Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
CINCO PRINCÍPIOS
PARA UMA AMBIÇÃO
Portugal dispõe, desde 2007, de um Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), aprovado
pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2007, de 4 de abril, que foi desenvolvido para
o horizonte temporal 2006-2015, e que foi objecto de duas revisões.
Terminado o horizonte temporal do PENT, impunha-se tomar uma decisão: deve o sector
do turismo em Portugal ter um Plano Estratégico Nacional, que defina com detalhe metas
quantitativas de crescimento em número de dormidas e hóspedes, que defina produtos es-
tratégicos, nacionais e por regiões, que estabeleça planos de ação a dez anos sobre o desen-
volvimento da estruturação e promoção desses produtos e que cristalize, dessa maneira, e a
imponha ao sector, uma visão do turismo que queremos nos próximos dez anos?
O turismo vive uma concorrência à escala planetária. Uma concorrência feroz e crescente.
Depende, para o seu sucesso, da inovação, da criatividade, da capacidade de gerar propostas
de valor que atraiam os turistas, que os façam preferir Portugal a qualquer outro destino. E é
composto quase integralmente pela iniciativa privada.
Se assim é, tudo aquilo que o sector do turismo precisa em Portugal é de que lhe sejam ga-
rantidas condições de competitividade para vencer num mundo global. Competitividade para
conseguir oferecer a melhor proposta, para conseguir responder às motivações da procura,
para conseguir estruturar o seu negócio, para conseguir investir na qualificação ou requali-
ficação da sua atividade, para conseguir inovar, para conseguir ser melhor e mais rápido e
mais ágil do que a concorrência.
O sector do turismo não precisa que o Estado lhe diga quais os produtos estratégicos em que
deve investir, sobretudo se divididos por regiões, como se vivêssemos num território enorme
e as regiões não estivessem a poucas horas umas das outras. Nem precisa que o Estado
identifique que tipo de oferta de alojamento é que queremos, como se a primeira obrigação
do sector fosse agradar ao Estado e não ao turista. Muito menos precisa que o Estado lhe
diga de que forma deve desenvolver a sua atividade ou estruturar os seus produtos.
Num mundo de mudança, em que surgem diariamente novos produtos e experiências e mo-
tivações e formas de alojamento e transporte, o sector do turismo precisa pouco de planos
estratégicos a 10 anos, recheados de medidas e planos de ação que ficam no papel e de
pouco ou nada servem.
De facto não faz muito sentido elaborar um plano prescritivo, fechado, definido estadual-
mente, para conformar um sector que vive em permanente mudança e depende essencial-
mente da iniciativa e pujança privada.
Qualquer política ou escolha feita num determinado ano estará, com toda a certeza, datada
passados alguns anos, talvez alguns meses. Qualquer plano que impeça a abertura esta-
rá, com toda a certeza, a impedir o dinamismo que uma atividade como o turismo exige.
Qualquer plano definido estadualmente estará, com toda a certeza, desfasado da realidade
Assim, este documento, que agora aprovamos e colocamos à consulta pública, revoga o
PENT e define uma ambição de competitividade para o nosso destino e cinco princípios que
favorecem a sua concretização.
Uma ambição que se fundamenta no sector privado do turismo: no horizonte 2020 quere-
mos ser o destino mais ágil e dinâmico da Europa.
Essencialmente, duas coisas: queremos criar condições para que as receitas auferidas pelo
sector privado do turismo cresçam em Portugal acima da média dos nossos concorrentes
e queremos ser um dos dez destinos mais competitivos do Mundo.
Não queremos identificar produtos estratégicos, nem dar lições a um sector campeão que
vive muito bem sem os conselhos do Estado. Nem queremos lançar números aleatórios de
turistas ou de dormidas, como se isso dependesse do Estado.
É por isso que a nossa ambição e as metas que definimos estão colocadas do ponto de vista
da iniciativa privada.
Certos de que a imprevisibilidade é a única variável que podemos prever neste momento, mais
do que um plano estratégico dirigista e prescritivo, tratámos de definir cinco princípios que se ali-
nham harmoniosamente para cumprir a ambição de transformar Portugal no destino mais ágil
e dinâmico da Europa: a Pessoa, a Liberdade, a Abertura, o Conhecimento e a Colaboração.
Porquê estes princípios? Porque eles expressam precisamente as funções do Estado no sec-
tor do turismo e porque foram estes os princípios que nortearam os últimos quatro anos de
ação das entidades públicas no sector do turismo.
Um sector que precisa de abertura à mudança, que não vê no Estado um descrente da sua
capacidade, um desconfiado da inovação.
Um sector que tem no Estado um parceiro na promoção do país, mas uma promoção foca-
da na procura, no turista, e não uma promoção focada na oferta ou na necessidade de gerir
protagonismos políticos. Um sector que tem no Estado uma atitude de abertura às novas ten-
dências do mercado e que por isso cuida e preserva o seu território e os seus ativos turísticos.
Um sector que quer envolver-se nas decisões, que precisa de ter uma relação colaborativa
com as administrações públicas, e não uma relação administrativa, que vê no Estado um
parceiro, não um guia.
Um sector que tem no conhecimento uma das maiores oportunidades de negócio e qualifi-
cação, assim o Estado saiba perceber o desafio que aí vem.
São estes os princípios que, transversais a todo o documento, corporizam e enformam toda
a lógica operacional das seis formas com que expressamos a ambição de qualificação
(crescer mais do que a concorrência) e competitividade (figurar no top-10 dos destinos mais
competitivos a nível mundial) do nosso destino:
ligado ao mundo, 5. Um destino gerido de forma eficaz, onde a definição clara das competências de cada
agente não deve ser um entrave à iniciativa privada, à exploração de sinergias e inten-
gerido de forma sificação da transversalidade do turismo;
eficaz, um destino 6. Um destino que marca, cujas estratégias de promoção e comercialização devem re-
sultar de visões técnicas e não políticas no sentido de almejar a eficiência.
que marca Uma ambição e cinco princípios é assim o que propomos como estratégia das entidades
públicas no sector do turismo para os próximos cinco anos.
Este documento, que agora aprovamos e colocamos à consulta pública, revoga o Plano
Estratégico Nacional do Turismo (PENT), define uma ambição de competitividade para o
nosso destino em 2020, e estabelece cinco princípios (Pessoa, Liberdade, Abertura, Conhe-
cimento e Colaboração) que favorecem a sua concretização.
A ambição é clara: queremos ser o destino turístico mais ágil e dinâmico da Europa.
ambicionar um O Índice de Competitividade em Viagens e Turismo, elaborado pelo FEM, e onde Portugal se
posiciona em 15.º lugar num ranking global de 141 países, permite monitorizar os efeitos
crescimento das nossas políticas públicas para a competitividade do sector.
médio anual de Os dados estatísticos da OMT, do INE e do BdP permitem monitorizar os resultados do
nosso sector.
3,6% das receitas
Em termos objetivos, perante um cenário prospetivo de expansão moderada do turismo no
turísticas período entre 2015-2020, Portugal tem ao seu alcance um crescimento médio anual de 2,4%
nas dormidas na hotelaria nos próximos cinco anos, para um total de mais de 50 milhões de
internacionais, dormidas. Paralelamente, Portugal pode ambicionar um crescimento médio anual de 3,6%
das receitas turísticas internacionais, para um total de cerca de 13,4 mil milhões de euros.
para um total de
Realce-se, com vigor, que este cenário não constitui nem uma previsão nem um objecti-
cerca de 13,4 mil vo, mas tão-somente um cenário indicativo para que possa ter-se uma ordem de gran-
deza do desafio que temos pela frente.
milhões de euros Queremos ser o destino turístico mais ágil e dinâmico da Europa. Queremos ser mais com-
petitivos e crescer mais nas receitas do sector privado. Podemos expressar esta ambição
de seis formas diferentes, que no seu conjunto se complementam:
5. Um destino gerido de forma eficaz, onde a definição clara das competências de cada
agente não deve ser um entrave à iniciativa privada, à exploração de sinergias e inten-
sificação da transversalidade do turismo;
Cada uma destas ambições impõe desafios, pressupõe atuação e implica esforço. O turis-
mo vive uma concorrência feroz e crescente à escala planetária e está particularmente
sujeito a novas tendências de mudança: sociodemográficas, económicas, ambientais,
tecnológicas e nos transportes.
Os desafios que o sector enfrenta, se bem que podem ser genericamente identificados,
assumem contornos mutáveis, muito dependentes de circunstâncias externas, sensíveis a
O turismo vive
intervenções públicas e privadas de vários níveis, sujeitos à inovação, sempre imprevisível,
e à concorrência, nem sempre previsível.
uma concorrência
Hoje não faz qualquer sentido que um documento estratégico a cinco anos prescreva com
feroz e crescente
minúcia ações e políticas que as entidades públicas e privadas fiquem comprometidas a
executar durante a sua vigência. Este tipo de planeamento centralizado é incompatível com
à escala
um conjunto de realidades que muitos reconhecem mas que importa que tenham, igual-
mente, consequências práticas.
planetária e está
Em particular, temos de retirar as devidas ilações das mudanças que, em maior ou menor
particularmente
grau, afetarão o quotidiano das pessoas, o mesmo é dizer, dos turistas Senão, vejamos:
sujeito a novas
1. O ritmo de mudança irá acelerar.
tendências de
2. Boa parte das mudanças serão imprevisíveis, quer quanto à sua natureza, quer quanto
ao seu impacto. mudança
3. As atividades que, agregadamente, convencionámos designar por Turismo serão cada
vez mais diversas e heterogéneas.
4. O número de agentes económicos e outros com atividade ligada ao Turismo será cada
vez maior.
Por isso dizemos que não faz sentido elaborar um plano prescritivo. Qualquer política ou
escolha feita num determinado ano estará, com toda a certeza, datada passados alguns
anos, talvez alguns meses.
É por isso que, mais do que identificar desafios, o que se faz, mais do que definir linhas de
Pessoa, Liberdade, atuação, o que também se faz, e mais ainda do que identificar os esforços, o que também
fazemos, se impõe identificar, isso sim, os princípios que devem nortear a atuação das
Abertura, entidades públicas do turismo na hora de, a cada momento, a cada desafio, decidir como
Conhecimento e enfrentá-lo.
Porque se a realidade vai mudando, os princípios através dos quais se olha para ela em busca
Colaboração de soluções assumem carácter mais estável, se forem princípios rigorosos e estruturantes.
Identificamos assim cinco princípios, eles sim estratégicos: Pessoa, Liberdade, Abertura,
Conhecimento e Colaboração.
Porque foram estes princípios que fundamentaram a ação pública nos últimos quatro
anos e permitiram ou contextualizaram os resultados muito positivos que o turismo obteve
em Portugal. Porque resultam, porque são instrumentos e ferramentas úteis, são esses os
cinco princípios que propomos para a nossa atuação até 2020.
Foco nas pessoas, nos turistas, na procura, por oposição ao foco na oferta.
Respeito pela liberdade de escolha das pessoas e pela liberdade de iniciativa das empresas
do sector, de forma a responder às motivações da procura, por oposição à tentação de
impor aos turistas aquelo que acreditamos melhor para eles.
Com estes princípios, o Estado está munido das necessárias ferramentas para chegar a
2020 com um destino turístico ágil e dinâmico. O mais ágil e dinâmico da Europa.
B2B – Business-to-business
B2C – Business-to-consumer
A larga maioria dos países da OCDE possui um sector do turismo forte e a quase totalidade
dos países em vias de desenvolvimento elegeu o turismo como atividade estratégica es-
sencial para o seu desenvolvimento futuro.
Este contexto, que vigorará no período de 2016 a 2020 a que este documento se reporta,
conduz diretamente a duas conclusões importantes:
que se coloca Por outro lado, o conceito de diferenciação é dinâmico: o que hoje é distintivo pode amanhã
ter sido adotado por um ou mais dos destinos concorrentes e deixar de ser relevante.
à atividade
Por este motivo, o desafio estratégico que se coloca à atividade turística em cada país
turística em não é apenas o de eleger fatores diferenciadores que sejam (percepcionados como sen-
do) relevantes face à concorrência. É igualmente o da criação de condições de mercado
cada país não para que esse fator diferenciador possa evoluir e adaptar-se de modo a manter a sua
relevância face à concorrência.
é apenas o de
É também esta a questão estratégica principal que se coloca ao turismo em Portugal. Defi-
eleger fatores nir um fator diferenciador relevante e criar as condições para que ele possa evoluir e man-
ter-se relevante, ao longo do tempo face à concorrência.
diferenciadores
Muitas vezes essa questão convoca a elaboração de documentos estratégicos, quase
que sejam sempre prescritivos, que têm a ambição de concretizar metas e políticas quinquenais, num
esforço que acaba por condicionar a atuação das entidades públicas e funcionar como um
(percepcionados convite ao sector privado do turismo para que com essas metas e políticas se acomode.
como sendo) Sucede que há que tirar as devidas ilações das mudanças que, em maior ou menor grau,
afetarão o quotidiano das pessoas, o mesmo é dizer, dos turistas. Mudanças que desacon-
relevantes face selham esse género de exercícios.
à concorrência De facto não faz muito sentido elaborar um plano prescritivo, fechado, definido estadual-
mente, para conformar um sector que vive em permanente mudança e depende essencial-
mente da iniciativa e pujança privada.
Qualquer política ou escolha feita num determinado ano estará, com toda a certeza, datada
passados alguns anos, talvez alguns meses. Qualquer plano que impeça a abertura esta-
rá, com toda a certeza, a impedir o dinamismo que uma atividade como o turismo exige.
Mas é possível apresentar um documento que forneça uma ambição consensual e di-
nâmica para o turismo em Portugal, animado por metas dinâmicas, não estanques e
ajustadas a um mercado global e concorrencial, enformado por um propósito aberto que
permita adaptações permanentes às tendências de mudança.
2. TENDÊNCIAS DE MUDANÇA
Se é a mudança que provoca a necessidade de repensar a elaboração e conteúdo de um
documento que pretenda enquadrar políticas na área do turismo, importa então sumarizar as
principais tendências de mudança que afetam o turismo ao dia de hoje.
• Envelhecimento populacional • Short and city breaks mais frequentes ao longo do ano
conduzem ao desenvolvimento de eventos na época baixa.
• Diminuição da dimensão do agregado familiar.
• Procura de serviços de saúde (médicos e estéticos) em
• Preocupações crescentes com a saúde, a países com custos mais acessíveis, com infraestruturas e
alimentação e o bem-estar. condições naturais propícias para o bem-estar e se
posicionam como destino turístico.
• Crescimento da classe média em economias
emergentes. • Procura por produtos de bem-estar, fitness, antisstress,
retiros espirituais, boot-camps.
• Crescentes preocupações sociais e ambientais por
parte dos consumidores • Tendência para Destinos considerados mais benéficos
para a saúde.
• Evolução e modificação dos gostos, necessidades e
preferências • Interesse pelo turismo cultural e programas específicos
segmentados para diferentes públicos.
• Procura por experiências únicas e verdadeiras. As
experiências de viagens anteriores influenciam • Procura de férias mais ativas e turismo de aventura.
opções de viagens futuras.
• Globalização continuada da produção e do • Ambiente global mais competitivo e turistas mais atentos
consumo de produtos e serviços. ao rácio qualidade-preço.
• Crescimento do rendimento per capita nos países • Economias emergentes dão lugar ao aparecimento de
mais desenvolvidos. novos destinos e de novos mercados emissores.
A figura seguinte resume de forma não exaustiva as como as principais tendências tecnoló-
gicas estão a influenciar a atividade turística:
Os destinos turísticos que não souberem responder de forma rápida e inovadora vão pro-
gressivamente perder relevância no competitivo mercado do turismo.
A figura seguinte resume não exaustivamente de que forma as principais tendências nos
transportes estão a influenciar a atividade turística:
• Continuo aumento da presença das companhias • Surgimento contínuo de novos mercados de visitantes.
aéreas de low-cost em aeroportos secundários.
• Mudanças nos padrões das viagens em consequência do
•
desenvolvimento das companhias low-cost.
• Crescente surgimento de novas rotas aéreas.
• Investimento em comboios de alta velocidade, • Para viagens curtas, a via ferroviária será um forte
resultando em preços mais reduzidos, maior competidor com as companhias aéreas.
velocidade e melhor serviço.
• Reordenamento turístico progressivo dos centros urbanos
• Implementação de mais e maiores terminais de com aumento das limitações de circulação de autocarros
cruzeiros, devido à procura crescente neste potenciando as plataformas intermodais.
segmento de turismo.
E isso obriga a largar as ambições quantitativas, que dependem de forma muitíssimo re-
O ritmo de
sidual das políticas públicas, e a procurar uma ambição que incorpore precisamente esse mudança irá
ambiente de concorrência, competitividade e mudança. Sendo certo que:
• O ritmo de mudança irá acelerar, não apenas pela evolução das tendências tecnológicas.
acelerar, não
• Cada vez surgem mais destinos concorrentes, com novas propostas de valor e facto-
apenas pela
res de identificação.
evolução das
• Boa parte das mudanças a que o sector está sujeito são imprevisíveis, quer quanto à
sua natureza, quer quanto ao seu impacto. tendências
• As atividades que, agregadamente, convencionámos designar por turismo serão cada tecnológicas
vez mais diversas e heterogéneas.
• O número de agentes económicos e outros com atividade ligada ao turismo será cada
vez maior.
Desta forma, a ambição que temos para o turismo em Portugal, no período de 2016-2020
é a seguinte:
3.2. Agilidade
Um destino ágil não é apenas um destino que se centra em metas de crescimento. Um
destino que seja verdadeiramente ágil terá uma combinação das seguintes características:
nossos principais Traduzindo esta ambição para metas de competitividade, pode dizer-se que queremos ser
mais competitivos do que os nossos concorrentes, pontuando melhor do que estes nos
concorrentes diversos indicadores que contribuem para o sucesso de um destino turístico e que, no
seu conjunto, o tornam mais atrativo.
É sinal de responsabilidade assumir uma meta de crescimento como esta, relativa e di-
nâmica, que tem em conta a concorrência e o seu contexto, ao invés de apresentar metas
quantitativas absolutas e desgarradas da concorrência, e que pouco ou nenhum compro-
misso permite gerar e que são elas próprias a negação do ritmo de mudança e concorrên-
cia em que vive o sector do turismo.
Não é assim o número de visitantes, insuficiente para avaliar a qualidade do destino, nem
o número de camas, insuficiente para monitorizar a densidade e a sustentabilidade, nem
mesmo o montante de proveitos da hotelaria, insuficiente para retratar o efeito económico
do turismo na totalidade da nossa economia.
Assim, é nas receitas internacionais e nas receitas internacionais por chegada que es-
tão os nossos critérios de avaliação, num compromisso de associar o crescimento do
turismo à qualificação desse crescimento. Através dele é possível verificar se o nosso
destino se assume como uma proposta de valor, se qualifica a sua atratividade (não só
para turistas internacionais, mas também para turistas nacionais) e se contribui ativa-
mente para a economia nacional ao mesmo tempo que se assegura que dele partem os
incentivos necessários ao desenvolvimento da atividade.
Queremos assim
Importa sublinhar que a necessidade imperiosa de obter os dados das receitas interna-
crescer mais
cionais por chegada, que atualmente não estão disponíveis, levou à reativação da conta
satélite do turismo, essencial para a monitorização desta ambição.
nas receitas
Queremos assim crescer mais nas receitas por chegada do que os nossos concorrentes. por chegada do
Isto é, Portugal deve ganhar, sustentadamente, quota em valor no competitivo mercado
turístico internacional, onde aliás o país tem mostrado fortes sinais de protagonismo:
que os nossos
• Em termos de receitas turísticas, Portugal representa, na Europa (9.º lugar na UE 28), concorrentes
cerca de 2,5% do total das receitas turísticas internacionais.
Ainda que a concorrência seja global, Portugal tem concorrentes mais diretos, nomeada-
mente os países da Bacia do Mediterrâneo. No grupo desses países, Portugal posicionava-
-se em 6.º lugar em 2013 e apresentou um crescimento entre 2007 e 2013 de 24,3%, muito
acima do aumento de 7,2% registado pelo conjunto daqueles destinos.
50
40
+6,1%
30
+56,3%
20
+8,0%
+24,3%
10 +5,9% -1,9% -32,4%
0
Espanha França Itália Turquia Grécia Portugal Croácia Marrocos Egipto
Nos últimos cincos anos, as receitas turísticas internacionais cresceram a uma média
anual de 8,2% em Portugal, um desempenho que superou a concorrência espanhola (4,5%),
mediterrânica e europeia (5,4%) e mundial (6,5%).
cresceram
O crescimento das receitas turísticas internacionais acelerou sobretudo nos últimos dois
mais de 12%, um anos. Em 2014, as receitas turísticas cresceram mais de 12%, um desempenho ímpar
entre os principais concorrentes europeus: Espanha registou um crescimento de 4,2%
desempenho ímpar nas receitas, enquanto o conjunto dos países do Mediterrâneo observaram uma subida
de 3,5%.
entre os principais
concorrentes
europeus
20.0
Mil milhões de euros
15.0
12.4
10.0
5.0
0.0
-5.0
-10.0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
-15.0
-20.0
Portugal Espanha França Itália Grécia Croácia Mediterrâneo
Nota: Mediterrâneo composto por: Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Croácia. Fonte: Bancos Centrais Eurosistema
Nota: Mediterrâneo composto por: Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Croácia
Fonte: Bancos Centrais Eurosistema
Neste sentido, a evolução mais positiva das receitas turísticas em Portugal tem permitido
ganhar quota de mercado a nível regional, continental e mundial. No seio do Mediterrâ-
neo, onde se concentram os principais destinos concorrentes, Portugal evoluiu de uma
Portugal evoluiu
quota de mercado de 5,3% em 2007 para uma quota de mercado de 6,6%, num período
em os restantes destinos perderam ou mantiveram a sua quota de mercado (à exceção
de uma quota de
da Grécia). mercado de 5,3%
em 2007 para uma
Quota de mercado mediterrâneo - Receitas Turísticas Internacionais quota de mercado
[%, 2007-2014]
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
de 6,6%
Portugal 5,3 5,4 5,4 5,9 5,8 5,9 6,1 6,6
Nota: Mediterrâneo composto por: Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Croácia
Fonte: Bancos Centrais Eurosistema
Em termos práticos, a definição deste objetivo relativo (crescer mais do que a concor-
rência) permite avaliar a competitividade e qualificação do destino Portugal em função
da performance dos principais destinos concorrentes, à luz de uma métrica mensurada e
adotada internacionalmente – as receitas internacionais com viagens e turismo.
E porquê este indicador? Porque o saldo da balança turística permite incluir num único in-
dicador uma série de variáveis importantes para a monitorização da evolução de Portugal
enquanto destino turístico:
Assim, várias evoluções podem, e devem, contribuir para o aumento do saldo da balança
turística tais como o aumento sustentável do número de turistas estrangeiros, o gradual
incremento dos gastos médios diários, o prolongamento da estadia média ou a substitui-
ção por parte dos turistas nacionais de viagens ao estrangeiro por viagens em Portugal.
Não nos interessa assim olhar para o número de visitantes, insuficiente para avaliar da
qualidade do destino, nem para o número de camas, insuficiente para monitorizar a densi-
dade e a sustentabilidade, nem mesmo para o montante de proveitos da hotelaria, insufi-
ciente para retratar o efeito económico do turismo na totalidade da nossa economia.
15.9
15.1 15.5
13.8
13.4
12.2
11.2
10.4
(mil milhões €)
Este cenário sugere um crescimento moderado face à evolução das dormidas (TCMA de
5%) e das receitas turísticas internacionais (TCMA de 8%) geradas entre 2010 e 2014.
Ainda assim, é um cenário que, sendo uma orientação prospetiva, se alinha com as metas
estabelecidas inicialmente: i) crescer mais em receitas turísticas do que dormidas (chega-
das) e ii) crescer acima da concorrência.
Queremos assim que a trajetória de crescimento das receitas seja superior à trajetória
de crescimento das chegadas, o que nos obriga a uma monitorização do crescimento da
procura e da oferta.
Sublinhe-se, ainda assim, que se adotará o número de dormidas como indicador a utilizar
no próximo ano pois a reativação da conta satélite do turismo só começará a contabilizar as
chegadas internacionais em 2016 e que, por conseguinte, variações face ao ano anterior só
poderão ser calculadas em 2017.
40.000 29,9%
32,6%
30.000
20.000
70,1%
67,4%
10.000
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Face à evolução das dormidas no país, importa sublinhar que os proveitos de aposento
cresceram a uma taxa anual média de 2,6% entre 2007 e 2014. Esta taxa é superior à taxa
de crescimento das dormidas observada no mesmo período, sinalizando uma melhoria do
rendimento por cada dormida. Em 2014, os proveitos com aposento atingiram um valor
recorde de 1,55 mil milhões de euros, representando já 70% dos proveitos totais (que em
2014 superaram os 2,2 mil milhões de euros).
67.8
1.00 68.0
67.4 67.5
67,0
67.0
1.6
0.50 1.4
1.3 1.3 1.3 1.3
1.2 1.2
66.0
0 65.0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: INE
Também a evolução do RevPAR (receita por quarto disponível) no período em análise su-
gere a recuperação da rentabilidade dos estabelecimentos hoteleiros, tendência reforçada
sobretudo nos últimos dois anos.
50,3%
50% 47,3% 45,6%
42,6% 42,2% 42,9% 43,5%
41,2% 35
40%
30% 30
20% 33€
30€ 31€ 30€ 30€ 25
29€
28€ 28€
10%
0% 20
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Constata-se que, nos últimos anos, houve uma qualificação da oferta, representando o
alojamento hoteleiro 74,8% dessas 309.195 camas. De destacar ainda o significativo peso
de 52,2% da capacidade oferecida pelos 804 hotéis de 5*, 4* e 3*.
300.000
25,2%
250.000 28,3% 26,4%
32,1% 29,4%
36,3% 34,7%
200.000 36,9%
150.000
74,8%
100.000 71,7% 73,6%
70,6%
67,9%
63,1% 63,7% 65,3%
50.000
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Até dia 2 de Junho de 2015, um total de 14.683 Alojamentos Locais estava registado no
RNAL, concentrando-se este tipo de alojamento sobretudo nas regiões do Algarve, de Lis-
boa e do Porto, sendo hoje possível, mercê do regime aprovado, ter uma maior noção da
oferta de alojamento local.
A monitorização desta oferta, para efeitos estatísticos, como adiante se propõe, permitirá,
no futuro, ter uma melhor noção do número de camas existentes, adequando as políticas
de planeamento e financiamento a essas novas realidades.
mais do que os
TCMA = 5,0%
7%
6,0%
5,5% 6%
5,1%
10.00
4,2% 4,2%
3,9%
4,2%
4,6% 5%
nossos principais
4%
3% concorrentes,
garantindo que
5.00 10.4 2%
8.6 9.2
7.4 7.4 7.6 8.1
6.9 1%
0%
tal crescimento
0 -1%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
não resulta
Receitas (mil milhões €) Peso das receitas sobre PIB (%)
No entanto, tal não significa que a ambição a que nos propusemos esteja já realizada. O
que esta meta permite concluir é que estamos no caminho certo no sentido da concreti-
zação da nossa ambição, que enfrenta ainda muitos desafios pela frente, nomeadamente
o da competitividade.
Esses critérios não permitem avaliar o sector do turismo como um todo, porque se cir-
cunscreve ao alojamento, e normalmente ao alojamento em empreendimentos turís-
ticos, deixando de lado novas e populares modalidades de alojamento. Embora, seja,
evidentemente, de crucial relevância, como adiante se demonstrará no capítulo relativo à
competitividade das empresas do nosso destino.
Depois de três anos de políticas de liberalização da atividade do turismo, Portugal subiu cinco
posições, igualando a melhor posição alcançada no ano 2008. Com esta subida de cinco
lugares no ranking Portugal ultrapassou a Suécia, a Nova Zelândia, a Islândia, a Finlândia, a
Bélgica e a Irlanda.
De acordo com o mesmo estudo e quando comparamos com os nossos principais concor-
rentes, Portugal posiciona-se em 4.º lugar no índice de competitividade em viagens e turis-
mo. No sub-índice Ambiente empresarial, Portugal posiciona-se em 1.º lugar face aos seus
principais concorrentes.
Mas há ainda indicadores em que Portugal está manifestamente mal posicionado, afetando
a sua competitividade e a sua capacidade de atração de investimento, talento e capacidade
para superar os desafios de mudança.
Por comparação com os restantes países da União Europeia, Portugal encontra-se na 10.ª
posição relativamente a este indicador. Os países da União Europeia com maiores pesos
relativos das exportações de “Viagens e turismo” no PIB foram, em 2013, a Croácia, Malta e
Chipre, com 17%, 15% e 13%, respetivamente. Em termos nominais, os países com maiores
receitas de “Viagens e turismo” em 2013 foram a Espanha, a França e a Itália.
16% MT
14% CY
12%
10%
LU
8% IS
BG NL
EE SI PT GR
6% AT ES
HU
4% TR
LT CZ
SK IE BE
PL GB IT FR
2% LV DK
FI NO SE
DE
RO
0%
0 5000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000
Fonte: Banco de Portugal, 2014 [retirado de “Análise do sector do turismo: Outubro 2014”]
36 TURISMO 2020 CINCO PRINCÍPIOS PARA UMA AMBIÇÃO
4. UM PROPÓSITO DIFERENCIADOR
Se a ambição é ter um destino turístico e um sector do turismo, público e privado dinâmico
e ágil, capaz de evoluir e de afirmar eficazmente Portugal enquanto destino turístico, im-
porta identificar um propósito comum para o sector que:
• Seja distintivo no presente e que possa manter essa característica no futuro, indepen-
dentemente das mudanças, porque preparado para adaptar-se a elas.
• Reflita a razão de ser do destino, centrado nas pessoas e nas suas motivações e não
na oferta ou na conjuntura atual.
O propósito definido para o turismo em Portugal assenta em dois valores centrais que es-
tão na base da nossa identidade e presentes tanto nos comportamentos dos portugueses
como nos símbolos que nos representam e que definem o nosso modo de estar no turismo:
• Vocação universalista, que se traduz num genuíno interesse por conhecer outras cul-
turas, valorizar a diferença e o entendimento com outros povos.
Respeitando os valores identitários de Portugal, o foco nas procuras (vs. oferta) e nas suas
motivações, a expressão do propósito pode resumir-se numa frase simples, credível, que
pretende ser mobilizadora e inspiradora para os vários agentes que atuam no turismo:
“RECEBER BEM”
O desenvolvimento de uma cultura turística orientada no sentido de “Receber bem”, de
saber acolher, de proporcionar felicidade, de surpreender, de estar atento aos desejos e
necessidades dos turistas e orientado para exceder as suas expectativas, permite atribuir
um sentido comum a todas as experiências com o destino, valorizando e tornando única a
sua proposta de valor, e permite acomodar milhares de mensagens e expectativas.
Portugal é um destino que dispõe de ativos turísticos territoriais singulares, mas é também
um país que tem na sua génese uma dimensão emocional, que é estrutural da nossa cul-
tura e identidade e que importa valorizar: a capacidade de “receber bem”.
Assim, pretende-se que Portugal se afirme também como o local “onde o mundo se sente
em casa”, num destino autêntico, cosmopolita e distintivo.
FORÇAS FRAQUEZAS
• Invulgar capacidade da população portuguesa de Rece- • Capacidade instalada na hotelaria com fortes implica-
ber Bem de forma genuína e autêntica ções na taxa de ocupação, nos preços médios praticados
e no RevPAR
• Localização geográfica privilegiada como "porta de en- • Localização geográfica periférica face aos mercados
trada e de saída" da Europa, podendo funcionar como emissores europeus e asiáticos
hub Europa/África/América
• Extensa orla costeira e ampla riqueza cultural, natural e • Situação económico-financeira débil do tecido empre-
patrimonial, geograficamente concentrada sarial ligado às atividades do turismo no país, com agra-
vamento significativo em anos recentes
• Clima mediterrânico muito ameno, com sol intenso du- • Competências e níveis de qualificação do universo dos
rante boa parte do ano (em média, mais de 2.200 horas profissionais do turismo ainda insuficientes
de sol por ano)
• Excelente oferta do país ao nível de algumas das mo- • Elevada taxa de sazonalidade, influenciada ainda pela
tivações "secundárias" do turismo (e.g. gastronomia), dependência do segmento de Sol & Mar e por um baixo
decorrente de uma forte qualificação em anos recentes grau de desenvolvimento de segmentos turísticos mais
estáveis em procura
• Oferta instalada crescentemente qualificada e com ca- • Fraca evidência de I&D no turismo e escassez de parce-
pacidade para acomodar um crescimento intenso da ati- rias entre o sistema científico e tecnológico e as empre-
vidade turística sas turísticas
• Excelente dotação de infraestruturas de transporte e de • Deficiente coordenação intra e inter-regional nos esfor-
suporte ao turismo, reconhecidas internacionalmente ços de promoção e incipiente avaliação prévia e ex post
da eficácia e eficiência das ações desenvolvidas
• Rede qualificada de escolas de hotelaria e turismo ge- • Desarticulação entre cidades e regiões portuguesas,
ridas pelo Turismo de Portugal, que garante boas bases que pode criar entropias, ineficiências e incoerências na
de preparação técnico-profissional gestão dos recursos, dos esforços promocionais e das
próprias marcas (regionais)
• Destino turístico muito competitivo a nível mundial (ates- • Proliferação de marcas e produtos turísticos com esca-
tado pelo ranking do Fórum Económico Mundial) e eleva- las muito diferenciadas e estruturados mais a partir da
do nível de satisfação por parte dos turistas que visitam oferta do que na sua articulação com a procura
Portugal, em regra acima das expectativas iniciais
• Predominância de uma visão individualizada nas ações
e falta de sensibilidade para o funcionamento em redes
com maior sustentabilidade económica
• Popularidade do turismo de cruzeiros a nível mundial • Abrandamento no ritmo de crescimento económico dos
continuará a potenciar o crescimento de destinos bem principais emissores não europeus de Portugal (e.g. An-
posicionados em termos geográficos, como é o caso gola, Brasil)
nacional
• Variação da taxa de câmbio, desvalorizando face ao Euro
• Elevada notoriedade internacional que o destino Portugal • Aumento da concorrência pela via do alargamento das
atravessa, potenciador de novas oportunidades de negócio possibilidades de destinos turísticos, acentuada pela re-
dução dos custos de transporte (incluindo a consolida-
• Aprofundamento da globalização e consolidação de um ção do modelo de negócio low-cost)
vasto conjunto de transformações tecnológicas, demo-
gráficas, sociais, económicas e institucionais no turis-
mo potenciará o aparecimento de novos nichos de negó-
cio (relevância do marketing research)
• Envelhecimento da população, em especial nos países • Predominância de uma visão individualizada nas ações
mais desenvolvidos, é oportunidade de grande relevân- e falta de sensibilidade para o funcionamento em redes
cia para o turismo nacional por razões de clima, preço, com maior sustentabilidade económica
bom acolhimento e fiscalidade (turismo sénior apresenta
uma taxa de retorno superior à média)
• Boom na utilização das redes sociais como ferramen- • Dificuldade no acesso ao financiamento em Portugal,
ta de pesquisa e obtenção de informação no âmbito do agravada pela baixa rentabilidade operacional das em-
processo de decisão sobre destinos turísticos, onde Por- presas e dotações insuficientes de capitais próprios
tugal está já bem presente
• Relevância da diáspora em várias partes do mundo que • Aumento da pressão nas zonas costeiras, reduzindo
mantém fortes laços com o nosso país praias e destruindo falésias
• Dinâmica de crescimento do turismo de natureza e de • Ritmo de crescimento que coloca desafios ao aeroporto
bem-estar, que constitui uma oportunidade para a afir- de Lisboa
mação de novas regiões turísticas no país
abertura,
conhecimento e Que princípios de atuação devem orientar o Estado de
colaboração. forma a criar condições para que Portugal seja o des-
tino turístico mais dinâmico e ágil da Europa?
São cinco os princípios orientadores fundamentais que devem inspirar as políticas públi-
cas no turismo: pessoa, liberdade, abertura, conhecimento e colaboração.
1. PESSOA
Dizer que o turismo é uma atividade para pessoas é um lugar-comum. Reconhecer que as
pessoas têm cada vez maior poder de escolha é outra evidência. Defender que a expressão
da individualidade de cada um é um poderoso motivador das ações do ser humano tam-
bém é consensual.
Temos então de concluir, logicamente, que o foco central de todos os que operam no sec-
tor turístico têm de ser a pessoa – melhor dito, o turista – que viaja.
Quantos projetos não falharam apenas porque se pensou na oferta que se queria ter num
território e não na procura que o poderia animar? Um projeto muito bom que não atraia
turistas é um mau projeto, passe a aparente contradição. É preciso superar a visão que
radica na oferta e não tem os olhos postos na procura.
Por outro lado, a multiplicidade de motivações e interesses das pessoas que viajam de-
saconselha fortemente que se cataloguem de forma rígida, seja sob a forma de produtos
turísticos, mercados preferenciais ou grupos sociodemográficos a infinita variedade da
procura.
Quer isto dizer que não é possível ter políticas de foco na procura? Antes pelo contrário. O
que isto quer dizer é tão somente que a procura se dispersa hoje por milhares de produ-
tos, motivações e experiências, que uma mesma pessoa pode ser atraída por produtos e
motivações e experiências distintas, e que qualquer política pública focada em produtos e
não em pessoas, em regiões e não em pessoas ou em segmentos e não em pessoas ou
qualquer política pública que ignore esta realidade corre o risco de ser afunilada.
Se é um facto que tal princípio parece consensual, não é menos verdade que, na sua con-
cretização, se nota muitas vezes que as entidades públicas dele se afastam.
Sempre que o Estado embarca em catalogações sobre turismo de qualidade para, assim,
justificar políticas públicas de apoio à construção ou reconstrução de determinado tipo
Sempre que o Estado procura impedir novas formas de alojamento, que entram em con-
corrência com formas presentes ou instaladas, está a violar este princípio, porquanto está a
condicionar as escolhas dos turistas não à sua vontade mas à oferta que pretende protegida.
Quando estrutura a sua promoção por regiões ou produtos e não por motivações ou expe-
riências, está a violar este princípio, porquanto está a definir a comunicação com base em
critérios da oferta, não da procura.
Assim, no âmbito da análise da procura, para lhe dar resposta, o enfoque deve estar na
pessoa, que evidentemente pode depois agrupar-se em tendências ou segmentos, e não
no colectivo, ganhando assim relevo a motivação e a experiência.
Por outro lado, a individualização da procura, com o crescente número de turistas a pla-
near e a reservar as suas viagens de forma descentralizada, nomeadamente através dos
meios digitais, exige das políticas públicas e de todos os stakeholders uma adaptação a
Se há que atrair, esta realidade.
cativar e fazer Se há que atrair, cativar e fazer sonhar o turista, trazendo-o para a reserva e comercia-
lização, então há que focar as políticas públicas, ou centrá-las, precisamente onde o
sonhar o turista, turista circula, o que obriga, assim, a uma adaptação à economia digital.
trazendo-o para
a reserva e
comercialização,
então há que 2. LIBERDADE
focar as políticas
A diversidade de motivações individuais daqueles que nos visitam é, por si só, um desafio
públicas, ou importante na gestão de Portugal enquanto destino turístico competitivo. Se há que aten-
tar na procura, e esta assume tantas declinações, como garantir que a oferta surge?
centrá-las,
Mas a dificuldade do desafio de permanecer competitivo na captação da procura aumenta ain-
precisamente da quando percebemos que as ditas motivações individuais se alteram, por vezes radicalmen-
te, com o tempo e com as evoluções no posicionamento dos destinos nossos concorrentes.
onde o turista É, por isso, ilusório pensar que é possível a qualquer instituição central definir de que
circula, o que forma concreta se deve adaptar a oferta turística para melhor corresponder às necessi-
dades das pessoas que viajam. Porque essa procura corresponde a milhões e milhões de
obriga, assim, a motivações e experiências, em constante mutação.
uma adaptação à Um esforço de adaptação permanente com esta magnitude e complexidade exige um tra-
balho conjunto e simultâneo de todos os agentes turísticos, a começar na iniciativa pri-
economia digital vada. É o sector privado que melhor conhece a procura e é o sector privado que está em
melhor posição para detetar as inevitáveis e frequentes alterações dessa mesma procura.
Mas a liberdade não reside apenas na oferta. Ela reside também na procura, num casa-
mento com o princípio anterior – pessoa.
Respeitar quando ela se impõe, quando ela o determina, não esquecendo que é o turista o
consumidor final das nossas políticas.
Há limites? Claro que sim, os princípios seguintes indicam-nos. Mas a liberdade de escolha
do turista é um valor importante, na medida aliás em que obriga as entidades públicas a
evitar políticas destinadas a restringi-la, assim contribuindo para a perda de competitivi-
dade do sector.
Se é um facto que este princípio parece consensual, não é menos verdade que, na sua con-
cretização, se nota muitas vezes que as entidades públicas dele se afastam.
Sempre que o Estado ignora que o turista é hoje muito mais informado e tem mecanismos
de avaliação e partilha de avaliação da qualidade, afasta-se deste princípio porquanto
tende a criar regulações e entraves destinados a proteger os turistas de si próprios.
3. ABERTURA
Não basta criar as condições de liberdade de atuação económica se essas condições não
forem acompanhadas de uma cultura de abertura à mudança.
Conforme já foi aqui repetidamente dito, todos os fatores que contribuem para o sucesso
do turismo em Portugal sofrerão mudanças em maior ou menor grau, mais tarde ou mais
cedo. Se a liberdade de atuação não for aproveitada para acompanhar essas mudanças não
permaneceremos competitivos. Tal implica a necessidade de estarmos abertos para mudar.
Não encarar a mudança como um problema a evitar ou adiar, como um obstáculo a eli-
minar ou mitigar, mas como um desafio a abraçar.
É evidente que as mudanças colocam em causa modelos de negócio, que abrem ou refor-
çam a concorrência com a entrada de novos produtos, que perturbam os planos dos que
já operam.
Mas a resposta do Estado não pode ser a de evitar a mudança no sentido de proteger o
sector. É certo que essa proteção, no imediato, será vista com agrado pela oferta. Mas
não o será pela procura, que precisa de novos produtos, de novas experiências, de novas
motivações.
Se é um facto que este princípio parece consensual, não é menos verdade que, na sua con-
cretização, se nota muitas vezes que as entidades públicas dele se afastam.
Sempre que o Estado procura olhar para a realidade com base nos conceitos pré-exis-
tentes à mudança, condicionando a realidade a estes conceitos, está precisamente a O papel do Estado
afastar-se deste princípio porquanto tende a criar regulações desadequadas que outra
coisa não fazem senão adiar ou atrasar a mudança. não é proteger
Uma parte importante das alterações que o turismo viverá no futuro prende-se com o im- o sector da
pacto que a tecnologia está a ter na forma como as pessoas vivem e, em particular, na
forma como se planeiam, reservam, usufruem e partilham as viagens. mudança,
Sem pretensões de sermos exaustivos, devemos ter particular atenção às seguintes evo-
luções tecnológicas:
é dar-lhe
• Big Data: com o crescimento exponencial de dispositivos ligados à Internet passa a
condições
estar disponível um manancial de dados de enorme valor para a gestão dos destinos
turísticos. Estamos ainda no início do aparecimento do que se tem chamado a Internet
para se
das Coisas (Internet of Things) mas é já evidente o enorme impacto que terá na com-
petitividade dos destinos. Paralelamente, é cada vez mais fácil, e mais barato, aceder a
adaptar a ela
ferramentas que analisam estes dados e os organizam de forma a serem utilizáveis na
tomada de decisões importantes a todos os níveis, desde o planeamento das viagens,
às prioridades de promoção, aos critérios de investimento.
• Mobile: a popularização muito rápida dos smartphones alterou, em muito pouco tem-
po, a forma e o momento de comunicar com os turistas antes, durante e depois das
viagens. É uma tendência que ainda se irá intensificar, mas que já alterou profunda-
mente a forma como os destinos são geridos. Neste particular, merece destaque aqui-
lo que se tem desenvolvido ao nível das smart destinations. Fazendo uso da informa-
ção que passa a estar disponível em tempo real, esta tecnologia tem o potencial de
mudar a forma de gestão dos territórios, com implicações que vão, aliás, muito para
além da atividade turística no sentido estrito.
Por outro, as mudanças que a revolução do digital determinou no quotidiano das pes-
soas (turistas) foram acompanhadas de um boom de dados, informações e, em última
instância, conhecimento que, de tão dispersos e segmentados que estão, devem consti-
A Dimensão e tuir uma enorme oportunidade dos agentes turísticos no sentido de compreender ver-
dadeiramente o que motiva, estimula e prende o turista ao nosso destino.
a importância
Assim, mais do que nunca, importa enraizar hábitos e incentivar práticas de produção,
crescentes do partilha e divulgação de conhecimento entre todos os agentes, impregnando no sector
a ideia de que o sucesso do negócio turístico depende em grande medida do grau de
turismo no nosso utilização do conhecimento disponível.
País exigem Hoje em dia, não é possível pensar que uma atividade desta importância possa conti-
nuar a ser competitiva se não aumentar significativamente a intensidade da utilização
que se melhore do conhecimento no seu dia a dia.
5. COLABORAÇÃO
Os resultados recentes do turismo em Portugal são, em parte, resultado de uma maior ca-
pacidade que os agentes do sector têm demonstrado de trabalharem em conjunto.
a) Entre empresas: em função do novo perfil de turistas, não é mais possível pensar que
uma empresa sozinha consiga oferecer ou promover a sua oferta sem colaborar com
outras cuja oferta a complemente.
c) Entre regiões: cada região turística tem mais a ganhar com uma lógica de colaboração
recíproca do que com uma lógica de concorrência a qual não tem qualquer correspon-
dência ou relevância na forma como os turistas planeiam e fruem as suas viagens.
d) Entre sectores: a transversalidade da atividade turística obrigará, cada vez mais, a que
se estabeleçam relações de parceria com outros sectores da sociedade. São conhe-
cidos os entendimentos com atividades económicas como o agroalimentar (vinho,
azeite, cortiça), com atividades sociais como o desporto, a cultura, a educação e o
ambiente.
Sem esta colaboração, o turismo não logrará desempenhar a centralidade que, de facto,
lhe é reconhecida pela economia.
Neste sentido, do que se trata aqui, é de procurar que o turismo deixe de ser um departa-
mento ou uma secção governamental, e passe a ser, enquanto atividade económica de
primeira linha que é, um dos eixos centrais da política governativa. Ora, tal não sucederá
com palavras mas sim com uma cultura de colaboração, nos termos descritos.
Tornar Portugal o destino turístico mais ágil e dinâmico da Europa configura-se sem dúvida
como uma ambição económica mas, sobretudo, como uma ambição de competitividade
e resiliência, onde o primado do privado sobre o público, e da liberdade de iniciativa sobre
o dirigismo estadual, possa fazer o seu caminho de forma economicamente proveitosa.
Se queremos tornar Portugal o destino turístico mais ágil e dinâmico da Europa, teremos
então de assegurar que Portugal é, simultaneamente:
A qualificação e São seis formas de expressar uma mesma ambição, e que convocam, para os próximos
sustentabilidade 5 anos, seis linhas de atuação que, no respeito pelos princípios identificados na Parte II,
possam contribuir para o seu cumprimento.
do destino são
essenciais para
a manutenção
e reforço da 1. UM DESTINO SUSTENTÁVEL E DE QUALIDADE
atratividade e A qualificação e sustentabilidade do destino são essenciais para a manutenção e reforço
notoriedade de da atratividade e notoriedade de Portugal enquanto destino turístico, para a redução da
sazonalidade, para a dinamização do turismo interno, para a sustentabilidade do cresci-
Portugal mento e para a criação de novas e inovadoras propostas de valor.
As novas dimensões e tendências da procura, expressas pelas pessoas, exigem aliás uma
permanente atenção à sustentabilidade do destino, fator distintivo e de competitividade. É Um território
a própria procura que exige um destino sustentável e de qualidade.
preservado e
O clima, a par da localização geográfica, as pessoas que o habitam, a diversidade das pai-
sagens, os monumentos arquitetónicos, históricos, culturais e naturais, a cultura, tradições valorizado é
e gastronomia e ainda a riqueza na área da biodiversidade, constituem o espelho da nossa
identidade e são alguns dos principais recursos para a prática do turismo e contribuem ativo turístico,
para a valorização da imagem de marca do território e para a diferenciação do destino.
território
O desenvolvimento sustentável do destino deve percepcionar-se como satisfazendo as
necessidades das pessoas, turistas e residentes, de forma a ter no turismo um fenómeno degradado e
inclusivo, da mesma forma que protege e aumenta oportunidades no futuro, pressupondo
a gestão equilibrada de todos os recursos, para que as necessidades económicas, sociais relativizado é
e estéticas possam ser satisfeitas enquanto a integridade cultural, os processos biológicos
essenciais, a diversidade biológica e sistemas de suporte da vida são mantidos.
um passivo para
o turismo
Para que tal suceda, o turismo não pode ser visto de forma sectorial. A valorização e preser-
vação de um destino resulta de um esforço em rede com outras valências de desenvolvi-
mento e convoca várias tutelas e agentes, do ambiente à economia, da cultura à agricultura.
Colaboração é por isso essencial para que o território seja visto de forma integrada, não
sectorial, devendo as estratégias sectoriais estar alinhadas e em coerência com propósitos
comuns.
Tais desafios devem ser vistos com abertura, vendo no turismo oportunidades e não ónus,
de forma a ter o turismo como agente para a regeneração, reabilitação, valorização e di-
namização económica do destino e não enquanto atividade económica a limitar ou vedar.
Nem todo o território é igual, nem todo o território tem os mesmos desafios e nem em
todos os lados o turismo assume as mesmas características.
A figura seguinte traduz o modelo territorial no qual são evidenciados os três níveis de
desenvolvimento turístico atrás descritos.
Modelo Territorial
Dormidas: 5% - 10%
TERRITÓRIOS CONSOLIDADOS
Reforçar a sustentabilidade e competitividade
Por isto mesmo, a era do primado da oferta, assente na definição de produtos, deu lugar à
era do primado da procura, numa progressiva afirmação das experiências turísticas. Esta
mudança torna o rigor da segmentação e o desenvolvimento da customização de massa
uma necessidade permanente para todos os que têm a responsabilidade de gerir destinos
turísticos. O que lhe dá origem não são já produtos ou regiões mas as motivações.
Por outro lado, o futuro das viagens e turismo comportará novos motores de crescimento
que exigem uma resposta às tendências da procura, estruturada a partir da exploração de
novos fatores de atratividade que extravasam a oferta de produtos tipificados.
Nesse sentido, é preciso que os agentes públicos reajam com abertura a essas novas
tendências, que têm gerado novas formas de fruir o território, novas formas de alojamento,
novas formas de transporte e novas experiências. Abertura para entender que não é hoje
possível fixar critérios únicos, estandardizados, de qualidade.
Deve notar-se que qualidade é uma noção dinâmica, que exige um ambiente de liberdade
que permita o surgimento de oferta que responda à procura e que facilite o surgimento de
atividades, produtos, equipamentos e empreendimentos ambiental, social e urbanistica-
mente sustentáveis.
Neste sentido, as entidades públicas não devem concorrer com a atuação das empresas
de animação turística e devem reconhecer ao sector privado o seu papel essencial, e mais
eficaz, de estruturação da oferta.
GASTRONOMIA
RESIDENCIAL
CITY BREAKS
TURÍSTICOS
SOL E PRAIA
BEM-ESTAR
PRODUTOS
NATUREZA
CULTURAL
NEGÓCIOS
E VINHOS
TURISMO
TURISMO
TOURING
SAÚDE E
DO MAR
GOLFE
MOTIVAÇÕES
CULTURA
CULTURA E RELIGIÃO X X X
CONHECIMENTO X X X X
COSTUMES LOCAIS X X X X
PRAZER
CONVÍVIO X X X X X X X
AVENTURA X X X
DIVERSÃO X X X X
QUEBRAR A ROTINA X X X X X X X X X X
RELAXAMENTO
BEM-ESTAR X X X X X
FAMÍLIA X X X X X X X
DESCANSO X X X X
DESFRUTAR O CLIMA X X X X
FÍSICO
DESPORTO X X X X X
VIDA ATIVA X X X X X
Não se trata aqui, no entanto, da definição de produtos turísticos estratégicos, noção que
se abandona neste documento, uma vez que, para efeitos de estruturação, promoção e
comercialização, interessam as motivações e as experiências e não propriamente os pro-
dutos.
Estratégico será assim todo o produto que, de forma sustentável e integrada no território,
souber dar resposta às motivações turísticas através de um modelo de negócio também
ele sustentável.
E como se desenvolvem estes produtos? Deixa de haver estratégia para eles? A cir-
cunstância de este documento se não pronunciar sobre tal estratégia de produtos es-
tratégicos passa, desde logo, pela constatação da irrelevância de um documento como
este para o verdadeiro e eficaz desenvolvimento de tais produtos, já que estes depen-
dem de um conjunto de factores que escapam ao planeamento central:
públicos atuem É a pessoa, através da procura, que faz surgir estas experiências e produtos, que po-
dem ter conformações muito distintas.
com abertura, Para os que esperam políticas públicas de estruturação da oferta, ou que clamam
dando liberdade por elas, respondemos da seguinte forma: para que a oferta corresponda à procura,
o essencial é que o Estado e os demais agentes públicos atuem com abertura, dando
ao sector liberdade ao sector privado para a cada momento conseguir identificar as oportuni-
dades de valor, de acordo com os princípios de atuação definidos neste documento.
privado para E evidentemente que o sector público, na sua intervenção ao nível de financiamento e
a cada momento promoção, deve ser particularmente exigente na avaliação da sustentabilidade do pro-
jeto e na avaliação da sua capacidade de resposta à procura existente.
conseguir Ou seja, deve orientar-se para segmentos de maior valor acrescentado e para a satis-
identificar as fação das procuras turísticas específicas e sustentadas que promovam a diferenciação
e a qualificação dos destinos.
oportunidades Quer isto dizer que não há estratégia? Antes pelo contrário. Quer dizer que a estratégia
a seguir passa por abandonar a planificação centralizada em documentos como este,
de valor abrindo-a aos princípios identificados na Parte II deste documento, que pelo seu ca-
rácter ágil e dinâmico contribuem para a melhor tomada de decisões.
• Procura: na época baixa existem menos pessoas a viajar no Mundo, sobretudo vindas
dos nossos principais mercados emissores, portanto há um mercado de menor di-
mensão e uma maior disputa entre concorrentes para o atrair.
• Oferta: as pessoas só viajam quando têm uma motivação para tal, sendo necessário
disponibilizar produtos e experiências que respondam às suas motivações.
Como esta realidade se não irá alterar significativamente, a única maneira de atenuar a
sazonalidade em Portugal é sermos melhores do que os concorrentes e conquistar maior
quota de mercado.
Para conseguir conquistar maior quota do mercado existente, é preciso acima de tudo de-
ter argumentos de peso para atrair os turistas e satisfazer as suas necessidades.
2008 2014
Época Época
Época baixa Época alta Época baixa Época alta
intermédia intermédia
(out. a fev.) (jul. a set.) (out. a fev.) (jul. a set.)
(mar. a jun.) (mar. a jun.)
Fazendo uso da informação que passa a estar disponível em tempo real, e portanto do
conhecimento, a tecnologia tem o potencial de mudar a forma de gestão dos territórios,
com implicações que vão, aliás, muito para além da atividade turística no sentido estrito.
• Execução da Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020, contribuindo para a sua exe-
cução, nomeadamente no que diz respeito à consagração de Portugal, a nível global,
como nação marítima.
processos de • Orientação das políticas de financiamento, no que à criação de novo alojamento diz
respeito, para os fatores marcadamente diferenciadores, orientados para os merca-
requalificação do dos externos e para a satisfação de procuras turísticas específicas e sustentadas.
uso turístico o revelem fatores de inovação, fazendo uso dos recursos endógenos de cada territó-
rio, que os distingam marcadamente da oferta existente e que proporcionem a qua-
lificação dos destinos.
Regionais, públicas Ação Conjunta para 2015, entre o Ministério da Indústria, Energia e Turismo de Es-
panha e o Ministério da Economia, para o desenvolvimento de um ‘Projeto de Rota
e privadas, com Turística das Fortificações na Fronteira Hispano-Portuguesa’ – no âmbito do conceito
Destino Turístico Inteligente.
vista à promoção
das rotas, 1.2.8. Estruturação de rotas e itinerários experienciais
itinerários e Ações:
eventos regionais • O Turismo de Portugal e as Entidades Regionais de Turismo devem promover, sempre
com a participação ativa dos agentes privados, e bem assim das entidades sectoriais
com interesse competentes, a estruturação de rotas e itinerários baseados que, de acordo com as
necessidades da procura e as características do território, se justifiquem.
turístico
• Revisão, atualização e monitorização de um eficaz sistema de sinalização das princi-
pais atrações e rotas.
• Parcerias entre Entidades Regionais, públicas e privadas, com vista à promoção das
rotas, itinerários e eventos regionais com interesse turístico.
Uma política pública de turismo que esqueça que o turismo é uma atividade privada, que
procure substituir-se ao sector privado, e que não tenha nas empresas um dos seus eixos
de atuação, será sempre uma política falhada. Nenhum destino turístico se consolida sem
um forte sector privado.
Sem liberdade de iniciativa privada, sem uma abertura por parte do Estado a novos concei-
tos e novos modelos, o sector privado do turismo tenderá a acomodar-se ao que existe ou
ao que lhe é permitido, perdendo a batalha da competitividade mundial de destinos.
Na verdade, nos últimos três anos procederam-se a várias reformas liberalizadoras da ati-
vidade turística, e de redução de custos de contexto, nas áreas do alojamento, restauração,
De acordo com os dados do Registo Nacional dos Agentes de Animação Turística (RNAAT)
estavam 2.407 agentes registados para o exercício de atividades próprias das empresas 2014 foi um
de animação turística, incluindo os operadores de animação turística, no final de maio de
2015. ano recorde
no número de
Registos de empresas de animação turística [2007-2014] novas empresas
de animação
2.500
2.120
turística
2.000
1.500
1.108
1.000
70,1%
67,4%
500 226
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
2014 foi um ano recorde no número de novas empresas de animação turística: foram
registadas 602 novas empresas no RNAAT.
Desde a entrada em vigor do diploma que liberalizou o acesso a esta atividade (Decreto-Lei
n.º 95/2013, de 19 de julho, que alterou o Decreto-Lei n.º 108/2009, de 15 de maio), até 31
de maio de 2015 registaram-se 1.100 novas empresas de animação turística e operadores
marítimo-turísticos, das quais 165 se registaram em 2013, 602 registaram-se em 2014 e
333 já em 2015.
2013 347
2014 602
2015* 333*
Depois de dois anos de queda no número de novas empresas (em 2011 e 2012), a inver-
são da tendência deu-se em 2013 (+14%) e foi solidamente confirmada em 2014 (+74%).
Assim, e após estas reformas liberalizadoras, e pela primeira vez, Portugal figura no top-10
dos destinos turísticos mais competitivos na Europa, a principal região turística do mundo,
permitindo manter-se à frente de concorrentes diretos como a Grécia, a Croácia e a Turquia.
Apesar da quebra acentuada em 2012, sublinhe-se que estes sectores praticamente man-
tiveram o seu peso no total do volume de negócios face a 2007, representando cerca de
2,6% do total em 2013.
2,8
10.000 2,6 3,0
2,5
9.000
2,0
8.000
1,5
7.000
9.912,8
8.430,9
1,0
6.000
0,5
5.000 0,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
70.000 0,30
0,25
60.000 0,24
0,20
50.000
0,15
54.830
53.948
40.000
0,10
30.000 0,05
20.000 0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
2007 2013
1.0% 1.0%
15.1% 13.5%
20.7% 26.5% Transportes aéreos de passageiros
Alojamento
Restauração e similares
Fonte: INE
Em relação aos preços, importa ter em atenção a evolução do índice de preços no consu-
midor no agregado Serviços relacionados com férias organizadas e alojamento, em com-
paração com a evolução do índice total de preços.
-0,9 -0,2
0
Jan-07
Mai-07
Set-07
Jan-08
Mai-08
Set-08
Jan-09
Mai-09
Set-09
Jan-10
Mai-10
Set-10
Jan-11
Mai-11
Set-11
Jan-12
Mai-12
Set-12
Jan-13
Mai-13
Set-13
Jan-14
Mai-14
Set-14
-2
-4
-6
-5,9
-8
-6,6
Entre 2007 e 2014, é possível observar dois momentos de queda acentuada dos preços no
turismo: o primeiro momento desenvolveu-se entre meados de 2009 até perto de final de
2010, na sequência da quebra acentuada do turismo internacional; o segundo momento
iniciou-se em meados de julho de 2011 até maio de 2013, durante o período de vigência do
Programa de Assistência Económica e Financeira e em contraciclo com a evolução positi-
va da taxa de inflação geral.
Importa sublinhar, no entanto, que a partir de abril de 2012, quando se registou a taxa de
variação média anual mais negativa (-6,6%), os preços no agregado Serviços relacionados
com férias organizadas e alojamento iniciaram uma recuperação acentuada, tendo atingi-
do a taxa de variação mais positiva no final do ano passado (+4,8%), numa altura em que
os preços no agregado Total praticamente estagnaram.
1,1
0 -0,1
Jan-07
Jun-07
Nov-07
Abr-08
Set-08
Fev-09
Jul-09
Dez-09
Mai-10
Out-10
Mar-11
Ago-11
Jan-12
Jun-12
Nov-12
Abr-13
Set-13
Fev-14
Jul-14
Dez-14
Mai-15
-5
-10
-15
-14,8
-20
Desde 2007 que os preços nos Restaurantes, cafés e similares estão a crescer ininter-
ruptamente, mesmo nos meses em que os preços recuaram no Total da economia – por
exemplo, os preços nos Restaurantes, cafés e similares têm mostrado alguma resiliência
desde junho do ano passado, momento a partir do qual se tem observado um recuo ligeiro
dos preços.
Hoje, tudo isto existe e funciona à distância de um simples clique; e, devido a esse impulso,
esta é uma realidade que tem já um grande impacto na sociedade – na atividade turística,
em particular - e que, como tal, não pode ser ignorada, até porque ela resulta da vontade
das pessoas num exercício de liberdade.
Tudo isto resulta numa economia mais inclusiva, que encerra diversos desafios de um
ponto de vista do respetivo acolhimento face aos enquadramentos legais vigentes e face
à oferta instalada de serviços e negócios tradicionais, mas que permite potenciar a eco-
nomia, tornando-a, para além de mais inclusiva, mais competitiva e sustentável.
Neste contexto, e sem prejuízo do acolhimento que esta nova realidade teve já através do
enquadramento legal do alojamento local, é importante considerá-la como um desafio e
também como uma oportunidade para o futuro, devendo procurar-se continuar a acolhê-la
e, procurando encontrar, simultaneamente, o necessário equilíbrio entre as novas platafor-
mas participativas e a respetiva regulação ou enquadramento, relativamente a aspetos de
segurança e de responsabilidade dos operadores.
Este desafio – que não é exclusivo do turismo mas, ao invés, transversal aos vários sec-
tores de atividade económica e às várias áreas de governação - deverá fundamentar e
materializar-se numa política que permita o aproveitamento das oportunidades da econo-
mia digital, de big data e conhecimento, criando um ecossistema privilegiado para novas
empresas e novos negócios e um ambiente favorável ao empreendedorismo.
Permitir este tipo de liberdade de atuação pressupõe que existe confiança em que essa li-
turística, ou berdade será utilizada em prol do interesse comum do turismo português. A experiência do
evitar a sua passado recente mostra que esta confiança é merecida. Confrontados com um ambiente
de negócios mais livre, os agentes do sector deram provas de serem capazes de empreen-
criação – der e de criar, num espírito de colaboração entre privados e com entidades públicas. É
importante que assim continue.
mesmo quando
requeridas pelo 2.2. Linhas de Atuação
sector do turismo 2.2.1. Criação de um ambiente empresarial, regulatório e fiscal adequado
Ações:
• Eliminar barreiras à entrada da atividade turística, ou evitar a sua criação – mesmo
• Criação de mecanismos que permitam criar condições mais favoráveis para o rees-
calonamento dos serviços de dívida das empresas, ajustando-os aos respetivos
meios libertos.
3. UM DESTINO EMPREENDEDOR
A formação de recursos humanos e o conhecimento são fatores determinante para pro-
mover a valorização do património, a excelência dos serviços e dos produtos e a inovação
das empresas e, simultaneamente, para constituir nova massa crítica no turismo com po-
tencialidade para criar emprego e gerar valor acrescentado para o país.
(mil)
320 6,5
310 6,5
6,1
300
290 6,0
280 5,6
270 5,5
288,8
289,0
276,4
260
250 5,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Alojamento, restauração e similares Peso do Turismo no total dos empregos Fonte: INE
7,8
7,8
90 7,8
88 7,7
86 7,6
84 7,4 7,5
82 7,4
80 7,3
89,52
83,10
82,29
78 7,2
76 7,1
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Fonte: INE
Alojamento, restauração e similares Peso do Turismo no total das empresas
1
OMT (2014), Measuring Employment in the Tourism Industries – Guide with Best Practices
2
WTTC (2014), Travel & Tourism Economic Impact 2014 - Portugal
• A taxa de criação de postos de trabalho será quase dez vezes maior do que a taxa
esperada de criação de empregos no resto da economia, que é de 2,2%; No caso de
• A mesma taxa será quase o dobro daquela que é esperada para o sector europeu –
empregos deverão aumentar 10,2%;
Portugal,
Ao nível das habilitações, o sector dos Hotéis e Restauração em Portugal será mais qua- a qualidade dos
lificado na próxima década, permitindo a aproximar-se de forma significativa ao contex-
to europeu. Apenas 54% dos empregos no sector terão trabalhadores com qualificações
recursos humanos
baixas, face aos 71% observados em 2013. Os trabalhadores com qualificações médias e
altas representarão 46% do total de empregados em 2025 (contra 29% observados no ano
constitui um
passado)3. dos elementos
Vários factores contribuem para esta realidade, nomeadamente:
fundamentais
• A transição para a economia verde, onde se espera que venha a contribuir para criar
emprego no turismo. da afirmação
• O peso que o turismo tem na geração de crescimento económico e emprego. competitiva
• As necessidades de inovação, diversificação, conhecimento e qualidade da oferta tu- do País
rística, que obrigam a uma maior qualificação e profissionalização do emprego no sec-
tor, quer em atividades turísticas nucleares, quer em serviços complementares.
No caso de Portugal, a qualidade dos recursos humanos constitui um dos elementos fun-
damentais da afirmação competitiva do País. Por um lado, enquanto fonte de inovação, de
conhecimento e de prestação de serviços de qualidade, pelas quais Portugal se pretende
continuar a afirmar no mercado internacional. Por outro, Portugal tem nas “pessoas” um
3
CEDEFOP – Agência Europeia para o Desenvolvimento da Formação Profissional e Estudo “Novos Mercados de Trabalho e Novas Profissões” da Universida-
de Católica Portuguesa
Esta capacidade deve ser estimulada, reforçada e complementada por estratégias de qua-
lificação, formação e colaboração, considerando que os profissionais são um recurso de
um qualquer negócio ou sector, associado a uma cadeia de valor.
O impacto das novas TIC no turismo impulsiona a introdução de novos modelos de negó-
cio e cria oportunidades para o empreendedorismo, pressionando a elevação dos níveis de
qualificação dos recursos humanos do sector e o desenvolvimento de novas competên-
cias, adaptadas às transformações do mercado.
Por outro lado, persistem antigos desafios, uma vez que o sector do turismo mantém, em al-
guns indicadores bastante relevantes, uma tradicional subqualificação face à média nacional.
• Posicionar Portugal enquanto travel startup hub de referência à escala europeia, atrain-
do um conjunto crescente de startups internacionais e de investidores de referência.
• Ao nível do financiamento:
científico e o Criação de linha de apoio a projetos de investigação científica que promovam a trans-
ferência de conhecimento para as empresas, a resposta aos desafios com que as em-
tecnológico para presas se confrontam, aproximando as universidades e o mundo empresarial.
• Concretizar a reativação de Conta Satélite do Turismo e aprofundar a cooperação entre o
as empresas do Turismo de Portugal e o Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal, de modo
a melhorar o conhecimento estatístico sobre a atividade turística em Portugal. Nesse âmbi-
turismo to, deve trabalhar-se no sentido do estudo/monitorização de informação estatística sobre
os operadores, utilizadores e impacto da sharing economy, nomeadamente o alojamento
local – de forma a fazê-los refletir nas políticas que têm por base o número de camas e
dormidas.
Mas também se deve ter em consideração que a acessibilidade aérea não deve ficar de-
pendente de um tipo de operação.
Deste modo, um regime de emissão de vistos ágil e célere pode desempenhar no estímulo
da procura em mercados estratégicos e, consequentemente, da atividade turística. Segun-
do o FEM, Portugal ocupa o lugar 72.º no ranking mundial no componente “Visa require-
ments”, um desempenho que abre espaço a melhorias.
da sua capacidade voos e passageiros ao aeroporto da Portela, decorrente do contínuo aumento do vo-
lume que se tem verificado, tendo como pressuposto que o aeroporto na Portela é
deve privilegiar um grande fator de competitividade e que o alargamento da sua capacidade deve
privilegiar localizações que permitam manter essa competitividade.
localizações
que permitam 4.2.3. Definição de prioridades para cada aeroporto
manter essa Ações:
competitividade • Aeroporto do Porto: diversificação de mercados (Escandinávia, Holanda e Leste
Europeu), reforço de mercados estratégicos (Reino Unido, Alemanha e França) e
priorização de operações tradicionais para diversificar o mix de companhias a ope-
rar no aeroporto e reduzir a dependência de low-costs.
• Dinamizar a criação nos principais pólos de atividade turística (Algarve, Lisboa, Porto
e Madeira) de títulos de transporte ou modalidades de transporte, vocacionados para
o consumo turístico, integrando os diferentes serviços e operadores, e para períodos
de tempo adequados.
• Estudar as oportunidades que as novas TIC podem conceder na agilização dos pro-
cedimentos dos vistos, nomeadamente o e-visto (visto eletrónico), seguindo a reco-
mendação da OMT.
Ao mesmo tempo, pela mesma razão, constitui um terreno privilegiado para a sobreposi-
ção de atuações, competências e atribuições, num modelo ou sistema que não favorece
entendimentos nem promove uma coerência que se revela necessária.
Atente-se, outro exemplo, no âmbito da regulação de algumas das (ou que interfere em)
atividades turísticas, que envolve potencialmente centenas de entidades, das autarquias
aos institutos públicos, passando por direções-gerais, das tutelas do ambiente e da eco-
nomia, passando pela cultura ou pela agricultura, da fiscalização por parte de entidades da
economia e da defesa passando por entidades do mar.
Estes dois exemplos, apenas enunciados, dão bem conta dos desafios inerentes à boa go-
vernança do sector do turismo e do longo caminho a fazer-se para lhe dar resposta, como
se fosse um desafio eterno.
Por outro lado, o turismo é uma atividade de crescimento acelerado a nível global e as
atividades turísticas representam uma fatia cada vez mais importante na atividade econó-
mica de muitos países. Esta tendência vai intensificar-se no futuro porque a globalização
da economia mundial alimentará o fenómeno turístico mas também porque o turismo,
enquanto atividade transversal, tenderá a densificar-se de uma forma cada vez mais apro-
fundada e integrada na economia.
Nessa medida, ao nível do Governo e das administrações públicas, importa criar mecanis-
mos que facilitem e promovam, de forma regular, institucionalizada e metódica, uma aten-
ção e avaliação multissectorial, assegurando a coerência das políticas e das estratégias.
Na verdade, tendo em conta que os fluxos turísticos para Portugal resultam essencialmen-
te do transporte aéreo, os aeroportos propiciam áreas de influência mais alargadas do
que a região onde estão inseridos, à exceção, naturalmente dos aeroportos da Madeira e
Açores, pelo que a necessidade de atentar na procura, na pessoa, nos aconselha a evitar
fronteiras desnecessárias.
Desta forma, não se justifica olhar para o território como se as regiões fossem territórios
isolados, desconectados, mas antes como extensões de um mesmo território, permitindo
uma geometria variável na estruturação de produtos e na sua promoção e comercializa-
ção e uma maior liberdade de cada região para, a cada momento, tomar a melhor deci-
Reconhece-se a são. Mas, acima de tudo, é preciso aproveitar as sinergias regionais para se implementar
uma verdadeira promoção e comercialização integrada e conjunta.
necessidade de
Isso não significa que a capacidade de resposta da oferta turística nacional para cada uma
iniciar projetos das motivações de viagem não seja distinta conforme o destino regional, uma vez que as
regiões possuem um quadro de potencialidades e de ofertas diferentes entre si.
de cooperação
Existindo regiões com diferentes estádios de desenvolvimento turístico, haverá vantagem
internacional em se desenvolverem iniciativas de colaboração, de cross selling que permitam que os
destinos regionais se complementem e alarguem a sua oferta de produtos turísticos,
que possam ir desde que atuem de forma articulada e concertada com as regiões vizinhas.
além da habitual
cooperação 5.1.6. Portugal não está sozinho no Mundo
e relação Reconhece-se a necessidade de iniciar projetos de cooperação internacional que pos-
sam ir além da habitual cooperação e relação institucional entre países, também com o
institucional objetivo promover o trabalho em rede, a disseminação de conhecimento e a construção de
parcerias com mais-valias positivas, com vista à internacionalização das competências
entre países nacionais.
Uma boa marca turística é aquela que responde às exigências competitivas do mercado,
afinada na estrutura de identidade do destino e enquadrada numa plataforma de projeção
Mas se a notoriedade é essencial, e ela é prosseguida não apenas pelo turismo mas também
por todas as restantes atividades que, exportando uma imagem de país, ajudam a construir a
nossa notoriedade, não deixa de igualmente de ser verdade que essa notoriedade só é útil, só
é consequente, só é produtiva, se permitir, num determinado prazo, converter-se na compra de
uma viagem, na reserva de um alojamento, na aquisição de um produto ou serviço.
A promoção de que Portugal precisa, para que se constitua como marca forte e de valor,
tem por isso de estar associada à venda. É esse o caminho que temos de reforçar.
Por outras palavras, a promoção (que gera notoriedade) e o apoio à venda (que visa con-
verter a notoriedade em venda) são duas faces de uma mesma moeda numa política de
turismo que se pretenda competitiva num mundo global.
Assim promoção e apoio à venda são duas faces de uma mesma moeda numa política
de turismo.
Promoção e apoio Perante esta análise, os responsáveis pela promoção de um destino turístico têm a neces-
sidade de desenvolver políticas que sejam centradas na Procura com o objetivo final de
à venda são duas maximizar a receita gerada pelos fluxos turísticos. Para tal, não basta aumentar a notorie-
dade do destino Portugal, é também necessário que a notoriedade se converta em vendas.
faces de uma Como consequência deverá atuar-se de acordo com o ciclo de viagem do turista:
mesma moeda • Estimular o desejo de conhecer o destino (nas fases de sonho e planeamento)
numa política • Converter esse desejo na compra de uma viagem (na fase de reserva) e
de turismo • Assegurar que quem nos visita se sinta bem tratado, confortável, acarinhado e satis-
feito com a experiência no destino, que o recomende e que deseje voltar (nas fases de
experiência e partilha)
Nesta medida, a comunicação do destino deverá ser potenciada nas ações de apoio à
venda (distribuição), designadamente, as realizadas em conjunto com o trade internacio-
nal, incrementando-se uma maior eficácia junto dos diferentes mercados e segmentos de
consumo. Deste modo, o canal de distribuição deverá assumir relevância como meio de
comunicação preferencial.
A atuação promocional B2B, através dos diversos canais de distribuição nos mercados, é a
que melhor pode contribuir para aumentar os fluxos turísticos de uma forma direta e imediata.
Por seu lado, as ações de comunicação com o consumidor devem ser cuidadosamente
dirigidas em função dos segmentos-alvo identificados:
• Por demografia
Cada segmento deverá ser objeto de comunicação específica, sendo fundamental adaptar
conteúdos e narrativas relevantes para cada um.
Em especial, a abordagem para cada mercado emissor terá de ser distinta, associando
diferentes tipos de iniciativas B2C ou B2B, conforme a atual penetração e o crescimento
perspetivado de cada mercado e de acordo com a proporção de consumidores que com-
pram as suas viagens diretamente em comparação com os que o fazem através dos ca-
nais de venda (agentes e operadores turísticos).
Nos mercados onde domina a operação turística e nos mercados de crescimento as iniciativas
B2B deverão ter particular relevância, designadamente, junto dos agentes da operação turística
e aérea e junto dos canais de distribuição nos mercados externos. Incluem-se neste conjunto
a generalidade dos mercados emissores, sendo que o maior ou menor peso destas iniciativas
dependerá das características do mercado e das oportunidades que possam surgir.
• Retorno – dado que os recursos disponíveis são finitos, é fundamental que as decisões de
promoção e apoio à venda sigam rigorosos critérios profissionais de avaliação de eficácia
(impacto nas vendas) e de eficiência (com o menor custo relativo). Nem todas as ações
que geram notoriedade (como os eventos, por exemplo) geram vendas com retorno inte-
ressante, quando comparado com o retorno de ações alternativas.
• Do foco no produto para o foco nas pessoas – potenciar a relação com as pessoas, aten-
dendo aos seus anseios e expectativas e privilegiar a qualidade da experiência. Assumir o
desígnio de melhorar a vida das pessoas e facilitar a experiência com o destino turístico; Do foco no
• Dos anúncios para as histórias – privilegiar a comunicação assente em narrativas e em
conteúdos relevantes para as pessoas. Desenvolver conteúdos baseados em storytelling e
produto para o
implementar estratégias que propiciem a interatividade e a partilha com as pessoas; foco nas pessoas
• Da promoção para o apoio à venda – estimular a transformação dos processos de comer-
cialização, definir estratégias de marketing por mercado e produto, reforçar a intervenção
na operação turística e aérea e nos canais de distribuição nos mercados externos, intervir
de forma mais direta e imediata na captação de fluxos turísticos;
• Do offline para o online – uma aposta clara no digital, encarando com abertura as mu-
danças nestes domínios, reforçando a presença do destino e dos produtos turísticos nos
distintos canais online e desenvolvendo estratégias de marketing digital que potenciem a
comunicação e a distribuição da oferta do destino turístico.
A exigência de que se falou no ponto 7.1.2 aplica-se, de igual modo, a todos os que têm respon-
sabilidades na promoção do destino Portugal. Neste contexto, assume particular importância
o tema da Consistência. Se todos estivermos a falar ao mesmo, dizendo coisas distintas e a
velocidades diferentes, ninguém nos vai ouvir.
Afirmar o Turismo de Portugal como agente nuclear da promoção em Portugal não retira respon-
sabilidades a outras entidades. Antes pelo contrário, a repartição de competências já descrita
procura potenciar o papel de cada um, numa lógica de conjunto que nos beneficia, e promoven-
do uma distinção essencial entre estruturação do produto e a sua promoção e comercialização.
A estratégia de new marketing preconizada para o Destino Portugal assenta em três níveis:
• Geração de tráfego para uma plataforma digital que integre os conteúdos relacionados
com a oferta nacional. Os conteúdos de comunicação deverão ser ancorados, por um lado,
em aspetos distintivos da oferta turística portuguesa, que representem grande capacidade
de mobilização e de motivação de viagem, como sejam o surf, o golfe, a cultura ou a músi-
ca. Por outro lado, deverão explorar narrativas sobre produtos portugueses distintivos, au-
tênticos e com relevância e prestígio internacional como sejam o vinho, a cortiça, o azeite e
o calçado.
A relevância de cada um destes meios, dependerá, em cada momento, da sua dinâmica e das
oportunidades detetadas em cada segmento de procura. Importará reforçar a penetração
nos mercados através da incorporação de mecanismos de planificação conjunta, gestão em
rede e metodologias colaborativas, que propiciem o retorno efetivo dos investimentos pú-
blicos e privados. As opções estratégicas a desenvolver partirão sempre da auscultação da
procura e da avaliação das novas tendências que a cada momento se verificarem.
Em 2014, os dez principais mercados emissores representavam 82% do total das dormidas
do mercado externo. O gráfico abaixo mostra o posicionamento desses mercados em fun-
ção da variação média anual das dormidas entre 2007 e 2014 e da sua penetração.
BRASIL
15
FRANÇA
10
IRLANDA
0
ESPANHA
ESCANDINÁVIA
-5 ITÁLIA
-10
Porque a realidade varia de região para região, na tabela seguinte identificam-se os cinco
principais mercados emissores para cada uma das regiões.
• Mercados de atuação seletiva: mercados que pela sua distância e dimensão apresen-
tam dificuldade em assumir massa critica, mas que oferecem oportunidades, ou onde
se perspectiva um elevado crescimento a longo prazo, por razões sociais, económicas
e demográficas, e a que importa dar atenção.
Note-se que priorização dos mercados é feita a partir da procura, isto é, da atual represen-
tatividade (quota) e das taxas de crescimento dos mercados emissores para Portugal. É
com base neste racional estratégico que se identifica seguidamente a composição e o tipo
de atuação a realizar em cada um dos grupos de mercados identificados.
Importa reforçar que a matriz de mercados que agora se apresenta estabelece prioridades
de atuação no turismo, tanto ao nível nacional como regional. Todavia, não é uma matriz
estática, alheada dos movimentos da procura ou de acontecimentos conjunturais, pelo que
se poderá acrescentar ou reduzir mercados sempre que existe uma sólida fundamentação
e justificação.
Os dados para o mercado emissor europeu (que, como se viu, é maioritário em Portugal)
revelam que o turismo de Sol & Mar é o principal segmento turístico, embora com taxas
de crescimento modestas próprias de segmento maduro. Pelo contrário, segmentos como
os city breaks ou o touring, que inclui o turismo cultural e religioso, evidenciam ritmos de
crescimento mais elevados que, a manterem-se, poderão alterar o ranking da popularidade
dos segmentos turísticos no futuro.
80 OUTROS
milhões
GOLFE
CITY BREAKS
1%
60
NÁUTICO
1%
TOURING
SAÚDE
40 2%
NATUREZA
7%
NATUREZA
TOURING CITY BREAKS
20
15% 18%
SAÚDE
NÁUTICO
GOLFE
GASTRONOMIA/ENOTURISMO
0
2000 2005 2010 2011 2015* 2020 Fonte: Turismo de Portugal com base em dados do IPK
Atendendo aos vários mercados emissores para Portugal, é ainda possível alinhar, de forma
indicativa, a relevância que estes têm para os produtos turísticos existentes no nosso território.
De facto, a gastronomia, bem como os vinhos portugueses, têm demonstrado uma enorme ca-
pacidade de agradar e surpreender quem nos visita. Os inúmeros prémios internacionais e, acima
de tudo, a opinião manifestada pelos turistas em sucessivos inquéritos de satisfação, confirmam
a gastronomia e vinhos como um dos fatores mais fortes de valorização do destino Portugal.
Importa referir, que as motivações são dinâmicas e estão na base da configuração da expe-
riência turística, pelo que qualquer alteração na procura terá necessariamente de ser refletida
na oferta turística do destino. Neste sentido, deverá existir uma constante monitorização das
alterações da procura, sendo estas o referencial para as mudanças que venham a ser identi-
ficadas como necessárias introduzir na oferta turística.
Mercados estratégicos – Espanha, Reino Unido, Alemanha, França, Brasil, Holanda e Ir-
landa: deverão ser alvo de uma estratégia individual e detalhada, tendo em conta as reali-
dades regionais em cada mercado e os distintos segmentos de turistas que os compõem.
Também devem ser privilegiadas as iniciativas que visem um crescimento relativo na épo-
ca baixa superior ao da época alta.
Mercados Estratégicos
MERCADOS ESTRATÉGICOS COMPORTAMENTO E OPORTUNIDADES DOS MERCADOS
Mercado prioritário pela proximidade, crescimento (TCMA 07/14: +0,7%) e quota elevada (11%): deverá
ESPANHA ser alvo de um esforço de segmentação das distintas realidades regionais e de desenvolvimento de
ofertas específicas, visando a redução da sazonalidade da procura.
1º NÍVEL
Mercado de recuperação de quota (13,6%), através do aprofundamento da procura das distintas regiões e
ALEMANHA
segmentos do mercado e da criação de oferta direcionada a essas distintas demandas.
Mercado a desenvolver uma abordagem específica visando conter a queda recente (TCMA 07/14: +0%)
REINO UNIDO e gradualmente recuperar a quota de mercado (23,9%): alavancando a elevada notoriedade de Portugal
enquanto destino turístico e a afinidade do mercado ao nosso país.
Mercado onde se deve continuar o esforço de aumento de quota (9,3%) potenciando a particular apetên-
FRANÇA
cia da procura ao nosso país (TCMA 07/14: +11%)
2º NÍVEL
Mercado de potencial de crescimento (TCMA 07/14: +13,6%), posição forte de Portugal no mercado
(4,2%), acessibilidades aéreas privilegiadas, elevada despesa média e reduzida sazonalidade: deverá ser
BRASIL
alvo de uma abordagem de promoção visando garantir uma maior penetração nos fluxos de turistas para
a Europa.
Mercado com alguma dimensão turística e que tem afinidade com o destino turístico Portugal. Deverá
HOLANDA
ter-se o objetivo de aumentar a quota (6,4%).
3º NÍVEL
Apesar de ser um mercado de pequena dimensão existe uma forte afinidade com Portugal, pelo que,
IRLANDA importará explorar essa relação no sentido de alavancar a notoriedade do destino para crescermos,
principalmente na época baixa (quota de 3,6%).
Mercados onde importa contrariar a quebra verificada nos últimos anos. Há que atuar ao nível da ade-
quação da oferta nacional às exigências da procura do mercado, na consolidação da acessibilidade aé-
ESCANDINÁVIA
rea e da distribuição, aproveitando a contribuição para a redução da sazonalidade da procura e a elevada
despesa média. Quota de mercado de 5,2% em 2014, com uma TCMA 07/14 de-0,8%.
Mercados de crescimento
MERCADOS DE CRESCIMENTO COMPORTAMENTO E OPORTUNIDADES DOS MERCADOS
ITÁLIA, BÉLGICA, SUÍÇA Mercados que possuem potencial de crescimento e onde se deverá atuar com vista a obter um cres-
E ÁUSTRIA cimento absoluto de dormidas e receitas.
Aproveitar a dimensão destes mercados para crescer em termos absolutos de dormidas e receitas.
No caso de a Polónia alavancar a atuação na notoriedade que goza Portugal no mercado e na afinida-
POLÓNIA E RÚSSIA
de da população com o nosso país. A Rússia requer um esforço em ganho de notoriedade do destino,
reservando-se uma atuação mais sistematizada, após o atual contexto político-social.
Mercados de atuação seletiva – EUA, China, Canadá, Colômbia, Índia, Israel e Países da
Península Arábica: trata-se de mercados que poderão ser objeto de ações de promoção
focadas em ofertas ou em segmentos de procura específicos, desde que estrategicamente
fundamentadas e justificadas. Neste âmbito, deverá ser tido em consideração, nomeada-
mente, a procura potencial existente nesses mercados e as oportunidades que venham a
ser detectadas.
Dada a sua distância e a dificuldade de assumir massa crítica (quota: 2,5%), a atuação neste mercado
EUA, CANADÁ
deverá estar focada em segmentos de procura específicos.
Mercados de relação histórica, onde se requer o lançamento de bases de trabalho de longo prazo. Na
CHINA, ÍNDIA
China foram já detetadas algumas oportunidades específicas de atuação.
COLÔMBIA, ISRAEL E PAÍSES Ainda que, por razões distintas, nestes mercados importará explorar oportunidades de atuação em
DA PENÍNSULA ARÁBICA segmentos de procura específicos.
Para se ter uma visão mais ampla do comportamento dos mercados por região, na tabela
abaixo apresentam-se os mercados emissores prioritários para cada uma delas, determi-
nados tendo em conta a seguinte classificação:
• Mercados de 1º nível – são aqueles que possuem uma quota de mercado elevada
(acima de 10%);
• Mercados de 2º nível – são aqueles que possuem uma quota de mercado média (igual
ou superior a 5% mas inferior a 10%)
• Mercados de 3º nível – são aqueles que possuem uma quota de mercado baixa (igual
ou superior a 2% e menor que 5%)
ALEMANHA
•• •• •• •• ••• ••• •••
BÉLGICA
• • • • •
BRASIL
••• •• •• ••
CANADÁ
•
ESCANDINÁVIA
• • •• • • ••• •••
ESPANHA
••• ••• ••• ••• •• ••• •
EUA
• • •• • ••
FRANÇA
••• ••• ••• ••• • • •••
HOLANDA
• • • • ••• •• •
ITÁLIA
• •• •• •
IRLANDA
••
POLÓNIA
• • •
REINO UNIDO
•• • •• •• ••• • •••
RÚSSIA
• •
SUÍÇA
• • •
••• mercado 1º nível
•• mercado 2º nível
• mercado 3º nível
Tendo em conta esta distribuição, meramente factual, e uma vez que são conhecidos os
comportamentos de mercados por produtos, como acima de evidenciou, pode então cons-
truir-se uma matriz de produtos mais procurados por região, e por isso com maior poten-
cial de promoção e venda.
DESTINOS TURISMO
CITY TURISMO SAÚDE E GASTRONO-
REGIONAIS SOL E PRAIA TOURING
BREAKS
NEGÓCIOS GOLFE NATUREZA
DO MAR
RESIDEN-
BEM-ESTAR MIA
VS PRODUTOS CIAL
PORTO E NORTE
(CIDADE + REGIÃO) ••• ••• •• • •• •
CENTRO
• ••• • •• ••• •••
LISBOA
(CIDADE + REGIÃO) •• ••• ••• ••• •• •• •• •• •
ALENTEJO
•• ••• •• ••
ALGARVE
••• • •• ••• •• •• ••• ••
AÇORES
•• ••• ••
MADEIRA
•• ••• • ••• •• •
Nível de importância:
••• grande
•• • médio baixo
Sublinhe-se que o produto Gastronomia está alinhado com todas as regiões na medida
em que se trata de um produto turístico complementar. E reforce-se que esta matriz
resulta da sobreposição entre os mercados emissores, os produtos por este procurados
e a distribuição de mercados emissores por regiões. Todavia, não é uma matriz estática,
alheada dos movimentos da procura ou de acontecimentos conjunturais, pelo que, se
poderá acrescentar ou reduzir mercados sempre que exista uma sólida fundamentação
e justificação.
• Permitirá ainda uma maior eficácia na conversão do trafego gerado para o ambiente
regional.
trade marketing,
designadamente 6.2.5. Utilização de produtos portugueses distintivos
e autênticos como âncoras de comunicação
em matéria
Ações:
de operação • A comunicação do destino turístico deverá procurar e estimular a criação de âncoras
turística e de de comunicação com base em produtos portugueses distintivos, autênticos e com
relevância e prestígio internacional.
acessibilidade • Afigura-se que a criação de narrativas pertinentes para as pessoas possam ser uti-
aérea lizadas de forma eficiente e eficaz na comunicação do destino. Destacam-se como
exemplo os seguintes produtos: vinhos, cortiça, azeite e calçado.
dos mercados • Sempre que se justifique, deverá ainda ser previsto a implementação de outras for-
mas de presença externa, designadamente através de agências de marketing ou de
estratégicos relações públicas locais ou a criação de antenas que gerem os mercados diretamente
através da sede.
e noutros • Tornar a rede flexível no acompanhamento dos mercados estratégicos e noutros
emergentes emergentes, capaz de responder às mudanças rápidas da procura.
• Garantir que a rede externa tem conhecimento do mercado e o seu papel é reconhe-
cido junto dos decisores económicos e líderes de opinião.
MONITORIZAÇÃO
O Turismo de Portugal é a entidade competente para a elaboração de um plano de ação
anual que compreenda as medidas anuais e plurianuais a desenvolver no âmbito do cum-
primento deste documento e identifique a sua calendarização e responsáveis pela mesma.
O plano de ação deve ser submetido, até 30 de Novembro de cada ano, à tutela do turismo,
para homologação.
Deverá ser realizada pelo menos uma reunião semestral, com a participação ativa dos
parceiros relevantes para refletir sobre as temáticas de turismo.
FMI (2015), World Economic Outlook - Uneven Growth: Short- and Long-Term Factors
OMT (2014), Measuring Employment in the Tourism Industries – Guide with Best Practices
BASES DE DADOS
Eurostat
INE
OCDE
Turismo de Portugal
SISTEMA CIENTÍFICO E
GOVERNOS REGIONAIS TECNOLÓGICO
2020 Politécnicos
CULTURA
ADMINISTRAÇÃO LOCAL
Direção Geral Património Cultural
Comunidades Intermunicipais
Comissão Nacional Unesco
Seguiu-se a região com maior procura turística de Portugal - o Algarve - que contou com
uma mobilização de 290 pessoas na conferência pública e com uma participação de 28
agentes no workshop técnico.
O último momento de auscultação pública aconteceu nos Açores, com a presença de cerca
de 110 pessoas, tendo-se assim encerrado o ciclo de iniciativas públicas de participação e
concertação estratégica para o Plano de Ação Turismo 2020.
Local: Ponta Delgada (Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada) | Data: 19 fevereiro 2015
Face ao exposto, é possível afirmar que a iniciativa Turismo 2020 promoveu o maior pro-
cesso de sempre de mobilização e auscultação dos vários atores envolvidos no turismo
em Portugal.
Todas as regiões turísticas foram ouvidas. Mais de 2000 pessoas estiveram nas Conferên-
cias públicas Turismo 2020. Mais de 150 instituições participaram em workshops técni-
cos. Todo este processo de auscultação e participação pública geraram contributos muito
relevantes para o documento que ora se apresenta.
Minho-Lima
13,9%
Alto Trás-os-Montes
Cávado
Ave 9,9%
12,4%
6,9% Nº de Camas / NUTS III
A tipologia de oferta também é distinta nas diferentes sub-regiões, por exemplo, a oferta
de capacidade da hotelaria representa 91% no Grande Porto, 46% no Minho-Lima e 52% no
Tâmega, sendo a restante oferta pertencente ao TER e a parques de campismo.
Minho-Lima
6,0%
Alto Trás-os-Montes
Cávado
Ave 4,8%
9,8%
6,0%
Nº de Dormidas / NUTS III
Tâmega
3,9% de 100 000 a 200 000
Grande Porto Douro
67,7% 4,5% de 200 001 a 300 000
de 300 001 a 500 000
Entre Douro e Vouga de 500 001 a 3 500 000
2,2%
5.000
48,3%
4.000
58,4%
3.000
2.000 51,7%
1.000 41,6%
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Residentes em Portugal Residentes no estrangeiro Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 a 2014
Para além da evolução da procura importa entender como a mesma se comporta ao longo
do ano. A procura para o Norte registou um aumento da sazonalidade, quando se compara
2007 com 2014, apesar de ser melhor que a média do País. Em 2007 o País registou uma
sazonalidade média de 37% (vs 35% no Norte) e em 2014, 39% contra 36% da região.
35% 36%
754
576
589
584
459
430
510
502
387
387
487
375
360
457
303
281
265
211
194
339
344
336
FEV 254
JAN 243
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
2007 2014
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007e 2014
Nos últimos anos a região melhorou o seu posicionamento competitivo, como se demons-
tra pela análise da evolução dos principais indicadores turísticos.
NORTE PAÍS
Para esta análise selecionaram-se alguns rácios, relativos aos estabelecimentos hotelei-
ros, que permitem aferir a competitividade da região face à média do país e em dois mo-
mentos distintos, no início e após o QREN 2007-2013.
• A região do Norte apresenta uma sazonalidade melhor que a da média do país, con-
seguindo mesmo melhorar o gap existente, enquanto em 2007, distava apenas 1,8 p.p.
da média do país, em 2014 essa diferença era de 3 p.p..
• A média do RevPAR (Receita por quarto disponível) na região Norte mantém-se inferior
à média nacional, com uma diferença de 8,20€.
600.000
500.000 +136,5%
400.000
+172,9%
300.000 +53,6%
+4,9%
200.000
100.000
0
Espanha França Brasil Alemanha Reino Unido
Neste âmbito, vale a pena salientar a variação registada nos principais mercados interna-
cionais, com especial destaque para o Brasil que, entre 2007 e 2014, passou de 6º para
3º mercado com maior volume de dormidas na região, representando 5,4% do total de
dormidas da região.
BRASIL
5,4%
15%
FRANÇA
7,9%
10%
ALEMANHA PORTUGAL
4,1% 48,3%
5%
ESPANHA
12,0%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
REINO
UNIDO
-5% 3,0%
QUOTA DE MERCADO
Entre 2007 e 2014, os principais mercados apresentaram variações médias anuais positi-
vas, de destacar os significativos aumentos médios anuais registados pelos mercados do
Brasil (+15,4%) e de França (+13,1%).
No que se refere ainda à capacidade e a nível dos alojamentos hoteleiros, esta concentra-
-se sobretudo em hotéis (74,5%), sendo que apresenta percentagens bastante díspares
entre as várias sub-regiões – as regiões do Interior detêm apenas 11% do total da capaci-
dade de alojamento a nível dos hotéis, concentrando-se os restantes nas regiões da linha
de costa (INE, Estatísticas do Turismo, 2014).
Nos últimos anos, a Região Centro registou uma aposta significativa no alojamento quali-
ficado, reforçando o desenvolvimento da sua oferta turística.
De facto, entre 2007 e 2014 a Região registou um aumento da sua capacidade de alo-
jamento em 12%, aumento esse que se verificou tanto a nível quantitativo, como a nível
qualitativo. O alojamento hoteleiro representava, em 2007, um peso de 65,6% do total do
“alojamento hoteleiro” com “outros alojamentos”, para vir a atingir 85% em 2014. Este au-
mento do peso do alojamento hoteleiro é consequência, designadamente, de investimen-
tos realizados no âmbito do QREN 2007-2013. De notar ainda que, cerca de metade da
capacidade dos hotéis da região se concentra em hotéis de 3* (48,7%), sendo que cerca de
30% da capacidade é absorvida por hotéis de 4* e de 5*.
No que diz respeito ainda à oferta turística na Região Centro, de acordo com a CCDR Centro
a região “tem sido considerada o primeiro destino dos portugueses“, e oferece recursos
turísticos diversificados e com grande potencial.
4.000
63,8% 57,8%
3.000
2.000
42,2%
1.000 36,2%
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
37% 40%
754694
585
427
481
463
408
382
338
330
387
381
320
358
330
257
239
215
248
191
238
163
224
182
JAN 153
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
2007 2014
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007e 2014
CENTRO PAÍS
• A média do RevPAR (Receita por quarto disponível) na região Centro aumentou ligeira-
mente cerca de 1,00€, mantendo-se com um valor cerca de metade da média nacional.
Em 2014, o país registou 33,00€ e a região do Centro 17,10€.
Evolução das dormidas dos mercados TOP 5 na Região Centro [n.º, 2014]
600.000
+11,7%
500.000
400.000
300.000 +45,1%
-38,3%
200.000
+139,8% +23,7%
100.000
0
Espanha França Brasil Alemanha Itália
2007 2014
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 e 2014
Destes cinco mercados emissores, a Itália foi o único mercado que viu diminuir a sua quota
entre 2007 e 2014, todos os outros aumentaram a sua procura na região, com especial
destaque para o Brasil que, entre 2007 e 2014, passou da 7ª posição para a 3ª como o
mercado externo com maior volume de dormidas na região.
Nos últimos sete anos o mercado interno registou uma variação média anual negativa de
0,1%, ou seja, apesar de ainda ter uma significativa quota de mercado, mostra uma clara
tendência de diminuição.
BRASIL
15% 2,9%
10%
FRANÇA PORTUGAL
5,5% 58,9%
5%
ESPANHA
ALEMANHA 11,7%
0%
2,7%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
-5%
ITÁLIA
2,6%
-10%
Porém, os mercados, alemão (+2,1%), francês (+4,1%) e brasileiro (+12,4%) revelaram au-
mentos médios anuais significativos, com destaque para o último caso, que apresentou
um aumento médio anual substancialmente superior aos restantes mercados.
A diversidade da oferta da Região não só gera o potencial necessário para criar uma pro-
posta de valor mais rica, como também permite desenvolver nichos de mercado alavan-
cados nos seus principais fatores de identidade. Paralelamente apresenta uma oferta de
alojamento qualificada, sendo que praticamente metade dos estabelecimentos são aloja-
mentos Hoteleiros.
Grande Lisboa
90,58%
De 7 271 a 47 575
De destacar a preferência pelos hotéis que com 10 milhões de dormidas, detém 91% do
total das dormidas em alojamentos hoteleiros. Mas são nos hotéis de 4* e 5* que se con-
centram 69% da procura por esta tipologia.
Analisando as dormidas dos alojamentos hoteleiros, que representam o maior peso das
dormidas da Região de Lisboa, verifica-se que a sub-região da Grande Lisboa se assume
como a sub-região com vocação turística deste território.
Grande Lisboa
92,6%
12.000
10.000 24,1%
2.000
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Residentes em Portugal Residentes no estrangeiro Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 a 2014
A evolução das dormidas revela ainda uma tendência para o aumento da procura externa
em detrimento do mercado interno, apesar de esta região apresentar uma quota do mer-
cado externo (76%) acima da média nacional de 70% em 2014.
Para além da evolução da procura também importa entender como a mesma se comporta
ao longo do ano. Lisboa com uma sazonalidade de 34% é uma das regiões com menor sa-
zonalidade, mesmo bastante inferior aos 39% do país, mas tem vindo a assistir-se ao seu
agravamento, em concordância com a tendência nacional.
32%
1444
1239
1227
1152
1148
1061
1054
1028
884
846
790
759
807
806
800
730
651
655
637
541
523
539
459
455
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
MAI
JUN
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
2007 2014
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007e 2014
LISBOA PAÍS
• Peso dos residentes no estrangeiro no total das dormidas revela que a região é bastante
competitiva a nível de internacionalização. No ano de 2007, a diferença do indicador das
dormidas face à média do país era superior e de 3,6.p., que aumentou para 5,9p.p. em 2014.
• A análise da receita por quarto disponível (RevPAR) revela uma aumento entre 2007
e 2014, apesar de menos acentuada que a verificada na média do país. Em 2007, o
RevPAR da região era superior à média do país em 17,3€, sendo que em 2014 essa
diferença passou a 24,6€ revelando que a região tem vindo a melhorar a sua perfor-
mance face à média do país.
• O índice das taxas de ocupação revela que a região de Lisboa apresenta sempre valores
superiores à média do país. De notar que a diferença para a média nacional passou de 6,4p.p
em 2007, para 8p.p em 2014, o que demonstra a forte competitividade deste indicador.
Evolução das dormidas dos mercados TOP 5 na Região de Lisboa [n.º, 2014]
1.400.000 -12,1%
1.200.000
+109,5%
1.000.000
+136,7% +46,1%
800.000 +8,4%
600.000
400.000
200.000
0
Espanha França Brasil Alemanha Reino Unido
Os cinco principais mercados externos representam 51% do mercado emissor para a re-
gião, considerando como medida as dormidas na hotelaria, o que evidencia alguma disper-
são de mercados quando comparado com 63% da média do país.
Importa ainda referir que só o mercado interno tem uma quota de 24,1% seguido do mer-
cado espanhol com 10,1% de quota e França com uma quota de 8,9%.
20%
BRASIL
7,2%
15%
FRANÇA
8,9%
10%
PORTUGAL
ALEMANHA 24,1%
6,8%
5%
ITÁLIA ESPANHA
0% 2,6% 10,1%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
-5%
QUOTA DE MERCADO
Analisando as variações médias anuais, entre 2007 e 2014, dos mercados em análise verifica-se
que o Brasil e a França registaram crescimentos expressivos de, respetivamente, 13,1% e11,1%.
Espanha foi o único mercado a registar uma variação média anual negativa (-1,8%).
Alentejo Central
Nº de Camas / NUTS III
23,35 %
Até 1 124
Alentejo
Litoral De 1 125 a 1910
40,69%
De 1 911 a 2 672
De 2 673 a 3 788
Baixo Alentejo
10,84% De 3 789 a 5 409
Em 2014, é ainda de destacar que 60% da oferta de empreendimentos turísticos são TER
e parques de campismo, o alojamento hoteleiro representa apenas 30% da capacidade do
total dos empreendimentos turísticos.
Notas:
TER e TH Parques
(1) Atual legislação: Hotéis, Hotéis-apartamentos,
220 60% 29.051 69%
Pousadas, Apartamentos e Aldeamentos turísticos;
de Campismo (3)
(2) Inclui Motéis, Estalagens e Pensões da anterior
legislação; (3) Dados de 2013 Alojamento Local (3) 101 21% 3.186 7%
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2014
Mas mais que o aumento quantitativo, assistiu-se a uma evolução a nível qualitativo, ten-
do-se verificado um crescimento de 92% no alojamento hoteleiro, o que revela uma signi-
ficativa aposta na reconversão dos empreendimentos. É de salientar que no total da oferta
de hotéis 68% pertencem às categorias de 3* e 4*.
O Alentejo é uma região com enormes recursos turísticos variados e diferenciadores, no-
meadamente, ao nível do património edificado, natural e histórico, bem como, o património
imaterial com valor turístico.
Analisando as dormidas dos alojamentos hoteleiros, que representam o maior peso das
dormidas da região, registou-se em 2014 um valor de 1,2 milhões de dormidas. A sua
distribuição pelo território é dispersa, sendo a maior concentração nas regiões NUTS III do
Alentejo Central e Alentejo Litoral.
Analisando as dormidas dos alojamentos hoteleiros, que representam o maior peso das
dormidas da Região de Lisboa, verifica-se que a sub-região da Grande Lisboa se assume
como a sub-região com vocação turística deste território.
Alentejo Central
36,0 %%
23,35
Alentejo
Litoral Nº de Dormidas / NUTS III
29,8%
40,69%
de 30 000 a 100 000
de 100 001 a 250 000
Baixo Alentejo
12,2%
10,84% de 250 001 a 400 000
12.000
10.000 65,4%
8.000 75,8%
6.000
4.000
2.000 34,6%
24,2%
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Residentes em Portugal Residentes no estrangeiro Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 a 2014
35,25%
235
165
150
146
121
120
116
106
113
109
99
96
89
84
89
69
79
77
65
69
61
51
52
44
FEV
FEV
MAR
MAR
ABR
ABR
SET
SET
JAN
JAN
DEZ
DEZ
MAI
JUN
MAI
JUN
AGO
AGO
NOV
NOV
JUL
JUL
OUT
OUT
2007 2014
ALENTEJO PAÍS
• Quando se analisa a receita por quarto disponível (RevPAR), o indicador revela uma
quebra mais acentuada que a queda da média do país Em 2007, a diferença para a
média do país era de 8,5€ sendo que em 2014 essa diferença passou a 11,3€.
• O Índice das taxas de ocupação, revela que a região manteve a sua posição a nível de
competitividade, apresentado em relação à média nacional uma diferença de 15.p.p..
60.000
+268,6%
40.000 +13,8% +42,2%
20.000
0
Espanha França Brasil Alemanha Reino Unido
2007 2014
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 e 2014
3,1%
20%
FRANÇA
5,9%
15%
10% R. UNIDO
2,3% PORTUGAL
ESPANHA 66,2%
5% 7,3%
ALEMANHA
0% 2,5%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
-5%
QUOTA DE MERCADO
Analisando para o período de 2007 a 2014 as variações dos diversos mercados e como
as suas quotas evoluíram importa salientar o mercado do Brasil que se destaca com uma
variação positiva de +20,5% seguido do mercado de França que apresenta um aumento de
+15,8%. O mercado interno foi o que menos cresceu, com uma variação média anual de
apenas +0,5%.
No que diz respeito à oferta de unidades de alojamento, esta carateriza-se por um aloja-
mento qualificado, comprovado pelo facto de 57% dos hotéis se incluírem nas categorias
de 4* e 5*. Por outro lado, é a região que apresenta menos oferta a nível de turismo em
espaço rural (TER), logo a seguir à Região de Lisboa.
Alcoutim
Monchique
0,6% Castro Marim
Aljezur 0,7%
0,2% Silves
2,9%
Loulé Tavira
São Brás Vila Real
Portimão 17,5% 4,1%
de de
Lagos 12,9%
Alportel Santo António
8,0% Lagoa Albufeira 4,8%
7,9% 36,7%
Vila do Bispo
1,8% Olhão
0,6%
Faro Nº de Camas / NUTS III
1,5%
De 0 a 2 013
De 2 014 a 5 512
De 5 513 a 9 096
De 9 097 a 19 893
Fonte:
Turismo de Portugal, 2014 De 19 894 a 41 792
A região tem como ativos de base os relacionados com o produto de Sol e Mar que se
tem vindo a apresentar de forma multissegmentada. O destaque para o ordenamento e a
valorização dos recursos naturais serão determinantes para o desenvolvimento da oferta
turística da região.
Alcoutim
Monchique
0,6% Castro Marim
Aljezur 0,7%
0,2% Silves
2,9%
Loulé Tavira
São Brás Vila Real
Portimão 17,5% 4,1%
de de
Lagos 12,9%
Alportel Santo António
8,0% Lagoa Albufeira 4,8%
7,9% 36,7%
Vila do Bispo
1,8% Olhão
0,6%
Faro Nº de Dormidas / NUTS III
1,5%
De 0 a 83 643
De 83 644 a 255 466
De 255 467 a 788 062
Nota: (1) Inclui Hotéis, Hotéis-apartamentos, Pousadas, De 788 063 a 2 087 391
Apartamentos e Aldeamentos turísticos
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2013 De 2 087 392 a 6 377 959
20.000
(mil)
TCMA = 1,6%
15.000
24,6%
22,8%
10.000
5.000 75,4%
77,2%
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Residentes em Portugal Residentes no estrangeiro Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 a 2014
Entre 2007 e 2014, as dormidas registaram um crescimento médio anual de apenas 1,6%,
com o mercado emissor a crescer a uma média de 1,2%, contra +2,7% do mercado interno,
o que se traduziu num aumento da quota do mercado interno.
2982
2439
2115
2461
1983
2066
1628
1742
1538
1341
1474
1173
1310
1186
909
642
749
NOV 563
JAN 377
DEZ 475
JAN 492
NOV 507
DEZ 398
FEV 548
FEV
MAR
MAR
ABR
ABR
SET
SET
MAI
JUN
MAI
JUN
AGO
AGO
JUL
JUL
OUT
OUT
2007 2014
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 e 2014
ALGARVE PAÍS
A fim de apurar a competitividade da região face à média do país, no início e após o período
do QREN 2007-2013, foram selecionados rácios, relativos aos estabelecimentos hotelei-
ros, cuja análise permite retirar as seguintes conclusões:
600.000
500.000
400.000
300.000
0
Reino Unido Alemanha Holanda Irlanda Espanha
PORTUGAL
24,6%
5%
ESPANHA HOLANDA
5,4% R. UNIDO
8,3% 32,4%
IRLANDA
5,9%
0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
ALEMANHA
9,7%
-5%
Entre 2007 e 2014, apenas o mercado britânico apresentou uma variação média anual
negativa, de -0,2%, continuando ainda assim a ser o mercado com maior quota na região
do Algarve.
Trata-se de uma região que aposta claramente nas atividades turísticas relacionadas com
a natureza, tendo em conta o vasto património natural, destacando-se como destino sus-
tentável.
Ponta
Nº de Camas / Concelho Delgada
Lagoa Povoação
Ilha de Vila Franca
De 0 a 200 São Miguel do Campo
55,6%
De 201 a 350
Ilha de
De 351 a 650 Sta. Maria Vila do
4,1% Porto
De 651 a 4 000
Ainda no que se refere à capacidade de alojamento da região, é de frisar que 44,5% da ofer-
ta existente se concentra em Ponta Delgada, capital da região.
A Região Autónoma dos Açores, no conjunto das suas nove ilhas, apresenta um vastís-
simo património natural, cuja riqueza ambiental representa um potencial inquestionável
para o Turismo, apresentando maior ou menor densidade em cada uma das nove ilhas.
O património cultural é também marcante em todo o arquipélago, com destaque para o
classificado como património mundial em algumas das ilhas.
Corvo
1200
1000
45,4% 37,4%
800
600
400
54,6% 62,6%
200
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
41%
185
161
190
130
123
159
132
129
99
115
106
88
82
99
75
51
50
56
34
46
46
33
JAN 26
DEZ 32
FEV
FEV
MAR
MAR
ABR
ABR
SET
SET
JAN
DEZ
MAI
JUN
MAI
JUN
AGO
AGO
NOV
NOV
JUL
JUL
OUT
OUT
2007 2014
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 e 2014
AÇORES PAÍS
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 e 2014
Com o objetivo de aferir a competitividade da região face à média do país, no início e de-
pois do período do QREN 2007-2013, foram selecionados alguns rácios relativos aos es-
tabelecimentos hoteleiros, sobre os quais se procedeu a uma análise permitindo retirar as
seguintes conclusões:
De modo geral, a evolução destes indicadores revela que a Região Autónoma dos Açores
apresentou progressos significativos nalguns indicadores (índice dos proveitos de apo-
sento/total de proveitos, taxas de ocupação e quota de estrangeiros nas dormidas), tendo
perdido competitividade, nomeadamente, na sazonalidade e no RevPAR, o que significa
que a Região manteve assim a sua posição relativa face ao País.
350.000
300.000
250.000
+155%
200.000
-69,2%
150.000
+151,9% +55,6%
100.000
+57%
50.000
0
Alemanha Escandinávia Espanha Holanda EUA
Neste contexto, considera-se pertinente proceder à análise da variação dos principais mer-
cados internacionais, sendo de referir que as variações registadas nos vários mercados
são bastante significativas. Destaca-se o mercado alemão que, entre 2007 e 2014 cresceu
mais do dobro (155%), seguindo-se o mercado espanhol que mais que duplicou (+151,9%)
as suas dormidas na região.
Com um aumento não tão significativo como os anteriores, mas ainda assim notável, evi-
dencia-se o aumento do mercado holandês (+55,6%) e norte-americano (+57%), sendo
que o único mercado dos TOP 5 que apresentou uma evolução negativa foi o mercado
da Península da Escandinávia que, entre 2007 e 2014, registou um decréscimo de 69,2%.
O comportamento negativo deste mercado poderá justificar-se com a extinção dos voos
diretos na rota Península da Escandinávia – R.A. dos Açores.
15%
EUA
10% 5,2%
PORTUGAL
5% HOLANDA 37,4%
6,2%
0%
0% 5% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%
-5%
-10%
ESCANDINÁVIA
9,6%
-15%
-20%
QUOTA DE MERCADO
Porto Santo
8,3%
Porto Moniz
0,8%
São Vicente
2,0% Santana
Machico
3,7% Nº de Camas / Concelho
Calheta
3,4% De 0 a 300
Com cerca de 10% da capacidade em alojamento hoteleiro do país, predomina a oferta das
unidades hoteleiras. De facto, a tipologia dos hotéis representa 56% da capacidade global
dos empreendimentos turísticos.
Porto Santo
8,3%
Porto Moniz
0,8%
São Vicente
2,0% Santana
Machico
3,7% Nº de Camas / Concelho
Calheta
3,4% De 0 a 300
6.000 10,6%
13,5%
5.000
4.000
3.000 89,4%
86,5%
2.000
1.000
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
631
589
585
579
576
553
535
534
542
511
514
486
498
432
402
386
389
366
362
364
364
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
JUN
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
2007 2014
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2007 e 2014
MADEIRA PAÍS
Com vista a aferir a competitividade da região face à média do país, no início e depois do
período do QREN 2007-2013, foram selecionados alguns rácios, relativos aos estabeleci-
mentos hoteleiros, sobre os quais se procedeu a uma análise permitindo retirar as seguin-
tes conclusões:
− O índice dos proveitos de aposento/total de proveitos, indica que a região perdeu com-
petitividade apresentando uma performance ligeiramente abaixo da média nacional,
sendo que entre 2007 e 2014, a tendência é um afastamento negativo da média nacional
na ordem dos 2 p.p..
− No que diz respeito às taxas de ocupação, a região apresenta valores superiores à média
nacional, verificando-se que a região se tem afastado positivamente da média nacional,
com cerca de +12 p.p. em 2007 e +17 p.p. em 2014, relativamente à taxa média de ocu-
pação do País.
− Quanto à quota de estrangeiros nas dormidas (medida pelo peso dos residentes no estran-
geiro no total das dormidas), verificou-se um ligeiro aumento na ordem dos 0,3 p.p. entre
2007 e 2014 face à média do País. Apesar de este aumento ser pouco expressivo, o arquipé-
lago da Madeira continua a ocupar a primeira posição na captação de turistas estrangeiros
no País, evidenciando assim a sua propensão para a internacionalização do destino.
Neste âmbito, considera-se pertinente salientar a variação registada nos principais mer-
cados internacionais, sendo de referir que as variações registadas nos vários mercados
são, de forma geral, pouco significativas à exceção de dois dos cinco principais mercados.
Destaca-se o mercado francês que, entre 2007 e 2014, aumentou mais do dobro (120%) as
dormidas na região, seguindo-se o mercado holandês que cresceu de forma ligeira (6,7%).
A procura (medida em dormidas na hotelaria) nesta região evidencia uma certa disper-
são dos principais mercados emissores, na medida em que o mercado interno e os cinco
principais mercados representam 74% do total das dormidas na região da Madeira. De
destacar que, no ano de 2014, apenas os mercados alemão e britânico representaram 47%
do total de dormidas na região.
15%
10%
0%
0% 5% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%
-5% ESCANDINÁVIA
9,3%
-10%
-15%
Entre 2007 e 2014, o mercado francês foi o que apresentou a variação média anual positiva,
mais elevada (+11,9%). Por outro lado, há a registar o decréscimo do mercado da Escandi-
návia (-0,5%) e do mercado interno (-2,6%).