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2ª AULA DIREITO CIVIL 06/08/2009.

EMANCIPAÇÃO:
A emancipação está prevista no código civil art.5º §
único, 03 espécies de emancipação:

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa


fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante


instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz,
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de


emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha
economia própria.

1 .VOLUNTÁRIA .
A emancipação voluntária conferida em
caráter irrevogável e por instrumento público, independentemente de
homologação do juiz é manifestação dos pais (ou, de um deles na falta de
outro, desde que o menor, tenha pelo menos 16 anos completos.
A despeito da emancipação, regra geral, antecipar os efeitos da
maioridade civil, e por conseqüência, extinguir o poder e a
responsabilidade dos pais sobre os filhos a doutrina brasileira, (Silvio
Venosa) assim como a jurisprudência (RTJ62/108, RT494/92) sustentam a
possibilidade de os pais permanecerem responsáveis pelo filho emancipado
até os 18 anos de idade.
2. JUDICIAL. A emancipação judicial é aquela concedida pelo juiz,
ouvido o tutor desde que o menor tenha pelo menos 16
anos completos. Aplica-se para menores que não estão sob o poder
familiar, mas ao cuidado de um tutor.

3. LEGAL ( POR FORÇA DE LEI)

HIPÓTESES:
I-CASAMENTO
A capacidade núbil é alcançada a partir dos 16 anos. Em regra menor
de 16 anos não pode casar. Na forma do art.1520 do Código Civil é
possível por exceção o casamento de pessoa com idade inferior a 16 anos
em duas situações:
a) Ocorrência de gravidez.
b) evitar imposição ou cumprimento de pena criminal.

Emancipando-se pelo casamento ocorrendo separação superveniente,


permanece a emancipação? E se o casamento for invalidado.

Emancipado pelo casamento, caso o indivíduo venha a se separar ou


a se divorciar posteriormente, uma vez que tais sentenças tem eficácia para
o futuro a pessoa permanece emancipada.
No que tange a invalidade do casamento, a despeito de existir
polêmica, forte corrente doutrinária sustenta a retroatividade dos efeitos da
sentença de invalidade(Flávio Tartuce, Zeno Veloso), de maneira que seria
adequado concluir o retorno à situação de incapacidade ressalvada a
hipótese de casamento putativo).

II - EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO.


III - COLAÇÃO DE GRAU EM ENSINO DE CURSO SUPERIOR
IV - OPERA-SE AINDA EMANCIPAÇÃO LEGAL PELO
ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL PELA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO
DE EMPREGO( código de 2002) desde que em função deles o menor de 16

anos completos tenha economia própria.


O que se entende por economia própria?
Considerando-se o sistema aberto de normas do código civil de 2002,
economia própria consiste na dicção do professor Arruda Alvim em um
conceito vago ou fluídico a ser preenchido pelo juiz no caso concreto á luz
do princípio da operabilidade.

Menor emancipado comete crime? Pode cometer crime falimentar?

O menor emancipado não tem imputabilidade penal que só é atingida


aos 18 anos, caso venha cometer ilícito criminal será o mesmo tratado
como ATO INFRACIONAL na forma do ECA. O prof. LFG, sustenta a
tese no sentido de admitir a prisão civil para cumprimento de obrigação.

EXTINÇAO DA PESSOA FÍSICA

As comunidades científicas, internacional e brasileira ver resolução


1480 do CFM, sustentam que embora a parada cardio-respiratória possa
caracterizar o óbito, a morte encefálica é o marco biológico mais seguro
dada a sua irreversibilidade.

Nos termos do art.6º do Código Civil, a morte marca o fim da pessoa


física ou natural.
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

O Cód. Civil admite ainda duas situações de morte presumida.

2ª parte do art. 6º do Código Civil.

Haverá morte presumida no caso de ausência quando for aberta


sucessão definitiva dos bens do ausente.
Ausência matéria detalhada no texto complementar do material
de consiste simplesmente em um procedimento de transmissibilidade do
patrimônio da pessoa que desaparece de seu domicílio sem deixar notícia
ou representante.
O art. 7º do Cód. Civil estabelece outras situações de morte
presumida que com ausência não pode se confundir.

Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:

I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for


encontrado até dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente


poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar
a data provável do falecimento

COMORIÊNCIA

Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se


podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos.

A comoriência traduz uma situação de morte simultânea.


Art.8º C.C. Caso a questão do concurso não indique a sucessividade
cronológica dos óbitos devo considerar os comorientes simultaneamente
mortos de maneira que não herda do outro, abrindo-se cadeias sucessórias
autônomas e distintas!

PESSOA JURIDICA

A origem da Pessoa Jurídica é o fato associativo. O ser humano é


gregário por excelência, visando atingir diversas finalidades sempre tendeu
ao agrupamento. Nessa linha a noção básica de pessoa jurídica, deriva do
agrupamento humano personificado pelo direito.
Nessa perspectiva temos que pessoa jurídica é o grupo humano
criado na forma da lei e dotado de personalidade jurídica própria para
atingir objetivos comuns.

Teorias explicativas da pessoa jurídica.

NEGATIVISTA (Brinz, Planiol, Ihering) .Negava a existência da P.


Jurídica como sujeito de direito.

AFIRMATIVISTAS
Afirmavam a existência da P. Jurídica como sujeito de direito.
a) Ficção (Savingy).
A teoria da ficção afirma que a pessoa jurídica tem uma existência
meramente ideal ou abstrata fruto da técnica jurídica negando-lhe
dimensão social.

b) Realidade objetiva (Clóvis Beviláqua).


Para os adeptos da teoria da realidade objetiva ou organicista,
diferentemente da visão sobremaneira abstrata de Savingy, uma
pessoa jurídica seria um organismo social vivo a ser estudado pela
sociologia.

c) Teoria de Realidade Técnica (saleilles).


Os adeptos da teoria da realidade técnica sem negar a dimensão e a
atuação social da pessoa jurídica, reconheciam por outro lado que a
sua personalidade é fruto da técnica do direito é a que melhor explica
o art. 45 do cód. Civil brasileiro.

A Pessoa Jurídica pode sofrer dano moral?

A Corrente predominante em nosso direito, amparada na súmula 227


do STJ, bem como no art.52 do código civil admite o dano moral objetivo a
pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos
direitos da personalidade

Uma outra segunda corrente afirma que por não ter dimensão
pscicológica a pessoa jurídica não poderia sofrer dano moral (Wilson Melo
da Silva). Apesar de ser minoritária cremos que a segunda corrente acaba
recebendo reforço do enunciado 286 da 4ª jornada de direito civil.
Fim.
3ªaula
direito civil - quinta feira 13/08/2009.

1. Comentários ao art 45 do CC

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações
por que passar o ato constitutivo.

O registro da pessoa jurídica é constitutivo da sua personalidade. O


Prof. Caio Mario, sustenta que a eficácia deste registro opera efeitos ex
nunc.
OBS : Ausente o registro da Pessoa Jurídica temos uma mera
sociedade irregular ou de fato, tratada como ente despersonificado,
tratado pelas regras do direito empresarial (art. 986 e seguintes), caso
em que os seus sócios passam a ter responsabilidade pessoal e
ilimitadamente pelos débitos sociais.

Em geral o ato constitutivo da pessoa jurídica (estatuto ou contrato


social) é registrado ou na junta comercial que é o registro publico da
empresa ou é feito no CRPJ (cartório de registro da pessoa jurídica)
OBS : Em situações especiais para que se possa constituir a pessoa
jurídica exige a obtenção de um autorização específica do poder
executivo a exemplo daquela da pelo banco central aos bancos ou da
autorização concedida pela SESEPE as seguradoras.

Vale lembrar ainda a existência dos entes despersonificados, ou com


personificação anômala segundo Maria Helena Diniz. Os quais embora sem
configurar tecnicamente uma pessoa jurídica tem capacidade
processual(condomínio, espólio e das outras entidades referidas no art. 12
do CPC.

ESPECIES DE PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PRIVADO

Consoante o art. 44 do C.C. associações sociedades, fundações


organizações religiosas e partidos políticos.
Ver art. 2031 do Código Civil - de acordo com o dispositivo o prazo
de adaptação ao novo Código Civil, organizações religiosas e partidos
políticos não precisam se adaptar ao cód. Civil de 2002.
Obs: devido a pressão de empresários, sociedades, fundações e
demais tipos de associação que o legislador, posto eximindo apenas
partidos políticos e organizações religiosas, da adaptação ao código
civil resolveu dilatar esse prazo para aquelas outras pessoas. Ver
material de apoio.

O prazo de adaptação ao novo código, que não se aplica as


organizações religiosas e partidos políticos, findou-se em 11/01/2007. Para
aqueles que não realizarem a necessária adaptação não há sanção específica
prevista no cód. Civil, mas a doutrina analisando o sistema jurídico como
um todo reconheceu os seguintes: proibição de participar em licitações,
impossibilidade de obter crédito e financiamento em bancos, assim como
por estar irregular haverá a responsabilidade penal de seus sócios ou
administradores.

FUNDAÇOES

As fundações, diferentemente das sociedades e das associações não


deriva da união de indivíduos, mas sim da afetação de um patrimônio que
se personifica para realização de finalidade não lucrativa art.62 CC.
A fundação é constituída pela escritura publica ou testamento.
Etapas para a constituição de uma fundação:
1. Afetação de bens livres do instituidor
2. A sua criação só se dará por escritura pública ou testamento

3. Para se constituir a elaboração de seu estatuto.

O estatuto da fundação tanto pode ser elaborado diretamente pelo seu


criador como também por um terceiro, elaboração fiduciária nos termos do
art.65 do Código civil. Subsidiariamente o estatuto deve ser elaborado pelo
MP
4. aprovação do estatuto. O estatuto deve ser aprovado pelo MP.
Obs : caso o MP elabore o estatuto caberá ao juiz aprova-lo nos termos
do art 202 do CPC
5.O registro da fundação CRPJ.

A modificação do estatuto da fundação é possível nos termos do art.


67 e 68 do CC. Consoante o art. 66 do CC o MP tem o dever legal de
fiscalizar as fundações no Brasil.
OBs : a ADIN 2794-8, já julgada procedente estabeleceu o correto
entendimento segundo o qual se a fundação funciona no DF a função
fiscalizatória precípua é da próprio MP do DF e não da Procuradoria
da República.

SOCIEDADES
Conceito: As sociedades, espécies de corporação,
( união de indivíduos) dotada de personalidade jurídica própria, integrada
por sócios, é constituída por meio de contrato social e visa a finalidades
lucrativas. No campo de direito empresarial o art. 981 do CC já no âmbito
do Direito empresarial cuida do contrato de sociedade.
Obs Marido e mulher podem constituir sociedade?

Conforme o art. 977 do Código Civil admite a sociedade entre


cônjuges ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime de
comunhão universal de bens ou de separação obrigatória.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com
terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da
separação obrigatória

O DNRC publicou o parecer 125/2003 no sentido de que a proibição


constante no art. 977 do CC não atingiria sociedades anteriores ao cód.
2002.

TIPOS OU ESPECIES DE SOCIEDADES

O CÓDIGO civil brasileiro de 2002 seguindo a transformação


experimentada pelo direito comercial, na trilha da consagração do conceito
de empresa, em seu art. 982, passaria a classificar as sociedades em simples
e sociedades empresária.

OBS : Vale lembrar que por força de lei art. 982 § único toda
sociedade anônima e empresaria e toda cooperativa é simples.Quanto
as cooperativas vem ganhando força a tese segundo a qual por ser
simples o seu registro devera ser feito no CRPJ e não na junta
comercial(Julieta Lunz, Paulo Rego)

Á luz do art. 982 do Código Civil uma sociedade empresária observa


dois requisitos:

MATERIAL ►, exercício de uma atividade tipicamente empresarial.


FORMAL ► registro na junta comercial ( registro público de
empresa).

Uma sociedade empresária notabiliza-se por um acentuado caráter


capitalista impessoal, os seus sócios atuam basicamente como articuladores
de fatores de produção (capital, trabalho, tecnologia e matéria prima). De
maneira que a atividade pessoal de cada sócio não se confunde com a
atividade da sociedade. O Sócio de uma sociedade empresária pode pouco
freqüentar a empresa. Além disso, estão sujeitos a falência e o seu registro
e feito na junta comercial.
Já a sociedade simples, sujeita a registro no CRPJ, caracteriza-se
principalmente olé fato de os próprios sócios realizarem ou
supervisionarem a atividade exercida, em geral são sociedades prestadoras
de serviços como as sociedades entre médicos para formar uma clinica.

ASSOCIAÇÕES

As associações, espécies de corporação (união de indivíduos),


constitui-se por meio de estatuto levando ao CRPJ, e, assim como as
fundações tem finalidade ideal (ongs, igrejas,conservação dos templos) são
regulados a partir do art.53 estatuto, ato normativo de uma associação cujos
requisitos estão no art.54 do código civil.

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se


organizem para fins não econômicos.

Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações


recíprocos.

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

I - a denominação, os fins e a sede da associação;

II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;

III - os direitos e deveres dos associados;


IV - as fontes de recursos para sua manutenção;

V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e


administrativos;

V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos

VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a


dissolução.

VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.


(Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir
categorias com vantagens especiais.

OBS: Na forma do art.55 do código civil vale notar que em uma


associação até pode haver categorias, não pode haver diferenciação entre
eles.
Regra geral nos termos do art. 61. Dissolvida a associação, o seu
patrimônio será atribuído a entidades de fins não econômicos, designados
no estatuto ou, omisso este a outra instituição municipal estadual ou federal
de fins e iguais ou semelhantes.
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido,
depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do
art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso
este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins
idênticos ou semelhantes.

O órgão mais importante de uma associação é a sua assembléia geral


cuja competência está prevista no art.59. destituir os administradores.
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:

I – destituir os administradores

II – alterar o estatuto.

Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é


exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será
o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
O cód. Civil 2002 em seu art. 57, estabeleceu a possibilidade legal,
observada a garantia do contraditório de exclusão do associado.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos
previstos no estatuto.

DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURIDICA

A doutrina da desconsideração, introduzida no Brasil pelo professor


Rubens Requião pretende o afastamento temporário da personalidade da
pessoa jurídica, para permitir que o credor satisfaça o seu direito no
patrimônio pessoal do sócio ou administrador que cometera o ato abusivo.
A despersonificação é mais grave porque resulta no cancelamento do
registro e no fim da pessoa jurídica.
O que é a teoria do ultra vires societatis?
Comentários ao art. 45 do código civil.

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações
por que passar o ato constitutivo.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das


pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.

O Código Civil de 2002 em seu artigo 45 reforça a natureza


constitutiva do registro da pessoa jurídica. Caio Mário afirma que este
registro tem eficácia “ex nunc”;
4ª aula DIREITO CIVIL
Quinta feira 20 de agosto de 2009.

EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

- Convencional: Os próprios sócios convencionam o fim da pessoa


jurídica (distrato).
- Administrativa: decorre da cassação da autorização especial que
constitui a pessoa jurídica.
- Judicial : deriva de um processo resultando em um sentença. Ex.\:
falência.
OBs. As sociedades que não estão sujeitas a lei de falência tem o seu
procedimento judicial de liquidação, nos termos do art. 1218 do CPC
, regulado pelos art.s 655e 674 CPC.

DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURIDICA

A teoria da desconsideração da pessoa jurídica pretende justificar o


afastamento temporário da personalidade da pessoa jurídica, para permitir
que os credores lesados posssam satisfazer os seus direitos no patrimônio
pessoal do sócio ou administrador que cometeu o ato abusivo.
Em respeito ao princípio da função social da empresa, vale dizer que
desconsiderar apenas superar episodicamente a personalidade da pessoa
jurídica e não obrigatoriamente despersonificá-la.

O que é a teoria do ultra vires societatis ?

Teoria de origem anglo-saxonica Albergada no art.1015 do C.C.,


sustenta que é invalido e ineficaz o ato praticado pelo sócio, que extrapole
os poderes que lhes foram conferidos pelo contrato social.

Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos


os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a
venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir.

Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser
oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio
da sociedade;

II - provando-se que era conhecida do terceiro;

III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da


sociedade.

ELEMENTOS DE DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA


JURIDICA

O art. 50 do Código Civil consagra a teoria da desconsideração


jurídica.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado
pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas
e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.

1- Descumprimento da obrigação
2- Abuso desvio de finalidade ou confusão patrimonial.

Sob a influencia da doutrina do Prof. Fábio Konder Comparato e a


luz do relatório do senador Josaphat Marinho acerca do C.C. concluímos
pela desnecessidade doe o credor demonstrar dolo específico do sócio ou
administrador.

Qual é a diferença entre a teoria maior e teoria menor de


desconsideração da pessoa jurídica?

Segundo a teoria maior adotada pelo artigo 50 do Código civil para


efeito de desconsideração exige-se o requisito específico do abuso
caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
Já a Teoria Menor, mais fácil de ser aplicada, adotada pólo CDC e
pela legislação ambiental não exige a demonstração de tal requisito.
RESPE 279273/ SP.

O Que é desconsideração inversa?

A desconsideração inversa, que já havia sido enfrentada pelo prof.


Fábio Konder Comparato em sua clássica obra, o poder de controle da
sociedade anônima e reafirmada a idéia no enunciado 283 da 4ª jornada,
consiste na possibilidade de se atingir o patrimônio da P. Jurídica para a
qual o sócio ou administrador indevidamente desviou bens particulares em
prejuízo a terceiros de boa fé.

DOMICILIO

Em regra geral o domicilio fixa a competência do processo


(segurança jurídica).

DOMICILIO <<<RESIDENCIA<<<MORADA
MORADA: é o lugar em que a pessoa física se estabelece
temporariamente, passageira transitória.
RESIDÊNCIA: Diferentemente de morada, caracteriza-se pela
habitualidade ou permanência.
DOMICILIO nos termos do art. 70 do C.C. é um lugar em que a
pessoa física estabelece residência com ânimo definitivo transformando-se
em centro de sua vida jurídica.
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.

Nos termos do art. 71 admite-se a pluralidade de domicílios.


Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

OBs: Seguindo a vereda do art.83 do código português o art. 72 do


Código Civil Brasileiro, consagrou o domicílio profissional. Devo
ficar atento para o fato de que o domicilio profissional restringe-se
aos efeitos da profissão.

O art. 74 do CC regula a mudança de domicilio.


Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção
manifesta de o mudar.

Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às


municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da
própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

A luz do art. 73 do Código Civil a teoria do domicilio ocasional ou


aparente baseada na teoria da aparência, aplica-se as pessoas que não tem
residência habitual. Nesse caso serão considerados domiciliados onde
forem encontradas.
Quanto a pessoa jurídica! Matéria a ser desenvolvida em Direito
processual civil, no estudo da competência a sua disciplina geral é feita no
art. 75. do CC.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:

I - da União, o Distrito Federal;

II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;

III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;

IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas


diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou
atos constitutivos.

§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares


diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele
praticados.

§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á


por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada
uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela
corresponder.

ESPECIES DE DOMICILIO

O domicílio poderá ser

VOLUNTÁRIO ► - é o domicílio comum geral, fixado por


simples manifestação de vontade do interessado. A
natureza jurídica do ato de fixação do domicilio é de ato jurídico não
negocial ou em sentido estrito.

ESPECIAL OU DE ELEIÇÃO ► : Trata-se do domicilio


escolhido pelas próprias partes,
segundo a autonomia privada, no próprio contrato, a luz do art. 78. do
código civil.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes
OBS Considerando-se que a autonomia privada, numa interpretação
conforme a Constituição suporta limites especialmente ditados pelos
princípios da função social e da boa-fé objetiva te, se entendido que
se a clausula de eleição viola direito do aderente ( principalmente
consumidor) o Juiz deverá reconhecer sua nulidade de oficio
declinando da sua competência nos termos do § único nos termos do
art. 112. Do CPC.

DOMICILIO LEGAL NECESSÁRIO art. 76 do C.C

Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o


marítimo e o preso.

Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou


assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do
militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se
encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do
preso, o lugar em que cumprir a sentença.

A RECENTE SÚMULA 383 do STJ estabeleceu para efeitos


processuais, que a competência para processar e julgar as ações conexas de
interesse do menor é em principio o foro do domicilio do detentor de sua
guarda.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado
no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

LIVRO II

Dos bens

BENS JURIDICOS

Conceito: bem jurídico é toda utilidade física ou ideal, objeto de um


direito subjetivo.

Com base no direito alemão, especialmente no § 90 do BGB,


coisa é sempre uma utilidade material ou corpórea como mesa ou cadeira.
Conceitos e considerações fundamentais sobre bens jurídicos
aplicados ao concurso público ( no material de apoio consta a classificação
geral dos demais bens jurídicos).

Tópico I

O que se entende por imóvel por acessão intelectual?

O enunciado nº. 11 da 1ª jornada de direito civil não reconhece


no cód. civil a categoria de “imóvel por acessão intelectual, (a exemplo do
equipamento agrícola empregado na fazenda), todavia, autores como Flavio
Tartuce discorda do enunciado”.

Tópico II

O art. 80. do CC inciso II estabelece ser imóvel por força de lei o


direito a sucessão aberto (direito de herança). Isto explica, por exemplo, a
necessidade da escritura pública num instrumento de cessão nos termos do
art.1793 do C.C>
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

Tópico III

Nos termos do art. 83, inciso I, as energias que tenham valor


econômico são bens imóveis.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I - as energias que tenham valor econômico

TOPICO IV

Não posso confundir (porque as vezes confundo) fruto com produto.

O fruto é uma utilidade renovável, cuja percepção não diminui a


substância da coisa principal. Já os produtos são utilidades que não se
renovam e cuja percepção diminui a substância da coisa principal.
Tópico V

O que são pertenças?

O código de 1916 não cuidou das pertenças. É um bem acessório que


serve ap uso, serviço ou aformoseamento de outros, sem constituir parte
integrante do mesmo. ( ar condicionado)

Pertença é diferente de benfeitoria

TÓPICO VI

Benfeitoria é toda obra realizada pelo homem na estrutura de um


coisa com o propósito de melhorá-la (útil), Conserva-la (necessária),
embeleza-la ( voluptuária).

Toda benfeitoria é artificial. Benfeitoria é diferente de acessão. A


acessão pode ser artificial ou natural. Consoante o Código Civil, uma
construção é uma acessão artificial, a lage é uma acessão.

Natureza jurídica da piscina? Em geral a piscina que não traduza


construção considerável (acessão artificial) é uma benfeitoria voluptuária,
mas uma piscina num colégio pode ser uma benfeitoria útil, numa clinica
de hidroterapia é necessária à finalidade do empreendimento.

5ª aula DIREITO CIVIL.

27/08/2009.

Em nosso sistema podemos reconhecer 02 tipos de bens de família:


Bem de família voluntário, consoante o art. 1711 do CC, bem como o bem
de família legal disposto na Lei 8.009/90.
Voluntário: o bem de família voluntário é aquele instituído por ato de
vontade do casal, da entidade familiar ou de terceiro mediante registro
público.
O bem de família voluntário produz dois efeitos fundamentais
ambos, com caráter relativo.
Art. 1715 diz sobre a impenhorabilidade, o art. 1717 CC inalienabilidade.
OBS: no novo código civil os art. 1711 e 1712, duas características
soa importantes no que tange ao bem de família voluntário, o limite
máximo de 1/3 do patrimônio líquido dos instituidores e a possibilidade de
se instituir valores mobiliários. Ou seja ,afetar uma renda para a
manutenção do imóvel.
Administração do bem de família voluntário art.1720, extinção do bem de
família voluntário art. 1722 CC.
Terceiro também poderá instituir bem por doação.

A renda do aluguel proveniente de um bem de família locado é


impenhorável.
STJ já aceitou o entendimento no sentido da impenhorabilidade AGRRG
respe 975858 SP.

BEM DE FAMÍLIA LEGAL

A lei 8009+/90 de grande aplicação social confere uma proteção


traduzida em uma impenhorabilidade legal, independente de inscrição
cartorária. O STJ por meio da súmula 805 estabeleceu que a
impenhorabilidade atingisse inclusive penhoras anteriores a lei 8009/90.
O bem de família voluntário ganha interesse nos termos da lei
8009/90 uma vez que em havendo 2 ou mais imóveis a proteção legal
automática recairá sempre no de menor valor, salvo se o bem de maior
valor tenha sido instituído como bem de família.
Lei 8009/90 § único
Obs: o STJ em mais de uma decisão vem admitindo o
desmembramento do imóvel para efeito de penhora. Rese 968907/RS.
Art. 2°, veículos transporte obras de arte adornos suntuosos.
Ex: freezer e maquinas de lavar, TV, computa, ar condicionado. Teclado
musical. RESPE 218,882.
Vaga garagem - o STJ já consolidou o entendimento no sentido de
que vaga de garagem é impenhorável quando vinculada ao imóvel, se a
vaga de garagem tiver matrícula e registro próprio pode ser penhorado –
agrg 1058070RS.
A impenhorabilidade do bem de família legal é relativa uma vez que
comporta as exceções do art.3 ° da lei 8009/90.
Obs : trabalhos meramente eventuais conforme ficou assentado no respe
644783 SC, não podem se valer da exceção do inciso art. 3° para penhorar
imóvel residencial, nesse julgado entendeu-se que a exceção não comporta
interpretação extensiva.
O próprio STF, RE439003/SP reconheceu que a taxa de condomínio
pode penhora o bem de família.
V-execução de hipoteca em imóvel oferecido como garantia.
Para o STJ em mais de uma oportunidade, a exemplo do respe 684587/TO
e do agrg no respe 813546/DF tem admitido que o devedor não obstante a
indicação a penhora alegue depois a impenhorabilidade do bem de família.
VI - fruto de crime.
VII - fiador em contrato de locação. O STF firmou entendimento pro seu
plenário no sentido da constitucionalidade da penhora do bem de família do
fiador na locação. (re agr 477953- SP).
O devedor solteiro goza do bem de família? Sim, questão na sumula 364
STJ, solteiro também tem proteção do direito a moradia direito com base
constitucional.

TEORIA DO FATO JURÍDICO

CONCEITO: fato jurídico é todo acontecimento natural ou humano


que deflagra efeitos na ordem do direito.

1. fato jurídico em sentido estrito - ordinário


- extraordinário
2. ato-fato
3. ações humanas Lícitas – ato jurídico
Ilícitas – ato ilícito (186- 187 CAD)

Fato jurídico em sentido estrito é todo acontecimento natural que deflagra


efeitos na órbita do direito: comuns - nascimento, morte natural, decurso
tempo.
Extraordinários: furacão.
Ações humanas – lícitas o ato jurídico é dividido em:
- ato jurídico em sentido estrito
- negócio jurídico

O que é ato jurídico em sentido estrito?

O ato jurídico em sentido estrito também denominado ato não


negocial consiste em mero comportamento humano voluntário e consciente
cujos efeitos estão pré determinados na lei.
Faltam a este tipo de ato a autonomia privada e a liberdade para
escolha dos seus efeitos.
Atos de comunicação em geral são atos jurídicos em sentido estrito.
O negócio jurídico diferentemente do simples ao em sentido estrito
traduz uma declaração de vontade manifestada segundo o principio da
autonomia privada pela qual o agente pretende atingir determinados efeitos
jurídicos escolhidos respeitados parâmetros de ordem pública. Exemplo:
contratos e testamento.
Ato fato – o ato fato consiste em um comportamento que posto
derive do homem é desprovido de voluntariedade e consciência em face do
resultado pretendido. Ex. Jorge Cezar Ferreira, a compra de um doce por
criança.

Próxima semana negócio jurídico nos planos de validade e existência


e eficácia.

6ª aula quinta-feira , 03/09/2009.

NEGÓCIO JURIDICO.

Teoria voluntarisa – sustentava que o núcleo essencial do negócio jurídico


seria a vontade interna ou a intenção do declarante, consoante o art. 112 do
CC, esta corrente influenciou fortemente o código civil.
Teoria objetiva ou da declaração.
Para essa teoria o núcleo essencial do negocio jurídico não seria a intenção
mas a vontade externa ou declarada.
Segundo Antonio Junqueira de Azevedo, observamos que em
verdade as duas teorias devem se conjugar, pois o negocio jurídico perfeito
resulta da união harmônica entre a vontade interna e a manifestada.

Obs: o que é teoria da pressuposição?


Trata-se de uma teoria do negócio jurídico desenvolvida por
Windsheidd segundo a qual haveria invalidade do negocio jurídico quando
a certeza subjetiva do declarante, verificada ao tempo da celebração do
negocio não se concretizasse depois.
Um bancário celebra hoje contrato de locação para gozar férias em
janeiro, mas em 2010 não tem as férias.
PLANOS DE ANALISE DO NEGOCIO JURIDICO

1.EXISTENCIA
2.VALIDADE
3.EFICACIA

EXISTENCIA
Para que o negocio jurídico exista, é preciso a existência de 4
elementos.
1. Manifestação de vontade
2. Agente (emissor da vontade)
3. objeto
4. Forma

Havendo a falta de qualquer um dos quatro elementos, o Negocio Jurídico é


inexistente.

Obs: o silencio pode ser encarado como uma manifestação de vontade?


Segundo o prof. Caio Mario o silencio é o nada é absoluta ausência
de manifestação de vontade.
Excepcionalmente, nos termos do art. 111 di cód. Civil, recebe
tendência dos sistemas britânica e Alemão em situações especiais o
silencio pode caracterizar anuência como na hipótese de doação pura
consoante o art. 539 do CC. A doação pura é a doação sem encargo.

Para que o negócio jurídico exista deve haver uma forma para que o
negócio jurídico se manifeste.
A forma, por si só, é elemento de existência do negocio jurídico de
grande importância, trata-se do revestimento exterior da vontade, o meio
pelo qual a vontade se manifesta, escrita, verbal, mímica.

VALIDADE
Plano de validade – disciplinado a partir do art 104 do CC é um
artigo incompleto.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz;

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;


III - forma prescrita ou não defesa em lei.

Pessupostos de validade do negocio jurídico.

1.MV (livre e boa-fé)


2. A (capaz e legitimado)
3. O (lícito, possível, determinado ou determinável)
4. F (livre ou prescrita em lei).

Quais são os defeitos do negocio jurídico: erro, dolo,coação, lesão,


estado de perigo.
Obs: seguindo o pensamento de Orlando Gomes a ilicitude do
negocio jurídico abrange a legalidade e ao padrão médio de moralidade,
Vigora no Brasil, nos termos do art.107 do código civil, como regra
geral dos negócios jurídicos, o principio da liberdade da forma.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão
quando a lei expressamente a exigir

Quando a lei prescreve determinada forma, poderá ser para efeito de


prova do negocio jurídico (negócio ad provationem,) art. 227 ou a forma é
exigida como requisito de validade do negócio, solene ou ad solenitatem,
art. 108 do CC.
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite
nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no
País ao tempo em que foram celebrados.

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Obs: o enunciado 289 da 4ª jornada de D. civil estabelece que o valor


que se considera para efeito de se lavrar ou não escritura pública, nos
termos do art. 108, é o lançado na contrato, e não o valor venal do imóvel.
Vale lembrar que a promessa de compra e venda, independe do
valor, pode ser lavrada por instrumento particular.

PLANO DE EFICÁCIA

Condição
Termo
Modo ou encargo.

Erro ou ignorância. Art. 138 CC brasileiro.


Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em
face das circunstâncias do negócio.

O erro é causa de anulação do negocio jurídico, e para a doutrina


clássica, seria dotado de 02 características:
Essencialidade
Escusabilidade.
A despeito da corrente Clássica, a doutrina mais moderna, enunciado
12 da 1ª jornada dispensa o requisito da escusabilidade com base no
principio da confiança.

Espécies de erro (Roberto de Ruggiero)

Consoante o art. 139. Art. 139. O erro é substancial quando:


I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das
qualidades a ele essenciais;

II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a


declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;

III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou
principal do negócio jurídico.

No objeto, no negócio, na pessoa. Incidem na realidade fática


Erro sobre o objeto é aquele que incide nas características do objeto do
negócio.
O erro pode incidir ainda na estrutura do negocio.
O erro sobre pessoa incide nos elementos ou identificação ou
características da outra parte do negocio.
Obs: a principal aplicação do erro sobre pessoa ocorre no casamento.
(art. 1556 e 1557)
O código de 2002, em seu art 139, II, inova o sistema do código
anterior ao admitir o erro de direito, trata-se de um erro sobre a ilicitude do
fato, o qual, sem traduzir intencional recusa ao império da lei, projeta-se no
âmbito de atuação permissiva da norma, em geral é um caso de
interpretação.
O dolo nada mais é do que o erro provocado. Traduz o dolo um
malicioso artifício empregado por uma das partes ou por terceiro para
enganar a outra causando-lhe prejuízo.
O dolo também é causa de anulação de negócio. (dolus malus.).
Obs: o dolus bônus, socialmente admitido é frequentemente invocado como
possível técnica publicitária, desde que não se desvirtue como propaganda
enganosa.
Caracteriza a atividade dolosa e ilícita segundo doutrina, ver o
projeto de lei 4068/2008, a denominada técnica da mensagem subliminar
que em linhas gerais induz o destinatário, da informação a realizar
determinada conduta que conscientemente poderia não adotar.
Nos ermos do art. 145 do CC para invalidar um negócio o dolo deve
ser principal.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

Por outro lado, caso o dolo seja apenas acidental, tocando aspectos
secundários do negócio. Cabendo ao prejudicado perdas e danos (art.146
CC).
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental
quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.

Se houver dolo bilateral, o código brasileiro em seu art. 150


estabelece que em havendo dolo bilateral, fica tudo como está.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para
anular o negócio, ou reclamar indenização

Questões especiais de concurso!

O que é dolo negativo? Trata-se do silêncio ou omissão intencional


de informação, a luz do art. 147 violadora da boa-fé.

Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a
respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa,
provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.

O que é dolo de terceiro? O negócio só é invaliadado por dolo de 3º se


ficar demonstrado que o beneficiário sabia ou tinha como saber (art. 148 do
CC).
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a
quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que
subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem
ludibriou.

Estado de perigo – não estava no código de 1916. o estado de perigo,


tratado no art. 156, é causa de anulação do negocio jurídico.
Seção IV
Do Estado de Perigo

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de


salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa.

Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz


decidirá segundo as circunstâncias.

Conceito: trata-se de uma aplicação do estado de necessidade na


teoria do negócio. Configura-se quando o agente premido da necessidade
de salvar-se ou a pessoa próxima de grave perigo de dano material ou
moral, conhecido pela outra parte assume obrigação excessivamente
onerosa CC 156.
A teoria do estado de perigo segundo firme jurisprudência RESPE
796729 do MT, RESPE 918392 do RN, apelação cível 7.0024412397. TJ
RS tem perfeita explicação na espúria exigência de cheque caução como
condição para atendimento.
A resolução n°. 44 de 2003 da agencia nacional de saúde em face de
prestadores de serviços médicos, nos seus termos proíbe a cobrança de
cheque caução estabelecendo que a denúncia desse tipo de prática possa ser
levada ao ministério publico federal para denuncia devida.

7ª aula. DIRETO CIVIL10/09/2009.

FRAUDE CONTRA CREDORES

Conceito: instituto protetivo do crédito consiste na prática de um ato


negocial que diminui o patrimônio do devedor prejudicando o credor pré-
existente. Ex: doação: alienação gratuita de bens.
Ver no material de apoio as hipóteses de fraude previstas no código
civil.
Obs: não posso confundir fraude contra credores com fraude a
execução. Esta última é mais grave porque desrespeita a administração da
justiça uma vez que no caso, já existe demanda proposta contra o devedor
apta a reduzi-lo a insolvência. (ver a recente súmula 375 do STJ).
A legitimidade ativa para propor a ação Pauliana é do credor pré-
existente, mesmo aquele com garantia caso esta se torne insuficiente (art .
158§1º).
A Pauliana deverá ser proposta contra o devedor insolvente, a pessoa
que com ele estipulou o ato e eventualmente o terceiro de má-fé. (art. 161
CC) ver também o RESPE 242151 /MG.

Qual é a natureza jurídica da sentença da ação pauliana.

Desde Clóvis Beviláqua, chegando a autores como Moreira Alves,


( na dicção expressa do art. 165 do CC) conclui-se que a sentença
(desconstitutiva anulatória) art. 165 CC.

Há uma segunda corrente: Yussef Cahali, Frederico Pinheiro de


índole processual, discorda do pensamento tradicional.
Nesta linha de pensamento não seria anulatória, mas apenas
declaratória da ineficácia do negócio relativamente ao credor prejudicado..
Ver CESPE (50631/MS).

SIMULAÇÃO

Conceito: na simulação, celebra-se um negócio jurídico que tem


aparência normal, mas que em verdade não pretende atingir o efeito que
juridicamente deveria produzir.
Na fraude não há um necessário disfarce, na fraude a vítima é
específica (credor pré-existente).
Com a entrada em vigor do CC 2002, a simulaçao foi tratada
como causa de nulidade absoluta do negócio jurídico. Art.167 CC.
Em doutrina reconhecem-se duas espécies de simulação.
a) Simulação absoluta
b) Simulação relativa (dissimulação).

Na simulação absoluta, as partes criam um negocio jurídico


destinado a não gerar efeito jurídico algum.
Na simulação relativa as partes criam um negocio jurídico destinado
a encobrir um outro negócio jurídico que surtirá efeitos proibidos por lei.
Nos termos do art.167 e do enunciado 153 da 3ª jornada de direito
civil, na simulação relativa, em sendo possível, o juiz a luz do principio da
conservação aproveitará o negócio dissimulado.
OBS: nos termos do enunciado 294, da 4ª jornada de direto civil,
sendo a simulação causa de nulidade absoluta do negócio jurídico pode
uma das partes alega-la contra a outra.
O que é reserva mental?
O que é vaca papel?
A reserva mental configura-se quando o agente omite declaração de
vontade resguardando o intimo propósito de não cumprir o que projetou.
No momento em que a reserva é manifestada, e dela a outra parte
toma conhecimento, o art. 110 do CC, na linha do pensamento de Moreira
Alves, considera um negócio jurídico inexistente.
Uma 2ª corrente doutrinaria, Carlos Roberto Gonçalves sustenta que,
uma vez manifestada a reserva, o negócio existe, mas é inválido por dolo
ou simulação.
Vaca-Papel traduz um típico negócio simulado de parceria pecuária
que me verdade encobre um empréstimo a juros extorsivos. (ver o RESPE
441903 de SP).

LESÃO

Conceito: a lesão causa de invalidade do negócio jurídico traduz o


prejuízo resultante da desproporção entre as prestações do próprio negócio
em virtude do abuso da necessidade ou da inexperiência de uma das partes.
art. 157 CC . A lesão no cód. civil compõem-se de 02 elementos. O
elemento subjetivo é a premente necessidade ou inexperiência da vítima.
OBS: No Código Civil, § 2º art. 157, a lesão é causa de anulação do
negócio jurídico consiste na violência psicologia apta a influenciar a vítima
a realizar o negócio jurídico que a vontade interna não deseja efetuar.
Art. 152 CC
Obs : nos termos do art. 153 do cc, não se considera coação a ameaça
do exercício regular de direito nem o simples temor reverencial. (respeito a
autoridade constituída).
A simples informação de possível inscrição no sistema de proteção
ao crédito é exercício regular de direito (sobre sistema de proteção ao
crédito ver as recentes súmula 359 e 385).

COAÇAO DE TERCEIRO

Da leitura dos art. 154 e 155 observamos que o negócio só será


anulado se o beneficiário soubesse ou tivesse como saber da coação de
terceiro. Nesse caso, ambos responderão solidariamente pelas perdas e
danos.
O que é conversão do negócio jurídico.
Conceito: trata-se de uma medida sanatória por meio da qual
aproveitam-se os elementos materiais de um negócio inválido convertendo-
o em outro negócio válido e de fins lícitos.
Dois elementos.
1º elemento material.
O elemento material é o aproveitamento do suporte fático do 1º
negócio.
2ª elemento imaterial é a intenção dos declarantes no sentido da
conversão (se as partes houvessem previsto a nulidade, teriam celebrado
um negócio consentido) art. 170 CC.
Ex: contrato de compra e venda de imóvel nulo por vício de forma
pode ser convertido em uma promessa de compra e venda.

8ª aula DIREITO CIVIL 17/09/2009

INVALIDADE
- NULIDADE ABSOLUTA (nulo).
- NULIDADE RELATIVA (anulável).

Princípio da conservação; aproveitar o negócio jurídico inválido


sendo possível.
OBS: o que é redução do negócio jurídico. A luz do princípio da
conservação nos termos do art. 184 do CC o juiz poderá suprimir ou
reduzir a parte viciada do negócio conservando-o no que for válido.
CAPÍTULO V
Da Invalidade do Negócio Jurídico
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico
não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal
implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

NULIDADE ABSOLUTA (art.s 166 e 167)


Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;

IV - não revestir a forma prescrita em lei;


V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;

VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;

VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.

§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente


se conferem, ou transmitem;

II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;

III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio


jurídico simulado

É mais grave que a nulidade relativa


Causa não é o motivo do negócio, ma sim a sua finalidade.

CARACTERISTICAS DA NULIDADE ABSOLUTA

1.Nulidade absoluta pode ser argüida por qualquer interessado, pelo


MP (quando lhe couber intervir) e até mesmo ser reconhecida de oficio
pelo juiz. Art. 168).
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer
interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.

Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio
jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.

2. nulidade absoluta não admite a confirmação do negocio nem


convalesce pelo decurso de tempo art. 169. (nulidade absoluta é
imprescritível).

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo
decurso do tempo.
Embora a nulidade seja imprescritível os efeitos patrimoniais
prescrevem.
A sentença declaratória de nulidade opera retroativamente os seus
efeitos. Ex Tunc.
NULIDADE RELATIVA ( anulabilidade).

Art. 171 art. 496.


Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio
jurídico:

I - por incapacidade relativa do agente;

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros


descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de


bens for o da separação obrigatória.

CARACTERÍSTICAS DA NULIDADE RELATIVA.

1. Anulabilidade deve ser arguida em ação própria pelo legítimo


interessado não podendo o juiz reconhece-la de ofício.

2.Admite negócio anulável expressa ou tácita (172-174).

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.

Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a


vontade expressa de mantê-lo.

Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em


parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava

3.A anulabilidade não é imprescritível, ou seja convalesce pelo


decurso do tempo.
Com isso quer-se dizer que existem prazos decadenciais previstos em
lei para se impugnar um negócio anulável (art.s 178 a 179).

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do


negócio jurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se
realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo
para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

Caso de alienação de ascendente a descendente.

A eficácia produzida pelo negócio anulável até uma futura e eventual


sentença anulatória segundo Pontes de Miranda denomina-se eficácia
interimística.
Prazos:arts 178/179.
Obs.: a regra do artigo 179 do Código Civil cumulado com a do art.
496, prejudicou a súmula 494 do STF.
4.Ad espeito da polêmica ver estudo do grande Caio Mario, é
razoável o entendimento de Humberto Teodoro Junior no sentido de que a
sentença anulatória de negócio jurídico tem eficácia EX tunc.Art. 182 CC
A sentença tem eficácia retroativa.

PLANO DE EFICÁCIA

O que é encargo (típico de negócio gratuito)? É um ônus que se


atrela a uma liberalidade. Art.s 136 e 137.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.

Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o
motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

Em geral, encargo ilícito ou impossível considera-se não escrito, mas


se for interpretado como a própria finalidade do negócio todo esse se
invalida.

CONDIÇÃO

Conceito: trata-se de um elemento acidental previsto segundo a


vontade das partes, (art. 121) consistente em um evento futuro e incerto que
subordina ou resolve a eficácia jurídica do negócio.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade
das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

Futuridade e incerteza.
A incerteza que caracteriza a condição refere-se a ocorrência do fato.
A morte é uma condição? Em geral a morte não é uma condição.
(quando há certeza da ocorrência é termo). Mas se limitar no tempo o
período em que a more deva ocorrer converter-se-á em condição.

CLASSIFICAÇÃO DA CONDIÇAO

Quanto ao modo de atuação:

1.Suspensiva: é aquela que subordina o início da eficácia jurídica do


negócio(art 121) cumulado com o art. 125; já a condição resolutiva é
aquela que quando implementada, resolve ou desfaz os efeitos jurídicos do
negócio: art. 127 e 128.
2. Clausula resolutiva. Art. 127/128.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio
jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.

Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito
a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua
realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados,
desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-
fé.

Obs o art. 125 do CC deixa claro que a condição suspensiva


enquanto não implementada paralisa não apenas a exigibilidade mas
também os direitos e deveres decorrentes do negócio.

Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva,


enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

O prof. Caio Mario, na sua obra INSTITUIÇOES DE DIREITO


CIVIL, adverte quanto a possibilidade de haver pagamento indevido,
quando este é realizado antes do implemento da condição suspensiva. Isso
porque enquanto não for verificada a condição não há direitos e obrigações
recíprocos.

Quanto á licitude nos termos do art. 122 CC.

Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública
ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o
negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Lícita.
Ilícita – contrária a lei, ordem pública, bons costumes.
Interpretando o art. 123 do CC, concluímos que uma condição ilícita
(ou de fazer coisa ilícita, invalida todo o negócio jurídico).
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:

I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;

II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;

III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.

Pereplexa – é aquela contraditória em seus próprios termos que priva


o negocio jurídico totalmente de seus termos. Ex: alugo apartamento sob a
condição de nele não morar.
Puramente potestativa – também é considerada ilícita a condição
puramente potestativa, não confundir com a condição simplesmente
potestativa que e lícita.
A condição puramente potestativa, vedada por lei e de natureza
ilícita é aquela que faz depender os efeitos do negócio ao exclusivo arbítrio
de uma das partes.
Obs: Vale lembrar a existência de situações excepcionais em que
prevalece a exclusiva vontade de uma das partes como condição de eficácia
do negócio jurídico. Ex: art 99 do CDC.

A condição simplesmente potestativa admitida pelo nosso sistema


embora dependa da vontade de uma das partes não é abusiva porque se
correlaciona a outros fatores circunstanciais.
O que seria condição promiscua?
É aquela que nasce simplesmente potestativa e se impossibilita por
uma circunstancia superveniênte.

Quanto a origem:

Potestativa: ( se origina da vontade da parte).


Mista : é aquela que deriva da vontade da parte e do ato de um
terceiro.
Casual – depende de um fato da natureza.

TERMO

Conceito: Termo é um acontecimento futuro e certo que interfere na


eficácia jurídica do negócio. Em geral o termo é uma data, quanto ao modo
de atuação o termo pode ser inicial ou final.
Quanto a origem o Termo pode ser convencional, quando fixado pela
vontade das partes, legal quando determinado por lei, e o termo pode ser de
graça, é mesmo judicial fixado pelo juiz, em decisão ou sentença. (comum
no juizado).
O termo inicial não é igual a condição. O art 131 do CC estabelece
que diferentemente da condição suspensiva. Art.125, o termo inicial, posto
suspenda a exigibilidade do negócio, não impede a aquisição dos direitos e
obrigações dele decorrente.

9ªAULA 24/09/2009.

PRESCRIÇAO E DECADENCIA.
Termo de
vencimento
Ação prescreve
Nasce a pretensão
A prescrição não ataca o direito de
ação, processualmente concebido,
o que prescreve em verdade é a
pretensão.
Prazo de
prescrição
NJ
DIREITO
A PRESTAÇÃO

Nos termos do art. 189 do CC, regra de clareza meridiana,


concluímos que a pretensão nasce no dia em que o direito a prestação é
violado e morre no último dia do prazo prescricional.

PRETENSÃO: conceito: a pretensão é o poder jurídico conferido ao credor


de coercitivamente ao cumprimento da pretensão violada.
Art. 27 o CDC já se referia à prescrição atacando a pretensão.

O código civil inaugura na disciplina em seu art. 189.


CAPÍTULO I
Da Prescrição

Seção I
Disposições Gerais

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição,
nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Todo prazo prescricional está previsto em lei, no código de 2002, estão no
art. 205 e 206, os demais prazos do código civil de 2002 são decadenciais.

Prazos prescricionais extintivos da pretensão.


Seção IV
Dos Prazos da Prescrição

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

Art. 206. Prescreve:

§ 1o Em um ano:

I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio


estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;

II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para
responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este
indeniza, com a anuência do segurador;

b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;

III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos,
pela percepção de emolumentos, custas e honorários;

IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do
capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o
laudo;

V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes,


contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.

§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se
vencerem.

§ 3o Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;

II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;

III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis,
em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;

IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

V - a pretensão de reparação civil;

VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo


da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto,
contado o prazo:

a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;

b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao


exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela
deva tomar conhecimento;

c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;

VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento,


ressalvadas as disposições de lei especial;

IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de


seguro de responsabilidade civil obrigatório.

§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.

§ 5o Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;

II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e


professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação
dos respectivos contratos ou mandato;

III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo

Art. 205 – 10 anos


Art. 206 prazos especiais.

Obs: o STJ, em recente julgado, (RESPE 1.137354) firmou entendimento


no sentido de que o prazo prescricional para se formular pretensão contra a
fazenda pública é de 03 anos.

DECADENCIA OU CADUCIDADE

Não se refere a direitos com conteúdo prestacional, mas sim a


direitos potestativos.
Direito potestativo, nada mais é do que um direito de sujeição, ao
exercer um Direito Potestativo, o seu titular simplesmente interfere na
esfera jurídica alheia sem que essa pessoa nada possa fazer.

PRAZO DECADENCIAL.

É o prazo para o exercício de um direito potestativo. O prazo decadencial


pode ser legal ou convencional.
EX: o direito de anular negócio jurídico por erro, dolo, é um direito
postestativo.

Art. 178, prazo decadencial legal.


Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se
realizou o negócio jurídico;

III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Prazo decadencial convencional.

CAUSAS IMPEDITIVAS, SUSPENSIVAS E INTERRUPTIVAS DO


PRAZO PRESCRICIONAL.

Obs: em regra, tais causas referem-se a prazos prescricionais, todavia por


exceção observamos a previsão de causa impeditiva de decadência no art.
26 § 2º do CDC.
SEÇÃO IV
Da Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.

§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou


do término da execução dos serviços.

§ 2° Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de


produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma
inequívoca;

II - (Vetado).

III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar


evidenciado o defeito.
É um caso de suspensão de prazo decadencial.

Causas que suspendem ou impedem art. 197 a 199.

Art. 197, I não corre a prescrição por causa suspensiva ou impeditiva.


Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição

Art. 197. Não corre a prescrição:

I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;

III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:

I - pendendo condição suspensiva;

II - não estando vencido o prazo;

III - pendendo ação de evicção.

Causas que interrompem art. 202.


Obs: o prazo é integral.
Seção III
Das Causas que Interrompem a Prescrição

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a


promover no prazo e na forma da lei processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;


VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito
pelo devedor.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a


interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

Art. 202.
A prescrição interessa ao devedor.
A interrupção da prescrição só pode ocorrer uma única vez, consoante o
art. 202 § único.

Obs: interpretando o art. 202, I a doutrina processual brasileira, (Marcato)


observa que este dispositivo do Cód. Civil devera ser entendido em
consonância com o art. 219 do CPC no sentido da retroatividade da eficácia
interruptiva do despacho citatório.

Último dia do citação


Prazo prescricional

Art. 202.

II – medida cautelar

III – protesto cambial – titulo de credito. Súmula 153 – protesto não


interrompe prescrição. – perde a eficácia.

VI – confissão de dívida.

V - exemplo: interpelação, notificação judicial.

OBs : há um proj. de Lei nº 3293/2008 de Celso Russomano, que pretende


estabelecer que notificação extrajudicial também interrompa a prescrição.

CARACTERISTICA E ASPECTOS RELEVANTES DA PRESCRIÇAO E


DECADENCIA
Prazos prescricionais, não podem ser alterados pela vontade das
partes, Já os decadenciais, por obvio, apenas os convencionais admitem
alteração.

A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela


parte interessada (art. 193) já a decadência legal deve ser reconhecida de
oficio (art. 210). E a convencional alegada pelo interessado, em qualquer
grau de jurisdição art. 211.

Pode ser a prescrição ser declarada de ofício pelo juiz?

O direito positivo brasileiro no seu art. 219 § 5º do Cód. Processo


civil firma a seguinte regra: o juiz pode de oficio declarar a prescrição.
No entanto, no código civil há um dispositivo art.º 191 CC que diz:
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita,
sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se
presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.

O enunciado 295 da 4ª jornada de direito civil, com propriedade,


estabelece que a previsão normativa do reconhecimento de ofício da
prescrição não retira do devedor a faculdade da renúncia a sua defesa.

Para processos e andamento, em respeito ao principio da


cooperatividade é recomendável que o juiz, antes de pronunciar a
prescrição conceda prazo para que o autor e réu se manifestem. O credor
(autor) poderá demonstrar não ter havido prescrição e o devedor renunciar
a ela. Caso o réu não se manifeste no prazo, deverá o juiz pronunciá-la de
ofício.
Obs: recomendação da leitura: ler no material de apoio um texto do
prof. Arruda Alvim, a respeito da contagem de prazo no Cód. De 2002. art.
2028.
O que é prescrição intercorrente?

Na linha de pensamento do prof. Arruda Alvim trata-se da prescrição


que se espera no bojo do próprio procedimento estando a pretensão já
deduzida em juízo.

5 anos 5 anos

Prescrição dentro do
Pretensão deduzida no processo
prazo prescricional
No direito tributário, nos termos da lei 11051/04 que mudou a lef art.
40 § 4º. Foi admitida expressamente a prescrição intercorrente.
Em geral a tese da prescrição intercorrente não é pacificamente
aceita no processo civil, mormente porque a paralisação do processo pode
decorrer do próprio judiciário. No agrg 681909/PE, respe 827948/SP e
súmula 106 do STJ.
Obs: excepcionalmente, a teoria estudada é aplicada pelo direito
processual, a exemplo da súmula 264 do STF referente a ação rescisória e
da execução de título judicial.

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Conceito: Trata-se de conjunto de normas que regula a relação


pessoal e patrimonial entre credor e devedor incumbindo a esse ultimo uma
prestação de dar, fazer ou não fazer, respeitada segundo o principio da
dignidade da pessoa humana, a sua dimensão existencial (respeita o
patrimônio mínimo).

Relação obrigacional
C D
Sujeito obrigação sujeito
Ativo passivo

A palavra obrigação tanto pode referir-se, em sentido estrito, ao


próprio dever imposto ao devedor, como também em sentido amplo, pode
traduzir a própria relação obrigacional.
Diferença entre obrigação Propter rem (ob rem) e obrigação com eficácia
real?
É uma obrigação mista porque tem característica de relação real e
pessoal. Esta obrigação vincula-se a uma coisa acompanhando-a,
independentemente de quem seja o devedor, ver (respe 846187 de SP).

Ex: pagar Iptu e condomínio.


A obrigação com eficácia real por sua vez é simplesmente uma
obrigação registrada em cartório na forma da lei e que passa a ter
oponibilidade “erga omnes”, consoante art. 8º da lei 8245/91 lei do
inquilinato.

Direito de preferência.
O que é obrigação natural?

Trata-se de uma obrigação imperfeita, porque desprovida de


exigibilidade jurídica. Dica para mestrado (Sergio Condo) Laud editora, a
obrigação material, elementos e teoria.

Ex: dívida de jogo, dívida prescrita, embora desprovida de coercibilidade, a


obrigação natural produz o efeito da solutio retencio, retenção do
pagamento. Art. 882 do CC.
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação
judicialmente inexigível.

Em direito das obrigações com a diferença entre SHULD que traduz


o débito e HAFTUNG que traduz a responsabilidade patrimonial.

Aula nº. 10 01/10/2009.


Não integra a estrutura do negócio jurídico, mas faz nascer à obrigação.

Fonte fato Juridico

Relação obrigacional
C D

Estrutura
Elemento ideal ( imaterial)
Elemento objetivo
Elemento subjetivo

“a fonte da obrigação é o fato jurídico que faz surgir a obrigação


obrigacional”.

Fonte Fato jurídico

Classificação clássica (Gaio).


Contrato
Quase contrato
Delito Dolosos.
Quase delito. Crime culposo.
Promessa de recompensa, não é contrato, declaração de vontade unilateral,
mas gera obrigação.
- Atos negociais. ( Contrato).
- Atos não negociais. (Promessa de
recompensa).

Classificação moderna:
Atos ilícitos.

A ESTRUTURA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL (obrigação)

pode ser decomposta em três elementos:

1. elemento ideal (imaterial) vínculo abstrato que une o credor ao


devedor.

2.Elemento objetivo. Prestação.

3. Elemento subjetivo – sujeitos determinados ou determináveis.

Obs: no que tange ao elemento subjetivo, a indeterminabilidade ativa ou


passiva é sempre relativa ou temporária.
Ex: título ao portador. Promessa de recompensa, aceitável
indeterminabilidade do credor.

Obrigação Propter Rem ( obrigação) – certa indeterminabilidade na


obrigação propter rem, exemplo condomínio.

“Denomina-se obrigação ambulatória aquela em que poderá haver


mudança potencial de credor ou devedor”.

O elemento objetivo de uma relação obrigacional é a prestação.

Prestação é a atividade do devedor voltada a satisfação do direito do


credor.

Para que a obrigação seja perfeita a prestação deverá ser lícita,


possível determinada ou determinável.

Na linha de pensamento do jurista italiano Emilio Betti é preciso


observar, numa perspectiva de respeito à eticidade para minimizar a “crise
de cooperação” entre credor e devedor, a necessidade imperiosa de que as
partes atuem em equilíbrio e harmonia, incidência da boa-fé objetiva.
Um exemplo prático da aplicação deste pensamento encontra-se no
instituto anglo saxônico do DUTY TO MITIGATE que acentua a
necessidade de cooperação entre as partes.
Trata-se do dever de mitigar imposto ao próprio credor, para não
amplificar a zona de dano do devedor. Ex: acidente de automóvel,
sobrevém fogo e o credor, podendo evitar o fogo deixa queimar o carro
para aumentar o dano.

CLASSIFICAÇAO BÁSICA DAS OBRIGAÇOES

A classificação básica das obrigações que toma por referência a prestação


comporta o seguinte quadro esquemático.
Coisa certa
dar

Positivas Coisa incerta

fazer
Obrigações

Negativas Obrigação de não fazer

OBRIGAÇÃO DE DAR: É aquela que tem por objeto a prestação de coisa,


e o vocábulo dar, basicamente tem 03 sentidos.

1. Transferir a propriedade da coisa.


2. Transferir a posse ou detenção da coisa,
3. Restituir a coisa (contrato de depósito.).

OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA. A obrigação de dar coisa certa


regulada a partir do art. 233 é aquela que diz respeito à coisa específica ou
individualizada.

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Art. 234.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes;
se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e
danos.

Antes da tradição, se houver culpa responderá pelo equivalente, mais


perdas e danos.
Art. 235. Se a coisa se deteriorar, sem culpa do devedor, o credor,
poderá aceitar a coisa abatido o preço.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Se a coisa se deteriorar por culpa do devedor, poderá o credor
exigir o equivalente mais perdas e danos, ou aceitar a coisa mais
perdas e danos.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a
coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização
das perdas e danos.

Ainda nas obrigações de dar especialmente coisa certa,


ganham relevo dois princípios do direito das obrigações: a
especialidade ( art. 314) e a indivisibilidade do pagamento art. 313
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor
ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.

Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida,
ainda que mais valiosa.

OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA. A obrigação de dar


coisa incerta, tipo de obrigação genérica é aquela que nos termos
do art. 243 do CC, é indicada apenas pelo gênero e pela
quantidade. Ex: gado Bovino.
Obs: a doutrina brasileira, capitaneada por Álvaro Vilaça
Azevedo Critica a dicção legal afirmando que mais correto seria
dizer que a obrigação de dar coisa incerta é aquela indicada pela
espécie e quantidade. EX: feijão.
A indeterminabilidade é temporária, deverá ser indicado. A
indeterminabilidade deste tipo de obrigação é temporária, uma vez
que até o pagamento devera ser indicada a qualidade da coisa
(concentração do débito) ou da prestação devida.

Quem escolhe a qualidade da coisa?


Nos termos do art. 244, a escolha é feita pelo devedor, mas
tem que fazer a escolha pela média.
Obs: no que tange ao ditado segundo o qual o gênero nunca
perece, consagra-o o art. 246, criticado pela doutrina e objeto de
proposta de reforma nos termos do projeto de lei original de
mudança do código civil

OBRIGAÇÃO DE FAZER.

Conceito: as obrigações de fazer, reguladas a partir do art.


247, são aquelas em que interessa ao credor a própria atividade do
devedor (prestação de fato).
Prestações fungíveis e prestações infungíveis.

Art. 249§ único. Realiza i serviço e demanda quem deveria fazer.

A OBRIGAÇAO DE NÃO FAZER

Tem por objeto uma prestação negativa, um comportamento


omisso do devedor. Ex: de não construir acima de determinada
altura, obrigação de não concorrência.
Obs: o professor Guilherme Nogueira da gama lembra que a
obrigação de não fazer pode ser temporária como não explorar
determinada atividade por cinco anos.
Quebra de boa-fé objetiva pós contratual venda de imóvel
com vista pro mar, e a mesma construtora posteriormente constrói
outro prédio que impede a vista do primeiro prédio construído.

Art. 250 ex: notificação para fazer muro.

Art 251. CAPÍTULO III


Das Obrigações de Não Fazer

Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.

Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,


independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

CLASSIFICAÇAO ESPECIAL
Ver no material de apoio a abrangente classificação especial das
obrigações. Em sala, de aula iremos nos dedicar aos tipos mais
importantes para concurso público.
1.obrigaçoes alternativas
2.Obrigações facultativas.
3.Obrigações de meio
4. Obrigações de resultado.
5. Obrigação divisível.
6.Obrigação indivisível.
7.Obrigação solidária.

Obrigações alternativas.

São aquelas que, tem por objeto duas ou mais prestações


excludentes entre si, de maneira que o devedor se exonera
cumprindo apenas uma delas, á sua disciplina é feita a partir do
art.252 do CC.
A obrigação principal nasce múltipla, o devedor se exonera,
pagando uma coisa ou outra.
No material de apoio, foi feito um quadro esquemático
detalhando explicativo da impossibilidade total ou parcial da
obrigação alternativa.

Obrigação facultativa.

É uma construção doutrinária. A obrigação é facultativa


quando, a despeito de ter objeto principal único, e reconhecendo ao
devedor a faculdade de substituição por uma prestação subsidiaria.
O credor não tem o poder de exigir a prestação subsidiária.
Obs: Orlando Gomes observa que se o objeto único e principal da
obrigação perece, a relação acaba, não cabendo ao credor exigir a
prestação facultativa.

Obrigação de meio e resultado

A obrigação de meio é aquela em que o devedor se obriga a


empreender a sua atividade sem garantir o resultado esperado.
Já a obrigação de resultado é aquela em que o devedor se
obriga não apenas a empreender a atividade, mas principalmente
produzir o resultado esperado pelo credor.
Obs: o cirurgião plástico (cirurgia estética) posto médico
assume obrigação de resultado, ver recente julgado do STJ estética
( agrg no ag 1132743)RS

Cirurgia de miopia a lazer é meio ou resultado?

Obs: Há na jurisprudência, especialmente no TJ minas,


entendimento no sentido de que a cirurgia a laser para a correção
de miopia traduz obrigação médica de meio. Assim sendo, em tese,
só haveria espaço para a responsabilidade civil em caso de piora da
visão (sobre a matéria ver noticia no site consultor jurídico de
20/09/2008.).

Aula nº 11

06/11/2009

Obrigações divisíveis e indivisíveis, art. 257, e 258 CC. As


obrigações divisíveis são aquelas que admitem o cumprimento
fracionado da prestação, já as indivisíveis só podem ser cumpridas
por inteiro.
CAPÍTULO V
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível,


esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou
devedores.

Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa
ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem
econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.

A d1

B d2
devedor
C d3

D d4

C1
C2 D
C3
Art. 258, para a doutrina, em geral a indivisibilidade poderá
ser natural, legal, ou convencional.
Ex: dar um cavalo de raça. Zoneamento urbano,
determinados imóveis não podem ser fracionados. Módulo rural,
indivisível por força de lei. Ou convenção (vontade das partes).

Nos termos do art.260 do CC, havendo pluralidade de


credores, o devedor, na obrigação indivisível, se também houver
solidariedade ativa entre os credores a caução de ratificação é
desnecessária.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida
inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:

I - a todos conjuntamente;

II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores

Exonera-se pagando a todos conjuntamente ou todos a um só


desde que lhe seja apresentada caução de ratificação.

Art. 260, art.263 – perde a qualidade de indivisível a coisa que


se resolver por perdas e danos.

D1
D2 OI credor Pagou R$30.000,00
D3

O animal pereceu! Perde a qualidade de indivisível. Se o


perecimento foi causado por culpa do de todos os devedores,
responderão por partes iguais.
Se só um for o culpado, responderá por perdas e danos
exonerando-se os outros.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e
danos.

§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas
perdas e danos

OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS.

Haverá solidariedade quando na mesma obrigação


concorrer uma pluralidade de credores ou de devedores, cada um
com direito ou obrigado por toda a dívida.

S.A.
R$300,00
C1 R$100,00
C2 R$100,00 D
C3 R$100,00

S.P. Se d1 pagar toda a dívida


R$300,00 Cabe ação regressiva contra
D1 R$100,00 Os demais
C D2 R$100,00
D3 R$100,00

A solidariedade não se presume, resulta da lei ou vontade das


partes. (art.265 CC).

Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

OBS: qual é a diferença entre obrigação solidária e obrigação


in solidum. (Venosa, Guilhermo Borda).
Obrigação in solidum, é aquela em que os devedores estão
vinculados pelo mesmo fato jurídico sem que haja solidariedade
entre eles.

Ato ilícito, incendiário e seguradora

Solidariedade ativa: indivisibilidade tem relação com o objeto.


A solidariedade refere-se aos sujeitos.
Obs: pouco freqüente é a situação de solidariedade ativa
por força de lei. Mas há alguns exemplos. Art. 12 da lei 209 de
1948. art.2º da lei 8245/91(locações) ex: solidariedade ativa
convencional, contrato bancário de CC conta conjunta.
Respe 708612 RO.

A responsabilidade é pessoal quando além do saldo.


Art. 272.
Seção II
Da Solidariedade Ativa

Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos
outros pela parte que lhes caiba

Solidariedade passiva. (art. 275 CC)

Seção III
Da Solidariedade Passiva

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.

Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo


credor contra um ou alguns dos devedores

Qualquer dos devedores pode pagar toda a dívida ou sua cota


parte.
A lei prevê solidariedade passiva, consoante o art. 932 CC. É
comum contratos de locação que prevêem solidariedade passiva
entre locador e o devedor afiançado (SP convencional).
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;

II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do


trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por


dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;

V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente


quantia.
Nos termos do art. 281 do CC o devedor demandado
pode opor ao credor defesas comuns a todos os devedores ( ex:
prescrição e as suas defesas pessoais. Não pode utilizar defesa
pessoal de outro devedor).

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem
pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 279

Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários,


subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde
o culpado

Todos respondem pelo equivalente (preço pago).

Nas perdas e danos responde apenas o culpado.

QUESTÕES ESPECIAIS ENVOLVENDO SOLIDARIEDADE.

O idoso como credor de alimentos, os legitimados são


credores solidários.
Solidariedade nos alimentos e estatuto do idoso. Acidentes de
transito (solidariedade). Existem julgados no STJ reconhecendo
solidariedade entre o proprietário e o condutor do veículo. Resp
577902 DF.
Para facilitar a mantença do idoso conforme decidiu o
respe 775565/SP qualquer dos parentes legitimados poderá ser
compelido a pagar o por estarem em solidariedade passiva.
Alimentos dos filhos, primeiro devedor são os pais,
subsidiariamente os avós.

Diferença entre remissão da dívida e renúncia a


solidariedade.
Para compreender precisamos nos debruçar, nos art. 277 e
282 CC, sendo recomendável também a leitura dos enunciados 349
e 351 da IV jornada de direito civil.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida
não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.

Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de


todos os devedores.
TEORIA DO PAGAMENTO

Pagamento traduz o cumprimento voluntário da prestação


devida.
devedor
Condições subjetivas Quem deve pagar
Art. 304/309 CC interessado
terceiro
Não interessado

pagamento
A quem se deve pagar Credor/terceiro

Credor
Tempo do pagamento. Aparente
Condições objetivas Putativo
Lugar do pagamento

Objeto do pagamento

Prova do pagamento

O terceiro interessado tem um interesse jurídico em pagar.


Ex: fiador, avalista.

Caso o terceiro interessado terá, não apenas direito ao reembolso,


mas terá ainda o direito de se subrogar em todos os “direitos, ações,
privilégios e garantias do credor subrogado”.
O terceiro não interessado tem o direito ao reembolso quando o
terceiro não interessado paga em seu próprio nome, terá pelo menos direito
ao reembolso do que pagou; se pagar em nome do próprio devedor não terá
direito a nada.
OBS: nos termos do art.306 do C civil a oposição ao pagamento feito
por terceiro é juridicamente impossível.

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do


devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a
ação.
O devedor quando se opuser ao pagamento deve fundamentar.

A quem se deve pagar?

O pagamento feito a terceiro se o credor ratificar o pagamento ou


haver comprovação de que o pagamento reverteu em proveito do credor.
Art. 309 CC, teoria da aparência.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois
que não era credor.
Credor putativo apresenta-se como se fosse o devedor.
Obs; lembra-nos Guilherme Nogueira da Gama que na mesma linha
de aplicação de teoria da aparência, é válido também o pagamento feito á
mandatário ou procurador putativo.

CONDIÇÕES OBJETIVAS

1. O tempo do Pagamento é o dia do vencimento da dívida. Todavia não


tendo vencimento certo, as obrigações podem ser exigidas de imediato, nos
termos do art. 331 e 332 do CC.
Seção V
Do Tempo do Pagamento

Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o
pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.

Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição,


cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.

Ler o art. 333 que cuida das hipóteses de antecipação do vencimento da


dívida.
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo
estipulado no contrato ou marcado neste Código:

I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;

II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;

III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou


reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se
reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.

Obs: no caso do mútuo de dinheiro há regra específica nos termos do


art. 592 II, não estipulado o vencimento, o mutuário tem 30 dias para pagar.

2. Lugar de pagamento.

Nos termos do art.327 do código civil a regra geral é no sentido de


que o lugar de pagamento é o domicílio do devedor. Dividas quesíveis ou
quérable. Quando a obrigação tiver de ser paga por exceção no domicílio
do credor a dívida é portável ou portable.

Art. 327. Parágrafo único, a escolha é do credor se vários forem os


lugares de pagamento.
Seção IV
Do Lugar do Pagamento

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes


convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou
das circunstâncias.

Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

Art. 330.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do
credor relativamente ao previsto no contrato.
A regra proibitiva do venire contra factum proprium em atenção a
boa-fé objetiva veda comportamento contraditório e poderia servir como
fundamento do art. 330 CC.

Aula nº12 08/10/2009.

Dívida R$300,00
D1 O credor demandou, exigiu R$100,00
C D2 R$200,00 e deu quitação; art. 275.
D3

Condição objetiva
Prova do pagamento: a prova do pagamento opera-se por meio de um
ato jurídico cujos requisitos estão no art. 320 do CC. Ato este denominado
quitação. Art. 319, art. 320 CC.

Presunções de pagamento: mesmo não havendo quitação, consoante


art. 322 a 324 do CC, são presunções relativas em face do devedor. Art.
322 à 324 CC.

Objeto do pagamento. Art. 313 do CC.

OBS: o art. 315 do CC consagra o princípio de nominalismo segundo


o qual o devedor se libera pagando a mesma quantidade de moeda prevista
no título obrigacional. Entretanto, dada a existência de inflação esta regra é
mitigada por mecanismos de correção monetária.

A Lei 6899/81 estabeleceu a incidência da correção monetária nos


débitos decorrentes de decisão judicial. De lá pra cá inúmeros índices
oficiais de correção foram consagrados, (TR, INPC, IPCA).

Moeda estrangeira pode ser usada como índice de correção?

Excepcionalmente é admitida a variação cambial como índice de


correção monetária. Art. 6º da lei 880/94 (ver também agrg no ag
845988/sp).

Salário mínimo pode ser utilizado como índice de correção?

A despeito da polemica, autores como Maria Berenice Dias,


defendem dada a simplicidade e precisão a atualização da obrigação
alimentar pelo salário mínimo ademais o próprio STF segue essa linha RE
274897 e o próprio CPC em seu art. 475 que no § 4º. Admitiu a utilização
do salário mínimo como critério de fixação de alimentos decorrentes de ato
ilícito.
O art. 316 a despeito da sua perigosa redação é defendido por alguns
autores a exemplo de Mário Delgado que afirma tratar-se de uma regra
consagradora da correção monetária.

Capitalização composta. Anatocismo .(juro sobre juro).

Tabela Price?
Sistema francês de amortização, criada pelo Richard Price, prevê
uma fórmula de cálculo de juros em empréstimos ou financiamentos por
meio do qual mantem-se a homogeneidade das prestações ao longo do
contrato.
Autores como Luiz Scavone junior, sustentam que a ilegalidade da
tabela afirmando existir anatocismo.
O STJ, conforme podemos ver no ag rg no respe 1.021962/sp tem
dito que a legalidade ou não da tabela price é questão de matemática
financeira a ser solucionada no caso concreto.
Resp 494.377/sp;

FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO


Veremos em sala as formas mais complexas e importantes, temas
mais simples como confusão e remissão, e consignação, transação, e
arbitragem não integram o conteúdo do curso.
PAGAMENTO COM SUBROGAÇÃO.
Subrogação significa substituição. O pagamento com subrogação
regulado a partir do art. 364 do CC, traduz a idéia de cumprimento da
dívida por terceiro: sai o credor originário e ingressa o terceiro que pagou a
dívida.

C T C F

D D

Espécies de pagamento por subrogação

Pagamento com subrogaçao legal ( art. 346)

C T

D
II – do adquirente do imóvel hipotecado que.

50.000
T Itaú

III - ex. fiador


No pagamento com subrogação convencional, a substituição de
devedores depende da celebração de um contrato.

Pagamento com subrogação convencional (art. 347).

I– C T (semelhante desconto de duplicata.)

D
II - Bancos oficiais

C D T (mutuante) quem empresta

BNDES

O art. 349 estabelece que na subrogação haverá trasferência ao


credor de todas as ações, privilégios e garantias do credor primitivo.

C (credor originário). F Fiador (terceiro interessado).

R$100

D
Se o credor aceitar um desconto, 8000 por exemplo, o novo credor
poderá cobrar do devedor 10.000 ou 8.000?
Na linha do art. 593 do código de Portugal, e o art. 350 estabelece
que o novo credor ao se subrogar na posição do credor originário só poderá
exigir o pagamento do que efetivamente desembolsou.

IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO

Segundo a doutrina do professor: Alvaro Vilaça Azevedo, a


imputação do pagamento consiste na determinação ou indicação para efeito
de adimplemento dentre dois ou mais débitos líquidos, vencidos e da
mesma natureza.
R1 – ouro – art. 352 CC a escolha preferencialmente deve ser feita
pelo devedor.

R2 – prata – 353 – Credor

R3 Bronze – imputação legal do pagamento, nos art. 354 e 355.

Obs: se todas as dívidas nos, termos do art. 355 forem


vencidas ao mesmo tempo e igualmente onerosas, o Código Civil não traz
solução em nível doutrinário, por princípio de equidade e por segurança
jurídica sugira a mantença do revogado art. 433, item IV do revogado
Código Comercial. Segundo o qual o pagamento seria feito
proporcionalmente em todas dívidas.

Dação em pagamento

C R$1000,00 D

Chamada (datio in solutum). Conceito: trata-se de uma forma


especial de pagamento regulada a partir do art. 356, por meio da qual o
credor consente em receber prestação diversa da que lhe é devida.

Requisitos da dação em pagamento.

Vencimento da dívida, entrega de uma prestação diversa, o animus


solvendi do devedor.
O consentimento do credor.
Evicção. Perda.

Conceitualmente a evicção traduz a situação em que o adquirente da


coisa perde a sua propriedade em virtude do reconhecimento do direito
anterior de outrem.

Evicto é quem perde a coisa. Art. 359 CC

Dação

O credor perde o carro por evicção e o devedor volta a dever o carro.


Mas se o barco for vendido

Nos termos do art. 359 do CC deve ficar claro que o


restabelecimento da obrigação primitiva não pode prejudicar terceiro de
boa-fé. Assim caso em possível restabelecimento da 1ª obrigação resolver-
se-á em perdas e danos. Caso a dação não implique satisfatividade imediata
do credor a exemplo da entrega de títulos de crédito (art. 358) estamos
diante da denominada ação pro solvendo (dação por causa ou em função de
pagamento) Flavio Tartuce.

O que é adimplemento substancial?

Desenvolvida no direito anglo saxônio, esta teoria sustenta que não


se deve considerar resolvida a obrigação quando a atividade do devedor
posto não haja sido perfeita ou atingido plenamente o fim proposto
aproximar-se consideravelmente do seu resultado final.
O próprio STJ começa a sofrer influencia dessa teoria conforme
vemos no respe 415971 SP e no RESPE 469377 de SC.

Aula nº13
27/10/2009.

3ª feira á noite

NOVAÇÃO. –
É um instituto que tem raiz no direito romano.É um ato de eficácia
complexa.
Conceito: opera-se a novação quando por meio de uma estipulação
comercial, cria-se uma obrigação nova destinada a substituir e extinguir a
obrigação anterior.
Não existe novação por força de lei, toda novação pressupõe a
vontade das partes.
Na novação celebra-se um novo contrato.

Requisitos da novação:

1ª. Existência de uma obrigação anterior. Nos termos no art.367 do


CC, vale lembrar que uma obrigação simplesmente anulável pode ser
novada, mas a obrigação nula ou extinta não poderá.
obs: uma 1ª corrente doutrinaria nega a possibilidade de se novar obrigação
natural (clóvis Beviláqua). Todavia forte é o entendimento no sentido da
admissibilidade de se novar obrigação natural, (marcel Planiol)
o § 1º do art. 814 do Código Civil reforça a 2ª corrente.

2ª. A constituição de uma obrigação nova substancialmente diversa


da primeira. (é preciso que haja a Liquid Novi).

3ª Para que haja novação , animus novandi, a intensão de novar.obs.


O STJ, amparado na súmula 286 de nítida inspiração ávida do principio da
função social já formou entendimento segundo o qual a renegociação da
dívida ou até mesmo a novação não impede a rediscussão de cláusulas
abusivas, ver no material de apoio no ag rg 801930 de SC.
A impugnação da clausula abusiva mantido após renegociação ou a
novação da dívida não viola a regra proibitiva do venire, uma vez que o
comportamento da parte que se insurge é justificada pelos princípios da
função social e da boa-fé objetiva.

ESPECIES DE NOVAÇAO:

1º) OBJETIVA (real) art. 360, I do Código Civil.

2º) SUBJETIVA (art. 360, II e II do Código Civil).


A novação subjetiva pode ser ativa ou passiva.

A novação objetiva é aquela em que as mesmas partes criam uma


obrigação nova destinada a substituir e extinguir a obrigação anterior.
Na novação subjetiva ativa um novo credor sucede ao antigo,
considerando-se criada a partir daí obrigação nova.
Na subjetiva passiva, ocorre uma mudança de devedores
considerando-se criada nova obrigação com o ingresso do devedor novo.
Na novação subjetiva passiva, a mudança de devedores pode se dar
de duas maneira:
1. por expromissão. Consoante art. 362 do CC. Na expromissão uma
nova obrigação é criada, como novo devedor independentemente
do consentimento do devedor antigo. Vale lembrar que a luz do
do art. 363, que, se o novo devedor for insolvente, o credor
somente terá ação regressiva contra o antigo, se este atuou de má-
fé na substituição.

2. Por delegação. O antigo devedor participa do ato novatório.

Efeito jurídico da novação: o efeito primordial é liberatório do


devedor pelo principio da gravitação jurídica, regra geral, extinta a
obrigação principal cai os seus acessórios (art..364 e 366 do CC).
Refis: o STJ, no ag rg nos embargos de declaração no resp 726293
do RS, relator ministro Luiz Fux, firmou entendimento no sentido de que
adesão ao refis traduz novação. Tal argumento pode reforçar a defesa em
processo criminal de sonegação fiscal para justificar a suspensão da
pretensão punitiva estatal enquanto estiver em curso o parcelamento.

COMPENSAÇÃO:
Forma de extinção da obrigação regulada a partir do art. 368, opera-se
quando as mesmas partes da relação obrigacional são ao mesmo tempo
credora e devedora uma da outra.
Obs.: não devo confundir compensação com confusão. Nesta última, na
mesma pessoa reúnem-se as qualidades de credor e devedor.
Existem 3 espécies de compensação.
1. Legal (deve ser declarada pelo juiz). Quando provocado e uma vez
reunido os requisitos previstos no Código Civil.
2. Compensação convencional. (decorre da autonomia privada e
independe dos requisitos previstos em lei).
3. Compensação judicial ou processual. É aquela reconhecida pelo juiz
no processo a exemplo da hipótese do art. 21 do CPC.

A compensação legal.

Requisitos:
1º) para que haja a compensação legal deve haver reciprocidade das
obrigações. (regra geral as mesmas partes devem ser reciprocamente
credora e devedora uma da outra).
Obs: abre-se uma exceção em favor do fiador nos termos do art. 371, na
medida em que mesmo não sendo parte recíproca na obrigação
principal, poderá compensar.
2º) para que haja compensação legal deve haver liquidez das dívidas.
3º) para que haja compensação legal as dividas devem estar vencidas.
4º) fungibilidade e homogeneidade dos débitos. Mesma natureza. Dinheiro
compensa com dinheiro.

Obs : no que tange a compensação legal, só o objeto das obrigações


diferirem na qualidade não será possível realiza-la. Consoante art. 370 do
Código Civil.

De acordo com o principio da autonomia privada desde que haja consenso


das partes envolvidas é possível haver compensação convencional ainda
que não seja observados todos os requisitos da lei. Em regra, a causa da
obrigação não importa para efeito de compensação. Todavia há situações
previstas no art. 373 do C, que a diferença de causa impede a compensação.

Obs: o STJ em situações excepcionais e justificadas tem admitido


compensação de débito alimentício, ver resp 982857/RJ. O próprio STJ
julgando o ag rg no ag 353291/RS assentou entendimento no sentido de
não poder o banco apropriar-se de salário do cliente como forma de
compensar-se da dívida.
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES.

1.Cessão de crédito
2. Cessão de débito (assunção de dívida)
3. cessão de contrato.

A cessão de débito é disciplinada a partir do art. 219 do Código


Civil. Consiste em um negócio jurídico por meio do qual o devedor com o
expresso consentimento do credor transmite a um terceiro o seu débito no
bojo da mesma relação obrigacional.
OBS: de acordo com a parte final do art. 299 do CC operada a cessão de
débito o antigo devedor se exonera, mas poderá ser novamente chamado se
o novo devedor for insolvente e o credor de nada saber.

CESSÃO DE CREDITO.

A cessão de crédito consiste em um negócio jurídico por meio do


qual o credor( cedente) transmite o seu credito a um terceiro (cessionário)
mantendo-se a mesma relação jurídica obrigacional com o devedor
(cedido).

Art. 286 CC.


Nos termos do art. 286 do CC, a regra geral é de que todo credor
pode ceder o seu crédito. Todavia, a seção do credito não será possível, se a
isso se opuser a natureza da obrigação. (obrigação alimentar não pode ser
cedida). Na mesma linha, a cessão também não será possível se houver
impedimento da lei (ex: art. 1749 II do CC).
Finalmente também não é possível à cessão do crédito se houver cláusula
proibitiva expressa no contrato celebrado com o devedor (clausula ou
PACTO NON CEDENDO).

O devedor deve autorizar a cessão de crédito? Embora o devedor não


tenha poder para autorizar ou não um cessão de crédito a luz do art. 290 do
CC em respeito ao principio da boa-fé objetiva e ao dever de informação
deve o devedor ser comunicado da cessão feito para que a mesma repercuta
em sua esfera jurídica.
Vale acrescentar que a comunicação da cessão ao devedor tem
relevância inclusive para que ele saiba a quem pagar e contra quem poderá
opor as suas defesas. ( art. 292 e 294).
O credor originário deve garantir a existência do credito, e de se
garantir a solvência do crédito.
Responsabilidade da cessão de crédito. Nos termos no art. 295 a 297
do CC, regra geral, o cedente deverá garantir apenas a existência do credito
que cedeu (neste caso a cessão é pro soluto). No entanto caso aceite
garantir também a solvência do devedor e o pagamento, poderá faze-lo
segundo sua autonomia privada caso em que a cessão é chamada pró-
solvendo.

Aula do dia 29/10/09


14ª aula de direito civil

CESSÃO DE CONTRATO

Segundo Emilio Betti, a cessão de contrato realiza a forma mais


completa de sucessão a titulo singular na relação obrigacional.
Diferentemente do que ocorre com a cessão de crédito e débito, na cessão
de posição contratual o cedente transfere sua própria situação jurídica no
contrato a um terceiro que passará a substituí-lo na relação originária.
Vale lembrar que posto a nossa codificação seja omissa, o código
civil de Portugal, a partir do art. 424 disciplina esta matéria.

TEORIAS EXPLICATIVAS E REQUISITOS DA CESSAO


1ª TEORIA DA DECOMPOSIÇAO OU ATOMISTICA

2ª TEORIA UNITÁRIA.

Para a 1ª teoria a cessão da posição contratual não se daria de forma


unitária, tais autores negavam a integralidade da cessão argumentando que
em verdade haveria um conjunto de cessões de débitos e créditos.
Já a teoria unitária sustentava que a cessão operaria a transferência
da posição contratual como um todo de maneira portanto unitária.
OBs: quando a lei impõe a cessão de um contrato situação atípica mas
juridicamente possível lei 6766/79 a cessão de contrato é chamada de
imprópria.

REQUISITOS DA CESSAO DE CONTRATO

1ª A celebração de um negócio jurídico entre cedente e cessionário.


2ª integralidade da cessão ( global) unitária.
3ª a anuência da outra parte.

Quando a outra parte não é ouvida, surge a chamado contrato de


gaveta.
OBS: a regra geral é no sentido de que a instituição financeira
especialmente no âmbito do sistema de Habitação deve anuir na cessão do
contrato. Ver material de apoio ag rg resp 934898/RJ.
Todavia, por exceção a lei 10150/00, nos ermos do seu art. 20,
admite a cessão sem a anuência da instituição financeira, legitimando assim
desde que observadas as condições da lei. Contratos de gaveta resp 6534/5
SC.

CLÁUSULA PENAL É DIFERENTE DE MULTA.

A clausula penal, também conhecida como pena convencional


consiste no pacto acessório pelo qual as partes de determinado negócio
fixam previamente a indenização devida em caso de mora de inobservância
de uma cláusula no contrato ou de total descumprimento da obrigação
principal. (clausula penal compensatória).
Função precípua indenizatória, compensatória antecipar a indenização
devida. Art. 408 409.

Nos termos do art. 410 do código civil na mesma linha do art. 1152
do código da Espanha, em caso de clausula penal estipulada para o total
inadimplemento da obrigação principal, o credor poderá alternativamente
cobrar o valor da clausula ou exigir o desempenho da obrigação principal.
Consoante o art. 41 do Código Civil.

Obs: se o prejuízo do credor ultrapassar o valor previsto na cláusula


penal, teria direito de pedir indenização suplementar?
Nos termos do § único do art. 416 ficou estabelecido que o prejuízo do
credor ultrapassar o valor da cláusula penal a indenização suplementar só
será possível se houver sido convencionada ( sem prejuízo de indenização
suplementar.)

REDUÇÃO DA CLAUSULA PENAL.

A redução da clausula penal é possível nos termos do art 413 do CC.


A redução da cláusula penal pode ser feita de oficio. Há uma carga de
ordem pública nessa matéria.

Numa versão clássica, mais adstrita a autonomia privada e a livre


iniciativa; nega-se ao juiz esta possibilidade, exigindo-se que seja
provocado. Modernamente, contudo a luz do principio da função social em
sua dimensão endógena, tem-se defendido a possibilidade de o juiz reduzir
a clausula de oficio. Enunciado 366 da 4ª jornada de direito civil.
Obs: ver no material de apoio artigo a respeito da súmula 381 do STJ
que proíbe ao juiz conhecer de oficio abusividade de cláusula em contrato
bancário.

CLAUSULA PENAL MORATORIA (Art. 411. CC)

É válida clausula penal que diga que o contratante perderá todas as


prestações pagas.

Inicialmente registramos que os consórcios têm disciplina específica


nos termos da lei 11795/08.

Para os contratos celebrados antes da entrada em vigor do CDC, este


tipo de clausula era mais facilmente sustentada. Entretanto, com a entrada
em vigor do CDC tornou-se judicialmente viável a impugnação deste tipo
de clausula. Resp 399123/sc. Resp 435608/PR.

TEORIA DO INADIMPLEMENTO

Inadimplemento: descumprimento da obrigação.

Inadimplemento relativo - Mora devedor (debendi solvendi).


Mora credor ( accipiendi credendi).

Inadimplemento absoluto.

Nos termos do art.394 do CC ocorre a mora quando o pagamento não é


feito no tempo lugar e forma convencionados.

Art. 400 CC efeitos da mora do credor.

Mora do devedor: a mora do devedor em geral traduz o retardamento


culposo da obrigação.

Com base na doutrina de Clovis Beviláqua, são requisitos da mora do


devedor.

1. Existência de uma divida liquida e certa.

2. O vencimento da dívida.
Regra geral, no direito brasileiro nos termos do caput do art. 397,
havendo vencimento certo a mora é automática ou “ex re”, segundo o
ditado dies interpellat pro homine.
Todavia teor do § único do art. 397 caso o credor precise comunicar ao
devedor constituindo-o em mora esta será “ex persona. ( precisa o credor
constituir o devedor em mora.

OBS: nos termos do ag rg do respe 1041543/RS, ficou assentado que a


jurisprudência da segunda sessão é pacífica no sentido de que na alienação
fiduciária a mora é ex re decore automaticamente do vencimento de
maneira que a notificação recebida pelo devedor é simplesmente
comprobatória de uma mora que já existe.

3º requisito da mora do devedor (culpa).

Finalmente é preciso que a mora do devedor só existiria se ainda houver


viabilidade no cumprimento tardio da obrigação. Caso não haja mais
viabilidade, nem interesse objetivo do credor(enunciado 162 da 3ª jornada).

Não haverá simples mora, mas sim descumprimento total da obrigação. Ver
§ único do art. 395.

EFEITOS DA MORA

Obs: segundo WBM, e na mesma linha MHD, havendo mera


simultânea (credor/devedor) deverá o juiz compensa-las.
A mora do devedor gera fundamentalmente dois efeitos:

1. responsabilidade civil pelo prejuízo causado ao credor consoante caput.


Art. 395.

2. Responsabilidade civil pela integridade da coisa durante a mora, que está


prevista no art. 399 ( perpetuatio obligaciones).

Durante o tempo em que estiver em mora, o devedor responde pela


impossibilidade da prestação, ainda que esta decorra de caso fortuito ou
força maior.

No entanto, caso a impossibilidade ocorra, poderá o devedor


defender-se, alegando isenção de culpa. (na mora) ou que o dano sobreviria
mesmo que a prestação fosse oportunamente desempenhada
Inadimplemento absoluto

1. Caso fortuito/força maior. (fato não imputável ao devedor).


2. Culposo (fato imputável ao devedor).

A regra geral do direito brasileiro é no sentido de que em havendo


inadimplemento fortuito. (por caso fortuito ou força maior). A obrigação é
extinta para ambas as partes sem responsabilidade civil. (art. 393);
Por outro lado se inadimplemento é culposo, sem prejuízo de
eventual tutela jurídica específica, poderá haver responsabilidade civil por
perdas e danos nos termos do art. 402 do Código Civil .

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