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COMPETIR OU COOPERAR?

PROGRAMA ELEITOR DO FUTURO FORMAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO POLÍTICA

Competir ou cooperar?
Construímos nossos relacionamentos dentro de padrões cooperativos e competitivos através dos quais obtemos
bens materiais, conforto, afeto, prestígio, poder. Esses padrões - que têm raízes tão antigas como a própria
Humanidade - se aplicam também à difusão de ideais políticos e religiosos ou a busca de benefícios coletivos para
a comunidade, a categoria profissional ou qualquer outro grupo.
Os sentimentos de cooperação e competição se apresentam no estado "puro" ou associados de diversas maneiras.
Podemos formar grupos com uma lógica colaborativa do ponto de vista interno, mas direcionados para competir
externamente. Integrantes do mesmo grupo podem até cooperar e competir simultaneamente; é o caso, por
exemplo, dos grupos de estudo constituídos por colegas que na hora do vestibular disputam as mesmas vagas.
Os sentimentos e valores postos em jogo são, claro, muito diferentes em um e outro padrão. A cooperação é
necessariamente amistosa; já a competição comporta sempre o desejo de ser ou fazer melhor do que outro.
O presente fascículo irá abordar como funcionam esses parâmetros nos relacionamentos que as pessoas e as
sociedades constroem para prover a suas necessidades materiais. Estaremos, portanto, falando de produção,
consumo e trabalho.

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Capitalismo X Socialismo
Até pouco menos de 20 anos atrás, duas propostas disputavam a supremacia no plano mundial. Por um lado
havia o bloco dos países socialistas, dominado pela extinta União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (cujo núcleo
era a atual Rússia). Nesses países não existiam empresas privadas e a economia era dirigida de maneira centralizada
pelo Estado, que determinava, por exemplo, quanto aço, carros, petróleo, trigo ou carne deviam produzir
empresas que eram também estatais. O outro bloco era formado pelos países capitalistas, modelo que

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conhecemos bem, pois é o que impera no Brasil. Ele tem como bases a liberdade para as pessoas criarem
empresas que competem no mercado, contratar trabalhadores e se apropriar dos lucros gerados pela atividade.
Em termos de organização econômica o debate entre os dois blocos estava posto, muito resumidamente, nos
seguintes termos. Para os partidários do socialismo ele era mais justo porque eliminava a exploração dos
trabalhadores e a concentração da riqueza. Os defensores do capitalismo argüiam que ele tinha superioridade
econômica, na medida em que liberava a criatividade e a iniciativa das pessoas. O sistema podia até ser mais
injusto socialmente, porém em média as pessoas viveriam melhor (a riqueza era, de fato, maior nos países
capitalistas desenvolvidos, mas os críticos argumentavam que boa parte dela era arrancada do chamadoTerceiro
Mundo, através do intercâmbio desigual - a troca de matérias primas contra produtos manufaturados - e as
multinacionais).
O bloco socialista desapareceu abruptamente na
década de 1980. O símbolo do fim desse período
foi a derrubada do Muro de Berlin e a reunificação
da Alemanha, dividida desde o fim da Segunda
Guerra (1939-1945) em dois países, um capitalista e
outro comunista. O colapso foi provocado pela formação
de uma burocracia técnico-política cujo objetivo passou a
ser o poder perpétuo. As liberdades civis e políticas foram
anuladas pelo partido único, e o que era um ideário humanista
generoso - o socialismo - virou um pesadelo. Essa situação
durou enquanto a repressão permitiu manter o controle da
O socialismo de estado chegou
população, mas quando isso não foi mais possível os povos
a ocupar boa parte do planeta.
optaram pela democracia liberal. O Socialismo de Estado foi
desmontado e no seu lugar implantou-se o capitalismo.
A mudança foi tão grande que se começou a falar do "fim da história". Não haveria alternativas melhores que essa
que conhecemos... Fim da história, fim das utopias sociais. Será realmente assim?
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Um capitalismo único?
Sob o mesmo nome de "capitalismo" encontramos situações muito
diferentes. Os países europeus construíram sociedades ditas "de bem-
estar social", onde a população goza de elevada proteção social, as
desigualdades são relativamente reduzidas, o acesso à educação e saúde
pública de qualidade é garantida para todos. Outros países - como o
nosso - caracterizam-se, ao contrário, pela imensa desigualdade social e
a precariedade de condições de vida para a maioria das pessoas. O que
faz com que existam essas diferenças não é a situação da economia, mas
a orientação política geral da sociedade. Lembrar isto é muito

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importante em um momento em que a afirmação contrária ("só podemos sonhar aquilo que a economia
permite") constitui o pensamento dominante.
A construção das sociedades européias de bem-estar social, por exemplo, foi a conseqüência de um consenso
que se formou nesses países a respeito de um modelo, pensamento posto em prática após a Segunda Guerra
Mundial, quando boa parte desse continente não passava de um campo de ruínas. Já no Brasil e na América
Latina em geral, ouvimos há décadas o discurso de que é preciso "aumentar o bolo para depois repartir", sem
que esse momento chegue nunca. O que impede nosso continente de avançar não é a inexistência de bases
materiais econômicas para se implantar um modelo de sociedade mais justo, mas o fato de o pensamento
progressista não conseguir reunir forças para se tornar dominante, inclusive no plano cultural (isto é, que até as
próprias classes dominantes vejam como necessária e natural a partilha da riqueza).

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Emprego escasso, emprego precário


Até uma ou duas gerações atrás, o mundo acreditava na idéia de que
haveria sempre emprego para todos. A crença foi o fruto de uma etapa
de crescimento continuado e forte que começou depois da Segunda
Guerra Mundial e durou três décadas. Esse cenário otimista
mudou a partir dos anos 1980, quando o desemprego e o
emprego precário se tornaram progressivamente uma
realidade para a qual não se vê solução.
Uma das causas da mudança da situação é a revolução
tecnológica que aumenta constantemente a produtividade
dos trabalhadores. Cada vez menos pessoas são
necessárias para atender a mesma demanda ou realizar o
mesmo serviço. Isto faz com que 1% de crescimento da
economia mundial produza atualmente apenas um
aumento de 0,3% no emprego. Outra causa é a
liberalização do comércio internacional, que levou
setores inteiros da produção mundial para países
onde se pagam baixos salários e os
trabalhadores têm pouca ou nenhuma proteção
social. Muitos países perderam desta maneira
centenas de milhares de postos de trabalho,
particularmente nas indústrias que utilizam
muita mão de obra.

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É entre os jovens onde mais pesa a crise. No Brasil, o índice


de desemprego na faixa etária de 16 a 24 anos é quase o
dobro da taxa de desemprego geral. Nas grandes cidades o
desemprego juvenil quase triplica o índice geral. O
desemprego é maior para jovens negros que para brancos;
para as moças que para rapazes, para pobres e indigentes que
para pessoas de classe média ou alta. Nas regiões
metropolitanas a taxa de desocupação chegou a quase 40%
entre os jovens pobres, ultrapassando 52% entre os indigentes,
contra uma média geral de apenas 26% (dados de 2002). CONFERE?

Por outro lado, um informe de 2005 da Organização 59% dos adolescentes brasileiros
acham que sua vida vai ser melhor
Internacional do Trabalho calcula que dos 34 milhões de jovens
que a de seus pais; 15% acham
brasileiros entre 15 e 24 anos, 3,5 milhões não encontram
que vai ser igual; 4% acham que
nem encontrarão no futuro possibilidades satisfatórias de será pior. O sonho mais freqüente
emprego e de construção de verdadeiras carreiras profissionais. (entre 20 opções) foi "ter uma
A crise da juventude, que pode ser medida através de diversos profissão" e "ter dinheiro e bens
indicadores (morte violenta, consumo de drogas, abandono da materiais" (19% e 15% dos dos
escola etc) tem relação com esta falta de perspectivas entrevistados). Pesquisa A Voz dos
profissionais, que acaba sendo, para muitos, uma falta de Adolescentes, Unicef/Fator OM, 2002.
perspectivas de vida.

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Dividir o trabalho ou diminuir os custos?


A redução da jornada de trabalho é uma tendência histórica
cujos primeiros passos foram dados ainda no século 19,
Os Yanomami
Yanomami quando nossos tataravôs trabalhavam até 84 horas por
dedicam em média apenas 3 horas por semana. Essa tendência se consolidou no século 20, ao ser
dia às atividades produtivas. A exemplo
generalizada a jornada de 8 horas. Mais recentemente, a
de outros povos ditos "primitivos", eles
semana de trabalho foi caindo para 44, 40 e até 35 horas
vivem numa sociedade do lazer, cujo
segredo está nas necessidades de
semanais (este último passo foi dado por vários países
consumo reduzidas e na relação europeus).
harmônica com a natureza. Uma lição A diminuição da jornada de trabalho é defendida por muitos
sobre a qual não faz mal meditar no como uma alternativa para reduzir o desemprego. A proposta
momento em que nossa voracidade parece lógica, já que se todos trabalhamos menos sobrará
consumista incuba uma crise "trabalho" para ocupar aqueles que hoje estão desempregados.
ambiental planetária. No plano concreto, porém, a liberalização mundial dos

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intercâmbios comerciais funciona como uma barreira para implantar políticas de redução
do tempo de trabalho, pois o país que pretende avançar nesse caminho pode perder
competitividade em relação aos países que não o fazem. Ao contrário, numa
inversão de tendência há uns vinte anos começou-se a promover a
chamada "flexibilização laboral", que não é senão a mudança da
legislação trabalhista de modo a reduzir os custos de produção
dentro de um determinado país, para concorrer externamente.
Os trabalhadores, que enfrentam a ameaça do
desemprego, ficam vulneráveis a essa pressão para abrir
mão de antigas conquistas.
Um exemplo de flexibilização no Brasil é o chamado "banco
de horas", que permite a grandes empresas reduzir as horas
de serviço nos períodos de pouca produção e aumentá-los
nos períodos de pico.

A flexibilização muitas vezes se transforma em uma simples


precarização do trabalho. Verifica-se mundialmente o aumento
dos contratos temporários, a extensão do período durante o qual os
trabalhadores estão "a prova", a rotatividade nos empregos e o aumento do número de horas extras trabalhadas (as
horas extras funcionam como um "elástico" que permite às empresas só gastar em mão de obra quando elas
precisam). Outra expressão da precarização do trabalho é o crescimento da economia informal, que não paga
impostos nem contribuições sociais e não reconhece a maioria dos direitos trabalhistas. No Brasil cerca de um
quarto dos trabalhadores urbanos está nesse setor, sendo a maioria por conta própria.

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Uma outra economia


O desemprego e a precarização do mercado do trabalho fizeram renascer o interesse por outras maneiras das
pessoas se relacionarem na esfera econômica. Essas propostas recebem a denominação genérica de "Economia
Solidária" (também chamada de Economia Popular Solidária ou Socioeconomia Solidária).
A Economia Solidária compreende uma variedade muito grande de empreendimentos. Alguns são formais,
outros informais; há empreendimentos comunitários e empreendimentos familiares; as atividades são
produtivas, de consumo, de habitação, de distribuição, de poupança e crédito. O que essas iniciativas têm em
comum é o caráter associativo, que leva as pessoas a trabalharem juntas na procura de objetivos
compartilhados.
O surgimento da Economia Solidária no Brasil aconteceu nos anos 1990, a partir de iniciativas como os
movimentos urbanos que colocaram a geração de renda entre suas prioridades, as cooperativas dos assentamentos

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da Reforma Agrária e as cooperativas criadas por trabalhadores


para recuperar empresas que faliam por causa da abertura do
país ao comércio exterior (as importações quase duplicaram entre 44% dos 15 mil empreendimentos
1994 e 1997, passando de 33 para 57 bilhões de dólares). cadastrados no Atlas da Economia
Para as pessoas e instituições que promovem esta via, não se Solidária estão no Nordeste. No
trata apenas de gerar renda, mas de fazê-lo dentro de normas Ceará são 1.249 empreendimentos.
que garantam a eqüidade entre os participantes, a partilha de No Brasil todo 1,25 milhões de
conhecimentos e a autogestão. Esta característica da Economia pessoas trabalham no setor. Os
Solidária faz com que seus defensores insistam na necessidade motivos declarados para esse
de haver uma educação política continuada dos participantes, engajamento são "alternativa para
para assegurar a permanência desses valores. Por isso, a o desemprego" (regiões Sudeste e
Economia Solidária é também uma proposta ideológica, Nordeste), "obter maiores ganhos"
formulada dentro de uma visão de sociedade contraposta ao (região Sul) e "complemento de
padrão competitivo. Para muitos, ela constitui a forma de ir renda" (regiões Norte e Centro Oeste).
construindo um novo socialismo.

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O cooperativismo
Uma grande vertente da Economia Solidária é o
cooperativismo, cuja primeira expressão foi
organizada em 1844 por tecelãos da cidade inglesa
de Manchester. A idéia se espalhou rapidamente
pelo mundo, chegando ao Brasil menos de 4 anos
depois. As cooperativas são organizações que se
caracterizam pela participação igualitária de seus
membros, a democracia interna e a distribuição dos
lucros conforme a contribuição financeira ou em
trabalho de cada um. Há cooperativas de todos os
tipos: de consumo, agropecuárias, industriais, de
crédito, de saúde, educacionais, habitacionais e até
de trabalho (permite a seus aderentes ofertar seus
serviços, como terceirizados).
O cooperativismo é um movimento poderoso.
Segundo a Aliança Cooperativa Internacional
existiriam no mundo 800 milhões de cooperados
(2002). No Brasil são 6,8 milhões em 7.518
cooperativas (2005). O crescimento do setor foi,

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infelizmente, acompanhado pelo distanciamento em relação aos


valores iniciais. À medida em que as cooperativas foram
MUDANÇAS À VISTA crescendo, a gestão se tornou mais complexa e a concorrência
com outras empresas mais acirrada. Os métodos gerenciais
Tramita no Congresso proposta para
alterar a legislação sobre o passaram aos poucos a imitar os praticados no setor privado,
cooperativismo. Há uma discussão diminuindo o caráter associativo. Para os funcionários que a
acirrada sobre o projeto entre as grandes cooperativas empregam - mais de 200 mil no Brasil -
cooperativas tradicionais e as cooperativas freqüentemente não é possível perceber qualquer diferença de
de pequenos agricultores e da economia tratamento em relação ao que receberiam em outras empresas.
solidária. Estas se opõem à concentração
de poder que a lei dá à OCB (Organização É dentro desse panorama que surge o chamado Novo
das Cooperativas Brasileiras), do setor Cooperativismo, que procura voltar aos valores sobre os
tradicional, e também à possibilidade do quais se fundou o movimento (igualdade, democracia,
capital privado entrar nas cooperativas. autogestão). O Novo Cooperativismo faz parte do
movimento da Economia Solidária.

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Economia de doação
Uma alternativa radical à lógica da competição e de acumulação de riqueza é a denominada economia de doação,
onde os participantes ofertam coisas de valor para outras pessoas ou para a comunidade, sem receber nenhuma
retribuição material em troca. A caridade - esse nome bonito da ajuda que fazemos a uma pessoa necessitada - é
uma forma de economia de doação, assim como o "chá de bebê" ou "chá de panela", tão tradicionais em nossa
cultura. A doação de órgãos e de sangue são também
considerados economia de oferta.
A troca gratuita de conhecimentos é outra vertente. Revistas FENÔMENO WIKI.
especializadas publicam artigos onde cientistas divulgam o A tecnologia de comunicação chamada
resultado de seus trabalhos, que passam a ser utilizados por seus wiki pode mudar a maneira de se
colegas. A troca de conhecimentos foi ampliada pela internet, construir conhecimento e informação.
que constitui uma formidável plataforma de divulgação e Um wiki é uma ferramenta de Internet
informação. A internet é também o local de criação de que permite que os usuários adicionem,
comunidades virtuais, como as que desenvolvem a enciclopédia removam, ou alterem o conteúdo de um
determinado site. Esta facilidade faz dos
virtual Wikipédia, cujo conteúdo está sendo construído
wiki uma ferramenta eficaz para a escrita
simultaneamente por milhares de pessoas em todo o mundo. O colaborativa. A Wikipédia é apenas uma
Linux, um sistema operacional para computadores que concorre ilustração do potencial dos wiki (veja em
com o dominante Windows, também está sendo desenvolvido de www.wikipédia.org).
maneira colaborativa por uma rede mundial de especialistas.

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O voluntariado faz parte da economia de oferta. As pessoas doam seu tempo para fazer avançar causas nas
quais acreditam, engajando-se em inúmeros grupos e associações de moradores, sindicais, culturais,
religiosas e filantrópicas. Os jovens são bastante ativos neste tipo de intervenção (basta pensar nos grêmios e
outras atividades associativas que acontecem na escola, por exemplo). O mutirão que reúne vizinhos para
ajudar na reforma da casa de um deles ou para concluir uma lavoura da roça são formas tradicionais de
economia de oferta que apelam para o voluntariado.
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Outras lógicas para o mercado


Podemos definir o mercado como o conjunto de relações que envolvem as pessoas
e empresas nas transações econômicas. Nos mercados a norma é o predomínio
dos que têm mais capital, dos mais informados, dos melhor
relacionados e dos que têm mais capacidade de inovar. Este
modo de funcionamento é questionado a partir de outras
concepções sobre relacionamentos e intercâmbios.
A Economia Solidária, por exemplo, deu origem ao
denominado "mercado solidário" que são redes de comércio e
troca entre empreendimentos que participam desses valores,
de maneira que cada um deles seja fortalecido.
O chamado Comércio Justo é uma alternativa que nasceu há
mais de 30 anos na Europa, estendendo-se depois para os
Estados Unidos. Nesses países, organizações compram
mercadorias diversas de produtores dos países em
desenvolvimento - associações de pequenos agricultores ou de artesãos, principalmente - para revendê-las
localmente. Os preços praticados nessas transações são superiores aos do mercado. Dentre outras condições
vantajosas, os compradores garantem também contratos de longo prazo, para evitar as crises provocadas pelas
oscilações do mercado. O Comércio Justo tem como contrapartida o respeito do meio ambiente por parte dos
produtores, assim como a repartição da riqueza.
O Comércio Justo tem uma irmã gêmea no Consumo Consciente. Esta é uma proposta que leva as pessoas a
comprarem bens produzidos em condições ambientais e sociais corretas, mesmo que sejam mais caros que
produtos similares. O café orgânico (cultivado sem agrotóxicos) que podemos encontrar nos supermercados, está
destinado a esse tipo de consumidores. É na percepção mais aguçada desses consumidores que apostam também
os ambientalistas para barrar a disseminação dos transgênicos, quando exigem que os produtos com esses
componentes sinalizem a informação na embalagem. O consumidor consciente pode castigar certas empresas
como forma de protesto por seu comportamento. Foi o que aconteceu em 1997 com a Nike, a multinacional líder
no segmento de roupas e calçados esportivos, quando se descobriu que ela sub-contratava a confecção de seus
produtos com empresas do Paquistão que exploravam o trabalho infantil. O boicote dos consumidores abalou
profundamente o prestígio da marca.

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Economia de causas
A expressão Terceiro Setor é utilizada para designar as organizações da
sociedade civil, de maneira a diferenciá-las do Estado (primeiro setor) e
Os jovens estão cada vez mais
se engajando no "terceiro setor". No
das empresas (segundo setor). Essas organizações estão inseridas na Ceará, as ONGs Instituto de
economia, mas não estão orientadas pelo lucro, mas por todo tipo de Juventude Contemporânea,
causas e paixões sociais, políticas, ambientais, dentre outras. Superação e Arquivo Vivo são
A existência de instituições não-governamentais e não-empresariais não é exemplos dessa tendência. O IJC é
uma organização criada em 1999
uma novidade. A primeira instituição filantrópica no Brasil foi a Santa
por jovens oriundos das pastorais
Casa de Santos, que foi fundada na cidade do litoral paulista em 1543!
populares da Igreja Católica. A
Em 2005, um estudo do IBGE identificou 276 mil instituições privadas Superação, foi fundada em 2004 por
sem fins lucrativos registradas no país, do clube do futebol à ONG, da jovens que tinham participado em
associação de moradores à fundação que a empresa cria para ter um projetos da Comunicação e Cultura,
"braço social", do sindicato de trabalhadores ao sindicado patronal. uma ONG "de adultos". No mesmo
ano, jovens de Redenção fundaram a
O impacto da “economia do terceiro setor” vai muito além do número
Arquivo Vivo, para trabalhar no
de pessoas que trabalham (1,5 milhão) e dos recursos mobilizados resgate cultural do município. Como
(quase 1% do Produto Bruto Interno). Sua importância reside no fato de estes, são numerosos os exemplos
estar dirigida para a construção dos consensos e das visões de engajamento juvenil no mundo
predominantes na sociedade. A grande diversidade que há no terceiro das ONGs
setor (onde se juntam “alhos com bugalhos”) faz, aliás, com que essas
visões nem sempre coincidam, o que marca seu caráter democrático.
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Responsabilidade Social Empresarial


O papel das empresas é fundamental em nossas sociedades. Os empregos e a maior parte da produção e do
comércio é gerado ou controlado por elas. As empresas têm uma interação direta com o meio ambiente e a
qualidade de vida da população. Elas têm, ainda, um enorme poder de formação de mentalidades e da cultura,
através do marketing, da publicidade e da atuação dos meios de comunicação (eles mesmos empresas
comerciais na maioria dos casos). Não precisamos estender este raciocínio com outros exemplos para o
entendimento de que a função social das empresas é uma questão da mais alta relevância. É, no sentido mais
rico da palavra, uma questão política essencial.
O controle da atuação das empresas - como o controle dos atos de qualquer cidadão - realiza-se mediante a Lei,
que regulamenta as relações trabalhistas, os direitos de consumidor, os cuidados ambientais etc. Há pouco
menos de 10 anos surgiu no Brasil um movimento inovador que põe a orientação da atuação das empresas
numa perspectiva voluntária e de cidadania. A denominada Responsabilidade Social Empresarial visa a
autoregulação das empresas para o comportamento responsável em relação a seus funcionários, aos clientes, a

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seus acionistas e à sociedade em geral. A difusão do


conceito avançou a tal ponto que hoje praticamente
todas as federações empresariais do país criaram seções e
institutos para se ocupar do assunto, que também passou
a fazer parte do currículo das universidades e do dia-a-dia
das ONGs e do próprio movimento sindical.
A proposta tem como alicerce uma tendência nascida
na Europa e nos Estados Unidos, que traduz,
basicamente, o poder do consumidor (o Consumo
Consciente, do qual falamos anteriormente). Perante o
fato da maioria dos produtos serem muito similares,
tanto em preço como em qualidade, os consumidores
desses países cada vez optam por produtos ofertados
por empresas nas quais identificam práticas responsáveis. Segundo as instituições que trabalham para a
divulgação da Responsabilidade Social Empresarial, quem não assumir essa nova realidade terá no futuro grandes
dificuldades para sobreviver.
O conceito provoca polêmicas. Na medida em que a imagem
passa a ser determinante para o sucesso comercial da empresa, A CUT- Central Única dos
existe a possibilidade - não poucas vezes concretizada, Trabalhadores e diversas ONGs criaram
"observatórios" para acompanhar a
infelizmente - de que a adesão seja apenas uma jogada de
atuação das empresas. A rápida
marketing criada com o objetivo de ganhar a confiança dos veiculação das denúncias através da
clientes. As instituições que promovem o conceito são internet deu muita força a esse controle
conscientes desse risco, mas para elas é importante "não deixar social. Empresas de grande porte estão
de enxergar o bosque por causa das árvores". A proposta inclusive fiscalizando o comportamento
significa uma evolução cultural, o que exige ver o processo de sua cadeia de fornecedores (as
numa perspectiva de médio e longo prazo, onde a própria empresas que trabalham para elas) para
conscientização do público fará com que as más práticas fiquem não ficar sob o fogo de denúncias.
evidenciadas e as práticas corretas se consolidem.
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Poder dos acionistas


O controle social das empresas acontece de diversas maneiras, a começar pela atuação do movimento sindical,
que defende os interesses dos funcionários nos próprios locais de trabalho. Associações de consumidores, de
ambientalistas, de defesa dos direitos das crianças e adolescentes, assim como muitas outras, realizam também
um controle externo a partir de suas áreas de atuação e de seus objetivos. Uma forma de controle social interno é
o chamado "ativismo de acionistas" (o capital das grandes empresas é constituído por ações que se vendem nas
bolsas de valores). Uma estratégia inventada por Greenpeace, a conhecida ONG ambientalista, consiste na compra.

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de pequenos lotes de ações para ter direito de participar das assembléias de


acionistas e assim acessar informação sobre as atividades e o planejamento da
empresa. Claro que a quantidade de ações que as ONGs podem comprar não são
suficientes como para lhes dar qualquer influência nas votações que acontecem
nessas assembléias, mas o direito à palavra e à informação que elas adquirem
criam um contra-poder. Nada acontece a portas fechadas e longe da
visibilidade pública.
O poder dos acionistas se manifesta também na influencia que exercem
multimilionários Fundos de Investimento especializados em captar recursos de
investidores para aplicar em empresas socialmente responsáveis, que têm o valor de suas ações valorizado.
Na contramão trafegam os também multimilionários fundos especulativos de investimento, que dominam
empresas com o único objetivo de valorizá-las rapidamente e vender sua parte. Esses fundos passam a pressionar
os gestores das empresas para aumentar o lucro, o que muitas vezes se traduz no corte de empregos, o
direcionamento dos investimentos para a especulação ou a mudança das fábricas para países onde se
pagam salários mais baixos. A desestabilização provocada por esses fundos especulativos é atualmente um
ponto de preocupação para as autoridades econômicas dos países desenvolvidos.
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Um sistema em evolução
O capitalismo evolui muito ao longo da sua história de quase 300 anos. No século 19 a jornada de trabalho era
de 15 horas, as remunerações baixíssimas, os operários não tinham direito a qualquer forma de proteção social,
as crianças eram postas ao trabalho e a
organização dos operários era proibida.
Hoje temos uma legislação e uma justiça
trabalhista relativamente boas, a
exploração das crianças é proibida, a
organização sindical não só é livre como
recebe o apoio do Estado e participa nos
grandes debates nacionais.
Essa evolução é uma conseqüência das
lutas de gerações de pessoas para
reivindicar seus direitos, o que acabou
humanizando o sistema. Não
esqueçamos que o capitalismo é fruto
de uma história e de um contexto. Ele
deu seus passos iniciais como sistema
no século 18, num momento em que a

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CEARÁ
cultura tolerava com naturalidade a escravidão - a
forma mais radical de exploração - e as relações A Incubadora de Cooperativas Populares de
Autogestão da Universidade Federal do Ceará (UFC)
entre os grupos sociais eram extremamente
apóia grupos interessados em criar organizações de
autoritárias e até cruéis. Alguns dos maiores trabalho e produção dentro do modelo associativo.
pensadores da época produziram, inclusive, Tel. (85) 3494-0101; www.incubadora.ufc.br
elaboradas argumentações justificando as
O Banco Palmas foi criado pela Associação de
desigualdades sociais. Moradores do Conjunto Palmeira para promover o
Desse momento inicial onde valia apenas o capital solidário (micro-crédito) e a economia solidária
nesse bairro de Fortaleza.Tel. (85) 3269.0002; (85)
interesse do proprietário do capital evoluímos 3269.3800 bancopalmas@uol.com.br
para estágios onde esse poder passou a ser de
mais em mais controlado pelo interesse comum. O Cetra – Centro de Estudo do Trabalho e Assessoria
ao Trabalhador dá apoio a iniciativas de economia
A organização política e sindical dos solidária na agricultura familiar, com foco de
trabalhadores foi quem mais fez nesse sentido, atuação na região de Itapipoca e Sertão Central. Tel
prestando um precioso serviço a toda a 3247.1660 / 3247.1659 www.cetra.org.br
sociedade. Isto quer dizer que o momento atual BRASIL
do sistema é transitório. Amanhã não será igual
a hoje; a dinâmica é essa luta entre a tendência O Fórum Brasileiro de Economia Solidária é uma rede
formada por instituições da sociedade civil. Em cada
natural do sistema a ampliar a taxa de ganância estado existe um fórum que compõe a estrutura
(lucros), e os freios ou orientações políticas, nacional Tel. (61) 3322-3268; www.fbes.org.br
sociais e morais que lhe são colocados.
A Associação Nacional dos Trabalhadores e Empresas
Como vimos nas páginas anteriores, muitos são de Autogestão (ANTEAG) assessora e dá apoio a
os movimentos e redes que através da economia trabalhadores que desenvolvem práticas de autogestão
produtiva. Tel. 3313-4230; www.anteag.org.br
solidária e do cooperativismo desenvolvem
"sementes" de socialismo e novas relações O Instituto Observatório Social é uma organização que
humanas na esfera do mercado. Outros apostam acompanha o comportamento de empresas em relação
aos direitos dos trabalhadores. Tels. (11) 3105-0884;
na evolução cultural das empresas, através da observatorio@observatoriosocial.org.br
construção de uma ética da responsabilidade
social. O sindicalismo, por sua vez acrescenta a O Instituto Akatu é uma organização não-
suas ferramentas tradicionais um trabalho sobre a governamental que trabalha com o intuito de educar
imagem das empresas. Seja através do direito e mobilizar a sociedade para o consumo consciente.
Tel. (55) 11 3141 0177; www.akatu.org.br
(regulamentação pública), do controle social, da
criação de alternativas com lógicas colaborativas, O Instituto Ethos é uma organização não-governamental
é possível promover evoluções nas relações de criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as
empresas a gerir seus negócios de forma socialmente
trabalho e econômicas, indo na direção de uma responsável. Tel. (11) 3616-7575; www.ethos.org.br
sociedade melhor. Embora que, infelizmente,
"nem sempre é para frente que se anda", como O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
várias vezes se alertou durante este fascículo. (Ibase) lidera uma campanha pela divulgação do balanço
social das empresas. Tel. (21) 2509-0660; www.ibase.br

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COMPETIR OU COOPERAR? PROGRAMA ELEITOR DO FUTURO FORMAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO POLÍTICA

Para cantar VOCABULÁRIO


O VENCEDOR
Los Hermanos Transgênicos são organismos
Composição: Marcelo Camelo modificados artificialmente
mediante a implantação de material
Olha lá, quem vem do lado oposto vem sem gosto de viver genético de espécies com as quais
Olha lá, que os bravos são escravos sãos e salvos de sofrer não têm cruzamento natural (uma
Olha lá, quem acha que perder é ser menor na vida bactéria é implantada em uma
planta, por exemplo). Ainda não é
Olha lá, quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar
possível afirmar quais as
Eu que já não quero mais conseqüências que esses produtos
ser um vencedor podem ter no organismo humano,
levo a vida devagar animal e no meio ambiente.
pra não faltar amor
Olha você Fundo de Investimento é uma
me diz que não aplicação financeira coletiva que
vive a esconder divide as receitas e as despesas
o coração conforme a parte que cada uma dos
Não faz isso amigo associados (ou cotistas) tem. O
já se sabe que você patrimônio é investido em ações e
só procura abrigo outras aplicações, conforme a
mas não deixa ninguém ver política de cada fundo.
Por que será? Fundos de Pensão são fundos de
E eu que já não sou assim investimento direcionados a pagar a
muito de ganhar seus integrantes uma aposentadoria
junto as mãos ao meu redor complementar, após um certo prazo.
faço o melhor
Produto Interno Bruto (PIB) é a
que sou capaz
soma de todas as riquezas
só pra viver em paz
produzidas em uma região, país ou
setor da economia, num
BIBLIOGRAFIA determinado período. O PIB per
Globalização e sociedade civil: repensando o cooperativismo no contexto capita (“por cabeça”) é a divisão do
da cidadania ativa, Marcos Arruda. Ed. PACS, 1996. PIB pela população de um país.
Globalização e desemprego Paul Singer. Contexto, 2000. S o c i e d a d e s A n ô n i m a s são
A revolução das Redes: a colaboração solidária como uma alternativa pós- empresas que dividem seu capital
capitalista à globalização atual. Euclides André Mance. Vozes, 1999. em ações. Os acionistas têm
Privado, porém público; o terceiro setor na América Latina, Rubem direitos iguais, diferindo apenas
Fernandes. Relume-Dumará, 1994. pelo porcentual e tipo de ações
Da Coleção Primeiros Passos (Editora Brasiliense) adquiridas. As ações podem ou
• O que é comunidades alternativas (Carlos A. Tavares) não ser comercializadas nas bolsas
• O que é cooperativismo (Gilvando L. S. Rios) de valores.
• O que é ONG (Thereza Montenegro)
Terceiro Mundo era uma expressão
• O que é utopia (Teixeira Coelho)
• O que é capitalismo (Afrânio M. Catani) muito usada nos anos 60 e 70, para
Da coleção Tudo é História, (Editoria Brasiliense) diferenciar as nações em
• Cotidiano dos Trabalhadores na República (Maria Auxiliadora Guzzo de Decca) desenvolvimento das nações
• Movimento e pensamento operário antes de Marx (Osvaldo Coggiola) capitalistas e das socialistas
industrializadas.

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PROGRAMA ELEITOR DO FUTURO FORMAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO POLÍTICA COMPETIR OU COOPERAR?

Referenciais Metodológicos FA7


CRITÉRIOS GERAIS
Cooperar significa internalizar uma prática de solidariedade através de pequenas ações próximas a nossa realidade.
Para ensinar e aprender a cooperação não são necessários conteúdos densos, distantes do cotidiano. É preciso
desenvolver a prática da ajuda mútua em casa com a família, na rua com os vizinhos, no bairro onde mora, no
condomínio, na escola, na igreja, no mutirão, com os companheiros no trabalho, na luta por um meio ambiente
equilibrado, na eliminação dos privilégios e dos interesses individuais, promovendo assim a construção de uma
sociedade mais justa e inclusiva.
Em todas as áreas trabalhadas na escola, nos exercícios, nos debates, nos estudos, nos textos, nas leituras, estão
permeadas uma postura política, ou seja o modelo de sociedade que queremos construir, uma sociedade para a
cooperação ou para a competição. Para o desenvolvimento das atividades pedagógicas é preciso atentar.
1 A cooperação não é uma matéria e sim uma prática no cotidiano da escola e da sociedade.
2 Explorar as dimensões da cooperação: afetivas, sociais, culturais e econômicas.
3 Extrapolar as atividades sugeridas contemplando a interdisciplinaridade fazendo a conexão dos saberes abordados.

PROPOST
PROPOSTAS AS DE UTILIZAÇÃO DO MA TERIAL DESTE FFASCÍCUL
MATERIAL ASCÍCUL
ASCÍCULO O
Na tabela abaixo, apresentamos algumas propostas para a utilização das informações deste fascículo. Não
necessariamente deverão se aplicadas, mas a partir da realidade poderão subsidiar o processo de construção do
conhecimento e reflexão sobre as temáticas abordadas.

Área do Saber Atividade / Projeto Objetivos Metodologia Recursos Avaliação


Matemática e Competitividade no Analisar de forma crítica a Pesquisar sobre os índices de desemprego Revistas, jornais, computador Fazer individualmente uma
Ciências Humanas mercado de trabalho relação da oferta de emprego no Ceará nos últimos 10 anos; Elaborar (internet). Régua, papel síntese dos contéudos
versus a demanda no Ceará; uma tabela comparativa destes índices; ofício, papel madeira; construídos; Depois discutir em
Identificar os elementos Analisar e discutir com o grupo a tabela; pinceís dupla as sínteses e reconstrui-las
necessários para ocupação no Construir com o grupo as características - Pesquisas do SINE IDT a partir da contribuição do
mercado de trabalho; Analisar de um perfil de profissional que o colega.
o nível de competição no mercado exige; Discutir sobre o perfil
mercado de trabalho ao longo construído e as possibilidades que são
dos últimos 10 anos, no Ceará oferecidas para sua viabilização
Linguagem, Cooperação no Aprender formas práticas de Com a ajuda o educador ou do Papel madeira. Pincéis. Elaborar um texto sobre a
Códigos e suas aprendizado efetivar a cooperação; representante do grupo, fazer um Fotocópias das atividades Importância da cooperação
Tecnologias. Aperfeiçoar os conteúdos de levantamento das dificuldades dos alunos que serão estudadas vivenciada na monitoria;
Ciências da outras áreas; Melhorar a auto- apresentadas em alguma área e das Fazer um esboço de um ante-
Natureza, estima do grupo demonstrando potencialidades (facilidades em outras projeto de monitoria naescola.
Matemática e na troca de saberes a áreas) Organizar grupos de estudos que
suas Tecnologias, capacidade de aprender e de serão mediados por alunos monitores que
Ciências Humanas ensinar; ajudarão seus colegas no aprendizado
e suas Tecnologias Exercer a cooperação e a dos conteúdos com maiores dificuldades;
autonomia. Discutir as percepções do processo a
partir da experiência.
Linguagem e Memória Resgatar a memória dos Fazer uma linha do tempo apresentando Papel. Livros que ajudem na Elaborar um painel com fotos
Ciências Humanas educandos; Perceber a os momentos mais significativos de sua contextualizaçã. Fotos. que retratampráticas de
importância e a dependência vida, contextualizando o tempo histórico cooperação em sua trajetória.
entre as pessoas ao longo da e político. Escolher na linha do tempo
vida cinco momentos em que você precisou
da ajuda de outras pessoas, e especifique
de que forma elas contribuíram.

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FICHA TÉCNICA
PROGRAMA ELEITOR DO FUTURO / REALIZAÇÃO: Tribunal Regional Eleitoral - Escola Judiciária Eleitoral (CE), UNICEF e Faculdade 7 de Setembro - FA7
FORMAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO POLÍTICA / FASCÍCULOS: Comunicação e Cultura / AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E CERTIFICAÇÂO: Faculdade 7 de Setembro - FA7
COORDENAÇÃO EDITORIAL: Daniel Raviolo / COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: Fábio Delano, Daniel Raviolo, Rui Aguiar, Humberto Mota e Cecília Lacerda
FASCÍCULO "COMPETIR OU COOPERAR" / TEXTO E SELEÇÃO DE IMAGENS: Daniel Raviolo / ESTAGIÁRIA: Karla Gadelha / REVISÃO:: Rodrigo de Oliveira
ILUSTRAÇÕES: Alexandre de Souza e Nani (cortesia) / FOTOGRAFIAS: Obra Prima (página 7) e Qu4tro Comunicação
PROJETO GRÁFICO E DESIGN: Qu4tro Comunicação

REALIZAÇÃO: FASCÍCULOS:

TRIBUNAL REGIONAL
ELEITORAL DO CEARÁ FACULDADE 7 DE SETEMBRO

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