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SÃO PAULO
2019
Capítulo I – Novidade do problema do ordenamento
Isto significa dizer que não é possível encontrar o DNA do direito em alguma
característica endógena da norma jurídica, como exaustivamente demonstrado no
livro Teoria da Norma Jurídica. Quanto à norma, a sua característica primordial reside
apenas no plano da lógica e da linguística, ao se afirmar que sua estrutura básica é a
de uma proposição prescritiva.
[...] desse modo o problema deixa de ser aquele [...]: “Qual é o caráter distintivo de
uma norma jurídica consuetudinária em relação a uma regra do costume?” e passa a
ser outro: “Quais são os procedimentos por meio dos quais uma norma
consuetudinária passa a integrar um ordenamento jurídico?”.
Outro exemplo sobre o ponto “2)”: se, diante do problema “o que define o
Direito?” buscávamos encontrar a resposta na estrutura da norma jurídica singular, a
partir do fracasso – segundo Bobbio – dessa investida teórica, é possível tentar
respondê-lo dentro de uma perspectiva sistêmica, qual seja das normas jurídicas
consideradas como um todo, como um ordenamento.
Quanto ao ponto “1)”, i. e. quanto aos novos problemas surgidos com a
mudança no objeto do estudo, Bobbio dedica a seção 5 deste capítulo para citar esses
problemas, que serão devidamente estudados nos capítulos subsequentes:
Por fim, não existe entre os homens um único ordenamento, mas existem
muitos e diversos tipos. Os vários ordenamentos têm relação entre si e de que tipo
são essas relações? O problema fundamental que aqui deverá ser examinado é o do
reenvio de um ordenamento ao outro. À teoria das relações entre ordenamentos será
dedicado o quinto e último capítulo.”
Capítulo II – A unidade do ordenamento jurídico
Com essa metáfora, o importante é perceber que, mesmo num grupo pequeno
e pouco institucionalizado como uma família, observa-se uma pluralidade de fontes
normativas. Repare que o mesmo se observa nas organizadas religiões monoteístas,
em que Deus delega aos homens a produção de certos conteúdos normativos.
Quanto aos ordenamentos jurídicos, temos, além das suas fontes diretas, suas
fontes indiretas. Quando às fontes indiretas, o legislador recorre a dois expedientes
principais: