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Artigo de Revisão Artigo de Revisão

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Archives of Veterinary Science, v.14, n.1, p.63-73, 2009 ISSN 1517 – 784X
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METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NÃO-ESTRUTURAIS EM RUMINANTES

Metabolism of non-structural carbohydrates in ruminants

CAÑIZARES, G.I.L.1; RODRIGUES, L.1; CAÑIZARES, M.C.1

1
Aluno de Doutorado - Programa de Pós-Graduação em Zootecnia - FMVZ/Unesp-Campus Botucatu/SP.

Endereço para correspondência: Luciana Rodrigues - llucianarr@gmail.com

RESUMO

Os carboidratos constituem de 50 a 80% da matéria seca dos volumosos e grãos e


podem ser divididos em estruturais (celulose, hemicelulose) e não-estruturais (amido,
pectina e açúcares). Os carboidratos não-estruturais são digeridos principalmente no
rúmen e seu processo é uma seqüência dinâmica para o fornecimento de nutrientes ao
intestino. A qualidade e a quantidade de produtos resultantes da fermentação ruminal são
dependentes do tipo e atividade dos microrganismos do rúmen influenciado pelo tipo de
alimentação e processamento em que são submetidos os grãos de cereais que compõe a
dieta. Os CNE escapam da fermentação ruminal para serem digeridos em glicose no
intestino delgado pelas enzimas de origem pancreáticas (α-amilase) e mucosa intestinal
(maltase e isomaltase). O amido é o maior componente fornecedor de energia dos grãos
de cereais, os quais são importantes componentes das dietas utilizadas para as
produções intensivas de leite e carne.

Palavras-chave: amido, digestão de carboidratos, fermentação ruminal, glicose, pectina

ABSTRACT

The carbohydrates provide 50 to 80% of the dry matter of grain and roughage and can be
divided into structural (cellulose, hemicellulose) and non-structural (starch, pectin and
sugars). The non-structural carbohydrates are primarily digested in the rumen and its
dynamic process is a sequence for the supply of nutrients to the intestine. The quality and
quantity of products resulting from ruminal fermentation are dependent on the type and
activity of microorganisms in the rumen influenced by the type of food processing and that
are subject of cereal grains that make up the diet. The NSC escape of rumen fermentation
to be digested into glucose in the small intestine by pancreatic enzymes of origin (α-
amylase) and intestinal mucosa (maltase and isomaltase). Starch is the most important
energy supplier of cereals, which are important components of diets for intensive
production of milk and meat.

Key words: carbohydrates digestion, glucose, pectin, ruminal fermentation, starch

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Recebido para publicação em 12/03/2009
Aprovado em: 05/11/2009
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Metabolismo de carboidratos não-estruturais em ruminantes
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INTRODUÇÃO não nitrogenados, e mais recentemente de


carboidratos não fibrosos (CNF). Os CNF
Na nutrição de ruminantes o alimento continuam a ser calculados,
consumido é retido no rúmen para sua preferencialmente, ao invés de analisados
fermentação. Nesse local, forças físicas, diretamente, devido aos vários tipos de
químicas e biológicas interagem para seu carboidratos incluídos nesta fração
desdobramento e retenção. As partículas (Teixeira e Andrade, 2001).
alimentares que compõem as dietas são Em relação à disposição histológica na
solubilizadas e misturadas com a fase planta, os carboidratos podem ser divididos
líquida, sendo rapidamente fermentadas em estruturais (celulose, hemicelulose) e
pelos microrganismos do rúmen e os não-estruturais (amido, pectina e
compostos derivados do seu metabolismo açúcares).
irão nutrir o animal (Rodrigues e Vieira, O grupo dos carboidratos não estruturais
2006). A inclusão de carboidratos não- é constituído pelos açúcares e amido,
estruturais como fonte de energia na sendo assim classificados por estarem
alimentação de ruminantes tem sido presentes no conteúdo celular e serem
observada como forma de aumentar a fontes de energia prontamente disponíveis
produtividade dos animais. ou de reserva para a planta (De Visser,
Os carboidratos não-estruturais são 1993; Chesson e Monro, 1982). A exceção
fermentados por bactérias ruminais como: é a pectina, que é um polissacarídeo
Streptococcus bovis, Ruminobacter amorfo contido na parede celular, mas
amylophilus, Lactobacillus sp etc., em classificado como carboidrato não
produtos finais que são os ácidos graxos estrutural por ser totalmente solúvel em
voláteis (AGV) que irão servir como fonte detergente neutro e ser rápida e
de energia para seu crescimento e extensamente degradável pelos
produção de proteína microbiana. microrganismos ruminais (Van Soest,
Esta revisão tem como objetivo explorar 1994).
as informações existentes sobre Os CNE também podem ser
carboidratos não-estruturais e sua classificados como solúveis em água
importância na nutrição de ruminantes. (incluindo monossacarídeos, dissacarídeos,
oligossacarídeos e alguns polissacarídeos)
DESENVOLVIMENTO e polissacarídeos maiores que são
insolúveis em água. Carboidratos não-
CARBOIDRATOS estruturais solúveis em água, como
Os carboidratos constituem de 50 a 80% açúcares (glicose e frutose) e
da matéria seca dos volumosos e grãos. dissacarídeos (sacarose e lactose) são
Seu valor nutritivo depende de sua rapidamente fermentados no rúmen e
composição em açúcares e de suas incluem uma fração significante em alguns
ligações com compostos fenólicos. A alimentos utilizados na dieta dos
disponibilidade nutricional dos carboidratos ruminantes (melaço, polpa da beterraba
depende da capacidade dos animais em etc.).
quebrar as ligações glicosídicas nos As pectinas são carboidratos associados
diferentes carboidratos e outras com a parede celular, mas não são
substâncias (Van Soest, 1994). covalentemente unidos às porções
Desde o século XIX, carboidratos que lignificadas e são digeridas completamente
não sejam fibra bruta ou fibra solúvel em no rúmen (90 a 100%). Hatfield e Weimer
detergente neutro têm sido calculados ou (1995) encontraram que a quantidade de
estimados por diferença. Estes pectina variou entre as diferentes partes da
carboidratos foram chamados de extrativos planta, possuindo as folhas e hastes da
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alfafa, em média, 25% a 30% e 10% a 20% A produção de ruminantes no Brasil está
da parede celular com pectina, fundamentada, principalmente na utilização
respectivamente. Alguns subprodutos da das pastagens; sendo assim, a forragem
agro-indústria são particularmente ricos em deve suprir todos os nutrientes exigidos
pectina,como a polpa de beterraba e de pelos animais. Entretanto, devido a
outros tubérculos (25% de pectina), polpa disponibilidade limitada e a baixa
cítrica (25%) e polpa de maçã seca (19%). quantidade de forragens em virtude dos
Desses, a polpa cítrica é a fonte mais fatores climáticos, torna-se necessária a
comum de pectina na dieta dos ruminantes suplementação energética dos animais. A
(Ben-Ghedalia et al., 1989; Henrique et al., suplementação contendo altas quantidades
1998). de carboidratos não-estruturais, como
Segundo Hall (2001), um ponto fraco do grãos de cereais, tem diminuído a ingestão
cálculo de carboidratos não fibrosos é que e digestibilidade de forragens de baixa
essa fração coloca todos os carboidratos qualidade (Olson et al., 1999; Bodine et al.,
solúveis em detergente neutro (CSDN) em 2001). Os mecanismos pelos quais altas
um único “pool”. Este grupo, quantidades de CNE podem deprimir a
nutricionalmente diverso, inclui tanto ingestão e digestibilidade da forragem
carboidratos estruturais (parede celular), incluem diminuição no pH ruminal,
como carboidratos não-estruturais diminuição na produção e atividade de
(conteúdos celulares) e carboidratos enzimas celulolíticas (Martin et al., 1999),
fibrosos e não fibrosos. prejudicando o ataque bacteriano à fibra da
Os ácidos orgânicos não são digesta (Hiltner e Dehority, 1983), e
carboidratos, mas são, frequentemente, aumentando o “lag time” para a digestão da
agrupados com CSDN a fim de descrever fibra (Mertens e Loften, 1980).
os componentes do alimento. Diferentes Quantidades limitadas de CNE
CSDN tendem a predominar em diferentes estimulam a digestão da fibra,
alimentos. possivelmente pelo aumento na atividade
microbiana e sua fixação à fibra da digesta
CARBOIDRATOS NÃO-ESTRUTURAIS (Hiltner e Dehority, 1983; Piwonka e
NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES Firkins, 1996). Subprodutos com alta fibra
Os carboidratos não-estruturais dos contendo baixas quantidades de CNE,
alimentos para ruminantes são compostos como casca de soja, tem aumentado a
por moléculas de monossacarídeos (cinco utilização de forragens de baixa qualidade
carbonos: ribose, arabinose, xilose e pelos bovinos, possivelmente porque a
pectina e seis carbonos: glicose, galactose degradação de amido por microrganismos
e frutose). e as flutuações no pH sejam menores (Hsu
Uma pequena parte dos CNE das et al., 1987).
plantas são monômeros livres que pela sua
solubilidade são rapidamente usados por DIGESTÃO RUMINAL DOS
estas, como intermediários de compostos CARBOIDRATOS NÃO-ESTRUTURAIS
complexos ou como carregadores de Os carboidratos não-estruturais são
energia. Estes monômeros combinam-se digeridos principalmente no rúmen pelos
para formarem polissacarídeos, onde o microrganismos e seu processo é uma
dissacarídeo mais frequente nas plantas é seqüência dinâmica para o fornecimento de
a sacarose (glicose + frutose) que é nutrientes ao intestino. A energia fornecida
armazenada no caule ou precursora para desempenha papel importante para síntese
síntese de polissacarídeo de reserva de proteína microbiana, já que esta pode
(amido) (Antunes e Rodrigues, 2006). ser limitada pela baixa disponibilidade de

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carboidratos não-estruturais, os quais são de N e não fermentam peptídeos ou


fontes de ATP. aminoácidos. As bactérias fermentadoras
Grande parte do processo de dos CNE: Streptococcus bovis,
fermentação dos CNE no rúmen é Ruminobacter amylophilus, Lactobacillus
realizado pelas bactérias ficando uma sp; fermentam carboidratos não-estruturais
pequena parte para protozoários e fungos, (amido, pectina, açúcares), utilizam tanto
onde o produto da fermentação são os amônia como peptídeos e aminoácidos
ácidos graxos voláteis (AGV), CO2, H2, como fonte de N e podem produzir amônia.
metano e lactato. Algumas bactérias do gênero Butyrivibrio
As bactérias são responsáveis pela fibrisolvens podem fermentar amido e
maior parte da digestão dos alimentos no celulose e produzir amônia, mas degradam
rúmen, por causa da sua predominância celulose em uma taxa muito lenta em
numérica e pela diversidade metabólica. Os relação às outras bactérias celulolíticas. No
protozoários são os microrganismos sistema CNCPS, B. fibrisolvens pode ser
ruminais de maior tamanho e podem classificada como fermentadora de CNE
contribuir com 40% a 50% da biomassa e (Russell et al., 1992).
da atividade enzimática total no rúmen Segundo Palmquist e Jenkins (1980), a
(Jouany, 1991; Williams e Coleman, 1997). suplementação com gordura para aumentar
Os fungos ruminais atuam sobretudo na a densidade energética das dietas para
digestão da fibra, pois a biomassa de ruminantes tem sido utilizada com bastante
fungos aumenta substancialmente em frequência. Entretanto, essa
dietas ricas em volumosos e praticamente suplementação pode afetar negativamente
está ausente em dietas ricas em a digestão ruminal de carboidratos por
concentrados à base de grãos de cereais meio de efeito inibitório dos ácidos graxos
(Fonty, 1991; Orpin e Joblin, 1997). de cadeia longa na digestão da fibra.
A qualidade e a quantidade de produtos Dessa maneira, Zinn e Owens (1986),
resultantes da fermentação ruminal são observaram que a suplementação com
dependentes do tipo e atividade dos gordura foi associada à diminuição da
microrganismos do rúmen, influenciado fermentação ruminal de carboidratos,
pelo tipo de alimentação. O ecossistema redução na digestão ruminal da fibra e
microbiano ruminal é muito diverso. Além mudança no local de digestão do rúmen
disso, existem diversas inter-relações entre para o intestino delgado. Por outro lado,
esses microrganismos. Hussein et al. (1995) avaliando a
O Sistema CNCPS (Sistema de suplementação com semente de canola
Carboidratos e Proteínas Líquidas de sobre o local e extensão da digestão de
Cornell) divide o ecossistema dos carboidratos em novilhos, observaram que
microrganismos ruminais em dois grupos: a ingestão e digestão de CNE não foi
microrganismos que fermentam afetada pela suplementação.
carboidratos não-estruturais (CNE) e Subprodutos que contêm alta quantidade
aqueles que fermentam carboidratos de fibra altamente fermentescível no
estruturais (CE). Esta separação reflete a rúmen, como casca de soja, podem ser
diferença na utilização de N e eficiência no adicionados às dietas para minimizar os
crescimento, assim como uma separação efeitos negativos associados à alta
na utilização da fonte de energia. As quantidade de CNE da dieta. Um balanço
bactérias fermentadoras dos CE: adequado de CNE e fibra em detergente
Ruminococcus albus, Ruminococcus neutro (FDN) na dieta pode otimizar a
flavefaciens, Fibrobacter succinogenes; fermentação ruminal e maximizar a
fermentam apenas carboidratos da parede produção de leite, gordura e proteína.
celular, utilizam apenas amônia como fonte Segundo Nocek e Russell (1988), esta

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relação deve estar entre 0,9 e 1,2 para exigência metabólica de glicose e esta é
maximizar a produção. Essa relação usada no metabolismo energético visceral.
equivale a 36 a 48% de FDN, que é O efeito da relação concentrado:
considerado maior que 25 a 28%, volumoso sobre o coeficiente de digestibili-
recomendado pelo NRC (1989). dade da matéria seca (MS) foi observado
Os CNE são rapidamente fermentados por Valadares Filho (1985), que notou
no rúmen, ocasionando redução do pH maior coeficiente para o nível de 60% de
ruminal, diminuindo a atividade celulolítica concentrado. Segundo esse autor, isso
e podendo deprimir a relação ocorreu devido a maior concentração de
acetato:propionato. Entretanto uma quanti- carboidratos não-estruturais, uma vez que
dade suficiente de fibra na dieta é os CNE apresentaram digestibilidade
necessária para evitar a diminuição da aparente acima de 90% e os carboidratos
gordura no leite (NRC, 1989). Feng et al. estruturais, próximos de 50%. Entretanto,
(1993) observaram que em dietas que Archimède et al. (1995), avaliando a
proporcionavam baixas concentrações de digestão de ruminantes, observaram que
FDN a partir de forragens, ou seja, de 29 a não houve influência da suplementação
39% de CNE, houve um aumento na com concentrado na digestibilidade dos
produção de leite, produção microbiana e CE, em exceção da dieta composta por
taxa de passagem ruminal. Em situações silagem de milho e amido lentamente
práticas, os CNE da dieta são ajustados degradável.
pela mudança na relação concentrado: Hussein et al. (1995) avaliando o nível
volumoso. Alguns estudos observaram os de forragem no local e extensão da
efeitos de alterar a concentração de CNE digestão de carboidratos por novilhos,
na produção de leite. Sarwar et al. (1992) observaram que animais alimentados com
observaram que diminuindo os CNE de 35 dieta contendo baixo nível de forragem
para 25% pela substituição de soja e casca (BF) apresentaram maior ingestão, maior
de soja por milho grão, houve aumento na digestão no estômago e pós-rúmen de
produção de leite. Entretanto, Coomer et al. CNE em relação aos animais da dieta com
(1993) não observaram efeito na produção alto nível de forragem (AF). Esse resultado
e composição do leite em dietas que é consistente com o efeito do nível de
variaram de 28 a 38% o teor de CNE nas forragem no local da digestão dos CNE.
dietas. Quando a ingestão de CNE foi maior (nas
dietas BF), menor proporção de CNE foi
DIGESTÃO INTESTINAL DOS digerida no estômago, e
CARBOIDRATOS NÃO-ESTRUTURAIS consequentemente uma maior proporção
Os carboidratos solúveis na sua quase foi digerida pós-rúmen.
totalidade são fermentados no rúmen, Avaliando o efeito de carboidratos não-
porém uma pequena parte destes, estruturais na alimentação de vacas
dependendo do processamento em que leiteiras, Feng et al. (1993) observaram
são submetidos os grãos de cereais que maiores produções de leite para animais
compõe a dieta, escapam da fermentação consumindo dietas com 29% de CNE em
ruminal para serem digeridos no intestino relação às dietas com 39% de CNE,
delgado pelas enzimas de origem possivelmente pela maior quantidade de N
pancreáticas (α-amilase) e mucosa total e N microbiano que passaram pelo
intestinal (maltase e isomaltase). duodeno. Esses autores também
A glicose que é absorvida pelo intestino observaram maior porcentagem de gordura
não altera o teor de glicose no plasma, que no leite para as vacas alimentadas com
se mantém em níveis baixos nos dietas contendo 29% de CNE (3,7 vs.
ruminantes. Isto indica que há grande

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3,3%) em relação às dietas com 39% de produção de ácidos orgânicos, aumento na


CNE. produção de proteína microbiana,
diminuição na digestão da fibra, diminuição
AMIDO nas concentrações de amônia e diminuição
O amido é o maior componente na relação acetato:propionato (Martin et al.,
fornecedor de energia e representa 60 a 1999; Oba e Allen, 2003).
80% dos grãos de cereais, os quais são A digestão ruminal do amido produz
importantes componentes das dietas ácidos graxos voláteis para absorção e
utilizadas para as produções intensivas de energia para a síntese microbiana.
leite e carne. Por esta razão, a eficiência da Diversas espécies de bactérias ruminais
digestão do amido por ruminantes é de apresentam habilidade para digerir o
grande importância econômica. Entretanto, amido. Organismos amilolíticos são
uma predição exata da utilização dos grãos encontrados em grandes porcentagens da
em uma dieta requer a estimativa da população microbiana total quando dietas
quantidade de amido e sua fermentação. O com alto amido são fornecidas. Espécies
trigo apresenta a maior quantidade de importantes vêm sido enumeradas em
amido (77%) seguido pelo sorgo (72%), bovinos alimentados com dietas de alto
cevada e aveia (57 a 58%), segundo grão, como Bacteroides amylophilus,
Huntington (1997). Butyrivibrio fibrisolvens, Bacteroides
Huntington et al. (2006) reuniram dados ruminocola, Selenomona lactylitica,
de 16 estudos que incluíam ingestão (1 a 5 Streptococcus bovis, Prevotella ruminocola,
kg/dia) e fontes de amido (milho, sorgo e Eubacterium ruminantium, Ruminobacter
cevada), e estimaram relação linear entre amylophilus, Ruminococcus bromii e
ingestão e digestão ruminal aparente de Lactobacillus sp (Church, 1979).
amido. Esses autores concluíram que A digestão e absorção de amido no
dentro das limitações das funções normais intestino delgado de ruminantes ocorre em
do rúmen, a quantidade de amido digerida três processos distintos. O processo inicia-
é função linear da ingestão. Entretanto, se no lúmen do duodeno por meio da ação
outros fatores além da ingestão afetam a da α-amilase pancreática. Essa enzima
digestão de amido, como a cinética inicia a quebra do amido produzindo
ruminal, partículas de alimentos e líquido e maltose e vários produtos com cadeias
suas propriedades químicas (pH, ramificadas denominados comumente
osmolaridade), taxa e extensão da como dextrinas. A necessidade de uma
passagem de partículas e produtos resposta adaptativa do pâncreas dos
resultantes da síntese microbiana. ruminantes ao aumento do amido da dieta
O processamento de grãos (umidade, permanece um enigma biológico e está
calor e pressão mecânica) rompe a baseado na hipótese de que a α-amilase
estrutura dos grânulos de amido e tem sido pancreática é a fase limitante da assimila-
utilizado com sucesso para melhorar a ção intestinal do amido (Kreikemeier et al.,
fermentação ruminal dos grãos e sua 1991).
digestibilidade pós-ruminal. Xiong et al. A segunda fase da digestão e absorção
(1991) observaram que o processamento intestinal do amido ocorre na membrana
do sorgo por floculação aumentou a celular da mucosa intestinal por meio da
digestão de amido no rúmen, sendo menor ação das enzimas maltase e isomaltase.
a quantidade de amido disponível para a Kreikemeier e Harmon (1995) analisaram a
fermentação no intestino grosso. composição da digesta ileal em novilhos
Em geral, o aumento na quantidade de com infusão abomasal de glicose, dextrose
amido fermentescível proveniente de grãos e amido do milho. Os autores observaram
na dieta é associado com aumento na acúmulo de α-glucosídios na digesta ileal

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que era composta na sua maioria de amido interage com o metabolismo visceral
dissacarídeos com pouca glicose livre, e de glicose, utilizaram infusão de amido no
concluíram que sob essas condições rúmen e pós-rúmen, em novilhos. O fluxo
experimentais a assimilação do amido foi visceral de nutrientes e o metabolismo de
limitada pela atividade da α-glicosidase. glicose foram medidos durante a infusão
O terceiro e final componente da intravenosa com 14C-glicose. Baseados na
digestão e absorção intestinal do amido é o estimativa da digestibilidade no intestino
transporte da glicose para fora do lúmen delgado de 90% para a infusão de amido, a
intestinal e para a circulação do sistema estimativa da absorção da glicose visceral
porta. Entretanto, afirma-se que a glicose drenada pela veia porta indicou que de 38
atravessa a membrana dos enterócitos por a 56% do carboidrato utilizado na infusão
meio da ação do transportador glicose foi digerido e absorvido como glicose.
sódio-dependente (SGLT1) e a atividade Para avaliar o impacto das mudanças no
desse transportador não tem mostrado local de digestão do amido, Huntington et
resposta adaptativa ao substrato do lúmen al. (2006) calcularam o rendimento da
em bovinos (Harmon e Mcleod, 2001). energia digestível para cada região do trato
Apesar da necessidade de respostas gastrintestinal. Os valores para a eficiência
adaptativas no transporte de glicose, Au et foram: ruminal 80%, intestino delgado 97%
al. (2002) sugerem que talvez existam e intestino grosso 62%. A digestibilidade no
outros mecanismos responsáveis pelo intestino grosso foi de 44% e os
transporte de glicose em bovinos, além do coeficientes de digestibilidade ruminal e do
SGTL1. intestino delgado foram variados. Esses
As técnicas de infusão oferecem a dados demonstraram que a mudança da
vantagem de controlar o suprimento de digestão do rúmen para o intestino delgado
carboidratos para o intestino delgado; diminui a eficiência da energia produzida
entretanto, a maioria dos estudos utilizando quando a digestibilidade no intestino
infusão abomasal de carboidratos é de delgado foi menor que 75%. Quando a
curta duração (<24h) e não considera os digestibilidade no intestino delgado foi
mecanismos fisiológicos de adaptação que acima de 75%, a eficiência na energia
podem estar envolvidos. Kreikemeier et al. produzida aumentou pela mudança da
(1991) realizaram a infusão de 20 e 40 g/h digestão do rúmen para o intestino
de glicose e amido e observaram delgado.
diminuição na digestibilidade no intestino O aumento na digestão do amido no
delgado à medida que a quantidade intestino delgado vem sendo sugerido para
utilizada na infusão aumentou. Estimando a aumentar a produção de proteína do leite,
digestibilidade verdadeira dos CNE no talvez por poupar aminoácidos de serem
intestino delgado de novilhos, Branco et al. utilizados para a gliconeogênese no fígado
(1999), trabalhando com novilhos, utiliza- (Nocek e Tamminga, 1991). A eficiência da
ram infusão abomasal com glicose, amido utilização da energia para absorção de
hidrolisado 10 g/h, 20 g/h e 40 g/h. Os glicose no intestino delgado é maior do que
autores observaram que o fluxo duodenal a digestão do amido no rúmen (Owens et
de glicose foi menor para os tratamentos al., 1986) devido à redução das perdas por
com amido hidrolisado em relação ao metano, fermentação e calor, e maior
tratamento com glicose e variou apenas eficiência da utilização da energia
62% da infusão abomasal de glicose, metabolizável.
sendo que a glicose desapareceu quase Entretanto, o local da digestão do amido
completamente do intestino. pode apresentar grande impacto no perfil
Harmon et al. (2001) em estudo para dos nutrientes absorvidos. Nocek e
determinar como o local de digestão do Tamminga (1991) concluíram com base em

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uma extensa revisão de estudos glicose e lactato, mas aumentou acetato e


produzidos, que não existem evidências β-hidroxibutirato, livres para os tecidos
claras que a digestão pós-ruminal do amido periféricos. Da mesma forma, Reynolds et
aumente a produção de leite. al. (1998) submeteram vacas leiteiras à
infusão de amido no abomaso e
GLICOSE observaram que houve aumento na
Nos ruminantes, os carboidratos absorção de glicose, sem afetar a produção
provenientes da dieta são fermentados em de glicose no fígado. Ainda, Richards
ácidos graxos de cadeia curta no rúmen e (1999) citado por Huntington et al. (2006)
menos de 10% das exigências corporais de determinaram que a mudança do local de
glicose são provenientes da digestão no digestão de 800 g/dia de amido, do rúmen
trato gastrintestinal. Assim, a principal fonte para o intestino delgado, aumentou a
de glicose para os ruminantes é a utilização de glicose pelo sistema porta de
gliconeogênese, sendo o propionato o 120 para 281 g/dia.
principal substrato (Young, 1977). Alguns estudos com infusão duodenal ou
Em ruminantes o fígado tem grande ruminal de glicose ou propionato em vacas
capacidade de produzir glicose, mas este em lactação (Rigout et al., 2002) e infusão
órgão não é um utilizador eficiente de de amido hidrolisado em novilhos de corte
glicose exógena. Assim, pequeno (Lemosquet et al., 2003) sugerem que a
suprimento de glicose exógena estimula a utilização direta da glicose absorvida de
rápida produção de insulina, que é o tecidos viscerais corresponde a 28% da
principal hormônio controlador da utilização glicose disponível para absorção no
de glicose pelos tecidos extra-hepáticos em intestino delgado.
ruminantes, apresentando ainda, ação no
metabolismo de proteínas e lipídeos PECTINA
(Weeks, 1989). A pectina é uma substância amorfa
A glicose é a principal fonte de energia parcialmente solúvel em água e é
para os tecidos nervosos e é essencial na completamente solúvel em detergente
síntese de polissacarídeos estruturais, neutro. Portanto não é recuperada na fibra
glicoproteínas e glicolipídeos de todas as em detergente neutro (FDN) (Van Soest,
membranas das células, cartilagem, 1994). Está localizada na lamela média da
mucopolissacarídeos etc. A quantidade de parede celular vegetal e funciona como
propionato absorvida do rúmen em animais substância de adesão entre as células,
bem alimentados é freqüentemente sendo, em parte, responsável pela rigidez
suficiente para atender as exigências para dos tecidos vegetais (Devlin, 1975;
a síntese de glicose. Segundo Bergman Salisbury e Ross, 1991).
(1973), as exigências aumentam levemente Os principais componentes das pectinas
na prenhez, mas não há evidências de são o ácido galacturônico e ramnogalac-
maior redirecionamento do metabolismo de turonanas. Contudo, a constituição em
propionato em direção a síntese de glicose açúcares das moléculas de pectina contém
quando o suprimento dos precursores de pequena quantidade de glicose, xilose e
glicose é limitado. arabinose. As moléculas de pectina estão
A mudança da digestão do amido do ligadas covalentemente com a celulose e a
rúmen para o intestino delgado aumenta a hemicelulose. Ainda não foi demonstrada
absorção de glicose pelo sistema porta. nenhuma ligação covalente da pectina com
Taniguchi et al. (1995) observaram que o a lignina mesmo com o avanço da
metabolismo de glicose no fígado de vacas maturidade do vegetal (Hall, 1994).
que foram submetidas à infusão de amido Embora a taxa e a extensão da
no rúmen, resultou em diminuição da degradação da pectina seja similar aos

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carboidratos não-estruturais, a fermentação esta é enviada para o metabolismo


da pectina aumenta a produção de acetato visceral, poupando a glicose via propionato
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