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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA


CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Vanessa Dal Moro

Diretrizes Para Elaboração de um Plano de Gestão


Ambiental para Cooperativa Majestade.

Passo Fundo, 2011.


Vanessa Dal Moro

Diretrizes Para Elaboração de um Plano de Gestão


Ambiental para Cooperativa Majestade.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Engenharia Ambiental, como parte
dos requisitos exigidos para obtenção do título
de Engenheiro Ambiental.
Orientador: Prof. Aline Ferrão Custódio
Passini, Dra.

Passo Fundo , 2011.


Vanessa Dal Moro

Diretrizes Para Elaboração de um Plano de Gestão Ambiental


para Cooperativa Majestade.

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de


Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e
Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Orientador:_________________________
Aline Ferrão Custódio Passini, Dra.
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________
Juliana Kurek, Ms.
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________
Ricardo Salami Debastiani, Ms.
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

Passo Fundo, 06 de dezembro de 2011.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder a vida e a oportunidade de estar hoje


concluindo mais uma etapa.

Agradeço aos meus pais Darci e Rozeli, minha irmã Andressa e meu sobrinho Fernando, pelo
amor incondicional e apoio em todas as decisões. Aos meus pais em especial pelos conselhos,
educação, pelos melhores abraços e por possibilitarem a conquista deste sonho profissional.

Ao meu namorado Alexandre, por ser sempre compreensível nos momentos difíceis, pelo
incentivo e apoio, pelo amor, por acreditar nos meus sonhos e por estar sempre presente, em
especial neste momento. Muito Obrigada!

A minha orientadora, professora Aline Ferrão Custódio Passini, pela dedicação, apoio e
amizade durante os anos de estudo e em especial na conclusão deste trabalho.

Aos professores do Curso de Engenharia Ambiental por todo o conhecimento passado, pelo
incentivo no futuro profissional e pela amizade.

Aos meus queridos colegas que estiveram junto comigo nesta caminhada dos quais levarei
sempre a lembrança e a saudade. Muito Obrigada por me proporcionarem a oportunidade de
lhes conhecer e chamar de amigos. Serão lembrados sempre com muito carinho.

Agradeço a Direção da Cooperativa Majestade por permitir a realização deste estudo na


unidade industrial, e em especial ao Administrador Egidio Loregian.

Agradeço aos amigos de que trouxe comigo para esta etapa por tudo o que significam e, em
especial a Karen e a Marta, às quais sabem o quão importantes foram em todos os momentos.

Ainda a todos às amigas e amigos que tive o privilégio de conhecer neste período, em
especial aos amigos dos cursos de Medicina Veterinária, Agronomia, Farmácia e Biologia.
Saudades!
DEDICATÓRIA

À Laura Helena, segundo coração batendo


dentro de mim. Dedico esta conquista a
você minha filha que dividiu comigo todas
as emoções deste momento.
Aos meus pais, minha irmã, meu sobrinho
Fernando e ao meu namorado Alexandre.
Só se pode alcançar um grande êxito
quando nos mantemos fiéis a nós mesmos.

Friedrich Nietzsche
RESUMO

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o aumento acelerado da população e as melhores


condições de renda foram fatores determinantes no desenvolvimento da indústria alimentícia.
No entanto a demanda por alimentos veio acompanhada de um aumento na poluição gerada
pelo setor o que não foi visto com bons olhos. Produzir alimentos de maneira a comprometer
a saúde e bem estar da população passou a ser questionado e ações começaram a ser cobradas
pela sociedade. A busca pela produção de maneira limpa com menores impactos ao meio
ambiente, além de atrair uma parcela maior do mercado consumidor, traz benefícios com a
diminuição dos gastos com resíduos e matéria prima. Este estudo aborda as diretrizes da
norma NBR ISO 14001 para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para a
indústria de carne suína, com base nos principais aspectos e impactos gerados por ela. A
metodologia abordou o estudo de caso de uma indústria de processamento de carne suína,
onde os dados foram obtidos através de análise dos processos produtivos e históricos da
empresa. Os resultados deste trabalho proporcionam uma visão ampla dos principais
problemas ambientais ligados à indústria de carne suína e a poluição por ela gerada,
disponibilizando ao setor informações sobre os pontos a serem analisados e trabalhados para a
implantação de um Sistema de Gestão Ambiental.

Palavras-chaves: Indústria Suína. Impactos Ambientais. Sistema de Gestão Ambiental.


ABSTRACT

With the end of the Second World War, the rapid population growth and better incomes were
important factors in the development of food industry. However, the demand for food came
with an increase in the pollution generated by the sector which wasn’t frowned upon.
Producing food in ways that affect the health and welfare of the population has been
questioned and actions started to be charged by the society. The search for a cleanly
production with lower environmental impacts, in addition to attracting a larger share of
consumers, brings benefits in the reduction of costs and raw material. This study discusses the
guidelines for implantation of the ISO 14001 standard in an Environmental Management
System for the pig industry, based on the main aspects and impacts generated by it. The
methodology dealt with the case study of a pig meat processing industry, where the data were
obtained through analysis of the production processes and the company historic. The results
of this study provide a broad overview of the main environmental problems associated with
the pig industry and pollution generated by it, providing to the industry informations about
points to be analyzed and worked out for the establishment of an Environmental Management
System.

Key-word: Swine Industry. Environmental Impacts. Environmental Management System.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Fluxograma das etapas do estudo de caso desenvolvido. ......................................... 30


Figura 2: Classificação dos aspectos e impactos ambientais.................................................... 44
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Percentual de crescimento da indústria alimentícia no Brasil entre 1990 e 1995. ... 15
Tabela 2: Valores mensais de resíduos sólidos gerados. .......................................................... 35
Tabela 3: Tratamento dos resíduos sólidos da Majestade. ....................................................... 36
Tabela 4: Padrão de emissão do efluente bruto no ano de 2010............................................... 37
Tabela 5: Padrões monitorados no lançamento de efluente tratado. ........................................ 38
Tabela 6: Valores para classificação de Aspecto e Impacto. .................................................... 45
LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Atividades desenvolvidas e geração de resíduos. .................................................... 34


Quadro 2: Aspectos e impactos ambientais na indústria. ......................................................... 40
Quadro 3: Aspectos e impactos ambientais na indústria (continuação). .................................. 40
Quadro 4: Objetivos e metas para o SGA. ............................................................................... 47
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11
1.1 Objetivos .................................................................................................................... 13
1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 13
1.1.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 13
1.2 Escopo ........................................................................................................................ 13
1.3 Estrutura do Trabalho ................................................................................................ 14
2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 15
2.1 Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 15
2.1.1 Evolução da Indústria Alimentícia e do Consumo no Brasil ............................. 15
2.1.2 Evolução da suinocultura no Rio Grande do Sul ................................................ 18
2.1.3 Produção, Geração de Resíduos e Poluição........................................................ 20
2.1.4 Legislação ........................................................................................................... 22
2.1.5 Sistema de Gestão Ambiental e norma NBR ISO 14001 ................................... 26
2.2 Métodos e materiais ................................................................................................... 28
2.3 Análise e Discussão dos Resultados .......................................................................... 30
2.3.1 Caracterização da Empresa................................................................................. 30
2.3.2 Matérias-primas utilizadas e Insumos ................................................................ 32
2.3.3 Geração de Resíduos .......................................................................................... 33
2.3.3.1 Geração de Resíduos Sólidos .......................................................................... 35
2.3.3.2 Emissão de Efluentes ...................................................................................... 36
2.3.3.3 Emissões Atmosféricas ................................................................................... 38
2.3.4 Aspectos e Impactos Ambientais........................................................................ 39
2.3.5 Diretrizes ............................................................................................................ 42
2.3.5.1 Política ambiental ........................................................................................... 42
2.3.5.2 Planejamento ................................................................................................... 43
2.3.5.2.1 Aspectos e Impactos Ambientais ............................................................... 43
2.3.5.2.2 Requisitos Legais ....................................................................................... 46
2.3.5.2.3 Objetivos e Metas ...................................................................................... 46
2.3.5.3 Implantação e operacionalização .................................................................... 47
2.3.5.3.1 Estrutura e Responsabilidade..................................................................... 47
2.3.5.3.2 Treinamento, Conscientização e Competência. ......................................... 48
2.3.5.3.3 Comunicação ............................................................................................. 48
2.3.5.3.4 Controle de Documentos ........................................................................... 49
2.3.5.3.5 Controle Operacional ................................................................................. 49
2.3.5.3.6 Preparação e Atendimento a Emergências ................................................ 50
2.3.5.4 Verificação e Ação Corretiva.......................................................................... 50
2.3.5.4.1 Monitoramento e medição ......................................................................... 50
2.3.5.4.2 Não conformidade e ação corretiva e preventiva ...................................... 51
2.3.5.4.3 Registros .................................................................................................... 52
2.3.5.4.4 Auditoria do sistema de gestão ambiental ................................................. 52
2.3.5.5 Análise pela administração ............................................................................. 53
3 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 55
1 INTRODUÇÃO

Desde a revolução industrial, o meio ambiente tem sido alterado com grande
intensidade pelas atividades humanas, observando-se junto a isto, diversos fatores negativos
como o rápido aumento da população, a crescente ocupação das áreas urbanas, aumento do
consumo de produtos, de matéria-prima e insumos (ROCHA, 2006). Este aumento rápido e
sem planejamento do consumo e da produção industrial trouxe consigo um aumento de
resíduos gerados, emissões atmosféricas e hídricas e assim um desenfreado crescimento da
poluição ao meio.
Até a década de oitenta as empresas mantinham um ritmo de desenvolvimento que
deixava o meio ambiente em segundo plano, tendo a visão de que preocupações com o meio
era um custo adicional à produção, que não agregam valor ao produto ou a imagem
empresarial. Este modo de pensar começou a ser mudado a partir do encontro ECO-92 e da
Agenda 21, quando as ações a favor do meio ambiente passaram a ser um assunto de
importância nas políticas públicas e, um diferencial empresarial para abertura de novos
mercados consumidores. Mas até essa visão ser mudada muitos danos ao meio ambiente e a
saúde pública foram causados em busca de crescimento industrial e lucros inconsequentes.
Neste desenvolvimento industrial a produção de alimentos também teve grande
contribuição na poluição. Desde a década de 50 e, acentuando-se mais no fim da década de 90
e inicio dos anos 2000, o consumo de alimentos processados vem crescendo, devido às
mudanças no dia-a-dia da população e na disponibilidade de tempo. A nova era de trabalho e
produção trouxe consigo o consumo de produtos prontos e com eles o aumento de resíduos,
de consumo de recursos naturais e da poluição. Na produção industrial de alimentos há uma
grande porcentagem de poluição que deriva desde a produção da matéria-prima até a
destinação dos resíduos pós-consumo, sendo esta contribuição de grande porte e importância,
devido às características dos resíduos produzidos e o volume gerado.
A indústria de carne suína produz uma grande parcela de contaminação durante todo o
processo produtivo, desde o nascimento do leitão até o transporte do produto final para o
mercado consumidor. Os principais contaminantes são os de características orgânicas como os
dejetos na fase de criação e no abate e, o sangue e a gordura nas etapas de processamento, que
sem uma adequada e eficiente técnica de tratamento e controle, possuem um elevado
potencial de contaminação do solo e águas superficiais e subterrâneas.

11
Outros contaminantes como emissões dos caminhões de transporte, a queima de lenha
nos fornos e nas caldeiras, o descarte de materiais plásticos e o uso de produtos químicos para
a desinfecção estão entre os principais agentes contaminantes deste tipo de atividade.
Estas consequências ao meio ambiente já não são mais vistas com bons olhos pelo
mercado consumidor, principalmente para exportação a países Europeus e Asiáticos que hoje
somam uma grande parcela consumidora dos produtos aqui produzidos. Para isso, buscar boas
práticas de produção, com sistemas que gerenciem o uso racional de insumos aliado a
minimização dos impactos gerados ao meio, torna-se uma importante política de comércio
além de trazer benefícios ao meio ambiente e maiores lucros às empresas.
Frente às mudanças que vem ocorrendo na competição entre as empresas, uma
adequada gestão ambiental passa a ser uma vantagem competitiva em relação aos
concorrentes. Segundo Rocha (2006), as empresas estão progressivamente avaliando a
questão ambiental na tomada de suas decisões, o que tem sido visto com bons olhos pelos
consumidores. Em vez de simplesmente dispor seus resíduos, as empresas passaram a buscar
alternativas mais eficientes de tratamento como a reciclagem, a redução, o reuso e, quando
possível, a não geração dos resíduos, contribuindo para a solução efetiva do problema, e ainda
agregando valor ao que seria descartado, reduzindo também os custos com a disposição.
Além do tratamento dos resíduos, técnicas de produção que aperfeiçoam o consumo de
matéria-prima e insumos também passaram a ser foco na produção industrial.
Dentro dessa maneira de pensar e desenvolver-se, a legislação brasileira vem sendo
construída com um foco cada vez maior para o meio ambiente e a sustentabilidade, e para as
empresas um grande aliado no desenvolvimento são o Sistema de Gestão Ambiental e as
normas de certificação ABNT. Assim, a norma NBR ISO 14001 apresenta-se como um
grande selo para as empresas brasileiras que buscam um mercado externo, por ser uma norma
que certifica a empresa, seus produtos e serviços, garantindo para o comprador o atendimento
aos padrões de produção exigidos, equilibrando proteção ambiental e prevenção da poluição
com as necessidades socioeconômicas, e ainda abrir portas para os mercados consumidores
estrangeiros.
Adequar os processos produtivos, aliando tecnologia e proteção ao meio ambiente,
traz além de benefícios a sociedade, como bem estar e proteção do meio onde vivem
benefícios para a empresa, que deixa de gastar com o tratamento ou disposição de grandes
quantidades de resíduos e na compra de matéria-prima nova, ganha uma posição privilegiada
podendo agregar um valor de venda maior ao seu produto sem perder mercado consumidor,

12
ao contrário, abrindo portas para um mercado mais exigente que não se importa em pagar por
qualidade de produto e produção.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo foi avaliar as diretrizes da norma NBR ISO 14001 de
2004 necessárias para a elaboração de um plano de Gestão Ambiental para a Cooperativa
Majestade em busca da certificação ambiental.

1.1.2 Objetivos específicos

• Caracterizar e descrever de forma geral a cooperativa Majestade;


• Descrever os principais insumos e matérias primas utilizadas no processamento da carne;
• Caracterizar a geração de resíduos no processo de industrialização;
• Levantar alguns dos principais aspectos e impactos ambientais presentes nas etapas de
processamento da carne suína;
• Elaborar diretrizes necessárias para a implantação de um plano de Gestão Ambiental para
a empresa.

1.2 Escopo

Observando-se o sistema de produção da Cooperativa Majestade, a qual atua em


várias atividades ligadas à produção de suínos e ao processamento de produtos derivados
da carne, este trabalho delimita-se ao estudo de alguns dos processos ligados apenas às
atividades de processamento da carne suína na indústria, excluindo-se os demais
processos os quais estão inseridos na produção do suíno, fabrica de ração, abate
transporte, assistência técnica, escritório e demais atividades terceirizadas.

13
1.3 Estrutura do Trabalho

A estrutura metodológica deste estudo é composta por três capítulos. No presente


capítulo, se apresenta a introdução abordando o problema e a justificativa da pesquisa, os
objetivos e as delimitações do trabalho.
No capítulo 2, apresenta-se a Revisão da Literatura abordando os temas principais e de
importância para a compreensão e realização do estudo. Ainda neste capítulo se aborda a
Metodologia, os Materiais e os Métodos utilizados para a realização deste estudo, e a
apresentação e análise dos resultados obtidos.
No capítulo 3, apresentam-se as Conclusões obtidas com a realização da pesquisa e
faz-se sugestões para a realização de novos estudos sobre o tema abordado.

14
2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão Bibliográfica

2.1.1 Evolução da Indústria Alimentícia e do Consumo no Brasil

Após a Segunda Guerra Mundial a indústria brasileira foi fortemente impulsionada a


fim de atender a demanda dos países atingidos pela guerra. Esse fator direcionou para a
produção de produtos denominada dinâmica, com produção de bens de consumo duráveis e de
capital, como por exemplo, os setores farmacêuticos, químico, metalúrgico, elétrico,
mecânico e de transporte, deixando em segundo plano o setor de transformação tradicional, no
qual estava inserido o alimentício (SATO, 1997).
Este modelo de produção perdurou até o final da década de 70 inicio dos anos 80,
seguindo o desenvolvimento industrial dos países mais desenvolvidos, os quais possuíam
mais subsídios para este tipo de produção, garantindo o desenvolvimento estável de todos os
setores produtivos. Já na década de 80 até o ano de 1992, influenciada pela turbulência
econômica e política que o país atravessava devido às dívidas internas e externas, a indústria
de bens duráveis sofreu uma queda de 7,4% pela falta de políticas industriais claras enquanto
que a indústria têxtil e alimentícia cresceu cerca de 8%. Sato (1997) cita que esta mudança foi
justificada pelo menor poder de compra dos consumidores internos e pela menor elasticidade
de renda. A tabela 1 apresenta as taxas de crescimento apresentadas pela indústria alimentícia
no Brasil no período entre 1990 e 1995.

Tabela 1: Percentual de crescimento da indústria alimentícia no Brasil entre 1990 e 1995.


ANO PIB Crescimento Indústria
Industrial Alimentícia
1990 - 4,40 - 9,46 1,82
1991 0,20 - 2,35 3,58
1992 - 0,80 - 4,09 - 0,08
1993 4,10 7,94 0,34
1994 5,70 17,50 0,90
1995 4,20 2,00 4,00
Fonte: Adaptado de Sato 1997.
15
Na tabela 1 pode-se observar que a indústria alimentícia apresentou um crescimento
desde o ano de 1990, sendo que até 1992 este desenvolvimento foi acompanhando da queda
do PIB nacional e da redução no crescimento da indústria em um todo. A partir de 1993 a
indústria de alimentos brasileira passou a oscilar entre o sobe e desce do capital financeiro,
opondo-se sempre às condições da indústria de bens duráveis. No entanto, no ano de 1995,
mesmo apresentando um crescimento inferior ao PIB nacional, a exportação de alimentos
semielaborados que compreendem carne, soja, suco e seus derivados somam 13,69%, dando
um crescimento ao setor de 12,86% em 1990 para 16,82% em 1995 (SATO, 1997).
Além dos problemas políticos, um dos fatores que passou a impulsionar o
desenvolvimento da indústria de alimentos processados nesta época foi a crescente na mão de
obra feminina. A mulher passando a trabalhar fora dispunha de menos tempo para o preparo
das refeições, o que levou ao aumento do consumo de produtos prontos e/ou de rápida
preparação. A indústria alimentícia passou a ser favorecida pela importância que seus
produtos davam às cestas básicas.
Outro fator que impulsionou o desenvolvimento deste setor foi a estabilidade
financeira alcançada com a implantação do plano real. Com uma moeda que se apresentava
estável e a baixa na inflação, o trabalhador obteve a possibilidade de planejamento do seu
orçamento doméstico, através da estabilidade dos preços dos produtos e de uma maior
capacidade de pagamento ao longo do mês com a certeza dos salários (CYRILLO ET. AL,
1997).
Segundo Sato (1997) o crescimento em números na indústria alimentícia logo no
primeiro ano de implantação do plano real alcançaram valores 30% em bebidas lácteas, 20%
no setor de carnes e derivados e 15% em queijos, compotas e latarias. Esse aumento
justificou-se pela praticidade e valor agregados na venda, o que em contrapartida fez com que
a setor de produtos como cereais, café e açúcar apresentassem uma redução no incremento de
produção e venda.
De acordo com o IBGE, no ano de 1996 a renda dos trabalhadores brasileiros havia
sofrido um aumento de mais de 25% em relação ao ano de 1990, o que refletiu no padrão de
consumo. Neste ano observou-se um forte aumento de consumo nas classes financeiras mais
baixas como a D e a E, o que impulsionando o setor de processamento de alimentos, com a
abertura a um mercado maior (TRICOLLI, 1996 apud SATO1997).
Este aumento de poder econômico foi acompanhado também pelo acentuado
crescimento da urbanização e da população. Pelo IBGE, em 1940 69% da população residia

16
em áreas rurais passando em 1990 para um total de 75% da população residindo em áreas
urbanas. Com a migração das famílias das zonas rurais para os centros urbanos a demanda por
alimentos foi aumentada. Antes as famílias eram responsáveis pela produção da maior parte
dos alimentos para sua existência e, com a migração passaram a comprar.
Neste ritmo de crescimento e desenvolvimento industrial o grupo de alimentos com
maior valor agregado tomou grande destaque alcançando valores próximos a 60% do
faturamento do setor, enquanto os grupos tradicionais de produção e, de valor agregado
intermediário apresentaram queda de aproximada de 2% (SATO 1997). Em termos de
faturamento e produção física, três grandes cadeias produtivas se destacaram neste período: a
indústria de laticínios, a de carne e seus derivados e a de derivados do trigo.
A expansão da indústria de laticínios deve-se sobre tudo ao investimento do capital
estrangeiro. Grandes nomes como a Parmalat, a Nestlé, Danone e Yakult aproveitaram-se do
momento que o país vivia para expandir seus mercados, adquirir marcas nacionais e investir
em linhas de produção alternativas, beneficiando-se com o elevado aumento do consumo de
leite longa vida e de iogurtes após a implantação do plano real (SATO,1997).
Segundo a autora o setor de beneficiamento de carnes, que engloba a exploração de
grãos para as rações, foi o segundo que mais se desenvolveu neste período, utilizando-se da
força das grandes marcas nacionais como a Sadia e a Perdigão, entre outras e, a
competitividade destas com empresas de menor porte que atuam de forma regional. Já a
indústria de derivados de trigo, assim como a de laticínios, baseou seu crescimento no
investimento de marcas estrangeiras, explorando principalmente a fabricação de biscoitos e de
massas. Este setor teve o terceiro maior percentual de contribuição no faturamento industrial
neste período.
Mesmo com os investimentos e o impulso dado ao setor o desenvolvimento de
tecnologias para a indústria de alimentos ainda apresenta-se retraído em relação aos demais.
Segundo Erber (2000) no ano de 1997 os investimentos em tecnologia feitos neste setor no
estado de São Paulo apresentaram um crescimento de 17% enquanto que a produção de
computadores apresentou um aumento de 64%. Este fato justifica-se pelo aumento da
privatização da indústria brasileira por grupos estrangeiros que ocorreu principalmente nos
setores tecnológicos e de bens de consumo duráveis.
Juntamente com o aumento do consumo de alimentos industrializados pelas famílias
em suas residências, observou-se neste período o aumento do consumo de alimentos fora do
lar, o que levou ao crescimento principalmente a indústria de alimentos como a de fast food, e

17
os setores de carne e grãos como o trigo. Segundo Cyrillo et.al. (1997), só na cidade de São
Paulo a demanda por alimentos consumidos fora de casa sofreu um aumento de
aproximadamente 5% entre o ano de 1982 e 1995. Ainda segundo autor o consumo de carne
teve um aumento no período de 20%.

2.1.2 Evolução da suinocultura no Rio Grande do Sul

Segundo a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul - ACSURS as


exportações de carne suína do estado do rio grande do sul passaram de 161.349 toneladas no
ano de 2005 para 207.591 toneladas no ano de 2010. Desde 1989 o estado do Rio Grande do
Sul (RS) vem passando por mudança estruturais na produção suína através da motivação no
crescimento da produtividade decorrentes de alterações na relação de produção, da adoção de
tecnologias, melhorias genéticas na escolha de matrizes, entre outros fatores associados a
produção que permitiram uma melhora no consumo e a redução dos custos de produção.
Pela ACSURS o abate de suínos passou de 1.708.093 em 1989 para 2.972.741 no ano
de 1995 no estado do Rio Grande do Sul, de 3.326.703 para 5.437.035 em Santa Catarina e de
2.024.520 para 1.319.363 no estado do Paraná.
Por Marchetti et. al. apud Rodrigues e Oliveira (20--) a atividade de suinocultura
sempre foi algo importante no setor produtivo agropecuário gaucho, destacando-se com pela
obtenção da gordura animal migrando gradativamente para a produção de carne nos anos 60
com o surgimento das gorduras provindas de grãos como a soja. Antes da Primeira Guerra
Mundial a banha derivada do suíno era o segundo produto mais exportado pelo estado,
superado apenas pela exportação de carnes (HOFFMAN, 2010).
Atualmente o estado possui 23 indústrias de abate neste setor, numero que em 1976
era de 40 instalações. Essa redução pode ser explicada pela maior competitividade no setor e a
aquisição de tecnologia, que fez com que apenas as empresas que se encontravam
estabilizadas e dispostas a inovar fossem mantidas. Segundo Hoffman (2010) nos seus
primórdios a produção de suínos localizava-se principalmente em regiões de colonização
alemã e italiana, como nos municípios de Montenegro, Caí, Carlos Barbosa e Porto Alegre e
hoje encontrasse dispersa em todas as regiões do estado com instalações de pequeno porte
com atendimento a demanda local, de médio porte que alcançam o mercado nacional e de
grande porte, com capacidades instaladas que atendem ao mercado de exportação. As quatro
maiores indústrias instaladas no estado possuem sozinhas cerca da metade da capacidade de

18
abate, recebendo destaque as micro regiões de Erechim com 26,99% e a de Santa Rosa
26,86% (RODRIGUES E OLIVEIRA, 20--).
Segundo Rodrigues (20--) o Brasil em 1995 classificava-se em nono lugar entre os
países que mais consomem carne de porco, porém com um consumo per capita de 8,5 Kg o
que posicionava o país em ultimo lugar no consumo per capita. Ainda em números neste ano
o consumo mundial de carne suína alcançou a marca de 73.067 mil toneladas, 5% a mais do
que no ano de 1994. O autor diz ainda que o maior consumo per capita observado no país
encontra-se nas regiões sul e sudeste onde são observados valores de até 20 Kg por pessoa.
Este padrão de consumo observado justifica-se por fatores como o alto preço da carne
no mercado interno, a alta taxa de industrialização dos produtos, a menor inserção de
tecnologias na produção e pelos hábitos alimentares dos consumidores (TALAMINI 1991
apud RODRIGUES E OLIVEIRA, 20--).
Roppa (2008) em seu estudo que comparou o aumento da população com o aumento
do consumo de carne suína verificou que entre o ano de 2000 e 2007 o consumo de carne pelo
brasileiro teve uma queda de 6,3 % nos últimos, passando de 14,3 kg para 13,0 kg por
habitante, ficando em terceiro lugar no consumo de carnes em nosso país. No entanto o autor
constatou que o aumento de 377% nas exportações deste produto, gerou um crescimento da
produção de 17,5%, ficando em primeiro lugar nas exportações de carne neste período.
Segundo Hoffman (2010) cerca de um quarto da produção suína brasileira é destinado à
exportação, para o Rio Grande do Sul, este numero chega a metade da produção o que torna a
indústria de suínos dependente do mercado externo para seu crescimento. Em números isso o
Brasil exportou em 2007 cerca de 607 mil toneladas das quais 291 mil, cerca 48% foram das
indústrias gauchas.
Segundo Rodrigues e Oliveira (20--) hoje a produção de suínos e o mercado de venda
tem como grande concorrência o setor de produção avícola, o qual se encontra apoiado em
forte avanço tecnológico e gerencial, proporciona ao consumidor preço reduzido em relação
às demais carnes, são geralmente de grande porte e ainda apóiam-se na mudança dos hábitos
alimentares.
No Brasil hoje como mostrado por Roppa (2008) o consumo de carne suína encontra-
se em terceiro lugar se comparado com o de carne bovina e de frango, ficando em uma média
de 8,5 Kg por habitante no ano. Este valor apresenta-se pequeno, mas com potencial de
expansão quando se leva em consideração que a o numero de habitantes no país ultrapassa os
150 milhões. O aumento da aplicação de tecnologias de produção que possibilitassem a

19
redução na queda dos preços do produto e a mudanças nos hábitos alimentares levariam a um
aumento no consumo, que mesmo sendo pequeno implicaria em grande aumento na demanda
de produção neste setor.

2.1.3 Produção, Geração de Resíduos e Poluição.

A poluição gerada em produções industriais é influenciada pela forma como os


insumos, matérias-primas, água e energia são utilizadas nos processo de produção, aos quais
também se associa a incorporação de tecnologias mais limpas.
Segundo Grummt e Watzlawick (2008) acreditasse erroneamente que a poluição
ambiental gerada pelo setor industrial esta atribuída apenas as grandes empresas e que as
pequenas e médias teriam menor importância neste sentido. O que acontece é que o potencial
poluidor das indústrias de menor porte concentra-se no fato de que estas também se
encontram em maior numero o que faz com que sua contribuição na parcela de poluição
ganhe destaque pelo acumulo. Também se verifica um desconhecimento por parte dos
governos dos impactos causados pelas pequenas e médias empresas se comparada com a de
grande porte, evidenciando a necessidade de um monitoramento maior e mais amplo.
Segundo Layrargues (2000) nos anos 70 o desenvolvimento industrial e a proteção ao
meio ambiente eram considerados dois caminhos diferentes a serem traçados, os quais não
poderiam se desenvolver juntos, sendo tachados como antagônicos até a metade da década de
80, quando a visão empresarial passou a considerar a preservação do meio ambiente como
garantia de futuro. Esta visão fez com que grandes cenários de destruição do meio ambiente,
catástrofes e exploração descontrolada de recursos fossem vistos. O setor industrial hoje é
responsável por grande parte de emissão de óxidos de enxofre e do aumento do efeito estufa,
contribui com 90% da emissão de efluentes tóxicos e é responsável por 75% da geração de
resíduos orgânicos (GRUMMT E WATZLAWICK 2008).
O termo resíduo surgiu através da evolução do consumo, com o surgimento dos
primeiros desequilíbrios ambientais e o aumento da extração de recursos naturais do meio.
Um dos conceitos utilizados é o de um aglomerado de restos sem valores comerciais e com
elevado potencial de contaminação e/ou persistência no meio, sendo agravado pelo aumento
de materiais tóxicos e artificiais, as quais são resultado da busca por aumento de produção
sem a responsabilidade com o meio ambiente (HENZEL E SILVEIRA, 2009).

20
Como grande fator de influencia na saúde e bem estar da população a partir da
Revolução Industrial a poluição atmosférica tem aumentado com os avanços tecnológicos, a
grande taxa de urbanização, o capitalismo e o consumismo da sociedade. Pelo Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) desde 1990 os padrões de qualidade do ar são
divididos entre aqueles em que a concentração de poluente pode afetar a população e aqueles
em que os níveis estão abaixo do que se prevê o mínimo de efeitos.
Entre os agentes poluidores do ar os provenientes da ação antrópica, e em maior escala os
advindos da queima de combustíveis fósseis e a industrialização. Almeida (1999) classifica
os poluentes atmosféricos em três classes:
a) Pelo estado físico, dividindo-os em poluentes gasosos que são os gases e vapores e
em material particulado que são as cinzas e poeiras de processos;
b) Pela sua origem, são divididos em primários quando emitidos diretamente na
atmosfera e em secundários quando provenientes de reações químicas entre os
poluentes primários e os componentes atmosféricos;
c) Pela composição química, são divididos em orgânicos e inorgânicos.
Entre os poluentes primários que são produzidos pela indústria alimentícia pode-se citar
monóxido de carbono (CO) como um poluente atmosférico muito comum. Origina-se na
queima incompleta de combustíveis, sejam eles fósseis, gás natural, carvão ou lenha. Segundo
Almeida (1999) por possuírem origem na queima de combustíveis, as maiores concentrações
de CO são encontradas em regiões com intenso tráfego urbano, indústrias que fazem o uso de
lenha em fornos ou caldeiras, e nas regiões onde as temperaturas são mais baixas nos períodos
de inverno com o uso de aquecedores a lenha ou óleo.
Ainda, como poluentes primários, vinculados a poluição atmosférica da indústria de
alimentos, podem-se citar os particulados, que são substâncias sólidas orgânicas ou
inorgânicas, líquidas ou sólidas como, por exemplo, as poeiras, pólen, cinzas, fuligem, etc. e
são responsáveis pela maior parte dos problemas de saúde vinculados a poluição atmosférica.
O material particulado pode ser sólido ou líquido sendo emitido diretamente das fontes
poluidoras ou formado na atmosfera e, quando disperso no ar, é chamado de aerossol
(ALMEIDA, 1999). O material particulado é o responsável pelo impacto estético,
interferindo na visibilidade e pela corrosão e sujeira das superfícies (VITERBO, 1998). Por
possuírem dimensões inaláveis, são causadores de muitos problemas alérgicos e inflamatórios
do sistema respiratório.

21
As medidas de controle e amenização das emissões de poluentes atmosféricos devem
levar em conta as estratégias próprias para as fontes e o tipo de poluente (ALMEIDA, 1999),
sendo divididas em medidas diretas que são tomadas após a geração do poluente e em
medidas indiretas as quais contemplam um planejamento das ações antecedendo as emissões.

2.1.4 Legislação

O avanço da produção no Brasil desde a Revolução Industrial foi realizado em seus


primórdios de maneira descontrolado quanto ao assunto meio ambiente. A partir do fim da
década de 70, com os avanços nos estudos sobre as consequências já perceptíveis da poluição
e acompanhando as mudanças na maneira de pensar sobre o meio ambiente, a legislação
brasileira passou a ser mais exigente com os cuidados ao meio, com leis, decretos, resoluções
e normas que proporcionam o desenvolvimento racional e sustentável e ainda agregam maior
responsabilidade aos que usufruem do meio ambiente ao à ele destinam seus descartes.
Na indústria alimentícia a produção deve observar normas e regras em todos os
setores, garantindo sempre as condições sanitárias, de segurança e de responsabilidades
sociais e ambientais.
Entre as leis de âmbito federal que norteiam a produção industrial e o meio ambiente
pode-se citar:

a. LEI nº 6.938 DE 31 DE AGOSTO DE 1981

A Lei nº 6.938 de 31 de Agosto 1981 dispõe sobre a Política Nacional do Meio


Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

b. LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de


Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição

22
Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº
7.990, de 28 de dezembro de 1989.

c. LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998

A Lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998 dispõe sobre as sanções penais e


administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e da outras
providencias, sendo regulamentada pelo DECRETO Nº 3.179 DE 21 DE SETEMBRO DE
1999.

d. LEI No 9.966, DE 28 DE ABRIL DE 2000

A lei no 9.966 de 28 de Abril de 2000 dispõe sobre a prevenção, o controle e a


fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou
perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências.

e. LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010

A Lei 12.305 de 2 de Agosto de 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos


altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências.

f. DECRETO Nº 4.136, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2002.

Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às regras de


prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras
substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei no 9.966,
de 28 de abril de 2000, e dá outras providências.

g. CONSEMA nº 128 de 24 de novembro de 2006

A Resolução nº 128 de 24 de novembro de 2006 do Conselho Estadual do Meio


Ambiente (CONSEMA), dispõe sobre a fixação de Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos
para fontes de emissão que lancem seus efluentes em águas superficiais no Estado do Rio
Grande do Sul.

23
h. CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005

A Resolução nº 357 de 17 de março de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA) dispõe sobre a classificação dos corpos hídricos e dá diretrizes ambientais para o
seu enquadramento, como também, estabelece as condições e padrões tanto para estes corpos
d’água quanto para o lançamento de efluentes.

i. CONAMA Nº 430 DE 13 DE MAIO DE 2011

A Resolução nº 357 de 17 de março de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA) dispõe sobre condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e
altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente
- CONAMA.

j. CONAMA Nº 382 DE 26 DE DEZEMBRO 2006

A Resolução nº 382 de 26 de Dezembro de 2006 do Conselho Nacional do Meio


Ambiente (CONAMA) estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos
para fontes fixas.

k. CONAMA Nº 313 DE 29 DE OUTUBRO DE 2002

A resolução nº 313 de 29 de Outubro de 2002 do Conselho Nacional do Meio


Ambiente (CONAMA) dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

l. CONAMA nº 06 de 15 de junho de 1988

A Resolução nº 06 de 15 de Junho de 1988 do Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA) disciplina que no processo de licenciamento ambiental de atividades industriais,
os resíduos gerados ou existentes deverão ser objeto de controle específico.

24
m. CONAMA Nº 275 DE 25 DE ABRIL DE 2001
A Resolução nº 275 de 25 de Abril de 2001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva.

n. CONAMA Nº 237 DE 22 DE DEZEMBRO DE 1997

A Resolução nº 237 de 22 de Dezembro de 1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA) regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política
Nacional do Meio Ambiente.

Observar as normas que regulamentam os procedimentos dentro de uma unidade


industrial também se faz importante. Neste sentido as normas NBR apresentam-se como
principais agentes norteadores dos procedimentos industriais ligados ao meio ambiente. Dito
isto as seguintes normas podem ser citadas:

a. NBR 10004 - RESÍDUOS SÓLIDOS.

Classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à
saúde pública, para que estes resíduos possam ter manuseio e destinação adequados.

b. NBR 13042 – PROCEDIMENTO.


Caracterização de cargas poluidoras em efluentes líquidos industriais e domésticos.

c. NBR 13403 – PROCEDIMENTO.


Medição de vazão em efluentes líquidos e corpos receptores - Escoamento livre.

d. NBR 10004 – CLASSIFICAÇÃO.


Resíduos Sólidos

e. NBR 11174 – PROCEDIMENTO.


Armazenamento de resíduos classes II (não inertes) e III (inertes).

25
f. NBR 13221 – PROCEDIMENTO.
Transporte de resíduos

g. NBR 13463 – CLASSIFICAÇÃO.


Coleta de resíduos sólidos.

2.1.5 Sistema de Gestão Ambiental e norma NBR ISO 14001

Com o crescimento e evolução do setor industrial vieram o aumento da poluição


gerada e a ocorrência de catástrofes marcantes na história, que tiveram impacto direto sobre a
saúde e bem estar da população. Esses fatos fizeram com que ações fossem tomadas pelos
órgãos fiscalizadores e a sociedade, a fim de impor modificações para o setor industrial,
taxado como grande responsável pela poluição e destruição do meio (LAYRARGUES 200).
A partir disso o setor empresarial mudou sua visão sobre produção. Sensibilizando-se
com as questões ambientais o setor de transformação passou a incorporar em suas políticas e
sistemas produtivos a ideologia ambiental, buscando técnicas de produção com menor
potencial poluidor e com um consumo racional de recursos naturais. Assim no início do
século XXI surge a família das ISO 14000 como um grande avanço no desenvolvimento
limpo e sustentável da indústria e com ele o Sistema de Gestão Ambiental (LAYRARGUES
2000).
No entanto cabe ressaltar que a incorporação da visão ambiental pelo setor industrial
foi impulsionada pelo ponto de vista econômico que afeta as empresas e não o ecológico
como se acredita. Segundo Layrargues (2008) a mudança no desenvolver adotado
drasticamente pelo setor industrial não é caracterizada por uma alteração nos paradigmas
empresariais, mas sim em interesses competitivos e de lucratividade maior no meio.
Assim, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) apresenta-se para o setor empresarial
como um garantia de mercado tanto interno como externo e um diferencial competitivo, que
apesar de ser um opcional terá grande influencia na permanência de empresas no mercado
produtivo. Além de permitir o controle sobre os problemas ambientais, a gestão ambiental
agrega valor à imagem da empresa com relação a seu histórico ambiental e tornasse um
atributo importante em negociações e transições (GRUMMT E WATZLAWICK, 2008).

26
A gestão ambiental surge voltada para a aplicação em empresas, firmas, companhias,
corporações e instituições, estabelecendo um conjunto de políticas, programas e práticas,
tanto operacionais quanto administrativas, que levam em consideração a proteção do meio
ambiente e da saúde e segurança da população, com práticas de eliminação ou minimização
dos impactos causados pela execução de uma atividade ou produto (GRUMMT E
WATZLAWICK, 2008).
O estabelecimento de normas com reconhecimento internacional, como o caso da ISO
14001, tem por objetivo a legalização e orientação para a adequação de padrões produção
quanto à questão ambiental, além de proporcionar um diferencial para as empresas
certificadas, sabendo-se da grande concorrência e do abuso de rótulos verdes que muitas
vezes não passam de marketing comercial (LAYRARGUES 200).
A ISO 14001 desenvolvida com o intuito de certificação faz parte da família
ISO14000 que abrange normas de seis áreas distintas: Sistemas de Gestão Ambiental,
Auditorias Ambientais, Avaliação de Desempenho Ambiental, Rotulagem Ambiental,
Aspectos Ambientais nas Normas de Produtos e Análise do Ciclo de Vida do Produto
(RODRIGUES 2008). Esse conjunto de normas surgiu a partir dos diversos fóruns e eventos
realizados para discutir os problemas ambientais gerados pela produção e as possíveis
soluções (Grummt e Watzlawick, 2008).
Segundo Grummt e Watzlawick (2008) ISO 14001 permite a organizar a rotina e os
procedimentos desenvolvidos pelo empreendimento, através a aplicação de um roteiro
padronizado e reconhecido internacionalmente, que segue a legislação local e permite a
melhoria contínua dos processos. Ainda, ela se apresenta abrangente com uma aplicação a
qualquer tipo ou tamanho de organização, e para as mais diversas atividades desenvolvidas
por elas.
Rodrigues (2008) diz que a avaliação ambiental deve ser a primeira etapa a ser
abordada na implantação de um sistema de gestão ambiental, podendo ser realizada por
funcionários do próprio negócio quando habilitados ou então por empresas e profissionais
contratados para tal. A autora sita que os problemas ambientais podem estar inclusos na
geração de poluição e resíduos, destinação da contaminação gerada e/ou comprimento a
legislação e, muitas vezes as empresas não conseguem ver onde se localizam suas
deficiências.
Por Souza (2001) apud Rodrigues (2008) a avaliação ambiental varia de acordo com a
atividade ou organização avaliada e pode ser realizada através de entrevistas e questionários

27
previamente elaborados, aplicação de listas de verificação às características do
empreendimento, avaliação direta dos aspectos ambientais e avaliação dos registros de
emergências e infrações ambientais.
Grummt e Watzlawick (2008) lembram que a norma não define a forma ou o meio
através do qual a organização atenderá um requisito, dando lhe apenas as instruções do que
deve ser feito e não como, o que permite a variabilidade constante de sistema de gestão
ambiental e a diferenciação entre as organizações. Ainda citam que o tempo para o retorno
dos investimentos na a implantação de um sistema de gestão varia em função das condições
em que o sistema foi inserido podendo ser citados o grau de desafio a ser enfrentado,
sofisticação do sistema, situação ambiental da empresa, quantidade e qualidade de recurso
internos e externos, situação com os requisitos legais, grau de comprometimento dos
envolvidos e dos responsáveis pela organização, expectativa das partes interessadas e o nível
verificação para atendimento dos requisitos.
Cabe ressaltar que a dinâmica de implantação do sistema de gestão esta baseado no
processo cíclico conhecido como PDCA, do inglês Plan, Do, Check e Act, que estrutura-se
em planejar o que deve ser feito e como deve ser feito, executar as atividades implementando
treinamento e coletando dados, verificar e analisar criticamente os resultados obtidos e agir
corretivamente buscando sempre a melhoria contínua do sistema (SOUZA, 2009).

2.2 Métodos e materiais

A concretização dos objetivos deste trabalho foi realizada através de pesquisas


bibliográficas e exploratórias, utilizando-se de valores numéricos que permitem quantificar e
qualificar os dados, e o método de procedimento utilizado foi o estudo de caso. Assim o
estudo fundamentou-se em:
a) Pesquisa bibliográfica: inicialmente fez-se um estudo de pesquisa bibliográfica,
com um levantamento teórico documental, de fontes secundárias, em livros, artigos e revistas
especializadas. Isso possibilitou consolidar informações teóricas e o conhecimento sobre a
produção de suínos e o processamento da carne, norma NBR ISO 14001 e Sistema de Gestão
Ambiental (SGA), procurando identificar a relação entre eles e o que se faz necessário para a
implantação de um modelo de Programa de Gestão Ambiental para a empresa em foco.
b) Entrevista: a entrevista em profundidade é considerada um método não estruturado,
que pode ser realizado de maneira direta e pessoal explorando-se o problema e coletando
28
informações através do contato direto com o entrevistado (MALHOTRA, 2001). Dessa
maneira, as entrevistas foram realizadas pelo autor em um frigorífico de carne suína do
interior do estado do Rio Grande do Sul, município de Sananduva, escolhido por
conveniência, pois ofereceu condições e abertura para a realização da pesquisa.
c) Coleta de dados: a coleta de dados foi realizada através de visitas técnicas á
empresa, setor administrativo, indústria de processamento da carne, abatedouro, fábrica de
ração, unidade de tratamento de efluentes e algumas unidades de produção de leitões e
terminações. As visitas foram programadas e divididas a cada setor, com uma periodicidade
semanal e tempo de análise e coleta de dados de 4h por setor, sendo um setor por dia. Através
delas foi possível observar as práticas realizadas, levantando dados das atuais condições de
produção, os resíduos gerados e os aspectos e impactos ambientais em cada etapa do processo
produtivo da empresa.
Deste modo a Figura 1 apresenta o fluxograma dos processos desenvolvidos para a
conclusão do trabalho.

29
Revisão Bibliográfica

Análise preliminar dos


processos produtivos

Análise da documentação
vigente

Levantamento da Volume, origem, espécie


matéria-prima utilizada

Banco de dados Levantamento dos resíduos Volume, origem, tipo,


gerados destinação, tratamento

Levantamento de aspectos e
impactos ambientais

Análise das diretrizes para a


Norma ISO 14001 implantação de um Plano de
Gestão Ambiental

Conclusões do estudo

Figura 1: Fluxograma das etapas do estudo de caso desenvolvido.

2.3 Análise e Discussão dos Resultados

2.3.1 Caracterização da Empresa

O estudo e a pesquisa de campo foram realizados em uma cooperativa de


processamento de carne suína localizada na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul a

30
350 km da capital Porto Alegre. Além da unidade matriz na cidade de Sananduva, possui filial
em quatro cidades do estado do Rio Grande do Sul, Paim Filho, Porto Alegre, São José do
Ouro e São João da Urtiga e conta com representantes na cidade de Passo Fundo. Fora do
estado de origem possui uma filial na cidade de São Paulo e uma na cidade do Rio de Janeiro.
A sua diretoria e administração é composta por sócios do negócio seguindo a missão,
visão e valores da empresa que objetivam viabilizar a suinocultura na região, promovendo o
crescimento dos pequenos produtores e reconhecimento nacional da qualidade e
tradicionalismo de seus produtos, que seguem as antigas receitas italianas.
Quanto às práticas ambientais a empresa não possui uma política ambiental
desenvolvida, mas segue técnicas de produção com menor potencial de agressão ao meio
ambiente, exigindo dos seus fornecedores de insumos e de suínos o licenciamento ambiental,
e neste ultimo ano estabeleceu um programa de regularização das propriedades que ainda não
estão de acordo com os padrões de produção exigidos pela empresa. Para as empresas
responsáveis pela coleta e tratamento dos resíduos há uma rigorosa fiscalização quanto ao
licenciamento ambiental e procura-se manter um controle sobre as formas de tratamento
dispensadas.
O trabalho desenvolvido pela empresa esta inserido ao sistema de produção integrado
onde ela desenvolve as atividades de pesquisa, produção e fornecimento de material genético,
o fornecimento de ração, orientação técnica, fornecimento de produtos veterinários, a compra
dos suínos integrados; o fornecimento de leitões para as unidades terminadoras, e o
fornecimento de projetos para as instalações e o acompanhamento das obras. Neste sistema o
produtor integrado participa das atividades com área de terra, instalações e equipamentos, a
mão-de-obra e o manejo na.
A unidade industrial encontra-se licenciada pela FEPAM e cadastrada pelo SIF –
Sistema de Inspeção Federal, estando apta a desenvolver as atividades de desossa,
processamento, industrialização, embalagem e comercialização de produtos frescos,
congelados, cozidos e defumados. A unidade produz hoje 34 (trinta e quatro) variedades de
produtos subdivididos em fatiados, defumados, frescais, salames, copas e produtos derivados
da gordura do animal, feitos de acordo com os mais exigentes padrões de qualidade, os quais
são vendidos principalmente nos mercados consumidores das regiões sul e sudeste.
Em busca de um desenvolvimento que aperfeiçoe os processos, a cooperativa possui
além da unidade industrial uma unidade de produção de leitões, uma fábrica de rações e um
abatedouro próprio com as seguintes características:

31
a) Uma unidade de produção de leitões que atualmente possui 750 (setecentos e
cinquenta) matrizes, que somadas às dos produtores associados garantem o
fornecimento dos leitões aos produtores que fazem a terminação até
alcançarem a média de 120 (cento e vinte) Kg para o abate;
b) Uma fábrica de ração com produção diária de 120 (cento e vinte) toneladas,
fornecendo exclusivamente aos produtores integrados a cooperativa, a
quantidade necessária de alimento, com os nutrientes necessários para cada
etapa do desenvolvimento do suíno;
c) Um abatedouro com capacidade inicial instalada de abate de 1000 (mil)
unidades por dia, tendo hoje uma média diária de abate de 800 (oitocentas)
unidades, estando projetada para médio prazo abater até 2500 (dois mil e
quinhentos) suínos/dia;
A indústria de processamento, a fábrica de ração e o escritório com o setor
administrativo localizam-se junto à sede da cooperativa, em área urbana, com endereço na
avenida principal do município, sendo estas as instalações mais antigas da empresa que hoje
possui 75 anos de história. A unidade de produção de leitões e o abatedouro localizam-se em
área rural do município, estando a primeira distante 1 km da sede da empresa e o abatedouro a
5,2 Km.
O quadro funcional da empresa vem crescendo a cada ano com e evolução do mercado
consumidor e a abertura de novos mercados. No ano de 2007 o quadro de funcionários era
contava com 391 funcionários passando para 520 no ano de 2010. Os funcionários da empresa
trabalham no setor industrial, abate, fábrica de ração, loja de insumos, loja de vendas de
produtos, setor administrativo e assistência técnica aos produtores da cooperativa. Ainda
encontram-se vinculados aos serviços da empresa, mas não constando no quadro de
funcionários, os agentes da Inspeção Federal e os funcionários responsáveis pela limpeza,
serviço este terceirizado.

2.3.2 Matérias-primas utilizadas e Insumos

Em se tratando de uma indústria cujo objetivo é produzir alimentos de origem animal,


especificamente de suínos, a matéria prima utilizada está inserida em um grupo pouco
variável.

32
Como matéria prima do produto tem-se o consumo da carne suína, a qual é adquirida
com produtores cadastrados na cooperativa que desenvolvem as atividades dentro dos padrões
de qualidade exigidos. Com um abate diário médio de 850 unidades as quais devem possuir
peso mínimo de 120 Kg para abate. Assim a média diária é de 102 toneladas de suínos
abatidas e processadas diariamente na unidade, durante cinco dias na semana.
O fornecimento de energia elétrica para o funcionamento da indústria é feito através da
distribuidora local Rio Grande Energia – RGE e também é obtida através de gerador próprio
da empresa a base de óleo diesel, com um consumo diário de 250 litros de combustível
funcionando das 18 horas às 22 horas. A demanda média de energia elétrica diária para a
indústria é de 358.327 KW/h/mês. Esta energia é vital para o funcionamento da empresa
sendo usada em todos os processos excetuando-se o processo de defumação de carnes.
Outro importante insumo utilizado é a água fornecida à empresa pelo abastecimento
público realizado pela CORSAN. A demanda de água para a indústria é de 100 m³ por dia,
sendo utilizada nos processos de desossa, cozimento, lavagem de equipamentos, limpeza dos
ambientes e consumo dos funcionários. Todo o efluente gerado é de responsabilidade da
empresa sendo tratado por esta.
Nos processos e preparação dos diferentes produtos da carne são utilizados
condimentos, temperos e conservantes comprados de empresas terceirizados, assim como as
embalagens plásticas, de papelão, os lacres e selos.
Para a geração de calor nas caldeiras faz-se o uso de lenha, a qual também é
empregada nos fumeiras da empresa. Esta é comprada pela empresa de produtores
credenciados junto ao DEFAP – Departamento Estadual de Florestas e Áreas de Preservação,
e em uma menor parte de reflorestamento de eucalipto mantidas pela empresa.

2.3.3 Geração de Resíduos

Toda a atividade que possui como principio a transformação de matérias primas possui
a forte característica de gerador de resíduos. Em se tratando de uma indústria de
processamento de carne suína essa característica acentua-se na geração de resíduos sólidos e
de efluentes de alta carga orgânica.
Para a Majestade os principais resíduos gerados são os efluentes industriais, os
resíduos sólidos de classe I e II e as emissões atmosféricas provenientes da queima de lenha

33
nas caldeiras e nos defumadores. Alguns dos principais resíduos gerados nos processos
desenvolvidos na indústria podem ser observados no quadro 1 a seguir.

Quadro 1:Atividades desenvolvidas e geração de resíduos.


Processo Matéria utilizada Resíduo Gerado
Efluente com resíduos de
Desossa Água para lavagem da carne
sangue e gordura animal
Água para lavagem dos Efluente com resíduos de
Desossa
recipientes sangue e gordura
Luvas, botas, máscaras e
Desossa EPIs
tocas
Desossa - Descarte de ossos
Desossa Óleo nas correias Embalagens de óleo
Desossa Embalagens plásticas Resíduo plástico
Cinzas e emissões
Cozimento Lenha nas caldeiras
atmosféricas
Cozimento Água Geração de efluentes
Cinzas e emissões
Defumador Lenha
atmosféricas
Geração de energia Óleo diesel Emissão atmosférica
Iluminação Lâmpadas fluorescentes Lâmpadas fluorescentes
Embalagem Plástico, papel e papelão Plástico , papel e papelão
Luvas, botas, máscaras e
Embalagem EPIs
tocas
Limpeza Água Efluente de lavagem
Fonte: Elaborado pela autora.

Pelo quadro 1 pode-se observar que a geração de resíduos sólidos está concentrada no
processo de embalagem dos produtos, no estoque de matérias primas, no descarte de EPIs e de
lâmpadas, e nas cinzas de caldeira.

34
2.3.3.1 Geração de Resíduos Sólidos

A quantidade de resíduos sólidos gerados é outro ponto forte a ser observado na


empresa. Os principais volumes de resíduos estão classificados como resíduos inertes que
apresentam menor potencial de contaminação ao meio ambiente, mas que em contrapartida
necessitam de um elevado tempo para degradação no meio. Porém destes resíduos a empresa
desenvolve práticas de reciclagem via terceiros buscando minimizar os efeitos da sua geração.
Os valores mensais médios dos resíduos sólidos gerados podem ser observados na tabela 2 a
seguir.

Tabela 2:Valores mensais de resíduos sólidos gerados.


Resíduo Quantidade (mês)
Papel e papelão 1,4 toneladas
Plásticos 0,45 toneladas
Lâmpadas fluorescentes 60 unidades
Cinzas de caldeira 800 Kg
Ossos Indisponível*
EPIs Indisponível*
Outros 126 Kg
Gordura Indisponível*
Fonte: Elaborado pela autora. *: Informação não disponibilizada pela empresa.

Ao analisar os volumes de resíduos gerados, observa-se que os maiores valores são os


resíduos plásticos, de papel e papelão, provenientes principalmente do setor de estoques de
matérias primas e de embalagem de produto. Os principais materiais encontrados são caixas
de papelão, bolsas e embalagens plásticas, papel de planilhas e de rótulos. Entre os resíduos
catalogados como outros estão os orgânicos, excluindo-se restos do animal e cinzas, restos de
selos, fitas, barbantes e lacres.
Ainda entre os resíduos sólidos está o Lodo da estação de tratamento que é removido
com caminhão tanque e é utilizado como condicionante de solo, nas áreas de reflorestamento
da empresa, de onde é retirada a lenha utilizada nas caldeiras e nos defumadores. Também se
observou o descarte em pequenos volumes de material metálico, o qual não foi obtido
informações sobre volume e espécie de resíduos mensal.

35
Observando as boas práticas de gerenciamento de resíduos e evitando a contaminação
do meio, a Majestade dispõe de ambiente coberto e fechado para depósito de todos os seus
resíduos, os quais são separados, identificados e armazenados em recipientes adequados a
cada tipo de resíduo. Entre os tratamentos dispensados a cada resíduo cita-se a reciclagem, o
reuso e a disposição final adequada, conforme se observa na tabela 3.

Tabela 3:Tratamento dos resíduos sólidos da Majestade.


Resíduo Tratamento Empresa
Papel e papelão Reciclagem Indisponível
Plástico Reciclagem Indisponível
Cinzas Disposição final em aterro Nova Era
Ossos Reuso * Sebo Mariense
Lâmpadas fluorescentes Disposição final Cetric
EPIs Disposição final em aterro Indisponível
Outros Disposição final em aterro Nova Era
Gordura dos equalizadores Indisponível** Sebo Mariense
Fonte: Elaborado pela Autora. *: Os ossos são torrados e moídos pela empresa e reenviados para a
Majestade onde são usados nas rações animais;**: Informação não disponibilizada pela empresa.

A coleta dos resíduos dos resíduos é feita na unidade industrial pelas empresas
responsáveis pelo tratamento com uma periodicidade semanal para os recicláveis, diária para
os ossos e outros, quinzenal para as cinzas e a gordura, e mensal para as lâmpadas
fluorescentes.

2.3.3.2 Emissão de Efluentes

Quanto à emissão de efluentes, grandes volumes são gerados durante todo o processo
de produção, o que engloba desde o nascimento do suíno, o desenvolvimento e engorda, a
preparação para o abate, o abate, o processamento final da carne na indústria e a higienização
dos ambientes de trabalho e dos setores produtivos.
A Majestade é responsável por 100% do tratamento dos seus efluentes. Para isso
possui uma estação de tratamento de efluentes (ETE) composta por um sistema de peneiras

36
estáticas e uma caixa de gordura, que também tem a função de sedimentador, para a separação
dos sólidos e das gorduras e um sistema de lagoas para o tratamento biológico. No sistema
físico não são adicionados produtos químicos como coagulantes ou corretores de pH,
caracterizando o sistema como exclusivo caráter físico. O sistema de lagoas é composto por
uma lagoa tratamento anaeróbio e uma lagoa aerada.
Conforme o quadro 1 na página 31, observa-se que a geração de efluentes na indústria
se dá principalmente no setor de desossa, no processo de cozimento de embutidos, na lavagem
dos equipamentos e recipientes, na higienização dos ambientes e nos efluentes sanitários. As
características do efluente são atribuídas ao sangue e gorduras do processamento da carne e ao
uso elevado de produtos de desinfecção e higienização dos ambientes. A tabela 4 e 5
apresentam, respectivamente, as médias mensais dos parâmetros de emissão do efluente bruto
no ano de 2010 e o monitoramento do efluente tratado.

Tabela 4: Padrão de emissão do efluente bruto no ano de 2010.


EFLUENTE BRUTO – 2010
Parâmetro P N
Vazão Temp. DQO DBO5 SS O.G pH SSd Coli.Fecais
Total Total
mg/l mg/l NMP/100
Mês (m³/dia) ºC ml/l mg/l mg/l mg/l mg/l
Bruto Bruto ml
Janeiro - - 2252,0 1376,0 700,0 6,0 641,3 22,5 6,54 6,5 160000,0
Fevereiro - - 3095,0 885,0 720,0 6,0 192,4 10,7 7,15 18,0 160000,0
Março - - 1800,0 1494,0 920,0 6,0 244,0 129,0 7,48 22 920000,0
Abril - - 1460,0 786,0 780,0 5,2 61,6 107,0 7,01 13,0 160000,0
Maio - - 1397,0 852,0 660,0 6,0 126,0 151,5 7,05 10,0 54000,0
Junho - - 2764,0 1665,0 840,0 6,0 347,0 252,1 7,16 17,5 160000,0
Julho - - 1877,0 590,0 980,0 6,0 136,0 1,5 6,91 25,0 160000,0
Agosto - - 1312,0 836,0 912,5 6,0 298,4 100,1 6,95 15,0 160000,0
Setembro - - 1632,0 1144,0 200,0 6,0 224,7 110,8 6,76 36,0 2200,0
Outubro - - 882,0 301,0 223,0 6,0 106,2 72,3 7,03 0,5 34000,0
Novembro - - 605,0 432,0 740,0 6,0 130,0 74,9 7,08 8,0 350000,0
Dezembro - - 1710,0 820,0 380,0 6,0 274,5 72,3 6,73 5,0 92000,0
MÉDIA - - 1732,2 931,8 671,3 5,9 231,8 92,1 7,0 14,7 201016,7
Frequência Diária Diária Mensal Mensal Mensal Mensal Mensal Mensal Diária Mensal Mensal
Fonte: Elaborada pela autora.

Ao verificar os valores mensais dos padrões, observa-se que compostos como o


nitrogênio e o fósforo, alcançam valores altos de concentração, atribuídos principalmente ao
uso de detergentes e desinfetantes na limpeza e também as cargas orgânicas dos efluentes
sanitários.
37
Outro parâmetro elevado são os valores de coliformes fecais, justificado pelos
efluentes sanitários. O pH é um dos parâmetros que se mantém estável durante todos os meses
do ano, em uma faixa próxima a 7,0 caracterizando-se neutro e estável.
O tratamento dado aos efluentes deve ser dado de forma a atender os padrões de
lançamento fixados na Resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente CONSEMA.
Assim a Tabela 5 apresenta os valores para emissão a serem alcançados e a periodicidade e
tipo das análises a serem efetuadas para o monitoramento da estação de tratamento de
efluentes.

Tabela 5: Padrões monitorados no lançamento de efluente tratado.


Monitoramento de Efluente Tratado
Parâmetro P
Vazão Temp DQO DBO5 SS O.G N Total pH SSd Coli.Fecais
Total
mg/l mg/l
(m³/dia) ºC ml/l mg/l mg/l mg/l mg/l NMP/100ml
Bruto Bruto
Elfuente
Bruto - - 1732,2 931,8 671,3 5,9 231,8 92,1 7,0 14,7 201016,7

Padrão* de < 3,0 ou < 20 ou


< 350 < 40 <330 <110 <125 75% 30 75% 6 -8,5 <1 3000
Emissão remoção remoção
Frequência
Diária Diária Mensal Bimestral Bimestral Mensal Bimestral Bimestral Diária Bimestral Mensal
de análise
Tipo** de
C C L L L L L L L L L
análise
Fonte: Elaborado pela autora.*Valores de lançamento estipulados pela resolução CONSEMA Nᵒ 128/2006; **
C: Análise realizada em campo pelo responsável técnico; L: Análise realizada em laboratório credenciado pela
FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler-RS).

A empresa deve ainda observar a variação na vazão do corpo hídrico receptor


principalmente em épocas de estiagens. Outro fator importante é a coleta de sangue dos
processos o qual não deve ser enviado para o sistema de tratamento de efluentes industriais.
Para isso a Majestade dispõe de convênio com a empresa Sebo Mariense a qual faz a coleta e
tratamento adequado do resíduo.

2.3.3.3 Emissões Atmosféricas

As emissões atmosféricas aparecem para a empresa como uma não conformidade


quanto o comprimento da legislação ambiental. Constatou-se a emissão de poluentes
38
atmosféricos nas chaminés dos fornos das caldeiras e nos fumeiros industriais e, a queima de
óleo diesel no gerador. No entanto os volumes e espécies de contaminantes presentes e, o raio
de abrangência destes, não foi possível de ser medido devido à indisponibilidade de
equipamentos.
Nos chaminés das caldeiras foi constatada a falta de filtros, ocorrendo a emissão direta
para a atmosfera dos poluentes da queima de combustível vegetal. Pela bibliografia os
principais contaminantes provenientes deste processo são o monóxido e o dióxido de carbono,
agentes efetivos no efeito estufa.
Nos fumeiros a queima da lenha é feita na parte inferior em local aberto, tendo como
combustível também a lenha. A fumaça que passa pelos fumeiros sai na parte superior destes,
sem o uso de filtros ou a prática de técnicas para o controle das emissões. Foi constatada a
presença de fumaça no ambiente interno da indústria expondo os funcionários a riscos pela
inalação de contaminantes e de material particulado.
O terceiro ponto de emissão atmosférica observado na indústria é a queima de
combustível fóssil no gerador usado pela empresa. A queima de óleo diesel é feita no gerador
sem a presença de técnicas de contenção das emissões. Pela literatura, os principais
contaminantes originados na queima de combustíveis fósseis, neste caso o óleo diesel, são o
monóxido e dióxido de carbono, os óxidos de nitrogênio e os óxidos de enxofre.

2.3.4 Aspectos e Impactos Ambientais

Pelo CONAMA impacto ambiental é classificado como toda a alteração nas


propriedades do meio físico, químico e biológico, provocado por matérias ou energias
resultantes de atividades humanas que possam afetar direta ou indiretamente as condições
sociais e econômicas; a saúde, bem estar e segurança do ser humano; a biota; a qualidade dos
recursos e as condições estéticas e sanitárias.
Já o aspecto ambiental é classificado pelo Sistema de Gestão Ambiental – NBR ISO
14001 como o elemento das atividades, dos produtos e dos serviços que interagem com o
meio ambiente. Assim o aspecto é o elemento de causa do impacto ambiental (efeito).
Durante as vistorias realizadas na indústria de processamento pode-se observar e
catalogar os processos e, os materiais e insumos utilizados em cada um deles. Através destes a

39
geração de resíduos e alguns dos principais aspectos e impactos observados puderam ser
catalogados conforme apresenta os quadros 2 e 3 a seguir.

Quadro 2: Aspectos e impactos ambientais na indústria.


Atividade Aspecto observado Impacto potencial
Consumo de água e energia
Desossa Consumo de recurso natural
elétrica
Contaminação de recurso
Desossa Geração de efluente
hídrico
Contaminação de solo e
Desossa Geração de resíduos ósseos
potencial patológico
Desossa Embalagens plásticas Contaminação do solo e água
Desossa Uso de óleos lubrificantes Contaminação de solo e água
Desossa EPIs Contaminação do solo e água
Comprometimento da saúde
Desossa Geração de ruídos
dos funcionários
Defumadores Queima de lenha Consumo de matéria prima
Defumadores Emissão de fumaça Poluição atmosférica
Emissão de fumaça no Comprometimento da saúde
Defumadores
ambiente interno dos funcionários
Cozimento Consumo de água Consumo de recurso natural
Cozimento Geração de efluente Poluição hídrica
Queima de lenha nas
Cozimento Poluição atmosférica
caldeiras
Consumo de energia elétrica Consumo de recurso natural/
Congelados
e energia de gerador poluição atmosférica
Geração de energia Queima de óleo diesel Poluição atmosférica
Iluminação Consumo de energia Consumo de recurso natural
Fonte: Elaborada pela autora.

40
Quadro 3:Aspectos e impactos ambientais na indústria (continuação).

Atividade Aspecto observado Impacto potencial


Iluminação Descarte de lâmpadas Contaminação de solo e água
Lubrificação de correias Uso de óleo lubrificante Contaminação de solo e água
Contaminação do solo e
Resíduos plásticos, papel e
Embalagem água/ consumo de matéria
papelão
prima
Embalagem Lacres, barbantes e fitas Contaminação do solo e água
Embalagem EPIs Contaminação do solo é água
Embalagem Consumo de energia elétrica Consumo de recurso natural
Embalagem Descarte de tripas de cura Contaminação de solo e água
Limpeza e desinfecção Consumo de água e energia Consumo de recurso natural
Limpeza e desinfecção Consumo de água Geração de efluente
Uso de detergentes e Contaminação de recurso
Limpeza e desinfecção
desinfetantes hídrico
Aumento da renda per capita
Produção Aumento da mão-de-obra
e diminuição do desemprego
Produção Aumento das vendas Aumento do PIB municipal
Fonte: Elaborada pela autora.

Conforme os quadros 2 e 3 se pode observar a origem dos principais aspectos e


impactos do processo produtivo. Nota-se que os principais impactos estão no consumo de
matéria prima, geração de efluente e consequente contaminação dos recursos hídricos,
geração de emissões atmosféricas e, a contaminação de solo e água com a geração de resíduos
a serem dispostos.
Dentre os impactos citados a poluição atmosférica é o único impacto presente hoje na
empresa, pela falta de tecnologias e técnicas de prevenção deste tipo de poluição. Os demais
resíduos gerados, conforme citado no item 2.3.4, recebem tratamento adequado às suas
características, não sendo caracterizados como um impacto ambiental gerado pela empresa.
Também se observa impactos diretos aos trabalhadores, classificando-se como
impactos ambientais importantes, uma vez que afetam a saúde e bem estar destes. Ainda entre
os impactos observados estão o aumento da renda per capita, diminuição do desemprego e
aumento do PIB municipal, os quais são classificados como impactos positivos à atividade.
41
No estudo não foi realizado o levantamento de impactos de ordem local e regional
devido às condições de falta de tempo para a realização e acesso há informações.

2.3.5 Diretrizes

A fim de implantar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) na indústria a Majestade


tem focado suas ações em busca de uma integração de todos os funcionários, colaboradores,
fornecedores e diretoria da empresa, em busca de um desenvolvimento sustentado e planejado
do seu empreendimento. Para isso faz-se necessário ações que levem as informações sobre a
norma ISO 14001 para todos os envolvidos no processo, com uma adequada compreensão dos
tópicos abordados.
Para a implantação da certificação ambiental a Majestade deve definir e estabelecer
alguns pontos fundamentais para o sistema como um todo, os quais mantenham a estabilidade
do Sistema de Gestão Ambiental em conformidade com a norma.
Após uma avaliação preliminar das atividades desenvolvidas na indústria, os resíduos
gerados, seus aspectos e impactos e um conhecimento das leis que norteiam o sistema de
produção, pode-se definir as diretrizes a serem seguidas em busca da certificação. Essa
avaliação fornece à administração uma posição da empresa em relação ao meio ambiente,
auxilia na tomada de decisões a respeito do sistema a ser implantado, adequando as atividades
desenvolvidas às exigências da norma. Assim as seguintes diretrizes foram abordadas:

2.3.5.1 Política ambiental

A política ambiental tem a função de nortear os princípios de desenvolvimento dentro


da empresa, atuando em todos os setores. Ela é uma declaração de todos os compromissos que
a empresa assume em relação ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. A
definição da política ambiental deve ser feita pela administração, com esclarecimento de visão
missão e valores em relação ao meio ambiente.
Na sua elaboração, o setor administrativo da Majestade deverá primeiramente observar
a legislação que norteia a atividade de suinocultura e o beneficiamento da carne e seu texto
deve abordar o comprometimento com:
1. Ações que visem à preservação do meio ambiente;
42
2. A redução dos impactos gerados pela atividade;
3. O consumo racional dos recursos naturais;
4. Comprometimento com o treinamento dos funcionários; e
5. Possibilite a revisão dos objetivos e metas.
Após a definição a política ambiental, a administração compromete-se em divulgá-la
de maneira clara a todos os funcionários, colaboradores, investidores, fornecedores, clientes e
comunidade e mantê-la acessível. Isto pode ser feita através do uso do site da empresa, com
notas em jornais e sistemas de telecomunicação, e dentro da empresa com a disposição de
folders em murais e a realização de palestras e oficinas de treinamento.

2.3.5.2 Planejamento

O planejamento ambiental é a terceira etapa abordada na implantação do SGA e


tópicos abordados nele dão suporte para a realização da política ambiental adotada. No
planejamento ambiental são abordados os aspectos ambientais, os requisitos legais e os
objetivos e metas.

2.3.5.2.1 Aspectos e Impactos Ambientais

A Majestade deve desenvolver um programa de identificação, catalogação e


monitoramento de todos os aspectos ligados as suas atividades, produtos e serviços que
tenham potencial gerador de impactos. No item 2.3.5 foram listados os principais aspectos
observados na empresa e os potenciais impactos destes. De forma geral os principais aspectos
observados foram a geração de resíduos sólidos, de efluentes e de emissões atmosféricas.
Para a elaboração de ações preventivas e/ou corretivas a empresa deve desenvolver o
seu programa de identificação caracterizando cada aspecto observado. Pela bibliografia de
SEIFFERT 2002, a caracterização de cada aspecto será feita abordando os seguintes quesitos,
conforme a figura 2 a seguir.

43
Aspecto / impacto

Situação Severidade Abrangência Frequência Probabilidade


Operacional

Normal Baixa Local Baixa Baixa


(rotina diária) (degradação (comunidade / (menos que uma (menos que uma
desprezível) município) vez ao mês) vez ao mês)

Anormal Média Regional Média Média


(não rotineira) (degradação (estado / região) (mais de uma vez (mais de uma vez
reversível) ao mês) ao mês)

Emergência Alta Global Alta Alta


(não planejada / (degradação (região /país) (diariamente) (diariamente)
prevista) irreversível)

Enquadramento

Desprezível Moderada Crítica

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 2:Classificação dos aspectos e impactos ambientais.

A classificação dos aspectos será feita atribuindo valores de significância para cada
aspecto observado no sistema conforme tabela 6 a seguir.

44
Tabela 6: Valores para classificação de Aspecto e Impacto.
Abrangência*
Frequência Probabilidade
Local Regional Global
Baixa 20 25 30 10 10
Média 40 45 50 20 20
Alta 60 65 70 30 30
Fonte: Adaptado de Seiffert 2002.

Após a atribuição dos valores de classificação o enquadramento de cada aspecto e


impacto ambiental será feito da seguinte forma:
1. Desprezível < 50 pontos;
2. Moderado entre 50 e 70 pontos;
3. Crítico > 70 pontos;
Com o enquadramento do aspecto deverá ser realizada a avaliação de significância
através da qual as ações e medidas a serem tomadas poderão ser propostas. A classificação
dos impactos ambientais será feita em três categorias quando este ocorrer em situação normal
ou anormal:
1. Não significativos: os impactos enquadrados como desprezíveis;
2. Possivelmente significativo: impactos enquadrados como moderados. Neste
caso deverá ser avaliados os filtros de segurança – requisitos legais, demanda
das partes interessadas, opções estratégicas – sendo considerado significativo
quando um dos filtros for à ele aplicável; e
3. Significativos: todos os impactos enquadrados como críticos.
Quando o impacto ambiental ocorrer em situação emergencial será considerado
sempre um impacto significativo com medidas a serem tomadas de acordo com o seu
potencial de significância.
A avaliação dos aspectos e impactos na indústria será realizada de acordo com a
categoria de cada produto fabricado, ou seja, nos setores de fatiados, defumados, frescais,
salames, copas e produtos derivados da gordura do animal. Será englobado todo o processo
produtivo desde a entrada da matéria prima (carne) até a saída do produto. Está técnica
possibilitará um maior controle operacional dos impactos da produção de cada produto,

45
otimizando a implantação de práticas de produção mais limpa e o gerenciamento de impactos
ambientais.
Os aspectos que se apresentarem significativos terão ações propostas para a mitigação,
minimização, controle e monitoramento.

2.3.5.2.2 Requisitos Legais

O levantamento de todas as leis, normas, decretos, resoluções e instruções, deverá ser


realizado pelo setor administrativo da unidade, com responsável delegado a fazer a
atualização do banco de dados até o primeiro dia de cada mês caso haja alteração na
legislação vigente ou inserção de nova.
O banco de dados deve ser mantido atualizado e quando constatado um não conformidade
da empresa em relação a alguma legislação, a coordenação do SGA deverá entrar em ação
buscando uma solução para o problema o mais rápido possível.
O banco de dados será composto por arquivo com as cópias impressas da documentação
do empreendimento e um arquivo digital, o qual será o instrumento de trabalho para o
responsável por essa atividade, onde devem constar as seguintes documentações:
i. Legislação federal, estadual e municipal;
ii. Licença de operação atualizada;
iii. Auto de vistoria do corpo de bombeiros;
iv. Alvará de liberação da atividade;
v. Normas internas da indústria;
vi. Política ambiental da empresa;
vii. Plano de implantação do SGA;

2.3.5.2.3 Objetivos e Metas

Com a avaliação dos aspectos e impactos observados nas atividades desenvolvidas


pela empresa e com o levantamento da legislação aplicável a empresa deverá definir as ações
a serem desenvolvidas na empresa e o tempo necessário para a realização destas. Dentre os

46
objetivos a serem desenvolvidos pode-se citar aqueles ligados aos aspectos observados com o
levantamento preliminar realizado com a pesquisa, conforme o quadro 3:

Quadro 4: Objetivos e metas para o SGA.


Objetivos Metas
Eliminar ou reduzir para padrões aceitáveis as Instalação de filtros nas chaminés das caldeiras
emissões atmosféricas em um prazo de 1 ano
Vedar os fumeiros e instalar chaminés com
Eliminar a fumaça no ambiente de trabalho
filtros em até 2 anos
Melhorar o sistema físico de tratamento de Adequar o sistema existente para a remoção de
efluentes sólidos e gorduras até 1 ano
Reduzir o consumo de água Reciclar 70 m³ por dia de efluente até 1 ano
Implantar sistema de gerenciamento de resíduos Treinamento dos funcionários e instalação de
sólidos lixeiras para separação dos resíduos até 1 ano
Fonte: Elaborado pela autora.

O Quadro 3 apresenta alguns dos objetivos sugeridos para a melhoria do sistema de


produção da empresa. Os objetivos e metas a serem adotados serão analisados pela
coordenação do SGA, com o objetivo de propor soluções para os problemas encontrados e
melhorias no sistema de produção. Os objetivos e metas devem ser revisados semestralmente
pela coordenação e sempre que se fizer necessário novas propostas poderão ser anexadas ao
quadro.

2.3.5.3 Implantação e operacionalização

2.3.5.3.1 Estrutura e Responsabilidade.

O Sistema de Gestão Ambiental estrutura-se e realiza-se não apenas com a


responsabilidade do setor ambiental, mas sim com o comprometimento de todos os
responsáveis pelos setores produtivos e administrativos.
A elaboração da política ambiental e do gerenciamento geral do SGA deverá ser feito
pela coordenação geral do programa formado pelo presidente da cooperativa, seu
administrador e profissional capacitado na área afim.

47
A definição dos objetivos e metas a serem alcançados é de responsabilidade dos
diretores de cada setor produtivo, envolvendo a direção, a administração, a coordenação
ambiental, de gestão de qualidade e de segurança do trabalho.
A implantação do programa fica sob responsabilidade da coordenação geral e dos
diretores de cada setor produtivo. O treinamento e supervisão dos funcionários ficam
atribuídos aos diretores de cada setor e à coordenação de segurança do trabalho.

2.3.5.3.2 Treinamento, Conscientização e Competência.

O treinamento dos funcionários é de grande importância para o sucesso do programa


de SGA. Para isso atividades devem ser desenvolvidas a fim de garantir que as informações e
decisões tomadas pela direção, além das técnicas a serem desenvolvidas chegue a todos
dentro da empresa.
Para isso a coordenação geral do SGA deverá desenvolver atividades de treinamento
dos responsáveis pela coordenação das atividades para que estes estejam aptos à realizar as
atividades de supervisão e checagem de dados diariamente em cada setor. Os treinamentos
serão realizados a cada dois meses através de reuniões, palestras e atividades práticas
desenvolvidas.
Com os funcionários da empresa o treinamento será realizado de forma a divulgar a
política ambiental desenvolvida pela empresa, as técnicas de trabalho, as ações, os objetivos e
metas e, os programas desenvolvidos. Para isso oficinas práticas com palestras e treinamentos
serão desenvolvidas a cada dois meses e, folders explicativos com os princípios do SGA serão
distribuídos sempre que necessário.
Incentivo ao desenvolvimento de boas práticas ambientais fora da empresa também
são ferramentas que podem ser utilizadas para treinamento e conscientização dos envolvidos
no processo.

2.3.5.3.3 Comunicação

A comunicação e divulgação do SGA dentro da empresa, com o objetivo de alcançar


os funcionários pode ser realizada através de informações verbais, por meio de reuniões,

48
através de documentos, murais, treinamentos, cartazes, correio eletrônico, relatórios,
formulários, boletins informativos, cursos e palestras. Essas comunicações podem
compreender informações, avisos e divulgações, além de identificação de um novo aspecto
ambiental.
A divulgação para a sociedade das ações desenvolvidas pela empresa pode ser feitas
através da divulgação de boletins informativos em jornais, rádios, televisão, periódicos locais
e no site da empresa e de sites de colaboradores ou associações ligadas à empresa. Ainda
podem ser feitas em eventos e feiras nas quais a Majestade. A responsabilidade pela
divulgação das informações fica atribuída ao setor de marketing da empresa.

2.3.5.3.4 Controle de Documentos

O controle de documentos deve ser realizado através de banco de dados atualizado


diariamente. Nele devem estar cadastrados todos os relatórios elaborados em cada setor
produtivo, os pareceres técnicos, os aspectos levantados, as ações desenvolvidas na solução de
problemas, os relatórios de resíduos produzidos em cada setor, relatórios de emissões
atmosféricas e de efluentes, relatórios de consumo de matéria prima, relatórios financeiros e
cópias das informações divulgadas pela empresa, além das normas e diretrizes do sistema de
gestão, a política ambiental, a legislação ligada ao sistema produtivo, os alvarás de
funcionamento, as licenças de operação e demais documentos que se façam necessários e
presentes no dia a dia da empresa e que estejam ligados ao SGA.
Este controle deve ser feito de forma clara, organizada e de fácil acesso em situações
de emergência. O banco será feito com o arquivamento de todos os documentos e relatórios
impressos em arquivos divididos em trimestres e em um banco de dados digital que facilite o
acesso da coordenação quando este se fizer necessário.

2.3.5.3.5 Controle Operacional

O controle operacional deverá ser desenvolvido pela empresa em cada setor


produtivo e para cada aspecto observado, baseando-se na política ambiental desenvolvida
pela empresa e na legislação vigente. Nele devem ser abordados o consumo de matérias

49
primas e insumos, a geração de resíduos sólidos, as emissões atmosféricas e os efluentes
gerados.

2.3.5.3.6 Preparação e Atendimento a Emergências

Juntamente com a coordenação de segurança do trabalho a coordenação do SGA deve


desenvolver um plano de ação que atenda a todos os cenários de acidentes possíveis de
ocorrer em relação a cada aspecto e impacto levantados. Também deve ser formulada uma
equipe de emergência composta por médicos, bombeiros, policiais, equipes de apoio em
operações especiais, equipe de evacuação e responsáveis pela comunicação,
Com um plano de ação e equipe formada, a empresa deve desenvolver simulações para
treinamento de todos os funcionários com periodicidade mensal a fim de reduzir e eliminar as
falhas em caso de uma ocorrência real.

2.3.5.4 Verificação e Ação Corretiva

2.3.5.4.1 Monitoramento e medição

Todos os aspectos e as atividades com potencial de geração de impactos devem ser


monitorados e catalogados a fim de se manter um controle e evolução da melhora nas
condições ambientais de produção. O monitoramento deve ser elaborado de acordo com as
normas orientadoras e observando a legislação vigente e a política ambiental da empresa,
sendo que as formas de monitoramento serão elaboradas e dirigidas por profissional
capacitado na área ambiental.
Para as emissões atmosféricas o monitoramento será realizado através de:
1. observação visual da cor e quantidade de fumaça, direção e velocidade de
deslocamento da pluma de contaminação com uma periodicidade diária e
realizada sempre nos picos de consumo de lenha;
2. observação e análise do material coletado nos filtros feitos semestralmente; e
3. coleta e análise a amostra de ar no ambiente interno da fábrica em três pontos
diferentes a serem determinados; amostra de ar próximo as chaminés das
caldeiras e dos fumeiros; amostra em três pontos dos limites externos da área

50
da indústria e em três pontos fora desta. As análises serão feitas com uma
periodicidade semestral.
Para as o controle e monitoramento dos efluentes serão realizados análises com
periodicidade diária e mensal conforme e dos parâmetros analisados e citados no item 2.3.4
(Geração de Resíduos).
O volume mensal, tipo e locais de geração de resíduos sólidos serão monitorados
através de quantificação de peso e descrição das características em planilhas, com uma
periodicidade de coleta de dados diária e geração de relatórios mensais.
Além de todos os aspectos e impactos ambientais observados também será monitorado
através de planilhas o consumo de lenha, água, energia elétrica, matéria prima e insumos e a
produção mensal da indústria. Todas as planilhas de monitoramento devem ser documentadas
e arquivadas no banco de dados do SGA.

2.3.5.4.2 Não conformidade e ação corretiva e preventiva

Todas as ações, processos e aspectos que encontrarem-se divergentes à legislação e à


política ambiental da empresa serão caracterizados como não conformidade. Ao constatar
uma não conformidade o responsável pelo setor deverá informar onde esta ocorreu deve
informar a coordenação do SGA para que em conjunto analisem a ocorrência e determinem
uma ou mais ações de correção para esta e também medidas de prevenção.
As medidas a serem tomadas devem ser baseadas em estudo de investigação de causa
da não conformidade e todas as ações realizadas deverão ser analisadas com uma
periodicidade a ser determinada, a fim de analisar a sua eficiência na solução e se necessário a
determinação de novas medidas corretivas e preventivas.
Todas as não conformidades devem ser catalogadas com as especificações de dia, hora
e local de ocorrência, tipo e magnitude, responsável pela constatação e ação realizada para a
regularização.

51
2.3.5.4.3 Registros

Os registros ambientais serão feitos junto ao banco de dados do SGA. Nele devem
conter todas as informações relevantes sobre o processo produtivo, entre as quais estão as
seguintes planilhas:
1. Monitoramento dos aspectos ambientais;
2. Relatório de não conformidade;
3. Relatório de reclamações;
4. Relatório de ações de emergência;
5. Informações sobre processo produtivo e produtos;
6. Treinamento dos funcionários;
7. Relatório de auditoria interna e externa;
8. Relatório da análise da administração;

2.3.5.4.4 Auditoria do sistema de gestão ambiental

Para uma certificação ambiental faz-se necessário a realização de auditorias internas e


externas do sistema de gestão. Antecedendo a realização de auditoria externa a qual é
realizada por auditores dos órgãos certificadores, a empresa deve passar por auditorias
internas para análise das ações desenvolvidas e levantamento de não conformidades.
A auditoria interna será realizada com o intuito de se constatar não conformidades e
assim promover a regularização da empresa e adequação a todas as especificações da norma
ISO 14001. Será realizada por funcionários da empresa capacitados a desenvolver as
atividades de forma imparcial e objetiva. O plano de auditoria deve ser seguido de maneira
que atenda a todos os princípios da norma.
As auditorias serão realizadas separadamente a cada setor analisando-se todas as
diretrizes da ISO 14001 e, a periodicidade a cada setor será trimestral. Após a auditoria os
auditores se reunirão em assembleia para a elaboração do relatório contendo todas as
constatações feitas durante a auditoria.
Este relatório será entregue para a coordenação do SGA que fará a análise e tomará as
decisões e ações necessárias. Os relatórios de auditoria devem ser catalogados e arquivados
no banco de dados do Sistema de Gestão Ambiental.

52
2.3.5.5 Análise pela administração

A cada semestre a administração da empresa e a coordenação do Sistema de Gestão


Ambiental se reunirão e avaliarão as atividades realizadas como um todo a fim de buscar
melhoria contínua dos processos, ações e investimentos realizados.
Deverão ser avaliados requisitos como o atendimento a legislação, cumprimento das
metas estabelecidas, análise dos relatórios de auditoria, programas de treinamento dos
funcionários, análise financeira e demais relatórios elaborados pela coordenação do SGA e
pelos responsáveis de cada setor.
Estas assembleias poderão se estender por até uma semana de acordo com o volume de
dados a serem analisados. Isso permitirá que a direção possa manter um foco na avaliação e
um maior tempo para a tomada de decisões.
As observações realizadas devem ser documentadas, divulgadas conforme necessidade
e arquivadas no banco de dados do SGA.

53
3 CONCLUSÃO

Quando a empresa definiu seu interesse pela certificação da ISO 14001, demonstrou
também interesse com o desenvolvimento sustentável, comprometendo-se com atividades de
proteção ao meio ambiente, trabalhando sua imagem cooperativista com os seus clientes,
funcionários, fornecedores e empresas ligadas ao seu processo produtivo e ainda buscando
informação sobre o processo de adequação a norma.
Em consideração ao atendimento aos requisitos legais com o controle da poluição e o
uso racional dos recursos, a empresa está adequando-se ao desenvolvimento sustentado, uma
vez que possui controle e tratamento sobre os resíduos sólidos e os efluentes líquidos
atendendo neste quesito a legislação ambiental, além de incentivar à proteção e preservação
do meio ambiente e exigir que todas as empresas e fornecedores ligados ao processo de
produção estejam em conformidade com as leis ambientais.
Entretanto alguns pontos importantes ainda não estão inseridos no processo produtivo.
A emissão de gases na atmosfera sem controle adequado e a não adoção de tecnologias mais
limpas e que promovam o uso racional de matéria prima são fatores que podem ser citados.
Para a elaboração de um Plano de Gestão Ambiental adequado para a Majestade, cabe
a empresa efetivar uma análise adequada em profundidade de todos os aspectos e impactos
associados em seus processos produtivos para assim definir os meios pelos quais as diretrizes
da norma ISO 14001 poderão ser executados. Outro ponto importante é a criação de um
departamento de meio ambiente, o qual será responsável por todas as ações pertinentes à
implantação do Sistema de Gestão Ambiental.
Sugere-se como estudos futuros, a realização de uma análise quantitativa e qualitativa
dos aspectos e impactos associados à empresa e, a elaboração sistêmica das diretrizes para a
implantação do Sistema de Gestão Ambiental.

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