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Ciitçdka...

^^iiestãofènii \ei&ÇüryaIhà
Esmeralda (So> zá£) iife Guimarães,
Wm. Úôi inprjètnà f iqhetoj Oiscar dyAtvq>
JfU pavilhão bra sileiro-na
'è Exposiçao^di S,JLuiz ¦ i i
\*rovas popular dejiespanh^ Affoh^S^elso. ¦
Os novos seífos posíaéi, r Ernesto. Cúutinho.
Excamçôes his r>ricas
Çanhpe£de fyt% rápido. . Qf/Vieira Fazenda.,
:;K; Coronel % BarÔ.edo.
Umtiriisla jtiin firofe. ÂKÍhur Azevedo g%i_ IJMI]
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Vmá excepcione / estieià Uterári


Viagem, a um p uz mvsterioso ^9^^> gffarofa Biftencourl.
Ctirfásde rnkl í^P§^I^^^jí- /tfíFc Ribeiro
Bèrceiise r . i. ' ''::-^W'' Bar/o>,: y!etto.
Obras do Porto S^^É^^B* ^LWlu\
SIl^BiKfe^^ôlPl D/ Alfredo Lisboa.-fgÊ ,

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Pirector J ASSIGNATURA ANNUAL 20$000 Witor-proprietário
MARIO BEHRINO | NUMERO AVULSO 2$000 JORGE SCHMIDT

M ANNO I FEVEREIRO 1904. N. 2

NÃO NOS RESPONSABIL1SAMOS PELAS OPINIÕES EMITTIDAS PELOS NOSSOS COLLABORADORES


' ,al,lfcni ¦.^^tmãa^>a>mmmxíBfm^mm ___
gg^ss---

a sorte da revista dependia do primeiro numero e


quanto pesaria na victoria ou derrota o acolhimento
da imprensa.
Presumimos mesmo ter tentado uma cousa nova,
ser Kosmos o primeiro trabalho feito em seu gênero
I lt% m ¦id!í&sü£' . - *ti_5_*í no Brasil. Tínhamos tido, como organisação Iitteraria,
1 til\ l'F^'~^at^$E?< ' ¦ ''T^\r.y -' *¦
Ls*W ¦ 'È^'/m^^l^\''^^^^'-Âcr^-'' ¦ revistas magníficas, como a Revista Brasileira, cujo
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á .Vv^X*^/ ™V_T,!//.»¦- ,._r ^iV^?rW\^ivl^TW^._^___.
lustre Kosmos, ainda que ajudado de brilhante colla-
boração, não suppunha sobrepujar; mas no terreno
Ji.ll. T embrar uma gentileza ião é registrar
|^__ technico, no domínio das artes graphicas, no apuro e
no amor com que buscamos vestir as letras e realizar
-Liuma vaidade; e nem! é demais recor- no paiz novas formas e processos ainda não pratica-
dar finezas e benevolencias recebidas dos aqui de impressão e gravura, Kosmos repre-
quando essas correspondem a um juizo sentava, de facto, uma tentativa audaz, pelas condições
sobre feitos que pediam j nlgamento ea do meio e pelos desanimadores precedentes.
um estimulo a esforços lqi e carecem ser Tínhamos um ideal, presumimos força, impelliu-

í" encorajados. Ahi o louvor não é lisonja,


é incitamento ; e o elogiado que guarda
e repete a referencia a iria. ei não se en-
nos a fé. Presumimos de mais ? Erráramos ? Vence-
mos ?
E' o que nos viria dizer o julgamento da imprensa,
vaidece, mas se acolhe ant _s, por tímido, e esse nos foi lisongeiro.
íulforidade dos que podem proteger e Mercê d'esse acolhimento, Kosmos prospera. O
julgar,
Eis porque reeditamos hoje as avras .amigas favor publico nos protege; todos os dias se nos pedem
pallavras
com que a imprensa d'esta cidade è de S. Paulo assignaturas; foi-nos preciso suspender a venda
íeçebeu o primeiro numero de Kosmos. avulsa para guardar uma pequena reserva para os
,%Kosmos representava um grande es orço, desapa- novos assignantes. A empreza, si ainda não chegou a
Irulhado, entretanto, de um grande n. >me. Os seus I seu termino, vae, pelo menos, a bom caminho.
jpèrarios não tinham por si mais dojque um grande E' natural, é justo, pois, que registremos tão bene-
ior pela arte e pelo trabalho e uma vontade forte ficas gentilezas. Vae nisso, antes de tudo, uma grata
acertar e vencer; e, em um meio anistico como o homenagem á imprensa, e o que possa ahi parecer
'osso, onde iniciativas
melhor autorisadas tinham de vaidade não nos inculpa, tão impessoal esta é. E'
do vencidas pela indifferença do
publico e pelas a vaidade legitima do trabalho que vence e da arte
ifficuldades que se antolham, no terre|no material, a
que se affirma.
[emprehendimentos d'esse gênero, é facij de ver quanto Obrigados.
KOSMOS

Correio da Matlhil
Jornal do Hrar.il riati-a Diário popular
1%
"KOSMOS" "KOSMOS"
llo-ir» a nwu atAAtUiklTnth* llttflftB n-celieino" o pnm-nrocimor.i
:i'iM ; u|iUt-*vd» •<'J-a<TO tk»"A, t\V9 Ifll- - - ¦¦*•;!
ix ravuu f , ¦- • ..it', «tejt^MtktOm, » B«U Mil. UUU^
i*,m»:pir««-*'*i. j «*!.-¦ -r it -r ,¦;¦• í"ti«^s «pira . -J«. «¦ nt. d. Mr
• txvrorrrrcr.a * ¦ ¦ ¦• • - • ps^iut t itu i '¦¦¦'.•>,• ¦ i: «I» ct.it .1.
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'- na itliuri- »u» intlnuní (>i:tli««- eltidrt. T.c4Uur. corpr»
llító, («1' >ilf .- r . .-rUi», ¦ !¦¦ » • ..»>«• e«.»n^f n«re». ', ¦ ¦ 5* f >r.em oa i^omu>4. m dlOrtrute. .itutain
loipr»*».i -tn j *[-.'. - ..-f -r, ^urop* e rtá Amn ¦ • dn N nu.
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¦ v -«* brilha* f •» pbfciOfOM anfeMai doa u~vb«law ,r.; 1. ¦ , 4 prunn-
Tit*c, d- . - a ¦•;¦», d* uint art*
,»'¦'!»* Mp."i..'« .' i i- waãtf upra, [i?l« ¦ ¦¦ i» tipipH 4 iie au- ..n mwh qS* mn . «nun» >*¦
h>-U< *a. tr«i variiijrí.-t ra?j|<t par* v« 1 ¦ vl.u. cMMmw a Uai. fi«»n»
¦"¦ :"*nor qu-: ¦ .. .i i :: ^ r»s'J.-i * . a
ai*i i í (léafdfMO. AffHi.li •¦ om t-rt- .s«n> no iBtUOiah., fiaprMn
¦-*r>'lhua .• variada, abrarij;*udn
i .*», «tt fctA 'i iM^-st' O aJunUiu aio »>ra. pri. pròoãw) i. MMlivaü*.
na vartoü ttm >a ^s 1 t ¦ r.-i<;r j.
! .1 ^-t- . j-r-c' *»—¦¦¦"¦¦- 1 »i'«- IM. .sutil i pMU n»uri.t. porqu».
Abr* com duaa piiivraa d« un wúinur s t«M, 1*.» dUr «tu
tu *ia<* **Iu*,ron * pai Mçt»i ,.:..;:.;-.;.».>. r a - a*«ulr : ehrrt- <1. Oiw BOM,
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t*<*atr\ , a tia a*t ;toi tu jururooaull-i TH-
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n tunbra KtMora MO om. p».-»BO «w o.
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««mt* d* I- r».' »* t-a u* i£tna do aoi .•:.:::» ;« I :\ .-a •'* Irríiti; nnl .Lm To» totèi*Bm». _ «nlininw. .Mtacranra.-
A YaK<- irrUjtlt .:.iin:i no* «r*. Lib«i-atJ IM T«*> Imo OMio.fi. >»r» qo. . Utí^
A,rntüboft^ta* ***«¦»..írl». Bilarflrnu t*nccart» Hals Cirvalbo; nsu mt» M. • ¦Mksr r.«.» .o. .U baj» _T ^ V,**<'. """¦ J V«U.íta.,
nroí ac.ntilltiitr fhfonica t a»*i£iia um it »>!.-¦? » m-ffl»nii*a ^ur«- fcra •tóiüJ» «^ ai«o« pr*l«. rir. OstaMrln. I, Butwle, Litw-
l\o CO» liti.-t-. ¦- ) nr,»;l o.iü a Battmeeutt. fUta Cafvalbo. Ma
Wtlu ..O'.*!- ; 1 »*è Vcri*..jiifirfeTt »'i»jrn ' '-"ii "-:i*
o anuo alíer-f ArUiur \; ¦¦- ¦¦ I ¦ imwm r¦ t-!*i. <i« tnu«loa -r*«AP»0°»q"c. Attlita d. Lu.
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om .|.>rr i, t*m i t ¦ i.« , -.• nipaaha 1. t d*
t .ntuM tfnva 1, )• n:i t.-.^jiíi-
"utrtt^H diM Lt'i»*w» n-tar*!* >|n* ao* vi- ¦*<3 lio; rr«»*i.» • u. 1.. .....->¦ £PJÍ!a^ fr»nol»i Itr«» eoll.bor.
*., 1*. Mpraa*ita ottawa cam «na b*lla ro*
aHar-m: JiVafma * A!i;u<ja-r>ttfe publica 'n>n>«.tmphlih.o«ir>: BÉfi i.bmfeMmi.
jT-íenurtdí-N '¦' cilc.J. 1».
í\m ft,it\ *• Kikfftr* tiulr^Artea, I.. Hít- C-mtAf ¦'» MT»- >iWi a ,\.:w
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!i-n<-wrt,R*WI-trval,in, V.t aoòroaal Ilir ¦ • A ¦ 4* l-.n
:r .' ... 10M3, p-io ir. Anour
r -v:i eu>d« W SíSS5ri*j>ír u sa.,%ot»-,
ic.ro, t-ct-ftao. <« sni-*^'
O» lllo.tr«;5«, ooc «Io tódn d. no-
!-.!•% iü') 40i leitora* inter» -«nntMi iraha* is :.. ' tawi «Hidnt, dMtec«ci-a4 uta napta
lif>4. K-itifut pr<*»! • íi -iuen^.tu a I'r*n- A*»v>43, com rrt:*to» da varoa ¦OJVW1. . «"». fronl^ra IMWIo cnlt.
ttr«7i. <*rta**ijando o rrtrato do • Ilr.nl • ¦ ,rl. . M tri chroci.
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Jornal do Coillinercio '%
A Naçrto
,\ Noticia f^^MBtiMMBBi
*mm~mt±f , A REVISTA "KOSMOS ' lltMDU
lUcrof m » kodtam o 1* naaiaro du Km-
a a^ l.:a <|U« l.i.je Kfiv.i 1., . .... i.iüul- •n •«, ra*ia!a artíatka, acknlifiaa a- btt*-
ri-h; -i *>. itriu iVtviir ttrithmtt, * tuvlboi raria, publicada «ob a dirwçflo do Sr.
AudmVm.a ln.lli.uiti> fêvbta, .liti^»!.» I ¦„ M*ru PahriAt * &• qwi «¦ t&tot prcpna-
quo ~- Iriu i.uUíomI» n.t lit.,-il . ,
pcluSi'. Mario UliCling,e ttnpiwstnasI:
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.H!i.itMs tlo.Si'. J. >.liinn Ii..|íi,. &ont«tn '¦:--f Wtt.tt ^


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frita ¦• it" ;.u f •" • . un» - -tntnla.lt- tv.tl-
taria o flr. Jortf* S--KimiJL
Eaaa ranata 4 primxkijo Lrabalko aitia-
lie» d* Íoapn*WL« a cdraa, o m*lbar tra-
pullIl.-vlll.OIU >imv«SU, 1-1)111 HÍ4ll|,|i|iu o n.mtv i.ruvl= o* .1.-1.K- it I.viK-.cjiir O o iüi-J» ttalKa daaae fivcwro qaa U"* aaklda •!-*
son (irimelroniuiwro, voiurualuar uma Correio Paulistano 1-r.'ei!., r t-!"Kunti*;deml*» papel, quu e |íi«1-» do Hr*ul. rartaos-aU iDaatrado

.i>()ii:is,("i). 1 n>p1*uulilo ; «líwlfa i chi—j.i. tjue O nttl- eoat ra«f ni&caa grart vi. t »m ainda aaaU
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M3SatlMMiat'w*iMBr<*C tii*«lma. ní- a» uniriirsa,qt^- bA<> ri primtín a—nn. r4i>- «apararão* x«Ja
NiiuMit-iii. müv uw. huliittiiulo i'is| v •mI4» cora a «an.* .tw*» foi «Wllil
moiíiH ttiiUui ilar. iv\ isias «oniniiiij.s. imj--
iiii» («pentr a tiu ioni|i|..|.i noriWvío, '.PUBLICAÇÕES ;*>•!. *!tiM»»i- mi-
«.-.• ImiXta^r .-mio
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mil.
priTiMlm »uilniv, que «A |n"^lf honrar f.
*'ii?tt«'«-i r i» Ttrupil *-
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ia ootraa, oartaa daaeri;
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jtfiiuurv.i
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Ja» m»«i» ItinurUs, |>ai~.i <Mi>jni\ paia a!3N.#Kndatiiliwia» »drp»"*"» a Vxirr*. tniU.Ili^i.^.iutaitifiitr nm\C nuc,

npplaujii- ONM-s hatoenr bfrolt-o». quo Ut tirrnfç» ao rte«b«r o tri.V''»w pclil pillli.Hr» ..t^r .imiti no Jtlo ,v'

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Janrlm. A por da | art«« «rapbl -* ij-i-
amtro M^TcvwiaaciMhfl.-a, arv*«-
wncendo a rotina, ii-.inm a esSLtierral iir» a l tararia Aoanbu. ceja pubh-
" o
jijim- lia
de uu-llnir, nittiG dl««riit< a,
un»1 r-i i»';»
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A*WIMfM 1'Itlda MF ir. -1 ifUrinLt pa-!o
atlo Vi inic^»4a '\ bo pouco c«Ca^, atu lrxt« qoc •"¦ <i4L- U^-i.l.r
pt-l F.-in.l. j^-l,» tll. ;.
Oiiasi toilo o s^u texto ,tv oiti^a-.' i aCo roaotir-tx' a«m axafTK«ra- baUhãntev i:..hhi d«- i>>-«-- i.-itra*. »..
rfhmnii-o •• verno* dc Victor Huira. .!.' me* rítitnio qo« tt. n »**o aarprvca
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"". J< 1." |T..ml«n.r. In«rrr
lUila (Morto ltl< nt.i). .!.• Jim VVris-F 1^; ¦• »• tranalorft>ou.«cn am quãat Uf 1'iIs. , uiit .rt,^.. .Ir /^ P^ O Paiz

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J»^í* \V ri Tino Mjtr» n "-•Mi>..-j;:.. 11: t**
uno, \itlmr.\irr i,M.:liinwe.M|>ii-a OríJÍutt-^v.
t A. r:- ata tyun t«m<w em máoa d
j. r «l.(i:.- I cui
ÍIW3, f tfT- mil.tu-

|i|Uvn|Ur. M.ji.mim Ouiiuain-^. .uitiiicl!!


MulfilM rr» d« Sr. Motvlrm (im:i. ,1-. - e I.llte-
( i
!..,i .¦ i . Iteli rarvallm. OiítiKtnu!,» d.«p ;-ai' 1 p/o*« »ieur» d. qu. po»m- -ato niit-iwnnt, ainda umwauctodc
«mCai um. Lnll*v cci» ilm o "IIim-, . hnniVr.
da tliratro d. A. Axrrr.
; iii.-H.-mM.-..>. d<t nitiilas [>!i.>:n^i-.ivui-.i-«.5 juriiiie. í. publi.-ifi* .np.f dr t.t. d«l. i.nic.-.:ivill. ¦», «TO Illu.lr.cc0c. . F«»«ji* $*trr*r>** *!»j; lo< — r c»»a o n - f
Innia |«i|x>l (vvivllriitc. .an., luatiiiosõ.l - t, ac t •• «"o com n» niílhcrt-. cr.iun,. ¦ruiii.i |«1KÍU3 dc mole. dc -.-....-..
• Á..:«nl'« im . . .in(fíir> KraitriitroBrmjpi. rx»»if*a *J»V.*, ,-, ...,
•¦ o
I'm. bõrquocdo «.'u.iiiv^n-sinma üitj
j.nlliiini ! I7c*'n .¦' i uma prtr~.Drea« rari-* Ava pmprlitarLia da. >telIÍMutua «via-
,•>*, *•<<;•
a 5r. .'«nw S-abHI.
^Ü^r.pTStrUUi»
da< iiij.N.-is iM-IKvn» natm-a.-k >••<-:l (» -1:1 & mouro, o .ito A diMb-1. ta qttm rrprnanita um ato rmf<n*;<H In T-^l^ c**t? nt-r» ÀHarfira, fattt« ui q«»r
ímiip.is doi | lim-ipaoí «stt.w hrai-iilei- r«Vv v'' »* ¦"*-» ;-**íu'a* aèc
'ttao.ia.la
duMrial* B|Tc-trnt.iii:i» « I. ¦.-; ¦ '-J 3 »jt A&«M » ¦' -^;. • < ¦•¦•.¦> • ¦ t
..a.; n.u'« oarlaAo., »«* fvf-w *é *«a r^ifív w'«J*'-tait, í
!i<w. diwrnt.-iriil.i-. do rgun>s!Í. noi q»*
•ira T,'r.»«-!clra (^¦j'a<*".
tr'r| cou rvj 'a rri* par aapirito» qtt*. " A4-*-l!r«Tv4wA--tilti .¦';»-•--.
rllorío dn-. Mijs&x. aa «acar -ag»racff» — an toa bota. da mai» íí.m •}-¦-:
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Trnzttinn i>Niaiii|>a da i"«mtiiai!i.>ÍTi!- decioc.itr qo. na poií. MIO' **é
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i« um. r. L.U J«i tal t.I ;r. m roai » M..ii^-.kt rt • atn^a' t»^íí*»ar a*
xelra di> l'rriia«, utcolptiini di<ilk-i-. pr«*auic:c% ai -manto* per» am av ias* H^!i!>í*^ta^ f-tm>.-#aí; ~~_
üunJoIli. -W&tnla c?mrr« tfment..i. *¦¦ . .i< íâw pSrv, Vide as rilncini*. 1
Un dniü tiRiwilli.x d.- iin|.»-»'.-j í: daât o ao«§3 orpuibo íopo tAa- ' -l<k* tHrra í-itar ctrUc cwm uma 1-dUu-

Dois araií*-- 'a param tar..or juati-


fiiu «ferunta, at* as uhiotaí. r«)ã« rc-
vCrk*. >|uo »Jo juliuiraveL-i - o uiatipa fí.v.js —. .•«cmÍo da qva Üo «n- |MvU> *l»r
1 - n«:»i:*v.»
»' tc--í-*n:ri (rvCitfi !.;• 1 j;,.,»
-.1 Lí-i--. r . .Iu-k*j -»-"i<* a1 d»-» MratíA» pjr aulwrc» dc
mostrando a nova fróntolm cntn> of tJveu ..ia c ." f„ 1 m .!:¦ "r^Taraa «p*^ rc

Hi-a-il o a Itolivin s o ipiadro Xtro noi. ,«ppiWí!r ui.u ui inrrtfc d«»M» .¦*».> *j««^nr cvalroato ca* aadaa
A erfiDiaiui t,."'i';,T-n ;¦* <lo miit?,'
ttMpkithttitro. |'.' nina maravilha rtoui '••
aclliorcs rc"»i<'»íVi:r»-iívtrav al-im da
aaaoftar^iita por usi *- -m uuravfo uir. 1 Imliv-inu pi^ma 1 olurida ivfrr. ^o-
tido/od.> Ia/. pYanci-wo Itra^H OSOISmi d. ditflewUMi& < - jl Uodo ,\itj no araptilltiralro-
- Tul
;»-r tado vj-c K-IIo ronjítal^ que
nina (brniOSR ntii.ii-o para >>» cni.e in- ! "ii-!-nio. i.mo. a wpè^n«a d* prla nritncira Tia *ccoiiacsuc olítrroííl»
qu» tat rio .« :,nn. a !>ü!i..ta rtiia.l.*. tp;« diSM-oia» Irrutua •i.lo »;ir-
tò-ú-Hi-vt, d.1 VUiorlIago. --'¦ :»tj I, ; í« «Dcoitrnr
t :r íceca o /j«^t Gazeta de Noticias fi^ |Ti-licnilí 1 .-> nni! o tf*urcrirnrtilo da ro
'eccilbimaoto \isu Kouuot, cujo futuro parrer a**-*-»»
liaoajairo snbraos
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A Tribuna trst.ilbo r-1,- 1 -1 t... ;¦-;-¦ 10. Do
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¦KÓSMOS-
Appiiocín an»lmuute cua j^u",-.--. a-.i-
» luc cr«>n o «rr.jo iiittlllrsule
JogW ShbmiJt. .on í»f,.r?»,l<. editSr de
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TOde, F i mcii.v-0 Hrass e aatr^ tr.« • fiao tia. O anna pa*»4dn. J V,r.f,Bta«; , A .... ••:.... o. 4• fe>U Vcrlól05: ^«.
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. ia! o. r'r, .Olt-. !.- . mi 1TO>, Or Artbur
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Frtad».-a Rra(a. a a«**'*(iUa-
lor Urna primeir» aunigro .Ia '
rt* naa-4M, yalÜM oai MIh«lan

«rtbtka capa « b. it. c inteild». Knnuü-t»m


AILiiqu»rr« . (>'boa humaaoa. Ata*, »j-*-t rrpr.*v ni.i a«n trai4r ealarn ««««a, tM t»ir *«í(>«,«'ri
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» admirável ,wx> qiK ,idr,.,tí b.-uta
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c.t.ir O tltcatcu l.
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rn) Arkur A.-.rrõdo. riot **!io Wln« rnm mVI Ca*Uu4a aa aaaaaa
a«jnala por Oli.a Uitac. •M ; h't>$m> • è ..ruji 1. li i ¦ da Gaonta
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KOSMOS

Natureza sempre dá a quem sabe cornprehendel-a e


GHP^DNIGA amal-a \»

Janeiro presidiu, aqui e em todo o paiz. á organi-


zação das diversas Exposições Preparatórias para a
grande Exposição Internacional de S. Luiz.
Xs\ *'* /.r—y+Êi. ''¦¦'¦'-:'
Nem todos os Estados do Brasil figurarão na
grande feira universal: alguns d'elles só poderiam
EM OS um janeiro figurar com brilho num certamen de pathologia
abrazado e feroz, sem social, expondo as suas tnazellas políticas, os fructos
festas e sem alegria. As da sua administração de corrilhos e olygarchias, as
festas e a alegria não são para o amostras da incapacidade dos seus governantes, e a
Rio de Jane ro, durante o estio : farta colheita de tempestades que teem saindo da sua
são para a formosa Petropolis, sementeirade ventos maus. Inválidos não vão a festas:
posta no alto da Serra dos Órgãos, certos Estados da União, reduzidos á miséria, maltra-
como uma rainha sobre um thro- pilhos e famintos, fariam triste figura no esplendor e
no, coroada de rosas vermelhas^ de camelias alvas, na magnificência d'aquella grande festa do trabalho.
cortejada pela gente feliz e elegante. Cá em baixo, na Felizmente, a doença não ganhou todo o organis-
velha cidade torrada de sol, cheia de.iniasmas,;sob a mo nacional. A União ainda vive e prospera, senão
revoada dos mosquitos servidores das febres, fica a .na fartura, ao menos na mediania honesta, apezar da
gente que trabalha sem descançb, penando e suando. gafeira que está roendo algumas partes do seu vasto
Também, é força reconhecer I que toda essa: gente corpo. Minas, S. Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e
a cidade do Rio de Janeiro encherão dignamente, com
parece não sentir o calor, nem a falta de ar, nem o os fructos do seu trabalho e com a affirmação da sua
morno bafío insalubre das nu s apertadas e jpouco
limpas. A frescura da aragem, a pureza do ar, oiperfu- actividade fecunda, o bello palácio, em cuja fachada,
me das grandes arvores amiga ;! não são monopólio sobre as águas do Mississipi, palpitará, formosa e
da vaidosa Petropolis. Aqui, Dem perto do jcentro gloriosa, a nossa bandeira...
escaldado da cidade, ha montai nas cobertas de fresca *
fei

e odorante verdura, encantad( $ retiros onde os pul- Mas ha de sempre apparecer, em quanto empre-
mões da gente pobre se poden facilmente encher de hendemos, uma nota extravagante... i
oxigênio... gratuito, e onde os| seus olhos, cangados Assim, não vamos expor apenas em St. Louis a
da contemplação das cousas feias, podem, também de nossa lavoura e a nossa industria; vamos também
graça, fartar-se de panoramas jadmiraveis, de serras exporá nossa "bravura-.
acastelladas estendendo-se sem. raias, de águas batidas Quatro ou cinco brasileiros (não sei bem o numero
de luz achamalotando-se ao vujito, de largos trechos d'esses esforçados rapazes) vão atravessar o oceano,
de céo azul cortados de azas. Alas a Tijuca, as Pãinei- do Brasil aos Estados Unidos, sobre a taboa oscil-
ras, o Sylvestre ficam desertos!nos domingos e nos jante de uma jangada. Quando a jangada chegar ao
dias feriados: os pobres desprezam esses encantos, littoral da America do Norte, entrará, á vela ou a remo,
cujo goso se pode obter sem dinheiro... pelas águas do Mississipi, ou, o que é mais provável
No dia de S. Sebastião, deixando cá em baixo a -desmanchada em vários pedaços, será ridiculamente
poeira das ruas, o ardor do sol e a tristeza do dia transportada, como um fardo qualquer, num wagon
feriado, abalei para o alto da; Paineiras. A' hora da de estrada de ferro, até a cidade opulenta em que todas
partida do trem, reconheci co n espanto que ia subir as nações da terra vão ostentar as suas riquezas...
sósinho. Não havia outro passageiro. O chefe do trem Não é, de certo, para mostrar aos povos civilisados
ainda demorou a partida, esperando que algum retar- o que é uma jangada, que esses arrojados brasilei-
datario apparecesse, e ficou dunante oito ou dez rrii.nu- ros emprehendem tão espectaculosa viagem. Já, ua
tos, com o relógio na mão, espiando a passagem dos infância da Humanidade, antes das assombrosas
bondes do Cosrne Velho que subiam e desciam. Mas viagens dos phenicios, a jangada era o vehiculo das
ninguém appareceu : a locomitiva apitou, e começou gentes que se aventuravam pelo mar : e, se alguma
a galgar, arquejante, a lombaca verde da serra. Lá em vez o Antropomorphus Pithecus, nosso primeiro avô,
cima, no planalto das Paineir is, reinava um silencio emprehendeu viagens marítimas, foi com certeza ás
claustral. Almocei sósinho, d jante do incomparavel taboas mal concertadas de uma jangada que elle con-
espectaculo da bahia, cuja agi a, sob a chuva de fogo fiou o seu corpanzil cabelludo e disforme...
da soalheira, parecia polvi" ar-se de ouro. E, de O que os tripulantes da Jangada Brasil querem
mim para mim, vendo tudo alduillo deserto, e|u dizia expor em St. Louis é, supponho, a sua bravura, a
"Singular nossa bravura, a intrepidez e o arrojo da raça... E
gente, a nossa, que fem inveja dos iverams-
tas de Petropohs, e não vem c^ozar o divino lencanto devo declarar, depois de impetrada a devida venia,
deste logar, tão cheio do cont olo e do repouso que a que acho esse intuito perfeitamente ridículo.

KBVSnSflKRfl ¦mw wmmnmmiimil n


KÓSMÒS
eran W^^^mumMmmmMMMMMMMÉMMMmi- ¦*.
Ja sei que a coragem é uma virtude admiravelmen- Declarado livre o ventre da mulher eserav,
te bella e nobre. Mas essa belleza e essa nobreza escravidão estava virtualmente morta : as mães n
dependem do emprego que a creatura humana dá á caòíi
sua coragem..Também os tigres, os leões e os cães yasja nao olhariam, com horror, os filhos recemn-K
sao corajosos... Ninguém admiraria a coragem de um cidos, preferindo vêl-os mortos a vêl-os fadados
ignomínia e á amargura; a lei do visconde i
homem, que somente para affirmar a sua energia mo- do Riò
Branco suspendia a gestação de escravos, redimindo
ral, se arrojasse dentro de uma fogueira, ou lenta-
mente, com requintes de vol ti rtuosa e sinistraque ás entranhas das míseras captivas, e dando
cruelda- uma d essas desherdadas da Liberdade o consolo a cad-i
de fosse arrancando a própria
pelle aos alegria de saber que a carne da sua carne e a alma e a
t bella e admirável, sim, a coragem pedacinhos...
de Nansen e sua alma viveriam e cresceriam livres do opprobrio da'
de Nordenskjold.affrontandoamorte
segredo dos pólos,-ou a dos exploradores para devassar o I-icar ligado á essência e á virtude de uma lei
como
lustram os segredos dos sertões da África e doque per- essa, ja deveria ser, para um nome, a suprema
ou a de üamau.t inoculando em si mesmo o vírus
Thibet jyias outras glorias estavam destinadas ao nomeglória
ejestmado de Paranhos-Rio Branco. bifei'
da tuberculose. Nos dois primeiros casos, a eorao-em
obedece a uma nobre ambição de apurar os conheci- O filho do libertador dos nascidos de ventre
mentos geographicos ou de dilatar escravo tinha de continuar, em outro terreno, a missão
por essas reo-jões
desconhecidas o commercio e a civilisação s|agrada do pae; o segundo Paranhos-Rio Branco
¦ e no d demarcador das fronteiras da foi
segundo caso. ha o santo e louvabilissimo desejo pátria : reconquistan-
combater a mais terrível e assassina de de do, pela palavra e pelo pensamento, tres immènsòs
lestias affhgem a humanidade, estudandoquantas mo- territórios, remeorporou na communhão nacional
o seu immensa multidão de brasileiros. mna
cesso de contaminação, e procurando descobrir pro-
contra A conquista pacifica do Acre veio completar
o seu influxo nefasto uma arma segura e ínfallivel
Mas atravessar o oceano sobre \ima v nd.cação das Missões e do Amapá. E os ideiaes a rei-
uni- sjleiros de civilisação, de concórdia, de bra- m
çamente para mostrar aos yankees que jangada ha no Brasil arnor edepaz^ tão bem servidos, no Império, piedade de m
quatro ou cinco homens que não teem medo de tem- pelo
pestades, é uma em preza... cômica. pfimeiro Rio Branco, vieram ter, na Republica, como
seu maior servidor, o herdeiro d'esse nome venerando.
Já no Brasil, a jangada foi posta ao serviço de uma
grande causa,-quando os jangadeiros do Ceará pro- *
testavam contra o immundo commercio da Agora, que as Câmaras approvaram o tratado de
carne tropohs; agora, que, em torno d'essa Pe-
Humana, furtando os míseros captivos aos senhores questão, cessaram
N esse tempo, a jangada era o vehiculo da as, disputas eas duvidas,- éjusto examinar o verdadei-
dade e do Amor: hoje, se vingar a tentativa Liber- ro valor do que o barão do Rio Branco acaba
de reali-
bravos brasileiros que empregam tóo inutilmente d'esses zár. U que mais vale, na ultimação d'esse convênio
a di-
sua bravura, a jangada será apenafs o vehiculo plomatico, não é a conquista de um vasto território -
mais tutil de todas as basofias. da parque aglona das pátrias não depende, senão em plano
mbito inferior, da vastidão dos seus domínios
náes; nao e tampouco a nacionalisação dos territo-
Janeiro teve a gloria de ver terminado o fati^ante e mj brasileiros
sessenta
perigoso conflicto do Acre. Não faltou ao tratado de residentes no Acre,- porque anossa
1 etropolis discussão minuciosa e longa,-que patna nao e propriamente a porção do planeta que os
serviu nqssos pes calcam, e porque, ainda ficando sob
para.demonstrar mais uma vez a alta competência e o mmio o do-
patriotismo do plenipotenciario brasileiro da Bohvia,esses sessenta mil acreanos
continuar a ser verdadeiramente e ardentemente poderiam
^ Para"h0S-RÍ0 B— é um nome leiros;-o que mais vale, nesse tratado, cuja celebração brasi-
bemfedàck?.6
O brasileiro, que pela primeira vez o teve devemos ao talento e á energia do barão do
conse- e a Rio Branco
bella e fecunda lição que o Brasil acaba de dar, com
gum. por um favor supremo do destino, Iigal-o per- | ellp ao
velho egoísmo das nações
petua.nenteá recordação da mais bella de quantas leis do; de defender guerreiras, - tratan-
contribuíram para a extineção do captiveiro a sua integridade, sem prejudicar o
A escravidão era uma arvore maldita, cujas no Brasil progresso de uma nação visinha, e fornecendolhe ao
entravam fundo no seio da terra. Todas as raízes' contrario, novos elementos de prosperidade e ventura
leis que o tratado de Petropolis, o Brasil affirmou o
precederam a de 28 de setembro, golpearam són.ente set| pom
vehemente
as folhagens negras e os e nobre amor da Paz. A nossa victoria
galhos horrendos d'essa naò e, como costumam ser quasi sempre as vietorias
arvore do soffr.mento : as raízes continuavam
a vida da terra e a alimentar o corpo do a sufrar de Min sobre outro paiz, entristecida
monstro mais leve remorso. pela sombra do
Mas a lei de 28 de setembro, revolvendo, Nós vencemos, praticando o Bem.
estenhsando e matando o terreno em saSo abençoa o mez de
essas raízes me?
fas/ws janeiro,-o seu primeiro
que
se embebiam, deu o primeiro nr0|pe certeiro de vida. Foi apezar do calor, apezar da tristeza
na instituição nefanda. e bemdito da abrazada, um bello mez victorioso.
pidade
O.B.
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KOSMOS
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o TERRITÓRIO DO ACRE
PPROVADO e ratificada que seja o tratado de
*-3tJ"*>
Amazonas, pela linha oblíqua que ia da formação do
^Petrõpolis, assentados asb im definitivamente os Madeira (por 10,°20') ás nascentes do Javary; essa
limites entre o Brasil e a L olivia, um vasto terri- linha começa hoje a 10° e alguns minutos, na margem
torio, de 191.000 kilometros quadrados, isto é, mais direita do Abunã; a O. o Peru, pela sua linha de
do dobro de Portugal, maior ue o Uruguay, e que limites com o Brazil ; ao S. a Bolívia pelo Abunã,
muitos dos nossos Estados iji edios, como Pernam- parallelo 10°, rio Rapirran, d'este ao Aquiry, curso
buco ou o Rio de Janeiro, fi c0j adquirido ao Brazil d'este até o igarapét-Bahia, d'este ao Aquiry ou Acre,
entre o Peru, ao O., a Bolívia, ao S., e o nosso Esta- curso superior d'este, parallelo 11° até á fronteira do
do do Amazonas ao N. Peru.
E' mais que provável que essa região, da qual O Território do Acre fica assim todo na bacia do
disputávamos á Boiivia 142.9 0 kilometros quadra- Amazonas, e nas bacias secundarias dos seus grandes
dos, seja pelo Congresso Naci onal erio-jdo em Terri- affluentes meridionaes, o Juruá, com grande parte do

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«MALOCA DE ÍNDIOS APURINANS — ALTO PURÚS


10, a' maneira dos dos Estados -Unidos, e adminis- seu curso superior, e os cursos superiores dos seus
trado (jiirectamente pela União Tambem é natural, e affluentes Môa, Juruá-rnirim, e a totalidade dos seus
quasi <j:erto, que essa região ven ha a tomar o nome outros affluentes Amonea. Breu, Tejo e, mais impor-
de Território do Acre, , já *é populannente tantes do que estes, Tarauaeá, Emvira, alem de some-
por qiu
orihedda. do nome do rio em :orno do qual se fez nos, o Purús, desde as suas cabeceiras até onde
ição, que as negociações entre o acaba o seu curso superior, com os seus affluentes
>;azil e a Bolívia, provocou
terminadas p or aquelle tratado, Chandless e a máxima parte do Vaco. e menores, e o
Par sceu-nos que algumas nct cias sobre esse terri- Acre quasi todo, com os seus affluentes Riosinho,
'crio não seriam
desinteressante s para os leitores do Xapury, etc.; e todo o curso superior do Abunã,
-Kósmbs. af fluente do Madeira.
já he vimos a superfície, Í9Í 000 kilometros Toda esta região, como aliás acontece na quasi
dradds, e, rapidamente os limites : ao N. o Estadoqua- do totalidade da Amazônia, é baixa, florestal, prodigiosa-

BB^StE»2ÍS sessaiatswsii ptiv-sg


KÓ^MOS

mente regada. Os cursos d-ágüa que citamos, os prin- i Não lia ali sinão duas estações, a enchente, a
cípaes, não são si não uma parte mínima dos que com que
por um abuso, também chamam inverno, e a vasnnte
os nomes locaes de igarapés, paranamirins ou para- a que abusivamente também chamam verão. Nestas
nas, furos, etc, cortam em quantidade quasi infinita, regiões superiores da bacia amazônica, atravessadas
em todos os sentidos e direcções, aquelle território, pelas primeiras águas dos grandes affluentes do Alto-
continuando ali a anastomose amazônica. Por meio Amazonas meridional, a enchente começa pelo mez
de seus numerosos rios e caiiaes, todos ou quasi todos de janeiro e continua até meiado de junho. Sobe ás
navegáveis por canoas (ubás, montarias, igarités, vezes quasi 14 metros acima do nivel mais baixo da
galeotas, batelões, cobertas, etc. que são os nomes vasante, e extravasa mais ou menos inundando a região
locaes), ou pequenas lanchas a vapor, muitos, ao toda. Para o fim de junho principia a vazante^em
menos durante seis mezes, na enchente, por vapores
de 200, 400, 500 toneladas, urna fácil e estensa com- julho as margens dos rios, as praias, lodosas umas,
arenosas outras, entram .a apparecer, e os peque-
munieação se estabelece nella e entre ella e os dous nos lagos e riachos a diminuir e seccar até meiados
principaes entrepos- de outubro, de cuja
tos eommereiaes da Wm^LW mWw I rmmm *3 ^^a^j.ía^ segunda metade até
Amazônia, Manáos e
Belém. E como estas princípios de janeiro,
se conta a plena sec-
cidades estão em re- mwww^r^ÊTLAI f) JK" J[ ímmWm ¦ jBHf mm I ftm\ m *M
ca, interrompida ge-
lação directa, com- m* ãnltW^fi w WlV^k ./• /*¦ ti i "í I 'í^m
ral ni ente em setem-
moda e constante 'tr ^mr*lto * ' m, rifl vjl bro por chuvas e
com a Europa e a mmmmm ^^mW mt Á W ri rml t+l )-%

America do Norte,' pequenas enchentes,


chamadas ali repi-
não fica o Território
do Acre, mesmo nos Wm I I / .• / É ffl fl|K j I |É íp_ / . i' m t " * wfPmr m9
quetes. O tempo da
vazante ou secca é o
seus pontos extre- melhor, o mais sau-
mos, a mais de mez e davel, o mais acra-
meio a dous* mezes' davel, o mais farto
dos paizes .seusprin- e o de maior activi-
cipaes clientes.'** ¦
Dissemos que a .dade, é o tempo da
extracção da borra-
terra é baixa. Baixa cha, da safra, de "fa-
e aquosa e, na en- zer seringa», do "fa-
cliente, em muitos bríco», como elles lá
lugares alagadiça, dizem.
tendo, alem dos seiis O aspecto physico
innumeraveis cursos
d'agua, 'Tromerosos" geral da região é o
mesmo por toda ella.
lagos, mais ou menos No alto Juruá, no
ephemeros, ás vezes alto Purús, ou nos
vastas bacias naquel- seus affluentes, como
Ia estação, outras o Acre e o Yaco
vezes simples paúes, ,
ou brejos, — termo, índios arurinans que são principaes, e
ainda nos seus sub-
aliás, lá desconhecido, e substituído pelo âeigapâ— affluentes, as variações são pequenas, e não chegam
que o verão muitas vezes seca por completo. Cha- a quebrar a impressão de monotonia que toda ella
mam-se também ali igapós ás porções dematta que os dá. Na vazante, que se póde chamar a boa estação,
rios nas suas enchentes invadem e alagam, permittindo correm os rios, de águas e ,côr de lodo mais ou
freqüentemente a canoas menores vararem por ellas. íi menos carregada,
Aquella multiplicidade de cursos dágua permitte, ao por entre margens de argila pardo-
escura, quasi-negra ás vezes, outras vezes esbran-
menos na enchente, que as suas diversas bacias, do quiçada ou côr de cimento. Estas ribanceiras, como
Juruá, do Purús, e dos seus numerosos affluentes se lhes chamam, attingem na maior vazante até 12 e
communiquem. Em summa, região baixa, dealluvião 15 metros de altura, mas, como regra, 5 a 10.
recente, não atttingindo talvez jamais a 200 metros Durante os seis mezes de enchente, desappareeem
acima do mar, plana, chata, coberta de florestas em sob as águas, que ficam ao nivel dellas e frequei te-,
que dominam, com madeiras de lei, e a soberba mente as dominam, inundando-as e invadindo as
sumaúma, as heveas e syphonias, cortada de vias florestas que as cobrem, transformando a maior parte |
dágua, sem nenhum relevo, tal é o Território do Acre. em vastos igapós.

¦HHMMni
jr» KÓSMOS

E nas margens mais altas, ü algumas, como Porto deravel distancia da.margem, sobre um terreno mais
fere, apresentam elevações, so|l|>re o nivel minimo do elevado, e então uma longa ponte, mais ou menos
fio, de 50 metros, formando p cepcionalmente colli- tosca, o liga a esta. Esta distancia é sempre encurtada
has; que os seringueiros ergue as suas barracas e os durante a enchente, que submerge a ponte e chega
mais grossos exploradores os ssLis barracões. A bar- até á casa. A loja do barracão é um bazar, vendem-se
raça é uma ligeirissima construcção, toda de frágeis ali, por preços para nós inconcebíveis (um kilog. de
Ipàus e folhas de palmeiras, de xigua capacidade, que café, 5$000; um dito de ruim carne secca. 2$ a 4$, um
só serve durante a safra, ou fabrico, como lá dizem. dito de assucar, o mesmo preço e assim pelo conse-
para abrigo e rudimentar offici na do seringueiro. O guinte) seccos e molhados, fazendas de toda a espécie
barracão é a casa do seringueirp eommerciante, patrão e objectos de armarinho, drogas, ferragens, objectos
de um crescido numero de seri n gueiros trabalhadores, de escriptorio, quinquilharias de toda a sorte, etc.
que uns moram ali mesmo, em dependências, mais ou Geralmente em torno de cada barracão o terreno é
menos afastadas, outros mais onge, naquellas barra- limpo por uns 300 ou 400 metros de frente por 100
cas, isoladas ou agrupadas, conforme as conveniências ou mais de fundo. E si este terreno, como acontece
sou necessidades. Esta casa — o baj rracao —ao menos no no Acre e no Alto-Juruá, está livre de inundações, é
Território do Acre, é de madeii ra, coberta de palha. já terra firme, ao redor dos barracões elevam-se nesse
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§/g////f^§mBÊIÊ/BMBMsÊSmmmMMM9 j x

¦ « -V-' T I
RIO ACRE DEFRONTE DO MADEIRINHA—

ist( > é, de folhas de palmeiras ão se conhece ainda torrão desbravado, barracas de seringueiros, empre-
fali, ao contrario do que sueckl|e no Madeira, e no gados, aggregados, clientes das barracas. Rarissimo é
bai xo-Purús e até no baixo-Ju ru a, nem a alvenaria,
que alguma cultura se desenvolva em torno deste,
nei 1 a telha. Alguns desses barr icões são muito.vas-
tos pois alem da parte destin ada á familia do seu quando muito alguma niofina creação de gallinhas
e patos, uns porcos, raras; cabeças de gado, .è, ainda
m orietario ou proprietários (qt íasi todos pertencem mais raro, algum cavallo. De agricultura nada. Tudo
á uíma razão social) tem mais e. 1 OJÍa, os armazéns o que ali se consome vem do Pará ou de Manáos.
mi "eadorias importadas e para
para < borracha a exportar, Ahi só se cuida da borracha, e quando-não a • tiram.,
dei endencias os empreg; idos mais chegados e preparam, dormem, jogam, divertem-se nas suas
para
e ¦: ••Jtras. Por via de regra, etev am-se sobre giráos resas (!).e bailes. Esquecia-nos, pescam tambem ; e o
dc madeira, como as cidades laèustres da Venezuela
ou ospaíafítás suissos.dos tenlip ds peixe, ou, em muito menor escala, a caça, são os
afim únicos produetos, alem da borracha, que da região
de evitar as inundações ou o lôd(|> prehistoricos
tijuco na região — tiram. Mas a base da sp alimentação é o pirarucu,
qu< ainda quando estas não possam
po attingil-os, cobre secco, ido do Pará ou dp Amazonas e a farinha.
de 'iiais de
palmo toda a área s|obre
. que foram elles
cor istruidos. A's vezes o barraca 3 é erguido
Si, na vazante, as varias porções do território do
a çonsi- Acre, dividido em fachas ou zonas de direcção geral
KO SMOS
1

S. N. ou, mais precisamente, SO. NE. pela direcção! da região, não é licito duvidar, pois é uma lei natural
dos seus rios principaes, o Alto-Juruá e o Alto-
Purús, com os seus affluentes, como o Acre, o Yaco, por toda a parte verificada, a melhoria dos climas
sob a influencia da civilização, lei ali mesmo rjerto
acham-se isoladas, não eommunicando entre si, e sim comprovada pelo exemplo do Madeira, foi muito
directamente, por aquelle rio e pelo Madeira, com q tempo um dos lugares mais inhospitos que da Amazônia
Amazonas e Pará, durante a enchente a communicação; e que hoje, graças ao progresso das habitações e dos
entre essas zonas, constituídas pelas bacias daquelles1 costumes da sua população, não é das suas
rios, é muito fácil, pelos innumeros canaes e varadou menos salubres. O mesmo aconteceu no baixoporções Purús
ros que entre ellas
então se estabelecem. e no baixo Ju rua, eo
Wá. lSH_í_íÉ£ ¦¦ ^«E" V-'•_S_CLí;:S^_I^I mesmo certamente
Muitos desses vara-
dou ros podem ser acontecerá nas extre-
melhorados pelo tra- midades meridioriaes
balho humano, como das suas bacias, ier-
foram agora por tamente fadadas ajüm
nossos soldados, de xkJaÈ&O ___a___BI^.'_ft^l.,<j>; *«PrJv -_ _á „> grande futuro ecojno-
modo a, ainda em
NH mico.
média vazante, pode-
rem ser aproveitados
¦.x^àm^kWBUKmi^ m W D'éste territorip a
^ porção, por motivos
óbvios, mais impor-
para communicarva-
rios pontos da re- tante, ou mais inte-
gião, sem delia sair. ressante, é a com-
Não se deve viciar *¦ aal ^nH__B____ __T___I _ftí____^HHÍ9 muni mente chamada
a noção exacta que •. :_I_l>s_->___________ HT .•- *^ C^M ____l______9 Acre. Que é o Acre?
cumpre ter do cli- Este nome de Acre
ST^a?Hr'_Í P^^/aa* lfi_______l l$_M__. II
ma do território. E' ,'K.iQn-S
ijf.*"" iE____ri-H
>__H_ _B____r ^^x^. **
• • r* - íí», • 4 -^S_M_ll_________^-
»* xMÊJmmW ____Mfl___i ____¦ ¦_____ M-tS-^K ¦ _____H__H parece vir de uma lie-
______?^ -_^___K__fl
mau, sinão péssimo. <&:**t/JIII IHI turpação de Aquiry,
. E' muito cfuente e f^ tcBvi 1 EBSmM BlW ~
U*' '•"•''• v.A-^^a si ¦ís_^_______rl' I __n__^_TB segundo uma nota
humidissimo. Com úã SÊBm I y*4M mW± BÉPlWSí I ES manuscripta que vi-
insignificantes diffe- rnBF By_R;aWM II fj^MT V(smtrS m R» mos do finado D. S.
renças, o thermome- Ferreira Penna, gran-
tro, á sombra, sobe 1 iwiÂi£X _Q__Ov9^ ____¦__&> » ¦ ^ ^^»fl ISeRSI de conhecedor da
diariamente em todo . aT^j^rl __CTf_JHl _Ea__'ffl EL_ ^^cVfSfl Wl ffSqPfwf Amazônia. "Hamais
o território a 39° cen- ( |H'j^3| !_HI_Rí__i_________l Si l_^----_v)---l IJfl Hm_K__jIuIt__M__H de 24 annos, escre-
tigrado§; com uma veu elle, apparèceju
variação brusca á em Belém do Parájo
tarde de menos 10 a * laborioso geographo |
12 graus. As noites S>»'^V_'i nA ' «ava!1 v.ni<Vry</* *9K.vw TrL vi __Ftáw___, ¦"-^^•L_rQ____. _^flC4l_______B^ AJ^- ^C __* __.<_> _W inglez W. ChandHs,
são frias, de exigir que acabava de ex-
cobertor, por motivo piorar o rio Purús,
da extrema húmida- tendo também expio-
de. Literalmente o rado em extensão
sereno molha, como considerável o Aqui-
uma chuva iniudi- ry (talvez Acary)
nha. Os nossos sol- "¦ vwár iMÚMk ¥\^__f!i/fii Á lÍM__j_C__tv vi V.-«s_f_W tÇ/^I»^! alS_àra9_) principal affluente do
dados e officiaes nos mesmo Purús. Muito
e calorosamente ao>
acampamentos do
Acre tiveram de dei- BARRACA Dfe SERINOUEIRÓ
" 1 hido pela Gerencia
xar as barracas de lona, porque a humidade das noites da Companhia do
Amazonas, que nesse tempo era ainda exclusiva-
gotejava atravez do tecido e os molhava. E o facto é, mente brazileira, Chandless explicou como fez a
com pequena differença de intensidade, o mesmo em exploração, e a importância do rio
qualquer das zonas do território. No Acre as moléstias para a nave-
dominantes são as febres palustres e o beri-beri. Mas gação e commercio do Pará. Teve de repetir varias
vezes o nome daquelle affluente do Purús, o Aquiry
é exacto e justo reconhecer que uma absoluta falta e, na forma da linguagem ingleza, só admitte
de hygiene, e até dos mais elementares cuidados com uma syllaba longa em cada palavra, que
a saúde, augmenta em grande escala o pronunciava a
que o clima palavra Aquiry, não como entre nós, mas como se
tem de mau. Que elle será melhorado pelo progresso fosse escripta A'cri ou Acre. Na Companhia do Ama-

HBBB_B_Ü_I :*..:"- om
KÓSMOS
"tinha
zonas que por guarda-livros um portuguez levou-o comsigo. Segundo este geographo, a boca do
inglezado; não esqueceu mais esta palavra, e tanto Aquiry no Purús fica distante da embocadura d'este
assim é que ultimamente tenco de mandar construir 1.104 milhas ou 1 777 kilometros ea364 pesou pouco
um' novo vapor deu-lhe aquelle nome de Acre em mais de 111 metros do nivel do mar. Essa boca é da
"t; de Aquiry,,.
lugar mesma largura Ido
jrio principal, ao qual leva uma
um rio de baixada, que hascendo nas proximi- grande quantidade dágua. O Acre corre sempre entre
dades doparallelo 11°S e viz nhanças do meridiano ribanceiras de argila branca, na sua fóz, quasi inteira-
69°. O. de Greenwich corre c'ahi para o N. entrando mente nuas de vegetação, ou apenas com a escassa e
no Purús, pelo lado direito em 8°45' S de latitude e rala vegetação rasteira de certas ribanceiras amazoni-
24°16'de longitude O. do Rio de Janeiro, secundo os cas. Pelo seu cui;SOj acima proseguem estas ribancei-
caiculos de W. Chandless Si foi este geographo ras. de terra pegajosa quando molhadas da chuva ou
inglez o primeiro que, em 855, viajou com intuitos da enchente, coni alturas que variam de 4 a 7 metros,
scientificos por este rio, e s cientificamente o descre- sendo e:n muitas partes do plano encima natural ou
veu, como o fizera pouco a tis.áò Purús, seu tronco, artificialmente limpas de mataria, e só occupadas por
o verdadeiro descobridor do Acre, como também do gramineas ou o fraco arvoredo (oiranas e outras) das

"****• ¦ — ^^flH.^B wBffmKtm3smm^^9mmm3mw^'Êtmmm^wmMm» '3Jj ili1 ^HM~Ü5*^ »*¦'"'


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7-

FOZ DO VACO AFFLUENTE DO PURÚS

Purús médio e superior, foi o mulato amazonense (?) paragens semelhantes da Amazônia. As praias são
ianoel Urbano da Encarnarão. Este homem figura raras e pequenas. Dizia-nos um dos nossos informan-
:uriosa de sertanejo brazi eiro, vaqueano daquellas tes que o Acre é um dos rios mais alegres do Terri-
regiões, e habitante do Pur inferior, foi, em 18Õ0 torio, pela altura e aspecto florestal de suas margens,
¦cumbido, não sabemos
po quem, de descobrir uma pelo numero considerável de barracões e barracas"que
communicação por água qi íe se dizia existir entre as povoam. A região do Acre é talvez a mais alta, e
aquelle rio e o Madeira. Ne >ta infructifera rebusca certamente das mais firmes do Território. No ponto
acabou por descer o Purús e descobriu o Aquiry, extremo de sua viagem, pelo parallelo 11° S. Chan-
pejo qual navegou rio acima durante 20 dias. Deste dless achou altitudes demais de240 metros acima dò
Manoel Urbano, cujo nome um afflnente do Purús nivel do mar, e segundo as medidas por elle dadas a
perpetua, escreve Chandlessf, "homem de pouca in- altura média das beiras do rio seria de 211 metros,
struççãò (temos noticia
que s ;i Dia ler e escrever) mas de superior portanto á elevação média do Território, que,'
grande inteligência natura e cuea elle naquella como vimos, não chegará a 200 metros. E aquella
época se devia tudo
quanto st sabia a respeito dos tri
butarios do Purús, com
altura é sensivelmente superior á achada pelo mesmo
exc? dos três primeiros, observador para o Purús. Talvez nas mesmas condi-
Na sua viagem de exploração pçao em 1864-65, Chandless ções do Acre, com o qual muito se parece, está o

7 ¦ •. •
lãaSiàeCT'
KÓSMOS

Tarauacá, affluente do alto-Juruá, e também no Terri- ha nenhuma, como aquellas do Acre, a não ser talvez
torio. Apresenta quasi o mesmo aspecto que aquelle, Mercedes, na margem direita do Vaco. A largura
e,-como elle, escapa em geral ás inundações. Porto- média do Acre navegável, na enchente, será de* 80
Acre, ex-Porto Al ouso, fica sob uma elevação a 50. metros, e a enchente começa ali desde Dezembro. E
metros mais ou menos do nivel mínimo das águas do!
rio. As outras povoações ou povoados que se encon-; por seis mezes os vapores sobem até Xapury achando
10 braças e mais d'agua.
tram nas suas margens são Empreza e Xapury. Esta é: A navegação do Território do Acre é considerável
a mais importante, está situada á margem direita do De Manáos e do Pará vão vapores até o alto-Juruá,
Acre, 10°20 e tantos minutos S., bem em frente á; fazendo desta ultima cidade ali navegações de
bocca do Xapury, riquíssimo em borracha. Xapury él de 4 mil milhas geographicas, e da mesma capitalperto
ao
salubre e offerece condições para o desenvolvimentol remoto affluente do Purús,o Chandless, de mais de 3
de uma futura cidade. Esses povoados são meras j mil milhas. O Acre durante a enchente é navegado a
agglomerações de barracas, todas de palha umas, de j vapor por 300 milhas, o Yaco por 250, e nessa~epoea

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mp*

SUM/ E1RA
madeira e palha ou de palha e barro (de sopapo) affluentes menores do que estes e subaffluentes são
outras, sem caiação, nem cobertura de telha. Todas também navegáveis por vapores. Quando as águas
ellas se constituíram á roda de um barracão, do qual baixam ainda o são, na maior parte dos casos,,
são clientes os habitadores desses povoados, ainda lanchas a vapor, batelões, e embarcações menores,pora
agora sem existência politica. Pelo rio acima, e já remo. Em certas secções d'esses rios faz-se uma nave-
também pelos seus affluentes, Riosinho, Xapury e
menores, animando-lhes as margens, levantam-se gação mixta, em embarcações a vapor até onde pos-'
sam ellas checar, e dahi em canoas de porte adequa-
innurneros barracões, com nomes esquisitos, e para do á profundidade das águas. O tempo d'essas viagens
nós inintelligiveis, tirados de uma çircurnstancia se não pode fixar com segurança, pois não só depen-
pessoal ou local, uma allusão, uma devoção, uma de da maior ou menor correnteza do rio, isto é, da
memória, uma esperança como verá o leitor tíà carta estação, como do numero de paradas,
junta. O mesmo acontece no alto-Juruá e seus affluen- crescido. No Acre, por exemplo, os portos geralmente
de escala
tes, o Tarauacá. o Envira, o Moa, o Amonea, o Tejo são 40. Assim de Manáos ao Acre leva-se de 15 a
e também no Yaco. Povoação verdadeiramente não 25 dias desceijdo, de 25 a 30 subindo. Do mesmo
i.
KÓSMOS

to ao Alto-Juruá, 25 a 30 descendo, 30 a 40 56 dias em que funecionou em 1899, rendeu, segundo


sul indo. Os vapores rarame te deitam mais de 8 mi- informaçõs officiaes, 1560 contos. Admittindo exagero
por hora, geralmente 4 6. ou vício nesta cifra, não póde ser tal que de todo a
) valor econômico da Te ritorio do Acre é muito prejudique, e os dados officiaes da Estatística com-
ar ide. Sem exagero se póde dizer que essa região é a mercial da Praça do Commercio de Manáos, de
mais rica em borracha de toa a a Amazônia e, portan- alguma fôrma a corroboram, registrando para a expor-
!to. do mundo. Tal é a opiniâao de um viajante francez, tação em transito da Bolivia em 1902 quasi 3 ' 2
[que, em missão scientifica- ihdustrial veiu á Amazo- milhões de kilog. no valor official de perto de
jnia e ao Peru estudar espie ciai mente a questão da 14 mil contos. Ora a maior parte dessa producção
borracha, o Sr. Plane. No se i livro, geralmente bem vinha certamente da região do Acre. A mesa de
informado, dá elle para o districto do Acre uma rendas de Porto-Acre, durante o modus-vivendi de
exportação de mais de 2 rni lões de ki logram mas, em 4 de maio a 3 de outubro do anno passado, arrecadou
1901. No Acre propriamen v dito, como em outros da exportação da borracha bem perto de 240 contos,
affluentes do Juruá, rios de tè 'ras altas, não sujeitos a em época revolucionaria, com o trabalho desorgani-
inundações, o trabalho da i<tracção pode ser feito zado ou paralizado. Antes tinham os Acreanos em
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HlioCâ

B BB ifilB Çlf^S - feEíMm Si^e5<2*Í'

j FOZ DO RIOSIN HO NO ACRE

quasi todo o anno, e o ni iriero e a riqueza das


"seringueiras insurreição, em menos de quatro mezes, na sua alfan-
permitte a cada seringueiro uma reco lta dega do mesmo lugar, cobrado 230 contos de direi-
raramente inferior a 1000 kil og. annüaes. B a Heyea tos de importação e mais de mil de exportação,
irasiliensis(a seringueira qu íivulta em toda a região mesmo deduzindo verbas que não cabem nesta ru-
no districto gommifero do Acre tão rica!em .látex brica.
Lie uma estrada, isto é, 8j0 a 100 arvores mar- Estes algarismos acham confirmação nos últimos
inaés de uma picada no seri ngal chega ahi! a dar por dados officiaes da Estatística commercial da Praça do
i até 22 frascos, isto é, uma iredida d'esta forma, de Commercio de Manáos. Segundo elles nos dous
"Olha de Flandres, cujo conteú do liquido deVe produ- semestres de 1902 vieram da Bolivia. em transito por
zir 1 ki logram ma de borrach; 1 I rompto para a expor- aquella cidade 2.849,684 kilogs., no valor official de
tação. 3.235,730S632. Esta producção é da bacia do Madei-
já em 1890, a borracha dí Bolivia exportada por ra boliviano, e da região do Acre. Mas 2 :3 delia,
Manáos era de mais de 430 dnil kilograifimas, no isto é, 1,899.788 kilogs. no valor official de mais de
vaior official de mais de 1100
mais de metade delia pontos, e, certamente, 3500 contos pertencem a esta região.
alfândega boliviana de proviria pa região acreana. A Não temos dados, e não cremos que os haja, para
Porto Alonso, no periodo de calcular, ainda que aproxiinativamente somente, a
KOSMOS
renda provável dp Aito-Juruá e seus
affluèntes ou do Vaco e outros afflu-
entes do Purús. Mas sendo esses rios
dos grandes productores de borracha,
pode-se admittir que a producção do ktTBR,"^j^r^j^n,™-^nl iKSS_____É_i_________>_________ j4a^âÉ^_fe___É__________________k -^^»
Território do Acre em sua totalidade C1^Kh_^Bv_k_K ___________H>r2____i ..^W-JBípl^HiKml^J^tt-
i ^ **^K.a -
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não será nunca inferior a 6 mil contos fflfltflBÍ—^^^iSrf ¦ X~Ítn,'V^¦">£*t '\v^.^^i^H______É*
de valor official. Cobrados os direitos iÍ___i__B_ML¦r*^T^r" vbp_______É__)___: St- «nA/tfB lBfc_.. -¦--1
de 23 ° o, qual se hoje cobra, deixará
aquella somma a renda de4ó20 contos
annuaes. Calculando, com os dados II fl flfl EbK flfl K"' •
que temos que os direitos de importa-
ção montem a mil contos, não é de- '/"''H _________¦'_____________ flflt_________V__H ¦¦Bi ¦¦ ^____I
masiado esperar do Território do Acre
^SmntpMWjgBmmW^^^lmm^EM
a receita de 5 mil contos annuaes. Ora,
ha cincoenta annos, em 1854, a renda ^^^=^^_JraeHJ^S ^rflf- ^vH_Tb_I___H a^'""
geral.do Pará e Amazonas, então ainda
unidos, não attingia a 1400^ contos por
anno. j ;.A' jiSS^M ^*TfaM*^____ir^^fÍP'''B
^.^^'^wBi BU Bfl SSr''
Verificando no triennio de 1898- ^TTaBCWWM ^T*SlTtt____ri:r?Hrr<Mi». ,iJg*".i 'v?g^__________________________________________WW__W6____fe-r s
t^y^ja_jJ5K__ _______»____ ^^tt MBW]B ____É____L___£__^> * - '¦

1900 a exportação,-da Bolívia pela


alfândega. do. Pará. de perto de 3 ' ACAMPAMENTO DO 36» BATALHÃO DE INFANTARIA NA EMPRESA,
; RIO ACRE
milhões de kilogs: de borracha no valor official dei ria lógica o decrescimento de 25 ° „, pelo menos das
cerca de 32 mil contos, observa o muito competenteI rendas aduaneiras de Belém e Manáos, onde serão
Sr. Luiz R. Cavalcanti de Albuquerque digno Director
das Rendas Publicas no seu interessante opiiseule! processados os respectivos despachos.
"Tive varias conferências com alguns
Commercio e Navegação de transito internacional commandan-
etc, de l'902f r , tes de vapores que desde longa data navegam para
"Pelo valor official" da 'quantidade ,os nos Madeira, Purús, Acre e outros affluèntes dos
de gêneros: nos do Amazonas nos limites da Bolívia, e todos
exportados da Bolívia fronteiras do" Brazikl são accordes em affirmar que, uma vez cessando
durante o ultimo triennio pelas
,poder-se-ha calcular o; os movimentos revolucionários do Acre. entrando
acerescimo que terá *o commercio de transito e reex- as cousas em um periodo normal, todo o commer-
portáção das mercadorias trazendo-como consequen- I cio desses rios será feito em Puerto Alonso, como
$1 . ' . : o de uma parte do Madeira é feito em
Santo Aírton io, com as mercadorias
__>>^nüÉlH_____________^__k___. que deviam seguir para Villa Bella. no
Beni.
" Puerto Alonso,
ia Iw^lSi ^Ufil9B__Ía_S___________.
^di'i3^RflfliifcN ¦** * fr*í* l y* vH^tSw^bIB ______bk_^
u
por sua posição geo-
graphica, é um optimo ponto para esta-
belecer-se essé~ commercio, no dizer dos
mWm+*M'
alludidos commandantes, confirmado
*tmBÊLmmÈm9m^P^m' ' _áWfl_E___ii____MB^fl ' )____ _H_______B_r( ________ «/*^M_É_l____fl ____tsá-*'s' 1
posteriormente por pessoas residentes
desde muitos annos no rio Purús e seus
affluèntes, todos em communicações fa-
ceis e rápidas com o Acre, que os abas-
tecerá de mercadorias, recebendo em
^^ ^^fl^ MMflÉÉ^fc^^^^^^ff^f^^^^B^^^^^^^K t ^^Bh. • __________ ^ ^____l V ^^L^mlft ^ *l í * troca gomma elástica de origem brazi-
leira a que será exportada" como de
F fl I H4 M_____________BÉf E ís fl^_flfl flfenB Sjt"- producção boliviana, pois a pauta de
t| UL^ -**i<k II I IM ______•___M MP^JI * ' exportação da Bolívia é inferior á de
já^Bfl_iii«É_ifcii¦^fh5 II S ff^^^SflV flfl ¦fll flV^flfl^U ¦&_______«fll^^E ¦M'_________^____l *¦¦¦_ \w*%— M Hf
Manáos, revertendo, portanto, a diffe-
ri, .'^Hifim__B__E ivi
ii h^ Ti * r ^((pjf X^^H iíi u
____! fl__h'^_____-____________--l _B__r^S!üffm_____________f^y
^ rença em favor do exportador, com pre-
Sk»* '''^ J""*'™> »*.-JM>^^.»^W^r^r ' mWv1^^ .""TglÉ^^^^B
juizo total para os cofres do Thesouro
HB8H^^
. *>»"7?" ,-^^p-*—;;_ s~ . -~Jgr ¦ .^"MpJfÈ^^^SHJSfTfi*??'^
w^J «ifciAjPÍB^^^s^^t^^"^'^ ^». ^_t*
do Estado do Amazonas, que será "des-
W^P^j8ÉIbf____________ÉÉ____________i__í_________________________É__^^

gran-
CASA DO COMMANDANTE DO 36° BATALHÃO EM EMPRESA
demente lesado em suas rendas
viadas pelo contrabando já feito.»
KOSMOS

% Adquiri do definitivamente o Acre, constituído em trabando, em nosso detrimento, até agora praticado
federal toda a regia )
|| Território o Brazil e a Boli via, e até ha pouco dispu- no Acre.
jb\ tada entre mais a que esta nos V.
1 transferiu, não terão m%is ra2ão de ser os receios * Alem dos conhecimentos
geraes que da região amazônica tem o A e do»1
J da dimiríu ição que forçosáme ite se darlí na renda trabalhos de Scliandless e outros que consultou, serviu-se na redacçAo d'este artigo
das intormaçôes verbaes do Sr. Major Gomes de Castro e do Kngenhr-iiu Corrêa
li daquellas alfândegas, nem da continuação do con Lopes, recentemente chegados do Acre. e de memórias publicadas <; inéditas do
Sr. Luiz R. Cavalcanti de Albuquerque, digno Director das Rendas publicas.

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Ení 13 P£ Iw!

Phot. Mace Ferrez PAINjEIRAS — AQUEbUCTO — l&O DE JANEIRO

cujo conjunto constitue o ser integralmente indi vi-


A QUESTÃO FÉAIN NA duado.
II Entre todos os apparelhos do organismo, 6 mais
importante, o mais digno é o em que reside a sede
Comparando-se o organi .mo masculino! ao femi- positiva das funeções psychicas, é o apparelho cere-
nino em toda a serie dos an ae> sexuados, a anato- bral. <f%
-•ia demonstra a existenei a de caracteres se *¦• Supremo director de todas as funeções, o cérebro é
separam e que fazem de amttos s?res distinetos,queindi- o centro de .gravidade da vida; é em torno delle que
¦'•dualidades perfeitamente d iversjas, comqijanto reci-
gyram como satellites os órgãos secundários que o
proeamente complementares. servem e que elle, como um sol, illumina e dirige.
Tal divergência concerne nao so aos orgâos vege- Nosanimaes superioreseespecialmente no homem,
¦ativos característicos
da sexualidade, mias ainda, é esse apparelho regio o gradimetro que mede o valor
embora em muito menor £gràó, aos vários ajpparèlhos real de cada indivíduo, e é por elle que se pode julgar
KOSMOS
"A */*"

os diffèréntes seres humanos, então classificados das. Si é só o egoísmo que inspira, a intelligencia
segundo o seu valor moral, intellectual e pratico, isto dirige a vontade para o" mal; si, porem, é altruísta
é, segundo as mais nobres das funeções próprias dos inspiração dominante, ella conduz a mesma vontadea
entes conhecidos, funeções que na espécie humana á pratica do bem.
attingeiií no conjuneto ao máximo gráo que nos é Em ambos os casos é sempre o sentimento
^4ado conhecer. domina tudo, seja pessoal ou egoísta, seja social que
Asssim, para julgar do valor do homem e da mulher, ou
altruísta; o espirito, a intelligencia representa um
para comparar-se os dous mais nobres dos seres pabel secundário: procede conforme ás ordens do
vivos, convém estabelecer um para!leio entre o cere- sentimento emanados.
bro masculino e o cérebro feminino, entre a alma do
homem e a alma da mulher, tomando esta expressão Dahi dous m odos de regular os actos ; ou subordi-
de alma, consagrada pelo uso, no seu sentido scienti- nando-os aos pendores egoístas ou ás inclinações
fico e positivo, tal como Gall a definiu: o conjuneto altruístas.
das funeções do eneephalo. Na primeira lypothese a vida social é impossível;,
Ora, a alma humana, como a sabedoria secular sys- é p que se dá e m a mór parte dos animaes ferozes'
tematisada pela verdadeira philosophia já demonstrou, onde a sociabil dade é peren nem ente suffocada
desenvolvimenuj) excepcional do instineto nutritivo. pelo
compõe-se de sentimento, de intelligencia e de vonta-
de; amar, pensar e agir é a tríplice funcçao de todas .O segundo cbso é peculiar aos animaes verdadei-
as almas, de todos os cérebros e conseguintemente de rajmente sociaveís, como quasi todos os vertebrados
toda a natureza humana. superiores e principalmente o homem.
D'estas funeções, a principal, a que impera sobre j Nestes é ainda o sentimento que tudo regula e
todas, a que as governa, é o sentimento, é o amor. dirige, mas o sentimento social, o altruísmo, o
constitue realmente o Amor. Em taes seres as sugges- que
Para viver é elle o uníco motor verdadeiramente
indispensável; podemos viver sem pensar e sem agir toes puramente pessoaes são apenas incentivos5 da
mas nunca sem amar. dedicação; o egoísmo consagra-se ao serviço do
altruísmo. Si alguns actos humanos são o resultado
Durante um somno tranquillo, sem sonhos nem de moveis egoístas, então nada têm de bons, são actos
pesadellos, cessa a nossa actividade, paralysa a nossa ipáos e por conseqüência não constituem
intelligencia, nada fazemose nada pensamos; mas o patrimônio
coração palpita ainda e com elle todo o systema vis- da vida social, para a qual só concorrem as obras
realisadas sob a inspiração do Amor.
ceral sob a acção continua dos motores affectivos.
Si a Humanidade
E' esta continuidade do amor opposta á intermit- Jarte, da sciencia, da attingiu a todas as grandezas da
teneia das idéas e dos actos, que o maior dos industria, não foi porque a intel-
sophos resumiu no mais bello dos pensamentos philo-a jigencia por si as creasse, mas porque os mais nobres
historia registra : que è desinteressados sentimentos animavam os seus
órgãos mais eminentes, os grandes homens de todos
On se /asse de penser et mame d'agir, jamais on logares e de todas as épocas.
ne se lasse d''ai/ner; ps
Foram grandes pelo espirito porque eram maiores
Cansamos de pensar, de agir também cansamos pelo coração. Si muito souberam e muito fizeram foi
E somente de amar jamais nos
fatigamos.
porque muito amaram.
Não se pode ter uma grande idéa sem ser inspirado
Até no estado de vigília, sob a influencia de uma
impressão enérgica, quantas vezes só agimos levados por uma forte affeição. Os grandes pensamentos vêm
do coração, já o disse o moralista moderno resumindo
pela paixão; inspirados pelo sentimentxCsem a mínima numa admirável sentença a preponderância affectiva 1
influencia do espirito? ino conjuneto das funeções da alma.
A mãi que vê um filho entregue á fúria das ondas Esta soberania irrefutável do sentimento e do sen-
e atira-se ao mar para salval-o, sem conhecer os exer- !
cicios da natação, nada reflectiu, não pensou, foi leva- I timento social na realisação do bom, do bello e do
da pelo instineto, inspirada pelo amor. A intelligencia jí verdadeiro, de tudo emfim que mantém no tempo e |
i no espaço a existência da Humanidade e a de cada
annullou-se e a actividade não fez mais do |
obedecer ás emoções do sentimento. que j um dos seus órgãos individuaes, leva-nos á conse-
Em qualquer acto da vida a intelligencia é apenas quencia lógica e scientifiea de que entre dous seres
o ministro do coração. A ella só cabedirigir a activi- quaesquer o superior é o que mais ama e não o que [
é mais sábio ou mais activo.
dade conforme as suggestões do sentimento; de modo Ora, não é preciso entrar em detalhes
que todas as acções individuaes ou collectivas con- para demon-
vergem ao bem ou ao mal, não porque são bem ou istrar que entre o r ornem e a mulher, comparados, a
mulher é quem mas ama, é dos dous seres, e
mal reflectidas, mas porque são bem ou mal inspira- porían-
jto de todos os seres conhecidos, aquelle em que os
KOSMOS

sentimentos generosos, o altruisno, o Amor, emfim, . A intelligencia masculina se adapta melhor ao


preponderam espontaneamente e com.mais intensida- estudo das leis mais grosseiras que regem o mundo
de sobre os pensamentos e os actos. afim de modifical-o; a da mulher é mais própria ao
Cada um de nós deve estar convencido por expe- conhecimento dos princípios especiaes que governam
riencia própria, salvo aberrações que, como toda os phenomenos mais nobres e mais particulares, que
excepção, confirmam a regra, da íifectividade incom- só se realisam integralmente no homem, os pheno-
paravel das mais, das esposas, das filhas e de todos os menos moraes, os vários attributos da matéria huma
entes femininos que nos cercam na existência domes- na, e os aprecia ainda encarados unicamente nos ent-rs
tica. São ellas os verdadeiros anjos da guarda imagi- que lhe são caros : pai, esposo e filhos.
lados pela inspiração theologica. . Embora desprovida da cultura necessária para um
Si a historia da Humanidade está cheia de catastro- conhecimento mais systematico dos seres que ella
phes, de revoluções e de gjerr<s, não é devido á tem de modificar, a intelligencia feminina suppre
mulher, mas aos homens. Com raras excepções são quasi sempre por um admirável empirismo tal lacuna,
elles, só elles, os causadores da desordem social. de modo que o saber systematico do mais illustrado
Si hoje as grandes carnificinas são incomparavel- doutor fica nesse ponto abaixo das mais simples
mente menos freqüentes do que 1 a séculos, é porque noções adquiridas pela sagacidade do espirito femi-
o coração feminino tem conseguiido pela constanqia nino.
de uma admirável ternura abrandar a alma carniceira As grandes obras da arte, da sciencia e da industria
do homem ; é ella que tem pojjco a pouco domado os não são o resultado da intelligencia feminina, mas
impulsos egoístas do coração masculino. isso não quer dizer que a mulher não tenha directa
Que a mulher é o ser sensível )or excellencia, que ou indirectamente influido para a sua producção.
nella o coração domina mais do que no homem, é Desde Aristóteles a Augusto Comte uma pleiade
uma verdade incontestável mente estabelecida, não só de mulheres distinetas pelo coração e pelo espirito
pela sciencia biológica e social mas também pelo tem sido os assistentes, os conselheiros, os inspirado-
consenso unanime da sabedoria p )pular. res dos grandes philosophos e dos grandes poetas.
Si assim é, si a mulher possue mais sentimento do Ao lado de Aristóteles ergue-se a sua formosa e
que o homem e si o sentimento é a faculdade mais amantissima esposa Pythias; Confucio foi auxiliado
enérgica, a principal das nossas funeções, o motor na sua grande obra de regeneração pela assistência
supremo da existência individual e collectiva, é fácil objectiva de sua esposa e pelo influxo subjectivo de
de concluir este theorema ifrefi tavel: A mulher é Ching-Tsaé, a sua eminente mãi, que elle honrou com
superior ao homem um Juto de tres annos; Pythagoras aos'sessenta annos
Mas talvez me repliquem, d izendo que a superiori- redobrava de ardor, pregando a sua admirável dou-
dade affectiva não é bastante para dar á mulher seme- trina sob os olhos da bella e joven Theano, que o
lliante posição, quando a sua ir ferioridade íintelle-
ctual é universalmente reconhejcidc|,não só no presente grande pensador tomou como esposa; D'Alembert,
mathematico, philosopho, o eminente encyclopedista,
como também no passado realisou os seus melhores trabalhos sob a influencia
- Eis-nos deante de um sophisma
que a analyse phy- affectiva da celebre Mlle. de Lespinasse ; e para não
siologica do cérebro feminino e a apreciação dyna extender mais citações d'esta natureza, de que a histo-
mica da intelligencia através da 5 eras vêm refutar ria está cheia, basta lembrar que a obra mais extraor-
brilhantemente." dinaria cumprida pelo gênio humano, a Religião da
As observações quotidianas, o eátudo psychologico Humanidade, foi o resultado da inspiração de uma
do cérebro, mostram-nos que a imelligencia feminina mulher: si não fosse o coração de Clotilde, Augusto
não é de certo ig-ual á do ho nem ; ha divergências, Comte não conseguiria levar a termo a sua augusta
fferenças entre ellas, mas qomparando-as não! se missão.
de concluir de tal paralle o í. inferioridade i da Os poetas e os artistas, mais talvez que os pensado-
mulher. res, experimentam melhor essa doce e adorável
O espirito de um e de outro tem, a mesma capaci influencia. Ninguém ignora que as melhores obras da ,
de, o mesmo poder mental, iape ias divergem
ia li dade. pela poesia são o resultado dá inspiração feminina.
Dante não escreveria o seu divino poema si não
A intelligencia feminina é ma s analytica, a do tivesse o coração cheio de Beatriz, daquella que lhe
; >mem mais synthetica. emparadisara o pensamento, como elle diz num admi-
Emquanto este se applica ásl gei leralisações, estuda ravel verso; Petrarca seria esquecido, apezar de tudo
conjuneto superficial das cous as e dos seres, a
iiulher limita-se a cousas ou seres especiaes, cujo que escrevera, si não nos deixasse os sonetos immor-
taes que a formosa Laura lhe inspirara; e Tasso e
estudo ella aprofunda de modo a conhecer-lhes os Camões e tantos outros gênios teriam passado na
mínimos detalhes Terra totalmente desconhecidos ou pelo menos quasi
KÓSMOS
incógnitos si mulheres eminentes não lhes tivessem E' mesmo esse o resultado que tiramos da contem
inspirado as grandes obircf qne realisaram.
E não são apenas os grandes homens, os typos fiação da serie dos phenomenos sociaes; é uma ver
mais elevados da sociedade, os únicos a soffrerem a padeira lei de sociologia a formula: o homem pensa
sob a inspiração da mulher, isto é, as producções
influencia directa da alma feminina,
que atravez delles jntellectuaes da Humanidade provêm do concurso
produz as obras maravilhosas da Humanidade. Qual- dos dous sexos; o feminino que inspira e o masculino
quer homem experimenta na existência publica e pri- que executa.
yadà a influencia affectiva das mais, das esposas, das Só excepcionalmente, grandes naturezas femininas
filhas, das irmãs ou de outras a se ligam por surgem como produetoras de obras intellectuaes
laços correspondentes ao materno, que m~
,33

filial, comutai e fpeto que aliás prova bastante


que a mulher, uma
fraterno. y£r- a ellas consagrada, igualaria ou até excederia as vez
Si na situação actual a acção benéfica dos entes queções do homem. Corina excedeu a Pindaro pro- nos
ligados normalmente a nós pela familia não se mani- jogos da Olympia, e é incontestável que as cartas
festa ás mais das vezes, é necessariamente substituída amorosas de Heloísa valem mais que as áridas ébis
pela de seus equivalentes. Si, por exemplo, o esposo tolas de Abelardo.
nao mais acceita a influencia da
seu coração, outra mulher a substituiráque foi a eleita do A mulher tem realmente tanta capacidade
quanto o
; si a esposa h ornem para as producções do espirito, apenas uma
não o inspira, a amante o governa. d iversidade de destino determina a differença de
Seja como fôr, a influencia da mulher sobre o lidade. Emquanto o homem, entregue á vida qua-
homem é um facto incontestável e irrefutável. desenvolve a sciencia, a.arte e a industria, a publica mulher
Apezar do seu orgulho e de sua no lar o prepara para essa mesma vida. Ella não
pretendida inde- pro-
pendência absoluta, o homem é um instrumento da djiz as grandes obrasj, mas forma os grandes homens-
mulher, especialmente quando os laços tddá a sua gloria está na dos homens
são os motivados pelo apego, são os laços que os unem homens que seu amor dirige, como mãi, esposa que educa, dos
conjugaes. ou filha
O polytheismo grego comprehendeu bastante tal |Só ha uma superioridade do homem sobre a
subordinação resumindo-a na alegoria celebre de mjulher: é quanto ás qualidades praticas de energia, de
Hercules fiando aos pés de Omphaíe: o Amor domi- cqragem, correspondentes, ao maior desenvolvimento
nando a Força; a Mulher dirigindo o Homem. dcj> systema muscular
Mas não é só pela acção sobre o homem jDesde as mais remotas eras, a mulher tornou-se o
sexo affectivo gera indirectamente as que o sy^nbolo da delicadeza e da graça, e o homem o da
da sciencia, da arte e da industria. grandes obras torça e da bravura.
Directamente, por si, a mulher figura, embora Assim, da comparação cerebral do homem e da
como por mulher se conclue em| resumo :
^xcep;ão, verdadeira creadora."
IQ Que a mulher é superior ao homem em sentimento;
Quanto á industria, foi ella que a ereou. Nos tempos
2o Que a mulher é igual ao homem em intellioencia;
.nmevos, em quanto o homem destruía, caçando e 3o Que a mulher é inferior ao homem em actividade.
pescando, a mulher construía, instituindo as artes
domesticas : a culinária, a costura, a cerâmica, etc Só Trata-se, pois, de dòus seres desigualmente consti-
mais tarde foi que o homem, partindo d'estes rúdimen- tuidos eque se devem completar mutuamente, sendo
tos e illummado pela cultura scientifica, tomou no emtanto, preponderante aquelle
posse faculdade que for superior
definitiva do domínio inuustrial. pela mais enérgica, qual é, como demonstra-
A sciencia contem nos seus annaes os nomes ceie- mqs, a mulher, onde o sentimento tudo dirio-e e
bres de Hypathia, Maria a Judia, M™\ de Chatelet a especialmente o sentimento social, que o Amor, prepon- '
traductora eminente dos Princípios de Newton, Miss déíia, domina sempre.
Ajartmeau.que condensou admirável men te a P/iiloso- Agora passemos a dstudar quaes os meios de reali-
sar a harmonia dessas existências,
phia Positiva de Augusto Comte, e o grande typo de não podem persistir e que só unidas que apenas por si
b.jphia Gemiam, cuja intellígencia era tão vasta constituem o
achou a solução de um difficil problema matheinatico, que verdadeiro individuo social, a familia.
o qual o próprio Lagrange tentara em vão resolver.' Então veremos con o ambos podem satisfazer as
Nas artes, especialmente na arte litteraria, suas justas aspirações de espirito e de coração, hoje
admira os poemas rnysticos de Santa Thereza quem não antagônicas, ante a anarchia revolucionaria e retro-
e as graçla-; e finalmente combinadas por uma synthese
cartas sublimes de Heloísa?
scientifica universal e eterna onde o amor é o
Entretanto, esta actividade intellectual da mulher princi-
esta preoccupação directa com as obras do espirito é pio e o fim de toda a existência.
excepcional no sexo, destinado principalmente a inspi- (A seguir)
ral-as e não a coustruil-as. Reis Carvalho.
(Oscar d'Alça).
1'liüt. Marc Ferrez - RIO DE JANEIRO
COPACAFiANA

'• X-l&W'^ r^'l


1
KOSMOS

E, [D,
¦

Esta è a bemdicta pedra da esperança


Vinde vê-la, Poetas! vinde vê-la
Com seo luzir suavíssimo de estrella,
E seo clarão de bemaventurança ...

Amantes: não deveis jamais perdê-la


Da vossa vista ... Súa luz rão cança
E uma voz de consolo e confiança
A's vezes brota dessa jóia bella!
'
!
Verde sonho das relvas e das ondas
i
Do inquieto olhar do amor nunca te escondas!
E tu que tens na fronte uma grinalda
1 De desenganos e de fé perdida,
Esquece as mil desillusões à% vida
No crystal illusorio da esmeralda ...

¦V Luiz Guimarães (filho)


Móntevídeo: 1-12-11)04 ( Das " Pediras preciosas
¦
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DÔP^ SUPF^EAÁ
Dizem que amar sem sek também amado
E'das desgraças a maio/\ desgraça,.
E é a do desengano amarga taça ¦
Que tem mais corações envenenado:
O amante soffye, pena allucinado
Pela anciã de um desejo que não
Para acalmal-o é vão tudo o que passa;
Nada consola o amor desenganado.faça,

No emtanto dôr maior existe ainda,


Dôr sem remédio, dôr qu\ nunca finda, ¦

E que embalde no peito suffocamos.

E?a magoa de amar e, amado embora,


.Ter de calar o çimor que nos devora,
Jamais poder dizer que nós amamos.

Oscar d'Alva
KOSMOS
=OQ_-

O PAVILHÃO BRAZ LÉIRO SERÁ O MAIOR DENTRE TODOS OS ESTRANGEIROS

Dos Governos que pretendem comp; irecer á Exposição entre nós. Todo o seu trabalho relativo ao edifício foi reali-
Universal, nenhum terá mais notável irei resentação do que zado em São Luiz. Revestido pelo seu governo de todos os
o Brazil relativamente ao edifício do sèu xivilhão nacional, poderes necessários, entregou-se sem demora ao desernpe-
Aquella Republica sul-americana vae dc cididamente revê- nho de sua tarefa.
lar ao mundo seus progressos e sua prós peridade, pela sua A Companhia da Exposição, está satisfeitíssima com o
coparticipação no grande certamen inier íacional. resultado do trabalho do coronel Aguiar. Ninguém acredi-
Os trabalhos do pavilhão começaran i na semana passa- tava que uma nação da America do Sui fizesse tal successo,
da ; os planos e contractos foram comtyin idos por tal modo, na área fornecida aos governos estrangeiros.
que a construcção definitiva será exe cutada cm curto Seus planos foram adoptados sem a menor modificação',
período. Excluindo a mobilia interna, so o edifício custará e foi-lhe concedido todo o espaço requerido para execu-
cerca de 130.000 dollars, a maior somn|xi despendida por tal-os.
outro qualquer estado para esse fin., com excepçao do
Missouri. O constructor, W. Detternv, é também oarchitecto do
pavilhão chinez.
Dos paizes que concorrem á Expo ;ição, o- Brazil é o O edifício é modelado em linhas severamente corre-
único, para cujo pavilhão os desenhos f< iram traçados pelo
ctas, com a parca ornamentação ffecessaria para exprimir o
próprio commissario geral, coronel JF ancisco de Souza espirito decorativo característico da America do Sul, corno
Aguiar, que concebeu a idéa da estruetu ra geral", levantou
as plantas, e entregou-as a ura architecito de São Luiz, afim um elemento perceptível da Escola Hespanhola de Archite-
de encarregar-se da construcção. ctura, que suavisa as linhas severas dos zimborios e das
columnatas.
O coronel Aguiar veio com sua f. m ilia para São Luiz
ha ai guns mezes, montou casa e estabeleceu residência T/ie St. Louis Republic, 22—11—903. '

¦
KOSMOS
¦ .
' .|
Trovas populares^ òe Hespanba
Emqüanto a paixão perdura,
Toda a loucura é fineza;
Mal vem 'do. olvi lo a frieza,
Toda a finezaé 1c ucura.
II
rEras uir anjo : fugiste
Do céo, 3 Deus te pegou;
Quiz dei sr-te: resististe:
Com tue s azas ficou.
IÍI
Não sei o que sir: to quando
Teu rosto i raro:
Suspiro, e fico in iagando
Porque suí piro.
rv
Com tan as letras se escreve
O «não» como o «sim...» E o esiras
Fará corr que aos céos me eleve,
E o «nâo • que será de mirnff

Não tens oujjDa, n m culpado


'osto,
^Sou, lindo :
De que Deus te h ja. formado
Tão de mev'gosto.;.

'.'.

Per dois negros; assaltantes ....-.¦.

Vi-me, em sonho apunhalado...


Foi por tores, uns instantes,
lurcza me fitado.

a Mil e sete estrèíl 4s conto,»


Diz um; sábio, e h quem o appróva.
) —Mas òs teus olh os lhe aponto:
Mil e nove !.
"Nos Tit]
teus :>lhos todo o aspecto .
Do que QX i sinto se resume;-
Grandes, meigos... meu affecto,
Negros.., negros... meu-ciume.

ingrata, porque re olainas


Que eu te conte pc r miúdo
Meus males '?... — Amo, não amas,
r-.- 'T^j^».. ,¦' l^% I —Eis tudo !

SonheL.. Que sonhar risonho !


1u3 sonho doce!
3Í,.G5r, o que mais sonho,
Çoitho nao fosse.
¦:i ¦ ¦
¦

V ou-me embora, *
ou deixar-te;
De ti, porem, não me ausente,
Porque si o meu c rpo. parte
Não parte o meu pensamento.
XII
Adeus, fonte c 3 meiguicey
Meu.amor, minha alegria;
:em.teVer; si te-visse.
Nâq» iria..

Villa-Pctiotc-Pctropolis,
25-XII-1903.
Affonso Celso.
Da Academia Brasileira
KOSMOS

Desepbcis para os povos sei los postaes

v
A ELECTRICIDADE
O COMMERCIO
AjHej}:oria ao futuroso itivento de Os- A LEI ÁUREA A figura do Commercio Brasileiro, tra-
A CORRESPONDÊNCIA waldo de Faria- Apoiada a uma roda No centro de um medalhão encimado zendo á cabeça o gorro phrvgio com as
Allegoria ao Correio e uo Telegrapho d'agoa . uma figura de mulher, trazendo no pelo Cruzeiro do Sul uma figura de anjo azas do capacete de Mercúrio, ergue com
—Sobre lim trecho de linha telegraphiea. cabílh um enfeite com a Kstrella do Sul — O Anjo da Liberdade — parte os gri- a mão esquerda uma faixa que, contendo
atravéz do qual se distingue o Cruzeiro derran a com a mão direita uma bilha lhòes da escravidão, que acorrentavam os dizeres- Cokkkio. K. U. DO I3hazil —.
do Sul. Symbolo da nossa Pátria, um de age a sobre a roda e. ço.m a esquerda. tres representantes da raça escrava. vae prender-se pela otttta extremidade na
pombo-correio abre as azas para encetar une dous conductores; das correntes Ao fundo se distingue um pí de cale- nulo direita, que também sustenta um es-
o vôo. coi tlll ias. que produzem a Força e a Luz eiroe sobre as nuvens a memorável data cudo com o valor da taxa.
rep res :ntadas por uma «higrenagem e 13 de maio de 88—Os quatro ângulos No angulo superior esquerdo a Kstrella
uni rapada de arco. do desenho sao occupados por flores de do Sul e ao fundo um laurel que circun-
N ingulo superior direjito avista-se o maracujá representativas dos inartyrios da a figura, a qual traz ao peito um me-
Crdzeik-o do Sul. ¦impostos aquella raça. dalhão com o Cruzeiro do Sul.
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rnmwT^ ^P ' \ji$ ¦ l.M^àX^sZéíisz^
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OLjj20í
O DESCOBRIMEiNTO A AERONÁUTICA.!
Atile) .Otia ao descobrimento do Brasil. Allegoria a gloriosa descobeita do bra-
A MULHER BRASILEIRA —A bordo da caravella Santa Maria. sileiro Santos Dumoiit—No prinieiro pia- A REPUBLICA
Unia cabeça de mulher, typo brasileiro, preudtudo com a mão diijeita a roda do no a Republica Brasileira, em meio cor- Uma cabeça de mulher, trazendo nos
trazendo no cabello. em guiza de orna- leu e. Pedro Alvares Cabral aponta com po. apoia a mào diraita sobre um escudo cabellos um ornato em fôrma de gorro
mento. uni medalhão com o Cruzeiro do a esqi. erda. ao fundo, a jterra de Santa com a taxa do sello. prendendo entre os phrygio; vendo-se ua parte interior do
Sul cercado pelas KstreUas da União e Cruz. !"r. Henrique de Coiiiibra. Fero Vaz dedos uni pequeno ramo de oliveira; com desenho a mão direita da figura que apre-
circulado por tres ramos de carvalho, Caiiiin ia e dois pilotos !jieguem com o a mão esquerda segura a ponta do guide senta um pequeno ramo de oliveira sym-
café e palma significando, na ordem em olhar a direcção upontadja. No angulo rope do dirigivel Santos Duinout que se bolo da Paz No angulo superior direito
que se acham: o Civismo, a Riqueza e superior direito sobre o fkinto indicado vê ao fundo, pairando no espaço. Filtre o Cruzeiro do Sul cercado pelas KstreUas
a Gloria. PellP K •sto de Alvares Cabial. se avista o o escudo e o leme do dirigivel distin- da União.
Cn zei o do Sul. gue-se. á esquerda, o Cruzeiro do Sul.

&#

*~
mi EU BRAZIL
A UNIÃO TERRA ! Lgr AS ARTES
Uma cabeça de mulher, typo brasileiro ;0 mesmo assumpto tratado no sello Uma figura de mulher, que lepresenta
symbolisaudo o Governo da União, apré- ordinário de 500 réis. com as modifica- a Arte. segura na mão direita uma caneta
senta, collocadas á esquerda e em .fonnía ções resultantes do formato do sello e de Desenho e com a esquerda abraça
de diadema, as Armas da Republica Bra- qúe, no presente, consistem em que se uma colunina. que symbolisa a Archi-
sileira. distingue parte maior da roda do leme: tectura. e sobre cujo capitei reclina amo-
no horizonte a terra de Santa Cruz e á rosameute a fronte. Ao fundo, no angulo
esquerda, na faixa vertical, o punho de superior direito, vê-se a estatua eqüestre
uma adaga symbolisaudo a intrepidez. do Duque de Caxias, representando a
Fsculptura. No angulo Miperior esquerdo
o Cruzeiro do Sul. indicando a nossa
Nacionalidade. Um íaino de olennder se
destaca na parte interior do desenho
synibolisando a Arte Decorativa.

A Directoria Geral dos Corre os prestou um ines- A Commissão Julgadora d'esses trabalhos, com-
timavel serviço ao paiz, abrind< ) um......_.....„
concurso entre
...... posta de artistas que, pela sua reconhecida compe-
os nossos artistas, para os desenhos dos novos sellos tencia, são verdadeiras glorias e mestres na matéria,
postaes e outras formulas de franquia. de philatelistas conhecidos e da alta administra-
Em boa hora o fez, porque a esse certameri concor- ção postal, após maduro e con sei en cioso exame
reram dezeseis artistas brasileiros, tendo sijio apre- escolheu os desenhos apresentados por Elyseu Vis-
sentados oitenta e quatro desenhos.' eonti.
KOSMOS
7

Em todos elles ha uma concepção que vem revelar


o mérito de um Artista e a verdadeira alma de um
J Na.composição dos seus trabalhos, aqui reproduzi-
dos, vê-se a glonTicaçãò. ai lego rica de factos
Poeta, si para isso não fossem já bastantes'; "A dança politi-
cos, scientificos, artísticos e industriaes da nossa
das Oreades,,, «S. Sebastião,, . Convalescente „, historia pátria, tendo alem disso cada formula
"Beijo» e tantas outras obras de
primas. franquia uma denominação própria, concorrendo
Elyseu Visconti, que foi alumno da Escola. Na- para
que ajcollecção desellos do Brasil seja a mais com-
cional de Bellas Artes e como tal obteve,
por con- pleta da União Postal.
curso, o prêmio de viagem, tem sido um dos Nãp fazemos critica á obra de Visconti, ella
poucos se
que, de regresso á Pátria, têm trazido o attestado impõe como o seu autor, que já é uma
mais convincente da sua applicação ao estudo, apre- gloria nossa
A intelligente Directoria Geral dos Correios cum-
sentando na brilhante e completa exposição
que fez, priu o seu dever abrindo o concurso; Visconti cumpriu
de volta da Europa, e que ainda perdura na memória o seii, concorrendo magistralmente a elle ; agora só
de todos aquelles que tiveram oceasião da vel-a, as
|resta ! ao illustre e operoso Ministro da Industria
differentes phases do seu bello e
privilegiado ta- remunerar o trabalho intellectual do artista e autori-
lento.
Pois bem, é este artista que, comprehendendo o |sar a .Directoria Geral dos Correios a mandar fazer a
igravúra d'esses sei los em aço, afim de
appello feito pela Directoria Geral dos Correios, no que a perfeição
ida sua factura venha completar a obra artística érice
edital publicado para esse fim, veio mais uma vez tada por Visconti.
concorrer para o engrandecimerito da nossa' Pátria.
Ernesto Coutinho.
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EXCAVAÇÕES HIST0 «1CAS
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TT7EVE essa denominação pequeno chafariz situado


iJl
apara as bandas dos manguefe de S. Diogo
fh
e Praia
No sitio da Bica dos Marinheiros esteve acampado
o Ararygboia, com os seus companheiros, antes de
tomar posse das terras de S. Lourenço, a elles cedidas
por Antônio de Alariz. Por oceasião da invasão fran-
ceza de Duguay-Trouin, o sitio da Bica dos Marinhei-
ros foi scenario de notável encontro entre os France-
zes e os nossos, comrnandados pelo bravo Etento do
Amaral. A' Bica, ainda prendem-se recordações nisto-
de Diogo de Pina (mais tande Praia Fornjiosa). ricas das rusgas e motins havidos no tempo da Re-
Proveio o nome de Bica dos Ali rin hei ros, do |facto gencia, após a revolução de 7 de Abril.
de ser aquelle o local onde vir ha a marüjai dos Nas proximidades da Bica dos Marinheiros existi-
navios surtos no porto do Rio de J meiro, fazer pfrovi- ram sempre armazéns de materiaes e madeiras. A gra-
são dágua. vura representa um desses toscos e primitivos appa-
Hoje, graças aos aterros da Ccj mpanhia de MJelho reinos de serrar, ainda em uso no interior do paiz, em
rámentos, ficou inteiramente mqd ificada a gra- falta de outros mais modernos e perfeitos. Constituído
phia daquella parte da cidade por pesados cavai letes, sobre os quaes era col locada
Ainda em nossos dias, cons^r|vou-se por muito a couçoeira que devia ser aproveitada, mediante
tempo a col ti mna longa serra mane-
de pedra, ultimo jadí por dous in-
vestígio da pe- dividuos, ürh col-
quena fonte cujas locado na parte
acuas foram em superior, e o otitro
principio aprovei- 11 RpüiiDii IBm - KW,'-1 1 na inferior, o pri-
tadasecanalisadas
pelosjesuitas, pro- ^HHHHKlllbilP
prietarios de todos _______K3_____________D(__________H___r
I' 1h m\ fil
¦____________________¦ ^^'mmWWuMW.' «WF!!mBi^lP^'í&èp':
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a
m^í*^ *x*sf:-¦*¦'•
meiro ficava sem-
pre de melhor par-
tido; d'ahi a ori-
esses terrenos,
desde o rio Ca-
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¦ ¦ 1c'ímB
Im Ril
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lw gem de conhecido
provérbio popular.
tuniby até Inhaú- Ponto isolado
ma. Antes de ser
eoneluida a bica
wÉfàwsmkm $vÊm W L ilà J KL WÊã^^M _ da cidade, longe
das vistas da poli-
em questão, e nos mw Jà SltÊÊmm m v-^B i&_____i_zi b.i i___rai__________i#i_______p^r> w^—-, -» cia, era a Bica dos
II n-'l ¦•4ll^^ra^J bJ3 pHwi^" -~:-*"*¦ -Grifei Marinheiros fre-
primeiros tempos,
iam os marinhei- quentada por va-
ros provèr-se de oTtbundos, malfei-
água no rio Cario- tores, mendigos,
ca, das Larangei- quitandeiras e bar-
ras ou dos Ca- beiros ambulan-
bocios; por esse tes.
motivo, era a praia, hoje do F mengo, conhecida 'reproduz
O desenho com felicidade alguns desses
por praia da Aguada dos Marinhe tiros. typos, sobresahindo o do barbeiro negro, escanhoan-
Mais tarde, foi construído o Cl afariz da Junta do do os queixos do freguez. ao ar livre.
Commercio, no ponto em que est i hoje a Secretaria Em geral, o barbeiro ambulante era escravo e ao
da Marinha, antiga praia de Braz ie Pina? seu senhor cabiam os proventos da profissão.
Como é sabido, o primitivo ch afariz do largo do Havia peritos sangradores e applicadpres de vento-
Carmo foi construído por ordem d e Gomes Freire de sas, sendo muitos delles approvados pela Junta do
Andrade no centro da praça, de onde foi removido Proto-Medicato. Faziam parte da celebre musica que,
pelo Vice-rei Luiz de Vasconcellcs e Souza, ao cons- em palanques adrede construídos, tocava ás portas
truirobellissimo cáes que durou arimeiados do século das igrejas, durante as festividades religiosas.
passado, para junto do mar, modjf cando-a completa- O largo da Sé, a praia do Peixe, o largo do Rocio e a
mente. No paredão do cáes forai i col locadas grossas Bica dos Alarinheiros eram os pontos preferidos pelos
bicas de bronze, para provimento d'aguá aos navios, barbeiros ambulantes, para exercerem a sua profissão
Comquanto, em virtude dessas uodificações, tives- ao ar livre. Na obra de Debret ha estampas que
sem os marinheiros de todo aba r donado a bica em melhor representam o assumpto, do qual por vezes
questão, conservou ella sempre o nome, servindo por se têm occupadò escriptores nacionaes.
largo espaço de tempo
res de S. Diogo e adjacênciaspara uso p goso dos morado-
Dr. Vieira Fazenda.
I

í)sk
KOSMOS


• E, assim sendo ainda no mesmo anno
de 1909
colosso de Chaloi-sur-Saone, que se não con
CANHÕeS DC TIRO RÁPIDO ^ formar com o desastre oceorrido em seupodia material
apresentava um novo produeto, para compelir eorp
os| que ainda reste ssem resistindo ás provas de
um'
)eriencias calculadamente rigoroso
'Assistindo á montagem
desse novo canhão tive
Uem de longe, da mais remota antigüidade, pois mos oceasião de vel-o dotado de notáveis aperfeiçoa-
v data da Grécia, a antiga, a idéia humanitária
de mentos. A importante fabrica de Schneider-Canet
se evitar a guerra. I tinha effeetivamenle feito muito, posto a sua
Infructifera foi então a creação das amphictyonias, pujança
como, pouco têm conseguido, em tres séculos succes- productora acima de toda a prova.
Faltava, porem, a esse canhão o seu complemento,
sivos, os esforços de muitos pensadores e os de o armão;; e o nosso programma marca um limite
sociedades e de congressos, reunidos estes nas mais máximo de peso á viatura completa,
adiantadas cidades da velha Europa. que em taes con-
dições não era possivel verificar.
Effectivamente, só a paz armada, esse mal, O material de Dusseldorf chegara tarde, a Com-
tem conseguido evitar mal ainda maior. grande missão de experiências recebera a mais agradável
O nosso pacto federal em seus artigos trinta e impressão da galhardia :com que o canhão Krupp
tro e oitenta e oito, pondo em evidenciados intuitos- qua-
supportara as mais rigorosas provas, evidenciando
com que a nossa Pátria, iniciando uma éfa nova, de-- resistência admirável e estabilidade até então sem
sejava continuar no convívio das. .nações,' estabeleceu igual,-em situações difficeis, adrede escolhidas,
o recurso do arbitramento como condição para
primordial que não pairasse em nosso espirito a menor duvida
para a resolução de difficuldades, que possam suro-jr sobre a sua superioridade.
em nosso honsonte político,;^ ^ Alem disso, um ligeiro exame da tabeliã de tiro do
Em seu artigo quatorze, porem,;essa mesma Con- canhão de Dusseldorf, nos revelou a sua inferioridade
stituição mostra que estamos muito .longe de acceitar balística, apezar dec tirar um projectil do mesmo
as idéias da seita dos qualiers ou sociedade dos com a mesma veloc dade inicial, devido á menor peso. den-
amigos, de. 1647, que renunciava a sidade quer transversal, quer espherica, de seu
em casp de ataque, para tornar a qualquer defesa pro-
guerra um impossível: jectil.—,
Dahi a existência de nossp;ípequeno exercito, Revelou-nos ainda mais'essa mesma tabeliã de
sem sacrifícios superiores aos nossos recursos, que,
poder- tiro, menor effeito provável do shrapnel e menor ren-
se-a manter instruído, e preparado com o de mais
que
aperfeiçoado nos |x')de offerecer a industria estrangei- jdimento da viatura peça desse material.
ra: subditos; que somos, de seu vertiginoso Pouco, pois, se poderia lucrar, submettendo-o a
progredir. todas as experiências do programma, ainda em 1902.
E' o que explica o certamen industrial, se
realisa em nossos polygonos, travado desde que Ficava, assim, o canhão Krupp isolado, esperando
Março os seus competidores de 1903,
o 'wIltre aS tres grandes fabricas de Vickers pois o Exmo. Sr. Ma-
rechal Argollo, resolveu fazer continuar
Sons &o Maxim, da Inglaterra; F. Krupp da Allemã- as experiências
nha, e Schneider & Canet, da França. pesse anno.
Em nosso primeiro Inúmero demos as Infelizmente, um pavoroso incêndio nos armazéns
pluas dos canhões das;duas primeiras fabricas ?de
photogra- fia hnha de tiro do Realengo, ali de Agosto, não só
um outro de procedência allemã, systema Ehrhardt nutiiisou o novo material francez, então aguardando
de Dusseldorf. omiciodas experiências, como járeduziu o material
Este, porem, aqui chegando tarde em 190? desap- <rupò ao estado em que, aqui, o apresentamos.
parecia da arena em 1903, sem ter sido experimenta- ; Tuçjo quanto de madeira tinha esse material ficou
do, sendo substituído pór um irmão em (eduzido a carvão, e o escudo rasgado em vqrios
procedência. pontos pelos estilhaços de granadaCque carregadas
Dos tres que tivemos a fortuna de conhecer
de explosivos violentos, explodiram no compárti-
perto, fácil foi a victoria; do produeto de Fssen pois fm
mento do material francez.
ao passo que o Vickers era posto á margem,
satisfazer a condição primordial-a estabilidade- pór não | Ainda assim, quiz o illustrado capitão do Exercito
do Schneider Canet (Creusot), inutilisado em um deo Allemão o Sr. Barão Von-Restorff,
que com tanta
seus orgaos prmcipaes-o freio, o proficiência apresentara o seu material, como repre-
ra as duras provas a quejfòra submettido. primeiro supporta- stentante technico da grande fabrica de Essen, eollo-
cjal-o acima de toda a prova.
Os vencidos nessa luí* retiram-se com todas as
Para isso, alem da resolução do
honras, animados para r ^vos emprehendimentos. problema tactreo,
qfue o illustre official realisou em Santa Cruz, na pre-
i*
KOSMOS

sença do Exmo. Sr. Presidente i i Republica e dos Perdoem-nos, os irmãos de armas, que lhes tenha-
distínctos membros desuacomit 'ovas a, foi esse material mos dado uma tão mal alinhavada descripção do
submettido pela commissão a de justeza, a assumpto que tornamos para epigraphe.
3000 e 4000 metros; em nada sejí tendo mostrado in- Aos compatriotas que, attrahidos pelo brilho dos
Iferior aos seus competidores d' ess i anno. pensadores e estylistas notáveis que collaboram nas
Breve teremos occasião de ap eciar o quarto pro- columnas do Kósmos, passarem por ventura os olhos
ducío de Creusot, que terá estt anno dois novos sobre o quanto aqui dissemos, mui diverso é o nosso

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competidores; um, da própria Frar ç a, dos estabeleci- pedir:-reflictam o quanto será difficil achar em mo-
mentos. de St. Chamond, e, outi c representando a mento afflictivo, o que na abençoada paz que através-
adiantadissima industria belga, do mportante estabe- samos tanto nos tem custado.
leeimento de J. Cockerill, perto de Liège — cidade No momento supremo, nem a boa vontade, nem o
onde se encontram reunidas as ús variadas indus- profundo saber, nem o patriotismo, reunidos em um
trias, todas em estado de admiravb prosperidade, Berthelot, poderão salvar a Nação de um desastre,
Só então poderemos, talvez, aclfi r a solução defini- enlutando para sempre uma das paginas de sua his-
tiva do problema que, ha dois an ios, foi entregue ao toria.
nosso estudo. Tenente-Coronel L. Barbedo.
^f''!?!!-; ¦

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• • ¦'•.¦¦¦77\.
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KOSMOS

raC(^¥!:iS¥M MEIHEUR© | Essas —pinturas são todas de uma ingenuidade terá-


tologica, alguma coisa que lembra ao mesmo tempo"
UEM vae a Minas, as .Iluminuras dos manüscriptos persas do século
Q e visita as suas ve- XVI e os calungas dos annuncios que a Municipali-
dade complacente deixa escandalisarem o bom
lhas egrejas e as suas gosto
casas velhas, é conti- nas ruas desta capital.
nuamente sorprehendi- JDir-se-ia que esses ex-votos, pintados em épocas
do pelas manifestações diversas, com distancia de muitos annos, e até de um
da arte indígena, que século, uns dos outros, sahiram todos do mesmo
não poderia, em que pincel : têm o mesmo desenho, o mesmo colorido o
pezasse á estreiteza do mesmo estylo, a mesma intuição de arte. Raro'
meio, deixar de expan- áquelle que não faz sorrir; alguns são mais divertidosé
dir-se naquella terra que a melhor caricatura de Léandre.
maravilhosa de côr e Saibam, porém, que, percorrendo attentamente e
de luz. com espirito sacrilego, os ex-votos do Carmo, calíi-
Que de vocações per- ram-me os olhos sorpresos sobre um,
que se distin-
didas, de talentos igno- guia singularmente de todos os outros pela ineontes-
rados, de geniaes ano- tavçl habilidade do artista.
^2,afók^sa nymos na mysteriosa
Venancio José do Espirito banto pleade
Q quadro tinha a seguinte explicação que trans-
qUt lem COITIO creyo ipsis-verbis:
o seu mais illustre Representante, illui.inado pela
"Mercê,
critica moderna, áquelle inverosimil-Antonio Fran- que fes a Virgem S. S. N. S? do Monte
cisco Lisboa, o Ale.jad.nho, artista sem dedos, poeta do Carmo, por sua infenita Mizericordia, e
ao Barão de Entre-Rios, que achando-se «iezengána-piedade,
immortal da pedra azul!
O obsequioso sacristão do Carmo, em São João do por quatro Médicos, que o acistião, em hüa
enfermidade, e declarada hüa grangrena, apega ndo-se grave
d'Elrey, não quiz que eu deixasse de ver os ex-votos
çòrnj a mesma S? de Coração, em medi ata men te reco-
que em profusão se 'encontram pendurados numa broq o uso de rezão, e adquirio melhoras, e depois a
dependência lateral da^uella egreja.
saúde acontecido em julho de 1855.,,
Antigamente ninguém escapava de qualquer enfer-
midade ou perigo a não ser por obra e graça do Representa o ex-voto um homem doente, na cama,
.santo ou santa de sua jparticular devoção, ao qual — com um lenço amarrado na cabeça, os olhos cerrados,
ou á qual -fazia uma promessa, —e o primeiro cuida- a physionomia dolorida. Por .traz do leito, uma
do do devoto, passada li crise, era mandar pintar um senhora muito triste aponta para o enfermo, a cuja
cabeceira outra senhora, sentada, tem cara de
pequeno quadro commemorativo, e collocal-o na quem
egreja onde se venerava! o santo ou santa já nao conta que elle se restabeleça. Do outro lado
dera. que o atten- quatro médicos .discutem o caso, e um delles, mos-
j trando um estojo aberto, parece propor aos collegas
Esse costume persiste ainda hoje, mas p5- tanto uma intervenção cirúrgica. A alguns dos leitores
como no "tempo em que havia, si não ma., jrença, recerá, talvez, que elle offerece charutos, o pa-
ao menos mais credulidade. o. cürnulo da extravagância. Por cima desses que-seria
A eolleeção dos ex-vckos do Carmo é curiosissirna, médicos,
n'uma| aureola formada por nuvens, apparece Nossa
e, entre todos, os do século XVIII-me Senhora do Carmo com o Menino
mais interessantes. pareceram os Jesus ao coilo e
dous escapularios na mão.
Uni destes, por exemplo, representa um moleque
agasalhado na cama, e |SIossa Senhora apparecendo ^ Pensei commigo que provavelmente esse ex-voto
fora nintado por algum artista estrangeiro
sobre uma nuvem. I* acasos da vida levassem a São que os
Esse ex-voto tem o seguinte lettreiro, irônico epince sans rire, que João d'EIrey, artista
que copio certa malícia em
sem lhe alterar a grammática : fazer áquelle contra-annunciopuzera a doutora da
«Mce q; fez N. Sr1 do Carmo a Ilias crioulo terra; conversando, porém; com o quatro Sr. Modesto Paiva,
escravo distineto sanjoannense, poeta e cavalheiro, de
de Bartolomea de Sousa Soares q; estando m,ü mal
já deixado de Serugioniz (sic) recorreu a May de Ds trouxe a mais agradável impressão, este disse-mequem
e logo se achou Milhor. 1763 an?,» o ex-voto do barão de Entre-Rios era obra de que um
artista mineiro, fallecido ha muitos annos, o capitão
Pica a gente na duvida si o.que moveu a Dona Venancio José do Espirito Santo. Capitão, entenda-se,
Bartholoméa foi a piedade ou o interesse
o moleque valia um bom par de cruzados. pecuniário: porque, na provincia, riem mesmo os artistas escapam
á guarda-nacional.
Y
KÓSMOS

Esclarecido por essa infor n ição, voltei a examinar Só pintava por desfastio e durante os lazeres
a pintura com outros olhos, me convenci então de lhe deixavam as imagens. Foi assim que
que pintou, para
que era sinceridade o que 11 e parecera malicia. O o saguão da Santa Casa da Misericórdia, 0 retrato,
ex-voto é ingênuo como t( >c os. os outros, com a ídeahsado com muita intelligencia, de Francisco Mo-
diferença, porém, de ter sido l-i itado por um homem reira da Rocha, que durante cincoenta annos foi irmão
quejnasceu artista, que não to e mestres, e que seria pedinte daquelle pio estabelecimento, e é um dos
— quem sabe? —uma notab idade, si não tivesse typos mais populares na tradicção da cidadei Não ha
nascido no interior do Brasil. em São João d'Elrey quem não conheça a historia áo
Obtida a necessária licenç;. mandei photographar "irmão Moreira,,,
que reviveu na palheta dó capitão
o quadro, que o Kósmos rep bduz, com muita pena Venancio.
de não poder reproduzir égua linente o colorido, que Tive oceasião de apreciar outros vários trabalhos
*

é, talvez, o que ha nelle de m; ti s apreciável. O origi- do artista mineiro, principalmente em casa de seu
nal, pintado á cola, apresenta, i alguma distancia, o filho, o Sr. Sebastião José do Espirito-Santo,
que me
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-."Mercê, qne fes a Vii^em s". S. X. S "


o Monte do Carmo, por sua iufeuita Mizericordia. e piedade, ao Barfto de Eutre-Rios.
por quatro Médicos, que o acistiílo. em bu que achando-se dezengamtdo
jrave enfermidade, e declarada Ima grangrena, apegando-.se com a mesma Si' de CoraçAo. emmediatamentc recobrou
o uso de rezão. e adquiriu melhoras e dc )is a saúde acontecido em julho de 1S55 »

gracioso aspecto de uma aguat lita de Debucourt ou


Janinet ] forneceu alguns apontamentos para esta ligeira noti-
cia, e me emprestou o retrato acima reproduzido. -
Venancio, que nasceu em 1 7p3, era filho, não de Oito filhos deixou Venancio quando falleceu, aos
João d'Elrey, mas de uma 86 annos, em 18/9. Só existem dous.
roí para ali criança, ali cresceu localidade próxima.
j>ao
ali se fez homem e O Sr. Sebastião do Espirito-Santo não abraçou a
adquiriu grande fama, não con
mas como encarnador de imai pintor de quadros, profissão paterna: é um modesto alfaiate, homem
açiens, profissão em que simples e virtuoso, chefe de numerosa familia.
se mostrou eximio, e
que lhe cava fartamente para
viver numa terra de tantos O velho Venancio não trabalhou durante os
oratdrios, e tão guarneci- últimos onze annos da sua longa existência! por ter
m, que, pode-se dizer, as casa particulares são ali sido atacado de uma enfermidade que infelizmente lhe
outros tantos
d
prolongamentos IB egrejas. inutilisou o cérebro. .
KÕSMOS

O seu ultimo trabalho, e o mais importante, dizem,!


é uma Ceia de Christo, que pintou para a egrejaj
matriz de São José do Rio Preto, onde ainda se!
acha, eé muito gabada por todos; não a vi: nada
posso dizer.
T E' de crer que nenhum dos quatro, e com espeeialj.
dade o Dr. Lee, que era inglez e protestante,
gomasse
que o barão attribuisse a Nossa Senhora do Carmo o
ter ficado bom, e ainda por cima os mandasse retrat-u
daquelle modo...
i

Sobre o ex-voto da egreja do Carmo accrescentarei; Todos quantos figuram no quadro são fallecidos
as seguintes informações : a senhora que está sentada' á excepção de Christo que, como é sabido, resus-
á cabeceira do barão de Entre-Rios é, naturalmente, aí citou.
baroneza; os médicos são os Drs. Guilherme Lee,!
Cassiano Bernardo de Noronha Gonzaga, e os dous
irmãos José Polycarpo e Francisco de Oliveira, isto Arthur Azevedo.
é, os facultativos mais acreditados que em 1855 havia Dn Academia Brasileira.
em S. João d'EIrey.

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O ALEIJAD1NHÒ EM VILLA-R1CA

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Quadro de Heárique BernardelH

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ESTAÇÃO DA LUZ-S. PAULO

UrtA E^GEPCIONAL ESTR EIA LITERÁRIA


to, ou antes uma grandiosa e perenne fonte,
II a ser a mesma coisa, só pôde produzir que vem
S - preciosíssima
\'it< in impenâere vero. água potável, em qualidade e quantidade mais
sufficientes para desalterar as turbas sequiosas que
Juvenal. que
por ahi andam, á cata do precioso liquido.
A obra do Dr. Roberto Tiompowsky, Experimentemol-o então, não como um chimista
que mal se
oçculta sob um titulo assaz .molesto e inexpressivo; consumado, para lhe ver as matérias sólidas, os
consta de dous volumes brocl aqos, impressos I duetos orgânicos ou os gazes que elle pro-
nas òfficinas da typographia :naci onal, ambos possa porven-
ordem do 'tura ter em dissolução,
e sim como um analysta
governo, á vista do" parecer isongeiropor sobre ella desapaixonado e justiceiro, á luz do plano synthetico
emittido por uma commissão de
escc; militar do Brasil. profissionaes da do despretencioso escripto anterior.
De ve, pois, ser um tratado dle fôlego. E é A concepção fundamental, que encerra as idéias
agrasavel impressão sob essa propedêuticas da sciencia, é tratada com largo desen-
que o vano 5 abrir gostosamente, volvimento e minúcia, em 139 paginas, onde uma
. Lo.;x> ás primeiras paginas dt paramos a dedicato- firmeza de exposição está a correr com a
n* a A. Comte, cujas obras
sãc tidas como o "mais maneira singela e despretenciosa por pareihas
opu manancial ás presentes Lições de os differentes assumptos. que são tratados
j-iío Park
amiCa„. geometria
quem
nesse rasgo tão espontâneosabe le e ntre linhas, ahi est#á, Tres coisas ahi mais chamam a attenção do leitor:
com. ) justo de immodes- a escolha dos exemplos destinados a esclarecer o
Jia.toaoo merecimento e va oi do livro. O autor
o-amii-se, sem o:querer principio carteziano, a exposição tanto da lei da
talvez :[u n manancial opulen- homogeneidade como da construcção das formulas
KOSMOS

do primeiro gráo, e finalmente a indirecta distincção importante forma ahi tratada successivamente como
que se faz entre geoijnetria plana e geometria no .superfície cylindrica, coníca, de revolução e regrada.
espaço. Alas onde o autor, a meu ver, vai revelar toda a sua
Sobre a primeira delljas, a escolha dos exemplos, o pujança intellectual, todo o seu valimento seientifico
autor foi de uma felicidade a toda prova, merecendo é na parte mais difficil e attrahente, no domínio pro-
por isso mesmo que a critica competente e desapai- priamente geométrico, na geometria algebrica, a cujas
xonada lhe faça as mais justas e sinceras referencias: theorias elle, como A. Comte, dá o nome expressivo
nada absolutamente dei supérfluo, nem tão pouco de de coordenação especial. Não a parte subjectiva, cujo
omisso, nessas paginas ,'magistraes, cuja leitura devo- estudo, se limitando, como se sabe, á theoria do
ramos pleno de satisfação, em algumas dezenas de numero de pontos determinantes, á theoria dos
minutos apenas. centros, á dos diâmetros e á theoria elementar da
JK consideração da liei da homogeneidade e bem semelhança, não dá nem mesmo pôde dar margem a
assim a construcção da$ formulas, em um trabalho de largas indagações, a vôos arrojados; e sim nodomi-
tal natureza, que pàréèia ás primeiras impressões nio objectivo, cujas quatrocentas paginas,
"algumaum verda-
subordinar-se inteiramente ás prescripções de A. Com- deiro" livro, representam sem duvida o que de
te, dá a entender exhuberantemente que o autor não mais completo e mais minucioso no gênero se tem
segue a risca o plano synthetico do mestre incom- escripto em todas as épocas. Então o estudo das tres
paravel: tira-lhe com o devido cuidado o que acha curvas do segundo| gráo —a ellipse, a hyperboleea
de útil, reservando-se, porém, o direito de modificar parábola, a discussão geométrica da equação do se-
ou mesmo de substituir! o que lhe parece omisso ou gundo gráo a duas e a tres variáveis, e finalmente o
falho. estudo racional das mais importantes famílias geome-
Só merece gábõs e louvores o emérito doutrinador tricas é feito com tal' segurança e superioridade, com
brasiliense: porque subórdinar-se a gente cegamente tamanha largueza dé vistas, que a gente nem sabe o
a qualquer lioniem, dout|rina ou seita, como sóe acon- que mais admirar: si a beileza dos assumptos, que
tecer com os positivistas orthodoxos, é solemne se succedem em maravilhosa exposição, ou si a pas-
demonstração de fraqueza intellectual, indigna de mosa erudição do mestre militar.
um geometra e muito m|nps de um educador. Assim Talvez se pense haver nessa ultima parte excessivo
pensando, o autor não trepidou .em incluir no seu desenvolvimento theorico, criminando-se porventura
livro duas theorias que lhe são manifestamente ex- o autor, que bem a pudera ter simplificado. Um tal
tranhas, mas cujo conhecimento ahi se torna absolu- juizo, porém, por mim mesmo ouvido mais de uma
tamente indispensável. I vez, serve apenas para revelar ou a mais notória
indifferença pelos assumptos mathematieos, ou então,
Quanto, por fim, á distincção, embora indirecta- o que é mais plausível, a mais decidida abstinência
mente feita, entre geometria plana e geometria no
espaço, eu sempre estivje, estou e não cessarei de de assumptos scientificos.
estar em desaccôrdo pleno: basta ver a base lógica Que se leia a bellissima discussão geométrica da
da geometria, para que desappareça de vez semelhante equação do segundo gráo a duas vanaveis; que se
e errônea distincção, usada em toda a parte, na Ame- faça a mesma coisa com a theoria especial das tres
rica como na Europa, en!i Portugal, como no Brasil. curvas do segundo gráo e tambem com a classifica-
Toda a geometria é nio espaço: o próprio plano, ção das superfícies, e ver-se-á então com satisfação, e
talvez até com orgulho, que tudo alli está perfeita-
simples creação tlieoricá, ahi se acha sobranceira- mente proporcionado e desenvolvido, sem o mais
mente collocado. Como1 então essa dupla divisão leve exagero, sem o mais subtil excesso siquer.
geométrica
& ?
___, Depois disso, ainda contem o livro tres nota- e
Geometria a duas e geometria a tres dimensões; cinco appendices assaz interessantes. Vê-se que ^ão
recta no plano e recta fc[>ra do plano, tal o modo dé matérias extranlias aos domínios do livro, mas que
falar que me parece mais; acertado, e mesmo o único nem por isso foram julgadas dispensáveis.
compatível com as idéias fundamentaes da sciencia
da extensão. Estarei, ac^iso, em erro? Desejaria, e As notas referem-se a assumptos do texto, que
muito, que o mestre emihente de hoje esclarecesse o precisam de ser esclarecidos: a primeira trata do
seu discípulo de sempre. theorema de Carnotj relativo ás projecções, a segunda
\ da formula fundamental da trigonometria espherica e
Passando ao preâmbulo geral, as tres theorias que a ultima da relação entre uma área plana e a projec-
lhe dizem respeito são tratadas com,a precisa clareza ção correspondente.
e desenvolvimento pratico, de modo a serem todas Dos appendices, apenas o primeiro se refere a
ellas perfeitamente esclarecidas ecoijn segurança inter- matérias do texto: consta elle de uma longa serie de
preladas. Então o importantíssimo eistudo do plano é novos exemplos, Semelhantes aos que foram alli
feito com rara superioridade de v stas, sendo essa dados em esclarecimento ao principio fundamental
KÓSMOS

de Descartes. Os outros qubto tratam de assumptos e as linhas não. Si reflectirmos, porém,


I novos e constituem, por siia juncção, um trabalho que com o
grau de complicação augmentando o numero e a
superior, em nada inferior a geometria comparada, á variedade dos objectos ou seres a classificar, estes
qual ião intimamente se liga, completando-lhe as dão logar a comparações decisivas, comprehendere-
theoriasio segundo trata da discussão geométrica mos logo o motivo d'essa disparidade.
das equações trinomias e polynomias, complemento E' o que se dá, por exemplo, com os vegetaes e
indispensável ao estudo das curvas binômias; o ter- animaes. A classificação dos últimos é mais perfeita
ceiro trata das tres curvas do segundo gráo como
secções conicas ; o quarto da c.iscussão geométrica de que a dos primeiros, por isso que, pela sua muitiplici-
dade e variedade incomparavelmente maior que a dos
varias equações transcendentes; e o ultimo da theoria vegetaes, os animaes dão logar a distineções mais
dos focos e dos planos directores das superfícies de aceentuadas e approximações mais sensiveis.
revolução do segundo gráo.
Provindo as linhas do movimento de um ponto e
O modo seguro e ao mesmo tempo simples por resultando as superfícies do movimento das linhas,
que são tratadas semelhantes questões, tidas em geral nós vemos que as primeiras só podem differir pela lei
como iiicomprehensiveis, e bem assim a incontestável do movimento do ponto descrevente, ao passo
importância de todas ellas, revelam, sem deixar duvi- que
as ultimas se distinguem, já pela natureza da geratriz
das, o merecimento e valor da parte complementar
desse bellissimo livro de estreia, cuja leitura integral, já pela lei do seu movimento.
comoacabamos.de ver, nada deixa a desejar, scienti- Esta dupla fonte de variação permitte instituir ver
ricamente considerado. dadeiros grupos naturaes, pois, a mesma linha, mo-
vendo-se segundo a mesma lei, pode, pela simples
Mesmo no estylo, e até na grammatica, si o analys- mudança de directriz, gerar uma infinidade de super-
ta quizer descer a coisas taes, a primeira producção ficies que gozam de propriedades comniuns. Ora, por
do mestre eminente, si não é completamente limpa de sua identidade de origem taes superfícies, constituem
falhas, em todo o caso muito .ouço apresenta que se uma familia geométrica, e Monge
lhe censure. estabeleceu o modo
"cada
de representar algebricamente um dos grupos
Sabe-se perfeitamente que un espirito acostumado, assim obtidos.
desde os verdes annos, a cogitações meramente scien-
tificas, sem preoccupações liten rias de espécie alguma, Será, porém, possivel coordenar as familias de su-
uão pode possuir sinão a dura linguagem das scien- perficies?
cias, despida das bellezas e des attractivos da forma, Sel-o-ia si as geratrizes comportassem um agrupa-
da perfeição e da justeza da linguagem. mento conveniente, o que não se dá.
E o Dr. Roberto Trompov/sky, geometra aos vinte Estudemos, pois, a bella concepção de Monge.
e cinco annos, não podia de maneira alguma fugir á | complemento necessário da concepção de Descartes
regra geral. Por isso mesmo eiicontranr-.se nas Lições ¦ sem a qual a apreciação geral das figuras não seria,
degeometna algebrica alguns c esses descuidos, capa- completada pelo seu estudo comparativo.
zes de ser percebidos e faci mente remediados, não Concepção de Monge. Formam uma familia
por um novel estudante, sinão por um espirito pres- geométrica todas as superfícies geradas por uma
crutador e competente, com de.ididas tendências lite- mesma linha que deslisa sobre cada linha conhecida,
rarias. segundo uma mesma lei.
Leiam-se as seguintes linhas, eu tomo ao Semelhante definição deixa ver que o grupo natu-
acaso nas 900 pags. do livro, e maisque seguro juízo for- ral assim obtido comprehende innumeras" superfícies,
mar se-á então sobre o estylo e a do visto poder variar indefinidamente a natureza da dire-
erudito professor militar: grammatica , ctriz; mas, todas ellas têm um laço commum - a
''pois foram os identidade da geratriz e a lei do seu movimento.
princípios tomados para base de
classificação das superfícies, Não basta que duas superfícies sejam engendradas
a saber:
a) pelo grau de suas equações rectilineas; por uma mesma linha para pertencerem á mesma
b) pelo seu modo de i familia; é preciso que a lei do movimento da geratriz
geração. não diffira para as superfícies propostas. Tambem
A classificação fundada ic
resente-se dos defeitos grau das equações não basta que a lei do movimento da geratriz de duas
»nnas planas. A classificação já apontados para o caso dds superfícies seja a mesma para colíocarmol-as na
baseada no modo de mesma familia; torna-se mister que as geratrizes
e, porém, satisfactoria, visto como os diffe|- sejam idênticas para essas superfícies. „
^eraçao
rentes grupos assim obtidos, além
de naturaes, com!- E agora, após urna tão longuissima tirada, podemos
Prendem todas as superfici _s imagináveis. i
°-e- a pnmeira vista* caís ir estranheza repetir conscienciosamente as seguintes palavras, tidas
sun
upe Meies sejam susceptíveis que as talvez por exageradas no anterior escripto: as Lições
de classificação raciona' \ de Geometria Algebrica subiram tanto ante o conceito
K0SMOS
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dos que acompanham com interesse e amor o nossp Quem acom "fcilmente
como critico, a vida intellectual
movimento intellectual, que se pode affirmar, sen|i jpanha,
da Nação, diffji encontrará uma estreia tão
receio de contestação, representarem ellas uma das notável como a do notável docente militar.
mais notáveis producções que nestes últimos árirtõs
têm repontado em nosso meio intellectual. Liberato Bittencourt.
Da Escola Militar do Brasil.


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1'hot. M;irc Ferrez
PASSEIO PUBLICC» - RIO DE JANEIRO
Kós/nos

pqEMfl UMffllZ MV-STEiRlOSO santifiçada e santa, sob o incenso votivo dos seus
olhos, sob o granizo de inveja das outras mulheres.
-#¦

kO ar macio da manhan depois da missa,-os cia- Agora Syl vestre não estava mais ao canto da rua
ensolarada e deserta. E nem sabia bem onde estava.
tytps sinos bimbalharam do alto da torre, n'um Era um bosque perfumado e florido envolto em céo
«frêmito de azas abertas, duas pombas abriram p
vôo. O singelo homem de barba nazarethna, aquelle azule primavera verde; o firmamento resplandecia
mesmo homem que tão contrictamente assistira á como um olhar sem remorso. Elle ia com ella, sós e
missa, agora só, ao canto d; It rua deserta, esperava o felizes; os caminhos eram tapetes de flores, e as laran-
bonde. Toda a ceremonia vo iva parecera consagração jeiras se abriam como grinaldas de noivado. Não só
de incènsários. — porque c m :orno subiam preces nos ramos, mas em cada corolla. como em Te-Deum,
brancas enfunadas pelo mys :icismo velado dos lábios cantava a festa de um ninho; e longe, ao fim do bos-
em balbucio. que maravilhoso, rolava o mar na praia branca, sem
soluços, sem gemidos, musical e sonoro como acordes
De certo elle era doido Lm vão a vida palpitava finaes de harpas... Junto ao deslumbramento da alma
larga e feliz ao redor: homers vagarosos oü apressa- rebrilhava o deslumbramento dos olhos. Sylvia e Syl-
dos appareciam e desapparecian sem queime mere- vestre louvavam Deus que os formara para aquella
cessem um só olhar de curiosidade. E assim era a sua Terra ou que aquella Terra formara para elles. Éden
existência. Nada eram para elle as questões^ limitadas bíblico, paraizo do mundo que era de certo o cami-
á escravidão terrena, os homens em luctas de pensa- nho do Céo. De repente elle se comparou a Adão e
mento ou phrase, o.interesse ga gando triumphante-
mente penhascos e montanhas c a vida girando em n'ella viu a sua Eva im mortal e formosa!
torno do oiro como roda a Terra ao redor dò jSol.Um Sylvia assustada, sem reconhecer caminho ou fio-
escândalo, uma intriga, uma caiu fnniã representavam resta,..queria saber onde estava? Que importava?
menos diante dos seus olhos do que uma fòllia secca Talvez perdidos nó ineio da solidão... Como era bom
em meio da floresta/A' leit.ira de um jornal, a um estarem assim transviados, entregues a suprema gloria
comnientario de esquina envolto èm calão grotesco, á do seu amor!.
msufficiencia contemplativa .dos olhares qüe vêem e Homem então quiz vêr iini perigo para defendel-a:
não distinguem, ás palavras estultas, pintadas de uma fera traiçoeira avançando, um -rio caudaloso para
alvaiade e vermelhão como palhaços de feira, á facili- .atravessar e que necessitasse o. vigor dos seus braços
dade das idéias feitas, preferia Sy vestre o insulamen- fortes, uma ponte estreita sobre cavado abysmò que
to da sua alma dentro da largura das. suiis idéias. elle passasse com ella ao peito, ^ tudo e todos os peri-
Sens olhos que olhavam o irar e o céo, nokéo e no' gos,--menos outro homem,: menos outra mulher...
mar se fitavam n'um deslumbrado êxtase; como si Mas nem uma difficuldade: abriam-se.os ramos como
quizessem mergulhar .nos dois abysmós .á ptocura de reposteiros, choviam flores sobremos caminhos lím-
outros e outros -abysmos... I 'or im, pos. Adão e Eva novamente louvaram Deus e o,Céo,
para garantir-.e creadores e senhores d'aquelle bosque bemdito! J<
provar a justa reputação de doildo de que gozava.
bylvestre não dera ao cérebro e ao coração-outras" De súbito como uma chaga sobre um corpo branco,
luncções além das de 'sei do nodoso tronco de uma arvore surgiu uma Ser-
pensar ü tir.
j Durantea missa d'aquelle Domingo recebeu impres- pente... V*/
soes
'

novaç de mysticismo e*crenç«L. A nave da egreja ;


'

se transformara como n'um sonho : os* vestidos como '¦-*¦

' Syl vestre estava ao canto da rua, não tinha desap-


túnicas de virgens ia n esmaecendo, per-
jn.ni-aladas
aem o tecido, nebulosos e brancas como azas; toda parecido; uma arvore fazia sombra e o oircultava.
volta ondeada de cabellos Passou um bonde: e entre outras mulheres,-entre
era uma coroa de espinhos;
Havia ern certos olhos o mysterio outros homens, Sylvia tambem passou, desappareceu
do céo longe, —e e fugiu...
eni ca ia cruz agonisava um C:iiris o. No seu!
coração, Sósinho no mundo povoado, elle tambem seguiu,
ayjvestre jurou certezas sobre mythos: acreditou
etíect;vãmente a dôr magoa, que vagaroso e cauteloso, procurando a mysteriosa selva,
sepultura sempre aberta, que a saudade é uma o Éden perdido. Em vão procurava! Só na sua loucura
que
¦"as e a alegria os sorrisos,-que e tris eza gera ás lagry- estava aquelle Paraizo,- ou então lá em cima no Céo
sobe ao céo sustentada quando ujma idéia azul que fulgia e brilhava, em quanto sem azt-s elie
'"es vem ao**• encontro pelas suas azas, umà estrelia caminhava na Terra...
— -"wiuiu illuminadá
11IUII1I pelo seuf fulgor...
Acreditou tambem Rio—Janeiro-1904.
formosa, Sylvia, muito que durant e a missa, mails pura e
suavei íente subia paiia o altar Thomaz Lopes.
k^ÓSMOS

cartas De ral Dizer 0 No tempo da gaya seiencia (e já lá se vão


sete
séculos dos da era de Christo e da murmurado)
He um i doce fruyta murmurar..
os
trovadores trovavam os seus cantores de amigà-^
Tntos da Frenra-34. cantores de mal dizer e as cantigas de escarnho. Eram
observantes da antiga regra que a detracção se havia
I AVS DEO! Louvores a Deus! assim escreviam ok de compor per palabras cubertas. Sempre foi a noite
¦^antigos quando
punham remate ás suas obrai rebuço de crimes; mas foi isso no tempo dameridiano
Agradeciani a Deus, por as haver terminado em pazj: da ilha de Ferro; hoje aquelle circulo maior se ha de
que já é'? muito o l)eneficio de poder levar a cabo a referir e contar sobre Paschino, ao sol da
tarefa. praça publica.
A minha intenção porém é serena, cheia de mansi-
Laus Deo! disse; no principio d-estas linhas restauí dão e brandurj. E {laus dia bolo) quero
rando o costume que a impiedade do presente que o offendi-
já des- do com a satisfação da cura me torne com o rendi-
ferrara dos livros, e o digo por que hei mister de altci mento do amor. Digo mal por que é «uma doce
lume e favor quasi divino para essa obra
que, sei, nãq fruyta, a murmuração, e estou velho de mais
para
será aceita aos homens nem aos deuses. Pensei bem dizer este mundo.
qué
não haveria mal em murmurar baixinho no meio Foi de certo sábio philosopho o que disse haver
d'esse praguentó linguajar descomposto de hojer ej sempre mina
será voz perdida nO grahdiloquò caihto das eèpherái puando se tresvariam os elementos.
A água que cjostuma descer, não sobe senão
da calumnia commum. para
inundar, affogar e fazer náufragos. O fogo cujo espi-
Ha muito fructo suave pelo mi|mdo e nenhum! rito é de subir,
desabrido ao paladar. Não dão os prados putras novi-l jsó desce no raio, na destruição e na
morte.-
dades que mel e doçuras e taes que <A alma cujos espíritos próprios são do voo,
}{ amargam ej quando
enfastiam. E para se ir á longa eternidade só se requer desce é mina qiiese espoja e engorda como o cochi-
no.alforge o viatico de uma injuriei'. "N ; no. Bato nos peitos( e faço este propósito: Não des-
, A'quella mulher antiga (más hoje em dia novíssima) cerei! - Para b^ixo só como o pescador do oriente,
como tinha cinco maridos, só lhe àcudia üimía tristeza:
para apanhar pérolas: -Por que a queda traz já eon-
Virum non habeo. Não tenho marido. O1' excesso de sigo as lagrimas da rehabilitação.
amantes descontava em sua taboada da infâmia.
Agora as injurias se coi lecionam e se atam e um
álbum dellas vale um. j
Assim foi que reuni estas paginas, e metti-as, entre
Pois se as maledicencias são caducas eiephemeras,
são cigarras que atroam e passam, eonjsolemo-nos o olvido e abraça, na apertada solidão de umaoaveta,
traspassadas por um duro colxete,
qué não pode durar muito quem é cigarra.... generalisador de
disparates volantes e inconeruos
Occultos juízos sempre houve
que j sé':Tossem j c_>
.Ao abrir uma manhã a gaveta, tomaram a brisa
patentes estorvariam a providencia e a ordem das ' matinal por tempestade, agilitaram-se, vozearam. tre-
cousas. Vale muito mais guerrear em campanha '
que j meram... . ..
em domicilio; e talvez é beneficio eineticoj.a descom-
postura no próximo. Quantos estômagos jse não sal-*! ^- Estavam a tempo de voar.
vam só com aquelle; simplice e aquella íliezinha? e Oh o mais formoso, o mais sábio e o r.ienos
fatuo de todos os meus livros, tu
quantas almas atraz cjfaquelles estômagos ? que te proj 3esa
dizer mal do mundo antes que o digam de ti!
Muita gente ha por ahi que andando mal ferida de
escrúpulos se não atreve a abrira boca. Boquejem !
Palreip ! maldiçoem ! defamem ! Laus Deo! l/João Ribeiro.
(1) K' prólogo de um livro que em excerptos será
aqui publicado.

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Todas as gravuras do Kósmos são feitas


nas suas officinas pela gravador Garcia.
Para encommendas: .
Rua da Alfândega, 24
Rua Gonçalves Dias, 52
Rua dos Coqueiros G-2
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Obras do Porto do Rio de Janeiro
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LEOENDA—O traçndo vermelho representa nfto só a.s obras
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contractadas com C. H. Waiker & Cia. entre o Largo da 1'rainha
e a rua de Sfto Christovfto. como o seu prolongamento provável
e a ampliavfto <)iie poderfto terno futuro.
") As profundidades d'agua è as altitudes dos morros sfto em
metros e referidas ao nivel médio do mar.

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KÓSMOS

A necessidade da referida juneção ao litoral foi entre-


\Q^- tanto preenchida pela dispendiosa construcção de um ramal,
Obras do porto do Ri o de Janeiro da actual estrada de ferro Central do Brazil,
que através
dois tunneis, abertos em rocha, e mediante onerosas desa-
propriações, veio rematar a uma vasta explanada, feita em
parte sobre terrapleno, onde se creou a Estação Maritma
da mesma estrada; sendo que o cães,
'M uma das formosas enseadas, eni que se recorta o lito- que limita a expia-
nada, tendo reduzido calado d?agua, as linhas de trilhos
,ral accidentado da vasta e pre funda bahia da Guana- foram prolongadas por sobre um molhe construído sobre
bara, perfeitamente abrigada contra os ventos reinantes e columnas de ferro solidamente cravadas, o qual com 300
a agitação que vem do mar, surgir ão dentro em poucos metros de extensão alcançou fundos de 6,m0 sob o nível
annos em imponente grandeza as obras de melhoramento médio do mar.
já contractadas, as quaes com o desenvolvimento, que se As obras e os grandes armazéns da Estação Marítima,
antolha imprescindível em futuro não longínquo, colloca- se bem que trouxessem beneficio relcvantissinio á admi-
rão o porto do Rio de Janeiro em logar proeminente entre nistração da estrada de ferro, facilitando
os grandes portos do mundo. por um lado
enormemente a descarga do carvão e de outros materiaes
Obras marítimas de elevad<|> cjisto e notáveis pelas importados para o seu trafego, e accelerando,
difficuldades vencidas na execução ja se ostentavam á por outro
lado, a descarga dos comboios carregados de café, vindos
beirainar, mas destinadas a fins div.'lersos, e esparsas por do interior, e o acondicionamento desta preciosa mercado-
iinmenso litoral ou localizadas nas innumeras ilhas que ria ; no entanto ao commercio e á navegação só aproveita-
embellezam a bahia, longe estavalm de satisfazer ás neces- ram de um modo restricto c indirectamente.
Em quanto eram planea-
dos e na construcção pro-
grediam empreendimentos
de tão grande monta, outros
trabalhos análogos eram
promovidos por iniciativa
privada, mas com o caracter
industrial, quasi exclusiva-
mente; sobresahindo os rea-
¦3^^^ ^m^B B ' ritellB?-*'' il BJ^^^^^^^Hb Jl kk mÍÊmmmmmmmmm ^hB Cí lizados por emprezas, que
m^mf^^^^ M^J*^^Lm)mmmm^mmwmm\ Wb ~~~*flU^R—-^^SÊmm% P^ÍSS ^U^l ^1^1 l^k I se estabeleceram ao redor
do morro da Saúde, inter-
ceptando por completo as
communicações ao longo do
litoral. São ellas o estabele-
cimento de carenagem e re-
paração naval, creado pelo
grande industrial Finnie e
hoje pertencente ao Lloyd
Brazileiro, e o «Moinho In-
glez» da Companhia Rio
ARSENAL DE MARINHA RUA DA PRA1NHA TRAPICHE MAUÁ Flour Mills and Granaries;
aquelle, possuindo uma doca
sidades commerciaes sempre creséieni es e ás exigências da secca ou dique, aberto em rocha, o qual comporta navios
moderna navegação em seu illimitad :>
pendor de augmen- tendo até 135 metros de comprimento, e junto a elle offici-
tara arqueação de suas unidades navjaes. nas bem montadas e cães profundos ; e este, dispondo de
Entre as obras que foram construídas para fins com- excellentes installações destinadas á elevação e transporte
merciaes primam pela importância ostructural a doca da do trigo em grão, desde os porões dos maiores navios até
Alfândega e os cães
que a consiitu im, e que mais tarde aos celeiros da grandiosa usina.
foram prolongados até em frente il do Calabouço. A Em periodo mais remoto o Arsenal de Marinha instai-
existência, porem, do banco submarino ponta
que se estende ao lára-se em volta do morro de São Bento e na vizinha ilha
Sul <i;i ilha das Cobras e a circumstancia de estarem os das Cobras, conquistando ao pedregoso solo, o acanhado
cate expostos aos vendavaes do SE e aos rolos terreno, sobre o qual construiu estaleiros e edificou, pro-
do marípor elles agitados, árinuílam qiadrante
a utilidade vendo-se ao mesmo tempo de cães de massiça estruetura. As
deveriani prestar, tendo em vista o seuquasi elevado custo.
que
bacias dos diques Santa Cruz e Guanabara na mencionada
A (iniciativa particular effectuou tambem uma ilha attestam o penoso trabalho de exeavação executado em
de um parte
grande plano concebido po: André Rebouças, nome rocha e denotam as épocas da respectiva construcção, seu-
vener ido da engenharia nacional do que admittem apenas navios com 65 e 100 metros de
; refiro-me ás Docas
lidjrò II, as quaes, se tivessem sido concluídas e am- comprimento respectivamente.
pbadas a todo o bairro da Saúde e a enseada da Gamboa Eis a resenha das principaes obras marítimas, reali-
pod- riam por largo tempo satisfazer ás necessidades com- zadas até ao presente no porto do Rio de Janeiro, as quaes
mercês do Rio de Janeiro, com tánt( > um lado, os deixam entre si longos trechos do litoral, oecupados pelos
entre* >stos e °s molhes : que, por
avançados ( o systema viessem a trapiches, na mór parte vetustas construcçõe em que do-
ser servidos directamente
dam o interior, condição pelas vias férreas, que deman- mina a madeira, e que offerecem accommodações de trans-
esta aliás de difficilima execução,
e po; outro -lado, se melhorasse porte' e armazenagem do typo o mais primitivo ; de dis-
n as communicações por tancia em distancia vindo entre os trapiches desembocar
erra com a Alfândega e o centro no mar viellas das mais estreitas, as quaes communicam com
commercial da cidade.
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KÓSMOS
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a rua'principal, e por vozes única, dos movimentados bair- para o conhecimento do relevo do fundo marítimo c a per
ros da Saúde e da Gamboa; estrangulados como estes se! furxições para a investigação da natureza do solo; traba
acham por uma cinta de collinas rochosas, que com insigni-j lhos estes que o autor desempenhou a principio
ficantes interruções se estendem do morro de São Bento, I por con-
tracto com á companhia e, baseado nos dad os colhidos
junto ao Arsenal de Marinha, até á pedreira de São Diogo | elaborou o plano geral de melhoramentos, qu e foi no seu
na Praia Formosa. conjuneto approvado pelo Governo.
Outras paragens da ineomparavel bahia, que encerra a! Obedece o traçado d'esse primitivo projecto á condição
cidade do Rio de Janeiro, olTerecem condições naturaes as| de não apresentar entre os dois extremos saliência alguma
mais vantajosas para se converterem em excellente e amplo = sobre a agua, nem reintrancia brusca; assim é que os cães
porto. Está neste caso o recôncavo, que se desdobra aoj eram dispostos em longos alinhamentos rectos, concorda-
Norte da Ponta da Armação, compreendendo as ilhas dej dos por trechos concavos de grande curvatura. Teve-se
Mocangué, do Vianna e outras, entre as quaes e a terra' também em mira nesse plano conservar toda a utilidade ao
firme circulam profundos e largos eanaes ; este local, j grande armazém e aos 160 metros de cães profundos já
porem, afastado como se acha do empório commercial,; construídos, das Uocas Nacionaes, antigas D. Pedro II
mais convém a íins industriaes; e, de facto, na Ponta dal estabelecendo uma doca do commercio neste ponto, com 3
Areia existem estaleiros de construcção naval, hoje! hectares de superfície e cerca de 700 metros de cães, inclu-
iuactivos, mas que outrora produziram entre outros barcos sive os existentes. Análoga tendência se manifestava com
o Imperial Marinheiro da Armada Nacional ; e nas mencio-j relação á estação Marítima da estrada de ferro Central do
nadas ilhas desenvolvem-se e prosperam modernos estabe-j Brazil e ao «Moinho Inglez», cujas accommodações
lecimentos, perfeitamente apparelhados com diques e ofíi- j para
atracação e descarga eram respeitadas no interior de outra
cinas para a carenagem e reparação de grandes navios. doca de mais vastas proporções que a primeira. A conti-
i nuidade das communicações ao longo dos cães ejxternosera
* * * assegurada por meio de pontes movediças, systema aliás
necessário no canal de entrada para o dique da Saúde. A
Os melhoramentos que o porto do Rio de Janeiro re- i ilha de Santa Barbara, finalmente, rodeada de cães pro-
clama, consistem na construcçãoj de cães, de preferen fundos, seria utilizada para servir a depósitos de materiaes
cia contínuos, aos quaes
possam atracar, carre-
gando e descarregando
com facilidade, as maio-
res naus, qne cruzam o f ...
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Igando-sedirectamenteás
Iferro-vias que se inter-
nam pelo paiz, e nacons-
trucção de uma serie de
para o depo-
ko e guarda das merca-
orias, quer de importa-
Íntrepostos
ção, quer de exportação.
TPambém releva estarem
os novos cães réssruar-
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iI DOCAS NACIONAES
dados contra os ventos i

reinantes e a refrega do mar, e communicarem facilmente inflammaveis ou explosivos, sendo que o canal <. ntre a
cotai os bairros centraes da cidade, j ilha e a terra firme seria convenientemente aprofundado a
I A esse conjuneto de ÇOndiçõeá nenhuma parte do li- Oeste da ilha. Comprehendia tal; schema uma extensa' total
totial presta-se a mais cabalmente; satisfazer de cães de cerca de 6800 metros, dos quaes mais de 5000
que a zona
apontada, a qual rnais adiante se espraia e desenrola, for- metros, demandando 9,m0 de profundidade sob o nivel
mando a enseada de São Christovãjo e indo extremar-se na médio do mar. Excedia de 320 hectares a superfície (!•• novo
Ponta do Caju. Para ahi convergiram effectivamente, no solo, que desfarte se conquistava ao mar, e o terrapleno
decurso dos últimos treze annos, 04 trabalhos de preparo e necessário para encher tamanho 'espaço, ascendia a c< *ca de
elaboração de projectos, que, modificando-se e evoluindo, 24.000.000 de metros cúbicos, exigindo portanto uu lar^o
de ratai logar ao plano definitivo, recentemente adoptado período de construcção e um serviço colossal de mo', imen-
pelo (Governo Federal. to de terras. Taes proporções motivaram, no correr do
Em começo dò citado período instituiu-se a Empreza tempo e das negociações, que mais tarde se sticcedéraffl
Industrial de Melhoramentos no Brazil, a qual adquiriu para angariar os indispensáveis capitães, uma niodiilcação
sucessivamente as antigas e valiosas concessões feitas á radical do plano geral, no sentido de contornar-se o litoral
Compjanhia das Docas D. Pedro IIjea empreza incumbida mais de perto, tendo em vista conseguir-se em men< s tem-
do arrazamento do morro do Senado e do aterro dos terre- po e com menor dispendio a extensão do cães adequado ás
nos pantanosos do Mangue è dos aljagados das praias For- necessidades, embora- com isto sacrificando o alargamento
mosa e dos Lázaros, e depois incorporou entre outras con- da estreita zona edificada.
cessões, de que a incipiente Republica foi pródiga, as que Entrementes foram numerosas as modificações, ora
tinham por objecto a construcção de cães e armazéns propostas ou estudadas pela Empreza, ora exigidas pelo Go-
entre o. Largo da Prainha e a Ponta dá Chichorra e d'ahi verno Federal, com isto retardando sobremaneira o final e
até aoj Caju. Em seguida procedeu ás operações topogra- desejado desfecho. Entre as indicações aventadas está a
ficas necessárias em terra e sobre agua, a sondagens solução pela qual se evitava passar com o novo caos pela
KOSMOS

frente do dique da Saúde, pertencente ao Lloyd Brasileiro, das leis então em vigor, inclusive as de 2
% sobre o valor
tabelec..ndo as commumcaçoes, quer ordinária, quer da importação e de 1 % sobre o de exportação.
férrea, entre as duas secções de novos cães na Saúde e na A situação especial das obras projectadas, em relação
Gamboa, pela abertura de uma kirga passagem, cavada na a cidade, com a qual, por um lado, as mercadorias impor-
rocha, e parte em tunnel, através d< > morro que se levanta tadas e armazenadas, não poderiam ser retiradas senão
atraz do dique; e citarei mais a me dificação, pela qual se pela ferro-via elevada ou por água, e, de outro lado,
a estagnação da; água que sempre se
pretendia attenuar quando as docas tivessem de receber todo o café vindo do
dá em unia bacia reclusa, substituindo o cães duplo de interior, daria logar a um completo deslocamento deste
alvenaria, que a fechava por um viaciucto construído sobre principal ramo do commercio exportador, da séde em que
columnas de ferro. se agita;—a onerosissima construcção de uma ferro-via
Sobreveio também uma longfa pausa no andamento dos por entre as estreitas ruas da cidade ;—e principalmente a
trabalhos da dita Companhia, como em geral de todas as questão suscitada entre os poderes públicos e os concessio-
emprezas de então, devida á revolta da Armada, suecedida narios sobre, se as taxas, a estes
privativas, recabiriam na
em Setembro de 1893, e subseqtient ;mente á prolongação totalidade das mercadorias, que transitassem
pelo porto,
da inactividade forçada em virtude d^os desastrosos effeitos ou se, apenas, nas que fossem manuseadas em seus esta-
não só desse-nefasto acontecimento, como também da cala belecimentos: questão que foi
porfím resolvida, como
mitosa desvalorização, a que chegou depois o nosso meio era de esperar, favoravelmente aos interesses
circulante, produzindo-se ao mesmo tempo a profunda de todo este conjunto de circumstancias impossibilitou geraes; —
á
pressão que soffreu o credito nacional. Companhia «Obras Hydraulicas no Brazil», cessionária
Graças á indefectível persever; _nça do seu devotado desde 1891, reunir os capitães necessários, e assim foi
que
Presidente, o Dr. Paulo de Frontin, i Empreza Industrial em 1897 a concessão incorreu em caducidade.
de Melhoramentos no Brazil foi vem cendo todos os óbices Entretanto apezar das informações adversas, prestadas
e atravessou a tremenda crise sem so4sobrar. No entretanto pela Secretaria da Industria, Viação e Obras Publicas, o
um empecilho mais grave ainda, Congresso Nacional revalidou i concessão, sendo ella
em 1899 transferida á
«The Rio de Janeiro
Harbour and Docks
Company Limited»,
com séde em Londres.
Pouco depois, como
Ministro da Industria,
o Dr. Severino Vieira,
interpretou muito sa-
biamente os termos da
revalidação,, no senti-
do de serem as objras
executadas, mediaJite
os favores e encargos
em vigor na concessão
das Docas de Santos,
não lhe reconhecendo
portanto o direito á
cobrança das porcen-
DOCAS NACIONAES tagens sobre a impi r-
difficultar extraordimiriamente as negociações tação e a exportação".
sido encetadas para a obtenção dosí capitães necjessarios qde haviam Contra tal interpretação protestou a Companhia, movendo
á em seguida uma acção judiciarei contra a União. Desta
execução das obras. E? a tenaz oonhpetencia ej lhe veio
qu maneira ficava ella quasi inhibida de levantar capitães -a
exercer outra Sociedade, de e também de unia conces- pa
poss a execução dasiobras, como também embaraçava as nego-
são de docas de commercio, mas imoutro
a Companhia «The Rio de Janein > Harbour ponto da bahia: ciações, tendentes ao mesmo fim, da «Empreza Melhora-
and Docks», mentos», a qual de facto estaria collocada em condições
a cujos trabalhos não me referi a > r dancear as obras
mari- muito inferiores, quanto aos favores concedidos, se a «Har-
tunas empreendidas neste i agora fazer dessa con- bour» vencesse o pleito judicial.
cessão especial menção, porto,terp|ar; Cl ntribuido ainda
um modo indirecto, por que de A conciliação de interesses que visavam o mesmo
para a final s< >lução dada ao magno ramo de negocio e se debatiam pela primazia, impunha-se,
problema pelo actual Governo da União surgindo assim a idéia da fusão das duas concessões,
ecreto n. 10372 de 2S de Sc tembro de 1889 conce- como o meio mais pratico e expedito de superar as diffieul-
dera ao Visconde de Figueiredo
a construcção, segundo o dades financeiras communs e tornar finalmente realizáveis
plano ganizado pelo afamado en jfenheiro James Brun- os anhelados melhoramentos do porto. Foi o
lees, d unia
grande bacia abrigfadta, ao Sul da ilha das que se tentou
Cobra? com entrada entre conseguir com o decreto n. 4228 de 6 de Novembro de
a porita oriental destra e a ilha 1901, devido aos esforços do Ministro da Industria dessa
Fiscal. antiga dos Ratos,
e contendo cães acostaveis pelos época, o Dr. Alfredo Maia.
maior,' navios e armazéns
conti; j-uos, alem de terreno Este acto governamental estabelecia a juneção das em-
aproprado á construcção
de edifici js, destinados ao com- prezas rivaes, pela organização de uma nova Companhia,
mercin, Este systema
de docas d< :veria communicar por denominada das «Docas do Rio de Janeiro», reunia os fa-
meio de ferro-via elevada
com a rada de ferro D. Pedro vores e ônus de ambas, consolidando-os, e
hoje Central do Brazil, tendo permittindo que
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4-4oo.000 sido orçadas as obras em a arrecadação de taxa nunca maior de 2 % em relação ao \
-C*• capital,
JUU íi; ^,™^i _•_ seria remunerado
que com as taxas valor da importação se fizesse a
partir do dia 1'.' de Janeiro
KOSMOS

de 1902, e determinava que as obras a executar, divididas era permittir, quanto possivel, a| atracação aos cães exísten-
em cinco secções, abrangessem todo o litoral desde a Ponta tes dos navios-de calado adequado. Eis pois a.quão mes-
do Galabouço no extremo Sul, até a Ponta do Caju, no quinhas proporções havia sido pbr fim reduzido o pomposo
extremo Norte. mas inútil, schema da concessão da «Harbour».
As primbiras quatro secções das obras moldavam-se ao Não obstante a grande scimma de vantagens cumu-
plano por ultimo estudado pela «Empreza Melhoramentos», ladas pelo Governo, e outras facilidades offerecidas pura
em que os cães acostaveis pelos navios de maior calado se realizar a incorporação de umá poderosa empreza estran-
estendiam desde o Arsenal de Marinha até a ponta da Chi- geira, a fusão intentada não se effectuou, por desintellio-en-
chorra, d'ahi !Cm deante proseguindo em cães, com a pro- cia sobrevinda entre as antigas Companhias. Versavam com
fundidade mínima de 2,m0 em baixamar de águas vivas, e effeito as divergências sobre a proporção pela qual entra-
delineados de maneira a favorecer o rogimen das correntes riam na constituição da nova Companhia, e, como qualquer
de maré, e contribuir para o saneamento da enseada de São dellas, entabolára, isoladamente, negociações para a acqui-
Christovão ; eiitre a ilha dos Ferreiros e a terra firme man- sição de capitães, oceorreu também discutirem quanto á
tinha-se a dispbsição, pela qual se aprofundava o canal escolha entre as combinações financeiras que se offefecianr
existente, no intuito de acarretar junto aos cães volume mais demais por parte da «Harbour» parecia haver reluetancia
avantajado de maré vazante ; e não se descurava também o para chegar a qualquer accordo, por confiar talvez em ser
prolongamento Ido canal do Mangue, que seria ornado de bem suecedida na acção judiciaria movida contra a União
alamedas lateraes. Ao longo de toda alinha do novo litoral —como effectivamente aconteceu mais tarde,—e com isto,
uma faixa ds 7O1, metros de largura era destinada aos g-uin- pretender alcançar melhor partido de seu contracto.
dastes rodantesle linhas -• i ' --
I _ !
férreas, aos armazéns e
galpões e a uma larga
avenida. Permittia-se á
Companhia prolongar as
suas linhas férreas em II m\
tuunel sob o morro de
São Bento até ob arma-
zens da Alfândega, assim
como eventualmente es-
tudar, e propor os meios
Tter^^^^^^"^ Jjjlj ¦ ¦ I | ^to | ¦ T?t l'»í ;'**• '"^fiiU ÉHH': •' Sv*£e 1 'll< SflM
de evitar a passagem da
avenida e vias-ferreas por
sobre pontes movediças
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na frente do dique da
Saúde, relembrando por-
tanto a abertura de um
tunnel através do morro
do mesmo nome; a pela
segunda ve/, em acto offi-
ciai, se fazia referencia á
ilha de Santa Barbarja, no
sentido de ser ella ehtre-
gue á Companhia, medi-
ante arrendamento, para
qualquer (im que apro-
veitassc ao serviçoí do cornes mWmZ^-——^mmw+-- i -*^i?irf > - < ¦*~*aÉ^_'-
porto. | ^H^^^^^^^^^^^* ^m^m^m^^L\ ^^m^Ê^m^^^^^^^^Smmm^ k. """""V ^^^^ **

A 5" secção d'este plano I

altamente conciliador era MOINHO) FLUMINENSE — PRAÇA DA HAR.WONIA


constituída pelo systema, já citado, de cães, doca e armazéns No decurso das dilatadas negociações, quer na iCuro-
da Alfândega, os quaç-s poderiam ser arrendados á Compa- ropa, quer no Brazil, para a transferencia de sua- pro-
nhia, e pelo seu prolongamento ao Sul; formando o cães, priedades e concessões, esteve a «Empreza Melhoram -ntos»
denominado Del-Vecchio, em honra ao illusti e engenheiro, a ponto de effectuar a transacção com um syndicato, repre-
que no derradeiro período dirigiu a construcção, e mais sentando capitães estrangeiros, o qual, no emtanto, iludi-
adeante vindo terminar a uma doca aíberta, mas algum do sem duvida pelo abatimento commercial e econ» nico,
tanto abrigada pelo pontal pedregoso [lo Calabouço, que em que cahira a praça do Rio de Janeiro, e menoscabando
avança para o mar e sobre o qual ergue-se o antigo os extraordinários proventos que, aqui, á semelhar.ga da-
Arsenal de Guerra. Esta ultima secção do plano geral po- opulenta Companhia das Docas de Santos, poderiam advir
deria no futuro ser posta em communicação directa com as. á empreza, que em estabelecimentos seus, bem ápparelha-
demais secções, adquirindo a Companhia os terrenos e pro- dos, explorasse os -serviços próprios de um grande porto
priedades do Arsenal <je Marinha, no intuito de utilkal-os commercial, — pretendeu restringir por um modo quasi
para seus fins, no casojque ao Governo conviesse a trans- irrisório o plano de melhoramentos já assentado.
ferencia d'esses estabelecimentos para j outro local mais Por felicidade nossa não surtiu bom resultado serne-
apropriado e mais espaçoso, j lhante tentativa, não logrando merecer o assentimento do
A? Companhia «Docas do Rio de Janeiro» incumbiria Governo transacto. Este, pelo contrario, no ultimo período
finalmente executar um»trecho do cães que faltava no lito- de sua administração manifestou certa tendência em impri-
ral para completar o svstema e, ao largo, construir uma mir nova orientação á resolução do magno problema. Esta-
obra de protecção, enraizada na ilha das; Cobras, cujo fim va, de facto, esta questão então affecta ao Ministro cia Fa-
KOSMOS

zeflda, c Dr; Joaquim Murtinho, s endo que á sua alta apre- de curto prazo. Assim é que em 1903 foram suecessivamen-
ciação c seguro juizo haviam 31. o submettidas vatias te promulgados os decretos n. 4839 de 18 de Maio, autori-
a realização das obi as do porto,- não mais zando o Ministro da Fazenda a contrahir com os banqueiros
propostas-para
de Companhia, jijosjsu idora de capitães e N. M. Rothschild and Sons, de Londres, um empréstimo de
por intermédio
detentora por longo prazo dos sseiv ijços
-
do porto, mas sim £ 8.500.000 ; os de. 8 de Junho, sob o n. 4859, que esta-
construclo í, que executaria as
por empreza, meramente belece um regimen especial, de accordo com alei orçamen-
obras por conta da União e com os fundos por ella forne- taria, para a execução das obras de melhoramento dos por-
cidos. tos, e sob n. 4860, providenciando sobre a encampação das
Entre taes propostas houve u:n , apresentada por em- concessões relativas ao porto do Rio de Janeiro, e o decreto
offereciaiim- se construir até 3000 n, 4865 de 16 de Junho, concernente á emissão de apólices
prezarios nacionaes, que especiaes no valor de 17.300:000$000, destinado a esse fim.
metros de cães, fundados por caipccles s de ar comprimido,
drag-ando-se em frente a elles um cs nal de navegação
o _>
com Seguiram-se mais em 7 de Julho o decreto n. 4879,
10,m0 de fundo sob o nivel med io do mar, em vez dos que estabelece a taxa de 1,5 % ouro sobre o valor da impor-
9,m0 consignados nos planos prec ed ntes, e ampliando-se a tação realizada pelo porto do Rio de Janeiro, sendo o pro-
primitiva largura de 70 metros, ida a faixa marginal, dueto desta taxa destinada a oceorrer ao pagamento dos
para 100 metros. A execução dos re}. pectivos trabalhos de- juros das apólices especiaes emittidas para a encampação
veria ser custeada mediante pa< a nento por titulos da das concessões, e ao custeio das despezas com o empresti-
divida publica especiaes, cuja ren< Ia seria garantida com o mo externe ; e em 28 de Agosto o decreto n. 4939 pelo
produeto das diversas taxas aífect a. a obras marítimas de qual são declaradas sem effeito as approvações dos antigos
conformidade com as leis então enji \| igor. planos e orçamentos, referentes ás obras de melhoramento
Gnitas esperanças estavam p is na decisão favorável deste porto.
a tal combinação do eminente hotm m de Estado; o qual, Neste comenos por iniciativa do Club de Engenharia,
ao approximar-se o termo de lo ifia gestão do principal sob a digna Presidência do illustrado Dr. Paulo de Frontin,
ramo dos negócios públicos, e tenjio conseguido alfirmar o e com o patrocínio do Governo, lidava-se para introduzir
credito da Nação, pela regoilari. 14 ão de suas finanças, modificações na lei de 1855 sobre as desapropriações por
•-se da
pareceu por fim inclinado a retrac ta ferocidade, que, utilidade publica, no sentido de operar-se a transmissão da
no dizer de um grande estadista francez, é predicado que propriedade dos prédios e trapiches, necessários á execução
convém a um bom Ministro da Fa eiida, e, na verdade, foi das obras de melhoramento, sobre base mais equitativa,
por elle duramente exercida contr; engenharia nacional. tendo em vista o elevado preço a que por effeito da dita lei
Entretanto deixando elle o poder p puco antes de concluir-se teriam direito os S2'us possuidores, em completa deshar-
o periodo constitucional do Govt mo transacto, cessou o monia ás vezes^com o valor actual e effectivo das respecti-
estudo comparativo das propostas apresentadas, as quaes vas propriedades. A lei-n. 1021 de 26 de Agosto veio sanar
cahiram em completo olvido, dei;-jvunecendo-se assim de esta difüculdade,- que por si só era sufficientc para arredar
todo a fagueira miragem", que po c um instante appareceu em muitos casos quaesquer tentativas de razoável transac-
no horizonte nublado e ermo do nt >séó meio profissional.
ção, e pelo executivo foi em 9 de Setembro expedido o
decreto*n. 4956, que regulamenta a nova lei, modificando o
processo anteriormente estabelecido.
Em 15 de Novembro de 1902 ao assumir a administra- Em quanto pelo lado financeiro e administrativo taes
ção suprema do paiz o Dr. Rodrig-ues Alves, em sua mensa- resultados eram alcançados, o Ministro da Industria com
gem inicial, dirigida aoCongresso N acionai, indicou entre solicita attençáo enfrentou technicamente a magna questão,
os pontos capitães do seu programnia governamental, o me- incumbindo desde logo o engenheiro Francisco Bicai ho, e
lhoramento des- portos do Brazil, a c _>meçar em seguida uma commissão, composta deste laureado pro-
pelo do Rio de
Janeiro, e com a designação do pr:c aro membro cio.exer- fissional e dos engenheiros Sérgio de Saboia, Manoel Ma-
cito nacional e qué o era tambem 3o Senado, o Dr. Lauro ria de Carvalho, Osório dé Almeida, Paulo de Frontin e
-Müiler, para g-erir os negócios do M inisterio da Industria, Parreiras Horta de estudar um projecto de melhoramento
Viação e Obras Publicas, dentro c.n breve revelou o firme deste porto, tendo em devida conta o trabalho até então
propósito de fazer seguir ás pala. r< s promissórias, actos, effectuado pela «Empreza Melhoramentos».
que co?.substanciassem em forma de:' inida e perfeitamente A commissão adoptou com ligeiras modificações o tra-
realizável, o que até então
vães ou tentativas frustradas. provaria se apenas desígnios çado geral dos cães por ultimo considerado, abrangendo
a construcção, a fazer-se já, o litoral a partir do Arsenal
Subsistiam as já mencionadas >mpanhias, concessio- de Marinha e a terminar em frente á rua de São Christovão,
narias de melhoramentos do ue, não tendo chega- na extensão de 3500 metros ; com quanto reconhecesse
do a ; rcordo porto que
para, reunidas, trans irem as concessões a em futuro próximo o desenvolvimento commercial e a fre
uma nnpreza estrangeira, haviam _ so
dispôs- ão expressa:no decreto, ue .ermittira facto incidido na quencia progressiva da navegação exigiriam o prolonga-
a fusão, de mento dos cães profundos até a Ponta do Caju
ficar o Governo com o direito de q ene . ampar as concessões,
Demais a lei orçamentaria da desjlez Na parte correspondente ao bairro da Saúde, resente-
]'H]l i para o exercício de se o traçado da preoecupação, que por parte da «Empreza
190: upliando a legislação anterior , relativa aos
marítimos, autorizava o portos Melhoramentos» sempre se manifestou de incluir o grande
poder executivo a entrar em armazém das Docas Nacionaes, que lhe pertencia, entre a
accorüo com as emprezas
concessi or árias para realizar os serie de novos armazéns, os quaes teriam a mesma largura
melh_¦¦•::mentos conta da Un fu , podendo para isto
por
ettectuar as necessárias de 35 metros ; esta disposição foi respeitada pela commis-
operações < e • .rédito. são. Na referida extensão de 3500 metros apenas alguns
Alguns mezes em nc gociações para o refe- trechos, medindo ao todo 520 metros, não admittem a
"do ac>:ordo, assimpassaram-se
como no pre P' ro de um grandioso atracação dos navios de maior calado, por serem dispostos
plano .io acção, devendo abranger ii)i n conjunto de medidas em alinhamentos curvos de pequeno raio, os quaes abran-
nnanCCiras e administrativas
das ii efficazes para a reali-
zaçao do magno empreendimento m gem aliás as duas seduções de continuidade, que subs.stem,
s n. empecilhos e dentro e são a entrada do dique da Saúde e a embocadura do canal

¦
KÓSMOS

do Mangue prolongado; sendo que por esta deverá fazer-se camento dé pedra', que é lançado atraz da muralha como
o escoamento de grande parte das águas que descem da fim de allivial-a do empuxo exercido pelos materiaes do
vertente NE do massiço da Tijuca. í aterro mais ou menos misturados ao lodo.
A faixa para o serviço do porto manteve-se com a lar- E' avaliado approximadamente em 5.000.000 m.? 0
gura de 100 metros, dividida em tres zonas, uma de volume de terra removido para aterrar a superfície adqui-
pendo
25m., destinada ás linhas férreas e aos guindastes rodantes, rida ao mar e como attinge a 2.200.000 m.3 o material que
a seguinte de 35m., reservada para os armazcjns, galpões e ainda poderá ser fornecido pelo serviço do arrazamento
outras construcções relativas ao porto, ea terceira de 40m., do morro do Senado,—que ha longo tempo foi começado
applicada ao transito publico em forma de utna larga ave- pela «Empreza Melhoramentos», e agora carece atacar-se
nida, calçada c arborizada. I com mais vigor para as obras do porto, — a differença é
Attentas as actuaes condições por demais precárias procurada no fundo do mar, quer aproveitando productos
das communicações entre a zona do litoral, affecta ás obras escolhidos da dragagem, quer exeavando em bancos de
de melhoramento projectadás e os bairrosi centraes da areia existentes nas immediações do canal que tem de ser
cidade, onde é mais intenso o trafico mercantil,—empeci- aprofundado ao longo do cães.
lho este, gravíssimo, que a «Empreza Melhoramentos» O volume effectivo da dragagem é difficil de ser esti-
esperava potler obviar por meio da abertura de dois ou mado com algum rigor, porque durante o trabalho, o lodo,
mais tunneis—, a commissão, interpretando as largas que cobre o subsolo resistente em camadas de espessura
vistas do illustre Ministro da Industria adoptou a brilhante varia e de consistência mais ou menos molle, poderá
e ousada solução de abrir através dos quarteirões centraes affluir de longe para o canal. A commissão entende tambem
da cidade, por entre as estreitas ruas e viellajs existentes, que não obstante as muralhas dos cães serem projectadás
uma avenida de 33™; de largura e 1800 de comprimento, para 10,m0 de profundidade d'agua na maré media, não
lançada em linha recta entre o largo da Prainha no extremo con virá dar ao canal desde logo este fundo, mas pelo con-
da majestosa Avenida do Porto, e o termo da jrua Chile na trario a principio alcançar somente a profundidade de 8,m0
praia de Santa Luzia, onde !
a
terá principio grande ala-
meda á beira mar, projecta- i . .... .' ¦'.

da pela Prefeitura, ora a


cargo do provecto eng-e-
nheiro F. P. Passos, a qual, • T • . ^-v <:- j • Y . . - _" -, ' ' , . ¦; ¦ , I
arborizada e em parte orna- <u[MÊfB&r ^^'> »»_ !¦¦ ¦ —"
da de jardins, contornará »-— cvr^_____3F» - -• ..: "Ir- -1 v \ -.
o litoral, quasi todo, até o
lim da praia de Botafogo e
rivalizará com os mais bei-
los passeios das cidades ma- M&M-I __H HHwübp*^^ ¦¦¦¦
ritimas do mundo. Com
egual intuito de facilitar
grandemente as communi-
cações, a construcção dos
novos cães foi delineada at.* -"i
;_T" ^&~t*T^mimíT^m^^~*7~''~~~ r i*****^7* :—^ * '"^'¦<giÉ"
__f^< * •^^"^* -.. *¦**¦_— - - *¦' Y-"" —"*"^^S?í^^" . -** — " .. '_ — '
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á larga rua de São Chris-


tovão, abrangendo o pro-
k^BB^BB_B2E9 ____-E____B«hB_EiiS Sí3___IHB9 "
longamento do canal do
Mangue, o qual, ladeado LLOYD BRAZILEIRO
de largas ruas arborizadas, l
I
occupará uma faixa de cerca de 90 metros, deste modo como no porto de Santos, junto dos novos cães. E' calcula-
i

ligando-se o porto directamente aos populosos bairros das do comtudo em 7.000.000 metros cúbicos o volume total a
freguezias de Santa Anna e de São Christovão. dragar, dos quaes cerca de 4.000.000 serão transportados
A commissão adoptou para a construcção da muralha para fora da bahia e despejados alem da ilhaRasa, por nao
dos novos cães, o systema de fundação por ar coijnprimido, se prestarem os materiaes pela sua natureza a serem apro-
em caixões contíguos de ferro, empregado vantajosamente veitados para aterro.
pelo hábil constructor Hersent em Antuérpia. | Fixado o Com relação ao apparelhamento do cães, que compre-
calado d'agua junto ao cães em 10,m0 sob o ni^el médio ende as vias férreas e trem rodante *, os armazéns e galpfl.es,
do mar, a altura normal da muralha; será de 14,m90 desde os- diversos guindastes fixos e inoveis desde um ate 30
a base dos alicerces até o corôamento, augmentando esta toneladas, fora e dentro dos armazéns; as installajções
medida nos trechos em que se encontrar maior damada de electricas para todos os machinismos e para a illunrnaçao:
lodo. Os caixões terão 25,m0 de comprimento sobre 7,m0 os serviços de agua e de esgotos, as pontes girantes eiixa>
de largo ; pelo systema admittido a parte inferior de cada nas entradas do dique da Saúde e do canal do Mangue, a
um delles, que é a câmara de ar comprimido conji'concreto, 2,m5 de commissão recommenda o estudo mais minucioso e demo-
altura, penetrando até o terreno firme, e cheio de rado; mas no orçamento geral das obras, que por tim
ahi permanece para sempre, em quanto na parte superior apresenta, incluio o apparelhamento do cães com verbas de
as alvenarias da muralha são executadas ao albrigo de despeza que lhe pareciam razoáveis.
paredes metallicas, amoviveis, isto é ao ar livre ei portanto Os trabalhos relativos á abertura da A.venida Central
com toda a perfeição desejável ; no caso de exceder a mu- e da Avenida do Mangue foram incorporados ás obras de
ral ha da altura normal, o acerescimo do massiço de fundi- melhoramento do porto em virtude da autorização expres-
ção, sobreposto á câmara de ar comprimido, faz-sé tambem samente dada pelo Congresso Nacional na lei animado
ao ar livre, ficando-, porém, de vez no terreno aparte do orçamento da despeza. Reduzem-se as da avenida centra
caixão correspondente. Completa o systema .um fcjrte enro- á demolição dos prédios, á remoção do entulho, á construa-
KÓSttOS

cão de galerias pura a passagem as diversas canalizações melhoramento dos portos do Brazil, decretados com relação
éaos calçamentos, A abertura d; t avenida do Mangue com- ao do Rio de Janeiro todas as medidas
que permittiam
e nivelamento los terrenos adjacentes,
preen de o aterro realizal-as sem estorvos nem contingências, não só suppri-
em parte- pantanosos, a excavaç io do canal com 20m. de mindo as resistências que lhe offereceriam as emprezas con-
largura, em prolongamento ao ex ístente e a construcção cessionárias, como tambem assegurando-lhe largos recur-
das respectivas muralhas, e o -í ss|entamento do lagedo e sos pecuniários; estudado e. assentado em seu conjunto o
o-radil nas duas margens do canal, plano geral das obras, com o correspondente orçamento,
A commissão orça em'resanko o custo provável das surgiu emfim o luminoso decreto n. 4969 de 18 de Setembro M
obras-do plano geral de mellv in.mento na importância de 1903 que remata brilhantemente todo o afanoso trabalho'
total de U.S.216:270^000 réis, difstribuida pelas seguin- até então feito e resolve praticamente e de um modo magis-
tes verbas: trai a organisação dos serviços relativos ao futuro
porto
sob os pontos de vista financeiro, technico e administrativo.
Encampação das concessões ... 17.300:000$000
o cães e av en idas.. 52.450:000$000 Este notabilissimo acto recebeu a glorificação que
Desapropriações para
merecia na memorável sessão solernne de 28 de Setembro,
Obras do cães ... 86.000:000$000
celebrada pelo Club de Engenharia em homenagem ao Go-
Obras da Avenida Central 3.780:000^000
da Avenida do Mangue verno Federal na pessoa do seu illustre membro o Dr. Lau-
Obras 3.997.400$000
ro Müller, sendo então collocada no salão nobre dessa
Administração: 5 % do valor dak <: bras. 4.688:870è000
benemérita associação, a que me ufano de pertencer, uma
A verba das desapropriações f. i calculada de accordo placa de bronze commemorativa, em que ficam consigna-
com o estudo e exame feitos pela c mimissão, a qual toda- dos em caracteres indeléveis o numero do decreto e os seus
via julga que esta despeza será c impensada em grande termos iniciaes.
Dias depois de promul-
gado este decisivo acto,
isto é, aos 24 de Setembro
era lavrado o contracto en-
tre o Governo Federal e o
TB ' ¦'-''?•' ¦ ¦*
'
¦' "¦-«<*¦
representante da firma C.
J^-4. •*SE__!__»~.h.».__ 1! i_ -.-' ¦•- /9|1 .-A&- H. Walker Company Limi-
ted, de Londres, escolhida
¦-•-ifmmniinítfFm^^mfliSií^Ê^m^
' WSÊmmmmmtmÊÊmmmmmmm^^m,^li-.~y9nm^mma^^
¦ ii___l lr*55* m/'^mwÊSSamMt'' m "¦ *»'*-m<z7M713li^imm*mm BflWPWifll WBCíg^... para dirigir a empreitada
geral por satisfazer ás con-
^^EáZlJm^j?? ^3_____________________S_____I___S_____I__II___________________R_____________^^ ^K-T dições apontadas pela com-
missão de estudos, sendo
que.havia dado provas de
sua idoneidade technica e
capacidade financeira em
trabalhos anteriores, como
sejam as docas de Barrow
e de Preston e o grande
canal de navegação de Man-
chester. e se acha ainda
:._-,-tjjj;.^ljj-j^' **?,::•;' - - -' „ ¦-^tss^-;22=í_..: ':/a/A/laSl oecupada na construcção da
_ Doca Sul em Buenos Aires,
FACHADA LATI RAL DAS OFFICINAS DO LLOYD BRAZILEIRO
e de um quebramar nas
Bermudas por conta do Al-
parte com o producto da venda ( los materiaes das demo- mirantado Inglez ; suecedia tambem que era conhecedo-
lições e dos valiosos terrenos, "c ue confrontarem com as ra das condições do porto do Rio de Janeiro, pois que
novas avenidas ou que se conquilstn rem ao mar. O orça- havia algum tempo já que se propunha executar as respe-
mento geral acima referido servTHu aliás de base ctivas obras de melhoramento.
fixação do empréstimo estrangeire ai itbrizado para a
pelo Decreto Limita-se o contracto á construcção dos cães na exten-
n. 4839, e em parte
já realizado, são de 3500 metros, segundo o typo adaptado, á dragagem
commissão finalmente oj un >u de um canal de 250 metros de largura para-o accesso e ser-
executar as -obras do quanto ao modo de
porto, que atter dendo a sua importan- ventia dos cães, e ao aterro, executados de conformidade
cia e caracter
peculiar e conside rar do o avultado capital com as bases firmadas pela commissão de estudos. Os demais
que ;k installações iniciaes e penran antes exigem, conviria trabalhos complementares, como sejam a construcção dos
serem. elléfs effectuadas mediante armazéns, o fornecimento e assentamento das pontes e o
empreitada geral por
quem já tivesse dado provas «de sua competência e idonei- apparelhamento do cães poderão ser objecto de ajustes
dade em trabalhos análogos de idkn especiaes com os mesmos empreiteiros, ou se não houver
ica importância, este-
ja devidamente appàrèlhãdo accordo neste sentido, o Governo os tomará a si. Üs traba-
e disponha de recursos para .. alizal-os com presteza
para garartir o exacto comprimento lhos relativos á abertura das avenidas Central e do Man-
das obrigações e responsabilidadl
es que deve assumir» ao gue, e as obras connexas são todavia excluidas de todo,
contractarjã execução das reservando-se o Governo realizal-os como entender.
obras, \o mesmo tempo submet-
tia a refleçtida consideração
bases do do Mi listro da Industria as As obrigações dos empreiteiros ficara claramente defi-
çbntracto para a empreít id? geral. nidas nesse contracto, os preços e especificações dos traba-
* * *
lhos rigorosamente estabelecidos e resalvada a acção pre-
Estabelecidas em termos ponderante da commissão de engenheiros, que for nomeada
precis >s e_ claros as normas para fiscalizar a execução. JEstá, como é norma seguida, a
que d'aqui em diante dev em reg-er a execução das obras do contractante sujeita á comminação de multas pela inobser-
KÓ$M(DS

vancia dos deveres que lhe incumbem, a própria rescisão recem-organizada, á qual, entre as suas múltiplas funeções
sendo prevista em casos extremos e bem especificjados; incumbe velar pelas propriedades já incorporadas á União
mas lhe é facultado o recurso do arbitramento qiiiando. ou venham pertencer-lhe, influir para que sofre os novos
occorrerem questões sobre a intelligencia das cláusulas do terrenos adquiridos se edifiquem em grande escala grupos
contracto. Teem os empreiteiros de estar preparados a dar de pequenas casas, próprias para a moradia das famílias
andamento regular a todos os trabalhos até o dia 3.1 de de operários, e construídas segundo todos os preceitos da
Março deste anno, e são-lihe marcados prazos de conclusão h}'g*iene.
para os differentes trechbs em que se dividem as obras Quando findar-se o breve período de seis annos,—que
contractadas, de maneira; que até 30 de Junho de 1910 certamente não será excedido, attento o conjunto de cir-
devem ellas estar completamente terminadas. cunstancias favoráveis e adequadas, que assignalei; istoé •
O complemento necessário do decreto n. 4969 era a amplos recursos financeiros com larga remuneração asse-
organização de uma commissão de engenheiros, que, alem g-urada, a competente idoneidade da empreza construetora
de fiscalizar o contracto realizado, devia exercer os outros a perfeita org*anização e as latas attribuições concedidas ao
encargos assignalados naquelle acto. Assim é que foi erea- corpo dirigente de engenheiros,—o porto do Rio de Janei-
da a «Commissão Fiscal e Administrativa das Obras do ro exhibir uma cinta continua de soberbos cães sobre a
Porto do Rio de Janeiro», á qual foi dada o regulamento extensão de três e meio kilometros, servidos por possantes
approvado pelo decreto n. 5031 de 10 de Novembro. Cor- g*uindastes e pelas numerosas vias férreas das duas bitolas
respondendo ao tríplice caracter das funeções a desempe- de l,m60 e de l,ni0, em communicação directa com as linhas
nhar, esta commissão foi dividida em três partes: a Pri- da estrada de ferro Central do Brazil, e acompanhados por
meira Divisão, dirigida pelo Presidente e encarregadii dos uma serie de espaçosos entrepostos; e quando por toda a
interesses financeiros e econômicos relativos ás obras eiser- larga faixa commercial, margeando o cães, e pelas gran-
viççs do porto, da administração da Caixa Especial e da Con- diosas alamedas afora até o centro da cidade, se ostentarem
tabilidadegeral da commissão; a Segainda Divisão, sob a :he- as maravilhas da electricidade profusamente espalhadas
fia do Director Technico ejincumbida dos trabalhos próprios em manifestações de fuz e de força, a immcnsa obra até
de escriptorio technico, da fiscalização das obras contra então effectuada não parará! A onda do progresso propa-
ctadas e da execução de outras, feitas administrativamente g*ar-se-á forçosamente, desenvolvendo até á Ponta do Caju
ou por empreitadas parciacs; e a Terceira Divisão, a c; o systema de cães profundos, servidos por um canal nave-
do Director Gerente, comjpetindo-lhe administrar e fis-pali- g*avel, conforme um dos últimos schemas estudados, e tra-
sar os serviços dos trapiehes e armazéns existentes, que zendo comsig*o a utilização de mais terrenos apropri-.clos á
pertençam ou venham peirtencer á commissão, assim c amo edificação, e novo incremento de actividade industrial.
os serviços próprios dos futuros estabelecimentos e c ics. Na verdade essas parag*ens,—em que a poucos annos
Os trabalhos para a abertura e construcção da Avetiida passados, surg*iam monumentàes edifícios, destinados a pro-
Central foram, de accordo com uma das disposições do jectadas usinas e fabricas, e depois foram abandonados em
Decreto n. 4969, commettidas a uma administração c spe- meio da feitura, acontecendo agora que pouco a pouco vão
ciai. sendo aproveitadas taes construcções, como, por exemplo,
* * * as que o Ministério da Guerra adquirio, nellas installando
o seu novo Arsenal e a Intendencia,—essas paragens, digo,
A nova legislação relativa ao melhoramento dos por- estão fadadas a converter-se em um bairro eminentemente
tos marítimos do Brazil, iexecutada com toda a amplitude industrial e populoso, sendo que nos seus confins ao Norte,
para o Rio de Janeiro, e ncutindo á Nação a grata ckpe- em direcção ao Retiro Saudoso e na vizinha ilha dos Fer-
rança de que será sueceí sivamente applicada aos outros reiros, acham-se já em plena actividade as grandes e fuíu-
portos, em que, com excejpção de Santos, tudo está ainda rosas officinas das Companhias «Edificadora» e «Brazilian
por fazer, abre á Pátria uma nova éra de renascimento e Coal».
de progresso, iniciando-st* para a engenharia um perilodo Em tempo vindouro, que não se afigura longinquo, ao
de activ.idade após o longo descanso forçado em que jazeu.
Esta previsão, ou justificada aspiração, vae mais longe; é passo que as linhas de bitola larga da «Central» se esten-
derem até ás formosas capitães de São Paulo e de Minas
que, á medida que progredirem os trabalhos nos po:*tos Geraes, no systema da viação férrea da bitola de l,:10se
mais importantes, em cada um delles se fará sentir polico irá operando um grande movimento de lig*ação das uiver-
a pouco a necessidade de se ampliarem as facilidades nau- sas redes e das numerosas linhas isoladas, entre si, indo
ticas e commerciaes, já alcançadas, á semelhança do que todas as ferro-vias da referida largura reduzida dos lista-
está acontecendo no Havre, em Antuérpia, em Hamburgo, dos do Ri© de Janeiro e de Minas Geraes unir-se ás cerres-
onde, após a conclusão de gigantescas obras marítimas é
incessante a construcção de novos cães ou molhes, de pondentes do serviço do porto por intermédio da «Unha
Auxiliar» da «Central», antiga estrada de ferro da «Empreza
novas docas de commercio ou de bacias de carenagem de Melhoramentos». Alem de que, accentuando-se quiç: ruais
dimensões sempre crescentes. ainda a tendência recente, que se manifestou, de reverter
A' medida que, aqui,| a construcção dos cães contra- a viação férrea de companhias quasi insolvaveis á União,
ctados proseguir e sobre ajdilatada extensão do solo aceres- ou de ser por esta absorvida, é possivel que neste caminhar
cido se formarem novos qjuarteirões, os diversos ramos do e para obedecer a um plano de conjunto de mais * astas
commercio do café e de olutros gêneros do paiz, que airda proporções, convenha ao Governo Federal, que a e: tensa
se acham localizados em grande parte em antigos edifícios, rede da Companhia Leopoldina volte ao domínio nacional;
faceando estreitas ruas de! difficil circulação, gradualmente neste caso a sua linha-tronco seria prolongada de n odo a
se irão deslocando em direcção aos bairros novos, para ligar-se ao ramal de Ouro Preto da «Central» vindo a. outra
approximar-se ao mesmo tempo do litoral e das estações- extremidade entroncar na «Linha Auxiliar» próximo da
terminus das ferro-vias ; j cg*ual tendência se manifestará estação da Parahyba. Enormes vantagens econômicas d'ahi
provavelmente quanto ás íiumerosas industrias, acanhada- proviriam para o transporte do manganez, que, extraindo
mente installadas na velha cidade, e semelhante mudança da região serrana nas cercanias de Ouro Preto, porc -rrida
acarretará também a transjnigração das classes proletárias por nossa principal estrada de ferro, desce em pesados
que d'ahi auferem a subsistência, mormente se a commissão comboios até o porto do embarque, soffrendo no percurso
KOSMOS

balcleação motivada pela differonç i das bitolas, e com novos cães elevar-se-ia d'est'arte a 6730 metros, dos quaes
Isto ânnitl?ando-se o lucro, que os fretes, apezar de dimi- 3580 com 10 metros d'água, 2f>20 com 8 e 530 com 6; do
.utos poderiam produzir. Em vez iragões
dis: ,o os minérios seriam total de 6730, porem, cerca de 1000 metros não são apro-
arrèo-ados junto das minas em apropriados, que veitaveis á atracação dos grandes navios em conseqüência
•hegariam por intermédio da «Li ahi . Auxiliar» ou da es- da forte curvatura, mas pode-se nestes trechos coÜocaí as
rada de ferro do Rio do Ouro aos fui uros cães, e pòr elles escadarias de pedra, alem de algumas rampas para a ser-
;e operaria directamente o lançatr en o para os porões dos ventia dos pequenos barcos, que navegam dentro da bahia
íavios. e nas suas vizinhanças ao longo da costa marítima.
Quantas outras riquezas das ins sgotaveis jazidas do Considerei também a ilha de Santa Barbara utilizada
interior poderão no porvir ser asftim aproveitadas, dando para depósitos de inflammaveis,—idéia esta já por vezes
irigem talvez a novas industrias rene osas ! Os minérios de aventada,—depois de convenientemente nivelada e aceres-
:rro, por exemplo, tão abundante s e tão puros das serras cida a ilha, e circumdadá por uma linha de cães de S,m0
le Minas Geraes, em vez de seren|i t: atados nessa região, d''agita sobre o perímetro de 1450 metros. Finalmente
>nde o carvão escasseia e é caro, )OC eriam no Rio de Ja- imaginei a ilhota das Pombebas, que liga-se por urn banco
eiro ser submettidos ao processo m ítallurgico usado nos de eireia e de pedra aos Torrões, pontas rochosas, que
laravilhosos forno^ Carnegie da A mt rica do Norte, impor- emergem nas marés baixas,—alargada e transformada em
:ando-se de lá, e descarregando-se n< >s novos cães o coké uma grande ilha com a superfície de 40,8 hectares e o peri-/
:special empregado em tal mister; e )btido por este modo metro de 2700 metros, sendo o terrapleno constituído
¦mgrandes quantidades ferro guz i d e primeira qualidade economicamente com as areias dragadas nos cariaès, que.yá
envolveriam. Para alli pensei que
poderia ser transferida a industria
da construcção naval, que desap-
parecerá por completo do litoral,
em conseqüência das obras de me-
lhoramento do porto, e que, na
verdade, é digna de ser amparada,
tendo em vista a excellencia dos
artefactos produzidos e que se pa-
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tenteiam nas irmnmeras lanchas a
vapor, elegantes e sólidas, quç cru-
^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^flMPJx". zain as águas da bahia. Também
^i}*i_______________________y^j^^^__\i»^^ fantasiei a mudança do Arsenal de
Marinha para essa nova ilha, a
qual, como locai apropriado nas
proximidades da cidade, seria sem
duvida preferível á ilha do Hóquei-
râò ou a outro ponto mais afastado,
como foi lembrado "nas proximi-
dados da Ilha Grande. Km vez dos
4,2 hectares, presentemente occiíí-
wm pados em volta do morro dê São
Bento pelo Arsenal e por outros
m iVOINHO INOLEZ
edifícios e dependências do Minis-
terio da Marinha, o novo local
e em condições vantajosas de ), abrangeria um grande quadrilátero de 21,4 hectares de
pjrèç quão portentosas
conseqüências do emprego dessa mate ria superfície, sendo que as carreiras e telheiros de construcção
prima sobrevirão
quiçá no desenvolvimento da grarjde industria do ferro e seriam dispostos sobre a face virada para o largo, corri
|do aço entre nós ! 360 metros de extensão, e em outros dois lados correriam
Ao lançar a vista para o futuro reservado ao do 880 metros de cães com S de profundidade d'água.
Rio de Janeiro, sonhando ou devancando talvez, porto suppuz Neste local ha espaço bastante para a creação de
o
que prolongamento das obras etnt actadas até á Ponta grandiosas ofHeinas, que, aligura-se-me, deverão ser inode-
do Caju desjtina-se antes a servir industria do que ao ladas de modo muito diverso das que actualmente existem,
commercio tendo em consideração que o ferro excluiu quasi totalmente
propriamente dito. Os jiov os cães, assim como
o canal d-e navegação
juxtaposto, teriam 8,ni0 de profundi- a madeira na estruetura do casco dos grandes navios; e será
dade nas águas médias, até certo
ponto, e d'ahi em diante preciso que a industria do aço aqui se inicie e se desenvol-
e em frente áilha dos Ferreiros anc nas 6,m0 ; e admittindo va de maneira a poder fornecer todos os elementos neces-
que advirá a sarios á moderna construcção naval, para que o Arsenal de
jopportunidade, por v L*ze. ; prevista, de ser o
Arsenal de IVIarinha removido do ] oc; 1, que oecupa, para Marinha se levante do profundo marasmo em que decahiu,
outro mais amplo, os cães de e resurja com pujança, Harmonizando com a magnifi-
10,m _) d água serão prolon-
gados até o profundo canal cencia do futuro porto do Rio de Janeiro !
aa terra firme, edificando-seque séL... par ;i a ilha das Cobras
alguns novos armazéns e
estabehcendo-se uma communicação
avenida do Porto e a d recta entre a grande Alfredo Lisboa.
Alfândega. A extensão total dos
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A estação de águas mais freqüentada e a menos distante
do
_è>; Rio de Janeiro

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