Вы находитесь на странице: 1из 23

Instituto Irene Lisboa

Experiência de diferenciação com alunos


disléxicos em apoio educativo

Formadora: Drª Fátima Meireles

Trabalho realizado por:

Ana Maria Geraldes Barba Rosa Santos


Helena Raposinho

Maio de 2003
Índice

Pág.

Introdução ......................................................................................................... 2

 Caracterização do aluno A ......................................................................... 3

 Caracterização do aluno B ........................................................................ 4

 Contextualização da actividade ................................................................ 5

 Guião do professor ..................................................................................... 6

 Ficha do aluno .............................................................................................. 8

 Avaliação do comportamento do aluno A .............................................. 14


- durante a aplicação do Guião do Professor
- durante a aplicação da Ficha do Aluno

 Avaliação do comportamento do aluno B ................................................ 17


- durante a aplicação do Guião do Professor
- durante a aplicação da Ficha do Aluno

 Análise dos resultados obtidos ................................................................ 20

Conclusão ........................................................................................................... 22
Introdução

A elaboração deste trabalho enquadra-se no âmbito da acção de formação “O

ensino diferenciado e a construção de autonomias”, promovido pelo Instituto Irene

Lisboa.

O presente trabalho situa-se no campo das dificuldades de aprendizagem,

dislexia, e parte da nossa prática na intervenção pedagógica nos apoios educativos.

O contacto com crianças portadoras desta problemática suscitou-nos o

interesse na execução deste trabalho sobre a diferenciação, pelo facto de terem

grande dificuldade de execução das suas actividades escolares diárias.

Ao longo do trabalho identificámos o aluno da Professora Ana Maria como sendo

o aluno A e o aluno da Professora Helena como sendo o aluno B.

2
Caracterização do aluno A

O aluno tem a idade de 8 anos, frequentando o segundo ano de escolaridade.

Este aluno foi submetido a uma avaliação psicológica, e revelou um quadro

caracterizado por dificuldades a vários níveis:

- nível de desenvolvimento global, no limite inferior da média

- na apreensão/realização das tarefas manifestou um ritmo reflexivo regular lento,

com discrepância entre capacidade e resultado

- manifesta a nível da linguagem, imaturidade na compreensão e expressão

- dificuldades perceptivas, com manifestações de tipo disléxico

- dificuldades visual-motoras tem problemas de lateralização e de praxia ideomotora,

imaturidade na estruturação perceptivo-motora, com dificuldades na orientação

espacial e sucessão temporal

- tem dificuldades em organizar, planificar e controlar o comportamento, em função

das percepções e experiências.


3

Caracterização do aluno B

O aluno tem 8 anos. Fez o percurso escolar normal, encontrando-se a

frequentar 3º ano de escolaridade. Está integrado numa turma de 26 alunos na qual

convive com alguns colegas que conheceu ainda no jardim-de-infância. O professor da

turma tem alterado de ano para ano.

Mostra essencialmente dificuldades ao nível da escrita – dislexia, disgrafia,

disortografia - tal como comprova a avaliação psicológica a que foi submetido, no final

do 2º período do presente ano lectivo.

Nas restantes áreas situa-se acima da média, sendo a matemática uma das suas áreas

favoritas.

No relacionamento com os colegas mostra alguma reserva, contudo, coopera bem

com os colegas. Gosta de ajudar os colegas nas suas tarefas embora nem sempre aceite

a ajuda dos mesmos. Tem alguma dificuldade em assumir as suas dificuldades.

Tem uma boa relação comigo e com a professora do regular.

Trabalha e aceita bem as tarefas que lhe são propostas por mim ou pelo

professor do regular, principalmente as que o estimulam. Rejeita geralmente tarefas

rotineiras e ilustração de trabalhos e actividades de expressão plástica.

É pouco organizado e revela pouco interesse na apresentação do seu material.

4
Contextualização da Actividade

A presente actividade será desenvolvida em três sessões de 30 minutos

aproximadamente.

Numa primeira fase será aplicado o guião do professor, pois em problemáticas da

aprendizagem deste foro é fundamental a concretização através da manipulação de

materiais e da vivência de situações diferentes e lúdicas que envolvam o auto-

conhecimento do seu próprio corpo (lateralidade, por exemplo). Também o espaço é

fundamental, pelo que parte desta actividade não poderá ter lugar na sala de aula,

juntamente com os restantes colegas, sendo utilizado o recreio ou o ginásio e a sala de

apoio.

Seguidamente, e é nesta altura que ocorre verdadeiramente a diferenciação ao

nível dos conteúdos, no espaço da sala de aula, num tempo dedicado ao

aperfeiçoamento ortográfico e/ou funcionamento da língua ou ao estudo autónomo (de

acordo com o definido pela professora do ensino regular), a criança realizará também

ela uma ficha de trabalho (guião do aluno) para aperfeiçoar a sua escrita, de acordo

com as suas dificuldades – neste caso, a discriminação do “b” e do “d”.

O guião do aluno tem, então, como objectivo levar a criança a transpor para a

escrita comum a orientação gráfica dos fonemas “b” e “d”, proporcionar a construção

da autonomia do aluno e a diferenciação pedagógica.

Nesta situação, será o professor do apoio a proporcionar a diferenciação

pedagógica e, simultaneamente, a integração do aluno com apoio pedagógico no

contexto turma.

5
Aperfeiçoamento da escrita – “d” e “b”

GUIÃO DO PROFESSOR

Actividade

Objectivo:

Discriminar duas letras de grafias semelhantes mas com diferente organização


espacial: b e d.

Materiais:

Cartões com figuras, jornais e revistas, listas de palavras, canetas, giz, as letras em
relevo (plástico ou lixa), espelho, prontuário, dicionário, manual.

Estratégia:

1) Apresentar à criança as letras em relevo (plástico ou lixa) e pedir-lhe que as


trace com o dedo e depois as reconheça com os olhos fechados, pronunciando-as
simultaneamente.

2) Apresentar à criança as letras “d” e “b” em forma desordenada e escritas com


lápis preto. Em seguida, oferecer-lhe dois lápis de cores diferentes e pedir-lhe
que desenhe todas as letras “b” com uma cor e as “d” com outra cor.

3) Ajudar a criança a desenhar e pronunciar as letras no ar, com os olhos fechados.


Depois propor-lhe que o faça sozinha.

4) Desenhar com giz a letra no chão e pedir à criança que caminhe sobre ela
enquanto a vai pronunciando.

5) Apresentar linhas verticais ( que serão os eixos de simetria) no chão, em folhas,


no quadro e solicitar à criança que faça um círculo à esquerda ou à direita dessas
linhas para formar letras, à medida que vai ditando “b” ou “d”.

6
6) Apresentar à criança uma série de desenhos/figuras e propor-lhe que escreva a
letra inicial da palavra ilustra da.
Por exemplo:

7) Mostrar à criança um parágrafo de um jornal ou revista, mesmo que ela não saiba
lê-la por completo. Pedir-lhe que marque com um círculo vermelho todas as
letras “d” e com um círculo azul as letras “b” que aparecem no texto.

8) Apresentar à criança duas letras modelo e pedir-lhe que mostre com o dedo
aquela que corresponde à letra inicial da palavra que o professor vai
pronunciando.
Por exemplo: balde banco bicicleta
dia barco bola
dado dinossauro disco etc.

9) Oferecer à criança uma lista de palavras simples com a letra em estudo omitida
no início ou no meio das palavras.
Por exemplo:
__ata gela__o
__onita na__a
__ança esca__a etc.

7
Nome: _____________________________ Data: _________________

Aperfeiçoamento da escrita
Ficha de trabalho

Mas afinal quando é que usamos o “b”? E o “d”?


Vais realizar esta ficha para tentar responder as estas questões!

Mas primeiro:
- Lembra-te que tens apenas 30 minutos para a realizares.
- Combina com a professora qual o teu colega de trabalho.
- Vai buscar um espelho ao canto da matemática, dicionário, prontuário e livro de Língua

Portuguesa.

-Agora podes começar! Bom trabalho!

 Recorda o trabalho que realizaste e o que aprendeste sobre este assunto.

a) Estas imagens estão relacionadas com palavras que escutaste e leste.


Observa-as e completa as palavras.

__ota __ado __entes __ombeiro

b) Lê as palavras. Circunda a letra “b” a vermelho e a letra “d” a azul.

biblioteca dardo berlinde dedo

Consulta as soluções
na última página.
Já reparaste que o b e o d
 facilmente se confundem?
- Tenta agora aplicar.

a) Desenha a simetria e descobre os desenhos.

Eixos de simetria

- Verifica se conseguiste usando um espelho. Coloca o espelho no eixo de


simetria.
- O que desenhaste deve estar igual ao que vês no espelho!

b) Coloca o espelho no eixo de simetria e descobre a letra reflectida na figura 1


e na figura 2 .
Figura 1 Figura 2

esquerda direita

O d orienta-se
Eob
para a esquerda
orienta-se
do eixo!
para a
direita.
- Se não conseguiste, não te assustes, volta atrás.


a) Lê as palavras. Circunda as letras “b” e “d”.
“b” - vermelho “d” - azul
disco bolso desfile diospiro
dois bandeira bailarina dragão
dente diário dedal banda
barco bicicleta burro balde
dormir barraca bosque Dia
búfalo dado dinossauro bomba

b) Lê as palavras globalmente.
Coloca as letras b ou d que faltam nas palavras de modo a fazerem sentido.

__olo __e__o __ola __a__o

Consulta as soluções.

c) - Pesquisa novos vocábulos com as letras que estamos a estudar.

Utiliza o prontuário, o dicionário ou o teu livro de Língua Portuguesa.

- Regista-os de imediato, evita perder tempo!

Palavras com b Palavras com d Palavras com b e d

- Confronta o trabalho que acabaste de realizar com o colega combinado no início desta
actividade.

- Não ultrapassem os 10 minutos.

 Desta forma podes concluir que:

d b
O b se orienta para a direita e o

d se orienta para a esquerda.


esquerda direita

 Pensa no trabalho que fizeste.

a) Reconheces a diferença entre o b e o d quando:


(Coloca uma X)

Facilmente Tenho dúvidas Confundo


Circundas a letra na palavra
Desenhas as letras b e d (simetrias)
Associas a letra ao som
Colocas a letra que falta na palavra
Associas as letras b e d de imprensa às
manuscritas

b) Se tens dúvidas, diz quais são.

c) O que deves fazer para ultrapassar essas dificuldades?

d) Como é que queres que a professora te ajude a ultrapassar essas


dificuldades?

Usar o computador  fazer exercícios no ginásio  ler listas de palavras 

Escrever listas de palavras  Construir listas de palavras usando revistas 

Outras  Quais? _______________________________________________

- Quanto ao teu comportamento e atitudes enquanto realizaste esta actividade:


(Coloca uma X)
Muito Pouco Nada
Estiveste atento e concentrado
Seguiste todas as instruções desta ficha
Deste a tua opinião quando trabalhaste com o teu
colega
Ouviste a opinião do teu colega

Podes ultrapassar as
 tuas dificuldades!
Lê o que vem a
seguir.

Podes:

 trabalhar no computador com um colega

 construir listas de palavras com estas letras

 fazer fichas de trabalho

 ler palavras de uma lista

 fazer ditados de imagens com um colega ou sozinho

 pedir ajuda ao professor


SOLUÇÕES

 a) __ota __ado __entes __ombeiro

b) biblioteca dardo berlinde dedo

a)

a)
disco bolso desfile diospiro
dois bandeira bailarina dragão
dente diário dedal banda
barco bicicleta burro balde
dormir barraca bosque dia
búfalo dado dinossauro bomba

b) __olo __e__o __ola __a__o


Avaliação do comportamento do aluno A

- durante a aplicação do Guião do Professor

O aluno é uma criança inibida, com falta de iniciativa, mas demonstrando grande

disponibilidade e motivação para a execução de tarefas que lhe são propostas.

Revelou-se cooperante e empenhou-se esforçando-se por realizar com êxito, as

tarefas, e combatendo as dificuldades com a repetição.

Verbalizava as acções, e nas situações conhecidas, localizando-se no tempo e no

espaço, demonstrando capacidade de retenção e memória dos acontecimentos.

Lento mas preciso na execução, não revelou dificuldades de compreensão aceitando a

situação problema e o reforço verbal, visando a análise da tarefa, como auxiliar da

realização sucedida. No fim das sessões quis sempre escrever no quadro o seu auto-

avaliação relativa à actividade. Foi também dado por parte do professor o feedback da

acção desenvolvida, quer ao nível dos objectivos, quer sobre o seu comportamento,

face às tarefas propostas.

Considero que a aplicação deste guião teve êxito na medida em que o aluno aderiu com
espontaneidade dado o carácter lúdico das propostas.

- durante a aplicação da Ficha do Aluno

Ao implementar esta ficha de trabalho, o aluno revelou que a noção de simetria já

estava interiorizada, bem como a noção de lateralidade esquerda/direita. Continua a

14
revelar dificuldades em memorizar que a letra D cuja grafia se direcciona para o lado

esquerdo, e que a letra B se orienta para a direita. As imagens mentais destas grafias,

em face da orientação espacial, encontram-se ainda comprometidas. Contudo o aluno

erra com maior frequência, quando tenta associar a letra ao som e raramente quando

coloca a letra que lhe falta na palavra.

1) Aspectos positivos

A aplicação desta ficha decorreu de acordo com os objectivos traçados em que o aluno

adere com entusiasmo.

Gostou das propostas a ficha (espelho e simetrias) bem como do seu aspecto gráfico

(cor, imagens, chamadas de atenção - animais).

2) Aspectos negativos

O aluno, no decorrer da aplicação da ficha limitou-se à leitura dos enunciados que

estavam mais próximos das propostas de trabalho.

Também se constatou o incumprimento do tempo definido previamente, não se tendo

desviado muito do que se propunha dado o auxílio do seu par.

Relativamente aos materiais de consulta que se propuseram ao aluno, verificou-se

dificuldade na consulta do dicionário. Contudo, os restantes foram manuseados com

facilidade e de acordo com os objectivos.

De acordo com a proposta de auto-avaliação que se encontra na ficha, constatou-se

que o aluno não foi sempre verdadeiro na sua resposta. Tal pode-se justificar na

medida em que a auto-avaliação não é habitual na sua actividade diária.

O aluno conseguiu reconhecer estas dificuldades, e sugere construir listas de palavras,

usando revistas, continuando a fazer exercícios no computador e exercícios de

motricidade global no ginásio. O aluno sugeriu como alternativa a necessidade de

praticar muita leitura, assinalando sistematicamente apenas uma das letras,

alternadamente o B ou o D rodeando-a com uma cor.

15
O trabalho a par foi positivo. O aluno escolheu um amigo com quem normalmente

trabalha em grupo. Ambos trabalharam na ficha, embora com ritmos diferentes.

Para o aluno, esta cooperação foi favorável pois o colega escolhido conseguiu manter-

lhe a auto-confiança permitindo que o mesmo persistisse na tarefa, conduzindo-o.

A criança que constituiu o par ao não apresentar dificuldades nesta problemática

ortográfica realizou a ficha com entusiasmo dado o seu carácter lúdico e inovador em

termos de estrutura e apresentação.

16
Avaliação do comportamento do aluno B

A aplicação da ficha teve lugar na sala de aula, com os restantes colegas. Combinei com

a professora do regular o melhor momento para a realização de um trabalho

diversificado. O objectivo era a integração do menino no trabalho realizado na sala de

aula e trabalhar as suas dificuldades específicas.

Na primeira parte desta actividade utilizámos a sala de apoio e o espaço do recreio

como recurso.

A segunda parte da actividade - aplicação da ficha do aluno – decorreu na sala de aula,

juntamente com os colegas que também realizaram fichas de ortografia. Não estando

presente nesse dia o aluno escolhido pelo aluno e dada a falta de tempo optei por

aceitar, ainda que contrariada, que a realizasse sem cooperação de um colega.

De seguida, apresento as minhas reflexões sobre o desenvolvimento desta actividade.

- durante a aplicação do Guião do Professor

A aplicação do guião teve lugar na sala de apoio e no espaço do recreio, o que

favoreceu o desempenho do aluno e aumentou o seu interesse e motivação.

O aluno aderiu activamente ao trabalho individualizado proposto.

Teve oportunidade de vivenciar situações com o seu corpo (lateralidade,

motricidade) e com materiais.

No final fez uma avaliação do trabalho realizado, das dificuldades que ainda

mantém, do que poderá fazer para o ajudar a superar esta dificuldade particular –

distinguir o “b” do “d”.

17
Por questões de tempo este guião foi aplicado num dia (cerca de 20 minutos) e

antes da aplicação da ficha (cerca de 20 minutos). Contudo, considero que algumas das

actividades propostas no guião deverão ser continuadas e repetidas em sessões

posteriores.

Esta primeira parte foi, então, usada como motivação para a segunda parte, a

aplicação da ficha do aluno e o balanço foi positivo, muito positivo.

- durante a aplicação da Ficha do Aluno

O momento escolhido para a aplicação da ficha do aluno foi o tempo depois do

almoço, à sexta-feira.

É neste momento que os meninos desta turma geralmente fazem trabalhos

diferenciados: escrita de textos no computador fora da sala de aula com a animadora e

no computador da sala com o meu apoio; terminar trabalhos atrasados; trabalhar

dificuldades com a professora ou com um colega; entre outras actividades sugeridas

pelos alunos.

Achei que esta seria a melhor ocasião para propor a ficha ao aluno B. Houve

apenas um inconveniente é que o colega escolhido pelo aluno B para seu cooperante

neste trabalho foi apresentar um trabalho ao Jardim de Infância. Tentei convencê-lo a

escolher outro colega, mas em vão. O aluno tem algum receio em assumir e mostrar as

suas dificuldades aos outros. Resolvi não insistir, na esperança de obter essa

cooperação noutra tarefa diferenciada que venha a propor-lhe.

Dei-lhe a ficha, expliquei-lhe o objectivo da mesma e que deveria lê-la com

atenção. Informei-o também que, em princípio, não iria precisar de mim, mas se

necessitasse de esclarecimentos podia pedir-me.

Leu um pouco e pediu-me alguns materiais que eu disponibilizei. Ao longo da ficha

não voltou a interromper-me (eu estava a trabalhar com outros meninos), excepto

quando necessitava de consultar livros e o dicionário e não sabia o quê nem como fazê-

18
lo e quando “terminou”. Na verdade, esquecera-se de consultar as soluções! O que

demonstra que não leu grande parte da ficha.

Fiquei algo desiludida com o resultado. Alguns dos objectivos previstos não

foram alcançados.

Tenho que propor mais actividades que desenvolvam a autonomia do aluno, pois o

mesmo apesar de rápido na execução da tarefa mostrou lacunas na consulta de

materiais, na leitura atenta de todo o texto da ficha incluindo as chamadas ocasionais

quer para consulta de soluções quer para balanço do assunto em estudo.

Mas houve aspectos positivos. o carácter lúdico e inovador da ficha em termos de

estrutura e seu aspecto gráfico (cor, imagens, chamadas de atenção - animais) motivou

o aluno. Gostou mais propostas das simetrias.

Quando, no final, lhe perguntei se poderia trazer outras fichas deste “tipo”, o

aluno concordou sem hesitação. Fiquei motivada!

19
Análise dos resultados obtidos

Relativamente à primeira parte desta actividade, a aplicação do guião do

professor, obtivemos resultados semelhantes, olhando ao interesse, entusiasmo e

empenho demonstrados pelos alunos.

Constituiu igualmente – era o que se pretendia - uma forte motivação para o

trabalho posterior.

No que respeita à segunda parte, a aplicação da ficha do aluno, verificaram-se

resultados diferentes desde o primeiro momento.

Enquanto o aluno A teve oportunidade de escolher e trabalhar com um colega que

o ajudou a aferir a tarefa, o aluno B ao não ter beneficiado da cooperação aluno-aluno

não conseguiu levar a cabo a ficha como previsto.

Assim, consideramos que a escolha de um colega foi uma variável não controlada

dado que o critério de escolha do colega foi livre. Em ambos os casos escolha do colega

teve por base a amizade. No caso do aluno A, o aluno escolhido foi cooperante e uma”

boa” escolha; no caso do aluno B, não estando na sala o seu amigo, este mostrou pouco

interesse na cooperação com qualquer outro colega e a cooperação “caiu”.

Ambos os alunos utilizaram materiais de consulta ainda que não todos, revelando

alguma insegurança que decorre da falta de prática de consulta, nomeadamente do

dicionário.

O aluno A, que fez parceria com um colega, conseguiu cumprir mais ou menos o

tempo previsto, pois o segundo foi controlando. O aluno B conseguiu realizar a ficha em

menos tempo que o previsto, contudo, verificou-se que o mesmo não se debruçou sobre

todo o texto escrito.

No processo de auto-avaliação (quer dos conteúdos quer dos processos) ambos

os alunos mostraram pouco rigor o que pode justificar-se pelo facto de nas suas salas

de aula não ser prática comum a auto-avaliação.

A ambas as crianças agradou o aspecto gráfico da ficha (imagens e cor). Em

contrapartida, as palavras escritas em negrito não assumiram para este alunos a função

20
que lhes foi atribuída, pois tanto um como o outro não seguiram autonomamente as

instruções a negrito.

Sempre que as crianças eram remetidas para as situações vivenciadas

anteriormente (propostas do guião do professor) reagiam positivamente.

Constatou-se que a autonomia destas crianças ainda carece de maior

desenvolvimento dado que tanto uma como a outra não recorreram às soluções no

momento proposto na ficha, apenas se lembraram no final da execução da ficha.

Também no recurso aos materiais se notou esta falta de autonomia.

Em suma, a aplicação desta ficha constituiu para os alunos algo inovador a que

não estavam habituados. Por um lado, proporcionou uma vivência diferente e

enriquecedora, por outro ficou aquém dos nossos objectivos pois os alunos não a

conseguiram rentabilizar na sua totalidade.

A continuação deste trabalho exige-se! Temos a noção que não é com uma única

actividade diferenciada, nestes moldes, que obtemos resultados, é preciso fazer mais.

21
Conclusão

Este trabalho teve como base a necessidade de diferenciação num aspecto da

problemática de um aluno com manifestações disléxicas.

Os resultados obtidos não parecem ter superado esta dificuldade; contudo os

alunos necessitam de maior número de sessões em diferenciação para continuar a

combater o seu insucesso neste e noutros âmbitos, nas suas dificuldades de escrita.

Um dos objectivos que o professor deverá ter sempre em vista, é tentar

remover estas dificuldades delineando estratégias diferenciadas, no sentido de os

indivíduos se desenvolverem de uma forma a mais plena possível rentabilizando ao

máximo as suas potencialidades.

A diferenciação do trabalho e das propostas a apresentar aos alunos é

fundamental para a construção da sua autonomia, auto-confiança e aquisição de novas

competências.

Consideramos que o trabalho diferenciado e a construção de autonomias são

essenciais nas nossas salas de aula.

22

Вам также может понравиться