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II-Semestre/Ano-2019
Ficha de apontamento -01 / Unidade -01
ORIGEM DO EMPREENDEDORISMO
Empreendedorismo no mundo
As pesquisas nessa área são muito novas. Na maioria dos casos estão relacionadas com
pequenas empresas, e sua importância para a economia do mundo actual.”Esse ramo de
conhecimento está ainda em fase pré-paradigmática, já que não existem padrões definidos,
princípios gerais ou fundamentos que possam assegurar de maneira cabal o conhecimento”.
Demorará ainda muito tempo para atingir uma base científica, apesar de ser um campo
efervescente em termos de pesquisa e publicações (DOLABELA, 1999)
Uma definição preliminar para o termo empreendedorismo, conforme relatado por Hisrich
(2004), pode ser atribuída a Marco Pólo, o qual tentou estabelecer uma rota comercial para o
Extremo Oriente. Como empreendedor, Marco Pólo assinou um contrato com um homem que
possuía dinheiro (hoje conhecido como capitalista) para vender as mercadorias deste. Um
contrato comum na época oferecia um empréstimo para o comerciante aventureiro a uma taxa de
22,5%, incluindo seguro. Quando o comerciante aventureiro era bem-sucedido na venda das
mercadorias e completava a viagem, os lucros eram divididos, cabendo ao capitalista a maior
parte (até 75%), enquanto o comerciante aventureiro ficava com os 25% restantes. O capitalista
da época era alguém que assumia riscos de forma passiva enquanto o aventureiro empreendedor
assumia papel activo, correndo todos os riscos físicos e emocionais.
Na Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado para aquele que gerenciava grandes
projectos de produção. Sendo que este não assumia grandes riscos, apenas gerenciava os
projectos através da utilização dos recursos disponíveis, quase sempre oriundos do governo em
questão. Um típico empreendedor da Idade Média era o clérigo – pessoa encarregada de obras
arquitectónicas, como castelos e fortificações, prédios públicos, abadias e catedrais.
A palavra empreendedora (entrepreuneur) foi utilizada pela primeira vez na língua francesa no
início do século XVI, para designar os homens envolvidos na coordenação de operações
militares.
A primeira relação efectiva entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreu no século XVII,
onde era estabelecido um acordo entre governo e empreendedor para execução de serviço ou
fornecimento de um produto. Com preços prefixados, os lucros ou prejuízos provenientes destas
transacções, eram atribuídos exclusivamente aos empreendedores.
De acordo com Hisrich (2004), um empreendedor desse período foi John Law, francês que
conseguiu permissão para estabelecer um banco real. O banco evoluiu para uma franquia
exclusiva, formando uma empresa comercial no Novo Mundo – a Mississippi Company.
Infelizmente, esse monopólio sobre o comércio francês levou à ruína de Law quando este tentou
aumentar o valor das acções da empresa para mais do que o valor de seu património, levando a
mesma ao colapso.
Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, foi considerado por muitos
como um dos criadores do termos empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar
o empreendedor – aquele que assumia riscos – do capitalista – aquele que fornecia o capital
(DORNELAS, 2001).
Cantillon descreveu o empreendedor, como alguém que corria riscos, através da observação dos
comerciantes, fazendeiros, artesãos e outros proprietários individuais “compram a um preço
certo e vendem a um preço incerto, portanto operam com risco.”
Mais tarde, por volta de 1765 o termo começou a ser utilizado na França para designar aquelas
pessoas que se associavam com proprietários de terras e trabalhadores assalariados.
Nessa mesma época, o termo era também utilizado para denominar outros aventureiros, tais
como: construtores de pontes, empreiteiros de estradas ou arquitectos.
Por volta de 1800, o economista francês Jean Batist Say utilizou novamente o termo
empreendedor em seu livro Tratado de Economia Política. O empreendedor definido por Say
(apud DRUCKER, 1987) é o responsável por “reunir todos os factores de produção e descobrir
no valor dos produtos a reorganização de todo capital que ele emprega, o valor dos salários, o
juro, o aluguer que ele paga, bem como os lucros que lhe pertencem”. O mesmo autor apresentou
alguns requisitos necessários para ser empreendedor como: julgamento, perseverança e um
conhecimento sobre o mundo, assim como, sobre os negócios. Deveria também, segundo ele,
possuir a arte da superintendência e da administração.
Contudo, foi a Inglaterra o país que mais dedicou esforços para definir explicitamente a função
do empreendedor no desenvolvimento económico. Dentre os ilustres teóricos que ofereceram
uma grande contribuição para o entendimento do fenômeno do empreendedorismo ressalta-se,
Adam Smith e Alfred Marshall.
Entretanto, o empreendedor foi descrito pelo economista inglês Alfred Marshall como alguém
que se aventura e assume riscos, que reúne capital e o trabalho requerido para o negócio e
supervisiona seus mínimos detalhes, caracterizando-se pela convivência com o risco, a inovação
e a gerência do negócio.
No final do século XIX e início do século XX, de acordo com Dornelas (2001) os
empreendedores foram confundidos com gerentes ou administradores, vigorando esta concepção
sob o enfoque económico até os dias actuais, sendo os empreendedores definidos como aqueles
que organizam a empresa, pagam os empregados, planejam, dirigem e controlam as acções
desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalismo.
Andrew Carnegie é um do melhores exemplos dessa definição, pois não inventou nada, mas
adaptou e desenvolveu nova tecnologia na criação de produtos para alcançar vitalidade
económica. Escocês de origem pobre, fez da indústria de aço uma das maravilhas do mundo
industrial, através de sua incessante busca por competitividade, ao invés da inventividade ou
criatividade (HISRICH, 2004).
Empreendedorismo em Moçambique
Essa formação deveria ser muito mais abrangente. Isso quer dizer que, apesar do esforço do
Governo moçambicano em introduzir disciplinas na grade curricular como noções do
empreendedorismo, esta prática está cada vez mais distante de ser uma realidade gigantesca,
talvez porque não temos grandes raízes ainda para chegarmos nesse sonho e nos comparamos aos
EUA ou pelo menos a vizinha África do Sul.
O empreendedor não nasce num vazio, muitas vezes ele é produto de dois polos opostos.
Empreendedores podem nascer por necessidade ou por mera capacidade de identificar
oportunidades e criar soluções para as necessidades existentes.
Olhando para o cenário que se vive no nosso país, podemos afirmar que os empreendedores
moçambicanos nascem maioritariamente por necessidade e não por oportunidade. A questão que
se coloca é qual é a diferença entre os dois, e porque é que os empreendedores em Moçambique
nascem por necessidade.
Empreendedores Por Necessidade VS Por Oportunidade
O empreendedor que nasce por mera necessidade como o próprio termo nos informa, é aquele
que surge dentro do contexto de uma necessidade pessoal. Ele começa um negócio para suprir a
sua necessidade imediata.
Sabe-se muito bem o quão é difícil para muitos arranjarem emprego neste país. E aliado a isso, a
maioria dos Moçambicanos não está suficientemente capacitado para ocupar certas funções no
mercado de trabalho. E como consequência, para poder colocar o pão na mesa, alguns optam por
iniciar um negócio.
Esses negócios que muitas vezes iniciam como forma de pagar as contas e colocar comida na
mesa, em alguns casos crescem de tal maneira a se tornarem grandes negócios.
Em contrapartida o empreendedor por oportunidade nasce para resolver problemas. Este é o tipo
de empreendedor que tem a capacidade de identificar um problema, e trabalha arduamente na
busca de uma solução para tal.
Este empreendedor não é necessariamente motivado pelo ganho financeiro que poderá advir do
seu empreendimento. Mas a sua principal motivação está no facto de querer criar soluções para
os problemas que ele identifica ao seu redor.
Este empreendedor tem uma grande paixão pelo que faz, e uma extrema motivação em mudar as
coisas. Este é o tipo de empreendedor que é capaz de identificar a multidão de oportunidades que
existem ao seu redor e fazer algo com isso.
Ele tem a capacidade de identificar oportunidades, mas só capitaliza naquelas que vão ao
encontro das suas competências. São negócios pensados, e bem planeados.
Em muitos casos os empreendedores que iniciam negócios com base em oportunidades o fazem
de forma estratégica e objectiva. Eles não só o fazem por mera sobrevivência, mas sim pelo
desafio de poder suprir uma necessidade existente que não está a ser capitalizada.
Esta categoria de empreendedores muitas vezes apaixona-se bastante pela solução que
apresentam para o mercado. Eles gostam de falar e compartilhar as suas ideias.
Empreendedores que capitalizam nas oportunidades existentes normalmente têm uma maior
capacidade de inovação. Isso porque é impulsionado pela vontade de criar e trazer algo de novo e
diferente.
O Empreendedor Moçambicano
A maioria dos empreendedores em Moçambique nasce por mera necessidade. Basta só olhar para
o sector informal, que o local onde muitos começam a sua jornada do empreendedorismo.
Grande número dos empreendedores neste sector iniciou a sua jornada para poder suprir uma
certa necessidade. Ora porque precisava colocar comida na mesa, sustentar a família, ou mandar
os filhos para a escola.
Uma das razões para tal acredita-se estar no facto do elevado nível de pobreza de Moçambique.
Sendo um dos países mais pobres do mundo, muito pouca gente começa a carreira do
empreendedorismo de forma consciente.
A necessidade da sobrevivência é que leva a que muitos Moçambicanos optem por esta linha. E
com a crise a que o país está passando no momento muitos Moçambicanos irão entrar nesta linha
por necessidade.
O Papel da Educação
O Moçambicano não foi programado para ser empreendedor, é preciso mudar isso. Para mudar
essa tendência, a educação tem um papel muito importante. Afinal de contas é na escola e nas
faculdades onde fomos programados para sermos empregados educados.
O papel da educação deve ser o de libertar as mentes e não o de encarcerá-las. Contudo, este não
tem sido o caso, as pessoas saem da escola mais limitadas do que estavam antes de lá entrarem.
Definições de Empreendedorismo
O centro das pesquisas sobre empreendedorismo objectiva o estudo do ser humano e dos
comportamentos que podem levar ao sucesso. Por isto, no ensino de empreendedorismo, o ser é
mais importante do que o saber.
“O Empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a
Revolução Industrial foi para o século XX”. (TIMMONS, 1990 apud DOLABELA, 1999a).
Drucker (1992) analisa o empreendedor como aquele que pratica a inovação sistematicamente. O
empreendedor busca as fontes de inovação e cria oportunidades. Para o autor, o significado da
palavra empreendedorismo está associado àquela pessoa que pratica uma empreitada laboriosa e
difícil.
De acordo com Drucker (1992), existem sete fontes para uma oportunidade inovadora: o
inesperado, uma contradição entre o que é e o que deveria ser, uma necessidade, uma mudança
estrutural, mudanças demográficas, mudança na percepção e conhecimento científico novo.
Para Dolabela (1999a, p. 29), o termo empreendedorismo é uma livre tradução que se faz da
palavra entrepreneurship, designando uma área de grande abrangência e trata de outros temas,
além da criação de empresas:
Tarefa número-01
1-Defina Empreendedorismo
2-Descreva a evolução do empreendedorismo no mundo
3- Diferencie os tipos de empreendedores mais comuns.