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ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA

Professor Me. Sidinei Silvério da Silva

GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Diretoria Executiva
Chrystiano Mincoff
James Prestes
Tiago Stachon
Diretoria de Graduação e Pós-graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo

Coordenador de Conteúdo
Patrícia Rodrigues da Silva
Designer Educacional
Rossana Costa Giani
Fernando Henrique Mendes
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Projeto Gráico
Distância; SILVA, Sidinei Silvério da. Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Administração Financeira. Sidinei Silvério da Silva. Arte Capa
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2014. Reimpresso em 2019. Arthur Cantareli Silva
163 p.
Ilustração Capa
“Graduação - EaD”. Bruno Pardinho

1. Calculadora HP 12 C. 2. Cálculos Financeiros. 3. Demonstrações Editoração


Financeiras. 4. EaD. I. Título. Daniel Fuverki Hey
Humberto Garcia da Silva
ISBN 978-85-8084-700-0 Qualidade Textual
CDD - 22 ed. 658.15 Jaquelina Kutsunugi
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Nayara Valenciano
Ilustração
Robson Yuiti Saito
Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828

Impresso por:
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos
com princípios éticos e proissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade,
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos
em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil:
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba,
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades
de todos. Para continuar relevante, a instituição
de educação precisa ter pelo menos três virtudes:
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
promover a educação de qualidade nas diferentes
áreas do conhecimento, formando proissionais
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quando
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou
proissional, nos transformamos e, consequentemente,
transformamos também a sociedade na qual estamos
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com
os desaios que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando
sua formação proissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe
de professores e tutores que se encontra disponível para
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
AUTOR

Professor Me. Sidinei Silvério da Silva


Possui Graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual
de Maringá (UEM-2002), Especialização em Consultoria Econômico-
Financeira de Empresas (UEM-2004), Mestrado em Economia Regional pela
Universidade Estadual de Londrina (UEL-2012) e Doutorado em andamento
em Desenvolvimento Econômico pela UNICAMP. Atualmente atua como
professor e coordenador do Curso de Ciências Econômicas na Faculdade
Cidade Verde (FCV) e professor formador e autor na graduação e pós-
graduação EAD da UniCesumar. Tem experiência na área de Economia, com
ênfase em Economia Ecológica, Modelos Insumo-Produto e Finanças.
APRESENTAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Seja bem-vindo(a)

“À medida que o ritmo da mudança se acelera, as empresas não podem mais se basear nas
antigas práticas empresariais para manter a prosperidade.»
KOTLER, Philip
Caro(a) acadêmico(a), é com muito prazer que apresento a você o livro da disciplina Ad-
ministração Financeira. Sou o professor Sidinei Silvério da Silva e o preparei com muita
dedicação e entusiasmo para que você possa compreender o que é a gestão inanceira
(corporate inance) e sua importância para as organizações (entidades).
Meu objetivo principal ao escrever este livro foi apresentar o instrumental básico de
análise de situações inanceiras envolvendo as decisões de investimento e inanciamen-
to, a partir do processo de orçamento privado de caixa e de capital, privilegiando apli-
cações práticas.
É importante ressaltar que a gestão empresarial moderna busca a geração de valor, em
que as decisões de investimento e inanciamento devem ter como objetivos maximizar a
riqueza dos acionistas (proprietários), minimizar os riscos e alocar os recursos da empresa
de modo eiciente.
Espero que este livro sirva como fonte de consulta permanente a todos que focarem a
administração inanceira na criação de valor, como o critério norteador do processo de
tomada de decisão no ambiente corporativo.
Finalmente, convém salientar que as funções inanceiras agrupam-se em duas grandes
áreas: tesouraria e controladoria. No Brasil, de modo geral, as funções de tesouraria são
exercidas pelos gerentes inanceiros (atividades operacionais), enquanto o controller
(que atua em nível estratégico, de direção) é responsável pelas funções de controladoria.
Bons estudos, pois bons estudos são excelentes investimentos!
Cordialmente,
Prof. Me. Sidinei Silvério da Silva
SUMÁRIO

UNIDADE I
O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O
USO DA CALCULADORA HP-12C

15 Introdução

16 Regime de Capitalização Simples

19 Regime de Capitalização Composta

25 Operações com Desconto

37 Cálculo de Taxas em Juros Compostos

40 Cálculo Financeiro em Contexto Inlacionário

42 Séries de Pagamentos Uniformes

46 Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos

51 Considerações Finais

UNIDADE II

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

57 Introdução

63 Análise da Liquidez

65 Análise da Atividade

73 Análise de Endividamento

74 Análise de Rentabilidade

78 Índice de Mercado

80 Considerações Finais
SUMÁRIO

UNIDADE III
ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS
DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL

85 Introdução

85 Método do Valor Presente Líquido (VPL)

88 Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)

91 Métodos do Payback - Período de Recuperação do Investimento

93 Método da Anuidade Uniforme Equivalente (AE)

97 Método do Custo Anual Equivalente (CAE)

102 Ranking e Seleção de Alternativas de Investimento: Racionamento de


Capital

108 Considerações Finais

UNIDADE IV
PONTO DE EQUILÍBRIO: ALAVANCAGEM OPERACIONAL E
FINANCEIRA

115 Introdução

115 Ponto de Equilíbrio Operacional ou Contábil

117 Ponto de Equilíbrio Econômico

119 Ponto de Equilíbrio e Formação de Preços

121 Alavancagem Operacional: Risco do Negócio

123 Alavancagem Financeira: Risco Financeiro

125 Alavancagem Financeira e Planos de Financiamento

126 Considerações Finais


SUMÁRIO

UNIDADE V
CUSTO DO CAPITAL E CRIAÇÃO DE VALOR

131 Introdução

131 Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC)

136 Valor da Empresa: Proposição I de Modigliani-Miller

137 Custo do Capital Próprio

139 Custo da Dívida

140 Custo do Capital, Alavancagem Financeira e Beta

141 Índices de Criação de Valor: Análise de Desempenho Baseada na Geração


de Valor

145 Considerações Finais

149 CONCLUSÃO
151 REFERÊNCIAS
153 ANEXO I
155 ANEXO II
157 GABARITO
Professor Me. Sidinei Silvério da Silva

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO:

I
UNIDADE
CÁLCULOS FINANCEIROS COM O
USO DA CALCULADORA HP-12C

Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar uma introdução básica das técnicas da matemática
inanceira necessárias para a compreensão da administração
inanceira, em face das atividades operacionais, de investimentos e
inanciamentos das entidades empresariais.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Capitalização simples e composta
■ Desconto comercial simples e composto
■ Desconto racional simples e composto
■ Cálculo de taxas em juros compostos
■ Atualização monetária
■ Séries de pagamentos uniformes
■ Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos
15

INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), nesta primeira unidade, você estudará os principais cálculos


inanceiros básicos que servem de alicerce para a gestão inanceira.
Segundo Samanez (2007), ao considerar o valor do dinheiro no tempo, é
necessário entender a preferência pela liquidez, que normalmente é represen-
tada pela taxa de juros ou pelo custo do dinheiro. Em outras palavras, R$ 100
disponíveis hoje são preferíveis a (ou valem mais que) R$ 100 a serem recebidos
em data futura, por meio de três razões fundamentais: i) o risco de não receber a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

quantia no futuro; ii) o menor poder aquisitivo da quantia no futuro, devido ao


efeito inlacionário; e, iii) o custo de oportunidade do dinheiro, que, por meio do
investimento, permite transformar R$ 100 hoje em mais do que R$ 100 no futuro.
De acordo com Viceconti e Neves (2005), além da taxa de juros, a inlação,
que é deinida como uma alta persistentee generalizada dos preços da econo-
mia, inluencia o valor do dinheiro no tempo. As principais consequências do
processo inlacionário são: i) a perda do poder aquisitivo dos salários e outras
rendas ixas; ii) a desorganização do mercado de capitais com aumento da pro-
cura por ativos reais; e, iii) o surgimento de déicits no balanço de pagamentos.
Para a resolução dos exercícios propostos nesta unidade, recomenda-se o
uso de seis casas decimais com arredondamento matemático e, ao chegar ao
resultado inal, considere duas casas decimais com arredondamento matemático.
A seguir, serão deinidos alguns conceitos básicos que o auxiliarão no enten-
dimento da unidade.
■ Capital ou Valor Presente (PV): qualquer quantidade de dinheiro que
esteja disponível em certa data para ser aplicada numa operação inan-
ceira, recebe o nome de capital, valor atual ou valor presente.
■ Prazo (n): período durante o qual o capital é aplicado: dia, mês, trimes-
tre, quadrimestre, semestre, ano etc.
■ Juros (J): o juro é considerado a remuneração devida pela utilização de
um capital durante um certo tempo.
■ Taxa de juros (i): a relação entre o juro e o capital é o que se denomina
taxa de juros, que pode ser expressa em termos unitários ou percentuais.

Introdução
16 UNIDADE I

A taxa unitária é a taxa percentual dividida por 100, e a taxa percentual


é a taxa unitária multiplicada por 100.
■ Montante ou Valor Futuro (FV): o montante após n períodos de tempo
é igual ao capital inicial mais os juros nesse período.
■ Prestações (PMT): referem-se a toda sequência inita ou ininita de paga-
mentos ou recebimentos em datas previamente estipuladas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para saber mais sobre o assunto acesse o site <http://www.epx.com.br/ctb/
hp12c.php> e use um emulador web da Calculadora Financeira HP-12C. Para
entendimento do signiicado das teclas da HP-12C, vide Anexo I deste livro.

REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES

No regime de juros simples ou capitalização simples, os JUROS são sempre com-


putados sobre o capital inicial. A Tabela 1 a seguir mostra a evolução de um
capital de R$ 1.000,00 ao longo de 5 anos a uma taxa de 10% ao ano.

CAPITAL NO INÍCIO CAPITAL NO FIM DO


ANOS JUROS NO ANO
DO ANO ANO
1 1.000,00 1.000 x 0,1 = 100 1.100,00
2 1.100,00 1.000 x 0,1 = 100 1.200,00
3 1.200,00 1.000 x 0,1 = 100 1.300,00
4 1.300,00 1.000 x 0,1 = 100 1.400,00
5 1.400,00 1.000 x 0,1 = 100 1.500,00
Tabela 1: Evolução de um capital a juros simples, valores em reais (R$)
Fonte: elaborada pelo autor a partir de dados hipotéticos

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


17

ACHANDO O VALOR DO JURO (J) SIMPLES” ESTÁ EM CAIXA


ALTA NEGRITO

Exemplo 1
Qual é o valor do juro correspondente ao empréstimo de R$ 7.000,00 pelo prazo
de 6 meses, sabendo-se que a taxa de juro cobrada na operação é de 2,5% ao mês?
Dados:
PV = R$ 7.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

n = 6 meses
i = 2,5% a.m ou 2,5 / 100 = 0,025 (taxa unitária)
J=?

O valor dos juros após um prazo (n) é obtido pela fórmula:

J = PV.i.n (1.1)

Onde,
J = juros
PV = capital, valor presente ou valor atual
i = taxa de juro
n = prazo

Resolvendo:
J = 7.000 (0,025) (6) = R$ 1.050,00
Calculando o valor do juro pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
7000 CHS PV - 7.000,00 Introduzindo o capital
2,5 ENTER 12 X i 30,00 Introduzindo a taxa ao ano
6 ENTER 30 X n 180,00 Introduzindo o prazo em dias
f INT 1.050,00 Juros comercial

Regime de Capitalização Simples


18 UNIDADE I

Dicas:
■ É indiferente a ordem de entrada dos dados (capital, taxa e prazo).
■ Para o cálculo de juros simples, o período (prazo) precisa ser lançado em
dias e a taxa de juro ao ano.
■ Usa-se a taxa percentual.
■ Nos problemas em que são conhecidos PV e PMT ou FV e PMT ou FV
e PV, introduza o par de valores com sinais trocados.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resolva: Determine o valor do juro correspondente ao empréstimo de R$
10.000,00 pelo prazo de 5 meses, sabendo-se que a taxa de juro cobrada é de
3% ao mês.
Resposta: J = juros = R$ 1.500,00.
Achando o Valor do Montante (FV)

Exemplo 2
Qual é o valor do montante de uma aplicação inanceira de R$ 12.000,00 pelo
prazo de 5 anos, sabendo-se que a taxa remuneratória é 7% ao ano?
Dados:
PV = R$ 12.000,00
n = 5 anos
i = 7% a.a. ou 7 / 100 = 0,07 (taxa unitária)
FV = ?

O valor do montante (FV) após um prazo (n) é obtido pela fórmula:

FV = PV ^1 + i.n h (1.2)

Onde,
FV = montante ou valor futuro
PV = capital
i = taxa de juro
n = prazo

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


19

Resolvendo:
FV = 12.000 (1 + 0,07.5) = 12.000 (1 + 0,35) = 12.000 (1,35) = R$ 16.200,00
Calculando o valor do montante (FV) pela calculadora inanceira HP-12C, temos:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
12000 CHS PV - 12.000,00 Introduzindo o capital
7i 7,00 Introduzindo a taxa ao ano
5 ENTER 360 X n 1.800,00 Introduzindo o prazo em dias
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

f INT 4.200,00 Juros comercial


+ 16.200,00 Montante ou valor futuro
Resolva: Determine o montante de um capital de R$ 6.000,00 aplicado
durante 10 meses, a uma taxa de 1,25% ao mês.
Resposta: FV = montante = R$ 6.750,00.

REGIME DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

No regime de juros com-


postos ou capitalização
composta, o rendimento
gerado pela aplicação será
incorporado a ela, passando
a participar da geração do
rendimento no período
seguinte à cada capitalização.
A Tabela 2 a seguir mostra a
evolução de um capital de R$
1.000,00 ao longo de 5 anos
a uma taxa de 10% ao ano.

Regime de Capitalização Composta


20 UNIDADE I

Anos Capital no início do ano Juros no ano Capital no im do ano


1 1.000,00 1.000 x 0,1 = 100,00 1.100,00
2 1.100,00 1.100 x 0,1 = 110,00 1.210,00
3 1.210,00 1.210 x 0,1 = 121,00 1.331,00
4 1.331,00 1.331 x 0,1 = 133,10 1.464,10
5 1.464,10 1.464,10 x 0,1 = 146,41 1.610,51
Tabela 2: Evolução de um capital a juros compostos – valores em reais (R$)
Fonte: elaborada pelo autor a partir de dados hipotéticos

Nos problemas que forem conhecidos capital (PV) e montante (FV), estes terão
que ser introduzidos com sinais trocados a im de que seja obedecido o diagrama

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do luxo de caixa. Caso contrário, aparecerá no visor da calculadora a mensa-
gem “ERROR 5”. Em qualquer tipo de problema que envolva o cálculo do prazo
(n), a HP-12C sempre arredonda o resultado encontrado para o número inteiro
imediatamente superior.

ACHANDO O VALOR DO JURO (J) COMPOSTO

Exemplo 3
Qual é o valor do juro de uma aplicação inanceira de R$ 100.000,00 pelo prazo
de 5 meses, sabendo-se que a taxa remuneratória é 5% ao mês?
Dados:
PV = R$ 100.000,00
n = 5 meses
i = 5% a.m. ou 5 / 100 = 0,05 (taxa unitária)
J=?

O valor do juro composto (J) após um prazo (n) é obtido pela fórmula:

J = PV ^^1 + i hn - 1 h (1.3)
J = juros
PV = capital, valor presente ou valor atual

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


21

i = taxa de juro
n = prazo
Resolvendo:
J = 100.000 ((1 + 0,05)5 -1) = 100.000 ((1,05) 5 -1) = 100.000 (1,276282 -1)
J = 100.000 (0,276282) = R$ 27.628,20
Calculando o valor do juro (J) pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

100000 CHS PV - 100.000,00 Introduzindo o capital


5i 5,00 Introduzindo a taxa
5n 5,00 Introduzindo o prazo
FV 127.628,16 Montante
100000 - 27.628,16 Juros
RESOLVA: Qual é o valor do juro de uma aplicação inanceira de R$ 80.000,00
pelo prazo de 12 meses, sabendo-se que a taxa remuneratória é 3% ao mês?
Resposta: J = juros = R$ 34.060,87.

ACHANDO A TAXA DE JUROS (i)

Exemplo 4
Qual a taxa anual que deverá ser aplicada ao capital de R$ 3.300,00 para que acu-
mule em 3 anos um montante de R$ 4.600,00?
Dados:
PV = R$ 3.300,00
FV = R$ 4.600,00
n = 3 anos
i =?

A taxa de juros (i) é obtida pela fórmula:

Regime de Capitalização Composta


22 UNIDADE I

i=a
n FV k
PV - 1 (1.4)

Onde,
PV = capital ou valor presente
FV = montante ou valor futuro
i = taxa de juro
n = prazo

Resolvendo:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
i=a 3.300 k - 1
3 4.600

i = _ 3 1, 393939 i - 1 = 1, 117072 - 1 = 0, 117072

i = 0,117072 ou 11,71% a.a.


Calculando a taxa de juros (i) pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
3300 CHS PV - 3.300,00 Introduzindo o capital
4600 FV 4.600,00 Introduzindo o montante
3n 3,00 Introduzindo o prazo
I 11,71 Taxa de juros ao ano
RESOLVA: Qual a taxa semestral que deverá ser aplicada ao capital de R$
15.000,00 para que acumule em 6 semestres um montante de R$ 19.500,00?
Resposta: i = taxa de juro = 4,47% a.s.

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


23

ACHANDO O PRAZO (n)

Exemplo 5
Sabendo-se que o montante de R$ 5.200,00 foi obtido com a aplicação de R$
1.200,00 a uma taxa de 5% ao mês, calcule o prazo desta aplicação.
Dados:
PV = R$ 1.200,00
FV = R$ 5.200,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

i = 5% a.m. ou 5 / 100 = 0,05 (taxa unitária)


n=?

O prazo da aplicação (n) é obtido pela fórmula:

log ^ FV
PV h

log ^1 + i h
n= (1.5)

Onde,
PV = capital ou valor presente
FV = montante ou valor futuro
i = taxa de juro
n = prazo

Resolvendo:

log ^ 15..200
200
h log ^4, 333333 h 0, 636822
^ h log ^1, 05 h
n= = = 0, 021189 = 30, 05 meses
log 1 + 0, 05

Regime de Capitalização Composta


24 UNIDADE I

Calculando o prazo (n) pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
1200 CHS PV - 1.200,00 Introduzindo o capital
5200 FV 5.200,00 Introduzindo o montante
5i 5,00 Introduzindo a taxa de juros
n 31,00 Prazo em meses
Dica: Em qualquer tipo de problema que envolva o cálculo do prazo (n), a

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
HP-12C sempre arredonda o resultado encontrado para o número inteiro ime-
diatamente superior.
RESOLVA: Sabendo-se que o valor futuro de R$ 8.000,00 foi obtido com a
aplicação de R$ 2.000,00 a uma taxa de 4% ao mês, calcule o prazo desta aplicação.
Resposta: n = prazo = 36 meses.

ACHANDO O VALOR DO MONTANTE (FV)

Exemplo 6
Calcular o valor de resgate de uma aplicação inanceira de R$ 1.200,00 pelo prazo
de 12 meses, a uma taxa de juros compostos de 4% ao mês.
Dados:
PV = R$ 1.200,00
i = 4% a.m. ou 4/100 = 0,04 (taxa unitária)
n = 12 meses
FV = ?

O montante (FV) da aplicação é obtido pela fórmula:

FV = PV ^1 + i hn (1.6)

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


25

Onde,
PV = capital ou valor presente
FV = montante ou valor futuro
i = taxa de juro
n = prazo

Resolvendo:

FV = PV ^1 + i hn = 1.200 ^1 + 0, 04 h12 = 1.200 ^1, 601032 h = R$ 1.921, 24


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Calculando o montante (FV) pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
1200 CHS PV - 1.200,00 Introduzindo o capital
12 n 12,00 Introduzindo o prazo
4i 4,00 Introduzindo a taxa de juros
FV 1.921,24 Montante ou valor futuro
RESOLVA: Calcule o valor de resgate de uma aplicação inanceira de R$
1.000,00 pelo prazo de 24 meses, a uma taxa de juros compostos de 2% ao mês.
Resposta: FV = montante = R$ 1.608,44.

OPERAÇÕES COM DESCONTO

As operações de desconto podem ser realizadas tanto sob o regime de juros


simples como no de juros compostos. O uso do desconto simples é amplamente
adotado em operações de curto prazo, restringindo-se o desconto composto para
operações de longo prazo.
Entende-se por VALOR NOMINAL (FV, N) o valor de resgate, ou seja, o
valor deinido para um título em sua data de vencimento. Representa, em outras
palavras, o próprio montante da operação.

Operações com Desconto


26 UNIDADE I

A operação de se liquidar um título antes de seu vencimento envolve geral-


mente uma recompensa, ou um desconto pelo pagamento antecipado. Dessa
forma, DESCONTO pode ser entendido como a diferença entre o valor nominal
de um título e o seu valor atualizado apurado n períodos antes de seu vencimento.
Por outro lado, VALOR DESCONTADO (PV, A) de um título é o seu valor
atual na data do desconto, sendo determinado pela diferença entre o valor nomi-
nal e o desconto, ou seja:
VALOR DESCONTADO (ATUAL/PRESENTE) = VALOR NOMINAL –
DESCONTO. Graicamente, temos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
R$ 47.500,00 Desconto = R$ 2.500,00 R$ 50.000,00

PV = A D = FV . PV FV = N
ou
Liberação D=N-A Valor de Resgate
dos recursos ou Valor Nominal

Valor Líquido Recebido

Tanto no regime linear como no composto ainda são identiicados dois tipos
de desconto:
a. desconto “por fora” ou bancário, ou comercial;
b. e desconto “por dentro” ou racional.

Vale ressaltar que a calculadora inanceira HP-12C não tem função especíica
para calcular desconto simples comercial e/ou racional.

DESCONTO COMERCIAL SIMPLES E COMPOSTO

A modalidade de desconto “por fora” simples é amplamente adotada pelo mer-


cado, notadamente em operações de crédito bancário e comercial a curto prazo.
Esse tipo de desconto, simpliicadamente por incidir sobre o valor nominal
(valor de resgate) do título e proporciona maior volume de encargos inancei-
ros efetivos nas operações. Observe que, ao contrário dos juros “por dentro”, que

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


27

calculam os encargos sobre o capital efetivamente liberado na operação, ou seja,


sobre o valor presente, o critério “por fora” apura os juros sobre o MONTANTE,
indicando custos adicionais ao tomador de recursos (ASSAF NETO, 2006).

ACHANDO O VALOR NOMINAL DO TÍTULO (FVc) COM JUROS


SIMPLES

Exemplo 7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Um empresário vai ao banco e desconta uma nota promissória para 120 dias, a
uma taxa de desconto comercial simples de 5% ao mês. Sabendo-se que o líquido
creditado para o comerciante foi R$ 21.400,00, qual o valor da promissória?
Dados:
PVc = R$ 21.400,00
FVc = valor nominal do título = valor da promissória = ?
i = 5,0% a.m. ou 5,0 / 100 = 0,05 (taxa unitária)
n = 120 dias / 30 dias = 4 meses

O valor nominal do título é obtido pela fórmula:

PVc = FVc (1 - i.n) (1.7)

Onde,
PVc = valor líquido recebido após o desconto comercial
FVc = valor nominal do título no vencimento
i = taxa de juro
n = prazo

Resolvendo, temos:
21400 = FVc (1 – 0,05.4)
21400 = FVc (1 – 0,20)
21400 = FVc (0,80)
FVc = 21400 / 0,80 = R$ 26.750,00

Operações com Desconto


28 UNIDADE I

RESOLVA: Um comerciante vai ao banco e desconta uma duplicata para


150 dias, a uma taxa de desconto comercial simples de 8% ao mês. Sabendo-se
que o valor líquido creditado para o comerciante foi R$ 32.400,00, qual o valor
da duplicata?
Resposta: FVc = Valor Nominal da Duplicata = R$ 54.000,00.

ACHANDO O VALOR ATUAL (PVc) E O DESCONTO COMERCIAL


(Dc) COM JUROS SIMPLES

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 8
Calcule o valor atual e do desconto comercial de uma Letra do Tesouro Nacional
(LTN) de R$ 19.120,00, com vencimento para 6 meses, a uma taxa de 4% ao mês.
Dados:
PVc = ?
Dc = ?
FVc = R$ 19.120,00
i = 4% a.m. ou 4 / 100 = 0,04 (taxa unitária)
n = 6 meses

O valor líquido recebido é obtido pela fórmula:

PVc = FVc (1 - i.n) (1.8)

Onde,
PVc = valor líquido recebido após o desconto comercial
FVc = valor nominal do título no vencimento
i = taxa de juro
n = prazo

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


29

Resolvendo:
PVc = 19120 (1 – 0,04.6)
PVc = 19120 (1 – 0,24)
PVc = 19120 (0,76)
PVc = Valor Atual = R$ 14.531,20
Dc = FVc – PVc = 19.120 – 14.531,20 = R$ 4.588,80
RESOLVA: Calcule o valor atual e do desconto comercial de uma nota promis-
sória de R$ 30.200,00, com vencimento para 9 meses, a uma taxa de 2% ao mês.
Resposta: PVc = Valor Atual (líquido) = R$ 24.764,00; Dc = Desconto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Comercial = R$ 5.436,00.

ACHANDO O VALOR NOMINAL DO TÍTULO (FVc) COM JUROS


COMPOSTOS

Exemplo 9
Um empresário vai ao banco e desconta um título privado para 3 meses, a uma
taxa de desconto comercial composto de 3% ao mês. Sabendo-se que o líquido
creditado para o comerciante foi R$ 20.000,00, qual o valor do título?
Dados:
PVc = R$ 20.000,00
FVc = valor nominal do título = ?
i = 3% a.m. ou 3/100 = 0,03 (taxa unitária)
n = 3 meses

O valor nominal do título é obtido pela fórmula:

PVc = FVc (1 - i) n (1.9)

Operações com Desconto


30 UNIDADE I

Onde,
PVc = valor líquido recebido após o desconto comercial
FVc = valor nominal do título no vencimento
i = taxa de juro
n = prazo

Resolvendo:
20000 = FVc (1 – 0,03)3
20000 = FVc (0,97)3

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
20000 = FVc (0,912673)
FVc = 20400 / 0,885293 = R$ 21.913,65
RESOLVA: Um comerciante vai ao banco e desconta uma duplicata para 4
meses, a uma taxa de desconto comercial simples de 6% ao mês. Sabendo-se que
o valor líquido creditado para o comerciante foi de R$ 35.000,00, qual o valor
da duplicata?
Resposta: FVc = Valor Nominal da Duplicata = R$ 44.828,75.

ACHANDO O VALOR ATUAL (PVc) E O DESCONTO COMERCIAL


(Dc) COM JUROS COMPOSTOS

Exemplo 10
Calcule o valor atual e do desconto comercial de um Bônus do Tesouro Nacional
(BTN) de R$ 29.000,00, com vencimento para 6 meses, a uma taxa de 4% ao mês.
Dados:
PVc = ?
Dc =?
FVc = R$ 29.000,00
i = 4% a.m. ou 4/100 = 0,04 (taxa unitária)
n = 6 meses

O valor líquido recebido é obtido pela fórmula:

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


31

PVc = FVc (1 - i) n (1.10)

Onde,
PVc = valor líquido recebido após o desconto comercial
FVc = valor nominal do título no vencimento
i = taxa de juro
n = prazo

Resolvendo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PVc = 29000 (1 – 0,04)6


PVc = 29000 (0,96)6
PVc = 29000 (0,782758)
PVc = Valor Atual = R$ 22.699,98
Dc = FVc – PVc = 29.000 – 22.699,98 = R$
6.300,02
RESOLVA: Calcule o valor atual e do desconto
comercial de um cheque pré-datado de R$ 4.000,00,
com vencimento para 9 meses, a uma taxa de 3% ao
mês.
Resposta: PVc = Valor Atual (líquido) = R$
3.040,92; Dc = Desconto Comercial = R$ 959,08.
Convém esclarecer que o desconto composto “por
fora” (ou comercial) é raramente empregado no Brasil,
não apresentando uso prático.

DESCONTO RACIONAL SIMPLES E COMPOSTO

A modalidade de desconto racional simples, também denominado de desconto


“por dentro”, incorpora os conceitos e relações básicas de juros simples.
Achando o valor nominal do título (FVr) com juros simples

Operações com Desconto


32 UNIDADE I

Exemplo 11
Um lojista vai a uma inanceira e desconta uma nota promissória para 120 dias,
a uma taxa de desconto racional simples de 5% ao mês. Sabendo-se que o valor
líquido creditado para o comerciante foi R$ 21.400,00, qual o valor da promissória?
Dados:
PVr = R$ 21.400,00
FVr = valor nominal do título = valor da promissória = ?
i = 5% a.m. ou 5/100 = 0,05 (taxa unitária)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
n = 120 dias/30 dias = 4 meses

O valor nominal do título é obtido pela fórmula:

FVr
^1 + i.n h
PVr = (1.11)

Onde,
PVr = valor líquido recebido após o desconto racional
FVr = valor nominal do título no vencimento
i = taxa de juro
n = prazo

Resolvendo, temos:

FVr
^1 + 0, 05.4 h
21400 =

FVr
^1 + 0, 20 h
21400 =

FVr
^1, 20 h
21400 =

FVr = 21400 (1,20)


FVr = R$ 25.680,00

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


33

RESOLVA: Um empresário do ramo de serviços vai a uma inanceira e des-


conta uma duplicata para 150 dias, a uma taxa de desconto racional simples de
8% ao mês. Sabendo-se que o valor líquido creditado para o empresário foi R$
32.400,00, qual o valor da duplicata?
Resposta: FVr = Valor Nominal da Promissória = R$ 45.360,00.

ACHANDO O VALOR ATUAL (PVr) E O DESCONTO RACIONAL


(Dr) COM JUROS SIMPLES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo 12
Calcule o valor atual e do desconto racional de uma Letra do Tesouro Nacional
(LTN) de R$ 9.000,00, com vencimento para 6 meses, a uma taxa de 4% ao mês.
Dados:
PVr = ?
Dr = ?
FVr = R$ 9.000,00
i = 4% a.m. ou 4 / 100 = 0,04 (taxa unitária)
n = 6 meses

O valor líquido recebido é obtido pela fórmula:

FVr
^1 + i.n h
PVr = (1.12)

Onde,
PVr = valor líquido recebido após o desconto comercial
FVr = valor nominal do título no vencimento
i = taxa de juro
n = prazo

Operações com Desconto


34 UNIDADE I

Resolvendo:

9.000 9.000 9.000


^1 + 0, 04.6 h ^1 + 0, 24 h ^1, 24 h
PVr = = =

PVr = Valor Atual = R$ 7.258,06


Dr = FVr – PVr = 9.000 – 7.258,06 = R$ 1.741,94
RESOLVA: Calcule o valor atual e do desconto comercial de uma nota promis-
sória de R$ 30.000,00, com vencimento para 9 meses, a uma taxa de 2% ao mês.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resposta: PVr = Valor Atual (líquido) = R$ 25.423,73; Dr = Desconto Racional
= R$ 4.576,27.

ACHANDO O VALOR NOMINAL DO TÍTULO (FVr) COM JUROS


COMPOSTOS

O desconto “por dentro” (racional) composto envolve valor atual e valor


nominal de um título capitalizado segundo o regime de juros compostos, apre-
sentando, portanto, larga utilização prática.

Exemplo 13
Um comerciante do ramo de confecções vai a uma inanceira e desconta uma
nota promissória para 4 meses, a uma taxa de desconto racional composto de
5% ao mês. Sabendo-se que o valor líquido creditado para o comerciante foi de
R$ 21.400,00, qual o valor da promissória?
Dados:
PVr = R$ 21.400,00
FVr = valor nominal do título = valor da promissória = ?
i = 5% a.m. ou 5 / 100 = 0,05 (taxa unitária)
n = 4 meses

O valor nominal do título é obtido pela fórmula:

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


35

FVr
^1 + i hn
PVr = (1.13)

Onde,
PVr = valor líquido recebido após o desconto racional
FVr = valor nominal do título no vencimento
i = taxa de juro
n = prazo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Resolvendo:

FVr
^1 + 0, 05 h4
21400 =

FVr
^1, 05 h4
21400 =

FVr
^1, 215506 h
21400 =

FVr = 21400 (1,215506)


FVr = R$ 26.011,83
Calculando o valor nominal do título (FVr) pela calculadora inanceira
HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
21400 CHS PV - 21.400,00 Introduzindo o valor atual
4n 4,00 Introduzindo o prazo
5i 5,00 Introduzindo a taxa de juros
FV 26.011,83 Valor nominal da promissória
RESOLVA: Um lojista vai a uma inanceira e desconta uma duplicata para 5
meses, a uma taxa de desconto racional composto de 8% ao mês. Sabendo-se que
o valor líquido creditado para o lojista foi R$ 38.000,00, qual o valor da duplicata?

Operações com Desconto


36 UNIDADE I

Resposta: FVr = Valor Nominal da Duplicata = R$ 55.834,47.

ACHANDO O VALOR ATUAL (PVr) E O DESCONTO RACIONAL


(Dr) COM JUROS COMPOSTOS

Exemplo 14
Calcule o valor atual e do desconto racional de uma Letra do Tesouro Nacional

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(LTN) de R$ 10.000,00, com vencimento para 6 meses, a uma taxa de 4% ao mês.
Dados:
PVr = ?
Dr = ?
FVr = R$ 10.000,00
i = 4% a.m. ou 4 / 100 = 0,04 (taxa unitária)
n = 6 meses

O valor líquido recebido é obtido pela fórmula:

FVr
^1 + i hn
PVr = (1.14)

Onde,
PVr = valor líquido recebido após o desconto comercial
FVr = valor nominal do título no vencimento
i = taxa de juro
n = prazo
Dr = desconto racional

Resolvendo:

10.000 10.000 10.000


^1 + 0, 04 h6 ^1, 04 h6 ^1, 265319 h
PVr = = =

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


37

PVr = Valor Atual = R$ 7.903,15


Dr = FVr – PVr = 10.000 – 7.903,15 = R$ 2.096,85
Calculando o valor atual (PVr) e do desconto racional do título (Dr) pela
calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
10000 CHS FV - 10.000,00 Introduzindo o valor nominal
6n 6,00 Introduzindo o prazo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

4i 4,00 Introduzindo a taxa de juros


PV 7.903,15 Valor atual da LTN
10000 - 2.096,85 Valor do desconto racional
RESOLVA: Calcule o valor atual e do desconto comercial de uma nota promis-
sória de R$ 40.000,00, com vencimento para 9 meses, a uma taxa de 2% ao mês.
Resposta: PVr = Valor Atual (líquido) = R$ 33.470,21; Dr = Desconto Racional
= R$ 6.529,79.

CÁLCULO DE TAXAS EM JUROS COMPOSTOS

Taxa Efetiva
A taxa é dita efetiva quando a unidade da taxa for igual ao período de capitali-
zação dos juros. É a taxa efetivamente paga ou cobrada na unidade em que foi
fornecida.
A taxa efetiva (if) é obtida pela fórmula:

if = [1 + a q k] q - 1
i
(1.15)

Cálculo de Taxas em Juros Compostos


38 UNIDADE I

Onde,
if = taxa efetiva
i = taxa nominal
q = período de capitalização

Exemplo 15
A caderneta de poupança pessoa jurídica em um país hipotético paga juro de 7%
ao ano, capitalizados trimestralmente. Qual a taxa efetiva de juro dessa aplicação?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
if = ?
i = 7% a.a. / 100 = 0,07
q = quantos trimestres tem um ano? = 4 trimestres

Resolvendo:

if = [1 + a 4 k] 4 - 1
0, 07

if = (1 + 0,0175)4 – 1 = (1,0175)4 – 1
if = 1,071859 – 1 = 0,071859 x 100 = 7,19% a.a.
RESOLVA: A caderneta de poupança pessoa física num país hipotético
paga juro de 7% ao ano, capitalizados mensalmente. Qual a taxa efetiva de juro
dessa aplicação?
Resposta: if = 7,23% a.a.

Taxa Equivalente
Por deinição, taxas equivalentes são aquelas que, aplicadas a capitais iguais, pro-
duzem juros iguais (e montantes iguais) em tempos iguais. Assim, supondo que
se queira determinar a equivalência entre uma taxa mensal e anual na capitali-
zação composta, temos:

^1 + imaior h = ^1 + imenor hm (1.16)

Onde,

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


39

imaior = taxa de periodicidade maior


imenor = taxa de periodicidade menor
A variação entre taxas equivalentes é exponencial.

Exemplo 16
Calcule a taxa equivalente anual a uma taxa mensal de 2%.
1 + ia = (1 + 0,02)12
1 + ia = (1,02)12
1 + ia = (1,02)12
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ia = 1,268242 – 1
ia = 0,268242 x 100 = 26,82% a.a.

Calculando a taxa equivalente pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
f4 0,0000 4 casas decimais
STO EEX 0,0000 C
Ativa o lag C
12n 12,0000 C
Insere número de meses de 1 ano
2i 2,0000 C
Insere a taxa nominal
1 CHS PV - 1,0000 C
Insere o principal
FV 1,2682 C
Índice anual
1- 0,2682C Taxa unitária anual
100 X 26,8242 C
Taxa percentual anual

RESOLVA: Calcule a taxa equivalente anual a uma taxa semestral de 4%.


Resposta: ia = 8,16% a.a.

Cálculo de Taxas em Juros Compostos


40 UNIDADE I

CÁLCULO FINANCEIRO EM CONTEXTO


INFLACIONÁRIO

Samanez (2007) argumenta que,


em contextos inflacionários,
deve-se icar atento à deno-
minada ilusão monetária ou
rendimento aparente das apli-
cações e investimentos. No

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
processo de cálculo da taxa
real, é necessário homogeneizar
os valores das séries inanceiras
de forma que se retirem os efei-
tos corrosivos da inlação dos valores
aplicados ou recebidos em cada data. No processo de homogeneização dos valores
monetários, são utilizados índices de preços a im de delacionar ou inlacionar
as séries de valore nominais. Os índices de preços permitem formar delato-
res, ou seja, operadores que, quando multiplicados pelos valores nominais das
diversas épocas, produzem valores correspondentes ao nível de preços da data
de referência. Em contextos inlacionários, são muito usadas as expressões “em
preços correntes” e “em preços constantes”.
Um índice de preços procura medir a mudança que ocorre nos níveis de pre-
ços de um período para outro. No Brasil, a maioria dos cálculos de índices de
preços está a cargo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, que
publica mensalmente na revista Conjuntura Econômica os índices nacionais e
regionais. Outras instituições que elaboram índices de preços são: o IBGE, a
FIPE e o Dieese de São Paulo.
O índice mais geral disponível é o Índice Geral de Preços – disponibilidade
interna da FGV (IGP-DI). No entanto, o índice oicial de inlação no Brasil é o
Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), que é utilizado pelo Banco
Central no Regime de Metas de Inlação e calculado pelo Instituto Brasileiro de
Geograia e Estatística (IBGE).

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


41

Exemplo 17
A Inlação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP-DI), no período 2004-2008 foi:

ANO %
2004 12,13
2005 1,23
2006 3,80
2007 7,90
2008 9,11
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Considere que um investidor aplicou nesse período R$ 5.000,00 na caderneta de


poupança. Qual foi o montante obtido nesta aplicação, considerando capitaliza-
ção composta e taxa efetiva de 7,23% ao ano? Faça a correção monetária de R$
5.000,00 pelo IGP-DI e aponte se este investidor teve ganho ou perda real, indi-
cando o valor líquido desse resultado.
Calculando a atualização monetária:

Valor atualizado
Anos Valor a atualizar (A) Índice (B)
(A X B)
1 5.000,00 1,1213 5.606,50
2 5.606,50 1,0123 5.675,46
3 5.675,46 1,038 5.891,13
4 5.891,13 1,079 6.356,53
5 6.356,53 1,0911 6.935,61

Calculando a atualização monetária pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
5000 ENTER 5.000,00 Introduzindo o valor a ser atualizado
12,13 % + 5.606,50 Valor corrigido para o ano 1
1,23% + 5.675,46 Valor corrigido para o ano 2
3,8% + 5.891,13 Valor corrigido para o ano 3
7,9% + 6.356,53 Valor corrigido para o ano 4
9,11% + 6.935,61 Valor corrigido para o ano 5

Cálculo Financeiro em Contexto Inlacionário


42 UNIDADE I

Calculando a capitalização composta pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
5000 CHS PV - 5.000,00 Introduzindo o capital
7,23 i 7,23 Introduzindo a taxa ao ano
5n 5,00 Introduzindo o prazo
FV 7.088,45 Montante ou valor futuro
6935,61 - 152,84 Ganho real

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conclusão: Capitalização – Atualização = 7.088,45 – 6.935,61= ganho real
de R$ 152,84.
RESOLVA: Considerando a Inlação medida pelo Índice Geral de Preços
(IGP-DI), no período 2004 - 2008 (Exemplo 17), faça a correção monetária de
R$ 1.000,00.
Resposta: Valor corrigido = R$ 1.387,12.

SÉRIES DE PAGAMENTOS UNIFORMES

São as séries de prestações ou anuidades, com sequência inita ou ininita de


pagamentos ou recebimentos em datas previamente estipuladas. Os intervalos
de tempo entre os vencimentos de dois pagamentos consecutivos são chama-
dos de períodos.
Se os pagamentos ocorrerem no início do período temos uma Série Antecipada,
em que a primeira prestação é dada como entrada. Para resolver por meio da cal-
culadora HP-12C, o indicador “begin” deve estar ativo no visor da calculadora.
Quando os pagamentos ocorrem ao término de cada período, a Série é
Postecipada.

Séries Antecipadas
Achando o montante (FV) da renda antecipada

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


43

O montante (FV) da renda antecipada é obtido pela fórmula:

^1 + i hn + 1 - 1
FVa = PMT. ;c i
m - 1E (1.17)

Onde,
FVa = montante ou valor futuro da renda antecipada
PMT = prestação periódica
i = taxa de juro
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

n = prazo

Exemplo 18
Uma pessoa deposita em uma inanceira, no início de cada mês, durante 4 meses,
a quantia de R$ 200. Calcule o montante da renda, sabendo-se que essa inan-
ceira paga juros de 2% ao mês, capitalizados mensalmente.
Dados:
FVa = ?
i = 2% a.m. / 100 = 0,02
n = 4 meses
PMT = R$ 200,00

Resolvendo:

^1 + 0, 02 h4 + 1 - 1 ^1, 02 h5 - 1
FVa = 200. ;c 0, 02
m - 1E = 200. ;c
0, 02
m - 1E

FVa = 200. ;c m - 1E = 200. ;c m - 1E


1, 104081 - 1 0, 104081
0, 02 0, 02
FVa = 200 (5,204040 – 1) = 200 (4,204050) = R$ 840,81
Calculando o montante (FV) antecipado pela calculadora inanceira HP-12C:

Séries de Pagamentos Uniformes


44 UNIDADE I

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
g BEG 0,00 BEGIN Ativando o “begin”
200 CHS PMT - 200,00 Introduzindo a prestação
2i 2,00 Introduzindo a taxa
4n 5,00 Introduzindo o prazo
FV 840,81 Montante ou valor futuro

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para saber mais sobre cálculos inanceiros e judiciais, você pode utilizar o
endereço eletrônico <http://www.drcalc.net/>.

RESOLVA: Qual o montante de uma renda antecipada de 10 termos men-


sais de R$ 500,00, a uma taxa de 1,5% ao mês?
Resposta: FVa = montante = R$ 5.431,63.
Séries Postecipadas

ACHANDO O MONTANTE (FV) DA RENDA POSTECIPADA

O montante (FV) da renda postecipada é obtido pela fórmula:

^1 + i hn - 1
FVp = PMT. c i
m (1.18)

Onde,
FVp = montante ou valor futuro da renda postecipada
PMT = prestação periódica

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


45

i = taxa de juro
n = prazo

Exemplo 19
Uma pessoa deposita em um banco, no im de cada mês, durante 8 meses, a quan-
tia de R$ 1.000,00. Calcule o montante da renda, sabendo-se que esse banco paga
juros compostos de 4% ao mês, capitalizados mensalmente.
Dados:
FVp= ?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

i = 4% a.m. / 100 = 0,04


n = 8 meses
PMT = R$ 1.000,00

Resolvendo:

^1 + 0, 04 h8 - 1 ^1, 04 h8 - 1
FVp = 1000. c 0, 04
m = 1000. c
0, 04
m

^1, 04 h8 - 1
FVp = 1000. c m = 1000. c m = 1000. c m
1, 368569 - 1 0, 368569
0, 04 0, 04 0, 04
FVp = 1000 (9,214225) = R$ 9.214,23
Calculando o montante (FV) postecipado pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
g END 0,00 Desativando o “begin”
1000 CHS PMT - 1.000,00 Introduzindo a prestação
4i 4,00 Introduzindo a taxa
8n 8,00 Introduzindo o prazo
FV 9.214,23 Montante ou valor futuro

Séries de Pagamentos Uniformes


46 UNIDADE I

RESOLVA: Deposito em
uma instituição inanceira,
no im de cada mês, a impor-
tância de R$ 8.000,00, a uma
taxa de juros de 1,5% ao mês.
Qual o montante da renda
no im de 24 meses?
Resposta: FV = mon-
tante = R$ 229.068,17

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E
FINANCIAMENTOS

Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para operações de


empréstimos e inanciamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos perió-
dicos do principal e encargos inanceiros (ASSAF NETO, 2006).
Os principais termos empregados nas operações de empréstimos e inancia-
mentos são deinidos a seguir:
■ Credor ou Mutuante – Aquele que fornece o empréstimo.
■ Devedor ou Mutuário – Aquele que recebe o empréstimo.
■ Taxa de Juros – É a taxa de juros contratada entre as partes.
■ Amortização – Corresponde à parcela de devolução do principal, ou seja,
do capital emprestado.
■ Prestação – É a amortização acrescida dos juros e outros pagamentos
em um dado período.
■ Prazo de Utilização – Corresponde ao intervalo de tempo durante o qual
o empréstimo é transferido do credor para o devedor.

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


47

■ Prazo de Carência – Corresponde ao período compreendido entre o


prazo de utilização e o pagamento da primeira amortização.
■ Prazo de Amortização – O intervalo de tempo durante o qual são reali-
zadas as amortizações e o empréstimo restituído.
■ Prazo Total do Financiamento – É a soma do prazo de carência como
prazo de amortização.
■ Saldo Devedor – É o estado da dívida, ou seja, o débito num determi-
nado período.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

■ Período de Amortização – É o intervalo de tempo entre duas amortizações.

■ Planilha – É um quadro onde são colocados os valores do empréstimo,


ou seja, o cronograma dos valores de recebimentos e pagamentos.
Nesta unidade, serão abordados os seguintes sistemas de amortização:
Sistema de Amortização Francês (SAF) ou Tabela Price.
Sistema de Amortização Constante (SAC).

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS (SAF) OU TABELA PRICE

O Sistema de Amortização Francês (SAF), amplamente adotado no mercado


inanceiro do Brasil, estipula, ao contrário do SAC, que as prestações devem ser
iguais, periódicas e sucessivas.
Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, são decrescentes e, as parce-
las de amortização assumem valores crescentes. Em outras palavras, no SAF os
juros decrescem e as amortizações crescem ao longo do tempo.
A Tabela Price representa uma variante do Sistema Francês. A diferença está
em que o SAF utiliza taxa equivalente de juros compostos e a tabela Price taxa
proporcional simples.
Exemplo 20
Uma instituição inanceira concede um empréstimo de R$ 150.000,00 para
ser pago pelo Sistema Francês de Amortização (SAF), em 4 prestações anuais,
a uma taxa de 15% ao ano. Calcule o valor da prestação e monte a planilha de
amortização.

Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos


48 UNIDADE I

Dados:
PV = R$ 150.000,00
n= 4 anos
i = 15% a.a.
PMT = ?

Resolvendo pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
f REG 0,00 Limpa os registradores
g END 0,00 Desativando o “begin”
150000 CHS PV -150.000,00 Insere o valor inanciado
15 i 15,00 Insere a taxa
4n 4,00 Insere os períodos
PMT 52.539,80 Valor das prestações
1 f AMORT 22.500,00 Juros da primeira prestação
30.039,80 Amortização da primeira prestação
xUy
RCL PV -119.960,20 Saldo devedor após pagamento da primeira prestação
1 f AMORT 17.994,03 Juros da segunda prestação
34.545,77 Amortização da segunda prestação
xUy
RCL PV -85.414,42 Saldo devedor após pagamento da segunda prestação
1 f AMORT 12.812,16 Juros da terceira prestação
39.727,64 Amortização da terceira prestação
xUy
RCL PV -45.686,78 Saldo devedor após pagamento da terceira prestação
1 f AMORT 6.853,02 Juros da quarta prestação
45.686,78 Amortização da quarta prestação
xUy
RCL PV 0,00 Saldo devedor após pagamento da quarta prestação

Planilha de Amortização:

PERÍODO JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR


0 - - - 150.000,00
1 22.500,00 30.039,80 52.539,80 119.960,20

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


49

PERÍODO JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR


2 17.994,03 34.545,77 52.539,80 85.414,42
3 12.812,16 39.727,64 52.539,80 45.686,78
4 6.853,02 45.686,78 52.539,80 0,00
Total 60.159,20 150.000,00 210.159,20 -

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O Sistema de Amortização Constante (SAC), como o próprio nome sugere, tem


como característica básica o fato de serem as amortizações do principal sem-
pre iguais (ou constantes) em todo o prazo da operação. O valor da amortização
é facilmente obtido mediante a divisão do capital emprestado pelo número de
prestações.
Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, cujo montante decresce após
o pagamento de cada amortização, assumem valores decrescentes nos períodos.
Em consequência do comportamento da amortização e dos juros, as pres-
tações periódicas e sucessivas do SAC são decrescentes.

Exemplo 21
Certo empresário contratou um empréstimo de R$ 120.000,00 para ser pago pelo
Sistema de Amortização Constante (SAC) em 4 prestações anuais, a uma taxa
de 15% ao ano. Monte a planilha de amortização.
Dados:
PV = R$ 120.000,00
n= 4 anos
i = 15% a.a.
PMT = ?
Amort = PV / n = 120.000 / 4 = 30.000,00
J1=SD0 .i = 120.000 (0,15) = 18.000,00
PMT1 = amort + J1 = 30.000,00 + 18.000,00 = 48.000,00
SD1 = SDt-1 – amort = 120.000 – 30.000 = 90.000

Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos


50 UNIDADE I

J2=SD1 .i = 90.000 (0,15) = 13.500,00


PMT2 = amort + J2 = 30.000,00 + 13.500,00 = 43.500,00
SD2 = SDt-1 – amort = 90.000 – 30.000 = 60.000
J3=SD2 .i = 60.000 (0,15) = 9.000,00
PMT3 = amort + J3 = 30.000,00 + 9.000,00 = 39.000,00
SD3 = SDt-1 – amort = 60.000 – 30.000 = 30.000
J4=SD3 .i = 30.000 (0,15) = 4.500,00
PMT4 = amort + J4 = 30.000,00 + 4.500,00 = 34.5000,00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SD4 = SDt-1 – amort = 30.000 – 30.000 = 0,00

Calculando pela HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
120000 ENTER 15 % 18.000,00 Juros no primeiro período

xUy4 ÷ 30.000,00 Amortizações constantes

+ 48.000,00 Primeira prestação


120000 ENTER 30000 - 90.000,00 Saldo devedor após a primeira prestação
15 % 13.500,00 Juros da segunda prestação
30000 + 43.500,00 Segunda prestação
Saldo devedor após pagamento da segunda
x U y 30000 - 60.000,00
prestação
15 % 9.000,00 Juros da terceira prestação
30000 + 39.000,00 Terceira prestação
Saldo devedor após pagamento da terceira
x U y 30000 - 30.000,00
prestação
15 % 4.500,00 Juros da quarta prestação
30000 + 34.500,00 Quarta prestação
Saldo devedor após pagamento da terceira
x U y 30000 - 0,00
prestação

Planilha de Amortização:

PERÍODO JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR


0 - - - 120.000,00

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


PERÍODO JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO DEVEDOR
1 18.000,00 30.000,00 48.000,00 90.000,00
2 13.500,00 30.000,00 43.500,00 60.000,00
3 9.000,00 30.000,00 39.000,00 30.000,00
4 4.500,00 30.000,00 34.500,00 0,00
Total 45.000,00 120.000,00 165.000,00 -

“Conforme envelhece, a maior parte dos homens ama mais o dinheiro e a


segurança e menos a criação e a construção”. Essa frase é de John Maynard
Keynes, economista cujas ideias inluenciaram políticas econômicas entre as
décadas de 1940 e 1970.

Para saber mais sobre Planejamento Financeiro em relação ao


uso do Cheque Especial versus Cartão de Crédito, acesse o site:
<http://www.portaldoinvestidor.gov.br/galerias/videos/300K_Cheque_Es-
pecial.lv>.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, estudamos os principais cálculos inanceiros básicos que servem


de alicerce para a gestão inanceira. Procurou-se sempre destacar a importância
de se conhecer o valor do dinheiro no tempo, seja pelo custo de oportunidade,
pelo efeito inlacionário, pela taxa de juros ou pelo risco/retorno. Por isso, R$
100 disponíveis hoje são preferíveis a (ou valem mais que) R$ 100 a serem rece-
bidos em data futura, impactando as atividades operacional, de investimento e
inanciamento das entidades (empresas).
1. Certo empresário fez uma aplicação de R$ 5.000,00 a uma taxa de 3% ao mês,
capitalizados mensalmente pelo prazo de 8 meses. Pede-se:
a. Determinar o montante dessa aplicação pela capitalização simples.
b. Determinar o montante dessa aplicação pela capitalização composta.
2. Qual o valor líquido recebido por um empresário que foi ao banco comercial
e descontou uma nota promissória para 90 dias, a uma taxa de 4,5% ao mês,
sabendo-se que o valor nominal desse título é R$ 3.500,00? Qual o valor do des-
conto? Valendo-se da modalidade de desconto simples, calcular as variáveis soli-
citadas pelo desconto comercial e pelo desconto racional e indicar qual das duas
modalidades é mais vantajosa para o detentor do título.
3. Um investidor pessoa física depositou no Banco Bom Retorno S/A, no im de
cada mês, durante 12 meses, a quantia de R$ 1.000,00. Calcule o montante da
renda, sabendo-se que o banco paga juros compostos de 4% ao mês, capitaliza-
dos mensalmente.
4. Elabore planilhas de amortização, com base no sistema Francês de Amortiza-
ção (SAF) e no Sistema de Amortização Constante (SAC), correspondente a um
empréstimo de R$ 240.000,00, a uma taxa de 20% ao ano, a ser liquidado em 6
prestações anuais e sem carência. Em qual dos dois sistemas de amortização o
tomador do empréstimo pagará menos juros nominais?
52 - 53

MATERIAL COMPLEMENTAR

Matemática Financeira e Suas Aplicações


Autor: Alexandre Assaf Neto
Editora: Atlas
Sinopse: O livro apresenta os fundamentos
teóricos da Matemática Financeira, bem como
desenvolve suas principais aplicações práticas,
em que cada capítulo é ilustrado com farta
quantidade de exercícios resolvidos, ilustrações
e exemplos, considerados parte integrante da
aprendizagem.

Material Complementar
54 UNIDADE I

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO: CÁLCULOS FINANCEIROS COM O USO DA CALCULADORA HP-12C


Professor Me. Sidinei Silvério da Silva

II
ANÁLISE DAS

UNIDADE
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

Objetivos de Aprendizagem
■ Entender o desempenho econômico-inanceiro das empresas, por
meio de índices inanceiros.
■ Analisar a liquidez, índices de atividade, endividamento e
rentabilidade de uma empresa.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Índice de Liquidez Corrente
■ Índice de Liquidez Seca
■ Capital Circulante Líquido
■ Prazo Médio de Recebimento
■ Prazo Médio de Pagamento
■ Prazo Médio de Estoque
■ Giro do Ativo Total
■ Giro de Estoque
■ Necessidade de Investimento em Giro
■ Índice de Endividamento Geral
■ Índice de Cobertura de Juros
■ Margem Bruta de Lucro
■ Margem Líquida de Lucro
■ Retorno Operacional sobre o Ativo
■ Retorno sobre o Patrimônio Líquido
■ Índice de Mercado
■ Índice Preço/Lucro
■ Índice Valor de Mercado/Valor Contábil
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


II
UNIDADE
56
57

INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), nesta segunda unidade, você aprenderá a mensurar o desem-


penho econômico-inanceiro das empresas, por meio de índices inanceiros.
A análise das demonstrações inanceiras de uma empresa inclui o estudo dos
seus dados inanceiros e das relações existentes entre esses dados numa deter-
minada data ou ao longo do tempo.
Gitman e Madura (2006) argumentam que, além dos cálculos dos índices
inanceiros, o mais importante é a interpretação dos valores desses índices, suge-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

rindo as seguintes precauções:


■ A análise de índices apenas dirige a atenção para as áreas potenciais de
preocupações e não oferece evidências conclusivas quanto à existência
de um problema.
■ Um índice único muitas vezes não fornece informações para julgar o
desempenho geral da empresa.
■ Os índices que estão sendo comparados devem ser calculados usando-se
as demonstrações efetuadas na mesma data durante o ano. Caso contrário,
os efeitos da sazonalidade podem gerar conclusões e decisões errôneas.
■ É preferível utilizar demonstrações inanceiras auditadas para análise de
índices.
■ Os dados inanceiros que estão sendo comparados devem ter sido desen-
volvidos da mesma maneira.
■ Os resultados correm o risco de serem distorcidos pela inlação, que pode
fazer os valores contábeis do estoque e dos ativos depreciáveis diferirem
muito de seus verdadeiros valores (reposição).

De acordo com exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os qua-


tro principais demonstrativos inanceiros a serem divulgados aos acionistas são:
1. A Demonstração de Resultados – Fornece um resumo inanceiro dos
resultados operacionais da empresa (lucro ou prejuízo).
2. O Balanço Patrimonial – Apresenta uma demonstração resumida da

Introdução
58 UNIDADE II

posição inanceira da empresa em um dado momento. A demonstra-


ção equilibra os ativos da empresa em relação a seu inanciamento, que
pode ser dívida (o que ela deve), ou patrimônio líquido (o que os pro-
prietários forneceram).
3. A Demonstração dos Lucros Retidos – Reconcilia o lucro líquido ganho
durante um dado ano e quaisquer dividendos em dinheiro pagos com a
mudança nos lucros retidos entre o início e o inal daquele ano.
4. A Demonstração de Fluxos de Caixa – É um resumo dos luxos de caixa no
período em questão. A demonstração fornece uma visão esclarecedora dos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
luxos de caixas operacionais, de investimento e de inanciamento e recon-
cilia-os com mudanças em seu caixa e títulos negociáveis durante o período.

Segundo Favero et. d. (2009), o objetivo geral da Contabilidade é gerar infor-


mações para a tomada de decisões com base na origem e aplicação de recursos
inanceiros, conforme o Quadro 1 a seguir.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Capital de Terceiros (obrigações)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Próprio

ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

ATIVO (aplicações) PASSIVO e PL (origens)


Bens e Direitos Capital de Terceiros
Capital Próprio
Quadro 1: Balanço Patrimonial, Origens e Aplicações de Recursos
Fonte: Favero et. al. (2009)

As demonstrações inanceiras do relatório aos acionistas de 2012 da Sustentável


S/A, uma agroindústria alimentar ictícia, são apresentadas a seguir e servirão
de base para o cálculo dos índices inanceiros.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


59

A Tabela 3 apresenta as demonstrações dos resultados da Sustentável S/A


para os anos encerrados em 31 de dezembro de 2011 e 2012. O lucro operacio-
nal muitas vezes é chamado lucro antes dos juros e do imposto de renda (LAJIR)
ou EBIT (inglês).

2012 2011
Receita de vendas 6.174 5.134
Menos: Custo dos produtos vendidos 4.176 3.422
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Lucro Bruto 1.972 1.712


Menos: Despesas Operacionais
Despesas de vendas 200 216
Despesas gerais e administrativas 388 374
Despesas de aluguel 70 70
Despesas de depreciação 478 446
Total da despesa operacional 1.136 1.106
Lucro Operacional 836 606
Menos: Despesa com juros 186 182
Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda 650 424
Menos: Imposto de Renda (alíquota = 30%) 188 128
Lucro Líquido Após o Imposto de Renda 462 296
Menos: Dividendos da ação preferencial 20 20
Lucros disponíveis para os acionistas ordinários 442 276
Lucros por ação * 5,80 3,62
Dividendo por ação ** 2,58 1,50
Tabela 3: Demonstração de Resultados da Sustentável S/A, valores em milhões de reais (R$ milhões), para
os anos indos em 31 de dezembro
Fonte: O autor

■ * Calculado dividindo-se os lucros disponíveis para acionistas ordinários


pelo número de unidades das ações ordinárias em circulação.
■ ** Calculado dividindo-se o montante em reais de dividendos pagos aos acio-
nistas ordinários pelo número de unidades de ações ordinárias em circulação.

Introdução
60 UNIDADE II

O Balanço Patrimonial da Sustentável S/A é apresentado na Tabela 4, com valo-


res do ano anterior para comparação.
Uma distinção importante é feita entre o ativo e o passivo de curto e de longo
prazos. O ativo circulante e o passivo circulante são de curto prazo, com conver-
são em caixa (ativo circulante) ou pagamento (passivo circulante) esperado em
menos de um ano. Todas as demais contas de ativo e passivo, com o patrimônio
líquido, que deve ter vida ininita, são consideradas a longo prazo ou ixas, por-
que devem permanecer nos livros da empresa por um ano ou mais.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2012 2011
Ativo
Ativo Circulante
Caixa 726 576
Títulos negociáveis 136 102
Contas a receber 1.006 730
Estoques 578 600
Total do Ativo Circulante 2.446 2.008
Imobilizados
Terrenos e ediicações 4.144 3.806
Maquinaria e equipamentos 3.732 3.386
Mobília e instalações 716 632
Veículos 550 628
Outros 196 192
Total do Imobilizado 9.338 8.644
Menos: Depreciação acumulada 4.590 4.112
Ativos ixos líquidos 4.748 4.532
Total do Ativo 7.194 6.540
Passivo e Patrimônio Líquido

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


61

2012 2011
Passivo Circulante
Contas a pagar 764 540
Duplicatas a pagar 158 198
Provisões 318 228
Total do Passivo Circulante 1.240 966
Dívida de Longo Prazo 2.046 1.934
Total do Passivo 3.286 2.900
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Patrimônio Líquido
Ações preferenciais 400 400
Ações ordinárias 382 380
Capital retido excedente ao valor nominal das 856 836
ações ordinárias
Lucros retidos 2.270 2.024
Total do patrimônio líquido 3.908 3.640
Total do Passivo e Patrimônio Líquido 7.194 6.540
Tabela 4: Balanços Patrimoniais da Sustentável S/A, valores em milhões de reais (R$ milhões), para os anos
indos em 31 de dezembro
Fonte: O autor

SALDO DE LUCROS RETIDOS (1 DE JANEIRO DE 2012) 2.024


Mais: Lucros Líquidos após o Imposto de Renda 462
Ações preferenciais (20)
Ações ordinárias (196)
Total dos dividendos pagos (216)
Saldo dos lucros retidos 2.270
Tabela 5: Demonstração dos Lucros Retidos Sustentável S/A, valores em milhões de reais (R$ milhões), para
o ano encerrado em 31 de dezembro de 2012
Fonte: O autor

A demonstração de luxos de caixa da Sustentável S/A para o ano encerrado


em 31 de dezembro de 2012 é apresentado na Tabela 6.

Introdução
62 UNIDADE II

FLUXO DE CAIXA DE ATIVIDADES OPERACIONAIS

Lucro Líquido após o Imposto de Renda 462

Depreciação 478

Aumento das contas a receber (276)

Diminuição dos estoques 22

Aumento das contas a pagar 224

Aumento das provisões 90

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Caixa das atividades operacionais 1.000

Fluxo de Caixa de Atividades de Investimento

Aumento do ativo bruto ixo (694)

Mudança nos lucros da empresa 0

Caixa das atividades de investimento (694)

Fluxo de Caixa de Atividades de Financiamento

Diminuição das duplicatas a pagar (40)

Aumento dos exigíveis a longo prazo 112

Alterações no patrimônio líquido 22

Dividendos pagos (216)

Caixa das atividades de inanciamentos (122)

Aumento líquido em caixa e em títulos negociáveis 184


Tabela 6: Demonstração dos Fluxos de Caixa da Sustentável S/A, valores em milhões de reais (R$ mi-
lhões), para o ano encerrado em 31 de dezembro de 2012
Fonte: O autor

As fórmulas e análises dos indicadores inanceiros estão baseadas em Gitman


e Madura (2006); Samanez (2007) e Assaf Neto (2010).

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


63

ANÁLISE DA LIQUIDEZ

A liquidez de uma empresa é medida por


sua capacidade de satisfazer suas obri-
gações de curto prazo no vencimento. A
liquidez se refere à solvência da posição
inanceira geral da empresa – a facilidade
com a qual ela pode pagar suas contas.
Como o precursor comum de uma situação inanceira difícil e de inadimplência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

é a liquidez baixa ou em declínio, indica problemas de luxo de caixa.

ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE (ILC)

O índice de liquidez corrente (de curto prazo), um dos mais citados índices inan-
ceiros, mede a capacidade da empresa de atender as suas obrigações de curto
prazo. O índice corrente é calculado pela seguinte fórmula:

AC
ILC = PC (2.1)

Onde,
ILC = índice de liquidez corrente ou de curto prazo
AC = ativo circulante
PC = passivo circulante

Resolvendo para a Sustentável S/A,

AC 2.446
ILC = PC = 1.240 = 1, 9726

Um índice de liquidez corrente de 2,0 é considerado aceitável, mas a aceitabili-


dade de um valor depende do setor em que a empresa opera. Por exemplo, um
índice de liquidez de curto prazo de 1,0 seria aceitável para uma empresa de uti-
lidade pública, mas poderia ser inaceitável para uma fábrica.
Análise da Liquidez
64 UNIDADE II

O resultado da Sustentável S/A pode ser considerado aceitável para o seu


ramo de atividade.

ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA (ILS)


O índice de liquidez seca (quociente ácido) é parecido com o índice de liqui-
dez corrente, exceto por excluir o estoque, que em geral é o ativo circulante de
menor liquidez. O índice seco é calculado pela seguinte fórmula:

AC - Estoque

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ILC = (2.2)
PC

Onde,
ILS = índice de liquidez seca
AC = ativo circulante
PC = passivo circulante

Resolvendo para a Sustentável S/A,

2.446 - 578 1.868


ILC = 1.240 = 1.240 = 1, 5065
Um índice seco de 1,0 ou maior é recomendado, mas, tal como o índice de
liquidez corrente, o valor aceitável depende em grande parte da indústria. O
índice de liquidez seca fornece uma medida melhor da liquidez geral somente
quando o estoque de uma empresa não pode ser facilmente convertido em caixa.
Se o estoque é líquido, o índice de liquidez corrente (curto prazo) é a medida
preferida da liquidez geral.

CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)


O Capital Circulante Líquido (CCL) mede a diferença entre o ativo circulante e o
passivo circulante da empresa, demonstrando se existe folga nos ativos de curto
prazo em relação aos passivos de curto prazo. É calculado pela seguinte fórmula:

CCL = AC - PC (2.3)

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


65

Onde,
CCL = capital circulante líquido
AC = ativo circulante
PC = passivo circulante

Resolvendo para a Sustentável S/A,

A situação da Sustentável S/A é confortável nesse quesito.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ANÁLISE DA ATIVIDADE

Os índices de atividade medem a rapidez com a qual várias contas são converti-
das em vendas ou em caixa – entradas ou saídas de caixa. Com relação às contas
circulantes, as medidas de liquidez em geral são inadequadas, porque as diferen-
ças na composição de ativos circulantes e passivos circulantes de uma empresa
podem afetar signiicativamente sua “verdadeira” liquidez. Portanto, é impor-
tante olhar além das medidas de liquidez geral e avaliar a atividade (liquidez)
de contas correntes especíicas.

PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO (PMR)

O prazo médio de recebimento (PMR), ou a idade média de contas a receber, é


útil para avaliar as políticas de crédito e de cobrança. É calculado pela seguinte
fórmula:

Contas a receber
PMR = f Vendas anuais p
a 360 k (2.4)

Onde,

Análise da Atividade
66 UNIDADE II

PMR = prazo médio de recebimento ou cobrança


Resolvendo para a Sustentável S/A,

1.006 1.006
PMR = f 6.148 p = 17, 077778 = 58, 91
a 360 k

Em média, a Sustentável S/A leva 58,91 dias para cobrar uma conta a receber.
O prazo médio de recebimento é signiicativo somente em relação às condições
de crédito da empresa. Se a Sustentável S/A estende crédito de 30 dias aos clien-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tes, um prazo médio de recebimento de 58,91 dias pode indicar um crédito ou
departamento de cobrança mal gerenciado, ou ambos. Também é possível que o
prazo de recebimento estendido resulte de um relaxamento intencional do cum-
primento das condições de crédito, em resposta às pressões da concorrência. Se
a empresa tivesse estendido as condições de crédito para 60 dias, o prazo médio
de recebimento de 58,91 seria bastante razoável.

PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO (PMP)

O prazo médio de pagamento (PMP), ou a idade média das contas a pagar, é cal-
culado pela seguinte fórmula:

PMR = f C o m p r a s anuais p
Contas a pagar
a k (2.5)
360

Onde,
PMP = prazo médio de pagamento
A diiculdade em calcular esse índice vem da necessidade de encontrar as
compras anuais, um valor não disponível nas demonstrações inanceiras publi-
cadas. Normalmente, as compras são estimadas como uma dada porcentagem
do custo dos produtos vendidos (no caso em análise considere 70%).
Resolvendo para a Sustentável S/A,

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


67

764 764
f a 0, 7x4.176 k p 8, 12
PMP = = = 94, 09
360

Esse dado é signiicativo somente em relação às condições de crédito concedido


à empresa. Se os fornecedores da Sustentável S/A tivessem estendido, em média,
as condições de crédito para 30 dias, um analista daria à Sustentável uma baixa
classiicação de crédito. Os emprestadores e os fornecedores potenciais de cré-
dito comercial são os mais interessados no prazo médio.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PRAZO MÉDIO DE ESTOQUE (PME)

O prazo médio de estoque (PME) visa calcular o prazo médio que os produ-
tos icam parados no estoque ao longo do ano, considerando o período desde
a entrada da matéria-prima até a saída do produto acabado. É calculado pela
seguinte fórmula:

Estoques
PME = f Custo dos produtos vendidos p
a k (2.6)
360
Onde,
PME = prazo médio de estocagem
Resolvendo para a Sustentável S/A,

578 578
PME = f 4.176 p = 11, 60 = 49, 83
a 360 k

O Prazo Médio de Estocagem (PME) é um índice muito importante dentro da


análise inanceira, pois os custos com produtos em estoque são altos e depre-
ciam ou encarecem o preço inal dos produtos, com essa análise podem-se tomar
decisões importantes em relação ao estoque e à operação logística.
Analisando o PME da Sustentável S/A, temos 49,83 dias de média em que
o estoque ica parado na empresa.

Análise da Atividade
68 UNIDADE II

GIRO DO ATIVO TOTAL (GAT)

O giro do ativo total (GAT) indica a eiciência com a qual a empresa usa seus
ativos para gerar vendas. É calculado pela seguinte fórmula:

Vendas
GAT = Ativos Totais (2.7)

Onde,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
GAT = giro do ativo total

Resolvendo para a Sustentável S/A,

Vendas 6.148
GAT = Ativos Totais = 7.194 = 0, 8546

Isso signiica que a empresa gira seus ativos 0,8546 vez por ano.
Em geral, quanto mais alto o giro do ativo total da empresa, mais eicien-
temente seus ativos têm sido usados. Essa medida provavelmente é de maior
interesse para a administração, porque indica se as operações da empresa têm
sido inanceiramente eicientes.

GIRO DE ESTOQUE (GE)

O giro de estoque mede comumente a atividade – ou a liquidez – do estoque de


uma empresa. É calculado pela seguinte fórmula:

Custos de produtos vendidos


GE = Estoques (2.8)

Onde,
GE = giro do estoque

Resolvendo para a Sustentável S/A,

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


69

4.176
GE = 578 = 7, 22

O giro resultante é signiicativo somente quando comparado ao de outras


empresas do mesmo setor ou ao giro de estoque anterior da empresa. Um giro
de estoque 20 não seria incomum para uma mercearia, enquanto um giro de
estoque para um fabricante de aeronaves seria 4.
O giro de estoque pode ser convertido facilmente em uma idade média de
estoque, dividindo-se por 360 – o número suposto de dias em um ano.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CICLO OPERACIONAL (CO)

O ciclo operacional (CO) compreende todas as fases operacionais presentes no


processo empresarial de produção, venda e recebimento, iniciando-se na aqui-
sição da matéria-prima e inalizando-se no recebimento da venda do produto
acabado. Representa o intervalo de tempo em que não ocorrem ingressos de
recursos inanceiros na empresa, exigindo capital para inanciá-lo. É calculado
pela seguinte fórmula:

CO = PME + PMR (2.9)

Onde,
CO = ciclo operacional
PME = prazo médio de estocagem
PMR = prazo médio de recebimento ou cobrança

Resolvendo para a Sustentável S/A,


CO = 49,83 + 58,91 = 108,74 dias

Análise da Atividade
70 UNIDADE II

CICLO FINANCEIRO (CF)

O ciclo inanceiro mensura o período relacionado às movimentações de caixa,


que compreende desde o desembolso inicial de caixa (pagamento de matérias a
fornecedores) até o recebimento efetivo da venda. Na eventualidade de a empresa
descontar títulos de venda, esse período será reduzido na mesma proporção
que o prazo da operação. O período referente à antecipação do recebimento é
demonstrado pelo prazo médio de desconto de duplicatas. O ciclo inanceiro é
calculado pela seguinte fórmula:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CF = CO - PMP (2.10)

Onde,
CF = ciclo inanceiro
CO = ciclo operacional
PMP = prazo médio de pagamentos

Resolvendo para a Sustentável S/A,


CF = 108,74 – 94,09 = 14,65 dias

Se ocorrer descompasso entre o luxo de pagamento e de recebimento ocorridos


na empresa em função dos prazos de conversão de estoque em duplicatas a rece-
ber e destas em numerários, é necessário fazer investimentos em capital de giro
para inanciar os períodos em que ocorrem mais pagamentos que recebimentos.

NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM GIRO (NIG)

A Necessidade de Investimento em Giro (NIG) relete a efetiva necessidade de


investimento em giro de uma empresa expressa em unidades monetárias, sendo
determinada pelos seus prazos operacionais e volume de atividade. A NIG em Dias
de Vendas é determinada pela relação entre o total da NIG (R$) da empresa e o
volume médio diário de vendas do exercício, representando quantos dias de vendas

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


71

são demandados para inanciar as necessidades de capital de giro da empresa. Por


outro lado, a relação entre a NIG (Necessidade de Investimento em Giro) e as Receitas
Líquidas de Vendas indica a parcela (em %) que a necessidade de investimento em
giro da empresa representa de seu montante de vendas (ASSAF NETO, 2012).
De acordo com Batistella (2006), pela análise tradicional de capital de giro,
o capital circulante líquido (CCL) é a principal referência de avaliação. Quando
o ativo circulante é maior do que o passivo circulante, diz-se que a empresa está
com folga inanceira, ou seja, existem recursos de longo prazo inanciando os
investimentos em capital de giro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Sob a ótica da análise dinâmica, o raciocínio é inverso. Calcula-se qual é a


necessidade de investimentos em giro. Nesse contexto, é fundamental a diferen-
ciação entre capital de giro e giro.
Vale lembrar que o capital de giro refere-se aos montantes investidos nos
itens do ativo circulante, tais como disponível, estoques e contas a receber. O
giro, por sua vez, é mais especíico, pois denota os inanciamentos que deveriam
ser efetuados em função de investimentos no ativo cíclico.
De modo geral, enquanto que na análise tradicional se utiliza o CCL, na aná-
lise dinâmica, utiliza-se o termo Necessidade de Investimento em Giro (NIG),
representado pela diferença entre o ativo cíclico e o passivo cíclico. A Figura 1 a
seguir ilustra essa diferenciação.

ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO

Passivo
Passivo Ativo Cíclico Cíclico
Ativo Circulante
Circulante NIG

CCL Ativo Financeiro CCL

Ativos não Passivos não Ativos não


Passivos não Cíclico
Circulantes Circulantes Cíclico

Figura 1: Capital Circulante Líquido (CCL) e Necessidade de Investimento em Giro (NIG)


Fonte: Batistella (2006)

Uma conclusão importante obtida comparando-se o CCL com a NIG é a seguinte:

Análise da Atividade
72 UNIDADE II

■ CCL > NIG = empresa tende a possuir um equilíbrio inanceiro, ou seja,


os investimentos e inanciamentos estão em sintonia uma vez que há
recursos de longo prazo para inanciar as necessidades de investimento
no ativo cíclico (giro).
■ CCL < NIG = a empresa pode não estar em uma situação de equilíbrio
inanceiro, uma vez que as necessidades do ativo cíclico tendem a estar
sendo inanciadas de forma relevante com recursos de curto prazo, o que
geralmente denota um descompasso entre inanciamentos e investimentos.

Essa diferença entre CCL e NIG é deinida como saldo de tesouraria (T). Logo,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um saldo de tesouraria positivo signiica que a empresa está com uma adequada
política de investimentos e inanciamentos, pois as necessidades de inanciamen-
tos para o ativo cíclico estão sendo cobertas pela folga inanceira, ou seja, por
recursos de longo prazo.
Quando o saldo de tesouraria é negativo isto é um sinal de que a empresa
precisa adequar os seus investimentos e inanciamentos, pois não é interessante
para a liquidez de uma companhia que recursos de curto prazo cubram inves-
timentos de longo prazo.
Necessidade de Investimento em Giro (NIG) = Ativo Cíclico – Passivo Cíclico
Finalmente, é importante salientar que a necessidade de investimento em giro
(NIG) é um conceito econômico-inanceiro que relete os saldos das contas cícli-
cas diretamente ligadas às operações da empresa. Nesse sentido, as modiicações
que ocorrem no ambiente econômico em que a empresa opera afetam diretamente
a NIG, aumentos ou reduções de crédito de fornecedores, alterações em níveis de
impostos etc. Reletem, no curto prazo, nas oscilações desse índice de avaliação.
Se a empresa possuir NIG negativa (NIG < 0), em situações como esta, o
ciclo inanceiro constitui-se de saídas posteriores às entradas e, portanto, o pas-
sivo cíclico torna-se maior que o ativo cíclico, constituindo-se uma fonte de
recursos para a empresa.
Se a empresa apresentar NIG positiva (NIG > 0), relete uma aplicação perma-
nente de fundos que, normalmente, deve ser inanciada com os fundos permanentes
utilizados pela empresa. Quando a NIG é inanciada com recursos de curto prazo,
de modo geral empréstimos bancários, o risco de insolvência aumenta.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


73

ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO

A posição de endividamento de uma empresa indica o montante em dinheiro de


outras pessoas que está sendo usado para gerar lucros. Em geral, o analista inan-
ceiro preocupa-se mais com o exigível de longo prazo, porque este compromete
a empresa em uma série de pagamentos a longo prazo. Como os direitos dos
credores devem ser satisfeitos antes de os lucros serem distribuídos aos acionis-
tas, os acionistas existentes e os potenciais credores icam atentos à capacidade
da empresa de liquidar as dívidas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quanto mais dívida uma empresa usa em relação a seus ativos totais, maior
é sua alavancagem inanceira, que é a ampliação do retorno e risco obtida por
meio do uso de inanciamentos de custo ixo, como dívidas e ações preferenciais.

ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL (IEG)

O índice de endividamento geral mede a parte do


ativo total inanciada pelos credores da empresa.
Quanto mais alto esse índice, maior a quantia em dinheiro
de terceiros que está sendo usada para gerar lucros. O índice é
calculado pela seguinte fórmula:

Endividamento Total
IEG = Ativo Total (2.11)

Onde,
IEG = índice de endividamento geral

Resolvendo para a Sustentável S/A,

3.286
IEG = 7.194 = 0, 4568 = 45, 68%

Análise de Endividamento
74 UNIDADE II

Esse valor indica que a empresa inanciou com dívida quase metade (45,68%)
de seus ativos. Quanto mais alto esse índice, maior o grau de endividamento da
empresa e mais alavancagem inanceira ela tem.

ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS (ICJ)

O índice de cobertura de juros (ICJ) mede a capacidade da empresa de efetuar


pagamentos contratuais de juros. Quanto maior o seu valor, mais capaz a empresa

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
será de cumprir suas obrigações de pagamentos de juros. O índice é calculado
pela seguinte fórmula:

LAJIR
ICJ = Juros (2.12)

Onde,
ICJ = índice de cobertura de juros
LAJIR = lucro antes de juros e imposto de renda

Resolvendo para a Sustentável S/A,

836
ICJ = 186 = 4, 49

O índice de cobertura de juros da Sustentável S/A parece aceitável. Um valor de


pelos menos 3,0 – e de preferência mais próximo de 5,0 – muitas vezes é suge-
rido, evidenciando uma boa margem de segurança.

ANÁLISE DE RENTABILIDADE

Há muitas medidas de lucratividade. Juntas, elas permitem que o analista avalie


os lucros da empresa com relação a um dado nível de vendas, a um certo nível

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


75

de ativos ou ao investimento dos proprietários. Sem lucros, uma empresa não


poderia atrair capital de fora. Os donos, os credores e o gerenciamento estão
atentos para estimular lucros devido à grande importância colocada em ganhos
no mercado.

MARGEM BRUTA DE LUCRO

A margem bruta de lucro mede a porcentagem de cada venda em dinheiro res-


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tante depois de a empresa ter suas mercadorias vendidas. Quanto maior a margem
bruta de lucro, melhor (ou seja, menor será o custo relativo da mercadoria ven-
dida). O índice é calculado pela seguinte fórmula:

Vendas - CPV Lucros Brutos


M arg em Bruta = Vendas = Vendas (2.13)

Onde,
CPV = custo de produtos vendidos

Resolvendo para a Sustentável S/A,

6.148 - 4.176 1.972


M arg em Bruta = 6.148 = 6.148 = 0, 3207 ou 32, 07%

MARGEM DE LUCRO OPERACIONAL

A margem de lucro operacional mede a porcentagem de cada unidade em venda


restante depois que todos os custos e despesas – que não sejam de juros, impos-
tos e dividendos em ações preferenciais – são deduzidos. Representa o lucro
puro, ganho em cada unidade monetária em vendas. O lucro operacional é puro
porque mede apenas os lucros ganhos nas operações e ignora juros, impostos
e dividendos em ações preferenciais. Uma alta margem de lucro operacional é
preferida. O índice é calculado pela seguinte fórmula:

Análise de Rentabilidade
76 UNIDADE II

Lucros operacionais
M arg em Operacional = (2.14)
Vendas

Resolvendo para a Sustentável S/A,

836
M arg em Operacional = 6.148 = 0, 1359 ou 13, 59%

MARGEM LÍQUIDA DE LUCRO

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A margem líquida de lucro mede a porcentagem de cada unidade monetária em
vendas restante depois que todos os custos e despesas – inclusive juros, impos-
tos e dividendos em ações preferenciais – são deduzidos. Quanto mais alta a
margem líquida de lucro, melhor. O índice é calculado pela seguinte fórmula:

Lucros disponíveis aos acionistas ordinários


M arg em Líquida = Vendas (2.15)

Resolvendo para a Sustentável S/A,

442
M arg em Líquida = 6.148 = 0, 0719 ou 7, 19%

RETORNO OPERACIONAL SOBRE O ATIVO (ROA)

O retorno sobre o ativo total (ROA – return total assets), frequentemente cha-
mado de retorno sobre o investimento (ROI – return on investment), mede a
eiciência geral da administração em gerar lucros com seus ativos disponíveis.
Quanto mais alto o retorno sobre o ativo total da empresa, melhor. O retorno
sobre o ativo total é calculado pela seguinte fórmula:

Lucros disponíveis aos acionistas ordinários


ROA = (2.16)
Ativo Total
Onde,
ROA = retorno sobre o ativo total

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


77

Resolvendo para a Sustentável S/A,


442
ROA = 7.194 = 0, 0614 ou 6, 14%

Esse índice indica que a empresa ganhou 6,14 centavos sobre cada unidade mone-
tária de investimento em ativo.
O retorno sobre o investimento é usado por muitas das principais empresas
como um meio conveniente de medir os efeitos combinados da margem líquida
e do giro do ativo total. Seu propósito é comparar a forma de a empresa gerar
lucro e a maneira que ela usa seus ativos para gerar vendas. Se os ativos são usa-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

dos efetivamente, o lucro (ROI) será alto; do contrário, será baixo.

RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (ROE)

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE – return on common equity) mede


o retorno ganho sobre o investimento de acionistas ordinários na empresa. Em
geral, quanto mais alto esse retorno, melhor a situação econômica dos proprie-
tários. O retorno sobre o patrimônio líquido é calculado pela seguinte fórmula:

Lucros disponíveis aos acionistas ordinários (2.17)


ROE = Patrimônio Líquido
Onde,
ROE = retorno sobre o patrimônio líquido
Resolvendo para a Sustentável S/A,

442
ROE = 3.508 = 0, 1260 ou 12, 60%

Esse índice indica que, durante 2012, a Sustentável S/A ganhou 12,6 centavos
sobre cada unidade monetária em patrimônio líquido.
O índice do retorno sobre o patrimônio líquido mede a taxa de retorno para
os acionistas ou proprietários de uma empresa. Maior o retorno, mais atrativa
e eiciente torna-se a empresa. É uma forma de avaliar a rentabilidade e a taxa
de retorno da empresa.

Análise de Rentabilidade
78 UNIDADE II

Os índices inanceiros suprem apenas uma parte da informação necessária


para avaliar o desempenho e a eiciência globais de uma empresa. Outras medi-
das, como o risco, devem ser levadas em conta para a obtenção de um quadro
completo da situação inanceira da empresa.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ÍNDICE DE MERCADO

Os índices de mercado relacionam o valor de mercado da empresa, medido pelo


seu preço corrente das ações, a certos valores contábeis. Esses índices esclarecem
como os investidores no mercado avaliam o desempenho de uma empresa em
termos do retorno e do risco. Eles tendem a reletir, relativamente, a avaliação
dos acionistas ordinários sobre todos os aspectos dos desempenhos passado e
esperado da empresa. A seguir, são apresentados dois índices populares de mer-
cado: um que enfoca nos lucros e outro que considera o valor contábil.

ÍNDICE PREÇO/LUCRO (P/E)

O índice preço/lucro (P/E) é usado comumente para determinar a avaliação do


valor da ação dos proprietários. Mede o montante que os investidores estão dis-
postos a pagar por cada unidade monetária dos lucros de uma empresa. O nível
do índice preço/lucro indica o grau de coniança que os investidores têm no
futuro desempenho da empresa. Quanto mais alto o índice P/E, maior a con-
iança do investidor. O índice P/E é calculado pela seguinte fórmula:

Preço de mercado por ação ordinária (2.18)


P/E = Lucro por ação
Onde,
P/E = índice preço/lucro

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


79

Resolvendo para a Sustentável S/A,

5,03
P / E = 5,80 = 0,87

Esse dado indica que os investidores estavam pagando R$ 0,87 para cada
unidade monetária de lucro. O índice P/E é mais informativo quando aplicado
à análise comparativa, usando-se um índice médio P/E do setor ou o índice P/E
de uma empresa como nível de referência.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ÍNDICE VALOR DE MERCADO/VALOR CONTÁBIL (M/B)

O índice valor de mercado/valor contábil (M/B) fornece uma avaliação de como


os investidores veem o desempenho da empresa. Relaciona o valor de mercado
das ações da empresa ao seu valor contábil – estritamente contábil. O índice M/B
é calculado pela seguinte fórmula:

PON
M/B =
a NON
PL k (2.19)

Onde,
M/B = índice valor de mercado/valor contábil
PON = preço de mercado por ação ordinária
NON = número de ações ordinárias em circulação
PL = patrimônio líquido

Resolvendo para a Sustentável S/A,

5,03 64,50
a 3.508 k
M/ B = = 46,00 = 1 1,4002
76

Esse índice signiica que os investidores atualmente estão pagando R$ 0,11 por
ação da Sustentável S/A com valor contábil de R$ 1,00.

Índice de Mercado
80 UNIDADE II

As ações das empresas com bom desempenho esperado – que devem apri-
morar os lucros, aumentar sua participação de mercado ou lançar produtos de
sucesso – em geral são vendidas a índices M/B superiores aos de empresas com per-
is menos atrativos. Em termos mais simples, as empresas com retornos esperados
altos relativos a seu risco costumam ser vendidas a múltiplos mais altos de M/B.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Nunca gaste seu dinheiro antes de recebê-lo”
Thomas Jeferson, presidente dos EUA entre 1801 e 1809.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, estudamos os principais índices de mensuração do desempenho


econômico-inanceiro das empresas, nos quesitos liquidez, atividade, endivida-
mento e rentabilidade. Convém ressaltar que um índice único muitas vezes não
fornece informações para julgar o desempenho geral da empresa e, que os resul-
tados correm o risco de serem distorcidos pela inlação.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


80 - 81

1. Quais são as precauções a serem tomadas na interpretação de índices


inanceiros? Discorra sobre o propósito de cada uma das quatro prin-
cipais demonstrações inanceiras.
2. Em quais circunstâncias o índice de liquidez de curto prazo seria a
medida da liquidez geral de uma empresa? Em quais circunstâncias o
índice seco seria o preferido?
3. Que índice mede o grau de endividamento da empresa? Quais índi-
ces avaliam a capacidade da empresa de saldar dívidas?
MATERIAL COMPLEMENTAR

Para saber mais sobre o Planejamento Financeiro e a Administração de Re-


cursos, acesse o site:
<http://www.portaldoinvestidor.gov.br/galerias/videos/300K_Admin_de_
Recursos.lv>.

Video: Planejamento Financeiro - Curto e Longo Prazo


<http://www.portaldoinvestidor.gov.br/galerias/videos/300K_Curto_e_
Longo.lv>.

Administração Financeira: uma Abordagem


Gerencial
Autor: Lawrence J. Gitman; Jef Madura
Editora: Pearson
Sinopse: o livro mostra as relações entre as áreas de
inanças, enfatizando como os investidores monitoram as
atividades empresariais e enfoca o papel dos mercados
inanceiros na canalização de recursos de investidores
para as empresas. Traz também as ferramentas-chave
das inanças, como o valor do dinheiro no tempo, os
‘tradicionais’ tópicos de gerenciamento inanceiro e os diversos tipos de investimento.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


Professor Me. Sidinei Silvério da Silva

III
ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL:

UNIDADE
MÉTODOS E CRITÉRIOS
DE AVALIAÇÃO DE
INVESTIMENTOS DE CAPITAL

Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender as decisões de investimento no longo prazo.
■ Analisar as técnicas da orçamentação de capital, os métodos e os
critérios de avaliação econômica de investimentos.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Valor Presente Líquido (VPL)
■ Taxa Interna de Retorno (TIR)
■ Payback Period
■ Anuidade Uniforme Equivalente (AE)
■ Custo Anual Equivalente (CAE)
■ Ranking e Seleção de Alternativas de Investimento
■ Índice de Rentabilidade (IR)
85

INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), nesta terceira unidade, você compreenderá que a estrutura de


uma empresa é o resultado de seus investimentos (em ativos tangíveis e intan-
gíveis). Quanto mais longa for a operação empresarial, maiores são as fontes de
riscos e incertezas. Nesse sentido, a chave de todas as decisões de avaliação e de
orçamento de capital está na análise do risco e retorno.
Segundo Damodaran (2007), conhecer o valor de um ativo e o que deter-
mina esse valor são pré-requisitos para uma decisão inteligente – na escolha de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

uma carteira de investimentos, na deinição do preço justo a se pagar ou a rece-


ber em uma aquisição e na opção por investimentos, inanciamentos e dividendos
ao se administrar uma empresa.
O processo de identiicação, análise e seleção de oportunidades de investi-
mento de capital recebe o nome de orçamentação de capital.
O valor de um projeto ou alternativa de investimento depende de sua capa-
cidade de gerar luxos de caixa futuros, ou seja, de sua capacidade de gerar renda
econômica.
Nesta unidade, portanto, será apresentado os métodos mais usados e aceitos
para medir a rentabilidade e analisar a viabilidade econômica das alternativas
de investimento.

MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

O método do Valor Presente Líquido (VPL) tem como inalidade calcular, em


termos de valor presente, o impacto dos eventos futuros associados a uma alter-
nativa de investimento. Em outras palavras, ele mede o valor presente dos luxos
de caixa gerados pelo projeto ao longo de sua vida útil. Não existindo restrição
de capital, argumenta-se que esse critério leva à escolha ótima, pois maximiza
o valor da empresa (SAMANEZ, 2007). A seguinte expressão deine o Valor
Presente Líquido(VPL):

Introdução
86 UNIDADE III

n
CFj
^1 + K ht
VPL =- CFo + / (3.1)
t=1

Onde,
VPL = Net Present Value (NPV) = Valor Presente Líquido
CFo = Cash Flow = Fluxo de caixa no período zero
CFj = Cash Flow = Fluxo de caixa no período j
K = custo do capital ou taxa mínima de atratividade
t = t-ésimo período

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Critério de decisão: se o VPL > 0 (positivo), o projeto é economicamente
viável/aceitável.

Exemplo 22
Uma empresa que estuda a possibilidade de substituir um equipamento dispõe
de duas alternativas mutuamente exclusivas: o equipamento do fabricante A e
o equipamento do fabricante B. Os luxos de caixa estimados são os seguintes:
Fluxos de Caixa, valores em reais (R$)

ALTERNATIVAS ANO 0 ANO 1 ANO 2

Fabricante A - 200 2.000 400

Fabricante B - 180 600 2.800

Considerando um custo do capital de 10% a.a., pede-se para identiicar:


a. A melhor escolha pela análise do luxo incremental.
b. A melhor escolha pela comparação dos VPLs individuais das alternativas.
a. Cálculo do Fluxo Incremental A – B:
- 200 – (- 180) = - 20 (ano zero)
2.000 – 600 = 1.400 (ano 1)
400 – 2.800 = - 2.400 (ano 2)

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


87

Calculando o VPL incremental (A-B) pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES

f REG 0,00 Limpa os registradores

20 CHS g CFo - 20,00 Introduzindo o CFo incremental

1400 g CFj 1.400,00 Introduzindo o CF1 incremental

2400 CHS g CFj - 2.400,00 Introduzindo o CF2 incremental


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

10 i 10,00 Introduzindo o custo do capital

f NPV - 730,74 Valor presente líquido incremental

Assim, como o VPLA-B foi negativo, será melhor escolher o equipamento do


fabricante B.
b. Analisando-se individualmente:

Calculando o VPL do fabricante A pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
200 CHS g CFo - 200,00 Introduzindo o CFo
2000 g CFj 2.000,00 Introduzindo o CF1
400 g CFj 400,00 Introduzindo o CF2
10 i 10,00 Introduzindo o custo do capital
f NPV 1.948,76 Valor presente líquido de A

Calculando o VPL do fabricante B pela calculadora inanceira HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
180 CHS g CFo - 180,00 Introduzindo o CF0
600 g CFj 600,00 Introduzindo o CF1

Método do Valor Presente Líquido (VPL)


88 UNIDADE III

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


2800 g CFj 2.800,00 Introduzindo o CF2
10 i 10,00 Introduzindo o custo do capital
f NPV 2.679,50 Valor presente líquido de B

Como o VPLB> VPLA, então a melhor alternativa é o equipamento do fabri-


cante B.
Resolva: Considerando duas alternativas mutuamente exclusivas, Projeto
Alfa e Projeto Beta, e um custo do capital de 10% a.a., analise qual é preferível

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pelo método do Valor Presente Líquido (VPL).
Valores em reais (R$)

ALTERNATIVAS INVESTIMENTO FLUXO DE CAIXA/ANO VIDA ÚTIL


Projeto Alfa - 120 30 5 anos
Projeto Beta - 130 25 8 anos

Resposta: VPL Alfa = - R$ 6,28; VPL Beta = R$ 3,37. O projeto Beta é pre-
ferível pelo método do Valor Presente Líquido (VPL).

MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

O método da taxa interna de retorno (TIR) não tem como inalidade a avalia-
ção da rentabilidade absoluta a determinado custo do capital, como o VPL; seu
objetivo é encontrar uma taxa intrínseca de rendimento. Por deinição, a TIR é
a taxa de retorno do investimento (SAMANEZ, 2007).
Matematicamente, a TIR é uma taxa hipotética que anula o VPL, ou seja, é
aquele valor de i que satisfaz a seguinte equação:

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


89

n
CFj
^1 + i ht
VPL =- CFo + / =0 (3.2)
t=1

TIR = Internal Rate of Return (IRR) = Taxa Interna de Retorno


Graicamente, te mos:
VPL

A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

VPL+

iB
TIR
i (%)
iA

VPL- B
Figura 2: Representação Gráica da Taxa Interna de Retorno
Fonte: elaborada pelo autor

A Taxa Interna de Retorno (TIR) pode ser calculada por interpolação


matemática:

VPLi VPLj
TIRi - CMPCi = CMPCj - TIRj (3.3)

Critério de decisão: Se a TIR > K (custo do capital), o projeto é economi-


camente viável/aceitável.

Exemplo 23
Uma indústria de refrigerantes estuda a viabilidade econômica de um projeto
de investimento orçado em R$ 9.810.000,00. Considerando que o projeto tem
duração prevista de 8 anos e que o estudo de viabilidade econômico-inanceira
projetou luxos de caixa líquidos de R$ 2.300.000 por ano, calcular a Taxa Interna
de Retorno (TIR) do projeto.

Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)


90 UNIDADE III

Calculando a TIR do projeto de investimento pela calculadora inanceira


HP-12C:

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
9810000 CHS g CFo - 9.810.000,00 Introduzindo o CFo
2300000 g CFj 2.300.000,00 Introduzindo o CF1
8 g Nj 8,00 Repetindo os luxos de caixa
f IRR 16,57 Taxa Interna de Retorno

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resolva: Para um custo do capital de 12% a.a. e com as informações disponíveis
a seguir, qual será o projeto selecionado? Qual indicador deverá ser utilizado
na seleção? Valor Presente Líquido (VPL) ou Taxa Interna de Retorno (TIR)?
Valores em reais (R$)

ANO PROJETO A PROJETO B PROJETO C PROJETO D


0 - 7.000 - 7.000 - 7.000 - 7.000
1 1.000 7.000 2.000 3.500
2 2.000 1.000 1.000 4.500
3 3.000 600 2.000 2.000
4 4.000 1.000 8.000 1.000

Resposta: VPLA = R$ 164,66 e TIRA= 12,91%; VPLB = R$ 1.109,78 e TIRB = 24,43%;


VPLC= R$ 2.090,61 e TIRC= 22,14%; VPLD = R$ 1.771,45 e TIRD = 26,09% . O
indicador a ser utilizado é o Valor Presente Líquido (VPL), pois considera o
valor do dinheiro no tempo, em que o projeto a ser selecionado é o Projeto C,
haja vista ser o mais rentável.

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


91

MÉTODOS DO PAYBACK - PERÍODO DE


RECUPERAÇÃO DO INVESTIMENTO

Exemplo 24
Uma indústria de brinquedos estuda a viabilidade econômica de um projeto
de investimento orçado em R$ 4.000.000,00. Considerando que o projeto tem
duração prevista de 8 anos e que o estudo de viabilidade econômico inanceira
projetou luxos de caixa líquidos de R$ 1.200.000 por ano, com um custo do capi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tal de 16% a.a, calcule o período de recuperação do investimento pelos métodos


do payback apresentados a seguir.
O período de recuperação do investimento pode ser calculado de três for-
mas diferentes, a saber:
a. Método do Payback Descontado (PD)
T
CFj
^1 + K ht
CFO = / (3.4)
t=1

CF1 = 1.200.000 / (1 + 0,16)1= R$ 1.034.482,76


CF2 = 1.200.000 / (1 + 0,16)2 = R$ 891.795,48
CF3 = 1.200.000 / (1 + 0,16)3 = R$ 768.789,21
CF4 = 1.200.000 / (1 + 0,16)4 = R$ 662.749,45
CF5 = 1.200.000 / (1 + 0,16)5 = R$ 571.335,53
CF6 = 1.200.000 / (1 + 0,16)6 = R$ 492.530,77
CF7 = 1.200.000 / (1 + 0,16)7 = R$ 424.595,44
CF8 = 1.200.000 / (1 + 0,16)8 = R$ 366.030,55
PD = CF0 – (CF1 + CF2+ CF3 + CF4 + CF5)
PD = 4.000.000 – (1.034,76+891.795,48+768.789,21+ 662.749,45+571.35,53)
PD = 4.000.000 – 3.929.152,43 = - 70.847,57

Logo, o Payback Descontado (PD) está entre os anos 5 e 6.


Dividindo-se 70.847,57 pelo valor do próximo luxo de caixa (CF 6),
temos:70.847,57 / 492.530,77 = 0,143844 ano x 12 = 1,73 meses x 30 = 52 dias.

Métodos do Payback - Período de Recuperação do Investimento


92 UNIDADE III

Conclusão: pelo payback descontado (PD), o investimento inicial será recu-


perado em 5 anos, 1 mês e 22 dias.
b. Método do Payback Exato

CFO = / CFj (3.5)


t=1

CF1 = 1.200.000
CF2 = 1.200.000
CF3 = 1.200.000

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CF4 = 1.200.000
CF5 = 1.200.000
CF6 = 1.200.000
CF7 = 1.200.000
CF8 = 1.200.000

PE = CF0 – (CF1 + CF2 + CF3)


PE = 4.000.000 – (1.200.000 + 1.200.000 + 1.200.000)
PE = 4.000.000 – 3.600.000 = - 400.000
Logo, o Payback Exato (PE) está entre os anos 3 e 4.
Dividindo-se 400.000 pelo valor do próximo luxo de caixa (CF4), temos:
400.000 / 1.200.000 = 0,333333 ano x 12 = 4 meses.
Conclusão: pelo payback exato (PE), o investimento inicial será recuperado
em 3 anos e 4 meses.
c. Método do Payback Médio (PM)

Primeiramente, precisamos encontrar a Média (Md) das entradas (E) e, em


seguida, o PM. Assim,
T
/ CF j
(3.6)
t=1
Md = n
CF (3.7)
PM = MdO

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


93

Onde,
Md = média dos luxos de caixa
n = número de períodos
CFj = luxos de caixa no período j
CFo = luxo de caixa no período zero
PM = payback médio

Achando a média,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

T
/ CF j

Md = t= 1 9.600.000
n = 8 = 1. 200. 000

Achando o Payback Médio,

CF 4.000.00
PM = MdO = 1. 200. 000 = 3, 33 anos

Conclusão: pelo payback médio (PM), o investimento inicial será recuperado


em 3 anos e 4 meses.

MÉTODO DA ANUIDADE UNIFORME EQUIVALENTE (AE)

É essencial que qualquer estudo sobre aplicação de capital seja realizado dentro
de um horizonte de planejamento uniforme. Ou seja, para que os projetos pos-
sam ser objeto de comparação, é necessário que sejam comparáveis. Embora seja
uma ferramenta útil para avaliar alternativas de investimento, o VPL não res-
ponde a todas as perguntas sobre a vantagem econômica de uma alternativa em
relação a outra que tenha duração prevista diferente.
O método da anuidade uniforme equivalente (AE) mostra de que modo seria
distribuída a renda econômica gerada pelo projeto se a referida distribuição fosse
equitativa para cada ano. Ou seja, equivale a repartir o VPL ao longo da vida útil

Método da Anuidade Uniforme Equivalente (AE)


94 UNIDADE III

do projeto, transformando-o em uma série uniforme equivalente que pode ser


legitimamente comparada entre projetos de duração diferente (SAMANEZ, 2007).
A anuidade equivalente (AE) pode ser calculada por meio da seguinte
expressão:

VPL
^1 + K hn - 1
AE =
< F (3.8)
^1 + K hn .K

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Onde,
AE = anuidade equivalente
K = custo do capital
n = prazo da alternativa.

Critério de decisão: Quanto maior a AE melhor. Escolhe-se a alternativa


que cria mais valor por unidade de tempo.

Exemplo 25
Para as seguintes alternativas mutuamente exclusivas, calcular o VPL e a anui-
dade uniforme equivalente (AE) e determinar qual das alternativas representa
a melhor escolha econômica.
Valores em reais (R$)

PROJETO ALFA PROJETO BETA


Investimento Inicial 6.000 9.000
Fluxo de Caixa 1.700/ano 1.600/ano
Duração 5 anos 10 anos
Custo do Capital 12% a.a. 12% a.a.

Achando o Valor Presente Líquido (VPL) do Projeto Alfa pela HP-12C,

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


95

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
6000 CHS g CFo - 6.000,00 Introduzindo o CFo
1700 g CFj 1.700,00 Introduzindo o CF 1
5 g Nj 5,00 Repetindo os luxos de caixa
12 i 12,00 Introduzindo o custo do capital
f NPV 128,12 Valor presente líquido de Alfa

Achando a Anuidade Equivalente (AE) do Projeto Alfa,


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

128, 12 128, 12 128, 12


^1 + 0, 12 h - 1
AE = = = 3, 604777 = R$ 35, 54
F ; 0, 211481 E
5
0, 762342
<
^1 + 0, 12 h .0, 12
5

Achando o Valor Presente Líquido (VPL) do Projeto Beta pela HP-12C,

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
9000 CHS g CFo - 9.000,00 Introduzindo o CFo
1600 g CFj 1.600,00 Introduzindo o CF 1
10 g Nj 10,00 Repetindo os luxos de caixa
12 i 12,00 Introduzindo o custo do capital
f NPV 40,36 Valor presente líquido de Beta

Achando a Anuidade Equivalente (AE) do Projeto Beta,

40, 36 40, 36 40, 36


^1 + 0, 12 h - 1
AE = = = 5, 650219 = R$ 7, 14
F ; 0, 372702 E
10
2, 105848
<
^1 + 0, 12 h .0, 12
10

Como o prazo de vida útil das alternativas é diferente, usa-se a AE como cri-
tério de seleção. Logo, o Projeto Alfa deve ser escolhido, pois apresentou uma
maior anuidade equivalente.
Resolva: A Anuidade Uniforme Equivalente (AE) assim como o VPL

Método da Anuidade Uniforme Equivalente (AE)


96 UNIDADE III

representa a criação de valor, porém, é indicada no caso de projetos com vida


útil diferente. Nesse sentido, ajude a empresa Despoluindo Ltda. a escolher o
equipamento para despoluição de rios e lagos, conforme informações a seguir,
calculando a AE de cada uma delas:

Fabricante A
- Valor de aquisição: R$ 45.000
- Vida útil: 7 anos
- CMPC (wacc): 15% a.a.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
- Fluxo de Caixa: R$ 15.000/ano

Fabricante B
- Valor de aquisição: R$ 45.000
- Vida útil: 14 anos
- CMPC (wacc): 15% a.a.
- Fluxo de Caixa: R$ 10.500/ano

Fabricante C
- Valor de aquisição: R$ 45.000
- Vida útil: 17 anos
- CMPC (wacc): 15% a.a.
- Fluxo de Caixa: R$ 9.800/ano

Resposta:
■ VPLA = R$ 17.406,30; VPLB = R$ 15.106,99 e VPLC = R$ 14.262,18.
■ AEA = R$ 4.183,78; AEB = R$ 2.639,02 e AEC = R$ 6,05.
■ • Pelo método da anuidade equivalente (AE), o equipamento do fabri-
cante A deve ser escolhido.

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


97

MÉTODO DO CUSTO ANUAL EQUIVALENTE (CAE)

Em determinados projetos ou serviços, os benefícios ou receitas diicilmente


podem ser quantiicados em termos monetários. Entretanto, os custos podem
ser quantiicados dessa forma.
O custo anual equivalente (CAE) é basicamente um rateio uniforme, por
unidade de tempo, dos custos de investimento, de oportunidade e operacionais
das alternativas (SAMANEZ, 2007).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

C
^1 + K hn - 1
CAE =
< F (3.9)
^1 + K hn .K

Em que,
CAE = custo anual equivalente
C = custos de investimento, de oportunidade e operacionais
K = custo do capital
n = prazo da alternativa.

Critério de decisão: Quanto menor o CAE melhor.

Exemplo 26
Uma empresa atacadista que atua na região sul do país estuda a implementa-
ção de um sistema de transporte de materiais. Existem 3 diferentes alternativas:
a. Sistema manual: requer a contratação de uma grande equipe de traba-
lhos ao custo ixo de R$ 1.100.000 por ano.
b. Sistema de empilhadeiras: requer a contratação de uma equipe menor
de trabalhadores ao custo ixo de R$ 110.000 por ano, mais a compra de
50 máquinas empilhadeiras ao custo de R$ 45.000 cada. As empilhadei-
ras têm vida útil de 4 anos, com valor de recuperação de 10% de seu valor
de aquisição. Os custos operacionais anuais desse sistema são de R$ 5.000
por ano para cada empilhadeira;

Método do Custo Anual Equivalente (CAE)


98 UNIDADE III

d. Sistema de faixas transportadoras: o sistema custa R$ 3.100.000, tem


vida útil de 7 anos, com um valor de recuperação de R$ 1.100.000. Por
ser um sistema bastante automatizado, requer um grupo muito pequeno
de trabalhadores ao custo ixo de R$ 55.000 por ano e gastos operacio-
nais anuais de R$ 45.000.

Considerando um custo de oportunidade do capital de 24% a.a. e que os três


sistemas gerem benefícios anuais iguais, pede-se para analisar e determinar o
sistema que deverá ser selecionado do ponto de vista econômico.
Achando o custo anual equivalente (CAE) das três alternativas,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CAESistema Manual = Salário/ano = R$ 1.100,00/ano
CAESistema de Faixas Transportadoras = ?

C
^1 + K hn - 1
CAE =
< F
^1 + K hn .K

C = custo inicial – valor atual do valor de recuperação + custo operacional/


ano + salário/ano
C = (50 x 45.000) – 0,10 (50 x 45.000) / (1,24)4 + (50 x 5.000) + 110.000
C = 2.250.000 – 95.169,05 + 250.000 + 110.000 = 2.600.483,95

C 2.600.483, 95 2.600.483, 95
^1 + K hn - 1 ^1 + 0, 24 h4 - 1
CAE = = =
; E
1, 364214
< F < F
^1 + K hn .K ^1 + 0, 24 h4 .0, 24 0, 567411

CAESistema de Empilhadeiras = 2.600.483,95 / 2,404278 = R$ 1.081.607,01/ano


CAESistema de Faixas Transportadoras= ?

C
^1 + K hn - 1
CAE =
< F
^1 + K hn .K

C = custo inicial – valor atual do valor de recuperação + custo operacional/


ano + salário/ano
C = 3.100.000 – 1.100.000 / (1,24)7 + 45.000 + 55.000 = 2.955.971,33

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


99

C 2.955.971, 33 2.955.971, 33
^1 + K h - 1 ^1 + 0, 24 h - 1
CAE = = =
; E
7
3, 507667
< F < F
n

^1 + K h .K
n
^1 + 0, 24 h .0, 24
7
1, 081840

CAESistema de Faixas Transportadoras= 2.955.971,33 / 3,242316 = R$ 911.685,14 / ano


Do ponto de vista econômico, o sistema escolhido deverá ser o sistema de
faixas transportadoras, pois apresentou o menor custo anual equivalente (CAE).

Exemplo 27
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Atuando num ramo industrial muito competitivo, a Sustentável S/A, há 5 anos,


instalou um sistema produtivo ao custo de R$ 560.000. Hoje, ela dispõe de duas
opções: operar com esse sistema obsoleto por mais 4 anos, ao término dos quais
seu valor residual será zero, ou substituí-lo hoje por um sistema produtivo mais
moderno. Se for substituído, o sistema usado poderá ser vendido no mercado
de equipamentos de segunda mão por R$ 300.000. Vamos supor que a manu-
tenção do sistema produtivo moderno alugado corra por conta do arrendador e
estejam disponíveis as seguintes informações sobre as duas opções:

SISTEMA PRODUTIVO ALUGAR SISTEMA PRODUTIVO


CUSTOS ANUAIS
ANTIGO MODERNO
Mão de obra R$ 600.000/ano R$ 450.000/ano
Custos de materiais R$ 450.000/ano $ 300.000/ano
Seguros 4% do valor inicial Não há
Custo de Manutenção R$ 10.000/ano Não há
Aluguel Não há R$ 360.000/ano

Considerando um custo de oportunidade do capital de 12% a.a., pede-se:


a. Analisar qual é a melhor opção para a empresa.
b. Calcular o valor de venda da máquina antiga que deixe a empresa indi-
ferente das duas opções;
c. Explicar como o valor de mercado da máquina antiga inluencia a decisão.
Resolvendo, vamos construir a planilha resumo com os custos anuais de
ambas as opções:

Método do Custo Anual Equivalente (CAE)


100 UNIDADE III

SISTEMA PRODUTIVO ALUGAR SISTEMA PRODU-


CUSTOS ANUAIS
ANTIGO TIVO MODERNO
Mão de obra R$ 600.000/ano R$ 450.000/ano
Custos de materiais R$ 450.000/ano $ 300.000/ano
Seguros R$ 22.400/ano R$ 0,00
Custo de Manutenção R$ 10.000/ano R$ 0,00
Aluguel R$ 0,00 R$ 360.000/ano
Custo Anual Total R$ 1.082.400 1.110.000

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a. Análise da melhor opção:
A melhor opção pode ser determinada comparando-se os CAEs das opções:
CAESistema Produtivo Antigo= ?

C
^1 + K hn - 1
CAE =
< F
^1 + K hn .K

C = valor de venda do sistema produtivo antigo

300.000 300.000 300.000


^1 + 0, 12 h4 - 1
CAE = = = 3, 037353 = R$ 98.770, 21
;
0, 573519
< F E
^1 + 0, 12 h4 .0, 12 0, 188822

CAESistema Produtivo Antigo = 1.082.400 + 98.770,21 = R$ 1.181.170,21


CAESistema Produtivo Moderno = R$ 1.110.000,00
Como o CAE da opção 2 (sistema produtivo moderno) é menor do que o
CAE da opção 1 (sistema produtivo antigo), é melhor vender o sistema produ-
tivo antigo e alugar o sistema produtivo moderno.
b. Cálculo do valor de venda do sistema antigo que deixe a empresa indi-
ferente diante das duas opções:
O valor pode ser obtido igualando-se os CAEs das duas opções:
1.082.400 + V / 3,037353 = 1.110.000
0,329234 V = 1.110.000 – 1.082.400
0,329234 V = 27.600

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


101

V = 27.600 / 0,329234 = R$ 83.830,95

Caso o valor de venda do sistema produtivo antigo seja igual a R$ 83.830,95, as


duas opções serão equivalentes.
c. Para valores de venda do sistema produtivo antigo superiores a R$
83.830,95, a empresa deve escolher a opção 2 (sistema produtivo moderno) e,
para valores inferiores, a opção 1 (sistema produtivo antigo).
Resolva: Uma empresa de transportes planeja a renovação de sua frota de
veículos. Após um estudo técnico, chegou-se à conclusão de que somente as mon-
tadoras A, B, C e D fabricam modelos adequados a suas necessidades. O quadro
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a seguir mostra as diversas características operacionais e de custo dos veículos


dessas quatro montadoras:

CUSTO DE CUSTOS DE MANUTENÇÃO VIDA ÚTIL DO


MONTADORAS
AQUISIÇÃO (R$) ANUAL (R$ VEÍCULO (ANOS)
A 26.000 3.000 5
B 29.000 2.900 6
C 36.000 2.400 9
D 34.000 2.300 8

Admite-se que cada veículo, independentemente da marca, rode em torno de


45.000 quilômetros e tenha uma performance equivalente no consumo de com-
bustível. Considerando que o custo do capital da empresa é de 22% a.a., determine
qual montadora deve ser escolhida. Desconsidere impostos e valores residuais.
Dicas:
C = custo de aquisição do veículo
CAE = custo de aquisição do veículo descontado + custo de manutenção anual
Resposta:
■ CAEA = R$ 12.079,35 ; CAEB = R$ 12.057,17; CAEC = R$ 11.908,00 e
CAED = R$ 11.694,17.
■ Do ponto de vista econômico, o veículo da montadora D deverá ser o
escolhido, pois apresentou o menor custo anual equivalente (CAE).

Método do Custo Anual Equivalente (CAE)


102 UNIDADE III

RANKING E SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS DE


INVESTIMENTO: RACIONAMENTO DE CAPITAL

A hierarquização de um conjunto de alternativas de investimento pode ser tra-


tada em duas situações. A primeira refere-se ao caso em que não há restrição
de capital no inanciamento da carteira de projetos, e a segunda, ao caso em
que existe restrição na disponibilidade de capitais. No caso da não existência de
restrição de capital, os projetos podem ser hierarquizados pelo VPL; por outro
lado, havendo restrição de capital ou inanciamento limitado, não é possível usar

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
somente esse método, fazendo-se necessária alguma medida que incorpore o
volume de investimento realizado. Nessa situação, os projetos devem ser orde-
nados de acordo com o índice de rentabilidade, pois o que interessa é maximizar
a rentabilidade por unidade monetária investida, dadas as restrições de capital
existentes (SAMANEZ, 2007).

IR = a CF k .100
VPL
(3.10)
O

Onde,
IR = índice de rentabilidade
VPL = valor presente líquido
CFo = luxo de caixa no período zero

Exemplo 28
O quadro a seguir mostra 3 alternativas de investimento (Projeto A, Projeto B
e Projeto C):
Valores em milhões de reais (R$)

ALTERNATIVA ANO 0 ANO 1 ANO 2


Projeto A -11 31 6
Projeto B -6 6 21
Projeto C -6 6 16

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


103

Selecionar a melhor alternativa, considerando um custo do capital de 12%


e um capital total de R$ 12 disponível para investimento.
Efetuar a análise sob duas hipóteses (VPL e Índice de Rentabilidade):

a. Havendo restrição de capital


Achando o Valor Presente Líquido (VPL) do Projeto A pela HP-12C,

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

11 CHS g CFo - 11,00 Introduzindo o CFo


31 g CFj 31,00 Introduzindo o CF1
6 g CFj 6,00 Introduzindo o CF2
12 i 12,00 Introduzindo o custo do capital
f NPV 21,6 Valor presente líquido de A

Achando o Índice de Rentabilidade (IR) do Projeto A,

IR = a CF k .100 = a 11 k .100 = 195, 09%


VPL 21, 46
O

Achando o Valor Presente Líquido (VPL) do Projeto B pela HP-12C,

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
6 CHS g CFo - 6,00 Introduzindo o CFo
6 g CFj 6,00 Introduzindo o CF1
21 g CFj 21,00 Introduzindo o CF2
12 i 12,00 Introduzindo o custo do
capital
f NPV 16,10 Valor presente líquido de B

Achando o Índice de Rentabilidade (IR) do Projeto B,

IR = a CF k .100 = a 6 k .100 = 268, 33%


VPL 16, 10
O

Ranking e Seleção de Alternativas de Investimento: Racionamento de Capital


104 UNIDADE III

Achando o Valor Presente Líquido (VPL) do Projeto C pela HP-12C,

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
6 CHS g CFo - 6,00 Introduzindo o CFo
6 g CFj 6,00 Introduzindo o CF1
16 g CFj 16,00 Introduzindo o CF2
12 i 12,00 Introduzindo o custo do capital
f NPV 12,11 Valor presente líquido de C

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Achando o Índice de Rentabilidade (IR) do Projeto C,

IR = a CF k .100 = a 6 k .100 = 201, 83%


VPL 12, 11
O

Quando há restrição de capital, ou seja, quando o capital a ser gasto está limitado
aos recursos disponíveis (R$ 12 milhões), as alternativas devem ser ordenadas
pelo índice de rentabilidade. Nesse caso, selecionamos os projetos B e C, nessa
ordem. Juntos, eles requerem um investimento total de R$ 12 milhões, que se
enquadra na restrição de capital.

b. Não havendo restrição de capital


Caso as alternativas sejam mutuamente exclusivas e não exista restrição de
capital, o índice de rentabilidade não deve ser usado na seleção. Nesse caso, é
possível selecionar a combinação (carteira) de alternativas que tenha o maior
Valor Presente Líquido (VPL). O quadro a seguir mostra três combinações pos-
síveis, seu VPL e seu índice de rentabilidade.
Valores em milhões de reais (R$)

ALTERNATIVA ANO 0 ANO 1 ANO 2


Projetos A + B -17 37 27
Projetos A + C -17 37 27
Projetos B + C -12 12 37

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


105

Achando o Valor Presente Líquido (VPL) do Projetos A + B pela HP-12C,

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
17 CHS g CFo - 17,00 Introduzindo o CFo
37 g CFj 37,00 Introduzindo o CF1
27 g CFj 27,00 Introduzindo o CF2
12 i 12,00 Introduzindo o custo do capital
f NPV 37,56 Valor presente líquido de A + B
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Achando o Índice de Rentabilidade (IR) dos Projetos A + B,

IR = a CF k .100 = a 17 k .100 = 220, 94%


VPL 37, 56
O

Achando o Valor Presente Líquido (VPL) do Projetos B + C pela HP-12C,

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores
12 CHS g CFo - 12,00 Introduzindo o CFo
12 g CFj 12,00 Introduzindo o CF1
37 g CFj 37,00 Introduzindo o CF2
12 i 12,00 Introduzindo o custo do capital
f NPV 28,21 Valor presente líquido de B + C

Achando o Índice de Rentabilidade (IR) dos Projetos B + C,

IR = a CF k .100 = a 12 k .100 = 235, 08%


VPL 28, 21
O

Achando o Valor Presente Líquido (VPL) do Projetos A + C pela HP-12C,

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


f REG 0,00 Limpa os registradores

Ranking e Seleção de Alternativas de Investimento: Racionamento de Capital


106 UNIDADE III

TECLAS VISOR OBSERVAÇÕES


17 CHS g CFo - 12,00 Introduzindo o CFo
37 g CFj 12,00 Introduzindo o CF1
24 g CFj 37,00 Introduzindo o CF2
12 i 12,00 Introduzindo o custo do capital
f NPV 35,17 Valor presente líquido de A + C

Achando o Índice de Rentabilidade (IR) dos Projetos A + C,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IR = a CF k .100 = a 17 k .100 = 206, 88%
VPL 35, 17
O

A combinação selecionada seria A + B, que tem o maior VPL (R$ 37,56) e requer
um investimento inicial total de R$ 17 milhões. Repare que nessa situação o uso
do índice de rentabilidade não teria sido apropriado, pois indicaria a combina-
ção B + C, que não maximiza o VPL.
Resolva: Para um custo do capital de 10% a.a. e com as informações dis-
poníveis a seguir, qual será o projeto selecionado? Qual indicador deverá ser
utilizado na seleção considerando restrição de capital? Valor Presente Líquido
(VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) ou Índice de Rentabilidade?
Valores em reais (R$)

ANO PROJETO A PROJETO B PROJETO C PROJETO D


0 - 7.500 - 7.000 - 6.800 - 6.000
1 1.000 7.000 2.000 3.500
2 2.000 - 1.000 1.000 4.500
3 3.000 6.000 2.000 2.000
4 4.000 - 1.000 8.000 1.000

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


107

Resposta:

INDICADOR PROJETO A PROJETO B PROJETO C PROJETO D


TIR 10,24% 32,10% 23,35% 37,18%
VPL R$ 47,98 R$ 2.362,07 R$ 2.811,37 R$ 3.086,47
IR 0,64% 33,74% 41,34% 51,44%

■ Todos os projetos são aceitáveis economicamente.


■ Com restrição de capital o índice de rentabilidade deve ser o critério
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

norteador.
■ Tanto pela Taxa Interna de Retorno (TIR), como pelo Valor Presente
Líquido (VPL), como pelo Índice de Rentabilidade (IR), o Projeto D é a
melhor alternativa.

“Fazer dinheiro é arte, e trabalhar é arte, e um bom negócio é a melhor arte”,


Andy Warhol

O que é uma ação, quais os riscos desse tipo de investimento e como investir?
<http://www.portaldoinvestidor.gov.br/galerias/videos/300K_Acoes_Da-
niela.lv>.

Ranking e Seleção de Alternativas de Investimento: Racionamento de Capital


108 UNIDADE III

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade foi discutido que a estrutura de uma empresa é o resultado de seus
investimentos, destacando que quanto mais longa for a operação empresarial,
maiores são as fontes de riscos e incertezas. Dessa forma, foram apresentados os
principais métodos de orçamentação de capital utilizados no processo de identi-
icação, análise e seleção de oportunidades de investimento de capital, pautados
no binômio risco-retorno.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ORÇAMENTAÇÃO DE CAPITAL: MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL


108 - 109

1. Ao considerar o valor do dinheiro no tempo, para um custo médio ponderado do


capital (wacc) de 12% a.a. e com as informações disponíveis a seguir, qual será o
projeto selecionado com alternativas mutuamente excludentes?

PROJETO A PROJETO B PROJETO C PROJETO D


VPL R$ 5.000 R$ 4.500 R$ 6.000 (R$ 2.500)
TIR 30% 42% 35% 10%
a. Projeto A.
b. Projeto B.
c. Projeto C.
d. Projeto D.
e. Nenhuma das anteriores.
2. A partir da questão 01, havendo conlito entre os parâmetros de decisão, qual
indicador deverá ser utilizado na seleção do projeto?
a. A Taxa Interna de Retorno (TIR).
b. O Valor Presente Líquido (VPL).
c. O Custo Anual Equivalente (CAE).
d. O Índice B/C.
e. Nenhuma das anteriores.
3. A partir da questão 01, é correto airmar que:
a. O Projeto C é o menos rentável.
b. O Projeto B é o menos rentável.
c. O Projeto B é o mais rentável.
d. Todos os projetos são aceitáveis economicamente, exceto o Projeto D.
e. Nenhuma das anteriores.
4. Para as seguintes alternativas mutuamente exclusivas, calcular a Taxa Interna de
Retorno (TIR) e o Valor Presente Líquido (VPL). Se o custo do capital for de 12%
a.a., determinar a melhor alternativa.
Fluxos de Caixa, valores em reais (R$)

ANOS A B C D
0 - 1.600 - 1.600 - 1.600 - 1.600
1 250 0 250 300
2 1450 0 400 450
3 250 550 550 750
4 250 1150 700 750
5 70 2050 1975 900
110 - 111

MATERIAL COMPLEMENTAR

Gestão de Investimentos e Geração de Valor


Autor: Carlos Patricio Samanez
Editora: PEARSON/PRENTICE HALL
Sinopse: o livro apresenta com um enfoque claro e uma
abordagem didática e intuitiva os mais modernos métodos de
análise e gestão de investimentos.

Assista à entrevista com a jornalista Mara Luquet e aprenda sobre investimentos e


planejamento inanceiro.
<http://www.portaldoinvestidor.gov.br/galerias/videos/300K_Tipos_de_Investimento.lv>.

Material Complementar
Professor Me. Sidinei Silvério da Silva

IV
PONTO DE EQUILÍBRIO:

UNIDADE
ALAVANCAGEM
OPERACIONAL E FINANCEIRA

Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender a relação que se faz entre os custos e despesas
operacionais com o volume de atividade da entidade ao longo do
tempo.
■ Analisar a relação existente entre risco operacional, alavancagem
operacional e ponto de equilíbrio.
■ Entender os efeitos da alavancagem inanceira sobre os lucros
disponíveis aos acionistas.
■ Discutir o enfoque Lajir-LPA em relação à estrutura de capital.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Ponto de Equilíbrio Operacional ou Contábil
■ Ponto de Equilíbrio Econômico
■ Ponto de Equilíbrio e Formação de Preços
■ Alavancagem Operacional: Risco do Negócio
■ Alavancagem Financeira: Risco Financeiro
■ Alavancagem Financeira e Planos de Financiamento
■ Rentabilidade e Alavancagem Financeira
115

INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), nesta quarta unidade, você compreenderá que, nas decisões inan-
ceiras em contexto de risco, a determinação do ponto de equilíbrio é adotada na
análise de sensibilidade, e a alavancagem operacional é um componente relevante
do risco do negócio por apresentar relação positiva com o coeiciente beta das ações.
Esta unidade é importante para entender o impacto dos custos operacio-
nais ixos e variáveis sobre o ponto de equilíbrio da empresa e sua alavancagem
operacional, pois eles afetam signiicativamente o risco e o retorno da entidade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A escolha entre capital próprio e de terceiros depende de muitos fatores. No caso


da adição do capital de terceiros, com sua taxa ixa, cria alavancagem inanceira, ou
seja, o uso de custos inanceiros ixos para multiplicar retorno, elevando-se o risco.
Essa unidade está fundamentada em Damodaran (2004), Samanez (2007),
Gitman (2010) e Assaf Neto (2012).

PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL OU CONTÁBIL

Segundo Gitman (2010), a análise de ponto de equilíbrio é usada para determi-


nar o nível de operações necessário para cobrir todos os custos operacionais e
avaliar a rentabilidade associada a níveis diversos de vendas. Deine-se o ponto
de equilíbrio operacional como o nível de vendas em que o Lucro Antes de Juros
e Imposto de Renda (Lajir) igualam-se a zero. A seguir, apresenta-se a fórmula
para calcular o Ponto de Equilíbrio Operacional (PE).

PE = a P - Cv k = a P - Cv k
CF + Dep CFT (4.1)

Onde,
PE = ponto de equilíbrio operacional ou contábil
CF = custo ixo (sem a depreciação)
Dep = depreciação

Introdução
116 UNIDADE IV

P = preço unitário
Cv = custo variável unitário
P – Cv = margem de contribuição
CFT = custo ixo total (com a depreciação)

A expressão do ponto de equilíbrio operacional ou contábil não inclui custos de


oportunidade econômicos.
Conforme demonstrado na Figura 3 a seguir, à medida que o volume das
operações desloca-se para cima do ponto de equilíbrio, surgem lucros crescen-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tes, ao passo que abaixo desse ponto ocorrem prejuízos cada vez maiores.

Receita
R$
Lucro
Custo
Total

Pe R$
Custo
Variável

Prejuizo

Custos
Fixos

Pe Qtde. Quantidade
Figura 3: Representação Gráica do Ponto de Equilíbrio Operacional
Fonte: Assaf Neto (2012)

Exemplo 29
Vamos supor que a empresa Estilosa S/A apresente as seguintes informações:
■ custo variável unitário (Cv) = R$ 2,40;
■ custo ixo total (CFT) = R$ 80.000/ano;
■ preço unitário de venda (P) = R$ 4,00.

PONTO DE EQUILÍBRIO: ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA


117

Determinar o ponto de equilíbrio contábil em unidades e em valores monetários.


Achando o ponto de equilíbrio em unidades.

PE = a P - Cv k = a 4, 00 - 2, 40 k = 50.00 unidades
CFT 80.000

Achando o ponto de equilíbrio em unidades monetárias.

80.000
f 2, 40 p
PE = f
CFT
p = = R$ 200.000,
1 -a P k 1 - c 4, 00 m
Cv
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Resolva: Suponha que uma pequena loja de confecções tenha custos ope-
racionais ixos de R$ 5.000, que seu preço de venda por unidade seja de R$ 20 e
que seu custo operacional variável por unidade seja de R$ 10. Determine o ponto
de equilíbrio contábil em unidades e em valores monetários.
Resposta: PE = 500 unidades e R$ 10.000,00.

PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO

Samanez (2007) argumenta que operar acima do ponto de equilíbrio contábil


não signiica necessariamente que a entidade vai satisfazer as expectativas dos
acionistas em relação ao custo de oportunidade dos recursos aplicados, pois o
cálculo do ponto de equilíbrio contábil não inclui esse custo. No ponto de equi-
líbrio contábil, as vendas cobrem apenas os custos e as despesas ixas e variáveis
(incluída a depreciação), mas não inclui o custo de oportunidade do capital
investido. A im de reletir esse custo, faz-se necessário que a fórmula do ponto
de equilíbrio contábil seja ajustada, conforme segue.

PEE = a P - Cv k
CF + CAE
(4.2)

Ponto de Equilíbrio Econômico


118 UNIDADE IV

Onde,
PEE = ponto de equilíbrio econômico
CF = custo ixo (menos depreciação)
CAE = custo anual equivalente (custo de oportunidade)
P = preço unitário
Cv = custo variável unitário
P – Cv = margem de contribuição

Exemplo 30

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um representante comercial deve decidir entre comprar um veículo ou conti-
nuar usando táxi para se locomover durante seu expediente de trabalho. Seguem
informações:
■ ponto de equilíbrio contábil = 58 km/dia;
■ custo ixo (CF) = R$ 32,00/dia;
■ custo anual equivalente (CAE) (custo de oportunidade) = R$ 23,00/dia;
■ preço do táxi por km rodado (P) = R$ 2,00/km;
■ custo variável unitário (Cv) = R$ 1,40/km.

Considerando um custo de oportunidade do capital de 20% a.a., determinar o


ponto de equilíbrio econômico e deinir se o representante comercial deve com-
prar ou não o veículo para transporte.
Achando o ponto de equilíbrio econômico em km/dia.

PE E = a P - Cv k = c 2, 00 - 140 m = c 0, 60 m = 91, 67 km/ dia


CF + CAE 32, 00 + 23, 00 55, 00

Análise: se o representante comercial levasse em conta apenas o ponto de


equilíbrio contábil, rodando menos de 58 km/dia, a melhor opção seria conti-
nuar usando táxi. Acima desse ponto melhor seria comprar o veículo. Todavia,
ao considerar o custo de oportunidade, ou seja, o ponto de equilíbrio econô-
mico, ao rodar por dia até 91,67 km, compensa utilizar o serviço de táxi e acima
desse ponto, compensaria adquirir o veículo.
Resolva: Um empresário do ramo de autopeças deve decidir entre comprar

PONTO DE EQUILÍBRIO: ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA


119

um veículo ou continuar usando o serviço de táxi para transportá-lo diaria-


mente. Seguem informações:
- ponto de equilíbrio contábil = 50 km/dia;
- custo ixo (CF) = R$ 35,00/dia;
- custo anual equivalente (CAE) (custo de oportunidade) = R$ 27,00/dia;
- preço do táxi por km rodado (P) = R$ 2,50/km;
- custo variável unitário (Cv) = R$ 1,50 / km.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Considerando um custo de oportunidade do capital de 20% a.a., determine o


ponto de equilíbrio econômico e deina se o empresário deve comprar ou não o
veículo para transporte.
Resposta: Se o empresário levasse em conta apenas o ponto de equilíbrio
contábil, rodando menos de 50 km/dia, a melhor opção seria continuar usando
táxi. Acima desse ponto melhor seria comprar o veículo. Todavia, ao conside-
rar o custo de oportunidade, ou seja, o ponto de equilíbrio econômico, ao rodar
por dia até 62 km, compensa utilizar o serviço de táxi e acima desse ponto com-
pensaria adquirir o veículo.
Ao considerarmos que uma empresa hipotética tenha ponto de equilíbrio
contábil de R$ 175 milhões e ponto de equilíbrio econômico de R$ 235 milhões,
podemos concluir que entre R$ 175 e 235 milhões, essa empresa gera lucro con-
tábil, mas não lucro econômico. Nesse intervalo, não há agregação de valor; o
lucro contábil não é suiciente para cobrir o custo de oportunidade do valor
investido (ASSAF NETO, 2012).

PONTO DE EQUILÍBRIO E FORMAÇÃO DE PREÇOS


Como ferramenta de planejamento e controle inanceiro, a análise do ponto de
equilíbrio pode ser muito útil na ixação de preços (SAMANEZ, 2007).
Supondo que uma indústria de confecções deseja alterar sua tabela de pre-
ços de calça jeans modelo masculino, seguem informações:

Ponto de Equilíbrio e Formação de Preços


120 UNIDADE IV

■ custo variável unitário (Cv) = R$ 49,50 / unidade;


■ margem de contribuição desejada = 20%;
■ tributos = 25%;
■ volume previsto de venda = 6.000 unidades;
■ custos ixos = R$ 100.000;
■ a empresa desconta suas duplicatas a uma taxa de 6% a.m.

Pede-se:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Indique o preço para vendas à vista e para pagamentos em 30, 60 e 90 dias.
■ Formação do preço à vista:
P = 49,50 + 0,20 P + 0,25 P
P – 0,20 P – 0,25 P = 49,50
0,55 P = 49,50
P = 49,50 / 0,55 = R$ 90,00
■ Preço de venda para 30 dias
P = 90 x (1,06) = R$ 95,40
■ Preço de venda para 60 dias
P = 90 x (1,06)2 = R$ 101,12

■ Preço de venda para 90 dias


P = 90 x (1,06)3 = R$ 107,19
b) Determine o ponto de equilíbrio em unidades e em valor monetário.
■ PE (unitário) = 2.469 unidades.
■ PE (monetário) = R$ 222.210,00.

PONTO DE EQUILÍBRIO: ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA


121

ALAVANCAGEM OPERACIONAL: RISCO DO NEGÓCIO

Segundo Gitman (2010), a alavancagem é o produto do uso de ativos ou fundos a


custo ixo para multiplicar retornos para os proprietários da empresa. Em geral,
aumento de alavancagem resulta em elevações de retorno e risco, ao passo que
diminuições de alavancagem provocam reduções de retorno e risco. O grau de
alavancagem na estrutura de capital (próprio e de terceiros) da entidade pode
afetar signiicativamente seu valor.
Os três tipos básicos de alavancagem são: a) alavancagem operacional; b)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

alavancagem inanceira e; c) alavancagem total ou combinada.


Quanto mais distante a entidade estiver do seu ponto de equilíbrio, menor
será seu grau de alavancagem operacional, pois menor será o impacto percen-
tual sobre seu lucro, do acréscimo (ou redução) determinado pela alteração no
seu volume de atividade.
De acordo com Assaf Neto (2012), há uma estreita relação entre o grau
de alavancagem operacional e o risco econômico (operacional) da entidade.
Atuando acima do ponto de equilíbrio, a entidade tende a apresentar menor
Grau de Alavancagem Operacional (GAO) e menor risco de entrar em preju-
ízo. Atuando com alto Grau de Alavancagem Operacional (GAO), tenderá a se
situar perto do seu ponto de equilíbrio e, consequentemente, com altos riscos
de melhorar signiicativamente seu resultado, ou de piorá-lo.
O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) pode ser obtido pela seguinte
fórmula:

Q ^ P - Cv h (4.3)
Q ^ P - Cv h - CFT
GAO =

Onde,
GAO = grau de alavancagem operacional
Q = vendas (unidades)
CFT = custo ixo total
P = preço

Alavancagem Operacional: Risco do Negócio


122 UNIDADE IV

Cv = custo variável unitário


P – Cv = margem de contribuição
O GAO representa a relação entre a receita de vendas e o lucro antes de juros e
imposto de renda (Lajir), correspondendo ao resultado operacional.
Sempre que a variação percentual do Lajir resultante de uma variação per-
centual nas vendas é maior do que a variação percentual das vendas, ocorre
alavancagem operacional. Isso implica que, sempre que o GAO é maior que 1,
há alavancagem operacional.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 31
Considerando as airmações abaixo, determinar o grau de alavancagem opera-
cional (GAO) e analisar o resultado do ponto de vista da gestão inanceira.
Dados:
■ volume de produção e vendas (Q) = 400.000 unidades;
■ custo ixo total = R$ 4.000.000;
■ custo variável unitário (Cv) = R$ 4,00/unidade;
■ preço unitário de venda (P) = R$ 40,00/unidade.

Calculando o Grau de Alavancagem Operacional (GAO)

Q ^ P - Cvh 400. 000^40 - 4h 14. 400. 000


Q ^ P - Cvh - CF T 400. 000^40 - 4h - 4. 000. 000 10. 400. 000
GAO = = =

GAO = 1,38

Um GAO de 1,38 signiica que, para cada 1% de aumento ou diminuição no


nível de vendas, haverá um aumento ou diminuição de 1,38% no Lucro Antes
de Juros e Imposto de Renda (Lajir).
Resolva: Considerando as airmações abaixo, determinar o grau de alavan-
cagem operacional (GAO) e analisar o resultado do ponto de vista da gestão
inanceira.
Dados:

PONTO DE EQUILÍBRIO: ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA


123

■ volume de produção e vendas (Q) = 300.000 unidades;


■ custo ixo total = R$ 3.000.000;
■ custo variável unitário (Cv) = R$ 3,00/unidade;
■ preço unitário de venda (P) = R$ 30,00/unidade.

Resposta: GAO = 1,59.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ALAVANCAGEM FINANCEIRA: RISCO FINANCEIRO

O Grau de Alavancagem Financeira (GAF) é o valor numérico da alavancagem


inanceira da entidade. Seu cálculo é muito parecido com o do grau de alavan-
cagem operacional, conforme segue.

Lajir
GAF = Lajir - Juros (4.4)

Onde,
GAF = grau de alavancagem inanceira
Lajir = lucro antes de juros e imposto de renda

Exemplo 32
De acordo com os dados do Exemplo 31, determinar o grau de alavancagem
inanceira (GAF) e analisar o resultado do ponto de vista da gestão inanceira.
Valores em milhões de reais (R$)

UNIDADES VENDIDAS 400.000


Receita de Vendas 16.000.000
- Custo variável total 1.600.000
- Custo ixo total 4.000.000

Alavancagem Financeira: Risco Financeiro


124 UNIDADE IV

UNIDADES VENDIDAS 400.000


Lucro Antes de Juros e IR (Lajir) 10.400.000
- Juros 1.000.000
Lucro Antes de IR (Lair) 9.400.000
- IR (30%) 2.820.000
Lucro Disponível aos Acionistas (LDA) 6.580.000
Número de Ações 100.000
Lucro por Ação (LPA) 65,80

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Calculando o Grau de Alavancagem Financeira (GAF)

Lajir 10.400.000
GAF = Lajir - Juros = 10.400.000 - 1.000.000 = 1, 11

GAF = 1,11
Um GAF de 1,11 signiica que, para cada 1% de aumento ou diminuição no
Lajir, haverá um aumento ou diminuição de 1,11% no Lucro por Ação (LPA).
■ Calculando o Grau de Alavancagem Total (GAT)

O Grau de Alavancagem Total (GAT) avalia o efeito combinado da alavancagem


operacional e da alavancagem inanceira sobre o risco da empresa usando um
enfoque semelhante ao empregado para desenvolver os conceitos individuais de
alavancagem. Segundo Gitman (2010), esse efeito combinado pode ser deinido
como o uso de custos ixos, tanto operacionais quanto inanceiros, para ampliar
o efeito de variações do faturamento sobre o lucro por ação da empresa. A ala-
vancagem total pode ser vista, portanto, como o impacto total dos custos ixos
presentes em sua estrutura operacional e inanceira, conforme equação a seguir.

GAT = GAOxGAF (4.5)

Onde,
GAT = grau de alavancagem total
GAO = grau de alavancagem operacional
GAF = grau de alavancagem inanceira

PONTO DE EQUILÍBRIO: ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA


125

Sempre que a variação percentual do LPA resultante de uma variação percen-


tual das vendas é maior que essa variação, há alavancagem total. Dos exemplos
31 e 32 temos que o Grau de Alavancagem Total (GAT) é 1,53 (1,38 x 1,11).
A relação entre alavancagem operacional e inanceira é multiplicativa e não aditiva.

ALAVANCAGEM FINANCEIRA E PLANOS DE


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

FINANCIAMENTO

Com base nos efeitos das lutuações das vendas sobre o lucro por ação (LPA),
pode-se calcular o GAF de cada plano de inanciamento e determinar qual é o
mais arriscado do ponto de vista inanceiro (SAMANEZ, 2007).

RENTABILIDADE E ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Gitman (2010) airma que uma das principais variáveis determinantes do valor
de mercado das ações é seu retorno para os proprietários, reletido nos lucros da
entidade. Dessa forma, o lucro por ação (LPA) pode ser convenientemente utili-
zado para analisar estruturas de capital alternativas. O enfoque Lajir-LPA sobre a
estrutura de capital envolve a seleção da estrutura de capital que maximize o LPA
no intervalo de valores possíveis do lucro antes de juros e imposto de renda (Lajir).
Uma deiciência da análise Lajir-LPA é o fato de que essa técnica tende a se
concentrar na maximização do lucro e não na riqueza do proprietário.
Assaf Neto (2012) argumenta que um estudo sobre a reação do mercado
à variável da alavancagem operacional desenvolvido por Dantas, Medeiros e
Lustosa (2006), para o Brasil, concluiu que essa medida operacional é relevante
para explicar o desempenho do retorno das ações. Em outras palavras, esse estudo
comprovou a referência da alavancagem operacional como uma variável deter-
minante do risco sistemático das ações negociadas no mercado, inferindo-se por
uma associação entre o GAO e o retorno das ações negociadas na BOVESPA.

Alavancagem Financeira e Planos de Financiamento


126 UNIDADE IV

“Dinheiro não cria sucesso, a liberdade para fazer dinheiro sim.”


Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, eleito nas primeiras eleições
multirraciais do país.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dando continuidade ao estudo da gestão inanceira, esta unidade destinou-se
a demonstrar a relação entre os custos e despesas operacionais como volume
de atividade da entidade, na determinação dos pontos de equilíbrio contábil
e econômico. Além disso, procurou-se analisar a relação existente entre risco
operacional, alavancagem operacional e ponto de equilíbrio e os efeitos da ala-
vancagem inanceira sobre os lucros disponíveis aos acionistas.

PONTO DE EQUILÍBRIO: ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA


126 - 127

Com base nas informações econômico-inanceiras da empresa Aluno Nota


10 S/A apresentadas a seguir:
■ Unidades Vendidas: 500.000;
■ Preço de Venda: R$ 50,00;
■ Custo Variável Unitário: R$ 8,00;
■ Custo Fixo: R$ 4.800.000,00;
■ Depreciação: R$ 200.000,00;
■ Custo Anual Equivalente: R$ 140.000,00;
■ Lajir: R$ 16.000.000,00;
■ Juros: R$ 1.500.000,00.
Pede-se:
1. Determine o Ponto de Equilíbrio Operacional ou Contábil em unida-
des e valor monetário (PE).
2. Determine o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE).
3. Calcule o Grau de Alavancagem Operacional (GAO) e interprete o
resultado.
4. Calcule o Grau de Alavancagem Financeira (GAF) e interprete o resul-
tado.
5. Calcule o Grau de Alavancagem Total (GAT) e interprete o resultado.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Finanças Corporativas e Valor - 6 Ed. 2012


Autor: Assaf Neto, Alexandre
Editora: Atlas
Sinopse: o livro destaca o estudo conceitual da administração
inanceira, a visão do ambiente inanceiro brasileiro, a base
conceitual da gestão de valor, a moderna visão de risco, o retorno
e custo de oportunidade, as decisões de investimentos em
condições de risco e avaliação econômica das empresas.

Para aprender sobre fundos de investimento inanceiro, acesse o site:


<http://www.portaldoinvestidor.gov.br/galerias/videos/300K_Opxoes_de_Inv_Fund_Inv.lv>.

PONTO DE EQUILÍBRIO: ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA


Professor Me. Sidinei Silvério da Silva

CUSTO DO CAPITAL E

V
UNIDADE
CRIAÇÃO DE VALOR

Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender o conceito fundamental e as fontes especíicas de
capital.
■ Calcular o custo médio ponderado de capital (CMPC).
■ Apresentar as ferramentas e técnicas de incremento de valor.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Custo Médio Ponderado do Capital
■ Valor da Empresa: Proposição I de Modigliani-Miller
■ Custo do Capital Próprio
■ Custo da Dívida
■ Custo do Capital, Alavancagem Financeira e Beta
■ Índices de Criação de Valor
131

INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), nesta quinta unidade você aprenderá a mensurar o custo médio
ponderado de capital (CMPC) e também sobre sua importância na determina-
ção da viabilidade econômica de alternativas de investimentos.
Nesse sentido, serão identiicadas as diferentes fontes de capital, calculan-
do-se seus custos, quais sejam: o custo do capital próprio e o custo da dívida.
Um conceito-chave desenvolvido pelo economista David Ricardo na teoria
das vantagens comparativas e também muito difundido em inanças, que o(a)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ajudará no entendimento desta unidade, é o custo de oportunidade. Numa visão


geral, o mesmo pode ser entendido como o quanto alguém deixou de ganhar por
ter adotado uma alternativa em vez de outra, ou seja, é o custo de oportunidade
de investir em determinado negócio em detrimento de outro de mesmo risco.
Finalmente, com base na estrutura de capital, serão apresentadas ferramen-
tas e técnicas na criação de valor aos proprietários.

CUSTO MÉDIO PONDERADO DO CAPITAL (CMPC)

Para Gitman (2010), o custo de capital é a taxa de retorno que uma entidade deve
conseguir nos projetos em que investe para manter o valor de mercado de sua
ação. Também pode ser considerado a taxa de retorno exigida pelos fornecedo-
res de capital no mercado para que seus fundos sejam atraídos.
O custo do capital funciona como vínculo básico entre as decisões de inan-
ciamento de longo prazo da entidade e a riqueza dos proprietários, determinada
pelos investidores no mercado.
Samanez (2007) elenca algumas considerações importantes sobre o custo
do capital:
■ O custo de oportunidade dos atuais ativos da entidade não é necessa-
riamente igual ao custo de oportunidade para novos ativos ou projetos.

Introdução
132 UNIDADE V

■ O custo de oportunidade do capital é a rentabilidade oferecida pelos mer-


cados de capitais para ativos com risco equivalente ao do projeto.

■ O custo do capital pode ser ajustado para reletir adequadamente os efeitos


derivados do inanciamento (diferentes graus de endividamento da empresa).

■ Um dos usos do custo do capital é servir de taxa referencial para as decisões


de aceitar ou rejeitar oportunidades de investimento, eliminando-se as alter-
nativas que apresentem retornos incapazes de gerar valor para a entidade.

■ O custo do capital para um projeto vai depender do uso do capital e não

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da fonte desse capital. Assim, ele depende do risco do projeto e não neces-
sariamente do risco da entidade que o patrocina.

Dentre os fatores que afetam o custo de capital, Gitman (2010) menciona os seguintes:
■ Risco econômico – supõe-se que o risco de que uma entidade não seja
capaz de cobrir os custos operacionais não varia.

■ Risco inanceiro – supõe-se que o risco de que a entidade seja incapaz de


saldar os compromissos inanceiros (pagamentos de juros, aluguéis, divi-
dendos de ações preferenciais) não varia.

■ Os custos relevantes são aqueles após o imposto de renda. Dito de outra


forma, o custo de capital é medido depois do imposto de renda, estando coe-
rente com o enfoque adotado na tomada de decisões de orçamento de capital.

A partir do Balanço Patrimonial, é possível determinar as origens dos recursos


(Passivo) e as aplicações dos recursos (Ativo), conforme Quadro 2.

ATIVOS PASSIVOS
Ativos existentes
Investimentos já Dinheiro tomado
geram luxos de Dívida
feitos emprestado
caixa hoje
Valor esperado que
Investimentos Recursos dos
vai ser criado por in- Patrimônio Líquido
que serão feitos proprietários
vestimentos futuros
Quadro 2: Uma visão simples de uma entidade
Fonte: adaptado de Damodaran (2004)

CUSTO DO CAPITAL E CRIAÇÃO DE VALOR


133

Dentre as fontes de recursos de que a entidade pode dispor, o capital de


terceiros representa todas as fontes de recursos utilizadas que não têm ori-
gem nos sócios e que geram um custo de inanciamento, denominado custo do
capital de terceiros. Embora não seja tão óbvio, a utilização de recursos pró-
prios também é uma alternativa de inanciamento que envolve custos, uma
vez que os sócios, que são os detentores do capital próprio, ao destinar recur-
sos à entidade, exigem em troca uma rentabilidade, o custo do capital próprio
(SAMANEZ, 2007).
Nesse sentido, o custo médio ponderado do capital (CMPC) é uma média
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ponderada dos custos das diversas fontes de recursos que inanciam os ativos
da empresa. O enfoque do custo médio ponderado do capital parte da ideia
de que o projeto é inanciado simultaneamente com capital próprio e capital
de terceiros. De acordo com Assaf Neto (2012), o cálculo desse custo é pro-
cessado pelo critério da média ponderada pela seguinte expressão de cálculo:

CMPC = /W j x Kj (5.1)
J=1

Onde,
CMPC = custo médio ponderado de capital, também identiicado por
weighted average cost of capital (WACC)
Wj = participação relativa de cada fonte de capital no inanciamento total
Kj = custo especíico de cada fonte de inanciamento (próprio e de ter-
ceiros)

Exemplo 33
Para ilustrar o cálculo do custo médio ponderado de capital, admita que uma
entidade tenha apresentado a seguinte estrutura de capital e seus custos respec-
tivos, conforme levantados de seus relatórios contábeis:

Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC)


134 UNIDADE V

MONTANTE (R$) PROPORÇÃO DE CADA FONTE CUSTO


800.000 ações x R$
Capital Ordinário 40% 25% a.a.
1,00 = R$ 800.000
600.000 ações x R$
Capital Preferencial 30% 22% a.a.
1,00 = R$ 600.000
Financiamento R$ 600.000 30% 18% a.a.
Total R$ 2.000.000 100% (após IR)

Resolvendo, temos:
CMPC = (25% x 0,4) + (22% x 0,3) + (18% x 0,3)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CMPC = 10% + 6,6% + 5,4% = 22%

De outra forma, a remuneração exigida pelos proprietários de capitais alo-


cados pela empresa assume a seguinte forma de cálculo:

FONTE DE CAPITAL REMUNERAÇÃO EXIGIDA


Capital ordinário R$ 800.000 x 25% = R$ 200.000
Capital preferencial R$ 600.000 x 22% = R$ 132.000
Financiamento R$ 600.000 x 18% = R$ 108.000
Total R$ 440.000

Logo, CMPC = 440.000 / 2.000.000 = 22%


Esse custo representa, efetivamente, a taxa mínima de retorno (atratividade
econômica) desejada pela entidade em suas decisões de investimento.
O CMPC ainda pode ser mensurado da seguinte forma:

CMPC = Kcp a V k + Kd ^1 - T ha V k
CP D (5.2)

Onde,
CMPC = custo médio ponderado de capital, também identiicado por
weighted average cost of capital (WACC)
Kcp = custo do capital próprio
Kd = custo marginal da dívida
D = valor de mercado da dívida

CUSTO DO CAPITAL E CRIAÇÃO DE VALOR


135

CP = valor de mercado do capital próprio


V = valor de mercado da empresa (V = CP + D)
T = alíquota marginal de imposto de renda
Segundo Samanez (2007), o Lucro Operacional Antes de Juros e Imposto de Renda
(Lajir) é muitas vezes referido por seu equivalente em inglês Ebit (earnings before
interest and taxes) e o Lajir (1-T) por Nopat (net operational proit ater taxes).
De acordo com Assaf Neto (2012), a metodologia de apuração do CPMC pode
ser desenvolvida com ponderações baseadas em valores contábeis, em valores deter-
minados pelo mercado ou, ainda, com base em uma estrutura de capital admitida
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

como meta pela entidade. Além disso, o uso do CMPC é válido, desde que o risco
de determinada alternativa de investimento não venha a alterar o risco determi-
nado para a carteira de projetos em execução da entidade, ou seja, desde que as
propostas em considerações sejam equivalentes, em termos de risco, às existentes.
Resolva: Determine o custo médio ponderado de capital (CMPC) de uma
empresa do ramo agroindustrial considerando a seguinte estrutura de capital e
seus custos respectivos, conforme relatórios contábeis:

MONTANTE (R$) PROPORÇÃO DE CADA FONTE CUSTO


800.000 ações x R$
Capital Ordinário 35% 23% a.a.
1,00 = R$ 800.000
600.000 ações x R$
Capital Preferencial 30% 22% a.a.
1,00 = R$ 600.000
Financiamento R$ 600.000 35% 20% a.a.
Total R$ 2.000.000 100% (após IR)

Resposta: CMPC = 21,65%.

Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC)


136 UNIDADE V

VALOR DA EMPRESA: PROPOSIÇÃO I DE


MODIGLIANI-MILLER

Com base em Samanez (2007), será desenvolvida a proposição de Modigliani-Miller


(MM), que é base da teoria de valoração econômica de empresas e estrutura de capital.

Proposição I de Modigliani-Miller sem impostos


A proposição I de Modigliani-Miller (MM I) sem impostos diz que o valor da
empresa é determinado pelo lado esquerdo do balanço patrimonial (ativos reais),

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e não pelas proporções de capital próprio e de dívida. Essa proposição é extrema-
mente geral, servindo não somente para ajudar a determinar a razão entre capital
próprio e capital de terceiros na empresa, mas implicando a completa separação
entre as decisões de investimento e as decisões de inanciamento.
A proposição I de Modigliani-Miller (MM I) sem impostos pode ser formu-
lada da seguinte forma: V = Vo. Ou seja, o valor de uma empresa com dívidas
(V) é igual ao valor da empresa equivalente sem dívidas (Vo).

Proposição I de Modigliani-Miller com impostos


A proposição I de Modigliani-Miller (MM I) com impostos nos diz que o valor
de uma empresa alavancada (V) é igual ao valor da empresa desalavancada ou
sem dívidas permanentes (Vo), mais o valor presente do benefício iscal pro-
porcionado pelo endividamento (T x D). Na equação abaixo, T é a alíquota de
imposto de renda corporativo, D é o valor de mercado das dívidas permanentes
e Ko é o custo do capital para a empresa sem dívida.

L ajir ^1 - T h
V =c m + a T x D x K d k = V0 + T (5.3)
K0 Kd
Convém ressaltar que a aplicação direta da proposição I de Modigliani-Miller
na avaliação de empresas pressupõe que não existam custos de insolvência inan-
ceira e que o risco da empresa não se altere.

CUSTO DO CAPITAL E CRIAÇÃO DE VALOR


137

CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO

O custo de capital próprio é o retorno exigido pelos investidores nas ações ordi-
nárias. Existem duas formas de inanciamento com ações ordinárias: a) retenção
de lucros e; b) novas emissões de ações ordinárias. Para o cálculo desse custo,
pode-se usar o modelo de formação de preços de ativos (CAPM) e o modelo de
avaliação com crescimento constante.
De acordo com Assaf Neto (2012), para o CAPM, a taxa de retorno requerida
pelo investidor deve incluir a taxa livre de risco da economia, mais um prêmio
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

que remunere o risco sistemático apresentado pelo ativo em avaliação e repre-


sentado pelo coeiciente beta. A taxa de retorno requerida de um investimento
para o modelo do CAPM é obtida pela expressão da linha do mercado de títulos
(Security Market Line – SML). Assim, a equação para calcular o valor do custo
de capital próprio (Ke) é a seguinte:
K e = R F + b x^ R M - R F h (5.4)

Onde,
Ke = custo de capital prório
RF = taxa de retorno de ativos livres de risco
ß = coeiciente beta, medida do risco do ativo em relação ao risco sis-
temático da carteira de mercado
RM = rentabilidade oferecida pelo mercado em sua totalidade e repre-
sentada pela carteira de mercado

Exemplo 34
Para uma empresa que apresenta um beta de 1,4, reletindo um risco acima
do risco sistemático de mercado, seus investidores devem exigir, admitindo
um RF = 7% e RM = 17%, uma remuneração de quanto?
Kc = 7 + 1,4 (17 - 7) = 7 + 14 = 21%
Essa é a taxa de retorno que deve ser requerida, diante do nível de risco do
ativo (ação) em avaliação, por seus investidores, constituindo o custo de capital
próprio da empresa. Esse percentual é superior ao de todo o mercado, de forma
a compensar o maior risco assumido.

Custo do Capital Próprio


138 UNIDADE V

Resolva: Para uma empresa que apresenta um beta de 1,3, reletindo um


risco acima do risco sistemático de mercado, seus investidores devem exigir,
admitindo um RF = 7% e RM = 16%, uma remuneração de quanto?
Resposta: Ke = 18,70%.
Segundo Gitman (2010), o valor de uma ação é igual ao valor presente de
todos os dividendos futuros e que em um modelo particular supunha-se que os
dividendos crescessem a uma taxa anual constante por um período ininitamente
longo. Esse é o modelo de avaliação com crescimento constante, também conhe-
cido como modelo de Gordon, que pode ser calculado pela expressão:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
D1 (5.5)
Ks = =g
P0

Onde,
P0 = valor da ação ordinária
D1 = dividendo por ação esperado ao inal do ano 1
Ks = retorno exigido da ação ordinária
g = taxa constante de crescimento dos dividendos

Exemplo 35
A Tabajarius Corporation deseja determinar seu custo de capital próprio. O
preço de mercado de sua ação ordinária, P0, é igual a R$ 100. A empresa espera
pagar um dividendo, D1, de R$ 8 no inal do próximo ano. A taxa anual de cres-
cimento dos dividendos, g, é igual a 5%.

8
Ks = 100 + 0, 05 = 0, 08 + 0, 05 = 0, 13 ou 13%

O custo de capital próprio de 13% representa o retorno exigido em sua


aplicação pelos acionistas. Se o retorno efetivo for inferior a esse, os acionistas
tenderão a vender suas ações.

CUSTO DO CAPITAL E CRIAÇÃO DE VALOR


139

Resolva: A Limpezius Corporation deseja determinar seu custo de capital pró-


prio. O preço de mercado de sua ação ordinária, P0, é igual a R$ 120. A empresa
espera pagar um dividendo, D1, de R$ 10 no inal do próximo ano. A taxa anual
de crescimento dos dividendos, g, é igual a 6%.
Resposta: Ke = 14,33%.
Assaf Neto (2012) argumenta que a aplicação do modelo de preciicação de
ativos (CAPM), para estimação do custo de capital próprio no Brasil, embute
algumas limitações que afetam de forma signiicativa a qualidade do resultado
apurado. Esses problemas concentram-se, principalmente, no precário disclo-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

sure das companhias de capital aberto de todas as suas informações relevantes


aos investidores, no alto grau de concentração das ações negociadas no mer-
cado, baixa competitividade do mercado e na inexpressiva representatividade
das ações ordinárias (com direito a voto) nos pregões.

CUSTO DA DÍVIDA

Gitman (2010) airma que o custo de capital de terceiros de longo prazo (dívida)
é o custo após o imposto de renda, hoje, de levantar recursos emprestados de
longo prazo. Como os juros do capital de terceiros são dedutíveis para ins de
apuração de imposto de renda devido, reduzem o lucro tributável da empresa.
O custo de capital de terceiros depois do imposto de renda pode ser encontrado
multiplicando-se o custo antes do imposto de renda por 1 a menos a alíquota
do imposto de renda, como indicado na equação a seguir:

Ki = Kd x (1 - T) (5.6)

Onde,
Ki = custo da dívida após o imposto de renda
Kd = custo da dívida antes do imposto de renda
T = alíquota do imposto de renda

Custo da Dívida
140 UNIDADE V

Normalmente, o custo explícito de capital de terceiros de longo prazo é mais baixo


que o de qualquer uma das formas alternativas
de inanciamento de longo prazo, sobretudo por
causa das formas alternativas de inanciamento
de longo prazo, sobretudo por causa da possi-
bilidade de dedução dos juros para ins iscais.

Exemplo 36
A alíquota de imposto de renda da Financeirus

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Corporation é igual a 30%. Usando o custo de
capital de terceiros de 9,4% antes do imposto
de renda, calcule o custo de capital de terceiros
após o imposto de renda.
Ki = 9,4 x (1 - 0,3) = 6,58%
Resolva: A alíquota de imposto de renda
da Azules Corporation é igual a 30%. Usando o custo de capital de terceiros
de 8,4% antes do imposto de renda, calcule o custo de capital de terceiros
após o imposto de renda.
Resposta: Ki = 5,88%.

CUSTO DO CAPITAL, ALAVANCAGEM FINANCEIRA E


BETA

De acordo com Samanez (2007), o custo médio ponderado do capital (CMPC)


relete o risco e a estrutura de capital da empresa com seus atuais ativos, mas
não considera necessariamente as alterações que possam ocorrer devido à incor-
poração de novos ativos, em decorrência da execução de um novo projeto de
investimento. Caso a alternativa de investimento tenha o mesmo peril de risco da
empresa patrocinadora e não altere a sua alavancagem inanceira, o atual CMPC
da empresa poderá ser usado no desconto dos luxos de caixa. Entretanto, se a

CUSTO DO CAPITAL E CRIAÇÃO DE VALOR


141

alternativa de investimento alterar o risco inanceiro da empresa, será necessá-


rio efetuar um ajuste no CMPC.

ÍNDICES DE CRIAÇÃO DE VALOR: ANÁLISE DE


DESEMPENHO BASEADA NA GERAÇÃO DE VALOR
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Segundo Damodaran (2004), o valor de uma empresa é o valor presente dos


luxos de caixa esperados tanto dos ativos já instalados quanto do crescimento
futuro, descontados ao custo de capital. Para uma medida criar valor, ela deve
ter um ou mais dos seguintes resultados:
■ Aumentar os luxos de caixa gerados pelos investimentos atuais.

■ Aumentar a taxa de crescimento esperada nos lucros.

■ Aumentar a duração do período de alto crescimento.

■ Reduzir o custo de capital que é aplicado para descontar os luxos de caixa.


Em contrapartida, uma iniciativa que não afeta os luxos de caixa, a taxa de cres-
cimento esperada, a duração do período de alto crescimento ou o custo de capital,
não pode afetar o valor. Várias iniciativas são neutras em valor. No Quadro 3 é
apresentada uma cadeia de incremento do valor na qual as medidas que criam
valor são classiicadas tanto em relação à rapidez com que o fazem quanto em
relação ao nível de controle que a empresa tem sobre a criação de valor.

Índices de Criação de Valor: Análise de Desempenho Baseada na Geração de Valor


142 UNIDADE V

MENOS CONTRO-
MAIS CONTROLE
LE RESULTADOS
RESULTADO RÁPIDO
DE LONGO PRAZO
Soluções Rápidas Grande Possibilidade Longo Prazo
a. Alienar ativos/ 1. Reduzir as exigên- 1. Mudar a estra-
projetos com va- cias de capital de tégia de pre-
lor de alienação > giro por meio da ciicação, para
valor de continui- redução do estoque maximizar o
dade. e de duplicatas a produto das
b. Terminar projetos receber, ou aumen- margens de
com valor de tando as duplicatas lucro e índice

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
liquidação > valor a pagar. de giro.
Investimentos de continuidade. 2. Reduzir as despesas 2. Mudar para
existentes c. Eliminar despesas de manutenção tecnologia
operacionais que de capital sobre os mais eiciente
não geram recei- ativos já instalados. de operações,
tas brutas nem 3. Reduzir a alíquota para reduzir
crescimento. de imposto mar- as despesas e
ginal. aumentar as
d. Tirar vantagem da
margens.
lei tributária para
aumentar o luxo
de caixa.
Aumentar a taxa de
Eliminar novas des- Aumentar a taxa de rein-
reinvestimento ou
pesas de capital que vestimento ou retorno
Crescimento retorno marginal
estima-se que rendam marginal sobre o capital
esperado sobre o capital, ou
menos do que o custo ou ambos nos negócios
ambos, nos novos
de capital. atuais da empresa.
negócios.
Se qualquer um dos Usar economias de esca- a. Desenvolver
produtos ou serviços la ou vantagens de custo um nome de
da empresa podem para criar um retorno marca.
ser patenteados e mais alto sobre o capital. b. Aumentar o
protegidos, providen- custo de migrar
Duração do
ciar isso. do nosso pro-
período de
alto cresci- duto para outro
mento do concorrente
e reduzir o
custo de passar
do produto
concorrente
para o nosso.

CUSTO DO CAPITAL E CRIAÇÃO DE VALOR


143

MENOS CONTRO-
MAIS CONTROLE
LE RESULTADOS
RESULTADO RÁPIDO
DE LONGO PRAZO
a. Usar swaps e a. Mudar o tipo de i- Reduzir o risco
derivativos para nanciamento e usar operacional da
combinar a dívida títulos inovadores empresa, tornando
mais estreitamen- para reletir os tipos os produtos menos
te com os ativos de ativos que estão discricionários para
da empresa. sendo inanciados. os clientes.
b. Recapitalizar para b. Usar o mix ótimo
Custo do i-
deslocar a empre- de inanciamento
nanciamento
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

sa em direção ao para inanciar novos


seu índice ótimo investimentos.
de endividamen- c. Tornar a estrutu-
to. ra de custo mais
lexível, para reduzir
a alavancagem
operacional.
Quadro 3: A cadeia de incremento de valor
Fonte: Damodaran (2004)

Assaf Neto (2012) airma que, para o pressuposto básico de agregação de valor,
o desempenho operacional da empresa deve promover resultados que remu-
nerem os proprietários de capital em valores acima da taxa mínima de retorno
requerida. Essa riqueza é maximizada à medida que a criação de valor se man-
tém e a empresa consiga, nessas condições, elevar seus níveis de investimentos.
Criação de valor > benefícios econômicos gerados de caixa > retorno exi-
gido pelos proprietários de capital (CMPC).
De acordo com Samanez (2007), dentre os vários métodos de valoração eco-
nômica de empresas, o Método Economic Value Added (EVA) possibilita descobrir
qual o valor gerado pela empresa, pois o valor presente dos EVAs representa jus-
tamente a criação de valor. Como seu cálculo leva em conta o lucro econômico e
o custo de oportunidade do capital, esse método é compatível com a metodolo-
gia de avaliação por luxo de caixa descontado. Desde que respeitadas algumas
condições especiais, as duas metodologias deverão gerar os mesmos resultados.

Índices de Criação de Valor: Análise de Desempenho Baseada na Geração de Valor


144 UNIDADE V

O EVA é igual ao lucro operacional após o IR (Nopat) menos um encargo


pelo capital investido:

EVA = Nopat - ^Capital investido x CMPC h (5.7)

“O errado não é a criação de riqueza, mas o amor ao dinheiro por si só”, Mar-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gareth Thatcher, ex-primeira-ministra britânica, conhecida como a “dama de
ferro.”

Saiba mais sobre a Teoria de Fisher do Valor Presente e taxa de juros num
ambiente de incertezas.
<http://www.veduca.com.br/play/4464>.

Exemplo 37
A Empresa Finales S/A, no ano 2011, teve um lucro operacional após o IR
(Nopat) de R$ 120 milhões. Considerando um custo médio ponderado de capi-
tal de 19% e capital investido de R$ 558 milhões, determine a criação de valor
pelo método EVA.
EVA = 120.000.000 - (558.000.000 x 0,19) = 120.000.000 - 106.020.000 = R$
13.980.000,00
Resolva: A Empresa Zebreus S/A, no ano 2010, teve um lucro operacional
após o IR (Nopat) de R$ 240 milhões. Considerando um custo médio ponderado
de capital de 18% e capital investido de R$ 680 milhões, determine a criação de
valor pelo método EVA.
Resposta: EVA = 117,600 milhões.

CUSTO DO CAPITAL E CRIAÇÃO DE VALOR


145

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta unidade destinou-se a apresentar a determinação do custo médio ponde-


rado do capital e sua relação com a criação de valor. É essencial no estudo de
inanças corporativas, com base nos princípios de luxo de caixa descontado, que
o valor de uma empresa possa ser aumentado alterando-se um dos quatro prin-
cipais fatores de valor: i) os luxos de caixa dos ativos já instalados, ii) a taxa de
crescimento esperado durante o período de alto crescimento, iii) a duração do
período de alto crescimento, e iv) o custo de capital.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Considerações Finais
1. Considerando as informações abaixo referentes a uma empresa do
ramo atacadista, qual deve ser a remuneração exigida pelos seus inves-
tidores (custo de capital próprio) pelo Modelo CAPM?
■ Taxa de retorno sem risco = 6,5%.
■ Coeiciente Beta = 1,5.
■ Rentabilidade oferecida pelo mercado = 18%.
2. A Iluminadius Corporation deseja determinar seu custo de capital pró-
prio pelo Método de Gordon. O preço de mercado de sua ação ordinária,
P0, é igual a R$ 95. A empresa espera pagar um dividendo, D1, de R$
6,50 no inal do próximo ano. A taxa anual de crescimento dos divi-
dendos, g, é igual a 5,5%.
3. Considerando os dados abaixo referentes a uma empresa prestadora
de serviços, calcule o custo médio ponderado do capital (CMPC).

FONTE DE CAPITAL REMUNERAÇÃO EXIGIDA


Capital ordinário R$ 600.000 x 25% = R$ 150.000
Capital preferencial R$ 500.000 x 22% = R$ 110.000
Financiamento R$ 900.000 x 18% = R$ 162.000
Total R$ 422.000

4. A Empresa Investimentus S/A, no ano 2011, teve um lucro operacional


após o IR (Nopat) de R$ 260 milhões. Considerando um custo médio
ponderado de capital de 22% e capital investido de R$ 840 milhões,
determine a criação de valor pelo método EVA.
146 - 147

MATERIAL COMPLEMENTAR

Finanças Corporativas - Teoria e Prática


Autor: Damodaran, Aswath
Editora: Bookman
Sinopse: o livro procura unir teoria e prática na tomada de
decisões sobre onde investir o capital, onde buscar fundos
para um inanciamento ou o quanto retornar aos proprietários
da empresa sob forma de dividendos.

Avaliação empresarial e o valor de uma empresa. Quanto vale uma empresa em fase inicial?
<http://www.youtube.com/watch?v=WLOBFrlZvGY>.

Material Complementar
148 - 149

CONCLUSÃO

Este livro procurou apresentar o estudo da moderna gestão inanceira corpo-


rativa, que é fundamentada na busca da maximização de valor da empresa
como princípio norteador na tomada de decisões de investimento e inan-
ciamento. Para a criação de valor, um ou mais desses fatores necessitam ser
implementados pela entidade: aumento dos luxos de caixa gerados pelos
investimentos atuais, aumento na taxa de crescimento esperado nos lucros,
aumento na duração do período de alto crescimento e redução no custo de
capital que é aplicado para descontar os luxos de caixa.
Na primeira unidade, realizou-se uma introdução básica das técnicas da
matemática inanceira necessárias para a compreensão da administração
inanceira, em face das atividades empresariais.
Na segunda unidade, demonstrou-se o entendimento do desempe-
nho econômico-inanceiro das empresas, por meio de índices inanceiros,
analisando questões relacionadas à liquidez, atividade, endividamento e
rentabilidade.
Na terceira unidade, discutiram-se as decisões de investimento no longo
prazo, por meio das técnicas da orçamentação de capital e os métodos e os
critérios de avaliação econômica de alternativas de investimentos.
Na quarta unidade, foi analisada a relação existente entre risco operacio-
nal, alavancagem operacional e ponto de equilíbrio, bem como os efeitos da
alavancagem inanceira sobre os lucros disponíveis aos acionistas.
Finalmente, na quinta unidade, apresentaram-se o conceito fundamen-
tal e as fontes especíicas de capital ao calcular o custo médio ponderado de
capital (CMPC) e apresentar as ferramentas e técnicas de incremento de valor.
150 - 151

REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
. Matemática Financeira e Suas Aplicações. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BATISTELLA, F. D. Análise dinâmica do capital de giro e inlação: um estudo de caso
em empresa de recursos hídricos. In CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CON-
TABILIDADE. Anais... São Paulo, 2006. São Paulo: 2006.
DAMODARAN, A. Finanças Corporativas Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo:
Bookman, 2004.
. Avaliação de Empresas. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2007.
FAVERO, H. L., et al. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2009.
GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson,
2010.
GITMAN, L. J, MADURA, J. Administração Financeira: uma Abordagem Gerencial.
São Paulo: Pearson, 2006.
MAZZIONI, S.; DEDONATTO, O.; GALANTE, C.; BIAZZI, J. A, CASTRO NETO, J. L. de.
Avaliação de Intangíveis: o Goodwill no Contexto das Práticas Internacionais Com-
parativas. Revista Gestão Organizacional, Chapecó, v.1, n.1, p.19-31, 2004.
NUNES, G.; HAIGH, D. Marca: Valor do Intangível. São Paulo: Atlas, 2003.
SAMANEZ, C. P. Gestão de Investimentos e Geração de Valor. São Paulo: Pearson,
2007.
. Matemática Financeira. 5. ed. São Paulo: Pearson, 2010.

VICECONTI, P.E.V.; NEVES, S. Introdução à economia. São Paulo: Editora Frase, 2005.
152 - 153

ANEXO

ANEXO I

Signiicado de Teclas da Calculadora HP-12C


% Porcentagem
%T Cálculo do percentual de um número em rela-
ção a outro
1/x Inverso de um número
Δ% Diferença percentual entre números
ΔDYS Variação de dias
∑ Registradores estatísticos
ALG (algebraic) Modo convencional de cálculo
AMORT (amortization) Amortização
BEG Prestações antecipadas
BST Retrocesso de linha de programa
CFj (cash low) Fluxo de caixa na data j
CFo (cash low) Fluxo de caixa na data zero (investimento inicial)
CHS (change sign) Troca de sinal
CLx (Clear X) Limpar o registrador X
D.MY Formato de data notação brasileira
DATE Data
DB Depreciação pelo método Declínio de Balanço
EEX (enter expoent) Notação cientíica
END Prestações postecipadas
ex
Antilogaritmo
FIN Registradores inanceiros
FRAC (fractionary) Parte fracionário de um número
FV (future value) Valor futuro ou montante
GTO Desviar a execução do programa para outra
linha
i (interest rate) Taxa de juros
INT (interest) Juros
INTG (integer) Número inteiro
ANEXO

IRR (internal rate of return) Taxa interna de retorno

LN Logaritmo neperiano
LSTx(last X) O valor de X antes da última operação volta para X
M.DY Formato de data notação americana
MEM (memory) Memória
n Número de períodos
n! Fatorial
Nj Frequência de valores
NPV (net present value) Valor presente líquido
P/R Modo de programação
PMT (periodic payment amount) Prestações constantes
PREFIX Registradores pré-ixados
PRGM Registradores de programação
PRICE Preço de títulos inanceiros
PSE Tecla de programação
PV (presente value) Valor presente, capital, valor atual
R↓ (roll down) Rolar para baixo
R/S (run / stop) Executar ou interromper um programa
RCL (recall) Recuperar
REG Registradores gerais
RND (rounded) Arredondamento numérico
RPN (reverse Polish notation) Notação Polonesa Reversa
SL Depreciação pelo método Sistema Linear
SOYD Depreciação pelo método de Cole (soma dos
dígitos)
SST Avanço de linha de programa
STO (store) Armazenar
X><Y Troca o valor do registrador X com o do Y
YTM Rendimento de títulos inanceiros
y x
Potência
Fonte: elaborado pelo autor a partir do manual da calculadora HP-12C
154 - 155

ANEXO

ANEXO II

terminologia Técnica Aplicada em Finanças Corporativas Interna-


cionais
Sigla Termo em Inglês Termo em Português
ADRs American depositary receipts Recibos de depósito americano
Modelo de preciicação por
APM Arbitrage pricin gmodel
arbitragem
APV Adjusted present value Valor presente ajustado
BV Book value Valor contábil
BV/MV Book value/market value Valor contábil/valor de mercado
Modelo de preciicação de
CAPM Capital asset pricing model
ativo de capital
CF Cash Flow Fluxo de Caixa
Retorno de luxo de caixa sobre
CFROI Cash low return on investment
investimento
D Debt Dívida
DA Depreciation and amortization Depreciação e amortização
DCF Discounted cash low Fluxo de caixa descontado
Modelo de desconto de divi-
DDM Dividend discount model
dendo
D/E Debt-to-equity Dívida/patrimônio líquido
DPS Dividends per share Dividendos por ação (DPA)
E Equity Patrimônio Líquido
Earnings before interest and
Ebit Lucros antes de juros e impostos
taxes
Earnings before interest, taxes, Lucros antes de juros, impos-
Ebitda
depreciation, and amortization tos, depreciação e amortização
EPS Earnings per share Lucros por ação (LPA)
Valor das operações da em-
EV Enterprise value
presa
EVA Economic value added Valor econômico agregado
EV/
Enterprise value-to-Ebitda Valor da empresa/Ebitda
Ebitda
ANEXO

Sigla Termo em Inglês Termo em Português


FCF Free cash low Fluxo de caixa livre
FCFE Free cash low to equity Fluxo de caixa livre para PL
Fluxo de caixa livre para a
FCFF Free cash low to the irm
empresa
IPO Initial public ofering Oferta pública inicial
LBO Leveraged buyouts Compras alavancadas
MVA Market value added Valor de mercado agregado
NI Net income Lucro Líquido (LL)
NOL Net operating loss Prejuízo operacional líquido
NPV Net present value Valor presente líquido (VPL)
OLS Ordinary least squares Mínimos quadrados
P/BV Price/book value Preço/Valor contábil
P/E Price-earnings Preço/lucro (PL)
PEG Price-earnings/growth Preço/lucro/crescimento
Preço/luxo de caixa livre para
P/FCFE Price to free cash low to equity
patrimônio líquido
PS Price-sales Preço/vedas (P/V)
PV Present value Valor presente (VP)
Modelo quantitativo de
Quantitative marketability dis-
QMDM desconto pelas condições de
count model
mercado
Empresa de investimentos
REIT Real estateinvestmenttrust
estrangeiros
ROC Returnon capital Retorno sobre capital
Retorno sobre patrimônio
ROE Returnonequity
líquido
Comissão de valores imobiliári-
Securities and Exchange Com-
SEC os (é o órgão equivalente no
mission
Brasil)
Selling, general andadministra- Despesas de vendas, gerais e
SG&A
tive administrativas
Média ponderada do custo de
WACC Weighted average cost of capital
capital
WC Working capital Capital de giro (CG)
Fonte: Damodaran (2007)
156 - 157

GABARITO

UNIDADE 1
1.
a) f REG
5000 CHS PV
8 ENTER
30 X n
3 ENTER
12 X i
f INT
+
Resposta: FV = R$ 6.200,00
b) f REG
5000 CHS PV
8n
3i
FV
Resposta: FV = R$ 6.333,85

2. Desconto Simples Comercial


f REG
0,045 ENTER
3X
1 – CHS
3500 X PV = R$ 3.027,50
STO 1
CLx
3500 ENTER
RCL 1 - Desconto = R$ 472,50
GABARITO

Desconto Simples Racional


f REG
3500 ENTER
0,045 ENTER
3X
1+
/ PV = R$ 3.083,70
STO 1
CLx
3500 ENTER
RCL 1 - Desconto = R$ 416,30
A modalidade de desconto mais vantajosa para o detentor do título é o descon-
to racional.

3. f REG
g END
1000 CHS PMT
12 n
4i
FV
FV = Montante = R$ 15.025,81

4. SAF (Tabela Price)


Valores em R$

PERÍODO PRESTAÇÃO JUROS AMORTIZAÇÃO SALDO DEVEDOR


0 - - - 240.000,00
1 72.169,38 48.000,00 24.169,38 215.830,62
2 72.169,38 43.166,12 29.003,26 186.827,36
3 72.169,38 37.365,47 34.803,91 152.023,45
158 - 159

GABARITO

4 72.169,38 30.404,69 41.764,69 110.258,76


5 72.169,38 22.051,75 50.117,63 60.141,13
6 72.169,38 12.028,23 60.141,15 0,00
TOTAL 433.016,28 193.016,28 240.000 -

SAC Valores em R$

PERÍODO PRESTAÇÃO JUROS AMORTIZAÇÃO SALDO DEVEDOR


0 - - - 240.000,00
1 88.000,00 48.000,00 40.000,00 200.000,00
2 80.000,00 40.000,00 40.000,00 160.000,00
3 72.000,00 32.000,00 40.000,00 120.000,00
4 64.000,00 24.000,00 40.000,00 80.000,00
5 56.000,00 16.000,00 40.000,00 40.000,00
6 48.000,00 8.000,00 40.000,00 0,00
TOTAL 408.000,00 168.000,00 240.000,00 -

O tomador de empréstimo pagará menos juros nominais no Sistema de Amortiza-


ção Constante (SAC).

UNIDADE 2
1. Resposta:
Gitman e Madura (2006) argumentam que, além dos cálculos dos índices inancei-
ros, o mais importante é a interpretação dos valores desses índices, suge¬rindo as
seguintes precauções:
A análise de índices apenas dirige a atenção para as áreas potenciais de preocupa-
ções e não oferece evidências conclusivas quanto à existência de um problema.
Um índice único muitas vezes não fornece informações para julgar o desempenho
geral da empresa.
Os índices que estão sendo comparados devem ser calculados usando-se as de-
monstrações efetuadas na mesma data durante o ano. Caso contrário, os efeitos da
sazonalidade podem gerar conclusões e decisões errôneas.
É preferível utilizar demonstrações inanceiras auditadas para análise de índices.
GABARITO

Os dados inanceiros que estão sendo comparados devem ter sido desen¬volvidos
da mesma maneira.
Os resultados correm o risco de serem distorcidos pela inlação, que pode fazer os
valores contábeis do estoque e dos ativos depreciáveis diferirem muito de seus ver-
dadeiros valores (reposição).
De acordo com exigências da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), os qua¬tro
principais demonstrativos inanceiros a serem divulgados aos acionistas são:
1. A Demonstração de Resultados – Fornece um resumo inanceiro dos resultados
operacionais da empresa (lucro ou prejuízo).
O Balanço Patrimonial – Apresenta uma demonstração resumida da posição inan-
ceira da empresa em um dado momento. A demonstra¬ção equilibra os ativos da
empresa em relação a seu inanciamento, que pode ser dívida (o que ela deve), ou
patrimônio líquido (o que os pro-prietários forneceram).
3. A Demonstração dos Lucros Retidos – Reconcilia o lucro líquido ganho durante
um dado ano e quaisquer dividendos em dinheiro pagos com a mudança nos lucros
retidos entre o início e o inal daquele ano.
4. A Demonstração de Fluxos de Caixa – É um resumo dos luxos de caixa no pe-
ríodo em questão. A demonstração fornece uma visão esclarecedora dos luxos de
caixas operacionais, de investimento e de inanciamento e recon¬cilia-os com mu-
danças em seu caixa e títulos negociáveis durante o período.
2. Resposta:
O índice de liquidez seca fornece uma medida melhor da liquidez geral somente
quando o estoque de uma empresa não pode ser facilmente convertido em caixa.
Se o estoque é líquido, o índice de liquidez corrente (curto prazo) é a medida prefe-
rida da liquidez geral.
3. Resposta:
O Índice de Endividamento Geral mede a parte do ativo total inanciada pelos cre-
dores da empresa. Quanto mais alto esse índice, maior a quantia em dinheiro de
terceiros que está sendo usada para gerar lucros.
O Índice de Cobertura de Juros avalia a capacidade da empresa de saldar dívidas.
160 - 161

GABARITO

UNIDADE 3
1. Alternativa C.
2. Alternativa B.
3. Alternativa D.

4.
Alternativa A
f REG
1600 CHS g CFo
250 g CFj
1450 g CFj
250 g CFj
250 g CFj
70 g CFj
f IRR TIR = 16,81%
12 i
f NPV VPL = R$ 155,69

Alternativa B
f REG
1600 CHS g CFo
0 g CFj
0 g CFj
550 g CFj
1150 g CFj
2050 g CFj
f IRR TIR = 21,65%
12 i
f NPV VPL = R$ 685,55
GABARITO

Alternativa C
f REG
1600 CHS g CFo
250 g CFj
400 g CFj
550 g CFj
700 g CFj
1975 g CFj
f IRR TIR = 26,55%
12 i
f NPV VPL = R$ 899,10

Alternativa D
f REG
1600 CHS g CFo
300 g CFj
450 g CFj
750 g CFj
750 g CFj
900 g CFj
f IRR TIR = 22,80%
12 i
f NPV VPL = R$ 547,75
Conclusão: A melhor alternativa de investimento é o Projeto C, por ser o mais ren-
tável.

UNIDADE 4
1. Ponto de Equilíbrio Operacional ou Contábil = 119.048 unidades ou R$
5.952.380,95
2. Ponto de Equilíbrio Econômico = 117.619 unidades.
162 - 163

GABARITO

3. GAO = 1,31
Um GAO de 1,31 signiica que, para cada 1% de aumento ou diminuição no nível
de vendas, haverá um aumento ou diminuição de 1,31% no Lucro Antes de Juros e
Imposto de Renda (Lajir).

4. GAF = 1,10
Um GAF de 1,10 signiica que, para cada 1% de aumento ou diminuição no nível
de vendas, haverá um aumento ou diminuição de 1,10% no Lucro por Ação (LPA).

5. GAT = 1,441
Trata-se de uma visão panorâmica da alavancagem combinada, ou seja, da ex-
posição ao risco.

UNIDADE 5
1. Ke = 6,5 – 1,5 (18 – 6,5) = 23,75%
2. Ks = (6,50 / 95) + 0,055 = 0,1234 ou 12,34%
3. CMPC = 422.000 / 2.000.000 = 0,2110 ou 21,10%

Métodos de Avaliação - Valor da Empresa


Avaliação Baseada no Lucro Econômico (EVA) - Economic Value Added

Descrição Valores
Capital Investido R$ 840
Valor Operacional após o IR (Nopat) R$ 260
(-) Encargos sobre o Capital Investido (ca-
R$185
pital investido x K)
Custo Médio Ponderado do Capital (K) R$ 0.22 taxa unitária

EVA (Lucro Econômico) R$ 75

EVA = R$ 75 milhões

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