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PAISAGISMO
HISTÓRIA E TEORIA I
APRESENTAÇÃO
Marília- SP
2010
SUMÁRIO
4. Paisagismo no Brasil
4.1 – Desenvolvimento da Profissão no Brasil
8. Estilos de Jardins
9. O Projeto Paisagístico
9.1- Fases preliminares
9.2- Anteprojeto
9.3- Projeto Executivo
9.4- Memoriais
Referências
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. Introduzindo questões
O trabalho com a paisagem tem por objetivo a criação de espaços voltados para o futuro,
os lugares ideais para uma sociedade de um espaço- tempo. De acordo com MACEDO (1992), o
paisagista nas propostas de intervenção deve respeitar os três princípios básicos:
a) observação e procura da manutenção da dinâmica ecológica do lugar;
b) o atendimento prioritário às necessidades da população, tanto em termos
qualitativos quanto funcionais;
c) obedecer, criar e recriar padrões estéticos adequados à população local (presente
ou futura) e ao lugar.
Esses elementos poderão ser vistos separadamente, mas posteriormente deve se associar
novamente, “não se privilegia no estabelecimento de planos e projetos somente este ou aquele elemento,
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como águas ou solos adequados no estabelecimento de planos e projetos paisagísticos, mas sim a dinâmica do
lugar e suas possibilidades de interação espacial” LYLE (1985).
Num primeiro momento, é importante uma reflexão à luz da história sobre aspectos
evolutivos do campo projetual e do Paisagismo, buscando identificar arquétipos, conceitos e
enfoques que auxiliaram na consolidação do Paisagismo como disciplina e campo de atuação.
Questionamentos e pesquisas, que tenham a história como base de referência, são fundamentais no
entendimento das questões contemporâneas, principalmente se essa ciência for apreendida, não
apenas como uma sucessão cronológica e descritiva dos fatos e obras, mas se for vista como
estrutura que permita com a discussão do passado, a compreensão do presente e as possibilidades
de atuação com visão prospectiva, delineando possíveis tendências.
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ao campo de pesquisa. Dando continuidade, Catarina Cordeiro LIMA coloca em sua palestra “A
dimensão ecológica da Paisagem” na ABAP(1999), as definições de 1950, 72 e 75 da ASLA:
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exemplo, a concepção paisagística inglesa do século XVIII e o que a França adotou, em seguida,
como sendo o “Jardin Anglais” e mesmo diferenças bastante marcantes entre os paisagistas
ingleses e os adeptos dos impulsos naturalísticos do mesmo período, que JELLICOE (1995) coloca
como “alternâncias de chegada ao projeto” , de percepções, alteração dos vetores de formas de
utilização de conceber a relação homem-natureza, da época, do local.
Deu margem a uma certa especialização, contrariando visões de síntese que eram
ensaiadas no final do século passado, principalmente pelo paisagista Olmsted, o idealizador de um
grande número de parques urbanos que procurou atribuir à profissão uma dimensão mais
totalizante, compatibilizando o entendimento dos processos naturais na cidade e na região, com os
processos sócio-culturais, sem deixar de trabalhar com as possibilidades criativas na conformação
das paisagens.
Os processos de projeto, por seu lado, vão desde a criação individual tradicional a formas
de engajamento com participação coletiva no processo de criação. Nos Estados Unidos, essas
tendências podem ser claramente identificadas.
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A terceira, parte da adequação do espaço construído ao usuário, sua participação desde o
momento da criação e busca as bases nos estudos que avaliam o desempenho do espaço
construído após a apropriação pelos usuários, orientação dos trabalhos de Lawrence HALPRIN.
O caminho do Paisagismo no Brasil é completamente diverso, pois não conta com uma
qualificação profissional claramente institucionalizada. Somente em 1998 ocorreu o I Congresso
Brasileiro de Paisagismo, de cujos trabalhos não foi possível, ainda, nenhum resultado positivo no
sentido da regulamentação da profissional, significando um entrave aos aprofundamentos
necessários, a uma função social definida e no que diz respeito à formação profissional, apesar das
diversas atitudes sérias existentes no sentido da pesquisa e do projeto.
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natureza cedia lugar aos espaços culturais da civilização. No Extremo Oriente, 2000 anos a.C., as
composições dos jardins exercem funções culturais e simbólicas paralelas à própria existência das
cidades e das arquiteturas. Enquanto a cidade realça a artificialidade, através de seu traçado
geométrico, o jardim evolui gradativamente na liberdade formal plena do jardim japonês.
Não é a síntese da cidade nem do campo, talvez fosse a expressão individual do homem
nessas sociedades rígidas e controladas, superando individualmente a função do templo e suas
grandes praças. O jardim é algo particular no interior das habitações. Nas sociedades orientais, a
tão conhecida relação Yin/Yang, criada na China ocorre também, no diálogo entre áreas edificadas e
não edificadas. O importante é o equilíbrio entre os opostos.
Na Era Neolítica, o homem aprendeu, por meio da técnica, a “dominar” a natureza; tornou
possível a criação de animais e plantas e possibilitou a sua fixação. Deixou de ser habitantes de
árvores e cavernas para criar “as aldeias”. Nesse período e até a nossa História recente, o homem
não sentia necessidade de preservação da natureza pois esta era ainda intocada. Nessa Era também
apareceram as primeiras manifestações religiosas, e é interessante lembrar que, em praticamente
todas as religiões, o Paraíso era representado por jardins que simbolizavam a vida e a morte.
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víveres quanto para sua ostentação, sem deixarmos de mencionar seu desejo de permanecer em
contato com a natureza.
O Egito encontra-se em uma área de solo fértil, em meio a uma região árida e desértica.
Assim, no início de sua história seus jardins desenvolveram plantas e frutos para uso de seus
proprietários. Tinham como característica a irrigação, feita por meio de canais que definiam áreas
geométricas retangulares. Nesses jardins praticava-se o cultivo de uvas, romãs, tamareiras, plantas
da flora nativa e outras importadas, como maçãs, mirra e amendoeira. Nos espelhos d‟água eram
cultivados lótus e papiro, para o fabrico de papel. Além dos jardins, os egípcios também interferiam
na paisagem com a construção de esfinges e pirâmides, que visavam à perpetuação e à glória dos
faraós, considerados representantes dos deuses na Terra.
A topografia da Grécia sugere a implantação de cidades em regiões mais altas por motivos
estratégicos de defesa, elas eram muradas. Nos bosques sagrados reverenciavam-se os deuses,
sendo estes representados por estátuas. Em suas investidas em busca de novos territórios, os
gregos assimilaram em sua cultura o gosto pela construção de jardins, e foi numa dessas investidas
que importaram da Pérsia os jardins paradisíacos. É da Grécia que se tem notícia do surgimento do
vaso com flores anuais utilizados para oferendas ao deus Adônis.
Os persas, famosos por seus jardins paradisíacos, construíram-nos para seu lazer e os
carregaram de simbologia. O cipreste, por exemplo, era o símbolo da passagem da vida para a
eternidade, e as árvores frutíferas representavam a vida e a fertilidade. Devido à necessidade de
irrigação, os jardins persas, de traçado geométrico, eram alimentados por fontes, dando forma de
cruz à irrigação. Foram os primeiros a utilizar as plantas por seu valor estético, tirando partido de
sua forma e aroma. Podemos dizer que foram os persas os criadores dos jardins como os
conhecemos hoje. Em seus jardins, as árvores como os ciprestes, plátanos e romãs, eram sempre
renovadas para que permanecessem jovens. Eram muito cultivadas flores como rosas, violetas e
jasmins.
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Os romanos, também na busca de novos territórios de dominação, importaram
principalmente da cultura grega a concepção de seus jardins. As casas romanas eram orientadas
para áreas que sugeriam amplitude como mar ou o campo. Em seus jardins, eram colocados
afrescos, fontes e topiárias (esculturas em plantas realizadas por meio da poda). Esses jardins
interavam-se à arquitetura da casa.
Os povos orientais, aqui representados pela Índia, China e Japão, apresentavam em seus
jardins sua filosofia de cunho religioso. O budismo, surgido na Índia entre 620 a.C. e 540 a.C., foi
transmitido por missionários à China e Japão. Com ele, proliferou também a concepção do jardim
budista, que representava a paisagem em escala reduzida. Um exemplo dessa visão é a bonsai.
O jardim Chinês e Japonês- Da dinastia Han surgiu o jardim “lago-ilha”, que será muito
repetido, tanto na China como no Japão. Tratava-se de um mito muito complicado. Algumas ilhas só
eram atingíveis transportadas por um pássaro: a cegonha gigante. Nesses jardins, esses animais
são representados simbolicamente por rochas. No final do século VI foi criado o Parque Ocidental,
com um perímetro de 113 quilômetros e contendo 4 imensos lagos cobertos de Lótus e rodeados de
Chorões.
Na Idade Média européia, as pestes e as constantes invasões dos povos bárbaros fizeram
com que as cidades e castelos se fechassem e se fortificassem. Os espaços livres tornaram-se
funcionais para o cultivo de plantas medicinais e alimentos. Nos monastérios e conventos ainda se
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mantinha a tradição do jardim; neles eram plantadas flores para enfeitar os altares. O formato dos
canteiros desses jardins deu origem aos canteiros barrocos. Por serem cultivados por monges
copistas, que necessitavam ter mãos delicadas para a realização de seu trabalho, foram
desenvolvidas ferramentas de jardinagem.
Com o fim das invasões, com o controle das pestes e o início da expansão comercial, a
Europa começou a experimentar um período de paz. Era o início do
Renascimento, um período em que se destacaram os jardins da Itália e da
França. O século XV marcou na Europa o início do Renascimento, os descobrimentos, as conquistas.
Os jardins também renasceram. Surgiram os jardins botânicos e também o comércio de plantas
para coleção, resultado da expansão européia em novos continentes. Na Itália iniciou-se a
restauração dos mais belos parques e dos jardins das “vilas romanas”, que serviram como modelo
para a construção de novos jardins.
Os jardins eram feitos para o homem e a dignificavam; seus modelos eram trazidos da
antiguidade clássica, representada por Roma e passaram a ocupar junto com a música, a pintura e
a arquitetura, um lugar de destaque nas artes. Desenhados para abrigar também discussões
intelectuais: sábios e artistas podiam trabalhar e discutir no “frescor dos ares do campo”. As áreas
ajardinadas ao lado dos castelos possuíam desenhos simétricos de proporções matemáticas e
perspectiva sem fim. A casa e o jardim integravam-se em um único espaço.
A França sofreu grande influência dos jardins romanos. Os jardins de Versailles (1624-
1688) foram construídos e idealizados por André Lê Notre, com traçado simétrico, valorizando a
perspectiva e a sensação de grandiosidade. O passeio central comandou toda a composição de cada
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lado, canteiros dispostos simetricamente separados dos bosquetes por cercas vivas podadas e
estátuas de mármore branco. Sobressaia a tudo isso os tapetes de relva, as inúmeras fontes e
canteiros floridos. O local tinha sido anteriormente um imenso brejo onde se praticava a caça.
O liberalismo democrático dos ingleses do século XVIII levou a que fossem rejeitados os
governos despóticos franceses e, com isso, os jardins renascentistas. Nessa época, o movimento
romântico na pintura exaltava as belezas da natureza e da paisagem natural, devido à influência
oriental trazida para a Europa pelas relações comerciais da Inglaterra com o Oriente. Os jardins
passaram a imitar paisagens naturais e dar importância do elemento “surpresa”, ou seja, eram
montados com grandes gramados e a incorporação de lagos e rios. Entre os mestres dos jardins
ingleses estão William Kent, William Chambers.
Os holandeses também não fugiram, no início das influências francesas e italianas. Porém,
devido a sua topografia plana e pelo hábito de cultivo das plantas bulbosas (em especial a Tulipa e
ao seu gosto pelas cores, criaram jardins mais compactos e graciosos. São divididos em múltiplos
recintos, apresentam túneis sombreados por trepadeiras. As partes centrais são formadas por
intrincados grupos florais, fontes douradas, baixas, jorram sua água em pequenos tanques
rodeados de cercas vivas de bordadura baixa. Os ciprestes recebiam podas, formando círculos
sobrepostos portões de ferro fechavam os jardins).
Ao longo do ramo fluvial de Vetch, entre Utrech e Muden, uma série de elegantes casas
ajardinadas caracterizava essa época que vai do século XVII a XVIII. Hoje tudo isso caiu da moda.
Os jardins modernos holandeses vão do estilo internacional até a uma agradável forma doméstica,
com especial ênfase nas Tulipas, Narcisos e Jacintos, distribuídos com capricho encantador.
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Com a Revolução Industrial, as áreas urbanas foram se adentrando. Houve o
aburguesamento da sociedade e o parcelamento da terra acentuou-se, provocando a diminuição
das áreas particulares livres. Parques e jardins públicos eram usados para arejamento das áreas
urbanas, eram os “pulmões” das cidades.
No século XX, o Movimento Moderno aprofunda estas questões idealizando a cidade como
um enorme território de sucessivos jardins, coletivizados e usufruídos por todos. A arquitetura dos
edifícios também é traçada e codificada, tendo em vista a liberação de espaços verdes, o “recrear o
corpo e o espírito”, buscando a luz solar e o ar, isolando as edificações. A redescoberta do papel
qualificador que o jardim pode absorver sobretudo em contextos urbanos degradados, evidencia-se
na carga representativa do desenho.
Artistas e técnicos, preocupados desde o século XIX com essas questões, contribuem para
que muitos paisagistas passem do exercício da jardinagem para o projeto ambiental. Esta trajetória
parece ter se originado no “English Landscape Tradition”, movimento do século XVIII, na Inglaterra,
com poetas e escritores, concebendo uma harmonia entre o homem e a natureza, entendida como
jardim, símbolo do paraíso perdido por Adão e Eva.
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A fase atual do Paisagismo tem dois fatores de influência: o primeiro, pela atividade de
grandes profissionais da área no contexto do pós guerra até agora e que ditaram as bases técnicas
e formais aos designers da paisagem contemporânea. Tiveram destaque: Roberto Burle Marx, Luis
Barragán, Thomas Church, Silvia Crowe, Cramer, Eckbo, Lynch, Appleyard, Halprin e McHarg entre
outros; o segundo, pelo estudo da história do Paisagismo, a partir dos anos 70, nos Estados Unidos,
com George B. TOBEY(1988) e Geoffrey e Susan JELLICOE(1995), que contribuíram para dar
credibilidade ao exercício do Paisagismo.
Dos anos 50 aos 70, destacaram-se os melhores trabalhos dos grandes mestres da
arquitetura paisagística. Dentre eles, Roberto Burle Marx, que, embora sendo modernista não se
submeteu aos cânones do movimento. Teve seu processo criativo ligado às artes plásticas e ao
entendimento da botânica, utilizados para a compreensão da natureza, principalmente a tropical do
Brasil com suas cinqüenta mil espécies diferentes de plantas. “A natureza é um ciclo da vida que
deve ser compreendida para poder se tomar liberdades com ela conscientemente. Os meios de que
dispomos como as grandes máquinas, o fogo podem ser usados tanto para o bem quanto para o
mal, porém no Brasil são usados para criar miséria” MARX apud LEENHARDT (1994). São
conhecidas suas pesquisas e excursões para reconhecimento da flora brasileira e a ele é atribuída a
distinção mais clara entre as etapas conceitual e prática que compõe a realização de um projeto de
paisagismo. O paisagismo de Burle Marx cria padrões de desenho que incorporam as formações
naturais sem, no entanto, copiá-las, como aconteceu nos jardins ingleses e, revoluciona a forma de
projetar os espaços livres públicos, com concepção plástica própria, formas orgânicas e trabalho
com a água.
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Fazenda Marambaia – Burle Marx
4. Paisagismo no Brasil
No Brasil, com a transferência da família real para o Rio de Janeiro, no séc. XIX,
desencadeia um processo de formação de passeios públicos, praças e parques, concomitantes à
formação de jardins botânicos com viveiros para pesquisa e reprodução de mudas de espécies de
valor econômico e ornamental significativos. Anteriormente, temos, em 1783, a construção do
Passeio Público do Rio de Janeiro, projetado por Mestre Valentim, com base no Jardim Botânico de
Lisboa e considerado não só a primeira grande obra de urbanização da cidade, conforme
mencionado por OTTONI(1972), como também o primeiro parque público do Rio de Janeiro.
Este mesmo passeio é remodelado por Glaziou, a pedido de D. Pedro II, e, com desenho
mais curvilíneo, abandona seu traçado rigorosamente geométrico e retilíneo. Glaziou projeta ainda o
parque da mansão imperial (a Quinta da Boa Vista), além da quase totalidade dos logradouros
públicos e da arborização das avenidas do Rio.
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Em São Paulo, a característica de “arraial sertanista” perdura até o início do séc. XIX,
sendo suas praças públicas modestas e mal cuidadas, destacando-se somente a Praça do Colégio, a
Sé e a Praça da Câmara. Quanto ao jardim residencial, pequenos quintais para o cultivo de espécies
frutíferas e criação de aves e animais domésticos, no final do século XIX, são objetos de grande
atenção, com o surgimento dos palacetes e a adoção de recuos e jardins laterais.
O Paisagismo brasileiro define-se no séc. XIX, a partir de uma rede consolidada de cidades
grandes e médias que, situadas principalmente no litoral e sob forte influência urbanística européia
(francesa e inglesa) apresentem condições para a criação de obras significativas, tanto em espaços
públicos- parques, praças e boulevards, como espaços privados- jardins de palacetes e chácaras.
1 – Ecletismo - Definido pelo surgimento dos primeiros parques públicos, das praças
ajardinadas, dos jardins das mansões dos barões do café (Rio e SP). Inicia-se com a construção do
Passeio Público do Rio de Janeiro (1779) e perde sua hegemonia no final da primeira metade do
séc. XX, com os grandes projetos públicos em SP, Rio e Brasília. Nesse período, as influências
francesas e inglesas sobre os projetos, ocorrem na totalidade. Tem por principais caracteríticas: a
visão romântica; evidencia o bucólico, com lagos, fontes, gramados, poda temporária, esculturas,
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coretos, pontes, aves e animais silvestres soltos, circulação sinuosa ou em eixos define a estrutura.
Do logradouro: o passeio, o desfile, com a vegetação criando fundos e bordaduras.
2 – Moderno - Tem como marco inicial as obras de Burle Marx, em Recife, e jardins do
MEC, no Rio. Até hoje, a maioria dos projetos segue seus paradigmas que tem, entre outros, como
padrão: o uso da vegetação nativa e o total rompimento com as escolas clássicas. Apresenta nítida
influência americana e do Movimento moderno. Das principais características, destacam-se: a
vegetação criando ambientes; novos usos e programas; lazer ativo, equipamentos esportivos; a
utilização de grades; uso intenso da vegetação nativa e a incorporação e transformação dos antigos
elementos formais: lagos, fontes, pontes e esculturas
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Parques Urbanos
Estações de águas
Jardim Zoológico
Jardins de Estilo - moldura do estilo neocolonial ao neoclássico
Parque Farroupilha - Porto Alegre
Consolidação do Bairro Jardim ( Cia. City - SP)
Jardim América / Jardim Europa
Consolidação da casa isolada no lote
Jardins privados
Novas áreas centrais
Copacabana e Avenida Central no Rio
Parques de Bouvard e Avenida Paulista em SP
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Atualmente, existe um rico conjunto de idéias e tendências no Paisagismo nacional.
Observam-se, ainda, influências da Escola americana de Eckbo, Halprin, Lawrence e Lyle, e dos
novos paisagistas Walker, Schwartz, além das novas tendências européias do eixo Paris – Barcelona
e dos japoneses Sassaka e Yoshimura. É possível identificar algumas abordagens projetuais: umas
comprometidas com a inserção de variáveis ambientais, como os parques de Fernando Chacel no
Rio de Janeiro; outras comprometidas com a ecologia, como o projeto de Henrique Zanetta e Raul
Pereira, em Santo André; com o planejamento de novos usos: Praça do Relógio- USP, de Silvio
Soares Macedo e Paulo Pellegrino e a Universidade Livre do Meio Ambiente, de Domingos
Bongestabs; com a necessidade de preservação e de apropriação pela população: Parque Alfredo
Volpi, de Rosa Kliass e a que resgata a dimensão do lúdico: a Orquestra Mágica e os Bichos da
Mata, entre outros.
No Rio de Janeiro, Roberto Burle Marx desde a década de 30 foi precursor da utilização
da linguagem paisagística moderna associando ao conceito do jardim como obra de arte a dimensão
ambiental e ecológica.
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Em São Paulo, primeiramente os jardins de Mina Warchavchik, utilizavam a flora tropical
de palmeiras e cactus, cuidadosamente ordenados para realçar a arquitetura de Gregori
Warchavchik, partindo de um planejamento de massas de espécies definidas, dispostas segundo
padrões com forte influência geométrica. Na década de 50, surgem as obras de Waldemar Cordeiro,
artista concreto, baseadas em oposições entre retas e círculos e as resultantes deste encontro,
valendo-se da figura-fundo, do traçado geométrico e de novos materiais.
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5- Noções de Ecologia, Geografia e Botânica
A Agronomia nos dará suporte necessário ao manejo do solo e das plantas e ao “controle”
do jardim, seja para a manutenção da saúde nutricional das plantas ou para o controle de pragas.
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As plantas são compostas por raízes, caule, folhas, flores, frutos e sementes. Estas partes
nem sempre se apresentam na forma com que estamos habituados a visualiza-las, ou seja,
encontramos raízes aéreas, folhas em forma de espinhos, etc. Isso se deve ao resultado da
evolução por que passaram as espécies e da adaptação em função da necessidade de subsistência
em seu habitat.
Na jardinagem, utilizamos uma gama muito variada de plantas, que oscilam entre as mais
primitivas e simples em sua estrutura, como é o caso das Selaginelas pertencentes às Bryophitas
(Pteridophytas), até aquelas situadas no topo da evolução das espécies, como é o caso das
orquídeas pertencentes às Gymnospermas.
Cada uma das partes da planta tem uma ou mais funções, bastante específicas:
Raiz – Possui duas funções:
fixar a planta ao substratp;
captar água e sais minerais para a folhas.
Como o restante da planta, a raiz também respira, por isso a terra ao seu redor deve ser
arejada para permitir a circulação do ar. Divide-se em coifa, zona lisa, zona pilosa, zona suberosa e
raiz secundária.
Das subterrâneas, nos interessam mais as axiais ou pivotantes, em que a raiz principal
desce perpendicularmente ao solo em busca de uma fonte de suprimento de água, e as
fasciculadas, que, ao contrário, dispõem-se em feixes superficiais ao solo. Isso porque esses dois
tipos têm relação direta com o trabalho do paisagista de jardins.
As raízes pivotantes são típicas de plantas dicotiledôneas e coníferas, apresentam uma raiz
principal e várias secundárias, que saem lateralmente. Algumas árvores apresentam as raízes
superficiais mais desenvolvidas do que a pivotante, podendo algumas vezes até levantar pisos ou
quebrar calçadas; são as árvores nativas de solos rasos, como o solo amazônico.
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esse tipo de raiz são indicadas para “segurar” terrenos inclinados, ou em processo de erosão, como
alguns paus de bambu, com enraizamento bastante agressivo.
As seivas circulam entre as folhas e as raízes nos dois sentidos. Da raiz em direção às
folhas, sobre a “seiva bruta”, composta de água e sais minerais. A circulação é feita através dos
chamados “vasos lenhosos” ou lenho. No sentido contrário, isto é, das folhas para a raiz, desce a
“seiva elaborada”, composta principalmente de água, açúcares produzidos na fotossíntese, amidos e
demais compostos sintetizados nas folhas. O transporte, nesse caso, é feito pelos “vasos liberianos”
ou líber. Estes vasos distribuem por toda a planta os alimentos produzidos nas folhas.
Os nutrientes de que as plantas precisam para suas atividades vitais são 17 elementos
químicos que se subdividem em macro e micronutrientes.
Elementos estruturais:
C (carbono)
O (oxigênio)
H (hidrogênio)
Macronutrientes – necessários em maior quantidade:
N (nitrogênio) – componente básico das proteínas
P (fósforo) – transmissor de energia essencial no DNA e RNA
K (potássio) – controla a água nos tecidos e a respiração
Ca (cálcio) – controla o fluxo de água na célula
Mg (magnésio) – componente essencial na clorofila e enzimas
S (enxofre) – componente de proteínas
Micronutrientes – necessários em quantidades mínimas:
B (boro) – conduz os carboidratos até as raízes
Cu (cobre) – age no processo de respiração
Fé (ferro) essencial na fotossíntese
Mn (manganês) – síntese de proteínas
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Zn (zinco) – síntese do amido
Si (silício) – componente básico da celulose
Cl (cloro) – participa da fotossíntese
Mo (molibdênio) – controla a absorção de nitrogênio
No caso das plantas pertencentes à classe das dicotiledôneas, cujos caules apresentam
crescimento secundário em espessura, podemos dizer que os vasos – lenhosos e liberianos –
constituem a parte ativa do caule, por onde circulam as seivas, garantindo o suprimento de água a
grandes alturas, e o restante do caule ficando com funções estruturais. O lenho e o líber ficam
dispostos em um círculo, pois ambos se renovam a cada ano, formando anéis concêntricos. É isso,
aliás, que permite estimar a idade de uma planta pelo caule. Se a região onde a planta vive se
caracteriza por verões e invernos bem definidos, bata contar o número de anéis pelo caule.
A cada renovação dos vasos, porém, a planta desativa os antigos, que deixam de ter
função de transportar as seivas. Bloqueados muitas vezes por uma substância que tem o nome de
lignina, os vasos endurecem, aumentando a resistência do caule.
Os caules podem ser identificados como: troncos nas árvores, estipe nas palmeiras, haste
nas herbáceas, calmo nas gramíneas, estolho nas plantas reptantes, suculentos nas cactáceas,
subterrâneos nos bulbos e rizomas, pseudobulbos nas orquidáceas, etc.
Folhas – São a principal estrutura de produção de alimentos para a manutenção da planta, pois
apresentam a maior quantidade de cloroplastos, responsáveis pela fotossíntese que produz glicose.
São responsáveis ainda pela evapotranspiração, que é o controle da perda de água que circula na
planta.
Flores – São o órgão reprodutor da planta. A reprodução em termos evolucionistas é a razão das
espécies, e merecem muita atenção também por um outro aspecto: as flores têm importância
fundamental na classificação da planta, e é através delas que se define o grau de “parentesco”
entre as espécies.
É na flor que percebemos o estágio evolutivo que determinada espécie atingiu. Por
exemplo, o pinheiro, que produz uma grande quantidade de “pólen” para ser levado pelo vento até
as pinhas femininas, é bem mais primitivo que uma orquídea, que produz pouco pólen, que será
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levado por uma vespa até uma outra orquídea e dezenas de metros de distância, garantindo ainda
a polinização cruzada, muito importante e desejável para a evolução das espécies.
São o meio de propagação sexuada das espécies vegetais. A disseminação das sementes
pode ocorrer através:
do vento, desde sementes aladas até esporos;
do ciclo de amadurecimento do fruto que, ao cair deixa que a semente se
desenvolva naturalmente no solo;
de animais que, ao se alimentarem dos frutos, transportam
involuntariamente as sementes;
da aderência aos passantes, como é o caso, por exemplo, do picão.
Como todo embrião, a semente é formada pelo encontro de duas cargas genéticas: a
masculina e a feminina. Isso acontece por meio da polinização. A carga masculina, or grão de
pólen, que se encontra nas antenas da flor, é transportado ao órgão sexual feminino (pistilo), de
onde partirá a fecundação.
Para produzir descendentes mais sadios, é importante que a carga genética masculina da
semente seja diferente da feminina, isto é, o pólen de uma planta deve fecundar o óvulo de outra
planta (“polinização cruzada”), para que se garanta à semente, e por conseqüência à planta-filha,
um maior vigor genético. Esta variação gênica poderá favorecer sua adaptação a novos ambientes.
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A taxonomia classifica a planta segundo o Código Internacional de Nomenclatura Botânica,
no qual estão expressas as regras a serem seguidas na escolha e seleção do nome que será
utilizado para designar uma determinada planta, ou seja:
os nomes normalmente são em latim;
a nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada na prioridade de
publicação da primeira espécie descrita;
o gênero é definido por uma palavra e a espécie por uma outra palavra;
a terminação var (do latim varietas, que indica variedade) é utilizada para
plantas de mesma espécie, com pequenas diferenças fisionômicas;
a terminação cv (cultivar) é utilizada para plantas de mesma espécie, com
pequenas diferenças fisionômicas induzidas artificialmente;
algumas plantas são híbridas, e recebem um “X” entre o nome referente ao
gênero e o referente à espécie.
Reino Fungi
Lichenes- Estas plantas são constituídas por uma associação simbiótica permanente
entre uma alga (clorofícia ou cianofícia) e um fundo. Sua reprodução é vegetativa por sorédios
(hifas + células da alga). Os indivíduos desta divisão são encontrados sobre os troncos das árvores,
sobre o solo e sobre as rochas. Têm grande importância na desagregação das rochas devido à sua
produção de ácido liquênico.
Clorophyta 1 classe 9 ordens
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Phaeophyta 3 classes
Rhodophyta
Para a jardinagem, são importantes as algas filamentosas, que infestam os espelhos
d‟água, ricos em nutrientes.
Nesta divisão, encontramos os musgos usados para forração de lugares úmidos, como as
Selaginellas (Pteridophyta) e Sphagnum.
Desta divisão são muito utilizadas as cicas e a maioria das coníferas conhecidas.
Angyospermae- São plantas que produzem flores. Suas sementes estão protegidas pelo
fruto. É a divisão mais evoluída na escala das plantas.
Angyospermae 2 classes 62 ordens
Nesta divisão encontramos a maioria das plantas ornamentais. São divididas em 2 classes:
Dicotyledonea e Monocotyledonea.
Classe Dicotyledonea
apresentam duas folhas cotiledonares que podem servir como órgão de
reserva da semente;
apresentam crescimento secundário em espessura, tanto no caule como na
raiz;
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o crescimento em espessura é resultado da atividade do câmbio (meristema
localizado entre a casca e o cerne da madeira). Os vasos condutores
encontram-se localizados junto ao câmbio;
as folhas apresentam nervação reticulada;
as raízes são do tipo axial ou pivotante.
Classe Monocotyledonea
apresentam uma folha cotiledonar;
não apresentam crescimento secundário no caule e na raiz;
os vasos condutores estão distribuídos em feixes líbero-lenhosos dispersos
no estipe;
as folhas apresentam nervuras paralelas e estão dispostas em espiral ao
redor de um galho;
as raízes são do tipo fascicular.
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Grupos de plantas utilizadas no paisagismo de jardins
É necessário ter conhecimento do grupo formal em que essas plantas se encontram, para
facilitar o raciocínio de projeto, pois este inicia-se com o arranjo de volumes e massas de
vegetação, e não de indivíduos. Existe uma certa hierarquia na organização da especificação, ao
mesmo tempo em que podemos visualizar, desde o início, a composição geral do jardim.
Como forrações temos o grupo das herbáceas, algumas cactáceas, aquáticas e algumas
filícias.
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desejamos sol? Levantará pisos, guias ou calçadas? Poderá criar eventuais obstruções às redes de
água e esgotos?
Arbustos: São plantas que não atingem grande porte; em geral são espécies lenhosas e
possuem formação densa junto à superfície do solo. Neste grupo encontram-se algumas
trepadeiras, como alamanda, e folhagens como o guaimbé e a sanchesia.
Herbáceas: Com algumas exceções, possuem caule com consistência de erva e pouco
desenvolvido, portanto têm hábito rasteiro. Neste grupo, incluem-se as forrações (ajuga, clorofito,
etc.), as folhagens (marantas, etc), as gramíneas (grama preta, grama São Carlos, etc) e algumas
trepadeiras, por exemplo (ipomea) as madressilvas e a hera (estas espécies seriam classificadas
como semilenhosas. Além dessas, encontramos as semi-herbáceas, como a yuca-mansa, ou
filamentosa. Existem também alguns arbustos herbáceos, como é o caso da maior parte das
helicônias. A maioria destas plantas pertencem às angiospermas.
Epífitas: São plantas que se desenvolvem sobre as árvores, para receber mais luz. Esse
hábito muitas vezes faz com que pareçam parasitas. O cultivo das epífitas deve conter substratos
ricos em matéria orgânica, fibras e uma excelente drenagem. Entre as mais conhecidas, destacam-
se as bromélias, as orquídeas, algumas cactáceas (como ripsalis), entre outras. A maioria destas
plantas pertencem às Angiospermae.
Aquáticas: Ainda pouco usuais nos nossos jardins, por causa das dificuldades em
controlar o desenvolvimento das algas verdes, as plantas aquáticas subdividem-se em três grupos:
as que ficam submersas, as que ficam na superfície e as que vivem em terras encharcadas. Muitas
podem ser cultivadas em vasos. Entre as mais comuns estão: aguapés, ninfeas, lótus, taboas e
papiros. A maioria destas planta sutilizadas em jardinagem pertencem às Angiospermae.
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Suporte do Jardim- o SOLO
Há milhões de anos, a superfície da Terra era composta por rochas, e não havia condições
para o desenvolvimento das plantas. Aos poucos, o intemperismo (ação de agentes atmosféricos e
biológicos) foi triturando e decompondo as camadas superiores das rochas e transformando-as em
terra. Os seres decompositores (bactéria, fungos, insetos, vermes, etc.) trataram de incorporar ao
solo material orgânico, gerando as condições necessárias à fixação das plantas.
Essa camada superior de terra tem o nome de “solo fértil”. Abaixo em estágio
intermediário de composição, encontra-se o subsolo. Mais baixo ainda, temos a rocha-mãe. Essas
três camadas formam o “perfil do terreno”. O solo fértil, camada biológica ativa, praticamente
inexistente no solo das grandes cidades, caracteriza-se pela cor escura e por sua porosidade. A cor
é devida à presença de matéria orgânica, gerada pela decomposição dos restos vegetais e animais
(húmus). A porosidade é essencial, sem ela não haveriam trocas gasosas, como o oxigênio que as
raízes precisam captar do ambiente.
Entre esses dois extremos, existem inúmeras variações na composição do solo. Uns mais
pesados, com maior concentração de argila e siltes, outros mais leves, tendendo a arenosos.
Podemos classificar o solo segundo estas constituições de terra:
Argilosa (50% areia, 50% argila)
Barrenta (65% areia, 35% argila)
Barro - arenosa (80% areia, 20% argila)
Arena - argilosa (90% areia, 10% argila)
Arenosa (95% areia, 5% argila)
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É importante saber como identifica-los, para trabalhar a terra conforme as plantas que se
deseja cultivar. Para melhorar a fertilidade da terra, muitas vezes é necessário compensar as
deficiências do solo, drenar os solos encharcados (por exemplo, argilosos), ou acrescentar argila
aos excessivamente arenosos. Tudo depende da característica da planta que queremos no jardim.
A acidez elevada do solo (PH menor ou igual a 5.0) diminui a assimilação dos nutrientes
pelas raízes e torna insolúveis: o fósforo, o boro, o cobre, o zinco, além de tornar tóxico o alumínio.
Para corrigir a acidez, deve-se acrescentar calcário dolomítico, cálcio e magnésio. Mas é preciso
tomar cuidado: o excesso de calcário pode deixar o solo alcalino (PH maior que 7.0), o que também
provoca bloqueio da assimilação de nutrientes. A forma de corrigir as deficiências de sais minerais
do solo é através da adubação, que pode ser química, orgânica ou uma combinação das duas.
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estimular o crescimento de folhagens. A tabela abaixo traz os sintomas das plantas conforme o
elemento químico em falta. Além de nitrogênio, fósforo e potássio, estão incluídos cálcio e
magnésio, componentes do calcário dolomítico usado para corrigir a acidez do solo.
Clima e Luminosidade
Algumas dicas importantes que podem evitar dissabores, perda de tempo e de dinheiro.
Na distribuição das plantas pelo mundo, observa-se uma nítida diversificação de acordo com as
zonas climáticas. É o clima, o solo e até a topografia de cada região que, em última instância
determinam o tipo de vegetação nativa.
É importante não esquecer da existência de uma variedade enorme de plantas para cada
tipo de clima. Assim, se por um lado é perda de tempo tentar cultivar tulipas na Bahia, por outro,
existem milhares de flores que podem substituir perfeitamente a tulipa, e que se adaptam
maravilhosamente bem ao clima baiano. A tecnologia atual permite cultivar tulipas até no deserto
do Saara, com a construção de estufas e cuidados especiais, onde as condições de temperaturas e
luminosidade pudessem se adequar às exigências deste cultivo. Só que isso, além de se
absurdamente caro, não é nem um pouco prático. Na hora de fazer o seu jardim, é muito melhor
escolher logo as plantas adequadas ao clima da sua região, que ficar tentando adaptações que, na
maioria das vezes, resultarão em fracasso.
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Do ponto de vista da jardinagem, os parâmetros climáticos mais importantes são:
1 – temperatura
2 – regime de chuvas
3 – umidade relativa do ar
4 – insolação
No Brasil, face às proporções quase continentais do país, temos pelo menos 6 diferentes
tipos de clima: equatorial, tropical, tropical atlântico, tropical de altitude, semi-árido e subtropical. O
Brasil é um país tão grande, que temos aqui, nada menos que seis tipos distintos de clima:
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TROPICAL ATLÂNTICO – domina todo o litoral do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do
Sul. Distingue-se por temperaturas médias entre 18º e 26º C. com chuvas abundantes, que variam
de época conforme a latitude. No litoral do Nordeste, são mais freqüentes de abril a agosto, e mais
ao sul, no verão. A vegetação natural é a mata atlântica, de tipo tropical, já intensamente
devastada.
SEMI-ÁRIDO – predomina nas áreas baixas do sertão nordestino, vale do rio São Francisco
e norte de Minas Gerais. Evidencia-se por temperaturas em torno de 27º C. com poucas e
irregulares chuvas. A vegetação típica é a caatinga, com bosques de arbustos espinhos e cactáceas.
SUBTROPICAL – prevalece de São Paulo para baixo, com exceção do norte do Paraná e
faixa litorânea. Caracteriza-se por temperaturas que variam de 5 a 35 graus, às vezes num mesmo
dia, com médias anuais inferiores a 20º C. Nas áreas mais elevadas, o verão é suave e o inverno
rigoroso, com nevascas ocasionais. As chuvas são abundantes e bem distribuídas. A vegetação
muda bastante conforme a atitude. Nas regiões mais altas, encontrava-se originalmente a chamada
mata de araucária, ou pinhais, com poucas variedades e predominância de espécies com folhas em
forma de agulha. Na planícies, o que prevalece é a vegetação baixa, sobretudo a gramíneas.
Portanto, repetindo: na hora de fazer o seu jardim, é melhor escolher logo as plantas
adequadas ao clima da sua região do que ficar tentando adaptações.
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Inverno: 9 horas de luz. O sol nasce mais a Nordeste. Quando alto, projeta
sombra na face sudoeste.
Primavera e Outono: 12 horas de luz. O sol nasce exatamente no Leste. Quando
alto, projeta sombra na face sudeste.
Verão: 15 horas de luz: O sol nasce mais a sudoeste. Quanto alto, projeta
alguma sombra na face sul.
Para descobrir, então, onde cada uma pode ser plantada, precisamos anotar no nosso
projeto a posição da sombra provocada pela casa e outras construções, e isso de manhã, ao meio-
dia e à tarde. O mesmo procedimento é efetuado para os eventuais muros, árvores nativas, etc. Só
assim teremos condições de fazer uma escolha de plantas realmente acertada.
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Fitogeografia – Domínios vegetais e Clima
Os fatores climáticos mais importantes são as temperaturas médias entre verão e inverno
e os índices pluviométricos, ou a quantidade de chuva. No Brasil, os tipos de clima caracterizam
basicamente dois grupos de plantas: as de clima temperado, que suportam períodos de frio com
temperaturas próximas de zero e geadas, e as de clima tropical, que não sobrevivem às geadas. As
tropicais, em compensação, suportam mais umidade e resistem mais aos fungos, que se
desenvolvem melhor em meio úmido.
Outro fator climático relevante são os ventos que alteram o clima de pequenas áreas, ou
seja, formam microclimas mais secos. Isso dificulta a proliferação de fundos, mas, por outro lado,
limita o crescimento de uma série de espécies.
Os domínios vegetais, como o nome sugere, são área onde predomina uma determinada
fisionomia. Essas paisagens têm um caráter próprio, resultado da evolução por que passaram as
inúmeras espécies animais e vegetais que a compõem, em resposta às carências e disponibilidades
oferecidas pelo meio físico.
As limitações mais usuais são: os tipos de solo e suas carências minerais, a topografia, o
clima e a altitude, o regime hídrico, os ventos, etc. Essa interação entre animais e plantas com o
ambiente é que chamamos de ecossistema. É importante o conhecimento dos domínios vegetais e
suas características físico-ambientais, pois cada um desses ecossistemas gerou inúmeras
preciosidades na evolução da vida.
A Floresta Amazônica
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É a maior floresta pluvial da Terra, com temperatura acima de 20º C e médias em torno
de 26-27º, com máxima absoluta de 38º. Os solos são, na sua maioria, rasos e pobres. As árvores
têm suas raízes adventícias superficiais desprovidas da raiz pivotante, formando uma trama onde
elas se “apóiam” umas nas outras. Isso faz com que caiam com relativa facilidade, abrindo clareiras
num solo revestido de ervas e formas novas de árvores que irão crescer, substituindo as antigas.
É um ecossistema fechado que se mantém à sua própria custa, vivendo de seus resíduos
que, ao se decorem, devolvem os nutrientes.O alto índice pluviométrico pode ser percebido nas
pingadeiras formadas pelo ápice longo e delgado da maioria das folhas, uma adaptação para seca-
las logo após a chuva. É muito grande o número de epífitas nos estratos superiores da mata, e de
associações de plantas com formigas, plantas mirmecófilas, por exemplo, as embaúbas.
Mata Atlântica
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A Mata Atlântica estende-se por toda a Serra do Mar, que vai do Rio Grande do Norte até
o Rio Grande do Sul, compreendendo, também, a Serra da Mantiqueira.
Restinga
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Cerrado
Campo
Possui condições de vida da vegetação muito diversificada. Seus solos são formados pela
decomposição de rochas cristalinas e possuem escassa profundidade, além de ser pobres em
nutrientes.
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A cobertura vegetal varia conforme sua latitude e altitude. As árvores são esparsas, seu
terreno é duro e pouco permeável. A reprodução de suas espécies é predominante realizada por
sementes e em grandes quantidades.
Cocal
As palmeiras sobreviveram a essa ação antrópica devido à sua resistência ao fogo, que é
devida à distribuição de seus vasos condutores e formação enterrada de seu tronco em sua fase
jovem.
Caatinga
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Caracteriza-se pela existência de dois tipos de vegetação:
Vegetação permanente, que vive e subsiste desfolhada nos
meses de seca; e
Vegetação periódica, que só vegeta quando há água.
Pantanal
Caracteriza-se por uma vasta planície alagadiça, de solo que demora a escoar suas águas.
Não é pântano. Possui um período de cheia, que se inicia em dezembro e vai até maio. traz
fertilidade, nas argilas e em detritos orgânicos.
O pantanal tem áreas com predominância de uma espécie, que gera aglomerações
diferenciadas, como os:
Buritizal, da palmeira buriti (Mauritia vinifera);
Carandazal, da palmeira carandá (Copernicia Australis)
Paratual (Ipê amarelo), do paratudo (Tabebuia Chryssotricha);
Pirizal, do piri (Cyperus giganteus), é uma Ciperácea aquática semelhante
ao papirus (Cyperus papyrus);
Taboal, da taboa (Typha latifolia)
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6- As Espécies Vegetais e o Paisagismo
A condição básica para que a vegetação cumpra seu papel organizador de espaços em
qualquer escala é que existam áreas livres adequadas para o seu plantio e desenvolvimento (áreas
livres do tecido urbano). Esta vegetação só aparecerá de forma expressiva na paisagem quando
houver maior respeito e consciência da importância do seu papel na cidade.
Embora a vegetação necessite dos espaços livres para a sua existência, nem todos esses
espaços urbanos precisam ser vegetados. A história nos mostra exemplos de áreas livres
espetaculares, magnificamente bem resolvidas, que não se utilizam da vegetação para definir seus
espaços. Porém, os elementos vegetais numa área densamente ocupada, tem sua importância
comprovada amenizando situações extremas, provocadas pelo excesso de áreas construídas
desordenadamente, pelo decorrente desconforto térmico, pela impermeabilização do solo e pela
grande quantidade de poeira e poluentes no ar.
Além desses aspectos, a vegetação na paisagem urbana também é importante por seus
aspectos visuais, culturais e psicológicos, na amenização da aridez da paisagem densamente
construída e pela própria condição de representação da natureza em cenários urbanos
excessivamente artificiais.
Quando analisamos a vegetação de porte dos maciços vegetais, encontramos três tipos
principais de estratos que organizam espaços diferenciados:
Estrato Arbóreo: O observador passa por baixo da vegetação
Estrato Arbustivo: A vegetação dificulta ou impede a passagem do observador
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Estrato de Forração: O observador passa sobre a vegetação
Estrato Arbóreo
O espaço formado sob as copas do estrato arbóreo normalmente pode ser utilizado por
pedestres e veículos. Suas copas variadas qualificam de modos diversos esses espaços que podem
ser altos, baixos, mais ou menos aconchegantes, escuros, claros, até ensolarados, caso a copa seja
bastante rala. Porém devido às grandes dimensões de seu porte e volume, o estrato arbóreo
necessita de áreas relativamente amplas para o seu desenvolvimento.
O aspecto forma da copa torna-se fundamental quando vamos utilizar a espécie isolada.
Nesse caso o potencial escultórico da vegetação é ressaltado. Árvores de copa horizontal, mesmo
isolada, organizam um teto que dá sensação de aconchego às pessoas sentadas em bancos. As
árvores podem se tornar referências visuais importantes no tecido urbano.
Árvores de copa vertical apresentam potencial menor para delimitar os espaços, porém
dependendo da forma de plantio, pode se tornar elemento de referência na paisagem. Árvores de
copa vertical são mais eficientes para organizar o plano de vedação.
Árvores de copa horizontal apresentam sombra em qualquer hora do dia. Árvores de copa
vertical apresentam grande variação do tamanho de sombra durante o dia. As raízes em geral se
desenvolvem no solo ocupando uma área que acompanha de modo invertido a forma da copa. No
sistema viário, não se deve empregar espécies de raizame superficial.
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A linearidade, o paralelismo e a geometrização dominantes nas formas das áreas livres
urbanas muitas vezes induzem a plantios igualmente lineares, paralelos e geométricos. São raras as
espécies que permanecem com a mesma densidade de folhagem durante o ano todo. A maioria
perde as folhas no inverno, mesmo que em quantidades diferentes.
Estrato Arbustivo
Os arbustos aparecem com maior predominância nos espaços livres reduzidos, como por
exemplo nos lotes de pequenas e médias dimensões. Vão aparecer também com freqüência nos
jardins sobre lajes. Devido ao seu pequeno volume, os arbustos necessitam de pouca profundidade
de solo para sua sobrevivência. Vamos encontra-lo por toda a cidade, em qualquer jardim, inclusive
plantados em vasos nos ambientes internos.
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Os arbustos necessitam de manutenção constante, maior do que os elementos do estrato
arbóreo: retirada de folhas secas, regas, podas em alguns casos, etc. Quando o arbusto é plantado
em pequenas porções de terra, como é o caso de vasos, floreiras e jardins sobre lajes, necessita de
regas freqüentes. Nesses casos, o solo não tem reservas mais profundas de umidade e resseca com
facilidade pela ação do sol e dos ventos.
Para efeito de plano de massas, vamos considerar dois tipos de extratos arbustivos, cujos
volumes estruturam os espaços de maneira extremamente diversas:
Nas vias expressas, podem aparecer nos canteiros centrais minimizando a presença de
veículos. Nos passeios, junto ao muro que hoje cada vez mais cercam os jardins frontais, as sebes
vivas ajudam a minimizar o espaço edificado da paisagem. Algumas espécies arbustivas muito
utilizado em cercas vivas, quando recebem poda de formação, adquirem a forma de árvore,
podendo ser utilizadas inclusive no sistema viário. Como exemplo, podemos citar o hibisco.
Os arbustos podem ser podados nas mais diferentes formas, apresentando desde motivos
geométricos até representações de animais.
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consideradas perenes aquelas que não desaparecem após a florada. Seu replante pode se dar num
período maior do que dois anos.
Os famosos jardins franceses utilizavam o arbusto baixo para suas composições. O arbusto
baixo pode funcionar como elemento de proteção, impedindo a aproximação e advertindo para o
perigo. Quando aliado à elevação do terreno, chega a obstruir a visão.
Estrato de Forração
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crescem com o tempo, constituindo o mesmo volume dos arbustos baixos, caso não sejam podadas.
Assim, torna-se difícil em alguns casos, estabelecer a diferença entre o estrato de forração e o
arbustivo. Em geral essas forrações suportam graus diferentes de sombreamento, desenvolvendo-se
nas áreas sob arbustos e árvores ou nas áreas sob a luz direta do sol.
Muitas vezes são usadas sob arbustos apenas para que a terra não fique à mostra após o
plantio, estando previsto o seu desaparecimento quando a planta maior se desenvolver.
Normalmente são plantadas em mudas relativamente próximas (10 a 15 cm), porém algumas
espécies são vendidas em tapetes. Como exemplo temos: dichondra (Dichondra sp), onze-horas
(Portulaca sp)
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As que se desenvolvem em superfícies lisas não são muitas e praticamente nenhuma
apresenta floração significativa. Porém ainda assim podemos subdividi-las em trepadeiras de folhas
perenes e caducas. Dentre as folhas caducas destaca-se: Hera de inverno (Partenocissus
tricuspidada). Dentre as folhas perenes destaca-se: Ficus pumila, Hedera helix, Hedera canariensis,
Scindapsus aureus, Philodendron oxycardium, Raphidophora decursiva, Monstera deliciosa.
Na categoria das que necessitam de apoio especial, encontra-se a maioria das trepadeiras
existentes, muitas delas com floração exuberante. Algumas trepadeiras, quando não encontram
apoio adequado, crescem sobre si mesmas, formando verdadeiros arbustos:
Primavera (Bougainvillea speciosa), Alamanda (Alamanda cathartica)
Costela de Adão (Monstera deliciosa)
Dificilmente a vegetação aparece sozinha nos espaços livres urbanos. Em geral, ela se
apresenta em conjunto com outros elementos naturais (solos, rochas, água) e processados
(edificações, muros, muretas, pavimentos, referenciais) na organização da paisagem. Para que o
resultado seja harmônico, é indispensável que o projeto considere conjuntamente todos os
elementos organizadores do espaço da paisagem.
Pedras: Podem ser encontradas na forma bruta e trabalhada. Nesse grupo, encontramos
os granitos, mármores, arenitos, etc. Esse grupo de materiais pode ser destinado a pisos, escadas,
borda de piscinas, muros, bancos, mesas, etc. Cada um dos elementos citados exige um tipo
específico de uso; assim, cada tipo de pedra deve ter características compatíveis ao uso proposto.
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Cerâmicas: Assim como o grupo das pedras, as cerâmicas também possuem diversos tipos
de aplicação, inclusive em revestimentos de piscinas, entre outros acabamentos.
Tintas e vernizes: Existem tintas e vernizes com várias texturas de acabamento e cores, e
específicos para aplicação em áreas externas, nas mais diversas opções de uso, até mesmo para
revestimento de piscinas, como o ÉPOXI.
Água: São várias as opções de aproveitamento, como cascatas, fontes, espelhos d‟água,
lagos, entre outras. Deve ser cuidadosamente utilizada, pois pode gerar a proliferação de
microorganismos e mau cheiro. O uso da água deve estar vinculado ao uso de tecnologia adequada
de tratamento e conservação.
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Mobiliário: Este grupo atende a uma gama variada de funções. Nele encontramos
mobiliário, brinquedos, esculturas, luminárias, postes de iluminação, postes de sinalização, etc. A
especificação desses materiais também deve levar em conta a resistência dos mesmos às
intempéries.
8- Estilos de Jardins
Assim, considere que existem pelo menos 5 estilos básicos de jardins, cada um deles com
certas características bem peculiares. Se o terreno for muito grande, nada impede que você adote
mais de um estilo em locais diferentes.
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estilo de jardim vem da época do Renascimento – século XVI – e atingiu seu maior
esplendor na França e Itália. Neles não podem faltar sebes baixas e rigorosamente
aparadas, que emolduram canteiros onde as flores exercem um papel apenas
secundário. Figuras de topiaria (esculturas vegetais), estátuas, escadarias e fontes de
desenho clássico, fazem o complemento ideal.
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3-O jardim oriental ou japonês
é cheio de simbolismo, e teve sua origem nos templos xintoístas. Esta, que ainda é a mais
popular religião do Japão, tem como um dos seus principais fundamentos o culto à Natureza. Em
decorrência disso, alguns elementos têm a presença quase obrigatória num jardim japonês. Pedras
de rio, dispostas a sugerir que a própria natureza as colocou ali, e em número ímpar,
preferivelmente 3, 5 ou 7 – os números da felicidade. Água, seja formando riachos, laguinhos ou
cascatas, para induzir o homem a enxergar-se a si mesmo. Lamparinas de pedra, que representam
o espírito bom e iluminado, que afasta a negritude do mal. E umas poucas plantas. Poucas mesmo,
mas de grande beleza e ocupando lugar de destaque.
Não pode faltar, por exemplo, algum tipo de bambu, servindo como pano de fundo para
azaléias, camélias, íris, glicínias, tuias, nandinas e, eventualmente, uma cerejeira-do-japão. Esta
última, para nos lembrar que muitas das promessas que fazemos a nós mesmos são como essas
árvores: belíssimas, mas não dão frutos. No mais, suaves ondulações no terreno e, para integrar o
conjunto, grama-japonesa (Zoysia) ou areia bem grossa e branquinha.
4- O jardim tropical
é aquele onde se tenta recriar um pedacinho de uma paradisíaca ilha tropical, com muito
verde e muitas flores. Árvores como o flamboyant e o jasmim-manga, arbustos como o hibisco, a
primavera e a gardênia, palmeiras diversas, folhagens tipo filodendros, monsteras e samambaias,
bananeiras ornamentais, lírios-do-brejo, biris, bromélias, dracenas... enfim, tudo que evoca a
exuberância da flora tropical. Num jardim neste estilo, um gramado é quase essencial, até para
promover a integração entre os diversos “verdes”. Uma área sombreada, e talvez uma cascatinha
ou um filete d‟água, dão o toque final.
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5- O jardim contemporâneo
é o mais usado hoje em dia. É um estilo livre e que tem algumas raízes no chamado
jardim inglês. Nele, o que se busca é uma paisagem algo campestre, alegre e florida, e um certa
integração entre o jardim e a casa.
Agora, que você conhece um pouco mais sobre os estilos de jardins, dê uma boa olhada
no seu e veja se não é o caso de fazer algumas alterações.
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9- O Projeto Paisagístico
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Tabela de plantio
Memorial
Representação gráfica
Adota-se como simbologia para cada vegetação uma representação que possa conter os
elementos gráficos – cotas e outros – necessários ao entendimento técnico do projeto, mas que
também demonstre com clareza a escala de cada vegetação e a sua relação com o lote, os espaços
externos e as edificações. De modo que mesmo para um leigo, a representação do projeto seja de
fácil entendimento. Para plantio isolado de árvores ou arbustos deve ser indicado através da
simbologia em escala, a copa com diâmetro da planta no seu pleno desenvolvimento.
A locação da vegetação, em planta, deve estar amarrada com cotas por um eixo
cartesiano.
Para obter um jardim que seja, de fato, a solução perfeita para os aspectos estéticos,
ecológicos e práticos do espaço, é importante fazer os seguintes estudos preliminares:
Levantamento planialtimétrico e cadastral, chamado tecnicamente de LPAC
Lista de necessidade e desejos
Análise do clima
Mapeamento das sombras
Análise do solo
1- O INVENTÁRIO
O inventário é um dos primeiros passos do processo do projeto. Compreende a análise e
o diagnóstico elaborados de forma integrada. Na análise fazemos o registro dos recursos e
problemas existentes tanto no local do projeto como no seu entorno de influências. No diagnóstico
levantamos as possibilidades de projetos e as propostas de solução para os problemas verificados
na análise. Dessa maneira, um problema (diagnóstico) pode sugerir soluções cuja realização
dependerão da verificação de outros elementos (nova análise).
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Orientação – Verifica-se através do norte as áreas ensolaradas ou sombreadas do
terreno, quer por efeito dos volumes vegetais, da topografia ou construções situadas na área e no
entorno. As áreas ensolaradas em lugares edificados nem sempre são freqüentes e por isso são
importantes. O adensamento de altos edifícios em determinadas zonas vem rareando esses locais
ensolarados tão necessários principalmente para crianças. Assim, devemos reservar essas áreas
para implantar as atividades relacionadas com sol:
Áreas de recreação infantil; Piscinas; Solários, etc.
A orientação também indica as áreas sombreadas, necessárias para o desenvolvimento de
outras atividades.
No primeiro caso, quando se olha do terreno para fora, na condição de usuário, anota-se
as visuais interessantes que poderão ser valorizadas e s desinteressantes que poderão ser vedadas
ou pelo menos desvalorizadas pelo arranjo e composição dos volumes vegetais ou edificados do
projeto. Como visuais desinteressantes, pode-se considerar além das feias e daquelas resultantes
de edificações agressivas, como paredões, ou aquelas que possam tirar a intimidade do uso
pretendido no local.
Quando se olha de fora para o terreno, na condição de transeunte das ruas adjacentes, ou
de vizinhos, avalia-se as maneiras pelas quais a área do projeto poderá contribuir para melhorar as
visuais da vizinhança. No caso de vistas devassadas, devem ser anotamos quais os tipos de volume
(vegetal ou construído) cuja altura e localização contribuirão para minimizar esse efeito.
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Solos – O solo fértil do terreno em geral se constitui em uma camada superficial e
relativamente rasa. No processo de modelagem do terreno (cortes e aterros), é necessário se tomar
os devidos cuidados para que essa camada fértil não seja enterrada embaixo do sub-solo infértil,
como freqüentemente acontece. Para isso, antes de se efetuar o modelado deve-se raspar a
camada superficial do solo, amontoando-a em local onde o terreno não sofrerá alteração. Após
executado o serviço de movimento da terra, espalha-se o solo armazenado na superfície. Em geral
aduba-se esse solo, antes de ser espalhado, com composto orgânico e/ou químico.
Sem solo fértil as plantas não se desenvolvem. Quando ele não existe ou se perdeu é
necessário a compra da terra fértil (terra vegetal), seu preço é elevado e encarece de modo
significativo o total do orçamento no processo de implantação paisagística. O dimensionamento das
covas (a serem preenchidas com terra preparada para o plantio da vegetação) depende do tipo de
terreno encontrado. Em geral variam em torno de:
Árvores-
Covas de 0.80 x 0.80 x 0.80 m a 1.00 x 1.00 x 1.00 m
Arbustos Altos-
Covas de 0.40 x 0.40 x 0.40 m a 0.60 x 0.60 x 0.60 m
Arbustos baixos
Camada de 0.25 a 0.30 m de profundidade pela extensão do maciço
Forrações e gramados
Camada de 0.10 a 0.20 m de profundidade pela área a ser implantado
Vegetação existente – Sempre que possível a vegetação existente deve ser preservada,
mesmo porque ela pode representara vegetação nativa da região. Principalmente as árvores
adultas, que demoram anos para atingir esse porte e dificilmente resistem a transplante. Elas
podem sugerir determinados usos para o local onde se encontram e contribuem decisivamente na
aparência inicial do projeto, enquanto as árvores recém-plantadas ainda forem pouco visíveis.
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Nos caso necessários, os arbustos e forrações podem ser deslocados; eles se adaptam
melhor do que as árvores ao transplante. Sua reutilização necessita de programação antecipada
para seu armazenamento, principalmente nos casos onde a sua remoção é necessária numa época
muito anterior ao replante.
Água – A água pode se tornar um recurso cênico importante quando aflora no solo, quer
seja na forma de mina, córrego, lago, rio ou represa. A água se apresenta no sub-solo em forma de
lençol freático. Quando esse lençol é raso, pode afetar as raízes das espécies que venham a ser
plantadas e que não suportam viver em solos encharcados. Nessa situação é necessária a utilização
de plantas específicas, provenientes de habitats com esse tipo de solo ou que possam adaptar-se a
ele.
Ventos – A verificação da direção dos ventos mais freqüentes deve ser efetuada no local
do projeto quando não houver um centro meteorológico na região. Essa direção pode se afetada
por edificações ou forma do relevo do entorno. Para barrarmos os ventos apenas com vegetações
são necessários maciços relativamente altos e densos que podem ocupar dimensões geralmente
incompatíveis com o tamanho reduzido das área livres do tecido urbano.
Ruídos – Praticamente a vegetação não consegue barrar o ruído do trânsito, que é mais
freqüente no meio urbano. Para minimizarmos o ruído necessitaríamos de grande volume de
massas vegetais, o que ocuparia grande parte do terreno, nem sempre disponível para esse fim.
Considerando-se que existem formas mais eficientes de minimizar o ruído urbano, a vegetação em
geral é pouco utilizada para essa finalidade específica.
2- O ZONEAMENTO
O zoneamento é a fase onde se experimentam as diversas possibilidades de locação dos
elementos do programa (inclusive a vegetação) sobre o plano do terreno existente. Essa localização
considerará todos os elementos analisados e diagnosticados na fase anterior, incluindo as relações
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de acessibilidade, harmonia e funcionalidade entre os espaços propostos, o usuário (observador) e
a paisagem circundante.
Algumas áreas poderão servir como elemento de referência visual e paisagística. Outras
podem ser reservadas como elemento de transição entre espaços utilitários. Serão espaços de
acessos, fechados ou abertos, que podem enfatizar a sensação obtida na seqüência do
deslocamento do transeunte de um lugar para outro, criando surpresas e aumentando a
dramaticidade e a intensidade da percepção da paisagem. Existem ainda aquelas áreas que poderão
se prestar para receber a vegetação destinada a organizar o cenário do observador que estiver à
distância.
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3- O PLANO DE MASSAS
. Volumes vegetais-
A vegetação, através do seu volume, é apenas um dentre os elementos estruturadores do
espaço, porém é o único ser vivo que permanece preso ao chão, contribuindo durante a sua vida
para delimitar vazios da paisagem.
A característica de ser vivo, faz com que seus volumes se alterem durante o ciclo de sua
existência, desde o seu nascimento, até atingir a maturidade para finalmente desaparecer. O
volume da vegetação também pode se alterar conforme as estações do ano, através da floração,
frutificação e perda de folhagem.
Assim, trabalhar com a vegetação é trabalhar com o fator tempo e com sua condição de
ser vivo. Essas variáveis são as responsáveis pelas principais diferenças entre o trabalho de se
projetar com ou sem vegetação. No plano de massas, para efeito de projeto, sempre se considera
os volumes vegetais com suas formas e portes adultos. Porém, não se pode esquecer da avaliação
do conjunto desses volumes no tempo, das diversas fases de desenvolvimento do jardim, pois,
como diz Burle Marx: “o importante é perceber que o jardim, ao contrário da construção, não está
concluído, quando acabamos sua feitura. Nessa hora, ele começará a se desenvolver e atingirá a
plenitude anos mais tarde”...
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3º Plano (teto) – através da superfície inferior das copas que cobrem o céu
. Levantamento Plani-altimétrico
O primeiro passo para a elaboração do esboço será um levantamento plani-altimétrico do
terreno. Ou seja, a preparação de uma planta do terreno medida em escala (com medidas
proporcionais às reais). Além dessas medidas planas, a planta deve indicar as pequenas oscilações
do terreno por meio das curvas de nível, que vão auxiliar a identificação de áreas mais ou menos
planas. Essa planta deverá, ainda, indicar a face norte do terreno, a fim de permitir a avaliação da
incidência da luz e dos ventos. Outra indicação importante, que se obtém pelo levantamento plani-
altimétrico, são os locais que necessitarão de movimentos de terra, da construção de rampas ou
escadas e da proteção contra a erosão.
As necessidades e os desejos
Em seguida, faz-se uma listagem de tudo o que se deseja ou se precisa para o local, como
um pátio para o lazer ao ar livre, espaço para secagem de roupas, área recreativa para crianças,
áreas sombreadas para o verão, casinha para o cachorro, piscina, quadras para jogos, etc.
Para cada um desses espaços, estabelece-se o tamanho e o formato aproximados, e
também suas exigências específicas, como a luminosidade, a vista, etc.
Com esses dados se esboça no papel um diagrama que especifique as relações adequadas
entre esses elementos e a casa. Lembre-se de que os dormitórios devem ficar numa área protegida,
quieta e sossegada, e a vista mais bonita deve ser a da área social. A área de serviço deve ser uma
continuidade da cozinha e os varais de roupas precisam ficar próximos à lavanderia.
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Tudo isso é muito mais simples do que pode parecer a primeira vista, e é importante
porque se não satisfaz os desejos do cliente, certamente não se faz um bom jardim. Por outro lado,
o formato e a declividade do terreno, bem como o tamanho e estilo da construção, são fatores que
vão influenciar decisivamente no resultado final.
-Florações / Flores
A floração geralmente é visível à distância, ao contrário das flores que necessitam da
aproximação do observador para que perceba as formas, texturas e cor. Para o observador
relativamente distante, a cor é o elemento mais visível da floração. A cor da floração pode ser o
elemento de referência de um jardim.
-Folhagens / Folhas
Quando se considera a cor no vegetal, tende a pensar apenas na floração; porém é
fundamental considerar no projeto o efeito da coloração da folhagem, uma vez que ela persiste
muito mais tempo na paisagem. A coloração da folhagem depende não só da cor (matiz) ou cores
da folhas, mas também de sua pilosidade ou brilho, que podem refletir a luz através do movimento
causado pelo vento.
O estrato arbustivo apresenta uma gama maior de cores e de folhagens do que o estrato
arbóreo. Além de muitas tonalidades de verdes, vermelhos, cinzas e amarelos, é grande a
quantidade de espécies que apresentam várias cores numa mesma folha. Alguns arbustos de
folhagens coloridas (não verdes), quando não recebem insolação ou luminosidade suficiente,
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mudam sua coloração, chegando a esverdear-se. Porém é bom lembrar que existem espécies de
folhagens não verdes que são próprias de ambientes sombrios.
- Frutificações / Frutos
A frutificação, em geral, não apresenta efeito visual significativo na paisagem,
principalmente para o observador situado à distância ou àquele menos atento. Porém sua presença
é fundamental para a atração de insetos, pássaros e pequenos animais. Hoje em dia, as frutíferas
vêm sendo muito utilizadas nos jardins particulares, em conjunto com as demais plantas
ornamentais. Principalmente as espécies de pequeno porte (romã, citrus, pitanga, goiaba,
jabuticaba).
- Galhagens / Galhos
Os galhos são a estrutura da copa, elementos responsáveis pela sua forma. A galhagem se
apresenta visualmente mais nítida nas espécies de folhas caducas, na época do inverno, quando
fica desnuda. Nessa ocasião, a copa torna-se um biombo transparente permitindo a visão através
do rendilhado dos seus galhos. A expressão maior da galhagem está na forma do seu conjunto, a
qual pode sugerir o efeito de escultura viva no jardim.
- Caules
Os caules são mais expressivos nas espécies do estrato arbóreo. Eles podem apresentar
texturas interessantes e tonalidades variadas. As cores dos galhos e do caule em geral são as
mesmas, na maioria das vezes marrons, porém algumas espécies apresentam tonalidades
esbranquiçadas, avermelhadas, manchadas e até esverdeadas.
- Raízes
Os aspectos plásticos visíveis das raízes podem ser interessantes ao longo do tempo,
embora esses efeitos sejam difíceis de serem previstos no projeto. Algumas árvores de grandes
copas, como as figueiras, desenvolvem raízes a partir dos galhos. Com o passar dos anos essas
raízes ajudam a segurar a copa produzindo efeitos interessantes.
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A quantidade e o tipo de dados iniciais necessários para elaboração de um projeto é
variável. Depende de fatores como:
Tipo de usos
Abrangência de demanda
Dimensões da área de projeto
Tipo de edificações existentes
Tipo de edificações a ser implantado
Uso de solo do entorno
Densidade da população
Faixa etária dos prováveis usuários
Visita ao local
Compreender o espaço existente (perímetro do terreno)
Compreender o espaço existente (entorno)
Compreensão da paisagem local
Uso do cotidiano da população
Programa de intenções fornecido pelo cliente
9.2- Anteprojeto
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O anteprojeto vai definir a distribuição espacial e os diversos tipos de lazer:
contemplativo, recreativo, esportivo, cultural e aquisitivo, preocupando-se com os elementos
naturais, construções, materiais de execução, hidráulica (irrigação, fontes,..) e elétrica ( iluminação,
tomadas, interruptores,..).
Distribuição espacial- O primeiro passo é dar uma olhada nas listas de elementos
arquitetônicos e vegetais, destinando uma área para cada item, dentro do espaço total. Isto é muito
importante, até para poder avaliar se, no jardim, cabe mesmo tudo o que se deseja colocar ali. A
princípio pode parecer difícil, mas não é. Se, ao lado de cada um dos itens da sua lista, anotar a
lápis o espaço aproximado que ele ocuparia, depois é só somar tudo e comparar o total com a
metragem do jardim. Aí, o mais provável é descobrir que falta espaço. Nestas circunstâncias,
portanto, seria necessário rever a sua lista, quem sabe negociando com a família alguns cortes de
itens ou reduções de tamanho.
Vejamos um exemplo. Imagine que a lista original de desejos incluísse uma piscina bem
grande, de uns 12x5 metros. Incluída também uma horta e um pequeno pomar. Feitas as contas,
descobre-se que não cabe tudo. Que fazer? Sacrificar a horta e o pomar em função da piscina?
Sacrificar a piscina em função da horta e do pomar? Ou contentar-se com uma piscina, uma horta e
um pomar de tamanho menor? Estas são decisões importantes, e que precisam ser tomadas antes
de se fazer o projeto definitivo.
Em princípio, para que seja funcional e bem integrado, o jardim deveria ser a extensão
natural destas áreas. Portanto, localizar na planta onde se situa cada uma delas é fundamental.
Vale a pena, inclusive, conhecer as medidas das portas e janelas que dão para o jardim, assim
como a altura aproximada da casa, angulação do telhado e a existência ou não de elementos
verticais, tipo chaminés de lareira. Não são itens obrigatórios, é verdade, mas estes detalhes
certamente irão contribuir para a beleza e funcionalidade do seu jardim.
São necessários vários passos, antes que as plantas ocupem seus lugares definitivos no
jardim. No espaço horizontal, rever listas e redefinir os espaços a serem ocupados por cada um dos
itens. Agora, cabe tudo no jardim? É hora de analisar a superfície do solo. A topografia do terreno.
Se fez o levantamento altimétrico, agora precisa tomar outras decisões, do tipo não deixar terra
nua em um projeto paisagístico, pois a terra deve receber algum tipo de revestimento, para que
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sejam evitados transtornos do tipo lama nos dias de chuva, poeira nos dias secos, e a invasão de
ervas daninhas nos dois períodos. O ideal é que todo o terreno livre seja coberto ou por plantas –
gramados, forrações, canteiros de flores, árvores e arbustos – ou pelo pavimento da circulação.
Outro cuidado a ser observado aqui, diz respeito ao nivelamento do terreno. Nivelamento,
no sentido de evitar depressões que possam juntar água na hora das regas e nos dias de chuva.
Uma declividade de mais ou menos 5% (cinco centímetros em cada 1 metro) poderá perfeitamente
ser gramada. Declives maiores, por tornarem difícil o corte da grama, deveriam receber outro tipo
de revestimento vegetal. E se forem bem acentuados, o melhor, talvez fosse criar um projeto de
jardim em vários níveis, com escadas ou rampas de interligação.
Por último, e ainda no que se refere aos cuidados com o espaço horizontal, não esqueça
de fazer com que a água da chuva escorre para uma boca de captação de águas pluviais, ou para
um determinado ponto fora do terreno – neste caso, cuidado para não prejudicar os vizinhos.
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O espaço destinado a canteiros floridos deve, preferencialmente, ser deixado em
local que possa ter destaque, quando visto de dentro das áreas mais nobres da
casa.
Seguidos todos os itens anteriores, o anteprojeto estará pronto. É hora da análise final.
Antes de começar a executar o projeto, o ideal seria apresenta-lo à todas as pessoas envolvidas.
Desde o eletricista e o encanador, até o arquiteto e o engenheiro – se a casa ainda não estiver
pronta. É importante apresenta-lo, principalmente, às pessoas da família que vão usufruir do jardim.
Só depois de passar por este crivo, deve-se partir para a fase seguinte: o chamado projeto
executivo.
O projeto executivo nada mais é, que tudo o que foi feito até aqui, passado a limpo. Em
outras palavras, compreende os desenhos, cortes, detalhamentos e memoriais descritivos,
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desenvolvidos com base no anteprojeto aprovado. Por isso mesmo deve, obviamente, ser o mais
claro e objetivo possível, para reproduzir com toda a fidelidade, na prática, o que foi idealizado no
papel.
Engenharia civil: também é uma matriz, constituída de uma ou várias pranchas, com
soluções matemáticas para a execução planejada nas plantas de arquitetura. Nestas plantas da
engenharia civil, são detalhados todos os itens referentes às fundações, estruturas e cobertura das
edificações, bem como os detalhes construtivos dos demais equipamentos, tipo pérgulas, fontes e
espelhos d‟água.
Altimetria: se na fase do anteprojeto foi decidido faze cortes ou aterrar o terreno, esta é
a planta que vai orientar todos os serviços de terraplenagem. É ela, inclusive, que vai estabelecer o
sistema de escoamento de água da chuva, para evitar os empoçamentos.
Hidráulica: é nesta planta que se determina tudo relacionado com a água. Desde a
localização – e o ramal de alimentação – de uma simples torneira, até um eventual sistema de
irrigação por aspersores, passando pelas fontes e cascatinhas. É neste projeto que são anotados os
locais por onde passarão os tubos de água, incluindo o diâmetro destes canos, o tipo de aspersor e
a potência das bombas, se for o caso.
Elétrica: trata-se do projeto que ilustra a disposição das luminárias, refletores, tomadas
de força e, inclusive, alto-falantes, se existir projeto de sonorizar o jardim.
Botânica: o projeto botânico, como não poderia deixar de ser, vai dar o toque final ao
projeto executivo de paisagismo. Em rigor, divide-se em três partes:
1 – Prancha ilustrada: é a planta que o jardineiro usará para executar o jardim. Por isso
mesmo, precisa definir com clareza a exata localização das árvores, palmeiras, arbustos, canteiros
de plantas rasteiras e áreas gramadas. Nela, para facilitar a leitura visual do projeto, cada tipo de
planta tem uma representação gráfica distinta. Assim, uma árvore terá uma representação, e uma
palmeira outra. Um arbusto é desenhado de um modo, uma trepadeira de modo distinto.
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2 – Memorial botânico: é a relação das plantas que serão usadas, e as quantidades de
cada uma. Quando bem feita, esta lista acompanha outras informações, como porte e diâmetro da
copa, época e cor do florescimento, espaçamento recomendado, além das exigências de solo, regas
e luminosidade de cada planta. É grande a importância do memorial botânico, na medida em que é
ele que orienta a aquisição das mudas. Por isso mesmo, idealmente, neste memorial deve constar
também a altura aproximada das plantas quando da aquisição.
9.4- Memoriais
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O Memorial Descritivo refere-se a um relatório contendo a descrição das informações
de ordem natural e social, bem como as especificações técnicas dos materiais e dos vegetais
usados. Deve ser claro, sem perdas de detalhes, contendo: Capa; Cabeçalho: com as informações
do carimbo das pranchas: Nome do cliente; Endereço do local de execução; Tipo do projeto; Nome
e CREA do projetista; Escala utilizada e Data de realização do projeto. Apresentação: relato do tipo
de projeto e suas características, os problemas a serem solucionados, os objetivos e justificativas do
projeto. Os critérios usados para a elaboração do projeto também são mencionados,
correlacionando o estilo, o ambiente (paisagem e clima), as necessidades e os desejos dos
proprietários; Caracterização da área: Localização: endereço, cidade, estado, coordenadas
geográficas; Dimensões: área do terreno a ser ajardinado; Clima: definição das características
climáticas do local de implantação do projeto; Tipo de solo: definido a partir de análises químicas e
físicas; Características do terreno: referem-se, principalmente, à topografia, definida de acordo com
o levantamento topográfico da área; Outras características que o paisagista achar relevante.
Características vegetais: discriminação da paisagem da região e das espécies vegetais existentes na
área (quando for o caso), por observação do local ou com base em documentos, textos ou ainda
informações verbais. Outros elementos existentes também deverão ser levantados e descritos;
Informações sobre a construção de estruturas físicas: elaboradas por um profissional especializado,
discriminando detalhes da construção da estrutura planejada, descrevendo com justificativas
quando for necessário. A relação de materiais, bem como as instruções para a implantação,
também devem ser apresentados neste memorial; Memorial botânico ou Lista de espécies: esse
item constitui o Memorial Botânico, constando da lista e da caracterização das espécies utilizadas.
Contudo, esse memorial poderá ser apresentado na forma de tabela no Projeto Botânico, e não aqui
no Memorial Descritivo; Orçamentos e Cronograma de atividades: da mesma maneira que o
memorial botânico, as tabelas dos orçamentos e o cronograma de atividades também poderão estar
anexadas nesse documento.
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REFERÊNCIAS
Bibliografia Complementar
BARRA, Eduardo. Paisagens úteis: escritos sobre paisagismo. São Paulo:
Mandarim, 2006.
LEENHARDT, Jacques , Org. Nos jardins de Burle Marx. São Paulo: Perspectiva,
1996.
LYALL, Sutherland. Landscape: diseno del espacio publico, parques, plazas,
jardines. Barcelona: Gustavo Gili, 1991
SCHROER, Carl Friedrich, ENGE, Torsten Olaf. Garden architecture in Europe:
1450-1800. Germany: Benedikt Taschen, 1992.
SERRA, Geraldo. O espaço natural e a forma urbana. São Paulo: Nobel, 1987.
Leia mais
Livros Novos
Desenho de vegetação em arquitetura e urbanismo Antonio Carlos Rodrigues Silva
Arquitetura e paisagem Sylvia Adriana Dobry Pronsato
A invenção da paisagem Anne Cauquelin
Tantas vezes paisagem Ana Rosa Oliveira
Infra estrutura da paisagem Juan Luiz Mascaro
Da planta ao jardim Assucena Tupiassu
Desenho de vegetação em arquitetura e urbanismo Antonio Carlos Rodrigues Silva
1000 ideas para el jardin Stafford Cliff
Arquitetura paisagistica contemporanea no brasil Ivete Farah
Vegetação urbana Lucia e Juan Mascaro
Arquitetura e paisagem - projeto participativo e criação
coletiva Sylvia Adriana Dobry Pronsato
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Paisagismo, jardinagem e plantas ornamentais Antonio Carlos da Silva Barbosa
30 anos de paisagismo Luiz Carlos Orsini
Paisagismo e ecogenese Fernando Chacel
Paisagismo no planejamento arquitetonico Carlos Augusto da Costa Niemeyer
Espaços livres - sistema a projeto territorial Raquel Tardin
Projeto da praça Sun Alex
Agosto/2010
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