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ANAIS DO 11º CONGRESSO INTERNACIONAL DE FISIOTERAPIA

REVISTA BRASILEIRA DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO - 2019


SOCIEDADE BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA | www.sbf.org.br
Salvador, Bahia, BRASIL, de 19 a 22.09.2019
ISSN: 2175-3598 ON-LINE [SUPLEMENTO 2019]

Resumo 5784

ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO BRUXISMO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA


JOÃO PAULO ALVES DO COUTO, Davi Machado Zago, Eliade Santos Souza2, Érica Zanoni Pianizoli,
Stefany Oliveira dos Santos
Unesulbahia, Eunápolis, BA, Brasil
Correspondência para: jcouto@unece.br

Resumo- O Bruxismo é uma desordem onde é evidenciado o apertar e ranger dos dentes, o que
caracteriza um movimento parafuncional. Foi realizado uma revisão sistemática sobre a fisioterapia no
tratamento do bruxismo, para identificar estudos refiram o efeito da intervenção fisioterapêutica no
bruxismo. Estudos mostraram seis diferentes tipos de intervenções, sendo a mais citada a laserterapia de
baixa potência, promovendo uma diminuição do quadro álgico..

Introdução

Segundo Culani et al. (2012), o bruxismo caracteriza-se pelo contato dos dentes, de forma parafuncional,
podendo ser de maneira inconsciente ou consciente, sendo observado através do apertar dos dentes ou
ranger dos dentes.

O bruxismo se enquadra nos movimentos parafuncionais, e está cada vez mais presente nos pacientes,
gerando comprometimento das estruturas do sistema estomatognático. Pode ser classificado em bruxismo
noturno, que ocorre de maneira inconsciente, e o bruxismo diurno, sendo o noturno mais frequente. O
bruxismo apresenta etiologia multifatorial, sua intensidade pode variar, e nota-se uma forte influência do
nível de estresse emocional e físico (SILVA; CANTISANO, 2009).

As pessoas acometidas com bruxismo apresentam, na maioria das vezes, sintomas característicos dessa
patologia, que são: estalidos, dor articular, crepitações, limitação de movimento da articulação
temporomandibular (ATM), até mesmo apresentar cortes na língua. Em alguns casos mais graves, o
paciente pode apresentar hipertrofia muscular e alterações na oclusão, que podem provocar alguns
problemas na fala e na mastigação (DA SILVA; CANTISANO, 2009).
De acordo com Kajita e Fasolo (2006), a fisioterapia pode auxiliar no alívio dos sintomas na região da
articulação temporomandibular (ATM), em conjunto com a ortodontia, equilibrando as forças musculares.

Devido à etiologia multifatorial, o tratamento varia de acordo com os sinais e sintomas observados e da
etiologia. A acupuntura é uma forma de tratamento alternativo, complementar, integrativo e eficiente,
devido sua ação ansiolítica, antiinflamatória e relaxante muscular (SANTOS et al. 2017).

Objetivo

Este artigo objetiva realizar uma revisão de literatura, no que diz respeito ao bruxismo e o tratamento
fisioterapêutico, elucidando as medidas terapêuticas possíveis, que amenizem os sinais e sintomas.

Metodologia.

Foi realizado uma revisão sistemática sobre a fisioterapia no tratamento do bruxismo, nas bases Scielo,
Lilacs e Pubmed, para identificar estudos que refiram o efeito da fisioterapêutica no bruxismo. Foram
adotados os seguintes critérios de inclusão: artigos científicos disponíveis em texto; estudos publicados no
período de 2003 a 2018; estudos que abordassem intervenções fisioterapêuticas relacionadas ao
bruxismo, sendo excluídos os estudos que não fossem específicos sobre esse tema.

Resultados

Na busca foram encontrados 24 estudos na base de dados, desses, 7 alcançaram os critérios de inclusão:
Pacheco, Schapochnik, 2018, Kajita, Fasolo, 2006. Kulczynski, 2010. Da Silva, Lima, Hollais, 2018.
Bortolini, 2016. Bortoletto, 2012. Quaresma, 2017

Houve uma variabilidade em relação a intervenção utilizada e aos desfechos analisados, sendo verificado
um total de seis tipos de intervenções, sendo a mais citada a laserterapia de baixa potência, promovendo
uma diminuição do quadro álgico.

Discussão

Segundo Borletto (2012), a redução da performance mastigatória em pessoas com bruxismo está
relacionada com a atividade muscular aumentada e a força da mordida diminuída, tendo em vista o
quadro de fadiga muscular apresentado. Nesse contexto, observa-se a relação direta entre o bruxismo e a
Disfunção temporo mandibular (DTM).

Segundo Bortolini (2016) o uso da Estimulação Elétrica transcutânea (TENS) visa o controle da dor
crônica e em casos selecionados e o relaxamento dos músculos mastigatórios. Nishigawa; Bando; Nakano,
(2001) complementam dizendo que em seu estudo, no repouso, indivíduos com DTM muscular apresentam
maior atividade mioelétrica dos músculos levantadores da mandíbula que o grupo controle, sendo mais
evidente na porção anterior do músculo temporal. Quando empregaram a TENS, essa promoveu o alívio
da dor com redução simultânea na atividade mioelétrica na porção anterior desse músculo em repouso. Os
mesmos autores postulam que o aumento da amplitude eletromiográfica dos músculos levantadores da
mandíbula em repouso deve-se provavelmente a interações sensório-motoras do segmento craniofacial
pode modificar a geração de potenciais de ação e, finalmente, a amplitude da atividade mioelétrica

Em seu estudo Rodrigues, Siriani e Bérzinl.(2004) avaliaram o efeito da Tens sobre a dor em 19 indivíduos
com DTMs e 16 indivíduos sem sintomatologia. Observaram que os portadores de DTMs apresentaram
uma diminuição do quadro álgico e da atividade eletromiográfica da porção anterior do músculo temporal.
Neste mesmo grupo a atividade dos músculos masseteres aumentou durante a contração máxima
voluntária. Os autores concluíram que o TENS promove efetivamente a redução da sintomatologia
dolorosa em pacientes acometidos com DTMs.

Kulczynski (2010) avaliou 357 pacientes com desordem temporomandibular, com média 32 anos de idade,
aproximadamente 80% eram mulheres com disfunções temporomandibulares associadas ao bruxismo, e
concluiu que a massoterapia em conjunto com relaxamento da musculatura, mobilizações articulares e
exercícios (para coordenação motora, relaxamento muscular, mobilidade e fortalecimento) aliviou os
efeitos compressivos, dor mandibular e proporcionou o alongamento dos ligamentos.

A laserterapia de baixa intensidade (LTBI) é um método bastante utilizado. A técnica deve ser realizada
com o laser infravermelho (frequência entre 790 e 904nm) e definido os pontos antes da aplicação, sendo
indicado o uso extra oral e intra oral. Nos 3 estudos que usaram a técnica foi usado a escala numérica
visual para avaliar a dor do paciente. Os estudos observaram a melhora do quadro álgico, relaxamento,
dos músculos irradiados, durante o sono e desaparecimento de outros sintomas relacionados ao bruxismo
em 8 ou 10 dias (PACHECO; SCHAPOCHNIK, 2018; KAJITA, FASOLO 2006).

ALTBI tem demonstrado uma capacidade de modular a dor que é um dos sintomas mais comuns na clínica
fisioterapêutica. Estudos têm apresentado resultados efetivos no tratamento sintomático da dor e redução
de quadros inflamatórios e também na reparação tecidual. O resultado favorável na terapêutica ocorre
pelo fato do alcance de penetração ser relativamente alto, atingindo estruturas mais profundas e
apresentam efeitos positivos na modulação da dor gerada pela DTM. (ASSIS, SOARES, VICTOR, 2012;
ANDRADE, FRARE, 2009; MATIAS, et al 2014).

Pacheco e Schapochnik (2018) concluíram que, após a segunda sessão de laserterapia de baixa
intensidade, houve redução da dor e relaxamento durante o sono noturno e desaparecimento da maioria
dos sintomas, enquanto que Kajita e Fasolo (2006), cuja avaliação constava de presença de enxaquecas,
dores, disfunções musculoesqueléticas, otorrinolaringológicas, visuais, apontam que após duas sessões, já
era referida a redução da dor, com desaparecimento da sintomatologia dolorosa após oito semanas.

Os efeitos analgésicos induzidos pela laserterapia podem ser justificados por meio da modulação dos
mediadores químicos da inflamação, além do estimulo a sisntese de beta endorfina. Esses fatores
associados, tendem a limitar a excitabilidade dos receptores dolorosos e eliminar substâncias alogênicas,
por meio da modulação do metabolismo celular basal induzida pela endorfina, que em última instância,
promoverá uma ação anti-inflamatória. (DE OLIVEIRA, DOS SANTOS, 2017)

A auriculoterapia, também chamada de acupuntura auricular, é uma técnica alternativa para o bruxismo,
baseia-se na estimulação de pontos por meio do pavilhão auricular para prevenção e tratamento. Foi
avaliada com a escala numérica visual 1 a 10 e teve como efeito o alívio na ATM, melhora na fadiga,
diminuição da cefaléia e relaxamento muscular (DA SILVA; LIMA; HOLLAIS, 2018).

Os resultados obtidos pela auriculoterapia, recurso utilizado por da Silva, Lima e Hollais (2018) no
controle sintomático do bruxismo, foram semelhantes aos Borletto (2012), Kajita e Fasolo (2006), Bortolini
(2016) e Pacheco e Schapochnik (2018), sendo os seguintes benefícios citados: alívio na ATM, melhora na
fadiga, redução da cefaléia, relaxamento muscular.
Conclusão

O bruxismo é caracterizado como um movimento parafuncional, devido uma hiperatividade dos músculos
da mastigação, gerando atrito entre os dentes e, conseqüentemente, distúrbio na articulação
temporomandibular. Os sintomas apresentados por pessoas com bruxismo podem ser tratados através de
algumas técnicas da fisioterapia, como laser de baixa potência, mobilizações e técnicas de relaxamento
muscular, auriculoterapia, TENS, laser de baixa intensidade, dentre outras.

Referências

ANDRADE, T. N. C.; FRARE, J. C. Estudo comparativo entre os efeitos de técnicas de terapia


manual, isoladas e associadas à laserterapia de baixa potência sobre a dor em pacientes com
disfunção temporomandibular. RGO, Porto Alegre, v.56, n.3, p. 287-295, jul./set. 2009.

ASSIS, T. O.; SOARES, M. S.; VICTOR, M. M. O uso do laser na reabilitação das desordens
temporomandibulares. Fisioter. mov., Curitiba, v.25, n.2, apr./june 2012.

BORTOLETTO, C. C. Efeito da massoterapia e da utilização de placa oclusal sobre a atividade


muscular e sobre a força de mordida em crianças com bruxismo. Universidade Nove de Julho, São
Paulo, 2012.

BORTOLINI, V. Efeito da estimulação elétrica contínua sobre o músculo massater em pacientes


portadores de bruxismo. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.

CUNALI, R. S. et al. Bruximo do sono e disfunções temporomandibulares: revisão sistemática.


Revista Dor, v.13, n.4, 2012

DA SILVA, N. R; CANTISANO, M. H. Bruxismo: etiologia e tratamento. Revista Brasileira


Odontológica, v.66, n.2, 2009

DA SILVA, F. B; LIMA, C. S; HOLLAIS, A. W. Avaliação do grau de efetividade da auriculoterapia no


controle sintomático do bruxismo. Revista Diálogos Interdisciplinares, v.7, n.3, 2018

DE OLIVEIRA ASSIS, Thiago; DOS SANTOS SOARES, Matheus; VICTOR, Márcio Melo. O uso do laser
na reabilitação das desordens temporomandibulares. Fisioterapia em Movimento, v. 25, n. 2, 2017.

KAJITA, G. T; FASOLO, S. P. Tratamento da fisioterapia em disfunção temporomandibular


decorrente de bruxismo: estudo de um caso. X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VI
Encontro Latino Americano de Pós-Graduação–Universidade do Vale do Paraíba, 2006.

KULCZYNSKI, F. Z. Avaliação das disfunções temporomandibulares, associado ao bruxismo, com


laserterapia de baixa intensidade, fisioterapia e placas oclusais miorrelaxantes. 2010. 28 f.
Dissertação (pós graduação em Odontologia), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2010

MATIAS, Amanda Gilvani Cordeiro et al. Modulação da dor em portadores de disfunções temporo-
mandibular pela ação do laser AsGaAl. Revista Interscientia, v. 2, n. 2, p. 25-37, 2014.

NISHIGAWA, K.; BANDO, E.; NAKANO, M. Quantitative study of bite force during sleep associated
bruxism. J. Oral Rehabil., Oxford, v. 28, no. 5, p. 485-491, May 2001.

PACHECO, J. A; SCHAPOCHNIK, A. Fotobiomodulação, com laser de baixa intensidade,


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bruxismo. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v.7, ed.9, 2018.

RODRIGUES D, SIRIANI AO, BÉRZIN F. Effect of conventional TENS on pain and


electromyographic activity of masticatory muscles in TMD patients. Braz Oral Res;
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um estudo de revisão. Revista da Faculdade de Odontologia-UPF, v. 22, n. 1, 2017

QUARESMA, Maria Carlos Lopes Cardoso Real et al. Estimulação elétrica funcional no tratamento do
bruxismo do sono: ensaio clínico randomizado. Tese para a obtenção do grau de Doutor em Medicina
Dentária e especialidade de Gnatofisiologia. Universidade de Lisboa – Faculdade de Medicina Dentária.
2017.

Palavras-chave: Fisioterapia, bruxismo, Disfunção temporo Mandibular

2019 © Sociedade Brasileira de Fisioterapia


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