Вы находитесь на странице: 1из 30

Desenho Técnico

Material Teórico
Instrumentos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Vanderlei Rotelli

Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Instrumentos

• Introdução ao Desenho Técnico

Esta Unidade vai familiarizá-lo(a) com os instrumentos de


Desenho, os formatos de papéis que usamos, bem como com as
Normas e regras que seguimos para a execução dos desenhos.
Faça uma leitura atenta, pois os conhecimentos que veremos
aqui serão necessários nas próximas unidades.

A Unidade foi pensada para que você consiga entender e interpretar um desenho de
maneira bastante simples, mas para que isso aconteça, são necessárias dedicação e atenção
no aprendizado dessa normatização, pois ao entender essas regras simples, perceberá que
existe uma lógica no Desenho Técnico e, então, começará a enxergar esse trabalho de
outra maneira.
Ao final da Unidade, teremos alguns testes que servem como parâmetro para avaliar seu
entendimento. Leia atentamente os testes e pense em suas respostas

5
Unidade: Instrumentos

Contextualização

Nesta Unidade, veremos as principais regras de Desenho Técnico e recordaremos alguns


conceitos que você já aprendeu em Geometria e que serão utilizadas em nossos estudos.
Fique atento aos materiais que serão apresentados e como você já os conhece, mas não
sabia que eles tinham esta utilidade.
Como será que profissionais de diferentes áreas conseguem desenvolver um projeto único?
Como um engenheiro civil consegue entender os desenhos de um arquiteto? Será que existem
algumas Normas que todos devem conhecer?
Sim, elas existem e são chamadas de NBRs.
Algumas das NBRs (Normas Brasileiras de Representação) que veremos podem lhe parecer
novas, mas elas estão presentes no seu cotidiano, seja na proporção das letras (que seguem
este padrão), seja na espessura das linhas (que são as mesmas utilizadas nos desenhos dos seus
manuais de aparelhos domésticos).
É interessante notar, já que falamos dos manuais dos seus aparelhos, como todos os desenhos
são feitos da mesma forma.
Será que isto é um acaso ou existe algum tipo de “regra” a ser seguida?
Nesta Unidade, vamos responder algumas perguntas tirar várias das suas dúvidas a este respeito.

6
Introdução ao Desenho Técnico

O Desenho Técnico, nosso objeto de estudo nesta Disciplina, é uma forma de expressão
gráfica que tem como função estabelecer um meio de comunicação entre o desenhista, ou seja,
o Arquiteto, o Engenheiro, o Projetista etc. e os clientes, fornecedores e executores do projeto.
Utilizando linhas, curvas, números e letras, estabelecemos um sistema de comunicação
comum aos vários tipos de Engenharia, Arquitetura, produção de mobiliário etc.
É necessário, entretanto, que nos acostumemos a estes símbolos da mesma forma que nos
acostumamos aos símbolos que representam as letras.
Dizemos, inclusive, que um Desenho Técnico é “lido”, isto é, você aprenderá a “interpretar”
um desenho como você interpreta um texto.
Para isso, trabalharemos primeiramente com as “regras” de Desenho Técnico (lembrando
a sua alfabetização, aprenderemos as formas e os tipos das letras e conheceremos os lápis
e cadernos) e, depois, com a visão espacial (pensando em nossa analogia, formularemos as
frases), a partir de desenhos bidimensionais (um conjunto de símbolos em uma folha de papel
ou uma tela de computador), você conseguirá enxergar os projetos em três dimensões.
Até o século XVIII, antes da popularização das técnicas de Gaspar Monge, o Desenho Técnico
não existia; quando um mestre construtor precisava descrever suas ideias, recorria muitas vezes
a modelos tridimensionais (maquetes) ou a desenhos feitos em proporção, sem o uso de escalas.
Monge, com suas regras e normas de Geometria Descritiva, é considerado o “pai” do Desenho
Técnico, já que muito do que ele criou, como as projeções ortogonais, por exemplo, continua
sendo usado até hoje.
Nos séculos XIX e XX, com o crescimento econômico e da construção civil, foi necessário que
os desenhos fossem normatizados.
A Comissão Internacional de Padronização (ISO, na sigla em inglês) criou as regras do que
hoje conhecemos como Desenho Técnico, representada no Brasil pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas).
Essas normas são a base dos desenhos utilizados nas diversas Engenharias, na Arquitetura,
no Design etc.
Nesses tempos de economia globalizada, um Desenho Técnico executado em qualquer parte
do mundo será entendido por qualquer pessoa treinada a lê-lo.
Isso é cada vez mais comum no Brasil, com o surgimento, inclusive, de escritórios especializados
em fazer o que chamamos de “tropicalizar” os desenhos, isto é, traduzir e adaptar as partes
escritas e os materiais sugeridos nos projetos.
Ressalte-se que o desenho necessita de adaptações mínimas, já que alguns materiais
específicos tem representação diferenciada.
A figura 1 representa, para um leigo, dois quadrados concêntricos, mas para um técnico,
pode ser a planta de uma construção, com as linhas paralelas representando as paredes.

7
Unidade: Instrumentos

Figura 1. Dois quadrados concêntricos ou as paredes de um ambiente, dependendo do olhar.

O Desenho Técnico é fundamental para os profissionais, pois é uma ferramenta comum de


comunicação, ou seja, é a maneira mais segura de um profissional se comunicar com o outro,
sem que apareçam dúvidas e erros.
O desenho, também, é uma forma barata e simples de evitar desencontros durante uma obra
ou a construção de um produto, já que a maioria das dificuldades pode ser vista e evitada ainda
na fase que chamamos de projeto, isto é, na fase de elaboração dos desenhos técnicos que
servirão de base para a efetiva construção da edificação ou do produto.
É claro que, com a evolução da tecnologia, hoje, a maior parte dos desenhos técnicos é
executada em computadores que, muitas vezes, ligados a impressoras em três dimensões, já
elaboram um protótipo ou uma maquete do projeto.
É necessário, porém, saber que todos os programas de computador se baseiam no desenho
manual e o seu conhecimento ainda é básico para todas as áreas. Isso quer dizer que os
programas CAD (Desenho Auxiliado por Computador, na sigla em inglês) são bastante utilizados
na preparação dos desenhos finais de qualquer projeto, mas a concepção e as fases de estudo
ainda são feitas a mão, com o auxílio de instrumentos de desenho, como veremos mais adiante.
Além disso, os softwares de desenho foram criados tendo como base as regras e os métodos
utilizados em Desenho Técnico.
Esses desenhos também são classificados de acordo com a etapa do projeto e o grau de
detalhamento que ele vai adquirindo (para mais detalhes, vide NBR 10647, que trata da
terminologia de projeto).
Geralmente, começamos com os croquis ou desenhos de estudo, que podem não ser
executados com instrumentos, mas estão sempre em alguma escala (geralmente alguma escala
reduzida, como veremos a seguir).
Depois desta fase, entramos na etapa dos desenhos de estudo; aí sim executados com os
instrumentos e de acordo com as Normas que veremos nesta Unidade.
Esta etapa de um projeto é uma das mais demoradas, pois é a fase em que as decisões mais
importantes sobre o edifício ou o objeto a ser construído são tomadas.

8
Finalmente, entramos na fase do desenho definitivo, ou executivo, que pode ou não ser
executada em programas CAD.
O primeiro item a se conhecer em nossa caminhada são os formatos de papel utilizados e os
instrumentos de desenho (em nossa analogia com a alfabetização, seriam os lápis e os cadernos).
Os formatos de papel, ou pranchas indicados na NBR 10068 são da série “A”, isto é, derivam
do A0, conforme a figura a seguir.
É interessante saber que o formato A0 tem 1m2; o A1 tem 0,50m2 e assim por diante.
O papel sulfite que usamos no dia a dia é o tamanho A4, que vem desta normatização.
Os cartões de visita também vêm desta formatação, no tamanho A8, apesar de atualmente
este formato não ser respeitado.
A gramatura do papel também vem daí. Assim, quando você compra papel para a sua
impressora com 75 g/m2, quer dizer que uma folha A0 deste tipo de papel pesa 75 gramas.

Figura 2. Modelo de divisão do formato “A”.

Quadro 1. Dimensões das Pranchas – Medidas em milímetros.


A0 841 1189

A1 594 841

A2 420 594

A3 297 420

A4 210 297

9
Unidade: Instrumentos

Como veremos a seguir, os formatos maiores são dobrados de tal maneira que a parte frontal
fique no tamanho A4.
Na parte frontal da dobra, está o carimbo ou a legenda. Todos os nossos desenhos
devem, obrigatoriamente, ter um carimbo ou uma legenda com as identificações de autor,
desenhista e obra.
A colocação na parte frontal da folha permite que se localize uma determinada folha de
desenho, sem que seja necessário abri-la. Desta forma conseguimos determinar qual desenho
consta em cada uma das folhas (dependendo da complexidade do projeto, podemos ter algumas
dezenas de folhas de desenho).
A figura 3 indica a posição dos carimbos ou legendas, que também constam da Norma.
Figura 3. Posição do carimbo, na folha vertical e na folha horizontal.

Fonte: NBR 10068.


Outra aspecto importante no desenho é a margem: um desenho nunca toca a borda da folha.
Para garantir isso, temos as margens. Um desenho também nunca deve tocar a margem, que
funciona como um pass-par-tout, ou seja, uma moldura para ele.
A margem tem outra função, que é a de prender a folha de desenho na pasta tipo arquivo de dois
furos, conforme você notará nas figuras 4 a 7, que demonstram o modo de dobrar cada formato.

Figura 4. Detalhe do desenho da margem.

Fonte: NBR 10068

10
Quadro 2. Quadro com medidas das margens (as margens superior e inferior seguem a
medida da margem esquerda).

Formato Margem

A Dir. Esq.
A0 25 10
A1 25 10
A2 25 7
A3 25 7
A4 25 7

É interessante saber que os formatos maiores devem ser dobrados até atingirem o formato
A4, o que permite o arquivamento de qualquer formato em pastas, facilitando e padronizando
o trabalho. As dobras também devem ser executadas de acordo com esta Norma, conforme
as figuras 5 a 8.
Você deve ter notado, no Quadro 2, que a margem direita é sempre maior que a esquerda, certo?
Isso acontece porque o desenho é preso na pasta por esta margem maior, permitindo que ele
seja desdobrado sem necessidade de ser retirado da capa.

Figura 5. Dobra do formato A0 – dimensões em milímetros.

Fonte: NBR 13142

11
Unidade: Instrumentos

Figura 6. Dobra do formato A1 – dimensões em milímetros.

Fonte: NBR 13142.

Figura 7. Dobra do formato A2 – dimensões em milímetros.

Fonte: NBR 13142.

Figura 8. Dobra do formato A3 – dimensões em milímetros.

Fonte: NBR 13142.

12
Os instrumentos que usamos na execução do Desenho Técnico garantem a exatidão e a
precisão do resultado final e, voltando à nossa analogia, estes instrumentos seriam as canetas,
lápis, borrachas etc., que são utilizados em nossa alfabetização.

Você Sabia ?
No desenho, estes instrumentos são:
- Régua “T” ou Prancheta com régua paralela, conforme a figura 9. De forma geral, todas as linhas
horizontais de um Desenho Técnico são feitas com o auxílio de uma destas réguas.

Figura 9. Régua Paralela (à esquerda) e Régua “T” (à direita).

- Par de esquadros. Um deles com dois ângulos de 45 º, conforme a figura 10 e um deles com
30º/60º, conforme a figura 11. É interessante notar que, no caso de Desenho Técnico, os esquadros
não devem possuir gradação, ou medidas. Com estes esquadros, conseguimos executar a maioria
dos ângulos utilizados em desenho. No entanto, existem ainda esquadros móveis, ou ajustáveis,
que nos permitem fazer ângulos que sejam muito específicos, conforme a figura 12.

Figura 10. Esquadro de 45º.

13
Unidade: Instrumentos

Figura 11. Esquadro de 30º/60º.

Figura 12. Esquadro móvel ou ajustável.

Fonte: Thinkstock/Getty Images

• Compasso ou Circulômetro, conforme a figura 13, utilizado para a execução de círculos


e curvas no desenho.

Figura 13. Compasso e Circulômetro.

Fonte: Thinkstock/Getty Images

14
• Lapiseiras e grafites (figura 14). No caso do Desenho Técnico, diferente do Desenho
Artístico, não utilizamos nenhum tipo de lápis, pois estes não nos dão a precisão necessária.
Trabalhamos com vários tipos de grafite, pois cada um nos dá um resultado diferente.
As grafites são classificadas de acordo com a sua dureza, sendo a grafite HB a média.
Quanto mais “H”, isto é, H, 2H, 4H e 6H, mais dura a grafite, portanto, mais fino e mais
limpo o traço a ser feito. Quanto mais “B”, ou seja, B, 2B, 4B e 6B, mais macia, e, logo,
mais largo e mais “sujo” o traço (dizemos que o traço é sujo, pois a grafite mais macia
solta mais resíduos). Como curiosidade: o lápis nº 2, que normalmente usamos durante
o nosso tempo na escola, equivale à grafite “B”.

Figura 14. Lapiseira.

Fonte: Thinkstock/Getty Images

Finalmente, chegamos ao escalímetro (figura 15), que é a régua utilizada em Desenho Técnico.
Todos os desenhos que executamos estão em escala, isto é, têm uma relação de redução ou
ampliação em relação ao objeto real.
Dificilmente desenhamos os objetos em escala natural, isto é, em seu tamanho real. De
maneira geral, os objetos são muito grandes ou muito pequenos para serem desenhados em
escala real, daí o uso constante do escalímetro em Desenho Técnico

Importante
Por exemplo, imagine que você criou um relógio de pulso. Você precisa passar a sua ideia para a
equipe que vai produzir este seu relógio. Caso você desenhe o relógio em sua escala natural, no
tamanho que ele terá quando pronto, seu desenho ficará bastante pequeno, o que dificultará o
entendimento e a execução das peças.

Neste caso, trabalhamos com uma escala de ampliação, ou seja, o desenho ficará
proporcionalmente maior do que a peça final.
Agora, imagine que você projetou uma casa e precisa enviar este projeto para a equipe
responsável pela construção. Caso você fosse desenhar a casa em escala natural, no tamanho
que a casa terá quando pronta, o seu desenho ficará do tamanho da casa!
Trabalhamos, então, com uma escala de redução, e o desenho ficará proporcionalmente
menor do que a casa.

15
Unidade: Instrumentos

Figura 15. Escalímetro triangular.

Fonte: Thinkstock/Getty Images

O escalímetro é uma régua triangular, com uma série de proporções (ou escalas) já prontas
para serem usadas nos desenhos.

Vale lembrar que o escalímetro não deve ser usado para execução dos traços, que as linhas
devem ser traçadas com as réguas ou os esquadros e nunca com o escalímetro.

No escalímetro, todas as medidas são feitas em metro, o que possibilita que qualquer pessoa
que precise se utilizar do desenho consiga obter qualquer cota (ou medida) que precisar.

Imagine uma escala como uma proporção, isto é, imagine uma linha que tenha 1 metro de
extensão; dividiremos esta linha, em 50 pedaços iguais; o resultado desta divisão é 1 metro em
escala 1:50 (lê-se um para cinquenta).

Agora, pegue esta mesma linha de 1 metro e vamos dividi-la em 20 pedaços iguais; o resultado
desta divisão é 1 metro em escala 1:20 (lê-se um para vinte).

Você consegue imaginar que o pedaço que resultou da primeira divisão é menor que o que
resultou da segunda divisão, certo?

Dizemos, por isso, que conseguimos detalhar um desenho melhor quanto maior for a sua
escala (ou seja, quanto maior o “pedaço” resultante da divisão).

Observe a figura a seguir (figura 16).


Figura 16. Proporção entre a escala 1:100, acima, 1:50 ao centro e 1:20, abaixo.

Aqui é possível observar a diferença entre 1 metro na escala de 1:20, na escala 1:50 e na
escala de 1:100.

16
Se você prestar atenção, notará que 1 metro em 1:20 equivale a 2,5 metros em escala 1:50,
e a 5 metros em escala 1:100.
Existem muito mais divisões entre o 0 e a marcação de 1 metro na escala 1:20 do que na
escala 1:100 e na de 1:50.
O que isso quer dizer? Que consigo detalhar muito mais o meu desenho em 1:20 do que nas
outras duas escalas.
Nesta imagem, também, você pode perceber que as marcações são de metro em metro, ou
seja, se eu pedir para que você marque dois metros em 1:100 ou 1:50, você marcará a distância
entre o 0 e o 2.
Na escala 1:100, cada marcação entre o 0 e o 1 metro, vale 0,1 metro, ou 10 centímetros,
ou seja, a precisão que consigo na escala 1:100 é de 10 centímetros; não consigo, por exemplo,
marcar com precisão a distância de 1 metro e 14 centímetros, apenas as distâncias de 1 metro
e dez centímetros, ou 1 metro e vinte centímetros.
Na escala 1:50, as marcações estão a cada 0,05 metros, ou 5 centímetros; a precisão do
desenho será de 5 centímetros, ou seja, será possível marcar 1 metro e quinze centímetros, mas
não 1 metro e 14 centímetros.
Na escala 1:20, por outro lado, temos muito mais divisões entre a marcação do 0 e 1 metro,
o que nos diz que é possível detalhar muito mais este desenho.
Se você quiser contar o número de divisões, perceberá que, nesta escala, conseguimos uma
precisão de 2 centímetros, ou seja, é possível marcar a distância de 0,02 m (2 centímetros)
com precisão.
Conseguimos executar, portanto, um desenho mais detalhado. Profissionalmente, dizemos que
esta é uma escala para a execução de desenhos de detalhes. Assim, na escala 1:50, executamos
o desenho da planta da casa (veremos isso mais adiante, no nosso curso, não se preocupe!!!),
mas não conseguimos fazer os desenhos de como será a fixação das portas, por exemplo.
Este detalhamento precisa ser feito em uma escala maior, como, por exemplo, 1:20 ou 1:25.
Apenas para que você fixe mais facilmente, veja a seguir uma pequena tabela com a precisão
de cada uma das escalas.
Dizemos que as escalas com menos precisão são escalas “menores” e as escalas mais precisas
são “maiores”:

Quadro 3. Quadro de Escala e Precisão.

Escala Precisão

1:125 e 1:100 10 cm
1:75 e 1:50 5 cm
1:25 e 1:20 2 cm

17
Unidade: Instrumentos

A palavra escala, nos desenhos, pode ser abreviada como “esc.”, de acordo com a NBR
08196, e deve ser colocada no carimbo ou legenda.
Caso você tenha vários desenhos na mesma prancha (lembre-se: o desenho deve ser
executado em uma única escala), em escalas diferentes, estas devem ser indicadas em cada
desenho, próximo ao título de cada um.
Mais raramente, você encontrará a escala “gráfica” em Desenhos Técnicos. Esta escala está
mais ligada à proporção do que as escalas que utilizamos normalmente. Geralmente, é utilizada
para adaptar o desenho ao tamanho da folha que temos a disposição.
Ela é simbolizada pela figura 17 e, diferente das escalas mais usuais acima, consta na NBR 6492.

Figura 17. – Escala Gráfica.

Fonte: NBR 06492.

Esta escala funciona com o auxílio de uma régua. No caso da figura 17, o espaço entre o
0 e o 5 equivale a cinco metros e possibilita a medida desta distância ou de seus múltiplos,
no desenho.
Outra regra que deve ser seguida nos Desenhos Técnicos diz respeito à caligrafia.
A escrita nos projetos não pode deixar espaço para dúvidas, sendo de fácil leitura para todas
as pessoas, e tem de ser padronizada.
A Norma 08402 fornece as orientações necessárias para que desenhemos as letras e determina
que elas têm de ser uniformes e legíveis.
É isto mesmo! Em um Desenho Técnico, as letras são desenhadas e, portanto, precisam de
treino para ser feitas.
Esta norma afirma que o tamanho das letras nunca pode ser inferior a 2,5 milímetros, e que
a proporção entre maiúsculas e minúsculas é 1/7, conforme a tabela abaixo:

Quadro 4. Quadro de proporções entre as letras (medidas em milímetros).

Dimensões

Alt. Das maiusc. 3,5 5 7

Alt. Das minusc. 2,5 3,5 5


Dist. Entre linhas 5 7 10
Fonte: NBR 08402.

18
A figura 18 mostra um modelo de letras, de acordo com a NBR.
Figura 18. Letras “bastão”, de acordo com a NBR 08402.

Fonte: NBR 08402.

Agora, veremos as convenções empregadas em Desenho Técnico para as linhas e traços.


Isto mesmo!
Não se pode executar as linhas de qualquer modo: toda e cada linha colocada em um desenho
tem um significado.
Não podemos deixar linhas soltas ou “perdidas” em um desenho, pois a pessoa que vai ler
e consultar estes desenhos terá dúvidas a respeito do significado destas linhas e não terá como
saber se foi um erro ou um esquecimento.
Como vimos no começo, os desenhos são uma forma de comunicação e, portanto, não
podem dar margem a interpretações.
Um projeto deve ser executado exatamente como está no desenho. Logo, não pode haver
dúvidas a respeito de seu entendimento. Seu desenho deve ser claro e preciso.
A Norma que padroniza os tipos de linha é a 8403, que explica a respeito dos tipos e
espessura delas.
Sim, você leu corretamente! A espessura da linha faz diferença em um projeto.
É preciso que nos lembremos de que desenhamos para as outras pessoas e que o
projeto está muito claro na nossa cabeça, que sabemos exatamente o que queremos, mas
desenhamos para os outros, isto é, temos de passar a ideia que está em nossa cabeça para
os outros, tanto para as pessoas que efetivamente executarão nossas ideias, quanto para os
clientes que nos contrataram.
Pode parecer confuso, mas quanto mais convenções e padrões temos para nos ajudar, mais
garantia temos de que as outras pessoas entenderão mais simplesmente nosso projeto.
O quadro a seguir mostra os principais tipos de linhas utilizadas em Desenho Técnico.
Quando mais de uma linha pode ser utilizada para representar a mesma coisa, a Norma nos
diz para que utilizemos um único tipo.

19
Unidade: Instrumentos

Quadro 5. Principais Tipos De Linhas Utilizados Em Desenho Técnico.

Espessura e tipo Uso Linha

Contínua estreita Linhas auxiliares

Contínua média Linhas internas e linhas gerais

Contínua larga Linhas principais e contornos visíveis

Tracejada Projeções

Traço e ponto Eixos de simetria

Traço e ponto grossa Planos de corte

A seguir, na figura 19, um desenho no qual está mais claro o emprego de cada tipo de linha.
Figura 19. Indicação de linhas.

Fonte: NBR 06492.

As linha contínuas grossas aparecem na indicação das paredes. Consideramos que estas
linhas estão mais próximas do observador e são demonstradas como linhas mais grossas.
As linhas de louças sanitárias são executadas com as linhas contínuas médias, pois
consideramos que estão mais distantes do observador.
A linha tracejada aparece na representação da janela, pois, nesse caso, a janela está acima
do plano de corte da planta.
Não se preocupe, veremos tudo isto de forma mais detalhada nas próximas Unidades. Aqui,
estamos apenas entendendo o uso das linha, ok?

20
Finalizando esta Unidade, vamos entender como devemos fazer para comunicar para as
outras pessoas as medidas do que estamos desenhando.
Em Desenho Técnico, estas medidas são chamadas de “Cotas” e, para variar, temos um NBR
que padroniza as cotas, sua posição e sua proporção.
A NBR 10126 define cota como a representação gráfica das características do elemento, em
uma unidade de medida (em Arquitetura, a unidade de medida utilizada geralmente é o metro,
mas isto é mais uma convenção, ou seja, uma unidade de medida assumida pelas pessoas da
área, do que uma Norma).
As cotas são compostas por quatro elementos: as linhas auxiliares, ou linhas de chamada, a cota,
as linhas de cota, os limites da linha de cota e as cotas propriamente ditas, conforme a figura 20.

Figura 20. Elementos da cota.

Fonte: NBR 10126.

A indicação de limite de cota, que vemos acima, geralmente é utilizada em Desenhos


Arquitetônicos, mas, novamente, trata-se de uma convenção, e não de uma norma.
Pode-se usar outros elementos como limite de cota, conforme a figura 21.

Figura 21. Outras indicações de limites de cotas.

Fonte: NBR 10126.

Estas indicações são utilizadas, geralmente, em Desenhos Técnicos Mecânicos (repetindo,


isto é uma convenção, e não uma norma; tradicionalmente, nós as utilizamos dessa forma, mas
qualquer uma delas que optemos por usar estará correta).

21
Unidade: Instrumentos

De acordo com a NBR, devemos utilizar apenas um tipo de limite de cota em um Desenho.
Com relação aos espaçamentos utilizados para a cotagem de Desenhos, podemos utilizar as
medidas, conforme a figura 22:

Figura 22. Afastamento de Cotas.

Fonte: arq. Luiz Marcos Cintra.

É possível notar, também, que as linhas de chamada não tocam o Desenho. Devemos
imaginar o Desenho, isto é, o projeto, como o que de mais importante há em uma prancha, e
todas as outras informações têm a função de auxiliar no seu entendimento.
Com relação ao posicionamento das cotas, ou dos valores numéricos, temos a figura 23
como indicação de que as cotas sempre estarão acima das linhas de cota, no caso das cotas
horizontais, e estarão à esquerda das linhas de cota, no caso das cotas verticais.
Podemos dizer que o posicionamento das cotas funciona como um caderno, isto é, você
sempre escreverá sobre a linha de cota.

Figura 23. Posicionamento das cotas (sobre as linhas).

Fonte: arq. Luiz Marcos Cintra.

22
No caso dos Desenhos Técnicos de Arquitetura, ainda temos a opção de utilizar as chamadas
“cotas internas”, que são cotas que marcam as distâncias entre paredes em uma construção,
conforme o exemplo da figura 24.

Figura 24. Desenho Técnico Arquitetônico com cotas internas.

Fonte: arq. Luiz Marcos Cintra.

Estas cotas são usadas na fase de “anteprojeto”, isto é, quando o projeto ainda está em fase
de criação. Quando chegamos à fase de execução de um projeto, no que é chamado de “projeto
executivo”, será conforme a figura 25.
Este tipo de projeto, como veremos mais adiante, é o projeto que é enviado para o local da
obra, e deve conter todas as informações necessárias para a sua execução.
Como já foi dito aqui outras vezes, o Desenho Técnico deve conter todas as informações
necessárias possíveis, não deixando margem para dúvidas.

Figura 25. Detalhe de um projeto executivo, com cotas externas.

23
Unidade: Instrumentos

Atenção
Agora, só precisamos nos lembrar de algumas definições, para facilitar o estudo na próxima Unidade.
Você se lembra do que são:
- Ponto; - Reta; - Plano; - Sólidos?

Vamos rever juntos alguns destes conceitos.


O Ponto é uma entidade ideal, que não ocupa lugar no espaço. É claro que quando
desenhamos um ponto, ele tem um tamanho, mas, geometricamente falando, o ponto é apenas
um local no espaço.
A reta também é uma entidade ideal, pois tem apenas uma dimensão, isto é, apenas o
seu comprimento. Falando em termos geométricos, a reta é um conjunto infinito de pontos.
Novamente, quando desenhamos uma reta, obviamente existe uma espessura, mas,
geometricamente, existe apenas o comprimento.
O plano é uma entidade bidimensional, ou seja, possui largura e profundidade. Em termos
geométricos, o plano é um conjunto infinito de pontos e retas. A figura 26 deixará estes
conceitos mais claros.

Figura 26. Representação de ponto, reta e plano.

Finalmente, o sólido é uma figura que possui três dimensões: largura, profundidade e
altura. Em termos geométricos, o sólido é uma região fechada por planos. Existem dois tipos
de sólido, a saber:

- Sólidos regulares – compostos por planos regulares, como cubos, tetraedros etc. Veja
a figura 27.

24
Figura 27. Sólido regular (cubo).

- Sólidos irregulares – compostos por planos irregulares, como cilindros, prismas etc. Confira
a figura 28.

Figura 28. Sólido irregular (cilindro).

Vale notar que, neste primeiro momento, utilizaremos vários tipos de sólidos para aprender o
conceito de vistas ortogonais.

25
Unidade: Instrumentos

Material Complementar

http://pt.slideshare.net/GutierryPrates/introduo-ao-desenho-tcnico-apostila

http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_infra/tec_edific/dese_tec/161012_
des_tec.pdf

http://www.ceap.br/artigos/ART24022010182855.pdf

26
Referências

Montenegro, Gildo A. Desenho de Projetos. São Paulo: Blucher, 2004

NBR 06492 – Associação Brasileira de Normas Técnicas

Micelli, Maria T. Desenho Técnico Básico. São Paulo: Ao Livro Técnico, 1999

27
Unidade: Instrumentos

Anotações

28
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000

Вам также может понравиться