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Movimento uniforme A ssunto

1
Física I

1. Referencial Entretanto, se considerarmos o trenzinho como referencial, a trajetória


é uma reta orientada pra cima na subida e uma reta orientada pra baixo
Para descrevermos o estado de repouso e movimento de um ponto na descida.
material, sua trajetória ou seu deslocamento, precisamos de um corpo, ou Conclusão: a forma dessa linha imaginária (trajetória) depende do
conjunto de corpos, que tomaremos como referência para determinar as referencial adotado para sua observação. Portanto, referenciais diferentes
posições do ponto material. Este corpo é denominado referencial. podem observar trajetórias diferentes.
Os conceitos de movimento e repouso não são absolutos, mas sim
relativos, já que dependem do referencial adotado. Um corpo estará em
repouso quando sua posição não se alterar em relação a um referencial 3. Posição, deslocamento e
com o decorrer do tempo. Case ocorra alteração, dizemos que o corpo distância percorrida
está em movimento.
Unidade no SI: metro; abreviação: m
Importante: A escolha de um referencial é uma tarefa muito importante na Outras unidades comuns: centímetro (cm), milímetro (mm), quilômetro (km)
resolução de um problema, principalmente quando se faz conta. Deve--se
ter em mente que, a partir da escolha do referencial, a descrição do 3.1 Posição escalar (s)
movimento dos corpos que participam do fenômeno passa a ser feita em Por definição, posição é o número associado ao ponto da trajetória
relação a este referencial e só em relação a ele. Isso é muito importante, ocupado por um móvel em determinado instante, de acordo com algum
pois, se não obedecido, pode levar seus cálculos a conclusões erradas. referencial. No caso da cinemática escalar, utilizaremos como referencial
uma reta orientada e como origem das posições um ponto qualquer dessa
1.1. Classificação do referencial mesma reta (em geral, associa-se a letra “O” para a origem).
1.1.1 Referencial inercial
0
Um referencial inercial é todo aquele que torna válida a lei da inércia,
ou seja, é qualquer sistema de referência que permanece em repouso ou Assim, para determinarmos o módulo da posição de um móvel,
em movimento retilíneo uniforme. mediremos a distância desse ponto à origem adotada. Atenção para o
sinal! Se o móvel estiver a favor do referencial, usaremos o sinal positivo.
1.1.2 Referencial não inercial Se estiver contra, negativo.

Um referencial não inercial é todo aquele que apresenta aceleração 3.2 Deslocamento escalar (ΔS)
em relação a um referencial inercial. Por esse motivo, os referenciais não Considerando um móvel qualquer em movimento em relação a um
inerciais são também conhecidos como referenciais acelerados. referencial inercial, por definição, seu deslocamento escalar (ΔS), num
Quando a situação não especificar o referencial a ser utilizado, intervalo de tempo Δt = t2 – t1 , é dado pela diferença entre as posições
considere sempre a Terra ou o solo. Por exemplo: se em uma situação nesses respectivos intervalos de tempo.
genérica for feita uma afirmação do tipo “um corpo se movimenta com Chamando a posição inicial e final, respectivamente, de s0 e s, teremos:
velocidade de 80 km/h”, assuma que essa velocidade é medida em relação
à Terra ou ao solo. DS = s – s0

2. Trajetória 3.3 Distância percorrida (d)


Não podemos confundir o conceito de deslocamento escalar (ΔS)
A trajetória de um móvel corresponde à linha imaginária obtida ao com o conceito de distância percorrida (em geral, representada pela letra
serem ligadas as posições ocupadas pelo móvel em instantes sucessivos “d”). Distância percorrida é uma grandeza de utilidade prática que informa
durante seu movimento. quanto a partícula efetivamente percorreu entre dois instantes, devendo
ser calculada sempre em módulo, portanto.
Por exemplo: quando uma bola é lançada verticalmente para cima, de
um trenzinho que se move com velocidade horizontal constante, a trajetória Para entender a diferença, considere a figura a seguir:
para um referencial parado fora do trenzinho é uma curva (vamos estudar
90 150 210 310 km
nos próximos módulos que se trata de uma parábola).
A B C D

Note que, por exemplo, a posição de um móvel que passa pelo ponto
A é s = + 90 km. Isso acontece porque o ponto A dista 90 km da origem
adotada e está no sentido positivo do referencial adotado (para a direita).
Um móvel (que anda sempre sobre o segmento orientado representado
na figura), situado inicialmente em B, se desloca para o ponto A e, a seguir,
para o ponto D. O deslocamento escalar no primeiro trajeto é de Ds = s – s0 =
+ 90 – (+ 150) = – 60 km (negativo, pois está contra o referencial). No segundo

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trajeto, o deslocamento escalar é Ds = s – s0 = + 310 – (+ 90) = + 220 km Dessa forma, a velocidade média em todo o trajeto AB é:
(positivo, pois está a favor do referencial).
2d 2d 2d 2v .v 2 1
Note que, embora o deslocamento escalar do referido móvel de B Vm = = = = 1 =
até D seja Dstotal = Ds1 – Ds2 = – 60 + 220 = + 160 km, a distância t1 + t2 d + d d (v1 + v 2 ) (v1 + v 2 ) 1 1
+
percorrida entre o começo e o fim do deslocamento é de 280 km (60 km v1 v 2 v1 .v 2 v1 v 2
de B até A e 220 km de A até D). 2
Matematicamente, podemos dizer que a distância percorrida pode ser Note que, quando o trajeto é dividido em partes iguais, a velocidade
obtida através das somas dos deslocamentos escalares parciais. média total é a média harmônica das velocidades em cada trecho (e não a
média aritmética!). Para quem não se lembra, média harmônica é o inverso
d = ∑| ∆S | da média aritmética dos inversos.

No exemplo, tem-se d = |Ds1|+| Ds2|=|– 60|+|220| = 280 km.


Exemplo 2:
Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea ABC de modo que, na
Dica: se um problema perguntar qual a distância percorrida por um móvel,
primeira parte do parte do percurso (AB), sua velocidade é v1 e, na segunda
deve-se seguir o seguinte passo a passo:
parte (BC), sua velocidade é v2. Sabendo que o intervalo de tempo nas
I. Encontrar os instantes em que o móvel troca o sentido do movimento. duas partes do percurso é o mesmo, determine a velocidade média em
Para isso, basta descobrir os pontos em que a velocidade é igual a todo o percurso.
zero. Solução:
II. Calcular os deslocamentos parciais em cada um dos intervalos de Por conveniência, chamaremos o tempo em cada parte do percurso de t.
tempo limitados pelos instantes encontrados (assim, você garante ∆s
Usaremos também que V = → ∆s = v ⋅ ∆t . Dessa forma, a velocidade
que está olhando para um deslocamento em um único sentido). média em todo o trajeto AC é:∆t
III. Somar os módulos dos deslocamentos encontrados.
AB + BC v1.t + v 2 .t v1 + v 2
Vm = = =
t1 + t2 2t 2
4. Velocidade escalar média
Note que, quando o trajeto é dividido em tempos iguais, a velocidade
Unidade no SI: metro/segundo; abreviação: m/s média em todo o percurso é a média aritmética das velocidades em cada
Outras unidades comuns: cm/s, mm/s, quilômetro por hora (km/h) trecho.

Conceitualmente, a velocidade escalar de um corpo mede a rapidez


4.1 Conversão de unidades
com que esse corpo muda de posição.
No S.I. a unidade de velocidade é o m/s, muito embora a unidade mais
Embora a velocidade seja uma grandeza vetorial (precisa de módulo, utilizada seja o km/h.
direção e sentido para ser compreendida), por enquanto, iremos abordar Para convertermos os valores dados de um sistema de unidades para
seu comportamento escalar, ou seja, vamos nos preocupar somente outro, deve-se partir da unidade original e substituir as unidades originais
com o seu módulo. Por este motivo, na cinemática escalar, estudaremos km 1000 m 1 m
basicamente trajetórias retilíneas. pelas unidades a que se quer chegar:= 1 = . Portanto,
para passarmos de m/s para km/h, basta multiplicar por, 63,6
h 3600 s 3 s o valor da
Por definição, a velocidade escalar média de um corpo em um trecho
velocidade em m/s. De maneira análoga, para passarmos de km/h para
de um percurso é a razão entre seu deslocamento escalar nesse intervalo
m/s, dividimos o valor em km/h por 3,6.
de tempo e o respectivo intervalo de tempo.
Esquematicamente:
∆S s − s0 dividir por 3,6
Vm = =
∆t t − t0

Importante: a velocidade média não é a média das velocidades! Os km/s m/s


exemplos abaixo mostrarão a importância de usar o conceito correto de
velocidade média para não cair em armadilhas.
multiplicar por 3,6
Exemplo 1: Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea AB. Na primeira
metade do percurso, sua velocidade possui módulo v1 e na, segunda Repare que o método utilizado acima pode ser utilizado para
metade, módulo v2. Determine a velocidade média em todo o trajeto AB. transformar quaisquer unidades de velocidade. Por exemplo: se
Solução: quisermos converter 3 dam/min em m/s (repare que dam/min é uma
Por conveniência chamaremos a distância entre os pontos A e B de “2d”, unidade extremamente incomum), devemos proceder da seguinte forma:
o tempo na primeira metade do percurso de t1 e na segunda metade de t2.
∆S ∆S
Usaremos também que V = ∆t → ∆t = v . Em problemas como este, a dam 3 dam 30 m m
3= = = 0, 5 .
ideia é escrever a expressão da velocidade média para o percurso todo min 1min 60 s s
e, só depois, substituir as variáveis que não foram dadas usando alguma
informação da questão.

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Movimento uniforme

5. Velocidade escalar instantânea Conclusão: a velocidade instantânea de um móvel pode ser obtida
calculando o coeficiente angular da reta tangente ao ponto considerado
Unidade no SI: metro/segundo; abreviação: m/s em um gráfico s × t. Portanto:
Outras unidades comuns: cm/s, mm/s, quilômetro por hora (km/h) I Quanto mais inclinado for o gráfico, maior o módulo da velocidade
instantânea naquele ponto. Quanto menos inclinado, menor o módulo
Conceitualmente, velocidade instantânea é a velocidade em um da velocidade.
instante especifico do movimento. Como a velocidade é a razão entre II. Se a reta tangente for horizontal (vértices), a inclinação é zero e,
o deslocamento e o intervalo de tempo, temos que, se calcularmos a portanto, a velocidade é zero. O móvel troca de sentido.
velocidade média para intervalos de tempo cada vez menores, (intervalos Matematicamente, a velocidade instantânea é o limite da velocidade
muito próximos de zero), tenderemos a chegar à velocidade naquele exato média quando o intervalo de tempo tende a zero (o conceito explicado
momento. acima é exatamente o conceito de derivada). Ou, em outras palavras, é a
Para entender melhor esse conceito, vamos a um exemplo numérico: derivada de primeira ordem da posição em relação ao tempo ou a taxa de
considere um móvel que se move em trajetória retilínea segundo a equação variação da posição em relação ao tempo.
s(t) = t2 – 4t + 2, em que s está em metros e t, em segundos. Esta é uma ∆s ds
v = lim =
equação do tipo equação horária da posição, já que informa a posição do ∆t → 0 ∆t dt
móvel em função do tempo.
Para calcular a velocidade instantânea desse móvel no instante t = 3s,
vamos calcular velocidades médias fazendo o intervalo de tempo tender a
6. Aceleração escalar média
um valor cada vez mais próximo zero. Unidade no SI: metro/(segundo)2; abreviação: m/s2
I. tempo de t = 0s a t = 7s. Nesses instantes, temos que as Outras unidades comuns: km/h2
posições são respectivamente iguais a s(0) = 02 − 4 ⋅ 0 + 2 = 2 m
2
e s(7) = 7 − 4 ⋅ 7 + 2 = 23 m . Logo, a velocidade média é dada por Conceitualmente, a aceleração escalar de um corpo mede a rapidez
∆s 23 − 2 com que o valor da velocidade muda, independentemente dessa velocidade
vm = = = 3 m/s. aumentar ou diminuir.
∆t 7−0
II. tempo de t = 1,5 s a t = 5s. Analogamente, teremos que a velocidade Atenção para a diferença entre os conceitos!!! Velocidade mede a taxa
média é 2,5 m/s. da variação da posição em relação ao tempo. Aceleração mede a taxa de
III. tempo de t = 2,8 s a t = 3,1s. Analogamente, teremos que a velocidade variação da velocidade em relação ao tempo.
média é 1,9 m/s.
Um carro de fórmula 1, por exemplo, atinge altas velocidades em
Note que, quanto menor o intervalo de tempo considerado e quanto trajetórias retilíneas. Entretanto, se ele mantiver a velocidade constante,
mais próximo do instante t = 3s, a velocidade média calculada se não vai haver variação da velocidade. Por esse motivo, a aceleração seria
aproximará da velocidade instantânea em t = 3s. igual a zero.
É extremamente importante também entender o argumento gráfico. Um elevador parado, por exemplo, tem velocidade igual a zero (já
Vamos a ele. A curva vermelha representa também a posição de um móvel que sua posição não está mudando). Entretanto, imediatamente antes
qualquer em relação ao tempo. de começar a subir, ele possui aceleração maior que zero, já que sua
velocidade vai variar logo depois.
s
Por definição, a aceleração escalar média de um corpo em um dado
trecho de um percurso é a razão entre a variação de velocidade escalar
nesse intervalo e o respectivo intervalo de tempo.
Ds ∆v v − v 0
am = =
∆t t − t0

A unidade no SI da aceleração escalar média é m/s2. Assim sendo, dizer


que um corpo possui uma aceleração de 3 m/s2, por exemplo, significa
dizer que sua velocidade aumenta 3 m/s a cada segundo. Vale destacar
t
0 que, embora seja a unidade mais usada o m/s2, ela não é a única. Qualquer
unidade de variação de velocidade sobre qualquer unidade de tempo nos
Dt dará uma unidade de aceleração.
Se quisermos calcular a velocidade média entre os instantes
representados pelos pontos brancos, basta dividir o ΔS representando no 7. Aceleração escalar instantânea
eixo das ordenadas pelo Δt representado no eixo das abscissas.
Unidade no SI: metro/(segundo)2; abreviação: m/s2
Repare que, se o intervalo de tempo tender a zero, os dois pontos
Outras unidades comuns: km/h2
tendem a um só (ponto vermelho). Nesse caso, a velocidade média
calculada vai se aproximar da velocidade instantânea naquele ponto.
Para obtermos a aceleração de um móvel em um instante específico,
Graficamente, ao dividirmos ΔS por Δt quando Δt tende a zero, devemos calcular a aceleração instantânea. Seguindo a mesma ideia de
acabamos descobrindo a tangente do ângulo formado entre o eixo das velocidade instantânea, podemos dizer que a aceleração instantânea é a
abscissas e a reta que tangencia a curva vermelha, passando pelo ponto aceleração de em um móvel em um ponto específico da trajetória.
vermelho.

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Física I – Assunto 1

Matematicamente, a aceleração instantânea é o limite da aceleração 9. Derivadas de polinômios


média quando o intervalo de tempo tende a zero. Em outras palavras, é
a derivada de primeira ordem da velocidade em relação ao tempo (ou a Podemos encontrar velocidade e aceleração instantâneas se
derivada de segunda ordem da posição em relação ao tempo) ou a taxa soubermos a equação horária da posição de um móvel. Para isso,
de variação da velocidade em relação ao tempo. usaremos as ideias de derivada abordadas neste módulo.
∆v dv d 2 s A seguir, encontra-se a regra prática para derivadas de polinômios,
α = lim = = tipo de equação mais encontrada em nosso curso para a descrição de
∆t → 0 ∆t dt dt 2
movimentos.
Basicamente, a regra a ser usada para derivar qualquer parcela de um
8. Classificação dos movimentos d
polinômio é ( at n ) = a ⋅ n ⋅ t n −1 . Importante saber que a derivada de um
dt
8.1 Quanto ao sentido do deslocamento polinômio é a soma das derivadas de cada termo.
Daí, se a equação da posição é dada por: S = a1tn + a2tn–1 + ... ant
8.1.1 Progressivo + an+1, então as funções horárias da velocidade e da aceleração serão
(condição necessária e suficiente: v>0) dadas por:
O móvel desloca-se no sentido definido como positivo da trajetória. ds
v= = a1nt n −1 + a2 ( n − 1)t n − 2 + ... + an −1 ⋅ 2t + an + 0
(A posição escalar do móvel é crescente com o tempo). Nesse caso, dt
o deslocamento escalar é positivo e, portanto, a velocidade também é dv d 2 s
positiva. a= = = a1 ⋅ n ⋅ ( n − 1)t n − 2 + a2 ( n − 1) ⋅ ( n − 2)t n − 3 + ... + 2 an −1 + 0
dt dt 2
8.1.2 Retrógrado t 3 5t 2
Exemplo: Um corpo se move segundo a equação s( t ) = − + 6t + 1 ,
(condição necessária e suficiente: v<0) 3 2
com s em metros e t em segundos. Para esse corpo calcule:
O móvel desloca-se no sentido definido como negativo da trajetória.
(A posição escalar do móvel é decrescente com o tempo). Nesse caso, (A) a velocidade em um instante genérico t
o deslocamento escalar é negativo e, portanto, a velocidade também é (B) a aceleração em um instante genérico t
negativa. (C) a velocidade em t = 4s
(D) a aceleração em t = 6s
8.1.3 Repouso (E) os instantes para os quais o móvel troca de sentido.
(condição necessária e suficiente: v=0) (F) a velocidade média entre 2s e 4s.
Um móvel está em repouso quando sua posição não se altera com (G) a distância percorrida entre 2s e 4s.
o passar do tempo para um determinado referencial. Nesse caso, a sua (H) os instantes para os quais o movimento é retrógrado.
velocidade é nula. (I) os instantes para os quais o movimento é acelerado.

8.2 Quanto à variação de velocidade Solução:


ds t2 5t
8.2.1 Uniforme (A) v= = 3 ⋅ − 2 ⋅ + 6 + 0 → v( t ) = t 2 − 5t + 6
dt 3 2
(condição necessária e suficiente: a=0)
O módulo da velocidade do móvel não varia ao longo do tempo. dv
(B) a= = 2 ⋅ t − 5 ⋅ 1 + 0 → a( t ) = 2t − 5
dt
8.2.2 Acelerado
(condição necessária e suficiente: a.v>0) (C) v(4) = 42 – 5 · 4 + 6 = 2 m/s
O módulo da velocidade aumenta ao longo do tempo. Isso só ocorre (D) a(6) = 2,6 – 5 = 7 m/s2
quando a aceleração e a velocidade possuem o mesmo sinal para um (E) trocar de sentido: v = 0 → t2 –5t + 6 = 0 → t = 2s ou t = 3s.
dado referencial. (F) ∆s s( 4) − s( 2)
vm = = =
8.2.3 Retardado ∆t 4−2
(condição necessária e suficiente: a.v<0) 43 5 ⋅ 4 2  23 5 ⋅ 22 
− + 6 ⋅ 4 + 1−  − + 6 ⋅ 2 + 1
O módulo da velocidade diminui ao longo do tempo. Isso só ocorre 3 2 3 2  = 1 m/s
quando a aceleração e a velocidade possuem o sinais contrários para um 4−2 3
dado referencial.
(G) como o móvel troca de sentido em t = 3s,
repouso progressivo retrógrado  33 5 ⋅ 3 2 
d = | ∆S2 a3 s | + | ∆S3 a 4 s |=  − + 6 ⋅ 3 + 1 −
v=0 v: + v: –  3 2 
uniforme
a=0 a=0 a=0
 23 5 ⋅ 22   43 5 ⋅ 4 2 
v: + v: –  − + 6 ⋅ 2 + 1 +  − + 6 ⋅ 4 + 1 −
acelerado –
a: + a: – 3 2   3 2 
 33 5 ⋅ 3 2  1 5
v: + v: –  − + 6 ⋅ 3 + 1 = + = 1 m.
retardado – 3 2
a: – a: +   6 6
(H) retrógrado: v < 0 → t2 –5t + 6 < 0 → 2s < t < 3s.
(F) acelerado: a · v > 0 → (2t –5) · (t2 – 5t + 6) > 0 → (2t – 5) ·
(t – 2) · (t – 3) > 0 → 2s < t < 2,5 s ou t > 3s.

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Movimento uniforme

10. Movimento retilíneo uniforme (MRU) Gráfico s · t


O movimento retilíneo uniforme é aquele no qual a velocidade escalar O gráfico posição por tempo (s · t) do movimento retilíneo uniforme é
instantânea é constante, e não nula, para qualquer instante considerado regido pela função horária de posição, que é uma função linear (1o grau).
por um corpo que descreve trajetória retilínea. Nesse tipo de movimento Portanto, o seu gráfico é sempre uma reta. Crescente se seu coeficiente
a velocidade média em qualquer trecho é igual à velocidade instantânea angular for positivo (velocidade positiva) ou decrescente se seu coeficiente
em qualquer ponto do percurso. angular for negativo (velocidade negativa).
Convém destacar que, no caso do movimento retilíneo uniforme,
v>0
podemos dizer que, em intervalos de tempos iguais, o móvel sofre s s
deslocamentos iguais. v<0 se os eixos estiverem na
s0
mesma escala:
10.1 Função horária de posição s0 q q t
t N
tg q = velocidade
A função horária de posição é uma equação que mostra a posição de
um corpo em função de cada instante.
∆s s − s
v = v m =  → v =  0 → v ( t − t0 ) = s − s0 → s = s0 + v ( t − t0 ) 10.2 Função horária de velocidade
∆t t − t0
Por definição, um movimento é dito uniforme quando sua velocidade
Fazendo t0 = 0 chegamos à equação horária de posição no MRU: não se altera em relação ao tempo. Logo, a função horária de velocidade
s(t)=s0 + v · t não poderia ser outra senão uma função constante.
v(t) = constante
Exemplo: Considere dois móveis, A e B, que se movimentam, sob uma
estrada retilínea, em sentidos contrários e que no instante t = 0 distam Gráfico v · t
1400 metros entre si. As velocidades dos móveis A e B possuem módulos O gráfico v · t para esse mesmo movimento é uma reta paralela ao
respectivamente iguais a 40 m/s e 30 m/s. Determine o instante em que eixo do tempo (indicando que a velocidade é constante).
os móveis se encontram e a que distância da posição inicial do móvel A v v
isso ocorreu. v
Solução: t
Fazendo um sistema de referencial positivo no sentido A → B e com t
origem em A, teremos que as funções horárias serão: v
SA = 0 + 40t → SA = 40t e SB = 1400 – 30t
Um fato interessante sobre esse tipo de gráfico é que, ao calcularmos
Em problemas que pedem encontro, uma ideia muito boa é encontrar sua área, estamos multiplicando um eixo contendo a velocidade por outro
as equações horárias de cada móvel e igualar suas posições (para que contendo o tempo. Como já vimos, desse produto resulta o deslocamento
haja encontro, as posições precisam ser iguais). do corpo.
Daí, SA = SB . Então 40t = 1400 – 30t → 70t = 1400 → t = 20s Então, de uma maneira bem genérica (isso não se restringe a MRU),
podemos dizer que a área do gráfico v · t é numericamente igual ao
Para determinar a posição de encontro, substituiremos esse valor em deslocamento do corpo (detalharemos mais esse conceito no próximo
uma das equações: módulo).
SA = 40t = 40 · 20 = 800 m v v
v área =DS
Atenção!
t
Note que chegamos a essa equação fazendo t0 = 0. Porém em
alguns problemas um dos móveis sai com um atraso de “Δt” unidades t
de tempo. Nesse caso a equação horária para o móvel com atraso será v área =DS
s(t)=s0 + v · (t –∆t).
10.3 Função horária de aceleração
Exemplo:
Por ter velocidade constante, a aceleração no MRU é nula. Logo
Para o exemplo anterior recalcule o tempo que foi pedido, considerando
que o móvel A começou a se mover em t = 7s. a(t) = constante = 0
Solução:
Observe que agora não podemos mais considerar t0 = 0 para os dois
11. Velocidade relativa
móveis. Com isso as equações horárias ficam da seguinte forma: Em muitos problemas de movimentos retilíneos, a solução torna-se
SA = 40 · (t – 7) e SB = 1400 – 30t (cabe ressaltar que a função muito mais simples ao se utilizar o conceito de velocidade relativa. Tal
horária de A só vale para t ≥ 7s). conceito nada mais é do que uma mudança de referencial, admitindo-
se que um dos corpos em movimento está parado e observando o
No encontro, SA = SB. Então, 40 · (t – 7) = 1400 – 30t → 40t – 280 = movimento do outro corpo em questão. De forma prática, pode-se calcular
1400 – 30t → 70t = 1680 → t = 24s. a velocidade relativa de aproximação ou de afastamento entre dois corpos
em movimento de maneira muito simples (supondo Va e Vb em módulo):
Isso significa que A se moveu durante 17 s e B 24 s. – Corpos se movem na mesma direção e mesmo sentido: Vrel =|VA – VB|
– Corpos se movem na mesma direção e sentidos contrários:
Vrel = Va + Vb

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Física I – Assunto 1

Para problemas de encontro, afastamento ou aproximação entre dois Solução:


corpos em movimento uniforme, podemos escrever que: Nos 15 minutos (1/4 de hora) de atraso do passageiro, o ônibus se
∆S deslocou com velocidade de 80 km/h. Assim, quando o taxista parte
Vrel = rel com o passageiro, o ônibus já se encontra a 80 · 1/4 = 20 km à frente. A
∆t
velocidade relativa entre o taxi e o ônibus é de 20 km/h e o tempo para o
encontro é dado pela razão entre a distância relativa e a velocidade relativa:
Exemplo: Um ônibus parte da rodoviária com velocidade constante de 80 20 km
km/h. Um passageiro que se atrasou 15 minutos, toma um táxi e parte ∆t = =1h
em direção ao ônibus. Sendo a velocidade do táxi de 100 km/h e supondo 20 km/h
que não ocorra interrupção no trajeto, determine o tempo gasto pelo táxi Fique atento, pois isso não significa que o táxi andou 20 km para alcançar
para alcançar o ônibus. o ônibus!

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Um turista, passeando de bugre pelas areias de uma praia em Natal 02 Dois tratores, I e II, percorrem a mesma rodovia e suas posições
– RN, percorre uma trajetória triangular, que pode ser dividida em três variam com o tempo, conforme o gráfico a seguir:
trechos, conforme a figura abaixo.

A
c

B Determine o instante do encontro desses veículos.

Os trechos B e C possuem o mesmo comprimento, mas as velocidades Solução:


médias desenvolvidas nos trechos A, B e C foram, respectivamente, v, Para um intervalo de tempo de 3 horas o trator I se deslocou 60 km e
2v e v. o trator II se deslocou – 30 km. Com isso temos que vI =20 km/h e
Quanto vale a velocidade escalar média desenvolvida pelo turista para vII = – 10 km/h. Escrevendo as equações horárias para cada trator temos:
percorrer toda a trajetória triangular?
sI =20t e sII =300 – 10t
Solução: No encontro sI = sI → 20t = 300 – 10t → t = 10h
Seja L o lado de cada cateto. Assim:
03 Duas partículas (P e Q) deslocam-se sobre o eixo x com as
ΔSA = L; ΔSB = L. O espaço percorrido na hipotenusa é ΔSC, calculado
respectivas posições dadas por:
pelo Teorema de Pitágoras:
( ∆SC ) = ( ∆SA ) + ( ∆SB ) = L2 + L2 = 2 L2 ⇒ P. x = 16 + 4bt2
2 2 2

Q. x = bct3, para x em metros, t em segundos e c = 1 s– 1.


∆SC = 2 L.
Qual deve ser o valor de b para que uma partícula alcance a outra em 2
Então o espaço total percorrido é: s e qual a velocidade da partícula P no ponto de encontro?
∆S = ∆SA + ∆SB + ∆SC = 2 L + L + L ⇒ ∆S = L ( )
2+2 . Solução:
No encontro xP = xQ.
O tempo gasto no percurso é: 16 + 4bt2 = bct3
16 + 4b(2)2 = b(1)(2)3
2 L L L 2 2 L + L + 2L
∆t = ∆t A + ∆t B + ∆tC = + + = ⇒ 16 + 16b = 8b
v 2v v 2v b = –2 m/s2.

∆t =
(
L 2 2 +3 ) A velocidade de P é dada pela derivada na posição no instante t = 2s.
2v
vp =
(
dx d 16 − 8t
=
2
)
= −16 ⋅ 2 = −32m/s
Calculando a velocidade média: dt dt

vm =
∆S
=
L 2+2
=
(
2 + 2 2v)=
( )
2 + 2 2v  2 2 − 3 
×
( )
 ⇒ 04 Em relação a um referencial cartesiano OXY, uma partícula se move
∆t L 2 2 +3 ( )
2 2 +3 2 2 +3 
2 2 −3 segundo as equações:
2v x = 8t – 4t2 e y = 12t – 6t2

vm =
(4 − 3 2 + 4 2 − 6 2v ) =
(2 2 −4 v ) ⇒ Determine a equação cartesiana da trajetória para esta partícula.
8−9 −1
(
v m = 4 − 2 2 v. )

270 Vol. 1
Movimento uniforme

Solução: Por conveniência consideremos:


Para determinar a equação da trajetória precisamos colocar x em função distância de A até B = x
de y. distância de B até C = y
x = 4 (2t – t2) → (2t – t2) = x/4 distância de C até D = z
y = 6 (2t – t2) → (2t – t2) = y/6
Como t = Δs/v
x y
Logo, = 1a equação: tx = x/50
4 6 2a equação: ty = y/75
y = 1,5x 3a equação: tz = z/70
4a equação: tMC = tx/2 + ty = (y + x/2)/60
05 Quatro cidades A, B, C e D são percorridas por um automóvel. 5a equação: tAD = tx + ty + tz = (x+y+Z)/60
M, N e P são, respectivamente, os pontos médios de AB, BC e CD. A
velocidade escalar média do móvel vale 50 km/h entre A e B, 75 km/h Substituindo as equações 1, 2 e 3 nas equações 4 e 5:
entre B e C, 70 km/h entre C e D, 60 km/h entre M e C e 60 km/h entre
A e D. Calcule a razão MN/NP: Na 4a equação obteremos x = 2y
Na 5a equação obteremos z = 7/5y
(A) 25/29. (D) 4/5.
(B) 2/3. (E) 3/2. MN = x/2 + y/2 = (x+y)/2
(C) 5/4. NP = y/2 + z/2 = (z+y)/2

MN/NP = (x+y)/(z+y)
Solução:
M N P MN/NP = (2y + y)/(7/5y + y)
A B C D MN/NP = 3y/(12y/5)
MN/NP = 15y/12y
MN/NP = 5/4

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 Um navio se desloca em movimento retilíneo para frente com (A) 5.401.


velocidade constante. Do alto do mastro, deixa-se cair uma pedra sobre (B) 6.507.
o convés (piso onde está fixada a base do mastro). Pode-se afirmar, com (C) 8.723.
relação a um ponto fixo na beira do cais, que (despreze a resistência do (D) 9.601.
ar): (E) 10.202.

(A) a trajetória de queda da pedra é retilínea e vertical. 05 (EsPCEx) Em uma mesma pista, duas partículas puntiformes, A e
(B) a pedra cairá sobre o convés, em um ponto situado atrás da base do mastro. B, iniciam seus movimentos no mesmo instante com as suas posições
(C) a pedra cairá, segundo trajetória retilínea, em um ponto do convés medidas a partir da mesma origem dos espaços. As funções horárias
situado à frente da base do mastro. das posições de A e B, para S, em metros, e t, em segundos, são dadas,
(D) a trajetória da pedra é parabólica e ela cairá em um ponto do convés respectivamente, por SA = 40 + 0,2 t e SB = 10 + 0,6 t. Quando a
à frente da base do mastro. partícula B alcançar a partícula A, elas estarão na posição:
(E) a trajetória da pedra é parabólica e ela cairá na base do mastro.
(A) 55 m.
02 Um iatista solitário completa certa travessia de 4.600 milhas náuticas,
(B) 65 m.
em 22 dias. Sua velocidade média, em Km/h, foi de:
(C) 75 m.
(Dado: 1 milha náutica = 1.852 m.)
(D) 105 m.
(A) 12,9. (E) 125 m.
(B) 14,7.
(C) 16,1. 06 (EsPCEx) Um automóvel, desenvolvendo uma velocidade constante de
(D) 17,6. 60 km/h, faz, diariamente, uma viagem entre duas cidades vizinhas em um
(E) 19,4. tempo habitual T. Se ele fizesse esta viagem com uma velocidade, também
constante, de 90 km/h, o tempo de duração, em relação ao habitual, seria
03 Em uma pista de corrida, de 6 km de extensão, um carro desenvolve 10 minutos menor. Podemos dizer que o valor de T, em minutos, é:
velocidades de até 250 km/h nas retas e de cerca de 180 km/h nas curvas.
Ele gasta 3,6 minutos para dar duas voltas completas. Qual a velocidade (A) 60.
escalar média nessas duas voltas, em km/h? (B) 50.
(C) 40.
04 (EFOMM) Um navegador solitário completa certo percurso com (D) 30.
velocidade média de 9 nós (1 nó = 1 milha/hora = aproximadamente (E) 20.
1,852 km/h) em 24 dias; a distância percorrida, em km, foi de:

IME-ITA 271
Física I – Assunto 1

07 (AFA) Os gráficos a seguir referem-se a movimentos unidimensionais comprimento do automóvel e sabendo-se que o trem tem 100 m de
de um corpo em três situações diversas, representando a posição como comprimento, qual a distância (em metros) percorrida pelo automóvel desde
função do tempo. o instante em que alcançou o trem até o instante em que o ultrapassou?
x x x

(A) 100. (D) 400.


a a a (B) 200. (E) 500.
(C) 250.
a a a
2 2
2
13 (AFA) Em relação a um observador parado na margem, a velocidade
b b 2b com que um barco sobe o rio vale 8 km/h e a com que o mesmo barco
0 b t 0 b t 0 b t
3 2 3 desce o rio vale 20 km/h, sempre com movimento uniforme. A velocidade
da correnteza, em km/h, vale:
Nas três situações, são iguais as velocidades:
(A) 3. (C) 8.
(A) iniciais.
(B) 6. (D) 12.
(B) finais.
(C) instantâneas.
(D) médias. EXERCÍCIOS NÍVEL 2

08 Um móvel tem sua velocidade escalar instantânea (v) variando com 01 (UFRJ) João fez uma pequena viagem de carro de sua casa, que fica
o tempo (t), conforme a função: v = t2 – 4t (SI) no centro da cidade A, até a casa de seu amigo Pedro, que mora bem na
Calcule sua aceleração escalar média entre os instantes: entrada da cidade B. Para sair de sua cidade e entrar na rodovia que conduz
à cidade em que Pedro mora, João percorreu uma distância de 10 km em
(A) 0 e 4 s; (B) 1 s e 5 s. meia hora. Na rodovia, ele manteve uma velocidade escalar constante até
chegar à casa de Pedro. No total, João percorreu 330 km e gastou quatro
09 (AFA) Uma estrada de ferro retilínea liga duas cidades, A e B, separadas horas e meia.
por uma distância de 440 km. Um trem percorre esta distância com
movimento uniforme em 8 h. Após 6h de viagem, por problemas técnicos,
o trem fica parado 30 minutos. Para que a viagem transcorresse sem
atraso, a velocidade constante, em km/h, que o trem deveria percorrer o
restante do percurso seria de, aproximadamente:

(A) 55,0. (C) 73,3.


(B) 61,2. (D) 100,0.

10 (AFA) Uma esteira rolante com velocidade Ve, transporta uma pessoa
de A para B em 15 s. Essa mesma distância é percorrida em 30 s se a. Calcule a velocidade escalar média do carro de João no percurso
a esteira estiver parada e a velocidade da pessoa for constante e igual dentro da cidade A.
a Vp. Se a pessoa caminhar de A para B, com a velocidade Vp, sobre a b. Calcule a velocidade escalar constante do carro na rodovia.
esteira em movimento, cuja velocidade é Ve, o tempo gasto no percurso,
em segundos, será: 02 (AFA) Um automóvel faz uma viagem em que, na primeira metade
do percurso, é obtida uma velocidade média de 100 km/h. Na segunda
(A) 5. metade a velocidade média desenvolvida é de 150 km/h. Pode-se afirmar
(B) 10. que a velocidade média, ao longo de todo o percurso, é, em km/h:
(C) 15.
(D) 30. (A) 130. (C) 120.
(B) 125. (D) 110.
11 (AFA) Uma pessoa está observando uma corrida a 170 m do ponto de
largada. Em dado instante, dispara-se a pistola que dá início à competição. 03 (AFA) Um terço de um percurso retilínio é percorrido por um móvel
Sabe-se que o tempo de reação de um determinado corredor é 0,2 s, sua com velocidade escalar média de 60 km/h e o restante do percurso, com
velocidade é 7,2 km/h e a velocidade do som no ar é 340 m/s. A distância velocidade escalar média de 80 km/h. Então a velocidade média do móvel,
desse atleta em relação à linha de largada, quando o som do disparo chegar em km/h, em todo percurso, é:
ao ouvido do espectador, é:
(A) 70,0. (C) 73,3.
(B) 72,0. (D) 75,0.
(A) 0,5 m.
(B) 0,6 m.
04 (EN) Um ciclista percorre 20 km em uma estrada de terra, em 60
(C) 0,7 m.
minutos. Em seguida, anda mais 30 km em 0,5 h. A velocidade média do
(D) 0,8 m.
ciclista para todo o percurso, em km/h, é:
12 Um trem e um automóvel viajam paralelamente, no mesmo sentido, (A) 10,0. (D) 40,0.
em um trecho retilíneo. Os seus movimentos são uniformes e a velocidade (B) 26,6. (E) 66,6.
do automóvel é o dobro da do trem. Considerando-se desprezível o (C) 33,3.

272 Vol. 1
Movimento uniforme

05 (AFA) Dois automóveis, A e B, encontram-se estacionados paralelamente Por este diagrama, afirma-se que o corpo A iniciou o seu movimento, em
ao marco zero de uma estrada. Em um dado instante, o automóvel A parte, relação ao corpo B, depois de:
movimentando-se com velocidade escalar constante vA = 80 km/h. Depois
de certo intervalo de tempo, ∆t, o automóvel B parte no encalço de A com (A) 2,5 s. (C) 7,5 s.
velocidade escalar constante vB = 100 km/h. Após 2 h de viagem, o motorista (B) 5,0 s. (D) 10 s.
de A verifica que B se encontra 10 km atrás e conclui que o intervalo ∆t, em
que o motorista B ainda permaneceu estacionado, em horas, é igual a: 12 Do Rio para São Paulo saíram dois ônibus com um intervalo t = 10
min e ambos com velocidades de v = 30 km/h. Com que velocidade u
(A) 0,25. movia-se um ônibus em direção ao Rio, uma vez que encontrou os dois
(B) 0,50. ônibus de sentido contrário em um intervalo de tempo t’ = 4 min?
(C) 1,00.
(D) 4,00. 13 Um corpo movimenta-se sobre uma reta, e sua posição, em metros,
é dada em função do tempo, em segundos, pela equação s = 7 + 6t –
06 Uma partícula desloca-se do ponto A até o ponto B.
2t2. O instante em que o corpo inverte o sentido do movimento e a sua
velocidade no instante t = 4 segundos são, respectivamente:

(A) 0 e 7 (C) 1,5 e – 10


Na primeira terça parte do percurso, sua velocidade escalar média vale (B) – 4 e 10 (D) 0,67 e – 20
v1; na segunda terça parte vale v2 e na terceira, v3. Determine a velocidade
escalar média no percurso total de A até B. 14 Uma partícula move-se ao longo do eixo x de tal modo que sua posição
é dada por: x = 5 t3 + 1 (SI). Assinale a resposta correta:
07 O trajeto de um móvel é dividido em n trechos iguais. No primeiro o,
móvel tem velocidade média V1 no segundo, V2 e assim por diante até (A) A velocidade no instante t = 3,0 s é 135 m/s.
que no último tem velocidade média Vn . Prove que a velocidade média do (B) A velocidade no instante t = 3,0 s é 136 m/s.
móvel no percurso total é a média harmônica das velocidades médias em (C) A velocidade média entre os instantes t = 2,0 s e t = 4,0 s é igual à
cada trecho. velocidade instantânea no instante t = 3,0 s.
(D) A velocidade média e a velocidade instantânea são iguais ao longo de
Obs: Média harmônica de n números é o inverso da média aritmética dos qualquer intervalo de tempo.
inversos dos mesmos n números. (E) A aceleração da partícula é nula.

08 (ITA) Para multar motoristas com velocidade superior a 90 km/h, 15 Um corpo sólido se move em uma trajetória retilínea segundo a lei
um guarda rodoviário, munido de binóculo e cronômetro, aciona o s = at – bt3, em que a vale 6 e b vale 2. Se s está no SI, determine:
cronômetro quando avista o automóvel passando pelo marco A e faz a
leitura no cronômetro quando vê o veículo passar pelo marco B, situado (A) as unidades de a e b para que a equação esteja dimensionalmente
a 1.500 m de A. Um motorista passa por A a 144 km/h e mantém essa correta.
velocidade durante 10 segundos, quando percebe a presença do guarda. (B) as equações horárias da velocidade e da aceleração desse corpo.
Que velocidade média deverá manter em seguida, para não ser multado? (C) os valores médios da velocidade e da aceleração entre o instante t=0
e o instante em que o corpo para.
09 (ITA) Dois automóveis partem ao mesmo tempo de um mesmo ponto e (D) o módulo da aceleração no momento em que o corpo para.
num mesmo sentido. A velocidade do primeiro automóvel é de 50 Km/h e do
segundo automóvel é de 40 Km/h. Depois de meia hora, do mesmo ponto e 16 A função horária da posição de um móvel é dada pela seguinte equação:
no mesmo sentido parte um terceiro automóvel que alcança o primeiro 1,5 2
S = t 3 − 7t 2 + 20t − 6 , em que S e t estão nas unidades do SI.
h mais tarde que o segundo. Ache a velocidade do terceiro automóvel. 3
Responda às seguintes perguntas:
10 Um ponto percorre a metade do caminho com uma velocidade vo.
Na parte restante, ele e percorre a uma velocidade v1 a metade do tempo (A) Qual a velocidade média entre os instantes 1 e 4 segundos?
e à velocidade v2 o trajeto final. Determine a velocidade média do ponto (B) Em que instantes o corpo inverte o sentido de movimento?
durante o percurso todo. (C) Qual a distância total percorrida pelo corpo entre os instantes 0 e 6
segundos?
11 (AFA) O diagrama abaixo representa as posições de dois corpos A e (D) Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é acelerado?
B, em função do tempo. (E) Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é retrógrado?
s(m)
s(m) 17 Um senhor estava esperando o trem sentado em um banco da estação.
Distraidamente, olhou para o chão e viu uma lagartinha que começava a
40 cruzar a lajota retangular do piso de dimensões 40 cm · 30 cm. O senhor,
B A
como não dispunha de relógio, começou a contar suas pulsações enquanto
a lagartinha fazia seu trajeto. Ela cruzou a primeira lajota diagonalmente e
20 depois prosseguiu pela junta das lajotas, como indica a figura. O senhor
10 contou ao todo 300 pulsações no trecho entre A e B. Sabendo que seu
batimento cardíaco costuma ser, em média, 75 pulsações por minuto,
0 10 t(s)
t(s) responda:

IME-ITA 273
Física I – Assunto 1

20 Considere que em um tiro de revólver, a bala percorre trajetória retilínea


com velocidade V constante, desde o ponto inicial P até o alvo Q.

90° B

30 cm
A
40 cm 90°
90º
(A) Qual a distância total percorrida pela lagartinha?
(B) Qual é a velocidade escalar média da lagartinha em cm/s?

18 A figura abaixo mostra o esquema simplificado de um dispositivo O aparelho M1 registra simultaneamente o sinal sonoro do disparo e o do
colocado em uma rua para controle de velocidade de automóveis impacto da bala no alvo, o mesmo ocorrendo com o aparelho M2. Sendo
(dispositivo popularmente chamado de radar). Os sensores S1 e S2 e a Vs a velocidade do som no ar, então a razão entre as respectivas distâncias
câmera estão ligados a um computador. Os sensores enviam um sinal ao dos aparelhos M1 e M2 em relação ao alvo Q é:
computador sempre que são pressionados pelas rodas de um veículo. Se
a velocidade do veículo está acima da permitida, o computador envia um (A) Vs (V – Vs) / (V2 – Vs2).
sinal para que a câmera fotografe sua placa traseira no momento em que (B) Vs (Vs – V) / (V2 – Vs2).
esta estiver sobre a linha tracejada. Para um certo veículo, os sinais dos (C) V (V – Vs) / (Vs2 – V2).
sensores foram os seguintes: (D) Vs (V + Vs) / (V2 – Vs2).
(E) Vs (V – Vs) / (V2 + Vs2).

21 Dois trens estão a uma distância de 200 km e se aproximam um


do outro com uma velocidade de 50 km/h cada um. Uma mosca voa
constantemente entre as locomotivas dos dois trens, de um para-choque
S1 ao outro, com uma velocidade de 75 km/h, até o instante em que os trens
se chocam e a mosca morre esmagada. Qual foi a distância total percorrida
t(s)
pela mosca?

22 (UERJ) Duas partículas, X e Y, em movimento retilíneo uniforme, têm


S2 velocidades respectivamente iguais a 0,2 km/s e 0,1 km/s. Em um certo
0 0,1 0,2 0,3 t(s)
instante t1, X está na posição A e Y na posição B, sendo a distância entre
ambas de 10 km. As direções e os sentidos dos movimentos das partículas
são indicados pelos segmentos orientados AB e BC, e o ângulo ABC mede
computador câmera 60º, conforme o esquema. Sabendo-se que a distância mínima entre X e
Y vai ocorrer em um instante t2, o valor inteiro mais próximo de t2 – t1, em
S1 S2 segundos, equivale a:

d=2m

(A) Determine a velocidade do veículo em km/h. (A) 24. (C) 50.


(B) Calcule a distância entre os eixos do veículo. (B) 36. (D) 72.

19 (ITA) Considere dois carros que estejam participando de uma corrida. 23 Uma lâmpada pende de um teto ficando a uma altura H do solo. Um
O carro A consegue realizar cada volta em 80 s enquanto o carro B é 5,0% atleta de altura h passa sob a lâmpada se deslocando em linha reta com
mais lento. O carro A é forçado a uma parada nos boxes ao completar a velocidade constante V. Se H = 5 m, h = 2 m e V = 6 m/s, determine
volta de número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e reparos, o carro a velocidade com que a parte superior da cabeça da sombra do atleta se
A perde 135 s. Qual deve ser o número mínimo de voltas completas da desloca no solo.
corrida para que o carro A possa vencer?
26 Dois carros estão em repouso em duas estradas perpendiculares.
(A) 28. O primeiro está a uma distância l da interseção das duas estradas e
(C) 33. o segundo a uma distância d do mesmo ponto. Os dois começam a
(D) 34. mover--se simultaneamente em direção à interseção, o primeiro com
(B) 27. aceleração constante a e o segundo com aceleração constante b. Qual a
(E) n.r.a. menor distância que eles tiveram entre si durante seus movimentos?

274 Vol. 1
Movimento uniforme

EXERCÍCIOS NÍVEL 3

01 Dois trens partem simultaneamente de dois pontos A e B distantes 05 Duas velas, cujas alturas h no momento inicial eram iguais, se
5000 m um do outro. Os trens possuem velocidades constantes de 20 m/s encontram a uma distância a uma da outra. A distância entre cada uma
e de sentidos contrários, sendo que o trem I dirige-se para B. Sabendo que das velas e a parede mais próxima também vale a. Com que velocidade
os trens possuem comprimento de 100 m, determine quanto tempo um se movem as sombras das velas pelas paredes se uma vela se consome
automóvel deve esperar em A, após o início do movimento dos trens, para inteira em um tempo t1 e a outra em um tempo t2? Obs: As velocidades
que, deslocando-se a 40 m/s, demore 50 s entre iniciar a ultrapassagem pedidas são aquelas válidas enquanto nenhuma das sombras chega ao
sobre o trem I e terminar a ultrapassagem sobre o trem II. solo.

02 Uma pista tem o formato de um hexágono regular. Uma partícula


percorre esta pista completa, retornando ao ponto de partida. No primeiro
lado, sua velocidade tem módulo V e em cada vértice existe um dispositivo
que, instantaneamente, dobra o módulo da velocidade da partícula. Uma
segunda partícula percorre outra pista reta que liga dois vértices A e D,
passando pelo ponto central do hexágono. Ela vai de A a D com velocidade
em módulo igual a V e retorna a A com velocidade em módulo igual a 2V.
Qual a razão entre os módulos das velocidades médias escalares nos
percursos totais das partículas 1 e 2?

03 Um engenheiro trabalha em uma fábrica, que fica nos arredores da 06 Da cidade A partem simultaneamente um carro, uma motocicleta e
cidade. Diariamente, ao chegar à última estação ferroviária, um carro da uma bicicleta para a cidade B. Alcançando B, o carro retorna a cidade A e
fábrica transporta-o para o local de trabalho. Certa vez, o engenheiro chegou encontra a motocicleta a a quilômetros de B e a bicicleta a b quilômetros de
à estação uma hora antes do habitual e sem esperar o carro foi a pé até o B. A motocicleta ao chegar a B retorna também, encontrando a bicicleta a c
local de trabalho. No caminho, encontra-se com o carro e chegou à fábrica quilômetros de B. Determine a distância AB (suponha todos os movimentos
10 minutos antes do habitual. Quanto tempo caminhou o engenheiro antes uniformes).
de encontrar-se com o carro?
07 Duas retas que se cruzam se movem de modo progressivo em direções
04 Três turistas, que possuem uma bicicleta, devem chegar ao centro turístico opostas com velocidades v1 e v2, perpendiculares às retas correspondentes.
no menor espaço de tempo (o tempo conta até que o último turista chegue O ângulo entre as retas é igual a α. Determine a velocidade do ponto de
ao centro). A bicicleta pode transportar apenas duas pessoas e, por isso, o interseção destas retas.
terceiro turista deve iniciar o trajeto a pé. O primeiro turista, que nunca larga
a bicicleta, leva o segundo turista até um determinado ponto do caminho, de 08 Um avião voa horizontalmente a uma velocidade V. Um observador
onde este continua a andar a pé e o primeiro turista volta para transportar o ouve o barulho do avião T segundos após o aparelho ter passado sobre a
terceiro. Encontre a velocidade média dos turistas, sabendo que a velocidade sua cabeça. Se a velocidade do som no ar vale C, determine a que altura
de quem está a pé é 4 km/h e de quem está na bicicleta é 20 km/h. H voava a aeronave.

RASCUNHO

IME-ITA 275
Movimento uniformemente variado A ssunto
2
Física I

1. Movimento retilíneo uniformemente variado


O movimento retilíneo uniformemente variado é aquele no qual a A tangente de inclinação da função mostra a taxa de variação da
aceleração é constante e diferente de zero. velocidade em relação ao tempo e, portanto, mostra a aceleração. Outra
Por esse motivo, dizemos que, no MRUV, a velocidade escalar sofre maneira de ver isso é lembrar que o coeficiente angular da reta tangente
variações iguais em intervalos de tempos iguais. a uma função, em um dado ponto, é a derivada dessa função (e já vimos
que a derivada da velocidade em relação ao tempo resulta na aceleração).
1.1 Função horária de velocidade
É a equação que nos permite identificar a velocidade instantânea de dv d 2 x
=
a =
um móvel que possua aceleração não nula em função do tempo. Como dt dt 2
a aceleração é constante, ela é igual à aceleração média para quaisquer
instantes. Daí:
Atenção!
∆v v − v
a = am =  → v =  0 → a⋅ ( t − t0 ) = v − v 0 → v = v 0 + a⋅ ( t − t0 ) Imagine um gráfico v × t que seja uma reta inclinada crescente.
∆t t − t0
A única informação que esse gráfico fornece é que o ângulo que essa
reta faz com a horizontal é 45°. Nesse caso, quanto vale a aceleração
Fazendo t0 = 0, chegamos à equação horária de velocidade do MUV: do móvel?
Você pode ficar tentado a falar que a = tgq = tg45º = 1 m/s2.
v(t) = v0+ a · t
Entretanto, como não há nenhuma informação adicional no gráfico,
nada impede que os eixos estejam fora de escala e, portanto, não se
Atenção!
pode determinar a aceleração. Muito cuidado com pegadinhas desses
Note que chegamos a essa equação fazendo t0 = 0. Porém em alguns tipo: eixos fora de escala, origem deslocada, etc.
problemas, um dos móveis inicia seu movimento com um atraso de “Dt”
unidades de tempo. Nesse caso, a equação horária para o móvel com
atraso será v(t)= v0 + a = (t – Dt). Se calcularmos a área desse gráfico, estaremos multiplicando a
O comportamento nesse caso é análogo ao que vimos no módulo velocidade pelo tempo. Esse produto é igual ao deslocamento escalar nesse
passado. intervalo de tempo.
Vamos entender melhor esse conceito. Suponha que um móvel tem
Gráfico v × t sua velocidade em função do tempo dada pela curva abaixo. Se dividirmos
Como essa função é linear, seu gráfico v × t é sempre uma reta. o intervalo que vai de t = a a t = b em vários pequenos intervalos de
Crescente se seu coeficiente angular for positivo (aceleração positiva) ou tempo (tantos quantos você possa imaginar), poderemos assumir que a
decrescente se seu coeficiente angular for negativo (aceleração negativa). velocidade será constante para cada pequeno intervalo desses. Daí, para
cada intervalo de tempo, o deslocamento será dado por DS = v · Dt.
Note que, já que podemos assumir que a velocidade é constante nesse
intervalo, o produto v · Dt representa a área de um retângulo de base igual
a Dt e altura igual a v. Se quisermos todo o deslocamento de a até b, basta,
portanto, somar as áreas de cada pequeno retângulo formado. O resultado
encontrado é a área abaixo da curva.
Matematicamente, esse é exatamente o conceito de integral de uma
função (integral = área). Portanto, se integrarmos a velocidade em função
do tempo para um intervalo de tempo dado, encontraremos o deslocamento
que o móvel sofreu nesse período.

f(x)

Se os eixos estiverem na mesma escala:


y

tgq =N aceleração
b
S = ∫ v( t )dt
a

276 Vol. 1
Movimento uniformemente variado

t Note que, em intervalos de tempos iguais, o corpo em MUV varia


Consequentemente, podemos escrever que ∆S = ∫ v( t )dt
t0 seus deslocamentos segundo uma progressão aritmética (P.A.) em que a
razão é at2. Graficamente, note que, para cada “t” a mais no tempo, a área
De forma parecida com a derivada, para calcular a integral de um acrescentada é a de 2 metades de quadrado (ou 1 quadradinho inteiro),
polinômio, basta somar as integrais de cada termo. A regra a ser aplicada sendo a área do quadrado igual a at2.
1
a cada termo é a seguinte: ∫ a ⋅ t n dt = a ⋅ ⋅ t n +1 + C . Note que, para É possível chegar à mesma conclusão usando a equação horária de
n+1 posição.
uma integral indefinida como essa (não tem limites de tempo), surge uma
constante C, que só poderá ser determinada com alguma informação do 1.2 Velocidade média no MUV
problema (são as chamadas condições de contorno). Considere um MUV qualquer de gráfico v x t abaixo:

Exemplo:
Usando o mesmo exemplo do módulo anterior, suponha que um móvel tem
sua velocidade em função do tempo dada pela equação v(t) = t2 – 5t + 6. Para
encontrar a equação horária da posição, precisamos integrar essa função. Daí:
1 1
s( t ) = ∫ v( t )dt = ∫ ( t 2 − 5t + 6) dt = ∫ t 2 dt + ∫ ( − 5t )dt + ∫ 6dt = t 3 − 5 ⋅ t 2 + 6t + C.
3 2
1 1
+ ∫ 6dt = t 3 − 5 ⋅ t 2 + 6t + C. Essa constante poderia ser encontrada se o problema
3 2 1
∆S áreagráfico 2 (
v + v 0 )⋅ ( t − t0 ) ( v + v0 )
informasse a posição inicial do móvel (já que, pela equação encontrada, Vm = = = → Vm = 
s(0) = C. ∆t t − t0 ( t − t0 ) 2
Integrais definidas são aquelas em que o intervalo de integração está
Ou seja, no MUV, a velocidade média em um dado percurso é a média
definido. Elas são a área abaixo da curva de limites estabelecidos. A regra
das velocidades nos extremos desse percurso.
a ser aplicada a cada termo, nesse caso, é a seguinte:
Outra maneira de enxergar isso é olhar para o gráfico. Para que a
tf  1 n +1   1 n +1 
∫t0 a ⋅ t dt =  a ⋅ n + 1 ⋅ tf  −  a ⋅ n + 1 ⋅ t0 
n
velocidade média seja a mesma, o deslocamento precisa ser igual.
Portanto, a área abaixo da curva precisa ser igual. Como o MUV forma
No nosso exemplo, se quisermos descobrir o deslocamento do móvel um trapézio e, portanto, sua área é bmédia · h, podemos traçar uma reta
entre 2s e 4s, precisamos fazer a integral da velocidade para os instantes horizontal que diste bmédia da origem para chegarmos à mesma área. Como
4 1 3 1 2  1 3 1v1 + v f  2 é a velocidade constante que gera o mesmo
− 5 ⋅= ⋅ 22 + 6, ⋅então
de t = 2s a t = 4s. Daí: ∆s ∫2 ( t − 5t + 6)dt =  ⋅ 4 − 5 ⋅ ⋅ 4 + 6 ⋅ 4  −  ⋅ 2bmédia
2
2  = essa
m.
3 2  3 2 2  3
1 2  1 1  2
⋅ 4 + 6 ⋅ 4  −  ⋅ 23 − 5 ⋅ ⋅ 22 + 6 ⋅ 2  = m. deslocamento. Por esse motivo, essa é a velocidade média.
2   3 2  3

Exemplo:
Essa propriedade gráfica nos permite visualizar um fato interessante
no MUV. Considere uma partícula com velocidade inicial v0 e aceleração
a. Seu gráfico v × t está representado na figura abaixo:

1.3 Função horária de posição


Considere um móvel se deslocando em MUV, cujo módulo da
aceleração vale a e, no instante t0 =0, sua posição é s0 e sua velocidade,
v0. Para esse móvel, podemos escrever que:
( v + v0 ) → ∆s = ( v + v0 )
Vm = 
2 t 2
No primeiro intervalo de tempo o deslocamento é
( 2v + at ) ⋅ t = v t + at 2
∆s1 = área =  0
Como v = v0+ a · t, temos:
0
2 2
∆S v 0 + at + v 0 ∆S v + at v t at at
No segundo intervalo de tempo o deslocamento é = → = 0 → ∆S = 0 + → s − s = vot +
t t
( 2v + 3 at ) ⋅ t 3 at 2
∆s2 = área ∆=S 0v 0 + at + v 0 = v 0 t∆+S 2v 0 + at 2v t at 2 at 2
= 2 → =2 → ∆S = 0 + → s − s0 = v o t +
t 2 t 2 2 2
No terceiro intervalo de tempo o deslocamento é Daí:
( 2v + 5 at ) = v t + 5 at
⋅ t 2
at 2
∆s3 = área =  0 0 s( t ) = s0 + v o t + 
2 2 2
E assim sucessivamente.

IME-ITA 277
Física I – Assunto 2

Essa equação nos mostra que a posição em função do tempo para um Dado um gráfico s × t qualquer, a velocidade em um um instante
móvel em MUV. Ela varia segundo uma função quadrática e deve ter seu qualquer é dada pelo coeficiente angular da reta tangente ao ponto
gráfico representado por uma parábola, portanto. Conhecer essa parábola correspondente a esse instante. Nesse exemplo, vemos que a reta tangente
e suas propriedades é muito importante. Por isso vamos analisar os casos. a P0 é mais inclinada que a reta tangente a P1. Isso indica que vP0 > vP1.

1o caso: parábola com concavidade para cima: 1.4 Função horária de aceleração
Como no MUV, a aceleração tem valor constante, o gráfico a x t é uma
reta paralela ao eixo do tempo, podendo a aceleração assumir valores
positivos ou negativos.

• Nesse tipo de gráfico a aceleração é positiva (a > 0).


• O ponto onde a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial S0.
• Nos instantes t1 e t3 o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0).
• No instante t2, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu
movimento (v = 0).
• Do instante 0 até t2 o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0)
e retardado, pois a e V tem sinais contrários (a > 0 e V < 0). Note que, se calcularmos a área dele, estamos multiplicando o eixo
• Após t2 o espaço aumenta, o movimento é progressivo (v > 0) e do tempo pelo eixo da aceleração. Como DV = a × Dt, concluímos que
acelerado, pois a e V têm mesmo sinal (a > 0 e V > 0). a área do gráfico a × t é numericamente igual à variação de velocidade.

2o caso: parábola com concavidade para baixo:


1.5 Equação de Torricelli
Existe uma equação, denominada equação de Torricelli, que é utilizada
em problemas em que o tempo não é conhecido (ou ele não é importante
para o problema). Essa equação nasce de uma “fusão” entre as funções
horárias de velocidade e posição no MUV.

Dica: em geral, quando o problema não precisa da variável tempo, essa


equação deve ser bem útil.

v = v0 + at (elevando-se ao quadrado)
• Nesse tipo de gráfico a aceleração é negativa (a < 0). v2 = v20 + 2av0t + a2t2
• O ponto onde a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial S0.
• Nos instante t2 o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0). v2 = v20 + 2a (v0t + a t2/2)
• No instante t1, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu v2 = v2n + 2aDS
movimento (v = 0).
• Do instante o até t1 o espaço aumenta, o movimento é progressivo
(v > 0) e retardado, pois a e V tem sinais contrários (a < 0 e V > 0). 1.6. Dica para problemas de gráfico
• Após t1 o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0) e
acelerado, pois a e V tem mesmo sinal (a < 0 e V < 0). Para ajudar a memorização, podemos utilizar o fluxograma abaixo,
Independentemente do formato do gráfico s × t, podemos, sem fazer que nos dá uma visão de conjunto de todas as propriedades gráficas:
cálculos, descobrir em que ponto desse gráfico s × t o móvel possui maior
velocidade. Veja o gráfico a seguir:

Convém ressaltar que, matematicamente, ao calcularmos a tangente


a um gráfico, estamos calculando a sua derivada e, ao calcularmos a área
sob a curva, a integral das respectivas funções.

278 Vol. 1
Movimento uniformemente variado

2. Movimentos verticais em campos gravitacionais uniformes


Todos os corpos ao redor da Terra são puxados para o seu centro. Isso g
ocorre devido ao que chamamos de campo gravitacional e a cada ponto Fazendo x = , teremos que no n-ésimo segundo de queda livre, a
2
desse campo temos associado um vetor chamado aceleração gravitacional distância percorrida pelo corpo é d = x · (2n – 1) , em que x é a distância
(ou simplesmente gravidade). percorrida no primeiro segundo e n, o instante pedido.
O que gera essa gravidade, suas propriedades e efeitos serão
discutidos no módulo de Gravitação. Aqui, iremos ver do ponto de vista da
cinemática como isso influencia os corpos abandonados na proximidade Dica: esse problema também poderia ser resolvido com a ideia de que
da Terra. a distância percorrida no n-ésimo segundo é a distância percorrida
pelo móvel até o instante n menos a distância percorrida pelo móvel
Primeiro, temos que saber que, nos problemas que envolvem até o instante n-1. Ao fazer isso, você transforma um problema que
movimentos no campo gravitacional terrestre, considera-se a aceleração aparentemente não é de queda livre (já que o corpo tem velocidade no
da gravidade constante quando esses movimentos envolvem alturas muito instante n-1) em um problema de queda livre. É muito mais interessante
pequenas comparadas com o raio da Terra. A aceleração da gravidade transformar em queda livre, porque as equações são bem mais simples.
próxima à superfície da Terra é g = 9,8 m/s2, porém utiliza-se comumente
o valor de 10 m/s2. A gravidade terrestre varia em função da latitude, mas
isso também será abordado no tópico de Gravitação. 2.2 Lançamento vertical para baixo
Por ter valor aproximadamente constante, podemos dizer que todos No lançamento vertical para baixo, consideramos um corpo que é
os corpos lançados ou abandonados na superfície da Terra ficam sujeitos lançado para baixo (tem, portanto, velocidade inicial vertical para baixo)
à mesma aceleração, executando, assim, um MUV. Em outras palavras, em um local livre da resistência do ar e com aceleração da gravidade
sempre podemos utilizar os conhecimentos adquiridos no estudo de MUV constante. Esse corpo, tal como na queda livre, vai executar um MUV em
(gráficos, equações, etc.) para os movimentos verticais. Cabe ressaltar que a = g. Nesse caso, as equações podem ser escritas como:
que a gravidade não depende da massa do corpo que está submetido a ela.
O livro, a formiga, você, um avião e qualquer outro objeto ficam sujeitos
x
à mesma aceleração (desde que a resistência do ar seja desprezada).
Vo = 0
2.1 Queda livre
Todo corpo abandonado em um local livre da resistência do ar possui
aceleração constante, executando um movimento uniformemente variado
em que a = g. Se orientarmos seu referencial para baixo, com origem no
g
ponto de lançamento, teremos as seguintes equações horárias:

MUV Queda livre


V
v = v0 + a · t v = gt
Solo
y
at 2 gt 2
∆S = v 0 t + H=
2 2
Lançamento vertical
MUV
para baixo
v = v + 2aDS
2 2
0
v = 2 gH
2

v = vo + a . t v = v o + gt
Note que as equações de queda livre não são novas equações. Como
at 2 gt 2
já dito anteriormente, são as equações de MUV para essa situação. ∆S = v o t + H = vot +
2 2
Observação:
v 2 = v o2 + 2 a∆S v 2 = v o2 + 2 gH
Quando um corpo está em queda livre, as alturas percorridas a
cada segundo de movimento seguem uma P.A., como já mencionado
anteriormente. Por ter velocidade inicial nula, os deslocamentos a cada 2.3 Lançamento vertical para cima
segundo seguem a seguinte sequência: Um corpo lançado verticalmente para cima tem a subida como um
g ⋅ 12 g movimento retardado e a descida como um movimento acelerado em
No primeiro segundo de movimento a altura é H = = que v0 = 0 (queda livre). Esses movimentos de subida e de descida são
2 2
simétricos. Há 2 conclusões importantes acerca disso:
g ⋅ 22 g
No secundário segundo de movimento a altura é H = = 4⋅
2 2
I. O módulo da velocidade com que um corpo passa subindo por uma
g ⋅ 32 g
No terceiro segundo de movimento a altura é H = = 9⋅ altura qualquer é a mesma que ele passa descendo pela mesma altura.
2 2
E assim sucessivamente.

IME-ITA 279
Física I – Assunto 2

Demonstração: Exemplo:
Aplicando a equação de Torricelli: Um corpo é lançado para cima do topo de um prédio de 200 metros com
velocidade inicial de 30 m/s em um local onde a resistência do ar pode
ser considerada desprezível. Considerando a gravidade igual a 10 m/s2,
determine:

a. o tempo total de permanência no ar.


b. a altura máxima atingida por esse corpo.
c. a velocidade do corpo imediatamente antes de tocar no solo.

Solução:
Antes de responder à pergunta, vamos definir nosso referencial
orientado para cima e com origem no solo. A figura a seguir representa
v22 = v12 + 2gDS
o exposto:
DS = 0 (S1 = S2)
v22 = v12 ⇒ v2 = – v1

II. O intervalo de tempo decorrido entre as passagens por dois patamares


determinados A e B é o mesmo na subida e na descida.

Demonstração:

A equação horária de posição para o corpo que é lançado para cima fica
assim:
gt 2
h = h0 + v 0 t −  → h = 200 + 30t − 5t 2
2
a. O tempo de permanência no ar é o tempo que ele leva para atingir o
solo (h = 0).

0 = 200 + 30t – 5t2 → 0 = 40 + 6t – t2


t = – 4s (não convém) ou t = 10s (convém)

b. Matematicamente a altura máxima é o vértice da equação.

yV = =
(
2
)
−∆ − 30 − 4 ⋅ ( − 5 ) ⋅ 200
=
( − 4900 ) = 245m
∆v 4 ( − 5 )
g= 4a ( − 20 )
∆t
Obs: Esse item poderia ser feito sem a utilização da equação horária de
v B − v a −v A + v B
g= = posição.
∆t AB ∆t ' AB Tempo para atingir a altura máxima: v = v0 – gt → 0 = 30 – 10t → t = 3s
∆t AB = ∆t ' AB Para retornar a altura do lançamento gastará 3 segundos em queda livre.
gt 2 10 ⋅32
H= = = 45 m
2 2
As equações para um corpo lançado verticalmente para cima são as
mesmas do MUV. Como a altura de subida é igual à de descida, temos que a altura máxima
é 200 + 45 = 245 m.
Atenção!
Uma vez adotado o referencial, ele precisa ser mantido para todas c. A equação horária de velocidade no MUV é v = v0 – gt → v = 30 – 10t
as variáveis. A maneira mais comum de resolver problemas desse tipo é O corpo chega ao solo no instante 10 segundos.
orientarmos o referencial positivo para cima e a origem na posição inicial do v = 30 – 10t → v = 30 – 10 . 10 → v = – 70 m/s (negativo) pois
móvel. Nesse caso, a gravidade é negativa sempre. É comum as pessoas imediatamente antes de chegar ao solo o vetor velocidade aponta para
trocarem o sinal da gravidade de acordo com o movimento de descida baixo, ou seja, contra o sentido do referencial adotado.)
ou subida. Isso não existe. A gravidade vai ter um único sinal em todo o 2.4. Influência do ar
problema e isso só depende do referencial adotado!
Alguns problemas, mais empíricos, não desprezam a influência do ar
nos movimentos verticais. Tal fenômeno será estudado mais adiante, em
Dica: em um número significativo das questões desse tipo de lançamento, dinâmica. No entanto, pode-se adiantar que a resistência do ar depende
é muito mais fácil estudar a descida (já que a descida é como se fosse da forma e da velocidade do corpo e sua expressão é dada por:
uma queda livre). Lembre-se disso! Fr = c . v2
em que c é uma constante que depende da forma do corpo e da área da
secção transversal do corpo e v é a velocidade instantânea do corpo.

280 Vol. 1
Movimento uniformemente variado

Isso significa que, para um corpo qualquer, quanto maior for a Cálculo da velocidade limite.
velocidade, maior será a resistência do ar. Evidentemente, a resistência   m⋅ g m⋅ g
do ar não cresce indefinidamente. Seu crescimento só ocorre enquanto é P = Fr → m ⋅ g = c ⋅ v 2 → v 2 = → vL =
c c
menor que a força peso para o corpo. Isso porque a força de resistência é
proporcional ao quadrado da velocidade. No momento em que seu valor se
iguala ao valor da força peso, a aceleração passa a ser zero e a velocidade em que:
para de aumentar. Consequentemente, a força de resistência para de m → massa da corpo;
crescer e fica igual ao peso desse instante para frente. Nesse momento, g → aceleração da gravidade local;
o corpo atinge a sua velocidade limite. A partir daí, o movimento de c → coeficiente de atrito com o ar.
queda torna-se uniforme, ou seja, o corpo cai com velocidade constante.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Uma partícula, a partir do repouso, descreve um movimento Qual a velocidade da partícula B, em m/s, no primeiro encontro entre
retilíneo uniformemente variado e, em 10 s, percorre metade do espaço A e B?
total previsto. A segunda metade desse espaço será percorrida em,
aproximadamente: Solução:
Nitidamente, a partícula A executa um movimento uniforme e a partícula
(A) 2,0 s. (D) 10 s. B executa um movimento uniformemente variado. Escrevendo suas
(B) 4,0 s. (E) 14 s. equações horárias:
(C) 5,8 s.
14 − 28
Solução: vA = = − 2 m/ s → SA = 28 − 2t
4
O gráfico a seguir ilustra o movimento da partícula que parte do repouso
e possui aceleração “a”: at 2
SB = 0 + v 0 ⋅ t + 
2
at 2 a ⋅ 42
SB = v 0 ⋅ t +  → 32 = v 0 ⋅ 4 +  → 32 = 4v 0 + 8 a→ v 0 + 2 a = 8
2 2
2 2
at a⋅7
SB = v 0 ⋅ t +  → 14 = v 0 ⋅ 7 +  → 28 = 14v 0 + 49 a→ 2v 0 + 7 a = 4
2 2

a = – 4 m/s2 e v0 = 16 m/s → SB = 16 · t – 2t2

No encontro SA = SB → 28 – 2t = 16t – 2t2 → 2t2 – 18t + 28 = 0 →


t2 – 9t + 14 = 0 → t = 2s ou t = 7s

Calculando VB em:
Nas condições do problema, a área do triângulo tem que ser igual à
área do trapézio. t = 2s → v B = =
( 22
ds d 16 t − t ) = 16 − 4 t = 16 − 4 ⋅ 2 = 8 m / s
10 ⋅10 a ( at + 10 a ) ( t − 10 ) dt dt
= → 100 a = a ( t + 10 ) ( t − 10 ) → t − 100 = 100 → t = 200 ≅ 14s
2

2 2
+ 10 ) ( t − 10 ) → t 2 − 100 = 100 → t = 200 ≅ 14s 03 Um corpo cai em queda livre, de uma altura tal que durante o último
segundo de queda ele percorre 1/4 da altura total. Calcule o tempo de
Como a questão só pede o tempo na segunda metade, a resposta é, queda supondo nula a velocidade inicial do corpo.
aproximadamente, 4 s.
1
(A) t = s
02 Duas partículas A e B desenvolvem movimentos sobre uma mesma 2− 3
trajetória, cujos gráficos horários são dados por: 2
(B) t = s
2− 3
3
(C) t = s
2− 3
4
(D) t = s
2− 3
2
(E) t = s
2+ 3

IME-ITA 281
Física I – Assunto 2

Solução: Lançamento para cima (só a subida):


Observe a ilustração: v2 = v02 + 2aDS
Na altura máxima v = 0. Considerando o referencial no ponto de
lançamento e adotando para cima positivo teremos:
02 = v 02 + 2 ⋅ ( − g) ⋅ h → v 0 = 2 gh
Queda da altura H na descida. Considerando o referencial no ponto de
lançamento e adotando para baixo positivo teremos:
a ⋅ t2 g ⋅ t22
∆S = v 0 t + → H = t2 ⋅ 2 gh +
2 2
Substituindo
2 H t22 2 H  t2  t t2 − t2 t ⋅ h
H = t2 ⋅ 2 h ⋅ + ⋅ 2 → H  1 − 22  = 2 Hh ⋅ 2 → 1 2 2 = 2 2 →H=
t1 2 t1  t1  t1 t1 t1 ⋅ H (
2 2
2 H tgt 2 H  t  2
t t −t t ⋅ h 2 2
4t − t 2 2
t2 ⋅ 2 h ⋅ 4 H += ⋅ 2 → H  1 −  = 2 Hh ⋅ 2 →
Em todo o percursoHele= percorrerá 2 2
=2 2 1
→H=2
⋅h
1 2

t1 22 t1  t 2

1 t1 t1
2
t1 ⋅ H ( t12 − t22 )
2

2
g( t − 1)
Na primeira parte do percurso, ele percorrerá 3 H = 05 No arranjo mostrado a seguir, do ponto A largamos com velocidade
2 nula duas pequenas bolas que se moverão sob a influência da gravidade
Dividindo as equações em um plano vertical, sem rolamento ou atrito, uma pelo trecho ABC
4 t2 2 2 2 2 e outra pelo trecho ADC. As partes AD e BC dos trechos são paralelas
= → 4( t − 1) = 3t → 4( t − 1) = 3t → 2 ( t − 1) = t 3
3 ( t − 1)2 e as partes AB e DC também. Os vértices B de ABC e D de ADC são
2 suavemente arredondados para que cada bola não sofra uma mudança
2t − 2 = t 3 → t ⋅ ( 2 − 3 ) = 2 → t = brusca na sua trajetória. Pode-se afirmar que:
2− 3

04 À borda de um precipício de um certo planeta, no qual se pode


desprezar a resistência do ar, um astronauta mede o tempo t1 que uma
pedra leva para atingir o solo, após cair de uma de altura H. A seguir, ele
mede o tempo t2 que uma pedra também leva para atingir o solo, após
ser lançada para cima até uma altura h, como mostra a figura. Assinale
a expressão que dá a altura H. a. A bola que se move pelo trecho ABC chega ao ponto C primeiro.
b. A bola que se move pelo trecho ADC chega ao ponto C primeiro.
c. As duas bolas chegam juntas ao ponto C.
d. A bola de maior massa chega primeiro (e se tiverem a mesma massa,
chegam juntas).
e. É necessário saber as massas das bolas e os ângulos relativos à
vertical de cada parte dos trechos para responder.

Solução:
Como o enunciado fala que AD é paralela a BC e AB é paralela a DC
consideraremos os movimentos como MRUV. Nesse caso a velocidade
média entre dois pontos é a média aritmética da velocidade entre esses
dois pontos. Portanto:
( t12 t22 h) 4 t1 t2 h VA + VD V
(A) H = (D) H= VAD = → VAD = D
(
2 t −t 2
2
2
1 )
2
(t 2
2 − t12 ) 2 2
VA + VB VB
( t1 t2 h) 4 t12 t22 h VAB = → VAB =
(B) H = (E) H= 2 2
(
4 t −t 2
2
2
1 ) (t 2
2 − t12 )
2
VC + VD
VDC =
2
2t12 t22 h
(C) H = VB + VC
(t ) VBC =
2
2
2 − t12 2

Solução:
Já que VD > VB temos que VAD é maior que VAB e VDC é maior que VBC.
Vamos dividir nosso problema em partes.

Queda livre Portanto, no trajeto ADC a velocidade escalar média é maior que no
trajeto ABC e, como a distância total percorrida é a mesma, concluímos
g ⋅ t12 2H
H= →g= 2 que o tempo gasto no trajeto ADC é menor.
2 t1

282 Vol. 1
Movimento uniformemente variado

EXERCÍCIOS NÍVEL 3

01 A figura representa o gráfico horário da velocidade de um ponto (C)


material que se move segundo o eixo Ox. No instante t = 0 a abscissa é V (m/s)
x0 = 2 cm.
Qual a abscissa em t = 40 s?

0 t (s)
– 24

(D)
V (m/s)
02 Um corpo cai no vácuo de uma altura igual a 245 m em relação ao
solo. Sendo g = 10 m/s2, determine: 18

(A) o tempo de duração da queda; 16


(B) o módulo da velocidade do corpo imediatamente antes de se chocar
com o solo.
4 t(s)
03 Um corpo é abandonado do repouso de uma altura h acima do solo. No
mesmo instante, um outro é lançado para cima, a partir do solo, segundo a
mesma vertical, com velocidade v. Sabendo que os corpos se encontram
na metade da altura da descida do primeiro, pode-se afirmar que h vale: 05 (AFA) Ao ultrapassar uma viga de madeira, uma bala tem sua
velocidade escalar variada de 850 m/s para 650 m/s. A espessura da viga
1
v  v 2 . é 10 cm. Admitindo o movimento como sendo uniformemente variado, o
(A) . (C)
  intervalo de tempo, em segundos, em que a bala permaneceu no interior
g g da viga foi aproximadamente:
2
2 v  (A) 5,0 · 10-4.
(B) v . (D)
  .
g (B) 1,3 · 10-4.
g
(C) 5,0 · 10-2.
(D) 1,3 · 10-2.
04 (AFA) Sabendo-se que a função horária de um partícula é: S = – t2 +
16t – 24, o gráfico que representa a função V = f(t) será:
06 (AFA) A posição x de um corpo que se move ao longo de uma reta, em
função do tempo t, é mostrada no gráfico. Analise as afirmações abaixo e
(A)
V (m/s) marque a alternativa correta:

0 t(s)
–24

I II III IV
(B) t
V (m/s)
16
(A) A velocidade do corpo é positiva nos quatro trechos.
(B) A aceleração do corpo é nula apenas no trecho IV.
(C) A trajetória descrita pelo corpo no trecho I é parabólica.
(D) O movimento descrito pelo corpo no trecho III é progressivo e retardado.
0 8 t(s)

IME-ITA 283
Física I – Assunto 2

07 (AFA) Um móvel desloca-se ao longo de uma linha reta, sendo sua 10 (AFA) O gráfico da posição (S) em função do tempo (t) a seguir
posição em função do tempo dada pelo gráfico abaixo: representa o movimento retilíneo de um móvel.
s (m)
x

B C 1 2 3

t (s)

E
A t
A partir do gráfico, é correto afirmar que:

Pode-se afirmar que: (A) no primeiro segundo, o seu movimento é progressivo.


(A) nos trechos CD e DE, o movimento foi acelerado. (B) entre 1 s e 3 s, a aceleração é negativa.
(B) no trecho BC, a velocidade foi constante e não nula. (C) no instante 2 s, a velocidade do móvel é nula.
(C) no trecho AB, a velocidade é decrescente. (D) nos instantes 1 s e 3 s, os vetores velocidades são iguais.
(D) no trecho DE, a velocidade é negativa.
11 (AFA) Um vagão movimenta-se sobre trilhos retos e horizontais
obedecendo à equação horária S = 20t – 5t² (SI). Um fio ideal tem uma
08 (AFA) A figura abaixo apresenta o gráfico posição x tempo para um de suas extremidades presa ao teto do vagão e, na outra, existe uma
móvel em movimento retilíneo. esfera formando um pêndulo. As figuras que melhor representam as
configurações do sistema vagão-pêndulo de velocidade v e aceleração a,
nos instantes 1 s, 2 s e 3 s, são respectivamente:

(A) v=0
a v a a v

(B) v=0
a v a a v

É correto afirmar que: (C)


a v a v a v
(A) a velocidade no instante tA é menor que a velocidade no instante tB.
(B) para tC, a aceleração do móvel é nula.
(C) para tA < t < tC, o movimento é acelerado.
(D) para tB < t < tC, a velocidade do móvel decresce de maneira uniforme. (D)
a v a v a v
09 (AFA) O gráfico abaixo mostra como variou a velocidade de um atleta
durante uma disputa de 100 m rasos.
12 (AFA) Duas partículas, A e B, que executam movimentos retilíneos
v(m/s) uniformemente variados, se encontram em t = 0 na mesma posição.
Suas velocidades, a partir desse instante, são representadas pelo gráfico
12 abaixo.

v(m/s)
B
v
50

5,5 8,5 t t(s)

Sendo de 8,0 m/s a velocidade média deste atleta, pode-se afirmar que a 0 t(s)
velocidade v no instante em que ele cruzou a linha de chegada era, em m/s,
– 50
(A) 5,0. (C) 8,5.
A
(B) 3,5. (D) 10.

284 Vol. 1
Movimento uniformemente variado

As acelerações experimentadas por A e B têm o mesmo módulo de 0,2 m/s2. 16 (EFOMM) Uma lancha da guarda costeira, atracada à costa, recebe
Com base nesses dados, é correto afirmar que essas partículas se encontrarão a denúncia de que um navio, carregado de contrabando, a 50 milhas
novamente no instante afastado da costa, vem avançando a uma velocidade constante de 12
nós. A distância mínima que qualquer navio estranho deve estar da costa
(A) 10 s. (C) 100 s. é de 20 milhas. A aceleração constante mínima que a lancha deverá ter,
(B) 50 s. (D) 500 s. em milhas/h2, para que o navio não adentre o perímetro da costa é:

13 (EN) Uma partícula possui velocidade igual a 2 m/s no instante t = 0 e (A) 0,8. (D) 6,4.
percorre uma trajetória retilínea e horizontal. Sabe-se que a sua aceleração (B) 1,6. (E) 16.
varia em relação ao tempo de acordo com o diagrama abaixo. Ao fim de (C) 3,2.
4 segundos, a distância percorrida pela partícula é de:
17 (EsPCEx) O gráfico abaixo representa a velocidade (V) em função do
a(m/s2)
tempo (t) dos móveis A e B, que percorrem a mesma trajetória no mesmo
sentido e que, no instante inicial (t = 0), partem do mesmo ponto.
2

A
V(m/s)

0 2 6 t(s) 16 B

(A) 10 m. (D) 42 m.
(B) 22 m. (E) 20 m.
(C) 32 m. t (s)
0 8
14 (AFA) O gráfico da posição em função do tempo para um objeto que
se move em trajetória retilínea, é dado na figura abaixo. A velocidade inicial,
A distância percorrida pelo móvel A será o dobro daquela percorrida pelo
em m/s, e a aceleração, em m/s2, são, respectivamente:
móvel B quando o tempo de deslocamento for igual a:
S(m)
(A) 8 s. (D) 32 s.
9 (B) 16 s. (E) 40 s.
(C) 24 s.

18 (EsPCEx)O gráfico abaixo descreve a velocidade V, em função do


tempo t, de um móvel que parte da posição inicial 10 m de sua trajetória.
A função horária da sua posição, em que o tempo t e a posição S são
0 3 6 T(s) dados, respectivamente, em segundos e em metros, é:

(A) 6 e 2. (C) 9 e 3.
(B) 6 e 3.
(D) 9 e 6.

15 (AFA) Duas partículas A e B desenvolvem movimentos sobre uma


mesma trajetória, cujos gráficos horários são dados por:

s(m)
(A) S = 10 – 15t + 3t2/2.
(B) S = 15 + 10t – 5t2/2.
32 (C) S = 10 + 15t – 3t2/2.
B
28 (D) S = 15 – 10t +5t2/2.
(E) S = 10 + 15t – 5t2/2.
14 A
19 (AFA) Um automóvel parte do repouso e se movimenta com a
aceleração mostrada, de maneira aproximada, na figura abaixo:

o 4 7 8 t(s) a(m/s²)

No instante em que A e B se encontram, os módulos das velocidades de +2


A e de B valem, respectivamente:

(A) 2 e 12. (C) 2,57 e 12. 0


2 4
(B) 2 e 16. (D) 2,57 e 16. t(s)

–2

IME-ITA 285
Física I – Assunto 2

Depois que sua aceleração mudou de sentido, o deslocamento (variação 24 (AFA) Um corpo é abandonado do repouso de uma altura h acima do solo.
de posição) entre os instantes t = 2 s e t = 3 s vale, em metros: No mesmo instante, um outro é lançado para cima, a partir do solo, segundo
a mesma vertical, com velocidade v. Sabendo que os corpos se encontram
(A) 0. (C) 2. na metade da altura da descida do primeiro, pode-se afirmar que h vale:
(B) 1. (D) 3.
(E) 4. 2
v v 
(A) . (C)   .
20 (AFA) Um corpo é abandonado do topo de um precipício. O ruído g g
1/2
produzido pela queda do corpo ao atingir o chão é ouvido 10 s após o v  v2
seu abandono. Considerando a velocidade do som no ar igual a 340 m/s, (B)   . (D) .
g g
pode-se afirmar que a altura do precipício, em metros, é aproximadamente:

(A) 200. (C) 391. 25 (AFA) Em uma experiência realizada na lua, uma pedra de 200 g é
(B) 288. (D) 423. lançada verticalmente para cima e, no mesmo instante, outra pedra idêntica é
abandonada de uma altura de 40 m. Sabendo-se que as duas pedras colidem
21 (AFA) Uma bola abandonada de uma altura H, no vácuo, chega ao a 20 m de altura e que a aceleração da gravidade na Lua é g = 1,6 m/s2, a
solo e atinge, agora, altura máxima h. A razão entre a velocidade com que velocidade com que foi lançada a primeira pedra, em m/s, é:
a bola chega ao solo e aquela com que ela deixa o solo é:
(A) 2. (C) 6.
3/2 (B) 4. (D) 8.
1/2
H
(A)  H  (C)  
h 26 (AFA) Uma pequena esfera é abandonada em queda livre de uma altura
  h
de 80 m, em relação ao solo. Dois segundos após, uma segunda esfera é
atirada, verticalmente para baixo. Despreze a resistência do ar e considere
2 g = 10 m/s2. A fim de que as esferas atinjam o solo no mesmo instante,
H H
(B) (D)   a velocidade de lançamento da segunda esfera, em m/s, deve ser:
h h
(A) 15. (C) 25.
22 (AFA) Uma equipe de resgate se encontra em um helicóptero, parado (B) 20. (D) 30.
em relação ao solo, a 305 m de altura. Um paraquedista abandona o
27 (EFOMM) Um corpo é lançado verticalmente para cima a partir
helicóptero e cai livremente durante 1,0 s, quando abre o paraquedas.
da superfície da Terra e atinge a altura de 80 metros. A gravidade na
A par tir desse instante, mantendo-se constante sua velocidade, o
superfície da Terra é de 10 m/s2 e são desprezados os efeitos de altitude
paraquedista atingirá o solo em:
e da resistência do ar. A velocidade de lançamento é:
(A) 15 s. (C) 30 s. (A) 80 m/s. (D) 30 m/s.
(B) 28 s. (D) 60 s. (B) 60 m/s. (E) 25 m/s.
(C) 40 m/s.
23 (AFA) Certa mãe, ao administrar um medicamento para o seu filho,
utiliza um conta-gotas pingando em intervalos de tempo iguais. A figura 28 (EsPCEx) Em um local onde a aceleração da gravidade é constante e
a seguir mostra a situação no instante em que uma das gotas está se igual a 10 m/s2, um corpo entra em queda livre com velocidade inicial nula,
soltando. caindo de uma altura h. No último segundo da queda, o corpo percorre três
quartas partes do deslocamento total (h). O tempo total da queda é de:

(A) 2 s. (D) 5 s.
(B) 3 s. (E) 6 s.
(C) 4 s.

29 O gráfico a seguir mostra a abscissa da posição de uma partícula que


se move ao longo do eixo x em função do tempo t e destaca três instantes
YY
de tempo distintos t1, t2 e t3. Coloque em ordem crescente os valores das
X velocidades escalares instantâneas da partícula nos instantes t1, t2 e t3.
Justifique a sua resposta.
X

Considerando que cada pingo abandone o conta-gotas com velocidade


nula e desprezando a resistência do ar, pode-se afirmar que a razão X ,
Y
entre as distâncias X e Y, mostradas na figura, vale:

1
(A) 2. (C) .
4
1
(B) . (D) 4.
2
t t t t

286 Vol. 1
Movimento uniformemente variado

30 Um carro de testes parte do repouso com uma aceleração constante 04 (ITA) O espaço (e) de uma partícula variou com o tempo (t), conforme
de 6,00 m/s2 em uma pista retilínea. Ao atingir a velocidade de 216 km/h, indica o diagrama a seguir:
é submetido a uma desaceleração constante até parar. Qual foi o módulo
da desaceleração, em m/s2, considerando que a distância total percorrida e
pelo carro foi de 750 m? e

(A) 3,50. (D) 5,00.


(B) 4,00. (E) 5,50.
(C) 4,50. e
t
EXERCÍCIOS NÍVEL 2 No gráfico, os trechos AB e CD são arcos de parábola, ao passo que o
trecho BC é um segmento de reta. Determine:
01 A maior aceleração (ou desaceleração) tolerável pelos passageiros de
um trem urbano é de 2 m/s2. Sabe-se que a distância entre duas estações (A) o espaço inicial (e0) da partícula;
consecutivas é de 800 m e que o trem para em todas as estações. (B) a aceleração escalar no trecho CD;
(C) o espaço (e10) da partícula em t = 10 s.
Determine:
05 (ITA) Um móvel parte da origem do eixo x com velocidade constante
(A) a máxima velocidade que o trem pode atingir no percurso de uma igual a 3 m/s. No instante t = 6 s o móvel sofre uma aceleração g = – 4
estação a outra; m/s2. A equação horária a partir do instante t = 6 s será:
(B) o tempo mínimo para o trem ir de uma estação a outra consecutiva.
(A) x = 3t – 2t2.
Sugestão: Resolva essa questão utilizando o gráfico da velocidade escalar (B) x = 18 + 3t – 2t2.
em função do tempo. (C) x = 18 – 2t2.
(D) x = –72 + 27t – 2t2.
02 Duas par tículas A e B deslocam-se ao longo do eixo Ox com (E) x = 27t – 2t2.
velocidades dadas pelo gráfico a seguir, sendo que no instante t0 = 0
ambas estão na origem do sistema de coordenadas. No instante t = 2 06 (ITA) De uma estação parte um trem A com velocidade constante
s, A e B estão, respectivamente, nos pontos de abscissas x1 e x2, com VA = 80 km/h. Depois de certo tempo, parte dessa mesma estação um
acelerações a1 e a2. Compare x1 com x2 e a1 com a2. outro trem B, com velocidade constante VB = 100 km/h. Depois de um
tempo de percurso, o maquinista de B verifica que seu trem encontra-se
v a 3 km de A. A partir desse instante ele aciona os freios indefinidamente,
comunicando ao trem uma aceleração a = – 50 km/h2. O trem A continua
no seu movimento anterior. Nessas condições:

(A) não houve encontro dos trens.


(B) depois de 2 horas o trem B para e a distância que o separa de A é de
64 km.
(C) houve encontro dos trens depois de 12 minutos.
(D) houve encontro dos trens depois de 36 minutos.
t (E) não houve encontro dos trens, eles continuam caminhando e a
distância que os separa, agora, é de 2 km.
03 (ITA) Os espaços de um móvel variam com o tempo, conforme o gráfico
a seguir, que é um arco de parábola cujo vértice está localizado no eixo e: 07 (IME) O trem I desloca-se em linha reta, com velocidade constante de
54 km/h, aproximando-se do ponto B, como mostra a figura. Determine
e quanto tempo após a locomotiva do trem I atingir o ponte A deve o trem lI
partir do repouso em C, com aceleração constante de 0,2 m/s2, de forma
que 10 segundos após terminar a sua passagem pelo ponto B o trem I
inicie a passagem pelo mesmo ponto.

t
Determine: Notas:
(A) o espaço em t = 0; Ambos os trens medem 100 metros de comprimento, incluindo suas
(B) a aceleração escalar; locomotivas, que viajam à frente.
(C) a velocidade em t = 3 s.
As distâncias ao ponto B são: AB = 3.000 m. CB = 710 m.

IME-ITA 287
Física I – Assunto 2

08 (ITA) Um automóvel a 90 km/h passa por um guarda em um local em que 12 (IRODOV) Um automóvel, tendo velocidade inicial nula, se
a velocidade máxima é de 60 km/h. O guarda começa a perseguir o infrator desloca por um caminho reto. Inicialmente, ele trafega com aceleração
com sua moto mantendo aceleração constante até que atinge 108 km/h em constante w= 5 m/s2, logo depois com uma velocidade constante e,
10 segundos e continua com essa velocidade até alcançá-lo. Qual a distância finalmente, reduz sua velocidade com a mesma aceleração w, parando.
total percorrida pelo guarda?
Durante os 25 segundos de movimento, sua velocidade média foi de
72 km/h. Durante quanto tempo o automóvel manteve sua velocidade
09 (ITA) Um móvel A parte da origem O, com velocidade inicial nula, no
instante to= 0 e percorre o eixo Ox com aceleração constante a. Após um constante?
intervalo de tempo ∆t, contado a partir da saída de A, um segundo móvel
B parte de O com aceleração n.a, sendo n >1. Prove que B alcançará A 13 Dois carros A e B movem-se no mesmo sentido com velocidades
VA e VB, respectivamente. Quando o carro A está a distância d atrás de
 n  B, o motorista do carro A pisa no freio, o que causa uma desaceleração
no instante t =   × ∆t
 n − 1 constante de módulo a. Qual a condição necessária para que não haja
colisão entre A e B?
10 Um móvel se move ao longo do eixo x com uma velocidade vx descrita
pelo gráfico abaixo em função do tempo. Sabendo-se que no momento t = 0 14 (AFA) O gráfico abaixo representa o movimento de subida de um
a posição do corpo era x = 0, esboce os gráficos da aceleração do corpo, de protótipo de foguete em dois estágios lançado a partir do solo.
sua coordenada x e da distância total percorrida, todos em função do tempo. v

t
t

Após ter atingido a altura máxima, pode-se afirmar que o tempo de queda
livre desse protótipo será de:

(A) 1 s.
(B) 2 s.
11 Dado o gráfico abaixo, calcule os itens pedidos, sabendo que a posição
(C) 3 s.
inicial do corpo é S0 = 3 m.
(D) 4 s.
v
15 (IME) De dois pontos A e B situados sobre a mesma vertical,
respectivamente a 45 m e 20 m do solo, deixam-se cair duas esferas,
no mesmo instante. Uma prancha desloca-se no solo horizontalmente
com movimento uniforme. Observa-se que as esferas atingem a prancha
em pontos que distam 2 m. Nestas condições, supondo g = 10 m/s2 e
desprezando a resistência do ar, qual a velocidade da prancha?
t
16 Uma partícula é abandonada a partir do repouso, de um ponto situado
a 270 m acima do solo. Divida essa altura em três partes tais que sejam
percorridas em intervalos de tempo iguais.

17 Uma pedra cai de uma altura B e os últimos 196 m são percorridos em


4,0 s. Desprezando a resistência do ar e fazendo g = 10 m/s2, calcule h.
(A) a aceleração do corpo em cada intervalo de tempo até 11s. 18 Um objeto é lançado do solo verticalmente para cima. Considere a
(B) o deslocamento do corpo de 0 a 11s. resistência do ar desprezível e g = 10 m/s2. Calcule a distância percorrida
(C) a distância total percorrida de 0 a 11s. pelo objeto durante o último segundo da subida, supondo que ele gaste
(D) a velocidade média entre t = 2s e t=7s. mais de 1,0 s para atingir o ponto mais alto de sua trajetória.
(E) a aceleração média entre t =0 e t =11s.
(F) o corpo teria tido um deslocamento maior se andasse durante os 11s 19 Uma pedra cai de um balão, que sobe com velocidade constante de
a uma velocidade de v = 1,5 m/s? 10 m/s. Se a pedra demora 10 s para atingir o solo, a que altura estava o
balão no instante em que iniciou a queda da pedra?

288 Vol. 1
Movimento uniformemente variado

20 Quando um corpo se move no ar com velocidades subsônicas, a força 04 Um trem, cujo comprimento é de 350 m, move-se em uma trajetória
KdA 2 retilínea com uma aceleração constante de 0,03 m/s2. Passado um tempo de
de resistência do ar é dada aproximadamente por: F = v em que 30 segundos de iniciado o movimento, foi conectado o retrovisor da locomotiva,
2
em seu extremo dianteiro. Transcorridos 60 segundos a partir desse momento,
k é um coeficiente que depende da forma do corpo, d é a densidade do foi colocada a lâmpada de sinalização em seu extremo traseiro. Ache a distância
ar, A é a área da maior seção transversal do corpo perpendicular à direção entre os pontos em que ocorreram esses acontecimentos em um referencial
do movimento e v é a velocidade do corpo em relação ao ar. Consideremos ligado ao trem e à Terra. Em qual sentido e com que velocidade constante v
uma esfera de 20 N de peso abandonada no ar de grande altura e com relação à Terra deve mover-se um certo referencial K para que ambos
suponhamos que a resistência do ar seja dada por F = 0,20 v2 (SI). os acontecimentos ocorram no mesmo lugar?
Desprezar o empuxo do ar. Determine:
05 Dois carros estão em repouso em duas estradas perpendiculares.
(A) o módulo da máxima velocidade que a esfera pode atingir durante a queda; O primeiro está a uma distância l da interseção das duas estradas e
(B) os esboços dos gráficos dos módulos da velocidade e da aceleração o segundo a uma distância d do mesmo ponto. Os dois começam a
da esfera em função do tempo. mover--se simultaneamente em direção à interseção, o primeiro com
aceleração constante a e o segundo com aceleração constante b. Qual a
21 Cinco bolinhas de aço estão presas por eletroímãs ao longo de uma reta r, de menor distância que eles tiveram entre si durante seus movimentos?
equação y = kx. As bolas estão em posições equidistantes tais que d = 0,5 m.
Uma bolinha “O” parte da origem ao longo de x (mesa horizontal sem atrito) com 06 Um corpo começa seu movimento a partir do repouso desde um
velocidade v = 2 m/s, constante, no mesmo instante em que todas as outras são ponto A. Primeiramente o corpo se move durante um tempo T de maneira
desligadas dos eletroímãs. Calcule o valor de k tal que “O” se choque com a bola uniformemente acelerada. Depois, troca o sentido de sua aceleração,
número 4. Adote g = 10 m/s2. mantendo o módulo da mesma. Dentro de quanto tempo, desde o começo
y do movimento, o corpo regressará ao ponto A?

07 Um foguete é lançado verticalmente para cima. O combustível, que lhe


d 5 imprime uma aceleração de 1,5 g durante o período de queima, esgota-se
4 após 30 s. Qual a altitude máxima alcançada pelo foguete desprezando
3 a resistência do ar? Com que velocidade e depois de quanto tempo ele
voltaria a atingir o solo?
2
1 08 Um corpo é abandonado a 5 m de altura. Ao colidir com o chão ele
volta verticalmente com uma velocidade igual a 2/3 daquela com a qual ele
x colidiu. As colisões vão se sucedendo e a velocidade é sempre multiplicada
0 v
d por 2/3. Depois de quanto tempo o corpo para? Considere g = 10 m/s2.

09 (IME) Um elevador parte do repouso e sobe com aceleração constante


EXERCÍCIOS NÍVEL 3
igual a 2 m/s2 em relação a um observador fixo fora do elevador. Quando
sua velocidade atinge o valor v = 6 m/s, uma pessoa que está dentro do
01 Um ônibus com aceleração máxima a e desaceleração máxima b elevador larga um pacote de uma altura h = 2,16 m, em relação ao piso
(magnitude da aceleração de frenagem) deve percorrer uma distância d. do elevador. Considerando que o elevador continue em seu movimento
O motorista pode escolher entre: 1) seguir com aceleração máxima até acelerado ascendente, determine para o observador fixo e para o localizado
certo ponto e a partir daí frear com desaceleração máxima até chegar; 2) no interior do elevador:
acelerar até uma certa velocidade, mantê-la constante e depois frear até
a chegada. Mostre que a primeira opção é a que minimiza o tempo gasto (A) o tempo de queda.
no trajeto (Sugestão: gráfico v x t) e calcule o tempo mínimo de percurso (B) a distância total percorrida pelo pacote até que este encontre o piso
em função de a, b, d. do elevador.
(C) se o pacote entra em movimento descendente.
02 Em uma rodovia de mão dupla, um carro encontra-se 15 m atrás de um
caminhão (distância entre os pontos médios), ambos trafegando a 80 km/h. O Considere g = 10 m/ss.
carro tem uma aceleração máxima de 3 m/s2. O motorista deseja ultrapassar
o caminhão e voltar a sua pista 15 m adiante do caminhão. No momento em 10 (ITA) A partir do repouso, deixa-se
que começa a ultrapassagem, avista um ônibus que vem vindo no sentido cair uma pedra da borda no alto de
oposto, também a 80 km/h. A que distância mínima precisa estar do outro um edifício. A figura seguinte mostra
L

carro para que a ultrapassagem seja segura? a disposição das janelas, com as
h
pertinentes alturas h e distâncias L que
03 (ITA) Um corpo, inicialmente em repouso, entra em movimento com se repetem igualmente para as demais
aceleração escalar constante a, no instante t = 0: janelas, até o térreo. Se a pedra percorre a
L

altura h da primeira janela em t segundos,


(A) Mostre que as diferenças entre as distâncias percorridas em intervalos quanto tempo levará para percorrer, em
h

de tempos consecutivos e iguais a uma unidade de tempo são sempre segundos, a mesma altura h da quarta
as mesmas e têm o mesmo valor numérico de a. janela? Despreze a resistência do ar.
L

(B) Determine a distância percorrida durante a enésima unidade de tempo.


Verifique que ela é um múltiplo ímpar da distância percorrida na primeira
unidade de tempo.

IME-ITA 289
Física I – Assunto 2

11 Um paraquedista salta de uma altura de 1800 m em queda livre. 12 Uma partícula é abandonada, a partir do repouso, de uma altura h
Quando abre o paraquedas, está a uma velocidade v e fica sujeito a uma acima do solo. Determine a fórmula do termo geral da sequência obtida pela
desaceleração constante igual a 2 m/s2 até que sua velocidade seja a divisão dessa altura em p partes tais que sejam percorridas em intervalos
metade de quando abriu o paraquedas. A partir daí, esta velocidade se de tempo iguais.
mantém constante até atingir o solo. Sabendo que o tempo total de voo é
35 s, qual a duração da queda livre?

RASCUNHO

290 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial A ssunto
3
Física I

1. Movimento circular P2
∆t
Um movimento circular é aquele em que o corpo se desloca segundo ∆ϕ
uma trajetória circular. Faremos um estudo do movimento muito próximo ao P1
que já foi abordado nos outros módulos. Entretanto, vamos nos preocupar
mais com grandezas angulares, em vez de lineares. Por exemplo: além
de verificar a distância percorrida, precisaremos medir o ângulo varrido
pelo móvel.

1.1 Fase e deslocamento angular


Unidade no SI: radianos; abreviação: rad ∆ϕ
ωm =
Outra unidade comum: grau (°) ∆t
Convém ressaltar que a velocidade angular não depende do raio do
Considere que, no instante t0 = 0, uma partícula se encontra no círculo e que esse valor obtido nos fornece uma média de deslocamento
ponto PI de uma circunferência e que, em um instante posterior t, essa angular por unidade de tempo.
partícula se encontra num ponto Pf. O deslocamento angular (Δϕ) sofrido Analogamente ao que foi dito na cinemática escalar, existe diferença
por essa partícula é a diferença entre os ângulos (ou fases) formados entre velocidade angular média e velocidade angular instantânea.
com um eixo. Normalmente, utilizamos como eixo de referência uma reta
horizontal que possui origem coincidente com o centro da circunferência A velocidade angular instantânea é dada pela velocidade angular média
e positivo para a direita. para um intervalo de tempo tendendo a zero.

Atenção: definir origem e referencial continua sendo essencial. A ∆ϕ dϕ


ωi = lim =
origem é dada por um eixo arbitrário (como dito acima). O referencial, no ∆t → 0 ∆t dt
caso de movimentos circulares, é positivo de acordo com o sentido do
movimento: horário ou anti-horário.
1.3 Aceleração angular
P1 Unidade no SI: radiano/segundo ao quadrado; abreviação: rad/s2
ϕ2
∆ϕ P1
A aceleração angula média indica o quão rápido a velocidade angular
ϕ1
sofre variações. Seu módulo é dado por:
∆ω
αm =
∆t
Analogamente ao que foi dito na cinemática escalar, existe diferença
entre aceleração angular média e aceleração angular instantânea.
∆ϕ = ϕ2– ϕ1
A aceleração angular instantânea é dada pela aceleração angular média
para um intervalo de tempo tendendo a zero.

A unidade mais usual de ângulo é o radiano. Para determinar o ângulo ∆ω dω


α i = lim =
nessa unidade, basta calcular a razão entre o arco percorrido e o raio. ∆t → 0 ∆t dt
Por definição, um radiano é o ângulo descrito quando o comprimento do
arco é igual ao raio. Portanto, se considerarmos uma volta, teremos que: 1.4 Relação entre a cinemática
angular e escalar
2≠R Para mostrar a relação direta entre a velocidade angular média (ωm)
arco = 2πR → ângulo = =2π rad → 2π rad = 360° → π rad = 180°
R e velocidade escalar média (vm), vamos partir da definição de radiano.
arco percorrido ∆S
∆ϕ = = → ∆s = ∆ϕ ⋅ R
1.2 Velocidade angular raio R
Unidade no SI: radiano/segundo; abreviação: rad/s
Diferenciando em relação ao tempo, temos que:
Outras unidades comuns: grau/segundo
d dt ds dϕ
( ∆s) = ( ∆ϕ ⋅ R ) → = R⋅ → v = ωR
dt dt dt dt
Definimos a velocidade angular média (ωm) como a razão entre o
deslocamento angular e o tempo gasto para tal deslocamento. Diferenciando em relação ao tempo mais uma vez, temos que:
d d dv dω
( v ) = ( ωR ) → = R⋅ → a = αR
dt dt dt dt

IME-ITA 291
Física I – Assunto 3

1.5 Tipos de movimento circular Solução: Adotaremos um sistema de referência com origem no
ponto de partida e positivo no sentido anti-horário. O enunciado diz que
Os movimentos circulares normalmente seguem um padrão. Ou são
os ciclistas mantêm a velocidade constante. Temos, portanto, um MCU.
movimentos circulares uniformes (MCU), ou são movimentos circulares
Escrevendo as equações horárias, a partir do movimento de B, teremos:
uniformemente variados (MCUV). No primeiro caso, a velocidade angular
é constante e, consequentemente sua aceleração angular é nula. A função
horária no MCU nasce da mesma ideia do MRU. ϕA = 0 + 0,5 · π · (t + 2) ϕB = 0 – 1,5 · π · t

dividindo-se cada No encontro a soma dos módulos dos deslocamentos angulares tem
s = so + v t ϕ = ϕo + ω t que ser igual a 2π (uma volta completa).
v = cte
a=0
⇒ função horária por R
obtemos as equações ⇒ ω = cte
α=o
do MRU Importante: Note como há uma diferença relevante aqui. Em MRU
ou MRUV, o encontro acontecia quando as posições eram iguais. Aqui,
No movimento circular uniformemente variado (MCUV), a aceleração é importante contar o número de voltas.
angular é constante e não nula. Nesse caso a velocidade angular sofre
alterações iguais para o mesmo intervalo de tempo. Suas funções horárias Isso significa que eles se encontraram 0,5 segundo após a saída de B.
podem ser determinadas a partir das equações de MUV:
|ϕA|+|ϕB|= 2π → 0,5 · π · (t + 2) + 1,5 · π · t =
dividindo-se = 2 · π → 0,5 · t + 1 + 1,5t = 2 → 2t = 1 → t = ½ s
1 cada função 1
ϕ = ϕo + ω0 . t + α t 2
s = so + v o . t + a t 2
2 horária por R 2
v = v o + at
⇒ obtemos as
⇒ ω = ωo + α t Substituindo em qualquer equação descobriremos o ponto de encontro.

a = cte. equações do α=c te

MRU ϕA = 0,5 · π · (0,5 + 2) = 1,25π ou seja, entre os pontos Q e R

dividindo-se
Obs.: Igualamos a soma dos módulos dos deslocamentos angulares
cada função
a 2π pois queremos o primeiro encontro. Se esse movimento continuasse
horária por R2
infinito, encontros ocorreriam e poderíamos escrever de uma maneira
v2 = vo2 + 2 a∆ϕ ⇒ obtemos as ⇒ ω2 = ωo2 + 2 α∆ϕ
genérica que
equações de
Torricelli do |ϕA|+|ϕB|= 2 · k · π
MRU
Em que k representa o numero de vezes do encontro.

O comportamento gráfico do MCU é análogo ao comportamento do 1.6 Período e frequência


MRU enquanto os gráficos do MCUV são análogos ao do MRUV. Período (T) é o tempo gasto para que o corpo execute um ciclo. No
SI, a unidade de período é o segundo [s].
Exemplo: (U.F.U.) Em uma pista circular de um velódromo, dois
ciclistas correm em sentidos opostos. O ciclista A parte com uma Frequência (f) é o número de ciclos dados em uma unidade de tempo.
velocidade angular constante de 0,50π rad/s e o cilclista B, com 1,5 π No SI, a unidade é o Hertz [Hz] = [ciclos/s]. Contudo, existe uma unidade
rad/s, 2,0 segundos após. Eles irão se encontrar pela primeira vez: ainda muito utilizada denominada rpm (rotações por minuto). Sua relação
P com o Hertz é 1 Hz = 60 rpm.

A partir das definições apresentadas podemos escrever que:


A

Pela definiçao
Q Ponto de partida 1volta → T segundos
f voltas → 1 segundo
B
Então:
1
R =f.T 1=
ou T
f
(A) no ponto P.
(B) entre P e Q. A velocidade angular no MCU para k voltas pode ser escrita como:
(C) no ponto Q.
(D) entre Q e R. k ⋅ 2π 2π
ω= = → ω = 2π ⋅ f
(E) no ponto R. k ⋅T T

292 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial

1.7 Transmissão de movimento


A transmissão de movimentos pode ser feita basicamente de duas 10 cm
maneiras: transmitindo velocidade angular (fazendo com que discos,
rodas, polias ou engrenagens se toquem) ou transmitindo velocidade linear
(interligando os corpos por meio de uma correia ou corrente).
Na transmissão de velocidade angular, os eixos dos discos são
dispostos coaxialmente. Dessa maneira, quando um executar k voltas, o 25 cm
outro também terá executado k voltas. 30 cm
Figura A Figura B

(A) Qual a velocidade de translação do biciclo de Michaux para um diâmetro


R1 da roda de 1,20 m?
(B) Qual a velocidade de translação para a bicicleta padrão aro 60 (Fig. B)?

R1
CO1 Solução:
(A) No biciclo de Michaux a frequência imposta é exatamente a frequência
CO2
de movimento. Assim:

Como a rotação das polias é igual à do eixo: 40


v=2·πƒ·R≅2·3· · 0,6 ≅ 2,4 m/s
60
(B) Na bicicleta temos que a velocidade linear (escalar) da coroa dentada

 é a mesma do pinhão.
 ω1 = ω2 d d 40
 vcoroa = vpinhão → 2 · π ƒc · c = ωp · p → 2 · 3\ · · 25 =
ω1 = ω2  T1 = T2
2 2 60
 V = ωp · 10 = 10 rad / s
 V1 = 2
 R1 R2
A velocidade angular do pinhão é a mesma velocidade angular da roda
Na transmissão de velocidade linear, os discos são interligados de
modo que quando um deles tem um deslocamento escalar o outro disco v roda
ωpinhão = ωroda → 10= → vroda = 10.0,3 → vroda = 3 m / s
tenha o mesmo deslocamento. R

Exemplo: (Ufrj-1998) O olho humano retém durante 1/24 de segundo


as imagens que se formam na retina. Essa memória visual permitiu a
invenção do cinema. A filmadora bate 24 fotografias (fotogramas) por
segundo. Uma vez revelado, o filme é projetado à razão de 24 fotogramas
por segundo. Assim, o fotograma seguinte é projetado no exato instante
em que o fotograma anterior está desaparecendo de nossa memória visual,
o que nos dá a sensação de continuidade.
Filma-se um ventilador cujas pás estão girando no sentido horário.
O ventilador possui quatro pás simetricamente dispostas, uma das quais
Daí, a velocidade de todos os pontos da correia vai ser a mesma, pintadas de cor diferente, como ilustra a figura. Ao projetarmos o filme,
assim como os “dentes” das polias. Portanto: os fotogramas aparecem na tela na seguinte sequência o que nos dá a
sensação de que as pás estão girando no sentido anti-horário.


ω1R1 = ω2 R2

v1 = v 2  f1R1 = f2 R2
 R
 R1 = 2
 T1 T2
Uma conseqüência imediata é que quanto maior o raio do disco menor
será sua velocidade angular.
Ex.: (Unicamp-2005) Em 1885, Michaux lançou o biciclo com uma roda
dianteira diretamente acionada por pedais (Fig. A). Através do emprego da
roda dentada, que já tinha sido concebida por Leonardo da Vinci, obteve-se
melhor aproveitamento da força nos pedais (Fig. B). Considere que um ciclista
consiga pedalar 40 voltas por minuto em ambas as bicicletas. Calcule quantas rotações por segundo, no mínimo, as pás devem estar
Dado: π  3 efetuando para que isto ocorra.

IME-ITA 293
Física I – Assunto 3


Solução: A ilusão de que as pás estão girando no sentido oposto ao 2.2 Vetor deslocamento (∆S)
real é devido ao fato de nosso cérebro interpretar que o movimento, de um
O vetor deslocamento de um corpo entre os instantes t1 e t2 é o vetor
fotograma para o outro, se dá no sentido do menor deslocamento angular.
representado por um segmento orientado de origem em P1 (posição do
O olho humano tira fotos da realidade de 1/24 a 1/24 segundo e “junta” as
corpo no instante t1) e extremidade em P2 (posição do corpo no instante t2).
sucessivas imagens, sempre atribuindo o menor caminho a cada objeto.
Entre dois fotogramas consecutivos, a pá destacada efetua, no mínimo,
¾ de volta, em um intervalo de tempo de 1/24 s. Portanto a frequência ∆S P2 (t2)
mínima de rotação é +
P1 (t1)
→ S
3 ∆S
3 24
ƒ= 4 = ⋅ = 18 Hz
1 4 1
24 Por definição, o vetor deslocamento é a diferença ente os vetores
posições de P1 e P2.
2. Cinemática vetorial
x (m)
Após entendermos todos os conceitos de movimento aplicados a
movimentos retilíneos ou circulares, vamos aprender como estender cada →
assunto a qualquer movimento. Para isso, precisamos usar os conceitos P1 ∆S
vetoriais das grandezas já previamente apresentadas. P2

2.1 Vetor posição (s→)



O vetor posição é um vetor com centro na origem de referência e
extremidade na posição do corpo em questão. Sua análise pode ser
unidimensional, bidimensional ou tridimensional, como mostram os
exemplos a seguir:
x (m)
Análise unidimensional

→ Observa-se que o módulo do vetor deslocamento tem como valor


s
X (m) máximo o módulo do deslocamento escalar (já que uma reta é a menor
distância entre dois pontos). A igualdade só ocorre nos movimentos
0 5 retilíneos.
→ →
|s |= 5m s=î 2.3 Velocidade vetorial média

É o quociente entre o vetor deslocamento (∆S ) e o correspondente
Análise bidimensional intervalo de tempo.
y (m) 

 ∆s
3 v m = 

∆t
Note que o módulo do vetor velocidade média tem como valor máximo
o módulo da velocidade escalar média. Esses módulos só serão iguais

s = 32 + ( −2)2 = 13 m nos movimentos retilíneos porque é a única situação em que coincidem
–2   os valores do deslocamento escalar e do vetor deslocamento.

s s = 3 î − 2 j ou s = (3, −2) Além disso o vetor velocidade média tem a mesma direção e sentido
do vetor deslocamento, pois se trata da multiplicação de um vetor por um
Análise tridimensional escalar positivo.

2.4 Velocidade vetorial instantânea


z (m)
A velocidade vetorial instantânea é o limite da velocidade vetorial para
3 um intervalo de tempo tendendo a zero. Matematicamente:

 ∆s

s  v = lim  
s = 22 + 32 + 52 = 38 m ∆t → 0
∆t
y (m)
2 5  Em outras palavras, se quisermos determinar a velocidade vetorial
s = 2 î + 5j + 3 k
^

 instantânea de uma partícula quando esta passa por um ponto P, devemos


s = ( 2, 5, 3) tomar outro ponto Q da trajetória e fazer P tender a Q.
x (m)

294 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial

reta tagente Uniforme


P em P
Q3 →
→ v
d3

sentido do →
d2
movimento Q2


d1 →
at = 0
Q1

Quanto mais próximo Q está de P, maior será a aproximação do vetor Acelerado


deslocamento com a reta tangente a P.


→ reta tagente v
v em P
P

at

sentido do
movimento

|at |= ae > 0

Retardado


v
IMPORTANTE: Isso mostra que o vetor velocidade instantânea é
sempre tangente à trajetória.


2.5 Vetor aceleração at
O vetor aceleração média indica a razão entre a variação de velocidade
vetorial de um corpo e o intervalo de tempo. Lembre-se de que, para que haja

essa variação de do vetor velocidade, não necessariamente precisa haver |at |= ae < 0
mudança no módulo (um vetor tem direção e sentido, além do módulo).
   
 ∆V v − v
am = = 0

∆t ∆t
O vetor aceleração média tem a mesma direção e sentido do vetor 2.5.2 Aceleração centrípeta
variação de velocidade (subtração vetorial), pois se trata da multiplicação
É responsável pela mudança de direção do vetor velocidade instantânea.
de um vetor por um escalar positivo. →
A componente centrípeta da aceleração (a cp ) tem sempre a direção
O vetor aceleração instantânea é o limite desse quociente quando o
radial e sentido apontado para o centro.
intervalo de tempo tende a zero.
 Atenção: esta componente de aceleração é nula somente para
 ∆V
am = lim movimentos retilíneos.
∆t → 0 ∆t
O módulo da aceleração centrípeta é dado pela expressão:
A aceleração instantânea pode ser subdivida em duas: a aceleração 
tangencial e a aceleração centrípeta. v2
acp =
R
2.5.1. Aceleração tangencial Demonstração: →
É responsável pela mudança de intensidade (módulo) do vetor v
velocidade instantânea.
→ → → →
A componente tangencial da aceleração (at ) tem sempre a mesma v v ∆v
direção do vetor velocidade instantânea. O sentido vai depender do tipo dθ
R R →
de movimento – acelerado, retardado ou uniforme. dθ v

IME-ITA 295
Física I – Assunto 3

  verticalmente, com velocidade constante de módulo v. Se o velocímetro do


∆v = v ⋅ d θ ∆ s = R ⋅ dθ
automóvel marca 80,0 km/h, pode-se concluir que o valor de v é igual a:
∆s ∆s (A) 48,0 km/h.
v= ⇒ ∆t =
∆t v (B) 60,0 km/h.

 ∆v (C) 64,0 km/h.
acp = (D) 80,0 km/h.
∆t
(E) 106,7 km/h.
 v ⋅ dθ v 2  v2
acp = = acp =
∆s ∆s R →
Solução: A figura mostra o automóvel e as velocidades do automóvel v aut e
v dθ →
da chuva (v ), para a pessoa parada na beira da estrada. O diagrama vetorial
mostra a composição dessas velocidades para o estudante.
Atenção!
Essa expressão pode ser utilizada em todo movimento curvilíneo,
desde que se encontre o raio de curvatura do referido trecho da curva
(basta trocar o R pelo raio de curvatura).

Ex.: Um corpo lançado obliquamente possui no ponto mais alto da trajetória Referencial estrada Referencial estudante
uma velocidade de 5 m/s (horizontal). Considerando que nesse local o
corpo fica sujeito somente à aceleração da gravidade (10 m/s2) determine v aut senθ v aut 0, 8 80
o raio de curvatura nesse mesmo ponto. tgθ = ⇒ = ⇒ = ⇒ v = 60 km / h
v cos θ v 0, 6 v

Solução: No ponto de altura máxima a aceleração é ortogonal a velocidade


e, portanto, é a componente centrípeta. Em outras palavras, nessa situação, Ex.: Um disco roda sobre uma superfície plana, sem deslizar. A velocidade

a aceleração da gravidade desempenha o papel de aceleração centrípeta do centro O é v 0. Em relação ao plano:
(já que é perpendicular à velocidade).
v2 52 A
acp = → 10 = → R = 2, 5 m
R R
2.6 Movimento relativo e composição de
movimentos →
Quando se quer mudar o referencial de um vetor, matematicamente, v0 0
basta seguir a seguinte regra: Xa,b = Xa,c + Xc,b = Xa,c – Xb,c.

Importante: note que todas as contas desse assuntos são vetoriais!!!

Ex.: Considere a figura seguinte, em que um barco atravessa um rio. Seja R


→ →
v B,A a velocidade do barco em relação às águas e v A,T a velocidade das
(A) Qual a velocidade do ponto A?
águas em relação às margens (Terra) (B) Qual a velocidade do ponto B?

Solução: Os pontos A e B têm dois movimentos: um provocado pela


rotação do disco, e outro provocado pela translação. O movimento
resultante, observado do plano de rolagem, é a composição desses
movimentos parciais. A figura abaixo ilustra essa composição.

→ → →
Aplicando a definição de velocidade relativa v B,A= v B,T – v A,T ,
obtemos a velocidade do barco em relação as margens (mesmo
referencial da velocidade das águas):
→ → →
v B, T = v B,A + v A,T

Exemplo: (Ufal) De dentro de um automóvel em movimento retilíneo


uniforme, numa estrada horizontal, um estudante olha pela janela lateral e
observa a chuva caindo, fazendo um ângulo θ com a direção vertical, com
senθ = 0,8 e cosθ = 0,6. Para uma pessoa parada na estrada, a chuva cai

296 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Uma pessoa brincando em uma roda-gigante, ao passar pelo ponto 02 Na figura, um ciclista percorre o trecho AB com velocidade escalar
mais alto, arremessa uma pequena bola (Figura 1) , de forma que esta média de 22,5 km/h e, em seguida, o trecho BC de 3,00 km de extensão.
descreve, em relação ao solo, a trajetória de um lançamento vertical No retorno, ao passar em B, verifica ser de 20,0 km/h sua velocidade
para cima. escalar média no percurso então percorrido, ABCB. Finalmente, ele
chega em A perfazendo todo o percurso de ida e volta em 1,00 h, com
velocidade escalar média de 24,0 km/h. Assinale o módulo v do vetor
velocidade média referente ao percurso ABCB.

(A) v = 12,0 km/h


(B) v = 12,00 km/h
A velocidade de lançamento da bola na direção vertical tem o mesmo (C) v = 20,0 km/h
módulo de velocidade escalar (v) da roda gigante, que executa um (D) v = 20, 00 km/h
movimento circular uniforme. Despreze a resistência do ar, considere a (E) v = 36, 0 km/h
aceleração da gravidade igual a g e π = 3. Se a pessoa consegue pegar
Solução:
a bola no ponto mais próximo do solo (figura 2), o período de rotação
da roda-gigante pode ser igual a Considerando o deslocamento em todo o trajeto
∆S = v.∆t = 24.1 = 24 km
v A distância AB pode ser calculada da seguinte forma:
(A) ∆S = 2.AB + 2.BC → ∆S/2 = AB + BC → AB =
g
24
10v ∆S/2 – BC = – 3 = 12 – 3 = 9 km
(B) 2
7g
Cálculo do tempo total gasto no trecho ABCB
20v
(C) (9 + 6) 15
3g v = ∆S / ∆t → ∆t = ∆S / v = = = 0, 75 h
20 20
v
(D) 12 9
g O módulo da velocidade vetorial média é = 12 km / h
0, 75
Solução
03 Duas partículas, X e Y, em movimento retilíneo uniforme, têm
velocidades respectivamente iguais a 0,2 km/s e 0,1 km/s. Em um
certo instante t1, X está na posição A e Y na posição B, sendo a distância
entre ambas de 10 km. As direções e os sentidos dos movimentos das
partículas são indicados pelos segmentos orientados AB e BC, e o ângulo
^C mede 60°, conforme o esquema.
AB

O intervalo de tempo entre o começo e o fim é T/2.


2
T 
2 g 
gt T 2 g ⋅T2 T
h = h0 + v 0 t − → 0 = 2R + v ⋅ −   → − v ⋅ − 2R = 0
2 2 2 8 2
Sabendo-se que a distância mínima entre X e Y vai ocorrer em um instante
2⋅π⋅ R v ⋅T t2, o valor inteiro mais próximo de t2 – t1, em segundos, equivale a:
Porém v = →R= . Substituindo teremos:
T 6
(A) 24
g ⋅T2 T v ⋅T 20 v (B) 36
−v ⋅ −2 = 0 → 3 g ⋅ T 2 − 12v ⋅ T − 8v ⋅ T = 0 → T = ⋅
8 2 6 3 g (C) 50
(D) 72

IME-ITA 297
Física I – Assunto 3

Solução: 04 Considere dois carros que estejam participando de uma corrida.


Vamos considerar que o ponto A é a origem de um sistema cartesiano O carro A consegue realizar cada volta em 80 segundos, enquanto o
e que o segmento AB esteja contido no eixo das abscissas. Desta carro B é 5,0% mais lento. O carro A é forçado a uma parada, nos boxes
forma, podemos dizer que as equações paramétricas da partícula X são ao completar a volta número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e
y = 0 e x =0,2.t e que as equações paramétricas da partícula Y são reparo o carro A perde 135 segundos. Qual deve ser o número mínimo
y = 0,1.t.sen(60) e x = 10 – 0,1t.cos(60). de voltas completas da corrida para que o carro A possa vencer?

Importante: A ideia de desenhar a figura para um instante Solução:


genérico t e, a partir disso, obrigar ou calcular matematicamente 2π π 2π 2π π
ωA = = rad / s ωB= = = rad / s
algumas coisas é muito usada na cinemática. Fique atento a isso! TA 40 TB 1, 05 ⋅ TA 42

Adotando o ponto de largada como origem do sistema de referência


Para calcularmos a distância mínima vamos considerar um instante t.
teremos:
A distância entre os pontos X e Y, nesse instante, é dada pelo teorema
π π
de Pitágoras e desta forma temos: ϕA = ⋅t ϕ B= ⋅ t
40 42
d =  ∆x 2 + ∆y 2 
π 615π
2
Enquanto A dá 6 voltas B percorre ϕB= ⋅ ( 480 + 135) = rad
42 42
d = (10 − 0, 05 ⋅ t − 0, 2 ⋅ t ) + (0, 05 ⋅ t 3 )
2

  A partir daí as equações horárias são:


d = 100 − 5t + 0, 0625 ⋅ t 2 + 0, 0075 ⋅ t 2  π 615π π
ϕ A = 12π + t ϕ B= + t
40 42 42
d = 100 − 5 ⋅ t + 0, 07 ⋅ t 2  No próximo encontro entre os móveis (após a volta do móvel A):
π 615π π
12π + t = + t → t = 2220 s
A distância d é função do tempo t e esta função é quadrática com 40 42 42
Nesse intervalo de tempo o móvel A executa 27 voltas completas
concavidade para cima, o que significa que possui ponto de mínimo.
Assim:  2220 
 80 = 27, 75 
5  
t = − b / ( 2 a) = = 35, 7 s ≈ 36 s
0,14 Para vencer ele precisará de 6 + 27 + 1 = 34 voltas.

EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (EFOMM) Uma bomba centrífuga gira a 1800 rpm. A velocidade Analise as afirmativas abaixo:
tangencial de um volume de fluido impelido pelo seu rotor, de raio igual a
12 cm, é em m/s de: I. A velocidade angular do disco C é metade do disco B.
II. A velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco A é o dobro
(A) 6,1 π da velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco C.
(B) 7,2 π II. Os discos B e C têm a mesma velocidade escalar em pontos de seus
(C) 8,6 π perímetros.
(D) 9,3 π III. O período do disco C é o dobro do período do disco B.
(E) 10,4 π IV. As freqüências dos discos A e B são iguais.

02 Com base nessas informações, assinale a alternativa correta.


RB
(A) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
(B) As afirmativas II e I são verdadeiras.
(C) As afirmativas III e IV são verdadeiras.
(D) As afirmativas I, II, IV são verdadeiras.
(E) As afirmativas I e IV são verdadeiras.
RC RA
03 (AFA) No avião de treinamento T-25 utilizado na AFA, a hélice gira 2700
rpm durante a corrida no solo e, após a decolagem, a rotação é reduzida
para 2450 rpm em apenas 5 segundos. Supondo-se que a hélice sofre
uma desaceleração uniforme, a aceleração angular da hélice, em valor
absoluto, vale aproximadamente, em rad/s2:
Na figura acima, temos um sistema de transmissão de movimento de
um dos motores auxiliares de um navio, formado por três discos A, B e C. Os (A) 1,67.
raios dos discos B e C são iguais e correspondem à metade do raio do disco (B) 3,14.
A. Sabe-se que o disco A move-se solidariamente com o disco B através de (C) 5,23.
uma correia, e que os discos A e C estão ligados ao mesmo eixo central. (D) 8,72.

298 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial

04 (AFA) Duas partículas partem da mesma posição, no mesmo instante,


e descrevem a mesma trajetória circular de raio R. Supondo que elas girem (A) 2,2
no mesmo sentido a 0,25 rps e 0,2 rps, após quantos segundos estarão VA/B
juntas novamente na posição de partida?

(A) 5.
(B) 10.
(C) 15. (B) 4, 4
(D) 20. VA/B

05 (AFA) O odômetro de um automóvel é um aparelho que mede a distância


percorrida. Na realidade, esse aparelho é ajustado para fornecer a distância (C) 4, 4
VA/B
percorrida através do número de voltas e do diâmetro do pneu. Considere
um automóvel cujos pneus, quando novos, têm diâmetro D. Suponha que
os pneus tenham se desgastado e apresentem 98% do diâmetro original.
Quando o velocímetro assinalar 100 km/h, a velocidade real do automóvel
será:
(D) 6, 6
(A) 104 km/h. VA/B
(B) 102 km/h.
(C) 98 km/h.
(D) 96 km/h.

06 Uma lancha atravessa um rio, deslocando-se segundo uma trajetória (E) 6, 6


perpendicular à margem. Sua velocidade em relação à água é constante VA/B
e tem módulo igual a 2 3 m/s. A velocidade da correnteza do rio em
relação a um observador parado na sua margem é constante e vale 4 m/s.
O módulo da velocidade da lancha em relação a este observador é:

(A) 2 m/s. 08 (AFA) As figuras abaixo apresentam pontos que indicam as posições
(B) 4 m/s. de um móvel, obtidas em intervalos de tempos iguais. Em quais figuras o
(C) 6m/s. móvel apresenta aceleração não nula?
(D) 8 m/s.
(E) 10 m/s.

07 (EFOMM) Observe as figuras a seguir.

N N
60o

VA=5,0 nós

VB=2,0 nós

(A) Apenas em I, III e IV.


(B) Apenas em II e IV.
(C) Apenas I, II e III.
(D) Em I, II, III e IV.
→ →
B 09 (AFA) Considere que dois vetores A e B fazem entre si um ângulo de
60º, quando têm suas origens sobre um ponto em comum. Além disso,
A → →
considere também, que o módulo de B é duas vezes maior que o de A ,
→ → →
ou seja, B = 2A. Sendo o vetor soma S = A + B e o vetor diferença
→ → →
Em uma região de mar calmo, dois navios, A e B, navegam com D = A + B , a razão entre os módulos S/D vale:
velocidades, respectivamente, iguais a vA=5,0 nós no rumo norte e vB=2,0
nós na direção 60oNEE, medidas em relação à terra, conforme indica a 21
figura acima. O comandante do navio B precisa medir a velocidade do navio (A) . (C)
7.
3
A em relação ao navio B. Que item informa o módulo, em nós, e esboça
a direção e sentido do vetor velocidade a ser medido? (B) 1. (D) 3.
(Dado: cos60o=0,5.)

IME-ITA 299
Física I – Assunto 3

10 (AFA) Um carro percorre uma curva circular com velocidade linear Admitindo que não haja escorregamento entre a correia e as polias, e supondo
constante de 15 m/s completando-a em 5 2s, conforme figura abaixo. que a polia A execute 60 rpm, calcule a frequência de rotação da polia B.

15 Dois ciclistas partem de um mesmo ponto de uma pista circular de


raio igual a 100 m, no mesmo instante e em sentidos contrários. Suas
velocidades escalares lineares valem 2π m/s e 3π m/s. Após quanto tempo
eles se encontrarão pela primeira vez?

16 (EFOMM) No sistema de transmissão de movimento da figura abaixo,


a polia motora “A” tem 500 mm de diâmetro e gira a 120 rpm. As polias
intermediárias “B” e “C”, solidárias entre si (soldadas uma na outra), têm,
respectivamente, 1000 mm e 200 mm. A rotação da polia “D”, de diâmetro
400 mm, é de:
É correto afirmar que o módulo da aceleração média vetorial experimentada B
pelo carro nesse trecho, em m/s², é: A
C
(A) 0.
(B) 1,8.
(C) 3,0.
(D) 5,3.

11 Um satélite geoestacionário, desses usados em telecomunicações, é D


colocado em órbita circular no plano do equador terrestre. Como seu próprio
nome diz, esse satélite se mantém sempre sobre um mesmo local da Terra. (A) 120 rpm. (E) 20 rpm.
(B) 80 rpm. (D) 30 rpm.
(C) 60 rpm.

17 Às 12 horas, o ponteiro das horas e o ponteiro dos minutos de um relógio


se sobrepõem. Depois de quanto tempo ocorre a próxima sobreposição?

18 Em um certo instante, um ponto material parte de A com MCU de período


igual a 30 s, em sentido anti-horário. Um segundo depois, parte de B outro
ponto material com MCU de período igual a 120 s, em sentido horário.
(A) Calcule o período de translação do satélite em relação à Terra.
(B) Compare a velocidade angular do satélite (ωS) com a velocidade angular
do ponto da superfície da Terra sobre o qual ele se encontra (ωT) .
(C) Compare a velocidade linear do satélite (VS) com a do ponto referido
no ítem anterior (vT).

12 Uma formiga encontra-se no centro de um disco de raio igual a 20 cm,


que executa rotação uniforme com frequência de 30 rpm. A formiga passa,
então, a caminhar ao longo de um raio do disco, dirigindo-se para a sua Determine quanto tempo depois da partida de A os pontos se encontrarão
periferia com velocidade escalar constante e igual a 5 cm/s em relação ao peIa primeira vez.
disco. Ao chegar a um ponto periférico, quantas voltas a formiga terá dado?
19 (EFOMM) Um satélite meteorológico envia para os computadores de
13 Sabendo que o raio da Terra mede aproximadamente 6.400 km, bordo de um navio conteneiro informações sobre um tornado que se forma na
determine: rota desse navio a 54,0 milhas a boreste (direita). Segundo as informações,
o tornado tem forma cônica de 252 m de altura e 84 m de raio. A velocidade
(A) a velocidade escalar angular do movimento de rotação da Terra; angular é aproximadamente 45 rad/s. O módulo da velocidade vetorial de
(B) a velocidade escalar linear de um ponto situado no equador, relativa rotação do tornado, em km/h, em um ponto situado a 3 m do plano de sua
ao movimento de rotação; base, vale:
(C) a velocidade escalar linear de um ponto da superfície situado a 60º
de latitude, relativa ao movimento de rotação. (A) 162. (D) 476.
(B) 242. (E) 588.
14 Na situação esquematizada na figura, temos duas polias A e B (C) 308.
acopladas através de uma correia inextensível. Quando a polia A gira,
movimenta a correia que, por sua vez, faz a polia B girar também. 20 Uma partícula em movimento circular uniformemente variado tem sua
velocidade angular alterada de 2π rad/s para 10π rad/s, durante 20 s. Calcule
o número de voltas que a partícula efetua nesse intervalo de tempo.

21 Um ventilador gira à razão de 900 rpm. Ao desligá-lo, seu movimento


passa a ser uniformemente retardado, até parar após 75 voltas. Qual o tempo
decorrido desde o momento em que fio foi desligado até sua parada completa?

300 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial

22 Um garoto, perdido em uma região desértica plana, desloca-se 26


sequencialmente 4,0 km para o norte, 2,0 km para o leste e 2,5 km para ω (rad/s)
o sul, gastando 10 h no percurso total. Determine:
5
(A) o módulo da velocidade escalar média do garoto.
3
(B) a intensidade da sua velocidade vetorial média.
1
23 Uma partícula parte do ponto A da trajetória ABC, esquematizada
abaixo, no instante to = 0, atinge o ponto B no instante t1 = 3,0 s e para
no ponto C no instante t2 = 5,0 s. A variação de sua velocidade escalar 0 5 10 15 20 25 t (s)
pode ser observada no gráfico abaixo:
Um flutuador em colchão de ar, desloca-se em um círculo horizontal, sobre
uma mesa preso à extremidade de um fio inextensível, de comprimento
0,8 m velocidade angular mostrada no gráfico (a propulsão é dada pelos
gases expelidos pelo aparelho). Suponha a massa do aparelho constante.
Calcule as acelerações angular γ, tangencial (at) e centrípeta (ac) e assinale
a resposta correta abaixo.

γ(rad/s2) at(m/s2) ac(m/s2)


(A) 0,25 0,20 0,8 + 0,32 t + 0,032 t2
(B) 0,20 0,16 0,8 + 0,4 t + 0,05 t2
(C) 0,25 0,20 0,8 + 0,4 t + 0,05 t2
Considerando o intervalo de 0 a 5,0 s, calcule para a partícula: (D) 0,20 0,16 0,8 + 0,32 t + 0,032 t2
(E) 0,25 0,16 0,8 + 0,32 t + 0,032 t2
(A) o valor absoluto da velocidade escalar média.
(B) a intensidade da velocidade vetorial média.
27 Um automóvel desenvolve, numa estrada plana e horizontal, movimento
24 Uma partícula percorre uma circunferência de 1,5 m de raio no sentido retilíneo e uniforme com velocidade de módulo v. Supondo que suas
horário, como está representado

na figura. No instante

to, a velocidade rodas rolem sem escorregar, calcule em relação ao plano de rolamento,
vetorial da partícula é v e a aceleração vetorial é a . os módulos das velocidades instantâneas dos pontos A, B, C, D e O,
indicados na figura a seguir.

1,5 m
28 Um trem dotado de janelas laterais retangulares de dimensões 80 cm x
C
60 cm viaja ao longo de uma ferrovia retilínea e horizontal com velocidade
constante de 40 km/h. Ao mesmo tempo, cai uma chuva vertical (chuva
→ sem vento), de modo que as gotas apresentam, em relação ao solo,
a 30O
velocidade constante de intensidade v. Sabendo que o trajeto das gotas

v de chuva observado nas janelas laterais do trem tem a direção da diagonal
dessas janelas, determine:

(A) o valor de v;
(B) a intensidade da velocidade das gotas de chuva em relação a um
observador no trem.

Sabendo que| v | = 3,0m/s:
29 (AFA) Dois aeroportos, A e B, estão no mesmo meridiano, com B
→ 600 km ao sul de A. Um avião P decola de A para B ao mesmo tempo
(A) calcule | a |;
que um avião Q, idêntico a P, decola de B para A. Um vento de 30 km/h
(B) diga se no instante to o movimento é acelerado ou retardado. Justifique
sopra na direção sul-norte. O avião Q chega ao aeroporto A 1 hora
sua resposta.
antes do avião P chegar ao aeroporto B. A velocidade dos dois aviões
em relação ao ar (admitindo que sejam iguais) é, aproximadamente, em
25 Um barco motorizado desce um rio deslocando-se de um porto A até
km/h:
um porto B, distante 36 km, em 0,90 h. Em seguida, esse mesmo barco
sobe o rio deslocando-se do porto B até o porto A em 1,2 h. Sendo vB a
(A) 690. (C) 190.
velocidade do barco em relação às águas e vC a velocidade das águas em
(B) 390. (D) 90.
relação margens, calcular vC e vB.

IME-ITA 301
Física I – Assunto 3

EXERCÍCIOS NÍVEL 2 03 (AFA) Um operário puxa a extremidade de um cabo que está enrolado
num cilindro. À medida que o operário puxa o cabo o cilindro vai rolando sem
escorregar. Quando a distância entre o operário e o cilindro for igual a 2 m (ver
01 (AFA) Uma pessoa, brincando em uma roda-gigante, ao passar pelo ponto
figura abaixo), o deslocamento do operário em relação ao solo será de:
mais alto, arremessa uma pequena bola (Figura 1), de forma que esta descreve,
em relação ao solo, a trajetória de um lançamento vertical para cima.

2m

EIXO EIXO

(A) 1 m. (C) 4 m.
(B) 2 m. (D) 6 m.

04 A figura representa dois discos de papelão fixados a um mesmo eixo,


A velocidade de lançamento da bola na direção vertical tem o mesmo que rota com frequência igual a 50Hz. Os discos foram fixados em locais
módulo da velocidade escalar (v) da roda-gigante, que executa um do eixo distantes 2m um do outro. Um projétil é disparado paralelamente
movimento circular uniforme. Despreze a resistência do ar, considere a ao eixo, movendo-se em movimento retilíneo e uniforme, perfurando os
aceleração da gravidade igual a g e π = 3. Se a pessoa consegue pegar discos. O ângulo entre o plano que contém o eixo e o furo no primeiro
a bola no ponto mais próximo do solo (Figura 2), o período de rotação da disco e o plano que contém o eixo e o furo no segundo disco é igual a 45o.
roda-gigante pode ser igual a: Determine a velocidade do projétil, sabendo que, entre as duas perfurações,
os discos completaram 2 voltas.
v 20v
(A) g (C)
3g
10v v
(B) 12
(D)
7g g
02 (AFA) O movimento da coroa dentada (A) de uma bicicleta é transmitido
a uma catraca (B) localizada no eixo da roda traseira (C) por meio de uma
corrente. A opção que representa a bicicleta mais veloz para o mesmo
número de pedaladas do ciclista é:

(A) 05 (ITA) Um avião voa numa altitude e velocidade de módulo constantes,


numa trajetória circular de raio R, cujo centro coincide com o pico de uma
montanha onde está instalado um canhão. A velocidade tangencial do avião
é de 200 m/s e a componente horizontal da velocidade da bala do canhão é
B de 800 m/s. Desprezando o atrito e o efeito de rotação da Terra e admitindo
que o canhão está direcionado de forma a compensar o efeito de atração
C A
gravitacional, para atingir o avião, no instante do disparo o canhão deverá
estar apontando para um ponto à frente do mesmo situado a quantos rad?
(B)
06 Acima de um disco horizontal de centro O que gira em torno do seu eixo,
no vácuo, dando 50 voltas por minuto, estão suspensas duas pequenas
B esferas M e N. A primeira está 2 m acima do disco e a segunda a 4,5m,
ambas na mesma vertical. Elas são abandonadas simultaneamente e, ao
C chocar-se com o disco, deixam sobre ele pequenas marcas M’ e N’ tais
que o ângulo M’ON’ é igual a 95,5o. Podemos concluir que a aceleração
(C) da gravidade no local vale quanto?

07 Num dado instante dois navios encontram-se sobre o mesmo


meridiano. O navio N’encontra-se a uma distância d ao norte do navio N.
B
(A) N faz rota para o norte com velocidade v. N’ faz rota para o leste com
C
velocidade v’. Qual será a mínima distância entre os navios?
(B) N’ faz rota para leste com velocidade v’.Qual é o rumo que N deve
(D) tomar para encontrar N’? Quanto tempo levará?

08 O ponteiro dos minutos do relógio de uma igreja tem o dobro do


comprimento do ponteiro das horas. A que hora após a meia-noite a
B extremidade do ponteiro dos minutos está se afastando da extremidade
do ponteiro das horas com velocidade máxima?
C

302 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial

EXERCÍCIOS NÍVEL 3

01 De uma parte retilínea da margem ao mesmo tempo saíram dois 06 (ITA) A figura representa a vista aérea de um trecho retilíneo de ferrovia.
barcos, A e B, que se encontravam a uma distância inicial d = 3 km um Duas locomotivas a vapor, A e B, deslocam-se em sentidos contrários com
do outro. O barco A dirigiu-se por uma reta perpendicular à margem. O velocidades constantes de 50,4 km/h e 72 km/h respectivamente. Uma vez
barco B tomou um caminho constantemente dirigido ao barco A. É evidente que AC representa o rastro de fumaça do trem A, BC o rastro de fumaça
que após um tempo muito grande o barco B navegará atrás do barco A a de B e que AC=BC, determine a velocidade do vento.
uma certa distância. Determine qual é essa distância.
C
02 Na tela de um cinema vê-se uma carruagem em movimento. O raio das
rodas dianteiras das carruagens é r = 0,35m e o raio das rodas traseiras é
A h = 160 m B
R = 1,5r. As rodas dianteiras têm N1 = 6 raios. A câmara cinematográfica
roda a fita com uma velocidade de 24 quadros/s. Determinar a velocidade
mínima segundo a qual temos a impressão de que as rodas dianteiras estão
em repouso na tela. Qual o menor número de raios N2 que deverão ter as 1360 m
rodas traseiras a fim de que as mesmas também pareçam estar em repouso?
07 Um rio tem 1 km de largura. A velocidade da correnteza é v. Um
Extra: Para que valores da velocidade da carruagem do problema acima homem rema 1km rio acima e volta ao local da partida. Outro homem,
os espectadores terão a impressão de que os raios das rodas dianteira e também remando, vai e volta de uma margem à outra, atingindo um ponto
traseira giram em sentidos opostos? diretamente oposto ao ponto de onde partiu. Sabendo que, remando, as
velocidades dos homens são constantes e iguais a 5 km/h, determine v
03 Um pequena formiga move-se sobre uma lata cilíndrica através de sua para que a diferença entre os tempos gastos nos dois trajetos completos
superfície lateral do pontos A pra o ponto B pelo caminho mais rápido e seja de 7,5 minutos.
com uma velocidade v constante em módulo.
08 As coordenadas de um corpo são x = t2 e y = (t – 1)2 (SI).

(A) Obter a equação da trajetória.


(B) Em que instante a velocidade é mínima?
(C) Calcular as coordenadas quando a velocidade for 10 m/s.
(D) Calcular as acelerações tangencial e centrípeta num instante t qualquer.

09 Os componentes do vetor velocidade de uma partícula são dados por:


e , onde w e R são constantes. A extremidade do vetor posição descreve
uma curva chamada cicloide. Determine o módulo das componentes da
(A) Qual o tempo gasto neste percurso? velocidade e da aceleração da partícula quando ela se encontra:
(B) Qual a velocidade angular da sombra da formiga sobre o plano da base?
(A) no valor máximo de y.
04 O movimento de uma partícula é descrito pelas equações: (B) no valor mínimo de y.

x = b · senωt 10 Quatro tartarugas encontram-se nos cantos de um quadrado de lado


y = b · cosωt a. Simultaneamente, elas começam a movimentar-se com uma velocidade
z = ut constante em grandeza v, sendo que a primeira se dirige sempre em direção
à segunda, a segunda sempre em direção à terceira, a terceira sempre em
(A) Qual é a trajetória descrita pela partícula? direção à quarta e a quarta sempre em direção à primeira. As tartarugas
(B) Qual é o módulo de sua velocidade? se encontrarão? Caso sim, depois de quanto tempo?
(C) Qual é a distância percorrida em um ciclo?
DESAFIO: Se fossem N tartarugas nos N vértices de um polígono regular
de N lados, qual seria o tempo necessário para que as tartarugas se
05 (ITA) Um nadador, que pode desenvolver uma velocidade de 0,900
encontrassem?
m/s na água parada, atravessa um rio de largura D metros, cuja correnteza
tem velocidade de 1,08 km/h. Nadando em linha reta ele quer alcançar um
11 Uma roda de raio R rola com velocidade constante v0 ao longo de um
3
ponto da outra margem situado metros abaixo do ponto de partida. plano horizontal. Prove que a posição de qualquer ponto em sua periferia
3 é dada pelas equações x = R (wt – senwt) e y = R (1 - coswt), em que
Para que isso ocorra, sua velocidade em relação ao rio deve formar com a
v
w = 0 é a velocidade angular da roda e t é o tempo medido desde
correnteza o ângulo: R
o instante em que o ponto está em contato com o plano. Determine as
3 componentes da velocidade e da aceleração do ponto.
(A) arc sen ( 33 + 1) (C) Zero grau
12
12 Um bote pode viajar a uma velocidade de 3 m/s na água parada. Um
3 3 barqueiro deseja cruzar um rio percorrendo a menor distância possível. Em que
(B) arc sen arc sen
(D)
2 12 direção ele deve remar com relação à margem se a velocidade da água é:

(A) 2 m/s? (B) 4 m/s?

IME-ITA 303
Física I – Assunto 3

13 Uma barra rígida está apoiada no canto de uma sala (vide figura ao 14 Determine a aceleração do corpo A, o qual desliza-se sem velocidade
lado). O extremo A desliza pela parede enquanto o extremo B desliza pelo inicial pela rosca de um parafuso com passo h e raio R, no final da enésima
solo. Encontre a velocidade do ponto C (centro da barra) em função do volta (figura). Despreza-se o atrito.
ângulo α, se a velocidade do ponto B for constante e igual a v. Despreze
todas as forças de atrito. R

A A
h

15 Em relação a um referencial cartesiano uma partícula se move de


acordo com as seguintes funções horárias:
B

α v
 2π ⋅ t   2π ⋅ t 
x = 3 ⋅ cos   e y = 4 ⋅ sen  3  .
 3   

(A) Qual a equação da trajetória da partícula?


(B) Em que sentido a trajetória é percorrida?
(C) Qual a velocidade da partícula em t = 0?
(D) Qual o módulo da aceleração em t = 1s?

RASCUNHO

304 Vol. 1
Lançamento oblíquo A ssunto
4
Física I

1. Princípio da independência dos O alcance horizontal dessa bomba é dado por:


A = vx · t → A = 70 · 8 = 560 m
movimentos (Princípio de Galileu) Nesses 8s de movimento, a lancha se deslocou 20 · 8 = 160 m
“Se um corpo descreve um movimento composto, cada um dos Portanto, o avião deve ficar a 560 – 160 = 400 metros de distância
movimentos componentes é descrito independentemente dos outros, ou para atingir a lancha.
seja, como se os outros não existissem e no mesmo intervalo de tempo”.
O princípio de Galileu nos mostra que, quando possuímos um Exemplo: Uma partícula é lançada horizontalmente de uma altura ,
movimento que é resultado da soma de movimentos simultâneos, nós com velocidade inicial v, em um local onde a aceleração da gravidade
podemos estudá-los separadamente. Assim, ao lançarmos um corpo é constante e vale g. Considerando desprezíveis quaisquer forças
horizontalmente ou obliquamente, temos dois movimentos: um no eixo dissipativas determine:
horizontal e outro no eixo vertical. Esses movimentos ficam mais fáceis (A) a altura num instante t;
se estudados separadamente. (B) o módulo da velocidade da partícula num instante t;
(C) a equação da trajetória.

2. Lançamento horizontal Solução:


(A) Para determinarmos a altura temos que estudar a vertical (MUV em
Ao lançarmos um corpo, de uma certa altura h, em um local livre da
que |a| = g). Vamos considerar o sistema de referência com origem
resistência do ar e com aceleração da gravidade igual a g, temos que ele
no solo e positivo para cima. Assim:
executará uma curva como a representada a seguir.
gt 2 gt 2
  h = h0 + v 0 t − →h=H−
v0x 2 2
g
(B) Em um instante genérico t, a partícula possuirá uma componente
horizontal de velocidade (constante) e uma componente vertical.
Assim:
H
vx = v e vy = gt
O módulo da velocidade resultante será dado por:
v R2 = v x2 + v y2 → v R = v 2 + g 2 t 2
O movimento na vertical (eixo y) será uniformemente acelerado, pois
a aceleração da gravidade é constante e na horizontal (eixo x) assim, o (C) Para determinar a equação da trajetória, vamos colocar A em função
movimento será uniforme. É importante que, ao resolvermos um problema de h.
de lançamento horizontal, observemos que a velocidade de lançamento A
só influência o alcance horizontal do corpo, e a vertical desse tipo de A= v ⋅t → t =
lançamento é uma queda livre. v
2
Assim, as equações horárias ficam: gt 2 g  A g ⋅ A2
h=H− → h = H − ⋅  → h = H − (parábola, portanto)
2 2 v 2 ⋅ v2
Eixo vertical (eixo y)

h=
gt 2
vy = gt v y = 2 gh
3. Lançamento oblíquo
2 Consideremos uma partícula lançada de um ponto O, sobre a superfície
da Terra, com velocidade v 0 cuja direção não é nem horizontal nem
Eixo horizontal (eixo x)
vertical. Desprezando os efeitos do ar, temos que, para um referencial
A = vx · t inercial, a trajetória da partícula será uma parábola (isso será provado
mais adiante).
Exemplo: Um avião de bombardeio voa a uma altitude de 320 m com uma
trajetória
velocidade de 70 m/s e surpreende uma lancha torpedeira viajando a 20 m/s 
y g do corpo
na mesma direção e sentido do avião. A que distância horizontal atrás da
lancha o avião deve lançar a bomba para atingi-la? Adote g = 10m/s2.
Solução:
A bomba executará um lançamento horizontal, visto que sairá do avião 
mantendo a mesma velocidade horizontal. Neste caso, sua vertical é uma v0
queda livre: x
gt 2 10 ⋅ t 2
h= → − 320 = → t = 8s
2 2
Repare que, durante a sua trajetória, a par tícula executa dois
movimentos: um horizontal e outro vertical. O princípio da independência
de Galileu diz que esses movimentos podem ser estudados separadamente.

IME-ITA 305
Física I – Assunto 4

 subida é igual ao de descida. O tempo de voo será o dobro do tempo de


Chamando de θ o ângulo entre o vetor velocidade inicial v 0 e a
subida (tS). Na altura máxima, a componente vertical de velocidade é nula.
horizontal, temos que as componentes horizontal e vertical da velocidade
possuem, no início, módulos respectivamente iguais a: v ⋅ sen θ
v y = v y 0 − gt → 0 = v 0 sen θ − gt → ts =  0

   
   g
v x = v 0 cos
⋅ θ v y = v 0 ⋅ senθ 2 ⋅ v 0 ⋅ sen θ
tvoo =
g
O movimento vertical é um movimento uniformemente variado, em que
Para o cálculo da altura máxima, mais uma vez faremos a análise
o módulo da aceleração é igual à aceleração da gravidade. O movimento
da vertical:
horizontal é um movimento uniforme. Em outras palavras a partícula, sobe
desacelerando (pois a componente da velocidade nessa direção é contrária v 2 sen2θ
v y 2 = v 02 y − 2 g∆S → 0 = ( v 0 sen θ ) − 2 gH →HMAX = 0
2

à gravidade) e desce acelerando (pois a componente da velocidade nessa 2g


direção é a favor da gravidade), sem modificar sua componente horizontal
de velocidade. Essa equação mostra que, se variarmos somente o ângulo de
y lançamento, a altura máxima ocorrerá quando sen2 θ = 1, ou seja, quando
v0x
v0x g θ = 90° (lançamento vertical).
v0y v 0y Finalmente, para determinar o alcance horizontal de um projétil lançado
v0x v0x obliquamente, devemos analisar a horizontal, em que o movimente é
v0 uniforme:
v0y q v0y
2 ⋅ v 0 ⋅ sen θ
∆s = v x ⋅∆t → AHOR = v 0 ⋅ cos θ ⋅ ∆t → AHOR = v 0 .cos θ ⋅ →
0 v0x x g
v 2 ⋅ 2 ⋅ senθ ⋅ cos θ
É interessante notar que, analogamente ao lançamento para cima, AHOR =  0
g
estudado anteriormente, dois pontos da trajetória que estão sob a mesma
horizontal terão o mesmo módulo de velocidade vertical. Como a velocidade Fazendo 2 · sen θ · cos θ =sen 2θ
horizontal não se altera, podemos ampliar e dizer que, em um lançamento
oblíquo, pontos na mesma horizontal possuem mesmo módulo de velocidade. v 2 ⋅ sen 2θ
AHOR =  0
g
3.1 Parametrizando as equações
Uma vez conhecido que no lançamento oblíquo temos um MUV na Sobre essa expressão, dois pontos devem ser destacados.
vertical e um MU na horizontal, podemos escrever que as funções horárias
– Para valores fixos de v0 e g o alcance horizontal será máximo quando
para cada eixo são (origem é o ponto de lançamento e referencial é positivo
sen(2θ) = 1, ou seja, quando θ = 45°. (Considerando altura final e
para cima e para a direita):
inicial iguais e aceleração apenas no eixo vertical)
– Para valores fixos de v0 e g, teremos mesmo alcance horizontal para
gt 2 gt 2
– Vertical (MUV) → y = y 0 + v 0 y ⋅ t −  →y = v 0 ⋅ sen θ ⋅t −  dois ângulos a e b, tais que a + b = 90°.
2 2
– Horizontal (UM) → x= x0 + vx · t → x = v0 · cos q · t Exemplo: Em uma partida de basquete, um jogador tem direito a realizar
dois lances livres. O centro da cesta está situado a uma distância de 4,0 m
Isolando a variável “t” na segunda equação: da linha de lançamento e a uma altura de 3,0 m do solo, conforme a
x figura. A bola é lançada sempre a uma altura de 2,0 m do solo. No primeiro
t =
v 0 ⋅ cos θ lançamento, a bola é lançada com velocidade de 5,0 m/s, formando
um ângulo de 30° com a horizontal, e não atinge a cesta. No segundo
lançamento, a bola é lançada com uma velocidade desconhecida, formando
Substituindo a variável “t” na primeira equação, teremos:
2
um ângulo de 30° com a horizontal, e atinge a cesta.
 x  Dados: cos 30° = 0,86; sen 30° = 0,50; tan 30° = 0,57; cos2 30° = 0,75.
g 
x v ⋅
cos θ  → y = x tg θ −  g ⋅ x
2
y = v 0 ⋅ sen θ. −  0
v 0 ⋅ cos θ 2 2v 0 cos2θ
2

Note que como θ, v0 e g são constantes a posição no eixo y é uma


função quadrática de variável x, provando que todo lançamento obliquo 3m
possui como trajetória uma parábola. 2m

3.2 Tempo de voo, altura máxima e alcance


4m
horizontal (A) Determine o instante em que a altura máxima é atingida pela bola no
O tempo de voo de uma partícula lançada obliquamente é tão maior primeiro lançamento.
quanto maior for a componente vertical da velocidade inicial. Assim, para (B) Demonstre que a bola não atinge a cesta no primeiro lançamento.
descobrir o tempo de voo, analisaremos a vertical. Lembre-se que os (C) Determine a velocidade inicial da bola no segundo lançamento.
movimentos de subida e descida são simétricos, portanto, o tempo de

306 Vol. 1
Lançamento oblíquo

Solução: Dica: uma outra forma de resolver o problema anterior (e, muitas vezes,
(A) v = v0 + a · t → 0 = 5 · sen30° – 10 · t → 10 · t = 2,5 → t = 0,25 s mais rápida) é usar o par de eixos coincidindo com o plano inclinado. Nesse
caso, a gravidade não coincidiria com um eixo e, por esse motivo, precisaria
(B) No primeiro lançamento, a bola atinge a altura máxima de: ser decomposta. Daí, teríamos MUV nos dois eixos. Podemos resolver um
y = y0 + v0 · t + a · t2/2 problema de MUV nos dois eixos da forma explicitada abaixo. Basicamente,
y = 2 + 5 · sen30° · 0,25 – 5 · (0,25)2 a mudança é a seguinte: em vez de usar equações de MU na horizontal,
y = 2 + 0,625 – 0,3125 = 2,3125 m. devemos usar equações de MUV. Todo o raciocínio permanece igual.
Esta altura não é suficiente para atingir a altura da cesta. Exemplo: Uma partícula é lançada obliquamente em um local onde, além
(C) A condição para acertar a cesta é a de que para x = 4 m → y = 3 m. da aceleração da gravidade (10 m/s2), existe uma aceleração horizontal
Pelo movimento na direção horizontal → x = x0 + v · t → 4 = 0 + v · cujo módulo vale 4 m/s2. Considerando que a velocidade inicial da partícula

cos30° · t → 4 = 0,86 · v · t → v · t = 4,651 em que v é a velocidade é v 0 = 2i + 30j , determine o tempo de voo dessa partícula e o alcance
de lançamento da bola que acerta a cesta, e t é o tempo necessário horizontal obtido.
para acertar a cesta. Pelo movimento na direção vertical da bola  

g ax
→ y = y0 + v0 · t + a · t2/2 → 3 = 2 + v · sen30° · t – 5 · t2 →
1 = 0,5 · v · t – 5 ·t2. Então → 1 = 0,5 · 4,651 – 5 · t2 → 5 · t2 = 
1,3255 → t2 = 0,2651 → t = 0,515 s. Assim → v · t = 4,651 → v0
v · 0,515 = 4,651 → v = 4,651/0,515 = 9,03 m/s.

Exemplo 2: Uma bolinha de aço é lançada de um ponto P de uma rampa Solução:


inclinada de α em relação à horizontal, com velocidade inicial v0, que Os movimentos horizontais e verticais são independentes. Logo, para a
forma um ângulo θ com a horizontal. Calcule a distância do ponto P ao determinação do tempo de vôo só utilizaremos a vertical.
ponto Q, onde a bolinha colide com a rampa. Despreze influências do ar
e considere g = 10 m/s2, v = 12 m/s, α = 30° e θ = 60°. v = v0 – gt → 0 = 30 – 10t → tsub = 3s → tvoo = 6s

Q Sabemos agora que após 6 segundos de movimento a partícula retorna


ao solo. O diferencial nessa questão é que na horizontal o movimento é
 uniformemente acelerado. Portanto, para calcularmos o alcance horizontal
v0 rampa
q usaremos as equações de MUV:
a a t2 4 ⋅ 62
A = v0t + x → A = 2 ⋅ 6 + → A = 84 m
P 2 2
Solução:
Para a solução dessa questão, iremos considerar um eixo cartesiano no
3.3 Parábola de segurança
ponto de lançamento, como ilustra a figura abaixo: Para valores fixos de v 0 e g e variando somente o ângulo de
y lançamento (permitindo todas as possibilidades para a variação do ângulo),
yQ observamos que para cada ângulo teremos uma parábola diferente. Todas
 Q essas parábolas possuem em comum o fato de que são envolvidas por
v0 uma única parábola denominada parábola de segurança (PS).
y
q rampa
P a
0 xQ x
As componentes horizontal e vertical da velocidade possuem módulos
respectivamente iguais a v0 cos θ e v0 sen θ. Com isso, as equações
horárias passam a ser: x
gt 2 Note que a altura máxima da parábola de segurança é a altura máxima
x = v 0 ⋅ cosθ ⋅ t e y = v 0 ⋅ sen θ ⋅ t −
2  v2 
de um lançamento vertical para cima  h = 0  e que a equação da PS é
Denominando a distância PQ de d, observe o triângulo PX0Q. A partir  2g 
d do tipo y = ax2 + c (simétrica em relação ao eixo y).
dele e considerando que α = 30°, temos que a altura será y 0 = eo
2 Como o termo independente é a altura máxima, então a equação da
d 3
alcance horizontal será x0 = . v2
2 PS é do tipo y = ax 2 + 0 .
2g
Substituindo nas equações horárias: v2
O alcance horizontal máximo é quando θ = 45°. Portanto, 0 é raiz
d 3 d 3 g
x = v 0 ⋅ cos θ ⋅ t = = 12 ⋅ cos 60° ⋅ t = −g
2 12 da PS. Isso implica que a = 2
2v 0
gt 2 d 10 ⋅ t 2 d
y = v 0 ⋅ sen θ ⋅ t − → = 12 ⋅ sen660° ⋅ t − → = Finalmente chegamos à equação da PS:
2 2 2 2
2 −g v2
3 d 3 10  d 3  y = 2 ⋅ x 2 +  0
= 12 ⋅ ⋅ − ⋅  2v 0 2g
2 12 2  12 
Uma vez fixo v0 e g, é impossível atingir um alvo fora da parábola de
10d 2
d = 3d − → 10d = 96 → d = 9, 6 m segurança qualquer que seja o ângulo.
48

IME-ITA 307
Física I – Assunto 4

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Uma bola é chutada da superfície de um terreno plano segundo um tg j0 = V0Y/V0X = V0 · sen j0/V0 · cos j0 = sen j0/cos j0 = senq/cosq.
ângulo j0 acima da horizontal.
tgθ/tgj0 = (senθ/2 · cosθ)/(senθ/cosθ) = 1/2.

02 (ITA) Considere hipoteticamente duas bolas lançadas de um mesmo


lugar ao mesmo tempo: a bola 1, com velocidade para cima de 30 m/s,
e a bola 2, com velocidade de 50 m/s formando um ângulo de 30° com
j0 a horizontal. Considerando g = 10 m/s2, assinale a distância entre as
q bolas no instante em que a primeira alcança sua máxima altura.

(A) d = 6250 m. (D) d = 19375 m .


Se q é o ângulo de elevação do ponto mais alto da trajetória, visto do (B) d = 2717 m . (E)
d = 26875 m.
ponto de lançamento, a razão tg θ/tgϕ0, desprezando-se a resistência (C) d = 17100 m .
do ar, é igual a:
Solução: Letra C.
(A) 1/4. (C) 1/6. Bola 1
(B) 1/2. (D) 1/8. Posição horizontal x = 0
Solução: Letra B. Posição vertical y = 30 · t – 5 · t2
Para determinar θ, observe a figura: Atinge a altura máxima em vy = 0 → 0 = 30 – 10 · t → t = 3 s
A posição vertical será → y = 30 · 3 – 5 · 32 = 90 – 45 = 45 m
y No instante em que a bola 1 atinge a altura máxima, ela está na posição
(0;45) m

v0 Bola 2
j0  3
qq hMAX Posição horizontal x = 50.   .t = 25.t. 3 = 75 3 m
x  2 
A/2
 1 2 2
Posição vertical y = 50 ⋅   ⋅ t − 5 ⋅ t = 25t − 5t =75 − 45 = 30 m
A 2
No instante em que a bola 1 atinge a altura máxima, a bola 2 está na
tgθ = hMÁX/(A/2) = [(V02 · sen2θ/2g)/(V02 · 2 · senθ · cosθ/2g) = posição (75 3 ;30) m
senθ/2 · cosθ.

y A distância entre elas é dada por :

v0 · sen j0
v0 d = ( ∆x 2 + ∆y 2 ) = ( 75 2
)
⋅ 3 + 152 = ( 5625 ⋅ 3 + 225 ) =
(v0 )
y j0 (16875 + 225 ) = (17100 ) m
x
v0 · cos j0
(v0 )
x

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 Uma pedra é jogada para cima em uma direção que forma um ângulo 02 Um corpo é lançado obliquamente com velocidade de módulo 50 m/s,
de 30º com a horizontal no campo gravitacional terrestre, considerado sob um ângulo de lançamento θ (sen θ = 0,6, cos θ = 0,8), conforme indica
uniforme. Ignorando-se o atrito com o ar, no ponto mais alto alcançado a figura. Calcule, considerando g = 10 m/s2 e desprezando influências do ar:
pela pedra:

y v

(A) o módulo de sua aceleração é zero. v0
(B) o módulo de sua velocidade é zero.
(C) o módulo de sua aceleração atinge um mínimo, mas não é zero. hmáx
(D) o módulo de sua velocidade atinge um mínimo, mas não é zero. θ
(E) o módulo de seu vetor posição, em relação ao ponto de lançamento,
é máximo. 0 A x

308 Vol. 1
Lançamento oblíquo

(A) a velocidade do corpo ao passar pelo vértice do arco de parábola; (C) a bala que foi disparada com maior velocidade atinge o solo em um
(B) o tempo de subida; tempo maior.
(C) a altura máxima (hmáx); (D) nada se pode dizer a respeito do tempo de queda, porque não se sabe
(D) o alcance horizontal (A). qual das armas é mais possante.

03 Um gato de 1 quilograma dá um pulo, atingindo uma altura de 1,25 08 (AFA) Durante um jogo de basquetebol, um jogador arremessa a bola
m e caindo a uma distância de 1,5 m do local do pulo. com velocidade inicial de 10 m/s formando um ângulo de 30° acima da
horizontal. Sabendo que a altura do cesto é 3,05 m e que o lançamento foi
(A) Calcule a componente vertical de sua velocidade inicial. feito de uma altura de 2 m, a distância horizontal, em metros, do jogador
(B) Calcule a velocidade horizontal do gato. ao cesto, para que ele consiga fazer os pontos sem o auxílio da tabela,
(C) Qual a força que atua no gato no ponto mais alto do pulo? deverá ser aproximadamente:
(g = 10 m/s2)
(A) 2,02. (C) 6,09.
04 O canhão da figura dispara um projétil com velocidade inicial de módulo (B) 4,00. (D) 7,05.
igual a v0, atingindo um alvo estacionário situado em P:
09 (AFA) Dois projéteis A e B são lançados obliquamente em relação
P à horizontal. Sabendo que ambos permanecem no ar durante o mesmo
intervalo de tempo e que o alcance de B é maior que o alcance de A,
afirma-se:

V0 300 m I. Ambos atingem a mesma altura máxima.


II. A velocidade inicial de B é maior que a de A.
III. A maior altura é atingida por A, que foi lançado com maior velocidade.
45º
É(são) verdadeira(s) apenas:
400 m
Desprezando influências do ar e supondo g = 10 m/s , determine o valor
2
(A) I. (C) III.
de v0. (B) II. (D) I e II.

05 A figura a seguir mostra a fotografia estroboscópica de uma bolinha 10 (AFA) Um audacioso motociclista deseja saltar de uma rampa de 4 m
lançada horizontalmente, nas proximidades da Terra. de altura e inclinação 30° e passar sobre um muro (altura igual a 34 m) que
está localizado a 50 3 m do final da rampa. Para conseguir o desejado,
a velocidade mínima 2da moto no final da rampa deverá ser igual a:
a

c d

Sendo a = 1 m e c = 4 m, calcule b e d.
50 3
4m
06 Dois projéteis A e B são lançados obliquamente, descrevendo as 30
trajetórias parabólicas representadas na figura:
obs.: o desenho está fora de escala.

A P (A) 144 km/h. (C) 180 km/h.


(B) 72 km/h. (D) 50 km/h.
B
h 11 (AFA) A figura abaixo representa as trajetórias de dois projéteis A e B
O lançados no mesmo instante em um local onde o campo gravitacional é
Solo plano e horizontal constante e a resistência do ar é desprezível.

Sabendo que ambos partiram do ponto O com velocidade de mesmo módulo


v0, compare os módulos das velocidades com que A e B passam pelo ponto P.
trajetória de A
07 (AFA) Duas armas são disparadas simultaneamente, na horizontal, de
uma mesma altura. Sabendo que os projéteis possuem diferentes massas trajetória de B
e desprezando a resistência do ar, pode-se afirmar que:
P
(A) a bala mais pesada atinge o solo em um tempo menor.
(B) o tempo de queda das balas é o mesmo.

IME-ITA 309
Física I – Assunto 4

Ao passar pelo ponto P, ponto comum de suas trajetórias, os projéteis v


possuíam a mesma:

(A) velocidade tangencial.


(B) velocidade horizontal.
(C) aceleração centrípeta. h
(D) aceleração resultante.


12 (AFA) Um canhão dispara projéteis com velocidade v o . Desprezando--se d
os efeitos do ar e adotando-se g como módulo do vetor aceleração da
gravidade, pode-se afirmar que a altura máxima atingida pelo projétil, 2 d
quando o alcance horizontal for máximo, é: (A) g  d  . (C) g .
v v
8  
v2 2v 0 . 2
(A) . (C) g d gd
4g g (B)  v  . (D) .
2   2v

v 02 v0 04 Um objeto é lançado obliquamente ao ar com ângulo de lançamento


(B) . (D) .
4g 2g θ. Sabendo-se que o alcance máximo foi 122,5 m, qual a sua velocidade
inicial de lançamento, em m/s?
(Considere g = 10 m/s2.)
EXERCÍCIOS NÍVEL 2
(A) 10. (C) 35.
01 (AFA) Considere uma partícula M lançada verticalmente para cima com (B) 12,5. (D) 49,5.
uma velocidade de 30 m/s. No mesmo instante, uma outra partícula N é
lançada horizontalmente de um ponto situado a 120 m do solo. Sabe-se 05 Em uma região plana, um projétil é lançado do solo para cima, com
que elas irão se chocar em um ponto Q, conforme a figura. Desprezando velocidade de 400 m/s, em uma direção que faz 60° com a horizontal.
os efeitos do ar, a altura do ponto Q é: Calcule a razão entre a distância do ponto de lançamento até o ponto no
qual o projétil atinge novamente o solo e a altura máxima por ele alcançada.
N
06 Um projétil é lançado contra um anteparo vertical situado a 20 m do
ponto de lançamento. Despreze a resistência do ar. Se esse lançamento
Q
é feito com uma velocidade inicial de 20 m/s numa direção que faz um
ângulo de 60º com a horizontal, a altura aproximada do ponto onde o
120 m projétil se choca com o anteparo, em metros, é:
(Dados: tg60º ≈ 1,7; g = 10 m/s².)

y
anteparo
M

(A) 80 m. (C) 40 m. 
(B) 60 m. (D) 15 m. v0
h
02 (AFA) Um projétil é disparado com velocidade de 250 m/s em uma 60°
direção que faz um ângulo θ com a horizontal. Após um intervalo de x
tempo, o projétil choca-se com um obstáculo a 5.250 m do ponto de 20m
disparo. Desprezando-se a resistência do ar e considerando-se g = 10
m/s2, sen θ = 0,7, a velocidade do projétil, em
m/s, no instante do choque é: (A) 7,0. (D) 19.
(B) 11. (E) 23.
(A) 125. (C) 215. (C) 14.
(B) 175. (D) 250.
07 Uma par tícula, de massa m = 40,0 gramas e carga elétrica
03 (AFA) Duas esteiras mantêm movimentos uniformes e sincronizados de q = 8,0 mC, encontra-se inicialmente fixa na origem do sistema coordenado
forma que bolinhas sucessivamente abandonadas em uma delas atingem XOY (veja figura abaixo). Na região, existe um campo elétrico uniforme

ordenadamente recipientes conduzidos pela outra. Cada bolinha atinge o E = 100.i(N / C). A partícula é soltae passa a se mover na presença dos
recipiente no instante em que a seguinte é abandonada. Sabe-se que a campos elétrico e gravitacional  g = 10, 0j(m / s )  . No instante em que
2

velocidade da esteira superior é v e que o espaçamento das bolinhas é a


a coordenada x = 40,0 cm, a energia cinética da partícula, em joule, é:
metade da distância d. Sendo g a aceleração da gravidade local, a altura
h entre as esferas e a solo vale:

310 Vol. 1
Lançamento oblíquo

(m, +q) 11 (IME) Um míssil, viajando paralelamente à superfície da Terra com uma
x
velocidade de 180 m/s, passa sobre um canhão à altura de 4800 m no
o exato momento em que seu combustível acaba. Neste instante, o canhão
dispara a 450 e atinge o míssil. O canhão está no topo de uma colina de
300 m de altura.

y 45º
4800 m

(A) 30.0. 10–2. (D) 35,0. 10–2 300 m


(B) 40,0. 10–2. (E) 45,0. 10–2
(C) 47,0. 10–2 solo
08 Uma bola rola do alto de uma escada com velocidade horizontal de
módulo v0 = 4 m/s. Cada degrau mede 50 cm de profundidade e 50 cm Sabendo a aceleração local da gravidade g = 10 m/s2, determine a altura
de altura. da posição de encontro do míssil com a bala do canhão, em relação ao
solo. Despreze a resistência do ar.
V0
12 (ITA) Duas placas paralelas, de comprimento , estão carregadas e
1o degrau
servem como controladoras de elétrons em um tubo de raios catódicos. A
50 cm distância das placas até a tela do tubo é L. Um feixe de elétrons de massa
m e carga e penetra entre as placas com uma velocidade v0, como mostra
50 cm
a figura.
g = 10 m/s2  L
45º

Desprezando influências do ar, determine que degrau a bola tocará primeiro.

09 Se um pequeno furo for feito na parede vertical de um reservatório que vo


contenha um líquido ideal (sem viscosidade), um filete de líquido escoará
d
pelo furo e sua velocidade inicial terá intensidade v = 2 gh . Considere
o movimento do fluido como o de um projétil lançado no vácuo, desde o

furo, com velocidade v .
Qual é o campo elétrico entre as placas se o deslocamento do feixe na
tela do tubo é igual a d?

h v
13 (UNICAMP) O famoso salto duplo twist carpado de Daiane dos Santos
H foi analisado durante um dia de treinamento no Centro Olímpico em Curitiba,
através de sensores e filmagens que permitiram reproduzir a trajetória do
F G centro de gravidade de Daiane na direção vertical (em metros), assim
como o tempo de duração do salto. De acordo com o gráfico, determine:

Se desejarmos que o filete incida em um ponto G o mais afastado possível 2


de F, a que profundidade h o furo deverá ser feito? 1.8
10 Um avião de bombardeio voa horizontalmente em linha reta, à altura 1.6
Deslocamento vertical (m)


H, com velocidade v . Desprezando influências do ar no movimento da 1.4
bomba, determine o ângulo θ no momento da largada da bomba para que 1.2
ela atinja o alvo. (Dado: g = aceleração da gravidade.)
1

v 0.8
Trajetória parabólica 0.6
θ
0.4
0.2
H
0
Linha de visada 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1
Alvo Tempo (s)

Solo

IME-ITA 311
Física I – Assunto 4

(A) a altura máxima atingida pelo centro de gravidade de Daiane; 03 (Saraeva) Em um rio, a uma distância L = 90 m da origem está
(B) a velocidade média horizontal do salto, sabendo-se que a distância ancorada uma balsa. A velocidade da corrente do rio junto à origem é
percorrida nessa direção é de 1,3 m; uo=0 e essa velocidade cresce proporcionalmente à distância da origem
(C) a velocidade vertical de saída do solo. até que junto à balsa vale uL= 2 m/s. Uma canoa se dirige da origem até a
balsa com velocidade em relação à água de v = 2 m/s. Como o motorista
14 (ITA) Durante as Olimpíadas de 1968, na cidade do México, Bob deve orientar a canoa para que esta chegue exatamente onde está a balsa,
Beamow bateu o recorde de salto em distância, cobrindo 8,9 m de sabendo que a origem e a balsa estão na mesma linha perpendicular à
extensão. Suponha que, durante o salto, o centro de gravidade do atleta correnteza? Qual tempo T levará a canoa para percorrer esse trajeto?
teve sua altura variando de 1,0 m no início, chegando ao máximo de 2,0
m e terminando a 0,20 m no fim do salto. Desprezando o atrito com o ar, 04 De um ponto qualquer são lançados simultaneamente dois corpos
qual a componente horizontal da velocidade inicial do salto? formando ângulos distintos α e β com a horizontal , para lados opostos
e com a mesma velocidade inicial vo. Qual é a velocidade de movimento
15 Um garoto está 4 m à frente de uma parede vertical e lança uma bola. dos corpos um relativamente ao outro?
A bola deixa a mão do garoto a uma altura de 2 m do solo com velocidade
→ ^
inicial v = 10î + 10 j m/s. Quando a bola bate na parede, a componente 05 Qual o máximo ângulo com a horizontal segundo o qual uma pedra
horizontal do vetor velocidade troca de sentido e a vertical permanece pode ser lançada de forma a estar sempre se afastando de quem a lançou?
inalterada. Onde a bola atinge o solo?
06 Um canhão está situado sobre um pequeno muro de altura desprezível
16 Calcule o raio de curvatura da trajetória de um projétil que foi lançado na costa de um país. O canhão está inclinado de modo a formar um ângulo
com velocidade inicial Vo formando um ângulo α com a horizontal nos β com a horizontal. Seu objetivo é destruir um navio que se move ao longo
seguintes casos: de uma linha distando D do canhão. O projétil sai do canhão com velocidade
Vo e a velocidade do navio é vnavio. O projétil é disparado no exato instante
(A) no ponto mais alto da trajetória; em que o navio passa pela linha do muro.
(B) no instante de lançamento;
(C) em um instante genérico t após o lançamento.

17 (IME) Um motociclista movimenta sua motocicleta e sobe a rampa de


inclinação da figura. Determine em função de g, α, H e D, o menor valor
α
da velocidade que o motociclista deve ter em A para chegar em B.
Nota: Considere o conjunto motociclista-motocicleta como uma partícula.
Despreze a resistência do ar.
D
D

A Determine qual deve ser o ângulo α na horizontal entre a linha de disparo e


H a direção do muro de forma que o tiro seja bem sucedido. Sabe-se que o
B ângulo α é maior do que 45o e que g= 10 m/s2, D = 10 5 m, Vo= 20 m/s
α
e Vnavio= 10 m/s.

07 Uma arma é colocada na base de uma colina cuja inclinação com a


18 (ITA) O módulo v1 da velocidade de um projétil no seu ponto de altura horizontal é θ. Se a arma está inclinada de um ângulo α (α > θ) com a
horizontal, e a velocidade do disparo é v, calcule a distância percorrida
6
máxima é do valor da velocidade v2 no ponto onde a altura é metade pelo projétil ao longo da colina até que o choque aconteça. A gravidade
7 no local do experimento vale g.
da altura máxima. Obtenha o cosseno do ângulo de lançamento formado
v
com a horizontal.

EXERCÍCIOS NÍVEL 3 α
θ
01 Um esguicho expele um jato de água de espessura desprezível com
uma velocidade inicial vo=10 m/s da extremidade da entrada de um cano 08 Mostre que um projétil lançado do chão com velocidade inicial v0 pode
horizontal de diâmetro interno d = 1 m. Determine a máxima distância atingir um ponto situado à distância x e à altura y para dois ângulos de
que o jato pode alcançar no interior do cano. elevação diferentes, contanto que o ponto (x,y) esteja abaixo da parábola
02 Um canhão lança um projétil por cima de uma montanha de altura h, 1  x2 
de segurança y = .  A − , em que A é o alcance máximo.
de forma a passar quase tangenciando o cume C no ponto mais alto de 2  A
sua trajetória. A distância horizontal entre o cume e o canhão é R. Atrás 09 Um canhão de uma fortaleza dispara ao mar projéteis com velocidade
da montanha há uma depressão de profundidade d. Determine a distância de 4 m/s de uma altura de 1 m acima do nível do mar. Um navio pirata
horizontal entre o ponto de lançamento O e o ponto P onde o projétil atinge aproxima-se da costa a fim de invadir a fortaleza. Qual a menor velocidade
o solo em função de R, d e h. inicial v0 com que o navio pirata deve lançar seus projéteis a fim de destruir
o canhão da fortaleza sem ser alvejado?

312 Vol. 1
Termometria A ssunto
1
Física II

A termometria é a parte da termologia que se preocupa em medir a O dispositivo muda sua resistência com a alteração da temperatura.
temperatura de corpos e sistemas, segundo escalas termométricas, as Um computador ou outro circuito mede a resistência e a converte em
quais serão apresentadas neste capítulo. temperatura, tanto para exibi-la quanto para decidir se liga ou desliga alguma
coisa (este assunto será mais profundamente estudado em Resistores).
1. Noções Iniciais 3.1.3 Termômetro de lâmina bimetálica
(A) Temperatura: é uma grandeza física que mede o estado de agitação
das partículas de um corpo, caracterizando seu estado térmico. Várias
propriedades de um corpo variam com a temperatura.
(B) Calor: é uma modalidade de energia transmitida de um corpo para
outro, quando existe entre eles uma diferença de temperatura. Em
outras palavras, calor é energia em trânsito.
(C) Equilíbrio térmico: Em um contato entre dois corpos a diferentes
temperaturas, o corpo a uma temperatura maior fornece calor ao corpo
de menor temperatura, em um fenômeno que se prossegue até que,
em um certo instante, as duas temperaturas se tornam iguais. Nesse
instante, as duas temperaturas se tornam iguais. Nesse instante, diz-se
que cessou a transferência de calor e que os dois corpos se encontram
em equilíbrio térmico.
Composto por duas lâminas metálicas unidas rigidamente que, ao
2. Lei Zero da Termodinâmica serem aquecidas ou esfriadas, dilatam-se, e devido aos materiais serem
de diferentes coeficientes de dilatação, gira informando a temperatura do
Quando dois corpos estão, separadamente, em equilíbrio com um
corpo (este assunto será mais profundamente estudado em Dilatações).
terceiro, então estão em equilíbrio entre si. Ou seja, o equilíbrio térmico é
caracterizado pelas mesmas condições de temperatura. 3.1.4 Termômetros Meteorológicos

3. Medida da Temperatura
3.1 Termômetros
Instrumento de medição de temperatura.
3.1.1 Termômetro de mercúrio

Termômetro de máxima e mínima temperaturas

Medem a temperatura do ambiente informando a temperatura máxima


e mínima.
O mais conhecido. É muito utilizado para medir a temperatura do 3.1.5 Termômetro de radiação
corpo humano.
3.1.2 Termômetro eletrônico
É bastante comum medir a temperatura com componentes eletrônicos.
O sensor mais comum é um termoresistor (ou termistor).

Medem a temperatura através das ondas eletromagnéticas. Usados a


uma grande distância e sem contato.

IME-ITA 313
Física II – Assunto 1

3.1.6 Pirômetro óptico 4. Escalas termométricas


A escala Celsius é a mais utilizada no Brasil, entretanto, muitos países
não a utilizam. Devido a esse fato, surge a necessidade de se estabelecer
uma relação de correspondência entre essas. Para isso, partimos dos pontos
fixos dessas, estabelecendo uma correspondência física, ou seja, o mesmo
grau de agitação molecular corresponde a mesma temperatura nas duas
escalas, ainda que seus valores numéricos sejam diferentes. Para isso,
vejamos como se dá tal correspondência em escalas quaisquer:
2 • Ponto
X2 Y2

X Y

1 • Ponto X1 Y1
Emite radiação térmica e relaciona-a com a temperatura para efetuar
a medição de temperatura do corpo. Utilizado para medir a temperatura
do fogo (plasma).
Escala X Escala Y
3.1.7 Termômetros de gás
Para realizarmos uma correspondência entre escalas, basta realizar
uma interpolação linear entre as temperaturas em diferentes escalas, ou
seja, as razões entre segmentos equivalentes nas duas escalas é igual, de
maneira que:
 X − X1  Y − Y1

X2 − X1 Y2 − Y1

Onde X1,  X2 , Y1 e  Y2 são os pontos fixos nas escalas X e Y,
respectivamente.
Nas escalas utilizadas habitualmente, conhecemos os pontos fixos,
portanto:

°C °F K

O termômetro de gás ou de volume constante, mede a temperatura 100 212 373,15


pela variação do volume e da pressão de um gás. É constituído por um
bulbo ligado por um tubo capilar de um manômetro. O bulbo é preenchido
com um gás de modo que o volume no bulbo permanece constante. A C
e e
F T
pressão do gás no bulbo pode ser obtida através da medição da diferença
de nível, nos dois braços domanômetro. Esses termômetros devido a sua
precisão, são muitas vezes utilizados para calibrar outros termômetros.
32 273,15
Substância termométrica 0
Substância utilizada no termômetro para indicar a temperatura.
Ex.: Mercúrio, álcool, tolueno, fio de platina, etc.
Realizando a interpolação:
Propriedade termométrica C−0 F − 32 K − 273,15
Propriedade física da substância termométrica que permite indicar a = =
100 − 0 212 − 32 373,15 − 273,15
temperatura.
Ex.: dilatação, cor, resistência, radiação, etc.
Pontos fixos Simplificando:
C F − 32 K − 273
Estados térmicos bem definidos utilizados como referência na = =
calibração dos termômetros. 5 9 5
Ex.: ponto de fusão, ponto de ebulição, ponto triplo, etc.

314 Vol. 1
Termometria

5. Escala absoluta Kelvin


Depois de James Prescott Joule ter determinado o equivalente a laser já produziu temperaturas na ordem de bilionésimos de Kelvin. Em
mecânico do calor, Lorde Kelvin abordou o problema de um ponto de temperaturas extremamente baixas, nas vizinhanças do zero absoluto,
vista completamente diferente, e em 1848 inventou uma escala de a matéria exibe muitas propriedades extraordinárias, incluindo a
temperatura absoluta que não dependia das propriedades da substância supercondutividade (quando a matéria não exibe resistência elétrica), a
e era baseada somente nas leis fundamentais da termodinâmica. Ele superfluidez (quando a viscosidade de um fluido é zero) e a Condensação
baseou-se no princípio de que sua escala fosse construída com o zero de Bose-Einstein.
em -273,15°C (-459,67 °F) fazendo uma extrapolação numérica utilizando Até 2004, a temperatura mais baixa obtida para um condensado Bose-
um termômetro a gás. Einstein era de 450 pK, ou 0,00000000045 K, obtida por Wolfgang Ketterle
O zero absoluto não pode ser atingido, porém é possível chegar e colegas do MIT. A mais baixa temperatura já obtida foi de 100 pK, durante
a temperaturas muito próximas dele através do uso de refrigeradores uma experiência de ordenação magnética nuclear em 1999 no Laboratório
criogênicos, e desmagnetização adiabática nuclear. O uso de resfriamento de Baixas Temperaturas da Universidade de Tecnologia de Helsinque.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Mediu-se a temperatura de um corpo com dois termômetros: um Solução: Letra D.


graduado na escala Celsius e outro, na escala Fahrenheit. Verificou-se Resolveremos por semelhança de triângulos. Na figura a seguir
escolhemos um ponto qualquer do gráfico. Através dele identificamos
que as indicações nas duas escalas eram iguais em valor absoluto. Um
dois triângulos semelhantes.
possível valor para a temperatura do corpo, na escala Celsius, é

(A) –25. (D) 11,4. tc (ºC)


(B) –11,4. (E) 40.
(C) 6,0. 78

tc

Solução: Letra D.
Utilizaremos a equação termométrica das escalas Celsius e Fahenheit: 34

C F − 32 9C
= ⇒ F = + 32
5 9 5
0 80
Do enunciado temos: td td (ºD)

|C| = |F|
Fazendo a proporção dos lados homólogos temos:
9C
C= + 32 ⇒ t c − 34 t d
5 =
78 − 34 80
 9C Para o ponto de ebulição da água tc = 100oC
C = 5 + 32 ⇒ 5C = 9C + 160 ⇒ C = −40 100 − 34 t d
 = ⇒ t d = 120
−C = 9C + 32 ⇒ −5C = 9C + 160 ⇒ C = 11,, 4 78 − 34 80
 5
03 Ao nível do mar, mediante os termômetros, um graduado da escala
02 Um cientista criou uma escala termométrica D que adota como pontos Celsius e outro, na escala Fahrenheit, determinamos a temperatura de certa
fixos o ponto de ebulição do álcool (78°C) e o ponto de ebulição do éter massa de água líquida. A diferença entre as leituras dos dois termômetros é
100. Qual a temperatura dessa massa de água na escala Kelvin?
(34°C). O gráfico a seguir relaciona esta escala D com a escala Celsius.
tc (ºC)
Solução:
Utilizaremos a equação termométrica das escalas Celsius e Fahrenheit.
C F − 32 9C
78 = ⇒F = + 32
5 9 5
Como a água está líquida, a temperatura em Fahrenheit será maior que
34
a Celsius, logo, do enunciado temos que: F – C = 100

9C
Substituindo temos: + 32 − C = 100 ⇒ C = 85
0 80 td (ºD) 5
A temperatura de ebulição da água vale, em °D: Da relação entre Celsius e Kelvin temos:
K = C + 273
(A) 44. (D) 120. K = 358 K
(B) 86. (E) 160.
(C) 112.

IME-ITA 315
Física II – Assunto 1

04 Em uma escala termométrica arbitrária A, a temperatura de fusão A − 20 F − 32


do gelo sob pressão normal é 20 A e a temperatura de 70 A equivale =
70 − 20 176 − 32
a 176, na escala Fahrenheit. Nestas condições, a temperatura de 40 C
equivale, na escala A, a:
Para calcular o valor na escala A de 40°C, devemos primeiramente
(A) 45. transformá-lo em °F:
(B) 40.
(C) 35. C F − 32 40 F − 32
= → = → F = 104
(D) 30. 5 9 5 9
(E) 25.
Substituindo na função acima teremos:
Solução: Letra A.
Podemos determinar a função termométrica entre a escala A e a A − 20 104 − 32
Fahrenheit: = → A = 45
70 − 20 176 − 32

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 (AFA) Um termômetro mal graduado assinala, nos pontos fixos usuais, Calcule:
respectivamente, –1ºC e 101ºC. A temperatura na qual o termômetro não
precisa de correção é: (A) o comprimento da coluna de mercúrio, quando a temperatura é θ = 25 ºC;
(B) a temperatura do ambiente, quando l = 8,84 cm.
(A) 49.
(B) 50. 06 O gráfico a seguir indica a temperatura t e a altura h da coluna de
(C) 51. mercúrio registradas em um termômetro:
(D) 52.
t (ºC)
02 (ITA) Um pesquisador achou conveniente construir uma escala 80
termométrica (escala P) com base nas temperaturas de fusão e ebulição do
álcool etílico, tomadas como pontos zero e cem da sua escala. Acontece que
na escala Celsius aqueles dois pontos externos da escala do pesquisador têm
valores –118ºC e 78ºC. Ao usar o seu termômetro para medir a temperatura
de uma pessoa com febre, o pesquisador encontrou 80 graus P. Calcule a
temperatura da pessoa doente em graus Celsius (ºC).

03 Um termômetro graduado em uma escala X indica 10ºX para o ponto 100


0 20 h(mm)
de gelo e 90ºX para o ponto de vapor. Quando o termômetro construído
com a tal escala X indica 25ºX, a temperatura em ºC será igual a:
Qual é a equação termométrica desse termômetro?
(A) 9,51.
(B) 18,75. 07 Nos automóveis com motor refrigerado a água, utiliza-se um
(C) 25,51. termômetro que opera com tensão de vapor, isto é, a pressão exercida
(D) 32,75. pelo vapor de água determina o valor da temperatura desse líquido. Para
temperaturas entre 45º e 130º, pode-se admitir que vale a seguinte relação:
04 (ITA) Para medir a febre de pacientes, um estudante de medicina criou sua θc = k . p − 39 , em que p é a pressão de vapor expressa na unidade
própria escala linear de temperaturas. Nessa nova escala, os valores de 0 (zero) atmosfera(atm).
e 10 (dez) correspondem respectivamente a 37°C e 40°C. A temperatura de Usando o enunciado e seus conhecimentos de física, determine:
mesmo valor numérico em ambas escalas é aproximadamente:
(A) o valor da constante k, para uma temperatura de 89ºC para a água a
(A) 52,9°C. pressão de vapor vale 1,28 atm;
(B) 28,5°C. (B) o valor da temperatura da água quando a pressão de vapor registrar
(C) 74,3°C. 1,20 atm;
(D) – 8,5°C. (C) a pressão de vapor da água quando a água estiver a 101ºC;
(E) – 28,5°C. (D) o intervalo de pressão do vapor para o qual a equação é válida.

05 Pode-se medir a temperatura com um termômetro de mercúrio. Neste, 08 (UFMS) Através de experimentos, biólogos observaram que a taxa
a grandeza termométrica é o cumprimento l de uma coluna capilar, medida de canto de grilos de uma determinada espécie estava relacionada com
a partir de uma origem comum. Verifica-se que l = 2,34 cm quando o a temperatura ambiente de uma maneira que poderia ser considerada
termômetro está em equilíbrio térmico com o gelo em fusão, e l=12,34 cm linear. Experiências mostraram que, a uma temperatura de 21 °C, os grilos
quando o equilíbrio térmico é com a água em ebulição (em um ambiente cantavam, em média, 120 vezes por minuto; e, a uma temperatura de 26 °C,
em que a pressão atmosférica é de 1 atm). os grilos cantavam, em média, 180 vezes por minuto. Considerando T a
temperatura em graus Celsius e n o número de vezes que os grilos cantavam
por minuto, podemos representar a relação entre T e n pelo gráfico abaixo.

316 Vol. 1
Termometria

Supondo que os grilos estivessem cantando, em média, 156 vezes por (A) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois
minuto, de acordo com o modelo sugerido nesta questão, estima-se que corpos e porque demanda sempre algum tempo para que a troca de
a temperatura deveria ser igual a: calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive.
(B) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura
(A) 21,5°C . (D) 24°C . interna do corpo, e porque demanda sempre algum tempo para que
(B) 22°C . (E) 25,5°C . a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive.
(C) 23°C . (C) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois
corpos e porque é preciso evitar a interferência do calor específico
09 (UFF) Um turista brasileiro, ao desembarcar no aeroporto de Chicago, médio do corpo humano.
observou que o valor da temperatura lá indicado, em °F, era um quinto do (D) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura
valor correspondente em °C. interna do corpo, e porque o calor específico médio do corpo humano
O valor observado foi: é muito menor que o do mercúrio e do vidro.
(E) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois
(A) – 2 °F (D) 0 °F corpos e porque é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que
(B) 2 °F (E) – 4 °F regula a temperatura interna do corpo.
(C) 4 °F
11 (ITA SP) Para medir a febre de pacientes, um estudante de medicina
10 (UNIFESP) Quando se mede a temperatura do corpo humano com criou sua própria escala linear de temperatura. Nessa nova escala, os
um termômetro clínico de mercúrio em vidro, procura-se colocar o bulbo valores de 0 (zero) a 10 (dez) correspondem respectivamente a 37°C
do termômetro em contato direto com regiões mais próximas do interior e 40°C. A temperatura de mesmo valor numérico em ambas escalas é
do corpo e manter o termômetro assim durante algum tempo, antes de aproximadamente
fazer a leitura.
(A) 52,9 °C (D) –8,5 °C
Esses dois procedimentos são necessários porque: (B) 28,5 °C (E) –28,5 °C
(C) 74,3 °C

EXERCÍCIOS NÍVEL 2
01 (ESPCEX) Um cientista dispõe de um termômetro de mercúrio com
a escala totalmente ilegível. Desejando medir a temperatura de uma
substância X com o termômetro, ele adotou o seguinte procedimento: sob
a condição de pressão normal (1 atm), mergulhou o termômetro na água
em ebulição e observou que a coluna de mercúrio atingiu o comprimento
de 10 cm; posteriormente, colocando o termômetro em gelo fundente, o
comprimento da coluna de mercúrio passou a ser de 2 cm. Após esse
procedimento, ele colocou o termômetro em contato com a substância X
e encontrou o comprimento de 5,2 cm para a coluna de mercúrio. Com
base nessas informações, a temperatura da substância X medida pelo
cientista, em graus Celsius, é de: (A) 100. (D) 170.
(B) 120. (E) 200.
(A) 65°C. (C) 150.
(B) 52°C.
(C) 48°C. 05 Uma escala termométrica X foi definida tomando-se o ponto de ebulição
(D) 40°C. de uma substância, cuja temperatura é de 127ºC, como 100ºX, e o zero
(E) 32°C. absoluto como –100ºX. A temperatura de 20ºX corresponderá, na escala
Kelvin, a que valor?
02 (UFPA) Em um certo instante, a temperatura de um corpo, medida na
escala Kelvin, foi de 300 K. Após decorrido um certo tempo, mediu-se a 06 A figura mostra três termômetros cujas escalas se relacionam de
temperatura desse mesmo corpo, e o termômetro indicou 68ºF. Qual foi acordo com a ilustração abaixo. Colocando-os em um mesmo meio, se
a variação de temperatura sofrida pelo corpo, medida na escala Celsius? o termômetro A indicar 60ºA, qual será a razão entre as correspondentes
indicações em B e C?
03 Dois termômetros de mercúrio, um graduado na escala Celsius e A B C
o outro na Fahrenheit, são mergulhados em um mesmo líquido. Após
o equilíbrio térmico, nota-se que os valores numéricos indicados, se
80 100 212
somados, são superados em 60 unidades pelo somatório das indicações
nos pontos do gelo e do vapor dessas escalas (Celsius e Fahrenheit).
Quanto marca cada termômetro?

04 (ESPCEX) Comparando-se a escala Z com a escala C (Celsius) de dois


0 0 32
termômetros, obteve-se o gráfico abaixo, que mostra a correspondência
entre essas duas escalas. Quando o termômetro graduado em ºC estiver
registrando 90, o termômetro graduado em ºZ estará registrando:

IME-ITA 317
Física II – Assunto 1

07 Dois termômetros, o primeiro graduado na escala Celsius e o segundo 09 (UEL) O gráfico indicado a seguir representa a relação entre a
em uma nova escala recentemente criada e ainda sem nome, foram usados temperatura média em uma escala X e a mesma temperatura medida na
para se medir as temperaturas dos líquidos contidos em dois recipientes. escala Celsius.
Ao serem utilizados, o termômetro graduado na nova escala registrou um
valor duas vezes maior que o termômetro graduado na escala Celsius no t(ºX)
primeiro recipiente, e três vezes no segundo recipiente (mais quente).
Se as diferenças de temperatura observadas nos dois líquidos foram de
50 graus na escala Celsius e de 200 graus na nova escala, a temperatura 25
do ponto de gelo nesta nova escala é de: 20
15
(A) 100ºN. (D) – 50º N. 10
(B) 50ºN. (E) –100ºN. 5 t(ºC)
(C) 0ºN. 0
10 20 30
–5
08 Gradua-se um termômetro, tomando-se para pontos fixos o de ebulição – 10
do álcool, suposto 80ºC, e o de ebulição da água. No ponto de ebulição do
álcool marca-se 0 grau e no da água marca-se 100 graus. A temperatura
na escala Celsius que corresponde a 70º dessa nova escala é:
Para a variação de 1,0ºC, que intervalo vamos observar na escala X ?
(A) 70. (C) –50.
(B) 94. (D) 100.

EXERCÍCIOS NÍVEL 3

01 Um termômetro de gás consiste em dois bulbos, cada um colocado 03 Termistor é um equipamento semicondutor com uma resistência
em um recipiente com água. A diferença de pressão entre os dois bulbos elétrica dependente da temperatura, comumente usado em termômetros
é medida por um manômetro de mercúrio, como mostra a figura. O clínicos e para detectar superaquecimentos em equipamentos
volume de gás nos dois bulbos é mantido constante, usando reservatórios eletrônicos. Em uma faixa limitada de temperatura, a resistência na
apropriados, que não aparecem na figura. Quando os dois recipientes estão temperatura T é dada por R(T) = Ra exp[B(1/T – 1/Ta)], em que R a
à temperatura do ponto triplo da água, a diferença de pressão indicada pelo é a resistência na temperatura Ta e B uma constante que depende
manômetro é zero. Quando um dos recipientes está na temperatura do ponto do semicondutor específico usado. Para um tipo de termistor,
triplo (Ttriplo) e o outro na do ponto de ebulição da água, o manômetro indica B = 4689 K e a resistência a 273 K é de 104 ohms. Que temperatura
120 mm de Hg. Finalmente, o manômetro indica 90,0 mm de Hg, quando estará o termistor medindo quando sua resistência for de 100 ohms?
um dos recipientes está à temperatura do ponto triplo e o outro está a uma Dado: log(e) = 0,43.
temperatura desconhecida. Qual é a temperatura absoluta desconhecida?
(Obs.: A notação exp(a) significa ea, em que e é a base natural (número
de Euler) e a é um expoente qualquer.

04 (UFSE) Um termômetro que mede a temperatura ambiente indica


sempre 2ºC acima da temperatura correta, e outro que mede a temperatura
de um líquido indica 3ºC abaixo da temperatura correta. Se o líquido está
a 5ºC acima da temperatura ambiente, a indicação dos termômetros
defeituosos, em graus Celsius, pode ser:

(A) 18 e 16. (D) 18 e 23.


(B) 18 e 18. (E) 18 e 28.
(C) 18 e 20.

05 (PUCCAMP) Dois termômetros, um Celsius correto e um Fahrenheit


02 ( OBF) Ao se construir uma escala termométrica arbitrária X, incorreto, são colocados dentro de um mesmo líquido. Se o termômetro
verificou--se que a temperatura de –40°X coincide com a da antiga Celsius acusar 40ºC e o Fahrenheit, 109,2ºF, o erro percentual cometido
escala de temperatura Réamur, que adota como pontos fixos 0°R e 80°R. na medida pelo termômetro Fahrenheit é de:
Verificou-se ainda que a temperatura de –75°X coincide com a da escala
(A) 5,0%. (D) 72%.
Celsius. Determine na escala X a leitura de 0°C e a leitura de 80°R.
(B) 5,2%. (E) 104%.
(C) 8,4%.

318 Vol. 1
Dilatação A ssunto
2
Física II

1. Introdução 2. Dilatação linear


Sabemos que a temperatura é uma medida de agitação molecular.
Logo, se aumentarmos, por exemplo, a temperatura de um corpo, a
agitação de suas moléculas aumentará, com isso elas se afastarão,
fazendo com que aquele corpo ocupe um espaço maior. Na verdade, o
que acontece é que as moléculas se afastam mais do que se aproximam,
pois a força de repulsão aumenta a uma taxa maior que a de atração.
(Veja gráfico a seguir.)

d
∆L = LO a ∆T

em que:
∆L → variação do comprimento (∆L = L – Lo)
Lo → comprimento inicial
L → comprimento final (L = Lo + ∆L) αFe = 13.10−6 ºC−1
repulsão atração 
a → coeficiente de dilatação linear α Cu = 16.10−6 ºC−1
∆T → variação de temperatura (∆T = T – To) α = −6 −1
A dilatação térmica é o fenômeno que um corpo apresenta ao variar  vidro 8.10 ºC
suas dimensões geométricas quando sua temperatura se modifica, sendo, Podemos também obter uma expressão para o comprimento final L:
inclusive, esse o fenômeno usado para a construção de termômetros de ∆L = L – Lo = LO a ∆T
coluna líquida. L = Lo + LO a ∆T
Dependendo da quantidade de dimensões variantes, classificamos a
dilatação térmica em linear, superficial ou volumétrica.
L = Lo (1+ a ∆T)
(A) Dilatação linear: apenas uma dimensão varia. Por exemplo: uma
barra de ferro cujo comprimento aumenta quando aquecida.
(B) Dilatação superficial: apenas duas dimensões variam. Lembrando 3. Dilatação superficial
que duas dimensões podem representar uma área, pode-se dizer que a
dilatação superficial provoca uma variação de uma área. Por exemplo:
uma chapa de aço que tem sua área aumentada quando aquecida.
(C) Dilatação volumétrica: as três dimensões do corpo variam.
Lembrando que três dimensões podem representar um volume,
pode-se dizer que a dilatação volumétrica provoca uma variação de
um volume. Por exemplo: um bloco de cobre que tem seu volume
aumentado quando aquecido.

Obs.:
– A rigor, toda dilatação tem caráter volumétrico. No entanto, há casos
em que alguma dimensão é tão maior que outra que a dilatação da
segunda é desprezível face da primeira, caracterizando, assim, a
dilatação linear (apenas uma dilatação é considerável) e a superficial ∆A = AO b ∆T
(apenas duas são consideráveis).
– O oposto à dilatação térmica é a contração térmica. Quando um corpo
sofre um decréscimo de temperatura, suas dimensões se contraem. em que:
∆A → variação da área (∆A = A – Ao)
Ao → área inicial
bFe = 26.10−6 ºC−1
A → área final (A = Ao + ∆A) 
b → coeficiente de dilatação superficial bCu = 32.10−6 ºC−1

bvidro =16.10−6 ºC−1

IME-ITA 319
Física II – Assunto 2

∆T → variação de temperatura (∆T = T – To) Sua área final é A = ab. (ii)


Podemos também obter uma expressão para a área final A: Aplicando-se a dilatação superficial temos:
∆A = A – Ao = AO b ∆T A = Ao (1+ β ∆T) (iii)
A = Ao + AO b ∆T Tomando-se um filete da placa de largura muito pequena nas direções
vertical e horizontal:
A = Ao (1+ b ∆T)
bO

b
4. Dilatação volumétrica
aO
a

Aplicando-se a dilatação linear nestes filetes temos:


a = ao (1+α ∆T)
b = bo (1+ α ∆T) (iv)

Substituindo as equações (iii) e (iv) na equação (ii) temos:


Ao (1+ β ∆T) = ao (1+ α ∆T) bo (1+ α ∆T)

∆V = VO γ ∆T Substituindo a equação (i) e simplificando


1+β ∆T = (1+ α ∆T)(1+ α ∆T)
1+ β ∆T = 1+ 2α ∆T + α2 ∆T2
em que: β = 2α + α2 ∆T
∆V → variação do volume (∆V = V – Vo)
Vo → volume inicial Como os coeficientes são da ordem de 10-6 podemos desprezar o 2o
 γ Fe = 39.10−6 ºC−1
V → volume final (V = Vo + ∆V)  termo da 2a parcela e assim obtemos a relação entre α e β.
γ → coeficiente de dilatação volumétrica  γ Cu = 48.10−6 ºC−1
∆T → variação de temperatura (∆T = T – To) 
 γ vidro =24.10−6 ºC−1
β=2α
Podemos também obter uma expressão para o volume final V:
∆V = V – Vo = VO γ ∆T
Utilizando o mesmo artifício na dilatação de um sólido de dimensões
V = Vo + VO γ ∆T ao, bo e co chegamos à relação entre α e γ:
V= Vo (1+ γ ∆T)
γ = 3α

5. Relação entre os coeficientes Resumindo:

α, β e γ α b γ
= =
Seja uma placa de dimensões ao e bo. 1 2 3

ao
6. Comportamento dos espaços
bo
vazios
Verifica-se experimentalmente que os furos de chapas ou buracos em
sólidos, como, por exemplo, o espaço de dentro de um copo, comportam-
se como se este espaço fosse feito do próprio material. Ou seja, ao se
Sua área inicial é Ao = aobo. (i) aplicar a dilatação volumétrica em uma chapa com um furo, este furo irá
Ao sofrer uma variação de temperatura ∆T as dimensões ficam a e b aumentar de tamanho como se fosse feito do material da chapa.

320 Vol. 1
Dilatação

No caso de um copo, por exemplo, utiliza-se seu volume interno (parte


vazia) como parâmetro para dilatação, visto que este é muito maior que
9. Comportamento anômalo da água
o volume de vidro.
densidade
7. Dilatação de líquidos
Nos líquidos, como foi dito anteriormente, aplicamos, em geral,
água
a dilatação volumétrica. Porém, como os líquidos estão sempre
acondicionados em recipientes, e, estes também dilatam, deve-se ficar
atento para não se esquecer de considerar a sua dilatação quando
pertinente.
Um caso bastante comum é quando temos um recipiente completamente
outras
cheio de um líquido, cujo coeficiente é maior que o do recipiente. Nesse substâncias
caso, ocorrerá um derramamento do líquido.
Experimentalmente, surge daí um novo coeficiente de dilatação
volumétrico, o APARENTE. temperatura
Esse coeficiente representa apenas a porção de líquido que derrama
e está relacionado com os dois coeficientes do experimento (do líquido
e do recipiente). 0º 1º 2º 3º 4º 5º
No exemplo abaixo, podemos desenvolver essas relações.
Conforme vimos anteriormente, um aumento na temperatura causa,
Um recipiente de volume Vo, à uma temperatura qo, é aquecido até
nas substâncias, uma diminuição da sua densidade. Porém, a água tem
uma temperatura q. Verifica-se um derramamento do líquido (volume
comportamento diferente na faixa de temperatura que vai de 0ºC até 4ºC.
extravasado).
Verifique no gráfico anterior.
Este fenômeno ocorre devido à quebra das chamadas “pontes de
volume
extravasado hidrogênio”. Esse tipo de dilatação anormal explica por que um lago
congela apenas na superfície, e, como o gelo é um isolante térmico, a
vida animal e vegetal é preservada.
Aquecimento
θ0 θ 10. Simplificações úteis
Como α é da ordem de 10-5 ºC-1 e ∆T geralmente da ordem de 102 ºC,
Esse volume extravasado chamamos de DVaparente e pode ser calculado é possível fazermos simplificações no cálculo de equações de dilatação
pela diferença entre a dilatação do líquido e do recipiente: que são compatíveis com os erros cometidos nas medidas do coeficiente.
DVaparente =DVlíquido – DVrecipiente
Aplicando as fórmulas de variação de volume, temos: Portanto, temos:
Vo. gaparente ∙ Dq = Vo ∙ glíquido ∙ Dq – Vo ∙ grecipiente ∙ Dq (A) (1 + α∆T).(1 + α∆T) = 1 + 2α∆T
Dividindo a expressão acima por Vo ∙ Dq, temos: (B) (1 + α∆T)n = 1 + nα∆T
gaparente= glíquido – grecipiente (C) (1 + α∆T)/(1 + α’∆T’) = 1 + α∆T – α’∆T’

Atenção: A expressão acima só é válida quando os volumes iniciais Exemplo: em um problema qualquer, recai-se na seguinte conta:
são iguais. (1 + 0,000020 · 150)/1,000020 · 50

8. Variação da massa específica de O melhor a fazer nesse caso é usar a 3a simplificação, pois:
1 + 0,000020 · (150 – 50) = 1,0020
uma substância
m Se fizéssemos pelo método “normal”:
→ massa específica ou densidade absoluta: ρ =
v 1,0030/1,0010 = 1,001998
Seja um corpo feito de uma substância cuja massa específica é ρo.
Isto significa que se este corpo tem um volume inicial Vo sua massa m Perceba que a simplificação que fizemos conduz a um resultado
será dada por: compatível com erros e algarismos significativos.
m = ρoVo
Após uma variação de temperatura ∆T, seu volume será 11. Lâminas bimetálicas
V = Vo(1 + γ∆T) Ao unirmos duas lâminas feitas de materiais de coeficientes de
Como a massa não varia, dilatação diferentes, teremos algo como mostra o esquema abaixo:
ρoVo = ρ V = ρ Vo(1 + γ∆T)
A nova massa específica desta substância será
ρo
ρ=
1 + γDT

IME-ITA 321
Física II – Assunto 2

Ao aquecermos esse sistema, teremos que uma das lâminas se raio maior.
dilatará mais do que a outra. Isto porque se analisarmos a equação da – A lâmina que se dilata menos terá L menor; consequentemente, terá
dilatação linear um raio menor.

L = L0(1 + α∆T) Aquecimento Resfriamento

veremos que L depende apenas de L0, α e ∆T. Como o comprimento


inicial é o mesmo (as lâminas tinham o mesmo tamanho) e a variação de
temperatura é a mesma para ambas, terá maior L a lâmina que tiver maior α.
ex. 1: lâmina superior com maior ex. 2: lâmina inferior com maior
Mas, pelo fato de elas estarem presas, a tendência do sistema será coeficiente coeficiente
curvar-se, e a direção da curva se dá com as seguintes análises:
– A lâmina que se dilata mais terá L maior; consequentemente, terá um

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Solução:
01 Uma esfera maciça de raio 3 m (113 m3) feita de ferro foi colocada Como o diâmetro do eixo era maior que o furo do anel, para encaixar o
em um forno inicialmente a 20ºC. Aquece-se o forno até uma temperatura eixo no furo do anel, podemos basicamente:
de 220ºC. – diminuir o diâmetro do eixo resfriando-o;
– aumentar o diâmetro do furo do anel aquecendo-o;
Determine: Além da figura, uma informação importante é que o coeficiente do latão
→ o novo raio da esfera; é maior que o do aço. Neste caso, o diâmetro do furo do anel aumenta
→ o novo volume da esfera. mais que o do eixo quando aquecido, assim como, diminui mais quando
resfriado. Podemos, assim, aquecer os dois juntos. O diâmetro do furo
Dado: aFe = 13 · 10 – 6 oC – 1 do anel ultrapassará o do eixo.
Logo, a única opção que não permite o encaixe seria resfriar os dois juntos,
Solução: pois, o diâmetro do furo do anel, continuaria a ficar menor que o do eixo.
Para o cálculo do novo raio aplicamos a expressão da dilatação linear:
∆L = LO α ∆T. 05 Em um relógio, o pêndulo é uma barra metálica, projetada para
Na qual L será aqui representado pelo raio, assim: que seu período seja igual a 1s. Verifica-se que, no inverno, quando
∆R = RO α ∆T = 3.13.10-6.200 = 0,0078 m. a temperatura média é de 10°C, o relógio adianta, em média 55s por
Logo, R = 3 + 0,0078 = 3,0078 m. semana; no verão, quando a temperatura média é 30°C, o relógio atrasa,
Poderíamos também aplicar a expressão do comprimento (raio) final: em média 1 minuto por semana.
R = Ro (1+ α ∆T) = 3(1+13.10-6.200) = 3,0078 m
Podemos realizar o cálculo do novo volume de duas formas. A primeira (A) Calcule o coeficiente de dilatação linear do metal do pêndulo.
(não recomendada) seria aplicar fórmula do volume de uma esfera (B) A que temperatura o relógio funcionará com precisão?
4 3.
V= πR
3 Solução:
Precisaremos da expressão do período de um pêndulo:
4
V= π3,00783 ≅ 113,9 m3
3 L
T = 2π
g
A segunda (mais recomendada) seria usando o conhecimento de que
o coeficiente de dilatação volumétrico é, aproximadamente, o triplo do Onde vemos a relação entre T e L.
linear (γ = 3α). Vale ressaltar que:
V = 113(1+ 3 · 13 · 10-6 · 200) = 113,8 m3 – O relógio adianta quando T diminui (logo L diminui por resfriamento).
– O relógio atrasa quando T aumenta (logo L aumenta por aquecimento).
Assinale a alternativa que apresenta um procedimento que não permite
esse encaixe. Uma dica para esses tipos de problema é multiplicar a variação relativa
do período pelo intervalo de tempo em que foi feita a medição. Assim,
(A) Resfriar apenas o eixo. (C) Resfriar o eixo e o anel. temos que o atraso ou o adianto do relógio será dado por:
(B) Aquecer apenas o anel. (D) Aquecer o eixo e o anel.
L L
2π − 2π o
À temperatura ambiente, o diâmetro do eixo é maior que o do orifício do anel. ∆T g g  L 
.∆t = .∆t =  − 1 ∆t
Sabe-se que o coeficiente de dilatação térmica do latão é maior que o do aço. To L  L 
2π o  o 
Diante disso, são sugeridos a Jpão alguns procedimentos, descritos nas g
alternativas a seguir, para encaixar o eixo no anel.
= ( )
1 + α∆T − 1 ∆t

322 Vol. 1
Dilatação

Aqui usamos a aproximação dada anteriormente em simplificações úteis: Solução:


Perceba nessas figuras que a medida utilizando a régua dilatada (70oC)
∆T α∆T será menor que a correta (20oC).
.∆t ≅ ∆t
To 2
Nesse problema, para calcular primeiramente o coeficiente de dilatação, Para aplicar a fórmula de dilatação, neste caso, devemos interpretar (vide
aplicaremos a expressão acima para uma variação de temperatura de figura) que um valor denominado Lo na régua a 20oC terá, ao dilatar até
10°C a 30°C, produzindo um atraso total de (55 + 60) = 115 segundos. 70oC, exatamente 50 cm (Lfinal). Assim:
50 = Lo (1 + 2 ∙ 10–4 ∙ 50)
Assim: Lo = 49,5 cm
α20
115 ≅ 7.24.3600 → α = 1, 9.10−5°C−1  Uma dica nesses problemas é determinar a nova unidade da régua
2
dilatada, isto é, onde a régua dilatada mostrar 1 unidade, vemos (compare
Para determinar a temperatura na qual o relógio é preciso, aplicaremos a nas figuras) que essa unidade medida com a régua correta será maior.
mesma expressão para uma variação de temperatura de Tpreciso até 30°C, u' = 1 ∙ (1 + a∆T) = 1 + 2 ∙ 10–4 (50) = 1,01 cm
produzindo um atraso total de 55 segundos. A relação entre as medidas é dada por:

1, 9.10−5.(30 − Tpreciso ) (medida correta) = (medida errada) × u’


60 ≅ 7.24.3600 →
2 Assim a medida errada será dada por:
Tpreciso = 19, 6°C
50
=
d = 49, 5 cm
Outra solução interessante seria notar que a relação entre atraso ou 1, 01
adianto e a variação de temperatura é direta, assim podemos resolver 07 Um frasco de vidro, cujo volume é de 300 cm³ a 10°C, está
através da proporção: completamente cheio de um certo líquido. Quando se aquece o conjunto
60 115 a uma temperatura de 140°C, transbordam 2 cm³ do líquido. Sendo o
= → Tpreciso = 19, 6°
30 − Tpreciso 30 − 10 coeficiente de dilatação volumétrica do frasco igual a 0,00027/°C, determine:

(A) O coeficiente de dilatação volumétrica aparente do líquido


06 Uma régua feita de certo material cujo coeficiente de dilatação é (B) O coeficiente de dilatação volumétrica real do líquido
2.10–4oC–1 mede corretamente a distância entre 2 pontos que é 50 cm
quando utilizada a 20oC. Solução:
Ao medir esta mesma distância a uma temperatura de 70oC, que valor (A) A dilatação denominada aparente é o volume que transborda. Assim:
encontramos? De quanto foi o erro relativo? ∆Vaparente = Vo .γ aparente .∆T
∆Vaparente 2
γ aparente = = = 5,1.10−5°C−1 
Vo .∆T 300.1330
(B) Para calcular o coeficiente real do líquido usaremos a expressão
demonstrada anteriormente: γlíquido = γaparente + γrecipiente
γ líquido = 5,1.10−5 + 27.10−5 = 32,1.10−5°C−1

EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (UFU) O gráfico a seguir representa o comprimento L, em função da 02 (UEL) Uma barra metálica, inicialmente à temperatura de 20ºC, é
temperatura θ, de dois fios metálicos finos A e B. aquecida até 260ºC e sofre uma dilatação igual a 0,6% do seu comprimento
inicial. Qual o coeficiente de dilatação linear médio do metal, nesse intervalo
L A
de temperatura?
B
03 O gráfico a seguir representa o comprimento (l) de um fio em função
de sua temperatura (t):
l(m)

4,02

0 q 4,00

Com base nessas informações, é correto afirmar que:

(A) os coeficientes de dilatação lineares dos fios A e B são iguais. 0


(B) o coeficiente de dilatação linear do fio B é maior que o do fio A. 10 110 t (ºC)
(C) o coeficiente de dilatação linear do fio A é maior que o do fio B.
(D) os comprimentos dos dois fios em θ = 0 são diferentes. Qual o coeficiente de dilatação linear do material de que é feito o fio?

IME-ITA 323
Física II – Assunto 2

04 (UFPEL) A água, substância fundamental para a vida no planeta, Com relação à temperatura do ferro regulada pelo parafuso e aos
apresenta uma grande quantidade de comportamentos anômalos. Suponha coeficientes de dilatação dos metais das lâminas, é correto afirmar que,
que um recipiente, feito com um determinado material hipotético, se encontre quanto mais apertado o parafuso:
completamente cheio de água a 4°C. De acordo com o gráfico e seus (A) menor será a temperatura de funcionamento e α1 > α2.
conhecimentos, é correto afirmar que: (B) maior será a temperatura de funcionamento e α1 < α2.
V
(C) maior será a temperatura de funcionamento e α1 > α2.
água (D) menor será a temperatura de funcionamento e α1 < α2.
(E) menor será a temperatura de funcionamento e α1 = α2.

09 (VUNESP-SP) A dilatação térmica dos sólidos é um fenômeno


material importante em diversas aplicações de engenharia, como construções
hipotético de pontes, prédios e estradas de ferro. Considere o caso dos trilhos de
trem serem de aço, cujo coeficiente de dilatação é α = 11 . 10–6°C–1. Se
a 10°C o comprimento de um trilho é de 30 m, de quanto aumentaria o
seu comprimento se a temperatura aumentasse para 40°C?
4 T (ºC)
(A) 11 · 10-4 m.
(A) apenas a diminuição de temperatura fará com que a água transborde. (B) 33 · 10-4 m.
(B) tanto o aumento da temperatura quanto sua diminuição não provocarão (C) 99 · 10-4 m.
o transbordamento da água. (D) 132 · 10-4 m.
(C) qualquer variação de temperatura fará com que a água transborde. (E) 165 · 10-4 m.
(D) a água transbordará apenas para temperaturas negativas.
(E) a água não transbordará com um aumento de temperatura, somente 10 Um paralelepípedo de alumínio (aAl = 2 ∙ 10–50C–1 ) tem arestas que,
se o calor específico da substância for menor que o da água. a 0°C, medem 5 cm, 40 cm e 30 cm. De quanto aumenta seu volume ao
ser aquecido à temperatura de 100°C?
05 Um comerciante comprou 10.000 L de álcool em um dia em que a
temperatura era 12ºC. Para obter um lucro extra de 2 %, resolveu esperar EXERCÍCIOS NÍVEL 2
um dia em que a temperatura era θ, para o engarrafamento. Sabendo que o
coeficiente de dilatação volumétrica do álcool é de 1 · 10–3 ºC–1, determine 01 A diferença entre os comprimentos de duas barras metálicas retilíneas
essa temperatura θ. a 0ºC é de 60 cm. O comprimento de cada uma delas, nessa mesma
temperatura, a fim de que a diferença permaneça constante e independente
06 (CEFET) Um recipiente de 200 cm3 de capacidade, feito de um material da temperatura, será em cm:
de coeficiente de dilatação volumétrica de 100 · 10–6 ºC–1, contém 180 cm3
Obs: Os coeficientes de dilatação linear dos metais constituintes das
de um líquido de coeficiente de dilatação cúbica de 1000 · 10–6 ºC-1. A
barras são:
temperatura do sistema é de 20ºC. Qual a temperatura-limite de aquecimento
α1 =1,6 × 10– 5/°C; α2 = 2,4 × 10– 5/°C
do liquido sem que haja transbordamento?
(A) 60 e 120. (C) 120 e 180.
07 A densidade absoluta de um material a 20ºC é 0,819 g/cm3 e seu
(B) 80 e 140. (D) 180 e 240.
coeficiente de dilatação volumétrica vale 5 · 10–4 ºC. A que temperatura
devemos levar esse corpo, para que sua densidade absoluta torne-se igual
02 (UECE) Duas barras, uma de zinco e outra de estanho, têm o
a 0,780 g/cm3?
mesmo comprimento a 0ºC, e a 100ºC seus comprimentos diferem
08 (UFF) Nos ferros elétricos automáticos, a temperatura de funcionamento, 1 mm. Os coeficientes de dilatação linear do zinco e do estanho,
que é previamente regulada por um parafuso, é controlada por um termostato no intervalo da temperatura considerado, são, respectivamente,
constituído de duas lâminas bimetálicas de igual composição. 26 . 10-6 ºC-1 e 22 . 10-6 ºC-1. Quais os comprimentos das barras a 0ºC?
Os dois metais que formam cada uma das lâminas têm coeficientes de
dilatação α1 – o mais interno – e α2. As duas lâminas estão encurvadas 03 Uma plataforma P foi apoiada em duas colunas, conforme a figura a
e dispostas em contato elétrico, uma no interior da outra, como indicam seguir. Devido a um desnível do terreno, para manter a plataforma sempre
as figuras a seguir. A corrente, suposta contínua, entra pelo ponto 1 e sai horizontal para qualquer temperatura, foi preciso fazer uma das colunas
pelo ponto 2, conforme a figura 1, aquecendo a resistência. À medida que de concreto e outra de ferro. Qual o valor do desnível h, sabendo que a
a temperatura aumenta, as lâminas vão se encurvando, devido à dilatação maior coluna é de concreto e mede 7,8 m a 0ºC?
dos metais, sem interromper o contato. Quando a temperatura desejada é
P
alcançada, uma das lâminas é detida pelo parafuso, enquanto a outra continua
encurvando-se, interrompendo o contato entre elas, conforme a figura 2.

Dados: αconcreto=12 . 10-6 ºC-1; αferro= 13 . 10-6 ºC-1.

324 Vol. 1
Dilatação

04 A figura mostra um bloco apoiado inicialmente sobre uma plataforma R


horizontal que está apoiada sobre duas barras, uma de cobre e outra
de ferro, cujos coeficientes de dilatação linear são, respectivamente,
16.10-6 ºC–1 e 13.10–6 ºC–1. O coeficiente de atrito estático do bloco com
a superfície é de 0,003. A variação de temperatura necessária para que o
bloco inicie o deslizamento sobre a plataforma é:
BLOCO
h

(A) 10 πR02hα/V0
FERRO (B) 1 + 1,7 × 10–12 R0/h
300 cm
(C) 1 + 1,4 × 10–8
(D) 1 + 3,6 × 10–4
(E) 1 + 1,2 × 10–4
COBRE

09 Uma barra com uma rachadura no centro entorta para cima com um
pequeno aumento de temperatura de θºC. Sendo Lo o comprimento inicial
da barra e α o seu coeficiente de dilatação linear, determine x.
30 cm (Considere x <<< Lo)

Lo
(A) 100°C. (D) 120°C.
(B) 180°C. (E) 200°C.
(C) 150°C.
x
05 (UEL) A barra da figura é composta de dois segmentos: um de
comprimento ℓ e coeficiente de dilatação linear αA e outro de comprimento Lo
2ℓ e coeficiente de dilatação linear ∆LB. Pode-se afirmar que o coeficiente
de dilatação linear dessa barra, α, é igual a:
10 Uma barra de metal de 30,0 cm de comprimento sofre uma dilatação de
l 2 0,075 cm, quando sua temperatura sobe de 0º C para 100º C. Outra barra
de um metal diferente, de mesmo comprimento, dilata-se 0,045 cm, sob as
mesmas condições. Uma terceira, também de 30,0 cm de comprimento. é feita
de dois pedaços dos metais acima, colocados em linha, e se expande 0,065
cm entre 0º C e 100º C. Ache o comprimento de cada parte da barra composta.
A B
11 (ITA) Uma ampola de vidro está totalmente cheia com certa massa
(A) α a + α b . (D)
α a + 2α b . mo de líquido a 0ºC. Aquecendo-se o sistema a θºC, resta na ampola só
2 a massa m do líquido. O vidro tem coeficiente de dilatação k, sendo o do
líquido γ. A partir de mo, m, k, γ, calcule θ · α
3(αa + αb ) .
(B) 2α a + α b (E)
. 12 (ITA) Um bulbo de vidro cujo coeficiente de dilatação linear é 3.10-6
3
ºC-1 está ligado a um capilar do mesmo material. À temperatura de –10,0
(C) α a + 2αb . ºC a área da secção do capilar é 3,0 · 10–4 cm² e todo o mercúrio cujo
3 coeficiente de dilatação volumétrica é 180 · 10–6 ºC–1 ocupa o volume total
do bulbo, que a esta temperatura é 0,500 cm³. O comprimento da coluna
06 Um relógio de pêndulo feito de invar é preciso a 20°C. Se o relógio for de mercúrio a 90,0 ºC será:
usado em um clima cuja temperatura média é de 30°C, qual a correção
(aproximadamente) necessária no fim de 30 dias do início da contagem? (A) 270 mm.
(Dado: αinvar = 0,7 · 10–6 ºC–1) (B) 540 mm.
(C) 285 mm.
07 Uma régua de latão, de coeficiente de dilatação linear igual a (D) 300 mm.
2 · 10–5 ºC–1, foi graduada corretamente a 20ºC. Ao ser aquecida, atingiu (E) 257 mm.
uma temperatura θ, na qual as medidas apresentam um erro de 0,1%.
Qual é essa temperatura θ? 13 Um anel de cobre (α = 20. 10–6 oC–1) tem raio interno igual a 5 cm a
20 oC. Determine até qual temperatura devemos aquecê-lo, de modo que
08 (ITA) Uma chapa de metal de espessura h, volume V0 e coeficiente de
esse anel possa ser introduzido num cilindro com base de área igual a
dilatação linear α = 1,2 · 10–5/ºC tem um furo de raio R0 de fora a fora.
A razão V/V0 do novo volume da peça em relação ao original quando a 79,285 cm2. Considere π ≈ 3,14.
temperatura aumentar de 10ºC será:

IME-ITA 325
Física II – Assunto 2

14 (MACKENZIE) A massa específica de um sólido é 10,00g · cm–3 a 100°C EXERCÍCIOS NÍVEL 3


e 10,03g · cm–3 a 32°F. O coeficiente de dilatação linear do sólido é igual a:
01 Três bastões retos, 1 2 e 3, com iguais comprimentos, feitos de
(A) 5,0 · 10–6°C–1. (D) 20 · 10–6°C–1. materiais de coeficientes de dilatação linear α1, α2 e α3, respectivamente,
(B) 10 · 10–6°C–1. (E) 30 · 10–6°C–1. todos a uma mesma temperatura T0, formam um triângulo eqüilátero. A
(C) 15 · 10–6°C–1. que temperatura o ângulo oposto ao bastão 3 será θ? Considere que ∆T
é da ordem de 102 ºC e que α1, α2 e α3 são todos da ordem de 10-5/ºC.
15 (UNIRIO) Um industrial propôs construir termômetros comuns de
vidro, para medir temperaturas ambientes entre 1°C e 40°C, substituindo 02 Uma barra mede exatamente 20,05 cm, medidos com uma régua
o mercúrio por água destilada. Cristóvão, um físico, se opôs, justificando de aço a 20ºC. Colocamos a barra e a régua em um forno a 270ºC e,
que as leituras no termômetro não seriam confiáveis, porque: nestas condições, medimos a barra com régua, obtendo 20,11 cm. Qual
o coeficiente de dilatação da barra? (coeficiente de dilatação linear do aço:
(A) a perda de calor por radiação é grande.
11 · 10–6 ºC–1).
(B) o coeficiente de dilatação da água é constante no intervalo de 0°C a 100°C.
(C) o coeficiente de dilatação da água entre 0°C e 4°C é negativo.
03 (PENSI) Uma régua foi calibrada a 0ºC. Quando utilizada, numa
(D) o calor específico do vidro é maior que o da água.
temperatura θ > 0, para medir uma certa distância, verificou-se que havia
(E) há necessidade de um tubo capilar de altura aproximadamente 13
um erro de 15% nesta leitura. Sendo α o coeficiente de dilatação linear do
vezes maior do que o exigido pelo mercúrio.
material que constitui a régua, responda:
16 (Uema) Um arame de aço, dobrado conforme a figura, está engastado
no teto, no ponto A. Aumentando a sua temperatura de maneira homogênea, (A) o erro foi para mais ou para menos?
a extremidade B terá um deslocamento que será mais bem representado (B) se α = 2 · 10–3 ºC–1, calcule θ.
por qual dos vetores?
04 (Saraeva) Duas lâminas, uma de latão e outra de bronze, de igual espessura
a = 0,2 mm, estão presas entre si por seus extremos de forma que
A à temperatura T1 = 293 K formam uma lâmina plana. Qual será o raio
a
de curvatura da lâmina a T2 = 393 K? Coeficientes de dilatação linear:
B αlatão = 1,1 × 10–5 K–1 e αbronze = 2 × 10–5 K–1.
a
05 (ITA) Um relógio de pêndulo, construído de um material de coeficiente
de dilatação linear α, foi calibrado a uma temperatura de 0°C para marcar
a a um segundo exato ao pé de uma torre de altura h. Elevando-se o relógio
até o alto da torre observa-se um certo atraso, mesmo mantendo-se a
(A) ↑ (D) ↓ temperatura constante.
(B)  (E) ← Considerando R o raio da Terra, L o comprimento do pêndulo a 0°C e que
(C) → o relógio permaneça ao pé da torre, então a temperatura para a qual se
obtém o mesmo atraso é dada pela relação:
17 (FGV-SP) Um serralheiro monta, com o mesmo tipo de vergalhão de
ferro, a armação esquematizada. (A) 2h/ αR.
(B) h(2R + h)/ α R2.
A (C) [(R + h)2– LR]/ α LR.
(D) R(2h + R)/ α (R + h)2.
(E) (2R + h)/ α R.

06 Quatro hastes de ferro, de comprimentos iguais a 20 cm, articulados


nas extremidades, formam um losango ABCD. Deseja-se ligar os vértices
A e C mediante uma barra de zinco de comprimento x, tal que a distância
entre os vértices B e D seja constante, independentemente da temperatura.
Os coeficientes de dilatação linear do ferro e do zinco são, respectivamente,
B 12 · 10–6 oC–1 e 29 · 10–6 oC–1. Qual é o valor de x?
A barra transversal que liga os pontos A e B não exerce forças sobre esses
pontos. Se a temperatura da armação for aumentada, a barra transversal: 07 (ITA) Um quadro quadrado de lado l e massa m, feito de um material
de coeficiente de dilatação superficial β, é pendurado no pino O por uma
(A) continua não exercendo forças sobre os pontos A e B. corda inextensível, de massa desprezível, com as extremidades fixadas no
(B) empurrará os pontos A e B, pois ficará √2 vezes maior que o novo meio das arestas laterais do quadro, conforme a figura. A força de tração
tamanho que deveria assumir. máxima que a corda pode suportar é F. A seguir, o quadro é submetido a
(C) empurrará os pontos A e B, pois ficará Loα Dt vezes maior que o uma variação de temperatura ∆T, dilatando. Considerando desprezível a
novo tamanho que deveria assumir. variação no comprimento da corda devida à dilatação, podemos afirmar que
(D) tracionará os pontos A e B, pois ficará √2 vezes menor que o novo o comprimento mínimo da corda para que o quadro possa ser pendurado
tamanho que deveria assumir. com segurança é dado por:
(E) tracionará os pontos A e B, pois ficará Loα Dt vezes menor que o
novo tamanho que deveria assumir.

326 Vol. 1
Dilatação

08 (UFG-GO- 010) Têm-se atribuído o avanço dos oceanos sobre a costa


terrestre ao aquecimento global. Um modelo para estimar a contribuição
da dilatação térmica é considerar apenas a dilatação superficial da água
dos oceanos, onde toda a superfície terrestre está agrupada numa calota
de área igual a 25% da superfície do planeta e o restante é ocupada pelos
oceanos, conforme ilustra a figura.
z r área do avanço oceânico
L = R Dq
terra
(A) 2 lF bDT / mg . Dados:
q R raio mério da Terra 6.400 km
(B) 2 lF(1 + bDT ) / mg . senq = 0,86
y
(C) 2 lF(1 + bDT ) / (4 F 2 − m2 g 2 ) . coeficiente de dilatação superficial
água da água: (4/3) ∙ 10–4oC–1
(D) 2 lF (1 + bDT ) / 2 F − mg . x

(E) 2 lF (1 + bDT ) / (4 F 2 − m2 g 2 ) .
De acordo com o exposto, calcule a variação de temperatura dos oceanos
responsável por um avanço médio de L = 6,4 m sobre superfície terrestre.

RASCUNHO

IME-ITA 327
Calorimetria A ssunto
3
Física II

1. Noções iniciais 2. Propagação do calor


A calorimetria analisa as trocas de calor entre os corpos e as suas Já vimos que calor é um tipo de energia que passa de um corpo
consequências. Lembrando que calor é energia térmica em trânsito, para outro quando estes estão a diferentes temperaturas. Vamos analisar
poderemos, futuramente, estabelecer princípios gerais para a calorimetria agora como o calor pode ser transmitido. O calor pode ser transmitido
baseados nesse fato. de três modos distintos: por condução, por convecção e por irradiação.
A quantidade de calor (Q) representa a quantidade de energia que Estudaremos cada um desses modos de propagação separadamente.
é trocada entre corpos a diferentes temperaturas quando entre eles se
estabelece uma transmissão de calor; por exemplo, quando colocamos 2.1 Por condução
em contato uma pedra de gelo a 0ºC e um volume qualquer de água líquida Na condução, a transferência de calor é feita de molécula a molécula
a 20ºC. Um fato importante que se deve notar de imediato é que só há sem que elas sejam transportadas.
transferência de calor quando os corpos estão a temperaturas diferentes. Suponha, por exemplo, uma barra de ferro. Por um processo qualquer,
Não haveria troca de calor entre gelo a 0ºC e água a 0ºC se estes fossem as extremidades desta barra são postas a diferentes temperaturas, o que
postos em contato. Exploraremos mais essa ideia ainda neste capítulo. provocará passagem de calor da extremidade a uma temperatura maior
Por ser energia, Q deve ser expresso em unidades de energia. As para a extremidade de temperatura menor, passando ao longo da barra.
mais comuns são:
→ Joule (J) – É a unidade S.I. para energia;
→ Caloria (cal); T1 T2
→ Quilocaloria (kcal ou Cal) = 1.000 cal.
O calor passa de ponto a ponto em gradiente. Chega um instante em que
a temperatura de cada seção mantém-se constante (regime estacionário).
Obs.: No regime estacionário, o fluxo de calor (ou seja, a quantidade de calor que
1 cal = 4,18 J atravessa a barra em um instante de tempo) é constante. Podemos calcular
o fluxo de calor ϕ que atravessa um condutor maciço de área de secção
transversal A e comprimento L, quando a diferença de temperatura entre
Quando um corpo troca calor, suas moléculas podem se modificar
suas extremidades é ∆T. Experimentalmente, observamos que:
energeticamente de duas formas: alterando sua energia cinética ou
alterando sua energia potencial. A energia cinética das moléculas será
alterada quando for verificado que o calor trocado modificou a temperatura k ⋅ A ⋅ ∆T
ϕ=
do corpo. Já a energia potencial dessas moléculas será alterada quando L
for verificado que o calor trocado modificou o estado de agregação dessas ϕ ∆T
moléculas – em outras palavras, quando o corpo mudar de fase. Cada ϕ
um desses efeitos (mudança de temperatura e mudança de fase) ocorre A
em uma faixa de temperatura específica do corpo que troca calor. Por
L
exemplo, analisemos o comportamento de uma massa de água ao longo
do tempo enquanto esta recebe calor e os efeitos que essa troca de calor O fator k da fórmula é chamado “coeficiente de condutibilidade térmica”,
lhe provoca; veja o gráfico esboçado abaixo: característica do material que constitui o condutor. Sua unidade usual é
cal/s·cm·ºC; no S.I.: J/s·m·K. Quanto maior o k de um material, melhor condutor
T (ºC)
de calor ele é. Quanto mais próximo de 0 é o k, melhor isolante é o material.
(vapor a 100ºC)
Lembremos também que, por definição, fluxo de calor é a razão entre
(água se transformando
em vapor)
uma quantidade Q de calor que atravessa uma região e o intervalo de
100
(vapor esquentando) tempo ∆t correspondente:
(água a 100ºC)
Q
ϕ=
0
(água esquentando) ∆t
tempo
(água a 0ºC)
(gelo se transformando em água) 2.2 Por convecção
(gelo a 0ºC)
–50 Na convecção, a transferência de calor também se faz de molécula a
(gelo esquentando) molécula, mas, simultaneamente, ocorre transporte de matéria: partículas
(gelo a – 50ºC) frias se deslocam para regiões mais quentes e partículas quentes para
regiões mais frias. Por exemplo, quando aquecemos água em um
recipiente, verifica-se nesta corrente de água as diferentes temperaturas
Percebamos que uma mudança de fase não ocorre sempre com que se deslocam no recipiente, transportando o calor. Observa-se que a
aumento de temperatura e vice-versa. Assim, estudam-se cada um desses convecção só se verifica nos fluidos, já que as moléculas de sólidos são
“tipos” de troca de calor separadamente. Definem-se, portanto, CALOR muito coesas.
SENSÍVEL (aquele que provoca uma variação de temperatura) e CALOR Ex.: brisa marítima e brisa terrestre, funcionamento do ar condicionado.
LATENTE (aquele que provoca uma mudança de fase).

328 Vol. 1
Calorimetria

2.3 Por irradiação Obs.:


Processo de propagação do calor no qual a energia térmica passa A capacidade térmica de um corpo de massa m e constituído de um
de um corpo para outro por meio de ondas eletromagnéticas. É o único material de calor específico c pode ser determinada pelo produto destas
processo de propagação de calor que pode ocorrer no vácuo. duas características físicas.
Ex.: Energia solar, parede interna de vidro espelhado de uma garrafa térmica C=mc
para evitar a propagação por irradiação.
3.1 Equivalente em água de um corpo
Obs.:
É a massa de água (meq) que possui a mesma capacidade térmica
Garrafas térmicas do corpo.
É impossível evitar a transferência de calor de um corpo para outro, (m c)água = (m c)corpo
ou seja, não existe sistema 100% termicamente isolado, embora possa
se diminuir bastante o fluxo de calor entre eles. Observação:
Nesse aspecto, temos como exemplo prático as garrafas térmicas, cuja O equivalente pode ser em relação a outra substância qualquer no lugar
função é atenuar as trocas de calor entre um corpo e o ambiente externo. da água.
Elas servem tanto para manter um corpo quente a maior temperatura que
o ambiente, quanto para manter um corpo frio a menor temperatura que 3.2 Calorímetro
o ambiente, ambos por um intervalo de tempo maior. Recipiente utilizado para experiências de trocas de calor entre dois ou
Também chamada de “vaso de Dewar”, um esquema geral de uma mais corpos. São normalmente adiabáticos, isto é, não trocam calor com
garrafa térmica é: o meio exterior. Podem participar, ou não, das trocas de calor.
tampa • Calorímetro que participa das trocas de calor: possui capacidade
térmica → Ccal
• Calorímetro que não participa das trocas de calor: possui capacidade
vácuo térmica desprezível → Ccal = 0
paredes espelhadas
3.2 Calor Latente
É a quantidade de calor que um corpo recebe ou cede tendo como
consequência sua mudança de estado.
Consiste em duas paredes separadas por vácuo, a fim de se evitar Q=mL
entre elas condução e convecção. A tampa impede o contato com o
ar externo, evitando troca de calor por convecção. Geralmente feita de Em que:
material isolante, para também evitar a condução de calor. As paredes Q → quantidade de calor latente
espelhadas evitam a troca de calor por irradiação, já que refletem boa
m → massa do corpo que muda de fase
parte da energia irradiada.
L → calor específico latente da substância que constitui o corpo

3. Trocas de calor Obs.: É importante se o calor latente será positivo ou negativo, ou seja, se
o corpo cede ou recebe calor; como nos exemplos abaixo
Calor sensível
É a quantidade de calor que um corpo recebe ou cede tendo como Ex.: calor específico latente da água
consequência a variação de sua temperatura . → calor específico latente de fusão: LF = 80 cal/g
Equação fundamental da calorimetria: → calor específico latente de solidificação: LS = – 80 cal/g
→ calor específico latente de vaporização: LV = 540 cal/g
Q = m c ∆T → calor específico latente de condensação: LF = – 540 cal/g
Em que:
Recordemos as mudanças de fase de uma substância observando
Q → quantidade de calor sensível o esquema abaixo:
m → massa do corpo que varia a temperatura
c → calor específico da substância que constitui o corpo vapor
cAl = 0,219 cal/g · ºC
cágua = 1,000 cal/g · ºC sublimação vaporização
cgelo = 0,550 cal/g · ºC condensação
cvapor = 0,480 cal/g · ºC
∆T → variação de temperatura fusão
sólido líquido
Capacidade térmica – C solidificação
É a quantidade de calor que um corpo precisa receber ou ceder para
que sua temperatura varie de um grau.

Q = C ∆T

IME-ITA 329
Física II – Assunto 3

4. Lei zero da termodinâmica Após a contagem do tempo, observaremos que algumas partículas
do líquido vaporizam-se, começando a preencher o espaço que antes era
Equação geral das trocas de calor: Se dois ou mais corpos, que vácuo. Esse vapor exerce uma pressão nas paredes do recipiente e no
trocam entre si apenas calor, constituem um sistema isolado (ou seja, não próprio líquido, que é a pressão de vapor.
trocam calor com o que está fora desse sistema), a soma da quantidade Observaremos que, inicialmente, a quantidade de par tículas
total de calor cedido com a quantidade total de calor recebido é nula vaporizadas (e, consequentemente, a pressão de vapor) aumenta com
(princípio da conservação de energia). o tempo. Mas, simultaneamente com esse aumento de pressão, outro
Qcedido + Qrecebido = 0 ou ∑Q = 0 fato ocorre: partículas de vapor, ao colidir com a superfície do líquido,
Obs.: podem perder energia e voltar à fase líquida. Esse número de colisões
→ Calor recebido por um corpo é sempre positivo (Q > 0) aumenta com o número de partículas na fase de vapor. Isso significa que,
embora sempre haja partículas de líquido se vaporizando, também haverá
→ Calor cedido por um corpo é sempre negativo (Q < 0)
partículas de vapor se condensando. Haverá um instante em que essas
duas velocidades de mudança de fase se igualarão, havendo um equilíbrio
5. Diagrama de fases dinâmico. Nesse instante, a quantidade de vapor é máxima e constante;
essa massa de vapor exerce a chamada “pressão máxima de vapor”.
Um diagrama de fases é um gráfico que representa as curvas de fusão,
vaporização e sublimação, associando essas transformações a variáveis
de estado da substância, geralmente a pressão e a temperatura.
decorrer
P P
do tempo
A A
CO2 H2O
S C Ponto S C Ponto
L Crítico L Crítico
Ponto Ponto
Tríplice G Tríplice G
T V T V A pressão de vapor de uma substância é função apenas da temperatura
e não do volume.
T T
O O
Pressão de vapor-d’água
Nomes das curvas
OT → curva de sublimação; TA → curva de fusão; TC → curva de vaporização T Pressão T Pressão T Pressão
Ponto tríplice (ponto triplo): Pressão e temperatura na qual coexistem (ºC) (mmHg) (ºC) (mmHg) (ºC) (mmHg)
os três estados da substância. –15 1,436 24 22,377 115 1267,98
Substância Temperatura (K) Pressão (10 Pa) 5
–13 1,691 26 25,209 120 1489,14
Hidrogênio 13,84 0,0704 –11 1,987 28 28,349 125 1740,93
Oxigênio 54,36 0,00152 –9 2,326 30 31,824 130 2026,16
Dióxido de carbono 216,55 5,17 –7 2,715 35 42,175 135 2347,26
Água 273,16 0,00610 –5 3,163 40 55,324 140 2710,92

Ponto Crítico: Temperatura e pressão acima das quais as fases líquida –3 3,673 45 71,88 145 3116,76
e vapor não podem mais coexistir, isto é, mesmo variando a pressão –1 4,258 50 92,51 150 3570,48
ou a temperatura a substância não muda mais de estado. Acima desta
0 4,579 55 118,04 155 4075,88
temperatura e pressão o estado é chamado de gasoso.
2 5,294 60 149,38 160 4636,00
Substância Temperatura (K) Pressão (105 Pa)
4 6,101 65 187,54 165 5256,16
Hidrogênio 33,3 13,00
6 7,013 70 233,70 170 5940,92
Oxigênio 154,8 50,8
8 8,045 75 289,10 175 6694,08
Dióxido de Carbono 304,2 73,9
10 9,209 80 355,10 180 7520,20
Água 647,4 221,2
12 10,518 85 433,60 185 8423,84

6. Pressão de vapor 14 11,987 90 525,76 190 9413,36


16 13,634 95 633,90 195 10488,76
(pressão máxima de vapor)
18 15,477 100 760,00 200 11659,16
Suponha um frasco tampado que contém um líquido qualquer.
Inicialmente, sobre esse líquido, há vácuo: 20 17,535 105 906,07 205 12929,12
vácuo 22 19,827 110 1074,56 210 14305,48

líquido Obs.:
Um líquido entra em ebulição quando sua pressão de vapor se iguala à
pressão atmosférica. Por isso, a água ferve a 100ºC ao nível do mar, porém
ferve a temperaturas menores quando a altitude aumenta (menor pressão)

330 Vol. 1
Calorimetria

7. Umidade EXERCÍCIOS RESOLVIDOS


O ar atmosférico é uma mistura de gases contendo cerca de 78% de 01 Um cozinheiro quer comprar uma panela que esquente rápida e
nitrogênio, 21% de oxigênio e pequenas quantidades de dióxido de carbono, uniformemente. Ele deve procurar uma panela feita de um material que
vapor-d’água e outros gases. A massa de vapor-d’água por unidade de tenha:
volume chama-se umidade absoluta.
A pressão total exercida pela atmosfera é a soma das exercidas por (A) alto calor específico e alta condutividade térmica.
seus componentes gasosos, ou seja, das suas pressões parciais. A razão (B) alto calor específico e baixa condutividade térmica.
entre a pressão parcial e a máxima de vapor é denominada umidade (C) baixo calor específico e alta condutividade térmica.
relativa. (D) baixo calor específico e baixa condutividade térmica.

pressão parcial de vapor Solução:


umidade relativa (%) = 100 ⋅
prressão máxima de vapor Quanto maior o calor específico de um material, maior a capacidade
térmica de um corpo feito desse material, logo maior será a retenção
de calor desse corpo. Desejamos, então, a fim de fabricarmos uma
Quando a pressão parcial se iguala à pressão máxima, dizemos panela que esquente rapidamente o seu conteúdo, um material de
que o vapor está saturado e a umidade relativa será de 100% e não baixo calor específico, para que a panela não retenha o calor. Quanto
haverá evaporação. Se a pressão parcial ultrapassar a máxima, haverá maior a condutividade térmica de um corpo, maior será a propagação
condensação, diminuindo a pressão parcial até se igualar a máxima de calor através deste. Desejamos, então, para essa panela, um
daquela temperatura. Este é o processo pelo qual se formam as nuvens, material de alta condutividade térmica.
o nevoeiro e as chuvas. A alternativa correta é, portanto, a C.
mvapor PM
= =
unidade absoluta
volume RT 02 Um galpão possui 300 m2 de paredes laterais, laje, janelas e portas.
O coeficiente de condutibilidade térmica média deste conjunto é k = 0,50
Obs.: Ponto de orvalho é a temperatura em que o vapor-d’água se torna W/m °C; a espessura média é x = 0,20 m. No inverno, deseja-se manter
saturado. A evaporação torna-se maior quanto menor for a pressão parcial constante, em 20°C, a diferença de temperatura do ar no interior e no exterior
de vapor ou quanto maior for a pressão máxima de vapor. do galpão, durante o período de um mês. Considere 4 J = 1 cal. Qual o
custo mensal para manter constante a temperatura do ambiente interno
7.1 Sobrefusão através de lâmpadas acesas, considerando que 1 MWh de energia elétrica
custa R$ 120,00?
T(oC) Refriamento normal
Solução:
líquido Aplicando-se a Lei de Fourier temos:
0, 5 ⋅ 300 ⋅ 20
solidificação Φ= = 15.000 W = 0, 015 MW
Tsolidificação 0, 2
Qtrocado
Durante 1 mês = 30 · 24 horas = 720 h
T(oC) sólido A energia consumida será E = 0,015 · 720 = 10,8 MWh
Sobrefusão Assim o custo será de R$ 120,00 · 10,8 = R$ 1.296,00

líquido 03 Um grupo de amigos se reúne para fazer um churrasco. Levam


um recipiente térmico adiabático contendo uma quantidade de gelo
Tsolidificação A C solidificação a –4°C e 60 latas com 350 mL de refrigerante, cada uma. As latas
líquido em agitação Qtrocado são de alumínio e quando foram colocadas no recipiente estavam
TSF sobrefusão
a uma temperatura de 22°C. Considere que a densidade e o calor
B sólido específico do refrigerante sejam, aproximadamente, iguais aos da
água. Sabendo-se que, no equilíbrio térmico, a temperatura no interior
do recipiente adiabático é 2°C, calcule:
Sob certas condições os líquidos podem atingir temperaturas abaixo
da de solidificação ainda, aparentemente em equilíbrio, no estado líquido. (A) a quantidade de calor cedida pelas latas e pelo refrigerante;
Este equilíbrio é denominado metaestável (a passagem para sólido é (B) a massa de gelo, em quilogramas, que foi colocada no recipiente.
muito lenta).
Uma simples vibração ou introdução de uma porção sólida provoca Dados:
uma rápida solidificação parcial ou total da substância. O gráfico anterior calor específico do gelo c(g) = 0,50 cal/g°C ; calor específico
ilustra este fenômeno. da água c(a) = 1,0 cal/g°C ; calor específico do alumínio
No intervalo de tempo da solidificação uma parte do líquido libera uma c(Al) = 0,22 cal/g°C;
quantidade de calor suficiente para o aquecimento de todo o sistema que calor latente de fusão do gelo L = 80 cal/g; massa de alumínio em
volta à temperatura de solidificação, sem a interferência do meio externo. cada lata m(lata) = 30 g; densidade da água ρ (a) = 1,0 g/cm3

Qaquecimento = Mtotal ⋅ cliq ⋅ (Tfusão − Tsobr ) = msolidificada Lfusão

IME-ITA 331
Física II – Assunto 3

Solução: Dados:
(A) Qref = 60·350·1·(–20) = – 420.000 cal Cgelo = cvapor = 0,5 cal/g·oC;
QAl = 60·30·0,22·(–20) = –7920 cal Cágua = 1,0 cal/g·oC; cferro = 0,2 cal/g·oC
(B) Lei Zero: Qgelo + Qfusão + Qágua + Qref + QAl = 0 Lfusão = 80 cal/g; Lebulição = 540 cal/g
m·0,5·4 + m·80 + m·1·2 – 427.920 = 0 ⇒ m = 5,1 kg
Solução:
04 Um corpo, de calor latente de fusão igual a 16 cal/g, inicialmente a. Como não sabemos em que fase da água ocorrerá o equilíbrio,
no estado sólido, é aquecido sob a potência constante de uma fonte de faremos alguns cálculos preliminares.
calor. O gráfico seguinte representa a variação da temperatura com o – aquecimento do gelo até 0oC: Q = 100·0,5·5 = 250 cal
tempo. Admitindo-se que o corpo absorva energia de maneira constante – fusão total do gelo: Q = 100·80 = 8.000 cal
ao longo de todo o processo, determine o calor específico do sólido. – resfriamento do ferro até 0oC: Q = 100·0,2·(–120) = – 2.400 cal
Note que o calor liberado pelo ferro é capaz de aquecer o gelo mas
60
não é capaz de fundi-lo totalmente. Tiramos a conclusão que o equilíbrio
ocorrerá ao longo do processo de fusão, logo a 0oC.
50
Podemos calcular a massa de gelo que fundiu aplicando a Lei Zero
com três trocas de calor: aquecimento do gelo (Q1), fusão parcial do
T( C)

40
gelo (Q2) e resfriamento do ferro (Q3).
0

ΣQ = 0 → Q1 + Q2 + Q3 =0 → 250 + m·80 +
30 (–2400) = 0 → m = 26,875 g.

20 b. Agora, refazendo os cálculos preliminares temos:


0 2 4 6 8 10 12 14
t (min)
– aquecimento do gelo até 0oC: Q = 20.0,5.5 = 50 cal
– fusão total do gelo: Q = 20.80 = 1600 cal
Solução: Veja que o calor liberado pelo ferro (2400 cal) supera o total
De 0 a 4 min o sólido se aquece absorvendo um calor: Q1 = m ⋅ c ⋅ ∆T absorvido pelo gelo (1.650 cal)!
De 4 a 12 min o sólido se liquefaz absorvendo um calor: Q2 = m ⋅ L Para determinar este ponto de equilíbrio aplicamos a Lei Zero com
Como a potência é constante: quatro trocas de calor: aquecimento do gelo (Q1), fusão total do gelo
Q1 Q m ⋅ c ⋅ ∆T m ⋅ L (Q2), aquecimento da água (Q3) e resfriamento do ferro (Q4).
= 2 ⇒ = ⇒ ΣQ = 0 → Q1 + Q2 + Q3 + Q4=0 → 50 + 1600 + 20.1.(Teq – 0)+
∆t1 ∆t2 ∆t1 ∆t2
100.0,2.( Teq –120) = 0
L ⋅ ∆t1 16 ⋅ 4
c= = = 0, 4 cal Teq = 18,75oC
∆T ⋅ ∆t2 20 ⋅ 8
07 Um cubo de gelo com massa 67 g e a –15°C é colocado em um
05 Três líquidos distintos são mantidos a T1 = 15OC, T2 = 20OC e T3 = recipiente contendo água a 0 °C. Depois de um certo tempo, estando a
25OC. Misturando os dois primeiros na razão 1 : 1, em massa, obtém-se água e o gelo a 0°C, verifica-se que uma pequena quantidade de gelo se
uma temperatura de equilíbrio de 18oC. Procedendo da mesma forma formou e se agregou ao cubo. Considere o calor específico do gelo 2.090
com os líquidos 2 e 3 ter-se-ia uma temperatura final de 24oC . Determine J/(kg · °C) e o calor de fusão 33,5 · 104J/kg. Calcule a massa total de gelo
a temperatura de equilíbrio se o primeiro e o terceiro líquidos forem no recipiente, supondo que não houve troca de calor com o meio exterior.
misturados na razão 3 : 1 em massa.
Solução:
Solução: Observa-se no texto que certamente houve mudança de estado, neste
Aplicando-se a Lei Zero para a primeira experiência: caso, solidificação da água, enquanto o gelo tem sua temperatura
ΣQ = 0 → Q1 + Q2 =0 → m.c1.(18–15)+m.c2.(18–20) = 0 → aumentada até atingir o equilíbrio com a água (0oC).
→ 3c1 =2·c2
(ºC) equilíbrio
Aplicando-se a Lei Zero para a segunda experiência:
ΣQ = 0 → Q1 + Q2 =0 → m·c2·(24–20)+m·c3·(24–25) = 0 →
→ 4c2 =c3 1 T(ºC)
0
Aplicando-se a Lei Zero para a terceira experiência:
ΣQ = 0 → Q1 + Q2 =0 → 3m·c1·(Teq –15)+m·c3·(Teq – 25) = 0
2
Colocando os calores específicos em função de c2 temos:
3m·(2c2·/3)(Teq–15)+m·4c2·(Teq – 25) = 0
2(Teq–15)+4(Teq – 25) = 0
Teq =65/3oC
Lei Zero: Q1 + Q2 = 0
06 Em um calorímetro são colocadas duas substâncias: gelo e ferro. m · (–33,5 · 104) + 67 · 10–3 · 2090 · 15 = 0
O gelo está a uma temperatura de –5oC e o ferro a uma temperatura de m = 0,0627 kg = 62,7 g
120oC. Considerando a massa de ferro com 100 g calcule a temperatura A massa de gelo no final será de:
de equilíbrio e as fases envolvidas para as seguintes massas de gelo: M = 67 + 62,7 = 129,7 g

a. 100 g. b. 20 g. Atenção: Note que o calor latente de solidificação é negativo. É o valor


simétrico do calor latente de fusão.

332 Vol. 1
Calorimetria

08 (UNIFESP) Sobrefusão é o fenômeno em que um líquido permanece T − 16 13, 929 − 13, 634
nesse estado a uma temperatura inferior à de solidificação, para a = → T = 16, 32o C
18 − 16 15, 477 − 13, 634
correspondente pressão. Esse fenômeno pode ocorrer quando um líquido
cede calor lentamente, sem que sofra agitação. Agitado, parte do líquido (C) Calcular a umidade relativa da sala primeiramente:
solidifica, liberando calor para o restante, até que o equilíbrio térmico U = 0,7 ∙ 55,324 = 38,727 mmHg
seja atingido à temperatura de solidificação para a respectiva pressão. Agora podemos calcular a umidade absoluta:
Considere uma massa de 100 g de água em sobrefusão à temperatura 38, 727 ⋅ 18
U= = 0, 0357 g/L
de –10oC e pressão 1atm, o calor específico da água de 1 cal/g°C e o
62, 3 ⋅ ( 40 + 273)
calor latente da solidificação da água de –80 cal/g. A massa de água
Como a sala possui 100 m3 = 100 ∙ 103L chegamos a massa de
que sofrerá solidificação se o líquido for agitado será:
vapor presente na sala: m = 0,0357 ∙ 105 g = 3,57 kg
(A) 8,7 g (D) 50,0 g.
10 Em um escritório de dimensões 10 × 5 × 3 (em metros) a temperatura
(B) 10,0 g. (E) 60,3 g.
é de 22oC e a umidade relativa 60%. Se um balde com água for jogado
(C) 12,5 g.
no chão dessa sala, qual o volume de água evaporará?
Solução:
Solução: Letra C.
A partir da expressão de umidade absoluta, podemos obter uma
Aplicando a Lei zero da termodinâmica onde o calor recebido por toda
expressão para a massa de vapor num ambiente em função da pressão
massa e o calor perdido para solidificar parte dela, temos:
parcial:
M ∙ c ∙ ∆T + m ∙ L = 0
100 ∙ 1 ∙ [0 – (– 10)] + m (– 80) = 0 Pparcial ⋅ M Pparcial ⋅ M ⋅ V
100.1.10 U= → m = U ⋅V =
=m = 12, 5 g R ⋅T R ⋅T
80

Note que para a massa de vapor mudar a pressão parcial terá que mudar.
09 Tomando como base a tabela de pressão máxima de vapor d’água,
Assim reescrevemos essa expressão em função dessas variações:
determine:
(A) a umidade relativa em um dia que a temperatura está 20oC e a
∆Pparcial ⋅ M ⋅ V
pressão parcial de vapor 14,554 mmHg; ∆m =
(B) a temperatura de orvalho sabendo que a umidade está 90% e a R ⋅T
temperatura 18oC;
(C) a quantidade de vapor em uma sala de 100 m3 a uma temperatura A variação da pressão parcial ocorrerá até que a umidade atinja a
de 40oC e umidade relativa de 70%. saturação (100%). Neste caso a pressão parcial que era de 60% da
pressão máxima, passará a valer 100% da pressão máxima, variando
Solução: 40%, logo:
(A) u 14
=
, 554
= 0, 83 = 83%
17, 535 ∆Pparcial =0,4 ∙ 19,827 = 7,9308 mmHg
(B) Da tabela temos pmáx (18oC) = 15,477mmHg
Daí podemos determinar a pressão parcial de vapor pela umidade Substituindo temos:
relativa: 7, 9308 ⋅ 18 ⋅ 150 ⋅ 103
∆m = = 1165 g
pparcial = 0,9 ∙ 15,477 = 13,929 mmHg 62, 3 ⋅ 295
Como este valor não consta na tabela, teremos que aplicar uma
interpolação linear:

EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (UNITAU) Em um dia quente você estaciona o carro em um trecho 03 (PUC) Três barras cilíndricas idênticas em comprimento e secção
descoberto e sob um sol causticante. Sai e fecha todos os vidros. Quando são ligadas formando uma única barra, cujas extremidades são mantidas
volta, nota que “o carro parece um forno”. Esse fato se dá porque: a 0°C e 100 °C. A partir da extremidade mais quente, as condutividades
térmicas dos materiais das barras valem k, k/2 e k/5. Supondo-se que,
(A) o vidro é transparente à luz solar e opaco ao calor. em volta das barras, exista um isolamento de lã de vidro e desprezando
(B) o vidro é transparente apenas às radiações infravermelhas. quaisquer perdas de calor, a razão q2/q1 entre as temperaturas nas junções
(C) o vidro é transparente e deixa a luz entrar. onde uma barra é ligada à outra, conforme mostra a figura, é:
(D) o vidro não deixa a luz de dentro brilhar fora. lã de vidro

(E) n.d.a.

02 Calor de combustão é a quantidade de calor liberada na queima de


uma unidade de massa do combustível. O calor de combustão do gás de
cozinha é de 6.000 kcal/kg. Quantos litros de água à temperatura de 20ºC
podem ser aquecidos até 100ºC com um bujão de gás de 13 kg? Despreze vapor (100ºC) gelo e água (0ºC)
q2 q1
perdas de calor.
(A) 1,5. (C) 1,2.
Dado: calor específico sensível da água = 1,0 kcal/kgºC. (B) 1,4. (D) 1,6.

IME-ITA 333
Física II – Assunto 3

04 (UNICAMP) Em um aquário de 10 l, completamente cheio de água, 11 Em um calorímetro ideal misturam-se 200 g de gelo a 0ºC com 200 g
encontra-se um pequeno aquecedor de 60 W. Sabendo que em 25 minutos de água a 40ºC. O calor de fusão do gelo é de 80 cal/g. Qual a temperatura
a temperatura da água aumentou de 2,0ºC determine: de equilíbrio térmico e qual a massa de gelo que se funde?

(A) que quantidade de energia foi absorvida pela água; 12 Duas barras quadradas idênticas de metal são soldadas pelas
(B) que fração da energia fornecida pelo aquecedor foi perdida para o extremidades (fig.a). Suponha que haja um fluxo horizontal de 10 cal
exterior. através das barras em 2 min. Quanto tempo seria necessário para manter
(Dados: calor específico da água = 1,0 cal/gºC; 1,0 cal = 4,0 J) este fluxo de calor se elas fossem soldadas conforme a figura b?

05 Qual a massa de vapor a 100°C que deve ser misturada a 500 g de gelo
a 0 °C, num recipiente termicamente isolado, para produzir água a 50°C? 100ºC
0ºC
(cágua = 1 cal/g · ºC; Lsolidificação = 80 cal/g;
Lvaporização = 540 cal/g) (a)

06 Um corpo que está a temperatura de 110ºC é colocado no interior de


200 g de água a 20ºC. Após atingido o equilíbrio térmico, a 38ºC, o corpo
é retirado e introduzido no interior de 100 g de água a 62ºC. Desprezando 100ºC
as eventuais perdas de calor e sabendo que o calor específico sensível da
0ºC
água vale 1 cal/gºC, qual a temperatura final do equilíbrio térmico?

07 (UCS) Três amostras de um mesmo líquido, cujas temperaturas iniciais


são 40ºC, 70ºC e 100ºC, são misturadas em um calorímetro. As massas (b)
das amostras são iguais entre si. Supondo que as trocas de calor ocorrem
somente entre as amostras do líquido, qual a temperatura de equilíbrio da
mistura, em graus Celsius? 13 O gráfico a seguir mostra a curva de resfriamento de 100 g de água,
em um processo lento e sem agitação:
08 Num recipiente de capacidade térmica desprezível encontramos um
líquido a 20ºC. Misturando-se 600 g de água a 80ºC com esse líquido, T (ºC)
obtemos uma temperatura de equilíbrio térmico igual a 60ºC. Qual o
equivalente em água desse líquido?

09 O gráfico mostra a quantidade de calor, Q, absorvida por um corpo de 20,0 g


D tempo
de massa, inicialmente no estado sólido, em função da temperatura θ:
Q (cal)

500 –4 C
400
300
Sendo o calor latente de fusão do gelo igual a 80 cal/g, qual a massa de
200 água que se solidifica no trecho CD ?
100
14 (UFPA) Para o fósforo, a temperatura de fusão é de 44ºC; o calor
o 10 20 30 40 q (ºC) específico no estado líquido, de 0,2 cal/gºC; e o calor latente de fusão, de
5 cal/g. Uma certa massa de fósforo é mantida em sobrefusão a 30ºC.
Num certo instante verifica-se uma solidificação brusca. Que pencentagem
Determine: do total de massa do fósforo se solidifica?

(A) a capacidade térmica do corpo, no estado sólido. 15 Colocando água gelada no interior de um copo de vidro seco, observa-se
(B) o calor específico sensível da substância do corpo, no estado sólido. com o passar do tempo a formação de gotículas de água na parede externa
(C) a temperatura de fusão da substância que compõe o corpo. do copo. Isso se deve ao fato de que:
10 Um bloco de gelo de 4,0 kg de massa que está a uma temperatura de (A) a água gelada atravessa a parede do copo.
–10,0ºC é colocado em um calorímetro (recipiente isolado de capacidade
(B) as gotas d'água sobem pela parede interna do copo alcançando a
térmica desprezível) contendo 5,0 kg de água à temperatura de 40,0ºC.
Qual a quantidade de gelo que sobra sem derreter? parede externa, onde se depositam.
(C) a água fria cria microfissuras na parede do copo de vidro pelas quais
Dados: Calor específico sensível da água = 1,0 kcal/kg ºC; calor específico a água passa para fora.
sensível do gelo = 0,5 kcal/kg ºC; calor específico latente de fusão do (D) o vapor d'água presente na atmosfera se condensa.
gelo = 80 Kcal/Kg. (E) o copo é de vidro.

334 Vol. 1
Calorimetria

16 (ENEM) A panela de pressão permite que os alimentos sejam cozidos 02 (AFA) Para intervalos de temperaturas entre 5°C e 50°C, o calor
em água muito mais rapidamente do que em panelas convencionais. Sua específico (c) de uma determinada substância varia com a temperatura
tampa possui uma borracha de vedação que não deixa o vapor escapar, a (t) de acordo com a equação c = t/60 + 2/15, em que c é dado em cal/
não ser através de um orifício central sobre o qual assenta um peso que g°C e t em °C. A quantidade de calor necessária para aquecer 60 g desta
controla a pressão. Quando em uso, desenvolve-se uma pressão elevada substância de 10°C até 22°C é:
no seu interior. Para a sua operação segura, é necessário observar a
limpeza do orifício central e a existência de uma válvula de segurança, (A) 350 cal.
normalmente situada na tampa. (B) 120 cal.
(C) 480 cal.
O esquema da panela de pressão e um diagrama de fase da água são (D) 288 cal.
apresentados abaixo.
válvula de 03 Colocam-se 100 g de gelo a –10 ºC em um calorímetro contendo 10 g de
segurança água a 40ºC cujo calor específico é igual a 1 cal/g ºC. Sendo o calor latente de
vapor
fusão do gelo igual a 80 cal/g, o calor específico sensível da água no estado
sólido 0,5 cal/g ºC, no estado líquido 1,0 cal/g ºC e desprezando as perdas de
calor, no equilíbrio térmico, descubra o que o calorímetro conterá na situação
de equilíbrio térmico.

04 O calor específico de um corpo de massa m = 200 g varia com a


temperatura conforme a equação: c = 0,005θ+ 0,2 (calor específico em
cal/g ºC e θ temperatura em ºC). Determine:

(A) calor específico médio entre as temperaturas 20ºC e 60ºC;


líquido
(B) a quantidade de calor que se deve fornecer ao corpo para elevar sua
temperatura de 20ºC a 60ºC.
Diagrama de fase da água
5 05 (ITA) Colaborando com a campanha de economia de energia, um
grupo de escoteiros construiu um fogão solar, consistindo de um espelho
4 de alumínio curvado que foca a energia térmica incidente sobre uma placa
coletora. O espelho tem um diâmetro efetivo de 1,00 m e 70% da radiação
pressão (atm)

3 solar incidente é aproveitada para de fato aquecer uma certa quantidade de


líquido água. Sabemos ainda que o fogão solar demora 18,4 minutos para aquecer
2 1,00 L de água desde a temperatura de 20ºC até 100ºC, e que 4,186 · 103 J
vapor é a energia necessária para elevar a temperatura de 1,00 L de água de 1,000
1
K. Com base nos dados, estime a intensidade irradiada pelo Sol na superfície
0
da Terra, em W/m2. Justifique.

0 20 40 60 80 100 120 140 160 06 (Fuvest) Tem-se certa quantidade de uma bebida dentro de um copo
temperatura (oC) a 30ºC. O sistema tem capacidade térmica de 91 cal/ºC. Dentro do copo
coloca-se uma pedra de gelo de 20 g a 0ºC, no interior de um invólucro
A vantagem do uso de panela de pressão é a rapidez para o cozimento de metálico de capacidade térmica de 2,0 cal/ºC. Despreze trocas de calor
alimentos e isso se deve: com o ambiente.
(A) à pressão no seu interior, que é igual à pressão externa. (A) Estabelecido o equilíbrio térmico, qual a temperatura final?
(B) à temperatura de seu interior, que está acima da temperatura de (B) Qual a quantidade mínima de gelo que se deveria dispor para baixar a
ebulição da água no local. temperatura da bebida a 0ºC?
(C) à quantidade de calor adicional que é transferida à panela.
(D) à quantidade de vapor que está sendo liberada pela válvula. Dado: calor específico latente de fusão do gelo = 80 cal/g.
(E) à espessura da sua parede, que é maior que a das panelas comuns.
07 (PENSI) De uma caldeira a 120ºC flui para um recipiente adiabático
EXERCÍCIOS NÍVEL 2 20 g de vapor-d’água superaquecido. Em um depósito de um líquido
refrigerante mantido a –10ºC são retirados 100g de gelo e imediatamente
01 (AFA) Um estudante, querendo determinar o equivalente em água de colocados no recipiente. Determine a temperatura de equilíbrio dentro do
um calorímetro, colocou em seu interior 250 g de água fria e, aguardando recipiente.
um certo tempo, verificou que o conjunto alcançou o equilíbrio térmico a
uma temperatura de 20°C. Em seguida, acrescentou ao mesmo 300 g de Dados:
água morna, a 45°C. Fechando rapidamente o aparelho, esperou até que →calor específico sensível do gelo: 0,5 cal/gºC;
o equilíbrio térmico fosse refeito; verificando, então, que a temperatura →calor específico sensível da água: 1,0 cal/gºC;
final era de 30°C. Baseando-se nesses dados, o equivalente em água do →calor específico sensível do vapor: 0,5 cal/gºC
calorímetro vale, em gramas: →calor latente de fusão: 80 cal/g;
→calor latente de condensação: 540 cal/g.
(A) 400. (C) 200.
(B) 300. (D) 100.

IME-ITA 335
Física II – Assunto 3

08 A figura a seguir mostra uma seção de um muro feito de pinho branco de 13 (Fuvest) Um recipiente de paredes finas contém 100 g de uma liga
espessura La e tijolo de espessura Ld (=2,0 × La), com duas placas internas de metálica. O gráfico representa a temperatura T da liga em função do tempo t.
material desconhecido com idênticas espessuras e condutividades térmicas.
A condutividade térmica do pinho branco é ka e a do tijolo, kd (=5,0 ka). A temperatura
área da superfície do muro é desconhecida. A condução de calor através do T (ºC)
muro atingiu um estado estacionário, com as únicas temperaturas de interface
conhecidas, sendo T1 = 25ºC, T2 = 20ºC e T5 = –10ºC. Calcule a temperatura 347
de interface T4 e T3. 327
307 200 s 10 s
T1 T2 T3 T4 T5
tempo
20 s
–50 0 50 100 150 200 250 300 t (s)
Ka Kb Kc Kd

Interior Exterior Até o instante t = 50 s, a liga recebe de um aquecedor a potência


P0 = 30 W e, a partir desse instante, passa a receber a potência P1 = 43 W.
A temperatura de fusão da liga é 327°C e a de ebulição é superior a
1.500°C. Na situação considerada a liga perde calor para o ambiente a
La Lb Lc Ld uma taxa constante. Avalie:

09 Um anel de cobre de 20,0 g tem um diâmetro de exatamente 1 polegada (A) a quantidade de calor perdida pela liga, a cada segundo, em J.
à temperatura de 0,000ºC. Uma esfera de alumínio têm um diâmetro de (B) a energia (em J) necessária para fundir 1 g da liga.
exatamente 1,00200 pol à temperatura de 100ºC. A esfera é colocada em (C) a energia (em J) necessária para elevar, de 1°C, a temperatura de 1 g
cima do anel e permite-se que os dois encontrem seu equilíbrio térmico, da liga no estado líquido.
sem ser perdido calor para o ambiente. A esfera passa exatamente pelo (D) a energia (em J) necessária para elevar, de 1°C, a temperatura de 1 g
anel na temperatura de equilíbrio. Qual a massa da esfera? da liga no estado sólido.
(Dados: calor específico do cobre: 0,0923 cal/g.K;calor específico do alumínio:
0,215 cal/g · K; coeficiente de dilatação linear do cobre: 17 · 10–6 ºC–1; coeficiente 14 Soldam-se as extremidades de três barras de latão, aço e cobre,
de dilatação linear do alumínio: 23 · 10–6 ºC–1) formando um objeto com a forma de Y. A área da seção reta de cada barra
é de 2 cm2. A extremidade da barra de cobre é mantida a 100ºC e as de
latão e aço a 0ºC. Supor que não haja perdas de calor pelas superfícies das
üüüßü
barras, cujos comprimentos são: cobre 46 cm,; latão 13 cm e aço 12 cm.
Qual a temperatura do ponto de união das três barras ?

A
Dados: condutibilidade térmica:
100ºC aço = 50,2 J/m · s · ºC; cobre = 385 J/m · s · ºC; latão = 109 J/m · s · ºC.
Cu 0ºC
15 Um sistema de ar condicionado aumenta, por segundo, a umidade
relativa de 0,5 m3 de ar, de 30%, para 65%. Qual a massa de água
1,000 pol necessária ao sistema, por hora, se a temperatura é de 20ºC?

Dado: pressão máxima de vapor a 20oC : 17,5 mmHg.


10
(A) Qual a umidade relativa em um dia em que a temperatura é de 20ºC 16 (Fuvest) Uma experiência é realizada para estimar o calor específico de
e o ponto de orvalho é 5ºC? um bloco de material desconhecido, de massa mB = 5,4 kg. Em recipiente
(B) Qual a pressão parcial do vapor-d’água na atmosfera em pascal? de isopor, uma quantidade de água é aquecida por uma resistência
(C) Qual a umidade absoluta em gramas por metro cúbico? elétrica R = 40 , ligada a uma fonte de 120 V, conforme a figura. Nessas
condições, e com os devidos cuidados experimentais é medida a variação
Dados: pressão de vapor a 20ºC: 17,5 mmHg; pressão de vapor a 5ºC: da temperatura T da água, em função do tempo t, obtendo-se a reta A
6,51 mmHg; densidade do mercúrio: 13,6 g/cm3.; gravidade: 10 m/s2. do gráfico. A seguir, repete-se a experiência desde o início, desta vez
colocando o bloco imerso dentro d’água, obtendo-se a reta B do gráfico.
11 Uma panela com água é colocada em um quarto fechado, cujo volume
é de 60 m3, à temperatura de 27ºC e umidade relativa de 60%. T (ºC)

(A) Quantos gramas de água vão evaporar? 40 A


(B) Qual a umidade absoluta em kg/m3?
B
(C) Se a temperatura do quarto sofrer um aumento de 1ºC, quantos gramas
30
a mais de água se evaporam?
120 V
12 (ITA) Um termômetro em uma sala de 8,0 × 5,0 × 4,0 m indica 22ºC, e R 20
um higrômetro indica que a umidade relativa é de 40%. Qual é a massa de
vapor de água na sala, se sabemos que a essa temperatura o ar saturado 6 12 18 t
minuto
contém 19,33 g de água por metro cúbico ?

336 Vol. 1
Calorimetria

Dado: c = 4 J/g°C, para a água 20 Uma barra de gelo de 50 g de massa a –20oC é colocada em contato,
em um calorímetro real, com 20 g de H2O a 15oC. Sabe-se que o calor
(A) Estime a massa M, em kg, da água colocada no recipiente. específico do gelo é 0,5 cal/goC, o da água é 1 cal/goC e o calor latente
(B) Estime o calor específico cB do bloco, explicitando claramente as de fusão da água é 80 cal/g. Sabe-se também que 10% do calor da fonte
unidades utilizadas. quente é perdido através do calorímetro para o meio ambiente. No equilíbrio
térmico, quais as temperaturas e as massas envolvidas?
17 (Fuvest) As curvas A e B na figura representam a variação de temperatura
(T) em função do tempo (t) de duas substâncias A e B, quando 50 g de cada 21 Em uma panela de água fervente, em 1 segundo 5 g de água viram
uma é aquecida separadamente, a partir da temperatura inicial de 20°C, na vapor. Considere que o calor é transmitido à água somente através do
fase sólida, recebendo calor numa taxa constante de 20 cal/s. Considere agora fundo da panela. Desprezando a perda de calor pelas paredes da panela
um experimento em que 50 g de cada uma das substâncias são colocadas e pela superfície da água ao meio ambiente, determine a temperatura
em contato térmico num recipiente termicamente isolado, com a substância da superfície do fundo da panela em contato com o aquecedor. A área
A na temperatura inicial TA=280°C e a substância B na temperatura inicial do fundo da panela é 400 cm2, sua espessura, 4 mm e o coeficiente de
TB=20°C. condutibilidade térmica, 44 J/s.m.oC. Calcule também o fluxo térmico
T (ºC
nesse processo.
320
A
Dados: 1 cal = 4J e calor latente de vaporização de 540 cal/g.
280
240
22 (IME) Considere um calorímetro no qual existe uma certa massa de
200 líquido. Para aquecer o conjunto líquido – calorímetro de 30°C para 60°C
160 B são necessárias Q1 joules. Por outro lado, Q2 joules elevam de 40°C para
120
80°C o calorímetro juntamente com o triplo da massa do líquido.
80
(A) Determine a capacidade térmica do calorímetro nas seguintes situações:
40 Q1 = 2.000 J, Q2 = 4.000 J.
0 t(s) Q1 = 2.000 J, Q2 = 7.992 J.
0 20 40 60 80 100 120 140 (B) Com base nesses dados, em qual das duas situações a influência do material
do calorímetro pode ser desconsiderada? Justifique sua conclusão.
(A) Determine o valor do calor latente de fusão LB da substância B.
(B) Determine a temperatura de equilíbrio do conjunto no final do 23 (ITA) Um fogareiro é capaz de fornecer 250 calorias por segundo.
experimento. Colocando-se sobre o fogareiro uma chaleira de alumínio de massa 500
(C) Se a temperatura final corresponder à mudança da fase de uma das g, tendo no seu interior 1,2 Kg de água à temperatura ambiente de 25oC,
substâncias, determine a quantidade da mesma em cada uma das fases. a água começará a ferver após 10 minutos de aquecimento. Admitindo-se
que a água ferve a 100oC e que o calor específico da chaleira de alumínio
18 (UFRN) Em um calorímetro ideal, há 98 g de água à temperatura de é 0,23 cal/g · ºC e o da água 1,0 cal/g · ºC, pode-se afirmar que:
0ºC. Dois cubinhos metálicos são introduzidos no calorímetro. Um deles
tem massa 8,0 g, calor específico 0,25 cal/gºC e está à temperatura de (A) toda a energia fornecida pelo fogareiro é consumida no aquecimento
400ºC. O outro tem 10 g de massa, calor específico 0,20 cal/gºC e está da chaleira com água, levando a água à ebulição.
à temperatura de 100ºC. Posteriormente, esse último cubinho é retirado (B) somente uma fração inferior a 30% da energia fornecida pela chama é
do calorímetro e verifica-se, nesse instante, que sua temperatura é gasta no aquecimento da chaleira com água, levando a água a ebulição.
50ºC. Calcule a temperatura final de equilíbrio da água e do cubinho que (C) uma fração entre 30% a 40% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida.
permanece no calorímetro. (D) 50% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida.
(E) A relação entre a energia consumida no aquecimento da chaleira com
19 (ITA) Numa cavidade de 5 cm3 feita num bloco de gelo, introduz-se água e a energia fornecida pelo fogão em 10 minutos situa-se entre
uma esfera homogênea de cobre de 30 g aquecida a 100°C, conforme o 0,70 e 0,90.
esquema a seguir. Sabendo-se que o calor latente de fusão do gelo é de 80
cal/g, que o calor específico do cobre é de 0,096 cal/g°C e que a massa 24 (ITA) Um vaporizador contínuo possui um bico pelo qual entra água a
específica do gelo é de 0,92 g/cm3 O volume total da cavidade é igual a: 20ºC, de tal maneira que o nível de água no vaporizador permanece constante.
O vaporizador utiliza 800 W de potência, consumida no aquecimento da água
água até 100ºC e na sua vaporização a 100ºC. A vazão de água pelo bico é:

Dados: Calor específico da água = 4,18 kJ/kg · K;


Massa específica da água = 1,0 g/cm3;
Calor latente de vaporização da água = 2,26 · 103 kJ/kg.

(A) 0,31 mL/s.


gelo (B) 0,35 mL/s.
(C) 2,4 mL/s.
(D) 3,1 mL/s.
(A) 8,9 cm3. (D) 8,5 cm3. (E) 3,5 mL/s
(B) 3,9 cm3. (E) 7,4 cm3.
(C) 39,0 cm3.

IME-ITA 337
Física II – Assunto 3

25 O gráfico a seguir fornece o tempo de cozimento, em água fervente,


de uma massa m de feijão em função da temperatura. Temperatura de ebulição da água em função da pressão
pressão em
Tempo de cozimento versus temperatura 60 64 68 72 76 80 84 88 92 96 100 104 108
160 cm Hg
temperaratura
140 94 95 97 98 100 102 103 105 106 108 109 110 111
em oC
Tempo de cozimento (min)

120
Analise as afirmações.
100
I. Ao nível do mar, essa massa m de feijão irá demorar 40 minutos para
80
o seu cozimento.
60 II. O Mar Morto encontra-se aproximadamente 400 metros abaixo do nível
dos mares (altitude – 400 m). Nesse local, o mesmo feijão demoraria
40 30 minutos para o seu cozimento.
20
III. O tempo de cozimento desse feijão seria de 1,0 hora num local de
altitude aproximadamente igual a 1,0 km.
0 IV. Se esse feijão estivesse no interior de uma panela de pressão fechada,
90 92 94 96 98 100 102 104 106 108 110 112 cuja válvula mantém a pressão interna a 1,42 atm (1,0 atm equivale a
Temperatura (oC) 76 cm Hg), independentemente do local, o tempo de cozimento seria
de aproximadamente 10 minutos.
Sabe-se que a temperatura de ebulição da água, em uma panela sem tampa,
é função da pressão atmosférica local. Na tabela abaixo, encontramos a É(são) verdadeiras):
temperatura de ebulição da água em diferentes pressões. Ao nível do mar
(A) somente I. (D) somente II, III e IV.
(altitude zero), a pressão atmosférica vale 76 cm Hg e ela diminui 1,0 cm
(B) somente I e III. (E) I, II, III e IV.
Hg para cada 100 metros que aumentamos a altitude.
(C) somente I, II e IV.

EXERCÍCIOS NÍVEL 3

01 (IME) Um projétil de liga de chumbo de 10 g é disparado de uma 03 (UFRJ) Em um calorímetro de capacidade térmica desprezível que
arma com velocidade de 600 m/s e atinge um bloco de aço rígido, contém 60 g de gelo a 0°C, injeta-se vapor-d’água a 100ºC, ambos sob
deformando-se. Considere que, após o impacto, nenhum calor é transferido pressão normal. Quando se restabelece o equilíbrio térmico, há apenas
do projétil para o bloco. Calcule a temperatura do projétil depois do impacto. 45 g de água no calorímetro. O calor de fusão do gelo é 80 cal/g, o calor
Dados: de condensação do vapor-d’água é 540 cal/g e o calor específico da água
* Temperatura inicial do projétil: 270C; é 1,0 cal/g oC. Calcule a massa do vapor d’água injetado.
* Temperatura de fusão da liga: 3270C;
04 (Fuvest) Uma caixa-d’água C, com capacidade de 100 litros, é alimentada,
* Calor de fusão da liga: 20.000 J/Kg; através do registro R1, com água fria a 15°C, tendo uma vazão regulada para
* Calor específico da liga no estado sólido: 120 J/Kg0C; manter sempre constante o nível de água na caixa. Uma bomba B retira 3 L/
* Calor específico da liga no estado líquido: 124 J/Kg0C. min de água da caixa e os faz passar por um aquecedor elétrico A (inicialmente
desligado). Ao ligar-se o aquecedor, a água é fornecida, à razão de 2 L/
02 (IME) A figura representa um aquecedor elétrico composto de um min, através do registro R2, para uso externo, enquanto o restante da água
recipiente suposto adiabático e de um circuito cujas três resistências R aquecida retorna à caixa para não desperdiçar energia. No momento em que o
são iguais. Uma massa de 100 g de gelo a –100C são transformadas em aquecedor, que fornece uma potência constante, começa a funcionar, a água,
água a 650C, decorridos 10 minutos e 27 segundos após o fechamento que entra nele a 15°C, sai a 25°C. A partir desse momento, a temperatura da
da chave K. água na caixa passa então a aumentar, estabilizando-se depois de algumas
horas. Desprezando perdas térmicas, determine, após o sistema passar a ter
temperaturas estáveis na caixa e na saída para o usuário externo:

K
+ 10 V
R R R
R1

Determine:

(A) o valor da resistência R. C


(B) o tempo em que se processaria a evolução citada se um dos resistores
estivesse rompido.
Dados: R2
Calor específico do gelo ................. 0,5 cal/g0C
Calor latente de fusão......................... 80 cal/g
Nota: Despreze a capacidade térmica do recipiente. 1 cal = 4,18 J
A B

338 Vol. 1
Calorimetria

Dado: 1 cal = 4 J a várias temperaturas iniciais T, medindo em cada caso a temperatura


final de equilíbrio térmico Te. O gráfico da figura 2 representa o resultado
(A) a quantidade de calor Q, em J, fornecida a cada minuto pelo aquecedor; das experiências. A razão das massas do bloco de ferro e da substância
(B) a temperatura final T2, em °C, da água que sai pelo registro R2 para desconhecida é mf/ms = 0,8. Considere o valor do calor específico do
uso externo. ferro igual a 0,1 cal/(g°C). A partir destas informações, determine para a
(C) a temperatura final Tc, em °C, da água na caixa. substância desconhecida:

05 (UNICAMP) Um escritório tem dimensões iguais a 5 m×5 m×3 m


e possui paredes bem isoladas. Inicialmente a temperatura no interior do termômetro Te (ºC)
escritório é de 25°C. Chegam então as 4 pessoas que nele trabalham, e cada calorímetro
uma liga seu microcomputador. Tanto uma pessoa como um microcomputador
dissipam em média 100 W cada na forma de calor. O aparelho de ar 100

condicionado instalado tem a capacidade de diminuir em 5°C a temperatura


bloco de
do escritório em meia hora, com as pessoas presentes e os micros ligados. ferro
A eficiência do aparelho é de 50%. Considere o calor específico do ar igual a
1.000 J/kg°C e sua densidade igual a 1,2 kg/m3. 50

(A) Determine a potência elétrica consumida pelo aparelho de ar condicionado.


(B) O aparelho de ar condicionado é acionado automaticamente quando a
temperatura do ambiente atinge 27°C, abaixando-a para 25°C. Quanto substância
100 200 300 400 500
tempo depois da chegada das pessoas no escritório o aparelho é desconhecida T (ºC)
acionado?
FIGURA 1 FIGURA 2
06 (OFP) Uma geladeira de 280 litros de volume interno é aberta, em média,
20 vezes num dia. Durante o intervalo de tempo em que a geladeira (A) a temperatura de fusão, Tfusão.
permanece aber ta, toda a massa de ar contida em seu interior é (B) o calor específico, cs, na fase sólida.
espontaneamente substituída por parte do ar existente no local onde ela se (C) o calor latente de fusão L.
encontra. A variação de temperatura que a massa de ar sofre no interior da
geladeira, a cada vez que a porta é aberta e fechada, é de 25 °C. A densidade 08 Uma massa m de água e um bloco metálico de massa M são aquecidos
média e o calor específico do ar são dados por d = 0,0012 g/cm3 e em um laboratório durante um intervalo de tempo Dt, ambos sofrendo a
c = 0,24 cal/g °C, respectivamente, com 1 cal = 4,18 J. mesma variação de temperatura Dq. Usando-se a mesma fonte térmica,
com a mesma potência, dentro de um elevador em queda livre, a mesma
(A) Qual é o processo responsável pela movimentação do ar do interior água precisou de um intervalo de tempo DtA e o mesmo bloco metálico
para o exterior da geladeira e vice-versa? Explique a sua resposta. precisou de um intervalo de tempo DtB para sofrerem a mesma variação
(B) Quantos quilowatts-hora são retirados pela geladeira do ar durante o de temperatura Dq. Se as demais condições não se alteraram, é verdade
período de um mês? que:

07 (Fuvest) Um pesquisador estuda a troca de calor entre um bloco de (A) Dt = DtB < DtA.
ferro e certa quantidade de uma substância desconhecida, dentro de um (B) Dt < DtA = DtB.
calorímetro de capacidade térmica desprezível (ver figura 1). Em sucessivas (C) Dt > DtA = DtB.
experiências, ele coloca no calorímetro a substância desconhecida, (D) Dt = DtA= DtB.
sempre no estado sólido à temperatura To = 20°C, e o bloco de ferro, (E) Dt < DtA < DtB.

RASCUNHO

IME-ITA 339
Termodinâmica A ssunto
4
Física II

1. Definição de gás ideal ou perfeito 2. Pressão de um gás


A pressão que um gás exerce nas paredes internas de um recipiente
évelocidade
igual a um
média
terçodas
dosuas
produto
partículas.
da massa específica pelo quadrado da

1 2
p= ρv
3

em que ρ = m/V
A teoria cinética dos gases aceita o fato de as leis da Mecânica
Newtoniana serem aplicadas ao movimento molecular e supõe as seguintes 3. Energia
gás monoatômico
interna (cinética) de um
hipóteses para um modelo microscópico de gás denominado ideal:

→ Uma porção de gás perfeito é constituída por um grande número de A energia interna de um gás é a soma das energias cinéticas de suas
moléculas em movimento caótico (todas as direções são igualmente moléculas, ela é dada por:
prováveis);
1 2
→ As moléculas não exercem força umas sobre as outras, somente U= E=
c mv
durante as colisões; 2
→ As colisões entre as moléculas ou entre elas e as paredes do recipiente Da definição de pressão, temos:
que contém o gás são perfeitamente elásticas (conservam energia e
quantidade de movimento) e de duração desprezível;
1 2 1m 2
→ Entre colisões sucessivas, o movimento das moléculas é retilíneo e p= ρv = v → mv2 = 3ρV
uniforme. Isto equivale a desprezar as forças de interação gravitacional 3 3V
e intermoleculares; Em vista da equação de Clapeyron:
→ As moléculas são consideradas pontos materiais; isto é, suas dimensões
são desprezíveis se comparadas aos espaços intermoleculares e à
distância que percorrem entre colisões sucessivas. 3
=U = pV n
2

Observação
5
Para gases diatômicos U = nRT , e para poliatômicos, U = 3 nRT
2

4. Velocidade média das moléculas


Igualando as expressões de energia cinética:
1 3
=E = mv n
2
em que n é o número de mols do gás, dado por n = m/M
1 3m
mv =
2

3 RT
Obtemos então: v=
M

340 Vol. 1
Termodinâmica

5. Energia cinética média 7.1 Trabalho em um processo isobárico


por molécula Quando a pressão é constante, podemos simplificar a expressão do
trabalho realizado pelo gás:
x2 x2
E 3 nRT 3 nRT 3 R
ec =
= c
N
= =
2N 2 nN A 2 N A
T τ= ∫ p. A.dx = pA ∫ dx = p. A.∆x
x1 x1

Podemos agora obter também a energia cinética média de cada


molécula, dividindo a energia cinética total da moléculas pelo número de
moléculas N = n.NA
V
R
em que o quociente é denominado constante de Boltzmann (k)
NA
k = 1,38.10–23 J/K
X
Assim, podemos escrever a expressão que demonstra que a temperatura X
X1 X2
só depende da energia cinética das moléculas de um gás perfeito
Na figura, observa-se que o produto A.∆x representa a variação de
3 volume ∆V sofrida pelo gás. Assim chegamos na fórmula do trabalho de
ec = kT
2 um gás em um processo isobárico:
τ = p.∆V

6. Variação da energia interna de Juntamente com a equação de Clapeyron, obtemos outra expressão
um gás monoatômico τ = n.R.∆T
A energia interna de um gás é função apenas do número de mols e • expansão → ∆V > 0 → τ > 0
da temperatura. Assim, para uma certa massa de gás monoatômico, a
• contração → ∆V < 0 → τ < 0
variação de energia interna será dada pela expressão:
7.2 Trabalho em um processo qualquer
3 Quando a pressão não é constante (processos isobáricos), o trabalho
∆U = nR∆T realizado pelo gás pode ser calculado através do gráfico PxV.
2

Observações P
5
→ Para gases diatômicos ∆U = nR∆T , e para poliatômicos, ∆U = 3 nR∆T
2
→ Em qualquer processo que a temperatura final for igual à inicial, a
variação de energia interna é nula.
V
∆T = 0 ⇒ ∆U = 0
Isso implica dizer que a variação da energia interna não depende do processo.
7.3 Troca de calor de um gás
7. Trabalho realizado por um gás Em virtude do gás ideal não mudar de fase, o calor trocado por um
gás será um calor sensível, dado por:
Seja um recipiente formado por um cilindro e um êmbulo móvel de área
A contendo um gás ideal. Os choques das partículas no êmbulo resultam Q = m.c.∆T
em uma força, cujo módulo é dado pela expressão abaixo: Sabemos que a massa m de um gás pode ser calculada pelo número
F = pA ; em que p é a pressão exercida pelo gás. de mols: m = n.M
Da definição de trabalho, podemos obter a expressão para o trabalho Substituindo, temos: Q = n.M.c.∆T
O produto Mc é denominado calor específico molar(C). Assim, a
realizado pelo gás: τ = ∫ F.dx = ∫ p. A.dx
expressão para as trocas de calor dos gases ideais será:

• • •
Q = n.C.∅T
• 
• F
• gás recebe calor → Q > 0
• gás cede calor → Q < 0

IME-ITA 341
Física II – Assunto 4

Obs.: 9. Relação de Mayer


Os calores específicos c e C variam de acordo com o tipo de transformação:
cV → calor específico a volume constante Seja ACB um processo termodinâmico composto por uma isobárica e
CV → calor específico molar a volume constante por uma isovolumétrica. Como os estados A e B pertencem a uma mesma
cp → calor específico à pressão constante isoterma →∆UACB = 0.
CP → calor específico molar à pressão constante ∆UACB = ∆UAC + ∆UCB

8. 1a– Lei Termodinâmica Pela primeira lei termodinâmica: 0 = (QAC – τAC) + (QCB – τCB)
A variação da energia interna (∆U) entre dois estados quaisquer de 0 = (n.Cp.∆TAC – n.R.∆TAC) + (n.Cv.∆TCB – 0)
equilíbrio pode ser determinada pela diferença algébrica do calor (Q) e Como ∆TAC = –∆TCB → n.Cp.∆TAC – n.R.∆TAC = – n.Cv.∆TAC
do trabalho (τ).
∆U = Q – τ Eliminando os fatores comuns: Cp – R = –Cv, temos então:

8.1 Transformação isotérmica (Lei de Boyle) CP – CV = R


∆U = 0 → Q = τ
• gás recebe calor (Q > 0) ⇔ expansão (τ > 0)
P
• gás cede calor (Q < 0) ⇔ contração (τ < 0)

n.R.T dV V C
Q = t = ∫ p.dV = ∫ dV = n.R.T ∫ = n.R.T (ln V − ln Vo ) = n.R.T ln A
V V Vo

8.2 Transformações isovolumétrica,


isocórica ou isométrica (Lei de Charles) T V
B
τ = 0 → ∆U = QV
• gás recebe calor (Q > 0) ⇔ aumento de temperatura (∆T > 0)
• gás cede calor (Q < 0) ⇔ diminuição de temperatura (∆T < 0) 10. Variação da energia interna
∆U = QV = n.CV .∆T em um processo qualquer
Suponha um processo termodinâmico qualquer AB. Como a variação
8.3 Transformação isobárica (Lei de Charles da energia interna não depende do processo, podemos imaginar, por
e Gay Lussac)

}
exemplo, um caminho ACB composto por uma isotérmica (AC) e uma
isovolumétrica (CB), como mostra a figura abaixo:
τ = p.∆V ∆U = n.Cp.∆T – p.∆V
QP = n.Cp.∆T

Utilizando a outra equação do trabalho realizado pelo gás obtemos:


∆U = n.Cp.∆T – p.∆V = n.Cp.∆T – n.R.∆T
∆U = n.∆T(CP – R)

8.4 Transformação adiabática


Q = 0 → ∆U = – τ
• expansão (τ > 0) ⇔ diminuição de temperatura (∆T < 0)
• contração (τ < 0) ⇔ aumento de temperatura (∆T > 0)

}
γ ∆UAB = ∆UAC + ∆UCB = 0 + (QCB – τCB) = 0 + (n.Cv.∆T – 0) = n.Cv.∆T
Equação de Poisson: P · V = cte gás monoatômico γ ≅ 1,7(5/3)
gás diatômico γ ≅ 1,4(7/5)
CP gás poliatômico γ ≅ 1,3(4/3) Logo, em qualquer processo termodinâmico a variação da energia
em que γ = expoente de poisson
CV interna poderá ser dada por:
V2 V2 V2
cV21−γ − cV11−γ
τ = ∫ p.dV = ∫ c.V −γ dV = c ∫ V −γ dV =
1− γ
V1 V1 V1 ∆U = n · CV.
Como P.Vγ = cte, temos:
p1 = cV1−γ e p2 = cV2−γ ;assim,τ = p1V1 − p2V2 = nR(T1 − T2 ) = nR∆T
γ −1 γ −1 1− γ

342 Vol. 1
Termodinâmica

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 (UFG-2007) Transformações termodinâmicas, realizadas sobre um Solução: Letra B.


gás de número de mols constante que obedece à lei geral dos gases Muita atenção sempre nas unidades!
ideais, são mostradas na figura abaixo. Neste problema a temperatura é dada em Celsius, porém, como
utilizaremos a equação de Clapeyron na forma de transformações
V PV PV
I gasosas
1 1
= 2 2 , devemos transformar sempre para escala
n1T1 n2T2
III absoluta. Assim, teremos a seguinte relação:
P1 P P 393
II = 2 → 2 = = 1, 297 = 129, 7%
303 393 P1 303
T
Logo, o aumento percentual foi de aproximadamente 30%.
As transformações I, II e III são, respectivamente,
03 Um gás ideal sofre uma expansão adiabática. Podemos afirmar que:
(A) adiabática, isobárica e isotérmica.
(B) isobárica, adiabática e isotérmica. (A) a temperatura e o volume aumentam.
(C) isotérmica, isobárica e adiabática. (B) a pressão e a temperatura aumentam.
(D) adiabática, isotérmica e isobárica. (C) a temperatura e a energia interna aumentam.
(E) isotérmica, adiabática e isobárica. (D) a temperatura e o calor são constantes.
(E) a energia interna e a pressão diminuem.
Solução: Letra A.
Começe pelo gráfico mais fácil. Neste caso é o de número III. Por ser Solução: Letra E.
uma linha vertical, nota-se que a temperatura não varia, somente o Do ponto de vista da 1a Lei Termodinâmica temos:
volume. Logo, é ISOTÉRMICO. ∆U = Q – τ → ∆U = 0 – τ
Depois o gráfico II é também bastante utilizado. Nele vemos que existe Como trata-se de uma expansão (volume aumenta) sabemos que o
uma relação linear (y=a · x) entre o volume e a temperatura. Pela equação trabalho é positivo. Assim a variação de energia interna (que representa
de Clapeyron podemos identificar esta relação: a variação de temperatura) será negativa (∆U=– τ).
n⋅ R Concluímos que a temperatura diminui.
P ⋅V = n ⋅ R ⋅ T → V = T
P Como em uma adiabática sabemos que P · Vγ=c.
Logo, se o volume aumenta a pressão tem que diminuir.
Neste caso, trata-se de uma transformação ISOBÁRICA. Resumindo:
– Volume → aumenta
Olhe só! Neste momento já temos a resposta! – Temperatura e energia interna → diminuem
– Pressão → diminui
Analisando, ainda assim, o Gráfico I, vemos que a relação não é linear.
Isto significa que tanto volume, como temperatura e pressão estarão 04
variando. Não resta outra opção a não ser a transformação ADIABÁTICA.
Podemos obter esta relação (hiperbólica) partindo da relação entre P P0
R
e V na adiabática: T0 g=10m/s²
P · Vγ=c H=6m
P3
y3

Q
Para que relacionemos apenas V e T para demonstrar aquela relação, Q R Q
y1 y2
substituiremos P através da equação de Clapeyron: 0,5 m P1 P2

n.R.T
P.V = n.R.T → P = → P.V γ = c Fig. 1 Fig. 3
V Fig. 2

n.R.T γ Na figura 1 estão representados um tubo vertical, com a extremidade superior


.V = c → V γ −1.T = c '
V aberta, e dois cilindros maciços Q e R. A altura do tubo é H = 6,0 m e a
área de sua secção transversal interna é S = 0,010 m2. Os cilindros
02 Nos manuais de utilização de um automóvel, recomenda-se que Q e R têm massa M = 50 kg e altura h = 0,5 m, cada um. Eles se
os pneus sejam calibrados a cada 15 dias e à temperatura ambiente, encaixam perfeitamente no tubo, podendo nele escorregar sem atrito,
apresentando, inclusive, sugestão de intervalos de pressão para cada mantendo uma vedação perfeita. Inicialmente, o cilindro Q é inserido no
carga. Em uma região com temperatura ambiente de 30°C, os pneus tubo. Após ele ter atingido a posição de equilíbrio y1, indicada na figura
atingem 120°C após duas horas de viagem. Considerando o ar como 2, o cilindro R é inserido no tubo. Os dois cilindros se deslocam então
um gás ideal e desprezando a variação de volume do pneu, o aumento para as posições de equilíbrio indicadas na figura 3. A parede do tubo é
percentual de pressão será da ordem de: tão boa condutora de calor que durante todo o processo a temperatura
dentro do tubo pode ser considerada constante e igual à temperatura
(A) 20%. (D) 200%. ambiente T0. Sendo a pressão atmosférica P0 = 105Pa (1 Pa = 1 N/m2),
(B) 30%. (E) 300%. nas condições do experimento, determine:
(C) 40%.

IME-ITA 343
Física II – Assunto 4

(A) a altura de equilíbrio inicial y1 do cilindro Q; Então, substituindo os valores, temos:


(B) a pressão P2 do gás aprisionado pelo cilindro Q e a altura de equilíbrio 18 ⋅ 105 = 4, 5 ⋅ 105 + ∆U
final y2 do cilindro Q, na situação da Fig.3;
(C) a distância y3 entre os dois cilindros, na situação da Fig.3. ∆U = 18 ⋅ 105 − 4, 5 ⋅ 105
∆U = 13, 5 ⋅ 105 J
Solução: (C) Pela equação de Clapeyron:
(A) Equilíbrio do cilindro Q:
pV = nRT
Mg + Fatm = F1ar = p1ar S ⇒
Lembrando que:
50.10 + 105.0, 01
p1ar = = 1, 5.105 Pa n = 100 moles
0, 01
R= 8,31 J/mol.K
Transformação gasosa: E pela leitura do gráfico:
p1V1 = p2V2 ⇒
p = 300.000 N/m²
105.0, 01.6 = 1, 5.105.0, 01. y1 ⇒ y1 = 4 m V = 1m³
(B) Equilíbrio do cilindro Q e R: Aplicando na fórmula:
2 Mg + Fatm = F2 ar = P2 ar S ⇒ 3 ⋅ 105 ⋅ 1 = 100 ⋅ 8, 31⋅ T
100 . 10 + 10 . 0, 01
5
3 ⋅ 105
P2 ar = = 2 . 105 Pa T= = 361 K
0, 01 831
(C) Cálculo de y2:
06 Um certo gás, cuja massa vale 140 g, ocupa um volume de 41 litros,
p1V1 = p2V2 ⇒ 105.0, 01.6 = 2.105.0, 01. y 2 ⇒
sobre pressão de 2,9 atmosferas, à temperatura de 17ºC. O número de
y2 = 3 m Avogadro vale 6,02 . 1023 e a constante universal dos gases perfeitos é
Transformação gasosa: R = 0,082 atm l/mol K. Nestas condições, qual é, aproximadamente, o
número de moléculas contidas no gás? E a massa molar?
p1V1 = p2V2 ⇒
105.0, 01.(6 − 3 − 0, 5) = 5.105.0, 01. y 3 ⇒ y 3 = 0, 5 m Solução:
PV 2, 9 × 41
PV = nRT ⇒ n = =
RT 0, 082 × (17 + 273)
05 O gráfico abaixo ilustra uma transformação: 100 moles de gás n = 5 mols
ideal monoatômico recebem do meio exterior uma quantidade de calor
N = n × N A = 5 × 6, 02.1023 ≅ 3.1024 moléculas
de 1.800.000 J. Dado: R = 8,32 J/mol.K.
m m 140
n= ⇒M= = = 28 g
M n 5

07 Certa quantidade de oxigênio tem massa específica de 0,07 g/cm3


sob pressão de 700 mmHg. Determine a pressão desse oxigênio para que
a sua massa específica aumente para 0,09 g/cm3 à mesma temperatura.

Solução:
Por se tratar de uma transformação gasosa, temos:
PV PV
1 1
= 2 2
Determine: n1T1 n2T2
(A) o trabalho realizado pelo gás; Para fazer com que esta expressão contemple a densidade, devemos
(B) a variação da energia interna do gás; fazer duas substituições:
(C) a temperatura do gás no estado A. n = m/M e d = m/V
PV PV PV PV
Solução: 1 1
= 2 2 ⇒ 11 = 2 2
m1 m2 m T m 2T2
(A) O trabalho realizado pelo gás é dado pela área do trapézio sob a T1 T2 1 1

curva do gráfico; logo: M M


P1 P P P
(3 ⋅ 105 + 6 ⋅ 105 ) ⋅ ( 2 − 1) = 2 ⇒ 1 = 2
τ= m1 m2 d T d 2T2
2 T1 T2 1 1
V1 V2
(9 ⋅ 105 ) ⋅ 1
τ= = 4, 5 ⋅ 105 J
2 Substituindo pelos dados do problema:
(B) Pela 1 lei da termodinâmica, temos que:
a 700 P 700 × 0, 09
= 2 ⇒ P2 =
Q = τ + ∆U 0, 07T 0, 09T 0, 07

P2 = 900 mmHg

344 Vol. 1
Termodinâmica

08 Um gás monoatômico (M = 10 g) está a uma temperatura de 400K P = 0, 328 atm


em um recipiente de 3L. Ao receber calor de uma fonte térmica, sofre uma
expansão isobárica e tem sua temperatura aumentada em 30%. Sendo τ = P.∆V = 0, 328.(3, 9 − 3) = 0, 2952 atm . L
a massa do gás de 0,3 g e seu calor específico a pressão constante de
2050 J/kg0C, calcule: Q = m.c.∆T = 0, 3.10−3.2, 05.103.(520 − 400)
Q = 73, 8 J
(A) o volume final o gás;
(B) a pressão do gás; 3 3
(C) o trabalho realizado; ∆U = n.R.∆T = .0, 03.0, 082.(520 − 400)
2 2
(D) o calor recebido pelo gás;
(E) a variação de energia interna. ∆U = 0, 4428 atm.L
(Dado: R = 0,082 atmL/molK)

Solução: Observação
Para transformar a unidade de energia de [atm.L] para [J], devemos
PV PV V V 3 V2
1 1
= 2 2 ⇒ 1= 2 ⇒ = multiplicar por 100. Assim, teremos:
T1 T2 T1 T2 400 400.1, 3
τ = 29, 52 J
=
V2 3=
.1, 3 3, 9 L
∆U = 44, 28 J
0, 3 Note que o calor é a soma do trabalho realizado e da variação de energia
.0, 082.400
n.R.T
P.V = n.R.T ⇒ P = = 10 interna.
V 3

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 As moléculas de hidrogênio, em um recipiente, têm a mesma 05 Um tubo fechado nas extremidades tem um pistão móvel em seu
velocidade quadrática média que as moléculas de nitrogênio, de outro interior, que o divide em duas regiões. A secção transversal do tubo é
recipiente. É correto afirmar, comparando-se os dois gases, que: constante. Na região A existe 1 mol de hidrogênio a 300 K, enquanto na
região B existem 2 mols de nitrogênio a 600 K. Determine a posição de
(A) o nitrogênio apresenta maior temperatura. equilíbrio do pistão.
(B) o nitrogênio apresenta menor pressão.
(C) ambos apresentam mesma pressão. A B
(D) ambos apresentam mesma temperatura.
(E) ambos apresentam mesmo volume.
100 cm

02 Um gás é mantido sob pressão constante. Se a temperatura e o volume


aumentam: 06 O gráfico a seguir representa a pressão em função do volume para 1 mol
de um gás perfeito. O gás vai do estado A para o estado B, segundo a
I. o número de choques por cm2 de parede deve aumentar. transformação indicada no gráfico. Assinale a opção correta:
II. a distância média entre as moléculas aumenta.
III. a energia cinética média das moléculas não sofre alteração. p

Quais são as afirmativas verdadeiras (V) e quais são as falsas (F)? 4a


A

03 Se aumentarmos a temperatura do gás contido em um recipiente


fechado e isolado:
B
a
(A) a energia cinética média das partículas aumentará.
(B) a pressão aumentará e a energia cinética média das partículas 0 b
4b V
diminuirá.
(C) a energia cinética média não se alterará e a pressão aumentará.
(A) A transformação indicada é isotérmica.
(D) a energia cinética média e a pressão permanecerão constantes.
(B) A área assinalada na figura mede a variação de energia interna do gás.
(E) nada do que foi dito ocorrerá.
(C) Na transformação de A para B o gás recebe um calor Q, realiza um
trabalho W, de modo que |Q|=|W|.
04 Em um recipiente hermeticamente fechado, encontramos nitrogênio à
(D) A transformação de A para B é adiabática porque não houve acréscimo
temperatura de 0ºC. Sendo o mol do referido gás igual a 28 g, qual o valor
de energia interna do gás.
da velocidade média das suas partículas? (Dado: R = 8,31 J/mol K.)
(E) A área assinalada na figura NÃO pode ser usada para se medir o calor
recebido pelo gás.

IME-ITA 345
Física II – Assunto 4

07 Um gás ideal vai de um estado A a um estado F através da (C) ambas têm a mesma velocidade média, mas as moléculas de H2 têm
transformação ABCDF e retorna ao estado A através da transformação maior energia cinética média.
FMNA, conforme a figura. Assinale a afirmação correta: (D) ambas têm a mesma energia cinética média, mas as moléculas de N2
têm maior velocidade média.
p (atm) (E) ambas têm a mesma energia cinética média, mas as moléculas de H2
A têm maior velocidade média.
6
B
5
C 11 Sejam o recipiente (1) , contendo 1 moI de H2 (massa molecular
4
N D M = 2) e o recipiente (2) contendo 1 moI de He (massa atômica M = 4)
3
M ocupando o mesmo volume, ambos mantidos a mesma pressão. Assinale
2
a alternativa correta:
1 F
0 1 2 3 4 5 6 V (l ) (A) A temperatura do gás no recipiente 1 é menor que a temperatura do
gás no recipiente 2.
(B) A temperatura do gás no recipiente 1 é maior que a temperatura do
(A) A transformação ABCDF é isométrica.
gás no recipiente 2.
(B) A temperatura do gás em M é menor do que em N.
(C) A energia cinética média por molécula do recipiente 1 é maior que a
(C) As temperaturas em C e D são iguais.
do recipiente 2.
(D) A transformação FMNA é isobárica.
(D) O valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 1 é menor
(E) Como o gás volta ao estado inicial A, o trabalho realizado é nulo.
que o valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 2.
(E) O valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 1 é maior
08 Uma amostra de gás perfeito sofre uma transformação isobárica
que o valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 2.
sob pressão de 60 N/m2, como ilustra o diagrama. Admita que, na
transformação, o gás recebe uma quantidade de calor igual a 300 J.
12 (UFCE) A figura abaixo mostra 3 caixas fechadas A, B e C, contendo,
V (m³)
respectivamente, os gases: oxigênio, nitrogênio e oxigênio. O volume de A é
igual ao volume de B e é o dobro do volume de C. Os gases se comportam
Q como ideias e estão todos em equilíbrio, a uma mesma temperatura.
3

1 A B C
P

0 100 300 T(K) _


Sobre a energia cinética, K, das moléculas em cada uma das caixas,
Qual foi a variação de energia interna do gás? podemos afirmar que:
_ _ _ _ _ _
09 Um mol de gás ideal sofre a transformação A → B → C indicada no (A) K_A = K_c < K_B (D) K_A = K_B = K_C
diagrama pressão x volume da figura: (B) K_A = K_C > K_B (E) KC < KA < KB
(C) KA = KB < KC
p (atm)

A
13 A primeira coluna descreve uma transformação sofrida pelo gás; a
3,0 B
segunda contém a denominação utilizada para indicar essa transformação.

(A) O gás realiza trabalho e sua energia interna não varia.


C (B) O gás tem sua energia interna aumentada e não troca trabalho com o
isoterma meio externo.
0 8,0 10,0 V (l ) (C) O gás não troca calor com o meio externo, mas sua temperatura aumenta.
(D) O gás recebe trabalho e sua energia interna não varia.
a. Qual a temperatura do gás no estado A? (1) Compressão isotérmica.
b. Qual é o trabalho realizado pelo gás na expansão A → B? (2) Compressão adiabática.
c. Qual é a temperatura do gás no estado C? (3) Aquecimento isométrico.
(4) Expansão isotérmica.
(Dado: R (constante dos gases) = 0,082 atm l/mol K = 8,3 J/mol K.)
Em qual das alternativas as associações estão corretas?
10 Considere uma mistura de gases H2 e N2 em equilíbrio térmico. Sobre
a energia cinética média e sobre a velocidade média das moléculas de (A) A–1, B–2, C–3 e D–4.
cada gás, pode-se concluir que: (B) A–4, B–2, C–1 e D–3.
(C) A–4, B–3, C–2 e D–1.
(A) as moléculas de N2 e H2 têm a mesma energia cinética média e a (D) A–3, B–1, C–4 e D–2.
mesma velocidade média. (E) A–2, B–4, C–1 e D–4.
(B) ambas têm a mesma velocidade média, mas as moléculas de N2 têm
maior energia cinética média.

346 Vol. 1
Termodinâmica

14 (ENEM) Considere as afirmações: valor real é de 744 mmHg, ele indica 742 mmHg. Considere que o ar e o
mercúrio estão sempre em equilíbrio térmico e que as medições foram
I. Calor e trabalho são formas de transferência de energia entre corpos. feitas à mesma temperatura (aproximadamente a 20ºC). Qual é, em mm,
II. Calor é medido necessariamente em calorias, enquanto trabalho é o valor do comprimento L do tubo?
somente medido em joules.
III. Dez calorias valem aproximadamente 42 joules.

Pode-se afirmar que apenas: Ar


L
(A) I é correta.
(B) II é correta.
(C) III é correta. Hg
(D) I e II são corretas.
(E) I e III são corretas.

15 Uma bomba de encher pneus de bicicleta é acionada rapidamente, (Despreze a pressão de vapor do mercúrio na parte superior do tubo.)
tendo a extremidade de saída do ar vedada. Consequentemente, o ar é
comprimido, indo do estado 1 para o estado 2, conforme mostram as 03 Na figura, temos uma bomba de bicicleta, com que se pretende
figuras a seguir. encher uma câmara de ar de volume V. A e B são válvulas que impedem
a passagem do ar em sentido inverso. A operação se faz isotermicamente
e o volume da bomba descomprimida (à pressão atmosférica P0) é V0.
Inicialmente, a câmara está completamente vazia. Após N compressões
da bomba, a pressão da câmara será:

A B

 V 
(A) P 0  1+ N  .
 V0 
(B) N P0

Nessas condições, é correto afirmar que a transformação termodinâmica


verificada na passagem do estado 1 para o estado 2 aproxima-se mais (C) N P 0V .
V0
de uma:
N P0 V 0
(D) .
(A) isotérmica, porque a temperatura do ar não se altera. V
(B) adiabática, porque praticamente não há troca de calor do ar com o N P 0(V + V 0)
meio exterior. (E) .
V0
(C) isobárica, porque a pressão do ar não se altera.
(D) isométrica, porque o volume do ar se mantém. 04 Importante para o combate a incêndios de categorias B e C, o extintor
de CO2 (Figura 1) é nada mais que um recipiente resistente à pressão
EXERCÍCIOS NÍVEL 2 interna, capaz de armazenar gás CO2 na forma líquida. Uma alavanca em
forma de gatilho expõe o conteúdo do extintor à pressão atmosférica, e
o CO2 é violentamente expelido pelo bocal, na forma de gás (Figura 2).
01 Um recipiente contém água (densidade de 103 Kg/m3) a 27ºC com Durante sua utilização, verifica-se o surgimento de cristais de gelo sobre
superfície submetida a uma pressão de 1 atm. Na superfície do líquido o plástico do bocal, resultantes da condensação e rápida solidificação da
flutua um balão dilatável, de volume interno 1, cheio de um gás suposto umidade do ar ambiente.
perfeito. Qual a profundidade a que deve ser levado o balão para que
seu volume interno passe a 0,8, considerando que não há diferença de Figura 1 Figura 2
temperatura entre a superfície do líquido e o ponto considerado?

(Dados: 1 atm = 105 Pa; g = 10 m/s2.)

bocal
02 Um barômetro de mercúrio, com escala graduada em mmHg, fornece
leituras erradas da pressão atmosférica, pelo fato de conter um pouco
de ar na parte superior do tubo. Em um local onde o valor da pressão
é de 759 mmHg, o barômetro indica 754 mmHg; em outro local onde o

IME-ITA 347
Física II – Assunto 4

a. Em termos da termodinâmica, dê o nome da transformação sofrida 09 Dentro de um recipiente de paredes rígidas e indeformáveis, provido
pelo CO2 ao passar pelo bocal e descreva o processo que associa o de válvula, há 80 g de um gás ideal comprimido na temperatura ambiente
uso do extintor com a queda de temperatura ocorrida no bocal. e na pressão absoluta de 8 atmosferas. Abre-se a válvula e deixa-se sair
b. O que deveria ser garantido para que um gás ideal realizasse o mesmo gás até que a pressão no interior do recipiente seja a pressão atmosférica,
tipo de transformação, em um processo bastante lento? quando então a válvula é novamente fechada. Considerando-se que o gás
no interior do recipiente tenha sofrido um processo adiabático reversível
05 Uma cesta portando uma pessoa deve ser suspensa por meio de e que a razão Cp/Cv seja 1,5, qual é, em grama, a massa de gás que saiu
balões, sendo cada qual inflado com 1 m3 de hélio na temperatura local do recipiente?
(27°C). Cada balão vazio com seus apetrechos pesa 1,0 N. São dadas
a massa atômica do oxigênio A(O) = 16, a do nitrogênio A(N) = 14, (A) 10. (D) 70.
a do hélio A(He) = 4 e a constante dos gases R = 0,082 atm l mol–1 (B) 20. (E) 80
K–1. Considerando que o conjunto pessoa e cesta pesa 1000 N e que a (C) 60.
atmosfera é composta de 30% de O2 e 70% de N2, determine o número
10. Considere 4 moles de um gás ideal, inicialmente a 2oC de temperatura e
mínimo de balões necessários.
8,20 atm de pressão, que se submete ao seguinte ciclo de transformações:
06 A massa de 2,0 g de ar, inicialmente a 17ºC e 1,64 atm, é aquecida a
I. Compressão isotérmica, cedendo 860 J de calor, até o volume de 10 L;
pressão constante até que seu volume inicial seja triplicado. Determinar:
II. Aquecimento isobárico até a temperatura de 57oC;
III. Despressurização isovolumétrica até a pressão de 8,20 atm;
a. o trabalho realizado;
IV. Resfriamento isobárico até retornar às condições iniciais.
b. o calor cedido ao ar;
c. a variação de energia interna do ar.
a. Represente este ciclo, em um gráfico p (atm) x V (litros), indicando os
Dados: R = 0,082 atm. l/gmol; valores de p, V e T ao final de cada uma das transformações dadas acima.
K; Cp = 0,24 kcal/kg.º C; b. Calcule o trabalho, em joules, realizado pelo gás no ciclo.
k c. Calcule o calor, em joules, absorvido pelo gás no ciclo.
MM do ar = 29, 1 cal ≅ 4,0J, 1 kgf ≅ 10N.
d. Calcule a potência, em watts, de um motor que realiza 10 destes ciclos
07 Um mol de um gás ideal é submetido ao processo apresentado na por segundo.
figura abaixo, passando o gás do estado A ao estado B. Calcule a variação Dados: R (constante dos gases) = 0,082 atm.L/mol.K; 1
de energia interna (U = UB – UA) do gás e a razão r = Q/W, em que Q e atm = 105Pa;
W são respectivamente o calor absorvido e o trabalho realizado pelo gás. 0oC = 273K

Volume 11 Um reservatório indeformável contém um gás perfeito na temperatura


B de 27ºC e à pressão de 12 atmosferas. A pressão máxima admissível no
3V0 reservatório é de 15 atmosferas. A quantidade máxima de calor que pode
então ser fornecida a cada grama de gás, em calorias, é aproximadamente:
A
Dados:
V0 C
Relação entre os calores específicos do gás: P = 1, 4 .
Temp. Absoluta CV
T0 3T0
Constante Universal dos gases perfeitos: R = 2,0 cal .
mol.K
CP Massa molecular do gás: M = 37.
(A) U = 2( CP + R )To ; r = .
R
(A) 10. (D) 4.
(B) U = 2( C − R )T ; r = CP + 1. (B) 8. (E) 2.
P o
R (C) 6.
(C) U = 2( CP − R )To ; r = CP . 12 Na figura, uma pipeta cilíndrica de 25 cm de altura, com ambas as
R extremidades abertas, tem 20 cm mergulhados em um recipiente com
CP mercúrio. Com sua extremidade superior tapada, em seguida a pipeta é
(D) U = 2CPTo ; r = − 1.
R retirada lentamente do recipiente.
(E) N.R.A.
Ar
Observação
CP é a capacidade térmica molar do gás e R a constante dos gases
perfeitos. 25 cm
20 cm

08 Um gás ideal, inicialmente à pressão Po passa por uma expansão livre


(adiabática, sem a realização de trabalho externo) até que o seu volume final Hg
seja de 3,00 vezes o seu volume inicial. (A) Qual a pressão do gás, após a
expansão livre? (B) O gás é então lenta e adiabaticamente comprimido de
volta ao seu volume original. A pressão após a compressão é (3,00)1/3Po. Considerando uma pressão atmosférica de 75 cmHg, calcule a altura da
Determine se o gás é monoatômico, diatômico ou poliatômico. coluna de mercúrio remanescente no interior da pipeta.

348 Vol. 1
Termodinâmica

13 Um mol de gás perfeito está contido em um cilindro de secção S Na temperatura de 100°C e à pressão de 1,00×105 Pa, 1 mol de vapor
fechado por um pistão móvel, ligado a uma mola de constante elástica k. de água ocupa 30 L e o calor de vaporização da água vale 40.000 J/mol.
Inicialmente, o gás está na pressão atmosférica P0 e temperatura T0, e o Determine:
comprimento do trecho do cilindro ocupado pelo gás é L0, com a mola
não estando deformada. O sistema gás-mola é aquecido e o pistão se a. o intervalo de tempo tA, em segundos, necessário para levar a água
desloca de uma distância x. Denotando a constante de gás por R, a nova até a ebulição.
temperatura do gás é: b. o intervalo de tempo tB, em segundos, necessário para evaporar
0,27mol de água.
c. o trabalho W, em joules, realizado pelo vapor de água durante o
processo de ebulição.

15 Um balão esférico de raio 3 metros deve ser inflado com um gás


ideal proveniente de um cilindro. Admitindo que o processo ocorra
isotermicamente, que o balão esteja inicialmente vazio e que a pressão
L0 x final do conjunto cilindro-balão seja a atmosférica, determine:

cal
a. o trabalho realizado contra a atmosfera durante o processo;
(A) T0 +
mol.K
(P0S + k L0) b. o volume do cilindro.

Dados:
(B) T0 + L 0 (P0S + k x)
R pressão atmosférica: 1 kgf/cm2;
pressão inicial do cilindro: 125 kgf/cm2.
(C) T0 + x (P0S + k x) π = 3,1.
R
x
(D) T0 + k (L + x) 16 Um recipiente cilíndrico vertical é fechado por meio de um pistão, com
R 0 8,00 kg de massa e 60,0 cm2 de área, que se move sem atrito. Um gás
x ideal, contido no cilindro, é aquecido de 30°C a 100°C, fazendo o pistão
(E) T0 + (P S + k L0 + k x) subir 20,0 cm. Nesta posição, o pistão é fixado, enquanto o gás é resfriado
R 0
até sua temperatura inicial.
14
Considere que o pistão e o cilindro encontram-se expostos à pressão
atmosférica. Sendo Q1 o calor adicionado ao gás durante o processo de
aquecimento e Q2, o calor retirado durante o resfriamento, assinale a opção
correta que indica a diferença Q1 – Q2.

(A) 136 J.
tampa (B) 120 J .
(C) 100 J.
(D) 16 J.
E
P0
g (E) 0 J.
água pressão

Um recipiente cilíndrico contém 1,5 L (litro) de água à temperatura de 40°C. B C


Uma tampa, colocada sobre a superfície da água, veda o líquido e pode se
deslocar verticalmente sem atrito. Um aquecedor elétrico E, de 1800 W, 500 k
300 k
fornece calor à água. O sistema está isolado termicamente de forma que
o calor fornecido à água não se transfere ao recipiente. Devido ao peso da A D
tampa e à pressão atmosférica externa, a pressão sobre a superfície da
volume
água permanece com o valor Po=1,00×105 Pa. Ligando-se o aquecedor, a
água esquenta até atingir, depois de um intervalo de tempo tA, a temperatura
de ebulição (100°C). A seguir a água passa a evaporar, preenchendo a 17 Um gás ideal realiza o ciclo termodinâmico constituído por duas
região entre a superfície da água e a tampa, até que, depois de mais um isotermas, AB e CD, e duas isóbaras, BC e DA, ilustradas na figura abaixo.
intervalo de tempo tB, o aquecedor é desligado. Neste processo, 0,27 mol As temperaturas correspondentes às isotermas AB e CD valem 300 K e
de água passou ao estado de vapor. 500 K, respectivamente.

Note/Adote 1Pa = 1 pascal = 1N/m2. a. Indique se o módulo Qa do calor absorvido na transformação BC é maior,
Massa de 1mol de água: 18 gramas. igual ou menor do que o módulo Qc do calor cedido na transformação
Massa específica da água: 1,0 kg/L. DA. Justifique a sua resposta.
Calor específico da água: 4.000 J/(°C . kg). b. Calcule a variação da energia interna nesse ciclo.

IME-ITA 349
Física II – Assunto 4

18 Um gás perfeito ocupa o volume de 8 litros sob pressão de 2 atm. a. Represente o ciclo termodinâmico no diagrama PV.
Após uma transformação adiabática, o volume do gás passou para 2 litros. b. Calcule o trabalho total associado a esse ciclo em função de Po, Vo, T1 e T2 .
Sendo o expoente de Poisson g = 1.5, a nova pressão do gás será:
03 Um volume de 1 litro de H2 (para o qual γ = 7/5), à pressão de 1 atm
(A) 8 atm (D) 64 atm e temperatura de 27oC, é comprimido adiabaticamente até o volume de
(B) 16 atm (E) NRA 0,5 L e depois resfriado, a volume constante, até voltar à pressão inicial.
(C) 32 atm Finalmente, por expansão isobárica, volta à situação inicial.

19 Sob pressão constante de 20 N/m², um gás ideal evolui do estado a. Represente o ciclo no diagrama PV.
A para o estado B, cedendo, durante o processo 750 J de calor para o b. Calcule o trabalho total realizado.
ambiente. Determine o trabalho realizado sobre o gás no processo e a c. Calcule ∆V e Q para cada etapa.
variação de energia interna sofrida pelo gás:
04 Um mol de um gás ideal, partindo das CNTP, sofre: (i) uma compressão
isotérmica até um volume de 5 L, seguida de (ii) uma expansão adiabática
até retornar ao volume inicial, atingindo uma pressão final de 0,55 atm.

P(atm)

A
2

T(K)

(A) – 300J e 450J (D) 300J e – 450J


(B) – 300J e - 450J (E) NRA
(C) 300J e 450J a. Calcule P ao final da etapa (i) e T ao fim de (ii);.
b. Calcule Cp e Cv para este gás.
EXERCÍCIOS NÍVEL 3 c. Calcule a variação total de energia interna.
d. Calcule o trabalho total realizado.
01 A figura mostra um recipiente, com êmbolo, contendo um volume
inicial Vi de gás ideal, inicialmente sob uma pressão Pi igual à pressão 05 0,1 mol de um gás ideal com Cv = 3/2 R faz o ciclo mostrado na figura
atmosférica, P(at). Uma mola não deformada é fixada no êmbolo e em um em P – T.
anteparo fixo. Em seguida, de algum modo é fornecida ao gás uma certa
quantidade de calor Q. Sabendo que a energia interna do gás é U = (3/2) PV, a. Represente o diagrama P – V associado aos processos;
a constante da mola é k e a área da seção transversal do recipiente é A, b. Calcule o trabalho, o calor e a variação da energia interna para cada
determine a variação do comprimento da mola em função dos parâmetros um dos trechos do ciclo.
intervenientes. Despreze os atritos e considere o êmbolo sem massa, bem
como sendo adiabáticas as paredes que confinam o gás. (Dê as suas respostas em função de R.)

(a)

Pat

(b)

Pi Vi

06 Uma parte de um cilindro está preenchida com um mol de um gás ideal


monoatômico a uma pressão P0 e temperatura T0. Um êmbolo de massa
desprezível separa o gás da outra seção do cilindro, na qual há vácuo e uma
02 Um mol de um gás ideal encontra-se inicialmente em um estado A, mola em seu comprimento natural presa ao êmbolo e à parede oposta do
em que a temperatura é T1 e a pressão, Po. Ele sofre, então, uma expansão cilindro, como mostra a figura (a). O sistema está termicamente isolado e o
isobárica até um segundo estado B, em que a temperatura assume um êmbolo, inicialmente fixo, é então solto, deslocando-se vagarosamente até
valor T2 e, desse estado, sofre uma expansão isotérmica até ter um volume passar pela posição de equilíbrio, em que a sua aceleração é nula e o volume
Vo(estado C). Posteriormente, sofre uma transformação isocórica até ocupado pelo gás é o dobro do original, conforme mostra a figura (b).
voltar a ter a temperatura inicial T1(estado D) e finalmente o gás sofre uma Desprezando os atritos, determine a temperatura do gás na posição de
compressão isotérmica até retornar ao estado inicial A. equilíbrio em função da sua temperatura inicial.

350 Vol. 1
Vetores A ssunto
1
Física III

1. Introdução Obs.: Dois vetores são iguais quando possuem mesmo módulo, direção
e sentido.
Neste capítulo, iremos apresentar e distinguir os dois tipos de grandezas
que estudamos em Física, citando alguns exemplos delas. Além disso, 4.2 Cartesiana
será introduzido o conceito de vetor, bem como suas diferentes formas de O vetor será representado através de coordenadas cartesianas,
representação, operações e aplicações em diversos problemas de Física. oriundas da subtração do ponto extremidade pelo ponto origem.

2. Grandezas físicas
Em Física, trabalhamos com o objetivo de realizar medições de dois
tipos de grandezas físicas: as escalares e as vetoriais.

As grandezas físicas escalares são caracterizadas por um número real AB

AB = B − A = (xB − xA , yB − yA , zB − zA)
e uma unidade de medida.
Ex.: tempo, massa, energia, temperatura. iˆ = jˆ = kˆ = 1

Por sua vez, as grandezas físicas vetoriais ficam definidas por um kˆ
número real positivo (módulo, norma ou intensidade), uma direção e um
sentido, além de uma unidade de medida. î
Ex.: velocidade, força, deslocamento, impulso.
Assim, para representarmos as grandezas vetoriais, utilizaremos os
vetores, que são entes matemáticos que possuem:
4.3 Algébrica
^^ ^
– módulo: comprimento do vetor; Neste caso, iremos trabalhar com os vetores unitários i , j e k para
– direção: horizontal, vertical; os eixos x, y e z, respectivamente.
– sentido: para a direita, para a esquerda, para cima, para baixo.
O vetor unitário tem módulo igual a 1.
i | |=
|= j | | k | = 1
3. Classificação
De acordo com a sua aplicação, um vetor pode ser classificado em: No exemplo anterior, teríamos a seguinte representação:

 
→ vetores fixos (ou aplicados): possuem seu ponto de aplicação bem v = AB = ( x B − x A )ˆi + ( y B − y A )ˆj + ( z A − z B )kˆ = x oˆi + y o ˆj + zo kˆ
definido (ponto material). 
Ex.: força aplicada em um ponto material; módulo: v = ( x B − x A )2 + ( y B − y A )2 + ( z A − z B )2
→ vetores livres: podem ser deslocados paralelamente a si mesmos,
ou seja, deslocam-se livremente pelo espaço. Vejamos um novo exemplo, com os vetores representados na figura abaixo:
Ex.: momento (torque) de uma força aplicada em um corpo extenso;
→ vetores deslizantes: podem mover-se ao longo da reta suporte. 
A
Ex.: força aplicada em corpos rígidos.


4. Representação 
B C
O vetor sempre é representado através de um segmento de reta orientado
entre dois pontos (origem e extremidade), sendo que o comprimento do
segmento está relacionado à intensidade do vetor, enquanto que a ponta da
seta fornece o seu sentido. Ele é denominado através de uma pequena seta
para direita colocada em cima da letra que o representa. 
D
4.1 Geométrica 
O vetor é esboçado através de um segmento de reta orientado, j
construído sobre uma reta suporte que está associada à direção do vetor. 
i
Módulo ou r (reta suporte) 
intensidade Repare que o vetor A tem componente apenas no eixo x e o tamanho

v B (extremidade) 
B− A = v
do vetor é de 2 “quadrados”, ou 2 unidades do módulo do vetor unitário.
v= AB= B − A  ^
A = 2i
vetor unitário r 
r̂ = r = 1 A (origem)
O vetor B também apresenta uma única componente (vertical) com
tamanho de 3 unidades.
 ^
B = 3j

IME-ITA 351
Física III – Assunto 1

  D
Os vetores C e D possuem componentes nos eixos x e y e suas
representações são: B C
 ^ ^
C = 3i + 3j B C
 ^ ^
D = –2i – 2j
E
 A
O sinal negativo nos vetores unitários de D indicam sentidos opostos A
AB + BC = AC AB + BC + CD + DE = AE
ao referencial adotado para os eixos x e y.

5. Vetores opostos Obs.: Quando os vetores formam um polígono fechado a soma é nula, e
D estes deverão
vice-versa, isto é, quando a soma de 3 ou mais vetores é nula
São vetores que possuem a mesma intensidade e direção, porém
formar um polígono fechado, ligando cada extremidade a cada origem.
sentidos opostos. B C
O sinal negativo implica que há uma oposição dos sentidos dos vetores. B C
  Soma algébrica
Ex.: Forças de ação e reação – 3a Lei de Newton → FAB = − FBA. E
O vetor soma será obtido através da somaAalgébrica das coordenadas
cartesianas dos vetores que serão adicionados.
A  
a −a Sejam:ABAB = u+1ˆiCA+ v=1ˆj0 + w1kˆ e AC = u2AB
+ BC ˆi ++vBCˆj + CD
w 2 kˆ+ DE + EA = 0
  2

AB + BC = ( u + u )ˆi + (v + v )ˆj + (w + w )kˆ


1 2 1 2 1 2

6. Operações com vetores 6.3 Subtração


Neste caso, podemos observar que a subtração de dois vetores
6.1 Multiplicação por um escalar real corresponde a soma do primeiro vetor com o vetor oposto ao segundo.
    
= m n · a, n ∈ℜ Ex.: Velocidade relativa → v AB= v A − v B ;
 
Ex.: 2a Lei de Newton → FR = m · a

se n >0 se n < 0

a a
na na
Subtração algébrica
6.2 Adição O vetor diferença será obtido através da subtração algébrica das
coordenadas cartesianas dos vetores que serão adicionados.
Regra do paralelogramo  
Sejam: AB = u1ˆi + v1ˆj + w1kˆ e AC = u2ˆi + v 2 ˆj + w 2 kˆ
Utilizada apenas para a soma de dois vetores aplicados no mesmo  
AB − AC = ( u1 − u2 )ˆi + (v1 − v 2 )ˆj + (w1 − w2 )kˆ
ponto.
Ex: Duas forças aplicadas em um ponto material 6.4 Projeção ortogonal
A ideia é construir um paralelogramo usando os dois vetores aplicados
O objetivo é decompor um vetor em projeções ortogonais sobre eixos
(origens coincidentes) como lados deste quadrilátero. Desta forma, o vetor
soma será o segmento de reta orientado construído sobre a diagonal do coordenados.
paralelogramo, tendo como origem o ponto de aplicação dos vetores originais.
Ex.: Componentes de uma força.
→ → → → → →
| AB +=
AC| | AB|2 + | AC|2 + 2⋅| AB|⋅| AC|⋅ cos q 
O vetor v é projetado sobre os eixos ortogonais, traçando-se,
inicialmente, perpendiculares a esses eixos, conduzidas da extremidade do
AC AB + AC   
vetor v . As projeções vx e vy são denominadas componentes ortogonais

ou componentes cartesianas de v .
q
y

AB

Regra do polígono
v
Pode ser usada para a soma de 2 ou mais vetores quaisquer.   
= =
v x v cos q v senα
Os vetores que serão somados são desenhados sequencialmente (a
vy   
ordem não interfere no resultado final), com a origem de um na extremidade = =
v y v senq v cos α
do antecessor. O vetor soma será construído a partir da origem do 1º vetor
Logo,
representado até a extremidade do último vetor desenhado, fechando-se x
    
assim um polígono. vx =v vx i + vy j

352 Vol. 1
Vetores

6.5. Produto escalar 


AB
uˆAB = 
É o número real que representa o produto de dois vetores. AB
 
Ex.: Trabalho mecânico → τ = F ⋅ ∆S
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

AC 01 (PUC-SP) Os esquemas abaixo mostram um barco retirado de
um rio por dois homens. Em (A) são usadas cordas que transmitem
→ → → →
x = AB ⋅ AC = | AB|⋅| AC|⋅ cosθ ao barco forças paralelas de intensidades F 1 e F2. Em (B) são
q usadas cordas inclinadas de 90º que transmitem ao barco forças de
 intensidades iguais às anteriores.
AB

Repare que o produto escalar x pode ser interpretado como o produto



do módulo de um vetor (| AB |) pelo módulo da projeção de outro

(| AC | ∙ cosq) na reta suporte do primeiro.

Portanto, se dois vetores são ortogonais, o produto escalar entre


eles será nulo.
Podemos também efetuar o produto escalar realizando a soma dos
produtos das componentes dos vetores, conforme o exemplo abaixo.
 
Sejam: AB = u1ˆi + v1ˆj + w1kˆ e AC = u2ˆi + v 2 ˆj + w 2 kˆ Sabe-se que, no caso (A), a força resultante transmitida ao barco tem
  intensidade 70 kgf e que, no caso (B), tem intensidade de 50 kgf. Nessas
AB ⋅ AC = ( u1 ⋅ u2 ) + (v1 ⋅ v 2 ) + (w1 ⋅ w 2 ) condições, determine os esforços desenvolvidos pelos dois homens.

6.6 Produto vetorial Solução:


É o vetor que representa o produto de dois vetores. O vetor resultante Na situação A, os dois vetores estão na mesma direção e sentido,
é perpendicular ao plano formado pelos dois vetores iniciais, ou seja, portanto somamos os seus módulos e a resultante é 70 kgf.
o produto vetorial é um vetor perpendicular simultaneamente aos dois F1 + F2 = 70 → F1 = 70 – F2 (i)
vetores originais. Na situação B, os dois vetores são perpendiculares e sua soma é:

  
Ex: Momento de uma força em relação à um ponto → M = r × F F12 + F22 = 502 (ii)
   Substituindo (i) em (ii), temos:
y = AB × AC      (70 – F2)2 + F22 = 502
| y | = | AB × AC| = | AB|⋅| AC| senθ Resolvendo a equação acima, encontramos:

AC F1 = 30 kgf e F2 = 40 kgf ou F1 = 40 kgf e F2 = 30 kgf

q 02 A figura mostra 5 forças representadas por vetores de origem comum,



AB dirigindo-se aos vértices de um hexágono regular. Sendo 10 N o módulo

da força FC , a intensidade da resultante dessas 5 forças é:
Desta forma, podemos observar que dois vetores paralelos possuem
FA
produto vetorial nulo. FB

Além disso, uma outra forma de se efetuar o produto vetorial é através


do uso de determinante, conforme o exemplo que se segue. (A) 50 N.
(B) 45 N.
FC
  (C) 40 N.
Sejam: AB = u1i + v1 j + w1 k e AC = u2 i + v 2 j + w 2 k (D) 35 N.
i j k (E) 30 N.
 
FD
AB × AC = u1 v1 w1 = FE
Solução:
u2 v 2 w 2
Letra E.
= (v1 ⋅ w2 − w1 ⋅ v 2 )i + (w1 ⋅ u2 − u1 ⋅ w 2 )j + ( u1 ⋅ v 2 − v1 ⋅ u2 )k Podemos notar que:
  
(I) FB + FE = F
  C
(II) FD + FA = FC
7. Vetores unitários        
Vetores unitários são aqueles que têm módulo (comprimento) igual a Assim, a resultante R das 5 forças será: R = FA + FB + FC + FD + FE =
3 · FC
   
uma unidade de medida. Para se obter um vetor de módulo 1 na direção R= 3 · FC → R= 3 · 10 ( N )   → R= 30 N
que passa por dois pontos A e B, basta dividir o vetor AB pelo seu módulo.

IME-ITA 353
Física III – Assunto 1

 
EXERCÍCIOS NÍVEL 1 06 No plano quadriculado a seguir estão representados dois vetores a e b :
01 (FESP) Em um corpo estão aplicadas apenas duas forças de
intensidades 12 N e 8,0 N. Uma possível intensidade da resultante será:

(A) 22 N. (D) zero.


(B) 3,0 N. (E) 21 N.
(C) 10 N.
 
02 Em um plano α, temos dois vetores, A e B , de mesma origem, b a
formando um ângulo θ.
Se os módulos de A e B são respectivamente iguais a 3u e 4u, determine
1u
o módulo do vetor soma em cada um dos casos seguintes:
1u
(A) θ = 0o. (C) θ = 180o.
(B) θ = 90 .
o
(D) θ = 60o. Qual o módulo da soma desses vetores?
   
03 Dados os vetores A e B , a melhor representação para o vetor A + B é: 07 A barcaça B é puxada por dois rebocadores A e C. A tração no cabo
AB é 20 kN e a resultante das duas forças aplicadas em B é dirigida ao
longo do eixo da barcaça.
 
A B A

(D)

B 30º
(A) (B) (C) (E)
45º

04 Na figura, temos três vetores coplanares formando uma linha poligonal


fechada. C

 
a b Determine a tração no cabo BC e a intensidade da resultante das duas
forças aplicadas em B.

 08 A soma de dois vetores perpendiculares entre si tem módulo igual a


c
20 . Se o módulo de um deles é o dobro do módulo do outro, qual o
A respeito, vale a relação:
módulo do maior?
      
(A) a + b = c (D)
a+ b –c=0  
      09 Duas forças F1 e F2 estão aplicadas sobre uma partícula de modo
a
(B) = b + c (E) a=b –c   
    que a força resultante é perpendicular a F1 . Se F1 = x e F2 = 2x, qual
(C) a + b + c = 0  
o ângulo entre F1 e F2 ?

05 (MACKENZIE-SP) Com seis vetores de módulo iguais a 8u, 10 (Beer & Johnston) As duas forças P e Q agem sobre um parafuso A.
construiu-se o hexágono regular a seguir. O módulo do vetor resultante Determinar o módulo da resultante.
desses 6 vetores é:
Dado: cos 155º ≅ – 0.9.

Q = 60N

25º
P = 40N

A 20º

(A) 40 u.
(B) 32 u.
(C) 24 u.
(D) 16 u.
(E) zero.

354 Vol. 1
Vetores

11 (ACAFE) Os módulos das forças representadas na figura são F1 = 30 N, 03 (UERJ) Pardal é a denominação popular do dispositivo óptico-
F2 = 20 N e F3 = 10 N. Determine o módulo da força resultante: eletrônico utilizado para fotografar veículos que superam um determinado
limite estabelecido de velocidade V.
y Em um trecho retilíneo de uma estrada, um pardal é colocado formando
 um ângulo q com a direção da velocidade do carro, como indica a figura
F2 a seguir.
 Suponha que o pardal tenha sido calibrado para registrar velocidades
F1 sen 60o = 0,87
0 60 superiores a V, quando o ângulo θ = 0°.
o
x cos 60o = 0,50 A velocidade v do veículo, que acarretará o registro da infração pelo pardal,
 com relação à velocidade padrão V, será de:
F3

V
(A) 14,2 N.
(B) 18,6 N.
(C) 25,0 N.
(D) 21,3 N.
(E) 28,1 N.

EXERCÍCIOS NÍVEL 2 (A) V sen θ.


(B) V cos θ.
V
01 (PUC-MG) A figura mostra uma montagem em que uma moeda rola (C) .
sobre a régua A, partindo da posição mostrada na figura, “empurrada” pela senq
régua B, sem que haja deslizamento dela em relação a qualquer uma das (D) V .
réguas. Quando a moeda estiver na posição “2 cm” em relação à régua cos q
A, a régua B terá percorrido, em relação à mesma régua A:
04 (Beer & Johnston) Quatro forças são exercidas sobre o parafuso A.
B Determine o módulo da resultante das forças sobre o parafuso.
2 1 0
Dados: sen 20º ≅ 0.34; cos20º ≅ 0.94; sen15º ≅ 0.26; cos15º ≅ 0.97;
6 5 4 3
cos 30º ≅ 0.87.
Moeda y
A
F2= 80 N
0 1 2 3 4 5 6 F1= 150 N

20º
(A) 2 cm.
(B) 1 cm. 30º
(C) 4 cm. A x
15º
(D) 6 cm.
(E) 3 cm. F4= 100 N

02 (UNESP-SP) Um caminhoneiro efetuou duas entregas de mercadorias F3= 80 N


e, para isso, seguiu o itinerário indicado pelos vetores deslocamentos d1
e d2 ilustrados na figura. Para a primeira entrega, ele deslocou-se 10 km
e para a segunda entrega, percorreu uma distância de 6 km. Ao final da
segunda entrega, a distância a que o caminhoneiro se encontra do ponto 05 (Beer & Johnston) Um poste AB, de 6 m de comprimento, é sustentado
de partida é: por três cabos, como está ilustrado. Determine as componentes cartesianas
da tração do cabo BE no ponto B. A tração T no cabo BE é de 840 N.
d1=10 km y
B

840 N
d2=6 km
6m
30º D
5m

(A) 4 km. O 3m 3m
C x
(B) 8 km. A 2m
3m E
2m
(C) 2 19 km.
(D) 8 3 km.
(E) 16 km. z

IME-ITA 355
Física III – Assunto 1

06 (Beer & Johnston) O cabo de sustentação de uma torre está ancorado EXERCÍCIOS NÍVEL 3
por meio de um parafuso em A. A tração no cabo é de 2.500 N. Determine
01 O vetor horário das posições ocupadas por uma nave espacial é dado
as componentes Fx, Fy e Fz da força que atua sobre o parafuso.
pela expressão abaixo:

B S( t ) = (2 + t − t 2 )ˆi + (2t − 1)ˆj + kˆ (s→m; t→s)

Determine:

a. o módulo do vetor posição inicial;


b. o vetor velocidade média entre os instantes t = 1 s e t = 2 s;
c. o vetor horário das velocidades;
80 m d. a função e o gráfico da trajetória.
40 m
02 No paralelepípedo da figura abaixo ABCD é um quadrado de lado
a e a aresta maior mede 4a. Uma mosca pousada no ponto médio da
A
diagonal EG voa até seu alimento que está na diagonal principal AG do
30 m paralelepípedo em um ponto que dista a do vértice A. Determine o módulo
do vetor deslocamento da mosca.

c
G
07 (Beer & Johnston) Sabendo que a tração no cabo AB é 2250 N,
determine as componentes da força exercida sobre a placa em A. B F
y
D H

0,80 m A E

2,10 m B 03 (Beer & Johnston) Responda de acordo com a figura abaixo:


y

A
C
O

2,70 m

1,20 m
D
A
1,20 m
z
48 m

08 (Beer & Johnston) Uma caixa está suspensa por três cabos, como C
ilustrado. Determine o peso P da caixa sabendo que a tração no cabo AB
é de 3 kN.
16 m
y
24 m
B 0,72 m D
O
0,8 m
x
12 m
0,64 m D B
0
0,54 m 14 m
C 16 m

x z
z Sabendo que a tração em AB é 39 kN, determine os valores requeridos
1,2 m para a tração em AC e AD de tal forma que a resultante das três forças
aplicadas em A seja vertical.
A

356 Vol. 1
Vetores

04 (Beer & Johnston) À barra OA é aplicada uma carga P. Sabendo que 06 (Beer & Johnston) Os cursores A e B são conectados por um fio de
a tração no cabo AB é de 850 N e que a resultante da carga P e das forças 1m de comprimento e podem deslizar livremente sobre hastes sem atrito.
aplicadas pelos cabos em A deve ter a direção de AO, determine a tração Se uma força é aplicada em A e causa movimento uniforme, determine:
no cabo AC e o módulo da carga de P.
y a. a tração no fio quando y = 300 mm;
m m b. a intensidade da força necessária para manter em equilíbrio o sistema.
510
C 320 mm
m y
27 0m

B
P

360 mm A
0
A
600 mm y 400 mm'
x
z 0
P

05 (Beer & Johnston) A fim de remover um caminhão acidentado, dois


cabos são atados ao caminhão em A, e puxados por dois guinchos B e C, B
como é ilustrado. Determine o módulo da resultante das forças exercidas x
Q
sobre o caminhão pelos dois cabos, sabendo-se que a tração no cabo AB
é de 10 kN e no cabo AC é de 7,5 kN.

RASCUNHO

IME-ITA 357
Eletrização e Lei de Coulomb A ssunto
2
Física III

1. Introdução nome carga elétrica símbolo


próton + 1,6 · 10 –19
C +e p+
Neste capítulo iremos apresentar o conceito de carga elétrica (positiva
e negativa), descobrindo sua origem através de uma análise microscópica elétron – 1,6 · 10–19 C –e e–
e estendendo até uma visão macro sobre a carga de um corpo qualquer. antipróton – 1,6 · 10–19 C –e p–
A partir daí, poderemos distinguir os estados de eletrização de pósitron + 1,6 · 10 –19
C +e e+
um corpo (neutro ou eletrizado), analisando os princípios da atração e
repulsão dos corpos e da conservação total da carga. Através da Lei de
Assim, dizemos que um corpo está eletrizado quando há um
Coulomb, será possível medir a força de atração ou repulsão de duas
desequilíbrio entre seu número de prótons e de elétrons. Se um corpo tiver
cargas puntiformes.
o mesmo número de prótons e elétrons, será considerado não eletrizado
Além disso, iremos caracterizar e diferenciar corpos condutores de ou neutro.
isolantes, permitindo assim entender o motivo pelo qual usamos borracha
para encapar um fio metálico ou o porquê de a parte externa do soquete 3. Princípios da eletrostática
para lâmpada ser feita de cerâmica e a interna feita de metal.
3.1 Lei de Du Fay – Princípios da atração e repulsão
Por fim apresentaremos os diversos processos de eletrização (atrito,
contato e indução), o que possibilitará o entendimento de um eletroscópio
de folhas ou da experiência de uma caneta, assim que atritada com os fios “Corpos eletrizados com carga elétrica de mesmo sinal se repelem, e
de cabelo, atrair pequenos pedaços de papel. com sinais opostos se atraem.”

q1 q2
2. Carga elétrica F F
+ +
A carga elétrica é uma propriedade eletromagnética que certas
par tículas elementares possuem. Tal propriedade está diretamente F F
– –
relacionada com o poder de atração e repulsão dessas partículas. Tais
cargas podem ser positivas ou negativas.
Sabemos que a matéria é constituída basicamente de elétrons, prótons F F
+ –
e nêutrons. Os nêutrons possuem carga elétrica nula e os prótons e elétrons
possuem carga elétrica elementar, representada por e, respectivamente
positiva e negativa. A determinação da carga elementar foi feita pelo físico 3.2 Princípio da conservação das cargas elétricas
Robert Milikan, que analisou o comportamento de gotículas de água
eletrizadas submetidas à ação simultânea das forças gravitacional e elétrica.
Em um sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas
elétricas positivas e negativas é constante. Ou seja, não há aumento ou
CARGA DO PRÓTON → qp = 1,6 · 10–19 C redução da carga elétrica de um sistema fechado.
CARGA DO ELÉTRON → qe = – 1,6 · 10–19 C
∑Q inicial =∑ Qfinal

Obs.: Carga elétrica elementar: menor carga possível.


Ex.: Dois corpos A e B que trocaram cargas elétricas
Quantidade de carga elétrica: símbolo → Q
UNIDADE NO SI: [ C ] ; COULOMB ANTES DEPOIS

A B A B
A quantidade de carga elétrica de um corpo será dada pela diferença
entre o número de prótons (np) e elétrons (ne) multiplicada pela carga
QA QB QA’ QB’
elementar e (1,6 · 10–19 C). Portanto, a carga elétrica de um corpo é sempre
um múltiplo inteiro da carga elementar.
Q A + Q B = Q A ’ + Q B’

Q = (np – ne) · e

Cargas elétricas e símbolos de algumas partículas elementares

358 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb

4. Lei de Coulomb
– +
– – + +
As forças de interação entre duas partículas eletrizadas possuem
intensidades iguais diretamente proporcionais ao produto do módulo das – – + +
cargas de cada partícula e inversamente proporcionais ao quadrado da
distância entre elas. A direção das forças é determinada pela reta que une – – + +
as cargas e o sentido obedecerá o 1o princípio da eletrostática.
– – + +
A força de interação ainda dependerá do meio, segundo a seguinte
expressão: – – + +
– +
 k . Q1 . Q2 Nos condutores eletrizados, as cargas elétricas em excesso se
F =
d2 localizam na superfície externa do corpo, pois tais cargas em excesso
possuem o mesmo sinal e se repelem, ficando assim o mais distante
Em que: umas das outras (na superfície do condutor)
k → constante eletrostática do meio 5.2 Isolantes (dielétricos)
Q1 e Q2 → carga de cada partícula
d → distância entre as partículas São materiais nos quais os portadores de cargas elétricas não
apresentam grande mobilidade.
A constante k depende do meio em que as cargas elétricas se
encontram, e é definida no SI por: Ex.: ar, água, borracha,vidro, plástico, madeira.

++++++
1 +
k= + carga isolada na região
4πε + em que foi gerada
+
++++++
Em que:
ε → constante de permissividade absoluta do meio
Nos isolantes eletrizados, os portadores de cargas em excesso ficam
para o vácuo: ε0 = 8,85 ∙ 10–12 C2N–1m–2
concentrados na região onde foram gerados.

logo, k0 = 9,0 ∙ 109 Nm2C–2


6. Eletrização
Obs.: Permissividade relativa: é a razão entre a permissividade de um
meio e o vácuo; por exemplo: A eletrização significa dar carga elétrica a um corpo neutro. Assim,
se um corpo neutro tem seus elétrons livres retirados, ele passa a ser um
εPORCELANA = 5,31 ∙ 10–11 C2N–1m–2 → permissividade absoluta da corpo eletrizado positivamente (falta de elétrons). Da mesma forma, se
porcelana um corpo neutro recebe elétrons livres, ele se torna um corpo eletrizado
εR = 6,0 → permissividade relativa da porcelana negativamente (excesso de elétrons).
Existem três maneiras distintas de se eletrizar um corpo neutro: por
Podemos agora obter outra expressão, não muito comum, para a Lei atrito, por contato ou por indução eletrostática.
de Coulomb:
6.1 Por atrito
 1 Q1 . Q2
F = Frequentemente, ao atritarmos (esfregarmos) um corpo em outro, os
4 πε d 2 dois corpos que, inicialmente, não apresentavam manifestações elétricas,
passam a apresentá-las. Você já deve ter observado isto quando penteia
ATENÇÃO: Ficar muito atento às unidades na ocasião de aplicar a Lei os cabelos e depois o pente passa a atraí-los ou quando tira uma blusa
de Coulomb, principalmente quanto à unidade da distância (d), que deve de lã, após usá-la o dia todo, e verifica que a mesma atrai os seus pelos.
Nm2 Ao atritarmos um corpo em outro, estamos forçando um movimento
estar em metros, quando o valor da constante for: K = 9 · 109 .
C2 migratório de elétrons de um corpo para outro. Após este movimento das
cargas elétricas, um dos corpos ficará com excesso de elétrons (carregado
negativamente) e o outro com falta de elétrons (carregado positivamente).
5. Condutores e isolantes
Para se determinar qual corpo irá adquirir carga positiva ou negativa,
5.1 Condutores devemos consultar a série tribolelétrica, construída empiricamente pelos
físicos. Na figura a seguir, o corpo posicionado mais abaixo tem maior
São materiais que permitem facilmente o movimento de partículas tendência a se tornar negativo após o atrito.
portadoras de cargas elétricas.
Ex.: metais, grafite, gases ionizados e soluções eletrolíticas.

IME-ITA 359
Física III – Assunto 2

Ex.: –


– –
SÉRIE TRIBOELÉTRICA –
A – B
PELE DE COELHO – –
VIDRO –

– MICA –


SEDA O mesmo processo ocorre quando o corpo A estiver carregado
ÂMBAR positivamente.

EBONITE +
+ +
+ +
Se o sistema estiver isolado eletricamente, a quantidade de carga
+ A + B
adquirida por ambos os corpos deve obedecer o princípio da conservação
das cargas elétricas. + +
No início, como QVIDRO = 0 e QLÃ = 0, a carga total é zero. Após a
+ +
eletrização a carga total também deve ser nula, portanto: +

Q’VIDRO + Q’LÃ = 0 → |Q’VIDRO| = |Q’LÃ| Nesse caso, elétrons migram do corpo B para o corpo A. Como o corpo
B perdeu elétrons e estava neutro, eletriza-se positivamente.
Ou seja, as cargas têm o mesmo módulo, mas com sinais contrários.
+
+ +
6.2 Por contato
+ +
– –
Quando dois ou mais corpos são colocados em contato, estando + A + – –
– – B
um deles ao menos eletrizado, observa-se uma redistribuição de cargas + +
elétricas, obedecendo ao princípio de conservação das cargas elétricas.
A proporção de cargas em cada corpo irá depender da forma, das + +
+
dimensões e do meio. Este item será estudado no capítulo de condutores +
elétricos, no qual será introduzido o conceito de capacidade eletrostática +
+
ou capacitância. +
+
Considere um corpo A eletrizado negativamente e um corpo B neutro. +
A + B
– + +
– – +
+
– – +
+
– A – B
Por enquanto, iremos resolver problemas para o caso particular de
– – condutores idênticos em contato, obedecendo o 2o princípio da eletrostática
– – (conservação total de cargas). Neste caso, tais corpos adquirem a mesma
– carga final após o equilíbrio.

Após o contato entre os corpos, parte dos elétrons livres de A migram


para B, deixando-o eletrizado negativamente.
Qfinal =
∑Q início
o
n de corpos em contato

– –
– – Ex.:
A – – – – B
– – – –
– – A B após o A B
contato
– –

Q neutro Q Q
2 2

360 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb

II. “Descarrega-se”1 o corpo induzido por meio de um condutor ligado à


após o terra2.
A B A B
contato

Q1 Q2 Q1 + Q2 Q1 + Q2
2 2
início

III. O corpo fica finalmente carregado com carga oposta.


6.3 Fio terra

A Terra é um grande condutor com dimensões muito superiores a


qualquer corpo. Assim, num sistema isolado, quando ligamos um corpo
eletrizado à Terra, esta irá descarregá-lo até que ele fique neutro novamente.
Portanto, se o corpo estiver carregado positivamente, a Terra cede
elétrons para o corpo até neutralizá-lo.

+ Eletroscópio de folhas
+ + elétrons Um eletroscópio é formado por duas folhas metálicas ligadas a um
+ + cabo e a uma esfera de metal. Quando um corpo A carregado se aproxima
da esfera, induz a mesma carga nas lâminas, que se repelem.
+
+ – +
+ +
+ +
+ A +
+ + ++ –– –
+ – –
– –

Se o corpo estiver carregado negativamente, os elétrons em excesso


escoam para a Terra até neutralizá-lo.

– + +
– – +
+ +
+
– –
elétrons
– –

– – 7. Atração entre corpos
– – eletrizados e corpos neutros

Vimos anteriormente que corpos com cargas opostas se atraem
6.4 Por indução eletrostática e corpos com cargas de mesmo sinal se repelem. E se, por exemplo,
aproximarmos um corpo carregado de um corpo neutro? Se utilizássemos
As cargas elétricas de um condutor são redistribuídas devido à a Lei de Coulomb, a resposta natural seria: Zero! Afinal, uma das cargas é
aproximação (sem contato) de outro corpo carregado. Consegue-se com nula. Porém, nesse caso, a situação física é um pouco mais complicada.
este processo que a carga final do condutor a ser eletrizado seja induzido Veja o que ocorre quando aproximamos um corpo positivo de um corpo
de sinal oposto àquela do corpo carregado (indutor). O processo é feito neutro:
do seguinte modo:
(A) Devido à indução, os elétrons se redistribuem no corpo neutro e ele
I. Aproxima-se o corpo carregado do condutor neutro. acaba tendo a seguinte configuração:

1
Descarregar, neste caso, significa anular a carga elétrica daquela região. No exemplo esta
As cargas elétricas se redistribuem por atração (1o princípio da descarga é feita pelo envio de elétrons da Terra para o corpo.
eletrostática).
2
Ligação terra (aterramento) – será explicado no capítulo de Potencial Elétrico.

IME-ITA 361
Física III – Assunto 2

(B) Note que a “região negativa” do corpo neutro está mais próxima do (C) Com isso, uma carga positiva acaba atraindo um corpo neutro, devido
corpo positivo do que a “região positiva” do corpo neutro. Como a à indução.
distância é menor, a força de atração é maior entre as cargas de sinais
opostos do que a força de repulsão entre as cargas de sinais iguais. Obs.: Se aproximássemos uma carga negativa de uma carga neutra,
aconteceria exatamente a mesma coisa, ou seja, a carga neutra seria
atraída pela carga negativa. Resumindo, pode-se dizer que, devido à
indução eletrostática, partículas carregadas de qualquer espécie também
são capazes de atrair partículas neutras.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 (Mackenzie-SP) Três pequenas esferas de cobre, idênticas, são José – Uma esfera pode estar eletrizada positivamente e a outra, neutra.
utilizadas numa experiência de Eletrostática. A primeira, denominada Roberto – O que estamos observando é simplesmente uma atração
A, está inicialmente eletrizada com carga QA = +2,40 nC; a segunda, gravitacional entre as esferas.
denominada B, não está eletrizada, e a terceira, denominada C, está Marisa – Essas esferas só podem estar funcionando como ímãs.
inicialmente eletrizada com carga QC = – 4,80 nC. Em dado instante, são Celine – Uma esfera pode estar eletrizada negativamente e a outra, neutra.
colocadas em contato entre si as esferas A e B. Após atingido o equilíbrio
eletrostático, A e B são separadas uma da outra e, então, são postas em Fizeram comentários corretos os alunos:
contato as esferas B e C. Ao se atingir o equilíbrio eletrostático entre B e
(A) Marisa, Celine e Roberto.
C, qual a situação da carga e a quantidade de cargas da esfera C?
(B) Roberto, Maria e José.
Solução: (C) Celine, José e Maria.
Como temos três esferas idênticas, as cargas das esferas após o contato (D) José, Roberto e Maria.
serão iguais e terão o valor da média aritmética das cargas iniciais. (E) Marisa e Roberto.
Desta forma, teremos:
Solução: Letra C.
1o contato (esferas A e B) A atração entre as esferas pode ocorrer quando elas estão eletrizadas
com cargas elétricas de sinais opostos ou quando uma delas estiver
Q A + QB ( +2,40 nC) + 0 eletrizada e a outra estiver neutra. Neste último caso, a esfera neutra
Q= ⇒ Q'A = Q'B = =
1,20 nC
2 2 sofre separação de alguns de cargas positivas e negativas (indução).

2o contato (esferas B e C) 03 (UEL-PR) A força de repulsão entre duas cargas elétricas


puntiformes, que estão a 20 cm uma da outra, é 0,030 N. Esta força
Q + QC
'
( +1,20 nC) + (– 4,80 nC) aumentará para 0,060 N se a distância entre as cargas for alterada para:
Q= B
⇒ Q"B = Q'C = =
− 1,80 nC
2 2
(A) 5,0 cm. (D) 28 cm.
Portanto, a esfera C perdeu, após o contato com B, uma carga elétrica
(B) 10 cm. (E) 40 cm.
igual a:
(C) 14 cm.
∆QC = (– 4,80 nC) – (–1,80 nC) ⇒ ∆QC =– 3,00 nC
∆QC = – n · e ⇒ – 3,00 · 10–9 = n · (– 1,60) · 10–19 Solução: Letra C.
a força de repulsão entre duas cargas puntiformes é dada pela expressão
n = 1,875 · 1010 elétrons cedidos
 k · Q1 · Q2
da lei de Coulomb: F =
d2
02 Em um experimento realizado em sala de aula, um professor de
Física mostrou duas pequenas esferas metálicas idênticas, suspensas k · Q1 · Q2
Na situação 1, temos: 0, 030 =
por fios isolantes, em uma situação de atração. 202
k · Q1 · Q2
Na situação 2, temos: 0, 060 =
x2
x2 1
Dividindo as 2 equações, temos: = → x = 10 2 cm ≅ 14 cm
202 2
04 (Mackenzie-SP) Dois pequenos corpos, idênticos, estão eletrizados
com cargas de 1,00 nC cada um. Quando estão à distância de 1,00 mm
um do outro, a intensidade da força de interação eletrostática entre eles
Na tentativa de explicar esse fenômeno, cinco alunos fizeram os seguintes é F. Fazendo-se variar a distância entre esses corpos, a intensidade da
comentários: força de interação eletrostática também varia. O gráfico que melhor
Maria – Uma das esferas pode estar eletrizada positivamente e a outra, representa a intensidade dessa força, em função da distância entre os
negativamente. corpos, é:

362 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb

(A) (D) 06 Duas cargas puntiformes q1 = +2μC e q2 = – 6 μC estão fixas


F F e separadas por uma distância de 600 mm no vácuo. Uma terceira
carga q3 = 3 μC é colocada no ponto médio do segmento que une
as cargas. Qual o módulo da força elétrica que atua sobre a carga q3?
F F Dados: constante eletrostática do vácuo K = 9 · 109 N · m2/C2
F F
F23
4 2
0 12 d (mm) 0 1 4 d (mm) + + –
F13
(B) (E) q1 q3 q2
F F
(A) 1,2 N. (D) 1,2 · 10–3 N
F F (B) 2,4 N. (E) 3,6 · 10–3 N.
F (C) 3,6 N.
F
2 2
Solução: Letra B.
0 12 d (mm) 0 12 d (mm) A carga 3 é colocada no ponto médio entre a carga 1 e 2, portanto, a
(C) distância entre 1 e 3 e 2 e 3 será de 300 mm = 3 · 10–1 m. Considere
F a carga 1 localizada à esquerda e a carga 2, à direita. A força que 1
2F exerce em 3 está para a direita (repulsão entre cargas de mesmo sinal)
e a força que a carga 2 exerce na carga 3 está para a direita também.
A força resultante sobre a partícula 3 está para a direita.
F
FR = F13 + F23
0 12 d (mm) k ⋅ q1 ⋅ q3 9 ⋅ 10−9 ⋅ 2 ⋅ 10−6 ⋅ 3 ⋅ 10−6
F13 = = = 0,66 N
d13 2 (3 ⋅ 10−1)2
Solução: Letra A. k ⋅ q2 ⋅ q3 9 ⋅ 10−9 ⋅ 6 ⋅ 10−6 ⋅ 3 ⋅ 10−6
F23 = = = 1, 8 N
Pela Lei de Coulomb: d23 2
(3 ⋅ 10−1)2
k ⋅ Q1 ⋅ Q2 Logo: FR = 2, 4N.
F=
d2
Quando dobrarmos a distância, teremos: 07 (Fuvest-SP) Três pequenas esferas carregadas com cargas de
' k ⋅ Q1 ⋅ Q2 k ⋅ Q1 ⋅ Q2 F mesmo módulo, sendo A positiva e B e C negativas, estão presas nos
F = = =
( 2d ) vértices de um triângulo equilátero. No instante em que elas são soltas
2
4d 2 4
simultaneamente, a direção e o sentido de suas acelerações serão mais
Podemos observar que, pela Lei de Coulomb, a força elétrica é bem representados pelo esquema:
inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as cargas.
(A) (D)
Assim, esta função é representada graficamente através de uma
hipérbole cúbica.

05 (Mackenzie-SP) Um corpúsculo fixo em A, eletrizado com carga elétrica


qA =5μC, equilibra no vácuo o corpúsculo B eletrizado com carga qB = – 4μC,
como mostra a figura. Se g = 10 m/s2 e k = 9 · 109 N · m2 · C–2, determine
a massa do corpúsculo B.
A
(B) (E)

30 cm

B
Solução:
O corpúsculo B está sujeito a duas forças: força peso e força elétrica de (C)
atração do corpo A. Por se tratar de uma situação de equilíbrio, temos:
k ⋅ QA ⋅ QB 9 ⋅ 109 ⋅ 5 ⋅ 10-6 ⋅ 4 ⋅ 10-6
P =fe ⇒ m ⋅ g = 2
⇒ m ⋅ 10 = ⇒ m = 0,2 kg
d 0,32

IME-ITA 363
Física III – Assunto 2

Solução: Letra B. 09 (Unicamp-SP) Uma pequena esfera isolante, de massa igual a 5 · 10–2 kg
Representado as forças de interação eletrostática entre as partículas e carregada com uma carga positiva de 5 · 10–7 C, está presa ao teto por um fio
eletrizadas, teremos: de seda. Uma segunda esfera com carga negativa de – 5 ∙ 10–7 C, movendo-se
na direção vertical, é aproximada da primeira.
Considere K = 9 ∙ 109 N m2/C2 e g = 10 m/s2.

q1 = +5 ∙ 10–7 C

Pela 2a Lei de Newton, o sentido da aceleração será igual ao da força Movimento q2 = –5 ∙ 10–7 C
resultante em cada partícula.
a. Calcule a força eletrostática entre as duas esferas quando a distância
08 (UFG-GO) Em uma experiência rudimentar para se medir a carga entre os seus centros é de 0,5 m.
eletrostática de pequenas bolinhas de plástico carregadas positivamente, b. Para uma distância de 5 ∙ 10–2 m entre os centros, o fio de seda se
pendura-se a bolinha, cuja carga se quer medir, em um fio de seda de rompe. Determine a tração máxima suportada pelo fio.
5 cm de comprimento e massa desprezível. Aproxima-se, ao longo da
vertical, uma outra bolinha com carga de valor conhecido Q = 10 nC, Solução:
até que as duas ocupem a mesma linha horizontal, como mostra a figura. a. Lei de Coulomb
Sabendo-se que a distância medida da carga Q até o ponto de fixação k . q1 . q2 9.10−9.5.10−7.5.10−7
do fio de seda é de 4 cm e que a massa da bolinha é de 0,4 g, qual será FE = = = 9.10−3 N
d122 (5.10−1)2
o valor da carga desconhecida?
b.
Dados: k = 9 · 109 Nm2/C2 g = 10 m/s2 L = 5 cm d = 4 cm
m = 0,4 g Q = 10 nC


T
d
L T = P + FE


 P
Fe
Q q,m
k ⋅ q1 ⋅ q2 9 ⋅ 10−9 ⋅ 5 ⋅ 10−7 ⋅ 5 ⋅ 10−7
Solução: T = m⋅g + = (5 ⋅ 10−2 ⋅ 10) +
A bolinha está sujeita a três forças: peso, tração e força elétrica. Para que se d 2
12 (5 ⋅ 10−2 )2
tenha uma situação de equilíbrio, essa força elétrica deverá ser necessariamente T = 1, 4 N.
de repulsão. Portanto, o sinal da carga desconhecida é positivo.
Representando as três forças citadas acima e decompondo a tração nas 10 (UFRJ) Duas cargas, q e – q, são mantidas fixas a uma distância d
direções horizontal e vertical, verificamos que: uma da outra. Uma terceira carga, q0, é colocada no ponto médio entre as
Tx = Fe (I) e Ty = P (II) duas primeiras, como ilustra a figura A. Nessa situação, o módulo da força
eletrostática resultante sobre a carga q0 vale FA. A carga q0 é então afastada
Chamaremos de θ o ângulo formado entre a vertical e o fio. dessa posição ao longo da mediatriz entre as duas outras até atingir o ponto
Assim, Tx = T · sen θ e Ty = T · cos θ P, onde é fixada, como ilustra a figura B. Agora, as três cargas estão nos
vértices de um triângulo equilátero. Nessa situação, o módulo da força
Fe eletrostática resultante sobre a carga q0 vale FB. Calcule a razão FA / FB.
Dividindo a equação II pela equação I: tan q = (III)
P
Aplicando o Teorema de Pitágoras ao triangulo da figura, obtemos a Figura A q0
distância x entre as duas cargas: q d/2 d/2 –q
L2 = x2 + d2 ⇒ x = 3 cm.
Figura B p q0
Portanto, na equação III temos:
k⋅ Q ⋅ q
x x2 = m ⋅ g ⋅ x3 (0,4 ⋅ 10− 3 ) ⋅ 10 ⋅ (3 ⋅ 10− 2 )3 d d
= ⇒q = ⇒
d m⋅g k ⋅ Q ⋅ d (9 ⋅ 109 ) ⋅ (10 ⋅ 10− 9 ) ⋅ (4 ⋅ 10− 2 )
⇒ q =3 ⋅ 10− 8 C = 30 nC
q –q
d

364 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb

Solução: Da mesma forma que aconteceu no primeiro caso, perceberemos que F1 e


Na posição inicial, independentemente do seu sinal, a carga s sofrerá F2 terão o mesmo módulo, uma vez que as cargas que influenciam q0 têm
duas forças elétricas de mesmo sentido. k ⋅ q ⋅ q0
o mesmo módulo e estão à mesma distância de q0. F=1 F=
2
k ⋅ q ⋅ q0 k ⋅ q ⋅ q0 k ⋅ − q ⋅ q0 k ⋅ q ⋅ q0 d2
F1 = =
4⋅ e F2 = =
4⋅ Obtendo a resultante:
2 2
d d2 d d2
2 2
   
 1 k ⋅ q ⋅ q0
k ⋅ q ⋅ q0 FB 2 = F12 + F12 + 2 ⋅ F 1 ⋅ F 1 ⋅  −  = F12 ⇒ FB = F1 =
Assim, FA =F1 + F2 ⇒ FA = 8  2 d2
d2
FA
Na posição final, novamente independente do seu sinal, a carga q0 sofrerá Portanto, = 8.
FB
duas forças elétricas que formarão um ângulo de 120º.

FB 2 = F12 + F22 + 2 ⋅ F 1⋅ F 2 ⋅ cos120º

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 (UNESP-SP) De acordo com o modelo atômico atual, os prótons e Sobre as afirmativas acima, assinale a alternativa correta:
nêutrons não são mais considerados partículas elementares. Eles seriam
formados de três partículas ainda menores, os quarks. Admite-se a existência (A) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
de 12 quarks na natureza, mas só dois tipos formam os prótons e nêutrons, (B) Apenas as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
o quark up (u), de carga elétrica positiva, igual a 2/3 do valor da carga do (C) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras.
elétron, e o quark down (d), de carga elétrica negativa, igual a 1/3 do valor (D) Apenas as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
da carga do elétron. A partir dessas informações, assinale a alternativa que (E) Apenas as afirmativas II, III e V são verdadeiras
apresenta corretamente a composição do próton e do nêutron.
04 (UFSCAR) Atritando vidro com lã, o vidro se eletriza com carga positiva
(I) Próton. (II) Nêutron e a lã com carga negativa. Atritando algodão com enxofre, o algodão adquire
carga positiva e o enxofre, negativa. Porém, se o algodão for atritado com
(A) (I) d, d, d, (II) u, u, u. lã, o algodão adquire carga negativa e a lã, positiva. Quando atritado com
(B) (I) d, d, u, (II) u, u, d. algodão e quando atritado com enxofre, o vidro adquire, respectivamente,
(C) (I) d, u, u, (II) u, d, d. carga elétrica:
(D) (I) u, u, u, (II) d, d, d.
(E) (I) d, d, d, (II) d, d, d. (A) positiva e positiva.
(B) positiva e negativa.
02 (CESGRANRIO-RJ) Um pedaço de cobre eletricamente isolado contém (C) negativa e positiva.
2 ∙ 1022 elétrons livres, sendo a carga de cada um igual a 1,6 ∙ 10-19 C. (D) negativa e negativa.
Para que o metal adquira uma carga de 3,2 ∙ 10-9 C, será preciso remover, (E) negativa e nula.
desses elétrons livres, um em cada:
05 Três pequenas esferas metálicas A, B e C idênticas estão eletrizadas
(A) 104. (D) 1016. com cargas + 3q, – 2q e + 5q, respectivamente. Determine a carga de
(B) 108. (E) 1020. cada uma após um contato simultâneo entre as três.
(C) 1012.
06 (PUC - SP) Considere quatro esferas metálicas idênticas, separadas
03 (UEL-PR) Campos eletrizados ocorrem naturalmente no nosso e apoiadas em suportes isolantes. Inicialmente as esferas apresentam as
cotidiano. Um exemplo disso é o fato de algumas vezes levarmos seguintes cargas: QA= Q, QB = Q/2, QC = 0 (neutra) e QD = – Q. Faz-se,
pequenos choques elétricos ao encostarmos em automóveis. Tais então, a seguinte sequência de contatos entre as esferas:
choques são devidos ao fato de estarem os automóveis eletricamente A B C D
carregados. Sobre a natureza dos corpos (eletrizados ou neutros),
considere as afirmativas a seguir: Q Q/2 O –Q

I. Se um corpo está eletrizado, então o número de cargas elétricas


negativas e positivas não é o mesmo.
II. Se um corpo tem cargas elétricas, então está eletrizado.
III. Um corpo neutro é aquele que não tem cargas elétricas.
IV. Ao serem atritados, dois corpos neutros, de materiais diferentes, Distribuição inicial das cargas entre as esferas
tornam-se eletrizados com cargas opostas, devido ao princípio de
conservação das cargas elétricas. I. contato entre as esferas A e B e esferas C e D. Após os respectivos
V. Na eletrização por indução, é possível obter corpos eletrizados com contatos, as esferas são novamente separadas;
quantidades diferentes de cargas. II. a seguir, faz-se o contato apenas entre as esferas C e B. Após o contato,
as esferas são novamente separadas;

IME-ITA 365
Física III – Assunto 2

III. finalmente, faz-se o contato apenas entre as esferas A e C. Após o 11 Duas cargas elétricas, puntiformes, positivas e iguais, estão situadas
contato, as esferas são separadas. Pede-se a carga final na esfera C, no vácuo a 3 m de distância. Sabendo que a força de repulsão mútua entre
após as sequências de contatos descritas. elas tem intensidade de 36 ∙ 109 N, determine qual será a nova intensidade
de repulsão se duplicarmos a distância entre elas.
7Q –Q Dado: K0 = 9 ∙ 109 N m2/C2.
(A) (D)
8 4
7Q 12 (UEL-PR) Duas esferas idênticas com cargas elétricas + 5,0 ∙ 10­6 C
(B) Q (E)
16 e – 1,0 ∙ 10–6 C, a uma distância D uma da outra, se atraem mutuamente.
(C) – Q Por meio de uma pinça isolante foram colocadas em contato e, a seguir,
2 afastadas a uma nova distância d, tal que a força de repulsão entre elas
tenha o mesmo módulo da força de atração inicial. Para essa situação, a
07 Três pequenas esferas condutoras M, N e P idênticas estão eletrizadas relação D/d vale:
com cargas +6q, +q e – 4q, respectivamente. Uma quarta esfera Z, igual
às anteriores, encontra-se neutra. Determine a carga elétrica adquirida pela
(A) ( 4 / 5) .
esfera Z, após contatos sucessivos com M, N e P, nessa ordem.
(B) (5 / 4) .
08 (FUVEST-SP) Três esferas metálicas iguais, A, B e C, estão apoiadas (C) 2 .
em suportes isolantes, tendo a esfera A carga elétrica negativa. Próximas (D) 2.
a ela, as esferas B e C estão em contato entre si, sendo que C está ligada (E) 2 2.
à terra por um fio condutor, como na figura:
13 Duas cargas puntiformes q1 = q2 = –1 mC são fixadas nos pontos O
A B C e A de abscissas x0 = 0 e xA = 1 m, respectivamente. Uma terceira carga
puntiforme q3 = +1 mC é abandonada, em repouso, num ponto P de
abscissa x, tal que 0 < x < 1 m. Abstraindo-se das ações gravitacionais,
a carga q3 permanecerá em repouso no ponto P, se sua abscissa x for
igual a que valor?

14 (FAAP-SP) Duas cargas q1 e q2, de mesmo sinal, estão fixas sobre uma
A partir dessa configuração, o fio é retirado e, em seguida, a esfera A reta e distantes de 4 m. Entre q1 e q2 é colocada outra carga q3 distante
é levada para muito longe. Finalmente, as esferas B e C são afastadas de 1 m de q1. Sabendo que q1 = 5 mC e que q3 permanece em equilíbrio,
uma da outra. Após esses procedimentos, as cargas das três esferas determine o valor de q2.
satisfazem as relações:
15 (UFF-RJ) Considere o valor F como sendo o módulo da força
(A) QA < 0 QB >0 QC >0. eletrostática entre duas cargas puntiformes, no vácuo, cada uma com
(B) QA < 0 QB = 0 QC = 0. intensidade Q e separadas por uma distância r. A figura abaixo mostra três
(C) QA = 0 QB < 0 QC < 0. cargas, no vácuo, de valores – Q, +2Q e +4Q. A primeira e a segunda,
(D) QA > 0 QB > 0 QC = 0. bem como a segunda e a terceira , estão separadas por uma distância r.
(E) QA > 0 QB < 0 QC > 0. A alternativa que representa a força eletrostática resultante que atua em
cada carga é:
09 (UFTM) O gráfico mostra como varia a força de repulsão entre duas
cargas elétricas, idênticas e puntiformes, em função da distância entre elas.
r r
F(N)
–Q +2Q +4Q

9 ∙ 103
Carga – Q Carga +2Q Carga +4Q

(A) 3F 10F 7F
F
0,2 0,4 d(m)
Considerando a constante eletrostática do meio como K = 9 · 10 N · m2/C2
9 (B) F 8F 9F
determine:

a. o valor da força F; (C) 2F 6F 8F


b. o módulo das cargas elétricas.

10 Duas cargas puntiformes q1 = 5 ∙ 10–6 C e q2 = 12 ∙ 10–6 C estão (D) F 7F 6F


separadas de 1 m no vácuo.
Sendo K = 9 ∙ 109 N m2/C2 a constante eletrostática do vácuo, qual a
intensidade da força de interação entre elas? (E) 4F 10F 6F

366 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb

16 Um aluno, ao realizar um experimento de Eletrostática, usou sete As cargas elétricas das esferas têm, respectivamente, os seguintes valores:
pequenas esferas metálicas idênticas. Uma delas estava eletrizada com
carga q e as demais eram neutras. Determine a carga da esfera inicialmente Q1 = 20 µC
eletrizada, após sucessivos contatos com todas as esferas disponíveis. Q2 = – 4 µC
Q3 = 1 µC
17 (UERJ) Duas partículas de cargas +4Q e – Q Coulombs estão
localizadas sobre uma linha, dividida em três regiões I, II e III, conforme a Admita que, em um determinado instante, E1 e E2 são conectadas por um
figura abaixo. Observe que as distâncias entre os pontos são todas iguais. fio metálico; após alguns segundos, a conexão é desfeita.
Nessa nova configuração, determine as cargas elétricas de E1 e E2 e
apresente um esquema com a direção e o sentido da força resultante
sobre E3.
I II III
+4Q –Q
EXERCÍCIOS NÍVEL 2

01 Uma relação (R) é dita transitiva se:


0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

a. Indique a região em que uma partícula positivamente carregada A R


→ B e B R
→ C, então A R
→C
(+Q coulomb) pode ficar em equilíbrio.
b. Determine esse ponto de equilíbrio.
Assim, por exemplo, a relação “equilíbrio térmico” entre sistemas físicos
é transitiva, uma vez que, de acordo com a Lei Zero da Termodinâmica,
18 (UNICAMP-SP) Considere o sistema de cargas na figura. As cargas
se um sistema A está em equilíbrio térmico com outro sistema B e se B
+Q estão fixas e a carga – q pode mover-se somente sobre o eixo x:
está em equilíbrio térmico com um terceiro sistema C, então o sistema A
está em equilíbrio térmico com o sistema C.
y
+Q Verifique se as seguintes relações entre corpos carregados são transitivas:
d –q
• Repulsão elétrica;
0 a x • Atração elétrica.
d
+Q Justifique sua resposta.

02 Seja A uma esfera condutora de carga elétrica Q. Tomam-se N neutras


Solta-se a carga – q, inicialmente em repouso, em x = a. idênticas a A e isoladas umas das outras e realiza-se a seguinte operação:
toca-se A com a 1a esfera neutra, depois toca-se A com a segunda e assim
a. Em que ponto do eixo x a velocidade de – q é máxima? sucessivamente. Se, ao final da operação, a carga da esfera A é 2(18 – 4N)
b. Em que ponto(s) do eixo x a velocidade de – q é nula? vezes a carga inicial de A, quantas esferas foram tocadas por A?

19 A carga Q de 10 µC fixa no ponto A do plano horizontal equilibra a 03 (ITA 97/98) Três cargas elétricas puntiformes estão nos vértices U, V e
carga q de 1 µC e massa de 1 grama que se encontra na vertical que W de um triângulo equilátero. Suponha-se que a soma das cargas é nula e
passa por A. Considere o meio como sendo o vácuo e adote g = 10 m/s2 que a força sobre a carga localizada no vértice W é perpendicular à reta UV
e K0 = 9 · 109 N m2/C2. Qual a distância entre essas cargas? e aponta para fora do triângulo, como mostra a figura. Conclui-se que:

U W

(A) as cargas localizadas em U e V são de sinais contrários e de valores


20 (UERJ) Três pequenas esferas metálicas, E1, E2 e E3, eletricamente
absolutos iguais.
carregadas e isoladas, estão alinhadas, em posições fixas, sendo E2
(B) as cargas localizadas nos pontos U e V têm valores absolutos diferentes
equidistante de E1 e E3. Seus raios possuem o mesmo valor, que é muito
e sinais contrários.
menor que as distâncias entre elas, como mostra a figura:
(C) as cargas localizadas nos pontos U, V e W têm mesmo valor absoluto,
com uma de sinal diferente das demais.
(D) as cargas localizadas nos pontos U, V e W têm o mesmo valor absoluto
E1 E2 E3 e o mesmo sinal.
(E) a configuração descrita é fisicamente impossível.

IME-ITA 367
Física III – Assunto 2

04 (FUVEST-SP) A uma distância d uma da outra, encontram-se duas I II


esferinhas metálicas idênticas, de dimensões desprezíveis, com cargas – Q – –
e +9Q. Elas são postas em contato e, em seguida, colocadas à distância (A) zero. – – – –
2d. Qual a razão entre os módulos das forças que atuam nas esferas após (B) (1/2)F1. q q q q
o contato e antes do contato? (C) (3/4)F1. – – – –
(D) F1. P P
05 (FUVEST-SP) Três objetos com cargas elétricas idênticas estão (E) 2 F1. + +
+
alinhados como mostra a figura. O objeto C exerce sobre B uma força
igual a 3,0 ∙ 10-6 N. 10 (Saraeva) Dois corpos idênticos possuem cada um massa m e carga
elétrica q. Quando colocados sobre uma semiesfera de raio R com paredes
isolantes e sem atrito, os corpos se movem e, na posicao de equilíbrio, a
distância entre eles é igual a R. Sabendo que a constante eletrostática do
meio em questão é K, determine a carga de cada corpo.

Qual a intensidade da força elétrica resultante dos efeitos de A e C sobre B?

06 (UNB-DF) Duas cargas q1 e q2, de mesmo sinal, estão fixas sobre o R R


eixo Ox, com q1 na origem e q2 em x2 = +D. Uma terceira carga, de sinal
e valor desconhecidos, quando colocada em x3 = D/4, permanece em m m
equilíbrio. Calcule a razão q2/q1. R
07 Duas esferas iguais, eletrizadas, atraem-se com determinada força F,
quando separadas pela distância r. Em seguida são postas em contato e
depois recolocadas à mesma distância r, dessa última posição repelem-se 11 (IME 83/84) Um sistema de cargas elétricas puntiformes é constituído
com a força F/4. Determine a relação q/q’, entre as cargas iniciais das de quatro pequenas esferas, de peso desprezível, dispostas na forma
esferas. mostrada na figura, dotadas das seguintes cargas elétricas:

08 (UFPE) Quatro cargas elétricas puntiformes, de intensidades Q e q, q1 = q3 = 4 x 10 –11 coulombs


estão fixas nos vértices de um quadrado, conforme indicado na figura. q2 = q4 = –10 –10 coulombs

Determine a razão Q/q para que a força sobre cada uma das cargas Q
seja nula:
Determine o valor do ângulo α·, diferente de zero, de posicionamento da
esfera de carga q4, de modo que a força atuante nessa carga seja nula.
(A) − 2.
4 12 Duas esferas condutoras, idênticas e muito pequenas, de mesma massa
m = 0,30 g, encontram-se no vácuo, suspensas por meio de dois fios leves,
(B) − 2. isolantes, de comprimentos iguais L = 1,0 m e presos a um mesmo ponto
2 de suspensão O. Estando as esferas separadas, eletriza-se uma delas com
carga Q, mantendo-se a outra neutra. Em seguida, elas são colocadas em
(C) − 2 . contato e depois abandonadas, verificando-se que na posição de equilíbrio
a distância que as separa é d = 1,2 m. Determine a carga Q.
(D) −2 2 .
Dados: Q > 0; K0 = 9,0 · 109 N m2 C–2; g = 10 m/s–2.
(E) −4 2 . 13 (UFG-GO) Duas esferas idênticas são suspensas por fios de
comprimento l, com os pontos de suspensão separados por 2l. Os fios
09 (FUVEST-SP) Pequenas esferas, carregadas com cargas elétricas negativas são isolantes, inextensíveis e de massas desprezíveis. Quando as esferas
de mesmo módulo Q, estão dispostas sobre um anel isolante e circular, como estão carregadas com cargas Q de mesmo sinal, os fios fazem um ângulo
indicado na figura I. A intensidade da força elétrica que age sobre uma carga de de 30o com a vertical. Descarregando as esferas e carregando-as com
prova negativa, colocada no centro do anel (ponto P), é F1. cargas q de sinais opostos, os fios formam novamente um ângulo de 30o
Se forem acrescentadas sobre o anel três outras cargas de mesmo módulo com a vertical. De acordo com as informações apresentadas, calcule o
Q, mas positivas, como na figura II, a intensidade da força elétrica no módulo da razão Q/q.
ponto P passará a ser:

368 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb

14 Duas pequenas bolas condutoras idênticas, de massa m e carga q, 17 (OBF 2004) Na figura abaixo, estão representadas duas partículas
estão suspensas por fios isolantes de comprimento l, como mostra a de massas m1 e m2, carregadas, respectivamente, com cargas q1 e q2 e
figura abaixo. Suponha θ tão pequeno que tanθ possa ser substituída por suspensas de um mesmo ponto por fios de iguais comprimentos e massas
1/3 desprezíveis.
 q2L 
senθ com erro desprezível. Mostre que, no equilíbrio, x =   ,
 2πε o mg  Pode-se concluir que:
em que x é a separação entre as bolas.  

(A) q1q2 < 0 e m1 < m2.


m2
(B) q1q2 > 0 e |q1| < |q2|.
(C) q1q2 < 0 e m1|q1| > m2|q2|.
(D) q1q2 > 0 e |q1| > |q2|. q2
m1
(E) q1q2 > 0 e m1 > m2.
q1

18 Quatro cargas positivas q, Q, q, Q estão ligadas por quatro fios, cada


um com comprimento L. Sabe-se que Q = 8q. Determine o ângulo θ.
Despreze a gravidade.
Observação: K – constante eletrostática.

15 (ITA 92/93) Duas esferas condutoras, de massa m, bem pequenas,


estão igualmente carregadas. Elas estão suspensas num mesmo ponto
por dois fios de seda, de massas desprezíveis e de comprimentos iguais
a L. As cargas das esferas são tais que elas estarão em equilíbrio quando
a distância entre elas for igual a a (a<<L). Num instante posterior, uma
das esferas é descarregada. Qual será a nova distância b (b<<L) entre
as esferas quando, após se tocarem, o equilíbrio entre elas for novamente (A) θ = 30º.
restabelecido? (B) θ = 2 arc tan (1/4).
(C) θ = 2 arc tan (4).
a
(A) b = a . (D)
b= 3 .
(D) θ = 4 arc tan (2).
2 2 (E) θ = 4 arc tan (1/3).

(B) b = a 2 . (E) a
b= 3 . 19 (UFU-MG) Duas cargas +q estão fixas sobre uma barra isolante
2 4 e distam entre si uma distância 2d. Uma outra barra isolante é fixada
perpendicularmente à primeira no ponto médio entre essas duas cargas.
(C) b = a 3 .
2 O sistema é colocado de modo que esta última haste fica apontada para
cima. Uma terceira esfera pequena, de massa m e carga +3q, furada é
16 (ITA 00/01) Duas partículas têm massas iguais a m e cargas a Q. atravessada pela haste vertical de maneira a poder deslizar sem atrito ao
Devido a sua interação eletrostática, elas sofrem uma força F quando estão longo desta, como mostra a figura a seguir.
separadas de uma distância d. Em seguida, essas partículas são penduradas,
a partir de um mesmo ponto, por fios de comprimento L e ficam equilibradas A distância de equilíbrio da massa m ao
quando a distância entre elas é d1. A cotangente do ângulo a que cada fio longo do eixo vertical é z. Com base nessas
forma com a vertical, em função de m, g, d, d1, F e L, é: informações, o valor da massa m em
questão pode ser escrito em função de d, z,
g e k, em que g é a aceleração gravitacional
e k, a constante eletrostática. A expressão
para a massa m será dada por:
L
kq 2 z
a (A) m =
(d 2 + z 2 )3/2
6kq2z
d1 (B) m =
g(d2 + z2 )3/2
6 kq 2 z
(C) m =
g( d 2 + z 2 )2
(A) m g d1 / (F d)
(B) m g L d1 / (F d2) 6 kq 2 z
(C) m g d12 / (F d2) (D) m =
(D) m g d2 / (F d12)
g( d 2 + z 2 )3
(E) (Fd2) / (mg d12)

IME-ITA 369
Física III – Assunto 2

20 Quatro cargas q, Q, q e Q, de mesmo sinal, estão unidas mediante 24 (ITA-SP) Uma partícula de massa M=10,0 g e carga q = – 2,0 ∙ 10–6 C
cinco fios (não condutores) de comprimento  da maneira mostrada na é acoplada a uma mola de massa desprezível. Esse conjunto é posto em
figura (Q>q). Determine a força no fio que une as cargas Q. oscilação e seu período medido é P = 0,40π s.
É fixada a seguir uma outra partícula de carga q’ = 0,20 ∙ 10–6 C a uma
Q distância d da posição de equilíbrio O do sistema massa-mola (ver figura).
O conjunto é levado lentamente até a nova posição de equilíbrio, distante
q q x =40 cm da posição de equilíbrio inicial O. Qual o valor de d?
É dado: K0 = 9 ∙ 109 N m2/C2.
Obs.: Considere as duas cargas puntiformes.

Q
21 (PUC-SP) Em cada um dos vértices de uma caixa cúbica de aresta 
foram fixadas cargas elétricas de módulo q cujos sinais estão indicados
na figura.
Sendo k a constante eletrostática do meio, o módulo da força elétrica
que atua sobre uma carga pontual de módulo 2q, colocada no ponto de 25 (UFU-MG) A figura mostra uma barra isolante, sem massa, de
encontro das diagonais da caixa cúbica, é: comprimento l = 2 m, presa por um pino no centro. Nas suas extremidades
q q estão presas cargas positivas q e 2q, sendo q = 1 ∙ 10–6 C. A uma distância
– – r = 0,3 m, diretamente abaixo de cada uma dessas cargas, encontra-se
(A) 4 kq /3 .
2 2 afixada uma carga positiva Q = 4 ∙ 10–6 C. Considere somente as
q q
(B) 8 kq2/32. + – interações entre as cargas situadas diretamente abaixo uma da outra e
(C) 16 kq2/32. q q K = 9 ∙ 109 N m2/C2. Sabe-se que a reação no pino é nula.
(D) 8 kq2/2. – +
l
(E) 4 kq2/2.
q q +q +2q
– +
x

P r
22 Nos vértices de um triângulo isósceles existem três cargas puntiformes
Q + Q +
fixas e iguais entre si. Calcular a relação entre a base b e a altura h relativa
à base para que qualquer carga colocada no ponto médio da altura fique
em equilíbrio sob a ação das forças elétricas.
Obs.: A base é o lado diferente no triângulo.
Determine:
23 (FUVEST-SP) Quatro pequenas esferas de massa m estão carregadas
com carga de mesmo valor absoluto q, sendo duas negativas e duas a. o valor do peso P necessário para manter a barra em equilíbrio na
positivas, como mostra a figura. As esferas estão dispostas formando um horizontal;
quadrado de lado a e giram numa trajetória circular de centro O, no plano do b. a distância x, a partir do pino, em que o peso P deve ser suspenso
quadrado, com velocidade de módulo constante v. Suponha que as únicas quando a barra está balanceada, e de que lado do suporte (esquerdo
forças atuantes sobre as esferas são devidas à interação eletrostática. A ou direito).
constante de permissividade elétrica é ε. Todas as grandezas (dadas e
solicitadas) estão em unidades SI. EXERCÍCIOS NÍVEL 3

V 01 (FUVEST-SP) Duas cargas pontuais positivas, q1 e q2 = 4q1, são fixadas
a uma distância d uma da outra. Uma terceira carga negativa q3 é colocada no
+q a ponto P entre q1 e q2, a uma distância X da carga q1, conforme mostra a figura.
–q

V
a O a 
V

–q +q
a

V a. Calcule o valor de X para que a força sobre a carga q3 seja nula.
b. Verifique se existe um valor de q3 para o qual tanto a carga q1 como a q2
a. Determine a expressão do módulo da força eletrostática resultante F permanecem em equilíbrio, nas posições do item a), sem necessidade
que atua em cada esfera e indique sua direção. de nenhuma outra força além das eletrostáticas entre as cargas. Caso
b. Determine a expressão do módulo da velocidade tangencial v das exista, calcule este valor de q3; caso não exista, escreva “não existe”
esferas. e justifique.

370 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb

02 (IME 95/96) Uma esfera de plástico, maciça, é eletrizada, ficando


com uma densidade de carga superficial  =+ 0,05 Coulombs/m2. Em
consequência, se uma carga puntiforme q = + 1mC fosse colocada
exteriormente a 3 metros do centro da esfera, sofreria uma repulsão de
0,02 p Newtons. A esfera é descarregada e cai livremente de uma altura de
750 metros, adquirindo ao fim da queda uma energia de 0,009 p Joules.
Determine a massa específica do plástico da esfera. Dado: aceleração da
gravidade: g = 10 m/s2.

03 Em um ponto de um plano inclinado que forma 30º com a horizontal,


fixamos um corpo B eletrizado com carga Q = 20mC. A 30 cm abaixo de B,
coloca-se um pequeno corpo A de 20 g de massa, eletrizado com carga q. (A) Determine o módulo da velocidade v com que a carga negativa se
Seja g = 10 m/s2 e K = 9 · 109 Nm2/C2. move em torno da carga positiva.
(B) Determine o período do movimento circular da carga negativa em torno
a. Se não existe atrito, para que o corpo A fique em equilíbrio, qual deve da carga positiva.
ser sua carga elétrica? (C) Determine a energia total do sistema.
b. Se existisse atrito e o coeficiente de atrito estático entre o corpo A e o (D) Considere que o produto da massa da partícula com carga negativa
plano inclinado fosse igual a 0,25, qual seria a menor distância entre pela sua velocidade e pelo raio da trajetória circular é igual ao produto
A e B para não haver movimento do corpo A? de um número inteiro por uma constante; ou seja, mv R = nh, em
que n é o número inteiro (n = 1, 2, 3, ...) e h, a constante. Determine
04 Três pêndulos idênticos são pendurados em um mesmo ponto O. O a energia total do sistema em termos de n, h, q e k.
comprimento de cada haste é igual a L e o peso da massa pendular é igual (E) Determine a frequência do movimento da carga negativa em torno da
a P. Cada um deles é eletrizado com carga Q, positiva. Na configuração de carga positiva em termos de n, h, q e k.
equilíbrio, a haste de cada pêndulo faz com a vertical, que passa por O,
um ângulo q. Determine o valor de Q em função dos dados do problema. 08 (ITA 09/10) Considere uma balança de braços desiguais, de
Dado: constante eletrostática do meio = K. comprimentos ℓ1 e ℓ2, conforme mostra a figura. No lado esquerdo
encontra-se pendurada uma carga de magnitude Q e massa desprezível,
05 Dada a configuração de cargas abaixo, determine a força elétrica resultante situada a uma certa distância de outra carga, q. No lado direito encontra-se
em uma carga Q indicada na figura, sabendo que o lado do cubo vale a. uma massa m sobre um prato de massa desprezível. Considerando as
cargas como puntuais e desprezível a massa do prato da direita, o valor
de q para equilibrar a massa m é dado por:

06 Uma pequena partícula carregada está no interior de uma esfera


isolante perfeitamente lisa. O diâmetro da esfera é R, a massa da partícula
carregada é m e sua carga é q. Qual carga deve ter um outro objeto, fixo – mgl2d 2
(A) .
no fundo da esfera, para que seja capaz de manter a partícula carregada ( k0Q 1)
no extremo superior da esfera em equilíbrio estável? Diz-se que um
– 8 mg 2d 2
corpo encontra-se em equilíbrio estável quando, ao sofrer um pequeno (B) .
( k0Q 1)
deslocamento da sua posição de equilíbrio, a ela retorna logo depois. A
constante eletrostática do meio é igual a K. – 4 mg 2d 2
(C) .
(3 k0Q 1)
07 (UFC-CE) Uma partícula com carga positiva +q é fixada em um ponto,
atraindo uma outra partícula com carga negativa – q e massa m, que se – 2 mg 2d 2
(D) .
move em uma trajetória circular de raio R, em torno da carga positiva, com 3 k0Q 1
velocidade de módulo constante (veja a figura a seguir). Considere que não
– 8 mg 2d 2
há qualquer forma de dissipação de energia, de modo que a conservação (E) .
da energia mecânica é observada no sistema de cargas. Despreze qualquer (3 3 k0Q 1 )
efeito da gravidade. A constante eletrostática é igual a k.

IME-ITA 371
Física III – Assunto 2

09 O sistema de cargas indicado na figura é composto por três cargas fixas 10 Uma partícula A com carga elétrica +Q encontra-se fixa ao ponto
e uma carga pendurada por um fio, todas positivas e de peso desprezível. mais baixo de um aro circular de raio R localizado num plano vertical.
Para que a carga pendurada fique na direção vertical, pede-se: Outra partícula B de carga +Q e massa m encontra-se livre para se mover
apoiada internamente sobre a superfície lisa desse aro. Sabendo que a
gravidade local vale g e a constante eletrostática do meio vale K, determine:

4Q a. a distância entre as partículas A e B na posição de equilíbrio estático


de B;
3d b. a força de contato que o aro circular exerce na partícula B nessa
Q Q posição.

r 4d 3d

a. calcular:
I. a distância r em função de d;
II. a tração no fio;
b. verificar se a carga pendurada, depois de sofrer uma pequena
perturbação em sua posição, permanece estável em uma nova posição
ou retorna à posição original;
c. repetir o item b para o caso de a carga pendurada ser negativa.

RASCUNHO

372 Vol. 1
Campo elétrico A ssunto
3
Física III

1. Introdução 2.2 Campo elétrico produzido


Neste capítulo, estudaremos o conceito e a representação das linhas por várias cargas puntiformes
de campo elétrico, detalhando os diversos casos para a sua geração. O campo elétrico será dado pela soma vetorial dos campos elétricos
Iniciaremos estudando o campo elétrico gerado por cargas puntiformes gerados por cada carga puntiforme.
e depois falaremos os casos mais complexos, onde introduziremos o 
E1
conceito de superfície gaussiana para evitar o uso de cálculo integral nas
deduções das fórmulas.  
E2 ER    
Por fim, veremos a relação que existe entre campo elétrico e força •  ER = E + E2 + E3
Q1 E3
elétrica, estudada no capítulo anterior. Concluiremos que há uma analogia
com a relação entre campo e força gravitacionais. Repare que neste exemplo, pela
Q2 • orientação dos vetores, podemos concluir
2. Campo elétrico Q3
• que a carga Q1 é positiva enquanto as
cargas Q2 e Q3 são negativas.
O campo elétrico é uma propriedade física relativa a pontos do espaço
que estão sob a influência de uma carga elétrica fonte, tal que uma carga
de prova, ao ser colocada num desses pontos, fica sujeita a uma força 3. Linhas de força
de atração ou de repulsão em relação à carga elétrica que gerou o campo Também conhecidas como linhas de campo, são linhas imaginárias
(carga fonte). O campo elétrico em um determinado ponto do espaço será orientadas que auxiliam na visualização dos campos elétricos de uma certa
representado através de um vetor (grandeza vetorial) região. A tangente a uma linha de força
  num dado ponto nos dá a direção
Símbolo → E E
e o sentido do vetor campo elétrico neste ponto.
Unidade no SI: [N/C] (Newton/Coulomb) ou [V/M] (Volt/metro) Ex.:

2.1 Campo elétrico gerado


por uma partícula carregada
O vetor campo elétrico terá a direção da reta que liga o ponto do
espaço à carga geradora do campo. Por sua vez, o módulo do campo
elétrico será dado por:

 k· Q
E = 2
d
carga fonte positiva carga fonte negativa

O sentido do vetor campo elétrico dependerá do sinal da carga fonte.

2.1.1 Partícula com carga positiva


O vetor tem sentido de afastamento da carga fonte. +Q –Q

E (vetor Campo Elétrico)
ponto qualquer no espaço
par tícula com carga Q

d
+ dipolo elétrico
A quantidade de linhas que partem ou chegam a uma determinada
carga fonte está diretamente relacionada ao módulo desta carga, ou seja,
2.1.2 Partícula com carga negativa quanto maior o número de linhas maior será o módulo da carga da partícula.
O sentido do vetor aponta para a carga fonte. Além disso, quanto mais concentradas as linhas de força estiverem, maior
será a intensidade do campo naquela região.
(vetor Campo Elétrico) ponto qualquer no espaço

partícula com carga – Q E
A B C•
d • •
_

EB>EC>EA

IME-ITA 373
Física III – Assunto 3

4. Lei de Gauss
O fluxo elétrico total através de uma superfície qualquer (superfície E . ASG = 4 π k Qint
gaussiana) é diretamente proporcional à soma das cargas no interior r
E 2πr = 4πk σπr
2 2

desta superfície. • P

  E = 2k πσ
Φ = ∫ E . dA = 4 π k Qinterno
σ

Assim, utiliza-se a Lei de Gauss para determinar a intensidade do


campo elétrico num ponto, fazendo passar por este uma superfície fechada. Obs.: Repare que o campo elétrico gerado não depende da distância
Com o objetivo de facilitar a integração, esta superfície deve ser simétrica do ponto à placa (campo elétrico uniforme).
ao corpo carregado, para que o campo elétrico seja constante em todos
os pontos da gaussiana. Desta forma, determinando-se a superfície 4.4 Placa infinita condutora com densidade
gaussiana ideal, teremos: superficial de carga σ = Q/A
 
Φ = E .∫ dA = 4 π k Qinterno ⇒ E. ASG = 4 π k Qinterno Unidade no SI de σ: [C/m²]
Superfície gaussiana: casca cilíndrica com tampa de raio r.
4.1 Carga puntiforme Q Neste caso, cada face da placa possui densidade σ.

Superfície gaussiana: esfera de raio r com centro na carga.


E . ASG = 4 π k Qint
r
E 2πr = 4πk 2σπr
2 2
E . ASG = 4 π k Q int • P
P
r •
E 4πr2 = 4πko Q
E = 4k πσ
Q σ

kQ
E = 2
r
Obs.: Novamente o campo elétrico não depende da distância do ponto à
placa (campo elétrico uniforme).
Obs.: Repare que é a mesma fórmula que foi apresentada anteriormente
para cargas puntiformes. 4.5 Casca esférica ou esfera condutora
4.2 Linha infinita com densidade linear maciça de carga Q e raio R
de carga λ = Q/L
4.5.1 No interior
Unidade SI de λ: [C/m] Superfície gaussiana: esfera de raio r concêntrica.
Superfície gaussiana: casca cilíndrica de raio r. Q
E . ASG = 4 π k Q int
E . ASG = 4 π k Q int R

E 2 π r = 4 π k λ  r 2
r E 4πr = 4 π k Q
λ P•

2k λ E=0
E =
 r
Obs.: Lembre que no condutor as cargas ficam localizadas na superfície,
por isso Qint = 0.

4.3 Placa infinita isolante com densidade 4.5.2 Na superfície


superficial de carga σ = Q/A Superfície gaussiana: esfera de raio r concêntrica.
Unidade no SI de σ: [C/m²]
Superfície gaussiana: casca cilíndrica com tampa de raio r.

374 Vol. 1
Campo elétrico

P (R = r) E . ASG = 4 π k Q int 5. Blindagem eletrostática


Q
R • (gaiola de Faraday)
E4πR=4πk Q
2

2 Michael Faraday (1791-1867) construiu uma gaiola metálica que era


mantida sobre suportes isolantes e eletrizada negativamente. Mesmo
quando Faraday entrava na gaiola, ele não sofria choque, pois o campo
kQ
E= 1 2 elétrico dentro da gaiola é nulo. Faraday demonstrou que os condutores
2 R
carregados eletrizam-se apenas na sua superfície externa.

Obs.: Neste caso, metade da carga do condutor se localiza na parte interna


da superfície e metade na parte externa.

4.5.3 No exterior
Superfície gaussiana: esfera concêntrica de raio r.
E . ASG = 4 π k Q int

E4πr2=4π k Q

kQ
E =
r2

Obs.: Para pontos fora da esfera, podemos considerar o caso análogo ao


de uma carga puntiforme localizada no centro da esfera. O princípio da gaiola de Faraday é bastante usado na proteção de
aparelhos eletrônicos contra interferências externas.
Automóveis e aviões também se comportam como uma gaiola de
4.6 Esfera isolante maciça com dens. Faraday. Em um dia chuvoso, o melhor lugar para ter proteção contra os
volumétrica de carga ρ = Q/V e raio r raios (exceto os prédios) é dentro de um carro.
Unidade SI de ρ: [C/m³]
4.6.1 No interior A
Superfície gaussiana: esfera concêntrica de raio r.
Q
E . ASG = 4 π k Q int
R

E4πr=
2
4πk ρ 4 π r3
r 3 a
P•

4
E= k ρπr
3

4.6.2 No exterior (ou na superfície) A


Superfície gaussiana: esfera concêntrica de raio r.

Q •P E . ASG = 4 π k Q int
r

E4πr=4πk ρ 4 πR
2 3 b
R 3

E= 4 k ρπ R2 = kQ
3

3 r r2 Na figura (a) acima, uma pequena esfera é atraída por um condutor


eletrizado negativamente.
Na figura (b), inserimos a pequena esfera dentro de uma gaiola de
Obs.: Novamente, podemos observar que, para pontos fora da esfera, o
Faraday e mesmo com o condutor eletrizado negativamente, a esfera não
caso é análogo ao do campo gerado por uma carga puntiforme localizada
sofre ação da força eletrostática devido à blindagem exercida pela gaiola
no centro da esfera.
de Faraday.

IME-ITA 375
Física III – Assunto 3

6. Força elétrica Portanto, observamos que existe uma relação de fato entre o campo e a
força elétrica. Assim, quando uma partícula eletrizada for abandonada num ponto
Vimos que uma carga puntiforme Q é capaz de gerar campo elétrico onde há influência de um campo elétrico, ela sofrerá uma força elétrica dada por:
em qualquer ponto ao seu redor. Se em um ponto P qualquer do espaço
colocarmos uma outra carga puntiforme q, sobre este atuará uma força  
Fe = q . E
elétrica de atração ou de repulsão, dependendo do sinal das cargas
envolvidas. Desta forma, temos:
Por se tratar de um produto entre um vetor e um escalar, a força e o
campo elétrico possuem sempre mesma direção e o sentido será contrário
 k. Q  k. Q . q somente quando a carga for negativa.
EP = 2 Fe =
d d2
E
E
Fe
E (Campo Elétrico pela carga Qno ponto P)

Carga de Prova q + Fe (Força Elétrica sobre a carga q)


P
Fe
Carga Fonte Q
d
+

Obs.: Nota-se uma semelhança clara entre o campo elétrico e o campo


gravitacional, mas neste último a força gravitacional que atua numa massa
 
de prova terá sempre natureza atrativa Fg = m . g . ( )

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 (PUC-RJ) Uma carga positiva encontra-se em uma região do espaço Solução:



onde há um campo elétrico dirigido verticalmente para cima. Podemos A carga positiva gera um campo “para fora” da carga ( E +), ou seja,
afirmar que a força elétrica sobre ela é: para a direita, e a carga negativa gera um campo “para dentro” da carga

( E _), ou seja, para baixo.
(A) para cima. 
Como as cargas e as distâncias são iguais em módulo, os vetores E +
(B) para baixo. 
(C) horizontal para a direita. e E – têm o mesmo módulo.

(D) horizontal para a esquerda. Portanto, o vetor resultante é o E 5.
(E) nula. v 
+ E (+)
q
Solução: Letra A.
Como a carga é positiva, a força elétrica sobre ela tem a mesma direção
e o sentido do campo elétrico, ou seja, vertical para cima.  
E (–) E5
02 Duas cargas elétricas de módulos iguais, q, porém de sinais

contrários, geram no ponto O um campo elétrico resultante E . Qual o
vetor que melhor representa esse campo elétrico?

 E2 – q
E1 
E3 03 (UFRJ) Em dois vértices opostos de um quadrado de lado a estão
fixas duas cargas puntiformes de valores Q e Q’. Essas cargas geram,
 em outro vértice P do quadrado, um campo elétrico E, cuja direção e
+ E4 sentido estão especificados na figura a seguir:
q
0 P
 Q
E5
60º
a
E

Q’
a
– q
Indique os sinais das cargas Q e Q’ e calcule o valor da razão Q/Q’.

376 Vol. 1
Campo elétrico

Solução: 05 Sabendo-se que o vetor campo elétrico no ponto A é nulo, determine


Sabemos que o vetor campo elétrico gerado pela carga Q no ponto a relação entre d1 e d2.
P tem direção horizontal, enquanto o campo gerado pela carga Q’ é
vertical, embora não se possa dizer imediatamente seus sentidos. 4q A q
Desta forma, se fizermos a decomposição do vetor campo elétrico
resultante de P nas direções horizontal e vertical, concluímos que:

• a componente horizontal de E aponta para a carga Q. Logo, Q é d1 d2
negativa; 
• a componente vertical de E aponta para a carga Q’. Logo, Q’ é
negativa. Solução:
Para que o campo elétrico resultante no ponto A seja nulo, os campos
elétricos gerados pelas duas cargas puntiformes devem ter sentidos
k. Q opostos e módulos iguais.
E1 = = E · cos60° (I)
a2
  k . Q1 k . Q2 4q q d
k. Q ' E1 = E2 ⇒ = ⇒ 2 = 2⇒ 1=2
E 2= = E · sen60° (II) d1 2
d2 2
d1 d2 d2
a2
Dividindo as duas equações acima, temos:
06
Q Q 3
= cot 60º ⇒ = y (cm)
Q' Q' 3
A C
20
04 (PUC-RS) Duas cargas elétricas de valores + Q e + 4Q estão fixas
nas posições 3 e 12 sobre um eixo, como indica a figura.

+Q +4Q B
0 40 × (cm)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 x(m)
No vácuo (K0 = 9 ∙ 109 N m2/C2), colocam-se as cargas QA = 48 ∙ 10–6
O campo elétrico resultante dessas cargas será nulo na posição:
C e QB = 16 ∙ 10–6 C, respectivamente nos pontos A e B representados
acima.
(A) 3. (D) 6.
O campo elétrico no ponto C tem módulo igual a:
(B) 4. (E) 7.
(C) 5.
(A) 60 ∙ 105 N/C. (D) 45 ∙ 105 N/C.
(B) 55 ∙ 105 N/C. (E) 40 ∙ 105 N/C.
Solução: Letra D.
(C) 50 ∙ 105 N/C.
As cargas positivas geram um campo “para fora”, como na figura abaixo:
Solução:Letra D
(x – 3) (12 – x)  
0 3 P 12 y (cm) EB E

 
+Q E (+4Q) E (+Q) +4Q x(m) 20 
A C EA

Para o campo elétrico ser nulo, os módulos dos campos elétricos criados
por essas duas cargas devem ser iguais. B
0 40 × (cm)
E+ Q = E+4 Q
Temos que:
k .Q k .4Q   
= E = E A + EB
( x − 3) (12 − x )2
2

E 2 = EA2 + EB2

x =6m

IME-ITA 377
Física III – Assunto 3

k . QA FRES = FE – P
9.109.48.10−6
EA = = = 27.10−5 N/C m · a = |q| · E – m · g ⇒
d A2 ( 40.10−2 )2
k . QB 9.109.16.10−6 m.( a + g) 1.10−6. (1 + 10)
EB = = = 36.10−5 N/C =E = ⇒ E = 55 N/C
d 2
B ( 20.10−2 )2 q 2 .10−7

Logo, E = 45 ∙ 105 N/C. 09 Um cilindro condutor muito longo (comprimento L) carregando uma
carga total Q1 = +q é envolvido por uma casca cilíndrica condutora
07 (PUC-SP) Em uma cer ta região da Terra, nas proximidades (também de comprimento L) com carga total Q2 = – 2q, como é mostrado
da superfície, a aceleração da gravidade vale 10 m/s2, e o campo em seção transversal na figura. Use a lei de Gauss para determinar:
eletrostático do planeta vale 100 N/C, orientado verticalmente para
baixo. Determine o sinal e o valor da carga elétrica que uma bolinha de
gude, de massa igual a 50 g, deveria ter para permanecer suspensa em
repouso, acima do solo.

R1
R2
Q1

Q2

a. a distribuição de cargas sobre a casca condutora;


Considere o campo elétrico praticamente uniforme no local e despreze b. o campo elétrico nos pontos fora da casca condutora;
qualquer outra força atuando sobre a bolinha. c. o campo elétrico na região entre o cilindro e a casca;
d. o campo elétrico dentro do cilindro.
Solução:
A primeira força que atua na partícula é a força peso, na vertical para Solução:
baixo. Para que a bolinha fique em equilíbrio, a força eletrostática gerada a. as cargas elétricas do cilindro (+q) ficam distribuídas em sua
pelo campo elétrico da Terra deve estar na vertical para cima e ter o superfície externa, uma vez que se trata de um material condutor.
mesmo módulo da força peso. Tais cargas irão induzir as cargas da casca cilíndrica.
Fe = P → q .E = m.g
Desta forma, uma quantidade de carga – q será induzida, ficando
q .100 = 50.10−3.10 assim na parte interna da casca, enquanto o restante das cargas
q = 5.10−3 C da casca (– q também) ficarão distribuídas na parte externa.

b. Usando a Lei de Gauss para um ponto fora da casca e distando r


Como o campo elétrico da Terra está orientado para baixo e a força do centro do sistema, temos:
eletrostática deve estar para cima, a carga é negativa.
E · ASG = 4.π.k.|QINT|
Logo, q = – 5 ∙ 10–3 C
A superfície gaussiana, neste problema, será um cilindro de raio r
08 (UFPE) Uma gota de óleo, de massa m = 1 mg e carga q = 2 × 10–7 e comprimento L.
C, é solta em uma região de campo elétrico uniforme E, conforme mostra
a figura a seguir. Mesmo sob o efeito da gravidade, a gota move-se para 2. k . q q
E · (2.π.r.L) = 4.π.k.|– q| ⇒ E = ⇒E=
cima, com uma aceleração de 1 m/s2. Determine o módulo do campo r.L 2.π.ε0 .r.L
(apontando para o centro).
elétrico. Considere g = 10 m/s2.
c. usando a lei de Gauss para um ponto na região pedida e distando
r do centro do sistema, temos:

E · Asg = 4 · π · k .|QINT |
2.k .q q
E · (2.π.r.L) = 4 · π · k · |+q| ⇒ E = ⇒E=
(dirigido para fora) r .L 2.π.ε 0 .r .L

E
Solução: d. Usando a lei de Gauss para um ponto dentro do cilindro e distando
Por possuir carga positiva, a gota sofrerá, além da força peso dirigida r do centro do sistema, temos:
para baixo, uma força elétrica no mesmo sentido do campo elétrico.
Como o seu movimento é acelerado, temos: E · ASG = 4.π.k.|QINT|
Como a carga interna à superfície gaussiana é nula, temos E=0.

378 Vol. 1
Campo elétrico

10 (ITA) Em uma impressora a jato de tinta, gotas de certo tamanho Solução:


são ejetadas de um pulverizador em movimento, passam por uma Notamos que a gota sofre um desvio para baixo graças à existência de
unidade eletrostática onde perdem alguns elétrons, adquirindo uma um campo elétrico uniforme. Assim, como a força elétrica tem o mesmo
carga q, e, a seguir, se deslocam no espaço entre placas planas paralelas sentido do campo, conclui-se que a gota tem carga elétrica positiva.
eletricamente carregadas, pouco antes da impressão. Considere gotas
de raio igual a 10 mm lançadas com velocidade de módulo v = 20 m/s Além disso, desconsiderando o efeito gravitacional sobre a gota, a única
entre placas de comprimento igual a 2,0 cm, no interior das quais existe força sofrida por ela será a força elétrica. Portanto, na direção horizontal
um campo elétrico vertical uniforme, cujo módulo é E = 8,0 x 104 N/C temos movimento uniforme:
(veja figura). Considerando que a densidade da gota seja de 1.000 kg/ 2.10−2
m3 e sabendo que esta sofre um desvio de 0,30 mm ao atingir o final x= v x . t ⇒ t= = 1.10−3 s
20
do percurso, determine o módulo da sua carga elétrica. Considere π =
Na direção vertical, temos uma situação de queda livre:
3.

a.t 2 2.(0,3.10−3 )
y= ⇒ a= = 6.102 m 2
2 (1.10−3 )2 s
E
v
Ainda na vertical sabemos que: FRES = FE
0,30 mm
4
(1.103 ). .π.(10.10−6 )3 .6.102
d.V .a 3
m.a= q .E ⇒ q = = ⇒q=
E 8.104
2,0 cm 3.10–14C

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 (Mackenzie-SP) A intensidade do campo elétrico num ponto situado 04 Uma esfera condutora possui uma densidade superficial de cargas
a 3,0 mm de uma carga elétrica puntiforme Q igual a 2,7 µC no vácuo uniforme de – 5,00 µC/m2. Determine a carga existente nessa esfera,
(K0 = 9,0 · 109 N m2/C2) é: sabendo que seu raio é igual a 50,0 cm (adote π = 3,14).

(A) 2,7 ∙ 103 N/C. (D) 8,1 ∙ 106 N/C. 05 Em uma certa região do espaço existe um campo elétrico uniforme de
(B) 8,1 ∙ 103 N/C. (E) 2,7 ∙ 109 N/C. imensidade 3,6 · 103 N/C. Uma carga elétrica puntiforme de 1,0 · 10 –5 C,
(C) 2,7 ∙ 106 N/C. colocada nessa região, sofrerá a ação de uma força de que intensidade?

02 Uma partícula com massa de 5,0 · 10–7 g e carga elétrica de + 8,0 · 10–10 C 06 No interior de uma esfera metálica oca, isolada, de raio interno de
é lançada em um campo elétrico uniforme de intensidade E = 5,0 N/C. Qual 60 cm e externo de 80 cm e eletrizada com carga Q = + 8,0µC, é
a aceleração que esse campo determina na partícula? colocada, concentricamente a ela, outra esfera condutora, de 20 cm
de raio, eletrizada com carga q = – 4,0 µC. Determine o módulo do
03 Em um meio onde a constante eletrostática vale 9,0 · 109 N m2 C–2, campo elétrico:
são fixadas duas cargas puntiformes QA = 3,2 µC e QB = 2,4 µC.
a. em um ponto A distante 40 cm do centro das esferas;
P b. em um ponto B distante 70 cm do centro das esferas;
c. em um ponto C, externo à esfera maior, distante 100 cm do centro das
esferas;
d. no ponto C do item anterior, após ligar-se a esfera maior à Terra.

52 cm Dado: constante eletrostática do meio K = 1,0 · 1010 N m2 C–2.

07 Os pontos de uma determinada região do espaço estão sob a ação


única de uma carga positiva pontual Q. Sabe-se que em um ponto
A B
M A, distante 2 m da carga Q, a intensidade do campo elétrico é igual a
+ +
1,8 · 104 N/C. Determine:

30 cm 30 cm a. o valor da carga elétrica Q;


b. a intensidade do campo elétrico em um ponto B, situado a 30 cm da
Observando a figura, determine a intensidade do campo elétrico resultante carga fonte Q.
no ponto P, localizado na mediatriz do segmento que une as cargas QA e QB. (Dado: constante eletrostática do meio = 9 · 109 N m2/C2.)
(Utilize aproximações, se necessário.)

IME-ITA 379
Física III – Assunto 3

08 Uma carga puntiforme de +3,0 µC é colocada em um ponto P Determine a intensidade do campo elétrico em um ponto P:
de um campo elétrico gerado por uma partícula eletrizada com carga
desconhecida Q, ficando sujeita a uma força de atração de módulo 18 N. a. situado a 50 cm do centro das esferas;
Sabe-se que o meio é o vácuo (K0 = 9,0 · 109 N m2 C–2). Determine: b. situado a 90 cm do centro das esferas;
c. situado a 50 cm do centro das esferas, após ter-se ligado a esfera
a. a intensidade do campo elétrico no ponto P; interna à superfície interna da outra esfera através de um fio condutor.
b. a carga fonte Q, sabendo que o ponto P está a 30 cm dela. Dado: constante eletrostática do meio = 1,0 · 1010 N m2 C–2.

09 (FUVEST-SP) Há duas pequenas esferas A e B, condutoras, descarregadas


13 Uma placa plana de grandes dimensões é eletrizada uniformemente,
e isoladas uma da outra. Seus centros estão distantes entre si de 20 cm. Cerca de
ficando com uma densidade superficial de carga igual a 177 · 10–9 C/m2.
5,0 · 106 elétrons são retirados da esfera A e transferidos para a esfera B. Considere
Nas proximidades dessa placa, é colocada uma pequena esfera de 2,0 g
a carga do elétron igual a 1,6 · 10–19 C e a constante eletrostática do meio igual a
de massa e eletrizada com carga positiva q. Determine a carga q, sabendo
9,0 · 109 N m2/C2.
que a pequena esfera permanece em repouso no local onde foi colocada.
R Adote, nos cálculos, permissividade absoluta do meio: ε0 = 8,85 · 10–12
(SI) e aceleração gravidade: g = 10 m/s2.

14 (FEI-SP) A figura abaixo mostra duas películas planas de cargas


A P B elétricas de sinais opostos, mas de mesma densidade superficial. Um
elétron parte do repouso da película negativa e atinge a película oposta
em 5.10–8 s. Calcule a intensidade do campo elétrico.
(Dados: m = 9,1.10–31 kg e q = 1,6.10–19 C.)
(A) Qual o valor do campo elétrico em P?
(B) Qual a direção do campo elétrico em um ponto R sobre a mediatriz
+ + + + + + + + + ++
do segmento AB?

10 Nos vértices agudos de um triângulo retângulo são colocadas duas 10 cm


partículas eletrizadas, A e B, com cargas QA = – 7,2 µC e QB = – 9,6 · 10–6 C.
A situação descrita é representada na figura a seguir, em que encontramos os
dados complementares. Determine:

C 15 (ITA) Três cargas, q1 e q2, iguais e positivas, e q3, estão dispostas


conforme a figura:
y
3,0 m 4,0 m
8 +q2

QA QB

A B +q1
4
Dado: constante eletrostática
do meio = 1,0 .1010 (SI).
q3
(A) a intensidade do campo elétrico resultante no ponto C;
(B) o módulo da força resultante que esse campo aplicaria em uma carga
0 3 5 6 x
de prova de +2µC, se esta fosse colocada no ponto C.
Calcule a relação entre q3 e q1, para que o campo elétrico na origem do
11 (UFJF-MG) Um pêndulo simples é construído com uma esfera metálica sistema seja paralelo a y:
de massa m = 1,0 × 10–4 kg carregada com uma carga elétrica de 3,0 × 10–5 C
e um fio isolante de comprimento l = 1,0 m de massa desprezível. Esse (A) – 5/4. (D) 4/3.
pêndulo oscila com período P em um local em que g = 10,0 m/s2. Quando (B) 5 2 / 8. (E) 3 / 2.

um campo elétrico uniforme e constante E é aplicado verticalmente em (C) – 3/4.
toda a região do pêndulo, o seu período dobra de valor. A intensidade do

campo elétrico E é de: 16 (ITA) Uma carga q distribui-se uniformemente na superfície de uma
esfera condutora, isolada, de raio R. Assinale a opção que apresenta a
(A) 6,7 x 103 N/C. (D) 33 N/C. magnitude do campo elétrico e o potencial elétrico em um ponto situado
(B) 42 N/C. (E) 25 N/C. a uma distância r = R/3 do centro da esfera.
(C) 6,0 x 10–6 N/C.
(A) E = 0 V / m e U = 0 V
12 Uma esfera metálica oca de raio interno igual a 80 cm e raio externo igual
a 1,0 m é eletrizada com carga de +5,0 µC. No seu interior, concentricamente 1 q
(B) E = 0 V / m e U = .
a ela, existe uma outra esfera metálica maciça de 40 cm de raio e eletrizada 4πε0 R
com carga de – 2,0 µC.

380 Vol. 1
Campo elétrico

1 3q O vetor campo elétrico resultante no ponto (a,b,c) é paralelo ao vetor:


(C) E = 0 V / m e U = .
4 πε0 R (A) (1,5,9). (D) (9,16,1).
1 qr (B) (5,9,16). (E) (9,1,16).
(D) E = 0 V / m e U = . (C) (5,12,13).
4 πε0 R 2
1 rq 20 (UFF-RJ) A figura representa duas placas metálicas paralelas de
(E) E = e U = 0 V.
4 πε0 R 3 largura L = 1,0 × 10–2 m, entre as quais é criado um campo elétrico
uniforme, vertical, perpendicular às placas, dirigido para baixo e de módulo
17 Duas partículas fixas no laboratório têm cargas elétricas + q e – q, E = 1,0 × 104m. Um elétron incide no ponto O, com velocidade horizontal
respectivamente. Qual dos gráficos abaixo melhor representa a variação v = 1,0 × 107 m/s, percorrendo a região entre as placas. Após emergir
do módulo do campo elétrico produzido por estas cargas, em função da desta região, o elétron atingirá uma tela vertical situada à distância de
coordenada z, medida ao longo da reta mediatriz do segmento que une 0,40 m das placas.
as cargas?

E
E
(A) (D)
o z o z

E E

(B) (E) Dados: massa do elétron = 9,1 · 10-31 kg


O z o z carga do elétron = 1,6 · 10-19 C

Considerando desprezíveis o campo elétrico na região externa às placas


(C) E e a ação gravitacional, calcule:

z (A) o módulo da força elétrica que atua no elétron entre as placas;


o
(B) o tempo que o elétron leva para emergir da região entre as placas;
(C) o deslocamento vertical que o elétron sofre ao percorrer sua trajetória
na região entre as placas;
18 (UFBA) A figura abaixo representa uma placa condutora A,eletricamente (D) as componentes horizontal e vertical da velocidade do elétron no
carregada, que gera um campo elétrico uniforme E, de módulo igual a 6 ∙ 104 N/C. instante em que ele emerge da região entre as placas;
A bolinha B, de 10 g de massa e carga negativa igual a – 1 μC, é lançada (E) o deslocamento vertical que o elétron sofre no seu percurso desde o
verticalmente para cima, com velocidade de módulo igual a 6 m/s. ponto O até atingir a tela.
Considere que o módulo da aceleração da gravidade local vale 10 m/s2, que
não há colisão entre a bolinha e a placa, e despreze a resistência do ar. EXERCÍCIOS NÍVEL 2
Determine o tempo, em segundos, necessário para a bolinha retornar ao
ponto de lançamento. 01 Três cargas, +q, +q e – q estão situadas nos vértices de um triângulo
equilátero com lados iguais a a, como mostrado na figura. Calcule a
magnitude e indique a direção do campo elétrico no centro do triângulo.

19 (Cesgranrio-RJ) Um sistema tridimensional de coordenadas


ortogonais, graduadas em metros, encontra-se em um meio cuja constante
eletrostática é 1,3 ∙ 109 N.m2/C2. Nesse meio, há apenas três cargas
positivas puntiformes Q1, Q2 e Q3, todas com carga igual a 1,44 ∙ 10–4 C.
Essas cargas estão fixas, respectivamente, nos pontos (0,b,c), (a,0,c)
e (a,b,0). Os números a, b e c (c < a < b) são as raízes da equação
x3 – 19x2 + 96x – 144 = 0.

IME-ITA 381
Física III – Assunto 3

02 (UFG-GO) Nos vértices de um triângulo retângulo isósceles, inscrito (A) 0.3


numa circunferência de raio R, são colocadas três cargas pontuais, como 0.2
mostra a figura a seguir. 0.1
x 0
– 0.1
– 0.2
– 0.3
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
t
(B) 0.3
0.2
0.1
x 0
– 0.1
– 0.2
Determine a posição e o valor de uma quarta carga positiva, em termos – 0.3
de Q, que deverá ser colocada sobre a linha da circunferência para que 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
t
o campo elétrico no centro dela seja nulo.
(C) 0.3
03 (ITA 96/97) Uma pequena esfera de massa m e carga q, sob a 0.2
influência da gravidade e da interação eletrostática, encontra-se suspensa 0.1
por duas cargas Q fixas, colocadas a uma distância d no plano horizontal, x 0
como mostrado na figura. Considere que a esfera e as duas cargas fixas – 0.1
estejam no mesmo plano vertical, e que sejam iguais a α os respectivos – 0.2
ângulos entre a horizontal e cada reta passando pelos centros das cargas – 0.3
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
fixas e da esfera. A massa da esfera é, então: t
(D) 0.3
q,m 0.2
0.1
x 0
– 0.1
– 0.2
– 0.3
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
t
Q a a Q (E) 0.3
0.2
0.1
x 0
d – 0.1
– 0.2
4 Q (cos2 α) – 0.3
(A) .q 2.
4 πε0 d g 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
t
4 Q (senα)
(B) .q .
4 πε0 d g
05 Em uma região do espaço onde existe um campo elétrico uniforme

8 Q (cos2 α) E , dois pêndulos simples de massas m = 0,20 kg e comprimento l
(C) .q 2.
4 πε0 d g são postos a oscilar. A massa do primeiro pêndulo está carregada com
q1 = +0,20 C e a massa do segundo pêndulo, com q2 = – 0,20 C.
8 Q (cos2 αsenα)
(D) .q 2. São dados que a aceleração da gravidade local é g = 10,0 m/s2, que
4 πε0 d g 
o campo elétrico tem mesma direção e mesmo sentido que g e sua
4 Q (cos2 αsen2α) 
(E) .q 2. intensidade é |E | = 6,0 V/m. Qual a razão (p1/p2), entre os períodos p1
4 πε0 d g e p2 dos pêndulos 1 e 2?

04 (ITA 08/09) Uma partícula carregada negativamente está se movendo (A) 1/4.
na direção +x quando entra em um campo elétrico uniforme atuando (B) 1/2.
nessa mesma direção e sentido. Considerando que sua posição em (C) 1.
t = 0 s é x = 0 m, qual gráfico representa melhor a posição da partícula (D) 2.
como função do tempo durante o primeiro segundo? (E) 4.

382 Vol. 1
Campo elétrico

06 Uma esfera homogênea de carga q e massa m de 2 g está suspensa por 08 (UFC-CE) Uma partícula de massa m e carga elétrica q é largada do
um fio de massa desprezível em um campo elétrico cujas componentes x e repouso de uma altura 9H, acima do solo. Do solo até uma altura h’ = 5H,
y têm intensidades Ex= 3 · 105 N/C e Ey = 1 · 105 N/C, respectivamente, existe um campo elétrico horizontal de módulo constante E. Considere a
como mostra a figura a seguir: gravidade local de módulo constante g, a superfície do solo horizontal e
despreze quaisquer efeitos de dissipação de energia. Determine:

a. o tempo gasto pela partícula para atingir a altura h’;


b. o tempo gasto pela partícula para atingir o solo;
q m,q y c. o tempo gasto pela partícula sob ação do campo elétrico;
d. o módulo do deslocamento horizontal da partícula, desde o instante em
que a partícula é largada até o instante em que a partícula atinge o solo.

E 09 (ITA 09/10) Uma esfera condutora de raio R possui no seu interior
x duas cavidades esféricas, de raio a e b, respectivamente, conforme mostra
a figura. No centro de uma cavidade há uma carga pontual qa e no centro
da outra, uma carga também pontual qb, cada qual distando do centro da
esfera condutora de x e y, respectivamente. É correto afirmar que:

Considerando que a esfera está em equilíbrio para θ = 60°, qual a força


de tração no fio?

(A) 9,80 · 10–3 N.


(B) 1,96 · 10–2 N.
(C) Nula.
(D) 1,70 · 10–3 N.
(E) 7,17 · 10–3 N.
(A) a força entre as cargas qa e qb é k0 ∙ qa ∙ qb/(x2 + y2 – 2xy cosq).
07 (Fuvest-SP) Um equipamento, como o esquematizado na figura abaixo, (B) a força entre as cargas qa e qb é nula.
foi utilizado por J.J.Thomson, no final do século XIX, para o estudo de raios (C) não é possível determinar a força entre as cargas, pois não há dados
catódicos em vácuo. Um feixe fino de elétrons (cada elétron tem massa m e suficientes.
carga – e) com velocidade de modulo v0, na direção horizontal x, atravessa (D) se nas proximidades do condutor houvesse uma terceira carga, qc,
a região entre um par de placas paralelas, horizontais, de comprimento L. esta não sentiria força alguma.
Entre as placas, há um campo elétrico de modulo constante E na direção (E) se nas proximidades do condutor houvesse uma terceira carga, qc, a
vertical y. Após saírem da região entre as placas, os elétrons descrevem força entre qa e qb seria alterada.
uma trajetória retilínea até a tela fluorescente T.
10 Três cargas positivas iguais a q localizam-se nos vértices de um
triângulo equilátero. Os lados do triângulo são iguais a a. Encontre a
intensidade do campo no vértice de um tetraedro regular que tenha como
base esse triângulo.

11 (ITA 98/99) No instante t = 0 s, um elétron é projetado em um ângulo


de 30° em relação ao eixo x, com velocidade v0 de 4 · 105 m/s, conforme
o esquema a seguir.

y 
E

Determine: 
V0
a. o módulo a da aceleração dos elétrons enquanto estão entre as placas; 30°
b. o intervalo de tempo ∆t que os elétrons permanecem entre as placas;
x
c. o desvio ∆y na trajetória dos elétrons, na direção vertical, ao final de
seu movimento entre as placas; Considerando que o elétron se move num campo elétrico constante
d. a componente vertical vy da velocidade dos elétrons ao saírem da E = 100 N/C, o tempo que o elétron levará para cruzar novamente o eixo
região entre as placas. x é de:

Note e adote: (A) 10 ns. (D) 12 ns.


Ignore os efeitos de borda no campo elétrico. (B) 15 ns. (E) 18 ns.
Ignore efeitos gravitacionais. (C) 23 ns.

IME-ITA 383
Física III – Assunto 3

12 (Saraeva) Uma carga puntiforme q


c. Compare as respostas de (A) e (B), quando r = R.
q foi colocada simetricamente a uma d. Faça um gráfico do módulo de E em função de r, de r = 0 a r = 3R.
a
distância a, sobre um plano quadrangular
α de aresta 2a. Determine o fluxo elétrico 16 (Fuvest-SP) Um selecionador eletrostático de células biológicas
sobre este plano. α 2a produz, a partir da extremidade de um funil, um jato de gotas com
2a velocidade V constante. As gotas, contendo as células que se quer separar,
são eletrizadas. As células selecionadas, do tipo K, em gotas de massa M e
13 (ITA 99/00) Um fio de densidade linear de carga positiva λ atravessa
eletrizadas com carga – Q, são desviadas por um campo elétrico uniforme
três superfícies fechadas A, B e C, de formas respectivamente cilíndrica,
E, criado por duas placas paralelas carregadas, de comprimento L. Essas
esférica e cúbica, como mostra a figura. Sabe-se que A tem comprimento
células são recolhidas no recipiente colocado em P, como na figura.
L = diâmetro de B = comprimento de um lado de C, e que raio da base
de A é a metade do raio da esfera B. Para as gotas contendo células do tipo K,
utilizando em suas respostas apenas Q, M, E, L,
A B C H e V, determine:
λ x
a. a aceleração horizontal Ax dessas gotas, quando
elas estão entre as placas; y
b. a componente horizontal Vx da velocidade
L com que essas gotas saem, no ponto A, da L0
Sobre o fluxo do campo elétrico,φ , através de cada superfície fechada, região entre as placas;
A
pode-se concluir que: c. a distância D, indicada no esquema, que
H
caracteriza a posição em que essas gotas
P
(A) φA = φB = φC (D) φA/2 = φB = φC devem ser recolhidas.
(B) φA > φB > φC (E) φA = 2φB = φC (Nas condições dadas, os efeitos
gravitacionais podem ser desprezados).
(C) φA < φB < φC D
17 (Fuvest-SP) Um pêndulo, constituído de uma pequena esfera, com
14 (ITA 98/99) Uma carga pontual P é mostrada na figura adiante com
carga elétrica q = 2,0 · 10–9C e massa m=3 3 10–4 kg, ligada a uma haste
duas superfícies gaussianas A e B, de raios a e b=2a, respectivamente.
eletricamente isolante, de comprimento d=0,40 m, e massa desprezível,
Sobre o fluxo elétrico que passa pelas superfícies de áreas A e B, pode-se
é colocado em um campo elétrico constante E (|E|=1,5 · 106 N/C).
concluir que:
Esse campo é criado por duas placas condutoras verticais, carregadas
A = 4pa2 eletricamente. O pêndulo é solto na posição em que a haste forma um
ângulo α = 30° com a vertical (ver figura) e, assim, ele passa a oscilar
b em torno de uma posição de equilíbrio. São dados sen 30° = 1/2; sen
a 45° = 2/2; sen 60° = 3/2. Na situação apresentada, considerando-se
desprezíveis os atritos, determine:
P

P g

B = 4pb2
α d
(A) o fluxo elétrico que atravessa a área B é duas vezes maior que o fluxo 30º
que passa pela área A.
(B) o fluxo elétrico que atravessa a área B é a metade do fluxo que passa
pela área A.
E
1
(C) o fluxo elétrico que atravessa a área B é do fluxo que passa pela
4
área A.
(D) o fluxo elétrico que atravessa a área B é quatro vezes maior que o fluxo a. Os valores dos ângulos α1, que a haste forma com a vertical, na
que passa pela área A. posição de equilíbrio, e α2, que a haste forma com a vertical na posição
(E) o fluxo elétrico que atravessa a área B é igual ao fluxo que atravessa de máximo deslocamento angular;
a área A. b. A energia cinética K, da esfera, quando ela passa pela posição de equilíbrio.

15 Suponha que cargas positivas são distribuídas uniformemente em 18 (Fuvest-SP) Uma pequena esfera, com carga elétrica positiva
um volume esférico de raio R, de material isolante, sendo ρ a carga por Q = 1,5 · 10–9C, está a uma altura D = 0,05 m acima da superfície de uma
unidade de volume. grande placa condutora, ligada à Terra, induzindo sobre essa superfície
cargas negativas, como na figura 1. O conjunto dessas cargas estabelece
a. Use a Lei de Gauss para provar que a intensidade do campo elétrico um campo elétrico que é idêntico, apenas na parte do espaço acima da
ρr placa, ao campo gerado por uma carga +Q e uma carga –Q, como se
no interior do volume, a uma distância r do centro, é E = .
3ε o fosse uma “imagem” de Q que estivesse colocada na posição representada
b. Qual o campo elétrico em um ponto externo, a uma distância r do na figura 2.
centro? Expresse sua resposta em termos da carga total q do volume
esférico.

384 Vol. 1
Campo elétrico

+Q
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
Figura 1

D 01 Considere dois anéis de raio r e carregados com a mesma densidade


D
A
linear de carga λ (C/m), dispostos coaxialmente, com uma distância
O
2d entre os mesmos. No ponto médio entre os centros dos dois anéis
+Q
coloca-se uma carga positiva +q com uma massa m, permanecendo
Figura 2 em equilíbrio. Nesta condição,a posição da carga +q é alterada de uma
distância x<<d ao longo da reta que passa pelos centros. Sendo a
acima da
D constante eletrostática K, mostre que o movimento da carga é harmônico
placa
simples. Se d=r, calcule o período desse MHS.

02 (UNESP-SP) Duas pequenas esferas de material plástico, com massas


D abaixo da m e 3 m, estão conectadas por um fio de seda inextensível de comprimento
placa
a. As esferas estão eletrizadas com cargas iguais a +Q, desconhecidas
–Q inicialmente. Elas encontram-se no vácuo, em equilíbrio estático, em uma
região com campo elétrico uniforme E, vertical, e aceleração da gravidade
a. Determine a intensidade da força F, em N, que age sobre a carga +Q,
g, conforme ilustrado na figura. A constante eletrostática do meio é k.
devida às cargas induzidas na placa.
b. Determine a intensidade do campo elétrico E, em V/m, que as cargas Q
negativas induzidas na placa criam no ponto onde se encontra a carga +Q. +
c. Represente, no diagrama da folha de resposta, no ponto A, os vetores m
campo elétrico E+ e E– causados, respectivamente, pela carga +Q e
pelas cargas induzidas na placa, bem como o campo resultante, EA. O
ponto A está a uma distância D do ponto O da figura e muito próximo E a g
à placa, mas acima dela.
d. Determine a intensidade do campo elétrico resultante EA, em V/m,
no ponto A.

19 (UFC-CE) Duas partículas carregadas, uma com massa M e carga


3m + Q
+Q e a outra, com massa m e carga – q, são colocadas em uma região
onde existe um campo elétrico constante e uniforme E. Calcule:
Depois que as partículas são soltas, observa-se que a distância L entre
elas permanece constante. a. a carga Q, em termos de g, m e E;
b. a tração no fio, em termos de m, g, a, E e k.
a. Considere uma dada orientação para o campo e descreva a
configuração das partículas para que L permaneça constante. 03 Três cargas elétricas, de valores iguais a q, –2q e q estão dispostas
1 conforme a figura abaixo. A distância entre duas cargas consecutivas é a.
b. Sendo K = ache uma expressão para a distância L em função
4 πε0 Calcule o módulo do vetor campo elétrico gerado por essa configuração
ao longo da direção que contém as cargas, a uma distância r da carga
de k, E, q, Q, m e M.
central, considerando r >> α. A constante eletrostática do meio é K.
20 (UFRJ) Uma partícula com carga positiva q = 4,0 · 10−6 C é mantida
em repouso diante de uma esfera maciça condutora isolada de raio 0,10 q –2q q
m e carga total nula. A partícula encontra-se a uma distância de 0,20 m do a a
centro da esfera, conforme ilustra a figura a seguir. A esfera e as cargas que
foram induzidas em sua superfície também se encontram em repouso, isto 04 Nos primeiros anos do século XX, um dos modelos pioneiros para a
é, há equilíbrio eletrostático. Sabendo que a constante de proporcionalidade estrutura do átomo foi proposto pelo físico inglês J. J. Thomson. Segundo
na lei de Coulomb é k = 9,0 · 109 N · m2/C2, determine o módulo e indique seu modelo, um átomo era constituído por uma esfera isolante carregada
a direção e o sentido: positivamente com elétrons negativos espalhados no interior de seu volume,
tal como passas no interior de um bolo. Considere um átomo constituído
a. do campo elétrico no centro da esfera condutora devido à partícula
por dois elétrons, cada um com carga –e, espalhados no interior de uma
de carga q;
esfera de raio R com uma carga total +2e espalhada por seu volume. No
b. do campo elétrico no centro da esfera condutora devido às cargas
equilíbrio, cada elétron está a uma distância d do centro do átomo. Calcule
induzidas em sua superfície.
esse valor de d em função das outras propriedades do átomo.

IME-ITA 385
Física III – Assunto 3

05 Faça o gráfico do campo elétrico produzido por um cilindro isolante 09 Em uma esfera isolante de raio R e densidade volumétrica de carga
muito longo de raio R em função da distância a seu eixo. O cilindro está ρ foi feita uma cavidade esférica de diâmetro R que tangencia a esfera
carregado uniformemente, sendo ρ a densidade volumétrica de carga. isolante. Dentro dessa cavidade é inserido um pêndulo simples carregado
eletricamente e seu período se reduz a um terço do que era antes, ao oscilar
sujeito apenas ao campo gravitacional. Sabe-se que a massa da esfera
06 (Saraeva) Determinar o período das pequenas oscilações de uma pendular é m, a gravidade local é g e a permissividade elétrica no interior
molécula polar em um campo elétrico homogêneo, cuja intensidade é E. A da cavidade é ε. Qual a carga elétrica da esfera?
molécula polar pode ser apresentada como um haltere de comprimento l,
nos extremos do qual se encontram massas pontuais iguais m, portadoras
de carga + q e – q correspondentemente.

07 Uma carga de –1 µC e massa igual a 10 g é lançada em uma região



onde existe um campo elétrico E =105 z (N/C) com velocidade inicial

( )
v o = 103 ,103 ,103 m / s . Determine:

a. a equação da trajetória z= z(x, y);


b. o ponto no qual a partícula atinge a altura máxima. l
Período de um pêndulo simples: T = 2π , onde l é o comprimento do
a
08 Uma esfera maciça isolante de raio R, eletrizada positivamente com fio e a é a aceleração resultante vertical desconsiderando a ação do fio.
densidade volumétrica de cargas +r , tem em seu interior uma cavidade
vazia de diâmetro R. Uma carga puntiforme +q foi posicionada no interior
da cavidade a uma distância d < R / 4 do centro da esfera, num meio 10 Considere uma semicircunferência de raio R com carga ao longo de seu
de permissividade elétrica e. A intensidade da força elétrica que atuará na comprimento. No centro dessa semicircunferência uma carga puntiforme
carga puntiforme +q será: q com massa m está em equilíbrio sujeita apenas à força elétrica e ao seu
peso. Qual o valor da densidade linear de carga λ da semicircunferência?
Considere a gravidade g e a permissividade elétrica do meio εo.

RASCUNHO

386 Vol. 1
Gabarito V olume
1
Física I 18
a. 72 km/h.
Assunto 1 b. 3 m.

Exercícios Nível 1 19 Letra D.


01 Letra E. 20 Letra C.
02 Letra C. 21 150 km.
03 200 km/h. 22 Letra B.
04 Letra D. 23 10 m/s.
05 Letra A. ad − bl
06 Letra D. 24 .
a2 + b 2
07 Letra D.
08 Exercícios Nível 3
a. 0. 01 30 s.
b. 2 m/s2. 02 16/7.
09 Letra C. 03 55 min.
10 Letra B. 04 10 km/h.
h h
11 Letra B. 05 v1 = ( 2t2 − t1) v 2 = ( 2t1 − t2 )
12 Letra B. t1t2 t1t2
13 Letra B. 06 abc
Exercícios Nível 2 a −b+c
1
01 07 v = v12 + v 22 + 2v1v 2 cos α .
senα
a. 20 km/h; vcT
b. 80 km/h. 08 2 .
v − c2
02 Letra C.
03 Letra B.
04 Letra C. Assunto 2
05 Letra B.
3 v1 v 2 v 3 Exercícios Nível 1
06 01 62 cm.
v1 v 2 + v1 v 3 + v 2 v 3
02
07 Vm-1 = ( V1-1 + V2-1 + ............ + Vn-1) / n. a. 7 s.
08 < 79,2 km/h. b. 70 m/s.
09 60 km/h. 03 1,6 m/s2. 17 Letra D.
2v 0 ( v 1 + v 2 ) 04 Letra B. 18 Letra C.
10 .
2v 0 + v 1 + v 2 05 Letra B. 19 Letra D.
06 Letra D. 20 Letra C.
11 Letra B. 07 Letra D. 21 Letra A.
12 45 km/h. 08 Letra D. 22 Letra C.
13 Letra C. 09 Letra B. 23 Letra D.
14 Letra A. 10 Letra C. 24 Letra D.
15 11 Letra A. 25 Letra D.
a. m/s e m/s3. 12 Letra D. 26 Letra D.
b. v= a – 3bt2; a= – 6bt. 13 Letra E. 27 Letra C.
c. 4 m/s e 6 m/s2. 14 Letra A. 28 Letra A.
d. 12 m/s2. 15 Letra A. 29 v(t2), v(t3), v(t1).
16 16 Letra D. 30 Letra B.
a. – 1 m/s;
b. 2 e 5 s. Exercícios Nível 2
17 01
a. 90 cm. a. 40 m/s. b. 40 s.
b. 0,375 cm/s.

IME-ITA 487
Gabarito

02 x1 > x2 e a2 > a1. 07 16,5 km; 570 m/s; 133 s.


03 08 5 s.
a. 45 m. 09
b. 6 m/s2. a. 0,6 s.
c. 18 m/s. b. 2,16 m e 1,8 m.
04 c. Nunca (encontra-se com o chão quando v = 0).
a. 2,5 m. 4( L + h) − 3( L + h) + L
b. – 1 m/s2. 10 t ' = t
L+ h + L
c. 20,5 m.
( 2 n − 1)
05 Letra D. 11 A sequência é uma P.A. tal que an = H.
p2
06 Letra C. 12 –
07 100 s.
08 750 m.
Assunto 3
09 Demonstração. Exercícios Nível 1
10 – 01 Letra B.
11 – 02 Letra D.
12 15 s. 03 Letra C.
13 v A − v B < 2 ad . 04 Letra D.
14 Letra C. 05 Letra C.
15 2 m/s. 06 Letra C.
16 30 m, 90 m e 150 m. 07 Letra C.
17 ~238 m. 08 Letra C.
18 5,0 m. 09 Letra A.
19 400 m. 10 Letra C.
20 11
a. vL = 10 m/s. a. 24 h.
b. v(m/s) Se não houvesse resistência do ar
b. ωs = ωT.
10
c. vs > vT.

12 2.
Com resistência do ar
13
π
a. rad/h.
0 T t 12
b. 1675 km/h.
α(m/s2)
Se não houvesse resistência do ar c. 837 km/h.
14 15 rpm.
15 40 s.
16 Letra D.
Com resistência do ar
17 1h5min27s.
18 14,2 s.
19 Letra A.
0 T t
20 60 voltas.
21 8 s. 21 10 s
22
Exercícios Nível 3 a. 0,85 km/h.
b. 0,25 km/h.
2d  a
01 t =  1 + . 23
a  b  a. 2,8 m/s.
b. 2,0 m/s.
02 229 m. 24
03 Demonstração. a. 12 m/s2.
04 0,24 km; e a velocidade deve ser ao encontro do trem com módulo 4 m/s. b. acelerado.
ad − bl 25 vB = 35 km/h e vC = 5,0 km/h.
05 . 26 Letra D.
a2 + b 2
27 vO = v; vA = 2v; vB = v; vC = 0; vD = v.
06 2T + T 2 .

488 Vol. 1
Gabarito

28 14 gh h2 + 4 π2 R 2 + 64 π4 n2 R 2
a=
a. 30 km/h. h 2 + 4 π2 R 2
b. 50 km/h.
29 18 Hz 15
8≠
30 Letra C. a. x2/9 + y2/16 = 1. c. m/s.
3
≠2
Exercícios Nível 2 b. Anti-horário. d. . 228 m/s2.
9
01 Letra C.
02 Letra A. Assunto 4
03 Letra C.
04 ≅ 47 m/s
Exercícios Nível 1
05 0,25 rad 01 Letra D.
06 9,86 m/s2. 02
07 a. v = 40 m/s.
a. 2,4 m/s; b. ts = 3 s.
b. 3 m/s c. hmáx = 45 m.
08 d. A = 240 m.
dv ' 03
a.
v 2 + v '2 a. 5 m/s.
b. Direção que forma ângulo θ = arcsen v ' com a vertical; b. 1,5 m/s.
09 pouco antes de 00:11. v c. 10 N, vertical e para baixo.
04 ~126 m/s.
05 b = 3 m; d = 4 m.
Exercícios Nível 3
06 são iguais.
01 1,5 km. 07 Letra B.
02 8,8 m/s; N2 = 9 raios. 08 Letra C.
Extra: 4,4<v<6,6 ou 14,2<v<17,6. 09 Letra D.
03 2 2 2 10 Letra C.
a. t = h + R α 11 Letra D.
v
12 Letra B.
αv
b. ω =
04 h 2
+ R 2α 2 Exercícios Nível 2
a. Helicoide. 01 Letra C.
b. v = ω2 b2 + u 2 02 Letra C.
03 Letra A.
2 u2 04 Letra C.
c. d = 2π b + 2
ω 05 (4/3) 3
05 Letra A.
06 5m/s. 06 Letra C.
07 3 km/h. 07 –
08 08 o sétimo degrau.
H
a. x − y = 1. 09 h = .
2
b. t = 0,5 s. 2.
c. 16,9 m e 9,16 m. 10 tg = v
gH
4t − 2 2
d. at = e acp =
2 2
2t − 2t + 1 2t − 2t + 1
11 1.675 m.
mv 02 d
09 – 12 E = .
a  l
10 t = . el  L + 
v  2

11 Demonstração. 13
12 a. 1,52 m.
a. arccos 2/3. b. 1,2 m.
b. arccos 3/4. c. 5,5 m/s.
v 14 8,5 m/s.
13 ,. 15 A 16 m da parede.
2 . senα

IME-ITA 489
Gabarito

16 2 2 Exercícios Nível 3
a. v 0 .cos α . 3
g 01 T = (373 − TTRIPLO ) + TTRIPLO .
4
v 02
b. .
g . cos α 02 30ºC e 170ºC.
g 03 373 K.
17 v o = D sec α . 04 Letra B.
2( H + Dtgα
05 Letra A.
3
18 .
2
Exercícios Nível 3 Assunto 2
01 8m. Exercícios Nível 1
 d
02 R  1 + 1 +  .; 01 Letra C.
 h 02 2,5 · 10 – 5ºC – 1.
03 α = 30º, T = 30 3 s;. 03 5,0 · 10 – 5ºC – 1.
α+β 04 Letra C.
04 2v o cos .
2 05 32ºC.
05 arcsen 2 2 . 06 145ºC.
3 07 120ºC.
06 arccos 35 . 08 Letra D.
7 09 Letra C.
2v 2 sen α . cos( α + θ) 10 36 cm3.
07 .
g . cos2 θ
08 Demonstração.
Exercícios Nível 2
09 6 m/s. 01 Letra C.
02 2,5 m.
Física II 03 0,60 m.
04 Letra A.
Assunto 1 05 Letra C.
06 9,069 s.
Exercícios Nível 1 07 70ºC.
01 Letra B. 08 Letra D.
02 38,8ºC. Lo
03 Letra B. =
09 x 2αq .
2
04 Letra A.
05
10 LA = 20 cm e LB = 10 cm;
a. 4,84 cm.
b. 65ºC. mo − m
11 q = .
06 qc = h – 20. mg − m o k
07 12 Letra C.
a. 100ºC/atm. 13 270°C.
b. 81ºC. 14 Letra B.
c. 1,40 atm. 15 Letra C
d. 0,84 atm a 1,69 atm. 16 Letra B.
08 Letra D. 17 Letra A.
09 Letra E.
10 Letra B.
Exercícios Nível 3
11 Letra A.
01 T = T0 + (1 – 2cosθ)/2(α3 – α1 – α2 + α1cosθ + α2cosθ)
02 abarra=23 · 10 – 6ºC – 1.
Exercícios Nível 2 03
01 Letra D. 06 75/167. a. para menos.
02 – 7ºC. 07 Letra E. b. θ = 88,2ºC.
03 90ºC e 194ºF. 08 Letra B. 04 r = 22,25 cm.
04 Letra D. 09 1,5ºX. 05 Letra B.
05 240 K. 06 25,7 cm.
07 Letra E.
08 4,3 · 10–3°C.

490 Vol. 1
Gabarito

Assunto 3 17
a. O calor latente de fusão de B = 1200 cal. O calor específico latente
Exercícios Nível 1 de fusão de B = 24 cal/g.
01 Letra A. b. 80°C
02 975 l. c. Fase sólida: 100/3 g; fase líquida: 50/3 g
03 Letra B. 18 9oC.
04 19 Letra A.
a. 2,0 · 104 cal ou 8,0 · 104 J. 20 0oC; 53,19 g de gelo e 16,81 g de água.
b. 1/9 21 124,5oC e 10800 W.
05 0,11 kg. 22
06 54ºC. a. 50 J/°C; 0,1 J/°C;
07 70ºC. b. Na segunda situação, já que o calorímetro possui capacidade térmica
08 300 g. desprezível.
09 23 Letra C.
a. 10 cal/ºC. 24 Letra D.
25 Letra .
b. 0,50 cal/gºC.
c. 20ºC. Exercícios Nível 3
10 1,75 kg. 01 θf = 1327ºC
11 0ºC; 100 g. 02 R = 3 Ω; t’= 15 min 40,5 s.
12 30 s. 03 5 g.
13 5,0 g. 04
a. 120.000 J.
14 56 %.
b. 30°C.
15 Letra D. c. 20°C.
16 Letra A. 05
Exercícios Nível 2 a. 2100 W.
01 Letra C. b. 3,75 min.
06
02 Letra D.
a. Convecção.
03 101,25 g(S)+8,75 g(L) a 0ºC.
b. 1,4 kWh.
04 07
a. 0,4 cal/gºC a. 60°C.
b. 3.200 cal b. 0,28 cal/°C.
05 552 W/m² c. 20 cal/g.
06 08 Letra A.
a. 10ºC
b. ~ 34 g
Assunto 4
07 37,5ºC
08 T4 = – 8ºC; T3 = 6ºC Exercícios Nível 1
09 m = 8,71 g. 01 Letra A.
10 02
a. 37,3%. I. F.
b. 868 Pa. II. V.
c. 6,41 g/m3. III. F.
11 03 Letra A.
a. 0,708 kg. 04 ~ 636,5 m/s.
b. 17,7 · 10 – 3 kg/m3. 05 A = 20 cm.
c. 0,1086 kg. 06 Letra C.
12 1,24 kg. 07 Letra C.
13 08 180 J.
a. 30 J. 09
b. 26 J. a. ~ 293 K.
c. 6,5 · 10 – 2 J. b. 6,0 · 102 J.
d. 1,3 · 10 – 1 J. c. ~ 293 K.
14 T = 40ºC. 10 Letra E.
15 10,8 kg/h. 11 Letra E.
16 12 Letra D.
a. M = 4,32 kg. b. CB = 0,8 J/g.°C. 13 Letra C.

IME-ITA 491
Gabarito

14 Letra E. b. 6s.
15 Letra B. c. 810 J.
Exercícios Nível 2 15
a. 1,12 × 107 J.
01 2,5 m.
b. 0,90 m3.
02 762 mm.
16 Letra A.
03 nD.
17
04
a. Iguais.
a. Como se trata de uma expansão gasosa que ocorre em um intervalo de
b. Zero.
tempo muito pequeno, a transformação sofrida pelo CO2 é adiabática.
18 Letra B.
Nesse caso, devido à transferência de energia do gás para o meio
19 Letra B.
exterior, durante a realização de trabalho, há uma diminuição da energia
interna (U) do gás e, como consequência, queda de temperatura na
região do bocal. Ou ainda, em símbolos: transformação adiabática: Q Desafios
=0 5P A 3V 1  5Pat A 3KVi 
2

Expansão do gás: ô > 0 01 x = − at − i +  +  + 8KQ


8K 8A 4K  2 2A 
1a lei da Termodinâmica: ∆U = Q – ô ∆U < 0
PV   RT 
Como ∆U < 0 ∆T < 0. 02 R(T2 − T1) + RT2 ln  o o  − RT1 ln  1  .
 RT  PV 
b. Vamos considerar que o “mesmo tipo de transformação” se refira  2   o o
03
à transformação adiabática (Q = 0). Nesse caso, o gás ideal, na b. – 30,2 J.
transformação lenta, deve ser impedido de trocar calor com o meio c. AB: DU = 80,9 J e Q = 0
ambiente. Isso é possível, por exemplo, se o arranjo experimental for BC: DU = – 207,5 J e Q = – 207,5 J
concebido de tal forma que, a cada instante, a temperatura interna do CA: DU = 126,6 J e Q = 177,3 J
gás seja igual à temperatura do meio ambiente. Uma outra maneira 04
seria intercalar entre o recipiente e o meio exterior um isolante térmico. a. 4,48 atm e 150K.
b. Cv = 5/2R e Cp= 7/2R.
05 108 balões.
c. – 2557J.
06
d. – 847J.
a. 3,3.102 J. 05
b. 1,1.103 J. a.
c. 7,8.102 J.
P(atm)
07 Letra C.
08 A C
a. po/3. 2
b. poliat. g = 1,3.
09 Letra C.
1 B
10
a. V (L)

P(atm) 15R 30R

b. WAB = 30R.Ln2; WBC = 0; WCA = – 30R;
9,02 A QAB = 30R.Ln2; QBC = 45R; QCA = – 75R
B 6
06 T = T0 .
330 K 7
8,2 D C 300 K Física III
275 K
10 11 12
V (L) Assunto 1
Exercícios Nível 1
b. 124 J. 01 Letra C.
c. 124 J. 02
d. 1240 W. a. 7 u.
11 Letra A. b. 5 u.
12 18,4 cm. c. 1 u.
13 Letra E. d. 37 u.
14 03 Letra D.
a. 200s. 04 Letra C.

492 Vol. 1
Gabarito

05 Letra B. 14 45 µC.
06 10 u. 15 Letra A.
07 14,15 kN e 27,3 kN. q
16 .
08 4. 64
17
09 120°.
a. Região III.
10 ≅ 97,5 kN. b. x = 11 cm.
11 Letra D. 18
a. x = 0.
Exercícios Nível 2 b. x = ± a.
19 3 m.
01 Letra C.
20 q = 8µC. →
02 Letra C. 1 2 3 F3
03 Letra D.
04 ≅ 200 N.   
05 F = ( 360 N ) i − (720 N ) j + ( 240
 N) k. 
06 F = − (1.060 N ) i − ( 2.120 N ) j + ( 795 N ) k .
Exercícios Nível 2
07 –1000 N; +1.000 N; –1.750 N.
01 Somente a repulsão elétrica é transitiva.
08 8,41 kN.
02 6.
03 Letra E.
Exercícios Nível 3 04 4/9.
01 05 Letra D.

a. S ( 0 ) = 6 m. 06 9.

 q 3± 5
( )
b. v m ( t ) = −2i + 2j m/s.
07
q'
=−
2
.

 08 Letra D.
c. v ( t ) = (1 − 2t ) i + 2j. 09 Letra E.
m⋅g 3
d. Parábola: y2 + 4x = 9 contida no plano z = 1. 10 q = R ⋅ .
3⋅K
02 a 315 − 34 18 .
3 2 11 Não existe um ângulo α possível.
12 1,2 · 10–6 C.
03 TAC = 21 kN; TAD = 64,3 kN.
13 3.
04 TAC = 510 N; P = 600 N.
14 –
05 15,09 kN.
15 Letra E.
06
16 Letra C.
a. 2,27 kN.
17 Letra E.
b. 1,963 kN.
18 Letra B.
19 Letra B.
k  q2 ⋅ 3 
Assunto 2 20 T = 2 ⋅  Q2 −
 .
ι  9 
Exercícios Nível 1
21 Letra C.
01 Letra C. 22 3 4 − 1.
02 Letra C.
03 Letra C. 23
04 Letra A.  2 2 − 1   −1 q 2 
a.  ⋅
05 +2q  2   4 πε a2 
  0 
06 Letra E.
07 –q. q 4− 2
b. .
08 Letra A. 4 m a π ε0
09
a. 1 · 103 N. 24 59 cm.
b. 1 · 10–4 C. 25
10 0,54 N. a. 1,2 N.
11 9.109 N. b. 1/3 m.
12 Letra B.
13 0,5 N.

IME-ITA 493
Gabarito

Exercícios Nível 3 08
01 a. 6,0 · 106 N/C.
a. x = d/3. b. –60 µC.
b. q3 = – 4/9 q1. 09
02 0,9 kg/m3. a. 1,44 N/C.
03 b. A direção é a mesma da reta AB.
a. – 5 · 10–8 C. 
b. 25 cm. EA

04 Isenq 3Ptgq R ER
.
K 
kQq EB
05 2 14 + 2 2 .
2a
2mgR2 + –
06 Q > .
kq A F1 B
07
( )
 2 
a. V =  kq  .
10
mR a. 1,0 · 104 N/C.
b. 2,0 · 10–2 N.
b. T = 2d  (
 mR 3 
. ) 11 Letra E.
kq 2 12
a. 8,0 · 104 N/C.
c. E = − 1  ( )
 kq 2 
. b. zero.
2 R c. zero.

d. E = − 1  ( )
 mk 2 q 4  1
⋅ .
13 +2,0 µC.
14 4,55 · 102 N/C.
2 h2 n2 15 Letra C.
1 (
 mk 2 q 4 
e. f = π ⋅  3 3  .
) 16 Letra B.
2 nh 17 Letra B.
08 Letra E. 18 3s.
09 19 Letra E.
5 qkQ 2 20
a. d, T = .
2 125d2 a. 1,6 · 10–15 N.
b. 1,0 · 109 S.
b. Retorna.
c. 8,8 · 10–4 m.
c. Nova posição. d. 1,0 · 107 m/s.
10 e. 4,55 · 102.
2
a. d = ⋅ K ⋅ Q ⋅ R .
m⋅g
Exercícios Nível 2
b. N = m · g.
6 kq
01 E = ; Direção: θ = 30° abaixo do sentido positivo do eixo x.
Assunto 3 a2
02 Q’ = √5 Q.
Exercícios Nível 1 θ = arctg (1/2) no 3o quadrante.
01 Letra E. 03 Letra D.
02 8,0 m/s2. 04 Letra E.
03 Ep ≅ 1,2 · 105 N/C. 05 Letra B.
06 Letra B.
04 –15,7 µC.
07
05 3,6 · 10–2 N.
e.E
06 a. .
m
a. EA = 2,5 · 105 N/C.
b. EB = 0. L
b. .
c. EC = 4,0 · 104 N/C. v0
d. E’C = 0. e ⋅ E ⋅ L2
c. .
07 2 ⋅ m ⋅ v 02
a. 8 µC. e⋅E⋅L
b. 8 · 105 N/C. d. .
m ⋅ v0

494 Vol. 1
Gabarito

08 19
8 H a. Uma configuração possível seria com as partículas alinhadas com o
a. t ' = ; campo elétrico da região e ambas com a mesma aceleração para que
g
a distância entre elas não se altere.
18 H
b. tT = . kQq ( M + m )
g b. L = .
E ( Qm + qM )
8 H 20
c. t ' = .
g a. E = 9,0 · 105 N/C.
qEH b. E = 9,0 · 105 N/C.
d. D = 8 .
mg Exercícios Nível 3
09 Letra B.
m
01 2 2 p ⋅ r .
10 kq 6 K pqλ
a2
11 Letra C. 8kqa2
q 02 .
12 r4
6ε o 03
13 Letra A. 2 mg
a. .
14 Letra E. E
15 4km2 g 2
b. mg + 2 2 .
a. – . Ea
q rR 3 04 R/2.
b. ou .
4 pε o r 2
3ε o r 2 05
c. São iguais.
d. 2kprR


06 2p .
16 2qE
a. Ax = QE/M. 07
b. vx = (QE/M) · (L/v). a. z = x − 5 ⋅ 10−6 ⋅ x 2 , onde y = x .
c. D = (QE/M) · LH/v2. b. (105, 105, 5 · 104) m.
17 r⋅g⋅R
a. 30o; 90o. 08 .
6⋅ε
b. 1,2 · 10–3J.
18 48 ⋅ m ⋅ g ⋅ ε0
09 .
a.
= F 2,025 ⋅ 10−6 N r⋅a
b. =E0 1,35 ⋅ 103 V/m 2⋅p⋅ε⋅ m⋅ g⋅ R
10 .
q
+Q
D 2

D
D
O A
c.

E− 45º 45º
E+
EA


d. EA = 2,7 ⋅ 2 ⋅ 103 V/m

IME-ITA 495
Dinâmica em movimentos retilíneos A ssunto
5
Física I

 
Introdução  d p d( mv )
=
F =
A Dinâmica é o ramo da mecânica que estuda a relação entre força dt dt
e movimento. Logo, tem sua essência na preocupação em determinar Porém, já que, na maioria das vezes, trabalhamos com sistemas que
as causas do movimento, sem deixar de lado, é claro, os conceitos de possuem massa constante, a massa pode ser “retirada” dessa taxa, o
cinemática que estudamos na Apostila 1. que resulta em:

Neste capítulo, estudaremos, as Leis de Newton aplicadas a  dv
referenciais inerciais e como podemos extendê-las a referenciais não F=m
dt
inerciais, ainda nos atando apenas ao movimento retilíneo, além dos tipos
mais comuns de forças, e aprenderemos a resolver os mais diversos tipos Como a aceleração é a derivada temporal da velocidade, temos:
de problemas que envolvem os conceitos estudados.  
F = ma

1. As leis de Newton Essa é a expressão geralmente usada nos cálculos que enfrentaremos
A expressão “leis de Newton” se refere às três leis que conceituam e nos problemas. Vê-se que ela pressupõe que toda força é associada a
explicam os comportamentos dos corpos com relação a seu movimento. uma aceleração.
Ou seja, permitem, por si só, o entendimento do porquê um corpo pode Vê-se que, no SI (Sistema Internacional de unidades), a unidade de
passar a se mover do repouso, do porquê um corpo pode chegar ao força é kg · m/s2, também chamada de N (Newton), em homenagem a
repouso depois de estar em movimento e do porquê um corpo pode Isaac Newton. Logo, 1 N é a força resultante necessária a ser aplicada em
alterar seu movimento. As três leis foram formuladas pelo físico inglês um corpo de 1 kg para que adquira uma aceleração de 1 m/s2.
Isaac Newton e publicadas em seu livro Philosophiae Naturalis Principia
Mathematica, no século XVII. 1.3 3ª lei de Newton
A interação entre dois corpos é ditada pelo conceito de força. Essas “A toda força de ação corresponde uma de reação, de mesmo módulo,
forças são definidas sob uma fundamentação vetorial, apesar de as mesma direção e sentido contrário, aplicadas em corpos diferentes.”
estudarmos muitas vezes sob uma visão puramente escalar.
As forças de ação e reação não se equilibram pois estão sempre
Os seus enunciados estão explicitados a seguir: aplicadas em corpos diferentes. Se o corpo A faz uma força no corpo B, o
corpo B produzirá uma força sobre o corpo A de mesmo módulo e direção,
1.1 1ª lei de Newton porém sentido contrário. É, então, conhecida como “lei da ação e reação”.
“Todo corpo tende a continuar em seu estado de repouso ou
movimento uniforme retilíneo, a não ser que uma força passe a atuar sobre
ele, obrigando-o a alterar aquele estado.”
2. As forças mais comuns
 2.1 Peso
∑ F = 0 ↔ v cte ou repouso
O peso é a força de atração gravitacional dada pela expressão:
Ou seja, se não há força resultante atuando sobre o corpo, este  
permanecerá no seu estado atual, caso seja de repouso ou de movimento P = m⋅ g
retilíneo. Essa lei é conhecida como lei da inércia. 
Newton a apresentou para que se pudesse estabelecer um referencial onde g é a aceleração da gravidade local. É exercido pelo centro
para as duas próximas leis, já que esta lei postula que exista no mínimo da Terra, e tem sempre o sentido da aceleração gravitacional (veja que
um referencial, denominado inercial, no qual, quando a força resultante é a aceleração associada ao peso é a gravidade, um exemplo do que foi
nula, o corpo se move em MRU ou está em repouso. dito em 1.2). A força gravitacional será estudada mais profundamente
Dessa forma, como as duas próximas leis decorrem dessa, as leis no capítulo de Gravitação Universal. Por enquanto, o conhecimento dela
de Newton só têm validade em um referencial inercial, cuja definição limita-se ao que foi escrito.
decorre justamente dessa propriedade. Mais à frente promoveremos uma
explicação mais exata sobre as diferenças entre um referencial inercial e
2.2 Normal
um referencial não inercial. É a força de contato entre superfícies. É sempre perpendicular às
superfícies.
1.2 2ª lei de Newton
“Uma partícula sob ação de uma força resultante adquirirá uma
aceleração diretamente proporcional à força resultante, no mesmo sentido
e direção e, inversamente proporcional à massa.”
A princípio, essa lei, também denominada de princípio fundamental da
dinâmica, afirma que a força resultante é a taxa de variação do momento
A força normal é sempre exercida pela superfície sobre o corpo.
linear ou quantidade de movimento (estudaremos mais a fundo sobre isso
Muitos confudem a força normal como a reação à força peso, o que está
em outros capítulos) com o tempo. Dessa forma:
totalmente errado. A força normal e a força peso estão aplicadas no mesmo

IME-ITA 165
Física I – Assunto 5

corpo, e, como foi visto, forças de ação e reação devem estar aplicadas em 2.4.2 Atrito dinâmico (cinético)
corpos diferentes, logo normal e peso não constituem par ação-reação. A A força de atrito dinâmico, ou cinético, surge quando as superfícies
reação da força peso é aplicada pelo corpo no centro da Terra, e a reação dos corpos possuem movimento relativo (escorregamento) uma em
à força normal é aplicada pelo corpo na superfície em que está apoiado. relação à outra.
A força de atrito dinâmico pode ser calculada pela expressão:
Obs.: quando se mede o peso de um corpo em uma balança, a força
que na verdade é medida é a normal! Logo, quando um problema pedir a
medição da balança, nunca responda com o peso do corpo, mas sim com Fatd = µdN
a intensidade da força normal que a balança fizer no corpo.
onde:
2.3 Tração µd→ coeficiente de atrito dinâmico
É a força que atua em cabos, fios, elos, etc. Atua sempre no sentido entre as superfícies.
de puxar os corpos.
N → força de reação da superfície.

Suponha então, um corpo de 3 kg apoiado em uma superfície áspera


e horizontal, cujos μe = 0,5 e μd = 0,333. O corpo é submetido a uma
força F, conforme mostra a figura abaixo:
 
N g


O único motivo pelo qual podemos considerar as trações constantes  F
nos problemas em que o sistema está acelerado que resolveremos é o fato F at
de que consideraremos, na maioria das vezes, os fios sem massa ou com 
massa desprezível (ideais). Dessa forma, pense em um elemento do fio P
de comprimento infinitesimal dl, que tenha massa dm, e esteja contido em
um sistema acelerado. Suponhamos que atuem nele duas trações T1 e T2,
de sentidos opostos. A força resultante nesse elemento do fio seria, então: Sabemos, então, que o peso do corpo é dado por P = 3 · 10 = 30 N,
logo, como a força resultante na vertical é nula, já que o corpo está em
Fres = dm · a = |T1 – T2 | repouso, temos que a força normal é N = P = 30 N. Logo, temos que a
Fate máxima = 0,5 · 30 = 15 N.
Dessa forma, se dm = 0, temos que T1 – T2 = 0 → T1 = T2, o que Suponhamos que F = 5 N. Logo, F < Fate máxima. Logo, temos que
mostra que a tração será constante ao longo do fio. o corpo continua em repouso, já que a Fate máxima não foi vencida. Logo,
Fate = F = 5 N. A mesma situação ocorre para qualquer valor de F < 15 N.
2.4 Atrito
Quando F = 15 N, temos que F = Fate máxima. O corpo continua parado,
Força que surge entre dois corpos em contato quando a superfície porém, como dissemos anteriormente, está na iminência de movimento,
de um deles escorrega ou tende a escorregar em relação à superfície do ou seja, está prestes a se mover.
outro. No primeiro caso, o atrito é denominado cinético. No segundo caso,
Quando F > 15 N, o corpo sai do repouso e passa a se mover. Como
o atrito é denominado estático.
há escorregamento (movimento relativo) entre a superfície de contato
2.4.1 Atrito estático do corpo e o plano horizontal, o atrito passa a ser dinâmico, igual a
A força de atrito estático surge quando as superfícies de corpos em Fatd = 30 · 0,333 = 10 N, constante, não importando qual o valor de F a
repouso e em contato entre si possuem tendência de movimento relativo ser aplicado. A seguir, é representado o gráfico da Fat com a variação de
uma à outra chegando até a iminência de movimento. Nessa situação, a F. A Fat aumenta linearmente enquanto F ≤ 15 N (atrito estático). Depois
força de atrito é máxima, e é dada pela expressão: disso, o atrito passa a ser constante e igual a 10 N (atrito cinético).

Fat (N)
Fat máxima = µeN 15

10
onde:
µe→ coeficiente de atrito estático
entre as superfícies.
F (N)
N → força de reação da superfície.
0 15
Enquanto não se aplica no corpo uma força que supere a força de
Lembrando que, para haver atrito cinético, deve haver escorregamento
atrito estático máxima, o corpo permanece em repouso, e a força de atrito
entre as superfícies de contato, e não apenas movimento. Um exemplo
estático cresce linearmente, até chegar a seu limite, justamente a força
típico é um carro que se desloca sem patinar. Enquanto suas rodas apenas
de atrito estático máxima (iminência de movimento). Após isso, o atrito
giram, sem deslizar em relação ao chão, o que faz com que o carro se
passa a ser cinético.
desloque para frente é o atrito estático entre os pneus e a pista. Não há

166 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

atrito cinético nesse caso, já que as rodas não estão deslizando, ou seja, Dessa forma, essa força de resistência do ar é proporcional ao
não estão “arrastando” no chão. A mesma coisa acontece quando andamos quadrado da velocidade do móvel,
em um chão seco. Quando damos um passo, nosso pé permanece em
repouso em relação ao chão, dessa forma não havendo atrito cinético,
apenas estático. É como se “empurrássemos” o chão para trás e o chão R = c · v2
reagisse “nos empurrando” para frente. Como nossa massa é muito menor
do que a massa do chão, quem adquire maior aceleração somos nós, em que c = constante de proporcionalidade empírica (depende da forma
enquanto o chão não se move. do corpo).
2.4.3 Resistência do ar Sendo assim, considerando um caso em que R = c · v², à medida
que um corpo cai devido à força peso, a sua velocidade vai aumentando,
Quando um objeto se move em um fluido (ar ou água, basicamente),
bem como a força de resistência do ar, fazendo com que a força resultante
o fluido exerce sobre ele uma força de resistência. Essa força depende de
diminua. O limite dessa força de resistência é o próprio peso. A velocidade
características do fluido, da forma do objeto e da velocidade com que o
do corpo, quando a força de resistência se iguala ao peso, mantém-se
objeto está se movendo. Tem papel semelhante ao atrito: tende a reduzir
constante e é denominada velocidade limite e pode ser calculada como
a velocidade do corpo, muitas vezes diminuindo apenas a sua aceleração.
se segue:
Porém, difere do atrito dinâmico no seguinte aspecto: a força de resistência
em um fluido aumenta com o acréscimo da velocidade. m⋅g
P = R → m ⋅ g = c ⋅ v2 → v =
c

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
(C) Força
(Enem-2013) Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um resultante
paraquedista cai verticalmente até atingir a velocidade limite. No instante
em que o paraquedas é aberto (instante TA), ocorre a diminuição de sua
velocidade de queda. Algum tempo após a abertura do paraquedas,
ele passa a ter velocidade de queda constante, que possibilita sua
aterrissagem em segurança.
Tempo
0 TA
Que gráfico representa a força resultante sobre o paraquedista, durante
o seu movimento de queda? (D) Força
resultante
(A) Força
resultante

Tempo
0 TA

Tempo (E) Força


0 TA resultante

(B) Força Tempo


0 TA
resultante
Solução: Letra B.
Durante a queda livre do paraquedista, a força resultante que atua sobre ele é
Fres = P – c · v², em que P é seu peso e c · v² é a força de resistência do ar.
Como c · v² aumenta, já que a velocidade aumenta, a força resultante diminui
Tempo com o tempo, de forma não linear. O paraquedista abre o paraquedas em TA,
0 TA quando atingiu sua velocidade limite, ou seja, quando a força resultante é igual
a 0. Dessa forma, eliminamos as letras C e E. Com a abertura do paraquedas,
a força resultante tem seu sentido alterado, já que o paraquedas provoca
uma força de resistência do ar muito maior do que a que atua sobre opróprio
paraquedista em queda livre com o paraquedas fechado. Dessa forma, a
força resultante, agora, deve ser negativa e com módulo elevado, já que a
força de resistência passa a ser maior que o peso. Depois de um tempo, o
paraquedista passa a ter velocidade constante, o que significa que o módulo
da força resultante reduziu-se a 0. Dessa forma, o único gráfico que pode
representar o comportamento da força resultante com o tempo é o da letra B.

IME-ITA 167
Física I – Assunto 5

2.5 Elástica 2.5.2 Associação de molas ideais em paralelo


As forças elásticas surgem sempre que se provoca uma deformação Dizemos que molas estão associadas em série quando os “inícios”
em um corpo, e sempre tendem a fazer com que o corpo retorne à sua de todas elas estão conectados a uma mesma superfície, assim como
posição de equilíbrio inicial. Em regime elástico, a deformação sofrida por os “finais” delas estão conectados a uma outra superfície, como mostra
uma mola é diretamente proporcional à intensidade da força que a provoca. a figura abaixo:
Quando a mola obedece a Lei de Hooke, esse comportamento é linear, e
é calculada pela expressão:
F=k·x

onde: k = constante elástica da mola (unidade no SI: N/m)


x = deformação sofrida pela mola (unidade no SI: m)

A figura a seguir mostra as orientações da força elástica em uma mola Nesse tipo de situação, como na figura, se uma força é aplicada
quando comprimida e esticada, respectivamente: no bloco a fim de se comprimirem as molas, a deformação das molas
será igual, já que elas têm o mesmo grau de liberdade. Dessa forma, se
houvesse apenas uma mola sendo comprimida, o deslocamento desta seria
igual ao deslocamento das molas em paralelo, e a força aplicada nela seria
igual à soma das forças aplicadas nas molas em paralelo. Assim sendo:

Feq = F1 + F2 + F3 → K eq X = K1 X + K 2 X + K 3 X → K eq = ∑ K

Em outras palavras, a constante elástica equivalente a uma associação


de molas ideais em paralelo é a soma das constantes elásticas das
molas da associação original. Esse resultado é equivalente à resistência
Essa força será impor tantíssima no estudo posterior do MHS equivalente de uma associação de resistores em série, assunto a ser
(Movimento Harmônico Simples) em um sistema massa-mola, já que abordado no capítulo “Associação de Resistores” da apostila de Física III.
atuará como força de restauração do sistema (força que tende a restaurar
o equilíbrio do sistema). 3. Resolução de problemas
Molas com diferentes constantes elásticas podem ser associadas, e Os problemas de dinâmica são muito variados. Por essa razão, não
podemos substituí-las por uma única mola que preserve as propriedades existe uma forma única de resolvê-los. Assim, abaixo serão descritos
que as molas tinham previamente. Existem dois tipos de associação, passos básicos e indispensáveis para a resolução de qualquer problema.
como veremos a seguir.
Os problemas podem envolver concomitantemente as três leis de
2.5.1 Associação de molas ideais em série
Newton, portanto a interpretação de cada problema em sua individualidade
Dizemos que molas estão associadas em série quando o “final” de é essencial para a solução.
uma está conectado ao “início” de outra, como mostra a figura abaixo:
Caso os componentes de um sistema mecânico não apresentem
movimento relativo entre si, o sistema pode ser analisado como um todo,
ou seja, os corpos podem ser estudados como se fossem um único corpo
cuja massa é dada pela massa total dos corpos. As forças de interação
entre os componentes, neste caso, são chamadas de forças internas, e
Suponha que uma força seja aplicada no sistema mostrado na figura
não aparecerão no diagrama de forças do sistema, já que forças internas
a fim de se comprimir as molas. Como as molas são ideais, ou seja, não
são incapazes de realizar trabalho no sistema (estudaremos esse conceito
possuem massa, ocorre a mesma situação da tração em um fio ideal: a
mais a fundo posteriormente). Essas forças só poderão ser analisadas e
força elástica permanece constante ao longo da associação. Dessa forma,
calculadas quando isolamos os componentes do sistema. Aí elas passam a
a força elástica que atua nas três molas é igual. Temos também que, se
ser denominadas forças externas. Esse procedimento muitas vezes facilita
houvesse apenas uma mola sendo comprimida, o deslocamento dela seria
o cálculo da aceleração do sistema e posterior cálculo das forças internas
igual ao deslocamento das três molas e a força elástica aplicada a ela
(isolando-se individualmente cada componente).
seria a mesma. Dessa forma, temos:
Caso os componentes de um sistema mecânico apresentem
movimento relativo entre si, será necessário relacionar as suas acelerações
Fel F F F 1 1
X eq = X1 + X2 + X3 → = el + el + el → =∑ entre si antes de se iniciar o problema, através dos chamados vínculos
K eq K1 K 2 K 3 K eq K geométricos. Os vínculos geométricos dependerão das situações expostas
em cada problema, logo a interpretação geométrica do problema será
muito importante nesse caso. Descobre-se, primeiramente, como os
Em outras palavras, o inverso da constante elástica equivalente a uma deslocamentos dos componentes do sistema estão atrelados entre si e,
associação de molas ideais em série é igual ao somatório dos inversos como a aceleração é a segunda derivada da posição, temos que a relação
das constantes elásticas das molas que estão presentes na associação entre os deslocamentos é a mesma relação entre as acelerações. Após
original. Esse resultado é equivalente à resistência equivalente de descobrir-se como as acelerações dos compontes estão relacionadas entre
uma associação de resistores em paralelo, assunto a ser abordado no si, podemos iniciar o problema normalmente, valendo-se da equação que
capítulo “Associação de Resistores” da apostila de Física III. relaciona as acelerações.

168 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

Após essas considerações, os problemas seguirão basicamente os apesar de poder apresentar velocidades diferentes em relação aos dois
passos apresentados a seguir: referenciais, já que os referenciais inerciais podem apresentar velocidade
relativa entre si (já que a lei da inércia fala em repouso ou velocidade
constante). Dessa forma, já que a massa é invariável e os referenciais
inerciais concordam em relação à aceleração de um móvel, eles têm que
concordar com relação à força que atua sobre esse mesmo móvel, já que
a força é o produto da massa pela aceleração. Estabelece-se, então, o
Princípio da Invariância de Galileu, que afirma que as leis de Newton são
válidas e as mesmas em qualquer referencial inercial.
Em seguida, podemos definir o referencial não inercial. O referencial
Representação das forças no sistema, e dos diagramas de corpo livre não inercial é aquele que possui aceleração em relação a pelo menos um
dos componentes do sistema, respectivamente. referencial inercial, sendo, então, conhecidos também por referenciais
acelerados. Logo, a aceleração calculada para um referencial inercial
3.1 Envolvendo a 1ª lei nunca pode ser a mesma calculada para um referencial não inercial, já
• Interpretar corretamente o problema para concluir que se trata de que existe aceleração relativa entre estes. Por conseguinte, dizemos que
repouso ou movimento retilíneo uniforme; os referenciais não inerciais não respeitam as leis de Newton, as quais são
• isolar os componentes em diagrama de corpo livre ou, caso não haja válidas, então, apenas nos referenciais inerciais, como dito anteriormente.
movimento relativo entre eles, e se conveniente, considerar o sistema
Enfim, se as leis de Newton não são válidas em referenciais não
todo, com massa igual à soma das massas dos componentes e
inerciais, como proceder quando nos depararmos com problemas que
desconsiderando forças internas;
relacionem eles? É aí que entra o Princípio da Equivalência de Einstein.
• indicar corretamente as forças de ação e de reação (geralmente são
Ele afirma que, quando o sistema contido em um referencial não inercial
forças internas ao sistema, então só aparecerão caso se isolem os
que tem aceleração a relativa a um certo referencial inercial e se passa
componentes em diagrama de corpo livre);
a observar o movimento a partir do mesmo  referencial não inercial, é
• verificar com muita atenção o sentido da força de atrito, quando houver;
• escolher sabiamente os eixos coordenados para diminuir o trabalho de necessária uma adição de uma aceleração –a a todos os componentes do
projeção de forças, ou seja, escolher os eixos de forma que contenham sistema, para que possam ser aplicadas as leis de Newton. Por exemplo,
o maior número de forças possível. em um elevador em repouso ou com velocidade
 constante, em uma região
em que a aceleração da gravidade é g , com módulo g, o valor do período
3.2 Envolvendo a 2ª lei l
de um pêndulo de comprimento l é dada pela fórmula T = 2π . Porém,
• Interpretar corretamente o problema para concluir que se trata de g

um corpo em desequilíbrio, logo acelerado (verificar o sentido da se o elevador possuir uma aceleração a para cima, com módulo a, para
aceleração); podermos calcular o novo período T’ do pêndulo, devemos observá-lo de
• isolar os componentes em diagrama de corpo livre ou, caso não haja dentro do elevador. Dessa forma, devemos adicionar a ele uma aceleração
movimento relativo entre eles, e se conveniente, considerar o sistema 
– a , ou seja, uma aceleração de módulo a e sentido para baixo. É como,
todo, com massa igual à soma das massas dos componentes e então, se estivéssemos “aumentando a gravidade” observada dentro do
desconsiderando forças internas; elevador. Chamamos essa “nova” gravidade de gravidade aparente. Dessa
• indicar corretamente as forças de ação e de reação (geralmente são forma, passará a atuar no corpo, para baixo, uma aceleração de módulo
forças internas ao sistema, então só aparecerão caso se isolem os
componentes em diagrama de corpo livre); g + a, o que faz com que o novo período do pêndulo seja T = 2π l .
• verificar com muita atenção o sentido da força de atrito, quando houver; g+a
• escolher sabiamente os eixos coordenados. Um eixo deverá estar sempre Vimos então que, a partir do Princípio da Equivalência, podemos nos
no sentido da aceleração, enquantro o outro eixo deve ser perpendicular valer das leis de Newton em um referencial não inercial. Então, a segunda
ao eixo que contiver a aceleração. Quando isto puder ser feito, o segundo lei de Newton passará a ser válida quando nos valermos dele. Ora, se
eixo estará tratando de equilíbrio, logo aplicar-se-á a 1a Lei. cada elemento  do sistema contido no referencial não inercial receber
 a
aceleração – a quando o referencial se move com aceleração a , e se a
4. Leis de Newton em um segunda lei de Newton é válida, sabemos que para essa nova aceleração
adicionada ao sistema haverá associada a ela uma “força extra”. Essa
referencial não inercial “força extra” será denominada força inercial. Essa extensão da segunda
Antes de iniciarmos nossos estudos sobre o referencial não inercial, lei de Newton para referenciais não inerciais a partir das forças inerciais
vamos relembrar algumas características do referencial inercial. é chamada de princípio de D’Alembert. Matematicamente, o princípio de
  D’Alembert se resume à seguinte equação:
A segunda lei de Newton nos diz que Fres = ma, ou seja, a força
resultante que atua em um corpo produz uma aceleração  nesse mesmo   
corpo. Vê-se que a primeira lei de Newton diz que, se Fres = 0, o corpo tende ∑ F − ma1 = ma2
a manter-se em seu estado atual. Parece, então,  que a primeira lei é um 
caso particular da segunda, quando tomamos a = 0. Porém, a primeira em que a 1 é a aceleração do referencial não inercial que contém o sistema
lei enuncia algo muito maior: introduz o conceito de referencial inercial, ou analisado em relação a um referencial inercial, a 2 é a aceleração do
seja, um referencial que satisfaz à lei da inércia. Dessa forma, um referencial componente do sistema analisado em relação ao referencial não inercial
inercial nunca pode ser acelerado e, consequentemente, nunca pode ter considerando-o agora como inercial (que é o nosso objetivo desde o início

aceleração relativa a outro referencial inercial. Assim, se um móvel tem desta seção), e • F é a força resultante que já atuava no sistema antes
uma aceleração a em relação a um certo referencial inercial, ele deve da troca de referencial. Os problemas resolvidos 5, 6 e 7 exemplificam
apresentar a mesma aceleração a em relação a um outro referencial inercial, bem o método aqui discutido e mostram suas vantagens.

IME-ITA 169
Física I – Assunto 5

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Na figura, os blocos A e B têm massas mA = 6,0 kg e mB = 2,0 kg e, Para acharmos a força interna, inevitavelmente, teremos que isolar um
estando apenas encostados entre si, repousam sobre o plano horizontal dos blocos. Isolando o bloco B e voltando de novo à equação (ii), temos:
perfeitamente liso.
 A partir de um dado instante, exerce-se sobre A uma FA,B = 2 · 2 → FA,B = 4 N
força horizontal F , de intensidade igual a 16 N. Desprezando a resistência
do ar, calcule: Essa estratégia da 2a solução pode parecer simples agora, já que só
temos dois blocos no sistema, mas, para sistemas com um número

F relativamente grande de componentes, essa estratégia pode ser bem útil.
A
B
02 (Mack-SP) Um bloco A, de massa 6 kg, está preso a outro bloco
a. o módulo da aceleração do conjunto; B, de massa 4 kg, por meio de uma mola ideal de constante elástica
b. a intensidade das forças que A e B trocam entre si na região de 800 N/m. Os blocos estão apoiados sobre uma superfície horizontal e
contato. se movimentam sob a ação da força horizontal F , de intensidade 60 N.
Sendo o coeficiente de atrito cinético entre as superfícies em contato
Solução: igual a 0,4 e a aceleração da gravidade igual a 10 m/s², a distensão da
Esta é a situação mais simples possível que pode ocorrer nos problemas mola é, em cm, igual a:
que enfrentaremos. Mas ele exemplifica bem as duas formas de como 
podemos lidar inicialmente com problemas desse tipo. F
Veja que os blocos possuem mesma aceleração, já que não existirá B A
movimento relativo entre eles. Suponha que adquiram uma aceleração
a para a direita.
(A) 3. (D) 6.
1 solução: Primeiramente, isolar os blocos.
a (B) 4. (E) 7.
(C) 5.
Bloco A: Bloco B:
N N Solução: Letra B.
Perceba que a força elástica que é exercida na mola será uma força
interna ao sistema (para a direita no bloco B e para a esquerda no bloco
FA,B A). Dessa forma, podemos usar a dica do “blocão” para resolver o
F FB,A B sistema. Veja que, em cada um dos blocos, haverá uma força de atrito
A
para a esquerda. Logo, para o “blocão”, essas duas forças se resumem a
uma só. A normal do “blocão” será igual a seu peso, igual a P = 10 · 10
= 100 N. Dessa forma, aplicando a segunda lei de Newton na horizontal:
P
P F – Fat = M · a → 60 – 0,4 · 100 = 10 · a → 10a = 20 → a = 2 m/s2

Vamos escrever agora as leis de Newton para os blocos. Isolando, agora, o bloco B, temos uma força elástica (Fel) atuando
Bloco A: nele para a direita, enquanto temos a força de atrito (FatB) atuando para
– Horizontal (2a lei de Newton): F – FB,A = 6a → 16 – FB,A = 6a (I) a esquerda. Dessa forma, aplicando a segunda lei para o bloco B na
– Vertical (1a lei de Newton): N = P horizontal, e lembrando que a NB = PB = 40 N, temos:

Bloco B: Fel – FatB = mB · a → 800 · x – 0,4 · 40 = 4 · 2 → x = 0,03 m = 3 cm


– Horizontal (2a lei de Newton): FA,B = 2a (II)
– Vertical (1a lei de Newton): N = P 03 (UFC-2001) Um sistema composto por duas bolas de massas m e 2 m
conectadas entre si por uma mola ideal está pendurado ao teto como
FA,B é a força que o corpo A faz no corpo B e FB,A é a força que o corpo mostrado na figura. Cortando-se o fio que liga o sistema ao teto, qual será
B faz no corpo A, constintuindo, então, um par ação-reação. Logo, a aceleração adquirida pelas bolas de massa m e 2m, respectivamente,
possuem módulos iguais. Dessa forma, de (I) e (II), temos: 16 – 2a = logo após o corte? A aceleração da gravidade é g.
6a → a = 2m/s2.
Voltando na equação (II), temos que FA,B = 2 · 2 = 4 N.

2a solução:
m
Como já foi dito, pode ser muito útil pensar no sistema como um
todo antes de isolar os seus componentes, caso estes não possuam
movimento relativo entre si, que é o caso dessa questão.
Logo, podemos considerar o sistema como um “blocão” de massa 8
kg, no qual só esta atuando uma força normal, uma força peso e a força
externa F. Na direção horizontal, teremos: 2m
F = m · a → 16 = 8a → a = 2 m/s2.
(A) 0 e 0. (D) 0 e 3g.
Ou seja, achamos a aceleração de maneira muito mais rápida que na (B) 0 e g. (E) 3g e 0.
outra solução. (C) g e 0.

170 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

Solução: Letra E. Dessa forma, obrigaremos a força F a ser mínima e máxima. No primeiro
Antes do corte, é possível determinar a tração que é exercida no fio caso, acharemos a aceleração mínima que deve ser comunicada ao
superior. Como as forças elásticas que atuam na mola são forças internas sistema. No segundo, acharemos a máxima aceleração que pode ser
ao sistema, podemos considerar o “blocão” formado pelas duas bolas comunicada ao sistema. Assim, obteremos o intervalo desejado.
e pela mola. Vê-se que as forças externas presentes são a tração T e o Sejam N1, N2 e N3 as forças de contatos entre os cilindros B e C, A e B e A e
peso do sistema, igual a 3 mg. C, respectivamente. Os diagramas de corpo livre estão expostos na figura
Isolando a bola superior, vemos que atuam sobre ela três forças: a tração a seguir (os pesos dos cilindros inferiores e as normais da superfície
T = 3 mg, seu peso Pm = mg para baixo e a força elástica Fel para baixo foram desconsiderados, pois não serão relevantes nos nosso cálculos).
(já que a mola está distendida). Como a bola está em equilíbrio, vale a
primeira lei de Newton: A
a
T = Pm + Fel → 3 mg = mg + Fel → Fel = 2 mg. m·g
N2 N3
Isolando a bola inferior, temos a força elástica Fel = 2mg (já calculada)
para cima (pelo mesmo fato de a mola estar distendida) e o seu peso
P2 m = 2 mg para baixo. N2 N3
A única alteração que acontece no sistema ao fio ser cortado é o fato
de o fio não estar mais esticado. Sabemos que só há tração em fios F N1 N1
ideias caso o fio esteja minimamente esticado. Dessa forma, a tração
se anula quando o fio é cortado. B a C a
Então, a bola de cima fica sujeita apenas à força peso Pm e à força
elástica Fel, que resultam em uma força para baixo igual a 3mg. Logo, Obrigando a força F a ser mínima:
pela segunda lei de Newton: Para que a força F seja mínima, a força N1 deverá tender a 0, já que, se
F não for suficientemente grande, o cilindro A tenderá a ocupar o espaço
F = m · am → 3 mg = m · am → am = 3 g entre os cilindros B e C, fazendo com que estes percam o contato entre
si. Dessa forma, a condição que obriga F a ser mínima é N1 = 0.
A bola de baixo continua sujeita apenas à ação da força elástica Fel para
cima e seu peso P2 m para baixo. Logo, como essas forças se anulam, Isolando o cilindro C, temos:
a aceleração nessa bola será nula → a2m = 0. – Horizontal (2a lei de Newton): Fmín = m · amín = N3 · cos60° (I)

04 (ITA-13) Em um cer to experimento, três cilindros idênticos Isolando o cilindro A, temos:


encontram-se em pleno contato entre si, apoiados sobre uma mesa e – Horizontal (2a lei de Newton): Fmín = m · amín = N2 · cos60° – N3 ·
sob a ação de uma força F, constante, aplicada na altura do centro de sen30° (II)
massa do cilindro da esquerda, perpendicularmente a seu eixo, como – Vertical (1a lei de Newton): N2 · cos30° + N3 · sen60° = m · g (III)
mostra a figura. Desconsiderando qualquer tipo de atrito, para que os g 3
três cilindros permaneçam em contato entre si, a aceleração a provocada Resolvendo o sistema, encontramos amín = .
9
pela força deve ser tal que:
Obrigando a força F a ser máxima:
g g2g 3g Para que a força F seja máxima, N3 deve tender a 0, já que, para uma
(A) < a< . (D) < a< . força F limite, o bloco A estaria “rolando” por cima do bloco B, perdendo
3 3 3 3 2 4 2
o contato com o bloco C. Dessa forma, a condição que obriga F a ser
2g 4g g 3g máxima é N3 = 0.
(B) < a< . (E) < a< .
3 2 2 2 3 4 3
g 4g Isolando o cilindro A:
(C) < a< . – Horizontal (2a lei de Newton): Fmáx = m · amáx = N2 · sen30° (IV)
2 3 3 3 – Vertical (1a lei de Newton): m · g = N2 · cos30° (V)
g 3
A Resolvendo o sistema, encontramos amáx = .
3
Logo, o intervalo de valores da aceleração para o qual os cilindros não
F perdem o contato é:
B C
g 3 g 3
< a<
9 3
Solução: Letra A. Que é a resposta do item ‘a’ já racionalizada.
Para que exista um intervalo de acelerações para o qual os cilindros
permaneçam em contato entre si, é natural que exista também um Veja que o intervalo deve ser aberto, já que as acelerações máxima e
intervalo para a força F que permita que os cilindros permaneçam em mínima que encontramos obrigam as normais a serem 0, o que não é
contato, já que a força F é a única força externa na direção horizontal (as nosso objetivo. Nós apenas o fizemos para achar os limites do intervalo.
outras são os pesos dos cilindros e as normais que a superfície exerce Obs.: Problemas de minimização e maximização são muito comuns na
nos cilindros inferiores). mecânica. Nos depararemos com problemas semelhantes mais vezes,
logo, é importante guardar ideias como essas.

IME-ITA 171
Física I – Assunto 5

05 Um elevador apresenta aceleração a = 2 m/s² para baixo, em um Vê-se que os blocos têm, em módulo, a mesma aceleração a’. Porém,
local onde a aceleração da gravidade é igual a 10 m/s². Os blocos A e julgamos que B desce e A sobe, já que B é mais pesado. Isolando os
B da figura têm massas respectivamente iguais a 1 kg e 2 kg, e estão blocos, temos:
ligados conforme mostra a figura. Qual a tração no fio e a aceleração Bloco A:
observada no referencial do elevador? ma · a’= T – ma · g’ → T – 8 = 1 · a’ (I)

Bloco B:
mb · a’ = mb · g’ – T → 16 – T = 2 · a’ (II)
a
8 32
Resolvendo o sistema, encontramos a’ = m/s² e T = N.
B 3 3
06 Um bloco desliza com atrito desprezível ao longo da face hipotenusa
de uma cunha mantida fixa sobre o plano horizontal. Assim que o bloco
se imobiliza ao atingir a lingueta de retenção L, comunica à cunha uma
A aceleração horizontal a que faz com que o bloco suba ao longo da mesma
face e atinja o topo no mesmo intervalo de tempo que ele levou para
descer. Demonstre que a = 2g tg α .

Solução:
Como o problema nos pede a aceleração observada no referencial do
elevador, é natural mudarmos do referencial Terra para o referencial
elevador. Dessa forma, de acordo com o Princípio da Equivalência, os
corpos dentro do elevador devem ser submetidos a uma aceleração de
intensidade igual à do referencial não inercial, só que com sentido inverso,
e, de acordo com o princípio de D’Alembert, essas acelerações estão
associadas a forças de inércia. Porém, resumindo esse pensamento,
podemos dizer que essa aceleração invertida que é adicionada quando Solução:
se muda de referencial pode ser adicionada à aceleração da gravidade, (A) Durante a descida (referencial na Terra, inercial):
criando uma nova aceleração da gravidade g’ = g – a = 10 – 2 = 8 m/
s². Logo, o peso dos corpos será diferente nesse referencial, quando
comparados aos seus pesos no referencial da Terra. As figuras a seguir
exemplificam bem o que foi escrito.

campos
gravitacionais
g a a
Pela 2a lei no eixo ao longo do plano inclinado
P sen α = madescida ∴ g sen α = adescida

Pela equação horária da posição do MRUV


1
x= adescida td2 (I)
2
A B
(B) Durante a subida (referencial na Terra, inercial):

campos
gravitacionais
resultantes
g’

T T
Aplicação da segunda lei no eixo ao longo do plano inclinado:
FI cos α – P sen α = masubida ∴ma cos α – mg sen α = m . asubida
1
a’ x = asubida ts2 (II) (distância percorrida ao longo do plano, segundo as
A B a’ 2
fórmulas.
mA · g’ mB · g’ Como o tempo de subida e o de descida são iguais, de (I) e (II)
adescida = asubida ∴g · sen α = a · cos α – g · sen α ∴ a = 2g · tgα

172 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

07 (Irodov) Na figura, o bloco tem massa m, a cunha tem massa M DE + EF = L. Como AD = x · cosα e DE = BC = L – x, temos que EF
e o ângulo do plano inclinado da rampa é α. O fio é ideal e o atrito é = L – AD – DE = x(1 – cosα). Como CE e EF são as componentes do
desprezível. Determine a aceleração a adquirida pela cunha, sabendo deslocamento do bloco, temos que, quando a cunha se desloca AB = x
que a aceleração da gravidade é g. para a direita, o bloco se desloca CE = x · senα perpendicularmente ao
plano inclinado e EF = x(1 – cosα) ao longo do plano inclinado, como
mostra a figura abaixo.

x
m
a a

na
M

se
a

a)
s
co

(1
1a solução: Referencial inercial (Terra)


Para resolvermos essa questão utilizando o referencial inercial (Terra),
a
temos que primeiramente, como nos passos escritos na seção 3 deste
capítulo, verificar se os componentes do sistema possuem movimento
relativo entre si ou não, ou seja, se possuem a mesma aceleração em Logo, se a é a aceleração da cunha para a direita (segunda derivada do
relação à Terra ou não. Veja que, quando a cunha se move para a direita, o deslocamento AB = x), temos que a · senα é a aceleração do bloco
bloco cai ao longo do plano inclinado contido nela. Dessa forma, percebe-se perpendicularmente ao plano inclinado e a(1 – cosα) é a aceleração do
claramente que os componentes possuem movimento relativo entre si, bloco ao longo do plano inclinado, respectivas segundas derivadas de
não possuindo, então, mesma aceleração em relação à Terra. Logo, seus deslocamentos.
devemos desvendar o vínculo geométrico que atrela o deslocamento
da cunha ao deslocamento do bloco. Dessa forma, podemos agora aplicar normalmente as leis de Newton,
isolando os blocos.
– Desvendando o vínculo geométrico:
Suponha que a cunha deslize, com relação à sua polia, do ponto B até Diagramas de corpo livre:
o ponto A, percorrendo um comprimento x, e que o trecho delimitado – 2a lei de Newton para a cunha na direção horizontal: Ma = N · senα
pelos pontos A e C do fio tenha comprimento L, como mostra a figura. + T – Tcosα
– 2a lei de Newton para o bloco na direção perpendicular ao plano: ma
B A
· senα = mg · cosα – N
– 2a lei de Newton para o bloco na direção ao longo do plano: ma(1
– cosα) = mg · senα – T
C
mg ⋅ sen α
Resolvendo o sistema, temos que a = .
M + 2 m(1 − cos α)
2a solução: Referencial não inercial (cunha)
A solução no referencial inercial necessita que nós analisemos o vínculo
a geométrico constituído pelo bloco e pela cunha, o que, muitas vezes,
pode tornar a resolução da questão difícil. Dessa forma, pensaremos no
referencial não inercial da cunha, para ter que evitar analisar o vínculo
geométrico presente no problema, analisando um vínculo geométrico
x muito mais simples. Vamos deixar a cunha imóvel, fazendo que o bloco
B A desça ao longo do plano inclinado e a parede “se aproxime” da cunha,
a conforme indica a figura abaixo. Vê-se que a parede terá uma aceleração
C a para a esquerda, já que se mudou o referencial, e, como o fio não
D estica, o bloco deve descer o plano inclinado com a mesma aceleração
a com que a parede está se movendo (vínculo geométrico muito mais
E simples que o anterior).
F

a
a

Logo, pelas figuras, temos que AB + BC = L. Como AB = x, temos que m


BC = L – x. Só que, no triângulo de vértices A, B e D, temos que AD = a Cunha
AB · cosα = x · cosα e BD = x · senα, o que implica que CE = x · senα. imóvel
Como o comprimento do fio é conservado, já que o fio é ideal, ou seja,
não pode ser esticado nem comprimido, temos, pela figura, que AD +

IME-ITA 173
Física I – Assunto 5

Considerando que o fio que interliga os blocos é leve e inextensível e


Dessa forma, ao mudarmos o referencial, pelo Princípio da adotando nos cálculos g = 10 m/s2, determine:
Equivalência, a aceleração a para a direita tanto no bloco como na
cunha, criando, pelo princípio de D’Alembert, as forças fictícias m.a a. o módulo da aceleração dos blocos;
e M.a, ambas para a esquerda, no bloco e na cunha respectivamente. b. a intensidade da força tensora estabelecida nos fios.
Dessa forma, só precisamos analisar os diagramas de corpo livre dos
componentes, presentes na figura abaixo. 03 O dispositivo esquematizado na figura é a máquina de Atwood. No
caso, não há atritos, o fio é inextensível e desprezam-se sua massa e a da
eixo polia. Supondo que os blocos A e B têm massas respectivamente iguais
perpendicular a a 3,0 kg e 2,0 kg e que g = 10 m/s2, determine:
N T

m·a
a a T
a a
m·g T
ção l
c e lera gencia
a t a n M·a
eixo
a
a
N
a
a. o módulo da aceleração dos blocos;
NI b. a intensidade da força tensora estabelecida no fio;
M·g
c. a intensidade da força tensora estabelecida no cabo que sustenta a polia.
– 2a lei de Newton no eixo tangencial para o bloco: ma · cosα + mg
04 Os blocos A e B da figura seguinte têm massas respectivamente iguais
· senα – T = ma
a 2,0 kg e 3,0 kg e estão sendo acelerados horizontalmente sob ação de
– 1a lei de Newton no eixo perpendicular para o bloco (bloco em →
uma força F de intensidade 50 N, paralela ao plano de movimento.
repouso nesse eixo): ma · senα + N = mg · cosα
Sabendo que o coeficiente de atrito de escorregamento entre os blocos e
– 1a lei de Newton para a cunha na direção horizontal (cunha em
o plano de apoio vale µ = 0,60 e g = 10 m/s2, calcule:
repouso): T + N · senα = T · cosα + Ma
mg ⋅ sen α
Resolvendo o sistema, temos que a = .
M + 2 m(1 − cos α)
Vê-se, então, a vantagem da aplicação da mudança de referencial e
do princípio de D’Alembert em certas questões.
a. a aceleração dos corpos;
EXERCÍCIOS NÍVEL 1 b. a força que o bloco B exerce sobre o corpo A.

01 Na situação do esquema seguinte, não há atrito entre os blocos e 05 O corpo A, de 5,0 kg de massa, está apoiado em um plano horizontal,
o plano horizontal, a resistência do ar é desprezível e as massas de A e preso a uma corda que passa por uma roldana de massa e atrito
de B valem, respectivamente, 2,0 kg e 8,0 kg. Sabe-se que o fio leve e desprezíveis e que sustenta em sua extremidade o corpo B, de 3,0 kg de
inextensível que une A com B suporta, sem romper-se, uma tensão máxima massa. Nessas condições, o sistema apresenta movimento uniforme.
de 32 N. Calcule a maior intensidade admissível à força, horizontal, para Adotando g = 10 m/s2, determine:
que o fio não se rompa.

02 No arranjo experimental esquematizado abaixo, os blocos A e B têm


massas respectivamente iguais a 4,0 kg e 1,0 kg. Desprezam-se os atritos,
a resistência do ar e a inércia da polia.
a. o coeficiente de atrito entre o corpo A e o plano de apoio;
b. a intensidade da aceleração do sistema se colocarmos sobre o corpo
B uma massa de 2,0 kg.

06 Na situação representada na figura, o homem puxa a corda


verticalmente para baixo e esta, por sua vez, puxa o bloco que está apoiado
no plano horizontal. O fio e a polia são ideais, a massa do bloco vale 40
kg e adota-se g = 10 m/s2.

174 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

09 Um homem está sobre a plataforma de uma balança e exerce força


sobre um dinamômetro preso ao teto. Sabe-se que quando a leitura do
dinamômetro é zero, a balança indica 80 kgf.

A intensidade da força de atrito recebida pelo bloco do plano de apoio (Fat)


varia com a intensidade da força exercida pelo homem (F), conforme o
gráfico abaixo:

a. Qual o peso do homem?


b. Se o homem tracionar o dinamômetro de modo que este indique 10 kgf,
qual será a nova indicação da balança?

10 Considere o esquema seguinte, em que se representa um bloco de 1,0


Calcule: kg de massa apoiado sobre um plano horizontal. O coeficiente de atrito de
arrastamento entre a base do bloco e a superfície de apoio vale 0,25 e a
a. os valores dos coeficientes de atrito estático e cinético entre o bloco aceleração da gravidade, no local, tem módulo 10 m/s2.
e plano de apoio;
b. o módulo da aceleração do bloco para F = 120 N.

07 Considere a montagem da figura abaixo. Os blocos A e B têm massas


mA = 8,0 kg e mB = 2,0 kg, os fios, as roldanas e o dinamômetro são q
ideais e despreza-se a resistência do ar. Adotando g = 10 m/s2, determine:


A força F , cuja intensidade é de 10 N, forma com a direção horizontal um
ângulo θ constante, tal que senθ = 0,60 e cosθ = 0,80. Desprezando a
resistência do ar, aponte a alternativa que traz o valor correto da aceleração
do bloco:
a. o módulo da aceleração do sistema;
b. a indicação do dinamômetro (graduado em newtons). (A) 7,0 m/s2. (D) 2,5 m/s2.
(B) 5,5 m/s2. (E) 1,0 m/s2.
08 Dois blocos (1) e (2) de pesos respectivamente iguais a 30 kgf e (C) 4,0 m/s2.
10 kgf estão em equilíbrio, conforme mostra a figura abaixo:
11 Os blocos A e B representados na figura possuem massas de 3,0 kg
e 2,0 kg, respectivamente. A superfície horizontal onde eles se

deslocam

apresenta um coeficiente de atrito cinético igual a 0,30; F 1 e F 2 são
horizontais que atuam nos blocos.
g Determine:

Quais as indicações nos dinamômetros D1 e D2, graduados em kgf? a. o módulo da aceleração do sistema;
b. a intensidade da força de contato entre A e B.

IME-ITA 175
Física I – Assunto 5

12 Sobre o plano horizontal da figura apoiam-se os blocos A e B, 16 Na situação esquematizada na figura, o fio e a polia são ideais;
interligados por um fio inextensível e de massa desprezível. O coeficiente despreza-se o efeito do ar e adota-se g = 10 m/s2.
de atrito estático entre os blocos e o plano vale →0,60 e o cinético, 0,50. Sabendo que os blocos A e B têm massas respectivamente iguais a 6,0
Adota-se g = 10 m/s2. Sabendo-se que a força F é horizontal e que sua kg e 4,0 kg e que o coeficiente de atrito cinético entre B e o plano de apoio
intensidade vale 50 N, calcule: vale 0,50, determine:

a. o módulo da aceleração do sistema;


b. a intensidade da força tensora no fio.

13 Na figura seguinte, a superfície S é horizontal, a intensidade de F é de a. o módulo da aceleração do sistema.
40 N, o coeficiente de atrito de arrastamento entre o bloco A e a superfície b. a intensidade da força tensora no fio.
S vale 0,50 e g = 10→m/s2. sen θ = 0,6
Sob a ação da força F , o sistema é acelerado horizontalmente e, nessas cos θ = 0,8
condições, o bloco B apresenta-se na iminência de escorregar em relação
ao bloco A. 17 O bloco da figura pesa 8,0 N e está em repouso, apoiado sobre um plano
horizontal que lhe oferece um coeficiente de atrito estático de valor 0,80.

a. Determine o módulo da aceleração do sistema. I. o vetor que melhor representa a força exercida pelo bloco sobre o
b. Calcule o coeficiente do atrito estático entre os blocos A e B. plano de apoio é:

14 Na figura os blocos A, B e C têm massas respectivamente iguais a


3 M, 2 M e M; o fio e a polia são ideais. Os atritos são desprezíveis e (A)
a aceleração da gravidade tem intensidade g. Admitindo o sistema em
(B)
movimento sob ação da gravidade, calcule a força tensora no fio e a força
(C)
de contato trocada por B e C.
(D)
(E)

II. a intensidade da força referida no exercício anterior é:


(A) 8,0 N.
(B) 6,0 N.
(C) 6,4 N.
(D) 10 N.
(E) 14 N.
15 A situação representada na figura refere-se a um bloco que, abandonado
18 Na figura, o bloco I repousa sobre o bloco II, sendo que I está preso
em repouso no ponto A, desce o plano inclinado com aceleração de 2,0 m/
por uma corda a uma parede. mI = 3,0 kg e mII = 6,0 kg. O coeficiente
s2, indo atingir o ponto B:
de atrito cinético

entre I e II é 0,10 e entre II e o plano é 0,20. Qual deve
ser a força F que, aplicada em II, desloca esse bloco com aceleração de
2,0 m/s2?

q
(A) 40 N.
Sabendo que no local g = 10 m/s2, calcule o coeficiente de atrito cinético (B) 30 N.
entre o bloco e o plano de apoio. (C) 15 N.
(D) 27 N.
(E) 33 N.

176 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

19 A figura representa três blocos de massas M1 = 1,00 kg, M2 = 2,50 kg 23 No esquema a seguir, fios e polia são ideais. Desprezam-se todos os
e M3 = 0,50 kg, respectivamente. Entre os blocos e o piso que os apoia atritos, bem como a resistência do ar. Sendo g o módulo da aceleração
existe atrito, cujos coeficientes cinético e estático são respectivamente, da gravidade, 2 m, 2 m e m as massas dos blocos A, B e C, nesta ordem.
0,10 e 0,15; a aceleração da gravidade vale 10 m/s2. (Dado: θ = 30°.)


Se ao bloco 1 for aplicada uma força F , horizontal, de 10,0 N, qual será a
intensidade da força que o bloco 2 exercerá no bloco 3? Calcule:

20 Na figura o bloco pesa 20 kgf e o coeficiente de atrito estático entre a. o módulo da aceleração de cada bloco;
ele e a parede vertical em que está apoiado vale 0,50. b. a intensidade das forças que tracionam os fios 1 e 2;
c. a intensidade da força paralela ao plano horizontal de apoio a ser
aplicada no bloco A, de modo que o sistema permaneça em repouso.

24 Na situação da figura, os corpos A e B têm massas M e m,


respectivamente, estando B simplesmente encostado em uma parede
vertical

de A. O sistema movimenta-se horizontalmente sob ação da força
F , paralela ao plano de apoio, sem que B escorregue em relação a A. A
resistência do ar é desprezível, não há atrito entre A e o solo e no local a
aceleração da gravidade vale g.

Calcule a menor força F , horizontal, para que o bloco não escorregue em
relação à parede.

21 No plano inclinado representado a seguir, o bloco encontra-se impedido


de se movimentar graças ao cutelo no qual está apoiado. Os atritos são
desprezíveis, a massa do bloco vale 5,0 kg e g = 10 m/s2. Sendo µ o coeficiente de atrito estático entre B e A, analise as proposições
seguintes:

I a situação proposta só é possível se o sistema estiver, necessariamente,


em alta velocidade;
II para que B não escorregue em relação a A, a aceleração do sistema
deve ser maior ou igual a µg;
III se B estiver

na iminência de escorregar em relação a A, a intensidade
da força F será igual a (M + m)g/µ.

Responda mediante o código:

a. Esquematize todas as forças que agem no bloco. (A) Se somente I e II forem corretas.
b. Calcule as intensidades das forças com as quais o bloco comprime (B) Se somente I e III forem corretas.
o cutelo e o plano de apoio. (C) Se somente II e III forem corretas.
(D) Se somente II for correta.
22 Na situação descrita na figura abaixo, um cofre de peso igual a 5,0 . 103 N (E) Se somente III for correta.
sobe aceleradamente o plano inclinado puxado por um cabo leve e inextensível
acoplado ao eixo de um motor. O plano inclinado é perfeitamente polido, a 25 No arranjo experimental da figura, a caixa A é acelerada para baixo com
resistência do ar é desprezível e a polia é ideal. Sabendo que o cofre sobe 2,0 m/s2. As polias e o fio têm massas desprezíveis e adota-se g = 10 m/
com aceleração de 1m/s2, calcule a intensidade da força que o motor s2. Supondo que a massa da caixa B seja de 80 kg e ignorando a influência
transmite a ele através do cabo. (Adote g = 10 m/s2.) do ar no sistema, determine:

a. o módulo da aceleração de subida da caixa B;


b. a intensidade da força tensora no fio;
c. a massa da caixa A.

IME-ITA 177
Física I – Assunto 5

26 Na figura seguinte, os dois blocos A e B têm massas iguais. São


desprezíveis as massas dos fios e da polia e esta pode girar sem atrito. O
menor valor do coeficiente de atrito estático entre o plano inclinado de α
em relação à horizontal e o bloco B, para que o sistema não escorregue é:

1− senα
(A) .
cosα
1− cosα a. a intensidade da força com que o homem puxa a corda;
(B) .
senα a. a intensidade da força de contato trocada entre o homem e a
(C) tg α. plataforma.
(D) cot g α.
30 Em um elevador há uma balança graduada em newtons. Um homem
(E) 1 .
senα de 60 kg de massa, em pé sobre a balança, lê 720 N quando o elevador
sobe em movimento acelerado e 456 N quando desce em movimento
→ acelerado, com a mesma aceleração da subida, em módulo. Determine:
27 Na figura, o sistema está sujeito à ação da resultante externa F , paralela
ao plano horizontal sobre o qual o carrinho está apoiado. Todos os atritos a. quais os módulos da aceleração da gravidade e do elevador;
são irrelevantes e as inércias do fio e da polia são desprezíveis. As massas b. quanto registrará a balança se o elevador subir ou descer com
dos corpos A, B e C valem, respectivamente, 2,0 kg, 1,0 kg e 5,0 kg e, no velocidade constante.
local, o módulo da aceleração da gravidade é 10 m/s2. Supondo-se →
que
A esteja apenas encostado em C, determine a intensidade de F , de modo 31 Em um andar equidistante dos extremos de um edifício, uma pessoa de
que A e B não se movimentem em relação ao carrinho C. massa m = 100 kg toma um elevador, que passa a se mover verticalmente
para cima. O gráfico mostra como varia a velocidade escalar do elevador
em função do tempo. Sabe-se que o peso aparente da pessoa na etapa
AO do gráfico vale 1.100 N e que no local g = 10 m/s2.
Determine:

C
28 Na figura abaixo mostra-se um plano horizontal, em que o trecho
AB é perfeitamente liso e o trecho BC é áspero. Um bloco de →
2,0 kg de
massa parte do repouso no ponto A, acelerado

pela força F constante, a. a altura do edifício, se no instante t = 20 s o elevador parou na
de intensidade 8,0 N e paralela ao plano; F atua no bloco até o ponto B, extremidade superior do mesmo;
onde é suprimida. A partir daí o bloco é desacelerado pela força de atrito, b. a intensidade do peso aparente da pessoa no trecho BC do gráfico.
parando no ponto C. Desprezando a resistência do ar:
32 A figura representa, vista de cima, uma mesa horizontal onde um corpo
desliza sem atrito. O trecho AB é percorrido em 10 s, com velocidade
constante de→
3,0 m/s. Ao atingir o ponto B aplica-se ao corpo uma força
horizontal F , de módulo e direção constantes, perpendicular a AB, que
produz uma aceleração de 0,40 m/s2. Decorridos outros 10 s, o corpo
encontra-se no ponto C, quando então a força cessa. O corpo move-se
por mais 10 s até o ponto D.
a. calcule o módulo da velocidade do bloco no ponto B e a intensidade
da força de atrito nele atuante no trecho BC;
b. trace o gráfico da velocidade escalar do bloco em função do tempo,
adotando como origem dos tempos o instante de partida em A.

29 No esquema seguinte, o homem (massa de 80 kg) é acelerado


verticalmente para cima juntamente com a plataforma (massa de 20 kg)
sobre a qual está apoiado. Isso é possível porque ele puxa verticalmente
para baixo a corda que passa pela polia fixa. A aceleração do conjunto
homem-plataforma tem módulo 5 m/s 2 e adota-se g = 10 m/s 2. a. Faça um esboço da trajetória ABCD.
Considerando ideais a corda e a polia e desprezando a resistência do ar, b. Com que velocidade o corpo atinge o ponto D?
calcule:

178 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

33 (ITA-78) Três corpos A, B e C, com massas respectivamente iguais a 36 A figura esquematiza dois blocos A e B de massas respectivamente
4,0 kg, 6,0 kg e 8,0 kg, acham-se apoiados sobre uma superfície horizontal, iguais a 6,0 kg e 3,0 kg em movimento sobre solo plano e horizontal. O
sem atrito. Estes corpos acham-se ligados por intermédio de molas de bloco B está simplesmente apoiado em uma reentrância existente no bloco
massas desprezíveis, e são abandonados a partir da posição indicada A, não havendo atrito entre B e A. →
na figura, quando as tensões nas molas AB e BC forem respectivamente Admitindo que a intensidade da força horizontal F que acelera o conjunto
1,00 × 10 N e 1,50 × 10 N. Pode-se afirmar que as acelerações “aAB” é 120 N e que g = 10 m/s2:
(do sistema constituído pelos corpos A e B) e “a” (do sistema constituído
pelos três corpos A, B e C) serão dadas por:

A B
60°

a. faça um esquema representando as forças que agem no bloco A;


b. calcule o módulo da força que A exerce sobre B.

37 No teto de um vagão ferroviário prende-se uma esfera de aço por meio


C

de um fio leve e inextensível. Durante um trecho retilíneo e horizontal da


ferrovia, o fio mantém-se na posição indicada, formando com a vertical
(A) aAB = 1,75 m/s2, a = 0,97 m/s2. →
um ângulo θ = 45°. No local, adota-se g = 10 m/s2. Sendo v a velocidade
(B) aAB = 1,5 m/s2, a = 0. →
vetorial do trem e a sua aceleração, responda:
(C) aAB = 1 m/s2, a = 0,81 m/s2.
(D) aAB = 1,75 m/s2, a = 0,81 m/s2.
(E) aAB = 1 m/s2, a = 0,97 m/s2.

34 Um tubo de vidro de massa m = 30 g está sobre uma balança. Na


parte inferior do vidro está um ímã cilíndrico de massa M1 = 90 g. Dois
outros pequenos ímãs de massas M2 = M3 = 30 g são colocados no tubo
e ficam suspensos devido às forças magnéticas e aos seus pesos.

a. Qual a orientação de a , de A para B ou de B para A?

b. Qual a intensidade de a ?

c. Qual a orientação de v , de A para B ou de B para A?
38 Na figura seguinte, os pesos da polia, do fio e da mola são desprezíveis e
assume-se g = 10 m/s2. Sendo as massas de A e B,→mA = 40 kg e mB = 24 kg,
a deformação da mola de 50 cm e a intensidade de F igual a 720 N, determine:

a. Qual a orientação e qual o módulo (em newtons) da resultante das


forças magnéticas que agem sobre o ímã 2?
b. Qual a indicação da balança em gramas?

35 (EN-94) Os blocos representados na figura abaixo possuem,


respectivamente, massas m1 = 2,0 kg e m2 = 4,0 kg; a mola AB possui a. a constante elástica da mola em N/m.
massa desprezível e constante elástica K = 50 N/m. Não há atrito entre b. o módulo das acelerações de A, de B e do eixo da polia.
os dois blocos nem entre

o bloco maior e o plano horizontal. Aplicando-se c. a indicação da balança sobre a qual repousam, inicialmente, os dois blocos.
ao conjunto a força F constante e horizontal, verifica-se que a mola
experimenta uma deformação →
de 20 cm. Qual a aceleração do conjunto 39 Um bloco pesando 100 N deve permanecer em repouso sobre um
qual a intensidade da força F ? plano inclinado, que faz com a horizontal um ângulo de 53°. Para tanto,

aplica-se ao bloco a força F , representada na figura, paralela à rampa:
Sendo µe = 0,50 o coeficiente de→atrito estático entre o bloco e o plano,
que valores são admissíveis para F tais que a condição do problema seja
satisfeita? (Dados: sen 53° = 0,80 e cos 53° = 0,60.)

IME-ITA 179
Física I – Assunto 5

44 (AFA-99) Um bloco de 20 kg é empurrado sobre um assoalho horizontal


por uma força F que faz um ângulo de 30° com a horizontal, conforme
mostra a figura abaixo. O coeficiente de atrito entre o bloco e o assoalho
é 0,25. O valor da força F, em newtons, necessária para colocar o bloco
na iminência de deslizar é, aproximadamente:

30°

F
40 Uma caixa de peso P é puxada por uma força F sobre o solo horizontal.
Se o coeficiente de atrito estático é µ e F está direcionada a um ângulo θ
abaixo da horizontal, qual o valor mínimo de F que vai mover a caixa?
(A) 35,1. (C) 54,0.
µP sec θ µP cos θ (B) 46,2. (D) 68,0.
(A) . (D) .
1− µtgθ 1− µtgθ
µPsenθ µP cos θ 45 (AFA-00) Um automóvel com o motorista e um passageiro move-se
(B) . (E) . em movimento retilíneo uniforme. Repentinamente, o motorista faz uma
1− µ cos θ 1− µ cos θ
curva para a esquerda, e o passageiro é deslocado para a direita. O fato
µPsenθ
(C) . relatado pode ser explicado pelo princípio da:
1− µ cos θ
41 (AFA-97) (A) inércia.
I. Um objeto é acelerado não somente quando sua velocidade escalar (B) ação e reação.
varia, mas também quando seu vetor velocidade muda de direção. (C) conservação da energia.
II. Para descrever completamente o movimento de um objeto basta (D) conservação do momento angular.
conhecer como varia sua velocidade escalar com o tempo.
III. Um corpo pode ter velocidade escalar nula e estar submetido a uma 46 (AFA-02) Um avião reboca dois planadores idênticos de massa m,
aceleração tangencial nula. com velocidade constante. A tensão no cabo (II) é T. De repente o avião
IV. Na expressão da 2a Lei de Newton, a massa m é chamada massa desenvolve uma aceleração a. Considerando a força de resistência do ar
gravitacional. invariável, a tensão no cabo (I) passa a ser

Das afirmações acima, são verdadeiras:


(II) (I)
(A) I e II. (C) I, II e IV.
(B) I e III. (D) I, III e IV.
(A) T + ma. (C) 2T + 2ma.
42 (AFA-98) Um bloco de massa m repousa sobre o piso de um elevador. (B) T +2ma. (D) 2T + ma.
Quando o elevador sobe com aceleração a = 2,0 m/s², a reação do piso
sobre o bloco é N. Quando desce com a mesma aceleração, a reação é 47 (AFA-2002) Dois corpos de massas iguais, unidos por um fio
N1. Considerando-se g = 10,0 m/s, a razão N1 /N é: inextensível, descem ao longo de um plano inclinado. Não há atrito entre
o corpo I e o plano. De acordo com o enunciado, analise as afirmativas
(A) 1/5. (C) 3/2. abaixo.
II
(B) 2/3. (D) 5.

43 (AFA-99) A figura abaixo representa um vagão se movendo sobre I


trilhos, retilíneos e horizontais, com aceleração constante igual a 3,0 m/s2.
No interior do vagão, existe uma mesa de tampo horizontal e sobre ela
está colocado um corpo preso à parede dianteira do vagão por meio de
uma mola de constante elástica desconhecida. Sabe-se que a massa do a
corpo é 2,0 kg e que está em repouso, em relação ao vagão, e que a mola
está distendida 4,0 cm, em relação ao seu comprimento normal. Pode-se I. Se não houver atrito entre o corpo II e o plano, a tensão no fio é nula.
afirmar que a constante elástica da mola, em N/cm, é: II. Se houver atrito entre o corpo II e o plano, a aceleração do corpo II é
a menor que a do corpo I.
III. Se houver atrito entre o corpo II e o plano, o movimento do corpo I
será retardado.

Assinale a alternativa que contém apenas afirmativa(s) incorreta(s):

(A) II.
(B) I e III.
(A) 1,5. (C) 4,5. (C) II e III.
(B) 3. (D) 6 (D) I, II, e III.

180 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

48 (AFA-03) Um automóvel desloca-se em uma estrada horizontal com 52 (AFA-03-Feminino) O atletismo, na modalidade salto em altura,
velocidade constante de 30 m/s. Em um dado instante o carro é freado e, apresenta um jogo de forças atuantes imediatamente antes de o atleta
até parar,desliza sobre a estrada em uma distância de 75 m. O coeficiente perder o contato com o solo, no início do salto. Forças essas que são o
de atrito entre os pneus e a estrada vale: peso do atleta, de módulo P, a força exercida pelos pés do atleta sobre o
solo, de módulo F1, e a força exercida pelo solo sobre seus pés, de módulo
(A) 0,3. (C) 0,5. F2. Imediatamente antes do salto, pode-se afirmar que
(B) 0,4. (D) 0,6.
(A) F1 = F2 = P. (C) F1 = F2 > P.
49 (AFA-03-Feminino) Durante um intervalo de tempo de 4,0 s, atua uma (B) P = F1 < F2. (D) P = F1 > F2.
força constante sobre um corpo de massa 8,0 kg que está inicialmente
em movimento retilíneo com velocidade escalar de 9,0 m/s. Sabendo-se 53 (AFA-03-Feminino) Uma mola impulsiona uma esfera, projetando-a
que no fim desse intervalo de tempo a velocidade do corpo passa a ser horizontalmente para fora de uma mesa. Desprezando-se a resistência do
de 6,0 m/s na direção e sentido do movimento original, a força que atuou ar, o esquema que representa corretamente a(s) força(s) atuante(s) sobre
sobre ele foi de: a esfera fora do plano da mesa é:
(A) 3,0 N no sentido do movimento original.
(B) 12,0 N no sentido do movimento original.
(C) 24,0 N em sentido contrário ao movimento original.
(D) 6,0 N em sentido contrário ao movimento original.

50 (AFA-03-Feminino) Uma criança desliza com velocidade constante


sobre um escorregador, conforme indica a figura.
(A) (C)

(B) (D)

54 (AFA-04) A figura apresenta um plano inclinado no qual está fixa uma


polia ideal. O fio também é ideal e não há atrito. Sabendo-se que os blocos
A e B têm massas iguais, o módulo da aceleração de B é:
A força total que o escorregador exerce sobre a criança é mais bem
representada por:

F2 A

F1 B
→ 30°
F3

F4
(A) 2,5 m/s2. (C) 5,0 m/s2.
(B) 4,0 m/s2. (D) 7,5 m/s2.
(A) F1. (C) F3.
(B) F2. (D) F4.
55 (AFA-04) Um homem de massa 70 kg está subindo por um fio ideal
com aceleração igual a 0,50 m/s2. Nessas condições, a intensidade da
51 (AFA-03-Feminino) Os corpos A e B da figura abaixo têm massas M
tração, em newtons, no fio, vale:
e m, respectivamente. Os fios são ideais. A massa da polia e todos os
atritos podem ser considerados desprezíveis.

A aceleração de B é: (A) 350. (C) 700.


(B) 665. (D) 735.
(A) 2mg/(4M + m). (C) 2Mg/(M + m).
(B) mg/(M + m). (D) mg/(4M + m).

IME-ITA 181
Física I – Assunto 5

56 (AFA-04) Um bloco de massa m é arrastado, à velocidade constante, 60 (EN-98) Sejam a1 e a3 os módulos das acelerações dos blocos
sobre uma superfície horizontal por uma força aplicada a uma corda, de massa M1 e M3, respectivamente. Encontre a relação entre a1 e a3,
conforme o esquema da figura abaixo. Sendo m o coeficiente de atrito sabendo--se que M1 = M3 = M2/3 .
entre as superfícies, o módulo da força de atrito é: Despreze todos os atritos e as massas das roldanas.

T M1
M3

q
30°
M2 M2

(A) m(T – mg). (C) Tcosq. (A) a1 = 6a3/5


(B) m(mg + Tsenq). (D)
Tsenq. (B) a1 = 5a3/6
(C) a1 = 2a3/3
57 (AFA-05) O conjunto abaixo, constituído de fio e polia ideais, é (D) a1 = 4a3/5
abandonado do repouso no instante t = 0 e a velocidade do corpo A varia (E) a1 = 3a3/2
em função do tempo segundo o gráfico dado.
v (m/s) 61 (EN-99) Dois blocos de massas MA = 10 kg e MB = 2 kg estão
interligados, na proa de um navio em repouso, por um fio que passa por
A
24 uma polia, conforme indica a figura (considere o fio e a polia como ideais).
Os coeficientes de atrito estático e cinético entre o bloco A e a superfície
12 horizontal valem, respectivamente, 0,4 e 0,3. Sabendo-se que os blocos
B estavam inicialmente em repouso, o valor da força de atrito que atua no
bloco A é de:
0 3 6 t (s) Dado: g = 10 m/s2.

Desprezando o atrito, a razão entre a massa de A e a massa de B é:


A
(A) 1/2. (C) 3/2.
(B) 2/3. (D) 2.

58 (AFA-06) Os blocos A e B, de massas iguais a 2 kg e 3 kg,


respectivamente, ligados por um fio ideal, formam um sistema que,
submetido à ação de uma força constante F de intensidade 15 N,
B
desloca--se com aceleração de 1 m/s², conforme a figura abaixo. Se a
tração no fio que liga os blocos durante o deslocamento é de 9 N, pode-se
afirmar que a razão entre os coeficientes de atrito dos blocos A e B com (A) 10 N. (D) 40N.
a superfície vale: (B) 15N. (E) 50N.
(C) 20N.

62 (EN-01) Na experiência esquematizada abaixo, o fio e a polia são


ideais e sabe-se que os coeficientes de atrito cinético entre as massas ma
e mb e o plano de apoio são 0,20 e 0,10, respectivamente. O conjunto é
(A) 1/3. (C) 3/2. liberado a partir do repouso e observa-se que a massa mc desce 50 cm
(B) 2/3. (D) 1. no primeiro segundo. Se ma = 1,0 kg e mc = 2,0 kg, o valor de mb é, em
kg:
59 (AFA-07) Três blocos, cujas massas mA = mB = m e mC = 2m, são Dado: g = 10 m/s2.
ligados através de fios e polias ideais, conforme a figura. Sabendo-se que
C desce com uma aceleração de 1 m/s2 e que 0,2 é o coeficiente de atrito
entre B e a superfície S, pode-se afirmar que o coeficiente de atrito entre ma
A e S vale: mb

A B

S
mc

C
(A) 1,5. (C) 5,5.
(B) 3,0. (D) 7,5.
(A) 0,1. (C) 0,3.
(B) 0,2. (D) 0,4.

182 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

63 (EFOMM-98) Uma balsa B carregada desliza em um determinado O par de gráficos que melhor representa, respectivamente a velocidade
trecho de um rio puxada por dois rebocadores A e C, conforme a figura (em módulo) e a distância percorrida está na opção:
abaixo. A força que atua no cabo AB que liga a balsa ao rebocador A é
de 20 kN e a resultante das duas forças aplicadas em B é dirigida ao (A) III e II. (D) II e IV.
longo do eixo da balsa. A força que atua no cabo BC que liga a balsa ao (B) I e IV. (E) I e II.
rebocador C e a intensidade da resultante das duas forças aplicadas são, (C) IV e III.
respectivamente, em kN:
66 (EFOMM-01) Em uma manobra de atracação, uma embarcação é
A auxiliada por dois rebocadores A e B. A força de tração que cada rebocador
transmite através do cabo de reboque para o navio, é, respectivamente,
Ta = 8 kN e Tb = 10 kN. O mar está tranquilo, o motor da embarcação
não está atuando, não há vento nem correntes. A resultante dessas forças
B que atuam sobre o navio é de:
30°
45°

B
kN
C

10
T =
B
(A) 20 3 e 15( 2 + 1). 60°
(B) 15 2 e 15( 3 + 1). Embarcação A
TA = 8 kN
(C) 10 2 e 10( 2 + 1).
(D) 10 3 e 15( 2 + 1).
(A) 19,87 kN. (D) 14,32 kN.
(E) 25 3 e 20( 2 + 1).
(B) 16,34 kN. (E) 11,38 kN.
(C) 15,62 kN.
64 (EFOMM-98) Um homem que sabe que seu peso é de 75 Kgf, é
encerrado em um elevador de um edifício. O elevador não tem janelas e
67 (EFOMM-04) Aplica-se em um corpo em repouso, apoiado em um
seu funcionamento é perfeitamente silencioso. Ele sobe em uma balança
plano horizontal, uma força F paralela ao plano; o corpo continua em
de molas que se encontra dentro do elevador e nota que ela, durante certo
repouso. A respeito da força de atrito entre o corpo e a superfície do plano,
período, acusa 85 Kgf. Desta observação o viajante do elevador pode
podemos afirmar que ela é:
concluir que o elevador neste período:
F
(A) Está subindo e o valor de sua velocidade está diminuindo. corpo
(B) Está subindo e o valor de sua velocidade é constante. plano
(C) Está subindo e o valor de sua velocidade está crescendo.
(D) Está descendo e o valor de sua velocidade é constante (A) maior do que F.
(E) Pode estar subindo e neste caso o valor de sua velocidade está (B) menor do que F.
aumentando ou pode estar descendo e neste caso o valor de sua (C) igual a zero.
velocidade está diminuindo. (D) a metade de F.
(E) igual a F.
65 (EFOMM-00) Considere o movimento de uma esfera abandonada no
instante t = 0 em um plano inclinado. Analise, a seguir, a sequência de 68 (EFOMM-06) Aplica-se força de 200 N a um corpo de massa 25
gráficos, abaixo do diagrama: kg, em plano horizontal com atrito; verifica-se, em laboratório, que sua
Diagrama velocidade aumenta de 18 km/h para 27 km/h em 0,4 s. O coeficiente de
atrito dinâmico entre o corpo e a superfície do plano horizontal é:

(A) 0,125. (D) 0,275.


(B) 0,175. (E) 0,325
(C) 0,225.

Gráficos 69 (EFOMM-07) Um marinheiro precisa deslocar uma caixa de massa


204,6 kg que está sobre o convés, fazendo-o em linha reta. O coeficiente
I. II. III. IV. de atrito estático entre o piso do convés e a caixa vale 0,45. A menor força,
em Newtons, que o marinheiro terá que fazer para deslocar a caixa é:

(A) 1,5.102. (D) 1,5 · 103.


0 t 0 t 0 t 0 t (B) 1,6.102. (E) 1,8 · 103.
(C) 1,2.103.

IME-ITA 183
Física I – Assunto 5

70 (EFOMM-08) Analise as afirmativas abaixo. 74 (ITA-1972) Três forças de direções constantes são aplicadas em um
ponto material de massa m = 2,0 kg, formando os ângulos da figura
I. A segunda lei de Newton estabelece que a força resultante aplicada (A), todos iguais entre si. Essas forças variam linearmente com o tempo
pode ser avaliada pela respectiva variação da quantidade de na forma indicada no gráfico (B). (Os sentidos indicados em (A) são
movimento, no tempo. considerados como os sentidos positivos das forças). No instante t = 4s
II. A força que desloca um nadador em uma piscina é um exemplo típico o módulo da resultante vale:
de aplicação da terceira lei de Newton.
III A força de atrito permanece com valor fixo, independentemente da → →
F3
F3 (N) →
força aplicada ao corpo, enquanto não houver deslocamento. F3

IV. O que permite a um automóvel realizar uma curva é o fato de a F1 →
resultante centrípeta ser a própria força de atrito. 2 F3

Assinale a alternativa correta: 0 1 t(s)



F2 →
–2
(A) As afirmativas I e III são verdadeiras. F3
(B) As afirmativas II e III são verdadeiras.
(C) As afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
(D) As afirmativas III e IV são verdadeiras. (A) (B)
(E) Apenas a afirmativa IV é verdadeira.
(A) 6 N. (D) 0 N.
71 (EFOMM-09) Três blocos A, B e C encontram-se agrupados e sob (B) 4 N. (E) 3 N.
a ação das forças F1 = 100 N e F2 = 50 N, conforme desenho abaixo, (C) 2 N.
deslizando em superfície na qual o coeficiente de atrito é μ = 0,1. Sabendo
que as massas desses blocos são, respectivamente, 5, 10 e 5 kg, a 75 (ITA-1972) Na questão anterior, o módulo da aceleração do ponto para
aceleração do sistema é de: t = 0, vale:
(Dado : g = 10 m/s2)
(A) 0 m/s2. (D) 2 m/s2.
F1 F2 (B) 3 m/s2. (E) 3 m/s2.
A B C (C) 2 m/s2.

76 (ITA-1977) Um corpo cai na água e, após alguns segundos, atinge


(A) 0.
uma velocidade praticamente constante (chamada velocidade limite) de
(B) 1,5 m/s², para a direita.
5,0 m/s. Sabendo-se que:
(C) 1,5 m/s², para a esquerda.
– a massa do corpo é 8 g;
(D) 3 m/s², para a direita.
– a força exercida pela água sobre o corpo é dissipativa, oposta ao
(E) 3 m/s², para a esquerda.
movimento
 do corpo e proporcional à velocidade do mesmo, isto é
72 (EFOMM-10) No convés de um navio, um marinheiro apoia uma caixa F = − av ;
de massa 20 kg sobre um plano inclidado de 60°, aplicando uma força F – quando o corpo atinge a velocidade limite a força total sobre o corpo
de módulo igual a 100 N paralela à superfície inclinada do plano, orientada é nula;
para cima. Nessas condições, ele observa que a caixa está na iminência
de descer o plano inclinado. Para que a caixa fique na iminência de subir Calcule o coeficiente a, que será:
o plano inclinado, ele deve alterar o módulo da força F para:
(A) 16 N s/m
(A) 100 N. (D) 200 N. (B) 1,6 × 10–2 kg/s
(B) 140 N. (E) 240 N. (C) 1,6 × 10–3 kgf/s
(C) 180 N. (D) 1,6 × 10–3 Ns/m
(E) Nenhum dos valores acima.
73 (ITA-70) Dois dinamômetros, A e B, estão ligados como mostra a
figura. Sejam F1 e F2 as leituras nos dinamômetros A e B, respectivamente, 77 (ITA-1988) Uma pessoa de massa m1 encontra-se no interior de
quando se aplica uma força F, na extremidade livre do dinamômetro B. um elevador de massa m2. Quando na ascenção, o sistema encontra-se
Valem as seguintes relações: submetido a uma força intensidade Fresultante, e o assoalho do elevador atua
sobre a pessoa com uma força de contato dada por:

F = Fresultante
A B

F1 F2

F m1F ( m1 + m2 )
(A) + m1g. (D) F.
m1 + m2 m2
m1F m2 F
(B) − m1g. (E) F.
(A) F = F1 + F2 = 2 F1. (D) F = F1 = F2. m1 + m2 m1 + m2
(B) F = F1 + F2 = 3 F2. (E) F = F1 = 2 F2. m1F
(C) .
(C) F = F2 = 2 F1. m1 + m2

184 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

78 (ITA-1995) A figura mostra o gráfico da força resultante agindo em EXERCÍCIOS NÍVEL 2


uma partícula de massa m, inicialmente em repouso. No instante t2 a
velocidade da partícula, V2 será: 01 Um sistema composto por quatro bolas iguais, conectadas entre si por
F cinco molas ideais idênticas, está penduraro ao teto como mostra a figura.
Determine as acelerações de cada bola logo após o fio ter sido cortado.
F1

0
t1 t2 t
F2

(A) V2 = [( F1 + F2) t1 – F2 t2] / m


(B) V2 = [( F1 – F2) t1 – F2 t2] / m
(C) V2 = [( F1 – F2) t1 + F2 t2] / m
(D) V2 = (F1 t1 – F2t2)/ m
(E) V2 = [(t2 – t1) (F1 – F2 )] / 2m

79 (ITA-1996) No campeonato mundial de arco e flecha dois concorrentes


discutem sobre a Física que está contida na arte do arqueiro. Surge então a 02 Qual é a força horizontal capaz de tornar iminente o deslizamento do
seguinte dúvida: quando o arco está esticado, no momento do lançamento cilindro, de 50 kgf de peso, ao longo do apoio em V, mostrado na figura?
da flecha, a força exercida sobre a corda pela mão do arqueiro é igual a: O coeficiente de atrito estático entre o cilindro e o apoio vale 0,25.

I. força exercida pela outra mão sobre a madeira do arco;


II. tensão da corda;
II. força exercida sobre a flecha pela corda no momento em que o arqueiro
larga a corda;

Neste caso:

(A) Todas as afirmativas são verdadeiras.


(B) Todas as afirmativas são falsas.
(C) Somente I e III são verdadeiras. 03 (OBF) A boca de um copo é coberta com um cartão circular, e sobre
(D) Somente I e II são verdadeiras. o cartão coloca-se uma moeda (vide figura a seguir). Os centros do cartão
(E) Somente II é verdadeira. e da moeda são coincidentes com o centro da boca do copo. Considere
como dados deste problema: o raio do cartão, R, o raio da boca do copo,
80 (ITA-1996) Um corpo de massa M é lançado com velocidade inicial V r, e o coeficiente de atrito entre a moeda e o cartão, µ. O raio da moeda
formando com a horizontal um ângulo a, em um local onde a aceleração pode ser desprezado. Move-se o cartão horizontalmente, em trajetória
da gravidade é g. Suponha que o vento atue de forma favorável sobre o retilínea e com aceleração constante. Qual o valor da menor aceleração do
corpo durante todo o tempo (ajudando a ir mais longe), com uma força F cartão, ac, para que a moeda ainda caia dentro do copo, quando o cartão
horizontal constante. Considere t como sendo o tempo total de permanência é retirado por completo.
no ar. Nessas condições, o alcance do corpo é:

(A) v2/g · (sen 2α)/g.


(B) 2v t + F · t22m.
(C) v2 · senα · [1 + (F · tgα)/Mg) ]/g.
(D) vt.
(E) Outra expressão diferente das mencionadas.

81 (IME-1978) Os blocos A e B da figura têm pesos iguais. Determine o ∝gR .


(A)
coeficiente de atrito mínimo para manter o sistema em equilíbrio. Despreze r
o peso da corda e o atrito na roldana.
µgr
(B) .
(R + r)

(C) µg (R – r).
30º 45º
µg( R + r )
A

(D) .
r
B

µgR
(E) .
(R − r)

IME-ITA 185
Física I – Assunto 5

04 Uma criança, de massa m = 50 kg, está sobre uma balança de


molas, a qual está fixa em um carrinho B que desce por uma rampa sem
atrito, como mostra a figura. São dados: g = 10 m/s2 e sen α = 0,20. A
marcação da balança, supondo que seu mostrador esteja calibrado em
Newtons, vale:

(A) 16,3 m/s2. (D) 20,5 m/s2.


(B) 15,5 m/s2. (E) 20,0 m/s2.
(A) 450 N. (D) 480 N. (C) 5 m/s2.
(B) 400 N. (E) 300 N.
(C) 350 N. 07 Um elevador é acelerado verticalmente para cima com 6,0 m/ss, em
um local em que g = 10 m/s2. Sobre o seu piso horizontal é lançado um
05 No arranjo experimental da figura, o homem puxa a corda para a esquerda bloco, sendo-lhe comunicada uma velocidade inicial de 2,0 m/s.
e, com isso, consegue acelerar horizontalmente a caixa para a direita: O bloco é freado pela força de atrito exercida pelo piso até parar em
relação ao elevador. Sabendo que o coeficiente de atrito cinético entre as
superfícies atritantes vale 0,25, calcule, em relação ao elevador, a distância
percorrida pelo bloco até parar.

O módulo da aceleração da caixa varia com a intensidade da força que o


homem aplica na corda, conforme o gráfico seguinte:

Admitindo que o fio e a polia sejam ideais e desprezando a resistência do ar:

08 (ITA-97) Um antigo vaso chinês está a uma distância d da extremidade


de um forro sobre uma mesa. Essa extremidade, por sua vez, encontra-se
a uma distância D de uma das bordas da mesa, como mostrado na figura.
Inicialmente tudo está em repouso. Você apostou que consegue puxar o
forro com uma aceleração constante a (veja figura), de tal forma que o
a. esboce o gráfico da intensidade da força de atrito recebida pelo bloco vaso não caia da mesa. Considere que ambos os coeficientes de atrito,
em função da intensidade da força exercida pelo homem na corda. estático e cinético, entre o vaso e o forro tenham o valor μ e que o vaso
b. calcule a massa do bloco e o coeficiente de atrito entre ele e o plano pare no momento que tocar a mesa. Você ganhará a aposta se a magnitude
de apoio. da aceleração estiver dentro da faixa:

06 (OBF) Duas molas S1 e S2 de comprimentos livres iguais, L = 0,5m,


mas de constantes elásticas diferentes K1 = 50 N/m e K2 = 100 N/m, estão d
a
unidas e fixadas entre dois suportes A e B separados de uma distância 2
D
L, como mostra a figura a seguir. Na união destas molas é colocado um
bloco C de massa m = 2,5 kg. Este bloco é deslocado verticalmente até
duplicar o comprimento das duas molas. Os ângulos que as molas fazem
com a vertical, nesta posição, são iguais a 30º. O bloco C é solto. Qual é
o módulo da aceleração inicial do bloco C? (O problema se passa em um (A) a < d · μ · g/D. (D) a > D · μ · g/d.
plano vertical. Dados: 3 = 1,7 e g = 10 m/s2.) (B) a > d · μ · g/D. (E) a > D · μ · g/(D – d)
(C) a > μ · g.

186 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

09 Um anel homogêneo de raio R é posto a girar em torno do seu centro (A) F = mg.
até adquirir uma velocidade angular ω. Em seguida, o anel em rotação na (B) F = (M + m)g.
posição horizontal é abandonado sobre a superfície de uma mesa, com a (C) F tem que ser infinitamente grande.
qual apresenta um coeficiente de atrito cinético igual a μ. Quanto tempo (D) F = (M + m)g.tgα.
o anel levará até parar completamente? A gravidade no local é g. (E) F = M.g.senα.

(A) 2ωRμ/g. 13 No esquema da figura, tem-se o sistema→ locomovendo-se


(B) ωR/μg. horizontalmente, sob a ação da resultante externa F . A polia tem peso
(C) ωR/2μg. desprezível, o fio que passa pela mesma é ideal e a resistência do ar no
(D) ωRμ/g. local do movimento é irrelevante. Não há contato da esfera B com a parede
(E) ωR2μ/g. vertical. Sendo mA = 10,0 kg,

mB = 6,00 kg, mC = 144 kg e g = 10 m/s2,
determine a intensidade de F que faz com que não haja movimento dos
10 Considere que um pêndulo simples tem um período T = 1 s quando dois corpos A e B em relação a C.
oscila em um campo gravitacional uniforme g = 10 m/s2. Se esse pêndulo
for fixado ao teto de um vagão que desce livremente uma rampa lisa,
inclidada de um ângulo de 60º com a horizontal, oscilará com período,
em segundos, igual a:

(A) 1.
(B) 2.
(C) 2/2.
(D) 3/2. 14 (ITA-1989) A figura representa um sistema mecânico com as seguintes
(E) 3. características: r é uma roldana de massa desprezível que pode girar
sem atrito; B é um balde de massa m e P é um peso de massa M tal que
11 Sobre um prisma triangular se coloca uma corda flexível e homogênea m = 0,8M; B e P são ligados por uma corda apoiada em r mas que não
de modo que seu ponto médio fique sobre a aresta superior do prisma. escorrega sobre a roldana; R é um reservatório que contém água e uma
Este se apoia em um plano horizontal perfeitamente liso. Sendo a < b, torneira T que é acionada quando o balde toca nela; o balde por sua vez
determine a aceleração horizontal que deve ser comunicada ao prisma possui uma válvula que se abre em contato com o solo permitindo a
para que a corda permaneça imóvel em relação ao prisma durante seu saída de toda a água; o balde cheio tem massa mc=1,2 M. A amplitude
movimento. A gravidade local vale g. do movimento é h = 4 m. Sabendo-se que as operações de enchimento
e de esvaziamento do balde demoram um tempo de 5 s cada, e que o
movimento só se processa com o balde cheio ou vazio, calcule o período
completo desse movimento periódico.

a b

(A) g · (senβ – senα)


(B) g · tbb/tgα.
(C) g · tg(b/2 – α/2).
(D) g/(cosb + cosα).
(E) g · tg(b – α).

12 (ITA-1982) O plano inclinado da figura tem massa M e sobre ele


apoia-se um objeto de massa m. O ângulo de inclinação é α e não há
atrito nem entre o plano inclinado e o objeto, nem entre o plano inclinado

e o apoio horizontal. Aplica-se uma força F horizontal ao plano inclinado 15 (Kòsel) Uma tábua horizontal tem um degrau, cuja altura é H, no qual
e constata-se que o sistema todo move-se horizontalmente, sem que o se apoia um cilindro homogêneo de raio R > H, que descansa livremente
objeto deslize em relação ao plano inclinado. Podemos afirmar que, sendo sobre a tábua. A tábua se move na direção horizontal com aceleração a.
g a aceleração da gravidade local: Determine a aceleração máxima com a qual o cilindro não subirá o degrau.
O atrito é desprezível.

IME-ITA 187
Física I – Assunto 5

16 Na figura I, a corda homogênea de comprimento L repousa apoiada (A) zero. (D) 15 N.


na polia ideal de dimensões desprezíveis. Um pequeno impulso é dado ao (B) 3 N. (E) 30 N.
ramo direito da corda e esta põe-se em movimento. Sendo g a gravidade, (C) 12 N.
como varia o módulo da aceleração a da parte direita da corda em função
de g, x e L? 20 (ITA-1986) Da posição mais baixa de um plano inclinado lança-se
um bloco de massa m = 5 kg com uma velocidade de 4 m/s no sentido
ascendente. O bloco retorna a esse ponto com velocidade de 3 m/s. O
ângulo do plano inclinado mede 30°. Calcular a distância d percorrida pelo
bloco em sua ascensão, sendo g = 10 m/s2.

17 Determine as acelerações dos pesos com massas m1, m2 e m3 e a →


v
tensão das cordas no sistema desenhado se m1= m2 + m3. As massas m
de roldanas e cordas são desprezíveis. π
θ=
6

(A) 0,75 m. (D) 2,0 m.


(B) 1,0 m. (E) 1,25 m.
(C) 1,75 m.

21 (ITA-2003 – adaptada) Sobre a rampa inclinada de um prisma


triangular de massa M = 10 kg, é colocado um pequeno bloco de massa
m = 2 kg. O coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano é 0,1.
Determine os valores de F para os quais o bloco fica em repouso sobre a
rampa.

18 Determine as acelerações dos corpos de massas m1, m2 e m3 para o


sistema mecânico da figura. Não existe atrito e as massas da roldana e
da corda são desprezíveis.

22 Um pequeno bloco de 2 kg repousa sobre uma tábua horizontal T de


8 kg, a uma distância de 0,2 m de uma de suas extremidades. A tábua é
puxada a partir do repouso por uma força de 20 N constante e horizontal,
aplicada nessa extremidade, até a tábua esbarrar no calço C, distante 4,5
m, que impede seu movimento repentinamente. Calcule a distância que o
bloco ficará da extremidade da tábua após cessar o seu movimento (do
bloco). O coeficiente de atrito cinético entre a tábua e o bloco é 0,1; o
estático é 0,15 e não há atrito entre a tábua e o plano.

19 (EN-94) O sistema de blocos, fios inextensíveis e roldanas ideais está


em repouso na posição mostrada na figura, quando o fio F é repentinamente
cortado. Logo após o corte, supondo desprezíveis os atritos e adotando
g = 10 m/s2, pode-se afirmar que a força de tração no fio G assinalado
valerá:
23 Na figura seguinte, os blocos A e B são de aço, e a superfície horizontal
sobre a qual se apoia o bloco B é de alumínio:

188 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

Recorrendo-se a uma tabela, foram encontrados os dados: (A) Fat = m · a, se a < μe · g.


(B) Fat = m · a, se a > μe · g.
(C) Fat = μc · m · g, se a < μe · g.
materiais coeficiente de coeficiente de
(D) Fat = μc · m · g, se a = μe · g.
atritantes atrito estático atrito dinâmico
aço com aço 0,74 0,57 27 (AFA-05) Um bloco encontra-se em repouso sobre um plano inclinado
aço com alumínio 0,61 0,47 que se move com aceleração horizontal de intensidade a, como indica a
figura. Desprezando-se o atrito entre quaisquer superfícies, o valor de a é

Sendo g = 10 m/s2, determine qual a máxima intensidade de F (horizontal), proporcional a:
tal que o bloco A não escorregue em relação a B.

24 Um bloco de massa m, montado sobre rodas (para tornar o atrito a
desprezível), parte do repouso em A e leva um tempo t0 para atingir B. A
massa das rodas é desprezível. Retirando-se as rodas verifica-se que o q
bloco, partindo do repouso em A, leva um tempo 2 t0 para atingir B.

(A) cos q. (C) cotg q.


(B) cossec q. (D) tg q.

28 (AFA-08) A figura mostra uma bola de isopor caindo, a partir do


repouso, sob efeito da resistência do ar, e outra bola idêntica, abandonada
no vácuo no instante t1 em que a primeira atinge a velocidade limite.

(1) (2)
a. Determine o valor de t0;
b. Determine o valor do coeficiente de atrito entre o plano e o bloco (sem
rodas), em função de α. vácuo

25 (AFA-02) Para levantar um pequeno motor até determinada altura, um


mecânico dispõe de três associações de polias:

I II III

A opção que pode representar os gráficos da altura h em função do tempo


t para as situações descritas é:

(A) h (C) h
2
2
1
1

0 t1 t 0 t1 t
(B) h (D) h
Aquela(s) que exigirá(ão) menor esforço do mecânico é (são) somente: 2
2
(A) I. (C) I e III. 1 1
(B) II. (D) II e III.

26 (AFA-03-Feminino) Entre o carro de massa m e a prancha há atrito, 1


sendo me o coeficiente de atrito estático e mc, o cinético. Sabendo-se que 0 t1 t 0 t1 t
a prancha se move com aceleração a, qual a força de atrito sobre o carro?
29 (EN-98) Na figura abaixo, temos um bloco A (mA = 4,0 kg), um bloco
a B (mB = 8,0 Kg), uma mola de constante elástica K = 800 N/m e um fio
inextensível e horizontal. O coeficiente de atrito entre os blocos A e B e
entre o bloco B e a superfície horizontal vale 0,1. Sabendo-se que a mola
está deformada de 20 cm e que o g = 10 m/s2, a aceleração adquirida
pelo bloco B é de:
Considere 3 = 1,73.

IME-ITA 189
Física I – Assunto 5

33 (ITA-1970) Qual dos seguintes instrumentos, uma vez calibrado na


Terra, poderia ser utilizado na Lua como balança, sem nova calibração?

fio F
I II III
A
B 30°

(A) 15,8 m/s². (D) 17,2 m/s².


(B) 16,3 m/s². (E) 17,4 m/s². I. balança de inércia.
(C) 16,8 m/s². II. balança de mola.
III. balança de braços.
30 (EN-02) Um bloco de massa igual a 6,0 kg sobe um plano inclinado
de 30º, sob a ação de uma força F de módulo igual a 40 N, paralela à reta A resposta correta é:
de maior declive do plano. Existe atrito entre o bloco e o plano. Sabe-se
que no intervalo de tempo de 2,0 s, o bloco percorre 4,0 m no plano, (A) I, II e III. (D) III.
em M.R.U., e que, no instante t = 2,0 s, a força F é retirada. A distância (B) nenhum. (E) I e III.
adicional, em centímetros, que o bloco cainda percorre plano acima é de: (C) I e II.

(A) 30. (C) 38. 34 (ITA-1978) Considera-se um bloco de massa “m” sobre outro, de
(B) 35. (D) 40. massa “M” (ver figura abaixo). Inicialmente “m” desliza sobre “M” sem

atrito, com uma velocidade v0. A partir do ponto “p” o coeficiente de atrito
31 (EN-09) Um pequeno bloco de massa m está, devido ao atrito, em entre as duas superfícies em contato é não nulo (m ≠ 0). Se o bloco
repouso sobre uma superfície cilíndrica em uma posição que faz um ângulo “M” puder deslizar sobre o plano horizontal sem qualquer atrito, pode-se
θ com a vertical, conforme indica a figura. Os coeficientes de atrito estático afirmar que a distância “x” percorrida por “m” sobre “M”, contada a partir
e cinético são, respecivamente, me e mc. Considerando o bloco como uma do ponto “p”, será dada por:
partícula, quanto vale a força de atrito entre o bloco e a superfície?
m=0 → m≠0
v0 x
memgsenθ.
(A) mgsenθ. (D) m
mcmgcosθ.
(B) mgcosθ. (E)
M P
(C) memg.

q sem atrito

1
(A) x = Mv 02 {μ (m + M)2 g}. (D) x = 0 (distância nula).
2
1
(B) x = Mv 02 {μ (m + M) g}. (E) Nenhum dos valores acima.
32 (EN-11) Na figura abaixo, temos o bloco B de massa igual a 4 kg e um 2
recipiente (massa desprezível) cheio de areia, interligados por um fio ideal 1
(C) x = Mv 02 {μ (m + M) g}.
que passa por uma polia também ideal. Os coeficientes de atrito estático e 2
cinético entre o bloco B e a reta de maior declive do plano inclinado valem,
respectivamente, 0,05 3 e 0,04 3. O recipiente possui um pequeno
orifício no fundo, por onde a areia pode sair. No instante t = 0, a massa 35 (ITA-1980) Um vagão desloca-se horizontalmente, em linha reta, com
da areia no recipiente é de 1,7 kg. A partir do instante t = 0, com a areia uma aceleração a constante. Um pêndulo simples está suspenso do teto
saindo do orifício, o módulo da maior aceleração, em m/s², adquirida pelo do vagão. O pêndulo não está oscilando e nessa posição de equilíbrio
bloco B é: forma um ângulo θ com a vertical. Calcule a tensão F no fio do pêndulo.
(Dado g = 10 m/s²)
(A) F = mg cosθ.
(B) F = ma senθ.
(C) F = m a 2 + g2 .
(D) F = m(gcos θ – asenθ).
B
(E) F = m(gsenθ + acosθ).
Areia
36 (ITA-1981) A figura (a) representa um plano inclinado cujo ângulo de
30° inclinação sobre o horizonte é sobre ele pode deslizar, sem atrito, um corpo
de massa M. O contrapeso tem massa m, uma das estremidades do fio
está fixa ao solo. Na figura (b) o plano inclinado foi suspenso, de modo a
(A) 4,2. (D) 5,5. se poder ligar as massas m e M por meio do outro fio. Desprezando os
(B) 4,4. (E) 5,8. atritos nos suportes dos fios, desprezando a massa dos fios e sendo dada
(C) 5,0. a aceleração da gravidade g, podemos afirmar que:

190 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

2
 m3  m1 + m2 + m3
fig. a (A)   h.
M  m2 + m3  m1 − m2 − m3
m
m32 (m1 + m2 + m3 )
(B) h.
a (m1 − m2 − m3 )3
m32
(C) h.
(m1 + m2 + m3 )(m1 − m2 − m3 )
m3
(D) h.
A fig. b
M m1
m m32 h
(E) h.
(m1 + m2 + m3 )2
B
a m2
39 (ITA-1986) Na figura a seguir, as duas massas m1 ≅ 1,0 kg e m2 ≅
2,0 kg, estão ligadas por um fio de massa desprezível que passa por uma
(A) No caso (a) a posição de equilíbrio estático do sistema ocorre se e polia também de massa desprezível, e raio R.
somente se M senα= m. Inicialmente, m2 é colocada em movimento ascendente, gastando 0,20
(B) Tanto no caso (a) como no caso (b) o equilíbrio se estabelece quando segundos para percorrer a distância d ≅ 1,0 m indicada.
e somente quando M = m. Nessas condições m 2 passará novamente pelo ponto “0” após,
(C) No caso (b) o corpo m é tracionado em A por uma força TA= (m + aproximadamente:
Msenα) g. Obs.: adotar para g ≅ 10,0 ms–2
(D) No caso (b) a aceleração do corpo M é g (M senα – m)/(M + m) no
sentido descendente.

R
(E) No caso (a) não há nenhuma posição possível de equilíbrio estático.

37 (ITA-1984) A figura representa uma mesa horizontal de coeficiente


de atito cinético µ1 sobre a qual se apoia o bloco de massa M2. Sobre ele
está apoiado o objeto de massa m, sendo µ o coeficiente de atrito cinético m1
entre eles. M2 e m estão ligados por cabos horizontais esticados, de massa
desprezível, que passam por uma roldana de massa desprezível. d ≅ 1,0 m
Desprezando-se a resistência do ar e o atrito nas roldanas, podemos 0
afirmar que m se deslocará com velocidade constante em relação a um
observador fixo na mesa, se M1 for tal que:
m2

m (A) 0,4 s. (D) 2,8 s.


(B) 1,4 s. (E) 3,2 s.
M2
(C) 1,6 s.

40 (ITA-1987) Para que um automóvel percorra uma curva horizontal de


raio dado, em uma estrada horizontal, com certa velocidade, o coeficiente
de atrito estático entre os pneus e a pista deve ter no mínimo um certo
valor µ (fig. A). Para que o automóvel percorra uma curva horizontal,
M1
com o mesmo raio e com a mesma velocidade acima, em uma estrada
com sobrelevação (Fig. B), sem ter tendência a derrapar, o ângulo de
sobrelevação deve ter o valor a. Podemos afirmar que:
(A) M1 = µm.
(B) M1 = µ1(M2 + m) + 2 µm.
(C) M1 = µ1 M2 + µm.
(D) M1 = 2µm + 2 µ1 (M2 + m).
(E) M1 = µ1 (M2 + m).
a
A B
38 (ITA-1985) Dois corpos de massas m1 e m2 estão ligados por um fio
inextensível que passa por uma polia, com atrito desprezível, sendo m1 > (A) α = arctg µ.
m2. O corpo m1 repousa inicialmente sobre um apoio fixo. A partir de uma (B) α = 45º.
altura h deixa-se cair sobre m2 um corpo de massa m3, que gruda nele. (C) α = arcsen µ.
Sabendo-se que m1 > m2 + m3, pode-se afirmar que a altura máxima (D) α = 0.
atingida por m1 será: (E) α = µ (em radianos).

IME-ITA 191
Física I – Assunto 5

41 (ITA-1994) Duas massas, m e M estão unidas uma à outra por meio EXERCÍCIOS NÍVEL 3
de uma mola de constante k. Dependendurando-as de modo que M fique
no extremo inferior ao comprimento da mola é l1. Invertendo as posições 01 Deseja-se suspender uma pedra de massa m desde o solo até uma
das massas o comprimento da mola passa a ser l2. O comprimento l0 da altura H. Para isso, amarra-se a pedra a uma corda de massa desprezível
mola quando não submetido à força é: e puxa-se verticalmente pela extremidade livre. Sabendo-se que a corda
suporta uma tração máxima T, determine o tempo mínimo que será gasto
(A) l0 = (ml1 – ml2) / (m – M).
para suspender essa pedra, de forma que ela deve atingir a altura final H
(B) l0 = (Ml1 – ml2) / (m – M).
em repouso. Considere g a aceleração da gravidade
(C) l0 = (Ml1 + ml2) / (m + M).
(D) l0 = (Ml1 + ml2) / (m + M).
02 Considere uma plataforma móvel de massa M e um bloco de massa m
(E) l0 = (Ml1 + ml2) / (m – M).
apoiado sobre a plataforma. Despreze o atrito entre a plataforma e o plano
horizontal. O coeficiente de atrito entre o bloco e a plataforma vale m. Suponha
42 (IME-1977) Na figura abaixo, o coeficiente de atrito entre o peso P e
que o coeficiente de atrito estático seja igual ao cinético. Em vez de se aplicar
a cunha é m1 entre a cunha e o bloco inferior é m2 Desprezando o peso da
uma força horizontal sobre o bloco, a força horizontal F é aplicada sobre a
cunha e, considerando que não há atrito na parede vertical F, determinar a
plataforma. Seja L a distância entre o centro de massa do corpo e a extremidade
expressão da força F necessária para levantar o peso P, forçando a cunha
esquerda da plataforma. A força F é orientada para a direita.
para a direita.
a. Obtenha uma expressão para a força máxima que pode ser aplicada
P para que o bloco não deslize sobre a plataforma;
F b. Supondo que a plataforma esteja submetida a uma força F maior do
que Fmax calculada no item anterior, determine quanto tempo o bloco
q leva para cair da extremidade da plataforma.

03 Uma cunha (triângulo retângulo isósceles) de massa m se encontra


apoiada sobre um bloco de massa M e a uma parede imóvel como se indica
43 (IME-1982) Determinar a massa necessária ao bloco A para que o na figura. Ache a aceleração de cada um dos blocos. Despreze os atritos.
bloco B, partindo do repouso, do repouso, suba 0,75 m ao longo do plano
inclinado liso, em um tempo t = 2 s. Desprezar as massas das polias e
dos tirantes e as resistências passivas ao movimento. A massa do bloco
B vale 5 kg e a aceleração da gravidade deve ser considerada a 10 m · s–2.
m

04 No sistema representado na figura não há atritos. O fio é inextensível e


tem peso desprezível. No local, a intensidade da aceleração da gravidade é
B

g. Ignorando a influência do ar, calcule o intervalo de tempo que o corpo A


(de massa m) leva para atingir a base do corpo B (de massa M), quando
60° é abandonado de uma altura h em relação a B.
A

44 (IME-2002) Sejam M, m1 e m2 as massas dos blocos homogêneos


dispostos conforme a figura a seguir, inicialmente apoiados sobre uma
placa horizontal. Determine a aceleração do bloco de massa m1, em relação
à roldana fixa, após a retirada da placa, sabendo que M = m1 + m2 e
m1 < m2. Considere que não há atrito no sistema e despreze o peso das
polias e das cordas que unem os blocos.
05 A figura mostra uma cunha de massa M e inclinação a inicialmente
parada sobre o solo horizontal liso. Um certo bloco é abandonado sobre
a superfície inclinada lisa da rampa, descrevendo uma trajetória retilínea
de inclinação β com a horizontal. Qual a massa do bloco?

M
a

M b
m2 m2

placa

192 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos

06 De um mesmo ponto O, grãos de areia deslizam por canais distintos que 10 Um sistema formado por dois blocos A e B, de massas, respectivamente,
fazem ângulos α distintos com a vertical, com α ∈ [–π/2, π/2]. Encontre m e 2m, um fio ideal e uma polia ideal, foi montado sobre um plano que tem
o lugar geométrico dos pontos em que se encontram os grãos de areia inclinação θ em relação a um plano horizontal. Sabendo-se que todo o sistema
após decorrido um tempo t, se o coeficiente de atrito entre os grãos e as move-se para trás com aceleração a, determine, em função de a, g e θ:
canaletas é k.

07 A figura indica uma cunha em forma de triângulo de massa M e ângulo


θ. A cunha repousa sobre uma mesa horizontal e sobre a cunha existe
um bloco de massa m. Calcule a aceleração da cunha e a aceleração do
bloco em relação à cunha.

a. as acelerações de A e B, em relação a um referencial inercial.


b. o ângulo θ tal que a aceleração em relação à polia (referencial não inercial)
seja máxima.

08 Duas partículas de massa m estão ligadas por um fio leve de 11 Determine as acelerações dos pesos no sistema desenhado. As
comprimento 2L, conforme a figura. Aplica-se uma força contínua F no massas das roldanas, da corda e os atritos podem ser desprezados. Em
ponto médio da corda (x = 0), perpendicularmente à posição inicial da que direção giram as roldanas, quando os pesos se movem?
corda. Determine a aceleração de m em uma direção perpendicular à força
aplicada, em função da distância x de uma das partículas à linha de ação
da força aplicada.

09 Sejam a e b o maior e o menor valores da aceleração do corpo A para


a direita para que os corpos B e C permaneçam imóveis em relação ao
citado corpo. As massas dos corpos B e C são iguais e o coeficiente de
atrito entre as superfícies dos corpos B e A e entre C e A vale µ. Sabendo
que as polias e os fios são ideais, quanto vale a razão b/a?
12 (ITA-2004) Um atleta mantém-se suspenso em equilíbrio, forçando as
mãos contra duas paredes verticais, perpendiculares entre si, dispondo
seu corpo simetricamente em relação ao canto e mantendo seus braços
horizontalmente alinhados, como mostra a figura. Sendo m a massa do
corpo do atleta e o coeficiente de atrito estático interveniente, assinale a
opção correta que indica o módulo mínimo da força exercida pelo atleta
em cada parede.
1
mg  µ 2 − 1  2
(A)   .
1+ µ (1 − µ)2 2  µ2 + 1
(A) . (D) .
1− µ (1 + µ)2 1
mg  µ 2 + 1  2
(B)   .
2  µ2 − 1 
(1 + µ)2 1
(B) . (E) . mg  µ 2 − 1 
(1 − µ)2 (1 − µ)2 (C)  .
2  µ2 + 1
(C)
1− µ .
mg  µ 2 + 1 
1+ µ (D)  .
2  µ2 − 1 
(E) n.d.a.

IME-ITA 193
Dinâmica em movimentos curvilíneos A ssunto
6
Física I

Introdução Dessa forma, acabamos de descobrir que, para que a velocidade mude de
direção, deve passar a atuar sobre o móvel um vetor aceleração que não
A partir deste ponto, faremos uma reflexão mais profunda sobre a tenha a mesma direção do vetor velocidade inicial. E como, pela segunda
força resultante que pode atuar sobre um móvel. Sem deixar de lado as lei de Newton, a toda aceleração está associada uma força, deve passar a
leis de Newton, que também regirão nosso estudo, além dos conceitos atuar no móvel uma força resultante que não tenha a direção da velocidade,
de referencial inercial e não inercial, descobriremos que, dependendo da e é sobre essa força que passaremos a discutir na próxima seção.
relação entre os vetores força resultante e velocidade que atuam em um
móvel, sua trajetória pode ser curvílinea em vez de apenas retílinea, como
vimos antes. Naturalmente, sabemos que existem trajetórias curvilíneas, já
2. Componentes da força
que estão presentes o tempo todo em nosso cotidiano, mas vamos agora, resultante
de uma vez por todas, entender a sua dinâmica.
A figura a seguir mostra um móvel executando um movimento curvilíneo
em duas dimensões e a força resultante que atua nele naquele instante.
1. Dinâmica retilínea ×
dinâmica curvilínea
Estudamos, no último assunto, a dinâmica presente em movimentos
retilíneos, ou seja, a presença de forças atuando como fatores de alteração
dos movimentos. Descobrimos também que, pela 2a lei de Newton, a toda
força está associada uma aceleração, vetores com mesma direção e sentido.
Então, vamos pensar em um bloco de 1 kg em movimento retilíneo Esssa força resultante, em um movimento bidimensional, sempre pode
uniforme. Como o movimento é retilíneo, a velocidade tem sempre uma ser decomposta em dois eixos: o eixo tangencial (tangente à trajetória, ou
certa direção. Suponha que seja aplicada uma força de 1 N, no mesmo seja, na direção da velocidade do corpo) e o eixo normal (perpendicular
sentido da velocidade do corpo. Sabemos que, pela 2a lei de Newton, surgirá ao eixo tangencial). Chamaremos de força tangencial a componente da
uma aceleração de 1 m/s2 no corpo, no mesmo sentido da força, que no força no eixo tangencial e de força centrípeta a componente da força na
caso é o mesmo sentido da velocidade. O resultado disso é que o corpo direção normal, como mostra a figura abaixo.
terá apenas a intensidade (ou o módulo) da sua velocidade aumentada com
o tempo, mas sua direção permanece inalterada. Mas nós sabemos que
carros podem fazer curva, por exemplo. Como pode isso acontecer, então?
Um dos conceitos básicos de cinemática é que a velocidade
instantânea de um móvel é sempre tangente à trajetória que o corpo
está realizando. Logo, para que o móvel possa mudar de direção, a sua
velocidade deve mudar de direção. Então, como faremos isso acontecer?
Como para quaisquer dois vetores distintos, a mudança de direção da
velocidade de “v” para “∆v” entre um instante “t” e um instante “t + ∆t” produz
o vetor “diferença de velocidades”, dado por “∆v”, como mostra a figura: A força tangencial é toda força que estudamos até aqui. Ela está

associada à aceleração tangencial ( at), que altera a intensidade da
t velocidade do móvel, e que estudamos em Cinemática Escalar. A novidade
1 agora é a força centrípeta. Então, se a força tangencial está relacionada à
v v mudança da intensidade da velocidade, a força centrípeta é a força atrelada
2 t +∆t à mudança da direção da velocidade do corpo, proporcionando a trajetória
v +∆

curvilínea observada. A aceleração associada a essa força é chamada de



v

∆v aceleração centrípeta (acp).


v +∆v Aplicando a 2a lei de Newton, teremos:
 
Logo, se existe um vetor ∆v em um certo intervalo de tempo ∆t, Ft = m ⋅ at
 
devemos lembrar o conceito de aceleração, que é a taxa de variação Fcp = m ⋅ acp
temporal da velocidade, ou seja, a = ∆v/∆t. Então, esse vetor aceleração
vai ter a mesma direção e sentido do vetor ∆v, já que ∆t é um escalar 3. Aceleração centrípeta
positivo. Esse vetor está representado na figura abaixo:
Já sabemos como encontrar a aceleração tangencial instantânea ou
t
C média de um móvel. Basta termos a função horária da velocidade e derivá-
1 -la, para a primeira, e saber a variação do módulo da velocidade em um
a v certo intervalo de tempo, para a segunda. Mas ainda não sabemos como
calcular a aceleração centrípeta. É o que veremos agora.
Considere um móvel em MCU de raio R. Como o movimento é
uniforme, a única aceleração presente nele é a centrípeta, já que é um

194 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos

movimento curvilíneo. A figura a seguir mostra o movél indo de um ponto Ainda podemos escrever a aceleração centrípeta em função da
A até um ponto B da circunferência, com deslocamento angular igual a θ. velocidade angular do móvel. Como v = w · R , onde ω é a velocidade
angular, substituindo na fórmula da aceleração teremos:
A
R  ( ωR)² ω²R² 
 acp = m =m → acp = mω²R
q vA R R
C

R
B 4. Classificação dos movimentos

curvilíneos
v Dependendo da presença ou não da aceleração tangencial, os
    B 
Sabemos que ∆v = vB − v A e v A = vB = v . Com isso, podemos movimentos curvilíneos podem ser classificados da seguinte maneira:
formar o seguinte triângulo:
UNIFORME RETARDADO ACELERADO
 
vB q vA


Dv

É fácil ver por argumentos geométricos que o ângulo entre os dois


vetores velocidade é o mesmo ângulo θ que representa o deslocamento
angular de A até B (tente provar isso). No movimento circular uniforme, não há a ação da aceleração
tangencial. Logo, a velocidade se mantém constante, e o móvel realiza
Dessa forma, vemos que esse triângulo das velocidades é semelhante uma trajetória circular, já que a aceleração centrípeta se mantém constante.
ao ∆ABC da figura anterior. Com isso, podemos relacionar as medidas Em movimentos acelerados ou retardados, existe aceleração tangencial. A
de seus lados: trajetória será determinada, então, pela ação da força centrípeta realizada.
 
∆v vA
= (I)
AB R 5. Dinâmica curvilínea no
referencial não inercial
Sabemos também que, quando o intervalo de tempo que a partícula
leva para percorrer de A a B tende a 0, ou seja, ∆t → 0, o menor arco de Relembrando: referenciais não inerciais são aqueles que possuem
 tende ao segmento aceleração em relação a referenciais inerciais. Como consequência, as
circunferência AB AB. Dessa forma, podemos dizer que leis de Newton não são válidas neles. Para podermos resolver problemas

AB ≈ AB = v · DT relativos a eles, podemos nos valer dos Princípios de Equivalência de
Assim sendo, temos, de (I): Einstein e de D’Alembert para mudar do referencial inercial para o não
  inercial e conseguir usar as leis de Newton. Tais princípios afirmavam em
∆v v ∆v v ²
= → = ( II ) conjunto que, fixando o observador no referencial não inercial, poderíamos
y ⋅ ∆t R ∆t R adicionar uma aceleração no sistema contido no referencial não inercial
contrária à aceleração real desse referencial em relação à Terra. Dessa
Como a acp é a única aceleração presente no movimento, além de forma, passariam a atuar no corpo forças “ficctícias”, denominadas
ter módulo constante, podemos dizer que ela corresponde à aceleração forças de inércia. Muitas vezes esse procedimento facilita a resolução
média do movimento: do problema.
 Como estamos falando ainda de dinâmica, as mesmas condições do
  ∆v
acp = am = (III) movimento retilíneo valem para o movimento curvilíneo.
∆t
Para fazermos uma mudança de um referencial inercial para um
Logo, de (II) e (III), temos que: referencial não inercial que execute um movimento de rotação uniforme (ou
seja, dotado apenas de aceleração centrípeta, sem a ação de aceleração
 v²
acp = tangencial), procedemos da mesma forma. Colocando o observador no
R referencial em rotação, incluímos nos componentes do sistema contido
Consequentemente, temos: nesse referencial a aceleração adicional de mesmo módulo e direção
da aceleração centrípeta, porém de sentido contrário, que chamaremos de
  v² aceleração centrífuga. A força de inércia correspondente a ela será, então,
Fcp = m ⋅ acp = m naturalmente denominada força centrífuga.
R
Geralmente, em movimentos curvilíneos, a mudança de referencial
Extrapolando essa definição para qualquer movimento curvilíneo, nem sempre é tão interessante, ao contrário do que aconteceu no
podemos dizer que a aceleração centrípeta instantântea tem módulo igual exercício resolvido 7, do assunto anterior. Dessa forma, a aplicação
ao módulo da velocidade linear instantânea ao quadrado dividido pelo raio desses princípios para movimentos curvilíneos vale mais para fixação do
de curvatura instantâneo. conceito e treinamento.

IME-ITA 195
Física I – Assunto 6

6. Problemas envolvendo trajetórias curvilíneas


A grande maioria dos problemas de dinâmica que envolvem trajetórias 5o. No eixo tangencial, aplicar a 1a ou 2a leis de Newton, dependendo
curvilíneas exigem que se tomem os seguintes passos: das condições do problema. Lembrando que a aceleração nesse eixo,
caso se aplique a 2a lei de Newton, é a aceleração tangencial.
1o. Identificar o centro instantâneo de rotação (CIR) da trajetória do móvel
em questão. Importante: a força centrípeta não é uma força a mais que atua no
2o. Traçar o eixo normal, ou seja, que passa pelo CIR, e o eixo tangencial, móvel! Ela é simplesmente a resultante das forças que atuam na direção
perpendicular ao normal. normal à trajetória. Muitas vezes, existe apenas uma força atuando na
3o. Decompor as forças não contidas nesses eixos para esses eixos, e direção normal, podendo ela ser a força peso, uma força de tração, uma
manter as que já se encontram neles. força normal, etc. Nesse caso, elas farão apenas o papel de força centrípeta,
4o. No eixo normal, aplicar a 2a lei de Newton, lembrando que a aceleração já que serão a própria resultante na direção normal. Devemos lembrar
nesse eixo é a centrípeta. também que ela sempre aponta para o centro de rotação.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Na figura seguinte, um carrinho de 1,0 kg de massa descreve Dessa forma, temos que a resultante centrípeta é dada por:
movimento circular e uniforme ao longo de um trilho envergado em Fcp = NA + P (I)
forma de circunferência de 2,0 m de raio: Como o carrinho está em movimento circular uniforme (MCU),
A velocidade escalar do carrinho vale 8,0 m/s, sua trajetória pertence a sua velocidade no ponto A é a descrita no enunciado, v = 8 m/s.

um plano vertical e adota-se |g | = 10 m/s2. Supondo que os pontos Temos também que, como o movimento é um MCU, o raio de
A e B sejam, respectivamente, o mais alto e mais baixo, determine a rotação é constante ao longo da trajetória, igual a 2 m. Logo, temos:
intensidade da força que o trilho exerce no carrinho: 1⋅ 8 2
Fcp = = 32N.
2
Como o peso do carrinho é igual a P = 1 · 10 = 10N, temos que,
de (I), NA + 10 = 32→ NA = 22N

b. No ponto B, as forças que atuam sobre o carrinho ainda são a normal


do trilho sobre ele (NB) e o peso do carrinho (P). Ambas essas forças
nesse ponto têm direção vertical, porém a normal tem sentido para
cima, enquanto o peso tem sentido para baixo. Como o centro de
rotação continua sendo o ponto O, temos que ambas as forças estão
sobre o eixo normal. O diagrama de corpo livre está representado
na figura a seguir.

a. no ponto A.
b. no ponto B.

Solução:
a. No ponto A, as forças que atuam no carrinho são a normal que o
eixo normal
trilho faz sobre ele (NA) e o peso do carrinho (P). Ambas essas forças
têm direção vertical e sentido para baixo no ponto A. Como o centro
de rotação é o ponto O, veja que essas duas forças já estão sobre NB
o eixo normal à trajetória no ponto A. O diagrama de corpo livre do
móvel está representado na figura a seguir. eixo tangencial

eixo tangencial
P
NA
Dessa forma, a resultante centrípeta é dada por:
P Fcp = NB – P (II)
Como o carrinho está em MCU, sua velocidade no ponto B é também
eixo normal
v = 8 m/s. Temos que o raio também é igual a 2 m, já que ainda é
1⋅ 8 2
um MCU. Logo, temos: Fcp = = 32N.
2
Como P = 1 · 10 = 10N, temos que, de (II), 32 = NB – 10 →
NB = 42N

196 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos

02 O pêndulo da figura oscila em condições ideais, invertendo seu 03 (IME-96) Uma mesa giratória tem velocidade angular constante
movimento sucessivamente nos pontos A e C: w, em torno do eixo y. Sobre essa mesa encontram-se dois blocos,
A esfera tem massa de 1,0 kg e o comprimento do fio leve e inextensível de massa m e M, ligados por uma corda inelástica que passa por uma
vale 2,0 m. Sabendo que, no ponto B (mais →
baixo da trajetória), a esfera roldana fixa à mesa, conforme a figura abaixo. Considerando que não
tem velocidade de módulo 2,0 m/s e que |g | = 10 m/s2, determine: existe atrito entre a mesa e o bloco M, determine o coeficiente de atrito
mínimo entre os dois blocos para que haja movimento relativo entre
eles. Considere d a distância dos blocos ao eixo de rotação. Despreze
as massas da roldana e da corda.

w
m
M

1a solução:
a. a intensidade da força resultante que age na esfera, quando ela passa No referencial não inercial da mesa giratória:
pelo ponto B; Nesse referencial, os blocos não se movimentam um em relação ao
b. a intensidade da força que traciona o fio, quando a esfera passa pelo outro, nem em relação ao referencial.
ponto B. É fácil ver que o centro de rotação está contido no eixo y da figura, já
que ele é dotado de uma velocidade angular ω constante. Como esse
Solução: movimento de rotação é munido apenas de aceleração centrípeta,
a. Vamos identificar primeiro o centro de rotação da trajetória no ponto podemos nos munir dos princípios da Equivalência e de D’Alembert
B. Veja que, pelo fato de o fio estar sempre esticado, já que sempre há para mudança de referencial.
tração, o centro de rotação é sempre o mesmo, e é o ponto em que o O eixo normal é, então, o eixo que acompanha a distância ‘d’ marcada
fio está preso no teto (O). Logo, o raio de rotação é constante e igual na figura. Porém, dessa vez, não usaremos o eixo tangencial (que é o
ao comprimento do fio, 2 m. O diagrama de corpo livre da esfera está que “entra” no papel, já que o movimento tem essa direção), pois não
representado na figura a seguir. há forças atuando nessa direção. Usaremos um eixo perpendicular ao
normal que seja perpendicular à mesa, para que contenha a normal entre
o bloco M e a mesa e a normal entre os blocos.
0 Quando colocamos o referencial na mesa, devemos anular a aceleração
eixo normal centrípeta que o sistema já tinha (para a esquerda no eixo normal) e
T adicionar uma nova aceleração, a centrífuga, para a direita no eixo normal,
com a mesma intensidade da centrípeta (ω²d), o que faz aparecerem as
forças de inércia (centrífugas) nos blocos.
v = 2 m/s Dessa forma, temos os seguintes diagramas de corpo livre:
eixo tangencial B
N2
T
P m · w2d
m
Fat m·g
Agora veja que, no ponto B, a tração que atua no corpo é
vertical, já que o fio está na vertical, apontando para cima. Existe N2
Fat M · w2d
também o peso, vertical, mas apontando para baixo. Dessa forma,
só existem forças sobre o eixo normal, o que significa que só M
existe resultante centrípeta atuando na esfera no ponto B. Logo, a T
força resultante que age na esfera é dada por: N1
M·g
1⋅ 22
FR = Fcp = → FR = 2N
2 Como a força centrífuga na caixa M é maior, já que M > m, a caixa M
tende a escorregar para a direita no eixo normal, o que faz com que,
b. Sabemos, pelo item ‘a’, que a resultante centrípeta que atua na
devido ao vínculo geométrico proporcionado pelo fio, a caixa m tenda a
esfera no ponto B tem intensidade de 2 N. Sabemos também que ela
se deslocar para a esquerda no mesmo eixo. Dessa forma, deve aparecer
é a resultante da soma vetorial entre a tração no fio e o peso da esfera
um atrito para a direita no bloco m provocado pelo bloco M a fim de
naquele ponto e que deve ter sentido ‘para cima’, já que o centro de
impedir essa tendência de movimento. Pela 3a lei de Newton, surge um
rotação está acima do ponto B. Então, a tração deve ter intensidade
atrito de mesma intensidade, porém sentido contrário, no bloco M. N2 é
maior que o peso. Dessa forma:
a normal trocada pelos blocos, e N1 é a normal que a superfície exerce
Fcp = T – P → 2 = T – 1 · 10 → T = 12 N
no bloco M.

IME-ITA 197
Física I – Assunto 6

Pela 1a lei de Newton, já que os blocos estão parados no referencial N2


não inercial, temos: T
m
Bloco M:
– eixo normal: T + Fat = M · w2d Fat m·g
– eixo perpendicular: M · g + N2 = N1
N2
Fat
Bloco m:
– eixo normal: T = Fat + m · w2d M
– eixo perpendicular: N2 = m · g T
N1
M·g
Como o problema pede o coeficiente de atrito mínimo entre os blocos
para que não haja escorregamento relativo entre eles, devemos colocar Para o bloco M:
o bloco m na iminência de escorregar, ou seja, a força de atrito (estático – eixo normal, 2a lei de Newton: M · w2d = T + Fat
no caso) deve ter seu valor máximo: – eixo perpendicular, 1a lei de Newton, já que não há aceleração nesse
Fat = m · N2 = m · mg eixo: M · g + N2 = N1

Resolvendo, então, o sistema formado pelas cinco equações, temos: Para o bloco m:
(M − m) ⋅ ω2d – eixo normal, 2a lei de Newton: m · w2d = T – Fat
µ= – eixo perpendicular, 1a lei de Newton, já que não há aceleração nesse
2⋅m ⋅g
eixo: N2 = m · g
2a solução: Temos a mesma condição de iminência de escorregamento da solução
No referencial inercial da Terra: anterior: Fat = m · N2 = m · mg
Nesse referencial, os blocos não se movimentam relativamente entre Veja que as equações escritas aqui são equivalentes às da solução
si, mas se movimentam em relação ao referencial da Terra. Os eixos anterior. Dessa forma, resolvendo o sistema, temos:
são os mesmo descritos anteriormente. Isolando os blocos, temos os
(M − m) ⋅ ω2d
diagramas de corpo livre representados na figura abaixo: µ=
2⋅m ⋅g

EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Considere uma partícula de massa M descrevendo movimento circular 03 A partícula indicada na figura descreve uma trajetória circular de raio R
e uniforme com velocidade de intensidade V. Se o período do movimento e centro O. Ao→
passar

pelo ponto v, verifica-se que sobre ela agem apenas
é igual a T, a intensidade da força resultante na partícula é: duas forças F 1 e F 2 .

MV ≠MV
(A) . (D) .
T T
2MV 2≠ V
(B) . (E) .
T T
2≠ M V
(C) .
T
02 Um ponto material de 4,0 kg de massa realiza movimento circular
e uniforme ao longo de uma trajetória vertical→de 7,5 m de raio. Sua
velocidade angular é w = 1,0 rad/s e no local, |g→| = 10 m/s2. No ponto →
Sendo m a massa da partícula e v a sua velocidade vetorial em A, é correto
A indicado na figura, além da força da gravidade, P , age no ponto material
→ → que:
somente uma outra força: F . Caracterize F , calculando sua intensidade e
indicando graficamente sua orientação. m v2
(A) F1 = .
R
m v2
(B) F2 = .
R
m v2
(C) F1 + F2 = .
R
m v2
(D) F1 + F2 cos θ = .
R
m v2
(E) F1 + F2 cos θ + F’ = , em que F’ é a força centrífuga.
R

198 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos


04 Uma partícula de 3,0 kg de massa parte do repouso no instante Assinale a opção que melhor representa a força resultante (F ) na esfera
t0 = 0, adquirindo movimento circular uniformemente acelerado. Sua pendurar, quando esta ocupa a posição P:
aceleração escalar é de 4,0 m/s e o raio da circunferência suporte do
movimento vale 3,0 m. Para o instante t1 = 1,0 s, calcule a intensidade (A) (D)
da força resultante que age sobre a partícula.

05 A figura mostra duas esferas iguais E1 e E2, que, ligadas a fios


inextensíveis e de massas desprezíveis, descrevem movimento circular e
uniforme sobre uma mesa horizontal perfeitamente lisa.
Desprezando a resistência do ar e supondo que E1 e E2 se mantenham
sempre alinhadas com o centro, aponte a alternativa que traz o valor correto (B) (E)
da relação T1/T2 entre as intensidades das forças tensoras nos fios (1) e (2):

(C)

(A) 2. (D) 2/3.


(B) 3/2. (E) 1/2.
(C) 1.

06 Considere uma curva circular de 200 m de raio contida em um plano


horizontal. Um carro de 700 kg de massa deverá percorrer essa curva 09 Com relação à situação do →teste anterior, assinale a opção que melhor
com a máxima velocidade admissível para não derrapar. Sabendo que representa a força resultante (F’) na esfera pendular, quando esta ocupa
os coeficientes de atrito estático e cinético entre os pneus do carro e o a posição Q (mais baixa da trajetória, proveniente da posição P:
solo valem respectivamente 0,80 e 0,70 e que g = 10 m/s2, determine a
velocidade do veículo. (A) (D)

07 Na figura seguinte, um carro com massa de 5,0 . 102 kg percorre


uma depressão assimilável a um arco de circunferência de 20 m de raio.
No ponto mais baixo da trajetória, suposta contida em um plano vertical,
existe uma ponte de madeira, que pode resistir a uma compressão normal
máxima equivalente a 1,5. 104 N. (B) (E)

(C)

Considerando g = 10 m/s2, calcule com que velocidade máxima, dada em


km/h, o carro poderá atravessar a ponte sem derrubá-la.

08 O pêndulo da figura oscila em condições ideais, tendo como posições 10 Considere um satélite artificial em órbita circular em torno da Terra.
de inversão do sentido do seu movimento os pontos P e R: Seja M a sua massa e R o raio de curvatura de sua trajetória. Se a força
de atração gravitacional exercida pela Terra sobre ele tem intensidade F,
então pode-se afirmar que seu período de revolução vale:

2
M R . (D) 4≠ M R
(A) .
F F
MR
(B) 2π . (E) Não há dados para o cálculo.
F
(C) 2π M R F .

IME-ITA 199
Física I – Assunto 6

11 Na situação esquematizada na figura, a mesa é plana, horizontal e Um avião executa um movimento circular e uniforme, conforme a figura,
perfeitamente polida. A mola tem massa desprezível, constante elástica em um plano horizontal, com velocidade escalar de 40 m/s e com fator
igual a 2,0 · 102 N/m e comprimento natural (sem deformação) de 80 cm. de carga igual a 5/3.
Se a esfera (massa de 2,0 kg) descreve movimento circular e uniforme,
qual o módulo da sua velocidade tangencial?

12 O esquema seguinte representa um disco horizontal, que, acoplado


Supondo g = 10 m · s–2, calcule o raio R da circunferência descrita pelo
rigidamente a um eixo vertical, gira uniformemente sem sofrer resistência do ar:
avião.

15 A esfera de massa M da figura, presa ao ponto P por um fio de massa


desprezível e comprimento L, executa movimento circular uniforme em
torno do eixo E. A aceleração da gravidade tem módulo g. A velocidade
angular da esfera é:

Sobre o disco estão apoiados dois bloquinhos, A e B, constituídos de


materiais diferentes, que distam do eixo 40 cm e 20 cm, respectivamente.
Sabendo que, nas condições do problema, os bloquinhos estão na
iminência de deslizar, obtenha:

a. a relação vA/vB das velocidades lineares de A e de B em relação ao eixo. (A) ω = M g/L sen θ. (D)
ω = M g/Lcosθ .
b. a relação µA/µB, dos coeficientes de atrito estático entre os blocos
A e B e o disco. (B) ω = ω = 2π/ L/g.
M g/tg θ . (E)
13 (C) ω = g/Lcosθ .

16 Em alguns parques de diversões existe um brinquedo chamado


rotor, que consiste em um cilindro oco, de eixo vertical, dentro do qual é
introduzida uma pessoa. De início, a pessoa apoia-se sobre um suporte,
que é retirado automaticamente quando o rotor gira com uma velocidade
adequada. Admita que o coeficiente de atrito estático entre o corpo da
pessoa e a parede interna do rotor valha µ. Suponha que o módulo da
aceleração da gravidade seja g e que o rotor tenha raio R. Calcule a mínima
velocidade angular do rotor, de modo que, com o suporte retirado, a pessoa
Na figura, representa-se um pêndulo fixo em O, oscilando em um plano não escorregue em relação à parede.
vertical. No local, despreza-se a influência do ar e adota-se g = 10 m/s2.
A esfera tem massa de 3,0 kg, o fio é leve e inextensível, apresentando
comprimento de 1,5 m. Se na posição A o fio forma com a direção vertical
um ângulo de 53º e a esfera tem velocidade igual a 2,0 m/s, determine a
intensidade da força tensora no fio.
(Dados: sen 53° = 0,80; cos 53º = 0,60.)

14 Na aviação, quando um piloto executa uma curva, a força de


→ →
sustentação (F ) torna-se diferente do peso do avião (P ). A razão entre F
F
e P é chamada fator de carga (n): n =
P

200 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos

17 Um carro de dimensões desprezíveis percorre uma curva circular de (A) ambos desenvolverão mesma velocidade angular.
raio R em movimento uniforme, sem receber a ação de forças de atrito (B) ambos estarão submetidos à mesma força centrípeta.
exercidas pelo asfalto. A curva é sobrelevada de um ângulo θ, conforme (C) em um mesmo intervalo de tempo o corpo A dará maior número de
indica o perfil abaixo: voltas que o B.
(D) o corpo A desenvolve menor aceleração centrípeta que o B.

22 (AFA-03) Um corpo desenvolve movimento circular em um plano


horizontal. Se no ponto A a velocidade escalar tem intensidade menor que
no ponto B, então a opção em que o vetor aceleração em C está melhor
representado é:

(A) A (C) A
C C
Adotando para a aceleração da gravidade o valor g e desprezando a
resistência do ar, calcule o módulo da velocidade do carro.

18 (IME-97) Um inseto de massa m = 1,0 g está pousado no disco a 0 0


B B
12,5 cm do eixo de rotação. Sabendo-se que o coeficiente de atrito estático
(B) A (D) A
do inseto com a superfície do disco é µe = 0,8, determine qual o valor
C C
mínimo da velocidade angular, em rpm (rotações por minuto), necessário
para arremessar o inseto para fora do disco.
(Dado: g = 10 m/s2.)
0 0
B B
19 (IME-89) Uma massa M = 20 kg é suspensa por um fio de comprimento
 = 10 m, inextensível e sem peso, conforme mostra a figura. A barra ABC
gira em torno do seu eixo vertical com velocidade angular constante de 23 (AFA-04) Um carro de 1.500 kg faz uma curva sem superelevação,
forma que o fio atinge a posição indicada. com um raio de 75 m, à velocidade de 54 km/h. O coeficiente de atrito
mínimo que deve haver entre o pavimento da estrada e os pneus, a fim de
impedir a derrapagem do carro é:

(A) 0,1.
(B) 0,3.
(C) 0,5.
(D) 0,6.

24 (AFA-05) Uma partícula descreve a trajetória circular com movimento


uniforme, no sentido horário, como mostra a figura.
Determine:

a. a velocidade angular da barra;


b. a tração no fio.

(Dado: g = 10 m/s2.) P

20 (AFA-99) Um bloco é colocado na borda exterior de um carrossel de


raio 5,0 metros e que dá uma volta a cada 30 segundos. Para que o bloco

permaneça sobre o carrossel, o coeficiente de atrito deve ser: O conjunto de vetores que melhor representa a força restante F, a velocidade
 
v e a aceleração a da partícula, no ponto P indicado na figura é:
(A) 0,02. (C) 0,04.  
(B) 0,03. (D) 0,05. (A) v (C) F
 
21 (AFA-02) Dois corpos, A e B, giram em movimento circular uniforme a=0 a=0
presos aos extremos de cordas de comprimentos, respectivamente, r e 
v
2r. Sabendo que eles giram com a mesma velocidade tangencial, pode-se

dizer que: F
 
(B) F 
(D) F
 
v v a 
a
r 2r

v 
v
A B

IME-ITA 201
Física I – Assunto 6

25 (AFA-05) O pêndulo da figura abaixo gira apresentando um ângulo q


de abertura em relação à vertical. Afirma-se que:

I. a força centripeta é a força resultante.


III. variando a velocidade, o período permanece inalterado.
III. a tensão no fio diminui com o aumento de q. (A) maior que o peso do piloto.
(B) igual ao peso do piloto.
Estão corretas as afirmativas: (C) menor que o peso do piloto.
(D) nula.
(A) I e II apenas.
(B) I e III apenas. 29 (EFOMM-94) Um móvel de massa 600 kg consegue fazer uma curva
(C) II e III apenas. de raio 200 m, a 72 km/h. Calcule o coeficiente de atrito entre os pneus
(D) I, II e III. e o solo.
Dado: g ≅ 10m/s2
26 (AFA-08) Um corpo de massa m, preso à extremidade de um fio
constituindo um pêndulo cônico, gira em um círculo horizontal de raio R, (A) 0,2. (D) 0,3.
como mostra a figura. (B) 0,4. (E) 0,5.
(C) 0,05.

30 (ITA-69) Um satélite artificial é lançado em órbita circular equatorial,


q
no mesmo sentido da rotação da Terra de tal modo que o seu período seja
de 24 horas.
Assim sendo, um observador situado no equador poderá ver o satélite
m parado sempre sobre sua cabeça. Referindo-se a um sistema de
R coordenadas, rigidamente ligado à Terra, esse observador dirá que isso
Sendo g a aceleração da gravidade local e q o ângulo do fio com a vertical, acontece porque:
a velocidade do corpo pode ser calculada por:
(A) sobre o satélite atua uma força centrífuga que equilibra a força da
gravidade da Terra.
(A) Rg. (C) Rg sen θ.
(B) existe uma forca tangente à órbita que dá ao satélite um movimento
Rg tg θ.
(B) 2Rg. (D) igual ao da Terra e que impede a sua queda.
(C) a força centrípeta que atua sobre o satélite é igual a força da gravidade;
27 (AFA-08) A figura abaixo representa dois corpos idênticos girando (D) em relação ao sol, o satélite também esta parado.
T (E) a essa distância em que o satélite se encontra seu peso é nulo.
horizontalmente em MCU com velocidades lineares v1 e v2. A razão 1
entre as intensidades das trações nos fios ideais 1 e 2 é: T2
EXERCÍCIOS NÍVEL 2
R R
01 (IME-89) A esfera de um pêndulo tem massa de 0,2 kg e é liberada do
repouso na posição mostrada. Sabe-se que o cabo se rompe com uma tração
de 5,0 N.
1 2 Determine o valor de h para o ponto em que ocorrerá a ruptura.

Dados:
 = 0,75 m
fio 1 fio 2 g = 9,81 m/s2
2v12 + v 22 v12 − v 22 θ0 = 900
(A) . (C) .
v 22 v 22
02 Um ventilador de teto, com eixo
v12 + v 22 v 22
(B) . (D) . vertical, é constituído por três pás iguais e rígidas, encaixadas em um rotor
v 22 v12 de raio R = 0,10 m, formando ângulos de 120° entre si. Cada pá tem
massa M = 0,20 kg e comprimento L = 0,50 m. No centro de uma das
28 (AFA-08) Em uma apresentção da Esquadrilha da Fumaça, uma das pás foi fixado um prego P, com massa mP = 0,020 kg, que desequilibra
acrobacias é o “loop”, representado pela trajetória circular da figura. Ao o ventilador, principalmente quando este se movimenta. Suponha, então,
passar pelo ponto mais baixo da trajetória, a força que o assento do avião o ventilador girando com uma velocidade de 60 rotações por minuto e
exerce sobre o piloto é: determine:

202 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos

05 (AFA-08) Com relação à força de atrito, apresentam-se três situações


e uma afirmação relativa a cada uma.
Situação 1: Um automóvel faz uma curva
em que o lado interno da pista é mais baixo
que o lado externo.
Afirmação 1: A força de atrito entre os
pneus e a pista depende do número de
passageiros do automóvel.
Situação 2: Duas crianças de diferentes pesos
descem um toboágua permanecendo em
contato físico.
Afirmação 2: Por efeito da força de atrito,
a. a intensidade da força radial horizontal F, em newtons, exercida pelo a criança mais leve, que na frente, será
prego sobre o rotor. empurrada pela outra.
b. a massa Mo, em kg, de um pequeno contrapeso que deve ser colocado
em um ponto Do, sobre a borda do rotor, para que a resultante das Situação 3: Uma pessoa se movimenta em
forças horizontais, agindo sobre o rotor, seja nula. relação ao solo.
c. a posição do ponto Do, localizando-a no esquema anterior (fig. B). (Se Afirmação 3: A força de atrito é oposta ao
necessário, utilize π = 3.) sentido do movimento da sola do sapato.

03 (AFA-01) Um veículo faz uma curva de raio R, sem derrapar, apesar Estão corretas as afirmações:
de não haver atrito. Nesse caso, o ângulo de inclinação da pista é tal que
sua tangente é igual a 1/2. Isso posto, podemos afirmar que a força: (A) 1 e 2 apenas.
(B) 2 e 3 apenas.
(A) normal é metade do peso do veículo. (C) 1 e 3 apenas.
(B) centrípeta máxima é metade da força normal. (D) 1, 2 e 3.
(C) centrípeta máxima é metade do peso do veículo.
(D) normal é metade da soma do peso e da centrípeta. 06 (AFA-07) Durante um show de patinação, o patinador, representado
na figura abaixo, descreve uma evolução circular, com velocidade escalar
04 (AFA-02) A figura representa uma curva plana de um circuito de fórmula 1. constante, de raio igual a 10,8 m. Considerando desprezíveis quaisquer
resistências, a velocidade do patinador, ao fazer a referida evolução,
é igual a:

Dados: sen 53° = 0,80; cos 53° = 0,60

(A) 12 m/s.
(B) 7 m/s.
Se, durante uma corrida, um piloto necessitar fazer tal curva com
(C) 8 m/s.
velocidade elevada, evitando o risco de derrapar, deverá optar pela trajetória
(D) 9 m/s.
representada em qual alternativa?
07 (ITA-73) Um garoto dispõe de um elástico em cuja extremidade ele
(A) (C) prende uma pedra de 10 gramas: Dando um raio R = 1,00 m (comprimento
de repouso), ele faz a pedra girar em um círculo horizontal sobre sua cabeça
com uma velocidade angular ω = 2,0 rad/s. Considerando-se agora que o
novo raio do círculo, R’, é constante, e que a constante elástica do elástico
é k = 2,0 × 10–10, qual a diferença entre R’ e R?

(A) 2,5 cm.


(B) (D)
(B) 2,0 m.
(C) 2,0 cm.
(D) 0,20 cm.
(E) 0,25 cm.

08 (ITA-79) Um aro metálico circular e duas esferas são acoplados


conforme a figura a seguir. As esferas dispõem de um furo diametral que
lhes permite circular pelo aro. O aro começa a girar, a partir do repouso,

IME-ITA 203
Física I – Assunto 6

em torno do diâmetro vertical EE’, que passa entre as esferas, até atingir (C) z’
uma velocidade angular constante ω. Sendo R o raio do aro, m a massa 
m a’
de cada esfera e desprezando-se os atritos, pode-se afirmar que: z

0’ v
w y’
E
0 y
R x’
0 x
(D) z’

m m m a’
z
E’ 0’

y’
(A) as esferas permanecem na parte inferior do aro porque essa é a a
0 y
posição de mínima energia potencial.
(B) as esferas permanecem a distâncias r e de EE’ tal que, se 2θ for o x’
ângulo central cujo vértice é o centro do aro e cujos lados passam x

pelo centro das esferas, na posição de equilíbrio estável, então, tan (E) Nenhum deles poderá escrever a expressão F = ma
ω2r , estando as esferas abaixo do diâmetro horizontal do aro.
θ=
g 10 (ITA-89) Uma pedra de massa m presa a um barbante de comprimento
(C) as esferas permanecem a distâncias r e de EE’ tal que, se 2θ for o L é mantida em rotação em um plano vertical. Qual deve ser a menor
ângulo central cujo vértice é o centro do aro e cujos lados passam velocidade tangencial da pedra no topo da trajetória (vm) para que o barbante
pelo centro das esferas, na posição de equilíbrio estável, então, tan ainda se mantenha esticado? Qual será a tensão (T) no barbante quando
ω2r , estando as esferas acima do diâmetro horizontal do aro. a pedra estiver no ponto mais baixo da trajetória?
θ=
g
(D) as alternativas (B) e (C) anteriores estão corretas. Vm T
(E) a posição de maior estabilidade ocorre quando as esferas estão nos (A) gL 6 mg
extremos de um mesmo diâmetro.
(B) gL mg
09. (ITA-89) As figuras representam sistemas de eixos, um dos quais (0, (C) gL 2
2 mg
x, y, z) é inercial e outro (0, x’, y’, z’) está em movimento relativamente ao (D) 2 gL 2 mg
  
primeiro v, a e w, respectivamente: velocidade, aceleração e velocidade
angular, todas constantes. Observadores ligados aos referenciais (0, x’, y’, z’) (E) gL 0
observam, nos seus referenciais, uma partícula de massa m dotada de


aceleração a. Qual dos observadores poderá escrever a expressão F = m a,
 11 (ITA-97) Uma massa puntual se move, sob a influência da gravidade

onde F é a força que atua na partícula de massa m, medida no referencial e sem atrito, com velocidade angular em um circulo a uma altura h ≠ 0
inercial (0, x, y, z)? na superfície interna de um cone que forma um ângulo α com seu eixo
 central, como mostrado na figura. A altura h da massa em relação ao
(A) z’ m a’ vértice do cone é:
z
g

a (A) .
0’ ω2
y’
g 1
(B) 2 .
0 y ω senα
x’ g cot α
(C) 2 .
x ω senα a h
(B) m a’
 g
(D) 2 cotg2a.
ω
z z’
y’ (E) Inexistente, pois a única posição de equilíbrio é h =
0’ 0.
wt’
y
12 (IME-94) Uma pequena esfera está suspensa por um fio ideal que está
wt preso ao teto de um vagão. O trem faz uma curva plana horizontal de raio
x r, com velocidade v constante. Determine o ângulo que o fio forma com a
x’
direção vertical.

204 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos

EXERCÍCIOS NÍVEL 3

01 (ITA-94) Um motociclista trafega em uma estrada reta e nivelada atrás


de um caminhão de 4 m de largura, perpendicularmente à carroceria. Ambos
estão trafegando à velocidade constante de 72 km/h, quando o caminhão se
detém instantaneamente, devido a uma colisão. Se o tempo de reação do
motorista for 0,5 s, a que distância mínima ele deverá trafegar para evitar
o choque apenas com mudança de trajetória? Considere o coeficiente de
atrito entre o pneu e o solo µ =0,8, aceleração gravitacional g = 10 m/s2
e que a trajetória original o levaria a colidir no meio da carroceria. a. Calcule o valor mínimo da compressão inicial da mola para que o
corpo, partindo em repouso do ponto A, atinja o ponto E sem perder
(A) 19,6 m. (D) 24,0 m. contato com a superfície ABCDE, a não ser no trecho entre C e D.
(B) 79,3 m. (E) 14,0 m. b. Nas circunstâncias do item a, calcule a força normal que o loop exerce
(C) 69,3 m. sobre o corpo quando este passa pelo ponto C. Indique claramente o
módulo, a direção e o sentido do vetor.
02 Um motoqueiro efetua uma curva de raio de curvatura de 80 m a 20 m/s
em um plano horizontal. A massa total (motoqueiro + moto) é de 100 kg.
Se o coeficiente de atrito estático entre o solo e o pneu da moto vale 0,6, 06 O instrumento da figura consiste em uma barra em L lisa, disposta em
quanto vale a máxima força de atrito estático? Qual a tangente do ângulo um plano horizontal, e um pequeno corpo A de massa m, ligado por uma
de inclinação θ da moto em relação à vertical? mola ao ponto B. A constante elástica da mola é k. O sistema gira ao redor
de um eixo vertical que passa pelo ponto O, a uma velocidade angular ω.
03 O disco B, na figura, tem, em determinado instante, velocidade Quanto vale a deformação relativa da mola? O resultado depende do sentido
angular w = 2 rad/s e aceleração angular α = 3 rad/s2, em torno de um de rotação? Obs.: O corpo A pode deslocar-se sem atrito ao longo da barra
eixo vertical. Qual o menor coeficiente de atrito que deve existir entre o em L.
bloco A (colocado a 50 cm do eixo) e o disco para que o bloco não deslize
em relação a ele, nesse instante?

07 (ITA-99) Um pêndulo é constituído por uma partícula de massa m


suspensa por um fio de massa desprezível, flexível e inextensível, de
comprimento L. O pêndulo é solto a partir do repouso, na posição A, e
04 Um balde é amarrado a uma corda de comprimento L = 1 m e é posto desliza sem atrito ao longo de um plano de inclinação α , como mostra a
a girar em um círculo horizontal. Pingos d’água escapando do balde caem figura. Considere que o corpo abandona suavemente o plano no ponto B,
e batem no piso ao longo do perímetro de um círculo de raio a. Determine após percorrer uma distância d sobre ele. A tração no fio, no instante em
3 que o corpo deixa o plano, é:
o raio a quando sen θ = . Suponha g = 10 m/s2.
5

05 No ponto A da figura, um pequeno corpo de massa m = 0,01 kg,


inicialmente em repouso, comprime uma mola ideal de constante elástica k =
2 N/m. A compressão inicial da mola em relação à sua posição de equilíbrio
é denotada por x. Em um dado instante, a mola subitamente impulsiona o (A) mg (d/L) cos α.
corpo, que passa a mover-se sobre uma superfície sem atrito. Tal superfície (B) mg cos α.
é composta por seções retilíneas e horizontais AB e BE, e por porções curvas (C) 3 mg (d/L) sen α.
BC e DB. As partes curvas da superfície são arcos de circunferência que (D) mg (d/L) sen α.
compõem um loop circular e vertical de raio R = 1 m, o qual teve a porção (E) 3 mg.
CD, de abertura angular 2θ = 120°, completamente retirada.

IME-ITA 205
Física I – Assunto 6

08 Existe uma ponte de forma parabólica sobre um rio com d = 100 m do avião tangencia a linha do horizonte, como mostra a figura A. O piloto
de largura. O ponto mais alto da ponte está 5 metros acima da base dela. anuncia que, devido a um problema técnico, o avião fará uma curva de 180º
Um carro de massa 1.000 kg está atravessando a ponte a uma velocidade para retornar ao ponto de partida. Durante a curva, o avião se inclina para
constante de 20 m/s. Calcule a força feita na ponte pelo carro quando ele a esquerda, de um ângulo θ = 30º, sem que haja alterações no módulo de
está no ponto mais alto da ponte. sua velocidade e na sua altura. O passageiro, olhando sempre na direção
perpendicular à da velocidade do avião, observa que a ponta da asa esquerda
permanece durante toda a curva apontando para um pequeno rochedo que
aflora do mar, como representado na figura B. O passageiro também nota
que a superfície do suco permaneceu paralela à bandeja, e que o avião
percorreu a trajetória semicircular de raio R (a ser determinado), em 90 s.
Percebe, então, que com suas observações, e alguns conhecimentos de
Física que adquiriu no ensino médio, pode estimar a altura e a velocidade
09 Um corpo suspenso em repouso de um ponto fixo por uma mola de do avião.
comprimento natural Lo gera um novo comprimento da mola igual a L1.
Se esse corpo for movido em uma trajetória circular horizontal (como um
pêndulo cônico), sendo que o fio forma um ângulo θ com a vertical, qual
o período de revolução?

10 (FUVEST-04) Um brinquedo consiste em duas pequenas bolas A e B,


de mesma massa M, e um fio flexível: a bola B está presa na extremidade
do fio e a bola A possui um orifício pelo qual o fio passa livremente. Para
o jogo, um operador (com treino!) deve segurar o fio e girá-lo, de tal forma
que as bolas descrevam trajetórias circulares, com o mesmo período T
e raios diferentes. Nessa situação, como indicado na figura 1, as bolas
permanecem em lados opostos em relação ao eixo vertical fixo que passa
pelo ponto O. A figura 2 representa o plano que contém as bolas e que
gira em torno do eixo vertical, indicando os raios e os ângulos que o fio
faz com a horizontal.
Assim, determine:

a. Encontre uma relação entre V, R, g e θ, para a situação descrita.


b. Estime o valor da velocidade V do avião, em km/h ou m/s.
c. Estime o valor da altura H, acima do nível do mar, em metros, em que
o avião estava voando.
Note/adote
π = 3; sen30º = 0,5; cos30º = 0,86; tg30º = 0,6 = 1/1,7
Aceleração da gravidade: g = 10m/s2
As distâncias envolvidas no problema são grandes em relação às
dimensões do avião.
a. o módulo da força de tensão F, que permanece constante ao longo
de todo o fio, em função de M e g. 12 Sobre um plano inclinado que forma um ângulo α com a horizontal
b. a razão K = sen α/sen θ , entre os senos dos ângulos que o fio faz foi colocado um pequeno bloco A ao qual foi comunicada uma velocidade
com a horizontal. inicial vo. Encontre a relação entre a velocidade do bloco e o ângulo ϕ, se o
c. o número N de voltas por segundo que o conjunto realiza quando o coeficiente de atrito µ= tg α e, no momento inicial, ϕo= π/2. Obs.: O eixo
raio R1 da trajetória descrita pela bolinha B for igual a 0,10 m. x está paralelo às extremidades do plano e ϕ é o ângulo entre a velocidade
e o eixo x.
Note e adote:
Não há atrito entre as bolas e o fio.
Considere sen θ ≈ 0,4 e cos θ ≈ 0,9; π ≈ 3.

11 (FUVEST) Um avião voa horizontalmente sobre o mar com velocidade


V constante (a ser determinada). Um passageiro, sentado próximo ao centro
de massa do avião, observa que a superfície do suco de laranja, que está em
um copo sobre a bandeja fixa ao seu assento, permanece paralela ao plano
da bandeja. Estando junto à janela, e olhando em uma direção perpendicular
à da trajetória do avião, o passageiro nota que a ponta da asa esquerda

206 Vol. 2
Termodinâmica A ssunto
5
Física II

nto
1. 2a_ Lei da Termodinâmica me Haste
Pistão Cilindro

vi
Roda

Mo
(1a_ forma)
A 2a Lei da Termodinâmica pode ser enunciada de várias formas; uma Caldeira

que nos é conveniente nesta primeira abordagem é: Correia Água


“O calor só pode passar espontaneamente de um corpo para outro Vapor
de temperatura mais baixa que o primeiro. É impossível de se converter Calor
Eletrecidade
totalmente calor em outra forma de energia.”
Combustível
Por exemplo, para operarmos uma máquina térmica (que são Gerador
máquinas que se utilizam da transferência de calor para produzir trabalho),
precisamos de duas fontes: uma quente e uma fria. Parte do calor que sai da Exemplo real de uma máquina térmica
fonte quente vai para a fonte fria, e outra parte é convertida em trabalho útil. Disponível em:<gemb-arhte.blogspot.com.br>.

Refrigeradores
2. Máquinas térmicas Um refrigerador é uma máquina que, operando entre duas fontes, uma
quente e uma fria, retira calor da fonte fria e o entrega à fonte quente. É
Estudemos as máquinas térmicas tendo em mente as leis da
claro que esse processo não é espontâneo; logo, para efetuá-lo, a máquina
Termodinâmica. Para isso, façamos um esquema geral:
térmica precisa receber trabalho. Observe o esquema geral:

O refrigerador opera recebendo um trabalho τ de uma fonte externa, de


modo que isso a possibilite retirar calor Qf de uma fonte fria e entregá-lo à
Perceba que, para que a máquina térmica execute um trabalho τ, é
fonte quente, através de um processo não espontâneo. Pela conservação
necessário ligá-la a duas fontes de calor: uma fonte quente e uma fonte
de energia, o calor total Qq que chega à fonte quente é dado por:
fria. Espontaneamente, o calor tende a se transferir da fonte quente para a
fonte fria, pelo 2o princípio da termodinâmica. A máquina térmica “rouba”
Qq = τ + Qf
parte desse calor e o converte em trabalho, de modo que parte do calor Qq
fornecido pela fonte quente chega à fonte fria como Qf, e a outra parte se No caso de refrigeradores, não definimos para eles um rendimento,
transforma em trabalho útil τ. É claro que, pela lei da conservação da energia: e sim algo semelhante chamado “eficiência” (e). A eficiência de um
refrigerador é entendida como a fração de calor Qf retirada da fonte fria
por trabalho cedido ao refrigerador:
τ = Qq − Qf
Qf Qf 1
e= = =
τ Qq + Qf Qq
Também podemos pensar no rendimento η dessa máquina térmica. −1
Por definição, seu rendimento calcula qual a fração de calor provindo da Qf
fonte quente Qq que efetivamente se torna trabalho útil τ, ou:
Observe que, diferentemente do rendimento, a eficiência não tem a
3
restrição de estar compreendida entre 0 e 1. Por essa razão, não pode ser
τ Qq − Qf Q expresso em porcentagem. Quanto maior o calor retirado da fonte fria e quanto
η= = = 1− f
Qq Qq Qq menor o trabalho necessário para isso, maior será a eficiência do refrigerador.
Evaporador

Lembre-se que rendimento é uma grandeza adimensional, a qual deve Válvula de


expansão
Evaporador Condensador Válvula de
ser expressa como um número entre 0 e 1, ou em porcentagem. expansão
FRIO QUENTE
As principais máquinas térmicas reais usam como substância de Baixa Alta
trabalho vapor-d’água e, como fonte de calor, o calor provindo de uma pressão pressão Condensador

combustão de madeira, carvão ou de reações nucleares.


Interior do
refrigerador

Compressor
(a)
Compressor
(b)

Exemplo real de um refrigerador


Disponível em:<http://www.fisica.ufmg.br/>.

IME-ITA 207
Física II – Assunto 5

Ciclo de Carnot Porém, para o caso específico de um ciclo de Carnot, é possível


Antigamente, acreditava-se na possibilidade de se criar máquinas demonstrarmos que o rendimento também pode ser escrito como:
térmicas com rendimento de 100%, isto é, uma máquina que poderia Tq − Tf Tf
converter integralmente em trabalho o calor retirado de uma fonte quente. η= = 1−
Tq Tq
O jovem engenheiro francês Nicolas Carnot demonstrou a impossibilidade
dessa ambição ao demonstrar dois fatos:
em que Tq é a temperatura absoluta da fonte quente (no diagrama
I. Fixadas duas fontes (uma quente e uma fria), existe um ciclo que, anterior, T1) e Tf , a temperatura absoluta da fonte fria (no diagrama anterior,
operado entre tais fontes, proporciona a máxima extração de trabalho T2). A demonstração dessa expressão encontra-se no próximo item.
possível do fluxo de calor. Há, ainda, o Teorema de Carnot, que enuncia:
II. É impossível que o ciclo supracitado tenha rendimento de 100%.
“O rendimento de uma máquina térmica que funcione segundo um
Uma máquina térmica de rendimento máximo usa como substância ciclo de Carnot é máximo.”
de trabalho um fluido que, trabalhando entre duas fontes de calor – uma Observe que ele afirma que, fixadas duas fontes de calor (uma quente
quente e uma fria – opera em ciclos. Cada ciclo é composto por duas e uma fria), a máquina térmica que pode extrair o máximo de trabalho do
transformações isotérmicas e duas transformações adiabáticas, unidas processo é aquela que opera em um ciclo de Carnot.
entre si. Observe o diagrama de Clapeyron, que mostra um desses ciclos Observe ainda que esse rendimento não pode ser de 100%, pois
– denominado “ciclo de Carnot”: η = 1 conduz a um Tf = 0 no ciclo de Carnot – o que é impossível pela
2a Lei da Termodinâmica, que afirma que, para haver produção de trabalho
e transferência de calor, a fonte fria deve continuamente receber calor.
No caso de refrigeradores, também temos uma nova expressão para
sua eficiência máxima:
1 1
e= =
Qq Tq
+1 − +1
Qf Tf

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Uma máquina térmica trabalha entre as temperaturas de 300 K e


600 K.
Em cada ciclo, a máquina retira 221 J de calor da fonte quente e
rejeita 170 J de calor para a fonte fria. O rendimento da máquina e
o rendimento máximo, em porcentagem, que ela poderia ter com as
temperaturas entre as quais opera são, respectivamente:
Repare que as isotermas são hipérboles, pois há uma relação de
(A) 44 e 56. (C) 50 e 77.
proporcionalidade inversa entre pressão e volume; contudo, as adiabáticas
(B) 23 e 50. (D) 23 e 77.
são mais inclinadas, pois, pela equação de Poisson (lembre-se: em uma
transformação adiabática, p . V γ = constante), a variável de estado Solução: Letra B.
“volume” está elevada a γ, fator maior do que 1; e na equação de Boyle Qf − 170
(p . V = constante), está elevada a 1. Rendimento real: e = 1 + = 1+ = 0, 23 = 23%
Qq 221
No gráfico, temos:
• A → B: expansão isotérmica a temperatura Tq (recebe calor da fonte Tf 300
Rendimento máximo: e = 1 − = 1− = 0, 5 = 50%
quente); Tq 600
• B → C: expansão adiabática, de Tq a Tf; Atenção aos sinais
• C → D: compressão isotérmica a temperatura Tf, com Tf < Tq (cede Caso você queira usar os valores em módulo, é necessário fazer um
calor à fonte fria); ajuste nas seguintes fórmulas.
• D → A: compressão adiabática, de Tf a Tq. Relação entre calor e temperatura de Carnot:
Qq T Qq Tq
Assim como uma máquina térmica qualquer, durante a evolução cíclica, = − q passa a ser =
Qf Tf Qf Tf
o sistema recebeu um calor Qq de uma fonte quente, forneceu um calor
Qf à fonte fria e realizou um trabalho τ, que é numericamente igual à área
do ciclo, com τ = Qq + Qf. Trabalho total de um ciclo: τ = Qq + Qf passa a ser τ = Qq – Qf
Já sabemos que, em um ciclo de uma máquina térmica qualquer, o
rendimento é dado por: Qf Q
Rendimento de máquina térmica: e = 1 + passa a ser e = 1 − f
Qq Qq
τ Qq − Qf Q 1 1
η= = = 1− f Rendimento de refrigerador: e = passa a ser e =
Qq Qq Qq Qq Qq
+1 −1
Qf Qf

208 Vol. 2
Termodinâmica

02 Uma geladeira industrial consome 20 MJ em um dia para manter em


Demonstração da Fórmula de Rendimento
-23ºC a temperatura interior e o ambiente externo é muito quente (em Carnotiano
média 77ºC). Sabe-se que, em média, a quantidade de calor lançada • Entre A e B, no gráfico P × V anterior, é válida a expressão de
para esse ambiente externo é de, aproximadamente, 50% maior que transformação isotérmica:
a energia necessária para a geladeira operar.
VB
Determine:
Qq = τ ab = nRTq In
VA
a. O calor recebido pela fonte quente • Entre C e D, no gráfico P × V anterior, é válida a expressão de
b. A eficiência desse refrigerador transformação isotérmica:
c. A eficiência máxima desse refrigerador para as condições do
problema VD
Qf =τ cd =nRTf In
VC
Solução:
a. τ = – 20 MJ Dividindo as equações acima, temos:
QQ= 1,5 x 20 = – 30 MJ
Logo VB
τ = QQ + Qf → – 20 = – 30 + Qf ⇒ Qf = 10 MJ In
Qq Tq
VA
1 1 = .
b. e =
Qq
=
− 30
= − 0, 5 (Não pode colocar em %) Qf Tf In D (equação 1)
V
+1 +1 VC
Qf 10
1
c. e = = − 2, 5
350 • Entre B e C, no gráfico P × V anterior, é válida a expressão de
− +1 transformação adiabática:
250

nRTq nRT
03 Imagine uma máquina de Carnot que opera entre as temperaturas PBVBγ =PCVCγ → VBγ = f VCγ → TqVBγ −1 =Tf VCγ −1
TA = 800 K e TB = 300 K. A máquina realiza 2200J de trabalho em VB VC
cada ciclo, o qual leva 0,25 s.
• Entre D e A, no gráfico P × V anterior, é válida a expressão de
a. Qual a eficiência dessa máquina? transformação adiabática:
b. Qual é a potência média dessa máquina?
c. Quanta energia QA é extraída sob a forma de calor do reservatório nRTq nRT
de altatemperatura em cada ciclo? PAVAγ =PDVDγ → VAγ = f VDγ → TqVAγ −1 =Tf VDγ −1
VA VD
Solução:
Tf 300 Dividindo as equações anteriores, temos:
a. η = 1 − = 1− = 0, 625 = 62, 5%
Tq 800
τ 2200 VA VD
b. P = = = 8800W =
∆t 0, 25 VB VC (equação 2)
Qq Tq 800 3 Combinando as equações (1) e (2):
c. =− =− → Qf = − Qq
Qf Tf 300 8
Qq TQ
3 = −
τ = Qq + Qf → 2200 = Qq − Qq → Qq = 3520 J Qf TF
8
04 Um inventor alega ter construído uma máquina que possui uma
eficiência de 75% quando operada entre as temperaturas dos pontos
4. Processos reversíveis
de ebulição e congelamento da água. Isso é possível? e irreversíveis
Denomina-se processo reversível aquele em que o sistema passa
Solução: por estágios (‘caminho’) de equilíbrio intermediário. O processo pode ser
Atenção: Não esqueça que a unidade de temperatura deve sempre revertido, passando pelos mesmos estágios de equilíbrio, retornando às
ser Kelvin! condições iniciais sem a interferência externa.
T 273
O rendimento máximo é dado por η = 1 − f = 1 − = 26, 8% Do ponto de vista dos gases ideais, em outras palavras, podemos
Tq 373
dizer que os processos reversíveis são aqueles em que é possível traçar
Logo, não é possível. o gráfico (P x V ou P x T ou V x T).
Na verdade, na natureza, todos os processos são irreversíveis! Os
processos reversíveis são uma simplificação teórica (modelos teóricos).
Exemplo de um processo reversível (aproximadamente)

IME-ITA 209
Física II – Assunto 5

Compressão lenta (processo quasi-estático) de um gás de modo que, 6. Entropia em processos


em cada instante, o sistema permaneça em equilíbrio termodinâmico. A
compressão muito lenta (isotérmica) de um gás, através de um êmbolo reversíveis
de seringa, é praticamente um processo reversível, pois ao largar-se, o
Podemos aproximar um ciclo reversível para infinitos ciclos de Carnot,
êmbolo, após a compressão, volta à posição inicial. A energia fornecida ao
ao dividirmos esse ciclo em diversas famílias de isotermas e adiabáticas:
gás sob a forma de trabalho, quando este é comprimido, é então libertada
para os arredores quando o gás se expande. P
Exemplo de um processo irreversível
Expansão livre de um gás. Expansão livre é um processo em
que um sistema físico – geralmente um gás ideal – tem seu volume
instantaneamente aumentado, ou tem seu volume aumentado de forma
que este aumento no volume não se dê em virtude da pressão que ele
exerce sobre as fronteiras móveis do sistema, pressão que, durante a
expansão, reduz-se a zero. Não há, pois, dispêndio de energia (nem calor
nem trabalho) por parte do sistema para se realizar tal expansão.
Entropia
Em 1865, Rudolf Clausius utilizou o conceito para explicar como as
Leis da Natureza podem atuar em um sistema isolado tornando-o sempre
mais desorganizado. V
Este conceito levou à definição da entropia, que seria a medida
da desordem de um sistema. Este conceito poderia explicar mais uma
diferença entre os processos reversíveis e irreversíveis, além de indicar Dividindo em ciclos de Carnot infinitos e somando esses percursos,
o sentido natural (espontâneo) dos processos, como um simples temos o ciclo original (para os que têm noção de cálculo integral,
objeto caindo, uma pedra de gelo derretendo, a expansão de um gás, realizamos uma soma de Riemann).
envelhecimento dos seres vivos, etc. Tendo em vista que, em um ciclo de Carnot:

5. Introdução à Entropia Q1 Q2
=
A primeira lei da termodinâmica diz respeito à conservação da energia T1 T2
em um processo. Porém, ela não diz nada a respeito da possibilidade de
esse processo ocorrer naturalmente (espontaneamente). Ao incluirmos um sinal negativo do calor cedido, temos:
Por exemplo, embora a energia se conserve em um modelo imaginário
em que uma poça-d’água se congele formando um cubo de gelo à Q1 Q2
+ = 0
temperatura ambiente, isso não ocorre espontaneamente. O ambiente não T1 T2
retirará energia da poça para que a água se congele nesse modelo. Da
mesma forma, sabemos que é impossível um processo espontâneo em
que parte da energia cinética das moléculas do chão sejam transferidas No ciclo acima, temos, então:
para uma pedra sobre ele, de modo que a pedra atinja uma altura e que
a nova energia potencial gravitacional da pedra, em sua altura limite, seja Q
∑ =
0
igual à energia cinética por ela recebida – embora tal processo seja, pelos T
olhos da 1a Lei, possível.
A segunda lei da termodinâmica é uma resposta para a previsão de Como são infinitos ciclos diferenciais e estamos somando uma área
espontaneidade de um processo. Associada a essa lei, define-se uma fechada:
grandeza termodinâmica útil chamada “entropia”. Na verdade, a todas
dQ
as leis da termodinâmica associam-se “grandezas úteis”. À lei zero foi
associada a grandeza “temperatura”, e à primeira, a grandeza “energia”.
∫ T
=0

Antes de definirmos entropia e reenunciarmos a 2a Lei do ponto de Uma variável de estado é aquela que possui integral de linha nula em
vista dessa nova variável, algumas definições mais primitivas fazem-se um percurso fechado simplesmente conexo. A variável de estado dQ/T
necessárias: foi chamada de “entropia” e é usualmente denotada pela letra S. Logo:

• Uma transformação é dita “reversível” quando ela pode se realizar dQ


no sentido inverso por meio de uma variação diferencial do ambiente dS =
(por exemplo, ao variar-se infinitesimalmente a altura do pistão de um T
cilindro de gás, ocorre uma transformação adiabática reversível).
• Se uma transformação não é reversível, ela é denominada “irreversível”. Entre dois estados quaisquer do ciclo, a variação da entropia é dada
por:
Na prática, todas as transformações e processos são irreversíveis,
mas podemos aproximar alguns deles a modelos reversíveis. b b dQ
∆=
S ∫ a
=
dS ∫ a T

210 Vol. 2
Termodinâmica

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Note ainda que, pelo fato de a variação de entropia entre dois estados
não depender do caminho do processo, podemos calcular a variação de
01 Um bloco de gelo com massa de 240 g derrete reversivelmente. entropia em um processo irreversível como se esta fosse uma variação
A temperatura permaneceu 0°C durante todo o processo. reversível com os mesmos estados inicial e final.
(Dado: Lfusão = 327,6 J/g.) Para processos irreversíveis, a entropia sempre aumenta e sua
propriedade central é conhecida como postulado da entropia que pode
a. Qual a variação de entropia do gelo? ser enunciado como:
Como a temperatura permanece constante nesse processo, a “Se um processo irreversível ocorrer em um sistema fechado, a
variável T na fórmula da variação de entropia pode “sair” da integral, entropia S dos sistemas sempre aumenta, ela nunca diminui”.
de modo que, em geral, para processos isotérmicos:
B B
Como a entropia não depende do processo (‘caminho’), se
dQ 1 Q conhecemos os estados inicial e final de um processo irreversível podemos
∆=
S ∫A T= T ∫A dQ= T calcular a variação de entropia procurando um processo reversível que
passe pelos mesmos estados.
No caso descrito:
Q mL 240 x 327,6 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
∆S = = = = 288 J / K
T T 273
b. Qual a variação de entropia do meio externo? 01 Um gás ideal está contido no recipiente A. No recipiente B é mantido
Como o processo é reversível, a variação de entropia do meio vácuo. As paredes dos recipientes são isolantes. Calcule a variação de
corresponde ao negativo da variação de entropia do gelo, de modo entropia do gás quando a válvula é aberta e o gás passa rapidamente
que a soma das duas se anulem. Logo: ∆Smeio = – 288 J / K. a ocupar os dois recipientes.

Nota: Quando ocorre uma transformação reversível em um sistema


isolado, a entropia não aumenta nem diminui.

7. Entropia em processos
irreversíveis
A probabilidade de se retirar um ás de ouro em um baralho normal é Como se trata de uma expansão livre (sem resistência), apesar de
igual à de se retirar um dois de paus (1/52). haver variação de volume, o gás não realiza trabalho.
Porém, se atribuirmos o valor de 10 pontos ao ás de ouro e 0 ponto
às demais cartas em um jogo, a probabilidade de se sacar uma carta
=τ ∫=
p . dV 0
de 10 pontos (ás de ouro) é de apenas 1/52, enquanto que a de se
O processo é adiabático, pois as paredes dos recipientes são
sacar uma carta de 0 ponto (todas as demais) é de 51/52. Em física
isolantes.
probabilística, chamamos de “macroestado” um conjunto de eventos de
iguais probabilidades chamados de “microestados”. No caso, o ás de ouro Q=0
possui um saque de 1 microestado em um macroestado de probabilidades
equipartido em 52 pedaços. As cartas de 0 pontos constituem em 51 Pela primeira Lei Termodinâmica:
microestados. ΔU = Q – τ = 0 → Tfinal = Tinicial
Podemos interpretar a entropia como a medida do grau de desordem
de um sistema. Ela é proporcional à probabilidade de um evento (no de Apesar de não conhecermos as etapas deste processo, sabemos
microestados). É por isso que o calor passa do corpo mais quente para o muito bem o seu estado final e inicial.
mais frio, pois o modelo de energia equipartida (ou seja, distribuída entre
corpos e não concentrada em um único) possui um número maior de Estado Inicial:
microestados. É o Princípio da Equipartição de Energia. • Pressão: P1
Há uma fórmula (que não demonstraremos devido ao nível pretendido • Volume: VA
nesta apostila) que relaciona a entropia de um processo com o evento • Temperatura: T1
estudado. Ei-la:
Estado Final:
S = k . ln w • Pressão: P2
em que: • Volume: VA + VB
Temperatura: T1
k: constante de Boltzmann
w: probabilidade de o evento ocorrer. O processo isotérmico a-b representado na figura acima será o
escolhido para calcular a variação de entropia:
Como o número de microestados nos leva a uma medida de desordem VA + VB
do universo, conclui-se que todo sistema natural evolui para um estado de nRT ln
dQ 1 1 τ VA V +V
∆S= ∫ =
T∫
maior desordem. Por isso, a 2a Lei da Termodinâmica pode ser reenunciada dQ= ∫ d τ= = = nR ln A B
em uma outra forma também muito conhecida e útil, que veremos no T T T T VA
próximo item.

IME-ITA 211
Física II – Assunto 5

Boltzmann definiu a entropia de forma geral e inequívoca em EXERCÍCIOS NÍVEL 1


termos mecânicos, a partir da teoria cinética dos gases. No túmulo de
Boltzmann, no Cemitério Central de Viena, encontra-se gravada a equação
01 O 2o princípio da Termodinâmica pode ser enunciado da seguinte
correspondente às suas ideias:
forma:
S = k log W = – k log p
“É impossível construir uma máquina térmica operando em ciclos, cujo
único efeito seja retirar calor de uma fonte e convertê-lo integralmente
em que em trabalho.”
S – entropia; Por extensão, esse princípio nos leva a concluir que:
W – uma medida do caos do sistema, que significa a quantidade de
(A) sempre se pode construir máquinas térmicas cujo rendimento seja 100%.
microestados iguais dentro de um macroestado;
(B) qualquer máquina térmica necessita apenas de uma fonte quente.
p – probabilidade de ocorrer o microestado (p = 1/W).
(C) calor e trabalho não são grandezas homogêneas.
k – constante de Boltzmann. (D) qualquer máquina térmica retira calor de uma fonte quente e rejeita
parte desse calor para uma fonte fria.
Ou seja, a fórmula de Boltzmann relaciona entropia e caos (desordem). (E) somente com uma fonte fria, mantida sempre a 0°C, seria possível a
Sua teoria foi definitivamente aceita pouco depois de sua morte, quando uma certa máquina térmica converter integralmente calor em trabalho.
medidas de J. Perrin, em 1908, mostraram o movimento dos átomos e
moléculas. 02 Um ciclo de Carnot trabalha entre duas fontes térmicas: uma quente,
em temperatura de 227°C, e uma fria, em temperatura – 73°C. O rendimento
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS desta máquina, em percentual, é de:
(A) 10. (D) 50.
01 Suponha que 1,0 mol de gás nitrogênio está confinado no lado (B) 25. (E) 60.
esquerdo do recipiente da figura ao lado. Você abre a válvula e o (C) 35.
volume do gás dobra. Qual é a variação de entropia do gás para este
processo irreversível? Trate o gás como sendo ideal e o recipiente 03 Uma máquina térmica opera segundo o ciclo de Carnot entre as
como adiabático. (R = 8,3 J/mol · K) temperaturas de 500 K e 300 K, recebendo 2.000 J de calor da fonte quente.
O calor rejeitado para a fonte fria e o trabalho realizado pela máquina, em
joules, são, respectivamente:

Gás Vazio (A) 500 e 1.500. (D) 1.200 e 800.


(B) 700 e 1.300. (E) 1.400 e 600.
(C) 1.000 e 1.000.

Solução: 04 Um motor de Carnot, cujo reservatório à baixa temperatura está a


7,0°C, apresenta um rendimento de 30%. A variação de temperatura, em
estado inicial do gás estado final do gás Kelvin, da fonte quente, a fim de aumentarmos seu rendimento para 50%,
N=1 N=1 será de:
Vo V = 2Vo
(A) 400. (D) 560.
To T = To
(B) 280. (E) 725.
Po P = Po /2
(C) 160.
Por se tratar de um caso conhecido de expansão livre, podemos 05 Uma máquina térmica opera entre duas fontes, uma quente, a 600 K, e
calcular a variação de entropia desse processo claramente irreversível outra fria, a 200 K. A fonte quente libera 3.700 J para a máquina. Supondo
usando um processo reversível isotérmico: que esta funcione no seu rendimento máximo, o valor do trabalho, em J,
V por ciclo e o seu rendimento, são, respectivamente:
n ⋅ R ⋅ Tln
Q τ Vo V
∆S = = = = n ⋅ R ⋅ ln = 1⋅ 8, 3 ⋅ ln2 ≅ 5, 8 J /K
T T T Vo (A) 1.233 e 33%.
(B) 1.233 e 100%.
(C) 2.464 e 67%.
(D) 3.700 e 100%.
8. 2a_ Lei da Termodinâmica
06 Uma máquina, com eficiência de 20%, efetua 100 J de trabalho em
(2a_ forma) cada ciclo. Qual a quantidade de calor absorvida e rejeitada em cada ciclo?
“Todo sistema físico evolui espontaneamente para situações de
máxima entropia.” 07 Um refrigerador absorve 5 kJ de um reservatório frio e rejeita 8 kJ.
Por exemplo, se atirarmos tijolos aleatoriamente no chão, a
a. Calcule o rendimento desse refrigerador.
probabilidade maior é de formar-se uma pilha desorganizada, e não um
b. O refrigerador é reversível e pode operar como máquina térmica
muro perfeito (embora possível, é improvável).
(Qq = 8 kJ e Qf = 5 kJ). Qual a sua eficiência?

212 Vol. 2
Termodinâmica

08 Uma máquina de Carnot reversível funciona entre uma fonte quente 11 O gráfico representa um ciclo de Carnot, para o caso de um gás ideal.
(a 600 K) e uma fonte fria a T0. Qual o máximo valor que T0 pode assumir
para que a quantidade de energia térmica devolvida pela máquina à fonte
fria não ultrapasse o valor da energia mecânica produzida?

09 Uma máquina térmica opera entre duas temperaturas, T1 e T2. Pode-se


afirmar que seu rendimento:

(A) máximo pode ser 100%.


(B) pode ser maior que 100%.
(C) nunca será inferior a 80%.
(D) será máximo, se operar em ciclo.
(E) será máximo, se operar em ciclo de Carnot.
Assinale, dentre as seguintes, a proposição FALSA:
10 O ciclo de Carnot, de importância fundamental na Termodinâmica, é
(A) De A até B, a transformação é isotérmica e o gás recebe calor do meio
constituído por um conjunto de transformações definidas. Em um diagrama
externo.
(p, V) você esboçaria esse ciclo usando:
(B) De C até D, a transformação é isotérmica e o gás rejeita calor para o
meio externo.
(A) uma isotérmica, uma isobárica, uma adiabática e uma isocórica
(C) De B até C, a transformação é adiabática e o gás realiza trabalho contra
(isovolumétrica).
o meio externo.
(B) duas isotérmicas e duas adiabáticas.
(D) De D até A, a transformação é adiabática e o gás realiza trabalho contra
(C) duas isobáricas e duas isocóricas (isovolumétricas).
o meio externo.
(D) duas isobáricas e duas isotérmicas.
(E) Durante o ciclo, o trabalho realizado pelo gás sobre o meio externo é
(E) uma isocórica (isovolumétrica), um isotérmica e uma isobárica.
maior que o trabalho realizado pelo meio externo sobre o gás.

EXERCÍCIOS NÍVEL 2
01 Uma máquina térmica recebe vapor de água aquecido, a 270°C, e 04 O gráfico adiante representa um ciclo de Carnot percorrido por um
descarrega vapor condensado, a 50°C. A eficiência é 30% e 200 kW é gás ideal. Sendo γ = cP /cV a relação dos calores específicos desse gás
a potência útil da máquina. Qual a quantidade de calor que a máquina a pressão e a volume constantes, podemos afirmar que no trecho ab do
descarrega na sua vizinhança em 1 hora? ciclo vale a seguinte relação entre a pressão p, o volume V e a temperatura
absoluta T do gás:
02 Um mol de gás ideal monoatômico é usado como substância de
trabalho de uma máquina que opera no ciclo mostrado na figura. Admita
que P = 2P0 e V = 2V0.

Pede-se:
a. o trabalho realizado por ciclo;
b. o calor absorvido por ciclo durante a fase de expansão abc;
c. a eficiência da máquina. (A) p · T(1 – 1/γ) = constante (D) p = constante · V–1
d. Qual a eficiência de uma máquina de Carnot operando entre as (B) p · Vγ = constante (E) p = constante + T · Vγ
temperaturas mais alta e mais baixa presentes no ciclo da figura? (C) p = constante · Vγ
Como isto se compara com o item C?
05 Sobre as leis da Termodinâmica, pode-se afirmar:
03 Certo gás é obrigado a percorrer o ciclo da figura, em que P representa
a pressão e V, o volume. Sabe-se que, ao percorrê-lo, o gás absorve uma (A) A primeira lei expressa a conservação da energia.
quantidade de calor Q1. Qual a eficiência η (razão do trabalho fornecido (B) A primeira lei garante que não há fluxo de calor entre dois corpos à
para a energia absorvida do ciclo, em função de P1, P2, V3, V2, V1 e Q1? mesma temperatura.
(C) A segunda lei implica que o calor não pode fluir espontaneamente de
um corpo frio para um corpo quente.
(D) A segunda lei implica que é impossível a conversão total de qualquer
quantidade de calor em energia mecânica, em qualquer máquina cíclica.
(E) A segunda lei implica que dois gases, uma vez misturados, têm grande
probabilidade de voltar a separar-se espontaneamente.

Quais são as verdadeiras (V) e quais são as falsas (F)?

IME-ITA 213
Física II – Assunto 5

06 Quando certa máquina de vapor desenvolve uma potência útil de 7 kW, 14 Uma máquina térmica reversível opera entre dois reservatórios
recolhem-se 5 Kcal por segundo no seu condensador, que está a 25°C. térmicos e temperaturas 100°C e 127°C, respectivamente, gerando gases
aquecidos para acionar uma turbina. A eficiência dessa máquina é mais
(A) Calcule o rendimento da máquina. bem representada por:
(B) Sabendo que esse rendimento é igual a 9/10 do rendimento térmico
máximo, qual é a temperatura da caldeira? Dê a resposta em graus (A) 68%.
Celsius e adote 1 cal = 4,2 J. (B) 6,8%.
(C) 0,68%.
07 Uma geladeira retira, por segundo, 1.000 kcal do congelador, enviando (D) 21%.
para o ambiente 1.200 kcal. Considere 1 kcal = 4,2 kJ. Qual a potência (E) 2,1%.
do compressor da geladeira?
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
08 Calor pode ser removido da água a 0,0°C e pressão atmosférica sem
que a água congele, se o processo for feito com o mínimo possível de 01 Duas máquinas térmicas – M1 reversível e M2 não reversível – retiram
perturbação sobre a água. Suponha que uma gota-d’água é resfriada energia na forma de calor de uma fonte, à temperatura T1, e entregam
desta maneira até que sua temperatura seja a do ar circundante, que é – uma parte desta energia em forma de calor, à temperatura T2. Se Q1 é a
5,0ºC. A gota subitamente se congela e transfere calor para o ar até ficar quantidade de calor retirada por M1 e Q2 a retirada por M2, e chamando
novamente a – 5,0°C. Qual é a variação de entropia por grama de água de W1 e W2 as energias mecânicas fornecidas, respectivamente, pelas
durante o congelamento e a transferência de calor? máquinas M1 e M2, tem-se necessariamente que:
09 Suponha que a mesma quantidade de calor, por exemplo, 260 J, é (A) W2 /(Q2 – W2) ≤ W1/(Q1 – W1)
transferida por condução de um reservatório a 400 K para outro a: (B) W2 /(Q2 – W2) ≤ (T1 – T2)/T1
(C) W2 > W1
a. 100 K; (D) W1 /(Q1 – W1) = (T1 – T2)/T1
b. 200 K. (E) Q1 > Q2

Calcule a variação de entropia em cada caso. 02


a. Um inventor afirmou ter construído uma máquina térmica cujo
10 Em uma experiência de calores específicos, 200 g de alumínio desempenho atinge 90% daquele de uma máquina de Carnot. Sua
(c = 0,215 cal/g°(C) a 100°C se misturam com 50,0 g de água a 20,0°C. máquina, que trabalha entre as temperaturas de 27°C e 327°C, recebe,
durante certo período, 1,2 . 104 cal e fornece, simultaneamente,
a. Ache a temperatura de equilíbrio. um trabalho útil de 1 . 104 J. A afirmação do inventor é verdadeira?
b. Calcule a variação de entropia do alumínio. Justifique. (Dado: 1 cal = 4,186 J.)
c. Calcule a variação de entropia da água. b. Se o trabalho útil da máquina térmica do item anterior fosse exercido
d. Calcule a variação de entropia do sistema. sobre o êmbolo móvel de uma ampola contendo um gás ideal, à
pressão de 200 Pa, qual seria a variação de volume sofrida pelo gás,
11 A figura a seguir representa um cilindro com caso a transformação fosse isobárica?
êmbolo móvel de massa m = 200 kg e área
S = 100 cm2, que contém inicialmente 2,4 litros de 03 Uma certa massa de gás ideal desenvolve o ciclo indicado na figura:
um gás ideal à temperatura de 27°C. Aquece-se o
sistema até a temperatura estabilizar em 127°C. A
pressão atmosférica é igual a 105 N/m2.

a. Qual o volume final do gás?


b. Qual o trabalho mecânico realizado?

12 Dois mols de um gás perfeito sofrem uma expansão isotérmica


reversível de 0,02 m3 a 0,04 m3 na temperatura de 300 K. Qual a variação
de entropia? (Considere R = 8,3 J/mol.K.) Determine:

13 Considera-se nula a entropia da água quando na fase líquida a 0ºC e (A) o trabalho realizado pelo gás, ao percorrer o ciclo uma vez;
sob pressão atmosférica. (B) a potência desenvolvida, sabendo-se que a duração de cada ciclo é
de 0,5 s;
a. Qual a quantidade de calor que deve ser fornecida para elevar a (C) o ponto em que a energia do sistema é máxima e em que é mínima.
temperatura de 1 kg de água de 0°C a 100°C? (Dados: 1 atm = 105 N/m2; 1 L = 1 dm3 = 10–3 m3.)
b. Qual a entropia de 1 kg de água a 100°C?
c. Mistura-se 1 kg de água a 0°C com 1 kg de água a 100°C. Determine 04 A temperaturas muito baixas, o calor específico molar Cv para muitos
a temperatura de equilíbrio. sólidos é, aproximadamente, proporcional a T3, isto é, Cv = A . T3, em que
d. Calcule a entropia da mistura após o equilíbrio. A depende da substância. Para o alumínio, A= 7,53 . 10–6 cal/mol.K4. Ache
a variação de entropia de 4,00 mols de alumínio, quando sua temperatura
varia de 5,00 a 10,0 K.

214 Vol. 2
Termodinâmica

05 Com a instalação do gasoduto Brasil-Bolívia, a quota de participação do Considerando que a transformação BC é adiabática, calcule:
gás natural na geração de energia elétrica no Brasil será significativamente
ampliada. Ao se queimar 1,0 kg de gás natural obtêm-se 5,0 × 107 J de calor, a. a eficiência da máquina;
parte do qual pode ser convertida em trabalho em uma usina termoelétrica. b. a variação da entropia na transformação BC.
Considere uma usina queimando 7.200 quilogramas de gás natural por
hora, a uma temperatura de 1.227°C. O calor não aproveitado na produção 10 Um pesquisador afirma que é possível desenvolver um processo
de trabalho é cedido para um rio de vazão 5.000 l/s, cujas águas estão termodinâmico isobárico que converte em trabalho até 50% de calor
inicialmente a 27°C. A maior eficiência teórica da conversão de calor em necessário para a expansão de um gás. Admitindo que o gás seja o ar,
trabalho é dada por: n = 1 – (Tmin / Tmáx), sendo Tmin e Tmáx as temperaturas determine se este processo é termodinamicamente admissível. Considere
absolutas das fontes fria e quente, respectivamente, ambas expressas em válida a hipótese de gás ideal. Dado: γAR = 1,4.
Kelvin. Considere o calor específico da água c = 4.000 J/kg.°C.
11 Um gás ideal com γ = 5/3 sofre uma expansão isotérmica em que seu
a. Determine a potência gerada por uma usina cuja eficiência é metade volume aumenta em 50%, seguida de uma contração isobárica até o volume
da máxima teórica. inicial e de aquecimento, a volume constante, até a temperatura inicial.
b. Determine o aumento de temperatura da água do rio ao passar pela usina.
a. Calcule o rendimento desse ciclo.
06 Um recipiente cilíndrico vertical é fechado por meio de um pistão, com b. Compare o resultado com o rendimento de um ciclo de Carnot que
8,00 kg de massa e 60,0 cm2 de área, que se move sem atrito. Um gás opere entre as mesmas temperaturas extremas.
ideal, contido no cilindro, é aquecido de 30°C a 100°C, fazendo o pistão subir 12 No Ciclo de Otto do motor a gasolina, AB e CD são duas adiabáticas.
20,0 cm. Nesta posição, o pistão é fixado, enquanto o gás é resfriado até AB representa a compressão rápida (adiabática) da mistura de ar com vapor
sua temperatura inicial. Considere que o pistão e o cilindro encontram-se de gasolina, de um volume inicial Vo para Vo/r (r é a taxa de compressão);
expostos à pressão atmosférica. Sendo Q1 o calor adicionado ao gás durante BC representa o aquecimento a volume constante devido à ignição; CD é a
o processo de aquecimento e Q2 o calor retirado durante o resfriamento, expansão adiabática dos gases aquecidos, movendo o pistão; DA simboliza
assinale a opção correta que indica a diferença Q1 – Q2: a queda de pressão associada à exaustão dos gases da combustão a volume
constante. A mistura é tratada como um gás ideal de coeficiente adiabático γ.
(A) 136 J. (D) 16 J.
γ −1
(B) 120 J. (E) 0 J. TD − TA  1
(C) 100 J. a. Mostre que o rendimento do ciclo é dado por η= 1 − = 1−  
 r
.
TC − TB
07 Mostre que a eficiência e de uma máquina de Carnot e o coeficiente b. Calcule η para γ = 1,4 e r = 10 (compressão máxima para evitar a
de rendimento K de um refrigerador de Carnot estão relacionados por pré-ignição).
K = (1 – e)/e.
13 Uma chaleira contém 1 litro de água em ebulição. Despeja-se toda a
08 Fornece-se calor a 0,5 kg de gelo a 0°C até que toda a massa derreta. água em uma piscina, que está à temperatura de 20°C.

a. Qual a variação na entropia da água? a. De quanto variou a entropia da água da chaleira?


b. Sendo a fonte de calor um corpo de massa muito grande a temperatura b. De quanto variou a entropia do universo?
de 20°C, qual a variação na entropia deste corpo?
c. Qual a variação total na entropia do sistema água-fonte de calor? 14 Qual é a variação de entropia que ocorre quando dois mols de hélio e
(Considere Lfusão= 80 cal/g; 1 cal = 4,2 J.) três mols de oxigênio, ambos nas CNTP e em volumes adjacentes, podem
se misturar através da remoção da separação entre ambos?
09 Uma máquina térmica opera com um mol de um gás monoatômico
ideal. O gás realiza o ciclo ABCA, representado no plano PV, conforme 15 Mostre que, em um ciclo de Carnot, o produto do maior e do menor
mostra a figura. volume é igual ao produto dos volumes intermediários.

16 Uma máquina de Carnot opera entre as temperaturas T1 (quente) e T2


(fria). Ela faz funcionar um refrigerador de Carnot que opera entre duas
outras temperaturas, T3 (fria) e T4 (quente). Ache a razão Q3/Q1 em função
das quatro temperaturas dadas.

IME-ITA 215
Óptica geométrica I A ssunto
6
Física II

1. Conceitos gerais Obs.: Esses três princípios podem ser resumidos em um único princípio
geral, elaborado por Fermat: “A trajetória que um raio de luz faz entre dois
• Fonte de luz: é um corpo emissor ou refletor de luz. As chamadas pontos é tal que o tempo gasto para realizá-lo é mínimo (situação mais
fontes primárias geram luz, e as “fontes secundárias” refletem a luz comum), máximo ou estacionário”.
por elas recebida. Matematicamente:
• Uma fonte de luz será denominada pontual quando suas dimensões
forem desprezíveis em relação às suas distâncias aos corpos por ela dl
=0
iluminados. Caso contrário, a fonte será denominada extensa. dx
• Chama-se de meio o ambiente por onde a luz se propaga.
em que l é o comprimento total do raio e x é a distância que determina
• Meios transparentes são aqueles que permitem que a luz os atravesse
o percurso.
descrevendo trajetórias regulares (por exemplo, vidro liso).
• Meios translúcidos são aqueles que permitem que a luz os atravesse
descrevendo trajetórias irregulares (por exemplo, papel vegetal). 3. Sombra, penumbra e eclipses
• Meios opacos são aqueles que não permitem que a luz os atravesse
(por exemplo, madeira).
• Raio luminoso: indica a direção e o sentido de propagação da luz ao
partirem de uma fonte qualquer.

F Sombra Sombra
projetada
Fonte de luz Objeto

Penumbra
Penumbra
• Pincel luminoso: é um conjunto de raios luminosos. projetada

Sombra Sombra
projetada

Penumbra

2. Princípios da Óptica Geométrica


A Óptica Geométrica baseia-se em princípios fundamentais. São eles:
• Princípio da propagação retilínea: nos meios homogêneos e
transparentes, a luz se propaga em linha reta entre dois pontos.
• Princípio da independência dos raios luminosos: em um cruzamento de
raios de luz, cada um deles continua sua propagação independentemente
do cruzamento com o(s) outro(s).
• Princípio da reversibilidade: a trajetória de um raio de luz não se modifica
quando se inverte o sentido de sua propagação entre dois pontos.

O eclipse do Sol ocorre na fase da Lua Nova, e o eclipse da Lua ocorre


na fase da Lua Cheia.

216 Vol. 2
Óptica geométrica I

A – Região de Totalidade Eclipe


Anular Anular
Total

P
A SOL
Q

TERRA LUA Região de Parcialidade


P Q

T – Região de Totalidade
Eclipse Solar Total

P
A SOL
Q Na sequência fotográfica acima, o professor Ricardo Tolentino utilizou-
se de um telescópio refrator.
TERRA LUA Região de Parcialidade
P Q EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Desejando medir a altura H de um prédio, um estudante fixou


verticalmente no solo uma estaca de 2,0 m de comprimento. Em certa
hora do dia, ele percebeu que o prédio projetava no solo uma sombra
© Gil Nartea/AFP/Getty

de 60 m de comprimento, enquanto a estaca projetava uma sombra


de 3,0 m de comprimento. Considerando os raios solares paralelos,
que valor o estudante encontrou para H?

Solução:
Deve-se primeiramente fazer a figura representando a situação:

2m
60 m 3m

Note os dois triângulos semelhantes hachurados e faça a proporção


entre os lados homólogos:
Eclipse solar nas Filipinas
H 2
= → H = 40 m.
60 3

(lados homólogos são os lados opostos aos mesmos ângulos)

4. Câmara escura de orifício


Basicamente, a chamada “câmara escura de orifício” é uma caixa de
paredes opacas. Uma delas possui um orifício O. Pela propagação retilínea
da luz, uma imagem invertida será formada no anteparo da câmara:

Fotografia de eclipse solar tirada na China em janeiro de 2010


Disponível em: <ultimosegundo.ig.com.br>.

IME-ITA 217
Física II – Assunto 6

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Um objeto está disposto verticalmente em frente a uma câmara


de orifício. Aproximando 2 cm este objeto da câmara, observa-se um
aumento de 10% no tamanho da imagem. Determine a distância inicial
do objeto a câmara.

Solução:
É fundamental que se façam duas figuras representando a formação
da imagem no fundo da câmara, antes e depois do afastamento.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
X

01 Tem-se um papel cartão pintado com duas cores, conforme a
O figura abaixo.
i

2 cm x–2

O Ao iluminar este papel com diferentes fontes de luz obtemos resultados


1,1i bem diferentes. Diga quais resultados correspondem a quais fontes.

Fontes Resultado

Muito cuidado para não confundir os triângulos semelhantes!! Monocromática vermelha


Das semelhanças obtemos:
Policromática azul + verde +
 x o  ol laranja + branco
 l = i  x=
→ i

x − 2 o ol
 = 11, ( x − 2) = Monocromática laranja
 l 11
, i  i
2, 2
11 , ( x − 2) = x → x = = 22 cm
0,1 Bricomática verde + laranja

Solução
5. Reflexão e refração seletivas
A luz solar (luz branca) é policromática, ou seja, composta de várias
MONOCROMÁTICA LARANJA
cores – dentre elas, as principais: vermelho, alaranjado, amarelo, verde,
azul, anil, violeta.
Atente-se aos seguintes fatos: BICROMÁTICA VERDE + AMARELA

• Se vemos um corpo preto, ele está absorvendo todas as cores da luz


solar. POLICROMÁTICA AZUL+VERDE+LARANJA+BRANCO
• Se vemos um corpo branco, ele está refletindo todas as cores da luz
solar.
• Se vemos um corpo de alguma cor monocromática, por exemplo, MONOCROMÁTICA VERMELHA
verde, que está sendo iluminado por luz policromática, significa que
ele está “selecionando” apenas a cor verde para refletir da luz solar.
• Um corpo que, se iluminado por luz policromática, nos parece
monocromático, por exemplo, vermelho, se apresentará escuro quando 6. Tipos de pontos
iluminado por luz monocromática de cor diferente da que nos apresenta (A) Relativamente a determinado sistema óptico, chama-se ponto objeto
(por exemplo, se esse objeto vermelho for iluminado com luz verde). o vértice do pincel de raios incidentes. Ele será:
• Um corpo branco pode refletir todas as cores monocromáticas. • “real”, se for vértice de pincel incidente divergente;
• “Filtros” podem deixar passar apenas determinadas luzes • “virtual”, se for vértice de pincel incidente convergente;
monocromáticas: • “impróprio”, se o pincel for composto por raios paralelos, estando o
objeto no infinito.

218 Vol. 2
Óptica geométrica I

Exemplos: EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Classifique os pontos abaixo em cada sistema.

P1
• • P3
P2 •

(B) Relativamente a determinado sistema óptico, chama-se “ponto Ponto/sistema S1 S2


imagem” o vértice do pincel de raios emergentes. Ele será: P1 POR –
• “real”, se for vértice de pincel emergente convergente; P2 PIR POR
• “virtual”, se for vértice de pincel emergente divergente; P3 – PIV
• “impróprio”, se o pincel for composto por raios paralelos, estando a
imagem no infinito.

Exemplos:

Ponto/sistema S1 S2
P1 POR –
P2 – PIV
∞ PII POI
Vejamos em uma situação real de sistema ótico:

Notas
I. As imagens reais podem ser projetadas em anteparos, como telões
ou paredes.
II. As imagens virtuais não podem ser projetadas em anteparos.

(C) Classificação de pontos em sistemas ópticos associados. Um mesmo


ponto pode receber diferentes classificações relativas a sistemas
ópticos distintos. Portanto, quando tivermos de classificar pontos
pertencentes a uma associação de vários sistemas ópticos, faz-se Ponto/sistema lente espelho
útil o seguinte procedimento sistemático:
P1 PIR POV
1 – Escolha um dos sistemas ópticos. Você deverá analisar apenas os P2 – PIR
pontos que são vértices de raios que incidem/emergem diretamente Sol POI –
nesses/desses sistemas.
2 – Escolha um dos pontos selecionados no item 1. Se os raios que
passam por ele incidem no sistema óptico considerado, ele será
ponto objeto, e será real se o pincel diverge do ponto, virtual se o 7. Espelhos planos
pincel converge no ponto ou impróprio se o pincel for composto de
raios paralelos. Porém, se os raios que passam por ele emergem do 7.1 Introdução
sistema óptico considerado, ele será ponto imagem, e será real se
Um espelho plano é qualquer superfície lisa, plana e com alto poder
o pincel converge no ponto, virtual se o pincel diverge do ponto ou
de reflexão. A reflexão, de modo geral, obedece a duas leis gerais para
impróprio se o pincel for composto de raios luminosos (leia de novo).
qualquer caso, inclusive espelhos planos:
3 – Repita o item 2 para todos os pontos referentes ao sistema escolhido.
4 – Repita os itens anteriores para todos os sistema ópticos da associação. 1a: O raio incidente e o raio refletido, relativos ao espelho, pertencem a
um mesmo plano.
2a: O ângulo de incidência e o ângulo de reflexão, medidos em relação à
reta normal relativa ao ponto de incidência, são congruentes.

IME-ITA 219
Física II – Assunto 6

Desta figura redesenharemos apenas os triângulos semelhantes


formados e faremos a proporção entre os lados homólogos:

θ1 = θ1’

Cada ponto de um objeto, se refletido pelo espelho plano, conjugará


uma imagem equidistante ao espelho na zona de imagens (propriedade
da reflexão simétrica). Veja:

7.2 Imagem de objeto pontual: 2 6


= → 24 − 6 x = 2 x → x = 3 m.
4− x x

7.3 Imagem de objeto extenso:

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 No esquema, o observador deseja visualizar a imagem da árvore


através do espelho plano AB deitado sobre o solo:
Chama-se de “campo visual” toda a região que um observador pode
ver através de um espelho. O campo visual pode ser facilmente identificado
para um observador, usando-se a propriedade da reflexão simétrica. Tudo
ocorre como se esse campo visual fosse o mesmo de um observador
virtual (que não é nada mais do que a imagem do observador) atrás do
espelho, e esse espelho fosse uma janela:

Qual deve ser o menor comprimento x do espelho para que o


observador veja a imagem completa da árvore, isto é, do topo até o pé?
Solução
Devemos fazer a imagem da árvore para saber até onde o espelho
precisa estar para que o observador possa ver o seu topo.

o espelho precisa vir


até aqui 7.4 Translações
Quando o objeto e/ou o espelho sofrem mudanças de posição (sejam
estas discretas ou contínuas), estamos diante de um caso de translação.
A B Nesses casos, podemos estudar a posição, a velocidade e/ou a aceleração
4,0 m
x dos objetos, imagens e espelhos usando como base a propriedade de
reflexão simétrica dos espelhos planos.
7.4.1 Translação do objeto
Imagine, por exemplo, que um observador o caminha com velocidade
constante v em direção a um espelho plano fixo E1, em relação a esse
espelho. A cada instante, a distância de sua imagem ao espelho é

220 Vol. 2
Óptica geométrica I

congruente à distância entre si próprio ao espelho; logo, podemos afirmar 7.4.3 Translação simultânea do objeto e do espelho
que se ele se desloca L unidades de comprimento em relação ao espelho, Usando o princípio da reflexão simétrica, é possível deduzir expressões
sua imagem também se desloca L unidades de comprimento em relação que relacionam variações de espaço, velocidade e aceleração do objeto
ao espelho com sentido oposto, e a velocidade da imagem, também em (índice o), espelho (índice e) e imagem (índice i) quando existe translação
relação ao espelho, é – v (o sinal negativo indica que o sentido dessa simultânea de objeto e espelho. Na realidade, tais expressões seriam um
velocidade é contrária à do observador, embora o módulo seja comum aos caso geral das possibilidades de translação quando se trabalha com espelhos
dois). Também a aceleração da imagem possui o mesmo módulo (e sentido planos, sendo os casos I e II acima apenas casos particulares (dependendo
contrário) que a aceleração do objeto – ambos em relação ao espelho fixo. do que esteja fixo). Observe a figura abaixo e as relações geométricas:
Observe ainda que, se tomarmos o objeto como referência, a velocidade
da imagem é – 2v; e se tomarmos a imagem como referência, a velocidade
do objeto é 2v. Da mesma forma, pode-se encontrar expressões para esses
mesmos referenciais ao estudarmos deslocamentos ou acelerações.

7.4.2 Translação do espelho


Se um espelho varia sua posição em relação a um objeto, de quanto
deverá se deslocar a imagem desse objeto em relação à sua posição original?
Essa pergunta é muito simples de ser respondida. Precisamos apenas
ter em mente que, antes e depois do deslocamento do espelho, a imagem
deve ser simétrica ao objeto, em relação ao espelho. Veja a figura abaixo
e observe as relações feitas:
d + L – y = D (equação 1) x + d – L = D (equação 2)
Substituindo a equação 1 na equação 2:
x + d – L = d + L – y → x = 2L – y
Portanto:
        
v i 2v e − v o ; =
∆ S i = 2∆ S e − ∆ S o; = a i 2 ae − ao

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Um móvel encontra-se na origem de um sistema de coordenadas


unidimensional e move-se de forma progressiva e retardada com
velocidade inicial 4 m/s e aceleração 2 m/s2. Inicialmente, a frente
deste móvel, na coordenada x = 50 m, encontra-se um espelho
plano disposto sobre uma base móvel em movimento uniforme e
progressivo, com sua superfície refletora voltada para o móvel.
Determine a velocidade do espelho para que a imagem do móvel
passe pela coordenada x = 205 m no instante t = 5 s.

Solução:
Função velocidade do móvel (objeto): vo = 4 – 2t
x = 2D – 2d = 2(D – d) = 2L → x = 2L Função velocidade do espelho: ve = ve
Função velocidade da imagem: vi = 2ve – (4 – 2t) = (2ve – 4) + 2t
Portanto, uma translação de L unidades de comprimento em um
espelho, em relação ao objeto, mantendo este fixo, provoca uma translação 2ve = Velocidade inicial da imagem
de 2L unidades de comprimento na imagem. 2t = Aceleração da imagem
Se tomarmos uma variação de espaço na unidade de tempo, podemos
Assim, a função das posições da imagem será:
da mesma forma dizer que se o espelho se move com uma velocidade
Xi(t) = 100 + (2ve – 4)t + t2
constante v, em relação ao objeto fixo, a imagem se moverá com uma
Substituindo Xi(5) = 205:
velocidade 2v, na mesma direção e sentido. O mesmo podemos afirmar
205 = 100 + (2ve – 4)(5) + (5)2 → ve = 10 m/s
para variações na velocidade: se o espelho possui uma aceleração a, a
imagem possuirá aceleração 2a.

IME-ITA 221
Física II – Assunto 6

7.5 Rotação Observações acerca da fórmula anterior:


Se um raio luminoso incide sobre um espelho plano, e rotacionamos
um dos extremos desse espelho (mantendo o outro extremo fixo) de certo • Todos os objetos e imagens estão sobre uma mesma circunferência
ângulo, o raio refletido sofrerá uma rotação, no mesmo sentido, de um centrada em O.
ângulo duas vezes maior. Observe: • Se a razão 360º/α for par, a fórmula é válida para qualquer posição
de P entre E1 e E2.
• Se a razão 360º/α for ímpar, a fórmula só é válida quando P estiver
posicionado sobre o plano bissetor de α.

8. Espelhos esféricos
8.1 Conceitos gerais
Um espelho esférico é uma superfície polida e refletora com forma de
calota esférica, podendo ser côncava (se a parte refletora for o interior da
esfera geratriz) ou convexa (se a parte refletora for o exterior da esfera geratriz).

Por semelhança de triângulos e usando as leis da reflexão, anotamos


os ângulos acima. As relações abaixo são então deduzidas:
2θ2 = 2θ1 + σ → σ = 2(θ2 – θ1)
θ 1 + α = θ 2 → θ2 – θ1 = α
→ σ = 2α
Costuma-se representar um espelho esférico da seguinte forma:
7.6 Imagens múltiplas
Quando associam-se dois espelhos de modo que um dos vértices de
cada espelho estejam unidos, e as faces espelhadas uma defronte à outra,
haverá a formação de imagens (ou partes de imagens) múltiplas devido a
sucessivas reflexões simultâneas. Haverá formação de imagem simétrica
ao objeto (ou a outra imagem) enquanto esse objeto ou a imagem a ser
refletida está defronte a uma face espelhada, seja ela real ou virtual. Quando
isso não for possível, diz-se que o ponto encontra-se sob a “zona morta”:
Em que:

• C: centro de curvatura (centro da esfera geratriz do espelho)


• V: “vértice” do espelho
• CV: eixo principal
• R: raio de curvatura (raio da esfera geratriz)

Para que as imagens formadas pelas reflexões em espelhos esféricos


sejam nítidas e bem definidas, os raios luminosos que atingem a superfície
refletora devem ser pouco inclinados em relação ao eixo principal.
Consideraremos isto a partir deste ponto. Qualquer espelho que esteja
refletindo raios nessa condição diz-se obedecer a “condição de nitidez
É possível calcularmos o número de imagens que serão formadas a partir de Gauss”.
do processo de associação de espelhos usando conceitos geométricos.
Em um caso específico, dado que tenhamos um objeto P entre dois 8.2 Focos
espelhos E1 e E2 associados com um ângulo α (dado em graus) a partir Um foco é qualquer ponto cujo conjugado seja impróprio. O foco
de um centro comum O, haverá a formação de n imagens, de modo que: principal de um espelho esférico é o ponto para onde convergem (no
caso de espelhos côncavos) ou de onde divergem (no caso de espelhos
convexos) raios luminosos cuja incidência é paralela ao eixo principal:

360°
=n − 1 (somente para α divisor de 360°)
α

222 Vol. 2
Óptica geométrica I

O foco dos espelhos côncavos é real, enquanto o foco dos espelhos II. Vértice (V): o raio incidente que passa pelo vértice é refletido
convexos é virtual. simetricamente em relação ao eixo principal.
Existem ainda focos secundários, tanto para espelhos côncavos
quanto para convexos. Os focos secundários são os pontos para onde
convergem raios paralelos entre si mas que façam no espelho incidência
oblíqua em relação ao eixo principal. Todos os infinitos focos secundários
possíveis encontram-se em uma mesma região denominada plano focal,
que é o plano que contém o foco principal e é paralelo ao espelho. Nas
figuras abaixo, temos exemplo de um foco secundário φ para cada tipo de
espelho esférico. O eixo que contém C e φ é chamado de eixo secundário.

III. Foco principal (F): o raio incidente (ou seu prolongamento) que passa
por F é refletido paralelamente ao eixo principal, e, reciprocamente,
raios paralelos ao eixo principal são refletidos passando por F. Isso
vem da própria definição de foco (já vista).
IV. Foco secundário (φ): o raio incidente (ou seu prolongamento) que
passa por φ é refletido paralelamente ao eixo secundário. Isso vem
da própria definição de foco secundário (já vista).

8.4 Construção de imagens de objetos


Utilizando os raios notáveis, podemos saber onde haverá a formação
O foco principal F de um espelho esférico é muito importante no da imagem relativa a um objeto qualquer disposto perante um espelho
estudo da formação de imagens nestes. Podemos facilmente encontrar esférico. Podemos usar todos os raios notáveis distintos que quisermos
sua posição no eixo principal. Faremos isso para o espelho côncavo, nessas construções, mas basta dois deles (usados corretamente) para
mas a demonstração e o resultado final também são compatíveis com que se defina a posição da imagem. Mostraremos as possibilidades de
espelhos convexos: construção de imagens para os dois tipo de espelhos esféricos.

8.5 Espelho côncavo


Existem 5 possibilidades de posicionamento do objeto relativamente
ao espelho:
(A) Objeto à esquerda do centro de curvatura: a imagem é real, em relação
ao objeto, menor e invertida.

CÎP = FÎC = α (2a Lei da Reflexão; lembre-se que o espelho é esférico;


logo, CI = raio = reta normal)
^
IF V = 2α (ângulo alterno interno)
^
→ IC F = α (teorema do ângulo externo)
→ CF = FI, mas FI ~ FV (pelo referencial de Gauss)
→ CF ~ FV

f = R/2 (B) Objeto sobre o centro de curvatura: a imagem é real, em relação ao


objeto, do mesmo tamanho e invertida.

8.3 Raios notáveis


I. Centro de curvatura (C): o raio incidente (ou seu prolongamento) que
contém C é refletido sobre sua própria reta suporte.

IME-ITA 223
Física II – Assunto 6

(C) Objeto entre os pontos C e F do eixo principal: a imagem é real, em 9. Estudo Analítico
relação ao objeto, e invertida.
9.1 O referencial gaussiano
Faremos agora um estudo analítico do espelho esférico, adotando
um sistema cartesiano regido pelo referencial gaussiano. Tal referencial
é de suma importância na aplicação das equações que regerão o estudo
analítico dos espelhos esféricos, e, portanto, deve se tornar muito familiar
ao leitor. Ele apresenta as seguintes características:
• É um sistema cartesiano de coordenadas retangulares;
• A origem do par das retas cartesianas orientadas é o vértice (V) do espelho;
• A orientação positiva do eixo das abscissas (Ox) é oposta à do sentido
da luz incidente;
• Os elementos reais possuem abscissa positiva;
• Os elementos virtuais possuem abscissa negativa;
• O sinal da abscissa do foco (F) para espelhos côncavos é positivo (f > 0);
• O sinal da abscissa do foco (F) para espelhos convexos é negativo (f < 0).
(D) Objeto sobre o foco principal: a imagem é imprópria.
Além disso, usaremos as seguintes notações:
• p: abscissa do objeto
• p’: abscissa da imagem
• f: abscissa focal
• y: ordenada do objeto
• y’: ordenada da imagem
• |f|: distância focal

Observe abaixo um exemplo do uso do referencial gaussiano:

(E) Objeto entre os pontos F e V do eixo principal: a imagem é virtual,


em relação ao objeto, maior e direita. Perceba que é o único caso em
que a imagem refletida por um espelho esférico côncavo é virtual.

9.2 A função dos pontos conjugados


(equação de Gauss)
Usando-se o referencial apontado e as leis da reflexão aplicadas para
espelhos esféricos, com raios luminosos de pouca inclinação em relação
8.6 Espelho convexo ao eixo principal, deduz-se facilmente a famosa relação entre f, p e p’:
Existe apenas uma possibilidade de posicionamento do objeto
relativamente ao espelho. A imagem sempre é virtual, em relação ao
1 1 1
objeto, direita e menor; além disso, situa-se em algum lugar entre o foco = +
e o vértice do espelho. f p p’

9.3 Aumento linear transversal


O aumento linear transversal (A) é a razão entre uma medida da imagem
e a medida equivalente do objeto:

y ’ − p’
=
A =
y p

O sinal negativo que precede p’ é meramente uma correção que visa


a compensar o fato de que a imagem pode ou não estar invertida em
relação ao objeto.

224 Vol. 2
Óptica geométrica I

Observe que: EXERCÍCIOS NÍVEL 1

• Se A > 0: y e y’ têm o mesmo sinal (logo, a imagem é direita); p e p’


01 No dia 3 de novembro de 1994, ocorreu o último eclipse total do Sol
têm sinais opostos (e logo a imagem tem natureza oposta à do objeto).
deste milênio. No Brasil, o fenômeno foi mais bem observado na região
• Se A < 0: y e y’ têm sinais opostos (logo, a imagem é invertida); p
Sul. A figura mostra a Terra, a Lua e o Sol alinhados em um dado instante
e p’ têm o mesmo sinal (logo, a imagem tem a mesma natureza do
durante o eclipse; neste instante, para um observador no ponto P, o disco
objeto).
da Lua encobre exatamente o disco do Sol.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Um objeto está diante da parte espelhada de um espelho esférico


de diâmetro 40 cm. Verifica-se que sua imagem, virtual, está a 15 cm
do objeto e está reduzida em 50%. Determine a posição do objeto e o
tipo de espelho.

Solução:
Como a imagem é virtual e menor, concluímos que o espelho é
convexo. Neste caso, pelo referencial de Gauss: Sabendo que a razão entre o raio do Sol (RS) e o raio da Lua (RL) vale
Diâmetro = – 40 cm ⇒ Raio = – 20 cm ⇒ foco = – 10 cm RS / RL = 4,00 x 10² e que a distância do ponto P e ao centro da Lua vale
3,75 x 105 km, calcule a distância entre P e o centro do Sol. Considere
Além disso, também sabemos que a imagem será direita, assim, propagação retilínea para a luz.
1
i= + o.
2 02 No mundo artístico, as antigas “câmaras escuras” voltaram à moda.
Usando a equação de ampliação: Uma câmara escura é uma caixa fechada de paredes opacas que possui
i p′ 1 p′ p um orifício em uma de suas faces. Na face oposta à do orifício, fica preso
=− → =− → p′ = − um filme fotográfico, onde se formam as imagens dos objetos localizados
o p 2 p 2
no exterior da caixa, como mostra a figura. Suponha que um objeto de
3 m de altura esteja a uma distância de 5 m do orifício e que a distância
Quando é fornecida a distância entre o objeto e a imagem, entre as faces seja de 6 cm. Calcule a altura h da imagem.
todos os problemas podem ser resolvidos por equação modular:
p − p' = 15

Substituindo, temos:
 p p
p −  −  = 15 → p + = 15 → p = ± 10 cm
 2 2

Neste exercício, como na maioria, o objeto é real (está em frente a


parte espelhada) e por isso é positivo. 03 Em um jogo de bilhar, um dos jogadores encontra-se em uma situação
p = 10 cm de sinuca e deseja marcar o ponto C sobre a tabela da mesa de forma que
a bola 1 descreva a trajetória mostrada na figura a seguir.
02 Um espelho côncavo pode concentrar os raios solares a 20 cm
de seu vértice. Um objeto luminoso de 8 cm de altura está 15 cm a
frente do espelho. O espelho pode produzir uma imagem nítida do
objeto luminoso.

Determine:

a. a posição da imagem;
b. a altura da imagem;
c. a classificação da imagem;
d. a ampliação deste sistema óptico.
a. Determine a razão x/y. Justifique a sua resposta.
Solução: b. Determine a que distância do ponto A se encontra o ponto C.
1 1 1 1 1 1
a. = + → = + → p′ = − 60 cm
f p p' 20 15 p' 04 Admita que o sol subitamente “morresse”, ou seja, sua luz deixasse
i p′ i − 60 de ser emitida. 24 horas após este ocorrido, um eventual sobrevivente,
b. =− → =− → i = 32 cm olhando para o céu, sem nuvens, veria:
o p 8 15
c. p' < 0 → virtual; i > 0 → direita ; i > o → maior (A) a Lua e estrelas. (D) uma completa escuridão.
(B) somente a Lua. (E) somente os planetas do sistema solar.
(C) somente estrelas.

IME-ITA 225
Física II – Assunto 6

05 Para determinar a que altura H uma fonte de luz pontual está do chão, 08 Na figura a seguir tem-se o perfil de um espelho plano E, desenhado
plano e horizontal, foi realizada a seguinte experiência. Colocou-se um lápis sobre um eixo OY. Para que um raio luminoso emitido por uma fonte pontual
de 0,10 m, perpendicularmente sobre o chão, em duas posições distintas: em A atinja o ponto P, após refletir nesse espelho, ele deve incidir em um
primeiro em P e depois em Q. A posição P está, exatamente, na vertical que ponto do espelho cuja ordenada Y vale:
passa pela fonte e, nesta posição, não há formação de sombra do lápis,
conforme ilustra esquematicamente a figura. Na posição Q, a sombra do
lápis tem comprimento 49 (quarenta e nove) vezes menor que a distância
entre P e Q. A altura H é, aproximadamente, igual a:
(A) 1.
(B) 1,5.
(C) 2.
(D) 2,5.
(E) 3.

09 Uma garota, para observar seu penteado, coloca-se em frente a um


espelho plano de parede, situado a 40 cm de uma flor presa na parte de
trás dos seus cabelos. Buscando uma visão melhor do arranjo da flor no
cabelo, ela segura, com uma das mãos, um pequeno espelho plano atrás
da cabeça, a 15 cm da flor. A menor distância entre a flor e sua imagem,
vista pela garota no espelho de parede, está próxima de:
(A) 0,49 m.
(B) 1,0 m.
(C) 1,5 m.
(D) 3,0 m.
(E) 5,0 m.
(A) 55 cm.
06 Um lápis encontra-se na frente de um pequeno espelho plano E, como (B) 70 cm.
mostra a figura. O lápis e a imagem estão corretamente representados na (C) 95 cm.
alternativa: (D) 110 cm.

10 Oscar está na frente de um espelho plano, observando um lápis, como


representado na figura. Com base nessas informações, é correto afirmar
que Oscar verá a imagem desse lápis na posição indicada pela letra:

(A) (D)

(B) (E)

(C)
(A) K.
(B) L.
(C) M.
(D) N.
07 Durante a final da Copa do Mundo, um cinegrafista, desejando alguns
efeitos especiais, gravou cena em um estúdio completamente escuro, onde
existia uma bandeira da “Azurra” (azul e branca) que foi iluminada por um 11 Um objeto colocado muito além de C, centro de curvatura de um
feixe de luz amarela monocromática. Quando a cena foi exibida ao público, espelho esférico côncavo, é aproximado vagarosamente dele. Estando o
a bandeira apareceu: objeto colocado perpendicularmente ao eixo principal, a imagem do objeto
conjugada por este espelho, antes de o objeto atingir o foco, é:
(A) verde e branca.
(B) verde e amarela. (A) real, invertida e se aproxima do espelho.
(C) preta e branca. (B) virtual, direita e se afasta do espelho.
(D) preta e amarela. (C) real, invertida e se afasta do espelho.
(E) azul e branca. (D) virtual, invertida e se afasta do espelho.
(E) real, invertida, fixa em um ponto qualquer.

226 Vol. 2
Óptica geométrica I

12 A vigilância de uma loja utiliza um espelho convexo de modo a poder Qual das figuras a seguir representaria o funcionamento perfeito do espelho
ter um ampla visão do seu interior. A imagem do interior dessa loja, vista do telescópio?
através desse espelho, será:
(A) (D)
(A) real e situada entre o foco e o centro da curvatura do espelho.
(B) real e situada entre o foco e o espelho.
(C) real e situada entre o centro e o espelho.
(D) virtual e situada entre o foco e o espelho.
(E) virtual e situada entre o foco e o centro de curvatura do espelho.

13 O espelho retrovisor de uma motocicleta é convexo porque:


(B) (E)
(A) reduz o tamanho das imagens e aumenta o campo visual.
(B) aumenta o tamanho das imagens e aumenta o campo visual.
(C) reduz o tamanho das imagens e diminui o campo visual.
(D) aumenta o tamanho das imagens e diminui o campo visual.
(E) mantém o tamanho das imagens e aumenta o campo visual.

14 Um objeto real, representado pela seta, é colocado em frente a um


espelho podendo ser plano ou esférico, conforme as figuras. A imagem
fornecida pelo espelho será virtual:
(C)

18 Em frente a um espelho esférico côncavo, de centro de curvatura C e


foco principal F, são colocados dois objetos, A e B, conforme a ilustração
a seguir. A distância entre as respectivas imagens conjugadas de A e B é:

(A) apenas no caso I. (D) nos casos I, IV e V.


(B) apenas no caso II. (E) nos casos I, II e III.
(C) apenas nos casos I e II.

15 Um estudante colocou uma caneta a uma distância relativamente grande


de uma colher bem polida e observou o tipo de imagem que aparecia na parte
interna da colher. A imagem que ele viu, comparada com a caneta, era:

(A) maior, direta e virtual.


(B) maior, invertida e real.
(C) menor, invertida e virtual.
(D) menor, direta e real.
(E) menor, invertida e real. (A) 10 cm.
(B) 20 cm.
16 A imagem de um objeto real, formada por um espelho convexo, é sempre: (C) 30 cm.
(D) 40 cm.
(A) real, invertida e maior do que o objeto. (E) 50 cm.
(B) real, direita e menor do que o objeto.
(C) real, direita e maior do que o objeto. 19 Um espelho esférico côncavo é utilizado para projetar, sobre
(D) virtual, invertida e maior do que o objeto. uma tela, a imagem do Sol. A distância focal do espelho é de
(E) virtual, direita e menor do que o objeto. 2,0 metros. Qual é, aproximadamente, a distância entre a imagem
do Sol e o espelho?
17 Isaac Newton foi o criador do telescópio refletor. O mais caro desses
instrumentos até hoje fabricado pelo homem, o telescópio espacial Hubble 20 Define-se um ano-luz como sendo a distância percorrida por um sinal
(1,6 bilhão de dólares), colocado em órbita terrestre em 1990, apresentou luminoso no vácuo, durante um ano terrestre. Sabendo que, no vácuo, a luz
em seu espelho côncavo, dentre outros, um defeito de fabricação que viaja com velocidade de 3,0 . 105 km/s, calcule, em metros, o comprimento
impede a obtenção de imagens bem definidas das estrelas distantes. equivalente a um ano-luz.

O Estado de São Paulo, 01/08/91, p. 14.

IME-ITA 227
Física II – Assunto 6

21 No esquema a seguir, E é um espelho esférico côncavo de centro de 03 A figura a seguir mostra uma vista superior de dois espelhos planos
curvatura C, foco principal F e vértice V. AB é um objeto luminoso postado E1 e E2 que formam entre si um ângulo β. Sobre o espelho E1 incide um
diante da superfície refletora. Levando em conta as condições de Gauss, raio de luz horizontal e que forma com este espelho um ângulo θ. Após
construa graficamente a imagem de AB, considerando as posições (1), reflexão nos dois espelhos, o raio emerge formando um ângulo α com a
(2), (3), (4) e (5). Em cada caso, dê a classificação da imagem obtida. normal ao espelho E2. O ângulo α vale:

(A) β + θ.
(B) β + θ − 90°.
(C) β + θ + 90°.
(D) β – θ.

04 O esquema seguinte representa o instante inicial (t0 = 0) do movimento


retilíneo e uniforme de um garoto diante da superfície refletora de um
espelho plano fixo verticalmente no solo:

EXERCÍCIOS NÍVEL 2

01 A figura apresenta uma montagem utilizada por um professor de Física


em uma aula experimental, sendo E1 um espelho côncavo de distância focal
15 cm. E2 é um espelho plano, disposto paralelamente ao eixo principal do O garoto aproxima-se do espelho caminhando ao longo do eixo Ox com
velocidade escalar de módulo 2,0 m/s. Em relação ao eixo Ox, podemos
espelho E1. F é uma fonte luminosa, situada a 5 cm do ponto A, de paredes
afirmar que as funções horárias x = f(t) do movimento do garoto e da sua
opacas, dotada de uma abertura, de forma que a luz incide inicialmente
imagem conjugada pelo espelho são, respectivamente, em unidades do SI:
em E1. Na figura, AO = AB = BC = CD =15 cm. A respeito da imagem
final conjugada pelos dois espelhos, pode-se afirmar: (A) x = 2,0t e x = – 2,0t.
(B) x = 10 + 2,0t e x = – 10 – 2,0t.
(C) x = – 10 + 2,0t e x = 10 – 2,0t.
(D) x = – 10 – 2,0t e x = 10 + 2,0t.
(E) x = 10 + 2,0t e x = 10 + 2,0t.

05 Tem-se um objeto O em frente de dois espelhos planos


perpendiculares entre si. Os pontos A, B e C correspondem às imagens
formadas do referido objeto. A distância AB é igual a 80 cm e a distância
BC, igual a 60 cm.

(A) É virtual e se forma no ponto C.


(B) Não será projetável, pois E2 conjuga imagem virtual.
(C) É real e se localiza entre E2 e o eixo principal de E1.
(D) É real e vai se formar no ponto D.
(E) É virtual e está localizada no ponto B.

02 A figura a seguir ilustra um espelho esférico côncavo E. Sobre o eixo a. Qual a distância entre o objeto e a imagem B?
principal estão indicados pontos equidistantes, entre os quais se encontram b. Desenhe o esquema com os espelhos, o objeto e as imagens.
o foco F e o centro da curvatura O. Se um objeto real é colocado no ponto
N, a imagem conjugada pelo espelho se formará no ponto: 06 Desloca-se uma pequena lâmpada acesa ao longo do eixo principal
de um espelho esférico côncavo, até que a posição da imagem formada
pelo espelho coincida com a posição do objeto. Neste caso, a imagem é
invertida e a distância da lâmpada ao espelho é de 24 cm. Qual a distância
focal do espelho?

07 Uma vela acesa de 18 cm de comprimento é colocada sobre o eixo


principal de um espelho esférico, a 60 cm do vértice. A imagem real
correspondente forma-se a 30 cm do espelho. Determine:

a. se o espelho é côncavo ou convexo;


(A) M. (C) O. b. o comprimento da imagem;
(B) Q. (D) P. c. o traçado gráfico do objeto e de sua imagem conjugada pelo espelho.

228 Vol. 2
Óptica geométrica I

08 Na figura seguinte, S1 e S2 são sistemas ópticos e P1 é uma fonte


puntiforme de luz:

Com base nessa situação, responda:

a. O que representa P1 em relação a S1? O toco de vela foi deslocado de x0 a x1, com velocidade escalar de módulo
b. O que representa P2 em relação a S1? E em relação a S2? 1,0 cm/s. Enquanto o toco de vela foi deslocado, qual foi o módulo da
c. O que representa P3 em relação a S2? velocidade escalar média da imagem, expressa em cm/s?

09 Um caminhão trafega em uma estrada retilínea com velocidade de 13 Considere um corredor delimitado por duas paredes planas, verticais
40 km/h. Olhando no espelho retrovisor, o motorista contempla a imagem e paralelas entre si. Em uma das paredes (A) está incrustada uma lâmpada
de um poste fixo na estrada. puntiforme (L) acesa. Na outra parede (B) está fixado um espelho plano (MN),
que reflete luz proveniente de L, iluminando a região M’N’ da parede A.
a. Qual a velocidade da imagem do poste em relação ao solo?
b. Qual a velocidade da imagem do poste em relação ao motorista do
caminhão?

10 A figura mostra um espelho plano que


pode girar em torno de um eixo contendo
seu centro C. Estando na posição E1,
o espelho capta a luz proveniente de
uma fonte pontual A, fixa no anteparo,
refletindo-a de volta ao ponto de partida.
O espelho sofre, então, uma rotação
equivalente a um ângulo α, passando
para a posição E2. Neste caso, ao receber Admitindo-se que a parede A passe a se aproximar da parede B com
a luz emitida por A, reflete-a para o ponto velocidade constante de módulo V, permanecendo, porém, paralela a
B. Sabendo-se que AB = 3 AC, calcule B, pode-se afirmar que a velocidade de M’ em relação a N’ terá módulo:
o ângulo α.
(A) nulo.
11 Uma barra AB de 20 cm de comprimento está colocada sobre o eixo (B) V/2.
principal de um espelho esférico côncavo. A extremidade B encontra-se (C) V.
sobre o centro de curvatura do espelho, enquanto a extremidade A (D) 2V.
encontra--se a 60 cm do espelho, conforme mostra a figura. (E) Um outro valor.

14 Um observador O de dimensões desprezíveis posta-se em repouso a


uma distância de 3 m em frente ao centro de um espelho plano de 2 m de
largura, que também está em repouso. Um objeto pontual P desloca-se
uniformemente com 4 m/s ao longo de uma trajetória retilínea paralela à
superfície do espelho e distante 6 m desta (veja figura). Inicialmente, o
observador não vê o objeto.

Determine:

a. a distância focal do espelho;


b. o comprimento da imagem da barra conjugada pelo espelho.

12 Em uma experiência de Óptica Geométrica, dispuseram-se um toco


de vela e um espelho côncavo gaussiano E, de distância focal igual a A partir de um certo ponto de sua trajetória, o objeto passa a ser visto pelo
20 cm, como mostra a figura: observador. Por quanto tempo ele permanece visível?

IME-ITA 229
Física II – Assunto 6

15 Um homem quer se barbear com o auxílio de um espelho côncavo EXERCÍCIOS NÍVEL 3


de distância focal igual a 1,2 . 102 cm. Para ele ver uma imagem direta
de sua face, aumentada de 50% em relação à real, a que distância deve 01 No esquema seguinte, ab é o eixo principal de um espelho esférico
colocar-se do espelho? gaussiano, PQ é um objeto luminoso contido num plano frontal e P’Q’ é a
imagem que o espelho conjuga ao objeto considerado:
16 Um objeto linear é colocado frontalmente diante da superfície refletora
de um espelho esférico côncavo, de raio de curvatura igual a 120 cm e
que obedece às condições de Gauss. Sabendo que a imagem é quatro
vezes maior que o objeto, calcule a distância do objeto ao espelho.

17 A figura a seguir representa um homem de altura H que vai do ponto A


ao ponto B em movimento retilíneo. Durante o mesmo intervalo de tempo,
a sombra de sua cabeça, projetada no solo horizontal, vai do ponto B ao
ponto C:
Obtenha graficamente a posição e a natureza do espelho, bem como as
posições de seu foco principal e de seu centro de curvatura.
02 No esquema a seguir, E1 é um espelho plano e E2 é um espelho esférico
côncavo de raio de curvatura R = 60 cm:

Conhecendo os ângulos α e β (α = 60º e β = 30º), determine a relação


entre as velocidades médias da sombra (vs ) e do homem (vh ).

18 Determine o comprimento l mínimo de um espelho de parede, de modo


que uma pessoa com altura h possa se ver por inteiro no espelho, desde
o topo da cabeça até os pés.
C, F e V são, respectivamente, em relação a E2, o centro de curvatura, o
19 Em alguns carros, é comum que o espelho retrovisor modifique a foco e o vértice. Em F, é colocada uma fonte pontual de luz. Determine
altura aparente do carro que vem atrás. As imagens a seguir são vistas pelo a distância da fonte a sua imagem, considerando que a luz sofre dupla
motorista em um retrovisor curvo (Fig. 1) e em um retrovisor plano (Fig. 2). reflexão, primeiramente em E1 e posteriormente em E2.

03 No esquema abaixo, P é um ponto luminoso e P’ é sua imagem


conjugada por um espelho côncavo gaussiano, de 20 cm de raio de
curvatura:

a. Qual é (qualitativamente) a curvatura do retrovisor da Fig. 1?


Os pontos C, F e V representam, respectivamente, o centro de curvatura,
b. A que distância o carro detrás se encontra, quando a sua imagem
o foco principal e o vértice do espelho. Chamando o comprimento PV de
vista pelo motorista ocupa todo o espelho plano (Fig. 2), cuja altura é
p e o comprimento P’V de p’, é correto que:
de 4,0 cm? Considere que a altura real do carro seja de 1,6 m e que
o teto do carro, o olho do motorista (situado a 50 cm do retrovisor) e
(A) p = 63 cm e p’ = 15 cm.
o topo da imagem no espelho estejam alinhados horizontalmente.
(B) p = 62 cm e p’ = 14 cm.
(C) p = 61 cm e p’ = 13 cm.
(D) p = 60 cm e p’ = 12 cm.

230 Vol. 2
Óptica geométrica I

04 O ponto médio de uma haste de arame, de 6,0 cm de comprimento, 09 Uma partícula executa um movimento circular uniforme de raio 10 cm
desloca-se ao longo do eixo principal de um espelho côncavo, de com velocidade igual a 5 cm/s. No instante t = 0 um espelho côncavo está
10 cm de distância focal, de maneira que a haste mantém uma posição junto ao plano da circunferência descrita pelo corpo, mas começa a afastar-
perpendicular em relação ao eixo. Seja d a distância entre esse ponto -se com velocidade de 10 cm/s. Sabendo que a distância focal do espelho é
e o vértice do espelho. Qual das expressões abaixo melhor representa de 40 cm, responda ao itens abaixo: (o centro do MCU está no eixo óptico)
o comprimento, em cm, da imagem virtual da haste conjugada pelo
espelho, em função de d? a. Qual o tipo de imagem nos instantes t = 3 s e t = 7 s?
b. Quanto valem o raio e o módulo do vetor velocidade da imagem da
60 para d < 10. 10 partícula no instante t = 3 s?
(A) (D) para d < 10.
10 − d 10 − d
10 Dois espelhos, um côncavo e outro convexo, de distâncias focais iguais
(B) 60 para d ≠ 10. (E) 30 para d < 10. a 2 m, formam um sistema centrado. Um objeto é colocado a 2,5 m do
10 − d 10 − d espelho côncavo. Os raios luminosos, após refletirem-se sucessivamente
30 para d ≠ 10. no espelho côncavo e depois no espelho convexo, dão uma imagem final
(C)
10 − d virtual e invertida e do mesmo tamanho do objeto. Calcule a distância
entre os vértices dos espelhos.
05 Uma esfera metálica oca tem diâmetro interno D = 4,000 m, a
20°C. Corta-se uma calota dessa esfera, polindo-se sua parte côncava.
(A) 11,67 m.
Dirige-se seu eixo óptico principal para uma estrela, da qual se obtém
(B) 10 m.
uma imagem em um ponto A. Em seguida, aquece-se a calota até 80°C.
(C) 13 m.
Em uma experiência idêntica à anterior, a posição da imagem da estrela é
(D) 16 m.
B, sendo que o vértice do espelho mantém-se na mesma posição. Se o
(E) 12,33 m.
coeficiente de dilatação volumétrica do material da esfera é 30 . 10–5°C–1,
o valor do deslocamento AB da imagem é:
11 Uma haste retilínea AB, de comprimento L, localiza-se sobre o eixo
principal de um espelho esférico côncavo, como ilustrado na figura a seguir.
(A) 0 mm. (D) 18 mm.
A distância focal do espelho é denotada por f. Sabe-se que a extremidade B
(B) 6 mm. (E) diferente dos anteriores.
da haste encontra-se a uma distância D do vértice V do espelho. Considere
(C) 12 mm.
que D > f.
06 Colocam-se frente a frente um espelho convexo a outro côncavo de
modo que seus eixos principais coincidam. As distâncias focais são iguais
e valem 40 cm e a distância entre os espelhos é 120 cm. A que distância
do espelho convexo se deve colocar um objeto para que as imagens em
ambos os espelhos sejam de mesma altura?

07 Um excitador pulsado que gera faíscas a uma frequência de 106 Hz está


localizado no centro de curvatura C de um espelho côncavo de 1 m de raio de
curvatura. Considere que o tempo de duração de cada faísca seja desprezível
em relação ao intervalo de tempo entre duas faíscas consecutivas. A 2 m
do centro de curvatura do espelho está situado um anteparo normal aos
raios refletidos. O espelho gira em torno de C com uma frequência de 500
rotações por segundo, formando faixas luminosas equidistantes no anteparo.
a. Calcule o comprimento da imagem da haste em função de f, L e D.
O comprimento do intervalo entre duas faixas luminosas formadas pelos
b. Considere a situação particular em que f = 20 cm e L = 30 cm.
raios refletidos no anteparo é de, aproximadamente:
Calcule as coordenadas das extremidades A e B e as posições de suas
respectivas imagens, a fim de que a imagem da haste fique superposta
(A) 3,1 mm. (C) 12,6 mm.
sobre si mesma.
(B) 6,3 mm. (E) 9,4 mm.
(D) 1,0 mm.
12 Um espelho esférico côncavo de aço polido, de abertura pequena,
está montado de tal modo que, no decorrer desta experiência descrita
08 Um espelho plano está colocado em frente de um espelho côncavo,
a seguir, seu vértice permaneça fixo. Uma fonte luminosa pontual está
perpendicularmente ao eixo principal. Uma fonte luminosa A, centrada no eixo
situada sobre o eixo do espelho, distando d deste. O feixe refletido é
principal entre os dois espelhos, emite raios que se refletem sucessivamente
convergente. Aquece-se o espelho. Quando a temperatura passa pelo valor
sobre os dois espelhos e formam, sobre a própria fonte A, uma imagem
θ°C, o feixe refletido torna-se paralelo e a seguir divergente. Sabendo-se
real dela. O raio de curvatura do espelho é 40 cm e a distância do centro
que o coeficiente de dilatação linear do aço é λ, calcule a distância focal
da fonte A até o centro do espelho esférico é de 30 cm. A distância d do
do espelho à temperatura de 0°C.
espelho plano até o centro do espelho côncavo é, então:

(A) 20 cm.
(B) 30 cm.
(C) 40 cm.
(D) 45 cm.
(E) 50 cm.

IME-ITA 231
Óptica geométrica II A ssunto
7
Física II

1. Índice de refração 2a) O desvio do raio refratado obedece à “Lei de Snell”:

Quando a luz muda de meio, sua velocidade pode se alterar, devido às


n1sen θ1 = n2sen θ2
propriedades do novo meio. Associado a esse fato, também poderá ocorrer
a mudança da direção de propagação da luz. Todos esses fenômenos
consistem na “refração luminosa”. Obs.: Os ângulos utilizados na Lei de Snell são os ângulos que os raios
O índice de refração de um meio (n) é uma relação útil que se faz fazem com a reta normal, e não com a superfície de separação.
entre a velocidade de propagação da luz no vácuo (c) e a velocidade de
propagação da luz no meio (v): 3. Tipos de incidências
c (A) Incidência oblíqua com n2 > n1 → θ2 < θ1:
n=
v
Perceba que a utilidade do índice de refração reside na ideia de que,
ao compararmos dois meios de diferentes índices de refração, saberemos
que aquele que possuir maior índice de refração será o que mais desviará
a luz, pois:
I. “c” é uma constante, logo “n” varia apenas com “v”;
II. se “v” aumenta, “n” diminui, pois a relação é de proporção inversa;
III. “v” diminuir significa que a luz no meio percorre um espaço menor
num dado tempo, e logo sua direção de propagação desvia-se mais da
original.

Sobre o índice de refração, fazemos ainda as seguintes observações: Ângulo de desvio (σ): σ = θ1 – θ2
• No vácuo, n = 1 (pois v = c);
• Nos meios materiais, n > 1 (pois “v” é sempre menor que “c” fora (B) Incidência oblíqua com n2 < n1 → θ2 > θ1:
do vácuo);
• No ar, “n” é aproximadamente igual a 1 (embora seja maior, a diferença
é tão pequena que, na prática, consideramos nAr=1);
• Quanto maior a densidade de uma mesma substância, maior será seu
índice de refração (pois haverá mais partículas da substância num mesmo
volume, que desviarão a luz);
• “Índice de refração relativo”: compara dois índices de refração por
meio de uma razão. O índice de refração do meio 2 em relação ao meio 1
(n2,1) é dado por:
n2
n2,1 =
n1
• “Dioptro”: é o nome dado à interface de separação de dois meios de
diferentes índices de refração.

2. Leis da refração Ângulo de desvio (σ): σ = θ2 – θ1


Assim como acontece com a reflexão, o fenômeno da refração obedece
a duas leis gerais: (C) Incidência normal: θ2 = θ1 = 0, para todo n:

1a) O raio incidente, o raio refratado e a reta normal que passa pelo ponto
de incidência são todos coplanares.

232 Vol. 2
Óptica geométrica II

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 4. Ângulo limite e casos especiais


01 Uma moeda encontra-se exatamente no centro do fundo de uma
de refração
caneca. Despreze a espessura da moeda. Considere a altura da caneca Refração e reflexão são fenômenos vinculados, já que, ao atingir uma
igual a 4 diâmetros da moeda, d(m), e o diâmetro da caneca igual a superfície de separação de meios, um raio luminoso sofre simultaneamente
3 d(m). reflexão e refração. Porém, a intensidade de um dos raios (refletido ou
refratado) pode ser maior do que a do outro, de modo que, em condições
limites, um deles pode ser considerado como praticamente nulo. Além disso,
às vezes suprimimos de algum esquema um dos raios por termos interesse
apenas no outro. Veja, por exemplo, o que acontece nos casos a seguir:

I. Aumento gradativo de θ1 com n2 > n1:

a. Um observador está a uma distância de 9 d(m) da borda da


caneca. Em que altura mínima, acima do topo da caneca, o olho
do observador deve estar para ver a moeda toda?
b. Com a caneca cheia de água, qual a nova altura mínima do
olho do observador para continuar a enxergar a moeda toda?
n(água) = 1,3.

Solução:
a. A figura abaixo representa o ponto objeto que deve ser visto pelo
observador. Da figura podemos aplicar semelhança de triângulos.

observador No limite, θ1 = 90º. Temos o caso limite de refração e θ2 é chamado


de “ângulo limite de refração” (rL). Pela Lei de Snell:

n1sen90° = n2senrL
senrL = n1/n2
h h 4d
= → h = 36d II. Aumento gradativo de θ1 com n2 < n1:
9d d

9d
4d
d

b. Agora aplicaremos a lei de Snell para determinar θ2.

observador
n1senθ1 = n2 senθ 2
θ2
d
h 1, 3 = 1 senθ 2
θ2 d 2 + 16d 2
9d 1, 3
θ1
senθ 2 =
4d 17
d

Da figura temos que:


Do caso (I) ao caso (III), θ1 vai aumentando gradativamente, até o caso
1, 3
limite em que θ2 atinge o valor de 90°, de modo que, se θ1 for ligeiramente
9d senθ 2 9d 17 = 9d
tgθ 2 = ⇒ = ⇒ aumentado, teremos reflexão total do raio incidente e nenhum raio será
h cosθ 2 h 15, 31 h refratado (como mostra o caso IV). Nesse caso, temos o caso de reflexão
17 total e θ1 é chamado de “ângulo limite de reflexão total” (iL). Pela Lei de
9d 15, 31 Snell, no caso (III):
h= ≅ 27,1d
1, 3 n1seniL = n2sen90°

seniL = n2/n1

IME-ITA 233
Física II – Assunto 7

Obs.:As fibras ópticas permitem a transmissão de informações através de


raios luminosos que sofrem inúmeras reflexões totais em pequenos tubos Refração no ponto de incidência A (cálculo de θ2): 1 · sen45° = n ·
maleáveis. Geralmente, esses tubos são feitos com vidro de óxido de silício senθ2
e óxido de germânio, tendo cerca de 0,1 mm de diâmetro.
Refração no ponto de incidência B (cálculo de θ3): n · senθ3=1 ·
senθ90o

Observando na figura que θ2 e θ3 são complementares temos:


senθ3 = cosθ2

Pelo teorema fundamental da trigonometria:


sen2 θ2+ cos2 θ2 = 1
III. n2 = n1: 2 2
 sen45o   1 
  +  =1
 n  n
2
 2   2 
   1 2    1 1 1 3
 2  +  = 4  +  2  = 2 + 2 = 2 = 1→ n = 3 2
 n   n   n2   n  2n n 2n
  
   

02 Na figura a seguir, temos um recipiente cúbico de paredes opacas,


Nesse tipo de caso, há o fenômeno da “continuidade óptica”. O imerso vazio, de 40 cm de aresta:
torna-se invisível. Temos, como exemplo, o vidro e o tetracloroeteno
(C2Cl4): ao imergir uma barra de vidro em C2Cl4, um observador de fora O
não será capaz de ver a barra de vidro, pois ela está aproximadamente
invisível (os índices de refração são aproximadamente iguais, não havendo,
portanto, desvios de luz).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS (1)


P
01 Um raio luminoso incide sobre um cubo de vidro, como indica a
figura. Qual deve ser o valor do índice de refração do vidro, para que
ocorra reflexão total na face vertical? 10 cm

45° Na posição em que se encontra, o observador O não vê o fundo do


recipiente, mas vê completamente a parade (1). Calcule a altura mínima
Ar da água que se deve despejar no recipiente, para que o observador
passe a ver a partícula P. Adote o índice de refração da água em
relação ao ar igual a 4/3.

Solução:
Como na maioria dos problemas de física, principalmente, óptica
geométrica, é fundamental que seja feita uma figura ilustrando o
caminho da luz e os raios e ângulos envolvidos. Nesse caso, é
Solução: interessante que destaquemos apenas o raio de luz que sai do objeto
Para determinar o índice (mínimo) do cubo, devemos representar, na e chega no observador. Ficando assim:
parede vertical, a situação limite, isto é, a representação geométrica
O
onde o raio refratado faz 90o com a vertical. Veja abaixo:

45°
45° θ2
A

θ2 45°
B θ3 θ1
n

Da figura notamos que θ2 = 45o


4 3 2
Aplicando a Lei de Snell: senθ1 = 1 ⋅ sen45 → senθ1 =
0

3 8

234 Vol. 2
Óptica geométrica II

Os arcos-íris também ocorrem por esse fenômeno. As gotículas de


Destacando da figura a região dentro do líquido, podemos identificar água dispersas no ar, em determinadas condições, podem provocar, para
melhor a altura: um dado observador, a decomposição da luz branca.

θ1
h
6. Dioptro plano e dioptro esférico
45° Quando um observador, situado num meio qualquer, olha para um
45° objeto, situado em outro meio de diferente índice de refração, ele pode
perceber o objeto numa posição diferente da verdadeira, devido à refração
h – 10 10 cm luminosa. Veja os dois casos possíveis:

h I. O observador se encontra num meio de menor índice de refração do


que o do meio do objeto:
h − 10 senθ1
Da figura acima, temos que tgθ1 = =
h cosθ1
2
3 2  18 46
Onde cosθ1 = 1 − sen2θ1 = 1 −   = 1 − =
 8 64 8
 
3 2
h − 10 3 10 23
Substituindo, temos = 8 = →h= cm
h 46 23 23 − 3
8
Sugestão: aproximação de radicais
 2  2  1  24
23 = 25 − 2 = 25  1 −  = 5 1− ≅ 5  1− ≅ ≅ 4, 8
 25  25  25  5
II. O observador se encontra num meio de maior índice de refração do
No problema acima, o resultado aproximado seria então: h
que o do meio do objeto:
10 ⋅ 4, 8 48
h= = ≅ 26, 7 cm
4, 8 − 3 1, 8

5. Dispersão de luz policromática


Luz policromática é formada por uma infinidade de luzes
monocromáticas que a constituem. Embora todos esses componentes
monocromáticas tenham a mesma velocidade (c) no vácuo, cada um deles
tem uma respectiva velocidade distinta ao atravessarem um meio material,
de modo que, se luz policromática vinda do vácuo atravessar um meio
material, esta será decomposta em suas monocromáticas constituintes.
Esse fenômeno é explicado considerando os diferentes comprimentos
de onda de cada raio monocromático, e esses detalhes serão vistos nos
capítulos sobre ondas.
Vamos agora fazer o estudo analítico de um caso especial de dioptro
Sofrem maior desvio componentes monocromáticos de menor plano, que é quando temos pequenos ângulos de incidência. Deduziremos uma
comprimento de onda. A decomposição da luz branca (luz solar), por expressão para o caso (a) acima, mas a dedução para o caso (b) é análoga.
exemplo, tem como extremos visíveis as monocromáticas violeta e vermelha:
Quando os ângulos de incidência são pequenos, as posições real
e aparente do objeto estão aproximadamente sobre uma mesma reta
vertical. No desenho abaixo, não faremos pequenos ângulos de incidência
simplesmente para que se possa analisá-lo melhor, mas tomaremos como
hipótese que, de fato, os ângulos são pequenos:

IME-ITA 235
Física II – Assunto 7

AB Pela Lei de Snell, temos:


tg θ2 =
AP
AB n1sen θ1 = n2sen θ2 (I)
tg θ1 =
P’ A ∆COA: θ1 = α + β
tg θ2 P’ A d’ sen θ2 n1 d’ ndestino ∆ICA: β = θ2 + γ
= =≅ = =
tg θ1 PA d sen θ1 n2 d norigem
Admitindo θ1 e θ2 pequenos:
Um dioptro esférico possui como interface de separação uma parte
n1θ1 = n2θ2 →
de circunferência. Vejamos a dedução de sua equação:
n n
b= 1 θ1 + γ → b= 1 ( α + b) + γ → n1α + n2 γ= ( n2 − n1)b
n2 n2
n1 n
b= θ + γ → b= 1 ( α + b) + γ → n1α + n2 γ= ( n2 − n1)b
n2 1 n2

Da figura obtemos:
av av av
α≅ = b γ≅
p r p’
Substituindo obtemos:
n1 n2 n2 − n1
+ =
p p’ r

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Coloca-se água em um aquário de modo a ocupar 60 cm de sua 02 Um aquário tem a forma de uma esfera de diâmetro 60 cm, está
altura. Quando visto verticalmente de cima para baixo, a água parece preenchido com água (n = 4/3) e tem um peixe no seu interior. Um
ocupar uma altura diferente h. Supondo que a velocidade de propagação gatinho observa esse peixe aparentemente a 10 cm da parede do aquário.
da luz no ar seja de 3,00 · 105 km/s e na água, de 2,25 · 105 km/s,
determine a altura aparente h.

(A) 30 cm.
(B) 65 cm.
(C) 90 cm.
(D) 70 cm.
(E) 45 cm.

Solução: Letra E.
A figura da situação do problema é a seguinte:

Disponível em:<www.123people.com/>.

Desprezando a espessura do vidro do aquário, determine a posição


real do peixe.

Solução:
Posição aparente do fundo (imagem) Trata-se de uma situação de dioptro esférico côncavo. O objeto é o
p’ peixe que está na água (n). A luz vai de dentro do aquário para fora (n’),
p = 60 cm fundo (objeto) onde está a menina.
c c
n n' n′ − n
n n' v v' Aplicando a fórmula de dioptro esférico: + =
Pela fórmula de diptros planos temos: = → : = → vp = v'p' p p' R
p p' p p'
Substituindo pelos dados:
Onde
v = velocidade do raio incidente = 2,25 · 105 km/s 4/3 1 1− 4 / 3 4 1 1 36
+ = → − = → p= = 12 cm
P = posição do objeto (fundo do aquário) = 60 cm p − 10 − 30 3 p 10 90 3
v’= velocidade do raio refratado = 3,00 · 105 km/s
P’ = posição da imagem
Assim teremos: 2, 25 ⋅ 105 ⋅ 60 = 3, 00 ⋅ 105 ⋅ p′ → p′ = 45 cm

236 Vol. 2
Óptica geométrica II

7. Lâmina de faces paralelas Aplicando a Lei de Snell nas duas refrações que ocorrem, é facilmente
provado que o desvio angular é nulo, ou seja, o raio emergente é paralelo
Uma lâmina de faces para- ao raio incidente. O deslocamento lateral “d” (que é a distância entre
e as e
lelas é a situação que ocorre retas paralelas mencionadas) pode, também, ser∆facilmente
ABC: cos θcalculado:
2=
AC
→ AC=
cos
quando um paralelepípedo de
certo material é imerso num meio e e d
∆ ABC: cos θ2= → AC= ∆ ADC: sen=
α → sen (θ1 −
de material de diferente índice de AC cos θ2 AC
refração. Quando há incidência de d
d d sen (θ1 −= θ2 ) cos θ2
luz oblíqua sobre ele, o raio de luz ∆ ADC: sen=
α → sen (θ1 − θ=
2) e
sofre deslocamento lateral após AC AC
e . sen (θ1 − θ2 )
sofrer refrações. Vejamos, por d d=
sen (θ1 −= θ2 ) cos θ2 cos θ2
exemplo, a situação de uma lâmina de vidro de espessura “e” imersa no ar: e
e . sen (θ1 − θ2 )
d=
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
cos θ2
01 Um feixe de luz monocromática incide sobre lâminas paralelas de Solução: Letra B.
diamante e vidro, como representado na figura. Sendo os índices de Nesses problemas qualitativos, basta conhecer a relação de
refração absolutos 2,42 para o diamante e 1,52 para o vidro, qual das proporcionalidade entre os ângulos e os índices que, nesse caso, são
linhas da figura que melhor representa a trajetória do feixe luminoso? inversamente proporcionais, isto é, quanto maior o índice, menor o
ângulo.
a. Cuidado para não confundir aqui! Estamos falando de ângulos de
ar diamante vidro ar
incidência e refração! São os ângulos entre o raio e a normal.
b. Quando o ângulo for maior, isto significa que está se afastando da normal
(ou se aproximando do dioptro).
c.
Vamos lá!
d. Do ar para o diamante o índice aumenta, logo, o ângulo diminui (somente
B e D obedecem nesse caso).
e. Do diamante para o vidro, o índice diminui, logo, o ângulo aumenta (B
e D ainda estão corretas).
Do vidro para o ar o índice diminui novamente, logo, o ângulo aumenta
(apenas B está correta).

Vale também ressaltar que o raio emergente para o ar será paralelo ao


incidente do ar comprovado pelas relações abaixo:
nar ⋅ senθ ar = ndiamante ⋅ senθ diamante = nvidro ⋅ senθvidro = nar ⋅ senθ ar

8. Prismas Da figura acima:


A= ˆr + ˆr ’
Em óptica geométrica, costuma-
se chamar simplesmente por “prisma”

∆= (ˆi − ˆr ) + (ˆi ’ − ˆr ’)= (ˆi + ˆi ’) − A
um prisma de base triangular. Ao
analisarmos o prisma, de frente para
uma das faces triangulares, quando Ou seja, o desvio angular ∆ é igual à soma do ângulo de incidência
um raio luminoso o atravessa por com o de emergência, subtraído do ângulo de abertura.
uma das faces laterais, haverá desvio
do raio se os índices de refração do Obs.:
prisma e do meio forem diferentes. I. O ângulo de emergência, ou de incidência, se não forem dados, podem
ser obtidos geralmente pela aplicação da Lei de Snell.
II. Nem sempre ocorrerá emergência do raio luminoso, pois pode haver
reflexão total no prisma.
III. O menor desvio possível ocorre quando o ângulo de incidência é igual
ao ângulo de emergência.
IV. Prismas de reflexão total: são prismas capazes de provocar reflexão
total nos raios incidentes. Seguem os dois mais famosos:

IME-ITA 237
Física II – Assunto 7

Pela Lei de Snell, se o meio for o ar,


para n > 2 , haverá reflexão total com o
desvio de 90°.

Pela Lei de Snell, se o meio for o ar,


para n > 2 , haverá reflexão total com o
desvio de 180°.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 A figura abaixo representa um raio de luz que atravessa um prisma.


O desvio sofrido por esse raio de luz, em graus, vale: 60°


δ1 δ2
50° r1 r2 30°
60° 60°

50° 30°
Pelo teorema das retas perpendiculares entre si, o ângulo do prolon-
gamento das normais é igual ao ângulo de abertura do prisma (60o).

Assim: r1+ r2 = 60° (teorema do ângulo externo)


(A) 20. (D) 60.
(B) 30. (E) 90. Ângulos opostos pelos vértices: 50 = δ1 + r1 e 30 = δ2 + r2
(C) 50. r1 = 50 – δ1
r2 = 30 – δ2
Solução: Letra A. r1+ r2 = 60° = (50 – δ1) + (30 – δ2) ⇒ δ1 + δ2 = 20
Precisamos prolongar até que se encontrem as normais, os raios
incidente e emergente: Pelo teorema do ângulo externo, temos: ∆ = δ1 + δ2 = 20°

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 Um raio de luz monocromática propaga-se no ar (meio 1) e atinge a Responda de acordo com o código:
superfície plana da água (meio 2) sob ângulo de incidência θ igual a 45°.
Admitindo que o índice de refração da água vale 2 para a citada luz, determine: (A) Se apenas I e lI forem corretas.
(B) Se apenas I, lI e III forem corretas.
a. o ângulo de refração; (C) Se apenas I, lI e IV forem corretas.
b. o desvio experimentado pelo raio, ao se refratar; (D) Se todas forem corretas.
c. uma figura em que compareçam o raio incidente, o raio refletido e o (E) Se todas forem incorretas.
raio refratado.
03 No esquema, temos uma fonte luminosa F no ar, defronte a um bloco
02 Analise as afirmações a seguir: de vidro, após o qual se localiza um detetor D. Observe as distâncias e
dimensões indicadas no desenho:
I. Quando um raio incidente oblíquo passa do meio menos refringente
para o mais refringente, ele aproxima-se da normal.
II. Quando um raio incidente oblíquo passa do meio mais refringente para
o menos refringente, ele afasta-se da normal.
III. Quando um raio de luz incide na fronteira entre dois meios transparentes
opticamente diferentes, ocorre reflexão.
IV. A velocidade de propagação da luz necessariamente altera-se na
refração.
São dados índice de refração do ar = 1,0; índice de refração do vidro em
relação ao ar = 1,5; velocidade da luz no ar = 300.000 km/s.

238 Vol. 2
Óptica geométrica II

a. Qual o intervalo de tempo para a luz propagar-se de F a D? 09 Um raio de luz de frequência igual a 6,0 · 1014 Hz passa do vácuo para
b. Represente graficamente a velocidade da luz, em função da distância, um meio material transparente, como ilustra a figura:
a contar da fonte F.

04 Um raio de luz monocromática incide


no centro da face circular de uma peça
hemisférica de cristal transparente. A figura
mostra a seção da peça deter-minada pelo
plano de incidência do raio:

Sendo 3 o índice de refração do cristal


para a referida radiação, determine a trajetória Sabendo-se que sen θ1 = 0,8, sen θ2 = 0,6 e que a velocidade da luz no
do raio refratado até emergir para o ar, vácuo é v1 = 300.000 km/s, determine:
indicando os ângulos envolvidos.
a. a velocidade da luz no meio material (v2);
05 Um raio de luz monocromática atravessa a fronteira plana entre dois b. o índice de refração absoluto do meio material;
meios A e B, de A para B, com ângulo de incidência igual a 30º e ângulo c. o comprimento de onda dessa luz no vácuo (γ1) e no meio material
de refração igual a 60º. Determine: (γ2).

a. o comportamento de um raio de luz de mesma frequência, que se 10 Uma mesma luz monocromática passa
dirige de A para B com ângulo de incidência de 60º; do vácuo para o interior de uma substância,
b. o comportamento de um raio de luz de mesma frequência, que forma com diversos ângulos de incidência. Os
no meio B um ângulo de 30º com a normal e dirige-se de B para A. senos do ângulo de incidência (i) e do ângulo
de refração (r) são dados através do gráfico
06 No fundo de um tanque de profundidade p igual a 2,0 m, existe uma seguinte:
fonte de luz F considerada pontual. O tanque é, então, preenchido com
Calcule o índice de refração absoluto dessa
um líquido de índice absoluto de refração 2 , em cuja superfície é posto substância.
a flutuar um disco opaco, circular e de centro pertencente à vertical que 11 Na figura seguinte, representa-se um pincel cilíndrico de luz mono-
passa por F. Calcule o mínimo diâmetro que o disco deve ter para que cromática que, propagando-se num meio 1, incide na fronteira separadora
observadores situados no ar não consigam ver a fonte F. As paredes do deste com um meio 2. Uma parcela da luz incidente é refletida, retornando
tanque são opacas. ao meio 1, enquanto a outra é refratada, passando para o meio 2.
07 Um pincel cilíndrico de luz monocromática propaga-se num bloco
sólido transparente e incide na fronteira plana entre o bloco e o ar, sob
ângulo de incidência igual a 30º:

Sabendo que o índice de refração do bloco para a radiação considerada Sabendo que os pincéis refletido e refratado são perpendiculares entre
si, obtenha:
vale 3 , determine:
a. os ângulos de reflexão e de refração;
a. o ângulo de refração; b. o índice de refração do meio 2 em relação meio 1.
b. o desvio experimentado pela luz, ao se refratar;
c. a representação esquemática dos raios incidente, refletido e refratado. 12 Para a determinação do índice de refração (n1) de uma lâmina de vidro
08 Um raio de luz monocromática proveniente do ar incide em uma esfera (L), foi usado o dispositivo da figura, em que C representa a metade de um
de vidro, como mostra a figura: cilindro de vidro opticamente polido, de índice de refração n2 = 1,80. Um
feixe fino de luz monocromática é feito incidir no ponto P, sob um ângulo
α, no plano do papel.

Observa-se que, para α ≥ 45°, o feixe é inteiramente refletido na lâmina.


Dos trajetos indicados (A, B, C, D e E), qual é possível? Qual é o valor de n1?

IME-ITA 239
Física II – Assunto 7

13 Determinada luz monocromática apresenta velocidade de 2,3 . 108 m/s 18 Na figura seguinte, tem-se um reservatório cujo fundo e constituído
na água e de 2 . 108 m/s num certo tipo de vidro. O que ocorre quando um por um espelho esférico côncavo. O reservatório contém água, de índice
raio dessa luz, propagando-se no vidro, incide na fronteira do vidro com a de refração 4/3, até a altura de 1,0 m em relação ao vértice V do espelho.
água sob ângulo de incidência de 70°? Raios luminosos paralelos entre si, provenientes do Sol a pino, incidem
normalmente na superfície líquida, refratando-se para o interior da água.
14 Um ladrão escondeu o produto de seu roubo numa caixa pendurada
por uma corda de 2,4 m de comprimento e amarrada no centro da base
circular de uma boia. A boia estava em água de índice de refração 5/4.
De qualquer ponto da superfície era impossível ver a caixa. Quanto vale,
no mínimo, o raio da base da boia?

15 Alguns alunos contaram a um professor de Física que os mostradores


de seus relógios pareciam belos espelhos quando visados de certas
posições, durante um mergulho. Aberta a discussão para a análise do
fenômeno, um aluno lembrou que sob o vidro do mostrador existe ar e
que o fenômeno era devido à reflexão total na interface vidro-ar.

Sabendo-se que, para um observador cujo globo ocular situa-se no


ponto O, a imagem do Sol conjugada pelo sistema parece estar a uma
profundidade de 30 cm, calcule a distância focal do espelho.

19 Um raio luminoso proveniente do ar atinge uma lâmina de vidro de


faces paralelas com 8,0 cm de espessura e 1,5 de índice de refração. Este
raio sofre refração e reflexão ao atingir a primeira superfície, refração e
reflexão ao atingir a segunda superfície (interna).
Determine para que valores do ângulo de incidência i ocorre o fenômeno
descrito. a. Trace as trajetórias dos raios incidente, refratados e refletidos.
(Dados: índice de refração do ar = 1,0, índice de refração da água= 1,3; b. Determine o tempo para o raio refratado atravessar a lâmina, sendo o
índice de refração do vidro = 1,4; sen 45° = 0,71; sen 46°= 0,72; sen seno do ângulo de incidência 0,9.
47° = 0,73; sen 48° = 0,74; sen 49° = 0,75; sen 50° = 0,77.)
20 Um prisma de aber tura
16 O gráfico abaixo mostra como varia o índice de refração de um cristal A = 70° e índice de refração igual
em função do comprimento de onda da radiação, medido no vácuo:
a 2 , imerso no ar, recebe um
estreito pincel cilíndrico de luz
monocromática sob ângulo de
incidência θ1 igual a 45°, como
mostra a figura:
(Dados: sen 40° = 0,64; sen 64° = 0,90.)

Determine:
a. o desvio do pincel na primeira refração;
b. o desvio do pincel na segunda refração;
c. o desvio total.

21 Um raio de luz proveniente do ponto A propaga-se pelo ar até o ponto


B da superfície de uma esfera de fluorita (nf = 1,41):

a. Qual o índice de refração da cristal para uma radiação de 4.000 Å?


b. Qual radiação visível terá, no meio citado, a menor velocidade?
Justifique.
c. O que acontece com a luz branca quando atravessa obliquamente a
fronteira entre o ar e o cristal?
a. Determine o ângulo de refração do ar para a fluorita.
17 Uma pedrinha encontra-se no fundo de uma piscina, a uma profundidade b. Se o raio atravessa a esfera, sofre uma segunda refração e continua
igual a 2,0 m. Considerando igual a 4/3 o índice de refração da água, qual a propagando-se pelo ar, qual o valor do ângulo de desvio do raio? (Isto
profundidade aparente dessa pedra para uma pessoa que se encontra fora é, qual o ângulo entre a nova direção do raio e aquela que o raio teria,
da água, olhando para ela, nas vizinhanças da vertical que passa pela pedra? se a esfera não existisse?)

240 Vol. 2
Óptica geométrica II

22 Na figura a seguir, temos um recipiente cúbico de paredes opacas,


vazio, de 40 cm de aresta:

Sabendo que o índice de refração do vidro em relação ao ar vale 2 :

Na posição em que se encontra, o observador O não vê o fundo do a. calcule o ângulo limite para o dioptro vidro-ar;
recipiente, mas vê completamente a parede (1). Calcule a altura mínima b. verifique o que ocorre com a luz, logo após a incidência em I2.
da água que se deve despejar no recipiente, para que o observador passe
a ver a partícula P. Adote o índice de refração da água em relação ao ar 28 O índice de refração n de uma lâmina de faces paralelas depende do
igual a 4/3. comprimento de onda da luz que a atravessa segundo a relação:
23 Um mergulhador imerso nas águas de um lago observa um avião
no instante em que ambos estão aproximadamente na mesma vertical. B
O avião está 600 m acima da superfície da água, cujo índice de refração
n= A +
λ2
admite-se igual a 4/3. A que altura da superfície da água o avião aparenta
estar, em relação ao mergulhador?
Em que A e B são constantes positivas. Um feixe, contendo uma mistura
de luz vermelha (γ = 6.500 . 10-10 m) e luz azul (γ = 4.500. 10-10 m),
24 Sobre uma lâmina de vidro de 4,0 cm de espessura e índice de refração
incide sobre esta lâmina, conforme a figura:
3 , mergulhada no ar, incide um raio de luz monocromática, como ilustra
a figura:

Calcular o deslocamento lateral do raio emergente, em relação ao raio Desenhe a mesma figura e trace as trajetórias de cada cor ao atravessar
incidente. e sair da lâmina. Indique na figura os possíveis ângulos iguais.

25 Coloca-se água em um aquário de modo a ocupar 60 cm de sua altura. 29 Um prisma de vidro tem ângulo de 60º e o seu índice de refração, em
Quando visto verticalmente de cima para baixo, a água parece ocupar uma relação ao ar, para a luz amarela é 2 . Um raio luminoso amarelo, no ar,
altura diferente, h. Supondo que a velocidade de propagação da luz no ar incide em uma das faces do prisma segundo um ângulo de 45º. Qual o
seja de 300.000 km/s e na água de 225.000 km/s, determine, em cm, a ângulo de incidência na segunda face e qual o ângulo de desvio desse raio?
altura aparente h.
30 A figura ilustra um raio de luz, proveniente do ar, penetrando
26 No esquema ao lado, um observador perpendicularmente na face AB de um diamante lapidado, com índice de
visa um bastão cilíndrico de 20 cm de refração 2,4. Velocidade da luz no ar: 3 . 108 m/s.
comprimento totalmente imerso na água
(índice de refração igual a 4/3). O eixo
longitudinal do bastão é perpendicular à
superfície da água e o olho O do observador
encontra-se nas vizinhanças desse eixo.
Admitindo que o meio externo ao recipiente seja o ar (índice de refração
igual a 1), calcule o comprimento aparente que o observador detecta para
o comprimento do bastão.

27 Tem-se um bloco de vidro transparente em forma de paralelepípedo


reto imerso no ar. Sua secção transversal ABCD está representada na
figura. Um raio de luz monocromática pertencente ao plano definido por
ABCD molde em I1, refratando-se para o interior do bloco e incidência a. Qual a velocidade da luz no interior do diamante?
em I2: b. Represente a trajetória do raio até sair do diamante?

IME-ITA 241
Física II – Assunto 7

31 Um raio luminoso incide sobre um cubo de vidro, como indica a figura. 34 A figura abaixo representa uma certa fibra óptica que consiste de um
Qual deve ser o valor do índice de refração do vidro, para que ocorra reflexão núcleo cilíndrico de índice de refração n > 1, circundando por ar cujo
total na face vertical? índice vale, 1,0. Se o ângulo α, representado na figura, for suficientemente
grande, toda a luz será refletida em zigue-zague nas paredes do núcleo,
sendo assim guiada e transmitida por longas distâncias. No final da fibra,
a luz sai para o ar formando um cone de ângulo ϕ, conforme a figura:

a. Qual o valor mínimo de sen α em termos de n para que a luz seja guiada?
b. Qual o valor de sen ϕ em termos de n.

32 Um pincel de luz branca incide perpendicularmente a uma das faces 35 A figura representa a secção transversal de um muro vertical AB
de um prisma, cuja secção principal está representada na figura: iluminado pelos raios solares paralelos ao plano da secção. AC representa,
nessa secção, a largura da sombra projetada pelo muro sobre o plano
horizontal X:

O prisma está imerso no ar e seus índices de refração para as cores


componentes do pincel de luz branca são dados a seguir:

Violeta 1,48
Coloca-se, então, horizontalmente, uma lâmina de faces paralelas em
contato com o muro por uma das extremidades e em nível qualquer entre
Anil 1,46
A e B. Constata-se que a largura da sombra passou de AC a AC’. Calcule
o índice de refração da lâmina.
Azul 1,44
(Dados: AC = 3,0 m; CC’ = 5 mm; AB = h = 4,0 m; e = 2,0 cm.)
Verde 1,42
36 Prove que, num prisma de pequena abertura e para pequenos ângulos
de incidência (inferiores a 10°), o desvio δ sofrido pelo raio que o atravessa
Amarelo 1,40
é dado aproximadamente por: δ = A (n2,1 - 1) em que A é o ângulo de
abertura e n2,1 é o índice de refração do prisma em relação ao meio que
Alaranjado 1,39
o envolve.
Vermelho 1,38
37 Através de um tubo fino, um observador enxerga o topo de uma barra
vertical de altura H apoiada no fundo e na lateral de um cilindro vazio de
Determine quais dessas cores emergem do prisma atingindo o anteparo. diâmetro 2H. O tubo encontra-se a uma altura 2H + L e, para efeito de
cálculo, é de comprimento desprezível. Quando o cilindro é preenchido
33 Um raio de luz incide perpendicularmente à face de um prisma cujo com um líquido até uma altura 2H, mantido o tubo na mesma posição,
índice de refração é np = 3 . O meio externo ao prisma possui índice de o observador passa a ver a extremidade inferior da barra. Determine
refração next = 1. literalmente o índice de refração desse líquido.
Calcule o ângulo formado entre o raio incidente e o meio emergente.
38 Em meados do século XX, pesquisadores começaram a sugerir a
utilização de guias para conduzir a luz. Em 1970, isto foi conseguido com
um fio muito fino de fibra de vidro (núcleo) revestido por outro material,
escolhido de modo a permitir que a luz fosse totalmente refletida ao longo
do fio. Desta forma, obteve-se o que atualmente é conhecido como fibra
óptica. Suponha que um feixe LASER penetre no núcleo de uma fibra óptica
a partir do ar, fazendo um ângulo θ com seu eixo, como indicado na figura.

242 Vol. 2
Óptica geométrica II

41 Um recipiente cúbico, com paredes


opacas, é colocado de tal modo que o olho
de um observador não vê seu fundo, mas vê
integralmente a parede CD, conforme a figura
abaixo. Determine o volume de água que é
necessário colocar no recipiente, para que um
observador possa ver um objeto que se encontra
a uma distância b do vértice D. A aresta do
cubo é a e o índice de refração da água é n. Dê
a resposta em função de b, a, n e sen i, sendo
Dados:
i o ângulo de incidência.
Índice de refração do revestimento = 1,52.
42 Consideremos um recipiente de base hemisférica, cheio de água. A
Índice de refração do vidro = 1,60.
base está externamente recoberta de prata e seu raio vale 60 cm.
Índice de refração do ar = 1,00.

Calcule o maior valor de θ que possibilita a propagação do feixe ao longo


da fibra.

39 Uma moeda encontra-se exatamente no centro do fundo de uma caneca.


Despreze a espessura da moeda. Considere a altura da caneca igual a 4
diâmetros da moeda, d(M), e o diâmetro da caneca igual a 3 d(M).

Admitamos que apenas raios paraxiais emitidos pela fonte P atravessem a


fronteira ar-água e incidam na superfície hemisférica, que produz a imagem
P’. Supondo o índice de refração da água 4/3, determine a posição de P’
em relação à superfície livre da água.

43 Uma lâmina de faces paralelas tem 5 mm de espessura. Levada a um


a. Um observador está a uma distância de 9 d(M) da borda da caneca. microscópio, verifica-se que, para se passar da localização de um ponto
Em que altura mínima, acima do topo da caneca, o olho do observador da superfície superior a um da face inferior da lâmina, deve-se deslocar o
deve estar para ver a moeda toda? canhão do microscópio 3 mm. Qual é o índice de refração do material de
b. Com a caneca cheia de água, qual a nova altura mínima do olho do que é feita a lâmina?
observador para continuar a enxergar a moeda toda? n(água) = 1,3.
44 Um prisma com ângulo A = 60° e o índice de refração Na= 3 é
40 Um poço tem seção reta quadrada, de lado l, duas de suas paredes
opostas são metálicas. Enche-se o poço, até a borda, com um líquido de justaposto a um prisma invertido com ângulo B = 45° e índice de refração
constante dielétrica K e índice de refração n. Fazendo-se incidir um raio Nb = 3 . O prisma ABC é equilátero e sua base BC apoia-se em um
2
luminoso monocromático em uma borda, com um ângulo α em relação espelho plano. Um raio de luz incide normalmente na face do prisma ADB,
à horizontal, o raio entrante atinge exatamente a aresta interna oposta, no conforme figura. O sistema está imerso no ar.
fundo do poço. Dê, em função dos dados do problema, a expressão da
capacitância entre as duas placas metálicas do poço cheio pelo líquido.

Indique o percurso do raio de luz, colocando os valores de todos os


ângulos, e calcule o desvio resultante do sistema prismas – espelho.

45 Um feixe paralelo incide normalmente sobre uma esfera sólida de vidro.


Determine a posição da imagem em função do índice de refração n e do
raio r da esfera.

IME-ITA 243
Física II – Assunto 7

46 No desenho esquemático abaixo, H é um helicóptero e M é um (A) (D)


mergulhador. A distância entre a imagem do mergulhador observada do A C
helicóptero e a imagem do helicóptero observada pelo mergulhador será
(considerando o índice de refração da água do mar 50% maior – mais B B
refringente, do que o índice de refração do ar atmosférico): C A

(B) (E)
C A
B B

A C

(C)
A
B
C

48 Uma fonte luminosa f, no ar, emite um pequeno feixe colimado,


(A) 465 m. (D) 215 m. monocromático, que atinge a superfície de um líquido de índice de
(B) 460 m. (E) 210 m.
refração n = 2 no ponto médio do segmento AB. A luz refratada atinge
(C) 315 m.
o piso do recipiente cúbico que contém o líquido no ponto C. O sistema é
posteriormente fixado a um móvel que passa a acelerar horizontalmente
47 Isaac Newton, no início de 1666, realizou a seguinte experiência: Seja
com aceleração de módulo igual a g.
S o Sol e F um orifício feito na janela de um quarto escuro. Considere P
e Q dois prismas de vidro colocados em posição cruzada um em relação
ao outro, ou seja, com suas arestas perpendiculares entre si, conforme
mostra a figura a seguir. Represente por A a cor violeta, por B a amarela
e C a cor vermelha. Após a passagem dos raios luminosos pelo orifício e
pelos dois prismas, a forma da imagem e a disposição das cores formadas
no anteparo são mais bem representas por:

Determine o deslocamento sofrido pelo ponto C devido à aceleração do


móvel.

Dados:
Índice de refração do ar = 1
Aceleração da gravidade = g
Aresta do cubo = 2h

RASCUNHO

244 Vol. 2
Potencial elétrico A ssunto
4
Física III

1. Introdução 2.1 Energia potencial elétrica armazenada


Neste capítulo, introduziremos o conceito de potencial gravitacional por uma partícula eletrizada
como base para o entendimento do conceito-chave deste módulo: potencial Considere um corpo de massa m localizado a uma altura h do solo
elétrico. Com isso, iremos abordar, também de forma comparativa com o (nível de referência zero) e em um campo gravitacional g.
campo gravitacional, a definição de energia potencial elétrica, abordando-se Definimos como energia potencial gravitacional (EP) desse corpo:
pela primeira vez o potencial elétrico.
A partir daí, veremos o potencial elétrico produzido por uma ou mais Epg = m · g · h
partículas eletrizadas, destacando também o potencial elétrico gerado por
uma esfera condutora carregada. Além disso, será abordado o conceito de em que V = g · h é denominado potencial gravitacional de um ponto em
superfícies equipotenciais e suas propriedades, destacando suas relações relação a um plano de referência.
com as linhas do campo elétrico. Considere, agora, uma partícula de carga q localizada em um campo
elétrico E. Analogamente ao caso do potencial gravitacional, definiremos
Neste momento, iremos estudar o trabalho realizado pela força elétrica
a energia potencial elétrica (EP) dessa partícula como:
durante o movimento de cargas, destacando a importância da diferença
de potencial para a ocorrência dos movimentos.
Por fim, falaremos sobre a definição de capacitância, para Epe = q · V
compreendermos como se dá o equilíbrio eletrostático entre corpos
em que V é denominado potencial elétrico de um ponto em relação a um
interligados. No fim, será abordado o potencial elétrico da Terra.
ponto de referência.

2. Analogia entre os campos 2.2 Energia potencial elétrica armazenada


elétrico e gravitacional por um sistema de partículas
Agora, vamos considerar uma partícula eletrizada com carga Q gerando
Conforme vimos no módulo anterior, existe uma relação muito próxima campo elétrico em uma certa região. Se colocarmos uma segunda partícula
entre o estudo do campo elétrico e do campo gravitacional. Dessa forma, eletrizada com carga q nessa região, em um ponto que dista d da primeira
vamos analisar de maneira comparativa os conceitos das forças dos partícula, dizemos que a energia potencial elétrica armazenada no sistema
campos mencionados. constituído por essas duas cargas será dada por:
Campo gravitacional
q
Considere um corpo de massa m sujeito à ação da força gravitacional. +
Definimos o campo gravitacional (g) como a razão entre a força peso e d k ⋅Q⋅q
a massa do corpo. Epe =
d

m Q
 
  F P Obs.: A energia potencial de um sistema de N partículas será determinada
g =
g =
m m através da soma das energias potenciais de todas as combinações das N
 cargas, duas a duas. Assim, para um sistema de três partículas eletrizadas,
P teremos:
k ⋅ Q1 ⋅ Q2 k ⋅ Q1 ⋅ Q3 k ⋅ Q2 ⋅ Q3
Campo elétrico Epe = + +
d12 d13 d23
Considere uma partícula com carga q sujeita à ação da força elétrica.
Definimos o campo elétrico (E) como a razão entre a força elétrica e a
carga da partícula. 3. Potencial elétrico em um campo
 F
  criado por uma partícula eletrizada
E
E= Vimos anteriormente que a energia potencial elétrica poderia ser
q
determinada de duas formas:
Epe = q · VA (energia potencial adquirida por uma carga de prova
colocada em um ponto A do campo elétrico.)
q
k ⋅ Q ⋅ q (energia potencial armazenada por um sistema de duas
Epe =
 q d cargas puntiformes que distam d.)
F Associando essas duas expressões e considerando que a carga
  puntiforme q está no ponto A que dista d da carga Q, podemos então
E F descobrir o valor do potencial elétrico gerado pela carga puntiforme Q
nesse ponto A.

IME-ITA 245
Física III – Assunto 4

5. Trabalho da força elétrica


Q d
kQ Utilizando-se da analogia do campo elétrico e do campo gravitacional,
V= temos que, o trabalho realizado por um campo elétrico sobre uma carga
d
q para ir do ponto A ao ponto B é:

A A V
Obs.1: Note que, ao contrário da força elétrica e do campo elétrico, que
são grandezas vetoriais, o potencial elétrico é uma grandeza escalar, ou
q
seja, não há necessidade de definir direção e sentido para o potencial. τAB = EpA – EpB
τAB = qVA – qVB
Obs.2: O potencial elétrico criado por uma partícula negativa será negativo. II
τAB = q (VA – VB)
3.1 Potencial elétrico criado por várias III I VB
partículas eletrizadas B
O potencial elétrico gerado por n partículas em um ponto P é o
somatório do potencial gerado por cada partícula. Obs.1: O trabalho do campo elétrico, assim como do campo gravitacional,
d1 P é conservativo, ou seja, não depende da trajetória seguida pela carga e
Q1 somente dos pontos de partida (A) e chegada (B).
d2
V = V1 + V2 + V3 + ... + Vn
d3 kQ1 kQ2 kQ3 kQ τIAB = τIIAB = τIIIAB
V= + + + ... + n
d1 d2 d3 dn
Q2 Obs.2: Com a relação existente entre o sentido do campo e da força elétrica,
conclui-se que uma carga elétrica positiva move-se voluntariamente no
sentido das linhas de força do campo elétrico, ou seja, do maior para o
Q3 menor potencial elétrico. Já com uma carga negativa ocorre o contrário.
Obs.: O ponto de referência para o potencial elétrico nulo se encontra no infinito. linhas de força de campo elétrico

4. Superfícies equipotenciais VA VB
São superfícies em que o potencial elétrico é constante. Geralmente, maior potencial menor potencial
as linhas das superfícies equipotenciais são representadas por linhas
pontilhadas, enquanto as linhas do campo elétrico são contínuas e orientadas.

Carga puntiforme (positiva) Placa infinita carregada (negativa) Obs.3: 1 eV (elétron-volt) = 1,6 ∙ 10–19 J

Linha
6. Diferença de potencial (d.d.p.)
de força Representa o valor da diferença entre os potenciais de dois pontos
Superfície
equipotencial quaisquer do espaço.
Q
Símbolo: U Unidade SI de d.d.p.: [V] – volts
Campo elétrico
de uma carga
puntiforme Q
6.1 D.d.p. em um campo elétrico criado por
uma (ou várias) partículas eletrizadas
Obs.1: As superfícies equipotenciais são sempre perpendiculares às
linhas de força. Exemplo para uma partícula:
Obs.2: Note que o potencial elétrico decresce no mesmo sentido das linhas do A
+
campo elétrico, independentemente do sinal do carga do corpo que o gerou.
Superfície
UAB = VA − VB
dA
equipotencial kQ kQ
Linha de UAB = −
força dA dB
B
Q +
dB

Atenção!
Não confundir diferença de potencial com variação de potencial U ≠ ∆V.
Va Vb Vc

Va > Vb > Vc

246 Vol. 2
Potencial elétrico

6.2 D.d.p. em um campo elétrico uniforme V


(criado por uma placa fina infinita carregada)
Superfícies
Seja uma partícula eletrizada
equipotenciais
com carga q localizada no ponto
A. O trabalho da força elétrica para
que ela seja transferida para B será
dado por:
A

B τAB = q (VA – VB) = q · UAB (I)

Porém, como o campo elétrico d


d
é uniforme, a força elétrica sobre a
VA VB partícula é constante, e assim:
Obs.: Repare que dentro do condutor (d ≤ R), o potencial elétrico é
τAB = F · dAB · cosθ = q · E · d (II) constante. Quando d > R, o potencial diminui em função do aumento da
distância do ponto Pexterno (são inversamente proporcionais).
Unindo as duas expressões:
8. Capacitância
UAB = E · d Capacitância é a grandeza escalar associada à capacidade de um
corpo de armazenar carga elétrica e, consequentemente, energia elétrica.
Obs.: Note que a d.d.p., em uma região de campo elétrico uniforme,
depende da distância entre as equipotenciais dos pontos desejados.
Q Q (C)
C=
V
7. Potencial criado por um condutor
elétrico eletrizado de raio R tgθ = C
Considere um condutor de raio R eletrizado, como na figura abaixo: θ
V (V)
Em que C é a capacitância, Q representa a carga elétrica armazenada
Q e V é o potencial elétrico do corpo.
Unidade SI de capacitância: [F] – Farad.
R Podemos, dessa forma, relacionar linearmente a carga elétrica
Psuperfície Pexterno armazenada com o potencial do corpo, uma vez que a capacitância é
0 constante para cada corpo.
Pinterno
Ppróximo
8.1. Capacitância de um condutor esférico
Como vimos anteriormente, o potencial elétrico na superfície de um
condutor esférico é dado por:

d kQ
V=
R
Como no interior do condutor o campo elétrico é nulo (constante),
conclui-se que a d.d.p. entre dois pontos que estejam no interior ou na Assim, podemos obter uma expressão para a capacitância de um
superfície do condutor também será nula. Logo o potencial elétrico para condutor esférico:
pontos internos ou na superfície é igual. Q Q R
C= = ⇒C=
kQ V kQ k
No interior ou na superfície (Psuperfície), o potencial elétrico vale: V =
R R
Já para pontos fora da superfície, o potencial elétrico será dado por: Podemos concluir que a capacidade de um condutor esférico para
kQ , em que d é a distância do ponto ao centro da esfera. armazenar carga é diretamente proporcional ao seu raio.
V=
d 8.2. Energia potencial elétrica
Obs.: Repare que para pontos fora da esfera, o potencial elétrico é
armazenada em um condutor
semelhante ao de uma carga puntiforme localizada no centro da esfera
(idêntico para o campo elétrico, como visto anteriormente). Como a energia potencial, em um instante, é dada por EP = q · V,
como visto anteriormente, a energia armazenada será obtida pela área
O gráfico do potencial elétrico gerado pelo condutor em função da do gráfico Q x V.
distância ao centro está representado no gráfico a seguir: Para um condutor que possui carga Qo e potencial Vo, sua energia
potencial elétrica armazenada é dada por:

IME-ITA 247
Física III – Assunto 4

Q 9. Equilíbrio entre
condutores elétricos
1
E = Área ∴ E = QoVo Observamos anteriormente que o movimento de cargas elétricas ocorre
QO 2 quando há uma diferença de potencial em pontos do espaço. Vimos que
cargas elétricas positivas movimentam-se no sentido do menor potencial
V elétrico, enquanto as cargas negativas buscam os pontos de maior
VO
potencial. Ou seja, dizemos que só haverá movimento de cargas elétricas
enquanto houver uma d.d.p. na região onde elas se encontram.
Dessa expressão e da definição de capacitância, podemos derivar
Assim, quando colocamos em contato ou interligamos por meio de fios
outras expressões para o potencial elétrico armazenado por um condutor:
condutores ideais condutores elétricos carregados, haverá movimentação
1 2 1 Q2 de cargas entre eles (eletrização) até que o potencial elétrico V dos
=E = CVo condutores fiquem iguais (equilíbrio eletrostático).
2 2 C
Portanto, dizemos que dois ou mais corpos estão em equilíbrio
8.3 Capacitor de placas planas e paralelas elétrico quando seus potenciais elétricos são iguais, não necessariamente
Capacitor é o elemento físico passivo de um circuito que tem como possuindo a mesma quantidade de carga elétrica.
finalidade armazenar carga elétrica (energia elétrica). Para exemplificar, sejam 3 condutores elétricos distintos A, B e C que
O capacitor mais conhecido é o constituído por duas placas isolantes e foram interligados e estão representados antes e depois de o equilíbrio
paralelas, separadas por espaço que pode ser preenchido por um material ser alcançado:
isolante (dielétrico) ou não.
Um capacitor adquire carga elétrica quando os terminais de suas
placas estão conectados a potenciais elétricos distintos, ou seja, quando
o capacitor estiver sujeito a uma d.d.p. Nesse caso, cada placa adquire
cargas de mesmo módulo, porém sinais opostos.
Seja a representação de um capacitor desse tipo:
Antes Depois
Aplicando-se o princípio da conservação das cargas e definição de
capacitância, temos:
QA + QB + QC = Q’A + Q’B + Q’C

QA = CA · VA ; Q’A = CA · V’A = CA · V → QA + QB + QC = CAV + CBV + CCV


QB = CB · VB ; Q’B = CB · V’B = CB . V
Q + QB + QC ∑ Q
QC = CC · VC ; Q’C = CC . V’C = CC . V → V = A =
CA + CB + CC ∑ C
O campo elétrico produzido por cada placa é dado por: Assim podemos obter as cargas finais de cada condutor:
σ QQQ++Q+QQ++Q+QQ QQ
AQA+A+Q+Q
BQB+B+Q+CQQ QAQQA+A+Q+BQQB+B+Q+CQQCC
E = 2 ko πσ = QQ' A'QA=' A=C=CAACAA A A BB B C C; CQ ' B=
;' BQ
;Q ' B=C=C
BC
BB
C; CQ 'CQ'C='C=C=CCC
; ;Q CC
2εo CCA AC+A+C+C
BBC+B+C+CCC
CC CC
ACA+A+C+B
CCB+B+C+CCC
CC CACCA+A+C+BCCB+B+C+CCCCC

Obs.: Quando os condutores são idênticos, como foi visto no assunto


Q
em que σ = é a densidade superficial de carga (A → área da placa). eletrização por contato, chegamos novamente àquela "velha" expressão
A de condutores idênticos: CA = CB = CC = C.
Assim, o campo elétrico uniforme resultante entre as placas será: Q +Q +Q
Q' = C ; '
σ 3
ET = 4 ko πσ =
εo
Da mesma forma, poderemos encontrar a carga dos demais condutores.
Dessa expressão, visto que o campo σ
U = Eno interior
Td = d é praticamente 10. Potencial da Terra
uniforme, podemos obter a d.d.p. entre as placas. εo
Como a Terra possui uma infinidade de cargas (positivas e negativas),
σ Qd adota-se como referência o seu potencial elétrico como sendo nulo.
U = ET d = d U =
εo Aεo
Dessa forma, podemos dizer que todo corpo que esteja em equilíbrio
Qd com a terra terá potencial nulo.
Daí obtemos a capacitância
U= desse tipo de capacitor, com área A e
distância entre as placas d: εo
A
Qd Q ε A ε A
U= ⇒C= = o →C= o ligação a terra
Aεo U d d
corpo com
potencial
Obs.: Repare que a capacitância de um capacitor depende diretamente
de suas dimensões.
nulo

248 Vol. 2
Potencial elétrico

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Em um ponto A distante 45 cm de uma carga elétrica puntiforme Q, 03 Considere as superfícies equipotenciais abaixo, S1, S2 e S3, com
o potencial assume o valor 5,0 ∙ 104 V. Sabendo que o meio que envolve seus respectivos potenciais elétricos indicados, e determine o trabalho
a carga é o vácuo, determine o valor de Q. realizado pela força elétrica que atua em uma carga de 2 C quando ela
(Dado: constante eletrostática do vácuo: K0 = 9,0 · 109 N · m2 · C–2). se desloca do ponto A ao ponto E, percorrendo a trajetória indicada.

Solução: D E

d = 45 cm = 0,45 m S1 – 10 v
kQ 9 ⋅ 109 ⋅ Q C
V=
d
→ 5 ⋅ 104 =
0 ,45
S2 0v
A B
Q = 2,5 · 10–6 C = 2,5 C S3 + 10 v

02 A figura representa uma distribuição discreta de cargas elétricas


Q1 =15 nC, Q2 =60 nC e Q3 =– 45 nC no vácuo. Solução:
(Dado: K0 = 9,0 · 109 Nm2/C2) O trabalho da força elétrica depende apenas da diferença de potencial
no ponto A e no ponto E, independentemente do caminho seguido.

B τ = q · UAE = q · (VA – VE)


τ = 2 · [10 – (– 10)]
τ = 40 J.
4m
Apesar de ser uma diferença de potencial, não é o potencial final
3m 3m 3m
menos o potencial inicial, e sim o inverso. Por isso a diferença de
potencial é representada por U e não por ΔV, pois quando usamos a
Q3 C Q1 A
letra grega delta (Δ) na frente de uma grandeza física, nos referimos a
uma diferença entre a grandeza final e inicial.

8m
04 No esquema, apresentam-se as superfícies equipotenciais e as
linhas de força no campo de uma carga elétrica puntiforme Q fixa.

Q2
A

a. Qual a diferença de potencial entre os pontos A e B? 20 V


r=
b. Qual o trabalho necessário para levar uma carga elétrica de 10 mC 0,5 90 V
m
do ponto A para o ponto B?
120 V

Solução: B
C

a. O potencial elétrico em um ponto P, gerado por três cargas elétricas,


D
é dado por:
Q Q Q
νA = K 1 + K 2 + K 3
d1 d2 d3
Assim:
 15 ⋅ 10−9 60 ⋅ 10−9 45 ⋅ 10−9 
ν A = 9 ,0 ⋅ 109 ⋅  + −  Considere que o meio é o vácuo (K0 = 9 ∙ 109 Nm2/C2) e determine:
 3 10 9 
 
a. o valor de Q;
A = 54 V
b. o valor do campo elétrico em B;
 15 ⋅ 10−9 60 ⋅ 10−9 45 ⋅ 10−9 
νB = 9 ,0 ⋅ 109 ⋅  + −  c. o trabalho realizado pela força elétrica sobre a carga q = – 2,0 . 10–10 C
 5 12 5 
  para levá-la de A a C.
B = – 9,0 V
Portanto: UAB = A – B = 54 – (– q) Solução:
a. Sabemos a distância do ponto B ao centro da esfera (dB = 0,5 m),
UAB = 63 V.
portanto, usaremos o potencial elétrico nesse ponto (VB = 90 V)
para o cálculo da carga elétrica Q.
b. τCE = q (A – B)
τCE = 10 · 10–3 · 63 kQ 9 ⋅ 109 Q
V= → 90 = → Q = 5 · 10–9 C = 5 ηC
τCE = 0,63 J. d 0 ,5

IME-ITA 249
Física III – Assunto 4

b. Basta usar a expressão que define o campo elétrico em função da 06 Determine a intensidade de um campo elétrico uniforme, sabendo
distância do ponto à carga. que a diferença de potencial entre duas de suas equipotenciais, separadas
por 20 cm, é de 300 V.
kQ 9 ⋅ 109 ⋅ 5 ⋅ 10−9
E= →E= Solução:
2
d 0 ,52 O campo elétrico é uniforme; portanto podemos usar a expressão:
E = 180 V/m. U=E·d d = 20 cm = 0,2 m
300 = E · 0,2
c. Pela figura, o potencial elétrico em A vale VA = 20 V e no ponto C E = 1,5 · 103 V/m
vale VC = 120 V.
07 Uma esfera condutora neutra de 7,2 cm de raio encontra-se no
τ = q · UAC = q · (VA – VC) vácuo, onde a constante eletrostática vale 9,0 · 109 Nm2C–2. Determine:
τ = – 2 · 10–10 · (20 – 120)
τ = 2 · 10–8 J. a. a capacitância da esfera;
b. o potencial atingido pela esfera, quando recebe uma carga igual a
05 Na figura a seguir, estão representadas as superfícies equipotenciais, 1,6 C.
planas, paralelas e separadas pela distância d = 2 cm de um campo
Solução:
elétrico uniforme:
a. A capacitância de um condutor esférico pode ser calculada pela relação:
r
d C=
K
Assim, sendo r = 7,2 cm = 7,2 · 10–2 m e K0 = 9,0 · 109 Nm2C–2, temos:
7 ,2 ⋅ 10−2
C= ⇒ C = 8 ,0 ⋅ 10−12 F → C = 8,0 pF
9 ,0 ⋅ 109

b. Para qualquer condutor, vale a expressão:


Q Q
0V 100 V C= ⇒v =
V c
Determine a intensidade, a direção e o sentido do referido campo elétrico. Assim,
Q = 1,6 C = 1,6 · 10–6 e 1,6 ⋅ 10−6
ν= ⇒ ν = 2,0 ⋅ 106 volts
Solução: C = 8,0 pF = 8,0 · 10 F, obtemos:
–12
8 ,0 ⋅ 10−12
As linhas de força de um campo elétrico têm sempre direção
perpendicular às equipotenciais e sentido que vai do maior para o menor 08 Quando duas partículas eletrizadas, que se repelem, são aproximadas,
potencial. Assim, a representação esquemática do referido campo a energia potencial do sistema formado por elas:
elétrico pode ser:
(A) aumenta.
Equipotenciais (B) diminui.
(C) fica constante.
d (D) diminui e logo depois aumenta.
(E) aumenta e logo depois permanece constante.
Linhas de força

Solução: Letra A.
Na Física, a busca de todo sistema é atingir uma situação de
energia potencial mínima. Se duas partículas se repelem, essa situação
será atingida com o afastamento. Se elas são aproximadas, a energia
potencial aumenta.
0V d' = 5d 100 V
09 Três esferas condutoras de raios 3r, 2r e r encontram-se ligadas por
A intensidade desse campo elétrico uniforme pode ser calculada por:
fios condutores:
U U
Ed ' = U ⇒ E = =
d ' 5d
3r
2r
Como d = 2 cm = 2 · 10–2 m, temos: r

100 V
E=
5 ⋅ 2 ⋅ 10−2 m C
V B
E = 1,0 ⋅ 103
m
A

250 Vol. 2
Potencial elétrico

Antes das ligações, a esfera A tinha carga Q e as esferas B e C tinham Determine:


carga nula. No equilíbrio eletrostático do sistema, as superfícies a. o potencial na esfera A;
esféricas: b. o potencial na esfera B;
c. o potencial em um ponto P, a 50 cm do centro das esferas;
I. estão com o mesmo potencial; d. o esboço do gráfico do potencial em função da distância do centro
Q das esferas.
II. tem a mesma carga ;
3
III. de maior carga têm maior potencial; (Dado: constante eletrostática do meio = 9,0 · 109 Nm2C–2.)
IV. têm o mesmo potencial, logo, suas cargas são diferentes.
Solução:
Quais dessas afirmações são corretas?
a. Na esfera A:
Solução: I e IV.
QA Q
ν(A) = ν A +ν B ⇒ ν(A) = K +K B
I. Correta. RA RB
O equilibrio eletrostático ocorre quando os potenciais das esferas
tornam-se iguais.
ν(A) = 9 ,0 ⋅ 109 
(
 +4 ,0 ⋅ 10−6
+
) (
−4 ,00 ⋅ 10−6 ) 
II. Incorreta.  0 ,30 0 ,80 
A carga adquirida é proporcional à capactância do condutor:  
Q = C ( igual para todos). ν(A) = 7 ,5 ⋅ 104 V
Q
Como C = , a carga adquirida é proporcional ao raio da esfera.
R
A esfera maior fica com carga elétrica maior.
III. Incorreta. b. Como a esfera B está ligada à terra, seu potencial é nulo.
Os potenciais finais são iguais. (B) = 0
IV. Correta.
Os potenciais são iguais, e as cargas elétricas são proporcionais c. O ponto P é interno à esfera B e externo à esfera A. Assim:
aos raios das esferas.
QA Q
νP = K +K B
10 Na figura a seguir, há dois condutores esféricos, sendo um maciço, A, d RB
de 30 cm de raio, e outro oco, B, de raio interno igual a 80 cm e externo
igual a 100 cm. O condutor A está eletrizado com carga igual a + 4,0 C, νP = 9 ,0 ⋅ 10
(
 4 ,0 ⋅ 10−6
9 ) + ( −4,0 ⋅ 10−6 ) 
enquanto B está ligado à terra:  0 ,50 0 ,80 
 
B νP = 2,7 ⋅ 104 V

d.

 (104 volts)
7,5
A

0 0,30 0,80 1,0 d(m)

EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Duas cargas de valor q estão separadas de um ponto A pela distância 02 Calcule VA – VB no esquema abaixo:
d. A que distância do ponto A deve ser colocada uma carga – q para que o A
potencial em A seja nulo?
rA
(A) d/2.
(B) d.
(C) 2d.
(D) 4d. rB
q B

IME-ITA 251
Física III – Assunto 4

q = – 1,2 · 10–10 C 07
rA = 1 cm
O dispositivo representado consiste em
rB = 2 cm
duas placas eletrizadas, de forma que existe,
K = 9 · 109 Nm2/C2
entre elas, um campo elétrico uniforme. Sabe-
se que d = 8,0 cm, que a placa A tem potencial
(A) – 54 V.
VA = 400 V e que a placa B está ligada à terra.
(B) + 54 V.
(C) – 108 V.
(D) + 108 V. Determine a intensidade da força elétrica que
apareceria aplicada numa partícula eletrizada
03 Nos vértices A e B do triângulo equilátero representado a seguir, com 5,0 C, se a mesma fosse colocada no
foram fixadas duas partículas eletrizadas com cargas QA = + 6,0 C campo existente entre as placas.
e QB = – 4,0 C:
08 Uma esfera metálica de 27 cm de raio, situada no vácuo, recebe uma
determinada carga elétrica Q, que produz, na sua superfície, um potencial
de 4,0 · 104 V. Qual o valor da carga Q?
(Dado: K0 = 9,0 · 109 Nm2/C2.)

09 Dois condutores bastante afastados possuem capacitâncias C1 = 0,1


F e C2 = 0,4 F, estando eletrizados com cargas Q1 = 2 C e Q2 = 3
C, respectivamente. Ao ligarmos esses condutores através de um fio
metálico, qual será o novo potencial comum?

10 Em uma região onde o meio é o vácuo, são colocadas duas partículas


eletrizadas com cargas de + 5,0 C e – 3,0 C em dois pontos A e B,
respectivamente. Sabe-se que a distância entre os dois pontos é de 2,0
m e que o valor da constante eletrostática do vácuo é 9,0 · 109 unidades
do SI. Determine:

a. a intensidade do campo elétrico do ponto M, médio do segmento AB;


Considerando a constante eletrostática do meio igual a 1,0 · 1010 Nm2C–2, b. o valor do potencial no ponto M;
determine: c. a intensidade da força que apareceria numa carga de prova de +2,0
C, se fosse colocada no ponto M;
a. o potencial elétrico resultante no vértice C; d. a energia potencial elétrica adquirida pela referida carga de prova, em M.
b. a energia potencial elétrica armazenada no sistema;
c. a energia potencial adquirida por uma carga de prova q = + 2,0 mC, Este enunciado refere-se às questões 11 e 12.
ao ser colocada no vértice C.
Ao se mapear uma região do espaço onde existe um campo elétrico
04 Uma partícula eletrizada com carga q, no vácuo, cria a uma distância produzido por uma determinada distribuição de carga, encontrou-se o
d um potencial de 300 volts e um campo elétrico de intensidade 100 seguinte conjunto de linhas de força:
newtons/coulomb. Quais os valores de d e de q? Adote, nos cálculos, a
constante eletrostática do meio igual a 9 · 109 Nm2C–2.

05 Uma partícula fixa, eletrizada com carga + 5,0 C, é responsável


pelo campo elétrico existente em uma determinada região do espaço.
Uma carga de prova de + 2,0 C e 0,25 g de massa é abandonada a 10
cm da carga fonte, recebendo desta uma força de repulsão. Determine:

a. o trabalho que o campo elétrico realiza, para levar a carga de prova a


50 cm da carga fonte; 11 A respeito das intensidades do campo elétrico nos pontos A, B e C,
b. a velocidade escalar da carga de prova, quando estiver a 50 cm da podemos afirmar que:
carga fonte.
(A) EA = EB. (D)
EB > EC.
(Dado: constante eletrostática do meio = 1,0 · 1010 Nm2C–2.) (B) EA > EC. (E)
VC = EC.
(C) EA = EC.
06 Em uma região existe um campo elétrico tal que o potencial elétrico
em cada ponto dessa região é definido por: V = b · x, em que b = 1 V/m 12 A respeito dos potenciais VA, VB e VC das equipotenciais que passam
e x é a abscissa do ponto, em metros. pelos pontos A, B e C, podemos afirmar que:
Uma carga negativa puntiforme móvel de 2 picocoulombs é deslocada do
ponto A, de abscissa nula, até o ponto B, de abscissa negativa de 1 m. (A) VA = VB. (D)
VB > VA .
Qual o trabalho, em picojoules, realizado sobre a carga móvel pelo campo (B) VA > VC. (E)
V C > VA .
elétrico existente na região, no deslocamento acima especificado? (C) VC > VB.

252 Vol. 2
Potencial elétrico

13 No vácuo (K = 9 · 109 Nm2/C2), a intensidade do vetor campo elétrico 18 Com base, ainda, no capacitor da questão anterior, aumenta-se a
e o potencial elétrico em um ponto P do campo gerado por uma carga diferença de potencial imposta a ele pela fonte variável até que a força
pontual valem, respectivamente, 18 · 103 N/C e 36 · 103 V. Qual o valor da elétrica sobre a mesma partícula carregada, agora posicionada no ponto
carga elétrica que gera esse campo? B (sua velocidade inicial é, portanto, nula), fique triplicada. Essa partícula
será imediatamente acelerada em direção à placa positiva do capacitor. A
14 Em uma região onde a constante eletrostática vale 1,0 · 1010 Nm2C–2, sua quantidade de movimento, ao se chocar contra essa placa positiva,
são fixadas duas partículas eletrizadas positivamente com cargas QA e vale, aproximadamente:
QB, distantes entre si 1,0 m. Uma carga de prova de 2,0 C é colocada
no segmento AB, a 60 cm de QA, permanecendo em repouso apesar de (A) 4,5 × 10–3 kg ∙ m/s. (D) 1,3 × 10–3 kg ∙ m/s.
adquirir uma energia potencial elétrica igual a 1,0 J. Quais os valores de (B) 3,7 × 10–3 kg ∙ m/s. (E) 0,8 × 10–3 kg ∙ m/s.
QA e de QB? (C) 2,1 × 10–3 kg ∙ m/s.

15 Na figura abaixo, q1 = 5 · 10–7 C, q2 = 10 · 10–7 C e q3 = – 20 · 10–7 C. 19 Entre duas placas eletrizadas dispostas horizontalmente existe um
Considerando-se o sistema no vácuo, qual o trabalho realizado pela força campo elétrico uniforme. Uma partícula com carga de 3,0 C e massa m
elétrica que desloca uma carga q = 10–2 C desde o ponto A até B? é colocada entre as placas, permanecendo em repouso.

Sabendo que o potencial da placa A é de 500 V, que a placa B está ligada à


terra, que a aceleração da gravidade no local vale 10 m/s2 e que a distância
d entre as placas vale 2,0 cm, determine a massa m da partícula.

20 Uma esfera condutora de raio R é eletrizada com uma carga de 4,0


C. Qual o valor de R, sabendo-se que a 70 cm da superfície da esfera,
no vácuo, o potencial vale 30 kV? Considere, nos cálculos, a constante
eletrostática do vácuo igual a 9 · 109 Nm2/C–2.
16 Em uma região de campo elétrico uniforme, de intensidade 2 · 103 N/C, a
diferença de potencial, em volts, entre dois pontos, situados sobre uma linha
EXERCÍCIOS NÍVEL 2
de força do campo elétrico e separados por uma distância de 50 cm, é:

(A) 103. (C) 4 · 103. 01 Um capacitor plano tem armaduras com áreas iguais a A, espaçadas
(B) 105. (D) 2,5 · 10–4. por uma distância d.
Liga-se esse capacitor a uma bateria até que ele adquira carga elétrica Q e
17 Seja o capacitor abaixo alimentado por fonte variável de corrente d.d.p. igual a V. Depois de desligado da bateria, aumenta-se o espaçamento
contínua: para o valor 2d. Pode-se afirmar que a:

(A) carga elétrica manteve-se igual a Q.


+ 120 V (B) d.d.p. manteve-se igual a V.
Placa mais (C) carga elétrica reduziu-se para Q/2.
+ positiva
A (D) d.d.p. reduziu-se para V/2.
Fonte 5 cm
02 Duas esferas condutoras A e B, de raios rA = 4 cm e rB = 8 cm, estão
B Placa menos eletrizadas com cargas QA = 4 C e QB = 8 C. Colocadas em contato
positiva até o equilíbrio, quais serão suas novas cargas elétricas?
– 30 V
03 Uma esfera condutora de raio r1 = 5 cm está eletrizada com uma carga
Abandona-se em A, equidistante das placas, uma partícula de carga Q1 = 2 · 10–9 C. Uma segunda esfera, de raio r2 = 10 cm, inicialmente
– 5 ∙10–6 Coulombs. Observa-se então que ela permanece em repouso, neutra, é colocada em contato com a primeira, sendo afastada em seguida.
como se estivesse “parada no ar”, sem ser acelerada em direção à placa Determine:
positiva. A massa, em gramas, desta partícula carregada vale, portanto
(considerar a aceleração da gravidade como 10 m/s2): a. o potencial elétrico da primeira esfera, antes do contato;
b. seu novo potencial elétrico, após o contato com a segunda esfera.
(A) 5,5. (D) 1,5.
(B) 3,0. (E) 1,0. (Dado: constante eletrostática do meio = 9 · 109 Nm2/C–2.)
(C) 2,5.

IME-ITA 253
Física III – Assunto 4

04 Um fio condutor homogêneo de 25 cm de comprimento foi conectado 09 Na figura abaixo, P1 e P2 constituem um capacitor de placas paralelas,
entre os terminais de uma bateria de 6 V. A 5 cm do polo positivo, faz-se afastadas 1,0 m e 0,7 m, respectivamente, do solo. Em um dado instante,
uma marca P sobre esse fio, e a 15 cm, uma outra marca Q. Então, a P2 cai livremente, ficando P1 fixa em sua posição original.
intensidade E do campo elétrico dentro desse fio e a diferença de potencial
UPQ existente entre os pontos P e Q dentro do fio serão, respectivamente,
dados por:

(A) 6,0 V/m e 0,6 V. (D) 6,0 V/m e 6,0 V.


(B) 2,4 V/m e 2,4 V. (E) 24 V/m e 6,0 V.
(C) 24 V/m e 2,4 V.

05 (ITA 05/06) Algumas células do corpo humano são revestidas


externamente por uma película com carga positiva e, internamente, por
outra película semelhante, mas com carga negativa de mesmo módulo.
Determine:
Considere que sejam conhecidas a densidade superficial de ambas as
cargas (σ = ± 0,50 · 10–6 C/m2; ε0 ≅ 9,0 · 10–12 C2/Nm2), parede com
a. quantos segundos serão necessários para que a capacitância entre
volume de 4,0 · 10–16 e constante dielétrica k = 5,0. Assinale, então, a
P1 e P2 fique com 1/3 de seu valor inicial.
estimativa da energia total acumulada no campo elétrico dessa parede:
b. a energia armazenada no capacitor se uma tensão de 60 v for aplicada
entre as placas no instante calculado no item a.
(A) 0,7 eV. (D) 17 eV.
(B) 1,7 eV. (E) 70 eV.
Dados: C0 (capacitância inicial) = 0,06 F
(C) 7,0 eV.
g = 10 m/s²
06 O sistema de condutores perfeitos da figura consta de duas esferas
10 Uma esfera metálica isolada, de 10,0 cm de raio, é carregada no vácuo
de raios r1 = a e r2 = 2a, interligadas por um fio condutor de capacidade
até atingir o potencial U = 9,0 V. Em seguida, ela é posta em contato com
nula. Quando o sistema é eletrizado com carga positiva Q, após o equilíbrio
outra esfera metálica isolada, de raio R = 5,0 cm. Após atingido o equilíbrio,
eletrostático ser alcançado, o condutor de raio r1 apresenta densidade
qual das alternativas a seguir melhor descreve a situação física?
superficial de carga σ1 e o de raio r2 apresenta densidade superficial de
carga σ2. Nessa situação, qual a relação σ1/σ2? É dado que (1/4 πε) = 9,0 · 109 Nm2/C2.

(A) A esfera maior terá uma carga de 0,66 10–10 C.


(B) A esfera maior terá um potencial de 4,5 V.
(C) A esfera menor terá uma carga de 0,66 10–10 C.
(D) A esfera menor terá um potencial de 4,5 V.
(E) A carga total é igualmente dividida entre as 2 esferas.

11 Considere as cargas elétricas q1 = 1 C, situada em x = – 2 m,


e q2 = – 2 C, situada em x = – 8 m. Então, o lugar geométrico dos
pontos de potencial nulo é:
07 Duas esferas condutoras A e B de raios r e 2r, respectivamente, estão
(A) uma esfera que corta o eixo x nos pontos x = – 4 m e x = 4 m.
isoladas e muito distantes uma da outra. As cargas das duas esferas são
(B) uma esfera que corta o eixo x nos pontos x = – 16 m e x = 16 m.
de mesmo sinal e a densidade superficial de carga da primeira é igual ao
(C) um elipsoide que corta o eixo x nos pontos x = – 4 m e x = 16 m.
dobro da segunda. As duas esferas são interligadas por um fio condutor.
(D) um hiperboloide que corta o eixo x no ponto x = – 4 m.
Diga se uma corrente elétrica se estabelece no fio. Em caso afirmativo,
(E) um plano perpendicular ao eixo x que o corta no ponto x = – 4 m.
qual o sentido da corrente? Justifique a resposta, em qualquer caso.
12 Três esferas condutoras, de raio a e carga Q, ocupam os vértices de um
08 Na figura, há dois condutores esféricos A e B concêntricos:
triângulo equilátero de lado b > a, conforme mostra a figura 1. Considere
as figuras 2, 3 e 4, em que, respectivamente, cada uma das esferas se liga
São dados:
e desliga da terra, uma de cada vez. Determine, nas situações 2, 3 e 4, a
I. R1 = 30 cm, R2 = 60 cm e
carga das esferas Q1, Q2 e Q3, respectivamente, em função de a, b e Q.
R3 = 90 cm.
II. Carga elétrica da esfera maciça:
q = –1,0 C; carga elétrica da
esfera oca: Q = + 10 C.
III. Constante eletrostática do
meio: K0 = 9,0 · 109 Nm2/C–2.

Esboce o gráfico do potencial


em função da distância ao centro
das esferas.
Figura 2

254 Vol. 2
Potencial elétrico

Q3 15 Uma pequena esfera de massa igual a 0,2 g pende por um fio isolante
entre duas placas verticais e paralelas, separadas por uma distância de
5 cm. A carga na esfera é 6 · 10–9 C. Qual será a diferença de potencial
entre as placas se o fio permanecer em equilíbrio em um ângulo de 30°
com a vertical?

16 (ITA 01/02) Uma esfera de massa m e carga q está suspensa por um


fio frágil e inextensível, feito de um material eletricamente isolante. A esfera
Q2 Q2 se encontra entre as placas paralelas de um capacitor plano, como mostra
a figura. A distância entre as placas é d, a diferença de potencial entre elas
Figura 3 Figura 4
é V e o esforço máximo que o fio pode suportar é igual ao quádruplo do
peso da esfera. Para que a esfera permaneça imóvel, em equilíbrio estável,
13 Duas cargas pontuais + q e – q, de massas iguais m, encontram-se é necessário que:
inicialmente na origem de um sistema cartesiano xy e caem devido ao g
próprio peso a partir do repouso, bem como devido à ação de um campo
elétrico horizontal e uniforme E, conforme mostra a figura. Por simplicidade,
despreze a força coulombiana atrativa entre as cargas e determine o
trabalho realizado pela força peso sobre as cargas ao se encontrarem
separadas entre si por uma distância horizontal d.
d

2
(A)  qV  < 15 mg .
 d 
2
(B)  qV  < 4 ( mg )2 .
 d 
2
qV
(C)   < 15 ( mg )2 .
 d 
2
qV
(D)   < 16 ( mg )2 .
 d 
2
qV
(E)   < 15 mg .
14 Um capacitor plano é formado por duas placas paralelas, separadas  d 
entre si de uma distância 2a, gerando em seu interior um campo elétrico
uniforme E. O capacitor está rigidamente fixado em um carrinho que se 17 (ITA 04/05) Considere o vão existente entre cada tecla de um computador
encontra inicialmente em repouso. Na face interna de uma das placas e a base do seu teclado. Em cada vão existem duas placas metálicas,
encontra-se uma partícula de massa m e carga q presa por um fio curto e uma delas presa na base do teclado e a outra, na tecla. Em conjunto, elas
inextensível. Considere que não haja atritos e outras resistências a qualquer funcionam como um capacitor de placas planas paralelas imersas no ar.
movimento e que seja M a massa do conjunto capacitor mais carrinho. Por Quando se aciona a tecla, diminui a distância entre as placas e a capacitância
simplicidade, considere ainda a inexistência da ação da gravidade sobre a aumenta. Um circuito elétrico detecta a variação da capacitância, indicativa
partícula. O fio é rompido subitamente e a partícula move-se em direção à do movimento da tecla. Considere então um dado teclado, cujas placas
outra placa. A velocidade da partícula no momento do impacto resultante, metálicas têm 40 mm2 de área e 0,7 mm de distância inicial entre si.
vista por um observador fixo ao solo, é: Considere ainda que a permissividade do ar seja ε0 = 9 · 10–12 F/m. Se o
circuito eletrônico é capaz de detectar uma variação da capacitância a partir
de 0,2 pF, então, qualquer tecla deve ser deslocada de pelo menos:

tecla

0,7 mm
4qEMa 4qEma
(A) (D)
m ( M + m) M ( M + m)
base do teclado
(B) 4qEa
2qEMa (E)
m ( M + m) m (A) 0,1 mm. (D) 0,4 mm.
(B) 0,2 mm. (E) 0,5 mm.
qEa (C) 0,3 mm.
(C)
( M + m)

IME-ITA 255
Física III – Assunto 4

18 Um quadrado de lado L P 02 Duas esferas metálicas concêntricas sem cargas, cujos raios valem R1
tem uma carga puntiforme e R2, sendo R1 < R2, estão unidas por um fino fio condutor. Esse fio passa
+Q fixa em cada um de seus por um pequeno orifício de uma outra esfera, situada concentricamente
vértices, como indicado na entre as duas primeiras. Essa terceira esfera tem raio R3 e possui uma
d L carga Q por ela distribuída. Determine o valor da carga induzida na esfera
figura a seguir. No centro O
do quadrado é fixada uma +Q +Q metálica interna.
carga puntiforme – q. O
ponto P, localizado ao longo O –q 03 A figura abaixo mostra, esquematicamente, uma campainha
do eixo perpendicular ao eletrostática. A e B são condutores esféricos, com diâmetros de 20 cm
plano do quadrado e que e 4 cm, respectivamente. B é suspenso de P por um fio isolante. A placa
passa pelo seu centro, dista +Q +Q metálica C é ligada à terra.
d do ponto O. Considere que
todo o sistema se encontra no vácuo e que a constante eletrostática do
vácuo é denotada por K.
a. Calcule o valor da carga localizada no centro para que o campo elétrico
resultante em P seja nulo.
b. Calcule o valor da carga localizada no centro para que o potencial
elétrico total em P seja nulo. Nessa situação, determine o trabalho total
realizado pelas forças elétricas sobre uma carga de prova qualquer
para trazê-la do infinito até o ponto P, segundo uma trajetória arbitrária.

19 N gotas esféricas de mercúrio, iguais, se carregam até uma potencial


V. Qual será o potencial V’ da gota grande que se obtém como resultado
da união destas gotas?
Considere (1 + x)n ≅ 1 + nx se |x|<1.
(A) V’ = V · N. (D) V’ = V · N3.
(B) V’ = V · N2/3. (E) n.r.a. A esfera A, carregada inicialmente a um potencial de 50 kV, atrai B, que,
(C) V’ = V · N2. após o contato, é repelida e se choca com a placa C, descarregando-se.
A operação se repete enquanto o potencial de A for superior a 25 kV.
20 Duas pequenas esferas condutoras carregadas, de raio R, estão Determine o número de vezes que B baterá em A.
situadas a uma distancia r uma da outra (de centro a centro). Essas
esferas são conectadas à terra, uma de cada vez, durante um certo 04 Um anel encontra-se uniformemente eletrizado com uma carga elétrica
período de tempo. Calcule a carga final da segunda esfera a ser aterrada, total de 9 pC e tem raio igual a 3 cm. Observe a figura.
se inicialmente cada esfera tinha potencial elétrico V.

EXERCÍCIOS NÍVEL 3

01
Um corpo esférico, condutor, oco de
espessura irrelevante e com carga total nula
tem um raio RB = 50,0 cm e envolve um
corpo esférico, a ele concêntrico, condutor 0
e em equilíbrio eletrostático que apresenta 10
um raio RA = 10,0 cm e contém uma
carga elétrica QA = 1,00 C de eletricidade 50
positiva. Num dado instante, um corpúsculo
de massa m = 2,00 · 10–7 g, contendo uma
carga q = 1,00 nC de eletricidade positiva,
100
abandona a superfície do corpo interno, Dados: k = 9 · 109 Nm2/C2
x (cm)
acelera e, como o corpo maior apresenta Distância OP = 4,0 cm
um furo, tal corpúsculo passa por ele e é
detectado movendo-se na posição x = 100,0 cm, como mostrado. Todo Determine:
o sistema encontra-se no vácuo. Nessas condições:
a. a intensidade do vetor campo elétrico no centro O e no ponto P;
a. calcule a intensidade da força elétrica sobre o corpúsculo no instante b. o potencial elétrico no ponto O e no ponto P.
em que ele passa por um ponto entre os condutores situado a
20,0 · 10–2 m do centro deles. 05 Duas partículas A (massa 2M, carga positiva Q) e B (massa M, carga
b. calcule a velocidade do corpúsculo ao passar pela posição x = 100,0 positiva q), separadas por uma distância d, são abandonadas no vácuo, a
cm. partir do repouso, como mostra a figura:

Dado: k = 9 · 109 Nm2C–2 d

256 Vol. 2
Potencial elétrico

Suponha que as únicas forças atuantes nas partículas sejam as forças Determine:
eletrostáticas devidas às suas cargas. Sendo K a constante eletrostática
do vácuo, determine: a. a posição xc do centro do círculo;
b. o raio R do círculo.
a. as velocidades vA e vB das partículas A e B quando a distância entre
elas for “infinita”, ou seja, quando estiverem afastadas o suficiente 07 Ao longo de uma linha reta existe um número infinito de cargas
para que a interação entre elas se torne desprezível; alternadamente positivas e negativas ± q, todas as cargas adjacentes
b. a velocidade com que B chegaria ao “infinito”, se a partícula A fosse fixa. separadas por uma mesma distância d.

06 Uma carga puntiforme q1 = +6e está fixa na origem de um sistema q2


Mostre que a energia potencial de uma carga é E p = − l n 2.
de coordenadas retangulares, e uma segunda carga puntiforme q2 = – 10e 2πε o r
está fixa em x = 8 nm, y = 0. O lugar geométrico de todos os pontos no
08 É dada uma esfera metálica oca, isolada, tendo em seu polo superior
plano xy, com V = 0, é um círculo centrado sobre o eixo x, como mostra
um pequeno orifício. O raio da esfera é R e a espessura da parede pode
a figura abaixo.
ser desprezada. Pelo orifício caem na esfera gotas de água esféricas de
raio r e eletrizadas com potencial V. Determine o potencial V' da esfera
quando ela se apresentar cheia de água até a metade.

09 Duas esferas condutoras isoladas, cada uma de raio 0,1 m, são


carregadas até potenciais de 200 V e 400 V e depois ligadas através de
um fio condutor. Calcule o calor gerado nesse fio.

10 Uma pequena esfera carregada positivamente de massa m está


suspensa por um fio isolante de massa desprezível. Outra pequena esfera
carregada positivamente é movida bem lentamente de uma distância muito
grande até que esteja na posição original da bola original. Como resultado,
a primeira bola sobe uma altura h. Qual o trabalho realizado?

RASCUNHO

IME-ITA 257
Eletrodinâmica A ssunto
5
Física III

1. Introdução Unidade SI de corrente elétrica: [A] – Ampère.

Neste módulo, iniciaremos o estudo da eletrodinâmica apresentando


primeiramente o fenômeno da corrente elétrica, destacando sua definição, ∆Q 1C
i= 1A =
sua causa, os conceitos de potência e do Efeito Joule que ocorre com a ∆t 1s
passagem da corrente.
Em seguida, abordaremos as propriedades físicas dos condutores que
Obs.: Lembre-se que ∆Q = n · e
interferem na intensidade da corrente, com destaque para a resistência
elétrica, conceito fundamental no estudo dos circuitos elétricos. n → número de cargas
Por fim, falaremos sobre as duas leis de Ohm, destacando os dois e → carga elementar
tipos de resistores que serão trabalhados e as formas de se calcular a
potência dissipada e a energia elétrica consumida por eles.
2.2 Gráfico da intensidade de corrente em
função do tempo
2. Corrente elétrica Sabemos que o fluxo de cargas elétricas que atravessam a seção de
Corrente elétrica é a expressão relacionada ao movimento ordenado de um condutor pode variar com o tempo. Assim, poderíamos representar o
cargas elétricas. Os elementos portadores de cargas elétricas podem ser gráfico da intensidade com o tempo, como os exemplos abaixo:
os elétrons livres (metais e grafite), íons positivos ou negativos (soluções
aquosas de ácidos ou bases) e gases ionizados (lâmpadas fluorescentes). i i

Elétrons em
movimento
i
∆Q ∆Q

t t
Além disso, a carga total que atravessa uma secção transversal do fio
em um certo intervalo de tempo é numericamente igual à área do gráfico
corrente versus tempo neste intervalo.
Movimento ordenado dos elétrons em um fio.
∆Q = Área
2.1 Intensidade média de corrente elétrica
A intensidade de corrente está associada à quantidade de portadores 3. Diferença de potencial, d.d.p. ou
de cargas elétricas que atravessam a seção transversal de um condutor tensão elétrica (U)
por unidade de tempo.
No capítulo anterior (Potenciais elétricos) foi visto este assunto, e aqui
será reafirmado que:

• cargas elétricas negativas fluem naturalmente do menor para o maior


potencial;


– –

– –

– –
Elétrons atravessando
a seção reta de um fio
50 V 100 V

sentido convencional

258 Vol. 2
Eletrodinâmica

• cargas elétricas positivas fluem naturalmente do maior para o menor 6. Resistividade (ρ)
potencial.
A resistividade é uma propriedade física de cada material, diretamente
proporcional a sua temperatura, que está relacionada com a dificuldade
+ para a passagem da corrente por um condutor feito deste material.
+ + Unidade SI de resistividade: [ · M] - ohm-metro.
+
+ + ρ = ρ0 (1 + α∆T)
+
+ + em que:
ρ → resistividade para uma temperatura T;
50 V 100 V ρ0 → resistividade referência para uma temperatura T0;
α → coeficiente de temperatura do material;
Como os sentidos dos movimentos Sentido convencional da ∆T → variação de temperatura (∆T = T – T0).
das cargas positivas e negativas são corrente elétrica
opostos na existência de tensão 7. Condutividade (σ)
elétrica, observou-se a necessidade
É o inverso da resistividade, ou seja, é a característica física de cada
de convencionar um sentido único
material, inversamente proporcional a temperatura. Em outros termos é a
para a corrente.
característica física que facilita a passagem da corrente por um condutor.
O sentido convencional da
corrente elétrica é definido como
σ = 1/ρ
do maior potencial para o menor
potencial. Porém, como os portadores Secção
de carga são os elétrons, o sentido Unidade SI de condutividade: [S/m] – siemens/metro = [–1/m]
real da corrente é do menor potencial
para o maior potencial. Caso nada 8. Resistência (R)
seja citado nos exercícios, adotamos + –
o sentido convencional. Propriedade física de cada material, inversamente proporcional à área
transversal do condutor e diretamente proporcional ao seu comprimento.
Unidade SI de resistência: [] – ohm
4. Potência elétrica ρ⋅l
R=
O trabalho da força elétrica para mover uma quantidade de carga ∆Q A
de um potencial V1 para outro V2 foi determinado anteriormente:
Obs.: Tal relação é conhecida como a 2a Lei de Ohm
U
∆Q condutor 9. Condutância (G)
V1 V2 É o inverso da resistência.
τ = ∆Q · (V1 – V2) = ∆Q · U
Unidade SI de condutância: [S] – Siemens = [–1]
A potência elétrica é definida pela razão entre a energia e o tempo
gasto naquela troca de energia dado por: 1
G=
R
τ ∆Q ⋅ U
P= = → P =U⋅i
∆t ∆t 10. Primeira lei de ohm
Unidade SI de potência elétrica: [W] – Watt Quando ligamos os terminais de um condutor a uma certa tensão
1 W = 1V · A (volt-ampère) elétrica, vemos que se estabelece uma corrente elétrica por ele. Ao
variarmos a tensão nos terminais deste condutor, a intensidade da corrente
sofrerá variação proporcionalmente.
5. Efeito joule Desta forma, a uma dada temperatura, para o mesmo condutor a razão
Vimos durante a definição de corrente elétrica que o movimento de U
será constante.
portadores de cargas ocorre de forma ordenada, uma vez que cargas de i
mesmo sinal se deslocam no mesmo sentido. Porém, este movimento
dos portadores é caracterizado por colisões entre eles e deles com as
paredes do condutor.
Desta forma. chama-se de Efeito Joule a transformação de energia
elétrica em térmica (dissipada) que ocorre durante a passagem de corrente
elétrica, graças às colisões mencionadas.

IME-ITA 259
Física III – Assunto 5

U1 U2 U3 U
= = = ....
= constante = R
i1 i2 i3
U1
U1
Desta forma, podemos enunciar a 1a Lei de Ohm como: R1 =
i1
U=R·i
i
11. Resistor i1

Resistor é o elemento físico passivo de um circuito que consome Obs.: Exceto quando se mencionar informação contrária, todos os
energia elétrica ao dissipar calor devido ao Efeito Joule. Na prática, resistores serão considerados ôhmicos.
representam os aparelhos elétricos mais comuns no nosso dia a dia,
tais como lâmpadas, ferro de passar, televisão, geladeira, dentre outros.
12. Potência dissipada
em um resistor

©iStockphoto.com/OlivierLantzendörffer
A partir da definição de potência elétrica, e juntamente com a primeira
lei de Ohm, obtemos as seguintes expressões para a potência dissipada
em um resistor:
U2
P =U⋅i P = R ⋅ i2 P=
R

13. Energia elétrica


A energia elétrica consumida por um resistor pode ser calculada
Simbologia através da potência dele:
E
P = ELE ⇒ EELE = P ⋅ ∆t
∆t
Onde P representa a potência do aparelho e ∆t, o tempo em que ele
mesmo fica ligado.
Obs.: Reostato é um resistor de resistência variável, cujo valor é ajustado Vale ressaltar que, em cálculos de consumo de energia elétrica,
com a posição de um cursor móvel que determina o comprimento da costumamos usar outras unidades para as grandezas físicas envolvidas.
resistência. Assim, usamos o quilowatt-hora (kWh) como unidade de medida da energia
elétrica consumida, trabalhando assim com a potência em quilowatts (kW)
Símbolos para o reostato e o tempo em horas (h).

14. Valores nominais


Os resistores apresentam determinados valores máximos de tensão,
11.1 Resistor ôhmico corrente elétrica e potência elétrica, que representam especificações para
É o elemento que, mantida a sua temperatura constante, a intensidade o seu perfeito funcionamento. Tais valores são chamados de valores
de corrente é diretamente proporcional à tensão aplicada, ou seja, obedece nominais ou ideais.
a Lei de Ohm.
Ex.: Chuveiro 110V – 200W
U
Pelos valores fornecidos, observamos que tal chuveiro funciona
R1 idealmente quando conectado a uma tensão de 110V, dissipando a sua
R2
máxima potência de 200W. Isto quer dizer que se este chuveiro, mantida
a sua resistência constante, for conectado a uma rede elétrica de tensão
R1 = tg θ1 inferior a 110V, sua potência também será inferior a 200W. Por outro lado,
R2 = tg θ2 se conectado a uma d.d.p. superior a 110V, ele provavelmente queimará.
θ1
θ2 i 15. Fusíveis e disjuntores
São dispositivos de segurança usados em circuitos, com o objetivo
de limitar a corrente que percorrerá um trecho do circuito ou um resistor.
11.2 Resistor não ôhmico Ambos possuem como especificação um valor máximo de corrente elétrica
É o elemento que, mesmo mantida a sua temperatura constante, a limite. Enquanto o fusível queima e abre o circuito quando percorrido por
intensidade de corrente não é diretamente proporcional à tensão aplicada, uma corrente elétrica superior ao valor limite, o disjuntor desarma através
ou seja, não obedece à Lei de Ohm. Daí, podemos dizer que sua resistência de uma chave que também abre o circuito, impedindo a passagem de
varia de acordo com a intensidade da corrente. corrente por ali.

260 Vol. 2
Eletrodinâmica

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Cerca de 106 íons de Na+ penetram em uma célula nervosa, em um U(V) I. O resistor em questão é
intervalo de tempo de 1 ms, atravessando sua membrana. Calcule a intensidade ôhmico.
da corrente elétrica através da membrana, sendo e = 1,6. 10–19 C a carga II. A resistência elétrica do
elétrica elementar. resistor é igual a 5 Ω, e isso
30 significa que são necessários
Solução: 5 volts para produzir nele 1
∆Q ampère de corrente.
i=
∆t III. A intensidade de corrente i2
10 indicada no diagrama é igual
Repare, porém, que não temos a carga elétrica que atravessa uma
a 6 A.
seção reta do condutor (∆Q), mas sabemos que essa carga pode ser
IV. Se esse resistor for percorrido
calculada por:
0 2 i2 i(A) por uma corrente de 2 A
∆Q = n · e
durante 20s, consumirá 400
t = 1 ms = 1 · 10–3 s
J de energia.
∆Q n ⋅ e 106 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19 São corretas as seguintes afirmações:
i= = =
∆t ∆t 1⋅ 10−3
i = 1,6 · 10–10 A (A) I, II e III, apenas. (D) todas.
(B) I e IV, apenas. (E) I e II, apenas.
02 Por um chuveiro elétrico circula uma corrente de 20 A, quando ele (C) I, II e IV, apenas.
é ligado a uma tensão de 220 V. Determine:
Solução: Letra D.
a. a potência elétrica recebida pelo chuveiro;
I. Verdadeira.
b. a energia elétrica consumida pelo chuveiro em 15 minutos de
Quando o gráfico U x i é uma reta inclinada para cima, indica que
funcionamento, expressa em kWh.
essas duas grandezas são diretamente proporcionais e obedecem
c. a elevação da temperatura da água ao passar pelo chuveiro com
à Lei de Ohm: U = R · i
vazão igual a 50 gramas por segundo, supondo que ela absorva toda
II. Verdadeira.
a energia dissipada. Use: calor específico da água = 4,0 J/g °C.
Escolhendo o par ordenado (i = 2 A e U = 10 V) do gráfico e
aplicando na Primeira Lei de Ohm, temos:
Solução:
U=R·i
a. Para calcular a potência elétrica, temos três fórmulas distintas.
10 = R · 2
Precisamos identificar as grandezas fornecidas pelo problema, que nesse
R=5Ω
caso são: a corrente elétrica (i = 20 A) e a d.d.p. (U = 220 V).
III. Verdadeira.
Portanto, usaremos P = Ui.
Aplicando a Lei de Ohm para U = 30 V e i2, temos:
P = 220 · 20
U=R·i
P = 4400 W
30 = 5 · i2
i2 = 6 A
b. A energia elétrica consumida é dada por E = P · ∆t
IV. Verdadeira.
• Não esqueça que a unidade da potência deve ser em kW e o tempo,
A energia consumida será E = P · t = U · i · t
em horas.
E = 10 · 2 · 20 = 400 J
P = 4400 W = 4,4 kW
t = 15 min = 0,25 h
04 Um resistor usado em circuitos, como os de receptores de rádio e
E = 4,4 · 0,25 = 1,1 kWh
televisores, por exemplo, é especificado pelo valor de sua resistência e
pela potência máxima que pode dissipar sem danificar-se. Considerando
c. A potência do chuveiro é 4400 W, o que significa 4400 J/s , ou seja,
um resistor de especificações 10 kΩ – 1 W, determine a máxima
a cada segundo, o chuveiro fornece para a água 4400 J.
intensidade de corrente que ele pode suportar.
Sempre preste atenção na unidade do calor específico, que nesse
caso é J/g °C. Portanto, a massa da água deve estar em gramas e o Solução:
calor fornecido, em joules.
Substituindo na expressão do calor sensível: Conhecemos a resistência do resistor (R = 10 kΩ = 10.000 Ω) e a
potência máxima por ele dissipada (P = 1 W). Portanto:
Q = m · c · ∆θ
4400 = 50 · 4 · ∆θ P=U·i
∆θ = 22°C 1 = 10000 · i
i = 10–4 A
03 No diagrama a seguir está representada a curva característica de
um resistor mantido em temperatura constante. 05 A área A de um círculo de raio r é dada por: A = πr2. Calcule, então,
quantos metros deve ter um fio de cobre com 2,0 mm de diâmetro, para
Analise as seguintes afirmações: que sua resistência elétrica seja igual a 1,0 Ω. Considere a resistividade
do cobre igual a 1,7 · 10–8 Ω m. Use π = 3,1.

IME-ITA 261
Física III – Assunto 5

Solução: 09 (PUC-RJ) Considere duas lâmpadas, A e B, idênticas a não ser


pelo fato de que o filamento de B é mais grosso que o filamento de A.
pl Pelos dados do problema, tais como área e Se cada uma estiver sujeita a uma d.d.p. de 110 volts:
R=
A resistividade, é fácil identificar que usaremos a
1,7 ⋅ 10−8 ⋅ l expressão da Segunda Lei de Ohm. A unidade da
1= resistividade é Ω · m; portanto, o raio deve estar
( )
2
3 ,1⋅ 1⋅ 10−3 em metros também (r = 1 mm = 1 · 10–3 m).
l ≅ 182 m
06 Considere uma lâmpada de incandescência com as seguintes
A B
especificações (valores nominais): 100 W–220 V.

a. Calcule a resistência elétrica dessa lâmpada operando corretamente. (A) A será a mais brilhante, pois tem a maior resistência.
b. Ignorando a variação da resistência elétrica com a temperatura, (B) B será a mais brilhante, pois tem a maior resistência.
calcule a potência dissipada pela lâmpada se for ligada a uma rede de (C) A será a mais brilhante, pois tem a menor resistência.
110 V. (D) B será a mais brilhante, pois tem a menor resistência.
(E) ambas terão o mesmo brilho.
Solução:
a. Conhecendo Pot = 110 V e U = 220 V, é mais imediato usar: Solução: Letra D.

U2 U 2 220 ⋅ 220 ρl
Pot = ⇒R= = ⇒ R = 484 Ω R= : AB > A A ⇒ RB < RA
R Pot 100 A

b. Quando a lâmpada está ligada corretamente (U = 220 V), temos: U2


Pot = : RB < RA ⇒ Pot B > Pot A
R
U2
=
Pot = 100 W 10 (VUNESP-SP) Um jovem casal instalou em sua casa uma ducha
R
elétrica moderna de 7700 watts/220 volts. No entanto, os jovens
U verificaram, desiludidos, que toda vez que ligavam a ducha na potência
Na nova situação  U' = 110 V=  , a potência dissipada será: máxima, o disjuntor desarmava(o que equivale a queimar o fusível
 2 de antigamente) e a fantástica ducha deixava de aquecer. Pretendiam
2 até recolocar no lugar o velho chuveiro de 3300 watts/220 volts,
U
U'2  2  1 U2 1 que nunca falhou. Felizmente, um amigo – físico, naturalmente – os
Pot' = = = ⋅ = ⋅ 100 W = 25 W socorreu. Substituiu o velho disjuntor por outro, de maneira que a
R R 4 R 4
ducha funcionasse normalmente.

Com a redução da potência dissipada, reduz-se também a potência A par tir desses dados, indique a única alternativa que descreve
luminosa irradiada, que é uma pequena fração da potência dissipada, corretamente a possível troca efetuada pelo amigo:
já que o rendimento dessa lâmpada é muito baixo. Consequentemente,
ela passa a iluminar menos. (A) Substituiu o velho disjuntor de 20 ampères por um novo, de 30
ampères.
07 Um resistor usado em circuitos, como os de receptores de (B) Substituiu o velho disjuntor de 20 ampères por um novo, de 40
rádio e televisores, por exemplo, é especificado pelo valor de sua ampères.
resistência e pela potência máxima que pode dissipar sem danificar-se. (C) Substituiu o velho disjuntor de 10 ampères por um novo, de 40
Considerando um resistor de especificações 10 kΩ–1 W, determine a ampères.
máxima intensidade de corrente que ele pode suportar. (D) Substituiu o velho disjuntor de 30 ampères por um novo, de 20
ampères.
Solução: (E) Substituiu o velho disjuntor de 40 ampères por um novo, de 20
Pot = R · i2 ⇒ 1 = 104 · i2 ⇒ i = 10–2 A = 10 mA ampères.

08 Um fio de nicromo, de resistência igual a 3,0 Ω, é submetido a uma Solução: Letra B.


diferença de potencial de 6,0 V. Com isso, ele passa a liberar quantas
cal/s (calorias por segundo)? Use: 1,0 cal = 4,0 J. Com o velho chuveiro (30 W / 220 V):

Solução: Pot = U · i ⇒ 3300 = 220 i ⇒ i = 15 A


U 2 6, 02
Pot = = ⇒ Pot = 12 W = 12 J /S
R 3, 0 Com a moderna ducha (7700 W / 220 V):

Isto equivale a uma dissipação de 3,0 cal/s. Pot’ = U · i’ ⇒ 7700 = 220 i’ ⇒ i’ = 35 A

262 Vol. 2
Eletrodinâmica

EXERCÍCIOS NÍVEL 1 05 O gráfico abaixo mostra como a potência gerada por uma usina elétrica,
em quilowatts (kW), varia ao longo das horas do dia:
01 Na montagem esquematizada na figura, P1 e P2 são duas placas
metálicas ligadas por fios condutores a uma bateria e a um medidor de
intensidade de corrente elétrica e F é uma fonte de radiação gama.
Quando a radiação citada atravessa o ar entre as placas, o medidor detecta
a passagem de uma corrente elétrica de pequena intensidade. Isto ocorre
porque a radiação torna o ar:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Calcule a energia fornecida por esta usina, em quilowatts-hora (kWh),


entre 16 h e 21 h.

06 Uma lâmpada traz em seu bulbo a seguinte inscrição: 60 W – 220 V.


Determine, supondo constante a resistência elétrica:
(A) seco.
(B) úmido. a. a potência dessa lâmpada se for instalada em uma residência em que
(C) isolante. a tensão da rede é de 110 V;
(D) imantado. b. a energia elétrica consumida pela lâmpada em kWh durante um mês,
(E) ionizado. supondo que ela permaneça acesa dez horas por noite sob tensão de
220 V.
02 A energia proveniente de uma queda-d’água, utilizada para acender
uma lâmpada, sofreu basicamente a seguinte transformação: 07 Os gráficos a seguir representam a tensão (U) e a intensidade de
corrente elétrica (i) em um aquecedor, em função do tempo (t).
(A) mecânica → elétrica → calorífica.
(B) elétrica → calorífica → mecânica.
(C) calorífica → elétrica → mecânica.
(D) calorífica → mecânica → elétrica.
(E) elétrica → mecânica → calorífica.

03 A partida de um automóvel é acionada durante 5 s, e nesse intervalo de


tempo a corrente elétrica que circula pela bateria tem intensidade 200 A. Quanto
tempo a bateria leva para se recuperar da descarga, se nesse processo a
corrente elétrica tem intensidade 20 A?

04 A intensidade da corrente elétrica que passa por um condutor metálico


varia com o tempo, de acordo com o diagrama abaixo.

10

Calcule o consumo de energia elétrica, em kWh, nos vinte minutos de


funcionamento.
Determine:
08 Um aquecedor elétrico ligado a uma rede de tensão de 220 V é
a. o módulo da carga elétrica total que passa por uma seção transversal percorrido por uma corrente elétrica de intensidade 10 A. Supondo que
desse condutor, nos 8 segundos; não haja perdas, determine o intervalo de tempo necessário para esse
b. a intensidade média de corrente elétrica nesse intervalo de tempo. aquecedor elevar de 20°C a 75°C a temperatura de 1 litro de água (adote
1 cal = 4 J).

IME-ITA 263
Física III – Assunto 5

09 A bacia hidrográfica do rio Tocantins abrange 767.000 km2 (1,4 vezes 14 Um chuveiro elétrico opera na potência de 4.400 W, sob tensão de 220 V.
maior que a França, estendendo-se por 2.500 km no sentido sul-norte,
desde o Planalto Central até o estuário do rio Amazonas. Apresenta um Determine:
potencial hidrelétrico de 25 milhões de kVA. Recentemente foi inaugurada a
UHE Tucuruí que, totalmente pronta em 1993, irá produzir 8 milhões de kVA a. a resistência elétrica desse chuveiro.
– a maior hidrelétrica genuinamente nacional. Cada uma das duas turbinas b. a energia dissipada em 30 minutos de funcionamento.
já em funcionamento produz 330.000 kVA. A unidade kVA representa:
15 Um fio, em cujas extremidades aplica-se uma diferença de potencial de
(A) energia. (D) amperagem. 20 volts, libera calor à razão de 800 cal/s. Calcule sua resistência elétrica,
(B) potência. (E) voltagem. considerando 1 cal ≅ 4,2 J.
(C) carga.
16 Determine a resistência, em Ω, de um condutor que dissipa 1.000
10 A potência de um chuveiro é de 2.200 watts. Considere 1 cal = 4 cal/s, ligado a uma diferença de potencial de 50 V.
J. Qual a variação de temperatura da água, ao passar pelo chuveiro com
uma vazão de 0,022 litros? (Dado: 1 cal = 4,18 J)

11 Um chuveiro elétrico opera a uma tensão de 220 V e consome 2.200 (A) 0,10. (C) 0,60.
W. (B) 0,30. (D) 0,90.

a. Qual é a resistência elétrica deste chuveiro? 17 Um chuveiro elétrico, submetido à tensão constante, pode ser regulado
b. Imaginando que você utilize este chuveiro para tomar um banho com para fornecer água em maior ou menor temperatura (inverno e verão,
água à temperatura de 37°C e que a temperatura ambiente da água seja respectivamente). A resistência elétrica do chuveiro:
de 27°C, calcule a vazão da água, em litros por segundo, que você deve
exigir deste chuveiro. (Dado: calor específico da água ≅ 4,2 J/(g°C).) (A) não tem relação com o aquecimento da água.
(B) é maior quando se deseja água mais aquecida.
12 A curva característica de um condutor é apresentada na figura abaixo. (C) é maior quando se deseja água menos aquecida.
(D) é menor quando se deseja água menos aquecida.

18 (ITA 01/02) Para se proteger do apagão, o dono de um bar conectou


uma lâmpada a uma bateria de automóvel (12,0 V). Sabendo que a lâmpada
dissipa 40,0 W, os valores que melhor representam a corrente I que a
atravessa e sua resistência R são, respectivamente, dados por:

(A) I = 6,6 A e R = 0,36 Ω


(B) I = 6,6 A e R = 0,18 Ω
(C) I = 6,6 A e R = 3,6 Ω
(D) I = 3,3 A e R = 7,2 Ω
(E) I = 3,3 A e R = 3,6 Ω

Determine: 19 A figura representa um aquecedor de água que eleva a temperatura da


a. se o referido condutor é ôhmico; água de 15°C para 24°C em 30 minutos, quando uma corrente elétrica de
b. a resistência elétrica do condutor, quando submetido à tensão de 20 V. 8 ampères passa através da resistência R. O aquecedor contém 80 kg de
água de calor específico de 1 cal/g °C. Considerando-se que toda energia
13 A curva característica de um elemento resistivo é vista na figura abaixo. elétrica dissipada na resistência é utilizada no aquecimento da água, o valor
da resistência e o de sua potência dissipada são, respectivamente, iguais a:

(Dado: 1cal = 4J )

(A) 60 Ω e 5 kW. Aquecedor


(B) 50 Ω e 4 kW. i = 8A R i = 8A
(C) 25 Ω e 1,6 kW.
(D) 45 Ω e 3 kW. Água
(E) 30 Ω e 2 kW.

20 (ITA 01/02) Sendo dado que 1J = 0,239 cal, o valor que melhor
expressa, em calorias, o calor produzido em 5 minutos de funcionamento
de um ferro elétrico, ligado a uma fonte de 120 V e atravessado por uma
corrente de 5,0 A, é:

(A) 7,0 · 104. (D) 0,43 · 104.


(B) 0,70 · 104. (E) 4,3 104.
a. Qual a potência dissipada quando i = 10 mA? (C) 0,070 · 104.
b. Qual é a carga que passa em 10 segundos, quando V = 2,0 volts?

264 Vol. 2
Eletrodinâmica

EXERCÍCIOS NÍVEL 2 6 1 1 1 ferro


Componente
lâmpadas televisor chuveiro elétrico
01 Aplica-se uma diferença de potencial de 220 V a um resistor de Potência 100 W 500 W 2400 W 1200 W
resistência 50 Ω. A potência e a intensidade de corrente elétrica são,
respectivamente, iguais a: Tensão 220 V 220v 220 V 220 v
Tempo 2,0 4,0 1,5 1,0
(A) 968 W e 44 A. (D) 96,8 W e 44 A.
(B) 968 W e 4,4 A. (E) 96,8 W e 4,4 A. Buscando minimizar o gasto mensal, os moradores dessa residência
(C) 968 W e 0,44 A. resolveram retirar duas lâmpadas e reduzir o uso do chuveiro e do ferro
elétrico em 30 minutos cada. Com esta atitude, foi conseguida uma
02 O gráfico representa o comportamento da resistência de um fio economia de:
condutor em função da temperatura em K. O fato de o valor da resistência
ficar desprezível abaixo de uma certa temperatura caracteriza o fenômeno (A) 22,5%.
da supercondutividade. Pretende-se usar o fio na construção de uma linha (B) 25,0%.
de transmissão de energia elétrica em corrente contínua. À temperatura (C) 27,5%.
ambiente de 300 K, a linha seria percorrida por uma corrente de 1000 A, (D) 30,0%.
com uma certa perda de energia na linha. Qual seria o valor da corrente (E) 32,5%.
na linha, com a mesma perda de energia, se a temperatura do fio fosse
baixada para 100 K? 06 Produz-se um campo elétrico de 1 V/m em um condutor cilíndrico
de cobre de resistividade ρ = 1,7 · 10–8 Ω m e comprimento de 100 m,
resultando uma corrente elétrica de 1 A.

a. Qual a d.d.p. nos terminais do condutor?


b. Qual a resistência elétrica do condutor?
c. Qual a área da seção transversal desse fio?
d. Qual a potência dissipada?

07 Um fio de resistência elétrica R tem comprimento  e área de seção


transversal A. Estica-se esse fio até que seu comprimento dobre. Qual será
a nova resistência desse fio, supondo que não tenha havido alteração de
sua resistividade nem de sua densidade?

08 Em circulação assistida, ou em experiência com animais, normalmente


é de grande valia a pressão intra-aórtica ou pressão intraventricular.
Para tanto, utiliza-se um dispositivo chamado gauge, com resistores
dependentes da tração mecânica, que têm o nome de strain gauges. Estes
03 A intensidade de corrente elétrica em um resistor ôhmico de resistência dispositivos, em princípio, constam de um fio que é esticado até aumentar
elétrica igual a 1 kΩ é dada em função do tempo, conforme o gráfico a o comprimento, com respectiva redução de área e, portanto, apresentam
seguir: uma resistência variável.

Supondo que tivéssemos, para uma determinada condição, um strain


2
gauge de Isoelastic, de resistividade ρ = 1,12  mm , 1,00 m de
m
comprimento e área de seção transversal de 4,48 . 10–4 mm2, qual a
resistência elétrica apresentada por esse strain gauge?

09 Com um certo material de resistividade elétrica ρ foi construída uma


resistência na forma de um bastão de 5,0 cm de comprimento e seção
Determine a energia elétrica dissipada no resistor, no intervalo de tempo transversal quadrada de 5,0 mm de lado. A resistência assim construída,
de 0 a 50 s. ligada a uma tensão de 120 V, foi usada para aquecer água. Em operação,
verificou-se que o calor fornecido pela resistência ao líquido em 10 s foi
04 Ao ser conectado a uma rede elétrica que fornece uma tensão eficaz de 1,7 · 103 cal.
de 200 V, a taxa de consumo de energia de um resistor ôhmico é igual a
60 W. a. Calcule o valor da resistividade ρ.
Determine o consumo de energia, em kWh, desse resistor, durante quatro b. Quantos segundos seriam necessários para aquecer 1 litro de água
horas, ao ser conectado a uma rede que fornece uma tensão eficaz de da temperatura de 20°C até 37°C?
100 V.
Observação: Considere a resistividade do material e o calor específico
05 A tabela a seguir mostra componentes eletroeletrônicos de uma da água constantes naquele intervalo de temperatura. (Use 1 cal = 4 J.)
residência, com suas respectivas especificações e tempo médio de uso
diário em horas, por elemento.

IME-ITA 265
Física III – Assunto 5

10 Pretende-se determinar a resistência de uma lâmpada, cuja 14 Os gráficos apresentados a seguir, caracterizam a potência P, em watt,
tensão nominal é de 120 volts, com um circuito no qual se pode medir e a luminosidade L, em lúmen, em função da tensão, para uma lâmpada
simultaneamente a tensão aplicada à lâmpada e a intensidade da corrente incandescente. Para iluminar um salão, um especialista programou utilizar
nela. Foram feitas duas medições: primeiro a 120 volts e, depois, a 40 volts. 80 dessas lâmpadas, supondo que a tensão disponível no local seria de 127
Calculou-se a resistência da lâmpada aplicando-se a Lei de Ohm e obteve-se V. Entretanto, ao iniciar-se a instalação, verificou-se que a tensão no local
resistência sensivelmente maior para 120 volts. Pode-se afirmar que: era de 110V. Foi necessário, portanto, um novo projeto, de forma a manter
a mesma luminosidade no salão, com lâmpadas desse mesmo tipo.
(A) houve erro nas medidas, pois os resultados deveriam ser iguais.
(B) houve um curto-circuito no filamento da lâmpada, diminuindo a
resistência na segunda medida.
(C) a diferença decorre da desigualdade de temperatura do filamento nas
duas tensões.
(D) o processo não serve para medir resistência.

11 Fusíveis são interruptores elétricos de proteção que desligam o circuito


elétrico quando a corrente ultrapassa determinado valor. Uma residência
de 110 V é protegida por fusíveis de 20 ampères. O proprietário possui um
aquecedor de água de 4.400 W, um ferro de passar de 880 W, lâmpadas
de 100 W, e uma sauna de 6.600 W. Os equipamentos que podem ser
ligados na rede elétrica, um de cada vez, sem queimar o fusível, são,
respectivamente:

(A) o ferro e o aquecedor.


(B) o ferro e a lâmpada.
(C) a lâmpada e o aquecedor.
(D) a lâmpada e a sauna.
(E) o ferro e a sauna.

12 Um LED (do inglês Light Emiting Diode) é um dispositivo semicondutor


para emitir luz. Sua potência depende da corrente elétrica que passa através
desse dispositivo, controlada pela voltagem aplicada. Os gráficos abaixo
representam as características operacionais de um LED com comprimento
de onda na região do infravermelho, usado em controles remotos.
50 2,0
Potencia luminosa (10–3 W)

40
Para esse novo projeto, determine:
1,5
Corrente (10 A)

30
1,0
a. o número N de lâmpadas a serem utilizadas;
20 b. a potência adicional PA, em watts, a ser consumida pelo novo conjunto
10 0,5 de lâmpadas, em relação à que seria consumida no projeto inicial.
0,0
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 10 20 30 40 50 15 Mediante chave seletora, um chuveiro elétrico tem a sua resistência
Voltagem (V) Corrente (10 A)
–3 graduada para dissipar 4,0 kW no inverno, 3,0 kW no outono, 2,0 kW na
primavera e 1,0 kW no verão. Em uma manhã de inverno, com temperatura
a. Qual é a potência elétrica do diodo, quando uma tensão de 1,2 V é ambiente de 10°C, foram usados 10,0 L de água desse chuveiro para preencher
aplicada? os 16% do volume faltante do aquário de peixes ornamentais, de modo a elevar
b. Qual é a potência de saída (potência elétrica transformada em luz) sua temperatura de 23°C para 28°C. Sabe-se que 20% da energia é perdida no
para essa voltagem? Qual é a eficiência do dispositivo? aquecimento do ar, a densidade da água é ρ = 1,0 g/cm3 e calor específico
c. Qual é a eficiência do dispositivo sob uma tensão de 1,5 V? da água é 4,18 J/gK. Considerando que a água do chuveiro foi colhida em
10 minutos, em que posição se encontrava a chave seletora? Justifique.
13
(MACK-SP) A temperatura 16 Em uma sala há várias tomadas elétricas aparentemente idênticas.
de um forno é calculada através + No entanto, algumas fornecem uma diferença de potencial (d.d.p.) de Vo
A
da corrente elétrica indicada e outras, uma d.d.p. de 2 Vo. Um estudante deve diferenciar os dois tipos
pelo amperímetro, como mostra de tomadas. Para isso, lhe são fornecidas 2 lâmpadas fabricadas para
a figura. O resistor R é feito de Tensão operar sob uma d.d.p. de Vo e com potência Po e fios condutores ideais
material cuja resistividade tem constante R
para que possa construir um circuito a fim de testar as tomadas.
coeficiente de temperatura igual
a 5 · 10–3 °C–1. Estando o forno a. De que modo o estudante deve ligar as lâmpadas no circuito para que não
a 20°C, o amperímetro indica –
Forno corra risco de queimá-las? Represente o circuito por meio de um esquema.
2,0 A. Quando o amperímetro b. Explique como o estudante pode diferenciar as tomadas que fornecem
indicar 1,6 A, qual será a temperatura do forno? a d.d.p. de Vo das que fornecem a d.d.p. de 2 Vo.

266 Vol. 2
Eletrodinâmica

17 Um estudante do ITA foi a uma loja comprar uma lâmpada para o seu EXERCÍCIOS NÍVEL 3
apartamento. A tensão da rede elétrica do alojamento dos estudantes do ITA
é 127 V, mas a tensão da cidade de São José dos Campos é de 220 V. Ele 01 Um anel circular de raio R encontra-se uniformemente eletrizado com
queria uma lâmpada de 25 W de potência que funcionasse em 127 V, mas densidade linear de cargas igual a λ. O anel roda com velocidade angular
a loja tinha somente lâmpadas de 220 V. Comprou, então, uma lâmpada constante, igual a ω, em torno de seu eixo. Determine a intensidade de
de 100 W fabricada para 220 V, e ligou-a em 127 V. Se pudermos ignorar corrente gerada pela rotação do anel.
a variação da resistência do filamento da lâmpada com a temperatura,
02 Um condutor metálico cilíndrico, cuja seção transversal tem área A, é
podemos afirmar que:
percorrido por uma corrente elétrica de intensidade constante i. Sendo N
o número de elétrons livres por unidade de volume do condutor, e a carga
(A) o estudante passou a ter uma dissipação de calor no filamento da
elétrica elementar e v a velocidade média de deslocamento dos elétrons
lâmpada acima da qual ele pretendia (mais de 25 W). livres, determine a intensidade da corrente elétrica.
(B) a potência dissipada na lâmpada passou a ser menor que 25 W.
(C) a lâmpada não acendeu em 127 V. 03 As lâmpadas fluorescentes iluminam muito mais que as lâmpadas
(D) a lâmpada, tão logo foi ligada, “queimou”. incandescentes de mesma potência. Nas lâmpadas fluorescentes
(E) a lâmpada funcionou em 127 V perfeitamente, dando a potência compactas, a eficiência luminosa, medida em lumens por watt (lm/W), é
nominal de 100 W. da ordem dede 60 lm/W e, nas lâmpadas incandescentes, da ordem de
15 lm/W. Em uma residência, 10 lâmpadas incandescentes de 100 W
18 A casa de um certo professor de Física do ITA, em São José dos são substituídas por fluorescentes compactas que fornecem iluminação
equivalente (mesma quantidade de lumens). Admitindo que as lâmpadas
Campos, tem dois chuveiros elétricos que consomem 4,5 kW cada um.
ficam acesas, em média, 6 horas por dia e que o preço da energia elétrica
Ele quer trocar o disjuntor geral da caixa de força por um que permita o
é de R$ 0,20 por kWh, determine a economia mensal na conta de energia
funcionamento dos dois chuveiros simultaneamente com um aquecedor elétrica dessa residência.
elétrico (1,2 kW), um ferro elétrico (1,1 kW) e 7 lâmpadas comuns
(incandescentes) de 100 W. Disjuntores são classificados pela corrente 04 A base de uma nuvem de tempestade, eletricamente carregada, situa-se
máxima que permitem passar. Considerando que a tensão da cidade seja a 500 m do solo. O ar se mantém isolante até que o campo elétrico entre
de 220 V, o disjuntor de menor corrente máxima que permitirá o consumo a nuvem e o solo atinja o valor de 5,00 · 106 N/C. Em um dado instante,
desejado é de: a nuvem descarrega-se por meio de um raio, que dura 0,10 s e libera a
energia de 5,00 · 1011 J. Calcule:
(A) 30 A. (D) 60 A.
a. a diferença de potencial entre a base da nuvem e o solo;
(B) 40 A. (E) 80 A.
b. a corrente elétrica média durante a descarga;
(C) 50 A. c. a quantidade de cargas transportadas pelo raio.

19 Um fio condutor é derretido quando o calor gerado pela corrente que 05 Um objeto metálico é colocado próximo a uma carga de +0,02 C
passa por ele se mantém maior que o calor perdido pela superfície do fio e aterrado com um fio metálico de resistência de 8 Ω. Suponha que a
(desprezando a condução de calor pelos contatos). Dado que uma corrente corrente que passa pelo fio seja constante por um tempo de 0,1 ms até o
de 1 A é a mínima necessária para derreter um fio de seção transversal sistema entrar em equilíbrio e que a energia dissipada no processo seja
circular de 1 mm de raio e 1 cm de comprimento, determine a corrente de 2 J. Conclui-se que, no equilíbrio, a carga no objeto metálico é:
mínima necessária para derreter um outro fio da mesma substância com
seção transversal circular de 4 mm de raio e 4 cm de comprimento. (A) –0,02 C. (D) 0 C.
(B) –0,01 C. (E) +0,02 C.
(A) 1/8 A. (D) 4 A. (C) –0,005 C.
(B) 1/4 A. (E) 8 A.
(C) 1 A. 06 Grande parte da tecnologia utilizada em informática e telecomunicações
é baseada em dispositivos semicondutores, que não obedecem à lei de
20 A figura mostra três camadas de dois materiais com condutividade σ1 Ohm. Entre eles está o diodo, cujas características ideais são mostradas no
e σ2, respectivamente. Da esquerda para a direita, temos uma camada do gráfico (figura 1). O gráfico deve ser interpretado da seguinte forma: se for
material com condutividade σ1, de largura d/2, seguida de uma camada do aplicada uma tensão negativa sobre o diodo (VD < 0), não haverá corrente
material de condutividade σ2, de largura d/4, seguida de outra camada do (ele funciona como uma chave aberta. Caso contrário (VD > 0), ele se
primeiro material de condutividade σ1, de largura d/4. A área transversal é a comporta como uma chave fechada. Considere o circuito (figura 2).
mesma para todas as camadas e igual a A. Sendo a diferença de potencial
entre os pontos a e b igual a V, a corrente do circuito é dada por:

(A) 4V A/d(3σ1 + σ2).


(B) 4V A/d(3σ2 + σ1).
(C) 4V Aσ1σ2/d(3σ1 + σ2).
(D) 4V Aσ1σ2 / d(3σ2 + σ1).
(E) AV(6σ1 + 4σ2) / d.

IME-ITA 267
Física III – Assunto 5

a. Obtenha as resistências do diodo para U=+5V e U=–5V a. Calcule a resistência do fio quando toda a sua extensão está a 10 K,
b. Determine os valores lidos no voltímetro e no amperímetro para isto é, quando o tanque está vazio.
U=+5V e U=–5V. b. Qual é a altura h do nível de hélio líquido no interior do tanque em uma
situação em que a resistência do fio de Nb vale 36 Ω?
07 Em um experimento de laboratório, um fluxo de água constante, de
1,5 litro por minuto, é aquecido através de um sistema cuja resistência 09 Algumas residências recebem três fios da rede de energia elétrica,
R, alimentada por uma fonte de 100 V, depende da temperatura da água. sendo dois fios correspondentes às fases e o terceiro ao neutro. Os
Quando a água entra no sistema, com uma temperatura To = 20°C, a equipamentos existentes nas residências são projetados para serem
resistência passa a ter um determinado valor que aquece a água. A água ligados entre uma fase e o neutro (por exemplo, uma lâmpada, ou entre
aquecida estabelece novo valor para a resistência e assim por diante, até duas fases (por exemplo, um chuveiro). Considere o circuito abaixo, que
que o sistema se estabilize em uma temperatura final T(f). representa, de forma muito simplificada, uma instalação elétrica residencial.
As fases são representadas por fontes de tensão em corrente contínua e
os equipamentos, representados por resistências. Apesar de simplificado,
o circuito pode dar uma ideia das consequências de uma eventual ruptura
do fio neutro. Considere que todos os equipamentos estejam ligados ao
mesmo tempo.

Para analisar o funcionamento do sistema:


a. Escreva a expressão da potência P(R) dissipada no resistor, em função
da temperatura do resistor, e represente P(R) x T no gráfico.
b. Escreva a expressão da potência P(A) necessária para que a água deixe
o sistema a uma temperatura T, e represente P(A) x T no mesmo gráfico. a. Calcule a corrente que circula pelo chuveiro.
c. Estime, a partir do gráfico, o valor da temperatura final T(f) da água, b. Qual é o consumo de energia elétrica da residência em kWh durante
quando essa temperatura se estabiliza. quinze minutos?
c. Considerando que os equipamentos se queimam quando operam com
Note e adote:
uma potência 10% acima da nominal (indicada na figura), determine
– Nas condições do problema, o valor da resistência R é dado por quais serão os equipamentos queimados caso o fio neutro se rompa
R = 10 – α T, quando R é expresso em Ω , T em ºC e α = 0,1 /ºC. no ponto A.
– Toda a potência dissipada no resistor é transferida para a água e o
resistor está à mesma temperatura de saída da água. 10 (Fuvest-SP) Um determinado aquecedor elétrico, com resistência
– Considere o calor específico da água c = 4.000 J/(kg . K) e a densidade R constante, é projetado para operar a 110 V. Pode-se ligar o aparelho
da água ρ = 1 kg/litro. a uma rede de 220 V, obtendo os mesmos aquecimento e consumo de
energia médios, desde que haja um dispositivo que o ligue e desligue, em
08 (Unicamp-SP) O gráfico a seguir mostra a resistividade elétrica de um ciclos sucessivos, como indicado no gráfico. Nesse caso, a cada ciclo,
fio de nióbio (Nb) em função da temperatura. No gráfico, pode-se observar o aparelho permanece ligado por 0,2 s e desligado por um intervalo de
que a resistividade apresenta uma queda brusca em T = 9,0 K, tornando-se tempo ∆t. Determine:
nula abaixo dessa temperatura. Esse comportamento é característico de
um material supercondutor.
3,0 · 10–6
V (V)
2,0 · 10–6
ρ(Ωm)

220
1,0 · 10–6
110
0,0
5 10 15 20 25 t(s)
T (K)
0,2 ∆t 0,2 ∆t 0,2 ∆t 0,2 ∆t 0,2

Um fio de Nb de comprimento total L = 1,5 m Fio de Nb a. a relação Z1 entre as potências P220 e P110, dissipadas por esse aparelho
e seção transversal de área A = 0,050 mm2 é em 220 V e 110 V, respectivamente, quando está continuamente ligado,
esticado verticalmente do topo até o fundo de sem interrupção;
um tanque de hélio líquido, a fim de ser usado b. o valor do intervalo ∆t, em segundos, em que o aparelho deve
como medidor de nível, conforme ilustrado na T = 10 K permanecer desligado a 220 V, para que a potência média dissipada
figura ao lado. Sabendo-se que o hélio líquido pelo resistor nessa tensão seja a mesma que quando ligado
se encontra a 4,2 K e que a temperatura da L continuamente em 110 V;
parte não imersa do fio fica em torno de 10 K, c. a relação Z2 entre as correntes médias I220 e I110, que percorrem o
T = 4,2 K h resistor quando em redes de 220 V e 110 V, respectivamente, para a
pode-se determinar a altura h do nível de hélio
líquido através da medida da resistência do fio. situação do item anterior.

268 Vol. 2
Eletrodinâmica

RASCUNHO

IME-ITA 269
Associação de resistores A ssunto
6
Física III

1. Introdução • a voltagem, nos extremos da associação, é igual à soma das quedas


de tensão em cada resistor.
Neste módulo, daremos continuidade ao estudo de eletrodinâmica, • a resistência equivalente (Req) da associação é igual à soma das
trabalhando desta vez com circuitos com mais de um resistor. A ideia resistências associadas.
principal será reduzir uma associação de resistores a apenas um resistor
equivalente, de forma que seja possível calcular de maneira mais simples Obs.: repare que, em uma associação em série, se um resistor queimar
a corrente de um circuito ou a potência total dissipada no mesmo. (abrindo o circuito), não haverá mais passagem de corrente nos demais
Desta forma, iremos inicialmente apresentar os três tipos de e os resistores cessarão seu funcionamento.
associação (série, paralelo e mista), bem como explicar os fenômenos
do curto circuito e da Ponte de Wheatstone.
2.2 Associação em paralelo
Por fim, explicaremos ferramentas importantes utilizadas para resolver
associações de resistores mais complexas (simetria e transformações Dois ou mais resistores estão associados em paralelo quando a tensão
delta-estrela), além de apresentar os instrumentos de medidas mais usados elétrica (D.D.P.) entre os seus terminais é a mesma. Ex.: aparelhos ligados
no estudo dos circuitos elétricos em um circuito residencial.

2. Associação de resistores
2.1 Associação em série
Dois ou mais resistores estão associados em série quando a corrente
elétrica que os percorre é a mesma. Ex.: lâmpadas de pisca-pisca de Natal.

Associação de resistores em paralelo

Associação de resistores em série U U U


I = i1 +i2 + i3 = + +
R1 R2 R3
Assim, a tensão total da associação é igual à soma das tensões de  1 1 1 
I = U ⋅ + + 
cada resistor:  R1 R2 R3 

U = U 1 + U2 + U3 = R 1 · i + R 2 · i + R 3 · i I
U = (R1 + R2 + R3) · i

Resistência equivalente: Req


U 1
I= = U⋅
Req Req
Resistência equivalente: Req
Novamente, comparando os resultados encontrados, temos:
U = Req · i 1 1 1 1
= + +
REQ R1 R2 R3
Comparando os dois resultados, vemos que: Req = R1 + R2 + R3 n
Portanto, em uma associação em paralelo de n resistores: 1 = ∑ 1
Req i =1 Ri
n
Logo, em uma associação em série de n resistores Req = ∑ Ri Em suma, em uma associação de resistores em paralelo:
i =1
Resumindo, podemos dizer que em uma associação em série: • todos os resistores estão submetidos à mesma tensão;
• a corrente total é a soma das correntes em cada um dos resistores.

270 Vol. 2
Associação de resistores

Obs.: Neste caso, se um resistor queimar, os demais irão continuar R2 = 8 


operando com a mesma intensidade de corrente, uma vez que suas tensões R1 = 2  R5 = 7 
permanecem inalteradas.
A R3, 4 = 8  B
2.2.1 Dois resistores em paralelo
Quando dois resistores estiverem em paralelo, a resistência equivalente Os dois resistores de 8 Ω estão agora em paralelo. Determinaremos a
é dada pela razão entre o produto e a soma desses resistores. 8
1 1 1 R +R resistência equivalente (R2, 3, 4) desses dois resistores: R2, 3, 4 = = 4 Ω
1 = 1 + 1 = R111 + R222 2
RReq = +
RR11 RR22 = RR11RR22 O circuito se reduz, então, a:
eq
eq 1 2 1 2
R11R22 R1 = 2  R2, 3, 4 = 4  R5 = 7 
eq =
RReq R1R2
eq = R11 + R22
R1 + R2
produto
produto das
das resistênci
resistênciiias
as Como os três resistores estão em série, determinamos, finalmente, a
RReq ==
eq soma das resistências resistência equivalente Req entre A e B:
soma das resistências
Essa expressão é útil para cálculos mais rápidos sem a necessidade Req = 2 + 4 + 7 = 13 Ω.
de montar a expressão com fração do item anterior.
3. Curto circuito
Ex.: Qual a resistência equivalente entre dois resistores em paralelo de 2 Ω
Considere uma corrente elétrica i i R
e 3 Ω?
1 1 1 percorrendo uma resistência R. Se ligarmos A B
Pela definição: = + os pontos A e B por um fio de resistência nula,
Req 2 3 o potencial elétrico no ponto A será igual ao R’ = 0
Usando a regra do produto-soma, o resultado é direto: potencial elétrico no ponto B, resultando em
2⋅3 uma diferença de potencial nula. R
Req = = 1, 2 Ω
2+3 A corrente elétrica passa pelo fio de
resistência elétrica nula e não passa pela
resistência R. Dizemos, neste caso, que o
2.2.2 Resistores iguais em paralelo resistor R encontra-se em cur to circuito A=B
Quando n resistores iguais estão associados em paralelo, a resistência (tensão nula).
equivalente é a razão entre o valor dos resistores pelo número de resistores (n).
1 1 1 1 1 n
= + + + + ... =
Req R R R R R
4. Ponte de Wheatstone
R A ponte de Wheatstone é
Req = constituída por quatro resistores
n
ligados de acordo com a configuração
resistência de um resistor
Req = ao lado:
mero de resistências
núm
Dizemos que a ponte está
Assim como a regra do produto-soma, essa regra é útil para cálculos equilibrada quando a corrente i5 (que
mais rápidos da resistência equivalente. passa no resistor R5) é nula. Com isso
os potenciais dos pontos C e D são
Ex.: Qual a resistência equivalente de 5 resistores de 40 Ω ligados em
iguais (VC = VD) e este resistor estará
paralelo?
em curto-circuito, podendo ser retirado sem alterar o circuito.
1 1 1 1 1 1 Desta forma, temos:
Pela definição: = + + + +
REQ 40 40 40 40 40
UAC = UAD → R1 · i1 = R2 · i2
40
Usando a regra acima, o resultado é direto: REQ = =8 Ω UCB = UDB → R3 · i3 = R4 · i4
5
2.3 Associação mista Como i1 = i4 e i2 = i3, ao dividirmos ambas as equações acima,
Uma associação mista contém resistores associados em série e em teremos:
paralelo de forma conjunta. A determinação da resistência equivalente, R1 R2
=
em uma associação mista, deve ser feita simplificando, paulatinamente, o R4 R3
esquema inicial, através da resolução das associações (série e paralelo).
Consideremos, por exemplo, a associação abaixo: Portanto, a ponte está equilibrada quando ocorrer a seguinte relação
R2 = 8 
entre as resistências: R1 · R3 = R2 · R4
R1 = 2  R5 = 7 
Neste caso, quando retiramos o resistor R5 (em curto) do circuito,
A R3 = 4  R4 = 4  B observamos R1 e R4 ficam associados em série, assim como os resistores
R2 e R3.
Os resistores R3 e R4 estão em série. Logo, a resistência equivalente
aos dois será R3, 4 = R3 + R4 = 8 Ω. O circuito se reduz, então, a:

IME-ITA 271
Física III – Assunto 6

5. Problemas envolvendo simetria


Em alguns casos, podemos utilizar argumentos de simetria para tenham mesmo potencial, fato que pode provocar situações de resistores
simplificar o cálculo da resistência equivalente de uma associação. em paralelo ou em curto circuito. Daí, o circuito poderá ser reduzido de
Para isto, se conseguirmos encontrar um eixo ou plano de simetria que forma mais simples. Vejamos alguns exemplos.
passe pelos terminais da associação, será possível determinar pontos que

Ex.1: RAB = ?

Ex.2: RAB = ?

272 Vol. 2
Associação de resistores

6. Transformação delta → estrela 7. Instrumentos de medida


Em algumas situações como em pontes não equilibradas, uma
ferramenta utilizada para simplificar associações de resistores é a chamada 7.1 Amperímetro
transformação delta-estrela ou estrela-delta, dependendo do caso.
Para medirmos o valor da corrente elétrica que atravessa um
determinado ponto do circuito, utilizamos um aparelho denominado
amperímetro, que deve ser ligado em série com o circuito a ser medido.

Em uma associação em delta, temos as seguintes relações para as


possíveis resistências equivalentes:
R3 ⋅ ( R1 + R2 ) Um amperímetro ideal é aquele que possui resistência nula.
RAB =
R3 + ( R1 + R2 )
R2 ⋅ ( R1 + R3 ) Obs.: galvanômetro é um amperímetro analógico, com fundo de escala,
RAC = usado para medir correntes de pequena intensidade.
R2 + ( R1 + R3 )
R1 ⋅ ( R2 + R3 ) 7.2 Voltímetro
RBC =
R1 + ( R2 + R3 ) Para medir a D.D.P. entre dois pontos de um circuito, utilizamos um
RAB = r1 + r2 aparelho denominado voltímetro, que deve ser ligado em paralelo com os
Já para uma associação em estrela, encontramos
RAC = r1 + r3 pontos do circuito a ser medida a diferença de potencial.
as seguintes equações:
RBC = r2 + r3

Assim, quando desejarmos transformar uma configuração delta em


uma estrela, resolvendo o sistema de equações acima teremos:
RR2R2R2R3R3 3 RR1R1R13R3 3 RR1R1R12R2 2
r1r1r=1== r2r2r=
2== r3r3r=
3==
RR1R1+1++
RR2R2+2++ RR3R3 3 RR1R1+1++
RR2R2+2++ RR3R3 3 + RR2R2+2++
11 +
RR1R + RR3R3 3

Por outro lado, se precisarmos transformar


r ⋅ r + ruma
⋅ r +configuração
r ⋅r estrela
r ⋅r + r ⋅r + r ⋅r
R1 = 1 2 1 3 2 3 R2 = 1 2 1 3 2 3
em uma delta, chegaremos nas seguintes relações:
r1 r2 Um voltímetro ideal é aquele que possui resistência infinita.
r ⋅ r r +⋅ r ⋅+r r+⋅ r ⋅+r r ⋅ r r ⋅ r r+ ⋅rr ⋅ r+ r+ ⋅rr ⋅ +r r ⋅ r r ⋅ r + r ⋅ r + r ⋅ r
R1 =R11 = 2 1 12 3 1 23 3 2 3 R2 =R21 =2 1 12 3 1 23 3 2 R33 = 1 2 1 3 2 3
r1 r1 r2 r2 r3
r ⋅ r r+⋅ rr ⋅ +r r+⋅rr ⋅+r r ⋅ r
R3 =R31 =2 1 12 3 1 23 3 2 3 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
r3 r3

01 Em cada uma das associações a seguir, determine a resistência Interpretando o resultado: sempre que calcularmos a resistência
equivalente entre os pontos A e B: equivalente de resistores em paralelo, a REQ sempre será um valor menor
que o menor dos resistores da associação. Portanto, como o menor dos
A 3Ω 7Ω B resistores é 1 Ω, o REQ deveria ser menor que esse valor, o que realmente
a.
b. ocorreu. Sempre preste atenção nesse detalhe nos exercícios.
36 Ω
c. Temos aqui uma associação mista. Repare que o fio principal se
A 12 Ω B ramifica em dois ramos (onde temos um resistor de 6 Ω em cada
1Ω ramo, portanto ambos estão em paralelo). Esses dois resistores em
paralelo podem ser trocados por um único resistor que estará em
c. 6Ω série com o resistor de 2 Ω. 1 R 2
= EQ + = 3 Ω
Os dois resistores em paralelo REQ(PARALELO) n 6
A 2Ω B
são iguais, portanto usaremos
6Ω o macete: REQ(TOTAL) = 3 + 2 = 5 Ω

Solução: 02 A figura representa a associação de dois resistores em série, em


a. Os dois resistores estão em série (repare que o fio é único e não que a D.D.P. U1 é igual a 12 V:
se divide em partes). Portanto, a resistência equivalente (REQ) será: R1 = 3 R2 = 7
REQ = 3 + 7 = 10 Ω. i1 i2
b. Os três resistores estão em paralelo, pois o fio
principal se ramifica em três e cada resistor 1 = 1 + 1 + 1
ocupa uma ramificação: REQ 36 12 1
1 U1 U2
= 0 ,9 Ω.
REQ U

IME-ITA 273
Física III – Assunto 6

Determine: (A) apenas o resistor de 10 Ω.


(B) apenas o resistor de 30 Ω.
a. as intensidades de corrente i1 e i2. (C) os três resistores associados em série.
b. a D.D.P. U2 e a D.D.P. U. (D) os três resistores associados em paralelo.
c. a potência dissipada em cada resistor. (E) apenas os resistores de 10 Ω e 20 Ω, associados em paralelo.

Solução: Solução: Letra D.


a. Atenção, pois sabemos que resistores ligados em série são Esse tipo de exercício é bastante recorrente e geralmente o raciocínio
percorridos pela mesma corrente elétrica, ou seja, i1 = i2 = i. Como usado leva a erros. A princípio poderíamos imaginar que para dissipar
conhecemos a D.D.P. no resistor R1, aplicaremos a Lei de Ohm nesse a maior potência possível, deveríamos ter a maior resistência possível,
resistor: o que aconteceria se os resistores estivessem ligado em série, em que
U1 = R1 · i a REQ seria de 60 Ω. Porém, esse raciocínio só é válido se o sistema
12 = 3 · i tivesse uma corrente elétrica constante, o que não ocorre. Nesse caso,
i=4A não importa como ligamos os resistores, a D.D.P. U é constante e a
U2
b. Aplicando a Lei de Ohm e sabendo que a corrente que passa no expressão que devemos analisar é: P = .
R
resistor R2 também é 4 A:
Em que a potência (P) e a resistência (R) são inversamente proporcionais,
U2 = R2 · i
que é diferente do nosso senso comum. Para o aquecedor ter a maior
U2 = 7 · 4
potência possível, a resistência deve ser a menor possível, que ocorre
U2 = 28 V
quando ligamos todos os três resistores em paralelo.
A D.D.P. total em é a soma das tensões dos dois resistores:
U = 12 + 28 = 40 V.
05 Na figura, F1, F2 e F3 são fusíveis de resistências iguais, que suportam
correntes máximas de 4 A, 10 A e 15 A, respectivamente:
c. Aplicando P = U · i nos dois resistores:
P1 = U1 · i = 12 · 4 = 48 W F1 4A
P2 = U2 · i = 28 · 4 = 112 W.
i F2 10A
Repare que, como a corrente elétrica é a mesma na associação em série,
potência e resistência são diretamente proporcionais, ou seja, a maior F3 15A
potência dissipada ocorre no maior resistor.
Para que nenhum fusível se queime, a corrente i pode valer, no máximo:
03 Sendo i = 8 A, calcule as intensidades de corrente i1 e i2 na
associação de resistores a seguir: (A) 29 A.
(B) 30 A.
i1
18 (C) 45 A.
i = 8A (D) 12 A.
i2 (E) 4 A.
6
Solução: Letra D.
Solução: As resistências dos fusíveis são iguais, portanto, as correntes que
Os dois resistores estão em paralelo, pois o fio principal se ramifica passarão por cada fusível também serão as mesmas. Como o menor
em dois e temos um resistor em cada ramificação. As suas D.D.P.s fusível é de 4 A, até 4 A pode passar nesse ramo, que é a mesma
são iguais: intensidade de corrente que percorrerá os outros 2 ramos. A corrente
total será o somatório das três correntes de 4 A, portanto, 12 A.
U1 = U2 Mas i = i1 + i2
R1 · i1 = R2 · i2 8 = i1 + 3 · i1 06 (UFF-RJ) A figura a seguir mostra o esquema elétrico de um dos
18 · i1 = 6 · i2 i1 = 2 A circuitos da cozinha de uma casa, no qual está ligada uma geladeira,
i2 = 3 · i1 i2 = 6 A de potência especificada na própria figura. Em cada uma das tomadas
I e II pode ser ligado apenas um eletrodoméstico de cada vez. Os
Interpretando o resultado: para a mesma D.D.P. (U), a resistência e a eletrodomésticos que podem ser usados são: um micro-ondas
corrente elétrica são inversamente proporcionais de acordo com a Lei de (120 V – 900 W), um liquidificador (120 V – 200 W), uma cafeteira
Ohm (U = R · i). Portanto, pelo maior resistor passará a menor corrente, (120 V – 600 W) e uma torradeira (120 V – 850 W).
resultado que foi encontrado.

R1 = 18 Ω; i1 = 2 A.
R2 = 6 Ω; i1 = 6 A.
120 V Geladeira I II
04 Deseja-se montar um aquecedor elétrico de imersão, que será ligado 120 W

em uma tomada em que a D.D.P. U é constante. Para isso, dispõe-se


de três resistores: um de 30 Ω, um de 20 Ω e outro de 10 Ω. Para o
aquecedor ter a máxima potência possível, deve-se usar:

274 Vol. 2
Associação de resistores

Quanto maior a corrente elétrica suportada por um fio, maior é seu preço. 08 No trecho de circuito esquematizado a seguir, determine a diferença
O fio, que representa a escolha mais econômica possível para este de potencial UXZ entre os pontos X e Z (UXZ = νX – νZ):
circuito, deverá suportar, dentre as opções a seguir, uma corrente de:

(A) 5 A. (D) 20 A. R3 Y
(B) 10 A. (E) 25 A.
(C) 15 A.
X R1 = 10 Ω P i3 = 7 A
Solução: Letra D.
PotMáx = PotGel + PotMic + PotTor
R2 = 5 Ω
PotMáx = 120 W + 900 W + 850 W = 1870 W i3 = 4 A
PotMáx = U iMax ⇒ 1870 = 120 iMax
iMax ≅ 15,6 A

07 A figura representa esquematicamente a parte elétrica de um Z


chuveiro, cuja chave oferece três opções: desligado, verão e inverno.
Associe essas opções às possíveis posições (A, B ou C) da chave. Solução:

É necessário lembrar que a corrente em um resistor tem sentido do


R1 potencial maior para o menor. Assim, o potencial νX é maior que o
Terminais
do chuveiro potencial νP:
A
UXP = R1 · i1 = 10 · 4
Chave UXP = 40 V
B R2
νX – νP = 40 V
C
Observe que a corrente em R2 tem intensidade i2 = 3 A e sentido de Z
Solução: A: inverno; B: desligado; C: verão. para P. Portanto νZ é maior que νP:
Para qualquer posição da chave, o valor de U entre os terminais do
chuveiro é o mesmo. UZP = R2 · i2 = 5 · 3
2 UZP = 15 V
U
Pot A = : maior potência ⇒ A: inverno νZ – νP = 15 V
R1
U2 Subtraindo membro a membro a expressão (II) da expressão (I), temos:
Pot C = : chuveiro operando com potência menor ⇒ C: verão
R1 + R2
B: desligado νX – νZ = 25 V
UXZ = 25 V

EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Calcule a resistência equivalente entre os terminais A e B, nos seguintes 02 Determine a resistência equivalente entre os pontos A e B do circuito:
casos:

a.

b. 03 Determine a resistência equivalente entre os pontos A e B do circuito:

IME-ITA 275
Física III – Assunto 6

04 Dispõe-se de três resistores de resistências de 300 ohms cada um. 10 Na figura, R representa um reostato de 200 Ω e L uma lâmpada de
Para se obter uma resistência de 450 ohms, utilizando-se os três resistores, 80 V – 40 W. Entre os pontos 3 e 4 do circuito aplica-se uma D.D.P. de 120 V:
como devemos associá-los?

05 Um cordão de lâmpadas decorativas contém 20 lâmpadas de 5 W ligadas


em série à rede de 110 V. Uma das lâmpadas queimou e vai ser substituída
por um pedaço de fio metálico. Determine a resistência desse pedaço de
fio, para que o brilho das lâmpadas acesas continue igual ao anterior.

06 Em duas lâmpadas de incandescência A e B encontramos,


respectivamente, as seguintes inscrições: 60 W – 115 V e 100 W –115 V.
Essas lâmpadas são associadas em série e os terminais da associação
são ligados a uma tomada de 115 V.

a. Qual delas iluminará melhor, comparativamente?


b. E se estivessem associadas em paralelo, qual iluminaria melhor?
a. Qual a resistência do filamento da lâmpada?
07 Um ebulidor elétrico pode funcionar com um ou com dois resistores b. Qual a posição do cursor do reostato para que a lâmpada acenda
idênticos de mesma resistência R. Ao funcionar apenas com um resistor, normalmente (conforme especificação)?
uma certa quantidade de água entra em ebulição em t0 minutos. Em quanto c. O que acontece quando deslocamos o cursor do reostato para a
tempo entrará em ebulição um volume igual de água, se o aquecedor esquerda?
funcionar com os dois resistores ligados:
11 Determine a resistência equivalente entre P e Q:
a. em paralelo?
b. em série?

08 No circuito representado na figura, F é um fusível que suporta no


máximo 5 A, R é um resistor de resistência de 10 Ω e L é um cilindro feito
de um material de resistividade igual a 5 · 10–5 Ω m, com 2 mm2 de área
de seção transversal, que funciona como um reostato.
12 Determine a intensidade da corrente que atravessa o resistor R2 da
Determine o menor valor possível de x, para que o fusível não queime,
figura, quando a tensão entre os pontos A e B for igual a V e as resistências
quando se aplica aos terminais A e B uma tensão de 100 V.
R1, R2 e R3 forem iguais a R:

09 No circuito representado a seguir, o fusível F está suportando a máxima


corrente (6 A), quando o valor de x é 10 cm e a chave C está aberta: 13 Entre os terminais A e B do circuito esquematizado a seguir há uma
diferença de potencial constante e igual a U. Assinale a alternativa correta:

(A) Uma parte da corrente total passa por R4.


Fechando-se a chave C, qual deve ser o menor valor de x, para que o
(B) Não passa corrente em R1 e em R2, porque não há diferença de potencial
fusível não queime?
entre A e D.
(C) Não passa corrente em R2 e em R3, porque não há diferença de potencial
entre C e E.
(D) Entre A e C, C e D, e D e E a diferença de potencial é diferente de zero.
(E) R1, R2 e R3 estão associados em série.

276 Vol. 2
Associação de resistores

14 Determine a resistência equivalente entre os pontos A e B: Obs.: Todos os resistores possuem resistências iguais a R.
16 Nos circuitos esquematizados a seguir, calcule a resistência equivalente
entre os pontos A e B:

a.

15 Determine, no circuito esquematizado, o valor da resistência


equivalente entre os terminais A e B:

b.

EXERCÍCIOS NÍVEL 2
01 Determine a resistência equivalente entre A e B, no circuito a seguir: 04 Dois resistores (X e Y) não ôhmicos estão associados em série. No
gráfico, mostra-se como a resistência elétrica de cada resistor varia em
função da corrente elétrica (i) que passa por ele. Em qual dos seguintes
100 Ω gráficos melhor se representa a corrente que atravessa a associação dos
A dois resistores em função da diferença de potencial (E) entre seus terminais?

600 Ω 400 Ω 300 Ω
B
100 Ω (A)

02 No circuito apresentado a seguir, um dos resistores tem resistência R0.


Determine R1 em função de R0, para que a resistência vista pelos terminais
A e B seja igual a R0:

(B)

(C)

03 Na associação esquematizada a seguir, a D.D.P. entre os pontos A e


B é igual a 30 V:

(D)

(E)

Determine a intensidade de corrente no fio CD, de resistência desprezível.

IME-ITA 277
Física III – Assunto 6

05 No esquema a seguir, R = 10 Ω e os fios de ligação têm resistência 09 (UFJF-MG) Um disjuntor é um interruptor elétrico de proteção que
desprezível. O potencial da Terra é considerado nulo e o potencial no ponto desarma quando a corrente em um circuito elétrico ultrapassa um certo
A é de 10 V: valor. A rede elétrica de 110 V de uma residência é protegida por um
disjuntor de 40 ampères, com tolerância de ± 5%. Se a residência dispõe
de um chuveiro elétrico de 3.960 watts, um ferro de passar roupas de 880
watts e algumas lâmpadas de 40 watts:

a. Determine o maior valor da corrente que passa pelo disjuntor, abaixo


do qual ele não desarma, com certeza (o limite inferior da faixa de
tolerância). Determine também o menor valor da corrente, acima do
qual o disjuntor desarma, com certeza (o limite superior da faixa de
tolerância).
b. O chuveiro e o ferro de passar roupas podem ser ligados juntos sem
que o disjuntor desarme? Justifique por meio de cálculos.
c. Quando o chuveiro está ligado, quantas lâmpadas podem ser ligadas
sem que o disjuntor desarme com certeza? Justifique por meio de
Determine: cálculos.
a. a resistência equivalente ao sistema esquematizado;
10 (Vunesp-SP) Um estudante utiliza-se das medidas de um voltímetro V
b. a intensidade de corrente em D;
e de um amperímetro A para calcular a resistência elétrica de um resistor
c. o potencial em B;
e a potência dissipada nele. As medidas de corrente e voltagem foram
d. a resistência equivalente ao sistema, se o circuito for aberto no ponto C;
realizadas utilizando o circuito da figura a seguir.
e. a potência dissipada no sistema, com o circuito aberto em C.
O amperímetro indicou 3 mA e o voltímetro, 10 V. Cuidadoso, ele
06
lembrou- se de que o voltímetro não é ideal e que é preciso considerar
Na figura, AB representa um resistor
o valor da resistência interna do medidor para se calcular o valor da
filiforme, de resistência r e comprimento
resistência R.
L. As distâncias AP e QB são 2L/5 e L/5,
respectivamente. A resistência R vale
0,40 r. Quando a chave C está aberta, R
a corrente constante i0 = 6,00 A passa
por r. Quando a chave C for fechada, a A
corrente que entrará em A será:

(A) 7,5 A. (D) 9,0 A.


V
(B) 12,0 A. (E) indeterminada, pois o valor de r não foi
fornecido.
(C) 4,5 A. Se a especificação para a resistência interna do aparelho é 10 kΩ,
calcule:
07 No circuito esquematizado a seguir, determine a resistência elétrica
R, para que o galvanômetro G, ligado a uma pilha de 1,5 V, indique zero. a. o valor da resistência R obtida pelo estudante;
b. a potência dissipada no resistor.
5,0 Ω R
1,5 V 11 (ITA 07/08) Um resistor Rx é mergulhado em um reservatório de óleo
isolante. A fim de estudar a variação da temperatura do reservatório, o
circuito de uma ponte de Wheatstone foi montado, conforme mostra a figura
1. Sabe-se que Rx é um resistor de fio metálico de 10 m de comprimento,
6,0 Ω 5,0 Ω
área da seção transversal de 0,1 mm2, e resistividade elétrica ρ0 de 2,0 ×
10−8 Ωm, a 20 °C. O comportamento da resistividade ρ versus temperatura
t é mostrado na figura 2. Sabendo-se que o resistor Rx foi variado entre os
U = 22 V valores de 10 Ω e 12 Ω para que o circuito permanecesse em equilíbrio,
determine a variação da temperatura nesse reservatório.
08 No circuito indicado, não há passagem de corrente pelo galvanômetro.
Determine as intensidades de corrente i1 e i2.
i1 R3 = 2 Ω ρ (Ω m)
RX
Bateria
20 Ω 6V
1,4 0

R1 R2 = 12 Ω 0

15 Ω RX 20 100 t (°C)
i2
Figura 1 Figura 2

12 V

278 Vol. 2
Associação de resistores

12 (ITA) O circuito da figura a seguir, conhecido como ponte de 13 (ITA) Considere um arranjo em forma de tetraedro construído com
Wheatstone, está sendo utilizado para determinar a temperatura do óleo 6 resistências de 100Ω , como mostrado na figura. Pode-se afirmar
de um reservatório, no qual está inserido um resistor de fio de tungstênio que as resistências equivalentes RAB e RCD entre os vértices A, B e C, D,
RT. O resistor variável R é ajustado automaticamente de modo a manter a respectivamente, são:
ponte sempre em equilíbrio, passando de 4,00 Ω para 2,00 Ω. C
Sabendo que a resistência varia 8,0 Ω RT
linearmente com a temperatura e que (A) RAB = RCD = 33,3Ω.
o coeficiente linear de temperatura (B) RAB = RCD = 50Ω.
(C) RAB = RCD = 66,7Ω. A D
para o tungstênio vale α = 4,00 ·
10–3 °C–1, a variação da temperatura (D) RAB = RCD = 83,3Ω.
do óleo deve ser de: (E) RAB = 66,7Ω e RCD = 83,3Ω.
R 10 Ω
B
(A) –125 °C. (D) 41,7 °C.
(B) –35,7 °C. (E) 250 °C.
(C) 25,0 °C.

EXERCÍCIOS NÍVEL 3
01 Calcule a resistência equivalente entre os terminais A e B. d. Todas as resistências iguais a R.

a.

b. Todos os resistores têm 2Ω.

e. Todas as resistências iguais a R.

c.

f. Todas as resistências iguais a R.

IME-ITA 279
Física III – Assunto 6

02 Determine a resistência entre dois vértices opostos de um cubo em que 05 (IME 09/10) Sabendo que todos os resistores da malha infinita da
todas as arestas são formadas por resistores de mesma resistência R. figura têm resistência R, a resistência equivalente entre A e B é:

03 Determine a resistência do resistor que devemos ligar entre C e D para


que a resistência equivalente entre A e B não dependa do no de células. R R
(todas as resistências são iguais a R).
R R
R R
A B

( )
(A) R 1 + 2 / 2

( )
(B) R 1 + 3 / 2
04 (IME 08/09) A resistência equivalente entre os terminais A e B da
figura abaixo é: (C) 3R/2

B
( )
(D) R 1 + 5 / 2

( )
(E) R 1 + 6 / 2
2R 2R 2R

06 Considere um aquecedor elétrico que possui três resistências internas:


R1, R2 e R3. Unindo-se em série duas a duas estas resistências, observa-se
R R que a água em um recipiente ferve, respectivamente, em tA, tB e tC minutos.
2R 2R 2R Determine em quanto tempo ferverá a água nesse mesmo recipiente, se
as resistências forem unidas em:
A
a. série;
b. paralelo.
(A) 1/3 R. (D) 4/3 R.
(B) 1/2 R. (E) 2 R.
(C) 2/3 R.

RASCUNHO

280 Vol. 2
Gabarito V olume
2
Física I 27 1,6 · 102 N
28
a. 4,0 m/s; 4,0 N
Assunto 5 b.
Exercícios Nível 1
01 40 N.
02
a. 2,0 m/s2. b. 8,0 N.
03
a. 2,0 m/s2. 29
b. 24 N. a. 7,5 · 102 N b. 4,5 · 10 2 N
c. 48 N. 30
04 a. 9,8 m/s2 e 2,2 m/s2. b. 588 N.
a. 4,0 m/s2. b. 30 N. 31
05 a. 150 m. b. 900 N.
a. 0,60. b. 2,0 m/s2. 32
06 a.
a. me = 0,25; mc = 0,20. b. 1,0 m/s2.
07
a. 6,0 m/s2. b. 32 N.
08 D1: 30 kgf; D2: 20kgf
09
a. 80 kgf. b. 70 kgf. b. 5,0 m/s.
10 Letra A. 33 Letra B.
11 34
a. 1,0 m/s2. b. 18 N. a. vertical e para cima, com módulo de 0,30N;
12 b. 180g
a. 5,0 m/s2. b. 30 N. 35 5,0 m/s2 e 30 N.
13 36
a. 3,0 m/s2. b. 0,30. a.
14 T = 3Mg/2 e F = Mg/2
15 0,5
16
a. 2,0 m/s2. b. 48 N.
17
a. Letra D. b. Letra D.
18 Letra E.
19 1,25 N.
20 40 kgf. b. 50 N.
21 37
a. a. D e A para B.
b. 10 m/s.
c. pode ser de A para B ou de B para A.
38
a. 720 N.
b. aA = 0; aB = 5,0 m/s2; apolia = 2,5 m/s2.
b. no cutelo: 30 N; no plano inclinado: 40 N. c. 40 N.
22 3,0 · 103 N. 39 110 N ≥ F ≥ 50N. 61 Letra C.
23 40 Letra A. 62 Letra D.
a. g/10. 41 Letra B. 63 Letra C.
b. fio 1: mg/5; fio 2: 2mg/5. 42 Letra B. 64 Letra E.
c. mg/2. 43 Letra A. 65 Letra C.
24 Letra E. 44 Letra D. 66 Letra C.
25 45 Letra A. 67 Letra E.
a. 1.0 m/s2. 46 Letra C. 68 Letra B.
b. 4,4 · 102 N. 47 Letra C. 69 Letra C.
c. 55 kg. 48 Letra D. 70 Letra C.
26 Letra A.

IME-ITA 365
Gabarito

49 Letra D. 71 Letra B. 22 0,7 m.


50 Letra B. 72 Letra E. 23 72,6 N.
51 – 73 Letra D. 24
52 Letra C. 74 Letra D. 1 2h 3
53 Letra A. 75 Letra B. a. t 0 = . b. µ = tgα.
senα g 4
54 Letra A. 76 Letra D.
25 Letra C. 35 Letra C.
55 Letra D. 77 Letra E.
26 Letra A. 36 Letra D.
56 Letra C. 78 Letra C.
27 Letra D. 37 Letra B.
57 Letra C. 79 Letra B.
28 Letra B. 38 Letra C.
58 Letra D. 80 Letra C.
29 Letra B. 39 Letra E.
3− 2 30 Letra A. 40 Letra A.
59 Letra C. 81 µ =
2 +1 31 Letra A. 41 Letra A.
60 Letra A.  µ cos θ + sin θ 
32 Letra B. 42 F > P  µ1 + 2 .
 cos θ − µ 2 sin θ 
Exercícios Nível 2 15
01 Da superior: 4g. Das três restantes: 0. 33 Letra E. 43 ma = ( 40 3 + 3) kg.
79
02 25 kgf
03 Letra D.  M2 − 4m22 
04 Letra D. 34 Letra C. 44  2  g.
 M + 4m1m2 
05
a. Exercícios Nível 3
2H  T 
01 t =  .
g  T − Mg 
02
a. mg(m + M).
2LM
b. 50 kg e 0,20 b. .
F − µg(m + M)
06 Letra A.
07 50 cm mg
03 a = .
08 Letra E. M+m
09 Letra B.
10 Letra B. (5m + M)h
04 .
11 Letra C. 2mg
12 Letra D. 05 m = M · (tgβ/tgα – 1)
13 1,20 · 103 N. 06 (x + kgt2/4)2+(y – gt²/4)2 = (gt2/4)2 (1 + k2) (eixo y orientado do
14 15,7 s. ponto O para baixo, eixo x orientado do ponto O para a direita).
g H( 2R − H) mg a  M
15 a = . 07 ac = e a = c  1+ .
R −H M cos θ  m 
(M + m)tgθ +
2 xg tgθ
16 a = . F x
L 08 ⋅ .
2m L2 − x 2
( m 2 − m3 )
2
m12 − 4m22
17 a = g; b = g 09 –
(m 2
2
2
+ m + 6 m 2 m3
3 ) m12 + 4m2m3 10 –
m12 − 4m32 8m m m 11 a1 = a2 = g, Roldanas B e C no anti-horário, A horário.
c= g;T = 2 1 2 3 g 12 Letra B.
m12 + 4m2m3 m1 + 4m2m3
Assunto 6
m1 + m3 sen α cos α
18 a = g; Exercícios Nível 1
m1 + m2 + m3 sen2 α 01 Letra C.
m1 sen α cos α + (m1 + m2 + m3 ) sen2 α 02 F= 50N
b= g;
m1 + m2 + m3 sen2 α

c=
(m1 + m2 ) sen α cos α − m1 sen2 α g
m1 + m2 + m3 sen2 α
em que a é a aceleração de m1 e m2, b a aceleração vertical de m3 e
c a aceleração horizontal do mesmo.
19 Letra C.
20 Letra E.
21 36,5 ≤ F ≤ 64,7 N.

366 Vol. 2
Gabarito

03 Letra D. 08 Letra D. 11
v2
04 20 N. 09 Letra A. a. tgθ = .
05 Letra D. 10 Letra B. Rg
06 144 km/h. 11 3,0 m/s. b. 180 m/s.
07 72 km/h. c. 3.240 m.
12 12 –
vA µA
a. = 2. b. = 2.
vB µB Física II
13 26 N. Assunto 5
14 R = 120 m. Exercícios Nível 1
15 Letra C. 01 Letra D. 04 Letra C.
g 02 Letra E. 05 Letra C.
16 . 03 Letra D. 06 500 J; 400 J.
∝R
07
17 R g tg θ. a. 5/3. b. 3/8.
08 300 K.
18 8 rd/s. 09 Letra E.
19 10 Letra B.
a. 1 rd/s. b. 250 N. 11 Letra D.
20 Letra A. 26 Letra D.
21 Letra C. 27 Letra A. Exercícios Nível 2
22 Letra B. 28 Letra A. 01 1,68 · 109 J.
23 Letra B. 29 Letra A. 02
24 Letra B. 30 Letra C. a. P0V0.
25 Letra B. b. 13 P0V0/2.
c. 2/13.
Exercícios Nível 2 d. 3/4, que é maior que 2/13.
01 h = 0,637 m.
02 ( P2 − P1)(V3 + V2 − 2V1)
03 η =
a. F = 0,25 N. b. Mo = 0,070 kg. 2Q1
03 Letra C. 08 Letra B. 04 Letra D.
04 Letra A. 09 Letra C. 05 V – F – V – V – F.
05 Letra C. 10 Letra A. 06
06 Letra D. 11 Letra D. a. 25%.
07 Letra E. 12 arcsen (v2/gr). b. ~ 140°C.
07 840 kW.
Exercícios Nível 3 08 0,284 cal/g.
01 Letra D. 09
a. 1,95 J/K.
02 600N ; tg θ =0,5.
b. 0,65 J/K.
03 0,25.
10
04 1,2 m. a. 57°C. c. + 5,95 cal/K.
05 b. – 5,27 cal/K. d. + 0,68 cal/K.
a. 0,5 m. b. 0,15N. 11
1 a. 3,2 L; b. 2,4 · 102 J.
06 ; não depende do sentido de rotação. 12 11,5 J/K.
k
−1 13
mω2 a. 4,2 · 105 J; c. 50°C;
07 Letra C. b. 1,3 · 103 J/K; d. 1,4 · 103 J/K.
08 8,4 kN. 14 Letra B.

Exercícios Nível 3
09 2π L o cos θ + L1 .
g 01 Letra A.
02
10 a. Falsa. b. 50 m3.
a. 2,5 · Mg. 03
b. K = 2. a. 250 J.
c. 2,5 Hz. b. 500 W.
c. p = 1,5 atm e V = 7,5 L.

IME-ITA 367
Gabarito

04 8,79 · 10–3 cal/K. 07


05 a. côncavo.
a. P = 40 MW. b. ∆θ = 3°C. b. 9 cm.
06 Letra A. c.
07 Demonstração.
08
a. 615,4 J/K.
b. – 573,4 J/K.
c. 42 J/K.
09
a. 70%. b. Variação de entropia nula.
10 Impossível, pois o rendimento máximo é 2/7.
11
a. 8%. b. 1/3. 08
12 a. Ponto objeto real.
a. Demonstração. b. 60%. b. Ponto imagem real e ponto objeto virtual.
13 c. Ponto imagem virtual.
a. – 241 cal/K. b. 31,6 cal/K.
09
14 27,9 J/K.
a. 80 km/h.
15 Demonstração.
b. 40 km/h.
16 Q3/Q1 = (T1T3 + T2T3)/(T1T4 – T1T3)
10 α = 30°.
Assunto 6 11
a. 20 cm.
Exercícios Nível 1 b. 10 cm.
01 1,5 . 108 km. 12 2,0 cm/s.
02 h = 3,6 × 10–2 m. 13 Letra A.
03 14 1,5 s.
a. x/y = 1. À trajetória da bola de sinuca pode-se aplicar a lei da reflexão em 15 40 cm.
que o ângulo de incidência é sempre igual ao ângulo de reflexão. Logo, 16 45 cm ou 75 cm.
seus ângulos complementares, x e y, também serão iguais entre si.
17 Vs /Vh = 3
b. 100 cm.
18 l = h/2.
04 Letra C. 13 Letra A.
19
05 Letra E. 14 Letra D.
a. convexa.
06 Letra A. 15 Letra E.
b. 19,5 m do espelho.
07 Letra D. 16 Letra E.
08 Letra C. 17 Letra D.
09 Letra D. 18 Letra D. Desafio
10 Letra B. 19 2,0 m. 01
11 Letra C. 20 9,5 · 1015 km.
12 Letra D.
21
Posição (1): real, invertida e menor.
Posição (2): real, invertida e igual.
Posição (3): real, invertida e maior.
Posição (4): imprópria.
Posição (5): virtual, direita e maior.

Exercícios Nível 2
01 Letra D.
02 Letra B. 02 15 cm. 08 Letra D.
03 Letra B. 03 Letra D. 09 –
04 Letra C. 04 Letra A. 10 –
05 05 Letra B. 11 –
a. 100 cm. 06 20 cm. 12 –
07 Letra B.
b.
Assunto 7
Exercícios Nível 1
01
a. θ2 = 30°.
b. δ = 15°.
06 12 cm.

368 Vol. 2
Gabarito

c. 19
a.

b. 5 · 10–10s
20 δ1 = 15º
21
a. 30°. b. 30°.
22 Aproximadamente 26 cm.
23 800 m.
02 Letra D. 24 d = 2,3 cm.
03 25 45.
a. 2,5 · 10–8 s. 26 15 cm.
b. 27

a. 45°.
b. Reflexão total.

04

29 30° e 30°.
30
05 a. 1,25 · 108 m/s.
a. Sofre reflexão total na fronteira entre A e B.
b. Sofre refração com o ângulo de refração arc sen 3 /6, além da
reflexão parcial na fronteira entre A e B.
06 Dmin = 4,0 m. b.
07
a. 60º.
b. 30º.
08 Letra C. 31 n ≥ 3 /2.
09 32 Vermelho, alaranjado e amarelo.
a. V2 = 225.000 km/s. 33 30°.
b. n2 = 1,33. 34
c. λ1 = 5,0 · 10–7 m; λ2 = 3,8 · 10–7 m. (A) sen αmin = 1/n. (B) sen φ ≤ n2 − 1.
10 2,0. 35 1,34.
11 36 –
a. 60° e 30°, respectivamente.
37 n = 2 · {[(L+H)2+H]2/[(L+H)2+4.H2] }.
b. 3 .
38 30°.
12 1,27.
39
13 Reflexão total.
(A) h = 36d(M). (B) h = 27d(M).
14 3,2 m.
K ε ol
15 i ≥ 50°. 40
= C n − cos α .
2 2

16 cos α
a. 1,470.
b. violeta. a2 b 1 − sen2 i a2 b 2 n 2 − 1
41 V = ou V = .
c. dispersão. 1 − sen2 i − sen i 2n2 − 1 − 1
17 1,5 m.
42 104 cm.
18 F = 60 cm.
43 5/3.
44 x = 15°.

IME-ITA 369
Gabarito

n−2 11 Letra A.
45 p’ = r , para a direita da borda direita da esfera, se n < 2,
2(1 − n) Qa2  2a 
12 Q3 = 3− .
como é, no caso, de vidro. 2  b
b 
46 –
47 –
48 –
13 ( m2 g 2 d ) .
( qE )
14 Letra A.
Física III 15 9,6 kV.
16 Letra C.
Assunto 4 17 Letra B.
Exercícios Nível 1 18
01 Letra A. d3 d
02 Letra A. q = Q⋅ q = Q⋅ 1/ 2
; τ=0
3/ 2
03 a.  L2  b.  L2 2
 + d2   +d 
 x 
a. 1,0 · 104 V.  x 
   
b. – 1,2 · 10–1 J.
c. 2,0 · 10 J. 19 Letra B.
04 3 m; 100 nC.
05 R3 ⋅ V
20 Q'' =
a. WCE = 0,80 J. k ⋅ r2
b. vB = 80 m/s. Exercícios Nível 3
06 – 2. 01
07 2,5 · 10–2 N. a. 2,25 · 10–4 N. b. 9 · 102 m/s.
08 1,2 C. R −R  R
09 10 V. 02 q = − Q ⋅  2 3  ⋅ 1 .
10  R2 − R1  R3
a. 7,2 · 104 N/C. c. 0,144 N. 03 4 batidas.
b. 1,8 · 104 V. d. 3,6 · 10–2 J. 04
11 Letra D. a. zero e 25.920 N/C.
12 Letra B. b. 2.700 V e 1.620 V.
13 8 · 10–6 C. 05
14 18 C; 8,0 C. 1/ 2 1/ 2
KQq   KQq 
15 162 J. a. v A =   , vB = 2  
 3 Md   3 Md 
16 Letra A.
1/ 2
2 KQq 
17 Letra D. b. vB =  
18 Letra C.  Md 
19 7,5 · 10–3 kg. 06
20 50 cm. a. – 4,5 nm. b. 7,5 nm.
Exercícios Nível 2 07 -
01 Letra A. 2
1 R
02 4C e 8 C. 08 V'= V  
03 2 r
a. 360 V. b. 120 V. 09 1,1 · 10–7 J.
04 Letra C. 10 3 mgh.
05 Letra C.
06 2. Assunto 5
07 Não haverá corrente. Exercícios Nível 1
08 01 Letra E.
02 Letra A.
V (10 volts)
4
03 3.50 s.
9,0 04
7,5 a. 60 C. b. 7,5 A.
05 36000.
06
a. 15 W. b. 18 kWh.
0 30 60 90 d (cm)
07 0,5 kWh.
09 08 100 s.
a. 3 b. 36 J. 09 Letra B.
s.
5 10 25ºC.
10 Letra A. 11
a. 22 Ω b. 5,24 · 10–2 λ/s.

370 Vol. 2
Gabarito

12 09
a. Não é. b. 1000 Ω a. 20 A.
13 b. 1,25 KWh.
a 40 mW. b. 80 mC c. Somente o ventilador.
14 10
a. 11 Ω. b. 2,2 kWh ou 7,92 · 106 J. a. 4. c. 0,5.
15 0,12 Ω. b. 0,6 s.
16 Letra C.
17 Letra C. Assunto 6
18 Letra E. Exercícios Nível 1
19 Letra C. 01
20 Letra E. a. 4Ω. b. 14Ω.
02 3 Ω.
Exercícios Nível 2 03 4 Ω.
01 Letra B. 04 Dois em paralelo, ligados em série com o terceiro.
02 2000 A. 05 6,05 Ω.
03 5 J. 06
04 0,06 KWh. a. A.
05 Letra C. b. B.
06 07
a. 100 V. c. 1,7 · 10–8 m2. a. t0/2.
b. 100 Ω. d. 100 W. b. 2t0.
07 4R. 08 0,40 m.
08 2,5 kΩ. 09 20 cm.
09 10
a. 10,59 · 10–3 Ωm. b. 1,0 . 102 s. a. 160 Ω. c. Diminui o brilho da lâmpada.
10 Letra C. b. 80 Ω.
11 Letra B. R
11 Req = .
12 3
a. 1,2 · 10–3 W c. 2,4%. 12 V/R.
b. 5%. 13 Letra D.
13 70°C. 14 R/4
14 15 R/2.
a. 120. b. 1.200 W. 16
15 Inverno (4 kW). a. 10 Ω. b 100 Ω.
16
a. Em série. Exercícios Nível 2
b. Se brilharem normalmente, é 2V0. 01 200 Ω.
17 Letra A.
18 Letra D. 02 R = R0 3 .
1
3
19 Letra E. 03 1,5 A.
20 Letra D. 04 Letra B.
05
Exercícios Nível 3 a. 10 W. d. 16 W.
01 λωR. b. Zero. e. 6,25 W.
02 N A v e. c. Zero.
03 R$ 27,00. 06 Letra A.
04 07 5,5 Ω.
a. 2,5 · 109 V. 08 i1 = 0,3 A; i2 = 0,4 A.
b. 2,0 · 103 A 09
c. 2,0 · 102 C. a. 38 A e 42 A, respectivamente.
05 Letra C. b. Não.
06 c. 5.
a. Infinito e zero. 10
b. 2V e 5V. a. 5 kΩ. b. 20 mW.
07 11 200 °C.
a. P(R) = 10000/(10 – 0,1 · T). 12 Letra E.
b. P(A) = 100 · (T – 20). 13 Letra B.
c. 35°C.
08
a. 60 Ω.
b. 0,6 m.

IME-ITA 371
Gabarito

Exercícios Nível 3
01
a. 40/9 W. d. 11 R/4
b. 1W. e. 7R/12
c. 2,1 W. f. (3 −1 R )
02 5R/6.
03 ( )
3 −1 R
04 Letra D.
05 Letra D.
06
a. tA + tB + tC min
2
b. ( tB + tC − tA ) ⋅ ( tA + tC − tB ) ⋅ ( tA + tB − tC ) min
2 ⋅ ( tA + tB − tC ) ⋅ ( tA + tC − tB ) + ( tA + tB − tC ) ⋅ ( tB + tC − tA ) + ( tB + tC − tA ) ⋅ ( tA + tB − tC ) 

ANOTAÇÕES

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372 Vol. 2
Gabarito

Química I O
109° 28’
Assunto 5 Xe
Exercícios Nível 1 O O
01 Letra A. O
02 Letra B. d. apresenta geometria quadrado planar e hibridização do tipo sp3d2.
03 Letra D.
04 Letra D.
05 PH3 = piramidal; BF4– = tetraédrica.
F F
06 Letra A.
Xe 90°
07 Letra B.
08 F F
α
O –
NO–3 07 Letra B.
O N* O 08 Letra C.
Trigonal
Nitrato 09 Letra C.
10 Letra E.
– 11
O N* O NO–2 a. Geometria piramidal.
Plano angular H O H
Nitrito
H
b. Ligações de hidrogênio, devido a pontes de hidrogênio, devido ao
N grupo – OH fortemente polarizado da molécula de H2O.
H H NH3
12 Letra B.
H Piramidal
13 Letra A.
Amônia
14 Letra C.
09 Letra A. 15 Letra D.
10
a. sp2 e sp3 Exercícios Nível 3
b. sp3d e sp3d2 01 A molécula não pode ser tetraédrica porque, nesse caso, haveria um
único composto PtCl2(NH3)2. A molécula pode ser quadrada (plana); nesse
Exercícios Nível 2 caso, haverá dois isômeros.
01 Letra D. A molécula poderia ser também piramidal quadrada, pois possibilitaria
2 isômeros.
02 Letra E. 04 Letra B.
02 Letra D.
03 Letra E. 05 Letra B.
03 µ1 > µ2
06 A estrutura possível, a geometria e a hibridação correspondentes ao
átomo central para cada composto é:
a. apresenta geometria piramidal quadrática e hibridização do tipo sp3d2. Assunto 6
Exercícios Nível 1
O 01 Letra C. 06 Letra E.
90°
F F 02 Letra E. 07 08 – 16
90° Xe 03 Letra E. 08 Letra C.
F F 04 Letra C. 09 Letra D.
α 05 Letra D.

b. apresenta geometria em T e hibridização do tipo sp3d. Exercícios Nível 2


01 31.
F
02 Letra D.
90° 03
Xe O a. As substâncias formadas por ligação covalente são: NH3, CH4, HCl e H2O.
b. A diferença de eletronegatividade entre os átomos de C e H é muito
α F pequena. Desta forma, CH4 não realiza ligações hidrogênio (ponte
c. apresenta geometria tetraédrica e hibridização do tipo sp3. de hidrogênio) entre as moléculas. As interações existentes entre as
moléculas de metano (CH4) são muito fracas, do tipo dipolo induzido-
dipolo induzido (ou London); em consequência os pontos de fusão e
ebulição serão muito baixos.
Já as moléculas de NH3 e a H2O realizam ligação hidrogênio (ponte de
hidrogênio), mas como o oxigênio é mais eletronegativo do que o N,

IME-ITA 373
Estática dos sólidos A ssunto
7
Física I

1. Introdução beirada da mesa, o prato pode estar em equilíbrio ou não. Além disso, é
fácil perceber que, ao fecharmos uma porta, é mais eficiente que
A Estática é o ramo da física que estuda corpos em equilíbrio estático, apliquemos nela uma força em um ponto mais distante da dobradiça do
ou seja, com velocidade nula. Certamente, é uma das áreas da física que mais perto dela. Logo, percebe-se que o ponto de aplicação dessa
que possui maior enfoque nos dias atuais, visto que tem um alcance força fará diferença no efeito produzido pela força na rotação dessa porta.
prático enorme. Na engenharia civil, por exemplo, é fundamental para a Logo, devemos considerar o prato e a porta corpos extensos ou rígidos.
construção e manutenção de pontes e prédios. Além disso, propiciou o Vamos, a seguir, discutir as condições de equilíbrio para cada tipo de corpo.
desenvolvimento de diversos aparatos que reduzem a necessidade do
homem de realizar forças, como alavancas e parafusos. Enfim, é impossível 2.1 Equilíbrio de um ponto material
pensar no dia-a-dia atual sem o desenvolvimento Em Dinâmica, na apostila 2, vimos que, pela primeira Lei de Newton, um
A Estática se divide em duas áreas: a Estática dos Sólidos e a Estática corpo está em equilíbrio estático quando está em repouso em relação
dos Fluidos, também chamada de Hidrostática. a um referencial inercial e está em equilíbrio dinâmico quando está em
Neste assunto, estudaremos apenas a Estática dos Sólidos. movimento retilíneo uniforme em relação a um referencial inercial. Ambas
Entenderemos quando podemos considerar um corpo como um ponto as condições são traduzidas por:
material ou quando devemos tratá-lo como um corpo extenso (rígido). 
Falaremos também sobre as condições de equilíbrio para cada um dos dois ∑F = 0
tipos de corpos. Discutiremos, ainda, como podemos tratar de um sistema
de pontos materiais discretos e de distribuições contínuas homogêneas de
massa, com relação a seus centros de gravidade. Discorreremos sobre Ou seja, para que um ponto material esteja em equilíbrio, a resultante
os três tipos de equilíbrio, tanto para pontos materias como para corpos das forças que atuam nesse corpo deve ser nula.
rígidos. Por fim, estudaremos as treliças, estruturas complexas de extrema
importância na sustentação de diversas outras estruturas. →
→ F2
F1
2. Condições de equilíbrio estático
Vamos considerar o sistema mostrado na figura abaixo: →
F3
α β

F4
T1 T2

→ → → →
F1 + F2 + F3 + F4 = 0
P Como, então, encarar problemas que lidem com esse tipo de equilíbrio?
O primeiro passo é, obviamente, se certificar de que o corpo tratado no
Percebe-se que, quando esse sistema foi montado, não houve problema seja um ponto material. Dessa forma, poderemos desconsiderar
preocupação nenhuma com qualquer tipo de rotação do corpo P em possíveis rotações. Após isso, devemos traçar o diagrama de corpo
torno de qualquer eixo, já que, para que o equilíbrio estático do corpo P livre (DCL), do mesmo jeito que fazíamos quando estávamos estudando
seja satisfeito, é suficiente que as trações no fio sejam adequadas. Dessa dinâmica. Lembre-se que desenhar um DCL claro e conciso é um passo
forma, o corpo P pode ser considerado um ponto material, pois, tendo importantíssimo na resolução de problemas que envolvem forças. A partir
qualquer tipo de rotação desprezada, não será necessário levar em conta daí, podemos dividir os problemas em três tipos: os que envolvem apenas
as suas dimensões para qualquer tipo de cálculo. duas forças, os que envolvem apenas três forças e os que envolvem mais
de três forças.
Agora, considere a situação mostrada na figura a seguir:
Sabemos que, mesmo que haja Tipo 1: Problemas que envolvem apenas duas
uma parte do prato pendendo na
beirada da mesa, ele continua em
forças
repouso sobre ela, ao passo que, se Esse é o tipo de problema mais elementar. Quando apenas duas forças
o empurrarmos gradativamente para estão agindo em um corpo e este está em equilíbrio, já que são sempre
fora da mesa, em algum momento coplanares, é necessário que ambas as forças tenham a mesma direção,
ele cairá, mesmo que ainda não sentidos contrários e módulos iguais. Somente dessa forma as forças
tenha perdido total contato com a poderão se anular. Um exemplo disso é a força normal e a força peso se
superfície. Dessa forma, percebe-se anulando quando temos um corpo em repouso em um plano horizontal.
que as dimensões do prato não
podem ser desprezadas, já que, para
(Disponível em: <http://imguol.com>.)
diferentes posições em relação à

IME-ITA 155
Física I – Assunto 7

Tipo 2: Problemas que envolvem apenas três forças Outra forma de resolver problemas do tipo é decompor as forças em
Quando começamos a tratar de três forças, elas não necessariamente dois eixos perpendiculares, geralmente chamados de x e y. Lembre-se de
são coplanares. Dessa forma, teremos abordagens diferentes para quando que o melhor modo de escolher os eixos é aquele que comporta o maior
forem coplanares e para quando não forem. número de forças já nos eixos, para facilitar o trabalho de decomposição.
Daí, teremos que a força resultante em cada eixo deve ser nula.
Quando as forças são coplanares, os vetores que as representam
devem formar um triâgulo de forças de mesmo sentido (horário ou anti- Quando as forças não são coplanares, ou seja, quando o problema
horário), pois já vimos, no assunto Vetores de Física III, que sempre que passar a ter três dimensões, o melhor jeito de resolver o problema é
vetores formam um polígono, a resultante deles é nula. Proceder dessa trabalhar com vetores da mesma forma que trabalhamos no assunto
forma na maioria das vezes simplifica o problema, principalmente quando Vetores de Física III. Os vetores unitários serão sempre grandes aliados
duas das forças são perpendiculares. na resolução desses problemas.


→ F2 Tipo 3: Problemas que envolvem mais de três forças
F1 → β
F2 Da mesma forma que com apenas três forças, elas podem ou não
θ → ser coplanares. A única abordagem que não é aplicável para mais de três
F3 forças é a formação do triângulo de forças. A decomposição de forças
→ α nos eixos x e y para o caso em que as forças são coplanares e a utilização
F1 de vetores unitários para quando as forças não são coplanares são os

F3 melhores métodos de resolução de problemas do tipo.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Na figura, um corpo de peso 120N encontra-se em equilíbrio, suspenso Como o nó está em equilíbrio, temos:

por um conjunto de três fios ideiais A, B e C. Calcule as intensidades
das trações nesses fios. Considere senθ = 0,6 e cosθ = 0,8. ∑ F = 0 → TC y = TA → TC · sen θ = 120 →
y

TC TC · 0, 8 = 120 → TC = 200N
y

TC
∑ F = 0 → TC x = TB → TC · cosθ = TB →
x

TB = 200 · 0, 8 → TB = 160N

θ •
2a solução: utilização do triângulo de forças
TB TC Já sabendo que TA = 120N , podemos determinar as outras duas trações
x
utilizando o triângulo de forças:

TC
TA TA
1 solução: decomposição das forças em eixos x e y
a

Sabemos que a tração no fio A tem que ser igual ao peso do corpo, já θ
que são as únicas duas forças que atuam no corpo. → TA = 120N •
O diagrama de corpo livre do nó, bem como as trações já decompostas TB
nos eixos, estão representadas na figura a seguir:
• Dessa forma, temos:
θ T T 120
senθ = A = 0, 6 → TC = A = → TC = 200N
C TC 0, 6 0, 6
TB
B cosθ = = 0, 8 → TB = TC · 0, 8 = 200 · 0, 8 → TC = 160N
TC
• • Nó
A Vê-se que, nesse caso, a utilização do triângulo de forças torna a
resolução da questão mais prática.

Agora estudaremos quais são as condições para o equilíbrio de um


corpo rígido.

156 Vol. 3
Estática dos sólidos

2.2 Equilíbrio de corpo rígido → → → →


F1 + F2 + F3 + F4 = 0
Na seção 2.1, nosso estudo estava restrito a pontos materiais.
Como não possuem dimensão, estão sujeitos apenas a movimentos de 2.2.3 Equilíbrio de rotação de corpos rígidos
translação, já que, como vimos, toda rotação é desconsiderada. Sabemos que, pela segunda Lei de Newton, toda força está associada
Agora, passaremos a tratar de corpos rígidos (ou extensos). Dessa a uma aceleração. Estudamos, em dinânica, como é feita essa relação para
forma, não devemos considerar apenas o equilíbrio de translação. Devemos pontos materiais, seja em movimentos retilíneos ou curvilíneos. Porém,
pensar também no equilíbrio de rotação. Veremos as condições para que não chegamos a estudar a dinâmica de corpos rígidos. O escopo do nosso
cada um deles ocorra. Porém, antes disso, vamos pensar no princípio de curso não inclui essa disciplina, porém uma analogia pode ser feita.
transmissibilidade. Sabemos que as forças que estudamos possibilitavam os corpos,
que considerávamos pontos materiais, a alterarem seus equilíbrios de
translação, já que estavam diretamente associadas a acelerações. Porém,
2.2.1 Princípio de transmissibilidade para corpos rígidos, como suas dimensões não podem ser desprezadas,
O princípio de transmissibilidade afirma que as condições de equilíbrio para existirá a possibilidade de rotação desses corpos em torno de eixos, já
um corpo rígido continuarão sendo satisfeitas se uma força F, já atuante em que cada elemento de massa terá uma posição diferente a cada instante e,
algum ponto do corpo, for substituída por outra força, F’, de mesma intensidade no caso de movimentos curvilíneos, os executarão com raios diferentes,
e direção, mas atuando em um ponto que esteja contido na mesma linha de o que, para pontos materiais, não acontece. Logo, como a alteração do
ação da força F. O princípio está esquematizado na figura a seguir: equilíbrio de translação é devido às forças, deve existir um elemento que
altere o equilíbrio de rotação desses corpos rígidos. O nome desse elemento
é o torque, ou momento, representado pela letra grega τ.
F Quando definimos força, no assunto Dinâmica, dissemos que ela era a
derivada temporal da quantidade de movimento associada ao movimento
de translação, também chamada de momento linear. Dessa força, dada a
F’ analogia feita entre força e torque, a definição de torque é semelhante à da
= força. Torque é, no final das contas, a derivada temporal da quantidade de
movimento associada, então, ao movimento de rotação, também chamada
→ → → →
de momento angular, definido por L = r × p , para uma partícula, onde r
é o vetor que liga a partícula ao ponto em torno do qual ela está girando e

p é a sua quantidade de movimento. Dessa forma, temos:
 d  
τ = ( r × p)
dt
Como possuem o mesmo efeito, as forças F e F’ são chamadas de
forças equivalentes. Pela regra de derivação de um produto vetorial, temos:
O princípio afirma, resumidamente, que uma força pode ser transmitida  
ao longo de sua linha de ação em um corpo rígido sem que o seu equilíbrio  d   dr   dp
seja alterado. Dessa forma, as forças em corpos rígidos devem ser τ = ( r × p) = × p + r ×
dt dt dt
representadas por um tipo diferente de vetor, denominado vetor deslizante.
Com o princípio da transmissibilidade em mente, podemos avançar  
dr    dr    
para o estudo das condições de equilíbrio de corpos rígidos. Sabemos que = v , e, como p = mv , × p = v × mv = 0 .
dt  dt

Dessa forma, como dp = F , temos que:
2.2.2 Equilíbrio de translação de corpos rígidos dt
As condições de equilíbrio de translação de corpos rígidos são 
  dp   
exatamente as mesmas que devem ser satisfeitas para o equilíbrio de τ= r× → τ= r×F
pontos materiais, já que estes só podem sofrer translação. Dessa forma, dt
tudo que foi dito para os pontos materiais se aplica aqui. A diferença é
que podemos lançar mão dos vetores deslizantes, que, por terem direção Vê-se, então, que a existência do torque está diretamente ligada à
constante, ainda satisfarão que a força resultante deve ser nula para que existência de uma força, o que pressupõe que uma alteração no equilíbrio de
o corpo esteja em equilíbrio de translação, confirmando o princípio da rotação de uma partícula em torno de algum ponto deve ser acompanhada
transmissibilidade. de uma alteração no equilíbrio de translação da partícula.

∑F = 0 Podemos considerar um corpo rígido como uma distribuição contínua
de partículas, ou “elementos de massa infinitesimal”. Quando uma força

→ F2 é aplicada em um corpo rigído, ela é aplicada em apenas um desses
F1 elementos. Logo, essa força poderá provocar, além do movimento de
translação natural, um movimento de rotação em torno de algum ponto do
espaço, que chamaremos de O. Logo, o momento dessa força em torno
→ do ponto O será dado pela relação:
F3
  
MF,Ο = r × F

F4

IME-ITA 157
Física I – Assunto 7

A representação geométrica do momento de uma força em relação a Dessa forma, vemos que forças que possuem braço de momento nulo,
um ponto está expressa na figura à seguir: ou seja, forças que têm direção passando pelo ponto em relação ao qual
se deseja calcular o momento, têm momento em relação a esse ponto
nulo. Isso será extremamente importante na resolução de questões, já que
o ponto mais conveniente em relação ao qual se calculará os momentos
MΟ das forças que deverá ser escolhido será aquele que apresentar momentos
→ F sinθ nulos para as forças que não são importantes no problema. Veja também
F
que qualquer força em cima de uma mesma linha de ação terá o mesmo
θ braço de momento, o que significa que podemos deslizar uma mesma
força sobre sua linha de ação e obter o mesmo efeito, confirmando, mais
uma vez, o princípio da transmissibilidade.
P
Ο θ O momento de uma força pode fazer com que o corpo gire no
r sin sentido horário ou no sentido anti-horário. Dessa forma, cada um desses
θ
momentos recebe um sinal diferente, dependente da convenção adotada
por que está resolvendo o problema. A convenção mais usada é:

Da fórmula do módulo do produto vetorial, temos: sentido anti-horário → positivo


MF,Ο = r · F · senθ

→ →
onde θ é o ângulo entre o vetor r e F . →
Logo, pela figura, veja que r · senθ é o módulo da projeção do vetor M F,Ο
→ → →
r na direção perpendicular à linha de ação da força F . Pela fórmula da F
intensidade do momento da força, vê-se, então, que ela é dada pelo produto
→ →
da intensidade da força pelo módulo dessa projeção do vetor r . Vê-se
M F,Ο< 0
também que r · senθ é a distância entre a linha de ação da força e uma
reta paralela a essa linha que passe pelo ponto O. Por isso tudo, chamamos
→ sentido horário → negativo
essa distância de braço de momento (b) da força F em relação ao ponto
O. Logo, temos r · senθ = b, o que nos dá, em módulo: +Ο

MF,Ο = F · b →
M F,Ο →
F
+Ο linha de ação da força

M F,Ο< 0
braço
b → 
de F
momento •
Logo, como o equilíbrio de translação é dado por ∑ F = 0 , nada
mais justo que, pela analogia que fizemos, afirmarmos que a condição
necessária para que o equilíbrio de rotação seja satisfeito é:
Perceba que, no SI, a unidade do momento é N · m, dimensionalmente


igual ao Joule (J), unidade de energia. Então, por que as duas grandezas,
tendo a mesma unidade, são completamente diferentes? Tente refletir ∑M = 0
sozinho. Dica: pense nas definições de torque e trabalho e na analogia → →
entre força e torque. M1 M2
Essa é a relação que mais usaremos na resolução de questões, já que
quase todas elas tratarão o momento apenas em sua característica escalar.

Veja que o mesmo efeito é obtido se decompusermos a força F em

uma direção perpendicular ao vetor r . Dessa forma, a intensidade dessa → →
componente passa a ser F · senθ, enquanto que a outra componente, M4 M3
F · cosθ, teria sua direção passando pelo ponto O. Então, apenas a
componente F · senθ exerceria momento em O, com braço de momento → → → →
M 1+ M 3+ M 3+ M 3=0
igual a r, enquanto que o momento de F · cosθ seria nulo, já que seu braço
de momento seria nulo. Ou seja, o somatório vetorial dos momentos das forças que atuam em
Logo, podemos calcular o momento de uma força de duas formas: um corpo rígido em relação a qualquer ponto do espaço tem que ser nulo
calculando o braço de momento b da força aplicada (geometricamente ou para que o corpo esteja em equilíbrio de rotação. Se existir pelo menos

pela simples decomposição do vetor r na direção perpendicular à linha um ponto em relação ao qual o somatório dos momentos das forças não
de ação da força) ou decompondo a força em uma direção perpendicular seja nulo, o corpo estará em rotação pelo menos em torno daquele ponto.

à direção do vetor r , e multiplicando sua intensidade pela intensidade do Vamos supor, então, que existam três forças coplanares atuando em
→ → → →
vetor r . um corpo rígido que não sejam paralelas entre si, F 1, F 2 e F 3. Como não
são paralelas, são concorrentes. Agora, vamos supor que elas não sejam

158 Vol. 3
Estática dos sólidos

concorrentes no mesmo ponto, duas a duas. Calculando-se o momento →


→ →
das três forças em relação ao ponto de concorrência de F 1 e F 2, veja que F1
o momento dessas forças será nulo, já que suas linhas de ação passam →
→ → F2
por esse ponto. Porém, o momento de F 3 em relação a esse ponto não será F1
nulo, já que essa força não passa por ele. Logo, o corpo estará em rotação
pelo menos em torno desse ponto, já que existirá, de fato, momento em
relação a ele. Dessa forma, para que três forças possam coexistir em um
corpo rígido sem alterar seu equilíbrio de rotação, as três forças devem
concorrer no mesmo ponto. Veja que o equilíbrio de translação não exige
nem que sejam concorrentes no mesmo ponto, nem que não sejam, não
constituindo um empecilho para essa afirmação. Supondo, agora, as forças
com linhas de ação paralelas, não podemos ter duas forças com linhas →
de ação coincidentes, já que o momento dessas duas forças em relação F2
a essa linha de ação seria nulo, enquanto que o da outra força não seria → →
F3 F3
nulo. Logo, para que o equilíbrio de rotação possa ser atingido para três
forças paralelas, suas linhas de ação não devem ser coincidentes duas a
duas. Novamente, o equilíbrio de translação poderá existir, já que bastará Como, então, encarar problemas que lidem com cálculos de
que uma delas tenha um sentido, as outras duas o outro sentido e a soma momentos para estabelecer equilíbrio de corpos rígidos? O primeiro
do módulo daquela seja a soma do módulo destas duas. passo é, obviamente, notificar-se de que o objeto em questão no problema
é um corpo rígido, verificando se, por exemplo, o deslocamento do
Se essas três forças não forem coplanares, o equilíbrio de rotação
ponto de aplicação de uma força alteraria o efeito dela sobre o corpo.
nunca será satisfeito (tente provar por si mesmo).
Depois disso, geralmente temos que escolher um ou dois pontos para
Logo, dessas afirmações, podemos enunciar o teorema das três cálculo dos momentos das forças relacionadas no problema. Devemos
forças: se um corpo está sob a ação de três forças e está em equilíbrio de escolher esses pontos de modo a anular os momentos de forças que
rotação, essas forças devem ser coplanares, podendo ser concorrentes são desinteressantes, escrevendo equações apenas em função das
num mesmo ponto, ou todas paralelas entre si com linhas de ação não variáveis que importam. Para o cálculo dos momentos, deveremos,
coincidentes duas a duas, sendo o equilíbrio de translação determinado então, escolher o método mais apropriado: cálculo do braço de momento
pela escolha de módulos (para os dois casos) e direções adequadas (geometricamente ou por decomposição do vetor posição do ponto de
(para o caso das concorrentes). Esse teorema é bastante importante para aplicação da força) ou decomposição da força propriamente dita em
a resolução de problemas que envolvam três forças em corpos rígidos. componentes (uma dessas componentes realizará momento, enquanto
Tendo duas das forças, consegue-se determinar a direção da terceira força que a outra não, pelo fato de a sua linha de ação conter o ponto em
rapidamente. A figura a seguir expressa o teorema: relação ao qual se está calculando o momento).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 (HELOU) A figura abaixo representa um quadro retangular e logicamente cortando o lado correspondente ao barbante. Logo, as
homogêneo dependurado em uma parede e em equilíbrio. Qual das retas linhas de ação da tração e do peso concorrem em um ponto pertencente
a, b, c ou d, melhor representa a linha de ação da força que a parede ao lado correspondente ao barbante. Dessa forma, a linha de ação da
exerce no quadro? força que a parede faz no quadro deve passar por esse ponto, de acordo
Parede com o teorema das três forças, já que só existem essas três forças
Barbante atuando no quadro. A reta que melhor representa essa reta passando
d c pelo lado correspondente ao do barbante é a reta d.

02 (FEI-SP) No esquema, AB representa uma viga prismática e


Quadro homogênea de peso P = 30 kgf e CD representa um cabo horizontal
de peso desprezível:
São dados AD = 300 cm; DB = 100 cm e θ = 45º. A viga é articulada
sem atrito em A e suporta em B um corpo de peso Q = 120 kgf.
Determinar o esforço no cabo e as componentes horizontal e vertical
da força que a viga recebe na articulação em A.
b B

C D
a
Solução:
A força de tração que atua no quadro tem a direção do barbante. A
força peso, sendo o quadro homogêneo, está aplicada no centro de
gravidade do quadro, ou seja, no seu ponto médio, e tem direção
vertical (falaremos sobre isso depois). Dessa forma, como a parede, o
barbante e o quadro formam um triângulo, a direção da tração é o lado θ Q
correspondente ao barbante e a direção do peso do quadro é uma reta •
vertical que passe pelo ponto médio do lado correspondente ao quadro,

IME-ITA 159
Física I – Assunto 7

Solução: Assumindo que momentos horários são positivos, temos:


Sabemos que, para a barra estar em equilíbrio de rotação, o somatório
dos momentos em relação a qualquer ponto deve ser nulo. Impondo
essa condição para o ponto A, a força que a articulação exerce sobre
• M A = 0 → P · a + Q · c – T · b = 0 → 300 · 100
2 +
a barra pode ser ignorada, já que está sendo aplicada no ponto no qual 120 · 200 2 – T · 150 2 = 0 → T = 180 kgf
estamos calculando o somatório dos momentos. Dessa forma, as
forças a serem consideradas nesse somatório serão o peso da barra, Percebe-se, pelo equilíbrio de translação, que a articulação deve exercer
a tração no cabo que sustenta o peso Q e a tração no cabo CD. Como uma força vertical para cima (Ry) na viga que sustente a soma dos pesos
conhecemos o peso da barra e a tração no cabo que sustenta o peso P e Q, e uma força horizontal para a direita (Rx) que sustente a tração T.
Q, conseguimos calcular direto a tração no cabo CD. Essa é a vantagem B
de se analisar em que ponto é mais conveniente aplicar o somatório →
T D
dos momentos, evitando-se, assim, mais equações e contas. A figura →
a seguir representa a situação.
 Q


T  G


Ry

Q
b
 →
P
 θ

 θ

→ A Rx






P a






C

Rx

Na figura, a é o braço de momento do peso P da barra, b é o braço de Nessa questão, usamos a decomposição dos vetores posição dos
momento da tração no fio CD e c é o braço de momento do peso Q. pontos de aplicação das forças, calculando, assim, os braços de
Calculando-os geometricamente, temos: momento das forças. A questão poderia ter sido reolvida de forma
diferente: decompondo-se as forças em direções perpendiculares
a = AG · cos45° = 200 · 2 /2 = 100 2 cm e tangencial à barra. Dessa forma, as componentes tangenciais à
barra teriam momento nulo em relação ao ponto A, enquanto que
b = AD · cos45° = 300 · 2 /2 = 150 2 cm
as componentes perpendiculares teriam braço de momento igual à
c = AB · cos45° = 400 · 2 /2 = 200 2 cm distância dos pontos de aplicação de cada uma das forças ao ponto A.

2.2.4 Momento binário Veja que o momento resultante dessa associação de forças será
Para transpor tar-se uma força de um ponto P a um ponto Q, dado por:
pertencente ao corpo, que não esteja na mesma linha de ação da força
que passa por P, é conveniente a utilização do momento binário. → → → → → → → → → → → →
M = rQ × F + rP × (– F )→ M = (rQ – rP ) × F → M = r PQ× F
O momento binário é exercido quando são aplicadas duas forças
em pontos distintos de um corpo, que não pertençam à mesma linha de
ação e com linhas de ação paralelas, de mesma intensidade e sentidos Logo, os vetores posições dos pontos P e Q não são utilizados no
contrários, como mostra a figura. cálculo do momento binário, já que o vetor usado é o vetor que aponta
de P para Q, não dependendo então do sistema de referências utilizado.
Dessa forma, temos:
M → M = rPQ · F · senθ
F
Como rPQ · senθ = d, componente do vetor posição perpendicular à
→ força, temos:
r PQ M=F·d
P Q
θ → →

d onde d é a distância entre as linhas de ação das forças F e – F . Então as


→ duas forças da figura produzem um momento no corpo equivalente ao
–F →
momento →
produzido apenas pela força F em relação ao ponto P, ou pela
força – F no ponto Q. Dessa forma, se apenas essas duas forças agem no
   
corpo, existirá um equilíbrio de translação, já que
∑ F = F − F = 0 , mas
o corpo estará rotacionando, já que existirá momento. Exemplo disso é
quando se gira uma chave para abrir uma porta (a parte de cima da chave

160 Vol. 3
Estática dos sólidos

é pressionada para um lado, enquanto que a parte de baixo é pressionada Pensando, agora, no exemplo do prato apoiado sobre a mesa,
para o outro lado), ou quando se aplicam forças no volante do carro para mostrado no início do capítulo, podemos deduzir, naturalmente, que seu
realização de uma curva utilizando duas mãos (uma mão fará uma força centro de gravidade se localiza no centro da circunferência do prato,
para cima e outra mão fará uma força para baixo). considerando-o homogêneo. O prato só cairá, de fato, da mesa, quando

Vamos supor agora que uma força F esteja aplicada em um ponto P seu centro de gravidade atravessar a beirada da mesa. Enquanto o centro
de um corpo. Podemos transportá-la de gravidade ainda estava apoiado na mesa, o prato permanecia em
→para um outro ponto → Q da seguinte
maneira: aplica-se em P uma força – F e em Q uma força F . Dessa forma, equilíbrio de rotação. Isso acontece porque, quando o centro de gravidade
o sistema não é alterado em termos de translação, já que essas forças não pertence mais à superfície de apoio, a linha de ação do peso resultante
se anulam. Porém, essas duas forças constituem um binário, que pode do prato não passará mais por essa superfície de apoio, provocando,

ser substituído pelo momento de – F em relação a Q, porém em sentido então, momento em relação a qualquer um dos pontos dela, fazendo-o
oposto, para não se alterar o equilíbrio. A seguinte figura representa a tombar da mesa. Ou seja, para corpos rígidos apoiados e submetidos
situação explanada: exclusivamente às forças peso e às reações do apoio, as linhas de ação
de suas forças peso, ou seja, as retas verticais que passem pelo centro
de gravidade, devem passar pelo ponto ou superfície de apoio do corpo,
para que estes permaneçam em equilíbrio de rotação.

→ →
F
F 2.2.6 Tipos de equilíbrio
F →
F Pense em uma bola no fundo de uma depressão semicircular. Quando
damos um leve toque na bola, ela, de fato, oscilará em torno dessa posição
Q até que pare novamente nessa posição, devido à ação de forças de atrito.
Q P
P Caso essas forças de atrito não existam, a bola oscilará eternamente
→ → em torno dessa posição de equilíbrio. A bola, então, se encontra em
M → M
–F equilíbrio estável, já que, para leves toques, ela sempre tenderá a retornar
à sua posição de equilíbrio inicial. As forças que fazem com que a bola
retornem à sua posição de equilíbrio inicial são chamadas de forças de
restauração. Já tivemos bastante contato com elas no assunto Eletrização
e Cargas Elétricas, na apostila 1, e aprofundaremos no assunto Movimento
2.2.5 Centro de gravidade Harmônico Simples, nessa apostila.
Denomina-se centro de gravidade de um corpo ou de um sistema de Agora, pense em uma bola no alto de uma colina. Se dermos um
pontos materiais discretos um determinado ponto por onde passa a linha leve toque na bola, ela tende a sempre se afastar da posição inicial de
de ação de um peso resultante, isto é, local onde podemos supor que o equilíbrio. A bola, nesse caso, se encontra em equilíbrio instável, já que
peso está concentrado. existirão forças (componentes tangenciais do peso, no caso) que estarão
As coordenadas do centro de gravidade podem ser determinadas sempre a afastando da sua posição inicial de equilíbrio, à procura de
por uma média, ponderada pelos pesos, das coordenadas de cada peso uma nova posição de equilíbrio, de preferência estável ou indiferente, que
discreto ou das coordenadas dos centros de gravidade de cada parte do veremos a seguir.
corpo. Consideremos, por fim, uma bola em um plano horizontal liso. Se
dermos algum toque na bola, ela sairá de sua posição de equilíbrio inicial,
n n n podendo voltar a ela ou não, continuando em equilíbrio. Dessa forma, a
∑ Pi x i ∑ Pi y i ∑Pz i i
bola estará em equilíbrio indiferente, já que não fará diferença a posição
de equilíbrio em que ela vier a parar.
xG = i =1
n
yG = i =1
n
zG = i =1
n

∑P ∑P ∑P
A figura a seguir representa as situações explanadas acima:
i i i
i =1 i =1 i =1

Veja que, nas fórmulas, se substituirmos cada peso pelo produto da


massa pela gravidade, a gravidade “cortará”, caso ela seja constante.
Essas novas fórmulas resultantes representam o centro de massa do
sistema. Dessa forma, quando a gravidade é constante, o centro de
Estável Instável Indiferente
gravidade do sistema coincide com o centro de massa do sistema.
Essas fórmulas só se aplicam para distribuições de partículas
discretas. Para distribuições contínuas, só precisamos nos preocupar com Pense você mesmo agora. Uma placa retangular homogênea é fixada
formas geométricas que sejam minimamente simétricas, pois dessa forma em uma parede por um prego em três situações:
o centro de gravidade coincidirá com o centro geométrico do corpo, e é o
que nos é cobrado nos vestibulares. Para uma placa retangular homogênea, I. Prego fixado no centro de gravidade.
por exemplo, o centro de gravidade será o ponto de encontro das diagonais. II Prego fixado na linha de ação do peso, acima do centro de gravidade.
Em um triângulo qualquer homogêneo, o centro de gravidade é o encontro III. Prego fixado na linha de ação do peso, abaixo do centro de gravidade.
das medianas (baricentro: bari = peso). Para figuras formadas por mais Que tipo de equilíbrio será experimentado em cada uma das situações?
de uma figura que se tenham os centros de gravidades conhecidos, o
centro de gravidade resultante será a média dos centros de gravidades
das figura, ponderada por suas áreas. Um exemplo é o trapézio retângulo,
formado por um retângulo e um triângulo.

IME-ITA 161
Física I – Assunto 7

3. Treliças Treliças são estruturas constituídas por barras homogêneas


conectadas entre si por nós. Cada nó é a conexão de duas ou mais barras.
As treliças são uma das estruturas mais importantes na engenharia. Nenhuma barra é contínua através de um nó, sendo os nós pontos de
Estão presentes em prédios, casas, pontes, enfim, em diversas aplicações descontinuidade da barra.
tanto na engenharia civil quando na mecânica. A figura a seguir mostra exemplos de treliças muito comuns:

Pratt Howe Fink

Treliças típicas de telhados

Pratt Howe Warren

Baltimore Treliça K

Treliças típicas de pontes

Porção em consola de uma treliça Estrutura levadiça

Estádios
Outros tipos de treliças
(Adaptado de Beer e Johnston.)

Geralmente, as barras que constituem as treliças são consideradas


delgadas e suportam pouco carregamento lateral. Logo, os carregamentos
devem ser aplicados nos nós e não diretamente nas barras. Também se
considera que os pesos das barras estão aplicados nos nós. Porém, na
maioria das vezes, desconsideraremos os pesos das barras. Dessa forma,
todo membro da treliça, exceto por forças externas, estará submetido
apenas a duas forças, que atuarão ao longo das barras e nos nós. Essas
forças podem tender a partir a barra ao meio “para fora” ou podem tender
a comprimir a barra “para dentro”, conforme mostra a figura a seguir,
respectivamente:

162 Vol. 3
Estática dos sólidos

Quando as forças tenderem a partir a barra, elas serão chamadas III. Depois, localize um nó em que as forças em apenas duas barras das
de forças de tração. Quando elas tenderem a comprimir a barra, serão conectadas àquele nó ainda não são conhecidas. Desenhe o diagrama
chamadas de forças de compressão. Logo, uma barra ou está tracionada de corpo livre para esse nó e use-o como no passo 3 para determinar
ou está comprimida. as forças desconhecidas. Lembre-se de que você já terá calculado
Estudaremos aqui, primordialmente, as treliças simples. Elas são forças em algumas barras, no passo 2, então uma dica é continuar
formadas a partir de uma treliça rígida – treliça formada por três barras, escolhendo nós que carreguem alguma dessas forças.
em formato triangular, que não tem seu formato deformado a partir da IV. Repita esse procedimento até que todas as forças em todas as
aplicação de um carregamento –, adicionando-se duas novas barras a barras da treliça sejam descobertas. Como você previamente usou
dois nós distintos, formando um novo nó. Veja que as treliças “Fink” três equações para determinar as reações de apoio no diagrama de
e “Baltimore” exemplificadas anteriormente não são treliças simples, corpo livre da treliça inteira, no passo 1 (momento resultante nulo,
enquanto que as restantes são. Observe que, toda vez que duas barras força resultante em x nula e força resultante em y nula), sobrarão três
são adicionadas, um nó é formado, como foi dito antes. Dessa forma, equações no final, que poderão ser usadas como prova real dos seus
vemos que o número b de barras e o número n de nós se relacionam de cálculos.
acordo com a seguinte relação:
Perceba que a escolha do primeiro nó, no passo 2, não é única. Em
b = 2n – 3
alguns casos, a escolha de certo nó pode levar, no seguimento dos passos,
As treliças têm de estar, de alguma forma, apoiadas no chão. Os dois a um nó que você não consiga resolver. Então, você deverá recomeçar o
principais tipos de apoios que veremos nos problemas que resolveremos procedimento escolhendo outro nó. Uma dica bastante útil é escolher um
são os seguintes: nó no qual esteja aplicado algum carregamento.
Vamos ver um exercício resolvido a respeito disso.
Ry Ry
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

(Beer e Johnston) Usando o método dos nós, determine as forças


em cada uma das barras da treliça representada na figura.
Rx
2000 N 1000 N

12 m 12 m
A B C
O primeiro provoca reações de apoio tangencial e perpendicular
à superfície de apoio, funcionando como uma superfície rugosa,
que apresenta atrito. O segundo provoca apenas reações de apoio 8m
perpendiculares à superfície de apoio (a representação das rodinhas
significa que não possuem atrito com a superfície de apoio).
Estudaremos dois métodos de análise de treliças simples. O primeiro, D E
chamado de método dos nós, será mais útil quando quisermos calcular
todas as forças aplicadas nas barras de uma treliça. O segundo, chamado
de método das seções, será mais conveniente quando quisermos calcular 12 m
a força em uma barra específica. 6m 6m

3.1 Método dos nós Solução:


Primeiro, vamos traçar o diagrama de corpo livre da estrutura como
O método dos nós é mais conveniente quando queremos determinar um todo, lembrando de colocar as devidas reações de apoio. Ele
as forças que atuam em todas as barras de uma treliça simples. O método está representado na figura a seguir.
consiste nos seguintes passos:
2000 N 1000 N Cy
I. Traçar o diagrama de corpo livre da estrutura como um todo, ou seja,
considerando apenas as forças externas (carregamentos e reações de 12 m 12 m
apoio, lembrando que cada tipo de apoio nos dá reações diferentes).
A B C Cx
A partir desse diagrama, será possível determinar, sendo conhecidos
os carregamentos, o valor das reações de apoio.
II. Localizar um nó que esteja unindo apenas duas barras e trace o seu
diagrama de corpo livre. A partir desse diagrama, você poderá calcular 8m
as duas forças que estejam agindo nesse nó, ou seja, agindo nas
barras conectadas a esse nó. Resolva como for mais conveniente
D E
(triângulo de forças – quando três forças apenas estiverem envolvidas
e você conhecer uma delas – ou decomposição das forças em eixos E
perpendiculares), lembrando que o nó estará em equilíbrio. Para isso,
você terá que adotar sentidos arbitrários para as forças no nó. Se o 12 m
valor encontrado para a força for negativo, significa que o sentido 6m 6m
arbitrado está errado, isto é, a força deveria ter o sentido contrário.

IME-ITA 163
Física I – Assunto 7

Impondo ∑M C = 0 , considerando o sentido anti-horário positivo:


Veja que FDB é uma força de tração na barra DB e FDE é uma força
de compressão na barra DE.
2000 · 24 + 1000 · 12 – E · 6 = 0 → E = 10000N Agora, vamos isolar o nó B (apenas duas forças não conhecidas).
Temos a figura do seu diagrama de corpo livre:
Como achamos E > 0, significa que supusemos seu sentido
corretamente. 1000 N
Impondo ∑ Fx = 0 .

Cx = 0 B
FBA = 1500 N FBC
Impondo ∑ Fy = 0
4
3 3
4
Cy + 10000 – 2000 – 1000 = 0 → Cy = – 7000N

Como achamos C y < 0, significa que supusemos seu sentido FBD = 2500 N FBE
erradamente. Deveria ter sentido ‘para baixo’, em vez de ‘para cima’,
como arbitrado. Utilizando a decomposição das forças em eixos, temos:
Agora que já conhecemos as reações de apoio, podemos começar
a isolar os nós. Começando pelo nó A (um dos nós com carregamento
e unindo apenas duas barras), vemos que esse nó está submetido
∑ 4
5
4
Fy = 0 → −1000 −   2500 −   FBE = 0 → FBE = −3750 N
5
apenas a três forças. Dessa forma, podemos criar um triângulo de forças
como indicado na figura a seguir. Perceba que o triângulo é retângulo ∑F = 0 → F
x BC
3
5
3
− 1500 −   2500 −   FBE = 0 → FBE = 5250 N
5
e deve ter lados proporcionais a 3, 4 e 5 (relação facilmente tirada da
geometria do problema). Veja que, como FBE foi encontrada negativa, significa que ele aponta
para o nó B, em vez de apontar para fora, como supomos. Dessa forma,
2000 N FBE é força de compressão na barra BE. FBC será, então, força de tração
3 na barra BC, já que aponta para o nó B.
A
FAB 2000 N 4 Agora, vamos isolar o nó E. Restou uma força não conhecida.
5 Logo, apenas uma equação será suficiente para resolvê-lo. Dessa
5 FAD forma, sobrará uma equação desse nó e duas do nó C, como previsto
4 anteriormente.
FAB
3 FAD
Temos, da figura: FEB = 3750 N FEC
FAB 2000N
= → FAB = 1500N
3 4 4 4
3 3
FAD 2000N E
= → FAD = 2500N
5 4 FED = 3000 N
Lembre-se que, se no nó a força aponta em um sentido, na barra a E = 10,000 N
força apontará no sentido inverso (3a lei de Newton). Logo, a força FAB é
de tração na barra AB, já que está apontando para fora do nó A, e a força
FCD é de compressão na barra CD, já que está apontando para o nó A.
Utilizando a decomposição das forças em eixos, temos:
Agora, vamos isolar o nó D (que possui apenas duas forças
∑ F = 0 →  5  F
desconhecidas e carregou uma das forças do nóA). Seu diagrama de 3 3
x EC + 3000 +   3750 = 0 → FEC = −8750 N
corpo livre está expresso na figura a seguir: 5
FDE Veja que, como FEC foi encontrada negativa, significa que aponta
FDA = 2500 N FDB FDB para o nó E, em vez de apontar para fora, como supomos. Dessa forma,
4 5 5 4 FEC é força de compressão na barra EC.
Utilize a equação das forças em y nesse nó e as equações do nó
3 3
FDE C para checar as contas.
FDA
É bem perceptível que, se quiséssemos calcular apenas a força na
Pelos triângulos desenhados, temos que: barra ED, por exemplo, teríamos que ter calculado a força na barra AD
antes. Logo, esse método não se mostra eficiente quando queremos
FDB = FDA → FDB = 2500 N
calcular apenas a força em uma determinada barra, ainda mais se a
treliça possuir mais barras. O próximo método a ser aprendido sanará
3
FDE = 2   FDA → FDE = 3000 N esse problema.
5

164 Vol. 3
Estática dos sólidos

3.2 Método das seções EXERCÍCIOS RESOLVIDOS


O método das seções é, como dito anteriormente, muito mais eficiente
no cálculo de forças em apenas algumas barras do que o método dos (Beer e Johnston) Determine as forças nas barras EF e GI da treliça
nós, o qual, por sua vez, é mais conveniente quando se quer calcular as representada na figura.
forças em todas as barras. Assim como o método dos nós, o método das 28 kN 28 kN
seções consiste em alguns passos, explanados a seguir:

I. Desenhar o diagrama de corpo livre da treliça inteira, considerando A C E G I K 16 kN


apenas suas forças externas (carregamentos e reações de apoio).
Dessa forma, será possível o cálculo das reações de apoio.
II. Passe uma seção que corte três barras da treliça, uma das quais deve 10 m
ser a barra na qual se deseja calcular a força. Dessa forma, passarão B
a existir dois “pedaços” da treliça, como mostrado na figura abaixo. J
D F H

P1 P2 P3
n 8m 8m 8m 8m
8m
A B D
G
Solução:
A primeira coisa a se fazer, sempre, é o diagrama de corpo livre da
treliça como um todo, para determinar as reações no apoio. Temos:
28 kN 28 kN
E
C
n A C E G I K 16 kN

P1 P2
10 m

A B B
J
FBD Bx D F H
J
FBE By
8m 8m 8m 8m 8m

E
C FCE Impondo •
MB = 0, para anular os momentos das reações
do apoio B, considerando positivo o sentido anti-horário, temos:
Nessas seções, as forças que atuam nas barras cortadas aparecem
como forças externas das porções da treliça originadas. – 28 · 8 – 28 · 24 – 16 · 10 + J · 32 = 0 → 33 kN

III. Escolha uma das porções da treliça, desenhe seu diagrama de corpo
livre, atentando para as forças externas a essas porções, representadas Impondo • FX = 0, temos:
pelas forças que atuam nas barras. Dessa forma, você será capaz de
escrever três equações de equilíbrio para a porção escolhida. Como Bx + 16 = 0 → Bx = – 16 kN
existem três forças a determinar, as três equações bastarão. Lembre-se
O sinal negativo significa que consideramos Bx com sentido
de que você só poderá cortar três barras com a sua seção. Cortando
errado, sendo seu real sentido para a esquerda.
quatro barras ou mais, existirão quatro ou mais forças a determinar
e apenas três equações de equilíbrio, resultando em um sistema
indeterminado.
Impondo
temos:
• MJ = 0, considerando positivo o sentido anti-horário,

Veja, então, que esse método nos permite calcular, diretamente, as 28 · 24 + 28 · – 16 · 10 – By · 32 = 0 → By = 23 kN


forças externas ao pedaço considerado, ou seja, as forças nas barras
cortadas. Se quiséssemos calcular as forças em todas as barras, teríamos
que traçar seções que cortassem todas as barras, de três em três, o que
não seria interessante, sendo o método dos nós mais apropriado para
esse caso.

IME-ITA 165
Física I – Assunto 7

Determinadas as reações de apoio, temos condições de proceder


às seções. Seccionaremos as barras de acordo com as retas nn e mm Assumimos, inicialmente, pelo sentido adotado para FEF, que a barra
indicadas na figura. EF estava tracionada (a força no nó deve ter sentido contrário à força
na barra, pela 3a lei de Newton). Logo, pelo sinal negativo encontrado,
28 kN 28 kN
descobrimos que a barra está sob compressão.

n m A seção mm passa pelas barras GI, IH e HJ. Considerando-se a


A C E G I K 16 kN
porção da direita gerada por essa seção (IKJ), temos o diagrama de
corpo livre dessa porção:

FGI
B I K
J
D F H FHI 16 kN
16 kN
n m 10 m
23 kN 33 kN
H J
FHJ
A seção nn passa pelas barras EG, EF e DF. Considerando-se a
porção da esquerda gerada por essa seção (ABDEC), temos o diagrama 8m 33 kN
de corpo livre dessa porção:
28 Kn
Impondo ∑M H = 0 , para anular os momentos das forças FHI e
FHJ, já que elas não nos interessam, temos:
A C E
33 · 8 – 16 · 10 + FGI · 10 = 0 → FGI = – 10,4 kN
FEG
Assumimos, inicialmente, pelo sentido adotado para FGI, que a barra
FEF
B GI estava tracionada (a força no nó deve ter sentido contrário à força
na barra, pela 3a lei de Newton). Logo, pelo sinal negativo encontrado,
D FDF
16 kN descobrimos que a barra está sob compressão.
Solução:
23 kN A força na barra EF tem intensidade de 5 kN e é de compressão,
enquanto que a força na barra GI tem intensidade de 10,4 kN, também
Impondo, para essa porção, • Fy = 0, temos: de compressão.
Logo, é nítida a vantagem de usar o método das seções no cálculo de
23 – 28 – FEF = 0 → FEF = – 5 kN forças em barras específicas em relação ao método dos nós. Escolher
o método ideal para resolver o problema pode poupar bastante tempo.

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 (AFA) Uma esfera metálica de peso P está presa a uma das 02 (AFA) Um corpo é sustentado por duas cordas inextensíveis, conforme
extremidades de um fio de massa desprezível, cuja extremidade oposta a figura. Sabendo-se que a intensidade da tração na corda AB é de 80 N,
está ligada a um suporte fixo. Sabendo-se que o sistema está em equilíbrio, a intensidade da tração na corda BC será:
em uma posição na qual o fio forma com a vertical um ângulo θ, equilíbrio
este conseguido pela ação de uma força horizontal F aplicada à esfera,
A
pode-se afirmar que o módulo de tal força é:

30°
C
 B
θ F

(A) Ptgθ. (C) Pcosθ. (A) 60 N. (C) 40 N 3.


(B) P / tgθ. (D)
P / cosθ. (B) 40 N. (D) 60 N 3.

166 Vol. 3
Estática dos sólidos

03 (AFA) Na figura, os fios são ideais, o corpo tem massa M e a 06 (AFA) Uma viga homogênea é suspensa horizontalmente por dois fios
aceleração da gravidade no local tem módulo g. A intensidade da tração verticais como mostra a figura abaixo.
no fio AB e a intensidade da força F que mantém o sistema em equilíbrio,
valem, respectivamente:

A A B
 θ
F
B l l
6 4
l
C
A razão entre as trações nos fios A e B vale:
M
(A) 1 / 2. (C) 3 / 4.
(B) 2 / 3. (D) 5 / 6.
(A) Mg · cosθ; Mg · senθ. (C)
Mg · senθ; Mg · cosθ.
(B) Mg / cosθ; Mg · senθ. (D)
Mg / cosθ; Mg · tgθ. 07 (EFOMM) Um navio está amarrado ao cais pelo ponto A por meio de
dois cabos: AB de 30m de comprimento e AC de 40m de comprimento.
04 (AFA) Uma prancha de comprimento 4 m e de massa 2 kg está apoiada Os motores do navio estão desligados e a força R = 600kN mostrada na
nos pontos A e B, conforme a figura. Um bloco de massa igual a 10 kg é figura abaixo é a resultante do sistema de forças que atuam sobre o navio,
colocado sobre a prancha à distância x = 1 m da extremidade da direita e no plano horizontal, pela ação do mar e do vento. O ângulo formado pelos
o sistema permanece em repouso. Nessas condições, o módulo da força cabos AB e AC, no ponto A, é de 90°, e a força “R” está no mesmo plano
que a prancha exerce sobre o apoio no ponto B é, em newtons, de AB e AC. As forças de tração no cabo maior AC e no cabo menor AB
que reagem à ação da força “R” são, respectivamente:
x
B C
B

30 m 40 m
10 kg 90°
A B
A
Navio R = 600 kN

(A) 340. (C) 85. (A) 320 kN e 280 kN. (D) 360 kN e 480 kN.
(B) 100. (D) 35. (B) 280 kN e 320 kN. (E) 380 kN e 260 kN.
(C) 480 kN e 360 kN.
05 (AFA) Na figura abaixo, as polias e os fios são ideais. Se o sistema
está em equilíbrio, a razão m1 / m2 é 08 (EFOMM) Uma viga de concreto, de 2,4 m de comprimento, apoia-se
em duas colunas A e B. Supondo sua distribuição de massa homogênea
e que, a 1 m do apoio da coluna A é posicionada uma massa teste de 180
kg, calcule as reações nos apoios A e B.

2,4 m
1m

30°

m1 Massa
A de teste B
m2

Considere:
• g = 10 m/s2;
(A) 3 / 4. (D) 1 / 2. • as reações devem ser calculadas em newtons; e
(B) 1 / 4. (E) nra. • massa da viga = 240 kg.
(C) 3 / 2.

IME-ITA 167
Física I – Assunto 7

09 (EFOMM) Seja o sistema abaixo: 13 A figura mostra uma barra homogênea de 2,0 m, cujo peso é de
1000 N, disposta horizontalmente e apoiada em uma das extremidades,
sobre um dinamômetro. Qual a leitura no dinamômetro (graduado em
T1 60° 45° newtons) sabendo que uma pessoa de peso igual a 500 N está sobre a
barra, a 40 cm do dinamômetro?
T2

m = 23,2 kg Dinanômetro

14 Na figura, uma barra rígida e homogênea de peso igual a 100 N e


A razão entre as trações T1 e T2 é, aproximadamente: comprimento igual a 10 m articula-se sem atrito em Ο. A 8 m de Ο
suspende-se → uma carga de peso igual a 200 N. Calcule a intensidade da
(A) 1,2. (D) 1,8. força vertical F que equilibra o sistema.
(B) 1,4. (E) 1,9.

(C) 1,6. F

10 (EFOMM) No diagrama de forças abaixo aplicadas, a força F = 200 N Ο


promove o equilíbrio de rotação. Pode-se afirmar que a força “F” está localizada a:
Carga
400 N
F = 200 N 250 N
15 Na figura a seguir, considere ideais a barra, os fios e as polias, e
despreze o atrito na articulação O. Sabendo
→ que o corpo A pesa 4000 N,
2m 2m
calcule a intensidade da força vertical F que equilibra o sistema.

(A) 0,5 m da extremidade direita.


(B) 1,5 m da extremidade direita.
(C) 0,5 m da extremidade esquerda.
(E) 1,5 m da extremidade esquerda.
30 cm 20 cm
11 (HELOU) A figura representa uma escada homogênea, em equilíbrio,
apoiada em uma parede vertical muito lisa. Trace o vetor que determina a 0
direção e o sentido da força que a escada recebe do chão.
A

16 (HELOU) Na figura temos uma barra homogênea de espessura e largura


uniformes, em forma de L, articulada sem atrito em A. A parte vertical
da barra tem 1 m de comprimento, enquanto a parte horizontal mede 3
m. Sendo de 120 N o peso total da barra, calcule a intensidade da força

horizontal F , que mantém a barra em equilíbrio.


F

12 (CESGRANRIO) A figura representa esquematicamente um braço 17 (HELOU) Na figura, temos uma roda de peso igual a 100 3 kgf e
de toca-discos, cujo comprimento total é de 30 cm, apoiado a 25 cm raio r igual a 2 m, que deve ser erguida do plano horizontal (1) para o
da extremidade onde se encontra a agulha. A massa do braço é de 25 g plano horizontal (2). Calcule a intensidade da força horizontal, aplicada
e a do contrapeso é de 50 g, sendo ambos os sólidos homogêneos. A no centro de gravidade da roda, capaz de erguê-la, sabendo que o centro
calibração do contrapeso (3 na escala da figura) significa que a agulha de gravidade da roda coincide com seu centro geométrico.
exerce sobre o disco uma força vertical equivalente ao peso de 3,0 g. A
massa da agulha é desprezível. Qual o valor da distância x assinalada? Roda

Contrapeso r
Agulha
(2)
Disco 25 cm
(1) h=1m
6 5 4 32 1

Braço x

168 Vol. 3
Estática dos sólidos

18 (UNICAMP) Uma escada homogênea de 40 kg apoia-se sobre uma (C) seguramente as dobradiças A e B arrebentarão simultaneamente.
parede, no ponto P, e sobre o chão, no ponto C. Adote g = 10 m/s2. (D) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço.
(E) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria.

P 21 Calcule as forças nas barras através do método dos nós, indicando


se as barras estão comprimidas ou tracionadas.

50 kN 100 kN 50 kN

4m
2 2
3m D
C B C

a. Desenhe as setas representativas das forças peso, normal e de atrito


2
em seus pontos de aplicação.
b. É possível manter a escada estacionária não havendo atrito em P?
Nesse caso, quais os valores das forças normal e de atrito em C? 45°
A E
HE
F
19 (UNICAMP) Uma das aplicações mais comuns e bem sucedidas de
alavancas são os alicates. Esse instrumento permite amplificar a força
aplicada (Fa), seja para cortar (Fc), ou para segurar materiais pela ponta
VA VE
do alicate (Fp).
Fa
22 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir,
Fc indicando se estão tracionadas ou comprimidas.
Fp
3m
A

1,25 m
dc B
da
dp

a. Um arame de aço tem uma resistência ao corte de 1,3 × 109 N/m2, ou 4m


seja, essa é a pressão mínima que deve ser exercida por uma lâmina 84 kN
para cortá-lo. Se a área de contato entre o arame e a lâmina de corte do
alicate for de 0,1 mm2, qual a força Fc necessária para iniciar o corte?
b. Se esse arame estivesse na região de corte do alicate a uma distância
dc = 2 cm do eixo de rotação do alicate, que força Fa deveria ser
aplicada para que o arame fosse cortado? (da = 10 cm) C
23 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir,
20 (ENEM) Um portão está fixo em um muro por duas dobradiças A e B,
indicando se estão tracionadas ou comprimidas.
conforme mostra a figura, sendo P o peso do portão.
A

A
4m

1,92 kN
B
B C

3m 4,5 m
Caso um garoto se dependure no portão pela extremidade livre e supondo
que as reações máximas suportadas pelas dobradiças sejam iguais:

(A) é mais provável que a dobradiça A arrebente primeiro que a B.


(B) é mais provável que a dobradiça B arrebente primeiro que a A.

IME-ITA 169
Física I – Assunto 7

24 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir, 27 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir,
indicando se estão tracionadas ou comprimidas. indicando se estão tracionadas ou comprimidas.

A 9m 18 m 18 m 9m
8,4 kN B D F

12 m
4,5 m
A G
C E
B C 18 m 18 m 18 m
8,4 kN 6 kN 6 kN

28 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir,


indicando se estão tracionadas ou comprimidas.
4,5 m
C

D
B D
2,8 m

25 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir, A 30° F 30° G H E HE
indicando se estão tracionadas ou comprimidas. a a a a
I
12,5 kN 12,5 kN 12,5 kN 12,5 kN
VA 4 kN 4 kN VE
2m 2m 2m
29 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir,
A B C
indicando se estão tracionadas ou comprimidas.
D
48 kN
4m 4m 4m 4m
G
2,5 m

B D F
F A H
C 4,5 m
E
E
26 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir, G
indicando se estão tracionadas ou comprimidas.

6m 6m 6m 30 Para os carregamentos abaixo, determine que barras estão isentas da


1,2 kN ação de forças.

2,4 kN a. P
F A B C
2,4 kN a
D D E F G 2
a
1,2 kN 7,5 m L 2
B H
I J K
a a a a
A E
C A B C D E
b.

9m 9m
F G H I

J P
K L M N O
P Q

170 Vol. 3
Estática dos sólidos

EXERCÍCIOS NÍVEL 2 02 (AFA) A figura abaixo apresenta dois corpos de massa m suspensos
por fios ideais que passam por roldanas também ideais. Um terceiro corpo,
também de massa m, é suspenso no ponto médio M do fio e baixado até
01 (AFA) Uma barra rígida homogênea de comprimento 2L e massa m
a posição de equilíbrio.
está apoiada em dois suportes A e B, como mostra a figura abaixo.
d d
L L
2 2
M M

m
→ m m
A B F
m m
O gráfico que melhor indica a intensidade NA da reação que o apoio A
exerce sobre a barra, em função da intensidade da força F aplicada na O afastamento do ponto M em relação à sua posição inicial é de:
extremidade é:
3 3
(A) NA (A) d. (C) d.
2 4

3 3
(B) d. (D) d.
3 6

03 (EFOMM) Uma barra cilíndrica, rígida e homogênea, de massa m, está


mg em equilíbrio estático apoiada por suas extremidades sobre dois planos
F inclinados que formam com a horizontal ângulos respectivamente iguais a
(B) NA θ1 e θ2 tal que θ1 < θ2, conforme mostra a figura acima. Supondo
irrelevantes os possíveis atritos e sabendo que a barra está em um plano
perpendicular a ambos os planos inclinados, calcula-se que a força normal
que o plano mais íngreme exerce sobre a barra seja dada por:

mg F
2
(C) NA
θ2 θ1

sen θ1
(A) mg
sen ( θ1 + θ2 )
mg F
sen θ2
(D) (B) mg
NA sen ( θ1 + θ2 )

cos θ1
(C) mg
cos ( θ1 + θ2 )

cos θ2
(D) mg
mg F cos ( θ1 + θ2 )
2 tg θ2
(E) mg
tg ( θ1 + θ2 )

IME-ITA 171
Física I – Assunto 7

04 (EFOMM) No convés de um 08 (HELOU) Na figura temos duas paredes verticais, um fio ideal de 5 m
navio, um marinheiro apoia uma de comprimento preso aos pontos A e B das paredes, uma polia ideal e
caixa de massa 20 kg sobre um plano um corpo C suspenso ao eixo da polia, de 400 N de peso:
inclinado de 60º, aplicando uma força
F de módulo igual a 100 N paralela à → 3m
F
superfície do plano, como mostra a
figura. Nestas condições, ele observa B
que a caixa está na iminência de 60°
descer o plano inclinado. Para que
a caixa fique na iminência de subir o A
plano inclinado, ele deve alterar o módulo da força F para:

Dados: g = 10 m/s²; sen 60º = 0,85


O
(A) 100 N.
(B) 140 N.
(C) 180 N. C
(D) 200 N. Determine:
(E) 240 N.
a. a tração no fio;
05 (IME) Considerando a figura, determine a expressão, em função do b. se a tração no fio depende do desnível entre A e B.
peso W, da força vertical exercida pelo solo sobre a barra AD.

D 09 (MACK-SP) Uma tábua rígida


homogênea é colocada sobre
um cilindro fixo, em seu ponto
45° médio, ficando em equilíbrio e na
30° iminência de escorregar, como 60°
mostra a figura. Determine o
A coeficiente de atrito estático entre
C a tábua e o cilindro.
90°
10 (FAAP-SP) Uma viga de peso desprezível é apoiada por suas
W extremidades A e B, sendo que um homem de peso P anda sobre ela.
Homem

06 (HELOU) A figura representa uma esfera homogênea em


equilíbrio, sustentada por um fio e apoiada em uma parede
vertical, nas condições geométricas ilustradas.
A B
a. Indique as forças atuantes na esfera.
b. Desenhe a situação de equilíbrio, se a parede fosse X
perfeitamente lisa.
L

07 Na figura, (I) e (II) são duas rampas planas perfeitamente lisas que A intensidade RA da reação do apoio A é dada pelo gráfico a seguir, em
se interceptam em uma reta horizontal, que passa por A e é perpendicular que x é a distância de A ao homem:
ao plano do papel. Nas rampas, apoia-se um prisma reto, hexagonal,
RA (N)
regular e homogêneo, de peso igual a 100 N. Sabendo que sen α = 3/5 e
cos α = 4/5, determine as intensidades das forças aplicadas pelo prisma
sobre as rampas.
560
( II )

(I) 140

0 2 8 x (m)
α
β Calcule, então:

a. o peso P do homem;
A
b. o comprimento L da viga.

172 Vol. 3
Estática dos sólidos

11 (ITA) Para que a haste AB homogênea, de peso P, permaneça em 15 (UNIRIO) Uma pessoa tem um passarinho de brinquedo que pode
equilíbrio, suportada pelo fio BC, qual deve ser a intensidade da força de ser equilibrado pela ação de uma força normal utilizando-se apenas um
atrito em A? ponto de apoio M, localizado no bico do passarinho conforme a figura 1.
Esse equilíbrio é alcançado em função da colocação de massas pontuais
adequadas nos pontos P e Q. Sabe-se que a massa do passarinho antes
C da colocação das massas em P e Q é 30 g e seu centro de massa nesta
 situação é representado, na figura 2, pelo ponto C. Além disso, o passarinho
é simétrico em relação ao eixo que contém os pontos M e C. Sendo assim,
B 90° para o equilíbrio ser alcançado, o valor de cada uma das massas colocadas
nos pontos P e Q é:

P Q
A Â
M
12 Uma barra ACB, prismática,
delgada, homogênea, em cotovelo C
a 90° é suspensa pelo vér tice do
C
2a θ H
ângulo e apresenta-se em equilíbrio,
conforme o esquema anexo. (AC = Figura 1 Figura 2
2a; CB = 2b; B ≤ H = θ.)
A 2b
Vale a condição: Considere
PM = QM = 5,0 cm; CM = 2,0 cm; Â = 120°; sen 30° = 0,50;
(A) b = a · tg θ. cos 30° = 0,87 e g = 10 m/s2.
(B) b = a · cot θ.
B
(C) b = a · tgθ . (A) 12 g. (D) 10 g.
(D) b = a · cot θ . (B) 30 g. (E) 24 g.
(C) 6,0 g.
13 (IME) Três molas, a, b e c, têm comprimento natural 1a = 0,5 m,
1b = 0,6 m e 1c = 0,7 m e constante elástica ka = 10 N/m, kb = 15 N/m 16 (ITA) Um brinquedo que as mamães utilizam para enfeitar quartos
e kc = 18 N/m, respectivamente. Elas são ligadas entre si e estiradas entre de crianças é conhecido como “mobile”. Considere o “mobile” de luas
duas paredes distantes 2,0 metros uma da outra, onde as extremidades esquematizado na figura a seguir. As luas estão presas por meio de fios
estão fixadas, conforme figura abaixo. Qual o comprimento de cada uma de massas desprezíveis a três barras horizontais, também de massas
das molas estiradas, em equilíbrio? desprezíveis. O conjunto todo está em equilíbrio e suspenso em um único
ponto A. Se a massa da lua 4 é 10 g, então a massa em quilograma da lua
1 é:

a b c A
L 2L
2,0 m
L 2L
14 (FEI-SP) A figura indica, em corte, um prisma e um cubo homogêneos,
de pesos iguais a 6,0 N e 5,5 N, respectivamente, sobre o travessão L 2L
horizontal de uma balança em equilíbrio. O cubo é suspenso por um cabo
1
de massa desprezível, que, passando por uma polia ideal, sustenta um
contrapeso A. 2
Calcule o peso de A e a tração no cabo.
3 4

20 cm

A (A) 180.
(B) 80.
(C) 0,36.
(D) 0,18.
(E) 0,9.
45 cm 70 cm 40 cm
15 cm

IME-ITA 173
Física I – Assunto 7

17 (ITA) Considere um bloco de base d e altura h em repouso sobre um 20 Dois blocos idênticos de comprimento L = 24 cm são colocados
plano inclinado de ângulo α. Suponha que o coeficiente de atrito estático sobre uma mesa, como mostra a figura a seguir. Determine o máximo valor
seja suficientemente grande para que o bloco não deslize pelo plano. de x, em cm, para que os blocos fiquem em equilíbrio, sem tombarem.

L
1
h 2
x L/2
d

θ
21 (ITA-SP) Uma barra homogênea de peso P tem uma extremidade
apoiada em um assoalho horizontal e a outra em uma parede vertical.
O valor máximo da altura h para que a base d permaneça em contato
O coeficiente de atrito com relação ao assoalho e o coeficiente de atrito
com o plano é:
com relação à parede são iguais a µ. Quando a inclinação da barra com
relação à vertical é de 45°, a barra encontra-se na iminência de deslizar.
(A) d/α. (D) d · cotg α.
Qual o valor de µ?
(B) d/sen α. (E) d · cotg α/sen α.
(C) d/(sen α)².
22 (ITA) Uma haste metálica de seção retangular de área A e comprimento
L é composta de dois materiais de massas específicas ρ1 e ρ2. Os dois
18 (ITA) Um corpo de massa m é colocado no prato A de uma balança
materiais constituem hastes homogêneas de comprimentos L1 e L2, com
de braços desiguais e equilibrado por uma massa p colocada no
L1 + L2 = L e L1 = 3L2. Coloca-se a haste sobre um cutelo e verifica-se
prato B. Esvaziada a balança, o corpo de massa m é colocado no prato B e
que o equilíbrio é atingido na situação indicada na figura. Calcule ρ1/ρ2.
equilibrado por uma massa q colocada no prato A. O valor da massa m é:
L L
(A) pq 2 2

(B) pq

p+q
(C)
2

(D) p + q
2
pq (A) 1. (D) 2,5.
(E)
p+q (B) 2. (E) 0,4.
(C) 3.
19 (ITA) Considere as três afirmativas abaixo sobre um aspecto de Física
do cotidiano. 23 (ITA) Um semi-disco de espessura “e” e massa = 2 kg está apoiado
sobre um plano horizontal, mantendo-se na posição indicada em virtude
I. Quando João começou a subir pela escada de pedreiro apoiada em da aplicação de uma força F no ponto Q. O centro de gravidade G é tal
uma parede vertical, e já estava no terceiro degrau, Maria grita para que OG = 0,1 m, sendo O o centro do disco que originou o semi-disco; o
ele: – Cuidado João, você vai acabar caindo pois a escada está muito raio do disco é r = 0,47 e o ângulo θ = 30°. O valor de F nesse caso é:
inclinada e vai acabar deslizando.
II. João responde: – Se ela não deslizou até agora que estou no terceiro
degrau, também não deslizará quando eu estiver no último.
III. Quando João chega no meio da escada, fica com medo e dá total
razão à Maria. Ele desce da escada e diz a Maria: – Como você é mais F
leve do que eu, tem mais chance de chegar ao fim da escada com a g 30°
mesma inclinação, sem que ela deslize. Ignorando o atrito da parede:

(A) Maria está certa com relação a I, mas João errado com relação a II.
(B) João está certo com relação a II, mas Maria errada com relação a I. (g = 9,8 m/s2)
(C) As três afirmativas estão fisicamente corretas.
(D) Somente a afirmativa I é fisicamente correta. (A) 19,6 N (D) 2,4 N
(E) Somente a afirmativa III é fisicamente correta. (B) 7,2 N (E) 2,9 N
(C) 1,2 N

174 Vol. 3
Estática dos sólidos

24 (ITA) Uma das extremidades de uma corda de peso desprezível está FH Mg


atada a uma massa M1 que repousa sobre um cilindro fixo, liso, de eixo
horizontal. A outra extremidade está atada a uma outra massa M2, como
mostra a figura. O ângulo indicado na figura vale 60°. Para que haja (B)
equilíbrio na situação indicada, deve-se ter:
θ
0 π
2

M1 FH Mg
60°

(C)

θ
0 π
2
FH Mg

(D)
θ
M2 0 π
2
(E) Nenhum dos gráficos acima.
(A) M2 = 3 M1 .
2
26 Pelo método das seções, determine as forças nas barras BD e DE da
(B) M2 = 3 M1. estrutura abaixo.

M1 135 kN A
(C) M2 = .
2
M1
(D) M2 = .
3 2,4 m

135 kN B C
(E) M2 = 2 M1 .

25 (ITA) Na figura tem-se uma barra de massa M e comprimento L


homogênea, suspenso por dois fios, sem massa. Uma força FH, horizontal 2,4 m
pode provocar um deslocamento lateral da barra. Nestas condições,
indique abaixo o gráfico que melhor representa a intensidade da força FH 135 kN D E
como função do ângulo.

θ 2,4 m

F G

4,5 m
FH

FH Mg

(A)
θ
0 π
2

IME-ITA 175
Física I – Assunto 7

27 Para a mesma figura da questão anterior, determine as forças nas EXERCÍCIOS NÍVEL 3
barras DG e EG, como se não conhecesse as forças nas barras BD e DE.
01 (IME) Ao teto de uma sala deseja-se prender 3 molas iguais que
28 Determine as forças apenas nos membros AD, CD e DE da treliça a deverão equilibrar, na horizontal, uma haste rígida, delgada e de peso
seguir. desprezível, bem como uma viga pesada, homogênea e uniforme, de tal
4,5 m 4,5 m 4,5 m modo que a haste suporte, em seu ponto médio, a viga. Os pontos de
fixação, no teto, devem formar um triângulo isósceles de ângulo diferente
20 kN 20 kN C. Determine a distância x do ponto D, a partir da extremidade livre, em
36 kN A D G J que a viga deve ser apoiada. O comprimento da viga é L.
B
2,4 m
B C F I K
E H
A
29 Para a mesma treliça da questão anterior, determine a força nos X
membros DG, FG e FH, como se não conhecesse as forças calculadas
na questão anterior. C
30 Para a treliça da figura a seguir, determine as forças nas barras EH e D
GI. (Dica: use a seção aa).

B E a H b J M

8m
C F K N
8m 02 (IME) Quatro barras homogêneas AB, BC, CD e DE, de peso P cada
A P uma, estão articuladas entre si como indica a figura. Sustentam-se, com
D G I L O as mãos, os extremos A e E de forma que estejam sobre uma mesma
a b
reta horizontal e que, ao estabelecer-se o equilíbrio, a ação efetuada nos
15 m 15 m 15 m 15 m 15 m 15 m extremos, sobre cada um tenha um componente horizontal igual a 2P.
Admite-se que as barras AB e ED possam girar livremente ao redor dos
12 kN 12 kN 12 kN extremos fixos A e E e que não haja atrito nas articulações. Calcular o
ângulo α que a barra DE forma com a horizontal.
31 Usando dica semelhante à do exercício anterior, para a mesma figura,
determine as forças nas barras HJ e IL. A E

32 Para a treliça mostrada na figura ao lado, determine as forças nas α


barras AF e EJ, usando dica semelhante à dos exercícios anteriores, nas B
D
seguintes situações:
C
a. P = Q = 1,2 kN.
b. = 1,2 kN e Q = 0. 03 (IME) Na figura abaixo, o coeficiente de atrito entre o peso P e a cunha
é µ1 e, entre a cunha e o bloco inferior é µ2. Desprezando o peso da cunha,
3m 3m 3m 3m e considerando que não há atrito na parede vertical, determinar a expressão
da força F necessária para levantar o peso P, forçando a cunha para a
A B C D E direita.

a a 4m
H
F J P
G I
4m

F
K L M N O
P Q
θ

176 Vol. 3
Estática dos sólidos

04 (ITA) Um toro de madeira cilíndrico de peso P e de 1 m de diâmetro 07 (ITA) Um atleta mantém-se suspenso em equilíbrio, forçando as
deve ser erguido por cima de um obstáculo de 0,25 m de altura. Um cabo mãos contra duas paredes verticais, perpendiculares entre si, dispondo
é enrolado ao redor do toro e puxado horizontalmente como mostra a seu corpo simetricamente em relação ao canto e mantendo seus braços
figura. O canto do obstáculo em A é áspero, assim como a superfície do horizontalmente alinhados, como mostra a figura. Sendo m a massa do
toro. Nessas condições, a tração T requerida no cabo e a reação em A, no corpo do atleta e µ o coeficiente de atrito estático interveniente, assinale
instante em que o toro deixa de ter contato com o solo, valem quanto? a opção correta que indica o módulo mínimo da força exercida pelo atleta
em cada parede.
T

05 (ITA) Um cilindro de raio R está em equilíbrio, apoiado num plano


inclinado, áspero, de forma que seu eixo é horizontal. O cilindro é formado
de duas metades unidas pela seção longitudinal, das quais uma tem
densidade d1 e a outra densidade d2 < d1. São dados o ângulo α de 90º
4R
inclinação do plano inclinado e a distância h = do centro de massa
3≠
de cada metade à seção longitudinal. Qual a relação entre o ângulo β de
inclinação da seção longitudinal de separação sobre o horizonte e α, d1,  µ2 − 1 
1/ 2
d2 e h? (A) mg   .
2  µ2 + 1 
1/ 2
(B) mg  µ2 + 1  .
 
h 2  µ2 − 1 
h
mg  µ2 − 1 
(C)  .
2  µ2 + 1 

mg  µ2 + 1 
(D)  .
2  µ2 − 1 
β α
(E) n.d.a.
06 (ITA) Considere um bloco cúbico de lado d e massa m em repouso
sobre um plano inclinado de ângulo α, que impede o movimento de um 08 Uma escada de 5 m de comprimento e massa M está apoiada em
cilindro de diâmetro d e massa m idêntica à do bloco, como mostra a figura. um solo rugoso horizontal e contra uma parede vertical lisa. A distância
Suponha que o coeficiente de atrito estático entre o bloco não deslize pelo máxima a que seu pé pode estar da parede sem escorregar é igual a 4 m.
plano e que o coeficiente de atrito estático entre o cilindro e o bloco seja Quando seu pé está a apenas 3 m da parede, qual é:
desprezível. O valor máximo do ângulo do plano inclinado α, para que a
base do bloco permaneça em contato com o plano, é tal que: a. a massa máxima que pode ser colocada em qualquer lugar da escada
sem causar escorregamento?
b. a máxima distância ao longo da escada que um homem de massa 5 M
pode caminhar sem o risco de cair?

d
α

(A) sen α = 1/2. (D) tan α = 3.


(B) tan α = 1. (E) cotg α = 2.
(C) tan α = 2.

IME-ITA 177
Física I – Assunto 7

09 (Universidade de Toronto) An equal-arm balance with a uniform weigh


beam of mass M, thickness d, and length 2L is in horizontal equilibrium
P2
position on the platform, which is moving with uniform acceleration g/2.
Two equidimensional cubes with side b are motionless relative to the weigh
beam. Calculate the ratio of densities ρ1/ρ2. 0

30°
1 2 P1

g/2

Platform
m2

m1

10 (ITA) Na figura ao lado temos um cilindro de massa desprezível de raio (A) m1 = m2. (D) m1 = 3 m2.
r que pode girar sem atrito em torno do eixo que passa pelo centro O. Nos (B) 3 m1 = 2 3 m2. (E)
m2 = 2 3 m1.
pontos P1 e P2 estão fixadas dois fios de massa também desprezível. Para (C) 3 m2 = 2 3 m1.
que haja equilíbrio nas condições do esquema, a relação entre as massas
m1 e m2 é:

RASCUNHO

178 Vol. 3
Hidrostática A ssunto
8
Física I

Introdução 2. Densidade de um corpo


A hidrostática, também chamada de estática dos fluidos, estuda, Como vimos acima, o chumbo possui massa específica maior que
como seu nome já diz, fluidos que estejam em equilíbrio. Fluidos são, a do ferro. Porém, existe a possibilidade de um corpo de ferro ser mais
basicamente, os líquidos e os gases. Além da diferença de estado denso que um corpo de chumbo?
de matéria, líquidos não têm forma própria, mas têm volume próprio,
independente do recipiente que os contenha. Já os gases não possuem nem Define-se densidade de um corpo como a razão entre a sua massa e
forma nem volume próprios, já que, dentro de um recipiente, consideramos o volume ocupado por ele no espaço (bem parecida com a definição de
que o gás ocupa todo o seu volume. massa específica). Logo, se um corpo possui descontinuidades internas,
ou seja, partes ocas, como uma bola de boliche, significa que a massa
Focaremos nosso estudo no equilíbrio de líquidos, basicamente, a ser considerada para o cálculo da densidade seria muito menor do que
por possuírem mais utilidade prática, já que os efeitos dos gases sobre se o corpo fosse inteiramente maciço. Então, para a massa específica,
corpos imersos neles poderão ser desprezados, além de os líquidos consideramos apenas o volume ocupado pela massa do corpo, enquanto
possuírem uma resistência à compressão muito superior à dos gases, que, para a densidade, consideramos o volume total ocupado no espaço
sendo considerados, em nosso estudo, incompressíveis, diferentemente por um corpo fechado. Chamaremos, então, de VT o volume que o corpo
dos gases, para os quais essa consideração de incompressibilidade faria ocupa no espaço. Logo:
muita diferença. Estudaremos, então, basicamente líquidos que sejam
ideais, ou seja, incompressíveis. m
d=
A hidrostática se baseia em três teoremas: o de Stevin, o de Pascal e VT
o de Arquimedes. Eles regirão todo nosso estudo e trarão consequências
importantíssimas. No caso de uma bola de boliche, VT seria o volume total ocupado no
espaço, ou seja, o volume do ar que está contido na bola faz parte desse
volume total. Na hora de calcularmos a massa específica do material
1. Massa específica ou densidade que constitui essa bola, consideraríamos apenas o volume realmente
absoluta (m) correspondente à massa do corpo (a camada de material que de fato
foi usada para confecção da bola). Por isso, a massa específica é uma
Massa específica ou densidade absoluta de uma substância é a propriedade intrínseca ao material (ou seja, independente do corpo, a
razão entre a sua massa e seu volume. Para as mesmas condições de massa específica do chumbo sempre será 11,3 g/cm3), enquanto que a
temperatura e pressão, a massa específica de uma substância permanece densidade é uma propriedade que depende do corpo (uma bola de chumbo
constante. maciça e de volume VT terá maior densidade que uma bola de chumbo oca
e de mesmo volume, já que a massa daquela é maior que a desta, mesmo
m que ambas sejam feitas de chumbo).
µ=
V Sabemos, intuitivamente, que corpos de menor densidade que a água
tendem a flutuar nela. Logo, já que o aço tem massa específica maior que
a água, como podemos explicar um navio feito totalmente de aço, como
material m (g/cm3) m (kg/m3) um cruzeiro, conseguir flutuar? O segredo é o espaço oco que existe em
suas partes inferiores, completamente cheias de ar, que fazem com que
água 1,00 1000
a densidade do navio se torne menor que a densidade da água.
alumínio 2,7 2700
ferro 7,8 7800 3. Densidade relativa
chumbo 11,3 11300
É uma grandeza adimensional dada pela razão entre duas massas
mercúrio 13,6 13600 específicas de duas substâncias distintas. É, então, um critério de
ouro 19,3 19300 comparação entre duas substâncias ou uma outra forma de medir a
densidade de alguma substância, tomando outra como referencial.
Unidade de massa específica no S.I.: [kg/m3]
Ex: µ ouro / µ alumínio = 7,15
Obs.: 1 kg/m = 10 g/10 cm → 1 kg/m = 10 g/cm³. Essa relação é
3 3 6 3 3 –3 µ Hg / µ H2O = 13, 6
bastante importante, já que em muitos casos a massa específica que nos
será fornecida vai estar em g/cm3. 4. Peso específico
Percebe-se que o conceito de densidade propriamente dito tem a Peso específico é a razão entre o peso de uma substância e o seu
mesma expressão que o da massa específica. Porém, uma diferença sutil volume.
distingue suas definições. Veremos a seguir a definição de densidade de
um corpo.
P
ρ=
V

Unidade de peso específico no S.I.: [N/m3]

IME-ITA 179
Física I – Assunto 8

Da mesma forma que a massa específica, para que o peso específico Por mais que a pressão tenha uma certa relação com a força, ela
de um corpo seja constante, temos que as condições de temperatura e não é uma grandeza vetorial, mas sim uma grandeza escalar. Ou seja, um
pressão também sejam constantes. Porém, como o peso depende da gás ideal confinado num recipiente exerce exatamente a mesma pressão
gravidade, para que o peso específico seja constante, temos que estar em todas as suas paredes, já que a pressão não possui uma orientação
analisando porções da mesma substância num mesmo local, onde a preferida em detrimento de outras.
gravidade seja constante.
Sabemos que P = m · g. Logo: 5. Pressão exercida por uma
P m⋅g
ρ= =
V V
coluna de líquido
m
Como µ = , temos: m
V
r = mg P h
5. Pressão A
Comprima a palma de uma das suas mãos com o polegar da outra
mão, utilizando certa força. Agora, aumente esta força. Você claramente A figura anterior representa um recipiente contendo um líquido de
percebeu que o efeito de contato entre sua mão e seu dedo polegar massa específica µ, em equilíbrio, sob a ação da gravidade g, cuja altura
aumentou. Agora, comprima novamente a palma da mão com seu polegar. em relação ao fundo do recipiente é h.
Utilizando aproximadamente a mesma força, pegue o seu lápis apontado e
com a sua ponta do grafite comprima a palma da sua mão com a mesma Considere, então, uma coluna de água de área de base A. Sabemos
força. Novamente, você percebeu que o efeito foi realmente aumentado. que seu volume é dado por V = A · h. Como massa específica é o volume
entre a massa da substância e o volume de fato ocupado por ela, temos:
Logo, percebemos que esse efeito é diretamente proporcional à força, m m
já que, a aumentando, você intensifica o efeito. Da mesma forma, quando µ= = → m = µ ⋅ A ⋅ h. Logo, o peso dessa coluna de líquido será
V A.h
você diminui a área de aplicação da força (já que a ponta do grafite tem
menor área que a palma do seu polegar), o efeito também é intensificado. o produto da sua massa pela gravidade: P = m · g = m · A · h · g. Logo,
Logo, o efeito é diretamente proporcional à força e inversamente a pressão exercida por essa coluna de líquido no fundo do recipiente será
proporcional à área de aplicação dessa força. dada por:
Dessa forma, pressão média, sob o ponto de vista mecânico, é definida P µ ⋅ A⋅ h ⋅ g
pela razão da componente normal de uma força aplicada a uma superfície, p= =
A A
pela área da superfície.
Cortando a área, temos:
Fn
p= p = mgh
A

6. Teorema de Stevin
  Considere um recipiente contendo um líquido homogêneo de massa
Fn F
específica µ. Considere, mesmo que imaginariamente, um “cubo” de aresta
 h, feito do próprio líquido e totalmente imerso nele. Sabemos que, nele,
q Ft surgirão forças nas direções vertical e horizontal, aplicadas em cima e em
baixo, do lado direito e do lado esquerdo, como podemos ver na figura.

m
Apenas a componente normal (Fn) de certa força aplicada numa área
pode exercer pressão, enquanto que a componente tangencial não exerce
(ela exerce outro efeito, chamado de cisalhamento).

Unidade S.I. de pressão: [N/m2] = [Pa], também chamada de Pascal

Obs.: Outras unidades práticas de pressão (utilizando g = 9,81 m/s2):


Pela simetria do corpo, é fácil perceber que as forças horizontais
• bária [ba] = [dyn/cm2] → 1 Pa = 10 ba se anulam. Porém, as forças verticais não se equilibram. Isso acontece
• atmosfera técnica métrica [atm] = [kgf/cm2] → 1 atm = 9,8 · 104 Pa porque, além delas, ainda existe a atuação do peso do corpo na vertical.
≅ 105 Pa Dessa forma, temos o diagrama de corpo livre da figura a seguir:
• milímetros de coluna de mercúrio [mmHg] → 760 mmHg =
1,01 · 105 Pa
• metros de coluna d’água [mca] → 10 mca = 1,01 · 105 Pa

180 Vol. 3
Hidrostática

(1)

(1) F1 h (2)
 
 g g
P
(2) 
F2
m m

Logo, como o corpo está em equilíbrio na vertical, temos: Como há um desnível entre os pontos, pelo princípio de Stevin, haveria
F2 – F1 = P uma diferença de pressão sobre eles. Mas como o líquido está aberto para
a atmosfera, a pressão exercida sobre ambos é a pressão atmosférica.
Dividindo todos os termos pela área da base do cubo, já que estão Dessa forma, ambos estão sob mesma pressão. Novamente, pelo teorema
aplicados na vertical, temos: de Stevin, sabemos que, se a pressão sobre os pontos é a mesma, não
há desnível entre eles. Logo, é absurdo pensar que existe um desnível
F2 F1 P
− = entre os pontos na superfície do líquido. Assim, a superfície de um líquido
A A A em um referencial inercial sempre permanece horizontal. Isso acontece
F1 F porque o teorema de Stevin só se aplica em referenciais inerciais, já que é
Só que = p1 (pressão no ponto 1) e 2 = p2 (pressão no ponto 2). uma consequência direta das Leis de Newton, que só são válidas nestes.
A A
Logo: E caso o líquido estivesse acelerado, ou seja, num referencial não
P mg inercial, qual seria o comportamento de sua superfície? Como vimos em
p2 − p1 = → p2 − p1 =
A A Dinâmica, sabemos que podemos transformar um referencial não inercial
através do princípio da equivalência de Einstein, ou, mais precisamente,
em que m é a massa do “cubo” de água. Logo, m = m · Vcubo = m · A ·
do princípio de D’alembert. Dessa forma, o princípio de Stevin volta a
h. Logo:
ser válido.
µ ⋅ A⋅ h ⋅ g Vamos, então, pensar em uma massa infinitesimal m de água na
p2 − p1 = → p2 − p1 = µ ⋅ g ⋅ h
A superfície do líquido (uma gotinha), que está confinado em um recipiente.
Vamos comunicar ao recipiente uma aceleração a, conforme mostra a
em que h é o desnível entre o ponto 1 e o ponto 2. Observe a figura:
figura abaixo.
m
h1
1 a
h2
h

Mudando do referencial inercial para o referencial não inercial do


O enunciado do Princípio de Stevin, então, se resume a: carrinho, surgirá nessa gotinha uma força de inércia, orientada para a
“A diferença de pressões entre dois pontos de um líquido homogêneo esquerda. Além dessa força de inércia, já existe a força peso dessa gotinha
em equilíbrio sob a ação da gravidade é dada pelo produto da massa atuando verticalmente para baixo, como mostra a figura.
específica do líquido, da aceleração da gravidade e do desnível entre os
pontos.” Vamos supor que a superfície permaneça horizontal, como mostrado
acima. Em amarelo, é representada a resultante dessa força de inércia com
É fácil perceber, então, que essa diferença de pressões é igual à
a força peso da gotinha. Ainda falta a força que a superfície do líquido faz
pressão de uma coluna de líquido semelhante à coluna compreendida
sobre a “gotinha”. Sabemos que essa força tem que ser perpendicular à
entre os dois pontos, caso aquela estivesse tocando o fundo do recipiente.
superfície. Logo, teríamos uma força vertical e a força resultante indicada
Percebemos, então, que, se o desnível entre os dois pontos for nulo, em amarelo. Obviamente, a resultante dessas duas nunca será nula, ou
não haverá diferença de pressões entre os dois pontos. Dessa forma, seja, se a superfície permanecer horizontal, não haverá a possibilidade de
pontos que estão à mesma altura, não importando a posição horizontal, essa gotinha estar em equilíbrio no referencial não inercial. A superfície
estarão sob mesma pressão. Então, cada linha horizontal terá pontos deverá ficar inclinada em um ângulo tal que permita que a normal tenha a
sob mesma pressão, ou seja, existirá uma zona isobárica. Essa é a mesma direção da força representada em amarelo. Geometricamente, é
consequência mais importante do Teorema de Stevin. fácil mostrar que esse será o mesmo entre a força representada em amarelo
Agora, vamos supor que seja possível um líquido em repouso, e o peso. Esse ângulo está representado na figura a seguir.
confinado num recipiente, ter sua superfície inclinada, como mostra a
figura a seguir.

IME-ITA 181
Física I – Assunto 8

superfície dz
tanα =

livre dr
g 
 q –a Além disso, da relação entre as forças, temos:
q a
Fcf
tanα =
 P
q g
 Logo, temos as seguintes relações:
gap
Fcf dz
tanα = =
P dr
Da figura, temos:
 dz Fcf
a Sabemos, então, que = . Logo:
tanθ =  dr P
g
dz m ⋅ ω2 ⋅ r dz ω2 ⋅ r ω2 ⋅ r 1 ω2 ⋅ r 2
= → = → ∫ dz = ∫ dr → z = ⋅ +c
dr mg dr g g 2 g
Assim como no exemplo do elevador dado em dinâmica, na seção
de mudança de referencial para a nova gravidade que seria utilizada para Tente, sozinho, determinar a constante de integração c.
calcular o novo período do pêndulo em questão, aqui temos situação
 
semelhante. A soma vetorial de – a e g tem como resultado a gravidade

aparente (gap), que será relevante nas próximas seções: 7. Experiência de Torricelli
   Sabemos que a atmosfera provoca uma pressão de 1 atm ao nível
g ap = − a + g do mar, o que equivale aproximadamente a 1,01 · 105 Pa. O cientista
italiano Evangelista Torricelli propôs um experimento simples para
 
Como os vetores – a e g são perpendiculares, temos: determinação da pressão atmosférica. O dispositivo consistia num tubo
 2 2 de aproximadamente 1 m de comprimento e uma cuba, preenchidos
g ap = a + g com mercúrio.
Inicialmente, o tubo encontra-se totalmente cheio de mercúrio. Veda-
Acabamos de falar sobre líquidos acelerados em translação. E caso se sua extremidade aberta e, então, é introduzido, de boca para baixo, no
eles estivessem rotacionando? líquido. Em seguida, retira-se a vedação da sua extremidade, mantendo-a
Quando temos um recipiente contendo um líquido, em rotação em sempre abaixo da superfície do mercúrio na cuba. Com isso, parte do
relação a um eixo que passe em seu centro geométrico, com velocidade mercúrio escoa para dentro da cuba, estabelecendo-se uma coluna de
angular ω constante, o líquido se arranjará de modo a formar um espaço mercúrio.
vazio denominado paraboloide de revolução. Considere, na figura a seguir,
z o eixo que passa no centro geométrico do recipiente.
vácuo
Hg
Z
760 mm

Fcf

a Hg

P Pensemos, agora, em um ponto no interior do tubo que esteja à mesma


a altura da superfície do mercúrio no exterior do tubo, na cuba. Pelo teorema
de Stevin, ambos os pontos devem estar submetidos à mesma pressão.
r Como o ponto exterior ao tubo estava submetido à pressão atmosférica, o
ponto do interior do cubo também deveria estar. Logo, a pressão exercida
A figura acima representa um corte transversal do recipiente contendo
pela coluna de mercúrio acima desse ponto deveria ser igual à pressão
o líquido em revolução. A região em vermelho delimita a superfície do
atmosférica. Mediu-se, então, a coluna de mercúrio e verificou-se que ela
paraboloide. O ponto representado na figura faz referência à “gotinha”
possuía 760 mm acima da superfície do mercúrio na cuba. Dessa forma,
tratada anteriormente. A força de inércia, já que o líquido está em rotação,
estabeleceu-se que a pressão atmosférica era a pressão exercida por uma
é a força centrífuga (Fcf). Na situação anterior, a superfície formava, no
coluna de 760 mm de mercúrio:
corte transversal, uma reta inclinada. Agora, ela forma uma parábola.
A reta tangente à parábola no ponto que representa a gotinha tem 1 atm ⇔ 760 mmHg
coeficiente angular tanα. É fácil provar geometricamente que esse ângulo α
é o mesmo entre o peso e a reta normal à superfície no ponto de tangência.
Sabemos, também, que o coeficiente angular da reta tangente em um ponto é
a derivada da função naquele ponto. Como essa parábola pode ser expressa
por z = f(r), em que z é o eixo vertical e r é o eixo horizontal, temos que:

182 Vol. 3
Hidrostática

EXERCÍCIO RESOLVIDO Logo, como as pressões devem ser iguais, temos:


F1 F2
01 Se o experimento de Torricelli fosse realizado com água, qual =
seria a altura da coluna água no tubo em relação à superfície livre A1 A2
da água na cuba? Considere a massa específica da água igual a 1
g/cm3 e a pressão atmosférica igual a 1 atm. EXERCÍCIO RESOLVIDO
Solução: 02 (Mack-SP) O diagrama abaixo mostra o princípio do sistema
Sabemos que a pressão da coluna de água deve ser igual à pressão hidráulico do freio de um automóvel. Quando uma força de 50 N é
atmosférica. Logo: exercida no pedal, a força aplicada pelo êmbolo de área igual a 80
mm2 é de:
 kg   m 
Patm = µ água ⋅ g ⋅ h → 1⋅ 105 Pa =  1⋅ 103 3  ⋅  10 2  ⋅ h → h = 10 m Êmbolo de área
 m   s 
de 40 mm2
Êmbolo de área
Logo, uma coluna de 760 mm de mercúrio é equivalente a uma coluna de 80 mm2
de 10 m de água. Isso acontece devido ao fato de o mercúrio ser
bem mais denso que a água.
40 mm
Óleo
Articulações
8. Teorema de Pascal
O teorema de Stevin dizia que p2 – p1 = m · g · h. Vamos, agora,
considerar que as pressões em dois pontos, 1 e 2, que estão separados 200 mm
por um desnível h, num líquido de densidade µ, sofrem um acréscimo,
devido à aplicação de uma força externa:
p1’ = p1 + Dp1 F = 50 N
p2’ = p2 + Dp2
Pedal
Como os pontos permanecem com o mesmo desnível, o princípio de
Stevin continua valendo. Logo:
(A) 100 N. (D) 400 N.
p2 = p1 + m · g · h
(B) 250 N. (E) 500 N.
Logo:
(C) 350 N.
(p2 + Dp2) (– p1 + Dp1) = m · g · h → (p2 – p1) + (Dp2 – Dp1)= m · g · h
Das equações (1) e (2), temos: Solução: Letra E.
m · g · h + (Dp2 – Dp1) = m · g · h = Dp2 – Dp1 = 0 → Dp1 = Dp2 Ao se acionar o pedal com uma força de 50 N, uma força é aplicada
no êmbolo de 40 mm2 que, por sua vez, é transmitida ao êmbolo de
Logo, aplicada uma força externa, o aumento de pressão em todos 80 mm2, acionando o freio.
os pontos do líquido é o mesmo. Pode-se dizer, então, que aplicada Ao se acionar o pedal com uma força de 50 N, uma força é aplicada
uma pressão em uma das extremidades de um fluido, essa pressão é no êmbolo de 40 mm2 que, por sua vez, é transmitida ao êmbolo de
transmitida integralmente a todos os pontos desse líquido. Esse foi o 80 mm2, acionando o freio.
teorema demonstrando logo, teorema de Pascal; cujo enunciado é:
– Cálculo da força no êmbolo de área 40 mm2:
“Um incremento de pressão comunicado a um ponto qualquer de um Em relação à articulação do meio:
líquido incompressível em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os
demais pontos do líquido, bem como às paredes do recipiente.”
∑ M = 0 → 50 ⋅ 200 − F1 ⋅ 40 = 0 → F1 = 250 N
Logo, se temos um grande tubo em forma de U, como mostrado na – Pelo princípio de Stevin, a pressão aplicada no êmbolo de 40
figura, aplicando uma força F1 na área A1 do êmbolo esquerdo da figura, mm² deve ser igual à pressão aplicada no êmbolo de área 80
essa pressão dada por F1/A1 tem que ser transmitida integralmente a todos mm²:
os pontos do líquido, inclusive ao próximo êmbolo, de área A2, que sofrerá F1 F2 250 F2
= → = → F2 = 500 N
uma força F2; logo, uma pressão F2/A2. A1 A2 40 80
F1 F2

9. Pressão absoluta e efetiva


A1 A2 (hidrostática)
• Pressão efetiva (ou hidrostática) → é a pressão exercida pela coluna
de líquido.
Phid = m · g · h

IME-ITA 183
Física I – Assunto 8

• Pressão absoluta → é a pressão da superfície do líquido (normalmente Vamos à demonstração deste teorema. Considere a seguinte figura:
é a pressão atmosférica) somada a pressão exercida pela coluna de
líquido. m
Pabs = po + m · g · h

10. Vasos comunicantes


Vasos comunicantes são recipientes conectados através de um duto
aberto. Caso seja colocado apenas um tipo de líquido no vaso, em todos
os recipientes a superfície do fluido deve estar à mesma altura, de acordo
Temos um cubo imerso, de aresta h e área da base A, em um líquido
com o princípio de Stevin, como na figura abaixo.
de massa específica µ.Vemos que nela é fácil de perceber que o cubo
sofre forças do líquido por todos os lados. Como vimos antes, as forças
laterais se equilibram por simetria, restando apenas as forças superiores
e inferiores, que não se equilibram, já que existe o peso do corpo.


Quando se colocam dois líquidos num vaso comunicante em formato (1) F1

de ‘U’, o menos denso deve estar a um nível maior que o menos denso. g

EXERCÍCIO RESOLVIDO (2) 


F2
m
03 (Mack-SP) No tubo em U da
figura, de extremidades abertas,

encontram-se dois líquidos h Também é fácil perceber que, devido ao fato de F2 estar aplicada num
h1  
imiscíveis, de densidades iguais ponto com maior profundidade que F1, o módulo da força F2 tem que ser

a 0,80 g/cm 3 e 1,0 g/cm 3. O h2 maior que o módulo da força F1, consequência do teorema de Stevin. A
desnível entre as superfícies livres resultante dessas duas será a força que o líquido, de fato, faz sobre o
dos líquidos é h = 2,0 cm. corpo, e a chamaremos de empuxo. Dessa forma, temos, em módulo:
As alturas h1 e h2 são, F2 – F1 = E
respectivamente: já que o empuxo estará orientado para cima.
(A) 4,0 cm e 2,0 cm. (D) 12,0 cm e 10,0 cm. Sabemos, pelo teorema de Stevin, que existe uma diferença de
(B) 8,0 cm e 4,0 cm. (E) 8,0 cm e 10,0 cm. pressões entre os pontos 1 e 2, dada por:
(C) 10,0 cm e 8,0 cm. p2 – p1 = m · g · h
Sabemos também que:
Solução: Letra C. F1 F2
O ponto do líquido representado pelas bolinhas que está em contato = p1 = ; p2
A A
com o outro líquido deve ter a mesma pressão que um ponto à
mesma altura, porém no próprio líquido. Logo, a pressão exercida em que A é a área da base do cubo.
pela coluna h1 deve ser igual à pressão exercida pela coluna h2. Substituindo, temos:
Sabemos também que o líquido da coluna h1 é o menos denso, já F2 F1
− = µ ⋅ g ⋅ h → F2 − F1 = µ ⋅ g ⋅ h ⋅ A
que se encontra acima do outro líquido. A A
m1 · g · h1 = m2 · g · h2 → 0,8 · h1 = 1 · h2 → 0,8 · h1 = h2
Sabemos que A · h = Vcubo. Logo:
Porém, também sabemos que h1 – h2 = h = 2 cm. E = m · Vcubo · g

Nesse caso, o cubo está totalmente imerso. Logo, o volume de líquido


Resolvendo o sistema, temos h1 = 10 cm e h2 = 8 cm .
que é deslocado para cima quando se insere esse cubo no líquido é igual
ao volume total do cubo. Temos:
Vcubo = Vfd
11. Teorema de Arquimedes Logo, temos:
O teorema de Arquimedes enuncia o seguinte:
E = m · Vfd · g
“Quando um corpo é imerso totalmente ou parcialmente num fluido
em equilíbrio sob a ação da gravidade, ele recebe do fluido uma força
Com essa expressão, conseguimos calcular a força de empuxo que um
denominada empuxo, vertical, para cima e com intensidade igual ao peso
líquido exerce sobre um corpo. Lembre-se de que Vfd é o valor do volume
de fluido deslocado.”
do fluido que foi deslocado. Logo, é também o valor do volume do corpo
que esteja imerso no líquido, já que é esse volume que será responsável
pelo deslocamento do fluido.

184 Vol. 3
Hidrostática

Só que, pela definição de massa específica, m · Vfd = mfd, ou seja, o A linha de ação do empuxo sempre passará pelo centro de gravidade
produto da massa específica pelo volume do fluido deslocado nos dá a da porção fluida que antes ocupava o local agora ocupado pelo volume
massa de fluido deslocado. Logo, temos: submerso do corpo. Esse centro de gravidade também é chamado de
centro de carena.
E = mfd · g → E = Pfd

Ou seja, acabamos de descobrir que o valor do empuxo é o mesmo


valor do peso do líquido deslocado.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

04 Um bloco flutua inicialmente em água com 1/5 do seu volume 05 Um recipiente com água está em equilíbrio sobre o prato de uma
emerso. Depois, é colocado em óleo, apresentando então 1/5 do seu balança que, nessas condições, indica 80 N. Depois, uma esfera de
volume imerso. Calcule a razão entre as massas específicas da água e 2 · 102 cm3 é totalmente imersa na água, sendo suspensa por um fio
do óleo. ideal. Sabendo que a densidade da água é 1g/cm3 e que g = 10 m/s2,
qual a indicação da balança nessa situação?
Solução:
Seja V o volume do corpo. Solução:
4V Na situação inicial, as forças atuando no líquido são a força peso e a
− Em água: Eágua = µ água ⋅ Vfd ⋅ g → Eágua = µ água ⋅ ⋅g
5 força normal que a balança faz sobre o conjunto recipiente + líquido.
4 Dessa forma, para estar em equilíbrio, a intensidade do peso tem que
→ Eágua = µ água ⋅ V ⋅ g ser igual à intensidade da normal. Como a balança indica a normal, a
5
V normal é de 80 N. Logo, o peso do conjunto também é de 80 N.
− Em óleo: Eóleo = µ óleo ⋅ Vfd ⋅ g → Eóleo = µ óleo ⋅ ⋅g Na situação final, a esfera, estando imersa na água, recebe um empuxo
5 
E, vertical e para cima, exercido pelo líquido. Logo, a esfera reagirá, pela
V 
→ Eóleo = µ óleo ⋅ V ⋅ g 3a lei de Newton, e provocará uma força – E no líquido. Por sua vez, o
5 líquido, que está em contato direto com a balança, estará recebendo
Sabemos que, para que o corpo fique em equilíbrio estático, a a ação de três forças: a reação do empuxo da esfera, para baixo, o
resultante deve ser nula. Em ambos os casos, só existem duas forças peso, para baixo e a normal, para cima. Dessa forma, como está em
atuando: o empuxo e o peso. Elas devem então, ter mesma intensidade, equilíbrio, temos:
para que o bloco possa estar em equilíbrio. Então, não importando o N=P+E
fluido em que o corpo está imerso, o empuxo exercido por esse fluido No item anterior, calculamos o peso do conjunto. Logo, P = 80 N. O
será igual ao peso do corpo. Dessa forma, os empuxos calculados empuxo pode ser calculado através do teorema de Arquimedes:
anteriormente devem ser iguais.  kg   m
E = µ ⋅ Vfd ⋅ g =  1⋅ 103 3  ⋅ ( 2 ⋅ 102 ⋅ 10−3 m3 ) ⋅  10 2  = 2 N
 m   s 
4 1 µ 1
Eágua = Eóleo → µ água ⋅ V ⋅ g = µ óleo ⋅ V ⋅ g → água = Logo, a normal será N = 80 + 2 = 82 N. Como a balança indica a
5 5 µ óleo 4 normal, a indicação da balança será de 82 N.

Resposta: 82 N.

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 Quando a esfera de aço representada na figura é imersa inteiramente na 02 Na situação da figura, uma barra rígida e de peso desprezível está em
água, observa-se que o ponteiro, rigidamente fixado à mola de constante equilíbrio na posição horizontal. Na extremidade esquerda da barra está
elástica K = 1,0 · 101 N/m sofre um deslocamento vertical de 1,0 cm. dependurado um bloco de ferro (densidade de 8,0 · 103 kg/m3), de volume

Adote |g| = 10 m/s2 e admita que a densidade absoluta da água vale igual a 1,0 · 10–3 m3, que está totalmente imerso em água (densidade de
1,0 g/cm3. 1,0 · 103 kg/m3). A extremidade direita da barra está presa a uma mola
ideal de constante elástica K = 2,8 · 103 N/m.
Adotando g = 10 m/s2, calcule:
80 cm 40 cm

g

a. a intensidade do empuxo recebido pelo bloco;


b. a deformação da mola.
a. O deslocamento sofrido pelo ponteiro é para cima ou para baixo?
b. Qual o volume da esfera?

IME-ITA 185
Física I – Assunto 8

03 (HELOU) Um cubo de gelo a 0°C, preso a uma mola, 08 A figura abaixo representa uma esfera de densidade de = 6,8 g/cm3,
é totalmente imerso num recipiente com água a 25°C, imersa em um líquido de densidade dl = 0,80 g/cm3 e um e cilindro de
conforme mostra a figura. À medida que o gelo for se densidade dc = 2,0 g/cm3, cuja altura é igual ao seu raio imerso na água
fundindo, podemos afirmar que: (da = 1,0 g/cm3). Os dois corpos estão ligados por um fio inextensível,
gelo que passa por duas polias sem atrito. Supondo que o sistema está em
(A) o comprimento da mola permanecerá constante. equilíbrio, determine a relação entre os raios da esfera e do cilindro.
(B) o comprimento da mola irá aumentando.
(C) o comprimento da mola irá diminuindo.
(D) o nível livre da água no recipiente permanecerá inalterado.
(E) o nível livre de água no recipiente irá subindo.

04 (HELOU) Na figura, as esferas maciças A e B estão ligadas por um


fio ideal e o sistema está em equilíbrio. A esfera A está no interior de um
líquido homogêneo de densidade 2d e a esfera B está no interior de outro
líquido homogêneo de densidade 3d.
Sabendo que as esferas têm raios iguais e que a esfera
A tem densidade d, podemos concluir que a densidade 09 Um barco de madeira de 500 kg de massa é transportado de um rio
A para o mar. Supondo que a densidade da água do rio vale 1,00 g/cm3 e a
da esfera B vale:
da água do mar vale 1,03 g/cm3, calcule a massa adicional que deve ser
(A) d. (D) 4d. colocada sobre o barco, para que o volume da parte imersa seja o mesmo,
(B) 2d. (E) 5d. B no rio e no mar.
(C) 3d.
10 Um balão cheio de hidrogênio, de volume VB, conduz uma cesta cujo
05 (CPO) Um barco de massa igual a 200 kg está flutuando na água. volume é de 0,5%, do volume do balão. Sabendo que o balão parte do
Espalham-se moedas de 10 gramas no fundo do barco, até que o volume solo e que no local as massas específicas do hidrogênio, do ar e da cesta
da parte submersa passe a ser 0,25 m3. Sabe-se que o barco continua são, respectivamente, 0,1 kg/m3, 1,2 kg/m3 e 100 kg/m3, determine:
flutuando. O número de moedas espalhadas é:
(Dado: massa especifica da água = 1,0 . 103 kg/m3.) a. a aceleração vertical do balão no instante da partida, em função da
aceleração da gravidade g;
(A) 500. (D) 500.000. b. a altura do balão em relação ao solo, 10 segundos após a partida,
(B) 5.000. (E) 5.000.000. considerando para este item g = 10 m/s2.
(C) 50.000.
11 (AFA) Um barril flutua na superfície de um lago, deslocando 30 litros
06 Duas esferas idênticas, metálicas e maciças, O e P, ligadas por um de água. Colocando-se esse mesmo barril para flutuar sobre um líquido 1,5
fio ideal, são colocadas na condição inicial esquematizada abaixo, com vez mais denso que a água, quantos litros desse líquido ele irá deslocar?
velocidades nulas. Sendo g o módulo de aceleração da gravidade, dL a
densidade do líquido e dS a densidade das esferas, calcule o módulo da (A) 45. (C) 20.
aceleração da esfera P enquanto estiver totalmente imersa no líquido. (B) 30. (D) 15.

12 (AFA) A figura mostra uma mesma esfera em repouso quando colocada


em dois recipientes idênticos, porém com líquidos diferentes. Se a razão
entre as densidades dos líquidos é 0,8, pode-se afirmar que a fração do
volume da esfera que está parcialmente imersa é:

P
O
Cubo com água

(A) 80%. (C) 40%.


(B) 60%. (D) 20%.
07 A uma canalização C liga-se um medidor de pressão M. O líquido 13 (AFA) Um balão de peso P desce com uma aceleração constante a,
possui peso específico e = 15 kN/m3 (kN = quilonewton = 103 N). São menor que a aceleração da gravidade g. Qual o peso P’ do lastro que deve
dados a = 4,0 m e b = 1,0 m. ser atirado para fora do balão para que ele comece a ser acelerado para
Sabendo que a pressão atmosférica é p0 = 1,0 · 105 Pa (pascal = N/m2), cima com aceleração constante igual a a? Despreze a resistência do ar.
calcule a pressão em C.
C 2Pa 2Pg
(A) . (C) .
g+a g+a
Pa Pg
a (B) . (D) .
g a
M b

186 Vol. 3
Hidrostática

14 (AFA) Um estudante, para determinar a densidade de uma liga 18 (EFOMM) Um mergulhador nada em águas de densidade 1.049 kg/
desconhecida pesou-a, encontrando 24 N. A seguir, com o auxílio da m3, a 120 m de profundidade. A intensidade da força em Newtons, que
montagem da figura, observou que a indicação do dinamômetro era 19 N. age em cada cm2 do seu corpo, é de aproximadamente:
Considerando a densidade da água igual a 1,0 g/cm3, a densidade da liga
é, em g/cm3:

dinamômetro

água

(A) 1,2. (C) 3,6.


(B) 2,4. (D) 4,8. (A) 136. (D) 87.
(B) 122. (E) 59.
15 (AFA) Duas esferas A e B de mesmo volume, de materiais diferentes e (C) 104.
presas por fios ideais, encontram-se em equilíbrio no interior de um vaso
com água conforme a figura. Considerando-se as forças peso (PA e PB), 19 (EFOMM) A figura abaixo refere-se a uma balsa flutuando em águas
empuxo (EA e EB) e tensão no fio (TA e TB) relacionadas a cada esfera, é tranquilas, submersa de 80 cm. Um caminhão de 4 toneladas é colocado
incorreto afirmar que: em cima da balsa. O empuxo atuante na balsa e a altura submetida são,
respectivamente:
10 m

B 4m
g = 10 m/s2
A kg
pH2O = 103
m3
0,8 m
(A) PA > PB. (C) TA + TB = PA – PB.
(B) EA = EB. (D) TA < TB.

16 (EFOMM) Um bloco vazado de concreto é projetado para servir como


um cais com dimensões externas indicadas no desenho. Quantos metros (A) 340.000 N e 100 cm.
ele deve afundar na água salgada, sabendo-se que o volume efetivo de (B) 360.000 N e 90 cm.
concreto é apenas 10% de todo o seu volume. (C) 360.000 N e 85 cm.
Dados: rconcreto = 2.400 kg/m3; rágua ≅ 1.000 kg/m3. (D) 400.000 N e 84 cm.
(E) 400.000 N e 88 cm.
(A) h = 0,72.
(B) h = 1,40. O enunciado a seguir servirá para as questões de 20 a 22.
(C) h = 3,00. Um cilindro oco de ferro (densidade = 7,6 kg/m3) de 80 cm de diâmetro
(D) h = 0,30. 3m
h e 4 m de altura flutua, com 1/15 da sua altura fora da água salgada
(E) h = 1,20. 4m (densidade = 1.031 kg/m3).
10 m 5 cm e flutua em
17 (EFOMM) Um corpo tem forma cúbica de aresta 20 (EFOMM) O empuxo (em N) sobre ele é aproximadamente:
água de massa específica 1000 kg/m3. A massa específica do corpo é de
0,8kg/l. A altura submersa desse corpo é de: (A) 1.175. (D) 1.475.
(B) 1.221. (E) 1.934.
(A) 4 cm. (D) 2,5 cm. (C) 1.339.
(B) 3,5 cm. (E) 2 cm. 21 (EFOMM) A espessura da chapa de ferro que forma o cilindro é, em
(C) 3 cm. mm, aproximadamente:

(A) 2,3. (D) 5,2.


(B) 3,1. (E) 6,1.
(C) 4,4.

IME-ITA 187
Física I – Assunto 8

22 (EFOMM) A massa (em kg) de ferro gasta para fabricar o cilindro 27 (EN) A figura abaixo mostra uma balança cujos braços têm
é:(Dado: g = 9,81 m/s2.) comprimentos L1 e L2. Dois corpos de pesos P1 e P2 estão suspensos
nos braços da balança e imersos em fluidos que exercem empuxos I1 e
(A) 118. (D) 148. I2 sobre os corpos 1 e 2, respectivamente. A balança estará em equilíbrio
(B) 122. (E) 197. se:
(C) 133.
L1 L2
23 (EFOMM) É fato conhecido que, ao mergulhar em água, a pressão
aumenta em 1 atm aproximadamente a cada 10 metros de profundidade.
Suponha que um mergulhador, a serviço da Petrobras na Bacia de Campos,
trabalhe a 130 metros de profundidade, ou seja, a pressão total sobre ele é
de cerca de 14 atmosferas (considerando a pressão atmosférica). Assim
sendo, a força normal exercida sobre cada cm2 do seu corpo vale (em N),
1 2
aproximadamente:

(A) 14. (D) 14.000.


(B) 140. (E) 140.000. (A) P1 = P2 e L1 < L2. (D) (P1 – I1) L1 = (P2 – I2) L2.
(C) 1.400. (B) P1 L2 = P2 L1. (E) (P1 – 2I1) L2 = (P2 + 2I2) L1.
(C) I1 L1 = I2 L2.
24 (EN) Um tubo em U contém mercúrio. Derrama-se, num dos ramos
sobre o mercúrio, um líquido de 3 g/cm3 de massa específica, até que 28 (ITA) Um tubo capilar de comprimento 5a é fechado em ambas as
a coluna dele tenha 10 cm de altura. No outro ramo, coloca-se álcool extremidades. E contém ar seco que preenche o espaço no tubo não ocupado
de 0,8 g/cm3 de massa específica, até 15 cm de altura. A massa por uma coluna de mercúrio de massa específica µ e comprimento a.
específica do mercúrio é de 13,6 g/cm³. A diferença final de nível do Quando o tubo está na posição horizontal, as colunas de ar seco medem
mercúrio nos dois ramos será aproximadamente igual a: 2a cada uma. Levando-se lentamente o tubo à posição vertical, as colunas
de ar tem comprimentos a e 3a. Nessas condições, a pressão no tubo
(A) 0,95 cm. (D) 1,71 cm. capilar quando em posição horizontal é:
(B) 1,32 cm. (E) 1,91 cm.
(C) 1,54 cm.
2a 2a
25 (EN) A partir de um material de densidade igual à da água, constrói-se
um casca esférica de raios interno e externo r e R, respectivamente. A razão ar r ar ar 3a
r/R para que a casca esférica, quando colocada em um recipiente com
água, flutue com a metade de seu volume submerso será aproximadamente a
de:

(A) 0,8. (D) 1,6.


(B) 1,1. (E) 1,9. (A) 3g a/4. a r
(C) 1,3. (B) 2g a/5.
(C) 2g a/3.
(D) 4g a/3. ar a
26 (EN) Duas esferas, A e B, de raios iguais, estão ligadas por um arame
de peso e volume desprezíveis, e flutuam em água, como mostra a figura (E) 4g a/5.
abaixo. Sabendo-se que as massas específicas da água e da esfera A são,
respectivamente, m = 1 g/cm3 e m = 0,8 g/cm3, qual a massa específica
da esfera B, em g/cm3?
01 Um bloco de gelo flutua na água, conforme se representa a seguir.
O gelo e a água encontram-se em equilíbrio térmico, num local em que
A a pressão atmosférica é normal. Demonstrar que, se o gelo se fundir, o
nível da água no recipiente na situação final não se alterará. Admitir que
na situação final a temperatura do sistema é de 0°C.
B

(A) 0,2. (D) 1,2.


(B) 0,8. (E) 1,8. h
(C) 1.

188 Vol. 3
Hidrostática

02 (PUC) O esquema representa uma lata que flutua em água, de 05 Um corpo aparenta ter massa de 45 g no ar e de 37 g quando totalmente
densidade igual a 1,0 g/cm3. A altura da parte emersa é de 15 cm e o imerso na água (massa específica de 1,0 g/cm3). Sabendo que a massa
corpo pendurado ao seu fundo é um bloco de forma cúbica de 10 cm de especifica do material de que é feito o corpo vale 9,0 g/cm3, calcule o volume
aresta. Sabendo que a base da lata é um quadrado de 20 cm de lado, se da cavidade que, certamente, deve existir no corpo. Considere desprezível
o bloco for introduzido dentro da lata, a altura da parte emersa: o empuxo do ar, bem como o ar existente na cavidade do corpo.

15 cm 06 O cubo de 8 cm3 de volume e a caneca, mostrados na figura, pesam,


juntos, P. O cubo está imerso em um líquido de massa específica
µ1 = 1,2 g/cm3. Calcule o número de gotas, de 0,1 cm3 cada uma, de um
líquido de massa especifica µ2 = 0,8 g/cm3 a ser colocado na caneca,
para que a leitura do dinamômetro dê P.

dinamômetro

(A) não será alterada. (D) passará a ser de 12,5 cm. conta-gotas
(B) passará a ser de 17,5 cm. (E) O sistema afundará.
(C) passará a ser de 14,5 cm.
caneca
03 Na situação esquematizada, R é um reservatório que contém água, C µ2
é uma caixa plástica e E é uma esfera sólida impermeável. Com o sistema
em equilíbrio, retira-se a esfera, colocando-a diretamente na água. Sendo
h a altura do nível livre da água em R, diga, justificando, se h aumentará,
diminuirá ou permanecerá constante nos seguintes casos:
cubo
C µ1

E
R 07 Um barqueiro dispõe de uma chata que permite o transporte fluvial de
cargas até 10.000 N. Ele aceitou um trabalho de transporte de um lote de
h 50 barras maciças de ferro (10 g/cm3) de 200 N cada uma. Por um erro de
contagem, a firma enviou 51 barras. Não querendo perder o freguês, mas
µ também procurando não ter prejuízo com duas viagens, o barqueiro resolveu
amarrar um certo número n de barras embaixo do barco, completamente
a. quando a esfera for mais densa que a água; submersas. Qual deve ser o número n mínimo, para que a travessia das
b. quando a esfera for menos densa que a água; 51 barras seja feita numa só viagem? Densidade da água: 1,0 g/cm3.
c. quando a esfera tiver a mesma densidade que a água.
08 Um corpo constituído de um material de peso específico de 2,4 . 104
04 (Helou) Um tubo de vidro, com uma extremidade A fechada e outra N/m3 tem volume externo de 2,0 · 103 cm3. Abandonado no interior da
aberta, conforme a figura, apoia-se em D sobre um plano horizontal. água (densidade de 1,0 g/cm3), move-se verticalmente, sofrendo a ação
O trecho AB do tubo contém ar, o trecho BCDE contém mercúrio e o de uma força resistente cuja intensidade é dada pela expressão Fr = 56V
trecho EF contém um líquido que não se mistura nem se combina com o (SI), em que V é o módulo de sua velocidade. Sendo g = 10 m/s2, calcule
mercúrio. Verifica-se que, girando o tubo em torno do ponto D num plano a velocidade limite do corpo, isto é, a máxima velocidade atingida em todo
vertical, a pressão do trecho AB se torna igual à pressão atmosférica o movimento.
reinante, quando θ = 30º. Nessa posição, tem-se a = 10 cm, b = 8 cm e
c = 45 cm. Sendo a densidade absoluta do mercúrio igual a 13,5 g/cm3, 09 Dois vasos comunicantes contêm fluido incompressível de massa
calcule a densidade do líquido contido no trecho EF do tubo. específica ρ. Sobre a superfície livre do líquido em cada vaso estão duas
placas, sem massa, de área AG e AP, conforme mostra a figura. Numa das
A
placas estão acopladas duas molas idealmente elásticas de rigidez K1 e K2.
F Num dado momento, é aplicado suavemente um carregamento de peso
B
F sobre a placa de área AG. Determine o deslocamento sofrido pela placa
de área AP, referenciando-se a partir da posição de equilíbrio anterior ao
C c carregamento.

a Dados:
K1 AG AP
E g = 10 m/s2
b ρ = 100 kg/m3 x
θ
AG = 8 · 10–2 m2
D AP = 2 · 10–2 m2
H K2
F = 100 N
K1 = 103 N/m

IME-ITA 189
Física I – Assunto 8

10 (ITA) Os dois vasos comunicantes da figura a seguir são abertos, 13 (ITA) A massa de um objeto feito de liga ouro-prata é 354 g. Quando
têm seções retas iguais a S e contêm um líquido de massa específica ρ. imerso na água, cuja massa específica é 1,00g cm–3, sofre uma perda
Introduz-se no vaso esquerdo um cilindro maciço e homogêneo de massa aparente de peso correspondente a 20,0 g de massa. Sabendo que a massa
M, seção S’ < S e menos denso que o líquido. O cilindro é introduzido e específica do ouro é de 20,0 g cm–3 e a da prata 10,0 g cm–3, podemos
abandonado de modo que no equilíbrio seu eixo permaneça na vertical. afirmar que o objeto contém a seguinte massa de ouro:
Podemos afirmar que, no equilíbrio, o nível de ambos os vasos sobe: (A) 177 g. (D) 308 g.
(B) 118 g. (E) 54,0 g.
(C) 236 g.
(A) M .
ρ( S − S ') 14 (EFOMM) Observe a figura a seguir.
M S S
(B) .
ρ( 2S − S ')
M
(C) .
2ρ( 2S − S ')
2M
(D) .
2ρ( 2S − S ')
M
(E) .
2ρ S
A figura acima mostra um bloco de madeira preso a uma mola que tem
11 (ITA) Um recipiente, cujas seções retas dos êmbolos valem S1 e S2, sua outra extremidade presa ao fundo de um tanque cheio d’água. Estando
está cheio de um líquido de densidade ρ como mostra a figura. Os êmbolos o sistema em equilíbrio estático, verifica-se que a força que a mola faz
estão unidos entre si por um arame fino de comprimento L. Os extremos sobre o fundo do tanque é de 2,0 N, vertical para cima. Considere que a
do recipiente estão abertos. Despreze o peso dos êmbolos, do arame e massa e o volume da mola são desprezíveis. Agora, suponha que toda água
quaisquer atritos. Quanto vale a tensão T no arame? seja retirada lentamente do tanque e que, ao final, o bloco permaneça em
repouso sobre a mola. Com base nos dados apresentados, qual o módulo
S1 e o sentido da força vertical que a mola fará sobre o fundo do tanque?

Dados: dágua = 1,0 · 10³ kg/m³; dmadeira = 80 · 10³ kg/m³; g = 10 m/s² .

L (A) 12 N, para cima.


(B) 10 N, para baixo.
(C) 10 N, para cima.
S1 (D) 8 N, para baixo.
(E) 8 N, para cima.
12 (ITA) Na extremidade inferior de uma vela cilíndrica de 10 cm de
comprimento (massa específica 0,7 gcm–3) é fixado um cilindro maciço de 15 (EN) As esferas maciças A e B, que têm o mesmo volume e foram
alumínio (massa específica 2,7 gcm–3) que tem o mesmo raio que a vela e coladas, estão em equilíbrio, imersas na água (densidade da água é igual
comprimento de 1,5 cm. A vela é acesa e imersa na água, onde flutua de a 1,0 g/cm3). Quando a cola que as une se desfaz, a esfera B sobe e passa
pé com estabilidade, como mostra a figura. Supondo que a vela queime a a flutuar, com a terça parte de seu volume imerso na água. As densidades
uma taxa de 3 cm por hora e que a cera fundida não escorra enquanto a das esferas A e B valem, respectivamente:
vela queima, conclui-se que a vela vai apagar-se:
(A) 2/3 g/cm³ e 1/3 g/cm³.
(B) 1/3 g/cm³ e 5/3 g/cm³.
água vela (C) 5/3 g/cm³ e 2/3 g/cm³.
(D) 5/3 g/cm³ e 1/3 g/cm³.
(E) 1/3 g/cm³ e 2/3 g/cm³.

16 (ITA) Um tanque fechado de altura


h2 e área de secção S comunica-se com
um tubo aberto na outra extremidade,
h1
conforme a figura. O tanque está
alumínio
inteiramente cheio de óleo, cuja altura no h2
(A) imediatamente, pois não vai flutuar. tubo aberto, acima da base do tanque,
(B) em 30 min. é h1. São conhecidos, além de h1 e h2:
(C) em 50 min. a pressão atmosférica local, a qual
(D) em 1 h 50 min. equivale à de uma altura H de mercúrio
(E) em 3 h 20 min. de massa específica ρm; a massa específica ρO do óleo; a aceleração da
gravidade g. Nessas condições, qual a pressão na face inferior da tampa S?

190 Vol. 3
Hidrostática

17 (ITA) Dois blocos, A e B, homogêneos e de massa específica 3,5 g/ (A) 1,0 g/cm³. (D) 1,6 g/cm³.
cm3 e 6,5 g/cm3, respectivamente, foram colados um no outro e o conjunto (B) 1,2 g/cm³. (E) 1,8 g/cm³.
resultante foi colocado no fundo (rugoso) de um recipiente, como mostra (C) 1,4 g/cm³.
a figura. O bloco A tem o formato de um paralelepípedo retangular de
altura 2a, largura a e espessura a. O bloco B tem o formato de um cubo 20 (ITA) Para se determinar a massa específica de um material, fez-se
de aresta a. Coloca-se, cuidadosamente, água no recipiente até uma altura um cilindro de 10,0 cm de altura desse material flutuar dentro do mercúrio
h, de modo que o sistema constituído pelos blocos A e B permaneça em mantendo o seu eixo perpendicular à superfície do líquido. Posto a oscilar
equilíbrio, i. e, não tombe. O valor máximo de h é: verticalmente, verificou-se que o seu período era 0,60 s. Qual é o valor da
massa específica do material? Sabe-se que a massa específica do mercúrio
é de 1,36 · 104 kg/m3 e que a aceleração da gravidade local é de 10,0 m/s².
a a
(A) Faltam dados para calcular
(A) 0. (B) 1,24 · 104 kg/m3.
(B) 0,25 a. B a (C) 1,72 · 104 kg/m3.
(C) 0,5 a. A (D) 7,70 · 103.
(D) 0,75 a. 2a (E) outro valor
(E) a.
h 21 (ITA) Um tubo cilíndrico de secção transversal constante de área S
fechado numa das extremidades e com uma coluna de ar no seu interior
de 1,0 m encontra-se em equilíbrio mergulhado em água cuja massa
18 (ITA) Uma haste homogênea e uniforme de comprimento L, secção específica é = 1,0 g/cm³ com o topo do tubo coincidindo com a superfície
reta de área A, e massa específica é livre de girar em torno de um eixo (figura abaixo). Sendo Pa = 1,0 · 105 Pa a pressão atmosférica e g = 10
horizontal fixo num ponto P localizado a uma distância d = L/2 abaixo da m/s² a aceleração da gravidade, a que distância h deverá ser elevado o
superfície de um líquido de massa específica ρ12. Na situação de equilíbrio topo do tubo com relação à superfície da água para que o nível da água
estável, a haste forma com a vertical um ângulo igual a: dentro e fora do mesmo coincidam?
Pa

L 1,0
2 o L
(A) 1,1 m.
(B) 1,0 m.
(C) 10 m. ρ
(D) 11 m.
(A) 45º. (D) 75º. (E) 0,91 m.
(B) 60º. (E) 15º.
(C) 30º. 22 (IME) Um balão de borracha, esférico, perfeitamente elástico e de
peso desprezível é cheio com 1 kg de um gás ideal que ocupa 2 litros nas
19 (ITA) Um aparelho comumente usado para se testar a solução de condições ambientais de 20°C de temperatura e pressão barométrica de
baterias de carro, acha-se esquematizado na figura abaixo. Consta de um 105 Pa. Depois de cheio, o balão é mergulhado lentamente em um poço
tubo de vidro cilíndrico V do dotado de um bulbo de borracha B para a profundo que contém água pura à temperatura de 20°C, de tal modo que a
sucção do líquido. O conjunto flutuante E, de massa 4,8 g, consta de uma temperatura do gás não varie. Supondo-se que o balão permaneça esférico
porção A de volume 3,0 cm³ presa numa extremidade de um estilete de e que esteja totalmente imerso, determine a que profundidade, medida da
10,0 cm de comprimento e secção reta de 0,20 cm². Quando o conjunto superfície do líquido ao centro do balão, ele permanecerá parado quando
flutuante apresenta a metade da haste fora do líquido, a massa específica solto. Considere a gravidade local g = 10 m/s² e a massa específica da
da solução será de: água = 1 g/cm³.

23 (IME) Um balão, de peso desprezável, contendo um gás de massa


B específica 0,2 g/L, ocupa um volume de 1000 m³. Calcular a força
ascencional do balão, em kgf, à pressão atmosférica normal e à temperatura
E de 27ºC.
Dados:
Constante universal dos gases perfeitos: 0,082 atm · L/mol · K
X Massa molecular do ar: 29 u.m.a.
V
a = 10,0 cm 24 (IME) Uma esfera oca, de ferro, pesa 300 N. Na água seu peso aparente
a–x é de 200 N. Calcule o volume da parte oca da esfera.

Dados:
A
massa específica do ferro = 7,8 · 10³ kg/m³; g = 10 m/s².

IME-ITA 191
Física I – Assunto 8

25 (IME) Um cubo de gelo encontra-se totalmente imerso em um a. A inclinação será na direção da aceleração ou contrária?
reservatório adiabático com 200 mL de água a 25ºC. Um fino arame o b. Qual o valor desta inclinação?
conecta a um dinamômetro que indica uma força de 0,32 N. Sabe-se
que a densidade da água e do gelo são, respectivamente, 1 g/cm³ e 0,92 04 Dentro de um elevador está um recipiente com um certo líquido de
g/cm³, enquanto que os calores específicos são respectivamente de densidade ρ. No fundo deste recipiente, está instalado um sistema de
1 cal/gºC e 0,5 cal/gºC. O calor latente de fusão do gelo é 80 cal/g. balança eletrônica. Esta balança indica apenas a massa do bloco devido a
Considere a aceleração da gravidade como 10 m/s². Determine a força um contato metálico eletroimpermeável, coberto de verniz isolante preso ao
indicada pelo dinamômetro quando a temperatura da água for de 15ºC, corpo cuja massa se deseja medir em situações de atmosferas adversas,
assim como a massa do bloco de gelo neste momento. e outro contato está fixo na balança.
Um bloco de volume V e densidade 3ρ foi colocado no recipiente e o
elevador foi posto em movimento vertical acelerado com intensidade g .
água 5
Calcule a indicação da balança, considerando g a aceleração da gravidade
gelo local.

05 Um tubo cilíndrico de comprimento L é submerso até a metade em


mercúrio, é tapado com o dedo e retirado em seguida. Ao se fazer isso,
parte do mercúrio derrama. Qual o comprimento da coluna de mercúrio
que permaneceu dentro do tubo? O comprimento da coluna de mercúrio
correspondente à pressão atmosférica é H.

EXERCÍCIOS NÍVEL 3 06 (ITA-adaptada) Sobre um líquido de densidade ρ1 se encontra um outro


de densidade ρ2 < ρ1, que não se mistura com o primeiro. É evidente que
01 O tubo fino em forma de U mostrado na figura tem diâmetro interno um corpo cuja densidade seja ρ2 < ρ < ρ1 flutuará no limite de separação
uniforme em toda a sua extensão e é acelerado horizontalmente para a entre esses líquidos. Qual parte do volume do corpo estará submersa no
direita, quando um líquido ideal anteriormente em repouso no seu interior líquido mais denso?
apresenta uma diferença de nível ∆h entre os dois ramos verticais. O
comprimento da parte horizontal do tubo é L e a aceleração da gravidade 07 Um êmbolo de peso P = 30 N tem a forma de um disco redondo de raio
local é g. Determine, em função dos dados do problema, a aceleração a R = 4 cm com uma abertura central, na qual se coloca um tubo de paredes
que o tubo está submetido. finas e raio r = 1cm. Esse tubo é aberto em ambas as extremidades. O
êmbolo é introduzido perfeitamente a um vaso e, inicialmente, encontra-se
em seu fundo. A que altura H se elevará o êmbolo se despejarmos dentro
Dh do tubo m = 700 g de água?

08 Um recipiente oco, fechado e transparente é fixado sobre uma


superfície plana, como ilustra a figura a seguir. A face inclinada do
L
recipiente faz um ângulo de 60° com a horizontal. O recipiente encontra-se
completamente cheio com um certo líquido e contém em seu interior um
02 (ITA) Um recipiente cilíndrico de raio R e eixo vertical contém álcool,
bloco feito de material duas vezes menos denso que o líquido.
até uma altura H. Ele possui, à meia altura da coluna de álcool, um tubo
de eixo horizontal cujo o diâmetro d é pequeno comparado à altura da
coluna de álcool, como mostra a figura. O tubo é vedado por um êmbolo
que impede a saída de álcool, mas que pode deslizar sem atrito através

do tubo. Sendo ρ a massa específica do álcool, a magnitude da força F
líquido 60°
necessária para manter o êmbolo em sua posição é:

(A) ρgHπR2
(B) ρgHπd2 a. Determine o valor do coeficiente de atrito estático µe entre o recipiente

(C) ρgHπRd/2 F e o bloco, sabendo que, na iminência de movimento, este tende a se
H d
(D) ρgHπR2/2 deslocar ascendentemente ao longo do face inclinada.
(E) ρgHπd2/8 b. Calcule a diferença µe – µc entre os coeficientes de atrito estático e
R êmbolo
cinético, considerando que, ao iniciar o movimento, o bloco desloca-
03 Um recipiente contém um líquido de densidade ρ, em repouso numa -se ascendentemente de 10 cm ao longo da face inclinada durante o
superfície horizontal perfeitamente lisa. No fundo deste recipiente, há tempo de 1 s.
uma bola maciça de borracha de densidade ρ/2 presa por um barbante
de massa desprezível. Acelerando o recipiente com uma intensidade a, o
balão inclinará. (Considere g a aceleração da gravidade local.)

192 Vol. 3
Hidrostática

09 Um longo tubo em U, disposto verticalmente, aberto em suas 10 A period of harmonic oscillation of a simple pendulum of a length l
extremidades e com área da seção reta constante, contém um certo 1
is given by T = 2π . The period of harmonic oscillation of a mass m
líquido em equilíbrio hidrostático. Uma das extremidades do tubo é g
então lentamente resfriada. Como consequência, uma pequena porção m
on a spring with a spring constant k is given by T = 2π . Basing on a
superior do líquido, ocupando inicialmente um comprimento vertical H0 k
dessa extremidade, é solidificada, passando a ocupar na nova situação de similarity of harmonic processes, find the period of harmonic oscillation
equilíbrio um comprimento vertical αH0, em que α é um número positivo. of a liquid in a glass tube shown in Figure 1. The left section of the tube
Despreze o atrito entre as paredes do tubo e a substância em ambas as is vertical, the right bend makes an angle of 30° with the vertical and the
fases líquida e sólida. cross-sectional area of the tube is everywhere same.

a. Na nova situação de equilíbrio, o nível da substância na extremidade


que não foi resfriada é maior, menor ou permanece constante com
relação ao nível inicial? Justifique com cálculos a sua resposta.
b. Considere agora α = 1,1 (caso da água pura, H2O) e H0 = 5 cm. Na
Fig. 1
extremidade do tubo que foi resfriada, calcule a diferença entre os
níveis da substância nas situações de equilíbrio final e inicial.

RASCUNHO

IME-ITA 193
Física I – Assunto 8

RASCUNHO

194 Vol. 3
Lentes A ssunto
8
Física II

1. Definição Nomenclatura:
A → ponto antiprincipal objeto
Qualquer meio homogêneo limitado por duas superfícies esféricas A’→ ponto antiprincipal imagem
(ou uma esférica e outra plana). F → foco objeto
F’ → foco imagem
2. Classificação C → centro óptico
FC =F'C = f → distância focal
Bordo fino Bordo espesso
3.2 Raios particulares
Biconvexa Bicôncava
convergente

Plano-convexa Plano-côncava

Côncavo-convexa Convexo-côncava A F C F’ A’

nL > nmeio Convergente Divergente


nL < nmeio Divergente Convergente

Obs.: A lente é chamada de côncavo-convexa quando o raio da face


côncava é maior que o da face convexa. divergente

raio da face côncava

A F C F’ A’
raio da face convexa

3. Lentes delgadas
Lentes esféricas cuja espessura é pequena comparada com os raios
de curvatura: 3.3 Eixo secundário e plano focal
convergente eixo secundário

F’’
divergente

3.1 Elementos
convergente divergente F F’
F’’ → foco secundário

A F C F’ A’ A’ F’ C F A
plano focal

IME-ITA 195
Física II – Assunto 8

3.4 Construção e classificação de imagens Obs. 1: Existe uma analogia entre lentes convergentes e espelhos côncavos
e entre lentes divergentes e espelhos convexos (analise-as).
Lentes convergentes Obs. 2: Imagens projetadas em anteparos sempre são reais.
Obs. 3: Mantendo-se a distância entre o objeto e um anteparo e alterando-se
a posição da lente, as abcissas do objeto e da imagem se permutam para
obter uma imagem nítida (princípio da reversibilidade).

A F C F’ A’ A F C F’ A’ 4.1 Aumento angular


Define-se por aumento angular (M) a razão entre as tangentes dos ângulos
(pequenos) θ e θo:
real – invertida – menor tgθ θ
real – invertida – igual M= ≅
tgθo θo

o θo o θ

A F C F’ A’ A F C F’ A’

4.2 Vergência da lente


Unidade SI de vergência: [di] = [m]– 1; dioptrias
real – invertida – maior imprópria
1
V=
f
Lente divergente

o
4.3 Equação de Halley ou
dos “fabricantes de lentes”
A F C F’ A’ A’ F’ C F A
1  n2  1 1 
= − 1
 + 
f  n1  R1 R2 

virtual – direita – maior virtual – direita – menor Em que:


n2
= n2.1 → índice de refração da lente em relação ao meio externo.
4. A matemática das lentes n1
D G R2 e R1 → raios de curvatura das faces
p’ face convexa → R > 0
o face côncava → R < 0
E’ face plana → R → ∞
AE F C F’ A’
4.4 Associação de lentes
i
p A distância entre as lentes é curta.
f1 f2
D’

Equação dos Aumento linear


pontos conjugados: transversal:
O I I’
1 1 1 i − p'
= + A= =
f p p' o p

Referencial gaussiano p p’ n
Veq = ∑ Vi
convergente divergente i =1
i,o p1’

p 1 1 1
A F C F’ A’ p’ p A’ F’ C F A p’ (I) = +
f1 p ' p1 '
A imagem real conjugada pela 1a lente será um objeto virtual para a 2a
convergente → f > 0 divergente → f < 0 lente; isto significa que p1’= – p2

196 Vol. 3
Lentes

1 1 1 1 1 Obs.: devemos interpretar que o objeto está muito longe quando dizemos
(II) = + = + que ele está no infinito. Porém para efeito de cálculo usamos ppto remoto=∞.
f2 p2 p ' − p '1 p '
→ Ponto próximo: é o ponto objeto para o qual a vista conjuga
Somando as equações (I) e (II) teremos:
imagem nítida com máximo esforço de acomodação. Os músculos ciliares
1 1 1 1 1 1 1 1
+ = + + + = + encontram-se contraídos e o cristalino assume mínima distância focal.
f1 f2 p p1 ' − p '1 p ' p p '
Olho emétrope
1 1 1 Foco
+ = = Veq
f1 f2 feq
Objeto (PP)
Imagem
5. Óptica da visão

Obs.: Para efeito de cálculo usamos ppto próximo = 25 cm

Correção de defeitos visuais

(Disponível em: <http://www.efeitojoule.com>.)

Representação esquemática do olho

cristalino (lente convergente – biconvexa)


Miopia → Alongamento do globo ocular (dificuldade para longe).
parte útil da retina

eixo óptico
O míope sem óculos, e portanto, não enxergando
p’ corretamente.
Olho emétrope Olho míope
músculos ciliares (altera o foco do cristalino)
Objeto no infinito (PR) Foco
pupila Imagem
(controla a entrada de luz) “borrada”
Acomodação visual

Processo de ajuste da distância do sistema óptico do globo ocular à


O míope sem óculos e enxergando seu ponto remoto
visão nítida de objetos diferentemente afastados.
(a maior distância que ele enxerga nitidamente)
→ Ponto remoto: é o ponto objeto para o qual a vista conjuga Olho emétrope Olho míope
imagem nítida sem nenhum esforço de acomodação. Os músculos ciliares
encontram-se relaxados e o cristalino assume máxima distância focal. Foco
Objeto (PR)
Imagem
Olho emétrope
“nítida”
Objeto no infinito (PR) Foco

Imagem d fmáx
p’
Correção: lentes divergentes

IME-ITA 197
Física II – Assunto 8

O míope com óculos e enxergando seu ponto remoto Sem óculos: =


1 1
+
1
no infinito fmin dHIP p '
1 1 1 1
Olho emétrope Olho míope Com óculos: + = +
fmin flente ppp p '
Foco 1 1 1
Objeto no infinito (PR) Subtraindo as duas equações: = Vlente
= −
Imagem flente ppp d
“nítida”
Presbiopia → Enrijecimento do músculo ciliar (dificuldade para
longe e perto).
Correção: lentes bifocais.
Astigmatismo → Assimetria do globo ocular.
1 1 1
Sem óculos: = + Correção: lentes cilíndricas (plano-convexa ou plano-côncava).
fmáx d p'
Estrabismo → Incapacidade de dirigir simultaneamente os eixos
1 1 1 1
Com óculos: + =+ oculares.
fmáx flente ∞ p'
Correção: lentes prismáticas.
1 1
Subtraindo as duas equações: = Vlente = −
flente d Obs.: Olho emétrope: visão normal.

Hipermetropia → Encurtamento do globo ocular (dificuldade para perto). 6. Instrumentos ópticos


O hipermetrope sem óculos e portanto não Destinam-se a melhorar as condições de visão dos objetos. São de
enxergando corretamente três tipos:
Olho hipermetrope Olho emétrope Instrumentos de projeção: máquina fotográfica, projetor de slides;
instrumentos de aumento: projetor, lupa, microscópio composto;
instrumentos de aproximação: luneta, telescópio refrator e reflexor.
Objeto (PP)
F Imagem
“borrada”
6.1 Projetor de slides
Uma lente convergente que produz uma imagem real, maior e invertida.
Objeto entre o foco e ponto antiprincipal. Quanto mais próximo do foco,
maior será a imagem projetada.

O hipermetrope sem óculos e enxergando seu


ponto próximo (a menor distância que ele enxerga
nitidamente)
Olho hipermetrope Olho emétrope

F Imagem Esquema de funcionamento do mecanismo projetor de slides e da


“nítida” formação de imagens
Tela de projeção
i
d fmáx o
F F’
p’
p p’
Correção: lentes convergentes

O hipermetrope com óculos e enxergando seu ponto Aumento linear transversal


i − p'
próximo A= =
Olho hipermetrope Olho emétrope o p

6.2 Lupa ou microscópio simples


F Imagem
“nítida” Uma lente convergente que produz uma
imagem virtual, maior e direita. O objeto deve
estar entre o foco e o centro óptico. Quanto mais
próximo do foco maior será a ampliação.
d fmáx
p’

198 Vol. 3
Lentes

Aumento linear transversal Objetiva Ocular


L

o Focu
i
Fobj F’obj i1 F’ocu
o F’
F i2
p
p’

A=
i − p'
=
Aumento linear transversal
o p i
Aobj = 1
o i
Aumento angular Amicro = 2 → Amicro = Aobj × Aocu
i2 o
Aocu =
Visão sem a lente i1
θo
o Aumento angular
ppp i L
= Aobj 1=(podendo-se usar a aproximação Aobj )
o fobj
o
tgθo = A lente ocular, como vemos, funciona como uma lupa, assim, nas
ppp
condições de conforto podemos chegar a :

Visão com a lente 25


Aocu =
flupa
L 25
i Amicro = ×
fobj flupa
θ o F’
F
p 6.4 Luneta astronômica
p’
ou telescópio de refração
o Agora duas lentes convergentes dispostas coaxialmente sendo a
tgθ =
p objetiva, diferentemente do microscópio, com distância focal maior que a
ocular. A imagem final conjugada será invertida, virtual e maior.
Assim o aumento angular será:
Os pontos focais se coincidem
o
tgθ p ppp
M= = = Objetiva Ocular
tgθo o p
ppp

θo F’obj
Obs.: Para o cálculo do aumento angular em condição de “conforto” para
o observador, normalmente utilizamos ppp=25 cm (distância mínima de Focu i θ
θo 1 F’ocu
visão distinta) e desejamos enxergar com o olho relaxado, isto é, p’≅∞
e p ≅ flupa. Assim temos uma nova expressão para o aumento angular: i2
25
M =
flupa

6.3 Microscópio composto Aumento angular

i1
Duas lentes convergentes dispostas coaxialmente fobj
tgθ f
sendo a objetiva com distância focal da ordem de Atele = = ocu =
tgθo i1 focu
milímetros. O objeto deve ser posicionado depois do
fobj
foco como mostra o esquema a seguir. A imagem final
conjugada será invertida, virtual e maior.

Disponível em: <quimicatecnica.blogspot.com>.

IME-ITA 199
Física II – Assunto 8

6.5 Telescópio refletor 6.6 Luneta terrestre


A luneta terrestre é semelhante à astronômica, só
que a imagem final obtida é direita. É constituída por
uma objetiva convergente e uma ocular divergente.
A figura ao lado mostra a luneta terrestre construída
por Galileu em 1609.

Galileu Galilei (1564-1642) i2


Objetiva Ocular
Físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano

Galileu Galilei desenvolveu os F’obj


primeiros estudos sistemáticos do θo F’ocu θ
movimento uniformemente acelerado θo θ θ Focu
e do movimento do pêndulo. Descobriu i1
a lei dos corpos e enunciou o princípio
da inércia e o conceito de referencial
inercial, ideias precursoras da mecâ-nica
newtoniana. Galileu melhorou signifi-
cativamente o telescópio refrator e com
ele descobriu as manchas solares, as
montanhas da Lua, as fases de Vênus, quatro dos satélites de Júpiter, Aumento angular
os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Essas descobertas
contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo, a i1
principal contribuição de Galileu foi para o método científico, pois a ciência tgθ f fobj
Aluneta = = ocu =
assentava numa metodologia aristotélica. tgθo i1 focu
O físico desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidro- fobj
stática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e
áreas, o termômetro de Galileu e o precursor do relógio de pêndulo. O
método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método
aristotélico, mais abstrato, utilizado nessa época. Devido a isso Galileu é
considerado como o “pai da ciência moderna”

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 O fato de uma lente ser convergente ou divergente depende: (B) o raio de curvatura é sempre igual à metade do recíproco de sua
vergênca.
(A) apenas da forma da lente. (C) ela é sempre convergente, qualquer que seja o meio envolvente.
(B) apenas do meio no qual ela se encontra. (D) ela só é convergente se o índice de refração do meio envolvente
(C) do material de que é feita a lente e da forma da lente. for maior que o do material da lente.
(D) da forma da lente, do material de que é feita a lente e do meio no (E) ela só é convergente se o índice de refração do material da lente
qual ela se encontra. for maior que o do meio envolvente.
(E) n.d.a.
Solução: Letra E.
Solução: Letra D. Use a tabela anterior e saiba que a lente biconvexa é de bordo fino.
As lentes, para serem classificadas como convergentes ou divergentes,
devem atender às características ilustradas na tabela abaixo: 03 (ITA) Um objeto tem altura ho = 20 cm e está localizado a uma
distância do = 30 cm de uma lente. Esse objeto produz uma imagem
nlente > nmeio nlente < nmeio virtual de altura hi = 4,0 cm. A distância da imagem à lente, a distância
Bordo fino convergente divergente focal e o tipo da lente são, respectivamente:
Bordo espesso divergente convergente
(A) 6,0 cm; 7,5 cm; convergente.
02 (MACKENZIE) Considerando uma lente biconvexa cujas faces (B) 1,7 cm; 30 cm; divergente.
possuem o mesmo raio de curvatura, podemos afirmar que: (C) 6,0 cm; –7,5 cm; divergente.
(D) 6,0 cm; 5,0 cm; divergente.
(A) o raio de curvatura das faces é sempre igual ao dobro da distância (E) 1,7 cm; –5,0 cm; convergente.
focal.

200 Vol. 3
Lentes

Solução: Letra C. Ambas devem ser transparentes e possuir superfícies lisas e regulares
Muito cuidado com este tipo de problema! Deve-se investigar o sinal para permitirem a formação de imagens nítidas. Podemos classificar as
dos dados do enunciado. Neste caso, quando o enunciado diz que a lentes naturais de nossos olhos, A e B, respectivamente, como sendo:
imagem tem 4 cm de altura, isto significa que i=±4.
Como é dito que a imagem é virtual sabemos, então, que é também (A) convergente e convergente.
direita. Logo i=+4. (B) convergente e divergente.
(C) divergente e divergente.
Aplicando a equação de ampliação, temos: (D) divergente e convergente.
i − p' 4 − p' (E) divergente e plana.
= → = → p′ = −6cm (o sinal negativo para p’ confirma
o p 20 30
Solução: Letra A.
que a imagem é virtual). Tanto a córnea (foco fixo) como o cristalino (foco variável) são lentes
do tipo biconvexas (bordo fino). Como elas são mais refringentes que
Aplicando, agora, a equação dos pontos conjugados, temos: o meio que as envolve, são classificadas como convergentes.
1 1 1 1 1 1 −4
= + → = + = → f = −7, 5cm
f p p' f 30 −6 30
07 (UNITAU) A figura mostra a formação de imagem, em um olho,
de um ponto P distante 1,0 m dele. (A figura não está em escala). O
O foco negativo indica que a lente é divergente.
cristalino, nessa situação, está abaulado ao máximo. Considerando
que na visão normal enxerga-se com nitidez desde 20 cm de distância
04 (U.F. OURO PRETO) Uma lente esférica de vidro, delgada, convexo-
até o infinito, que lente deve ser usada para corrigir a visão desse
-côncava, tem o raio da superfície côncava igual a 5,0 cm e o da convexa
olho, se for o caso?
igual a 20 cm. Sendo o índice de refração do vidro, em relação ao ar, n = 1,5,
para uma dada luz monocromática, a convergência dessa lente é igual a: (A) Uma lente divergente de –1,0 di (dioptria).
(B) Uma lente divergente de –2,0 di. P
(A) –15 di. (D) 7,5 di.
(C) Uma lente convergente de 1,0 di.
(B) –7,5 di. (E) 15 di.
(D) Uma lente convergente de 4,0 di.
(C) –0,075 di. 1,0m
(E) Não é preciso lente; o olho é emétrope.
Solução: Letra B.
Solução: Letra D.
Utilizaremos para este problema a equação dos fabricantes de lentes:
Quando o cristalino está abaulado ao máximo, isto significa que o
1 n  1 1  músculo ciliar está também com seu máximo esforço. O ponto P trata-se
V =  =  lente − 1  + 
f  nmeio   R1 R2  de um ponto próximo (dificuldade de visão para perto).
1 1 1
Lembre-se que para efeito de cálculo de vergência a unidade do A equação de visão sem lente corretiva é: = +
folho 1 p '
foco e dos raios deve ser expressa em metros!
Em que: 1 1 1
Com a lente corretiva, temos: + Vlente = +
Rconvexo = +20 cm = +0, 2 m folho 0, 2 p '
Rcôncavo = −5 cm = −0, 05 m 1 1
Subtraindo as duas equações, temos: Vlente = − = 4 di
nlente 0, 2 1
= 1, 5
nmeio
08 Um míope enxerga, perfeitamente, objetos compreendidos entre 15 cm
 1 1 
Substituindo : V = (1, 5 − 1)  +  = 0, 5. ( 5 − 20 ) = −7, 5di e 50 cm. Para enxergar objetos mais afastados, deverá usar lentes com
 +0, 20 −0, 05  distância focal (em módulo) de:

05 (UFPA) Dispõe-se de duas lentes delgadas convergentes de (A) 5,0 cm.


distância focal f1 e f2. Justapondo-se as duas lentes, é possível obter (B) 25 cm.
um sistema de distância focal: (C) 50 cm.
(D) 1,0 m.
(A) maior que f1 e f2.
(D) igual a f1. (E) 2,0 m.
(B) menor que f1 e f2.
(E) igual a f2.
(C) entre f1 e f2. Solução: Letra C.
O problema do míope é para longe. O ponto remoto deve ser corrigido
Solução: Letra B. de p = 50 cm para p = ∞
Em uma associação de lentes, temos: 1 1 1
1 1 1 f +f ff A equação de visão sem lente corretiva é: = +
= + = 1 2 → feq = 12 folho 50 p '
feq f1 f2 f12
f f1 + f2 1 1 1 1
Com a lente corretiva, temos: + = +
f f folho flente ∞ p '
Se fizermos eq = 2 < 1 → feq < f1ou feq < f2
f1 f1 + f2 1 1
Subtraindo as duas equações, temos: =0− → flente = −50 cm
flente 50
06 (PUC-SP) O olho humano pode ser entendido como um sistema
óptico composto basicamente por duas lentes – córnea (A) e cristalino (B).

IME-ITA 201
Física II – Assunto 8

09 (UFF) Uma lente convergente de pequena distância focal pode 11 Um pesquisador emétrope utilizará um microscópio composto
ser usada como lupa, ou lente de aumento, auxiliando, por exemplo, para suas experiências. Determine as possíveis ampliações de um
pessoas com deficiências visuais a lerem textos impressos em caracteres microscópio cujo canhão mede 240 mm e possui as seguintes opções
pequenos. Supondo que o objeto esteja à esquerda da lente, é correto de objetivas e oculares:
afirmar que, para produzir uma imagem maior que o objeto, este deve
Objetiva Ocular
ser:
20 mm 100 mm
– colocado sobre o foco e a imagem será real;
– posicionado entre a lente e o foco e a imagem será real; 10 mm 50 mm
– posicionado num ponto à esquerda muito afastado da lente e a 5 mm
imagem será virtual;
– posicionado num ponto à esquerda do foco, mas próximo deste, e Dado: Ponto próximo de olho emétrope: 25 cm.
a imagem será virtual; Solução:
– posicionado entre a lente e o foco e a imagem será virtual Utilizaremos a fórmula da ampliação de microscópio composto
Solução: Letra E. (demonstrada anteriormente) assumindo que:
Trata-se de um instrumento óptico simples, a lupa. O objeto é sempre L 25 240 mm 25cm
posicionado entre o foco e o centro óptico da lente. A imagem conjugada Amicro = × = ×
fobj flupa fobj flupa
é virtual, direita e maior.
Atenção para as unidades!!! O resultado deve ser adimensional. Assim,
10 Em um projetor de slides no qual a posição de um diapositivo é de as unidades dos numeradores devem ser iguais às dos denominadores.
100 mm deseja-se obter uma imagem 20 vezes maior. Para isso dispomos Da forma como está acima, a distância focal da objetiva deve ser
de quatro lentes – L1, L2, L3 e L4 – que podem ser utilizadas individualmente ou utilizada em mm e a da ocular, em cm.
em conjunto. As suas distâncias focais são respectivamente 10 m, 20 m,
A tabela abaixo dará todas as possibilidades de aumento para este
50 m e 200 m. Escolha a forma correta de uso das lentes no projetor.
microscópio.
Solução:
Sabemos que a imagem de um projetor de slides é invertida como Objetiva Ocular Ampliação
mostra a figura abaixo: 240 mm 25 cm
20 mm Amicro = × = 25
20 mm 12 cm

240 mm 25 cm
10 mm 12 cm Amicro = × = 50
10 mm 12 cm

240 mm 25 cm
5 mm Amicro = × = 100
5 mm 12 cm
Aplicando a equação de ampliação temos: 240 mm 25 cm
i − p' −20o − p' 20 mm Amicro = × = 75
= → = → p′ = +2000 mm (o sinal positivo para p’ 20 mm 4 cm
o p o 100
240 mm 25 cm
confirma que a imagem é real) 10 mm 4 cm Amicro = × = 150
Aplicando agora a equação dos pontos conjugados para calcular 10 mm 4 cm
a vergência necessária, temos: 240 mm 25 cm
1 1 1 1 21 5 mm Amicro = × = 300
V = + →V = + = → V = 0,105di 5 mm 4 cm
p p' 10 200 200
Verificando as vergências das lentes disponíveis, poderemos tomar 12 O esquema a seguir mostra a formação da imagem em uma luneta
a decisão de escolha: astronômica.
Fobj observador
1 1
L1 : V1 = → V1 = = 0,1di objeto muito distante
f1 10 Foc ocular
1 1
L2 : V2 = → V2 = = 0, 05di objetivo
f2 20
1 1
L3 : V3 = → V3 = = 0, 02di
f3 50 i1
1 1
L4 : V4 = → V4 = = 0, 005di
f4 200 i2
Foc
Vemos claramente que devemos utilizar as lentes L1 e L2 em associação
(justapostas) para atingir a vergência necessária.

202 Vol. 3
Lentes

Em uma certa luneta, as distâncias focais da objetiva e da ocular são


de 60 cm e 30 cm, respectivamente, e a distância entre elas é de 80 Fobj observador
cm. Determine, nessa luneta, a distância entre a imagem final formada objeto muito distante
de um astro distante e a ocular. Foc ocular
objetivo
Solução:
Como o objeto está distante, sua imagem converge para o foco da
objetiva e assim p’= 60 cm (distância da objetiva até i1)
i1
Para a ocular p=80 – 60 = 20 cm
1 1 1 1 1 1
Dai temos: = + → = + 60 cm
focu p p ' 30 20 p ' i2
p’= – 60 cm (a nova imagem i2 é virtual e está a 60 cm da ocular) Foc
60 cm 20 cm

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 (UFRGS) As figuras seguintes representam a refração da luz através 02 (UFRGS) Duas lentes convergentes L 1 e L 2 são associadas
de seis lentes esféricas delgadas: coaxialmente, conforme mostra o esquema a seguir:

Fazendo-se incidir sobre L1 um pincel cilíndrico de luz monocromática de


5 cm de diâmetro e de eixo coincidente com o eixo óptico do sistema,
observa-se que de L2 emerge um pincel luminoso também cilíndrico e
de eixo coincidente com o eixo óptico do sistema, porém de 20 cm de
diâmetro. Determine:

a. o trajeto dos raios luminosos, ao atravessarem o sistema.


b. as distâncias focais de L1 e de L2.

03 (UFRGS) O arranjo experimental da figura é composto por uma lente


biconvexa de vidro e um espelho plano. A montagem é feita no interior
de uma sala de aula pelo professor de óptica, que dispõe o espelho
perpendicularmente ao eixo principal da lente.

Que lentes apresentam comportamento convergente?

IME-ITA 203
Física II – Assunto 8

De um ponto P, situado sobre o eixo principal e distante 30 cm do centro 07 (UNIFEI) Um estudante construiu uma caixa retangular provida de
óptico da lente, provém luz que se refrata através da lente, incide no uma lente biconvexa de distância focal f = 50,0 mm e pretende usá-la
espelho, reflete-se e volta a atravessar a lente, convergindo novamente como máquina fotográfica. A distância entre a lente e a parte posterior
para o ponto P, independentemente da distância entre a lente e o espelho. da caixa onde será registrada a imagem pelo filme é de 120 mm. A que
distância à frente da lente deve se localizar um objeto para que sua foto
a. Classifique a lente como convergente ou divergente. fique perfeitamente focalizada?
b. Obtenha o valor absoluto de sua distância focal.
08 (UFRJ) Um objeto A está situado a 5 cm de uma lente convergente L1,
04 (UFRGS) A figura abaixo ilustra uma experiência realizada com o fim cuja distância focal é de 4 cm. Uma segunda lente convergente, idêntica
de determinar a distância focal de uma lente divergente. Um feixe de raios à anterior, é colocada a 2 cm de distância da imagem A’. A figura ilustra a
paralelos incide sobre a lente. Três deles, após atravessarem essa lente, situação descrita:
passam pelos orifícios O1, O2 e O3 existentes em um anteparo fosco à sua
frente, indo encontrar um segundo anteparo nos pontos P1, P2 e P3.

a. A que distância de L1 encontra-se L2?


b. Qual a amplificação do sistema L1 L2?

09 (UFRJ) A figura a seguir representa esquematicamente um microscópio


Dados:
= O1O3 4,0= =
cm; P1P3 6,0 =
cm; d1 15,0 cm, d2 15,0 cm.
óptico constituído por dois sistemas convergentes de lentes, dispostos
coaxialmente: um é a objetiva, com distância focal de 15 mm, e o outro é
Quanto vale, em centímetros, o módulo da distância focal da lente em
a ocular, com distância focal de 9,0 cm.
questão?

05 (UNIFEI) Uma pequena lâmpada é colocada a 1,0 m de distância de


uma parede. Determine a distância a partir da parede em que deve ser
colocada uma lente de distância focal de 22,0 cm para produzir na parede
uma imagem nítida e ampliada da lâmpada.

06 (UNIFEI) Uma lente delgada conjuga uma imagem de altura h a


um objeto (segmento de reta que intercepta perpendicularmente o eixo
óptico principal da lente). No gráfico abaixo, o valor absoluto de h está
representado em função da distância d entre o objeto e a lente:

h (cm)
50

40

30
Sabendo que para o objeto o o microscópio fornece a imagem final i2,
calcule o módulo do aumento linear transversal fornecido pelo instrumento.
20

10

0
0 10 20 30 40 50 60 d (cm)

Qual a vergência da lente?

204 Vol. 3
Lentes

10 (UFRJ) Um sistema óptico é formado por duas lentes positivas, I e lI, de 15 (UNESP) Uma câmara fotográfica rudimentar utiliza uma lente
distâncias focais iguais a 10 cm e 15 cm, com eixos ópticos coincidentes convergente de distância focal f = 50 mm para focalizar e projetar a
e separadas por 60 cm. Determine a localização da imagem final de um imagem de um objeto sobre o filme. A distância da lente ao filme é
objeto AB colocado a 20 cm da lente I e a ampliação total do sistema. p’ = 52 mm. A figura mostra o esboço dessa câmara.

filme

11 (UFRJ) Uma pessoa lê na receita para seus óculos o seguinte: “lentes


de cristal com – 0,5 dioptrias”. Relembrando os conceitos de óptica lente
aplicada, ela conclui que é míope, e a distância focal de suas lentes é de:
Para se obter uma boa foto, é necessário que a imagem do objeto seja
(A) 2,0 m. formada exatamente sobre o filme, e o seu tamanho não deve exceder a
(B) 3,0 m. área sensível do filme. Assim:
(C) 5,0 m.
(D) 0,5 m. a. Calcule a posição que o objeto deve ficar em relação à lente.
(E) 1,0 m. b. Sabendo-se que a altura máxima da imagem não pode exceder a 36,0 mm,
determine a altura máxima do objeto para que ele seja fotografado em
12 (UERJ) Uma pessoa míope não enxerga nitidamente objetos colocados toda a sua extensão.
a distâncias maiores que 40 cm de seus olhos. O valor absoluto da
convergência de suas lentes corretoras em dioptrias é igual a: 16 (UFF-RJ) A figura mostra um microscópio artesanal construído por
um tubo de plástico PVC e duas lentes convergentes.
(A) 1,5.
(B) 2,5. L2 L1
(C) 3,5. inseto
(D) 4,5.

13 (MED JUNDIAÍ-SP) Os aparelhos que produzem imagens reais 20 cm


invertidas são:
As lentes L1 e L2 distam 20 cm uma da outra e têm distâncias focais f1=3,0 cm
(A) luneta astronômica, lupa e câmera fotográfica. e f2=10,0 cm, respectivamente. Um inseto, colocado a 4,0 cm da lente
(B) projetor de slides, câmera fotográfica e olho humano. L1, é observado com esse microscópio. Nessa situação, o observador vê
(C) câmera fotográfica, olho humano e luneta terrestre. o inseto com tamanho N vezes maior, sendo N igual a:
(D) lupa, olho humano e microscópio composto.
(E) câmera fotográfica, luneta terrestre e microscópio composto. (A) 3.
(B) 5.
14 (UNESP) Assinale a alternativa correspondente ao instrumento óptico (C) 8.
que, nas condições normais de uso, fornece imagem virtual: (D) 12.
(E) 15.
(A) Projetor de slides.
(B) Projetor de cinema. 17 (PUC-MG) Com relação à luneta astronômica, é correto afirmar que:
(C) Cristalino do olho humano.
(D) Câmera fotográfica. (A) ambas as lentes são convergentes.
(E) Lente de aumento (lupa). (B) a ocular tem grande distância focal.
(C) a imagem final é direita.
(D) a objetiva é convergente e a ocular, divergente.
(E) apenas a ocular é convergente.

IME-ITA 205
Física II – Assunto 8

18 (UEM) Os instrumentos ópticos podem ordinariamente ser 02 (ITA) Em uma certa experiência mediram-se a distância p entre um objeto
classificados como instrumentos de observação ou de projeção. e uma lente e a distância p’ entre a lente e a sua imagem real, em vários
Com relação aos instrumentos ópticos e suas imagens conjugadas, pontos. O resultado dessas medições é apresentado no gráfico abaixo:
assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
1
( ) A lupa, ou microscópio simples, conjuga uma imagem real, direita e maior. (10−2 cm−1)
p'
( ) Em um microscópio composto, a objetiva conjuga uma imagem real,
invertida e maior. 10,0
( ) Em uma luneta astronômica refratora, a ocular conjuga uma imagem
final virtual, direita e ampliada. 8,0
( ) Em um projetor, o conjunto de lentes projetoras conjuga uma imagem
real, invertida e maior. 6,0
( ) Uma máquina fotográfica simplificada, como uma câmera escura,
conjuga uma imagem real, invertida e maior. 4,0

EXERCÍCIOS NÍVEL 2 2,0

0,0
01 (ITA) Em uma experiência de óptica, você observa a imagem de 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 1
um objeto formada por uma lente sobre um anteparo de vidro fosco. As (10−2 cm−1)
posições relativas do objeto, da lente, do anteparo e do observador são p
mostradas na figura a seguir:

Examinando cuidadosamente o gráfico, determine a distância focal da lente.

03 (UNICAMP) A figura ilustra um dispositivo que contém uma lente


convergente (L), de distância focal igual a 10 cm. Na extremidade do
dispositivo está alojado um tubo, que pode mover-se para dentro ou para
fora de uma câmara. Ao se formar uma imagem nítida no fundo da câmara,
o objeto luminoso (O) encontra-se a 60 cm da lente.

Essa figura representa também o objeto: é um disco dividido em quatro


quadrantes, cada um caracterizado por um símbolo diferente. O centro do Para isso, foi necessário:
disco está sobre o eixo óptico da lente e o diâmetro PQ é vertical, com P
embaixo e Q em cima. O diâmetro RS é horizontal, com R à esquerda e S (A) aprofundar o tubo 4 cm.
à direita do observador: (B) aprofundar o tubo 3 cm.
(C) aprofundar o tubo 5 cm.
A imagem observada é: (D) movimentar o tubo 1 cm para fora.
(E) n.d.a.

04 (UNICAMP) Um sistema de lentes produz a imagem real de um objeto,


(A) (D) conforme a figura. Calcule a distância focal e localize a posição de uma
lente delgada que produza o mesmo efeito.

(B) (E)

(C)

206 Vol. 3
Lentes

05 (UNICAMP) É feita uma montagem, conforme o esquema abaixo, que (C) sobre o anteparo aparece uma região iluminada circular de diâmetro
representa um objeto fixo →O, um anteparo fixo e uma lente delgada L em igual a 6,0 cm.
movimento de velocidade V , cujo valor é 2,0 cm/s. A posição da lente, no (D) o anteparo fica iluminado uniformemente em uma região muito grande.
esquema abaixo, corresponde ao instante t0 = 0. A distância focal da lente (E) sobre o anteparo aparece uma região iluminada circular de diâmetro
L vale 20 cm. igual a 42 cm.
Nessas condições, tem-se no anteparo uma imagem nítida do objeto O
no instante t, em segundos, igual a: 08 (UNICAMP) Um sistema óptico esboçado na figura abaixo consiste
em uma lente convergente de distância focal f e em um espelho plano
que contém o foco F2 da lente. Um pequeno objeto AB encontra-se a uma
distância 2f da lente, como indica a figura. Os raios luminosos provenientes
de AB e refletidos pelo espelho não atingem a lente novamente. Refaça a
figura e construa a imagem de AB produzida pelo sistema óptico.

(A) 2,0.
(B) 5,0. 09 (UNIFOR) Um projetor de slides encontra-se a 4,1 m da tela de
(C) 10,0. projeção. Um slide de 35 mm de altura tem sua imagem projetada na tela
(D) 15,0. com 1,4 m de altura. Qual a distância focal da lente do instrumento?
(E) 20,0.
10 (UNIFOR) Um estudante de Física dispõe de uma lente biconvexa de
06 (UNICAMP) Um estudante possui uma lente côncavo-convexa de vidro índice de refração n = 1,6 e faces de raios de curvatura iguais a 10 cm.
3 Com essa lente o mesmo deseja construir um projetor de diapositivos de
(nv = ), cujas faces têm raios de curvatura 10 cm e 5,0 cm. Sabendo
2 forma que a película fique a 10 cm dela. Adote nar = 1,0. A que distância
4
que a lente é utilizada no ar (nar = 1) e posteriormente na água (nA = ), da lente deve ser projetada a imagem da película?
responda: 3
11 (FUVEST) Uma lente L é colocada sob uma lâmpada fluorescente
a. Do ar para a água, os focos principais aproximam-se ou afastam-se AB cujo comprimento é de 120 cm. A imagem é focalizada na superfície
do centro óptico? de uma mesa a 36 cm da lente. A lente situa-se a 180 cm da lâmpada
b. Qual é a variação da distância focal da lente? e o seu eixo principal é perpendicular à face cilíndrica da lâmpada
e à superfície plana da mesa. A figura a seguir ilustra a situação.
07 (UNICAMP) Considere um sistema composto por duas lentes circulares Pede-se:
esféricas delgadas de 6,0 cm de diâmetro, dispostas coaxialmente, como
indica a figura abaixo. L1 é uma lente convergente de distância focal f1 = lâmpada fluorescente
5,0 cm e L2 é uma lente divergente de distância focal f2 = 4,0 cm. No ponto
P1, à esquerda do sistema, é colocado um objeto luminoso puntiforme a
5,0 cm de L1. À direita de L2, a uma distância d = 24 cm, é colocado um A 60 cm 60 cm B
anteparo A, perpendicular ao eixo do sistema.
180 cm
60

L lente
36 cm

tampo da mesa
a, a distância focal da lente.
Assim, temos que: b. o comprimento da imagem da lâmpada e a sua representação
geométrica. Utilize os símbolos A’ e B’ para indicar as extremidades
(A) sobre o anteparo A forma-se uma imagem real puntiforme de P1. da imagem da lâmpada.
(B) sobre o anteparo A aparece uma região iluminada circular de diâmetro
igual a 12 cm.

IME-ITA 207
Física II – Assunto 8

12 (UNIFESP) Uma lente delgada biconvexa tem raios de curvatura iguais. 17 (UNICAMP-SP) Em uma máquina fotográfica de foco fixo, a imagem
Essa lente, quando imersa no ar (índice de refração igual a 1), tem 6 di e, de um ponto no infinito é formada antes do filme, conforme figura:
quando imersa na água (índice de refração igual a 4/3), tem 2 di. Nessas
condições podemos afirmar que os raios das superfícies dióptricas que lente
constituem essa lente são de:
filme
(A) 100 cm. (D) 10 cm.
(B) 50 cm. (E) 5 cm. 3,5 mm 0,03 mm
(C) 20 cm.

13 (ITA) Um dos telescópios utilizados por Galileu era composto de duas d


lentes: a objetiva, de 16 mm de diâmetro e distância focal de 960 mm,
e a ocular, formada por uma lente divergente. O aumento era de 20 vezes.
Podemos afirmar que a distância focal da ocular e a imagem eram, No filme, este ponto está ligeiramente deslocado e sua imagem tem 0,03 mm
respectivamente: de diâmetro. Mesmo assim, as cópias ampliadas ainda são nítidas para o
olho humano. A abertura para a entrada da luz é de 3,5 mm de diâmetro
(A) 192 mm, direita.
e a distância focal da lente é de 35 mm.
(B) 8 mm, direita.
(C) 58 mm, invertida.
a. Calcule a distância d do filme à lente.
(D) 960 mm, direita.
b. A que distância da lente um objeto precisa estar para que sua imagem
(E) 48 mm, direita.
fique exatamente focalizada no filme?
14 (ITA) Dois estudantes se propõem a construir cada um deles uma
câmera fotográfica simples, usando uma lente convergente como objetiva 18 (UFMG) Usando uma lente convergente, José Geraldo construiu uma
e colocando-a em uma caixa fechada de modo que o filme esteja no plano câmera fotográfica simplificada, cuja parte óptica está esboçada na figura:
focal da lente. O estudante A utilizou uma lente de distância focal igual
a 4,0 cm e o estudante B, uma lente de distância focal igual a 10,0 cm.
Ambos foram testar suas câmeras fotografando um objeto situado a 1,0 m
de distância das respectivas objetivas. Desprezando-se todos os outros
efeitos (tais como aberrações das lentes), o resultado da experiência foi: x

I. que a foto do estudante A estava mais “em foco” que a do estudante B;


II. que ambas estavam igualmente “em foco”;
III. que as imagens sempre estavam entre o filme e a lente.

Nesse caso, você concorda que:


lente
(A) apenas a afirmativa II é verdadeira.
(B) somente I e III são verdadeiras.
(C) somente III é verdadeira. filme
(D) somente a afirmativa I é verdadeira.
(E) não é possível obter uma fotografia em tais condições. Ele deseja instalar um mecanismo para mover a lente ao longo de um
intervalo de comprimento x, de modo que possa aproximá-la ou afastá-la
15 (ITA) Um telescópio astronômico tipo refrator é provido de uma objetiva do filme e, assim, conseguir formar sobre este imagens nítidas.
de 1.000 mm de distância focal. Para que o seu aumento angular seja de
aproximadamente 50 vezes, a distância focal da ocular deverá ser de: a. Sabe-se que a distância focal da lente usada é de 4,0 cm e que essa
câmera é capaz de fotografar objetos à frente dela, situados a qualquer
(A) 10 mm. (D) 50 mm. distância igual ou superior a 20 cm da lente. Considerando essas
(B) 20 mm. (E) 150 mm. informações, determine o valor de x.
(C) 25 mm. b. Pretendendo fotografar a Lua, José Geraldo posiciona a lente dessa
câmera a uma distância D do filme. Em seguida, ele substitui a lente
16 (UFU-MG) A objetiva de uma máquina fotográfica tem distância focal da câmera por outra, de mesmo formato e tamanho, porém feita com
100 mm e possui um dispositivo que permite seu avanço ou retrocesso. outro material, cujo índice de refração é maior. Considerando essas
A máquina é utilizada para tirar duas fotos: uma de um objeto no infinito e informações, responda:
outra de um objeto distante 30 cm da objetiva. O deslocamento da objetiva Para José Geraldo fotografar a Lua com essa nova montagem, a
de uma foto para outra, em mm, foi de: distância da lente ao filme deve ser menor, igual ou maior que D?
Justifique sua resposta.
(A) 50. (E) 250.
(B) 100. (D) 200.
(C) 150.

208 Vol. 3
Lentes

19 (UFPE) Um microscópio composto é formado por duas lentes EXERCÍCIOS NÍVEL 3


convergentes. A lente que fica mais próxima do objeto é a objetiva e aquela
através da qual se observa a imagem é a ocular. A imagem I1, formada
01 (IME) A imagem nítida de um objeto é obtida em uma tela devido a uma
pela objetiva, funciona como um objeto para a ocular (figura).
lente convergente de distância focal f. A altura da imagem é A1. Mantendo
50 cm constante a distância D entre o objeto e a tela, quando deslocamos a lente
encontramos uma outra imagem nítida de altura A2. Determine:
1 cm D
a. as distâncias entre o objeto e a lente nas duas posições mencionadas.
b. a altura do objeto.
ocular observador
objeto i1 02 (ITA) Um objeto em forma de um segmento de reta de comprimento 
está situado ao longo do eixo ótico de uma lente convergente de distância
focal f. O centro do segmento se encontra a uma distância a da lente e
objetiva esta produz uma imagem real de todos os pontos do objeto. Quanto vale
i2 imagem o aumento linear β do objeto?

f2
(A) β = 2
l
Quando o objeto é colocado a 1 cm da objetiva a imagem final que se observa a2 −  
é 100 vezes maior que o objeto, e se encontra a 50 cm da lente ocular. 2
Se a ampliação devido à lente objetiva é 20 vezes, determine a distância
(B) f2
D, em centímetros. β= 2
l
f2 −  
20 (CESGRANRIO) Durante o mês de junho de 1996, foi possível observar 2
Júpiter com seus satélites, próximo da constelação de Escorpião, com
o auxílio de uma pequena luneta. Sabendo disso, um estudante resolveu f2
fazer suas próprias observações, montando o seguinte dispositivo: (C) β = 2
l
(a − f )
2
− 
2
L2
L1 f2
(D) β = 2
l
(a + f )
2
− 
2

f2
L1 e L2 são lentes, sendo que L1 é a ocular e L2 é a objetiva. Sejam f1 e f2 (E) β = 2
l
(a + f )
2
as distâncias focais dessas lentes. Assinale a opção que indica o caso no + 
qual foi possível o estudante fazer suas observações: 2

(A) f1 < 0, f2 < 0 e módulo de f1 < módulo de f2. 03 (IME) Quando uma fonte brilhante de luz é colocada a 30 cm de uma
(B) f1 < 0, f2 < 0 e módulo de f1 > módulo de f2. lente, há uma imagem a 7,5 cm da mesma. Há também uma imagem
invertida fraca a 6 cm da frente da lente, devido à reflexão em sua superfície
(C) f1 > 0, f2 < 0 e módulo de f1 < módulo de f2.
frontal. Quando a lente é invertida, a imagem invertida fraca está a 10 cm
(D) f1> 0, f2 < 0 e módulo de f1 > módulo de f2.
da frente da lente. Determine:
(E) f1 > 0, f2 > 0 e módulo de f1 < módulo de f2.
a. a distância focal da lente.
21 (UFF) Uma pessoa dispõe de lentes divergentes e convergentes, b. os raios de curvatura da lente.
com distâncias focais (f) de – 40 cm, – 10 cm, 10 cm e 40 cm. A correta c. o índice de refração do material da lente.
associação de lentes para que ela obtenha uma luneta que forneça uma
imagem não invertida é: 04 (IME) Um objeto AB encontra-se a uma distância a = 36 cm de uma
lente com distância focal f = 30 cm. A uma distância  = 1,0 m, após a
(A) Objetiva f = 40 cm; ocular f = 10 cm. lente, foi colocado um espelho plano, inclinado de 45° em relação ao eixo
(B) Objetiva f = 40 cm; ocular f = –10 cm. ótico da lente. Determine a distância H, entre o eixo óptico e o fundo de
(C) Objetiva f = 10 cm; ocular f = 40 cm. uma bacia com água, necessária para que se forme neste uma imagem
(D) Objetiva f = 10 cm; ocular f = –40 cm. nítida do objeto. A profundidade da água na bacia é d = 20 cm. Sabe-se
(E) Objetiva f = 40 cm; ocular f = 40 cm. que a camada da água, que é de espessura d, desloca a imagem de uma
 1
distância igual a d  1 −  , em que n é o índice de refração da água.
 n

IME-ITA 209
Física II – Assunto 8

07 Qual a posição do ponto remoto de um olho emetrope ao colocar uma


lente de vergência + 2 di?

08 (ITA) A figura mostra uma barra LM de 10 2 cm de comprimento,


formando um ângulo de 45° com a horizontal, tendo o seu centro situado a
x = 30,0 cm de uma lente divergente, com distância focal igual a 20,0 cm,
e a y = 10,0 cm acima do seu eixo ótico. Determine o comprimento
x da imagem da barra e faça um desenho esquemático para mostrar a
orientação da imagem.

M
45o
Considere o índice de refração da água n = 1,25. L
y
05 (UNESP) Uma semiesfera de vidro, com índice de refração 1,5 e raio
x
de 10 cm, é colocada com sua face apoiada em uma mesa horizontal.
Um feixe de luz paralelo, de seção circular de 1 mm de diâmetro, incide
verticalmente de forma que o raio central atinge o centro da semiesfera.
Calcule o diâmetro do círculo luminoso formado sobre a mesa.

06 (UNESP) Duas lentes delgadas, uma convergente e outra divergente,


com distâncias focais respectivamente iguais a 1 m e 2 m, encontram-se
justapostas. Um objeto é colocado a 3 m das lentes. Desprezando a
espessura do sistema de lentes, determine a distância entre a imagem
e esse sistema.

RASCUNHO

210 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples A ssunto
9
Física II

1. Definição 3. Força nos movimentos harmônicos


São movimentos oscilatórios (retilíneos ou curvilíneos) descritos No item anterior chegamos a uma relação elementar entre aceleração
matematicamente por função harmônica (seno ou cosseno). Nestes e deslocamento:
movimentos, a força resultante é linearmente dependente da posição. a = – w2x

Multiplicando esta expressão por m, temos


2. MHS e o Ma = – mw2x = Frestauração
Movimento Circular Uniforme
que denominamos força de restauração de equilíbrio dos movimentos
Podemos determinar as funções horárias dos movimentos harmônicos harmônicos simples. Assim generalizamos os movimentos harmônicos,
simples através das projeções de um movimento circular uniforme sobre como aqueles que possuem uma força de restauração de equilíbrio
os eixos cartesianos. Abaixo, representaremos as projeções apenas sobre proporcional ao deslocamento:
o eixo horizontal x.
FR = – Kx
MCU →
v
em que
K → constante física que dependerá
A acp do tipo de oscilador K
ω=
ωt ω w → frequência natural de oscilação m
• t=0 do oscilador

Obs.: Vale lembrar que w também é a velocidade angular do movimento


circular uniforme cuja componente determina as equações do
movimento harmônico simples.
x 2π
ω= = 2πf
T
–A 0 A

2.1 Funções horárias


4. Oscilador massa-mola horizontal
posição:
–A 0 A
x(t) = A · cos(wt + ϕo) = A · cos(2pft + jo)
Força de restauração → FR = – Kx
velocidade:
v(t) = –w · A · sen(wt + jo) = –w · A · sen(2pft + jo) K
Frequência natural → ω =
m

aceleração:
Período → T =
2π m
a(t) = –w2 · A · cos(wt + jo) = –w2 · A · cos(2pft + jo) = 2π .
ω K

em que:
5. Oscilador massa-mola vertical
w → frequência angular jo → fase inicial
A → amplitude T → período
f → frequência
Força de restauração → FR = – Kx
2.2 Relações elementares
A
K
x2 v2 Frequência natural → ω =
v(x): 2
+ 2 2 =
1 –0 m
A ωA
–A
2π m
a(x): a = – w2x Período → T = = 2π .
ω K

IME-ITA 211
Física II – Assunto 9

6. Pêndulo simples 8. Composição de movimentos


Imagine agora uma partícula que se move num plano xy, tendo uma
componente harmônica e a outra, uma função qualquer. Podemos obter
trajetórias (planas) de várias formas.
Seja, por exemplo, a seguinte composição abaixo (na matemática
x
chamamos de funções paramétricas):
θ y(t)=Acoswt e x(t)=vt
l
Sabemos que o gráfico de cada componente será representado da
seguinte forma:

y =T
w 2T 3T 4T
A
θ
t

Força de restauração → FR = – mg sen θ –A

Para q pequeno → q ≅ sen q


Como x = lq
mg x
FR = − mg sen θ = x
l
4vT
mg
g 3vT
=
Frequência natural → ω =l
m l 2vT
vT
2π l t
Período → T = = 2π . T 2T 3T 4T
ω g
A forma da trajetória pode ser determinada eliminando a variável tempo
7. Energia no MHS (t). Neste caso, basta explicitar t na função y(t) e substituir na função x(t).
Ficando assim:
Em todo movimento harmônico simples, o sistema é conservativo (não x wx
t =  → y ( t ) = Acos 
há forças dissipativas). Neste caso, a energia mecânica se conserva. Para v v
um sistema massa-mola, teremos:
y
E vT 2vT 3vT 4vT
A
KA2/2

x
Epotencial
–A

Ecinética
Obs.: Note que a forma do gráfico de y(t) e a da trajetória y(x) são
iguais, porém representam coisas diferentes.
x
-A A
9. Figuras de Lissajous
Emecânica =Ecinética + Epotencial =constante
Quando as duas componentes são harmônicas, podemos obter
1 trajetórias muito interessantes. Estas formas são denominadas figuras
= Ecinética + Kx 2
Emecânica
2 ou curvas de Lissajous (ou ainda curva de Bowditch) e têm uma ampla
1 2 aplicação nas engenharias eletrônica e elétrica, computação gráfica, edição
para x =A ⇒ Ecinética = 0 ⇒ Emecânica = KA
2 de imagens e interpretação gráfica.
1 2 1 1 1 Seja, por exemplo, a seguinte composição abaixo:
KA = Ecinética + Kx 2 ⇒ Ecinética = KA2 − Kx 2
2 2 2 2
y ( t ) = A1cos ( w1t + ϕ1)
e x ( t ) = A2 ( cosw2t + ϕ2 )

212 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples

Existe um grande número de combinações e formas possíveis, vejamos Exemplo 4 y


alguns exemplos: A1 ≠ A2 ,w1 = 2w2 ,ϕ1 = ϕ2 = 0 A1

Exemplo 1 Elevamos ao quadrado cada


componente e dividimos pela
A1 = A2, w1= w2 e ϕ1 = ϕ2 → y = x (reta) amplitude:
–A2
y (
y = A1 cos 2wt = A1 2cos2wt − 1 ) A2
x

x2
x 2 = A22cos2wt → = cos2wt
A22
Substituindo, temos:
–A1
x  x2 
y = A1  2 2 − 1 (parábola)
 2A 

Um resumo das formas pode ser visto na tabela abaixo para diferentes
frequências e defasagens:
Exemplo 2
y θ=π/4
π θ=0
θ=3π/4
θ=π
A1 = A2 ,w1 = w2 ,ϕ1 = 0 
e ϕ2 = ω2/ω1=1:1 θ=π/2
2 A
Elevamos ao quadrado cada
componente:
–A 1 1 1 1
y2 = A2 cos2wt x 1:2
A 0,5 0,5 0,5 0,5
 π
x 2 = A2cos2  wt +  = A2sen2wt –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1
 2 –0,5 –0,5 –0,5 –0,5
–1 –1 –1 –1
Somando as duas componentes,
–A 1 1 1 1
temos: y2 + x2 = A2 (circunferência).
1:3 0,5 0,5 0,5 0,5

–1 –0,5 0 0,5 1 –1 –0,5 0 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0 0,5 1


Exemplo 3 –0,5 –0,5 –0,5 –0,5
y y –1 –1 –1 –1
A1 > A2 A1 < A2 1 1 1 1
A1
A1 2:3
0,5 0,5 0,5 0,5

–1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1


–0,5 –0,5 –0,5 –0,5
–A2 –A2 –1 –1 –1 –1
x x 1 1 1 1
A2 A2 3:4
0,5 0,5 0,5 0,5

–1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1


–A1 –0,5 –0,5 –0,5 –0,5
–A1 –1 –1 –1 –1

π 1 1 1 1
A1 ≠ A2 ,w1 = w2 ,ϕ1 = 0 
e ϕ2 = 0,5 0,5 0,5 0,5
2 3:5

–1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1


Elevamos ao quadrado cada componente e dividimos pela amplitude: –0,5 –0,5 –0,5 –0,5
–1 –1 –1 –1
y2
y 2 = A12cos2wt → = cos2wt
A12 1 1 1 1

0,5 0,5 0,5 0,5


4:5

2  π x2 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0 0,5 1


x = A22cos2  wt +  = A22sen2wt → 2 = sen2wt –0,5 –0,5 –0,5 –0,5
 2 A2 –1 –1 –1 –1

2 2 1 1 1 1
y x
Somando as duas componentes, temos: 2
+ 2 = 1 (elipse) 0,5 0,5 0,5 0,5
A1 A2 5:6
–1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1
–0,5 –0,5 –0,5 –0,5
–1 –1 –1 –1

Rev. Bras. Ensino Fís. vol.27 no.4 São Paulo: Oct./Dec. 2005.

IME-ITA 213
Física II – Assunto 9

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Um movimento harmonico simples é descrito pela função x=7cos Dados do problema:


(4πt + π), em unidades de Sistema Internacional. Nesse movimento, a – velocidade do ponto num enstante t: v=8 cm/s
amplitude e o período, em unidades do Sistema Internacional, valem, – diferença entre os quadrados da amplitude e da elongação A2–x2=36
respectivamente:
Solução:
(A) 7 e 1. (D) 2π e π. A energia de um MHS se cnserva da seguinte forma: EMEC = ECIN + EPOT
(B) 7 e 0,50. (E) 2 e 1. k ⋅ A2
(C) π e 4π. Sendo que EMEC = , Logo :
2
Solução: Letra B. k ⋅ A2 m ⋅ v 2 k ⋅ x 2 k ⋅ A2 k ⋅ x 2 m ⋅ 82
= + → − = → k( A2 − x 2 ) = 64 m
Baseada na equação de movimento do MHS, temos x(t)=Acos(wt+ϕ) 2 2 2 2 2 2
Comparando as duas, vemos que A=7m e que w=4π rad/s 16 m
2π 2π 1 → 36 k = 64 m → k = (i) : Substituindo (i) na segunda equação
Pela fórmula w = →T = = .s 9
T 4π 2 16
02 O gráfico apresentado mostra a elongação em função do tempo k 4
ω= temos : ω = 9 → ω = rad/s
para um movimento harmônico simples. m m 3
x(m)
04 Um pequeno objeto executa MHS com período de 8 s entre os pontos
2
R e –R de uma reta. No instante inicial t0, o referido objeto encontra-se
4
no ponto R/2, deslocando-se em direção a valores inferiores e chega
0  π   ao ponto –R no instante t. Pede-se:
(A) x = 4 ⋅ cos 3 t(s)
π ⋅ t + π 
(A) x = 4 ⋅ cos 3 2  ⋅ t + π
2 6  2   a. o deslocamento angular efetuado;
–2  π  π
(B) x = 4 ⋅ cos  π  ⋅ t + 3 π b. o tempo gasto neste deslocamento.
(B) x = 4 ⋅ cos 2  ⋅ t + 3 2 
Qual a equação horária correspondente, no SI?  2  2
Solução:
(C) x = 2 ⋅ cos πt
(C) x = 2 ⋅ cos πt A equação de posição em um MHS é dada por: x = A · cos(wt + ϕ)
 π π    π  
(A) xx =
(A)
(A) = 44 ⋅⋅ cos
cos  33 π  ⋅⋅ tt + + π
π (D) x = 2 ⋅ cos  π  ⋅ t + π 
 (D) Sabemos que: A=R → x= R · cos (wt + ϕ) (I)
 
(A) x = 4 ⋅ cos  3 22  ⋅ t + π    (D) x = 2 ⋅ cos 2
 2  ⋅ t + π 
 2     
 π π  π   π R
π  (E) x = 2 ⋅ cos πt +  π No instante t0 sabemos que x = .
(B) xxx ==
(B)
(B)
(B) = 444 ⋅⋅⋅ cos
cos  π2  ⋅⋅⋅ ttt ++
cos + 333 π2  (E)
(E) x = 2 ⋅ cos πt + 2  2
 2  
2  2 Logo: R = R ⋅ ws( w t0 + ϕ) → cos ϕ = 1 → ϕ = π (II)
0
  2 2 
(C)
(C) xx == 22 ⋅⋅ cos
cos π
π tt 2 2 3
(C) x = 2 ⋅ cos πt
(C)
 π   Utilizando a informação que T = 8s
(D) x = 2 ⋅⋅ cos cos D.  ππ  ⋅⋅ tt +
+ πππ
(D)
(D) xx == 22Letra
Solução: ⋅ cos 
 2
 2  
 ⋅ t +  2π 2π π π
 2   horárias podem ser escritas como funções Temos: ω = = = → ω = (III)
Sabemos que  as funções π  T 8 4 4
(E) x = 2 ⋅ cos π t + π 
senoxxou
(E) cos ππtt Neste
== 22cosseno.
⋅⋅ cos + π  caso, como todas as opções são cosseno, já
(E)
temos nossa escolha!  + 222   πt π 
  Substituindo (II) e (III) em (I) temos: x = R cos  + 
x(t) = Acos(wt+ϕ)  4 3
Primeiramente identificamos facilmente a amplitude A = 2 m, assim  πt π  πt π 8
Para x = R → cos  +  = 1 → + = π → t = s
como o período T = 4s (1 ciclo completo).  4 3 4 3 3
2π 2π π π 8 2π
Assim, w = = = rad / s e + = = 120°
T 4 2 4 3 3
05 No instante t= 0,25s uma partícula encontra-se na abcissa x = 4 cm
Para determinar a fase ϕ, escolheremos um instante qualquer (de
e em movimento progressivo. No instante que sua aceleração é máxima
preferência para agilizar as contas escolher t = 0, se possível).
e vale 128π2 cm2/s, a sua abcissa é x=–8 cm. Determine as funções
Assim: horárias do movimento desta partícula.
π 
x ( 0 ) = −2 = 2 cos  .0 + ϕ  = 2 cos ϕ
 2  Solução:
A partir da relação fundamental
2 cos ϕ = −2 → cos ϕ = −1 → ϕ = π rad
a=–x w2 →128π2=–w2 (–8) → w2=16π2 → w=4π rad/s
π  Note que quando a aceleração é máxima, a posição é x =± A; assim,
Resumindo, temos: x( t ) = 2 cos  t + π  A=8 cm. Para determinar a fase, faremos a substituição da posição no
 2 
03 Um ponto material executa uma Movimento Harmônico Simples instante t= 0,25s. Optaremos aqui pelas seguintes funções horárias:
e tem, num determinado instante, velocidade de 8 cm/s. Sabendo-se x(t)=Asen(wt+ϕ) v(t)=wAcos(wt+ϕ) a(t)=–w2 Asen(wt+ϕ)
que nesse instante a diferença entre os quadrados de sua amplitude e x(0,25)=4=8sen(4π.0,25+ϕ)
de sua elongação é de 36 cm, determine sua pulsação. 1 π 5
8 π ϕ 4 π ϕ π ϕ ou  
2 6

214 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples

Para escolher a fase correta, devemos notar no texto que no instante 07 Um pêndulo simples de massa igual a 500 g oscila em MHS e
citado o movimento é progressivo, isto é, a velocidade é positiva. possui o seguinte gráfico de aceleração escalar:
Substituindo na função das velocidades no instante t= 0,25s, temos:
a(m/s2)
v(t)=4π·8cos(4π·0,25+ϕ)=32πcos(π+ϕ)>0
Observando o ciclo trigonométrico, identificamos a fase correta: 9
sen t(s)
5≠ ≠ 1 2 3 4 5 6
5≠ ≠ 1   –9
 
6 6 6 6
Sendo a aceleração da gravidade local 10 m/s2, determine:
–1
cos
1
a. o comprimento do pêndulo;
b. a energia mecânica do sistema.
–1
Solução:
π 5π Do gráfico identificamos o período T = 4s. Aplicando a fórmula do
π+ϕ= →ϕ=−
6 6 período do pêndulo simples:
Resumindo: l l 40
 5π  T = 2π → 4 = 2π →l= m
x ( t ) = 8sen  4 πt −  g 10 π2
 6 
1
 5π  Da fórmula de energia do sistema massa-mola ( E = KA2 )
v ( t ) = 32π cos  4 πt −   podemos 2
 6 
 5π  determinar as fórmulas de outros MHS. Basta fazer a equivalência
a ( t ) = −128π2sen  4 πt − 
 6  mecânica das frequências naturais w para determinar o que chamamos
de “rigidez” do MHS.
06 Na extremidade inferior de uma mola vertical pendurada no teto, K g mg 0, 5.10 π2
w massa− mola = w pêndulo → = →K = = = N/m
de constante elástica igual a 300 N/m é fixado um bloco de 3 kg e m l l 40 8
abandonado a partir do repouso neste ponto. Determine: K g mg 0, 5.10 π2 π2
w massa− mola = w pêndulo → = →K = = = N/m
m l l 40 8
a. a frequência angular;
b. o período do movimento; π2
c. a frequência do movimento; Assim: E =1 KA
d. a amplitude do movimento; 2
e. as funções horárias do movimento para um referencial com origem
no ponto de abandono e apontado para baixo. Como não temos a amplitude, faremos uso da relação fundamental
para determiná-la:
Solução:
a = −w 2 x → amáx = w 2 A → A = =
(π)
2
K 300 π2
aa..
a. w w == K == 300 == 10 10rad/s
rad/s
m
m 33
K 300 2
2π 22aπ . wπ= = = 10 rad/s 1 1 π2  36  81
b.
bb.. TT == 2π = = π= = π ss m 3 Substituindo: E =  kA2 =  2 = J
w
w 10 10 55 2π 2π π 2 2 8 π  π
11 11b. T55= = = s
cc..
c. ff =
=T = = =
= Hz Hzw 10 5 Outra solução (literal)
T π π 5 ππ 1
5c. f = = 1 = 5 Hz A partir da fórmula de energia do massa-mola vamos substituindo até
d. Quando o o bloco mg
mg T 30 π
atingir π de equilíbrio, terá se deslocado A.
30a5posição que cheguemos aos parâmetros identificados:
dd.. PP =
= KA → AA =
→ = K g= == = 00,,112m
Assim, KA assumindo 300 10=m/s m: 2
K 300 mg 30 1 2 1 2 1 a 
d. P = KA → A = = = 0,1m E= kA = (w m) A2 = (w 2 m)  máx  =
K 300 2 2 2 2
 w 
e. Optaremos aqui pelas seguintes funções horárias: 2
1 a 
2
x(t)=Acos(wt+ϕ) v(t)=wAsen(wt+ϕ) a(t)=–w2 Acos(wt+ϕ) 1 a 
= m  máx  = m  máx  =
Sabemos que, em t = 0, a posição é A. Sendo assim: 2  w  2  2π 
 T 
x(0)= 0,1cos (10.0+ϕ) = 0,1 → cosϕ = 1 → ϕ=0 rad
Resumindo: mT 2 amáx
2
0, 5.42.92 81
x(t)=0,1cos(10t) v(t)=–1sen(10t) a(t)=–10cos(10t) = = = J
2
8π 8 π2 π2

IME-ITA 215
Física II – Assunto 9

08 As figuras abaixo representam a composição de dois MHS de Pela figura 1 ao lado temos nx=2 e ny=2. y
frequências f1 e f2 segundo dois eixos ortogonais Ox e Oy. Sendo a Substituindo esses valores e a frequência fx
frequência do movimento, segundo Ox, 300 cps para todas as figuras, dada na expressão (I), calculamos fy
qual a frequência segundo Oy em cada caso? fy 2
=
(1) y (2) y 300 2 x
fy = 300cps

Figura 1
x x
Da figura 2 obtemos nx=3 e ny=2
Para o cálculo fy: y
fy 3
(3) y (4) y =
300 2
3
fy = ⋅ 300 x
2
900
x x fy =
2
fy = 450cps Figura 2

y
Dado do problema: Pela figura 3 calculamos nx=4 e ny=3
• frequência do movimento na direção x: f1= fx= 300cps (ciclos por O cálculo de fy será:
segundo). fy 4
=
300 2 x
Solução:
fy = 2 ⋅ 300
Para calcularmos a frequência na direção y, em cada um dos gráficos
traçamos duas retas secantes às curvas, uma paralela ao eixo fy = 600cps
Ox e outra ao eixo Oy (as retas não devem coincidir com os eixos Figura 3
coordenados). Usando a seguinte expressão:
fy n x E finalmente fy para a figura 4 em que nx=2
= (I) e ny=4 y
fx n y O cálculo de fy nos dá:
em que: fy 2
• fx e fy são as frequências segundo o Ox e Oy respectivamente; =
300 4
• nx e ny são os números de interseções das retas secantes com as 2 x
curvas de Lissajours (leia-se Liçaju). fy = ⋅ 300
4
600
fy =
4
Figura 4
fy = 150cps

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 (PUC-SP) A partir do gráfico, que representa as posições ocupadas por 02 (PUC-SP) As elongações (x) de duas partículas A e B que oscilam em
um móvel em função do tempo quando oscila em movimento harmônico movimento harmônico simples são dadas em função do tempo (t) pelos
simples, determine: gráficos a seguir:
x(m) x A
0,10
B

0 1 2 3 t(s) 0 t
–0,10

a. a frequência e a amplitude do movimento;


b. os instantes, durante os três primeiros segundos, em que a velocidade
se anulou.

216 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples

Compare: 08 (FUVEST) O sistema representado na figura (l) oscila com frequência


f1, verticalmente:
a. as frequências de A e B;
b. as amplitudes de A e de B.
Mola

03 (PUC-SP) Uma partícula move-se obedecendo à função horária x =


 π M M
2 cos  4 πt +  , com x em metros e t em segundos. Determine:
 2 Fio

a. o período do movimento; m m
b. a velocidade escalar da partícula em t = 1 s;
(1) (2)
c. a aceleração escalar da partícula em t = 5 s.
Se o fio for cortado como mostra a figura (2), o corpo de massa M passará
04 (PUC-SP) Calcule a pulsação de um movimento harmônico simples, a oscilar verticalmente com frequência f2, igual, maior ou menor que f1?
sabendo que os valores máximos de velocidade e de aceleração são,
respectivamente, Vmáx = 4 m/s e amáx = 5 m/s2. 09 (FUVEST) Um bloco é preso a uma mola de massa desprezível,
executando um MHS. Sabendo que a energia mecânica mantém-se
05 (PUC-SP) Uma partícula executa MHS de frequência igual a 2 Hz e constante no valor 3,6 J e que, no ponto de elongação igual a 30 cm, a
amplitude igual a 5 m. Calcule: energia cinética do bloco vale 2,7 J, determine para esse MHS:

a. a constante de força;
a. a velocidade escalar da partícula, quando ela se encontra a 4 m do b. a amplitude.
ponto de equilíbrio;
b. a aceleração escalar da partícula nos extremos da trajetória. 10 (FUVEST) Na Terra, certo pêndulo simples executa oscilações com
período de 1 s.
06 (PUC-SP) Um bloco com massa de 4 kg encontra-se em repouso,
apoiado em um plano horizontal sem atrito, preso a uma mola ideal de a. Qual o período desse pêndulo se posto a oscilar na Lua, onde a
constante elástica 400 N/m (figura A). Afastando o bloco 0,5 m de sua aceleração da gravidade é 6 vezes menor?
posição inicial e abandonando-o, ele oscila em movimento harmônico b. Que aconteceria com o período desse pêndulo, à medida que fosse
simples (figura B). removido para uma região livre de ações gravitacionais?
figura A
11 (UFCE) Um corpo suspenso a uma mola helicoidal alonga-a 12 cm.
Corta-se a mola no meio e suspende-se o corpo ao conjunto das duas
metades. De quanto se acha alongada cada uma dessas duas metades?
0 x(m)

figura B

–0,5 m 0 x(m)

Determine:

a. o período do movimento do bloco;


b. a energia mecânica do sistema massa-mola; 12 (UFCE) O período de oscilação de M na situação(P) é Tp e na situação
c. a representação gráfica do valor algébrico da força resultante, em T
função da elongação; (S) é Ts. Determine s .
Tp
d. a representação gráfica da energia potencial e da energia cinética, em
função da elongação.
K
07 (PUC-SP) Em um local em que a aceleração da gravidade é de 10 m/s2 K K
tem-se uma mola vertical e leve, com um extremo fixo. No extremo livre
K
é colocada uma massa de 100 gramas, que, no equilíbrio, alonga a mola
em 5 cm. Da posição de equilíbrio, a massa é puxada para baixo 2 cm e
abandonada a oscilar livremente.
M M
a. Qual a amplitude das oscilações do sistema? (P) (S)
b. Se a massa for deslocada 4 cm (em vez de 2 cm) da posição de
equilíbrio, o que ocorrerá com o período de oscilação?

IME-ITA 217
Física II – Assunto 9

13 (ITA) Na figura, o corpo de 1 kg de massa oscila na vertical, em 04 (ITA) Dois pêndulos simples, respectivamente de massas m1 e m2 e
movimento harmônico simples. Calcule o período de oscilação desse comprimentos l1 e l2, são simultaneamente abandonados para pôr-se em
corpo. oscilação. Constata-se que a cada quatro ciclos do primeiro a situação
inicial é restabelecida identicamente. Nessas condições, pode-se afirmar
que necessariamente:
A B
(A) o pêndulo 2 deve oscilar mais rapidamente que o pêndulo 1.
KA = KB = p N/m
2 (B) o pêndulo 2 deve oscilar mais lentamente que o pêndulo 1.
l1
C KC = 2p2 N/m (C) 8 l é um número inteiro.
2

l1
M 1 kg (D) 6 l é um número inteiro.
2

(E) m1 l1 = 2m2 l2.


14 (ITA) Uma partícula move-se no plano (x, y) de acordo com as equações:
x = v0t e y = Acoswt, em que v0 = 3,0 m/s, A = 1,00 m e w = 8,0
05 (ITA) Dois pêndulos simples, P1 e P2, de comprimentos L1 e L2, estão
rad/s. Calcule o módulo da velocidade da partícula no instante em que
π indicados na figura. Determine L2 em função de L1 para que a situação
ωt = rad . indicada se repita a cada 5 oscilações completas de P1 e 3 oscilações
6
completas de P2.
15 Em um osciloscópio, elétrons executam movimentos que são
composições de dois movimentos harmônicos simples em direções
perpendiculares. Considerando que esses movimentos são descritos pelas
equações x = A coswt e y = B senw t, determine a forma das trajetórias, L2
supondo:
L1
a. A = B;
b. A ≠ B.
P2 P1
EXERCÍCIOS NÍVEL 2 06 (ITA) Na figura abaixo estão representados dois pêndulos ideais nas
posições de máxima elongação, quando seus fios F e F’ estão paralelos. O
01 (ITA) Uma partícula de massa m realiza um movimento harmônico comprimento do fio F’ é quatro vezes o comprimento do fio F. O período do
simples de amplitude A, em torno da posição de equilíbrio O. Considerando pêndulo menor é igual a T. Depois de quanto tempo a situação representada
nula a energia potencial para a partícula em O, calcule a elongação para na figura se repete pela primeira vez?
a qual a energia cinética é igual ao dobro da energia potencial.

02 (FUVEST) A equação x = 1,0 sen (2,0t) expressa a posição de uma F


partícula em unidades do Sistema Internacional. Qual seria a forma do
gráfico v(velocidade) × x(posição) desta partícula? F’

03 (FUVEST) Dois corpos, A e B, ligados por um fio, encontram-se


presos à extremidade de uma mola e em repouso. Parte-se o fio que liga
os corpos e o corpo A passa a executar um movimento oscilatório, descrito
pelo gráfico (g = 10 m/s2): 07 (ITA) Um pêndulo simples de comprimento e é preso ao teto de um
elevador, como mostra a figura:
v (m)
0,1 l

g
0,1 0,3
0
0,2 t (s) A
Sendo g o módulo do campo gravitacional no local, analise as afirmações
– 0,1
B
a seguir:

I. Se o elevador permanecer em repouso ou mover-se em movimento


Sendo de 200 g a massa do corpo B, determine:
l
retilíneo e uniforme, o período de oscilação do pêndulo será T = 2π .
a. a constante elástica da mola; g
b. a frequência de oscilação do corpo A.
II. Se o elevador mover-se com aceleração de módulo a dirigida para
l
cima, o período de oscilação do pêndulo será T = 2π .
g+a

218 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples

III. Se o elevador mover-se com aceleração de módulo a dirigida para a. Que velocidade terá o bloco 2 quando perder contato com o bloco 1?
l b. Depois que o bloco 2 perde o contato com o sistema massa-mola, esse
baixo (a < g), o período de oscilação será T = 2π . sistema realiza um movimento harmônico simples (MHS). Determine
g−a
a frequencia angular e a amplitude desse MHS.
IV. Se o elevador estiver em queda livre, o pêndulo não oscilará.
12 (UFMG) Numa região onde a aceleração da gravidade é g, o período
É(são) correta(s): t de um pêndulo simples de comprimento L é dado por T=2π (L/g)1/2.
Um pêndulo simples, cuja massa é igual a 200 g, gasta 1,5s para se
(A) todas. (D) apenas I. deslocar de um extremo ao outro de sua trajetória. Mantendo-se inalteradas
(B) apenas II e III. (E) apenas I, II e III. as demais condições, aumenta-se a massa do pêndulo para 400 g.
(C) apenas IV. Qual o tempo que esse pêndulo gastará para ir de um extremo ao outro
de sua trajetória?
08 (ITA) Duas molas iguais e um mesmo bloco participam das duas
montagens ilustradas nas figuras I e II. EXERCÍCIOS NÍVEL 3
Afastando o bloco da posição de equilíbrio e abandonando-o, ele oscila
na figura I com período TI e na figura lI com período TII. Determine TI / TII.
01 (ITA) Um corpo de massa m = 2 kg oscila verticalmente em movimento
harmônico simples, suspenso por uma mola helicoidal ideal. As posições
Figura I ocupadas pelo corpo são registradas em uma fita vertical de papel, por
meio de um estilete preso ao corpo. A fita desloca-se horizontalmente com
velocidade constante de 0,2 m/s.
Figura II
y
09 (ITA) Suponha que as duas molas da figura tenham constantes
0,75 m
diferentes k1 e k2. Mostre que a frequência f da oscilação do bloco é então
0–
dada por f12 + f22 em que f1 e f2 são as frequências nas quais o bloco 0,2 m
oscilaria se estivesse conectado apenas à mola 1 ou à 2.

K1 K2
M Determine:

a. a frequência e a amplitude do movimento do corpo;


10 (ITA) No início do século, Alber t Einstein propôs que forças b. a constante elástica da mola, adotando p2 = 10;
inerciais, como aquelas que aparecem em referenciais acelerados, c. a equação horária do movimento do corpo, sabendo que, no instante
sejam equivalentes às forças gravitacionais. Considere um pêndulo de t = 0, a elongação é nula e o corpo está subindo.
comprimento L suspenso no teto de um vagão de trem em movimento 02 (ITA) Na figura está representado um pêndulo simples, de período
retilíneo com aceleração constante de módulo a, como mostra a figura. igual a T. Colocando-se um prego (P) na posição indicada, o pêndulo,
Em relação a um observador no trem, determine o período de pequenas na máxima elongação para a esquerda, fica com a configuração indicada
oscilações do pêndulo ao redor da sua posição de equilíbrio qO. pela linha pontilhada, voltando, depois, à sua configuração inicial. Qual é
o período de oscilação desse sistema?

qo →
a
30,0 cm l = 40,0 cm

11 Dois blocos, 1 e 2, de massas m1 e m2, respectivamente, comprimem


uma mola, de constante elástica k, de uma distância x³ em relação à sua 03 (ITA) Um bloco está apoiado em uma plataforma horizontal inicialmente
posição de equilíbrio. O bloco 1 está preso à mola, enquanto o bloco 2 é em repouso na posição indicada na figura:
mantido em contato com o bloco 1, porém sem estar preso a ele, por um
agente externo, conforme mostra a figura. O conjunto, inicialmente em x (cm)
repouso, em um dado momento, é deixado livre por esse agente externo. 40
Despreze todas as formas de dissipação de energia.
0

1 2
– 40

x0 A plataforma passa, então, a oscilar verticalmente em MHS de amplitude


ponto de equilíbrio do 40 cm e período 1 s. Determine a elongação em que o bloco perde contato
sistema massa-molar com a plataforma, adotando g = 10 m/s2 e p2 = 10.

IME-ITA 219
Física II – Assunto 9

04 (ITA) Para se determinar a massa específica de um material, fez-se constante e a areia escoa regularmente pelo orifício. Qual das figuras a
um cilindro de 10,0 cm de altura desse material flutuar dentro do mercúrio, seguir melhor representa o perfil da areia depositada?
mantendo o seu eixo perpendicular à superfície do líquido. Posto a oscilar
verticalmente, verificou-se que o seu período era de 0,60 s. Determine o (A) (D)
valor da massa específica do material. A B A B
(Dados: Sabe-se que é o valor da massa específica do mercúrio é de (B) (E)
1,36.104 kg/m3 e que a aceleração da gravidade local é de 10,0 m/s2.) A B A B

05 (ITA) Uma mola de massa desprezível tem constante elástica K e (C)


A B
comprimento Lo quando não esticada. A mola é suspensa verticalmente por
uma das extremidades e na outra extremidade é preso um corpo de massa
10 O pêndulo mostrado abaixo tem seu movimento controlado por duas
m. Inicialmente o corpo é mantido em repouso numa posição tal que a força
molas. Determine o seu período de vibração.
exercida pela mola seja nula. Em seguida, a massa m é abandonada com
velocidade inicial nula. Desprezando as forças dissipativas, determine:

O L

Lo
m
k k
m
11 Esquematize a trajetória de uma partícula que se move no plano xy de
acordo com as equações: x = xmcos(ωt – π/2) e y = 2xmcos(ωt).
a. o comprimento máximo da mola;
12 O diagrama mostrado na figura a seguir é o resultado da combinação
b. as equações horárias das posições e das velocidades do movimento da
de dois movimentos harmônicos simples x = x mcos(ω xt ) e
massa m, relativamente a um sistema de coordenadas com a origem
y = ymcos(ωyt + φy).
em O, o eixo Ox na vertical e orientada para baixo e começando a y
contar o tempo a partir do instante em que a massa m é abandonada.

06 Dois blocos (m = 1,0 kg e M = 10 kg) e uma única mola (k = 200


N/m) estão colocados em uma superfície horizontal sem atrito, como ilustra
a figura. O coeficiente de atrito estático entre os blocos é de 0,40. Qual a x
máxima amplitude possível do movimento harmônico simples, se não houver
deslizamento entre os blocos?
K m
a. Qual é o valor de xm / ym ?
M
b. Qual é o valor de ωx / ωy ?
c. Qual é o valor de φy ?
07 Um bloco B de 25 kg é suportado verticalmente por uma mola cuja
constante elástica vale 1.600 N /m. 13 Um elétron move-se num plano xy (x horizontal e y vertical) de acordo
A velocidade de B é de 0,72 m/s para cima, quando B está 0,12 m abaixo com as trajetórias abaixo. Em cada caso, determine a relação entre
de sua posição de equilíbrio, no instante t= 2s. T
Determine: os períodos de cada componente de movimento do elétron x .
Ty
a. A amplitude da vibração livre de B;
a. b. c.
b. A máxima aceleração

08 Um motor de velocidade variável está rigidamente preso à viga BC. O motor


está ligeiramente desbalanceado e faz a viga vibrar com frequência angular igual
a velocidade do motor. Quando a velocidade do motor é menor que 600 rpm
ou maior que 1.200 rpm, observa-se que um pequeno objeto colocado em A
permanece em contato com a viga. Para velocidades entre 600 e 1.200 rpm,
o objeto “dança” e verdadeiramente perde o contato com a viga. Determine a
amplitude do movimento de A quando a velocidade do motor é: d. e. f.
B A C
a. 600 rpm;
b. 1.200 rpm.

09 (FUVEST-SP) A figura ilustra um pêndulo formado por


um fio e uma esfera oca, cheia de areia, com um orifício em
sua extremidade inferior. O pêndulo oscila com amplitude

A B
220 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples

RASCUNHO

IME-ITA 221
Ondas (I) A ssunto
10
Física II

1. Definição Mistas: vibrações transversais e longitudinais.

É uma forma de transporte de energia por um meio que não é transportado.


Ex.: Luz, som, ondas do mar, raio X, corda de um violão, etc.

2. Classificação
Ondas mecânicas: são deformações causadas em meios elásticos
propagando a energia mecânica através de suas partículas sem que estas
sejam transportadas. Uma onda mecânica nunca se propaga no vácuo.
Ex.: som, ondas do mar, corda do violão, etc.

Onda eletromagnética: são perturbações elétricas e magnéticas que
se propagam no vácuo com velocidade de 3 · 108 m/s.
Ex.: luz visível, ondas de celular, rádio e TV, raios X , etc.
2.2 Ondas eletromagnéticas
2.1 Ondas mecânicas
São ondas geradas por cargas elétricas oscilantes e não necessitam
Longitudinais: direção da vibração igual à da propagação. de um meio material para se propagar, podendo se propagar no vácuo.
Constituem-se de um campo elétrico e outro magnético que oscilam
perpendicularmente entre si, conforme figura a seguir.

Onda eletromagnética


Campo magnético (B)

Transversais: direção da vibração perpendicular à da propagação.



Campo elétrico (E)

Direção de propagação
Comprimento de onda (λ)

Abaixo estão representadas as aplicações das OEM:

222 Vol. 3
Ondas (I)

Frente de onda, raio de onda, pulso e trem de ondas  x  2π


=y P A cos [ ω( t − Dt ) +=
ϕo ] A cos ω( t − P ) + ϕo  substituindo ω =
 v  T
raio de onda
Frente de onda é a fronteira  2π xP   t xP 
=y P A cos  ( t − )= + ϕ o  A cos 2π ( − ) + ϕ o 
entre a região já atingida pela •
•  T v   T vT 
onda e a região ainda não •
atingida.   t x 
=y A cos 2π  –  + ϕ0  = y A cos [ ωt – kx + ϕ0 ]
Raio de onda é uma linha   T λ 
orientada que tem origem na frente de onda

fonte de ondas e é perpendicular 2π
onde k = é chamado de número de onda.
às frentes de ondas. Os raios de onda indicam a direção e o sentido de λ
propagação das ondas em um meio.
3.1 Velocidade de
Pulso é uma onda que consiste em uma única frente de onda, como ondas transversais em cordas
por exemplo, a perturbação produzida em uma corda movendo-se sua onde:
extremidade uma única vez para cima e para baixo.
T
Trem de ondas é um conjunto de pulsos. v=
µ
2.3 Ondas periódicas unidimensionais em que:
v → velocidade de propagação da onda m
µ é a densidade linear de massa da corda→ µ =
λ → comprimento de onda L
L é o comprimento do fio
f → frequência v = λ.f T é a tensão à qual a corda está submetida
T → período = v.T
3.2 Reflexão
“Uma onda, propagando-se em um certo meio, voltará a se propagar
neste meio ao incidir em uma superfície que separa este meio de outro
λ crista
meio com características diferentes (velocidade, comprimento de onda).”
• Atenção: A onda refletida mantém a velocidade, o comprimento de
 A (amplitude) onda e a frequência. Apenas a fase pode sofrer inversão.
v
fonte 3.2.1 Em cordas
constante

vale


λ

3. Equação de onda unidimensional


Para facilitar a compreensão será utilizado como exemplo a propagação
de uma onda em uma corda esticada. A fonte vibra em MHS com frequência
f e amplitude A em:
yF = A cos (ωt + ϕΟ)
extremidade fixa: há inversão de fase.
Cada ponto P da corda executa um MHS de mesma amplitude, porém
xp
estão defasados de um intervalo de tempo Dt= extremidade livre: não há inversão de fase.
v
y 3.2.2 Em superfícies líquidas

A
yF
yP •P
fonte
constante XP
x


-A

IME-ITA 223
Física II – Assunto 10

3.3 Refração V1 λ1
Raio retratado
“É a passagem de uma onda de um meio para outro com características
diferentes. Essas características são: a velocidade, o comprimento de onda θ2
e possivelmente a direção de propagação.” Raio incidente
θ1
ATENÇÃO: A onda refratada mantém a frequência. A fase pode sofrer
inversão.
Raio retratado
A partir do Teorema de Fermat temos a relação entre os ângulos de

Re
θ1

ta
incidência e refração e as velocidades de propagação em cada meio:

per
senθ1 senθ2

pen
=

dic
v1 v2

u la
r
Como a frequência não se altera, podemos também relacionar os
ângulos com os comprimentos de onda: V2
senθ1 senθ2 senθ1 senθ2
= → = λ2
λ1f λ2f λ1 λ2
A figura abaixo ilustra a refração de uma onda mostrando a frente de Nota: Repare que os ângulos que utilizamos na fórmula de refração
onda, o raio de onda e os ângulos envolvidos: podem ser vistos pelo raio incidente e a normal (assim como na óptica)
ou entre a frente de onda e o dioptro.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Uma onda eletromagnética propaga-se no vácuo (c=3 · 105m/s). 02 O gráfico abaixo representa uma onda que se propaga com
Em

um 
certo instante da componente do campo elétrico é dado por: velocidade igual a 300 m/s.
   
E = 2 i + 3 k e o campo magnético dado por: B = i + j − k Determine 2,25 cm
o vetor velocidade de propagação da onda.

Solução:
 
  E×B
Segundo o vetor de Poynting  S =  que determina o fluxo de
 µ o  1,6 cm
 
energia obtida pelo produto vetorial dos vetores E e B:
y
Determine:

E a. a amplitude da onda; c. a frequência;


b. o comprimento de onda; d. o período.

E·B Solução:
a. A amplitude da onda é dada pela distância da origem até a crista
1, 6
x da onda, ou seja: =A = 0, 8 cm
2
b. O comprimento de onda é dado pela distância entre duas cristas
ou entre 3 nodos, ou seja:
z B Como a figura mostra, a medida de três "meios-comprimento de
onda", podemos calculá-lo:
Assim: 3λ 2, 25 cm ⋅ 2
              = 2, 25 cm → λ = → λ = 1, 5 cm
( ) ( )
E × B = 2 i + 3 j × i + j − k = 2 k + 2 j − 3 k − 3 i = −3 i + 2 j − k 2 3
c. Sabendo a velocidade de propagação e o comprimento de onda,
Para que este vetor tenha módulo igual à velocidade da luz no vácuo, podemos calcular a frequência através da equação:
devemos transformá-lo em um vetor unitário: v
         v = λf → f =
 −3 i + 2 j − k −3 i + 2 j − k −3 i + 2 j − k λ
u=    = = Substituindo os valores na equação:
−3 i + 2 j − k 32 + 22 + 12 14
300 m / s
f= → f = 20000 Hz
Agora basta multiplicarmos este vetor de tamanho 1 por c (3.108). Assim 0, 015 m
  
 8 −3 i + 2 j − k d. Como o período é igual ao inverso da frequência:
o vetor velocidade da OEM será dado por: v = 3 ⋅ 10 1 1
14 T= → T= → T = 5 ⋅ 10−5 s
f 20000

224 Vol. 3
Ondas (I)

03 Uma agulha vibratória produz ondas com velocidade de propagação 160


igual a 160 m/s e comprimento de onda de 1 mm, chegando em uma v2 =
2
diferença de profundidade com um ângulo formado de 45° e sendo
refratado. Após a mudança de profundidade o ângulo refratado passa v 2 = 113,1 m/s
a ser de 30°. Qual é a nova velocidade de propagação da onda? A velocidade da onda refratada será 113,1 m/s.
E o comprimento das ondas refratadas? Para calcular o comprimento de onda refratada, utilizamos a Lei de Snell,
utilizando a relação com comprimentos de onda:
Solução:
Utilizando a fórmula de refração: senθ1 λ1
senθ1 v1 λ1 =
= = senθ2 λ 2
senθ2 v 2 λ 2
senθ2
λ2 = ⋅ λ1
Utilizando a relação com velocidades de propagação, chegamos a senθ1
equação:
senθ1 v1 sen30o
λ2 = ⋅ 1 mm
= sen45o
senθ2 v 2
1
senθ2
v2 = ⋅ v1 λ2 = 2 ⋅ 1 mm
senθ1 2
sen30o 2
v2 = ⋅ 160
sen45o 1 mm
λ2 =
1 2
2 λ 2 = 0, 7 mm
v2 = ⋅ 160
2
2

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 (FUVEST) A figura mostra o perfil de uma onda harmônica com 04 (FUVEST) Provoca-se uma perturbação no centro de um recipiente
frequência de 200 Hz, que se propaga numa corda: quadrado contendo líquido, produzindo-se uma frente de onda circular. O
recipiente tem 2 m de lado e a velocidade da onda é de 1 m/s. Qual das
figuras abaixo melhor representa a configuração da frente de onda, 1,2
segundos após a perturbação?

(A)

2 cm
Determine, para essa onda:

a. a amplitude; (B)
b. o comprimento de onda;
c. a velocidade de propagação.

02 (FUVEST) Um turista, observando o mar de um navio ancorado, avaliou


(C)
em 12 metros a distância entre as cristas das ondas que se sucediam. Além
disso, constatou que decorreram 45 segundos até que passassem por
ele 19 cristas, incluindo nessa contagem tanto a que passava no instante
em que começou a marcar o tempo como a que passava por ele quando
terminou. Calcule a velocidade de propagação das ondas. (D)
03 (FUVEST) Considere as proposições seguintes e classifique-as em
verdadeiras (V) ou falsas (F):

I. Refração é o fenômeno que consiste em uma onda passar de um meio (E)


para o outro.( )
II. Na refração, a frequência da onda não se altera.( )
III. Na refração, a velocidade da onda pode variar ou não.( )
IV. Na refração, a direção de propagação da onda pode variar ou não.( )

IME-ITA 225
Física II – Assunto 10

05 Observe a figura. Ela representa uma onda Sabendo que na região rasa a velocidade da onda e de 6 cm/s e que a
plana que se propaga na superfície da água de uma distância entre duas frentes consecutivas na região profunda é de 3 cm,
piscina e incide sobre uma barreira. A alternativa que determine:
melhor representa a propagação da onda, após ser
refletida pela barreira, é: a. a velocidade da onda, na região profunda;
b. o comprimento de onda, na região rasa;
c. a frequência das ondas na região rasa e na região profunda.
90º
90º (D)
(A)
09 Na figura abaixo representa-se um trem de ondas retas que passa de um
meio 1 para um meio 2. A separação entre os traços indica o comprimento
de onda λ:

(B) (E)
90º
90º

(C) Aponte a alternativa que condiz com a verdade:


90º
(A) A figura não está correta, porque, se λ2 > λ1, deveríamos ter α1 < α2.
(B) A figura está correta e a velocidade de propagação da onda em 2 é
maior que em 1.
06 No diagrama abaixo, representamos uma onda propagando-se do meio (C) A figura representa corretamente uma onda passando de um meio
(1) para o meio (2). São dados λ1 e λ2. para outro mais refringente que o primeiro.
(D) A figura não está correta, porque o comprimento de onda não varia
quando uma onda passa de um meio para o outro.
(E) Todas as afirmações anteriores estão erradas.

10
Onda
Onda sonora
luminosa
Ar
Vidro
a. O que se pode dizer sobre a frequência da onda nos dois meios?
b. Em qual dos dois meios a onda se propaga com maior velocidade? a. Uma onda sonora e uma onda luminosa monocromática, após se
propagarem no ar, sofrem refração ao passarem do ar para o vidro.
07 O pulso proveniente da esquerda é transmitido através da junção P a Esquematize suas trajetórias no vidro, justificando.
uma outra corda, como se vê na figura: b. Se a onda sonora tiver frequência de 1 kHz, qual será seu comprimento
de onda no vidro? Ela continuará, nesse meio, a ser uma onda sonora?
Justifique.
(Dados: Vsom = 5.000 m/s; Vsoma = 340 m/s.)
vidro ar(15°C)

11 Considerando o fenômeno de ressonância, o ouvido humano deveria


ser mais sensível a ondas sonoras com comprimentos de onda cerca de
quatro vezes o comprimento do canal auditivo externo, que mede, em média,
Qual a razão entre a velocidade do pulso v1, antes da junção e v2 depois? 2,5 cm. Segundo esse modelo, no ar, onde a velocidade de propagação
do som é 340 m/s, o ouvido humano seria mais sensível a sons com
08 Tem-se uma cuba de ondas com água em que há uma região rasa frequências em torno de:
e outra profunda. São geradas ondas retas com uma régua, na região
profunda, tal que na separação das regiões encontramos os ângulos de (A) 34 Hz. (D) 3.400 Hz.
60° e 45°, conforme a figura: (B) 1.320 Hz. (E) 6.800 Hz.
(C) 1.700 Hz.

12 Radiações, como raios X, luz verde, luz ultravioleta, micro-ondas ou


ondas de rádio, são caracterizadas por seu comprimento de onda (λ) e
por sua frequência (f). Quando essas radiações propagam-se no vácuo,
todas apresentam o mesmo valor para:

(A) λ. (D) λ/f.


(B) f. (E) λ2/f.
(C) λ · f.

226 Vol. 3
Ondas (I)

13 Por um banhista passam 11 (onze) cristas de onda em 20 segundos. 02 (ITA) Uma corda homogênea de densidade linear igual a 0,50 kg/m
Determine a frequência e o período da onda correspondente. está tracionada com uma força de intensidade F. Uma perturbação aplicada
na corda produz uma onda que se propaga por ela com velocidade de
14 (Unifor) Para se perceber dois sons distintamente, é necessário que 6,0 m/s. Qual a intensidade F da força?
eles sejam separados por um intervalo de tempo de, no mínimo, 0,10 s. 03 (ITA) Uma corda de comprimento l = 50,0 cm e massa m = 1,00
A velocidade do som no ar é de 3,4 · 102 m/s. Uma pessoa produz um g está presa em ambas as extremidades sob tensão F = 80,0 N. Nestas
som a certa distância de uma parede. Para que a pessoa ouça nitidamente condições, qual a frequência fundamental de vibração desta corda?
o eco, é necessário que a parede esteja à distância mínima de:
04 Dois pulsos circulares A e B são produzidos no ponto O da superfície
(A) 10 m. (D) 42 m. tranquila da água de uma cuba de ondas. Os pulsos incidem em um anteparo
(B) 17 m. (E) 70 m. plano colocado dentro da cuba, sofrendo reflexão. Sabendo que os pulsos
(C) 30 m. propagam-se na água com velocidade de 43 cm/s e que A foi produzido no
instante t = 0, determine a configuração do sistema no instante t = 1,0 s.
15 Em uma extremidade de um tanque de ondas, mergulhou-se uma
chapa grossa de vidro, de forma trapezoidal, representada na figura por
1, 2, 3 e 4. A finalidade da chapa é criar, na respectiva extremidade, uma
região em que a profundidade da água é menor que na outra. Ondas planas
produzidas na região de água profunda incidem sobre a linha divisória 1-4,
como indicado na figura. A velocidade dessas ondas é maior na água mais
profunda do que na rasa. Quais dos desenhos propostos a seguir mostra
corretamente o que acontece às ondas, à direita da linha 1-4?
1 2

água 05 Uma boia pode se deslocar livremente ao longo de uma haste vertical,
água fixada no fundo do mar. Na figura abaixo, a curva cheia representa uma
profunda
rasa onda no instante t = 0 s e a curva tracejada, a mesma onda no instante
t = 0,2 s. Com a passagem dessa onda, a boia oscila.

4 3

(A) (D)
Boia
haste 0,5 m

Nesta situação, o menor valor possível da velocidade da onda e o


correspondente período de oscilação da boia valem:
(B) (E)
(A) 2,5 m/s e 0,2 s. (D) 5,0 m/s e 0,8 s.
(B) 5,0 m/s e 0,4 s. (E) 2,5 m/s e 0,8 s.
(C) 0,5 m/s e 0,2 s.

06 Cada figura a seguir representa, em um dado instante, o valor (em


escala arbitrária) do campo elétrico E associado a uma onda eletromagnética
(C) que se propaga no vácuo ao longo do eixo x, correspondente a uma
determinada cor. As cores representadas são violeta, verde e laranja, não
necessariamente nesta ordem. Sabe-se que a frequência da luz violeta é
a mais alta dentre as três cores, enquanto a da luz laranja é a mais baixa.
Identifique a alternativa que associa corretamente, na ordem de cima para
baixo, cada cor com sua respectiva representação gráfica:

EXERCÍCIOS NÍVEL 2

01 (ITA) Um barco A navega contra as ondas a uma velocidade de 4 m/s.


Uma embarcação B, ancorada, oscila com uma frequencia de 0,03 s–1.
Sabendo que não há correnteza, mas que as ondas se propagam com a
velocidade de 2,4 m/s, determine a frequência de oscilação do barco A.

IME-ITA 227
Física II – Assunto 10

(A) Laranja, violeta, verde. (D) Violeta, laranja, verde. 09 Uma onda transversal propagando-se pelo espaço é representada a
(B) Violeta, verde, laranja. (E) Verde, laranja, violeta. seguir pelos gráficos x – y e y – t, nos quais y representa a amplitude, x a
(C) Laranja, verde, violeta. posição e t o tempo.

07 Na prospecção de petróleo, o método mais utilizado para sondar y(m)


30
o subsolo baseia-se na reflexão de ondas sísmicas. Tais ondas são
normalmente geradas por explosões subterrâneas próximas à superfície.
As figuras adiante ilustram o método no qual uma onda de compressão se
x(m)
propaga em uma frente de onda esférica a partir do ponto de detonação
de uma carga explosiva. Nesse exemplo, o subsolo é formado por três
camadas de rochas, caracterizadas por três diferentes velocidades de
propagação das ondas v1, v2 e v3, respectivamente, conforme ilustra a y(m)
5,0
figura I. As informações relativas ao subsolo são inferidas por meio de
uma análise das ondas refletidas, cujas intensidades são medidas com
um conjunto de microfones especiais, denominados geofones. A figura II
mostra os sinais elétricos, em função do tempo, gerados em dois geofones t(s)
pela passagem das ondas sísmicas produzidas por uma única explosão
ocorrida no instante t = 0 s.
Após a análise dos gráficos, pode-se afirmar que o comprimento de onda, o período,
a frequência e a velocidade de propagação dessa onda são, respectivamente:

(A) 20 m, 10 s, 0,1 Hz e 2,0 m/s.


(B) 30 m, 5,0 s, 0,2 Hz e 6,0 m/s.
(C) 30 m, 5,0 s, 0,5 Hz e 10 m/s.
(D) 20 m, 10 s, 0,5 Hz e 10 m/s.
(E) 20 m, 5,0 s, 0,1 Hz e 2,0 m/s.

10 (Fuvest) Um sensor, montado em uma plataforma da Petrobras, com


posição fixa em relação ao fundo do mar, registra as sucessivas posições
de uma pequena bola que flutua sobre a superfície da água, à medida que
uma onda do mar passa por essa bola continuamente. A bola descreve
um movimento aproximadamente circular, no plano vertical, mantendo-se
em torno da mesma posição média, tal como reproduzido na sequência
de registros a seguir, nos tempos indicados. O intervalo entre registros é
Com o auxílio das figuras I e II, julgue os itens abaixo: menor do que o período da onda. A velocidade de propagação dessa onda
senoidal é de 1,5 m/s.
(1) Considerando a figura I, é correto deduzir que v1 < v2 < v3.
(2) A curva A (figura II) refere-se ao sinal produzido pelo geofone Z (figura I).
(3) É correto supor que o terceiro sinal detectado em cada uma das curvas
0,4m

g
A e B da figura II possa ter sido originado de uma reflexão em uma
terceira interface mais profunda não mostrada na figura I ou de uma
reflexão múltipla dentro de uma das camadas.
(4) As figuras permitem concluir que a amplitude da onda sísmica decresce t=0s t=3s t=6s t=9s
com a distância de propagação da onda e que, portanto, a onda sísmica
perde intensidade ao se propagar. Para essas condições:
(5) Admitindo que a distância entre o explosivo e o geofone Y seja de a. determine o período T, em segundos, dessa onda do mar;
600 m, que a velocidade de propagação da onda sísmica na camada b. determine o comprimento de onda, em m, dessa onda do mar;
1 seja v1 = 5 km/s e que o tempo transcorrido desde a explosão até c. represente um esquema do perfil dessa onda, para o instante t = 14 s,
a chegada do sinal ao geofone Y seja de 0,2 s, então, em relação à tal como visto da plataforma fixa. Indique os valores apropriados nos
situação mostrada na figura I, é correto concluir que a interface entre eixos horizontal e vertical.
as camadas 1 e 2 está localizada a 400 m de profundidade.
11 (Unicamp) O sistema GPS (Global Positioning System) consiste em
08 A densidade linear de uma corda vibrante é 1,6 · 10 – 4 kg/m. Uma um conjunto de satélites em órbita em torno da Terra que transmitem
onda transversal se propaga na corda e é descrita pela seguinte equação: sinais eletromagnéticos para receptores na superfície terrestre. A
velocidade de propagação dos sinais é de 300.000 km/s. Para que o
y = (0,021 m)sen[(2,0 m –1)x + (30 s –1) t] sistema funcione bem, a absorção atmosférica desse sinal eletromagnético
deve ser pequena. A figura abaixo mostra a porcentagem de radiação
a. Qual é a velocidade da onda? eletromagnética absorvida pela atmosfera em função do comprimento de
b. Qual é a tensão na corda? onda:

228 Vol. 3
Ondas (I)

100 14 (AFA) Considere um sistema formado por duas cordas diferentes,


Fração absorvida (%)

com densidades µ1 e µ2 tal que µ1 > µ2, em que se propagam dois pulsos
idênticos, conforme mostra a figura abaixo.
50

0
10–9 10–7 10–5 10–3 10–1 10–1 10–3
Comprimento de onda (m)
A opção que melhor representa a configuração resultante no sistema após
a. A frequência do sinal GPS é igual a 1.500 MHz. Qual o comprimento os pulsos passarem pela junção das cordas é:
de onda correspondente? Qual a porcentagem de absorção do sinal
pela atmosfera? (A)
b. Uma das aplicações mais importantes do sistema GPS é a determinação
da posição de um certo receptor na Terra. Essa determinação é feita
através da medida do tempo que o sinal leva para ir do satélite até o
receptor. Qual é a variação Δt na medida do tempo feita pelo receptor (B)
que corresponde a uma variação na distância satélite-receptor de
Δx = 100 m? Considere que a trajetória do sinal seja retilínea.

12 (Unicamp) Uma antena de transmissão de telefonia celular situa-se no (C)


topo de uma torre de 15 m de altura. A frequência de transmissão é igual
a 900 MHz e a intensidade da radiação emitida varia com a distância em
relação à antena, conforme o gráfico:
(D)
102
Intensidade (W/m2)

101

EXERCÍCIOS NÍVEL 3
100

10–1 01 (IME) Um pulso triangular é produzido na extremidade A de uma


corda AB, de comprimento L = 5,0 m, cuja outra extremidade B é livre.
10–2 Inicialmente, o pulso se propaga de A para B com velocidade constante
0 5 10 15 20 v. A figura a representa o perfil da corda no instante t segundos e a figura
Distância de antena (m) b representa o perfil da corda no instante (t + 7) segundos. Determine a
velocidade (v) de propagação da onda, admitindo que a configuração da
a. Qual a intensidade da radiação em um aparelho de telefone celular que figura b esteja ocorrendo pela primeira vez, após o instante t.
está posicionado na base da torre da antena?
b. O limite de segurança para a radiação eletromagnética nessa faixa
de frequências é de aproximadamente 1 mW/cm2. Qual a distância a.
mínima que uma pessoa pode ficar dessa antena sem ultrapassar o
limite de segurança?

13 (UFPE) As curvas A e B representam duas fotografias sucessivas de


uma onda transversal que se propaga numa corda. O intervalo entre as b.
fotografias é de 0,008 s e é menor do que o período da onda. Calcule a
velocidade de propagação da onda na corda, em m/s.
y(mm) 02 Uma placa infinitamente rígida encontra-se suspensa do teto por
1,0 duas cordas elásticas de comprimento 1. Uma terceira corda, igualmente
elástica e de comprimento 2, tem uma extremidade fixada à placa e
0,5 outra submetida a uma força vertical F2. Em um dado instante, um pulso
horizontal FH é aplicado nesta última extremidade. Determine o tempo
transcorrido entre a aplicação do pulso e a chegada das ondas transversais
0,0 no teto, considerando a massa das cordas desprezível na presença da
massa da placa e uma tração constante ao longo das cordas.
–0,5

–1,0

0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8


x(m)

IME-ITA 229
Física II – Assunto 10

06 (FUVEST) Ondas planas propagam-se na superfície da água com


l1 l1 velocidade igual a 1,4 m/s e são refletidas por uma parede plana vertical,
l1
2 2 onde incidem sob ângulo de 45°. No instante t = 0, uma crista AB ocupa
a posição indicada na figura.
l1
4
A V 45o 1,0 m
l2
FH
P
F2
B

Dados: 2,0 m
– massa da placa: M = 210 kg
– comprimento 1 =0,5 m a. Depois de quanto tempo essa crista atingirá o ponto P?
– comprimento 2 =1,0 m b. Esboce a configuração da crista quando passa por P.
– força F2 = 300 N
– aceleração da gravidade: g = 10 m/s2 07 (UFRRJ) Após atingir a junção de dois fios de densidades lineares
– massa por unidade de comprimento das cordas: µ = 0,030 kg/m diferentes, um pulso gera outros dois, um refratado e um refletido. A figura
03 Prove que, se uma onda transversal está se propagando ao longo de ilustra o perfil das cordas unidas 0,01 s depois de o pulso atingir a junção.
uma corda, então a inclinação de qualquer ponto da corda é numericamente
igual à razão entre a velocidade escalar da partícula e a velocidade escalar (A) (B)
da onda naquele ponto.

04 Na figura 1, abaixo, a corda 1 tem uma densidade linear de 3,00 g/m 5,0 m 2,50 m
e a 2, uma densidade linear de 5,00 g/m. Elas estão sob tensão devido a
um bloco suspenso de massa M = 500 g. a. Em qual das duas cordas estava o pulso incidente?
µ 
FIGURA 1 FIGURA 2
b. Qual é a razão entre as densidades lineares das duas cordas  A ?
corda 1 corda 2 corda 1 corda 2  µB 
08 (PUC) A figura a seguir representa dois instantâneos de uma corda
pela qual se propaga um pulso transversal. A tração na corda é de 784 N
e a densidade linear é 10 g/m.
nó M1 M2
M

3,0m 4,0m
a. Calcule a velocidade de onda em cada corda.
b. O bloco é agora dividido em dois (com massas M1 + M2 = M), de
acordo com a configuração da figura 2. Determine as massas M1 e
M2 para que as velocidades de onda, nas duas cordas, sejam iguais.

05 (IME) Uma corda é fixada a um suporte e tensionada por uma esfera


Podemos afirmar corretamente que a velocidade de propagação do pulso
totalmente imersa em um recipiente com água, como mostra a figura.
e o intervalo de tempo entre a duas fotografias (instantâneos), valem
Desprezando o volume e a massa da corda em comparação com o volume
respectivamente:
e a massa da esfera, determine a velocidade com que se propaga uma
onda na corda. (A) 280 m/s e 0,0393 s
(B) 280 m/s e 0,0525 s
(C) 140 m/s e 0,0393 s
(D) 140 m/s e 0,0525 s
(E) 140 m/s e 0,0745 s

Dados:
aceleração da gravidade: g = 10 m/s²
densidade linear da corda: d = 1,6 g/m
massa da esfera: m = 500 g
volume da esfera: V = 0,1 dm3
massa específica da água: d = 1000 kg/m3

230 Vol. 3
Geradores e receptores A ssunto
7
Física III

1. Introdução Obs.: poderemos também em alguns casos trabalhar com os chamados


geradores ideais. São aqueles que possuem resistência interna nula (não
Neste capítulo, estudaremos dois elementos importantes integrantes há perdas de energia em seu interior) e, com isso, toda a tensão do gerador
dos circuitos elétricos: os geradores e os receptores. Veremos basicamente é transferida ao circuito.
como se comportam, quais são suas características, tensões, potências
e seus rendimentos.
No final, iremos apresentar a Lei de Pouillet, que será a ferramenta para
resolvermos circuitos simples que possam conter geradores e receptores. U=e

2. Geradores elétricos
A função do gerador elétrico é transformar qualquer tipo de energia
(mecânica, química,etc.) em energia elétrica. Ex.: pilhas, baterias. 2.2 Gerador em circuito aberto
Desta forma, o gerador elétrico é essencial em qualquer circuito elétrico. Considere um gerador que não está ligado à nenhuma resistência. Pelo
fato do circuito estar aberto, não haverá passagem de corrente elétrica
Simbologia
pelo gerador.
–i r e +

onde:
r → resistência interna do gerador
e → força eletromotriz (f.e.m.)
Logo, analisando a equação do gerador, teremos que a tensão nos
2.1 Equação do gerador terminais do gerador (U) será igual à f e m (e).
Considere um gerador real, com f.e.m. e e resistência interna r, ligado
a uma resistência R.

U=e

A equação do gerador é definida como: 2.3 Gerador em curto circuito


U = e – ri Considere agora um gerador ligado pelos seus terminais a um fio de
resistência desprezível. Nesse caso, a d.d.p. entre seus terminais é nula. (U = 0).
Onde:
U → d.d.p. útil ou tensão fornecida ao circuito. E
e → força eletromotriz (fem) ou tensão total do gerador. r
– +
r · i → d.d.p. da resistência interna do gerador.

iCC
Repare que, no gerador, parte da tensão total (e) é transferida ao
circuito (U) e parte é consumida internamente pela resistência (r · i). iCC
O gráfico U x i de um gerador real tem o formato abaixo: R=0
Usando a equação do gerador, temos:
U = e – ri
0 = e – ri
e
iCC =
r

Onde iCC é chamada de corrente de curto circuito.


e
r

IME-ITA 231
Física III – Assunto 7

2.4 Potências no gerador 2.7 Associação de geradores


Multiplicando-se a equação do gerador por i, temos: U · i = e · i – r · i 2
Podemos associar geradores da mesma forma que associamos
resistores: em série, paralelo ou mista.
Onde: a. Geradores em série
Ui → potência útil (Pu)
ei → potência total (Pt)
ri2 → potência dissipada na resistência interna (Pd)

PÚTIL = PTOTAL – PDISSIPADA

Obs.: no caso do gerador ideal, a potência dissipada internamente na


resistência será nula e toda a potência total será útil ao circuito. A resistência equivalente dos geradores em série é a soma das
resistências internas de cada gerador e a f.e.m. equivalente é o somatório
das f.e.m.’s.
2.5 Rendimento do gerador (h) req = r1 + r2 + r3
O rendimento de um gerador é dado pela razão entre a potência útil eeq = e1 + e2 + e3
e a potência total.
b. Geradores iguais (mesma f.e.m.) em paralelo

PÚTIL Ui U r1 e
η= = =
PTOTAL εi ε

2.6 Potência máxima


transmitida pelo gerador r2 e r eq e eq

A potência útil é máxima quando a resistência equivalente do circuito


externo (onde estão ligados os terminais do gerador) for igual à resistência
interna do gerador r. r3 e

Pu = εi − r ⋅ i 2
dPu ε icc
Pu máximo = = ε − 2 ri = 0 ⇒ i = = A resistência equivalente dos geradores em paralelo e a fem equivalente
di 2r 2 são dadas por:
Aplicando equação do gerador
ε ε 1 1 1 1
U =ε−r = (I) = + +
2r 2 req r1 r2 r3
A d.d.p. da resistência equivalente do circuito externo é εeq = ε
ε
U=R (II)
2r 3. Receptores elétricos ou motores
Igualando as duas equações teremos A função dos receptores elétricos é receber a energia elétrica e
ε ε converter em outra forma de energia (mecânica → motores em geral;
R = ⇒R=r
2r 2 Química → baterias, acumuladores de carga).
Simbologia:

+ r’

Onde:
r’ → resistência interna do receptor
e’ → força contraeletromotriz (f.c.e.m.)

icc
2

232 Vol. 3
Geradores e receptores

3.1 Equação do receptor PTOTAL = PÚTIL + PDISSIPADA


Considere um receptor real, com f.c.e.m. e’ e resistência interna r’,
ligado a uma resistência R.

A equação do receptor é definida como:

U = e’ + r’ · i
3.3 Rendimento dos receptores (h)
Onde: O rendimento de um receptor é dado pela razão entre a potência útil
U → d.d.p. total recebida pelo receptor ou tensão fornecida e a potência total.
pelo circuito.
e’ → força contraeletromotriz (fcem) ou tensão útil do receptor. PÚTIL ε 'i ε '
r’ · i → d.d.p. da resistência interna do receptor. η= = =
PTOTAL Ui U

Observe que, no receptor, parte da tensão total (U) recebida é utilizada


pelo receptor (e’) e parte é consumida internamente pela resistência (r’ · i).
4. Circuitos elétricos simples
Os circuitos elétricos denominados simples são todos aqueles que
podem ser reduzidos à uma única malha.
O gráfico U x i de um gerador real tem o formato abaixo:
Lei de Pouillet

Σε − Σε'
i=
ΣR

Obs.:
1. O sentido da corrente no circuito é aquele em que : Σε > Σε '
2. A lei de Pouillet só pode ser aplicada a circuitos simples (uma
única malha)
3. Não confundir o sentido da corrente nos geradores e receptores: a
corrente entra pelo pólo negativo e sai pelo pólo positivo em um gerador
Obs.: assim como os geradores, poderemos em alguns casos trabalhar e entra pelo pólo positivo e sai pelo pólo negativo em um receptor,
com os chamados receptores ideais. São aqueles que possuem resistência como mostra a figura abaixo.
interna nula (não há perdas de energia em seu interior) e, com isso, toda
a tensão recebida pelo receptor será utilizada pelo mesmo. Gerador
i e i
r
i
U
U = e’ e’
U1 Receptor
i
r’

3.2 Potências no receptor U2 i

Multiplicando-se a equação do receptor por i, temos:


i R i
Resistor
Ui = e’i + r’ · i2

Onde:
Ui → potência total (Pt)
e’i → potência útil (Pu)
r’i2 → potência dissipada na resistência interna (Pd)

IME-ITA 233
Física III – Assunto 7

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01 Responda aos itens que se seguem. 03 O diagrama mostra como varia a tensão nos terminais de um receptor
em função da corrente elétrica que por ele circula:
a. Determine a força eletromotriz de um gerador de resistência interna igual
a 0,2 Ω, sabendo que a sua corrente de curto-circuito vale 30 A. U (V)
30
b. Qual é a diferença de potencial entre os terminais desse mesmo
gerador, em circuito aberto?

10
Solução:
a. A expressão para o cálculo da corrente de curto-circuito é:
0 4 i (A)
ε
icc =
r
ε Determine, para esse receptor:
30 =
0, 2
a. a força contraeletromotriz (e’) e a resistência interna (r’);
ε =6V b. a potência útil e o rendimento, quando a corrente elétrica que o
percorre é de 4 A.
b. No circuito aberto, a diferença de potencial é a própria força
eletromotriz. Solução:
a. pelo gráfico, quando i = 0, U = e’ = 10 V e para i = 4 A, a d.d.p.
U=e=6V U vale 30 V.

A equação do receptor é:
02 Temos, a seguir, a curva característica de um gerador e um circuito
U’ = e’ + r’ · i’
simples, em que esse gerador alimenta um resistor de resistência R.
30 = 10 + r’ · 4
r’ = 5W
U (V) +
e –
20 b. a potência útil é dada por:
U R
r i
PÚTIL = e’ · i = 10 · 4 = 40 W
0 10 i (A) P ε'
η = ÚTIL =
PTOTAL U
Determine: 10
η= ≅ 0, 33 = 33%
30
a. a equação do gerador;
b. a intensidade de corrente no circuito, se R for igual a 3 Ω;
04 No circuito representado abaixo, a bateria é ideal e a intensidade
Solução: de corrente i1 é igual a 1,5 A. O valor da força eletromotriz e da
a. A equação do gerador é: bateria é:
U = e – ri
Pelo gráfico, a d.d.p. máxima (que ocorre quando a corrente é nula) vale (A) 10 V.
20 V, ou seja, a f.e.m. é e = 20 V. (B) 20 V.
Quando a ddp é nula, a corrente é 10 A (corrente de curto circuito): (C) 30 V.
ε (D) 40 V.
icc = (E) 50 V.
r
20 2W i i2
10 =
r
r =2Ω i1
A equação do gerador é: + 12W
U = 20 – 2i e– 4W
b. e = REQ · i
20 = (3 + 2) · i 5W 8W
i = 4 A

234 Vol. 3
Geradores e receptores

Solução: Como os resistores de 5 W e 8 W estão curto-circuitados, Solução:


temos: 01. Incorreta: L1 brilha mais do que L2, mas L2 e L3 têm o mesmo brillho
porque estão em série (iL2 = iL3 ).
2W i A i2 A 02. Correta.
i1 04. Correta: L1 e L6 estão em série.
08. Correta: como L5 é curto-circuitado, as intensidades das correntes
+ no circuito se alteram.
e– 12W 4W Resposta: 14.

07 Uma bateria possui força eletromotriz e resistência interna R0. Para


determinar essa resistência, um voltímetro foi ligado aos dois polos da
B B bateria, obtendo-se V0 = e (situação I). Em seguida, os terminais da
bateria foram conectados a uma lâmpada. Nessas condições, a lâmpada
U AB = 12 i1 = 12 ⋅ 1, 5 ⇒ U AB = 18 V tem resistência R = 4W e o voltímetro indica VA (situação II), de tal forma
U AB = 4 i2 ⇒ 18 = 4 i2 ⇒ i2 = 4, 5 A V
que 0 =1,2.
VA
i = i1 + i2 ⇒ i = 6, 0 A
U AB = ε − 2 i
18 = ε − 2 ⋅ 6, 0 ⇒ ε = 30 V R=4 W
Resposta: Letra C.
R0 R0
05 Qual é o mínimo intervalo de tempo necessário para que um gerador V e V
e
de força eletromotriz e = 50 V e resistência interna de 3W possa fornecer,
a um resistor conveniente, 2 · 105 J de energia?

Solução: O intervalo de tempo é mínimo quando o gerador transfere Situação I Situação II


máxima potência ao resistor. Para isso, a resistência desse resistor deve
ser igual à resistência interna r do gerador, ou seja, 3 W.
2 Dessa experiência, conclui-se que o valor de R0 é:
ε
2 E 4 Er
Pot máx =  = ⇒ ∆tmin 2 (A) 0,8 W. (D) 0,2 W.
r ∆tmin ε (B) 0,6 W. (E) 0,1 W.
(C) 0,4 W.
4 ⋅ 2 ⋅ 105 ⋅ 3
∆tmin
502 Solução:
∆tmin = 960 s = 16 min V0 ε
= 1, 2 ⇒ VA =
Resposta: 16 minutos. VA 1, 2
06 No circuito mostrado, todas as lâmpadas são iguais. R1, R2 e R3 são VA ε
VA = 4 i ⇒ i = =
três resistores. A bateria representada tem resistência elétrica desprezível. 4 4, 8
Suponha que o interruptor l esteja aberto. ε ε
i= = ⇒ R0 = 0, 8 Ω
L2 L3 R0 + 4 4, 8
L1 R2 L6 Resposta: Letra A.
R1
L4 L5
08 Usando seis lâmpadas iguais e duas baterias iguais, foram montados
R3 os dois circuitos a seguir:

L1 L4

e
+ –
+ +
e– L2 L3 e– L5
Sabendo que o brilho de uma lâmpada depende da intensidade da corrente
elétrica que passa por ela, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).

01. L1 brilha mais do que L2 e esta, mais do que L3. L6


02. L2 e L3 têm o mesmo brilho.
04. L1 tem o mesmo brilho de L6. Considerando as baterias ideais e desprezando a influência da
08. Ao fechar o interruptor l, o brilho de L4 não permanece o mesmo. temperatura na resistência elétrica, compare o brilho da lâmpada L2
Dê como resposta a soma dos números associados às proposições com o da lâmpada L5.
corretas.

IME-ITA 235
Física III – Assunto 7

Solução: Em L, temos:
Sendo R a resistência elétrica de cada lâmpada, temos:
Pot L = UL i L ⇒ 3 = 6 i L ⇒ i L = 0, 5 A
No circuito da esquerda: Para calcular i1, note que UCB = UCA + U AB . Então:
ε ε 2ε 12 = UCA + 6 ⇒ UCA = 6V
i1 = = =
Re q R + R 3 R Em R1, calculamos i1:
2 UCA = R1i1 ⇒ 6 = 3 i1 ⇒ i1 = 2 A
i1 ε
i2 = ⇒ i2 = Para calcular R2 , podemos fazer:
2 3R
i1 = i2 + i L ⇒ 2 = i2 + 0, 5 ⇒ i2 = 1, 5 A
No outro circuito: U AB = R2 i2 ⇒ 6 = R2 ⋅ 1, 5 ⇒ R2 = 4 Ω
ε ε
i5 = =
Re q 3 R 10 No circuito esquematizado a seguir, as resistências do gerador e do
i2 = i5 ⇒ Brilhos iguais amperímetro são desprezíveis. A resistência interna do voltímetro é igual
a 10 kW.
Resposta: São iguais. 50 V

09 Considere ideal a bateria presente no circuito a seguir e calcule a


5 kW V 10 kW
resistência R2 para que a lâmpada L opere conforme suas especificações,
que são: 3W – 6V. A
R1=3 W
Determine as indicações do amperímetro e do voltímetro.

+ Solução:
12 V R2 L 50 V
– A
i i i

Solução: 5 kW 10 kW
10 kW
i1 R1=3 W
C A A
i2 iL B
+ ε = Req ⋅ I ⇒ 50 V = 10 k Ω ⋅ I ⇒ I = 5 mA
12 V 6V R2 6V L
– i = 2, 5 mA
U AB = 10 k Ω ⋅ 2, 5 mA ⇒ U AB = 25 V

B B B Resposta: 2,5 mA e 25 V

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 Determine a intensidade da corrente elétrica nos resistores R1, R2 e Calcule a d.d.p. entre os pontos A e B.
R3 do circuito a seguir:
03 Um gerador de força eletromotriz igual a e e resistência interna r alimenta
R2 = 4W
um resistor de resistência R. O esquema do circuito montado, bem como as
curvas características do gerador e do resistor, estão mostrados a seguir:
R3 = 12W
U(V)
R1 = 2W R4 = 4W e
+–
r –+
20
e = 80 V r = 1W
02 No circuito representado, o gerador é ideal: 10

5W B 30 V
0 5 10 i(A)
R

2W Determine:
a. e, r e R;
b. a potência dissipada no resistor;
A c. o rendimento elétrico do gerador.
3W

236 Vol. 3
Geradores e receptores

04 Em uma remessa de materiais importados há uma “caixa preta”


contendo um circuito elétrico desconhecido. Por meio de um conjunto de
medidas da corrente i, “puxada” da caixa, e da correspondente diferença L2=2 W L3=2 W
de potencial VA – VB entre os terminais A e B (figura 1) levantou-se a curva L1=4 W L4=4 W
característica mostrada na figura 2. Proponha um circuito elétrico que seja
equivalente àquele da “caixa preta” e identifique seus componentes.
VA – VB (V)
12 U
A
6 10 No circuito abaixo, F1 é um fusível de resistência de 0,3 W, que suporta
B
uma corrente máxima de 5 A, e F2 é um fusível de resistência de 0,6 W,
Figura 1 que suporta uma corrente máxima de 2 A. Determine o maior valor da
0 3 6 i(A) tensão E, de modo a não queimar nenhum fusível.
Figura 2
0,8 W

05 No circuito esquematizado, onde i = 0,6 A, determine a força


eletromotriz E do gerador ideal: + F1 F2
E –E

40 W i 60 W
11 A figura mostra um circuito elétrico, em que o gerador é ideal e tem
tensão de 6 V. O gerador alimenta o conjunto de resistores R1 = 40 W,
R2 = 10 W, R3 = 10 W e R4 = 15 W. Sendo os pontos a e b mantidos em
12 W aberto, qual a tensão entre eles?

06 No circuito esquematizado a seguir, calcule a intensidade de corrente +


R1 R3
no resistor de 30 W: 6 V–
10 W a b
2,5 W R2 R4
30 W
10 W
12 Uma bateria de força eletromotriz de 12 V e resistência interna
1W + – desprezível alimenta o circuito resistivo indicado na figura:

12 V A
I1 + I2
07 Considere o circuito esquematizado a seguir, em que o gerador tem 2W 12 V –
força eletromotriz e = 12 V e resistência interna r = 3 W:
B D 6W

e 4W C
12 W 12 W 12 W 12 W
r

a. Quais os potenciais nos pontos A e B, referidos à Terra?


Determine: b. Que a resistência que deve ser adicionada ao circuito, entre os pontos
C e D, para que o potencial no ponto A, referido à Terra, torne-se igual
a. a intensidade de corrente no gerador;
a 6 V?
b. a tensão entre os terminais do gerador.
13 A figura ilustra um gerador elétrico ligado a um resistor imerso em
08 Um gerador de força eletromotriz de 12 V e resistência interna de 1,0 · 10–2 kg de um líquido isolado termicamente. O gerador tem um
3W deve alimentar um aquecedor para levar determinada quantidade de rendimento de 50% e é movido por um corpo de massa igual a 1,0 kg.
água à temperatura de ebulição no menor tempo possível. O aquecedor Considerando o valor da aceleração da gravidade como 10 m/s2, calcule:
poderá ser constituído de um ou mais dos seguintes resistores: R1 = 6 W,
R2 = 3 W, R3 = 2 W. Esquematize o circuito apropriado. a. a energia elétrica gerada, se o corpo se desloca para baixo,
percorrendo, uma distância de 10 m com uma velocidade constante;
09 As lâmpadas L1, L2, L3 e L4 estão ligadas à fonte de tensão U, conforme b. a variação na temperatura do líquido após o corpo percorrer esses 10
o esquema. Todas as lâmpadas estão acesas. Se L2 “queimar”, o que m, considerando que nenhuma mudança de fase ocorre no líquido.
ocorrerá com os brilhos de L1 e L4, respectivamente? (Calor especifico do líquido: 5,0 · 103 J · kg-1 °C-1.)

IME-ITA 237
Física III – Assunto 7

18 Ligando-se um resistor de 0,10 Ω a uma bateria com f.e.m. de 1,5 V,


tem-se uma potência, dissipada no resistor, de 10 W. A diferença de potencial,
em Volts, e a resistência interna da bateria, em Ω, são, respectivamente:
Gerador

Resistor
(A) 1 e 0,05.
(B) 1 e 0,005.
1 kg (C) 10 e 0,05.
(D) 10 e 0,005.

14 A figura a seguir representa as curvas características de um gerador, 19 É dado o circuito a seguir, em que e é uma bateria de f.e.m.
um receptor e um resistor: desconhecida e resistência interna r também desconhecida e R é uma
resistência variável. Verifica-se que, para R = 0 a corrente no circuito é
U(V) i0 = 4,0 A e para R = 13,5 Ω, a corrente é i = 0,40 A.
40
R
30
20

10 r

0 5 10 15 20 i(A)
e
Determine:

a. as resistências elétricas do resistor (R1), do gerador (R2) e do receptor (R3);


b. os rendimentos elétricos do gerador e do receptor, quando estiverem Calcule a f.e.m. e da bateria e a sua resistência interna r.
operando sob corrente de 5 A.
20 A diferença de potencial obtida nos terminais de um gerador é 12
15 A diferença de potencial entre os terminais de uma bateria é de 8,5 V, volts. Quando esses terminais são colocados em curto-circuito, a corrente
quando há uma corrente que a percorre internamente do terminal negativo elétrica fornecida pelo gerador é 5,0 ampéres. Nessas condições, a
para o positivo, de 3 A. Por outro lado, quando a corrente que a percorre resistência interna do gerador é, em ohms, igual a:
internamente é de 2 A, indo do terminal positivo para o negativo, a diferença
de potencial entre seus terminais é de 11 V. Determine a resistência interna (A) 2,4.
(r) e a força eletromotriz (e) da bateria. (B) 7,0.
(C) 9,6.
(D) 17.
16 Determine VBA = VB – VA no ramo abaixo:
(E) 60.
10 V
6W EXERCÍCIOS NÍVEL 2
– +
01 Uma bateria elétrica real equivale a uma fonte ideal com força
A B
eletromotriz e em série com uma resistência R, como mostra a figura
2A a seguir.

(A) –2 V.
A
(B) +2 V
(C) +16 V. R
(D) +22 V.
+
e
17 Determine a corrente elétrica i no circuito abaixo: –
B
3W
Quando os terminais A e B são ligados em curto-circuito a corrente é de
10 A. Quando se coloca entre os pontos A e B uma resistência de 1,8 Ω
40 V 20 V a corrente é de 5 A. Qual o valor de e, em volts?

7W 02 Seis pilhas iguais, cada uma com diferença de potencial V, estão


ligadas a um aparelho, com resistência elétrica R, na forma esquematizada
(A) 0,5 A.
na figura. Nessas condições, a corrente medida pelo amperímetro A,
(B) 1,0 A.
colocado na posição indicada, é igual a:
(C) 2,0 A.
(D) 6,0 A.

238 Vol. 3
Geradores e receptores

Pilha Pilha 06 Com relação ao circuito dado, determine:

Pilha Pilha a. a intensidade e o sentido da corrente elétrica;


b. os potenciais nos pontos A, B, C, D, E, F e G, supondo nulo o potencial
Pilha Pilha da Terra (potencial de referência);
R A c. a diferença de potencial entre os pontos C e G (UCG = VC – VG).

(A) V . B 5 W –+ C 20 W D 4W
E
R
36 V +– 36 V +–
(B) 2V 12 V
.
R 10 W
5W
(C) 2V . –+
3R A F
4W G 2W 10 V
(D) 3V .
R
07 No circuito visto na figura, determine, em volts, a diferença de potencial Vab.
(E) 6V .
R 1W 48 V
a
03 Um gerador de corrente contínua alimenta o seguinte circuito elétrico:

B 3W

E b
1W 2W
2W 12 V
+ A
Volt. 08 É dado o circuito a seguir:
– E=12 V
F
4W 2W 24 V
2W
Amp.

D 1W
3W 18 V
A força eletromotriz é de 12 V e a sua resistência interna é r. Na condição
P S Q
de potência máxima transferida para o jogo de resistências entre os pontos
A e C, as leituras do voltímetro e do amperímetro serão, respectivamente:
Determine:
(A) 7 V, 4 A.
(B) 6 V, 3 A. a. a diferença de potencial entre os pontos Q e P;
(C) 5 V, 5 A. b. a diferença de potencial entre os pontos Q e P, se o circuito for cortado
(D) 4 V, 8 A. no ponto S.
(E) 3 V, 7 A.
09 Três lâmpadas, L1 (6W – 6V), L2 (6W – 6V) e L3 (24W – 12 – V),
04 Um gerador de rendimento igual a 90% recebe de uma turbina hidráulica devem ser ligadas entre os pontos A e B do circuito abaixo, composto de
uma potência P = 20 kW. Esse gerador alimenta um motor elétrico de uma bateria acumuladora ideal B1 e de um resistor de 3 W. Sabendo que
rendimento igual a 80%. Qual a potência P’ disponível no eixo desse motor? um voltímetro ideal ligado aos terminais A e B marca 24 V, determine as
associações das lâmpadas nas quais nenhuma delas se queima. Justifique
05 Calcule a força eletromotriz e a resistência elétrica equivalente à a sua resposta.
seguinte associação de geradores:

3W 12 V

12 V 12 V 12 V
3W 3W 3W

3W 12 V

IME-ITA 239
Física III – Assunto 7

10 No circuito mostrado na figura existem cinco lâmpadas iguais. Quatro a. Determine a corrente de curto-circuito da bateria e a corrente na
estão acesas e uma apagada. Determine a lâmpada que está apagada e condição de potência útil máxima. Justifique sua resposta.
justifique sua resposta. b. Calcule a resistência interna r da bateria.
c. Calcule a resistência R do circuito externo nas condições de potência
máxima.
d. Sabendo que a eficiência h de uma bateria é a razão entre a diferença de
potencial V fornecida pela bateria ao circuito e a sua força eletromotriz
e , calcule a eficiência da bateria nas condições de potência máxima.
e. Faça um gráfico que representa a curva característica da bateria.
Justifique sua resposta

14 No gráfico a seguir estão representadas as características de um


gerador, de força eletromotriz igual a e e resistência interna r, e um receptor
ativo de força contraeletromotriz e’ e resistência interna r’. Sabendo que
os dois estão interligados, determine a resistência interna e o rendimento
11 Três baterias exatamente iguais (mesma f.e.m. e mesma resistência para o gerador e para o receptor.
interna) são ligadas conforme indicado na figura. Determine a d.d.p. medida
pelo voltímetro entre os pontos A e B, justificando sua resposta. 100
A 80

V(V)
60

V 40

B 20
0 1 2 3 4
12 Uma corrente de 0,10 A passa pelo resistor de 25 W conforme indicado I(A)
na figura abaixo. Qual é a corrente que passa pelo resistor de 80 W?
15 Um estudante dispunha de duas baterias comerciais de mesma
resistência interna de 0,10 W, mas verificou, por meio de um voltímetro
80 W ideal, que uma delas tinha força eletromotriz de 12 volts e a outra, de
25 W 0,1 A 11 volts. A fim de avaliar se deveria conectar em paralelo as baterias para
V montar uma fonte de tensão, ele desenhou o circuito indicado na figura a
20 W seguir e calculou a corrente i que passaria pelas baterias desse circuito.

20 W 60 W + –
A 12 V B
0,10 W
(A) 0,1 A.
(B) 0,2 A. + –
(C) 0,3 A.
(D) 0,4 A. 11 V
(E) 0,5 A. 0,10 W

13 Uma bateria de automóvel tem uma força eletromotriz e =12V e a. Calcule o valor encontrado pelo estudante para a corrente i.
resistência interna r desconhecida. Essa bateria é necessária para b. Calcule a diferença de potencial VA − VB entre os pontos A e B indicados
garantir o funcionamento de vários componentes elétricos embarcados no circuito.
no automóvel. Na figura a seguir, é mostrado o gráfico da potência útil P
em função da corrente i para essa bateria, quando ligada a um circuito 16 Na tabela abaixo, são apresentadas as resistências e as d.d.p. relativas
elétrico externo. a dois resistores, quando conectados, separadamente, a uma dada bateria.
P(W)
resistência (W) d.d.p. (V)
360 5,8 11,6
3,8 11,4

Considerando que os terminais da bateria estejam conectados a um resistor


de resistência igual a 11,8 W, calcule a energia elétrica dissipada em
10 segundos por esse resistor.
0 60 120 i(A)

240 Vol. 3
Geradores e receptores

17 Um estudante deseja medir a resistência interna de um gerador, cuja 20 Quando se acendem os faróis de um carro cuja bateria possui
f.e.m. pode ser ajustada para diferentes valores. Para tanto, ele constrói resistência interna r1=0,050 W, um amperímetro indica uma corrente de
um circuito com o próprio gerador – um amperímetro A e um resistor de 10 A e um voltímetro uma voltagem de 12 V. Considere desprezível
resistência R = 18 W – e obtém o gráfico a seguir, relacionando à f.e.m. a resistência interna do amperímetro. Ao ligar o motor de arranque,
do gerador a corrente medida pelo amperímetro. observa-se que a leitura do amperímetro é de 8,0 A e que as luzes diminuem
um pouco de intensidade. Calcule a corrente que passa pelo motor de
f.e.m.(V) arranque quando os faróis estão acesos.
A
20
16
R 12 r1
r + V farol
e
– motor
A
0,6 0,8 1,0 I(A)
Com base no gráfico:
a. Calcule a resistência interna do gerador. EXERCÍCIOS NÍVEL 3
b. Para uma f.e.m. igual a 12 V, calcule a potência dissipada pela
resistência interna do gerador. 01 O circuito abaixo (fig. 1) contém dois resistores não lineares,
invariantes no tempo, e uma fonte de tensão constante. Os resistores são
definidos por suas respectivas curvas características dadas abaixo (fig. 2
18 No Laboratório de Plasmas Frios do ITA é possível obter filmes
e 3). Determine o valor da corrente i, do circuito.
metálicos finos, vaporizando o metal e depositando-o por condensação
sobre uma placa de vidro. Com o auxílio do dispositivo mostrado na figura, VR1 VR2
é possível medir a espessura e de cada filme. Na figura, os dois geradores R1 R2
são idênticos, de f.e.m. E = 1,0 V e resistência r = 1,0 W, estando ligados 1
a dois eletrodos retangulares e paralelos, P1 e P2, de largura b = 1,0cm
12 V –1 1 2
e separados por uma distância a = 3,0 cm. Um amperímetro ideal A é
1 i(A) i(A)
inserido no circuito, como indicado.
fig. 1 –1 –1
P1 fig. 2 fig. 3
b P2
02 Você dispõe de um dispositivo de resistência R = 5r, e de 32 baterias
idênticas, cada qual com resistência r e força eletromotriz V. Como
seriam associadas as baterias, de modo a obter a máxima corrente que
e atravesse R? Justifique.
a
vidro 03 Em uma ilha distante, um equipamento eletrônico de monitoramento
A ambiental, que opera em 12 V e consome 240 W, é mantido ligado 20 h
r r
E por dia. A energia é fornecida por um conjunto de N baterias ideais de 12 V.
Essas baterias são carregadas por um gerador a diesel, G, através de
Supondo que após certo tempo de deposição é formada sobre o vidro uma resistência R de 0,2 W. Para evitar interferência no monitoramento,
uma camada uniforme de alumínio entre os eletrodos, e que o amperímetro o gerador é ligado durante 4h por dia, no período em que o equipamento
acusa uma corrente i = 0,10 A, qual deve ser a espessura e do filme? permanece desligado.
(resistividade do alumínio) p = 2,6 · 10–8 W · m).
R C
(A) 4,1 · 10–9 cm.
(B) 4,1 · 10–9 m.
(C) 4,3 · 10–9 m.
(D) 9,7 · 10–9 m. +
(E) n.d.a. G

19 Em uma prática de laboratório, um estudante conectou uma bateria Conjunto com
a uma resistência, obtendo uma corrente i1. Ligando em série mais uma N baterias
bateria, idêntica à primeira, a corrente passa ao valor i2. Finalmente, ele liga
as mesmas baterias em paralelo e a corrente que passa pelo dispositivo
torna-se i3. Qual das alternativas abaixo expressa uma relação existente
entre as correntes i1, i2 e i3? Determine:

(A) i2i3 = 2i1 (i2 + i3). a. a corrente I, em ampéres, que alimenta o equipamento eletrônico C.
(B) 2i2 i3 = i1 (i2 + i3). b. o número mínimo N de baterias necessário para manter o sistema,
(C) i2i3 = 3i1 (i2 + i3). supondo que as baterias armazenem carga de 50 A.h cada uma.
(D) 3i2i3 = i1(i2 + i3). c. a tensão V, em volts, que deve ser fornecida pelo gerador, para carregar
(E) 3i2i3 = 2i1 (i2 + i3). as baterias em 4 h.

IME-ITA 241
Física III – Assunto 7

06 O desenho representa uma pequena usina hidrelétrica composta de


Note e adote barragem, turbina e gerador. Este sistema fornece energia elétrica através
(1 ampére × 1 segundo = 1 coulomb) de dois cabos elétricos a uma residência, cuja potência solicitada é de
10.000 w durante 8 horas diárias. Determine:
O parâmetro usado para caracterizar a carga de uma bateria,
produto da corrente pelo tempo, é o ampére · hora (A · h). a. A economia de energia elétrica, em kWh, em 30 dias de funcionamento
Suponha que a tensão da bateria permaneça constante até o da usina, com a substituição dos cabos por outros cabos elétricos de
final de sua carga. resistência igual a metade do valor original, mantendo-se a mesma
tensão fornecida aos equipamentos da resistência.
b. O rendimento do conjunto composto pelo gerador e cabos de
04 Um gerador de força eletromotriz e e resistência interna r =5 R está alimentação, antes e depois da substituição dos cabos.
ligado a um circuito conforme mostra a figura. O elemento Rs é um reostato,
com resistência ajustada para que o gerador transfira máxima potência. Dados: comprimento de cada cabo elétrico que liga o gerador à residência: 100 m.
Em um dado momento o resistor R1 é rompido, devendo a resistência do Resistência dos cabos originais por unidade de comprimento: 0,001 Ω/m.
reostato ser novamente ajustada para que o gerador continue transferindo Rendimento do gerador: h = 0,80.
máxima potência. Determine a variação da resistência do reostato, em Tensão (d.d.p.) exigida pelos equipamentos da resistência: 100 V.
termos de R.

RS Residência
r = 5R
R1
2R Cabos Elétricos
e
R 2R Barragem
R
6R Turbina

R 2R

Gerador
05 Sabe-se que a máxima transferência de energia de uma bateria ocorre
quando a resistência do circuito se iguala à resistência interna da bateria,
isto é, quando há o casamento de resistências. No circuito da figura, a
resistência de carga Rc varia na faixa 100 W ≤ Rc ≤ 400 W. O circuito
possui um resistor variável, Rx, que é usado para o ajuste da máxima
transferência de energia. Determine a faixa de valores de Rx para que seja
atingido o casamento de resistências do circuito.

20 W

r=50 W
100 W Rx Rc

RASCUNHO

242 Vol. 3
Circuitos elétricos A ssunto
8
Física III

1. Introdução Ex.:

No capítulo anterior, vimos o primeiro método de resolução de circuitos: indicação das polaridades
a Lei de Pouillet. Entretanto, podemos nos deparar daqui para frente com i1 r1 e1 A i1 r1 e1
circuitos não simples, nos quais a Lei de Pouillet não seria aplicável. +– – +
Desta forma, neste módulo apresentaremos as principais ferramentas R1 R2 R1 – R2 +
para a resolução de circuitos de mais de uma malha (não redutíveis a um + –
circuito simples), mostrando com detalhes o passo a passo, as vantagens e2 r2 i2 e2 r2 i2
e as aplicações de cada uma delas. + – – +
R3 R4 R3 – R4 +
Com isto, no final deste bloco, estaremos aptos a resolver quaisquer
+ –
circuitos elétricos compostos por geradores, receptores e resistores. i3 r3 e3 i3 r3 e3

– + + B
2. Circuitos elétricos
Percorrendo ao longo do circuito e retornando ao mesmo ponto
2.1 Leis de Kirchoff teremos (por exemplo, partindo de A e retornando a A no sentido de i1
através da malha superior, depois, partindo de B e retornando a B no
1a Lei de Kirchoff – Lei dos Nós
sentido de i3 através da malha inferior):
Em um nó, a soma algébrica das correntes que chegam é igual a soma
das correntes que saem (princípio da conservação das cargas elétricas).
de A para A 0 = + r1i1 – e1 + R2i1 + r2i2 – e2 + R1i1
i2 de B para B 0 = + e3 + r3i3 + R3i3 +e2 – r2i2 + R4i3
i3
i1 pela Lei dos Nós, temos: i1 = i2 + i3

• Arrumando estas três equações, obtemos um sistema de equações
3 por 3:
i5
i4
 r1 + R1 + R2 r2 0   i1   ε1 + ε 2 
    
i 1 + i 2 + i5 = i 3 + i 4
 0 − r2 r3 + R3 + R4   i2  = −ε2 − ε3 
 1 −1 −1   i3   0 

2a Lei de Kirchoff – Lei das Malhas


Correntes com sentidos arbitrários são assumidas por ramos e a 2.2 Regra de Maxwell
soma algébrica das d.d.p. ao longo de uma malha é nula (princípio da As correntes são arbitradas por malhas e não por ramos, como
conservação da energia). anteriormente. O ramo que pertencer a duas malhas possuirá uma
Para tal, atribui-se sinais positivos e negativos aos polos dos elementos polaridade para cada malha de acordo com o sentido arbitrado da corrente.
de circuito (geradores, receptores e resistores), conforme o quadro: Exemplo:

indicação das polaridades


i r1 e1 r1 e1
A + R B A
Resistor VAB = VA – VB = Ri + – – +

R1 i1 R2 R1 – R2 +
B i e A + –
Gerador – + VAB = VA – VB = e e2 r2 e2 r2– +
+ – +–
R3 i2 R4 R3 – R4 +
B i e’ A
Receptor VAB = VA – VB = e’ + –
– + r3 e3 r3 e3

– + + B

IME-ITA 243
Física III – Assunto 8

de A para A 0 = + r1i1 – e1 + R2i1 + r2i1 – r2i2 – e2 + R1i1 5


i= A
de B para B 0 = + e3 + r3i2 + R3i2 +e2 + r2i2 – r2i1 + R4i2 9
Arrumando essas duas equações, obtemos um sistema de equações 5 10
U AB = 6 ⋅ = V
2 por 2: 9 3
10
ε th = V
 r1 + r2 + R1 + R2 − r2   i1  ε1 + ε 2  3
  = 
 − r2 r2 + r3 + R3 + R4   i2  −ε2 − ε3 
Obs.: o Teorema de Thèvenin é muito útil quando estamos interessados
Obs.: ao usar a Regra de Maxwell, devemos ter atenção redobrada em saber a informação a respeito de um elemento apenas de um circuito
com as resistências que pertencerem a duas malhas adjacentes, uma vez um pouco mais complexo (Ex.: corrente elétrica, tensão, potência máxima
que serão contabilizadas as duas correntes arbitradas. Em compensação, em um resistor).
a grande vantagem desta regra é que se trabalha com uma equação a
menos no sistema. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 (MACK) No trecho do circuito elétrico mostrado abaixo, os
2.3 Teorema de Thèvenin geradores de tensão são ideais. A d.d.p. entre os terminais A e B é:

2W 3W 3V
Todo circuito formado apenas por geradores e resistores é visto através
A
de 2 de seus pontos, digamos A e B, como uma associação em série de
18V
um gerador ideal (gerador de Thèvenin-eTh) com um resistor (resistor de 4W
Thèvenin-RTh), sendo esses elementos fixos para o circuito dado.
B
A RTh A (A) 3V. (D) 8V.
eTh (B) 5V. (E) 9V.
circuito (C) 7V.

B B Solução:
Letra E.
i 2W C 3W 3V
I. Cálculo de eTh A
É igual a d.d.p. entre os pontos A e B, tendo-se já retirado o ramo em i
18 V i=0
estudo. 4W
i i
II. Cálculo de RTh B
B B
É igual a resistência entre os pontos A e B obtida retirando-se o ramo
18
em estudo e pondo em curto-circuito as forças eletromotrizes de todos os i= ⇒ i = 3A
geradores, ou seja, deixando apenas suas resistências internas. 2+4
Exemplo: Determinar R, para que sua potência dissipada seja máxima. Percorrendo o circuito de B até A, passando, por exemplo, pelo gerador
de 18 V, temos:
A potência máxima dissipada na resistência R será numericamente
igual à potência máxima fornecida pelo gerador eth. Para que isso ocorra, VB + 18 − 2 i − 3 = VA
essa resistência deverá ser igual à resistência interna do gerador r th
(demonstração feita no capítulo de geradores). VB + 18 − 6 − 3 = VA ⇒ VA − VB = 9 V

3W 2W r th 02 O circuito A foi ligado ao circuito B pelo fio MN:


A A
4W 36 V
eth M N –+
6W R R
15 V +
12 V –
B B
3W 2W 100 W 10 W
A 3W 2W 9W
A B 5W
3⋅6 A +
r th rth = + 2 = 4Ω
6W 3+6 – 11 V
15 V 6W
6W
B
B
Determine a intensidade de corrente no circuito A, no circuito B e no
fio MN.

244 Vol. 3
Circuitos elétricos

Solução: Em seguida, para cada “caminho”, aplicamos:


∑ fem = ∑ fcem + Req ⋅ ido "caminho" ± Rdo trecho comum ⋅ ido "caminho" ao laado
11
No circuito A: i A = ⇒ i A = 0,1 A I : 2 = 4 + 4 i1 + 2 i2  4 i1 + 2 i2 = −2
100 + 10 ⇒
II : 4 = 4 + 4 i2 + 2 i1  2 i1 + 4 i2 = 0
36 − 12
No circuito B: i B = ⇒ iB = 1 A
9+4+5+6 Resolvendo esse sistema de equações, obtemos:
No circuito MN: i MN = 0
2 1
Resposta:i A = 0,1 A; i B = 1 A; i MN = 0 i1 = − A e i2 = A
3 3

2
03 No circuito abaixo, e2 = 12 V, R1 = 8 W, R2 = 4 W, R3 = 2 W. Isso significa que a corrente i1 vale A, porém em sentido contrário ao
3
De quantos volts deve ser a fonte de tensão e1, para que a corrente através 1
da fonte de tensão e2 seja igual a zero? atribuído, enquanto i2 vale A, no sentido atribuído.
3
Temos, então:
R1 R2 1
2
R3 i1 = A M i2 = A
+ + 3 3
e1 e2
– –
Solução: 1
i3 = A
3
A A A
i i1 i2
R1 = 8 W R2 I i1 II i I II
R3 = 2 W 2

e1+ + e = 12 V
– i – 2
B B B
Corrente nula na fonte de tensão ε2 :
U AB = ε2 = 12 V N
Sentidos corretos.
Em R3 : U AB = R3 i ⇒ 12 = 2 i ⇒ i = 6 A
No trecho comum, a intensidade da corrente é a diferença entre i1 e i2.
Na fonte de tensão ε1 : U AB = ε1 − R1i 1
No trecho comum, temos: i3 = i1 − i2 = A para cima.
12 = ε1 − 8 ⋅ 6 3
ε1 = 6 0 V Observe que, no nó M, a soma das correntes que entram é igual à
Resposta: 60 V corrente que sai.

05 Calcule as intensidades das correntes elétricas nos ramos do circuito


04 No circuito dado a seguir, determine as intensidades e os sentidos a seguir:
de todas as correntes elétricas.
A
+
1W 1W – 4V 4W
+ 2W 3W
– 2V –6 V 7W
1W +
+ 70 V–
1W – 4V + 7W
4W
B
Solução:
Inicialmente, devemos atribuir sentidos arbitrários às correntes nos “caminhos”: Solução:
A
1W 1W
+ 4W
– 4V 3W –
+ 2W I 6V II 7
i1 +
– I i2 II i i2
2V i1 i1 + 2
1W 70 V – 7W
– +
4V
4W B
1W

IME-ITA 245
Física III – Assunto 8

Calcule as intensidades i1 e i2 das correntes elétricas nos trechos 1 e 2


∑ fem = ∑ fcem + R eq ⋅ ido "caminho" ± Rdo trecho comum ⋅ ido "caminho" ao laado
do reostato. A máxima intensidade de corrente em qualquer ponto do
I : 70 = 6 + 18 i1 − 11i2  reostato não pode ultrapassar 2,0 A.
 ⇒ i1 = 6 A e i2 = 4 A
II : 6 = 0 + 18 i2 + 11i1 
Solução:
Assim:
6A A 4A Pot L = UL i L ⇒ 3, 0 = 6, 0 i L ⇒ i L = 0, 50 A

2A 6V R1 i1
4A
6A B 12 V
iL

6V R2 i2 L
Resposta: i1
6A A 4A

R1 + R2 = 15 Ω
2A 6, 0
R1i1 = 6, 0 ⇒ i1 =
4A R1
6A B 6, 0 6, 0
R2 i2 = 6, 0 ⇒ i2 = =
R2 15 − R1
06 O circuito a seguir contém uma bateria de 12 V e resistência interna 6 6
desprezível, um reostato de resistência total igual a 15 W e uma lâmpada L, i1 = i2 + i L ⇒ i1 = = + 0, 50 ⇒ R1 = 5, 35 Ω
a qual deve operar conforme suas especificações, que são 3,0 W–6,0 V. R1 15 − R1
R2 = 9, 65 Ω
6, 0 6, 0
i1 = = ⇒ i1 = 112
, A
R1 5, 35
1 6, 0 6, 0
12 V i2 = = ⇒ i2 = 0, 62 A
R2 9, 65
2 Respostas: 1,12 A e 0,62 A, respectivamente
L

EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 No circuito a seguir, determine a intensidade das correntes nos três ramos. 02 Calcule as intensidades das correntes elétricas nos ramos do circuito
a seguir:
1W 1W
4W
3W

2W 4V
6V

70 V 7W

7W
2V 4V 1W

4W

1W

246 Vol. 3
Circuitos elétricos

03 Calcule as intensidades das correntes elétricas nos ramos do circuito 7V


a seguir: b. 2W

6V 4V 14 V
50 W
–+
10 V 5W
+–
3W
5V
08 Calcule a corrente em cada ramo do circuito abaixo:
+–

100 W
10 V 1W
1,5 W

04 No circuito esquematizado a seguir, a intensidade de corrente em r1 é 2,5 W


de 0,2 A. Calcule as intensidades de corrente em r2 e em R.
0,2 W 0,5 W 0,25 W

r1 = 5 W
5V
RW r2 = 5 W
3V 09 Duas baterias B e B’, a primeira formada por 5 elementos e a segunda
formada por 4 elementos todos iguais estão ligadas num circuito como
mostra a figura abaixo. Neste circuito, A é um amperímetro ideal e R um
reostato. Quando R é igual a 1 ohm, a indicação no amperímetro é zero.
Calcule a resistência interna de cada elemento das baterias.
05 Calcule as intensidades e determine os sentidos das correntes elétricas
nos três ramos do circuito esquematizado a seguir:
A
10 V 1W
+ – + +
B B’ R
2W
– –
– +
1W 5V
10 No circuito visto na figura, as baterias são ideais. Determine, em volts,
06 No circuito visto na figura, as baterias são ideais, suas fem são dadas em o módulo da diferença de potencial entre os pontos a e b.
volts e as resistências, em ohms. Determine em volts a d.d.p. entre A e B.
3Ω 3Ω
1 1 a
A
3 b
24 V 20 V 6V
2 2

1
10 11 3Ω 3Ω
B
11 No circuito elétrico a seguir, L é uma lâmpada fabricada para operar à potência
07 Determine as intensidades e os sentidos das correntes elétricas nos de 42 W numa linha de 6 V. A lâmpada deve acender corretamente quando:
ramos dos circuitos a seguir:
I
a. 0,1 W
5W 5W

10 W V L

3V 4,5 V 3V

(A) V = 6 V I = 7 A (D) V = 7 V I=6A


(B) V = 6,7 V I = 6,9 A (E) Nenhum dos casos acima.
(C) V = 6,1 V I = 6,9 A

IME-ITA 247
Física III – Assunto 8

12 No circuito esquematizado, determine o potencial no ponto D: 17 Considere a seguinte situação hipotética: ao preparar o palco para a
apresentação de uma peça de teatro, o iluminador deveria colocar três atores
2W D sob luzes que tinham igual brilho e os demais, sob luzes de menor brilho.
B
10 V O iluminador determinou, então, aos técnicos, que instalassem no palco oito
6V –+ –+
–+ 12 V
lâmpadas incandescentes com a mesma especificação (L1 a L8), interligadas
I II 1W em um circuito com uma bateria, conforme mostra a figura a seguir.
2W 2W 2W
1W L1 L4 L7
A
C 1W
L2 L5
E L8
13 Qual a diferença de potencial VA – VB entre os pontos A e B do L3 L6
circuito abaixo?

4V 3W 1W Nessa situação, quais são as três lâmpadas que acendem com o mesmo
brilho por apresentarem igual valor de corrente fluindo nelas, sob as quais
– +
+ devem se posicionar os três atores?
12 W 2W 2W
6V – (A) L1, L2 e L3. (D)
L4, L5 e L6.
B (B) L2, L3 e L4. (E)
L4, L7 e L8.
A – + (C) L2, L5 e L7.
5V

18 No circuito abaixo, o voltímetro V e o amperímetro A indicam,


14 Considere a figura. O potencial elétrico do ponto A é mantido 400 V respectivamente, 18 V e 4,5 A.
acima do potencial elétrico da Terra. Qual a tensão elétrica no resistor de
1 M W, medida por um voltímetro de resistência interna de 3 M W? R1 = 3 W
R2
A
E R3 = 12 W V
250 k W
A
R4 = 4 W
1MW

Considerando como ideais os elementos do circuito, determine a força


eletromotriz E da bateria.
15 No circuito indicado, não há passagem de corrente pelo galvanômetro.
Determine as intensidades de corrente i1 e i2. 19 No circuito elétrico a seguir, a resistência interna do gerador de força
eletromotriz e, em volts, e as resistências dos condutores de alimentação
i1 são desprezíveis.
20 W + 6V a R b R c

G
15 W Rx
i2 R 2R

+ – d

12 V

e
16 Dado o circuito da figura abaixo, sabendo-se que VJK = 3 V, calcule:
Analise as proposições a seguir e conclua:
a. o valor da corrente i.
b. a força eletromotriz E1. 7R
( ) A resistência equivalente entre os pontos a e c vale .
i E1 1W 6 6e
( ) A corrente elétrica que circula no gerador tem intensidade igual a .
7R
2W 1W ( ) A potência dissipada pelo resistor colocado entre os pontos a e b do
circuito é igual à potência dissipada pelo resistor colocado entre os
10 V 4W pontos b e c do circuito.
2W J K ( ) A corrente elétrica que passa pelo resistor 2R é o dobro da corrente
2W
elétrica que passa pelo resistor R que se encontra entre os pontos a e b
do circuito.
8V 1W
( ) A corrente elétrica que passa pelo ramo db é igual a e .
7R

248 Vol. 3
Circuitos elétricos

EXERCÍCIOS NÍVEL 2 04 Considere o circuito abaixo.

5W 10 W
01 No esquema, A, B e C são três lâmpadas idênticas e 1 e 2 são chaves A
interruptoras. Inicialmente, as três lâmpadas encontram-se acesas e as
chaves abertas. O circuito está ligado a um gerador que fornece uma
tensão U entre os pontos X e Y.
X 25 W 30 W 10 W
62,5 V

A B C
1 2
B
5W 10 W
Y
A diferença de potencial entre os pontos A e B, e a corrente que passa
Supondo que os fios de ligação e as chaves interruptoras, quando fechadas, pelo resistor de 30 W valem, respectivamente, em V e A:
apresentam resistências elétricas desprezíveis, assinale a alternativa verdadeira.
(A) 37,5; 1,25.
(A) Se a chave 1 for fechada, só as lâmpadas B e C permanecerão acesas. (B) 30,0; 2,50.
(B) Se as chaves 1 e 2 forem fechadas, só a lâmpada B permanecerá acesa. (C) 25,0; 2,50.
(C) Se as chaves 1 e 2 forem fechadas, a lâmpada B queimará. (D) 25,0; 1,25.
(D) Se a chave 2 for fechada, nenhuma lâmpada permanecerá acesa.
(E) Se a chave 2 for fechada, as lâmpadas A e B brilharão com maior 05 O circuito a seguir é alimentado por dois geradores:
intensidade.
2W 12 V
02 No circuito elétrico a seguir esquematizado, R representa resistências B
– +
em ohms e V a tensão em volts, estabelecida por um gerador ideal.

R 4W R

I
S + –
R R V
A 2W
6V

Determine:
Determine, em função de V e R, a expressão que permite calcular a corrente
indicada I, quando:
a. a intensidade de corrente no fio AB, se R for igual a 10 W;
b. o valor de R, para que a intensidade de corrente no fio AB seja nula.
a. a chave S estiver aberta;
b. a chave S estiver fechada.
06 No circuito abaixo, todos os resistores valem 2 W. Sabendo que a
corrente no resistor em destaque vale 2A, determine a tensão e da bateria
03 Tomemos o circuito a seguir, no qual todos os geradores têm a mesma
ideal. Utilize argumentos de simetria.
força eletromotriz e a mesma resistência interna. O valor da intensidade
da corrente I que percorre o resistor R é dado por:
2A
E
r E r
E
r
E I

e
R

(A) 4E 4E
. (B) . 07 No circuito da figura abaixo, o fio ligado aos pontos A e B tem a forma
(4 r + R) 4 
+R  3r  de uma semicircunferência de raio igual a 10 cm e seção circular uniforme
  de diâmetro igual a 0,2 cm. A sua resistividade, na temperatura ambiente,
2E E é de 5 · 10–4 ohm.cm. Calcule:
(C) . (D) .
4  (4 r + R)
 3r + R 
 

IME-ITA 249
Física III – Assunto 8

09 Três resistores, de resistências elétricas R1, R2 e R3, um gerador G e uma


E1 r1 R1 lâmpada L são interligados, podendo formar diversos circuitos elétricos.
Dados: Num primeiro experimento, foi aplicada uma tensão variável V aos terminais
L E1 = 10 volts de cada resistor e foi medida a corrente i que o percorria, em função da
r1 = 0,5 ohm tensão aplicada. Os resultados das medições estão apresentados no
R3 R1 = 4,5 ohms gráfico, para os três resistores.
C D
R2 = 9 ohms
V
R3 = 10 ohms R1
E2 = 8 volts R2
E2 r2 R2 r2 = 0,5 ohm R3
A B

a. a queda de tensão entre os pontos C e D, quando a chave L estiver aberta;


b. a potência dissipada em R3, quando a chave L estiver fechada; Considere agora os circuitos elétricos das alternativas a seguir. Em nenhum
c. a quantidade de calor, em calorias, dissipada na resistência semi-circular, deles a lâmpada L queimou. A alternativa que representa a situação em
ao fim de meia hora, quando a chave L estiver ligada. que a lâmpada acende com maior brilho é:

08 (A) R2
fase 1 fase 2 R1
terra
fase 1
fase 2 G+ R3
L
neutro –

L1 L2
neutro terra (B) R1
Aq Ferro
R3
quadro de distribuição
circuito primário fase 1
fase 2 G+ R2
L
terra –

chuveiro
(C) R1

A figura acima representa, de forma esquemática, a instalação elétrica de


uma residência, com circuitos de tomadas de uso geral e circuito específico G+ L

para um chuveiro elétrico. Nessa residência, os seguintes equipamentos
permaneceram ligados durante 3 horas a tomadas de uso geral, conforme
o esquema da figura: um aquecedor elétrico (Aq) de 990 W, um ferro de (D) R2
passar roupas de 980 W e duas lâmpadas, L1 e L2, de 60 W cada uma. Nesse
período, além desses equipamentos, um chuveiro elétrico de 4.400 W,
ligado ao circuito específico, como indicado na figura, funcionou durante G+ L

12 minutos. Para essas condições, determine:

a. a energia total, em kWh, consumida durante esse período de 3 horas; (E) R3


b. a corrente elétrica que percorre cada um dos fios fase, no circuito
primário do quadro de distribuição, com todos os equipamentos, G+ L
inclusive o chuveiro, ligados; –
c. a corrente elétrica que percorre o condutor neutro, no circuito primário
do quadro de distribuição, com todos os equipamentos, inclusive o
chuveiro, ligados. 10 A figura mostra um circuito formado por uma fonte de força eletromotriz
e cinco resistores. São dados: e = 36 V, R1 = 2 W , R2 = 4 W ,
R3 = 2 W, R4 = 4 W e R5 = 2W .
Note e adote

– A tensão entre fase e neutro é 110 V e, entre as fases, 220 V.


– Ignorar perdas dissipativas nos fios. R1 R4
– O símbolo • representa o ponto de ligação entre dois fios. R3
e

R2 R5

250 Vol. 3
Circuitos elétricos

Com base nessas informações, determine: Sabendo que na figura anterior a diferença de potencial sobre o resistor
de 8 W é de 24 V, as diferenças de potencial, em V, sobre os resistores de
a. a corrente elétrica que passa em cada um dos resistores; 14 W , 9 W e entre os pontos a e b são, respectivamente:
b. a resistência equivalente do circuito formado pelos resistores R1 a R5.
(A) 45, 9 e 78. (C) 35, 45 e 104.
11 Um circuito de malha dupla é apresentado na figura a seguir. (B) 45, 45 e 114. (D) 35, 70 e 129.

e2 14 Considere um circuito constituído por um gerador de tensão E = 122,4


V, pelo qual passa uma corrente I = 12 A, ligado a uma linha de transmissão
com condutores de resistência r = 0,1 W . Nessa linha encontram-se um
motor e uma carga de 5 lâmpadas idênticas, cada qual com resistência
R2 R1 R = 99 W, ligadas em paralelo, de acordo com a figura. Determine a potência
e2
absorvida pelo motor, PM, pelas lâmpadas, PL, e a dissipada na rede, PR.
R1
e1
r r Lâmpadas
b i a
R2
E Motor

Sabendo-se que R1 = 10 W, R2 = 15 W, e1 = 12 V e e2 = 10 V, o valor r r


da corrente i é:

(A) 10 A. 15 O esquema representa uma rede de distribuição de energia elétrica


(B) 10 mA. que consta de:
(C) 1 A. A R1 B C
(D) 0,7 A.
(E) 0,4 A. i3
r1 i1 r2 i2 R3
12 O esquema abaixo mostra uma rede elétrica constituída de dois fios
fase e um neutro, alimentando cinco resistores ôhmicos.
G1+
– E1 G2+
– E2
FASE 1 +M r
– 3
+110 V
R3 = 220 W R1 = 22,0 W R2

NEUTRO
R5 = 100 W 0V F R4 E D
R4 = 110 W R2 = 11,0 W – geradores G1 e G2 de fem E1 = E2 = e e resistências internas r1 = r2 = R;
FASE 2 3⋅ε
– motor M de fcem E3 = e resistência interna r3 = 2R;
–110 V 10
– resistores de resistências internas R1 = R2 = R; R3 = 6R e R4 = 2R.
Se o fio neutro se romper no ponto A, a potência dissipada irá aumentar
apenas no(s) resistor(es): Tendo em vista as informações, responda ao que se pede:

(A) R1 e R3. (C)


R3. a. Obtenha a equação matricial que permite calcular as correntes i1 e i2;
(B) R2 e R5. (D)
R4.
b. Sendo R = 0,5 W e e = 20 V, calcule as correntes i1, i2 e i3.
13 Considere a figura a seguir.
16 Uma bateria ideal de força eletromotriz e está ligada a um circuito
a como ilustra a figura a seguir.
12 W

8W

24 V +
+ R 2R
e – A B
42 W

21 W

14 W

2R R

b
Calcule a diferença de potencial VA – VB entre os pontos terminais A e B
9W em função de e.

IME-ITA 251
Física III – Assunto 8

17 Uma situação prática bastante comum nas residências é o chamado b.


“interruptor paralelo”, no qual é possível ligar ou desligar uma determinada 2W
5W
lâmpada, de forma independente, estando no ponto mais alto ou mais baixo
de uma escada, como mostra a figura.
20 V
I) 1W 6W R
A B
L 20 O elemento passivo k, cuja potência máxima de utilização é de
L
A 30 watts, tem a característica tensão-corrente dada pelo gráfico a seguir:
II) A
10 W 10 W I k (A)
B Ik
2,5
L + 2,0
B V 10 W k Vk 1,5

III) A 1,0
B 0,5
10 W 0 5 10 15 20 25 Vk (V)
L
Determine o maior valor positivo que se pode permitir para a tensão V da bateria.

Em relação a isso, são mostrados três possíveis circuitos elétricos, em


EXERCÍCIOS NÍVEL 3
que A e B correspondem aos pontos situados nos pontos mais alto e mais
baixo da escada e L é a lâmpada que queremos ligar ou desligar. 01 No circuito da figura abaixo, calcule a potência fornecida pela bateria.
A resistência interna da bateria é desprezível e R é igual a 10 W.
O(s) esquema(s) que permite(m) ligar ou desligar a lâmpada, de forma A
independente, está(ão) representado(s) corretamente somente em: 2R R
R
(A) I. (D) II e III. B 2R R
(B) II. (E) I e III. C
(C) III. 2R O R
R R
18 No circuito representado na figura, têm-se duas lâmpadas
incandescentes idênticas, L1 e L2 , e três fontes idênticas, de mesma tensão D E
V. Então, quando a chave é fechada:
10 V

L1 + 02 Uma bobina feita de fio de ferro foi imersa em banho de óleo.


chave – V Essa bobina é ligada a um dos braços de uma ponte de Wheatstone e quando
o óleo está a 0°C a ponte entra em equilíbrio, conforme mostra a figura.
Se o banho de óleo é aquecido a 80°C, quantos centímetros,
+
+ V aproximadamente, e em que sentido o contato C deverá ser deslocado
V L2 – para se equilibrar a ponte? Dados resistividade: r0 = 10,0 · 10–8 W m e

coeficiente de temperatura para o ferro a 0°C: a = 5,0 · 10–3°C–1.

Óleo a 0°C
(A) apagam-se as duas lâmpadas.
(B) o brilho da L1 aumenta e o da L2 permanece o mesmo.
(C) o brilho da L2 aumenta e o da L1 permanece o mesmo. R
(D) o brilho das duas lâmpadas aumenta. G
(E) o brilho das duas lâmpadas permanece o mesmo.
0 50 100
19 Nos circuitos das figuras abaixo, determine o valor de R para que a C
cm
potência dissipada nele seja máxima e indique o valor dessa potência:

a.
4W + –

(A) 2,4 cm à direita. (D) 41,6 cm à esquerda.


16 V R (B) 8,3 cm à esquerda. (E) 41,6 cm à direita.
4W (C) 8,3 cm à direita.

252 Vol. 3
Circuitos elétricos

03 Na caixa do circuito representado a seguir, existe uma fonte ideal de 05 Determine o valor da resistência R no circuito abaixo a fim de que a
tensão de força eletromotriz igual a E, e um resistor r. Com a chave S aberta, potência elétrica consumida por ela seja máxima.
o amperímetro A (ideal) indica uma corrente i1 e a potência em r é de 90 W.
4
Fechando a chave S, o amperímetro indica uma outra corrente i2 igual a
3
de i1. Determine os valores de E e r e diga se E e r estão ligados em série 5W 20 W
ou em paralelo.
50 V
R
A
32 V
S 3W
C 6W
a
i 10 W 10 W
x
a (A) 1 W. (D) 6 W.
(B) 2 W. (E) 8 W.
(C) 4 W.

06 O amperímetro do circuito abaixo indica o dobro de corrente quando


04 A figura 1 representa o circuito equivalente ao dispositivo as duas chaves são fechadas. Determine:
esquematizado na figura 2, formado por um gerador, dois resistores de 1 M
W cada e por um invólucro de vidro V, onde é feito vácuo e são inseridos o a. o valor de R;
cátodo C e o ânodo A. O cátodo e o ânodo são placas metálicas paralelas b. a potência fornecida pelas fontes quando as chaves estão abertas;
separadas por 3 · 10–3 m. c. a potência fornecida pelas fontes quando as chaves estão fechadas.
O cátodo C emite elétrons, com velocidade inicial desprezível, que são
absorvidos no ânodo A. O gerador E alimenta o sistema, e nos pontos 1
e 2 observam-se, respectivamente, os potenciais V1 = 300 V e V2 = 800 5W
1W 2W
V em relação à Terra. Determine: R
15 V 15 V
a. a intensidade de corrente entre o cátodo C e o ânodo A;
b. a velocidade com que os elétrons atingem o ânodo A; A
c. a intensidade da força que atuou num elétron, na trajetória entre o cátodo
e o ânodo, admitindo que na região o campo elétrico seja uniforme. 9W

Adote, nos cálculos: massa do elétron = 10–30 kg e carga do elétron


= 10–19 C.
07 No circuito da figura, têm-se as resistências R, R1 e R2 e as fontes V1
e V2 aterradas. A corrente i indicada é:
1 V
R1 R2
R=1MW C
A
V R=1MW 2
C + A
– E
V1 i R V2

Figura 1 1

– 2
+
(V1R2 − V2 R1) (V1R2 + V2 R1)
(A) i = i=
(D)
Terra GERADOR E ( R1R2 + RR2 + RR1) ( R1R2 + RR2 + RR1)

Figura 2
(V1R1 + V2 R2 ) (V2 R1 − V1R2 )
(B) i = i=
(E)
( R1R2 + RR2 + RR1) ( R1R2 + RR2 + RR1)
(V1R1 − V2 R2 )
(C) i =
( R1R2 + RR2 + RR1)

IME-ITA 253
Física III – Assunto 8

08 Os pontos A e B da malha de resistores da figura 2 são conectados 09 A figura a seguir ilustra um circuito resistivo conectado a duas fontes
aos pontos x e y do circuito da figura 1. Nesta situação, observa-se uma de tensão constante. Considere as resistências em ohms. O módulo da
dissipação de P watts na malha. Em seguida, conecta-se o ponto C ao ponto corrente I que atravessa o resistor de 2 ohms é, aproximadamente:
F e o ponto E ao ponto H, o que produz um incremento de 12,5% na potência
dissipada na malha. Calcule a resistência R dos resistores da malha. 10

x 4 5
+ +
I
10,5 V – – 8V 6 8
+ 2 +
12 V 7V
2,5 W 10 W – –

y (A) 0,86 A. (D) 2,97 A.


figura 1
(B) 1,57 A. (E) 3,65 A.
(C) 2,32 A.

A 10 A figura mostra um circuito com os valores indicados para as


resistências R 1 e R 2 e forças eletromotrizes das baterias e1 e e 2.
H C As resistências internas das baterias podem ser desprezadas.
R R
R R
G D R1 R R2

R R

R R
F E e1 e2

B
figura 2

a. Determine a resistência R do resistor quando a potência fornecida a


ele é máxima.
b. Encontre esta potência máxima.

RASCUNHO

254 Vol. 3
Capacitores A ssunto
9
Física III

1. Introdução A partir desta função linear, podemos obter o gráfico Q · U.

No presente capítulo, estudaremos novamente os capacitores; Q


porém, desta vez, eles estarão inseridos dentro de um circuito elétrico Q0
mais complexo.
Além de relembrar as características do capacitor, tais como sua
capacitância, carga e energia armazenada, veremos como associá-los U
em série ou em paralelo. U0
Por fim, analisaremos os processos de carga e descarga de um
em que Qo = C.Uo.
capacitor, explicando passo a passo como se determina a carga elétrica,
a tensão e a corrente elétrica dele para qualquer instante de tempo.
Logo, a energia armazenada será determinada pela área do gráfico
acima:
2. Capacitor QU
Capacitor é um elemento físico do circuito, do tipo bipolo elétrico e que E=
2
tem como função básica armazenar carga elétrica e, consequentemente,
energia potencial elétrica.
A expressão acima pode ser escrita de outras formas:
Simbologia:

CU 2 Q2
E= E=
2 2U

Alguns tipos de capacitores: 2.3. Cálculo da capacitância através da


geometria do capacitor
No módulo sobre potencial elétrico, vimos que a capacitância de um
capacitor pode ser determinada a partir de sua geometria. Deduzimos uma
expressão para a capacitância do capacitor esférico e para o capacitor
de placas planas e paralelas. Pelo fato deste último ser mais importante,
vamos relembrar como chegamos a sua capacitância.


Seja E o campo elétrico uniforme definido entre as placas condutoras
de um capacitor plano. Sabemos pelo capítulo de campo elétrico que:

σ Q Q
E= e σ = ; daí E =
2.1 Capacitância eo A Aeo
Vimos anteriormente que a capacitância de um capacitor é definida
Também sabemos que, para campos uniformes, U = E · d. Assim:
como:
Q U Q Q e A e A
C= = ⇒ = o ⇒ C= o
U d Ae o U d d
em que:
2.4. Capacitores com dielétricos (isolantes)
Q – carga elétrica armazenada no capacitor; Se preenchermos o espaço entre as placas de um capacitor com um
U – d.d.p. nos terminais do capacitor. dielétrico de constante dielétrica k, a capacitância se altera para:

UNIDADE SI DE CAPACITÂNCIA : [F]; Farad keo A


C=
d
2.2 Energia armazenada num capacitor
Como visto em capítulos anteriores, podemos determinar a carga
elétrica de um capacitor da seguinte maneira: Q = C.U.

IME-ITA 255
Física III – Assunto 9

Q Q Q Q
=V1 = V2 =V3 =
Veq
C1 C2 C3 Ceq
Q Q Q Q
Veq = V1 + V2 + V3 ⇒ = + +
Ceq C1 C2 C3

1 1 1 1
= + +
k → constante dielétrica (= permissividade relativa eτ) permissividade Ceq C1 C2 C3
de um meio e = k . e0
II. Em paralelo
Exemplo de um capacitor com dielétrico
Quando os capacitores estão em equilíbrio, as suas d.d.p. são iguais,
e a carga total da associação, igual à soma das cargas armazenadas
por todos os capacitores.

=Q1 C=
1V Q2 C=
2V Q3 C3V
Qeq =Q1 + Q2 + Q3 ⇒ Ceq = C1V + C2V + C3V
Obs.: Rigidez dielétrica → É o maior campo elétrico a que o dielétrico
pode ser submetido, sem que ocorra sua ionização. Caso isso aconteça,
o capacitor queimará. Ceq = C1 + C2 + C3

meio constante dielétrica (k ou er) rigidez dielétrica


2.6. Carga e descarga
vácuo 1,00000 ∞ de capacitores
ar 1,00054 8.105 V/m Iremos abordar agora como ocorrem os processos de carga e descarga
papel 3,5 14.106 V/m de um capacitor. Para isso, vamos considerar o circuito abaixo, composto
por um gerador ideal de fem e, um resistor R, um capacitor C e uma chave
S1 que pode comutar entre as posições a e b.
2.5 Associação de capacitores
a S1
I. Em série R
Quando os capacitores encontram-se em equilíbrio, suas cargas b
armazenadas são iguais, e a tensão total da associação, igual à soma e C
das tensões de cada capacitor.

Carga do capacitor
Seja um capacitor inicialmente descarregado e a chave S1 na posição
b. No instante t = 0, a chave é levada para a posição a, e assim uma
corrente elétrica surge na malha externa, iniciando dessa forma o processo
de carga do capacitor.

Aplicando a lei das malhas para as tensões no gerador, resistor e capacitor,


teremos:
dQ
Q i= dQ Q dQ 1
−ε + R ⋅ i + = 0  dt
→ −ε + R ⋅ + = 0  → = ⋅ dt
C dt C eC − Q R ⋅ C
Integrando ambos os lados de t=0 a um tempo t qualquer.

256 Vol. 3
Capacitores

Q( t ) t Para encontrarmos a equação da ddp do capacitor no tempo, basta


dQ 1
∫ ∫ dt →ln(εC − Q) − ln(ε C) = Q
Q( 0 ) = 0
= fazer: U =
εC − Q R ⋅ C C
Q( 0 ) 0
t
U(t) = e · e–1/RC
 t  εC − Q −
− = 0  
→ = e R ⋅C
 R⋅C  εC Se derivarmos a equação da carga no tempo, chegaremos àa
expressão da corrente elétrica no capacitor:
Arrumando a equação, chegamos à equação da carga do capacitor ε
i( t ) = − e− t /RC
em função do tempo: R
Portanto, observa-se que, para a situação do capacitor completamente
Q(t) = eC(1 – e–t/RC)
Q descarregado (t →∞), a carga, a tensão e a corrente do capacitor se
Q0 tornam nulas.
Q=0 U=0 i=0
t
carga
Obs.: Se o circuito de carga e descarga de um capacitor for diferente do
mencionado acima, podemos aplicar o Teorema de Thèvenin sobre os
Para encontrarmos a equação da d.d.p. do capacitor no tempo, basta terminais do capacitor, chegando assim a um circuito equivalente composto
Q por um gerador ideal de fem εth em série com uma resistência rth.
fazer: U =
C
U(t) = eC(1 – e–t/RC) 3. Circuitos RC
Se derivarmos a equação da carga no tempo, chegaremos à expressão São circuitos que possuem, além dos geradores, receptores e
da corrente elétrica no capacitor: resistores, os capacitores.
e − t /RC Ex.: Determine a carga do capacitor, supondo que ele esteja completamente
i( t ) = e carregado.
R
Portanto, observa-se que, para a situação do capacitor completamente 2 2 A
carregado (t → ∞), não há passagem de corrente elétrica por ele. Cálculo da d. d. p.
10 V 5 F (V A B ) do capacitor 10 V
i
Q=e·C U=e i=0 1 1
1 1
Obs.: Dizemos que um circuito encontra-se em regime permanente quando
1 1 B
o capacitor estiver completamente carregado (estado estacionário).
10
i= =2A
Descarga do Capacitor 2 +1 +1 +1
.
V AB =2 1 =2V
Suponha agora o capacitor inicialmente carregado (com carga
Q0 = e · C) e a chave S1 na posição a. No instante t = 0, a chave é levada Q =C .V A B =5.10 -6.2
para a posição b, e assim uma corrente elétrica surge na malha da direita, Q =10C
iniciando dessa forma o processo de descarga do capacitor.

Aplicando a lei das malhas para as tensões no resistor e no capacitor, EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
teremos:
dQ
01 Um capacitor de 10 μF é ligado aos terminais da associação em
Q i= dQ Q dQ 1 série de duas pilhas de 1,5 V. Determine:
R ⋅ i + = 0  dt
→R ⋅ + = 0 
→ =− ⋅ dt
C dt C Q R⋅C
a. a carga elétrica armazenada no capacitor;
Integrando ambos os lados de t=0 a um tempo t qualquer. b. a energia potencial elétrica armazenada no capacitor.
Q( t ) t
dQ 1
∫ ∫ dt →ln(Q) − ln(εC) = Solução:
Q( 0 ) = ε ⋅ C
=−
Q R⋅C a. As duas pilhas estão em série; portanto, a d.d.p. total será
Q( 0 ) 0
t UTOTAL = 1,5 + 1,5 = 3,0 V.
 t  Q −
Q=C·U
 R ⋅ C − 0  
→ = e R ⋅C
εC
  Q = 10μ · 3 = 30 μC
b. A energia pode ser calculada por
Arrumando a equação, chegamos a equação da carga do capacitor CU 2
E=
em função do tempo: 2
10µ ⋅ 302
Q(t) = e · C · e–t/RC E=
Q 2
E = 45 µJ
Q0

t
descarga

IME-ITA 257
Física III – Assunto 9

02 Um capacitor plano a ar é ligado a uma bateria, carregando-se 8Ω A


plenamente. Mantendo-o ligado à citada bateria, aumenta-se um pouco +
12 V –
a distância entre suas placas. Consequentemente:
10Ω
(A) a diferença de potencial entre as placas aumenta. 2Ω
(B) a diferença de potencial entre as placas diminui. i
(C) a capacitância do capacitor aumenta.
(D) a carga elétrica do capacitor diminui. 4Ω B
(E) a intensidade do campo elétrico entre as placas aumenta.
Calculemos a intensidade de corrente no circuito:
Solução: Letra D. e = Reqi ⇒ 12 = 24 i ⇒ i = 0,5 A
Como a bateria é a mesma nas duas situações, a d.d.p. U é constante.
ε A A diferença do potencial entre A e B é dada por:
Analisando a expressão C = 0 , percebemos que, aumentando a
d UAB = RABi = 10 · 0,5 ⇒ UAB = 5V
distância d entre as placas, a capacitância diminui (são inversamente
proporcionais). b. A carga elétrica do capacitor é dada por:
Q = CUAB
E finalmente analisando a expressão Q = C · U, a carga e a capacitância
Sendo C = 2 mF = 2 · 10–6 F e UAB = 5 V, obtemos:
são diretamente proporcionais para a mesma d.d.p.
Q = 2 · 10–6 · 5 ⇒ Q = 10 mC
Como a capacitância diminui, a carga elétrica do capacitor também.
05 (PUCCAMP-SP) O circuito esquematizado a seguir é contituído de
03 Calcule a capacitância do capacitor constituído por duas placas
um gerador ideal, dois capacitores e três resistores, cujos valores são
metálicas planas e paralelas, de 1,0 m2 cada uma, separadas por uma
indicados na figura.
camada de ar de 1,0 cm de espessura. A permissividade do ar vale, no
Sistema Internacional de Unidades, aproximadamente 8,8 · 10–12. R1 = 1,0 Ω R2 = 2,0 Ω

Solução: A capacitância de um capacitor é dada por C2 =3,0 · 10–9 F


ε A e = 1,0 V R3 = 3,0Ω
C= 0 C1 =2,0 · 10–9 F
d
A = 1,0 m2; d = 1 cm = 1 · 10–2 m.
É correto afirmar que a:
8, 8 ⋅ 10−12 ⋅ 1
C= (A) carga do capacitor C1 é de 1,2 · 10–8 C.
1⋅ 10−2
C = 8, 8 ⋅ 10−10 F = 0, 88 nF (B) carga do capacitor C2 é de 1,8 · 10–8 C.
(C) corrente elétrica no circuito tem intensidade de 1,0 A.
(D) d.d.p. (tensão) em R2 vale 3,0 V.
04 Considere o circuito a seguir (E) d.d.p. (tensão) em R3 vale 9,0 V.
8Ω A
+ Solução: Letra B.
12 V – Logo após ligarmos o circuito, os capacitores estão descarregados e
tudo funciona como se tivéssemos a seguinte configuração
10 Ω 2 mF
2Ω
R1 = 1Ω R2 = 2Ω

4Ω B 12 V
R3 = 3Ω
Supondo encerrado o processo de carga do capacitor, determine:

a. a diferença de potencial entre os pontos A e B;


b. a carga elétrica armazenada no capacitor. 12
i=
1+ 2 + 3
Solução: i = 2A
a. Em um circuito de corrente contínua, só há corrente no ramo em
que se encontra o capacitor durante o seu processo de carga (ou Cálculo das tensões nos resistores:
descarga). Assim, encerrado esse processo, anula-se a corrente R1: U1 = 1 · 2 = 2 V
no citado ramo, que pode ser eliminado para efeito do cálculo da R2: U2 = 2 · 2 = 4 V
intensidade de corrente no resto do circuito: R3: U3 = 3 · 2 = 6 V

258 Vol. 3
Capacitores

03 No circuito esquematizado a seguir, calcule as cargas QA e QB dos


Cargas dos capacitores (depois de carregados): capacitores A e B, supondo encerrados os processos de carga.
2V 4V

12 V
10 V 6V

04 Determine a capacitância equivalente entre A e B nas associações de


C1 = Q1 = C1 · U1 ⇒ Q1 = 2 · 10–9 · 10 = 2 · 10–8 C capacitores esquematizadas a seguir:
C2 = Q2 = C2 · U2 ⇒ Q2 = 3 · 10–9 · 6 = 1,8 · 10–8C
a. b.
06 O circuito a seguir está fechado há muito tempo, o que significa
que o capacitor já está plenamente carregado.

20Ω

+ +
e1 = 12 V C = 1,5 mF e2 = 6 V
– –

c.
10Ω

Sendo desprezíveis as resistências internas das baterias, calcule:

a. a carga do capacitor;
b. a potência dissipada no resistor de 10Ω.
05 Dois capacitores C1 e C2, ambos de 2mF, são ligados em paralelo
a. • e1 = e2 + Reqi ⇒ 12 = 6 + 30i ⇒ i = 0,2 A
a uma fonte cuja tensão é de 10 volts. Depois de serem carregados,
• No capacitor: U = e1 – 20i = 12 – 20 · 0,2 ⇒ U = 8 V
retira-se a fonte e introduz-se em paralelo um terceiro capacitor de 1mF,
Q = C · U = 1,5 mF · 8 V ⇒ Q = 12 mF como mostram as figuras abaixo. Qual a diferença de potencial VAB da
nova associação?
b. Pot = R i2 = 10 · 0,22 ⇒ Pot = 0,4 W

C1 C2
EXERCÍCIOS NÍVEL 1

01 Um capacitor de 10 mF com ar entre as placas é ligado a uma fonte C1 C2 C3


de 50 V e depois desligado.

a. Quais são as cargas nas placas do capacitor e a diferença de potencial C1 = 2 µF C2 = 2 µF C3 = 1 µF e = 10 V


entre elas?
b. A região entre as placas é preenchida com teflon de constante dielétrica 06 Um capacitor de capacitância C1 = 1.000mF, carregado com tensão
igual a 2,1. Quais são as cargas nas placas e a nova diferença de de 30 volts, é ligado através de um resistor a outro capacitor C2 = 500mF,
potencial? inicialmente descarregado. Qual a tensão do capacitor C1 quando a corrente
no resistor vai a zero, ou seja, quando o sistema atinge o equilíbrio?
02 O conjunto de capacitores esquematizado a seguir está ligado a um
gerador de corrente contínua: 07 No circuito a seguir, determine a energia armazenada no capacitor C1,
em unidades 10–4 J.
(Dados: C1 = C2 = 15mF; C3 = C4 = C5 = 10 mF ; e = 24,5 V)

Passada a fase transitória, determine a carga elétrica e a tensão entre as


armaduras de cada capacitor.

IME-ITA 259
Física III – Assunto 9

08 Dado o circuito elétrico esquematizado na figura, obtenha: Nessa situação, qual dos esquemas a seguir representa o possível circuito
com esse capacitor?

(A) (D)

a. a carga no capacitor, enquanto a chave Ch estiver aberta;


(B) (E)
b. a carga final no capacitor, após o fechamento da chave.

09 No circuito esquematizado na figura, o capacitor está totalmente


eletrizado e armazena energia de 0,5 J; a força eletromotriz da fonte ideal é
desconhecida. Qual é a potência elétrica fornecida pela fonte, ao se mudar
a posição do interruptor?
(C)

13 Quando um rolo de fita adesiva é desenrolado, ocorre uma transferência


de cargas negativas da fita para o rolo, conforme ilustrado na figura a
seguir.
10 O circuito representado na figura é constituído por uma pilha ideal de
1,5 V de força eletromotriz ligada a um fio condutor PQ, homogêneo, de
seção reta constante. O fio é provido de terminais igualmente espaçados, d
sendo que entre dois deles se encontra um capacitor de 10 mF em série
com um galvanômetro. Estando a chave C fechada e sendo nula a indicação
do galvanômetro, determine a carga no capacitor.

Quando o campo elétrico criado pela distribuição de cargas é maior que


o campo elétrico de ruptura do meio, ocorre uma descarga elétrica. Foi
demonstrado recentemente que essa descarga pode ser utilizada como
uma fonte econômica de raios X.

Para um pedaço da fita de área A = 5,0 · 10−4 m2 mantido a uma distância


constante d = 2,0 mm do rolo, a quantidade de cargas acumuladas é igual
11 No circuito esquematizado abaixo, qual o potencial da placa P a Q = CV, sendo V a diferença de potencial entre a fita desenrolada e o
do capacitor representado, se o circuito está funcionando em regime A C
rolo e C = ε0 em que ε0 ≈ 9, 0 ⋅ 10−12 . Nesse caso, a diferença de
constante? d Vm
potencial entre a fita e o rolo para Q = 4,5 · 10−9 C é de:

(A) 1,2 · 102 V.


(B) 5,0 · 10−4 V.
(C) 2,0 · 103 V.
(D) 1,0 · 10−20 V.

14 Na figura abaixo, C é um capacitor de placas planas e paralelas.


12 Um capacitor plano está ligado a um circuito, sendo que o potencial Mantém-se o circuito fechado e aguarda-se o tempo suficiente para que tal
de um ponto entre as duas placas, à distância x da placa A, é dado pelo capacitor se carregue completamente. A carga do capacitor, em Coulomb,
gráfico seguinte: vale:
R = 2Ω Dado: 1 mF = 10–6F

E = 50 V
C = 5 mF

260 Vol. 3
Capacitores

(A) 1,25 · 10–5. Assinale a alternativa que contém o valor da distância entre as armaduras,
(B) 1,75 · 10–5. também de área A, de um único capacitor, de placas paralelas, equivalente
(C) 2,5 · 10–4. à associação dos três:
(D) 5,0 · 10–4.
(A) d/3. (C) (3d)/2.
15 Tem-se uma associação de três capacitores em paralelo, cada um (B) 3d. (D) (2/3).
com 100 mF. Pretende-se substituí-los por uma capacitor plano de placas
paralelas. Qual deve ser a área, em m2, desse novo capacitor, sabendo-se 20 No circuito do radar de bordo, tem-se um capacitor de 22 microfarads
que a separação entre suas placas é de 0,3 cm. em paralelo com outro de 8 microfarads e seu equivalente em série com
Dado: e0 = 9 · 10–12 C2/Nm2. um de 10 microfarads. A capacitância equivalente (em microfarads),
considerando a ligação com esse terceiro capacitor, é de:
(A) 1 · 102.
(A) 5,5. (D) 8,5.
(B) 1 · 105.
(B) 6,5. (E) 10,5.
(C) 1 · 10–5.
(C) 7,5.
(D) 1 · 10–6.

16 Um capacitor C1 de 1μF é ligado a uma bateria de 12 V para ser EXERCÍCIOS NÍVEL 2


carregado. Após a carga, a bateria é desligada, e outro capacitor C2 de
3μF, inicialmente descarregado, é ligado em paralelo com C1. A soma das 01 No circuito abaixo, os valores da capacitância e da d.d.p. no capacitor
novas cargas dos capacitores, em C, será? valem, respectivamente:

(A) 3 · 10–6. 2Ω 4Ω
(B) 6 · 10–6. A C
4 mF
(C) 9 · 10–6.
(D) 12 · 10–6.
2Ω 1Ω
17 No circuito A, considere os três resistores com resistências iguais e,
no circuito B, considere os três capacitores com capacitâncias iguais.

R R R C C C 24 V

(A) 12 mC, 3 V. (D) 20 mC, 3 V.


(B) 32 mC, 8 V. (E) 9 mC, 6 V.
(C) 24 mC, 6 V.
U U
02 Liga-se um capacitor de 5μF a uma bateria de 12V. Quando o capacitor
circuito A circuito B
se carrega completamente, este é desligado da bateria e conectado a outro
capacitor de 7μF, inicialmente descarregado, com a mesma polaridade
É correto afirmar que a resistência equivalente é igual a:
entre as placas. A voltagem do sistema de capacitores, após atingido o
equilíbrio elétrico, é:
(A) 3R ,e a capacitância equivalente é igual a 3C.
(B) R/3, e a capacitância equivalente é igual a 3C.
(A) 5V. (D) 2V.
(C) 3R, e a capacitância equivalente é igual a C/3.
(B) 4V. (E) V.
(D) R/3, e a capacitância equivalente é igual a C/3.
(C) 3V.
(E) R, e a capacitância equivalente é igual a C.

18 Considere a figura abaixo. A capacitância entre os pontos A e B, em


03 O circuito elétrico ilustrado na figura abaixo representa uma montagem
μF, vale:
para a leitura de diferença de potencial do capacitor e da amperagem do
1 mF 1 mF circuito. As leituras no voltímetro e amperímetro, bem como a carga no
capacitor, após a estabilização do circuito, são, respectivamente:

1,5Ω A
A B
1 mF 1 mF
15 V 0,5 mF 5V
(A) 0,5. V
(B) 1,0.
(C) 2,0.
(D) 3,0. 1Ω 0,5Ω

19 Três capacitores, de placas paralelas, estão ligados em paralelo.


Cada um deles tem armaduras de área A, com espaçamento d entre elas.
2Ω

IME-ITA 261
Física III – Assunto 9

(A) 1 V, 4 A, 6 μC. 08 O gerador representado no circuito é ideal e sua força eletromotriz


(B) 8 V, 4 A, 6 μC. vale 36 V. Os condutores AB e CD de 100 m cada um, são homogêneos
(C) 10 V, 1 A, 9 μC. e apresentam resistência de 1,5 W por metro de comprimento. O fio BD
(D) 10 V, 2 A, 5 μC. têm resistência desprezível. O capacitor, de capacitância igual a 5 mF, está
(E) 10 V, 2 A, 8 μC. ligado aos pontos A e B:

04 A figura 1 mostra um capacitor de placas paralelas com vácuo entre


as placas, cuja capacitância é Co. Num determinado instante, uma placa
dielétrica de espessura d/4 e constante dielétrica K é colocada entre
as placas do capacitor, conforme a figura 2. Tal modificação altera a
capacitância do capacitor para um valor C1. Determine a razão Co/C1.

a. Calcule a carga elétrica armazenada no capacitor.


b. Os pontos X e Y distam l de A e C, respectivamente. Calcule, em
d d função de l, a carga que o capacitor é capaz de armazenar, quando
ligado aos pontos X e Y.

d 09 No circuito da figura, as chaves estão abertas e os capacitores,


4 descarregados. Calcule as cargas nos capacitores quando:
figura 1 figura 2

(A) (3K + 1)/4K


(B) 4K/(3K + 1)
(C) (4 + 12K)/3
(D) 3/(4 + 12K)
(E) 1/(4 + 12K)

05 Na figura abaixo, está representado um circuito formado por uma pilha


P, um capacitor C, um resistor R e um interruptor I. Inicialmente, o capacitor a. se fecha a chave Ch;
está descarregado. Esboce o gráfico da diferença do potencial U entre os b. se fecham também as chaves Ch1 e Ch2.
pontos A e B do circuito, em função do tempo t, após o fechamento de l.
10 O capacitor do circuito indicado na figura está eletrizado sob tensão de
100 V. Fecha-se chave k e aguarda-se o capacitor descarregar totalmente.
Qual a energia dissipada no resistor de resistência igual a 1 ohm?

06 Calcule a energia elétrica armazenada em um capacitor de placas


planas e paralelas, que apresentam densidade superficial de carga uniforme
e de valor σ, sabendo que o volume limitado pelas armaduras é V. Admita
que entre as placas existe ar (ou vácuo) cuja permissividade é ε0. 11 O circuito da figura mostra um capacitor C, duas baterias ideais,
dois resistores e uma chave S. Inicialmente, S ficou aberta por um longo
07 Na figura a seguir, temos um capacitor esférico. A armadura interna período de tempo. Se ela for, então, fechada, permanecendo assim outro
A foi eletrizada com uma carga positiva Q. A armadura externa B, por sua longo período de tempo, de quanto variará a carga do capacitor?
vez, foi ligada à terra.

(Dados: C = 10 mF; e1 = 1,0 V; e2 = 3,0 V, R1 = 0,20 W; R2 = 0,40 W.)


Na região entre as armaduras, existe um dielétrico de permissividade
absoluta ε. Sendo RA e RB os raios de curvatura das armaduras A e B, 12 Dois capacitores, um C 1 ≅ 1,0 µF e outro C 2 ≅ 2,0µF, foram
prove que a capacitância desse capacitor é dada por: carregados a uma tensão de 50 V. Logo em seguida, estes capacitores
assim carregados foram ligados conforme mostra a figura. O sistema
4πeRA RB
C= atingirá o equilíbrio a uma nova diferença de potencial ΔV entre as
RB − R A armaduras dos capacitores, Q1 cargas no capacitor C1 e Q2 cargas no
capacitor C2 , dados respectivamente por:

262 Vol. 3
Capacitores

15 Considere o circuito elétrico da figura a seguir. A chave S encontra-se


inicialmente aberta e o capacitor encontra-se completamente descarregado.
A soma das correntes no resistor de 2 Ω no instante em que a chave S é
fechada e em um instante de tempo posterior, suficientemente longo para
que o capacitor esteja completamente carregado, é:
C2 ≅ 2,0µF
C1 ≅ 1,0µF

ΔV Q1 (µC) Q2 (µC)
(A) zero 50/3 100/3
(B) zero 50 100
(C) 50 50 100
(D) 50 50/3 100/3
(E) 50/3 50/3 100/3

13 No circuito representado pela figura abaixo, estando o capacitor (A) 1 A. (D) 4 A.


completamente carregado, leva-se a chave K da posição A para a posição B. (B) 2 A. (E) 5 A.
(C) 3 A.

16 No circuito abaixo, o capacitor encontra-se inicialmente descarregado.

i R1
4 mF
6Ω R2
12 V

A quantidade de energia, em mJ, dissipada pelo resistor de 1 W, após k


essa operação, é igual a:
i(A)
(A) 5. (C) 25. 6
(B) 10. (D) 50.
3
14
0 t

Ao fechar a chave k, a corrente elétrica fornecida pela bateria varia em


função do tempo de acordo com o gráfico.
Assim, conclui-se que a soma R1 + R2 das resistências desconhecidas
vale:

(A) 5Ω. (D) 12Ω.


(B) 6Ω. (E) 20Ω.
(C) 8Ω.

EXERCÍCIOS NÍVEL 3

Na figura, o frasco de vidro não condutor térmico e elétrico contém 0,20 01 No circuito a seguir, as baterias e medidores são ideais e o capacitor
kg de um líquido isolante elétrico que está inicialmente a 20°C. Nesse encontra-se inicialmente descarregado. Fechando-se a chave k, a carga
líquido está mergulhado um resistor R1 de 8 W. A chave K está inicialmente elétrica Q armazenada pelo capacitor C aumenta gradativamente, conforme
na vertical e o capacitor C, de 16mF , está descarregado. Ao colocar a o gráfico abaixo, até atingir o seu valor final Qfinal. A corrente indicada pelo
chave no ponto A, verifica-se que a energia do capacitor é de 0,08 J. Em amperímetro, no instante t = 3 μs, vale:
seguida, comutando a chave para o ponto B e ali permanecendo durante
5 s, a temperatura do líquido subirá para 26°C. Admita que todo o calor 2Ω 2Ω
gerado pelo resistor R1 seja absorvido pelo líquido e que o calor gerado nos
resistores R2 e R3 não atinja o frasco. Nessas condições, é correto afirmar 4V 2Ω
que o calor específico do líquido, em cal . g–1°C–1, é: (Dado: 1 cal = 4,2 J.) 12 V
C
A
(A) 0,4. (D) 0,9.
(B) 0,6. (E) 1,0. k
(C) 0,8.

IME-ITA 263
Física III – Assunto 9

carga do capacitor Com a chave K aberta


a. o rendimento do motor e do gerador;
Qfinal b. a corrente do circuito com o motor travado.

Com a chave K fechada:


c. a equação horária da carga no capacitor;
d a equação horária da tensão no capacitor;
e o instante a partir do qual a lâmpada atinge metade da potência
2 4 6 8 10 12 nominal.
tempo (ms)
04 (IME)
(A) 1A. (D) 4A.
placa negativa
(B) 2A. (E) 5A.
placa positiva
(C) 3A.

02 O desfibrilador é um equipamento com fim terapêutico que visa à


reversão das arritmias cardíacas pela aplicação de um pulso de corrente
elétrica de grande amplitude em um pequeno intervalo de tempo, a qual é
liberada pela descarga de um capacitor. O desfibrilador pode ser modelado
por um circuito RC, no qual um capacitor de capacitância C é conectado a Ch U
um resistor de resistência R. O gráfico mostra a descarga de três circuitos
RC, um deles o de referência. Os capacitores têm capacitâncias C = 200
mF e estão carregados inicialmente com uma carga Q0. O processo de
r
descarga do capacitor é descrito pela equação Q(t) = Q0 exp (– t / T), em
Um reservatório possui duas faces metálicas que se comportam como
que T = RC é um tempo característico de cada circuito.
placas de um capacitor paralelo. Ao ligar a chave Ch, com o reservatório
vazio, o capacitor fica com uma carga Q1 e com uma capacitância C1.
Ao repetir a experiência com o reservatório totalmente cheio com um
determinado líquido, a carga passa a ser Q2 e a capacitância C2. Se a
relação Q1/Q2 é 0,5, a capacitância no momento em que o líquido preenche
metade do reservatório é:

(A) C1. (D) 3/2 C2.


(B) 3/4 C2. (E) 3/4 C1.
(C) C2.

05 (ITA-SP 2006) A figura mostra um capacitor de placas paralelas de


área A separadas pela distância d. Inicialmente o dielétrico entre as placas
é o ar e a carga máxima suportada é Qi . Para que esse capacitor suporte
uma carga máxima Qf, foi introduzida uma placa de vidro de constante
dielétrica k e espessura d/2. Sendo mantida a diferença de potencial entre
Considerando os dados apresentados, calcule: as placas, calcule a razão entre as cargas Qf e Qi.

a. o valor, em ohm, das resistências Rref., R1 e R2, sabendo que o tempo


característico do circuito de referência é 1,24 ms; A
b. o percentual de energia dissipada no resistor do circuito de referência,
d ar ar
(|∆E|/E0)x100, entre os instantes t = 0 e t = 2 ms. vidro
03 No circuito abaixo determine:
configuração inicial configuração final

06 No circuito abaixo, considere o amperímetro ideal e os capacitores, a


vácuo, completamente carregados.
O gerador de fem E1 e resistência interna r fornece potência máxima igual
a 80W. Sabe-se que a corrente elétrica fornecida pelo gerador é I = 5,0A
e as circunstâncias dos capacitores valem:
C1 =4,0 µF; C2 =6,0 µF; C3 = 8,0 µF; C4 =12 µF. Calcule:

264 Vol. 3
Capacitores

30Ω 18 V D 12Ω 60 V
e
C3 10Ω
C2
B 20Ω C4 6,0Ω C
12Ω 4,0Ω
A C2
C3 Rx
G 2,5Ω E 1,5Ω F
C1 C2 6,0Ω
S
I 8,0Ω C1
20Ω 12Ω
E1 r1

10Ω
a. a fem (E1) e a resistência interna (r) do gerador;
b. a potência elétrica dissipada, por efeito Joule, no resistor de 12Ω,
entre os pontos D e F;
a. f.e.m. ε do gerador;
c. a carga elétrica armazenada no capacitor C1 e a energia eletrostática
b. a corrente elétrica que passa no resistor de 6,0Ω, sabendo-se que a
do capacitor C3.
temperatura da água varia de 4,0°C no intervalo de tempo de 30 s.
Dados: c (água)=1,0 cal/g°C; 1 cal = 4,0J.
07 Nos circuitos abaixo, as capacitâncias dos capacitores valem: C1 =
1,0µF; C2 = 4,0µF; C3=8,0µF e o gerador de 60V possui resistência interna
desprezível. Sabe-se que os capacitores estão completamente carregados,
que a carga elétrica no capacitor C1 vale 80 µC e que o resistor de 10Ω
está imerso em 3,0 · 102 gramas de água, no recipiente adiabático. No
instante t = 0, a chave S é fechada. Calcule:

RASCUNHO

IME-ITA 265
Física III – Assunto 9

RASCUNHO

266 Vol. 3
Gabarito V olume
3
Física I 26 –
27 –
28 –
Assunto 7 29 –
Exercícios Nível 1 30 –
01 Letra A. Exercícios Nível 2
02 Letra C. 01 Letra A.
03 Letra D. 02 Letra D.
04 Letra C. 03 Letra A.
05 Letra E. 04 Letra E.
06 Letra C.
 3
07 Letra C. 05 T = W  1 + 
08  3 
NA = 2250 N 06
NB = 1950 N a.
09 Letra B. →
10 Letra A. T

11 R


P
b.

12 3,5 cm.
13 900 N. 07 60 N na rampa I; 80 N na rampa II.
14 210 N. 08
15 300 N. a. 250 N.
16 135 N. b. Não depende.
17 Maior que 300 kgf. 09 3 / 3.
18 10
a. → a. 700 N.
→ F at b. 10 m.
FN 1
1
11 P/4.
12 Letra C.
→ 13 a = 59 cm; b = 66 cm; c = 75 cm.
P
→ 14 Ambos iguais a 2,5 N.
FN 15 Letra A.
2
→ 16 Letra D.
F at 17 Letra D.
2

b. Sim. 400 N e 150 N, respectivamente. 18 Letra B.


19 19 Letra D.
a. 130 N. 20 x = 6cm.
b. 26 N. 21 2 − 1.
20 Letra A. 22 Letra A.
21 – 23 Letra D.
22 – 24 Letra A.
23 – 25 Letra C.
24 – 26 –
25 – 27 –

IME-ITA 367
Gabarito

28 – 23 Letra B.
29 – 24 Letra B.
30 – 25 Letra A.
31 – 26 Letra D.
32 – 27 Letra D.
28 Letra A.
Exercícios Nível 3 Exercícios Nível 2
01 L/4. 01 –
02 arctg(3/4). 02 Letra D.
 µ + tgθ  03
03 F = P  µ1 + 2  a. h diminuirá.
 1 − µ2tgθ 
b h permanecerá constante.
P 2P
04 T =
= ;R c h permanecerá constante.
3 3 04 1,2 g/cm3
3π d1 + d2 05 3 cm3
05 senβ = ⋅ senα
06 Letra E. 4 d1 − d2 06 120 gotas.
07 Letra B. 07 10 barras.
08 08 0,5 m/s
a. 7/2 M. 09 0,0909 m
b. 29/6 M. 10 Letra E.
ρ g LS1S2
 d d 11 T =
L− 2 − 4  S1 − S2
09  .
 d d 12 Letra B.
L− 2 − 4  13 Letra D.
  14 Letra D.
10 Letra B. 15 Letra D.
16 g[ρmH + ρo(h1 – h2)]
Assunto 8 17 Letra C.
Exercícios Nível 1 18 Letra A.
01 19 Letra B.
a. Para cima. 20 Letra B.
b. 1,0 · 101 cm3. 21 Letra A.
02 22 10 m
a. 10 N. 23 0,25 kgf
b. 5,0 cm. 24 6,15 · 10–3 m3
03 Letra B. 25 Força: 0,30 N; massa: 345,1 g.
04 Letra D. Exercícios Nível 3
05 Letra B. g ⋅ ∆h
d 01
06 L g L
2dS 02 Letra E.
07 5,5 · 104 Pa 03 Direção da aceleração.
R 1 12
08 e = 04 ρV
Rc 2 5
09 15 kg H+L H 2 + L2
10 05 −
2 2
a. a = 1,01 g
ρ − ρ2
b. 0,3 m 06 Vim = V
11 Letra C. ρ1 − ρ2
12 Letra A. 07 10 cm
13 Letra A. 08
14 Letra D. a. 3
15 Letra D. b. 0,04
16 Letra A. 09
17 Letra A. a. Permanece igual.
18 Letra A. b. 0,5 cm
19 Letra D. l
10 T = 2π
20 Letra E. g (1 + cos 30° )
21 Letra A.
22 Letra E.

368 Vol. 3
Gabarito

Física II 16 Letra A.
17
a. d = 35,5 mm; b. P = 4118 mm.
Assunto 8 18
Exercícios Nível 1 a. x = 1 cm;
01 I, II , III e VI. b. Para fotografar um objeto mais distante, a distância focal deve ser
02 maior que a distância focal anterior, logo, a distância da lente ao filme
a. deverá ser maior.
L
1 L2
19 D = 30 cm.
20 Letra E.
21 Letra B.
5 cm 20 cm
F1=F2 Exercícios Nível 3
01
2 2
(A) D − D − 4 fD ; D + D − 4 fD ;
b. L1 = 20cm; L2 = 80 cm. 2 2
03 (B) A1A2 .
a. Convergente. b. 30 cm.
04 15,0 cm.
05 67,3 cm. 02 Letra C.
06 5,0 di. 03
07 85,7 mm. a. – 10 cm.
08 b. 10 cm e 15 cm.
a. 22 cm; b. 8. c. 1,6.
09 45. 04 84 cm.
10 Localização da imagem: situada à direita da lente II, a 24 cm da mesma 05 0,67 mm.
ou a 84 cm da lente I; ampliação total: 0,6. 06 6 m.
11 Letra A. 07 50 cm.
12 Letra B. 08 d = 5,1 cm.
13 Letra B.
14 Letra E. Assunto 9
15
a. 1,3 m. b. 90 cm. Exercícios Nível 1
16 Letra E. 01
17 Letra A. a. 0,5 Hz; 0,10 m.
18 F – V – V – V – F. b. 0,5 s; 1,5 s; 2,5 s.
Exercícios Nível 2 02
a. fB = 3 fA. b. AA = 3AB.
01 Letra D.
03
02 10,0 cm.
a. 0,5 s;
03 Letra B.
b. – 8 p m/s.
04 f = 16 cm; entre o objeto e a imagem, a 80 cm do objeto.
c. Zero.
05 Letra C.
04 1,25 rad/s.
06
05
a. Afastam-se. b. 60 cm.
a. ± 12p m/s; b. ± 80p2 m/s2.
07 Letra E.
06
08
a. T = 0,2 p s.
b. Em = 50 J.
c.
F(N)
200

0,5
– 0,5 0 x(m)

– 200
09 10 cm.
10 50 cm. d.
11 Energia (J)

a. 30 cm. b. 24 cm. 50
12 Letra C. EP
13 Letra E. EC
14 Letra D.
15 Letra B. – 0,5 0 0,5 x(m)

IME-ITA 369
Gabarito

07 mL
a. 2 cm. b. Permanecerá o mesmo. 10 T = 2π
08 Maior. 2 kL + mgL
09 11 y
a. 20 N/m; b. 60 cm.
10 2xm
a. Aproximadamente 2,4 s. b. Tenderia a infinito.
11 3,0 cm.
12 2. –xm
13 2 s. x
14 5,0 m/s. xm
15
a. Circunferência. b. Elipse.
Exercícios Nível 2 –2xm
A 12
01 x = ± .
3 a. 1
02 Elipse. b. 2
03 ≠
c. rad
a. 20 N/m; b. 5 Hz. 2
04 Letra C. 13
1 2
05 L2 = 25 L1. a. d.
2 5
9
1 3
06 2 T. b. e.
07 Letra A. 3 5
08 2. 1 4
c. f.
09 – 4 5
L
10 2p .
Assunto 10
g 2 + a2
11 Exercícios Nível 1
k k 01
a. v = x o . b.
= v x=
o e A xo. a. 4 cm. c. 32 m/s.
m1 + m2 m1
b. 16 cm.
12 1,5 s. 02 4,8 m/s.
Exercícios Nível 3 03
01 I. V. III. F.
a. 0,4 Hz e 0,1 m; II. V. IV. V.
b. 12,8 N/m; 04 Letra D.
 3p  05 Letra B.
=c. y 0,1cos  0,8p t + (SI) 06
 2 
a. Permanece a mesma. b. Meio 2.
3T 07 2.
02 .
08
03 254 cm.
a. 3 cm/s.
04 r = 12.402 kg/m3.
05 b. 2 cm.
2⋅ m⋅ g c. 3 Hz.
a. h = . 09 Letra A.
K
10
 mg mg  K  a. A luz, ao passar para o vidro, diminui de velocidade, e o som aumenta
 x( t )= L0 + + cos 

t + p
 de velocidade.
 K K  m 
b.  b. 5,0 m. Sim, pois sua frequência (1 KHz) não se altera, continuando
 m  K  na faixa de som audível.
v( t ) = − g K
cos 
 m
t + p
 11 Letra D.
  
12 Letra C.
06 22 cm. 13 f = 0,5 Hz; T = 2 s.
07 14 Letra B.
a. 0,150 m; b. x = 9,60 m/s2. 15 Letra E.
08
a. 2,49 mm. Exercícios Nível 2
09 Letra B. 01 0,08 s-1.

370 Vol. 3
Gabarito

02 18 N. 02 24 V.
03 200 Hz. 03
a. 20 V; 2 W; 2 W.
04 b. 50 W.
Anteparo c. 50%.
04 Gerador de força eletromotriz de 12 V e resistência interna de 2 W.
05 36 V.
06 0,25 A.
3,0 cm 07
0 a. 2 A b. 6 V
0' 08

B 12 V
A 3W R2 = 3 W

09 L1 diminuirá e L4 aumentará.
20 cm 20 cm 10 6 V.
11 – 2,4 V.
05 Letra E. 12
06 Letra A. a. 12 V; 8 V. b. 3 W.
07 F – F – F – V – V. 13
08 a. 50 J. b. 1,0ºC.
a. 15 m/s. b. 0,036 N. 14
09 Letra A. a. R1 = 2 W; R2 = 2 W; R3 = 1 W.
10 b. 75% e 67%.
a. 8s; b. 12 m. 15 0,5 W; 10 V.
11 16 Letra D.
a. 0,20 m; b. 3,33·10–7s. 17 Letra C.
12 18 Letra A.
a. 10–1 W/m2; b. 1,5 m. 19 r = 1,5 Ω; e = 6,0 V
13 25 m/s. 20 Letra A.
14 Letra A. Exercícios Nível 2
Exercícios Nível 3 01 R = 1,8 Ω; e = 10 V.
01 2 m/s. 02 Letra B.
02 0,0125 s. 03 Letra B.
03 – 04 14,4 W.
04 05 36 V, 7 W.
a. 28,6 m/s e 22,1 m/s. b. 188 g e 313 g. 06
05 50 m/s. a. i = 1 A horário.
06 b. VA = 0; VB = 31 V; VC = 62 V; VD = 42 V; VE = 26 V; VF = 16 V;
a. 2s; VG = 4 V.
b. c. UCG = 58 V.
07 30.
08
A B’
45o 45o 1,0m a. 21 V. b. 24 V.
P 09 L1 e L2 em paralelo, em série com L3.
10 L4.
B A’ v 11 ZERO.
12 Letra C.
2,0m 13
a. 120 A e 60 A. c. 0,1.
07 b. 0,1. d. 50%.
a. corda B; b. 0,25. 14
08 Letra A. a. 20 Ω e 10 Ω. b. 60% e 67%.
15
a. 5 A. b. 11,5 V.
Física III 16 118 J.
17
Assunto 7 a. 2 Ω. b. 0,72 W.
Exercícios Nível 1 18 Letra C.
19 Letra E.
01 8 A; 6 A; 2 A.

IME-ITA 371
Gabarito

20 im = 50 A. 17 Letra B.
18 60 V.
Exercícios Nível 3
19 V–V–F–F–V.
01 13 A.
02 Dois ramos em paralelo. Em cada ramo 16 baterias em série. Exercícios Nível 2
03 01 Letra D.
a. 20 A. 02
b. 8 baterias. 2V V
a. I = I= .
. b.
c. 14 V. 3R R
04 ∆RS = – 0,58 R.
03 Letra C.
05 100 W ≤ Rx ≤ 400 W.
04 Letra D.
06
05
a. 240 KWh. b. 66,7% e 71,4%.
a. 1,5 A. b. 1 W.
Assunto 8 06 52 V.
07
Exercícios Nível 1 a. 4 V.
01 b. 4,9 W.
2 1 1
c. 2,16 cal.
3 3 3 08
a. 7,15 kWh.
02 b. 29 A e 30 A.
6 2 4 c. 1 A.
09 Letra E.
10
03 a. i1 = 7,71 A ; i2 = 5,13 A ; i3 = 2,58 A.
0,06 A 0,06 A b. 2,8 W.
11 Letra E.
0,11 A 0,11 A
12 Letra C.
0,05 A 0,05 A
13 Letra C.
04 0,6 A e 0,8 A. 14 1468,8 W.
05 8A 15
a. ?
1A b. 1 A, 2 A e 3 A.
16 e .
7A 3
06 13. 17 Letra C.
07 18 Letra E.
a. 19
0,42 0,36
0,78 a. 2 W, 8 W.
b. 24 75
, W.
7 14
b. 20 135 V.
1 2 3
Exercícios Nível 3
01 10 W.
08 10 A 02 Letra C.
5,5 A 4,5 A 03 E = 60 V e r = 10 W em série.
04
0,5 A a. 2 · 10-4 A.
5A b. 7,75 · 106 m/s.
5A
c. 10-14 N.
05 Letra D.
06
09 0,05 W. a. 10 W.
10 5. b. 0 W e 14 W.
11 Letra E. c. 7,25 W e 25 W.
12 18 V. 07 Letra D.
13 –13 V. 08 2 W.
14 300 V. 09 Letra C.
15 i1 = 0,3 A e i2 = 0,4 A. 10
16 R ⋅R ( ε ⋅ R + ε2 ⋅ R1)2
a. 1 A. b. 17 V. a. R = 1 2 . b. P= 1 2 .
R1 + R2 4 ⋅ R1R2 ⋅ ( R1 + R2 )

372 Vol. 3

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