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AUTOMAÇÃO / Instrumentação
16/03/2009 06:36:02
Tendências na Instrumentação
Discorrer sobre as tendências na instrumentação e fazer projeções no cenário global da Automação
para a próxima década não é tarefa fácil para um artigo de poucas páginas. Vamos resumir as linhas
de trabalho mais promissoras, comentando um pouco sobre o futuro da Automação Industrial como um
todo
A Automação Industrial vai alcançar uma grande onda de crescimento com o uso de tecnologias que
realmente representam novos paradigmas:
Sistemas em tempo real abrirão caminho para processamento paralelo e controle adaptativo
complexo. O futuro pertence à nanotecnologia, sensores sem fio e sistemas adaptativos complexos
com alta capacidade de retenção de dados. Os novos aplicativos serão baseados em sensores sem fio
(figura 1) e redes distribuídas peer-to-peer. Pequenos sistemas operacionais em sensores sem fio e o
software que permite a todos os nós dessa rede que se comuniquem entre si formando um imenso e
complexo sistema adaptativo.
Desde o surgimento dos CLPs na década de 80 nenhuma outra tecnologia teve tanto impacto quanto a
dos protocolos digitais de comunicação, começando com o HART e culminando nos dias atuais com o
Foundation Fieldbus, dentre outros.
Podemos perceber ainda a resistência da tecnologia 4-20 mA + HART. Os sistemas baseados em
protocolos puramente digitais ainda são difíceis de utilizar, principalmente do ponto de vista da
interoperabilidade entre fabricantes, configuração e operação.
Some-se a isso o fato dos usuários de instrumentação ainda serem razoavelmente conservadores,
uma vez que os ciclos de atualização tecnológica na indústria ainda são medidos em décadas. Dessa
forma, os protocolos puramente digitais ainda precisarão amadurecer um pouco mais até ganharam
maior aceitação do mercado.
Será inevitável a convivência de diferentes protocolos nas grandes plantas. Contudo, apenas algumas
tecnologias vão sobreviver às exigências do mercado. Nesse contexto de consolidação, alguns
protocolos de comunicação puramente digital estão despontando como padrão de fato na indústria,
pelo fato de apresentarem crescimento de vendas e modificações técnicas que ajustam suas
características às necessidades dos usuários. Dentre eles podemos destacar o Foundation Fieldbus, o
Profibus DP e PA, DeviceNet, AS-i e o bom e velho Modbus, em suas versões TCP e RTU.
Isso significa, na prática, mais funções de diagnóstico embutidas nos próprios equipamentos,
auxiliando na manutenção proativa das malhas de controle. Um posicionador inteligente pode indicar,
por exemplo, que o atuador está com vazamento ou que o controlador que está gerando seu setpoint
está oscilando excessivamente, provocando desgaste prematuro da válvula.
As ferramentas de diagnóstico embutidas nos sistemas devem ser mais amigáveis, oferecendo
alternativas para a solução de problemas na forma de uma base de conhecimento armazenada no
sistema. Essa base de informações é carregada com a experiência anterior de outros projetos e
atualizada de acordo com os dados colhidos na própria planta, personalizando os assistentes de
manutenção.
A rede Ethernet despontou na década de 90 como grande solução de conectividade para as redes
corporativas. Sua arquitetura relativamente simples, somada à grande variedade de equipamentos de
prateleira contribuiu para sua disseminação e padronização em vários segmentos. A indústria,
notadamente conservadora, demorou um pouco, mas finalmente cedeu à tentação. O uso em massa
das redes de 100 Mbps tornou a Ethernet uma alternativa inevitável, interligando desde transmissores
e atuadores no campo até servidores de web e armazenamento.
Porém, é preciso considerar alguns problemas que vêm sendo abordados ao longo dos últimos anos:
O TCP/IP, protocolo mais utilizado em conjunto com a camada física ETH, não oferece recursos
apropriados para controle, como sincronismo no tempo. Para isso, camadas superiores são
adicionadas para prover os serviços necessários ao controle em tempo real. Uma das alternativas é o
protocolo HSE (High Speed Ethernet), desenvolvido pela Fieldbus Foundation.
A norma IEEE1158 (figura 2) define um mecanismo para sincronismo entre os relógios dos
equipamentos que compõem uma rede, permitindo aplicações críticas como controle de movimento e
posicionamento de robôs.
A rede Ethernet não é determinística, pela natureza de seu mecanismo de controle de fluxo, o
CSMA/CD, que em caso de colisão de mensagens adota um tempo aleatório de retransmissão (figura
3). Isso pode ser resolvido usando domínios de colisão bem definidos através de roteadores e
switches adequadamente configurados (figura 4).
F.4 - Isolando os domínios de colisão pode-se obter uma rede Ethernet previsível.
Como conseqüência natural da difusão das redes Ethernet e conectividade entre todos as máquinas,
os sistemas ERP, MES, PIMS, supervisórios, configuradores, servidores OPC e tudo o mais que existir
na rede deverá ser integrado. E algumas tecnologias vão desempenhar papel fundamental na
integração dessa miríade de siglas.
FDT é a sigla para Field Device Tool. Essa tecnologia engloba interfaces de software definidas na
norma FDT para a comunicação entre componentes baseados na tecnologia COM da Microsoft.
Através desta tecnologia é possível integrar drivers de equipamentos de diferentes fabricantes em um
mesmo ambiente de configuração, operação ou manutenção. Essa tecnologia funciona de forma muito
similar ao um driver de impressora no Windows. Basta instalar o driver no gerenciador de Impressoras
que o equipamento fica disponível para todos os aplicativos.
De forma análoga, basta instalar um DTM (Device Type Manager) do equipamento (por exemplo, um
posicionador de válvula) para que as ferramentas do sistema passem a acessar todas as funções do
posicionador (figura 5). Cada fabricante de hardware fornece o DTM do seu equipamento, enquanto
os fabricantes de sistemas fornecem softwares compatíveis com FDT.
De outro lado, a EDDL que significa Electronic Device Description Language, oferece uma solução
bastante diferente para o mesmo problema de integração de equipamentos multifabricantes nos
sistemas de automação. Resumidamente, essa linguagem permite a descrição formal da estrutura e
funcionalidades de um equipamento. O arquivo com essa descrição, chamado DD (Device
Description), é interpretado pelos sistemas que suportam EDDL.
Em sua primeira versão, a DDL foi largamente usada por equipamentos HART e posteriormente FF,
sendo distribuída na forma de arquivos binários. Com a EDDL Profibus, a DD passou a contar com
novas funcionalidades e ser distribuída através do arquivo-fonte (texto legível). Recentemente as
tecnologias HART, FF e Profibus adotaram a EDDL como forma unificada para criar DDs para seus
equipamentos, através da norma IEC 61804-2.
Outro termo que será bastante comum no meio industrial será XML, ou eXtensible Markup Language.
É uma espécie de primo do HTML, que permite a estruturação de documentos com o objetivo principal
de trocar dados entre diferentes plataformas, por exemplo, Windows e Linux.
Outro mecanismo já bastante difundido na Internet e que terá lugar garantido nos sistemas de
Automação Industrial é o compartilhamento de serviços remotos através de web services. Esta
tecnologia permite que serviços remotos sejam publicados e invocados como em uma grande lista de
páginas amarelas.
Provedores de serviços específicos serão criados para permitir compartilhamento de informações,
acesso a bancos de dados de calibração de equipamentos, informações estatísticas de manutenção e
uma infinidade de serviços para auxiliar o comissionamento e operação dos equipamentos.
É cada vez mais comum também o uso de PDAs e Tablet PCs no campo, empregando interfaces com
e sem fio para os sensores. Através de interfaces como USB, Bluetooth ou ZigBee, será comum o uso
desse tipo de equipamento para configuração e diagnóstico local. Ainda que sua utilização seja
limitada nas áreas classificadas, já estão surgindo modelos específicos que atendem a essas
exigências.
Temos notado inclusive o crescente interesse da indústria em geral pela segurança operacional e do
meio ambiente. Guarde bem essas normas: ISA S84, IEC61508 e IEC61511. Elas foram criadas a
partir de 1996 para tentar conter o crescente número de acidentes.
Estas normas definem também níveis de segurança (SIL) em função dos equipamentos e sistemas
instalados apresentarem robustez a falhas e responderem de forma segura em sua ocorrência.
Esta sigla (do inglês Safety Integrity Level) está presente hoje em dia em praticamente todas as
especificações de equipamentos de automação. SIL representa medidas do nível de segurança de um
determinado processo (tabela 1). Mais especificamente, em que nível de segurança o usuário pode
esperar que o processo transcorra e, em caso de alguma falha, operar em modo de falha segura.
T.1 - Relação entre SIL, Probabilidade de Falha sob Demanda (PFD) e Redução de Risco.
Uma análise de risco é feita no processo para se determinar o SIL adequado usando, por exemplo, o
método de árvore de avaliação de risco (risk assessment tree). Através do emprego de equipamentos
adequados para o nível exigido, pode-se obter um processo com a segurança exigida. Entretanto,
apenas o uso de equipamentos adequados não assegura que o processo terá o SIL desejado. A
instalação final deve ser avaliada para se determinar o SIL resultante, através do método de cálculos
simplificados (simplified calculations), árvore de análise de falhas (fault analisys tree) ou análise de
Markov (Markov analisys).
Outras informações muito importantes para os cálculos de SIL do processo são os índices de
confiabilidade dos equipamentos utilizados, representados pelo MTBF (Mean Time Between Failures),
MTTR (Mean Time To Repair) e PFD (Probability of Failure on Demand). A determinação desses
números para cada equipamento é feita, em geral, através de análise teórica por empresas e
entidades especializadas.
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