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1
Física I
Um referencial não inercial é todo aquele que apresenta aceleração 3.2 Deslocamento escalar (ΔS)
em relação a um referencial inercial. Por esse motivo, os referenciais não Considerando um móvel qualquer em movimento em relação a um
inerciais são também conhecidos como referenciais acelerados. referencial inercial, por definição, seu deslocamento escalar (ΔS), num
Quando a situação não especificar o referencial a ser utilizado, intervalo de tempo Δt = t2 – t1 , é dado pela diferença entre as posições
considere sempre a Terra ou o solo. Por exemplo: se em uma situação nesses respectivos intervalos de tempo.
genérica for feita uma afirmação do tipo “um corpo se movimenta com Chamando a posição inicial e final, respectivamente, de s0 e s, teremos:
velocidade de 80 km/h”, assuma que essa velocidade é medida em relação
à Terra ou ao solo. DS = s – s0
Note que, por exemplo, a posição de um móvel que passa pelo ponto
A é s = + 90 km. Isso acontece porque o ponto A dista 90 km da origem
adotada e está no sentido positivo do referencial adotado (para a direita).
Um móvel (que anda sempre sobre o segmento orientado representado
na figura), situado inicialmente em B, se desloca para o ponto A e, a seguir,
para o ponto D. O deslocamento escalar no primeiro trajeto é de Ds = s – s0 =
+ 90 – (+ 150) = – 60 km (negativo, pois está contra o referencial). No segundo
IME-ITA 265
Física I – Assunto 1
trajeto, o deslocamento escalar é Ds = s – s0 = + 310 – (+ 90) = + 220 km Dessa forma, a velocidade média em todo o trajeto AB é:
(positivo, pois está a favor do referencial).
2d 2d 2d 2v .v 2 1
Note que, embora o deslocamento escalar do referido móvel de B Vm = = = = 1 =
até D seja Dstotal = Ds1 – Ds2 = – 60 + 220 = + 160 km, a distância t1 + t2 d + d d (v1 + v 2 ) (v1 + v 2 ) 1 1
+
percorrida entre o começo e o fim do deslocamento é de 280 km (60 km v1 v 2 v1 .v 2 v1 v 2
de B até A e 220 km de A até D). 2
Matematicamente, podemos dizer que a distância percorrida pode ser Note que, quando o trajeto é dividido em partes iguais, a velocidade
obtida através das somas dos deslocamentos escalares parciais. média total é a média harmônica das velocidades em cada trecho (e não a
média aritmética!). Para quem não se lembra, média harmônica é o inverso
d = ∑| ∆S | da média aritmética dos inversos.
266 Vol. 1
Movimento uniforme
5. Velocidade escalar instantânea Conclusão: a velocidade instantânea de um móvel pode ser obtida
calculando o coeficiente angular da reta tangente ao ponto considerado
Unidade no SI: metro/segundo; abreviação: m/s em um gráfico s × t. Portanto:
Outras unidades comuns: cm/s, mm/s, quilômetro por hora (km/h) I Quanto mais inclinado for o gráfico, maior o módulo da velocidade
instantânea naquele ponto. Quanto menos inclinado, menor o módulo
Conceitualmente, velocidade instantânea é a velocidade em um da velocidade.
instante especifico do movimento. Como a velocidade é a razão entre II. Se a reta tangente for horizontal (vértices), a inclinação é zero e,
o deslocamento e o intervalo de tempo, temos que, se calcularmos a portanto, a velocidade é zero. O móvel troca de sentido.
velocidade média para intervalos de tempo cada vez menores, (intervalos Matematicamente, a velocidade instantânea é o limite da velocidade
muito próximos de zero), tenderemos a chegar à velocidade naquele exato média quando o intervalo de tempo tende a zero (o conceito explicado
momento. acima é exatamente o conceito de derivada). Ou, em outras palavras, é a
Para entender melhor esse conceito, vamos a um exemplo numérico: derivada de primeira ordem da posição em relação ao tempo ou a taxa de
considere um móvel que se move em trajetória retilínea segundo a equação variação da posição em relação ao tempo.
s(t) = t2 – 4t + 2, em que s está em metros e t, em segundos. Esta é uma ∆s ds
v = lim =
equação do tipo equação horária da posição, já que informa a posição do ∆t → 0 ∆t dt
móvel em função do tempo.
Para calcular a velocidade instantânea desse móvel no instante t = 3s,
vamos calcular velocidades médias fazendo o intervalo de tempo tender a
6. Aceleração escalar média
um valor cada vez mais próximo zero. Unidade no SI: metro/(segundo)2; abreviação: m/s2
I. tempo de t = 0s a t = 7s. Nesses instantes, temos que as Outras unidades comuns: km/h2
posições são respectivamente iguais a s(0) = 02 − 4 ⋅ 0 + 2 = 2 m
2
e s(7) = 7 − 4 ⋅ 7 + 2 = 23 m . Logo, a velocidade média é dada por Conceitualmente, a aceleração escalar de um corpo mede a rapidez
∆s 23 − 2 com que o valor da velocidade muda, independentemente dessa velocidade
vm = = = 3 m/s. aumentar ou diminuir.
∆t 7−0
II. tempo de t = 1,5 s a t = 5s. Analogamente, teremos que a velocidade Atenção para a diferença entre os conceitos!!! Velocidade mede a taxa
média é 2,5 m/s. da variação da posição em relação ao tempo. Aceleração mede a taxa de
III. tempo de t = 2,8 s a t = 3,1s. Analogamente, teremos que a velocidade variação da velocidade em relação ao tempo.
média é 1,9 m/s.
Um carro de fórmula 1, por exemplo, atinge altas velocidades em
Note que, quanto menor o intervalo de tempo considerado e quanto trajetórias retilíneas. Entretanto, se ele mantiver a velocidade constante,
mais próximo do instante t = 3s, a velocidade média calculada se não vai haver variação da velocidade. Por esse motivo, a aceleração seria
aproximará da velocidade instantânea em t = 3s. igual a zero.
É extremamente importante também entender o argumento gráfico. Um elevador parado, por exemplo, tem velocidade igual a zero (já
Vamos a ele. A curva vermelha representa também a posição de um móvel que sua posição não está mudando). Entretanto, imediatamente antes
qualquer em relação ao tempo. de começar a subir, ele possui aceleração maior que zero, já que sua
velocidade vai variar logo depois.
s
Por definição, a aceleração escalar média de um corpo em um dado
trecho de um percurso é a razão entre a variação de velocidade escalar
nesse intervalo e o respectivo intervalo de tempo.
Ds ∆v v − v 0
am = =
∆t t − t0
IME-ITA 267
Física I – Assunto 1
268 Vol. 1
Movimento uniforme
IME-ITA 269
Física I – Assunto 1
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Um turista, passeando de bugre pelas areias de uma praia em Natal 02 Dois tratores, I e II, percorrem a mesma rodovia e suas posições
– RN, percorre uma trajetória triangular, que pode ser dividida em três variam com o tempo, conforme o gráfico a seguir:
trechos, conforme a figura abaixo.
A
c
∆t =
(
L 2 2 +3 ) A velocidade de P é dada pela derivada na posição no instante t = 2s.
2v
vp =
(
dx d 16 − 8t
=
2
)
= −16 ⋅ 2 = −32m/s
Calculando a velocidade média: dt dt
vm =
∆S
=
L 2+2
=
(
2 + 2 2v)=
( )
2 + 2 2v 2 2 − 3
×
( )
⇒ 04 Em relação a um referencial cartesiano OXY, uma partícula se move
∆t L 2 2 +3 ( )
2 2 +3 2 2 +3
2 2 −3 segundo as equações:
2v x = 8t – 4t2 e y = 12t – 6t2
vm =
(4 − 3 2 + 4 2 − 6 2v ) =
(2 2 −4 v ) ⇒ Determine a equação cartesiana da trajetória para esta partícula.
8−9 −1
(
v m = 4 − 2 2 v. )
270 Vol. 1
Movimento uniforme
MN/NP = (x+y)/(z+y)
Solução:
M N P MN/NP = (2y + y)/(7/5y + y)
A B C D MN/NP = 3y/(12y/5)
MN/NP = 15y/12y
MN/NP = 5/4
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
(A) a trajetória de queda da pedra é retilínea e vertical. 05 (EsPCEx) Em uma mesma pista, duas partículas puntiformes, A e
(B) a pedra cairá sobre o convés, em um ponto situado atrás da base do mastro. B, iniciam seus movimentos no mesmo instante com as suas posições
(C) a pedra cairá, segundo trajetória retilínea, em um ponto do convés medidas a partir da mesma origem dos espaços. As funções horárias
situado à frente da base do mastro. das posições de A e B, para S, em metros, e t, em segundos, são dadas,
(D) a trajetória da pedra é parabólica e ela cairá em um ponto do convés respectivamente, por SA = 40 + 0,2 t e SB = 10 + 0,6 t. Quando a
à frente da base do mastro. partícula B alcançar a partícula A, elas estarão na posição:
(E) a trajetória da pedra é parabólica e ela cairá na base do mastro.
(A) 55 m.
02 Um iatista solitário completa certa travessia de 4.600 milhas náuticas,
(B) 65 m.
em 22 dias. Sua velocidade média, em Km/h, foi de:
(C) 75 m.
(Dado: 1 milha náutica = 1.852 m.)
(D) 105 m.
(A) 12,9. (E) 125 m.
(B) 14,7.
(C) 16,1. 06 (EsPCEx) Um automóvel, desenvolvendo uma velocidade constante de
(D) 17,6. 60 km/h, faz, diariamente, uma viagem entre duas cidades vizinhas em um
(E) 19,4. tempo habitual T. Se ele fizesse esta viagem com uma velocidade, também
constante, de 90 km/h, o tempo de duração, em relação ao habitual, seria
03 Em uma pista de corrida, de 6 km de extensão, um carro desenvolve 10 minutos menor. Podemos dizer que o valor de T, em minutos, é:
velocidades de até 250 km/h nas retas e de cerca de 180 km/h nas curvas.
Ele gasta 3,6 minutos para dar duas voltas completas. Qual a velocidade (A) 60.
escalar média nessas duas voltas, em km/h? (B) 50.
(C) 40.
04 (EFOMM) Um navegador solitário completa certo percurso com (D) 30.
velocidade média de 9 nós (1 nó = 1 milha/hora = aproximadamente (E) 20.
1,852 km/h) em 24 dias; a distância percorrida, em km, foi de:
IME-ITA 271
Física I – Assunto 1
07 (AFA) Os gráficos a seguir referem-se a movimentos unidimensionais comprimento do automóvel e sabendo-se que o trem tem 100 m de
de um corpo em três situações diversas, representando a posição como comprimento, qual a distância (em metros) percorrida pelo automóvel desde
função do tempo. o instante em que alcançou o trem até o instante em que o ultrapassou?
x x x
08 Um móvel tem sua velocidade escalar instantânea (v) variando com 01 (UFRJ) João fez uma pequena viagem de carro de sua casa, que fica
o tempo (t), conforme a função: v = t2 – 4t (SI) no centro da cidade A, até a casa de seu amigo Pedro, que mora bem na
Calcule sua aceleração escalar média entre os instantes: entrada da cidade B. Para sair de sua cidade e entrar na rodovia que conduz
à cidade em que Pedro mora, João percorreu uma distância de 10 km em
(A) 0 e 4 s; (B) 1 s e 5 s. meia hora. Na rodovia, ele manteve uma velocidade escalar constante até
chegar à casa de Pedro. No total, João percorreu 330 km e gastou quatro
09 (AFA) Uma estrada de ferro retilínea liga duas cidades, A e B, separadas horas e meia.
por uma distância de 440 km. Um trem percorre esta distância com
movimento uniforme em 8 h. Após 6h de viagem, por problemas técnicos,
o trem fica parado 30 minutos. Para que a viagem transcorresse sem
atraso, a velocidade constante, em km/h, que o trem deveria percorrer o
restante do percurso seria de, aproximadamente:
10 (AFA) Uma esteira rolante com velocidade Ve, transporta uma pessoa
de A para B em 15 s. Essa mesma distância é percorrida em 30 s se a. Calcule a velocidade escalar média do carro de João no percurso
a esteira estiver parada e a velocidade da pessoa for constante e igual dentro da cidade A.
a Vp. Se a pessoa caminhar de A para B, com a velocidade Vp, sobre a b. Calcule a velocidade escalar constante do carro na rodovia.
esteira em movimento, cuja velocidade é Ve, o tempo gasto no percurso,
em segundos, será: 02 (AFA) Um automóvel faz uma viagem em que, na primeira metade
do percurso, é obtida uma velocidade média de 100 km/h. Na segunda
(A) 5. metade a velocidade média desenvolvida é de 150 km/h. Pode-se afirmar
(B) 10. que a velocidade média, ao longo de todo o percurso, é, em km/h:
(C) 15.
(D) 30. (A) 130. (C) 120.
(B) 125. (D) 110.
11 (AFA) Uma pessoa está observando uma corrida a 170 m do ponto de
largada. Em dado instante, dispara-se a pistola que dá início à competição. 03 (AFA) Um terço de um percurso retilínio é percorrido por um móvel
Sabe-se que o tempo de reação de um determinado corredor é 0,2 s, sua com velocidade escalar média de 60 km/h e o restante do percurso, com
velocidade é 7,2 km/h e a velocidade do som no ar é 340 m/s. A distância velocidade escalar média de 80 km/h. Então a velocidade média do móvel,
desse atleta em relação à linha de largada, quando o som do disparo chegar em km/h, em todo percurso, é:
ao ouvido do espectador, é:
(A) 70,0. (C) 73,3.
(B) 72,0. (D) 75,0.
(A) 0,5 m.
(B) 0,6 m.
04 (EN) Um ciclista percorre 20 km em uma estrada de terra, em 60
(C) 0,7 m.
minutos. Em seguida, anda mais 30 km em 0,5 h. A velocidade média do
(D) 0,8 m.
ciclista para todo o percurso, em km/h, é:
12 Um trem e um automóvel viajam paralelamente, no mesmo sentido, (A) 10,0. (D) 40,0.
em um trecho retilíneo. Os seus movimentos são uniformes e a velocidade (B) 26,6. (E) 66,6.
do automóvel é o dobro da do trem. Considerando-se desprezível o (C) 33,3.
272 Vol. 1
Movimento uniforme
05 (AFA) Dois automóveis, A e B, encontram-se estacionados paralelamente Por este diagrama, afirma-se que o corpo A iniciou o seu movimento, em
ao marco zero de uma estrada. Em um dado instante, o automóvel A parte, relação ao corpo B, depois de:
movimentando-se com velocidade escalar constante vA = 80 km/h. Depois
de certo intervalo de tempo, ∆t, o automóvel B parte no encalço de A com (A) 2,5 s. (C) 7,5 s.
velocidade escalar constante vB = 100 km/h. Após 2 h de viagem, o motorista (B) 5,0 s. (D) 10 s.
de A verifica que B se encontra 10 km atrás e conclui que o intervalo ∆t, em
que o motorista B ainda permaneceu estacionado, em horas, é igual a: 12 Do Rio para São Paulo saíram dois ônibus com um intervalo t = 10
min e ambos com velocidades de v = 30 km/h. Com que velocidade u
(A) 0,25. movia-se um ônibus em direção ao Rio, uma vez que encontrou os dois
(B) 0,50. ônibus de sentido contrário em um intervalo de tempo t’ = 4 min?
(C) 1,00.
(D) 4,00. 13 Um corpo movimenta-se sobre uma reta, e sua posição, em metros,
é dada em função do tempo, em segundos, pela equação s = 7 + 6t –
06 Uma partícula desloca-se do ponto A até o ponto B.
2t2. O instante em que o corpo inverte o sentido do movimento e a sua
velocidade no instante t = 4 segundos são, respectivamente:
08 (ITA) Para multar motoristas com velocidade superior a 90 km/h, 15 Um corpo sólido se move em uma trajetória retilínea segundo a lei
um guarda rodoviário, munido de binóculo e cronômetro, aciona o s = at – bt3, em que a vale 6 e b vale 2. Se s está no SI, determine:
cronômetro quando avista o automóvel passando pelo marco A e faz a
leitura no cronômetro quando vê o veículo passar pelo marco B, situado (A) as unidades de a e b para que a equação esteja dimensionalmente
a 1.500 m de A. Um motorista passa por A a 144 km/h e mantém essa correta.
velocidade durante 10 segundos, quando percebe a presença do guarda. (B) as equações horárias da velocidade e da aceleração desse corpo.
Que velocidade média deverá manter em seguida, para não ser multado? (C) os valores médios da velocidade e da aceleração entre o instante t=0
e o instante em que o corpo para.
09 (ITA) Dois automóveis partem ao mesmo tempo de um mesmo ponto e (D) o módulo da aceleração no momento em que o corpo para.
num mesmo sentido. A velocidade do primeiro automóvel é de 50 Km/h e do
segundo automóvel é de 40 Km/h. Depois de meia hora, do mesmo ponto e 16 A função horária da posição de um móvel é dada pela seguinte equação:
no mesmo sentido parte um terceiro automóvel que alcança o primeiro 1,5 2
S = t 3 − 7t 2 + 20t − 6 , em que S e t estão nas unidades do SI.
h mais tarde que o segundo. Ache a velocidade do terceiro automóvel. 3
Responda às seguintes perguntas:
10 Um ponto percorre a metade do caminho com uma velocidade vo.
Na parte restante, ele e percorre a uma velocidade v1 a metade do tempo (A) Qual a velocidade média entre os instantes 1 e 4 segundos?
e à velocidade v2 o trajeto final. Determine a velocidade média do ponto (B) Em que instantes o corpo inverte o sentido de movimento?
durante o percurso todo. (C) Qual a distância total percorrida pelo corpo entre os instantes 0 e 6
segundos?
11 (AFA) O diagrama abaixo representa as posições de dois corpos A e (D) Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é acelerado?
B, em função do tempo. (E) Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é retrógrado?
s(m)
s(m) 17 Um senhor estava esperando o trem sentado em um banco da estação.
Distraidamente, olhou para o chão e viu uma lagartinha que começava a
40 cruzar a lajota retangular do piso de dimensões 40 cm · 30 cm. O senhor,
B A
como não dispunha de relógio, começou a contar suas pulsações enquanto
a lagartinha fazia seu trajeto. Ela cruzou a primeira lajota diagonalmente e
20 depois prosseguiu pela junta das lajotas, como indica a figura. O senhor
10 contou ao todo 300 pulsações no trecho entre A e B. Sabendo que seu
batimento cardíaco costuma ser, em média, 75 pulsações por minuto,
0 10 t(s)
t(s) responda:
IME-ITA 273
Física I – Assunto 1
90° B
30 cm
A
40 cm 90°
90º
(A) Qual a distância total percorrida pela lagartinha?
(B) Qual é a velocidade escalar média da lagartinha em cm/s?
18 A figura abaixo mostra o esquema simplificado de um dispositivo O aparelho M1 registra simultaneamente o sinal sonoro do disparo e o do
colocado em uma rua para controle de velocidade de automóveis impacto da bala no alvo, o mesmo ocorrendo com o aparelho M2. Sendo
(dispositivo popularmente chamado de radar). Os sensores S1 e S2 e a Vs a velocidade do som no ar, então a razão entre as respectivas distâncias
câmera estão ligados a um computador. Os sensores enviam um sinal ao dos aparelhos M1 e M2 em relação ao alvo Q é:
computador sempre que são pressionados pelas rodas de um veículo. Se
a velocidade do veículo está acima da permitida, o computador envia um (A) Vs (V – Vs) / (V2 – Vs2).
sinal para que a câmera fotografe sua placa traseira no momento em que (B) Vs (Vs – V) / (V2 – Vs2).
esta estiver sobre a linha tracejada. Para um certo veículo, os sinais dos (C) V (V – Vs) / (Vs2 – V2).
sensores foram os seguintes: (D) Vs (V + Vs) / (V2 – Vs2).
(E) Vs (V – Vs) / (V2 + Vs2).
d=2m
19 (ITA) Considere dois carros que estejam participando de uma corrida. 23 Uma lâmpada pende de um teto ficando a uma altura H do solo. Um
O carro A consegue realizar cada volta em 80 s enquanto o carro B é 5,0% atleta de altura h passa sob a lâmpada se deslocando em linha reta com
mais lento. O carro A é forçado a uma parada nos boxes ao completar a velocidade constante V. Se H = 5 m, h = 2 m e V = 6 m/s, determine
volta de número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e reparos, o carro a velocidade com que a parte superior da cabeça da sombra do atleta se
A perde 135 s. Qual deve ser o número mínimo de voltas completas da desloca no solo.
corrida para que o carro A possa vencer?
26 Dois carros estão em repouso em duas estradas perpendiculares.
(A) 28. O primeiro está a uma distância l da interseção das duas estradas e
(C) 33. o segundo a uma distância d do mesmo ponto. Os dois começam a
(D) 34. mover--se simultaneamente em direção à interseção, o primeiro com
(B) 27. aceleração constante a e o segundo com aceleração constante b. Qual a
(E) n.r.a. menor distância que eles tiveram entre si durante seus movimentos?
274 Vol. 1
Movimento uniforme
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
01 Dois trens partem simultaneamente de dois pontos A e B distantes 05 Duas velas, cujas alturas h no momento inicial eram iguais, se
5000 m um do outro. Os trens possuem velocidades constantes de 20 m/s encontram a uma distância a uma da outra. A distância entre cada uma
e de sentidos contrários, sendo que o trem I dirige-se para B. Sabendo que das velas e a parede mais próxima também vale a. Com que velocidade
os trens possuem comprimento de 100 m, determine quanto tempo um se movem as sombras das velas pelas paredes se uma vela se consome
automóvel deve esperar em A, após o início do movimento dos trens, para inteira em um tempo t1 e a outra em um tempo t2? Obs: As velocidades
que, deslocando-se a 40 m/s, demore 50 s entre iniciar a ultrapassagem pedidas são aquelas válidas enquanto nenhuma das sombras chega ao
sobre o trem I e terminar a ultrapassagem sobre o trem II. solo.
03 Um engenheiro trabalha em uma fábrica, que fica nos arredores da 06 Da cidade A partem simultaneamente um carro, uma motocicleta e
cidade. Diariamente, ao chegar à última estação ferroviária, um carro da uma bicicleta para a cidade B. Alcançando B, o carro retorna a cidade A e
fábrica transporta-o para o local de trabalho. Certa vez, o engenheiro chegou encontra a motocicleta a a quilômetros de B e a bicicleta a b quilômetros de
à estação uma hora antes do habitual e sem esperar o carro foi a pé até o B. A motocicleta ao chegar a B retorna também, encontrando a bicicleta a c
local de trabalho. No caminho, encontra-se com o carro e chegou à fábrica quilômetros de B. Determine a distância AB (suponha todos os movimentos
10 minutos antes do habitual. Quanto tempo caminhou o engenheiro antes uniformes).
de encontrar-se com o carro?
07 Duas retas que se cruzam se movem de modo progressivo em direções
04 Três turistas, que possuem uma bicicleta, devem chegar ao centro turístico opostas com velocidades v1 e v2, perpendiculares às retas correspondentes.
no menor espaço de tempo (o tempo conta até que o último turista chegue O ângulo entre as retas é igual a α. Determine a velocidade do ponto de
ao centro). A bicicleta pode transportar apenas duas pessoas e, por isso, o interseção destas retas.
terceiro turista deve iniciar o trajeto a pé. O primeiro turista, que nunca larga
a bicicleta, leva o segundo turista até um determinado ponto do caminho, de 08 Um avião voa horizontalmente a uma velocidade V. Um observador
onde este continua a andar a pé e o primeiro turista volta para transportar o ouve o barulho do avião T segundos após o aparelho ter passado sobre a
terceiro. Encontre a velocidade média dos turistas, sabendo que a velocidade sua cabeça. Se a velocidade do som no ar vale C, determine a que altura
de quem está a pé é 4 km/h e de quem está na bicicleta é 20 km/h. H voava a aeronave.
RASCUNHO
IME-ITA 275
Movimento uniformemente variado A ssunto
2
Física I
f(x)
tgq =N aceleração
b
S = ∫ v( t )dt
a
276 Vol. 1
Movimento uniformemente variado
Exemplo:
Usando o mesmo exemplo do módulo anterior, suponha que um móvel tem
sua velocidade em função do tempo dada pela equação v(t) = t2 – 5t + 6. Para
encontrar a equação horária da posição, precisamos integrar essa função. Daí:
1 1
s( t ) = ∫ v( t )dt = ∫ ( t 2 − 5t + 6) dt = ∫ t 2 dt + ∫ ( − 5t )dt + ∫ 6dt = t 3 − 5 ⋅ t 2 + 6t + C.
3 2
1 1
+ ∫ 6dt = t 3 − 5 ⋅ t 2 + 6t + C. Essa constante poderia ser encontrada se o problema
3 2 1
∆S áreagráfico 2 (
v + v 0 )⋅ ( t − t0 ) ( v + v0 )
informasse a posição inicial do móvel (já que, pela equação encontrada, Vm = = = → Vm =
s(0) = C. ∆t t − t0 ( t − t0 ) 2
Integrais definidas são aquelas em que o intervalo de integração está
Ou seja, no MUV, a velocidade média em um dado percurso é a média
definido. Elas são a área abaixo da curva de limites estabelecidos. A regra
das velocidades nos extremos desse percurso.
a ser aplicada a cada termo, nesse caso, é a seguinte:
Outra maneira de enxergar isso é olhar para o gráfico. Para que a
tf 1 n +1 1 n +1
∫t0 a ⋅ t dt = a ⋅ n + 1 ⋅ tf − a ⋅ n + 1 ⋅ t0
n
velocidade média seja a mesma, o deslocamento precisa ser igual.
Portanto, a área abaixo da curva precisa ser igual. Como o MUV forma
No nosso exemplo, se quisermos descobrir o deslocamento do móvel um trapézio e, portanto, sua área é bmédia · h, podemos traçar uma reta
entre 2s e 4s, precisamos fazer a integral da velocidade para os instantes horizontal que diste bmédia da origem para chegarmos à mesma área. Como
4 1 3 1 2 1 3 1v1 + v f 2 é a velocidade constante que gera o mesmo
− 5 ⋅= ⋅ 22 + 6, ⋅então
de t = 2s a t = 4s. Daí: ∆s ∫2 ( t − 5t + 6)dt = ⋅ 4 − 5 ⋅ ⋅ 4 + 6 ⋅ 4 − ⋅ 2bmédia
2
2 = essa
m.
3 2 3 2 2 3
1 2 1 1 2
⋅ 4 + 6 ⋅ 4 − ⋅ 23 − 5 ⋅ ⋅ 22 + 6 ⋅ 2 = m. deslocamento. Por esse motivo, essa é a velocidade média.
2 3 2 3
Exemplo:
Essa propriedade gráfica nos permite visualizar um fato interessante
no MUV. Considere uma partícula com velocidade inicial v0 e aceleração
a. Seu gráfico v × t está representado na figura abaixo:
IME-ITA 277
Física I – Assunto 2
Essa equação nos mostra que a posição em função do tempo para um Dado um gráfico s × t qualquer, a velocidade em um um instante
móvel em MUV. Ela varia segundo uma função quadrática e deve ter seu qualquer é dada pelo coeficiente angular da reta tangente ao ponto
gráfico representado por uma parábola, portanto. Conhecer essa parábola correspondente a esse instante. Nesse exemplo, vemos que a reta tangente
e suas propriedades é muito importante. Por isso vamos analisar os casos. a P0 é mais inclinada que a reta tangente a P1. Isso indica que vP0 > vP1.
1o caso: parábola com concavidade para cima: 1.4 Função horária de aceleração
Como no MUV, a aceleração tem valor constante, o gráfico a x t é uma
reta paralela ao eixo do tempo, podendo a aceleração assumir valores
positivos ou negativos.
v = v0 + at (elevando-se ao quadrado)
• Nesse tipo de gráfico a aceleração é negativa (a < 0). v2 = v20 + 2av0t + a2t2
• O ponto onde a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial S0.
• Nos instante t2 o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0). v2 = v20 + 2a (v0t + a t2/2)
• No instante t1, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu v2 = v2n + 2aDS
movimento (v = 0).
• Do instante o até t1 o espaço aumenta, o movimento é progressivo
(v > 0) e retardado, pois a e V tem sinais contrários (a < 0 e V > 0). 1.6. Dica para problemas de gráfico
• Após t1 o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0) e
acelerado, pois a e V tem mesmo sinal (a < 0 e V < 0). Para ajudar a memorização, podemos utilizar o fluxograma abaixo,
Independentemente do formato do gráfico s × t, podemos, sem fazer que nos dá uma visão de conjunto de todas as propriedades gráficas:
cálculos, descobrir em que ponto desse gráfico s × t o móvel possui maior
velocidade. Veja o gráfico a seguir:
278 Vol. 1
Movimento uniformemente variado
v = vo + a . t v = v o + gt
Note que as equações de queda livre não são novas equações. Como
at 2 gt 2
já dito anteriormente, são as equações de MUV para essa situação. ∆S = v o t + H = vot +
2 2
Observação:
v 2 = v o2 + 2 a∆S v 2 = v o2 + 2 gH
Quando um corpo está em queda livre, as alturas percorridas a
cada segundo de movimento seguem uma P.A., como já mencionado
anteriormente. Por ter velocidade inicial nula, os deslocamentos a cada 2.3 Lançamento vertical para cima
segundo seguem a seguinte sequência: Um corpo lançado verticalmente para cima tem a subida como um
g ⋅ 12 g movimento retardado e a descida como um movimento acelerado em
No primeiro segundo de movimento a altura é H = = que v0 = 0 (queda livre). Esses movimentos de subida e de descida são
2 2
simétricos. Há 2 conclusões importantes acerca disso:
g ⋅ 22 g
No secundário segundo de movimento a altura é H = = 4⋅
2 2
I. O módulo da velocidade com que um corpo passa subindo por uma
g ⋅ 32 g
No terceiro segundo de movimento a altura é H = = 9⋅ altura qualquer é a mesma que ele passa descendo pela mesma altura.
2 2
E assim sucessivamente.
IME-ITA 279
Física I – Assunto 2
Demonstração: Exemplo:
Aplicando a equação de Torricelli: Um corpo é lançado para cima do topo de um prédio de 200 metros com
velocidade inicial de 30 m/s em um local onde a resistência do ar pode
ser considerada desprezível. Considerando a gravidade igual a 10 m/s2,
determine:
Solução:
Antes de responder à pergunta, vamos definir nosso referencial
orientado para cima e com origem no solo. A figura a seguir representa
v22 = v12 + 2gDS
o exposto:
DS = 0 (S1 = S2)
v22 = v12 ⇒ v2 = – v1
Demonstração:
A equação horária de posição para o corpo que é lançado para cima fica
assim:
gt 2
h = h0 + v 0 t − → h = 200 + 30t − 5t 2
2
a. O tempo de permanência no ar é o tempo que ele leva para atingir o
solo (h = 0).
yV = =
(
2
)
−∆ − 30 − 4 ⋅ ( − 5 ) ⋅ 200
=
( − 4900 ) = 245m
∆v 4 ( − 5 )
g= 4a ( − 20 )
∆t
Obs: Esse item poderia ser feito sem a utilização da equação horária de
v B − v a −v A + v B
g= = posição.
∆t AB ∆t ' AB Tempo para atingir a altura máxima: v = v0 – gt → 0 = 30 – 10t → t = 3s
∆t AB = ∆t ' AB Para retornar a altura do lançamento gastará 3 segundos em queda livre.
gt 2 10 ⋅32
H= = = 45 m
2 2
As equações para um corpo lançado verticalmente para cima são as
mesmas do MUV. Como a altura de subida é igual à de descida, temos que a altura máxima
é 200 + 45 = 245 m.
Atenção!
Uma vez adotado o referencial, ele precisa ser mantido para todas c. A equação horária de velocidade no MUV é v = v0 – gt → v = 30 – 10t
as variáveis. A maneira mais comum de resolver problemas desse tipo é O corpo chega ao solo no instante 10 segundos.
orientarmos o referencial positivo para cima e a origem na posição inicial do v = 30 – 10t → v = 30 – 10 . 10 → v = – 70 m/s (negativo) pois
móvel. Nesse caso, a gravidade é negativa sempre. É comum as pessoas imediatamente antes de chegar ao solo o vetor velocidade aponta para
trocarem o sinal da gravidade de acordo com o movimento de descida baixo, ou seja, contra o sentido do referencial adotado.)
ou subida. Isso não existe. A gravidade vai ter um único sinal em todo o 2.4. Influência do ar
problema e isso só depende do referencial adotado!
Alguns problemas, mais empíricos, não desprezam a influência do ar
nos movimentos verticais. Tal fenômeno será estudado mais adiante, em
Dica: em um número significativo das questões desse tipo de lançamento, dinâmica. No entanto, pode-se adiantar que a resistência do ar depende
é muito mais fácil estudar a descida (já que a descida é como se fosse da forma e da velocidade do corpo e sua expressão é dada por:
uma queda livre). Lembre-se disso! Fr = c . v2
em que c é uma constante que depende da forma do corpo e da área da
secção transversal do corpo e v é a velocidade instantânea do corpo.
280 Vol. 1
Movimento uniformemente variado
Isso significa que, para um corpo qualquer, quanto maior for a Cálculo da velocidade limite.
velocidade, maior será a resistência do ar. Evidentemente, a resistência m⋅ g m⋅ g
do ar não cresce indefinidamente. Seu crescimento só ocorre enquanto é P = Fr → m ⋅ g = c ⋅ v 2 → v 2 = → vL =
c c
menor que a força peso para o corpo. Isso porque a força de resistência é
proporcional ao quadrado da velocidade. No momento em que seu valor se
iguala ao valor da força peso, a aceleração passa a ser zero e a velocidade em que:
para de aumentar. Consequentemente, a força de resistência para de m → massa da corpo;
crescer e fica igual ao peso desse instante para frente. Nesse momento, g → aceleração da gravidade local;
o corpo atinge a sua velocidade limite. A partir daí, o movimento de c → coeficiente de atrito com o ar.
queda torna-se uniforme, ou seja, o corpo cai com velocidade constante.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Uma partícula, a partir do repouso, descreve um movimento Qual a velocidade da partícula B, em m/s, no primeiro encontro entre
retilíneo uniformemente variado e, em 10 s, percorre metade do espaço A e B?
total previsto. A segunda metade desse espaço será percorrida em,
aproximadamente: Solução:
Nitidamente, a partícula A executa um movimento uniforme e a partícula
(A) 2,0 s. (D) 10 s. B executa um movimento uniformemente variado. Escrevendo suas
(B) 4,0 s. (E) 14 s. equações horárias:
(C) 5,8 s.
14 − 28
Solução: vA = = − 2 m/ s → SA = 28 − 2t
4
O gráfico a seguir ilustra o movimento da partícula que parte do repouso
e possui aceleração “a”: at 2
SB = 0 + v 0 ⋅ t +
2
at 2 a ⋅ 42
SB = v 0 ⋅ t + → 32 = v 0 ⋅ 4 + → 32 = 4v 0 + 8 a→ v 0 + 2 a = 8
2 2
2 2
at a⋅7
SB = v 0 ⋅ t + → 14 = v 0 ⋅ 7 + → 28 = 14v 0 + 49 a→ 2v 0 + 7 a = 4
2 2
Calculando VB em:
Nas condições do problema, a área do triângulo tem que ser igual à
área do trapézio. t = 2s → v B = =
( 22
ds d 16 t − t ) = 16 − 4 t = 16 − 4 ⋅ 2 = 8 m / s
10 ⋅10 a ( at + 10 a ) ( t − 10 ) dt dt
= → 100 a = a ( t + 10 ) ( t − 10 ) → t − 100 = 100 → t = 200 ≅ 14s
2
2 2
+ 10 ) ( t − 10 ) → t 2 − 100 = 100 → t = 200 ≅ 14s 03 Um corpo cai em queda livre, de uma altura tal que durante o último
segundo de queda ele percorre 1/4 da altura total. Calcule o tempo de
Como a questão só pede o tempo na segunda metade, a resposta é, queda supondo nula a velocidade inicial do corpo.
aproximadamente, 4 s.
1
(A) t = s
02 Duas partículas A e B desenvolvem movimentos sobre uma mesma 2− 3
trajetória, cujos gráficos horários são dados por: 2
(B) t = s
2− 3
3
(C) t = s
2− 3
4
(D) t = s
2− 3
2
(E) t = s
2+ 3
IME-ITA 281
Física I – Assunto 2
t1 22 t1 t 2
1 t1 t1
2
t1 ⋅ H ( t12 − t22 )
2
2
g( t − 1)
Na primeira parte do percurso, ele percorrerá 3 H = 05 No arranjo mostrado a seguir, do ponto A largamos com velocidade
2 nula duas pequenas bolas que se moverão sob a influência da gravidade
Dividindo as equações em um plano vertical, sem rolamento ou atrito, uma pelo trecho ABC
4 t2 2 2 2 2 e outra pelo trecho ADC. As partes AD e BC dos trechos são paralelas
= → 4( t − 1) = 3t → 4( t − 1) = 3t → 2 ( t − 1) = t 3
3 ( t − 1)2 e as partes AB e DC também. Os vértices B de ABC e D de ADC são
2 suavemente arredondados para que cada bola não sofra uma mudança
2t − 2 = t 3 → t ⋅ ( 2 − 3 ) = 2 → t = brusca na sua trajetória. Pode-se afirmar que:
2− 3
Solução:
Como o enunciado fala que AD é paralela a BC e AB é paralela a DC
consideraremos os movimentos como MRUV. Nesse caso a velocidade
média entre dois pontos é a média aritmética da velocidade entre esses
dois pontos. Portanto:
( t12 t22 h) 4 t1 t2 h VA + VD V
(A) H = (D) H= VAD = → VAD = D
(
2 t −t 2
2
2
1 )
2
(t 2
2 − t12 ) 2 2
VA + VB VB
( t1 t2 h) 4 t12 t22 h VAB = → VAB =
(B) H = (E) H= 2 2
(
4 t −t 2
2
2
1 ) (t 2
2 − t12 )
2
VC + VD
VDC =
2
2t12 t22 h
(C) H = VB + VC
(t ) VBC =
2
2
2 − t12 2
Solução:
Já que VD > VB temos que VAD é maior que VAB e VDC é maior que VBC.
Vamos dividir nosso problema em partes.
Queda livre Portanto, no trajeto ADC a velocidade escalar média é maior que no
trajeto ABC e, como a distância total percorrida é a mesma, concluímos
g ⋅ t12 2H
H= →g= 2 que o tempo gasto no trajeto ADC é menor.
2 t1
282 Vol. 1
Movimento uniformemente variado
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
0 t (s)
– 24
(D)
V (m/s)
02 Um corpo cai no vácuo de uma altura igual a 245 m em relação ao
solo. Sendo g = 10 m/s2, determine: 18
0 t(s)
–24
I II III IV
(B) t
V (m/s)
16
(A) A velocidade do corpo é positiva nos quatro trechos.
(B) A aceleração do corpo é nula apenas no trecho IV.
(C) A trajetória descrita pelo corpo no trecho I é parabólica.
(D) O movimento descrito pelo corpo no trecho III é progressivo e retardado.
0 8 t(s)
IME-ITA 283
Física I – Assunto 2
07 (AFA) Um móvel desloca-se ao longo de uma linha reta, sendo sua 10 (AFA) O gráfico da posição (S) em função do tempo (t) a seguir
posição em função do tempo dada pelo gráfico abaixo: representa o movimento retilíneo de um móvel.
s (m)
x
B C 1 2 3
t (s)
E
A t
A partir do gráfico, é correto afirmar que:
(A) v=0
a v a a v
(B) v=0
a v a a v
v(m/s)
B
v
50
Sendo de 8,0 m/s a velocidade média deste atleta, pode-se afirmar que a 0 t(s)
velocidade v no instante em que ele cruzou a linha de chegada era, em m/s,
– 50
(A) 5,0. (C) 8,5.
A
(B) 3,5. (D) 10.
284 Vol. 1
Movimento uniformemente variado
As acelerações experimentadas por A e B têm o mesmo módulo de 0,2 m/s2. 16 (EFOMM) Uma lancha da guarda costeira, atracada à costa, recebe
Com base nesses dados, é correto afirmar que essas partículas se encontrarão a denúncia de que um navio, carregado de contrabando, a 50 milhas
novamente no instante afastado da costa, vem avançando a uma velocidade constante de 12
nós. A distância mínima que qualquer navio estranho deve estar da costa
(A) 10 s. (C) 100 s. é de 20 milhas. A aceleração constante mínima que a lancha deverá ter,
(B) 50 s. (D) 500 s. em milhas/h2, para que o navio não adentre o perímetro da costa é:
13 (EN) Uma partícula possui velocidade igual a 2 m/s no instante t = 0 e (A) 0,8. (D) 6,4.
percorre uma trajetória retilínea e horizontal. Sabe-se que a sua aceleração (B) 1,6. (E) 16.
varia em relação ao tempo de acordo com o diagrama abaixo. Ao fim de (C) 3,2.
4 segundos, a distância percorrida pela partícula é de:
17 (EsPCEx) O gráfico abaixo representa a velocidade (V) em função do
a(m/s2)
tempo (t) dos móveis A e B, que percorrem a mesma trajetória no mesmo
sentido e que, no instante inicial (t = 0), partem do mesmo ponto.
2
A
V(m/s)
0 2 6 t(s) 16 B
(A) 10 m. (D) 42 m.
(B) 22 m. (E) 20 m.
(C) 32 m. t (s)
0 8
14 (AFA) O gráfico da posição em função do tempo para um objeto que
se move em trajetória retilínea, é dado na figura abaixo. A velocidade inicial,
A distância percorrida pelo móvel A será o dobro daquela percorrida pelo
em m/s, e a aceleração, em m/s2, são, respectivamente:
móvel B quando o tempo de deslocamento for igual a:
S(m)
(A) 8 s. (D) 32 s.
9 (B) 16 s. (E) 40 s.
(C) 24 s.
(A) 6 e 2. (C) 9 e 3.
(B) 6 e 3.
(D) 9 e 6.
s(m)
(A) S = 10 – 15t + 3t2/2.
(B) S = 15 + 10t – 5t2/2.
32 (C) S = 10 + 15t – 3t2/2.
B
28 (D) S = 15 – 10t +5t2/2.
(E) S = 10 + 15t – 5t2/2.
14 A
19 (AFA) Um automóvel parte do repouso e se movimenta com a
aceleração mostrada, de maneira aproximada, na figura abaixo:
o 4 7 8 t(s) a(m/s²)
–2
IME-ITA 285
Física I – Assunto 2
Depois que sua aceleração mudou de sentido, o deslocamento (variação 24 (AFA) Um corpo é abandonado do repouso de uma altura h acima do solo.
de posição) entre os instantes t = 2 s e t = 3 s vale, em metros: No mesmo instante, um outro é lançado para cima, a partir do solo, segundo
a mesma vertical, com velocidade v. Sabendo que os corpos se encontram
(A) 0. (C) 2. na metade da altura da descida do primeiro, pode-se afirmar que h vale:
(B) 1. (D) 3.
(E) 4. 2
v v
(A) . (C) .
20 (AFA) Um corpo é abandonado do topo de um precipício. O ruído g g
1/2
produzido pela queda do corpo ao atingir o chão é ouvido 10 s após o v v2
seu abandono. Considerando a velocidade do som no ar igual a 340 m/s, (B) . (D) .
g g
pode-se afirmar que a altura do precipício, em metros, é aproximadamente:
(A) 200. (C) 391. 25 (AFA) Em uma experiência realizada na lua, uma pedra de 200 g é
(B) 288. (D) 423. lançada verticalmente para cima e, no mesmo instante, outra pedra idêntica é
abandonada de uma altura de 40 m. Sabendo-se que as duas pedras colidem
21 (AFA) Uma bola abandonada de uma altura H, no vácuo, chega ao a 20 m de altura e que a aceleração da gravidade na Lua é g = 1,6 m/s2, a
solo e atinge, agora, altura máxima h. A razão entre a velocidade com que velocidade com que foi lançada a primeira pedra, em m/s, é:
a bola chega ao solo e aquela com que ela deixa o solo é:
(A) 2. (C) 6.
3/2 (B) 4. (D) 8.
1/2
H
(A) H (C)
h 26 (AFA) Uma pequena esfera é abandonada em queda livre de uma altura
h
de 80 m, em relação ao solo. Dois segundos após, uma segunda esfera é
atirada, verticalmente para baixo. Despreze a resistência do ar e considere
2 g = 10 m/s2. A fim de que as esferas atinjam o solo no mesmo instante,
H H
(B) (D) a velocidade de lançamento da segunda esfera, em m/s, deve ser:
h h
(A) 15. (C) 25.
22 (AFA) Uma equipe de resgate se encontra em um helicóptero, parado (B) 20. (D) 30.
em relação ao solo, a 305 m de altura. Um paraquedista abandona o
27 (EFOMM) Um corpo é lançado verticalmente para cima a partir
helicóptero e cai livremente durante 1,0 s, quando abre o paraquedas.
da superfície da Terra e atinge a altura de 80 metros. A gravidade na
A par tir desse instante, mantendo-se constante sua velocidade, o
superfície da Terra é de 10 m/s2 e são desprezados os efeitos de altitude
paraquedista atingirá o solo em:
e da resistência do ar. A velocidade de lançamento é:
(A) 15 s. (C) 30 s. (A) 80 m/s. (D) 30 m/s.
(B) 28 s. (D) 60 s. (B) 60 m/s. (E) 25 m/s.
(C) 40 m/s.
23 (AFA) Certa mãe, ao administrar um medicamento para o seu filho,
utiliza um conta-gotas pingando em intervalos de tempo iguais. A figura 28 (EsPCEx) Em um local onde a aceleração da gravidade é constante e
a seguir mostra a situação no instante em que uma das gotas está se igual a 10 m/s2, um corpo entra em queda livre com velocidade inicial nula,
soltando. caindo de uma altura h. No último segundo da queda, o corpo percorre três
quartas partes do deslocamento total (h). O tempo total da queda é de:
(A) 2 s. (D) 5 s.
(B) 3 s. (E) 6 s.
(C) 4 s.
1
(A) 2. (C) .
4
1
(B) . (D) 4.
2
t t t t
286 Vol. 1
Movimento uniformemente variado
30 Um carro de testes parte do repouso com uma aceleração constante 04 (ITA) O espaço (e) de uma partícula variou com o tempo (t), conforme
de 6,00 m/s2 em uma pista retilínea. Ao atingir a velocidade de 216 km/h, indica o diagrama a seguir:
é submetido a uma desaceleração constante até parar. Qual foi o módulo
da desaceleração, em m/s2, considerando que a distância total percorrida e
pelo carro foi de 750 m? e
t
Determine: Notas:
(A) o espaço em t = 0; Ambos os trens medem 100 metros de comprimento, incluindo suas
(B) a aceleração escalar; locomotivas, que viajam à frente.
(C) a velocidade em t = 3 s.
As distâncias ao ponto B são: AB = 3.000 m. CB = 710 m.
IME-ITA 287
Física I – Assunto 2
08 (ITA) Um automóvel a 90 km/h passa por um guarda em um local em que 12 (IRODOV) Um automóvel, tendo velocidade inicial nula, se
a velocidade máxima é de 60 km/h. O guarda começa a perseguir o infrator desloca por um caminho reto. Inicialmente, ele trafega com aceleração
com sua moto mantendo aceleração constante até que atinge 108 km/h em constante w= 5 m/s2, logo depois com uma velocidade constante e,
10 segundos e continua com essa velocidade até alcançá-lo. Qual a distância finalmente, reduz sua velocidade com a mesma aceleração w, parando.
total percorrida pelo guarda?
Durante os 25 segundos de movimento, sua velocidade média foi de
72 km/h. Durante quanto tempo o automóvel manteve sua velocidade
09 (ITA) Um móvel A parte da origem O, com velocidade inicial nula, no
instante to= 0 e percorre o eixo Ox com aceleração constante a. Após um constante?
intervalo de tempo ∆t, contado a partir da saída de A, um segundo móvel
B parte de O com aceleração n.a, sendo n >1. Prove que B alcançará A 13 Dois carros A e B movem-se no mesmo sentido com velocidades
VA e VB, respectivamente. Quando o carro A está a distância d atrás de
n B, o motorista do carro A pisa no freio, o que causa uma desaceleração
no instante t = × ∆t
n − 1 constante de módulo a. Qual a condição necessária para que não haja
colisão entre A e B?
10 Um móvel se move ao longo do eixo x com uma velocidade vx descrita
pelo gráfico abaixo em função do tempo. Sabendo-se que no momento t = 0 14 (AFA) O gráfico abaixo representa o movimento de subida de um
a posição do corpo era x = 0, esboce os gráficos da aceleração do corpo, de protótipo de foguete em dois estágios lançado a partir do solo.
sua coordenada x e da distância total percorrida, todos em função do tempo. v
t
t
Após ter atingido a altura máxima, pode-se afirmar que o tempo de queda
livre desse protótipo será de:
(A) 1 s.
(B) 2 s.
11 Dado o gráfico abaixo, calcule os itens pedidos, sabendo que a posição
(C) 3 s.
inicial do corpo é S0 = 3 m.
(D) 4 s.
v
15 (IME) De dois pontos A e B situados sobre a mesma vertical,
respectivamente a 45 m e 20 m do solo, deixam-se cair duas esferas,
no mesmo instante. Uma prancha desloca-se no solo horizontalmente
com movimento uniforme. Observa-se que as esferas atingem a prancha
em pontos que distam 2 m. Nestas condições, supondo g = 10 m/s2 e
desprezando a resistência do ar, qual a velocidade da prancha?
t
16 Uma partícula é abandonada a partir do repouso, de um ponto situado
a 270 m acima do solo. Divida essa altura em três partes tais que sejam
percorridas em intervalos de tempo iguais.
288 Vol. 1
Movimento uniformemente variado
20 Quando um corpo se move no ar com velocidades subsônicas, a força 04 Um trem, cujo comprimento é de 350 m, move-se em uma trajetória
KdA 2 retilínea com uma aceleração constante de 0,03 m/s2. Passado um tempo de
de resistência do ar é dada aproximadamente por: F = v em que 30 segundos de iniciado o movimento, foi conectado o retrovisor da locomotiva,
2
em seu extremo dianteiro. Transcorridos 60 segundos a partir desse momento,
k é um coeficiente que depende da forma do corpo, d é a densidade do foi colocada a lâmpada de sinalização em seu extremo traseiro. Ache a distância
ar, A é a área da maior seção transversal do corpo perpendicular à direção entre os pontos em que ocorreram esses acontecimentos em um referencial
do movimento e v é a velocidade do corpo em relação ao ar. Consideremos ligado ao trem e à Terra. Em qual sentido e com que velocidade constante v
uma esfera de 20 N de peso abandonada no ar de grande altura e com relação à Terra deve mover-se um certo referencial K para que ambos
suponhamos que a resistência do ar seja dada por F = 0,20 v2 (SI). os acontecimentos ocorram no mesmo lugar?
Desprezar o empuxo do ar. Determine:
05 Dois carros estão em repouso em duas estradas perpendiculares.
(A) o módulo da máxima velocidade que a esfera pode atingir durante a queda; O primeiro está a uma distância l da interseção das duas estradas e
(B) os esboços dos gráficos dos módulos da velocidade e da aceleração o segundo a uma distância d do mesmo ponto. Os dois começam a
da esfera em função do tempo. mover--se simultaneamente em direção à interseção, o primeiro com
aceleração constante a e o segundo com aceleração constante b. Qual a
21 Cinco bolinhas de aço estão presas por eletroímãs ao longo de uma reta r, de menor distância que eles tiveram entre si durante seus movimentos?
equação y = kx. As bolas estão em posições equidistantes tais que d = 0,5 m.
Uma bolinha “O” parte da origem ao longo de x (mesa horizontal sem atrito) com 06 Um corpo começa seu movimento a partir do repouso desde um
velocidade v = 2 m/s, constante, no mesmo instante em que todas as outras são ponto A. Primeiramente o corpo se move durante um tempo T de maneira
desligadas dos eletroímãs. Calcule o valor de k tal que “O” se choque com a bola uniformemente acelerada. Depois, troca o sentido de sua aceleração,
número 4. Adote g = 10 m/s2. mantendo o módulo da mesma. Dentro de quanto tempo, desde o começo
y do movimento, o corpo regressará ao ponto A?
carro para que a ultrapassagem seja segura? a disposição das janelas, com as
h
pertinentes alturas h e distâncias L que
03 (ITA) Um corpo, inicialmente em repouso, entra em movimento com se repetem igualmente para as demais
aceleração escalar constante a, no instante t = 0: janelas, até o térreo. Se a pedra percorre a
L
de tempos consecutivos e iguais a uma unidade de tempo são sempre segundos, a mesma altura h da quarta
as mesmas e têm o mesmo valor numérico de a. janela? Despreze a resistência do ar.
L
IME-ITA 289
Física I – Assunto 2
11 Um paraquedista salta de uma altura de 1800 m em queda livre. 12 Uma partícula é abandonada, a partir do repouso, de uma altura h
Quando abre o paraquedas, está a uma velocidade v e fica sujeito a uma acima do solo. Determine a fórmula do termo geral da sequência obtida pela
desaceleração constante igual a 2 m/s2 até que sua velocidade seja a divisão dessa altura em p partes tais que sejam percorridas em intervalos
metade de quando abriu o paraquedas. A partir daí, esta velocidade se de tempo iguais.
mantém constante até atingir o solo. Sabendo que o tempo total de voo é
35 s, qual a duração da queda livre?
RASCUNHO
290 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial A ssunto
3
Física I
1. Movimento circular P2
∆t
Um movimento circular é aquele em que o corpo se desloca segundo ∆ϕ
uma trajetória circular. Faremos um estudo do movimento muito próximo ao P1
que já foi abordado nos outros módulos. Entretanto, vamos nos preocupar
mais com grandezas angulares, em vez de lineares. Por exemplo: além
de verificar a distância percorrida, precisaremos medir o ângulo varrido
pelo móvel.
IME-ITA 291
Física I – Assunto 3
1.5 Tipos de movimento circular Solução: Adotaremos um sistema de referência com origem no
ponto de partida e positivo no sentido anti-horário. O enunciado diz que
Os movimentos circulares normalmente seguem um padrão. Ou são
os ciclistas mantêm a velocidade constante. Temos, portanto, um MCU.
movimentos circulares uniformes (MCU), ou são movimentos circulares
Escrevendo as equações horárias, a partir do movimento de B, teremos:
uniformemente variados (MCUV). No primeiro caso, a velocidade angular
é constante e, consequentemente sua aceleração angular é nula. A função
horária no MCU nasce da mesma ideia do MRU. ϕA = 0 + 0,5 · π · (t + 2) ϕB = 0 – 1,5 · π · t
dividindo-se cada No encontro a soma dos módulos dos deslocamentos angulares tem
s = so + v t ϕ = ϕo + ω t que ser igual a 2π (uma volta completa).
v = cte
a=0
⇒ função horária por R
obtemos as equações ⇒ ω = cte
α=o
do MRU Importante: Note como há uma diferença relevante aqui. Em MRU
ou MRUV, o encontro acontecia quando as posições eram iguais. Aqui,
No movimento circular uniformemente variado (MCUV), a aceleração é importante contar o número de voltas.
angular é constante e não nula. Nesse caso a velocidade angular sofre
alterações iguais para o mesmo intervalo de tempo. Suas funções horárias Isso significa que eles se encontraram 0,5 segundo após a saída de B.
podem ser determinadas a partir das equações de MUV:
|ϕA|+|ϕB|= 2π → 0,5 · π · (t + 2) + 1,5 · π · t =
dividindo-se = 2 · π → 0,5 · t + 1 + 1,5t = 2 → 2t = 1 → t = ½ s
1 cada função 1
ϕ = ϕo + ω0 . t + α t 2
s = so + v o . t + a t 2
2 horária por R 2
v = v o + at
⇒ obtemos as
⇒ ω = ωo + α t Substituindo em qualquer equação descobriremos o ponto de encontro.
dividindo-se
Obs.: Igualamos a soma dos módulos dos deslocamentos angulares
cada função
a 2π pois queremos o primeiro encontro. Se esse movimento continuasse
horária por R2
infinito, encontros ocorreriam e poderíamos escrever de uma maneira
v2 = vo2 + 2 a∆ϕ ⇒ obtemos as ⇒ ω2 = ωo2 + 2 α∆ϕ
genérica que
equações de
Torricelli do |ϕA|+|ϕB|= 2 · k · π
MRU
Em que k representa o numero de vezes do encontro.
292 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial
R1
CO1 Solução:
(A) No biciclo de Michaux a frequência imposta é exatamente a frequência
CO2
de movimento. Assim:
IME-ITA 293
Física I – Assunto 3
→
Solução: A ilusão de que as pás estão girando no sentido oposto ao 2.2 Vetor deslocamento (∆S)
real é devido ao fato de nosso cérebro interpretar que o movimento, de um
O vetor deslocamento de um corpo entre os instantes t1 e t2 é o vetor
fotograma para o outro, se dá no sentido do menor deslocamento angular.
representado por um segmento orientado de origem em P1 (posição do
O olho humano tira fotos da realidade de 1/24 a 1/24 segundo e “junta” as
corpo no instante t1) e extremidade em P2 (posição do corpo no instante t2).
sucessivas imagens, sempre atribuindo o menor caminho a cada objeto.
Entre dois fotogramas consecutivos, a pá destacada efetua, no mínimo,
¾ de volta, em um intervalo de tempo de 1/24 s. Portanto a frequência ∆S P2 (t2)
mínima de rotação é +
P1 (t1)
→ S
3 ∆S
3 24
ƒ= 4 = ⋅ = 18 Hz
1 4 1
24 Por definição, o vetor deslocamento é a diferença ente os vetores
posições de P1 e P2.
2. Cinemática vetorial
x (m)
Após entendermos todos os conceitos de movimento aplicados a
movimentos retilíneos ou circulares, vamos aprender como estender cada →
assunto a qualquer movimento. Para isso, precisamos usar os conceitos P1 ∆S
vetoriais das grandezas já previamente apresentadas. P2
294 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial
sentido do →
d2
movimento Q2
→
d1 →
at = 0
Q1
→
→ reta tagente v
v em P
P
→
at
sentido do
movimento
→
|at |= ae > 0
Retardado
→
v
IMPORTANTE: Isso mostra que o vetor velocidade instantânea é
sempre tangente à trajetória.
→
2.5 Vetor aceleração at
O vetor aceleração média indica a razão entre a variação de velocidade
vetorial de um corpo e o intervalo de tempo. Lembre-se de que, para que haja
→
essa variação de do vetor velocidade, não necessariamente precisa haver |at |= ae < 0
mudança no módulo (um vetor tem direção e sentido, além do módulo).
∆V v − v
am = = 0
∆t ∆t
O vetor aceleração média tem a mesma direção e sentido do vetor 2.5.2 Aceleração centrípeta
variação de velocidade (subtração vetorial), pois se trata da multiplicação
É responsável pela mudança de direção do vetor velocidade instantânea.
de um vetor por um escalar positivo. →
A componente centrípeta da aceleração (a cp ) tem sempre a direção
O vetor aceleração instantânea é o limite desse quociente quando o
radial e sentido apontado para o centro.
intervalo de tempo tende a zero.
Atenção: esta componente de aceleração é nula somente para
∆V
am = lim movimentos retilíneos.
∆t → 0 ∆t
O módulo da aceleração centrípeta é dado pela expressão:
A aceleração instantânea pode ser subdivida em duas: a aceleração
tangencial e a aceleração centrípeta. v2
acp =
R
2.5.1. Aceleração tangencial Demonstração: →
É responsável pela mudança de intensidade (módulo) do vetor v
velocidade instantânea.
→ → → →
A componente tangencial da aceleração (at ) tem sempre a mesma v v ∆v
direção do vetor velocidade instantânea. O sentido vai depender do tipo dθ
R R →
de movimento – acelerado, retardado ou uniforme. dθ v
IME-ITA 295
Física I – Assunto 3
Ex.: Um corpo lançado obliquamente possui no ponto mais alto da trajetória Referencial estrada Referencial estudante
uma velocidade de 5 m/s (horizontal). Considerando que nesse local o
corpo fica sujeito somente à aceleração da gravidade (10 m/s2) determine v aut senθ v aut 0, 8 80
o raio de curvatura nesse mesmo ponto. tgθ = ⇒ = ⇒ = ⇒ v = 60 km / h
v cos θ v 0, 6 v
→ → →
Aplicando a definição de velocidade relativa v B,A= v B,T – v A,T ,
obtemos a velocidade do barco em relação as margens (mesmo
referencial da velocidade das águas):
→ → →
v B, T = v B,A + v A,T
296 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Uma pessoa brincando em uma roda-gigante, ao passar pelo ponto 02 Na figura, um ciclista percorre o trecho AB com velocidade escalar
mais alto, arremessa uma pequena bola (Figura 1) , de forma que esta média de 22,5 km/h e, em seguida, o trecho BC de 3,00 km de extensão.
descreve, em relação ao solo, a trajetória de um lançamento vertical No retorno, ao passar em B, verifica ser de 20,0 km/h sua velocidade
para cima. escalar média no percurso então percorrido, ABCB. Finalmente, ele
chega em A perfazendo todo o percurso de ida e volta em 1,00 h, com
velocidade escalar média de 24,0 km/h. Assinale o módulo v do vetor
velocidade média referente ao percurso ABCB.
IME-ITA 297
Física I – Assunto 3
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (EFOMM) Uma bomba centrífuga gira a 1800 rpm. A velocidade Analise as afirmativas abaixo:
tangencial de um volume de fluido impelido pelo seu rotor, de raio igual a
12 cm, é em m/s de: I. A velocidade angular do disco C é metade do disco B.
II. A velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco A é o dobro
(A) 6,1 π da velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco C.
(B) 7,2 π II. Os discos B e C têm a mesma velocidade escalar em pontos de seus
(C) 8,6 π perímetros.
(D) 9,3 π III. O período do disco C é o dobro do período do disco B.
(E) 10,4 π IV. As freqüências dos discos A e B são iguais.
298 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial
(A) 5.
(B) 10.
(C) 15. (B) 4, 4
(D) 20. VA/B
(A) 2 m/s. 08 (AFA) As figuras abaixo apresentam pontos que indicam as posições
(B) 4 m/s. de um móvel, obtidas em intervalos de tempos iguais. Em quais figuras o
(C) 6m/s. móvel apresenta aceleração não nula?
(D) 8 m/s.
(E) 10 m/s.
N N
60o
VA=5,0 nós
VB=2,0 nós
IME-ITA 299
Física I – Assunto 3
10 (AFA) Um carro percorre uma curva circular com velocidade linear Admitindo que não haja escorregamento entre a correia e as polias, e supondo
constante de 15 m/s completando-a em 5 2s, conforme figura abaixo. que a polia A execute 60 rpm, calcule a frequência de rotação da polia B.
300 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial
1,5 m
28 Um trem dotado de janelas laterais retangulares de dimensões 80 cm x
C
60 cm viaja ao longo de uma ferrovia retilínea e horizontal com velocidade
constante de 40 km/h. Ao mesmo tempo, cai uma chuva vertical (chuva
→ sem vento), de modo que as gotas apresentam, em relação ao solo,
a 30O
velocidade constante de intensidade v. Sabendo que o trajeto das gotas
→
v de chuva observado nas janelas laterais do trem tem a direção da diagonal
dessas janelas, determine:
(A) o valor de v;
(B) a intensidade da velocidade das gotas de chuva em relação a um
observador no trem.
→
Sabendo que| v | = 3,0m/s:
29 (AFA) Dois aeroportos, A e B, estão no mesmo meridiano, com B
→ 600 km ao sul de A. Um avião P decola de A para B ao mesmo tempo
(A) calcule | a |;
que um avião Q, idêntico a P, decola de B para A. Um vento de 30 km/h
(B) diga se no instante to o movimento é acelerado ou retardado. Justifique
sopra na direção sul-norte. O avião Q chega ao aeroporto A 1 hora
sua resposta.
antes do avião P chegar ao aeroporto B. A velocidade dos dois aviões
em relação ao ar (admitindo que sejam iguais) é, aproximadamente, em
25 Um barco motorizado desce um rio deslocando-se de um porto A até
km/h:
um porto B, distante 36 km, em 0,90 h. Em seguida, esse mesmo barco
sobe o rio deslocando-se do porto B até o porto A em 1,2 h. Sendo vB a
(A) 690. (C) 190.
velocidade do barco em relação às águas e vC a velocidade das águas em
(B) 390. (D) 90.
relação margens, calcular vC e vB.
IME-ITA 301
Física I – Assunto 3
EXERCÍCIOS NÍVEL 2 03 (AFA) Um operário puxa a extremidade de um cabo que está enrolado
num cilindro. À medida que o operário puxa o cabo o cilindro vai rolando sem
escorregar. Quando a distância entre o operário e o cilindro for igual a 2 m (ver
01 (AFA) Uma pessoa, brincando em uma roda-gigante, ao passar pelo ponto
figura abaixo), o deslocamento do operário em relação ao solo será de:
mais alto, arremessa uma pequena bola (Figura 1), de forma que esta descreve,
em relação ao solo, a trajetória de um lançamento vertical para cima.
2m
EIXO EIXO
(A) 1 m. (C) 4 m.
(B) 2 m. (D) 6 m.
302 Vol. 1
Movimentos circulares e cinemática vetorial
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
01 De uma parte retilínea da margem ao mesmo tempo saíram dois 06 (ITA) A figura representa a vista aérea de um trecho retilíneo de ferrovia.
barcos, A e B, que se encontravam a uma distância inicial d = 3 km um Duas locomotivas a vapor, A e B, deslocam-se em sentidos contrários com
do outro. O barco A dirigiu-se por uma reta perpendicular à margem. O velocidades constantes de 50,4 km/h e 72 km/h respectivamente. Uma vez
barco B tomou um caminho constantemente dirigido ao barco A. É evidente que AC representa o rastro de fumaça do trem A, BC o rastro de fumaça
que após um tempo muito grande o barco B navegará atrás do barco A a de B e que AC=BC, determine a velocidade do vento.
uma certa distância. Determine qual é essa distância.
C
02 Na tela de um cinema vê-se uma carruagem em movimento. O raio das
rodas dianteiras das carruagens é r = 0,35m e o raio das rodas traseiras é
A h = 160 m B
R = 1,5r. As rodas dianteiras têm N1 = 6 raios. A câmara cinematográfica
roda a fita com uma velocidade de 24 quadros/s. Determinar a velocidade
mínima segundo a qual temos a impressão de que as rodas dianteiras estão
em repouso na tela. Qual o menor número de raios N2 que deverão ter as 1360 m
rodas traseiras a fim de que as mesmas também pareçam estar em repouso?
07 Um rio tem 1 km de largura. A velocidade da correnteza é v. Um
Extra: Para que valores da velocidade da carruagem do problema acima homem rema 1km rio acima e volta ao local da partida. Outro homem,
os espectadores terão a impressão de que os raios das rodas dianteira e também remando, vai e volta de uma margem à outra, atingindo um ponto
traseira giram em sentidos opostos? diretamente oposto ao ponto de onde partiu. Sabendo que, remando, as
velocidades dos homens são constantes e iguais a 5 km/h, determine v
03 Um pequena formiga move-se sobre uma lata cilíndrica através de sua para que a diferença entre os tempos gastos nos dois trajetos completos
superfície lateral do pontos A pra o ponto B pelo caminho mais rápido e seja de 7,5 minutos.
com uma velocidade v constante em módulo.
08 As coordenadas de um corpo são x = t2 e y = (t – 1)2 (SI).
IME-ITA 303
Física I – Assunto 3
13 Uma barra rígida está apoiada no canto de uma sala (vide figura ao 14 Determine a aceleração do corpo A, o qual desliza-se sem velocidade
lado). O extremo A desliza pela parede enquanto o extremo B desliza pelo inicial pela rosca de um parafuso com passo h e raio R, no final da enésima
solo. Encontre a velocidade do ponto C (centro da barra) em função do volta (figura). Despreza-se o atrito.
ângulo α, se a velocidade do ponto B for constante e igual a v. Despreze
todas as forças de atrito. R
A A
h
α v
2π ⋅ t 2π ⋅ t
x = 3 ⋅ cos e y = 4 ⋅ sen 3 .
3
RASCUNHO
304 Vol. 1
Lançamento oblíquo A ssunto
4
Física I
h=
gt 2
vy = gt v y = 2 gh
3. Lançamento oblíquo
2 Consideremos uma partícula lançada de um ponto O, sobre a superfície
da Terra, com velocidade v 0 cuja direção não é nem horizontal nem
Eixo horizontal (eixo x)
vertical. Desprezando os efeitos do ar, temos que, para um referencial
A = vx · t inercial, a trajetória da partícula será uma parábola (isso será provado
mais adiante).
Exemplo: Um avião de bombardeio voa a uma altitude de 320 m com uma
trajetória
velocidade de 70 m/s e surpreende uma lancha torpedeira viajando a 20 m/s
y g do corpo
na mesma direção e sentido do avião. A que distância horizontal atrás da
lancha o avião deve lançar a bomba para atingi-la? Adote g = 10m/s2.
Solução:
A bomba executará um lançamento horizontal, visto que sairá do avião
mantendo a mesma velocidade horizontal. Neste caso, sua vertical é uma v0
queda livre: x
gt 2 10 ⋅ t 2
h= → − 320 = → t = 8s
2 2
Repare que, durante a sua trajetória, a par tícula executa dois
movimentos: um horizontal e outro vertical. O princípio da independência
de Galileu diz que esses movimentos podem ser estudados separadamente.
IME-ITA 305
Física I – Assunto 4
306 Vol. 1
Lançamento oblíquo
Solução: Dica: uma outra forma de resolver o problema anterior (e, muitas vezes,
(A) v = v0 + a · t → 0 = 5 · sen30° – 10 · t → 10 · t = 2,5 → t = 0,25 s mais rápida) é usar o par de eixos coincidindo com o plano inclinado. Nesse
caso, a gravidade não coincidiria com um eixo e, por esse motivo, precisaria
(B) No primeiro lançamento, a bola atinge a altura máxima de: ser decomposta. Daí, teríamos MUV nos dois eixos. Podemos resolver um
y = y0 + v0 · t + a · t2/2 problema de MUV nos dois eixos da forma explicitada abaixo. Basicamente,
y = 2 + 5 · sen30° · 0,25 – 5 · (0,25)2 a mudança é a seguinte: em vez de usar equações de MU na horizontal,
y = 2 + 0,625 – 0,3125 = 2,3125 m. devemos usar equações de MUV. Todo o raciocínio permanece igual.
Esta altura não é suficiente para atingir a altura da cesta. Exemplo: Uma partícula é lançada obliquamente em um local onde, além
(C) A condição para acertar a cesta é a de que para x = 4 m → y = 3 m. da aceleração da gravidade (10 m/s2), existe uma aceleração horizontal
Pelo movimento na direção horizontal → x = x0 + v · t → 4 = 0 + v · cujo módulo vale 4 m/s2. Considerando que a velocidade inicial da partícula
cos30° · t → 4 = 0,86 · v · t → v · t = 4,651 em que v é a velocidade é v 0 = 2i + 30j , determine o tempo de voo dessa partícula e o alcance
de lançamento da bola que acerta a cesta, e t é o tempo necessário horizontal obtido.
para acertar a cesta. Pelo movimento na direção vertical da bola
g ax
→ y = y0 + v0 · t + a · t2/2 → 3 = 2 + v · sen30° · t – 5 · t2 →
1 = 0,5 · v · t – 5 ·t2. Então → 1 = 0,5 · 4,651 – 5 · t2 → 5 · t2 =
1,3255 → t2 = 0,2651 → t = 0,515 s. Assim → v · t = 4,651 → v0
v · 0,515 = 4,651 → v = 4,651/0,515 = 9,03 m/s.
IME-ITA 307
Física I – Assunto 4
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Uma bola é chutada da superfície de um terreno plano segundo um tg j0 = V0Y/V0X = V0 · sen j0/V0 · cos j0 = sen j0/cos j0 = senq/cosq.
ângulo j0 acima da horizontal.
tgθ/tgj0 = (senθ/2 · cosθ)/(senθ/cosθ) = 1/2.
v0 Bola 2
j0 3
qq hMAX Posição horizontal x = 50. .t = 25.t. 3 = 75 3 m
x 2
A/2
1 2 2
Posição vertical y = 50 ⋅ ⋅ t − 5 ⋅ t = 25t − 5t =75 − 45 = 30 m
A 2
No instante em que a bola 1 atinge a altura máxima, a bola 2 está na
tgθ = hMÁX/(A/2) = [(V02 · sen2θ/2g)/(V02 · 2 · senθ · cosθ/2g) = posição (75 3 ;30) m
senθ/2 · cosθ.
v0 · sen j0
v0 d = ( ∆x 2 + ∆y 2 ) = ( 75 2
)
⋅ 3 + 152 = ( 5625 ⋅ 3 + 225 ) =
(v0 )
y j0 (16875 + 225 ) = (17100 ) m
x
v0 · cos j0
(v0 )
x
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Uma pedra é jogada para cima em uma direção que forma um ângulo 02 Um corpo é lançado obliquamente com velocidade de módulo 50 m/s,
de 30º com a horizontal no campo gravitacional terrestre, considerado sob um ângulo de lançamento θ (sen θ = 0,6, cos θ = 0,8), conforme indica
uniforme. Ignorando-se o atrito com o ar, no ponto mais alto alcançado a figura. Calcule, considerando g = 10 m/s2 e desprezando influências do ar:
pela pedra:
→
y v
→
(A) o módulo de sua aceleração é zero. v0
(B) o módulo de sua velocidade é zero.
(C) o módulo de sua aceleração atinge um mínimo, mas não é zero. hmáx
(D) o módulo de sua velocidade atinge um mínimo, mas não é zero. θ
(E) o módulo de seu vetor posição, em relação ao ponto de lançamento,
é máximo. 0 A x
308 Vol. 1
Lançamento oblíquo
(A) a velocidade do corpo ao passar pelo vértice do arco de parábola; (C) a bala que foi disparada com maior velocidade atinge o solo em um
(B) o tempo de subida; tempo maior.
(C) a altura máxima (hmáx); (D) nada se pode dizer a respeito do tempo de queda, porque não se sabe
(D) o alcance horizontal (A). qual das armas é mais possante.
03 Um gato de 1 quilograma dá um pulo, atingindo uma altura de 1,25 08 (AFA) Durante um jogo de basquetebol, um jogador arremessa a bola
m e caindo a uma distância de 1,5 m do local do pulo. com velocidade inicial de 10 m/s formando um ângulo de 30° acima da
horizontal. Sabendo que a altura do cesto é 3,05 m e que o lançamento foi
(A) Calcule a componente vertical de sua velocidade inicial. feito de uma altura de 2 m, a distância horizontal, em metros, do jogador
(B) Calcule a velocidade horizontal do gato. ao cesto, para que ele consiga fazer os pontos sem o auxílio da tabela,
(C) Qual a força que atua no gato no ponto mais alto do pulo? deverá ser aproximadamente:
(g = 10 m/s2)
(A) 2,02. (C) 6,09.
04 O canhão da figura dispara um projétil com velocidade inicial de módulo (B) 4,00. (D) 7,05.
igual a v0, atingindo um alvo estacionário situado em P:
09 (AFA) Dois projéteis A e B são lançados obliquamente em relação
P à horizontal. Sabendo que ambos permanecem no ar durante o mesmo
intervalo de tempo e que o alcance de B é maior que o alcance de A,
afirma-se:
05 A figura a seguir mostra a fotografia estroboscópica de uma bolinha 10 (AFA) Um audacioso motociclista deseja saltar de uma rampa de 4 m
lançada horizontalmente, nas proximidades da Terra. de altura e inclinação 30° e passar sobre um muro (altura igual a 34 m) que
está localizado a 50 3 m do final da rampa. Para conseguir o desejado,
a velocidade mínima 2da moto no final da rampa deverá ser igual a:
a
c d
Sendo a = 1 m e c = 4 m, calcule b e d.
50 3
4m
06 Dois projéteis A e B são lançados obliquamente, descrevendo as 30
trajetórias parabólicas representadas na figura:
obs.: o desenho está fora de escala.
IME-ITA 309
Física I – Assunto 4
y
anteparo
M
(A) 80 m. (C) 40 m.
(B) 60 m. (D) 15 m. v0
h
02 (AFA) Um projétil é disparado com velocidade de 250 m/s em uma 60°
direção que faz um ângulo θ com a horizontal. Após um intervalo de x
tempo, o projétil choca-se com um obstáculo a 5.250 m do ponto de 20m
disparo. Desprezando-se a resistência do ar e considerando-se g = 10
m/s2, sen θ = 0,7, a velocidade do projétil, em
m/s, no instante do choque é: (A) 7,0. (D) 19.
(B) 11. (E) 23.
(A) 125. (C) 215. (C) 14.
(B) 175. (D) 250.
07 Uma par tícula, de massa m = 40,0 gramas e carga elétrica
03 (AFA) Duas esteiras mantêm movimentos uniformes e sincronizados de q = 8,0 mC, encontra-se inicialmente fixa na origem do sistema coordenado
forma que bolinhas sucessivamente abandonadas em uma delas atingem XOY (veja figura abaixo). Na região, existe um campo elétrico uniforme
ordenadamente recipientes conduzidos pela outra. Cada bolinha atinge o E = 100.i(N / C). A partícula é soltae passa a se mover na presença dos
recipiente no instante em que a seguinte é abandonada. Sabe-se que a campos elétrico e gravitacional g = 10, 0j(m / s ) . No instante em que
2
310 Vol. 1
Lançamento oblíquo
(m, +q) 11 (IME) Um míssil, viajando paralelamente à superfície da Terra com uma
x
velocidade de 180 m/s, passa sobre um canhão à altura de 4800 m no
o exato momento em que seu combustível acaba. Neste instante, o canhão
dispara a 450 e atinge o míssil. O canhão está no topo de uma colina de
300 m de altura.
y 45º
4800 m
→
H, com velocidade v . Desprezando influências do ar no movimento da 1.4
bomba, determine o ângulo θ no momento da largada da bomba para que 1.2
ela atinja o alvo. (Dado: g = aceleração da gravidade.)
1
→
v 0.8
Trajetória parabólica 0.6
θ
0.4
0.2
H
0
Linha de visada 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1
Alvo Tempo (s)
Solo
IME-ITA 311
Física I – Assunto 4
(A) a altura máxima atingida pelo centro de gravidade de Daiane; 03 (Saraeva) Em um rio, a uma distância L = 90 m da origem está
(B) a velocidade média horizontal do salto, sabendo-se que a distância ancorada uma balsa. A velocidade da corrente do rio junto à origem é
percorrida nessa direção é de 1,3 m; uo=0 e essa velocidade cresce proporcionalmente à distância da origem
(C) a velocidade vertical de saída do solo. até que junto à balsa vale uL= 2 m/s. Uma canoa se dirige da origem até a
balsa com velocidade em relação à água de v = 2 m/s. Como o motorista
14 (ITA) Durante as Olimpíadas de 1968, na cidade do México, Bob deve orientar a canoa para que esta chegue exatamente onde está a balsa,
Beamow bateu o recorde de salto em distância, cobrindo 8,9 m de sabendo que a origem e a balsa estão na mesma linha perpendicular à
extensão. Suponha que, durante o salto, o centro de gravidade do atleta correnteza? Qual tempo T levará a canoa para percorrer esse trajeto?
teve sua altura variando de 1,0 m no início, chegando ao máximo de 2,0
m e terminando a 0,20 m no fim do salto. Desprezando o atrito com o ar, 04 De um ponto qualquer são lançados simultaneamente dois corpos
qual a componente horizontal da velocidade inicial do salto? formando ângulos distintos α e β com a horizontal , para lados opostos
e com a mesma velocidade inicial vo. Qual é a velocidade de movimento
15 Um garoto está 4 m à frente de uma parede vertical e lança uma bola. dos corpos um relativamente ao outro?
A bola deixa a mão do garoto a uma altura de 2 m do solo com velocidade
→ ^
inicial v = 10î + 10 j m/s. Quando a bola bate na parede, a componente 05 Qual o máximo ângulo com a horizontal segundo o qual uma pedra
horizontal do vetor velocidade troca de sentido e a vertical permanece pode ser lançada de forma a estar sempre se afastando de quem a lançou?
inalterada. Onde a bola atinge o solo?
06 Um canhão está situado sobre um pequeno muro de altura desprezível
16 Calcule o raio de curvatura da trajetória de um projétil que foi lançado na costa de um país. O canhão está inclinado de modo a formar um ângulo
com velocidade inicial Vo formando um ângulo α com a horizontal nos β com a horizontal. Seu objetivo é destruir um navio que se move ao longo
seguintes casos: de uma linha distando D do canhão. O projétil sai do canhão com velocidade
Vo e a velocidade do navio é vnavio. O projétil é disparado no exato instante
(A) no ponto mais alto da trajetória; em que o navio passa pela linha do muro.
(B) no instante de lançamento;
(C) em um instante genérico t após o lançamento.
EXERCÍCIOS NÍVEL 3 α
θ
01 Um esguicho expele um jato de água de espessura desprezível com
uma velocidade inicial vo=10 m/s da extremidade da entrada de um cano 08 Mostre que um projétil lançado do chão com velocidade inicial v0 pode
horizontal de diâmetro interno d = 1 m. Determine a máxima distância atingir um ponto situado à distância x e à altura y para dois ângulos de
que o jato pode alcançar no interior do cano. elevação diferentes, contanto que o ponto (x,y) esteja abaixo da parábola
02 Um canhão lança um projétil por cima de uma montanha de altura h, 1 x2
de segurança y = . A − , em que A é o alcance máximo.
de forma a passar quase tangenciando o cume C no ponto mais alto de 2 A
sua trajetória. A distância horizontal entre o cume e o canhão é R. Atrás 09 Um canhão de uma fortaleza dispara ao mar projéteis com velocidade
da montanha há uma depressão de profundidade d. Determine a distância de 4 m/s de uma altura de 1 m acima do nível do mar. Um navio pirata
horizontal entre o ponto de lançamento O e o ponto P onde o projétil atinge aproxima-se da costa a fim de invadir a fortaleza. Qual a menor velocidade
o solo em função de R, d e h. inicial v0 com que o navio pirata deve lançar seus projéteis a fim de destruir
o canhão da fortaleza sem ser alvejado?
312 Vol. 1
Termometria A ssunto
1
Física II
A termometria é a parte da termologia que se preocupa em medir a O dispositivo muda sua resistência com a alteração da temperatura.
temperatura de corpos e sistemas, segundo escalas termométricas, as Um computador ou outro circuito mede a resistência e a converte em
quais serão apresentadas neste capítulo. temperatura, tanto para exibi-la quanto para decidir se liga ou desliga alguma
coisa (este assunto será mais profundamente estudado em Resistores).
1. Noções Iniciais 3.1.3 Termômetro de lâmina bimetálica
(A) Temperatura: é uma grandeza física que mede o estado de agitação
das partículas de um corpo, caracterizando seu estado térmico. Várias
propriedades de um corpo variam com a temperatura.
(B) Calor: é uma modalidade de energia transmitida de um corpo para
outro, quando existe entre eles uma diferença de temperatura. Em
outras palavras, calor é energia em trânsito.
(C) Equilíbrio térmico: Em um contato entre dois corpos a diferentes
temperaturas, o corpo a uma temperatura maior fornece calor ao corpo
de menor temperatura, em um fenômeno que se prossegue até que,
em um certo instante, as duas temperaturas se tornam iguais. Nesse
instante, as duas temperaturas se tornam iguais. Nesse instante, diz-se
que cessou a transferência de calor e que os dois corpos se encontram
em equilíbrio térmico.
Composto por duas lâminas metálicas unidas rigidamente que, ao
2. Lei Zero da Termodinâmica serem aquecidas ou esfriadas, dilatam-se, e devido aos materiais serem
de diferentes coeficientes de dilatação, gira informando a temperatura do
Quando dois corpos estão, separadamente, em equilíbrio com um
corpo (este assunto será mais profundamente estudado em Dilatações).
terceiro, então estão em equilíbrio entre si. Ou seja, o equilíbrio térmico é
caracterizado pelas mesmas condições de temperatura. 3.1.4 Termômetros Meteorológicos
3. Medida da Temperatura
3.1 Termômetros
Instrumento de medição de temperatura.
3.1.1 Termômetro de mercúrio
IME-ITA 313
Física II – Assunto 1
X Y
1 • Ponto X1 Y1
Emite radiação térmica e relaciona-a com a temperatura para efetuar
a medição de temperatura do corpo. Utilizado para medir a temperatura
do fogo (plasma).
Escala X Escala Y
3.1.7 Termômetros de gás
Para realizarmos uma correspondência entre escalas, basta realizar
uma interpolação linear entre as temperaturas em diferentes escalas, ou
seja, as razões entre segmentos equivalentes nas duas escalas é igual, de
maneira que:
X − X1 Y − Y1
=
X2 − X1 Y2 − Y1
Onde X1, X2 , Y1 e Y2 são os pontos fixos nas escalas X e Y,
respectivamente.
Nas escalas utilizadas habitualmente, conhecemos os pontos fixos,
portanto:
°C °F K
314 Vol. 1
Termometria
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
tc
Solução: Letra D.
Utilizaremos a equação termométrica das escalas Celsius e Fahenheit: 34
C F − 32 9C
= ⇒ F = + 32
5 9 5
0 80
Do enunciado temos: td td (ºD)
|C| = |F|
Fazendo a proporção dos lados homólogos temos:
9C
C= + 32 ⇒ t c − 34 t d
5 =
78 − 34 80
9C Para o ponto de ebulição da água tc = 100oC
C = 5 + 32 ⇒ 5C = 9C + 160 ⇒ C = −40 100 − 34 t d
= ⇒ t d = 120
−C = 9C + 32 ⇒ −5C = 9C + 160 ⇒ C = 11,, 4 78 − 34 80
5
03 Ao nível do mar, mediante os termômetros, um graduado da escala
02 Um cientista criou uma escala termométrica D que adota como pontos Celsius e outro, na escala Fahrenheit, determinamos a temperatura de certa
fixos o ponto de ebulição do álcool (78°C) e o ponto de ebulição do éter massa de água líquida. A diferença entre as leituras dos dois termômetros é
100. Qual a temperatura dessa massa de água na escala Kelvin?
(34°C). O gráfico a seguir relaciona esta escala D com a escala Celsius.
tc (ºC)
Solução:
Utilizaremos a equação termométrica das escalas Celsius e Fahrenheit.
C F − 32 9C
78 = ⇒F = + 32
5 9 5
Como a água está líquida, a temperatura em Fahrenheit será maior que
34
a Celsius, logo, do enunciado temos que: F – C = 100
9C
Substituindo temos: + 32 − C = 100 ⇒ C = 85
0 80 td (ºD) 5
A temperatura de ebulição da água vale, em °D: Da relação entre Celsius e Kelvin temos:
K = C + 273
(A) 44. (D) 120. K = 358 K
(B) 86. (E) 160.
(C) 112.
IME-ITA 315
Física II – Assunto 1
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (AFA) Um termômetro mal graduado assinala, nos pontos fixos usuais, Calcule:
respectivamente, –1ºC e 101ºC. A temperatura na qual o termômetro não
precisa de correção é: (A) o comprimento da coluna de mercúrio, quando a temperatura é θ = 25 ºC;
(B) a temperatura do ambiente, quando l = 8,84 cm.
(A) 49.
(B) 50. 06 O gráfico a seguir indica a temperatura t e a altura h da coluna de
(C) 51. mercúrio registradas em um termômetro:
(D) 52.
t (ºC)
02 (ITA) Um pesquisador achou conveniente construir uma escala 80
termométrica (escala P) com base nas temperaturas de fusão e ebulição do
álcool etílico, tomadas como pontos zero e cem da sua escala. Acontece que
na escala Celsius aqueles dois pontos externos da escala do pesquisador têm
valores –118ºC e 78ºC. Ao usar o seu termômetro para medir a temperatura
de uma pessoa com febre, o pesquisador encontrou 80 graus P. Calcule a
temperatura da pessoa doente em graus Celsius (ºC).
05 Pode-se medir a temperatura com um termômetro de mercúrio. Neste, 08 (UFMS) Através de experimentos, biólogos observaram que a taxa
a grandeza termométrica é o cumprimento l de uma coluna capilar, medida de canto de grilos de uma determinada espécie estava relacionada com
a partir de uma origem comum. Verifica-se que l = 2,34 cm quando o a temperatura ambiente de uma maneira que poderia ser considerada
termômetro está em equilíbrio térmico com o gelo em fusão, e l=12,34 cm linear. Experiências mostraram que, a uma temperatura de 21 °C, os grilos
quando o equilíbrio térmico é com a água em ebulição (em um ambiente cantavam, em média, 120 vezes por minuto; e, a uma temperatura de 26 °C,
em que a pressão atmosférica é de 1 atm). os grilos cantavam, em média, 180 vezes por minuto. Considerando T a
temperatura em graus Celsius e n o número de vezes que os grilos cantavam
por minuto, podemos representar a relação entre T e n pelo gráfico abaixo.
316 Vol. 1
Termometria
Supondo que os grilos estivessem cantando, em média, 156 vezes por (A) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois
minuto, de acordo com o modelo sugerido nesta questão, estima-se que corpos e porque demanda sempre algum tempo para que a troca de
a temperatura deveria ser igual a: calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive.
(B) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura
(A) 21,5°C . (D) 24°C . interna do corpo, e porque demanda sempre algum tempo para que
(B) 22°C . (E) 25,5°C . a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive.
(C) 23°C . (C) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois
corpos e porque é preciso evitar a interferência do calor específico
09 (UFF) Um turista brasileiro, ao desembarcar no aeroporto de Chicago, médio do corpo humano.
observou que o valor da temperatura lá indicado, em °F, era um quinto do (D) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura
valor correspondente em °C. interna do corpo, e porque o calor específico médio do corpo humano
O valor observado foi: é muito menor que o do mercúrio e do vidro.
(E) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois
(A) – 2 °F (D) 0 °F corpos e porque é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que
(B) 2 °F (E) – 4 °F regula a temperatura interna do corpo.
(C) 4 °F
11 (ITA SP) Para medir a febre de pacientes, um estudante de medicina
10 (UNIFESP) Quando se mede a temperatura do corpo humano com criou sua própria escala linear de temperatura. Nessa nova escala, os
um termômetro clínico de mercúrio em vidro, procura-se colocar o bulbo valores de 0 (zero) a 10 (dez) correspondem respectivamente a 37°C
do termômetro em contato direto com regiões mais próximas do interior e 40°C. A temperatura de mesmo valor numérico em ambas escalas é
do corpo e manter o termômetro assim durante algum tempo, antes de aproximadamente
fazer a leitura.
(A) 52,9 °C (D) –8,5 °C
Esses dois procedimentos são necessários porque: (B) 28,5 °C (E) –28,5 °C
(C) 74,3 °C
EXERCÍCIOS NÍVEL 2
01 (ESPCEX) Um cientista dispõe de um termômetro de mercúrio com
a escala totalmente ilegível. Desejando medir a temperatura de uma
substância X com o termômetro, ele adotou o seguinte procedimento: sob
a condição de pressão normal (1 atm), mergulhou o termômetro na água
em ebulição e observou que a coluna de mercúrio atingiu o comprimento
de 10 cm; posteriormente, colocando o termômetro em gelo fundente, o
comprimento da coluna de mercúrio passou a ser de 2 cm. Após esse
procedimento, ele colocou o termômetro em contato com a substância X
e encontrou o comprimento de 5,2 cm para a coluna de mercúrio. Com
base nessas informações, a temperatura da substância X medida pelo
cientista, em graus Celsius, é de: (A) 100. (D) 170.
(B) 120. (E) 200.
(A) 65°C. (C) 150.
(B) 52°C.
(C) 48°C. 05 Uma escala termométrica X foi definida tomando-se o ponto de ebulição
(D) 40°C. de uma substância, cuja temperatura é de 127ºC, como 100ºX, e o zero
(E) 32°C. absoluto como –100ºX. A temperatura de 20ºX corresponderá, na escala
Kelvin, a que valor?
02 (UFPA) Em um certo instante, a temperatura de um corpo, medida na
escala Kelvin, foi de 300 K. Após decorrido um certo tempo, mediu-se a 06 A figura mostra três termômetros cujas escalas se relacionam de
temperatura desse mesmo corpo, e o termômetro indicou 68ºF. Qual foi acordo com a ilustração abaixo. Colocando-os em um mesmo meio, se
a variação de temperatura sofrida pelo corpo, medida na escala Celsius? o termômetro A indicar 60ºA, qual será a razão entre as correspondentes
indicações em B e C?
03 Dois termômetros de mercúrio, um graduado na escala Celsius e A B C
o outro na Fahrenheit, são mergulhados em um mesmo líquido. Após
o equilíbrio térmico, nota-se que os valores numéricos indicados, se
80 100 212
somados, são superados em 60 unidades pelo somatório das indicações
nos pontos do gelo e do vapor dessas escalas (Celsius e Fahrenheit).
Quanto marca cada termômetro?
IME-ITA 317
Física II – Assunto 1
07 Dois termômetros, o primeiro graduado na escala Celsius e o segundo 09 (UEL) O gráfico indicado a seguir representa a relação entre a
em uma nova escala recentemente criada e ainda sem nome, foram usados temperatura média em uma escala X e a mesma temperatura medida na
para se medir as temperaturas dos líquidos contidos em dois recipientes. escala Celsius.
Ao serem utilizados, o termômetro graduado na nova escala registrou um
valor duas vezes maior que o termômetro graduado na escala Celsius no t(ºX)
primeiro recipiente, e três vezes no segundo recipiente (mais quente).
Se as diferenças de temperatura observadas nos dois líquidos foram de
50 graus na escala Celsius e de 200 graus na nova escala, a temperatura 25
do ponto de gelo nesta nova escala é de: 20
15
(A) 100ºN. (D) – 50º N. 10
(B) 50ºN. (E) –100ºN. 5 t(ºC)
(C) 0ºN. 0
10 20 30
–5
08 Gradua-se um termômetro, tomando-se para pontos fixos o de ebulição – 10
do álcool, suposto 80ºC, e o de ebulição da água. No ponto de ebulição do
álcool marca-se 0 grau e no da água marca-se 100 graus. A temperatura
na escala Celsius que corresponde a 70º dessa nova escala é:
Para a variação de 1,0ºC, que intervalo vamos observar na escala X ?
(A) 70. (C) –50.
(B) 94. (D) 100.
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
01 Um termômetro de gás consiste em dois bulbos, cada um colocado 03 Termistor é um equipamento semicondutor com uma resistência
em um recipiente com água. A diferença de pressão entre os dois bulbos elétrica dependente da temperatura, comumente usado em termômetros
é medida por um manômetro de mercúrio, como mostra a figura. O clínicos e para detectar superaquecimentos em equipamentos
volume de gás nos dois bulbos é mantido constante, usando reservatórios eletrônicos. Em uma faixa limitada de temperatura, a resistência na
apropriados, que não aparecem na figura. Quando os dois recipientes estão temperatura T é dada por R(T) = Ra exp[B(1/T – 1/Ta)], em que R a
à temperatura do ponto triplo da água, a diferença de pressão indicada pelo é a resistência na temperatura Ta e B uma constante que depende
manômetro é zero. Quando um dos recipientes está na temperatura do ponto do semicondutor específico usado. Para um tipo de termistor,
triplo (Ttriplo) e o outro na do ponto de ebulição da água, o manômetro indica B = 4689 K e a resistência a 273 K é de 104 ohms. Que temperatura
120 mm de Hg. Finalmente, o manômetro indica 90,0 mm de Hg, quando estará o termistor medindo quando sua resistência for de 100 ohms?
um dos recipientes está à temperatura do ponto triplo e o outro está a uma Dado: log(e) = 0,43.
temperatura desconhecida. Qual é a temperatura absoluta desconhecida?
(Obs.: A notação exp(a) significa ea, em que e é a base natural (número
de Euler) e a é um expoente qualquer.
318 Vol. 1
Dilatação A ssunto
2
Física II
d
∆L = LO a ∆T
em que:
∆L → variação do comprimento (∆L = L – Lo)
Lo → comprimento inicial
L → comprimento final (L = Lo + ∆L) αFe = 13.10−6 ºC−1
repulsão atração
a → coeficiente de dilatação linear α Cu = 16.10−6 ºC−1
∆T → variação de temperatura (∆T = T – To) α = −6 −1
A dilatação térmica é o fenômeno que um corpo apresenta ao variar vidro 8.10 ºC
suas dimensões geométricas quando sua temperatura se modifica, sendo, Podemos também obter uma expressão para o comprimento final L:
inclusive, esse o fenômeno usado para a construção de termômetros de ∆L = L – Lo = LO a ∆T
coluna líquida. L = Lo + LO a ∆T
Dependendo da quantidade de dimensões variantes, classificamos a
dilatação térmica em linear, superficial ou volumétrica.
L = Lo (1+ a ∆T)
(A) Dilatação linear: apenas uma dimensão varia. Por exemplo: uma
barra de ferro cujo comprimento aumenta quando aquecida.
(B) Dilatação superficial: apenas duas dimensões variam. Lembrando 3. Dilatação superficial
que duas dimensões podem representar uma área, pode-se dizer que a
dilatação superficial provoca uma variação de uma área. Por exemplo:
uma chapa de aço que tem sua área aumentada quando aquecida.
(C) Dilatação volumétrica: as três dimensões do corpo variam.
Lembrando que três dimensões podem representar um volume,
pode-se dizer que a dilatação volumétrica provoca uma variação de
um volume. Por exemplo: um bloco de cobre que tem seu volume
aumentado quando aquecido.
Obs.:
– A rigor, toda dilatação tem caráter volumétrico. No entanto, há casos
em que alguma dimensão é tão maior que outra que a dilatação da
segunda é desprezível face da primeira, caracterizando, assim, a
dilatação linear (apenas uma dilatação é considerável) e a superficial ∆A = AO b ∆T
(apenas duas são consideráveis).
– O oposto à dilatação térmica é a contração térmica. Quando um corpo
sofre um decréscimo de temperatura, suas dimensões se contraem. em que:
∆A → variação da área (∆A = A – Ao)
Ao → área inicial
bFe = 26.10−6 ºC−1
A → área final (A = Ao + ∆A)
b → coeficiente de dilatação superficial bCu = 32.10−6 ºC−1
bvidro =16.10−6 ºC−1
IME-ITA 319
Física II – Assunto 2
b
4. Dilatação volumétrica
aO
a
α, β e γ α b γ
= =
Seja uma placa de dimensões ao e bo. 1 2 3
ao
6. Comportamento dos espaços
bo
vazios
Verifica-se experimentalmente que os furos de chapas ou buracos em
sólidos, como, por exemplo, o espaço de dentro de um copo, comportam-
se como se este espaço fosse feito do próprio material. Ou seja, ao se
Sua área inicial é Ao = aobo. (i) aplicar a dilatação volumétrica em uma chapa com um furo, este furo irá
Ao sofrer uma variação de temperatura ∆T as dimensões ficam a e b aumentar de tamanho como se fosse feito do material da chapa.
320 Vol. 1
Dilatação
Atenção: A expressão acima só é válida quando os volumes iniciais Exemplo: em um problema qualquer, recai-se na seguinte conta:
são iguais. (1 + 0,000020 · 150)/1,000020 · 50
8. Variação da massa específica de O melhor a fazer nesse caso é usar a 3a simplificação, pois:
1 + 0,000020 · (150 – 50) = 1,0020
uma substância
m Se fizéssemos pelo método “normal”:
→ massa específica ou densidade absoluta: ρ =
v 1,0030/1,0010 = 1,001998
Seja um corpo feito de uma substância cuja massa específica é ρo.
Isto significa que se este corpo tem um volume inicial Vo sua massa m Perceba que a simplificação que fizemos conduz a um resultado
será dada por: compatível com erros e algarismos significativos.
m = ρoVo
Após uma variação de temperatura ∆T, seu volume será 11. Lâminas bimetálicas
V = Vo(1 + γ∆T) Ao unirmos duas lâminas feitas de materiais de coeficientes de
Como a massa não varia, dilatação diferentes, teremos algo como mostra o esquema abaixo:
ρoVo = ρ V = ρ Vo(1 + γ∆T)
A nova massa específica desta substância será
ρo
ρ=
1 + γDT
IME-ITA 321
Física II – Assunto 2
Ao aquecermos esse sistema, teremos que uma das lâminas se raio maior.
dilatará mais do que a outra. Isto porque se analisarmos a equação da – A lâmina que se dilata menos terá L menor; consequentemente, terá
dilatação linear um raio menor.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Solução:
01 Uma esfera maciça de raio 3 m (113 m3) feita de ferro foi colocada Como o diâmetro do eixo era maior que o furo do anel, para encaixar o
em um forno inicialmente a 20ºC. Aquece-se o forno até uma temperatura eixo no furo do anel, podemos basicamente:
de 220ºC. – diminuir o diâmetro do eixo resfriando-o;
– aumentar o diâmetro do furo do anel aquecendo-o;
Determine: Além da figura, uma informação importante é que o coeficiente do latão
→ o novo raio da esfera; é maior que o do aço. Neste caso, o diâmetro do furo do anel aumenta
→ o novo volume da esfera. mais que o do eixo quando aquecido, assim como, diminui mais quando
resfriado. Podemos, assim, aquecer os dois juntos. O diâmetro do furo
Dado: aFe = 13 · 10 – 6 oC – 1 do anel ultrapassará o do eixo.
Logo, a única opção que não permite o encaixe seria resfriar os dois juntos,
Solução: pois, o diâmetro do furo do anel, continuaria a ficar menor que o do eixo.
Para o cálculo do novo raio aplicamos a expressão da dilatação linear:
∆L = LO α ∆T. 05 Em um relógio, o pêndulo é uma barra metálica, projetada para
Na qual L será aqui representado pelo raio, assim: que seu período seja igual a 1s. Verifica-se que, no inverno, quando
∆R = RO α ∆T = 3.13.10-6.200 = 0,0078 m. a temperatura média é de 10°C, o relógio adianta, em média 55s por
Logo, R = 3 + 0,0078 = 3,0078 m. semana; no verão, quando a temperatura média é 30°C, o relógio atrasa,
Poderíamos também aplicar a expressão do comprimento (raio) final: em média 1 minuto por semana.
R = Ro (1+ α ∆T) = 3(1+13.10-6.200) = 3,0078 m
Podemos realizar o cálculo do novo volume de duas formas. A primeira (A) Calcule o coeficiente de dilatação linear do metal do pêndulo.
(não recomendada) seria aplicar fórmula do volume de uma esfera (B) A que temperatura o relógio funcionará com precisão?
4 3.
V= πR
3 Solução:
Precisaremos da expressão do período de um pêndulo:
4
V= π3,00783 ≅ 113,9 m3
3 L
T = 2π
g
A segunda (mais recomendada) seria usando o conhecimento de que
o coeficiente de dilatação volumétrico é, aproximadamente, o triplo do Onde vemos a relação entre T e L.
linear (γ = 3α). Vale ressaltar que:
V = 113(1+ 3 · 13 · 10-6 · 200) = 113,8 m3 – O relógio adianta quando T diminui (logo L diminui por resfriamento).
– O relógio atrasa quando T aumenta (logo L aumenta por aquecimento).
Assinale a alternativa que apresenta um procedimento que não permite
esse encaixe. Uma dica para esses tipos de problema é multiplicar a variação relativa
do período pelo intervalo de tempo em que foi feita a medição. Assim,
(A) Resfriar apenas o eixo. (C) Resfriar o eixo e o anel. temos que o atraso ou o adianto do relógio será dado por:
(B) Aquecer apenas o anel. (D) Aquecer o eixo e o anel.
L L
2π − 2π o
À temperatura ambiente, o diâmetro do eixo é maior que o do orifício do anel. ∆T g g L
.∆t = .∆t = − 1 ∆t
Sabe-se que o coeficiente de dilatação térmica do latão é maior que o do aço. To L L
2π o o
Diante disso, são sugeridos a Jpão alguns procedimentos, descritos nas g
alternativas a seguir, para encaixar o eixo no anel.
= ( )
1 + α∆T − 1 ∆t
322 Vol. 1
Dilatação
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (UFU) O gráfico a seguir representa o comprimento L, em função da 02 (UEL) Uma barra metálica, inicialmente à temperatura de 20ºC, é
temperatura θ, de dois fios metálicos finos A e B. aquecida até 260ºC e sofre uma dilatação igual a 0,6% do seu comprimento
inicial. Qual o coeficiente de dilatação linear médio do metal, nesse intervalo
L A
de temperatura?
B
03 O gráfico a seguir representa o comprimento (l) de um fio em função
de sua temperatura (t):
l(m)
4,02
0 q 4,00
IME-ITA 323
Física II – Assunto 2
04 (UFPEL) A água, substância fundamental para a vida no planeta, Com relação à temperatura do ferro regulada pelo parafuso e aos
apresenta uma grande quantidade de comportamentos anômalos. Suponha coeficientes de dilatação dos metais das lâminas, é correto afirmar que,
que um recipiente, feito com um determinado material hipotético, se encontre quanto mais apertado o parafuso:
completamente cheio de água a 4°C. De acordo com o gráfico e seus (A) menor será a temperatura de funcionamento e α1 > α2.
conhecimentos, é correto afirmar que: (B) maior será a temperatura de funcionamento e α1 < α2.
V
(C) maior será a temperatura de funcionamento e α1 > α2.
água (D) menor será a temperatura de funcionamento e α1 < α2.
(E) menor será a temperatura de funcionamento e α1 = α2.
324 Vol. 1
Dilatação
(A) 10 πR02hα/V0
FERRO (B) 1 + 1,7 × 10–12 R0/h
300 cm
(C) 1 + 1,4 × 10–8
(D) 1 + 3,6 × 10–4
(E) 1 + 1,2 × 10–4
COBRE
09 Uma barra com uma rachadura no centro entorta para cima com um
pequeno aumento de temperatura de θºC. Sendo Lo o comprimento inicial
da barra e α o seu coeficiente de dilatação linear, determine x.
30 cm (Considere x <<< Lo)
Lo
(A) 100°C. (D) 120°C.
(B) 180°C. (E) 200°C.
(C) 150°C.
x
05 (UEL) A barra da figura é composta de dois segmentos: um de
comprimento ℓ e coeficiente de dilatação linear αA e outro de comprimento Lo
2ℓ e coeficiente de dilatação linear ∆LB. Pode-se afirmar que o coeficiente
de dilatação linear dessa barra, α, é igual a:
10 Uma barra de metal de 30,0 cm de comprimento sofre uma dilatação de
l 2 0,075 cm, quando sua temperatura sobe de 0º C para 100º C. Outra barra
de um metal diferente, de mesmo comprimento, dilata-se 0,045 cm, sob as
mesmas condições. Uma terceira, também de 30,0 cm de comprimento. é feita
de dois pedaços dos metais acima, colocados em linha, e se expande 0,065
cm entre 0º C e 100º C. Ache o comprimento de cada parte da barra composta.
A B
11 (ITA) Uma ampola de vidro está totalmente cheia com certa massa
(A) α a + α b . (D)
α a + 2α b . mo de líquido a 0ºC. Aquecendo-se o sistema a θºC, resta na ampola só
2 a massa m do líquido. O vidro tem coeficiente de dilatação k, sendo o do
líquido γ. A partir de mo, m, k, γ, calcule θ · α
3(αa + αb ) .
(B) 2α a + α b (E)
. 12 (ITA) Um bulbo de vidro cujo coeficiente de dilatação linear é 3.10-6
3
ºC-1 está ligado a um capilar do mesmo material. À temperatura de –10,0
(C) α a + 2αb . ºC a área da secção do capilar é 3,0 · 10–4 cm² e todo o mercúrio cujo
3 coeficiente de dilatação volumétrica é 180 · 10–6 ºC–1 ocupa o volume total
do bulbo, que a esta temperatura é 0,500 cm³. O comprimento da coluna
06 Um relógio de pêndulo feito de invar é preciso a 20°C. Se o relógio for de mercúrio a 90,0 ºC será:
usado em um clima cuja temperatura média é de 30°C, qual a correção
(aproximadamente) necessária no fim de 30 dias do início da contagem? (A) 270 mm.
(Dado: αinvar = 0,7 · 10–6 ºC–1) (B) 540 mm.
(C) 285 mm.
07 Uma régua de latão, de coeficiente de dilatação linear igual a (D) 300 mm.
2 · 10–5 ºC–1, foi graduada corretamente a 20ºC. Ao ser aquecida, atingiu (E) 257 mm.
uma temperatura θ, na qual as medidas apresentam um erro de 0,1%.
Qual é essa temperatura θ? 13 Um anel de cobre (α = 20. 10–6 oC–1) tem raio interno igual a 5 cm a
20 oC. Determine até qual temperatura devemos aquecê-lo, de modo que
08 (ITA) Uma chapa de metal de espessura h, volume V0 e coeficiente de
esse anel possa ser introduzido num cilindro com base de área igual a
dilatação linear α = 1,2 · 10–5/ºC tem um furo de raio R0 de fora a fora.
A razão V/V0 do novo volume da peça em relação ao original quando a 79,285 cm2. Considere π ≈ 3,14.
temperatura aumentar de 10ºC será:
IME-ITA 325
Física II – Assunto 2
326 Vol. 1
Dilatação
(E) 2 lF (1 + bDT ) / (4 F 2 − m2 g 2 ) .
De acordo com o exposto, calcule a variação de temperatura dos oceanos
responsável por um avanço médio de L = 6,4 m sobre superfície terrestre.
RASCUNHO
IME-ITA 327
Calorimetria A ssunto
3
Física II
328 Vol. 1
Calorimetria
3. Trocas de calor Obs.: É importante se o calor latente será positivo ou negativo, ou seja, se
o corpo cede ou recebe calor; como nos exemplos abaixo
Calor sensível
É a quantidade de calor que um corpo recebe ou cede tendo como Ex.: calor específico latente da água
consequência a variação de sua temperatura . → calor específico latente de fusão: LF = 80 cal/g
Equação fundamental da calorimetria: → calor específico latente de solidificação: LS = – 80 cal/g
→ calor específico latente de vaporização: LV = 540 cal/g
Q = m c ∆T → calor específico latente de condensação: LF = – 540 cal/g
Em que:
Recordemos as mudanças de fase de uma substância observando
Q → quantidade de calor sensível o esquema abaixo:
m → massa do corpo que varia a temperatura
c → calor específico da substância que constitui o corpo vapor
cAl = 0,219 cal/g · ºC
cágua = 1,000 cal/g · ºC sublimação vaporização
cgelo = 0,550 cal/g · ºC condensação
cvapor = 0,480 cal/g · ºC
∆T → variação de temperatura fusão
sólido líquido
Capacidade térmica – C solidificação
É a quantidade de calor que um corpo precisa receber ou ceder para
que sua temperatura varie de um grau.
Q = C ∆T
IME-ITA 329
Física II – Assunto 3
4. Lei zero da termodinâmica Após a contagem do tempo, observaremos que algumas partículas
do líquido vaporizam-se, começando a preencher o espaço que antes era
Equação geral das trocas de calor: Se dois ou mais corpos, que vácuo. Esse vapor exerce uma pressão nas paredes do recipiente e no
trocam entre si apenas calor, constituem um sistema isolado (ou seja, não próprio líquido, que é a pressão de vapor.
trocam calor com o que está fora desse sistema), a soma da quantidade Observaremos que, inicialmente, a quantidade de par tículas
total de calor cedido com a quantidade total de calor recebido é nula vaporizadas (e, consequentemente, a pressão de vapor) aumenta com
(princípio da conservação de energia). o tempo. Mas, simultaneamente com esse aumento de pressão, outro
Qcedido + Qrecebido = 0 ou ∑Q = 0 fato ocorre: partículas de vapor, ao colidir com a superfície do líquido,
Obs.: podem perder energia e voltar à fase líquida. Esse número de colisões
→ Calor recebido por um corpo é sempre positivo (Q > 0) aumenta com o número de partículas na fase de vapor. Isso significa que,
embora sempre haja partículas de líquido se vaporizando, também haverá
→ Calor cedido por um corpo é sempre negativo (Q < 0)
partículas de vapor se condensando. Haverá um instante em que essas
duas velocidades de mudança de fase se igualarão, havendo um equilíbrio
5. Diagrama de fases dinâmico. Nesse instante, a quantidade de vapor é máxima e constante;
essa massa de vapor exerce a chamada “pressão máxima de vapor”.
Um diagrama de fases é um gráfico que representa as curvas de fusão,
vaporização e sublimação, associando essas transformações a variáveis
de estado da substância, geralmente a pressão e a temperatura.
decorrer
P P
do tempo
A A
CO2 H2O
S C Ponto S C Ponto
L Crítico L Crítico
Ponto Ponto
Tríplice G Tríplice G
T V T V A pressão de vapor de uma substância é função apenas da temperatura
e não do volume.
T T
O O
Pressão de vapor-d’água
Nomes das curvas
OT → curva de sublimação; TA → curva de fusão; TC → curva de vaporização T Pressão T Pressão T Pressão
Ponto tríplice (ponto triplo): Pressão e temperatura na qual coexistem (ºC) (mmHg) (ºC) (mmHg) (ºC) (mmHg)
os três estados da substância. –15 1,436 24 22,377 115 1267,98
Substância Temperatura (K) Pressão (10 Pa) 5
–13 1,691 26 25,209 120 1489,14
Hidrogênio 13,84 0,0704 –11 1,987 28 28,349 125 1740,93
Oxigênio 54,36 0,00152 –9 2,326 30 31,824 130 2026,16
Dióxido de carbono 216,55 5,17 –7 2,715 35 42,175 135 2347,26
Água 273,16 0,00610 –5 3,163 40 55,324 140 2710,92
Ponto Crítico: Temperatura e pressão acima das quais as fases líquida –3 3,673 45 71,88 145 3116,76
e vapor não podem mais coexistir, isto é, mesmo variando a pressão –1 4,258 50 92,51 150 3570,48
ou a temperatura a substância não muda mais de estado. Acima desta
0 4,579 55 118,04 155 4075,88
temperatura e pressão o estado é chamado de gasoso.
2 5,294 60 149,38 160 4636,00
Substância Temperatura (K) Pressão (105 Pa)
4 6,101 65 187,54 165 5256,16
Hidrogênio 33,3 13,00
6 7,013 70 233,70 170 5940,92
Oxigênio 154,8 50,8
8 8,045 75 289,10 175 6694,08
Dióxido de Carbono 304,2 73,9
10 9,209 80 355,10 180 7520,20
Água 647,4 221,2
12 10,518 85 433,60 185 8423,84
líquido Obs.:
Um líquido entra em ebulição quando sua pressão de vapor se iguala à
pressão atmosférica. Por isso, a água ferve a 100ºC ao nível do mar, porém
ferve a temperaturas menores quando a altitude aumenta (menor pressão)
330 Vol. 1
Calorimetria
IME-ITA 331
Física II – Assunto 3
Solução: Dados:
(A) Qref = 60·350·1·(–20) = – 420.000 cal Cgelo = cvapor = 0,5 cal/g·oC;
QAl = 60·30·0,22·(–20) = –7920 cal Cágua = 1,0 cal/g·oC; cferro = 0,2 cal/g·oC
(B) Lei Zero: Qgelo + Qfusão + Qágua + Qref + QAl = 0 Lfusão = 80 cal/g; Lebulição = 540 cal/g
m·0,5·4 + m·80 + m·1·2 – 427.920 = 0 ⇒ m = 5,1 kg
Solução:
04 Um corpo, de calor latente de fusão igual a 16 cal/g, inicialmente a. Como não sabemos em que fase da água ocorrerá o equilíbrio,
no estado sólido, é aquecido sob a potência constante de uma fonte de faremos alguns cálculos preliminares.
calor. O gráfico seguinte representa a variação da temperatura com o – aquecimento do gelo até 0oC: Q = 100·0,5·5 = 250 cal
tempo. Admitindo-se que o corpo absorva energia de maneira constante – fusão total do gelo: Q = 100·80 = 8.000 cal
ao longo de todo o processo, determine o calor específico do sólido. – resfriamento do ferro até 0oC: Q = 100·0,2·(–120) = – 2.400 cal
Note que o calor liberado pelo ferro é capaz de aquecer o gelo mas
60
não é capaz de fundi-lo totalmente. Tiramos a conclusão que o equilíbrio
ocorrerá ao longo do processo de fusão, logo a 0oC.
50
Podemos calcular a massa de gelo que fundiu aplicando a Lei Zero
com três trocas de calor: aquecimento do gelo (Q1), fusão parcial do
T( C)
40
gelo (Q2) e resfriamento do ferro (Q3).
0
ΣQ = 0 → Q1 + Q2 + Q3 =0 → 250 + m·80 +
30 (–2400) = 0 → m = 26,875 g.
332 Vol. 1
Calorimetria
08 (UNIFESP) Sobrefusão é o fenômeno em que um líquido permanece T − 16 13, 929 − 13, 634
nesse estado a uma temperatura inferior à de solidificação, para a = → T = 16, 32o C
18 − 16 15, 477 − 13, 634
correspondente pressão. Esse fenômeno pode ocorrer quando um líquido
cede calor lentamente, sem que sofra agitação. Agitado, parte do líquido (C) Calcular a umidade relativa da sala primeiramente:
solidifica, liberando calor para o restante, até que o equilíbrio térmico U = 0,7 ∙ 55,324 = 38,727 mmHg
seja atingido à temperatura de solidificação para a respectiva pressão. Agora podemos calcular a umidade absoluta:
Considere uma massa de 100 g de água em sobrefusão à temperatura 38, 727 ⋅ 18
U= = 0, 0357 g/L
de –10oC e pressão 1atm, o calor específico da água de 1 cal/g°C e o
62, 3 ⋅ ( 40 + 273)
calor latente da solidificação da água de –80 cal/g. A massa de água
Como a sala possui 100 m3 = 100 ∙ 103L chegamos a massa de
que sofrerá solidificação se o líquido for agitado será:
vapor presente na sala: m = 0,0357 ∙ 105 g = 3,57 kg
(A) 8,7 g (D) 50,0 g.
10 Em um escritório de dimensões 10 × 5 × 3 (em metros) a temperatura
(B) 10,0 g. (E) 60,3 g.
é de 22oC e a umidade relativa 60%. Se um balde com água for jogado
(C) 12,5 g.
no chão dessa sala, qual o volume de água evaporará?
Solução:
Solução: Letra C.
A partir da expressão de umidade absoluta, podemos obter uma
Aplicando a Lei zero da termodinâmica onde o calor recebido por toda
expressão para a massa de vapor num ambiente em função da pressão
massa e o calor perdido para solidificar parte dela, temos:
parcial:
M ∙ c ∙ ∆T + m ∙ L = 0
100 ∙ 1 ∙ [0 – (– 10)] + m (– 80) = 0 Pparcial ⋅ M Pparcial ⋅ M ⋅ V
100.1.10 U= → m = U ⋅V =
=m = 12, 5 g R ⋅T R ⋅T
80
Note que para a massa de vapor mudar a pressão parcial terá que mudar.
09 Tomando como base a tabela de pressão máxima de vapor d’água,
Assim reescrevemos essa expressão em função dessas variações:
determine:
(A) a umidade relativa em um dia que a temperatura está 20oC e a
∆Pparcial ⋅ M ⋅ V
pressão parcial de vapor 14,554 mmHg; ∆m =
(B) a temperatura de orvalho sabendo que a umidade está 90% e a R ⋅T
temperatura 18oC;
(C) a quantidade de vapor em uma sala de 100 m3 a uma temperatura A variação da pressão parcial ocorrerá até que a umidade atinja a
de 40oC e umidade relativa de 70%. saturação (100%). Neste caso a pressão parcial que era de 60% da
pressão máxima, passará a valer 100% da pressão máxima, variando
Solução: 40%, logo:
(A) u 14
=
, 554
= 0, 83 = 83%
17, 535 ∆Pparcial =0,4 ∙ 19,827 = 7,9308 mmHg
(B) Da tabela temos pmáx (18oC) = 15,477mmHg
Daí podemos determinar a pressão parcial de vapor pela umidade Substituindo temos:
relativa: 7, 9308 ⋅ 18 ⋅ 150 ⋅ 103
∆m = = 1165 g
pparcial = 0,9 ∙ 15,477 = 13,929 mmHg 62, 3 ⋅ 295
Como este valor não consta na tabela, teremos que aplicar uma
interpolação linear:
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (UNITAU) Em um dia quente você estaciona o carro em um trecho 03 (PUC) Três barras cilíndricas idênticas em comprimento e secção
descoberto e sob um sol causticante. Sai e fecha todos os vidros. Quando são ligadas formando uma única barra, cujas extremidades são mantidas
volta, nota que “o carro parece um forno”. Esse fato se dá porque: a 0°C e 100 °C. A partir da extremidade mais quente, as condutividades
térmicas dos materiais das barras valem k, k/2 e k/5. Supondo-se que,
(A) o vidro é transparente à luz solar e opaco ao calor. em volta das barras, exista um isolamento de lã de vidro e desprezando
(B) o vidro é transparente apenas às radiações infravermelhas. quaisquer perdas de calor, a razão q2/q1 entre as temperaturas nas junções
(C) o vidro é transparente e deixa a luz entrar. onde uma barra é ligada à outra, conforme mostra a figura, é:
(D) o vidro não deixa a luz de dentro brilhar fora. lã de vidro
(E) n.d.a.
IME-ITA 333
Física II – Assunto 3
04 (UNICAMP) Em um aquário de 10 l, completamente cheio de água, 11 Em um calorímetro ideal misturam-se 200 g de gelo a 0ºC com 200 g
encontra-se um pequeno aquecedor de 60 W. Sabendo que em 25 minutos de água a 40ºC. O calor de fusão do gelo é de 80 cal/g. Qual a temperatura
a temperatura da água aumentou de 2,0ºC determine: de equilíbrio térmico e qual a massa de gelo que se funde?
(A) que quantidade de energia foi absorvida pela água; 12 Duas barras quadradas idênticas de metal são soldadas pelas
(B) que fração da energia fornecida pelo aquecedor foi perdida para o extremidades (fig.a). Suponha que haja um fluxo horizontal de 10 cal
exterior. através das barras em 2 min. Quanto tempo seria necessário para manter
(Dados: calor específico da água = 1,0 cal/gºC; 1,0 cal = 4,0 J) este fluxo de calor se elas fossem soldadas conforme a figura b?
05 Qual a massa de vapor a 100°C que deve ser misturada a 500 g de gelo
a 0 °C, num recipiente termicamente isolado, para produzir água a 50°C? 100ºC
0ºC
(cágua = 1 cal/g · ºC; Lsolidificação = 80 cal/g;
Lvaporização = 540 cal/g) (a)
500 –4 C
400
300
Sendo o calor latente de fusão do gelo igual a 80 cal/g, qual a massa de
200 água que se solidifica no trecho CD ?
100
14 (UFPA) Para o fósforo, a temperatura de fusão é de 44ºC; o calor
o 10 20 30 40 q (ºC) específico no estado líquido, de 0,2 cal/gºC; e o calor latente de fusão, de
5 cal/g. Uma certa massa de fósforo é mantida em sobrefusão a 30ºC.
Num certo instante verifica-se uma solidificação brusca. Que pencentagem
Determine: do total de massa do fósforo se solidifica?
(A) a capacidade térmica do corpo, no estado sólido. 15 Colocando água gelada no interior de um copo de vidro seco, observa-se
(B) o calor específico sensível da substância do corpo, no estado sólido. com o passar do tempo a formação de gotículas de água na parede externa
(C) a temperatura de fusão da substância que compõe o corpo. do copo. Isso se deve ao fato de que:
10 Um bloco de gelo de 4,0 kg de massa que está a uma temperatura de (A) a água gelada atravessa a parede do copo.
–10,0ºC é colocado em um calorímetro (recipiente isolado de capacidade
(B) as gotas d'água sobem pela parede interna do copo alcançando a
térmica desprezível) contendo 5,0 kg de água à temperatura de 40,0ºC.
Qual a quantidade de gelo que sobra sem derreter? parede externa, onde se depositam.
(C) a água fria cria microfissuras na parede do copo de vidro pelas quais
Dados: Calor específico sensível da água = 1,0 kcal/kg ºC; calor específico a água passa para fora.
sensível do gelo = 0,5 kcal/kg ºC; calor específico latente de fusão do (D) o vapor d'água presente na atmosfera se condensa.
gelo = 80 Kcal/Kg. (E) o copo é de vidro.
334 Vol. 1
Calorimetria
16 (ENEM) A panela de pressão permite que os alimentos sejam cozidos 02 (AFA) Para intervalos de temperaturas entre 5°C e 50°C, o calor
em água muito mais rapidamente do que em panelas convencionais. Sua específico (c) de uma determinada substância varia com a temperatura
tampa possui uma borracha de vedação que não deixa o vapor escapar, a (t) de acordo com a equação c = t/60 + 2/15, em que c é dado em cal/
não ser através de um orifício central sobre o qual assenta um peso que g°C e t em °C. A quantidade de calor necessária para aquecer 60 g desta
controla a pressão. Quando em uso, desenvolve-se uma pressão elevada substância de 10°C até 22°C é:
no seu interior. Para a sua operação segura, é necessário observar a
limpeza do orifício central e a existência de uma válvula de segurança, (A) 350 cal.
normalmente situada na tampa. (B) 120 cal.
(C) 480 cal.
O esquema da panela de pressão e um diagrama de fase da água são (D) 288 cal.
apresentados abaixo.
válvula de 03 Colocam-se 100 g de gelo a –10 ºC em um calorímetro contendo 10 g de
segurança água a 40ºC cujo calor específico é igual a 1 cal/g ºC. Sendo o calor latente de
vapor
fusão do gelo igual a 80 cal/g, o calor específico sensível da água no estado
sólido 0,5 cal/g ºC, no estado líquido 1,0 cal/g ºC e desprezando as perdas de
calor, no equilíbrio térmico, descubra o que o calorímetro conterá na situação
de equilíbrio térmico.
0 20 40 60 80 100 120 140 160 06 (Fuvest) Tem-se certa quantidade de uma bebida dentro de um copo
temperatura (oC) a 30ºC. O sistema tem capacidade térmica de 91 cal/ºC. Dentro do copo
coloca-se uma pedra de gelo de 20 g a 0ºC, no interior de um invólucro
A vantagem do uso de panela de pressão é a rapidez para o cozimento de metálico de capacidade térmica de 2,0 cal/ºC. Despreze trocas de calor
alimentos e isso se deve: com o ambiente.
(A) à pressão no seu interior, que é igual à pressão externa. (A) Estabelecido o equilíbrio térmico, qual a temperatura final?
(B) à temperatura de seu interior, que está acima da temperatura de (B) Qual a quantidade mínima de gelo que se deveria dispor para baixar a
ebulição da água no local. temperatura da bebida a 0ºC?
(C) à quantidade de calor adicional que é transferida à panela.
(D) à quantidade de vapor que está sendo liberada pela válvula. Dado: calor específico latente de fusão do gelo = 80 cal/g.
(E) à espessura da sua parede, que é maior que a das panelas comuns.
07 (PENSI) De uma caldeira a 120ºC flui para um recipiente adiabático
EXERCÍCIOS NÍVEL 2 20 g de vapor-d’água superaquecido. Em um depósito de um líquido
refrigerante mantido a –10ºC são retirados 100g de gelo e imediatamente
01 (AFA) Um estudante, querendo determinar o equivalente em água de colocados no recipiente. Determine a temperatura de equilíbrio dentro do
um calorímetro, colocou em seu interior 250 g de água fria e, aguardando recipiente.
um certo tempo, verificou que o conjunto alcançou o equilíbrio térmico a
uma temperatura de 20°C. Em seguida, acrescentou ao mesmo 300 g de Dados:
água morna, a 45°C. Fechando rapidamente o aparelho, esperou até que →calor específico sensível do gelo: 0,5 cal/gºC;
o equilíbrio térmico fosse refeito; verificando, então, que a temperatura →calor específico sensível da água: 1,0 cal/gºC;
final era de 30°C. Baseando-se nesses dados, o equivalente em água do →calor específico sensível do vapor: 0,5 cal/gºC
calorímetro vale, em gramas: →calor latente de fusão: 80 cal/g;
→calor latente de condensação: 540 cal/g.
(A) 400. (C) 200.
(B) 300. (D) 100.
IME-ITA 335
Física II – Assunto 3
08 A figura a seguir mostra uma seção de um muro feito de pinho branco de 13 (Fuvest) Um recipiente de paredes finas contém 100 g de uma liga
espessura La e tijolo de espessura Ld (=2,0 × La), com duas placas internas de metálica. O gráfico representa a temperatura T da liga em função do tempo t.
material desconhecido com idênticas espessuras e condutividades térmicas.
A condutividade térmica do pinho branco é ka e a do tijolo, kd (=5,0 ka). A temperatura
área da superfície do muro é desconhecida. A condução de calor através do T (ºC)
muro atingiu um estado estacionário, com as únicas temperaturas de interface
conhecidas, sendo T1 = 25ºC, T2 = 20ºC e T5 = –10ºC. Calcule a temperatura 347
de interface T4 e T3. 327
307 200 s 10 s
T1 T2 T3 T4 T5
tempo
20 s
–50 0 50 100 150 200 250 300 t (s)
Ka Kb Kc Kd
09 Um anel de cobre de 20,0 g tem um diâmetro de exatamente 1 polegada (A) a quantidade de calor perdida pela liga, a cada segundo, em J.
à temperatura de 0,000ºC. Uma esfera de alumínio têm um diâmetro de (B) a energia (em J) necessária para fundir 1 g da liga.
exatamente 1,00200 pol à temperatura de 100ºC. A esfera é colocada em (C) a energia (em J) necessária para elevar, de 1°C, a temperatura de 1 g
cima do anel e permite-se que os dois encontrem seu equilíbrio térmico, da liga no estado líquido.
sem ser perdido calor para o ambiente. A esfera passa exatamente pelo (D) a energia (em J) necessária para elevar, de 1°C, a temperatura de 1 g
anel na temperatura de equilíbrio. Qual a massa da esfera? da liga no estado sólido.
(Dados: calor específico do cobre: 0,0923 cal/g.K;calor específico do alumínio:
0,215 cal/g · K; coeficiente de dilatação linear do cobre: 17 · 10–6 ºC–1; coeficiente 14 Soldam-se as extremidades de três barras de latão, aço e cobre,
de dilatação linear do alumínio: 23 · 10–6 ºC–1) formando um objeto com a forma de Y. A área da seção reta de cada barra
é de 2 cm2. A extremidade da barra de cobre é mantida a 100ºC e as de
latão e aço a 0ºC. Supor que não haja perdas de calor pelas superfícies das
üüüßü
barras, cujos comprimentos são: cobre 46 cm,; latão 13 cm e aço 12 cm.
Qual a temperatura do ponto de união das três barras ?
A
Dados: condutibilidade térmica:
100ºC aço = 50,2 J/m · s · ºC; cobre = 385 J/m · s · ºC; latão = 109 J/m · s · ºC.
Cu 0ºC
15 Um sistema de ar condicionado aumenta, por segundo, a umidade
relativa de 0,5 m3 de ar, de 30%, para 65%. Qual a massa de água
1,000 pol necessária ao sistema, por hora, se a temperatura é de 20ºC?
336 Vol. 1
Calorimetria
Dado: c = 4 J/g°C, para a água 20 Uma barra de gelo de 50 g de massa a –20oC é colocada em contato,
em um calorímetro real, com 20 g de H2O a 15oC. Sabe-se que o calor
(A) Estime a massa M, em kg, da água colocada no recipiente. específico do gelo é 0,5 cal/goC, o da água é 1 cal/goC e o calor latente
(B) Estime o calor específico cB do bloco, explicitando claramente as de fusão da água é 80 cal/g. Sabe-se também que 10% do calor da fonte
unidades utilizadas. quente é perdido através do calorímetro para o meio ambiente. No equilíbrio
térmico, quais as temperaturas e as massas envolvidas?
17 (Fuvest) As curvas A e B na figura representam a variação de temperatura
(T) em função do tempo (t) de duas substâncias A e B, quando 50 g de cada 21 Em uma panela de água fervente, em 1 segundo 5 g de água viram
uma é aquecida separadamente, a partir da temperatura inicial de 20°C, na vapor. Considere que o calor é transmitido à água somente através do
fase sólida, recebendo calor numa taxa constante de 20 cal/s. Considere agora fundo da panela. Desprezando a perda de calor pelas paredes da panela
um experimento em que 50 g de cada uma das substâncias são colocadas e pela superfície da água ao meio ambiente, determine a temperatura
em contato térmico num recipiente termicamente isolado, com a substância da superfície do fundo da panela em contato com o aquecedor. A área
A na temperatura inicial TA=280°C e a substância B na temperatura inicial do fundo da panela é 400 cm2, sua espessura, 4 mm e o coeficiente de
TB=20°C. condutibilidade térmica, 44 J/s.m.oC. Calcule também o fluxo térmico
T (ºC
nesse processo.
320
A
Dados: 1 cal = 4J e calor latente de vaporização de 540 cal/g.
280
240
22 (IME) Considere um calorímetro no qual existe uma certa massa de
200 líquido. Para aquecer o conjunto líquido – calorímetro de 30°C para 60°C
160 B são necessárias Q1 joules. Por outro lado, Q2 joules elevam de 40°C para
120
80°C o calorímetro juntamente com o triplo da massa do líquido.
80
(A) Determine a capacidade térmica do calorímetro nas seguintes situações:
40 Q1 = 2.000 J, Q2 = 4.000 J.
0 t(s) Q1 = 2.000 J, Q2 = 7.992 J.
0 20 40 60 80 100 120 140 (B) Com base nesses dados, em qual das duas situações a influência do material
do calorímetro pode ser desconsiderada? Justifique sua conclusão.
(A) Determine o valor do calor latente de fusão LB da substância B.
(B) Determine a temperatura de equilíbrio do conjunto no final do 23 (ITA) Um fogareiro é capaz de fornecer 250 calorias por segundo.
experimento. Colocando-se sobre o fogareiro uma chaleira de alumínio de massa 500
(C) Se a temperatura final corresponder à mudança da fase de uma das g, tendo no seu interior 1,2 Kg de água à temperatura ambiente de 25oC,
substâncias, determine a quantidade da mesma em cada uma das fases. a água começará a ferver após 10 minutos de aquecimento. Admitindo-se
que a água ferve a 100oC e que o calor específico da chaleira de alumínio
18 (UFRN) Em um calorímetro ideal, há 98 g de água à temperatura de é 0,23 cal/g · ºC e o da água 1,0 cal/g · ºC, pode-se afirmar que:
0ºC. Dois cubinhos metálicos são introduzidos no calorímetro. Um deles
tem massa 8,0 g, calor específico 0,25 cal/gºC e está à temperatura de (A) toda a energia fornecida pelo fogareiro é consumida no aquecimento
400ºC. O outro tem 10 g de massa, calor específico 0,20 cal/gºC e está da chaleira com água, levando a água à ebulição.
à temperatura de 100ºC. Posteriormente, esse último cubinho é retirado (B) somente uma fração inferior a 30% da energia fornecida pela chama é
do calorímetro e verifica-se, nesse instante, que sua temperatura é gasta no aquecimento da chaleira com água, levando a água a ebulição.
50ºC. Calcule a temperatura final de equilíbrio da água e do cubinho que (C) uma fração entre 30% a 40% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida.
permanece no calorímetro. (D) 50% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida.
(E) A relação entre a energia consumida no aquecimento da chaleira com
19 (ITA) Numa cavidade de 5 cm3 feita num bloco de gelo, introduz-se água e a energia fornecida pelo fogão em 10 minutos situa-se entre
uma esfera homogênea de cobre de 30 g aquecida a 100°C, conforme o 0,70 e 0,90.
esquema a seguir. Sabendo-se que o calor latente de fusão do gelo é de 80
cal/g, que o calor específico do cobre é de 0,096 cal/g°C e que a massa 24 (ITA) Um vaporizador contínuo possui um bico pelo qual entra água a
específica do gelo é de 0,92 g/cm3 O volume total da cavidade é igual a: 20ºC, de tal maneira que o nível de água no vaporizador permanece constante.
O vaporizador utiliza 800 W de potência, consumida no aquecimento da água
água até 100ºC e na sua vaporização a 100ºC. A vazão de água pelo bico é:
IME-ITA 337
Física II – Assunto 3
120
Analise as afirmações.
100
I. Ao nível do mar, essa massa m de feijão irá demorar 40 minutos para
80
o seu cozimento.
60 II. O Mar Morto encontra-se aproximadamente 400 metros abaixo do nível
dos mares (altitude – 400 m). Nesse local, o mesmo feijão demoraria
40 30 minutos para o seu cozimento.
20
III. O tempo de cozimento desse feijão seria de 1,0 hora num local de
altitude aproximadamente igual a 1,0 km.
0 IV. Se esse feijão estivesse no interior de uma panela de pressão fechada,
90 92 94 96 98 100 102 104 106 108 110 112 cuja válvula mantém a pressão interna a 1,42 atm (1,0 atm equivale a
Temperatura (oC) 76 cm Hg), independentemente do local, o tempo de cozimento seria
de aproximadamente 10 minutos.
Sabe-se que a temperatura de ebulição da água, em uma panela sem tampa,
é função da pressão atmosférica local. Na tabela abaixo, encontramos a É(são) verdadeiras):
temperatura de ebulição da água em diferentes pressões. Ao nível do mar
(A) somente I. (D) somente II, III e IV.
(altitude zero), a pressão atmosférica vale 76 cm Hg e ela diminui 1,0 cm
(B) somente I e III. (E) I, II, III e IV.
Hg para cada 100 metros que aumentamos a altitude.
(C) somente I, II e IV.
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
01 (IME) Um projétil de liga de chumbo de 10 g é disparado de uma 03 (UFRJ) Em um calorímetro de capacidade térmica desprezível que
arma com velocidade de 600 m/s e atinge um bloco de aço rígido, contém 60 g de gelo a 0°C, injeta-se vapor-d’água a 100ºC, ambos sob
deformando-se. Considere que, após o impacto, nenhum calor é transferido pressão normal. Quando se restabelece o equilíbrio térmico, há apenas
do projétil para o bloco. Calcule a temperatura do projétil depois do impacto. 45 g de água no calorímetro. O calor de fusão do gelo é 80 cal/g, o calor
Dados: de condensação do vapor-d’água é 540 cal/g e o calor específico da água
* Temperatura inicial do projétil: 270C; é 1,0 cal/g oC. Calcule a massa do vapor d’água injetado.
* Temperatura de fusão da liga: 3270C;
04 (Fuvest) Uma caixa-d’água C, com capacidade de 100 litros, é alimentada,
* Calor de fusão da liga: 20.000 J/Kg; através do registro R1, com água fria a 15°C, tendo uma vazão regulada para
* Calor específico da liga no estado sólido: 120 J/Kg0C; manter sempre constante o nível de água na caixa. Uma bomba B retira 3 L/
* Calor específico da liga no estado líquido: 124 J/Kg0C. min de água da caixa e os faz passar por um aquecedor elétrico A (inicialmente
desligado). Ao ligar-se o aquecedor, a água é fornecida, à razão de 2 L/
02 (IME) A figura representa um aquecedor elétrico composto de um min, através do registro R2, para uso externo, enquanto o restante da água
recipiente suposto adiabático e de um circuito cujas três resistências R aquecida retorna à caixa para não desperdiçar energia. No momento em que o
são iguais. Uma massa de 100 g de gelo a –100C são transformadas em aquecedor, que fornece uma potência constante, começa a funcionar, a água,
água a 650C, decorridos 10 minutos e 27 segundos após o fechamento que entra nele a 15°C, sai a 25°C. A partir desse momento, a temperatura da
da chave K. água na caixa passa então a aumentar, estabilizando-se depois de algumas
horas. Desprezando perdas térmicas, determine, após o sistema passar a ter
temperaturas estáveis na caixa e na saída para o usuário externo:
K
+ 10 V
R R R
R1
Determine:
338 Vol. 1
Calorimetria
07 (Fuvest) Um pesquisador estuda a troca de calor entre um bloco de (A) Dt = DtB < DtA.
ferro e certa quantidade de uma substância desconhecida, dentro de um (B) Dt < DtA = DtB.
calorímetro de capacidade térmica desprezível (ver figura 1). Em sucessivas (C) Dt > DtA = DtB.
experiências, ele coloca no calorímetro a substância desconhecida, (D) Dt = DtA= DtB.
sempre no estado sólido à temperatura To = 20°C, e o bloco de ferro, (E) Dt < DtA < DtB.
RASCUNHO
IME-ITA 339
Termodinâmica A ssunto
4
Física II
1 2
p= ρv
3
em que ρ = m/V
A teoria cinética dos gases aceita o fato de as leis da Mecânica
Newtoniana serem aplicadas ao movimento molecular e supõe as seguintes 3. Energia
gás monoatômico
interna (cinética) de um
hipóteses para um modelo microscópico de gás denominado ideal:
→ Uma porção de gás perfeito é constituída por um grande número de A energia interna de um gás é a soma das energias cinéticas de suas
moléculas em movimento caótico (todas as direções são igualmente moléculas, ela é dada por:
prováveis);
1 2
→ As moléculas não exercem força umas sobre as outras, somente U= E=
c mv
durante as colisões; 2
→ As colisões entre as moléculas ou entre elas e as paredes do recipiente Da definição de pressão, temos:
que contém o gás são perfeitamente elásticas (conservam energia e
quantidade de movimento) e de duração desprezível;
1 2 1m 2
→ Entre colisões sucessivas, o movimento das moléculas é retilíneo e p= ρv = v → mv2 = 3ρV
uniforme. Isto equivale a desprezar as forças de interação gravitacional 3 3V
e intermoleculares; Em vista da equação de Clapeyron:
→ As moléculas são consideradas pontos materiais; isto é, suas dimensões
são desprezíveis se comparadas aos espaços intermoleculares e à
distância que percorrem entre colisões sucessivas. 3
=U = pV n
2
Observação
5
Para gases diatômicos U = nRT , e para poliatômicos, U = 3 nRT
2
3 RT
Obtemos então: v=
M
340 Vol. 1
Termodinâmica
6. Variação da energia interna de Juntamente com a equação de Clapeyron, obtemos outra expressão
um gás monoatômico τ = n.R.∆T
A energia interna de um gás é função apenas do número de mols e • expansão → ∆V > 0 → τ > 0
da temperatura. Assim, para uma certa massa de gás monoatômico, a
• contração → ∆V < 0 → τ < 0
variação de energia interna será dada pela expressão:
7.2 Trabalho em um processo qualquer
3 Quando a pressão não é constante (processos isobáricos), o trabalho
∆U = nR∆T realizado pelo gás pode ser calculado através do gráfico PxV.
2
Observações P
5
→ Para gases diatômicos ∆U = nR∆T , e para poliatômicos, ∆U = 3 nR∆T
2
→ Em qualquer processo que a temperatura final for igual à inicial, a
variação de energia interna é nula.
V
∆T = 0 ⇒ ∆U = 0
Isso implica dizer que a variação da energia interna não depende do processo.
7.3 Troca de calor de um gás
7. Trabalho realizado por um gás Em virtude do gás ideal não mudar de fase, o calor trocado por um
gás será um calor sensível, dado por:
Seja um recipiente formado por um cilindro e um êmbulo móvel de área
A contendo um gás ideal. Os choques das partículas no êmbulo resultam Q = m.c.∆T
em uma força, cujo módulo é dado pela expressão abaixo: Sabemos que a massa m de um gás pode ser calculada pelo número
F = pA ; em que p é a pressão exercida pelo gás. de mols: m = n.M
Da definição de trabalho, podemos obter a expressão para o trabalho Substituindo, temos: Q = n.M.c.∆T
O produto Mc é denominado calor específico molar(C). Assim, a
realizado pelo gás: τ = ∫ F.dx = ∫ p. A.dx
expressão para as trocas de calor dos gases ideais será:
• • •
Q = n.C.∅T
•
• F
• gás recebe calor → Q > 0
• gás cede calor → Q < 0
IME-ITA 341
Física II – Assunto 4
8. 1a– Lei Termodinâmica Pela primeira lei termodinâmica: 0 = (QAC – τAC) + (QCB – τCB)
A variação da energia interna (∆U) entre dois estados quaisquer de 0 = (n.Cp.∆TAC – n.R.∆TAC) + (n.Cv.∆TCB – 0)
equilíbrio pode ser determinada pela diferença algébrica do calor (Q) e Como ∆TAC = –∆TCB → n.Cp.∆TAC – n.R.∆TAC = – n.Cv.∆TAC
do trabalho (τ).
∆U = Q – τ Eliminando os fatores comuns: Cp – R = –Cv, temos então:
n.R.T dV V C
Q = t = ∫ p.dV = ∫ dV = n.R.T ∫ = n.R.T (ln V − ln Vo ) = n.R.T ln A
V V Vo
}
exemplo, um caminho ACB composto por uma isotérmica (AC) e uma
isovolumétrica (CB), como mostra a figura abaixo:
τ = p.∆V ∆U = n.Cp.∆T – p.∆V
QP = n.Cp.∆T
}
γ ∆UAB = ∆UAC + ∆UCB = 0 + (QCB – τCB) = 0 + (n.Cv.∆T – 0) = n.Cv.∆T
Equação de Poisson: P · V = cte gás monoatômico γ ≅ 1,7(5/3)
gás diatômico γ ≅ 1,4(7/5)
CP gás poliatômico γ ≅ 1,3(4/3) Logo, em qualquer processo termodinâmico a variação da energia
em que γ = expoente de poisson
CV interna poderá ser dada por:
V2 V2 V2
cV21−γ − cV11−γ
τ = ∫ p.dV = ∫ c.V −γ dV = c ∫ V −γ dV =
1− γ
V1 V1 V1 ∆U = n · CV.
Como P.Vγ = cte, temos:
p1 = cV1−γ e p2 = cV2−γ ;assim,τ = p1V1 − p2V2 = nR(T1 − T2 ) = nR∆T
γ −1 γ −1 1− γ
342 Vol. 1
Termodinâmica
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Q
Para que relacionemos apenas V e T para demonstrar aquela relação, Q R Q
y1 y2
substituiremos P através da equação de Clapeyron: 0,5 m P1 P2
n.R.T
P.V = n.R.T → P = → P.V γ = c Fig. 1 Fig. 3
V Fig. 2
IME-ITA 343
Física II – Assunto 4
Solução:
Por se tratar de uma transformação gasosa, temos:
PV PV
1 1
= 2 2
Determine: n1T1 n2T2
(A) o trabalho realizado pelo gás; Para fazer com que esta expressão contemple a densidade, devemos
(B) a variação da energia interna do gás; fazer duas substituições:
(C) a temperatura do gás no estado A. n = m/M e d = m/V
PV PV PV PV
Solução: 1 1
= 2 2 ⇒ 11 = 2 2
m1 m2 m T m 2T2
(A) O trabalho realizado pelo gás é dado pela área do trapézio sob a T1 T2 1 1
P2 = 900 mmHg
344 Vol. 1
Termodinâmica
Solução: Observação
Para transformar a unidade de energia de [atm.L] para [J], devemos
PV PV V V 3 V2
1 1
= 2 2 ⇒ 1= 2 ⇒ = multiplicar por 100. Assim, teremos:
T1 T2 T1 T2 400 400.1, 3
τ = 29, 52 J
=
V2 3=
.1, 3 3, 9 L
∆U = 44, 28 J
0, 3 Note que o calor é a soma do trabalho realizado e da variação de energia
.0, 082.400
n.R.T
P.V = n.R.T ⇒ P = = 10 interna.
V 3
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 As moléculas de hidrogênio, em um recipiente, têm a mesma 05 Um tubo fechado nas extremidades tem um pistão móvel em seu
velocidade quadrática média que as moléculas de nitrogênio, de outro interior, que o divide em duas regiões. A secção transversal do tubo é
recipiente. É correto afirmar, comparando-se os dois gases, que: constante. Na região A existe 1 mol de hidrogênio a 300 K, enquanto na
região B existem 2 mols de nitrogênio a 600 K. Determine a posição de
(A) o nitrogênio apresenta maior temperatura. equilíbrio do pistão.
(B) o nitrogênio apresenta menor pressão.
(C) ambos apresentam mesma pressão. A B
(D) ambos apresentam mesma temperatura.
(E) ambos apresentam mesmo volume.
100 cm
IME-ITA 345
Física II – Assunto 4
07 Um gás ideal vai de um estado A a um estado F através da (C) ambas têm a mesma velocidade média, mas as moléculas de H2 têm
transformação ABCDF e retorna ao estado A através da transformação maior energia cinética média.
FMNA, conforme a figura. Assinale a afirmação correta: (D) ambas têm a mesma energia cinética média, mas as moléculas de N2
têm maior velocidade média.
p (atm) (E) ambas têm a mesma energia cinética média, mas as moléculas de H2
A têm maior velocidade média.
6
B
5
C 11 Sejam o recipiente (1) , contendo 1 moI de H2 (massa molecular
4
N D M = 2) e o recipiente (2) contendo 1 moI de He (massa atômica M = 4)
3
M ocupando o mesmo volume, ambos mantidos a mesma pressão. Assinale
2
a alternativa correta:
1 F
0 1 2 3 4 5 6 V (l ) (A) A temperatura do gás no recipiente 1 é menor que a temperatura do
gás no recipiente 2.
(B) A temperatura do gás no recipiente 1 é maior que a temperatura do
(A) A transformação ABCDF é isométrica.
gás no recipiente 2.
(B) A temperatura do gás em M é menor do que em N.
(C) A energia cinética média por molécula do recipiente 1 é maior que a
(C) As temperaturas em C e D são iguais.
do recipiente 2.
(D) A transformação FMNA é isobárica.
(D) O valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 1 é menor
(E) Como o gás volta ao estado inicial A, o trabalho realizado é nulo.
que o valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 2.
(E) O valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 1 é maior
08 Uma amostra de gás perfeito sofre uma transformação isobárica
que o valor médio da velocidade das moléculas no recipiente 2.
sob pressão de 60 N/m2, como ilustra o diagrama. Admita que, na
transformação, o gás recebe uma quantidade de calor igual a 300 J.
12 (UFCE) A figura abaixo mostra 3 caixas fechadas A, B e C, contendo,
V (m³)
respectivamente, os gases: oxigênio, nitrogênio e oxigênio. O volume de A é
igual ao volume de B e é o dobro do volume de C. Os gases se comportam
Q como ideias e estão todos em equilíbrio, a uma mesma temperatura.
3
1 A B C
P
A
13 A primeira coluna descreve uma transformação sofrida pelo gás; a
3,0 B
segunda contém a denominação utilizada para indicar essa transformação.
346 Vol. 1
Termodinâmica
14 (ENEM) Considere as afirmações: valor real é de 744 mmHg, ele indica 742 mmHg. Considere que o ar e o
mercúrio estão sempre em equilíbrio térmico e que as medições foram
I. Calor e trabalho são formas de transferência de energia entre corpos. feitas à mesma temperatura (aproximadamente a 20ºC). Qual é, em mm,
II. Calor é medido necessariamente em calorias, enquanto trabalho é o valor do comprimento L do tubo?
somente medido em joules.
III. Dez calorias valem aproximadamente 42 joules.
15 Uma bomba de encher pneus de bicicleta é acionada rapidamente, (Despreze a pressão de vapor do mercúrio na parte superior do tubo.)
tendo a extremidade de saída do ar vedada. Consequentemente, o ar é
comprimido, indo do estado 1 para o estado 2, conforme mostram as 03 Na figura, temos uma bomba de bicicleta, com que se pretende
figuras a seguir. encher uma câmara de ar de volume V. A e B são válvulas que impedem
a passagem do ar em sentido inverso. A operação se faz isotermicamente
e o volume da bomba descomprimida (à pressão atmosférica P0) é V0.
Inicialmente, a câmara está completamente vazia. Após N compressões
da bomba, a pressão da câmara será:
A B
V
(A) P 0 1+ N .
V0
(B) N P0
bocal
02 Um barômetro de mercúrio, com escala graduada em mmHg, fornece
leituras erradas da pressão atmosférica, pelo fato de conter um pouco
de ar na parte superior do tubo. Em um local onde o valor da pressão
é de 759 mmHg, o barômetro indica 754 mmHg; em outro local onde o
IME-ITA 347
Física II – Assunto 4
a. Em termos da termodinâmica, dê o nome da transformação sofrida 09 Dentro de um recipiente de paredes rígidas e indeformáveis, provido
pelo CO2 ao passar pelo bocal e descreva o processo que associa o de válvula, há 80 g de um gás ideal comprimido na temperatura ambiente
uso do extintor com a queda de temperatura ocorrida no bocal. e na pressão absoluta de 8 atmosferas. Abre-se a válvula e deixa-se sair
b. O que deveria ser garantido para que um gás ideal realizasse o mesmo gás até que a pressão no interior do recipiente seja a pressão atmosférica,
tipo de transformação, em um processo bastante lento? quando então a válvula é novamente fechada. Considerando-se que o gás
no interior do recipiente tenha sofrido um processo adiabático reversível
05 Uma cesta portando uma pessoa deve ser suspensa por meio de e que a razão Cp/Cv seja 1,5, qual é, em grama, a massa de gás que saiu
balões, sendo cada qual inflado com 1 m3 de hélio na temperatura local do recipiente?
(27°C). Cada balão vazio com seus apetrechos pesa 1,0 N. São dadas
a massa atômica do oxigênio A(O) = 16, a do nitrogênio A(N) = 14, (A) 10. (D) 70.
a do hélio A(He) = 4 e a constante dos gases R = 0,082 atm l mol–1 (B) 20. (E) 80
K–1. Considerando que o conjunto pessoa e cesta pesa 1000 N e que a (C) 60.
atmosfera é composta de 30% de O2 e 70% de N2, determine o número
10. Considere 4 moles de um gás ideal, inicialmente a 2oC de temperatura e
mínimo de balões necessários.
8,20 atm de pressão, que se submete ao seguinte ciclo de transformações:
06 A massa de 2,0 g de ar, inicialmente a 17ºC e 1,64 atm, é aquecida a
I. Compressão isotérmica, cedendo 860 J de calor, até o volume de 10 L;
pressão constante até que seu volume inicial seja triplicado. Determinar:
II. Aquecimento isobárico até a temperatura de 57oC;
III. Despressurização isovolumétrica até a pressão de 8,20 atm;
a. o trabalho realizado;
IV. Resfriamento isobárico até retornar às condições iniciais.
b. o calor cedido ao ar;
c. a variação de energia interna do ar.
a. Represente este ciclo, em um gráfico p (atm) x V (litros), indicando os
Dados: R = 0,082 atm. l/gmol; valores de p, V e T ao final de cada uma das transformações dadas acima.
K; Cp = 0,24 kcal/kg.º C; b. Calcule o trabalho, em joules, realizado pelo gás no ciclo.
k c. Calcule o calor, em joules, absorvido pelo gás no ciclo.
MM do ar = 29, 1 cal ≅ 4,0J, 1 kgf ≅ 10N.
d. Calcule a potência, em watts, de um motor que realiza 10 destes ciclos
07 Um mol de um gás ideal é submetido ao processo apresentado na por segundo.
figura abaixo, passando o gás do estado A ao estado B. Calcule a variação Dados: R (constante dos gases) = 0,082 atm.L/mol.K; 1
de energia interna (U = UB – UA) do gás e a razão r = Q/W, em que Q e atm = 105Pa;
W são respectivamente o calor absorvido e o trabalho realizado pelo gás. 0oC = 273K
348 Vol. 1
Termodinâmica
13 Um mol de gás perfeito está contido em um cilindro de secção S Na temperatura de 100°C e à pressão de 1,00×105 Pa, 1 mol de vapor
fechado por um pistão móvel, ligado a uma mola de constante elástica k. de água ocupa 30 L e o calor de vaporização da água vale 40.000 J/mol.
Inicialmente, o gás está na pressão atmosférica P0 e temperatura T0, e o Determine:
comprimento do trecho do cilindro ocupado pelo gás é L0, com a mola
não estando deformada. O sistema gás-mola é aquecido e o pistão se a. o intervalo de tempo tA, em segundos, necessário para levar a água
desloca de uma distância x. Denotando a constante de gás por R, a nova até a ebulição.
temperatura do gás é: b. o intervalo de tempo tB, em segundos, necessário para evaporar
0,27mol de água.
c. o trabalho W, em joules, realizado pelo vapor de água durante o
processo de ebulição.
cal
a. o trabalho realizado contra a atmosfera durante o processo;
(A) T0 +
mol.K
(P0S + k L0) b. o volume do cilindro.
Dados:
(B) T0 + L 0 (P0S + k x)
R pressão atmosférica: 1 kgf/cm2;
pressão inicial do cilindro: 125 kgf/cm2.
(C) T0 + x (P0S + k x) π = 3,1.
R
x
(D) T0 + k (L + x) 16 Um recipiente cilíndrico vertical é fechado por meio de um pistão, com
R 0 8,00 kg de massa e 60,0 cm2 de área, que se move sem atrito. Um gás
x ideal, contido no cilindro, é aquecido de 30°C a 100°C, fazendo o pistão
(E) T0 + (P S + k L0 + k x) subir 20,0 cm. Nesta posição, o pistão é fixado, enquanto o gás é resfriado
R 0
até sua temperatura inicial.
14
Considere que o pistão e o cilindro encontram-se expostos à pressão
atmosférica. Sendo Q1 o calor adicionado ao gás durante o processo de
aquecimento e Q2, o calor retirado durante o resfriamento, assinale a opção
correta que indica a diferença Q1 – Q2.
(A) 136 J.
tampa (B) 120 J .
(C) 100 J.
(D) 16 J.
E
P0
g (E) 0 J.
água pressão
Note/Adote 1Pa = 1 pascal = 1N/m2. a. Indique se o módulo Qa do calor absorvido na transformação BC é maior,
Massa de 1mol de água: 18 gramas. igual ou menor do que o módulo Qc do calor cedido na transformação
Massa específica da água: 1,0 kg/L. DA. Justifique a sua resposta.
Calor específico da água: 4.000 J/(°C . kg). b. Calcule a variação da energia interna nesse ciclo.
IME-ITA 349
Física II – Assunto 4
18 Um gás perfeito ocupa o volume de 8 litros sob pressão de 2 atm. a. Represente o ciclo termodinâmico no diagrama PV.
Após uma transformação adiabática, o volume do gás passou para 2 litros. b. Calcule o trabalho total associado a esse ciclo em função de Po, Vo, T1 e T2 .
Sendo o expoente de Poisson g = 1.5, a nova pressão do gás será:
03 Um volume de 1 litro de H2 (para o qual γ = 7/5), à pressão de 1 atm
(A) 8 atm (D) 64 atm e temperatura de 27oC, é comprimido adiabaticamente até o volume de
(B) 16 atm (E) NRA 0,5 L e depois resfriado, a volume constante, até voltar à pressão inicial.
(C) 32 atm Finalmente, por expansão isobárica, volta à situação inicial.
19 Sob pressão constante de 20 N/m², um gás ideal evolui do estado a. Represente o ciclo no diagrama PV.
A para o estado B, cedendo, durante o processo 750 J de calor para o b. Calcule o trabalho total realizado.
ambiente. Determine o trabalho realizado sobre o gás no processo e a c. Calcule ∆V e Q para cada etapa.
variação de energia interna sofrida pelo gás:
04 Um mol de um gás ideal, partindo das CNTP, sofre: (i) uma compressão
isotérmica até um volume de 5 L, seguida de (ii) uma expansão adiabática
até retornar ao volume inicial, atingindo uma pressão final de 0,55 atm.
P(atm)
A
2
T(K)
(a)
Pat
(b)
Pi Vi
350 Vol. 1
Vetores A ssunto
1
Física III
1. Introdução Obs.: Dois vetores são iguais quando possuem mesmo módulo, direção
e sentido.
Neste capítulo, iremos apresentar e distinguir os dois tipos de grandezas
que estudamos em Física, citando alguns exemplos delas. Além disso, 4.2 Cartesiana
será introduzido o conceito de vetor, bem como suas diferentes formas de O vetor será representado através de coordenadas cartesianas,
representação, operações e aplicações em diversos problemas de Física. oriundas da subtração do ponto extremidade pelo ponto origem.
2. Grandezas físicas
Em Física, trabalhamos com o objetivo de realizar medições de dois
tipos de grandezas físicas: as escalares e as vetoriais.
→
As grandezas físicas escalares são caracterizadas por um número real AB
→
AB = B − A = (xB − xA , yB − yA , zB − zA)
e uma unidade de medida.
Ex.: tempo, massa, energia, temperatura. iˆ = jˆ = kˆ = 1
ĵ
Por sua vez, as grandezas físicas vetoriais ficam definidas por um kˆ
número real positivo (módulo, norma ou intensidade), uma direção e um
sentido, além de uma unidade de medida. î
Ex.: velocidade, força, deslocamento, impulso.
Assim, para representarmos as grandezas vetoriais, utilizaremos os
vetores, que são entes matemáticos que possuem:
4.3 Algébrica
^^ ^
– módulo: comprimento do vetor; Neste caso, iremos trabalhar com os vetores unitários i , j e k para
– direção: horizontal, vertical; os eixos x, y e z, respectivamente.
– sentido: para a direita, para a esquerda, para cima, para baixo.
O vetor unitário tem módulo igual a 1.
i | |=
|= j | | k | = 1
3. Classificação
De acordo com a sua aplicação, um vetor pode ser classificado em: No exemplo anterior, teríamos a seguinte representação:
→ vetores fixos (ou aplicados): possuem seu ponto de aplicação bem v = AB = ( x B − x A )ˆi + ( y B − y A )ˆj + ( z A − z B )kˆ = x oˆi + y o ˆj + zo kˆ
definido (ponto material).
Ex.: força aplicada em um ponto material; módulo: v = ( x B − x A )2 + ( y B − y A )2 + ( z A − z B )2
→ vetores livres: podem ser deslocados paralelamente a si mesmos,
ou seja, deslocam-se livremente pelo espaço. Vejamos um novo exemplo, com os vetores representados na figura abaixo:
Ex.: momento (torque) de uma força aplicada em um corpo extenso;
→ vetores deslizantes: podem mover-se ao longo da reta suporte.
A
Ex.: força aplicada em corpos rígidos.
4. Representação
B C
O vetor sempre é representado através de um segmento de reta orientado
entre dois pontos (origem e extremidade), sendo que o comprimento do
segmento está relacionado à intensidade do vetor, enquanto que a ponta da
seta fornece o seu sentido. Ele é denominado através de uma pequena seta
para direita colocada em cima da letra que o representa.
D
4.1 Geométrica
O vetor é esboçado através de um segmento de reta orientado, j
construído sobre uma reta suporte que está associada à direção do vetor.
i
Módulo ou r (reta suporte)
intensidade Repare que o vetor A tem componente apenas no eixo x e o tamanho
v B (extremidade)
B− A = v
do vetor é de 2 “quadrados”, ou 2 unidades do módulo do vetor unitário.
v= AB= B − A ^
A = 2i
vetor unitário r
r̂ = r = 1 A (origem)
O vetor B também apresenta uma única componente (vertical) com
tamanho de 3 unidades.
^
B = 3j
IME-ITA 351
Física III – Assunto 1
D
Os vetores C e D possuem componentes nos eixos x e y e suas
representações são: B C
^ ^
C = 3i + 3j B C
^ ^
D = –2i – 2j
E
A
O sinal negativo nos vetores unitários de D indicam sentidos opostos A
AB + BC = AC AB + BC + CD + DE = AE
ao referencial adotado para os eixos x e y.
5. Vetores opostos Obs.: Quando os vetores formam um polígono fechado a soma é nula, e
D estes deverão
vice-versa, isto é, quando a soma de 3 ou mais vetores é nula
São vetores que possuem a mesma intensidade e direção, porém
formar um polígono fechado, ligando cada extremidade a cada origem.
sentidos opostos. B C
O sinal negativo implica que há uma oposição dos sentidos dos vetores. B C
Soma algébrica
Ex.: Forças de ação e reação – 3a Lei de Newton → FAB = − FBA. E
O vetor soma será obtido através da somaAalgébrica das coordenadas
cartesianas dos vetores que serão adicionados.
A
a −a Sejam:ABAB = u+1ˆiCA+ v=1ˆj0 + w1kˆ e AC = u2AB
+ BC ˆi ++vBCˆj + CD
w 2 kˆ+ DE + EA = 0
2
se n >0 se n < 0
a a
na na
Subtração algébrica
6.2 Adição O vetor diferença será obtido através da subtração algébrica das
coordenadas cartesianas dos vetores que serão adicionados.
Regra do paralelogramo
Sejam: AB = u1ˆi + v1ˆj + w1kˆ e AC = u2ˆi + v 2 ˆj + w 2 kˆ
Utilizada apenas para a soma de dois vetores aplicados no mesmo
AB − AC = ( u1 − u2 )ˆi + (v1 − v 2 )ˆj + (w1 − w2 )kˆ
ponto.
Ex: Duas forças aplicadas em um ponto material 6.4 Projeção ortogonal
A ideia é construir um paralelogramo usando os dois vetores aplicados
O objetivo é decompor um vetor em projeções ortogonais sobre eixos
(origens coincidentes) como lados deste quadrilátero. Desta forma, o vetor
soma será o segmento de reta orientado construído sobre a diagonal do coordenados.
paralelogramo, tendo como origem o ponto de aplicação dos vetores originais.
Ex.: Componentes de uma força.
→ → → → → →
| AB +=
AC| | AB|2 + | AC|2 + 2⋅| AB|⋅| AC|⋅ cos q
O vetor v é projetado sobre os eixos ortogonais, traçando-se,
inicialmente, perpendiculares a esses eixos, conduzidas da extremidade do
AC AB + AC
vetor v . As projeções vx e vy são denominadas componentes ortogonais
ou componentes cartesianas de v .
q
y
→
AB
Regra do polígono
v
Pode ser usada para a soma de 2 ou mais vetores quaisquer.
= =
v x v cos q v senα
Os vetores que serão somados são desenhados sequencialmente (a
vy
ordem não interfere no resultado final), com a origem de um na extremidade = =
v y v senq v cos α
do antecessor. O vetor soma será construído a partir da origem do 1º vetor
Logo,
representado até a extremidade do último vetor desenhado, fechando-se x
assim um polígono. vx =v vx i + vy j
352 Vol. 1
Vetores
IME-ITA 353
Física III – Assunto 1
EXERCÍCIOS NÍVEL 1 06 No plano quadriculado a seguir estão representados dois vetores a e b :
01 (FESP) Em um corpo estão aplicadas apenas duas forças de
intensidades 12 N e 8,0 N. Uma possível intensidade da resultante será:
(D)
B 30º
(A) (B) (C) (E)
45º
a b Determine a tração no cabo BC e a intensidade da resultante das duas
forças aplicadas em B.
05 (MACKENZIE-SP) Com seis vetores de módulo iguais a 8u, 10 (Beer & Johnston) As duas forças P e Q agem sobre um parafuso A.
construiu-se o hexágono regular a seguir. O módulo do vetor resultante Determinar o módulo da resultante.
desses 6 vetores é:
Dado: cos 155º ≅ – 0.9.
Q = 60N
25º
P = 40N
A 20º
(A) 40 u.
(B) 32 u.
(C) 24 u.
(D) 16 u.
(E) zero.
354 Vol. 1
Vetores
11 (ACAFE) Os módulos das forças representadas na figura são F1 = 30 N, 03 (UERJ) Pardal é a denominação popular do dispositivo óptico-
F2 = 20 N e F3 = 10 N. Determine o módulo da força resultante: eletrônico utilizado para fotografar veículos que superam um determinado
limite estabelecido de velocidade V.
y Em um trecho retilíneo de uma estrada, um pardal é colocado formando
um ângulo q com a direção da velocidade do carro, como indica a figura
F2 a seguir.
Suponha que o pardal tenha sido calibrado para registrar velocidades
F1 sen 60o = 0,87
0 60 superiores a V, quando o ângulo θ = 0°.
o
x cos 60o = 0,50 A velocidade v do veículo, que acarretará o registro da infração pelo pardal,
com relação à velocidade padrão V, será de:
F3
V
(A) 14,2 N.
(B) 18,6 N.
(C) 25,0 N.
(D) 21,3 N.
(E) 28,1 N.
20º
(A) 2 cm.
(B) 1 cm. 30º
(C) 4 cm. A x
15º
(D) 6 cm.
(E) 3 cm. F4= 100 N
840 N
d2=6 km
6m
30º D
5m
(A) 4 km. O 3m 3m
C x
(B) 8 km. A 2m
3m E
2m
(C) 2 19 km.
(D) 8 3 km.
(E) 16 km. z
IME-ITA 355
Física III – Assunto 1
06 (Beer & Johnston) O cabo de sustentação de uma torre está ancorado EXERCÍCIOS NÍVEL 3
por meio de um parafuso em A. A tração no cabo é de 2.500 N. Determine
01 O vetor horário das posições ocupadas por uma nave espacial é dado
as componentes Fx, Fy e Fz da força que atua sobre o parafuso.
pela expressão abaixo:
B S( t ) = (2 + t − t 2 )ˆi + (2t − 1)ˆj + kˆ (s→m; t→s)
Determine:
c
G
07 (Beer & Johnston) Sabendo que a tração no cabo AB é 2250 N,
determine as componentes da força exercida sobre a placa em A. B F
y
D H
0,80 m A E
A
C
O
2,70 m
1,20 m
D
A
1,20 m
z
48 m
08 (Beer & Johnston) Uma caixa está suspensa por três cabos, como C
ilustrado. Determine o peso P da caixa sabendo que a tração no cabo AB
é de 3 kN.
16 m
y
24 m
B 0,72 m D
O
0,8 m
x
12 m
0,64 m D B
0
0,54 m 14 m
C 16 m
x z
z Sabendo que a tração em AB é 39 kN, determine os valores requeridos
1,2 m para a tração em AC e AD de tal forma que a resultante das três forças
aplicadas em A seja vertical.
A
356 Vol. 1
Vetores
04 (Beer & Johnston) À barra OA é aplicada uma carga P. Sabendo que 06 (Beer & Johnston) Os cursores A e B são conectados por um fio de
a tração no cabo AB é de 850 N e que a resultante da carga P e das forças 1m de comprimento e podem deslizar livremente sobre hastes sem atrito.
aplicadas pelos cabos em A deve ter a direção de AO, determine a tração Se uma força é aplicada em A e causa movimento uniforme, determine:
no cabo AC e o módulo da carga de P.
y a. a tração no fio quando y = 300 mm;
m m b. a intensidade da força necessária para manter em equilíbrio o sistema.
510
C 320 mm
m y
27 0m
B
P
360 mm A
0
A
600 mm y 400 mm'
x
z 0
P
RASCUNHO
IME-ITA 357
Eletrização e Lei de Coulomb A ssunto
2
Física III
q1 q2
2. Carga elétrica F F
+ +
A carga elétrica é uma propriedade eletromagnética que certas
par tículas elementares possuem. Tal propriedade está diretamente F F
– –
relacionada com o poder de atração e repulsão dessas partículas. Tais
cargas podem ser positivas ou negativas.
Sabemos que a matéria é constituída basicamente de elétrons, prótons F F
+ –
e nêutrons. Os nêutrons possuem carga elétrica nula e os prótons e elétrons
possuem carga elétrica elementar, representada por e, respectivamente
positiva e negativa. A determinação da carga elementar foi feita pelo físico 3.2 Princípio da conservação das cargas elétricas
Robert Milikan, que analisou o comportamento de gotículas de água
eletrizadas submetidas à ação simultânea das forças gravitacional e elétrica.
Em um sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas
elétricas positivas e negativas é constante. Ou seja, não há aumento ou
CARGA DO PRÓTON → qp = 1,6 · 10–19 C redução da carga elétrica de um sistema fechado.
CARGA DO ELÉTRON → qe = – 1,6 · 10–19 C
∑Q inicial =∑ Qfinal
A B A B
A quantidade de carga elétrica de um corpo será dada pela diferença
entre o número de prótons (np) e elétrons (ne) multiplicada pela carga
QA QB QA’ QB’
elementar e (1,6 · 10–19 C). Portanto, a carga elétrica de um corpo é sempre
um múltiplo inteiro da carga elementar.
Q A + Q B = Q A ’ + Q B’
Q = (np – ne) · e
358 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb
4. Lei de Coulomb
– +
– – + +
As forças de interação entre duas partículas eletrizadas possuem
intensidades iguais diretamente proporcionais ao produto do módulo das – – + +
cargas de cada partícula e inversamente proporcionais ao quadrado da
distância entre elas. A direção das forças é determinada pela reta que une – – + +
as cargas e o sentido obedecerá o 1o princípio da eletrostática.
– – + +
A força de interação ainda dependerá do meio, segundo a seguinte
expressão: – – + +
– +
k . Q1 . Q2 Nos condutores eletrizados, as cargas elétricas em excesso se
F =
d2 localizam na superfície externa do corpo, pois tais cargas em excesso
possuem o mesmo sinal e se repelem, ficando assim o mais distante
Em que: umas das outras (na superfície do condutor)
k → constante eletrostática do meio 5.2 Isolantes (dielétricos)
Q1 e Q2 → carga de cada partícula
d → distância entre as partículas São materiais nos quais os portadores de cargas elétricas não
apresentam grande mobilidade.
A constante k depende do meio em que as cargas elétricas se
encontram, e é definida no SI por: Ex.: ar, água, borracha,vidro, plástico, madeira.
++++++
1 +
k= + carga isolada na região
4πε + em que foi gerada
+
++++++
Em que:
ε → constante de permissividade absoluta do meio
Nos isolantes eletrizados, os portadores de cargas em excesso ficam
para o vácuo: ε0 = 8,85 ∙ 10–12 C2N–1m–2
concentrados na região onde foram gerados.
IME-ITA 359
Física III – Assunto 2
Ex.: –
–
–
– –
SÉRIE TRIBOELÉTRICA –
A – B
PELE DE COELHO – –
VIDRO –
–
– MICA –
–
LÃ
SEDA O mesmo processo ocorre quando o corpo A estiver carregado
ÂMBAR positivamente.
EBONITE +
+ +
+ +
Se o sistema estiver isolado eletricamente, a quantidade de carga
+ A + B
adquirida por ambos os corpos deve obedecer o princípio da conservação
das cargas elétricas. + +
No início, como QVIDRO = 0 e QLÃ = 0, a carga total é zero. Após a
+ +
eletrização a carga total também deve ser nula, portanto: +
Q’VIDRO + Q’LÃ = 0 → |Q’VIDRO| = |Q’LÃ| Nesse caso, elétrons migram do corpo B para o corpo A. Como o corpo
B perdeu elétrons e estava neutro, eletriza-se positivamente.
Ou seja, as cargas têm o mesmo módulo, mas com sinais contrários.
+
+ +
6.2 Por contato
+ +
– –
Quando dois ou mais corpos são colocados em contato, estando + A + – –
– – B
um deles ao menos eletrizado, observa-se uma redistribuição de cargas + +
elétricas, obedecendo ao princípio de conservação das cargas elétricas.
A proporção de cargas em cada corpo irá depender da forma, das + +
+
dimensões e do meio. Este item será estudado no capítulo de condutores +
elétricos, no qual será introduzido o conceito de capacidade eletrostática +
+
ou capacitância. +
+
Considere um corpo A eletrizado negativamente e um corpo B neutro. +
A + B
– + +
– – +
+
– – +
+
– A – B
Por enquanto, iremos resolver problemas para o caso particular de
– – condutores idênticos em contato, obedecendo o 2o princípio da eletrostática
– – (conservação total de cargas). Neste caso, tais corpos adquirem a mesma
– carga final após o equilíbrio.
360 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb
Q1 Q2 Q1 + Q2 Q1 + Q2
2 2
início
+ Eletroscópio de folhas
+ + elétrons Um eletroscópio é formado por duas folhas metálicas ligadas a um
+ + cabo e a uma esfera de metal. Quando um corpo A carregado se aproxima
da esfera, induz a mesma carga nas lâminas, que se repelem.
+
+ – +
+ +
+ +
+ A +
+ + ++ –– –
+ – –
– –
– + +
– – +
+ +
+
– –
elétrons
– –
–
– – 7. Atração entre corpos
– – eletrizados e corpos neutros
–
Vimos anteriormente que corpos com cargas opostas se atraem
6.4 Por indução eletrostática e corpos com cargas de mesmo sinal se repelem. E se, por exemplo,
aproximarmos um corpo carregado de um corpo neutro? Se utilizássemos
As cargas elétricas de um condutor são redistribuídas devido à a Lei de Coulomb, a resposta natural seria: Zero! Afinal, uma das cargas é
aproximação (sem contato) de outro corpo carregado. Consegue-se com nula. Porém, nesse caso, a situação física é um pouco mais complicada.
este processo que a carga final do condutor a ser eletrizado seja induzido Veja o que ocorre quando aproximamos um corpo positivo de um corpo
de sinal oposto àquela do corpo carregado (indutor). O processo é feito neutro:
do seguinte modo:
(A) Devido à indução, os elétrons se redistribuem no corpo neutro e ele
I. Aproxima-se o corpo carregado do condutor neutro. acaba tendo a seguinte configuração:
1
Descarregar, neste caso, significa anular a carga elétrica daquela região. No exemplo esta
As cargas elétricas se redistribuem por atração (1o princípio da descarga é feita pelo envio de elétrons da Terra para o corpo.
eletrostática).
2
Ligação terra (aterramento) – será explicado no capítulo de Potencial Elétrico.
IME-ITA 361
Física III – Assunto 2
(B) Note que a “região negativa” do corpo neutro está mais próxima do (C) Com isso, uma carga positiva acaba atraindo um corpo neutro, devido
corpo positivo do que a “região positiva” do corpo neutro. Como a à indução.
distância é menor, a força de atração é maior entre as cargas de sinais
opostos do que a força de repulsão entre as cargas de sinais iguais. Obs.: Se aproximássemos uma carga negativa de uma carga neutra,
aconteceria exatamente a mesma coisa, ou seja, a carga neutra seria
atraída pela carga negativa. Resumindo, pode-se dizer que, devido à
indução eletrostática, partículas carregadas de qualquer espécie também
são capazes de atrair partículas neutras.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 (Mackenzie-SP) Três pequenas esferas de cobre, idênticas, são José – Uma esfera pode estar eletrizada positivamente e a outra, neutra.
utilizadas numa experiência de Eletrostática. A primeira, denominada Roberto – O que estamos observando é simplesmente uma atração
A, está inicialmente eletrizada com carga QA = +2,40 nC; a segunda, gravitacional entre as esferas.
denominada B, não está eletrizada, e a terceira, denominada C, está Marisa – Essas esferas só podem estar funcionando como ímãs.
inicialmente eletrizada com carga QC = – 4,80 nC. Em dado instante, são Celine – Uma esfera pode estar eletrizada negativamente e a outra, neutra.
colocadas em contato entre si as esferas A e B. Após atingido o equilíbrio
eletrostático, A e B são separadas uma da outra e, então, são postas em Fizeram comentários corretos os alunos:
contato as esferas B e C. Ao se atingir o equilíbrio eletrostático entre B e
(A) Marisa, Celine e Roberto.
C, qual a situação da carga e a quantidade de cargas da esfera C?
(B) Roberto, Maria e José.
Solução: (C) Celine, José e Maria.
Como temos três esferas idênticas, as cargas das esferas após o contato (D) José, Roberto e Maria.
serão iguais e terão o valor da média aritmética das cargas iniciais. (E) Marisa e Roberto.
Desta forma, teremos:
Solução: Letra C.
1o contato (esferas A e B) A atração entre as esferas pode ocorrer quando elas estão eletrizadas
com cargas elétricas de sinais opostos ou quando uma delas estiver
Q A + QB ( +2,40 nC) + 0 eletrizada e a outra estiver neutra. Neste último caso, a esfera neutra
Q= ⇒ Q'A = Q'B = =
1,20 nC
2 2 sofre separação de alguns de cargas positivas e negativas (indução).
362 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb
30 cm
B
Solução:
O corpúsculo B está sujeito a duas forças: força peso e força elétrica de (C)
atração do corpo A. Por se tratar de uma situação de equilíbrio, temos:
k ⋅ QA ⋅ QB 9 ⋅ 109 ⋅ 5 ⋅ 10-6 ⋅ 4 ⋅ 10-6
P =fe ⇒ m ⋅ g = 2
⇒ m ⋅ 10 = ⇒ m = 0,2 kg
d 0,32
IME-ITA 363
Física III – Assunto 2
Solução: Letra B. 09 (Unicamp-SP) Uma pequena esfera isolante, de massa igual a 5 · 10–2 kg
Representado as forças de interação eletrostática entre as partículas e carregada com uma carga positiva de 5 · 10–7 C, está presa ao teto por um fio
eletrizadas, teremos: de seda. Uma segunda esfera com carga negativa de – 5 ∙ 10–7 C, movendo-se
na direção vertical, é aproximada da primeira.
Considere K = 9 ∙ 109 N m2/C2 e g = 10 m/s2.
q1 = +5 ∙ 10–7 C
Pela 2a Lei de Newton, o sentido da aceleração será igual ao da força Movimento q2 = –5 ∙ 10–7 C
resultante em cada partícula.
a. Calcule a força eletrostática entre as duas esferas quando a distância
08 (UFG-GO) Em uma experiência rudimentar para se medir a carga entre os seus centros é de 0,5 m.
eletrostática de pequenas bolinhas de plástico carregadas positivamente, b. Para uma distância de 5 ∙ 10–2 m entre os centros, o fio de seda se
pendura-se a bolinha, cuja carga se quer medir, em um fio de seda de rompe. Determine a tração máxima suportada pelo fio.
5 cm de comprimento e massa desprezível. Aproxima-se, ao longo da
vertical, uma outra bolinha com carga de valor conhecido Q = 10 nC, Solução:
até que as duas ocupem a mesma linha horizontal, como mostra a figura. a. Lei de Coulomb
Sabendo-se que a distância medida da carga Q até o ponto de fixação k . q1 . q2 9.10−9.5.10−7.5.10−7
do fio de seda é de 4 cm e que a massa da bolinha é de 0,4 g, qual será FE = = = 9.10−3 N
d122 (5.10−1)2
o valor da carga desconhecida?
b.
Dados: k = 9 · 109 Nm2/C2 g = 10 m/s2 L = 5 cm d = 4 cm
m = 0,4 g Q = 10 nC
T
d
L T = P + FE
P
Fe
Q q,m
k ⋅ q1 ⋅ q2 9 ⋅ 10−9 ⋅ 5 ⋅ 10−7 ⋅ 5 ⋅ 10−7
Solução: T = m⋅g + = (5 ⋅ 10−2 ⋅ 10) +
A bolinha está sujeita a três forças: peso, tração e força elétrica. Para que se d 2
12 (5 ⋅ 10−2 )2
tenha uma situação de equilíbrio, essa força elétrica deverá ser necessariamente T = 1, 4 N.
de repulsão. Portanto, o sinal da carga desconhecida é positivo.
Representando as três forças citadas acima e decompondo a tração nas 10 (UFRJ) Duas cargas, q e – q, são mantidas fixas a uma distância d
direções horizontal e vertical, verificamos que: uma da outra. Uma terceira carga, q0, é colocada no ponto médio entre as
Tx = Fe (I) e Ty = P (II) duas primeiras, como ilustra a figura A. Nessa situação, o módulo da força
eletrostática resultante sobre a carga q0 vale FA. A carga q0 é então afastada
Chamaremos de θ o ângulo formado entre a vertical e o fio. dessa posição ao longo da mediatriz entre as duas outras até atingir o ponto
Assim, Tx = T · sen θ e Ty = T · cos θ P, onde é fixada, como ilustra a figura B. Agora, as três cargas estão nos
vértices de um triângulo equilátero. Nessa situação, o módulo da força
Fe eletrostática resultante sobre a carga q0 vale FB. Calcule a razão FA / FB.
Dividindo a equação II pela equação I: tan q = (III)
P
Aplicando o Teorema de Pitágoras ao triangulo da figura, obtemos a Figura A q0
distância x entre as duas cargas: q d/2 d/2 –q
L2 = x2 + d2 ⇒ x = 3 cm.
Figura B p q0
Portanto, na equação III temos:
k⋅ Q ⋅ q
x x2 = m ⋅ g ⋅ x3 (0,4 ⋅ 10− 3 ) ⋅ 10 ⋅ (3 ⋅ 10− 2 )3 d d
= ⇒q = ⇒
d m⋅g k ⋅ Q ⋅ d (9 ⋅ 109 ) ⋅ (10 ⋅ 10− 9 ) ⋅ (4 ⋅ 10− 2 )
⇒ q =3 ⋅ 10− 8 C = 30 nC
q –q
d
364 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (UNESP-SP) De acordo com o modelo atômico atual, os prótons e Sobre as afirmativas acima, assinale a alternativa correta:
nêutrons não são mais considerados partículas elementares. Eles seriam
formados de três partículas ainda menores, os quarks. Admite-se a existência (A) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
de 12 quarks na natureza, mas só dois tipos formam os prótons e nêutrons, (B) Apenas as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
o quark up (u), de carga elétrica positiva, igual a 2/3 do valor da carga do (C) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras.
elétron, e o quark down (d), de carga elétrica negativa, igual a 1/3 do valor (D) Apenas as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
da carga do elétron. A partir dessas informações, assinale a alternativa que (E) Apenas as afirmativas II, III e V são verdadeiras
apresenta corretamente a composição do próton e do nêutron.
04 (UFSCAR) Atritando vidro com lã, o vidro se eletriza com carga positiva
(I) Próton. (II) Nêutron e a lã com carga negativa. Atritando algodão com enxofre, o algodão adquire
carga positiva e o enxofre, negativa. Porém, se o algodão for atritado com
(A) (I) d, d, d, (II) u, u, u. lã, o algodão adquire carga negativa e a lã, positiva. Quando atritado com
(B) (I) d, d, u, (II) u, u, d. algodão e quando atritado com enxofre, o vidro adquire, respectivamente,
(C) (I) d, u, u, (II) u, d, d. carga elétrica:
(D) (I) u, u, u, (II) d, d, d.
(E) (I) d, d, d, (II) d, d, d. (A) positiva e positiva.
(B) positiva e negativa.
02 (CESGRANRIO-RJ) Um pedaço de cobre eletricamente isolado contém (C) negativa e positiva.
2 ∙ 1022 elétrons livres, sendo a carga de cada um igual a 1,6 ∙ 10-19 C. (D) negativa e negativa.
Para que o metal adquira uma carga de 3,2 ∙ 10-9 C, será preciso remover, (E) negativa e nula.
desses elétrons livres, um em cada:
05 Três pequenas esferas metálicas A, B e C idênticas estão eletrizadas
(A) 104. (D) 1016. com cargas + 3q, – 2q e + 5q, respectivamente. Determine a carga de
(B) 108. (E) 1020. cada uma após um contato simultâneo entre as três.
(C) 1012.
06 (PUC - SP) Considere quatro esferas metálicas idênticas, separadas
03 (UEL-PR) Campos eletrizados ocorrem naturalmente no nosso e apoiadas em suportes isolantes. Inicialmente as esferas apresentam as
cotidiano. Um exemplo disso é o fato de algumas vezes levarmos seguintes cargas: QA= Q, QB = Q/2, QC = 0 (neutra) e QD = – Q. Faz-se,
pequenos choques elétricos ao encostarmos em automóveis. Tais então, a seguinte sequência de contatos entre as esferas:
choques são devidos ao fato de estarem os automóveis eletricamente A B C D
carregados. Sobre a natureza dos corpos (eletrizados ou neutros),
considere as afirmativas a seguir: Q Q/2 O –Q
IME-ITA 365
Física III – Assunto 2
III. finalmente, faz-se o contato apenas entre as esferas A e C. Após o 11 Duas cargas elétricas, puntiformes, positivas e iguais, estão situadas
contato, as esferas são separadas. Pede-se a carga final na esfera C, no vácuo a 3 m de distância. Sabendo que a força de repulsão mútua entre
após as sequências de contatos descritas. elas tem intensidade de 36 ∙ 109 N, determine qual será a nova intensidade
de repulsão se duplicarmos a distância entre elas.
7Q –Q Dado: K0 = 9 ∙ 109 N m2/C2.
(A) (D)
8 4
7Q 12 (UEL-PR) Duas esferas idênticas com cargas elétricas + 5,0 ∙ 106 C
(B) Q (E)
16 e – 1,0 ∙ 10–6 C, a uma distância D uma da outra, se atraem mutuamente.
(C) – Q Por meio de uma pinça isolante foram colocadas em contato e, a seguir,
2 afastadas a uma nova distância d, tal que a força de repulsão entre elas
tenha o mesmo módulo da força de atração inicial. Para essa situação, a
07 Três pequenas esferas condutoras M, N e P idênticas estão eletrizadas relação D/d vale:
com cargas +6q, +q e – 4q, respectivamente. Uma quarta esfera Z, igual
às anteriores, encontra-se neutra. Determine a carga elétrica adquirida pela
(A) ( 4 / 5) .
esfera Z, após contatos sucessivos com M, N e P, nessa ordem.
(B) (5 / 4) .
08 (FUVEST-SP) Três esferas metálicas iguais, A, B e C, estão apoiadas (C) 2 .
em suportes isolantes, tendo a esfera A carga elétrica negativa. Próximas (D) 2.
a ela, as esferas B e C estão em contato entre si, sendo que C está ligada (E) 2 2.
à terra por um fio condutor, como na figura:
13 Duas cargas puntiformes q1 = q2 = –1 mC são fixadas nos pontos O
A B C e A de abscissas x0 = 0 e xA = 1 m, respectivamente. Uma terceira carga
puntiforme q3 = +1 mC é abandonada, em repouso, num ponto P de
abscissa x, tal que 0 < x < 1 m. Abstraindo-se das ações gravitacionais,
a carga q3 permanecerá em repouso no ponto P, se sua abscissa x for
igual a que valor?
14 (FAAP-SP) Duas cargas q1 e q2, de mesmo sinal, estão fixas sobre uma
A partir dessa configuração, o fio é retirado e, em seguida, a esfera A reta e distantes de 4 m. Entre q1 e q2 é colocada outra carga q3 distante
é levada para muito longe. Finalmente, as esferas B e C são afastadas de 1 m de q1. Sabendo que q1 = 5 mC e que q3 permanece em equilíbrio,
uma da outra. Após esses procedimentos, as cargas das três esferas determine o valor de q2.
satisfazem as relações:
15 (UFF-RJ) Considere o valor F como sendo o módulo da força
(A) QA < 0 QB >0 QC >0. eletrostática entre duas cargas puntiformes, no vácuo, cada uma com
(B) QA < 0 QB = 0 QC = 0. intensidade Q e separadas por uma distância r. A figura abaixo mostra três
(C) QA = 0 QB < 0 QC < 0. cargas, no vácuo, de valores – Q, +2Q e +4Q. A primeira e a segunda,
(D) QA > 0 QB > 0 QC = 0. bem como a segunda e a terceira , estão separadas por uma distância r.
(E) QA > 0 QB < 0 QC > 0. A alternativa que representa a força eletrostática resultante que atua em
cada carga é:
09 (UFTM) O gráfico mostra como varia a força de repulsão entre duas
cargas elétricas, idênticas e puntiformes, em função da distância entre elas.
r r
F(N)
–Q +2Q +4Q
9 ∙ 103
Carga – Q Carga +2Q Carga +4Q
(A) 3F 10F 7F
F
0,2 0,4 d(m)
Considerando a constante eletrostática do meio como K = 9 · 10 N · m2/C2
9 (B) F 8F 9F
determine:
366 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb
16 Um aluno, ao realizar um experimento de Eletrostática, usou sete As cargas elétricas das esferas têm, respectivamente, os seguintes valores:
pequenas esferas metálicas idênticas. Uma delas estava eletrizada com
carga q e as demais eram neutras. Determine a carga da esfera inicialmente Q1 = 20 µC
eletrizada, após sucessivos contatos com todas as esferas disponíveis. Q2 = – 4 µC
Q3 = 1 µC
17 (UERJ) Duas partículas de cargas +4Q e – Q Coulombs estão
localizadas sobre uma linha, dividida em três regiões I, II e III, conforme a Admita que, em um determinado instante, E1 e E2 são conectadas por um
figura abaixo. Observe que as distâncias entre os pontos são todas iguais. fio metálico; após alguns segundos, a conexão é desfeita.
Nessa nova configuração, determine as cargas elétricas de E1 e E2 e
apresente um esquema com a direção e o sentido da força resultante
sobre E3.
I II III
+4Q –Q
EXERCÍCIOS NÍVEL 2
19 A carga Q de 10 µC fixa no ponto A do plano horizontal equilibra a 03 (ITA 97/98) Três cargas elétricas puntiformes estão nos vértices U, V e
carga q de 1 µC e massa de 1 grama que se encontra na vertical que W de um triângulo equilátero. Suponha-se que a soma das cargas é nula e
passa por A. Considere o meio como sendo o vácuo e adote g = 10 m/s2 que a força sobre a carga localizada no vértice W é perpendicular à reta UV
e K0 = 9 · 109 N m2/C2. Qual a distância entre essas cargas? e aponta para fora do triângulo, como mostra a figura. Conclui-se que:
U W
IME-ITA 367
Física III – Assunto 2
Determine a razão Q/q para que a força sobre cada uma das cargas Q
seja nula:
Determine o valor do ângulo α·, diferente de zero, de posicionamento da
esfera de carga q4, de modo que a força atuante nessa carga seja nula.
(A) − 2.
4 12 Duas esferas condutoras, idênticas e muito pequenas, de mesma massa
m = 0,30 g, encontram-se no vácuo, suspensas por meio de dois fios leves,
(B) − 2. isolantes, de comprimentos iguais L = 1,0 m e presos a um mesmo ponto
2 de suspensão O. Estando as esferas separadas, eletriza-se uma delas com
carga Q, mantendo-se a outra neutra. Em seguida, elas são colocadas em
(C) − 2 . contato e depois abandonadas, verificando-se que na posição de equilíbrio
a distância que as separa é d = 1,2 m. Determine a carga Q.
(D) −2 2 .
Dados: Q > 0; K0 = 9,0 · 109 N m2 C–2; g = 10 m/s–2.
(E) −4 2 . 13 (UFG-GO) Duas esferas idênticas são suspensas por fios de
comprimento l, com os pontos de suspensão separados por 2l. Os fios
09 (FUVEST-SP) Pequenas esferas, carregadas com cargas elétricas negativas são isolantes, inextensíveis e de massas desprezíveis. Quando as esferas
de mesmo módulo Q, estão dispostas sobre um anel isolante e circular, como estão carregadas com cargas Q de mesmo sinal, os fios fazem um ângulo
indicado na figura I. A intensidade da força elétrica que age sobre uma carga de de 30o com a vertical. Descarregando as esferas e carregando-as com
prova negativa, colocada no centro do anel (ponto P), é F1. cargas q de sinais opostos, os fios formam novamente um ângulo de 30o
Se forem acrescentadas sobre o anel três outras cargas de mesmo módulo com a vertical. De acordo com as informações apresentadas, calcule o
Q, mas positivas, como na figura II, a intensidade da força elétrica no módulo da razão Q/q.
ponto P passará a ser:
368 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb
14 Duas pequenas bolas condutoras idênticas, de massa m e carga q, 17 (OBF 2004) Na figura abaixo, estão representadas duas partículas
estão suspensas por fios isolantes de comprimento l, como mostra a de massas m1 e m2, carregadas, respectivamente, com cargas q1 e q2 e
figura abaixo. Suponha θ tão pequeno que tanθ possa ser substituída por suspensas de um mesmo ponto por fios de iguais comprimentos e massas
1/3 desprezíveis.
q2L
senθ com erro desprezível. Mostre que, no equilíbrio, x = ,
2πε o mg Pode-se concluir que:
em que x é a separação entre as bolas.
(B) b = a 2 . (E) a
b= 3 . 19 (UFU-MG) Duas cargas +q estão fixas sobre uma barra isolante
2 4 e distam entre si uma distância 2d. Uma outra barra isolante é fixada
perpendicularmente à primeira no ponto médio entre essas duas cargas.
(C) b = a 3 .
2 O sistema é colocado de modo que esta última haste fica apontada para
cima. Uma terceira esfera pequena, de massa m e carga +3q, furada é
16 (ITA 00/01) Duas partículas têm massas iguais a m e cargas a Q. atravessada pela haste vertical de maneira a poder deslizar sem atrito ao
Devido a sua interação eletrostática, elas sofrem uma força F quando estão longo desta, como mostra a figura a seguir.
separadas de uma distância d. Em seguida, essas partículas são penduradas,
a partir de um mesmo ponto, por fios de comprimento L e ficam equilibradas A distância de equilíbrio da massa m ao
quando a distância entre elas é d1. A cotangente do ângulo a que cada fio longo do eixo vertical é z. Com base nessas
forma com a vertical, em função de m, g, d, d1, F e L, é: informações, o valor da massa m em
questão pode ser escrito em função de d, z,
g e k, em que g é a aceleração gravitacional
e k, a constante eletrostática. A expressão
para a massa m será dada por:
L
kq 2 z
a (A) m =
(d 2 + z 2 )3/2
6kq2z
d1 (B) m =
g(d2 + z2 )3/2
6 kq 2 z
(C) m =
g( d 2 + z 2 )2
(A) m g d1 / (F d)
(B) m g L d1 / (F d2) 6 kq 2 z
(C) m g d12 / (F d2) (D) m =
(D) m g d2 / (F d12)
g( d 2 + z 2 )3
(E) (Fd2) / (mg d12)
IME-ITA 369
Física III – Assunto 2
20 Quatro cargas q, Q, q e Q, de mesmo sinal, estão unidas mediante 24 (ITA-SP) Uma partícula de massa M=10,0 g e carga q = – 2,0 ∙ 10–6 C
cinco fios (não condutores) de comprimento da maneira mostrada na é acoplada a uma mola de massa desprezível. Esse conjunto é posto em
figura (Q>q). Determine a força no fio que une as cargas Q. oscilação e seu período medido é P = 0,40π s.
É fixada a seguir uma outra partícula de carga q’ = 0,20 ∙ 10–6 C a uma
Q distância d da posição de equilíbrio O do sistema massa-mola (ver figura).
O conjunto é levado lentamente até a nova posição de equilíbrio, distante
q q x =40 cm da posição de equilíbrio inicial O. Qual o valor de d?
É dado: K0 = 9 ∙ 109 N m2/C2.
Obs.: Considere as duas cargas puntiformes.
Q
21 (PUC-SP) Em cada um dos vértices de uma caixa cúbica de aresta
foram fixadas cargas elétricas de módulo q cujos sinais estão indicados
na figura.
Sendo k a constante eletrostática do meio, o módulo da força elétrica
que atua sobre uma carga pontual de módulo 2q, colocada no ponto de 25 (UFU-MG) A figura mostra uma barra isolante, sem massa, de
encontro das diagonais da caixa cúbica, é: comprimento l = 2 m, presa por um pino no centro. Nas suas extremidades
q q estão presas cargas positivas q e 2q, sendo q = 1 ∙ 10–6 C. A uma distância
– – r = 0,3 m, diretamente abaixo de cada uma dessas cargas, encontra-se
(A) 4 kq /3 .
2 2 afixada uma carga positiva Q = 4 ∙ 10–6 C. Considere somente as
q q
(B) 8 kq2/32. + – interações entre as cargas situadas diretamente abaixo uma da outra e
(C) 16 kq2/32. q q K = 9 ∙ 109 N m2/C2. Sabe-se que a reação no pino é nula.
(D) 8 kq2/2. – +
l
(E) 4 kq2/2.
q q +q +2q
– +
x
P r
22 Nos vértices de um triângulo isósceles existem três cargas puntiformes
Q + Q +
fixas e iguais entre si. Calcular a relação entre a base b e a altura h relativa
à base para que qualquer carga colocada no ponto médio da altura fique
em equilíbrio sob a ação das forças elétricas.
Obs.: A base é o lado diferente no triângulo.
Determine:
23 (FUVEST-SP) Quatro pequenas esferas de massa m estão carregadas
com carga de mesmo valor absoluto q, sendo duas negativas e duas a. o valor do peso P necessário para manter a barra em equilíbrio na
positivas, como mostra a figura. As esferas estão dispostas formando um horizontal;
quadrado de lado a e giram numa trajetória circular de centro O, no plano do b. a distância x, a partir do pino, em que o peso P deve ser suspenso
quadrado, com velocidade de módulo constante v. Suponha que as únicas quando a barra está balanceada, e de que lado do suporte (esquerdo
forças atuantes sobre as esferas são devidas à interação eletrostática. A ou direito).
constante de permissividade elétrica é ε. Todas as grandezas (dadas e
solicitadas) estão em unidades SI. EXERCÍCIOS NÍVEL 3
V 01 (FUVEST-SP) Duas cargas pontuais positivas, q1 e q2 = 4q1, são fixadas
a uma distância d uma da outra. Uma terceira carga negativa q3 é colocada no
+q a ponto P entre q1 e q2, a uma distância X da carga q1, conforme mostra a figura.
–q
V
a O a
V
–q +q
a
V a. Calcule o valor de X para que a força sobre a carga q3 seja nula.
b. Verifique se existe um valor de q3 para o qual tanto a carga q1 como a q2
a. Determine a expressão do módulo da força eletrostática resultante F permanecem em equilíbrio, nas posições do item a), sem necessidade
que atua em cada esfera e indique sua direção. de nenhuma outra força além das eletrostáticas entre as cargas. Caso
b. Determine a expressão do módulo da velocidade tangencial v das exista, calcule este valor de q3; caso não exista, escreva “não existe”
esferas. e justifique.
370 Vol. 1
Eletrização e Lei de Coulomb
IME-ITA 371
Física III – Assunto 2
09 O sistema de cargas indicado na figura é composto por três cargas fixas 10 Uma partícula A com carga elétrica +Q encontra-se fixa ao ponto
e uma carga pendurada por um fio, todas positivas e de peso desprezível. mais baixo de um aro circular de raio R localizado num plano vertical.
Para que a carga pendurada fique na direção vertical, pede-se: Outra partícula B de carga +Q e massa m encontra-se livre para se mover
apoiada internamente sobre a superfície lisa desse aro. Sabendo que a
gravidade local vale g e a constante eletrostática do meio vale K, determine:
r 4d 3d
a. calcular:
I. a distância r em função de d;
II. a tração no fio;
b. verificar se a carga pendurada, depois de sofrer uma pequena
perturbação em sua posição, permanece estável em uma nova posição
ou retorna à posição original;
c. repetir o item b para o caso de a carga pendurada ser negativa.
RASCUNHO
372 Vol. 1
Campo elétrico A ssunto
3
Física III
k· Q
E = 2
d
carga fonte positiva carga fonte negativa
d
+ dipolo elétrico
A quantidade de linhas que partem ou chegam a uma determinada
carga fonte está diretamente relacionada ao módulo desta carga, ou seja,
2.1.2 Partícula com carga negativa quanto maior o número de linhas maior será o módulo da carga da partícula.
O sentido do vetor aponta para a carga fonte. Além disso, quanto mais concentradas as linhas de força estiverem, maior
será a intensidade do campo naquela região.
(vetor Campo Elétrico) ponto qualquer no espaço
partícula com carga – Q E
A B C•
d • •
_
EB>EC>EA
IME-ITA 373
Física III – Assunto 3
4. Lei de Gauss
O fluxo elétrico total através de uma superfície qualquer (superfície E . ASG = 4 π k Qint
gaussiana) é diretamente proporcional à soma das cargas no interior r
E 2πr = 4πk σπr
2 2
desta superfície. • P
E = 2k πσ
Φ = ∫ E . dA = 4 π k Qinterno
σ
kQ
E = 2
r
Obs.: Novamente o campo elétrico não depende da distância do ponto à
placa (campo elétrico uniforme).
Obs.: Repare que é a mesma fórmula que foi apresentada anteriormente
para cargas puntiformes. 4.5 Casca esférica ou esfera condutora
4.2 Linha infinita com densidade linear maciça de carga Q e raio R
de carga λ = Q/L
4.5.1 No interior
Unidade SI de λ: [C/m] Superfície gaussiana: esfera de raio r concêntrica.
Superfície gaussiana: casca cilíndrica de raio r. Q
E . ASG = 4 π k Q int
E . ASG = 4 π k Q int R
E 2 π r = 4 π k λ r 2
r E 4πr = 4 π k Q
λ P•
2k λ E=0
E =
r
Obs.: Lembre que no condutor as cargas ficam localizadas na superfície,
por isso Qint = 0.
374 Vol. 1
Campo elétrico
4.5.3 No exterior
Superfície gaussiana: esfera concêntrica de raio r.
E . ASG = 4 π k Q int
E4πr2=4π k Q
kQ
E =
r2
E4πr=
2
4πk ρ 4 π r3
r 3 a
P•
4
E= k ρπr
3
Q •P E . ASG = 4 π k Q int
r
E4πr=4πk ρ 4 πR
2 3 b
R 3
E= 4 k ρπ R2 = kQ
3
IME-ITA 375
Física III – Assunto 3
6. Força elétrica Portanto, observamos que existe uma relação de fato entre o campo e a
força elétrica. Assim, quando uma partícula eletrizada for abandonada num ponto
Vimos que uma carga puntiforme Q é capaz de gerar campo elétrico onde há influência de um campo elétrico, ela sofrerá uma força elétrica dada por:
em qualquer ponto ao seu redor. Se em um ponto P qualquer do espaço
colocarmos uma outra carga puntiforme q, sobre este atuará uma força
Fe = q . E
elétrica de atração ou de repulsão, dependendo do sinal das cargas
envolvidas. Desta forma, temos:
Por se tratar de um produto entre um vetor e um escalar, a força e o
campo elétrico possuem sempre mesma direção e o sentido será contrário
k. Q k. Q . q somente quando a carga for negativa.
EP = 2 Fe =
d d2
E
E
Fe
E (Campo Elétrico pela carga Qno ponto P)
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Q’
a
– q
Indique os sinais das cargas Q e Q’ e calcule o valor da razão Q/Q’.
376 Vol. 1
Campo elétrico
+Q +4Q B
0 40 × (cm)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 x(m)
No vácuo (K0 = 9 ∙ 109 N m2/C2), colocam-se as cargas QA = 48 ∙ 10–6
O campo elétrico resultante dessas cargas será nulo na posição:
C e QB = 16 ∙ 10–6 C, respectivamente nos pontos A e B representados
acima.
(A) 3. (D) 6.
O campo elétrico no ponto C tem módulo igual a:
(B) 4. (E) 7.
(C) 5.
(A) 60 ∙ 105 N/C. (D) 45 ∙ 105 N/C.
(B) 55 ∙ 105 N/C. (E) 40 ∙ 105 N/C.
Solução: Letra D.
(C) 50 ∙ 105 N/C.
As cargas positivas geram um campo “para fora”, como na figura abaixo:
Solução:Letra D
(x – 3) (12 – x)
0 3 P 12 y (cm) EB E
+Q E (+4Q) E (+Q) +4Q x(m) 20
A C EA
Para o campo elétrico ser nulo, os módulos dos campos elétricos criados
por essas duas cargas devem ser iguais. B
0 40 × (cm)
E+ Q = E+4 Q
Temos que:
k .Q k .4Q
= E = E A + EB
( x − 3) (12 − x )2
2
E 2 = EA2 + EB2
x =6m
IME-ITA 377
Física III – Assunto 3
k . QA FRES = FE – P
9.109.48.10−6
EA = = = 27.10−5 N/C m · a = |q| · E – m · g ⇒
d A2 ( 40.10−2 )2
k . QB 9.109.16.10−6 m.( a + g) 1.10−6. (1 + 10)
EB = = = 36.10−5 N/C =E = ⇒ E = 55 N/C
d 2
B ( 20.10−2 )2 q 2 .10−7
Logo, E = 45 ∙ 105 N/C. 09 Um cilindro condutor muito longo (comprimento L) carregando uma
carga total Q1 = +q é envolvido por uma casca cilíndrica condutora
07 (PUC-SP) Em uma cer ta região da Terra, nas proximidades (também de comprimento L) com carga total Q2 = – 2q, como é mostrado
da superfície, a aceleração da gravidade vale 10 m/s2, e o campo em seção transversal na figura. Use a lei de Gauss para determinar:
eletrostático do planeta vale 100 N/C, orientado verticalmente para
baixo. Determine o sinal e o valor da carga elétrica que uma bolinha de
gude, de massa igual a 50 g, deveria ter para permanecer suspensa em
repouso, acima do solo.
R1
R2
Q1
Q2
E · Asg = 4 · π · k .|QINT |
2.k .q q
E · (2.π.r.L) = 4 · π · k · |+q| ⇒ E = ⇒E=
(dirigido para fora) r .L 2.π.ε 0 .r .L
E
Solução: d. Usando a lei de Gauss para um ponto dentro do cilindro e distando
Por possuir carga positiva, a gota sofrerá, além da força peso dirigida r do centro do sistema, temos:
para baixo, uma força elétrica no mesmo sentido do campo elétrico.
Como o seu movimento é acelerado, temos: E · ASG = 4.π.k.|QINT|
Como a carga interna à superfície gaussiana é nula, temos E=0.
378 Vol. 1
Campo elétrico
a.t 2 2.(0,3.10−3 )
y= ⇒ a= = 6.102 m 2
2 (1.10−3 )2 s
E
v
Ainda na vertical sabemos que: FRES = FE
0,30 mm
4
(1.103 ). .π.(10.10−6 )3 .6.102
d.V .a 3
m.a= q .E ⇒ q = = ⇒q=
E 8.104
2,0 cm 3.10–14C
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (Mackenzie-SP) A intensidade do campo elétrico num ponto situado 04 Uma esfera condutora possui uma densidade superficial de cargas
a 3,0 mm de uma carga elétrica puntiforme Q igual a 2,7 µC no vácuo uniforme de – 5,00 µC/m2. Determine a carga existente nessa esfera,
(K0 = 9,0 · 109 N m2/C2) é: sabendo que seu raio é igual a 50,0 cm (adote π = 3,14).
(A) 2,7 ∙ 103 N/C. (D) 8,1 ∙ 106 N/C. 05 Em uma certa região do espaço existe um campo elétrico uniforme de
(B) 8,1 ∙ 103 N/C. (E) 2,7 ∙ 109 N/C. imensidade 3,6 · 103 N/C. Uma carga elétrica puntiforme de 1,0 · 10 –5 C,
(C) 2,7 ∙ 106 N/C. colocada nessa região, sofrerá a ação de uma força de que intensidade?
02 Uma partícula com massa de 5,0 · 10–7 g e carga elétrica de + 8,0 · 10–10 C 06 No interior de uma esfera metálica oca, isolada, de raio interno de
é lançada em um campo elétrico uniforme de intensidade E = 5,0 N/C. Qual 60 cm e externo de 80 cm e eletrizada com carga Q = + 8,0µC, é
a aceleração que esse campo determina na partícula? colocada, concentricamente a ela, outra esfera condutora, de 20 cm
de raio, eletrizada com carga q = – 4,0 µC. Determine o módulo do
03 Em um meio onde a constante eletrostática vale 9,0 · 109 N m2 C–2, campo elétrico:
são fixadas duas cargas puntiformes QA = 3,2 µC e QB = 2,4 µC.
a. em um ponto A distante 40 cm do centro das esferas;
P b. em um ponto B distante 70 cm do centro das esferas;
c. em um ponto C, externo à esfera maior, distante 100 cm do centro das
esferas;
d. no ponto C do item anterior, após ligar-se a esfera maior à Terra.
IME-ITA 379
Física III – Assunto 3
08 Uma carga puntiforme de +3,0 µC é colocada em um ponto P Determine a intensidade do campo elétrico em um ponto P:
de um campo elétrico gerado por uma partícula eletrizada com carga
desconhecida Q, ficando sujeita a uma força de atração de módulo 18 N. a. situado a 50 cm do centro das esferas;
Sabe-se que o meio é o vácuo (K0 = 9,0 · 109 N m2 C–2). Determine: b. situado a 90 cm do centro das esferas;
c. situado a 50 cm do centro das esferas, após ter-se ligado a esfera
a. a intensidade do campo elétrico no ponto P; interna à superfície interna da outra esfera através de um fio condutor.
b. a carga fonte Q, sabendo que o ponto P está a 30 cm dela. Dado: constante eletrostática do meio = 1,0 · 1010 N m2 C–2.
QA QB
A B +q1
4
Dado: constante eletrostática
do meio = 1,0 .1010 (SI).
q3
(A) a intensidade do campo elétrico resultante no ponto C;
(B) o módulo da força resultante que esse campo aplicaria em uma carga
0 3 5 6 x
de prova de +2µC, se esta fosse colocada no ponto C.
Calcule a relação entre q3 e q1, para que o campo elétrico na origem do
11 (UFJF-MG) Um pêndulo simples é construído com uma esfera metálica sistema seja paralelo a y:
de massa m = 1,0 × 10–4 kg carregada com uma carga elétrica de 3,0 × 10–5 C
e um fio isolante de comprimento l = 1,0 m de massa desprezível. Esse (A) – 5/4. (D) 4/3.
pêndulo oscila com período P em um local em que g = 10,0 m/s2. Quando (B) 5 2 / 8. (E) 3 / 2.
um campo elétrico uniforme e constante E é aplicado verticalmente em (C) – 3/4.
toda a região do pêndulo, o seu período dobra de valor. A intensidade do
campo elétrico E é de: 16 (ITA) Uma carga q distribui-se uniformemente na superfície de uma
esfera condutora, isolada, de raio R. Assinale a opção que apresenta a
(A) 6,7 x 103 N/C. (D) 33 N/C. magnitude do campo elétrico e o potencial elétrico em um ponto situado
(B) 42 N/C. (E) 25 N/C. a uma distância r = R/3 do centro da esfera.
(C) 6,0 x 10–6 N/C.
(A) E = 0 V / m e U = 0 V
12 Uma esfera metálica oca de raio interno igual a 80 cm e raio externo igual
a 1,0 m é eletrizada com carga de +5,0 µC. No seu interior, concentricamente 1 q
(B) E = 0 V / m e U = .
a ela, existe uma outra esfera metálica maciça de 40 cm de raio e eletrizada 4πε0 R
com carga de – 2,0 µC.
380 Vol. 1
Campo elétrico
E
E
(A) (D)
o z o z
E E
IME-ITA 381
Física III – Assunto 3
04 (ITA 08/09) Uma partícula carregada negativamente está se movendo (A) 1/4.
na direção +x quando entra em um campo elétrico uniforme atuando (B) 1/2.
nessa mesma direção e sentido. Considerando que sua posição em (C) 1.
t = 0 s é x = 0 m, qual gráfico representa melhor a posição da partícula (D) 2.
como função do tempo durante o primeiro segundo? (E) 4.
382 Vol. 1
Campo elétrico
06 Uma esfera homogênea de carga q e massa m de 2 g está suspensa por 08 (UFC-CE) Uma partícula de massa m e carga elétrica q é largada do
um fio de massa desprezível em um campo elétrico cujas componentes x e repouso de uma altura 9H, acima do solo. Do solo até uma altura h’ = 5H,
y têm intensidades Ex= 3 · 105 N/C e Ey = 1 · 105 N/C, respectivamente, existe um campo elétrico horizontal de módulo constante E. Considere a
como mostra a figura a seguir: gravidade local de módulo constante g, a superfície do solo horizontal e
despreze quaisquer efeitos de dissipação de energia. Determine:
y
E
Determine:
V0
a. o módulo a da aceleração dos elétrons enquanto estão entre as placas; 30°
b. o intervalo de tempo ∆t que os elétrons permanecem entre as placas;
x
c. o desvio ∆y na trajetória dos elétrons, na direção vertical, ao final de
seu movimento entre as placas; Considerando que o elétron se move num campo elétrico constante
d. a componente vertical vy da velocidade dos elétrons ao saírem da E = 100 N/C, o tempo que o elétron levará para cruzar novamente o eixo
região entre as placas. x é de:
IME-ITA 383
Física III – Assunto 3
P g
B = 4pb2
α d
(A) o fluxo elétrico que atravessa a área B é duas vezes maior que o fluxo 30º
que passa pela área A.
(B) o fluxo elétrico que atravessa a área B é a metade do fluxo que passa
pela área A.
E
1
(C) o fluxo elétrico que atravessa a área B é do fluxo que passa pela
4
área A.
(D) o fluxo elétrico que atravessa a área B é quatro vezes maior que o fluxo a. Os valores dos ângulos α1, que a haste forma com a vertical, na
que passa pela área A. posição de equilíbrio, e α2, que a haste forma com a vertical na posição
(E) o fluxo elétrico que atravessa a área B é igual ao fluxo que atravessa de máximo deslocamento angular;
a área A. b. A energia cinética K, da esfera, quando ela passa pela posição de equilíbrio.
15 Suponha que cargas positivas são distribuídas uniformemente em 18 (Fuvest-SP) Uma pequena esfera, com carga elétrica positiva
um volume esférico de raio R, de material isolante, sendo ρ a carga por Q = 1,5 · 10–9C, está a uma altura D = 0,05 m acima da superfície de uma
unidade de volume. grande placa condutora, ligada à Terra, induzindo sobre essa superfície
cargas negativas, como na figura 1. O conjunto dessas cargas estabelece
a. Use a Lei de Gauss para provar que a intensidade do campo elétrico um campo elétrico que é idêntico, apenas na parte do espaço acima da
ρr placa, ao campo gerado por uma carga +Q e uma carga –Q, como se
no interior do volume, a uma distância r do centro, é E = .
3ε o fosse uma “imagem” de Q que estivesse colocada na posição representada
b. Qual o campo elétrico em um ponto externo, a uma distância r do na figura 2.
centro? Expresse sua resposta em termos da carga total q do volume
esférico.
384 Vol. 1
Campo elétrico
+Q
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
Figura 1
IME-ITA 385
Física III – Assunto 3
05 Faça o gráfico do campo elétrico produzido por um cilindro isolante 09 Em uma esfera isolante de raio R e densidade volumétrica de carga
muito longo de raio R em função da distância a seu eixo. O cilindro está ρ foi feita uma cavidade esférica de diâmetro R que tangencia a esfera
carregado uniformemente, sendo ρ a densidade volumétrica de carga. isolante. Dentro dessa cavidade é inserido um pêndulo simples carregado
eletricamente e seu período se reduz a um terço do que era antes, ao oscilar
sujeito apenas ao campo gravitacional. Sabe-se que a massa da esfera
06 (Saraeva) Determinar o período das pequenas oscilações de uma pendular é m, a gravidade local é g e a permissividade elétrica no interior
molécula polar em um campo elétrico homogêneo, cuja intensidade é E. A da cavidade é ε. Qual a carga elétrica da esfera?
molécula polar pode ser apresentada como um haltere de comprimento l,
nos extremos do qual se encontram massas pontuais iguais m, portadoras
de carga + q e – q correspondentemente.
RASCUNHO
386 Vol. 1
Gabarito V olume
1
Física I 18
a. 72 km/h.
Assunto 1 b. 3 m.
IME-ITA 487
Gabarito
12 2.
Com resistência do ar
13
π
a. rad/h.
0 T t 12
b. 1675 km/h.
α(m/s2)
Se não houvesse resistência do ar c. 837 km/h.
14 15 rpm.
15 40 s.
16 Letra D.
Com resistência do ar
17 1h5min27s.
18 14,2 s.
19 Letra A.
0 T t
20 60 voltas.
21 8 s. 21 10 s
22
Exercícios Nível 3 a. 0,85 km/h.
b. 0,25 km/h.
2d a
01 t = 1 + . 23
a b a. 2,8 m/s.
b. 2,0 m/s.
02 229 m. 24
03 Demonstração. a. 12 m/s2.
04 0,24 km; e a velocidade deve ser ao encontro do trem com módulo 4 m/s. b. acelerado.
ad − bl 25 vB = 35 km/h e vC = 5,0 km/h.
05 . 26 Letra D.
a2 + b 2
27 vO = v; vA = 2v; vB = v; vC = 0; vD = v.
06 2T + T 2 .
488 Vol. 1
Gabarito
28 14 gh h2 + 4 π2 R 2 + 64 π4 n2 R 2
a=
a. 30 km/h. h 2 + 4 π2 R 2
b. 50 km/h.
29 18 Hz 15
8≠
30 Letra C. a. x2/9 + y2/16 = 1. c. m/s.
3
≠2
Exercícios Nível 2 b. Anti-horário. d. . 228 m/s2.
9
01 Letra C.
02 Letra A. Assunto 4
03 Letra C.
04 ≅ 47 m/s
Exercícios Nível 1
05 0,25 rad 01 Letra D.
06 9,86 m/s2. 02
07 a. v = 40 m/s.
a. 2,4 m/s; b. ts = 3 s.
b. 3 m/s c. hmáx = 45 m.
08 d. A = 240 m.
dv ' 03
a.
v 2 + v '2 a. 5 m/s.
b. Direção que forma ângulo θ = arcsen v ' com a vertical; b. 1,5 m/s.
09 pouco antes de 00:11. v c. 10 N, vertical e para baixo.
04 ~126 m/s.
05 b = 3 m; d = 4 m.
Exercícios Nível 3
06 são iguais.
01 1,5 km. 07 Letra B.
02 8,8 m/s; N2 = 9 raios. 08 Letra C.
Extra: 4,4<v<6,6 ou 14,2<v<17,6. 09 Letra D.
03 2 2 2 10 Letra C.
a. t = h + R α 11 Letra D.
v
12 Letra B.
αv
b. ω =
04 h 2
+ R 2α 2 Exercícios Nível 2
a. Helicoide. 01 Letra C.
b. v = ω2 b2 + u 2 02 Letra C.
03 Letra A.
2 u2 04 Letra C.
c. d = 2π b + 2
ω 05 (4/3) 3
05 Letra A.
06 5m/s. 06 Letra C.
07 3 km/h. 07 –
08 08 o sétimo degrau.
H
a. x − y = 1. 09 h = .
2
b. t = 0,5 s. 2.
c. 16,9 m e 9,16 m. 10 tg = v
gH
4t − 2 2
d. at = e acp =
2 2
2t − 2t + 1 2t − 2t + 1
11 1.675 m.
mv 02 d
09 – 12 E = .
a l
10 t = . el L +
v 2
11 Demonstração. 13
12 a. 1,52 m.
a. arccos 2/3. b. 1,2 m.
b. arccos 3/4. c. 5,5 m/s.
v 14 8,5 m/s.
13 ,. 15 A 16 m da parede.
2 . senα
IME-ITA 489
Gabarito
16 2 2 Exercícios Nível 3
a. v 0 .cos α . 3
g 01 T = (373 − TTRIPLO ) + TTRIPLO .
4
v 02
b. .
g . cos α 02 30ºC e 170ºC.
g 03 373 K.
17 v o = D sec α . 04 Letra B.
2( H + Dtgα
05 Letra A.
3
18 .
2
Exercícios Nível 3 Assunto 2
01 8m. Exercícios Nível 1
d
02 R 1 + 1 + .; 01 Letra C.
h 02 2,5 · 10 – 5ºC – 1.
03 α = 30º, T = 30 3 s;. 03 5,0 · 10 – 5ºC – 1.
α+β 04 Letra C.
04 2v o cos .
2 05 32ºC.
05 arcsen 2 2 . 06 145ºC.
3 07 120ºC.
06 arccos 35 . 08 Letra D.
7 09 Letra C.
2v 2 sen α . cos( α + θ) 10 36 cm3.
07 .
g . cos2 θ
08 Demonstração.
Exercícios Nível 2
09 6 m/s. 01 Letra C.
02 2,5 m.
Física II 03 0,60 m.
04 Letra A.
Assunto 1 05 Letra C.
06 9,069 s.
Exercícios Nível 1 07 70ºC.
01 Letra B. 08 Letra D.
02 38,8ºC. Lo
03 Letra B. =
09 x 2αq .
2
04 Letra A.
05
10 LA = 20 cm e LB = 10 cm;
a. 4,84 cm.
b. 65ºC. mo − m
11 q = .
06 qc = h – 20. mg − m o k
07 12 Letra C.
a. 100ºC/atm. 13 270°C.
b. 81ºC. 14 Letra B.
c. 1,40 atm. 15 Letra C
d. 0,84 atm a 1,69 atm. 16 Letra B.
08 Letra D. 17 Letra A.
09 Letra E.
10 Letra B.
Exercícios Nível 3
11 Letra A.
01 T = T0 + (1 – 2cosθ)/2(α3 – α1 – α2 + α1cosθ + α2cosθ)
02 abarra=23 · 10 – 6ºC – 1.
Exercícios Nível 2 03
01 Letra D. 06 75/167. a. para menos.
02 – 7ºC. 07 Letra E. b. θ = 88,2ºC.
03 90ºC e 194ºF. 08 Letra B. 04 r = 22,25 cm.
04 Letra D. 09 1,5ºX. 05 Letra B.
05 240 K. 06 25,7 cm.
07 Letra E.
08 4,3 · 10–3°C.
490 Vol. 1
Gabarito
Assunto 3 17
a. O calor latente de fusão de B = 1200 cal. O calor específico latente
Exercícios Nível 1 de fusão de B = 24 cal/g.
01 Letra A. b. 80°C
02 975 l. c. Fase sólida: 100/3 g; fase líquida: 50/3 g
03 Letra B. 18 9oC.
04 19 Letra A.
a. 2,0 · 104 cal ou 8,0 · 104 J. 20 0oC; 53,19 g de gelo e 16,81 g de água.
b. 1/9 21 124,5oC e 10800 W.
05 0,11 kg. 22
06 54ºC. a. 50 J/°C; 0,1 J/°C;
07 70ºC. b. Na segunda situação, já que o calorímetro possui capacidade térmica
08 300 g. desprezível.
09 23 Letra C.
a. 10 cal/ºC. 24 Letra D.
25 Letra .
b. 0,50 cal/gºC.
c. 20ºC. Exercícios Nível 3
10 1,75 kg. 01 θf = 1327ºC
11 0ºC; 100 g. 02 R = 3 Ω; t’= 15 min 40,5 s.
12 30 s. 03 5 g.
13 5,0 g. 04
a. 120.000 J.
14 56 %.
b. 30°C.
15 Letra D. c. 20°C.
16 Letra A. 05
Exercícios Nível 2 a. 2100 W.
01 Letra C. b. 3,75 min.
06
02 Letra D.
a. Convecção.
03 101,25 g(S)+8,75 g(L) a 0ºC.
b. 1,4 kWh.
04 07
a. 0,4 cal/gºC a. 60°C.
b. 3.200 cal b. 0,28 cal/°C.
05 552 W/m² c. 20 cal/g.
06 08 Letra A.
a. 10ºC
b. ~ 34 g
Assunto 4
07 37,5ºC
08 T4 = – 8ºC; T3 = 6ºC Exercícios Nível 1
09 m = 8,71 g. 01 Letra A.
10 02
a. 37,3%. I. F.
b. 868 Pa. II. V.
c. 6,41 g/m3. III. F.
11 03 Letra A.
a. 0,708 kg. 04 ~ 636,5 m/s.
b. 17,7 · 10 – 3 kg/m3. 05 A = 20 cm.
c. 0,1086 kg. 06 Letra C.
12 1,24 kg. 07 Letra C.
13 08 180 J.
a. 30 J. 09
b. 26 J. a. ~ 293 K.
c. 6,5 · 10 – 2 J. b. 6,0 · 102 J.
d. 1,3 · 10 – 1 J. c. ~ 293 K.
14 T = 40ºC. 10 Letra E.
15 10,8 kg/h. 11 Letra E.
16 12 Letra D.
a. M = 4,32 kg. b. CB = 0,8 J/g.°C. 13 Letra C.
IME-ITA 491
Gabarito
14 Letra E. b. 6s.
15 Letra B. c. 810 J.
Exercícios Nível 2 15
a. 1,12 × 107 J.
01 2,5 m.
b. 0,90 m3.
02 762 mm.
16 Letra A.
03 nD.
17
04
a. Iguais.
a. Como se trata de uma expansão gasosa que ocorre em um intervalo de
b. Zero.
tempo muito pequeno, a transformação sofrida pelo CO2 é adiabática.
18 Letra B.
Nesse caso, devido à transferência de energia do gás para o meio
19 Letra B.
exterior, durante a realização de trabalho, há uma diminuição da energia
interna (U) do gás e, como consequência, queda de temperatura na
região do bocal. Ou ainda, em símbolos: transformação adiabática: Q Desafios
=0 5P A 3V 1 5Pat A 3KVi
2
492 Vol. 1
Gabarito
05 Letra B. 14 45 µC.
06 10 u. 15 Letra A.
07 14,15 kN e 27,3 kN. q
16 .
08 4. 64
17
09 120°.
a. Região III.
10 ≅ 97,5 kN. b. x = 11 cm.
11 Letra D. 18
a. x = 0.
Exercícios Nível 2 b. x = ± a.
19 3 m.
01 Letra C.
20 q = 8µC. →
02 Letra C. 1 2 3 F3
03 Letra D.
04 ≅ 200 N.
05 F = ( 360 N ) i − (720 N ) j + ( 240
N) k.
06 F = − (1.060 N ) i − ( 2.120 N ) j + ( 795 N ) k .
Exercícios Nível 2
07 –1000 N; +1.000 N; –1.750 N.
01 Somente a repulsão elétrica é transitiva.
08 8,41 kN.
02 6.
03 Letra E.
Exercícios Nível 3 04 4/9.
01 05 Letra D.
a. S ( 0 ) = 6 m. 06 9.
q 3± 5
( )
b. v m ( t ) = −2i + 2j m/s.
07
q'
=−
2
.
08 Letra D.
c. v ( t ) = (1 − 2t ) i + 2j. 09 Letra E.
m⋅g 3
d. Parábola: y2 + 4x = 9 contida no plano z = 1. 10 q = R ⋅ .
3⋅K
02 a 315 − 34 18 .
3 2 11 Não existe um ângulo α possível.
12 1,2 · 10–6 C.
03 TAC = 21 kN; TAD = 64,3 kN.
13 3.
04 TAC = 510 N; P = 600 N.
14 –
05 15,09 kN.
15 Letra E.
06
16 Letra C.
a. 2,27 kN.
17 Letra E.
b. 1,963 kN.
18 Letra B.
19 Letra B.
k q2 ⋅ 3
Assunto 2 20 T = 2 ⋅ Q2 −
.
ι 9
Exercícios Nível 1
21 Letra C.
01 Letra C. 22 3 4 − 1.
02 Letra C.
03 Letra C. 23
04 Letra A. 2 2 − 1 −1 q 2
a. ⋅
05 +2q 2 4 πε a2
0
06 Letra E.
07 –q. q 4− 2
b. .
08 Letra A. 4 m a π ε0
09
a. 1 · 103 N. 24 59 cm.
b. 1 · 10–4 C. 25
10 0,54 N. a. 1,2 N.
11 9.109 N. b. 1/3 m.
12 Letra B.
13 0,5 N.
IME-ITA 493
Gabarito
Exercícios Nível 3 08
01 a. 6,0 · 106 N/C.
a. x = d/3. b. –60 µC.
b. q3 = – 4/9 q1. 09
02 0,9 kg/m3. a. 1,44 N/C.
03 b. A direção é a mesma da reta AB.
a. – 5 · 10–8 C.
b. 25 cm. EA
04 Isenq 3Ptgq R ER
.
K
kQq EB
05 2 14 + 2 2 .
2a
2mgR2 + –
06 Q > .
kq A F1 B
07
( )
2
a. V = kq .
10
mR a. 1,0 · 104 N/C.
b. 2,0 · 10–2 N.
b. T = 2d (
mR 3
. ) 11 Letra E.
kq 2 12
a. 8,0 · 104 N/C.
c. E = − 1 ( )
kq 2
. b. zero.
2 R c. zero.
d. E = − 1 ( )
mk 2 q 4 1
⋅ .
13 +2,0 µC.
14 4,55 · 102 N/C.
2 h2 n2 15 Letra C.
1 (
mk 2 q 4
e. f = π ⋅ 3 3 .
) 16 Letra B.
2 nh 17 Letra B.
08 Letra E. 18 3s.
09 19 Letra E.
5 qkQ 2 20
a. d, T = .
2 125d2 a. 1,6 · 10–15 N.
b. 1,0 · 109 S.
b. Retorna.
c. 8,8 · 10–4 m.
c. Nova posição. d. 1,0 · 107 m/s.
10 e. 4,55 · 102.
2
a. d = ⋅ K ⋅ Q ⋅ R .
m⋅g
Exercícios Nível 2
b. N = m · g.
6 kq
01 E = ; Direção: θ = 30° abaixo do sentido positivo do eixo x.
Assunto 3 a2
02 Q’ = √5 Q.
Exercícios Nível 1 θ = arctg (1/2) no 3o quadrante.
01 Letra E. 03 Letra D.
02 8,0 m/s2. 04 Letra E.
03 Ep ≅ 1,2 · 105 N/C. 05 Letra B.
06 Letra B.
04 –15,7 µC.
07
05 3,6 · 10–2 N.
e.E
06 a. .
m
a. EA = 2,5 · 105 N/C.
b. EB = 0. L
b. .
c. EC = 4,0 · 104 N/C. v0
d. E’C = 0. e ⋅ E ⋅ L2
c. .
07 2 ⋅ m ⋅ v 02
a. 8 µC. e⋅E⋅L
b. 8 · 105 N/C. d. .
m ⋅ v0
494 Vol. 1
Gabarito
08 19
8 H a. Uma configuração possível seria com as partículas alinhadas com o
a. t ' = ; campo elétrico da região e ambas com a mesma aceleração para que
g
a distância entre elas não se altere.
18 H
b. tT = . kQq ( M + m )
g b. L = .
E ( Qm + qM )
8 H 20
c. t ' = .
g a. E = 9,0 · 105 N/C.
qEH b. E = 9,0 · 105 N/C.
d. D = 8 .
mg Exercícios Nível 3
09 Letra B.
m
01 2 2 p ⋅ r .
10 kq 6 K pqλ
a2
11 Letra C. 8kqa2
q 02 .
12 r4
6ε o 03
13 Letra A. 2 mg
a. .
14 Letra E. E
15 4km2 g 2
b. mg + 2 2 .
a. – . Ea
q rR 3 04 R/2.
b. ou .
4 pε o r 2
3ε o r 2 05
c. São iguais.
d. 2kprR
mλ
06 2p .
16 2qE
a. Ax = QE/M. 07
b. vx = (QE/M) · (L/v). a. z = x − 5 ⋅ 10−6 ⋅ x 2 , onde y = x .
c. D = (QE/M) · LH/v2. b. (105, 105, 5 · 104) m.
17 r⋅g⋅R
a. 30o; 90o. 08 .
6⋅ε
b. 1,2 · 10–3J.
18 48 ⋅ m ⋅ g ⋅ ε0
09 .
a.
= F 2,025 ⋅ 10−6 N r⋅a
b. =E0 1,35 ⋅ 103 V/m 2⋅p⋅ε⋅ m⋅ g⋅ R
10 .
q
+Q
D 2
D
D
O A
c.
E− 45º 45º
E+
EA
d. EA = 2,7 ⋅ 2 ⋅ 103 V/m
IME-ITA 495
Dinâmica em movimentos retilíneos A ssunto
5
Física I
Introdução d p d( mv )
=
F =
A Dinâmica é o ramo da mecânica que estuda a relação entre força dt dt
e movimento. Logo, tem sua essência na preocupação em determinar Porém, já que, na maioria das vezes, trabalhamos com sistemas que
as causas do movimento, sem deixar de lado, é claro, os conceitos de possuem massa constante, a massa pode ser “retirada” dessa taxa, o
cinemática que estudamos na Apostila 1. que resulta em:
Neste capítulo, estudaremos, as Leis de Newton aplicadas a dv
referenciais inerciais e como podemos extendê-las a referenciais não F=m
dt
inerciais, ainda nos atando apenas ao movimento retilíneo, além dos tipos
mais comuns de forças, e aprenderemos a resolver os mais diversos tipos Como a aceleração é a derivada temporal da velocidade, temos:
de problemas que envolvem os conceitos estudados.
F = ma
1. As leis de Newton Essa é a expressão geralmente usada nos cálculos que enfrentaremos
A expressão “leis de Newton” se refere às três leis que conceituam e nos problemas. Vê-se que ela pressupõe que toda força é associada a
explicam os comportamentos dos corpos com relação a seu movimento. uma aceleração.
Ou seja, permitem, por si só, o entendimento do porquê um corpo pode Vê-se que, no SI (Sistema Internacional de unidades), a unidade de
passar a se mover do repouso, do porquê um corpo pode chegar ao força é kg · m/s2, também chamada de N (Newton), em homenagem a
repouso depois de estar em movimento e do porquê um corpo pode Isaac Newton. Logo, 1 N é a força resultante necessária a ser aplicada em
alterar seu movimento. As três leis foram formuladas pelo físico inglês um corpo de 1 kg para que adquira uma aceleração de 1 m/s2.
Isaac Newton e publicadas em seu livro Philosophiae Naturalis Principia
Mathematica, no século XVII. 1.3 3ª lei de Newton
A interação entre dois corpos é ditada pelo conceito de força. Essas “A toda força de ação corresponde uma de reação, de mesmo módulo,
forças são definidas sob uma fundamentação vetorial, apesar de as mesma direção e sentido contrário, aplicadas em corpos diferentes.”
estudarmos muitas vezes sob uma visão puramente escalar.
As forças de ação e reação não se equilibram pois estão sempre
Os seus enunciados estão explicitados a seguir: aplicadas em corpos diferentes. Se o corpo A faz uma força no corpo B, o
corpo B produzirá uma força sobre o corpo A de mesmo módulo e direção,
1.1 1ª lei de Newton porém sentido contrário. É, então, conhecida como “lei da ação e reação”.
“Todo corpo tende a continuar em seu estado de repouso ou
movimento uniforme retilíneo, a não ser que uma força passe a atuar sobre
ele, obrigando-o a alterar aquele estado.”
2. As forças mais comuns
2.1 Peso
∑ F = 0 ↔ v cte ou repouso
O peso é a força de atração gravitacional dada pela expressão:
Ou seja, se não há força resultante atuando sobre o corpo, este
permanecerá no seu estado atual, caso seja de repouso ou de movimento P = m⋅ g
retilíneo. Essa lei é conhecida como lei da inércia.
Newton a apresentou para que se pudesse estabelecer um referencial onde g é a aceleração da gravidade local. É exercido pelo centro
para as duas próximas leis, já que esta lei postula que exista no mínimo da Terra, e tem sempre o sentido da aceleração gravitacional (veja que
um referencial, denominado inercial, no qual, quando a força resultante é a aceleração associada ao peso é a gravidade, um exemplo do que foi
nula, o corpo se move em MRU ou está em repouso. dito em 1.2). A força gravitacional será estudada mais profundamente
Dessa forma, como as duas próximas leis decorrem dessa, as leis no capítulo de Gravitação Universal. Por enquanto, o conhecimento dela
de Newton só têm validade em um referencial inercial, cuja definição limita-se ao que foi escrito.
decorre justamente dessa propriedade. Mais à frente promoveremos uma
explicação mais exata sobre as diferenças entre um referencial inercial e
2.2 Normal
um referencial não inercial. É a força de contato entre superfícies. É sempre perpendicular às
superfícies.
1.2 2ª lei de Newton
“Uma partícula sob ação de uma força resultante adquirirá uma
aceleração diretamente proporcional à força resultante, no mesmo sentido
e direção e, inversamente proporcional à massa.”
A princípio, essa lei, também denominada de princípio fundamental da
dinâmica, afirma que a força resultante é a taxa de variação do momento
A força normal é sempre exercida pela superfície sobre o corpo.
linear ou quantidade de movimento (estudaremos mais a fundo sobre isso
Muitos confudem a força normal como a reação à força peso, o que está
em outros capítulos) com o tempo. Dessa forma:
totalmente errado. A força normal e a força peso estão aplicadas no mesmo
IME-ITA 165
Física I – Assunto 5
corpo, e, como foi visto, forças de ação e reação devem estar aplicadas em 2.4.2 Atrito dinâmico (cinético)
corpos diferentes, logo normal e peso não constituem par ação-reação. A A força de atrito dinâmico, ou cinético, surge quando as superfícies
reação da força peso é aplicada pelo corpo no centro da Terra, e a reação dos corpos possuem movimento relativo (escorregamento) uma em
à força normal é aplicada pelo corpo na superfície em que está apoiado. relação à outra.
A força de atrito dinâmico pode ser calculada pela expressão:
Obs.: quando se mede o peso de um corpo em uma balança, a força
que na verdade é medida é a normal! Logo, quando um problema pedir a
medição da balança, nunca responda com o peso do corpo, mas sim com Fatd = µdN
a intensidade da força normal que a balança fizer no corpo.
onde:
2.3 Tração µd→ coeficiente de atrito dinâmico
É a força que atua em cabos, fios, elos, etc. Atua sempre no sentido entre as superfícies.
de puxar os corpos.
N → força de reação da superfície.
O único motivo pelo qual podemos considerar as trações constantes F
nos problemas em que o sistema está acelerado que resolveremos é o fato F at
de que consideraremos, na maioria das vezes, os fios sem massa ou com
massa desprezível (ideais). Dessa forma, pense em um elemento do fio P
de comprimento infinitesimal dl, que tenha massa dm, e esteja contido em
um sistema acelerado. Suponhamos que atuem nele duas trações T1 e T2,
de sentidos opostos. A força resultante nesse elemento do fio seria, então: Sabemos, então, que o peso do corpo é dado por P = 3 · 10 = 30 N,
logo, como a força resultante na vertical é nula, já que o corpo está em
Fres = dm · a = |T1 – T2 | repouso, temos que a força normal é N = P = 30 N. Logo, temos que a
Fate máxima = 0,5 · 30 = 15 N.
Dessa forma, se dm = 0, temos que T1 – T2 = 0 → T1 = T2, o que Suponhamos que F = 5 N. Logo, F < Fate máxima. Logo, temos que
mostra que a tração será constante ao longo do fio. o corpo continua em repouso, já que a Fate máxima não foi vencida. Logo,
Fate = F = 5 N. A mesma situação ocorre para qualquer valor de F < 15 N.
2.4 Atrito
Quando F = 15 N, temos que F = Fate máxima. O corpo continua parado,
Força que surge entre dois corpos em contato quando a superfície porém, como dissemos anteriormente, está na iminência de movimento,
de um deles escorrega ou tende a escorregar em relação à superfície do ou seja, está prestes a se mover.
outro. No primeiro caso, o atrito é denominado cinético. No segundo caso,
Quando F > 15 N, o corpo sai do repouso e passa a se mover. Como
o atrito é denominado estático.
há escorregamento (movimento relativo) entre a superfície de contato
2.4.1 Atrito estático do corpo e o plano horizontal, o atrito passa a ser dinâmico, igual a
A força de atrito estático surge quando as superfícies de corpos em Fatd = 30 · 0,333 = 10 N, constante, não importando qual o valor de F a
repouso e em contato entre si possuem tendência de movimento relativo ser aplicado. A seguir, é representado o gráfico da Fat com a variação de
uma à outra chegando até a iminência de movimento. Nessa situação, a F. A Fat aumenta linearmente enquanto F ≤ 15 N (atrito estático). Depois
força de atrito é máxima, e é dada pela expressão: disso, o atrito passa a ser constante e igual a 10 N (atrito cinético).
Fat (N)
Fat máxima = µeN 15
10
onde:
µe→ coeficiente de atrito estático
entre as superfícies.
F (N)
N → força de reação da superfície.
0 15
Enquanto não se aplica no corpo uma força que supere a força de
Lembrando que, para haver atrito cinético, deve haver escorregamento
atrito estático máxima, o corpo permanece em repouso, e a força de atrito
entre as superfícies de contato, e não apenas movimento. Um exemplo
estático cresce linearmente, até chegar a seu limite, justamente a força
típico é um carro que se desloca sem patinar. Enquanto suas rodas apenas
de atrito estático máxima (iminência de movimento). Após isso, o atrito
giram, sem deslizar em relação ao chão, o que faz com que o carro se
passa a ser cinético.
desloque para frente é o atrito estático entre os pneus e a pista. Não há
166 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
atrito cinético nesse caso, já que as rodas não estão deslizando, ou seja, Dessa forma, essa força de resistência do ar é proporcional ao
não estão “arrastando” no chão. A mesma coisa acontece quando andamos quadrado da velocidade do móvel,
em um chão seco. Quando damos um passo, nosso pé permanece em
repouso em relação ao chão, dessa forma não havendo atrito cinético,
apenas estático. É como se “empurrássemos” o chão para trás e o chão R = c · v2
reagisse “nos empurrando” para frente. Como nossa massa é muito menor
do que a massa do chão, quem adquire maior aceleração somos nós, em que c = constante de proporcionalidade empírica (depende da forma
enquanto o chão não se move. do corpo).
2.4.3 Resistência do ar Sendo assim, considerando um caso em que R = c · v², à medida
que um corpo cai devido à força peso, a sua velocidade vai aumentando,
Quando um objeto se move em um fluido (ar ou água, basicamente),
bem como a força de resistência do ar, fazendo com que a força resultante
o fluido exerce sobre ele uma força de resistência. Essa força depende de
diminua. O limite dessa força de resistência é o próprio peso. A velocidade
características do fluido, da forma do objeto e da velocidade com que o
do corpo, quando a força de resistência se iguala ao peso, mantém-se
objeto está se movendo. Tem papel semelhante ao atrito: tende a reduzir
constante e é denominada velocidade limite e pode ser calculada como
a velocidade do corpo, muitas vezes diminuindo apenas a sua aceleração.
se segue:
Porém, difere do atrito dinâmico no seguinte aspecto: a força de resistência
em um fluido aumenta com o acréscimo da velocidade. m⋅g
P = R → m ⋅ g = c ⋅ v2 → v =
c
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
(C) Força
(Enem-2013) Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um resultante
paraquedista cai verticalmente até atingir a velocidade limite. No instante
em que o paraquedas é aberto (instante TA), ocorre a diminuição de sua
velocidade de queda. Algum tempo após a abertura do paraquedas,
ele passa a ter velocidade de queda constante, que possibilita sua
aterrissagem em segurança.
Tempo
0 TA
Que gráfico representa a força resultante sobre o paraquedista, durante
o seu movimento de queda? (D) Força
resultante
(A) Força
resultante
Tempo
0 TA
IME-ITA 167
Física I – Assunto 5
A figura a seguir mostra as orientações da força elástica em uma mola Nesse tipo de situação, como na figura, se uma força é aplicada
quando comprimida e esticada, respectivamente: no bloco a fim de se comprimirem as molas, a deformação das molas
será igual, já que elas têm o mesmo grau de liberdade. Dessa forma, se
houvesse apenas uma mola sendo comprimida, o deslocamento desta seria
igual ao deslocamento das molas em paralelo, e a força aplicada nela seria
igual à soma das forças aplicadas nas molas em paralelo. Assim sendo:
Feq = F1 + F2 + F3 → K eq X = K1 X + K 2 X + K 3 X → K eq = ∑ K
168 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
Após essas considerações, os problemas seguirão basicamente os apesar de poder apresentar velocidades diferentes em relação aos dois
passos apresentados a seguir: referenciais, já que os referenciais inerciais podem apresentar velocidade
relativa entre si (já que a lei da inércia fala em repouso ou velocidade
constante). Dessa forma, já que a massa é invariável e os referenciais
inerciais concordam em relação à aceleração de um móvel, eles têm que
concordar com relação à força que atua sobre esse mesmo móvel, já que
a força é o produto da massa pela aceleração. Estabelece-se, então, o
Princípio da Invariância de Galileu, que afirma que as leis de Newton são
válidas e as mesmas em qualquer referencial inercial.
Em seguida, podemos definir o referencial não inercial. O referencial
Representação das forças no sistema, e dos diagramas de corpo livre não inercial é aquele que possui aceleração em relação a pelo menos um
dos componentes do sistema, respectivamente. referencial inercial, sendo, então, conhecidos também por referenciais
acelerados. Logo, a aceleração calculada para um referencial inercial
3.1 Envolvendo a 1ª lei nunca pode ser a mesma calculada para um referencial não inercial, já
• Interpretar corretamente o problema para concluir que se trata de que existe aceleração relativa entre estes. Por conseguinte, dizemos que
repouso ou movimento retilíneo uniforme; os referenciais não inerciais não respeitam as leis de Newton, as quais são
• isolar os componentes em diagrama de corpo livre ou, caso não haja válidas, então, apenas nos referenciais inerciais, como dito anteriormente.
movimento relativo entre eles, e se conveniente, considerar o sistema
Enfim, se as leis de Newton não são válidas em referenciais não
todo, com massa igual à soma das massas dos componentes e
inerciais, como proceder quando nos depararmos com problemas que
desconsiderando forças internas;
relacionem eles? É aí que entra o Princípio da Equivalência de Einstein.
• indicar corretamente as forças de ação e de reação (geralmente são
Ele afirma que, quando o sistema contido em um referencial não inercial
forças internas ao sistema, então só aparecerão caso se isolem os
que tem aceleração a relativa a um certo referencial inercial e se passa
componentes em diagrama de corpo livre);
a observar o movimento a partir do mesmo referencial não inercial, é
• verificar com muita atenção o sentido da força de atrito, quando houver;
• escolher sabiamente os eixos coordenados para diminuir o trabalho de necessária uma adição de uma aceleração –a a todos os componentes do
projeção de forças, ou seja, escolher os eixos de forma que contenham sistema, para que possam ser aplicadas as leis de Newton. Por exemplo,
o maior número de forças possível. em um elevador em repouso ou com velocidade
constante, em uma região
em que a aceleração da gravidade é g , com módulo g, o valor do período
3.2 Envolvendo a 2ª lei l
de um pêndulo de comprimento l é dada pela fórmula T = 2π . Porém,
• Interpretar corretamente o problema para concluir que se trata de g
um corpo em desequilíbrio, logo acelerado (verificar o sentido da se o elevador possuir uma aceleração a para cima, com módulo a, para
aceleração); podermos calcular o novo período T’ do pêndulo, devemos observá-lo de
• isolar os componentes em diagrama de corpo livre ou, caso não haja dentro do elevador. Dessa forma, devemos adicionar a ele uma aceleração
movimento relativo entre eles, e se conveniente, considerar o sistema
– a , ou seja, uma aceleração de módulo a e sentido para baixo. É como,
todo, com massa igual à soma das massas dos componentes e então, se estivéssemos “aumentando a gravidade” observada dentro do
desconsiderando forças internas; elevador. Chamamos essa “nova” gravidade de gravidade aparente. Dessa
• indicar corretamente as forças de ação e de reação (geralmente são forma, passará a atuar no corpo, para baixo, uma aceleração de módulo
forças internas ao sistema, então só aparecerão caso se isolem os
componentes em diagrama de corpo livre); g + a, o que faz com que o novo período do pêndulo seja T = 2π l .
• verificar com muita atenção o sentido da força de atrito, quando houver; g+a
• escolher sabiamente os eixos coordenados. Um eixo deverá estar sempre Vimos então que, a partir do Princípio da Equivalência, podemos nos
no sentido da aceleração, enquantro o outro eixo deve ser perpendicular valer das leis de Newton em um referencial não inercial. Então, a segunda
ao eixo que contiver a aceleração. Quando isto puder ser feito, o segundo lei de Newton passará a ser válida quando nos valermos dele. Ora, se
eixo estará tratando de equilíbrio, logo aplicar-se-á a 1a Lei. cada elemento do sistema contido no referencial não inercial receber
a
aceleração – a quando o referencial se move com aceleração a , e se a
4. Leis de Newton em um segunda lei de Newton é válida, sabemos que para essa nova aceleração
adicionada ao sistema haverá associada a ela uma “força extra”. Essa
referencial não inercial “força extra” será denominada força inercial. Essa extensão da segunda
Antes de iniciarmos nossos estudos sobre o referencial não inercial, lei de Newton para referenciais não inerciais a partir das forças inerciais
vamos relembrar algumas características do referencial inercial. é chamada de princípio de D’Alembert. Matematicamente, o princípio de
D’Alembert se resume à seguinte equação:
A segunda lei de Newton nos diz que Fres = ma, ou seja, a força
resultante que atua em um corpo produz uma aceleração nesse mesmo
corpo. Vê-se que a primeira lei de Newton diz que, se Fres = 0, o corpo tende ∑ F − ma1 = ma2
a manter-se em seu estado atual. Parece, então, que a primeira lei é um
caso particular da segunda, quando tomamos a = 0. Porém, a primeira em que a 1 é a aceleração do referencial não inercial que contém o sistema
lei enuncia algo muito maior: introduz o conceito de referencial inercial, ou analisado em relação a um referencial inercial, a 2 é a aceleração do
seja, um referencial que satisfaz à lei da inércia. Dessa forma, um referencial componente do sistema analisado em relação ao referencial não inercial
inercial nunca pode ser acelerado e, consequentemente, nunca pode ter considerando-o agora como inercial (que é o nosso objetivo desde o início
aceleração relativa a outro referencial inercial. Assim, se um móvel tem desta seção), e • F é a força resultante que já atuava no sistema antes
uma aceleração a em relação a um certo referencial inercial, ele deve da troca de referencial. Os problemas resolvidos 5, 6 e 7 exemplificam
apresentar a mesma aceleração a em relação a um outro referencial inercial, bem o método aqui discutido e mostram suas vantagens.
IME-ITA 169
Física I – Assunto 5
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Na figura, os blocos A e B têm massas mA = 6,0 kg e mB = 2,0 kg e, Para acharmos a força interna, inevitavelmente, teremos que isolar um
estando apenas encostados entre si, repousam sobre o plano horizontal dos blocos. Isolando o bloco B e voltando de novo à equação (ii), temos:
perfeitamente liso.
A partir de um dado instante, exerce-se sobre A uma FA,B = 2 · 2 → FA,B = 4 N
força horizontal F , de intensidade igual a 16 N. Desprezando a resistência
do ar, calcule: Essa estratégia da 2a solução pode parecer simples agora, já que só
temos dois blocos no sistema, mas, para sistemas com um número
F relativamente grande de componentes, essa estratégia pode ser bem útil.
A
B
02 (Mack-SP) Um bloco A, de massa 6 kg, está preso a outro bloco
a. o módulo da aceleração do conjunto; B, de massa 4 kg, por meio de uma mola ideal de constante elástica
b. a intensidade das forças que A e B trocam entre si na região de 800 N/m. Os blocos estão apoiados sobre uma superfície horizontal e
contato. se movimentam sob a ação da força horizontal F , de intensidade 60 N.
Sendo o coeficiente de atrito cinético entre as superfícies em contato
Solução: igual a 0,4 e a aceleração da gravidade igual a 10 m/s², a distensão da
Esta é a situação mais simples possível que pode ocorrer nos problemas mola é, em cm, igual a:
que enfrentaremos. Mas ele exemplifica bem as duas formas de como
podemos lidar inicialmente com problemas desse tipo. F
Veja que os blocos possuem mesma aceleração, já que não existirá B A
movimento relativo entre eles. Suponha que adquiram uma aceleração
a para a direita.
(A) 3. (D) 6.
1 solução: Primeiramente, isolar os blocos.
a (B) 4. (E) 7.
(C) 5.
Bloco A: Bloco B:
N N Solução: Letra B.
Perceba que a força elástica que é exercida na mola será uma força
interna ao sistema (para a direita no bloco B e para a esquerda no bloco
FA,B A). Dessa forma, podemos usar a dica do “blocão” para resolver o
F FB,A B sistema. Veja que, em cada um dos blocos, haverá uma força de atrito
A
para a esquerda. Logo, para o “blocão”, essas duas forças se resumem a
uma só. A normal do “blocão” será igual a seu peso, igual a P = 10 · 10
= 100 N. Dessa forma, aplicando a segunda lei de Newton na horizontal:
P
P F – Fat = M · a → 60 – 0,4 · 100 = 10 · a → 10a = 20 → a = 2 m/s2
Vamos escrever agora as leis de Newton para os blocos. Isolando, agora, o bloco B, temos uma força elástica (Fel) atuando
Bloco A: nele para a direita, enquanto temos a força de atrito (FatB) atuando para
– Horizontal (2a lei de Newton): F – FB,A = 6a → 16 – FB,A = 6a (I) a esquerda. Dessa forma, aplicando a segunda lei para o bloco B na
– Vertical (1a lei de Newton): N = P horizontal, e lembrando que a NB = PB = 40 N, temos:
2a solução:
m
Como já foi dito, pode ser muito útil pensar no sistema como um
todo antes de isolar os seus componentes, caso estes não possuam
movimento relativo entre si, que é o caso dessa questão.
Logo, podemos considerar o sistema como um “blocão” de massa 8
kg, no qual só esta atuando uma força normal, uma força peso e a força
externa F. Na direção horizontal, teremos: 2m
F = m · a → 16 = 8a → a = 2 m/s2.
(A) 0 e 0. (D) 0 e 3g.
Ou seja, achamos a aceleração de maneira muito mais rápida que na (B) 0 e g. (E) 3g e 0.
outra solução. (C) g e 0.
170 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
Solução: Letra E. Dessa forma, obrigaremos a força F a ser mínima e máxima. No primeiro
Antes do corte, é possível determinar a tração que é exercida no fio caso, acharemos a aceleração mínima que deve ser comunicada ao
superior. Como as forças elásticas que atuam na mola são forças internas sistema. No segundo, acharemos a máxima aceleração que pode ser
ao sistema, podemos considerar o “blocão” formado pelas duas bolas comunicada ao sistema. Assim, obteremos o intervalo desejado.
e pela mola. Vê-se que as forças externas presentes são a tração T e o Sejam N1, N2 e N3 as forças de contatos entre os cilindros B e C, A e B e A e
peso do sistema, igual a 3 mg. C, respectivamente. Os diagramas de corpo livre estão expostos na figura
Isolando a bola superior, vemos que atuam sobre ela três forças: a tração a seguir (os pesos dos cilindros inferiores e as normais da superfície
T = 3 mg, seu peso Pm = mg para baixo e a força elástica Fel para baixo foram desconsiderados, pois não serão relevantes nos nosso cálculos).
(já que a mola está distendida). Como a bola está em equilíbrio, vale a
primeira lei de Newton: A
a
T = Pm + Fel → 3 mg = mg + Fel → Fel = 2 mg. m·g
N2 N3
Isolando a bola inferior, temos a força elástica Fel = 2mg (já calculada)
para cima (pelo mesmo fato de a mola estar distendida) e o seu peso
P2 m = 2 mg para baixo. N2 N3
A única alteração que acontece no sistema ao fio ser cortado é o fato
de o fio não estar mais esticado. Sabemos que só há tração em fios F N1 N1
ideias caso o fio esteja minimamente esticado. Dessa forma, a tração
se anula quando o fio é cortado. B a C a
Então, a bola de cima fica sujeita apenas à força peso Pm e à força
elástica Fel, que resultam em uma força para baixo igual a 3mg. Logo, Obrigando a força F a ser mínima:
pela segunda lei de Newton: Para que a força F seja mínima, a força N1 deverá tender a 0, já que, se
F não for suficientemente grande, o cilindro A tenderá a ocupar o espaço
F = m · am → 3 mg = m · am → am = 3 g entre os cilindros B e C, fazendo com que estes percam o contato entre
si. Dessa forma, a condição que obriga F a ser mínima é N1 = 0.
A bola de baixo continua sujeita apenas à ação da força elástica Fel para
cima e seu peso P2 m para baixo. Logo, como essas forças se anulam, Isolando o cilindro C, temos:
a aceleração nessa bola será nula → a2m = 0. – Horizontal (2a lei de Newton): Fmín = m · amín = N3 · cos60° (I)
IME-ITA 171
Física I – Assunto 5
05 Um elevador apresenta aceleração a = 2 m/s² para baixo, em um Vê-se que os blocos têm, em módulo, a mesma aceleração a’. Porém,
local onde a aceleração da gravidade é igual a 10 m/s². Os blocos A e julgamos que B desce e A sobe, já que B é mais pesado. Isolando os
B da figura têm massas respectivamente iguais a 1 kg e 2 kg, e estão blocos, temos:
ligados conforme mostra a figura. Qual a tração no fio e a aceleração Bloco A:
observada no referencial do elevador? ma · a’= T – ma · g’ → T – 8 = 1 · a’ (I)
Bloco B:
mb · a’ = mb · g’ – T → 16 – T = 2 · a’ (II)
a
8 32
Resolvendo o sistema, encontramos a’ = m/s² e T = N.
B 3 3
06 Um bloco desliza com atrito desprezível ao longo da face hipotenusa
de uma cunha mantida fixa sobre o plano horizontal. Assim que o bloco
se imobiliza ao atingir a lingueta de retenção L, comunica à cunha uma
A aceleração horizontal a que faz com que o bloco suba ao longo da mesma
face e atinja o topo no mesmo intervalo de tempo que ele levou para
descer. Demonstre que a = 2g tg α .
Solução:
Como o problema nos pede a aceleração observada no referencial do
elevador, é natural mudarmos do referencial Terra para o referencial
elevador. Dessa forma, de acordo com o Princípio da Equivalência, os
corpos dentro do elevador devem ser submetidos a uma aceleração de
intensidade igual à do referencial não inercial, só que com sentido inverso,
e, de acordo com o princípio de D’Alembert, essas acelerações estão
associadas a forças de inércia. Porém, resumindo esse pensamento,
podemos dizer que essa aceleração invertida que é adicionada quando Solução:
se muda de referencial pode ser adicionada à aceleração da gravidade, (A) Durante a descida (referencial na Terra, inercial):
criando uma nova aceleração da gravidade g’ = g – a = 10 – 2 = 8 m/
s². Logo, o peso dos corpos será diferente nesse referencial, quando
comparados aos seus pesos no referencial da Terra. As figuras a seguir
exemplificam bem o que foi escrito.
campos
gravitacionais
g a a
Pela 2a lei no eixo ao longo do plano inclinado
P sen α = madescida ∴ g sen α = adescida
campos
gravitacionais
resultantes
g’
T T
Aplicação da segunda lei no eixo ao longo do plano inclinado:
FI cos α – P sen α = masubida ∴ma cos α – mg sen α = m . asubida
1
a’ x = asubida ts2 (II) (distância percorrida ao longo do plano, segundo as
A B a’ 2
fórmulas.
mA · g’ mB · g’ Como o tempo de subida e o de descida são iguais, de (I) e (II)
adescida = asubida ∴g · sen α = a · cos α – g · sen α ∴ a = 2g · tgα
172 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
07 (Irodov) Na figura, o bloco tem massa m, a cunha tem massa M DE + EF = L. Como AD = x · cosα e DE = BC = L – x, temos que EF
e o ângulo do plano inclinado da rampa é α. O fio é ideal e o atrito é = L – AD – DE = x(1 – cosα). Como CE e EF são as componentes do
desprezível. Determine a aceleração a adquirida pela cunha, sabendo deslocamento do bloco, temos que, quando a cunha se desloca AB = x
que a aceleração da gravidade é g. para a direita, o bloco se desloca CE = x · senα perpendicularmente ao
plano inclinado e EF = x(1 – cosα) ao longo do plano inclinado, como
mostra a figura abaixo.
x
m
a a
na
M
se
a
x·
a)
s
co
–
(1
1a solução: Referencial inercial (Terra)
x·
Para resolvermos essa questão utilizando o referencial inercial (Terra),
a
temos que primeiramente, como nos passos escritos na seção 3 deste
capítulo, verificar se os componentes do sistema possuem movimento
relativo entre si ou não, ou seja, se possuem a mesma aceleração em Logo, se a é a aceleração da cunha para a direita (segunda derivada do
relação à Terra ou não. Veja que, quando a cunha se move para a direita, o deslocamento AB = x), temos que a · senα é a aceleração do bloco
bloco cai ao longo do plano inclinado contido nela. Dessa forma, percebe-se perpendicularmente ao plano inclinado e a(1 – cosα) é a aceleração do
claramente que os componentes possuem movimento relativo entre si, bloco ao longo do plano inclinado, respectivas segundas derivadas de
não possuindo, então, mesma aceleração em relação à Terra. Logo, seus deslocamentos.
devemos desvendar o vínculo geométrico que atrela o deslocamento
da cunha ao deslocamento do bloco. Dessa forma, podemos agora aplicar normalmente as leis de Newton,
isolando os blocos.
– Desvendando o vínculo geométrico:
Suponha que a cunha deslize, com relação à sua polia, do ponto B até Diagramas de corpo livre:
o ponto A, percorrendo um comprimento x, e que o trecho delimitado – 2a lei de Newton para a cunha na direção horizontal: Ma = N · senα
pelos pontos A e C do fio tenha comprimento L, como mostra a figura. + T – Tcosα
– 2a lei de Newton para o bloco na direção perpendicular ao plano: ma
B A
· senα = mg · cosα – N
– 2a lei de Newton para o bloco na direção ao longo do plano: ma(1
– cosα) = mg · senα – T
C
mg ⋅ sen α
Resolvendo o sistema, temos que a = .
M + 2 m(1 − cos α)
2a solução: Referencial não inercial (cunha)
A solução no referencial inercial necessita que nós analisemos o vínculo
a geométrico constituído pelo bloco e pela cunha, o que, muitas vezes,
pode tornar a resolução da questão difícil. Dessa forma, pensaremos no
referencial não inercial da cunha, para ter que evitar analisar o vínculo
geométrico presente no problema, analisando um vínculo geométrico
x muito mais simples. Vamos deixar a cunha imóvel, fazendo que o bloco
B A desça ao longo do plano inclinado e a parede “se aproxime” da cunha,
a conforme indica a figura abaixo. Vê-se que a parede terá uma aceleração
C a para a esquerda, já que se mudou o referencial, e, como o fio não
D estica, o bloco deve descer o plano inclinado com a mesma aceleração
a com que a parede está se movendo (vínculo geométrico muito mais
E simples que o anterior).
F
a
a
IME-ITA 173
Física I – Assunto 5
m·a
a a T
a a
m·g T
ção l
c e lera gencia
a t a n M·a
eixo
a
a
N
a
a. o módulo da aceleração dos blocos;
NI b. a intensidade da força tensora estabelecida no fio;
M·g
c. a intensidade da força tensora estabelecida no cabo que sustenta a polia.
– 2a lei de Newton no eixo tangencial para o bloco: ma · cosα + mg
04 Os blocos A e B da figura seguinte têm massas respectivamente iguais
· senα – T = ma
a 2,0 kg e 3,0 kg e estão sendo acelerados horizontalmente sob ação de
– 1a lei de Newton no eixo perpendicular para o bloco (bloco em →
uma força F de intensidade 50 N, paralela ao plano de movimento.
repouso nesse eixo): ma · senα + N = mg · cosα
Sabendo que o coeficiente de atrito de escorregamento entre os blocos e
– 1a lei de Newton para a cunha na direção horizontal (cunha em
o plano de apoio vale µ = 0,60 e g = 10 m/s2, calcule:
repouso): T + N · senα = T · cosα + Ma
mg ⋅ sen α
Resolvendo o sistema, temos que a = .
M + 2 m(1 − cos α)
Vê-se, então, a vantagem da aplicação da mudança de referencial e
do princípio de D’Alembert em certas questões.
a. a aceleração dos corpos;
EXERCÍCIOS NÍVEL 1 b. a força que o bloco B exerce sobre o corpo A.
01 Na situação do esquema seguinte, não há atrito entre os blocos e 05 O corpo A, de 5,0 kg de massa, está apoiado em um plano horizontal,
o plano horizontal, a resistência do ar é desprezível e as massas de A e preso a uma corda que passa por uma roldana de massa e atrito
de B valem, respectivamente, 2,0 kg e 8,0 kg. Sabe-se que o fio leve e desprezíveis e que sustenta em sua extremidade o corpo B, de 3,0 kg de
inextensível que une A com B suporta, sem romper-se, uma tensão máxima massa. Nessas condições, o sistema apresenta movimento uniforme.
de 32 N. Calcule a maior intensidade admissível à força, horizontal, para Adotando g = 10 m/s2, determine:
que o fio não se rompa.
174 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
→
A força F , cuja intensidade é de 10 N, forma com a direção horizontal um
ângulo θ constante, tal que senθ = 0,60 e cosθ = 0,80. Desprezando a
resistência do ar, aponte a alternativa que traz o valor correto da aceleração
do bloco:
a. o módulo da aceleração do sistema;
b. a indicação do dinamômetro (graduado em newtons). (A) 7,0 m/s2. (D) 2,5 m/s2.
(B) 5,5 m/s2. (E) 1,0 m/s2.
08 Dois blocos (1) e (2) de pesos respectivamente iguais a 30 kgf e (C) 4,0 m/s2.
10 kgf estão em equilíbrio, conforme mostra a figura abaixo:
11 Os blocos A e B representados na figura possuem massas de 3,0 kg
e 2,0 kg, respectivamente. A superfície horizontal onde eles se
→
deslocam
→
apresenta um coeficiente de atrito cinético igual a 0,30; F 1 e F 2 são
horizontais que atuam nos blocos.
g Determine:
Quais as indicações nos dinamômetros D1 e D2, graduados em kgf? a. o módulo da aceleração do sistema;
b. a intensidade da força de contato entre A e B.
IME-ITA 175
Física I – Assunto 5
12 Sobre o plano horizontal da figura apoiam-se os blocos A e B, 16 Na situação esquematizada na figura, o fio e a polia são ideais;
interligados por um fio inextensível e de massa desprezível. O coeficiente despreza-se o efeito do ar e adota-se g = 10 m/s2.
de atrito estático entre os blocos e o plano vale →0,60 e o cinético, 0,50. Sabendo que os blocos A e B têm massas respectivamente iguais a 6,0
Adota-se g = 10 m/s2. Sabendo-se que a força F é horizontal e que sua kg e 4,0 kg e que o coeficiente de atrito cinético entre B e o plano de apoio
intensidade vale 50 N, calcule: vale 0,50, determine:
a. Determine o módulo da aceleração do sistema. I. o vetor que melhor representa a força exercida pelo bloco sobre o
b. Calcule o coeficiente do atrito estático entre os blocos A e B. plano de apoio é:
q
(A) 40 N.
Sabendo que no local g = 10 m/s2, calcule o coeficiente de atrito cinético (B) 30 N.
entre o bloco e o plano de apoio. (C) 15 N.
(D) 27 N.
(E) 33 N.
176 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
19 A figura representa três blocos de massas M1 = 1,00 kg, M2 = 2,50 kg 23 No esquema a seguir, fios e polia são ideais. Desprezam-se todos os
e M3 = 0,50 kg, respectivamente. Entre os blocos e o piso que os apoia atritos, bem como a resistência do ar. Sendo g o módulo da aceleração
existe atrito, cujos coeficientes cinético e estático são respectivamente, da gravidade, 2 m, 2 m e m as massas dos blocos A, B e C, nesta ordem.
0,10 e 0,15; a aceleração da gravidade vale 10 m/s2. (Dado: θ = 30°.)
→
Se ao bloco 1 for aplicada uma força F , horizontal, de 10,0 N, qual será a
intensidade da força que o bloco 2 exercerá no bloco 3? Calcule:
20 Na figura o bloco pesa 20 kgf e o coeficiente de atrito estático entre a. o módulo da aceleração de cada bloco;
ele e a parede vertical em que está apoiado vale 0,50. b. a intensidade das forças que tracionam os fios 1 e 2;
c. a intensidade da força paralela ao plano horizontal de apoio a ser
aplicada no bloco A, de modo que o sistema permaneça em repouso.
a. Esquematize todas as forças que agem no bloco. (A) Se somente I e II forem corretas.
b. Calcule as intensidades das forças com as quais o bloco comprime (B) Se somente I e III forem corretas.
o cutelo e o plano de apoio. (C) Se somente II e III forem corretas.
(D) Se somente II for correta.
22 Na situação descrita na figura abaixo, um cofre de peso igual a 5,0 . 103 N (E) Se somente III for correta.
sobe aceleradamente o plano inclinado puxado por um cabo leve e inextensível
acoplado ao eixo de um motor. O plano inclinado é perfeitamente polido, a 25 No arranjo experimental da figura, a caixa A é acelerada para baixo com
resistência do ar é desprezível e a polia é ideal. Sabendo que o cofre sobe 2,0 m/s2. As polias e o fio têm massas desprezíveis e adota-se g = 10 m/
com aceleração de 1m/s2, calcule a intensidade da força que o motor s2. Supondo que a massa da caixa B seja de 80 kg e ignorando a influência
transmite a ele através do cabo. (Adote g = 10 m/s2.) do ar no sistema, determine:
IME-ITA 177
Física I – Assunto 5
1− senα
(A) .
cosα
1− cosα a. a intensidade da força com que o homem puxa a corda;
(B) .
senα a. a intensidade da força de contato trocada entre o homem e a
(C) tg α. plataforma.
(D) cot g α.
30 Em um elevador há uma balança graduada em newtons. Um homem
(E) 1 .
senα de 60 kg de massa, em pé sobre a balança, lê 720 N quando o elevador
sobe em movimento acelerado e 456 N quando desce em movimento
→ acelerado, com a mesma aceleração da subida, em módulo. Determine:
27 Na figura, o sistema está sujeito à ação da resultante externa F , paralela
ao plano horizontal sobre o qual o carrinho está apoiado. Todos os atritos a. quais os módulos da aceleração da gravidade e do elevador;
são irrelevantes e as inércias do fio e da polia são desprezíveis. As massas b. quanto registrará a balança se o elevador subir ou descer com
dos corpos A, B e C valem, respectivamente, 2,0 kg, 1,0 kg e 5,0 kg e, no velocidade constante.
local, o módulo da aceleração da gravidade é 10 m/s2. Supondo-se →
que
A esteja apenas encostado em C, determine a intensidade de F , de modo 31 Em um andar equidistante dos extremos de um edifício, uma pessoa de
que A e B não se movimentem em relação ao carrinho C. massa m = 100 kg toma um elevador, que passa a se mover verticalmente
para cima. O gráfico mostra como varia a velocidade escalar do elevador
em função do tempo. Sabe-se que o peso aparente da pessoa na etapa
AO do gráfico vale 1.100 N e que no local g = 10 m/s2.
Determine:
C
28 Na figura abaixo mostra-se um plano horizontal, em que o trecho
AB é perfeitamente liso e o trecho BC é áspero. Um bloco de →
2,0 kg de
massa parte do repouso no ponto A, acelerado
→
pela força F constante, a. a altura do edifício, se no instante t = 20 s o elevador parou na
de intensidade 8,0 N e paralela ao plano; F atua no bloco até o ponto B, extremidade superior do mesmo;
onde é suprimida. A partir daí o bloco é desacelerado pela força de atrito, b. a intensidade do peso aparente da pessoa no trecho BC do gráfico.
parando no ponto C. Desprezando a resistência do ar:
32 A figura representa, vista de cima, uma mesa horizontal onde um corpo
desliza sem atrito. O trecho AB é percorrido em 10 s, com velocidade
constante de→
3,0 m/s. Ao atingir o ponto B aplica-se ao corpo uma força
horizontal F , de módulo e direção constantes, perpendicular a AB, que
produz uma aceleração de 0,40 m/s2. Decorridos outros 10 s, o corpo
encontra-se no ponto C, quando então a força cessa. O corpo move-se
por mais 10 s até o ponto D.
a. calcule o módulo da velocidade do bloco no ponto B e a intensidade
da força de atrito nele atuante no trecho BC;
b. trace o gráfico da velocidade escalar do bloco em função do tempo,
adotando como origem dos tempos o instante de partida em A.
178 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
33 (ITA-78) Três corpos A, B e C, com massas respectivamente iguais a 36 A figura esquematiza dois blocos A e B de massas respectivamente
4,0 kg, 6,0 kg e 8,0 kg, acham-se apoiados sobre uma superfície horizontal, iguais a 6,0 kg e 3,0 kg em movimento sobre solo plano e horizontal. O
sem atrito. Estes corpos acham-se ligados por intermédio de molas de bloco B está simplesmente apoiado em uma reentrância existente no bloco
massas desprezíveis, e são abandonados a partir da posição indicada A, não havendo atrito entre B e A. →
na figura, quando as tensões nas molas AB e BC forem respectivamente Admitindo que a intensidade da força horizontal F que acelera o conjunto
1,00 × 10 N e 1,50 × 10 N. Pode-se afirmar que as acelerações “aAB” é 120 N e que g = 10 m/s2:
(do sistema constituído pelos corpos A e B) e “a” (do sistema constituído
pelos três corpos A, B e C) serão dadas por:
A B
60°
IME-ITA 179
Física I – Assunto 5
30°
→
F
40 Uma caixa de peso P é puxada por uma força F sobre o solo horizontal.
Se o coeficiente de atrito estático é µ e F está direcionada a um ângulo θ
abaixo da horizontal, qual o valor mínimo de F que vai mover a caixa?
(A) 35,1. (C) 54,0.
µP sec θ µP cos θ (B) 46,2. (D) 68,0.
(A) . (D) .
1− µtgθ 1− µtgθ
µPsenθ µP cos θ 45 (AFA-00) Um automóvel com o motorista e um passageiro move-se
(B) . (E) . em movimento retilíneo uniforme. Repentinamente, o motorista faz uma
1− µ cos θ 1− µ cos θ
curva para a esquerda, e o passageiro é deslocado para a direita. O fato
µPsenθ
(C) . relatado pode ser explicado pelo princípio da:
1− µ cos θ
41 (AFA-97) (A) inércia.
I. Um objeto é acelerado não somente quando sua velocidade escalar (B) ação e reação.
varia, mas também quando seu vetor velocidade muda de direção. (C) conservação da energia.
II. Para descrever completamente o movimento de um objeto basta (D) conservação do momento angular.
conhecer como varia sua velocidade escalar com o tempo.
III. Um corpo pode ter velocidade escalar nula e estar submetido a uma 46 (AFA-02) Um avião reboca dois planadores idênticos de massa m,
aceleração tangencial nula. com velocidade constante. A tensão no cabo (II) é T. De repente o avião
IV. Na expressão da 2a Lei de Newton, a massa m é chamada massa desenvolve uma aceleração a. Considerando a força de resistência do ar
gravitacional. invariável, a tensão no cabo (I) passa a ser
(A) II.
(B) I e III.
(A) 1,5. (C) 4,5. (C) II e III.
(B) 3. (D) 6 (D) I, II, e III.
180 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
48 (AFA-03) Um automóvel desloca-se em uma estrada horizontal com 52 (AFA-03-Feminino) O atletismo, na modalidade salto em altura,
velocidade constante de 30 m/s. Em um dado instante o carro é freado e, apresenta um jogo de forças atuantes imediatamente antes de o atleta
até parar,desliza sobre a estrada em uma distância de 75 m. O coeficiente perder o contato com o solo, no início do salto. Forças essas que são o
de atrito entre os pneus e a estrada vale: peso do atleta, de módulo P, a força exercida pelos pés do atleta sobre o
solo, de módulo F1, e a força exercida pelo solo sobre seus pés, de módulo
(A) 0,3. (C) 0,5. F2. Imediatamente antes do salto, pode-se afirmar que
(B) 0,4. (D) 0,6.
(A) F1 = F2 = P. (C) F1 = F2 > P.
49 (AFA-03-Feminino) Durante um intervalo de tempo de 4,0 s, atua uma (B) P = F1 < F2. (D) P = F1 > F2.
força constante sobre um corpo de massa 8,0 kg que está inicialmente
em movimento retilíneo com velocidade escalar de 9,0 m/s. Sabendo-se 53 (AFA-03-Feminino) Uma mola impulsiona uma esfera, projetando-a
que no fim desse intervalo de tempo a velocidade do corpo passa a ser horizontalmente para fora de uma mesa. Desprezando-se a resistência do
de 6,0 m/s na direção e sentido do movimento original, a força que atuou ar, o esquema que representa corretamente a(s) força(s) atuante(s) sobre
sobre ele foi de: a esfera fora do plano da mesa é:
(A) 3,0 N no sentido do movimento original.
(B) 12,0 N no sentido do movimento original.
(C) 24,0 N em sentido contrário ao movimento original.
(D) 6,0 N em sentido contrário ao movimento original.
(B) (D)
IME-ITA 181
Física I – Assunto 5
56 (AFA-04) Um bloco de massa m é arrastado, à velocidade constante, 60 (EN-98) Sejam a1 e a3 os módulos das acelerações dos blocos
sobre uma superfície horizontal por uma força aplicada a uma corda, de massa M1 e M3, respectivamente. Encontre a relação entre a1 e a3,
conforme o esquema da figura abaixo. Sendo m o coeficiente de atrito sabendo--se que M1 = M3 = M2/3 .
entre as superfícies, o módulo da força de atrito é: Despreze todos os atritos e as massas das roldanas.
→
T M1
M3
q
30°
M2 M2
A B
S
mc
C
(A) 1,5. (C) 5,5.
(B) 3,0. (D) 7,5.
(A) 0,1. (C) 0,3.
(B) 0,2. (D) 0,4.
182 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
63 (EFOMM-98) Uma balsa B carregada desliza em um determinado O par de gráficos que melhor representa, respectivamente a velocidade
trecho de um rio puxada por dois rebocadores A e C, conforme a figura (em módulo) e a distância percorrida está na opção:
abaixo. A força que atua no cabo AB que liga a balsa ao rebocador A é
de 20 kN e a resultante das duas forças aplicadas em B é dirigida ao (A) III e II. (D) II e IV.
longo do eixo da balsa. A força que atua no cabo BC que liga a balsa ao (B) I e IV. (E) I e II.
rebocador C e a intensidade da resultante das duas forças aplicadas são, (C) IV e III.
respectivamente, em kN:
66 (EFOMM-01) Em uma manobra de atracação, uma embarcação é
A auxiliada por dois rebocadores A e B. A força de tração que cada rebocador
transmite através do cabo de reboque para o navio, é, respectivamente,
Ta = 8 kN e Tb = 10 kN. O mar está tranquilo, o motor da embarcação
não está atuando, não há vento nem correntes. A resultante dessas forças
B que atuam sobre o navio é de:
30°
45°
B
kN
C
10
T =
B
(A) 20 3 e 15( 2 + 1). 60°
(B) 15 2 e 15( 3 + 1). Embarcação A
TA = 8 kN
(C) 10 2 e 10( 2 + 1).
(D) 10 3 e 15( 2 + 1).
(A) 19,87 kN. (D) 14,32 kN.
(E) 25 3 e 20( 2 + 1).
(B) 16,34 kN. (E) 11,38 kN.
(C) 15,62 kN.
64 (EFOMM-98) Um homem que sabe que seu peso é de 75 Kgf, é
encerrado em um elevador de um edifício. O elevador não tem janelas e
67 (EFOMM-04) Aplica-se em um corpo em repouso, apoiado em um
seu funcionamento é perfeitamente silencioso. Ele sobe em uma balança
plano horizontal, uma força F paralela ao plano; o corpo continua em
de molas que se encontra dentro do elevador e nota que ela, durante certo
repouso. A respeito da força de atrito entre o corpo e a superfície do plano,
período, acusa 85 Kgf. Desta observação o viajante do elevador pode
podemos afirmar que ela é:
concluir que o elevador neste período:
F
(A) Está subindo e o valor de sua velocidade está diminuindo. corpo
(B) Está subindo e o valor de sua velocidade é constante. plano
(C) Está subindo e o valor de sua velocidade está crescendo.
(D) Está descendo e o valor de sua velocidade é constante (A) maior do que F.
(E) Pode estar subindo e neste caso o valor de sua velocidade está (B) menor do que F.
aumentando ou pode estar descendo e neste caso o valor de sua (C) igual a zero.
velocidade está diminuindo. (D) a metade de F.
(E) igual a F.
65 (EFOMM-00) Considere o movimento de uma esfera abandonada no
instante t = 0 em um plano inclinado. Analise, a seguir, a sequência de 68 (EFOMM-06) Aplica-se força de 200 N a um corpo de massa 25
gráficos, abaixo do diagrama: kg, em plano horizontal com atrito; verifica-se, em laboratório, que sua
Diagrama velocidade aumenta de 18 km/h para 27 km/h em 0,4 s. O coeficiente de
atrito dinâmico entre o corpo e a superfície do plano horizontal é:
IME-ITA 183
Física I – Assunto 5
70 (EFOMM-08) Analise as afirmativas abaixo. 74 (ITA-1972) Três forças de direções constantes são aplicadas em um
ponto material de massa m = 2,0 kg, formando os ângulos da figura
I. A segunda lei de Newton estabelece que a força resultante aplicada (A), todos iguais entre si. Essas forças variam linearmente com o tempo
pode ser avaliada pela respectiva variação da quantidade de na forma indicada no gráfico (B). (Os sentidos indicados em (A) são
movimento, no tempo. considerados como os sentidos positivos das forças). No instante t = 4s
II. A força que desloca um nadador em uma piscina é um exemplo típico o módulo da resultante vale:
de aplicação da terceira lei de Newton.
III A força de atrito permanece com valor fixo, independentemente da → →
F3
F3 (N) →
força aplicada ao corpo, enquanto não houver deslocamento. F3
→
IV. O que permite a um automóvel realizar uma curva é o fato de a F1 →
resultante centrípeta ser a própria força de atrito. 2 F3
F = Fresultante
A B
F1 F2
→
F m1F ( m1 + m2 )
(A) + m1g. (D) F.
m1 + m2 m2
m1F m2 F
(B) − m1g. (E) F.
(A) F = F1 + F2 = 2 F1. (D) F = F1 = F2. m1 + m2 m1 + m2
(B) F = F1 + F2 = 3 F2. (E) F = F1 = 2 F2. m1F
(C) .
(C) F = F2 = 2 F1. m1 + m2
184 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
0
t1 t2 t
F2
Neste caso:
(C) µg (R – r).
30º 45º
µg( R + r )
A
(D) .
r
B
µgR
(E) .
(R − r)
IME-ITA 185
Física I – Assunto 5
186 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
09 Um anel homogêneo de raio R é posto a girar em torno do seu centro (A) F = mg.
até adquirir uma velocidade angular ω. Em seguida, o anel em rotação na (B) F = (M + m)g.
posição horizontal é abandonado sobre a superfície de uma mesa, com a (C) F tem que ser infinitamente grande.
qual apresenta um coeficiente de atrito cinético igual a μ. Quanto tempo (D) F = (M + m)g.tgα.
o anel levará até parar completamente? A gravidade no local é g. (E) F = M.g.senα.
(A) 1.
(B) 2.
(C) 2/2.
(D) 3/2. 14 (ITA-1989) A figura representa um sistema mecânico com as seguintes
(E) 3. características: r é uma roldana de massa desprezível que pode girar
sem atrito; B é um balde de massa m e P é um peso de massa M tal que
11 Sobre um prisma triangular se coloca uma corda flexível e homogênea m = 0,8M; B e P são ligados por uma corda apoiada em r mas que não
de modo que seu ponto médio fique sobre a aresta superior do prisma. escorrega sobre a roldana; R é um reservatório que contém água e uma
Este se apoia em um plano horizontal perfeitamente liso. Sendo a < b, torneira T que é acionada quando o balde toca nela; o balde por sua vez
determine a aceleração horizontal que deve ser comunicada ao prisma possui uma válvula que se abre em contato com o solo permitindo a
para que a corda permaneça imóvel em relação ao prisma durante seu saída de toda a água; o balde cheio tem massa mc=1,2 M. A amplitude
movimento. A gravidade local vale g. do movimento é h = 4 m. Sabendo-se que as operações de enchimento
e de esvaziamento do balde demoram um tempo de 5 s cada, e que o
movimento só se processa com o balde cheio ou vazio, calcule o período
completo desse movimento periódico.
a b
IME-ITA 187
Física I – Assunto 5
188 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
(1) (2)
a. Determine o valor de t0;
b. Determine o valor do coeficiente de atrito entre o plano e o bloco (sem
rodas), em função de α. vácuo
I II III
(A) h (C) h
2
2
1
1
0 t1 t 0 t1 t
(B) h (D) h
Aquela(s) que exigirá(ão) menor esforço do mecânico é (são) somente: 2
2
(A) I. (C) I e III. 1 1
(B) II. (D) II e III.
IME-ITA 189
Física I – Assunto 5
(A) 30. (C) 38. 34 (ITA-1978) Considera-se um bloco de massa “m” sobre outro, de
(B) 35. (D) 40. massa “M” (ver figura abaixo). Inicialmente “m” desliza sobre “M” sem
→
atrito, com uma velocidade v0. A partir do ponto “p” o coeficiente de atrito
31 (EN-09) Um pequeno bloco de massa m está, devido ao atrito, em entre as duas superfícies em contato é não nulo (m ≠ 0). Se o bloco
repouso sobre uma superfície cilíndrica em uma posição que faz um ângulo “M” puder deslizar sobre o plano horizontal sem qualquer atrito, pode-se
θ com a vertical, conforme indica a figura. Os coeficientes de atrito estático afirmar que a distância “x” percorrida por “m” sobre “M”, contada a partir
e cinético são, respecivamente, me e mc. Considerando o bloco como uma do ponto “p”, será dada por:
partícula, quanto vale a força de atrito entre o bloco e a superfície?
m=0 → m≠0
v0 x
memgsenθ.
(A) mgsenθ. (D) m
mcmgcosθ.
(B) mgcosθ. (E)
M P
(C) memg.
q sem atrito
1
(A) x = Mv 02 {μ (m + M)2 g}. (D) x = 0 (distância nula).
2
1
(B) x = Mv 02 {μ (m + M) g}. (E) Nenhum dos valores acima.
32 (EN-11) Na figura abaixo, temos o bloco B de massa igual a 4 kg e um 2
recipiente (massa desprezível) cheio de areia, interligados por um fio ideal 1
(C) x = Mv 02 {μ (m + M) g}.
que passa por uma polia também ideal. Os coeficientes de atrito estático e 2
cinético entre o bloco B e a reta de maior declive do plano inclinado valem,
respectivamente, 0,05 3 e 0,04 3. O recipiente possui um pequeno
orifício no fundo, por onde a areia pode sair. No instante t = 0, a massa 35 (ITA-1980) Um vagão desloca-se horizontalmente, em linha reta, com
da areia no recipiente é de 1,7 kg. A partir do instante t = 0, com a areia uma aceleração a constante. Um pêndulo simples está suspenso do teto
saindo do orifício, o módulo da maior aceleração, em m/s², adquirida pelo do vagão. O pêndulo não está oscilando e nessa posição de equilíbrio
bloco B é: forma um ângulo θ com a vertical. Calcule a tensão F no fio do pêndulo.
(Dado g = 10 m/s²)
(A) F = mg cosθ.
(B) F = ma senθ.
(C) F = m a 2 + g2 .
(D) F = m(gcos θ – asenθ).
B
(E) F = m(gsenθ + acosθ).
Areia
36 (ITA-1981) A figura (a) representa um plano inclinado cujo ângulo de
30° inclinação sobre o horizonte é sobre ele pode deslizar, sem atrito, um corpo
de massa M. O contrapeso tem massa m, uma das estremidades do fio
está fixa ao solo. Na figura (b) o plano inclinado foi suspenso, de modo a
(A) 4,2. (D) 5,5. se poder ligar as massas m e M por meio do outro fio. Desprezando os
(B) 4,4. (E) 5,8. atritos nos suportes dos fios, desprezando a massa dos fios e sendo dada
(C) 5,0. a aceleração da gravidade g, podemos afirmar que:
190 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
2
m3 m1 + m2 + m3
fig. a (A) h.
M m2 + m3 m1 − m2 − m3
m
m32 (m1 + m2 + m3 )
(B) h.
a (m1 − m2 − m3 )3
m32
(C) h.
(m1 + m2 + m3 )(m1 − m2 − m3 )
m3
(D) h.
A fig. b
M m1
m m32 h
(E) h.
(m1 + m2 + m3 )2
B
a m2
39 (ITA-1986) Na figura a seguir, as duas massas m1 ≅ 1,0 kg e m2 ≅
2,0 kg, estão ligadas por um fio de massa desprezível que passa por uma
(A) No caso (a) a posição de equilíbrio estático do sistema ocorre se e polia também de massa desprezível, e raio R.
somente se M senα= m. Inicialmente, m2 é colocada em movimento ascendente, gastando 0,20
(B) Tanto no caso (a) como no caso (b) o equilíbrio se estabelece quando segundos para percorrer a distância d ≅ 1,0 m indicada.
e somente quando M = m. Nessas condições m 2 passará novamente pelo ponto “0” após,
(C) No caso (b) o corpo m é tracionado em A por uma força TA= (m + aproximadamente:
Msenα) g. Obs.: adotar para g ≅ 10,0 ms–2
(D) No caso (b) a aceleração do corpo M é g (M senα – m)/(M + m) no
sentido descendente.
R
(E) No caso (a) não há nenhuma posição possível de equilíbrio estático.
IME-ITA 191
Física I – Assunto 5
41 (ITA-1994) Duas massas, m e M estão unidas uma à outra por meio EXERCÍCIOS NÍVEL 3
de uma mola de constante k. Dependendurando-as de modo que M fique
no extremo inferior ao comprimento da mola é l1. Invertendo as posições 01 Deseja-se suspender uma pedra de massa m desde o solo até uma
das massas o comprimento da mola passa a ser l2. O comprimento l0 da altura H. Para isso, amarra-se a pedra a uma corda de massa desprezível
mola quando não submetido à força é: e puxa-se verticalmente pela extremidade livre. Sabendo-se que a corda
suporta uma tração máxima T, determine o tempo mínimo que será gasto
(A) l0 = (ml1 – ml2) / (m – M).
para suspender essa pedra, de forma que ela deve atingir a altura final H
(B) l0 = (Ml1 – ml2) / (m – M).
em repouso. Considere g a aceleração da gravidade
(C) l0 = (Ml1 + ml2) / (m + M).
(D) l0 = (Ml1 + ml2) / (m + M).
02 Considere uma plataforma móvel de massa M e um bloco de massa m
(E) l0 = (Ml1 + ml2) / (m – M).
apoiado sobre a plataforma. Despreze o atrito entre a plataforma e o plano
horizontal. O coeficiente de atrito entre o bloco e a plataforma vale m. Suponha
42 (IME-1977) Na figura abaixo, o coeficiente de atrito entre o peso P e
que o coeficiente de atrito estático seja igual ao cinético. Em vez de se aplicar
a cunha é m1 entre a cunha e o bloco inferior é m2 Desprezando o peso da
uma força horizontal sobre o bloco, a força horizontal F é aplicada sobre a
cunha e, considerando que não há atrito na parede vertical F, determinar a
plataforma. Seja L a distância entre o centro de massa do corpo e a extremidade
expressão da força F necessária para levantar o peso P, forçando a cunha
esquerda da plataforma. A força F é orientada para a direita.
para a direita.
a. Obtenha uma expressão para a força máxima que pode ser aplicada
P para que o bloco não deslize sobre a plataforma;
F b. Supondo que a plataforma esteja submetida a uma força F maior do
que Fmax calculada no item anterior, determine quanto tempo o bloco
q leva para cair da extremidade da plataforma.
M
a
M b
m2 m2
placa
192 Vol. 2
Dinâmica em movimentos retilíneos
06 De um mesmo ponto O, grãos de areia deslizam por canais distintos que 10 Um sistema formado por dois blocos A e B, de massas, respectivamente,
fazem ângulos α distintos com a vertical, com α ∈ [–π/2, π/2]. Encontre m e 2m, um fio ideal e uma polia ideal, foi montado sobre um plano que tem
o lugar geométrico dos pontos em que se encontram os grãos de areia inclinação θ em relação a um plano horizontal. Sabendo-se que todo o sistema
após decorrido um tempo t, se o coeficiente de atrito entre os grãos e as move-se para trás com aceleração a, determine, em função de a, g e θ:
canaletas é k.
08 Duas partículas de massa m estão ligadas por um fio leve de 11 Determine as acelerações dos pesos no sistema desenhado. As
comprimento 2L, conforme a figura. Aplica-se uma força contínua F no massas das roldanas, da corda e os atritos podem ser desprezados. Em
ponto médio da corda (x = 0), perpendicularmente à posição inicial da que direção giram as roldanas, quando os pesos se movem?
corda. Determine a aceleração de m em uma direção perpendicular à força
aplicada, em função da distância x de uma das partículas à linha de ação
da força aplicada.
IME-ITA 193
Dinâmica em movimentos curvilíneos A ssunto
6
Física I
Introdução Dessa forma, acabamos de descobrir que, para que a velocidade mude de
direção, deve passar a atuar sobre o móvel um vetor aceleração que não
A partir deste ponto, faremos uma reflexão mais profunda sobre a tenha a mesma direção do vetor velocidade inicial. E como, pela segunda
força resultante que pode atuar sobre um móvel. Sem deixar de lado as lei de Newton, a toda aceleração está associada uma força, deve passar a
leis de Newton, que também regirão nosso estudo, além dos conceitos atuar no móvel uma força resultante que não tenha a direção da velocidade,
de referencial inercial e não inercial, descobriremos que, dependendo da e é sobre essa força que passaremos a discutir na próxima seção.
relação entre os vetores força resultante e velocidade que atuam em um
móvel, sua trajetória pode ser curvílinea em vez de apenas retílinea, como
vimos antes. Naturalmente, sabemos que existem trajetórias curvilíneas, já
2. Componentes da força
que estão presentes o tempo todo em nosso cotidiano, mas vamos agora, resultante
de uma vez por todas, entender a sua dinâmica.
A figura a seguir mostra um móvel executando um movimento curvilíneo
em duas dimensões e a força resultante que atua nele naquele instante.
1. Dinâmica retilínea ×
dinâmica curvilínea
Estudamos, no último assunto, a dinâmica presente em movimentos
retilíneos, ou seja, a presença de forças atuando como fatores de alteração
dos movimentos. Descobrimos também que, pela 2a lei de Newton, a toda
força está associada uma aceleração, vetores com mesma direção e sentido.
Então, vamos pensar em um bloco de 1 kg em movimento retilíneo Esssa força resultante, em um movimento bidimensional, sempre pode
uniforme. Como o movimento é retilíneo, a velocidade tem sempre uma ser decomposta em dois eixos: o eixo tangencial (tangente à trajetória, ou
certa direção. Suponha que seja aplicada uma força de 1 N, no mesmo seja, na direção da velocidade do corpo) e o eixo normal (perpendicular
sentido da velocidade do corpo. Sabemos que, pela 2a lei de Newton, surgirá ao eixo tangencial). Chamaremos de força tangencial a componente da
uma aceleração de 1 m/s2 no corpo, no mesmo sentido da força, que no força no eixo tangencial e de força centrípeta a componente da força na
caso é o mesmo sentido da velocidade. O resultado disso é que o corpo direção normal, como mostra a figura abaixo.
terá apenas a intensidade (ou o módulo) da sua velocidade aumentada com
o tempo, mas sua direção permanece inalterada. Mas nós sabemos que
carros podem fazer curva, por exemplo. Como pode isso acontecer, então?
Um dos conceitos básicos de cinemática é que a velocidade
instantânea de um móvel é sempre tangente à trajetória que o corpo
está realizando. Logo, para que o móvel possa mudar de direção, a sua
velocidade deve mudar de direção. Então, como faremos isso acontecer?
Como para quaisquer dois vetores distintos, a mudança de direção da
velocidade de “v” para “∆v” entre um instante “t” e um instante “t + ∆t” produz
o vetor “diferença de velocidades”, dado por “∆v”, como mostra a figura: A força tangencial é toda força que estudamos até aqui. Ela está
associada à aceleração tangencial ( at), que altera a intensidade da
t velocidade do móvel, e que estudamos em Cinemática Escalar. A novidade
1 agora é a força centrípeta. Então, se a força tangencial está relacionada à
v v mudança da intensidade da velocidade, a força centrípeta é a força atrelada
2 t +∆t à mudança da direção da velocidade do corpo, proporcionando a trajetória
v +∆
194 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos
movimento curvilíneo. A figura a seguir mostra o movél indo de um ponto Ainda podemos escrever a aceleração centrípeta em função da
A até um ponto B da circunferência, com deslocamento angular igual a θ. velocidade angular do móvel. Como v = w · R , onde ω é a velocidade
angular, substituindo na fórmula da aceleração teremos:
A
R ( ωR)² ω²R²
acp = m =m → acp = mω²R
q vA R R
C
R
B 4. Classificação dos movimentos
curvilíneos
v Dependendo da presença ou não da aceleração tangencial, os
B
Sabemos que ∆v = vB − v A e v A = vB = v . Com isso, podemos movimentos curvilíneos podem ser classificados da seguinte maneira:
formar o seguinte triângulo:
UNIFORME RETARDADO ACELERADO
vB q vA
Dv
IME-ITA 195
Física I – Assunto 6
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Na figura seguinte, um carrinho de 1,0 kg de massa descreve Dessa forma, temos que a resultante centrípeta é dada por:
movimento circular e uniforme ao longo de um trilho envergado em Fcp = NA + P (I)
forma de circunferência de 2,0 m de raio: Como o carrinho está em movimento circular uniforme (MCU),
A velocidade escalar do carrinho vale 8,0 m/s, sua trajetória pertence a sua velocidade no ponto A é a descrita no enunciado, v = 8 m/s.
→
um plano vertical e adota-se |g | = 10 m/s2. Supondo que os pontos Temos também que, como o movimento é um MCU, o raio de
A e B sejam, respectivamente, o mais alto e mais baixo, determine a rotação é constante ao longo da trajetória, igual a 2 m. Logo, temos:
intensidade da força que o trilho exerce no carrinho: 1⋅ 8 2
Fcp = = 32N.
2
Como o peso do carrinho é igual a P = 1 · 10 = 10N, temos que,
de (I), NA + 10 = 32→ NA = 22N
a. no ponto A.
b. no ponto B.
Solução:
a. No ponto A, as forças que atuam no carrinho são a normal que o
eixo normal
trilho faz sobre ele (NA) e o peso do carrinho (P). Ambas essas forças
têm direção vertical e sentido para baixo no ponto A. Como o centro
de rotação é o ponto O, veja que essas duas forças já estão sobre NB
o eixo normal à trajetória no ponto A. O diagrama de corpo livre do
móvel está representado na figura a seguir. eixo tangencial
eixo tangencial
P
NA
Dessa forma, a resultante centrípeta é dada por:
P Fcp = NB – P (II)
Como o carrinho está em MCU, sua velocidade no ponto B é também
eixo normal
v = 8 m/s. Temos que o raio também é igual a 2 m, já que ainda é
1⋅ 8 2
um MCU. Logo, temos: Fcp = = 32N.
2
Como P = 1 · 10 = 10N, temos que, de (II), 32 = NB – 10 →
NB = 42N
196 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos
02 O pêndulo da figura oscila em condições ideais, invertendo seu 03 (IME-96) Uma mesa giratória tem velocidade angular constante
movimento sucessivamente nos pontos A e C: w, em torno do eixo y. Sobre essa mesa encontram-se dois blocos,
A esfera tem massa de 1,0 kg e o comprimento do fio leve e inextensível de massa m e M, ligados por uma corda inelástica que passa por uma
vale 2,0 m. Sabendo que, no ponto B (mais →
baixo da trajetória), a esfera roldana fixa à mesa, conforme a figura abaixo. Considerando que não
tem velocidade de módulo 2,0 m/s e que |g | = 10 m/s2, determine: existe atrito entre a mesa e o bloco M, determine o coeficiente de atrito
mínimo entre os dois blocos para que haja movimento relativo entre
eles. Considere d a distância dos blocos ao eixo de rotação. Despreze
as massas da roldana e da corda.
w
m
M
1a solução:
a. a intensidade da força resultante que age na esfera, quando ela passa No referencial não inercial da mesa giratória:
pelo ponto B; Nesse referencial, os blocos não se movimentam um em relação ao
b. a intensidade da força que traciona o fio, quando a esfera passa pelo outro, nem em relação ao referencial.
ponto B. É fácil ver que o centro de rotação está contido no eixo y da figura, já
que ele é dotado de uma velocidade angular ω constante. Como esse
Solução: movimento de rotação é munido apenas de aceleração centrípeta,
a. Vamos identificar primeiro o centro de rotação da trajetória no ponto podemos nos munir dos princípios da Equivalência e de D’Alembert
B. Veja que, pelo fato de o fio estar sempre esticado, já que sempre há para mudança de referencial.
tração, o centro de rotação é sempre o mesmo, e é o ponto em que o O eixo normal é, então, o eixo que acompanha a distância ‘d’ marcada
fio está preso no teto (O). Logo, o raio de rotação é constante e igual na figura. Porém, dessa vez, não usaremos o eixo tangencial (que é o
ao comprimento do fio, 2 m. O diagrama de corpo livre da esfera está que “entra” no papel, já que o movimento tem essa direção), pois não
representado na figura a seguir. há forças atuando nessa direção. Usaremos um eixo perpendicular ao
normal que seja perpendicular à mesa, para que contenha a normal entre
o bloco M e a mesa e a normal entre os blocos.
0 Quando colocamos o referencial na mesa, devemos anular a aceleração
eixo normal centrípeta que o sistema já tinha (para a esquerda no eixo normal) e
T adicionar uma nova aceleração, a centrífuga, para a direita no eixo normal,
com a mesma intensidade da centrípeta (ω²d), o que faz aparecerem as
forças de inércia (centrífugas) nos blocos.
v = 2 m/s Dessa forma, temos os seguintes diagramas de corpo livre:
eixo tangencial B
N2
T
P m · w2d
m
Fat m·g
Agora veja que, no ponto B, a tração que atua no corpo é
vertical, já que o fio está na vertical, apontando para cima. Existe N2
Fat M · w2d
também o peso, vertical, mas apontando para baixo. Dessa forma,
só existem forças sobre o eixo normal, o que significa que só M
existe resultante centrípeta atuando na esfera no ponto B. Logo, a T
força resultante que age na esfera é dada por: N1
M·g
1⋅ 22
FR = Fcp = → FR = 2N
2 Como a força centrífuga na caixa M é maior, já que M > m, a caixa M
tende a escorregar para a direita no eixo normal, o que faz com que,
b. Sabemos, pelo item ‘a’, que a resultante centrípeta que atua na
devido ao vínculo geométrico proporcionado pelo fio, a caixa m tenda a
esfera no ponto B tem intensidade de 2 N. Sabemos também que ela
se deslocar para a esquerda no mesmo eixo. Dessa forma, deve aparecer
é a resultante da soma vetorial entre a tração no fio e o peso da esfera
um atrito para a direita no bloco m provocado pelo bloco M a fim de
naquele ponto e que deve ter sentido ‘para cima’, já que o centro de
impedir essa tendência de movimento. Pela 3a lei de Newton, surge um
rotação está acima do ponto B. Então, a tração deve ter intensidade
atrito de mesma intensidade, porém sentido contrário, no bloco M. N2 é
maior que o peso. Dessa forma:
a normal trocada pelos blocos, e N1 é a normal que a superfície exerce
Fcp = T – P → 2 = T – 1 · 10 → T = 12 N
no bloco M.
IME-ITA 197
Física I – Assunto 6
Resolvendo, então, o sistema formado pelas cinco equações, temos: Para o bloco m:
(M − m) ⋅ ω2d – eixo normal, 2a lei de Newton: m · w2d = T – Fat
µ= – eixo perpendicular, 1a lei de Newton, já que não há aceleração nesse
2⋅m ⋅g
eixo: N2 = m · g
2a solução: Temos a mesma condição de iminência de escorregamento da solução
No referencial inercial da Terra: anterior: Fat = m · N2 = m · mg
Nesse referencial, os blocos não se movimentam relativamente entre Veja que as equações escritas aqui são equivalentes às da solução
si, mas se movimentam em relação ao referencial da Terra. Os eixos anterior. Dessa forma, resolvendo o sistema, temos:
são os mesmo descritos anteriormente. Isolando os blocos, temos os
(M − m) ⋅ ω2d
diagramas de corpo livre representados na figura abaixo: µ=
2⋅m ⋅g
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Considere uma partícula de massa M descrevendo movimento circular 03 A partícula indicada na figura descreve uma trajetória circular de raio R
e uniforme com velocidade de intensidade V. Se o período do movimento e centro O. Ao→
passar
→
pelo ponto v, verifica-se que sobre ela agem apenas
é igual a T, a intensidade da força resultante na partícula é: duas forças F 1 e F 2 .
MV ≠MV
(A) . (D) .
T T
2MV 2≠ V
(B) . (E) .
T T
2≠ M V
(C) .
T
02 Um ponto material de 4,0 kg de massa realiza movimento circular
e uniforme ao longo de uma trajetória vertical→de 7,5 m de raio. Sua
velocidade angular é w = 1,0 rad/s e no local, |g→| = 10 m/s2. No ponto →
Sendo m a massa da partícula e v a sua velocidade vetorial em A, é correto
A indicado na figura, além da força da gravidade, P , age no ponto material
→ → que:
somente uma outra força: F . Caracterize F , calculando sua intensidade e
indicando graficamente sua orientação. m v2
(A) F1 = .
R
m v2
(B) F2 = .
R
m v2
(C) F1 + F2 = .
R
m v2
(D) F1 + F2 cos θ = .
R
m v2
(E) F1 + F2 cos θ + F’ = , em que F’ é a força centrífuga.
R
198 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos
→
04 Uma partícula de 3,0 kg de massa parte do repouso no instante Assinale a opção que melhor representa a força resultante (F ) na esfera
t0 = 0, adquirindo movimento circular uniformemente acelerado. Sua pendurar, quando esta ocupa a posição P:
aceleração escalar é de 4,0 m/s e o raio da circunferência suporte do
movimento vale 3,0 m. Para o instante t1 = 1,0 s, calcule a intensidade (A) (D)
da força resultante que age sobre a partícula.
(C)
(C)
08 O pêndulo da figura oscila em condições ideais, tendo como posições 10 Considere um satélite artificial em órbita circular em torno da Terra.
de inversão do sentido do seu movimento os pontos P e R: Seja M a sua massa e R o raio de curvatura de sua trajetória. Se a força
de atração gravitacional exercida pela Terra sobre ele tem intensidade F,
então pode-se afirmar que seu período de revolução vale:
2
M R . (D) 4≠ M R
(A) .
F F
MR
(B) 2π . (E) Não há dados para o cálculo.
F
(C) 2π M R F .
IME-ITA 199
Física I – Assunto 6
11 Na situação esquematizada na figura, a mesa é plana, horizontal e Um avião executa um movimento circular e uniforme, conforme a figura,
perfeitamente polida. A mola tem massa desprezível, constante elástica em um plano horizontal, com velocidade escalar de 40 m/s e com fator
igual a 2,0 · 102 N/m e comprimento natural (sem deformação) de 80 cm. de carga igual a 5/3.
Se a esfera (massa de 2,0 kg) descreve movimento circular e uniforme,
qual o módulo da sua velocidade tangencial?
a. a relação vA/vB das velocidades lineares de A e de B em relação ao eixo. (A) ω = M g/L sen θ. (D)
ω = M g/Lcosθ .
b. a relação µA/µB, dos coeficientes de atrito estático entre os blocos
A e B e o disco. (B) ω = ω = 2π/ L/g.
M g/tg θ . (E)
13 (C) ω = g/Lcosθ .
200 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos
17 Um carro de dimensões desprezíveis percorre uma curva circular de (A) ambos desenvolverão mesma velocidade angular.
raio R em movimento uniforme, sem receber a ação de forças de atrito (B) ambos estarão submetidos à mesma força centrípeta.
exercidas pelo asfalto. A curva é sobrelevada de um ângulo θ, conforme (C) em um mesmo intervalo de tempo o corpo A dará maior número de
indica o perfil abaixo: voltas que o B.
(D) o corpo A desenvolve menor aceleração centrípeta que o B.
(A) A (C) A
C C
Adotando para a aceleração da gravidade o valor g e desprezando a
resistência do ar, calcule o módulo da velocidade do carro.
(A) 0,1.
(B) 0,3.
(C) 0,5.
(D) 0,6.
(Dado: g = 10 m/s2.) P
IME-ITA 201
Física I – Assunto 6
Dados:
= 0,75 m
fio 1 fio 2 g = 9,81 m/s2
2v12 + v 22 v12 − v 22 θ0 = 900
(A) . (C) .
v 22 v 22
02 Um ventilador de teto, com eixo
v12 + v 22 v 22
(B) . (D) . vertical, é constituído por três pás iguais e rígidas, encaixadas em um rotor
v 22 v12 de raio R = 0,10 m, formando ângulos de 120° entre si. Cada pá tem
massa M = 0,20 kg e comprimento L = 0,50 m. No centro de uma das
28 (AFA-08) Em uma apresentção da Esquadrilha da Fumaça, uma das pás foi fixado um prego P, com massa mP = 0,020 kg, que desequilibra
acrobacias é o “loop”, representado pela trajetória circular da figura. Ao o ventilador, principalmente quando este se movimenta. Suponha, então,
passar pelo ponto mais baixo da trajetória, a força que o assento do avião o ventilador girando com uma velocidade de 60 rotações por minuto e
exerce sobre o piloto é: determine:
202 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos
03 (AFA-01) Um veículo faz uma curva de raio R, sem derrapar, apesar Estão corretas as afirmações:
de não haver atrito. Nesse caso, o ângulo de inclinação da pista é tal que
sua tangente é igual a 1/2. Isso posto, podemos afirmar que a força: (A) 1 e 2 apenas.
(B) 2 e 3 apenas.
(A) normal é metade do peso do veículo. (C) 1 e 3 apenas.
(B) centrípeta máxima é metade da força normal. (D) 1, 2 e 3.
(C) centrípeta máxima é metade do peso do veículo.
(D) normal é metade da soma do peso e da centrípeta. 06 (AFA-07) Durante um show de patinação, o patinador, representado
na figura abaixo, descreve uma evolução circular, com velocidade escalar
04 (AFA-02) A figura representa uma curva plana de um circuito de fórmula 1. constante, de raio igual a 10,8 m. Considerando desprezíveis quaisquer
resistências, a velocidade do patinador, ao fazer a referida evolução,
é igual a:
(A) 12 m/s.
(B) 7 m/s.
Se, durante uma corrida, um piloto necessitar fazer tal curva com
(C) 8 m/s.
velocidade elevada, evitando o risco de derrapar, deverá optar pela trajetória
(D) 9 m/s.
representada em qual alternativa?
07 (ITA-73) Um garoto dispõe de um elástico em cuja extremidade ele
(A) (C) prende uma pedra de 10 gramas: Dando um raio R = 1,00 m (comprimento
de repouso), ele faz a pedra girar em um círculo horizontal sobre sua cabeça
com uma velocidade angular ω = 2,0 rad/s. Considerando-se agora que o
novo raio do círculo, R’, é constante, e que a constante elástica do elástico
é k = 2,0 × 10–10, qual a diferença entre R’ e R?
IME-ITA 203
Física I – Assunto 6
em torno do diâmetro vertical EE’, que passa entre as esferas, até atingir (C) z’
uma velocidade angular constante ω. Sendo R o raio do aro, m a massa
m a’
de cada esfera e desprezando-se os atritos, pode-se afirmar que: z
0’ v
w y’
E
0 y
R x’
0 x
(D) z’
m m m a’
z
E’ 0’
y’
(A) as esferas permanecem na parte inferior do aro porque essa é a a
0 y
posição de mínima energia potencial.
(B) as esferas permanecem a distâncias r e de EE’ tal que, se 2θ for o x’
ângulo central cujo vértice é o centro do aro e cujos lados passam x
pelo centro das esferas, na posição de equilíbrio estável, então, tan (E) Nenhum deles poderá escrever a expressão F = ma
ω2r , estando as esferas abaixo do diâmetro horizontal do aro.
θ=
g 10 (ITA-89) Uma pedra de massa m presa a um barbante de comprimento
(C) as esferas permanecem a distâncias r e de EE’ tal que, se 2θ for o L é mantida em rotação em um plano vertical. Qual deve ser a menor
ângulo central cujo vértice é o centro do aro e cujos lados passam velocidade tangencial da pedra no topo da trajetória (vm) para que o barbante
pelo centro das esferas, na posição de equilíbrio estável, então, tan ainda se mantenha esticado? Qual será a tensão (T) no barbante quando
ω2r , estando as esferas acima do diâmetro horizontal do aro. a pedra estiver no ponto mais baixo da trajetória?
θ=
g
(D) as alternativas (B) e (C) anteriores estão corretas. Vm T
(E) a posição de maior estabilidade ocorre quando as esferas estão nos (A) gL 6 mg
extremos de um mesmo diâmetro.
(B) gL mg
09. (ITA-89) As figuras representam sistemas de eixos, um dos quais (0, (C) gL 2
2 mg
x, y, z) é inercial e outro (0, x’, y’, z’) está em movimento relativamente ao (D) 2 gL 2 mg
primeiro v, a e w, respectivamente: velocidade, aceleração e velocidade
angular, todas constantes. Observadores ligados aos referenciais (0, x’, y’, z’) (E) gL 0
observam, nos seus referenciais, uma partícula de massa m dotada de
aceleração a. Qual dos observadores poderá escrever a expressão F = m a,
11 (ITA-97) Uma massa puntual se move, sob a influência da gravidade
onde F é a força que atua na partícula de massa m, medida no referencial e sem atrito, com velocidade angular em um circulo a uma altura h ≠ 0
inercial (0, x, y, z)? na superfície interna de um cone que forma um ângulo α com seu eixo
central, como mostrado na figura. A altura h da massa em relação ao
(A) z’ m a’ vértice do cone é:
z
g
a (A) .
0’ ω2
y’
g 1
(B) 2 .
0 y ω senα
x’ g cot α
(C) 2 .
x ω senα a h
(B) m a’
g
(D) 2 cotg2a.
ω
z z’
y’ (E) Inexistente, pois a única posição de equilíbrio é h =
0’ 0.
wt’
y
12 (IME-94) Uma pequena esfera está suspensa por um fio ideal que está
wt preso ao teto de um vagão. O trem faz uma curva plana horizontal de raio
x r, com velocidade v constante. Determine o ângulo que o fio forma com a
x’
direção vertical.
204 Vol. 2
Dinâmica em movimentos curvilíneos
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
IME-ITA 205
Física I – Assunto 6
08 Existe uma ponte de forma parabólica sobre um rio com d = 100 m do avião tangencia a linha do horizonte, como mostra a figura A. O piloto
de largura. O ponto mais alto da ponte está 5 metros acima da base dela. anuncia que, devido a um problema técnico, o avião fará uma curva de 180º
Um carro de massa 1.000 kg está atravessando a ponte a uma velocidade para retornar ao ponto de partida. Durante a curva, o avião se inclina para
constante de 20 m/s. Calcule a força feita na ponte pelo carro quando ele a esquerda, de um ângulo θ = 30º, sem que haja alterações no módulo de
está no ponto mais alto da ponte. sua velocidade e na sua altura. O passageiro, olhando sempre na direção
perpendicular à da velocidade do avião, observa que a ponta da asa esquerda
permanece durante toda a curva apontando para um pequeno rochedo que
aflora do mar, como representado na figura B. O passageiro também nota
que a superfície do suco permaneceu paralela à bandeja, e que o avião
percorreu a trajetória semicircular de raio R (a ser determinado), em 90 s.
Percebe, então, que com suas observações, e alguns conhecimentos de
Física que adquiriu no ensino médio, pode estimar a altura e a velocidade
09 Um corpo suspenso em repouso de um ponto fixo por uma mola de do avião.
comprimento natural Lo gera um novo comprimento da mola igual a L1.
Se esse corpo for movido em uma trajetória circular horizontal (como um
pêndulo cônico), sendo que o fio forma um ângulo θ com a vertical, qual
o período de revolução?
206 Vol. 2
Termodinâmica A ssunto
5
Física II
nto
1. 2a_ Lei da Termodinâmica me Haste
Pistão Cilindro
vi
Roda
Mo
(1a_ forma)
A 2a Lei da Termodinâmica pode ser enunciada de várias formas; uma Caldeira
Refrigeradores
2. Máquinas térmicas Um refrigerador é uma máquina que, operando entre duas fontes, uma
quente e uma fria, retira calor da fonte fria e o entrega à fonte quente. É
Estudemos as máquinas térmicas tendo em mente as leis da
claro que esse processo não é espontâneo; logo, para efetuá-lo, a máquina
Termodinâmica. Para isso, façamos um esquema geral:
térmica precisa receber trabalho. Observe o esquema geral:
Compressor
(a)
Compressor
(b)
IME-ITA 207
Física II – Assunto 5
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
208 Vol. 2
Termodinâmica
nRTq nRT
03 Imagine uma máquina de Carnot que opera entre as temperaturas PBVBγ =PCVCγ → VBγ = f VCγ → TqVBγ −1 =Tf VCγ −1
TA = 800 K e TB = 300 K. A máquina realiza 2200J de trabalho em VB VC
cada ciclo, o qual leva 0,25 s.
• Entre D e A, no gráfico P × V anterior, é válida a expressão de
a. Qual a eficiência dessa máquina? transformação adiabática:
b. Qual é a potência média dessa máquina?
c. Quanta energia QA é extraída sob a forma de calor do reservatório nRTq nRT
de altatemperatura em cada ciclo? PAVAγ =PDVDγ → VAγ = f VDγ → TqVAγ −1 =Tf VDγ −1
VA VD
Solução:
Tf 300 Dividindo as equações anteriores, temos:
a. η = 1 − = 1− = 0, 625 = 62, 5%
Tq 800
τ 2200 VA VD
b. P = = = 8800W =
∆t 0, 25 VB VC (equação 2)
Qq Tq 800 3 Combinando as equações (1) e (2):
c. =− =− → Qf = − Qq
Qf Tf 300 8
Qq TQ
3 = −
τ = Qq + Qf → 2200 = Qq − Qq → Qq = 3520 J Qf TF
8
04 Um inventor alega ter construído uma máquina que possui uma
eficiência de 75% quando operada entre as temperaturas dos pontos
4. Processos reversíveis
de ebulição e congelamento da água. Isso é possível? e irreversíveis
Denomina-se processo reversível aquele em que o sistema passa
Solução: por estágios (‘caminho’) de equilíbrio intermediário. O processo pode ser
Atenção: Não esqueça que a unidade de temperatura deve sempre revertido, passando pelos mesmos estágios de equilíbrio, retornando às
ser Kelvin! condições iniciais sem a interferência externa.
T 273
O rendimento máximo é dado por η = 1 − f = 1 − = 26, 8% Do ponto de vista dos gases ideais, em outras palavras, podemos
Tq 373
dizer que os processos reversíveis são aqueles em que é possível traçar
Logo, não é possível. o gráfico (P x V ou P x T ou V x T).
Na verdade, na natureza, todos os processos são irreversíveis! Os
processos reversíveis são uma simplificação teórica (modelos teóricos).
Exemplo de um processo reversível (aproximadamente)
IME-ITA 209
Física II – Assunto 5
5. Introdução à Entropia Q1 Q2
=
A primeira lei da termodinâmica diz respeito à conservação da energia T1 T2
em um processo. Porém, ela não diz nada a respeito da possibilidade de
esse processo ocorrer naturalmente (espontaneamente). Ao incluirmos um sinal negativo do calor cedido, temos:
Por exemplo, embora a energia se conserve em um modelo imaginário
em que uma poça-d’água se congele formando um cubo de gelo à Q1 Q2
+ = 0
temperatura ambiente, isso não ocorre espontaneamente. O ambiente não T1 T2
retirará energia da poça para que a água se congele nesse modelo. Da
mesma forma, sabemos que é impossível um processo espontâneo em
que parte da energia cinética das moléculas do chão sejam transferidas No ciclo acima, temos, então:
para uma pedra sobre ele, de modo que a pedra atinja uma altura e que
a nova energia potencial gravitacional da pedra, em sua altura limite, seja Q
∑ =
0
igual à energia cinética por ela recebida – embora tal processo seja, pelos T
olhos da 1a Lei, possível.
A segunda lei da termodinâmica é uma resposta para a previsão de Como são infinitos ciclos diferenciais e estamos somando uma área
espontaneidade de um processo. Associada a essa lei, define-se uma fechada:
grandeza termodinâmica útil chamada “entropia”. Na verdade, a todas
dQ
as leis da termodinâmica associam-se “grandezas úteis”. À lei zero foi
associada a grandeza “temperatura”, e à primeira, a grandeza “energia”.
∫ T
=0
Antes de definirmos entropia e reenunciarmos a 2a Lei do ponto de Uma variável de estado é aquela que possui integral de linha nula em
vista dessa nova variável, algumas definições mais primitivas fazem-se um percurso fechado simplesmente conexo. A variável de estado dQ/T
necessárias: foi chamada de “entropia” e é usualmente denotada pela letra S. Logo:
210 Vol. 2
Termodinâmica
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Note ainda que, pelo fato de a variação de entropia entre dois estados
não depender do caminho do processo, podemos calcular a variação de
01 Um bloco de gelo com massa de 240 g derrete reversivelmente. entropia em um processo irreversível como se esta fosse uma variação
A temperatura permaneceu 0°C durante todo o processo. reversível com os mesmos estados inicial e final.
(Dado: Lfusão = 327,6 J/g.) Para processos irreversíveis, a entropia sempre aumenta e sua
propriedade central é conhecida como postulado da entropia que pode
a. Qual a variação de entropia do gelo? ser enunciado como:
Como a temperatura permanece constante nesse processo, a “Se um processo irreversível ocorrer em um sistema fechado, a
variável T na fórmula da variação de entropia pode “sair” da integral, entropia S dos sistemas sempre aumenta, ela nunca diminui”.
de modo que, em geral, para processos isotérmicos:
B B
Como a entropia não depende do processo (‘caminho’), se
dQ 1 Q conhecemos os estados inicial e final de um processo irreversível podemos
∆=
S ∫A T= T ∫A dQ= T calcular a variação de entropia procurando um processo reversível que
passe pelos mesmos estados.
No caso descrito:
Q mL 240 x 327,6 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
∆S = = = = 288 J / K
T T 273
b. Qual a variação de entropia do meio externo? 01 Um gás ideal está contido no recipiente A. No recipiente B é mantido
Como o processo é reversível, a variação de entropia do meio vácuo. As paredes dos recipientes são isolantes. Calcule a variação de
corresponde ao negativo da variação de entropia do gelo, de modo entropia do gás quando a válvula é aberta e o gás passa rapidamente
que a soma das duas se anulem. Logo: ∆Smeio = – 288 J / K. a ocupar os dois recipientes.
7. Entropia em processos
irreversíveis
A probabilidade de se retirar um ás de ouro em um baralho normal é Como se trata de uma expansão livre (sem resistência), apesar de
igual à de se retirar um dois de paus (1/52). haver variação de volume, o gás não realiza trabalho.
Porém, se atribuirmos o valor de 10 pontos ao ás de ouro e 0 ponto
às demais cartas em um jogo, a probabilidade de se sacar uma carta
=τ ∫=
p . dV 0
de 10 pontos (ás de ouro) é de apenas 1/52, enquanto que a de se
O processo é adiabático, pois as paredes dos recipientes são
sacar uma carta de 0 ponto (todas as demais) é de 51/52. Em física
isolantes.
probabilística, chamamos de “macroestado” um conjunto de eventos de
iguais probabilidades chamados de “microestados”. No caso, o ás de ouro Q=0
possui um saque de 1 microestado em um macroestado de probabilidades
equipartido em 52 pedaços. As cartas de 0 pontos constituem em 51 Pela primeira Lei Termodinâmica:
microestados. ΔU = Q – τ = 0 → Tfinal = Tinicial
Podemos interpretar a entropia como a medida do grau de desordem
de um sistema. Ela é proporcional à probabilidade de um evento (no de Apesar de não conhecermos as etapas deste processo, sabemos
microestados). É por isso que o calor passa do corpo mais quente para o muito bem o seu estado final e inicial.
mais frio, pois o modelo de energia equipartida (ou seja, distribuída entre
corpos e não concentrada em um único) possui um número maior de Estado Inicial:
microestados. É o Princípio da Equipartição de Energia. • Pressão: P1
Há uma fórmula (que não demonstraremos devido ao nível pretendido • Volume: VA
nesta apostila) que relaciona a entropia de um processo com o evento • Temperatura: T1
estudado. Ei-la:
Estado Final:
S = k . ln w • Pressão: P2
em que: • Volume: VA + VB
Temperatura: T1
k: constante de Boltzmann
w: probabilidade de o evento ocorrer. O processo isotérmico a-b representado na figura acima será o
escolhido para calcular a variação de entropia:
Como o número de microestados nos leva a uma medida de desordem VA + VB
do universo, conclui-se que todo sistema natural evolui para um estado de nRT ln
dQ 1 1 τ VA V +V
∆S= ∫ =
T∫
maior desordem. Por isso, a 2a Lei da Termodinâmica pode ser reenunciada dQ= ∫ d τ= = = nR ln A B
em uma outra forma também muito conhecida e útil, que veremos no T T T T VA
próximo item.
IME-ITA 211
Física II – Assunto 5
212 Vol. 2
Termodinâmica
08 Uma máquina de Carnot reversível funciona entre uma fonte quente 11 O gráfico representa um ciclo de Carnot, para o caso de um gás ideal.
(a 600 K) e uma fonte fria a T0. Qual o máximo valor que T0 pode assumir
para que a quantidade de energia térmica devolvida pela máquina à fonte
fria não ultrapasse o valor da energia mecânica produzida?
EXERCÍCIOS NÍVEL 2
01 Uma máquina térmica recebe vapor de água aquecido, a 270°C, e 04 O gráfico adiante representa um ciclo de Carnot percorrido por um
descarrega vapor condensado, a 50°C. A eficiência é 30% e 200 kW é gás ideal. Sendo γ = cP /cV a relação dos calores específicos desse gás
a potência útil da máquina. Qual a quantidade de calor que a máquina a pressão e a volume constantes, podemos afirmar que no trecho ab do
descarrega na sua vizinhança em 1 hora? ciclo vale a seguinte relação entre a pressão p, o volume V e a temperatura
absoluta T do gás:
02 Um mol de gás ideal monoatômico é usado como substância de
trabalho de uma máquina que opera no ciclo mostrado na figura. Admita
que P = 2P0 e V = 2V0.
Pede-se:
a. o trabalho realizado por ciclo;
b. o calor absorvido por ciclo durante a fase de expansão abc;
c. a eficiência da máquina. (A) p · T(1 – 1/γ) = constante (D) p = constante · V–1
d. Qual a eficiência de uma máquina de Carnot operando entre as (B) p · Vγ = constante (E) p = constante + T · Vγ
temperaturas mais alta e mais baixa presentes no ciclo da figura? (C) p = constante · Vγ
Como isto se compara com o item C?
05 Sobre as leis da Termodinâmica, pode-se afirmar:
03 Certo gás é obrigado a percorrer o ciclo da figura, em que P representa
a pressão e V, o volume. Sabe-se que, ao percorrê-lo, o gás absorve uma (A) A primeira lei expressa a conservação da energia.
quantidade de calor Q1. Qual a eficiência η (razão do trabalho fornecido (B) A primeira lei garante que não há fluxo de calor entre dois corpos à
para a energia absorvida do ciclo, em função de P1, P2, V3, V2, V1 e Q1? mesma temperatura.
(C) A segunda lei implica que o calor não pode fluir espontaneamente de
um corpo frio para um corpo quente.
(D) A segunda lei implica que é impossível a conversão total de qualquer
quantidade de calor em energia mecânica, em qualquer máquina cíclica.
(E) A segunda lei implica que dois gases, uma vez misturados, têm grande
probabilidade de voltar a separar-se espontaneamente.
IME-ITA 213
Física II – Assunto 5
06 Quando certa máquina de vapor desenvolve uma potência útil de 7 kW, 14 Uma máquina térmica reversível opera entre dois reservatórios
recolhem-se 5 Kcal por segundo no seu condensador, que está a 25°C. térmicos e temperaturas 100°C e 127°C, respectivamente, gerando gases
aquecidos para acionar uma turbina. A eficiência dessa máquina é mais
(A) Calcule o rendimento da máquina. bem representada por:
(B) Sabendo que esse rendimento é igual a 9/10 do rendimento térmico
máximo, qual é a temperatura da caldeira? Dê a resposta em graus (A) 68%.
Celsius e adote 1 cal = 4,2 J. (B) 6,8%.
(C) 0,68%.
07 Uma geladeira retira, por segundo, 1.000 kcal do congelador, enviando (D) 21%.
para o ambiente 1.200 kcal. Considere 1 kcal = 4,2 kJ. Qual a potência (E) 2,1%.
do compressor da geladeira?
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
08 Calor pode ser removido da água a 0,0°C e pressão atmosférica sem
que a água congele, se o processo for feito com o mínimo possível de 01 Duas máquinas térmicas – M1 reversível e M2 não reversível – retiram
perturbação sobre a água. Suponha que uma gota-d’água é resfriada energia na forma de calor de uma fonte, à temperatura T1, e entregam
desta maneira até que sua temperatura seja a do ar circundante, que é – uma parte desta energia em forma de calor, à temperatura T2. Se Q1 é a
5,0ºC. A gota subitamente se congela e transfere calor para o ar até ficar quantidade de calor retirada por M1 e Q2 a retirada por M2, e chamando
novamente a – 5,0°C. Qual é a variação de entropia por grama de água de W1 e W2 as energias mecânicas fornecidas, respectivamente, pelas
durante o congelamento e a transferência de calor? máquinas M1 e M2, tem-se necessariamente que:
09 Suponha que a mesma quantidade de calor, por exemplo, 260 J, é (A) W2 /(Q2 – W2) ≤ W1/(Q1 – W1)
transferida por condução de um reservatório a 400 K para outro a: (B) W2 /(Q2 – W2) ≤ (T1 – T2)/T1
(C) W2 > W1
a. 100 K; (D) W1 /(Q1 – W1) = (T1 – T2)/T1
b. 200 K. (E) Q1 > Q2
13 Considera-se nula a entropia da água quando na fase líquida a 0ºC e (A) o trabalho realizado pelo gás, ao percorrer o ciclo uma vez;
sob pressão atmosférica. (B) a potência desenvolvida, sabendo-se que a duração de cada ciclo é
de 0,5 s;
a. Qual a quantidade de calor que deve ser fornecida para elevar a (C) o ponto em que a energia do sistema é máxima e em que é mínima.
temperatura de 1 kg de água de 0°C a 100°C? (Dados: 1 atm = 105 N/m2; 1 L = 1 dm3 = 10–3 m3.)
b. Qual a entropia de 1 kg de água a 100°C?
c. Mistura-se 1 kg de água a 0°C com 1 kg de água a 100°C. Determine 04 A temperaturas muito baixas, o calor específico molar Cv para muitos
a temperatura de equilíbrio. sólidos é, aproximadamente, proporcional a T3, isto é, Cv = A . T3, em que
d. Calcule a entropia da mistura após o equilíbrio. A depende da substância. Para o alumínio, A= 7,53 . 10–6 cal/mol.K4. Ache
a variação de entropia de 4,00 mols de alumínio, quando sua temperatura
varia de 5,00 a 10,0 K.
214 Vol. 2
Termodinâmica
05 Com a instalação do gasoduto Brasil-Bolívia, a quota de participação do Considerando que a transformação BC é adiabática, calcule:
gás natural na geração de energia elétrica no Brasil será significativamente
ampliada. Ao se queimar 1,0 kg de gás natural obtêm-se 5,0 × 107 J de calor, a. a eficiência da máquina;
parte do qual pode ser convertida em trabalho em uma usina termoelétrica. b. a variação da entropia na transformação BC.
Considere uma usina queimando 7.200 quilogramas de gás natural por
hora, a uma temperatura de 1.227°C. O calor não aproveitado na produção 10 Um pesquisador afirma que é possível desenvolver um processo
de trabalho é cedido para um rio de vazão 5.000 l/s, cujas águas estão termodinâmico isobárico que converte em trabalho até 50% de calor
inicialmente a 27°C. A maior eficiência teórica da conversão de calor em necessário para a expansão de um gás. Admitindo que o gás seja o ar,
trabalho é dada por: n = 1 – (Tmin / Tmáx), sendo Tmin e Tmáx as temperaturas determine se este processo é termodinamicamente admissível. Considere
absolutas das fontes fria e quente, respectivamente, ambas expressas em válida a hipótese de gás ideal. Dado: γAR = 1,4.
Kelvin. Considere o calor específico da água c = 4.000 J/kg.°C.
11 Um gás ideal com γ = 5/3 sofre uma expansão isotérmica em que seu
a. Determine a potência gerada por uma usina cuja eficiência é metade volume aumenta em 50%, seguida de uma contração isobárica até o volume
da máxima teórica. inicial e de aquecimento, a volume constante, até a temperatura inicial.
b. Determine o aumento de temperatura da água do rio ao passar pela usina.
a. Calcule o rendimento desse ciclo.
06 Um recipiente cilíndrico vertical é fechado por meio de um pistão, com b. Compare o resultado com o rendimento de um ciclo de Carnot que
8,00 kg de massa e 60,0 cm2 de área, que se move sem atrito. Um gás opere entre as mesmas temperaturas extremas.
ideal, contido no cilindro, é aquecido de 30°C a 100°C, fazendo o pistão subir 12 No Ciclo de Otto do motor a gasolina, AB e CD são duas adiabáticas.
20,0 cm. Nesta posição, o pistão é fixado, enquanto o gás é resfriado até AB representa a compressão rápida (adiabática) da mistura de ar com vapor
sua temperatura inicial. Considere que o pistão e o cilindro encontram-se de gasolina, de um volume inicial Vo para Vo/r (r é a taxa de compressão);
expostos à pressão atmosférica. Sendo Q1 o calor adicionado ao gás durante BC representa o aquecimento a volume constante devido à ignição; CD é a
o processo de aquecimento e Q2 o calor retirado durante o resfriamento, expansão adiabática dos gases aquecidos, movendo o pistão; DA simboliza
assinale a opção correta que indica a diferença Q1 – Q2: a queda de pressão associada à exaustão dos gases da combustão a volume
constante. A mistura é tratada como um gás ideal de coeficiente adiabático γ.
(A) 136 J. (D) 16 J.
γ −1
(B) 120 J. (E) 0 J. TD − TA 1
(C) 100 J. a. Mostre que o rendimento do ciclo é dado por η= 1 − = 1−
r
.
TC − TB
07 Mostre que a eficiência e de uma máquina de Carnot e o coeficiente b. Calcule η para γ = 1,4 e r = 10 (compressão máxima para evitar a
de rendimento K de um refrigerador de Carnot estão relacionados por pré-ignição).
K = (1 – e)/e.
13 Uma chaleira contém 1 litro de água em ebulição. Despeja-se toda a
08 Fornece-se calor a 0,5 kg de gelo a 0°C até que toda a massa derreta. água em uma piscina, que está à temperatura de 20°C.
IME-ITA 215
Óptica geométrica I A ssunto
6
Física II
1. Conceitos gerais Obs.: Esses três princípios podem ser resumidos em um único princípio
geral, elaborado por Fermat: “A trajetória que um raio de luz faz entre dois
• Fonte de luz: é um corpo emissor ou refletor de luz. As chamadas pontos é tal que o tempo gasto para realizá-lo é mínimo (situação mais
fontes primárias geram luz, e as “fontes secundárias” refletem a luz comum), máximo ou estacionário”.
por elas recebida. Matematicamente:
• Uma fonte de luz será denominada pontual quando suas dimensões
forem desprezíveis em relação às suas distâncias aos corpos por ela dl
=0
iluminados. Caso contrário, a fonte será denominada extensa. dx
• Chama-se de meio o ambiente por onde a luz se propaga.
em que l é o comprimento total do raio e x é a distância que determina
• Meios transparentes são aqueles que permitem que a luz os atravesse
o percurso.
descrevendo trajetórias regulares (por exemplo, vidro liso).
• Meios translúcidos são aqueles que permitem que a luz os atravesse
descrevendo trajetórias irregulares (por exemplo, papel vegetal). 3. Sombra, penumbra e eclipses
• Meios opacos são aqueles que não permitem que a luz os atravesse
(por exemplo, madeira).
• Raio luminoso: indica a direção e o sentido de propagação da luz ao
partirem de uma fonte qualquer.
F Sombra Sombra
projetada
Fonte de luz Objeto
Penumbra
Penumbra
• Pincel luminoso: é um conjunto de raios luminosos. projetada
Sombra Sombra
projetada
Penumbra
216 Vol. 2
Óptica geométrica I
P
A SOL
Q
T – Região de Totalidade
Eclipse Solar Total
P
A SOL
Q Na sequência fotográfica acima, o professor Ricardo Tolentino utilizou-
se de um telescópio refrator.
TERRA LUA Região de Parcialidade
P Q EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Solução:
Deve-se primeiramente fazer a figura representando a situação:
2m
60 m 3m
IME-ITA 217
Física II – Assunto 6
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Solução:
É fundamental que se façam duas figuras representando a formação
da imagem no fundo da câmara, antes e depois do afastamento.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
X
01 Tem-se um papel cartão pintado com duas cores, conforme a
O figura abaixo.
i
2 cm x–2
Fontes Resultado
Solução
5. Reflexão e refração seletivas
A luz solar (luz branca) é policromática, ou seja, composta de várias
MONOCROMÁTICA LARANJA
cores – dentre elas, as principais: vermelho, alaranjado, amarelo, verde,
azul, anil, violeta.
Atente-se aos seguintes fatos: BICROMÁTICA VERDE + AMARELA
218 Vol. 2
Óptica geométrica I
P1
• • P3
P2 •
Exemplos:
Ponto/sistema S1 S2
P1 POR –
P2 – PIV
∞ PII POI
Vejamos em uma situação real de sistema ótico:
Notas
I. As imagens reais podem ser projetadas em anteparos, como telões
ou paredes.
II. As imagens virtuais não podem ser projetadas em anteparos.
IME-ITA 219
Física II – Assunto 6
θ1 = θ1’
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
220 Vol. 2
Óptica geométrica I
congruente à distância entre si próprio ao espelho; logo, podemos afirmar 7.4.3 Translação simultânea do objeto e do espelho
que se ele se desloca L unidades de comprimento em relação ao espelho, Usando o princípio da reflexão simétrica, é possível deduzir expressões
sua imagem também se desloca L unidades de comprimento em relação que relacionam variações de espaço, velocidade e aceleração do objeto
ao espelho com sentido oposto, e a velocidade da imagem, também em (índice o), espelho (índice e) e imagem (índice i) quando existe translação
relação ao espelho, é – v (o sinal negativo indica que o sentido dessa simultânea de objeto e espelho. Na realidade, tais expressões seriam um
velocidade é contrária à do observador, embora o módulo seja comum aos caso geral das possibilidades de translação quando se trabalha com espelhos
dois). Também a aceleração da imagem possui o mesmo módulo (e sentido planos, sendo os casos I e II acima apenas casos particulares (dependendo
contrário) que a aceleração do objeto – ambos em relação ao espelho fixo. do que esteja fixo). Observe a figura abaixo e as relações geométricas:
Observe ainda que, se tomarmos o objeto como referência, a velocidade
da imagem é – 2v; e se tomarmos a imagem como referência, a velocidade
do objeto é 2v. Da mesma forma, pode-se encontrar expressões para esses
mesmos referenciais ao estudarmos deslocamentos ou acelerações.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Solução:
Função velocidade do móvel (objeto): vo = 4 – 2t
x = 2D – 2d = 2(D – d) = 2L → x = 2L Função velocidade do espelho: ve = ve
Função velocidade da imagem: vi = 2ve – (4 – 2t) = (2ve – 4) + 2t
Portanto, uma translação de L unidades de comprimento em um
espelho, em relação ao objeto, mantendo este fixo, provoca uma translação 2ve = Velocidade inicial da imagem
de 2L unidades de comprimento na imagem. 2t = Aceleração da imagem
Se tomarmos uma variação de espaço na unidade de tempo, podemos
Assim, a função das posições da imagem será:
da mesma forma dizer que se o espelho se move com uma velocidade
Xi(t) = 100 + (2ve – 4)t + t2
constante v, em relação ao objeto fixo, a imagem se moverá com uma
Substituindo Xi(5) = 205:
velocidade 2v, na mesma direção e sentido. O mesmo podemos afirmar
205 = 100 + (2ve – 4)(5) + (5)2 → ve = 10 m/s
para variações na velocidade: se o espelho possui uma aceleração a, a
imagem possuirá aceleração 2a.
IME-ITA 221
Física II – Assunto 6
8. Espelhos esféricos
8.1 Conceitos gerais
Um espelho esférico é uma superfície polida e refletora com forma de
calota esférica, podendo ser côncava (se a parte refletora for o interior da
esfera geratriz) ou convexa (se a parte refletora for o exterior da esfera geratriz).
360°
=n − 1 (somente para α divisor de 360°)
α
222 Vol. 2
Óptica geométrica I
O foco dos espelhos côncavos é real, enquanto o foco dos espelhos II. Vértice (V): o raio incidente que passa pelo vértice é refletido
convexos é virtual. simetricamente em relação ao eixo principal.
Existem ainda focos secundários, tanto para espelhos côncavos
quanto para convexos. Os focos secundários são os pontos para onde
convergem raios paralelos entre si mas que façam no espelho incidência
oblíqua em relação ao eixo principal. Todos os infinitos focos secundários
possíveis encontram-se em uma mesma região denominada plano focal,
que é o plano que contém o foco principal e é paralelo ao espelho. Nas
figuras abaixo, temos exemplo de um foco secundário φ para cada tipo de
espelho esférico. O eixo que contém C e φ é chamado de eixo secundário.
III. Foco principal (F): o raio incidente (ou seu prolongamento) que passa
por F é refletido paralelamente ao eixo principal, e, reciprocamente,
raios paralelos ao eixo principal são refletidos passando por F. Isso
vem da própria definição de foco (já vista).
IV. Foco secundário (φ): o raio incidente (ou seu prolongamento) que
passa por φ é refletido paralelamente ao eixo secundário. Isso vem
da própria definição de foco secundário (já vista).
IME-ITA 223
Física II – Assunto 6
(C) Objeto entre os pontos C e F do eixo principal: a imagem é real, em 9. Estudo Analítico
relação ao objeto, e invertida.
9.1 O referencial gaussiano
Faremos agora um estudo analítico do espelho esférico, adotando
um sistema cartesiano regido pelo referencial gaussiano. Tal referencial
é de suma importância na aplicação das equações que regerão o estudo
analítico dos espelhos esféricos, e, portanto, deve se tornar muito familiar
ao leitor. Ele apresenta as seguintes características:
• É um sistema cartesiano de coordenadas retangulares;
• A origem do par das retas cartesianas orientadas é o vértice (V) do espelho;
• A orientação positiva do eixo das abscissas (Ox) é oposta à do sentido
da luz incidente;
• Os elementos reais possuem abscissa positiva;
• Os elementos virtuais possuem abscissa negativa;
• O sinal da abscissa do foco (F) para espelhos côncavos é positivo (f > 0);
• O sinal da abscissa do foco (F) para espelhos convexos é negativo (f < 0).
(D) Objeto sobre o foco principal: a imagem é imprópria.
Além disso, usaremos as seguintes notações:
• p: abscissa do objeto
• p’: abscissa da imagem
• f: abscissa focal
• y: ordenada do objeto
• y’: ordenada da imagem
• |f|: distância focal
y ’ − p’
=
A =
y p
224 Vol. 2
Óptica geométrica I
Solução:
Como a imagem é virtual e menor, concluímos que o espelho é
convexo. Neste caso, pelo referencial de Gauss: Sabendo que a razão entre o raio do Sol (RS) e o raio da Lua (RL) vale
Diâmetro = – 40 cm ⇒ Raio = – 20 cm ⇒ foco = – 10 cm RS / RL = 4,00 x 10² e que a distância do ponto P e ao centro da Lua vale
3,75 x 105 km, calcule a distância entre P e o centro do Sol. Considere
Além disso, também sabemos que a imagem será direita, assim, propagação retilínea para a luz.
1
i= + o.
2 02 No mundo artístico, as antigas “câmaras escuras” voltaram à moda.
Usando a equação de ampliação: Uma câmara escura é uma caixa fechada de paredes opacas que possui
i p′ 1 p′ p um orifício em uma de suas faces. Na face oposta à do orifício, fica preso
=− → =− → p′ = − um filme fotográfico, onde se formam as imagens dos objetos localizados
o p 2 p 2
no exterior da caixa, como mostra a figura. Suponha que um objeto de
3 m de altura esteja a uma distância de 5 m do orifício e que a distância
Quando é fornecida a distância entre o objeto e a imagem, entre as faces seja de 6 cm. Calcule a altura h da imagem.
todos os problemas podem ser resolvidos por equação modular:
p − p' = 15
Substituindo, temos:
p p
p − − = 15 → p + = 15 → p = ± 10 cm
2 2
Determine:
a. a posição da imagem;
b. a altura da imagem;
c. a classificação da imagem;
d. a ampliação deste sistema óptico.
a. Determine a razão x/y. Justifique a sua resposta.
Solução: b. Determine a que distância do ponto A se encontra o ponto C.
1 1 1 1 1 1
a. = + → = + → p′ = − 60 cm
f p p' 20 15 p' 04 Admita que o sol subitamente “morresse”, ou seja, sua luz deixasse
i p′ i − 60 de ser emitida. 24 horas após este ocorrido, um eventual sobrevivente,
b. =− → =− → i = 32 cm olhando para o céu, sem nuvens, veria:
o p 8 15
c. p' < 0 → virtual; i > 0 → direita ; i > o → maior (A) a Lua e estrelas. (D) uma completa escuridão.
(B) somente a Lua. (E) somente os planetas do sistema solar.
(C) somente estrelas.
IME-ITA 225
Física II – Assunto 6
05 Para determinar a que altura H uma fonte de luz pontual está do chão, 08 Na figura a seguir tem-se o perfil de um espelho plano E, desenhado
plano e horizontal, foi realizada a seguinte experiência. Colocou-se um lápis sobre um eixo OY. Para que um raio luminoso emitido por uma fonte pontual
de 0,10 m, perpendicularmente sobre o chão, em duas posições distintas: em A atinja o ponto P, após refletir nesse espelho, ele deve incidir em um
primeiro em P e depois em Q. A posição P está, exatamente, na vertical que ponto do espelho cuja ordenada Y vale:
passa pela fonte e, nesta posição, não há formação de sombra do lápis,
conforme ilustra esquematicamente a figura. Na posição Q, a sombra do
lápis tem comprimento 49 (quarenta e nove) vezes menor que a distância
entre P e Q. A altura H é, aproximadamente, igual a:
(A) 1.
(B) 1,5.
(C) 2.
(D) 2,5.
(E) 3.
(A) (D)
(B) (E)
(C)
(A) K.
(B) L.
(C) M.
(D) N.
07 Durante a final da Copa do Mundo, um cinegrafista, desejando alguns
efeitos especiais, gravou cena em um estúdio completamente escuro, onde
existia uma bandeira da “Azurra” (azul e branca) que foi iluminada por um 11 Um objeto colocado muito além de C, centro de curvatura de um
feixe de luz amarela monocromática. Quando a cena foi exibida ao público, espelho esférico côncavo, é aproximado vagarosamente dele. Estando o
a bandeira apareceu: objeto colocado perpendicularmente ao eixo principal, a imagem do objeto
conjugada por este espelho, antes de o objeto atingir o foco, é:
(A) verde e branca.
(B) verde e amarela. (A) real, invertida e se aproxima do espelho.
(C) preta e branca. (B) virtual, direita e se afasta do espelho.
(D) preta e amarela. (C) real, invertida e se afasta do espelho.
(E) azul e branca. (D) virtual, invertida e se afasta do espelho.
(E) real, invertida, fixa em um ponto qualquer.
226 Vol. 2
Óptica geométrica I
12 A vigilância de uma loja utiliza um espelho convexo de modo a poder Qual das figuras a seguir representaria o funcionamento perfeito do espelho
ter um ampla visão do seu interior. A imagem do interior dessa loja, vista do telescópio?
através desse espelho, será:
(A) (D)
(A) real e situada entre o foco e o centro da curvatura do espelho.
(B) real e situada entre o foco e o espelho.
(C) real e situada entre o centro e o espelho.
(D) virtual e situada entre o foco e o espelho.
(E) virtual e situada entre o foco e o centro de curvatura do espelho.
IME-ITA 227
Física II – Assunto 6
21 No esquema a seguir, E é um espelho esférico côncavo de centro de 03 A figura a seguir mostra uma vista superior de dois espelhos planos
curvatura C, foco principal F e vértice V. AB é um objeto luminoso postado E1 e E2 que formam entre si um ângulo β. Sobre o espelho E1 incide um
diante da superfície refletora. Levando em conta as condições de Gauss, raio de luz horizontal e que forma com este espelho um ângulo θ. Após
construa graficamente a imagem de AB, considerando as posições (1), reflexão nos dois espelhos, o raio emerge formando um ângulo α com a
(2), (3), (4) e (5). Em cada caso, dê a classificação da imagem obtida. normal ao espelho E2. O ângulo α vale:
(A) β + θ.
(B) β + θ − 90°.
(C) β + θ + 90°.
(D) β – θ.
EXERCÍCIOS NÍVEL 2
02 A figura a seguir ilustra um espelho esférico côncavo E. Sobre o eixo a. Qual a distância entre o objeto e a imagem B?
principal estão indicados pontos equidistantes, entre os quais se encontram b. Desenhe o esquema com os espelhos, o objeto e as imagens.
o foco F e o centro da curvatura O. Se um objeto real é colocado no ponto
N, a imagem conjugada pelo espelho se formará no ponto: 06 Desloca-se uma pequena lâmpada acesa ao longo do eixo principal
de um espelho esférico côncavo, até que a posição da imagem formada
pelo espelho coincida com a posição do objeto. Neste caso, a imagem é
invertida e a distância da lâmpada ao espelho é de 24 cm. Qual a distância
focal do espelho?
228 Vol. 2
Óptica geométrica I
a. O que representa P1 em relação a S1? O toco de vela foi deslocado de x0 a x1, com velocidade escalar de módulo
b. O que representa P2 em relação a S1? E em relação a S2? 1,0 cm/s. Enquanto o toco de vela foi deslocado, qual foi o módulo da
c. O que representa P3 em relação a S2? velocidade escalar média da imagem, expressa em cm/s?
09 Um caminhão trafega em uma estrada retilínea com velocidade de 13 Considere um corredor delimitado por duas paredes planas, verticais
40 km/h. Olhando no espelho retrovisor, o motorista contempla a imagem e paralelas entre si. Em uma das paredes (A) está incrustada uma lâmpada
de um poste fixo na estrada. puntiforme (L) acesa. Na outra parede (B) está fixado um espelho plano (MN),
que reflete luz proveniente de L, iluminando a região M’N’ da parede A.
a. Qual a velocidade da imagem do poste em relação ao solo?
b. Qual a velocidade da imagem do poste em relação ao motorista do
caminhão?
Determine:
IME-ITA 229
Física II – Assunto 6
230 Vol. 2
Óptica geométrica I
04 O ponto médio de uma haste de arame, de 6,0 cm de comprimento, 09 Uma partícula executa um movimento circular uniforme de raio 10 cm
desloca-se ao longo do eixo principal de um espelho côncavo, de com velocidade igual a 5 cm/s. No instante t = 0 um espelho côncavo está
10 cm de distância focal, de maneira que a haste mantém uma posição junto ao plano da circunferência descrita pelo corpo, mas começa a afastar-
perpendicular em relação ao eixo. Seja d a distância entre esse ponto -se com velocidade de 10 cm/s. Sabendo que a distância focal do espelho é
e o vértice do espelho. Qual das expressões abaixo melhor representa de 40 cm, responda ao itens abaixo: (o centro do MCU está no eixo óptico)
o comprimento, em cm, da imagem virtual da haste conjugada pelo
espelho, em função de d? a. Qual o tipo de imagem nos instantes t = 3 s e t = 7 s?
b. Quanto valem o raio e o módulo do vetor velocidade da imagem da
60 para d < 10. 10 partícula no instante t = 3 s?
(A) (D) para d < 10.
10 − d 10 − d
10 Dois espelhos, um côncavo e outro convexo, de distâncias focais iguais
(B) 60 para d ≠ 10. (E) 30 para d < 10. a 2 m, formam um sistema centrado. Um objeto é colocado a 2,5 m do
10 − d 10 − d espelho côncavo. Os raios luminosos, após refletirem-se sucessivamente
30 para d ≠ 10. no espelho côncavo e depois no espelho convexo, dão uma imagem final
(C)
10 − d virtual e invertida e do mesmo tamanho do objeto. Calcule a distância
entre os vértices dos espelhos.
05 Uma esfera metálica oca tem diâmetro interno D = 4,000 m, a
20°C. Corta-se uma calota dessa esfera, polindo-se sua parte côncava.
(A) 11,67 m.
Dirige-se seu eixo óptico principal para uma estrela, da qual se obtém
(B) 10 m.
uma imagem em um ponto A. Em seguida, aquece-se a calota até 80°C.
(C) 13 m.
Em uma experiência idêntica à anterior, a posição da imagem da estrela é
(D) 16 m.
B, sendo que o vértice do espelho mantém-se na mesma posição. Se o
(E) 12,33 m.
coeficiente de dilatação volumétrica do material da esfera é 30 . 10–5°C–1,
o valor do deslocamento AB da imagem é:
11 Uma haste retilínea AB, de comprimento L, localiza-se sobre o eixo
principal de um espelho esférico côncavo, como ilustrado na figura a seguir.
(A) 0 mm. (D) 18 mm.
A distância focal do espelho é denotada por f. Sabe-se que a extremidade B
(B) 6 mm. (E) diferente dos anteriores.
da haste encontra-se a uma distância D do vértice V do espelho. Considere
(C) 12 mm.
que D > f.
06 Colocam-se frente a frente um espelho convexo a outro côncavo de
modo que seus eixos principais coincidam. As distâncias focais são iguais
e valem 40 cm e a distância entre os espelhos é 120 cm. A que distância
do espelho convexo se deve colocar um objeto para que as imagens em
ambos os espelhos sejam de mesma altura?
(A) 20 cm.
(B) 30 cm.
(C) 40 cm.
(D) 45 cm.
(E) 50 cm.
IME-ITA 231
Óptica geométrica II A ssunto
7
Física II
Sobre o índice de refração, fazemos ainda as seguintes observações: Ângulo de desvio (σ): σ = θ1 – θ2
• No vácuo, n = 1 (pois v = c);
• Nos meios materiais, n > 1 (pois “v” é sempre menor que “c” fora (B) Incidência oblíqua com n2 < n1 → θ2 > θ1:
do vácuo);
• No ar, “n” é aproximadamente igual a 1 (embora seja maior, a diferença
é tão pequena que, na prática, consideramos nAr=1);
• Quanto maior a densidade de uma mesma substância, maior será seu
índice de refração (pois haverá mais partículas da substância num mesmo
volume, que desviarão a luz);
• “Índice de refração relativo”: compara dois índices de refração por
meio de uma razão. O índice de refração do meio 2 em relação ao meio 1
(n2,1) é dado por:
n2
n2,1 =
n1
• “Dioptro”: é o nome dado à interface de separação de dois meios de
diferentes índices de refração.
1a) O raio incidente, o raio refratado e a reta normal que passa pelo ponto
de incidência são todos coplanares.
232 Vol. 2
Óptica geométrica II
Solução:
a. A figura abaixo representa o ponto objeto que deve ser visto pelo
observador. Da figura podemos aplicar semelhança de triângulos.
n1sen90° = n2senrL
senrL = n1/n2
h h 4d
= → h = 36d II. Aumento gradativo de θ1 com n2 < n1:
9d d
9d
4d
d
observador
n1senθ1 = n2 senθ 2
θ2
d
h 1, 3 = 1 senθ 2
θ2 d 2 + 16d 2
9d 1, 3
θ1
senθ 2 =
4d 17
d
seniL = n2/n1
IME-ITA 233
Física II – Assunto 7
Solução:
Como na maioria dos problemas de física, principalmente, óptica
geométrica, é fundamental que seja feita uma figura ilustrando o
caminho da luz e os raios e ângulos envolvidos. Nesse caso, é
Solução: interessante que destaquemos apenas o raio de luz que sai do objeto
Para determinar o índice (mínimo) do cubo, devemos representar, na e chega no observador. Ficando assim:
parede vertical, a situação limite, isto é, a representação geométrica
O
onde o raio refratado faz 90o com a vertical. Veja abaixo:
45°
45° θ2
A
θ2 45°
B θ3 θ1
n
3 8
234 Vol. 2
Óptica geométrica II
θ1
h
6. Dioptro plano e dioptro esférico
45° Quando um observador, situado num meio qualquer, olha para um
45° objeto, situado em outro meio de diferente índice de refração, ele pode
perceber o objeto numa posição diferente da verdadeira, devido à refração
h – 10 10 cm luminosa. Veja os dois casos possíveis:
IME-ITA 235
Física II – Assunto 7
Da figura obtemos:
av av av
α≅ = b γ≅
p r p’
Substituindo obtemos:
n1 n2 n2 − n1
+ =
p p’ r
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Coloca-se água em um aquário de modo a ocupar 60 cm de sua 02 Um aquário tem a forma de uma esfera de diâmetro 60 cm, está
altura. Quando visto verticalmente de cima para baixo, a água parece preenchido com água (n = 4/3) e tem um peixe no seu interior. Um
ocupar uma altura diferente h. Supondo que a velocidade de propagação gatinho observa esse peixe aparentemente a 10 cm da parede do aquário.
da luz no ar seja de 3,00 · 105 km/s e na água, de 2,25 · 105 km/s,
determine a altura aparente h.
(A) 30 cm.
(B) 65 cm.
(C) 90 cm.
(D) 70 cm.
(E) 45 cm.
Solução: Letra E.
A figura da situação do problema é a seguinte:
Disponível em:<www.123people.com/>.
Solução:
Posição aparente do fundo (imagem) Trata-se de uma situação de dioptro esférico côncavo. O objeto é o
p’ peixe que está na água (n). A luz vai de dentro do aquário para fora (n’),
p = 60 cm fundo (objeto) onde está a menina.
c c
n n' n′ − n
n n' v v' Aplicando a fórmula de dioptro esférico: + =
Pela fórmula de diptros planos temos: = → : = → vp = v'p' p p' R
p p' p p'
Substituindo pelos dados:
Onde
v = velocidade do raio incidente = 2,25 · 105 km/s 4/3 1 1− 4 / 3 4 1 1 36
+ = → − = → p= = 12 cm
P = posição do objeto (fundo do aquário) = 60 cm p − 10 − 30 3 p 10 90 3
v’= velocidade do raio refratado = 3,00 · 105 km/s
P’ = posição da imagem
Assim teremos: 2, 25 ⋅ 105 ⋅ 60 = 3, 00 ⋅ 105 ⋅ p′ → p′ = 45 cm
236 Vol. 2
Óptica geométrica II
7. Lâmina de faces paralelas Aplicando a Lei de Snell nas duas refrações que ocorrem, é facilmente
provado que o desvio angular é nulo, ou seja, o raio emergente é paralelo
Uma lâmina de faces para- ao raio incidente. O deslocamento lateral “d” (que é a distância entre
e as e
lelas é a situação que ocorre retas paralelas mencionadas) pode, também, ser∆facilmente
ABC: cos θcalculado:
2=
AC
→ AC=
cos
quando um paralelepípedo de
certo material é imerso num meio e e d
∆ ABC: cos θ2= → AC= ∆ ADC: sen=
α → sen (θ1 −
de material de diferente índice de AC cos θ2 AC
refração. Quando há incidência de d
d d sen (θ1 −= θ2 ) cos θ2
luz oblíqua sobre ele, o raio de luz ∆ ADC: sen=
α → sen (θ1 − θ=
2) e
sofre deslocamento lateral após AC AC
e . sen (θ1 − θ2 )
sofrer refrações. Vejamos, por d d=
sen (θ1 −= θ2 ) cos θ2 cos θ2
exemplo, a situação de uma lâmina de vidro de espessura “e” imersa no ar: e
e . sen (θ1 − θ2 )
d=
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
cos θ2
01 Um feixe de luz monocromática incide sobre lâminas paralelas de Solução: Letra B.
diamante e vidro, como representado na figura. Sendo os índices de Nesses problemas qualitativos, basta conhecer a relação de
refração absolutos 2,42 para o diamante e 1,52 para o vidro, qual das proporcionalidade entre os ângulos e os índices que, nesse caso, são
linhas da figura que melhor representa a trajetória do feixe luminoso? inversamente proporcionais, isto é, quanto maior o índice, menor o
ângulo.
a. Cuidado para não confundir aqui! Estamos falando de ângulos de
ar diamante vidro ar
incidência e refração! São os ângulos entre o raio e a normal.
b. Quando o ângulo for maior, isto significa que está se afastando da normal
(ou se aproximando do dioptro).
c.
Vamos lá!
d. Do ar para o diamante o índice aumenta, logo, o ângulo diminui (somente
B e D obedecem nesse caso).
e. Do diamante para o vidro, o índice diminui, logo, o ângulo aumenta (B
e D ainda estão corretas).
Do vidro para o ar o índice diminui novamente, logo, o ângulo aumenta
(apenas B está correta).
IME-ITA 237
Física II – Assunto 7
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
∆
δ1 δ2
50° r1 r2 30°
60° 60°
50° 30°
Pelo teorema das retas perpendiculares entre si, o ângulo do prolon-
gamento das normais é igual ao ângulo de abertura do prisma (60o).
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Um raio de luz monocromática propaga-se no ar (meio 1) e atinge a Responda de acordo com o código:
superfície plana da água (meio 2) sob ângulo de incidência θ igual a 45°.
Admitindo que o índice de refração da água vale 2 para a citada luz, determine: (A) Se apenas I e lI forem corretas.
(B) Se apenas I, lI e III forem corretas.
a. o ângulo de refração; (C) Se apenas I, lI e IV forem corretas.
b. o desvio experimentado pelo raio, ao se refratar; (D) Se todas forem corretas.
c. uma figura em que compareçam o raio incidente, o raio refletido e o (E) Se todas forem incorretas.
raio refratado.
03 No esquema, temos uma fonte luminosa F no ar, defronte a um bloco
02 Analise as afirmações a seguir: de vidro, após o qual se localiza um detetor D. Observe as distâncias e
dimensões indicadas no desenho:
I. Quando um raio incidente oblíquo passa do meio menos refringente
para o mais refringente, ele aproxima-se da normal.
II. Quando um raio incidente oblíquo passa do meio mais refringente para
o menos refringente, ele afasta-se da normal.
III. Quando um raio de luz incide na fronteira entre dois meios transparentes
opticamente diferentes, ocorre reflexão.
IV. A velocidade de propagação da luz necessariamente altera-se na
refração.
São dados índice de refração do ar = 1,0; índice de refração do vidro em
relação ao ar = 1,5; velocidade da luz no ar = 300.000 km/s.
238 Vol. 2
Óptica geométrica II
a. Qual o intervalo de tempo para a luz propagar-se de F a D? 09 Um raio de luz de frequência igual a 6,0 · 1014 Hz passa do vácuo para
b. Represente graficamente a velocidade da luz, em função da distância, um meio material transparente, como ilustra a figura:
a contar da fonte F.
a. o comportamento de um raio de luz de mesma frequência, que se 10 Uma mesma luz monocromática passa
dirige de A para B com ângulo de incidência de 60º; do vácuo para o interior de uma substância,
b. o comportamento de um raio de luz de mesma frequência, que forma com diversos ângulos de incidência. Os
no meio B um ângulo de 30º com a normal e dirige-se de B para A. senos do ângulo de incidência (i) e do ângulo
de refração (r) são dados através do gráfico
06 No fundo de um tanque de profundidade p igual a 2,0 m, existe uma seguinte:
fonte de luz F considerada pontual. O tanque é, então, preenchido com
Calcule o índice de refração absoluto dessa
um líquido de índice absoluto de refração 2 , em cuja superfície é posto substância.
a flutuar um disco opaco, circular e de centro pertencente à vertical que 11 Na figura seguinte, representa-se um pincel cilíndrico de luz mono-
passa por F. Calcule o mínimo diâmetro que o disco deve ter para que cromática que, propagando-se num meio 1, incide na fronteira separadora
observadores situados no ar não consigam ver a fonte F. As paredes do deste com um meio 2. Uma parcela da luz incidente é refletida, retornando
tanque são opacas. ao meio 1, enquanto a outra é refratada, passando para o meio 2.
07 Um pincel cilíndrico de luz monocromática propaga-se num bloco
sólido transparente e incide na fronteira plana entre o bloco e o ar, sob
ângulo de incidência igual a 30º:
Sabendo que o índice de refração do bloco para a radiação considerada Sabendo que os pincéis refletido e refratado são perpendiculares entre
si, obtenha:
vale 3 , determine:
a. os ângulos de reflexão e de refração;
a. o ângulo de refração; b. o índice de refração do meio 2 em relação meio 1.
b. o desvio experimentado pela luz, ao se refratar;
c. a representação esquemática dos raios incidente, refletido e refratado. 12 Para a determinação do índice de refração (n1) de uma lâmina de vidro
08 Um raio de luz monocromática proveniente do ar incide em uma esfera (L), foi usado o dispositivo da figura, em que C representa a metade de um
de vidro, como mostra a figura: cilindro de vidro opticamente polido, de índice de refração n2 = 1,80. Um
feixe fino de luz monocromática é feito incidir no ponto P, sob um ângulo
α, no plano do papel.
IME-ITA 239
Física II – Assunto 7
13 Determinada luz monocromática apresenta velocidade de 2,3 . 108 m/s 18 Na figura seguinte, tem-se um reservatório cujo fundo e constituído
na água e de 2 . 108 m/s num certo tipo de vidro. O que ocorre quando um por um espelho esférico côncavo. O reservatório contém água, de índice
raio dessa luz, propagando-se no vidro, incide na fronteira do vidro com a de refração 4/3, até a altura de 1,0 m em relação ao vértice V do espelho.
água sob ângulo de incidência de 70°? Raios luminosos paralelos entre si, provenientes do Sol a pino, incidem
normalmente na superfície líquida, refratando-se para o interior da água.
14 Um ladrão escondeu o produto de seu roubo numa caixa pendurada
por uma corda de 2,4 m de comprimento e amarrada no centro da base
circular de uma boia. A boia estava em água de índice de refração 5/4.
De qualquer ponto da superfície era impossível ver a caixa. Quanto vale,
no mínimo, o raio da base da boia?
Determine:
a. o desvio do pincel na primeira refração;
b. o desvio do pincel na segunda refração;
c. o desvio total.
240 Vol. 2
Óptica geométrica II
Na posição em que se encontra, o observador O não vê o fundo do a. calcule o ângulo limite para o dioptro vidro-ar;
recipiente, mas vê completamente a parede (1). Calcule a altura mínima b. verifique o que ocorre com a luz, logo após a incidência em I2.
da água que se deve despejar no recipiente, para que o observador passe
a ver a partícula P. Adote o índice de refração da água em relação ao ar 28 O índice de refração n de uma lâmina de faces paralelas depende do
igual a 4/3. comprimento de onda da luz que a atravessa segundo a relação:
23 Um mergulhador imerso nas águas de um lago observa um avião
no instante em que ambos estão aproximadamente na mesma vertical. B
O avião está 600 m acima da superfície da água, cujo índice de refração
n= A +
λ2
admite-se igual a 4/3. A que altura da superfície da água o avião aparenta
estar, em relação ao mergulhador?
Em que A e B são constantes positivas. Um feixe, contendo uma mistura
de luz vermelha (γ = 6.500 . 10-10 m) e luz azul (γ = 4.500. 10-10 m),
24 Sobre uma lâmina de vidro de 4,0 cm de espessura e índice de refração
incide sobre esta lâmina, conforme a figura:
3 , mergulhada no ar, incide um raio de luz monocromática, como ilustra
a figura:
Calcular o deslocamento lateral do raio emergente, em relação ao raio Desenhe a mesma figura e trace as trajetórias de cada cor ao atravessar
incidente. e sair da lâmina. Indique na figura os possíveis ângulos iguais.
25 Coloca-se água em um aquário de modo a ocupar 60 cm de sua altura. 29 Um prisma de vidro tem ângulo de 60º e o seu índice de refração, em
Quando visto verticalmente de cima para baixo, a água parece ocupar uma relação ao ar, para a luz amarela é 2 . Um raio luminoso amarelo, no ar,
altura diferente, h. Supondo que a velocidade de propagação da luz no ar incide em uma das faces do prisma segundo um ângulo de 45º. Qual o
seja de 300.000 km/s e na água de 225.000 km/s, determine, em cm, a ângulo de incidência na segunda face e qual o ângulo de desvio desse raio?
altura aparente h.
30 A figura ilustra um raio de luz, proveniente do ar, penetrando
26 No esquema ao lado, um observador perpendicularmente na face AB de um diamante lapidado, com índice de
visa um bastão cilíndrico de 20 cm de refração 2,4. Velocidade da luz no ar: 3 . 108 m/s.
comprimento totalmente imerso na água
(índice de refração igual a 4/3). O eixo
longitudinal do bastão é perpendicular à
superfície da água e o olho O do observador
encontra-se nas vizinhanças desse eixo.
Admitindo que o meio externo ao recipiente seja o ar (índice de refração
igual a 1), calcule o comprimento aparente que o observador detecta para
o comprimento do bastão.
IME-ITA 241
Física II – Assunto 7
31 Um raio luminoso incide sobre um cubo de vidro, como indica a figura. 34 A figura abaixo representa uma certa fibra óptica que consiste de um
Qual deve ser o valor do índice de refração do vidro, para que ocorra reflexão núcleo cilíndrico de índice de refração n > 1, circundando por ar cujo
total na face vertical? índice vale, 1,0. Se o ângulo α, representado na figura, for suficientemente
grande, toda a luz será refletida em zigue-zague nas paredes do núcleo,
sendo assim guiada e transmitida por longas distâncias. No final da fibra,
a luz sai para o ar formando um cone de ângulo ϕ, conforme a figura:
a. Qual o valor mínimo de sen α em termos de n para que a luz seja guiada?
b. Qual o valor de sen ϕ em termos de n.
32 Um pincel de luz branca incide perpendicularmente a uma das faces 35 A figura representa a secção transversal de um muro vertical AB
de um prisma, cuja secção principal está representada na figura: iluminado pelos raios solares paralelos ao plano da secção. AC representa,
nessa secção, a largura da sombra projetada pelo muro sobre o plano
horizontal X:
Violeta 1,48
Coloca-se, então, horizontalmente, uma lâmina de faces paralelas em
contato com o muro por uma das extremidades e em nível qualquer entre
Anil 1,46
A e B. Constata-se que a largura da sombra passou de AC a AC’. Calcule
o índice de refração da lâmina.
Azul 1,44
(Dados: AC = 3,0 m; CC’ = 5 mm; AB = h = 4,0 m; e = 2,0 cm.)
Verde 1,42
36 Prove que, num prisma de pequena abertura e para pequenos ângulos
de incidência (inferiores a 10°), o desvio δ sofrido pelo raio que o atravessa
Amarelo 1,40
é dado aproximadamente por: δ = A (n2,1 - 1) em que A é o ângulo de
abertura e n2,1 é o índice de refração do prisma em relação ao meio que
Alaranjado 1,39
o envolve.
Vermelho 1,38
37 Através de um tubo fino, um observador enxerga o topo de uma barra
vertical de altura H apoiada no fundo e na lateral de um cilindro vazio de
Determine quais dessas cores emergem do prisma atingindo o anteparo. diâmetro 2H. O tubo encontra-se a uma altura 2H + L e, para efeito de
cálculo, é de comprimento desprezível. Quando o cilindro é preenchido
33 Um raio de luz incide perpendicularmente à face de um prisma cujo com um líquido até uma altura 2H, mantido o tubo na mesma posição,
índice de refração é np = 3 . O meio externo ao prisma possui índice de o observador passa a ver a extremidade inferior da barra. Determine
refração next = 1. literalmente o índice de refração desse líquido.
Calcule o ângulo formado entre o raio incidente e o meio emergente.
38 Em meados do século XX, pesquisadores começaram a sugerir a
utilização de guias para conduzir a luz. Em 1970, isto foi conseguido com
um fio muito fino de fibra de vidro (núcleo) revestido por outro material,
escolhido de modo a permitir que a luz fosse totalmente refletida ao longo
do fio. Desta forma, obteve-se o que atualmente é conhecido como fibra
óptica. Suponha que um feixe LASER penetre no núcleo de uma fibra óptica
a partir do ar, fazendo um ângulo θ com seu eixo, como indicado na figura.
242 Vol. 2
Óptica geométrica II
IME-ITA 243
Física II – Assunto 7
(B) (E)
C A
B B
A C
(C)
A
B
C
Dados:
Índice de refração do ar = 1
Aceleração da gravidade = g
Aresta do cubo = 2h
RASCUNHO
244 Vol. 2
Potencial elétrico A ssunto
4
Física III
m Q
F P Obs.: A energia potencial de um sistema de N partículas será determinada
g =
g =
m m através da soma das energias potenciais de todas as combinações das N
cargas, duas a duas. Assim, para um sistema de três partículas eletrizadas,
P teremos:
k ⋅ Q1 ⋅ Q2 k ⋅ Q1 ⋅ Q3 k ⋅ Q2 ⋅ Q3
Campo elétrico Epe = + +
d12 d13 d23
Considere uma partícula com carga q sujeita à ação da força elétrica.
Definimos o campo elétrico (E) como a razão entre a força elétrica e a
carga da partícula. 3. Potencial elétrico em um campo
F
criado por uma partícula eletrizada
E
E= Vimos anteriormente que a energia potencial elétrica poderia ser
q
determinada de duas formas:
Epe = q · VA (energia potencial adquirida por uma carga de prova
colocada em um ponto A do campo elétrico.)
q
k ⋅ Q ⋅ q (energia potencial armazenada por um sistema de duas
Epe =
q d cargas puntiformes que distam d.)
F Associando essas duas expressões e considerando que a carga
puntiforme q está no ponto A que dista d da carga Q, podemos então
E F descobrir o valor do potencial elétrico gerado pela carga puntiforme Q
nesse ponto A.
IME-ITA 245
Física III – Assunto 4
A A V
Obs.1: Note que, ao contrário da força elétrica e do campo elétrico, que
são grandezas vetoriais, o potencial elétrico é uma grandeza escalar, ou
q
seja, não há necessidade de definir direção e sentido para o potencial. τAB = EpA – EpB
τAB = qVA – qVB
Obs.2: O potencial elétrico criado por uma partícula negativa será negativo. II
τAB = q (VA – VB)
3.1 Potencial elétrico criado por várias III I VB
partículas eletrizadas B
O potencial elétrico gerado por n partículas em um ponto P é o
somatório do potencial gerado por cada partícula. Obs.1: O trabalho do campo elétrico, assim como do campo gravitacional,
d1 P é conservativo, ou seja, não depende da trajetória seguida pela carga e
Q1 somente dos pontos de partida (A) e chegada (B).
d2
V = V1 + V2 + V3 + ... + Vn
d3 kQ1 kQ2 kQ3 kQ τIAB = τIIAB = τIIIAB
V= + + + ... + n
d1 d2 d3 dn
Q2 Obs.2: Com a relação existente entre o sentido do campo e da força elétrica,
conclui-se que uma carga elétrica positiva move-se voluntariamente no
sentido das linhas de força do campo elétrico, ou seja, do maior para o
Q3 menor potencial elétrico. Já com uma carga negativa ocorre o contrário.
Obs.: O ponto de referência para o potencial elétrico nulo se encontra no infinito. linhas de força de campo elétrico
4. Superfícies equipotenciais VA VB
São superfícies em que o potencial elétrico é constante. Geralmente, maior potencial menor potencial
as linhas das superfícies equipotenciais são representadas por linhas
pontilhadas, enquanto as linhas do campo elétrico são contínuas e orientadas.
Carga puntiforme (positiva) Placa infinita carregada (negativa) Obs.3: 1 eV (elétron-volt) = 1,6 ∙ 10–19 J
Linha
6. Diferença de potencial (d.d.p.)
de força Representa o valor da diferença entre os potenciais de dois pontos
Superfície
equipotencial quaisquer do espaço.
Q
Símbolo: U Unidade SI de d.d.p.: [V] – volts
Campo elétrico
de uma carga
puntiforme Q
6.1 D.d.p. em um campo elétrico criado por
uma (ou várias) partículas eletrizadas
Obs.1: As superfícies equipotenciais são sempre perpendiculares às
linhas de força. Exemplo para uma partícula:
Obs.2: Note que o potencial elétrico decresce no mesmo sentido das linhas do A
+
campo elétrico, independentemente do sinal do carga do corpo que o gerou.
Superfície
UAB = VA − VB
dA
equipotencial kQ kQ
Linha de UAB = −
força dA dB
B
Q +
dB
Atenção!
Não confundir diferença de potencial com variação de potencial U ≠ ∆V.
Va Vb Vc
Va > Vb > Vc
246 Vol. 2
Potencial elétrico
d kQ
V=
R
Como no interior do condutor o campo elétrico é nulo (constante),
conclui-se que a d.d.p. entre dois pontos que estejam no interior ou na Assim, podemos obter uma expressão para a capacitância de um
superfície do condutor também será nula. Logo o potencial elétrico para condutor esférico:
pontos internos ou na superfície é igual. Q Q R
C= = ⇒C=
kQ V kQ k
No interior ou na superfície (Psuperfície), o potencial elétrico vale: V =
R R
Já para pontos fora da superfície, o potencial elétrico será dado por: Podemos concluir que a capacidade de um condutor esférico para
kQ , em que d é a distância do ponto ao centro da esfera. armazenar carga é diretamente proporcional ao seu raio.
V=
d 8.2. Energia potencial elétrica
Obs.: Repare que para pontos fora da esfera, o potencial elétrico é
armazenada em um condutor
semelhante ao de uma carga puntiforme localizada no centro da esfera
(idêntico para o campo elétrico, como visto anteriormente). Como a energia potencial, em um instante, é dada por EP = q · V,
como visto anteriormente, a energia armazenada será obtida pela área
O gráfico do potencial elétrico gerado pelo condutor em função da do gráfico Q x V.
distância ao centro está representado no gráfico a seguir: Para um condutor que possui carga Qo e potencial Vo, sua energia
potencial elétrica armazenada é dada por:
IME-ITA 247
Física III – Assunto 4
Q 9. Equilíbrio entre
condutores elétricos
1
E = Área ∴ E = QoVo Observamos anteriormente que o movimento de cargas elétricas ocorre
QO 2 quando há uma diferença de potencial em pontos do espaço. Vimos que
cargas elétricas positivas movimentam-se no sentido do menor potencial
V elétrico, enquanto as cargas negativas buscam os pontos de maior
VO
potencial. Ou seja, dizemos que só haverá movimento de cargas elétricas
enquanto houver uma d.d.p. na região onde elas se encontram.
Dessa expressão e da definição de capacitância, podemos derivar
Assim, quando colocamos em contato ou interligamos por meio de fios
outras expressões para o potencial elétrico armazenado por um condutor:
condutores ideais condutores elétricos carregados, haverá movimentação
1 2 1 Q2 de cargas entre eles (eletrização) até que o potencial elétrico V dos
=E = CVo condutores fiquem iguais (equilíbrio eletrostático).
2 2 C
Portanto, dizemos que dois ou mais corpos estão em equilíbrio
8.3 Capacitor de placas planas e paralelas elétrico quando seus potenciais elétricos são iguais, não necessariamente
Capacitor é o elemento físico passivo de um circuito que tem como possuindo a mesma quantidade de carga elétrica.
finalidade armazenar carga elétrica (energia elétrica). Para exemplificar, sejam 3 condutores elétricos distintos A, B e C que
O capacitor mais conhecido é o constituído por duas placas isolantes e foram interligados e estão representados antes e depois de o equilíbrio
paralelas, separadas por espaço que pode ser preenchido por um material ser alcançado:
isolante (dielétrico) ou não.
Um capacitor adquire carga elétrica quando os terminais de suas
placas estão conectados a potenciais elétricos distintos, ou seja, quando
o capacitor estiver sujeito a uma d.d.p. Nesse caso, cada placa adquire
cargas de mesmo módulo, porém sinais opostos.
Seja a representação de um capacitor desse tipo:
Antes Depois
Aplicando-se o princípio da conservação das cargas e definição de
capacitância, temos:
QA + QB + QC = Q’A + Q’B + Q’C
248 Vol. 2
Potencial elétrico
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Em um ponto A distante 45 cm de uma carga elétrica puntiforme Q, 03 Considere as superfícies equipotenciais abaixo, S1, S2 e S3, com
o potencial assume o valor 5,0 ∙ 104 V. Sabendo que o meio que envolve seus respectivos potenciais elétricos indicados, e determine o trabalho
a carga é o vácuo, determine o valor de Q. realizado pela força elétrica que atua em uma carga de 2 C quando ela
(Dado: constante eletrostática do vácuo: K0 = 9,0 · 109 N · m2 · C–2). se desloca do ponto A ao ponto E, percorrendo a trajetória indicada.
Solução: D E
d = 45 cm = 0,45 m S1 – 10 v
kQ 9 ⋅ 109 ⋅ Q C
V=
d
→ 5 ⋅ 104 =
0 ,45
S2 0v
A B
Q = 2,5 · 10–6 C = 2,5 C S3 + 10 v
8m
04 No esquema, apresentam-se as superfícies equipotenciais e as
linhas de força no campo de uma carga elétrica puntiforme Q fixa.
Q2
A
Solução: B
C
IME-ITA 249
Física III – Assunto 4
b. Basta usar a expressão que define o campo elétrico em função da 06 Determine a intensidade de um campo elétrico uniforme, sabendo
distância do ponto à carga. que a diferença de potencial entre duas de suas equipotenciais, separadas
por 20 cm, é de 300 V.
kQ 9 ⋅ 109 ⋅ 5 ⋅ 10−9
E= →E= Solução:
2
d 0 ,52 O campo elétrico é uniforme; portanto podemos usar a expressão:
E = 180 V/m. U=E·d d = 20 cm = 0,2 m
300 = E · 0,2
c. Pela figura, o potencial elétrico em A vale VA = 20 V e no ponto C E = 1,5 · 103 V/m
vale VC = 120 V.
07 Uma esfera condutora neutra de 7,2 cm de raio encontra-se no
τ = q · UAC = q · (VA – VC) vácuo, onde a constante eletrostática vale 9,0 · 109 Nm2C–2. Determine:
τ = – 2 · 10–10 · (20 – 120)
τ = 2 · 10–8 J. a. a capacitância da esfera;
b. o potencial atingido pela esfera, quando recebe uma carga igual a
05 Na figura a seguir, estão representadas as superfícies equipotenciais, 1,6 C.
planas, paralelas e separadas pela distância d = 2 cm de um campo
Solução:
elétrico uniforme:
a. A capacitância de um condutor esférico pode ser calculada pela relação:
r
d C=
K
Assim, sendo r = 7,2 cm = 7,2 · 10–2 m e K0 = 9,0 · 109 Nm2C–2, temos:
7 ,2 ⋅ 10−2
C= ⇒ C = 8 ,0 ⋅ 10−12 F → C = 8,0 pF
9 ,0 ⋅ 109
Solução: Letra A.
Na Física, a busca de todo sistema é atingir uma situação de
energia potencial mínima. Se duas partículas se repelem, essa situação
será atingida com o afastamento. Se elas são aproximadas, a energia
potencial aumenta.
0V d' = 5d 100 V
09 Três esferas condutoras de raios 3r, 2r e r encontram-se ligadas por
A intensidade desse campo elétrico uniforme pode ser calculada por:
fios condutores:
U U
Ed ' = U ⇒ E = =
d ' 5d
3r
2r
Como d = 2 cm = 2 · 10–2 m, temos: r
100 V
E=
5 ⋅ 2 ⋅ 10−2 m C
V B
E = 1,0 ⋅ 103
m
A
250 Vol. 2
Potencial elétrico
d.
(104 volts)
7,5
A
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Duas cargas de valor q estão separadas de um ponto A pela distância 02 Calcule VA – VB no esquema abaixo:
d. A que distância do ponto A deve ser colocada uma carga – q para que o A
potencial em A seja nulo?
rA
(A) d/2.
(B) d.
(C) 2d.
(D) 4d. rB
q B
IME-ITA 251
Física III – Assunto 4
q = – 1,2 · 10–10 C 07
rA = 1 cm
O dispositivo representado consiste em
rB = 2 cm
duas placas eletrizadas, de forma que existe,
K = 9 · 109 Nm2/C2
entre elas, um campo elétrico uniforme. Sabe-
se que d = 8,0 cm, que a placa A tem potencial
(A) – 54 V.
VA = 400 V e que a placa B está ligada à terra.
(B) + 54 V.
(C) – 108 V.
(D) + 108 V. Determine a intensidade da força elétrica que
apareceria aplicada numa partícula eletrizada
03 Nos vértices A e B do triângulo equilátero representado a seguir, com 5,0 C, se a mesma fosse colocada no
foram fixadas duas partículas eletrizadas com cargas QA = + 6,0 C campo existente entre as placas.
e QB = – 4,0 C:
08 Uma esfera metálica de 27 cm de raio, situada no vácuo, recebe uma
determinada carga elétrica Q, que produz, na sua superfície, um potencial
de 4,0 · 104 V. Qual o valor da carga Q?
(Dado: K0 = 9,0 · 109 Nm2/C2.)
252 Vol. 2
Potencial elétrico
13 No vácuo (K = 9 · 109 Nm2/C2), a intensidade do vetor campo elétrico 18 Com base, ainda, no capacitor da questão anterior, aumenta-se a
e o potencial elétrico em um ponto P do campo gerado por uma carga diferença de potencial imposta a ele pela fonte variável até que a força
pontual valem, respectivamente, 18 · 103 N/C e 36 · 103 V. Qual o valor da elétrica sobre a mesma partícula carregada, agora posicionada no ponto
carga elétrica que gera esse campo? B (sua velocidade inicial é, portanto, nula), fique triplicada. Essa partícula
será imediatamente acelerada em direção à placa positiva do capacitor. A
14 Em uma região onde a constante eletrostática vale 1,0 · 1010 Nm2C–2, sua quantidade de movimento, ao se chocar contra essa placa positiva,
são fixadas duas partículas eletrizadas positivamente com cargas QA e vale, aproximadamente:
QB, distantes entre si 1,0 m. Uma carga de prova de 2,0 C é colocada
no segmento AB, a 60 cm de QA, permanecendo em repouso apesar de (A) 4,5 × 10–3 kg ∙ m/s. (D) 1,3 × 10–3 kg ∙ m/s.
adquirir uma energia potencial elétrica igual a 1,0 J. Quais os valores de (B) 3,7 × 10–3 kg ∙ m/s. (E) 0,8 × 10–3 kg ∙ m/s.
QA e de QB? (C) 2,1 × 10–3 kg ∙ m/s.
15 Na figura abaixo, q1 = 5 · 10–7 C, q2 = 10 · 10–7 C e q3 = – 20 · 10–7 C. 19 Entre duas placas eletrizadas dispostas horizontalmente existe um
Considerando-se o sistema no vácuo, qual o trabalho realizado pela força campo elétrico uniforme. Uma partícula com carga de 3,0 C e massa m
elétrica que desloca uma carga q = 10–2 C desde o ponto A até B? é colocada entre as placas, permanecendo em repouso.
(A) 103. (C) 4 · 103. 01 Um capacitor plano tem armaduras com áreas iguais a A, espaçadas
(B) 105. (D) 2,5 · 10–4. por uma distância d.
Liga-se esse capacitor a uma bateria até que ele adquira carga elétrica Q e
17 Seja o capacitor abaixo alimentado por fonte variável de corrente d.d.p. igual a V. Depois de desligado da bateria, aumenta-se o espaçamento
contínua: para o valor 2d. Pode-se afirmar que a:
IME-ITA 253
Física III – Assunto 4
04 Um fio condutor homogêneo de 25 cm de comprimento foi conectado 09 Na figura abaixo, P1 e P2 constituem um capacitor de placas paralelas,
entre os terminais de uma bateria de 6 V. A 5 cm do polo positivo, faz-se afastadas 1,0 m e 0,7 m, respectivamente, do solo. Em um dado instante,
uma marca P sobre esse fio, e a 15 cm, uma outra marca Q. Então, a P2 cai livremente, ficando P1 fixa em sua posição original.
intensidade E do campo elétrico dentro desse fio e a diferença de potencial
UPQ existente entre os pontos P e Q dentro do fio serão, respectivamente,
dados por:
254 Vol. 2
Potencial elétrico
Q3 15 Uma pequena esfera de massa igual a 0,2 g pende por um fio isolante
entre duas placas verticais e paralelas, separadas por uma distância de
5 cm. A carga na esfera é 6 · 10–9 C. Qual será a diferença de potencial
entre as placas se o fio permanecer em equilíbrio em um ângulo de 30°
com a vertical?
2
(A) qV < 15 mg .
d
2
(B) qV < 4 ( mg )2 .
d
2
qV
(C) < 15 ( mg )2 .
d
2
qV
(D) < 16 ( mg )2 .
d
2
qV
(E) < 15 mg .
14 Um capacitor plano é formado por duas placas paralelas, separadas d
entre si de uma distância 2a, gerando em seu interior um campo elétrico
uniforme E. O capacitor está rigidamente fixado em um carrinho que se 17 (ITA 04/05) Considere o vão existente entre cada tecla de um computador
encontra inicialmente em repouso. Na face interna de uma das placas e a base do seu teclado. Em cada vão existem duas placas metálicas,
encontra-se uma partícula de massa m e carga q presa por um fio curto e uma delas presa na base do teclado e a outra, na tecla. Em conjunto, elas
inextensível. Considere que não haja atritos e outras resistências a qualquer funcionam como um capacitor de placas planas paralelas imersas no ar.
movimento e que seja M a massa do conjunto capacitor mais carrinho. Por Quando se aciona a tecla, diminui a distância entre as placas e a capacitância
simplicidade, considere ainda a inexistência da ação da gravidade sobre a aumenta. Um circuito elétrico detecta a variação da capacitância, indicativa
partícula. O fio é rompido subitamente e a partícula move-se em direção à do movimento da tecla. Considere então um dado teclado, cujas placas
outra placa. A velocidade da partícula no momento do impacto resultante, metálicas têm 40 mm2 de área e 0,7 mm de distância inicial entre si.
vista por um observador fixo ao solo, é: Considere ainda que a permissividade do ar seja ε0 = 9 · 10–12 F/m. Se o
circuito eletrônico é capaz de detectar uma variação da capacitância a partir
de 0,2 pF, então, qualquer tecla deve ser deslocada de pelo menos:
tecla
0,7 mm
4qEMa 4qEma
(A) (D)
m ( M + m) M ( M + m)
base do teclado
(B) 4qEa
2qEMa (E)
m ( M + m) m (A) 0,1 mm. (D) 0,4 mm.
(B) 0,2 mm. (E) 0,5 mm.
qEa (C) 0,3 mm.
(C)
( M + m)
IME-ITA 255
Física III – Assunto 4
18 Um quadrado de lado L P 02 Duas esferas metálicas concêntricas sem cargas, cujos raios valem R1
tem uma carga puntiforme e R2, sendo R1 < R2, estão unidas por um fino fio condutor. Esse fio passa
+Q fixa em cada um de seus por um pequeno orifício de uma outra esfera, situada concentricamente
vértices, como indicado na entre as duas primeiras. Essa terceira esfera tem raio R3 e possui uma
d L carga Q por ela distribuída. Determine o valor da carga induzida na esfera
figura a seguir. No centro O
do quadrado é fixada uma +Q +Q metálica interna.
carga puntiforme – q. O
ponto P, localizado ao longo O –q 03 A figura abaixo mostra, esquematicamente, uma campainha
do eixo perpendicular ao eletrostática. A e B são condutores esféricos, com diâmetros de 20 cm
plano do quadrado e que e 4 cm, respectivamente. B é suspenso de P por um fio isolante. A placa
passa pelo seu centro, dista +Q +Q metálica C é ligada à terra.
d do ponto O. Considere que
todo o sistema se encontra no vácuo e que a constante eletrostática do
vácuo é denotada por K.
a. Calcule o valor da carga localizada no centro para que o campo elétrico
resultante em P seja nulo.
b. Calcule o valor da carga localizada no centro para que o potencial
elétrico total em P seja nulo. Nessa situação, determine o trabalho total
realizado pelas forças elétricas sobre uma carga de prova qualquer
para trazê-la do infinito até o ponto P, segundo uma trajetória arbitrária.
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
01
Um corpo esférico, condutor, oco de
espessura irrelevante e com carga total nula
tem um raio RB = 50,0 cm e envolve um
corpo esférico, a ele concêntrico, condutor 0
e em equilíbrio eletrostático que apresenta 10
um raio RA = 10,0 cm e contém uma
carga elétrica QA = 1,00 C de eletricidade 50
positiva. Num dado instante, um corpúsculo
de massa m = 2,00 · 10–7 g, contendo uma
carga q = 1,00 nC de eletricidade positiva,
100
abandona a superfície do corpo interno, Dados: k = 9 · 109 Nm2/C2
x (cm)
acelera e, como o corpo maior apresenta Distância OP = 4,0 cm
um furo, tal corpúsculo passa por ele e é
detectado movendo-se na posição x = 100,0 cm, como mostrado. Todo Determine:
o sistema encontra-se no vácuo. Nessas condições:
a. a intensidade do vetor campo elétrico no centro O e no ponto P;
a. calcule a intensidade da força elétrica sobre o corpúsculo no instante b. o potencial elétrico no ponto O e no ponto P.
em que ele passa por um ponto entre os condutores situado a
20,0 · 10–2 m do centro deles. 05 Duas partículas A (massa 2M, carga positiva Q) e B (massa M, carga
b. calcule a velocidade do corpúsculo ao passar pela posição x = 100,0 positiva q), separadas por uma distância d, são abandonadas no vácuo, a
cm. partir do repouso, como mostra a figura:
256 Vol. 2
Potencial elétrico
Suponha que as únicas forças atuantes nas partículas sejam as forças Determine:
eletrostáticas devidas às suas cargas. Sendo K a constante eletrostática
do vácuo, determine: a. a posição xc do centro do círculo;
b. o raio R do círculo.
a. as velocidades vA e vB das partículas A e B quando a distância entre
elas for “infinita”, ou seja, quando estiverem afastadas o suficiente 07 Ao longo de uma linha reta existe um número infinito de cargas
para que a interação entre elas se torne desprezível; alternadamente positivas e negativas ± q, todas as cargas adjacentes
b. a velocidade com que B chegaria ao “infinito”, se a partícula A fosse fixa. separadas por uma mesma distância d.
RASCUNHO
IME-ITA 257
Eletrodinâmica A ssunto
5
Física III
Elétrons em
movimento
i
∆Q ∆Q
t t
Além disso, a carga total que atravessa uma secção transversal do fio
em um certo intervalo de tempo é numericamente igual à área do gráfico
corrente versus tempo neste intervalo.
Movimento ordenado dos elétrons em um fio.
∆Q = Área
2.1 Intensidade média de corrente elétrica
A intensidade de corrente está associada à quantidade de portadores 3. Diferença de potencial, d.d.p. ou
de cargas elétricas que atravessam a seção transversal de um condutor tensão elétrica (U)
por unidade de tempo.
No capítulo anterior (Potenciais elétricos) foi visto este assunto, e aqui
será reafirmado que:
–
– –
–
– –
–
– –
Elétrons atravessando
a seção reta de um fio
50 V 100 V
sentido convencional
258 Vol. 2
Eletrodinâmica
• cargas elétricas positivas fluem naturalmente do maior para o menor 6. Resistividade (ρ)
potencial.
A resistividade é uma propriedade física de cada material, diretamente
proporcional a sua temperatura, que está relacionada com a dificuldade
+ para a passagem da corrente por um condutor feito deste material.
+ + Unidade SI de resistividade: [ · M] - ohm-metro.
+
+ + ρ = ρ0 (1 + α∆T)
+
+ + em que:
ρ → resistividade para uma temperatura T;
50 V 100 V ρ0 → resistividade referência para uma temperatura T0;
α → coeficiente de temperatura do material;
Como os sentidos dos movimentos Sentido convencional da ∆T → variação de temperatura (∆T = T – T0).
das cargas positivas e negativas são corrente elétrica
opostos na existência de tensão 7. Condutividade (σ)
elétrica, observou-se a necessidade
É o inverso da resistividade, ou seja, é a característica física de cada
de convencionar um sentido único
material, inversamente proporcional a temperatura. Em outros termos é a
para a corrente.
característica física que facilita a passagem da corrente por um condutor.
O sentido convencional da
corrente elétrica é definido como
σ = 1/ρ
do maior potencial para o menor
potencial. Porém, como os portadores Secção
de carga são os elétrons, o sentido Unidade SI de condutividade: [S/m] – siemens/metro = [–1/m]
real da corrente é do menor potencial
para o maior potencial. Caso nada 8. Resistência (R)
seja citado nos exercícios, adotamos + –
o sentido convencional. Propriedade física de cada material, inversamente proporcional à área
transversal do condutor e diretamente proporcional ao seu comprimento.
Unidade SI de resistência: [] – ohm
4. Potência elétrica ρ⋅l
R=
O trabalho da força elétrica para mover uma quantidade de carga ∆Q A
de um potencial V1 para outro V2 foi determinado anteriormente:
Obs.: Tal relação é conhecida como a 2a Lei de Ohm
U
∆Q condutor 9. Condutância (G)
V1 V2 É o inverso da resistência.
τ = ∆Q · (V1 – V2) = ∆Q · U
Unidade SI de condutância: [S] – Siemens = [–1]
A potência elétrica é definida pela razão entre a energia e o tempo
gasto naquela troca de energia dado por: 1
G=
R
τ ∆Q ⋅ U
P= = → P =U⋅i
∆t ∆t 10. Primeira lei de ohm
Unidade SI de potência elétrica: [W] – Watt Quando ligamos os terminais de um condutor a uma certa tensão
1 W = 1V · A (volt-ampère) elétrica, vemos que se estabelece uma corrente elétrica por ele. Ao
variarmos a tensão nos terminais deste condutor, a intensidade da corrente
sofrerá variação proporcionalmente.
5. Efeito joule Desta forma, a uma dada temperatura, para o mesmo condutor a razão
Vimos durante a definição de corrente elétrica que o movimento de U
será constante.
portadores de cargas ocorre de forma ordenada, uma vez que cargas de i
mesmo sinal se deslocam no mesmo sentido. Porém, este movimento
dos portadores é caracterizado por colisões entre eles e deles com as
paredes do condutor.
Desta forma. chama-se de Efeito Joule a transformação de energia
elétrica em térmica (dissipada) que ocorre durante a passagem de corrente
elétrica, graças às colisões mencionadas.
IME-ITA 259
Física III – Assunto 5
U1 U2 U3 U
= = = ....
= constante = R
i1 i2 i3
U1
U1
Desta forma, podemos enunciar a 1a Lei de Ohm como: R1 =
i1
U=R·i
i
11. Resistor i1
Resistor é o elemento físico passivo de um circuito que consome Obs.: Exceto quando se mencionar informação contrária, todos os
energia elétrica ao dissipar calor devido ao Efeito Joule. Na prática, resistores serão considerados ôhmicos.
representam os aparelhos elétricos mais comuns no nosso dia a dia,
tais como lâmpadas, ferro de passar, televisão, geladeira, dentre outros.
12. Potência dissipada
em um resistor
©iStockphoto.com/OlivierLantzendörffer
A partir da definição de potência elétrica, e juntamente com a primeira
lei de Ohm, obtemos as seguintes expressões para a potência dissipada
em um resistor:
U2
P =U⋅i P = R ⋅ i2 P=
R
260 Vol. 2
Eletrodinâmica
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Cerca de 106 íons de Na+ penetram em uma célula nervosa, em um U(V) I. O resistor em questão é
intervalo de tempo de 1 ms, atravessando sua membrana. Calcule a intensidade ôhmico.
da corrente elétrica através da membrana, sendo e = 1,6. 10–19 C a carga II. A resistência elétrica do
elétrica elementar. resistor é igual a 5 Ω, e isso
30 significa que são necessários
Solução: 5 volts para produzir nele 1
∆Q ampère de corrente.
i=
∆t III. A intensidade de corrente i2
10 indicada no diagrama é igual
Repare, porém, que não temos a carga elétrica que atravessa uma
a 6 A.
seção reta do condutor (∆Q), mas sabemos que essa carga pode ser
IV. Se esse resistor for percorrido
calculada por:
0 2 i2 i(A) por uma corrente de 2 A
∆Q = n · e
durante 20s, consumirá 400
t = 1 ms = 1 · 10–3 s
J de energia.
∆Q n ⋅ e 106 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19 São corretas as seguintes afirmações:
i= = =
∆t ∆t 1⋅ 10−3
i = 1,6 · 10–10 A (A) I, II e III, apenas. (D) todas.
(B) I e IV, apenas. (E) I e II, apenas.
02 Por um chuveiro elétrico circula uma corrente de 20 A, quando ele (C) I, II e IV, apenas.
é ligado a uma tensão de 220 V. Determine:
Solução: Letra D.
a. a potência elétrica recebida pelo chuveiro;
I. Verdadeira.
b. a energia elétrica consumida pelo chuveiro em 15 minutos de
Quando o gráfico U x i é uma reta inclinada para cima, indica que
funcionamento, expressa em kWh.
essas duas grandezas são diretamente proporcionais e obedecem
c. a elevação da temperatura da água ao passar pelo chuveiro com
à Lei de Ohm: U = R · i
vazão igual a 50 gramas por segundo, supondo que ela absorva toda
II. Verdadeira.
a energia dissipada. Use: calor específico da água = 4,0 J/g °C.
Escolhendo o par ordenado (i = 2 A e U = 10 V) do gráfico e
aplicando na Primeira Lei de Ohm, temos:
Solução:
U=R·i
a. Para calcular a potência elétrica, temos três fórmulas distintas.
10 = R · 2
Precisamos identificar as grandezas fornecidas pelo problema, que nesse
R=5Ω
caso são: a corrente elétrica (i = 20 A) e a d.d.p. (U = 220 V).
III. Verdadeira.
Portanto, usaremos P = Ui.
Aplicando a Lei de Ohm para U = 30 V e i2, temos:
P = 220 · 20
U=R·i
P = 4400 W
30 = 5 · i2
i2 = 6 A
b. A energia elétrica consumida é dada por E = P · ∆t
IV. Verdadeira.
• Não esqueça que a unidade da potência deve ser em kW e o tempo,
A energia consumida será E = P · t = U · i · t
em horas.
E = 10 · 2 · 20 = 400 J
P = 4400 W = 4,4 kW
t = 15 min = 0,25 h
04 Um resistor usado em circuitos, como os de receptores de rádio e
E = 4,4 · 0,25 = 1,1 kWh
televisores, por exemplo, é especificado pelo valor de sua resistência e
pela potência máxima que pode dissipar sem danificar-se. Considerando
c. A potência do chuveiro é 4400 W, o que significa 4400 J/s , ou seja,
um resistor de especificações 10 kΩ – 1 W, determine a máxima
a cada segundo, o chuveiro fornece para a água 4400 J.
intensidade de corrente que ele pode suportar.
Sempre preste atenção na unidade do calor específico, que nesse
caso é J/g °C. Portanto, a massa da água deve estar em gramas e o Solução:
calor fornecido, em joules.
Substituindo na expressão do calor sensível: Conhecemos a resistência do resistor (R = 10 kΩ = 10.000 Ω) e a
potência máxima por ele dissipada (P = 1 W). Portanto:
Q = m · c · ∆θ
4400 = 50 · 4 · ∆θ P=U·i
∆θ = 22°C 1 = 10000 · i
i = 10–4 A
03 No diagrama a seguir está representada a curva característica de
um resistor mantido em temperatura constante. 05 A área A de um círculo de raio r é dada por: A = πr2. Calcule, então,
quantos metros deve ter um fio de cobre com 2,0 mm de diâmetro, para
Analise as seguintes afirmações: que sua resistência elétrica seja igual a 1,0 Ω. Considere a resistividade
do cobre igual a 1,7 · 10–8 Ω m. Use π = 3,1.
IME-ITA 261
Física III – Assunto 5
a. Calcule a resistência elétrica dessa lâmpada operando corretamente. (A) A será a mais brilhante, pois tem a maior resistência.
b. Ignorando a variação da resistência elétrica com a temperatura, (B) B será a mais brilhante, pois tem a maior resistência.
calcule a potência dissipada pela lâmpada se for ligada a uma rede de (C) A será a mais brilhante, pois tem a menor resistência.
110 V. (D) B será a mais brilhante, pois tem a menor resistência.
(E) ambas terão o mesmo brilho.
Solução:
a. Conhecendo Pot = 110 V e U = 220 V, é mais imediato usar: Solução: Letra D.
U2 U 2 220 ⋅ 220 ρl
Pot = ⇒R= = ⇒ R = 484 Ω R= : AB > A A ⇒ RB < RA
R Pot 100 A
Com a redução da potência dissipada, reduz-se também a potência A par tir desses dados, indique a única alternativa que descreve
luminosa irradiada, que é uma pequena fração da potência dissipada, corretamente a possível troca efetuada pelo amigo:
já que o rendimento dessa lâmpada é muito baixo. Consequentemente,
ela passa a iluminar menos. (A) Substituiu o velho disjuntor de 20 ampères por um novo, de 30
ampères.
07 Um resistor usado em circuitos, como os de receptores de (B) Substituiu o velho disjuntor de 20 ampères por um novo, de 40
rádio e televisores, por exemplo, é especificado pelo valor de sua ampères.
resistência e pela potência máxima que pode dissipar sem danificar-se. (C) Substituiu o velho disjuntor de 10 ampères por um novo, de 40
Considerando um resistor de especificações 10 kΩ–1 W, determine a ampères.
máxima intensidade de corrente que ele pode suportar. (D) Substituiu o velho disjuntor de 30 ampères por um novo, de 20
ampères.
Solução: (E) Substituiu o velho disjuntor de 40 ampères por um novo, de 20
Pot = R · i2 ⇒ 1 = 104 · i2 ⇒ i = 10–2 A = 10 mA ampères.
262 Vol. 2
Eletrodinâmica
EXERCÍCIOS NÍVEL 1 05 O gráfico abaixo mostra como a potência gerada por uma usina elétrica,
em quilowatts (kW), varia ao longo das horas do dia:
01 Na montagem esquematizada na figura, P1 e P2 são duas placas
metálicas ligadas por fios condutores a uma bateria e a um medidor de
intensidade de corrente elétrica e F é uma fonte de radiação gama.
Quando a radiação citada atravessa o ar entre as placas, o medidor detecta
a passagem de uma corrente elétrica de pequena intensidade. Isto ocorre
porque a radiação torna o ar:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
10
IME-ITA 263
Física III – Assunto 5
09 A bacia hidrográfica do rio Tocantins abrange 767.000 km2 (1,4 vezes 14 Um chuveiro elétrico opera na potência de 4.400 W, sob tensão de 220 V.
maior que a França, estendendo-se por 2.500 km no sentido sul-norte,
desde o Planalto Central até o estuário do rio Amazonas. Apresenta um Determine:
potencial hidrelétrico de 25 milhões de kVA. Recentemente foi inaugurada a
UHE Tucuruí que, totalmente pronta em 1993, irá produzir 8 milhões de kVA a. a resistência elétrica desse chuveiro.
– a maior hidrelétrica genuinamente nacional. Cada uma das duas turbinas b. a energia dissipada em 30 minutos de funcionamento.
já em funcionamento produz 330.000 kVA. A unidade kVA representa:
15 Um fio, em cujas extremidades aplica-se uma diferença de potencial de
(A) energia. (D) amperagem. 20 volts, libera calor à razão de 800 cal/s. Calcule sua resistência elétrica,
(B) potência. (E) voltagem. considerando 1 cal ≅ 4,2 J.
(C) carga.
16 Determine a resistência, em Ω, de um condutor que dissipa 1.000
10 A potência de um chuveiro é de 2.200 watts. Considere 1 cal = 4 cal/s, ligado a uma diferença de potencial de 50 V.
J. Qual a variação de temperatura da água, ao passar pelo chuveiro com
uma vazão de 0,022 litros? (Dado: 1 cal = 4,18 J)
11 Um chuveiro elétrico opera a uma tensão de 220 V e consome 2.200 (A) 0,10. (C) 0,60.
W. (B) 0,30. (D) 0,90.
a. Qual é a resistência elétrica deste chuveiro? 17 Um chuveiro elétrico, submetido à tensão constante, pode ser regulado
b. Imaginando que você utilize este chuveiro para tomar um banho com para fornecer água em maior ou menor temperatura (inverno e verão,
água à temperatura de 37°C e que a temperatura ambiente da água seja respectivamente). A resistência elétrica do chuveiro:
de 27°C, calcule a vazão da água, em litros por segundo, que você deve
exigir deste chuveiro. (Dado: calor específico da água ≅ 4,2 J/(g°C).) (A) não tem relação com o aquecimento da água.
(B) é maior quando se deseja água mais aquecida.
12 A curva característica de um condutor é apresentada na figura abaixo. (C) é maior quando se deseja água menos aquecida.
(D) é menor quando se deseja água menos aquecida.
(Dado: 1cal = 4J )
20 (ITA 01/02) Sendo dado que 1J = 0,239 cal, o valor que melhor
expressa, em calorias, o calor produzido em 5 minutos de funcionamento
de um ferro elétrico, ligado a uma fonte de 120 V e atravessado por uma
corrente de 5,0 A, é:
264 Vol. 2
Eletrodinâmica
IME-ITA 265
Física III – Assunto 5
10 Pretende-se determinar a resistência de uma lâmpada, cuja 14 Os gráficos apresentados a seguir, caracterizam a potência P, em watt,
tensão nominal é de 120 volts, com um circuito no qual se pode medir e a luminosidade L, em lúmen, em função da tensão, para uma lâmpada
simultaneamente a tensão aplicada à lâmpada e a intensidade da corrente incandescente. Para iluminar um salão, um especialista programou utilizar
nela. Foram feitas duas medições: primeiro a 120 volts e, depois, a 40 volts. 80 dessas lâmpadas, supondo que a tensão disponível no local seria de 127
Calculou-se a resistência da lâmpada aplicando-se a Lei de Ohm e obteve-se V. Entretanto, ao iniciar-se a instalação, verificou-se que a tensão no local
resistência sensivelmente maior para 120 volts. Pode-se afirmar que: era de 110V. Foi necessário, portanto, um novo projeto, de forma a manter
a mesma luminosidade no salão, com lâmpadas desse mesmo tipo.
(A) houve erro nas medidas, pois os resultados deveriam ser iguais.
(B) houve um curto-circuito no filamento da lâmpada, diminuindo a
resistência na segunda medida.
(C) a diferença decorre da desigualdade de temperatura do filamento nas
duas tensões.
(D) o processo não serve para medir resistência.
40
Para esse novo projeto, determine:
1,5
Corrente (10 A)
30
1,0
a. o número N de lâmpadas a serem utilizadas;
20 b. a potência adicional PA, em watts, a ser consumida pelo novo conjunto
10 0,5 de lâmpadas, em relação à que seria consumida no projeto inicial.
0,0
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 10 20 30 40 50 15 Mediante chave seletora, um chuveiro elétrico tem a sua resistência
Voltagem (V) Corrente (10 A)
–3 graduada para dissipar 4,0 kW no inverno, 3,0 kW no outono, 2,0 kW na
primavera e 1,0 kW no verão. Em uma manhã de inverno, com temperatura
a. Qual é a potência elétrica do diodo, quando uma tensão de 1,2 V é ambiente de 10°C, foram usados 10,0 L de água desse chuveiro para preencher
aplicada? os 16% do volume faltante do aquário de peixes ornamentais, de modo a elevar
b. Qual é a potência de saída (potência elétrica transformada em luz) sua temperatura de 23°C para 28°C. Sabe-se que 20% da energia é perdida no
para essa voltagem? Qual é a eficiência do dispositivo? aquecimento do ar, a densidade da água é ρ = 1,0 g/cm3 e calor específico
c. Qual é a eficiência do dispositivo sob uma tensão de 1,5 V? da água é 4,18 J/gK. Considerando que a água do chuveiro foi colhida em
10 minutos, em que posição se encontrava a chave seletora? Justifique.
13
(MACK-SP) A temperatura 16 Em uma sala há várias tomadas elétricas aparentemente idênticas.
de um forno é calculada através + No entanto, algumas fornecem uma diferença de potencial (d.d.p.) de Vo
A
da corrente elétrica indicada e outras, uma d.d.p. de 2 Vo. Um estudante deve diferenciar os dois tipos
pelo amperímetro, como mostra de tomadas. Para isso, lhe são fornecidas 2 lâmpadas fabricadas para
a figura. O resistor R é feito de Tensão operar sob uma d.d.p. de Vo e com potência Po e fios condutores ideais
material cuja resistividade tem constante R
para que possa construir um circuito a fim de testar as tomadas.
coeficiente de temperatura igual
a 5 · 10–3 °C–1. Estando o forno a. De que modo o estudante deve ligar as lâmpadas no circuito para que não
a 20°C, o amperímetro indica –
Forno corra risco de queimá-las? Represente o circuito por meio de um esquema.
2,0 A. Quando o amperímetro b. Explique como o estudante pode diferenciar as tomadas que fornecem
indicar 1,6 A, qual será a temperatura do forno? a d.d.p. de Vo das que fornecem a d.d.p. de 2 Vo.
266 Vol. 2
Eletrodinâmica
17 Um estudante do ITA foi a uma loja comprar uma lâmpada para o seu EXERCÍCIOS NÍVEL 3
apartamento. A tensão da rede elétrica do alojamento dos estudantes do ITA
é 127 V, mas a tensão da cidade de São José dos Campos é de 220 V. Ele 01 Um anel circular de raio R encontra-se uniformemente eletrizado com
queria uma lâmpada de 25 W de potência que funcionasse em 127 V, mas densidade linear de cargas igual a λ. O anel roda com velocidade angular
a loja tinha somente lâmpadas de 220 V. Comprou, então, uma lâmpada constante, igual a ω, em torno de seu eixo. Determine a intensidade de
de 100 W fabricada para 220 V, e ligou-a em 127 V. Se pudermos ignorar corrente gerada pela rotação do anel.
a variação da resistência do filamento da lâmpada com a temperatura,
02 Um condutor metálico cilíndrico, cuja seção transversal tem área A, é
podemos afirmar que:
percorrido por uma corrente elétrica de intensidade constante i. Sendo N
o número de elétrons livres por unidade de volume do condutor, e a carga
(A) o estudante passou a ter uma dissipação de calor no filamento da
elétrica elementar e v a velocidade média de deslocamento dos elétrons
lâmpada acima da qual ele pretendia (mais de 25 W). livres, determine a intensidade da corrente elétrica.
(B) a potência dissipada na lâmpada passou a ser menor que 25 W.
(C) a lâmpada não acendeu em 127 V. 03 As lâmpadas fluorescentes iluminam muito mais que as lâmpadas
(D) a lâmpada, tão logo foi ligada, “queimou”. incandescentes de mesma potência. Nas lâmpadas fluorescentes
(E) a lâmpada funcionou em 127 V perfeitamente, dando a potência compactas, a eficiência luminosa, medida em lumens por watt (lm/W), é
nominal de 100 W. da ordem dede 60 lm/W e, nas lâmpadas incandescentes, da ordem de
15 lm/W. Em uma residência, 10 lâmpadas incandescentes de 100 W
18 A casa de um certo professor de Física do ITA, em São José dos são substituídas por fluorescentes compactas que fornecem iluminação
equivalente (mesma quantidade de lumens). Admitindo que as lâmpadas
Campos, tem dois chuveiros elétricos que consomem 4,5 kW cada um.
ficam acesas, em média, 6 horas por dia e que o preço da energia elétrica
Ele quer trocar o disjuntor geral da caixa de força por um que permita o
é de R$ 0,20 por kWh, determine a economia mensal na conta de energia
funcionamento dos dois chuveiros simultaneamente com um aquecedor elétrica dessa residência.
elétrico (1,2 kW), um ferro elétrico (1,1 kW) e 7 lâmpadas comuns
(incandescentes) de 100 W. Disjuntores são classificados pela corrente 04 A base de uma nuvem de tempestade, eletricamente carregada, situa-se
máxima que permitem passar. Considerando que a tensão da cidade seja a 500 m do solo. O ar se mantém isolante até que o campo elétrico entre
de 220 V, o disjuntor de menor corrente máxima que permitirá o consumo a nuvem e o solo atinja o valor de 5,00 · 106 N/C. Em um dado instante,
desejado é de: a nuvem descarrega-se por meio de um raio, que dura 0,10 s e libera a
energia de 5,00 · 1011 J. Calcule:
(A) 30 A. (D) 60 A.
a. a diferença de potencial entre a base da nuvem e o solo;
(B) 40 A. (E) 80 A.
b. a corrente elétrica média durante a descarga;
(C) 50 A. c. a quantidade de cargas transportadas pelo raio.
19 Um fio condutor é derretido quando o calor gerado pela corrente que 05 Um objeto metálico é colocado próximo a uma carga de +0,02 C
passa por ele se mantém maior que o calor perdido pela superfície do fio e aterrado com um fio metálico de resistência de 8 Ω. Suponha que a
(desprezando a condução de calor pelos contatos). Dado que uma corrente corrente que passa pelo fio seja constante por um tempo de 0,1 ms até o
de 1 A é a mínima necessária para derreter um fio de seção transversal sistema entrar em equilíbrio e que a energia dissipada no processo seja
circular de 1 mm de raio e 1 cm de comprimento, determine a corrente de 2 J. Conclui-se que, no equilíbrio, a carga no objeto metálico é:
mínima necessária para derreter um outro fio da mesma substância com
seção transversal circular de 4 mm de raio e 4 cm de comprimento. (A) –0,02 C. (D) 0 C.
(B) –0,01 C. (E) +0,02 C.
(A) 1/8 A. (D) 4 A. (C) –0,005 C.
(B) 1/4 A. (E) 8 A.
(C) 1 A. 06 Grande parte da tecnologia utilizada em informática e telecomunicações
é baseada em dispositivos semicondutores, que não obedecem à lei de
20 A figura mostra três camadas de dois materiais com condutividade σ1 Ohm. Entre eles está o diodo, cujas características ideais são mostradas no
e σ2, respectivamente. Da esquerda para a direita, temos uma camada do gráfico (figura 1). O gráfico deve ser interpretado da seguinte forma: se for
material com condutividade σ1, de largura d/2, seguida de uma camada do aplicada uma tensão negativa sobre o diodo (VD < 0), não haverá corrente
material de condutividade σ2, de largura d/4, seguida de outra camada do (ele funciona como uma chave aberta. Caso contrário (VD > 0), ele se
primeiro material de condutividade σ1, de largura d/4. A área transversal é a comporta como uma chave fechada. Considere o circuito (figura 2).
mesma para todas as camadas e igual a A. Sendo a diferença de potencial
entre os pontos a e b igual a V, a corrente do circuito é dada por:
IME-ITA 267
Física III – Assunto 5
a. Obtenha as resistências do diodo para U=+5V e U=–5V a. Calcule a resistência do fio quando toda a sua extensão está a 10 K,
b. Determine os valores lidos no voltímetro e no amperímetro para isto é, quando o tanque está vazio.
U=+5V e U=–5V. b. Qual é a altura h do nível de hélio líquido no interior do tanque em uma
situação em que a resistência do fio de Nb vale 36 Ω?
07 Em um experimento de laboratório, um fluxo de água constante, de
1,5 litro por minuto, é aquecido através de um sistema cuja resistência 09 Algumas residências recebem três fios da rede de energia elétrica,
R, alimentada por uma fonte de 100 V, depende da temperatura da água. sendo dois fios correspondentes às fases e o terceiro ao neutro. Os
Quando a água entra no sistema, com uma temperatura To = 20°C, a equipamentos existentes nas residências são projetados para serem
resistência passa a ter um determinado valor que aquece a água. A água ligados entre uma fase e o neutro (por exemplo, uma lâmpada, ou entre
aquecida estabelece novo valor para a resistência e assim por diante, até duas fases (por exemplo, um chuveiro). Considere o circuito abaixo, que
que o sistema se estabilize em uma temperatura final T(f). representa, de forma muito simplificada, uma instalação elétrica residencial.
As fases são representadas por fontes de tensão em corrente contínua e
os equipamentos, representados por resistências. Apesar de simplificado,
o circuito pode dar uma ideia das consequências de uma eventual ruptura
do fio neutro. Considere que todos os equipamentos estejam ligados ao
mesmo tempo.
220
1,0 · 10–6
110
0,0
5 10 15 20 25 t(s)
T (K)
0,2 ∆t 0,2 ∆t 0,2 ∆t 0,2 ∆t 0,2
Um fio de Nb de comprimento total L = 1,5 m Fio de Nb a. a relação Z1 entre as potências P220 e P110, dissipadas por esse aparelho
e seção transversal de área A = 0,050 mm2 é em 220 V e 110 V, respectivamente, quando está continuamente ligado,
esticado verticalmente do topo até o fundo de sem interrupção;
um tanque de hélio líquido, a fim de ser usado b. o valor do intervalo ∆t, em segundos, em que o aparelho deve
como medidor de nível, conforme ilustrado na T = 10 K permanecer desligado a 220 V, para que a potência média dissipada
figura ao lado. Sabendo-se que o hélio líquido pelo resistor nessa tensão seja a mesma que quando ligado
se encontra a 4,2 K e que a temperatura da L continuamente em 110 V;
parte não imersa do fio fica em torno de 10 K, c. a relação Z2 entre as correntes médias I220 e I110, que percorrem o
T = 4,2 K h resistor quando em redes de 220 V e 110 V, respectivamente, para a
pode-se determinar a altura h do nível de hélio
líquido através da medida da resistência do fio. situação do item anterior.
268 Vol. 2
Eletrodinâmica
RASCUNHO
IME-ITA 269
Associação de resistores A ssunto
6
Física III
2. Associação de resistores
2.1 Associação em série
Dois ou mais resistores estão associados em série quando a corrente
elétrica que os percorre é a mesma. Ex.: lâmpadas de pisca-pisca de Natal.
U = U 1 + U2 + U3 = R 1 · i + R 2 · i + R 3 · i I
U = (R1 + R2 + R3) · i
270 Vol. 2
Associação de resistores
IME-ITA 271
Física III – Assunto 6
Ex.1: RAB = ?
Ex.2: RAB = ?
272 Vol. 2
Associação de resistores
01 Em cada uma das associações a seguir, determine a resistência Interpretando o resultado: sempre que calcularmos a resistência
equivalente entre os pontos A e B: equivalente de resistores em paralelo, a REQ sempre será um valor menor
que o menor dos resistores da associação. Portanto, como o menor dos
A 3Ω 7Ω B resistores é 1 Ω, o REQ deveria ser menor que esse valor, o que realmente
a.
b. ocorreu. Sempre preste atenção nesse detalhe nos exercícios.
36 Ω
c. Temos aqui uma associação mista. Repare que o fio principal se
A 12 Ω B ramifica em dois ramos (onde temos um resistor de 6 Ω em cada
1Ω ramo, portanto ambos estão em paralelo). Esses dois resistores em
paralelo podem ser trocados por um único resistor que estará em
c. 6Ω série com o resistor de 2 Ω. 1 R 2
= EQ + = 3 Ω
Os dois resistores em paralelo REQ(PARALELO) n 6
A 2Ω B
são iguais, portanto usaremos
6Ω o macete: REQ(TOTAL) = 3 + 2 = 5 Ω
IME-ITA 273
Física III – Assunto 6
R1 = 18 Ω; i1 = 2 A.
R2 = 6 Ω; i1 = 6 A.
120 V Geladeira I II
04 Deseja-se montar um aquecedor elétrico de imersão, que será ligado 120 W
274 Vol. 2
Associação de resistores
Quanto maior a corrente elétrica suportada por um fio, maior é seu preço. 08 No trecho de circuito esquematizado a seguir, determine a diferença
O fio, que representa a escolha mais econômica possível para este de potencial UXZ entre os pontos X e Z (UXZ = νX – νZ):
circuito, deverá suportar, dentre as opções a seguir, uma corrente de:
(A) 5 A. (D) 20 A. R3 Y
(B) 10 A. (E) 25 A.
(C) 15 A.
X R1 = 10 Ω P i3 = 7 A
Solução: Letra D.
PotMáx = PotGel + PotMic + PotTor
R2 = 5 Ω
PotMáx = 120 W + 900 W + 850 W = 1870 W i3 = 4 A
PotMáx = U iMax ⇒ 1870 = 120 iMax
iMax ≅ 15,6 A
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Calcule a resistência equivalente entre os terminais A e B, nos seguintes 02 Determine a resistência equivalente entre os pontos A e B do circuito:
casos:
a.
IME-ITA 275
Física III – Assunto 6
04 Dispõe-se de três resistores de resistências de 300 ohms cada um. 10 Na figura, R representa um reostato de 200 Ω e L uma lâmpada de
Para se obter uma resistência de 450 ohms, utilizando-se os três resistores, 80 V – 40 W. Entre os pontos 3 e 4 do circuito aplica-se uma D.D.P. de 120 V:
como devemos associá-los?
276 Vol. 2
Associação de resistores
14 Determine a resistência equivalente entre os pontos A e B: Obs.: Todos os resistores possuem resistências iguais a R.
16 Nos circuitos esquematizados a seguir, calcule a resistência equivalente
entre os pontos A e B:
a.
b.
EXERCÍCIOS NÍVEL 2
01 Determine a resistência equivalente entre A e B, no circuito a seguir: 04 Dois resistores (X e Y) não ôhmicos estão associados em série. No
gráfico, mostra-se como a resistência elétrica de cada resistor varia em
função da corrente elétrica (i) que passa por ele. Em qual dos seguintes
100 Ω gráficos melhor se representa a corrente que atravessa a associação dos
A dois resistores em função da diferença de potencial (E) entre seus terminais?
600 Ω 400 Ω 300 Ω
B
100 Ω (A)
(B)
(C)
(D)
(E)
IME-ITA 277
Física III – Assunto 6
05 No esquema a seguir, R = 10 Ω e os fios de ligação têm resistência 09 (UFJF-MG) Um disjuntor é um interruptor elétrico de proteção que
desprezível. O potencial da Terra é considerado nulo e o potencial no ponto desarma quando a corrente em um circuito elétrico ultrapassa um certo
A é de 10 V: valor. A rede elétrica de 110 V de uma residência é protegida por um
disjuntor de 40 ampères, com tolerância de ± 5%. Se a residência dispõe
de um chuveiro elétrico de 3.960 watts, um ferro de passar roupas de 880
watts e algumas lâmpadas de 40 watts:
R1 R2 = 12 Ω 0
15 Ω RX 20 100 t (°C)
i2
Figura 1 Figura 2
12 V
278 Vol. 2
Associação de resistores
12 (ITA) O circuito da figura a seguir, conhecido como ponte de 13 (ITA) Considere um arranjo em forma de tetraedro construído com
Wheatstone, está sendo utilizado para determinar a temperatura do óleo 6 resistências de 100Ω , como mostrado na figura. Pode-se afirmar
de um reservatório, no qual está inserido um resistor de fio de tungstênio que as resistências equivalentes RAB e RCD entre os vértices A, B e C, D,
RT. O resistor variável R é ajustado automaticamente de modo a manter a respectivamente, são:
ponte sempre em equilíbrio, passando de 4,00 Ω para 2,00 Ω. C
Sabendo que a resistência varia 8,0 Ω RT
linearmente com a temperatura e que (A) RAB = RCD = 33,3Ω.
o coeficiente linear de temperatura (B) RAB = RCD = 50Ω.
(C) RAB = RCD = 66,7Ω. A D
para o tungstênio vale α = 4,00 ·
10–3 °C–1, a variação da temperatura (D) RAB = RCD = 83,3Ω.
do óleo deve ser de: (E) RAB = 66,7Ω e RCD = 83,3Ω.
R 10 Ω
B
(A) –125 °C. (D) 41,7 °C.
(B) –35,7 °C. (E) 250 °C.
(C) 25,0 °C.
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
01 Calcule a resistência equivalente entre os terminais A e B. d. Todas as resistências iguais a R.
a.
c.
IME-ITA 279
Física III – Assunto 6
02 Determine a resistência entre dois vértices opostos de um cubo em que 05 (IME 09/10) Sabendo que todos os resistores da malha infinita da
todas as arestas são formadas por resistores de mesma resistência R. figura têm resistência R, a resistência equivalente entre A e B é:
( )
(A) R 1 + 2 / 2
( )
(B) R 1 + 3 / 2
04 (IME 08/09) A resistência equivalente entre os terminais A e B da
figura abaixo é: (C) 3R/2
B
( )
(D) R 1 + 5 / 2
( )
(E) R 1 + 6 / 2
2R 2R 2R
RASCUNHO
280 Vol. 2
Gabarito V olume
2
Física I 27 1,6 · 102 N
28
a. 4,0 m/s; 4,0 N
Assunto 5 b.
Exercícios Nível 1
01 40 N.
02
a. 2,0 m/s2. b. 8,0 N.
03
a. 2,0 m/s2. 29
b. 24 N. a. 7,5 · 102 N b. 4,5 · 10 2 N
c. 48 N. 30
04 a. 9,8 m/s2 e 2,2 m/s2. b. 588 N.
a. 4,0 m/s2. b. 30 N. 31
05 a. 150 m. b. 900 N.
a. 0,60. b. 2,0 m/s2. 32
06 a.
a. me = 0,25; mc = 0,20. b. 1,0 m/s2.
07
a. 6,0 m/s2. b. 32 N.
08 D1: 30 kgf; D2: 20kgf
09
a. 80 kgf. b. 70 kgf. b. 5,0 m/s.
10 Letra A. 33 Letra B.
11 34
a. 1,0 m/s2. b. 18 N. a. vertical e para cima, com módulo de 0,30N;
12 b. 180g
a. 5,0 m/s2. b. 30 N. 35 5,0 m/s2 e 30 N.
13 36
a. 3,0 m/s2. b. 0,30. a.
14 T = 3Mg/2 e F = Mg/2
15 0,5
16
a. 2,0 m/s2. b. 48 N.
17
a. Letra D. b. Letra D.
18 Letra E.
19 1,25 N.
20 40 kgf. b. 50 N.
21 37
a. a. D e A para B.
b. 10 m/s.
c. pode ser de A para B ou de B para A.
38
a. 720 N.
b. aA = 0; aB = 5,0 m/s2; apolia = 2,5 m/s2.
b. no cutelo: 30 N; no plano inclinado: 40 N. c. 40 N.
22 3,0 · 103 N. 39 110 N ≥ F ≥ 50N. 61 Letra C.
23 40 Letra A. 62 Letra D.
a. g/10. 41 Letra B. 63 Letra C.
b. fio 1: mg/5; fio 2: 2mg/5. 42 Letra B. 64 Letra E.
c. mg/2. 43 Letra A. 65 Letra C.
24 Letra E. 44 Letra D. 66 Letra C.
25 45 Letra A. 67 Letra E.
a. 1.0 m/s2. 46 Letra C. 68 Letra B.
b. 4,4 · 102 N. 47 Letra C. 69 Letra C.
c. 55 kg. 48 Letra D. 70 Letra C.
26 Letra A.
IME-ITA 365
Gabarito
c=
(m1 + m2 ) sen α cos α − m1 sen2 α g
m1 + m2 + m3 sen2 α
em que a é a aceleração de m1 e m2, b a aceleração vertical de m3 e
c a aceleração horizontal do mesmo.
19 Letra C.
20 Letra E.
21 36,5 ≤ F ≤ 64,7 N.
366 Vol. 2
Gabarito
03 Letra D. 08 Letra D. 11
v2
04 20 N. 09 Letra A. a. tgθ = .
05 Letra D. 10 Letra B. Rg
06 144 km/h. 11 3,0 m/s. b. 180 m/s.
07 72 km/h. c. 3.240 m.
12 12 –
vA µA
a. = 2. b. = 2.
vB µB Física II
13 26 N. Assunto 5
14 R = 120 m. Exercícios Nível 1
15 Letra C. 01 Letra D. 04 Letra C.
g 02 Letra E. 05 Letra C.
16 . 03 Letra D. 06 500 J; 400 J.
∝R
07
17 R g tg θ. a. 5/3. b. 3/8.
08 300 K.
18 8 rd/s. 09 Letra E.
19 10 Letra B.
a. 1 rd/s. b. 250 N. 11 Letra D.
20 Letra A. 26 Letra D.
21 Letra C. 27 Letra A. Exercícios Nível 2
22 Letra B. 28 Letra A. 01 1,68 · 109 J.
23 Letra B. 29 Letra A. 02
24 Letra B. 30 Letra C. a. P0V0.
25 Letra B. b. 13 P0V0/2.
c. 2/13.
Exercícios Nível 2 d. 3/4, que é maior que 2/13.
01 h = 0,637 m.
02 ( P2 − P1)(V3 + V2 − 2V1)
03 η =
a. F = 0,25 N. b. Mo = 0,070 kg. 2Q1
03 Letra C. 08 Letra B. 04 Letra D.
04 Letra A. 09 Letra C. 05 V – F – V – V – F.
05 Letra C. 10 Letra A. 06
06 Letra D. 11 Letra D. a. 25%.
07 Letra E. 12 arcsen (v2/gr). b. ~ 140°C.
07 840 kW.
Exercícios Nível 3 08 0,284 cal/g.
01 Letra D. 09
a. 1,95 J/K.
02 600N ; tg θ =0,5.
b. 0,65 J/K.
03 0,25.
10
04 1,2 m. a. 57°C. c. + 5,95 cal/K.
05 b. – 5,27 cal/K. d. + 0,68 cal/K.
a. 0,5 m. b. 0,15N. 11
1 a. 3,2 L; b. 2,4 · 102 J.
06 ; não depende do sentido de rotação. 12 11,5 J/K.
k
−1 13
mω2 a. 4,2 · 105 J; c. 50°C;
07 Letra C. b. 1,3 · 103 J/K; d. 1,4 · 103 J/K.
08 8,4 kN. 14 Letra B.
Exercícios Nível 3
09 2π L o cos θ + L1 .
g 01 Letra A.
02
10 a. Falsa. b. 50 m3.
a. 2,5 · Mg. 03
b. K = 2. a. 250 J.
c. 2,5 Hz. b. 500 W.
c. p = 1,5 atm e V = 7,5 L.
IME-ITA 367
Gabarito
Exercícios Nível 2
01 Letra D.
02 Letra B. 02 15 cm. 08 Letra D.
03 Letra B. 03 Letra D. 09 –
04 Letra C. 04 Letra A. 10 –
05 05 Letra B. 11 –
a. 100 cm. 06 20 cm. 12 –
07 Letra B.
b.
Assunto 7
Exercícios Nível 1
01
a. θ2 = 30°.
b. δ = 15°.
06 12 cm.
368 Vol. 2
Gabarito
c. 19
a.
b. 5 · 10–10s
20 δ1 = 15º
21
a. 30°. b. 30°.
22 Aproximadamente 26 cm.
23 800 m.
02 Letra D. 24 d = 2,3 cm.
03 25 45.
a. 2,5 · 10–8 s. 26 15 cm.
b. 27
a. 45°.
b. Reflexão total.
04
29 30° e 30°.
30
05 a. 1,25 · 108 m/s.
a. Sofre reflexão total na fronteira entre A e B.
b. Sofre refração com o ângulo de refração arc sen 3 /6, além da
reflexão parcial na fronteira entre A e B.
06 Dmin = 4,0 m. b.
07
a. 60º.
b. 30º.
08 Letra C. 31 n ≥ 3 /2.
09 32 Vermelho, alaranjado e amarelo.
a. V2 = 225.000 km/s. 33 30°.
b. n2 = 1,33. 34
c. λ1 = 5,0 · 10–7 m; λ2 = 3,8 · 10–7 m. (A) sen αmin = 1/n. (B) sen φ ≤ n2 − 1.
10 2,0. 35 1,34.
11 36 –
a. 60° e 30°, respectivamente.
37 n = 2 · {[(L+H)2+H]2/[(L+H)2+4.H2] }.
b. 3 .
38 30°.
12 1,27.
39
13 Reflexão total.
(A) h = 36d(M). (B) h = 27d(M).
14 3,2 m.
K ε ol
15 i ≥ 50°. 40
= C n − cos α .
2 2
16 cos α
a. 1,470.
b. violeta. a2 b 1 − sen2 i a2 b 2 n 2 − 1
41 V = ou V = .
c. dispersão. 1 − sen2 i − sen i 2n2 − 1 − 1
17 1,5 m.
42 104 cm.
18 F = 60 cm.
43 5/3.
44 x = 15°.
IME-ITA 369
Gabarito
n−2 11 Letra A.
45 p’ = r , para a direita da borda direita da esfera, se n < 2,
2(1 − n) Qa2 2a
12 Q3 = 3− .
como é, no caso, de vidro. 2 b
b
46 –
47 –
48 –
13 ( m2 g 2 d ) .
( qE )
14 Letra A.
Física III 15 9,6 kV.
16 Letra C.
Assunto 4 17 Letra B.
Exercícios Nível 1 18
01 Letra A. d3 d
02 Letra A. q = Q⋅ q = Q⋅ 1/ 2
; τ=0
3/ 2
03 a. L2 b. L2 2
+ d2 +d
x
a. 1,0 · 104 V. x
b. – 1,2 · 10–1 J.
c. 2,0 · 10 J. 19 Letra B.
04 3 m; 100 nC.
05 R3 ⋅ V
20 Q'' =
a. WCE = 0,80 J. k ⋅ r2
b. vB = 80 m/s. Exercícios Nível 3
06 – 2. 01
07 2,5 · 10–2 N. a. 2,25 · 10–4 N. b. 9 · 102 m/s.
08 1,2 C. R −R R
09 10 V. 02 q = − Q ⋅ 2 3 ⋅ 1 .
10 R2 − R1 R3
a. 7,2 · 104 N/C. c. 0,144 N. 03 4 batidas.
b. 1,8 · 104 V. d. 3,6 · 10–2 J. 04
11 Letra D. a. zero e 25.920 N/C.
12 Letra B. b. 2.700 V e 1.620 V.
13 8 · 10–6 C. 05
14 18 C; 8,0 C. 1/ 2 1/ 2
KQq KQq
15 162 J. a. v A = , vB = 2
3 Md 3 Md
16 Letra A.
1/ 2
2 KQq
17 Letra D. b. vB =
18 Letra C. Md
19 7,5 · 10–3 kg. 06
20 50 cm. a. – 4,5 nm. b. 7,5 nm.
Exercícios Nível 2 07 -
01 Letra A. 2
1 R
02 4C e 8 C. 08 V'= V
03 2 r
a. 360 V. b. 120 V. 09 1,1 · 10–7 J.
04 Letra C. 10 3 mgh.
05 Letra C.
06 2. Assunto 5
07 Não haverá corrente. Exercícios Nível 1
08 01 Letra E.
02 Letra A.
V (10 volts)
4
03 3.50 s.
9,0 04
7,5 a. 60 C. b. 7,5 A.
05 36000.
06
a. 15 W. b. 18 kWh.
0 30 60 90 d (cm)
07 0,5 kWh.
09 08 100 s.
a. 3 b. 36 J. 09 Letra B.
s.
5 10 25ºC.
10 Letra A. 11
a. 22 Ω b. 5,24 · 10–2 λ/s.
370 Vol. 2
Gabarito
12 09
a. Não é. b. 1000 Ω a. 20 A.
13 b. 1,25 KWh.
a 40 mW. b. 80 mC c. Somente o ventilador.
14 10
a. 11 Ω. b. 2,2 kWh ou 7,92 · 106 J. a. 4. c. 0,5.
15 0,12 Ω. b. 0,6 s.
16 Letra C.
17 Letra C. Assunto 6
18 Letra E. Exercícios Nível 1
19 Letra C. 01
20 Letra E. a. 4Ω. b. 14Ω.
02 3 Ω.
Exercícios Nível 2 03 4 Ω.
01 Letra B. 04 Dois em paralelo, ligados em série com o terceiro.
02 2000 A. 05 6,05 Ω.
03 5 J. 06
04 0,06 KWh. a. A.
05 Letra C. b. B.
06 07
a. 100 V. c. 1,7 · 10–8 m2. a. t0/2.
b. 100 Ω. d. 100 W. b. 2t0.
07 4R. 08 0,40 m.
08 2,5 kΩ. 09 20 cm.
09 10
a. 10,59 · 10–3 Ωm. b. 1,0 . 102 s. a. 160 Ω. c. Diminui o brilho da lâmpada.
10 Letra C. b. 80 Ω.
11 Letra B. R
11 Req = .
12 3
a. 1,2 · 10–3 W c. 2,4%. 12 V/R.
b. 5%. 13 Letra D.
13 70°C. 14 R/4
14 15 R/2.
a. 120. b. 1.200 W. 16
15 Inverno (4 kW). a. 10 Ω. b 100 Ω.
16
a. Em série. Exercícios Nível 2
b. Se brilharem normalmente, é 2V0. 01 200 Ω.
17 Letra A.
18 Letra D. 02 R = R0 3 .
1
3
19 Letra E. 03 1,5 A.
20 Letra D. 04 Letra B.
05
Exercícios Nível 3 a. 10 W. d. 16 W.
01 λωR. b. Zero. e. 6,25 W.
02 N A v e. c. Zero.
03 R$ 27,00. 06 Letra A.
04 07 5,5 Ω.
a. 2,5 · 109 V. 08 i1 = 0,3 A; i2 = 0,4 A.
b. 2,0 · 103 A 09
c. 2,0 · 102 C. a. 38 A e 42 A, respectivamente.
05 Letra C. b. Não.
06 c. 5.
a. Infinito e zero. 10
b. 2V e 5V. a. 5 kΩ. b. 20 mW.
07 11 200 °C.
a. P(R) = 10000/(10 – 0,1 · T). 12 Letra E.
b. P(A) = 100 · (T – 20). 13 Letra B.
c. 35°C.
08
a. 60 Ω.
b. 0,6 m.
IME-ITA 371
Gabarito
Exercícios Nível 3
01
a. 40/9 W. d. 11 R/4
b. 1W. e. 7R/12
c. 2,1 W. f. (3 −1 R )
02 5R/6.
03 ( )
3 −1 R
04 Letra D.
05 Letra D.
06
a. tA + tB + tC min
2
b. ( tB + tC − tA ) ⋅ ( tA + tC − tB ) ⋅ ( tA + tB − tC ) min
2 ⋅ ( tA + tB − tC ) ⋅ ( tA + tC − tB ) + ( tA + tB − tC ) ⋅ ( tB + tC − tA ) + ( tB + tC − tA ) ⋅ ( tA + tB − tC )
ANOTAÇÕES
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372 Vol. 2
Gabarito
Química I O
109° 28’
Assunto 5 Xe
Exercícios Nível 1 O O
01 Letra A. O
02 Letra B. d. apresenta geometria quadrado planar e hibridização do tipo sp3d2.
03 Letra D.
04 Letra D.
05 PH3 = piramidal; BF4– = tetraédrica.
F F
06 Letra A.
Xe 90°
07 Letra B.
08 F F
α
O –
NO–3 07 Letra B.
O N* O 08 Letra C.
Trigonal
Nitrato 09 Letra C.
10 Letra E.
– 11
O N* O NO–2 a. Geometria piramidal.
Plano angular H O H
Nitrito
H
b. Ligações de hidrogênio, devido a pontes de hidrogênio, devido ao
N grupo – OH fortemente polarizado da molécula de H2O.
H H NH3
12 Letra B.
H Piramidal
13 Letra A.
Amônia
14 Letra C.
09 Letra A. 15 Letra D.
10
a. sp2 e sp3 Exercícios Nível 3
b. sp3d e sp3d2 01 A molécula não pode ser tetraédrica porque, nesse caso, haveria um
único composto PtCl2(NH3)2. A molécula pode ser quadrada (plana); nesse
Exercícios Nível 2 caso, haverá dois isômeros.
01 Letra D. A molécula poderia ser também piramidal quadrada, pois possibilitaria
2 isômeros.
02 Letra E. 04 Letra B.
02 Letra D.
03 Letra E. 05 Letra B.
03 µ1 > µ2
06 A estrutura possível, a geometria e a hibridação correspondentes ao
átomo central para cada composto é:
a. apresenta geometria piramidal quadrática e hibridização do tipo sp3d2. Assunto 6
Exercícios Nível 1
O 01 Letra C. 06 Letra E.
90°
F F 02 Letra E. 07 08 – 16
90° Xe 03 Letra E. 08 Letra C.
F F 04 Letra C. 09 Letra D.
α 05 Letra D.
IME-ITA 373
Estática dos sólidos A ssunto
7
Física I
1. Introdução beirada da mesa, o prato pode estar em equilíbrio ou não. Além disso, é
fácil perceber que, ao fecharmos uma porta, é mais eficiente que
A Estática é o ramo da física que estuda corpos em equilíbrio estático, apliquemos nela uma força em um ponto mais distante da dobradiça do
ou seja, com velocidade nula. Certamente, é uma das áreas da física que mais perto dela. Logo, percebe-se que o ponto de aplicação dessa
que possui maior enfoque nos dias atuais, visto que tem um alcance força fará diferença no efeito produzido pela força na rotação dessa porta.
prático enorme. Na engenharia civil, por exemplo, é fundamental para a Logo, devemos considerar o prato e a porta corpos extensos ou rígidos.
construção e manutenção de pontes e prédios. Além disso, propiciou o Vamos, a seguir, discutir as condições de equilíbrio para cada tipo de corpo.
desenvolvimento de diversos aparatos que reduzem a necessidade do
homem de realizar forças, como alavancas e parafusos. Enfim, é impossível 2.1 Equilíbrio de um ponto material
pensar no dia-a-dia atual sem o desenvolvimento Em Dinâmica, na apostila 2, vimos que, pela primeira Lei de Newton, um
A Estática se divide em duas áreas: a Estática dos Sólidos e a Estática corpo está em equilíbrio estático quando está em repouso em relação
dos Fluidos, também chamada de Hidrostática. a um referencial inercial e está em equilíbrio dinâmico quando está em
Neste assunto, estudaremos apenas a Estática dos Sólidos. movimento retilíneo uniforme em relação a um referencial inercial. Ambas
Entenderemos quando podemos considerar um corpo como um ponto as condições são traduzidas por:
material ou quando devemos tratá-lo como um corpo extenso (rígido).
Falaremos também sobre as condições de equilíbrio para cada um dos dois ∑F = 0
tipos de corpos. Discutiremos, ainda, como podemos tratar de um sistema
de pontos materiais discretos e de distribuições contínuas homogêneas de
massa, com relação a seus centros de gravidade. Discorreremos sobre Ou seja, para que um ponto material esteja em equilíbrio, a resultante
os três tipos de equilíbrio, tanto para pontos materias como para corpos das forças que atuam nesse corpo deve ser nula.
rígidos. Por fim, estudaremos as treliças, estruturas complexas de extrema
importância na sustentação de diversas outras estruturas. →
→ F2
F1
2. Condições de equilíbrio estático
Vamos considerar o sistema mostrado na figura abaixo: →
F3
α β
→
F4
T1 T2
→ → → →
F1 + F2 + F3 + F4 = 0
P Como, então, encarar problemas que lidem com esse tipo de equilíbrio?
O primeiro passo é, obviamente, se certificar de que o corpo tratado no
Percebe-se que, quando esse sistema foi montado, não houve problema seja um ponto material. Dessa forma, poderemos desconsiderar
preocupação nenhuma com qualquer tipo de rotação do corpo P em possíveis rotações. Após isso, devemos traçar o diagrama de corpo
torno de qualquer eixo, já que, para que o equilíbrio estático do corpo P livre (DCL), do mesmo jeito que fazíamos quando estávamos estudando
seja satisfeito, é suficiente que as trações no fio sejam adequadas. Dessa dinâmica. Lembre-se que desenhar um DCL claro e conciso é um passo
forma, o corpo P pode ser considerado um ponto material, pois, tendo importantíssimo na resolução de problemas que envolvem forças. A partir
qualquer tipo de rotação desprezada, não será necessário levar em conta daí, podemos dividir os problemas em três tipos: os que envolvem apenas
as suas dimensões para qualquer tipo de cálculo. duas forças, os que envolvem apenas três forças e os que envolvem mais
de três forças.
Agora, considere a situação mostrada na figura a seguir:
Sabemos que, mesmo que haja Tipo 1: Problemas que envolvem apenas duas
uma parte do prato pendendo na
beirada da mesa, ele continua em
forças
repouso sobre ela, ao passo que, se Esse é o tipo de problema mais elementar. Quando apenas duas forças
o empurrarmos gradativamente para estão agindo em um corpo e este está em equilíbrio, já que são sempre
fora da mesa, em algum momento coplanares, é necessário que ambas as forças tenham a mesma direção,
ele cairá, mesmo que ainda não sentidos contrários e módulos iguais. Somente dessa forma as forças
tenha perdido total contato com a poderão se anular. Um exemplo disso é a força normal e a força peso se
superfície. Dessa forma, percebe-se anulando quando temos um corpo em repouso em um plano horizontal.
que as dimensões do prato não
podem ser desprezadas, já que, para
(Disponível em: <http://imguol.com>.)
diferentes posições em relação à
IME-ITA 155
Física I – Assunto 7
Tipo 2: Problemas que envolvem apenas três forças Outra forma de resolver problemas do tipo é decompor as forças em
Quando começamos a tratar de três forças, elas não necessariamente dois eixos perpendiculares, geralmente chamados de x e y. Lembre-se de
são coplanares. Dessa forma, teremos abordagens diferentes para quando que o melhor modo de escolher os eixos é aquele que comporta o maior
forem coplanares e para quando não forem. número de forças já nos eixos, para facilitar o trabalho de decomposição.
Daí, teremos que a força resultante em cada eixo deve ser nula.
Quando as forças são coplanares, os vetores que as representam
devem formar um triâgulo de forças de mesmo sentido (horário ou anti- Quando as forças não são coplanares, ou seja, quando o problema
horário), pois já vimos, no assunto Vetores de Física III, que sempre que passar a ter três dimensões, o melhor jeito de resolver o problema é
vetores formam um polígono, a resultante deles é nula. Proceder dessa trabalhar com vetores da mesma forma que trabalhamos no assunto
forma na maioria das vezes simplifica o problema, principalmente quando Vetores de Física III. Os vetores unitários serão sempre grandes aliados
duas das forças são perpendiculares. na resolução desses problemas.
→
→ F2 Tipo 3: Problemas que envolvem mais de três forças
F1 → β
F2 Da mesma forma que com apenas três forças, elas podem ou não
θ → ser coplanares. A única abordagem que não é aplicável para mais de três
F3 forças é a formação do triângulo de forças. A decomposição de forças
→ α nos eixos x e y para o caso em que as forças são coplanares e a utilização
F1 de vetores unitários para quando as forças não são coplanares são os
→
F3 melhores métodos de resolução de problemas do tipo.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Na figura, um corpo de peso 120N encontra-se em equilíbrio, suspenso Como o nó está em equilíbrio, temos:
por um conjunto de três fios ideiais A, B e C. Calcule as intensidades
das trações nesses fios. Considere senθ = 0,6 e cosθ = 0,8. ∑ F = 0 → TC y = TA → TC · sen θ = 120 →
y
TC TC · 0, 8 = 120 → TC = 200N
y
TC
∑ F = 0 → TC x = TB → TC · cosθ = TB →
x
TB = 200 · 0, 8 → TB = 160N
θ •
2a solução: utilização do triângulo de forças
TB TC Já sabendo que TA = 120N , podemos determinar as outras duas trações
x
utilizando o triângulo de forças:
TC
TA TA
1 solução: decomposição das forças em eixos x e y
a
Sabemos que a tração no fio A tem que ser igual ao peso do corpo, já θ
que são as únicas duas forças que atuam no corpo. → TA = 120N •
O diagrama de corpo livre do nó, bem como as trações já decompostas TB
nos eixos, estão representadas na figura a seguir:
• Dessa forma, temos:
θ T T 120
senθ = A = 0, 6 → TC = A = → TC = 200N
C TC 0, 6 0, 6
TB
B cosθ = = 0, 8 → TB = TC · 0, 8 = 200 · 0, 8 → TC = 160N
TC
• • Nó
A Vê-se que, nesse caso, a utilização do triângulo de forças torna a
resolução da questão mais prática.
156 Vol. 3
Estática dos sólidos
IME-ITA 157
Física I – Assunto 7
A representação geométrica do momento de uma força em relação a Dessa forma, vemos que forças que possuem braço de momento nulo,
um ponto está expressa na figura à seguir: ou seja, forças que têm direção passando pelo ponto em relação ao qual
se deseja calcular o momento, têm momento em relação a esse ponto
nulo. Isso será extremamente importante na resolução de questões, já que
o ponto mais conveniente em relação ao qual se calculará os momentos
MΟ das forças que deverá ser escolhido será aquele que apresentar momentos
→ F sinθ nulos para as forças que não são importantes no problema. Veja também
F
que qualquer força em cima de uma mesma linha de ação terá o mesmo
θ braço de momento, o que significa que podemos deslizar uma mesma
força sobre sua linha de ação e obter o mesmo efeito, confirmando, mais
uma vez, o princípio da transmissibilidade.
P
Ο θ O momento de uma força pode fazer com que o corpo gire no
r sin sentido horário ou no sentido anti-horário. Dessa forma, cada um desses
θ
momentos recebe um sinal diferente, dependente da convenção adotada
por que está resolvendo o problema. A convenção mais usada é:
MF,Ο = F · b →
M F,Ο →
F
+Ο linha de ação da força
→
M F,Ο< 0
braço
b →
de F
momento •
Logo, como o equilíbrio de translação é dado por ∑ F = 0 , nada
mais justo que, pela analogia que fizemos, afirmarmos que a condição
necessária para que o equilíbrio de rotação seja satisfeito é:
Perceba que, no SI, a unidade do momento é N · m, dimensionalmente
igual ao Joule (J), unidade de energia. Então, por que as duas grandezas,
tendo a mesma unidade, são completamente diferentes? Tente refletir ∑M = 0
sozinho. Dica: pense nas definições de torque e trabalho e na analogia → →
entre força e torque. M1 M2
Essa é a relação que mais usaremos na resolução de questões, já que
quase todas elas tratarão o momento apenas em sua característica escalar.
→
Veja que o mesmo efeito é obtido se decompusermos a força F em
→
uma direção perpendicular ao vetor r . Dessa forma, a intensidade dessa → →
componente passa a ser F · senθ, enquanto que a outra componente, M4 M3
F · cosθ, teria sua direção passando pelo ponto O. Então, apenas a
componente F · senθ exerceria momento em O, com braço de momento → → → →
M 1+ M 3+ M 3+ M 3=0
igual a r, enquanto que o momento de F · cosθ seria nulo, já que seu braço
de momento seria nulo. Ou seja, o somatório vetorial dos momentos das forças que atuam em
Logo, podemos calcular o momento de uma força de duas formas: um corpo rígido em relação a qualquer ponto do espaço tem que ser nulo
calculando o braço de momento b da força aplicada (geometricamente ou para que o corpo esteja em equilíbrio de rotação. Se existir pelo menos
→
pela simples decomposição do vetor r na direção perpendicular à linha um ponto em relação ao qual o somatório dos momentos das forças não
de ação da força) ou decompondo a força em uma direção perpendicular seja nulo, o corpo estará em rotação pelo menos em torno daquele ponto.
→
à direção do vetor r , e multiplicando sua intensidade pela intensidade do Vamos supor, então, que existam três forças coplanares atuando em
→ → → →
vetor r . um corpo rígido que não sejam paralelas entre si, F 1, F 2 e F 3. Como não
são paralelas, são concorrentes. Agora, vamos supor que elas não sejam
158 Vol. 3
Estática dos sólidos
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 (HELOU) A figura abaixo representa um quadro retangular e logicamente cortando o lado correspondente ao barbante. Logo, as
homogêneo dependurado em uma parede e em equilíbrio. Qual das retas linhas de ação da tração e do peso concorrem em um ponto pertencente
a, b, c ou d, melhor representa a linha de ação da força que a parede ao lado correspondente ao barbante. Dessa forma, a linha de ação da
exerce no quadro? força que a parede faz no quadro deve passar por esse ponto, de acordo
Parede com o teorema das três forças, já que só existem essas três forças
Barbante atuando no quadro. A reta que melhor representa essa reta passando
d c pelo lado correspondente ao do barbante é a reta d.
C D
a
Solução:
A força de tração que atua no quadro tem a direção do barbante. A
força peso, sendo o quadro homogêneo, está aplicada no centro de
gravidade do quadro, ou seja, no seu ponto médio, e tem direção
vertical (falaremos sobre isso depois). Dessa forma, como a parede, o
barbante e o quadro formam um triângulo, a direção da tração é o lado θ Q
correspondente ao barbante e a direção do peso do quadro é uma reta •
vertical que passe pelo ponto médio do lado correspondente ao quadro,
IME-ITA 159
Física I – Assunto 7
→
T G
→
Ry
→
Q
b
→
P
θ
θ
→
→ A Rx
P a
C
→
Rx
Na figura, a é o braço de momento do peso P da barra, b é o braço de Nessa questão, usamos a decomposição dos vetores posição dos
momento da tração no fio CD e c é o braço de momento do peso Q. pontos de aplicação das forças, calculando, assim, os braços de
Calculando-os geometricamente, temos: momento das forças. A questão poderia ter sido reolvida de forma
diferente: decompondo-se as forças em direções perpendiculares
a = AG · cos45° = 200 · 2 /2 = 100 2 cm e tangencial à barra. Dessa forma, as componentes tangenciais à
barra teriam momento nulo em relação ao ponto A, enquanto que
b = AD · cos45° = 300 · 2 /2 = 150 2 cm
as componentes perpendiculares teriam braço de momento igual à
c = AB · cos45° = 400 · 2 /2 = 200 2 cm distância dos pontos de aplicação de cada uma das forças ao ponto A.
2.2.4 Momento binário Veja que o momento resultante dessa associação de forças será
Para transpor tar-se uma força de um ponto P a um ponto Q, dado por:
pertencente ao corpo, que não esteja na mesma linha de ação da força
que passa por P, é conveniente a utilização do momento binário. → → → → → → → → → → → →
M = rQ × F + rP × (– F )→ M = (rQ – rP ) × F → M = r PQ× F
O momento binário é exercido quando são aplicadas duas forças
em pontos distintos de um corpo, que não pertençam à mesma linha de
ação e com linhas de ação paralelas, de mesma intensidade e sentidos Logo, os vetores posições dos pontos P e Q não são utilizados no
contrários, como mostra a figura. cálculo do momento binário, já que o vetor usado é o vetor que aponta
de P para Q, não dependendo então do sistema de referências utilizado.
Dessa forma, temos:
M → M = rPQ · F · senθ
F
Como rPQ · senθ = d, componente do vetor posição perpendicular à
→ força, temos:
r PQ M=F·d
P Q
θ → →
160 Vol. 3
Estática dos sólidos
é pressionada para um lado, enquanto que a parte de baixo é pressionada Pensando, agora, no exemplo do prato apoiado sobre a mesa,
para o outro lado), ou quando se aplicam forças no volante do carro para mostrado no início do capítulo, podemos deduzir, naturalmente, que seu
realização de uma curva utilizando duas mãos (uma mão fará uma força centro de gravidade se localiza no centro da circunferência do prato,
para cima e outra mão fará uma força para baixo). considerando-o homogêneo. O prato só cairá, de fato, da mesa, quando
→
Vamos supor agora que uma força F esteja aplicada em um ponto P seu centro de gravidade atravessar a beirada da mesa. Enquanto o centro
de um corpo. Podemos transportá-la de gravidade ainda estava apoiado na mesa, o prato permanecia em
→para um outro ponto → Q da seguinte
maneira: aplica-se em P uma força – F e em Q uma força F . Dessa forma, equilíbrio de rotação. Isso acontece porque, quando o centro de gravidade
o sistema não é alterado em termos de translação, já que essas forças não pertence mais à superfície de apoio, a linha de ação do peso resultante
se anulam. Porém, essas duas forças constituem um binário, que pode do prato não passará mais por essa superfície de apoio, provocando,
→
ser substituído pelo momento de – F em relação a Q, porém em sentido então, momento em relação a qualquer um dos pontos dela, fazendo-o
oposto, para não se alterar o equilíbrio. A seguinte figura representa a tombar da mesa. Ou seja, para corpos rígidos apoiados e submetidos
situação explanada: exclusivamente às forças peso e às reações do apoio, as linhas de ação
de suas forças peso, ou seja, as retas verticais que passem pelo centro
de gravidade, devem passar pelo ponto ou superfície de apoio do corpo,
para que estes permaneçam em equilíbrio de rotação.
→
→ →
F
F 2.2.6 Tipos de equilíbrio
F →
F Pense em uma bola no fundo de uma depressão semicircular. Quando
damos um leve toque na bola, ela, de fato, oscilará em torno dessa posição
Q até que pare novamente nessa posição, devido à ação de forças de atrito.
Q P
P Caso essas forças de atrito não existam, a bola oscilará eternamente
→ → em torno dessa posição de equilíbrio. A bola, então, se encontra em
M → M
–F equilíbrio estável, já que, para leves toques, ela sempre tenderá a retornar
à sua posição de equilíbrio inicial. As forças que fazem com que a bola
retornem à sua posição de equilíbrio inicial são chamadas de forças de
restauração. Já tivemos bastante contato com elas no assunto Eletrização
e Cargas Elétricas, na apostila 1, e aprofundaremos no assunto Movimento
2.2.5 Centro de gravidade Harmônico Simples, nessa apostila.
Denomina-se centro de gravidade de um corpo ou de um sistema de Agora, pense em uma bola no alto de uma colina. Se dermos um
pontos materiais discretos um determinado ponto por onde passa a linha leve toque na bola, ela tende a sempre se afastar da posição inicial de
de ação de um peso resultante, isto é, local onde podemos supor que o equilíbrio. A bola, nesse caso, se encontra em equilíbrio instável, já que
peso está concentrado. existirão forças (componentes tangenciais do peso, no caso) que estarão
As coordenadas do centro de gravidade podem ser determinadas sempre a afastando da sua posição inicial de equilíbrio, à procura de
por uma média, ponderada pelos pesos, das coordenadas de cada peso uma nova posição de equilíbrio, de preferência estável ou indiferente, que
discreto ou das coordenadas dos centros de gravidade de cada parte do veremos a seguir.
corpo. Consideremos, por fim, uma bola em um plano horizontal liso. Se
dermos algum toque na bola, ela sairá de sua posição de equilíbrio inicial,
n n n podendo voltar a ela ou não, continuando em equilíbrio. Dessa forma, a
∑ Pi x i ∑ Pi y i ∑Pz i i
bola estará em equilíbrio indiferente, já que não fará diferença a posição
de equilíbrio em que ela vier a parar.
xG = i =1
n
yG = i =1
n
zG = i =1
n
∑P ∑P ∑P
A figura a seguir representa as situações explanadas acima:
i i i
i =1 i =1 i =1
IME-ITA 161
Física I – Assunto 7
Baltimore Treliça K
Estádios
Outros tipos de treliças
(Adaptado de Beer e Johnston.)
162 Vol. 3
Estática dos sólidos
Quando as forças tenderem a partir a barra, elas serão chamadas III. Depois, localize um nó em que as forças em apenas duas barras das
de forças de tração. Quando elas tenderem a comprimir a barra, serão conectadas àquele nó ainda não são conhecidas. Desenhe o diagrama
chamadas de forças de compressão. Logo, uma barra ou está tracionada de corpo livre para esse nó e use-o como no passo 3 para determinar
ou está comprimida. as forças desconhecidas. Lembre-se de que você já terá calculado
Estudaremos aqui, primordialmente, as treliças simples. Elas são forças em algumas barras, no passo 2, então uma dica é continuar
formadas a partir de uma treliça rígida – treliça formada por três barras, escolhendo nós que carreguem alguma dessas forças.
em formato triangular, que não tem seu formato deformado a partir da IV. Repita esse procedimento até que todas as forças em todas as
aplicação de um carregamento –, adicionando-se duas novas barras a barras da treliça sejam descobertas. Como você previamente usou
dois nós distintos, formando um novo nó. Veja que as treliças “Fink” três equações para determinar as reações de apoio no diagrama de
e “Baltimore” exemplificadas anteriormente não são treliças simples, corpo livre da treliça inteira, no passo 1 (momento resultante nulo,
enquanto que as restantes são. Observe que, toda vez que duas barras força resultante em x nula e força resultante em y nula), sobrarão três
são adicionadas, um nó é formado, como foi dito antes. Dessa forma, equações no final, que poderão ser usadas como prova real dos seus
vemos que o número b de barras e o número n de nós se relacionam de cálculos.
acordo com a seguinte relação:
Perceba que a escolha do primeiro nó, no passo 2, não é única. Em
b = 2n – 3
alguns casos, a escolha de certo nó pode levar, no seguimento dos passos,
As treliças têm de estar, de alguma forma, apoiadas no chão. Os dois a um nó que você não consiga resolver. Então, você deverá recomeçar o
principais tipos de apoios que veremos nos problemas que resolveremos procedimento escolhendo outro nó. Uma dica bastante útil é escolher um
são os seguintes: nó no qual esteja aplicado algum carregamento.
Vamos ver um exercício resolvido a respeito disso.
Ry Ry
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
12 m 12 m
A B C
O primeiro provoca reações de apoio tangencial e perpendicular
à superfície de apoio, funcionando como uma superfície rugosa,
que apresenta atrito. O segundo provoca apenas reações de apoio 8m
perpendiculares à superfície de apoio (a representação das rodinhas
significa que não possuem atrito com a superfície de apoio).
Estudaremos dois métodos de análise de treliças simples. O primeiro, D E
chamado de método dos nós, será mais útil quando quisermos calcular
todas as forças aplicadas nas barras de uma treliça. O segundo, chamado
de método das seções, será mais conveniente quando quisermos calcular 12 m
a força em uma barra específica. 6m 6m
IME-ITA 163
Física I – Assunto 7
Cx = 0 B
FBA = 1500 N FBC
Impondo ∑ Fy = 0
4
3 3
4
Cy + 10000 – 2000 – 1000 = 0 → Cy = – 7000N
Como achamos C y < 0, significa que supusemos seu sentido FBD = 2500 N FBE
erradamente. Deveria ter sentido ‘para baixo’, em vez de ‘para cima’,
como arbitrado. Utilizando a decomposição das forças em eixos, temos:
Agora que já conhecemos as reações de apoio, podemos começar
a isolar os nós. Começando pelo nó A (um dos nós com carregamento
e unindo apenas duas barras), vemos que esse nó está submetido
∑ 4
5
4
Fy = 0 → −1000 − 2500 − FBE = 0 → FBE = −3750 N
5
apenas a três forças. Dessa forma, podemos criar um triângulo de forças
como indicado na figura a seguir. Perceba que o triângulo é retângulo ∑F = 0 → F
x BC
3
5
3
− 1500 − 2500 − FBE = 0 → FBE = 5250 N
5
e deve ter lados proporcionais a 3, 4 e 5 (relação facilmente tirada da
geometria do problema). Veja que, como FBE foi encontrada negativa, significa que ele aponta
para o nó B, em vez de apontar para fora, como supomos. Dessa forma,
2000 N FBE é força de compressão na barra BE. FBC será, então, força de tração
3 na barra BC, já que aponta para o nó B.
A
FAB 2000 N 4 Agora, vamos isolar o nó E. Restou uma força não conhecida.
5 Logo, apenas uma equação será suficiente para resolvê-lo. Dessa
5 FAD forma, sobrará uma equação desse nó e duas do nó C, como previsto
4 anteriormente.
FAB
3 FAD
Temos, da figura: FEB = 3750 N FEC
FAB 2000N
= → FAB = 1500N
3 4 4 4
3 3
FAD 2000N E
= → FAD = 2500N
5 4 FED = 3000 N
Lembre-se que, se no nó a força aponta em um sentido, na barra a E = 10,000 N
força apontará no sentido inverso (3a lei de Newton). Logo, a força FAB é
de tração na barra AB, já que está apontando para fora do nó A, e a força
FCD é de compressão na barra CD, já que está apontando para o nó A.
Utilizando a decomposição das forças em eixos, temos:
Agora, vamos isolar o nó D (que possui apenas duas forças
∑ F = 0 → 5 F
desconhecidas e carregou uma das forças do nóA). Seu diagrama de 3 3
x EC + 3000 + 3750 = 0 → FEC = −8750 N
corpo livre está expresso na figura a seguir: 5
FDE Veja que, como FEC foi encontrada negativa, significa que aponta
FDA = 2500 N FDB FDB para o nó E, em vez de apontar para fora, como supomos. Dessa forma,
4 5 5 4 FEC é força de compressão na barra EC.
Utilize a equação das forças em y nesse nó e as equações do nó
3 3
FDE C para checar as contas.
FDA
É bem perceptível que, se quiséssemos calcular apenas a força na
Pelos triângulos desenhados, temos que: barra ED, por exemplo, teríamos que ter calculado a força na barra AD
antes. Logo, esse método não se mostra eficiente quando queremos
FDB = FDA → FDB = 2500 N
calcular apenas a força em uma determinada barra, ainda mais se a
treliça possuir mais barras. O próximo método a ser aprendido sanará
3
FDE = 2 FDA → FDE = 3000 N esse problema.
5
164 Vol. 3
Estática dos sólidos
P1 P2 P3
n 8m 8m 8m 8m
8m
A B D
G
Solução:
A primeira coisa a se fazer, sempre, é o diagrama de corpo livre da
treliça como um todo, para determinar as reações no apoio. Temos:
28 kN 28 kN
E
C
n A C E G I K 16 kN
P1 P2
10 m
A B B
J
FBD Bx D F H
J
FBE By
8m 8m 8m 8m 8m
E
C FCE Impondo •
MB = 0, para anular os momentos das reações
do apoio B, considerando positivo o sentido anti-horário, temos:
Nessas seções, as forças que atuam nas barras cortadas aparecem
como forças externas das porções da treliça originadas. – 28 · 8 – 28 · 24 – 16 · 10 + J · 32 = 0 → 33 kN
III. Escolha uma das porções da treliça, desenhe seu diagrama de corpo
livre, atentando para as forças externas a essas porções, representadas Impondo • FX = 0, temos:
pelas forças que atuam nas barras. Dessa forma, você será capaz de
escrever três equações de equilíbrio para a porção escolhida. Como Bx + 16 = 0 → Bx = – 16 kN
existem três forças a determinar, as três equações bastarão. Lembre-se
O sinal negativo significa que consideramos Bx com sentido
de que você só poderá cortar três barras com a sua seção. Cortando
errado, sendo seu real sentido para a esquerda.
quatro barras ou mais, existirão quatro ou mais forças a determinar
e apenas três equações de equilíbrio, resultando em um sistema
indeterminado.
Impondo
temos:
• MJ = 0, considerando positivo o sentido anti-horário,
IME-ITA 165
Física I – Assunto 7
FGI
B I K
J
D F H FHI 16 kN
16 kN
n m 10 m
23 kN 33 kN
H J
FHJ
A seção nn passa pelas barras EG, EF e DF. Considerando-se a
porção da esquerda gerada por essa seção (ABDEC), temos o diagrama 8m 33 kN
de corpo livre dessa porção:
28 Kn
Impondo ∑M H = 0 , para anular os momentos das forças FHI e
FHJ, já que elas não nos interessam, temos:
A C E
33 · 8 – 16 · 10 + FGI · 10 = 0 → FGI = – 10,4 kN
FEG
Assumimos, inicialmente, pelo sentido adotado para FGI, que a barra
FEF
B GI estava tracionada (a força no nó deve ter sentido contrário à força
na barra, pela 3a lei de Newton). Logo, pelo sinal negativo encontrado,
D FDF
16 kN descobrimos que a barra está sob compressão.
Solução:
23 kN A força na barra EF tem intensidade de 5 kN e é de compressão,
enquanto que a força na barra GI tem intensidade de 10,4 kN, também
Impondo, para essa porção, • Fy = 0, temos: de compressão.
Logo, é nítida a vantagem de usar o método das seções no cálculo de
23 – 28 – FEF = 0 → FEF = – 5 kN forças em barras específicas em relação ao método dos nós. Escolher
o método ideal para resolver o problema pode poupar bastante tempo.
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (AFA) Uma esfera metálica de peso P está presa a uma das 02 (AFA) Um corpo é sustentado por duas cordas inextensíveis, conforme
extremidades de um fio de massa desprezível, cuja extremidade oposta a figura. Sabendo-se que a intensidade da tração na corda AB é de 80 N,
está ligada a um suporte fixo. Sabendo-se que o sistema está em equilíbrio, a intensidade da tração na corda BC será:
em uma posição na qual o fio forma com a vertical um ângulo θ, equilíbrio
este conseguido pela ação de uma força horizontal F aplicada à esfera,
A
pode-se afirmar que o módulo de tal força é:
30°
C
B
θ F
166 Vol. 3
Estática dos sólidos
03 (AFA) Na figura, os fios são ideais, o corpo tem massa M e a 06 (AFA) Uma viga homogênea é suspensa horizontalmente por dois fios
aceleração da gravidade no local tem módulo g. A intensidade da tração verticais como mostra a figura abaixo.
no fio AB e a intensidade da força F que mantém o sistema em equilíbrio,
valem, respectivamente:
A A B
θ
F
B l l
6 4
l
C
A razão entre as trações nos fios A e B vale:
M
(A) 1 / 2. (C) 3 / 4.
(B) 2 / 3. (D) 5 / 6.
(A) Mg · cosθ; Mg · senθ. (C)
Mg · senθ; Mg · cosθ.
(B) Mg / cosθ; Mg · senθ. (D)
Mg / cosθ; Mg · tgθ. 07 (EFOMM) Um navio está amarrado ao cais pelo ponto A por meio de
dois cabos: AB de 30m de comprimento e AC de 40m de comprimento.
04 (AFA) Uma prancha de comprimento 4 m e de massa 2 kg está apoiada Os motores do navio estão desligados e a força R = 600kN mostrada na
nos pontos A e B, conforme a figura. Um bloco de massa igual a 10 kg é figura abaixo é a resultante do sistema de forças que atuam sobre o navio,
colocado sobre a prancha à distância x = 1 m da extremidade da direita e no plano horizontal, pela ação do mar e do vento. O ângulo formado pelos
o sistema permanece em repouso. Nessas condições, o módulo da força cabos AB e AC, no ponto A, é de 90°, e a força “R” está no mesmo plano
que a prancha exerce sobre o apoio no ponto B é, em newtons, de AB e AC. As forças de tração no cabo maior AC e no cabo menor AB
que reagem à ação da força “R” são, respectivamente:
x
B C
B
30 m 40 m
10 kg 90°
A B
A
Navio R = 600 kN
(A) 340. (C) 85. (A) 320 kN e 280 kN. (D) 360 kN e 480 kN.
(B) 100. (D) 35. (B) 280 kN e 320 kN. (E) 380 kN e 260 kN.
(C) 480 kN e 360 kN.
05 (AFA) Na figura abaixo, as polias e os fios são ideais. Se o sistema
está em equilíbrio, a razão m1 / m2 é 08 (EFOMM) Uma viga de concreto, de 2,4 m de comprimento, apoia-se
em duas colunas A e B. Supondo sua distribuição de massa homogênea
e que, a 1 m do apoio da coluna A é posicionada uma massa teste de 180
kg, calcule as reações nos apoios A e B.
2,4 m
1m
30°
m1 Massa
A de teste B
m2
Considere:
• g = 10 m/s2;
(A) 3 / 4. (D) 1 / 2. • as reações devem ser calculadas em newtons; e
(B) 1 / 4. (E) nra. • massa da viga = 240 kg.
(C) 3 / 2.
IME-ITA 167
Física I – Assunto 7
09 (EFOMM) Seja o sistema abaixo: 13 A figura mostra uma barra homogênea de 2,0 m, cujo peso é de
1000 N, disposta horizontalmente e apoiada em uma das extremidades,
sobre um dinamômetro. Qual a leitura no dinamômetro (graduado em
T1 60° 45° newtons) sabendo que uma pessoa de peso igual a 500 N está sobre a
barra, a 40 cm do dinamômetro?
T2
m = 23,2 kg Dinanômetro
→
F
12 (CESGRANRIO) A figura representa esquematicamente um braço 17 (HELOU) Na figura, temos uma roda de peso igual a 100 3 kgf e
de toca-discos, cujo comprimento total é de 30 cm, apoiado a 25 cm raio r igual a 2 m, que deve ser erguida do plano horizontal (1) para o
da extremidade onde se encontra a agulha. A massa do braço é de 25 g plano horizontal (2). Calcule a intensidade da força horizontal, aplicada
e a do contrapeso é de 50 g, sendo ambos os sólidos homogêneos. A no centro de gravidade da roda, capaz de erguê-la, sabendo que o centro
calibração do contrapeso (3 na escala da figura) significa que a agulha de gravidade da roda coincide com seu centro geométrico.
exerce sobre o disco uma força vertical equivalente ao peso de 3,0 g. A
massa da agulha é desprezível. Qual o valor da distância x assinalada? Roda
Contrapeso r
Agulha
(2)
Disco 25 cm
(1) h=1m
6 5 4 32 1
Braço x
168 Vol. 3
Estática dos sólidos
18 (UNICAMP) Uma escada homogênea de 40 kg apoia-se sobre uma (C) seguramente as dobradiças A e B arrebentarão simultaneamente.
parede, no ponto P, e sobre o chão, no ponto C. Adote g = 10 m/s2. (D) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço.
(E) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria.
50 kN 100 kN 50 kN
4m
2 2
3m D
C B C
1,25 m
dc B
da
dp
A
4m
1,92 kN
B
B C
3m 4,5 m
Caso um garoto se dependure no portão pela extremidade livre e supondo
que as reações máximas suportadas pelas dobradiças sejam iguais:
IME-ITA 169
Física I – Assunto 7
24 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir, 27 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir,
indicando se estão tracionadas ou comprimidas. indicando se estão tracionadas ou comprimidas.
A 9m 18 m 18 m 9m
8,4 kN B D F
12 m
4,5 m
A G
C E
B C 18 m 18 m 18 m
8,4 kN 6 kN 6 kN
D
B D
2,8 m
25 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir, A 30° F 30° G H E HE
indicando se estão tracionadas ou comprimidas. a a a a
I
12,5 kN 12,5 kN 12,5 kN 12,5 kN
VA 4 kN 4 kN VE
2m 2m 2m
29 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir,
A B C
indicando se estão tracionadas ou comprimidas.
D
48 kN
4m 4m 4m 4m
G
2,5 m
B D F
F A H
C 4,5 m
E
E
26 Determine, pelo método dos nós, as forças nas barras a seguir, G
indicando se estão tracionadas ou comprimidas.
2,4 kN a. P
F A B C
2,4 kN a
D D E F G 2
a
1,2 kN 7,5 m L 2
B H
I J K
a a a a
A E
C A B C D E
b.
9m 9m
F G H I
J P
K L M N O
P Q
170 Vol. 3
Estática dos sólidos
EXERCÍCIOS NÍVEL 2 02 (AFA) A figura abaixo apresenta dois corpos de massa m suspensos
por fios ideais que passam por roldanas também ideais. Um terceiro corpo,
também de massa m, é suspenso no ponto médio M do fio e baixado até
01 (AFA) Uma barra rígida homogênea de comprimento 2L e massa m
a posição de equilíbrio.
está apoiada em dois suportes A e B, como mostra a figura abaixo.
d d
L L
2 2
M M
m
→ m m
A B F
m m
O gráfico que melhor indica a intensidade NA da reação que o apoio A
exerce sobre a barra, em função da intensidade da força F aplicada na O afastamento do ponto M em relação à sua posição inicial é de:
extremidade é:
3 3
(A) NA (A) d. (C) d.
2 4
3 3
(B) d. (D) d.
3 6
mg F
2
(C) NA
θ2 θ1
sen θ1
(A) mg
sen ( θ1 + θ2 )
mg F
sen θ2
(D) (B) mg
NA sen ( θ1 + θ2 )
cos θ1
(C) mg
cos ( θ1 + θ2 )
cos θ2
(D) mg
mg F cos ( θ1 + θ2 )
2 tg θ2
(E) mg
tg ( θ1 + θ2 )
IME-ITA 171
Física I – Assunto 7
04 (EFOMM) No convés de um 08 (HELOU) Na figura temos duas paredes verticais, um fio ideal de 5 m
navio, um marinheiro apoia uma de comprimento preso aos pontos A e B das paredes, uma polia ideal e
caixa de massa 20 kg sobre um plano um corpo C suspenso ao eixo da polia, de 400 N de peso:
inclinado de 60º, aplicando uma força
F de módulo igual a 100 N paralela à → 3m
F
superfície do plano, como mostra a
figura. Nestas condições, ele observa B
que a caixa está na iminência de 60°
descer o plano inclinado. Para que
a caixa fique na iminência de subir o A
plano inclinado, ele deve alterar o módulo da força F para:
07 Na figura, (I) e (II) são duas rampas planas perfeitamente lisas que A intensidade RA da reação do apoio A é dada pelo gráfico a seguir, em
se interceptam em uma reta horizontal, que passa por A e é perpendicular que x é a distância de A ao homem:
ao plano do papel. Nas rampas, apoia-se um prisma reto, hexagonal,
RA (N)
regular e homogêneo, de peso igual a 100 N. Sabendo que sen α = 3/5 e
cos α = 4/5, determine as intensidades das forças aplicadas pelo prisma
sobre as rampas.
560
( II )
(I) 140
0 2 8 x (m)
α
β Calcule, então:
a. o peso P do homem;
A
b. o comprimento L da viga.
172 Vol. 3
Estática dos sólidos
11 (ITA) Para que a haste AB homogênea, de peso P, permaneça em 15 (UNIRIO) Uma pessoa tem um passarinho de brinquedo que pode
equilíbrio, suportada pelo fio BC, qual deve ser a intensidade da força de ser equilibrado pela ação de uma força normal utilizando-se apenas um
atrito em A? ponto de apoio M, localizado no bico do passarinho conforme a figura 1.
Esse equilíbrio é alcançado em função da colocação de massas pontuais
adequadas nos pontos P e Q. Sabe-se que a massa do passarinho antes
C da colocação das massas em P e Q é 30 g e seu centro de massa nesta
situação é representado, na figura 2, pelo ponto C. Além disso, o passarinho
é simétrico em relação ao eixo que contém os pontos M e C. Sendo assim,
B 90° para o equilíbrio ser alcançado, o valor de cada uma das massas colocadas
nos pontos P e Q é:
P Q
A Â
M
12 Uma barra ACB, prismática,
delgada, homogênea, em cotovelo C
a 90° é suspensa pelo vér tice do
C
2a θ H
ângulo e apresenta-se em equilíbrio,
conforme o esquema anexo. (AC = Figura 1 Figura 2
2a; CB = 2b; B ≤ H = θ.)
A 2b
Vale a condição: Considere
PM = QM = 5,0 cm; CM = 2,0 cm; Â = 120°; sen 30° = 0,50;
(A) b = a · tg θ. cos 30° = 0,87 e g = 10 m/s2.
(B) b = a · cot θ.
B
(C) b = a · tgθ . (A) 12 g. (D) 10 g.
(D) b = a · cot θ . (B) 30 g. (E) 24 g.
(C) 6,0 g.
13 (IME) Três molas, a, b e c, têm comprimento natural 1a = 0,5 m,
1b = 0,6 m e 1c = 0,7 m e constante elástica ka = 10 N/m, kb = 15 N/m 16 (ITA) Um brinquedo que as mamães utilizam para enfeitar quartos
e kc = 18 N/m, respectivamente. Elas são ligadas entre si e estiradas entre de crianças é conhecido como “mobile”. Considere o “mobile” de luas
duas paredes distantes 2,0 metros uma da outra, onde as extremidades esquematizado na figura a seguir. As luas estão presas por meio de fios
estão fixadas, conforme figura abaixo. Qual o comprimento de cada uma de massas desprezíveis a três barras horizontais, também de massas
das molas estiradas, em equilíbrio? desprezíveis. O conjunto todo está em equilíbrio e suspenso em um único
ponto A. Se a massa da lua 4 é 10 g, então a massa em quilograma da lua
1 é:
a b c A
L 2L
2,0 m
L 2L
14 (FEI-SP) A figura indica, em corte, um prisma e um cubo homogêneos,
de pesos iguais a 6,0 N e 5,5 N, respectivamente, sobre o travessão L 2L
horizontal de uma balança em equilíbrio. O cubo é suspenso por um cabo
1
de massa desprezível, que, passando por uma polia ideal, sustenta um
contrapeso A. 2
Calcule o peso de A e a tração no cabo.
3 4
20 cm
A (A) 180.
(B) 80.
(C) 0,36.
(D) 0,18.
(E) 0,9.
45 cm 70 cm 40 cm
15 cm
IME-ITA 173
Física I – Assunto 7
17 (ITA) Considere um bloco de base d e altura h em repouso sobre um 20 Dois blocos idênticos de comprimento L = 24 cm são colocados
plano inclinado de ângulo α. Suponha que o coeficiente de atrito estático sobre uma mesa, como mostra a figura a seguir. Determine o máximo valor
seja suficientemente grande para que o bloco não deslize pelo plano. de x, em cm, para que os blocos fiquem em equilíbrio, sem tombarem.
L
1
h 2
x L/2
d
θ
21 (ITA-SP) Uma barra homogênea de peso P tem uma extremidade
apoiada em um assoalho horizontal e a outra em uma parede vertical.
O valor máximo da altura h para que a base d permaneça em contato
O coeficiente de atrito com relação ao assoalho e o coeficiente de atrito
com o plano é:
com relação à parede são iguais a µ. Quando a inclinação da barra com
relação à vertical é de 45°, a barra encontra-se na iminência de deslizar.
(A) d/α. (D) d · cotg α.
Qual o valor de µ?
(B) d/sen α. (E) d · cotg α/sen α.
(C) d/(sen α)².
22 (ITA) Uma haste metálica de seção retangular de área A e comprimento
L é composta de dois materiais de massas específicas ρ1 e ρ2. Os dois
18 (ITA) Um corpo de massa m é colocado no prato A de uma balança
materiais constituem hastes homogêneas de comprimentos L1 e L2, com
de braços desiguais e equilibrado por uma massa p colocada no
L1 + L2 = L e L1 = 3L2. Coloca-se a haste sobre um cutelo e verifica-se
prato B. Esvaziada a balança, o corpo de massa m é colocado no prato B e
que o equilíbrio é atingido na situação indicada na figura. Calcule ρ1/ρ2.
equilibrado por uma massa q colocada no prato A. O valor da massa m é:
L L
(A) pq 2 2
(B) pq
p+q
(C)
2
(D) p + q
2
pq (A) 1. (D) 2,5.
(E)
p+q (B) 2. (E) 0,4.
(C) 3.
19 (ITA) Considere as três afirmativas abaixo sobre um aspecto de Física
do cotidiano. 23 (ITA) Um semi-disco de espessura “e” e massa = 2 kg está apoiado
sobre um plano horizontal, mantendo-se na posição indicada em virtude
I. Quando João começou a subir pela escada de pedreiro apoiada em da aplicação de uma força F no ponto Q. O centro de gravidade G é tal
uma parede vertical, e já estava no terceiro degrau, Maria grita para que OG = 0,1 m, sendo O o centro do disco que originou o semi-disco; o
ele: – Cuidado João, você vai acabar caindo pois a escada está muito raio do disco é r = 0,47 e o ângulo θ = 30°. O valor de F nesse caso é:
inclinada e vai acabar deslizando.
II. João responde: – Se ela não deslizou até agora que estou no terceiro
degrau, também não deslizará quando eu estiver no último.
III. Quando João chega no meio da escada, fica com medo e dá total
razão à Maria. Ele desce da escada e diz a Maria: – Como você é mais F
leve do que eu, tem mais chance de chegar ao fim da escada com a g 30°
mesma inclinação, sem que ela deslize. Ignorando o atrito da parede:
(A) Maria está certa com relação a I, mas João errado com relação a II.
(B) João está certo com relação a II, mas Maria errada com relação a I. (g = 9,8 m/s2)
(C) As três afirmativas estão fisicamente corretas.
(D) Somente a afirmativa I é fisicamente correta. (A) 19,6 N (D) 2,4 N
(E) Somente a afirmativa III é fisicamente correta. (B) 7,2 N (E) 2,9 N
(C) 1,2 N
174 Vol. 3
Estática dos sólidos
M1 FH Mg
60°
(C)
θ
0 π
2
FH Mg
(D)
θ
M2 0 π
2
(E) Nenhum dos gráficos acima.
(A) M2 = 3 M1 .
2
26 Pelo método das seções, determine as forças nas barras BD e DE da
(B) M2 = 3 M1. estrutura abaixo.
M1 135 kN A
(C) M2 = .
2
M1
(D) M2 = .
3 2,4 m
135 kN B C
(E) M2 = 2 M1 .
θ 2,4 m
F G
4,5 m
FH
FH Mg
(A)
θ
0 π
2
IME-ITA 175
Física I – Assunto 7
27 Para a mesma figura da questão anterior, determine as forças nas EXERCÍCIOS NÍVEL 3
barras DG e EG, como se não conhecesse as forças nas barras BD e DE.
01 (IME) Ao teto de uma sala deseja-se prender 3 molas iguais que
28 Determine as forças apenas nos membros AD, CD e DE da treliça a deverão equilibrar, na horizontal, uma haste rígida, delgada e de peso
seguir. desprezível, bem como uma viga pesada, homogênea e uniforme, de tal
4,5 m 4,5 m 4,5 m modo que a haste suporte, em seu ponto médio, a viga. Os pontos de
fixação, no teto, devem formar um triângulo isósceles de ângulo diferente
20 kN 20 kN C. Determine a distância x do ponto D, a partir da extremidade livre, em
36 kN A D G J que a viga deve ser apoiada. O comprimento da viga é L.
B
2,4 m
B C F I K
E H
A
29 Para a mesma treliça da questão anterior, determine a força nos X
membros DG, FG e FH, como se não conhecesse as forças calculadas
na questão anterior. C
30 Para a treliça da figura a seguir, determine as forças nas barras EH e D
GI. (Dica: use a seção aa).
B E a H b J M
8m
C F K N
8m 02 (IME) Quatro barras homogêneas AB, BC, CD e DE, de peso P cada
A P uma, estão articuladas entre si como indica a figura. Sustentam-se, com
D G I L O as mãos, os extremos A e E de forma que estejam sobre uma mesma
a b
reta horizontal e que, ao estabelecer-se o equilíbrio, a ação efetuada nos
15 m 15 m 15 m 15 m 15 m 15 m extremos, sobre cada um tenha um componente horizontal igual a 2P.
Admite-se que as barras AB e ED possam girar livremente ao redor dos
12 kN 12 kN 12 kN extremos fixos A e E e que não haja atrito nas articulações. Calcular o
ângulo α que a barra DE forma com a horizontal.
31 Usando dica semelhante à do exercício anterior, para a mesma figura,
determine as forças nas barras HJ e IL. A E
a a 4m
H
F J P
G I
4m
F
K L M N O
P Q
θ
176 Vol. 3
Estática dos sólidos
04 (ITA) Um toro de madeira cilíndrico de peso P e de 1 m de diâmetro 07 (ITA) Um atleta mantém-se suspenso em equilíbrio, forçando as
deve ser erguido por cima de um obstáculo de 0,25 m de altura. Um cabo mãos contra duas paredes verticais, perpendiculares entre si, dispondo
é enrolado ao redor do toro e puxado horizontalmente como mostra a seu corpo simetricamente em relação ao canto e mantendo seus braços
figura. O canto do obstáculo em A é áspero, assim como a superfície do horizontalmente alinhados, como mostra a figura. Sendo m a massa do
toro. Nessas condições, a tração T requerida no cabo e a reação em A, no corpo do atleta e µ o coeficiente de atrito estático interveniente, assinale
instante em que o toro deixa de ter contato com o solo, valem quanto? a opção correta que indica o módulo mínimo da força exercida pelo atleta
em cada parede.
T
mg µ2 + 1
(D) .
2 µ2 − 1
β α
(E) n.d.a.
06 (ITA) Considere um bloco cúbico de lado d e massa m em repouso
sobre um plano inclinado de ângulo α, que impede o movimento de um 08 Uma escada de 5 m de comprimento e massa M está apoiada em
cilindro de diâmetro d e massa m idêntica à do bloco, como mostra a figura. um solo rugoso horizontal e contra uma parede vertical lisa. A distância
Suponha que o coeficiente de atrito estático entre o bloco não deslize pelo máxima a que seu pé pode estar da parede sem escorregar é igual a 4 m.
plano e que o coeficiente de atrito estático entre o cilindro e o bloco seja Quando seu pé está a apenas 3 m da parede, qual é:
desprezível. O valor máximo do ângulo do plano inclinado α, para que a
base do bloco permaneça em contato com o plano, é tal que: a. a massa máxima que pode ser colocada em qualquer lugar da escada
sem causar escorregamento?
b. a máxima distância ao longo da escada que um homem de massa 5 M
pode caminhar sem o risco de cair?
d
α
IME-ITA 177
Física I – Assunto 7
30°
1 2 P1
g/2
Platform
m2
m1
10 (ITA) Na figura ao lado temos um cilindro de massa desprezível de raio (A) m1 = m2. (D) m1 = 3 m2.
r que pode girar sem atrito em torno do eixo que passa pelo centro O. Nos (B) 3 m1 = 2 3 m2. (E)
m2 = 2 3 m1.
pontos P1 e P2 estão fixadas dois fios de massa também desprezível. Para (C) 3 m2 = 2 3 m1.
que haja equilíbrio nas condições do esquema, a relação entre as massas
m1 e m2 é:
RASCUNHO
178 Vol. 3
Hidrostática A ssunto
8
Física I
IME-ITA 179
Física I – Assunto 8
Da mesma forma que a massa específica, para que o peso específico Por mais que a pressão tenha uma certa relação com a força, ela
de um corpo seja constante, temos que as condições de temperatura e não é uma grandeza vetorial, mas sim uma grandeza escalar. Ou seja, um
pressão também sejam constantes. Porém, como o peso depende da gás ideal confinado num recipiente exerce exatamente a mesma pressão
gravidade, para que o peso específico seja constante, temos que estar em todas as suas paredes, já que a pressão não possui uma orientação
analisando porções da mesma substância num mesmo local, onde a preferida em detrimento de outras.
gravidade seja constante.
Sabemos que P = m · g. Logo: 5. Pressão exercida por uma
P m⋅g
ρ= =
V V
coluna de líquido
m
Como µ = , temos: m
V
r = mg P h
5. Pressão A
Comprima a palma de uma das suas mãos com o polegar da outra
mão, utilizando certa força. Agora, aumente esta força. Você claramente A figura anterior representa um recipiente contendo um líquido de
percebeu que o efeito de contato entre sua mão e seu dedo polegar massa específica µ, em equilíbrio, sob a ação da gravidade g, cuja altura
aumentou. Agora, comprima novamente a palma da mão com seu polegar. em relação ao fundo do recipiente é h.
Utilizando aproximadamente a mesma força, pegue o seu lápis apontado e
com a sua ponta do grafite comprima a palma da sua mão com a mesma Considere, então, uma coluna de água de área de base A. Sabemos
força. Novamente, você percebeu que o efeito foi realmente aumentado. que seu volume é dado por V = A · h. Como massa específica é o volume
entre a massa da substância e o volume de fato ocupado por ela, temos:
Logo, percebemos que esse efeito é diretamente proporcional à força, m m
já que, a aumentando, você intensifica o efeito. Da mesma forma, quando µ= = → m = µ ⋅ A ⋅ h. Logo, o peso dessa coluna de líquido será
V A.h
você diminui a área de aplicação da força (já que a ponta do grafite tem
menor área que a palma do seu polegar), o efeito também é intensificado. o produto da sua massa pela gravidade: P = m · g = m · A · h · g. Logo,
Logo, o efeito é diretamente proporcional à força e inversamente a pressão exercida por essa coluna de líquido no fundo do recipiente será
proporcional à área de aplicação dessa força. dada por:
Dessa forma, pressão média, sob o ponto de vista mecânico, é definida P µ ⋅ A⋅ h ⋅ g
pela razão da componente normal de uma força aplicada a uma superfície, p= =
A A
pela área da superfície.
Cortando a área, temos:
Fn
p= p = mgh
A
6. Teorema de Stevin
Considere um recipiente contendo um líquido homogêneo de massa
Fn F
específica µ. Considere, mesmo que imaginariamente, um “cubo” de aresta
h, feito do próprio líquido e totalmente imerso nele. Sabemos que, nele,
q Ft surgirão forças nas direções vertical e horizontal, aplicadas em cima e em
baixo, do lado direito e do lado esquerdo, como podemos ver na figura.
m
Apenas a componente normal (Fn) de certa força aplicada numa área
pode exercer pressão, enquanto que a componente tangencial não exerce
(ela exerce outro efeito, chamado de cisalhamento).
180 Vol. 3
Hidrostática
(1)
(1) F1 h (2)
g g
P
(2)
F2
m m
Logo, como o corpo está em equilíbrio na vertical, temos: Como há um desnível entre os pontos, pelo princípio de Stevin, haveria
F2 – F1 = P uma diferença de pressão sobre eles. Mas como o líquido está aberto para
a atmosfera, a pressão exercida sobre ambos é a pressão atmosférica.
Dividindo todos os termos pela área da base do cubo, já que estão Dessa forma, ambos estão sob mesma pressão. Novamente, pelo teorema
aplicados na vertical, temos: de Stevin, sabemos que, se a pressão sobre os pontos é a mesma, não
há desnível entre eles. Logo, é absurdo pensar que existe um desnível
F2 F1 P
− = entre os pontos na superfície do líquido. Assim, a superfície de um líquido
A A A em um referencial inercial sempre permanece horizontal. Isso acontece
F1 F porque o teorema de Stevin só se aplica em referenciais inerciais, já que é
Só que = p1 (pressão no ponto 1) e 2 = p2 (pressão no ponto 2). uma consequência direta das Leis de Newton, que só são válidas nestes.
A A
Logo: E caso o líquido estivesse acelerado, ou seja, num referencial não
P mg inercial, qual seria o comportamento de sua superfície? Como vimos em
p2 − p1 = → p2 − p1 =
A A Dinâmica, sabemos que podemos transformar um referencial não inercial
através do princípio da equivalência de Einstein, ou, mais precisamente,
em que m é a massa do “cubo” de água. Logo, m = m · Vcubo = m · A ·
do princípio de D’alembert. Dessa forma, o princípio de Stevin volta a
h. Logo:
ser válido.
µ ⋅ A⋅ h ⋅ g Vamos, então, pensar em uma massa infinitesimal m de água na
p2 − p1 = → p2 − p1 = µ ⋅ g ⋅ h
A superfície do líquido (uma gotinha), que está confinado em um recipiente.
Vamos comunicar ao recipiente uma aceleração a, conforme mostra a
em que h é o desnível entre o ponto 1 e o ponto 2. Observe a figura:
figura abaixo.
m
h1
1 a
h2
h
IME-ITA 181
Física I – Assunto 8
superfície dz
tanα =
livre dr
g
q –a Além disso, da relação entre as forças, temos:
q a
Fcf
tanα =
P
q g
Logo, temos as seguintes relações:
gap
Fcf dz
tanα = =
P dr
Da figura, temos:
dz Fcf
a Sabemos, então, que = . Logo:
tanθ = dr P
g
dz m ⋅ ω2 ⋅ r dz ω2 ⋅ r ω2 ⋅ r 1 ω2 ⋅ r 2
= → = → ∫ dz = ∫ dr → z = ⋅ +c
dr mg dr g g 2 g
Assim como no exemplo do elevador dado em dinâmica, na seção
de mudança de referencial para a nova gravidade que seria utilizada para Tente, sozinho, determinar a constante de integração c.
calcular o novo período do pêndulo em questão, aqui temos situação
semelhante. A soma vetorial de – a e g tem como resultado a gravidade
aparente (gap), que será relevante nas próximas seções: 7. Experiência de Torricelli
Sabemos que a atmosfera provoca uma pressão de 1 atm ao nível
g ap = − a + g do mar, o que equivale aproximadamente a 1,01 · 105 Pa. O cientista
italiano Evangelista Torricelli propôs um experimento simples para
Como os vetores – a e g são perpendiculares, temos: determinação da pressão atmosférica. O dispositivo consistia num tubo
2 2 de aproximadamente 1 m de comprimento e uma cuba, preenchidos
g ap = a + g com mercúrio.
Inicialmente, o tubo encontra-se totalmente cheio de mercúrio. Veda-
Acabamos de falar sobre líquidos acelerados em translação. E caso se sua extremidade aberta e, então, é introduzido, de boca para baixo, no
eles estivessem rotacionando? líquido. Em seguida, retira-se a vedação da sua extremidade, mantendo-a
Quando temos um recipiente contendo um líquido, em rotação em sempre abaixo da superfície do mercúrio na cuba. Com isso, parte do
relação a um eixo que passe em seu centro geométrico, com velocidade mercúrio escoa para dentro da cuba, estabelecendo-se uma coluna de
angular ω constante, o líquido se arranjará de modo a formar um espaço mercúrio.
vazio denominado paraboloide de revolução. Considere, na figura a seguir,
z o eixo que passa no centro geométrico do recipiente.
vácuo
Hg
Z
760 mm
Fcf
a Hg
182 Vol. 3
Hidrostática
IME-ITA 183
Física I – Assunto 8
• Pressão absoluta → é a pressão da superfície do líquido (normalmente Vamos à demonstração deste teorema. Considere a seguinte figura:
é a pressão atmosférica) somada a pressão exercida pela coluna de
líquido. m
Pabs = po + m · g · h
Quando se colocam dois líquidos num vaso comunicante em formato (1) F1
de ‘U’, o menos denso deve estar a um nível maior que o menos denso. g
184 Vol. 3
Hidrostática
Só que, pela definição de massa específica, m · Vfd = mfd, ou seja, o A linha de ação do empuxo sempre passará pelo centro de gravidade
produto da massa específica pelo volume do fluido deslocado nos dá a da porção fluida que antes ocupava o local agora ocupado pelo volume
massa de fluido deslocado. Logo, temos: submerso do corpo. Esse centro de gravidade também é chamado de
centro de carena.
E = mfd · g → E = Pfd
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
04 Um bloco flutua inicialmente em água com 1/5 do seu volume 05 Um recipiente com água está em equilíbrio sobre o prato de uma
emerso. Depois, é colocado em óleo, apresentando então 1/5 do seu balança que, nessas condições, indica 80 N. Depois, uma esfera de
volume imerso. Calcule a razão entre as massas específicas da água e 2 · 102 cm3 é totalmente imersa na água, sendo suspensa por um fio
do óleo. ideal. Sabendo que a densidade da água é 1g/cm3 e que g = 10 m/s2,
qual a indicação da balança nessa situação?
Solução:
Seja V o volume do corpo. Solução:
4V Na situação inicial, as forças atuando no líquido são a força peso e a
− Em água: Eágua = µ água ⋅ Vfd ⋅ g → Eágua = µ água ⋅ ⋅g
5 força normal que a balança faz sobre o conjunto recipiente + líquido.
4 Dessa forma, para estar em equilíbrio, a intensidade do peso tem que
→ Eágua = µ água ⋅ V ⋅ g ser igual à intensidade da normal. Como a balança indica a normal, a
5
V normal é de 80 N. Logo, o peso do conjunto também é de 80 N.
− Em óleo: Eóleo = µ óleo ⋅ Vfd ⋅ g → Eóleo = µ óleo ⋅ ⋅g Na situação final, a esfera, estando imersa na água, recebe um empuxo
5
E, vertical e para cima, exercido pelo líquido. Logo, a esfera reagirá, pela
V
→ Eóleo = µ óleo ⋅ V ⋅ g 3a lei de Newton, e provocará uma força – E no líquido. Por sua vez, o
5 líquido, que está em contato direto com a balança, estará recebendo
Sabemos que, para que o corpo fique em equilíbrio estático, a a ação de três forças: a reação do empuxo da esfera, para baixo, o
resultante deve ser nula. Em ambos os casos, só existem duas forças peso, para baixo e a normal, para cima. Dessa forma, como está em
atuando: o empuxo e o peso. Elas devem então, ter mesma intensidade, equilíbrio, temos:
para que o bloco possa estar em equilíbrio. Então, não importando o N=P+E
fluido em que o corpo está imerso, o empuxo exercido por esse fluido No item anterior, calculamos o peso do conjunto. Logo, P = 80 N. O
será igual ao peso do corpo. Dessa forma, os empuxos calculados empuxo pode ser calculado através do teorema de Arquimedes:
anteriormente devem ser iguais. kg m
E = µ ⋅ Vfd ⋅ g = 1⋅ 103 3 ⋅ ( 2 ⋅ 102 ⋅ 10−3 m3 ) ⋅ 10 2 = 2 N
m s
4 1 µ 1
Eágua = Eóleo → µ água ⋅ V ⋅ g = µ óleo ⋅ V ⋅ g → água = Logo, a normal será N = 80 + 2 = 82 N. Como a balança indica a
5 5 µ óleo 4 normal, a indicação da balança será de 82 N.
Resposta: 82 N.
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Quando a esfera de aço representada na figura é imersa inteiramente na 02 Na situação da figura, uma barra rígida e de peso desprezível está em
água, observa-se que o ponteiro, rigidamente fixado à mola de constante equilíbrio na posição horizontal. Na extremidade esquerda da barra está
elástica K = 1,0 · 101 N/m sofre um deslocamento vertical de 1,0 cm. dependurado um bloco de ferro (densidade de 8,0 · 103 kg/m3), de volume
Adote |g| = 10 m/s2 e admita que a densidade absoluta da água vale igual a 1,0 · 10–3 m3, que está totalmente imerso em água (densidade de
1,0 g/cm3. 1,0 · 103 kg/m3). A extremidade direita da barra está presa a uma mola
ideal de constante elástica K = 2,8 · 103 N/m.
Adotando g = 10 m/s2, calcule:
80 cm 40 cm
g
IME-ITA 185
Física I – Assunto 8
03 (HELOU) Um cubo de gelo a 0°C, preso a uma mola, 08 A figura abaixo representa uma esfera de densidade de = 6,8 g/cm3,
é totalmente imerso num recipiente com água a 25°C, imersa em um líquido de densidade dl = 0,80 g/cm3 e um e cilindro de
conforme mostra a figura. À medida que o gelo for se densidade dc = 2,0 g/cm3, cuja altura é igual ao seu raio imerso na água
fundindo, podemos afirmar que: (da = 1,0 g/cm3). Os dois corpos estão ligados por um fio inextensível,
gelo que passa por duas polias sem atrito. Supondo que o sistema está em
(A) o comprimento da mola permanecerá constante. equilíbrio, determine a relação entre os raios da esfera e do cilindro.
(B) o comprimento da mola irá aumentando.
(C) o comprimento da mola irá diminuindo.
(D) o nível livre da água no recipiente permanecerá inalterado.
(E) o nível livre de água no recipiente irá subindo.
P
O
Cubo com água
186 Vol. 3
Hidrostática
14 (AFA) Um estudante, para determinar a densidade de uma liga 18 (EFOMM) Um mergulhador nada em águas de densidade 1.049 kg/
desconhecida pesou-a, encontrando 24 N. A seguir, com o auxílio da m3, a 120 m de profundidade. A intensidade da força em Newtons, que
montagem da figura, observou que a indicação do dinamômetro era 19 N. age em cada cm2 do seu corpo, é de aproximadamente:
Considerando a densidade da água igual a 1,0 g/cm3, a densidade da liga
é, em g/cm3:
dinamômetro
água
B 4m
g = 10 m/s2
A kg
pH2O = 103
m3
0,8 m
(A) PA > PB. (C) TA + TB = PA – PB.
(B) EA = EB. (D) TA < TB.
IME-ITA 187
Física I – Assunto 8
22 (EFOMM) A massa (em kg) de ferro gasta para fabricar o cilindro 27 (EN) A figura abaixo mostra uma balança cujos braços têm
é:(Dado: g = 9,81 m/s2.) comprimentos L1 e L2. Dois corpos de pesos P1 e P2 estão suspensos
nos braços da balança e imersos em fluidos que exercem empuxos I1 e
(A) 118. (D) 148. I2 sobre os corpos 1 e 2, respectivamente. A balança estará em equilíbrio
(B) 122. (E) 197. se:
(C) 133.
L1 L2
23 (EFOMM) É fato conhecido que, ao mergulhar em água, a pressão
aumenta em 1 atm aproximadamente a cada 10 metros de profundidade.
Suponha que um mergulhador, a serviço da Petrobras na Bacia de Campos,
trabalhe a 130 metros de profundidade, ou seja, a pressão total sobre ele é
de cerca de 14 atmosferas (considerando a pressão atmosférica). Assim
sendo, a força normal exercida sobre cada cm2 do seu corpo vale (em N),
1 2
aproximadamente:
188 Vol. 3
Hidrostática
02 (PUC) O esquema representa uma lata que flutua em água, de 05 Um corpo aparenta ter massa de 45 g no ar e de 37 g quando totalmente
densidade igual a 1,0 g/cm3. A altura da parte emersa é de 15 cm e o imerso na água (massa específica de 1,0 g/cm3). Sabendo que a massa
corpo pendurado ao seu fundo é um bloco de forma cúbica de 10 cm de especifica do material de que é feito o corpo vale 9,0 g/cm3, calcule o volume
aresta. Sabendo que a base da lata é um quadrado de 20 cm de lado, se da cavidade que, certamente, deve existir no corpo. Considere desprezível
o bloco for introduzido dentro da lata, a altura da parte emersa: o empuxo do ar, bem como o ar existente na cavidade do corpo.
dinamômetro
(A) não será alterada. (D) passará a ser de 12,5 cm. conta-gotas
(B) passará a ser de 17,5 cm. (E) O sistema afundará.
(C) passará a ser de 14,5 cm.
caneca
03 Na situação esquematizada, R é um reservatório que contém água, C µ2
é uma caixa plástica e E é uma esfera sólida impermeável. Com o sistema
em equilíbrio, retira-se a esfera, colocando-a diretamente na água. Sendo
h a altura do nível livre da água em R, diga, justificando, se h aumentará,
diminuirá ou permanecerá constante nos seguintes casos:
cubo
C µ1
E
R 07 Um barqueiro dispõe de uma chata que permite o transporte fluvial de
cargas até 10.000 N. Ele aceitou um trabalho de transporte de um lote de
h 50 barras maciças de ferro (10 g/cm3) de 200 N cada uma. Por um erro de
contagem, a firma enviou 51 barras. Não querendo perder o freguês, mas
µ também procurando não ter prejuízo com duas viagens, o barqueiro resolveu
amarrar um certo número n de barras embaixo do barco, completamente
a. quando a esfera for mais densa que a água; submersas. Qual deve ser o número n mínimo, para que a travessia das
b. quando a esfera for menos densa que a água; 51 barras seja feita numa só viagem? Densidade da água: 1,0 g/cm3.
c. quando a esfera tiver a mesma densidade que a água.
08 Um corpo constituído de um material de peso específico de 2,4 . 104
04 (Helou) Um tubo de vidro, com uma extremidade A fechada e outra N/m3 tem volume externo de 2,0 · 103 cm3. Abandonado no interior da
aberta, conforme a figura, apoia-se em D sobre um plano horizontal. água (densidade de 1,0 g/cm3), move-se verticalmente, sofrendo a ação
O trecho AB do tubo contém ar, o trecho BCDE contém mercúrio e o de uma força resistente cuja intensidade é dada pela expressão Fr = 56V
trecho EF contém um líquido que não se mistura nem se combina com o (SI), em que V é o módulo de sua velocidade. Sendo g = 10 m/s2, calcule
mercúrio. Verifica-se que, girando o tubo em torno do ponto D num plano a velocidade limite do corpo, isto é, a máxima velocidade atingida em todo
vertical, a pressão do trecho AB se torna igual à pressão atmosférica o movimento.
reinante, quando θ = 30º. Nessa posição, tem-se a = 10 cm, b = 8 cm e
c = 45 cm. Sendo a densidade absoluta do mercúrio igual a 13,5 g/cm3, 09 Dois vasos comunicantes contêm fluido incompressível de massa
calcule a densidade do líquido contido no trecho EF do tubo. específica ρ. Sobre a superfície livre do líquido em cada vaso estão duas
placas, sem massa, de área AG e AP, conforme mostra a figura. Numa das
A
placas estão acopladas duas molas idealmente elásticas de rigidez K1 e K2.
F Num dado momento, é aplicado suavemente um carregamento de peso
B
F sobre a placa de área AG. Determine o deslocamento sofrido pela placa
de área AP, referenciando-se a partir da posição de equilíbrio anterior ao
C c carregamento.
a Dados:
K1 AG AP
E g = 10 m/s2
b ρ = 100 kg/m3 x
θ
AG = 8 · 10–2 m2
D AP = 2 · 10–2 m2
H K2
F = 100 N
K1 = 103 N/m
IME-ITA 189
Física I – Assunto 8
10 (ITA) Os dois vasos comunicantes da figura a seguir são abertos, 13 (ITA) A massa de um objeto feito de liga ouro-prata é 354 g. Quando
têm seções retas iguais a S e contêm um líquido de massa específica ρ. imerso na água, cuja massa específica é 1,00g cm–3, sofre uma perda
Introduz-se no vaso esquerdo um cilindro maciço e homogêneo de massa aparente de peso correspondente a 20,0 g de massa. Sabendo que a massa
M, seção S’ < S e menos denso que o líquido. O cilindro é introduzido e específica do ouro é de 20,0 g cm–3 e a da prata 10,0 g cm–3, podemos
abandonado de modo que no equilíbrio seu eixo permaneça na vertical. afirmar que o objeto contém a seguinte massa de ouro:
Podemos afirmar que, no equilíbrio, o nível de ambos os vasos sobe: (A) 177 g. (D) 308 g.
(B) 118 g. (E) 54,0 g.
(C) 236 g.
(A) M .
ρ( S − S ') 14 (EFOMM) Observe a figura a seguir.
M S S
(B) .
ρ( 2S − S ')
M
(C) .
2ρ( 2S − S ')
2M
(D) .
2ρ( 2S − S ')
M
(E) .
2ρ S
A figura acima mostra um bloco de madeira preso a uma mola que tem
11 (ITA) Um recipiente, cujas seções retas dos êmbolos valem S1 e S2, sua outra extremidade presa ao fundo de um tanque cheio d’água. Estando
está cheio de um líquido de densidade ρ como mostra a figura. Os êmbolos o sistema em equilíbrio estático, verifica-se que a força que a mola faz
estão unidos entre si por um arame fino de comprimento L. Os extremos sobre o fundo do tanque é de 2,0 N, vertical para cima. Considere que a
do recipiente estão abertos. Despreze o peso dos êmbolos, do arame e massa e o volume da mola são desprezíveis. Agora, suponha que toda água
quaisquer atritos. Quanto vale a tensão T no arame? seja retirada lentamente do tanque e que, ao final, o bloco permaneça em
repouso sobre a mola. Com base nos dados apresentados, qual o módulo
S1 e o sentido da força vertical que a mola fará sobre o fundo do tanque?
190 Vol. 3
Hidrostática
17 (ITA) Dois blocos, A e B, homogêneos e de massa específica 3,5 g/ (A) 1,0 g/cm³. (D) 1,6 g/cm³.
cm3 e 6,5 g/cm3, respectivamente, foram colados um no outro e o conjunto (B) 1,2 g/cm³. (E) 1,8 g/cm³.
resultante foi colocado no fundo (rugoso) de um recipiente, como mostra (C) 1,4 g/cm³.
a figura. O bloco A tem o formato de um paralelepípedo retangular de
altura 2a, largura a e espessura a. O bloco B tem o formato de um cubo 20 (ITA) Para se determinar a massa específica de um material, fez-se
de aresta a. Coloca-se, cuidadosamente, água no recipiente até uma altura um cilindro de 10,0 cm de altura desse material flutuar dentro do mercúrio
h, de modo que o sistema constituído pelos blocos A e B permaneça em mantendo o seu eixo perpendicular à superfície do líquido. Posto a oscilar
equilíbrio, i. e, não tombe. O valor máximo de h é: verticalmente, verificou-se que o seu período era 0,60 s. Qual é o valor da
massa específica do material? Sabe-se que a massa específica do mercúrio
é de 1,36 · 104 kg/m3 e que a aceleração da gravidade local é de 10,0 m/s².
a a
(A) Faltam dados para calcular
(A) 0. (B) 1,24 · 104 kg/m3.
(B) 0,25 a. B a (C) 1,72 · 104 kg/m3.
(C) 0,5 a. A (D) 7,70 · 103.
(D) 0,75 a. 2a (E) outro valor
(E) a.
h 21 (ITA) Um tubo cilíndrico de secção transversal constante de área S
fechado numa das extremidades e com uma coluna de ar no seu interior
de 1,0 m encontra-se em equilíbrio mergulhado em água cuja massa
18 (ITA) Uma haste homogênea e uniforme de comprimento L, secção específica é = 1,0 g/cm³ com o topo do tubo coincidindo com a superfície
reta de área A, e massa específica é livre de girar em torno de um eixo (figura abaixo). Sendo Pa = 1,0 · 105 Pa a pressão atmosférica e g = 10
horizontal fixo num ponto P localizado a uma distância d = L/2 abaixo da m/s² a aceleração da gravidade, a que distância h deverá ser elevado o
superfície de um líquido de massa específica ρ12. Na situação de equilíbrio topo do tubo com relação à superfície da água para que o nível da água
estável, a haste forma com a vertical um ângulo igual a: dentro e fora do mesmo coincidam?
Pa
L 1,0
2 o L
(A) 1,1 m.
(B) 1,0 m.
(C) 10 m. ρ
(D) 11 m.
(A) 45º. (D) 75º. (E) 0,91 m.
(B) 60º. (E) 15º.
(C) 30º. 22 (IME) Um balão de borracha, esférico, perfeitamente elástico e de
peso desprezível é cheio com 1 kg de um gás ideal que ocupa 2 litros nas
19 (ITA) Um aparelho comumente usado para se testar a solução de condições ambientais de 20°C de temperatura e pressão barométrica de
baterias de carro, acha-se esquematizado na figura abaixo. Consta de um 105 Pa. Depois de cheio, o balão é mergulhado lentamente em um poço
tubo de vidro cilíndrico V do dotado de um bulbo de borracha B para a profundo que contém água pura à temperatura de 20°C, de tal modo que a
sucção do líquido. O conjunto flutuante E, de massa 4,8 g, consta de uma temperatura do gás não varie. Supondo-se que o balão permaneça esférico
porção A de volume 3,0 cm³ presa numa extremidade de um estilete de e que esteja totalmente imerso, determine a que profundidade, medida da
10,0 cm de comprimento e secção reta de 0,20 cm². Quando o conjunto superfície do líquido ao centro do balão, ele permanecerá parado quando
flutuante apresenta a metade da haste fora do líquido, a massa específica solto. Considere a gravidade local g = 10 m/s² e a massa específica da
da solução será de: água = 1 g/cm³.
Dados:
A
massa específica do ferro = 7,8 · 10³ kg/m³; g = 10 m/s².
IME-ITA 191
Física I – Assunto 8
25 (IME) Um cubo de gelo encontra-se totalmente imerso em um a. A inclinação será na direção da aceleração ou contrária?
reservatório adiabático com 200 mL de água a 25ºC. Um fino arame o b. Qual o valor desta inclinação?
conecta a um dinamômetro que indica uma força de 0,32 N. Sabe-se
que a densidade da água e do gelo são, respectivamente, 1 g/cm³ e 0,92 04 Dentro de um elevador está um recipiente com um certo líquido de
g/cm³, enquanto que os calores específicos são respectivamente de densidade ρ. No fundo deste recipiente, está instalado um sistema de
1 cal/gºC e 0,5 cal/gºC. O calor latente de fusão do gelo é 80 cal/g. balança eletrônica. Esta balança indica apenas a massa do bloco devido a
Considere a aceleração da gravidade como 10 m/s². Determine a força um contato metálico eletroimpermeável, coberto de verniz isolante preso ao
indicada pelo dinamômetro quando a temperatura da água for de 15ºC, corpo cuja massa se deseja medir em situações de atmosferas adversas,
assim como a massa do bloco de gelo neste momento. e outro contato está fixo na balança.
Um bloco de volume V e densidade 3ρ foi colocado no recipiente e o
elevador foi posto em movimento vertical acelerado com intensidade g .
água 5
Calcule a indicação da balança, considerando g a aceleração da gravidade
gelo local.
(A) ρgHπR2
(B) ρgHπd2 a. Determine o valor do coeficiente de atrito estático µe entre o recipiente
→
(C) ρgHπRd/2 F e o bloco, sabendo que, na iminência de movimento, este tende a se
H d
(D) ρgHπR2/2 deslocar ascendentemente ao longo do face inclinada.
(E) ρgHπd2/8 b. Calcule a diferença µe – µc entre os coeficientes de atrito estático e
R êmbolo
cinético, considerando que, ao iniciar o movimento, o bloco desloca-
03 Um recipiente contém um líquido de densidade ρ, em repouso numa -se ascendentemente de 10 cm ao longo da face inclinada durante o
superfície horizontal perfeitamente lisa. No fundo deste recipiente, há tempo de 1 s.
uma bola maciça de borracha de densidade ρ/2 presa por um barbante
de massa desprezível. Acelerando o recipiente com uma intensidade a, o
balão inclinará. (Considere g a aceleração da gravidade local.)
192 Vol. 3
Hidrostática
09 Um longo tubo em U, disposto verticalmente, aberto em suas 10 A period of harmonic oscillation of a simple pendulum of a length l
extremidades e com área da seção reta constante, contém um certo 1
is given by T = 2π . The period of harmonic oscillation of a mass m
líquido em equilíbrio hidrostático. Uma das extremidades do tubo é g
então lentamente resfriada. Como consequência, uma pequena porção m
on a spring with a spring constant k is given by T = 2π . Basing on a
superior do líquido, ocupando inicialmente um comprimento vertical H0 k
dessa extremidade, é solidificada, passando a ocupar na nova situação de similarity of harmonic processes, find the period of harmonic oscillation
equilíbrio um comprimento vertical αH0, em que α é um número positivo. of a liquid in a glass tube shown in Figure 1. The left section of the tube
Despreze o atrito entre as paredes do tubo e a substância em ambas as is vertical, the right bend makes an angle of 30° with the vertical and the
fases líquida e sólida. cross-sectional area of the tube is everywhere same.
RASCUNHO
IME-ITA 193
Física I – Assunto 8
RASCUNHO
194 Vol. 3
Lentes A ssunto
8
Física II
1. Definição Nomenclatura:
A → ponto antiprincipal objeto
Qualquer meio homogêneo limitado por duas superfícies esféricas A’→ ponto antiprincipal imagem
(ou uma esférica e outra plana). F → foco objeto
F’ → foco imagem
2. Classificação C → centro óptico
FC =F'C = f → distância focal
Bordo fino Bordo espesso
3.2 Raios particulares
Biconvexa Bicôncava
convergente
Plano-convexa Plano-côncava
Côncavo-convexa Convexo-côncava A F C F’ A’
A F C F’ A’
raio da face convexa
3. Lentes delgadas
Lentes esféricas cuja espessura é pequena comparada com os raios
de curvatura: 3.3 Eixo secundário e plano focal
convergente eixo secundário
F’’
divergente
3.1 Elementos
convergente divergente F F’
F’’ → foco secundário
A F C F’ A’ A’ F’ C F A
plano focal
IME-ITA 195
Física II – Assunto 8
3.4 Construção e classificação de imagens Obs. 1: Existe uma analogia entre lentes convergentes e espelhos côncavos
e entre lentes divergentes e espelhos convexos (analise-as).
Lentes convergentes Obs. 2: Imagens projetadas em anteparos sempre são reais.
Obs. 3: Mantendo-se a distância entre o objeto e um anteparo e alterando-se
a posição da lente, as abcissas do objeto e da imagem se permutam para
obter uma imagem nítida (princípio da reversibilidade).
o θo o θ
A F C F’ A’ A F C F’ A’
o
4.3 Equação de Halley ou
dos “fabricantes de lentes”
A F C F’ A’ A’ F’ C F A
1 n2 1 1
= − 1
+
f n1 R1 R2
Referencial gaussiano p p’ n
Veq = ∑ Vi
convergente divergente i =1
i,o p1’
p 1 1 1
A F C F’ A’ p’ p A’ F’ C F A p’ (I) = +
f1 p ' p1 '
A imagem real conjugada pela 1a lente será um objeto virtual para a 2a
convergente → f > 0 divergente → f < 0 lente; isto significa que p1’= – p2
196 Vol. 3
Lentes
1 1 1 1 1 Obs.: devemos interpretar que o objeto está muito longe quando dizemos
(II) = + = + que ele está no infinito. Porém para efeito de cálculo usamos ppto remoto=∞.
f2 p2 p ' − p '1 p '
→ Ponto próximo: é o ponto objeto para o qual a vista conjuga
Somando as equações (I) e (II) teremos:
imagem nítida com máximo esforço de acomodação. Os músculos ciliares
1 1 1 1 1 1 1 1
+ = + + + = + encontram-se contraídos e o cristalino assume mínima distância focal.
f1 f2 p p1 ' − p '1 p ' p p '
Olho emétrope
1 1 1 Foco
+ = = Veq
f1 f2 feq
Objeto (PP)
Imagem
5. Óptica da visão
eixo óptico
O míope sem óculos, e portanto, não enxergando
p’ corretamente.
Olho emétrope Olho míope
músculos ciliares (altera o foco do cristalino)
Objeto no infinito (PR) Foco
pupila Imagem
(controla a entrada de luz) “borrada”
Acomodação visual
Imagem d fmáx
p’
Correção: lentes divergentes
IME-ITA 197
Física II – Assunto 8
198 Vol. 3
Lentes
o Focu
i
Fobj F’obj i1 F’ocu
o F’
F i2
p
p’
A=
i − p'
=
Aumento linear transversal
o p i
Aobj = 1
o i
Aumento angular Amicro = 2 → Amicro = Aobj × Aocu
i2 o
Aocu =
Visão sem a lente i1
θo
o Aumento angular
ppp i L
= Aobj 1=(podendo-se usar a aproximação Aobj )
o fobj
o
tgθo = A lente ocular, como vemos, funciona como uma lupa, assim, nas
ppp
condições de conforto podemos chegar a :
θo F’obj
Obs.: Para o cálculo do aumento angular em condição de “conforto” para
o observador, normalmente utilizamos ppp=25 cm (distância mínima de Focu i θ
θo 1 F’ocu
visão distinta) e desejamos enxergar com o olho relaxado, isto é, p’≅∞
e p ≅ flupa. Assim temos uma nova expressão para o aumento angular: i2
25
M =
flupa
i1
Duas lentes convergentes dispostas coaxialmente fobj
tgθ f
sendo a objetiva com distância focal da ordem de Atele = = ocu =
tgθo i1 focu
milímetros. O objeto deve ser posicionado depois do
fobj
foco como mostra o esquema a seguir. A imagem final
conjugada será invertida, virtual e maior.
IME-ITA 199
Física II – Assunto 8
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 O fato de uma lente ser convergente ou divergente depende: (B) o raio de curvatura é sempre igual à metade do recíproco de sua
vergênca.
(A) apenas da forma da lente. (C) ela é sempre convergente, qualquer que seja o meio envolvente.
(B) apenas do meio no qual ela se encontra. (D) ela só é convergente se o índice de refração do meio envolvente
(C) do material de que é feita a lente e da forma da lente. for maior que o do material da lente.
(D) da forma da lente, do material de que é feita a lente e do meio no (E) ela só é convergente se o índice de refração do material da lente
qual ela se encontra. for maior que o do meio envolvente.
(E) n.d.a.
Solução: Letra E.
Solução: Letra D. Use a tabela anterior e saiba que a lente biconvexa é de bordo fino.
As lentes, para serem classificadas como convergentes ou divergentes,
devem atender às características ilustradas na tabela abaixo: 03 (ITA) Um objeto tem altura ho = 20 cm e está localizado a uma
distância do = 30 cm de uma lente. Esse objeto produz uma imagem
nlente > nmeio nlente < nmeio virtual de altura hi = 4,0 cm. A distância da imagem à lente, a distância
Bordo fino convergente divergente focal e o tipo da lente são, respectivamente:
Bordo espesso divergente convergente
(A) 6,0 cm; 7,5 cm; convergente.
02 (MACKENZIE) Considerando uma lente biconvexa cujas faces (B) 1,7 cm; 30 cm; divergente.
possuem o mesmo raio de curvatura, podemos afirmar que: (C) 6,0 cm; –7,5 cm; divergente.
(D) 6,0 cm; 5,0 cm; divergente.
(A) o raio de curvatura das faces é sempre igual ao dobro da distância (E) 1,7 cm; –5,0 cm; convergente.
focal.
200 Vol. 3
Lentes
Solução: Letra C. Ambas devem ser transparentes e possuir superfícies lisas e regulares
Muito cuidado com este tipo de problema! Deve-se investigar o sinal para permitirem a formação de imagens nítidas. Podemos classificar as
dos dados do enunciado. Neste caso, quando o enunciado diz que a lentes naturais de nossos olhos, A e B, respectivamente, como sendo:
imagem tem 4 cm de altura, isto significa que i=±4.
Como é dito que a imagem é virtual sabemos, então, que é também (A) convergente e convergente.
direita. Logo i=+4. (B) convergente e divergente.
(C) divergente e divergente.
Aplicando a equação de ampliação, temos: (D) divergente e convergente.
i − p' 4 − p' (E) divergente e plana.
= → = → p′ = −6cm (o sinal negativo para p’ confirma
o p 20 30
Solução: Letra A.
que a imagem é virtual). Tanto a córnea (foco fixo) como o cristalino (foco variável) são lentes
do tipo biconvexas (bordo fino). Como elas são mais refringentes que
Aplicando, agora, a equação dos pontos conjugados, temos: o meio que as envolve, são classificadas como convergentes.
1 1 1 1 1 1 −4
= + → = + = → f = −7, 5cm
f p p' f 30 −6 30
07 (UNITAU) A figura mostra a formação de imagem, em um olho,
de um ponto P distante 1,0 m dele. (A figura não está em escala). O
O foco negativo indica que a lente é divergente.
cristalino, nessa situação, está abaulado ao máximo. Considerando
que na visão normal enxerga-se com nitidez desde 20 cm de distância
04 (U.F. OURO PRETO) Uma lente esférica de vidro, delgada, convexo-
até o infinito, que lente deve ser usada para corrigir a visão desse
-côncava, tem o raio da superfície côncava igual a 5,0 cm e o da convexa
olho, se for o caso?
igual a 20 cm. Sendo o índice de refração do vidro, em relação ao ar, n = 1,5,
para uma dada luz monocromática, a convergência dessa lente é igual a: (A) Uma lente divergente de –1,0 di (dioptria).
(B) Uma lente divergente de –2,0 di. P
(A) –15 di. (D) 7,5 di.
(C) Uma lente convergente de 1,0 di.
(B) –7,5 di. (E) 15 di.
(D) Uma lente convergente de 4,0 di.
(C) –0,075 di. 1,0m
(E) Não é preciso lente; o olho é emétrope.
Solução: Letra B.
Solução: Letra D.
Utilizaremos para este problema a equação dos fabricantes de lentes:
Quando o cristalino está abaulado ao máximo, isto significa que o
1 n 1 1 músculo ciliar está também com seu máximo esforço. O ponto P trata-se
V = = lente − 1 +
f nmeio R1 R2 de um ponto próximo (dificuldade de visão para perto).
1 1 1
Lembre-se que para efeito de cálculo de vergência a unidade do A equação de visão sem lente corretiva é: = +
folho 1 p '
foco e dos raios deve ser expressa em metros!
Em que: 1 1 1
Com a lente corretiva, temos: + Vlente = +
Rconvexo = +20 cm = +0, 2 m folho 0, 2 p '
Rcôncavo = −5 cm = −0, 05 m 1 1
Subtraindo as duas equações, temos: Vlente = − = 4 di
nlente 0, 2 1
= 1, 5
nmeio
08 Um míope enxerga, perfeitamente, objetos compreendidos entre 15 cm
1 1
Substituindo : V = (1, 5 − 1) + = 0, 5. ( 5 − 20 ) = −7, 5di e 50 cm. Para enxergar objetos mais afastados, deverá usar lentes com
+0, 20 −0, 05 distância focal (em módulo) de:
IME-ITA 201
Física II – Assunto 8
09 (UFF) Uma lente convergente de pequena distância focal pode 11 Um pesquisador emétrope utilizará um microscópio composto
ser usada como lupa, ou lente de aumento, auxiliando, por exemplo, para suas experiências. Determine as possíveis ampliações de um
pessoas com deficiências visuais a lerem textos impressos em caracteres microscópio cujo canhão mede 240 mm e possui as seguintes opções
pequenos. Supondo que o objeto esteja à esquerda da lente, é correto de objetivas e oculares:
afirmar que, para produzir uma imagem maior que o objeto, este deve
Objetiva Ocular
ser:
20 mm 100 mm
– colocado sobre o foco e a imagem será real;
– posicionado entre a lente e o foco e a imagem será real; 10 mm 50 mm
– posicionado num ponto à esquerda muito afastado da lente e a 5 mm
imagem será virtual;
– posicionado num ponto à esquerda do foco, mas próximo deste, e Dado: Ponto próximo de olho emétrope: 25 cm.
a imagem será virtual; Solução:
– posicionado entre a lente e o foco e a imagem será virtual Utilizaremos a fórmula da ampliação de microscópio composto
Solução: Letra E. (demonstrada anteriormente) assumindo que:
Trata-se de um instrumento óptico simples, a lupa. O objeto é sempre L 25 240 mm 25cm
posicionado entre o foco e o centro óptico da lente. A imagem conjugada Amicro = × = ×
fobj flupa fobj flupa
é virtual, direita e maior.
Atenção para as unidades!!! O resultado deve ser adimensional. Assim,
10 Em um projetor de slides no qual a posição de um diapositivo é de as unidades dos numeradores devem ser iguais às dos denominadores.
100 mm deseja-se obter uma imagem 20 vezes maior. Para isso dispomos Da forma como está acima, a distância focal da objetiva deve ser
de quatro lentes – L1, L2, L3 e L4 – que podem ser utilizadas individualmente ou utilizada em mm e a da ocular, em cm.
em conjunto. As suas distâncias focais são respectivamente 10 m, 20 m,
A tabela abaixo dará todas as possibilidades de aumento para este
50 m e 200 m. Escolha a forma correta de uso das lentes no projetor.
microscópio.
Solução:
Sabemos que a imagem de um projetor de slides é invertida como Objetiva Ocular Ampliação
mostra a figura abaixo: 240 mm 25 cm
20 mm Amicro = × = 25
20 mm 12 cm
240 mm 25 cm
10 mm 12 cm Amicro = × = 50
10 mm 12 cm
240 mm 25 cm
5 mm Amicro = × = 100
5 mm 12 cm
Aplicando a equação de ampliação temos: 240 mm 25 cm
i − p' −20o − p' 20 mm Amicro = × = 75
= → = → p′ = +2000 mm (o sinal positivo para p’ 20 mm 4 cm
o p o 100
240 mm 25 cm
confirma que a imagem é real) 10 mm 4 cm Amicro = × = 150
Aplicando agora a equação dos pontos conjugados para calcular 10 mm 4 cm
a vergência necessária, temos: 240 mm 25 cm
1 1 1 1 21 5 mm Amicro = × = 300
V = + →V = + = → V = 0,105di 5 mm 4 cm
p p' 10 200 200
Verificando as vergências das lentes disponíveis, poderemos tomar 12 O esquema a seguir mostra a formação da imagem em uma luneta
a decisão de escolha: astronômica.
Fobj observador
1 1
L1 : V1 = → V1 = = 0,1di objeto muito distante
f1 10 Foc ocular
1 1
L2 : V2 = → V2 = = 0, 05di objetivo
f2 20
1 1
L3 : V3 = → V3 = = 0, 02di
f3 50 i1
1 1
L4 : V4 = → V4 = = 0, 005di
f4 200 i2
Foc
Vemos claramente que devemos utilizar as lentes L1 e L2 em associação
(justapostas) para atingir a vergência necessária.
202 Vol. 3
Lentes
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (UFRGS) As figuras seguintes representam a refração da luz através 02 (UFRGS) Duas lentes convergentes L 1 e L 2 são associadas
de seis lentes esféricas delgadas: coaxialmente, conforme mostra o esquema a seguir:
IME-ITA 203
Física II – Assunto 8
De um ponto P, situado sobre o eixo principal e distante 30 cm do centro 07 (UNIFEI) Um estudante construiu uma caixa retangular provida de
óptico da lente, provém luz que se refrata através da lente, incide no uma lente biconvexa de distância focal f = 50,0 mm e pretende usá-la
espelho, reflete-se e volta a atravessar a lente, convergindo novamente como máquina fotográfica. A distância entre a lente e a parte posterior
para o ponto P, independentemente da distância entre a lente e o espelho. da caixa onde será registrada a imagem pelo filme é de 120 mm. A que
distância à frente da lente deve se localizar um objeto para que sua foto
a. Classifique a lente como convergente ou divergente. fique perfeitamente focalizada?
b. Obtenha o valor absoluto de sua distância focal.
08 (UFRJ) Um objeto A está situado a 5 cm de uma lente convergente L1,
04 (UFRGS) A figura abaixo ilustra uma experiência realizada com o fim cuja distância focal é de 4 cm. Uma segunda lente convergente, idêntica
de determinar a distância focal de uma lente divergente. Um feixe de raios à anterior, é colocada a 2 cm de distância da imagem A’. A figura ilustra a
paralelos incide sobre a lente. Três deles, após atravessarem essa lente, situação descrita:
passam pelos orifícios O1, O2 e O3 existentes em um anteparo fosco à sua
frente, indo encontrar um segundo anteparo nos pontos P1, P2 e P3.
h (cm)
50
40
30
Sabendo que para o objeto o o microscópio fornece a imagem final i2,
calcule o módulo do aumento linear transversal fornecido pelo instrumento.
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 d (cm)
204 Vol. 3
Lentes
10 (UFRJ) Um sistema óptico é formado por duas lentes positivas, I e lI, de 15 (UNESP) Uma câmara fotográfica rudimentar utiliza uma lente
distâncias focais iguais a 10 cm e 15 cm, com eixos ópticos coincidentes convergente de distância focal f = 50 mm para focalizar e projetar a
e separadas por 60 cm. Determine a localização da imagem final de um imagem de um objeto sobre o filme. A distância da lente ao filme é
objeto AB colocado a 20 cm da lente I e a ampliação total do sistema. p’ = 52 mm. A figura mostra o esboço dessa câmara.
filme
IME-ITA 205
Física II – Assunto 8
18 (UEM) Os instrumentos ópticos podem ordinariamente ser 02 (ITA) Em uma certa experiência mediram-se a distância p entre um objeto
classificados como instrumentos de observação ou de projeção. e uma lente e a distância p’ entre a lente e a sua imagem real, em vários
Com relação aos instrumentos ópticos e suas imagens conjugadas, pontos. O resultado dessas medições é apresentado no gráfico abaixo:
assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
1
( ) A lupa, ou microscópio simples, conjuga uma imagem real, direita e maior. (10−2 cm−1)
p'
( ) Em um microscópio composto, a objetiva conjuga uma imagem real,
invertida e maior. 10,0
( ) Em uma luneta astronômica refratora, a ocular conjuga uma imagem
final virtual, direita e ampliada. 8,0
( ) Em um projetor, o conjunto de lentes projetoras conjuga uma imagem
real, invertida e maior. 6,0
( ) Uma máquina fotográfica simplificada, como uma câmera escura,
conjuga uma imagem real, invertida e maior. 4,0
0,0
01 (ITA) Em uma experiência de óptica, você observa a imagem de 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 1
um objeto formada por uma lente sobre um anteparo de vidro fosco. As (10−2 cm−1)
posições relativas do objeto, da lente, do anteparo e do observador são p
mostradas na figura a seguir:
(B) (E)
(C)
206 Vol. 3
Lentes
05 (UNICAMP) É feita uma montagem, conforme o esquema abaixo, que (C) sobre o anteparo aparece uma região iluminada circular de diâmetro
representa um objeto fixo →O, um anteparo fixo e uma lente delgada L em igual a 6,0 cm.
movimento de velocidade V , cujo valor é 2,0 cm/s. A posição da lente, no (D) o anteparo fica iluminado uniformemente em uma região muito grande.
esquema abaixo, corresponde ao instante t0 = 0. A distância focal da lente (E) sobre o anteparo aparece uma região iluminada circular de diâmetro
L vale 20 cm. igual a 42 cm.
Nessas condições, tem-se no anteparo uma imagem nítida do objeto O
no instante t, em segundos, igual a: 08 (UNICAMP) Um sistema óptico esboçado na figura abaixo consiste
em uma lente convergente de distância focal f e em um espelho plano
que contém o foco F2 da lente. Um pequeno objeto AB encontra-se a uma
distância 2f da lente, como indica a figura. Os raios luminosos provenientes
de AB e refletidos pelo espelho não atingem a lente novamente. Refaça a
figura e construa a imagem de AB produzida pelo sistema óptico.
(A) 2,0.
(B) 5,0. 09 (UNIFOR) Um projetor de slides encontra-se a 4,1 m da tela de
(C) 10,0. projeção. Um slide de 35 mm de altura tem sua imagem projetada na tela
(D) 15,0. com 1,4 m de altura. Qual a distância focal da lente do instrumento?
(E) 20,0.
10 (UNIFOR) Um estudante de Física dispõe de uma lente biconvexa de
06 (UNICAMP) Um estudante possui uma lente côncavo-convexa de vidro índice de refração n = 1,6 e faces de raios de curvatura iguais a 10 cm.
3 Com essa lente o mesmo deseja construir um projetor de diapositivos de
(nv = ), cujas faces têm raios de curvatura 10 cm e 5,0 cm. Sabendo
2 forma que a película fique a 10 cm dela. Adote nar = 1,0. A que distância
4
que a lente é utilizada no ar (nar = 1) e posteriormente na água (nA = ), da lente deve ser projetada a imagem da película?
responda: 3
11 (FUVEST) Uma lente L é colocada sob uma lâmpada fluorescente
a. Do ar para a água, os focos principais aproximam-se ou afastam-se AB cujo comprimento é de 120 cm. A imagem é focalizada na superfície
do centro óptico? de uma mesa a 36 cm da lente. A lente situa-se a 180 cm da lâmpada
b. Qual é a variação da distância focal da lente? e o seu eixo principal é perpendicular à face cilíndrica da lâmpada
e à superfície plana da mesa. A figura a seguir ilustra a situação.
07 (UNICAMP) Considere um sistema composto por duas lentes circulares Pede-se:
esféricas delgadas de 6,0 cm de diâmetro, dispostas coaxialmente, como
indica a figura abaixo. L1 é uma lente convergente de distância focal f1 = lâmpada fluorescente
5,0 cm e L2 é uma lente divergente de distância focal f2 = 4,0 cm. No ponto
P1, à esquerda do sistema, é colocado um objeto luminoso puntiforme a
5,0 cm de L1. À direita de L2, a uma distância d = 24 cm, é colocado um A 60 cm 60 cm B
anteparo A, perpendicular ao eixo do sistema.
180 cm
60
L lente
36 cm
tampo da mesa
a, a distância focal da lente.
Assim, temos que: b. o comprimento da imagem da lâmpada e a sua representação
geométrica. Utilize os símbolos A’ e B’ para indicar as extremidades
(A) sobre o anteparo A forma-se uma imagem real puntiforme de P1. da imagem da lâmpada.
(B) sobre o anteparo A aparece uma região iluminada circular de diâmetro
igual a 12 cm.
IME-ITA 207
Física II – Assunto 8
12 (UNIFESP) Uma lente delgada biconvexa tem raios de curvatura iguais. 17 (UNICAMP-SP) Em uma máquina fotográfica de foco fixo, a imagem
Essa lente, quando imersa no ar (índice de refração igual a 1), tem 6 di e, de um ponto no infinito é formada antes do filme, conforme figura:
quando imersa na água (índice de refração igual a 4/3), tem 2 di. Nessas
condições podemos afirmar que os raios das superfícies dióptricas que lente
constituem essa lente são de:
filme
(A) 100 cm. (D) 10 cm.
(B) 50 cm. (E) 5 cm. 3,5 mm 0,03 mm
(C) 20 cm.
208 Vol. 3
Lentes
f2
(A) β = 2
l
Quando o objeto é colocado a 1 cm da objetiva a imagem final que se observa a2 −
é 100 vezes maior que o objeto, e se encontra a 50 cm da lente ocular. 2
Se a ampliação devido à lente objetiva é 20 vezes, determine a distância
(B) f2
D, em centímetros. β= 2
l
f2 −
20 (CESGRANRIO) Durante o mês de junho de 1996, foi possível observar 2
Júpiter com seus satélites, próximo da constelação de Escorpião, com
o auxílio de uma pequena luneta. Sabendo disso, um estudante resolveu f2
fazer suas próprias observações, montando o seguinte dispositivo: (C) β = 2
l
(a − f )
2
−
2
L2
L1 f2
(D) β = 2
l
(a + f )
2
−
2
f2
L1 e L2 são lentes, sendo que L1 é a ocular e L2 é a objetiva. Sejam f1 e f2 (E) β = 2
l
(a + f )
2
as distâncias focais dessas lentes. Assinale a opção que indica o caso no +
qual foi possível o estudante fazer suas observações: 2
(A) f1 < 0, f2 < 0 e módulo de f1 < módulo de f2. 03 (IME) Quando uma fonte brilhante de luz é colocada a 30 cm de uma
(B) f1 < 0, f2 < 0 e módulo de f1 > módulo de f2. lente, há uma imagem a 7,5 cm da mesma. Há também uma imagem
invertida fraca a 6 cm da frente da lente, devido à reflexão em sua superfície
(C) f1 > 0, f2 < 0 e módulo de f1 < módulo de f2.
frontal. Quando a lente é invertida, a imagem invertida fraca está a 10 cm
(D) f1> 0, f2 < 0 e módulo de f1 > módulo de f2.
da frente da lente. Determine:
(E) f1 > 0, f2 > 0 e módulo de f1 < módulo de f2.
a. a distância focal da lente.
21 (UFF) Uma pessoa dispõe de lentes divergentes e convergentes, b. os raios de curvatura da lente.
com distâncias focais (f) de – 40 cm, – 10 cm, 10 cm e 40 cm. A correta c. o índice de refração do material da lente.
associação de lentes para que ela obtenha uma luneta que forneça uma
imagem não invertida é: 04 (IME) Um objeto AB encontra-se a uma distância a = 36 cm de uma
lente com distância focal f = 30 cm. A uma distância = 1,0 m, após a
(A) Objetiva f = 40 cm; ocular f = 10 cm. lente, foi colocado um espelho plano, inclinado de 45° em relação ao eixo
(B) Objetiva f = 40 cm; ocular f = –10 cm. ótico da lente. Determine a distância H, entre o eixo óptico e o fundo de
(C) Objetiva f = 10 cm; ocular f = 40 cm. uma bacia com água, necessária para que se forme neste uma imagem
(D) Objetiva f = 10 cm; ocular f = –40 cm. nítida do objeto. A profundidade da água na bacia é d = 20 cm. Sabe-se
(E) Objetiva f = 40 cm; ocular f = 40 cm. que a camada da água, que é de espessura d, desloca a imagem de uma
1
distância igual a d 1 − , em que n é o índice de refração da água.
n
IME-ITA 209
Física II – Assunto 8
M
45o
Considere o índice de refração da água n = 1,25. L
y
05 (UNESP) Uma semiesfera de vidro, com índice de refração 1,5 e raio
x
de 10 cm, é colocada com sua face apoiada em uma mesa horizontal.
Um feixe de luz paralelo, de seção circular de 1 mm de diâmetro, incide
verticalmente de forma que o raio central atinge o centro da semiesfera.
Calcule o diâmetro do círculo luminoso formado sobre a mesa.
RASCUNHO
210 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples A ssunto
9
Física II
aceleração:
Período → T =
2π m
a(t) = –w2 · A · cos(wt + jo) = –w2 · A · cos(2pft + jo) = 2π .
ω K
em que:
5. Oscilador massa-mola vertical
w → frequência angular jo → fase inicial
A → amplitude T → período
f → frequência
Força de restauração → FR = – Kx
2.2 Relações elementares
A
K
x2 v2 Frequência natural → ω =
v(x): 2
+ 2 2 =
1 –0 m
A ωA
–A
2π m
a(x): a = – w2x Período → T = = 2π .
ω K
IME-ITA 211
Física II – Assunto 9
x
Epotencial
–A
Ecinética
Obs.: Note que a forma do gráfico de y(t) e a da trajetória y(x) são
iguais, porém representam coisas diferentes.
x
-A A
9. Figuras de Lissajous
Emecânica =Ecinética + Epotencial =constante
Quando as duas componentes são harmônicas, podemos obter
1 trajetórias muito interessantes. Estas formas são denominadas figuras
= Ecinética + Kx 2
Emecânica
2 ou curvas de Lissajous (ou ainda curva de Bowditch) e têm uma ampla
1 2 aplicação nas engenharias eletrônica e elétrica, computação gráfica, edição
para x =A ⇒ Ecinética = 0 ⇒ Emecânica = KA
2 de imagens e interpretação gráfica.
1 2 1 1 1 Seja, por exemplo, a seguinte composição abaixo:
KA = Ecinética + Kx 2 ⇒ Ecinética = KA2 − Kx 2
2 2 2 2
y ( t ) = A1cos ( w1t + ϕ1)
e x ( t ) = A2 ( cosw2t + ϕ2 )
212 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples
x2
x 2 = A22cos2wt → = cos2wt
A22
Substituindo, temos:
–A1
x x2
y = A1 2 2 − 1 (parábola)
2A
Um resumo das formas pode ser visto na tabela abaixo para diferentes
frequências e defasagens:
Exemplo 2
y θ=π/4
π θ=0
θ=3π/4
θ=π
A1 = A2 ,w1 = w2 ,ϕ1 = 0
e ϕ2 = ω2/ω1=1:1 θ=π/2
2 A
Elevamos ao quadrado cada
componente:
–A 1 1 1 1
y2 = A2 cos2wt x 1:2
A 0,5 0,5 0,5 0,5
π
x 2 = A2cos2 wt + = A2sen2wt –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1
2 –0,5 –0,5 –0,5 –0,5
–1 –1 –1 –1
Somando as duas componentes,
–A 1 1 1 1
temos: y2 + x2 = A2 (circunferência).
1:3 0,5 0,5 0,5 0,5
π 1 1 1 1
A1 ≠ A2 ,w1 = w2 ,ϕ1 = 0
e ϕ2 = 0,5 0,5 0,5 0,5
2 3:5
2 2 1 1 1 1
y x
Somando as duas componentes, temos: 2
+ 2 = 1 (elipse) 0,5 0,5 0,5 0,5
A1 A2 5:6
–1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1 –1 –0,5 0 0,5 1 –1 –0,5 0,5 1
–0,5 –0,5 –0,5 –0,5
–1 –1 –1 –1
Rev. Bras. Ensino Fís. vol.27 no.4 São Paulo: Oct./Dec. 2005.
IME-ITA 213
Física II – Assunto 9
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
214 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples
Para escolher a fase correta, devemos notar no texto que no instante 07 Um pêndulo simples de massa igual a 500 g oscila em MHS e
citado o movimento é progressivo, isto é, a velocidade é positiva. possui o seguinte gráfico de aceleração escalar:
Substituindo na função das velocidades no instante t= 0,25s, temos:
a(m/s2)
v(t)=4π·8cos(4π·0,25+ϕ)=32πcos(π+ϕ)>0
Observando o ciclo trigonométrico, identificamos a fase correta: 9
sen t(s)
5≠ ≠ 1 2 3 4 5 6
5≠ ≠ 1 –9
6 6 6 6
Sendo a aceleração da gravidade local 10 m/s2, determine:
–1
cos
1
a. o comprimento do pêndulo;
b. a energia mecânica do sistema.
–1
Solução:
π 5π Do gráfico identificamos o período T = 4s. Aplicando a fórmula do
π+ϕ= →ϕ=−
6 6 período do pêndulo simples:
Resumindo: l l 40
5π T = 2π → 4 = 2π →l= m
x ( t ) = 8sen 4 πt − g 10 π2
6
1
5π Da fórmula de energia do sistema massa-mola ( E = KA2 )
v ( t ) = 32π cos 4 πt − podemos 2
6
5π determinar as fórmulas de outros MHS. Basta fazer a equivalência
a ( t ) = −128π2sen 4 πt −
6 mecânica das frequências naturais w para determinar o que chamamos
de “rigidez” do MHS.
06 Na extremidade inferior de uma mola vertical pendurada no teto, K g mg 0, 5.10 π2
w massa− mola = w pêndulo → = →K = = = N/m
de constante elástica igual a 300 N/m é fixado um bloco de 3 kg e m l l 40 8
abandonado a partir do repouso neste ponto. Determine: K g mg 0, 5.10 π2 π2
w massa− mola = w pêndulo → = →K = = = N/m
m l l 40 8
a. a frequência angular;
b. o período do movimento; π2
c. a frequência do movimento; Assim: E =1 KA
d. a amplitude do movimento; 2
e. as funções horárias do movimento para um referencial com origem
no ponto de abandono e apontado para baixo. Como não temos a amplitude, faremos uso da relação fundamental
para determiná-la:
Solução:
a = −w 2 x → amáx = w 2 A → A = =
(π)
2
K 300 π2
aa..
a. w w == K == 300 == 10 10rad/s
rad/s
m
m 33
K 300 2
2π 22aπ . wπ= = = 10 rad/s 1 1 π2 36 81
b.
bb.. TT == 2π = = π= = π ss m 3 Substituindo: E = kA2 = 2 = J
w
w 10 10 55 2π 2π π 2 2 8 π π
11 11b. T55= = = s
cc..
c. ff =
=T = = =
= Hz Hzw 10 5 Outra solução (literal)
T π π 5 ππ 1
5c. f = = 1 = 5 Hz A partir da fórmula de energia do massa-mola vamos substituindo até
d. Quando o o bloco mg
mg T 30 π
atingir π de equilíbrio, terá se deslocado A.
30a5posição que cheguemos aos parâmetros identificados:
dd.. PP =
= KA → AA =
→ = K g= == = 00,,112m
Assim, KA assumindo 300 10=m/s m: 2
K 300 mg 30 1 2 1 2 1 a
d. P = KA → A = = = 0,1m E= kA = (w m) A2 = (w 2 m) máx =
K 300 2 2 2 2
w
e. Optaremos aqui pelas seguintes funções horárias: 2
1 a
2
x(t)=Acos(wt+ϕ) v(t)=wAsen(wt+ϕ) a(t)=–w2 Acos(wt+ϕ) 1 a
= m máx = m máx =
Sabemos que, em t = 0, a posição é A. Sendo assim: 2 w 2 2π
T
x(0)= 0,1cos (10.0+ϕ) = 0,1 → cosϕ = 1 → ϕ=0 rad
Resumindo: mT 2 amáx
2
0, 5.42.92 81
x(t)=0,1cos(10t) v(t)=–1sen(10t) a(t)=–10cos(10t) = = = J
2
8π 8 π2 π2
IME-ITA 215
Física II – Assunto 9
08 As figuras abaixo representam a composição de dois MHS de Pela figura 1 ao lado temos nx=2 e ny=2. y
frequências f1 e f2 segundo dois eixos ortogonais Ox e Oy. Sendo a Substituindo esses valores e a frequência fx
frequência do movimento, segundo Ox, 300 cps para todas as figuras, dada na expressão (I), calculamos fy
qual a frequência segundo Oy em cada caso? fy 2
=
(1) y (2) y 300 2 x
fy = 300cps
Figura 1
x x
Da figura 2 obtemos nx=3 e ny=2
Para o cálculo fy: y
fy 3
(3) y (4) y =
300 2
3
fy = ⋅ 300 x
2
900
x x fy =
2
fy = 450cps Figura 2
y
Dado do problema: Pela figura 3 calculamos nx=4 e ny=3
• frequência do movimento na direção x: f1= fx= 300cps (ciclos por O cálculo de fy será:
segundo). fy 4
=
300 2 x
Solução:
fy = 2 ⋅ 300
Para calcularmos a frequência na direção y, em cada um dos gráficos
traçamos duas retas secantes às curvas, uma paralela ao eixo fy = 600cps
Ox e outra ao eixo Oy (as retas não devem coincidir com os eixos Figura 3
coordenados). Usando a seguinte expressão:
fy n x E finalmente fy para a figura 4 em que nx=2
= (I) e ny=4 y
fx n y O cálculo de fy nos dá:
em que: fy 2
• fx e fy são as frequências segundo o Ox e Oy respectivamente; =
300 4
• nx e ny são os números de interseções das retas secantes com as 2 x
curvas de Lissajours (leia-se Liçaju). fy = ⋅ 300
4
600
fy =
4
Figura 4
fy = 150cps
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (PUC-SP) A partir do gráfico, que representa as posições ocupadas por 02 (PUC-SP) As elongações (x) de duas partículas A e B que oscilam em
um móvel em função do tempo quando oscila em movimento harmônico movimento harmônico simples são dadas em função do tempo (t) pelos
simples, determine: gráficos a seguir:
x(m) x A
0,10
B
0 1 2 3 t(s) 0 t
–0,10
216 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples
a. o período do movimento; m m
b. a velocidade escalar da partícula em t = 1 s;
(1) (2)
c. a aceleração escalar da partícula em t = 5 s.
Se o fio for cortado como mostra a figura (2), o corpo de massa M passará
04 (PUC-SP) Calcule a pulsação de um movimento harmônico simples, a oscilar verticalmente com frequência f2, igual, maior ou menor que f1?
sabendo que os valores máximos de velocidade e de aceleração são,
respectivamente, Vmáx = 4 m/s e amáx = 5 m/s2. 09 (FUVEST) Um bloco é preso a uma mola de massa desprezível,
executando um MHS. Sabendo que a energia mecânica mantém-se
05 (PUC-SP) Uma partícula executa MHS de frequência igual a 2 Hz e constante no valor 3,6 J e que, no ponto de elongação igual a 30 cm, a
amplitude igual a 5 m. Calcule: energia cinética do bloco vale 2,7 J, determine para esse MHS:
a. a constante de força;
a. a velocidade escalar da partícula, quando ela se encontra a 4 m do b. a amplitude.
ponto de equilíbrio;
b. a aceleração escalar da partícula nos extremos da trajetória. 10 (FUVEST) Na Terra, certo pêndulo simples executa oscilações com
período de 1 s.
06 (PUC-SP) Um bloco com massa de 4 kg encontra-se em repouso,
apoiado em um plano horizontal sem atrito, preso a uma mola ideal de a. Qual o período desse pêndulo se posto a oscilar na Lua, onde a
constante elástica 400 N/m (figura A). Afastando o bloco 0,5 m de sua aceleração da gravidade é 6 vezes menor?
posição inicial e abandonando-o, ele oscila em movimento harmônico b. Que aconteceria com o período desse pêndulo, à medida que fosse
simples (figura B). removido para uma região livre de ações gravitacionais?
figura A
11 (UFCE) Um corpo suspenso a uma mola helicoidal alonga-a 12 cm.
Corta-se a mola no meio e suspende-se o corpo ao conjunto das duas
metades. De quanto se acha alongada cada uma dessas duas metades?
0 x(m)
figura B
–0,5 m 0 x(m)
Determine:
IME-ITA 217
Física II – Assunto 9
13 (ITA) Na figura, o corpo de 1 kg de massa oscila na vertical, em 04 (ITA) Dois pêndulos simples, respectivamente de massas m1 e m2 e
movimento harmônico simples. Calcule o período de oscilação desse comprimentos l1 e l2, são simultaneamente abandonados para pôr-se em
corpo. oscilação. Constata-se que a cada quatro ciclos do primeiro a situação
inicial é restabelecida identicamente. Nessas condições, pode-se afirmar
que necessariamente:
A B
(A) o pêndulo 2 deve oscilar mais rapidamente que o pêndulo 1.
KA = KB = p N/m
2 (B) o pêndulo 2 deve oscilar mais lentamente que o pêndulo 1.
l1
C KC = 2p2 N/m (C) 8 l é um número inteiro.
2
l1
M 1 kg (D) 6 l é um número inteiro.
2
218 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples
III. Se o elevador mover-se com aceleração de módulo a dirigida para a. Que velocidade terá o bloco 2 quando perder contato com o bloco 1?
l b. Depois que o bloco 2 perde o contato com o sistema massa-mola, esse
baixo (a < g), o período de oscilação será T = 2π . sistema realiza um movimento harmônico simples (MHS). Determine
g−a
a frequencia angular e a amplitude desse MHS.
IV. Se o elevador estiver em queda livre, o pêndulo não oscilará.
12 (UFMG) Numa região onde a aceleração da gravidade é g, o período
É(são) correta(s): t de um pêndulo simples de comprimento L é dado por T=2π (L/g)1/2.
Um pêndulo simples, cuja massa é igual a 200 g, gasta 1,5s para se
(A) todas. (D) apenas I. deslocar de um extremo ao outro de sua trajetória. Mantendo-se inalteradas
(B) apenas II e III. (E) apenas I, II e III. as demais condições, aumenta-se a massa do pêndulo para 400 g.
(C) apenas IV. Qual o tempo que esse pêndulo gastará para ir de um extremo ao outro
de sua trajetória?
08 (ITA) Duas molas iguais e um mesmo bloco participam das duas
montagens ilustradas nas figuras I e II. EXERCÍCIOS NÍVEL 3
Afastando o bloco da posição de equilíbrio e abandonando-o, ele oscila
na figura I com período TI e na figura lI com período TII. Determine TI / TII.
01 (ITA) Um corpo de massa m = 2 kg oscila verticalmente em movimento
harmônico simples, suspenso por uma mola helicoidal ideal. As posições
Figura I ocupadas pelo corpo são registradas em uma fita vertical de papel, por
meio de um estilete preso ao corpo. A fita desloca-se horizontalmente com
velocidade constante de 0,2 m/s.
Figura II
y
09 (ITA) Suponha que as duas molas da figura tenham constantes
0,75 m
diferentes k1 e k2. Mostre que a frequência f da oscilação do bloco é então
0–
dada por f12 + f22 em que f1 e f2 são as frequências nas quais o bloco 0,2 m
oscilaria se estivesse conectado apenas à mola 1 ou à 2.
K1 K2
M Determine:
qo →
a
30,0 cm l = 40,0 cm
1 2
– 40
IME-ITA 219
Física II – Assunto 9
04 (ITA) Para se determinar a massa específica de um material, fez-se constante e a areia escoa regularmente pelo orifício. Qual das figuras a
um cilindro de 10,0 cm de altura desse material flutuar dentro do mercúrio, seguir melhor representa o perfil da areia depositada?
mantendo o seu eixo perpendicular à superfície do líquido. Posto a oscilar
verticalmente, verificou-se que o seu período era de 0,60 s. Determine o (A) (D)
valor da massa específica do material. A B A B
(Dados: Sabe-se que é o valor da massa específica do mercúrio é de (B) (E)
1,36.104 kg/m3 e que a aceleração da gravidade local é de 10,0 m/s2.) A B A B
O L
Lo
m
k k
m
11 Esquematize a trajetória de uma partícula que se move no plano xy de
acordo com as equações: x = xmcos(ωt – π/2) e y = 2xmcos(ωt).
a. o comprimento máximo da mola;
12 O diagrama mostrado na figura a seguir é o resultado da combinação
b. as equações horárias das posições e das velocidades do movimento da
de dois movimentos harmônicos simples x = x mcos(ω xt ) e
massa m, relativamente a um sistema de coordenadas com a origem
y = ymcos(ωyt + φy).
em O, o eixo Ox na vertical e orientada para baixo e começando a y
contar o tempo a partir do instante em que a massa m é abandonada.
A B
220 Vol. 3
Movimento Harmônico Simples
RASCUNHO
IME-ITA 221
Ondas (I) A ssunto
10
Física II
2. Classificação
Ondas mecânicas: são deformações causadas em meios elásticos
propagando a energia mecânica através de suas partículas sem que estas
sejam transportadas. Uma onda mecânica nunca se propaga no vácuo.
Ex.: som, ondas do mar, corda do violão, etc.
Onda eletromagnética: são perturbações elétricas e magnéticas que
se propagam no vácuo com velocidade de 3 · 108 m/s.
Ex.: luz visível, ondas de celular, rádio e TV, raios X , etc.
2.2 Ondas eletromagnéticas
2.1 Ondas mecânicas
São ondas geradas por cargas elétricas oscilantes e não necessitam
Longitudinais: direção da vibração igual à da propagação. de um meio material para se propagar, podendo se propagar no vácuo.
Constituem-se de um campo elétrico e outro magnético que oscilam
perpendicularmente entre si, conforme figura a seguir.
Onda eletromagnética
Campo magnético (B)
Direção de propagação
Comprimento de onda (λ)
222 Vol. 3
Ondas (I)
vale
•
λ
A
yF
yP •P
fonte
constante XP
x
•
-A
IME-ITA 223
Física II – Assunto 10
3.3 Refração V1 λ1
Raio retratado
“É a passagem de uma onda de um meio para outro com características
diferentes. Essas características são: a velocidade, o comprimento de onda θ2
e possivelmente a direção de propagação.” Raio incidente
θ1
ATENÇÃO: A onda refratada mantém a frequência. A fase pode sofrer
inversão.
Raio retratado
A partir do Teorema de Fermat temos a relação entre os ângulos de
Re
θ1
ta
incidência e refração e as velocidades de propagação em cada meio:
per
senθ1 senθ2
pen
=
dic
v1 v2
u la
r
Como a frequência não se altera, podemos também relacionar os
ângulos com os comprimentos de onda: V2
senθ1 senθ2 senθ1 senθ2
= → = λ2
λ1f λ2f λ1 λ2
A figura abaixo ilustra a refração de uma onda mostrando a frente de Nota: Repare que os ângulos que utilizamos na fórmula de refração
onda, o raio de onda e os ângulos envolvidos: podem ser vistos pelo raio incidente e a normal (assim como na óptica)
ou entre a frente de onda e o dioptro.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Uma onda eletromagnética propaga-se no vácuo (c=3 · 105m/s). 02 O gráfico abaixo representa uma onda que se propaga com
Em
um
certo instante da componente do campo elétrico é dado por: velocidade igual a 300 m/s.
E = 2 i + 3 k e o campo magnético dado por: B = i + j − k Determine 2,25 cm
o vetor velocidade de propagação da onda.
Solução:
E×B
Segundo o vetor de Poynting S = que determina o fluxo de
µ o 1,6 cm
energia obtida pelo produto vetorial dos vetores E e B:
y
Determine:
E·B Solução:
a. A amplitude da onda é dada pela distância da origem até a crista
1, 6
x da onda, ou seja: =A = 0, 8 cm
2
b. O comprimento de onda é dado pela distância entre duas cristas
ou entre 3 nodos, ou seja:
z B Como a figura mostra, a medida de três "meios-comprimento de
onda", podemos calculá-lo:
Assim: 3λ 2, 25 cm ⋅ 2
= 2, 25 cm → λ = → λ = 1, 5 cm
( ) ( )
E × B = 2 i + 3 j × i + j − k = 2 k + 2 j − 3 k − 3 i = −3 i + 2 j − k 2 3
c. Sabendo a velocidade de propagação e o comprimento de onda,
Para que este vetor tenha módulo igual à velocidade da luz no vácuo, podemos calcular a frequência através da equação:
devemos transformá-lo em um vetor unitário: v
v = λf → f =
−3 i + 2 j − k −3 i + 2 j − k −3 i + 2 j − k λ
u= = = Substituindo os valores na equação:
−3 i + 2 j − k 32 + 22 + 12 14
300 m / s
f= → f = 20000 Hz
Agora basta multiplicarmos este vetor de tamanho 1 por c (3.108). Assim 0, 015 m
8 −3 i + 2 j − k d. Como o período é igual ao inverso da frequência:
o vetor velocidade da OEM será dado por: v = 3 ⋅ 10 1 1
14 T= → T= → T = 5 ⋅ 10−5 s
f 20000
224 Vol. 3
Ondas (I)
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 (FUVEST) A figura mostra o perfil de uma onda harmônica com 04 (FUVEST) Provoca-se uma perturbação no centro de um recipiente
frequência de 200 Hz, que se propaga numa corda: quadrado contendo líquido, produzindo-se uma frente de onda circular. O
recipiente tem 2 m de lado e a velocidade da onda é de 1 m/s. Qual das
figuras abaixo melhor representa a configuração da frente de onda, 1,2
segundos após a perturbação?
(A)
2 cm
Determine, para essa onda:
a. a amplitude; (B)
b. o comprimento de onda;
c. a velocidade de propagação.
IME-ITA 225
Física II – Assunto 10
05 Observe a figura. Ela representa uma onda Sabendo que na região rasa a velocidade da onda e de 6 cm/s e que a
plana que se propaga na superfície da água de uma distância entre duas frentes consecutivas na região profunda é de 3 cm,
piscina e incide sobre uma barreira. A alternativa que determine:
melhor representa a propagação da onda, após ser
refletida pela barreira, é: a. a velocidade da onda, na região profunda;
b. o comprimento de onda, na região rasa;
c. a frequência das ondas na região rasa e na região profunda.
90º
90º (D)
(A)
09 Na figura abaixo representa-se um trem de ondas retas que passa de um
meio 1 para um meio 2. A separação entre os traços indica o comprimento
de onda λ:
(B) (E)
90º
90º
10
Onda
Onda sonora
luminosa
Ar
Vidro
a. O que se pode dizer sobre a frequência da onda nos dois meios?
b. Em qual dos dois meios a onda se propaga com maior velocidade? a. Uma onda sonora e uma onda luminosa monocromática, após se
propagarem no ar, sofrem refração ao passarem do ar para o vidro.
07 O pulso proveniente da esquerda é transmitido através da junção P a Esquematize suas trajetórias no vidro, justificando.
uma outra corda, como se vê na figura: b. Se a onda sonora tiver frequência de 1 kHz, qual será seu comprimento
de onda no vidro? Ela continuará, nesse meio, a ser uma onda sonora?
Justifique.
(Dados: Vsom = 5.000 m/s; Vsoma = 340 m/s.)
vidro ar(15°C)
226 Vol. 3
Ondas (I)
13 Por um banhista passam 11 (onze) cristas de onda em 20 segundos. 02 (ITA) Uma corda homogênea de densidade linear igual a 0,50 kg/m
Determine a frequência e o período da onda correspondente. está tracionada com uma força de intensidade F. Uma perturbação aplicada
na corda produz uma onda que se propaga por ela com velocidade de
14 (Unifor) Para se perceber dois sons distintamente, é necessário que 6,0 m/s. Qual a intensidade F da força?
eles sejam separados por um intervalo de tempo de, no mínimo, 0,10 s. 03 (ITA) Uma corda de comprimento l = 50,0 cm e massa m = 1,00
A velocidade do som no ar é de 3,4 · 102 m/s. Uma pessoa produz um g está presa em ambas as extremidades sob tensão F = 80,0 N. Nestas
som a certa distância de uma parede. Para que a pessoa ouça nitidamente condições, qual a frequência fundamental de vibração desta corda?
o eco, é necessário que a parede esteja à distância mínima de:
04 Dois pulsos circulares A e B são produzidos no ponto O da superfície
(A) 10 m. (D) 42 m. tranquila da água de uma cuba de ondas. Os pulsos incidem em um anteparo
(B) 17 m. (E) 70 m. plano colocado dentro da cuba, sofrendo reflexão. Sabendo que os pulsos
(C) 30 m. propagam-se na água com velocidade de 43 cm/s e que A foi produzido no
instante t = 0, determine a configuração do sistema no instante t = 1,0 s.
15 Em uma extremidade de um tanque de ondas, mergulhou-se uma
chapa grossa de vidro, de forma trapezoidal, representada na figura por
1, 2, 3 e 4. A finalidade da chapa é criar, na respectiva extremidade, uma
região em que a profundidade da água é menor que na outra. Ondas planas
produzidas na região de água profunda incidem sobre a linha divisória 1-4,
como indicado na figura. A velocidade dessas ondas é maior na água mais
profunda do que na rasa. Quais dos desenhos propostos a seguir mostra
corretamente o que acontece às ondas, à direita da linha 1-4?
1 2
água 05 Uma boia pode se deslocar livremente ao longo de uma haste vertical,
água fixada no fundo do mar. Na figura abaixo, a curva cheia representa uma
profunda
rasa onda no instante t = 0 s e a curva tracejada, a mesma onda no instante
t = 0,2 s. Com a passagem dessa onda, a boia oscila.
4 3
(A) (D)
Boia
haste 0,5 m
EXERCÍCIOS NÍVEL 2
IME-ITA 227
Física II – Assunto 10
(A) Laranja, violeta, verde. (D) Violeta, laranja, verde. 09 Uma onda transversal propagando-se pelo espaço é representada a
(B) Violeta, verde, laranja. (E) Verde, laranja, violeta. seguir pelos gráficos x – y e y – t, nos quais y representa a amplitude, x a
(C) Laranja, verde, violeta. posição e t o tempo.
g
A e B da figura II possa ter sido originado de uma reflexão em uma
terceira interface mais profunda não mostrada na figura I ou de uma
reflexão múltipla dentro de uma das camadas.
(4) As figuras permitem concluir que a amplitude da onda sísmica decresce t=0s t=3s t=6s t=9s
com a distância de propagação da onda e que, portanto, a onda sísmica
perde intensidade ao se propagar. Para essas condições:
(5) Admitindo que a distância entre o explosivo e o geofone Y seja de a. determine o período T, em segundos, dessa onda do mar;
600 m, que a velocidade de propagação da onda sísmica na camada b. determine o comprimento de onda, em m, dessa onda do mar;
1 seja v1 = 5 km/s e que o tempo transcorrido desde a explosão até c. represente um esquema do perfil dessa onda, para o instante t = 14 s,
a chegada do sinal ao geofone Y seja de 0,2 s, então, em relação à tal como visto da plataforma fixa. Indique os valores apropriados nos
situação mostrada na figura I, é correto concluir que a interface entre eixos horizontal e vertical.
as camadas 1 e 2 está localizada a 400 m de profundidade.
11 (Unicamp) O sistema GPS (Global Positioning System) consiste em
08 A densidade linear de uma corda vibrante é 1,6 · 10 – 4 kg/m. Uma um conjunto de satélites em órbita em torno da Terra que transmitem
onda transversal se propaga na corda e é descrita pela seguinte equação: sinais eletromagnéticos para receptores na superfície terrestre. A
velocidade de propagação dos sinais é de 300.000 km/s. Para que o
y = (0,021 m)sen[(2,0 m –1)x + (30 s –1) t] sistema funcione bem, a absorção atmosférica desse sinal eletromagnético
deve ser pequena. A figura abaixo mostra a porcentagem de radiação
a. Qual é a velocidade da onda? eletromagnética absorvida pela atmosfera em função do comprimento de
b. Qual é a tensão na corda? onda:
228 Vol. 3
Ondas (I)
com densidades µ1 e µ2 tal que µ1 > µ2, em que se propagam dois pulsos
idênticos, conforme mostra a figura abaixo.
50
0
10–9 10–7 10–5 10–3 10–1 10–1 10–3
Comprimento de onda (m)
A opção que melhor representa a configuração resultante no sistema após
a. A frequência do sinal GPS é igual a 1.500 MHz. Qual o comprimento os pulsos passarem pela junção das cordas é:
de onda correspondente? Qual a porcentagem de absorção do sinal
pela atmosfera? (A)
b. Uma das aplicações mais importantes do sistema GPS é a determinação
da posição de um certo receptor na Terra. Essa determinação é feita
através da medida do tempo que o sinal leva para ir do satélite até o
receptor. Qual é a variação Δt na medida do tempo feita pelo receptor (B)
que corresponde a uma variação na distância satélite-receptor de
Δx = 100 m? Considere que a trajetória do sinal seja retilínea.
101
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
100
–1,0
IME-ITA 229
Física II – Assunto 10
Dados: 2,0 m
– massa da placa: M = 210 kg
– comprimento 1 =0,5 m a. Depois de quanto tempo essa crista atingirá o ponto P?
– comprimento 2 =1,0 m b. Esboce a configuração da crista quando passa por P.
– força F2 = 300 N
– aceleração da gravidade: g = 10 m/s2 07 (UFRRJ) Após atingir a junção de dois fios de densidades lineares
– massa por unidade de comprimento das cordas: µ = 0,030 kg/m diferentes, um pulso gera outros dois, um refratado e um refletido. A figura
03 Prove que, se uma onda transversal está se propagando ao longo de ilustra o perfil das cordas unidas 0,01 s depois de o pulso atingir a junção.
uma corda, então a inclinação de qualquer ponto da corda é numericamente
igual à razão entre a velocidade escalar da partícula e a velocidade escalar (A) (B)
da onda naquele ponto.
04 Na figura 1, abaixo, a corda 1 tem uma densidade linear de 3,00 g/m 5,0 m 2,50 m
e a 2, uma densidade linear de 5,00 g/m. Elas estão sob tensão devido a
um bloco suspenso de massa M = 500 g. a. Em qual das duas cordas estava o pulso incidente?
µ
FIGURA 1 FIGURA 2
b. Qual é a razão entre as densidades lineares das duas cordas A ?
corda 1 corda 2 corda 1 corda 2 µB
08 (PUC) A figura a seguir representa dois instantâneos de uma corda
pela qual se propaga um pulso transversal. A tração na corda é de 784 N
e a densidade linear é 10 g/m.
nó M1 M2
M
3,0m 4,0m
a. Calcule a velocidade de onda em cada corda.
b. O bloco é agora dividido em dois (com massas M1 + M2 = M), de
acordo com a configuração da figura 2. Determine as massas M1 e
M2 para que as velocidades de onda, nas duas cordas, sejam iguais.
Dados:
aceleração da gravidade: g = 10 m/s²
densidade linear da corda: d = 1,6 g/m
massa da esfera: m = 500 g
volume da esfera: V = 0,1 dm3
massa específica da água: d = 1000 kg/m3
230 Vol. 3
Geradores e receptores A ssunto
7
Física III
2. Geradores elétricos
A função do gerador elétrico é transformar qualquer tipo de energia
(mecânica, química,etc.) em energia elétrica. Ex.: pilhas, baterias. 2.2 Gerador em circuito aberto
Desta forma, o gerador elétrico é essencial em qualquer circuito elétrico. Considere um gerador que não está ligado à nenhuma resistência. Pelo
fato do circuito estar aberto, não haverá passagem de corrente elétrica
Simbologia
pelo gerador.
–i r e +
onde:
r → resistência interna do gerador
e → força eletromotriz (f.e.m.)
Logo, analisando a equação do gerador, teremos que a tensão nos
2.1 Equação do gerador terminais do gerador (U) será igual à f e m (e).
Considere um gerador real, com f.e.m. e e resistência interna r, ligado
a uma resistência R.
U=e
iCC
Repare que, no gerador, parte da tensão total (e) é transferida ao
circuito (U) e parte é consumida internamente pela resistência (r · i). iCC
O gráfico U x i de um gerador real tem o formato abaixo: R=0
Usando a equação do gerador, temos:
U = e – ri
0 = e – ri
e
iCC =
r
IME-ITA 231
Física III – Assunto 7
PÚTIL Ui U r1 e
η= = =
PTOTAL εi ε
Pu = εi − r ⋅ i 2
dPu ε icc
Pu máximo = = ε − 2 ri = 0 ⇒ i = = A resistência equivalente dos geradores em paralelo e a fem equivalente
di 2r 2 são dadas por:
Aplicando equação do gerador
ε ε 1 1 1 1
U =ε−r = (I) = + +
2r 2 req r1 r2 r3
A d.d.p. da resistência equivalente do circuito externo é εeq = ε
ε
U=R (II)
2r 3. Receptores elétricos ou motores
Igualando as duas equações teremos A função dos receptores elétricos é receber a energia elétrica e
ε ε converter em outra forma de energia (mecânica → motores em geral;
R = ⇒R=r
2r 2 Química → baterias, acumuladores de carga).
Simbologia:
+ r’
Onde:
r’ → resistência interna do receptor
e’ → força contraeletromotriz (f.c.e.m.)
icc
2
232 Vol. 3
Geradores e receptores
U = e’ + r’ · i
3.3 Rendimento dos receptores (h)
Onde: O rendimento de um receptor é dado pela razão entre a potência útil
U → d.d.p. total recebida pelo receptor ou tensão fornecida e a potência total.
pelo circuito.
e’ → força contraeletromotriz (fcem) ou tensão útil do receptor. PÚTIL ε 'i ε '
r’ · i → d.d.p. da resistência interna do receptor. η= = =
PTOTAL Ui U
Σε − Σε'
i=
ΣR
Obs.:
1. O sentido da corrente no circuito é aquele em que : Σε > Σε '
2. A lei de Pouillet só pode ser aplicada a circuitos simples (uma
única malha)
3. Não confundir o sentido da corrente nos geradores e receptores: a
corrente entra pelo pólo negativo e sai pelo pólo positivo em um gerador
Obs.: assim como os geradores, poderemos em alguns casos trabalhar e entra pelo pólo positivo e sai pelo pólo negativo em um receptor,
com os chamados receptores ideais. São aqueles que possuem resistência como mostra a figura abaixo.
interna nula (não há perdas de energia em seu interior) e, com isso, toda
a tensão recebida pelo receptor será utilizada pelo mesmo. Gerador
i e i
r
i
U
U = e’ e’
U1 Receptor
i
r’
Onde:
Ui → potência total (Pt)
e’i → potência útil (Pu)
r’i2 → potência dissipada na resistência interna (Pd)
IME-ITA 233
Física III – Assunto 7
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01 Responda aos itens que se seguem. 03 O diagrama mostra como varia a tensão nos terminais de um receptor
em função da corrente elétrica que por ele circula:
a. Determine a força eletromotriz de um gerador de resistência interna igual
a 0,2 Ω, sabendo que a sua corrente de curto-circuito vale 30 A. U (V)
30
b. Qual é a diferença de potencial entre os terminais desse mesmo
gerador, em circuito aberto?
10
Solução:
a. A expressão para o cálculo da corrente de curto-circuito é:
0 4 i (A)
ε
icc =
r
ε Determine, para esse receptor:
30 =
0, 2
a. a força contraeletromotriz (e’) e a resistência interna (r’);
ε =6V b. a potência útil e o rendimento, quando a corrente elétrica que o
percorre é de 4 A.
b. No circuito aberto, a diferença de potencial é a própria força
eletromotriz. Solução:
a. pelo gráfico, quando i = 0, U = e’ = 10 V e para i = 4 A, a d.d.p.
U=e=6V U vale 30 V.
A equação do receptor é:
02 Temos, a seguir, a curva característica de um gerador e um circuito
U’ = e’ + r’ · i’
simples, em que esse gerador alimenta um resistor de resistência R.
30 = 10 + r’ · 4
r’ = 5W
U (V) +
e –
20 b. a potência útil é dada por:
U R
r i
PÚTIL = e’ · i = 10 · 4 = 40 W
0 10 i (A) P ε'
η = ÚTIL =
PTOTAL U
Determine: 10
η= ≅ 0, 33 = 33%
30
a. a equação do gerador;
b. a intensidade de corrente no circuito, se R for igual a 3 Ω;
04 No circuito representado abaixo, a bateria é ideal e a intensidade
Solução: de corrente i1 é igual a 1,5 A. O valor da força eletromotriz e da
a. A equação do gerador é: bateria é:
U = e – ri
Pelo gráfico, a d.d.p. máxima (que ocorre quando a corrente é nula) vale (A) 10 V.
20 V, ou seja, a f.e.m. é e = 20 V. (B) 20 V.
Quando a ddp é nula, a corrente é 10 A (corrente de curto circuito): (C) 30 V.
ε (D) 40 V.
icc = (E) 50 V.
r
20 2W i i2
10 =
r
r =2Ω i1
A equação do gerador é: + 12W
U = 20 – 2i e– 4W
b. e = REQ · i
20 = (3 + 2) · i 5W 8W
i = 4 A
234 Vol. 3
Geradores e receptores
L1 L4
e
+ –
+ +
e– L2 L3 e– L5
Sabendo que o brilho de uma lâmpada depende da intensidade da corrente
elétrica que passa por ela, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
IME-ITA 235
Física III – Assunto 7
Solução: Em L, temos:
Sendo R a resistência elétrica de cada lâmpada, temos:
Pot L = UL i L ⇒ 3 = 6 i L ⇒ i L = 0, 5 A
No circuito da esquerda: Para calcular i1, note que UCB = UCA + U AB . Então:
ε ε 2ε 12 = UCA + 6 ⇒ UCA = 6V
i1 = = =
Re q R + R 3 R Em R1, calculamos i1:
2 UCA = R1i1 ⇒ 6 = 3 i1 ⇒ i1 = 2 A
i1 ε
i2 = ⇒ i2 = Para calcular R2 , podemos fazer:
2 3R
i1 = i2 + i L ⇒ 2 = i2 + 0, 5 ⇒ i2 = 1, 5 A
No outro circuito: U AB = R2 i2 ⇒ 6 = R2 ⋅ 1, 5 ⇒ R2 = 4 Ω
ε ε
i5 = =
Re q 3 R 10 No circuito esquematizado a seguir, as resistências do gerador e do
i2 = i5 ⇒ Brilhos iguais amperímetro são desprezíveis. A resistência interna do voltímetro é igual
a 10 kW.
Resposta: São iguais. 50 V
+ Solução:
12 V R2 L 50 V
– A
i i i
Solução: 5 kW 10 kW
10 kW
i1 R1=3 W
C A A
i2 iL B
+ ε = Req ⋅ I ⇒ 50 V = 10 k Ω ⋅ I ⇒ I = 5 mA
12 V 6V R2 6V L
– i = 2, 5 mA
U AB = 10 k Ω ⋅ 2, 5 mA ⇒ U AB = 25 V
B B B Resposta: 2,5 mA e 25 V
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 Determine a intensidade da corrente elétrica nos resistores R1, R2 e Calcule a d.d.p. entre os pontos A e B.
R3 do circuito a seguir:
03 Um gerador de força eletromotriz igual a e e resistência interna r alimenta
R2 = 4W
um resistor de resistência R. O esquema do circuito montado, bem como as
curvas características do gerador e do resistor, estão mostrados a seguir:
R3 = 12W
U(V)
R1 = 2W R4 = 4W e
+–
r –+
20
e = 80 V r = 1W
02 No circuito representado, o gerador é ideal: 10
5W B 30 V
0 5 10 i(A)
R
2W Determine:
a. e, r e R;
b. a potência dissipada no resistor;
A c. o rendimento elétrico do gerador.
3W
236 Vol. 3
Geradores e receptores
40 W i 60 W
11 A figura mostra um circuito elétrico, em que o gerador é ideal e tem
tensão de 6 V. O gerador alimenta o conjunto de resistores R1 = 40 W,
R2 = 10 W, R3 = 10 W e R4 = 15 W. Sendo os pontos a e b mantidos em
12 W aberto, qual a tensão entre eles?
12 V A
I1 + I2
07 Considere o circuito esquematizado a seguir, em que o gerador tem 2W 12 V –
força eletromotriz e = 12 V e resistência interna r = 3 W:
B D 6W
e 4W C
12 W 12 W 12 W 12 W
r
IME-ITA 237
Física III – Assunto 7
Resistor
(A) 1 e 0,05.
(B) 1 e 0,005.
1 kg (C) 10 e 0,05.
(D) 10 e 0,005.
14 A figura a seguir representa as curvas características de um gerador, 19 É dado o circuito a seguir, em que e é uma bateria de f.e.m.
um receptor e um resistor: desconhecida e resistência interna r também desconhecida e R é uma
resistência variável. Verifica-se que, para R = 0 a corrente no circuito é
U(V) i0 = 4,0 A e para R = 13,5 Ω, a corrente é i = 0,40 A.
40
R
30
20
10 r
0 5 10 15 20 i(A)
e
Determine:
(A) –2 V.
A
(B) +2 V
(C) +16 V. R
(D) +22 V.
+
e
17 Determine a corrente elétrica i no circuito abaixo: –
B
3W
Quando os terminais A e B são ligados em curto-circuito a corrente é de
10 A. Quando se coloca entre os pontos A e B uma resistência de 1,8 Ω
40 V 20 V a corrente é de 5 A. Qual o valor de e, em volts?
238 Vol. 3
Geradores e receptores
(A) V . B 5 W –+ C 20 W D 4W
E
R
36 V +– 36 V +–
(B) 2V 12 V
.
R 10 W
5W
(C) 2V . –+
3R A F
4W G 2W 10 V
(D) 3V .
R
07 No circuito visto na figura, determine, em volts, a diferença de potencial Vab.
(E) 6V .
R 1W 48 V
a
03 Um gerador de corrente contínua alimenta o seguinte circuito elétrico:
B 3W
E b
1W 2W
2W 12 V
+ A
Volt. 08 É dado o circuito a seguir:
– E=12 V
F
4W 2W 24 V
2W
Amp.
D 1W
3W 18 V
A força eletromotriz é de 12 V e a sua resistência interna é r. Na condição
P S Q
de potência máxima transferida para o jogo de resistências entre os pontos
A e C, as leituras do voltímetro e do amperímetro serão, respectivamente:
Determine:
(A) 7 V, 4 A.
(B) 6 V, 3 A. a. a diferença de potencial entre os pontos Q e P;
(C) 5 V, 5 A. b. a diferença de potencial entre os pontos Q e P, se o circuito for cortado
(D) 4 V, 8 A. no ponto S.
(E) 3 V, 7 A.
09 Três lâmpadas, L1 (6W – 6V), L2 (6W – 6V) e L3 (24W – 12 – V),
04 Um gerador de rendimento igual a 90% recebe de uma turbina hidráulica devem ser ligadas entre os pontos A e B do circuito abaixo, composto de
uma potência P = 20 kW. Esse gerador alimenta um motor elétrico de uma bateria acumuladora ideal B1 e de um resistor de 3 W. Sabendo que
rendimento igual a 80%. Qual a potência P’ disponível no eixo desse motor? um voltímetro ideal ligado aos terminais A e B marca 24 V, determine as
associações das lâmpadas nas quais nenhuma delas se queima. Justifique
05 Calcule a força eletromotriz e a resistência elétrica equivalente à a sua resposta.
seguinte associação de geradores:
3W 12 V
12 V 12 V 12 V
3W 3W 3W
3W 12 V
IME-ITA 239
Física III – Assunto 7
10 No circuito mostrado na figura existem cinco lâmpadas iguais. Quatro a. Determine a corrente de curto-circuito da bateria e a corrente na
estão acesas e uma apagada. Determine a lâmpada que está apagada e condição de potência útil máxima. Justifique sua resposta.
justifique sua resposta. b. Calcule a resistência interna r da bateria.
c. Calcule a resistência R do circuito externo nas condições de potência
máxima.
d. Sabendo que a eficiência h de uma bateria é a razão entre a diferença de
potencial V fornecida pela bateria ao circuito e a sua força eletromotriz
e , calcule a eficiência da bateria nas condições de potência máxima.
e. Faça um gráfico que representa a curva característica da bateria.
Justifique sua resposta
V(V)
60
V 40
B 20
0 1 2 3 4
12 Uma corrente de 0,10 A passa pelo resistor de 25 W conforme indicado I(A)
na figura abaixo. Qual é a corrente que passa pelo resistor de 80 W?
15 Um estudante dispunha de duas baterias comerciais de mesma
resistência interna de 0,10 W, mas verificou, por meio de um voltímetro
80 W ideal, que uma delas tinha força eletromotriz de 12 volts e a outra, de
25 W 0,1 A 11 volts. A fim de avaliar se deveria conectar em paralelo as baterias para
V montar uma fonte de tensão, ele desenhou o circuito indicado na figura a
20 W seguir e calculou a corrente i que passaria pelas baterias desse circuito.
20 W 60 W + –
A 12 V B
0,10 W
(A) 0,1 A.
(B) 0,2 A. + –
(C) 0,3 A.
(D) 0,4 A. 11 V
(E) 0,5 A. 0,10 W
13 Uma bateria de automóvel tem uma força eletromotriz e =12V e a. Calcule o valor encontrado pelo estudante para a corrente i.
resistência interna r desconhecida. Essa bateria é necessária para b. Calcule a diferença de potencial VA − VB entre os pontos A e B indicados
garantir o funcionamento de vários componentes elétricos embarcados no circuito.
no automóvel. Na figura a seguir, é mostrado o gráfico da potência útil P
em função da corrente i para essa bateria, quando ligada a um circuito 16 Na tabela abaixo, são apresentadas as resistências e as d.d.p. relativas
elétrico externo. a dois resistores, quando conectados, separadamente, a uma dada bateria.
P(W)
resistência (W) d.d.p. (V)
360 5,8 11,6
3,8 11,4
240 Vol. 3
Geradores e receptores
17 Um estudante deseja medir a resistência interna de um gerador, cuja 20 Quando se acendem os faróis de um carro cuja bateria possui
f.e.m. pode ser ajustada para diferentes valores. Para tanto, ele constrói resistência interna r1=0,050 W, um amperímetro indica uma corrente de
um circuito com o próprio gerador – um amperímetro A e um resistor de 10 A e um voltímetro uma voltagem de 12 V. Considere desprezível
resistência R = 18 W – e obtém o gráfico a seguir, relacionando à f.e.m. a resistência interna do amperímetro. Ao ligar o motor de arranque,
do gerador a corrente medida pelo amperímetro. observa-se que a leitura do amperímetro é de 8,0 A e que as luzes diminuem
um pouco de intensidade. Calcule a corrente que passa pelo motor de
f.e.m.(V) arranque quando os faróis estão acesos.
A
20
16
R 12 r1
r + V farol
e
– motor
A
0,6 0,8 1,0 I(A)
Com base no gráfico:
a. Calcule a resistência interna do gerador. EXERCÍCIOS NÍVEL 3
b. Para uma f.e.m. igual a 12 V, calcule a potência dissipada pela
resistência interna do gerador. 01 O circuito abaixo (fig. 1) contém dois resistores não lineares,
invariantes no tempo, e uma fonte de tensão constante. Os resistores são
definidos por suas respectivas curvas características dadas abaixo (fig. 2
18 No Laboratório de Plasmas Frios do ITA é possível obter filmes
e 3). Determine o valor da corrente i, do circuito.
metálicos finos, vaporizando o metal e depositando-o por condensação
sobre uma placa de vidro. Com o auxílio do dispositivo mostrado na figura, VR1 VR2
é possível medir a espessura e de cada filme. Na figura, os dois geradores R1 R2
são idênticos, de f.e.m. E = 1,0 V e resistência r = 1,0 W, estando ligados 1
a dois eletrodos retangulares e paralelos, P1 e P2, de largura b = 1,0cm
12 V –1 1 2
e separados por uma distância a = 3,0 cm. Um amperímetro ideal A é
1 i(A) i(A)
inserido no circuito, como indicado.
fig. 1 –1 –1
P1 fig. 2 fig. 3
b P2
02 Você dispõe de um dispositivo de resistência R = 5r, e de 32 baterias
idênticas, cada qual com resistência r e força eletromotriz V. Como
seriam associadas as baterias, de modo a obter a máxima corrente que
e atravesse R? Justifique.
a
vidro 03 Em uma ilha distante, um equipamento eletrônico de monitoramento
A ambiental, que opera em 12 V e consome 240 W, é mantido ligado 20 h
r r
E por dia. A energia é fornecida por um conjunto de N baterias ideais de 12 V.
Essas baterias são carregadas por um gerador a diesel, G, através de
Supondo que após certo tempo de deposição é formada sobre o vidro uma resistência R de 0,2 W. Para evitar interferência no monitoramento,
uma camada uniforme de alumínio entre os eletrodos, e que o amperímetro o gerador é ligado durante 4h por dia, no período em que o equipamento
acusa uma corrente i = 0,10 A, qual deve ser a espessura e do filme? permanece desligado.
(resistividade do alumínio) p = 2,6 · 10–8 W · m).
R C
(A) 4,1 · 10–9 cm.
(B) 4,1 · 10–9 m.
(C) 4,3 · 10–9 m.
(D) 9,7 · 10–9 m. +
(E) n.d.a. G
–
19 Em uma prática de laboratório, um estudante conectou uma bateria Conjunto com
a uma resistência, obtendo uma corrente i1. Ligando em série mais uma N baterias
bateria, idêntica à primeira, a corrente passa ao valor i2. Finalmente, ele liga
as mesmas baterias em paralelo e a corrente que passa pelo dispositivo
torna-se i3. Qual das alternativas abaixo expressa uma relação existente
entre as correntes i1, i2 e i3? Determine:
(A) i2i3 = 2i1 (i2 + i3). a. a corrente I, em ampéres, que alimenta o equipamento eletrônico C.
(B) 2i2 i3 = i1 (i2 + i3). b. o número mínimo N de baterias necessário para manter o sistema,
(C) i2i3 = 3i1 (i2 + i3). supondo que as baterias armazenem carga de 50 A.h cada uma.
(D) 3i2i3 = i1(i2 + i3). c. a tensão V, em volts, que deve ser fornecida pelo gerador, para carregar
(E) 3i2i3 = 2i1 (i2 + i3). as baterias em 4 h.
IME-ITA 241
Física III – Assunto 7
RS Residência
r = 5R
R1
2R Cabos Elétricos
e
R 2R Barragem
R
6R Turbina
R 2R
Gerador
05 Sabe-se que a máxima transferência de energia de uma bateria ocorre
quando a resistência do circuito se iguala à resistência interna da bateria,
isto é, quando há o casamento de resistências. No circuito da figura, a
resistência de carga Rc varia na faixa 100 W ≤ Rc ≤ 400 W. O circuito
possui um resistor variável, Rx, que é usado para o ajuste da máxima
transferência de energia. Determine a faixa de valores de Rx para que seja
atingido o casamento de resistências do circuito.
20 W
r=50 W
100 W Rx Rc
RASCUNHO
242 Vol. 3
Circuitos elétricos A ssunto
8
Física III
1. Introdução Ex.:
No capítulo anterior, vimos o primeiro método de resolução de circuitos: indicação das polaridades
a Lei de Pouillet. Entretanto, podemos nos deparar daqui para frente com i1 r1 e1 A i1 r1 e1
circuitos não simples, nos quais a Lei de Pouillet não seria aplicável. +– – +
Desta forma, neste módulo apresentaremos as principais ferramentas R1 R2 R1 – R2 +
para a resolução de circuitos de mais de uma malha (não redutíveis a um + –
circuito simples), mostrando com detalhes o passo a passo, as vantagens e2 r2 i2 e2 r2 i2
e as aplicações de cada uma delas. + – – +
R3 R4 R3 – R4 +
Com isto, no final deste bloco, estaremos aptos a resolver quaisquer
+ –
circuitos elétricos compostos por geradores, receptores e resistores. i3 r3 e3 i3 r3 e3
–
– + + B
2. Circuitos elétricos
Percorrendo ao longo do circuito e retornando ao mesmo ponto
2.1 Leis de Kirchoff teremos (por exemplo, partindo de A e retornando a A no sentido de i1
através da malha superior, depois, partindo de B e retornando a B no
1a Lei de Kirchoff – Lei dos Nós
sentido de i3 através da malha inferior):
Em um nó, a soma algébrica das correntes que chegam é igual a soma
das correntes que saem (princípio da conservação das cargas elétricas).
de A para A 0 = + r1i1 – e1 + R2i1 + r2i2 – e2 + R1i1
i2 de B para B 0 = + e3 + r3i3 + R3i3 +e2 – r2i2 + R4i3
i3
i1 pela Lei dos Nós, temos: i1 = i2 + i3
nó
• Arrumando estas três equações, obtemos um sistema de equações
3 por 3:
i5
i4
r1 + R1 + R2 r2 0 i1 ε1 + ε 2
i 1 + i 2 + i5 = i 3 + i 4
0 − r2 r3 + R3 + R4 i2 = −ε2 − ε3
1 −1 −1 i3 0
IME-ITA 243
Física III – Assunto 8
2W 3W 3V
Todo circuito formado apenas por geradores e resistores é visto através
A
de 2 de seus pontos, digamos A e B, como uma associação em série de
18V
um gerador ideal (gerador de Thèvenin-eTh) com um resistor (resistor de 4W
Thèvenin-RTh), sendo esses elementos fixos para o circuito dado.
B
A RTh A (A) 3V. (D) 8V.
eTh (B) 5V. (E) 9V.
circuito (C) 7V.
B B Solução:
Letra E.
i 2W C 3W 3V
I. Cálculo de eTh A
É igual a d.d.p. entre os pontos A e B, tendo-se já retirado o ramo em i
18 V i=0
estudo. 4W
i i
II. Cálculo de RTh B
B B
É igual a resistência entre os pontos A e B obtida retirando-se o ramo
18
em estudo e pondo em curto-circuito as forças eletromotrizes de todos os i= ⇒ i = 3A
geradores, ou seja, deixando apenas suas resistências internas. 2+4
Exemplo: Determinar R, para que sua potência dissipada seja máxima. Percorrendo o circuito de B até A, passando, por exemplo, pelo gerador
de 18 V, temos:
A potência máxima dissipada na resistência R será numericamente
igual à potência máxima fornecida pelo gerador eth. Para que isso ocorra, VB + 18 − 2 i − 3 = VA
essa resistência deverá ser igual à resistência interna do gerador r th
(demonstração feita no capítulo de geradores). VB + 18 − 6 − 3 = VA ⇒ VA − VB = 9 V
244 Vol. 3
Circuitos elétricos
2
03 No circuito abaixo, e2 = 12 V, R1 = 8 W, R2 = 4 W, R3 = 2 W. Isso significa que a corrente i1 vale A, porém em sentido contrário ao
3
De quantos volts deve ser a fonte de tensão e1, para que a corrente através 1
da fonte de tensão e2 seja igual a zero? atribuído, enquanto i2 vale A, no sentido atribuído.
3
Temos, então:
R1 R2 1
2
R3 i1 = A M i2 = A
+ + 3 3
e1 e2
– –
Solução: 1
i3 = A
3
A A A
i i1 i2
R1 = 8 W R2 I i1 II i I II
R3 = 2 W 2
e1+ + e = 12 V
– i – 2
B B B
Corrente nula na fonte de tensão ε2 :
U AB = ε2 = 12 V N
Sentidos corretos.
Em R3 : U AB = R3 i ⇒ 12 = 2 i ⇒ i = 6 A
No trecho comum, a intensidade da corrente é a diferença entre i1 e i2.
Na fonte de tensão ε1 : U AB = ε1 − R1i 1
No trecho comum, temos: i3 = i1 − i2 = A para cima.
12 = ε1 − 8 ⋅ 6 3
ε1 = 6 0 V Observe que, no nó M, a soma das correntes que entram é igual à
Resposta: 60 V corrente que sai.
IME-ITA 245
Física III – Assunto 8
2A 6V R1 i1
4A
6A B 12 V
iL
6V R2 i2 L
Resposta: i1
6A A 4A
R1 + R2 = 15 Ω
2A 6, 0
R1i1 = 6, 0 ⇒ i1 =
4A R1
6A B 6, 0 6, 0
R2 i2 = 6, 0 ⇒ i2 = =
R2 15 − R1
06 O circuito a seguir contém uma bateria de 12 V e resistência interna 6 6
desprezível, um reostato de resistência total igual a 15 W e uma lâmpada L, i1 = i2 + i L ⇒ i1 = = + 0, 50 ⇒ R1 = 5, 35 Ω
a qual deve operar conforme suas especificações, que são 3,0 W–6,0 V. R1 15 − R1
R2 = 9, 65 Ω
6, 0 6, 0
i1 = = ⇒ i1 = 112
, A
R1 5, 35
1 6, 0 6, 0
12 V i2 = = ⇒ i2 = 0, 62 A
R2 9, 65
2 Respostas: 1,12 A e 0,62 A, respectivamente
L
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
01 No circuito a seguir, determine a intensidade das correntes nos três ramos. 02 Calcule as intensidades das correntes elétricas nos ramos do circuito
a seguir:
1W 1W
4W
3W
2W 4V
6V
70 V 7W
7W
2V 4V 1W
4W
1W
246 Vol. 3
Circuitos elétricos
6V 4V 14 V
50 W
–+
10 V 5W
+–
3W
5V
08 Calcule a corrente em cada ramo do circuito abaixo:
+–
100 W
10 V 1W
1,5 W
r1 = 5 W
5V
RW r2 = 5 W
3V 09 Duas baterias B e B’, a primeira formada por 5 elementos e a segunda
formada por 4 elementos todos iguais estão ligadas num circuito como
mostra a figura abaixo. Neste circuito, A é um amperímetro ideal e R um
reostato. Quando R é igual a 1 ohm, a indicação no amperímetro é zero.
Calcule a resistência interna de cada elemento das baterias.
05 Calcule as intensidades e determine os sentidos das correntes elétricas
nos três ramos do circuito esquematizado a seguir:
A
10 V 1W
+ – + +
B B’ R
2W
– –
– +
1W 5V
10 No circuito visto na figura, as baterias são ideais. Determine, em volts,
06 No circuito visto na figura, as baterias são ideais, suas fem são dadas em o módulo da diferença de potencial entre os pontos a e b.
volts e as resistências, em ohms. Determine em volts a d.d.p. entre A e B.
3Ω 3Ω
1 1 a
A
3 b
24 V 20 V 6V
2 2
1
10 11 3Ω 3Ω
B
11 No circuito elétrico a seguir, L é uma lâmpada fabricada para operar à potência
07 Determine as intensidades e os sentidos das correntes elétricas nos de 42 W numa linha de 6 V. A lâmpada deve acender corretamente quando:
ramos dos circuitos a seguir:
I
a. 0,1 W
5W 5W
10 W V L
3V 4,5 V 3V
IME-ITA 247
Física III – Assunto 8
12 No circuito esquematizado, determine o potencial no ponto D: 17 Considere a seguinte situação hipotética: ao preparar o palco para a
apresentação de uma peça de teatro, o iluminador deveria colocar três atores
2W D sob luzes que tinham igual brilho e os demais, sob luzes de menor brilho.
B
10 V O iluminador determinou, então, aos técnicos, que instalassem no palco oito
6V –+ –+
–+ 12 V
lâmpadas incandescentes com a mesma especificação (L1 a L8), interligadas
I II 1W em um circuito com uma bateria, conforme mostra a figura a seguir.
2W 2W 2W
1W L1 L4 L7
A
C 1W
L2 L5
E L8
13 Qual a diferença de potencial VA – VB entre os pontos A e B do L3 L6
circuito abaixo?
4V 3W 1W Nessa situação, quais são as três lâmpadas que acendem com o mesmo
brilho por apresentarem igual valor de corrente fluindo nelas, sob as quais
– +
+ devem se posicionar os três atores?
12 W 2W 2W
6V – (A) L1, L2 e L3. (D)
L4, L5 e L6.
B (B) L2, L3 e L4. (E)
L4, L7 e L8.
A – + (C) L2, L5 e L7.
5V
+ – d
12 V
e
16 Dado o circuito da figura abaixo, sabendo-se que VJK = 3 V, calcule:
Analise as proposições a seguir e conclua:
a. o valor da corrente i.
b. a força eletromotriz E1. 7R
( ) A resistência equivalente entre os pontos a e c vale .
i E1 1W 6 6e
( ) A corrente elétrica que circula no gerador tem intensidade igual a .
7R
2W 1W ( ) A potência dissipada pelo resistor colocado entre os pontos a e b do
circuito é igual à potência dissipada pelo resistor colocado entre os
10 V 4W pontos b e c do circuito.
2W J K ( ) A corrente elétrica que passa pelo resistor 2R é o dobro da corrente
2W
elétrica que passa pelo resistor R que se encontra entre os pontos a e b
do circuito.
8V 1W
( ) A corrente elétrica que passa pelo ramo db é igual a e .
7R
248 Vol. 3
Circuitos elétricos
5W 10 W
01 No esquema, A, B e C são três lâmpadas idênticas e 1 e 2 são chaves A
interruptoras. Inicialmente, as três lâmpadas encontram-se acesas e as
chaves abertas. O circuito está ligado a um gerador que fornece uma
tensão U entre os pontos X e Y.
X 25 W 30 W 10 W
62,5 V
A B C
1 2
B
5W 10 W
Y
A diferença de potencial entre os pontos A e B, e a corrente que passa
Supondo que os fios de ligação e as chaves interruptoras, quando fechadas, pelo resistor de 30 W valem, respectivamente, em V e A:
apresentam resistências elétricas desprezíveis, assinale a alternativa verdadeira.
(A) 37,5; 1,25.
(A) Se a chave 1 for fechada, só as lâmpadas B e C permanecerão acesas. (B) 30,0; 2,50.
(B) Se as chaves 1 e 2 forem fechadas, só a lâmpada B permanecerá acesa. (C) 25,0; 2,50.
(C) Se as chaves 1 e 2 forem fechadas, a lâmpada B queimará. (D) 25,0; 1,25.
(D) Se a chave 2 for fechada, nenhuma lâmpada permanecerá acesa.
(E) Se a chave 2 for fechada, as lâmpadas A e B brilharão com maior 05 O circuito a seguir é alimentado por dois geradores:
intensidade.
2W 12 V
02 No circuito elétrico a seguir esquematizado, R representa resistências B
– +
em ohms e V a tensão em volts, estabelecida por um gerador ideal.
R 4W R
I
S + –
R R V
A 2W
6V
Determine:
Determine, em função de V e R, a expressão que permite calcular a corrente
indicada I, quando:
a. a intensidade de corrente no fio AB, se R for igual a 10 W;
b. o valor de R, para que a intensidade de corrente no fio AB seja nula.
a. a chave S estiver aberta;
b. a chave S estiver fechada.
06 No circuito abaixo, todos os resistores valem 2 W. Sabendo que a
corrente no resistor em destaque vale 2A, determine a tensão e da bateria
03 Tomemos o circuito a seguir, no qual todos os geradores têm a mesma
ideal. Utilize argumentos de simetria.
força eletromotriz e a mesma resistência interna. O valor da intensidade
da corrente I que percorre o resistor R é dado por:
2A
E
r E r
E
r
E I
e
R
(A) 4E 4E
. (B) . 07 No circuito da figura abaixo, o fio ligado aos pontos A e B tem a forma
(4 r + R) 4
+R 3r de uma semicircunferência de raio igual a 10 cm e seção circular uniforme
de diâmetro igual a 0,2 cm. A sua resistividade, na temperatura ambiente,
2E E é de 5 · 10–4 ohm.cm. Calcule:
(C) . (D) .
4 (4 r + R)
3r + R
IME-ITA 249
Física III – Assunto 8
08 (A) R2
fase 1 fase 2 R1
terra
fase 1
fase 2 G+ R3
L
neutro –
L1 L2
neutro terra (B) R1
Aq Ferro
R3
quadro de distribuição
circuito primário fase 1
fase 2 G+ R2
L
terra –
chuveiro
(C) R1
R2 R5
250 Vol. 3
Circuitos elétricos
Com base nessas informações, determine: Sabendo que na figura anterior a diferença de potencial sobre o resistor
de 8 W é de 24 V, as diferenças de potencial, em V, sobre os resistores de
a. a corrente elétrica que passa em cada um dos resistores; 14 W , 9 W e entre os pontos a e b são, respectivamente:
b. a resistência equivalente do circuito formado pelos resistores R1 a R5.
(A) 45, 9 e 78. (C) 35, 45 e 104.
11 Um circuito de malha dupla é apresentado na figura a seguir. (B) 45, 45 e 114. (D) 35, 70 e 129.
NEUTRO
R5 = 100 W 0V F R4 E D
R4 = 110 W R2 = 11,0 W – geradores G1 e G2 de fem E1 = E2 = e e resistências internas r1 = r2 = R;
FASE 2 3⋅ε
– motor M de fcem E3 = e resistência interna r3 = 2R;
–110 V 10
– resistores de resistências internas R1 = R2 = R; R3 = 6R e R4 = 2R.
Se o fio neutro se romper no ponto A, a potência dissipada irá aumentar
apenas no(s) resistor(es): Tendo em vista as informações, responda ao que se pede:
8W
24 V +
+ R 2R
e – A B
42 W
21 W
14 W
2R R
b
Calcule a diferença de potencial VA – VB entre os pontos terminais A e B
9W em função de e.
IME-ITA 251
Física III – Assunto 8
Óleo a 0°C
(A) apagam-se as duas lâmpadas.
(B) o brilho da L1 aumenta e o da L2 permanece o mesmo.
(C) o brilho da L2 aumenta e o da L1 permanece o mesmo. R
(D) o brilho das duas lâmpadas aumenta. G
(E) o brilho das duas lâmpadas permanece o mesmo.
0 50 100
19 Nos circuitos das figuras abaixo, determine o valor de R para que a C
cm
potência dissipada nele seja máxima e indique o valor dessa potência:
a.
4W + –
252 Vol. 3
Circuitos elétricos
03 Na caixa do circuito representado a seguir, existe uma fonte ideal de 05 Determine o valor da resistência R no circuito abaixo a fim de que a
tensão de força eletromotriz igual a E, e um resistor r. Com a chave S aberta, potência elétrica consumida por ela seja máxima.
o amperímetro A (ideal) indica uma corrente i1 e a potência em r é de 90 W.
4
Fechando a chave S, o amperímetro indica uma outra corrente i2 igual a
3
de i1. Determine os valores de E e r e diga se E e r estão ligados em série 5W 20 W
ou em paralelo.
50 V
R
A
32 V
S 3W
C 6W
a
i 10 W 10 W
x
a (A) 1 W. (D) 6 W.
(B) 2 W. (E) 8 W.
(C) 4 W.
Figura 1 1
– 2
+
(V1R2 − V2 R1) (V1R2 + V2 R1)
(A) i = i=
(D)
Terra GERADOR E ( R1R2 + RR2 + RR1) ( R1R2 + RR2 + RR1)
Figura 2
(V1R1 + V2 R2 ) (V2 R1 − V1R2 )
(B) i = i=
(E)
( R1R2 + RR2 + RR1) ( R1R2 + RR2 + RR1)
(V1R1 − V2 R2 )
(C) i =
( R1R2 + RR2 + RR1)
IME-ITA 253
Física III – Assunto 8
08 Os pontos A e B da malha de resistores da figura 2 são conectados 09 A figura a seguir ilustra um circuito resistivo conectado a duas fontes
aos pontos x e y do circuito da figura 1. Nesta situação, observa-se uma de tensão constante. Considere as resistências em ohms. O módulo da
dissipação de P watts na malha. Em seguida, conecta-se o ponto C ao ponto corrente I que atravessa o resistor de 2 ohms é, aproximadamente:
F e o ponto E ao ponto H, o que produz um incremento de 12,5% na potência
dissipada na malha. Calcule a resistência R dos resistores da malha. 10
x 4 5
+ +
I
10,5 V – – 8V 6 8
+ 2 +
12 V 7V
2,5 W 10 W – –
R R
R R
F E e1 e2
B
figura 2
RASCUNHO
254 Vol. 3
Capacitores A ssunto
9
Física III
CU 2 Q2
E= E=
2 2U
Seja E o campo elétrico uniforme definido entre as placas condutoras
de um capacitor plano. Sabemos pelo capítulo de campo elétrico que:
σ Q Q
E= e σ = ; daí E =
2.1 Capacitância eo A Aeo
Vimos anteriormente que a capacitância de um capacitor é definida
Também sabemos que, para campos uniformes, U = E · d. Assim:
como:
Q U Q Q e A e A
C= = ⇒ = o ⇒ C= o
U d Ae o U d d
em que:
2.4. Capacitores com dielétricos (isolantes)
Q – carga elétrica armazenada no capacitor; Se preenchermos o espaço entre as placas de um capacitor com um
U – d.d.p. nos terminais do capacitor. dielétrico de constante dielétrica k, a capacitância se altera para:
IME-ITA 255
Física III – Assunto 9
Q Q Q Q
=V1 = V2 =V3 =
Veq
C1 C2 C3 Ceq
Q Q Q Q
Veq = V1 + V2 + V3 ⇒ = + +
Ceq C1 C2 C3
1 1 1 1
= + +
k → constante dielétrica (= permissividade relativa eτ) permissividade Ceq C1 C2 C3
de um meio e = k . e0
II. Em paralelo
Exemplo de um capacitor com dielétrico
Quando os capacitores estão em equilíbrio, as suas d.d.p. são iguais,
e a carga total da associação, igual à soma das cargas armazenadas
por todos os capacitores.
=Q1 C=
1V Q2 C=
2V Q3 C3V
Qeq =Q1 + Q2 + Q3 ⇒ Ceq = C1V + C2V + C3V
Obs.: Rigidez dielétrica → É o maior campo elétrico a que o dielétrico
pode ser submetido, sem que ocorra sua ionização. Caso isso aconteça,
o capacitor queimará. Ceq = C1 + C2 + C3
Carga do capacitor
Seja um capacitor inicialmente descarregado e a chave S1 na posição
b. No instante t = 0, a chave é levada para a posição a, e assim uma
corrente elétrica surge na malha externa, iniciando dessa forma o processo
de carga do capacitor.
256 Vol. 3
Capacitores
Aplicando a lei das malhas para as tensões no resistor e no capacitor, EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
teremos:
dQ
01 Um capacitor de 10 μF é ligado aos terminais da associação em
Q i= dQ Q dQ 1 série de duas pilhas de 1,5 V. Determine:
R ⋅ i + = 0 dt
→R ⋅ + = 0
→ =− ⋅ dt
C dt C Q R⋅C
a. a carga elétrica armazenada no capacitor;
Integrando ambos os lados de t=0 a um tempo t qualquer. b. a energia potencial elétrica armazenada no capacitor.
Q( t ) t
dQ 1
∫ ∫ dt →ln(Q) − ln(εC) = Solução:
Q( 0 ) = ε ⋅ C
=−
Q R⋅C a. As duas pilhas estão em série; portanto, a d.d.p. total será
Q( 0 ) 0
t UTOTAL = 1,5 + 1,5 = 3,0 V.
t Q −
Q=C·U
R ⋅ C − 0
→ = e R ⋅C
εC
Q = 10μ · 3 = 30 μC
b. A energia pode ser calculada por
Arrumando a equação, chegamos a equação da carga do capacitor CU 2
E=
em função do tempo: 2
10µ ⋅ 302
Q(t) = e · C · e–t/RC E=
Q 2
E = 45 µJ
Q0
t
descarga
IME-ITA 257
Física III – Assunto 9
4Ω B 12 V
R3 = 3Ω
Supondo encerrado o processo de carga do capacitor, determine:
258 Vol. 3
Capacitores
12 V
10 V 6V
20Ω
+ +
e1 = 12 V C = 1,5 mF e2 = 6 V
– –
c.
10Ω
a. a carga do capacitor;
b. a potência dissipada no resistor de 10Ω.
05 Dois capacitores C1 e C2, ambos de 2mF, são ligados em paralelo
a. • e1 = e2 + Reqi ⇒ 12 = 6 + 30i ⇒ i = 0,2 A
a uma fonte cuja tensão é de 10 volts. Depois de serem carregados,
• No capacitor: U = e1 – 20i = 12 – 20 · 0,2 ⇒ U = 8 V
retira-se a fonte e introduz-se em paralelo um terceiro capacitor de 1mF,
Q = C · U = 1,5 mF · 8 V ⇒ Q = 12 mF como mostram as figuras abaixo. Qual a diferença de potencial VAB da
nova associação?
b. Pot = R i2 = 10 · 0,22 ⇒ Pot = 0,4 W
C1 C2
EXERCÍCIOS NÍVEL 1
IME-ITA 259
Física III – Assunto 9
08 Dado o circuito elétrico esquematizado na figura, obtenha: Nessa situação, qual dos esquemas a seguir representa o possível circuito
com esse capacitor?
(A) (D)
E = 50 V
C = 5 mF
260 Vol. 3
Capacitores
(A) 1,25 · 10–5. Assinale a alternativa que contém o valor da distância entre as armaduras,
(B) 1,75 · 10–5. também de área A, de um único capacitor, de placas paralelas, equivalente
(C) 2,5 · 10–4. à associação dos três:
(D) 5,0 · 10–4.
(A) d/3. (C) (3d)/2.
15 Tem-se uma associação de três capacitores em paralelo, cada um (B) 3d. (D) (2/3).
com 100 mF. Pretende-se substituí-los por uma capacitor plano de placas
paralelas. Qual deve ser a área, em m2, desse novo capacitor, sabendo-se 20 No circuito do radar de bordo, tem-se um capacitor de 22 microfarads
que a separação entre suas placas é de 0,3 cm. em paralelo com outro de 8 microfarads e seu equivalente em série com
Dado: e0 = 9 · 10–12 C2/Nm2. um de 10 microfarads. A capacitância equivalente (em microfarads),
considerando a ligação com esse terceiro capacitor, é de:
(A) 1 · 102.
(A) 5,5. (D) 8,5.
(B) 1 · 105.
(B) 6,5. (E) 10,5.
(C) 1 · 10–5.
(C) 7,5.
(D) 1 · 10–6.
(A) 3 · 10–6. 2Ω 4Ω
(B) 6 · 10–6. A C
4 mF
(C) 9 · 10–6.
(D) 12 · 10–6.
2Ω 1Ω
17 No circuito A, considere os três resistores com resistências iguais e,
no circuito B, considere os três capacitores com capacitâncias iguais.
R R R C C C 24 V
1,5Ω A
A B
1 mF 1 mF
15 V 0,5 mF 5V
(A) 0,5. V
(B) 1,0.
(C) 2,0.
(D) 3,0. 1Ω 0,5Ω
IME-ITA 261
Física III – Assunto 9
262 Vol. 3
Capacitores
ΔV Q1 (µC) Q2 (µC)
(A) zero 50/3 100/3
(B) zero 50 100
(C) 50 50 100
(D) 50 50/3 100/3
(E) 50/3 50/3 100/3
i R1
4 mF
6Ω R2
12 V
EXERCÍCIOS NÍVEL 3
Na figura, o frasco de vidro não condutor térmico e elétrico contém 0,20 01 No circuito a seguir, as baterias e medidores são ideais e o capacitor
kg de um líquido isolante elétrico que está inicialmente a 20°C. Nesse encontra-se inicialmente descarregado. Fechando-se a chave k, a carga
líquido está mergulhado um resistor R1 de 8 W. A chave K está inicialmente elétrica Q armazenada pelo capacitor C aumenta gradativamente, conforme
na vertical e o capacitor C, de 16mF , está descarregado. Ao colocar a o gráfico abaixo, até atingir o seu valor final Qfinal. A corrente indicada pelo
chave no ponto A, verifica-se que a energia do capacitor é de 0,08 J. Em amperímetro, no instante t = 3 μs, vale:
seguida, comutando a chave para o ponto B e ali permanecendo durante
5 s, a temperatura do líquido subirá para 26°C. Admita que todo o calor 2Ω 2Ω
gerado pelo resistor R1 seja absorvido pelo líquido e que o calor gerado nos
resistores R2 e R3 não atinja o frasco. Nessas condições, é correto afirmar 4V 2Ω
que o calor específico do líquido, em cal . g–1°C–1, é: (Dado: 1 cal = 4,2 J.) 12 V
C
A
(A) 0,4. (D) 0,9.
(B) 0,6. (E) 1,0. k
(C) 0,8.
IME-ITA 263
Física III – Assunto 9
264 Vol. 3
Capacitores
30Ω 18 V D 12Ω 60 V
e
C3 10Ω
C2
B 20Ω C4 6,0Ω C
12Ω 4,0Ω
A C2
C3 Rx
G 2,5Ω E 1,5Ω F
C1 C2 6,0Ω
S
I 8,0Ω C1
20Ω 12Ω
E1 r1
10Ω
a. a fem (E1) e a resistência interna (r) do gerador;
b. a potência elétrica dissipada, por efeito Joule, no resistor de 12Ω,
entre os pontos D e F;
a. f.e.m. ε do gerador;
c. a carga elétrica armazenada no capacitor C1 e a energia eletrostática
b. a corrente elétrica que passa no resistor de 6,0Ω, sabendo-se que a
do capacitor C3.
temperatura da água varia de 4,0°C no intervalo de tempo de 30 s.
Dados: c (água)=1,0 cal/g°C; 1 cal = 4,0J.
07 Nos circuitos abaixo, as capacitâncias dos capacitores valem: C1 =
1,0µF; C2 = 4,0µF; C3=8,0µF e o gerador de 60V possui resistência interna
desprezível. Sabe-se que os capacitores estão completamente carregados,
que a carga elétrica no capacitor C1 vale 80 µC e que o resistor de 10Ω
está imerso em 3,0 · 102 gramas de água, no recipiente adiabático. No
instante t = 0, a chave S é fechada. Calcule:
RASCUNHO
IME-ITA 265
Física III – Assunto 9
RASCUNHO
266 Vol. 3
Gabarito V olume
3
Física I 26 –
27 –
28 –
Assunto 7 29 –
Exercícios Nível 1 30 –
01 Letra A. Exercícios Nível 2
02 Letra C. 01 Letra A.
03 Letra D. 02 Letra D.
04 Letra C. 03 Letra A.
05 Letra E. 04 Letra E.
06 Letra C.
3
07 Letra C. 05 T = W 1 +
08 3
NA = 2250 N 06
NB = 1950 N a.
09 Letra B. →
10 Letra A. T
→
11 R
→
P
b.
12 3,5 cm.
13 900 N. 07 60 N na rampa I; 80 N na rampa II.
14 210 N. 08
15 300 N. a. 250 N.
16 135 N. b. Não depende.
17 Maior que 300 kgf. 09 3 / 3.
18 10
a. → a. 700 N.
→ F at b. 10 m.
FN 1
1
11 P/4.
12 Letra C.
→ 13 a = 59 cm; b = 66 cm; c = 75 cm.
P
→ 14 Ambos iguais a 2,5 N.
FN 15 Letra A.
2
→ 16 Letra D.
F at 17 Letra D.
2
IME-ITA 367
Gabarito
28 – 23 Letra B.
29 – 24 Letra B.
30 – 25 Letra A.
31 – 26 Letra D.
32 – 27 Letra D.
28 Letra A.
Exercícios Nível 3 Exercícios Nível 2
01 L/4. 01 –
02 arctg(3/4). 02 Letra D.
µ + tgθ 03
03 F = P µ1 + 2 a. h diminuirá.
1 − µ2tgθ
b h permanecerá constante.
P 2P
04 T =
= ;R c h permanecerá constante.
3 3 04 1,2 g/cm3
3π d1 + d2 05 3 cm3
05 senβ = ⋅ senα
06 Letra E. 4 d1 − d2 06 120 gotas.
07 Letra B. 07 10 barras.
08 08 0,5 m/s
a. 7/2 M. 09 0,0909 m
b. 29/6 M. 10 Letra E.
ρ g LS1S2
d d 11 T =
L− 2 − 4 S1 − S2
09 .
d d 12 Letra B.
L− 2 − 4 13 Letra D.
14 Letra D.
10 Letra B. 15 Letra D.
16 g[ρmH + ρo(h1 – h2)]
Assunto 8 17 Letra C.
Exercícios Nível 1 18 Letra A.
01 19 Letra B.
a. Para cima. 20 Letra B.
b. 1,0 · 101 cm3. 21 Letra A.
02 22 10 m
a. 10 N. 23 0,25 kgf
b. 5,0 cm. 24 6,15 · 10–3 m3
03 Letra B. 25 Força: 0,30 N; massa: 345,1 g.
04 Letra D. Exercícios Nível 3
05 Letra B. g ⋅ ∆h
d 01
06 L g L
2dS 02 Letra E.
07 5,5 · 104 Pa 03 Direção da aceleração.
R 1 12
08 e = 04 ρV
Rc 2 5
09 15 kg H+L H 2 + L2
10 05 −
2 2
a. a = 1,01 g
ρ − ρ2
b. 0,3 m 06 Vim = V
11 Letra C. ρ1 − ρ2
12 Letra A. 07 10 cm
13 Letra A. 08
14 Letra D. a. 3
15 Letra D. b. 0,04
16 Letra A. 09
17 Letra A. a. Permanece igual.
18 Letra A. b. 0,5 cm
19 Letra D. l
10 T = 2π
20 Letra E. g (1 + cos 30° )
21 Letra A.
22 Letra E.
368 Vol. 3
Gabarito
Física II 16 Letra A.
17
a. d = 35,5 mm; b. P = 4118 mm.
Assunto 8 18
Exercícios Nível 1 a. x = 1 cm;
01 I, II , III e VI. b. Para fotografar um objeto mais distante, a distância focal deve ser
02 maior que a distância focal anterior, logo, a distância da lente ao filme
a. deverá ser maior.
L
1 L2
19 D = 30 cm.
20 Letra E.
21 Letra B.
5 cm 20 cm
F1=F2 Exercícios Nível 3
01
2 2
(A) D − D − 4 fD ; D + D − 4 fD ;
b. L1 = 20cm; L2 = 80 cm. 2 2
03 (B) A1A2 .
a. Convergente. b. 30 cm.
04 15,0 cm.
05 67,3 cm. 02 Letra C.
06 5,0 di. 03
07 85,7 mm. a. – 10 cm.
08 b. 10 cm e 15 cm.
a. 22 cm; b. 8. c. 1,6.
09 45. 04 84 cm.
10 Localização da imagem: situada à direita da lente II, a 24 cm da mesma 05 0,67 mm.
ou a 84 cm da lente I; ampliação total: 0,6. 06 6 m.
11 Letra A. 07 50 cm.
12 Letra B. 08 d = 5,1 cm.
13 Letra B.
14 Letra E. Assunto 9
15
a. 1,3 m. b. 90 cm. Exercícios Nível 1
16 Letra E. 01
17 Letra A. a. 0,5 Hz; 0,10 m.
18 F – V – V – V – F. b. 0,5 s; 1,5 s; 2,5 s.
Exercícios Nível 2 02
a. fB = 3 fA. b. AA = 3AB.
01 Letra D.
03
02 10,0 cm.
a. 0,5 s;
03 Letra B.
b. – 8 p m/s.
04 f = 16 cm; entre o objeto e a imagem, a 80 cm do objeto.
c. Zero.
05 Letra C.
04 1,25 rad/s.
06
05
a. Afastam-se. b. 60 cm.
a. ± 12p m/s; b. ± 80p2 m/s2.
07 Letra E.
06
08
a. T = 0,2 p s.
b. Em = 50 J.
c.
F(N)
200
0,5
– 0,5 0 x(m)
– 200
09 10 cm.
10 50 cm. d.
11 Energia (J)
a. 30 cm. b. 24 cm. 50
12 Letra C. EP
13 Letra E. EC
14 Letra D.
15 Letra B. – 0,5 0 0,5 x(m)
IME-ITA 369
Gabarito
07 mL
a. 2 cm. b. Permanecerá o mesmo. 10 T = 2π
08 Maior. 2 kL + mgL
09 11 y
a. 20 N/m; b. 60 cm.
10 2xm
a. Aproximadamente 2,4 s. b. Tenderia a infinito.
11 3,0 cm.
12 2. –xm
13 2 s. x
14 5,0 m/s. xm
15
a. Circunferência. b. Elipse.
Exercícios Nível 2 –2xm
A 12
01 x = ± .
3 a. 1
02 Elipse. b. 2
03 ≠
c. rad
a. 20 N/m; b. 5 Hz. 2
04 Letra C. 13
1 2
05 L2 = 25 L1. a. d.
2 5
9
1 3
06 2 T. b. e.
07 Letra A. 3 5
08 2. 1 4
c. f.
09 – 4 5
L
10 2p .
Assunto 10
g 2 + a2
11 Exercícios Nível 1
k k 01
a. v = x o . b.
= v x=
o e A xo. a. 4 cm. c. 32 m/s.
m1 + m2 m1
b. 16 cm.
12 1,5 s. 02 4,8 m/s.
Exercícios Nível 3 03
01 I. V. III. F.
a. 0,4 Hz e 0,1 m; II. V. IV. V.
b. 12,8 N/m; 04 Letra D.
3p 05 Letra B.
=c. y 0,1cos 0,8p t + (SI) 06
2
a. Permanece a mesma. b. Meio 2.
3T 07 2.
02 .
08
03 254 cm.
a. 3 cm/s.
04 r = 12.402 kg/m3.
05 b. 2 cm.
2⋅ m⋅ g c. 3 Hz.
a. h = . 09 Letra A.
K
10
mg mg K a. A luz, ao passar para o vidro, diminui de velocidade, e o som aumenta
x( t )= L0 + + cos
t + p
de velocidade.
K K m
b. b. 5,0 m. Sim, pois sua frequência (1 KHz) não se altera, continuando
m K na faixa de som audível.
v( t ) = − g K
cos
m
t + p
11 Letra D.
12 Letra C.
06 22 cm. 13 f = 0,5 Hz; T = 2 s.
07 14 Letra B.
a. 0,150 m; b. x = 9,60 m/s2. 15 Letra E.
08
a. 2,49 mm. Exercícios Nível 2
09 Letra B. 01 0,08 s-1.
370 Vol. 3
Gabarito
02 18 N. 02 24 V.
03 200 Hz. 03
a. 20 V; 2 W; 2 W.
04 b. 50 W.
Anteparo c. 50%.
04 Gerador de força eletromotriz de 12 V e resistência interna de 2 W.
05 36 V.
06 0,25 A.
3,0 cm 07
0 a. 2 A b. 6 V
0' 08
B 12 V
A 3W R2 = 3 W
09 L1 diminuirá e L4 aumentará.
20 cm 20 cm 10 6 V.
11 – 2,4 V.
05 Letra E. 12
06 Letra A. a. 12 V; 8 V. b. 3 W.
07 F – F – F – V – V. 13
08 a. 50 J. b. 1,0ºC.
a. 15 m/s. b. 0,036 N. 14
09 Letra A. a. R1 = 2 W; R2 = 2 W; R3 = 1 W.
10 b. 75% e 67%.
a. 8s; b. 12 m. 15 0,5 W; 10 V.
11 16 Letra D.
a. 0,20 m; b. 3,33·10–7s. 17 Letra C.
12 18 Letra A.
a. 10–1 W/m2; b. 1,5 m. 19 r = 1,5 Ω; e = 6,0 V
13 25 m/s. 20 Letra A.
14 Letra A. Exercícios Nível 2
Exercícios Nível 3 01 R = 1,8 Ω; e = 10 V.
01 2 m/s. 02 Letra B.
02 0,0125 s. 03 Letra B.
03 – 04 14,4 W.
04 05 36 V, 7 W.
a. 28,6 m/s e 22,1 m/s. b. 188 g e 313 g. 06
05 50 m/s. a. i = 1 A horário.
06 b. VA = 0; VB = 31 V; VC = 62 V; VD = 42 V; VE = 26 V; VF = 16 V;
a. 2s; VG = 4 V.
b. c. UCG = 58 V.
07 30.
08
A B’
45o 45o 1,0m a. 21 V. b. 24 V.
P 09 L1 e L2 em paralelo, em série com L3.
10 L4.
B A’ v 11 ZERO.
12 Letra C.
2,0m 13
a. 120 A e 60 A. c. 0,1.
07 b. 0,1. d. 50%.
a. corda B; b. 0,25. 14
08 Letra A. a. 20 Ω e 10 Ω. b. 60% e 67%.
15
a. 5 A. b. 11,5 V.
Física III 16 118 J.
17
Assunto 7 a. 2 Ω. b. 0,72 W.
Exercícios Nível 1 18 Letra C.
19 Letra E.
01 8 A; 6 A; 2 A.
IME-ITA 371
Gabarito
20 im = 50 A. 17 Letra B.
18 60 V.
Exercícios Nível 3
19 V–V–F–F–V.
01 13 A.
02 Dois ramos em paralelo. Em cada ramo 16 baterias em série. Exercícios Nível 2
03 01 Letra D.
a. 20 A. 02
b. 8 baterias. 2V V
a. I = I= .
. b.
c. 14 V. 3R R
04 ∆RS = – 0,58 R.
03 Letra C.
05 100 W ≤ Rx ≤ 400 W.
04 Letra D.
06
05
a. 240 KWh. b. 66,7% e 71,4%.
a. 1,5 A. b. 1 W.
Assunto 8 06 52 V.
07
Exercícios Nível 1 a. 4 V.
01 b. 4,9 W.
2 1 1
c. 2,16 cal.
3 3 3 08
a. 7,15 kWh.
02 b. 29 A e 30 A.
6 2 4 c. 1 A.
09 Letra E.
10
03 a. i1 = 7,71 A ; i2 = 5,13 A ; i3 = 2,58 A.
0,06 A 0,06 A b. 2,8 W.
11 Letra E.
0,11 A 0,11 A
12 Letra C.
0,05 A 0,05 A
13 Letra C.
04 0,6 A e 0,8 A. 14 1468,8 W.
05 8A 15
a. ?
1A b. 1 A, 2 A e 3 A.
16 e .
7A 3
06 13. 17 Letra C.
07 18 Letra E.
a. 19
0,42 0,36
0,78 a. 2 W, 8 W.
b. 24 75
, W.
7 14
b. 20 135 V.
1 2 3
Exercícios Nível 3
01 10 W.
08 10 A 02 Letra C.
5,5 A 4,5 A 03 E = 60 V e r = 10 W em série.
04
0,5 A a. 2 · 10-4 A.
5A b. 7,75 · 106 m/s.
5A
c. 10-14 N.
05 Letra D.
06
09 0,05 W. a. 10 W.
10 5. b. 0 W e 14 W.
11 Letra E. c. 7,25 W e 25 W.
12 18 V. 07 Letra D.
13 –13 V. 08 2 W.
14 300 V. 09 Letra C.
15 i1 = 0,3 A e i2 = 0,4 A. 10
16 R ⋅R ( ε ⋅ R + ε2 ⋅ R1)2
a. 1 A. b. 17 V. a. R = 1 2 . b. P= 1 2 .
R1 + R2 4 ⋅ R1R2 ⋅ ( R1 + R2 )
372 Vol. 3