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Buscando sempre o melhor dentro de uma sala de aula de ciclismo indoor, os profs. Adeildo Lira e
Fabio Lorençone Schauff mostram nesse treinamento um programa vigoroso e altamente
motivador, que com pequenos diferenciais fará com que os alunos que são recém chegados não
fujam, achando que as aulas são muito intensas, e para que os mais assíduos percebam a
diferença de que seu desempenho e condicionamento estão melhorando a cada treino, deixando de
ocorrer lesões, estresse nos pés, joelhos e coluna.
BREVE HISTÓRICO
O ciclismo indoor surgiu na Europa, quando ciclistas de rua sentiram necessidade de realizarem
seus treinos em lugares fechados, pois no inverno rigoroso que possuem, não era possível o treino
outdoor. Assim, esses treinos eram feitos em galpões, lojas de ciclismo e dentro de suas próprias
residências utilizando o “rolo”.
Em 1987, esse treino surgiu nos EUA pelo então ciclista de ULTRADISTANCE Johnny G. Ele
desenvolveu o método do “SPINNING”, visando o treinamento dos atletas do RACE ACROSS
AMERICA (RAAM). Virou febre dentro das academias vindo aportar no Brasil em 1995.
Com isso, outros programas começaram a se desenvolver criando vários estilos de aula, mas
sempre tentando manter os componentes fisiológicos e biomecânicos muito próximos.
Dentre esses programas podemos citar o RPM (Body Systems), Cycle Reebok, Power Pacing
(Kaiser), etc.
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3- AJUSTE DA ALTURA DO GUIDOM
. A literatura sugere que a altura do guidom deve ser de 2,5 a 5 cm abaixo da altura do banco para
ciclistas de baixa estatura, chegando a 10 cm para os de estatura mais elevada.
. No entanto, devemos considerar que nossos alunos não se encaixam nesse perfil, sendo assim,
devemos posicionar o guidom um pouco mais alto que a altura do banco para alunos iniciantes,
pois estes ainda não possuem alongamento suficiente da região lombar.
. Para alunos avançados, devemos manter a mesma altura do guidom, para que com essa posição
haja um melhor desempenho ao pedalar.
4- AJUSTE DO FIRMA-PÉ
. Pés com tamanho igual ou superior ao número 36, devem estar totalmente dentro da pedaleira,
sendo que a tira deve estar bem ajustada, porém, sem tencionar demais para não provocar a
compressão do quinto metatarso.
. Pés com tamanho igual a 35 ou inferior, deve ter ajuste específico; sendo que o apoio deve ser
feito até o início do arco plantar.
. As tiras devem estar presas nos dois furos do encaixe de segurança, os cadarços devem ser
colocados para dentro do tênis (quando forem muito grandes).
5- POSICÕES NO GUIDOM
. As posições mais utilizadas nas aulas são as pegadas 1,2 e 3; sendo que alguns métodos utilizam
outras pegadas, da qual destacamos a intermediária.
. Nós recomendamos que as pegadas utilizadas na aula sejam aquelas em que os alunos se sintam
mais a vontade, sendo assim, posições onde consigam respirar bem e que não sintam dores nos
punhos e cotovelos. Havendo um equilíbrio na distribuição de peso entre MMSS e MMII.
NORMAS DE SEGURANÇA
. Devemos sempre lembrar aos alunos como funciona o sistema de freio da bike, para que os
mesmos não se machuquem quando forem parar de pedalar.
. Informar sobre tênis e vestimenta adequada, uso de toalha, de freqüencímetro e de sempre se
hidratarem.
CAUSAS
Problemas mecânicos.
Tamanho inadequado.
Ajuste inadequado:
Altura do selim (disfunções urinárias, penianas, arteriais, bursite
trocantérica, dor patelo femural e tendinite patelar)
Posição do selim (foliculites, abrasões e ferimentos nas nádegas e coxas)
Altura do guidom (tendinites do nervo ulnar e mediano)
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Posição do pedal.
Postura inadequada (cervicalgias, dorsalgias, lombalgia).
Treinamento inadequado.
Manutenção do equipamento.
Calçado inadequado.
CADÊNCIA
“O movimento será guiado de maneira que devemos imprimir a cadência e direcionar os alunos
para um determinado trabalho/ treino.”
(Lucinda Christian – Master Presenter Team – Johnny G. Spinning)
Dentro dessa afirmação, buscamos saber quais seriam as cadências que não causariam lesões aos
nossos alunos quando estivessem pedalando de forma adequada e controlada.
Sabe-se que ciclistas submetidos a testes de velocidade, imprimiram ritmos de 65 a 123 RPM’s,
sendo 65 para a cadência lenta (em uma subida) e 123 para os sprints de velocidade em final de
prova (últimos 500m).
A média ficou entre 80 e 100 RPM’s.
Então pergunto, por que dentro das nossas aulas algumas cadências ficam em torno de 140 RPM’s?
Isso e fácil explicar; a mensuração da mesma é feita de forma errada.
Os profs. estão mensurando de forma errada, estão contando os BPM’s e não RPM’s.
Nas aulas de ciclismo indoor contamos RPM’s e não BPM’s;
E como fazemos isso de forma correta?
Vamos lá:
. primeiro posicione sua mão em cima do seu joelho enquanto está pedalando;
. conte quantas vezes o joelho bateu em sua mão durante 6 segundos;
. multiplique as vezes por 10 e terá qual é a cadência da música.
Agora que sabemos como mensurar corretamente, diremos quais as cadências devem ser utilizadas
em nossas aulas para que haja controle do ritmo e do esforço.
São elas: 110 a 65RPM’s.
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DADO IMPORTANTE
. O uso de pouca sobrecarga no ciclismo indoor é uma das principais causas de lesão do joelho;
isso porque a roda de uma bike tem pelo menos 17 kg e quando impulsionamos a mesma com
pouca sobrecarga há uma inércia muito grande gerada pela mesma.
. A forca gerada pelo pedal é muito superior à força gerada pela musculatura, sendo assim o aluno
entra em um giro onde quem trabalha é a articulação do joelho e não a musculatura.
ESTRUTURA DA AULA
. Parte Inicial: onde começamos o aquecimento de MMII e alongamos MMSS. Utilizamos uma
música mais calma para que o giro seja controlado.
. Parte Principal: é o treino propriamente dito e que utilizamos dos Treinamentos que iremos
abordar durante o curso.
. Parte Final: é o resfriamento dos alunos, a volta calma, cool down; baixamos a FC e alongamos
MMII e MMSS.
TREINAMENTO AERÓBIO
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TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA DE FORÇA
TREINAMENTO INTERVALDO
“Método de treino caracterizado pela fragmentação do esforço total com pausas de recuperação
entre esforços. O treinamento intervalado permite que o estímulo tenha maior intensidade por
causa das pausas de recuperação, que pode ser completa ou incompleta.”
(Barbanti, 1997)
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1- CURTA DURAÇÃO
. Tempo de estímulos: 30’’ a 1 minuto.
. FC no estímulo: 85 a 95% FCm (muito intenso a exaustivo).
. Recuperações entre os estímulos: 1:1, 1:2, 1:3.
. As recuperações no treino de curta duração tem como característica a de que no começo elas
serão completas para alguns alunos e quase completas para outros, e no andamento do mesmo
elas serão incompletas. Mesmo para alunos bem treinados.
2- MÉDIA DURAÇÃO
. Tempo de estímulos: 2 a 4 minutos.
. FC no estímulo: 85 a 95% FCm (muito intenso a exaustivo).
. Recuperações entre os estímulos: 2 a 4 minutos.
. As recuperações deste treino são completas, dando aos alunos o incentivo para que no próximo
estímulo, e próximo, e próximo ele consiga fazer o máximo de esforço para alcançar a FC
determinada.
3- LONGA DURAÇÃO
. Tempo de estímulos: 5 a 8 minutos.
. FC no estímulo: 85 a 95% FCm (muito intenso a exaustivo).
. Recuperações entre os estímulos: 3 a 5 minutos.
. Como podem observar as recuperações deste treino também serão completas.
FARTLEK
Treino que foi criado nos anos 30 pelo treinador sueco Gösta Holmér.
É uma forma de treino em que não existem caracterizado tempos de estímulos nem de
recuperações como no intervalado. Ele se desenvolve a partir das sensações que os alunos sentem
durante o treino.
Isso significa que o aluno desenvolve vários ritmos e estímulos determinando terrenos de diferentes
níveis; como subidas, planos, descidas, etc.
É uma das aulas que mais acontecem no mundo.
. FC de treino: 70 a 95% FCm.
. Cadência: 110 a 65 RPM’s.
. Percepção de esforço: intenso a muito intenso.
. Aumenta o limiar aeróbio e anaeróbio.
. Presença de ácido lático.
. Trabalhar todos os tipos de estímulos.
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Treino criado para simular o que acontece em uma prova de ciclismo denominada CONTRA
RELÓGIO, onde o atleta tem que percorrer uma determinada distância no menor tempo possível,
ou seja, ele mantém sua FC o mais alto possível, pois seu estimulo é muito forte, sem que ela caia
durante o percurso.
É uma aula que só alunos bem avançados podem fazer e deve-se avisar com antecedência sobre o
que vai ocorrer na mesma.
. FC de treino: 85 a 95% FCm.
. Cadencia: 110 a 75 RPM’s.
. Percepção de esforço: muito intenso a exaustivo.
. Desafio para o aluno, para que o mesmo acompanhe sua evolução.
. Aumenta o limiar anaeróbio.
. Presença de ácido lático (muito).
. Trabalhar todos os tipos de estímulos.
. Não deve ser feita mais de uma vez ao mês.
BIBLIOGRAFIA
. ARMSTRONG, L. AND CARMICHAEL, C.; Lance Armstrong – Programa de Treinamento. Ed. Gaia,
São Paulo, 2006.
. BARBANTI, V.J.; Teoria e Pratica do Treinamento Esportivo. Edgar Blucher, São Paulo, 1997.
. BURKE, Ed.; Serius Cycling HumanKinetcs. Vitess Press, Colege Park, 1995.
. BURKE, Ed.; High-tech Cycling Of HumanKinetics. Vitesse Press, Colege Park, 1996.
. BURKE, Ed.; Cycling, Health and Physiology. Vitesse Press, Colege Park, 1998.
. FOX, BOWERS e FOSS.; Bases Fisiológicas da Ed. Física e dos Desportos. Ed. Guanabara, Rio de
Janeiro, 1991.
. LeMOND, Greg.; Greg Lemond’s complete Book of Cycling. Perige Book, New York, 1990.
. McARDLE, KATCH e KATCH.; Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano.
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1992.
. NAVARRO, F.; La Resistência. Madri, Gymnos, 1998.
. MAUGHAN, R., GLESSON, M. And GREENHAFF, P. L.; Bioquímica do Exercício e do Treinamento.
Ed. Manole, São Paulo, 2000.
. VOLKOV, N. I.; Teoria e Pratica do Treinamento Intervalado. Ed. Multiesportes, São Paulo, 2002.
. WEINECK, J.; Biologia do Esporte. Ed. Manole, São Paulo, 1991.
. WEINECK, J.; Treinamento Ideal. Ed. Manole, São Paulo, 1999.
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