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Tribunal

PJe - Processo Judicial Eletrônico

10/02/2018

Número: 8002382-82.2018.8.05.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: Plantão Judiciário
Órgão julgador: Plantão Judiciário - Cível
Última distribuição : 10/02/2018
Valor da causa: R$ 100,00
Processo referência: 0507185-87.2018.8.05.0001
Assuntos: Antecipação de Tutela / Tutela Específica
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MATEUS NOGUEIRA DA SILVA (AGRAVANTE) MATEUS NOGUEIRA DA SILVA (ADVOGADO)
DEPARTAMENTO DE INFRA-ESTRUTURA DE
TRANSPORTES DA BAHIA - DERBA (AGRAVADO)
CONCESSIONARIA LITORAL NORTE S/A - CLN
(AGRAVADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
70893 10/02/2018 21:53 Decisão Decisão
3
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

PLANTÃO JUDICIÁRIO DE SEGUNDO GRAU

Processo: AGRAVO DE INSTRUMENTO n. 8002382-82.2018.8.05.0000


Órgão Julgador: JOSÉ LUIZ PESSOA CARDOSO - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO DO
SEGUNDO GRAU
AGRAVANTE: MATEUS NOGUEIRA DA SILVA
Advogado(s): MATEUS NOGUEIRA DA SILVA
AGRAVADO: DEPARTAMENTO DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DA BAHIA -
DERBA e outros

DECISÃO

Vistos, etc.

Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, interposto por MATEUS NOGUEIRA DA


SILVA, contra decisão,(evento 708653), prolatada na AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE
TUTELA DE URGÊNCIA, nº 0507185-87.2018.8.9405.0001 em face de DERBA-
DEPARTAMENTO DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES DA BAHIA E
OUTRA, perante o Juízo de Plantão do 1º Grau da Comarca de Salvador-BA, que deixou de
apreciar o pedido de liminar formulado na inicial, sob fundamento que : “o caso dos autos
não se enquadra nas hipóteses de urgência que devam ser apreciadas durante o Plantão,
uma vez que, da leitura da inicial, se depreende que não é o primeiro ano que a
concessionária cobra tarifa de pedágio diferenciada nas terças-feiras de carnaval.
Verifica-se assim, que o requerente poderia ter se socorrido do expediente forense regular,
para encaminhar o presente expediente pente o juiz natural para a causa.”

Preliminarmente, requer o Agravante a isenção das custas processuais.

Aduz o Agravante em apertada síntese, que: “ as Agravadas têm adotado postura


completamente dissonante dos Princípios Constitucionais da Legalidade e Moralidade
Administrativa, já que é patente a ilegalidade da cobrança de tarifa de feriado em um dia que

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NÃO É FERIADO! Não obstante tal ilegalidade, resta clara a NÃO OBSERVÂNCIA DO
CONTRATO DE CONCESSÃO FIRMADO, JÁ QUE A CLN ESTÁ COBRANDO VALOR
NÃO PREVISTO NO CONTRATO, ENRIQUECENDO ILICITAMENTE ÀS CUSTAS DA
EXPLORAÇÃO DE UM BEM PÚBLICO (RODOVIA BA-099)!

Alega o Impetrante que ajuizou Ação Popular em face das agravadas, com fundamento nos
arts. 2º e inciso IV do art. 4º da lei 4717/65, já que a atitude das Agravadas se amolda
perfeitamente na hipótese prevista no inciso IV do art. 4º da LAP, dada a presença de
modificação e vantagem indevida na execução de contrato de concessão de serviço público,
agravada pelo fato de tal circunstância não estar prevista em contrato, tampouco em lei!

Pondera que conquanto seja atribuição legal e contratual do DERBA a fiscalização da


execução do Contrato de Concessão Remunerada de Uso de Bem Público nº 002/00, tal
múnus não tem sido realizado, deixando a CLN realizar a cobrança abusiva, extorsiva e
ilegal.

Argumenta ainda que há flagrante lesão ao erário, tendo em vista que a majoração da tarifa
impacta diretamente no fluxo de turistas na região, o que implica em dano diretos ao turismo,
comércio e à economia da região e à arrecadação de impostos, já que menos pessoas deixam
de frequentar e consumir nos municípios e praias localizados ao longo da BA-099.

Afinal que há ilegalidade da cobrança de tarifa de feriado em um dia que NÃO É


FERIADO!

A inicial veio instruída com os documentos essenciais e em conformidade com a lei.

Requer a tutela recursal.

É o relatório. Decido.

Tempestivo e presentes os demais pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

Consoante o disposto no art. 5º , LXXIII , da Constituição da República, o Autor Popular,


salvo comprovada má fé, está isento do pagamento de custas processuais, nas quais se inclui
o preparo dos recursos.

Assim, defiro o pedido de isenção do pagamento das custas processuais, referentes a este
Recurso e também da Ação Popular, em curso no juízo a quo, cujo pedido lá feito não logrou
a análise.

Trata-se de pedido liminar, haja vista encontrar-se na iminência de que na próxima


terça-feira, dia 13 do corrente mês e ano, em que não sendo feriado as Impetradas querem
cobrar tarifa a mais, como se FERIADO fosse.

Analisando os autos, verifica-se que não existe outro recurso neste sentido, conforme a
certidão do Servidor Plantonista, após consulta feita no Sistema de Automação Judicial –
SAJ/SG.

Para submissão de feitos ao regime de plantão, é imprescindível que a parte justifique na sua
petição inicial tratar-se de situação de urgência, que não suporte outra medida e que a mesma
não possa ser realizada pelas vias ordinárias, quando em funcionamento o expediente forense.

A ausência de comprovação dos requisitos acima configura violação ao Princípio do Juiz


Natural, ou seja, uma garantia constitucional assegurada aos cidadãos para que suas causas
sejam julgadas por autoridade judiciária pré-constituída por lei, e não por um juiz
especialmente designado após o fato judicialmente deduzido.

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É exatamente por isso, para que não haja o desvio das finalidades do Plantão Judiciário, que
cabe ao plantonista avaliar e decidir se a medida pleiteada merece análise imediata e
extraordinária, conforme art. 1º, § 4º, da Resolução nº 18/2009, deste Egrégio Tribunal de
Justiça:

“Art. 1º O Plantão Judiciário em 2º grau de jurisdição será disciplinado pelas normas


estabelecidas nesta Resolução, destinando-se exclusivamente à prestação de tutela
jurisdicional de urgência, fora do expediente forense, restringindo-se ao exame das
seguintes matérias:

I – pedidos de habeas corpus e mandados de segurança em que figurar como coator


autoridade submetida à competência jurisdicional do Tribunal de Justiça.

II- …

III- ….

IV- ….

V- medida cautelar, de natureza cível ou criminal, que não possa ser realizada no horário
normal de expediente ou de caso em que da demora possa resultar risco de grave prejuízo ou
de difícil reparação;

§ 1º O Plantão Judiciário não se destina à reiteração de pedido já apreciado no órgão


judicial de origem ou em plantão anterior, nem à sua reconsideração ou reexame, ou à
apreciação de solicitação de prorrogação de autorização judicial para escuta telefônica.

§ 4º Caberá ao magistrado plantonista, em qualquer hipótese, avaliar e decidir de forma


fundamentada a admissibilidade do pedido, mediante verificação da urgência da medida
pleiteada, a merecer atendimento imediato e extraordinário; caso entenda que a prestação
jurisdicional requerida não seja passível de apreciação no Plantão Judiciário, despachará
determinando a remessa das petições e documentos à distribuição, no primeiro dia útil que se
seguir ao plantão, logo no início do expediente. (ALTERADO CONFORME RESOLUÇÃO
Nº 24/2013, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 04/10/2013)

Pois bem. Fincadas nestas premissas, vislumbro, in casu, que a situação enquadra em regime
judiciário excepcional.

Apura-se dos autos que a decisão prolatada pelo Juiz Plantonista de Primeiro Grau, em que
considerou incompetente para apreciar a matéria, veio fundamentada no sentido de que o
Agravante poderia interpor o presente pedido antes do plantão judicial e que “não é o
primeiro ano que a concessionária cobra tarifa de pedágio diferenciada nas terças-feiras de
carnaval.” Afinal, entendeu o Plantonista que a pretensão do Agravante não se enquadraria
entre as competências do plantão. Ouso da mesma discordar.

Verifica-se que a pretensão do Agravante com a interposição do presente Agravo de


Instrumento, entendo, atender aos requisitos para a apreciação em regime excepcional,
enquadrando-se no rol das possibilidades de ajuizamento de pleitos em sede de Plantão
Judiciário, ex vi do art. 1º da Resolução n.º 18/2009.

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Como ponderado nas razões do Agravo “deixar a decisão para depois do Carnaval resultará
não somente na perda do objeto, como na incontroversa lesão que se espera debelar por meio
da ação proposta!”.

Com razão, haja vista o trânsito pelas Brs deste Brasil nesta data, em que se comemora o
Carnaval é por demais excessivo. São trabalhadores que aproveitam tais dias para visitarem
familiares, descansar ou oxalá, participarem da festa comemorativa.

Desta forma, constata-se que o Agravante provou com as alegações e documentos juntados
aos autos, a necessidade de ingressar com o presente Recurso durante o Plantão, não podendo
aguardar o próximo dia útil, no horário normal de expediente desta Egrégia Corte Estadual,
para ter o seu pleito analisado, sob pena de perder o objeto. E perderá mesmo. Ainda mais,
com o feriado prolongado, em que o expediente normal só voltaria após o dia 13, ou seja na
quinta-feira, 15.

A toda Evidência, o presente recurso possui a urgência exigida pelo caput do art. 1º da
Resolução nº 18/2009, a merecer atendimento imediato e extraordinário (§ 4º do art. 1º), por
parte da Justiça. Com efeito, para justificar a excepcional apreciação do pleito durante o
Plantão Judiciário, a urgência foi objetivamente comprovada, o que ocorre na espécie, uma
vez que a parte autora declina que a atitude das Agravadas poderá ocasionar risco de dano
grave, irreparável ou de difícil reparação.

A atitude das Agravadas se amolda perfeitamente na hipótese prevista no inciso IV do art. 4º


da LAP, dada a presença de modificação e vantagem indevida na execução de contrato de
concessão de serviço público, agravada pelo fato de tal circunstância não estar prevista em
contrato, tampouco em lei!

A cláusula XVIII, inserta no evento 708663, estabelece valor majorado apenas nos dias
feriados e finais de semana (sábado e domingo).

Vislumbra-se das Leis atinente à matéria de feriado, como a Federal nº 9.093/95, 662/49,
Constituição Estadual, art. 6º, § 3º, a Lei Municipal de Camaçari, nº 283/93.

Conforme dispõe a Lei Federal 9.093/95, somente são consideradas feriados, as datas que
assim a lei dispuser:

Art. 1º São feriados civis: I - os declarados em lei federal; II - a data magna do


Estado fixada em lei estadual. III - os dias do início e do término do ano do
centenário de fundação do Município, fixados em lei municipal.

Art. 2º São feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal,


de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, neste incluída
a Sexta-Feira da Paixão.

Assim, não disposto em Lei Federal sobre feriado da terça-feira de carnaval e não havendo
tal previsão em lei Estadual ou Municipal, não há que se falar em feriado carnavalesco
antecede a Quarta-feira Santa, que, no ano em curso, será o dia 13 (treze) de Fevereiro.

Com relação ao requerimento de tutela antecipada, prevê art.1.019 do CPC a possibilidade de


antecipação de tutela total ou parcialmente em sede do presente Agravo de Instrumento.

Dois, portanto, são os requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência. Deve
haver elementos que evidenciem: i) a probabilidade do direito; e, ii) o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo. O primeiro requisito – probabilidade – muito bem
analisado por Cândido Rangel Dinamarco, a propósito:

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Por outro lado, o ‘resultado útil do processo’, segundo professado por Marinoni, ‘… somente
pode ser o ‘bem da vida’ que é devido ao autor, e não a sentença acobertada pela coisa
julgada material, que é própria da ‘ação principal’ (MARINONI, Luiz Guilherme;
Antecipação de Tutela. São Paulo: Malheiros, 1999, p. 87).

Portanto, ‘perigo de dano’ é a probabilidade de um prejuízo ou de um dano a qualquer bem


juridicamente protegido. E por fim, ‘risco ao resultado útil do processo’ pode ser entendido
como sendo a possibilidade de ofensa à busca pelo bem da vida em prazo razoável, sem que
se permita postergação da prestação jurisdicional.

Frise-se, que incumbe à parte demonstrar o caráter urgente da medida postulada, inclusive
com a indicação dos possíveis prejuízos irreparáveis, devendo-se registrar que os mesmos
encontram-se presentes.

E nos autos encontram-se tais requisitos, posto que o aproxima-se o dia, faltando apenas 02
(dois), para a data, a ser cobrada o pedágio abusivo, recaindo tais despesas em cima dos
trabalhadores que se deslocam de uma cidade para outra.

É, de fato, uma violação aos Princípios da Legalidade, Moralidade Administrativa,


Modicidade Tarifária e Proteção ao Consumidor, tendo em vista que a majoração da tarifa
impacta diretamente no fluxo de turistas na região, o que implica em dano direto ao turismo,
comércio e, reflexamente à economia da região e à arrecadação de impostos, já que menos
pessoas deixam de frequentar e consumir nos municípios e praias localizados ao longo da
BA-099.

Ademais, registra-se a não observância do contrato de concessão firmado, já que as


Agravadas estão cobrando valor não previsto no contrato, enriquecendo ilicitamente às custas
da exploração de um bem público (rodovia ba-099)! . É sensível a ofensa ao princípio da
modicidade tarifária!

Afinal, concedo a TUTELA DE URGÊNCIA, para determinar à segunda Requerida, que se


abstenha de aplicar tarifa majorada de feriado no dia 13/02/2018 (Terça-feira), aplicando a
tarifa de dia útil. Caso haja descumprimento por parte das Agravadas comino uma pena
pecuniária diária de R$ 50.000.00 (Cinquenta mil reais) em caso de descumprimento.

Destarte, forte no § 4º do art. 1º da Resolução nº 18/2009, por se tratar de situação


passível de decisão em regime de plantão, imperiosa se torna a distribuição desta ação para a
Seção Cível Competente.

Atendendo aos princípios de celeridade e economia processual, ATRIBUO a esta


DECISÃO FORÇA DE MANDADO JUDICIAL/OFÍCIO.

Cópia desta servirá de ofício endereçado ao douto Juiz da causa, em atenção ao princípio da
celeridade processual.

Publique-se. Intimem-se.

Publique-se na íntegra. Intimações necessárias.

Salvador, 10 de Fevereiro de 2.018.

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JOSÉ LUIZ PESSOA CARDOSO

Juiz Substituto de 2º Grau Plantonista

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