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São Paulo, SP
FICHA CATALOGRÁFICA
(Catalogado na fonte pela Biblioteca da Associação BM&F)
B67i
CDU 336.764.2
1ª Edição: mar/2007
2ª Edição: abr/2007
3ª Edição: set/2007
4ª Edição: dez/2008
SUMÁRIO
Como instrumento de hedge as opções possuem características bem interessantes que possibilitam a
montagem de um numero de estratégias bem maior do que aquelas formadas exclusivamente com
contratos futuros. Em contraste, o apreçamento desses derivativos obedece a uma regra de formação
mais complexa do que no caso de futuros. Os cinco fatores (preço de exercício, preço do ativo objeto,
taxa de juro, tempo até o vencimento e volatilidade) são utilizados por diversos modelos de
apreçamento, dos quais, inclusive derivam-se importantes medidas sobre o comportamento dos
preços.
Estrutura do curso
Do ponto de vista prático, os investidores procuram identificar o preço justo de uma opção para
comprá-la sempre que o preço de mercado seja inferior; ou vendê-la em caso contrário. Devido à
rápida difusão de informações, supõe-se que o investimento é feito em grande volume,
proporcionando quase instantaneamente lucro, até que a própria pressão dos arbitradores leve o
preço de mercado para um nível próximo do preço justo.
Em linhas gerais, a ação da oferta e demanda com referência a um “preço justo” pode ser adotada
como explicação geral da formação de preços das opções. Na prática, nem sempre se verifica essa
relação entre prêmio justo e prêmio de mercado: uma informação imperfeita ou uma avaliação
diferenciada feita pelos participantes do mercado podem explicar as diferenças e sua persistência no
tempo.
É importante, então, conhecer em detalhe os fatores que afetam o prêmio de uma opção. Isso
permitirá entender como cada uma das variáveis faz parte dos modelos de avaliação de prêmios das
opções e como contribuem para a determinação do valor intrínseco e valor tempo.
Antes do vencimento, pode-se aproximar o cálculo do valor intrínseco pela diferença entre o preço do
ativo-objeto e o valor presente do preço de exercício (usando-se a taxa de juro (i) relevante do
mercado no período de (n) dias até o vencimento).
⎡ K ⎤ ⎡ 3.000 ⎤
⎢S − ⎢3.200 − = 201,77
Antes do vencimento
(1 + i )n ⎥⎦ ⎣ (1 + 0,16 )1 252 ⎥⎦
⎣
(*) Considera-se comente o caso em que S > K para facilitar o raciocínio.
Quando se trata de opções de venda, no dia do vencimento, o valor intrínseco é definido pela
diferença entre preço de exercício e preço do ativo-objeto da opção. Com anterioridade a essa data,
deve-se computar a diferença entre o valor presente do preço de exercício e o preço do ativo-objeto.
Deve atentar-se também que, o valor intrínseco de uma put é zero (caso S ≥ K) ou qualquer valor
positivo (se S < K).
A tabela a seguir mostra o caso em que o preço do ativo objeto, na data do vencimento é igual a R$
2.740,00. Observe-se que, nesse dia, o menor preço possível de uma put com preço de exercício de
R$ 3.000,00 seria R$ 260,00.
⎡ K ⎤ ⎡ 3.000 ⎤
Antes do vencimento ⎢ − S⎥ ⎢ − 2.740 ⎥ = 258,23
⎣ (1 + 0,16 )
1 252
⎢⎣ (1 + i)n ⎥⎦ ⎦
(*) Considera-se somente o caso em que K > S para facilitar o raciocínio
Antes do vencimento, nas mesmas condições de taxa de juro consideradas para a call, a put terá um
valor intrínseco de R$ 258,23. Porém, seguramente estará sendo negociada por um valor superior.
Como antes, o que exceder o valor intrínseco será o valor tempo da put. Esse valor cresce conforme
a opção tende a ficar no dinheiro e aumenta ainda quando efetivamente ficar dentro do dinheiro, mas
Introdução ao Apreçamento de Opções Última atualização: 27/05/10 4
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A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Introdução ao Apreçamento de Opções
deverá voltar a decrescer conforme ficar “deep-in-the-money”. Nesse último caso, restam poucas
dúvidas quanto ao exercício, mas o valor intrínseco terá aumentado tanto que deixará de ser atrativo
investir na opção, reduzindo o valor tempo. A opção está fora do dinheiro, quando não está dando
exercício. Vamos ver um exemplo:
Nesta seção, discutiu-se a formação do preço em dois momentos do tempo e, para isso, utilizou-se a
comparação do valor presente do preço de exercício com o valor do preço do ativo-objeto. O preço de
exercício e o preço do ativo-objeto são duas variáveis que estarão com certeza definindo o prêmio da
opção, mas como se fala de valor presente e de possibilidade de exercício surgem outras três
variáveis:
a taxa de juro;
o tempo até o vencimento, que com a anterior entra no cômputo do valor presente;
a magnitude das oscilações do preço do ativo-objeto que definirá a maior ou menor
possibilidade de exercício.
Observando as fórmulas apresentadas, é possível identificar pelo menos quatro dessas variáveis,
sendo menos evidente a última, que se refere à volatilidade (magnitude das oscilações) do preço.
⎡ K ⎤
Calls ⎢S −
⎣ (1 + i)n ⎥⎦
a. Quanto maior S, maior será o prêmio.
b. Quanto maior K, menor será o prêmio.
⎡ K ⎤
Puts ⎢ − S⎥
⎣ (1 + i)
n
⎦
a. Quanto maior S, menor será o prêmio.
b. Quanto maior K, maior será o prêmio.
Em primeiro lugar, nas opções de compra, para um dado preço de exercício (100), quanto maior o
preço do ativo-objeto (se superior a K), maior será o prêmio. Observe:
⎡ 100 ⎤ ⎡ 100 ⎤
⎢110 − (1 + 0,10 )⎥ = 19,09 ⎢130 − (1 + 0,10 )⎥ = 39,09
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Dado certo preço do ativo-objeto (125), quanto maior o preço de exercício, menor será o prêmio.
Verifique:
⎡ 100 ⎤ ⎡ 120 ⎤
⎢125 − (1 + 0,10 )⎥ = 34,09 ⎢125 − (1 + 0,10 )⎥ = 15,91
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
O direito de comprar a um preço mais alto claramente vale menos do que o direito de comprar
a um preço menor.
Nas opções de venda, para um dado preço de exercício (100), quanto maior o preço do ativo-objeto
(se inferior a K), menor será o prêmio. Veja:
⎡ 100 ⎤ ⎡ 100 ⎤
⎢ (1 + 0,10 ) − 70 ⎥ = 20,90 ⎢ (1 + 0,10 ) − 80⎥ = 10,90
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Dado certo preço do ativo-objeto (75), quanto maior o preço de exercício, maior também será o
prêmio. Observe:
⎡ 100 ⎤ ⎡ 110 ⎤
⎢ (1 + 0,10 ) − 75⎥ = 15,91 ⎢ (1 + 0,10 ) − 75⎥ = 25,00
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
O direito de vender a um preço mais alto claramente vale mais do que o direito de vender a um
preço menor.
Assim, para as puts, a elevação do prazo gera, por um lado, uma maior incerteza do preço,
contribuindo para aumento do prêmio; por outro lado, existe redução do valor presente do preço de
exercício, diminuindo o prêmio. Portanto, não é possível encontrar uma relação única entre prêmio de
puts européias e o prazo. Note que, no caso de opções de venda americanas, o fato da possibilidade
de exercício em qualquer momento elimina o impacto da redução do valor presente do preço de
exercício com a elevação do prazo. Com isso, neste caso, com aumento do prazo, o prêmio da puts
americanas se eleva.
⎡ 100 ⎤ ⎡ 100 ⎤
⎢120 − ⎥ = 37,35 ⎢120 − ⎥ = 44,38
⎣ (1 + 0,10 )2 ⎦ ⎣ (1 + 0,15 )2 ⎦
Enquanto nas puts (quando a taxa de juro aumenta 10% para 15% no período):
⎡ 100 ⎤ ⎡ 100 ⎤
⎢ − 60 ⎥ = 22,64 ⎢ − 60 ⎥ = 15,61
⎣ (1 + 0,10 ) ⎣ (1 + 0,15 )
2 2
⎦ ⎦
Finalmente, considerando as opções sobre contratos futuros (ou sobre ativos que rendem juros), uma
variação da taxa de juro pode provocar efeitos incertos ou um resultado de “somatório” dos efeitos
sobre:
O próprio preço do ativo-objeto (a cotação do futuro varia em relação direta com as variações
das taxas de juro);
O cálculo do valor intrínseco (determinado pela diferença entre S e o valor presente de K) que
mostra uma relação indireta nas puts e direta nas calls.
No entanto, considerando a alavancagem, pode-se afirmar que o prêmio das opções sobre futuros
sempre vai variar de maneira inversa com a taxa de juro. Se a taxa de juro aumentar, investimentos
em renda fixa se tornam mais atrativos forçando diminuição no prêmio da opção.
Definição
Alavancagem: entende-se por alavancagem a qualidade dos investimentos que
define a relação existente entre valor investido e retorno. Entre dois investimentos do
mesmo valor e prazo de maturação é mais alavancado aquele que proporciona um
rendimento maior.
Considere, por exemplo, um cenário com expectativa de alta em um contrato futuro, junto com uma
alta da taxa de juro. Nesse caso, será preferível investir os fundos disponíveis em títulos de renda fixa
e assumir posição comprada no mercado futuro (que não exigem desencaixe) antes de destinar parte
desses fundos à compra de uma call sobre aquele contrato futuro. A compra da opção só acontecerá
se seu prêmio diminuir (com relação ao prêmio que vigorava antes da alta dos juros).
Com um mínimo de rigor matemático, mas privilegiando a visão intuitiva, são discutidos conceitos
teóricos relacionados à formação de preço das opções. Em particular, definem-se quais os limites de
variação desses preços e a relação entre eles.
Em todos os casos, o foco inicial abordado é a direção do movimento do prêmio em face de alteração
nessas variáveis. A pergunta que se segue a essa análise é:
Existe algum limite inferior ou superior para o prêmio?
De outro modo interessa ver se, dentro da idéia de preço justo, o valor do prêmio negociado no
pregão pode:
• aumentar ou diminuir indefinidamente ao longo de um período de tempo; ou se
• está sempre definido dentro de um intervalo (ainda que com limites variáveis).
Em termos práticos:
Qual é o valor máximo (se é que existe) que alguém pagaria por uma opção de compra sobre futuro
de dólar comercial com preço de exercício de R$2.300,00/US$1.000,00 quando o mercado está em
R$2.400,00/US$1.000,00?
E qual o mínimo preço que se pode pagar por uma opção de venda com preço de exercício de
US$85,00/saca sobre o contrato futuro de café arábica quando esse mercado está negociando a
US$95,00/saca?
As respostas que serão apresentadas nas próximas seções podem parecer óbvias, mas são muito
úteis para entender a inter-relação do prêmio das calls e das puts.
o conceito de não-arbitragem ambas devem produzir resultados semelhantes, sendo necessário que
o prêmio pago ao formar a carteira atenda certas condições (de mínimo e máximo).
Importante
Carteiras alternativas: as carteiras utilizadas na dedução dos limites do prêmio de
uma opção, em geral, são simples e podem possuir um ou mais ativos (por exemplo,
uma posição titular de call ou uma aplicação em títulos de renda fixa e uma posição
titular de call). Elas são constituídas de forma a evidenciar as oportunidades de
arbitragem que surgiriam caso não se verifiquem as condições propostas para o limite
do prêmio.
Os conceitos, que serão discutidos a seguir, além de mostrar as oportunidades de arbitragem, são
também insumos para modelos (probabilísticos) de apreçamento de opções. Estamos assim
novamente reunindo elementos para a compreensão das ferramentas desenvolvidas para avaliar o
prêmio das opções.
No que se segue, será utilizada nomenclatura matemática básica. Em caso de sentir dificuldade para
sua interpretação, consulte sempre a tabela de nomenclatura.
Nomenclatura
S = preço do ativo-objeto;
K = preço de exercício;
c = prêmio da opção de compra;
p = prêmio da opção de venda;
T = prazo até o vencimento da opção;
r = taxa de juro livre de risco do período;
As letras utilizadas nessa nomenclatura geralmente lembram a expressão ou palavra em inglês (por
exemplo, para falar do preço de exercício de uma opção, usa-se o K, da palavra inglesa strike). A
escolha desses símbolos (freqüentemente utilizados não apenas na literatura estrangeira como
também na nacional) visa facilitar as tarefas de leitura complementar e/ou de comparação com outros
textos sobre o tema.
exercício (outorgado ao titular da put) pagando um preço superior ao que se obteria (com a venda)
em caso de exercício da opção.
Caso isso não se verifique, um arbitrador pode lucrar sem risco vendendo a opção e investindo os
ganhos dessa venda em títulos de renda fixa. Em caso de exercício da opção pelo titular, o arbitrador
resgata sua aplicação (vende os títulos) e usa o montante K para atender o exercício (comprar o ativo
objeto da opção). A diferença entre o prêmio recebido pela venda da put e K, corrigido pela taxa de
juros, é o mínimo ganho desta arbitragem.
Exemplo
Sendo K = R$2.000,00/US$1.000,00 e p = R$2.300,00/US$1.000,00, o agente:
- Vende a put a R$2.300,00/US$1.000,00;
- Aplica o valor p recebido à taxa de juro corrente;
- Aguarda o vencimento:
* caso haja exercício, resgata a aplicação, compra o ativo por K e o vende pelo seu valor S (preço a vista no vencimento).
Com isto obtém ganho mínimo (caso em que S = 0) igual ao valor atualizado de (p – K);
* caso não haja exercício, fica com o valor atualizado de p.
- Carteira A
9 Uma opção de compra européia sobre determinado ativo;
A posição titular em uma call européia outorga o direito de comprar o
ativo objeto na data de vencimento da opção.
− rT
9 Um montante em dinheiro igual ao valor presente do preço de exercício ou Ke ;
Esta quantia, aplicada à taxa de juros r até a data de vencimento da
opção, propiciará um montante igual a K, valor necessário para
efetuar o exercício (se conveniente).
Importante
No regime de capitalização composta, ao investir um determinado capital, C0,
a uma taxa de juro i (% ao ano) pelo período de T anos, obteremos um valor
igual a:
Cn = C0 (1 + i)T
Se a capitalização ocorre n vezes ao ano, o valor de resgate é dado por:
Cn = C0 (1 + i /n)T n
Caso o número de capitalizações tenda ao infinito (n ∞), temos o regime de
capitalização contínua. Neste caso, o valor de resgate é dado por:
Cn = C0 erT
O valor presente é, então, obtido pela expressão: C0 = Cn e-rT
Introdução ao Apreçamento de Opções Última atualização: 27/05/10 10
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A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Introdução ao Apreçamento de Opções
Curiosidade
Para transformar uma taxa de juros composta discreta, i, em uma taxa de
juros contínua (também chamada de instantânea), r, utiliza-se:
r = ln(1+i)
− rT
) Portanto, a carteira A é definida por: c + Ke
Tendo a opção de compra e o dinheiro necessário para exercer a call
no vencimento, tem-se definido uma forma de chegar à posse do
ativo objeto.
- Carteira B
9 O ativo-objeto da opção;
) Portanto, a carteira B é definida por S.
A titularidade do ativo objeto desde o momento inicial é alternativa à
posse da carteira A.
Nosso objetivo é avaliar, no final do período de vida da opção, em que condições a carteira A tem
valor idêntico à carteira B. Para tanto, vamos analisar cada uma delas.
- Análise da Carteira A
− rT
Suponha que o montante de Ke é aplicado em títulos que rendem uma taxa i para o período até o
vencimento da opção, cuja duração é igual a T. Esse investimento será igual a K no vencimento da
opção segundo resulta do cômputo de juros sobre o valor investido:
Ke − rT × e rT = K ;
Se, no final do período, o ativo-objeto tiver cotação superior a K, a call será exercida e a carteira
valerá S.
Valor pago no exercício da opção pelo ativo – K
Valor do ativo (adquirido no exercício) + S
Ao contrário, se o preço do ativo S no vencimento T da opção for menor ou igual que o preço de
exercício K, a call não será exercida e a carteira só valerá K. Veja o resumo na tabela:
Montante total dos rendimentos no período + K
Valor pago no exercício da opção pelo ativo – 0
Total do valor da carteira K
Nos dois casos, o valor final da carteira depende da comparação do preço do ativo-objeto na data do
vencimento da opção, ST, com o preço de exercício K.
9 Se ST > K, a carteira A vale ST.
9 Se ST ≤ K, a carteira A vale K.
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Exemplo:
Considere que um agente possua um montante de R$9,85, que será aplicado à taxa de 1,5% por um período.
Além disso, detém uma call com K = R$10,00
- Análise da Carteira B
A carteira B, mais simples, valerá ST no vencimento T.
Ou:
c ≥ ST − Ke − rT
Ou seja, o prêmio de uma call é maior ou igual do que a diferença entre o preço do ativo-objeto
e o valor presente do preço de exercício.
Observe que na expressão anterior tudo o que fizemos foi reagrupar os termos para expressar o
prêmio da call em função das outras variáveis.
− rT
Há situações (momentos) em que a diferença ST − Ke pode se tornar negativa, porém o pior que
pode acontecer a uma opção é expirar sem valor algum; seu valor deve ser sempre positivo. Assim
temos que:
[
c ≥ max ST − Ke − rT , 0 ]
Ou seja, o prêmio de uma call é o maior valor de dois valores: zero ou a diferença entre o
preço do ativo-objeto e o valor presente do preço de exercício.
A seguir, estudaremos os limites do prêmio de uma put. Certifique-se de ter entendido esta seção.
Isso facilitará a compreensão da próxima parte deste capítulo.
- Carteira C
9 Uma opção de venda européia sobre um determinado ativo;
A posição titular em uma put européia outorga o direito de vender o
ativo objeto na data de vencimento da opção.
9 O ativo-objeto da opção;
A posse do ativo objeto transforma a titularidade da opção numa
posição titular em opção de venda coberta (put coberta). Caso a
opção seja exercida, teremos o ativo a ser vendido.
- Carteira D
− rT
9 Um montante em dinheiro de Ke ;
− rT
) Portanto, a carteira D é definida por: Ke .
Esta quantia, aplicada à taxa de juros r até a data de vencimento da
opção, propiciará um montante igual a K.
O objetivo é analisar, no final do período de vida da opção, em que condições a carteira C tem valor
idêntico à carteira D. Para tanto, vamos analisar cada uma delas a seguir.
- Análise da Carteira C
Na carteira C, se o preço S do ativo-objeto, no vencimento da put, for menor que K, a put será
exercida (o ativo-objeto é vendido pelo seu preço de exercício) e a carteira valerá K, conforme se
descreve no quadro a seguir:
Ao contrário, se o preço do ativo S no vencimento T da opção for maior ou igual que o preço de
exercício K, a put não será exercida e a carteira valerá S:
De maneira resumida, e igual ao caso das calls, pode-se afirmar que a carteira C valerá:
máx (ST , K)
“o máximo valor entre o preço do ativo-objeto no vencimento e o preço de exercício”.
Exemplo:
Um agente possui uma put com K = R$10,00 e o ativo subjacente a esta opção.
Caso, no vencimento da opção, S < R$10,00:
Valor do ativo em carteira no vencimento + S < R$10,00
Entrega do ativo devido ao exercício (valor) – S < (R$10,00)
Valor recebido devido ao exercício da opção + K R$10,00
Total do valor da carteira K R$10,00
- Análise da Carteira D
Por outro lado, a carteira D valerá K no vencimento T, se o montante original de dinheiro for aplicado
em títulos que rendem uma taxa de juro i.
- Análise Conjunta: Carteiras C e D
Observa-se que a carteira C valerá a mesma coisa ou mais do que a carteira D em um período futuro
qualquer. Portanto, deve valer igual ou mais também no presente:
p + ST ≥ Ke − rT
Carteira C Carteira D
Ou:
p ≥ Ke − rT − ST
Ou seja, o prêmio de uma put é maior ou igual do que a diferença entre o valor presente do
preço de exercício e o preço do ativo-objeto.
Para abranger os casos em que o valor intrínseco seja negativo também aqui lembramos que o pior
que pode acontecer a uma opção é expirar sem valor algum; portanto, seu valor deve ser sempre
positivo. Logo:
[
p ≥ max Ke − rT − ST , 0 ]
Ou seja, o prêmio de uma put é o maior de dois valores: zero ou a diferença entre o valor
presente do preço de exercício e o preço do ativo-objeto.
Carteira A
9 Uma opção de compra européia sobre um determinado ativo;
− rT
9 Um montante em dinheiro de Ke
− rT
) A carteira é definida por c + Ke
Carteira C
9 Uma opção de venda européia sobre um determinado ativo;
9 O ativo-objeto da opção;
Suponha que as opções de ambas as carteiras são sobre o mesmo ativo-objeto, com o mesmo preço
de exercício e com a mesma data de vencimento. Pelo que foi visto na determinação do preço
mínimo de calls e puts, ambas as carteiras possuem valor no vencimento igual a:
máx (ST ,K)
¾ Elementos comuns nas definições dos limites dos prêmios sugerem certa relação entre o
prêmio de uma call e de uma put. Vamos encontrar essa relação?
Em razão de que as opções são européias e não podem ser exercidas antes da data de vencimento,
as carteiras devem possuir valores idênticos hoje. Isto é:
c + Ke − rT = p + ST
carteira A carteira C
A relação acima é denominada de paridade put–call. Essa relação mostra que o valor de uma call
européia pode ser deduzido do valor de uma put européia tendo ambas os mesmos preços de
exercício e datas de vencimento iguais:
c = p + ST − Ke − rT
Se essa relação entre c e p não se verificar, existirá oportunidade de arbitragem.
A formação do prêmio das opções tem sido estudada desde começo dos anos 1970. Resultado
desses estudos são os modelos de apreçamento que expressam formalmente a interação dos fatores
determinantes (preço de exercício, volatilidade, taxa de juro, tempo até o vencimento e preço do
ativo-objeto) do prêmio das opções. O mais difundido desses modelos é o de Black-Scholes.
Em termos práticos, tudo o que se precisa conhecer para estimar o valor do prêmio no modelo é:
a) o preço do ativo-objeto;
b) o preço de exercício;
c) a taxa de juro;
d) o tempo até o vencimento;
e) os preços possíveis do ativo-objeto na data do vencimento.
As quatro primeiras variáveis são facilmente visualizadas e mensuráveis, mas a quinta, por se referir
a um evento futuro, deve ser estimada de forma a refletir o que se espera da distribuição dos preços
do ativo-objeto no vencimento. Por ser uma medida da variabilidade dos preços, denomina-se essa
variável volatilidade do preço do ativo-objeto.
O modelo, como toda representação simplificada da realidade, requer a adoção de alguns
pressupostos sobre o comportamento das variáveis e também sobre o ambiente de negociação das
opções. Vejamos, agora, esses detalhes adicionais sobre as suposições adotadas e o
desenvolvimento realizado para chegar no algoritmo de cálculo do prêmio justo.
Definições
Distribuição lognormal: função de distribuição normal do logaritmo dos preços (mostra a
freqüência de ocorrência de cada preço durante certo período de tempo). A distribuição
normal de um conjunto de observações (preços, por exemplo) se concentra em torno de
um valor médio e apresenta freqüências menores para valores extremos, descrevendo um
gráfico em forma de sino. A forma da distribuição lognormal é ligeiramente diferente,
tendo somente valores positivos, como mostra o gráfico a seguir,
Taxa de juro livre de risco: conceito utilizado na teoria de finanças para descrever a taxa
de retorno de um título emitido por uma instituição que, em razão de sua solvência, não
oferece risco algum de crédito (isto é, oferece total garantia de resgate do título). Em geral,
na estimação desse modelo, utiliza-se a taxa dos títulos de mais longo prazo do governo
ou, alternativamente, alguma taxa bem reconhecida pelos agentes de mercado. No Brasil,
essa taxa tem sido representada pela taxa Selic (de títulos públicos) ou pela taxa Cetip (de
títulos privados).
Algumas destas condições foram relaxadas em trabalhos posteriores. Por exemplo, considerou-se a
existência de dividendos, assumiu-se a taxa de juro e a variância dos preços do ativo-objeto como
funções do tempo e assim por diante.
Onde:
d1 =
( )
ln(S K ) + r + σ 2 2 × T
(3)
σ T
d2 =
(
ln(S K ) + r − σ 2 2 × T ) (4)
σ T
Sendo:
S = preço do ativo-objeto;
K = preço de exercício da opção;
N(x) = função acumulada de uma distribuição normal N(0;1);
r = taxa de juro instantânea livre de risco;
T = tempo até o vencimento da opção;
σ = volatilidade do ativo-objeto;
ln = função logaritmo natural;
e = 2,7182818; número usado no regime de capitalização contínua.
Importante!
Nas fórmulas de Black-Scholes, utiliza-se o regime de capitalização contínua.
Considere que um determinado montante seja capitalizado por T anos a uma taxa de juro composta de i ao ano,
resultando em um valor igual a K. Caso a capitalização ocorra uma vez por ano, o valor presente de K será:
K / [(1 + i)T]
Caso a capitalização ocorra n vezes ao ano, temos:
K / [(1 + i/n)Tn]
Com a capitalização contínua, admite-se que n tenda ao infinito, ou seja, a capitalização é instantânea. Assim, o
valor presente de K capitalizado por T anos à taxa r será dado por:
Ke−rT
Onde, r é a taxa de juros instantânea. Esta pode ser obtida por:
r =ln(1+i)
As mesmas variáveis, analisadas individualmente no seu efeito sobre o prêmio (S, K, r, T e σ),
reaparecem aqui, em complexa formulação. Todavia, na expressão do prêmio para a call, de maneira
intuitiva, é possível verificar que, o “lado direito” da expressão envolve a diferença entre o preço do
ativo-objeto S e o valor presente do preço de exercício K, sendo que ambos fatores são multiplicados
por valores de probabilidade acumulada N(di=1,2). A análise inversa pode ser feita na opção de venda.
Importante
) Observe novamente as expressões (1) a (4):
c = SN (d 1 ) − Ke − rT N (d 2 ) (1)
p = Ke−rT N (− d 2 ) − SN (− d1 ) (2)
d1 =
(
ln(S K ) + r + σ 2 2 × T) (3)
σ T
d2 =
( )
ln(S K ) + r − σ 2 2 × T
(4)
σ T
1) Conforme (S) aumenta, d1 e d2 também aumentam e, conseqüentemente:
9 N(d1) e N(d2) tendem a 1, de forma que o preço da call se aproxima de seu valor intrínseco, S − K e − rT ;
9 N(−d1) e N(−d2) tendem a 0, e o preço da put se aproxima de 0.
Mais uma vez é preciso ressaltar que as fórmulas fornecem o valor do prêmio justo de uma opção.
Isto é, o prêmio que inibiria arbitragens nas condições descritas pelos pressupostos do modelo. O
prêmio justo não necessariamente é igual ao prêmio de mercado, que reflete as forças de oferta e
demanda.
Sem qualquer pretensão demonstrativa, considera-se essa visão sumária do modelo suficiente como
introdução ao assunto.
Não se deve esquecer de expressar as variáveis tempo, juros e volatilidade em bases anuais. Veja os
fatores de conversão:
Tempo (N) Cálculo
Meses T /12
Semanas T / 52
Dias T / 252
Volatilidade Cálculo
Mensal σm 12 σ m
Semanal σs 52 σ s
Diária σd 252 σ d
Veja abaixo um exemplo de cálculo do prêmio de uma call e de uma put utilizando o modelo de
Black-Scholes.
Exemplo
A ação da empresa TNT está sendo cotada a R$ 30,00. Sabe-se que as séries de call e put sobre
esta ação, com preço de exercício igual a R$ 28,00, têm vencimento em seis meses. Considerando
que a taxa de juro livre de risco (contínua) é 16% ao ano e a volatilidade do preço da ação é 15% ao
ano, qual será o prêmio destas opções, utilizando o modelo Black-Scholes?
Temos que: S = 30; K = 28; r = 0,16; σ = 0,15; T = 6/12 = 0,5:
d1 =
(
ln(S K ) + r + σ 2 2 × T ) =
( )
ln(30 28) + 0,16 + 0,15 2 2 × 0,5
= 1,4578
σ T 0,15 0,5
d2 =
(
ln (S K ) + r − σ 2 2 × T) =
( )
ln (30 28) + 0,16 − 0,15 2 2 × 0,5
= 1,3517
σ T 0,15 0,5
9 Passo 3: apurar os valores de N(d1), N(d2), N(−d1), N(−d2), observando uma tabela de
distribuição normal
N(d1) = N(1,4578) = 0,9276
N(d2) = N(1,3517) = 0,9118
N(−d1) = N(−1,4578) = 0,0724
N(−d2) = N(−1,3517) = 0,0882
Importante!
Veja como achar o valor de N(d1), sabendo que d1 = 1,4578.
Para obter a probabilidade acumulada entre - ∞ e 1,4578, utiliza-se a tabela de distribuição Normal
padronizada (publicada em praticamente todos os livros de estatística e disponível a seguir).
Observe que a tabela fornece valores de probabilidade para 1,45 e 1,46 (sombreados na interseção
da fila 1,4 com as colunas 0,5 e 0,6). O valor da probabilidade para 1,4578 estará compreendido
entre 0,9265 e 0,9279. Para encontrar o valor exato, fazemos a seguinte interpolação:
0,9265 + 0,78(0,9279 – 0,9265) = 0,9276.
Já a probabilidade entre – ∞ e -1,4578, devido à simetria da curva será dado por: 1,0000 – 0,9276 =
0,0724.
De forma semelhante pode-se achar os valores para 1,3517 e -1,3517.
p = K e −rT N (− d 2 ) − SN(− d1 )
p = 25,8473N (− 1,3517 ) − 30N (− 1,4578 )
p = 25,8473 × 0,0882 − 30 × 0,0724
p = R$ 0,11
z 0,0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09
0,0 0,5000 0,5040 0,5080 0,5120 0,5160 0,5199 0,5239 0,5279 0,5319 0,5359
0,1 0,5398 0,5438 0,5478 0,5517 0,5557 0,5596 0,5636 0,5675 0,5714 0,5753
0,2 0,5793 0,5832 0,5871 0,5910 0,5948 0,5987 0,6026 0,6064 0,6103 0,6141
0,3 0,6179 0,6217 0,6255 0,6293 0,6331 0,6368 0,6406 0,6443 0,6480 0,6517
0,4 0,6554 0,6591 0,6628 0,6664 0,6700 0,6736 0,6772 0,6808 0,6844 0,6879
0,5 0,6915 0,6950 0,6985 0,7019 0,7054 0,7088 0,7123 0,7157 0,7190 0,7224
0,6 0,7257 0,7291 0,7324 0,7357 0,7389 0,7422 0,7454 0,7486 0,7517 0,7549
0,7 0,7580 0,7611 0,7642 0,7673 0,7704 0,7734 0,7764 0,7794 0,7823 0,7852
0,8 0,7881 0,7910 0,7939 0,7967 0,7995 0,8023 0,8051 0,8078 0,8106 0,8133
0,9 0,8159 0,8186 0,8212 0,8238 0,8264 0,8289 0,8315 0,8340 0,8365 0,8389
1,0 0,8413 0,8438 0,8461 0,8485 0,8508 0,8531 0,8554 0,8577 0,8599 0,8621
1,1 0,8643 0,8665 0,8686 0,8708 0,8729 0,8749 0,8770 0,8790 0,8810 0,8830
1,2 0,8849 0,8869 0,8888 0,8907 0,8925 0,8944 0,8962 0,8980 0,8997 0,9015
1,3 0,9032 0,9049 0,9066 0,9082 0,9099 0,9115 0,9131 0,9147 0,9162 0,9177
1,4 0,9192 0,9207 0,9222 0,9236 0,9251 0,9265 0,9279 0,9292 0,9306 0,9319
1,5 0,9332 0,9345 0,9357 0,9370 0,9382 0,9394 0,9406 0,9418 0,9429 0,9441
1,6 0,9452 0,9463 0,9474 0,9484 0,9495 0,9505 0,9515 0,9525 0,9535 0,9545
1,7 0,9554 0,9564 0,9573 0,9582 0,9591 0,9599 0,9608 0,9616 0,9625 0,9633
1,8 0,9641 0,9649 0,9656 0,9664 0,9671 0,9678 0,9686 0,9693 0,9699 0,9706
1,9 0,9713 0,9719 0,9726 0,9732 0,9738 0,9744 0,9750 0,9756 0,9761 0,9767
2,0 0,9772 0,9778 0,9783 0,9788 0,9793 0,9798 0,9803 0,9808 0,9812 0,9817
2,1 0,9821 0,9826 0,9830 0,9834 0,9838 0,9842 0,9846 0,9850 0,9854 0,9857
2,2 0,9861 0,9864 0,9868 0,9871 0,9875 0,9878 0,9881 0,9884 0,9887 0,9890
2,3 0,9893 0,9896 0,9898 0,9901 0,9904 0,9906 0,9909 0,9911 0,9913 0,9916
2,4 0,9918 0,9920 0,9922 0,9925 0,9927 0,9929 0,9931 0,9932 0,9934 0,9936
2,5 0,9938 0,9940 0,9941 0,9943 0,9945 0,9946 0,9948 0,9949 0,9951 0,9952
2,6 0,9953 0,9955 0,9956 0,9957 0,9959 0,9960 0,9961 0,9962 0,9963 0,9964
2,7 0,9965 0,9966 0,9967 0,9968 0,9969 0,9970 0,9971 0,9972 0,9973 0,9974
2,8 0,9974 0,9975 0,9976 0,9977 0,9977 0,9978 0,9979 0,9979 0,9980 0,9981
2,9 0,9981 0,9982 0,9982 0,9983 0,9984 0,9984 0,9985 0,9985 0,9986 0,9986
3,0 0,9987 0,9987 0,9987 0,9988 0,9988 0,9989 0,9989 0,9989 0,9990 0,9990
3,1 0,9990 0,9991 0,9991 0,9991 0,9992 0,9992 0,9992 0,9992 0,9993 0,9993
3,2 0,9993 0,9993 0,9994 0,9994 0,9994 0,9994 0,9994 0,9995 0,9995 0,9995
3,3 0,9995 0,9995 0,9995 0,9996 0,9996 0,9996 0,9996 0,9996 0,9996 0,9997
3,4 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9998
3,5 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998
3,6 0,9998 0,9998 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999
3,7 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999
3,8 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999
3,9 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000
p = c − S + Ke−rT
Exemplo:
Vamos utilizar os dados do exemplo anterior, para o qual: S = 30; K = 28; r = 0,16; σ = 0,15; T = 0,5. Com tais
dados, chegamos a um prêmio da call de R$ 4,26. Utilizando a paridade put-call, vamos obter:
p = 4,26 − 30 + 28e −0,16×0,5
p = R$ 0,11
Note que é o mesmo valor obtido anteriormente!!
b) cálculo da volatilidade: a única variável do modelo que não pode ser diretamente observada é a
volatilidade, o que obriga sua estimação. Isso normalmente é feito utilizando as observações
históricas do preço do ativo-objeto ao longo do tempo e apurando seu desvio-padrão (isto é, uma
medida de dispersão em torno da média). Calcula-se assim a denominada volatilidade histórica, o
que leva implícita a suposição que o comportamento passado da variável é um bom indicador da
volatilidade que será observada posteriormente. Alternativamente, o modelo de Black – Scholes pode
ser utilizado para calcular a volatilidade implícita. Para isso, será necessário trabalhar com as
quatro variáveis observáveis (S, K, r e T) mais o prêmio de mercado c* e resolver as equações para σ.
A volatilidade implícita é então considerada como a volatilidade que igualaria o prêmio de mercado
com o prêmio teórico apurado pelo modelo.
Exemplo:
Vamos novamente utilizar o exemplo anterior.
Temos: S = 30; K = 28; r = 0,16; σ = 0,15; T = 0,5. Considere que a call européia sobre a ação que não paga
dividendos esteja sendo negociada a R$ 5,00 (c* = 5,00). O prêmio de uma call é obtido por:
c = SN(d1 ) − K e −rT N(d 2 )
A volatilidade implícita é justamente o valor de σ que, ao substituirmos na equação acima, nos leva a c = 5,00. O
processo para a obtenção da volatilidade implícita é feito através de tentativa e erro, já que a fórmula descrita
não pode ser invertida de maneira a expressar σ como função de S, K, r, T e c.
Vamos tentar um valor de σ = 0,18. Com esta volatilidade, teremos:
9 Valor presente do preço de exercício = Ke−rT = 25,85
9 d1 = 1,2342 e d2 = 1,1070
9 Pela tabela de distribuição normal: N(d1) = 0,8915 e N(d2) = 0,8658
9 Aplicando a fórmula para o prêmio da call, temos: c = R$ 4,36.
Este valor é inferior ao prêmio atual (suposto igual a R$5,00). Temos, então, que tentar valores de σ mais altos,
já que c é uma função crescente de σ. Caso fosse um valor muito acima, teríamos que tentar valores de σ mais
baixos.
Após realizar algumas tentativas, é possível chegar ao valor exato da volatilidade implícita. Com σ = 0,3015,
obtemos:
9 Valor presente do preço de exercício = KerT = 25,85
9 d1 = 0,8055; d2 = 0,5923
9 Pela tabela de distribuição normal: N(d1) = 0,7897 e N(d2) = 0,7232
9 Aplicando a fórmula para o prêmio da call, temos: c = R$ 5,00.
Ou seja, como o prêmio calculado é igual ao prêmio atual negociado, conclui-se que a volatilidade implícita é de
30,15% ao ano!
1
Deve-se lembrar que a paridade put-call aplica-se somente às opções européias.
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A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Introdução ao Apreçamento de Opções
c) análise de sensibilidade: a fórmula de Black–Scholes também pode ser usada para mensurar a
maneira como mudanças nas variáveis determinantes afetam o prêmio. Dessa maneira, estar-se-ia
avaliando a sensibilidade ou capacidade de reação do prêmio em face das variações percentuais do
preço do ativo-objeto, da taxa de juro, do tempo, do preço de exercício e da volatilidade. O conjunto
dessas mensurações recebe o nome de “gregas das opções” em razão de cada uma delas ser
expressa com uma letra desse alfabeto.
Importante!
Com as “gregas”, é possível determinar quanto varia o prêmio de uma opção quando o preço do
ativo objeto varia em uma unidade. Seu estudo, contudo, exige o exame de algumas equações
matemáticas e uma análise que foge do escopo deste curso.
d1 =
( )
ln (F K ) + σ 2 2 × T
σ T
d2 =
( )
ln (F K ) + − σ 2 2 × T
σ T
Sendo:
F = preço futuro do ativo objeto e as demais variáveis as mesmas apresentadas no modelo de Black-
Scholes (Item 2.1)
Exemplo
O contrato futuro de boi gordo está sendo cotado a R$ 60,00 (F =60). Calcule o prêmio da opção de
compra (c) e de venda (p) desta ação por meio do modelo de Black, sabendo: o preço de exercício da
call é igual a R$ 57,00 (K = 57,00), o vencimento ocorrerá em oito meses (T = 8/12), a taxa de juro
livre de risco é de 13% ao ano (i = 0,13) e a volatilidade do preço da ação é 30% ao ano (σ = 0,30).
Temos que: F = 60; K = 57; r = 0,13; σ = 0,30; T = 8/12 = 0,67:
d1 =
( )
ln(F K ) + σ 2 2 × T
=
( )
ln(60 57 ) + 0,30 2 2 × 0,67
= 0,3319
σ T 0,30 0,67
d2 =
( )
ln(S K ) + − σ 2 2 × T
=
( )
ln(60 57 ) − 0,30 2 2 × 0,67
= 0,0869
σ T 0,30 0,67
9 Passo 2: apurar os valores de N(d1), N(d2), N(−d1), N(−d2), observando uma tabela de
distribuição normal:
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Introdução ao Apreçamento de Opções
O modelo binomial de apreçamento aprece como uma alternativa ao apreçamento pelo Black-
Scholes. Na verdade, o desenvolvimento realizado representou uma forma simplificada de apurar o
prêmio justo de opções. Sua utilização é amplamente difundida nos mercados derivativos do mundo.
Admite-se que a cada período do tempo, o preço do ativo objeto (S) pode apresentar um movimento
de:
9 alta (geralmente representado pela letra u do inglês “up”) com uma probabilidade p; ou
9 baixa (representado por d de “down”) com uma probabilidade (1 − p).
Assim sendo, é possível construir uma árvore binomial, na qual o preço do ativo caminha por
diferentes caminhos ao longo da vida da opção.
Para efeitos didáticos, vamos analisar, primeiramente, a árvore binomial com um passo, em seguida,
com dois passos e, por fim, descreveremos o método geral.
Importante
Vamos considerar um modelo binomial para opções sobre ações que
não pagam dividendos. Esta análise pode ser adaptada de forma a
contemplar opções sobre ações que pagam dividendos, opções sobre
moedas e opções sobre contratos futuros.
Veja as etapas que devemos seguir para calcular o valor desta call pelo modelo
binomial:
de onde:
p = 0,5629 e (1-p) = 0,4371
Como todos os ativos, neste modelo, rendem uma taxa de juro livre de risco (r), no final do período,
em T, o ativo subjacente (S) de uma opção estará sendo valorado por:
Se rT (2)
No exemplo, 30e 0,15 ×1/12 = R$ 30,38
Fazendo algumas transformações algébricas, a partir da expressão (3), é possível chegar à fórmula
que define p:
p = (e rT – d) / (u – d) (4)
0,15 × 1/12
No exemplo, p = (e – 0,9) / (1,1 - 0,9) = 0,5629
erT – d = up – dp
erT – d = (u – d)p
Chega-se a:
p = (erT – d) / (u – d)
pf u + (1 − p ) f d (5)
No exemplo, p × 2 + (1 – p) × 0 = 0,5629 × 2 = R$ 1,13
Como todos os ativos, neste modelo, rendem uma taxa de juro livre de risco (r), no final do primeiro
período, o valor presente do payoff da opção será de:
f = e − rT [ pf u + (1 − p ) f d ] (6)
p = 0,5629 ; (1 – p) = 0,4371
Como supomos que a probabilidade de subida ou descida não se altera ao longo da vida da opção,
basta calculá-la apenas para um período, utilizando para os demais.
Agora, resta saber o valor da opção de compra no nó A. Ele está associado aos valores esperados da
opção nos nós B e C, considerando as respectivas probabilidades. Levando em conta que devemos
achar o valor presente do prêmio, temos:
e −0,15 ×1/12 [p × 2,95 + (1 – p) × 0]
Sabendo que p = 0,5629, o valor da call será de:
e −0,15 ×1/12 (0,5629 × 2,95) = R$ 1,64
Ou seja, por meio do modelo binomial, a opção de compra sobre a ação tem um valor de R$ 1,64!
9 No nó E, o valor (fud) será de K – Sud para uma put e Sud – K para uma call;
No exemplo, a call teve um valor de 29,70 – 31,00 = R$ 0,00
9 No nó F, o valor (fdd) será de K – Sd2 para uma put e Sd2 – K para call;
No exemplo, a call teve um valor de 24,30 – 31,00 = R$ 0,00
Feito isso, calculamos o valor presente esperado da opção no nó A pela fórmula a seguir:
f = e−iΔt [ pfu + (1 − p ) f d ]
No exemplo, e− 0,15 ×1/12 [0,5629 × 2,95 + 0,4371 × 0] = 1,64
De forma geral, podemos concluir que o valor presente e esperado da opção no nó A será de:
[
f = e −2 rΔt p 2 f uu + 2 p(1 − p ) f ud + (1 − p ) f dd
2
]
No exemplo,
e−2 × 0,15 ×1/12 [0,56292 × 5,30 + 2 × 0,5629 × 0,4371 × 0 + 0,43712 × 0] = 1,64
- Em C, o valor opção é igual a zero – além de nos levar a resultados em que c = 0, um exercício
antecipado teria um payoff de –R$4,00.
4.2.3. Modelo Binomial Geral – Opções sobre Ações que não Pagam Dividendos
É possível generalizar as conclusões obtidas no modelo de dois passos para casos em que se
consideram vários movimentos binomiais do preço do ativo ao longo da vida da opção. Para tanto,
devemos seguir as seguintes etapas:
2. Apreçamento da opção, trabalhando nela de trás para frente. Veja pela figura:
Formalizando tais idéias, é possível definir os prêmios para a opção, utilizando quantos passos você
julgar necessário. Note que, aqui usamos r para representar a taxa de juros livre de risco.
9 Para opções européias, o prêmio de uma opção pode ser definido por:
[
f i , j = e − rΔt pf i +1, j +1 + (1 − p ) f i +1, j ]
com 0 ≤ i ≤ t − 1 e 0 ≤ j ≤ i.
9 Para opções americanas, a possibilidade do exercício antecipado deve ser levada em
conta. Deve-se comparar o valor fi,j ao valor intrínseco da opção. O maior destes
valores representará o prêmio justo da opção, ou seja,:
{ [
f i , j = max K − S 0 u j d i − j , e − rδt pf i +1, j +1 + (1 − p ) f i +1, j ]}
4.3. Considerações Finais
Apresentamos, neste capítulo, os aspectos básicos do modelo binomial para apreçamento de opções.
A partir dos modelos de um e dois passos, pode-se estender a análise incluindo mais passos.
Vale destacar que a análise realizada considera opções sobre ativos que não pagam renda ou
rendimentos ao longo de sua vida. Ao considerarmos ativos com tais rendas ou rendimentos, a
análise terá importantes alterações.
Introdução ao Apreçamento de Opções Última atualização: 27/05/10 35
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5.1. As gregas
Denominam-se gregas as variáveis que descrevem como varia o valor do prêmio de uma opção
frente à variação isolada de cada um dos fatores determinantes. Em termos matemáticos, bastaria
obter a derivada parcial do valor do prêmio c em função de cada uma das y variáveis (preço do ativo-
objeto, volatilidade, taxa de juro etc.), o que se expressa como: ∂c e se lê: variação infinitesimal de c
∂y
em face das variações de y.
Aplicando esse procedimento e substituindo y pelas respectivas variáveis, tem-se:
Delta Δ ∂c Variação do prêmio com o preço do ativo-objeto
∂S
Gama Γ ∂Δ Variação do delta com o preço do ativo-objeto
∂S
Teta Θ ∂c Variação do prêmio com o tempo
∂t
Vega Λ ∂c Variação do prêmio com a volatilidade
∂σ
5.1.1. Delta
O delta de uma opção mede a sensibilidade do prêmio frente a variações do preço do ativo objeto.
Duas interpretações possíveis do delta são:
a) como uma medida da mudança do prêmio relativa à variação do preço do ativo
objeto: neste caso seu valor pode ser aproximado fazendo (ct+1 / ct) / (St+1 – St). O resultado
deste quociente informa quanto (em porcentagem) estaria mudando o valor do prêmio quando
o preço do ativo objeto muda uma unidade do seu preço. Por esta razão, também é
conhecido como “hedge-ratio”. Veja um exemplo simples.
Exemplo
Supondo que no momento t o ativo vale 90 e a opção 3 e que, em t+1 esses preços são 92 e
4, respectivamente, podemos aproximar o calculo do delta (Δ) usando:
(ct+1 – ct) / (St+1 – St) = (4 – 3) / (92 – 90) = 1 / 2 = 0,5 = Δ
O delta-hedge é definido por 1 / Δ, neste caso, delta-hedge = 1 / 0,5 = 2.
Toda vez que o preço do ativo objeto muda em 1, o prêmio da opção muda em 0,5. Assim,
para ter um hedge perfeitamente balanceado (ou perfeita cobertura das variações de preço
do ativo objeto com as variações do prêmio) será necessário ter 2 contratos de opção para
cada contrato do ativo objeto.
b) como a inclinação da curva que mostra a relação entre o prêmio e o preço do ativo
subjacente. Isto pode ser visto por meio do diagrama de resultados possíveis de uma opção
no dia de seu vencimento.
No dia do vencimento, em todo o intervalo de preços no qual a opção está out-of-the-money, o prêmio
é zero e independente das variações do preço do ativo objeto. O delta é igual a zero. Ao contrário, no
dia do vencimento, quando a opção está in-the-money é igual ao seu valor intrínseco. Nessa região,
toda variação do preço do ativo objeto se traduz em variação do prêmio (na relação uma a um). Ou
seja, o delta é igual a um.
Antes do vencimento, a relação entre prêmio e preço do ativo objeto admite variações: quanto mais
provável o exercício (geralmente quando ela está in-the-money), o delta estará mais próximo de um.
E quanto menos provável, mais próximo de zero.
1 0
C P
A U
L T
L
0 -1
OUT AT IN OUT AT IN
Gráfico 1 – Delta de uma opção sobre uma ação que não paga dividendos
O delta é comumente utilizado para determinar a quantidade de contratos de opções que deve ser
mantida para hedgear uma posição no ativo subjacente. Além disso, o delta também é usado pelos
investidores para ter uma indicação da probabilidade de exercício de uma opção ou mesmo para
estimar o volume de ganho ou perda decorrente de variações de preços no ativo objeto quando se
detêm posições em opções.
A fórmula de cálculo é obtida a partir do modelo de apreçamento de Black-Scholes como uma
derivada parcial do prêmio com relação ao preço do ativo objeto. A expressão final é:
sendo:
d1 =
(
ln(S K ) + r + σ 2 2 × T )
σ T
onde:
S = preço do ativo objeto
K = preço de exercício da opção
N(x) = função acumulada de uma distribuição normal N(0;1)
r = taxa de juro livre de risco
T = tempo até o vencimento da opção
σ = volatilidade do ativo objeto
Veja um exemplo.
Exemplo
A ação da empresa XNT está sendo cotada a R$ 30,00. Sabe-se que uma call e uma put sobre esta
ação, com preço de exercício igual a R$ 28,00, têm vencimento em seis meses. Considerando que a
taxa de juro livre de risco é 16% ao ano e a volatilidade do preço da ação é 15% ao ano, qual será o
delta destas opções?
Temos que: S = 30; K = 28; r = 0,16; σ = 0,15; T = 6/12 = 0,5.
Obtemos:
d1 =
(
ln (S K ) + r + σ 2 2 × T ) =
( )
ln (30 28) + 0,16 + 0,15 2 2 × 0,5
= 1,4578
σ T 0,15 0,5
Observando uma tabela de distribuição normal, concluímos:
N(1,4578) = 0,9276
N(1,4578) = 0,9276 − 1 = −0,0724
Ou seja, o delta da call é igual a 0,9276 e da put igual a – 0,0724. Quando o preço da ação tiver
um aumento de R$1,00 o preço da call aumenta em 92,76% de R$ 1,00 (ou R$0,9276) e o preço da
put tem uma queda de 7,24% de R$ 1,00 (ou R$0,0724).
5.1.2. Gamma
O gamma de uma opção mede a relação existente entre variações do preço do ativo objeto e
variações do delta.
Valores altos do gamma indicam que o delta mudará seu valor sensivelmente face variações do preço
do ativo objeto (o delta, nesse caso, será próximo de 1 nas calls e de −1 nas puts). Ao contrário,
sempre que o gamma estiver próximo de zero, o delta (tanto de calls como de puts) também será um
valor próximo de zero (pois, nesse caso, o prêmio da opção é pouco sensível à variação).
1 0
C P
A DELTA U
L T
L
0 -1
OUT AT IN OUT AT IN
γ γ
C P
A GAMMA U
L T
L
0 -1
OUT AT IN OUT AT IN
Gráfico 2 – Representação gráfica do gamma de uma opção sobre uma ação sem dividendos
Assim como o delta, o gamma também varia conforme a proximidade do vencimento da opção. Dessa
forma, pequenas oscilações do preço do ativo objeto de uma opção at-the-money, no dia do seu
vencimento, podem levar o delta a valer zero (a opção fica out-of-the-money) ou um (a opção fica in-
the-money).
Introdução ao Apreçamento de Opções Última atualização: 27/05/10 38
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Introdução ao Apreçamento de Opções
Para o titular de uma opção quanto maior o gamma, maior o grau de alavancagem de sua posição em
opções. A compra de uma opção, próximo do seu vencimento e com um alto gamma, pode
proporcionar ao investidor ganhos substanciais expondo-o apenas à perda do prêmio.
Quando a opção está in-the-money ou out-of-the-money, especialmente antes do vencimento, o
gamma apresenta valores menores, próximos de zero. Intuitivamente, o valor do gamma fornece uma
idéia da proximidade do vencimento da opção e da relação existente, em um determinado momento,
entre o preço do ativo objeto e o preço de exercício.
Da ótica do lançador de uma opção, o gamma indica a magnitude ou grau de exposição ao risco de
uma posição vendida em call ou puts.
Em termos matemáticos, o gamma é a “derivada segunda” do prêmio de uma opção com relação ao
preço do ativo subjacente, e pode expressar-se como:
∂Δ i ∂ 2 c
Γi = =
∂S ∂S 2
∂ 2c
onde é a derivada segunda de c (o prêmio de uma call) as duas vezes com relação a S.
∂S 2
A fórmula do gama, derivada do modelo de Black & Scholes se apresenta como:
N ' (d 1 )
Γ=
Sσ T
Onde:
N ' (d1 ) =
1 −d12
e 2
e d1 =
(
ln(S K ) + r + σ 2 2 × T )
2π σ T
O gamma é usado para medir a exposição de uma posição com opções devido a variações do preço
do ativo objeto e também no gerenciamento de carteiras de investimento.
Exemplo
A ação da empresa XNT está sendo cotada a R$ 30,00. Sabe-se que uma call e uma put sobre esta
ação, com preço de exercício igual a R$ 28,00, têm vencimento em seis meses. Considerando que a
taxa de juro livre de risco é 16% ao ano e a volatilidade do preço da ação é 15% ao ano, qual será o
gama da opção?
Temos que: S = 30; K = 28; r = 0,16; σ = 0,15; T = 6/12 = 0,5.
Obtemos:
d1 =
(
ln (S K ) + r + σ 2 2 × T ) =
(
ln (30 28) + 0,16 + 0,15 2 2 × 0,5 ) = 1,4578
σ T 0,15 0,5
1
N ' (d 1 ) =
2
e −d1 2
= 0,1379
2π
Concluímos que:
N ' (d 1 ) 0,1379
Γ= = = 0,0433
Sσ T 30 × 0,15 0,5
Ou seja, o gamma da opção é de 0,0433. Com um aumento de R$ 1,00 no preço da ação, o delta
tem um acréscimo de 0,0433.
Teta:
O teta (Θ) de uma opção é calculado como a derivada parcial do prêmio com relação ao prazo até
seu vencimento. Serve para medir o grau de exposição ao risco de uma posição como conseqüência
da simples passagem do tempo.
Para uma call européia, o teta é obtido por:
SN ' (d1 )σ
Θ=− − rKe − rT N (d 2 )
2 T
Para uma put européia, o teta é obtido por:
SN ' (d 1 )σ
Θ=− + rKe − rT N (− d 2 )
2 T
Onde:
d1 =
(
ln(S K ) + r + σ 2 2 × T ) e d2 =
( )
ln(S K ) + r − σ 2 2 × T
σ T σ T
Esta função assume sempre valores positivos sendo igual a zero na data do vencimento da opção.
Vega:
O vega de uma opção oferece uma medida da variação do prêmio de uma opção que é decorrente de
variações em sua volatilidade implícita. Alternativamente, este indicador de sensibilidade é
denominado como kappa e representado por (κ). Na formulação a seguir usaremos a letra lambda
maiúscula (Λ) mesmo mantendo a denominação de “vega”.
Rô:
A derivada parcial do prêmio com relação à taxa de juros livre de risco fornece o rô de uma opção. A
fórmula de cálculo gerada a partir do modelo de Black-Scholes para uma call européia sobre um ativo
que não paga rendimento é:
rô = KTe
− rT
N (d 2 )
Para uma put européia:
rô = − KTe
− rT
N (− d 2 )
Veja um exemplo.
Exemplo
A ação da empresa XNT está sendo cotada a R$ 30,00. Sabe-se que uma call e uma put européia
sobre esta ação, com preço de exercício igual a R$ 28,00, têm vencimento em seis meses.
Considerando que a taxa de juro livre de risco é 16% ao ano e a volatilidade do preço da ação é 15%
ao ano, qual será o teta, vega e o rô da opção?
Temos que: S = 30; K = 28; r = 0,16; σ = 0,15; T = 6/12 = 0,5.
Antes de obtê-los, é preciso calcular:
d2 =
(
ln (S K ) + r − σ 2 2 × T ) =
(
ln (30 28) + 0,16 − 0,15 2 2 × 0,5 ) = 1,3517
σ T 0,15 0,5
1
N ' (d 1 ) =
2
e −d1 2
= 0,1379
2π
Com a tabela de distribuição normal, chegamos a: N(d2) = 0,9118 e N(−d2) = 0,0882.
& Para a call, o teta é de −4,2095 / 252 = −0,0167 por dia útil e para a put é de −0,0739 / 252 =
−0,0003.
Esta grega é, em geral, negativa, pois com a aproximação do vencimento, a opção tende a perder
valor.
b) Cálculo do Vega
S T N ' (d 1 ) = 30 × 0,5 × 0,1379 = 2,92
& Com o aumento de 1% na volatilidade, o preço da opção aumenta em 2,92 × 1% = R$0,0292.
c) Cálculo do Rô
Ö Para a call: KTe − rT N (d 2 ) = 30 × 0,5 × e −0,16×0,5 × 0,9118 = 11,7833
Ö Para a put:: − KTe − rT N (− d 2 ) = −30 × 0,5 × e −0,16×0,5 × 0,0882 = −1,1404
& Com o aumento de 1% na taxa de juro, o valor da call aumenta de 1% × 11,7833 (= R$0,1178)
e o valor da put cai de 1% × 1,1404 (= R$ 0,0114).
A derivação dessas expressões pode ser encontrada em diversos textos sobre o tema. As “gregas”
das opções, como o delta ou o gamma, principalmente, podem ser de grande utilidade na
administração de carteira ou, mesmo, apenas de posições em opções. Veja a seguir como eles são
utilizados.
Em outro exemplo, pode-se observar o gráfico que relaciona o valor de gama de uma call européia
(sobre um ativo sem rendimentos) variando com o preço do ativo-objeto e o tempo até o vencimento.
No Gráfico 3, mostra-se a forma como o valor do vega evolui no tempo para uma dada variação no
preço do ativo-objeto, mantendo os outros fatores constantes.
É natural que, à medida que a opção se aproxima do vencimento, seja cada vez menos influenciada
pela taxa de juro. Observa-se também que as taxas são mais relevantes para valores maiores do que
para os valores menores de preço do ativo-objeto.
ENCERRAMENTO DO CURSO
Nas unidades precedentes, a identificação dos fatores que incidem na formação do prêmio
permitiu constatar a existência de limites mínimo e máximo para calls e para puts,
determinadas desde o ponto de vista da arbitragem.\
Esse mesmo princípio teórico foi utilizado por Black-Scholes para desenvolver seu modelo
de apreçamento para opções européias sobre ações que não pagam dividendos. Além
desse modelo foram apresentadas as características básicas de outros dois modelos Black
para opções sobre futuros e o modelo binomial.
No fim, abordaram-se “as gregas” cujo cálculo é de extrema valia para o dia-a-dia dos
operadores. Independente da natureza da operação realizada e do prósito perseguido.