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"Grande Sertão: Veredas" - Resumo da

obra de Guimarães Rosa


03/09/2012 20h 24

A obra, uma das mais importantes da literatura brasileira, é elogiada pela linguagem e
pela originalidade de estilo presentes no relato de Riobaldo, ex-jagunço que relembra
suas lutas, seus medos e o amor reprimido por Diadorim.

O romance "Grande Sertão: Veredas" é considerado uma das mais significativas obras
da literatura brasileira. Publicada em 1956, inicialmente chama atenção por sua
dimensão – mais de 600 páginas – e pela ausência de capítulos. Guimarães Rosa fundiu
nesse romance elementos do experimentalismo linguístico da primeira fase do
modernismo e a temática regionalista da segunda fase do movimento, para criar uma
obra única e inovadora.

- Leia a aánilse de Grande Sertão: Veredas

Resumo
Durante a primeira parte da obra, o narrador em primeira pessoa, Riobaldo, faz um
relato de fatos diversos e aparentemente desconexos entre si, que versam sobre suas
inquietações sobre a vida. Os temas giram em torno das clássicas questões filosóficas
ocidentais, tais como a origem do homem, reflexões sobre a vida, o bem e o mal, deus e
o diabo. Porém, Riobaldo não consegue organizar suas ideias e expressa-las de modo
satisfatório, o que gera um relato bastante caótico. Até que em certo ponto aparece
Quelemén de Góis, que o ajuda em parte, e Riobaldo dá início à narrativa propriamente
dita.

Riobaldo começa a rememorar seu passado e conta sobre sua mãe e como conhecera o
menino Reinaldo, que se declarava ser “diferente”. Riobaldo admira a coragem do
amigo. Quando sua mãe vem a falecer, ele é levado para viver com seu padrinho na
fazenda São Gregório, onde conhece Joca Ramiro, grande chefe dos jagunços. Selorico
Mendes, o padrinho, coloca-o para estudar e após um tempo Riobaldo começa a
lecionar para Zé Bebelo, um fazendeiro da região. Pouco tempo depois, Zé Bebelo, que
queria por fim na atuação dos jagunços pela região, convida Riobaldo para fazer parte
de seu bando, o que esse aceita. Assim começa a história da primeira guerra narrada em
"Grande Sertão: Veredas".

O bando dos jagunços liderado por Hermógenes entra em guerra zontra Zé Bebelo e os
soldados do governo, mas logo Hermógenes foge da batalha. Riobaldo resolve desertar
do bando de Zé Bebelo e encontra Reinaldo, que faz parte do bando de Joca Ramiro. Ele
decide então juntar-se ao grupo também.

A amizade entre Riobaldo e Reinaldo se fortalece com o passar do tempo e Reinaldo o


confidencia em segredo seu nome verdadeiro: Diadorim. Em certo momento dá-se a
batalha entre o bando de Zé Bebelo e de Joca Ramiro, onde Zé Bebelo é capturado.
Então, ele é julgado pelo tribunal composto dos líderes dos jagunços, dos quais Joca
Ramiro é o chefe supremo. Hermógenes e Ricardão são favoráveis à pena capital. No
fim do julgamento, porém, Joca Ramiro sentencia a soltura de Zé Bebelo, sob a
condição de que ele vá para Goiás e não volte até segunda ordem. Após o julgamento,
Riobaldo e Reinaldo juntam-se ao bando de Titão Passos, que também lutou ao lado de
Hermógenes.

Após longo período de paz e bonança no sertão, um jagunço chamado Gavião-Cujo vai
até o grupo de Titão informar que Joca Ramiro foi traído e morto por Hermógenes e
Ricardão, que ficam conhecidos como “os judas”. Nesse ponto da narrativa, Riobaldo
tem um caso amoroso com a prostituta Nhorinhá e, posteriormente, com Otacília, por
quem se apaixona. Diadorim dica com raiva e durante uma discussão com Riobaldo
ameaça-o com um punhal.

Os jagunços se reúnem para combater “os judas” e assim começa a segunda guerra,
organizada sob novas lideranças: de um lado Hermógenes e Ricardão, assassinos de
Joca Ramiro e traidores do bando; de outro, os jagunços liderados por Zé Bebelo, que
retorna para vingar a morte de seu salvador. Em certo momento da narrativa os dois
bandos se unem para tentar fugir do cerco armado pelos soldados do governo, mas o
bando de Zé Bebelo foge na surdina do local e deixam Hermógenes e seu bando lutando
sozinhos contra os soldados. Riobaldo entrega a pedra de topázio a Diadorim, o que
simboliza a união entre os dois, mas esse recusa dizendo que devem esperar o fim da
batalha.

Quando o grupo de Zé Bebelo chega às Veredas-Mortas, em dado momento Riobaldo


faz um pacto com o diabo para que possam vencer o bando de Hermógenes. Sob o nome
Urutu-Branco, ele assume a chefia do bando e Zé Bebelo deserta do grupo. Riobaldo
pede para um jagunço entregar a pedra de topázio à Otacília, o que firma o
compromisso de casamento entre os dois.

O bando liderado por Riobaldo (ou Urutu-Branco) segue em caça por Hermógenes,
chegando até sua fazenda já em terras baianas. Lá eles aprisionam a mulher de
Hermógenes e, não o encontrando, voltam para Minas Gerais. Em um primeiro
momento, acham o bando de Ricardão e Urutu-Branco o mata. Por fim, encontram o
grupo de Hermógenes no Paredão e há uma grande e sangrenta batalha. Diadorim
enfrenta Hermógenes em confronto direto e ambos morrem. Riobaldo descobre, então,
que Diadorim é na realidade a filha de Joca Ramiro, e se chama Maria Deodorina da Fé
Bittancourt Marins.

Lista de personagens
Riobaldo: é o personagem que narra a própria vida, desde a juventude, antes de virar
jagunço. Nessa época, estudou e aprendeu a ler e a escrever, tornando-se professor de
Zé Bebelo, seu futuro chefe. Quando entra para a vida de jagunço, a personagem é
batizada de Tatarana, que significa “lagarta de fogo”, apelido dado em homenagem à
sua exímia pontaria. Em um dado momento da narrativa, depois de um suposto pacto
com o Diabo, Riobaldo-Ta tarana toma a liderança do grupo, sendo rebatizado de
“Urutu Branco”.

Diadorim: personagem-chave do romance, é tida como homem durante quase toda a


narrativa. Apenas nas últimas páginas o narrador conta que, depois de sua morte,
quando o corpo é despido e lavado, descobre-se que se tratava de uma mulher. Diadorim
havia conhecido Riobaldo, quando ainda eram jovens, em uma travessia do rio São
Francisco. Nessa ocasião, ela já vivia disfarçada de menino e dizia chamar-se Reinaldo.
Esse nome era secreto no meio da jagunçagem, utilizado apenas nos momentos em que
ela e Riobaldo estavam a sós. Quando Riobaldo reencontra Reinaldo/Diadorim, tempos
depois, passa para o bando de Joça Ramiro, motivado pela presença de Reinaldo.
Riobaldo apaixona-se profundamente por Diadorim, o que provoca nele vários
sentimentos contraditórios e de repressão, já que a paixão homossexual era uma relação
impossível de ser aceita no meio jagunço.

Joca Ramiro: grande chefe político e guerreiro, lidera a primeira guerra narrada no
romance, e seu assassinato origina a segunda guerra. Em oposição a Hermógenes, Joca
Ramiro é o grande guerreiro, o líder sábio, justo, corajoso. Aparece como encarnação
das virtudes.

Zé Bebelo: personagem intrigante. Dono de uma oratória verborrágica, tinha ambições


políticas, mas, segundo o narrador, começara tarde essa busca pelo poder. Zé Bebelo é
extremamente orgulhoso e gaba-se de nunca se ter deixado comandar por ninguém.
Conhece Riobaldo quando esse ainda não era jagunço e aprende com ele um pouco de
português. Quando Riobaldo lhe toma a chefia, Zé Bebelo reconhece a força do
oponente e decide deixar o grupo. Riobaldo tem uma relação diferenciada com Zé
Bebelo, conservando sempre certo apreço por esse personagem.

Hermógenes: para Riobaldo, Hermógenes era o “Cão”, o “Demo”. É o personagem


mais odiado pelo narrador. Na primeira guerra, quando estão lutando do mesmo lado,
Riobaldo já revela seu ódio por ele; na segunda guerra, quando Hermógenes e Ricardão
assassinam Joça Ramiro, esse sentimento se acentua. No romance, Hermógenes é a
personificação do mal.

Ricardão: enquanto Zé Bebelo guerreava por ambições políticas e Hermógenes era


motivado por sua natureza assassina, Ricardão tinha interesse apenas na questão
financeira. Fazendeiro rico, guerreava para depois poder enriquecer em paz.

Sobre Guimarães Rosa


João Guimarães Rosa nasceu em 27 de junho de 1908 na cidade de Cordisburgo, Minas
Gerais. Autodidata, começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo
francês, quando nem completara 7 anos. Em 1925 matriculou-se na Faculdade de
Medicina da Universidade de Minas Gerais, formando-se em 1930. No mesmo ano,
casou-se com Lígia Cabral Penna, com quem teve duas filhas.

Passou a exercer a profissão de médico no interior de Minas Gerais, onde teve um


primeiro encontro com os elementos e a realidade do sertão. Durante a Revolução
Constitucionalista de 1932 atuou como médico voluntário. Mais tarde foi aprovado no
concurso e ingressou na Força Pública. Em 1934 foi aprovado em um concurso para o
Itamaraty e exerceu diversas funções diplomáticas no exterior, tais como a de cônsul em
Hamburgo, na Alemanha – onde conheceu Aracy Moebius de Carvalho (Ara), sua
segunda mulher. De volta ao Brasil, em 1951, assumiu outros cargos no Itamaraty,
sendo promovido em 1958 a ministro de primeira classe, cargo correspondente a
embaixador.

Ao lado de sua atividade profissional, como médico ou como diplomata, Guimarães


Rosa nunca deixou de escrever. Tinha também paixão por aprender outros idiomas. Seus
conhecimentos nesse campo impressionavam pela amplitude: falava fluentemente
alemão, francês, inglês, espanhol, italiano e esperanto, além de um pouco de russo. Lia
em sueco, holandês, latim e grego. Havia estudado também a gramática das seguintes
línguas: húngaro, árabe, sânscrito, lituano, polonês, tupi, hebraico, japonês, tcheco,
finlandês e dinamarquês.

A estreia literária de Guimarães Rosa se deu em 1929, quando a revista “O Cruzeiro”


publicou alguns contos seus, vencedores de um concurso literário da edição. Seu
primeiro livro, a coletânea de contos "Sagarana", foi publicado em 1946 e chamou
muita atenção pelas inovações técnicas e riqueza de simbologias.

O escritor fez, em maio de 1952, um percurso de 240 quilômetros no sertão mineiro,


durante dez dias, conduzindo uma boiada. Na viagem, anotou expressões, casos,
histórias, procurando apreender de forma mais profunda aquele universo com o qual
tinha contato desde a infância. Seu intuito era recriar literariamente o sertão, dando voz
a seus personagens. Dessa viagem resultou seu único romance, "Grande Sertão:
Veredas", publicado em 1956 e tido como um dos mais importantes textos da literatura
brasileira de todos os tempos.

Em 1961, Guimarães Rosa recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prêmio


Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. Candidatou-se à Academia Brasileira de
Letras, pela segunda vez, em 1963 e foi eleito por unanimidade. Mas não foi empossado
imediatamente, porque adiou a cerimônia enquanto pôde. Dizia ter medo de morrer no
dia do evento. Só tomou posse em 16 de novembro de 1967. Três dias depois, em 19 de
novembro, morreu subitamente em seu apartamento no Rio de Janeiro, de infarto.

Suas principais obras são: "Sagarana" (1946), "Grande Sertão: Veredas" (1956), "Corpo
de Baile" (1956; atualmente é publicada em três volumes: "Manuelzão e Miguilim",
"No Urubuquaquá, no Pinhém" e "Noites do Sertão") e "Primeiras Estórias" (1962).

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