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Óleos Essenciais traz a tona o que temos de mais

empolgante no Brasil - a sua riqueza aromática, a maior


do planeta. O livro é uma jornada multisensorial sobre os
óleos essenciais, que são os aromas verdes produzidos
pelas nossas plantas. Partindo do conhecimento do olfato e
a importância ecológica dos óleos essenciais, o livro
detalha como são produzidos os óleos essenciais pelas
principais plantas, posteriormente extraídos por nós e
podem ser utilizados de forma fantástica, mas segura, na
culinária, cosmética e na saúde. Óleos Essenciais traz ao
leitor diversas receitas simples e várias dicas de utilização.
Diversas fotos do livro foram aromatizadas com os próprios
óleos essenciais, dando uma dimensão inédita
ao leitor - a de poder cheirar, tocar, ver e sonhar.

Luiz Grossman
receitas de
Gabriel Zitune
Sandra Januário
Luiz Grossman

receitas de
Gabriel Zitune
Sandra Januário
Agradecemos aos Patrocinadores,
sem os quais o projeto do livro jamais existiria:

Diamante
Diamante

Ouro
Ouro
Luiz Grossman
Engenheiro agrônomo, juntamente com minha esposa Janice,
também agrônoma, no início da década de 90 iniciamos o cultivo
de ervas aromáticas no nosso sítio. Em 2003, tivemos a sorte de
poder transformar nossa fonte de prazer em negócio, fundando a
Garden City, empresa voltada à exploração sustentável daquilo que
temos de mais abundante e maravilhoso no país – a nossa
biodiversidade, competitividade agrícola e riqueza aromática
incontestável. A Garden City desde então trabalha com o plantio
e extração de óleos essenciais.
A Garden City resultou de uma idéia inédita, baseada num novo
paradigma – partimos do princípio que é mais fácil mover a fábrica
do que baldear a produção agrícola. A destilaria, que extrai os óleos
essenciais, foi projetada e construída sobre uma carreta de caminhão.
Com isso evitamos perdas de rendimento e qualidade no transporte
das matérias-primas, e pudemos alcançar várias safras agrícolas em
diversas regiões do país e épocas do ano, neste caso podendo extrair
óleos essenciais que um único micro-clima ou região não conseguiria
prover. O controle de qualidade final dos óleos essenciais é efetuado
na unidade de Ibiúna, em São Paulo, onde os óleos são processados,
envasados e analisados quanto às suas propriedades físicas e químicas
e atendimento às normas e regulamentos alimentares.

Eu dedico este livro,


Aos meus pais, Pierre e Camille que são responsáveis pela minha
paixão por livros, plantas e aromas.
À minha esposa, Janice, que com muito entusiasmo dividiu esse
projeto comigo.
Aos meus filhos, Laura e Marcel que aprenderam a amar e a respeitar
a natureza.

Luiz Grossman
Gabriel Zitune
Desde tenra idade, mesmo não alcançando a mesa, necessitando de
um banquinho para conquistar um campo de visão, não se deixava
abater ou vencer.
Tudo para acessar e explorar as panelas, os temperos, o calor do fogão
e mesmo a faca afiada.
Sempre pensando em misturar coisas, gerar cores e criar aromas ainda
mais cativantes.
Assim Gabriel, o mago, decidiu há muito dominar os sabores para
desafiar o paladar inesgotável.
E das experiências loucas e felizes, as comidas nasceram com as mais
belas formas, tonalidades, cheiros e gostos.
Os anos incessantes de químicas calóricas ganharam espaço, fama e
admiração, a ponto de converter a sala de jantar de Gabriel no palco
dos melhores e mais agradáveis momentos de sua família.
E com a família vieram os amigos, com os amigos os admiradores e
com os admiradores vieram todos os curiosos ávidos em saborear
as delicias que, impreterivelmente, acabam deixando lembranças
perpétuas aos que degustam as nozes, a canela, o doce-azedo e
tantas outras sensações que invadem e tomam não apenas o corpo
mas igualmente a alma.
O livro, portanto, revela um pouco dos segredos de Gabriel e
democratiza o acesso ao prazer, conferindo ao leitor uma
oportunidade sem igual para gozar da boa comida, esta base
indispensável da felicidade de qualquer lar.
Sandra Januário
Formada em Matemática, com especialização na área de Análise de
Sistemas onde atuei por cerca de 10 anos. Em 1995 comecei a estudar
com maior profundidade os Óleos Essenciais, desde então conheci uma
grande paixão, os aromas.
Hoje atuo como aromaterapeuta e terapeuta floral, ministro palestras
e cursos sobre aromaterapia.
Agradeço ao Luiz e Janice Grossman pela oportunidade de
participação neste livro.
Aos meus pais pela luz da vida.
Ao meu esposo, Nelson, que sempre foi o maior incentivador do meu
trabalho.
À minha filha, Ieda, que aprendeu a amar os aromas tanto quanto eu.

Sandra Januário
Agradecemos a todos os voluntários Nossos
que cederam um pouco agradecimentos:
do bem mais precioso
que possuimos: o tempo

Ary Diesendruk, fotografia Ariberto Venturini


Carlos Andreotti, tratamento de imagens e produção gráfica Dan Snitcovsky / Olga Madeiras
Cristina Galhardo, revisão do texto Ceramittá
Ernesto Lippmann, apoio jurídico Glyn Mara Figueira e Pedro Melillo de Magalhães/ CPQBA / UNICAMP
Estela Lerner, revisão do texto Hideko Honma / Atelier Hideko Honma
Gabriel Zitune, autoria Laurent Serrigny / Horta em Casa
Ivo Minkovicius, projeto gráfico Luiz Armando Figueiredo Jr. / Citrovita
Ivson Luiz Carneiro Miranda, fotografia Masami Yoshizune
Janice Grossman, pesquisa e apoio técnico Maurício Vieira Domingues
Luiz Grossman, autoria Nilson Maia e Odair Obovi / Instituto Agronômico de Campinas
Raquel (Unibes), revisão do texto Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo
Sandra Januário, autoria Stefano Dranca
Simon Widman, revisão do texto Wanderley M. Miyata
Tatiane Zitune Chiouhami, evento
A proposta deste livro

Depois de um amplo levantamento sobre a origem das plantas adotadas, suas


bibliográfico localizamos cerca de 250 plantas propriedades aromáticas e terapêuticas para uso
com potencial para produção de óleos essenciais seguro e demos exemplos de como podemos
no Brasil, fazendo com que sejamos sem sombra adotar esses óleos no nosso dia-a-dia com
de dúvida a mais promissora fonte de fragrâncias receitas culinárias ou cosméticas.
e de aromas naturais no mundo, no século 21. Seguindo a tradição holliwoodiana, que diz
Deste amplo leque inicial foram selecionadas cerca que é melhor não contar toda a estória em um
de 30 plantas que atenderam a alguns critérios: as único episódio, decidimos deixar de lado algumas
plantas deveriam ser cultivadas no Brasil, não sendo plantas para o, quem sabe, volume II no futuro.
resultado de extrativismo. Algumas plantas, como Mais importante que o nosso texto, são as
no caso das frutíferas, foram inseridas no livro pelo atividades filantrópicas da UNIBES, cujo trabalho
seu potencial aromático fantástico, ainda que pouco permite indicar uma luz no final do túnel para
se saiba sobre suas aplicações terapêuticas e centenas de adolecentes carentes, com educação,
segurança de uso. saúde e perspectiva de futuro, em São Paulo.
Plantas muito interessantes, tanto do ponto Todos que trabalharam neste projeto, o
de vista aromático ou terapêutico, tais como a fizeram de forma voluntária. Agradecemos aqui
lavanda, tea tree e outras, foram deixadas fora o empenho de todos, bem como aos leitores
deste texto, não porque fossem desinteressantes, que além de dividir conosco o prazer sobre
mas por além de existir muita literatura aromas de plantas, compartilharam também o
mundialmente disponível sobre as mesmas, elas apoio ao andamento dos projetos da Unibes.
não atendiam a algum dos critérios básicos que A total arrecadação da venda desta edição
nortearam o livro. Sempre que possível do livro é destinada aos projetos assistenciais
procuramos destacar as informações básicas oferecidos e mantidos pela Unibes.
Unibes, uma história de
dedicação e solidariedade
A história da Unibes começa bem antes de remodelados – onde funcionaram a Ofidas e a
sua fundação, em 1976. Sua origem se situa mais Policlínica. Quem visitar a creche da Unibes, na
precisamente nos anos de 1915 e 1916, com a rua Jorge Velho, no bairro do Bom Retiro, vai
criação da Sociedade Beneficente das Damas certamente notar uma porta de madeira bem
Israelitas e, no ano seguinte, da Sociedade Be- antiga logo à entrada. A porta maciça – bonita e
neficente Amigos dos Pobres Ezra, as primeiras acolhedora – e o casarão cuidadosamente con-
entidades assistenciais dos judeus em São Pau- servado são dois entre os muitos sinais que sim-
lo. Na época, estava em pleno curso a Primeira bolizam a filosofia de uma entidade que une em
Guerra Mundial e o número de imigrantes ju- total harmonia a tradição e renovação. A pre-
deus que chegavam a São Paulo começou a au- servação dos valores fundamentais com a per-
mentar, dando início à formação de uma peque- manente adequação às necessidades da popu-
na comunidade na cidade. lação que dela necessita.
A Unibes é a soma de pelo menos sete dife- Dentre os diversos projetos assistenciais
rentes entidades que foram se constituindo ao mantidos pela entidade, a Unibes dispõe da Área
longo do século XX. Além da Sociedade das Da- da Criança e do Adolescente, oferecendo hoje
mas Israelitas, da Ezra e do Sanatório Ezra para cursos de Capacitação Profissional - em parce-
tuberculosos, fazem parte dessa história de de- ria com a Associação GMK de Assistência - de
dicação e solidariedade a Sociedade Pró-Imigran- rotinas de escritório, webdesign, hotelaria e aten-
te, a Policlínica Linath Hatzedek, o Lar da Crian- dimento em cinema a 530 adolescentes caren-
ça das Damas Israelitas, a Gota de Leite da B´nai tes com idades entre 16 e 18 anos, que estejam
B´rith e a Ofidas. freqüentando o ensino formal. Atenta às difi-
A Unibes é, de certa forma, a continuidade culdades de inserção no mercado de trabalho, a
de cada uma dessas entidades, cada qual com a instituição tem estabelecido com sucesso diver-
sua missão específica. A sede da Unibes, à rua sas parcerias com empresas privadas, auxilian-
Rodolfo Miranda, situa-se nos prédios – depois do os jovens a conseguir o primeiro emprego.
Outra frente de atuação é o Núcleo Sócio- Outro braço forte da Unibes é o Departamen-
Educativo, voltado à complementação escolar e to de Serviço Social Marcia Nigri que tem, na
que desenvolve oficinas artísticas, culturais e atualidade, 1.600 famílias da comunidade judaica
esportivas e congrega 540 jovens, de 6 a 15 anos. matriculadas, resultando cerca de 6 mil pessoas
Um projeto importante para as famílias de baixa atendidas por ano. Os cadastrados contam com
renda, o Centro de Educação Infantil Betty Lafer, um leque de variedades de serviços oferecidos,
proporciona atendimento integral a 180 crian- que envolve desde o suprimento das necessida-
ças em regime de semi-internato – social, edu- des básicas como atividades de lazer e culturais.
cacional, psicológico, odontológico e alimentar Em 2005, a Unibes completa noventa anos
– na faixa de dois anos e meio a seis anos e onze de existência. Não é qualquer entidade que che-
meses, que moram ou têm pais que trabalham ga “nesta idade” tão em forma: elaborando a
na região do Bom Retiro, onde está localizado. cada ano uma nova “receita” para enriquecer
Mais do que simplesmente mantê-las, os pro- ainda mais o “cardápio” voltado à promoção so-
fissionais e voluntários da creche trabalham as cial e humana.
potencialidades dos pequenos, estimulando a au- Aproveitamos para convidar todos os inte-
tonomia e a capacidade de resolver problemas. A ressados a conhecer ou fazer uma visita a nossa
programação é estendida às famílias por meio de instituição e a comemorar conosco este históri-
convênios com a Prefeitura da cidade de São Paulo. co aniversário!
Prefácio
Laurent Suaudeau
Chef

Quando o Luiz me chamou para participar na elaboração do prefácio da sua obra


escrita sobre o desenvolvimento dos óleos essenciais, eu fiquei muito entusiasmado
para ajudar a desmistificar o uso dos óleos essenciais na gastronomia.
Em se tratando de um produto natural, eu vejo com bons olhos, o cozinheiro usar
de forma racional óleos essenciais na preparação de algumas iguarias culinárias.
Eu gostaria de citar um botânico e cientista do século XIX, Joseph Roques,
autor de um tratado sobre as plantas de uso especialmente aplicadas na medicina
doméstica e no regime alimentar, que falava que se deveria “agradar os grandes
cozinheiros, amáveis artistas, que possuem uma mão inteligente, sabendo cuidar
e manipular as especiarias, homens preciosos que andam na liderança da civilização”.
Portanto, toda evolução e utilização sensoriais de produtos de origem frutíferas
e herbáceas, podem ser melhores aproveitadas na cozinha. É importante o cozinheiro
de amanhã, ter um conhecimento mais profundo dos efeitos e do conteúdo
terapêutico das ervas, das especiarias, das frutas e legumes existentes em nossa volta.
Aplicar e desenvolver este trabalho no Brasil vai do bom senso, apesar de ter
poucas pessoas com poder de decisão, de se dar conta o quanto este país é rico neste
assunto.
Nós vivemos em um laboratório botânico a céu aberto, e infelizmente muitos ainda
persistem a querer desenvolver fábricas de automóveis, sem enxergar a riqueza debaixo de
nossos pés e da natureza em nossa volta.
Política ambiental é também política alimentar.
Parabéns Luiz, Gabriel e Sandra pelo trabalho que é uma iniciativa de um ato de cidadania.

Abraço,
Laurent
Sumário
23

19 Prefácio 142 Tomilho


148 Erva-doce e Funcho
25 Parte I - Sobre Óleos e Plantas, 154 Endro
por Luiz Grossman 158 Erva-cidreira
162 Salsão
26 Uma jornada sensorial pelo olfato 166 Anis e Anis estrela
34 Óleos essenciais, os aromas verdes 170 Segurelha
40 Óleos vegetais fixos, os óleos carreadores 174 Camomila azul
43 Os principais óleos carreadores para uso alimentício e cosmético
46 Óleos essenciais e as essências artificiais 178 Especiarias e Frutas
48 Usos e Aplicações 180 Louro
49 Cosmética 186 Gengibre
54 Aromaterapia 192 Pimenta do reino
57 Medicina e Saúde 198 Pimenta rosa
59 Propriedades Terapêuticas 202 Alho
63 Culinária 206 Cravo da índia
64 Produção de óleos essenciais 210 Canela do ceilão
72 Qualidade 216 Cardamomo
76 Os componentes dos óleos essenciais 220 Pimenta jamaica
82 Metabolismo dos óleos essenciais 224 Priprioca
84 Segurança no uso e toxicologia 228 Limão e Laranja
92 Guia de utilização dos óleos essenciais 236 Goiaba
238 Pitanga
97 Parte II - Os Óleos Essenciais,
por Luiz Grossman 243 Parte III - Receitas - Os Óleos Essenciais na Culinária,
por Gabriel Zitune
98 Ervas Aromáticas
100 Sálvia 265 Parte IV - Receitas - Os Óleos Essenciais na Cosmética,
106 Coentro por Sandra Januário
114 Orégano e Manjerona
118 Manjericão 285 Glossário Médico/Cosmético
124 Menta
130 Alecrim 289 Bibliografia
136 Salsa

22
Parte I
Sobre Óleos e Plantas

por
Luiz Grossman
27

O olfato é ainda hoje um dos mais importantes segredos da bio-


logia. Muito pouco se sabe sobre o seu funcionamento, ou por
que nosso organismo devota tamanha importância a esse
sentido. Sabe-se que cerca de 3% do nosso genoma é de-
dicado ao sistema olfativo, portanto como denota o
geneticista norte-americano Dean Hamer, a capacidade
de cheirar deve ser tremendamente importante para nós.
O único outro sistema com tamanha importância gené-
tica é o imunológico, que está associado diretamente à
sobrevivência da nossa espécie, ou seja, ninguém duvida da
importância do sistema imunológico. Mas como explicar que o ol-

Uma fato esteja enquadrado no mesmo patamar de importância?


De fato, sabemos muito pouco sobre como funciona o sistema olfa-

jornada tivo. Do que conhecemos dos outros sistemas sensoriais, não conse-
guimos tampouco justificar que o olfato possa funcionar, mas é
fato notório que funciona. Conseguimos detectar o odor de
sensorial qualquer coisa ao nosso alcance, e isso é sempre instantâneo.
Ninguém nunca precisou aprender a cheirar – o sistema ol-

pelo fativo funciona por si só. Parece pouco, mas não é. Como
compara o cientista italiano Luca Turim, tomemos como exem-

olfato plo nosso sistema digestivo, que evoluiu durante milhares de


anos, com a proposta básica de desmontar rapidamente uma quan-
tidade grande de moléculas presentes na comida, tais como
carboidratos, proteinas e lipídeos – de modo que consigamos absorver
seus componentes, num tempo bastante rápido para não morrer de
fome. Isso é feito instantaneamente porque temos a chave de
enzimas exata para decodificar cada tipo de molécula que
nosso sistema digestivo encontra pela frente. Isso só é pos-
sível porque já temos uma biblioteca genética de ins-
truções para reprodução imediata das enzimas certas
para o tipo de alimento que estarmos digerindo. Quan-
do comemos macarrão, o nosso organismo “identifica”

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que se trata de carboidratos, e passamos rapidamente a produzir guimos identificar o seu cheiro instantaneamente. É facil demons-
enzimas no processo digestivo que possam lidar com os trar que nossa biblioteca genética de aromas não foi progra-
carboidratos. O que acontece quando comemos plástico? mada para lidar com todas as possibilidades de odores, pois
Nossa biblioteca genética de enzimas não sabe como di- conseguimos identificar, de pronto, mesmo cheiros de
gerir o plástico, e se essa fosse nossa única fonte de ali- substâncias que não existem na natureza e foram criadas
mento, culminaria na nossa morte por fome. em laboratório, portanto são substâncias que nunca es-
É sabido, por exemplo, que cachorros não conseguem tiveram em contato com nosso mecanismo evolutivo, e
digerir chocolate. Pela falta das enzimas que conseguem não há como estarem incorporadas no nosso código ge-
lidar com as moléculas de chocolate, os animais acabam nético. Ou seja, como explicar o funcionamento do olfato,
doentes se ingerirem chocolate em quantidade. O nosso siste- que consegue de imediato reconhecer praticamente qualquer
ma digestivo é bastante rápido para decodificar instantaneamente aroma, mesmo que ele nunca tenha sido “visto” por qualquer
os alimentos que digerimos, porém ele é somente tão bom quanto a antepassado nosso?
nossa biblioteca genética de possibilidades permitir associar. Além de pouco entendermos do nosso senso de olfato, também o
Tomemos agora como exemplo o sistema imunológico. Nossos subestimamos. O aroma do produto é fundamental na nossa análise
anticorpos foram projetados para lidar com qualquer novo pro- sensorial do gosto da comida. Calcula-se que 80% do sabor advém
blema pela frente. Obviamente temos que enfrentar novas do aroma (sensibilização das celulas olfativas), ao invés do pa-
estirpes de vírus e bactérias a cada ano e não há como já ladar (sensibilização das celulas gustativas) . Isso pode ser
termos as inúmeras possibilidades de anticorpos codifica- ilustrado com o fato de que se você comer um alimento muito
das na nossa biblioteca genética de imunologia. É por isso temperado quando atingido por forte gripe, a comida pare-
que leva um tempo maior, normalmente de alguns dias ou ce completamente insossa. A gripe impacta diretamente o sis-
semanas, para que nosso organismo desenvolva um tipo de tema olfativo, mas note que a inflamação das mucosas não
anticorpo capaz de combater o patógeno que nos ameaça. Ou impacta o sistema gustativo.
seja, nosso sistema imunológico está preparado para improvisar e Uma vez perguntei a um aromacologista — o profissional que
tentar inúmeras possibilidades até encontrar a chave que resolve o estuda a ciência dos aromas, como podemos saber se um dado odor é
problema. Isso leva tempo, como já foi dito. bom para a nossa saúde. A resposta foi: “não se procupe, a mente
Sabemos até agora que para processarmos rapidamente as sempre rejeita algum aroma que ela acredita não ser boa para o
informações ligadas a algum dos nossos sistemas, essas in- organismo”. Ou seja, por esta ótica conseguimos explicar por
formações já deveriam estar “pré-programadas” no nosso que algumas pessoas têm verdadeira aversão a alguns ti-
código genético. Se as informações não foram progra- pos de cheiro e outras não. O desafio mais importante
madas, podemos resolver o problema, mas isso leva tem- da pesquisa em olfato é, além de tentar entender o seu
po. Voltemos ao sistema olfativo. Não importa qual o funcionamento, deduzir como o senso do olfato interage
tipo de substância que nos ofereçam, sempre conse- com a razão e a emoção. Hoje, não há dúvidas de que

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essa relação é intensa e reciprocamente dependente. permanecem – as moléculas mais pesadas, menos voláteis e mais com-
Sabe-se que seres humanos conseguem memorizar e identi- plexas tendem a ficar próximas ao solo. É por isso que animais
ficar cerca de 10 mil tipos de odores. Estimativas recentes como cães e gatos, tendem a farejar o chão para capturar
calculam que possuimos cerca de 5 milhões de células ol- algum odor.
fativas receptoras. É o mesmo tamanho que possui um Darwin, antes que se soubesse da existência de genes,
camundongo. Um rato possui cerca de 10 milhões de teorizou que o relativamente grande córtex visual nos
células, um coelho 20 milhões e certas raças de cães, até primatas superou o córtex olfativo, que, por sua vez, teve
220 milhões de receptores olfativos. sua importância minimizada com o passar do tempo. Ele e
outros cientistas da época concluíram que nossa posição
ereta, favorecendo nosso senso visual e desfavorecendo na mes-
ma magnitude nosso senso olfativo, acabou por colocar o olfato num
segundo plano. Freud inclusive sugeriu que nosso bipedalismo foi o tri-
ANIMAL RECEPTORES unfo da visão sobre o olfato. Isso foi considerado verdade absoluta até a
OLFATIVOS
última década do século XX. O conceito que o sistema olfativo é im-
Homem 5 milhões
Camundongo 5 milhões portante, ou mesmo crucial para nossa existência, é parte do re-
Rato 10 milhões descobrimento deste senso.
Cão perdigueiro 220 milhões Muitos odores consistem de misturas de diferentes molécu-
las, como é o caso dos óleos essenciais. Acredita-se que
diferentes moléculas sensibilizam diferentes neurônios re-
ceptores e o cérebro faz o cálculo: se as células F, G e Q
foram sensibilizadas, então é provável que o cheiro seja de
café. Você poderia imaginar que para cada diferente molécula
Muitos dos nossos genes olfativos, que controlam as células temos um receptor definido e o memorizamos. Isso seria impossí-
receptoras, têm cerca de 10 milhões de anos de idade, porém acredi- vel. O cérebro não faria mais nada a não ser detectar e armazenar
ta-se que não mais do que 400 estejam ativamente funcionando odores. Na prática, guardamos apenas aqueles relacionados à nos-
hoje. Nossos antepassados pré-históricos contavam muito mais sa sobrevivência ou que estejam associados a eventos impor-
com o sistema olfativo para sobrevivência do que contamos tantes nas nossas vidas. Por exemplo, guardamos os chei-
hoje. Tendemos a acreditar que seres humanos não de- ros das frutas maduras, da comida pronta, da comida
pendem do senso olfativo como os animais. Mas na ver- queimada, venenos, pessoas queridas ou parceiros se-
dade, somos também muito sensíveis aos odores. Um xuais.
dos problemas é que nosso posicionamento ereto, co- Ainda que tenhamos habilidade em cheirar e associar o
loca nosso nariz longe de onde boa parte dos odores cheiro com alguma coisa pré-definida, poucas pessoas

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conseguem descrever um odor e ainda menos a memória de um


odor. Tente lembrar ou descrever o cheiro de alho, da pimenta
ou do seu perfume predileto. Alguns cientistas acreditam que
haja uma falta de conectividade entre a parte do cérebro
que trabalha os aromas daquela que envolve a razão ou
que processa a linguagem – o córtex. Mas isso tem sido
refutado em trabalhos recentes envolvendo tecnologia
de imagem por ressonância magnética, que mapearam
diversas áreas do cérebro onde houve aumento de ati-
vidade após estímulos sensoriais olfativos. É mais
provável que nossa educação tenha colocado o senso
do olfato num segundo plano e simplesmente não
fomos treinados o suficiente. Note, por exemplo, que
em boa parte dos idiomas ocidentais – como o por-
tuguês, espanhol e inglês - a palavra “cheiro” tanto
pode representar algo agradável como sórdido. Já
outras culturas - como de povos nativos da Nigéria
e Camarões - possuem vocábulos específicos para
descrever certos odores: um termo para o odor de
cerveja produzida a partir de grãos velhos e outro
usado para se referir à cerveja feita a partir de grãos
novos de cevada de cor branca.
A partir de agora, este livro inicia uma jornada, ten-
do o seu estímulo olfativo em mente e as inúmeras
oportunidades culinárias, terapêuticas ou de bem-es-
tar proporcionados por essas maravilhosas misturas de
aromas naturais produzidos pelas plantas e representa-
dos nos óleos essenciais. Afivele o cinto de segurança e
deixe o aroma das próximas páginas te envolver.

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Muitos consideram o óleo essencial equivalente à alma da planta -


pois é exatamente a substância produzida pela planta que empres-
ta o aroma e o sabor pelos quais ela é conhecida. Note que
diferentemente dos azeites e óleos lipídicos (gordurosos), os
óleos essenciais são produzidos em mínima quantidade e
são bastante voláteis (por isso seu odor rapidamente ocupa
todo o ambiente). Normalmente são necessárias várias
centenas de quilogramas de plantas frescas para se produzir
apenas um quilograma de óleo essencial. Isso é o mesmo que
dizer que o uso de uma simples gota (ou menos) do produto,
equivale aromaticamente a vários centenas de gramas da erva, o que
abre inúmeras possibilidades culinárias e terapêuticas.

Óleos
QUANTIDADE APROXIMADA DE ÁREA EM M2 PARA

essenciais, PLANTA FRESCA PARA PRODUÇÃO


DE 1 KG DE ÓLEO ESSENCIAL
PRODUÇÃO DE 1KG
DE ÓLEO ESSENCIAL

os aromas Gengibre (raízes)


Manjericão (folhas)
Camomila (flores)
3000 kg
3000 kg
5000 kg
1500 m2
1500 m2
20.000 m2

verdes Louro (folhas) 1000 kg 1000 m2

* valores médios, obtidos em cultivo pelo autor.

Os óleos essenciais têm constituição terpênica, e uma aparência ole-


osa, por isso são assim denominados. Porém estes são completamente
distintos dos tradicionais óleos vegetais, como o azeite de oliva, óleo
de girassol, de soja etc. – que têm natureza glicídea, ou seja, são
basicamente compostos por ácidos graxos e gorduras. Os óleos
essenciais também são denominados óleos voláteis, pois na
temperatura ambiente eles tendem a evaporar. Justamente
por isso, percebemos o seu aroma praticamente de imedi-
ato. Como um contraponto, os óleos gordurosos vegetais
também são denominados fixos, por não volatilizarem à
temperatura ambiente.

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O óleo essencial assume diferentes papéis, principalmente em fun- Os óleos essenciais das folhas estão normalmente contidos em glân-
ção do órgão da planta onde foi produzido. Normalmente os óleos dulas oleíferas, que facilmente se rompem. Não somente esses
contidos nas folhas, raízes e cascas estão associados à sobrevi- óleos tornam as folhas inapetíveis para animais procurando
vência da planta, atuando na defesa contra microrganismos, uma refeição, como também se evaporam facilmente em
como fungos e bactérias. Já os óleos essenciais produzidos dias quentes, tendo como função adicional a de esfriar a
nas flores têm primariamente função de atrair agentes superfície das folhas nesse processo. Uma vez condensados
polinizadores, como pássaros e insetos. Quando insetos, no solo, tendem a impedir o crescimento de algumas ou-
morcegos e pássaros visitam flores para se alimentarem com tras plantas competidoras.
pólem, eles usualmente polinizam as flores neste processo. A Óleos essenciais são misturas bastante complexas de vá-
cor e o odor da flor são importantes instrumentos de atração rias substâncias simples. Cada componente contribui para o efei-
destes agentes. O odor é particularmente fundamental para atrair to biológico da mistura como um todo. Desta forma, a proporção de
polinizadores noturnos, tais como mariposas e morcegos. Portanto, flores cada componente pode afetar a sua ação. Por exemplo, o componente
polinizadas por esses agentes normalmente são muito odoríficas. A natu- marcador do óleo de camomila azul é o camazuleno, que pode estar
reza dos odores também seleciona o tipo de agente polinizante. Veja presente em proporções que vão de pouco mais de 1% até cerca de
como isso acontece na tabela abaixo: 15% dependendo de onde e como a planta foi cultivada. Há óleos
essenciais que apresentam concentração de um único compo-
nente em proporção quase total, como é caso do óleo essenci-
TIPO DE AROMA AGENTE POLINIZADOR al de erva-doce ou outras plantas cujos óleos têm centenas de
FLORAL EMITIDO ATRAÍDO componentes na mistura, como o gengibre ou a priprioca.
Aromas doces e leves Abelhas e borboletas A identificação dos componentes de um óleo essencial é
Doce e pesado Mariposas
um processo demorado e complicado, no qual se utilizam apare-
Musk ou frutas podres Morcegos
Odores putrefáticos Besouros e moscas
lhos sofisticados, tais como cromatógrafos a gás e espectrômetros
de massa. Mesmo assim, essa análise está sujeita a erros amostrais, de
interpretação, ou mesmo limitados ao estado da técnica dos aparelhos.
É comum, com o passar dos anos, a “descoberta” de novos compo-
TIPOS DE ARMAZENAMENTO EXEMPLOS DE PLANTAS nentes dentro de um óleo essencial. Na verdade eles sempre esti-
DE ÓLEOS ESSENCIAIS
veram lá, mas o fato é que conforme o progresso tecnológico
Glândulas oleíferas Tomilho, Orégano,
vai melhorando a resolução dos aparelhos, torna-se possí-
sobre ou sob as folhas Sálvia, Alecrim
Células oleíferas Louro, Canela, Cássia
vel a identificação de mais componentes.
Canais de resina entre as células Anis, Funcho, Coentro
Reservatórios de óleo Limão, Laranja, Bergamota

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PLANTA ÓRGÃO ONDE SE PRODUZ


O ÓLEO ESSENCIAL
Alecrim Folha
Tomilho Folha
Manjericão Folha
Alho Bulbo (raiz)
Raiz-forte Raiz
Pimenta-do-reino Fruto
Limão Fruto
Erva-cidreira Folha
Ylang-Ylang Flor
Camomila Flor
Louro Folha
Funcho Semente
Coentro Semente
Salsa Planta inteira
Mil-em-Ramas Planta inteira
Rosa Flor
Gerânio Folha
Lavanda Planta inteira
Copaíba Caule
Canela Sassafrás Caule
Pau-Rosa Caule
Canela Casca

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41

A aplicação de óleos essenciais em alta concentração ou de forma


repetitiva acaba provocando justamente efeitos indesejados, tais
como a destruição das membranas das células, levando, por
exemplo, à irritação da pele. Em baixa concentração, entre-
tanto, estes componentes são integrados às membranas
celulares e acabam influenciando as enzimas e receptores
de proteínas que se localizam nestas regiões. Nunca deve-
mos utilizar os óleos essenciais de forma pura. As diluições
deverão variar conforme o tipo de aplicação. Por exemplo,
algumas partes por mil para uso em aromaterapia ou algumas

Óleos partes do óleo por milhão na culinária.


Normalmente utilizamos óleos fixos, ou também chamados óleos ve-

vegetais getais ou óleos carreadores, para veicular os óleos essenciais para consumo,
seja para ingestão, odorização ambiental, massagem ou fim cosmético.

fixos Ainda que os óleos carreadores possam ser refinados, geralmen-


te são utilizados os óleos prensados a frio, cuja técnica permite
reter boa parte das propriedades terapêuticas, que normal-
• mente são destruídas durante o processo de refino. Os óleos
carreadores são ricos em emolientes (substâncias que ajudam

os óleos a proteger a pele da perda excessiva de umidade) e ácidos graxos


essenciais (dos tipos ômega 3, 6 e 9). Neste caso o termo “essen-

carreadores ciais” é confuso e advém não do fato que tenham qualquer seme-
lhança com os óleos voláteis que são o tema principal deste livro. São
assim denominados pois o nosso organismo não os produz, sendo por-
tanto necessária sua ingestão por meio de alimentos.
Os principais ácidos graxos contidos nos óleos vegetais po-
dem ser divididos em insaturados e saturados. Os insaturados
são principalmente representados pelos ácidos oleico,
linolêico e linolênico, sendo os saturados representados
pelo esteárico, palmítico, láurico e mirístico. Os
insaturados são os mais interessantes do ponto de vista
nutricional e para o tratamento de pele. Entretanto, justa-

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mente por serem insaturados, são mais reativos com o oxigênio (passíveis Os principais óleos carreadores
de oxidação), processo químico que chamamos popularmente de ran-
para uso alimentício e cosmético
ço, diminuindo a vida de prateleira (shelf life) destes óleos.
Aqui vale a menção de que muitos dos óleos essenciais
voláteis de plantas têm a propriedade antioxidativa, que é
fundamental para a proteção dos óleos vegetais ÓLEO VEGETAL DESCRIÇÃO
insaturados e proteção da pele ao ataque de radicais livres
Óleo de amendoim Cerca de 82% dos ácidos graxos são insaturados, tais como o ácido oleico e linoleico.
(veja quadro). Já foram publicados inúmeros trabalhos ci- Arachys hypogea Apenas 11% são representados pelos ácidos esteárico e palmítico, saturados. Pode ser
entíficos demonstrando as propriedades antioxidantes de ingerido ou utilizado em massagem de terapias relacionadas à artrite, em todos os tipos
de pele. O óleo de amendoim pode ser utilizado sobre a pele sem estar misturado a
alguns óleos essenciais, principalmente aqueles contendo fenóis,
outros óleos vegetais. Os usuários devem dedicar um cuidado especial a este óleo, tendo
de tal forma que o casamento entre os óleos essenciais - como tomi-
em vista que o amendoim é alergênico a muitas pessoas.
lho, menta piperita, orégano, camomila azul, alho, gengibre, alecrim ou
Óleo de gergelim O óleo contém cerca de 41% de ácido linoleico, 39% de ácido oleico (constituído
erva-cidreira - prolonga a vida útil dos produtos que estiveram sob con- Sesamum indicum portanto de cerca de 80% ácidos insaturados), 9% palmítico e 5% esteárico além de
tato. Por exemplo, foi demonstrado que se adicionarmos 0,2% de óleo vitaminas A, B e E. É empregado na hidratação e proteção da pele. A Vitamina E é um
antioxidante natural, sendo importantíssima para retardar o envelhecimento da pele.
essencial de alho no óleo vegetal de amendoim aumentamos a vida
Possui, além disso, aminoácidos e cálcio, o componente sesamol, um filtro solar natural.
de prateleira do óleo de amendoim em 24,3 meses (a 20 ºC). Não usar o óleo de gergelim puro sobre a pele – o ideal é combina-lo com outros
Igualmente foi demonstrado que o óleo de gengibre tem mai- óleos carreadores, não incluindo mais do que 10% do mesmo. Pode ser usado em

or poder antioxidante do que α-tocoferol (vitamina E) e BHT, todos os tipos de pele, mas é particularmente interessante para pessoas com problemas
de reumatismo, artrite, eczema e psoríase.
os aditivos antioxidantes de referência no mercado.
Óleo de Canola O óleo de canola é extraído das sementes da colza, planta da família da mostarda. É bastante
Brassica napus rico em ácidos graxos insaturados, tais como 60% de ácido oleico, 22% de ácido linoleico,
Radicais livres são moléculas ativas presentes em todo lugar, 10% de ácido linolênico e apenas 4% e 2% respectivamente de ácidos palmítico e
tanto internamente ou externamente às células. Os radicais esteárico, ambos saturados. Pode ser usado até 100% sem necessidade de combinação com
são moléculas cujos átomos de oxigênio perderam um elétron outros agentes carreadores. Tem boa capacidade de higienização e ação leve sobre a pele.
por variados motivos, entre eles oxidação ou exposição aos
Óleo de cenoura O óleo de cenoura é uma novidade no mercado. É necessário o uso de solvente para
raios ultravioleta solares. Por isso, essas moléculas acabam
(Daucus carota) sua extração. Ele contribui bastante para a pele, pois é composto de betacarotenóides,
ficando muito reativas e conseqüentemente sedentas de outros
ácido graxo linoleico (poliinsaturado), tocoferóis e confere coloração alaranjada ao
elétrons. Quando adquirem elétrons das moléculas celulares,
produto final. Há poucos trabalhos sobre a eficácia do óleo, mas sabemos que ele tem
acabam destruindo a estrutura e funcionalidade das células,
efeito “semi-secante”. Não use o óleo de cenoura para fins alimentícios.
por exemplo, provocando a peroxidação lipídica das
mitocôndrias (organela responsável entre outros pela respiração Óleo de girassol O óleo de girassol é bastante concentrado em ácidos graxos insaturados com cerca de
celular), resultando na destruição de membranas celulares e Helianthus annus 70% de ácido linoleico e 19% de ácido oleico que possuem propriedades de hidratar e
liberação de materiais que degeneram outras células. Na pele restaurar a pele. Tem ação emoliente e re-epitelizante. O óleo de girassol pode ser
este é um dos processos responsáveis pelo envelhecimento utilizado sobre a pele sem estar misturado a outros óleos vegetais.
precoce. Nos alimentos, é o processo responsável pelo ranço e
deterioração acelerada do alimento.

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ÓLEO VEGETAL DESCRIÇÃO

Óleo de O óleo de sementes de uva é um dos óleos mais concentrados em ácidos graxos poli-
sementes de uva insaturados de todas as fontes alimentícias de óleo existentes. A soma de ácidos
Vitis vinifera oleico e linoleico pode ultrapassar 95%. Até pouco tempo atrás o óleo de uva era
somente usado em dietas alimentícias especiais. Além de rico em insaturados, o óleo
tem propriedades muito interessantes do ponto de vista cosmético e alimentício: é
macio, sendo rapidamente absorvido pela pele, não sendo gorduroso ou pegajoso. O
óleo de uva ajuda a balancear o pH da pele além de ser hipoalergênico e rico em
vitamina E e proantocianidinas, importantes agentes antioxidantes. Este óleo tem
50% mais capacidade antioxidante que o óleo de gergelim por exemplo. O óleo de
uva é recomendado para peles secas e peles sensíveis ou que sofreram irritações.

Óleo de abacate Foi publicado uma ampla análise na revista Cosmetic & Toiletries (uma das mais
(Persea americana) importantes do setor cosmético) falando muito bem do óleo. Pode ser usado em
shampoos. Nesse caso, devido ao aumento de estabilidade, eliminação de bactérias e
efeito "anti-druffing". Como creme de pele, ajuda a eliminar células mortas, diminui o
envelhecimento e aumenta a hidratação. Ajuda também no combate à psoríase. A sua
concentração é 24% palmítico e 50% de ácido oleico, ou seja, praticamente não contém
ácidos graxos polinsaturados (o oleico é monoinsaturado e o palmítico, saturado). Não
use o óleo de abacate para fins alimentícios.

Azeite de oliva O azeite de oliva contém cerca de 85% de ácido oleico, 5% linoleico, 7% de palmítico,
Olea oleracea e 2% esteárico, ou seja cerca de 90% insaturado. O azeite de oliva é o principal óleo
na culinária e provavelmente o veículo preferido para diluição dos óleos essenciais
destinados à ingestão. O azeite de oliva é também particularmente relevante na
massagem, pois tendo como principais componentes os ácidos graxos insaturados,
ajuda na hidratação e restauração da pele. Tem ação leve e boas propriedades para
higienização da pele. Não usar o azeite de oliva puro sobre a pele. O ideal é combiná-
lo com outros óleos carreadores, não incluindo mais do que 10% do mesmo. É
particularmente interessante para pessoas com pele seca.

Óleo de soja O óleo de soja é rico em ácidos graxos insaturados, tais como 51% de ácido linoleico,
Glycine max 29% de ácido olêico e 7% linolêico. Com textura pesada, altamente viscoso, é eficiente
na higienização da pele, tendo ação leve, não-cáustica sobre a mesma. Ainda que
possa ser usado sem estar combinado a outros óleos carreadores, o ideal é misturá-lo
para diminuir o excesso de gordura e viscosidade.

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Óleos essenciais são sempre as substâncias naturais obtidas a partir


das plantas. Já as essências ou aromas podem ser de origem natu-
ral ou artificial, mas há uma grande distinção – designamos
óleos essenciais à versão pura concentrada tal qual foi ex-
traída das plantas. Normalmente designamos as essências
e aromas naturais à combinação do óleo essencial com
um veículo carreador (solvente). Enquanto as essências têm
aplicação generalizada, os aromas normalmente referem-
se à versão alimentícia, adicionando, também, além do odor,
Óleos sabor ao alimento. As essências artificiais são imitações das es-
sências naturais, construídas a partir da combinação artificial dos
principais componentes químicos encontrados no óleo essencial da planta.

essenciais Dificilmente uma essência artificial consegue reproduzir a fragrância


do verdadeiro óleo essencial natural. Nem tampouco poderá oferecer o
largo espectro de aplicações funcionais que a sinergia entre os di-

e as versos componentes do óleo essencial natural consegue trazer.


Como ilustração, o óleo essencial da pétala de rosa contém
cerca de 430 componentes químicos orgânicos, enquanto a

essências essência de rosa sintetizada em laboratório contém apenas


cerca de 30 substâncias químicas. Somente a natureza conse-
gue criar o odor da flor de jasmin ao anoitecer. Por que preferi-

artificiais
mos óleos essenciais e não essências artificiais? A resposta dada
por Robert Tisserland é simples: os produtos sintéticos não contêm a
energia vital, o impulso adicional da vida que somente encontramos em
seres vivos. Por outro lado, a dinâmica do mercado e a necessidade de
produtos com preços mais baixos e competitivos obrigam a maior
parte das indústrias, hoje em dia, a trabalhar com componen-
tes sintéticos, tanto em fragrâncias cosméticas como em
aromas alimentícios.
Ervas aromáticas e seus óleos essenciais são privilegi-
ados pelos seus usos em aromas, cores, terapia e culiná-
ria, trazendo bem-estar, frescor ou extremo sabor sobre
tudo onde tocam. Não há termo de comparação entre a
versão do aroma criada pela natureza e aquela criada pelo
homem em laboratório.
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Cosmética

O casamento entre os óleos vegetais e a cosmética data


de milênios atrás. Os egípcios já usavam óleo de cedro para
embalsamar e também em cerimônias religiosas. Sabiam
das propriedades terapêuticas e cosméticas de varias ma-
deiras, flores e plantas aromáticas. Óleos essenciais foram
centrais nas civilizações árabe, babilônica, chinesa e india-
na. Os gregos pensavam que os perfumes eram destinados aos
deuses e os romanos, amantes do banho, usavam óleos nas massa-
gens. A palavra “perfume” se origina da frase em latim “par fumare”, que

Usos significa, através da fumaça.


A fragrância é também o componente mais importante numa for-
mulação cosmética, do ponto de vista do consumidor. Mesmo pro-

e dutos anunciados como “neutros” contém pequena quantidade


de fragrância para mascarar o odor da matéria prima de base.
Assim como um acorde musical, perfumes são compostos

Aplicações de notas – notas de saída, de corpo e de fundo, de acordo


com a volatilidade dos componentes utilizados. Podemos tam-
bém olhar as notas conforme sua relativa tenacidade, ou seja, o
tempo que os óleos continuam emitindo odores em contato com a
pele até que seu aroma desapareça por completo. Quando se cheira o
perfume de um frasco, absorvemos inicialmente o aroma das notas de
saída, a seguir o nosso olfato detecta as notas de corpo e, finalmen-
te, depara-se apenas com as notas de fundo ou de base.
As notas de fundo são as mais profundas, misteriosas e
antigas de todos os ingredientes usados em perfumaria. To-
das as civilizações trabalharam com elas durante séculos.
Lida-se hoje com ingredientes que Cleópatra usou no seu
atelier e que eram transportados nas rotas de especiarias
sobre o lombo de camelos.

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O sândalo tem tido uso contínuo por pelo menos 4 mil anos. As um perfume, compositores não hesitam em invocar o perfume como metáfora para sua
notas de fundo não somente duram mais do que as demais, como composição – com harmonia, sinergia e estética. Ou como melhor definiu Guy de
também fazem com que as outras durem mais. Por isso são Massapassant “…Quando ouvia aquela sonata, não podia mais dizer se estava respirando
chamadas de fixadores. As notas de fundo servem de ânco- música ou ouvindo um aroma…”
ra para as demais notas. São elas que respondem pela
profundidade da partitura, pela sensualidade e pelo tom
AGUDO
mais selvagem.
A maior parte dos óleos essenciais florais e algumas
ervas são representantes da classe de notas de corpo. Elas
são consideradas as responsáveis pelo tom de romance, paixão
e sensualidade do perfume. As notas de corpo ou de alma fornecem
corpo à composição, dando calor e senso de complexidade. As notas de
corpo podem ser combinadas para gerar uma mistura sofisticada, radian-
te, narcótica e exótica. São as notas que servem de ponte entre as
pesadas notas de fundo e as leves notas de saída.
As notas de saída representam o convite para iniciarmos a GRAVE

jornada olfativa. São as notas que causam a primeira impres-


são, antes que se dissipem no etéreo. Normalmente deixam
uma impressão de superficialidade no perfume. As notas de
saída são as mais fáceis de agradar: familiares, sem complexi-
dade, fortes mas não pesadas. São também as mais usadas em
culinária, já que nesta arte dificilmente o objeto demorará horas
para ser apreciado e consumido. Mas não se iluda, o seu papel é muitís-
simo importante. É a nota de saída que empresta a definição para a com-
posição e seu ponto de partida para a imaginação de quem a cheira.
A composição de um perfume, assim como a culinária, deve
ser um processo de tentativa, erro e ajustes. Alguns começam
construindo do alto para baixo, outros ao inverso, de baixo
para cima, iniciando pelas notas de fundo. Costuma-se
dizer que desta forma a composição fica mais fácil. É a
ordem natural das coisas. Assim como perfumistas invo-
cam a metáfora da composição musical para construir
Adaptado do Odorfone de Piesse (1820 - 1882), citado em “Handbook of Perfums & Flavours”, 1990

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NOTAS DE SAÍDA NOTAS DE CORPO NOTAS DE FUNDO 53
Manjericão Camomila Romana Camomila Azul
Limão Manjerona Sálvia esclarea
Louro Erva doce Alecrim
Cardamomo Orégano Coentro
Laranja Tomilho Cedro
Anis Lavanda Baunilha
Pimenta Ylang Ylang Estragão
Menta Café
Gengibre Canela
Cravo

TOM DA COMPOSIÇÃO ÓLEO ESSENCIAL


COM NOTAS DE FUNDO

Amadeirado Sândalo
Herbáceo Vetiver
Doce Baunilha
Suntuoso Copaíba, Baunilha

TOM DA COMPOSIÇÃO ÓLEO ESSENCIAL


COM NOTAS DE CORPO

Frutal Rosa, Gerânio, Camomila


Clássico Rosa, Jasmim, Neroli
(flor de laranjeira)
Exótico Ylang Ylang
Radiante Melissa Brasileira
Fresco Sálvia esclarea

TOM DA COMPOSIÇÃO ÓLEO ESSENCIAL


COM NOTAS DE SAÍDA

Cítreo Laranja azeda, Bergamota


Verde Menta
Temperado Coentro, Pimenta
Floral Lavanda, Pau-rosa
Seco Cedro

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Aromaterapia tem alcance na busca por maior harmonia, relaxamento, sensação de


prazer e beleza física.
Há, porém, muita controvérsia sobre o uso de óleos essen-
Por milhares de anos as culturas orientais queimaram ciais em saúde. Embora seja do conhecimento popular que
ervas na forma de incenso, em rituais religiosos e espiritu- muitos óleos essenciais são ferramentas poderosas para re-
ais. Os árabes foram pioneiros na técnica de destilação de dução de stress e de outros problemas simples do cotidia-
óleos essenciais, método que se emprega até hoje com no, neste trabalho procuramos adotar linha de fundamen-
pequenas modificações. Na Alemanha do século XVI, tação científica, ou seja, focamos os usos e aplicações de
Jerome de Bruswick documentou 25 óleos essenciais com óleos essenciais que estejam baseados em evidências cien-
fim medicinal, também utilizados até hoje. Mas a ciência da tíficas de eficiência na resposta e segurança aos usuários.
aromaterapia como praticada atualmente, veio ao mundo em 1937 Apesar do uso bastante disseminado dos óleos essenciais no mun-
com os trabalhos do químico francês Reneé Gattefosse e seu famoso livro do, pouco ainda se sabe sobre seus mecanismos de ação. O que segura-
Aromatherapie. mente sabemos é que a pele é muito permeável aos óleos essenciais, exa-
A aromaterapia condensa as energias presentes nos óleos essenci- tamente por causa da alta lipofilicidade, tanto dos óleos como da pele.
ais extraídos de plantas, aplicando em banhos, inalações, massa- O caráter lipofílico é provavelmente o responsável pelo largo espec-
gens, compressas para se transformar numa relaxante e agradá- tro de atividades biológicas. Essa afinidade lipofílica oferece um
vel experiência holística. Os óleos essenciais usam a conexão diferencial poderoso no tratamento de mazelas de ordem emo-
corpo-mente para estimular uma resposta emocional a um cional relacionadas ao cotidiano, se notarmos, por exemplo,
estímulo externo. que o sistema nervoso central é basicamente constituído por
Aromacologia, a ciência que estuda os aromas para fins me- tecidos ricos em lipídios - o que facilita a troca dos compo-
dicinais e psico-fisiológicos, mostra que a exposição a certos aro- nentes dos óleos entre o sangue e estes tecidos, permitindo, por-
mas estimulam várias regiões do cérebro. Os sensores olfativos trans- tanto, uma maior rapidez de absorção e sensibilização.
mitem a informação para processamento em áreas do cérebro que Os componentes da mistura do óleo essencial e a sinergia da com-
processam o aprendizado, as emoções, balanço hormonal e mecanismos posição são responsáveis pela eficácia ou não do óleo essencial para
de sobrevivência. O uso de óleos essenciais, além das propriedades uma dada finalidade. O nível de cada componente também pode afe-
analgésicas e anti-sépticas, também pode diretamente afetar a tar a eficácia do óleo. Tomemos como exemplo o óleo essencial de
personalidade, o comportamento, aumentar o estado de alerta alecrim. Dois dos seus principais componentes são o cineol e
e a capacidade mental. α-pineno. Enquanto o primeiro causa um efeito
Muitos aplicam os conhecimentos de aromaterapia espasmolítico, o segundo induz um efeito espasmogênico,
com finalidade de relaxar, e amenizar os problemas rela- antagônicos. Portanto, diferentes graus de espasmólise
cionados aos distúrbios físicos, musculres, circulatórios, podem ser verificados conforme a origem e composição
digestivos, respiratórios, emocionais e da pele. Também do óleo de alecrim.

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Outra forma de explicarmos a eficácia dos óleos essenciais está na Medicina e Saúde
teoria reflectorial, ou seja, pela criação de um estímulo olfativo
agradável, ou simplesmente pelo estímulo do sistema olfati-
Muito embora a maior utilização dos óleos essenciais se
vo, que está intimamente ligado ao sistema límbico (órgão
dê nas áreas de alimentos e cosméticos, mais recentemen-
responsável pelas emoções, sexualidade e sensações em
te temos visto um aumento na prescrição de preparações
todos os animais) e ao hipocampo, que acreditamos ser
galênicas com uso de óleos essenciais. Infelizmente muito
responsável pela codificação das informações na memó-
do que se prega com relação às suas propriedades é
ria, abre-se um canal direto para acesso ao nosso centro
empírico ou mesmo inverídico. Com o trabalho recente de
de processamento de emoções. Trata-se de uma forma de
Pierre Franchomme e colaboradores foi possível estabelecer
abrir uma porta de acesso ao nosso lado emocional ou psíqui-
bases sólidas para traçar um paralelo entre as estruturas físico-
co, já que muitas das desordens psicossomáticas tem, reconhecida-
químicas dos compostos aromáticos e suas propriedades medicinais.
mente, origem emocional.
Baseado no estudo das cargas elétricas e da polaridade das moléculas
Além da eficácia dos óleos para tratamento de diversas doenças, prin-
aromáticas, identificou-se que alguns óleos possuem carga negativa,
cipalmente quando esse tratamento está relacionado ao antagonismo
descobrindo-se posteriormente que seu uso implica no relaxamento
a patógenos ou acesso ao sistema límbico, podemos ainda contar
dos indivíduos. Outros óleos possuem carga positiva, e verificou-
com dupla eficácia, tal como o açúcar, que não só provoca uma
se que são estimulantes. De forma análoga, a cultura oriental
sensação de bem-estar pelo gosto doce, mas também induz
classifica os alimentos em Yin e Yang. Ou seja, a ciência oci-
reações em cadeia com a insulina no organismo. Por que en-
dental corroborou tecnicamente, o que já se pregava na sabe-
tão as moléculas de aroma não poderiam também interagir a
doria oriental há milhares de anos. A parte prática importante
nível molecular ao mesmo tempo que provocam bem-estar?
deste trabalho, é que por meio de uma análise simples de carga
e lipofilicidade dos componentes do óleo essencial podemos inferir
algumas potenciais propriedades que os óleos essenciais irão assumir.
Com os trabalhos de Franchomme descobriu-se que as moléculas
negativas são antiinflamatórias e antiespasmódicas, atuam como
atenuadores de problemas hepáticos, do sistema nervoso, do siste-
ma gastro-intestinal e outros. Por outro lado, as moléculas po-
sitivas, agem mais no aumento do nível energético do orga-
nismo, por exemplo, sendo efetivos contra infecções virais,
stress, atenuadores dos efeitos do câncer, entre outros.
Após essas constatações iniciais, foi possível mapear as
moléculas e grupos químicos, relacionando-os com sua

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maior ou menor funcionalidade. Propriedades Terapêuticas


Atualmente, com o uso de cromatógrafos a gás e
espectrômetros de massa, é possível separar os componentes
dos óleos essenciais e, por conseguinte, identificá-los. O re- Ação antibacteriana
sultado desta análise é normalmente apresentada de for- As principais moléculas que possuem propriedade
ma gráfica, ao que chamamos de cromatograma. antibacteriana comprovada são o carvacrol, o timol e o
Os cromatogramas, que funcionam como carteira de eugenol, todos do grupo dos fenóis. Logo após os fenóis,
identidade para cada óleo, são ferramentas de fundamen- em ordem decrescente de funcionalidade, se situam os ál-
tal importância, pois, como já foi dito, um óleo essencial coois monoterpênicos, tais como o linalol, geraniol, terpineol,
pode ter moléculas com atividades conflitantes. mentol e outros, seguido pelo grupo dos aldeídos, tais como o
citral, geranial, citronelal, cuminal e outros. O grupo das cetonas tais
como a verbenona, tujona,mentona e carvona, e o grupo dos ésteres, tais
como estragol e anetol completam o quadro das moléculas bactericidas.

Ação antifúngica
Os mesmos grupos listados com ação antibacteriana valem
para o combate às infecções fúngicas, embora o tratamento
para estes últimos seja bem mais demorado.

Ação antiviral
A sinergia entre álcoois monoterpênicos com cineol (grupo dos
óxidos) é muito eficiente no tratamento de patologias virais no trato
respiratório. Outros grupos de moléculas cuja combinação traduz em
maior eficácia contra vírus é o óxido de linalol + linalol, as cetonas,
aldeídos e éteres. Cabe ressaltar que os agentes virais são em geral
bastante suscetíveis à ação das moléculas aromáticas.

Ação antiparasitária
Assim como os antibacterianos, o grupo dos fenóis
aqui exerce maior importância. Os álcoois
monoterpênicos, algumas moléculas do grupo das cetonas
e óxidos também apresentam certas propriedades com-
provadas como agentes antiparasitários.

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Ação inseticida Ação antiespasmódica


É do conhecimento popular que a citronela é um importante Dois grandes grupos de moléculas apresentam atividade
agente inseticida. Na verdade, o componente por trás dessa espasmódica: o grupo dos éteres e o grupo dos ésteres. O
qualidade é o citronelal, um aldeído presente tanto na primeiro, de carga positiva tem notável atividade antiespas-
citronela quanto no eucaliptus citriodora, este último muito módica. O segundo grupo, de carga negativa, tem proprie-
cultivado no Brasil. dades antiinflamatória, antiepileptizante e anticonvulsiva.
Outras moléculas de destaque são o eugenol e o aldeído
cinâmico (presente na canela). Agentes antiarrítmicos
Algumas moléculas do grupo dos ésteres também atuam
Ação antiinflamatória e anti-histamínica como reguladores cardíacos. É o caso, por exemplo, dos ésteres
As moléculas de carga negativa são as principais componentes deste contidos no óleo essencial de Ylang Ylang.
grupo. Como exemplo mais significativo temos o camazuleno (faz parte
do óleo essencial de camomila azul, que é extensamente cultivada no Ação analgésica e anestésica
sul do Brasil), e o α-bisabolol, presente em muitas plantas, em parti- Visto que a dor é o sintoma da doença e não sua causa, diferen-
cular na candeia (árvore nativa brasileira). tes tipos de óleos essenciais vão atuar de forma distinta, elimi-
Alguns aldeídos, tais como citral, citronelal, cuminal e ou- nando ou diminuindo a fonte do problema e desta forma atuan-
tras moléculas também apresentam propriedades do como neutralizadores de dor. Por exemplo:
imunomodulantes. O eugenol, um componente presente no óleo de manjeri-
Na classe dos anti-histamínicos são de particular impor- cão, cravo e outras plantas é particularmente efetivo no com-
tância o camazuleno e o di-hidro-camazuleno. bate a dores de origem dentária.
O mentol, principal componente da menta (Menta arvensis),
Ação expectorante e mucolítica tem maior eficiência no tratamento de dores de cabeça.
Alguns óleos essenciais vêm sendo utilizados há muito tempo pelas O paracimeno é um analgésico particularmente efetivo contra do-
suas propriedades expectorantes. Óleos ricos em cineol, tais como res de origem muscular e ósteo-articulares.
eucaliptus globulus, alecrim ou louro são três possibilidades bas- Várias outras moléculas, ou óleos essenciais com ações globais
tante interessantes. sedativas, vão ajudar a acalmar espasmos (camomila romana
Na presença de agentes infecciosos, em geral as mucosas ou óleo de folhas de tangerina) ou atuar como analgésicos
produzem secreções, que dificultam o combate aos agentes contra fortes dores (tal como o Ylang Ylang).
causadores. A dissolução destes complexos lipídico-coloidais
é ajudada pela presença de moléculas cetônicas, tais como
a verbenona, a tujona, a carvona, a mentona e a pulejona.

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Ação calmante Culinária


Muitos óleos essenciais são utilizados como calmantes para os problemas relacionados
ao sistema nervoso. Os aldeídos contidos nos óleos essenciais de plantas cítricas e da melissa
são muito aplicados nesse sentido. Alguns trabalhos sinalizam atividades hipnóticas ao linalol, As ervas e especiarias são particularmente importantes do ponto de vista do estímulo
principal componente do pau-rosa ou de alguns quimiotipos do coentro ou do manjericão. sensorial alimentar. Se pudermos agrupar quimicamente os componentes aromáticos e
gustativos dos óleos essenciais das ervas aromáticas, veremos dois grandes grupos – o das
Ação antitumoral substâncias voláteis e o das não-voláteis. Enquanto as substâncias voláteis, que são na verda-
de os óleos essenciais, são os grandes responsáveis pelo odor da especiaria, as substâncias
Como já pregaram diversos autores, não é possível esperar que o uso exclusivo de óleos
não-voláteis são normalmente responsáveis pela pungência e sabor pronunciado. Portanto,
essenciais possa ser uma alternativa no tratamento oncológico. Porém alguns óleos podem
equivale dizer que os óleos essenciais não possuem os componentes responsáveis pela ardên-
atuar de forma adjuvante, tais como os que possuem lactonas sesquiterpênicas, como a
cia, tais como o gengiberol e shogaol no gengibre, a capsicaina na pimenta e assim por
camomila azul, que possui germacreno, substância que possui atividade citotóxica contra
diante. Somente os óleo-resinas, parentes próximos dos óleos essenciais, porém cujo extrato
leucócitos mutantes. Os estudos iniciais apontam para uma interação entre carga elétrica
foi obtido através de solvente ao invés de vapor d’água (como nos óleos essenciais), são
das moléculas aromáticas e as células neoplásicas.
capazes de apresentar plenamente as duas dimensões sensoriais.
Além da propriedade aromática, alguns óleos essenciais são particularmente poderosos
Ação digestiva
agentes antioxidantes. Radicais livres presentes por exemplo em carnes e peixes promovem
As propriedades eupépticas ou carminativas de diversas moléculas aromáticas fazem a peroxidação de lipídeos, resultando na destruição das membranas celulares e descarga de
com que elas ajam como estimulantes de apetite e facilitadores do processo digestivo. materiais que provocam a deterioração e ranço dos alimentos em questão. Óleos vegetais
Assim, o cuminal, presente no óleo essencial de cominho, e o anetol, presente no óleo fixos tendem também a se oxidar com facilidade. A adição de quantidade mínima de óleos
essencial de anis e de outras plantas, possuem propriedades carminativas. essenciais, tais como orégano, camomila, alho, gengibre, tomilho, louro ou alecrim, todos
A mentona, a carvona e a verbenona têm propriedades colagogas e colerética, que com propriedades antioxidantes, ajuda a conservar o produto por muito mais tempo.
ativam a secreção biliar. O uso de plantas aromáticas e seus óleos essenciais na cozinha é tão antigo quanto à sua
O mentol e o tujonol-4 são hepatoestimulantes. utilização em fragrâncias e perfumes.
Algumas cetonas possuem propriedade cicatrizante capaz de agilizar a recuperação dos Os óleos essenciais são perfeitamente solúveis em azeite de oliva, outros óleos vegetais
tecidos afetados. e álcool etílico, por isso fica mais fácil administrar seu uso. Cabe ao chef utilizar a sua
criatividade para compor com as diversas notas fornecidas por cada diferente óleo essenci-
Diversas outras propriedades são referenciadas aos óleos essenciais, com maior ou me- al, tal como o perfumista faz para compor seus perfumes.
nor ênfase, maior ou menor suporte de literatura científica. Na verdade, há muito ainda
por ser descoberto, já que as aplicações médicas dos óleos essenciais com embasamento
científico é uma tendência ainda recente.

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Os métodos usados para extração de óleos essenciais evoluíram com


o progresso tecnológico, mas tanto os processos antigos como os
novos podem ser agrupados, basicamente, em três categorias:

Expressão
O método de expressão a frio é o mais simples dos três
grupos. O óleo essencial é expelido através de pressão. É o
caso principalmente dos óleos essenciais de plantas cítricas,
cujas glândulas se encontram na casca dos frutos. As cascas são
esmagadas e o óleo essencial é ejetado na forma de um fino spray.

Produção Apesar da importância do método de expressão para obtenção de


óleos vegetais fixos, à exceção dos óleos essenciais de citrus, o método
não é praticamente utilizado no universo de óleos essenciais.

de Destilação
Os conquistadores mouros do sul da Espanha trouxeram con-

óleos sigo um aparato para preparação da água de rosa, no início do


século XI. Voltando um pouco ao século VIII, uma pessoa cha-
mada Marcus Graecus desenvolveu um produto líquido infla-

essenciais mável denominado Fogo Grego, provavelmente à base de


terebintina ou álcool, mas que é um produto indiscutivelmente
obtido por processo de destilação. No extremo oriente, mais precisa-
mente no Japão, Bornéo e Formosa, a cânfora já era conhecida pelo
menos desde o século XVI. Há registros confiáveis que o mentol obtido
da menta já era utilizado como remédio desde os primórdios da era
Cristã. É portanto justo afirmar que a humanidade tem usado o
processo de destilação há pelo menos 2 mil anos.
Hoje em dia, agrupamos sobre o termo destilação um
conjunto de três técnicas distintas, porém versando sob
o mesmo princípio básico: destilação a seco, hidrodifusão
e destilação por arraste a vapor que serão brevemente
descritas a seguir.

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Todas as técnicas se valem do princípio que os componentes volá- a vapor se aplica para a separação. É o método mais usado nos países
teis do óleo, após contato com vapor de água ou água em ebuli- de terceiro mundo, justamente por ser mais fácil e econômico para
ção, evaporam pelo aumento de temperatura, troca de calor e se implementar – porém se traduz em óleos de baixa qualidade.
pela destruição das glândulas que os mantêm presos ao Na destilação por arraste a vapor, o vapor é introduzido
material vegetal, sendo carregados para cima pelo vapor no sistema por via indireta, ou seja, o material vegetal se
de água fornecido. A seguir a mistura gasosa de vapor de situa em dornas e o vapor de água é alimentado através
água e óleo é resfriada dentro de condensadores e ambos de caldeira, entrando nas dornas pela parte inferior. O va-
se tornam uma mistura líquida com duas fases distintas. por, ao subir pelo material vegetal, destrói as glândulas
Como o óleo essencial e a água têm normalmente densida- oleíferas e arrasta o óleo essencial consigo, por isso o nome
de, cor e viscosidade diferentes, é possível separá-los fisica- da técnica, que depois será condensado e obedece ao mesmo
mente sem maior dificuldade. Cabe ressaltar que o óleo essencial é o princípio já descrito.
produto principal deste processo. A água odorizada, que é o sub-produto, Cabe ressaltar que para o mesmo material vegetal, diferentes técnicas
é denominada de hidrolato. Não se trata de uma água qualquer: ela con- de extração conferem diferentes resultados ao óleo essencial, tanto do
tém uma boa parte dos voláteis solúveis em água, tais como álcoois e ponto de vista quantitativo como qualitativo. Plantas cultivadas em
outros, portanto perfazendo uma água muito aromática. Infeliz- regiões diferentes, ou mesmo na mesma região sob diferentes téc-
mente não é possível armazenar hidrolatos por muito tempo, nicas, ou colhidas em momento distinto, também se traduzem
uma vez que o processo fermentativo se inicia imediatamente. em óleos essenciais diferentes.
Por esse motivo, à exceção de água de rosas e outros poucos
produtos, praticamente não se encontram hidrolatos à venda
no mercado.
A técnica de destilação a seco por alta pressão é empregada
nos casos onde a temperatura necessária para evaporação dos óle-
os seja muito alta. É o método mais rápido de extração, mas somente
pode ser usado em casos onde o óleo não se deteriora com altas tempe-
raturas (o que normalmente ocorre). Esta forma de extração é usada
para destilar óleos essenciais de várias madeiras, mas se conside-
rarmos o universo global de produção de óleos essenciais, é
técnica pouco empregada.
Na técnica de hidro-destilação com água mais vapor,
ou “método do alambique”, o material vegetal se encon-
Unidade móvel de
tra em contato direto com a água em ebulição, e uma destilação da Garden City
com o qual o autor efetiva
vez evaporados, o mesmo princípio da técnica de arraste a extração dos óleos
essenciais enfocados no livro.

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manuseio, sendo muito inflamáveis, além de tóxicos. O processo de


Extração com solvente extração deve retirar praticamente todo o resíduo do solvente do

Há vários processos de extração, cada qual com uma finalidade produto final, para que tenha condições de atender aos re-

e técnica distinta. Veja na ilustração abaixo uma simplificação: quisitos de produtos para a saúde, sejam cosméticos, sejam
alimentos. As várias dificuldades operacionais, aliadas ao
custo elevado dos solventes, fazem com que esse tipo de
obtenção de óleo essencial fique direcionado apenas às
MATERIAL VEGETAL
plantas cujo rendimento de extração, por destilação, seja
muito baixo, ou quando o componente desejado não seja
extração extração extração
com água com com arrastado pela técnica de destilação. De qualquer forma, os ren-
(destilação) etanol solvente dimentos com solvente são muito mais elevados, porém o arraste de
componentes normalmente não é seletivo. Acaba trazendo, além do óleo
TINTURA/ CONCRETO/
ÓLEO ESSENCIAL essencial, os componentes responsáveis pela pungência, pigmentos e com-
EXTRATOS ÓLEO-RESINA
(forma líquida)
(forma líquida) (forma pastosa) extração ponentes indesejados, o que obriga um posterior processo de retifica-
destilação com
ção do produto.
etanol
O produto da extração por solvente chama-se concreto no
caso das fragrâncias, ou óleo-resina no caso dos aromas ali-
ÓLEO ESSENCIAL ABSOLUTO
(forma líquida) (forma líquida) mentícios. O concreto, assim denominado devido à sua con-
sistência pastosa ou sólida, será posteriormente extraído com
etanol, para que possa ser utilizado em perfumes. Da mesma
forma, a óleo-resina para fins de aromatização de alimentos será
A preparação de tinturas a partir de material vegetal não tem
destilada para evaporação do solvente e obtenção do óleo essencial
expressão fora do universo farmacêutico, principalmente devido à
na forma líquida.
grande desproporção entre a quantidade de óleo essencial e água na
A dificuldade e periculosidade na extração com solventes convencio-
matéria-prima, sendo a baunilha talvez a única exceção notável.
nais deu espaço para um novo tipo de processo, denominado extra-
A técnica de extração de óleos essenciais por solvente normal-
ção por gás carbônico supercrítico. Apesar de ser também consi-
mente utiliza um ou vários solventes, conforme o tipo de mate-
derado um solvente, não é perigoso no manuseio nem é agres-
rial que se deseja trabalhar. Os solventes mais utilizados são
sivo ao meio ambiente. O método de extração é completa-
o éter de petróleo, acetato de etila, diclorometano, aceto-
mente distinto dos anteriores, fazendo-se o uso das vali-
na, etanol ou hexana e suas várias combinações. Alguns
osas propriedades do gás carbônico (CO2) no estado
solventes por serem muito tóxicos, não podem ser utili-
supercrítico. Definimos estado supercrítico a fase da subs-
zados na fabricação de aromas para aditivos alimenta-
tância que, sujeita à combinação de altíssima pressão e
res. A maior parte dos solventes tem periculosidade no

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certas temperaturas, faz com que o CO2 assuma características e


propriedades tanto do estado líquido quanto gasoso. Neste pon-
to, testam-se infinitas combinações de variações na tempera-
tura e pressão para induzir propriedades desejadas de solvên-
cia. Isso quer dizer que podemos selecionar certos compo-
nentes como alvo, seja para isolá-los da mistura porque te-
nham valor, ou para retificar a mistura desejada, caso o
objetivo seja retirá-los. O CO2 seletivamente retira o óleo
essencial e a fração leve das resinas, rejeitando proteí-
nas, ceras, carboidratos, pigmentos e clorofila, extrain-
do precisamente o aroma e o sabor que justamente o
processo de destilação muitas vezes não consegue fa-
zer. Durante o processo de destilação, sempre há de-
gradação do material celular, incluindo proteínas e
outros componentes. Isso gera quantidades de nitro-
gênio e compostos sulfúricos, traduzindo em notas
de mal odor. Outra vantagem é o aparecimento de
notas de saída (voláteis) e de fundo que seriam per-
didas no processo de destilação. Esses componentes,
cujo peso molecular se situa entre 200 e 400, são
muito importantes. Por exemplo, o gingerol e shogaol,
que são os componentes mais importantes do aroma
e sabor do gengibre, aqui aparecem e estão completa-
mente ausentes no processo de destilação.

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Padrões de qualidade e Identificação


Como já foi dito, os óleos essenciais são misturas complexas
de vários componentes químicos voláteis, produzidos pelas
plantas. Inclusive plantas da mesma espécie, como quais-
quer outros seres vivos, têm ampla variação genética, que
se somado aos diferentes estímulos ambientais, tais como
diferentes estágios de maturação, clima, solo, geografia,
condição nutricional, nível de stress e outros, acabam se
traduzindo em óleos essenciais com ampla variação.
Para lidarmos comercialmente com os diferentes tipos de óleos
essenciais, ou mesmo com as diversas possibilidades de variação de um
mesmo tipo de óleo, foram definidos padrões de qualidade. A compara-
ção de um óleo com o padrão estipulado é de particular importância
para a indústria, para que as fórmulas de produtos que contenham o
óleo como matéria-prima não tenham que ser constantemente re-

Qualidade ajustadas em função de cada safra. Obviamente a categorização


de um óleo essencial contra um padrão permite também a
detecção de adulterações ou misturas entre óleos de menor e
maior valor, o que aumenta a segurança do produto.
Os padrões estipulados nada mais são do que valores
limítrofes (para cima , baixo ou ambos) de propriedades físicas e
químicas dos óleos. Por exemplo, o índice de refração, medido por
um aparelho simples chamado refratômetro, é o grau de desvio que a luz
sofre ao atravessar o meio do óleo. Além da refração, são usualmente
necessários a medição do ângulo de rotação óptica, densidade e índice
de acidez. Para cada tipo de óleo, são estabelecidos os limites má-
ximos e mínimos permitidos para cada propriedade. Diversas
entidades, em geral associações, estabelecem padrões de qua-
lidade para óleos essenciais. As principais entidades são a
ISO (International Standards Association), ASTM (American
Society for Testing Materials), as farmacopéias de vários
países, o FCC (Food Chemicals Codex), dentre outras.

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Quando um óleo essencial atende o padrão FCC – Food ora porque o processo de produção daquele produtor possa ser um
Chemicals Codex –, equivale dizer que suas principais
tanto diferente da média mundial. Nestes casos e também nos
propriedades físico-químicas foram determinadas e se
encontram dentro do limite permissível para aquele óleo casos onde se procura excluir ou concentrar algum compo-
essencial. Ele, portanto, poderá ser utilizado como ingrediente nente químico, é possível, através da técnica chamada reti-
em alimentos. Isso também significa dizer que o produto é
ficação do óleo essencial, redestilá-lo, de forma fracionada,
seguro e não foi adulterado.
eliminando alguns componentes e concentrando outros
de maior interesse.

Hoje em dia, com a evolução tecnológica e progresso


nos estudos da funcionalidade e toxicidade de certos com-
Embalagens e Armazenamento
ponentes presentes no óleo essencial, há necessidade de garantir
não somente a qualidade do óleo, mas também se faz necessário iden- Os óleos essenciais reagem com embalagens plásticas e sofrem de-
tificar a presença de certos componentes dentro de cada lote de óleo terioração ou processo de oxidação sob contato com o oxigênio do ar e
essencial. Por exemplo, é o camazuleno que confere boa parte das pro- volatilização se a embalagem é mantida aberta. O processo oxidativo é
priedades antiinflamatórias ao óleo de camomila azul e também o acelerado sob a presença de luz ou aumento de temperatura. É, por-
componente que dita o preço final do produto. Quanto mais tanto, fundamental que os óleos essenciais sejam comercializados
camazuleno o óleo de camomila possuir, mais alto será o preço e armazenados ao abrigo da luz, com mínimo de ar e dentro de
do óleo. Com aparelhos tais como cromatógrafos a gás e embalagens de vidro ou alumínio. O óleo essencial armazena-
espectrômetros de massa, ficou possível determinar quais são do em refrigerador normalmente preserva melhor suas carac-
os componentes de qualquer óleo essencial e sua abundância terísticas originais, durando pelo menos o dobro do tempo.
relativa aos demais. Hoje, apesar dos cromatogramas não se- Consideramos razoável o prazo de validade de um ano para
rem muito usados como determinadores de padrão para os óleos uma embalagem de óleo essencial depois de aberta, e de dois
essenciais, seu uso é praticamente obrigatório para rápida avaliação anos se armazenada em refrigerador.
de adulteração ou identificação dos principais componentes. O único No caso de embalagens de vidro, é recomendável o uso de vidros
fator limitante é o fato que esses aparelhos têm custo muito alto e tingidos com cor âmbar, para bloquear a incidência de luz. No caso do
demandam técnicos especializados para sua operação, dificultando alumínio, a proteção à incidência de luz e quebra, são automáticas,
sua difusão no mercado. porém não se recomenda manter óleos essenciais em embala-
Apesar da boa fé de muitos produtores de óleos essenci- gens de alumínio por longo período.
ais, nem sempre se consegue produzir um óleo dentro de A deterioração do óleo essencial não somente afeta seu
um padrão previamente estipulado. Ora porque o padrão odor e sabor, mas principalmente suas propriedades tera-
possa ter sido criado sem levar em conta a variabilidade pêuticas. Há estudos que comprovam a perda da eficácia
real da planta no mundo, dos distintos óleos essenciais terapêutica e do poder bactericida em óleos essenciais
que os diferentes quimiotipos daquela espécie produzem, armazenados de forma incorreta.

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Os óleos essenciais, como já foi dito, são na verdade um coquetel


de pelo menos uma centena de compostos distintos, cuja única
característica em comum é sua volatilidade dentro da mesma
faixa de temperatura e pressão. Os componentes têm ca-
racterísticas bastante distintas, uns podendo ser tóxicos e
outros não, uns mais lipofílicos do que outros, e toda a
funcionalidade terapêutica e olfativa está diretamente
relacionada ao grupo químico que um dado composto faça
parte. Outra grande contribuição foi dada por Pierre
Os Franchomme e seus colaboradores, no sentido de podermos
inferir algumas propriedades terapêuticas de um óleo a partir do
conhecimento dos seus principais componentes, e principalmente da

componentes categorização, ou seja, em quais grupos químicos cada um desses com-


ponentes está associado.
Ainda que este texto seja voltado ao público leigo, achamos fun-

dos damental uma introdução aos principais grupos químicos relacio-


nados aos óleos essenciais. A grosso modo, existem três gran-
des grupos de compostos químicos nos óleos essenciais: os

óleos hidrocarbonetos terpênicos, os compostos oxigenados e suas


sub-categorias e outros grupos de menor relevância.

essenciais Os hidrocarbonetos terpênicos


É a maior categoria de componentes em óleos essenciais, se consi-
derarmos a quantidade relativa destes componentes frente aos de-
mais. Se são bastante relevantes do ponto de vista terapêutico,
do ponto de vista olfativo esse grupo passa a ser bem menos
importante do que os compostos oxigenados, largamente
responsáveis pelo odor e sabor dos óleos essenciais.
Os terpenos consistem de moléculas contendo so-
mente átomos de carbono e hidrogênio. Quando as ca-

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deias são curtas, com 10 átomos de carbono, são chamados de solúveis em água. Como exemplo temos os componentes linalol, nerol
monoterpenos. Como exemplo de monoterpenos temos o mirceno, e geraniol. Todos os nomes de álcoois terminam em <ol>. Infeliz-
canfeno e sabineno. Quando as cadeias possuem 15 átomos mente, os fenóis também têm a mesma terminação, o que
de carbono, são denominados sesquiterpenos. Como exem- causa uma certa confusão.
plo podemos citar o bisaboleno, camazuleno e farneseno.
Como você deve ter percebido, os nomes químicos dos
terpenos normalmente terminam em <eno> o que torna Aldeídos
relativamente fácil associar o nome à sua classe química.
Os monoterpenos são moléculas simples, leves, altamente
São os álcoois parcialmente oxidados. Os aldeídos são os
voláteis. Exatamente por isso são as primeiras a serem percebidas
responsáveis pelo aroma frutal dos óleos essenciais. Os nomes
pelo nosso olfato. Da mesma forma, são as mais fáceis de extrair e, caso
químicos terminam em <al> ou com a palavra <aldeído>. Por exemplo,
predominem absolutamente dentro de um óleo essencial, isso pode significar
citral, citronelal e cinamaldeído.
que o óleo foi destilado por pouco tempo ou em condições não ideais, não
permitindo que as demais moléculas — menos voláteis, mais pesadas —
que demoram um pouco mais para volatilizar, mas que também são
Cetonas
mais ricas aromaticamente, pudessem também estar presentes. A
ausência de sesquiterpenos ou compostos oxigenados em óleos
essenciais que normalmente os possuem, se traduz num aroma As cetonas são componentes estáveis, normalmente não
mais pobre do óleo essencial, o que inevitavelmente representa oxidáveis e fonte das principais preocupações do ponto de vista
um menor valor de mercado. Isso não se aplica, naturalmente, nos toxicológico, como veremos a seguir. Os nomes químicos dos
casos de óleos essenciais que possuem somente monoterpenos pre- compostos do grupo das cetonas normalmente terminam com
sentes, tais como o de pinus. <ona>, tais como a tujona, fenchona, carvona. Há, porém, exceções,
como a cânfora.

Os compostos oxigenados
Ésteres
Álcoois

Representam o grupo mais variado de derivados dos Assim como os aldeídos, os ésteres são responsáveis pelo
terpenos. Normalmente possuem 10 átomos de carbono, aroma frutal intenso. Os ésteres estão mais associados aos
por isso são denominados de álcoois monoterpênicos. óleos essenciais obtidos a partir de flores e frutos madu-
São os grandes responsáveis pelo odor e gosto dos óleos ros. Os ésteres são facilmente degradados nas altas tem-
essenciais e, como veremos a seguir, os componentes mais peraturas do processo de destilação. Por esse motivo, não

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são muitas as flores e frutas que conseguem ter o seu óleo essencial Outros compostos oxigenados
representando o seu verdadeiro aroma. O processo de extração mais Outros compostos oxigenados de menor importância em óleos
comumente utilizado, que é a destilação, normalmente destrói essenciais são os furanos, as lactonas, os peróxidos e os ácidos.
essas moléculas. Damos aqui particular destaque às furanocumarinas, um tipo
Os nomes químicos das moléculas dessa classe normal- particular de composto presente principalmente a partir da
mente terminam com <ila>, como hidrato de metila e extração por prensagem a frio de frutas cítricas, que tem
acetato de butila. implicação direta na fotoxicidade dérmica se aplicados so-
bre a pele e seguida de exposição à luz solar.

Fenóis

Outros compostos não-oxigenados


São os principais componentes germicidas e antioxidantes. Infelizmen-
te também trazem inúmeras preocupações com toxicologia, pois são mo-
Compostos Sulfúricos
léculas muito reativas e, em grandes quantidades, muito irritantes ao
São componentes muito reativos, mas não são encontrados em
nosso organismo. A terminação <ol> identifica a maior parte dos
muitos óleos essenciais. Um exemplo é a dialila-disulfida, compo-
nomes químicos dessa classe, por exemplo, timol, carvacrol e
nente do óleo essencial de alho e responsável por sua caracterís-
eugenol.
tica pungente. Os nomes químicos de moléculas desta classe
normalmente contêm o radical <sulf> no meio do nome.

Éteres e Óxidos
MOLÉCULAS DE MOLÉCULAS DE
CARGA POSITIVA CARGA NEGATIVA
Tanto os éteres como os óxidos possuem um átomo de oxigênio
entre dois átomos de carbono. Não há uma fórmula universal para a Monoterpenos saturados Cetonas (mucolíticos, cicatrizantes)
rápida identificação destas classes a partir dos nomes químicos. Como ou pouco insaturados (anti-sépticos) Aldeídos (antiinfecciosos)
Álcoois e fenóis (antiinfecciosos) Ésteres (antiespasmódicos)
exemplo de óxido, o componente mais conhecido é o cineol, princi-
Fenóis metil-éteres (antiinfecciosos) Terpenos polinsaturados (anti-
palmente presente no óleo de eucaliptus e inúmeras outras plan-
Aldeídos benzênicos (antiinfecciosos) histamínicos, antialérgicos)
tas, e o óxido de bisabolol. No que se refere aos éteres, temos Óxidos (antiparasitários, expectorantes)
como exemplos o anetol, safrol, apiol e estragol, todos com Lactonas (reguladores hormonais)
implicações toxicológicas importantes. Ácidos (antiinfecciosos)

TÔNICOS E ESTIMULANTES CALMANTES


EM GERAL E RELAXANTES

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Imediatamente após a massagem, inalação ou ingestão, a maior par-


te dos óleos essenciais já é absorvida pelo sangue. Conseguimos
detectar níveis consideráveis de óleo essencial no sangue após
5 minutos da sua aplicação. O pico normalmente ocorre após
20 minutos. O destino principal dos óleos é o fígado, que
metaboliza (modifica) os componentes do óleo através de
enzimas. Os componentes modificados são redistribuídos
aos músculos e tecidos adiposos. Vale ressaltar que os com-
ponentes mais solúveis em água tendem a permanecer um
tempo maior circulando no sangue e músculos, mas a seguir são
destinados primariamente aos rins, onde serão excretados pelo trato
urinário. Há pequena quantidade de excreção também pela boca, fezes e

Metabolismo pele. Os componentes mais lipossolúveis atingem rapidamente o sistema


nervoso central, o fígado e tecidos adiposos em geral, onde tendem a ser
armazenados por prazo maior.

dos Respeitando-se os níveis de concentração máximos sugeridos


neste livro, e aplicados na forma de massagem, inalação ou sim-
plesmente como aromatizantes alimentícios, os óleos essenciais

óleos essenciais não devem ser fonte de preocupação ao usuário.

MOLÉCULAS MOLÉCULAS
HIDROSSOLÚVEIS (POLARES) LIPOSSOLÚVEIS (APOLARES)
Aldeídos
Ésteres Moléculas
Cetonas Moléculas
Sesquiterpenos negativas
Cumarinas negativas
Lactonas Óxidos
Moléculas
Fenóis Moléculas Terpenos
positivas
Álcoois positivas Fenóis

Tendem a permanecer mais tempo Tendem a ser armazenadas por mais


no sangue e a seguir são excretadas. tempo no organismo. Atuam
O destino final são os músculos. diretamente sobre o sistema nervoso
central (doenças psicossomáticas e
de ordem emocional)

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Embora o uso apropriado de óleos essenciais seja normalmente se-


guro, existem alguns tipos de óleos que têm grupos químicos pro-
blemáticos e devem ser evitados em tratamentos de saúde ou
preparações cosméticas.
A forma como o óleo essencial é administrado é de
suma importância: não somente o método de aplicação
está diretamente relacionado ao efeito que desejamos
obter, mas também há maior ou menor risco de toxicidade
de acordo com o método utilizado. Por exemplo, de maior
Segurança para menor toxicidade potencial, estão ordenadas as formas
de administração: oral, retal, vaginal, cutânea, inalação. Quando se
administra um óleo essencial por via oral, a concentração dos seus com-

no ponentes no sangue será cerca de 10 vezes maior se comparada à con-


centração da administração por via dérmica. A aplicação de óleos
essenciais por meio de massagem ou inalação é forma segura de

uso ministrar os princípios ativos, desde que se respeite as doses


recomendadas a seguir. A administração de óleos essenciais
por via oral, quando esses forem aplicados para fins de

e aromatização de alimentos, é muito segura, pois as doses usa-


das são muito baixas.
Estudos recentes mostram que a concentração dos compo-

toxicologia
nentes voláteis no sangue após aplicação dérmica, através de mas-
sagem, é máxima após cerca de 20-30 minutos. Após 90 minutos, a
concentração cai a níveis próximos de zero. Ou seja, a massagem é
uma forma muito eficiente e rápida para se administrar o óleo es-
sencial com segurança. Alguns fatores podem influenciar na efi-
ciência da aplicação. Se aplicarmos o óleo essencial com ca-
lor e em pele descoberta, boa parte do óleo será volatilizada
antes de ser absorvido. Se a pele estiver machucada, a
absorção é muito mais acelerada. Se a pele estiver lim-
pa e hidratada, a absorção também é mais rápida. A
pele tem permeabilidade distinta a diferentes tipos de

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componentes: os mais voláteis e mais lipofílicos têm absorção mais rápi- Óleos essenciais contendo cetonas: neurotóxicos
da do que componentes menos voláteis e mais hidrofílicos.
A administração dos óleos essenciais por inalação, além de Normalmente os óleos essenciais contendo altos teores de cetonas devem ser evitados,
bastante segura, é talvez o canal mais eficiente para atingir o tendo em vista diversos trabalhos documentando os efeitos neurotóxicos destes óleos. O uso
sistema nervoso central. Portanto, tem maior rapidez para extremado e por longo prazo destes óleos pode também provocar dano ao fígado. Vale ressaltar
provocar efeito relaxante ou estimulante do que outros mé- que nem todas as cetonas encontradas nos óleos essenciais são tóxicas, como por exemplo a
todos. Também é particularmente interessante para atingir fenchona, presente no funcho amargo, que é praticamente atóxica. A cetona mais abundante
doenças de ordem psicossomática. A quantidade inalada de nos óleos essenciais é a tujona, que deve ser utilizada, sempre que necessário, com extremo
óleo essencial é ampliada se o paciente aumentar a velocida- cuidado. Deve-se dar preferência a algumas fontes de tujona de menor risco, como o óleo
de ou a profundidade da respiração. essencial de sálvia. Mesmo assim, este não deve ser utilizado por crianças ou mulheres grávidas.

Alto teor Arruda (Ruta graveolens) Metil-nonil cetona


EVITAR USO Losna (Artmisia absinthum) Cetona artemisia
Poejo (Mentha pulegium) Pulejona

Teor Moderado Sálvia (Salvia officinalis) Tujona


USAR COM ATENÇÃO Lavanda spike (Lavandula latifolia) Cânfora
Cânfora (Cinamomum camphora) Cânfora

Teor Baixo Mil-em-ramas (Achilea millefolium) Tujona


RISCO BAIXO Alecrim (Rosmarinus officinalis) quimiotipo cânfora Cânfora
Menta piperita (Mentha X piperita) Mentona

Relativamente Alecrim (Rosmarinus officinalis) quimiotipo verbenona Verbenona


sem Problemas Eucalipto (Eucalyptus globulus) Pinocarvona
Vetiver (Vetiveria zizanoides) Vetivona

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Óleos essenciais contendo fenóis: hepatotóxicos Óleos essenciais que provocam danos ao fígado

Os óleos essenciais que contêm fenóis são ocasionalmente usados por sua grande eficácia Excesso de exposição a hidrocarbonetos monoterpênicos
como antimicrobianos ou agentes antioxidantes. Eles não serão problemáticos se as dosagens pode provocar dano ao fígado. Óleos essenciais contendo
forem baixas, como no caso do seu uso como antioxidantes, ou no caso do uso terapêutico se acima de 90% de monoterpenos, tais como o óleo de
os tratamentos não forem muito prolongados. Caso contrário, poderão acumular, provocan- junípero, devem ser evitados. O fígado apresenta bem mais
do problemas ao fígado. tolerância aos monoterpenos alcoólicos, mais hidrofílicos
O tempo máximo recomendável para tratamentos em doses terapêuticas usando fenóis que os primeiros. Por isso recomenda-se para uso mais pro-
é de 2 a 4 dias, o que normalmente é bem tolerado pelas pessoas. longado, óleos essenciais com maior predominância de
monoterpenos alcoólicos, tais como sálvia esclarea, lavanda ou
tea tree.

PLANTA TIPO DE FENOL COMENTÁRIO Óleos essenciais com efeitos carcinogênicos


Segurelha
Carvacrol/ Timol
(Satureja hortensis) Em altas doses e por tempo prolongado alguns óleos essenciais
• Dose oral inferior a 3 gotas em tratamentos clínicos.
Orégano Carvacrol têm provocado efeito carcinogênico sobre cobaias. Estudos com
• Evitar a aplicação externa.
(Origanum vulgaris)
• Sem problema no uso como aromatizante alimentar óleo essencial de canela sassafrás, planta nativa brasileira, prati-
Tomilho Carvacrol/ Timol camente extinta devido à exploração irracional da mesma, evi-
(Thymus vulgaris)
denciaram carcinogenicidade. Isso também foi verificado com
• Pode provocar severa irritação dérmica.
Cravo-da-Índia Eugenol estragol (componente presente em alguns óleos essenciais).
• Sem problema se ingerido oralmente ou quando usado
(Syzygium aromaticum)
como aromatizante Vale notar que a dose que teoricamente provocaria tumores
em seres humanos seria da ordem de 30g de estragol por dia, para
uma pessoa com cerca de 70 kg. Note que a dose recomendada do uso
destes produtos seja para saúde, seja na alimentação – é milhares, se-
não, milhões de vezes menor, de modo que é muito pouco provável
que o uso dos óleos essenciais listados no livro, nas doses reco-
mendadas, possam provocar algum tipo de risco.

Óleos essenciais que provocam sensibilidade e


irritação dérmica

Os óleos essenciais são instrumentos extremamente


poderosos e concentrados. Mesmo em doses muito pe-

88
91

quenas, se em contato direto com a pele podem provocar irritação Pontos importantes
severa. Isso é especialmente válido para óleos com alto teor de
fenóis, tais como orégano, manjerona, tomilho, segurelha ou • Um óleo essencial normalmente é uma mistura complexa
cravo-da-índia. de mais de 100 componentes orgânicos. Estes componen-
Algumas pessoas têm pré-disposição para desenvolvi- tes são responsáveis pelo aroma, propriedades terapêuticas
mento de reações alérgicas. Se já tiverem hipersensibilidade e muitas vezes pela toxicidade do óleo.
à alguma substância em particular, o corpo responde pro- • Os componentes de um óleo essencial podem estar presen-
duzindo anticorpos. Num segundo contato, o corpo reco- tes em quantidade muito pequena – mas mesmo assim, se
nhece a substância (antígeno) e responde imediatamente forem suficientemente potentes, podem ser responsáveis
com uma reação devido à produção imediata de anticorpos em pelo efeito terapêutico ou tóxico.
excesso. Dentre os óleos essenciais, os óleos de cravo-da-índia e ca- • Os óleos essenciais são muito sensíveis aos efeitos da luz,
nela são normalmente responsáveis por essas reações exacerbadas, mes- calor, umidade e principalmente ar – e devem ser armaze-
mo quando utilizados sobre a pele em pequenas quantidades. nados em recipientes de vidro, de preferência escuros para
Para aplicações em cosmética e aromaterapia por meio de massa- evitar sua degradação.
gem, e no caso específico de pessoas com histórico de alergias, é con- • Em geral, a toxicidade de um óleo essencial depende da
veniente testar a sensibilidade do indivíduo à exposição de peque- dose. Quanto mais se utiliza o componente, maior risco ele
nas doses do óleo essencial, aplicando uma ou duas gotas do traz. Um pequeno teste sobre as axilas ou abaixo do coto-
óleo diluída em álcool, sobre emplastro colocado sob a articula- velo, com intervalo de 24 horas é uma boa forma de averi-
ção do cotovelo, e aguardando 24 horas, aplicando novamente guar o potencial de eventuais reações alérgicas.
e aguardar mais 24 a 48hs, seguindo com o tratamento somente • Óleos essenciais ingeridos em pequenas doses (como
após a certeza de que não apareceram reações alérgicas. aromatizantes alimentares) ou ministrados através de mas-
A fotossensibilidade também é uma reação adversa importante sagens ou inalação nas doses recomendadas não deverão
de alguns óleos essenciais, principalmente aqueles contendo cumarinas acarretar problemas.
e furanocumarinas. A reação apenas acontece com exposição à luz. Os
óleos cítricos obtidos por expressão são exemplos de óleos com Os óleos essenciais, devido ao seu alto valor, são
cumarinas e furanocumarinas em abundância. Evitar seu uso em freqüentemente adulterados. Para evitar comprar gato por
lebre, procure adquirir seus produtos sempre de fornecedo-
aplicações dérmicas.
res confiáveis de óleos essenciais e prefira óleos com padrão
Enquanto a utilização de óleos essenciais bastante di- alimentar FCC (Food Chemicals Codex). Óleos essenciais den-
luídos na forma de aromatizantes para alimentos, ou seja, tro do padrão alimentar custam um pouco mais, mas são
praticamente impossíveis de falsificar.
na culinária, não deve provocar problemas, vale a pena
seguir as diretrizes básicas para o uso dos óleos em cos-
mética e saúde.

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93

Como utilizar óleos essenciais em cosméticos e odorização de ambiente

Água de banho Adicione 5-15 gotas de óleo essencial em banheira com água morna.

Adicione ½ - 1 colher de chá de óleo essencial por 500 ml de óleo de semente


Loção corporal
de uva ou óleo de girassol

Acenda vela e aguarde a parafina começar a derreter. Adicione 1-2 gotas de


Velas
óleo essencial sobre a parafina líquida

Guia Odorizante de carpete


1 colher de chá de óleo essencial misturada a ½ xícara de bicarbonato de
sódio e ½ xícara de amido. Misturar bem e deixar a mistura descansar por 30
minutos. Pulverize sobre o carpete , aguarde 30 minutos e aspire o pó.

de Bolas de algodão
Coloque 1-3 gotas de óleo essencial em cada bola de algodão. Espalhar as
bolas por gavetas ou closet.

Águas faciais 6-8 gotas de óleo essencial para cada 30 ml de água

utilização Sachets herbais Adicione várias gotas de óleo essencial sobre cada sachet pronto

Difusores de aroma Adicione 6-8 gotas de óleo essencial na água dos umidificadores

dos Amaciante de roupas


Adicione 2-3 gotas de óleo essencial por litro de água. Adicione uma xícara
da mistura na máquina de lavar roupa.

Coloque algumas gotas do óleo essencial sobre lâmpadas ainda frias, para
Lâmpadas
óleos Massagem
repelir insetos.

5-15 gotas de óleo essencial por 30 ml de óleo vegetal fixo (girassol,


semente de uva etc.)

essenciais Água de colônia


Adicione 15 gotas de óleo essencial em 50 gotas de álcool etílico ou vodka e
30-40 gotas de água destilada. Deixe descansar por 2-3 semanas. Agite bem
antes de usar.

Adicione algumas gotas de óleo essencial sobre pouporri. Cubra por 2


Pouporri
semanas antes de usar.

4 gotas de óleo essencial por xícara de água morna (não quente). Use
Spray odorizante
difusor novo e evite aplicar sobre móveis.

Adicione 1 gota de óleo essencial sobre cada pedaço de lenha, ½ hora


Lareiras
antes de acender fogo.

Tabela adaptada do livro 375 Essential Oils and Hydrosols , por Jeanne Rose

92
95

Como administrar óleos essenciais para fins terapêuticos Todas as monografias apresentadas na “Parte II - Os Óleos Essenciais”,
procuram enfocar as propriedades terapêuticas já clinicamente com-
VIA DÉRMICA provadas e publicadas através de trabalhos científicos. Cabe
Como regra geral, nunca ultrapasse a máxima concentração de 2,5% de óleo essencial ressaltar que muitas vezes encontramos diversos trabalhos
diluído sobre o óleo carreador apropriado, quando utilizado em massagens. Não deixar de realçando uma mesma propriedade terapêutica, ou even-
verificar se o tipo de óleo pode provocar problemas de sensitização, carcinogenicidade, tualmente, ensaio clínico que demonstra que aquele uso
neurotoxicidade, etc. em especial traz resultados muito satisfatórios. Nestes ca-
Quantidade sugerida de óleo essencial a ser diluído em 10g de óleo carreador: sos procuramos destacar o uso com os símbolos (+), (++),
Adultos 75 mg (aprox. 3 gotas) (+++) ou (++++), que refletem, ainda que de forma relati-
Jovens 50 mg (aprox. 2 gotas) va, porém hierárquica, os usos mais vantajosos dos óleos
Crianças 25 mg (aprox. 1 gota) em questão.
Máximo de 3 vezes ao dia
Evitar a aplicação de óleos essenciais em bebês, idosos ou durante a gravidez. Como utilizar as indicações para uso alimentício
Os óleos essenciais têm excelente capacidade de difusão por via dérmica. Quando aplicados Como a quantidade de óleo essencial utilizada para fim culinário é
diretamente sobre a pele provocam alta concentração do princípio ativo no sangue em muito pequena e se fôsse utilizado diretamente sobre os alimentos, obri-
poucos minutos. garia o leitor praticamente a montar um laboratório para manipula-
Usar a via dérmica quando desejar o efeito antiinflamatório, desodorante, inseticida, anti- ção, exigindo conhecimento e prática química, que fogem do obje-
séptico ou repelente. tivo deste livro, usaremos de um artifício habitualmente feito por
Os óleos essenciais devem ser aplicados de forma diluída em óleos carreadores, na sola dos profissionais da área, que é a pré-diluição do óleo essencial em
pés, evitando-se assim absorção imediata pelo fígado. Há diversos óleos vegetais carreadores, “soluções-estoque”, que chamaremos de aromatizantes. Será
tais como óleo de sementes uva, girassol, amêndoa, canola e outros. O usuário deve preferir este o produto usado nas sugestões oferecidas em todas as
os óleos prensados a frio, ao invés dos extraídos com uso de solventes ou refinados. Os óleos monografias e receitas culinárias contidas no livro.
refinados, no entanto, tendem a apresentar menor odor. Salvo poucas exceções, como é o caso dos aromatizantes
produzidos pela empresa Garden City, não é factível que o leitor
VIA ORAL adquira aromatizantes prontos para cada óleo essencial enfocado
As moléculas de óleo, por serem pequenas e lipofílicas, são rapidamente absorvidas pelos neste livro. Assim indicamos abaixo uma forma prática para você
tecidos do trato digestivo e tendem a migrar para o fígado, onde serão metabolizadas. prepará-los.
Quando desejar alcançar algum dos efeitos abaixo, a via oral é possível. A quantidade resultante da preparação de cada aromatizante é sufi-
Efeito colerético, carminativo, expectorante, mucolítico, espasmolítico, antiinflamatório, ciente para contemplar múltiplas receitas. Se armazenado adequada-
estimulador de apetite, diurético, calmante e estimulador do sistema nervoso. mente (ao abrigo da luz e umidade) durará muito tempo.
Os óleos essenciais podem ser ingeridos através de cápsulas gelatinosas ou misturados com
mel ou açúcar. Como preparar o seu próprio aromatizante
Compre uma garrafa de 1000ml do óleo vegetal de sua preferência.
INALAÇÃO Adicione um frasco de 10ml de óleo essencial puro e indicado para fins
Difusores de aroma elétricos ou velas podem ser usados para veiculação do óleo essencial. Neste culinários.
caso, conseguimos alcançar tanto os efeitos da via oral como os da aplicação dérmica. Misture bem.
Já que as concentrações dos óleos nesta forma de administração são bem mais baixas, há Armazene corretamente.
menores riscos de toxicidade, sensibilidade dérmica e reações alérgicas.
Uma sessão típica normalmente dura de 10 a 15 minutos.

94
97

Parte II
Os Óleos Essenciais

por
96 Luiz Grossman
99

Ervas
Aromáticas

98
101

A sálvia é originária das regiões secas


e pedregosas do sul da Europa, onde
podemos encontrar diversas
variedades ainda na forma nativa. O
gênero científico Salvia deriva do
Salvia spp

latim salvere salvus, cujo significado


é “ajuda a manter as pessoas sadias”,
pois a sálvia é usada desde o tempo
da Grécia e Roma antigas como
planta medicinal.

Sálvia
(Salvia officinalis, L. e Salvia sclarea, L.)
103

Os romanos, em particular, também a denominavam de Erva Sacra. Foi adjetivada durante Propriedades comprovadas • Expectorante, mucolítico Salvia sclarea
clinicamente • Lipolítico (+++), anticelulítico
toda a Antigüidade e Idade Média com todas as virtudes. Era a panacéia para tudo. Lia-se na
• Antiinfeccioso. Antibacteriano específico
fachada da escola de medicina de Salerno, no século XII: “Como pode morrer aquele que tem (contra bactérias Gram positivas (+++).
sálvia em seu jardim?” • Antiviral (+++)
• Antipirético
A sálvia é um arbusto de pequeno porte, que cresce até 50 cm de altura, com caule
• Colagogo (++)
lenhoso e ramos de crescimento anual. Tanto pode ser propagada por sementes como por • Cicatrizante
estacas. A planta prefere solos neutros e férteis. A colheita dos ramos inicia-se antes da • Regulador circulatório
• Emenagogo
floração e pode ser feita a cada seis meses. A primeira colheita ocorre aproximadamente
um ano após o plantio. • Antidiabético Salvia officinalis
• Antilipêmico
• Antiespasmódico
Aroma
• Neurotônico
• Emenagogo (++++)
O óleo essencial de sálvia abarca na verdade óleos essenciais de grupos distintos de plan-
tas do mesmo gênero, a Salvia officinalis, a Salvia sclarea e a Salvia lavandulifolia. Enquanto Benefícios Psico-emocionais • Combate a depressão, tensão nervosa, sedativo, afrodisíaco, enxaqueca,
a finalidade principal da primeira é aromatização de alimentos, as outras duas têm aplicação (Salvia Sclarea) stress, fadiga.

principal na área cosmética e de aromaterapia.


Mecanismo de Ação • Óleo essencial de Salvia officinalis contém: cetonas monoterpênicas α e β
O óleo essencial de Salvia officinalis é de cor amarelo, tendo uma nota fresca, herbá-
e Ingredientes Ativos tujonas monoterpenos α-pineno, mirceno, canfeno, limoneno, ocimeno,
cea, canforácea e ardente no sabor. alo-ocimeno, p-canfeno (35-60%), álcoois α-terpineol (0,1-9%), linalol (0,5-
O óleo essencial de Salvia sclarea é de coloração amarela ou esverdeada, com odor herbáceo 12%), óxidos óxido de cariofileno (1,1%), delta-terpineol, 1,8-cineol,
Sesquiterpenos aromadendreno, β-cariofileno, α-humuleno, α-malieno,
e tenaz. Além da nota de frescor devido ao linalol e acetato de linalila, seus principais
viridiflorol, Fenol: timol; Ésteres: acetato de bornila, acetato de sabinila e
componentes, há também um tom de fundo que lembra o tabaco ou o chá. Uma vez que o acetato de linalila.
mercado oferece a versão sintética de linalol, esse óleo acaba sendo adulterado com freqüência. • O óleo essencial de Salvia sclarea contém monoterpenos α-pineno, mirceno,
O óleo essencial de Salvia lavandulifolia tem coloração amarelada, com odor herbáceo canfeno, limoneno, ocimeno, alo-ocimeno, p-canfeno, álcoois linalol óxi-
dos óxido de cariofileno (1,1%), delta-terpineol, 1,8-cineol, Sesquiterpenos
canforado. Devido à imensa quantidade de adulteração, o mercado perdeu a confiança neste germacreno, β-cariofileno, Ésteres: acetato de bornila, acetato de sabinila,
óleo, que ainda por cima não apresenta propriedades extraordinárias, como os dois primeiros. e acetato de linalila.

Saúde Reações Adversas • As principais reações adversas estão associadas ao uso oral, podendo provo-
car quelites, estomatites, irritações locais, vômito, insônia, taquicardia, tre-

O óleo essencial de sálvia é tradicionalmente usado para recuperar a perda do apetite, mores e danos ao sistema renal.

diarréia, gastrite, flatulência laringite, faringite, estomatite e inflamação da mucosa oral. A


sálvia é muito recomendada como reguladora do ciclo menstrual, por incluir substâncias do
tipo estrogênico.

102
105

Indicações • Gripe, Bronquite e sinusite Salvia officinalis Culinária


• Aftose, enterite viral
• Insuficiência biliar (+++)
• Meningite viral e nefrite viral (++) O óleo essencial de Salvia officinalis é usado em licores, molhos, alimentos enlatados e
• Artrite reumatóide (+) pickles, sendo de particular destaque seu papel como ingrediente do vermute. Devido ao seu
• Amenorréia (++++), pré-menopausa (+++), herpes genital
alto conteúdo de tujonas, componente tóxico para seres humanos, seu uso é restrito, porém
• Herpes labial, celulite
• Problemas de circulação permissível em pequenas quantidades.
Evitar uso oral em doses terapêuticas O óleo essencial de Salvia sclarea, bem menos problemático, também é utilizado como
Concentração máxima de uso tópico: 0,1% aromatizante em licores e vinhos.
• Amenorréia (++++), pre-menopausa (+++) Salvia sclarea
• Problemas circulatórios, varizes.
• Micose cutânea
• Fatiga nervosa SÁLVIA GOTAS DE AROMATIZANTE /
100g DE ALIMENTOS
Recomendação • Recomenda-se não administrar o óleo essencial de salvia officinalis por via Bebidas alcoólicas 1-2
oral, em doses terapêuticas, devido as tujonas presentes no óleo. Massas 8-14
Condimentos 5-7
Comentários • O óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food Azeites 2-3
and Drug Administration) Sorvetes 4-6
Gelatinas 1-2
Molhos 60-90
Carnes 23-50
Cosmética Bebidas não-alcoólicas 3-4
Doces 6-9

Em perfumaria, o óleo essencial de Salvia officinalis combina bem com outros óleos
essenciais, tais como de lavandim, alecrim, citrus e pau-rosa.
O óleo essencial de Salvia sclarea é mais usado em perfumaria, como produto indepen-
dente ou como modificador do óleo essencial de bergamota ou lavanda. Também combina
muito bem com coentro, cardamomo, citrus e lavanda.
O perfume Starring for Men, da Avon, provavelmente usa a sálvia como um dos ingredi-
entes da sua fragrância.

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107
Coriandrum sativum

O coentro é originário do Sul da


Europa, na região do Mediterrâneo.
O nome do genero coriandrum se
origina da palavra Koris, que
significa percevejo em latim. A
planta ainda se dissimina de forma
selvagem, como também é
extensivamente cultivada em
muitos países.

Coentro
(Coriandrum sativum, L.)
109

O coentro é de porte arbustivo, com cerca de 60 cm de altura. A propagação da planta é re- Reações Adversas • Entre os compostos presentes no óleo essencial figuram linalol, borneol e
pinenos, que quando ingeridos em excesso provocam quadros de narcolepsia.
lativamente fácil, efetuada por meio de sementes. O óleo essencial é extraído das sementes,
Também podem chegar a ser convulsivantes e provocar dermatites de con-
sendo utilizado para aromatizar perfumes, alimentos e mascarar odores na indústria farmacêutica. tato, devido às furanocumarinas também presentes. Foram evidenciados
efeitos abortivos em cobaias, de modo que desaconselhamos seu uso em
grávidas ou lactentes.
Aroma
Indicações • Dispepsias (+++)
O óleo essencial de coentro é obtido a partir da destilação dos frutos maduros (semen- • Cistite (++)
• Gripe (++)
tes) do coentro. Os frutos são esmagados imediatamente antes da destilação.
• Fadiga generalizada (+++)
O óleo de coentro é incolor, ou de cor amarelo-pálida, com aroma doce, levemente • Artrose
picante. O sabor do óleo de coentro também é leve, doce e pouco picante.
Comentários • O óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
Infelizmente, os principais componentes do óleo essencial de coentro estão disponíveis and Drug Administration)
na forma sintética, portanto o óleo essencial é freqüentemente adulterado. A boa notícia é
que os óleos adulterados freqüentemente não oferecem o sabor e a profundiade que o óleo
essencial natural apresenta.

Saúde Cosmética

O óleo essencial de coentro é usado como agente antináusea, anti-reumatismo, perda Na perfumaria, as suas notas quentes e doces se misturam bem com sálvia esclarea e
de apetite, tratamento antiflatulência bergamota em colônias, com as notas florais do jasmim e com a canela, e produz efeitos
muito interessantes em perfumes do “tipo oriental”. O óleo essencial de coentro também
combina bem com neroli (flor de laranjeira), petigrain (flor de laranjeira), sândalo, ylang
Propriedades clinicamente • Óleo essencial positivo (estimulante) ylang e gengibre.
comprovadas • Estimulante estomacal A utilização principal do óleo essencial do coentro na área cosmética é como componente
• Neurotônico
das fragrâncias, utilizadas em sabonetes, loções e perfumes. O nível máximo em perfumes
• Antiinfeccioso
• Antiinflamatório gira em torno de 0,6%. O óleo essencial de coentro não provoca reações sensíveis ou irritações
na pele até o nível testado em seres humanos de 6%. Como exemplo da utilização do óleo
Mecanismo de Ação • Os constituintes principais do óleo essencial são Álcoois monoterpênicos essencial de coentro em perfumes, temos a Água da Hungria, da Kanitz, e Ops!, do Boticário.
e Ingredientes Ativos d-linalol ou coriandrol(60-85%), 20% de hidrocarbonetos monoterpênicos:
geraniol, borneol, monoterpenos d-pineno, a-pineno, p-cimeno, limoneno,
Ésteres acetato de geranila. Cetonas Monoterpênicas: cânfora; Aldeídos
trans-2-tridecenaltido.
• O óleo essencial confere propriedades carminativas, estomáticas, analgési-
cas e antiespasmódicas, além de ação bactericida e fungicida. O principal
componente é o linalol, além de vários outros monoterpenos.

108
111

Culinária
Nas composições aromáticas, ele combina bem com óleos essenciais de anis, cardamomo,
bergamota, cravo-da-índia, sálvia esclarea, noz-moscada, ou bases de frutas como pera,
pêssego e ameixa. A combinação com óleo de bergamota é bastante conhecida no seg-
mento de balas. O óleo essencial é bastante utilizado para aromatizar bebidas alcoólicas,
balas, tabaco, pickles e molhos para carne.

COENTRO GOTAS DE AROMATIZANTE /


100g DE ALIMENTOS

Bebidas alcoólicas 42-48


Massas 21-25
Condimentos 18-44
Confeitaria 4-6
Sorvetes 16-19
Gelatinas 10-13
Carnes 17-27
Bebidas não-alcoólicas 1-4
Doces 17-19

110
113

Tanto o orégano como a manjerona já


eram conhecidas e utilizadas pelos
romanos. Os gregos consideravam a
Origanum spp

manjerona símbolo da felicidade. A


palavra orégano é de origem grega e
significa “adorno da montanha”.

Orégano e
Manjerona
(Origanum vulgare, L. e Origanum majorana, L.)
115

O orégano pode ser propagado por divisão de touceira ou por sementes. A manjerona é Saúde
quase exclusivamente propagada através de sementes, sendo uma planta anual de porte
um pouco menor do que o orégano, com altura de cerca 60-70 cm. Ambas as plantas O óleo essencial de manjerona é usado para combater a tosse, problemas na bexiga e cólicas
exigem solos férteis, invernos secos e livres de geadas. gastro-intestinais. Também é conhecido pelas propriedades antimicrobianas e inseticidas.

Aroma
Propriedades clinicamente • Antiinfeccioso, anti-séptico (++)
comprovadas • Podoroso agente antifúngico.
O orégano e a manjerona são plantas do mesmo gênero e, portanto, parentes muito
• Analgésico (++)
próximas. Entretanto, como se verá a seguir, os princípios ativos e qualidade do óleo essen- • Estimulante estomacal, diurético (+)
cial são distintos. Ambas são provavelmente originárias dos países do leste Europeu.
Diferentemente do orégano, a maior parte da manjerona produzida é destinada à pro- Benefícios Psico-emocionais • Ajuda no combate à exaustão mental, ansiedade, insônia, tensão nervosa e
stress.
dução de temperos e não de óleos essenciais. É importante ressaltar que boa parte do óleo
essencial conhecido como Manjerona Espanhola não é na verdade destilado a partir da
Ingredientes Ativos • Monoterpenos: α e β-pineno, simeno, sabineno, mirceno, paracimeno,
manjerona, mas sim de uma espécie completamente distinta (Thymus masticina), com
terpinoleno, α e β felandreno; Sesquiterpenos: β-cariofileno, α-humuleno.
princípios ativos também distintos e parente próxima do tomilho. Álcoois monoterpênicos: linalol, terpineno-1-ol-4, cis-trans-terpineol,
O óleo essencial de manjerona é de cor amarela, com odor picante, canforáceo e tujanol. Ésteres: Acetato de terpenila, de linalila, e de geranila. Fenóis: Trans-
amadeirado, semelhante ao cardamomo. O sabor tem as mesmas nuances, mas também anetol, carvacrol.

apresenta um fundo amargo.


Reações Adversas • Não foram reportadas reações adversas ao uso de óleo essencial de orégano
Há muita confusão no mercado de óleo essencial de manjerona. Não somente existem
e manjerona.
espécies distintas produtoras do “mesmo” óleo essencial — tais como orégano, tomilho e a
própria manjerona, todos vendidos como sendo óleo de manjerona — como também en- Indicações • Hipertireoidismo
contramos grande quantidade de adulteração do mesmo óleo no mercado. • Problemas cárdio-vasculares(taquicardia, arritmia, hipertensão arterial).
• Problemas digestivos (úlceras gastro-intestinais, colites, etc.)
No caso do orégano, o óleo essencial também é proveniente de várias plantas distintas.
• Problemas neuro-psíquicos (ansiedade, stress, agitação, psicose, insônia,
Curiosamente, a principal fonte de óleo de orégano não é o próprio orégano, mas sim o epilepsia, vertigens).
tomilho. Este óleo essencial tem coloração marrom-avermelhada. O óleo essencial de orégano • Reumatismo muscular e artrose (+++)
• Infecções respiratórias ( sinusite, otite, bronquite, coqueluche) e digestivas
tem uma nota herbácea, refrescante e outra nota mais densa, de corpo, proveniente dos
(aftas, diarréias, enterocolites) (+++)
fenóis (lembra o odor hospitalar, medicinal). O sabor dá uma sensação de queima, sendo
aceitável somente depois de grande diluição. O óleo essencial de orégano é muito usado em Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food and
perfumaria, principalmente pela nota medicinal. O principal componente, o carvacrol, é tam- Drug Administration)
bém um poderoso antioxidante, ajudando a preservar os alimentos e auxiliando na formula-
ção de produtos cosméticos com finalidade de impedir o envelhecimento precoce da pele.
Visto que a versão sintética do carvacrol não é encontrada a baixos preços no mercado,
esse óleo acaba não sendo propositadamente adulterado, porém assim como a manjerona,
muitas são as plantas que produzem o óleo essencial de “orégano”, de modo que todo o
cuidado é pouco na hora de comprá-lo. Procure sempre fornecedores confiáveis de óleos
114 e prefira óleos com padrão FCC (Food Chemicals Codex).
essenciais
117

Cosmética

O óleo essencial de orégano é utilizado como componente de fragrâncias para detergentes,


sabonetes, cremes e loções, com uso máximo reportado na ordem de 0,2%.
O óleo essencial de orégano é geralmente considerado não-irritante, não sensibilizante e
não fototóxico para a pele humana, o que faz com que tenha bastante flexibilidade no uso. O
mais do que conhecido perfume Alfazema Suissa, da Perfumaria Suissa, utiliza o óleo essencial
de orégano como um dos componentes da sua fragrância.

Culinária

O óleo essencial da manjerona é principalmente utilizado em molhos para carnes, enlatados


e normalmente aplicado para introduzir um sabor fresco, levemente aromático-medicinal e
uma nota quente. É também utilizado tanto em bebidas alcoólicas e não-alcoólicas como em
sobremesas.

MANJERONA GOTAS DE AROMATIZANTE /


100g DE ALIMENTOS

Bebidas alcoólicas 1-2


Massas 5-7
Condimentos 5-7
Azeites 80-120
Sorvetes 1
Gelatinas 1
Molhos 7-10
Carnes 6-15
Bebidas não-alcoólicas 1-2
Salgadinhos 2

116
119
Ocimum basilicum

Várias espécies do gênero


Ocimum têm sido cultivadas
há mais de 3 mil anos.
O manjericão é originário
da Índia e alcançou a Europa
através do Oriente Médio.

Manjericão
(Ocimum basilicum, L.)
121

Há registros do uso medicinal do manjericão desde 1060 a.C. pela China, para trata- Propriedades clinicamente • Óleo positivo (estimulante) Quimiotipo Estragol
comprovadas • Antiespasmódico (++++)
mento de problemas gástricos, renais e outros. Na medicina chinesa, o manjericão também
• Antiinflamatório (+++)
é recomendado para melhorar a circulação sangüínea e acalmar a dor proveniente de pica- • Analgésico (++)
das de insetos e cobras. • Vasodilatador (+)
• Antiinfeccioso (+)
É planta muito suscetível a geadas ou excesso de calor e prefere solos férteis.
• Óleo positivo (estimulante) Quimiotipo Linalol
A propagação do manjericão se dá através de sementes. Normalmente não se aduba
• Estimulante geral, hepatoestimulante (++)
com intensidade, pois o excesso de vigor diminui a produção de óleo da planta. No Brasil • Descongestionante (próstata, útero)
costuma-se fazer duas colheitas com intervalo de cerca de dois meses, desde que na pri- • Antiarterioesclerótico

meira colheita a planta retenha cerca de 1/3 da sua altura, para permitir a rebrota. • Antiespasmódico (+++) Quimiotipo Eugenol
• Antiinfeccioso (++)

Benefícios Psico-emocionais • Ajuda na concentração mental


• Acalma o sistema nervoso
Aroma • Ajuda no combate a depressões leves, ansiedade, insônia, fadiga mental,
histeria.
O óleo essencial é de cor amarelo-clara, com odor doce-picante, fresco, com um tom
Ingredientes Ativos • Óleo Essencial é composto por linalol (até 75%), estragol (até 87%) e eugenol
balsâmico-amadeirado. É um componente clássico nos perfumes do grupo do orégano, por
(até 55-60%). Outros componentes são o-cimeno, cineol, sesquiterpenos
muitas décadas. Combina muito bem com os mais variados tipos de óleos essenciais, prin- (epi-bi-ciclosesquifelandreno), lineol, linalol, cinamato de metila, cânfora,
cipalmente os de origem cítrica. citronela.

Há vários quimiotipos de óleo de manjericão, por exemplo o tipo Linalol (sweet basil), o
mesmo monoterpeno que é componente do pau-rosa, que valoriza tremendamente o óleo Reações Adversas • O óleo do manjericão quando excessivamente rico em estragol deve ser usado
com bastante cautela, pois pode causar hipoglicemia.
essencial e o coloca num patamar de preço mais alto. O tipo metil-chavicol ou estragol • Concentração máxima de uso tópico: 2%
(Reúnion), cujos componentes conferem um odor mais exótico, em tom de anis, e tipo
Indicações • Aerofagia (+++), gastrite, insuficiência pancreática,
eugenol, com um tom mais medicinal.
hepatites virais, espasmos gastro-intestinais (+++)
• Infecções urinárias (+)
• Encefalite viral, nefrite viral
Saúde • Poliomelite
• Espasmódico (+++)
Ansiedade (++)
Quimiotipo Estragol
O óleo essencial é tradicionalmente usado para o tratamento de verminoses e fungos, • Artrite reumatóide
acne, problemas relacionados ao apetite, flatulência e espasmos estomacais. • Infeccções virais
• Varizes

• Insuficiência hepato-biliar, gastrite, úlcera (++)

120
123

Indicações • Cistite MANJERICÃO GOTAS DE AROMAZANTE /


• Congestão prostática (++) 100g DE ALIMENTOS
• Congestão uterina (+) Quimiotipo Linalol
Bebidas alcoólicas 1
• Insuficiência coronariana, hipotensão (+)
Massas 7-9
• Eczemas (+)
Condimentos 5-7
• Depressão
Azeites 60-80
• Colite espasmódica (+++) Sorvetes 1
• Enterocolite infecciosa Gelatinas 3-4
• Espasmódico Quimiotipo Eugenol Carnes 7-11
Bebidas não-alcoólicas 1
Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food and Vegetais Processados 1
Comentário Drug Administration) Salgadinhos 14-20
Sopas 56-72
Doces 3

Cosmética

O óleo essencial de manjericão é bastante usado em perfumes, sabonetes, tinturas de


cabelo, cremes dentais e enxaguatórios bucais. Alguns perfumes brasileiros, tais como
Portinari e Uomini ambos do Boticário, e Denin, da Unilever, têm como componente im-
portante o óleo essencial de manjericão.

Culinária

O óleo essencial de manjericão tem sabor pronunciado e é utilizado em muitos compo-


nentes, tais como aromatizante de azeites, licores e diversos alimentos.

122
125

O nome menta origina-se de uma


língua arcaica, pré-grega e
romana. Na mitologia grega,
mentha deriva de minthes,
Mentha spp

belíssima ninfa que foi


transformada na planta menta
por Proserpina, a esposa de
Platão, após crise de ciúmes.

Menta
(Mentha arvensis, L., Mentha piperita, L.
e Mentha spicata, L.)
127

Conhecemos cerca de vinte espécies do gênero menta, cada qual com propriedades Aroma
químicas e aparência distintas. Como fator de complicação, as várias espécies de menta se
cruzam facilmente, gerando centenas de híbridos possíveis, o que dificulta muito a sua O óleo essencial de menta é de cor amarelo-pálida, quase transparente, com forte
identificação correta. Algumas espécies de menta, infelizmente aquelas de propriedades odor de fresco e amargo ao mesmo tempo. Em contato com as mucosas do nariz e da
terapêuticas mais estudadas e sabor pronunciado, como é o caso da Menta piperita, não boca produz um sabor refrescante, típico da menta. Vale ressaltar que a coloração verde
conseguem fotoperíodo necessário para o pleno crescimento vegetativo no Brasil. As mentas esperada pelos consumidores em um óleo de menta é na verdade um corante adicionado
mais cultivadas no país são as espécies spicata, aquatica e arvensis – esta última devido ao ao produto.
altíssimo teor de mentol no óleo essencial é destinada quase que exclusivamente para a O mentol, normalmente o principal componente do óleo essencial, é muito utilizado
produção da indústria cosmética (pastas dentrifícias) e alimentícia (gomas de mascar e como componente já individualizado, principalmente pela indústria de tabaco e cosmé-
balas). ticos. Devido à alta concentração de mentol no óleo essencial, muitas vezes ele cristaliza
A Mentha spicata tem ramos e folhas glabras, sem pecíolos. A Mentha aquatica, como à temperatura ambiente dentro do óleo bruto. Muitos produtores de óleo essencial de
o próprio nome indica, gosta de brejos mas não tem uma conotação comercial. A Mentha menta preferem vender o mentol além da mistura completa do óleo essencial, auferindo
arvensis, caracterizada por possuir pecíolo nas folhas, é talvez a principal menta cultivada maiores ganhos, e essa separação é feita facilmente através do resfriamento do óleo
no país. Teve seus anos dourados após a Segunda Guerra Mundial e até o início da década essencial. Note que mesmo após essa separação, apesar de ainda sobrar muito mentol no
de 70, quando o Brasil foi o principal produtor mundial deste óleo essencial. Hoje o plantio óleo — cerca da metade — o óleo essencial passa a ser denominado óleo essencial
foi relevado a segundo plano, dado a maior lucratividade de outras grandes culturas, como desmentolizado. Este óleo desmentolizado ainda pode passar por processo de retificação,
a soja, ou pela entrada massiva do produto originário da Índia e China, com baixos preços, buscando, por exemplo, transformar o sabor amargo da mentona (cetona) em mentol,
qualidade inferior, porém muito mais competitivos. para melhorar o valor aromático do produto.
A propagação das mentas se dá normalmente por via vegetativa, ou seja, através de
mudas enraizadas dos estalões subterrâneos ou superficiais. São plantas que exigem solos
férteis e bem drenados. Saúde

O óleo essencial de menta é tradicionalmente usado pelas propriedades antivirais,


espasmolíticas, atividade colerética, colagoga, antiúlcera, antiinflamatória, antiflatulenta,
antipruriginosa, antiemética, analgésica das mucosoas e outras. A aplicação externa do
óleo essencial tem efeito positivo sobre a dor de cabeça.

126
129

Propriedades clinicamente • Antiinflamatório(+++) Cosmética


comprovadas • Calmante
• Mucolítico (+++)
• Colagogo, colerético (+++) O óleo essencial de menta é normalmente utilizado como componente na criação de
• Tônico digestivo (++) fragrâncias para dentrifícios, exaguatórios bucais, sabonentes, detergentes, cremes, loções
• Cicatrizante (++)
e perfumes. O uso máximo reportado para óleo essencial de Mentha spicata e Mentha
• Antiespasmódico
• Eficiente no tratamento contra a bactéria causadora da tuberculose arvensis gira ao redor de 0,4%-0,8 % em perfumes, respectivamente.
• Alivia a dor de cabeça.
• Ação antifúngica

• Combate a debilidade geral Culinária


Benefícios Psico-emocionais • Combate a letargia, fadiga mental
• Combate a depressão, choque e stress nervoso.
O óleo essencial de menta é extensivamente usado em gomas de mascar, balas, doces,

Ingredientes Ativos • Principais componentes: Mentol (33-90%), acetato de metila (10-20%), bebidas alcoólicas (licores por exemplo), sobremesas, gelatinas e molhos doces. O nível
mentona (9-31%), máximo reportado gira em torno de 0,132% de óleo de Menta spicata em produtos de
• Monoterpenos α-pineno, β-pineno, canfeno, mirceno, limoneno, α-
confeitaria.
felandreno. Sesquiterpenos: β-cariofileno, α-elemeno, farneseno, β-
burboneno. Álcoois Monoterpênicos: mentol, linalol, borneol, trans-tujanol,
di-hidrocarveol; Álcoois alifáticos: octan-3-ol, farnesol, elemol, cadinol.
Ésteres: acetato de dihidrocarvila; Óxidos: cineol; Cetonas: carvona, GOTAS DE AROMATIZANTE /
MENTA
dihidrocarvona, mentona. 100g DE ALIMENTOS

Bebidas alcoólicas 60-96


Reações Adversas • O óleo essencial de menta é neurotóxico e abortivo em grandes quantida-
Massas 56-120
des. O mentol pode provocar reações alérgicas (dermatites de contato, do-
Confeitaria 260
res de cabeça, etc.) em alguns indivíduos. Não deve ser aplicado em bebês
Azeites 15-20
ou mulheres grávidas.
Sorvetes 38-44
• Concentração máxima de uso tópico: 3%
Gelatinas 20-80
Carnes 2-3
Indicações • Infecção das vias respiratórias, bronquites agudas e crônicas (+++)
Bebidas não-alcoólicas 16-40
• Digestão difícil, insuficiência biliar (++)
Doces 128-480
• Cistite
• Nervosismo
• Cicatrização

Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food and
Drug Administration)

128
131
Rosmarinus officinalis

Há muita controvérsia sobre a


etimologia do nome do alecrim.
Em latim, Ros Marinus significa
“orvalho do mar”, mas em grego,
Rhos significa arbusto e Myrinos,
aromático . Qualquer
combinação parece bastante
apropriada para nomear a planta.
Na Grécia antiga o alecrim era
considerado um tônico para o

Alecrim
cérebro e a memória. O hábito de
se colocar um ramo de alecrim
atrás da orelha vem dos antigos
(Rosmarinus officinalis, L.) estudantes gregos, em busca de
boa sorte nos exames escolares.
133

O alecrim é possivelmente a planta aromática de maior popularidade no mundo oci- Propriedades clinicamente • Expectorante, mucolítico (+++)
comprovadas • Antiinfeccioso – bactericida (+++)
dental. Talvez porque não sendo muito exigente quanto ao clima, vegeta em praticamente
• Fungicida (+++)
qualquer parte do mundo, ou como disse o inglês Thomas Moore, “Quanto ao alecrim, • Antioxidante
deixo espalhar pelos muros de meu jardim, não somente porque as abelhas o apreciam, mas • Controle de aflatoxina em alimentos

também porque é a erva consagrada às recordações e por decorrência, à amizade”. Por Benefícios Psico-emocionais • Uso recomendado para fadiga, tensão nervosa
amizade ou pela extrema versatilidade, o alecrim entra em inúmeras receitas culinárias, • Amnésia, histeria, depressão
formulações cosméticas e tratamentos de saúde. • Tensão pré-menstrual
• Letargia
É planta nativa do Mediterrâneo, onde se encontra de forma silvestre, mas também é
extensamente cultivada, principalmente nos países que costeiam o Mediterrâneo. As mu- Ingredientes Ativos • Principais componentes: α-pineno (25%), β-pineno, cineol (15-30%);
das são propagadas a partir de estacas ou de sementes. As originárias a partir de sementes cânfora (10-25%).
demoram bem mais tempo para poderem ser transplantadas. As estacas devem ter cerca de • Monoterpenos: α-pineno, β-pineno, canfeno; Sesquiterpenos: β-cariofileno;
Álcoois monoterpênicos: Borneol; Ésteres: Acetato de bornila; Óxidos: cineol.
15-20 cm de comprimento e são enfincadas em sacos plásticos, onde, após enraizamento, Monoterpenonas: cânfora.
são transplantadas ao local definitivo.
A colheita se dá em plantas com cerca de 50 cm de altura, onde são retirados os ramos Reações Adversas • O óleo essencial de alecrim em geral é bem tolerado por animais e seres
humanos, não provocando quadros de irritação e dermatites cutâneas, sal-
semi-lenhosos, que são postos à sombra para evitar a perda de aroma. vo alguns casos de hipersensibilidade e fotossensibilidade. Deve-se lembrar
que o óleo essencial de alecrim possui cânfora em concentrações impor-
tantes, de tal forma que o seu emprego em doses inadequadas pode gerar
um quadro epiléptico.
Aroma
Indicações • Otite, sinusite, bronquite (+++)
O óleo essencial de alecrim é de coloração amarelo-pálida, com nota fresca, amadeirada, • Enterocolite
• Cistite
que lembra a menta. As notas frescas, no entanto, evaporam rapidamente, deixando um
odor amadeirado-balsâmico levemente amargo no ar. Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and
Drug Administration)

Saúde

O óleo essencial de alecrim é usado como tônico estimulante, carminativo, no trata- Cosmética
mento de indigestão, dores estomacais, dores de cabeça, resfriados e tensão nervosa.
O óleo essencial de alecrim é muito usado em águas de colônia cítricas, de alfazema,
perfumes orientais (mistura bem com outras especiarias e olibanum, por exemplo). É um
importante componente de fragrâncias, como também é um agente mascarador. Os prin-
cipais produtos que contém óleo essencial de alecrim incluem detergentes, sabonetes,

132
135

cremes, loções, perfumes, águas de colônia e desinfetantes. São muitos os perfumes que
usam o óleo de alecrim como componente, como Acqua Fresca, do Boticário, Giovanna
Baby, da Giovanna Kupfer, e o famoso English Lavander, da Atkinsons. O nível máximo
de concentração tolerado é da ordem de 1%.

Culinária

O alecrim, mesmo em muito baixa concentração, é perceptível ao paladar, deixando


um sabor de fundo maravilhoso quando adicionado como aroma ao azeite de oliva.
Tanto a planta seca quanto o óleo essencial é extensivamente usado em culinária. O
óleo essencial em particular é usado em bebidas alcoólicas e não-alcoólicas, sobremesas,
balas, produtos de confeitaria, gelatinas, carnes e enlatados em geral, com concentração
máxima de uso da ordem de 0,003% ou seja, algo em torno de 30 partes por milhão.

ALECRIM GOTAS DE AROMATIZANTE /


100g DE ALIMENTOS

Bebidas alcoólicas 1-2


Massas 4-5
Condimentos 4-8
Azeites 6-8
Sorvetes 2
Gelatinas 2
Balas 10
Carnes 5-10
Bebidas não-alcoólicas 1-2
Doces 3

134
137

O nome petroselinum é derivado


Petroselinum spp

do grego petrus que significa


pedra e selinus que significa
salsa. Acredita-se que isso se
deva ao fato de a planta
normalmente vegetar bem em
terrenos pedregosos da região do
Mediterrâneo. Outra explicação
remete à sua longa história de
uso para o tratamento

Salsa
de pedras nos rins.

(Petroselinum sativum, Miller


e Petroselinum crispum, Miller)
139

Os gregos usavam a salsa para decorar as tumbas e coroar os atletas. Também costuma- Propriedades clinicamente • Antiepilético (+++)
• Antiespasmódico (++)
vam adicionar à ração dos cavalos para dar energia para longas jornadas. Os romanos comprovadas
• Diurético (+)
utilizam a salsa como antídoto para se manterem sóbrios ou como uma forma de proteger
a comida para evitar contaminação. Nenhuma das possibilidades deve ter funcionado, mas Mecanismo de Ação • Os constituintes apioil e miristicina estão associados com efeitos
vasodilatador, antiespasmódico e indutor de menstruação.Também supõe-
a salsa continua sendo um condimento indispensável em todas as casas e cujo óleo essen-
se que sejam responsáveis pelo aumento da contração muscular da bexiga,
cial tem características interessantes que vamos abordar a seguir. intestinos e útero. Há também referências que citam o uso do óleo de salsa
A salsa é provavelmente a erva condimentar mais popular no Brasil, na Europa e nos como estimulante da regeneração de células hepáticas.

Estados Unidos. Ingredientes Ativos • Óleo das sementes: apiol, miristicina, tetrametoxi-alilbenzeno, aldeídos, (p-
É um arbusto anual, de pequeno porte, propagado através de sementes. A planta requer mentadienos, p-metil-acetofenona, cetonas, álcoois terpênicos.
solos férteis e bem drenados. Tanto as folhas como as sementes servem para produção de • Óleo das folhas: apiol, Miristicina (>85%), 1,3,8,-p-mentatrieno, 1-metil-
4-isopropenilbenzeno, metil-disulfida, monoterpenos e sesquiterpenos
óleo essencial. É interessante notar que quando há um súbito florescimento da salsa, ela
• Monoterpenos α- e β-pinenos, mirceno, β-felandreno, p-mentatrieno;
deixa de ter valor de mercado, e nesse momento o cultivo normalmente é destruído. Como Sesquiterpenos: β-cariofileno; Álcoois: linalol, carotol. Éter-óxidos:
o óleo essencial pode ser colhido da folha após florescimento, ou mais adiante, no ponto de Miristicina; Aldeídos: p-mentadieno

frutificação, os produtores teriam uma alternativa a mais de escoamento da produção. Reações Adversas • Em altas doses, a miristicina tem efeito alucinógeno, causando também
Hoje, porém, o óleo de salsa é completamente desconhecido no mercado brasileiro. No tontura, surdez, vertigem, hipotensão arterial, bradicardia, e paralisia. Em
futuro, quem sabe, possa vir a ser uma alternativa viável de escoamento da produção doses acima de 10 g o Apiol provoca anemia, nefrose, disfunção hepática e
irritação renal.
vegetal, ao mesmo tempo em que poderá se constituir num bom produto a preços módicos
para os consumidores. Indicações • Problemas nervosos, epilepsia (+++)
• Espasmódico e antiinflamatório (++)
• Problemas renais, insuficiência renal (+)
Aroma
Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and
O óleo essencial da folha de salsa é de cor esverdeada, sabor picante peculiar, com Drug Administration)
odor herbáceo. O aroma do óleo obtido a partir das folhas é muito semelhante ao aroma
da planta recém colhida. O sabor é um tanto amargo. Já o óleo obtido das sementes, de
cor amarronzada, não lembra em nada o aroma da planta, mas tem características api-
mentadas-amadeirado-doce, cujo sabor também é bastante amargo. Cosmética

Saúde O óleo essencial obtido das folhas é muito raramente usado em perfumaria e cosméti-
ca. Já o óleo das sementes, é utilizado quando se deseja adicionar efeitos especiais ao
O óleo essencial de salsa é popularmente usado como adjuvante no tratamento de produto final.
problemas no trato gastro-intestinal e urinário, indução de menstruação, asma, indiges- O óleo de salsa é usado na odorização de detergentes, cremes, loções e perfumes (prin-
tão e edemas. cipalmente do estilo oriental) com nível máximo de uso reportado na ordem de 0,2%

138
141

Culinária

O óleo essencial de salsa é extensivamente usado na aromatização de carnes, enlata-


dos e vegetais processados.

SALSA GOTAS DE AROMAZANTE /


100g DE ALIMENTOS

Bebidas alcoólicas 1
Massas 8-10
Condimentos 18-26
Azeites 15-20
Gelatinas 3-4
Molhos 1-2
Carnes 15-25
Bebidas não-alcoólicas 1
Sopas 13-27
Doces 1-3

140
143

A palavra Thyme deriva da


palavra grega thumon que
Thymus vulgaris

significa coragem e força.


Soldados romanos costumavam
se banhar em águas
aromatizadas com tomilho,
enquanto os que ficavam em
casa usavam o tomilho como
aromatizante de queijos.

Tomilho
(Thymus vulgaris, L.)
145

O tomilho, junto com a salsa, a cebolinha e o louro, compõe o famoso bouquet garni Propriedades clinicamente • Antiinfeccioso de largo espectro (+++)
comprovadas • Tônico geral
francês. É um pequeno arbusto originário do oeste do Mediterrâneo, cujo gênero possui
• Ajuda na recuperação da memória
mais de 60 espécies, muitas delas de interesse comercial, com sabores e aromas distintos. • Eficiente contra bactérias patogênicas dos alimentos.
O tomilho é uma planta perene, facilmente cultivável. Curiosamente, a planta tem
Mecanismo de Ação e • O óleo essencial (0,8-2,5%) é composto fundamentalmente por timol (40%),
preferência por solos pobres e pedregosos, talvez porque seja mais competitiva que outras
Ingredientes Ativos carvacrol, borneol, acetato bornílico, acetato linalínico, linalol, geraniol, α
nesse tipo de ambiente. É entretanto fundamental uma boa drenagem, calagem para e β-pineno, limoneno, p-cimeno, delta-terpineno, α-terpineol. Os óleos es-
neutralização da acidez do solo e insolação para o seu pleno desenvolvimento. senciais com uma quantidade predominante de timol se caracterizam por
se cristalizar facilmente.
A planta é um arbusto compacto que cresce no máximo 25 cm, com hastes eretas e
• O timol e o carvacrol são os componentes provavelmente responsáveis pelo
folhas pequenas de cor verde escura e cheiro distinto. efeito antiespasmódico, antitussivo e expectorante. O timol é fungicida,
O tomilho pode ser plantado a partir de sementes, que é a forma mais usual, mas bactericida e anti-helmíntico.

também pode ser propagado através de estacas semi-lenhosas ou seções enraizadas da Reações Adversas • No uso oral, o óleo essencial de tomilho pode provocar náusea, vômito,
planta. Apesar da planta ser perene, normalmente se renovam os cultivos a cada 3-4 anos, gastrite, dor de cabeça, com intercorrências cárdio-respiratórias. Em uso
pois com o passar do tempo elas se tornam lenhosas e produzem menos folhas. A colheita tópico pode provocar irritação na pele ou em mucosas.
• O óleo essencial não deve ser empregado na ocorrência de úlceras
é feita no ínicio da floração.
gastroduodenais e deve ser usado com precaução na gravidez e lactação.
Tampouco se recomenda em casos de hipertirodismo.
• Concentração máxima de uso tópico: 1%

Aroma Indicações • Patologias infecciosaas (+++)


• Fadiga geral (++)
O óleo essencial de tomilho é de cor avermelhada, com aroma doce e poderoso e
bastante distinto. O sabor é igualmente quente, um tanto picante-herbáceo, mas não Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food and

amargo, com uma riqueza de corpo ausente em muitos dos óleos. Drug Administration)

O óleo de tomilho é principalmente usado como aromatizante de alimentos, tais como


molhos, enlatados e pickles.
Assim como o de alecrim, gengibre, alho e sálvia, o óleo essencial de tomilho tem
importante atividade antioxidante, sendo muitas vezes aplicado em alimentos para essa
Cosmética
finalidade.

Devido às suas propriedades antimicrobianas, o óleo essencial de tomilho é bastante

Saúde utilizado pelas indústrias cosméticas, no preparo de dentrifícios, enxaguatórios bucais e


diversos desinfetantes.

O óleo essencial é usado para prevenir enurese noturna em crianças. Também é usado O óleo de tomilho é utilizado em perfumaria, onde seu poder e frescor introduzem um

como agente antiespasmódico e antiflatulento, expectorante, anti-séptico e antifúngico. toque de notas medicinais, normalmente desejáveis em alguns tipos de sabonetes. Também
oferece um excelente efeito mascarante sobre odores indesejáveis de outros componentes

144
147

químicos. Quando adicionado em pequenas doses em perfumes e colônias, o óleo de tomi-


lho empresta corpo e frescor doce para colônias à base de lavanda, as cítricas e as picantes.
É um óleo particularmente interessante para fornecer uma nota alta de saída à composi-
ção. Devido ao alto teor de fenol, tal como o timol, o óleo essencial descolore se estiver em
contato com ferro, mesmo em quantidades mínimas.

Culinária

TOMILHO GOTAS DE AROMATIZANTE /


100g DE ALIMENTOS

Bebidas alcoólicas 2
Massas 10-11
Condimentos 6-8
Sorvetes 3-4
Gelatinas 3-4
Carnes 6-9
Bebidas não-alcoólicas 2
Sopas 1

146
149
Foeniculum vulgare

O uso da erva-doce e o funcho,


tanto das sementes como dos
caules e folhas, data da
antiguidade. Há referências do
uso medicinal e condimentar
desta planta pelos egípcios,
chineses, indianos,
romanos e gregos.

Erva-doce
e Funcho
(Foeniculum vulgare, Miller,
variedades doce e amarga)
151

A erva-doce é uma planta de porte arbustivo preocupante, já que o óleo adulterado normalmente contém o composto tóxico cis-anetol.
bi-anual, nativa do sul da Europa e do Oriente- Para evitar esse risco procure sempre fornecedores confiáveis de óleos essenciais e prefira
Médio. Propagada por sementes, existem diversas óleos com padrão FCC (Food Chemicals Codex).
variedades, com aromas distintos. As folhas tanto O óleo essencial de erva-doce tem menor expressão no mercado. É obtido a partir da
como as sementes são explorados para produção de destilação das sementes da erva-doce.
óleo essencial, sendo que os últimos têm mais É composto praticamente de puro anetol, o que o torna muito suscetível à substituição
representatividade no mercado. por anetol sintético. O óleo essencial adquire cor pardo-amarelada ou incolor, com aroma
muito doce e picante. O sabor é inicialmente picante, se tornando a seguir doce e levemen-
O funcho é uma hortaliça de porte menor que a erva-
te ardente. O óleo essencial de erva-doce é muito usado também em perfumaria, mas seu
doce, se encontra tanto em estado selvagem, como cultivada (a
principal mercado é o de aromatização de alimentos, pricipalmente licores e balas.
erva-doce não existe em estado selvagem).

Aroma

Os óleos essenciais de funcho e de erva-doce são na verdade provenientes de mais de


uma variedade e apresentam propriedades completamente distintas:

a) óleos essenciais de funcho amargo.


b) óleos essenciais de erva-doce.

Os óleos de funcho amargo são os mais importantes comercialmente e tem coloração


partindo do tom amarelado ao marrom levemente alaranjado quando obtidas de extrativismo
(variedades selvagens), ou amarelo claro, ou mesmo incolor se procedente de variedades
cultivadas, com odor picante e canforáceo. Apesar de usado em aromas de pickles e vários
condimentos, o seu uso principal está na perfumaria industrial, em razão do seu excelente
poder mascarador e forte odor.
O óleo essencial de funcho amargo tornou-se muito popular na Alemanha e outros
países da Europa Oriental, onde tem sido usado por muitos séculos em medicina e culinária,
principalmente na aromatização de licores. Nesses casos, o óleo essencial tem substituído o
uso das ervas diretamente.
O óleo essencial das sementes do funcho amargo é freqüentemente adulterado com
anetol sintético, sendo difícil a identificação do que é falso ou verdadeiro. Não bastasse a
“compra de gato por lebre”, a mistura com o componente sintético traz ainda uma conotação

150
153

Saúde Culinária

O óleo essencial do funcho é tradicionalmente usado como carminativo, GOTAS DE AROMATIZANTE /


ERVA-DOCE
antiespasmódico, expectorante, diurético, eupéptico, antiflatulente, galactogogo e como 100g DE ALIMENTOS
corretor organoléptico de sabor em medicamentos. Veja as propiredades terapêuticas deste Bebidas alcoólicas 89-94
óleo. Massas 26-34
Condimentos 21-38
Azeites 26-34
Sorvetes 25-28
Propriedades clinicamente • Antifúngico (++++)
• Emenagogo (age como indutor de menstruação) (+++) Gelatinas 21-25
comprovadas
• Antiespasmódico Carnes 46-74
• Carminativo estomacal Bebidas não-alcoólicas 19-22
• Colagogo, colerético Doces 22-27
• Tônico estimulante, cardíaco
• Anti-séptico, bactericida.

Ingredientes Ativos • Principais componentes: No caule: anetol, α-pineno, eugenol, funchol,


miristicina. Nas sementes: α-pineno, limoneno, fenchol, anetol, cineol,
cumarinas e furanocumarinas.
• Monoterpenos: α-pineno, limoneno. Álcoois monoterpênicos: fenchol ;
Fenóis: Metil-chavicol, cis-anetol, trans-anetol; Aldeídos: anisaldeído.
Cetonas: Fenchona, cânfora. Cumarinas e Furanocumarinas.
• Evitar uso oral em doses terapêuticas
• Concentração máxima de uso tópico: 2%

Reações Adversas • Não aplicar em doses terapêuticas durante gravidez, lactação ou em crian-
ças pequenas.

Indicações • Amenorréia, oligomenorréia.


• Dispepsias, colite espasmódica, aerofagia, flatulência, indigestão
• Problemas cardiovasculares, palpitações.
• Asma, bronquite, congestão pulmonar (++)
• Paralisia, dores lombares.
• Tratamento da candidíase

Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and
Drug Administration)

O óleo essencial de erva-doce é praticamente composto de puro anetol, com traço de


limoneno e felandreno. Tem pouca utilidade como agente terapêutico, sendo praticamente
usado apenas na indústria alimentícia como aromatizante de balas e doces.

152
155
Anethum graveolens

O endro é também conhecido


como aneto, ou ainda pelo nome
inglês dill, como é mais
identificado no Brasil. É originário
do sul da Europa, Oriente Médio e
norte da África. Utilizado desde o
tempo dos gregos e romanos,
durante a Idade Média
acreditava-se que tinha poderes
mágicos e por isso era usado

Endro
contra bruxaria. Era também
considerado um componente
importante em poções
(Anethum graveolens, L.) afrodisíacas. O nome dill se
origina do nórdico dilla
significando calmante ou
conforto, uma definição
apropriada para as suas
propriedades terapêuticas.
157

Propriedades clinicamente • Expectorante, mucolitico (+++);


comprovadas • Colagogo, colerético (+++)
• Eupéptico (+)
• Anticoagulante (+)

Ingredientes Ativos • Monoterpenos: Limoneno, α-felandreno, paracimeno; Cetonas: carvona,


A planta também é muito conhecida pela sua presença, desde a Antigüidade, no molho iso e didro-carvonas; Cumarinas: umbeliferona; umbeliprenina.

de pickles. Isso remonta ao tempo em que não havia refrigeração e as conservas eram
Reações Adversas • O óleo essencial é abortivo e neurotóxico: não aplicar o óleo essencial de
preservadas em vinagre. Acreditava-se que o dill conferia proteção extra ao produto. dill em doses terapêuticas em bebês, crianças e mulheres grávidas.
Planta herbácea, o dill desenvolve até alcançar cerca de 50-80 cm de altura, bastante
semelhante à erva-doce. A cultura requer solos bem drenados e pleno sol. O dill pode ser Indicações • Bronquite aguda com catarro (+++)
• Insuficiência hepato-biliar (++), dispepsias (+)
plantado o ano inteiro em locais livres de geada. A propagação se dá através de sementes,
• Diminuição do risco de enfarto (+)
e a colheita ocorre após 4-5 meses da semeadura, quando os frutos estão desenvolvidos,
mas ainda não adquiriram a cor marrom. Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and
Drug Administration)

Aroma
Culinária

O óleo essencial de dill pode ser obtido a partir das sementes ou das folhas da planta. O
ENDRO GOTAS DE AROMATIZANTE /
último tem maior importância comercial. 100g DE ALIMENTOS
Para produzir o óleo essencial das folhas maduras e secas, elas devem ser colhidas exa-
Bebidas alcoólicas 42-49
tamente no ponto anterior à maturidade das sementes. A extração é feita através de des- Massas 19-22
tilação. O maior produtor e consumidor de óleo essencial de dill são os Estados Unidos e Condimentos 101-274
Azeites 23
praticamente toda a produção deste óleo essencial é destinada ao abastecimento da indús-
Sorvetes 4-5
tria de pickles. Gelatinas 19-25
O óleo essencial das folhas de dill têm coloração amarelo-pálida, enquanto que as Molhos 67
Balas 1
sementes possuem coloração amarelo-amarronzada, com importante nota doce-picante e
Carnes 18-25
apimentada, lembrando o aroma de menta e de citrus, porém com uma nota de fundo a Bebidas não-alcoólicas 2-3
mais, semelhante à da noz-moscada. O sabor é quente e levemente ardente. Salgadinhos 200-300
Doces 7-8

Saúde
Embora imensamente utilizado pela indústria de pickles norte-americana, o óleo es-
O óleo essencial é tradicionalmente usado como agente antiinfeccioso, antibacteriano sencial de dill é muito pouco empregado fora dela, mas apresenta bastante potencial
e no tratamento de bronquites. aromático para diversas outras finalidades.

156
159
Cymbopogon spp

Erva

cidreira
(Cymbopogon citratus, DC. e
Cymbopogon flexuosus, L.) Acredita-se
que a planta seja
originária do
Ceilão e parte da
Índia Oriental, mas
hoje somente
temos
conhecimento da
planta
domesticada,
que
é cultivada
em regiões
tropicais de
todo o mundo.
161

Trata-se de uma típica planta tropical, necessitando portanto de clima quente, com Propriedades clinicamente • Óleo negativo (relaxante)
comprovadas • Tônico digestivo (++)
temperatura ideal entre 25-30°C e úmido, condições encontradas basicamente entre os
• Vaso-dilatador (+++)
trópicos de Câncer e Capricórnio. Vale ressaltar que o sistema radicular da planta é essen- • Antiinflamatório (++)
cialmente superficial e a planta esgota rapidamente o solo no local de plantio. Normal- • Sedativo (+++)
• Antiviral (+++) eficiente contra o vírus causador da herpes
mente isso se traduz em cultivos que dificilmente ultrapassam 4 a 5 anos de duração. Pelo
• Antifúngico ( na concentração mínima de 2,5%)
mesmo motivo a planta não tolera muita insolação direta sem presença de umidade, ou
seja, além do efeito de crescimento lento, não há produção relevante de óleo essencial Benefícios Psico-emocionais • Pode melhorar o problema de falta de atenção, fadiga mental

nestas condições. No mais, é uma planta extremamente fácil de cultivar, sendo propagada • Dores de cabeça
• Usado como calmante
por divisão de touceira. Uma touceira adulta é capaz de fornecer cerca de 100 mudas, que
• Diminuição da irritabilidade
nada mais são do que perfilhos com cerca de 10 cm destituídos das folhas, para evitar a
evapotranspiração e aumentar as chances de pega no transplante. A cultura de erva-cidreira Ingredientes Ativos • Óleo essencial é principalmente composto por Monoterpenos: citral (39%),
é muito modesta nas exigências nutricionais se comparada a quase todas as outras plantas neral (12%), geranial (26%), fotocitrais, epifotocitrais. Sesquiterpenos (18%):
α-farneseno, α- e β-cariofileno, germacreno, ar-curcumeno, mirceno. Ál-
aromáticas. Colhe-se até 3 vezes ao ano, o que pode representar cerca de 80kg de óleo
coois Monoterpênicos (15-16%): α-terpenol, citronelol, nerol, geraniol.
essencial por hectare por ano. Ésteres terpênicos (6%); acetato de geranila, acetato de nerila e limoneno
(6%), Sesquiterpenois (4-5%), Álcoois alifáticos (1-1,5%), cineol,
epoxicariofileno, óxidos de beta-cariofileno, furanocumarinas, etc.

Aroma Reações Adversas • Em alta dose, o óleo essencial se comporta como neurotóxico, sendo que
seu uso prolongado provoca irritação gástrica.
• O emprego de óleo essencial em cosmética pode provocar hipersensibilidade
O óleo essencial de erva-cidreira tem coloração amarela, com odor fresco-herbáceo
dérmica.
muito forte, lembrando limão, e sabor amargo e pungente.
A principal aplicação do óleo essencial de erva-cidreira está como precursor natural de Indicações • Insuficiência digestiva e hepática (++)
• Celulite ( ++)
vitamina A e outros produtos a partir do seu principal componente, o citral.
• Artrite (+)
Devido ao seu baixo custo, o óleo essencial de erva-cidreira dificilmente é adulterado. • Neurastenia (+++)

Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food and

Saúde Drug Administration)

O óleo essencial de erva-cidreira é tradicionalmente usado pela atividade antiespas- Culinária


módica, eupéptica, carminativa, anti-histamínica, anti-séptica, antifúngica, analgésica lo- ERVA- GOTAS DE AROMATIZANTE /
CIDREIRA 100g DE ALIMENTOS
cal e sedativa. O óleo essencial tem sido mencionado como útil frente a patógenos causa-
Bebidas alcoólicas 3-4
dores de cáries dentárias.
Massas 11-15
Azeites 15
Sorvetes 4-6
Gelatinas 5-8
Carnes 1
Bebidas não-alcoólicas 2-4
160 Doces 8-13
163

Considerada pelos gregos e


Apium graveolens

romanos na Antigüidade como


planta afrodisíaca, anti-reumática
e diurética, já era cultivada
desde então.

Salsão
(Apium graveolens, L.)
165

É uma planta anual arbustiva, com cerca de 60 cm a 1 m de altura, que prefere tempe- Saúde
raturas amenas e solos bem drenados. Propagada através de sementes, tem um ciclo relati-
vamente longo, de seis ou sete meses antes da colheita. O óleo essencial de salsão é tradicionalmente usado pelas propriedades afrodisíaca,
diurética e anti-reumática
Aroma
Propriedades e • Antiespasmódico (++)
O óleo essencial de salsão é obtido a partir da destilação das sementes ou da planta • Estimulante renal e hepático (+++)
Modo de Ação
como um todo. Quando extraído a partir das sementes, possui coloração amarelo-pálida, • Antiinflamatório

com aroma doce-picante, semelhante ao cheiro da semente. O óleo essencial das sementes Ingredientes Ativos • Monoterpenos (>60%): limoneno, α- e γ-terpinenos, trans-ocimeno,
de salsão é um dos aromas mais difusivos e penetrantes dentre todos os que se encontram paracimeno; Sesquiterpenos: selinene; Álcoois monoterpênicos: α-
no mercado. Isso significa que normalmente vamos utilizá-lo em concentrações muito terpineol; Cetonas: carvona; Ésteres: acetato de cis e trans carvil.

inferiores as dos demais óleos essenciais.


Reações Adversas • Não usar externamente – fotosensibilizante.
É muito usado em perfumaria, mas em quantidades muito pequenas, agregando valor
às fragrâncias florais e à base de lavanda. Indicações • Insuficiências hepato-renais (++)
• Infecções respiratórias (+) e espasmódicas.
O óleo essencial obtido a partir das plantas inteiras tem maior apelo culinário, lembran-
do mais o sabor real da planta. Apesar de possuir menor poder e profundidade do que o Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food and
óleo obtido a partir das sementes, carrega, em contra-partida, maior frescor que o último. Drug Administration)

Cosmética

Culinária
O óleo essencial de salsão é principalmente usado como componente na fragrância de
sabonetes, detergentes e perfumes. O nível de uso é muito baixo, no máximo 0,4%.
SALSÃO GOTAS DE AROMATIZANTE /
(semente) 100g DE ALIMENTOS

Bebidas alcoólicas 7-10


Massas 2-3
Condimentos 9-19
Azeites 2
Sorvetes 3-4
Molhos 5-6
Carnes 12-16
Bebidas não-alcoólicas 4
Sopas 2
Doces 5-6

164
167
Pimpinella anisum / Illicium verum

Apesar do nome e
constituição química
semelhante, o anis e o
anis-estrela são plantas de porte,
aparência e famílias
muito distintas.
Illicium deriva do latim

Anis e illico, que significa atração


(referindo-se a fragrância
da planta). Não temos referência

Anis estrela da origem do nome anis.

(Pimpinella anisum, L. e Illicium verum, L.)


169

O anis é uma planta nativa da Ásia menor, Ilhas Gregas e Egito e é utilizada desde a Saúde
Antigüidade. Nas Ilhas Gregas o anis é cultivado há cerca de 2 mil anos. Os egípcios usavam O óleo essencial de anis é tradicionalmente usado pelas propriedades carminativa,
essa erva para aromatizar alimentos e bebidas. Foram os romanos que levaram o anis para antiespasmódica, expectorante, estimulante e bactericida.
a França e a Inglaterra e cobriram os campos de Toscana com essa planta, mas foi somente
ÓLEO ESSENCIAL DE ANIS E ANIS-ESTRELA
com Carlos Magno, no século IX, que a planta foi difundida para toda a Europa.
Propriedades clinicamente • Óleo neutro
O anis é uma planta arbustiva de 60-90 cm e ciclo anual. Prefere clima quente e solos • Estrogênico (+++), Emenagogo, galactogênico
comprovadas
bem drenados. A propagação se dá através de sementes. O ciclo da planta é de 120-130 • Antiespasmódico neuromuscular (+++)
dias. A colheita se dá quando as sementes estão desenvolvidas, mas ainda verdes. Arran- • Carminativo (++)
cam-se as plantas, que são postas a secar ao sol. Em uma semana, aproximadamente, as • Colagogo, colerético
• Anti-séptico, bactericida e vermífugo
sementes estão secas. O rendimento é cerca de 200 a 500 kg de sementes secas por hectare.
O óleo essencial é extraído a partir das sementes, através da destilação por arraste a vapor. Ingredientes Ativos • Fenol- metil-ésteres: Trans-anetol
O anis-estrela é uma árvore de pequeno porte originária da China. Os frutos em forma
Reações Adversas • Não deve ser ingerido oralmente em doses terapêuticas.
de estrela são secos e o óleo essencial deles é extraído. O anis-estrela não é cultivado no
• Não deve ser usado em mulheres grávidas e crianças.
Brasil, mas seus frutos são facilmente encontrados no mercado.
• Concentração máxima de uso tópico: 2,5%

Aroma Indicações • Amenorréia e oligomenorréia (+++)


• Dispepsia, gastralgia, colite, aerofagia, flatulência, indigestão
O óleo essencial de anis é de coloração transparente ou amarelo-pálida de aroma in-
• Asma, bronquite e congestão pulmonar
tensamente doce e reminescente da planta. O sabor é também doce, mas ao mesmo tempo • Paralisia, dores lombares
bastante poderoso.
O óleo essencial do anis-estrela possui coloração amarelo-pálida com forte odor de Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
anetol tal qual o próprio anis. Como ambos os óleos têm altíssimo conteúdo de anetol and Drug Administration)
(acima de 90%) costumam ser confundidos. Muitas farmacopéias aceitam o intercâmbio
entre esses óleos, desde que os testes sejam feitos. Culinária
O óleo de anis e do anis-estrela são principalmente usados em aromas alimentícios. É um O óleo essencial está presente em praticamente todas as categorias de alimentos, incluin-
importante ingrediente de alguns licores, o “raki” - a bebida nacional turca - e derivados do do bebidas alcoólicas e não-alcoólicas, sobremesas, balas, gelatinas e carnes.
tabaco. Seu uso tem diminuído com o tempo, pela oferta do produto sintético anetol, o ANIS GOTAS DE AROMATIZANTE /
principal componente do óleo de anis, que também responde por boa parte da adulteração 100g DE ALIMENTOS
deste óleo essencial. Bebidas alcoólicas 170-228
Massas 65-72
Cosmética Gomas de Mascar 72-883
Condimentos 72
A principal aplicação na indústria cosmética do óleo essencial de anis é decorrência da
Sorvetes 18-24
sua propriedade de mascarar odores desagradáveis de alguns componentes químicos pre- Gelatinas 16-18
sentes em pasta de dentes, perfumes, detergentes e cremes. O perfume Absinto, da Água de Balas 199-502
Cheiro, provavelmente usa o óleo essencial de anis como um dos seus componentes. O uso Carnes 4-11
Bebidas não-alcoólicas 10-12
máximo recomendado se situa na faixa de 0,25%.
Doces 204-272

168
171

É um arbusto pequeno originário


do Mediterrâneo, conhecido
desde a antiga Roma.
Satureja spp

Segurelha
(Satureja hortensis, L. e Satureja montana, L.)
173

A espécie hortensis é anual e colhida cerca de 120 dias após plantio. A espécie montana, Culinária
também conhecida como segurelha de inverno, é planta perene e resiste a geadas.
O aroma da segurelha assemelha-se ao do tomilho, porém é mais amargo e penetrante. O óleo essencial está presente em praticamente todas as categorias de alimentos, incluin-
do bebidas alcoólicas e não-alcoólicas, sobremesas e carnes.
Aroma
SEGURELHA GOTAS DE AROMATIZANTE /
O óleo essencial possui coloração amarelo-clara, quase incolor, com cheiro fresco, me- 100g DE ALIMENTOS

dicinal, lembrando a salvia e o tomilho, mas com mais contundência. O sabor é muito Massas 70-105
Condimentos 64-149
pungente, amargo, queimante, assim o aroma somente pode ser usado em pequenas con-
Carnes 60-143
centrações. A indústria normalmente utiliza em molhos, enlatados, pickles, vinagres, etc. Doces 3-4

Saúde

O óleo essencial de segurelha é tradicionalmente usado pelas propriedades anti-infec-


ciosa e como anti-bacteriano de longo espectro.

O oleo essencial é • Atividade espasmolítica, atividade antibacteriana,


tradicionalmente
usado pela

Propriedades • Positivante (estimulante)


• Antiinfeccioso, antibacteriano, antiviral, antiparasitário (+++)
• Tônico estimulante geral

Ingredientes ativos Óleo essencial é composto principalmente por carvacrol (30%),


cimol ou p-cineno (20%), a-terpineno, delta-cariofileno,
terpineol, linalol,borneol etc.
Monoterpenos: α-tujeno, b-pineno, mirceno, α- e g-terpinenos,
paracimeno; Sesquiterpenos: β-cariofileno, bisaboleno;
Alcoois monoterpênicos: linalol, terpineno-1-ol-4,
Fenóis: timol e carvacrol; Compostos nitrogenados: damascenona

Reações adversas • Dermocáustico - Pode causar irritação na pele.

Indicações • Patologias infecciosas (+++)

Comentário • Ó oleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo


FDA (Food and Drug Administration)

172
175
Matricaria recutita

A camomila, acreditavam os antigos


Egípcios, era a cura definitiva para
as dores reumáticas, por isso a
dedicaram ao Sol. Desde os antigos
tempos a camomila tem mantido
uma dupla reputação –
a de curar tanto plantas como
homens. Por isso ao longo do
tempo, como citaram vários autores

Camomila do século XIX, tem sido plantada em


jardins para auxiliar outras ervas, ou
bancos e em gramados, pois

azul caminhar ou descansar sobre a relva


entremeada de camomila ajuda a
manter o calor do corpo e com isso,
(Matricaria chamomilla, L. auxilia no tratamento reumático.
ou Matricaria recutita, L.)
177

Prefere clima frio e seco, sendo tipicamente plantada no Brasil, no inverno. É propaga- Propriedades clinicamente • Tônico digestivo (+)
comprovadas • Antiinflamatório, cicatrizante (++)
da através de sementes e prefere solos arenosos e bem drenados, mas responde bem à
• Antialérgico
adubação. É uma cultura bastante rústica e resistente a pragas. Colhe-se somente as flores • Descongestivo
para produção de óleo essencial, sendo que a colheita se dá na fase em que as pétalas das • Antiespasmódico (++)

flores estejam orientadas para baixo e a coloração do capítulo floral passar de amarelo-
Benefícios psico-emocionais • Redução de stress, insônia, ansiedade
limão para amarelo-ocre. Evita-se a colheita quando as flores estejam com excesso de • Redução da irritabilidade.
umidade (primeiras horas do dia), para impedir a rápida fermentação, e nas horas mais
Ingredientes Ativos • Sesquiterpenos: Camazuleno (<5%), trans-β-farneseno, Germacreno D;
quentes do dia, quando há perda excessiva do óleo essencial por evaporação. A produção
Álcoois Sesquiterpênicos: α-bisabolol, farnesol; Óxidos Sesquiterpênicos:
de óleo essencial gira em torno de 300 a 500g de óleo por hectare. α-óxido de bisabolol.

Reações Adversas • Não conhecidas


Aroma
Indicações • Dermatoses (++)
O óleo essencial de camomila é de coloração azul intensa, viscoso, intensamente doce, • Dispepsia (++)
com uma nota frutal. Sem estar diluído, o odor do óleo essencial é quase intoxicante e • Cistites.

varia com o passar do tempo: vai perdendo a coloração azulada e adquire um aroma seme-
Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
lhante ao tabaco. O sabor é ao mesmo tempo amargo e herbáceo. and Drug Administration)
O óleo de camomila é usado em minutas quantidades em perfumes de alto valor, forne-
cendo uma nota de fundo, duradoura.
Devido ao alto preço e facilidade de aquisição da versão sintética dos principais compo-
Culinária
nentes, o óleo de camomila azul é frequentemente adulterado no mercado. Procure sempre
fornecedores confiáveis de óleos essenciais e prefira óleos com padrão FCC (Food Chemicals
Como aromatizante alimentício, o óleo essencial de camomila é principalmente usado
Codex).
em licores.

Saúde
CAMOMILA GOTAS DE AROMATIZANTE /
AZUL 100g DE ALIMENTOS
O óleo essencial de camomila é tradicionalmente usado como calmante e no tratamen- Bebidas alcoólicas 2
Massas 5-7
to de reações antiinflamatórias.
Sorvetes 2
Gelatinas 3-6
Bebidas não-alcoólicas 1
Doces 4-6

176
Especiarias
e
Frutas
181

Planta nativa das Ilhas Canárias,


era considerada sagrada em
cerimônias para o deus grego
Laurus nobilis

Apolo. Desde a Grécia antiga, a


planta cuja etimologia remonta
a “planta notável sempre verde”
foi considerada um símbolo de
honra ou vitória. No entanto, o
mais famoso ícone do uso da
coroa de louros, Júlio Cesar,

Louro
preferia coroar-se com
uma planta parecida,
o louro Alexandrino
(Laurus nobilis, L.) (Ruscus racemosus), que por
ter folhas mais largas, cobria
melhor sua calvice.
183

Na Idade Média, homens com distinção eram coroados com ramos de louro com frutos
– daí a origem do título acadêmico de “bacharelado”, que vem de baccalaureus (bacco
significa fruto e laureus, louro).
O pé de louro é uma árvore de pequeno porte, que alcança cerca de 10 a 20m de altura
sem poda. Em plantações comerciais, como é anualmente podada drasticamente, seu ta-
manho não ultrapassa os 2m. As folhas têm cor verde escura e são muito aromáticas.
A planta tende a preferir climas sub-tropicais, com chuvas moderadas e longos perío-
dos de sol. É uma árvore bastante rústica. Na Europa o louro frutifica e é propagado por
sementes. No Brasil a planta não frutifica, portanto é necessária a propagação vegetativa,
que pode ser feita por alporquia ou por estaquia com uso de hormônios de enraizamento.
Hoje, o maior produtor mundial de folhas e óleo essencial de louro é a Turquia, onde a
planta também é nativa.
A colheita se dá com ramos e folhas, cerca de uma vez ao ano, normalmente antes da
brota da primavera. No Brasil se produz cerca de 9 toneladas de ramos e folhas por hectare.
Ainda que por motivos econômicos os ramos são destilados juntamente com as folhas, os
ramos fornecem muito menos teor de óleo essencial.

Aroma

O óleo essencial de louro tem cor variando de amarelo claro até verde oliva escuro, com
cheiro fresco, doce, canforáceo, quase medicinal. As notas, bem como o gosto deste óleo
essencial são um tanto picantes. O óleo essencial de louro cultivado no Brasil possui o
cineol como componente majoritário, que fornece o tom fresco, contrário ao óleo vindo da
China, rico em eugenol, que passa um odor mais medicinal, ou seja, transmitindo uma nota
olfativa bastante distinta.

182
185

O óleo essencial de louro é tradicionalmente usado como analgésico, antiinflamatório, Cosmética


agente antimicrobiano, anticonvulsivante e no tratamento de problemas no sistema linfático.
O óleo essencial de louro é principalmente adotado como parte da fragrância utilizada
em cremes, perfumes e sabonetes, normalmente componente importante em fragrâncias
Propriedades comprovadas Óleo negativo (relaxante)
masculinas.
Expectorante (+++), mucolítico
Em perfumes, combina muito bem com outros óleos essenciais de especiarias, óleos
Antiinfeccioso, bactericida
cítricos, sálvia esclarea, alecrim e outros. Produz notas interessantes com olibano e lavanda.
Antiespasmódico
Equilibrante (++)
Anticoagulante Culinária

Ingredientes ativos Os principais componentes do óleo essencial O principal uso comercial do óleo de louro é como aromatizante da indústria de enlata-
são monoterpenos como α-pineno, sabineno,
dos. O sabor é doce e fresco, com uma nota picante, quente e leve. O óleo de louro combina
β-pineno. Sesquiterpenos como β-cariofileno,
extremamente bem com azeite de oliva, compondo uma mistura bastante rica. Associado
α-humeleno. Álcoois: linalol e α-terpineol.
ao tomilho e à salsa, o louro participa do famoso bouquet garni, mais clássico dos condi-
Óxidos: cineol (componente majoritário).
Ésteres: acetato de linalila, de geranila e de mentos franceses.
bornila. Fenóis: eugenol e outros.

Reações adversas Foram reportados problemas de sensibilização LOURO GOTAS DE AROMATIZANTE /


dérmica após uso tópico prolongado (acima
100g DE ALIMENTOS

de 3 semanas) do óleo essencial de louro. Bebidas alcoólicas 1-3


Concentração máxima de uso tópico: 1,5% Massas 7-11
Condimentos 29-86
Confeitaria 2-20
Indicações Estomatite aftosa (++)
Azeites 30-40
Problemas odontológicos (+++)
Gelatinas 1-2
Gripe (+++), Infecções orais (+) Molhos 2-4
Adenite (++) Carnes 29-51
Artrite (+++), Reumatismo osteomuscular Bebidas não-alcoólicas 1-2
Nefrite viral Doces 1-3

Úlcera
Acne
Furúnculo

Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso


alimentar pelo FDA (Food and Drug
Administration)

184
187

O gengibre é atualmente
cultivado em todo o mundo, e
seu nome , com pequenas
variações é praticamente
Zingiber oficinale

semelhante em todos os lugares.


Pelo menos do lado ocidental
pode ser seguramente remetido a
raiz em idioma grego
“zingiberis”. Se em grego nada
representa, no idioma índico
contemporâneo ao grego antigo,
era denominado “singivera”, cuja
frase significava “da forma de um
chifre de veado”, sem dúvida

Gengibre uma descrição apropriada à raiz


de gengibre, cujo cultivo
acredita-se tenha se
(Zingiber oficinale, Roscoe)
originado na China.
189

Pelo menos no que se refere ao gengibre, Marco Polo chegou tarde: o gengibre já havia de extração originalmente feita com solventes. Os aromas são completamente distintos. A
cruzado há muito tempo as fronteiras do Oriente para chegar ao Ocidente. Os gregos pro- viscosidade aumenta e a cor escurece quanto mais velho for o óleo essencial, devido à
vavelmente já o conheciam por causa dos persas e os romanos, por sua vez, por causa dos exposição ao ar (resinificação). Tem odor quente, fresco-amadeirado, lembrando a laranja
gregos. Estes, porém, não faziam muito caso pela planta, tanto que a sobretaxavam de ou capim limão no início, nas notas de entrada. As notas de corpo são doces e pesadas,
forma radical. Foi preciso esperar as Cruzadas para ver o gengibre se popularizar por toda quase florais, e as balsâmicas prevalecem a seguir.
a Europa. Num dado momento, o gengibre chegou a ser mais utilizado do que a pimenta O sabor é quente e picante, cítrico, mas não há pungência nos óleos essenciais de
como condimento preferencial. gengibre. A pungência, cujo componente principal chama-se zingerona, encontra-se na
No Tratado Universal das Drogas Simples, publicado por Nicolas Lemery no sec. XVII, são óleo-resina (extraída com solventes) e não no óleo essencial extraído com vapor d’agua.
exaltadas as propriedades afrodisíacas do rizoma do gengibre. Em 1880, no livro O Labora- Um fato curioso sobre o gengibre é a sua identificação química. Na década de 70 acre-
tório, bíblia de cabeceira dos farmacêuticos da época, o autor, Dorveau, aconselhou o uso ditava-se que o gengibre possuia não mais do que 20 componentes. Na década de 90
de gengibre para aumentar o desejo sexual. falava-se em 200 e atualmente já foram identificados mais de 500 componentes. Ou seja,
Hoje, o gengibre perdeu um tanto do seu prestígio de antigamente. Porém continua cada vez que a evolução tecnológica consegue ampliar a resolução dos aparelhos de aná-
sendo consumido em larga escala pelos países orientais, e em alguns casos de bebidas, lise cromatográfica (GC-MS), são descobertos mais componentes escondidos no óleo de
também mantém importância no lado ocidental. gengibre. A natureza ainda guarda muitos segredos…
Por ser planta tropical, a produção mundial está particularmente restrita aos trópicos
de Câncer e Capricórnio. A planta precisa de alta quantidade de insolação e pluviosidade
(2500-3000 mm/ano) e temperaturas no solo da ordem de 25-30º C. Cosmética
O gengibre é normalmente propagado a partir de pedaços de 2-5 cm dos rizomas colhi-
dos na safra anterior, que apresentem ao menos uma gema forte. Existem mais de 100 vari- O óleo essencial de gengibre é usado em perfumaria para introduzir calor e certas
edades de gengibre. Há, portanto, inúmeras variações nos teores e qualidades de óleo essen- nuances de doce picante, que normalmente são requeridas em bases de perfumes orientais.
cial, principalmente em função do local de produção, tratos culturais, época da colheita, etc. O óleo essencial de gengibre combina bem com óleo de pau-rosa, cedro, coentro, etc.
São produzidos cerca de 20-30 toneladas de gengibre fresco por hectare por ano. Mais Em massagens, o óleo essencial de gengibre é muito usado no tratamento de dores
de 85% do rizoma é constituído de água. A produtividade de óleo essencial é de 1 a 3 kg reumáticas, musculares, resfriados e doenças digestivas. Os perfumes Homme.com e Carpe
por tonelada de gengibre fresco colhido. Diem, do Boticário, bem como Natura Homem, da Natura, usam o óleo essencial do gengi-
O óleo essencial de gengibre pode ser extraído de raízes secas ou frescas, com ou sem uso bre como componente da fragrância masculina.
de solventes. Cada caso se traduz num tipo de óleo aromaticamente distinto dos demais.

Saúde
Aroma
O óleo essencial de gengibre é tradicionalmente usado como antiinflamatório, no tra-
A cor do óleo essencial de gengibre vai de amarelo claro, quase transparente até mar- tamento contra úlcera, enxaqueca, doenças reumáticas, redução de náusea, e no trata-
rom escuro opaco. O primeiro é característico de destilação de plantas frescas e o segundo mento de artrite.

188
191

Propriedades clinicamente • Tônico digestivo, carminativo (+++) Nos aromas, traços de óleo essencial de gengibre fornecem um aspecto interessante ao
comprovadas • Tônico sexual, afrodisíaco (+++)
morango, abacaxi e principalmente artigos de confeitaria: biscoitos e bolos, onde a pungência
• Analgésico (++)
• Expectorante (+) não é fator preponderante. Em bebidas alcoólicas, o gengibre é o traço importante para dar o
• Antiemético tom fresco, herbáceo de alguns licores. A Ginger Ale, bebida não-alcoólica muito popular na
• Colagogo
América do Norte leva óleo essencial de gengibre, óleoresina de gengibre, óleo-resina de
• Hipotensor
• Hipocolesterolêmico paprika e óleo essencial de laranja doce como componentes aromáticos. O óleo essencial de
• Hipoglicemiante suave gengibre combina bem com óleos essenciais de frutas cítricas na composição de aromas.
• Antitusígeno
• Anticonvulsionante e rubefaciante (em uso tópico)

Benefícios Psico-emocionais • Afrodisíaco


• Fadiga mental
GENGIBRE GOTAS DE AROMATIZANTE /
• Debilidade
100g DE ALIMENTOS
• Recuperação da memória
Bebidas alcoólicas 5-6
Ingredientes Ativos • Os principais componentes do óleo essencial de gengibre são Sesquiterpenos: Massas 9-15
α-zingibereno, α-bisaboleno; Monoterpenos: α-pineno, canfeno, mirceno, Condimentos 5-8
Óxidos: cineol, Álcoois: linalol e outros componentes como borneol, β- Azeites 60-80
falandreno, geranial, etc. Sorvetes 9-12
Gelatinas 10-15
Reações Adversas • O óleo essencial de gengibre pode causar dermatite em algumas pesso- Balas 7-18
as, bem como provocar arritmias cardíacas se consumido em grandes Carnes 5-8
quantidades. Bebidas não-alcoólicas 2-4
Doces 7-11
Indicações • Inapetência, dispepsia e constipação (+++)
• Disfunção erétil (+++)
• Reumatismo (++)
• Bronquite crônica (+)

Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
and Drug Administration)

Culinária

Especiaria ambígua, o gengibre realça tanto o salgado quanto o doce. Na Inglaterra, na


hora do chá, biscoitos, bolos, tortas, doces e pães de mel demandam gengibre. No Japão, o
Sushi é acompanhado pelo gari, gengibre marinado e caramelado.

190
193

A pimenta-do-reino é o tempero
mais importante comercializado
no mundo.
A palavra pimenta é de origem
Piper nigrum

Pimenta
sânscrita, pippali. Existem
referências sobre o poder
medicinal da pimenta-do-reino


há pelo menos 3 mil anos.

do

reino
(Piper nigrum, L.)
195

A pimenta preta é obtida a partir do fruto seco, colhido ainda verde, enquanto o fruto Saúde
de pimenta branca é separada do mesocarpo já maduro e antes da secagem.
A planta é nativa da Índia, mas é hoje cultivada em muitos países, inclusive no Brasil. O óleo essencial da pimenta é tradicionalmente usado como agente contra anginas,
Trata-se de uma trepadeira lenhosa, que cresce até cerca de 4 a 6 m de diâmetro de copa. insuficiências hepato-pancreáticas (+++), desordens estomacais, problemas digestivos, la-
A planta se desenvolve particularmente bem no clima tropical úmido, sendo porém muito ringites e bronquites, estimulante, dores reumáticas(++), febre (+) e disfunção sexual.(+)
importante seu cultivo em solos com boa drenagem. A planta é sempre propagada através
de estacas.
Propriedades clinicamente • Redução da dependência tabagística (+++)
Do segundo ao quarto ano, o rendimento da pimenteira é de 2 a 3 kgs por pé de
comprovadas • Expectorante (+++)
pimenta preta. Depois do quarto ano a produção se eleva para 4 a 5 kgs. O rendimento de • Estimulante das glândulas digestivas (+++)
um hectare, cultivado adequadamente, chega a 4 a 5 mil kilogramas de frutos. • Afrodisíaco (+)
• Antitérmico (+)
A pungência, bem como o teor de óleo essencial da pimenta-do-reino, decresce com a
maturação do fruto, portanto produtos obtidos de pimentas maduras apresentam menos Ingredientes Ativos • Monoterpenos: α e β-pinenos, Sesquiterpenos: β-cariiofileno, α-
pungência e menos óleo essencial. Cabe ressaltar que assim como o gengibre, o óleo essen- humuleno, α-gaieno, α e β-selinenos; β-elemeno, β-bisaboleno. Álcoois
terpênicos: terpineno-1-ol-4, a-terpineol, linalol, trans-pinocarveol,
cial não traz a pungência do fruto.
transcarveol. Fenóis: paracimeno-8-ol, carvacrol. Cetonas:
A colheita é feita manualmente, colhendo-se espiga por espiga durante cerca de dois dihidrocarvona; Aldeídos: piperonal; Ácidos: ácido piperonilico.
meses. No Brasil, a época da colheita se inicia em agosto. Para a pimenta preta, os frutos • O óleo essencial é conhecido pelas propriedades antiflatulentes e
diuréticas, também como agente antimicrobiano e inseticida. Presume-se
são colhidos ainda verdes, cuja cor é amarelada, enquanto que para a pimenta branca, os
que influencia o fígado, várias funções metabólicas e atividades
frutos devem estar maduros, ou seja, de cor vermelha. Creio que a terminologia não pode- lipolíticas.
ria ser mais confusa.
Reações Adversas • Não são conhecidas reações adversas relacionadas ao uso do óleo essencial.

Indicações • Anginas, insuficiências digestivas e hepatopancreáticas (+++)


Aroma • Laringite, bronquites crônicas.
• Dores reumáticas (++)
• Febre (+)
Apenas uma pequena quantidade da pimenta cultivada no mundo é destinada à produ-
ção de óleo essencial. Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
and Drug Administration)
O óleo essencial é um líquido incolor ou esverdeado cujo aroma é característico da
pimenta. O óleo se torna mais viscoso com o passar do tempo. Seu odor é fresco, amadeirado-
seco, picante. O sabor do óleo essencial de pimenta é simples, amadeirado, em altas con-
centrações chega a ser amargo. O óleo contém vários elementos, tais como pineno, limoneno, Cosmética
piperonal e felandreno.
O óleo essencial de pimenta é usado tanto na indústria alimentícia como cosmética, Na perfumaria e cosmética, o óleo essencial da pimenta-do-reino garante efeitos inte-
sendo que a primeira prefere a utilização de óleo-resinas, devido à sua pungência. A prin- ressantes, principalmente quando misturado ao eugenol ou iso-eugenol (contido no cravo-
cipal aplicação do óleo essencial de pimenta-do-reino é como agente modificador de ou-
tros óleos essenciais de condimentos, quando a pungência não é necessária.

194
197

da-índia, manjericão e outras plantas). Embora o felandreno seja um dos principais compo-
nentes do óleo essencial e sintetizável, o felandreno sintético não consegue substituir o óleo
de pimenta nestas misturas.
Infelizmente o óleo essencial de pimenta-do-reino é frequentemente adulterado com
óleo de copaíba, aroeira-pimenteira e outros, sendo fundamental conhecer a procedência do
produto, antes de adquirí-lo. Procure sempre fornecedores confiáveis de óleos essenciais e
prefira óleos com padrão FCC (Food Chemicals Codex).

Culinária

A pimenta-do-reino é o condimento mais usado tanto na cozinha oriental como ociden-


tal, na indústria de carnes, enlatados e salsicharia.

PIMENTA- GOTAS DE AROMATIZANTE /


DO-REINO 100g DE ALIMENTOS

Bebidas alcoólicas 8-9


Massas 8-10
Condimentos 14-26
Azeites 30-60
Sorvetes 12-14
Gelatinas 7-8
Sopas 4-8
Carnes 68-83
Bebidas não-alcoólicas 4-5
Vegetais Processados 1
Doces 4-5

196
199
Schinus terebinthifolius

A pimenta rosa é o fruto


da Aroeira-Pimenteira,
também conhecida como
Aroeira-Vermelha,
ou Pimenta Brasileira.
É uma planta nativa do sul
do Brasil. É provavel que tam-
bém seja originária do Peru, onde
foram encontrados

Pimenta fragmentos dos frutos em ruínas,


datados de pelo menos
2 mil anos atrás.

rosa
(Schinus terebinthifolius, Raddi)
201

Trata-se de uma árvore de pequeno porte, atingindo no máximo 6 metros de altura, Cosmética
extremamente prolífica e competitiva. Os frutos possuem coloração rosa-avermelhada, por
isso também são chamados de pimenta-rosa, ou “pink-pepper”, e “poivre rose” no exterior. Externamente, o óleo essencial da Aroeira-Pimenteira é utilizado na forma de loções, gels
Em viveiros, a pimenta-rosa floresce e frutifica já no primeiro ano de vida, e sua alta capaci- ou sabonetes, sendo indicado para limpeza de pele, urticárias, acne, manchas, desinfecção
dade de adaptação permite que seja viável seu plantio nos mais diversos ambientes e de ferimentos, micoses e para banho.
ecossistemas do país. O óleo essencial é obtido a partir da destilação dos frutos da Aroeira.

Culinária
Aroma
A pequena semente do fruto da Aroeira-Pimenteira, redondinha e lustrosa, é particular-
mente usada para acrescentar sabor e refinamento aos pratos da culinária universal. Com
O óleo essencial é de coloração pálida-esverdeada, com notas frescas, amadeiradas-
sabor suave, apimentado e bela aparência, tem sido usada na moderna culinária , em todo o
apimentadas, com nuance de tabaco. O sabor é picante, mas não pungente. A aplicação do
mundo. Ainda que utilizada para temperar carne suína na França, ou massas na Itália, a
óleo essencial é ainda algo inédito na culinária.
pimenta rosa é especialmente apropriada para a produção de molhos que acompanham as
carnes brancas, de aves e peixes, por não abafar o seu gosto sutil.
Introduzida na cozinha européia, com o nome de Aroeira Poivre Rose, a pimenta rosa
Saúde
acrescentou um gostinho tropical à nouvelle couisine. É importante não confundir a pimen-
ta-rosa, com a pimenta do reino rosa, proveniente de espécie completamente distinta, e
O óleo essencial é Pela ação antimicrobiana contra vários tipos de nicrorganismos,
tradicionalmente usado bem como atividade repelente contra a mosca doméstica. É conhecida pela também com sabor e odor distintos.
ação regeneradora dos tecidos e é útil em escaras,
queimaduras e problemas de pele.

Ingredientes Ativos Os principais componentes do óleo essencial são: Monoterpenos:


α-pineno, β-pineno, canfeno, sabineno, α-felandreno,
β-felandreno, limoneno, para-cimeno, terpinoleno e
Sesquiterpenos: β-cariofileno.

Reações Adversas No óleo essencial foi detectado a presença de Cardanol, substância


causadora de dermatite alérgica em pessoas sensíveis,
após relativamente longo período de latência.

Indicações • Indicado para tratamento de disturbios respiratórios


• Eficaz contra micoses, candidíases, tratamento antiviral.
• Importante agente bactericida ++
• Regenerador de tecidos

200
203

O alho é conhecido há milênios,


com citações à sua mágica
Allium sativum

culinária e terapêutica desde o


tempo da construção das pirâmi-
des do Egito. Os romanos carre-
garam a planta por todos os
cantos do império, ajudando a
difundir suas propriedades por
quase todas as civilizações do
velho continente e da Ásia.

Alho
(Allium sativum, L.)
205

O alho é uma planta herbácea, que alcança 50-60 cm de altura, conforme a variedade. Saúde
O alho não desenvolve sementes e sua reprodução é feita a partir dos bulbilhos (“dentes”),
que nada mais são do que gemas muito desenvolvidas e ricas em reservas de nutrientes. A O óleo essencial é tradicionalmente usado como agente anti-hipertensivo, no tratamento
temperatura ideal para desenvolvimento do alho é de 13 a 24ºC, dependendo da variedade. de úlceras, verminoses e conhecido pela ação protetora contra a ingestão de gorduras.

Mas é fundamental que em alguns períodos a temperatura caia abaixo de 15ºC, para esti-
Propriedades clinicamente • Antiinfeccioso, antibacteriano (++)
mular a formação de bulbos. O alho também precisa de solos leves, bem drenados, ricos em comprovadas • Vermífugo (+++)
matéria orgânica para o seu pleno desenvolvimento. • Antiagregante plaquetário (++)
• Antilipêmico (++)
• Estimulante da tireóide (++)

Aroma Ingredientes Ativos • Dialila-disulfida (60%), Dialila-trisulfida (20%)

O óleo essencial de alho é obtido a partir da destilação por arraste a vapor dos dentes Reações Adversas • Não usar externamente. Produto dermocáustico.

triturados de alho fresco, retirados dos bulbos da planta Allium sativum, cultivada mundial-
Indicações • Infecção respiratória (+)
mente. • Verminoses (+++)
O óleo essencial de alho tanto pode ser incolor, como amarelo pálido ou vermelho • Hipertensão (+)
• Antilipêmico (++)
intenso (no caso das variedades cultivadas no país) e contém forte odor, reminescente de
• Tratamento de úlcera estomacal
alho, mas com uma nota semelhante ao mercaptano, que mascara o resto do aroma da
planta. O óleo essencial não é lacrimejante, mas é simplesmente tão obnóxio que afugenta Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food

até os maiores entusiastas do odor do alho. Se os aromistas e farmacêuticos tivessem uma and Drug Administration)

idéia do nível de sofrimento que os funcionários de uma destilaria passam para destilar o Culinária
óleo essencial, provavelmente parariam de reclamar do preço do produto e apreciariam
O óleo essencial de alho é popularmente usado como componente saborizante em grande
ainda mais o óleo essencial.
gama de produtos, incluindo bebidas não-alcoólicas, sobremesas, doces, massas, gelatinas,
Um aminoácido chamado aliina é encontrado em algumas células do bulbo quando
condimentos, molhos, carnes, azeites, salgadinhos e outros alimentos.
inteiro. A aliina é um composto praticamente inodoro. Em outras células do bulbo não
danificado encontramos uma enzima capaz de transformar a aliina em alicina, exatamente ALHO GOTAS DE AROMATIZANTE /
100g DE ALIMENTOS
a molécula que confere o odor característico do alho. Durante o processo de destilação a
Massas 3-4
alicina é infelizmente convertida em outras substâncias sulfídicas que acabam participan- Condimentos 14
do do óleo essencial, mas que não permanecem no alho triturado, ou seja o óleo essencial Azeites 60-80
Sorvetes 1
não é exatamente representante do aroma do alho fresco triturado. Por isso, o óleo essen-
Gelatinas 1
cial do alho, para fins de culinária, acaba perdendo espaço para o alho em pó desidratado. Molhos 4-6
Por outro lado, no segmento cosmético, não imaginamos alguém procurando uma fra- Carnes 9-14
Bebidas não-alcoólicas 1-2
grância que lembrasse o aroma do alho, a não ser que tivesse realmente preocupado em
Salgadinhos 2-4
espantar vampiros. Doces 1-2

204
207
Syzygium aromaticum

A palavra cravo deriva do


vocábulo francês “clou”, que
significa prego, pois o botão
floral após seco tem a aparência

Cravo
de um prego. Originário das Ilhas
Molucas, na Indonésia, o cravo é
conhecido na Índia e China por


mais de 2 mil anos. Desde então
é usado para combater o mau-
hálito ou como afrodisíaco.

da

índia
(Syzygium aromaticum, L. ou
Eugenia cariophylata, Spreng)
209

• Cistites (+++)
• nefrite viral, nevralgias (+)
O craveiro é planta da família das mirtáceas, a mesma do eucaliptus, jaboticabeira,
• Parasitoses cutâneas, acne infecciosa
goiabeira e a pitangueira, todas muito aromáticas. O craveiro é propagado por sementes • Sinusite, bronquite, tuberculose (++)
que têm curta viabilidade. Para se obter sementes propícias à semeadura, os frutos madu- • Desregulação hormonal
ros são colhidos e postos a fermentar em água por 3 dias. Separam-se as sementes da • Artrite reumatóide
polpa, que são a seguir semeadas em local sombreado. O prazo para germinação é em
Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
torno de quatro semanas. As mudas permanecem na sementeira por 9 a 12 meses, quando and Drug Administration)
são transplantadas para o local definitivo. O craveiro requer clima quente e úmido, com
abundância de chuvas e baixa altitude (menor que 300m). Prefere solos férteis. A planta
Cosmética
não requer poda e cresce livremente, mas quanto mais baixa a copa, no entanto, mais
O óleo de cravo-da-índia é usado frequentemente em perfumaria, devido às suas notas
facilitada se torna a colheita. A produção de flores se inicia no 5º ano, mas comercialmente
doces-picantes, mas a maior parte do óleo essencial de cravo vai diretamente para o ramo
somente se torna viável entre o 10º e o 15º ano.
de aromas. Nos perfumes, o óleo de cravo combina com rosas e outras fragrâncias florais,
pois justamente contribui com a nota necessária para dar o corpo ao perfume. O perfume
Aroma
clássico Rondeletia é baseado na combinação entre os óleos essenciais de cravo e de lavanda.
O óleo essencial do cravo é obtido a partir da destilação dos botões florais da planta
Outras variantes incluem o uso de lavandim, sálvia esclarea, bergamota, pimenta, etc. Ou-
Syzigium aromaticum, cujo sinônimo é Eugenia caryophylata. Os brotos são picados ime-
tros perfumes, tais como Cashmere Bouquet da Colgate e Denim da Unilever, também
diatamente antes da destilação e o rendimento é atipicamente alto – cerca de 15 a 20% de
usam o óleo essencial do cravo-da-índia. O óleo essencial de cravo ainda mistura perfeita-
óleo essencial é extraído com base em peso.
mente com ylang ylang e perfumes orientais normalmente possuem grande quantidade de
óleo de cravo incorporado.
Saúde
O óleo essencial do cravo-da-índia é tradicionalmente usado pela atividade anti-sépti- Culinária
ca, bactericida, fungicida, antiparasitária, antiespasmódica, antiinflamatória e anti-histamínica.
O óleo essencial de cravo é aroma extensivamente usado em grande variedade de ali-
mentos: molhos, pickles, carne enlatada, massas, bolos prontos, misturas prontas. Devido
Propriedades clinicamente • Antiinfeccioso, antibacteriano de largo espectro(+++), antiviral (+++) ao efeito anti-séptico do cravo, o óleo essencial é usado também em enxaguatórios bucais,
comprovadas antifúngico (++), antiparasitário (++), dentrifícios, gomas de mascar, dentre outros.
• Estimulante geral (+++) neurotônico,
• Hipertensivo CRAVO-DA-ÍNDIA GOTAS DE AROMATIZANTE /
• Afrodisíaco. 100g DE ALIMENTOS
• Cauterizante Bebidas alcoólicas 61-79
Ingredientes Ativos • Óleo essencial principalmente composto por eugenol (60-80%), acetato de Massas 15-35
eugenila (2-27%) Condimentos 24-36
• Sesquiterpenos: α e β cariofilenos, α e β humulenos; Ésteres: Acetato de Azeites 8-34
eugenila. Fenóis: Eugenol (70-80%). Óxidos: óxido de cariofileno. Sorvetes 14-16
Reações Adversas • Recomenda-se prudência no uso externo. Gelatinas 9-11
• Concentração máxima de uso tópico: 1% Molhos 3-103
Balas 8-65
Indicações • infecções dentárias (+++), Carnes 51-65
• amidalite (+++) Bebidas não-alcoólicas 5-6
• hepatite viral (+++) Salgadinhos 64-128
• enterocolite viral (+++), Sopas 1-4
• disenteria amebiana (++), Doces 39-55
208 • enterocolite espasmódica (+++)
211
Cinnamomum zeylanicum

A canela é originária do
Sri-Lanka e do sudeste da Índia,
onde ainda vegeta de forma
silvestre. É utilizada como

Canela
condimento desde a Antigüidade,
pelo menos desde o antigo Egito.
Foi utilizada pelos gregos, sendo


uma das grandes motivadoras da
expansão européia, ao lado da
pimenta, a mais cara e cobiçada

do
das especiarias.


ceilão
(Cinnamomum Zeylanicum, Breyn)
213

A planta é uma árvore de 10 a 15 m de altura, mas que através da poda tem seu Na perfumaria o óleo essencial de canela se associa bem às notas orientais-amadeiradas
tamanho reduzido a 2 a 3 m para estimular a brotação de novos ramos e facilitar a colheita. de certos perfumes e a combinação com olibano é bastante conhecida e utilizada. A adição
A canela pode ser propagada por sementes ou por estacas, sendo a primeira mais freqüen- de óleo de canela confere um tom picante, quente e seco aos perfumes.
te. A colheita da casca é sempre efetuada na estação das chuvas.

Saúde
Aroma O óleo essencial é tradicionalmente usado pelos efeitos antiespasmódico,
A canela deve o seu sabor doce, quente e perfumado a um óleo essencial, cujo principal antiinflamatório, antipirético, carminativo, antibacteriano anti-séptico, larvicida, mio-
componente é o aldeído cinâmico. O óleo se localiza principalmente na casca dos ramos, ou relaxante, sedante, anti-hipertensivo e inseticida.
mais precisamente sob ela, na parte interna. O rendimento de ramos secos por hectare gira
em torno de somente 150-200 kg e considerando que geralmente demora ao menos 3 a 4
anos para iniciar a produção, isso explica o preço elevado desta especiaria. Propriedades comprovadas • Óleo essencial positivo (estimulante)
• antiespasmódico,
O óleo essencial de canela pode ser obtido tanto a partir das cascas, como das folhas, • agente antiflatulente
mas a composição dos dois é completamente distinta, tanto quanto diferem os valores • estimulante de apetite.
alcançados no mercado. O óleo essencial da casca é o mais nobre e importante na • Antiinfeccioso, antibacteriano de largo espectro (++++)
• Estimulante (++++)
aromatização de alimentos. O óleo das folhas tem sua importância restrita à prática da • Anestesiante (+)
cosmética e aromaterapia. • Anticoagulante
O óleo da casca de canela é de cor amarelada-amarronzada, de sabor doce e picante. É
Mecanismo de Ação e • O componente aldeído cinâmico é agente estimulante do sistema nervoso
extensivamente adotado na aromatização de alimentos, doces, massas, bebidas, produtos Ingredientes Ativos central em baixas doses e sedativo em altas doses.Também aumenta o fluxo
farmacêuticos e cosméticos. É considerado o mais poderoso dentre os óleos essenciais no sanguíneo, retardando o batimento cardíaco e aumenta o nível de açúcar
quesito anti-séptico. no sangue.
• Fenóis: Aldeído cinâmico, eugenol; Ésteres: benzoato de benzila, cinamato
Infelizmente os principais componentes do óleo essencial da casca da canela são facil- de metila e cumarinas.
mente sintetizados hoje em dia, não sendo surpreendente portanto que o óleo de canela
seja facilmente adulterado (“batizado”). Ainda que o preço alto do óleo essencial não seja Reações Adversas • O óleo essencial da casca de canela pode irritar as mucosas e pode sensibilizar
a pele. Contra-indicado para pessoas alérgicas à canela. Dermocáustico –
uma garantia da sua pureza, a recíproca necessariamente traduz num óleo adulterado, ou evitar a aplicação cutânea.
seja, preço muito baixo é sempre sinônimo de adulteração. Procure sempre fornecedores
confiáveis de óleos essenciais e prefira óleos com padrão FCC (Food Chemicals Codex). Indicações • Infecções, diarréia, febre tifóide, verminose, amebíase (++++)
• Vaginite, oligomenorréia (++)
O óleo essencial das folhas de canela tem coloração amarelo-amarronzada, mas dife- • Impotência masculina (++)
rentemente do óleo da casca, tem o eugenol como componente majoritário (mais de 90%), • Bronquite (+)
da mesma forma que o cravo-da-índia – traduzindo num odor forte e desagradável para • Sonolência, depressão (+)
• Não usar óleo de casca de canela de forma tópica ou oral. Uso somente
muitos. O sabor também fica amargo, pungente, irritante, mas ao mesmo tempo poderoso. como aromatizante de alimentos.
• Concentração máxima do óleo de folha para uso tópico: 3%
Cosmética
Comentário • O óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food
and Drug Administration)

212
215

Culinária A FÓRMULA NÃO AUTORIZADA DA COCA-COLA®

Na aromatização de alimentos, o óleo essencial de canela possui propriedades também Obviamente não temos conhecimento nem permissão para divulgar a fórmula da Coca-
muito interessantes: não somente pelo seu alto poder de mascarar odores e sabores desa- Cola, que diz a lenda, se encontra guardada a sete chaves num cofre bancário em Atlanta

gradáveis de certos alimentos, mas também pelo fato de a canela ser considerada um dos – mas sabemos que alguns componentes são óleos essenciais:
sabores mais apreciados pela população em geral.
Curiosamente, o óleo de canela, combinado com outros óleos essenciais são os compo- • Óleo essencial de canela

nentes principais dos refrigerantes do tipo “cola”, tais como a Coca-Cola e a Pepsi. No • Óleo essencial de lima e limão
caso da Pepsi-Cola, o óleo essencial de canela assume ainda um papel mais importante, • Óleo essencial de laranja

visto que está presente em maior quantidade. • Extrato de baunilha


• Óleo essencial de gengibre (presumido)

CANELA GOTAS DE AROMATIZANTE / Outros componentes majoritários:


100g DE ALIMENTOS
Bebidas alcoólicas 35-43 • Extrato de coca (descocainizado)
Massas 42-70
• Extrato de cola (fonte de cafeína)
Culinária Condimentos 16-21
Azeites 15-30 • Caramelo
Sorvetes 72
Gelatinas 47-55
Molhos 26-40
Carnes 3-16
Bebidas não-alcoólicas 7-14
Vegetais processados 1
Doces 14-29

214
217
Elettaria cardamomum

O cardamomo é originário do sul


da Índia e Sri-Lanka, onde vegeta
em estado silvestre sob
floresta tropical.

Cardamomo
(Elettaria cardamomum, Maton)
219

O cardamomo requer condições semi-sombreadas de florestas tropicais úmidas de alti- Saúde


tude, com alta temperatura e pluviosidade. Não tolera vento, temperaturas baixas ou solos
mal drenados. A propagação do cardamomo se dá através de sementes ou por via vegetativa O óleo essencial de cardamomo é tradicionalmente usado para combater dispepsia,
(divisão de rizomas). A produção se inicia após 3 a 4 anos e a longevidade da planta pode espasmos intestinais, bronquite, inflamações, perda de apetite e como agente antiflatulente
alcançar até 40 anos. A colheita se dá com frutos maduros, anualmente, cerca de quatro e laxante.
meses após a floração e se extende também por três a quatro meses. Os frutos são secos,
sendo que o rendimento varia de 200 a 1200 kg por hectare. O cardamomo é a terceira Propriedades clinicamente • Estimulante estomático, carminativo(+++)
comprovadas • Antiespasmódico (neuromuscular) (+)
especiaria mais cara no mercado, perdendo apenas para o açafrão e a baunilha.
• Expectorante (+++)
• Antiinfeccioso, antibacteriano, anti-helmíntico
• Influi na permeabilidade cutânea.

Aroma Ingredientes Ativos • Monoterpenos: (<7%) sabineno, mirceno, limoneno; Álcoois


monoterpênicos (6%): Linalol, terpinen-1-ol-4, a-terpineol. Ésteres (40%):
O óleo essencial de cardamomo é um dos mais antigos em uso – Valerius Cordus publi- Acetato de linalila e de terpinila (35%). Óxidos (40%): Cineol.
cou em 1540 a técnica de destilação do óleo de cardamomo. O óleo essencial é obtido a
Reações Adversas • Não são conhecidas
partir das sementes do cardamomo, uma planta da mesma família do gengibre e tem colo-
ração amarelo-pálida, quase incolor. O óleo escurece quando exposto à luz. O odor é pican- Indicações • Insuficiência digestiva, dispepsia, aerofagia
te aromático e considerado o mais aromático dos óleos obtidos a partir de sementes. • Colite espasmódica (+++)
• Verminoses
Infelizmente, todos os principais componentes do óleo essencial são hoje produzidos
• Bronquite com catarro (+++)
sinteticamente, o que permite que seja muito fácil adulterar o óleo, e que de fato normal-
mente acontece. Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food

O sabor do óleo de cardamomo é aromático, quente e picante, provoca queimação, and Drug Administration)

amargor e pungência em altas concentrações, por isso devemos utilizá-lo com cuidado e
baixa dose. O condimento é obrigatório no curry indiano. A indústria utiliza o óleo essen-
Culinária
cial na fabricação de pickles e conservas, embutidos e molhos, onde a uniformidade e
qualidade são de importância fundamental. Na culinária nórdica, o cardamomo é muito
CARDAMOMO GOTAS DE AROMATIZANTE /
utilizado na confecção de pães e massas. 100g DE ALIMENTOS
Bebidas alcoólicas 44-47
Massas 20-26
Cosmética
Condimentos 24-26
Sorvetes 2
Na perfumaria o óleo essencial traz uma nota doce e picante, que combina bem com Gelatinas 5-6
Molhos 2-4
bases florais. O óleo de cardamomo combina bem com bergamota, ylang ylang, coentro e
carnes 14-22
cedro por exemplo. Os perfumes Shiraz da Natura e Starring for Men da Avon são exem- Bebidas não-alcoólicas 1-2
plos da utilização de óleo essencial de cardamomo nas suas fragrâncias. doces 3

218
221

Os exploradores espanhóis
ao se depararem com a
Pimenta dioica

Pimenta-da-jamaica no século
XVI, a denominaram pimenta por

Pimenta
se assemelhar aos frutos
da pimenta-do-reino.
A semelhança termina por aí.


Igualmente confuso, o nome em
inglês Allspice, deriva do sabor
combinado de canela, noz-

da
moscada, pimenta e
cravo-da-índia que
a planta oferece.


jamaica
(Pimenta dioica, Merril.)
223

A pimenta-da-jamaica é nativa da América Central sendo uma árvore muito ramificada, O oleo essencial é • Como anti-séptico, agente contra dores musculares, ajuda contra indigestão
tradicionalmente usado e flatulência.
que alcança de 7 a 10m de altura.
A planta prefere solos de baixa acidez, férteis e bem drenados, com alta incidência de Propriedades • Óleo essencial positivo (estimulante)
chuvas. A pimenteira é principalmente propagada através de sementes de frutos maduros. • Antiinfeccioso (+++), antibacteriano de largo espectro, antiviral (+++),
antifúngico, antiparasitário, anti-séptico.
Apesar de flores hermafroditas, a planta se comporta como espécie dioica, ou seja, dividi-
• Estimulante geral, neurotônico
das em plantas macho e plantas fêmeas. A propagação vegetativa (estacas) vem assumindo • Hipertensivo
maior importância, pois se consegue distribuir mais eficientemente plantas macho e femêas • Afrodisíaco
• Cauterisante cutâneo (+++)
(a relação ideal é de 1:10 respectivamente). No entanto, como todas as espécies da mesma
famíla (myrtacea, como o cravo-da-índia, a pitanga, a goiaba e outras) a estaquia é um Ingredientes ativos • Sesquiterpenos (4-7%): β-cariofileno; Fenóis (70-80%) Eugenol, isoeugenol
processo mais difícil. As plantas se tornam viáveis comercialmente após 10 anos. e metil-chavicol. Fenol-metil-esteres: Eugenol metil-ester

Reações adversas Irritante de mucosas, possivelmente hepatotóxico em grandes quantidades e


Aroma inibidor da coagulação sanguínea. Concentração máxima de uso tópico: 1%

Indicações • Infecção dentária (+++)


O óleo essencial se encontra tanto nos frutos (pimentas secas), como nas folhas, porém
• Amidalite (+++), hepatite viral (+++)
nessas últimas em pouco menor quantidade. O óleo essencial do fruto é muito semelhante • Colite bacteriana
ao condimento usado em culinária, de onde deriva. O óleo das folhas, ainda que interes- • Disenteria amebiana (+++)
• Cistite, uretite (+++)
sante, é um tanto distinto, mas predominante no mercado.
• Nefrite viral (++)
O óleo essencial da pimenta-da-jamaica tem coloração amarelo-amarronzada, e sabor • Parasitose cutânea, acne infecciosa (+++)
quente, picante, seco-amadeirado, reminescente do óleo de folhas do cravo-da-índia. O • Sinusite, bronquite, gripe e tuberculose.
• Fadiga, hipotensão
óleo essencial é principalmente usado em perfumaria, devido à nota picante trazida pelo
• Artrite reumatóide (+)
eugenol, o seu principal componente.
Comentário Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo
FDA (Food and Drug Administration)

Culinária
PIMENTA-DA-JAMAICA GOTAS DE AROMATIZANTE /
100g DE ALIMENTOS
Bebidas alcoólicas 55-61
Massas 8-13
Gomas de mascar 508
Condimentos 75-87
Sorvetes 3-4
Gelatinas 4-6
Balas 3
Carnes 39-52
Bebidas não-alcoólicas 10-12
Vegetais processados 3
Doces 26-100

222
225

É uma planta perene com


perfume supremo, nativa da
região amazônica. A Priprioca é
utilizada pelas populações
Cyperus spp

indígenas tanto como


afrodisíaco, como agente para
combater diversas moléstias
e principalmente como ingredi-
ente aromático para
os banhos de cheiro.

Priprioca
(Cyperus articulatus, L. e Cyperus prolixus, L.)
227

Apesar de produzir sementes, menos de 5% delas são viáveis. A propagação se dá pelos Saúde
tubérculos. A priprioca se adaptou para cultivo em locais bastante úmidos e quentes.
A priprioca é uma planta considerada invasora , e seu parentesco próximo com a tiririca, O óleo essencial é Como afrodisíaco e como repelente de insetos. A planta é popularmente

provavelmente a mais terrível das ervas daninhas, deixa à primeira impressão um certo tradicionalmente usado empregada no tratamento de diversas doenças que vão da dor de cabeça à
epilepsia, passando por propriedades abortivas e preparações alucinógenas.
receio quanto ao seu cultivo. Na verdade, apesar de serem plantas do mesmo gênero, a
priprioca é muito menos prolífica e competitiva do que a tiririca, e dificilmente se alastra Propriedades comprovadas • Atividade bactericida e antifúngica
• Atividade anticonvusivante
sem encontrar condições plenamente favoráveis.
• Agente sedante

Ingredientes Ativos Os principais componentes do óleo essencial são: limoneno, cineol,


trans-pino-carveol, β-selineno, miternal, α-copaeno, β-pineno,
Aroma
espatulenol óxidos, óxido-cariofileno. Cabe ressaltar que trata-se de
um óleo essencial muito complexo, e que nenhum componente assume
O óleo essencial da priprioca tem uma coloração avermelhada com um perfume espe- um papel majoritário frente aos demais.
tacular, dos mais sofisticados e complexos que conhecemos, possuindo notas de saída flo-
rais e ao mesmo tempo amadeiradas. Não há qualquer referência ou indicação para o uso Reações Adversas O óleo essencial é utilizado pelas populações indígenas pelo seu efeito abortivo.
Não há estudos que corroborem ou desmintam essa finalidade, portanto todo
culinário do óleo essencial da priprioca. o cuidado é pouco no uso deste óleo essencial.

Cosmética
A Lenda da Priprioca
O óleo essencial da priprioca tem despertado o interesse de empresas brasileiras e es-
Piri-Piri , como diz a lenda, era um valioso guerreiro que vivia numa aldeia indígena, no
trangeiras, principalmente como componente da fragrância dos perfumes. No Brasil, a Natura
coração da selva amazônica. Fala-se que ele exalava um maravilhoso cheiro, capaz de
lançou um perfume recentemente, o Perfume do Brasil, com o óleo essencial de priprioca
atrair qualquer índia da tribo. Ele também tinha o poder de desaparecer sempre que esti-
na sua base.
vesse em perigo, ou simplesmente quando não conseguisse se livrar das hordas de garotas
As fibras e os rizomas da priprioca também são usados no artesanato local pois além do
aos seus pés.
perfume exuberante, diz-se que estes produtos não criam mofo. Isso pode estar relaciona-
Um dia, uma índia deseperadamente apaixonada por Piri-Piri, pediu ao seu pai, Supi,
do às propriedades antifúngicas do óleo essencial.
que era também o pagé da tribo, para ensinar um feitiço para capturar Piri-Piri para si. Para
atender a filha, o pagé instruiu a índia a amarrar os pés de Piri-Piri, com seus cabelos, numa
noite de lua cheia. As coisas não aconteceram conforme o planejado: Piri-Piri conseguiu
pressentir o perigo e prontamente desapareceu numa nuvem, só que desta vez, para não
mais retornar. No lugar onde o índio fora visto pela última vez brotou uma planta, que
coincidentemente também exalava o magnífico aroma de Piri-Piri. Em homenagem ao
índio, essa planta foi nomeada Piripirioca, que posteriormente teve seu nome abreviado
para Priprioca.

226
229

As plantas do gênero citrus são


nativas do sudeste asiático, sendo
o principal centro difusor
provavelmente o leste da Índia.
Dentro do guarda-chuva deste
Citrus spp

gênero podemos encontrar


dezenas de diferentes tipos de

Limão
plantas – algumas pequenas,
outras grandes árvores. Algumas
com pequenos frutos, outras com
frutos enormes. Também é assim

e a variação dos tipos de óleos


essenciais produzidos.

Laranja
(Citrus aurantifolia, L. e Citrus sinensis, L.)
231

Embora o habitat original das plantas do gênero citrus seja tropical, as principais áreas O grupo dos limões abrange na verdade classes diferentes de óleos essenciais, que são
de produção são em zonas subtropicais. As frutas cítricas são bastante populares em todo provenientes de espécies distintas de frutos. Veja a tabela abaixo
o mundo, sendo seus cultivos, dentre os mais importantes comercialmente. Como em geral
o óleo essencial é um sub-produto da indústria de sucos, a sua oferta é imensa e os preços Limão Siciliano Limas ácidas Limão-Cravo
(limão verdadeiro) – Limão Galego - Citrus (Citrus limonia)
extremamente baixos. Citrus limon aurantifolia e Limão
Todas as plantas cítricas de importância para produção de óleos essenciais são perenes, Tahiti – Citrus latifolia)

arbustivas ou pequenas árvores. O sistema radicular é superficial, fazendo com que as Características Frutos alongados com Galego-frutos menores Frutos desuniformes,
plantas sejam rapidamente sucetíveis à falta de água. Apesar da tolerância a temperaturas bico na extremidade. e poucas sementes mais arredondados.
Tahiti – frutos maiores
sub-tropicais, a temperatura ótima se situa entre 25 a 30°C. As plantas precisam de solos
sem sementes
bem drenados, com pH neutro e bastante exigentes em nutrição mineral.
Fruto comercializado Amarela Verde Alaranjada
As plantas cítricas são normalmente propagadas por enxertia (propagação vegetativa), na cor
para maior produtividade, uniformidade e segurança na medida que se evita a propagação
de certas viroses, pois a planta-mãe pode estar imunizada com estirpes fracas do vírus. Ao
O óleo essencial da casca da fruta é primariamente um subproduto da indústria de sucos
menos 40 espécies de virus já foram identificados como causadores de danos na citricultura,
cítricos e obtido a partir da prensagem da casca. O óleo de limão tem coloração amarelada-
por isso todo cuidado parece pouco nesta que provavelmente é comercialmente o principal
esverdeada, com odor fresco e suave. Já o óleo essencial de laranja tem cor alaranjada.
gênero de fruta cultivado em todo o mundo.
O óleo essencial de limão é usado em fragrâncias e aromas devido à sua nota frutal-
Há basicamente dois métodos de obtenção de óleos essenciais de citrus no mercado –
doce. É uma das notas mais importantes nos perfumes cítricos e muitas águas de colônia.
expressão a frio, ou prensagem, e destilação, sendo a última de menor importância econômi-
Esse óleo essencial se mistura bem com outros óleos, tais como de lavanda, lavandim, toda
ca para plantas deste gênero. Vale ressaltar que a obtenção do óleo de citrus é na verdade um
a família de óleos cítricos e óleo essencial de araucária.
produto secundário da indústria de sucos. A expressão do óleo da casca é um processo que
O óleo essencial de laranja traz uma nota frutal, doce, aldeídica, semelhante ao odor
trabalha em parelalo à extração do suco. Já a técnica de destilação envolveria uma logística
proveniente da fruta quando riscada com a unha. Não tem uma aplicação tão importante
à parte e provavelmente inviabilizaria a produção do suco, que é o produto principal.
na área de perfumes, quanto o limão, mas na área de aromas é de igual grandeza.
Apesar de existirem diversos óleos de citrus possíveis, aqui focamos a título de exemplo
No segmento de aromas se costuma utilizar óleo essencial de limão ou de laranja concen-
apenas os dois principais grupos: o óleo essencial dos limões e o óleo essencial das laranjas.
trados. O óleo essencial puro tende a se deteriorar muito rapidamente, provocando ranço, ou
a formação de peróxidos a partir dos monoterpenos presentes traduzindo em notas ruins
quando misturados a formulações líquidas. Uma alternativa seria a adição de antioxidantes,
Aroma mas ao invés disso, é comum o uso do óleo concentrado (ou desterpenado), que é obtido
através das sucessivas re-destilações a vácuo do óleo puro, eliminando-se o problema.
Os óleos essenciais das frutas cítricas se encontram na casca dos frutos, nas folhas e nas
Quanto ao óleo de limão, conhecemos bem o poder mascarante do limão no dia-a-dia, já que
flores. São óleos essenciais completamente distintos entre si, com métodos de obtenção distin-
pedaços de casca de fruta são frequentemente adicionados em pratos de frutos-do-mar ou
tos, denominação, custos e aplicações também distintas. Neste capítulo nos ateremos ao óleo
peixes em geral. Isso se deve ao óleo essencial do limão e um pouco ao suco, que por conter ácido
essencial obtido a partir da casca dos frutos, visto sua predominância quase total no mercado.
cítrico, ajuda a neutralizar os odores indesejados das aminas dos frutos do mar.

230
233

Limão Ingredientes Ativos • Monoterpenos: α e β-pinenos, canfeno; Sesquiterpenos (camazuleno,


di-hidroazulenos), Óxidos: Cineol. Cetonas: cânfora, tujona.

O óleo essencial de limão é tradicionalmente usado como antiinflamatório e agente


Reações Adversas • Uso cutâneo seguido de exposição à luz solar ( menos de 12h após aplicação)
diurético. Produto muito usado na aromatização de alimentos. pode provocar queimadura e reações sensibilzantes. Produto dermocáustico.
Para uso tópico, prefira óleos essenciais extraídos por destilação
Propriedades clinicamente • Antiinfeccioso, antibacteriano (+++), Anti-séptico (+++), Anti-viral • Concentração máxima de uso tópico (laranja): 1,4%
comprovadas • Preventivo no tratamento de diabetes
• Anti-hipertensivo, vasodilatador (+) Indicações • Pode ser usado em casos de
• Calmante nervoso (+) • Insuficiência hepatobiliar e digestiva (+),
• Carminativo (+) • Problemas renais (+),
• Dismenorréa (+),
Benefícios psico-emocionais • Auxilia no combate à depressão e à letargia • Nevralgias (++++),
• Estimulante mental e ajuda no ganho de concentração • Entorces (+).

Ingredientes Ativos • Monoterpenos: α- e γ- terpinenos, paracimeno, α- e β-felandrenos, Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA ( Food
terpinoleno; Sesquiterpenos: β-bisaboleno; Aldeídos: Hexanal, geranial;
and Drug Administration)
Cumarinas e furanocumarinas

Reações Adversas • Uso cutâneo seguido de exposição à luz solar (menos de 12h após aplicação)
pode provocar queimadura e reações sensibilzantes. Produto dermocáustico.
Para uso tópico, prefira óleos essenciais extraídos por destilação. Culinária
• Concentração máxima de uso tópico (limão): 2%

Indicações • Infecção respiratória LIMÃO GOTAS DE AROMATIZANTE / LARANJA GOTAS DE AROMATIZANTE /


• Insuficiência hepática (+++) 100g DE ALIMENTOS 100g DE ALIMENTOS
• Insuficiência digestiva (++) Bebidas alcoólicas 49-70 Bebidas alcoólicas 10-18
• Problemas renais (++) Massas 85-165 Massas 198-200
• Insônia Cereais matinais 80-160 Condimentos 129-132
• Hemogliase (+) Condimentos 61-123 Sorvetes 33-63
• Desinfecção do ar (ambientes sujeitos a contaminação) Azeites 8-15 Gelatinas 180-356
Sorvetes 50-102 Molhos 80
Comentário • Ó óleo essencial é considerado seguro para uso alimentar pelo FDA (Food Gelatinas 43-106 Carnes 7-10
and Drug Administration) Molhos 17-43 Bebidas não-alcoólicas 24-43
Balas 170-200 Geléias 50
Laranja Geléias 50 Doces 467-661
Carnes 7-8
O óleo essencial de laranja é tradicionalmente usado para aromatizar alimentos. Bebidas não-alcoólicas 20-43
Sopas 2-3
Propriedades clinicamente • colerético (+) Doces 93-183
comprovadas • antiinflamatório (+++)
• cicatrizante (++)
• emenagogo (+)
• anticatarral (+)

232
235

A palavra “goiaba” vem do tupi “coyab”,


que significa sementes
Psidium guajava

aglomeradas. Há registros de uso da


madeira da goiabeira pelos Incas, que
produziam pequenos ornamentos.
O mais antigo achado desta fruta data
de 800 a.C., no Peru. A planta é originá-
ria da América tropical, mas hoje está
disseminada em todo o mundo.

Goiaba
(Psidium guajava, L.)
237

Planta pertencente à familia Myrtaceae, a mesma do eucaliptus, pitanga e outras árvo-


res bastante aromáticas. É planta de porte arbustivo, semi-arbóreo, com 3 a 7 m de altura.
Há duas variedades, a de frutas brancas e de frutas vermelhas, ambas produzem óleo es-
sencial, porém com características distintas.
A planta tem alta capacidade de adaptação, porém prefere locais com alta precipitação
e temperaturas entre 18 e 25°C, não tolerando geadas nem terrenos com baixa drenagem.
Normalmente a goiabeira é propagada através de sementes, o que se recomenda fazer
durante a primavera. A planta é relativamente exigente quanto a neutralização da acidez
do solo e adubação.

Aroma

O óleo essencial da goiaba é extraído a partir da folha, sendo de coloração amarelo-


clara e com cheiro frutal semelhante ao cheiro da própria fruta.

Saúde

O óleo essencial de goiaba é tradicionalmente usado como antidiarreico e bactericida.

Propriedades clinicamente • Antidiarreico (++)


comprovadas • Antiespasmódico (+)
• Analgésico (++)
• Antibacteriano (++)
• Antiinflamatório (+++)

Ingredientes Ativos • Monoterpenos: α-pineno, limoneno, nerolidol Sesquiterpenos α-muuruleno,


longifoleno, cedrol, gaicol, α-cariofileno, β-bisabolol, α e β-selineno, β-
sesquifelandreno; Óxidos: cineol

Reações Adversas • Não são conhecidas

236
239

Do tupi, pitanga significa vermelho-


Eugenia uniflora

escuro. É a cor da fruta, também


conhecida como
“calmante do sangue”.

Pitanga
(Eugenia uniflora, L.)
241

Planta perene, arbustiva, nativa brasileira e de outras regiões tropicais da América do Saúde
Sul, muito aromática. A planta se adapta a inúmeros ecossistemas no país – tais como do
subtrópico do Rio Grande do Sul até a região tropical do cerrado do Planalto Central e O óleo essencial de pitanga é tradicionalmente usado como agente broncodilatador,
Mata-Atlântica. É resistente ao frio e vegeta bem em condições de meia sombra. antiviral e bactericida, hipotensor e hipoglicemiante.

A planta pode atingir até 10 m de altura, o tronco é irregular, muito ramificado, de


coloração avermelhada e a casca pode eventualmente se desprender. As folhas são
Propriedades clinicamente • Tratamento de diabetes
avermelhadas quando jovens, passando a verde intenso quando adultas. A pitangueira não
comprovadas • Ação análgésica
é exigente em solo, nem de água, embora dê preferência a solos úmidos e ricos em matéria • Ação anti-hipertensiva
orgânica. É propagada através de sementes, que são retiradas de frutos despolpados e secos • Bactericida (++),
• Antifúngico (++)
à sombra. A viabilidade das sementes é inversamente proporcional ao tempo, de modo que
• Antilevedura
é fundamental o rápido plantio das sementes obtidas. Como o óleo essencial é obtido a • Diminuição do trânsito intestinal e aumento da ação contrátil do duodeno.
partir da destilação das folhas, a colheita visa a retirada de folhas. Normalmente é feita
Mecanismo de ação e • Sesquiterpenos germacreno, curzereno, biciclogermacreno, germacreno B
uma desfolha parcial para evitar a perda das plantas.
Ingredientes ativos e outros

Reações Adversas • Não são conhecidas

Aroma

O óleo essencial da pitanga é de cor azulada, de odor e sabor doce, porém distinto dos
óleos de anis e erva-doce, cujo principal componente é o anetol. No caso da pitanga, o
principal componente é o curzereno. É obtido a partir da destilação das folhas da planta.
Por ser planta nativa brasileira e desconhecida ao resto do mundo, o óleo essencial
ainda não é comercialmente utilizado no exterior.
Além do consumo da fruta natural, o brasileiro criou inúmeras receitas de sucos, refres-
cos, geléias e doces a partir da fruta, que é bem representada pelo seu óleo essencial, além
do famoso “licor ou cognac de pitanga” ao qual se atribuem propriedades afrodisíacas.
Este último, também conhecido como “cognac tropical” e cuja receita ficou imortalizada
no livro “Açúcar”, do pernambucano Gilberto Freyre, é uma das bebidas regionais mais
características do Nordeste brasileiro, juntamente com o caldo de cana, com a cachaça
mexida com mel e com os vários sucos e vinhos de frutas nativas.

240
243

Parte III
Óleos Essenciais
na Culinária

por
242 Gabriel Zitune
245

Arroz à Lígia
Ingredientes

• ½ kilo de arroz lavado


• 4 cebolas cortadas em meia lua
• 6 dentes de alho espremidos
• 300 g de carne seca cozida e desfiada
• 2 pimentões (1 verde e 1 vermelho)
• salsinha
• 1 caldo de carne
• cebolinha verde
• 2 tomates sem pele picados
• ½ colher de café de aromatizante de salsa
• ½ colher de café de aromatizante de louro

Modo de Fazer

Numa panela, colocar para fritar a cebola com o alho. Colocar os pimentões e o tomate
picados, jogar para refogar junto o arroz com os temperos e o cubinho de carne.
Em seguida, jogar a carne seca e a água para cozinhar o arroz.
Deixar levantar fervura e depois abaixar bem o fogo até secar bem o arroz.

244
247

Picanha de Forno à Natália


Ingredientes

• 1 picanha com pouca gordura (500 g)


• ½ copo de óleo
• ½ copo de vinho tinto
• orégano
• sal
• cominho
• pimenta do reino
• louro
• 1 tomate picado
• 3 cebolas cortadas grosseiramente
• salsinha
• cebolinha
• salsão
• manjerona
• 2 copos de água
• 6 a 8 batatas grandes cortadas em fatias grossas e pouco cozidas.
• ½ colher de café de aromatizante de pimenta
• ½ colher de café de aromatizante de louro
• ½ colher de café de aromatizante de tomilho
• ½ colher de café de aromatizante de manjerona

Modo de Fazer

Colocar num recipiente grande todos os ingredientes junto com a picanha e deixar
marinando de um dia para o outro, bem coberta, na geladeira. No dia seguinte, em uma
assadeira grande colocar a carne com todo o molho, em seguida cobrir com papel
alumínio e colocar no forno a 250ºC. Cozinhar as batatas cortadas com um pouco de sal
na água e tirá-las antes de ficarem cozidas. A cada 30 minutos, virar e regar a picanha
até sentir que ela está ficando macia. Coloque então as batatas na assadeira, regando
com o molho e retorne ao forno. Quando verificar que a picanha já está quase cozida,
retire o papel e deixe corar a picanha e as batatas. Depois de pronta, retire a picanha e as
batatas e bata o molho no liquidificador.

246
249

Vitela Assada com


Carambola e Cebolinha
Ingredientes

• 1 vitela média quase sem gordura (500 g)


• 1 copo de vinho tinto
• 1 colher de sobremesa de sal
• 1 colher de chá de alecrim
• 6 carambolas meio azedas
• salsinha
• cebolinha verde
• 3 cebolas grandes picadas
• 6 dentes de alho amassados
• 1 colher de chá de cominho
• 1 colher de chá de orégano
• 1 colher de sobremesa de coloral
• 2 copos de água
• ½ copo de óleo
• pimenta do reino a gosto
• 250 g de cebolinhas sem casca
• ½ colher de café de aromatizante de salsa
• ½ colher de café de aromatizante de pimenta do reino
• ½ colher de café de aromatizante de louro
• ½ colher de café de aromatizante de alecrim

Modo de Fazer

Numa bacia grande colocar a vitela e sobre ela acrescentar todos os ingredientes,
deixando separado as cebolinhas e uma das carambolas. Deixar este molho por 4 horas.
Após esse tempo, colocar numa assadeira e cobrir bem com papel alumínio. Deixar no
forno a 220ºC e regar a cada 30 minutos com este molho acrescido das cebolinhas. Vire a
vitela várias vezes para que ela fique bem macia e absorva bem o tempero. Quando
estiver bem macia, retire o papel alumínio e deixe corar um pouco. Coloque num prato
grande toda cortada em pedaços e enfeite com as cebolinhas e a carambola que sobrou,
em fatias que parecem estrelas.

248
251

Risoto de Fundos de Alcachofras


Ingredientes

• ½ quilo de arroz italiano


• 6 fundos de alcachofras
• 1 colher de chá de sal
• 1 colher de chá de noz moscada
• 100 g de queijo ralado
• 1 creme de leite light
• 1 colher de margarina
• 1 cubinho de legumes dissolvido em ½ litro de água
• 1 cebola picada
• 3 dentes de alho amassados
• ½ copo de vinho branco
• ½ colher de café de aromatizante de gengibre
• ½ colher de café de aromatizante de louro

Modo de Fazer

Numa panela média, fritar a manteiga com a cebola picada e o alho, acrescentando o
arroz e refogando aos poucos. Quando estiver bem refogado, colocar aos poucos a água
com o cubo de legumes dissolvido, mais o sal e a noz moscada até o arroz ficar ao dente.
Por último, acrescentar o creme de leite, o queijo ralado, as alcachofras picadas e o vinho
branco, servindo em seguida.

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253

Fritada de Alho Porró e Batata


Ingredientes

• 2 talos de alho porró picados


• 2 batatas cozidas
• 1 pitada de sal
• 1 pitada de pimenta síria
• 1 pitada de cominho
• 3 ovos inteiros
• 1 colher de chá de pó royal
• 2 colheres de sopa de farinha de trigo
• salsinha
• cebolinha
• ½ colher de café de aromatizante de salsa
• ½ colher de café de aromatizante de manjericão

Modo de Fazer

Colocar numa bacia todos os ingredientes acima mexendo bem.


Corrija o sal e se quiser pode-se acrescentar um pouco de queijo ralado nesta mistura.
Numa frigideira de T-Fal, coloque um pouco de óleo deixando esquentar bem e jogue em
seguida a mistura fritando dos dois lados igualmente.

252
255

Frango ao Molho de Manjericão


Ingredientes

• 6 pedaços de frango a gosto (pode ser peito ou coxa)


• ¼ de copo de óleo
• ¼ de copo de vinho tinto ou branco
• 2 folhas de louro
• sal
• orégano
• pimenta síria
• 1 ramo de salsão picado
• 1 ramo de manjericão picado
• 1 cebola média picada
• 4 dentes de alho
• 2 cubos de caldo de galinha
• ½ colher de café de aromatizante de manjericão
• ½ colher de café de aromatizante de louro
• ½ colher de café de aromatizante de pimenta

Modo de Fazer

Numa panela grande frite a cebola e o alho até dourar, acrescente o frango e todos os
demais temperos, menos os caldos. Depois de fritos, acrescente água até cobrir o frango
e coloque os cubos de caldo de galinha. Deixe em fogo baixo até cozinhar bem o frango.
Sirva acompanhado de arroz ou purê de batatas.

254
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Fetutini com Molho de Tomates Pelados


Ingredientes

• ½ quilo de fetutini (de preferência massa italiana)


• 1 lata de tomates pelados
• 1 cebola média
• 3 dentes de alho
• 2 colheres de sopa de massa de tomate (extrato)
• sal
• orégano
• pimenta do reino
• manjericão
• ½ colher de café de aromatizante de manjericão jardim
• ½ colher de café de aromatizante de pimenta

Modo de Fazer

Cozinhe o macarrão ao dente e separe.


Para o molho, frite 1 cebola média e 3 dentes de alho, acrescentando os tomates, o
extrato dissolvido e os demais temperos. Deixar apurar bem com o fogo bem baixo, até
sentir o molho bem cozido.
Colocar a massa numa travessa e espalhar o molho em cima, com bastante queijo
parmesão ralado.

256
259

Cozido de Grão de Bico e Cebolinha


Ingredientes

• ½ quilo de grão de bico cozido e sem casca


• 2 abobrinhas grandes
• sal
• 6 dentes de alho
• 1 cebola grande picada
• 1 colher de chá de pimenta síria
• orégano
• ½ colher de café de aromatizante de limão
• ½ colher de café de aromatizante de louro
• ½ colher de café de aromatizante de canela

Modo de Fazer

Cortar as abobrinhas em fatias, passando um pouco de sal e orégano.


Fritar as abobrinhas e deixar descansar num papel-toalha.
Numa panela fritar bem a cebola e o alho, acrescentar o grão de bico cozido, o sal e a
pimenta. Colocar água até cobrir todo o grão de bico e, depois, acrescentar aos poucos e
com cuidado as abobrinhas fritas e colocar em fogo brando por apenas 15 minutos.
Pode-se servir com arroz como acompanhamento.

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Salmão com Alecrim e Batatas Grisetes


Ingredientes

• 1 pedaço de salmão fresco (400 g)


• ½ copo de vinho branco
• salsinha
• cebolinha verde
• 1 cebola grande picada
• 4 dentes de alho
• alecrim
• 1 colher de chá de sal
• 1 colher de chá de orégano
• folhas de louro
• ¼ copo de óleo
• suco de limão
• 1 copo de água
• ½ kilo de batatinhas cozidas
• ½ colher de café de aromatizante de alecrim
• ½ colher de café de aromatizante de louro
• ½ colher de café de aromatizante de limão
• ½ colher de café de aromatizante de salsa
• ½ colher de café de aromatizante de gengibre

Modo de Fazer

Numa assadeira forrada com papel alumínio, colocar o peixe bem limpo e lavado e todos
outros ingredientes por cima, cobrindo com o papel alumínio. Quando estiver bem
cozido, retire o papel e coloque num prato enfeitando com as batatas.

260
263

Risoto de Legumes
Ingredientes

• ½ quilo de arroz lavado


• cenoura cozida
• ervilha cozida
• palmito cozido
• milho cozido
• 1 lata de puro purê
• 2 colheres de sopa de extrato de tomate
• 1 colher de chá de pimenta do reino
• 1 colher de chá de orégano
• salsinha e cebolinha
• 1 cebola grande picada
• 4 dentes de alho amassados
• óleo
• ½ colher de café de aromatizante de pimenta
• ½ colher de café de aromatizante de tomilho
• ½ colher de café de aromatizante de louro
• ½ colher de café de aromatizante de manjericão

Modo de Fazer

Numa panela, cozinhe o arroz normalmente ou aproveite o arroz que sobrou de outro
dia. Em outra panela, frite a cebola e o alho, coloque o puro purê, a massa de tomate
dissolvida e o resto dos temperos, inclusive os legumes. Deixe cozinhar por 20 minutos.
Numa bacia coloque o arroz cozido e acrescente o molho mexendo bem, coloque num
pirex, polvilhe com queijo ralado e ponha no forno para esquentar, cobrindo com papel
alumínio.

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265

Parte IV
Óleos Essenciais
na Cosmética

por
264 Sandra Januário
267

Esfoliantes para o rosto


Os esfoliantes promovem a limpeza, eliminando impurezas e células mortas residuais.
Aplicar sobre a pele úmida, em movimentos suaves. Remover com bastante água.

Pele Oleosa 1 colher de sopa de farinha de maracujá


2 colheres de sopa de água destilada
2 gotas de óleo essencial de alecrim
Misture a farinha com a água até formar uma pasta, acres-
cente o óleo essencial indicado.

Todos os Tipos 1 colher de sopa de chá de erva-doce


de Pele 2 colheres de sopa de fubá
1 gota de óleo essencial de palmarosa
Misture o fubá com o chá de erva-doce até formar uma pasta,
acrescente o óleo essencial indicado.

Pele Sensível 2 colheres de sopa de chá de camomila


2 colheres de sopa de açúcar
1 gota de óleo essencial de lavanda
1 gota de óleo essencial de camomila-azul
Misture o açúcar com o chá de camomila até formar uma
pasta, acrescente os óleos essenciais indicados.

Esfoliantes para o Corpo

Todos os Tipos 3 colheres de sopa de semente de papoula


de Pele 1 xícara de chá de iogurte natural
1 colher de chá de óleo vegetal de abacate
3 gotas de óleo essencial de menta
5 gotas de óleo essencial de lavanda
1 gota de óleo essencial de camomila-romana
Misture as sementes de papoula no iogurte, acrescente os óleos
essenciais indicados. Esfregar no corpo molhado com uma bu-
cha vegetal. Enxaguar em seguida.

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269

Tônico facial
Os tônicos faciais completam o processo de limpeza do rosto. Contrai e refinam os
poros. Restauram o pH da pele.
Aplicar na pele com um pedaço de algodão ou lavar o rosto com o tônico.

Pele seca ou sensível 100 ml de chá de camomila


2 gotas de óleo essencial de camomila-romana
5 gotas de óleo essencial de gerânio
1 colher de chá de álcool de cereais
Diluir os óleos essenciais no álcool de cereais, depois acres-
centar essa mistura ao chá de camomila.

Todos os tipos 100 ml de soro fisiológico


de pele 3 gotas de óleo essencial de ylang ylang
1 gota de óleo essencial de erva-doce
3 gotas de óleo essencial de lavanda
1 colher de chá de álcool de cereais
Diluir os óleos essenciais no álcool de cereais, depois acres-
centar essa mistura ao soro fisiológico.

Tônico para 100 ml de água destilada


pós-depilação 10 gotas de óleo essencial de palmarosa
1 colher de chá de álcool de cereais
Diluir o óleo essencial no álcool de cereais, depois acrescentar
essa mistura à água destilada.

Tônico para 50 ml de água destilada


pós-barba 1 gota de óleo essencial de camomila-azul
4 gotas de óleo essencial de lavanda
1 colher de chá de álcool de cereais
Diluir os óleos essenciais no álcool de cereais, depois acres-
centar essa mistura à água destilada.

268
271

Máscaras faciais
As máscaras faciais servem para limpar, nutrir e revitalizar a pele através da eliminação
de toxinas e do estímulo da circulação sanguínea local; também podem acalmar e hidratar
a pele. Regulam as atividades dos capilares e devolvem vitalidade aos tecidos. Facilitam a
eliminação das células mortas e promovem a regeneração de células novas e saudáveis.
Aplique a máscara em todo o rosto, pescoço e colo, tomando cuidado com os olhos.
Deixe-a na pele durante 15 a 30 minutos.
Deite-se, relaxe e repouse.
Para removê-la, lave o rosto com água, retirando todo o resíduo.

Máscara amaciante ¼ de polpa de abacate maduro


1 colher de sopa de mel
1 gota de óleo essencial de camomila-romana
1 gota de óleo essencial de palmarosa
Em um recipiente coloque a polpa do abacate e amasse até
adquirir consistência de creme, junte o mel. Acrescente os óleos
essenciais indicados.

Máscara para pele 2 colheres de sopa de aveia


seca e sem brilho 1 xícara de café de leite
1 gota de óleo essencial de sálvia esclarea
1 gota de óleo essencial de gerânio
Cozinhe por alguns minutos o leite e a aveia, até formar um
mingau.
Coe em um pano, espremendo os resíduos. Misture ao mingau
os óleos essenciais.

Máscara nutritiva 1 cenoura


1 colher de café de óleo vegetal de cenoura
2 gotas de óleo essencial de lavanda
1 gota de óleo essencial de ylang ylang
Triture ou rale a cenoura, coe em um pano. Adicione os óleos
essenciais diluídos no óleo vegetal de cenoura. Utilize em com-
pressas com gaze.

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273

Máscara para ½ maçã picada


melhorar a 1 xícara de café de leite
elasticidade da pele 1 colher de café de óleo vegetal de arroz
1 gota de óleo essencial de sálvia esclarea
1 gota de óleo essencial de lavanda
Coloque para cozinhar com o leite até amolecer bem. Esma-
gue a maça até formar uma pasta. Espere esfriar e acrescente
o óleo vegetal de arroz com os óleos essênciais.

Máscara para ½ pera


pele cansada 1 colher de sopa de mel
1 colher de chá de pó de guaraná
1 gota de óleo essencial de alecrim
Amasse o fruto (sem casca), adicione o mel e o pó de guaraná.
Misture e acrescente o óleo essencial indicado.

Máscara para ¼ de xícara de iogurte


as mãos 1 colher de sopa de leite em pó integral
1 colher de chá de óleo vegetal de amêndoas
1 gota de óleo essencial de lavanda
1 gota de óleo essencial de palmarosa
Misture os ingredientes, adicionando por último os óleos es-
senciais.

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275

Óleos para massagem


Uma massagem feita com óleos essenciais, mesmo que não seja feita por um profissio-
nal da área de massoterapia, além de proporcionar grande prazer, melhora o tônus da pele,
alivia a tensão, estimula a circulação, nutre a pele e auxilia a eliminação de resíduos.
Aplique a massagem no local desejado em movimentos suaves, circulares e ascendentes.

Óleo facial 10 ml de óleo vegetal de semente de uva


calmante 1 gota de óleo essencial de camomila-azul
1 gota de óleo essencial de ylang ylang
Misture o óleo vegetal com os óleos essenciais. Armazene em
um vidro âmbar de 10 ml.

Óleo facial 7 ml de óleo vegetal de abacate


nutritivo 3 ml de óleo vegetal de arroz
1 gota de óleo essencial de sálvia esclarea
1 gota de óleo essencial de palmarosa
Misture o óleo vegetal com os óleos essenciais. Armazene em
um vidro âmbar de 10 ml.

Óleo facial 10 ml de óleo vegetal de amêndoa


1 gota de óleo essencial de camomila-romana
1 gota de óleo essencial de gerânio
Misture o óleo vegetal com os óleos essenciais. Armazene em
um vidro âmbar de 10 ml.

Óleo para celulite-1 15 ml de óleo vegetal de amêndoa


1 gota de óleo essencial de alecrim
1 gota de óleo essencial de erva-doce
1 gota de óleo essencial de lavanda
Misture o óleo vegetal com os óleos essenciais. Armazene em
um vidro âmbar de 15 ml.

Óleo para celulite-2 15 ml de óleo vegetal de semente de uva


1 gota de óleo essencial de manjericão
1 gota de óleo essencial de erva-cidreira
1 gota de óleo essencial de lavanda
Misture o óleo vegetal com os óleos essenciais. Armazene em
um vidro âmbar de 15 ml.

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277

Enxágüe para cabelo


Uma forma prática de tratar e perfumar os cabelos é acrescentar algumas gotas de óleo
essencial à água do último enxágüe.

Cabelos claros 1 litro de água mineral


2 gotas de óleo essencial de camomila-romana
1 colher de chá de álcool de cereais
Misture o óleo essencial no álcool de cereais, acrescente a água mineral.

1 litro de água mineral


Cabelos escuros 2 gotas de óleo essencial de alecrim
1 colher de chá de álcool de cereais
Misture o óleo essencial no álcool de cereais, acrescente água mineral.

1 litro de água mineral


2 gotas de óleo essencial de alecrim
Cabelos óleosos 1 gota de óleo essencial de sálvia esclarea
e/ou com caspa 1 colher de chá de álcool de cereais
Misture os óleos essenciais no álcool de cereais, acrescente a água
mineral.

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Escalda-pés
Para relaxar, refrescar ou aquecer os pés depois de um dia fatigante, basta acrescentar
3 a 4 gotas de óleo essencial a uma bacia cheia de água morna.

Escalda-pés 5 litros de água morna


relaxante 4 gotas de óleo essencial de lavanda
1 colher de chá de álcool de cereais
Misture o óleo essencial no álcool de cereais, junte à água em uma
bacia.

Escalda-pés 5 litros de água morna


refrescante 3 gotas de óleo essencial de menta
1 colher de chá de álcool de cereais
Misture o óleo essencial no álcool de cereais, junte à água em uma
bacia.

Escalda-pés 5 litros de água morna


aquecedor 2 gotas de óleo essencial de lavanda
2 gotas de óleo essencial de gengibre
1 colher de chá de álcool de cereais
Misture os óleos essenciais no álcool de cereais, junte à água em
uma bacia.

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281

Creme caseiro com cera de abelha


Material utilizado:
Cera de abelha 10 g
Água destilada 30 ml
Óleo vegetal de amêndoa 60 ml
Manteiga de karité 10 g

Preparo:
1. Derreta a cera de abelha em banho-maria com o óleo vegetal e a manteiga de karité,
mexendo continuamente;
2. Aqueça a água destilada em outro recipiente;
3. Quando os ingredientes estiverem derretidos, acrescente a água destilada quente,
sem parar de mexer, até homogeneizar.
Os óleos essenciais devem ser acrescentados quando o creme estiver frio.

Creme nutritivo para pele ressecada


creme base indicado acima
3 gotas de óleo essencial de lavanda
1 gota de óleo essencial de sálvia esclarea
2 gotas de óleo essencial de palmarosa

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283

Banhos
Os banhos aromáticos constituem uma forma fácil e eficaz de utilização das proprieda-
des químicas dos óleos essenciais, juntamente com o próprio poder terapêutico da água.
Assim podemos obter banhos com propriedades diferentes a partir dos óleos essenciais
escolhidos.
Os banhos feitos com óleos essenciais podem tanto ser feitos no chuveiro como na banhei-
ra. A água não deve ser muito quente, para não ocorrer a evaporação muito rápida dos óleos.
Se o banho for feito de chuveiro basta aplicar no corpo molhado a mistura aromática
indicada, com auxílio de uma bucha vegetal em suave massagem, permanecer alguns mi-
nutos se beneficiando dos aromas, depois enxaguar.
Caso o banho seja feito de banheira, basta adicionar a mistura à água da banheira e
permanecer por até 20 minutos neste banho de imersão.

Banho relaxante 4 colheres de sopa de mel


1 colher de chá de óleo de semente de uva
4 gotas de óleo essencial de lavanda
Misture bem todos os ingredientes.

Banho refrescante 4 colheres de sopa de iogurte natural


1 colher de chá de óleo de abacate
1 gota de óleo essencial de menta
2 gotas de óleo essencial de lavanda
1 gota de óleo essencial de capim-cidreira
Misture bem todos os ingredientes.
Este banho deve ser feito preferencialmente pela manhã.

Banho estimulante 4 colheres de sopa de iogurte natural


e desintoxicante 2 colheres de sopa de açúcar
2 gotas de óleo essencial de alecrim
2 gotas de óleo essencial de lavanda
Misture bem todos os ingredientes.
Este banho deve ser feito preferencialmente durante o dia.

Banho afrodisíaco 6 colheres de sopa de leite de cabra em pó


2 colheres de mel
2 colheres de sopa de água mineral
2 gotas de óleo essencial de ylang ylang
1 gota de óleo essencial de gengibre
1 gota de óleo essencial de lavanda
282 Misture bem todos os ingredientes.
285

Glossário
Médico / Cosmético

284
287

ADENITE: inflamação das glândulas. COLITE: inflamação do cólon.


ADSTRINGENTE: contrai os tecidos e evita a secreção das mucosas. DISMENORRÉIA: menstruação difícil e dolorosa.
AFRODISÍACO: estimula o desejo sexual. DISPEPSIA: perturbação do trato digestivo, má digestão.
AMENORRÉIA: supressão do ciclo menstrual. DIURÉTICO: substância capaz de aumentar a produção de urina.
ANALGÉSICO: atividade supressora da dor. EMENAGOGO: tem a propriedade de restabelecer o ciclo menstrual.
ANTIANGINOSO: ajuda no tratamento da angina no peito, objetivando reduzir a duração das crises, EMOLIENTE: amolece e abranda uma inflamação nos tecidos.
diminuindo sua freqüência e gravidade. ENURESE NOTURNA: incontinência urinária.
ANTIBIÓTICO: combate às bactérias patogênicas. ERITEMIA: vermelhidão na pele.
ANTICATARRAL: impede a formação de catarro. ESFOLIANTE: provoca a escamação das células mortas da pele.
ANTICONVULSIVO: impede as convulsões. ESPASMÓDICO: provoca a contração muscular involuntária.
ANTIDIABÉTICO (hipoglicemiante): estimula a produção de insulina endógena. EUPÉPTICO: melhora o processo digestivo.
ANTIDIARREICO: produto indicado para o uso contra diarréias severas. EXPECTORANTE: fluidifica as secreções do sistema respiratório, favorecendo a tosse produtiva.
ANTIEMÉTICO: atua no sentido de inibir o reflexo do vômito. FLATULÊNCIA: excesso de gases no aparelho digestivo.
ANTIESPASMÓDICO: evita a contração involuntária e convulsiva muscular, que atua sobre estômago, GALACTOGOGO: estimula a produção de leite.
intestino, ou provocando cãimbras em geral.
HEPATOPROTETOR: ação protetora do fígado.
ANTI-HELMÍNTICO: combate parasitas internos, tais como áscaris, tênias e outros.
HIPERCOLESTEROLEMIA: aumento do nível de colesterol no sangue.
ANTI-HIPERTENSIVO: atua na regulação da pressão arterial.
HIPERGLICEMIA: excesso de glicose no sangue.
ANTI-HISTAMÍNICO: age nas reações alérgicas causadas por agentes externos, opondo-se a ação da
HIPERTIREOIDISMO: Presença no sangue de alto nível de hormônios produzidos pela tireóide.
histamina nos vasos sanguíneos e músculos lisos. Atua como anestésico local e do sistema nervoso.
HIPOCOLESTEROLEMIA: diminuição do nível de colesterol no sangue.
ANTIINFLAMATÓRIO: reduz ou elimina a inflamação.
HIPOGLICEMIANTE: provoca a diminuição do nível de açúcares no sangue.
ANTIMICÓTICO: medicamento utilizado no combate a infecções fúngicas.
MUCOLÍTICO: reduz a tensão superficial das secreções, neutralizando a aderência destas, favorecendo
ANTIOXIDANTE: impede ou retarda a oxidação do órgão, prevenindo o envelhecimento precoce.
a atividade expectorante.
ANTIPIRÉTICO: ação antitérmica. Combate a febre.
NARCOLEPSIA: induz ao sono.
ANTI-SÉPTICO: inibe a proliferação de bactérias.
NEURASTENIA: fraqueza nos nervos.
ANTITUSSÍGENO: ajuda a tratar da tosse.
NEVRALGIA: dor no trajeto de um nervo.
ANTIVIRAL: combate às infecções causadas por vírus.
ORAL: administração por via oral se refere à ingestão do medicamento.
ARTRITE: inflamação das articulações.
PRINCÍPIO-ATIVO: substância química que dá o caráter funcional ao combate da anomalia.
ARTROSE: dores nas juntas, reumatismo.
PSORÍASE: dermatose crônica com o aparecimento na pele e couro cabeludo de placas vermelhas
BRONCODILATADOR: dilata os brônquios facilitando a eliminação de secreções. cobertas de escamas.
CARDIOTÔNICO: fortalece o coração. RINITE: inflamação da mucosa do nariz.
CARMINATIVO: favorece a eliminação dos gases acumulados no trato digestivo. RUBEFACIANTE: que causa vermelhidão na pele.
CISTITE: inflamação da bexiga urinária. TÓPICA: administração por via tópica se refere à aplicação do medicamento através da pele.
COLAGOGO: estimula a secreção da bile. UMECTANTE: que molha, umedece.
COLERÉTICO: aumenta a secreção de bile. VASODILATADOR: aumenta o fluxo sanguíneo, pela dilatação das veias e artérias.

286
289

Bibliografia

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292
295

Índice
remissivo

294
297

A Amebíase 213. Artrose 109, 115. Colite 122, 152, 169, 219, 223, 287.
Amenorréia 104, 152, 169, 286. Asma 138, 152, 169. Compostos oxigenados 77, 78, 81.
Absoluto 68.
Amidalite 208, 223. ASTM 73. Compostos sulfúricos 70, 81.
Absorção 55, 83, 85, 86, 94.
Analgésico, 61 Azeite de oliva 35, 44, 63, 134, 185. Congestão prostática 122.
Ação antiespasmódica 61.
Análise 29, 37, 44, 57, 58, 189. Azeites 35, 105, 116, 122, 123, 129, 134, 140, 153, 157, Congestão pulmonar 152, 169.
Ácido láurico 41.
Anestésico, 61 161, 165, 185, 191, 196, 205, 209, 214, 233. Congestão uterina 122.
Ácido linolêico 41, 44.
Angina 195. Constipação 190.
Ácido linolênico 41, 43.
Ângulo de rotação óptica 73. Coqueluche 115.
Ácido mirístico 41.
Ácido oléico 41, 44.
Anis 36, 52, 62, 110, 120, 167-169, 240. B Cravo-da-índia 88, 90, 110, 195, 208, 209, 212, 221,
Anis-estrela 167-169 222.
Ácido palmítico 41, 43, 44. Banhos 54, 225, 283.
Ansiedade 115, 121, 177. Creme caseiro 281.
Ácidos graxos 35, 41, 43, 44. BHT 42.
Antibactericida 59. Cromatógrafo 37, 58, 74.
Acne 120, 184, 201, 209, 223. Bolas de algodão 93.
Antiespasmódico 61, 169, 208. Cromatograma 58, 74.
Adenite 184, 286. Bronquite 104, 115, 128, 133, 152, 157, 169, 190, 195,
Antifúngico 59, 128. 209, 213, 219, 223. Cumarinas 83, 90, 152, 157, 213, 232.
Adulteração 73.
Anti-histamínico 60, 160, 208.
Aerofagia 121, 152, 169, 219.
Antiinflamatório 60, 94, 108, 121, 128, 139, 161, 165,
Afinidade lipofílica 55.
Afrodisíaco 103, 190, 195, 207, 208, 223, 225, 227, 283.
177, 184, 213, 232, 236.
C D
Antilipêmico 103, 205.
Aftose 104, 115. Calmante 62, 81. Densidade 66, 73.
Antiparasítico 59.
Agente bactericida 200. Camomila azul 37, 42, 52, 60, 62, 74, 175, 176, 177. Depressão 103, 122, 128, 133, 213, 232.
Antitumoral 62.
Agente antiarrítmico 61. Candidíase 200. Dermatose 177.
Antivirótico 59, 200.
Agente polinizador 35, 36. Canela 36, 38, 52, 211, 214. Desinfecção do ar 232.
Apolares 83.
Agitação 115. Carcinogenicidade 89, 94. Desregulação hormonal 209.
Aroma 29, 32, 35, 36, 47, 49, 51, 56, 70, 78-80, 91, 93,
Água de banho 93. Cardamomo 52, 104, 110, 114, 217, 218, 219. Destilação 54, 65-70, 79, 80, 108, 151, 156, 164, 168,
94, 102, 108, 114, 120, 127, 132, 134, 138, 144,
188, 200, 204, 208, 218, 230, 232, 233, 240.
Água de colônia 93. 150, 151, 156, 160, 164, 168, 172, 176, 183, 188, Carminativo 160, 169.
194, 200, 204, 208, 209, 212, 218, 222, 226, 227, Deterioração 42, 63, 75.
Água facial 93. Celulite 104, 161, 275.
230, 236, 240. Diarréia 102, 115, 213.
Álcoois 59, 66, 78, 79, 81, 83, 103, 108, 115, 128, 133, Cetonas 59, 62, 79, 81, 83, 87, 103, 108, 128, 139, 152,
139, 152, 161, 165, 177, 184, 190, 195, 219. Aromacologia 54. 157, 165, 195, 233. Difusores 93, 94.

Aldeídos 59, 60, 62, 79, 81, 83, 108, 139, 152, 195, Aromas alimentícios 47, 69, 90, 168. Cheiro 29, 31, 32, 144, 164, 168, 172, 183, 225, 227, Digestão 62, 115, 128, 189, 195.
232. Aromaterapia 41, 54, 90, 102, 212. 236. Disenteria 208, 223.
Alecrim 36, 38, 42, 52, 55, 60, 63, 87, 104, 131-134, Aromatizante 88, 95, 105, 110, 116, 122, 129, 134, 143, Cicatrização 128. Dismenorréia 233.
144, 185, 249, 261, 267, 273, 275, 277, 283. 144, 146, 152, 153, 157, 161, 165, 169, 173, 177, Cistite 109, 122, 128, 133, 177, 209, 223, 286. Dispepsia 109, 152, 157, 169, 177, 190, 219, 287.
Alho 32, 38, 42, 63, 81, 144, 203-205, 245, 249, 251, 185, 191, 196, 205, 209, 213, 214, 219, 223, 233,
Coca-Cola 215. Distúrbios respiratórios 200.
253, 255, 257, 259, 261, 263. 245, 247, 249, 251, 253, 255, 257, 259, 261, 263.
Coentro 22, 36, 38, 52, 62, 104, 107, 108, 109, 110, 115, Dor lombar 152, 169.
Alumínio 75, 247, 249, 261, 263. Arritmia 115.
122, 152, 189, 218, 219. Dor reumática 175, 189, 195.
Amaciante de roupas 93. Artrite 43, 104, 121, 161, 184, 189, 209, 223.

296
299

E F Hidrodifusão 65. Lipofilicidade 55, 57.


Hidrolato 66. Loção corporal 93.
Eczema 43. Fadiga 103, 109, 121, 128, 133, 145, 161, 190, 223.
Hipersensibilidade 90, 133, 161. Louro 35, 36, 38, 52, 60, 63, 144, 181, 183-185, 245,
Eficácia 43, 55, 56, 59, 75, 88. Farmacopéia 73, 168.
Hipertensão 115, 205. 247, 249, 251, 255, 259, 261, 263.
Embalagem 75, 91, 275. FCC (Food Chemicals Codex) 73, 74, 91, 114, 151, 176,
Hipertireoidismo 115, 287. Luz 73, 75, 81, 90, 91, 95, 218, 232, 233, 292.
Emoções 54, 56. 196, 212.
Febre 195, 213, 286. Hipotensão 122, 139, 223.
Encefalite viral 121.
Endro 155, 157. Fenóis 42, 59, 79, 80, 81, 83, 88, 90, 114, 115, 152, 172,

Enfarto 157.
184, 195, 208, 213, 223. I M
Fígado 83, 87-89, 94, 195. Manjericão 35, 38, 52, 61, 62, 119, 120-123, 196, 253,
Enterite viral 104. Identificação 37, 73, 74, 80, 126, 150, 189.
Flatulência 102, 120, 152, 169, 223. 255, 257, 263, 275.
Enterocolite 115, 122, 133, 208. Impotência masculina 190, 213.
Formas de administração 85. Manjerona 52, 90, 113-116, 247.
Entorces 233. Imunológico 27, 28.
Fototoxicidade 81. Marcador 37.
Envelhecimento precoce 42, 114. Inalação 83, 85, 86, 91, 94.
Fotossensibilidade 90, 133. Máscara facial 271.
Enxágüe para cabelo 277. Inapetência 190.
Furanocumarinas 81, 90, 109, 152, 161, 232. Massagem 41, 43, 44, 83, 85, 90, 93, 275, 283.
Enxaqueca 103, 189. Inceticida 60.
Furúnculo 184. Mecanismos de ação 55.
Epilepsia 115, 139, 227. Índice de acidez 73.
Membranas celulares 41, 42, 63.
Erva-cidreira 38, 42, 159-161, 275. Índice de refração 73.
Memória 32, 56, 131, 145, 190.
Erva-doce 37, 149-153, 156, 240, 267, 269, 275. Indigestão 132, 138, 152, 169, 223.
Escalda-pés 279. G Infecções 57, 59, 115, 121 128, 165, 184, 205, 208,
Meningite viral 104.

223, 213, 232. Menta 42, 52, 61, 65, 87, 125-129, 132, 156, 267, 279,
Esfoliante 267. Gás carbônico supercrítico 69.
283.
Espasmódico 121, 122, 139, 165, 287. Gastralgia 169. Insônia 103, 115, 121, 177, 232.
Micose 104, 200, 201.
Espectrômetro de massa 37, 58, 74. Gastrite 102, 121, 145. Insuficiência coronariana 122.
Microrganismos 36.
Essência artificial 47. Gengibre 35, 37, 42, 52, 63, 70, 109, 144, 187-191, Insuficiência digestiva 161, 195, 219, 232, 233.
Moléculas 27, 28, 31, 42, 56-62, 77, 78, 80, 81, 83, 94.
Essência natural 47, 108. 194, 215, 218, 251, 261, 279, 283. Insuficiência pancreática 121.
Músculos 83.
Esteárico 41, 43, 44. Genoma 27. Insuficiências hepato-renal 104, 121, 128, 139, 157,
Goiaba 222, 235, 236. 161, 165, 232, 233.
Ésteres 59, 61, 79, 81, 83, 103, 108, 115, 128, 133, 161,
165, 169, 184, 208, 213, 219. Gorduras 35, 205. Irritação dérmica 88, 89.

Estimulantes 57, 62, 81. Gripe 29, 104, 109, 184, 223. N
Estomatite aftosa 184. Nefrite viral 104, 121, 184, 209, 223.
Éteres e Óxidos 80. L Neurastenia 161.
Evaporação 66, 69, 176, 283.
H Lâmpadas 93. Neurotoxicidade 87, 94.
Excreção 83. Laranja 36, 52, 189, 191, 215, 229, 231-233. Nevralgia 209, 233.
Hepatite 121, 208, 223.
Expectorante e mucolítico 60. Lareiras 93. Nota de corpo 49, 50, 52, 189.
Hepatotóxico 88.
Expressão 65, 68, 90, 151, 230. Laringite 102, 195. Nota de fundo 49, 50, 52.
Herpes 104.
Extrato 63, 215, 257, 263. Limão 36, 38, 52, 160, 176, 189, 215, 229, 231-233, Nota de saída 49, 50, 52, 70, 226.
Hidrocarbonetos terpênicos 77.
259, 261.

298
301

O Poliomelite 121. Sálvia 36, 52, 87, 89, 101, 102, 104, 105, 109, 110, 144,
V
Pouporri 93. 185, 209, 271, 273, 275, 277, 281.
Odorfone 51. Vagina 85.
Pré-menopausa 104. Sedativo 103, 161, 213.
Odorizante de carpete 93. Vaginite 213.
Priprioca 37, 225-227. Segurelha 88, 90, 171, 172, 173.
Óleo de abacate 44, 283. Variabilidade 74.
Produção 35, 64, 66, 75, 90, 114, 120, 126, 138, 150, Shelf life 42.
Óleo de amendoim 42, 43. Varizes 104, 121.
156, 160, 176, 188, 194, 201, 208, 212, 218, 230. Sinergia 47, 51, 55, 59.
Óleo de canola 43. Velas 93, 94.
Psicose 115. Sinusite 104, 115, 133, 209, 223.
Óleo de cenoura 43. Verminose 120, 205, 213, 219.
Psicossomático 56, 83. Sistema imunológico 27, 28.
Óleo de gergelim 43, 44. Vertigem 115.
Pungência 63, 69, 189, 191, 194, 218. Sistema límbico 56.
Óleo de girassol 35, 43, 93. Via cutânea 85, 94, 104, 213, 219, 223.
Solvente 43, 47, 63, 68, 69.
Óleo de sementes de uva 44. Via oral 85, 88, 94, 102-104, 145, 152, 213, 287.
Sonolência 213.
Óleo de soja 44. Vitamina E 42-44.
Óleo carreador 35, 41, 43, 44, 94.
Q Spray odorizante 93.
Voláteis solúveis 66.
Stress 55, 57, 73, 103, 115, 128, 177.
Óleo para massagem 275. Quimiotipos 62, 74, 120.

Olfato 27, 29, 31, 32, 49, 78.


Oligomenorréia 152, 169, 213.
Orégano 36, 42, 52, 63, 88, 90, 113-116, 120, 247, 249, R T
255, 257, 259, 261, 263. Taquicardia 103, 115.
Radicais livres 42, 63.
Otite 115, 133. Tecido adiposo 83.
Ranço 42, 63, 231.
Oxidação 42, 75, 286. Tensão nervosa 103, 115, 132, 133, 139.
Reação alérgica 90, 91, 94, 128.
Terpenos 77, 78, 81, 83.
Regenerador de tecidos 200.
Tintura 68.
Reto 85.
Tomilho 36, 38, 42, 52, 63, 88, 90, 114, 143-146, 172,
Retificação 69, 75, 127.
185, 247, 263.
P Reumatismo 43, 108, 115, 184, 190.
Tônicos 81, 269.
Padrões de qualidade 73. Rins 83, 137, 139, 232, 233.
Toxicidade 74, 81, 85, 91, 94.
Palpitação 152.
Tuberculose 128, 209, 223.
Paralisia 139, 152, 169.
Parasitose cutânea 209, 223. S
Patologias infecciosas 172.
Perfume 32, 49-51, 104, 116, 168, 209, 225, 226.
Sabor 29, 35, 47, 63, 70, 75, 77, 102, 108, 114, 116, 122,
U
126, 127, 134, 138, 144, 151, 152, 156, 160, 164,
Pimenta rosa 23, 199, 201. 168, 172, 176, 185, 189, 194, 200, 201, 212, 218, Úlcera 115, 121, 184, 189, 205.

Pimenta-da-jamaica 221-223. 221, 222, 240. Umidificador 93.

Pimenta-do-reino 38, 193-196, 221. Sachets herbais 93. Uretite 223.

Pitanga 23, 222, 236, 239-241. Salsa 38, 137-140, 144, 185, 245, 249, 253, 261. Uso alimentício 43, 95.

Polaridade 57. Salsão 163-165, 247, 255.

300
Copyright © 2005 by Luiz Grossman, Gabriel Zitune e Sandra Januário
Impresso no Brasil em março de 2005

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Edição final Luiz Grossman


Receitas Culinárias Gabriel Zitune
Receitas Cosméticas Sandra Januário
Fotografias Ary Diesendruk,
Ivson Luiz Carneiro Miranda e
Luiz Grossman
Preparação de textos Espaço 2
Revisão de textos Cristina Galhardo e Raquel Boudow
Projeto gráfico e capa Dagui Design
Editoração eletrônica e índice remissivo Eliana Merlino
Produção gráfica, LCT
tratamento de imagens e fotolitos
Impressão Sermograf

Crédito de fotografias
Ary Diesendruk, páginas:
Ivson Luiz Carneiro Miranda, páginas:
Luiz Grossman, páginas:

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Printed in Brazil

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