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LITERATURA BRASILEIRA – RESUMO

QUINHENTISMO
Resumo de Quinhentismo (Literatura Brasileira)
Até agora, vimos os períodos literários da história da Literatura Portuguesa: Trovadorismo (Idade
Média), Humanismo (transição da Idade Média para Renascimento) e Classicismo (Renascimento).
E então, ocorreram as Grandes Navegações e o Brasil foi descoberto em 1500. Portanto, o estudo da
Literatura Brasileira começa com a descoberta do Brasil em 1500 e esse primeiro período de nossa história
literária é chamada de Quinhentismo. (por causa do "1500").

O que é?

O Quinhentismo foi o período das manifestações literárias do século XVI (ou seja, a partir de 1500). O
Brasil era recém descoberto e tudo o que tínhamos eram textos sobre o Brasil no ponto de vista dos
europeus.

Portanto, nessa época, tudo o que tínhamos em termos de produção literária se resumia a dois tipos de
escrita:

Literatura de Informação:
Narram e descrevem as viagens e os primeiros contatos com a terra brasileira. A linguagem era simples e
cheia de descrições e de informações a respeito das viagens e das terras descobertas. Grande destaque: A
Carta de Caminha, escrita por Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal (D. Manoel), documento
considerado o marco inicial da Literatura Brasileira (afinal, foi o primeiro texto escrito sobre o Brasil).

Literatura de Catequese:
Jesuítas foram enviados para catequizarem os índios no Brasil e o grande destaque desse período foi o
padre José de Anchieta. Seus textos eram escritos para serem representados (teatro e encenações) já que o
público era muito diversificado (índios, marujos, colonos, comerciantes, soldados...). Porém, seu alvo maior
era o índio. Para isso, o padre Anchieta escreveu em mais de uma língua (ele inclusive aprendeu Tupie
escreveu uma gramática sobre a língua dos índios).
Enquanto que no Brasil (Literatura Brasileira) ocorria o Quinhentismo com a produção da Literatura de
Informação e de Catequese, em Portugal (Literatura Portuguesa) continuava ocorrendo o Classicismo.
O BARROCO
Resumo do Barroco (Literatura Brasileira)
O Barroco foi o período da Literatura Brasileira que se iniciou nos anos 1600, vindo depois
do Quinhentismo . (por isso pode ser chamado também de Seiscentismo).

Características que você precisa saber:

Dualidades e Antíteses
Conflito entre o corpo e a alma, a vida terrena e a vida eterna, a vida virtuosa e a vida do pecado, a vida e
a morte, a razão e a fé. É o conflito entre os princípios cristãos da Igreja Católica e os princípios do
Renascimento e do Classicismo (paganismo, racionalismo, antropocentrismo). O Barroco é uma época de
conflitos de princípios opostos, é a época das antíteses, é a época em que se tenta conciliar o inconciliável. A
Igreja Católica reage à Reforma Protestante com a Contrarreforma e com a Inquisição, procurando reprimir
as manifestações culturais que vão contra as suas doutrinas. Portanto, esse é um período de contradições e de
dualidades, onde o homem se vê perdido entre a doutrina cristã e as ideias do Renascimento (Classicismo).

Cultismo e Conceptismo
O homem barroco valoriza o cultismo, ou seja: a linguagem difícil e rebuscada, cheia de inversões e de
jogo de palavras, empregando demais as figuras de linguagem. Ele também valoriza o conceptismo, que está
associado ao pensamento complexo, ao raciocínio lógico, ao jogo de ideias. Ou seja: as palavras são
rebuscadas e difíceis (cultismo) e as ideias e o raciocínio são complexos (conceptismo).

O Tempo (Carpe Diem)


O tempo passa rápido, a vida é efêmera (é rápida), o tempo é veloz e destrói tudo. Tudo é instável e
passageiro. O homem barroco vive esse conflito de modo angustiado.

Barroco em Portugal: Pe. Antônio Vieira.


No Barroco Português, quem se destaca é o padre Antônio Vieira. Seus sermões estavam a serviço das
causas políticas que abraçava e defendia. Defendia os índios contra a escravidão (mas não tinha a mesma
postura com a escravização dos negros, limitando a apontar-lhes uma perspectiva de vida após a morte que
compensasse os sofrimentos da vida). Seus sermões eram dotados de raciocínios complexos e lógicos, com
metáforas, comparações e alegorias (um discurso que faz entender outro; exemplo: "semeadura" ou
"semente do trigo" são alegorias que representam uma coisa só: a disseminação da doutrina cristã).

Barroco no Brasil: Gregório de Matos


No Barroco brasileiro, o grande destaque foi Gregório de Matos. Por ser irreverente e satírico ele recebeu o
apelido de "Boca do Inferno". Sua poesia pode ser classificada como lírica, religiosa, filosófica ou satírica.
Poesia Lírica: dualismo amoroso (carne X espírito), que leva a um sentimento de culpa cristão. A mulher é a
personificação do pecado e da perdição espiritual (morte). O apelo sensorial do corpo se contrapõe ao ideal
religioso. O poeta fica dividido entre o pecado (representado na mulher) e o espírito (cristianismo).
Poesia Religiosa: obedece aos fundamentos do Barroco europeu. Temas: amor a Deus, culpa,
arrependimento, pecado, perdão. Linguagem culta, com inversões e muitas figuras de linguagem.
Poesia Filosófica: desconcerto do mundo, consciência da transitoriedade da vida e do tempo (carpe diem).
Poesia Satírica: Criticou todas as classes da sociedade baiana de seu tempo. Linguagem diversificada, com
termos indígenas, africanos, palavrões, gírias e expressões locais.
O ARCADISMO
Resumo do Arcadismo (Literatura Brasileira)
O Arcadismo é o período que vem depois do Barroco, podendo ser chamado também de "Setecentismo", já
que ele ocorreu nos anos 1700 (século XVIII).

Entenda o contexto
Era a época do Iluminismo na Europa, da Revolução Francesa, da Independência das Treze Colônias na
América do Norte e essas ideias de "liberdade", "igualdade" e "fraternidade" que nasceram na Filosofia
Francesa chegaram ao Brasil, inspirando a Inconfidência Mineira. O Brasil era colônia de Portugal e o desejo
de liberdade e de independência ficava cada vez mais intenso por aqui. Porém, escrever sobre isso era
perigoso e, por conta disso, os escritores do período costumavam usar pseudônimos.

É importante observar que o Arcadismo brasileiro passa a ter características mais próprias, diferenciando-se
da Literatura europeia. Sendo assim, a Literatura Brasileira passa a ter mais identidade, passa a "andar mais
com as próprias pernas", a ter mais autonomia.

Características que você precisa saber:


Crítica da vida nas cidades ("fugere urbem" ou "fuga da cidade"), valorização da vida no campo (vida
bucólica), vida mais simples e natural, uso de apelidos, linguagem mais simples, pastoralismo (vida pastoril
no campo), sentimentos mais espontâneos, pureza dos nativos (mito do "bom selvagem", de Rousseau).

Autores do período:

Cláudio Manuel da Costa (apelido: Glauceste Satúrnio)


Poesia Lírica: “Obras Poéticas”, a obra que marcou o início do Arcadismo no Brasil. O autor se declara para
sua musa (Nise), mas vive se lamentando por não ser correspondido por ela. Nise é uma figura distante, não
se manifesta e nem é descrita com detalhes. A lírica se limita a lamentação do autor em não ser
correspondido. Possui traços do barroco (como inversões) apesar de ser árcade e tem afinidade com a
tradição clássica (à lírica de Camões).

Poesia Épica: “Vila Rica”. Diz a respeito a descoberta das minas, fundação de Vila Rica, entradas e
bandeiras, revoltas locais, etc... Destaca-se a descrição da paisagem local. Tem afinidade às tradições
clássicas.

Tomás Antônio Gonzaga (apelido: Dirceu)


Poesia Lírica: “Marília de Dirceu”. Poesia de transição entre o Arcadismo e o Romantismo. A mulher
(Marília) é descrita de uma forma mais emotiva, espontânea, humana e real, comparando com Nise, de
Cláudio Manuel. O tema do distanciamento da mulher amada e do sofrimento em virtude disso é encarado de
uma forma mais real.
Poesia Satírica: “Cartas Chilenas”. Foi um meio que Gonzaga usou para criticar o governador da capitania
de Minas Gerais (Luís da Cunha Meneses) e seus assessores. Essas cartas circulavam pela cidade e não se
sabia a autoria, pois essas cartas eram escritas baseadas em pseudônimos (Luís da Cunha Meneses X
Fanfarrão Minésio, mineiras X chilenas, Vila Rica X Santiago, Doroteu – destinatário – e Critilo – quem
assinava).

Basílio da Gama (apelido: Termindo Sipílio)


Poesia Épica: Uraguai
Estrutura: não copia o modelo clássico de Camões (sem estrofação, versos brancos, início do poema com a
ação em pleno desenvolvimento). A história trata da guerra entre jesuítas e índios contra os portugueses e
espanhóis com a aprovação do Tratado de Madri, que trocava a posse da Colônia do Sacramento pelos Sete
Povos das Missões.
Características temáticas: O índio é visto como um herói moral, pois ele é manipulado pelo jesuíta (anti-
jesuitismo). Crítica à guerra (a necessidade da guerra é questionada). A história não é mudada (os
portugueses e os espanhóis vencem). A descrição é fiel à paisagem (natureza bruta, figura do índio –
nativismo).

Frei José de Santa Rita Durão


Poesia Épica: Caramuru
Estrutura: copia o modelo clássico camoniano.
História: narra a história de um náufrago português, Diogo, que vai acabar parando numa tribo indígena.
Características temáticas: vai escrever o poema épico baseado no que ele ouviu ou leu. Ele teve pouca
vivência no Brasil, por isso é inferior ao Uraguai, que traz uma maior riqueza da descrição brasileira.

O ROMANTISMO
Resumo de Romantismo (Literatura Brasileira)
O Romantismo (seculo XIX) é o período literário que veio depois do Arcadismo (século XVIII) e é dividido
em três fases: Primeira Geração (Indianismo), Segunda Geração (Ultrarromantismo) e Terceira
Geração (Condoreirismo).

De modo geral, o Romantismo é caracterizado pela subjetividade, pela emoção, pelo sentimentalismo e pelo
lirismo (à grosso modo, tudo isso é a mesma coisa). Ou seja: os escritores românticos escreviam de modo
mais emotivo e sentimental, explorando as emoções e o drama humano.
A primeira fase dá destaque ao nacionalismo e ao índio (símbolo brasileiro), a segunda fase explora o drama
humano, investigando o próprio "eu" (é uma fase mais dramática e depressiva) e a terceira fase explora a
temática social.

Primeira Geração (Indianismo)


No século XIX, o Brasil finalmente deixou de ser colônia de Portugal e conquistou a sua independência.
Sendo assim, surgiu o desejo de fazer com que a nossa produção literária ficasse, de fato, mais "brasileira",
afastando-se da literatura europeia e ganhando características mais próprias, ou seja: ficando mais nacional.
Afinal, o Brasil agora é independente e precisa de uma literatura própria, precisa construir a sua cultura.

Surgiu, então, a primeira fase do Romantismo, que era o Indianismo (Primeira Geração), que tinha como
característica valorizar e exaltar tudo o que o Brasil tinha de bom: exaltação do índio (daí vem o nome
"indianismo"), da natureza, da liberdade, além da presença do forte espírito patriótico (nacionalismo
ufanista). Destacam-se nesse período: Gonçalves Dias (que escreveu Canção do Exílio, I-Juca-Pirama e Os
Timbiras) e Gonçalves de Magalhães (que escreveu Suspiros Poéticos e Saudades, obra que iniciou o
Romantismo no Brasil).

Exemplo de texto indianista:


Canção do Exílio
(Gonçalves Dias)
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá

Nosso céu tem mais estrelas


Nossas várzeas tem mais flores
Nossos bosques têm mais vida
Nossa vida mais amores

Esse poema foi escrito quando o poeta estava em Portugal. Portanto, o poema retrata a saudade do Brasil,
exaltando suas características (palmeiras, sabiá, várzeas, flores, bosques, etc...).
Na prosa, quem se destacou foi José de Alencar, que era um romancista "completo": escreveu romances
históricos, indianistas, urbanos e regionalistas. É o autor de Iracema, grande obra do período.
Também podemos destacar Joaquim Manoel de Macedo (autor de "A Moreninha") e Manuel Antônio de
Almeida (autor de "Memórias de um Sargento de Milícias").

Segunda Geração (Ultrarromantismo)


O Ultrarromantismo é a segunda fase do Romantismo e é caracterizado pela influência do poeta britânico
George Byron, que aborda temas depressivos e pessimistas, como a morte, a dor, o amor não correspondido,
o tédio, a tristeza profunda, o individualismo, o saudosismo, o excesso de sentimentalismo, entre outros. Por
isso, essa geração de poetas é conhecida como "Mal do Século". No Brasil, os principais autores
foram: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varella.
Os poetas eram ultrarromânticos, ou seja: eles eram "ultrasentimentais", "ultraemotivos", "ultrasubjetivos".
Isso significa que eles eram bem emotivos e sentimentais.

Veja, agora, um trecho de um texto ultrarromântico.


Cântico do Calvário
(Fagundes Varela)

Mas não! Tu dormes no infinito seio


Do Criador dos seres! Tu me falas
Na voz dos ventos, no chorar das aves,
Talvez das ondas no respiro flébil!
Tu me contemplas lá do céu, quem sabe,
No vulto solitário de uma estrela,
E são teus raios que meu estro aquecem!
Pois bem! Mostra-me as voltas do caminho!
Brilha e fulgura no azulado manto,
Mas não te arrojes, lágrima da noite,
Nas ondas nebulosas do ocidente!
Brilha e fulgura! Quando a morte fria
Sobre mim sacudir o pó das asas,
Escada de Jacó serão teus raios
Por onde asinha subirá minh'alma.

Observe como essa poesia está carregada de emoção e de sentimentos. Ela foi escrita por Fagundes Varela
em memória de seu filho (morto em 1863).
Terceira Geração (Condoreirismo)

O Condoreirismo foi a terceira fase do Romantismo e tinha como característica a questão social:
abolicionismo da escravidão, liberdade, republicanismo. O abolicionismo foi um tema de destaque nesse
período, sendo bem explorado por Castro Alves (conhecido como o "poeta dos escravos"), que
escreveu Navio Negreiro e Espumas Flutuantes.
"Condoreirismo" vem de "condor", uma ave que tem uma visão ampla. Portanto, os escritores do período
também agiam como condores, pois tinham uma visão ampla e conseguiam enxergar a realidade social e seus
problemas.
Outra característica é que o amor é realizado: o homem não fica mais idealizando sua musa inatingível
(como ocorria antes), não ocorre mais o "amor platônico". Dessa vez, a mulher é algo muito mais real e a
poesia é muito mais erótica.
Essa fase já começa a apresentar alguns elementos de transição para os próximos períodos da Literatura
Brasileira: o Realismo e o Naturalismo.

O REALISMO
Resumo de Realismo (Literatura Brasileira)

Vimos que o Romantismo foi um período da história da Literatura Brasileira caracterizado pela emoção e
pelo sentimentalismo. Depois do Romantismo vieram dois movimentos: o Realismo e o Naturalismo.
O Realismo e o Naturalismo foram dois movimentos literários que ocorreram ao mesmo tempo, aparecendo
depois do Romantismo. Neste artigo, nós vamos falar a respeito do Realismo.

Contexto Histórico
Para entendermos o Realismo, nós precisamos entender o que estava acontecendo no Brasil naquela época.
De modo geral, o nosso país estava sendo "sacudido" por uma série de mudanças sociais, econômicas e
políticas. Afinal, nesse período, ocorreu a Abolição da Escravatura (1888),a decadência da economia
açucareira, o crescimento da cafeicultura, a influência do pensamento positivista (vindo da França) e a
Proclamação da República (1889). Ou seja: era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.

Surgiu, então, o Realismo, uma tendência literária que era oposta ao Romantismo. Ao invés de os escritores
se afundarem nos sentimentos e nas emoções interiores (como os românticos faziam), os escritores realistas,
influenciados pela filosofia positivista, ficaram mais interessados em observar o mundo de um modo mais
real e coerente (daí vem o nome "Realismo").

Características

Os escritores realistas, ao contrário dos românticos, não se envolviam emocionalmente. Ou seja: não existia
mais aquele sentimentalismo do Romantismo. No Realismo, os escritores estavam mais preocupados
em representar a realidade da forma mais concreta e fiel possível. Por isso, suas narrativas eram bem
detalhadas e seus personagens eram trabalhados psicologicamente (análise psicológica).

Portanto, o objetivo do Realismo era observar a sociedade do modo mais real, concreto e objetivo
possível(sem a interferência das emoções), analisando os valores da sociedade e criticando suas instituições e
os comportamentos da época. O casamento, por exemplo, era visto como uma instituição decadente por
causa do adultério. A burguesia (classe social dos comerciantes urbanos) também era criticada.

Machado de Assis
O grande destaque do período foi Machado de Assis, um dos maiores escritores de toda a história da
Literatura Brasileira. Sua escrita era caracterizada pela intertextualidade, pela metalinguagem pela análise
realista do espírito humano e de seus valores. Algumas de suas obras mais famosas foram: Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, além dos contos O Espelho, A
Cartomante, Sereníssima República, dentre outros.
Outros autores de destaque do Realismo foram: Raul Pompeia (autor de "O Ateneu") e Aluísio de Azevedo
(autor de "O Cortiço"), além de Inglês de Souza, Domingos Olímpio e Adolfo Caminha.
O NATURALISMO
Resumo de Naturalismo (Literatura Brasileira)

Na postagem anterior nós falamos a respeito do Realismo, período literário onde se buscava escrever a
respeito da realidade brasileira, criticando-se a sociedade e o comportamento das pessoas de modo fiel à
realidade (sem emotividade ou sentimentalismo, coisa que acontecia lá no Romantismo).

O Naturalismo é uma ramificação do Realismo e ambos os movimentos se manifestaram na mesma época.


Os naturalistas também faziam o que os realistas faziam (retratar a realidade humana), porém eles eram um
pouco mais radicais, já que eles tratavam a realidade de um modo mais científico, ou seja: tratavam o ser
humano como um objeto de estudo que deveria ser estudado por meio da observação fiel da realidade e
também da experiência.

Portanto, a característica principal do Naturalismo é o excesso da linguagem científica (cientificismo


exagerado), que tratava o homem como um objeto de estudo científico. Por isso, a escrita naturalista é
simples e objetiva, porém repleta de descrições e de detalhes. Os naturalistas observavam os problemas
sociais e lidavam com temas polêmicos da época (crimes, adultério, sexo, homossexualidade, violência,
agressividade, etc...). Eles escreviam a respeito dos instintos e da personalidade humana.

O PARNASIANISMO
Resumo de Parnasianismo (Literatura Brasileira)

O Parnasianismo nada mais é do que o Realismo/Naturalismo na poesia. De modo geral, o Naturalismo e o


Parnasianismo fazem parte do Realismo, sendo que o Naturalismo é um Realismo mais científico e o
Parnasianismo é o Realismo na poesia. Os três movimentos aconteceram na mesma época.
Ao contrário dos românticos do Romantismo (que eram movidos pelo excesso de sentimentos e de emoções),
os poetas do Parnasianismo gostavam da linguagem rebuscada e racionalista, ou seja: eles gostavam da
poesia mais elaborada.
São características da poesia parnasiana: preocupação com a forma, vocabulário culto e formal,
objetivismo, apego à poesia clássica (com referências à mitologia grega e romana), a "arte pela arte"
(compara a poesia como escultura, pintura ou qualquer outra arte), o gosto pela descrição (poesias que
descrevem os fatos, as cenas, os objetos).

Exemplo de poesia parnasiana:

Vaso Grego (Alberto de Oliveira)

Esta de áureos relevos, trabalhada,


De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que o suspendia


Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas, o lavor da taça admira,


Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira


Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
Observe que: o vocabulário é bem rebuscado e formal (busca pela perfeição estética), não existe o
sentimentalismo dos românticos (a poesia é descritiva, objetiva e racional), há diversas referências à cultura e
à mitologia clássica ("aos deuses servir", "vinda do Olimpo", "Teos", "Anacreonte"), "arte pela arte" (a
poesia é tratada como o vaso; o vaso representa a poesia).
Principais Poetas do Parnasianismo: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.
Outras informações: a poesia parnasianista foi o principal tipo de poesia do século XIX. Isso significa que a
poesia só era considerada poesia de verdade se ela tivesse as características parnasianas (busca pela perfeição
estética, formalidade, vocabulário culto, etc).

O SIMBOLISMO
Resumo de Simbolismo (Literatura Brasileira)

Já vimos que o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo foram movimentos literários que ocorreram na
mesma época, que eles reagiam contra o sentimentalismo do Romantismo e que retratavam o mundo de
modo real, observando-o e o descrevendo exatamente como ele é, sem emoção e sem sentimento.
O Simbolismo foi um movimento literário que reagiu contra essa forma científica de ver o mundo,
resgatando um pouco a segunda fase do Romantismo (o Ultrarromantismo, o "mal do século"). Porém, os
simbolistas foram mais profundos no aspecto metafísico: eles eram muito mais filosóficos.

Características do Simbolismo: mergulho no "eu" (introspecção), emoção, universo metafísico e filosófico,


misticismo, desejo de transcender o mundo e alcançar o "cosmos", pessimismo (interesse pela morte, pelo
oculto, pelo mistério e pela noite), subjetivismo e decadência humana (retoma as características do
Ultrarromantismo). Desse modo, eles viam a realidade do mundo de uma maneira mais metafísica, usando
uma linguagem cheia de metáforas, de imagens, de símbolos (daí vem o nome "Simbolismo"), de elementos
sinestésicos (mistura de sensações; exemplo: visão com olfato).

Principais Autores: Cruz e Souza e Eugênio de Castro.

Exemplo de texto simbolista:

Cavador do Infinito (Cruz e Souza)


Com a lâmpada do Sonho desce aflito

E sobe aos mundos mais imponderáveis,

Vai abafando as queixas implacáveis,

Da alma o profundo e soluçado grito.

Ânsias, Desejos, tudo a fogo, escrito


Sente, em redor, nos astros inefáveis.
Cava nas fundas eras insondáveis
O cavador do trágico Infinito.

E quanto mais pelo Infinito cava


mais o Infinito setransforma em lava
E o cavador se perde nas distâncias...

Alto levanta a lâmpada do Sonho.

E com o seu vulto pálido e tristonho

Cava os abismos das eternas ânsias!


Observe as metáforas ("lâmpada do Sonho", "cavador do trágico Infinito"), o "mergulho no Eu" (o poeta
"mergulha em si mesmo", ou seja: ele mergulha no Infinito), o misticismo e o desejo de transcender a
matéria("e sobe aos mundos mais imponderáveis", "nos astros inefáveis") e o pessimismo ("e com o seu
vulto pálido e tristinho", "cava os abismos das eternas ânsias"). O poeta se afunda em si próprio ("cava o
Infinito") em busca do fundamento da existência humana (metafísica, filosofia) e se perde ("e o cavador se
perde nas distâncias").

O PRÉ-MODERNISMO
Resumo de Pré-Modernismo (Literatura Brasileira)

Ao longo do século XIX a Literatura Brasileira foi caracterizada pelo Realismo, pelo Naturalismo,
pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo. Depois de todos esses movimentos literários veio o Pré-
Modernismo, um momento de transição para o Modernismo.

O Pré-Modernismo não é considerado uma escola literária (ou seja: um período literário com características
próprias), mas sim uma fase de transição entre os movimentos literários do século XIX e XX, já que ele
mistura, de modo diversificado, as características do Modernismo, do Parnasianismo, do Simbolismo e do
Realismo.

De modo geral, são características do Pré-Modernismo: transição entre os movimentos


literários conservadores do século XIX (Realismo, Naturalismo e Parnasianismo) e modernos do século
XX (Modernismo), oscilação entre a linguagem culta e coloquial, exposição da realidade social
brasileira, regionalismo, nacionalismo, temáticas históricas, econômicas, políticas e sociais.

Autores importantes:
Euclides da Cunha: escreveu Os Sertões.
Lima Barreto: escreveu Triste Fim de Policarpo Quaresma.
Monteiro Lobato: autor do Sítio do Pica Pau Amarelo e do personagem Jeca Tatu.

O MODERNISMO
Resumo de Modernismo (Literatura Brasileira)

Já estudamos que a Literatura Brasileira do século XIX foi caracterizada pelo Realismo, pelo Naturalismo,
pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo.
No século XX, surgiu um movimento que queria renovar o estilo da Literatura, rompendo com a Literatura
tradicional do século XIX (Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo), buscando, assim, inovações
modernas para o novo século: é o Modernismo (antes houve um momento de transição chamado de Pré-
Modernismo). Os modernistas queriam uma Literatura livre, sem "fórmulas" e sem regras, sem palavras
cultas e formais demais, sem o rebuscamento do vocabulário, sem a cultura tradicional e acadêmica.

O Modernismo no Brasil começou com a Semana de Arte Moderna de 1922, que foi a reunião de vários
artistas (pintura, literatura, música, arquitetura, escultura, etc) de várias tendências artísticas que buscavam
renovar as artes, difundindo suas ideias e rompendo, assim, com a cultura tradicional e conservadora do
século XIX.

O Modernismo teve três fases (gerações):


1ª Geração Modernista (1922 - 1930)

Os principais nomes dessa geração foram: Manuel Bandeira, Oswald de Andrade e Mário de Andrade,
As principais características dessa geração foram: linguagem livre (poesia sem regras de rima e de
métrica), linguagem coloquial (livre de formalismos e de palavras cultas), gírias e até erros
gramaticais (porque os erros de gramática e a linguagem coloquial é a linguagem usada pelos brasileiros).
Temas tratados com irreverência e ironia (bom-humor, piada, paródia), temas inspirados no cotidiano das
pessoas e poemas "relâmpagos" (curtíssimos e breves).
Claro que tudo isso irritava os mais conservadores e tradicionais.
Exemplo de texto modernista da primeira geração:

Pronominais (Oswald de Andrade)

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

Observe que: não existe rima, nem métrica, nem formalismos. A linguagem é coloquial e também é
impregnada de irreverência e ironia. Não há preocupação com erros de português. Enquanto que a gramática
diz que o correto é "dê-me", o poeta zomba da gramática e escreve "me dá". Ele está mais interessado na
gramática coloquial que é usada no cotidiano das pessoas, ou seja: o poeta prefere a modalidade linguística
mais adequada à realidade brasileira.
Em outras palavras: "que se dane a gramática e os velhos conservadores do século passado, isso aqui é
Modernismo, pô!".

2ª Geração Modernista (1930 - 1945)

Essa geração também é conhecida como Geração de 30. É nessa fase que o Modernismo ganha mais força
no Brasil.
Os principais autores dessa geração foram: na poesia, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles;
na prosa, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e José Lins do Rego.
Na parte da prosa, os modernistas se interessaram por temas nacionais e usaram uma linguagem mais
brasileira (uma linguagem mais regionalista). Destaque para o regionalismo nordestino, que retratou os
problemas da região (seca e migração). Também podemos destacar o romance urbano (histórias das cidades
grandes), que retratou a vida das famílias urbanas.
Na poesia, continuamos com o verso livre, mas também encontramos uma poesia mais amadurecida e
sensível à realidade, que questiona a existência humana e a inquietação social.

3ª Geração Modernista (1945 - 1960)

Essa geração também é conhecida como Geração de 45. Os principais autores do período foram: Clarice
Lispector, João Guimarães Rosa e Nelson Rodrigues, além de Ariano Suassuna e Lygia Fagundes
Telles.
A poesia volta a ficar um pouco mais formal (efeito "poesia é a arte da palavra") e há uma preocupação
maior com o estilo e com a estética da poesia. Na prosa, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles
trabalharam o aprofundamento psicológico dos personagens e inovaram as técnicas narrativas, quebrando o
tradicional "início, meio e fim". Guimarães Rosa se dedicou ao regionalismo (ele é o autor de Grande
Sertão: Veredas) e inovou a narrativa ao empregar o discurso indireto livre. O teatro ganhou força com
Nelson Rodrigues.

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