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Projeto exclusivo de resgate de revistas antigas de
Escola Bíblica Dominical.
TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
QUEM PODE DIRIGIR A AÇÃO DE DEUS?
Marcos 11.23,24
A. AUTORIDADE ESPIRITUAL
1. Posição neopentecostal
Hagin acredita que Deus continua ungindo indivíduos, e estes se tornam profetas, ou
seja, porta-vozes de Deus, trazendo consigo a autoridade do próprio Senhor. Ele se
considera um desses escolhidos e relata visões, sinais e maravilhas, supostamente
ocorridas com ele, para dar sustentação a tal alegação.
No livro O extraordinário crescimento da fé, Hagin afirma que foi conduzido ao inferno
três vezes num único dia e que Jesus o visitou várias vezes a fim de ensiná-lo. No livro
Compreendendo a unção, ele afirma ter entrado em transe absoluto; que se viu
envolto" em uma nuvem de glória; que após sua conversão foi agraciado com uma
memória perfeita; que um dia "teve um clique" e recebeu o dom do ensino e, em
seguida, o dom da cura; que Deus lhe deu o dom de prever o futuro.
Hagin alega que seus ensinamentos vêm diretamente de Jesus e que a autoridade
apostólica lhe foi dada de forma miraculosa; não aceita que questionem sua teologia,
que destaca "sinais e maravilhas" dentro do movimento.
2. Posição bíblica
Há muito tempo surgem "profetas" alegando ter falado com Deus; ouvido de Deus; que
têm uma "missão" a desenvolver na terra. Baseiam sua autoridade espiritual nessa
"conversa bilateral" com o Senhor. A Igreja, especialmente por meio dos reformadores,
sempre se preocupou em responder a esses casos de forma coerente, mostrando que
o único padrão de julgamento a respeito de qualquer coisa deve ser a Bíblia. Três
aspectos devem ser destacados:
• Cremos num Deus que opera verdadeiras maravilhas, mas de acordo com a
sua vontade e soberania, e humildemente admitimos que ele governa este
mundo de acordo com sua vontade e que nada foge ao seu controle.
1
Alan B. Pierrat, O Evangelho da Prosperidade (São Paulo, ed. Vida Nova, 1993) p.37.
B. SAÚDE E PROSPERIDADE
1. Posição neopentecostal
Esta, provavelmente, é a parte central da doutrina. O cristão tem direito à saúde e à
prosperidade. A Bíblia é um código de leis que arregimenta esses direitos. Hagin
escreveu: "Nós, como cristãos, não precisamos sofrer reveses financeiros; não
precisamos ser cativos da pobreza ou da enfermidade! Deus proverá a cura e a
prosperidade para seus filhos se eles obedecerem aos seus mandamentos... Deus
quer que os seus filhos tenham o melhor de tudo"2.
Então surge a pergunta: Por que muitos cristãos não desfrutam disso nos dias de
hoje? A falta de fé, a ignorância ou o diabo são os responsáveis pela perda do
benefício.
2. Posição bíblica
Sabemos que adoramos a um Deus extremamente amoroso, que se preocupa
conosco, que nos ouve e que supre nossas necessidades. Mas há uma grande
diferença entre atender necessidades e satisfazer desejos.
2
Kenneth Hagin, Nos Limiares da Fé (Rio de Janeiro, Graça Editorial, sem data de publicação)
p. 66.
Em resposta à ideia de que riqueza e saúde fazem parte dos direitos adquiridos, e
pobreza e doença fazem parte da maldição, afirmamos que homens e mulheres de
Deus, desde o Antigo Testamento, não usufruíram de riquezas materiais e nem de
saúde completa. Todavia, tinham a felicidade porque eram tementes a Deus.
C. CONFISSÃO POSITIVA
1. Posição neopentecostal
Os líderes do movimento neopentecostal dizem que muitos cristãos não recebem o
que lhes pertence porque ignoram seus direitos. Para os adeptos da Teologia da
Prosperidade, a Bíblia funciona como um documento de direitos legais garantidos por
Deus.
E é dever do cristão conhecer esses direitos e, por meio da fé, ter controle sobre eles.
Uma vez conhecidos os direitos, para receber a saúde e a riqueza, temos de ter fé.
muita fé.
Eles dizem que quem possui a verdadeira fé não fica esperando para ver se Deus vai
responder, mas exige os seus direitos, reivindica, acreditando que eles serão
respeitados pela força da oração. Dessa forma, pedir significa exigir. E exigir sem
hesitação ou dúvida. A verdadeira fé, confessada positivamente, garante direitos à
saúde e à prosperidade.
2. Posição bíblica
Nossa concepção de fé é aquela que subsiste apesar das circunstâncias, não aquela
que procura mudar as circunstâncias. Temos em Hebreus 11 exemplos que não
deixam dúvidas sobre a verdadeira fé, a que agrada a Deus.
Nossa relação com Deus implica saber que ele sustenta o mundo pelo seu poder e o
dirige a um fim específico. Implica saber que a oração não é mágica que torna
possível manipular as regras estabelecidas por Deus e, em última análise, o próprio
Deus.
Deus é soberano. É um erro querer impor a ele nossos desejos utilizando qualquer
método, até mesmo essa aberração chamada confissão positiva, que tenta tornar o
Deus criador dos céus e da terra sujeito ao homem.
3
Kenneth Hagin, O Nome de Jesus (Rio de Janeiro, Graça Editorial, 1988) p. 19.
Conclusão
Assim, concluímos que a Teologia da Prosperidade é um movimento de compreensão
limitada, que distorce o entendimento correto da Bíblia. É um movimento que não
destrói a verdadeira base da fé, mas altera o significado da mensagem, trazendo
confusão às nossas igrejas.
Aplicação
Pelo que vimos até agora, como temos procedido em nossas orações? Oramos em
súplica ou com "autoridade"? Analise-se.
Sua fé permanece apesar das circunstâncias ou você não aceita a soberania de Deus
e procura mudá-la?