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OBJETIVOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA

Vários são os objetivos de política macroeconômica. Podemos destacar quatro objetivos principais:
 Crescimento da produção e do emprego
 Controle da inflação ou estabilidade de preços
 Equilíbrio das contas externas
 Melhor distribuição da renda gerada no país

1. Crescimento da Produção e do Emprego


Refere-se à expansão da produção do país, mensurada através do PIB – Produto Interno Bruto. Se existe
desemprego dos fatores de produção e, portanto capacidade ociosa é possível aumentar o produto nacional
através de políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva, sem deixar de considerar que existe um
limite de produção definido pela quantidade de recursos disponíveis.
Para aumentar a produção acima desses limites, será necessário o aumento dos recursos disponíveis ou avanço
tecnológico definido por novas técnicas ou novas formas de organizar a produção.
Quando falamos de crescimento econômico, estamos tratando no crescimento da renda nacional per capita,
ou seja, de uma quantidade crescente de mercadorias e serviços disponibilizada à sociedade em níveis
superiores ao crescimento populacional.
Embora a renda per capita seja considerada como um indicador para aferir a elevação do padrão de vida da
população, o fato de estar ocorrendo crescimento real da renda per capita não significa que esteja
acontecendo uma melhora de padrão de vida, pois o crescimento da renda per capita somente possibilita
verificar se o país está apresentando crescimento econômico. Um país que apresenta melhora nos padrões de
vida da população esta melhorando seu desenvolvimento econômico e social, pois junto com a renda per
capita apresenta melhora dos indicadores sociais tais como: pobreza, desemprego, meio ambiente, saúde,
educação, etc.

2. Estabilidade de Preços ou Controle da Inflação


Podemos definir inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível de preços. Movimentos
inflacionários são dinâmicos e não podem ser confundidos com altas esporádicas de preços, pois a maioria dos
preços deve apresentar uma tendência altista.
O objetivo de controlar a inflação não significa manter a inflação igual a zero. O que se busca é evitar períodos
de aceleração permanente no crescimento dos preços e manter a inflação em patamares reduzidos, estáveis
ou descendentes.
A preocupação no controle da inflação esta associada às sérias distorções provocadas por altas taxas de
inflação.

3. Equilíbrio nas Contas Externas


As transações comerciais e financeiras de um país com os demais são registradas no balanço de pagamentos. A
busca no equilíbrio do balanço de pagamentos é necessária para evitar dificuldades no adequado
funcionamento da economia.
Déficits permanentes nas contas externas poderá provocar esgotamento de reservas, impossibilitando ao país
honrar seus compromissos, limitando sua capacidade de importar por falta de divisas (moeda estrangeira)
Também superávits permanentes podem gerar dificuldades na condução da política econômica, pois, um
volume de exportação muito superior às importações pode provocar a entrada excessiva de dólares, obrigando
o Banco Central a emitir moeda doméstica para pagamento ao exportador, aumentando o volume de moeda
em circulação, havendo tendência na economia a eclosão de um processo inflacionário. Para solucionar essa
ocorrência, o Banco Central dispõe de instrumentos de política monetária que possibilita o controle sobre o
volume de moeda em circulação.
Devemos lembrar que déficits e superávits esporádicos não são preocupantes. Muitas vezes superávits são
necessários para recompor as reservas e por outro lado os déficits são favoráveis a um controle mais adequado
da política monetária.

4. Distribuição de Renda
Não se pode deixar de atribuir a distribuição de renda de uma forma mais equitativa pela sociedade como um
dos objetivos de política econômica. Uma má distribuição da renda gerada pelo país ultrapassa os limites da
área econômica, devido seus reflexos na área social, tornando-se uma questão de ordem política. É importante
observar, que ao contrário dos outros objetivos de política econômica, mudanças acentuadas na distribuição

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de renda só ocorrem no curto prazo por reduções bruscas nas taxas de inflação, tratando-se de objetivo cujos
resultados somente serão sentidos no longo prazo.

5. Objetivos versus Resultados


Uma questão importante a ser observada nas análises econômicas refere-se aos conflitos entre os objetivos
perseguidos pelas políticas econômicas. Os objetivos não são independentes e em determinadas circunstâncias
ao atingir-se um objetivo pode-se favorecer ou prejudicar o alcance de outros.
O grande desafio da política econômica é manter todos os objetivos sob controle, ou seja, obter a maior taxa
de crescimento com estabilidade de preços e equilíbrio das contas externas. Se um dos objetivos escapar ao
controle, torna-se necessário a recuperação desse objetivo, a exemplo programas de estabilização que
reduzem a taxa de inflação, porém, em contrapartida provocam forte recessão. Outro exemplo que pode ser
citado ocorreu no Brasil entre (1998/1999), devido ao desequilíbrio externo a taxa de câmbio foi liberada,
tivemos forte desvalorização cambial, que reduziu o desequilíbrio externo, porém impactou na inflação, devido
o aumento de preços dos produtos importados. Para controlar a inflação, o governo elevou a taxa de juros,
reduziu assim a demanda e consequentemente a produção. Outro exemplo, foi a mudança de postura do
governo federal, por ocasião da crise de 2008, para não ocorrer uma queda expressiva na geração de emprego
e renda foram tomadas medidas de redução tributária, queda na taxa de juros, expansão do crédito, visando
manter a atividade econômica em compasso de crescimento.

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INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
Para atingir os objetivos de política macroeconômica o governo dispõe de um conjunto de instrumentos, que
possibilitam a atuação sobre a capacidade produtiva e sobre a demanda agregada, visando melhores taxas de
crescimento da produção, baixas taxas de inflação, distribuição de renda mais justa e equilíbrio das contas
externas. Os principais instrumentos são:
 Política Fiscal
 Política Monetária
 Política Cambial e Comercial
 Política de Rendas.

POLÍTICA FISCAL
Refere-se aos instrumentos que o governo dispõe para arrecadação de tributos (política tributária) e controle
de suas despesas (política de gastos).

Política de Gastos ou Gastos do Governo


Podemos dividir os gastos do governo em dois grandes grupos, a saber: despesas correntes e investimentos.
As despesas correntes referem-se aos gastos realizados pelo governo com o objetivo de manutenção do
sistema em funcionamento. Podem ser divididas em 4 grandes grupos:
 Consumo do governo – pagamento de funcionários, compra de materiais, energia elétrica, etc.
 Transferências – despesas do setor público sem o retorno de bens e serviços, como o pagamento de
assistência e previdência social.
 Juros - incluem pagamento de juros da dívida interna e externa relativos somente ao endividamento do
setor público.
 Subsídios – gastos realizados com o objetivo de garantir preços inferiores aos custos de produção. Ex.:
subsidio ao trigo (garantem preços inferiores a derivados do trigo como: pão, macarrão, etc.).
As despesas de investimentos são aquelas realizadas para aumentar a capacidade produtiva do país. Ex:
construção de hidroelétricas, rodovias, hospitais, escolas, etc.
O gasto público constitui um importante instrumento a disposição dos governos para controlar a atividade
econômica. É comum observar-se períodos de expansão e contração dos gastos públicos em face das
necessidades da política econômica.

Política Tributária ou Arrecadação de Tributos


A partir de sua forma de incidência, os impostos podem ser:
 Diretos são aqueles que incidem diretamente sobre a renda e a propriedade como é o caso do imposto de
renda (IR) , imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA), Imposto sobre a propriedade
territorial e urbana (IPTU), etc.
 Indiretos estão inseridos na produção, vendas e consumo de mercadorias incluindo-se ai o imposto sobre
produtos industrializados (IPI), imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS), programa de
integração social (PIS), etc.

A política fiscal pode atuar nas seguintes bases:

Para expansão da renda Controle da pressão inflacionária


Aumentar os gastos do governo Diminuir os gastos do governo
Diminuir os tributos Aumentar os tributos
Usar as duas políticas simultaneamente Usar as duas políticas simultaneamente

A utilização de qualquer dessas alternativas implica em efeitos sobre o nível de renda da economia. Esses
efeitos podem apresentar resultados expansionistas ou recessivos, dependendo dos objetivos a serem
alcançados pelo governo.
Em linhas gerais podemos afirmar que o nível de gastos governamentais, carga tributária e as transferências
governamentais (aposentadorias e repasse para estados e municípios) provocam alterações sobre o nível de
renda da economia. De forma genérica podemos dizer que, uma elevação nos gastos do governo provoca
elevação no nível de renda. Isso nem sempre é verdadeiro, pois irá depender da natureza da despesa. Por
exemplo: pagamento de juros da dívida externa não modificará o nível de renda do país, embora represente
elevação dos gastos do governo.

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De qualquer modo, não podemos deixar de considerar que os gastos governamentais e a arrecadação tributária
desempenham importante papel na vida do país.
Uma combinação eficiente dessas variáveis poderá significar uma elevação no nível de atividade econômica do
país, causando reflexos no nível de renda, consumo, investimentos, etc.
A composição de gastos e arrecadação leva ao conceito de déficit público.

Dívida e financiamento do setor público


Quando tratamos da diferença entre a arrecadação tributária e os gastos do governo, chegamos a um conceito
muito discutido na economia brasileira que é o déficit público.
O conceito mais abrangente de déficit público refere-se ao déficit total ou nominal do setor público que é a
diferença entre o total arrecadado e o total de gastos públicos, calculado como porcentagem do PIB. Quando um
país apresenta taxas de inflação elevada, à medida que o déficit público inclui as despesas com correção
monetária e cambial das dívidas (interna e externa), sua utilização fica prejudicada, pois alta variação da taxa
de inflação ou ainda flutuações acentuadas na taxa de câmbio, elevam os gastos com correção monetária (e
cambial), mesmo que a dívida, em termos reais, não esteja aumentando, uma vez que o gasto com correção
monetária refere-se à atualização da dívida e não a um crescimento real da mesma.

Financiamento do déficit público


O governo pode utilizar como mecanismo de financiamento do déficit público a emissão de moeda ou a
colocação de títulos públicos junto ao setor privado. Não é possível dizer qual alternativa é a mais apropriada,
pois depende das condições em que a economia se encontra, sendo que ambas apresentam vantagens e
desvantagens.
O financiamento do déficit por meio da emissão monetária tem como vantagem à não geração de déficits
futuros e não ter que elevar as taxas de juros, mas tem como desvantagem geração de pressões inflacionárias
devido a emissão de moeda em quantidade superior a necessidade da sociedade, a um determinado nível de
preços. Se a demanda da sociedade por moeda está crescendo, o governo pode atender a esse aumento de
demanda por meio da emissão de moeda, sem gerar pressões inflacionárias.
Porém, financiando o déficit público com colocação de títulos junto ao setor privado, o governo evita as
pressões inflacionárias do excesso de moeda, mas aumenta a dívida interna (o que pressionará o próprio déficit
no futuro) e também as taxas de juros (para viabilizar a colocação de seus papéis).
A forma de financiamento gera uma discussão sobre os problemas que um déficit público pode trazer à
economia. Se o financiamento é feito exclusivamente com emissão de moeda, o excesso de moeda pode levar
o país à hiperinflação, como ocorreu na Alemanha no Pós-Guerra. O que ocorreu foi elevação do déficit
público, acompanhado de forte emissão monetária.
Por outro lado, se o financiamento por meio de títulos públicos, evita a emissão monetária no curto prazo,
também apresenta suas limitações, pois não é possível crescer indefinidamente a dívida pública.

POLÍTICA MONETÁRIA
Refere-se aos instrumentos que o governo dispõe para controlar as condições de liquidez da economia. Desse
modo, o governo utilizando-se dos instrumentos à sua disposição atua sobre a quantidade de moeda da
economia. No mercado monetário do mesmo modo que no mercado real existe demanda e oferta por moeda e
o preço de equilíbrio nesse mercado refere-se a taxa de juros. Através da ação do governo no mercado
monetário é determinado o volume de moeda, o volume de concessão de créditos por parte dos bancos e
consequentemente os níveis de taxa de juros.

Através da política monetária o governo atua no controle da oferta de moeda. No Brasil, o órgão responsável
pela execução da política monetária é o Banco Central, e seu papel principal é de regular a oferta de moeda de
forma compatível com a produção de bens e serviços e o controle da inflação.

Os instrumentos disponíveis para que o governo exerça esse controle são:


 Emissões ou Controle da Base Monetária
 Reservas Compulsórias
 Open Market
 Redescontos
 Regulamentação sobre Crédito e Taxa de Juros

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Controle da base monetária
O Banco Central como órgão executor da política monetária, por determinação legal controla o volume de
moeda manual economia. Para entender a ação do Banco Central no controle da oferta de moeda, é
necessário verificar quais os fatores que, conduzem a uma expansão ou contração de base monetária.

Mercado Aberto - Open Market


Para exercer o controle sobre a base monetária, o governo faz uso das operações de mercado aberto (open
market), que consistem na compra e venda de títulos públicos. Quando o governo coloca títulos junto ao
público, está reduzindo (ou "enxugando"); base monetária, já que a moeda do setor privado está indo para o
governo, ou no sentido contrário, quando compra seus títulos, estará injetando moeda na economia.
As operações de mercado aberto permitem controlar o volume da base monetária e atender às flutuações
sazonais da demanda de mercado, como ocorre, por exemplo, no final do ano, em função das comemorações
natalinas.
É importante destacar que toda vez que o governo coloca títulos junto à sociedade, além de retirar base
monetária, está incorrendo em aumento da dívida pública interna, já que esses títulos representam obrigações
para o governo e pagam juros. Assim, se a dívida pública crescer muito, os agentes econômicos tendem a
perder a confiança nos títulos do governo e a política de mercado aberto torna-se inviável.

Depósito compulsório
Os bancos comerciais, além de manterem uma parcela de recursos para fazer frente aos saques de depósitos a
vista, são obrigados a manter uma porcentagem dos depósitos junto ao Banco Central, (fixado pelo CMN),
referente ao depósito compulsório, permitindo atuar sobre a capacidade de criação de moeda escritural por
parte dos bancos. Um exemplo simples ajuda a esclarecer esse mecanismo:
A primeira com compulsório de 25% e a segunda de 50% e, em ambos os casos, os bancos retêm 10% para
enfrentar os saques e partem de um depósito inicial de R$ 100,00.

Tabela 10 – Hipótese do Multiplicador Bancário


1ª hipótese – 25% 2ª hipótese 50%
Compulsório 25 %

Compulsório 50 %
Emnpréstimo

Emnpréstimo
Encaixe 10%

Encaixe 10%
Saldo para

Saldo para
Depósitos

Depósitos
Etapas

Etapas

1ª 100,00 10,00 25,00 65,00 1ª 100,00 10,00 50,00 40,00


2ª 65,00 6,50 16,25 42,25 2ª 40,00 4,00 20,00 16,00
3ª 42,25 4,23 10,56 27,46 3ª 16,00 1,60 8,00 6,40
Demais 78,46 7,84 19,62 51,00 Demais 10,66 1,06 5,30 4,30
Total 285,71 28,57 71,43 185,71 Total 166,66 16,66 83,30 66,70
Fonte:Lanzana, AET. Economia Brasileira: Fundamentos e Atualidades. São Paulo; Atlas, 2001, p.57.

Como se pode observar, enquanto na hipótese do compulsório de 25% os meios de pagamento passam de um
depósito inicial de R$ 100, 00 para um volume total de R$ 285,71, na hipótese de 50% de compulsório, o volume
total de depósitos atinge apenas R$ 166,66. Ou seja, para um compulsório de 25%, o multiplicador é de 2,8571, e
para o compulsório de 50%, é de 1,666.

Taxa de redesconto
As taxas de redesconto são as taxas cobradas pelo Banco Central para emprestar recursos aos bancos em caso
de emergência. Por exemplo: se o banco acusar débito na compensação, ele pode recorrer ao Banco Central,
por meio do chamado redesconto de liquidez. Quando o Banco Central deseja que os bancos façam menos
empréstimos, eleva a taxa de redesconto, tentando evitar assim que os bancos corram o risco de ficarem
descobertos. Além disso, o Banco Central pode incentivar determinados setores por meio do redesconto
seletivo, que permita aos bancos obterem recursos junto ao Banco Central para emprestarem aos setores
incentivados.

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Outros Instrumentos de Política Monetária

Além dos instrumentos clássicos de política monetária, o Banco Central pode afetar as condições de liquidez da
economia por meio da regulamentação e controle do crédito, como, por exemplo, fixando o limite do número
de prestações no financiamento de automóveis (ou qualquer outro bem de consumo durável), contingenciando
o crédito, fixando as taxas de juros etc.

As taxas de juros
Quando o governo provoca uma redução (aumento) nos meios de pagamento, há uma tendência de elevação
(redução) das taxas de juros, porque a oferta de empréstimos se contrai (se expande). Na realidade, a taxa de
juros tem um papel fundamental nas decisões dos agentes econômicos.
Dentro do ambiente familiar, as decisões de consumo e poupança estão associadas à taxa de juros, pois com a
elevação da taxa de juros a aquisição de um bem a prazo eleva o valor das prestações, e juros mais elevados
conduzem a uma elevação da poupança e consequente redução de consumo.
Considerando às empresas, as taxas de juros irão interferir nas decisões de investimento, pois quanto mais
altas forem menor a disposição dos empresários em realizar investimentos produtivos, considerando o
empresário que necessite captar recursos no mercado financeiro para realizar investimentos, os custos dessa
captação se elevam, e de outro, para os detentores de recursos torna-se mais atraente aplicar suas
disponibilidades no mercado financeiro do que na atividade produtiva. Além disso, quando os juros estão
altos, as empresas procuram trabalhar com o menor estoque possível, tanto de produtos finais como de
matérias-primas, porque o custo de “carregar" o estoque fica muito alto.
Para o governo, que capta recursos junto ao mercado interno para financiar seu déficit, os juros também têm
um papel relevante. Quando as taxas de juros sobem, o custo de rolagem da dívida interna aumenta,
pressionando ainda mais o déficit público e, por consequência, a própria dívida interna.
As taxas de juros também têm papel importante para as contas externas. Quando o país está necessitando de
dólares, para equilibrar o balanço de pagamentos, as taxas internas de juros podem ser elevadas para atrair
investimentos do exterior.

POLÍTICA CAMBIAL E DE COMÉRCIO EXTERIOR

Antes de tratarmos efetivamente sobre a política cambial e seus efeitos sobre a política econômica de um país,
é importante deixar claro alguns conceitos.
1. Taxa de câmbio: corresponde ao preço da moeda de um país em comparação ao preço da moeda de outro,
ou seja, é o preço da moeda nacional em relação a uma unidade de moeda estrangeira. Trata-se de uma
variável econômica importante pela influência que exerce sobre todas as contas do balanço de
pagamentos, e em todas as transações realizadas entre o país e os demais, afetando: importações e exportações,
entrada de capitais estrangeiros, rentabilidade de aplicações, volume de reservas, etc. No caso brasileiro, a
taxa de câmbio tem como referência o valor do dólar norte-americano. A taxa de câmbio é um preço
fundamental da economia, porque afeta a situação do setor externo, refletindo também sobre o mercado
interno, pois uma desvalorização na taxa de câmbio, embora favoreça a competitividade dos produtos no
exterior, melhorando as exportações, podem conduzir a um aumento dos preços internos provocando
inflação, e como conseqüência efeitos distributivos perversos. Não podemos deixar de considerar ainda o
elevado custo que isso representa em outras contas do balanço de pagamentos, tais como: matérias
primas importadas, pagamento de juros de empréstimos contratados no exterior, pagamento de royalties,
etc. Desse modo, não podemos deixar de considerar o quanto é delicada a administração da política
cambial, pois para cada efeito positivo de uma medida, haverá certamente outro efeito negativo.

2. Política de Comércio Exterior: trata das decisões do governo de um país, que afetam as entradas e saídas de divisas
em termos de transações comerciais. Dentre esses controles podemos citar:
a. tarifas ou imposto sobre importações: uma das formas mais simples e antiga da política de comércio
utilizada tradicionalmente como fonte de receita do governo. A importância da tarifa como uma ação
de proteção aos setores industriais, tem perdido importância, pois os governos atuais preferem
proteger as industrias domésticas por meio de barreiras não tarifárias tais como: cotas de importação
e restrições a importação. Nos países com participação expressiva no comércio internacional, o
principal objetivo é oferecer vantagem competitiva ao produtor doméstico frente à concorrência
estrangeira.

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b. subsídios: quando utilizado como instrumento de política comercial destina-se a encorajar
exportações ou desencorajar importações, representando uma redução de custo para o produtor.
Embora o subsidio utilizado para encorajar exportações seja proibido pela Organização Mundial do
Comércio (OMC), é prática bastante comum na atualidade, em particular no comercio de produtos
agrícolas. Como um exemplo recente, a questão do aço brasileiro acusado de ser subsidiado pelo
governo no comércio com os EUA.
c. estabelecimento de quotas: restrições quantitativas impostas sobre o volume ou sobre o valor das
importações. O controle seletivo de importações por meio de licenças para importar foi adotado no
Brasil inicialmente com o objetivo de equacionar o desequilíbrio do balanço de pagamentos, passando
posteriormente a ser usado com vistas a promoção do desenvolvimento industrial, procurando inibir o
ingresso de bens de consumo não essenciais e daqueles que tivessem similares nacionais.
d. Controles cambiais: tratam sobre as restrições que envolvem divisas. Uma forma de controle cambial
é dificultar a importação pro meio de licença para compra de moeda estrangeira, outra, é o emprego
de taxas múltiplas de câmbio: quanto mais se tem intenção de proteger o produto maior a taxa de
câmbio fixada para importação. Ambos critérios foram largamente utilizados no Brasil durante o
período da política de industrialização por substituição de importações.

Regimes Cambiais
Embora tenhamos uma noção intuitiva do que seja taxa de câmbio e para que serve, por sua importância como
um dos preços básicos da economia, tem sido comum, principalmente entre os países que registram maior
instabilidade, mudanças freqüentes na forma de condução da política cambial, dependendo das condições do
mercado internacional e do objetivo de política econômica que está sendo perseguido. Desse modo, cabe a
pergunta: Como são determinadas as taxas de câmbio? Não se trata de uma resposta simples, pois existem
diversos fatores determinantes. Entre eles podemos citar o regime cambial, ou seja, a regra que a autoridade
monetária do país adota para determinar a taxa de câmbio ou o preço de divisas estrangeiras. Em termos
simplificados, pode-se dizer que existem basicamente dois tipos regimes cambiais: câmbio flexível ou flutuante
e câmbio fixo ou administrado.

Taxa de Câmbio Flexível ou Flutuante


No regime de câmbio flexível ou flutuante, o Banco Central permite que o mercado cambial estabeleça o preço
da moeda estrangeira. O valor da moeda estrangeira é determinado pelas forças livres de mercado, isto é,
oferta e demanda de dólares. De um lado temos os agentes que demandam moeda estrangeira –
importadores, empresas brasileiras que efetuam pagamento de juros ou títulos no exterior, empresas
multinacionais quando remetem lucros, turistas brasileiros quando vão ao exterior, ou seja, por todos os
agentes que enviam divisas estrangeiras para fora do país. Por outro lado, os agentes ofertantes de moeda
estrangeira - exportadores, turistas estrangeiros que vêm ao Brasil, empresas multinacionais para fazer
investimentos, empréstimos obtidos por empresas brasileiras no exterior, enfim, por todos os agentes que
trazem divisas estrangeiras para o país.
Uma das características do regime de câmbio flexível ou flutuante é sua alta volatilidade. Essa volatilidade é
explicada pelos movimentos bruscos tanto de entrada como de saída de divisas. Num regime cambial flexível
estrito, ou constituído por flutuações “limpas”, a autoridade monetária nunca interfere no mercado de divisas.
Isso raramente ocorre, pois há uma relação estreita entre o mercado cambial e a política monetária e, dentro
desse regime de taxas flutuantes, o governo perde o controle sobre a oferta monetária. Devido a essa
volatilidade, é comum a utilização do regime cambial caracterizado como flutuações “sujas”, ou seja, o Banco
Central interfere no mercado cambial quando o preço da moeda estrangeira se afasta muito de um valor que o
governo julgue conveniente. Nesse sistema, o câmbio flutua livremente dentro de certos limites que o Banco
Central não comunica ao mercado. Se a cotação supera o limite máximo estabelecido, o Banco Central vende
moeda estrangeira, fazendo o contrário (comprando), quando a cotação cai abaixo do limite inferior.

Taxa de Câmbio Fixa ou Administrada


Outro regime cambial consiste na taxa fixa ou administrada. Nesse regime o Banco Central fixa o preço de uma
moeda estrangeira em moeda nacional. A autoridade monetária garante a conversão de moeda estrangeira em
nacional, e vice versa, ao preço determinado. Todas as transações realizadas com o exterior que envolva
entrada e saída de divisas obedecerão à taxa de câmbio fixa para converter as moedas.
Uma observação importante em relação ao sistema de câmbio fixo é o fato do mesmo ser normalmente
adotado por países que têm problemas inflacionários, e identificam no câmbio fixo uma forma de eliminar a
inflação, uma vez que os preços dos produtos importados param de subir (a chamada "âncora cambial").

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Portanto, adotar um regime de taxas fixas significa ancorar o valor de uma moeda no valor de outra moeda.
Para que esse programa tenha sucesso como elemento de combate à inflação, é necessária uma adequada
condução das políticas fiscal e monetária. Além disso, para a implantação de um sistema de câmbio fixo, o
país precisa contar com um bom nível de reservas, para que o Banco Central possa fazer frente a eventuais
ataques especulativos (troca de moeda local por moeda estrangeira por descrédito da paridade cambial).
Por outro lado, um regime de câmbio fixo pode comprometer as contas externas do país, tirando
competitividade das exportações e incentivando importações, principalmente se mantido por um período de
tempo muito longo.
Alguns países que administram sua política cambial por meio de flutuações sujas estabelecem “bandas
cambiais”, intervalos dentro dos quais a taxa de câmbio pode flutuar livremente. Quando o mercado
estabelece um preço para a moeda estrangeira que esteja fora desses limites definidos (superior ou inferior),
ou seja, fora da banda cambial, a autoridade monetária interfere, vendendo ou comprando divisas conforme o
caso.

Política de Comércio Exterior


Uma análise retrospectiva das políticas de comércio exterior adotada no mundo mostra que, em determinados
períodos de tempo, o comércio internacional foi visto como um importante fator de desenvolvimento
econômico, enquanto em outros, esse mesmo comércio representou urna ameaça às economias domésticas.
Além disso, para vários países, principalmente na América Latina, a política de comércio exterior passou a ser
vista corno elemento estratégico nos programas de estabilização, ao tornar a concorrência mais acirrada no
mercado interno (como ocorreu com o Brasil por ocasião da implantação do Plano real).
Logo após a Segunda Guerra Mundial e até 1973, o mundo assistiu a um processo crescente de liberalização
das economias, com conseqüente redução de barreiras alfandegárias (a tarifa média de importação nos paises
industrializados caiu de 35% para 6% nesse período).
A política de rendas corresponde em uma tentativa de intervenção nos mecanismos de formação de preços e
salários. Essas intervenções podem ser negociadas (pacto social) ou através de imposição da política econômica
praticada.

POLÍTICA DE RENDAS
A política de rendas pode ser usada como um dos elementos de um programa de estabilização, principalmente
quando o processo inflacionário apresenta mecanismos de indexação.
Como exemplo de uma política de rendas imposta pela política econômica temos no Plano Cruzado o
congelamento dos preços e salários aos níveis vigentes em 28.02.1986, embora para os salários tenha sido
adotada uma regra de reajuste junto com o congelamento.
Outros exemplos de política de rendas imposta estão presentes nos planos de estabilização adotados ao final
da década de 1980 (Plano Bresser e Plano Verão), e início da década de 1990 (Plano Colllor) em que se
praticava o congelamento como medida de combate ao processo inflacionário.
O controle de preços pode ser praticado através de uma forma flexível e adequado as particularidades
setoriais. Trata-se de uma forma de atuação do setor público por meio de um acompanhamento, com objetivo
de regularização da oferta de produtos, inclusive com a adoção de incentivos a novos investimentos em setores
que apresentem desequilíbrios. Esse modelo foi adotado por Delfin Netto quando assume o Ministério da
Fazenda em 1968 através da criação do CIP (Controle Interministerial de Preços).
Com a implantação do Plano Real em julho de 1994, o controle de preços é abandonado, demonstrando que a
execução de estabilização de preços pode ser bem sucedida sem a utilização do controle de preços como
instrumento de política econômica.
Quando passamos a tratar sobre política salarial, não podemos esquecer o quanto esse mecanismo foi
utilizado no Brasil para controlar o processo inflacionário, sem deixar de considerar que a política salarial tem
a capacidade de fixar reajustes nominais e não reais aos salários, ou seja, através dela haverá cada vez mais a
perda de ganho real por parte do trabalhador, pois dentro de um processo de inflação acelerada, à medida que
a inflação se acelera e o salário nominal não acompanha esse processo de reajuste a capacidade de compra do
trabalhador se reduz. Os motivos que podem ser usados para explicar o uso desse mecanismo para controle da
inflação no Brasil esta associado aos seguintes pontos: aumentos nominais de salário modificam os custos das
empresas que os repassam para os preços, representando inflação e ainda, aumentos reais de salário
(aumentos acima da inflação) elevam a demanda da economia, com a existência de pontos de estrangulamento
na capacidade produtiva também irão representar em elevação dos preços e portanto, inflação.

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Bibliografia
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