitabilidade (escalas hedônicas) ou a preferência (escolha forçada,
como pareado e ordenação) entre dois ou mais produtos. Em pesquisa de mercado, é comum
associar medidas de atitude e intenção de compra aos testes afetivos.
Pelo exposto, cada tipo de método tem uma filosofia diferente e necessita de avaliadores
selecionados e/ou treinados ou consumidores. A seleção e treinamento de avaliadores
sensoriais é um fator especialmente crítico em algumas situações, como controle de qualidade
de insumos ou produtos acabados, uma vez que deverão aprender parâmetros sensoriais de
qualidade – chamados atributos-chave – e utilizá-los para julgar o nível de qualidade do
produto, liberando ou não o produto para o mercado.
Por outro lado, testes afetivos requerem consumidores que, via de regra, não têm
conhecimento técnico sobre o produto, a não ser experiência, expectativas e preferências.
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Testes com consumidores devem ser bem delineados sob o risco de não se avaliar o produto
pelo consumidor que realmente interessa, ou seja, o mercado-alvo.
Tendo-se escolhido o teste e coletado os dados é necessário utilizar uma técnica estatística
apropriada para analisá-los. Um bom analista sensorial deve conhecer os métodos estatísticos
básicos, bem como a natureza dos dados obtidos. Dados categóricos e ordinais exigem
estatísticas não-paramétricas, enquanto os dados de razão e intervalo são analisados através
de métodos paramétricos. Infelizmente, a Estatística ainda é um desafio para alguns
profissionais, o que inibe o uso de métodos sensoriais em seu cotidiano na indústria e mesmo
na academia.
Outro desafio é o uso de métodos estatísticos multivariados que possibilitam estudar a relação
entre variáveis sensoriais e instrumentais e buscar relações entre elas. Mapas de preferência,
análise fatorial, análise de regressão múltipla são alguns exemplos de técnicas estatísticas
multivariadas.
Imaginemos um vinho tinto que se encontra à venda no mercado. Do ponto de vista químico,
podemos defini-lo como uma solução de álcool etílico em água entre 10% e 13%. Podemos,
também, tratá-lo como uma mistura de vários componentes como água, alcoóis, ácidos
carboxílicos, hidrocarbonetos, cetonas, ésteres, aldeídos, compostos polifenólicos, minerais etc.
Podemos, ainda, descrever suas propriedades físico-químicas como densidade e pH. Enfim,
conseguimos caracterizá-lo física e quimicamente através de métodos ditos “objetivos” e neste
caso obteremos números com um certo significado. Agora, vamos tomar o vinho, degustá-lo.
Podemos percebê-lo e caracterizá-lo como ácido, suave ou doce, com sabor alcoólico,
adstringente, de cor vermelha (púrpura, tijolo, clara, escura etc.), aroma frutado, herbáceo,
amadeirado. “Ligeiro de boca” (isso é com os enólogos!) ou denso. A descrição sensorial é tida
por alguns como subjetiva, já que depende da acuidade e pode variar de pessoa a pessoa
(Cuidado: equipes treinadas em atributos bem definidos e referenciados atuam como
verdadeiros aparelhos!).
O que temos nesta segunda descrição do vinho, a sensorial? Simplesmente uma tradução da
composição química e características físicas da bebida em percepções sensoriais. Percebemos
as cores vermelhas e não comprimentos de onda. O trânsito de prótons através das
membranas das células gustativas não dão uma medida de pH, mas de gosto ácido e sua
intensidade. O sabor característico do vinho é um fenômeno químico complexo resultante da
interação de substâncias voláteis (os aromas), dos gostos e de sensações provocadas pelo
álcool, ácidos, polifenóis, entre outros, na mucosa bucal. Olfato e gustação são, por definição,
sentidos químicos!
A analogia acima pode ser feita com outros produtos cujas propriedades sensoriais são
importantes na qualidade percebida. A textura de um creme cosmético, a fragrância de
produtos de higiene e limpeza, a sensação térmica proporcionada pelo vestuário ou em um
ambiente climatizado, enfim, tudo o que percebemos através dos sentidos e influenciam a
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avaliação de qualidade, aceitação e conforto. Em alguns casos, a legislação menciona atributos
sensoriais entre os padrões de qualidade e identidade de um produto.