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ETHEREUM
CONHEÇA A PLATAFORMA QUE VAI REVOLUCIONAR OS
MERCADOS DESCENTRALIZADOS NO MUNDO
INTRODUÇÃO
Imagine que toda a humanidade pudesse ter acesso a um único super computador. Mas que este, na
verdade, fosse o conjunto de centenas de milhares de computadores espalhados pelo mundo atuando na
mesma rede, de forma descentralizada e processando as mesmas informações. Esta é basicamente a
proposta por trás da plataforma Ethereum.
Ao longo dos últimos sete anos, o mundo vem observando uma crescente onda de entusiasmo e interesse
no que diz respeito às redes descentralizadas.
No momento, a maior e mais notável destas redes é a Blockchain do protocolo Bitcoin, que durante esse
tempo conseguiu lançar as bases de uma promissora indústria de tecnologia financeira e também serviu
como inspiração para várias outras ideias geniais, como é o caso da plataforma Ethereum.
Diferentemente do Blockchain, que permite apenas a existência do bitcoin como moeda digital, o
Ethereum promete ser o berço de qualquer aplicativo descentralizado ou criptomoeda que você queira e
possa programar.
A moeda nativa da plataforma, chamada de ether, vem registrando forte alta nos últimos dois meses,
quando seu valor saiu de pouco menos de US$ 1 e passou os US$ 14, fazendo com que o seu valor de
mercado ultrapassasse US$ 1 bilhão.
Este
rally a transformou na segunda principal criptomoeda em negociação no momento, inclusive com um
valor de mercado maior que todas as outras criptomoedas existentes, com a óbvia exceção do bitcoin.
Atenta às tendências do mercado, a coinBR, q
ue também possui operações de mineração de ether e em
breve começará a negociar a moeda no Brasil,
publica este ebook para explicar como surgiu a plataforma
Ethereum, quais seus conceitos básicos, suas características inovadoras e potencias aplicações em nossas
vidas e negócios.
O bitcoin, sem dúvida, quebrou paradigmas na indústria de tecnologia financeira desde que surgiu. O
Ethereum, aparentemente, possui ainda mais ferramentas para ir além e ajudar na criação e
desenvolvimento de outros mercados.
A revolução será descentralizada.
Boa leitura!
O QUE É O ETHEREUM?
Ethereum é uma plataforma digital cuja missão principal é a implementação de aplicações
descentralizadas (dapps) e de smart contracts (contratos inteligentes). Dapps são programas de
computador que removem a necessidade de intermediários em basicamente qualquer serviço centralizado
existente ao permitirem que qualquer pessoa confie em uma contraparte desconhecida para realizar os
mais variados tipos de negócios e acordos de forma 100% digital.
No Ethereum, os desenvolvedores também podem escrever a lógica de negócios e acordos em forma de
contratos inteligentes, que são executados automaticamente quando suas condições são satisfeitas por
ambas as partes e informadas à rede. Estes contratos podem armazenar dados, enviar e receber transações
e até mesmo interagir com outros contratos, independentemente de qualquer controle.
Inicialmente, o termo “smart contract” foi empregado para descrever o uso de sistemas computacionais
(ou outros meios automatizados) que tinham como objetivo efetivar determinados acordos.
Como exemplo de um smart contract mecânico, podemos citar uma máquina que vende refrigerantes ou
chocolates. Quando você coloca uma nota ou moeda nestas máquinas, um sistema computacional
programado para identificar a quantia recebida e a opção do produto feita pelo usuário faz cumprir um
acordo entre o consumidor e o proprietário da máquina e realiza uma venda automática.
Os dapps e smart contracts funcionam na blockchain do Ethereum, que teve sua arquitetura inicial
concebida por um jovem gênio russocanadense, à época com 19 anos, chamado Vitalik Buterin, que
escolheu o seguinte título para o seu
white paper: “Ethereum: uma plataforma de contratos inteligentes e
aplicativos descentralizados da próxima geração”.
Por “próxima geração”, Buterin referese às ferramentas agregadas à sua invenção que, em teoria, são
capazes de resolver de maneira simples e objetiva várias das limitações da Blockchain do bitcoin e, com
isso, inaugurar a fase 2.0 das criptmoedas.
“
Muito provavelmente, as principais aplicações que serão desenvolvidas no
Ethereum ainda sequer foram pensadas e surgirão no futuro
- Vitalik Buterin, criador do Ethereum
”
O Ethereum possui uma moeda própria, chamada de ether (ETH) que tem basicamente dois propósitos:
● Para rodar um dapp ou um contrato inteligente na rede da plataforma, o usuário precisa pagar pela
utilização do poder de processamento da rede. Quanto mais complexo for o aplicativo, mais ether
ele exigirá. Se o bitcoin é o ouro digital, pense o ETH neste caso como se fosse o petróleo digital,
um combustível necessário para manter os computadores rodando, garantir a verificação das
transações e, não menos importante, a segurança de toda a rede.
● Assim como acontece com o bitcoin, aqueles que participam do processo de mineração do
Ethereum, ou seja, de verificação dos blocos de transação, recebem como recompensa uma certa
quantidade de ETH. O ether é minerado através de um algoritmo chamado Ethash, que foi
construído para dificultar seu processamento por meio de hardwares específicos, como o chips
ASICs, utilizados para minerar bitcoin. Sendo assim, a mineração ocorre por meio de GPUs,
hardwares bem mais simples, o que acaba encorajando a descentralização do processo,
diferentemente do que vem ocorrendo na indústria do bitcoin, que está bastante concentrada em
investidores com capacidade de sustentar uma operação de grande escala e uso intensivo de
capital.
O Ethereum não foi chamado de uma tecnologia da nova geração dos mercados descentralizados à toa.
Ele traz uma série de melhorias em relação às outras alternativas. Vejamos algumas delas:
● O tempo de confirmação de cada bloco na rede Ethereum é de 17 segundos, que será baixado para
15 segundos nas próximas atualizações. Em comparação, ao utilizarmos o bitcoin este processo
leva cerca de 10 minutos para acontecer, podendo às vezes levar até mais tempo dependendo do
congestionamento da rede. Em suma, o Ethereum processa uma transação 30 vezes mais rápido
que o bitcoin.
● Você pode criar sua própria criptomoeda ou token utilizando a plataforma Ethereum. Enquanto
isso, na rede do Bitcoin, só existe a moeda digital homônima e nenhuma outra.
● Somente contratos e aplicações simples podem ser implementadas no Blockchain do bitcoin. No
Ethereum, qualquer tipo de contrato inteligente ou dapp, por mais complexo que ele seja, pode ser
criado e executado. Tudo isso de maneira distribuída e resistente à censura de qualquer órgão.
● A escalabilidade do Ethereum não é passível de uma longa e penosa discussão como vem
acontecendo com o bitcoin. No caso da primeira plataforma, o poder de processamento da rede
pode aumentar ou diminuir de acordo com a demanda. Isso já está prédefinido no protocolo
Ethereum.
“
O Ethereum permite que você crie em sua plataforma qualquer aplicação
aplicação descentralizada ou moeda digital
”
POTENCIAIS APLICAÇÕES
Ethereum é uma plataforma de programação de aplicativos. O que pode ser construído nele é limitado
apenas pela criatividade dos seus desenvolvedores. Dito isso sobre a tecnologia, há três tipos de
aplicações que nos vêm à mente.
A primeira são as moedas individuais. Imagine se você é um artista e quer se sustentar através da emissão
de uma nova moeda. Se você quiser apoiar esse artista, você iria comprar essa moeda, tecnicamente
investindo em seu própria oferta inicial de ações (IPO). E, como as milhões de moedas que são
negociadas em bolsas descentralizadas, esta moeda se tornaria uma representação do valor daquele artista
e não apenas um meio de troca.
Ethereum torna simples emitir seus próprios tokens de valor para recompensar seus usuários por
determinadas ações que eles tomam, mesmo fora da rede, como um checkin no Foursquare, por exemplo,
ou participar de um projeto colaborativo de computação.
Imagine como o relacionamento entre os consumidores e os varejistas mudaria se em vez de emitir pontos
de fidelidade, varejistas emitissem cupons criptográficos de valor que poderiam ser trocados por bens e
serviços em mercados descentralizados ou mesmo outros pontos de valor, como milhas aéreas.
Outra aplicação interessante desse conceito é que hoje, no Facebook, quando você ajuda a identificar os
artistas que vão se tornar bem sucedidos, clicando no botão curtir, esse valor vai para os anunciantes do
Facebook e não vai para os produtores de conteúdo, nem para você.
No Ethereum, por outro lado, tanto o criador do conteúdo quanto os early adopters seriam recompensados
por apontarem este artista. Este é um novo modelo de renda que nunca existiu antes e que pode
revolucionar completamente a nossa forma de pensar sobre os rendimentos na internet de hoje.
O segundo tipo de aplicação que prevemos que será muito bem sucedido no Ethereum são os aplicativos
que atualmente necessitam de um intermediário. Os usuários estão cansados de pagar taxas exorbitantes
para empresas como Ebay, Kickstarter ou Airbnb.
Numa rede peer to peer, a existência de um intermediário se limita a trazer valor agregado real, como o
seguro, por exemplo, ao invés de apenas colocar duas pessoas em contato. Num Kickstarter
descentralizado, em vez de receber um produto encomendado que rapidamente se torna obsoleto ou
apenas uma camiseta, os usuários poderão ser recompensados com cupons de valor das startups em que
investem.
O terceiro tipo de aplicação se refere às financeiras. Em nossa sociedade, há este conceito de aldeia, cujo
qual, se você pegar um empréstimo e ficar inadimplente, você seria banido do meio. Em resumo, você
está garantindo acesso a empréstimos com a sua reputação ao invés de usar, para isso, bens físicos.
Este é um conceito bemsucedido no mundo em desenvolvimento, onde as empresas de microfinanças
sofreram com taxas de inadimplência muito baixas. Mas isso não é novidade e nunca se escalou além de
um grupo pequeno de indivíduos.
Com Ethereum, você pode escalar a reputação para milhões de pessoas, por isso prevemos grandes
mudanças não apenas no mundo em desenvolvimento, mas também muito mais perto de casa. E isso não
seria limitado apenas ao crédito. No Ethereum, qualquer usuário pode emitir e negociar ações, títulos,
derivativos e até contratos de diferenças.
Pode ser que as aplicações Ethereum que terão o maior impacto no mundo não tenha ainda sido
inventadas, da mesma forma que levou quatro anos para as redes sociais aparecerem na web e mais dois
anos para vêlas diversificar e inventar novas aplicações como microblogging.
UM POUCO DE HISTÓRIA
O Ethereum foi inicialmente descrito por Buterin no final de 2013 como o resultado de sua pesquisa e
trabalho na comunidade Bitcoin. Pouco depois, Vitalik publicou o Ethereum white paper , no qual ele
descreve em detalhes o desenho técnico e racional por trás do protocolo Ethereum, além da arquitetura
dos smart contracts.
No dia 25 de janeiro de 2014, durante a North American Bitcoin Conference, realizada em Miami (EUA),
Vitalik apresentou oficialmente sua ideia. Imediatamente após sua apresentação, uma grande quantidade
de desenvolvedores o procurou para entender melhor sua proposta.
Em abril daquele ano, Dr. Gavin Wood, que começou a trabalhar com Buterin, publicou o Ethereum
Yellow Paper que serviu como a bíblia técnica e a especificação defacto para a Ethereum Virtual
Machine (EVM). A partir deste artigo técnico, o Ethereum passou a ter a possibilidade de ser
implementado em várias linguagens de programação.
Além do desenvolvimento do software para o Ethereum, a viabilidade para lançar uma nova criptomoeda
e uma blockchain requeria um esforço gigantesco de bootstrapping, uma espécie de mecanismo de
inicialização de aplicações, com o objetivo de reunir os recursos necessários para colocar a plataforma de
pé e em funcionamento.
Para dar início a uma grande rede de desenvolvedores, mineradores, investidores e outros interessados, o
Ethereum anunciou um plano para conduzir uma prévenda das moedas ether.
As complexidades legais e financeiras que envolvem o levantamento de recursos por meio de uma
prévenda levou a criação de várias entidades legais, incluindo a Fundação Ethereum, estabelecida em
junho de 2014, em Zug, na Suiça.
No início de julho, o Ethereum distribuiu a alocação inicial de ether por meio de uma prévenda que
durou 42 dias, totalizando o equivalente a 31.591 bitcoins, que à época valiam pouco mais de USD 18,4
milhões, em troca por 60.102,216 ETH.
Os resultados da venda foram inicialmente usados para pagar débitos acumulados com as questões legais
e jurídicas da empreitada e também para os meses de empenho dos desenvolvedores que ainda precisavam
ser compensados, além de dar sustentação ao contínuo desenvolvimento da tecnologia.
Após o sucesso da prévenda de ether, o desenvolvimento da tecnologia foi formalizado sobre uma
organização sem fins lucrativos chamada ETH DEV, que gerencia o desenvolvimento do Ethereum e tem
Vitalik Buterin, Gavin Wood e Jeffrey Wilcke como os três diretores da entidade.
Ao longo de 2014, o interesse dos desenvolvedores cresceu firmemente e o time da ETH DEV conseguiu
entregar uma série de lançamentos de proofofconcept (PoC) para a comunidade desenvolvedora fazer
suas avaliações. Frequentes posts do time desenvolvedor no blog do Ethereum ajudaram a manter o
entusiamo e ímpeto ao redor dos avanços do Ethereum. O aumento do tráfego e o crescimento da base de
usuários tanto no fórum do Ethereum quando no Reddit eram provas de que a plataforma estava atraindo
uma comunidade devota e rapidamente crescente de desenvolvedores. Isso tem continuado ainda nos dias
de hoje.
Em novembro de 2014, o ETH DEV organizou o evento DEVcon0, que reuniu desenvolvedores
Ethereum de todo o mundo na cidade alemã de Berlim para discutir uma série de questões envolvendo a
tecnologia. Várias apresentações e sessões da conferência serviram mais tarde para orientar importante
iniciativas que tornaram o Ethereum mais confiável, seguro e escalável.
Em abril de 2015, o programa DEVgrants foi anunciado, que consistiu em um programa que oferecia
recursos para contribuições tanto para a plataforma quanto para projetos baseados no Ethereum. Centenas
de desenvolvedores já estavam dedicando seu tempo e intelecto para os projetos. O programa continua
ainda aberto a todo e em janeiro de 2016 foi renovado oferecendo mais recursos aos participantes.
Ao longo de 2014 e 2015 o desenvolvimento da plataforma passou por uma série de lançamentos de PoCs
que culminaram no teste de rede do 9º PoC, chamado Olympic. A comunidade desenvolvedora foi
convidada a testar os limites da rede e um prêmio substancial em recursos foi alocado para aqueles que
conseguissem ter sucesso em quebrar o sistema de algum jeito. Um mês depois do teste, as recompensas
foram anunciadas oficialmente depois do lançamento oficial do Ethereum.
No começo de 2015, outro programa de recompensas foi lançado oferecendo bitcoins para aqueles que
encontrassem vulnerabilidade em qualquer parte do software do Ethereum. Isso sem dúvida contribuiu
para a confiabilidade e segurança do Ethereum e a própria confiança da comunidade na plataforma. O
programa ainda continua ativa e não há data planejada para seu fim.
A auditoria de segurança do Ethereum começou no final de 2014 e continuou ao longo do primeiro
semestre de 2015. Múltiplas firmas terceiras de segurança de software foram envolvidas para conduzir um
processo final de auditoria nos componentes críticos do protocolo. Os relatórios de auditoria descobriram
problemas de segurança que foram resolvidos e testados novamente e resultaram, em última instância, em
uma plataforma mais segura.
A rede do Ethereum Frontier foi lançada oficialmente no dia 30 de julho de 2015 e os desenvolvedores
começaram a escrever smart contracts e aplicativos descentralizados, conhecidos como Dapps, para
rodarem em tempo real na rede Ethereum. Ao mesmo tempo, mineradores começaram a se juntar à rede
Ethereum para manter a segurança da blockchain da plataforma e passaram a ganhar ether para minerar os
blocos, algo muito similar ao que acontece com o bitcoin.
Apesar de que o lançamento do Frontier tenha sido o primeiro marco do projeto Ethereum e foi
inicialmente pensado como uma versão beta por seus desenvolvedores, ele acabou se mostrando no final
das contas muito mais capaz e confiável do que se esperava e houve uma verdadeira corrida de
desenvolvedores que passaram a construir soluções e a melhor o ecossistema do Ethereum.
A segunda conferência de desenvolvedores DEVCON1 ocorreu na cidade inglesa de Londres no início de
novembro do ano passado. O evento, que durou cinco dias, reuniu mais de 100 apresentações e painéis de
discussões, atraindo mais de 400 participantes, compostos por desenvolvedores, empreendedores,
pensadores e executivos de negócios.
A presença de grandes corporações, como UBS, IBM e Microsoft, claramente indicam o interesse pela
tecnologia. Inclusive, a Microsoft anunciou que iria oferecer o Ethereum em sua nova blockchain como
uma oferta de serviço na plataforma de computação na nuvem Microsoft Azure.
Outro grande marco para tecnologia ocorreu no dia 14 de março, quando o Ethereum deixou sua versão
beta Frontier e passou a rodar a robusta versão conhecida por Homestead, que inclui uma série de
melhorias no protocolo.
CONCLUSÃO
O Ethereum é uma plataforma em constante desenvolvimento. Surgiu a partir de uma jovem mente
brilhante e hoje já envolve centenas de desenvolvedores de alto nível que estão trabalhando dia e noite
para propor melhorias e soluções criativas para a rede.
Diferentemente do bitcoin, o ether não tem como proposta ser uma moeda de reserva de valor, mas isso
poderá acontecer, dependendo da conjuntura. O cerne do Ethereum é ser a infraestrutura tecnológica para
a resolução de crises de confiança entre contrapartes que são tão presentes no mundo.
No futuro, talvez utilizaremos aplicações sem sequer saber que elas estão rodando na plataforma do
Ethereum. Mas até chegarmos a esse ponto, muita coisa ainda precisa acontecer. A única certeza é que o
time de Vitalik Buterin está caminhando por terras ainda não desbravadas pela humanidade e, só por isso,
já merece nosso respeito e atenção.