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A reforma e seus inimigos

Ao convocar uma “greve geral” contra a reforma da


Previdência, os inconformados com a democracia se
preparam para fazer o que melhor sabem: bagunça




Notas e Informações, O Estado de S.Paulo
14 de junho de 2019 | 03h00

Muito ainda se falará sobre o relatório da reforma da Previdência, lido


ontem na Comissão Especial da Câmara. Lá estão as linhas gerais do
que poderá ser encaminhado para votação, no Congresso, com vista a
mudar o sistema de aposentadorias, cujo déficit crescente consome
grande parte do Orçamento federal, o que ameaça inviabilizar em breve
o próprio funcionamento do Estado. Agora que a reforma começa a
tomar forma, poderá ser discutida em todas as instâncias
democráticas, nas quais sofrerá as mudanças que os representantes
eleitos diretamente pelos cidadãos julgarem necessárias.

Enquanto isso, os inconformados com a democracia se preparam para


fazer o que melhor sabem: em lugar de encaminhar suas reivindicações
pelos meios próprios da política institucional, preferem apelar para a
bagunça.

Centrais sindicais e movimentos ditos sociais convocaram para hoje


uma “greve geral” de protesto contra a reforma da Previdência. As
aspas são necessárias. Como sempre, a estratégia é conseguir paralisar
parte do transporte público, impedindo os brasileiros de chegarem a
seus locais de trabalho – e, assim, esses trabalhadores que não querem
fazer greve serão contabilizados como “grevistas” pelos profissionais do
caradurismo. Além disso, a tal greve foi marcada para uma sexta-feira,
tornando-se na prática uma antecipação do fim de semana. Muitos
“grevistas” certamente vão discutir alegremente a reforma da
Previdência na mesa do bar, nessa “happy hour” proporcionada pelos
sindicatos.

Sem força parlamentar suficiente para inviabilizar a reforma da


Previdência no voto, os irresponsáveis, como sempre liderados pelo PT,
pretendem ganhar no grito – e na base da mistificação. Em sua
conclamação à greve, o partido do presidiário Lula da Silva diz que é
preciso empreender “todos os esforços para dizer não ao fim da
aposentadoria” e que “não aceita a destruição do sistema de proteção
social e da Previdência pública no Brasil”. Já o PSOL diz que a reforma
da Previdência é “enganação” e “tende a excluir milhões de
trabalhadoras e trabalhadores da possibilidade de ter uma proteção no
futuro porque estabelece tempos de contribuição impossíveis de serem
cumpridos”.

Nada disso é verdadeiro, mas é perda de tempo argumentar com


partidos e militantes conhecidos por falsear a realidade para proteger
os interesses das corporações que representam, em especial a dos
funcionários públicos.

Sempre que se fala em reforma da Previdência, essas corporações


movem seus exércitos para sabotá-la, já que qualquer reforma digna do
nome deve, em primeiro lugar, atacar os privilégios do funcionalismo
em relação aos aposentados do setor privado.
Os pobres, que o PT e seus satélites dizem defender ao hostilizarem a
reforma da Previdência, são justamente os mais prejudicados pelas
atuais regras. Ademais, é essa parcela da população que mais padece
em razão da enorme dificuldade do Estado de prestar serviços básicos,
como saúde, educação, transporte e segurança pública, porque os
recursos para esses fins são consumidos na cobertura do rombo
previdenciário e em benesses para o funcionalismo.

Os pobres padecem também porque esses mesmos recursos drenados


por aposentadorias precoces e por uma máquina pública inchada
poderiam ser usados em investimentos para impulsionar o crescimento
econômico e, como consequência, gerar as vagas tão necessárias para
reduzir a chaga do desemprego e do subemprego, que hoje atinge mais
de 40 milhões de brasileiros.

Mas é evidente que os “grevistas” de hoje não estão nem remotamente


preocupados com essa gente, que lhes serve somente como cínico
pretexto para seus propósitos corporativos e políticos.

Felizmente os truques e engodos desses oportunistas há tempos


enganam só os tolos – e hoje, quando muito, vão causar alguns
transtornos no trânsito de algumas capitais e na vida de quem quer
apenas trabalhar, mas não deverão atrapalhar a evolução da reforma
da Previdência. E é bom que fique claro: para que a crise seja afastada
de vez e que o País retome o caminho do desenvolvimento, em
benefício de todos os brasileiros, essa reforma é apenas o começo.

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