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Luiz Grossman
receitas de
Gabriel Zitune
Sandra Januário
Luiz Grossman
receitas de
Gabriel Zitune
Sandra Januário
Agradecemos aos Patrocinadores,
sem os quais o projeto do livro jamais existiria:
Diamante
Diamante
Ouro
Ouro
Luiz Grossman
Engenheiro agrônomo, juntamente com minha esposa Janice,
também agrônoma, no início da década de 90 iniciamos o cultivo
de ervas aromáticas no nosso sítio. Em 2003, tivemos a sorte de
poder transformar nossa fonte de prazer em negócio, fundando a
Garden City, empresa voltada à exploração sustentável daquilo que
temos de mais abundante e maravilhoso no país – a nossa
biodiversidade, competitividade agrícola e riqueza aromática
incontestável. A Garden City desde então trabalha com o plantio
e extração de óleos essenciais.
A Garden City resultou de uma idéia inédita, baseada num novo
paradigma – partimos do princípio que é mais fácil mover a fábrica
do que baldear a produção agrícola. A destilaria, que extrai os óleos
essenciais, foi projetada e construída sobre uma carreta de caminhão.
Com isso evitamos perdas de rendimento e qualidade no transporte
das matérias-primas, e pudemos alcançar várias safras agrícolas em
diversas regiões do país e épocas do ano, neste caso podendo extrair
óleos essenciais que um único micro-clima ou região não conseguiria
prover. O controle de qualidade final dos óleos essenciais é efetuado
na unidade de Ibiúna, em São Paulo, onde os óleos são processados,
envasados e analisados quanto às suas propriedades físicas e químicas
e atendimento às normas e regulamentos alimentares.
Luiz Grossman
Gabriel Zitune
Desde tenra idade, mesmo não alcançando a mesa, necessitando de
um banquinho para conquistar um campo de visão, não se deixava
abater ou vencer.
Tudo para acessar e explorar as panelas, os temperos, o calor do fogão
e mesmo a faca afiada.
Sempre pensando em misturar coisas, gerar cores e criar aromas ainda
mais cativantes.
Assim Gabriel, o mago, decidiu há muito dominar os sabores para
desafiar o paladar inesgotável.
E das experiências loucas e felizes, as comidas nasceram com as mais
belas formas, tonalidades, cheiros e gostos.
Os anos incessantes de químicas calóricas ganharam espaço, fama e
admiração, a ponto de converter a sala de jantar de Gabriel no palco
dos melhores e mais agradáveis momentos de sua família.
E com a família vieram os amigos, com os amigos os admiradores e
com os admiradores vieram todos os curiosos ávidos em saborear
as delicias que, impreterivelmente, acabam deixando lembranças
perpétuas aos que degustam as nozes, a canela, o doce-azedo e
tantas outras sensações que invadem e tomam não apenas o corpo
mas igualmente a alma.
O livro, portanto, revela um pouco dos segredos de Gabriel e
democratiza o acesso ao prazer, conferindo ao leitor uma
oportunidade sem igual para gozar da boa comida, esta base
indispensável da felicidade de qualquer lar.
Sandra Januário
Formada em Matemática, com especialização na área de Análise de
Sistemas onde atuei por cerca de 10 anos. Em 1995 comecei a estudar
com maior profundidade os Óleos Essenciais, desde então conheci uma
grande paixão, os aromas.
Hoje atuo como aromaterapeuta e terapeuta floral, ministro palestras
e cursos sobre aromaterapia.
Agradeço ao Luiz e Janice Grossman pela oportunidade de
participação neste livro.
Aos meus pais pela luz da vida.
Ao meu esposo, Nelson, que sempre foi o maior incentivador do meu
trabalho.
À minha filha, Ieda, que aprendeu a amar os aromas tanto quanto eu.
Sandra Januário
Agradecemos a todos os voluntários Nossos
que cederam um pouco agradecimentos:
do bem mais precioso
que possuimos: o tempo
Abraço,
Laurent
Sumário
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Parte I
Sobre Óleos e Plantas
por
Luiz Grossman
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jornada tivo. Do que conhecemos dos outros sistemas sensoriais, não conse-
guimos tampouco justificar que o olfato possa funcionar, mas é
fato notório que funciona. Conseguimos detectar o odor de
sensorial qualquer coisa ao nosso alcance, e isso é sempre instantâneo.
Ninguém nunca precisou aprender a cheirar – o sistema ol-
pelo fativo funciona por si só. Parece pouco, mas não é. Como
compara o cientista italiano Luca Turim, tomemos como exem-
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que se trata de carboidratos, e passamos rapidamente a produzir guimos identificar o seu cheiro instantaneamente. É facil demons-
enzimas no processo digestivo que possam lidar com os trar que nossa biblioteca genética de aromas não foi progra-
carboidratos. O que acontece quando comemos plástico? mada para lidar com todas as possibilidades de odores, pois
Nossa biblioteca genética de enzimas não sabe como di- conseguimos identificar, de pronto, mesmo cheiros de
gerir o plástico, e se essa fosse nossa única fonte de ali- substâncias que não existem na natureza e foram criadas
mento, culminaria na nossa morte por fome. em laboratório, portanto são substâncias que nunca es-
É sabido, por exemplo, que cachorros não conseguem tiveram em contato com nosso mecanismo evolutivo, e
digerir chocolate. Pela falta das enzimas que conseguem não há como estarem incorporadas no nosso código ge-
lidar com as moléculas de chocolate, os animais acabam nético. Ou seja, como explicar o funcionamento do olfato,
doentes se ingerirem chocolate em quantidade. O nosso siste- que consegue de imediato reconhecer praticamente qualquer
ma digestivo é bastante rápido para decodificar instantaneamente aroma, mesmo que ele nunca tenha sido “visto” por qualquer
os alimentos que digerimos, porém ele é somente tão bom quanto a antepassado nosso?
nossa biblioteca genética de possibilidades permitir associar. Além de pouco entendermos do nosso senso de olfato, também o
Tomemos agora como exemplo o sistema imunológico. Nossos subestimamos. O aroma do produto é fundamental na nossa análise
anticorpos foram projetados para lidar com qualquer novo pro- sensorial do gosto da comida. Calcula-se que 80% do sabor advém
blema pela frente. Obviamente temos que enfrentar novas do aroma (sensibilização das celulas olfativas), ao invés do pa-
estirpes de vírus e bactérias a cada ano e não há como já ladar (sensibilização das celulas gustativas) . Isso pode ser
termos as inúmeras possibilidades de anticorpos codifica- ilustrado com o fato de que se você comer um alimento muito
das na nossa biblioteca genética de imunologia. É por isso temperado quando atingido por forte gripe, a comida pare-
que leva um tempo maior, normalmente de alguns dias ou ce completamente insossa. A gripe impacta diretamente o sis-
semanas, para que nosso organismo desenvolva um tipo de tema olfativo, mas note que a inflamação das mucosas não
anticorpo capaz de combater o patógeno que nos ameaça. Ou impacta o sistema gustativo.
seja, nosso sistema imunológico está preparado para improvisar e Uma vez perguntei a um aromacologista — o profissional que
tentar inúmeras possibilidades até encontrar a chave que resolve o estuda a ciência dos aromas, como podemos saber se um dado odor é
problema. Isso leva tempo, como já foi dito. bom para a nossa saúde. A resposta foi: “não se procupe, a mente
Sabemos até agora que para processarmos rapidamente as sempre rejeita algum aroma que ela acredita não ser boa para o
informações ligadas a algum dos nossos sistemas, essas in- organismo”. Ou seja, por esta ótica conseguimos explicar por
formações já deveriam estar “pré-programadas” no nosso que algumas pessoas têm verdadeira aversão a alguns ti-
código genético. Se as informações não foram progra- pos de cheiro e outras não. O desafio mais importante
madas, podemos resolver o problema, mas isso leva tem- da pesquisa em olfato é, além de tentar entender o seu
po. Voltemos ao sistema olfativo. Não importa qual o funcionamento, deduzir como o senso do olfato interage
tipo de substância que nos ofereçam, sempre conse- com a razão e a emoção. Hoje, não há dúvidas de que
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essa relação é intensa e reciprocamente dependente. permanecem – as moléculas mais pesadas, menos voláteis e mais com-
Sabe-se que seres humanos conseguem memorizar e identi- plexas tendem a ficar próximas ao solo. É por isso que animais
ficar cerca de 10 mil tipos de odores. Estimativas recentes como cães e gatos, tendem a farejar o chão para capturar
calculam que possuimos cerca de 5 milhões de células ol- algum odor.
fativas receptoras. É o mesmo tamanho que possui um Darwin, antes que se soubesse da existência de genes,
camundongo. Um rato possui cerca de 10 milhões de teorizou que o relativamente grande córtex visual nos
células, um coelho 20 milhões e certas raças de cães, até primatas superou o córtex olfativo, que, por sua vez, teve
220 milhões de receptores olfativos. sua importância minimizada com o passar do tempo. Ele e
outros cientistas da época concluíram que nossa posição
ereta, favorecendo nosso senso visual e desfavorecendo na mes-
ma magnitude nosso senso olfativo, acabou por colocar o olfato num
segundo plano. Freud inclusive sugeriu que nosso bipedalismo foi o tri-
ANIMAL RECEPTORES unfo da visão sobre o olfato. Isso foi considerado verdade absoluta até a
OLFATIVOS
última década do século XX. O conceito que o sistema olfativo é im-
Homem 5 milhões
Camundongo 5 milhões portante, ou mesmo crucial para nossa existência, é parte do re-
Rato 10 milhões descobrimento deste senso.
Cão perdigueiro 220 milhões Muitos odores consistem de misturas de diferentes molécu-
las, como é o caso dos óleos essenciais. Acredita-se que
diferentes moléculas sensibilizam diferentes neurônios re-
ceptores e o cérebro faz o cálculo: se as células F, G e Q
foram sensibilizadas, então é provável que o cheiro seja de
café. Você poderia imaginar que para cada diferente molécula
Muitos dos nossos genes olfativos, que controlam as células temos um receptor definido e o memorizamos. Isso seria impossí-
receptoras, têm cerca de 10 milhões de anos de idade, porém acredi- vel. O cérebro não faria mais nada a não ser detectar e armazenar
ta-se que não mais do que 400 estejam ativamente funcionando odores. Na prática, guardamos apenas aqueles relacionados à nos-
hoje. Nossos antepassados pré-históricos contavam muito mais sa sobrevivência ou que estejam associados a eventos impor-
com o sistema olfativo para sobrevivência do que contamos tantes nas nossas vidas. Por exemplo, guardamos os chei-
hoje. Tendemos a acreditar que seres humanos não de- ros das frutas maduras, da comida pronta, da comida
pendem do senso olfativo como os animais. Mas na ver- queimada, venenos, pessoas queridas ou parceiros se-
dade, somos também muito sensíveis aos odores. Um xuais.
dos problemas é que nosso posicionamento ereto, co- Ainda que tenhamos habilidade em cheirar e associar o
loca nosso nariz longe de onde boa parte dos odores cheiro com alguma coisa pré-definida, poucas pessoas
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Óleos
QUANTIDADE APROXIMADA DE ÁREA EM M2 PARA
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O óleo essencial assume diferentes papéis, principalmente em fun- Os óleos essenciais das folhas estão normalmente contidos em glân-
ção do órgão da planta onde foi produzido. Normalmente os óleos dulas oleíferas, que facilmente se rompem. Não somente esses
contidos nas folhas, raízes e cascas estão associados à sobrevi- óleos tornam as folhas inapetíveis para animais procurando
vência da planta, atuando na defesa contra microrganismos, uma refeição, como também se evaporam facilmente em
como fungos e bactérias. Já os óleos essenciais produzidos dias quentes, tendo como função adicional a de esfriar a
nas flores têm primariamente função de atrair agentes superfície das folhas nesse processo. Uma vez condensados
polinizadores, como pássaros e insetos. Quando insetos, no solo, tendem a impedir o crescimento de algumas ou-
morcegos e pássaros visitam flores para se alimentarem com tras plantas competidoras.
pólem, eles usualmente polinizam as flores neste processo. A Óleos essenciais são misturas bastante complexas de vá-
cor e o odor da flor são importantes instrumentos de atração rias substâncias simples. Cada componente contribui para o efei-
destes agentes. O odor é particularmente fundamental para atrair to biológico da mistura como um todo. Desta forma, a proporção de
polinizadores noturnos, tais como mariposas e morcegos. Portanto, flores cada componente pode afetar a sua ação. Por exemplo, o componente
polinizadas por esses agentes normalmente são muito odoríficas. A natu- marcador do óleo de camomila azul é o camazuleno, que pode estar
reza dos odores também seleciona o tipo de agente polinizante. Veja presente em proporções que vão de pouco mais de 1% até cerca de
como isso acontece na tabela abaixo: 15% dependendo de onde e como a planta foi cultivada. Há óleos
essenciais que apresentam concentração de um único compo-
nente em proporção quase total, como é caso do óleo essenci-
TIPO DE AROMA AGENTE POLINIZADOR al de erva-doce ou outras plantas cujos óleos têm centenas de
FLORAL EMITIDO ATRAÍDO componentes na mistura, como o gengibre ou a priprioca.
Aromas doces e leves Abelhas e borboletas A identificação dos componentes de um óleo essencial é
Doce e pesado Mariposas
um processo demorado e complicado, no qual se utilizam apare-
Musk ou frutas podres Morcegos
Odores putrefáticos Besouros e moscas
lhos sofisticados, tais como cromatógrafos a gás e espectrômetros
de massa. Mesmo assim, essa análise está sujeita a erros amostrais, de
interpretação, ou mesmo limitados ao estado da técnica dos aparelhos.
É comum, com o passar dos anos, a “descoberta” de novos compo-
TIPOS DE ARMAZENAMENTO EXEMPLOS DE PLANTAS nentes dentro de um óleo essencial. Na verdade eles sempre esti-
DE ÓLEOS ESSENCIAIS
veram lá, mas o fato é que conforme o progresso tecnológico
Glândulas oleíferas Tomilho, Orégano,
vai melhorando a resolução dos aparelhos, torna-se possí-
sobre ou sob as folhas Sálvia, Alecrim
Células oleíferas Louro, Canela, Cássia
vel a identificação de mais componentes.
Canais de resina entre as células Anis, Funcho, Coentro
Reservatórios de óleo Limão, Laranja, Bergamota
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vegetais getais ou óleos carreadores, para veicular os óleos essenciais para consumo,
seja para ingestão, odorização ambiental, massagem ou fim cosmético.
carreadores ciais” é confuso e advém não do fato que tenham qualquer seme-
lhança com os óleos voláteis que são o tema principal deste livro. São
assim denominados pois o nosso organismo não os produz, sendo por-
tanto necessária sua ingestão por meio de alimentos.
Os principais ácidos graxos contidos nos óleos vegetais po-
dem ser divididos em insaturados e saturados. Os insaturados
são principalmente representados pelos ácidos oleico,
linolêico e linolênico, sendo os saturados representados
pelo esteárico, palmítico, láurico e mirístico. Os
insaturados são os mais interessantes do ponto de vista
nutricional e para o tratamento de pele. Entretanto, justa-
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mente por serem insaturados, são mais reativos com o oxigênio (passíveis Os principais óleos carreadores
de oxidação), processo químico que chamamos popularmente de ran-
para uso alimentício e cosmético
ço, diminuindo a vida de prateleira (shelf life) destes óleos.
Aqui vale a menção de que muitos dos óleos essenciais
voláteis de plantas têm a propriedade antioxidativa, que é
fundamental para a proteção dos óleos vegetais ÓLEO VEGETAL DESCRIÇÃO
insaturados e proteção da pele ao ataque de radicais livres
Óleo de amendoim Cerca de 82% dos ácidos graxos são insaturados, tais como o ácido oleico e linoleico.
(veja quadro). Já foram publicados inúmeros trabalhos ci- Arachys hypogea Apenas 11% são representados pelos ácidos esteárico e palmítico, saturados. Pode ser
entíficos demonstrando as propriedades antioxidantes de ingerido ou utilizado em massagem de terapias relacionadas à artrite, em todos os tipos
de pele. O óleo de amendoim pode ser utilizado sobre a pele sem estar misturado a
alguns óleos essenciais, principalmente aqueles contendo fenóis,
outros óleos vegetais. Os usuários devem dedicar um cuidado especial a este óleo, tendo
de tal forma que o casamento entre os óleos essenciais - como tomi-
em vista que o amendoim é alergênico a muitas pessoas.
lho, menta piperita, orégano, camomila azul, alho, gengibre, alecrim ou
Óleo de gergelim O óleo contém cerca de 41% de ácido linoleico, 39% de ácido oleico (constituído
erva-cidreira - prolonga a vida útil dos produtos que estiveram sob con- Sesamum indicum portanto de cerca de 80% ácidos insaturados), 9% palmítico e 5% esteárico além de
tato. Por exemplo, foi demonstrado que se adicionarmos 0,2% de óleo vitaminas A, B e E. É empregado na hidratação e proteção da pele. A Vitamina E é um
antioxidante natural, sendo importantíssima para retardar o envelhecimento da pele.
essencial de alho no óleo vegetal de amendoim aumentamos a vida
Possui, além disso, aminoácidos e cálcio, o componente sesamol, um filtro solar natural.
de prateleira do óleo de amendoim em 24,3 meses (a 20 ºC). Não usar o óleo de gergelim puro sobre a pele – o ideal é combina-lo com outros
Igualmente foi demonstrado que o óleo de gengibre tem mai- óleos carreadores, não incluindo mais do que 10% do mesmo. Pode ser usado em
or poder antioxidante do que α-tocoferol (vitamina E) e BHT, todos os tipos de pele, mas é particularmente interessante para pessoas com problemas
de reumatismo, artrite, eczema e psoríase.
os aditivos antioxidantes de referência no mercado.
Óleo de Canola O óleo de canola é extraído das sementes da colza, planta da família da mostarda. É bastante
Brassica napus rico em ácidos graxos insaturados, tais como 60% de ácido oleico, 22% de ácido linoleico,
Radicais livres são moléculas ativas presentes em todo lugar, 10% de ácido linolênico e apenas 4% e 2% respectivamente de ácidos palmítico e
tanto internamente ou externamente às células. Os radicais esteárico, ambos saturados. Pode ser usado até 100% sem necessidade de combinação com
são moléculas cujos átomos de oxigênio perderam um elétron outros agentes carreadores. Tem boa capacidade de higienização e ação leve sobre a pele.
por variados motivos, entre eles oxidação ou exposição aos
Óleo de cenoura O óleo de cenoura é uma novidade no mercado. É necessário o uso de solvente para
raios ultravioleta solares. Por isso, essas moléculas acabam
(Daucus carota) sua extração. Ele contribui bastante para a pele, pois é composto de betacarotenóides,
ficando muito reativas e conseqüentemente sedentas de outros
ácido graxo linoleico (poliinsaturado), tocoferóis e confere coloração alaranjada ao
elétrons. Quando adquirem elétrons das moléculas celulares,
produto final. Há poucos trabalhos sobre a eficácia do óleo, mas sabemos que ele tem
acabam destruindo a estrutura e funcionalidade das células,
efeito “semi-secante”. Não use o óleo de cenoura para fins alimentícios.
por exemplo, provocando a peroxidação lipídica das
mitocôndrias (organela responsável entre outros pela respiração Óleo de girassol O óleo de girassol é bastante concentrado em ácidos graxos insaturados com cerca de
celular), resultando na destruição de membranas celulares e Helianthus annus 70% de ácido linoleico e 19% de ácido oleico que possuem propriedades de hidratar e
liberação de materiais que degeneram outras células. Na pele restaurar a pele. Tem ação emoliente e re-epitelizante. O óleo de girassol pode ser
este é um dos processos responsáveis pelo envelhecimento utilizado sobre a pele sem estar misturado a outros óleos vegetais.
precoce. Nos alimentos, é o processo responsável pelo ranço e
deterioração acelerada do alimento.
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Óleo de O óleo de sementes de uva é um dos óleos mais concentrados em ácidos graxos poli-
sementes de uva insaturados de todas as fontes alimentícias de óleo existentes. A soma de ácidos
Vitis vinifera oleico e linoleico pode ultrapassar 95%. Até pouco tempo atrás o óleo de uva era
somente usado em dietas alimentícias especiais. Além de rico em insaturados, o óleo
tem propriedades muito interessantes do ponto de vista cosmético e alimentício: é
macio, sendo rapidamente absorvido pela pele, não sendo gorduroso ou pegajoso. O
óleo de uva ajuda a balancear o pH da pele além de ser hipoalergênico e rico em
vitamina E e proantocianidinas, importantes agentes antioxidantes. Este óleo tem
50% mais capacidade antioxidante que o óleo de gergelim por exemplo. O óleo de
uva é recomendado para peles secas e peles sensíveis ou que sofreram irritações.
Óleo de abacate Foi publicado uma ampla análise na revista Cosmetic & Toiletries (uma das mais
(Persea americana) importantes do setor cosmético) falando muito bem do óleo. Pode ser usado em
shampoos. Nesse caso, devido ao aumento de estabilidade, eliminação de bactérias e
efeito "anti-druffing". Como creme de pele, ajuda a eliminar células mortas, diminui o
envelhecimento e aumenta a hidratação. Ajuda também no combate à psoríase. A sua
concentração é 24% palmítico e 50% de ácido oleico, ou seja, praticamente não contém
ácidos graxos polinsaturados (o oleico é monoinsaturado e o palmítico, saturado). Não
use o óleo de abacate para fins alimentícios.
Azeite de oliva O azeite de oliva contém cerca de 85% de ácido oleico, 5% linoleico, 7% de palmítico,
Olea oleracea e 2% esteárico, ou seja cerca de 90% insaturado. O azeite de oliva é o principal óleo
na culinária e provavelmente o veículo preferido para diluição dos óleos essenciais
destinados à ingestão. O azeite de oliva é também particularmente relevante na
massagem, pois tendo como principais componentes os ácidos graxos insaturados,
ajuda na hidratação e restauração da pele. Tem ação leve e boas propriedades para
higienização da pele. Não usar o azeite de oliva puro sobre a pele. O ideal é combiná-
lo com outros óleos carreadores, não incluindo mais do que 10% do mesmo. É
particularmente interessante para pessoas com pele seca.
Óleo de soja O óleo de soja é rico em ácidos graxos insaturados, tais como 51% de ácido linoleico,
Glycine max 29% de ácido olêico e 7% linolêico. Com textura pesada, altamente viscoso, é eficiente
na higienização da pele, tendo ação leve, não-cáustica sobre a mesma. Ainda que
possa ser usado sem estar combinado a outros óleos carreadores, o ideal é misturá-lo
para diminuir o excesso de gordura e viscosidade.
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artificiais
mos óleos essenciais e não essências artificiais? A resposta dada
por Robert Tisserland é simples: os produtos sintéticos não contêm a
energia vital, o impulso adicional da vida que somente encontramos em
seres vivos. Por outro lado, a dinâmica do mercado e a necessidade de
produtos com preços mais baixos e competitivos obrigam a maior
parte das indústrias, hoje em dia, a trabalhar com componen-
tes sintéticos, tanto em fragrâncias cosméticas como em
aromas alimentícios.
Ervas aromáticas e seus óleos essenciais são privilegi-
ados pelos seus usos em aromas, cores, terapia e culiná-
ria, trazendo bem-estar, frescor ou extremo sabor sobre
tudo onde tocam. Não há termo de comparação entre a
versão do aroma criada pela natureza e aquela criada pelo
homem em laboratório.
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Cosmética
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O sândalo tem tido uso contínuo por pelo menos 4 mil anos. As um perfume, compositores não hesitam em invocar o perfume como metáfora para sua
notas de fundo não somente duram mais do que as demais, como composição – com harmonia, sinergia e estética. Ou como melhor definiu Guy de
também fazem com que as outras durem mais. Por isso são Massapassant “…Quando ouvia aquela sonata, não podia mais dizer se estava respirando
chamadas de fixadores. As notas de fundo servem de ânco- música ou ouvindo um aroma…”
ra para as demais notas. São elas que respondem pela
profundidade da partitura, pela sensualidade e pelo tom
AGUDO
mais selvagem.
A maior parte dos óleos essenciais florais e algumas
ervas são representantes da classe de notas de corpo. Elas
são consideradas as responsáveis pelo tom de romance, paixão
e sensualidade do perfume. As notas de corpo ou de alma fornecem
corpo à composição, dando calor e senso de complexidade. As notas de
corpo podem ser combinadas para gerar uma mistura sofisticada, radian-
te, narcótica e exótica. São as notas que servem de ponte entre as
pesadas notas de fundo e as leves notas de saída.
As notas de saída representam o convite para iniciarmos a GRAVE
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NOTAS DE SAÍDA NOTAS DE CORPO NOTAS DE FUNDO 53
Manjericão Camomila Romana Camomila Azul
Limão Manjerona Sálvia esclarea
Louro Erva doce Alecrim
Cardamomo Orégano Coentro
Laranja Tomilho Cedro
Anis Lavanda Baunilha
Pimenta Ylang Ylang Estragão
Menta Café
Gengibre Canela
Cravo
Amadeirado Sândalo
Herbáceo Vetiver
Doce Baunilha
Suntuoso Copaíba, Baunilha
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Outra forma de explicarmos a eficácia dos óleos essenciais está na Medicina e Saúde
teoria reflectorial, ou seja, pela criação de um estímulo olfativo
agradável, ou simplesmente pelo estímulo do sistema olfati-
Muito embora a maior utilização dos óleos essenciais se
vo, que está intimamente ligado ao sistema límbico (órgão
dê nas áreas de alimentos e cosméticos, mais recentemen-
responsável pelas emoções, sexualidade e sensações em
te temos visto um aumento na prescrição de preparações
todos os animais) e ao hipocampo, que acreditamos ser
galênicas com uso de óleos essenciais. Infelizmente muito
responsável pela codificação das informações na memó-
do que se prega com relação às suas propriedades é
ria, abre-se um canal direto para acesso ao nosso centro
empírico ou mesmo inverídico. Com o trabalho recente de
de processamento de emoções. Trata-se de uma forma de
Pierre Franchomme e colaboradores foi possível estabelecer
abrir uma porta de acesso ao nosso lado emocional ou psíqui-
bases sólidas para traçar um paralelo entre as estruturas físico-
co, já que muitas das desordens psicossomáticas tem, reconhecida-
químicas dos compostos aromáticos e suas propriedades medicinais.
mente, origem emocional.
Baseado no estudo das cargas elétricas e da polaridade das moléculas
Além da eficácia dos óleos para tratamento de diversas doenças, prin-
aromáticas, identificou-se que alguns óleos possuem carga negativa,
cipalmente quando esse tratamento está relacionado ao antagonismo
descobrindo-se posteriormente que seu uso implica no relaxamento
a patógenos ou acesso ao sistema límbico, podemos ainda contar
dos indivíduos. Outros óleos possuem carga positiva, e verificou-
com dupla eficácia, tal como o açúcar, que não só provoca uma
se que são estimulantes. De forma análoga, a cultura oriental
sensação de bem-estar pelo gosto doce, mas também induz
classifica os alimentos em Yin e Yang. Ou seja, a ciência oci-
reações em cadeia com a insulina no organismo. Por que en-
dental corroborou tecnicamente, o que já se pregava na sabe-
tão as moléculas de aroma não poderiam também interagir a
doria oriental há milhares de anos. A parte prática importante
nível molecular ao mesmo tempo que provocam bem-estar?
deste trabalho, é que por meio de uma análise simples de carga
e lipofilicidade dos componentes do óleo essencial podemos inferir
algumas potenciais propriedades que os óleos essenciais irão assumir.
Com os trabalhos de Franchomme descobriu-se que as moléculas
negativas são antiinflamatórias e antiespasmódicas, atuam como
atenuadores de problemas hepáticos, do sistema nervoso, do siste-
ma gastro-intestinal e outros. Por outro lado, as moléculas po-
sitivas, agem mais no aumento do nível energético do orga-
nismo, por exemplo, sendo efetivos contra infecções virais,
stress, atenuadores dos efeitos do câncer, entre outros.
Após essas constatações iniciais, foi possível mapear as
moléculas e grupos químicos, relacionando-os com sua
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Ação antifúngica
Os mesmos grupos listados com ação antibacteriana valem
para o combate às infecções fúngicas, embora o tratamento
para estes últimos seja bem mais demorado.
Ação antiviral
A sinergia entre álcoois monoterpênicos com cineol (grupo dos
óxidos) é muito eficiente no tratamento de patologias virais no trato
respiratório. Outros grupos de moléculas cuja combinação traduz em
maior eficácia contra vírus é o óxido de linalol + linalol, as cetonas,
aldeídos e éteres. Cabe ressaltar que os agentes virais são em geral
bastante suscetíveis à ação das moléculas aromáticas.
Ação antiparasitária
Assim como os antibacterianos, o grupo dos fenóis
aqui exerce maior importância. Os álcoois
monoterpênicos, algumas moléculas do grupo das cetonas
e óxidos também apresentam certas propriedades com-
provadas como agentes antiparasitários.
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Expressão
O método de expressão a frio é o mais simples dos três
grupos. O óleo essencial é expelido através de pressão. É o
caso principalmente dos óleos essenciais de plantas cítricas,
cujas glândulas se encontram na casca dos frutos. As cascas são
esmagadas e o óleo essencial é ejetado na forma de um fino spray.
de Destilação
Os conquistadores mouros do sul da Espanha trouxeram con-
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Todas as técnicas se valem do princípio que os componentes volá- a vapor se aplica para a separação. É o método mais usado nos países
teis do óleo, após contato com vapor de água ou água em ebuli- de terceiro mundo, justamente por ser mais fácil e econômico para
ção, evaporam pelo aumento de temperatura, troca de calor e se implementar – porém se traduz em óleos de baixa qualidade.
pela destruição das glândulas que os mantêm presos ao Na destilação por arraste a vapor, o vapor é introduzido
material vegetal, sendo carregados para cima pelo vapor no sistema por via indireta, ou seja, o material vegetal se
de água fornecido. A seguir a mistura gasosa de vapor de situa em dornas e o vapor de água é alimentado através
água e óleo é resfriada dentro de condensadores e ambos de caldeira, entrando nas dornas pela parte inferior. O va-
se tornam uma mistura líquida com duas fases distintas. por, ao subir pelo material vegetal, destrói as glândulas
Como o óleo essencial e a água têm normalmente densida- oleíferas e arrasta o óleo essencial consigo, por isso o nome
de, cor e viscosidade diferentes, é possível separá-los fisica- da técnica, que depois será condensado e obedece ao mesmo
mente sem maior dificuldade. Cabe ressaltar que o óleo essencial é o princípio já descrito.
produto principal deste processo. A água odorizada, que é o sub-produto, Cabe ressaltar que para o mesmo material vegetal, diferentes técnicas
é denominada de hidrolato. Não se trata de uma água qualquer: ela con- de extração conferem diferentes resultados ao óleo essencial, tanto do
tém uma boa parte dos voláteis solúveis em água, tais como álcoois e ponto de vista quantitativo como qualitativo. Plantas cultivadas em
outros, portanto perfazendo uma água muito aromática. Infeliz- regiões diferentes, ou mesmo na mesma região sob diferentes téc-
mente não é possível armazenar hidrolatos por muito tempo, nicas, ou colhidas em momento distinto, também se traduzem
uma vez que o processo fermentativo se inicia imediatamente. em óleos essenciais diferentes.
Por esse motivo, à exceção de água de rosas e outros poucos
produtos, praticamente não se encontram hidrolatos à venda
no mercado.
A técnica de destilação a seco por alta pressão é empregada
nos casos onde a temperatura necessária para evaporação dos óle-
os seja muito alta. É o método mais rápido de extração, mas somente
pode ser usado em casos onde o óleo não se deteriora com altas tempe-
raturas (o que normalmente ocorre). Esta forma de extração é usada
para destilar óleos essenciais de várias madeiras, mas se conside-
rarmos o universo global de produção de óleos essenciais, é
técnica pouco empregada.
Na técnica de hidro-destilação com água mais vapor,
ou “método do alambique”, o material vegetal se encon-
Unidade móvel de
tra em contato direto com a água em ebulição, e uma destilação da Garden City
com o qual o autor efetiva
vez evaporados, o mesmo princípio da técnica de arraste a extração dos óleos
essenciais enfocados no livro.
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Há vários processos de extração, cada qual com uma finalidade produto final, para que tenha condições de atender aos re-
e técnica distinta. Veja na ilustração abaixo uma simplificação: quisitos de produtos para a saúde, sejam cosméticos, sejam
alimentos. As várias dificuldades operacionais, aliadas ao
custo elevado dos solventes, fazem com que esse tipo de
obtenção de óleo essencial fique direcionado apenas às
MATERIAL VEGETAL
plantas cujo rendimento de extração, por destilação, seja
muito baixo, ou quando o componente desejado não seja
extração extração extração
com água com com arrastado pela técnica de destilação. De qualquer forma, os ren-
(destilação) etanol solvente dimentos com solvente são muito mais elevados, porém o arraste de
componentes normalmente não é seletivo. Acaba trazendo, além do óleo
TINTURA/ CONCRETO/
ÓLEO ESSENCIAL essencial, os componentes responsáveis pela pungência, pigmentos e com-
EXTRATOS ÓLEO-RESINA
(forma líquida)
(forma líquida) (forma pastosa) extração ponentes indesejados, o que obriga um posterior processo de retifica-
destilação com
ção do produto.
etanol
O produto da extração por solvente chama-se concreto no
caso das fragrâncias, ou óleo-resina no caso dos aromas ali-
ÓLEO ESSENCIAL ABSOLUTO
(forma líquida) (forma líquida) mentícios. O concreto, assim denominado devido à sua con-
sistência pastosa ou sólida, será posteriormente extraído com
etanol, para que possa ser utilizado em perfumes. Da mesma
forma, a óleo-resina para fins de aromatização de alimentos será
A preparação de tinturas a partir de material vegetal não tem
destilada para evaporação do solvente e obtenção do óleo essencial
expressão fora do universo farmacêutico, principalmente devido à
na forma líquida.
grande desproporção entre a quantidade de óleo essencial e água na
A dificuldade e periculosidade na extração com solventes convencio-
matéria-prima, sendo a baunilha talvez a única exceção notável.
nais deu espaço para um novo tipo de processo, denominado extra-
A técnica de extração de óleos essenciais por solvente normal-
ção por gás carbônico supercrítico. Apesar de ser também consi-
mente utiliza um ou vários solventes, conforme o tipo de mate-
derado um solvente, não é perigoso no manuseio nem é agres-
rial que se deseja trabalhar. Os solventes mais utilizados são
sivo ao meio ambiente. O método de extração é completa-
o éter de petróleo, acetato de etila, diclorometano, aceto-
mente distinto dos anteriores, fazendo-se o uso das vali-
na, etanol ou hexana e suas várias combinações. Alguns
osas propriedades do gás carbônico (CO2) no estado
solventes por serem muito tóxicos, não podem ser utili-
supercrítico. Definimos estado supercrítico a fase da subs-
zados na fabricação de aromas para aditivos alimenta-
tância que, sujeita à combinação de altíssima pressão e
res. A maior parte dos solventes tem periculosidade no
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Quando um óleo essencial atende o padrão FCC – Food ora porque o processo de produção daquele produtor possa ser um
Chemicals Codex –, equivale dizer que suas principais
tanto diferente da média mundial. Nestes casos e também nos
propriedades físico-químicas foram determinadas e se
encontram dentro do limite permissível para aquele óleo casos onde se procura excluir ou concentrar algum compo-
essencial. Ele, portanto, poderá ser utilizado como ingrediente nente químico, é possível, através da técnica chamada reti-
em alimentos. Isso também significa dizer que o produto é
ficação do óleo essencial, redestilá-lo, de forma fracionada,
seguro e não foi adulterado.
eliminando alguns componentes e concentrando outros
de maior interesse.
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deias são curtas, com 10 átomos de carbono, são chamados de solúveis em água. Como exemplo temos os componentes linalol, nerol
monoterpenos. Como exemplo de monoterpenos temos o mirceno, e geraniol. Todos os nomes de álcoois terminam em <ol>. Infeliz-
canfeno e sabineno. Quando as cadeias possuem 15 átomos mente, os fenóis também têm a mesma terminação, o que
de carbono, são denominados sesquiterpenos. Como exem- causa uma certa confusão.
plo podemos citar o bisaboleno, camazuleno e farneseno.
Como você deve ter percebido, os nomes químicos dos
terpenos normalmente terminam em <eno> o que torna Aldeídos
relativamente fácil associar o nome à sua classe química.
Os monoterpenos são moléculas simples, leves, altamente
São os álcoois parcialmente oxidados. Os aldeídos são os
voláteis. Exatamente por isso são as primeiras a serem percebidas
responsáveis pelo aroma frutal dos óleos essenciais. Os nomes
pelo nosso olfato. Da mesma forma, são as mais fáceis de extrair e, caso
químicos terminam em <al> ou com a palavra <aldeído>. Por exemplo,
predominem absolutamente dentro de um óleo essencial, isso pode significar
citral, citronelal e cinamaldeído.
que o óleo foi destilado por pouco tempo ou em condições não ideais, não
permitindo que as demais moléculas — menos voláteis, mais pesadas —
que demoram um pouco mais para volatilizar, mas que também são
Cetonas
mais ricas aromaticamente, pudessem também estar presentes. A
ausência de sesquiterpenos ou compostos oxigenados em óleos
essenciais que normalmente os possuem, se traduz num aroma As cetonas são componentes estáveis, normalmente não
mais pobre do óleo essencial, o que inevitavelmente representa oxidáveis e fonte das principais preocupações do ponto de vista
um menor valor de mercado. Isso não se aplica, naturalmente, nos toxicológico, como veremos a seguir. Os nomes químicos dos
casos de óleos essenciais que possuem somente monoterpenos pre- compostos do grupo das cetonas normalmente terminam com
sentes, tais como o de pinus. <ona>, tais como a tujona, fenchona, carvona. Há, porém, exceções,
como a cânfora.
Os compostos oxigenados
Ésteres
Álcoois
Representam o grupo mais variado de derivados dos Assim como os aldeídos, os ésteres são responsáveis pelo
terpenos. Normalmente possuem 10 átomos de carbono, aroma frutal intenso. Os ésteres estão mais associados aos
por isso são denominados de álcoois monoterpênicos. óleos essenciais obtidos a partir de flores e frutos madu-
São os grandes responsáveis pelo odor e gosto dos óleos ros. Os ésteres são facilmente degradados nas altas tem-
essenciais e, como veremos a seguir, os componentes mais peraturas do processo de destilação. Por esse motivo, não
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são muitas as flores e frutas que conseguem ter o seu óleo essencial Outros compostos oxigenados
representando o seu verdadeiro aroma. O processo de extração mais Outros compostos oxigenados de menor importância em óleos
comumente utilizado, que é a destilação, normalmente destrói essenciais são os furanos, as lactonas, os peróxidos e os ácidos.
essas moléculas. Damos aqui particular destaque às furanocumarinas, um tipo
Os nomes químicos das moléculas dessa classe normal- particular de composto presente principalmente a partir da
mente terminam com <ila>, como hidrato de metila e extração por prensagem a frio de frutas cítricas, que tem
acetato de butila. implicação direta na fotoxicidade dérmica se aplicados so-
bre a pele e seguida de exposição à luz solar.
Fenóis
Éteres e Óxidos
MOLÉCULAS DE MOLÉCULAS DE
CARGA POSITIVA CARGA NEGATIVA
Tanto os éteres como os óxidos possuem um átomo de oxigênio
entre dois átomos de carbono. Não há uma fórmula universal para a Monoterpenos saturados Cetonas (mucolíticos, cicatrizantes)
rápida identificação destas classes a partir dos nomes químicos. Como ou pouco insaturados (anti-sépticos) Aldeídos (antiinfecciosos)
Álcoois e fenóis (antiinfecciosos) Ésteres (antiespasmódicos)
exemplo de óxido, o componente mais conhecido é o cineol, princi-
Fenóis metil-éteres (antiinfecciosos) Terpenos polinsaturados (anti-
palmente presente no óleo de eucaliptus e inúmeras outras plan-
Aldeídos benzênicos (antiinfecciosos) histamínicos, antialérgicos)
tas, e o óxido de bisabolol. No que se refere aos éteres, temos Óxidos (antiparasitários, expectorantes)
como exemplos o anetol, safrol, apiol e estragol, todos com Lactonas (reguladores hormonais)
implicações toxicológicas importantes. Ácidos (antiinfecciosos)
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MOLÉCULAS MOLÉCULAS
HIDROSSOLÚVEIS (POLARES) LIPOSSOLÚVEIS (APOLARES)
Aldeídos
Ésteres Moléculas
Cetonas Moléculas
Sesquiterpenos negativas
Cumarinas negativas
Lactonas Óxidos
Moléculas
Fenóis Moléculas Terpenos
positivas
Álcoois positivas Fenóis
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toxicologia
nentes voláteis no sangue após aplicação dérmica, através de mas-
sagem, é máxima após cerca de 20-30 minutos. Após 90 minutos, a
concentração cai a níveis próximos de zero. Ou seja, a massagem é
uma forma muito eficiente e rápida para se administrar o óleo es-
sencial com segurança. Alguns fatores podem influenciar na efi-
ciência da aplicação. Se aplicarmos o óleo essencial com ca-
lor e em pele descoberta, boa parte do óleo será volatilizada
antes de ser absorvido. Se a pele estiver machucada, a
absorção é muito mais acelerada. Se a pele estiver lim-
pa e hidratada, a absorção também é mais rápida. A
pele tem permeabilidade distinta a diferentes tipos de
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componentes: os mais voláteis e mais lipofílicos têm absorção mais rápi- Óleos essenciais contendo cetonas: neurotóxicos
da do que componentes menos voláteis e mais hidrofílicos.
A administração dos óleos essenciais por inalação, além de Normalmente os óleos essenciais contendo altos teores de cetonas devem ser evitados,
bastante segura, é talvez o canal mais eficiente para atingir o tendo em vista diversos trabalhos documentando os efeitos neurotóxicos destes óleos. O uso
sistema nervoso central. Portanto, tem maior rapidez para extremado e por longo prazo destes óleos pode também provocar dano ao fígado. Vale ressaltar
provocar efeito relaxante ou estimulante do que outros mé- que nem todas as cetonas encontradas nos óleos essenciais são tóxicas, como por exemplo a
todos. Também é particularmente interessante para atingir fenchona, presente no funcho amargo, que é praticamente atóxica. A cetona mais abundante
doenças de ordem psicossomática. A quantidade inalada de nos óleos essenciais é a tujona, que deve ser utilizada, sempre que necessário, com extremo
óleo essencial é ampliada se o paciente aumentar a velocida- cuidado. Deve-se dar preferência a algumas fontes de tujona de menor risco, como o óleo
de ou a profundidade da respiração. essencial de sálvia. Mesmo assim, este não deve ser utilizado por crianças ou mulheres grávidas.
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Óleos essenciais contendo fenóis: hepatotóxicos Óleos essenciais que provocam danos ao fígado
Os óleos essenciais que contêm fenóis são ocasionalmente usados por sua grande eficácia Excesso de exposição a hidrocarbonetos monoterpênicos
como antimicrobianos ou agentes antioxidantes. Eles não serão problemáticos se as dosagens pode provocar dano ao fígado. Óleos essenciais contendo
forem baixas, como no caso do seu uso como antioxidantes, ou no caso do uso terapêutico se acima de 90% de monoterpenos, tais como o óleo de
os tratamentos não forem muito prolongados. Caso contrário, poderão acumular, provocan- junípero, devem ser evitados. O fígado apresenta bem mais
do problemas ao fígado. tolerância aos monoterpenos alcoólicos, mais hidrofílicos
O tempo máximo recomendável para tratamentos em doses terapêuticas usando fenóis que os primeiros. Por isso recomenda-se para uso mais pro-
é de 2 a 4 dias, o que normalmente é bem tolerado pelas pessoas. longado, óleos essenciais com maior predominância de
monoterpenos alcoólicos, tais como sálvia esclarea, lavanda ou
tea tree.
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quenas, se em contato direto com a pele podem provocar irritação Pontos importantes
severa. Isso é especialmente válido para óleos com alto teor de
fenóis, tais como orégano, manjerona, tomilho, segurelha ou • Um óleo essencial normalmente é uma mistura complexa
cravo-da-índia. de mais de 100 componentes orgânicos. Estes componen-
Algumas pessoas têm pré-disposição para desenvolvi- tes são responsáveis pelo aroma, propriedades terapêuticas
mento de reações alérgicas. Se já tiverem hipersensibilidade e muitas vezes pela toxicidade do óleo.
à alguma substância em particular, o corpo responde pro- • Os componentes de um óleo essencial podem estar presen-
duzindo anticorpos. Num segundo contato, o corpo reco- tes em quantidade muito pequena – mas mesmo assim, se
nhece a substância (antígeno) e responde imediatamente forem suficientemente potentes, podem ser responsáveis
com uma reação devido à produção imediata de anticorpos em pelo efeito terapêutico ou tóxico.
excesso. Dentre os óleos essenciais, os óleos de cravo-da-índia e ca- • Os óleos essenciais são muito sensíveis aos efeitos da luz,
nela são normalmente responsáveis por essas reações exacerbadas, mes- calor, umidade e principalmente ar – e devem ser armaze-
mo quando utilizados sobre a pele em pequenas quantidades. nados em recipientes de vidro, de preferência escuros para
Para aplicações em cosmética e aromaterapia por meio de massa- evitar sua degradação.
gem, e no caso específico de pessoas com histórico de alergias, é con- • Em geral, a toxicidade de um óleo essencial depende da
veniente testar a sensibilidade do indivíduo à exposição de peque- dose. Quanto mais se utiliza o componente, maior risco ele
nas doses do óleo essencial, aplicando uma ou duas gotas do traz. Um pequeno teste sobre as axilas ou abaixo do coto-
óleo diluída em álcool, sobre emplastro colocado sob a articula- velo, com intervalo de 24 horas é uma boa forma de averi-
ção do cotovelo, e aguardando 24 horas, aplicando novamente guar o potencial de eventuais reações alérgicas.
e aguardar mais 24 a 48hs, seguindo com o tratamento somente • Óleos essenciais ingeridos em pequenas doses (como
após a certeza de que não apareceram reações alérgicas. aromatizantes alimentares) ou ministrados através de mas-
A fotossensibilidade também é uma reação adversa importante sagens ou inalação nas doses recomendadas não deverão
de alguns óleos essenciais, principalmente aqueles contendo cumarinas acarretar problemas.
e furanocumarinas. A reação apenas acontece com exposição à luz. Os
óleos cítricos obtidos por expressão são exemplos de óleos com Os óleos essenciais, devido ao seu alto valor, são
cumarinas e furanocumarinas em abundância. Evitar seu uso em freqüentemente adulterados. Para evitar comprar gato por
lebre, procure adquirir seus produtos sempre de fornecedo-
aplicações dérmicas.
res confiáveis de óleos essenciais e prefira óleos com padrão
Enquanto a utilização de óleos essenciais bastante di- alimentar FCC (Food Chemicals Codex). Óleos essenciais den-
luídos na forma de aromatizantes para alimentos, ou seja, tro do padrão alimentar custam um pouco mais, mas são
praticamente impossíveis de falsificar.
na culinária, não deve provocar problemas, vale a pena
seguir as diretrizes básicas para o uso dos óleos em cos-
mética e saúde.
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Água de banho Adicione 5-15 gotas de óleo essencial em banheira com água morna.
de Bolas de algodão
Coloque 1-3 gotas de óleo essencial em cada bola de algodão. Espalhar as
bolas por gavetas ou closet.
utilização Sachets herbais Adicione várias gotas de óleo essencial sobre cada sachet pronto
Difusores de aroma Adicione 6-8 gotas de óleo essencial na água dos umidificadores
Coloque algumas gotas do óleo essencial sobre lâmpadas ainda frias, para
Lâmpadas
óleos Massagem
repelir insetos.
4 gotas de óleo essencial por xícara de água morna (não quente). Use
Spray odorizante
difusor novo e evite aplicar sobre móveis.
Tabela adaptada do livro 375 Essential Oils and Hydrosols , por Jeanne Rose
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Como administrar óleos essenciais para fins terapêuticos Todas as monografias apresentadas na “Parte II - Os Óleos Essenciais”,
procuram enfocar as propriedades terapêuticas já clinicamente com-
VIA DÉRMICA provadas e publicadas através de trabalhos científicos. Cabe
Como regra geral, nunca ultrapasse a máxima concentração de 2,5% de óleo essencial ressaltar que muitas vezes encontramos diversos trabalhos
diluído sobre o óleo carreador apropriado, quando utilizado em massagens. Não deixar de realçando uma mesma propriedade terapêutica, ou even-
verificar se o tipo de óleo pode provocar problemas de sensitização, carcinogenicidade, tualmente, ensaio clínico que demonstra que aquele uso
neurotoxicidade, etc. em especial traz resultados muito satisfatórios. Nestes ca-
Quantidade sugerida de óleo essencial a ser diluído em 10g de óleo carreador: sos procuramos destacar o uso com os símbolos (+), (++),
Adultos 75 mg (aprox. 3 gotas) (+++) ou (++++), que refletem, ainda que de forma relati-
Jovens 50 mg (aprox. 2 gotas) va, porém hierárquica, os usos mais vantajosos dos óleos
Crianças 25 mg (aprox. 1 gota) em questão.
Máximo de 3 vezes ao dia
Evitar a aplicação de óleos essenciais em bebês, idosos ou durante a gravidez. Como utilizar as indicações para uso alimentício
Os óleos essenciais têm excelente capacidade de difusão por via dérmica. Quando aplicados Como a quantidade de óleo essencial utilizada para fim culinário é
diretamente sobre a pele provocam alta concentração do princípio ativo no sangue em muito pequena e se fôsse utilizado diretamente sobre os alimentos, obri-
poucos minutos. garia o leitor praticamente a montar um laboratório para manipula-
Usar a via dérmica quando desejar o efeito antiinflamatório, desodorante, inseticida, anti- ção, exigindo conhecimento e prática química, que fogem do obje-
séptico ou repelente. tivo deste livro, usaremos de um artifício habitualmente feito por
Os óleos essenciais devem ser aplicados de forma diluída em óleos carreadores, na sola dos profissionais da área, que é a pré-diluição do óleo essencial em
pés, evitando-se assim absorção imediata pelo fígado. Há diversos óleos vegetais carreadores, “soluções-estoque”, que chamaremos de aromatizantes. Será
tais como óleo de sementes uva, girassol, amêndoa, canola e outros. O usuário deve preferir este o produto usado nas sugestões oferecidas em todas as
os óleos prensados a frio, ao invés dos extraídos com uso de solventes ou refinados. Os óleos monografias e receitas culinárias contidas no livro.
refinados, no entanto, tendem a apresentar menor odor. Salvo poucas exceções, como é o caso dos aromatizantes
produzidos pela empresa Garden City, não é factível que o leitor
VIA ORAL adquira aromatizantes prontos para cada óleo essencial enfocado
As moléculas de óleo, por serem pequenas e lipofílicas, são rapidamente absorvidas pelos neste livro. Assim indicamos abaixo uma forma prática para você
tecidos do trato digestivo e tendem a migrar para o fígado, onde serão metabolizadas. prepará-los.
Quando desejar alcançar algum dos efeitos abaixo, a via oral é possível. A quantidade resultante da preparação de cada aromatizante é sufi-
Efeito colerético, carminativo, expectorante, mucolítico, espasmolítico, antiinflamatório, ciente para contemplar múltiplas receitas. Se armazenado adequada-
estimulador de apetite, diurético, calmante e estimulador do sistema nervoso. mente (ao abrigo da luz e umidade) durará muito tempo.
Os óleos essenciais podem ser ingeridos através de cápsulas gelatinosas ou misturados com
mel ou açúcar. Como preparar o seu próprio aromatizante
Compre uma garrafa de 1000ml do óleo vegetal de sua preferência.
INALAÇÃO Adicione um frasco de 10ml de óleo essencial puro e indicado para fins
Difusores de aroma elétricos ou velas podem ser usados para veiculação do óleo essencial. Neste culinários.
caso, conseguimos alcançar tanto os efeitos da via oral como os da aplicação dérmica. Misture bem.
Já que as concentrações dos óleos nesta forma de administração são bem mais baixas, há Armazene corretamente.
menores riscos de toxicidade, sensibilidade dérmica e reações alérgicas.
Uma sessão típica normalmente dura de 10 a 15 minutos.
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Parte II
Os Óleos Essenciais
por
96 Luiz Grossman
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Ervas
Aromáticas
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Sálvia
(Salvia officinalis, L. e Salvia sclarea, L.)
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Os romanos, em particular, também a denominavam de Erva Sacra. Foi adjetivada durante Propriedades comprovadas • Expectorante, mucolítico Salvia sclarea
clinicamente • Lipolítico (+++), anticelulítico
toda a Antigüidade e Idade Média com todas as virtudes. Era a panacéia para tudo. Lia-se na
• Antiinfeccioso. Antibacteriano específico
fachada da escola de medicina de Salerno, no século XII: “Como pode morrer aquele que tem (contra bactérias Gram positivas (+++).
sálvia em seu jardim?” • Antiviral (+++)
• Antipirético
A sálvia é um arbusto de pequeno porte, que cresce até 50 cm de altura, com caule
• Colagogo (++)
lenhoso e ramos de crescimento anual. Tanto pode ser propagada por sementes como por • Cicatrizante
estacas. A planta prefere solos neutros e férteis. A colheita dos ramos inicia-se antes da • Regulador circulatório
• Emenagogo
floração e pode ser feita a cada seis meses. A primeira colheita ocorre aproximadamente
um ano após o plantio. • Antidiabético Salvia officinalis
• Antilipêmico
• Antiespasmódico
Aroma
• Neurotônico
• Emenagogo (++++)
O óleo essencial de sálvia abarca na verdade óleos essenciais de grupos distintos de plan-
tas do mesmo gênero, a Salvia officinalis, a Salvia sclarea e a Salvia lavandulifolia. Enquanto Benefícios Psico-emocionais • Combate a depressão, tensão nervosa, sedativo, afrodisíaco, enxaqueca,
a finalidade principal da primeira é aromatização de alimentos, as outras duas têm aplicação (Salvia Sclarea) stress, fadiga.
Saúde Reações Adversas • As principais reações adversas estão associadas ao uso oral, podendo provo-
car quelites, estomatites, irritações locais, vômito, insônia, taquicardia, tre-
O óleo essencial de sálvia é tradicionalmente usado para recuperar a perda do apetite, mores e danos ao sistema renal.
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Em perfumaria, o óleo essencial de Salvia officinalis combina bem com outros óleos
essenciais, tais como de lavandim, alecrim, citrus e pau-rosa.
O óleo essencial de Salvia sclarea é mais usado em perfumaria, como produto indepen-
dente ou como modificador do óleo essencial de bergamota ou lavanda. Também combina
muito bem com coentro, cardamomo, citrus e lavanda.
O perfume Starring for Men, da Avon, provavelmente usa a sálvia como um dos ingredi-
entes da sua fragrância.
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Coriandrum sativum
Coentro
(Coriandrum sativum, L.)
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O coentro é de porte arbustivo, com cerca de 60 cm de altura. A propagação da planta é re- Reações Adversas • Entre os compostos presentes no óleo essencial figuram linalol, borneol e
pinenos, que quando ingeridos em excesso provocam quadros de narcolepsia.
lativamente fácil, efetuada por meio de sementes. O óleo essencial é extraído das sementes,
Também podem chegar a ser convulsivantes e provocar dermatites de con-
sendo utilizado para aromatizar perfumes, alimentos e mascarar odores na indústria farmacêutica. tato, devido às furanocumarinas também presentes. Foram evidenciados
efeitos abortivos em cobaias, de modo que desaconselhamos seu uso em
grávidas ou lactentes.
Aroma
Indicações • Dispepsias (+++)
O óleo essencial de coentro é obtido a partir da destilação dos frutos maduros (semen- • Cistite (++)
• Gripe (++)
tes) do coentro. Os frutos são esmagados imediatamente antes da destilação.
• Fadiga generalizada (+++)
O óleo de coentro é incolor, ou de cor amarelo-pálida, com aroma doce, levemente • Artrose
picante. O sabor do óleo de coentro também é leve, doce e pouco picante.
Comentários • O óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
Infelizmente, os principais componentes do óleo essencial de coentro estão disponíveis and Drug Administration)
na forma sintética, portanto o óleo essencial é freqüentemente adulterado. A boa notícia é
que os óleos adulterados freqüentemente não oferecem o sabor e a profundiade que o óleo
essencial natural apresenta.
Saúde Cosmética
O óleo essencial de coentro é usado como agente antináusea, anti-reumatismo, perda Na perfumaria, as suas notas quentes e doces se misturam bem com sálvia esclarea e
de apetite, tratamento antiflatulência bergamota em colônias, com as notas florais do jasmim e com a canela, e produz efeitos
muito interessantes em perfumes do “tipo oriental”. O óleo essencial de coentro também
combina bem com neroli (flor de laranjeira), petigrain (flor de laranjeira), sândalo, ylang
Propriedades clinicamente • Óleo essencial positivo (estimulante) ylang e gengibre.
comprovadas • Estimulante estomacal A utilização principal do óleo essencial do coentro na área cosmética é como componente
• Neurotônico
das fragrâncias, utilizadas em sabonetes, loções e perfumes. O nível máximo em perfumes
• Antiinfeccioso
• Antiinflamatório gira em torno de 0,6%. O óleo essencial de coentro não provoca reações sensíveis ou irritações
na pele até o nível testado em seres humanos de 6%. Como exemplo da utilização do óleo
Mecanismo de Ação • Os constituintes principais do óleo essencial são Álcoois monoterpênicos essencial de coentro em perfumes, temos a Água da Hungria, da Kanitz, e Ops!, do Boticário.
e Ingredientes Ativos d-linalol ou coriandrol(60-85%), 20% de hidrocarbonetos monoterpênicos:
geraniol, borneol, monoterpenos d-pineno, a-pineno, p-cimeno, limoneno,
Ésteres acetato de geranila. Cetonas Monoterpênicas: cânfora; Aldeídos
trans-2-tridecenaltido.
• O óleo essencial confere propriedades carminativas, estomáticas, analgési-
cas e antiespasmódicas, além de ação bactericida e fungicida. O principal
componente é o linalol, além de vários outros monoterpenos.
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Culinária
Nas composições aromáticas, ele combina bem com óleos essenciais de anis, cardamomo,
bergamota, cravo-da-índia, sálvia esclarea, noz-moscada, ou bases de frutas como pera,
pêssego e ameixa. A combinação com óleo de bergamota é bastante conhecida no seg-
mento de balas. O óleo essencial é bastante utilizado para aromatizar bebidas alcoólicas,
balas, tabaco, pickles e molhos para carne.
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Orégano e
Manjerona
(Origanum vulgare, L. e Origanum majorana, L.)
115
O orégano pode ser propagado por divisão de touceira ou por sementes. A manjerona é Saúde
quase exclusivamente propagada através de sementes, sendo uma planta anual de porte
um pouco menor do que o orégano, com altura de cerca 60-70 cm. Ambas as plantas O óleo essencial de manjerona é usado para combater a tosse, problemas na bexiga e cólicas
exigem solos férteis, invernos secos e livres de geadas. gastro-intestinais. Também é conhecido pelas propriedades antimicrobianas e inseticidas.
Aroma
Propriedades clinicamente • Antiinfeccioso, anti-séptico (++)
comprovadas • Podoroso agente antifúngico.
O orégano e a manjerona são plantas do mesmo gênero e, portanto, parentes muito
• Analgésico (++)
próximas. Entretanto, como se verá a seguir, os princípios ativos e qualidade do óleo essen- • Estimulante estomacal, diurético (+)
cial são distintos. Ambas são provavelmente originárias dos países do leste Europeu.
Diferentemente do orégano, a maior parte da manjerona produzida é destinada à pro- Benefícios Psico-emocionais • Ajuda no combate à exaustão mental, ansiedade, insônia, tensão nervosa e
stress.
dução de temperos e não de óleos essenciais. É importante ressaltar que boa parte do óleo
essencial conhecido como Manjerona Espanhola não é na verdade destilado a partir da
Ingredientes Ativos • Monoterpenos: α e β-pineno, simeno, sabineno, mirceno, paracimeno,
manjerona, mas sim de uma espécie completamente distinta (Thymus masticina), com
terpinoleno, α e β felandreno; Sesquiterpenos: β-cariofileno, α-humuleno.
princípios ativos também distintos e parente próxima do tomilho. Álcoois monoterpênicos: linalol, terpineno-1-ol-4, cis-trans-terpineol,
O óleo essencial de manjerona é de cor amarela, com odor picante, canforáceo e tujanol. Ésteres: Acetato de terpenila, de linalila, e de geranila. Fenóis: Trans-
amadeirado, semelhante ao cardamomo. O sabor tem as mesmas nuances, mas também anetol, carvacrol.
Cosmética
Culinária
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119
Ocimum basilicum
Manjericão
(Ocimum basilicum, L.)
121
Há registros do uso medicinal do manjericão desde 1060 a.C. pela China, para trata- Propriedades clinicamente • Óleo positivo (estimulante) Quimiotipo Estragol
comprovadas • Antiespasmódico (++++)
mento de problemas gástricos, renais e outros. Na medicina chinesa, o manjericão também
• Antiinflamatório (+++)
é recomendado para melhorar a circulação sangüínea e acalmar a dor proveniente de pica- • Analgésico (++)
das de insetos e cobras. • Vasodilatador (+)
• Antiinfeccioso (+)
É planta muito suscetível a geadas ou excesso de calor e prefere solos férteis.
• Óleo positivo (estimulante) Quimiotipo Linalol
A propagação do manjericão se dá através de sementes. Normalmente não se aduba
• Estimulante geral, hepatoestimulante (++)
com intensidade, pois o excesso de vigor diminui a produção de óleo da planta. No Brasil • Descongestionante (próstata, útero)
costuma-se fazer duas colheitas com intervalo de cerca de dois meses, desde que na pri- • Antiarterioesclerótico
meira colheita a planta retenha cerca de 1/3 da sua altura, para permitir a rebrota. • Antiespasmódico (+++) Quimiotipo Eugenol
• Antiinfeccioso (++)
Há vários quimiotipos de óleo de manjericão, por exemplo o tipo Linalol (sweet basil), o
mesmo monoterpeno que é componente do pau-rosa, que valoriza tremendamente o óleo Reações Adversas • O óleo do manjericão quando excessivamente rico em estragol deve ser usado
com bastante cautela, pois pode causar hipoglicemia.
essencial e o coloca num patamar de preço mais alto. O tipo metil-chavicol ou estragol • Concentração máxima de uso tópico: 2%
(Reúnion), cujos componentes conferem um odor mais exótico, em tom de anis, e tipo
Indicações • Aerofagia (+++), gastrite, insuficiência pancreática,
eugenol, com um tom mais medicinal.
hepatites virais, espasmos gastro-intestinais (+++)
• Infecções urinárias (+)
• Encefalite viral, nefrite viral
Saúde • Poliomelite
• Espasmódico (+++)
Ansiedade (++)
Quimiotipo Estragol
O óleo essencial é tradicionalmente usado para o tratamento de verminoses e fungos, • Artrite reumatóide
acne, problemas relacionados ao apetite, flatulência e espasmos estomacais. • Infeccções virais
• Varizes
120
123
Cosmética
Culinária
122
125
Menta
(Mentha arvensis, L., Mentha piperita, L.
e Mentha spicata, L.)
127
Conhecemos cerca de vinte espécies do gênero menta, cada qual com propriedades Aroma
químicas e aparência distintas. Como fator de complicação, as várias espécies de menta se
cruzam facilmente, gerando centenas de híbridos possíveis, o que dificulta muito a sua O óleo essencial de menta é de cor amarelo-pálida, quase transparente, com forte
identificação correta. Algumas espécies de menta, infelizmente aquelas de propriedades odor de fresco e amargo ao mesmo tempo. Em contato com as mucosas do nariz e da
terapêuticas mais estudadas e sabor pronunciado, como é o caso da Menta piperita, não boca produz um sabor refrescante, típico da menta. Vale ressaltar que a coloração verde
conseguem fotoperíodo necessário para o pleno crescimento vegetativo no Brasil. As mentas esperada pelos consumidores em um óleo de menta é na verdade um corante adicionado
mais cultivadas no país são as espécies spicata, aquatica e arvensis – esta última devido ao ao produto.
altíssimo teor de mentol no óleo essencial é destinada quase que exclusivamente para a O mentol, normalmente o principal componente do óleo essencial, é muito utilizado
produção da indústria cosmética (pastas dentrifícias) e alimentícia (gomas de mascar e como componente já individualizado, principalmente pela indústria de tabaco e cosmé-
balas). ticos. Devido à alta concentração de mentol no óleo essencial, muitas vezes ele cristaliza
A Mentha spicata tem ramos e folhas glabras, sem pecíolos. A Mentha aquatica, como à temperatura ambiente dentro do óleo bruto. Muitos produtores de óleo essencial de
o próprio nome indica, gosta de brejos mas não tem uma conotação comercial. A Mentha menta preferem vender o mentol além da mistura completa do óleo essencial, auferindo
arvensis, caracterizada por possuir pecíolo nas folhas, é talvez a principal menta cultivada maiores ganhos, e essa separação é feita facilmente através do resfriamento do óleo
no país. Teve seus anos dourados após a Segunda Guerra Mundial e até o início da década essencial. Note que mesmo após essa separação, apesar de ainda sobrar muito mentol no
de 70, quando o Brasil foi o principal produtor mundial deste óleo essencial. Hoje o plantio óleo — cerca da metade — o óleo essencial passa a ser denominado óleo essencial
foi relevado a segundo plano, dado a maior lucratividade de outras grandes culturas, como desmentolizado. Este óleo desmentolizado ainda pode passar por processo de retificação,
a soja, ou pela entrada massiva do produto originário da Índia e China, com baixos preços, buscando, por exemplo, transformar o sabor amargo da mentona (cetona) em mentol,
qualidade inferior, porém muito mais competitivos. para melhorar o valor aromático do produto.
A propagação das mentas se dá normalmente por via vegetativa, ou seja, através de
mudas enraizadas dos estalões subterrâneos ou superficiais. São plantas que exigem solos
férteis e bem drenados. Saúde
126
129
Ingredientes Ativos • Principais componentes: Mentol (33-90%), acetato de metila (10-20%), bebidas alcoólicas (licores por exemplo), sobremesas, gelatinas e molhos doces. O nível
mentona (9-31%), máximo reportado gira em torno de 0,132% de óleo de Menta spicata em produtos de
• Monoterpenos α-pineno, β-pineno, canfeno, mirceno, limoneno, α-
confeitaria.
felandreno. Sesquiterpenos: β-cariofileno, α-elemeno, farneseno, β-
burboneno. Álcoois Monoterpênicos: mentol, linalol, borneol, trans-tujanol,
di-hidrocarveol; Álcoois alifáticos: octan-3-ol, farnesol, elemol, cadinol.
Ésteres: acetato de dihidrocarvila; Óxidos: cineol; Cetonas: carvona, GOTAS DE AROMATIZANTE /
MENTA
dihidrocarvona, mentona. 100g DE ALIMENTOS
Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food and
Drug Administration)
128
131
Rosmarinus officinalis
Alecrim
cérebro e a memória. O hábito de
se colocar um ramo de alecrim
atrás da orelha vem dos antigos
(Rosmarinus officinalis, L.) estudantes gregos, em busca de
boa sorte nos exames escolares.
133
O alecrim é possivelmente a planta aromática de maior popularidade no mundo oci- Propriedades clinicamente • Expectorante, mucolítico (+++)
comprovadas • Antiinfeccioso – bactericida (+++)
dental. Talvez porque não sendo muito exigente quanto ao clima, vegeta em praticamente
• Fungicida (+++)
qualquer parte do mundo, ou como disse o inglês Thomas Moore, “Quanto ao alecrim, • Antioxidante
deixo espalhar pelos muros de meu jardim, não somente porque as abelhas o apreciam, mas • Controle de aflatoxina em alimentos
também porque é a erva consagrada às recordações e por decorrência, à amizade”. Por Benefícios Psico-emocionais • Uso recomendado para fadiga, tensão nervosa
amizade ou pela extrema versatilidade, o alecrim entra em inúmeras receitas culinárias, • Amnésia, histeria, depressão
formulações cosméticas e tratamentos de saúde. • Tensão pré-menstrual
• Letargia
É planta nativa do Mediterrâneo, onde se encontra de forma silvestre, mas também é
extensamente cultivada, principalmente nos países que costeiam o Mediterrâneo. As mu- Ingredientes Ativos • Principais componentes: α-pineno (25%), β-pineno, cineol (15-30%);
das são propagadas a partir de estacas ou de sementes. As originárias a partir de sementes cânfora (10-25%).
demoram bem mais tempo para poderem ser transplantadas. As estacas devem ter cerca de • Monoterpenos: α-pineno, β-pineno, canfeno; Sesquiterpenos: β-cariofileno;
Álcoois monoterpênicos: Borneol; Ésteres: Acetato de bornila; Óxidos: cineol.
15-20 cm de comprimento e são enfincadas em sacos plásticos, onde, após enraizamento, Monoterpenonas: cânfora.
são transplantadas ao local definitivo.
A colheita se dá em plantas com cerca de 50 cm de altura, onde são retirados os ramos Reações Adversas • O óleo essencial de alecrim em geral é bem tolerado por animais e seres
humanos, não provocando quadros de irritação e dermatites cutâneas, sal-
semi-lenhosos, que são postos à sombra para evitar a perda de aroma. vo alguns casos de hipersensibilidade e fotossensibilidade. Deve-se lembrar
que o óleo essencial de alecrim possui cânfora em concentrações impor-
tantes, de tal forma que o seu emprego em doses inadequadas pode gerar
um quadro epiléptico.
Aroma
Indicações • Otite, sinusite, bronquite (+++)
O óleo essencial de alecrim é de coloração amarelo-pálida, com nota fresca, amadeirada, • Enterocolite
• Cistite
que lembra a menta. As notas frescas, no entanto, evaporam rapidamente, deixando um
odor amadeirado-balsâmico levemente amargo no ar. Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and
Drug Administration)
Saúde
O óleo essencial de alecrim é usado como tônico estimulante, carminativo, no trata- Cosmética
mento de indigestão, dores estomacais, dores de cabeça, resfriados e tensão nervosa.
O óleo essencial de alecrim é muito usado em águas de colônia cítricas, de alfazema,
perfumes orientais (mistura bem com outras especiarias e olibanum, por exemplo). É um
importante componente de fragrâncias, como também é um agente mascarador. Os prin-
cipais produtos que contém óleo essencial de alecrim incluem detergentes, sabonetes,
132
135
cremes, loções, perfumes, águas de colônia e desinfetantes. São muitos os perfumes que
usam o óleo de alecrim como componente, como Acqua Fresca, do Boticário, Giovanna
Baby, da Giovanna Kupfer, e o famoso English Lavander, da Atkinsons. O nível máximo
de concentração tolerado é da ordem de 1%.
Culinária
134
137
Salsa
de pedras nos rins.
Os gregos usavam a salsa para decorar as tumbas e coroar os atletas. Também costuma- Propriedades clinicamente • Antiepilético (+++)
• Antiespasmódico (++)
vam adicionar à ração dos cavalos para dar energia para longas jornadas. Os romanos comprovadas
• Diurético (+)
utilizam a salsa como antídoto para se manterem sóbrios ou como uma forma de proteger
a comida para evitar contaminação. Nenhuma das possibilidades deve ter funcionado, mas Mecanismo de Ação • Os constituintes apioil e miristicina estão associados com efeitos
vasodilatador, antiespasmódico e indutor de menstruação.Também supõe-
a salsa continua sendo um condimento indispensável em todas as casas e cujo óleo essen-
se que sejam responsáveis pelo aumento da contração muscular da bexiga,
cial tem características interessantes que vamos abordar a seguir. intestinos e útero. Há também referências que citam o uso do óleo de salsa
A salsa é provavelmente a erva condimentar mais popular no Brasil, na Europa e nos como estimulante da regeneração de células hepáticas.
Estados Unidos. Ingredientes Ativos • Óleo das sementes: apiol, miristicina, tetrametoxi-alilbenzeno, aldeídos, (p-
É um arbusto anual, de pequeno porte, propagado através de sementes. A planta requer mentadienos, p-metil-acetofenona, cetonas, álcoois terpênicos.
solos férteis e bem drenados. Tanto as folhas como as sementes servem para produção de • Óleo das folhas: apiol, Miristicina (>85%), 1,3,8,-p-mentatrieno, 1-metil-
4-isopropenilbenzeno, metil-disulfida, monoterpenos e sesquiterpenos
óleo essencial. É interessante notar que quando há um súbito florescimento da salsa, ela
• Monoterpenos α- e β-pinenos, mirceno, β-felandreno, p-mentatrieno;
deixa de ter valor de mercado, e nesse momento o cultivo normalmente é destruído. Como Sesquiterpenos: β-cariofileno; Álcoois: linalol, carotol. Éter-óxidos:
o óleo essencial pode ser colhido da folha após florescimento, ou mais adiante, no ponto de Miristicina; Aldeídos: p-mentadieno
frutificação, os produtores teriam uma alternativa a mais de escoamento da produção. Reações Adversas • Em altas doses, a miristicina tem efeito alucinógeno, causando também
Hoje, porém, o óleo de salsa é completamente desconhecido no mercado brasileiro. No tontura, surdez, vertigem, hipotensão arterial, bradicardia, e paralisia. Em
futuro, quem sabe, possa vir a ser uma alternativa viável de escoamento da produção doses acima de 10 g o Apiol provoca anemia, nefrose, disfunção hepática e
irritação renal.
vegetal, ao mesmo tempo em que poderá se constituir num bom produto a preços módicos
para os consumidores. Indicações • Problemas nervosos, epilepsia (+++)
• Espasmódico e antiinflamatório (++)
• Problemas renais, insuficiência renal (+)
Aroma
Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and
O óleo essencial da folha de salsa é de cor esverdeada, sabor picante peculiar, com Drug Administration)
odor herbáceo. O aroma do óleo obtido a partir das folhas é muito semelhante ao aroma
da planta recém colhida. O sabor é um tanto amargo. Já o óleo obtido das sementes, de
cor amarronzada, não lembra em nada o aroma da planta, mas tem características api-
mentadas-amadeirado-doce, cujo sabor também é bastante amargo. Cosmética
Saúde O óleo essencial obtido das folhas é muito raramente usado em perfumaria e cosméti-
ca. Já o óleo das sementes, é utilizado quando se deseja adicionar efeitos especiais ao
O óleo essencial de salsa é popularmente usado como adjuvante no tratamento de produto final.
problemas no trato gastro-intestinal e urinário, indução de menstruação, asma, indiges- O óleo de salsa é usado na odorização de detergentes, cremes, loções e perfumes (prin-
tão e edemas. cipalmente do estilo oriental) com nível máximo de uso reportado na ordem de 0,2%
138
141
Culinária
Bebidas alcoólicas 1
Massas 8-10
Condimentos 18-26
Azeites 15-20
Gelatinas 3-4
Molhos 1-2
Carnes 15-25
Bebidas não-alcoólicas 1
Sopas 13-27
Doces 1-3
140
143
Tomilho
(Thymus vulgaris, L.)
145
O tomilho, junto com a salsa, a cebolinha e o louro, compõe o famoso bouquet garni Propriedades clinicamente • Antiinfeccioso de largo espectro (+++)
comprovadas • Tônico geral
francês. É um pequeno arbusto originário do oeste do Mediterrâneo, cujo gênero possui
• Ajuda na recuperação da memória
mais de 60 espécies, muitas delas de interesse comercial, com sabores e aromas distintos. • Eficiente contra bactérias patogênicas dos alimentos.
O tomilho é uma planta perene, facilmente cultivável. Curiosamente, a planta tem
Mecanismo de Ação e • O óleo essencial (0,8-2,5%) é composto fundamentalmente por timol (40%),
preferência por solos pobres e pedregosos, talvez porque seja mais competitiva que outras
Ingredientes Ativos carvacrol, borneol, acetato bornílico, acetato linalínico, linalol, geraniol, α
nesse tipo de ambiente. É entretanto fundamental uma boa drenagem, calagem para e β-pineno, limoneno, p-cimeno, delta-terpineno, α-terpineol. Os óleos es-
neutralização da acidez do solo e insolação para o seu pleno desenvolvimento. senciais com uma quantidade predominante de timol se caracterizam por
se cristalizar facilmente.
A planta é um arbusto compacto que cresce no máximo 25 cm, com hastes eretas e
• O timol e o carvacrol são os componentes provavelmente responsáveis pelo
folhas pequenas de cor verde escura e cheiro distinto. efeito antiespasmódico, antitussivo e expectorante. O timol é fungicida,
O tomilho pode ser plantado a partir de sementes, que é a forma mais usual, mas bactericida e anti-helmíntico.
também pode ser propagado através de estacas semi-lenhosas ou seções enraizadas da Reações Adversas • No uso oral, o óleo essencial de tomilho pode provocar náusea, vômito,
planta. Apesar da planta ser perene, normalmente se renovam os cultivos a cada 3-4 anos, gastrite, dor de cabeça, com intercorrências cárdio-respiratórias. Em uso
pois com o passar do tempo elas se tornam lenhosas e produzem menos folhas. A colheita tópico pode provocar irritação na pele ou em mucosas.
• O óleo essencial não deve ser empregado na ocorrência de úlceras
é feita no ínicio da floração.
gastroduodenais e deve ser usado com precaução na gravidez e lactação.
Tampouco se recomenda em casos de hipertirodismo.
• Concentração máxima de uso tópico: 1%
amargo, com uma riqueza de corpo ausente em muitos dos óleos. Drug Administration)
O óleo essencial é usado para prevenir enurese noturna em crianças. Também é usado O óleo de tomilho é utilizado em perfumaria, onde seu poder e frescor introduzem um
como agente antiespasmódico e antiflatulento, expectorante, anti-séptico e antifúngico. toque de notas medicinais, normalmente desejáveis em alguns tipos de sabonetes. Também
oferece um excelente efeito mascarante sobre odores indesejáveis de outros componentes
144
147
Culinária
Bebidas alcoólicas 2
Massas 10-11
Condimentos 6-8
Sorvetes 3-4
Gelatinas 3-4
Carnes 6-9
Bebidas não-alcoólicas 2
Sopas 1
146
149
Foeniculum vulgare
Erva-doce
e Funcho
(Foeniculum vulgare, Miller,
variedades doce e amarga)
151
A erva-doce é uma planta de porte arbustivo preocupante, já que o óleo adulterado normalmente contém o composto tóxico cis-anetol.
bi-anual, nativa do sul da Europa e do Oriente- Para evitar esse risco procure sempre fornecedores confiáveis de óleos essenciais e prefira
Médio. Propagada por sementes, existem diversas óleos com padrão FCC (Food Chemicals Codex).
variedades, com aromas distintos. As folhas tanto O óleo essencial de erva-doce tem menor expressão no mercado. É obtido a partir da
como as sementes são explorados para produção de destilação das sementes da erva-doce.
óleo essencial, sendo que os últimos têm mais É composto praticamente de puro anetol, o que o torna muito suscetível à substituição
representatividade no mercado. por anetol sintético. O óleo essencial adquire cor pardo-amarelada ou incolor, com aroma
muito doce e picante. O sabor é inicialmente picante, se tornando a seguir doce e levemen-
O funcho é uma hortaliça de porte menor que a erva-
te ardente. O óleo essencial de erva-doce é muito usado também em perfumaria, mas seu
doce, se encontra tanto em estado selvagem, como cultivada (a
principal mercado é o de aromatização de alimentos, pricipalmente licores e balas.
erva-doce não existe em estado selvagem).
Aroma
150
153
Saúde Culinária
Reações Adversas • Não aplicar em doses terapêuticas durante gravidez, lactação ou em crian-
ças pequenas.
Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and
Drug Administration)
152
155
Anethum graveolens
Endro
contra bruxaria. Era também
considerado um componente
importante em poções
(Anethum graveolens, L.) afrodisíacas. O nome dill se
origina do nórdico dilla
significando calmante ou
conforto, uma definição
apropriada para as suas
propriedades terapêuticas.
157
de pickles. Isso remonta ao tempo em que não havia refrigeração e as conservas eram
Reações Adversas • O óleo essencial é abortivo e neurotóxico: não aplicar o óleo essencial de
preservadas em vinagre. Acreditava-se que o dill conferia proteção extra ao produto. dill em doses terapêuticas em bebês, crianças e mulheres grávidas.
Planta herbácea, o dill desenvolve até alcançar cerca de 50-80 cm de altura, bastante
semelhante à erva-doce. A cultura requer solos bem drenados e pleno sol. O dill pode ser Indicações • Bronquite aguda com catarro (+++)
• Insuficiência hepato-biliar (++), dispepsias (+)
plantado o ano inteiro em locais livres de geada. A propagação se dá através de sementes,
• Diminuição do risco de enfarto (+)
e a colheita ocorre após 4-5 meses da semeadura, quando os frutos estão desenvolvidos,
mas ainda não adquiriram a cor marrom. Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and
Drug Administration)
Aroma
Culinária
O óleo essencial de dill pode ser obtido a partir das sementes ou das folhas da planta. O
ENDRO GOTAS DE AROMATIZANTE /
último tem maior importância comercial. 100g DE ALIMENTOS
Para produzir o óleo essencial das folhas maduras e secas, elas devem ser colhidas exa-
Bebidas alcoólicas 42-49
tamente no ponto anterior à maturidade das sementes. A extração é feita através de des- Massas 19-22
tilação. O maior produtor e consumidor de óleo essencial de dill são os Estados Unidos e Condimentos 101-274
Azeites 23
praticamente toda a produção deste óleo essencial é destinada ao abastecimento da indús-
Sorvetes 4-5
tria de pickles. Gelatinas 19-25
O óleo essencial das folhas de dill têm coloração amarelo-pálida, enquanto que as Molhos 67
Balas 1
sementes possuem coloração amarelo-amarronzada, com importante nota doce-picante e
Carnes 18-25
apimentada, lembrando o aroma de menta e de citrus, porém com uma nota de fundo a Bebidas não-alcoólicas 2-3
mais, semelhante à da noz-moscada. O sabor é quente e levemente ardente. Salgadinhos 200-300
Doces 7-8
Saúde
Embora imensamente utilizado pela indústria de pickles norte-americana, o óleo es-
O óleo essencial é tradicionalmente usado como agente antiinfeccioso, antibacteriano sencial de dill é muito pouco empregado fora dela, mas apresenta bastante potencial
e no tratamento de bronquites. aromático para diversas outras finalidades.
156
159
Cymbopogon spp
Erva
•
cidreira
(Cymbopogon citratus, DC. e
Cymbopogon flexuosus, L.) Acredita-se
que a planta seja
originária do
Ceilão e parte da
Índia Oriental, mas
hoje somente
temos
conhecimento da
planta
domesticada,
que
é cultivada
em regiões
tropicais de
todo o mundo.
161
Trata-se de uma típica planta tropical, necessitando portanto de clima quente, com Propriedades clinicamente • Óleo negativo (relaxante)
comprovadas • Tônico digestivo (++)
temperatura ideal entre 25-30°C e úmido, condições encontradas basicamente entre os
• Vaso-dilatador (+++)
trópicos de Câncer e Capricórnio. Vale ressaltar que o sistema radicular da planta é essen- • Antiinflamatório (++)
cialmente superficial e a planta esgota rapidamente o solo no local de plantio. Normal- • Sedativo (+++)
• Antiviral (+++) eficiente contra o vírus causador da herpes
mente isso se traduz em cultivos que dificilmente ultrapassam 4 a 5 anos de duração. Pelo
• Antifúngico ( na concentração mínima de 2,5%)
mesmo motivo a planta não tolera muita insolação direta sem presença de umidade, ou
seja, além do efeito de crescimento lento, não há produção relevante de óleo essencial Benefícios Psico-emocionais • Pode melhorar o problema de falta de atenção, fadiga mental
nestas condições. No mais, é uma planta extremamente fácil de cultivar, sendo propagada • Dores de cabeça
• Usado como calmante
por divisão de touceira. Uma touceira adulta é capaz de fornecer cerca de 100 mudas, que
• Diminuição da irritabilidade
nada mais são do que perfilhos com cerca de 10 cm destituídos das folhas, para evitar a
evapotranspiração e aumentar as chances de pega no transplante. A cultura de erva-cidreira Ingredientes Ativos • Óleo essencial é principalmente composto por Monoterpenos: citral (39%),
é muito modesta nas exigências nutricionais se comparada a quase todas as outras plantas neral (12%), geranial (26%), fotocitrais, epifotocitrais. Sesquiterpenos (18%):
α-farneseno, α- e β-cariofileno, germacreno, ar-curcumeno, mirceno. Ál-
aromáticas. Colhe-se até 3 vezes ao ano, o que pode representar cerca de 80kg de óleo
coois Monoterpênicos (15-16%): α-terpenol, citronelol, nerol, geraniol.
essencial por hectare por ano. Ésteres terpênicos (6%); acetato de geranila, acetato de nerila e limoneno
(6%), Sesquiterpenois (4-5%), Álcoois alifáticos (1-1,5%), cineol,
epoxicariofileno, óxidos de beta-cariofileno, furanocumarinas, etc.
Aroma Reações Adversas • Em alta dose, o óleo essencial se comporta como neurotóxico, sendo que
seu uso prolongado provoca irritação gástrica.
• O emprego de óleo essencial em cosmética pode provocar hipersensibilidade
O óleo essencial de erva-cidreira tem coloração amarela, com odor fresco-herbáceo
dérmica.
muito forte, lembrando limão, e sabor amargo e pungente.
A principal aplicação do óleo essencial de erva-cidreira está como precursor natural de Indicações • Insuficiência digestiva e hepática (++)
• Celulite ( ++)
vitamina A e outros produtos a partir do seu principal componente, o citral.
• Artrite (+)
Devido ao seu baixo custo, o óleo essencial de erva-cidreira dificilmente é adulterado. • Neurastenia (+++)
Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and
Salsão
(Apium graveolens, L.)
165
É uma planta anual arbustiva, com cerca de 60 cm a 1 m de altura, que prefere tempe- Saúde
raturas amenas e solos bem drenados. Propagada através de sementes, tem um ciclo relati-
vamente longo, de seis ou sete meses antes da colheita. O óleo essencial de salsão é tradicionalmente usado pelas propriedades afrodisíaca,
diurética e anti-reumática
Aroma
Propriedades e • Antiespasmódico (++)
O óleo essencial de salsão é obtido a partir da destilação das sementes ou da planta • Estimulante renal e hepático (+++)
Modo de Ação
como um todo. Quando extraído a partir das sementes, possui coloração amarelo-pálida, • Antiinflamatório
com aroma doce-picante, semelhante ao cheiro da semente. O óleo essencial das sementes Ingredientes Ativos • Monoterpenos (>60%): limoneno, α- e γ-terpinenos, trans-ocimeno,
de salsão é um dos aromas mais difusivos e penetrantes dentre todos os que se encontram paracimeno; Sesquiterpenos: selinene; Álcoois monoterpênicos: α-
no mercado. Isso significa que normalmente vamos utilizá-lo em concentrações muito terpineol; Cetonas: carvona; Ésteres: acetato de cis e trans carvil.
Cosmética
Culinária
O óleo essencial de salsão é principalmente usado como componente na fragrância de
sabonetes, detergentes e perfumes. O nível de uso é muito baixo, no máximo 0,4%.
SALSÃO GOTAS DE AROMATIZANTE /
(semente) 100g DE ALIMENTOS
164
167
Pimpinella anisum / Illicium verum
Apesar do nome e
constituição química
semelhante, o anis e o
anis-estrela são plantas de porte,
aparência e famílias
muito distintas.
Illicium deriva do latim
O anis é uma planta nativa da Ásia menor, Ilhas Gregas e Egito e é utilizada desde a Saúde
Antigüidade. Nas Ilhas Gregas o anis é cultivado há cerca de 2 mil anos. Os egípcios usavam O óleo essencial de anis é tradicionalmente usado pelas propriedades carminativa,
essa erva para aromatizar alimentos e bebidas. Foram os romanos que levaram o anis para antiespasmódica, expectorante, estimulante e bactericida.
a França e a Inglaterra e cobriram os campos de Toscana com essa planta, mas foi somente
ÓLEO ESSENCIAL DE ANIS E ANIS-ESTRELA
com Carlos Magno, no século IX, que a planta foi difundida para toda a Europa.
Propriedades clinicamente • Óleo neutro
O anis é uma planta arbustiva de 60-90 cm e ciclo anual. Prefere clima quente e solos • Estrogênico (+++), Emenagogo, galactogênico
comprovadas
bem drenados. A propagação se dá através de sementes. O ciclo da planta é de 120-130 • Antiespasmódico neuromuscular (+++)
dias. A colheita se dá quando as sementes estão desenvolvidas, mas ainda verdes. Arran- • Carminativo (++)
cam-se as plantas, que são postas a secar ao sol. Em uma semana, aproximadamente, as • Colagogo, colerético
• Anti-séptico, bactericida e vermífugo
sementes estão secas. O rendimento é cerca de 200 a 500 kg de sementes secas por hectare.
O óleo essencial é extraído a partir das sementes, através da destilação por arraste a vapor. Ingredientes Ativos • Fenol- metil-ésteres: Trans-anetol
O anis-estrela é uma árvore de pequeno porte originária da China. Os frutos em forma
Reações Adversas • Não deve ser ingerido oralmente em doses terapêuticas.
de estrela são secos e o óleo essencial deles é extraído. O anis-estrela não é cultivado no
• Não deve ser usado em mulheres grávidas e crianças.
Brasil, mas seus frutos são facilmente encontrados no mercado.
• Concentração máxima de uso tópico: 2,5%
168
171
Segurelha
(Satureja hortensis, L. e Satureja montana, L.)
173
A espécie hortensis é anual e colhida cerca de 120 dias após plantio. A espécie montana, Culinária
também conhecida como segurelha de inverno, é planta perene e resiste a geadas.
O aroma da segurelha assemelha-se ao do tomilho, porém é mais amargo e penetrante. O óleo essencial está presente em praticamente todas as categorias de alimentos, incluin-
do bebidas alcoólicas e não-alcoólicas, sobremesas e carnes.
Aroma
SEGURELHA GOTAS DE AROMATIZANTE /
O óleo essencial possui coloração amarelo-clara, quase incolor, com cheiro fresco, me- 100g DE ALIMENTOS
dicinal, lembrando a salvia e o tomilho, mas com mais contundência. O sabor é muito Massas 70-105
Condimentos 64-149
pungente, amargo, queimante, assim o aroma somente pode ser usado em pequenas con-
Carnes 60-143
centrações. A indústria normalmente utiliza em molhos, enlatados, pickles, vinagres, etc. Doces 3-4
Saúde
172
175
Matricaria recutita
Prefere clima frio e seco, sendo tipicamente plantada no Brasil, no inverno. É propaga- Propriedades clinicamente • Tônico digestivo (+)
comprovadas • Antiinflamatório, cicatrizante (++)
da através de sementes e prefere solos arenosos e bem drenados, mas responde bem à
• Antialérgico
adubação. É uma cultura bastante rústica e resistente a pragas. Colhe-se somente as flores • Descongestivo
para produção de óleo essencial, sendo que a colheita se dá na fase em que as pétalas das • Antiespasmódico (++)
flores estejam orientadas para baixo e a coloração do capítulo floral passar de amarelo-
Benefícios psico-emocionais • Redução de stress, insônia, ansiedade
limão para amarelo-ocre. Evita-se a colheita quando as flores estejam com excesso de • Redução da irritabilidade.
umidade (primeiras horas do dia), para impedir a rápida fermentação, e nas horas mais
Ingredientes Ativos • Sesquiterpenos: Camazuleno (<5%), trans-β-farneseno, Germacreno D;
quentes do dia, quando há perda excessiva do óleo essencial por evaporação. A produção
Álcoois Sesquiterpênicos: α-bisabolol, farnesol; Óxidos Sesquiterpênicos:
de óleo essencial gira em torno de 300 a 500g de óleo por hectare. α-óxido de bisabolol.
varia com o passar do tempo: vai perdendo a coloração azulada e adquire um aroma seme-
Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
lhante ao tabaco. O sabor é ao mesmo tempo amargo e herbáceo. and Drug Administration)
O óleo de camomila é usado em minutas quantidades em perfumes de alto valor, forne-
cendo uma nota de fundo, duradoura.
Devido ao alto preço e facilidade de aquisição da versão sintética dos principais compo-
Culinária
nentes, o óleo de camomila azul é frequentemente adulterado no mercado. Procure sempre
fornecedores confiáveis de óleos essenciais e prefira óleos com padrão FCC (Food Chemicals
Como aromatizante alimentício, o óleo essencial de camomila é principalmente usado
Codex).
em licores.
Saúde
CAMOMILA GOTAS DE AROMATIZANTE /
AZUL 100g DE ALIMENTOS
O óleo essencial de camomila é tradicionalmente usado como calmante e no tratamen- Bebidas alcoólicas 2
Massas 5-7
to de reações antiinflamatórias.
Sorvetes 2
Gelatinas 3-6
Bebidas não-alcoólicas 1
Doces 4-6
176
Especiarias
e
Frutas
181
Louro
preferia coroar-se com
uma planta parecida,
o louro Alexandrino
(Laurus nobilis, L.) (Ruscus racemosus), que por
ter folhas mais largas, cobria
melhor sua calvice.
183
Na Idade Média, homens com distinção eram coroados com ramos de louro com frutos
– daí a origem do título acadêmico de “bacharelado”, que vem de baccalaureus (bacco
significa fruto e laureus, louro).
O pé de louro é uma árvore de pequeno porte, que alcança cerca de 10 a 20m de altura
sem poda. Em plantações comerciais, como é anualmente podada drasticamente, seu ta-
manho não ultrapassa os 2m. As folhas têm cor verde escura e são muito aromáticas.
A planta tende a preferir climas sub-tropicais, com chuvas moderadas e longos perío-
dos de sol. É uma árvore bastante rústica. Na Europa o louro frutifica e é propagado por
sementes. No Brasil a planta não frutifica, portanto é necessária a propagação vegetativa,
que pode ser feita por alporquia ou por estaquia com uso de hormônios de enraizamento.
Hoje, o maior produtor mundial de folhas e óleo essencial de louro é a Turquia, onde a
planta também é nativa.
A colheita se dá com ramos e folhas, cerca de uma vez ao ano, normalmente antes da
brota da primavera. No Brasil se produz cerca de 9 toneladas de ramos e folhas por hectare.
Ainda que por motivos econômicos os ramos são destilados juntamente com as folhas, os
ramos fornecem muito menos teor de óleo essencial.
Aroma
O óleo essencial de louro tem cor variando de amarelo claro até verde oliva escuro, com
cheiro fresco, doce, canforáceo, quase medicinal. As notas, bem como o gosto deste óleo
essencial são um tanto picantes. O óleo essencial de louro cultivado no Brasil possui o
cineol como componente majoritário, que fornece o tom fresco, contrário ao óleo vindo da
China, rico em eugenol, que passa um odor mais medicinal, ou seja, transmitindo uma nota
olfativa bastante distinta.
182
185
Ingredientes ativos Os principais componentes do óleo essencial O principal uso comercial do óleo de louro é como aromatizante da indústria de enlata-
são monoterpenos como α-pineno, sabineno,
dos. O sabor é doce e fresco, com uma nota picante, quente e leve. O óleo de louro combina
β-pineno. Sesquiterpenos como β-cariofileno,
extremamente bem com azeite de oliva, compondo uma mistura bastante rica. Associado
α-humeleno. Álcoois: linalol e α-terpineol.
ao tomilho e à salsa, o louro participa do famoso bouquet garni, mais clássico dos condi-
Óxidos: cineol (componente majoritário).
Ésteres: acetato de linalila, de geranila e de mentos franceses.
bornila. Fenóis: eugenol e outros.
Úlcera
Acne
Furúnculo
184
187
O gengibre é atualmente
cultivado em todo o mundo, e
seu nome , com pequenas
variações é praticamente
Zingiber oficinale
Pelo menos no que se refere ao gengibre, Marco Polo chegou tarde: o gengibre já havia de extração originalmente feita com solventes. Os aromas são completamente distintos. A
cruzado há muito tempo as fronteiras do Oriente para chegar ao Ocidente. Os gregos pro- viscosidade aumenta e a cor escurece quanto mais velho for o óleo essencial, devido à
vavelmente já o conheciam por causa dos persas e os romanos, por sua vez, por causa dos exposição ao ar (resinificação). Tem odor quente, fresco-amadeirado, lembrando a laranja
gregos. Estes, porém, não faziam muito caso pela planta, tanto que a sobretaxavam de ou capim limão no início, nas notas de entrada. As notas de corpo são doces e pesadas,
forma radical. Foi preciso esperar as Cruzadas para ver o gengibre se popularizar por toda quase florais, e as balsâmicas prevalecem a seguir.
a Europa. Num dado momento, o gengibre chegou a ser mais utilizado do que a pimenta O sabor é quente e picante, cítrico, mas não há pungência nos óleos essenciais de
como condimento preferencial. gengibre. A pungência, cujo componente principal chama-se zingerona, encontra-se na
No Tratado Universal das Drogas Simples, publicado por Nicolas Lemery no sec. XVII, são óleo-resina (extraída com solventes) e não no óleo essencial extraído com vapor d’agua.
exaltadas as propriedades afrodisíacas do rizoma do gengibre. Em 1880, no livro O Labora- Um fato curioso sobre o gengibre é a sua identificação química. Na década de 70 acre-
tório, bíblia de cabeceira dos farmacêuticos da época, o autor, Dorveau, aconselhou o uso ditava-se que o gengibre possuia não mais do que 20 componentes. Na década de 90
de gengibre para aumentar o desejo sexual. falava-se em 200 e atualmente já foram identificados mais de 500 componentes. Ou seja,
Hoje, o gengibre perdeu um tanto do seu prestígio de antigamente. Porém continua cada vez que a evolução tecnológica consegue ampliar a resolução dos aparelhos de aná-
sendo consumido em larga escala pelos países orientais, e em alguns casos de bebidas, lise cromatográfica (GC-MS), são descobertos mais componentes escondidos no óleo de
também mantém importância no lado ocidental. gengibre. A natureza ainda guarda muitos segredos…
Por ser planta tropical, a produção mundial está particularmente restrita aos trópicos
de Câncer e Capricórnio. A planta precisa de alta quantidade de insolação e pluviosidade
(2500-3000 mm/ano) e temperaturas no solo da ordem de 25-30º C. Cosmética
O gengibre é normalmente propagado a partir de pedaços de 2-5 cm dos rizomas colhi-
dos na safra anterior, que apresentem ao menos uma gema forte. Existem mais de 100 vari- O óleo essencial de gengibre é usado em perfumaria para introduzir calor e certas
edades de gengibre. Há, portanto, inúmeras variações nos teores e qualidades de óleo essen- nuances de doce picante, que normalmente são requeridas em bases de perfumes orientais.
cial, principalmente em função do local de produção, tratos culturais, época da colheita, etc. O óleo essencial de gengibre combina bem com óleo de pau-rosa, cedro, coentro, etc.
São produzidos cerca de 20-30 toneladas de gengibre fresco por hectare por ano. Mais Em massagens, o óleo essencial de gengibre é muito usado no tratamento de dores
de 85% do rizoma é constituído de água. A produtividade de óleo essencial é de 1 a 3 kg reumáticas, musculares, resfriados e doenças digestivas. Os perfumes Homme.com e Carpe
por tonelada de gengibre fresco colhido. Diem, do Boticário, bem como Natura Homem, da Natura, usam o óleo essencial do gengi-
O óleo essencial de gengibre pode ser extraído de raízes secas ou frescas, com ou sem uso bre como componente da fragrância masculina.
de solventes. Cada caso se traduz num tipo de óleo aromaticamente distinto dos demais.
Saúde
Aroma
O óleo essencial de gengibre é tradicionalmente usado como antiinflamatório, no tra-
A cor do óleo essencial de gengibre vai de amarelo claro, quase transparente até mar- tamento contra úlcera, enxaqueca, doenças reumáticas, redução de náusea, e no trata-
rom escuro opaco. O primeiro é característico de destilação de plantas frescas e o segundo mento de artrite.
188
191
Propriedades clinicamente • Tônico digestivo, carminativo (+++) Nos aromas, traços de óleo essencial de gengibre fornecem um aspecto interessante ao
comprovadas • Tônico sexual, afrodisíaco (+++)
morango, abacaxi e principalmente artigos de confeitaria: biscoitos e bolos, onde a pungência
• Analgésico (++)
• Expectorante (+) não é fator preponderante. Em bebidas alcoólicas, o gengibre é o traço importante para dar o
• Antiemético tom fresco, herbáceo de alguns licores. A Ginger Ale, bebida não-alcoólica muito popular na
• Colagogo
América do Norte leva óleo essencial de gengibre, óleoresina de gengibre, óleo-resina de
• Hipotensor
• Hipocolesterolêmico paprika e óleo essencial de laranja doce como componentes aromáticos. O óleo essencial de
• Hipoglicemiante suave gengibre combina bem com óleos essenciais de frutas cítricas na composição de aromas.
• Antitusígeno
• Anticonvulsionante e rubefaciante (em uso tópico)
Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
and Drug Administration)
Culinária
190
193
A pimenta-do-reino é o tempero
mais importante comercializado
no mundo.
A palavra pimenta é de origem
Piper nigrum
Pimenta
sânscrita, pippali. Existem
referências sobre o poder
medicinal da pimenta-do-reino
•
há pelo menos 3 mil anos.
do
•
reino
(Piper nigrum, L.)
195
A pimenta preta é obtida a partir do fruto seco, colhido ainda verde, enquanto o fruto Saúde
de pimenta branca é separada do mesocarpo já maduro e antes da secagem.
A planta é nativa da Índia, mas é hoje cultivada em muitos países, inclusive no Brasil. O óleo essencial da pimenta é tradicionalmente usado como agente contra anginas,
Trata-se de uma trepadeira lenhosa, que cresce até cerca de 4 a 6 m de diâmetro de copa. insuficiências hepato-pancreáticas (+++), desordens estomacais, problemas digestivos, la-
A planta se desenvolve particularmente bem no clima tropical úmido, sendo porém muito ringites e bronquites, estimulante, dores reumáticas(++), febre (+) e disfunção sexual.(+)
importante seu cultivo em solos com boa drenagem. A planta é sempre propagada através
de estacas.
Propriedades clinicamente • Redução da dependência tabagística (+++)
Do segundo ao quarto ano, o rendimento da pimenteira é de 2 a 3 kgs por pé de
comprovadas • Expectorante (+++)
pimenta preta. Depois do quarto ano a produção se eleva para 4 a 5 kgs. O rendimento de • Estimulante das glândulas digestivas (+++)
um hectare, cultivado adequadamente, chega a 4 a 5 mil kilogramas de frutos. • Afrodisíaco (+)
• Antitérmico (+)
A pungência, bem como o teor de óleo essencial da pimenta-do-reino, decresce com a
maturação do fruto, portanto produtos obtidos de pimentas maduras apresentam menos Ingredientes Ativos • Monoterpenos: α e β-pinenos, Sesquiterpenos: β-cariiofileno, α-
pungência e menos óleo essencial. Cabe ressaltar que assim como o gengibre, o óleo essen- humuleno, α-gaieno, α e β-selinenos; β-elemeno, β-bisaboleno. Álcoois
terpênicos: terpineno-1-ol-4, a-terpineol, linalol, trans-pinocarveol,
cial não traz a pungência do fruto.
transcarveol. Fenóis: paracimeno-8-ol, carvacrol. Cetonas:
A colheita é feita manualmente, colhendo-se espiga por espiga durante cerca de dois dihidrocarvona; Aldeídos: piperonal; Ácidos: ácido piperonilico.
meses. No Brasil, a época da colheita se inicia em agosto. Para a pimenta preta, os frutos • O óleo essencial é conhecido pelas propriedades antiflatulentes e
diuréticas, também como agente antimicrobiano e inseticida. Presume-se
são colhidos ainda verdes, cuja cor é amarelada, enquanto que para a pimenta branca, os
que influencia o fígado, várias funções metabólicas e atividades
frutos devem estar maduros, ou seja, de cor vermelha. Creio que a terminologia não pode- lipolíticas.
ria ser mais confusa.
Reações Adversas • Não são conhecidas reações adversas relacionadas ao uso do óleo essencial.
194
197
da-índia, manjericão e outras plantas). Embora o felandreno seja um dos principais compo-
nentes do óleo essencial e sintetizável, o felandreno sintético não consegue substituir o óleo
de pimenta nestas misturas.
Infelizmente o óleo essencial de pimenta-do-reino é frequentemente adulterado com
óleo de copaíba, aroeira-pimenteira e outros, sendo fundamental conhecer a procedência do
produto, antes de adquirí-lo. Procure sempre fornecedores confiáveis de óleos essenciais e
prefira óleos com padrão FCC (Food Chemicals Codex).
Culinária
196
199
Schinus terebinthifolius
rosa
(Schinus terebinthifolius, Raddi)
201
Trata-se de uma árvore de pequeno porte, atingindo no máximo 6 metros de altura, Cosmética
extremamente prolífica e competitiva. Os frutos possuem coloração rosa-avermelhada, por
isso também são chamados de pimenta-rosa, ou “pink-pepper”, e “poivre rose” no exterior. Externamente, o óleo essencial da Aroeira-Pimenteira é utilizado na forma de loções, gels
Em viveiros, a pimenta-rosa floresce e frutifica já no primeiro ano de vida, e sua alta capaci- ou sabonetes, sendo indicado para limpeza de pele, urticárias, acne, manchas, desinfecção
dade de adaptação permite que seja viável seu plantio nos mais diversos ambientes e de ferimentos, micoses e para banho.
ecossistemas do país. O óleo essencial é obtido a partir da destilação dos frutos da Aroeira.
Culinária
Aroma
A pequena semente do fruto da Aroeira-Pimenteira, redondinha e lustrosa, é particular-
mente usada para acrescentar sabor e refinamento aos pratos da culinária universal. Com
O óleo essencial é de coloração pálida-esverdeada, com notas frescas, amadeiradas-
sabor suave, apimentado e bela aparência, tem sido usada na moderna culinária , em todo o
apimentadas, com nuance de tabaco. O sabor é picante, mas não pungente. A aplicação do
mundo. Ainda que utilizada para temperar carne suína na França, ou massas na Itália, a
óleo essencial é ainda algo inédito na culinária.
pimenta rosa é especialmente apropriada para a produção de molhos que acompanham as
carnes brancas, de aves e peixes, por não abafar o seu gosto sutil.
Introduzida na cozinha européia, com o nome de Aroeira Poivre Rose, a pimenta rosa
Saúde
acrescentou um gostinho tropical à nouvelle couisine. É importante não confundir a pimen-
ta-rosa, com a pimenta do reino rosa, proveniente de espécie completamente distinta, e
O óleo essencial é Pela ação antimicrobiana contra vários tipos de nicrorganismos,
tradicionalmente usado bem como atividade repelente contra a mosca doméstica. É conhecida pela também com sabor e odor distintos.
ação regeneradora dos tecidos e é útil em escaras,
queimaduras e problemas de pele.
200
203
Alho
(Allium sativum, L.)
205
O alho é uma planta herbácea, que alcança 50-60 cm de altura, conforme a variedade. Saúde
O alho não desenvolve sementes e sua reprodução é feita a partir dos bulbilhos (“dentes”),
que nada mais são do que gemas muito desenvolvidas e ricas em reservas de nutrientes. A O óleo essencial é tradicionalmente usado como agente anti-hipertensivo, no tratamento
temperatura ideal para desenvolvimento do alho é de 13 a 24ºC, dependendo da variedade. de úlceras, verminoses e conhecido pela ação protetora contra a ingestão de gorduras.
Mas é fundamental que em alguns períodos a temperatura caia abaixo de 15ºC, para esti-
Propriedades clinicamente • Antiinfeccioso, antibacteriano (++)
mular a formação de bulbos. O alho também precisa de solos leves, bem drenados, ricos em comprovadas • Vermífugo (+++)
matéria orgânica para o seu pleno desenvolvimento. • Antiagregante plaquetário (++)
• Antilipêmico (++)
• Estimulante da tireóide (++)
O óleo essencial de alho é obtido a partir da destilação por arraste a vapor dos dentes Reações Adversas • Não usar externamente. Produto dermocáustico.
triturados de alho fresco, retirados dos bulbos da planta Allium sativum, cultivada mundial-
Indicações • Infecção respiratória (+)
mente. • Verminoses (+++)
O óleo essencial de alho tanto pode ser incolor, como amarelo pálido ou vermelho • Hipertensão (+)
• Antilipêmico (++)
intenso (no caso das variedades cultivadas no país) e contém forte odor, reminescente de
• Tratamento de úlcera estomacal
alho, mas com uma nota semelhante ao mercaptano, que mascara o resto do aroma da
planta. O óleo essencial não é lacrimejante, mas é simplesmente tão obnóxio que afugenta Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
até os maiores entusiastas do odor do alho. Se os aromistas e farmacêuticos tivessem uma and Drug Administration)
idéia do nível de sofrimento que os funcionários de uma destilaria passam para destilar o Culinária
óleo essencial, provavelmente parariam de reclamar do preço do produto e apreciariam
O óleo essencial de alho é popularmente usado como componente saborizante em grande
ainda mais o óleo essencial.
gama de produtos, incluindo bebidas não-alcoólicas, sobremesas, doces, massas, gelatinas,
Um aminoácido chamado aliina é encontrado em algumas células do bulbo quando
condimentos, molhos, carnes, azeites, salgadinhos e outros alimentos.
inteiro. A aliina é um composto praticamente inodoro. Em outras células do bulbo não
danificado encontramos uma enzima capaz de transformar a aliina em alicina, exatamente ALHO GOTAS DE AROMATIZANTE /
100g DE ALIMENTOS
a molécula que confere o odor característico do alho. Durante o processo de destilação a
Massas 3-4
alicina é infelizmente convertida em outras substâncias sulfídicas que acabam participan- Condimentos 14
do do óleo essencial, mas que não permanecem no alho triturado, ou seja o óleo essencial Azeites 60-80
Sorvetes 1
não é exatamente representante do aroma do alho fresco triturado. Por isso, o óleo essen-
Gelatinas 1
cial do alho, para fins de culinária, acaba perdendo espaço para o alho em pó desidratado. Molhos 4-6
Por outro lado, no segmento cosmético, não imaginamos alguém procurando uma fra- Carnes 9-14
Bebidas não-alcoólicas 1-2
grância que lembrasse o aroma do alho, a não ser que tivesse realmente preocupado em
Salgadinhos 2-4
espantar vampiros. Doces 1-2
204
207
Syzygium aromaticum
Cravo
de um prego. Originário das Ilhas
Molucas, na Indonésia, o cravo é
conhecido na Índia e China por
•
mais de 2 mil anos. Desde então
é usado para combater o mau-
hálito ou como afrodisíaco.
da
•
índia
(Syzygium aromaticum, L. ou
Eugenia cariophylata, Spreng)
209
• Cistites (+++)
• nefrite viral, nevralgias (+)
O craveiro é planta da família das mirtáceas, a mesma do eucaliptus, jaboticabeira,
• Parasitoses cutâneas, acne infecciosa
goiabeira e a pitangueira, todas muito aromáticas. O craveiro é propagado por sementes • Sinusite, bronquite, tuberculose (++)
que têm curta viabilidade. Para se obter sementes propícias à semeadura, os frutos madu- • Desregulação hormonal
ros são colhidos e postos a fermentar em água por 3 dias. Separam-se as sementes da • Artrite reumatóide
polpa, que são a seguir semeadas em local sombreado. O prazo para germinação é em
Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
torno de quatro semanas. As mudas permanecem na sementeira por 9 a 12 meses, quando and Drug Administration)
são transplantadas para o local definitivo. O craveiro requer clima quente e úmido, com
abundância de chuvas e baixa altitude (menor que 300m). Prefere solos férteis. A planta
Cosmética
não requer poda e cresce livremente, mas quanto mais baixa a copa, no entanto, mais
O óleo de cravo-da-índia é usado frequentemente em perfumaria, devido às suas notas
facilitada se torna a colheita. A produção de flores se inicia no 5º ano, mas comercialmente
doces-picantes, mas a maior parte do óleo essencial de cravo vai diretamente para o ramo
somente se torna viável entre o 10º e o 15º ano.
de aromas. Nos perfumes, o óleo de cravo combina com rosas e outras fragrâncias florais,
pois justamente contribui com a nota necessária para dar o corpo ao perfume. O perfume
Aroma
clássico Rondeletia é baseado na combinação entre os óleos essenciais de cravo e de lavanda.
O óleo essencial do cravo é obtido a partir da destilação dos botões florais da planta
Outras variantes incluem o uso de lavandim, sálvia esclarea, bergamota, pimenta, etc. Ou-
Syzigium aromaticum, cujo sinônimo é Eugenia caryophylata. Os brotos são picados ime-
tros perfumes, tais como Cashmere Bouquet da Colgate e Denim da Unilever, também
diatamente antes da destilação e o rendimento é atipicamente alto – cerca de 15 a 20% de
usam o óleo essencial do cravo-da-índia. O óleo essencial de cravo ainda mistura perfeita-
óleo essencial é extraído com base em peso.
mente com ylang ylang e perfumes orientais normalmente possuem grande quantidade de
óleo de cravo incorporado.
Saúde
O óleo essencial do cravo-da-índia é tradicionalmente usado pela atividade anti-sépti- Culinária
ca, bactericida, fungicida, antiparasitária, antiespasmódica, antiinflamatória e anti-histamínica.
O óleo essencial de cravo é aroma extensivamente usado em grande variedade de ali-
mentos: molhos, pickles, carne enlatada, massas, bolos prontos, misturas prontas. Devido
Propriedades clinicamente • Antiinfeccioso, antibacteriano de largo espectro(+++), antiviral (+++) ao efeito anti-séptico do cravo, o óleo essencial é usado também em enxaguatórios bucais,
comprovadas antifúngico (++), antiparasitário (++), dentrifícios, gomas de mascar, dentre outros.
• Estimulante geral (+++) neurotônico,
• Hipertensivo CRAVO-DA-ÍNDIA GOTAS DE AROMATIZANTE /
• Afrodisíaco. 100g DE ALIMENTOS
• Cauterizante Bebidas alcoólicas 61-79
Ingredientes Ativos • Óleo essencial principalmente composto por eugenol (60-80%), acetato de Massas 15-35
eugenila (2-27%) Condimentos 24-36
• Sesquiterpenos: α e β cariofilenos, α e β humulenos; Ésteres: Acetato de Azeites 8-34
eugenila. Fenóis: Eugenol (70-80%). Óxidos: óxido de cariofileno. Sorvetes 14-16
Reações Adversas • Recomenda-se prudência no uso externo. Gelatinas 9-11
• Concentração máxima de uso tópico: 1% Molhos 3-103
Balas 8-65
Indicações • infecções dentárias (+++), Carnes 51-65
• amidalite (+++) Bebidas não-alcoólicas 5-6
• hepatite viral (+++) Salgadinhos 64-128
• enterocolite viral (+++), Sopas 1-4
• disenteria amebiana (++), Doces 39-55
208 • enterocolite espasmódica (+++)
211
Cinnamomum zeylanicum
A canela é originária do
Sri-Lanka e do sudeste da Índia,
onde ainda vegeta de forma
silvestre. É utilizada como
Canela
condimento desde a Antigüidade,
pelo menos desde o antigo Egito.
Foi utilizada pelos gregos, sendo
•
uma das grandes motivadoras da
expansão européia, ao lado da
pimenta, a mais cara e cobiçada
do
das especiarias.
•
ceilão
(Cinnamomum Zeylanicum, Breyn)
213
A planta é uma árvore de 10 a 15 m de altura, mas que através da poda tem seu Na perfumaria o óleo essencial de canela se associa bem às notas orientais-amadeiradas
tamanho reduzido a 2 a 3 m para estimular a brotação de novos ramos e facilitar a colheita. de certos perfumes e a combinação com olibano é bastante conhecida e utilizada. A adição
A canela pode ser propagada por sementes ou por estacas, sendo a primeira mais freqüen- de óleo de canela confere um tom picante, quente e seco aos perfumes.
te. A colheita da casca é sempre efetuada na estação das chuvas.
Saúde
Aroma O óleo essencial é tradicionalmente usado pelos efeitos antiespasmódico,
A canela deve o seu sabor doce, quente e perfumado a um óleo essencial, cujo principal antiinflamatório, antipirético, carminativo, antibacteriano anti-séptico, larvicida, mio-
componente é o aldeído cinâmico. O óleo se localiza principalmente na casca dos ramos, ou relaxante, sedante, anti-hipertensivo e inseticida.
mais precisamente sob ela, na parte interna. O rendimento de ramos secos por hectare gira
em torno de somente 150-200 kg e considerando que geralmente demora ao menos 3 a 4
anos para iniciar a produção, isso explica o preço elevado desta especiaria. Propriedades comprovadas • Óleo essencial positivo (estimulante)
• antiespasmódico,
O óleo essencial de canela pode ser obtido tanto a partir das cascas, como das folhas, • agente antiflatulente
mas a composição dos dois é completamente distinta, tanto quanto diferem os valores • estimulante de apetite.
alcançados no mercado. O óleo essencial da casca é o mais nobre e importante na • Antiinfeccioso, antibacteriano de largo espectro (++++)
• Estimulante (++++)
aromatização de alimentos. O óleo das folhas tem sua importância restrita à prática da • Anestesiante (+)
cosmética e aromaterapia. • Anticoagulante
O óleo da casca de canela é de cor amarelada-amarronzada, de sabor doce e picante. É
Mecanismo de Ação e • O componente aldeído cinâmico é agente estimulante do sistema nervoso
extensivamente adotado na aromatização de alimentos, doces, massas, bebidas, produtos Ingredientes Ativos central em baixas doses e sedativo em altas doses.Também aumenta o fluxo
farmacêuticos e cosméticos. É considerado o mais poderoso dentre os óleos essenciais no sanguíneo, retardando o batimento cardíaco e aumenta o nível de açúcar
quesito anti-séptico. no sangue.
• Fenóis: Aldeído cinâmico, eugenol; Ésteres: benzoato de benzila, cinamato
Infelizmente os principais componentes do óleo essencial da casca da canela são facil- de metila e cumarinas.
mente sintetizados hoje em dia, não sendo surpreendente portanto que o óleo de canela
seja facilmente adulterado (“batizado”). Ainda que o preço alto do óleo essencial não seja Reações Adversas • O óleo essencial da casca de canela pode irritar as mucosas e pode sensibilizar
a pele. Contra-indicado para pessoas alérgicas à canela. Dermocáustico –
uma garantia da sua pureza, a recíproca necessariamente traduz num óleo adulterado, ou evitar a aplicação cutânea.
seja, preço muito baixo é sempre sinônimo de adulteração. Procure sempre fornecedores
confiáveis de óleos essenciais e prefira óleos com padrão FCC (Food Chemicals Codex). Indicações • Infecções, diarréia, febre tifóide, verminose, amebíase (++++)
• Vaginite, oligomenorréia (++)
O óleo essencial das folhas de canela tem coloração amarelo-amarronzada, mas dife- • Impotência masculina (++)
rentemente do óleo da casca, tem o eugenol como componente majoritário (mais de 90%), • Bronquite (+)
da mesma forma que o cravo-da-índia – traduzindo num odor forte e desagradável para • Sonolência, depressão (+)
• Não usar óleo de casca de canela de forma tópica ou oral. Uso somente
muitos. O sabor também fica amargo, pungente, irritante, mas ao mesmo tempo poderoso. como aromatizante de alimentos.
• Concentração máxima do óleo de folha para uso tópico: 3%
Cosmética
Comentário • O óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
and Drug Administration)
212
215
Na aromatização de alimentos, o óleo essencial de canela possui propriedades também Obviamente não temos conhecimento nem permissão para divulgar a fórmula da Coca-
muito interessantes: não somente pelo seu alto poder de mascarar odores e sabores desa- Cola, que diz a lenda, se encontra guardada a sete chaves num cofre bancário em Atlanta
gradáveis de certos alimentos, mas também pelo fato de a canela ser considerada um dos – mas sabemos que alguns componentes são óleos essenciais:
sabores mais apreciados pela população em geral.
Curiosamente, o óleo de canela, combinado com outros óleos essenciais são os compo- • Óleo essencial de canela
nentes principais dos refrigerantes do tipo “cola”, tais como a Coca-Cola e a Pepsi. No • Óleo essencial de lima e limão
caso da Pepsi-Cola, o óleo essencial de canela assume ainda um papel mais importante, • Óleo essencial de laranja
214
217
Elettaria cardamomum
Cardamomo
(Elettaria cardamomum, Maton)
219
O sabor do óleo de cardamomo é aromático, quente e picante, provoca queimação, and Drug Administration)
amargor e pungência em altas concentrações, por isso devemos utilizá-lo com cuidado e
baixa dose. O condimento é obrigatório no curry indiano. A indústria utiliza o óleo essen-
Culinária
cial na fabricação de pickles e conservas, embutidos e molhos, onde a uniformidade e
qualidade são de importância fundamental. Na culinária nórdica, o cardamomo é muito
CARDAMOMO GOTAS DE AROMATIZANTE /
utilizado na confecção de pães e massas. 100g DE ALIMENTOS
Bebidas alcoólicas 44-47
Massas 20-26
Cosmética
Condimentos 24-26
Sorvetes 2
Na perfumaria o óleo essencial traz uma nota doce e picante, que combina bem com Gelatinas 5-6
Molhos 2-4
bases florais. O óleo de cardamomo combina bem com bergamota, ylang ylang, coentro e
carnes 14-22
cedro por exemplo. Os perfumes Shiraz da Natura e Starring for Men da Avon são exem- Bebidas não-alcoólicas 1-2
plos da utilização de óleo essencial de cardamomo nas suas fragrâncias. doces 3
218
221
Os exploradores espanhóis
ao se depararem com a
Pimenta dioica
Pimenta-da-jamaica no século
XVI, a denominaram pimenta por
Pimenta
se assemelhar aos frutos
da pimenta-do-reino.
A semelhança termina por aí.
•
Igualmente confuso, o nome em
inglês Allspice, deriva do sabor
combinado de canela, noz-
da
moscada, pimenta e
cravo-da-índia que
a planta oferece.
•
jamaica
(Pimenta dioica, Merril.)
223
A pimenta-da-jamaica é nativa da América Central sendo uma árvore muito ramificada, O oleo essencial é • Como anti-séptico, agente contra dores musculares, ajuda contra indigestão
tradicionalmente usado e flatulência.
que alcança de 7 a 10m de altura.
A planta prefere solos de baixa acidez, férteis e bem drenados, com alta incidência de Propriedades • Óleo essencial positivo (estimulante)
chuvas. A pimenteira é principalmente propagada através de sementes de frutos maduros. • Antiinfeccioso (+++), antibacteriano de largo espectro, antiviral (+++),
antifúngico, antiparasitário, anti-séptico.
Apesar de flores hermafroditas, a planta se comporta como espécie dioica, ou seja, dividi-
• Estimulante geral, neurotônico
das em plantas macho e plantas fêmeas. A propagação vegetativa (estacas) vem assumindo • Hipertensivo
maior importância, pois se consegue distribuir mais eficientemente plantas macho e femêas • Afrodisíaco
• Cauterisante cutâneo (+++)
(a relação ideal é de 1:10 respectivamente). No entanto, como todas as espécies da mesma
famíla (myrtacea, como o cravo-da-índia, a pitanga, a goiaba e outras) a estaquia é um Ingredientes ativos • Sesquiterpenos (4-7%): β-cariofileno; Fenóis (70-80%) Eugenol, isoeugenol
processo mais difícil. As plantas se tornam viáveis comercialmente após 10 anos. e metil-chavicol. Fenol-metil-esteres: Eugenol metil-ester
Culinária
PIMENTA-DA-JAMAICA GOTAS DE AROMATIZANTE /
100g DE ALIMENTOS
Bebidas alcoólicas 55-61
Massas 8-13
Gomas de mascar 508
Condimentos 75-87
Sorvetes 3-4
Gelatinas 4-6
Balas 3
Carnes 39-52
Bebidas não-alcoólicas 10-12
Vegetais processados 3
Doces 26-100
222
225
Priprioca
(Cyperus articulatus, L. e Cyperus prolixus, L.)
227
Apesar de produzir sementes, menos de 5% delas são viáveis. A propagação se dá pelos Saúde
tubérculos. A priprioca se adaptou para cultivo em locais bastante úmidos e quentes.
A priprioca é uma planta considerada invasora , e seu parentesco próximo com a tiririca, O óleo essencial é Como afrodisíaco e como repelente de insetos. A planta é popularmente
provavelmente a mais terrível das ervas daninhas, deixa à primeira impressão um certo tradicionalmente usado empregada no tratamento de diversas doenças que vão da dor de cabeça à
epilepsia, passando por propriedades abortivas e preparações alucinógenas.
receio quanto ao seu cultivo. Na verdade, apesar de serem plantas do mesmo gênero, a
priprioca é muito menos prolífica e competitiva do que a tiririca, e dificilmente se alastra Propriedades comprovadas • Atividade bactericida e antifúngica
• Atividade anticonvusivante
sem encontrar condições plenamente favoráveis.
• Agente sedante
Cosmética
A Lenda da Priprioca
O óleo essencial da priprioca tem despertado o interesse de empresas brasileiras e es-
Piri-Piri , como diz a lenda, era um valioso guerreiro que vivia numa aldeia indígena, no
trangeiras, principalmente como componente da fragrância dos perfumes. No Brasil, a Natura
coração da selva amazônica. Fala-se que ele exalava um maravilhoso cheiro, capaz de
lançou um perfume recentemente, o Perfume do Brasil, com o óleo essencial de priprioca
atrair qualquer índia da tribo. Ele também tinha o poder de desaparecer sempre que esti-
na sua base.
vesse em perigo, ou simplesmente quando não conseguisse se livrar das hordas de garotas
As fibras e os rizomas da priprioca também são usados no artesanato local pois além do
aos seus pés.
perfume exuberante, diz-se que estes produtos não criam mofo. Isso pode estar relaciona-
Um dia, uma índia deseperadamente apaixonada por Piri-Piri, pediu ao seu pai, Supi,
do às propriedades antifúngicas do óleo essencial.
que era também o pagé da tribo, para ensinar um feitiço para capturar Piri-Piri para si. Para
atender a filha, o pagé instruiu a índia a amarrar os pés de Piri-Piri, com seus cabelos, numa
noite de lua cheia. As coisas não aconteceram conforme o planejado: Piri-Piri conseguiu
pressentir o perigo e prontamente desapareceu numa nuvem, só que desta vez, para não
mais retornar. No lugar onde o índio fora visto pela última vez brotou uma planta, que
coincidentemente também exalava o magnífico aroma de Piri-Piri. Em homenagem ao
índio, essa planta foi nomeada Piripirioca, que posteriormente teve seu nome abreviado
para Priprioca.
226
229
Limão
plantas – algumas pequenas,
outras grandes árvores. Algumas
com pequenos frutos, outras com
frutos enormes. Também é assim
Laranja
(Citrus aurantifolia, L. e Citrus sinensis, L.)
231
Embora o habitat original das plantas do gênero citrus seja tropical, as principais áreas O grupo dos limões abrange na verdade classes diferentes de óleos essenciais, que são
de produção são em zonas subtropicais. As frutas cítricas são bastante populares em todo provenientes de espécies distintas de frutos. Veja a tabela abaixo
o mundo, sendo seus cultivos, dentre os mais importantes comercialmente. Como em geral
o óleo essencial é um sub-produto da indústria de sucos, a sua oferta é imensa e os preços Limão Siciliano Limas ácidas Limão-Cravo
(limão verdadeiro) – Limão Galego - Citrus (Citrus limonia)
extremamente baixos. Citrus limon aurantifolia e Limão
Todas as plantas cítricas de importância para produção de óleos essenciais são perenes, Tahiti – Citrus latifolia)
arbustivas ou pequenas árvores. O sistema radicular é superficial, fazendo com que as Características Frutos alongados com Galego-frutos menores Frutos desuniformes,
plantas sejam rapidamente sucetíveis à falta de água. Apesar da tolerância a temperaturas bico na extremidade. e poucas sementes mais arredondados.
Tahiti – frutos maiores
sub-tropicais, a temperatura ótima se situa entre 25 a 30°C. As plantas precisam de solos
sem sementes
bem drenados, com pH neutro e bastante exigentes em nutrição mineral.
Fruto comercializado Amarela Verde Alaranjada
As plantas cítricas são normalmente propagadas por enxertia (propagação vegetativa), na cor
para maior produtividade, uniformidade e segurança na medida que se evita a propagação
de certas viroses, pois a planta-mãe pode estar imunizada com estirpes fracas do vírus. Ao
O óleo essencial da casca da fruta é primariamente um subproduto da indústria de sucos
menos 40 espécies de virus já foram identificados como causadores de danos na citricultura,
cítricos e obtido a partir da prensagem da casca. O óleo de limão tem coloração amarelada-
por isso todo cuidado parece pouco nesta que provavelmente é comercialmente o principal
esverdeada, com odor fresco e suave. Já o óleo essencial de laranja tem cor alaranjada.
gênero de fruta cultivado em todo o mundo.
O óleo essencial de limão é usado em fragrâncias e aromas devido à sua nota frutal-
Há basicamente dois métodos de obtenção de óleos essenciais de citrus no mercado –
doce. É uma das notas mais importantes nos perfumes cítricos e muitas águas de colônia.
expressão a frio, ou prensagem, e destilação, sendo a última de menor importância econômi-
Esse óleo essencial se mistura bem com outros óleos, tais como de lavanda, lavandim, toda
ca para plantas deste gênero. Vale ressaltar que a obtenção do óleo de citrus é na verdade um
a família de óleos cítricos e óleo essencial de araucária.
produto secundário da indústria de sucos. A expressão do óleo da casca é um processo que
O óleo essencial de laranja traz uma nota frutal, doce, aldeídica, semelhante ao odor
trabalha em parelalo à extração do suco. Já a técnica de destilação envolveria uma logística
proveniente da fruta quando riscada com a unha. Não tem uma aplicação tão importante
à parte e provavelmente inviabilizaria a produção do suco, que é o produto principal.
na área de perfumes, quanto o limão, mas na área de aromas é de igual grandeza.
Apesar de existirem diversos óleos de citrus possíveis, aqui focamos a título de exemplo
No segmento de aromas se costuma utilizar óleo essencial de limão ou de laranja concen-
apenas os dois principais grupos: o óleo essencial dos limões e o óleo essencial das laranjas.
trados. O óleo essencial puro tende a se deteriorar muito rapidamente, provocando ranço, ou
a formação de peróxidos a partir dos monoterpenos presentes traduzindo em notas ruins
quando misturados a formulações líquidas. Uma alternativa seria a adição de antioxidantes,
Aroma mas ao invés disso, é comum o uso do óleo concentrado (ou desterpenado), que é obtido
através das sucessivas re-destilações a vácuo do óleo puro, eliminando-se o problema.
Os óleos essenciais das frutas cítricas se encontram na casca dos frutos, nas folhas e nas
Quanto ao óleo de limão, conhecemos bem o poder mascarante do limão no dia-a-dia, já que
flores. São óleos essenciais completamente distintos entre si, com métodos de obtenção distin-
pedaços de casca de fruta são frequentemente adicionados em pratos de frutos-do-mar ou
tos, denominação, custos e aplicações também distintas. Neste capítulo nos ateremos ao óleo
peixes em geral. Isso se deve ao óleo essencial do limão e um pouco ao suco, que por conter ácido
essencial obtido a partir da casca dos frutos, visto sua predominância quase total no mercado.
cítrico, ajuda a neutralizar os odores indesejados das aminas dos frutos do mar.
230
233
Ingredientes Ativos • Monoterpenos: α- e γ- terpinenos, paracimeno, α- e β-felandrenos, Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food
terpinoleno; Sesquiterpenos: β-bisaboleno; Aldeídos: Hexanal, geranial;
and Drug Administration)
Cumarinas e furanocumarinas
Reações Adversas • Uso cutâneo seguido de exposição à luz solar (menos de 12h após aplicação)
pode provocar queimadura e reações sensibilzantes. Produto dermocáustico.
Para uso tópico, prefira óleos essenciais extraídos por destilação. Culinária
• Concentração máxima de uso tópico (limão): 2%
232
235
Goiaba
(Psidium guajava, L.)
237
Aroma
Saúde
236
239
Pitanga
(Eugenia uniflora, L.)
241
Planta perene, arbustiva, nativa brasileira e de outras regiões tropicais da América do Saúde
Sul, muito aromática. A planta se adapta a inúmeros ecossistemas no país – tais como do
subtrópico do Rio Grande do Sul até a região tropical do cerrado do Planalto Central e O óleo essencial de pitanga é tradicionalmente usado como agente broncodilatador,
Mata-Atlântica. É resistente ao frio e vegeta bem em condições de meia sombra. antiviral e bactericida, hipotensor e hipoglicemiante.
Aroma
O óleo essencial da pitanga é de cor azulada, de odor e sabor doce, porém distinto dos
óleos de anis e erva-doce, cujo principal componente é o anetol. No caso da pitanga, o
principal componente é o curzereno. É obtido a partir da destilação das folhas da planta.
Por ser planta nativa brasileira e desconhecida ao resto do mundo, o óleo essencial
ainda não é comercialmente utilizado no exterior.
Além do consumo da fruta natural, o brasileiro criou inúmeras receitas de sucos, refres-
cos, geléias e doces a partir da fruta, que é bem representada pelo seu óleo essencial, além
do famoso “licor ou cognac de pitanga” ao qual se atribuem propriedades afrodisíacas.
Este último, também conhecido como “cognac tropical” e cuja receita ficou imortalizada
no livro “Açúcar”, do pernambucano Gilberto Freyre, é uma das bebidas regionais mais
características do Nordeste brasileiro, juntamente com o caldo de cana, com a cachaça
mexida com mel e com os vários sucos e vinhos de frutas nativas.
240
243
Parte III
Óleos Essenciais
na Culinária
por
242 Gabriel Zitune
245
Arroz à Lígia
Ingredientes
Modo de Fazer
Numa panela, colocar para fritar a cebola com o alho. Colocar os pimentões e o tomate
picados, jogar para refogar junto o arroz com os temperos e o cubinho de carne.
Em seguida, jogar a carne seca e a água para cozinhar o arroz.
Deixar levantar fervura e depois abaixar bem o fogo até secar bem o arroz.
244
247
Modo de Fazer
Colocar num recipiente grande todos os ingredientes junto com a picanha e deixar
marinando de um dia para o outro, bem coberta, na geladeira. No dia seguinte, em uma
assadeira grande colocar a carne com todo o molho, em seguida cobrir com papel
alumínio e colocar no forno a 250ºC. Cozinhar as batatas cortadas com um pouco de sal
na água e tirá-las antes de ficarem cozidas. A cada 30 minutos, virar e regar a picanha
até sentir que ela está ficando macia. Coloque então as batatas na assadeira, regando
com o molho e retorne ao forno. Quando verificar que a picanha já está quase cozida,
retire o papel e deixe corar a picanha e as batatas. Depois de pronta, retire a picanha e as
batatas e bata o molho no liquidificador.
246
249
Modo de Fazer
Numa bacia grande colocar a vitela e sobre ela acrescentar todos os ingredientes,
deixando separado as cebolinhas e uma das carambolas. Deixar este molho por 4 horas.
Após esse tempo, colocar numa assadeira e cobrir bem com papel alumínio. Deixar no
forno a 220ºC e regar a cada 30 minutos com este molho acrescido das cebolinhas. Vire a
vitela várias vezes para que ela fique bem macia e absorva bem o tempero. Quando
estiver bem macia, retire o papel alumínio e deixe corar um pouco. Coloque num prato
grande toda cortada em pedaços e enfeite com as cebolinhas e a carambola que sobrou,
em fatias que parecem estrelas.
248
251
Modo de Fazer
Numa panela média, fritar a manteiga com a cebola picada e o alho, acrescentando o
arroz e refogando aos poucos. Quando estiver bem refogado, colocar aos poucos a água
com o cubo de legumes dissolvido, mais o sal e a noz moscada até o arroz ficar ao dente.
Por último, acrescentar o creme de leite, o queijo ralado, as alcachofras picadas e o vinho
branco, servindo em seguida.
250
253
Modo de Fazer
252
255
Modo de Fazer
Numa panela grande frite a cebola e o alho até dourar, acrescente o frango e todos os
demais temperos, menos os caldos. Depois de fritos, acrescente água até cobrir o frango
e coloque os cubos de caldo de galinha. Deixe em fogo baixo até cozinhar bem o frango.
Sirva acompanhado de arroz ou purê de batatas.
254
257
Modo de Fazer
256
259
Modo de Fazer
258
261
Modo de Fazer
Numa assadeira forrada com papel alumínio, colocar o peixe bem limpo e lavado e todos
outros ingredientes por cima, cobrindo com o papel alumínio. Quando estiver bem
cozido, retire o papel e coloque num prato enfeitando com as batatas.
260
263
Risoto de Legumes
Ingredientes
Modo de Fazer
Numa panela, cozinhe o arroz normalmente ou aproveite o arroz que sobrou de outro
dia. Em outra panela, frite a cebola e o alho, coloque o puro purê, a massa de tomate
dissolvida e o resto dos temperos, inclusive os legumes. Deixe cozinhar por 20 minutos.
Numa bacia coloque o arroz cozido e acrescente o molho mexendo bem, coloque num
pirex, polvilhe com queijo ralado e ponha no forno para esquentar, cobrindo com papel
alumínio.
262
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Parte IV
Óleos Essenciais
na Cosmética
por
264 Sandra Januário
267
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269
Tônico facial
Os tônicos faciais completam o processo de limpeza do rosto. Contrai e refinam os
poros. Restauram o pH da pele.
Aplicar na pele com um pedaço de algodão ou lavar o rosto com o tônico.
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Máscaras faciais
As máscaras faciais servem para limpar, nutrir e revitalizar a pele através da eliminação
de toxinas e do estímulo da circulação sanguínea local; também podem acalmar e hidratar
a pele. Regulam as atividades dos capilares e devolvem vitalidade aos tecidos. Facilitam a
eliminação das células mortas e promovem a regeneração de células novas e saudáveis.
Aplique a máscara em todo o rosto, pescoço e colo, tomando cuidado com os olhos.
Deixe-a na pele durante 15 a 30 minutos.
Deite-se, relaxe e repouse.
Para removê-la, lave o rosto com água, retirando todo o resíduo.
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Escalda-pés
Para relaxar, refrescar ou aquecer os pés depois de um dia fatigante, basta acrescentar
3 a 4 gotas de óleo essencial a uma bacia cheia de água morna.
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281
Preparo:
1. Derreta a cera de abelha em banho-maria com o óleo vegetal e a manteiga de karité,
mexendo continuamente;
2. Aqueça a água destilada em outro recipiente;
3. Quando os ingredientes estiverem derretidos, acrescente a água destilada quente,
sem parar de mexer, até homogeneizar.
Os óleos essenciais devem ser acrescentados quando o creme estiver frio.
280
283
Banhos
Os banhos aromáticos constituem uma forma fácil e eficaz de utilização das proprieda-
des químicas dos óleos essenciais, juntamente com o próprio poder terapêutico da água.
Assim podemos obter banhos com propriedades diferentes a partir dos óleos essenciais
escolhidos.
Os banhos feitos com óleos essenciais podem tanto ser feitos no chuveiro como na banhei-
ra. A água não deve ser muito quente, para não ocorrer a evaporação muito rápida dos óleos.
Se o banho for feito de chuveiro basta aplicar no corpo molhado a mistura aromática
indicada, com auxílio de uma bucha vegetal em suave massagem, permanecer alguns mi-
nutos se beneficiando dos aromas, depois enxaguar.
Caso o banho seja feito de banheira, basta adicionar a mistura à água da banheira e
permanecer por até 20 minutos neste banho de imersão.
Glossário
Médico / Cosmético
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286
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Bibliografia
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292
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Índice
remissivo
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297
A Amebíase 213. Artrose 109, 115. Colite 122, 152, 169, 219, 223, 287.
Amenorréia 104, 152, 169, 286. Asma 138, 152, 169. Compostos oxigenados 77, 78, 81.
Absoluto 68.
Amidalite 208, 223. ASTM 73. Compostos sulfúricos 70, 81.
Absorção 55, 83, 85, 86, 94.
Analgésico, 61 Azeite de oliva 35, 44, 63, 134, 185. Congestão prostática 122.
Ação antiespasmódica 61.
Análise 29, 37, 44, 57, 58, 189. Azeites 35, 105, 116, 122, 123, 129, 134, 140, 153, 157, Congestão pulmonar 152, 169.
Ácido láurico 41.
Anestésico, 61 161, 165, 185, 191, 196, 205, 209, 214, 233. Congestão uterina 122.
Ácido linolêico 41, 44.
Angina 195. Constipação 190.
Ácido linolênico 41, 43.
Ângulo de rotação óptica 73. Coqueluche 115.
Ácido mirístico 41.
Ácido oléico 41, 44.
Anis 36, 52, 62, 110, 120, 167-169, 240. B Cravo-da-índia 88, 90, 110, 195, 208, 209, 212, 221,
Anis-estrela 167-169 222.
Ácido palmítico 41, 43, 44. Banhos 54, 225, 283.
Ansiedade 115, 121, 177. Creme caseiro 281.
Ácidos graxos 35, 41, 43, 44. BHT 42.
Antibactericida 59. Cromatógrafo 37, 58, 74.
Acne 120, 184, 201, 209, 223. Bolas de algodão 93.
Antiespasmódico 61, 169, 208. Cromatograma 58, 74.
Adenite 184, 286. Bronquite 104, 115, 128, 133, 152, 157, 169, 190, 195,
Antifúngico 59, 128. 209, 213, 219, 223. Cumarinas 83, 90, 152, 157, 213, 232.
Adulteração 73.
Anti-histamínico 60, 160, 208.
Aerofagia 121, 152, 169, 219.
Antiinflamatório 60, 94, 108, 121, 128, 139, 161, 165,
Afinidade lipofílica 55.
Afrodisíaco 103, 190, 195, 207, 208, 223, 225, 227, 283.
177, 184, 213, 232, 236.
C D
Antilipêmico 103, 205.
Aftose 104, 115. Calmante 62, 81. Densidade 66, 73.
Antiparasítico 59.
Agente bactericida 200. Camomila azul 37, 42, 52, 60, 62, 74, 175, 176, 177. Depressão 103, 122, 128, 133, 213, 232.
Antitumoral 62.
Agente antiarrítmico 61. Candidíase 200. Dermatose 177.
Antivirótico 59, 200.
Agente polinizador 35, 36. Canela 36, 38, 52, 211, 214. Desinfecção do ar 232.
Apolares 83.
Agitação 115. Carcinogenicidade 89, 94. Desregulação hormonal 209.
Aroma 29, 32, 35, 36, 47, 49, 51, 56, 70, 78-80, 91, 93,
Água de banho 93. Cardamomo 52, 104, 110, 114, 217, 218, 219. Destilação 54, 65-70, 79, 80, 108, 151, 156, 164, 168,
94, 102, 108, 114, 120, 127, 132, 134, 138, 144,
188, 200, 204, 208, 218, 230, 232, 233, 240.
Água de colônia 93. 150, 151, 156, 160, 164, 168, 172, 176, 183, 188, Carminativo 160, 169.
194, 200, 204, 208, 209, 212, 218, 222, 226, 227, Deterioração 42, 63, 75.
Água facial 93. Celulite 104, 161, 275.
230, 236, 240. Diarréia 102, 115, 213.
Álcoois 59, 66, 78, 79, 81, 83, 103, 108, 115, 128, 133, Cetonas 59, 62, 79, 81, 83, 87, 103, 108, 128, 139, 152,
139, 152, 161, 165, 177, 184, 190, 195, 219. Aromacologia 54. 157, 165, 195, 233. Difusores 93, 94.
Aldeídos 59, 60, 62, 79, 81, 83, 108, 139, 152, 195, Aromas alimentícios 47, 69, 90, 168. Cheiro 29, 31, 32, 144, 164, 168, 172, 183, 225, 227, Digestão 62, 115, 128, 189, 195.
232. Aromaterapia 41, 54, 90, 102, 212. 236. Disenteria 208, 223.
Alecrim 36, 38, 42, 52, 55, 60, 63, 87, 104, 131-134, Aromatizante 88, 95, 105, 110, 116, 122, 129, 134, 143, Cicatrização 128. Dismenorréia 233.
144, 185, 249, 261, 267, 273, 275, 277, 283. 144, 146, 152, 153, 157, 161, 165, 169, 173, 177, Cistite 109, 122, 128, 133, 177, 209, 223, 286. Dispepsia 109, 152, 157, 169, 177, 190, 219, 287.
Alho 32, 38, 42, 63, 81, 144, 203-205, 245, 249, 251, 185, 191, 196, 205, 209, 213, 214, 219, 223, 233,
Coca-Cola 215. Distúrbios respiratórios 200.
253, 255, 257, 259, 261, 263. 245, 247, 249, 251, 253, 255, 257, 259, 261, 263.
Coentro 22, 36, 38, 52, 62, 104, 107, 108, 109, 110, 115, Dor lombar 152, 169.
Alumínio 75, 247, 249, 261, 263. Arritmia 115.
122, 152, 189, 218, 219. Dor reumática 175, 189, 195.
Amaciante de roupas 93. Artrite 43, 104, 121, 161, 184, 189, 209, 223.
296
299
Enfarto 157.
184, 195, 208, 213, 223. I M
Fígado 83, 87-89, 94, 195. Manjericão 35, 38, 52, 61, 62, 119, 120-123, 196, 253,
Enterite viral 104. Identificação 37, 73, 74, 80, 126, 150, 189.
Flatulência 102, 120, 152, 169, 223. 255, 257, 263, 275.
Enterocolite 115, 122, 133, 208. Impotência masculina 190, 213.
Formas de administração 85. Manjerona 52, 90, 113-116, 247.
Entorces 233. Imunológico 27, 28.
Fototoxicidade 81. Marcador 37.
Envelhecimento precoce 42, 114. Inalação 83, 85, 86, 91, 94.
Fotossensibilidade 90, 133. Máscara facial 271.
Enxágüe para cabelo 277. Inapetência 190.
Furanocumarinas 81, 90, 109, 152, 161, 232. Massagem 41, 43, 44, 83, 85, 90, 93, 275, 283.
Enxaqueca 103, 189. Inceticida 60.
Furúnculo 184. Mecanismos de ação 55.
Epilepsia 115, 139, 227. Índice de acidez 73.
Membranas celulares 41, 42, 63.
Erva-cidreira 38, 42, 159-161, 275. Índice de refração 73.
Memória 32, 56, 131, 145, 190.
Erva-doce 37, 149-153, 156, 240, 267, 269, 275. Indigestão 132, 138, 152, 169, 223.
Escalda-pés 279. G Infecções 57, 59, 115, 121 128, 165, 184, 205, 208,
Meningite viral 104.
223, 213, 232. Menta 42, 52, 61, 65, 87, 125-129, 132, 156, 267, 279,
Esfoliante 267. Gás carbônico supercrítico 69.
283.
Espasmódico 121, 122, 139, 165, 287. Gastralgia 169. Insônia 103, 115, 121, 177, 232.
Micose 104, 200, 201.
Espectrômetro de massa 37, 58, 74. Gastrite 102, 121, 145. Insuficiência coronariana 122.
Microrganismos 36.
Essência artificial 47. Gengibre 35, 37, 42, 52, 63, 70, 109, 144, 187-191, Insuficiência digestiva 161, 195, 219, 232, 233.
Moléculas 27, 28, 31, 42, 56-62, 77, 78, 80, 81, 83, 94.
Essência natural 47, 108. 194, 215, 218, 251, 261, 279, 283. Insuficiência pancreática 121.
Músculos 83.
Esteárico 41, 43, 44. Genoma 27. Insuficiências hepato-renal 104, 121, 128, 139, 157,
Goiaba 222, 235, 236. 161, 165, 232, 233.
Ésteres 59, 61, 79, 81, 83, 103, 108, 115, 128, 133, 161,
165, 169, 184, 208, 213, 219. Gorduras 35, 205. Irritação dérmica 88, 89.
Estimulantes 57, 62, 81. Gripe 29, 104, 109, 184, 223. N
Estomatite aftosa 184. Nefrite viral 104, 121, 184, 209, 223.
Éteres e Óxidos 80. L Neurastenia 161.
Evaporação 66, 69, 176, 283.
H Lâmpadas 93. Neurotoxicidade 87, 94.
Excreção 83. Laranja 36, 52, 189, 191, 215, 229, 231-233. Nevralgia 209, 233.
Hepatite 121, 208, 223.
Expectorante e mucolítico 60. Lareiras 93. Nota de corpo 49, 50, 52, 189.
Hepatotóxico 88.
Expressão 65, 68, 90, 151, 230. Laringite 102, 195. Nota de fundo 49, 50, 52.
Herpes 104.
Extrato 63, 215, 257, 263. Limão 36, 38, 52, 160, 176, 189, 215, 229, 231-233, Nota de saída 49, 50, 52, 70, 226.
Hidrocarbonetos terpênicos 77.
259, 261.
298
301
O Poliomelite 121. Sálvia 36, 52, 87, 89, 101, 102, 104, 105, 109, 110, 144,
V
Pouporri 93. 185, 209, 271, 273, 275, 277, 281.
Odorfone 51. Vagina 85.
Pré-menopausa 104. Sedativo 103, 161, 213.
Odorizante de carpete 93. Vaginite 213.
Priprioca 37, 225-227. Segurelha 88, 90, 171, 172, 173.
Óleo de abacate 44, 283. Variabilidade 74.
Produção 35, 64, 66, 75, 90, 114, 120, 126, 138, 150, Shelf life 42.
Óleo de amendoim 42, 43. Varizes 104, 121.
156, 160, 176, 188, 194, 201, 208, 212, 218, 230. Sinergia 47, 51, 55, 59.
Óleo de canola 43. Velas 93, 94.
Psicose 115. Sinusite 104, 115, 133, 209, 223.
Óleo de cenoura 43. Verminose 120, 205, 213, 219.
Psicossomático 56, 83. Sistema imunológico 27, 28.
Óleo de gergelim 43, 44. Vertigem 115.
Pungência 63, 69, 189, 191, 194, 218. Sistema límbico 56.
Óleo de girassol 35, 43, 93. Via cutânea 85, 94, 104, 213, 219, 223.
Solvente 43, 47, 63, 68, 69.
Óleo de sementes de uva 44. Via oral 85, 88, 94, 102-104, 145, 152, 213, 287.
Sonolência 213.
Óleo de soja 44. Vitamina E 42-44.
Óleo carreador 35, 41, 43, 44, 94.
Q Spray odorizante 93.
Voláteis solúveis 66.
Stress 55, 57, 73, 103, 115, 128, 177.
Óleo para massagem 275. Quimiotipos 62, 74, 120.
Pitanga 23, 222, 236, 239-241. Salsa 38, 137-140, 144, 185, 245, 249, 253, 261. Uso alimentício 43, 95.
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Impresso no Brasil em março de 2005
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