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Homofobia e Liberdade de expressão

Neste ensaio reflete-se sobre o preconceito, enfatizando a questão da homofobia e a sua relação
com os direitos humanos, previstos na lei. Questiona-se a pertinência das noções de diferença,
tolerância e liberdade de expressão, assim como os seus limites.
(Tese a defender)

A homofobia refere-se às atitudes e comportamentos de hostilização e de repulsa, face a


relações afetivas e/ou sexuais, entre pessoas do mesmo sexo. Etimologicamente, a palavra
"homofobia" é formada por dois termos distintos: homo, o prefixo de homossexual e phobos,
que significa "medo", "aversão" ou "fobia" em grego. Desta forma, podemos concluir que
homofobia, no seu étimo, corresponde a qualquer aversão, repulsa, rejeição ou até medo que um
sujeito ou grupo nutre por homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.
Após a criminalização, pela Suíça, da discriminação contra a comunidade LGBTQ, muitos
foram os comentários de revolta onde se relaciona a homofobia com a liberdade de expressão.
A liberdade de expressão e informação é um dos direitos, liberdades e garantias consagrados na
Constituição da República Portuguesa. Esta liberdade integra o direito de exprimir e divulgar
livremente o pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o
direito de informar, de se informar e de ser informado, sem qualquer discriminação,
impedimento ou limitação — nomeadamente por qualquer tipo de censura.
No entanto, a liberdade de expressão não é totalmente irrestrita. Tomemos, como exemplo,
o preconceito. Qualquer preconceituoso possui o direito de julgar e sentir aversão a outro
dentro do limite da sua própria consciência, visto que isto diz respeito à liberdade de
pensamento. Todavia, ao expressar estes sentimentos fora do limite da sua consciência, seja
por verbalização ou por ações, está automaticamente a cometer um crime punível por lei e
estará, assim, sujeito a uma pena de 3 anos de prisão, na Suíça, por ter atentado contra o
íntimo de outro indivíduo. Com isto, percebemos que não há liberdade de expressão neste
sentido, proibindo a verbalização ou exposição destes sentimentos de repulsa para com
qualquer individuo.

Em um estado de direito democrático que se preza enquanto tal, naõ pode haver
nenhuma liberdade de expressaõ para pensamentos taõ injuriosos em detrimento da
liberdade de expressaõ de alguém poder ser o que é, de manifestar sua identidade,
porque tais pensamentos ultrajantes naõ se sustentam senaõ no mito de uma natureza
humana e na prepotência de alguns fanáticos que resolveram ser os senhores do
caminho, da verdade e da vida dos outros.

Diante de tal quadro, que pode ser infinitamente mais aterrorizante do que estas parcas
palavras conseguem representar em face da realidade cotidiana da homofobia, há toda
uma enorme série de efeitos que daí decorrem e que, objetivamente, terminam por afetar
todo o processo de constituiçaõ e construçaõ da identidade, da personalidade, do Eu, ou
seja, a própria subjetivaçaõ daquele que vive a experiência de ser homossexual em uma
sociedade como a nossa

o preconceito está sub-repticiamente presente, de maneira contraditória, em sentenças


politicamente corretas, como “eu respeito a opçaõ sexual de cada um”, que muitos
verbalizam no sentido de afirmar que naõ nutrem preconceitos contra os homossexuais.
Contudo, e ainda que a intençaõ seja esta, dizer que se trata de uma opçaõ denota uma
falácia, porquanto implica admitir que uma escolha foi feita segundo a livre vontade
individual, ou seja, a escolha pela preferência de ser homossexual.
Donde, somos levados a concluir que devemos admitir também que a escolha poderia
ter sido no sentido de ser um heterossexual, mas, sabe-se lá o motivo, diraõ alguns,
resolveu ser homossexual. Ora, se de fato se trata de uma opçaõ sexual, entaõ devemos
esperar, com toda legitimidade, que um heterossexual possa e deva responder à seguinte
pergunta: em que momento de sua vida você resolveu fazer a opçaõ por ser um
heterossexual? Contudo, colocada a questaõ nos termos acima, naõ me parece nada
evidente que algum heterossexual admita que sua heterossexualidade se trate de uma
escolha feita por ele em algum momento de sua vida, como tampouco o admitiria, creio,
qualquer homossexual.

Trata-se da natureza individual de cada um, e naõ da natureza humana em geral; trata-se
de singularidade, de individualidade. Assim, se é possível fazer algo em relaçaõ à
homossexualidade no sentido de uma opçaõ , isto naõ reside em absoluto na questaõ de
ser ou naõ ser homossexual, mas de se assumir ou naõ como sendo homossexual face ao
preconceito construid́ o socialmente em relaçaõ à homossexualidade.

, especialmente naquilo que diz respeito a eventuais reflexos negativos na constituiçaõ


da identidade do homossexual.

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