Вы находитесь на странице: 1из 25

FACULDADE BRASILEIRA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

RODOLFO MORAES CUNHA

CONCRETO PROTENDIDO

VITÓRIA – ES
2012
RODOLFO MORAES CUNHA

CONCRETO PROTENDIDO

Trabalho apresentado a disciplina Metodologia


Científica do Curso de Graduação em
Engenharia Civil da Faculdade Brasileira –
UNIVIX, como requisito para avaliação.

Orientadora: Monica Delfino.

VITÓRIA – ES
2012
RESUMO

Esse trabalho aborda o tema concreto protendido. Técnica inovadora de grande


importância na atualidade tanto pela sua adequação econômica, como pelas
expectativas técnicas que ela proporciona à construção civil. São abordados o
conceito de protensão, a história do concreto protendido, os sistemas de protensão e
execução, sua aplicabilidade, a normatização do concreto protendido no Brasil, e as
vantagens do concreto protendido em detrimento ao concreto armado. Foi adotada
como metodologia a pesquisa bibliográfica. A obra “Concreto protendido” de Walter
PFEIL foi utilizada como principal auxílio, além de outras pesquisas já realizadas
bem como catálogos de empresas reconhecidas nesse âmbito.

Palavras-Chave: Protensão. Sistemas de protensão e execução. Concreto


protendido. Concreto armado.
SUMÁRIO
RESUMO .......................................................................................................... 03

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 05

2 CONCRETO PROTENDIDO .......................................................................... 06

2.1 CONCEITO DE PROTENÇÃO ..................................................................... 06

2.1.1 CORDOALHAS ......................................................................................... 06

2.2 HISTÓRIA .................................................................................................... 07

2.3 SISTEMAS DE PROTENÇÃO E EXECUÇÃO ............................................. 09

2.3.1 ARMADURAS PRÉ-TRACIONADAS ........................................................ 09

2.3.2 ARMADURAS PÓS-TRACIONADAS ........................................................ 09

2.3.3 MATERIAIS ............................................................................................... 11

2.4 APLICABILIDADE ........................................................................................ 11

2.4.1 EXEMPLOS DE APLICAÇÕES ................................................................. 12

2.5 NORMATIZAÇÃO NO BRASIL .................................................................... 13

2.6 CONCRETO PROTENDIDO X CONCRETO ARMADO .............................. 14

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 16

4 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 17

ANEXOS ............................................................................................................ 18
4

1 INTRODUÇÃO

Entre todos os sistemas de concretagem, a protensão apresenta melhor


performance. Constituída por materiais de alta resistência e pela aplicação de
tensões prévias, essa inovação tecnológica garante soluções práticas e inovadoras
na construção civil. Com o mercado cada vez mais variável, por conta de projetos
mais diferenciados e modernos, o concreto protendido se tornou um elemento de
fácil uso, uma vez que permite a construção de estruturas limpas e econômicas por
reduzir o consumo de materiais.

Por certo, o concreto protendido se incorporou à engenharia de tal forma que hoje é
considerado indispensável. No Brasil, por exemplo, nas últimas décadas essa
técnica construtiva cresceu, visto que o número de obras civis realizadas com o
concreto protendido aumentou. Obras que vão desde tanques e silos, passando por
viadutos e pontes, até edifícios de todos os tipos.

Portanto, é importante realizar estudos sobre esse conteúdo, haja vista que com o
passar dos anos, a construção civil vem aprimorando seus métodos construtivos.

Nesse trabalho, foi adotada como metodologia a pesquisa bibliográfica. Basicamente


foram separados os principais livros, outras pesquisas já feitas em relação ao
conteúdo bem como catálogos de empresas reconhecidas nesse âmbito. O objetivo
foi delimitar a área com o propósito de realizar uma pesquisa focada em realçar os
tópicos a serem abordados, e assim desenvolver uma investigação detalhada e
precisa do tema.

A principal fonte de pesquisa foi o livro “Concreto Protendido” do engenheiro Walter


PFEIL. Engenheiro renomado, PFEIL, escreveu diversos livros, e publicou artigos
técnicos no exterior, em inglês e alemão. Suas obras abrangem diversos temas,
além de ‘Concreto Protendido’ (1984), PFEIL abordou em seus livros títulos como:
‘Concreto Armado’ (1969), ‘Estruturas de Aço’ (1976), ‘Estruturas de Madeira’
(1977), ‘Pontes – Curso Básico’ (LTC, 1973) ‘Pontes em Concreto Armado’, dentre
outros.

Ademais, foi utilizado como apoio a ABNT (Associação Brasileira de Normas


Técnicas), NBR 6118 (2003/2007) e outras pesquisas realizadas por alunos e
5

professores da Universidade Federal de Viçosa, da Universidade Federal do Rio de


Janeiro. Outra fonte útil foi o artigo “Concreto Protendido: conceitos básicos”, autoria
de Ricardo LEOPOLDO e Silva FRANÇA da Universidade de São Paulo (USP).
6

2 CONCRETO PROTENDIDO

2.1 CONCEITO DE PROTENSÃO

O concreto não resiste tão bem à tração, mas resiste à compressão. Devido à baixa
capacidade de resistir à tração, 10% da ordem de resistência à compressão, fissuras
de flexão aparecem para níveis de gravames baixos1.

Com isso, surge o termo protensão com o objetivo de encontrar um meio de


aumentar a resistência do concreto à compressão e de evitar as fissuras geradas
pelo carregamento.

No dicionário Aurélio encontra-se a seguinte definição para a palavra protensão:


"Processo pelo qual se aplicam tensões prévias ao concreto.” 2 Dessa forma, pode-
se afirmar que protensão expressa ideia de instalação de um estado prévio de
tensões em algo.

Portanto, concreto protendido é, basicamente, o concreto armado ao qual lhe é


acrescentado mais um gravame por meio de cabos de protensão. Em suma, são
peças de concreto, tais como vigas e lajes, nas quais tensões internas são induzidas
através de aço de protensão. Desta forma: “A protensão pode ser definida como o
artifício de introduzir, numa estrutura, um estado prévio de tensões, de modo a
melhorar sua resistência ou seu comportamento, sob ação de diversas solicitações.”

2.1.1 Cordoalhas

Na década de 50 e 60 surgiram as cordoalhas de fios, as quais são um sistema de


cabos de aço, em bainhas. As cordoalhas são colocadas no interior do concreto, e
com o endurecimento deste, é feita a protensão, possibilitando assim, o trabalho
com vãos maiores e obras mais esbeltas.

1 ISHITANI, H.I.; LEOPOLDO, R.L.; FRANÇA, S.F. Concreto Protendido: fundamentos


iniciais. Escola Politécnica – USP, Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações,
2002, p. 2.

2 FERREIRA, A.B.H. Dicionário Aurélio, 5.ed. Nova Fronteira, S.P. 1985.


7

A protensão do concreto é feita através de cabos de aço altamente resistentes,


tracionados e ancorados no próprio concreto pelas suas extremidades. Esses cabos
são denominados armaduras de protensão e podem ser pré-tracionados ou pós-
tracionados3.

As barras de aço para protensão são, geralmente, apresentadas em forma


de barras rosqueadas com nervuras laminadas a quente. Uma bitola típica é
a barra DYWIDAG f 32. Os fios de aço para concreto protendido são
padronizados pela NBR-7482. As cordoalhas são constituídas de 2, 3 ou 7
fios de aço de protensão e são padronizadas pela NBR-7483.4

Normalmente, a força de protensão é obtida pela utilização de um grupo de cabos


que, por sua vez, são constituídos de várias cordoalhas5. Por certo, há diferentes
tipos de aço para protensão6, e assim esses podem ser cordoalhas de aço para com
3 fios7, 7 fios8 e com 7 fios revestida9, dentre outras.

2.2 HISTÓRIA

Em 1824, após a criação do cimento Portland (Inglaterra), a França e a Alemanha


aperfeiçoaram a utilização do cimento, desenvolvendo o concreto armado e o
concreto protendido 10 . Em meados do século XIX, as estruturas das edificações
receberam reforço, por meio das armaduras de aço no concreto e, até 1877, as

3 PFEIL, Walter. Concreto protendido. 2.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1983. p.5.

4 ISHITANI, H.I.; LEOPOLDO, R.L.; FRANÇA, S.F. Concreto Protendido: fundamentos


iniciais. Escola Politécnica – USP, Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações,
2002, p.20.

5 Ibid, p. 11.

6 Figura 1 – Diferentes tipos de aço para protensão. ANEXO A – FIGURAS.


7 Figura 2 – Cordoalhas de aço, 3 fios. ANEXO A – FIGURAS.

8 Figura 3 – Cordoalhas de aço, 7 fios. ANEXO A – FIGURAS.

9 Figura 4 – Cordoalhas de aço, 7 fios revestida. ANEXO A – FIGURAS.

10 VERISSÍMO, G.S.; CÉSAR JR, K.M.L. Concreto Protendido: fundamentos básicos.


Universidade Federal de Viçosa, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Departamento
de Engenharia Civil. 4.ed., 1998, p. 2.
8

construções em concreto armado ainda eram feitas empiricamente 11. Exatamente


neste ano, o americano Hyatt, através de experimentos científicos com concreto,
descobriu o efeito da aderência entre a armadura e o concreto. A partir de então, as
construções passaram a colocar aço apenas no lado tracionado da estrutura12.

Ensaios com concreto protendido também eram feitos na mesma época, porém sem
êxito, já que não obtiveram a protensão, devido à retração e consistência do
concreto. No começo do século 20, Morsch desenvolveu a teoria do concreto
armado, por meio de ensaios13. Em 1919, na Alemanha, K. Wettstein fabricou
placas de concreto usando cordas de piano14. Em 1923, a ideia de Wettstein foi
reconhecida e o americano R. H. Dill concluiu que a utilização de fios de alta
resistência superava as perdas de protensão, sob elevadas tensões. Cinco anos
depois, o francês Eugene Freyssinet apresentou o primeiro trabalho sobre concreto
protendido, pois em 1924 ele já havia utilizado a protensão para construir galpões
com o objetivo de conseguir grandes vãos15. Freyssinet desenvolveu a tecnologia
do concreto protendido e divulgou-a para outros países16.

No ano de 1936 foi construída a primeira ponte na Alemanha. No período da


Segunda Guerra Mundial as construções com concreto protendido se tornaram
comum. Em 1950 o desenvolvimento do concreto protendido acelerou, houve a
primeira conferência sobre protensão, originando o FIP (Federation Internationale de
la Precontrainte), Finster Walter executou a primeira ponte em balanço, utilizando a
protensão.

A primeira construção utilizando o concreto protendido no Brasil foi a ponte


Galeão17, no Rio de Janeiro, em 1948, todo o material utilizado: aços, ancoragens,

11 Ibid, p. 3-4.

12 Figura 4 – Cordoalhas de aço, 7 fios revestida. ANEXO A – FIGURAS.

13 Figura 4 – Cordoalhas de aço, 7 fios revestida. ANEXO A – FIGURAS.

14 Figura 4 – Cordoalhas de aço, 7 fios revestida. ANEXO A – FIGURAS.

15 Figura 4 – Cordoalhas de aço, 7 fios revestida. ANEXO A – FIGURAS.

16 Figura 4 – Cordoalhas de aço, 7 fios revestida. ANEXO A – FIGURAS.

17 Figura 5 – Ponte Galeão, Rio de Janeiro. ANEXO A – FIGURAS.


9

equipamentos e projetos foram importados da França. Em 1952 a Companhia


Siderúrgica Belgo Mineira inicia a fabricação de aço protendido no Brasil. 18 O
Espírito Santo foi um dos pioneiros no Brasil a utilizar o concreto protendido, uma
das obras marcantes foi a construção da Ponte Deputado Darcy Castello de
Mendonça, a "Terceira Ponte" 19.

Segundo Veríssimo e César Jr., “Em 1953, foi publicada a DIN 4227, norma alemã
de concreto protendido”20. Em 1978, o Comitê Euro - Internacional du Betón (CEB /
FIP) implantou o código modelo para estruturas de concreto armado e concreto
protendido, que é utilizado até os dias de hoje como base de normas.

Percebe-se que nos últimos 100 anos, a protensão é aplicada ao concreto, mas sua
ideia é mais antiga, desde a época de barris e rodas de carroças tensionadas.
Atualmente, com a evolução da tecnologia, a utilização é ampla, pode-se construir
desde lajes e vigas residenciais até reservatórios e pontes. A arquitetura das
construções foi modificada, criando formas geométricas que antes não existiam,
como coberturas circulares de estádios de futebol.

2.3 SISTEMAS DE PROTENSÃO E EXECUÇÃO

A protensão do concreto é feita por meio de cabos de aço, que são esticados e
ancorados nas extremidades. Os cabos de aço também denominados armaduras de
protensão, podem ser pré-tracionadas ou pós-tracionadas21.

2.3.1 Armaduras pré-Tracionadas

(Protensão com aderência inicial)

18 BELGO – Grupo Arcelor Mittal. Catálogo Técnico Online de Produtos, 2004.


19 Ministério do Transporte. <http://www2.transportes.gov.br/bit/02-rodo/9-pontes-
viadutos/pontes/ES/3a_vitoria/gptvito3.htm>. Acesso em 28 de março de 2012.
20 VERISSÍMO, G.S.; CÉSAR JR, K.M.L. Concreto Protendido: fundamentos básicos.
Universidade Federal de Viçosa, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Departamento
de Engenharia Civil. 4.ed., 1998, p. 11.

21 PFEIL, Walter. Concreto protendido. 2.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1983.

p.5.
10

Concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é feito utilizando-


se apoios independentes do elemento estrutural, antes do lançamento do concreto,
sendo a ligação da armadura com os referidos apoios desfeita após o
endurecimento do concreto; a ancoragem no concreto realiza-se só por aderência22.

Este sistema de protensão geralmente utilizado em fabricas de pré-moldagem, onde


a concretagem se faz em leitos de protensão. Os leitos são alongados, permitindo a
produção de varias peças ao mesmo tempo. A ancoragem do concreto e dado por
aderência num comprimento total da peça a ser ancorada23.

2.3.2 Armaduras pós-Tracionadas

(Protensão sem aderência)

Concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é realizado após


o endurecimento do concreto, sendo utilizados, como apoios, partes do próprio
elemento estrutural, mas não sendo criada aderência com concreto, ficando a
armadura ligada ao concreto apenas em pontos localizados24.

Estes sistemas podem apresentar uma grande variedade dependendo dos tipos de
cabos e de seu percurso estrutura, tipos e posicionamento das ancoragens. Quanto
a posição relativa entre os cabos e a peça de concreto pode ser classificado em
duas categorias cabos internos e cabos externos.

Os Cabos internos são colocados no interior da peça e envoltos por uma bainha
para impedir o contato com o concreto, após a protensão enche-se a bainha com
material inerte ou uma nata de concreto para proteger os cabos da corrosão. Os
cabos internos podem apresentar uma trajetória qualquer, sendo projetadas com

22 ABNT (2004) Associação Brasileira de Normas Técnicas, Projeto e Execução de Obras


em Concreto, NBR6118.

23 PFEIL, Walter. Concreto protendido. 2.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1983.

p.8.

24 ABNT (2004) Associação Brasileira de Normas Técnicas, Projeto e Execução de


Obras em Concreto, NBR6118.
11

uma sequência retilíneas ou curvilíneas, as bainhas utilizadas podem ser metálica


que podem ser lisas ou onduladas. As onduladas melhoram as condições de
aderência dos cabos. A aderência dos cabos pós-tracionados é inferior a dos cabos
pré-tracionados, mesmo sendo injetados com uma nata de concreto e bainha
ondulada. Os cabos com bainhas de papel ou de plástico (lisos) são considerados
não aderentes, embora haja ligação por atrito entre o cabo e o concreto 25.

Os Cabos externos são cabos adjacentes a estrutura a ser protendida, estabelece-


se a aderência por concretagem direta no cabo, melhorando se a ligação com a
estrutura. Geralmente são cabos retilíneos ou poligonais, neste ultimo caso, os
desvios são feitos em selas de apoio. Esse tipo de cabo e muito utilizado em
projetos de reforço de obras. Quanto a sua própria constituição, os cabos podem ser
divididos em duas categorias; Cabos isolados independentes: utilizam-se vários
cabos padronizados de certa capacidade, para atingir o esforço desejado. Cabos
concentrados: A protensão de uma peça e feita com um único cabo, colocando-se
tantos fios de aço quanto necessários. A primeira categoria constitui hoje
praticamente a totalidade dos sistemas de armaduras pós-tracionadas, uma vez que
se prestam mais a industrialização26.

2.3.3 Materiais

Os principais materiais utilizados em concreto protendido são: concreto, armaduras


não protendidas e armaduras protendidas27.

A resistência do concreto é determinada em ensaios de ruptura de corpos de prova


padronizados, com idade de 28 dias, sua resistência continua aumentando após 28

25 PFEIL, Walter. Concreto protendido. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1983.

p.8-11.

26 PFEIL, Walter. Concreto protendido. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1983.

p.8.

27 PFEIL, Walter. Concreto protendido. 2.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1983. p. 8
12

dias. Nos projetos, o engenheiro especifica um valor da referencia característica


(fck), em função da qual as seções das peças são dimensionadas28.

2.4 APLICABILIDADE

Esta inovação tecnológica tem sua aplicabilidade diretamente ligada as suas


vantagens e novas possibilidades construtivas como pontuou LOUREIRO em seu
projeto sobre Lajes Protendidas29.

A habilidade desenvolvida pelo concreto protendido possibilita um campo


abrangente de aplicações. Tem grande impacto, sobretudo nos projetos que visam a
melhor e mais econômica forma de organizar a questão estrutural.

Com isso, nos edifícios residenciais e comerciais as lajes protendidas permitem


grande aproveitamento dos espaços e o menor número de pilares, que podem
aumentar as vagas de garagem30. Além disso, o concreto protendido possibilita
ainda a execução de novas formas geométricas de acordo com conveniências
arquitetônicas. Ademais, as lajes cogumelos (lisas) possibilitam, por sua vez, ainda
maior facilidade na a instalação de dutos de ar condicionado e dutos hospitalares.

Enfim, há várias aplicações do concreto protendido. Utilizar-se-á um recorte do


catalogo publicado pela Belgo, grupo Arcelor, para enumerar algumas delas:

Barragens (viga - munhão das comportas), pontes e


viadutos (aduelas, caixão-perdido, vigas e transversinas,
balanços sucessivos etc.), aeroportos (pistas, pátios de
estacionamento, hangares etc.), portos (caixões
flutuantes, cais de atracação, diques secos, plataformas
marítimas de petróleo etc.), piscinas, estações de
tratamento de esgotos, reservatórios (elevados e
apoiados no solo), silos, radiers etc. Tirantes de
contenção provisórios e definitivos, em solo ou rocha.

28 PFEIL, Walter. Concreto protendido. 2.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1983. p. 8

29 LOUREIRO, G.J. Projeto de Lajes Protendidas com Cordoalhas Engraxadas. Protensão e


Industrialização de Estruturas de Concreto, 2006, p. 3.
30 ABNT (2004) Associação Brasileira de Normas Técnicas, Projeto e Execução de Obras
em Concreto, NBR6118.
13

Artefatos de Concreto: Estacas, dormentes, postes,


vigotas, pré-lajes, mourões etc. Recuperação de
Estruturas: recuperação de estruturas e/ou reforço de
obras já executadas, com cabos internos ou externos,
galpões: na construção de galpões industriais e de
armazenamento em geral, através da utilização da pré-
tração, são produzidos diversos tipos de peças pré-
moldadas leves e econômicas, fáceis de transportar e
manusear, tais como, engraxados ou injetados com
pasta de cimento 31.

2.4.1 Exemplos de Aplicações

Um exemplo é a aplicação de concreto protendido em pontes. A ponte Presidente


Costa e Silva (Rio de Janeiro) 32 não possui o recorde de maior utilização de
protensão no concreto, mas contempla o recorde de maio vão em aço o que faz com
que atualmente ela seja considerada a maior ponte, nesse âmbito, do hemisfério
sul33.

O concreto protendido também é utilizado em lajes, denominadas lajes


protendidas34, e em pisos de edifícios35. As lajes cogumelo protendidas são uma
opção atraente, principalmente quando o projeto requer grandes vãos livres 36.

Ademais, o concreto protendido é aplicado na construção de Silos37, bem como em


obras com peças pré-moldadas 38 ou com estacas protendidas 39 usadas para
fundações, etc.

31 BELGO – Grupo Arcelor Mittal. Catálogo Técnico Online de Produtos, 2004, p. 2

32 Figura 6 – Ponte Presidente Costa e Silva. ANEXO A – FIGURAS.

33 WIKIPÉDIA. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_Rio-Niter%C3%B3i>. Acesso em: março


de 2012.

34 Figura 7 – Lajes Protendidas ANEXO A – FIGURAS.

35 Figura 10 – Garagem. ANEXO A – FIGURAS.

36 VERISSÍMO, G.S.; CÉSAR JR, K.M.L. Concreto Protendido: fundamentos básicos.


Universidade Federal de Viçosa, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Departamento
de Engenharia Civil. 4.ed., 1998, p. 12.
14

2.5 NORMATIZAÇÃO NO BRASIL

Com a crescente utilização do concreto protendido no mundo a partir de 1949,


verificou-se a necessidade de normatizar os produtos oriundos desta produção em
franco crescimento. Assim em 1950, na França, surgiu a primeira conferencia
voltado exclusivamente para a discussão do concreto protendido. Chamado de FIN
(Federation Internationale de la Precontrainte)40.

Em 1953, surgiu a primeira norma técnica voltada para o concreto protendido, na


Alemanha, chamada de DIN 4227. E em 1956 houve um incremento na produção e
na utilização de métodos protendidos com a validação desta norma.

Em 1978, no Comite Euro-Internacional du Béton (CEB/FIP) foi publicado o código


modelo para estruturas de concreto armado e concreto protendido, permitindo assim
que países passassem a criar suas próprias normas tendo como base o Código
Modelo CEB/FIP. Códigos mais recentes foram publicados em 1990 e 1994.

No Brasil a Norma Brasileira NBR 7197 (1989) Projeto de Estruturas de Concreto


Protendido foi criada para normatizar a execução de projetos utilizando a protensão.

Esta NBR fixa condições e exigências no projeto que devem ser obedecidas na
execução e no controle de obras com a utilização de concreto protendido.

A Norma Técnica NBR 6118 (2003) usada para substituir a NBR 7197 define a
estrutura de concreto protendido como

“[...] nos quais parte das armaduras é previamente


alongada por equipamentos especiais de protensão com
a finalidade de, em condições de serviço, impedir ou
limitar a fissuração e os deslocamentos da estrutura e

37 Figura 8 – Silo. ANEXO A – FIGURAS.

38 Figura 9 – Peças pré-moldadas de concreto protendido. ANEXO A – FIGURAS.

39 Figura 11 – Estacas Protendidas usadas para fundações. ANEXO A – FIGURAS.

40 PEREIRA, J.L.S; CARVALHO, R.G.; LACERDA, I.G.; NETO, E.S.A.; CUNHA, M.


Concreto Protendido e Lajes Protendidas com Monocordoalhas Engraxadas. 2005, p. 3.
15

propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta


resistência no Estado Limite Último (ELU).”41

Hoje, existe uma tendência em unificar os temas do concreto armado para o


Concreto Protendido, pois a teoria de um é valida para o outro, acrescentando, claro,
a protensão e as armaduras apropriadas para cada caso 42 . A NBR 6118 de
31/03/2003 já contempla a nova tendência verificada.

A última revisão da NBR 6118 de 2007 revela a preocupação com as diferentes


qualidades do projeto e durabilidade da estrutura de acordo com a Classe Ambiental
de Agressividade. Esta classificação permite determinar as diferenças de projetos,
como por exemplo, a qualidade do concreto, cobrimento das armaduras, limitações
de aberturas de fissuras entre outras43.

2.6 CONCRETO PROTENDIDO X CONCRETO ARMADO

É indubitável as vantagens que a utilização do concreto protendido traz em relação


ao uso do concreto armado. De acordo com Vasconcelos a protensão utiliza menos
concreto, o que faz diminuir a deformação das peças tornando-as mais rígidas44.
Como resultado a protensão do concreto é “atraente” para vencer a construção de
grandes vãos.

A protensão diminui as taxas de cisalhamento da seção do concreto permitindo


diminuir a quantidade de aço para a armadura transversal. Vale salientar que o para
se utilizar o concreto protendido, deve-se aumentar a taxa de resistência do
concreto, fortalecendo-o com o uso das cordoalhas de protensão. Já a utilização do

41 ABNT (2003) Associação Brasileira de Normas Técnicas, Projeto e Execução de Obras


em Concreto, NBR6118.

42 Figura 9 – Peças pré-moldadas de concreto protendido. ANEXO A – FIGURAS.

43 ABNT (2007) Associação Brasileira de Normas Técnicas, Projeto e Execução de Obras


em Concreto, NBR6118.

44 VASCONCELOS, K.S. Análise comparativa entre lajes nervuradas em concreto


armado e concreto protendido. Universidade Federal do Rio de Janeiro. RJ, 2010, p. 5-6.
16

concreto armado precisa de armaduras convencionais, que tornam a estrutura mais


pesada, e utiliza maior quantidade de cimento por metro quadrado45.

Em comparação ao concreto armado, o protendido consegue ser uma boa opção


para vãos maiores do que 7 metros, pois permite diminuir a possibilidade de
fissuração. O concreto armado precisa de maior quantidade de material e, como a
peça produzida possui menor rigidez do que a mesma peça protendida, ela acaba
cedendo ao próprio peso criando deformações.

Conforme Vasconcelos, peças em concreto protendido podem sofrer mais esforços


do que uma peça em concreto armado, permitindo construir utilizando menos apoios
para a peça, aumentando a área útil utilizável e permitindo maior flexibilidade
arquitetônica46.

45 PEREIRA, J.L.S; CARVALHO, R.G.; LACERDA, I.G.; NETO, E.S.A.; CUNHA, M.


Concreto Protendido e Lajes Protendidas com Monocordoalhas Engraxadas. 2005, p.
3.

46 PEREIRA, J.L.S; CARVALHO, R.G.; LACERDA, I.G.; NETO, E.S.A.; CUNHA, M.


Concreto Protendido e Lajes Protendidas com Monocordoalhas Engraxadas. 2005, p.
3.
17

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho teve como objetivo realizar um estudo delimitado do concreto


protendido, com o propósito de realizar uma pesquisa focada em abranger o tema
realçando aquilo que era essencial pesquisar e estudar. Assim, foi desenvolvida uma
investigação precisa e detalhada dos tópicos.

A primeira etapa do trabalho foi identificar, através de pesquisa bibliográfica, quais


tópicos do tema seriam abordados. Como resultado, foi considerado relevante
analisar e buscar informações que responderiam as seguintes questões: qual o
conceito de protensão? Qual a história do concreto protendido? Quais são os
sistemas de protensão e execução dessa técnica construtiva? Onde o concreto
protendido por ser aplicado? Qual a participação dessa inovação tecnológica nas
construções civis no Brasil? Quais são as vantagens do concreto protendido sobre
as técnicas de construções convencionais?

Para analisar o conceito de protensão foi utilizado um fragmento do livro “Concreto


Protendido” de Walter PFEIL e uma definição para protensão encontrada no
Dicionário Aurélio. Da mesma forma, o estudo sobre os sistemas de protensão e
execução do concreto protendido também tomou como base o capítulo 1 do livro de
PFEIL, além da NBR 6118/2003.

Ademais, o estudo sobre a aplicação do concreto protendido e a sua normatização


no Brasil foi, principalmente, por meio da NBR 6118/2007 e do artigo “Concreto
protendido: fundamentos básicos” de autoria dos engenheiros Gustavo de Souza
VERÍSSIMO e Kléos M. Lenz CÉSAR JR. Igualmente, a investigação do concreto
protendido sobre o concreto armado também partiu do artigo de VERÍSSIMO e
CÉSAR JR.

Paralelamente, todos os pontos foram estudados e assim o objetivo final foi atingido.
Enfim, concluímos que foi importante realizar estudos sobre esse conteúdo, uma vez
que com o passar dos anos, a construção civil vem aprimorando seus métodos
construtivos.
18

REFERÊNCIAS

1. ABNT (2003/2004/2007) Associação Brasileira de Normas Técnicas, Projeto

e Execução de Obras em Concreto, NBR6118.

2. BELGO – Grupo Arcelor Mittal. Catálogo Técnico Online de Produtos,

2004.

3. FERREIRA, A.B.H. Dicionário Aurélio, 5.ed. Nova Fronteira, S.P. 1985.

4. ISHITANI, H.I.; LEOPOLDO, R.L.; FRANÇA, S.F. Concreto Protendido:

fundamentos iniciais. Escola Politécnica – USP, Departamento de Engenharia

de Estruturas e Fundações, 2002.

5. LOUREIRO, G.J. Projeto de Lajes Protendidas com Cordoalhas

Engraxadas. Protensão e Industrialização de Estruturas de Concreto, 2006.

6. Ministério do Transporte. Resumo Informativo de pontes e viadutos

Relevantes. Disponível em: <http://www2.transportes.gov.br/bit/02-rodo/9-

pontes-viadutos/pontes/ES/3a_vitoria/gptvito3.htm> Acesso em: 28 de março

de 2012.

7. PEREIRA, J.L.S; CARVALHO, R.G.; LACERDA, I.G.; NETO, E.S.A.; CUNHA,

M. Concreto Protendido e Lajes Protendidas com Monocordoalhas

Engraxadas. São Paulo, 2005.

8. PFEIL, Walter. Concreto protendido. 2.ed. Livros Técnicos e Científicos

Editora LTDA. Rio de Janeiro, 1983.


19

9. VASCONCELOS, K.S. Análise comparativa entre lajes nervuradas em

concreto armado e concreto protendido. Universidade Federal do Rio de

Janeiro. RJ, 2010.

10. VERISSÍMO, G.S.; CÉSAR JR, K.M.L. Concreto Protendido: fundamentos

básicos. Universidade Federal de Viçosa, Centro de Ciências Exatas e

Tecnológicas, Departamento de Engenharia Civil. 4.ed. Viçosa, 1998.

11. WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_Rio-

Niter%C3%B3i>. Acesso em: março de 2012.


20

ANEXOS

ANEXO A – FIGURAS

Figura 1 – Diferentes tipos de aço para protensão.

Fonte – Disponível em: <http://www.lem.ep.usp.br/pef2304/protendido_c1e2.pdf>. Acesso em:

março de 2012.

Figura 2 – Cordoalhas de aço, 3 fios.

Fonte – Disponível em: <http://www.cabosdeacocablemax.com.br/tl_files/images/cordoalha1x3.jpg>.

Acesso em: março de 2012.


21

Figura 3 – Cordoalhas de aço, 7 fios.

Fonte – Disponível em: <http://www.cabosdeacocablemax.com.br/tl_files/images/cordoalha1x7.jpg>.

Acesso em: março de 2012.

Figura 4 – Cordoalhas de aço, 7 fios revestida.

Fonte – Disponível em:<http://www.cabosdeacocablemax.com.br/tl_files/images/cordoalha1x7r.jpg>.

Acesso em: março de 2012.


22

Figura 5 – Ponte Galeão, Rio de Janeiro.

Fonte – Disponível em: <http://www.ilhacarioca.com.br/wp-

content/uploads/2010/03/ponte_velha_galeao_construcao.jpg>. Acesso em: março de 2012.

Figura 6 – Ponte Presidente Costa e Silva ou Ponte Rio – Niterói.

Fonte – Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABv4EAA/trabalho-concreto-

protendido>. Acesso em: março de 2012.

Figura 7 – Lajes Protendidas, concreto protendido em obras residenciais.

Fonte – Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABv4EAA/trabalho-concreto-

protendido>. Acesso em: março de 2012.


23

Figura 8 – Silo, obra de concreto protendido em ambiente agressivo de

grande porte.

Fonte – Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABv4EAA/trabalho-concreto-

protendido>. Acesso em: março de 2012.

Figura 9 – Peças pré-moldadas de concreto protendido.

Fonte – Disponível em: <http://www.premoldadoscontec.com.br/?url=obras>. Acesso em:

março de 2012.
24

Figura 10 – Garagem, uso de concreto protendido em pisos.

Fonte – Disponível em: <http://www.rudloff.com.br/concreto-protendido/images/_home.jpg>.

Acesso em: março de 2012.

Figura 11 – Estacas Protendidas usadas para fundações.

Fonte – Disponível em: <http://br.all.biz/img/br/catalog/small/73106.png>. Acesso em: março

de 2012.

Вам также может понравиться