Вы находитесь на странице: 1из 30

1

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE FORTALEZA – UNIGRANDE


CURSO DE DIREITO

PRECONCEITO: DESCONSTRUÇÃO DA PESSOA HUMANA E A AÇÃO ESTATAL

FRANCISCO LUCAS DE VASCONCELOS NOBRE

FORTALEZA
2019
2

FRANCISCO LUCAS DE VASCONCELOS NOBRE

PRECONCEITO: DESCONSTRUÇÃO DA PESSOA HUMANA E A AÇÃO ESTATAL

Artigo Científico apresentado ao Curso de


Direito do Centro Universitário da Grande
Fortaleza – UNIGRANDE, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Direito.

Orient
ador (a): Clara Maria Teles Rodrigues

FORTALEZA
2019
3

FRANCISCO LUCAS DE VASCONCELOS NOBRE

PRECONCEITO: DESCONSTRUÇÃO DA PESSOA HUMANA E A AÇÃO ESTATAL

Este artigo foi julgado adequado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em
Direito e aprovado em sua forma final pelo curso de Direito do Centro Universitário da
Grande Fortaleza – UNIGRANDE.

Fortaleza, ____, ______________, _________

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________
Clara Maria Teles Rodrigues (Presidente)

_____________________________________________
José Herannd Diógenes Saldanha (Examinador)
4

Dedico esse trabalho aos que fazem revolução


todos os dias para vencer o preconceito e
principalmente a todos que sofrem com ele,
um dia venceremos!
5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente sou eternamente grato a Deus, por ter me dado coragem e força
para vencer todos os obstáculos até aqui e por ter me ajudado a conquistar esse sonho que
tanto almejei por toda minha vida.
À Francinece Nobre da Silva, minha rainha, guerreira e mãe, por sempre ter
estado ao meu lado em todos os momentos, por me encorajar a seguir meus sonhos, por ser
única e perfeita ao seu modo em minha vida, e por nunca ter desistido de mim, a ti devo tudo,
devo minha vida.
À minha querida irmã Luiza Nobre da Silva, minhas sobrinhas Cecília e Malú, e
ao meu cunhado Carlos por estarem presentes em toda a minha caminhada e por me revigorar
com todo o seu amor e companheirismo.
Ao Gabriel Bezerra Santos, por ter me apoiado, me motivado e me ajudado em
toda a minha caminhada, pelo carinho e paciência, pela sua disponibilidade e por todo o
tempo gasto comigo, pelo companheirismo, amizade e por tudo que vivemos juntos, sou
eternamente grato.
Ao meu grande amigo Matheus Freitas de Andrade, pelo seu ombro amigo, por
sempre estar presente em todos os momentos da minha vida me dando suporte de todas as
maneiras possíveis, por ser essa pessoa maravilhosa que só nos motiva a ser nós mesmo e por
também nos motivar a lutar contra o preconceito, meus sinceros agradecimentos.
Aos meus amigos do curso de Direito, por dividirem comigo todas as alegrias e
aflições nessa longa caminhada trilhada por todos nós, em especial ao Jefferson Barros,
Daniele Albuquerque, Tana Ingrid, Luanna Oliveira, e a todos os outros que fizeram parte de
alguma maneira desse percurso.
À Zelma Nobre e ao Célio Nobre, por terem me apoiado no começo de toda a
minha história neste curso, por terem me ajudado a dar o ponta pé inicial e principalmente por
todo o suporte, carinho e atenção prestados a mim nesse período, sou eternamente grato.
6

“Triste época! É mais fácil desintegrar um


átomo do que um preconceito”.

Albert Einstein
7

RESUMO

Quando passamos a compreender que o preconceito é um conjunto de atitudes, crenças e


comportamentos negativos que são atribuídos a determinados grupos sociais, o objetivo do
presente artigo tem como escopo fazer uma análise sobre o preconceito existente contra as
minorias, buscando constatar que a educação é a solução mais plausível para se resolver esse
problema que assola a sociedade desde os primórdios da mesma e ainda causa até hoje um
grande mal-estar, além de ter como objetivo explorar os direitos humanos e dar ênfase ao
princípio da dignidade da pessoa humana, tendo como base as medidas tomadas pelo Estado
para prevenir e combater tal mal ao longo da história da sociedade brasileira, elencando dados
estatísticos que foram colhidos através de pesquisas realizadas em todo território nacional,
comprovando que o preconceito ainda está presente em nossa sociedade, e relatando a
evolução dos direitos voltados as minorias com o intuito de garantir a igualdade e a não
discriminação.

Palavras-chave: Preconceito; Discriminação; Desconstrução da pessoa humana; exclusão.


8

ABSTRACT

When we begin to understand that prejudice is a set ofattitudes, beliefs and negative behaviors
that are attributedto certain social groups, the aim of this article is to make ananalysis of the
existing prejudice against the Minorities,seeking to see that education is the most plausible
solution to solve this problem that has raved society since thebeginnings of it and still causes
a great uneasiness, besideshaving as objective to exploit human rights and toemphasize the
Principle of the dignity of the human person,based on the measures taken by the State to
prevent andcombat such evil throughout the history of Brazilian society, listing statistics that
were collected through tests conducted throughout the national territory, proving that
prejudice is still present in our society reporting on the evolution of rights towards minorities
withthe aim of guaranteeing equality and not Discrimination.

Keywords: Prejudice; Discrimination; Deconstruction of the Human Person; Exclusion.


9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10
2 Raízes históricas do preconceito.........................................................................................11
2.1 Estereótipos como preconceito coletivo.........................................................................12
2.2 Preconceito e Direitos Humanos.....................................................................................13
2.3 Preconceito Brasileiro e suas formas..............................................................................14
3 Estado democrático brasileiro e a disciplina aplicada ao Preconceito............................15
3.1 Fases e fatos políticos e sociais e suas relações com o Preconceito...............................16
4. Psicologia social e preconceito...........................................................................................17
5. Preconceito e Desconstrução Humana..............................................................................19
5.1 Da dignidade da pessoa humana.....................................................................................21
5.2 Vertentes históricas.........................................................................................................22
6. Procedimentos metodológicos............................................................................................24
7. Análise de dados..................................................................................................................25
8. Considerações finais............................................................................................................27
9. Referências............................................................................................................................28
10

1 INTRODUÇÃO

Ao longo da história da humanidade, o preconceito vem se desenvolvendo através


de milhares de formas, tendo como exemplo mais clássico, o preconceito racial. Diante deste
último, vemos que as consequências do mesmo foram devastadoras, pois era visto como
natural e inerente ao ser humano, como a escravidão que decorreu dele, da diferença na cor da
pele.
Hoje, o preconceito evoluiu junto com a sociedade, e o leque ao qual era limitado
ao preconceito racial, se abriu de uma forma catastrófica e passou a abranger todos os grupos
que fazem parte da sociedade, entre eles, a homofobia, preconceito social, transfobia,
xenofobia, gordofobia e o machismo.
Preconceito, um conceito formado previamente, que de acordo com o filósofo
Norberto Bobbio, em sua obra Elogio da Serenidade (Ed. Da Unesp, 2011), o preconceito
parte de preceitos formados pela sociedade ao longo da história, os quais não são baseados na
razão ou em uma experiência real, sendo acolhido como certeza e acabando por se tornar
parte dos costumes inerentes a ela. O preconceito surge na cabeça do homem, sendo preciso
combate-lo de dentro da sua própria existência e cultura, utilizando-se da educação e
principalmente no desenvolvimento de sua consciência. Ele também surge do “novo”, do
“desconhecido”, pois o que é diferente, pode ser perigoso e acabar por prejudicar os
indivíduos ou até mesmo a sociedade em geral, mas o ser humano, enxerga estas atitudes
negativas advindas da educação e da cultura que recebeu da sociedade como algo negativo e
que se precisa urgentemente serem tratadas?
De acordo com Aurélio (2018), xenofobia é a aversão ao que diverge do normal,
aos estrangeiros, é a repulsa por um determinado povo que vem de fora, normalmente como
refugiados, situação muito comum hoje como vimos acontecer com a Síria e a Venezuela. No
Brasil, xenofobia é crime e está tipificado na Lei 9.459, de 1997, e ainda é muito comum e
presente na nossa sociedade contra imigrantes e refugiados que contam com discursos de ódio
em mídias sociais além de agressões verbais e físicas, mas como é possível combater esse tipo
de discriminação e preconceito quando está enraizado em nossa sociedade? De acordo com a
UNESCO precisamos exercer a cultura de paz, onde devemos nos comprometer em promover
e praticar o respeito à vida e à dignidade da pessoa humana sem preconceito ou
discriminação, rejeitando qualquer forma de violência (BRASIL, 1997; FARAH, 2017).
Então, visto que o preconceito parte de premissas que estão agarradas a sociedade,
o que tem feito o estado para combatê-lo? Tendo em vista que este tem obrigação de implantar
11

políticas severas para o efetivo combate ao preconceito, pois a sociedade também sofre com o
preconceito institucionalizado pelo Estado, visto que o mesmo ainda não trata de uma forma
real o preconceito em todas as suas diretrizes.

2 RAÍZES HISTÓRICAS DO PRECONCEITO

Conceituando a palavra preconceito, de acordo com o dicionário Aurélio, a


palavra vem do latim praeconceptu, e quer dizer conceito ou opinião previamente formada,
sem levar em conta o fato que os conteste, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras
raças, credos, religiões, orientação sexual etc. (FERREIRA, 1986).
A raiz do preconceito está na cultura que recebemos dos nossos ancestrais. O
preconceito mais conhecido por nós é o racial, pois nos livros de história era comum vermos
esse tipo de preconceito acontecer, onde as pessoas ricas, quase em sua totalidade eram
brancos e tinham os negros e os índios como seus escravos. Fazia parte da cultura do homem
nobre, rico, geralmente associado a igreja, comprar escravos para realizaremos as tarefas tanto
do campo quanto de casa.
De acordo com Péres (2006), ao longo dos anos, a humanidade tem apresentado
comportamentos e atitudes diferenciados para alguns membros da sociedade, baseando-se
principalmente na origem racial desses indivíduos. Dessa forma, o racismo, uma das formas
de preconceito, surge como uma desculpa para que tratemos de forma inferior e desigual as
pessoas pertencentes a esses grupos, hoje chamado de minorias. Ferindo assim, o princípio da
igualdade, que diz que todos nós seres humanos temos e podemos gozar e fruir dos direitos e
também devemos sujeição aos deveres, de forma igual (BASTOS; MARTINS, 2004).
Apesar de ser mais comum o preconceito racial, Azevedo (1987) diz que os
primeiros conflitos sociais surgiram por questões econômicas entre pastores e agricultores,
logo quando a sociedade começou a deixar seu estilo de vida de nômade e começou a se
estabelecer em determinados territórios, passando a competir por espaço e alimento.
Ainda segundo o mesmo autor, alguns povos adotavam preconceito de forma
considerada como coletiva. Ele diz que o povo grego considerava qualquer indivíduo que não
pertencesse a mesma sociedade que eles como bárbaros e que Aristóteles chegou a criar a
hipótese de que as pessoas já nasciam com seus destinos traçados, uns nasceram para ser
nobres, considerado os senhores e outros já nasceram para serem escravos e servos desses
senhores. Porém, podemos ver que esse tipo de preconceito coletivo ainda é muito comum
hoje e, no Brasil, isto ainda é muito acentuado, constantemente vemos pessoas das regiões Sul
12

e Sudeste formularem preconceitos para com as pessoas das regiões Norte e Nordeste,
simplesmente por conta de posições geográficas, como temos visto bem recente o preconceito
por conta da decisão política adotada no primeiro turno dessas eleições para presidência.
Várias frases com críticas sem conceito e de forma bem agressiva, generalizando a população
dessas regiões, sendo tachadas como burras, escórias da sociedade etc.
De acordo com Carneiro (1983), desde a Antiguidade o homem tem se valido das
diferenças, sejam elas de cor, raça ou religião para ascender de forma econômica, usavam
esses pretextos a fim de justificar sua ganância em sempre ser superior e pela sua ganância
econômica e com isso, esse sentimento de superioridade culminando em preconceito foi sendo
cultivado em nossa sociedade, fazendo com que o preconceito, de fato, tenha sua raiz
instalada na cultura do homem, seja de onde for, de qual raça, de qualquer religião.
Infelizmente, até mesmo entre essas classes, existem preconceito, como negro com
preconceito com outro negro, um religioso com preconceito com outro religioso. O que de
fato precisamos, é que essa cultura do preconceito tenha a sua raiz desfeita para que tenhamos
uma sociedade mais amorosa com o próximo e, para isto, precisamos de uma educação de
qualidade e que venha a fazer a diferença.
Em um passado não muito distante, era comum que homossexuais, negros e
mulheres fossem espancados, muitos não tinham a quem recorrer e acabavam passando por
essas situações calados, pois não tinham a quem recorrer, ou a quem denunciar ou até mesmo
alguém que os compreendessem. Porém, a sociedade vem passando por mudanças e fazendo
com que essas pessoas que sofrem os diversos abusos, tenham órgãos aos quais recorrem. As
“minorias”, como são chamadas essas classes de mulheres, negros, índios, homossexuais,
travestis entre outros, tem se organizado a fim de combater o preconceito e a violência pelo
simples fato de serem quem são, identificando esses problemas e os levando aos órgãos
responsáveis para que tomassem as medidas cabíveis para que este fato fosse minimizado e
até mesmo extinto. Com isso, é comum vermos cada vez mais casos de violência contra as
minorias, talvez porque a quantidade desses casos aumentaram, mas também porque hoje a
sociedade que sofre não fica mais calada e temos registrado cada vez mais esses casos em
busca da justiça (BANDEIRA; BATISTA, 2002).

2.1 ESTEREÓTIPOS COMO PRECONCEITO COLETIVO

O preconceito é um erro. O preconceito parte de um estereótipo extremamente


superficial, generalizando um determinado grupo de acordo com uma certa característica
13

pertencente a este, ignorando totalmente a individualidade de cada ser, distribuindo rótulos a


todos que se encaixarem naquele perfil, como “todos os negros são ladrões”, então,
preconceito é um erro, seja por ser totalmente superficial ou pela estereotipia.
Mas vale ressaltar, que este erro surge do domínio da crença, no sentido de que ele
tem uma base irracional, não surgindo assim do conhecimento e por isso escapa a qualquer
questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio. E é aí que surge a dificuldade
de combate-lo, e como bem coloca o filósofo italiano Norberto Bobbio (1997, p.104)
“Precisamente por não ser corrigível ou por ser menos facilmente corrigível, o preconceito é
um erro mais tenaz e socialmente mais perigoso. ”
Quando apresentamos a base irracional do preconceito, é visível que quando se há
uma crença de que determinada opinião falsa é verídica, isso só se torna possível porque essa
opinião tem uma razão prática, ou seja, ela passa a corresponder aos interesses de quem a
expressa, seja seus desejos ou até mesmo paixões, assim deixando o conhecimento de lado e
focando somente focando no estereotipo superficial que aquele individuo apresenta.
Podemos distinguir também os preconceitos individuais dos preconceitos
coletivos, onde os individuais, não possuem tanta influência assim sobre a sociedade, não
causando danos a determinado grupos, pois são crenças inócuas, já os coletivos, sempre estão
direcionados a um grupo social, surgindo de outro inteiro, podendo até mesmo gerar violência
na disputa de qual grupo é superior a qual, visto que ambos passam a se julgar, gerando
discórdia, inimizade, rivalidade e desprezo.

2.2 PRECONCEITO E DIREITOS HUMANOS

Temos por direitos humanos um certo conjunto de direitos que resguardam o


mínimo necessário para que um ser humano possa viver em sociedade de uma forma digna, se
comparando assim com as necessidades básicas da pessoa humana. Estes direitos, surgem e
são resguardados a partir da constituição federal de 1988 que traz no caput de seu artigo 5º a
seguinte redação: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”, sendo
assim, não deverá haver distinção e nem preconceito entre os brasileiros, devendo todos serem
tratadas de maneira igual para que tenham uma vida digna como aqueles que não sofrem com
tais preconceitos, já que todos os seres humanos são detentores de direitos só pelo fato de
14

serem humanos, ignorando qualquer fator de cor, sexualidade, religiosidade ou qualquer outro
grupo que não faça parte do padrão que a sociedade estabelece.
O princípio da dignidade da pessoa humana está diretamente ligado quanto aos
direitos humanos, pois este princípio é inerente ao ser humano, sendo irrenunciável e
inalienável, só por existir, pois até mesmo aquele que desconhece que a tem, merece tê-la
preservada. (PENA JÚNIOR, 2008)
Este princípio, orienta todos os demais da nossa constituição, e vem para deixar
claro que o Estado deve existir somente em favor do indivíduo, e não o contrário, além de
que, como bem afirma o estudioso Ingo Wolfgang Sarlet (2001, p. 60), a particularidade da
dignidade da pessoa humana está intrínseca ao homem e tem uma necessidade de mais
normas legais que venham a preserva-la.
De acordo com Ingo Wolfgang (2001, p.60):

A qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do


mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando,
neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a
pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como
venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável,
além de propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos
da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos.

Sendo assim, podemos chegar à conclusão que o simples ato discriminatório


praticado a outrem fere o princípio da dignidade da pessoa humana e aos direitos humanos,
visto que todos são iguais perante a lei, não devendo haver distinção ou tentativa de
imposição de uma raça sobre outra, até porque, inexiste raça diversa da humana entre seres
humanos.

2.3 PRECONCEITO BRASILEIRO E SUAS FORMAS

No Brasil, apesar de termos um leque abrangente de preconceitos, o mais


frequente é o racial, que, apesar de já termos passado por toda essa evolução da sociedade
onde o negro passou a ter direitos e viver em sociedade de forma igual aos demais, ainda está
severamente presente esse preconceito de forma camuflada, pois fica evidente quando o
brasileiro passa a olhar para o negro a partir do seu papel social, usando adjetivos onde o
negro vai se encaixar como competente, alegres e até mesmo fortes, mas não por sua
individualidade, e sim pelo preconceito camuflado, pois o negro é alegre por gostar de samba,
carnaval e dançar, ele é forte por conseguir se sobressair nos esportes e competente somente
15

para trabalhos que necessitem de sua força braçal, ignorando totalmente que o negro é
também um indivíduo como qualquer outro e totalmente capaz de exercer qualquer função e
sair dessa bolha que o cerca, desses padrões que a sociedade definiu para o negro. Fica bem
nítido, que a sociedade em si, apesar de já ter se livrado da escravidão, em tese, ainda faz o
negro refém de todos esses adjetivos, mas nunca esquecendo o seu papel social, além de que,
na sociedade brasileira, como também em outras, a história e conduta das pessoas que
possuem a pele branca, é imensamente mais valorizada do que a negra, mesmo em estados
como a Bahia onde sua população é predominantemente formada por negros, acabando por os
próprios negros incorporarem essa ideia de que são inferiores aos demais e tomando pra si
uma imagem negativa do seu povo, intensificando mais ainda o preconceito, que agora não
mais passa a ser praticado pelo resto da sociedade, mas também pelas próprias pessoas que
sofrem com ele.
Apesar das mudanças no nosso ordenamento jurídico e na legislação serem
bastante pequenas, elas têm sido de grande importância na luta contra o preconceito, mesmo
quando o mesmo só passou a ser crime a partir da nossa Constituição Federal de 1988, que em
seu artigo 5º, inciso XLII, constitui o racismo como crime inafiançável e imprescritível,
aplicando assim pena de reclusão para aqueles que praticarem o preconceito.

3 ESTADO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO E A DISCIPLINA APLICADA AO


PRECONCEITO

Como vemos, é constantemente comum que o poder do estado seja totalmente


monopolizado por certo grupo político, onde tal grupo passa a crescer e dominar a sociedade
em desfavor dos demais grupos, os privando de uma voz ativa e qualquer pequena influência
que possam ter ou vir a ter sobre a sociedade. Nesse momento, quando o poder público
começa a beneficiar certos grupos e de certa forma prejudicar outros, baseando-se nas
definições de raça, etnia, sexo, religião, etc., ele abre vários caminhos para que o preconceito
e todas as práticas discriminatórias surjam e se difundam naquela sociedade, negando
qualquer possibilidade do grupo que é a “diferença” de se defender tomando como base os
meios que o judiciário disponibiliza para que possam efetivar e assegurar os direitos de
igualdade e equidade que lhe foram concebidos a partir das diversas lutas travadas para que
esses direitos pudessem estar presentes nos dias atuais.(BANDEIRA; BATISTA, 2002)
Então, fica claro que uma sociedade deve tratar de forma universal os indivíduos,
não fazendo acepção de pessoas, pois, de acordo com Lourdes Bandeira e Analía Batista em
16

seu ensaio Preconceito e discriminação como expressões de violência (Revista Estudos


Feministas, 2002):
Do ponto de vista jurídico, uma sociedade que prega a construção diferenciada e
não-plural de seus membros, como signo do preconceito, que admite o acesso
particularizado de alguns, seja aos bens materiais, seja aos bens culturais, que dá
valoração positiva á desigualdade substantiva de seus membros estão fadadas a
instauração da violência nas suas variantes materiais e simbólicas

Precisamos de uma renovação dos conceitos fundamentais da filosofia jurídica


para que possamos de fato alcançar o objetivo dessa busca, busca ao tratamento igualitário no
âmbito jurídico, deixando de lado quaisquer que forem suas diferenças e atendendo aos
anseios dessas pessoas, e principalmente, fazendo justiça e fazendo valer o direito de
igualdade, evitando assim que cada vez mais grupos e grupos sejam excluídos pela omissão
do estado.

3.1 FASES E FATOS POLÍTICOS E SOCIAIS E SUAS RELAÇÕES COM O


PRECONCEITO

O início de uma nova fase de reivindicações sociais foi marcado pelas primeiras
revoluções da classe operária, onde a mesma, clamava por direitos os quais a fossem proteger
da violência que era a exploração exacerbada nas relações sociais de trabalho, onde sempre
era dado ênfase somente ao homem trabalhador, e a mulher, mais especificamente um grupo
feminista, viu a necessidade de abrir os olhos da sociedade e mostrar que a classe operária era
formada por dois sexos, iniciando assim uma série de estudos a respeito da importância da
mulher trabalhadora, que, quando eram tratadas como invisíveis, acabavam por sofrer
preconceito e por serem excluídas, gerando assim mais violência. (BANDEIRA; BATISTA,
2002)
Cada vez mais, foi surgindo a necessidade de estudos que fossem à fundo a
respeito das “múltiplas faces do povo que é um”, dando início a vários movimentos sociais de
afirmação identitária naquelas sociedades que costumavam calar as diferenças, as
singularidades, que até então, viviam escondidos em seus casulos, ansiando por direitos
sociais e por uma assistência maior advinda do Estado, onde o mesmo fosse valorizar e
respeitar as diferenças, deixando de lado o valor negativo que foi construído pela sociedade de
que ser homossexual, negro, mulher, velho ou indígena, em outras palavras, havia um
sentimento de vergonha por ser diferente, e foi nesse momento que surgiu o desejo de
17

combater, de ascender esse sentimento para orgulho, orgulho de ser diferente, orgulho de lutar
contra o preconceito, até que não se precise mais lutar.
De fato, os movimentos sociais que aconteceram durante toda a história do Brasil
acarretaram várias mudanças no legislativo do nosso país, principalmente após a Constituição
Federal de 1988, pois foi a partir dela que práticas preconceituosas e ações discriminatórias
começaram a ser punidas de forma mais severas e rígidas comparado as leis anteriores a esta,
tendo esta recebido várias emendas ao decorrer dos anos que fizeram com que o leque de
formas e expressões discriminatórias passassem a ser punidas também.

4. PSICOLOGIA SOCIAL E PRECONCEITO

Segundo o autor Aroldo Rodrigues (2000), a psicologia social se baseia em dois


pilares. O primeiro é a interação social que é o estudo da influência recíproca entre as pessoas.
O segundo é o pensamento social que evidencia o processo cognitivo gerado pelas interações
humanas. De certa formas as duas se interligam sendo uma o complemento da outra, porém
sendo duas vertentes distintas no ramo da psicologia. Para gerarmos uma interação social
basta termos dois indivíduos ou mais em um ambiente, não sendo necessário haver uma
comunicação verbal entre eles. Um aperto de mão, uma piscada de olho, um aceno ou apenas
um sorriso é capaz de gerar emoções e pensamentos que é o pensamento social, que, por
conseguinte gerará outras ações, fazendo o fluxo social fluir. A partir desta significância
podemos começar a atrelar a psicologia social com a formação de preconceito.
Nesse contexto, percebemos que essas interações reagem de formas diferentes em
cada ser vivo. Os pensamentos negativos relacionados a algo ou alguém levam a um
comportamento dito como “natural” de cada ser humano, sendo este um esquivamento, raiva
ou hostilidade.
Segundo Allport (1954), o preconceito pode ser considerado como uma atitude
negativa em certas circunstancias ditas como predispostas por cada indivíduo. Algumas
pessoas por se sentirem exploradas e oprimidas, sem conseguirem manifestar o seu
descontentamento e raiva contra um alvo identificável e adequado, deslocam a sua hostilidade
para aqueles que o mesmo individuo considera mais “baixo” na escala social. Sendo este
preconceito contra raça, cor, sexualidade, ou mesmo contra qualquer forma que o indivíduo
considera ser desprezível.
Vale ressaltar que o preconceito pode ter origem nas mais variadas formas. Ainda
segundo Aroldo (2000), dentro do estudo sobre os fenômenos sociais, no qual podemos
18

destacar o preconceito, verifica-se a atribuição de causalidade, que classifica os


comportamentos em internos (localizado em nós mesmos) ou externas (localizada fora de nós
mesmos), estáveis (duradouras e equilibradas) ou instáveis (temporais e suscetíveis a
mudança), e controláveis (sob o controle de alguém) ou incontroláveis (aleatórios). A análise
desses comportamentos nos leva a certas predições, mas que podem sofrer alterações por
agentes externos ou internos. A partir desses conceitos básicos podemos verificar o
surgimento de uma ideia de interferência externa na ação do ser humano, que resulta em
comportamentos nocivos a sociedade como o preconceito.
Ademais, podemos destacar a formação do preconceito no individuo a partir do
componente cognitivo da formação de atitude, que pode ser considerada como a representação
do significado ou de algum objeto em sua mente.
Se perguntarmos a um advogado qual o fundamento da fórmula de Baskhara na
matemática, provavelmente ele não irá saber responder, pois este objeto não gera nenhuma
referência cognitiva em sua mente. Mas se perguntarmos a esse mesmo advogado o
significado de um negócio jurídico, ele saberá como definir o questionamento. Da mesma
forma quando um cidadão comum do interior do Ceará chega a uma exposição de arte
moderna e vê telas pintadas aleatoriamente com certeza vai considerar aquela arte irrelevante,
já um pintor verá a profundidade dos significados de cada detalhe.
Várias situações interferem no desenvolvimento de uma criança, tanto
emocionalmente como fisicamente. Nesse contexto o preconceito pode ser formado a partir do
desenvolvimento desse indivíduo. Um exemplo disso é a nova cultura chamada de “ cultura
de gangues “, no qual crianças são recrutadas desde cedo para se tornarem aprendizes em
ofícios criminosos. Para elas, aquela gangue se torna a sua família ou referência, e todas as
atitudes tomadas pelos “chefes” são tomadas como exemplo. Então quando perguntamos para
uma criança envolvida nesse meio o que aquela gangue representa, grande parte delas vai
responder que tem o significado de família. Esses relatos começam a fazer sentido quando
lemos os relatos do livro “Gangues, Galeras, Chegados e Rappers: Juventude, Violência e
Cidadania nas Cidades da Periferia de Brasília” (2012, p.8), de Miriam Abramovay, Julio
Jacobo Waiselfisz, Carla Coelho de Andrade e Maria das Graças Rua. (2012, p.8). Vemos a
partir dessas constatações que o preconceito pode ser formado de base ou de referências que
um indivíduo toma para si a partir do seu desenvolvimento em sociedade.
Além disso, existe no ser humano o componente afetivo na formação de atitude do
ser humano. Segundo Aroldo (2000), o componente afetivo já relaciona o sentimento que cada
mente atrela a um certo objeto. Uma jovem que tem a vontade de casar e constituir uma
19

família ao ver um filme romântico naturalmente irá ficar emocionada. Mas esse componente é
relativo quando inserido no processo de criação da atitude, pois mesmo um sentimento pode
ser contido. Não são poucos os relatos que vemos em programas policiais, jornais e revistas,
casos de crimes passionais, ou mesmo casos de homofobia no qual um indivíduo tem um
sentimento de nojo ou ódio pela opção sexual de outra pessoa.
Já o componente comportamental, ainda segundo Aroldo (2000), confunde-se com
o componente emocional, porém o comportamental se encaixa na formulação de uma
predisposição do ser humano, geralmente baseado em experiências passadas, junto com uma
situação atual, que ocasiona o surgimento de uma nova atitude. Para simplificar, o
componente comportamental pode ser definido simplesmente como um reflexo. Já o
emocional também é trazido de uma predisposição, porém atrelado a sentimentos e não
comportamentos. Vale ressaltar que todos esses componentes são ligados entre si, podendo
um indivíduo em uma atitude desenvolver mais de um componente.
A partir desses conceitos podemos começar a formular um, de muitos caminhos,
onde o comportamento preconceituoso está relacionado com o ambiente que é inserido.
Lembrando que essa diretriz é dinâmica, pois um mesmo individuo inserido em um ambiente
propicio a formação de um ato preconceituoso, não necessariamente aquele terá a mesma
atitude que este, porque o componente cognitivo é diferente.

5. PRECONCEITO E DESCONSTRUÇÃO HUMANA

Preconceito. Uma prática milenar que é um dos maiores e mais graves problemas
da sociedade, prática ao qual traz não apenas problemas no âmbito social, mas também
problemas de saúde que muitas das vezes se encerram em um transtorno e na pior das
hipóteses, o suicídio. Perder uma vida por não aceitar a diferença do outro é inaceitável, tudo
isso por ignorância e por medo do desconhecido, por não aceitar que o outro pode viver em
sociedade e igualdade só por não se encaixar nos padrões que a sociedade estabelece.
Ao longo do tempo, vemos que a educação tem sido o melhor caminho para
combater o preconceito, pois quando saímos da zona de ignorância, passamos a aceitar e
entender a diferença do outro, adquirindo conhecimento suficiente para saber que pelo outro
ser diferente, não significa que preciso temer o desconhecido ou que esse fato irá me
prejudicar, mas sim que devo respeitar e trata-lo de forma igual aos demais na sociedade, pois
só assim estarei interceptando a desconstrução do ser, impedindo que haja uma regressão do
que me torna um ser humano e evoluindo para aceitar as dessemelhanças.
20

A educação, portanto, é o maior e o mais árduo problema que pode ser proposto aos
homens. De fato, os conhecimentos dependem da educação e esta, por sua vez,
depende daqueles. Por isto, a educação não poderia dar um passo à frente a não ser
pouco a pouco, e somente pode surgir um conceito da arte de educar na medida em
que cada geração transmite suas experiências e seus conhecimentos à geração
seguinte, a qual lhes acrescenta algo de seu e os transmite à geração que lhe segue
(KANT, 2002, p. 20)

Existe ainda, o auto preconceito, onde o indivíduo, devido toda a pressão exercida
pela sociedade em relação a sua individualidade, ou seja, às suas diferenças, cria um
mecanismo de defesa para se preservar, sendo esse um sentimento oculto e de total negação
sobre o seu ser, pois aquele individuo não aceita fazer parte daquele determinado grupo de
minorias, e acaba por discriminar as pessoas que fazem parte do mesmo grupo que ele,
rejeitando a si mesmo por sentir vergonha. Para vencermos esse tipo de preconceito,
precisamos parar com esse pensamento incapacitante, onde diminuímos o outro que se
encontra na mesma situação, empurrando essas pessoas para baixo, e começar a entender que,
a sua posição não vai mudar só porque conseguiu derrubar mais ainda quem já estava por
baixo, e sim que você afundará junto com ela.
As ações afirmativas estão ganhando cada vez mais espaço contra as
discriminações, possuem o objetivo de eliminar estas além de garantir que todos sejam
tratados de forma igual e que exista oportunidade para todos, independentemente de suas
diferenças. Podemos citar como um grande avanço que partiu dessas ações o trabalho que o
legislador vem executando desde 1961 com o deficiente na sua inclusão no meio escolar, e
que só se intensificou em 1991 com a obrigatoriedade de contratação de deficientes para
exercer trabalhos em empresas tanto públicas como privadas, e que só melhorou ainda mais
com a chegada da Constituição Federal de 1988. Ainda sobre a inclusão do deficiente, o
Decreto Nº 3.956/2001 chegou para deixar bem claro e reafirmar que essas pessoas são
também totais detentoras de liberdade e direitos fundamentais.
Precisamos combater o preconceito diariamente, lutando para desconstruí-lo, e
não a pessoa humana, usando como arma a educação, pois enquanto houver ignorância,
haverá preconceito. “Unamo-nos por uma luta comum! Unamo-nos para exigir nossa
completa participação e igualdade de oportunidade! ”.1

1
Grito dos participantes do I congresso mundial da Organização Mundial de Pessoas
Deficientes, Singapura, 1981.
21

5.1 DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Como previsto no artigo 1º, inciso III, da nossa Constituição Federal de 1988, o
Estado democrático de direito tem como fundamento o princípio da dignidade da pessoa
humana, que estabelece o direito de todo ser humano ser respeitado como pessoa, garantindo
o mínimo para a sobrevivência, além de não ser prejudicado em sua existência a sua saúde, a
vida e o corpo, pois o quando o estado passa a adotar esse princípio como fundamento de sua
democracia, entende-se que o ser humano passa a se tornar o centro e o fim do direito, ou seja,
esse princípio se torna uma grande muralha impenetrável, visto que é o valor supremo
cultivado pela Constituição Federal.(AWAD; 2006)
Este princípio, possui uma ligação direta com o direito natural, pois quando
falamos em direitos naturais, nos referimos a algo que nasce com o homem, logo, a dignidade
faz parte dele. Ao nascer, todo ser humano se encontra em igualdade no que diz respeito à
dignidade, o que vem a diferenciar e individualizar a dignidade de cada ser, será o contexto
econômico e sociocultural ao qual estes seres se encontrarão posteriormente. Mesmo havendo
essa diferenciação, o objeto ao qual esse princípio é determinado a proteger é toda e qualquer
pessoa, nunca levando em consideração o seu sexo, idade, origem, cor, capacidade de
entendimento, condição social ou status jurídico. É de total importância destacar que tal
princípio, que é um princípio fundamental, não necessita de nenhuma norma
infraconstitucional para que sua devida aplicação seja efetivada e nem para ser
regulamentado, se tornando autoaplicável, ou seja, uma norma jurídica de eficácia plena.

A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta


singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que
traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se
em um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que,
somente excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos
fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas
as pessoas enquanto seres humanos. (MORAES, 2003, p. 41)

5.2 VERTENTES HISTÓRICAS

Mesmo sabendo que o preconceito sempre esteve impregnado nas estranhas da


nossa sociedade, o legislador só veio começar a dar a devida atenção muito tarde para este
problema, e na verdade, por muito tempo o preconceito e a discriminação foram tidos como
algo “positivo”, divulgado e incentivado pela sociedade brasileira.
22

No Brasil, entre os anos 1500 e 1822, estavam em vigor as ordenações


portuguesas, onde a primeira delas foram chamadas de Afonsinas, que de acordo com José
Henrique Pierangeli (1980), em seu capítulo V que comtemplava os delitos, as penas e o
processo penal, apresentavam imperfeições, contradições e até mesmo falta de unidade de
plano e em sua maior parte tratava sobre infrações religiosas. Em seguida, após 59 anos, essas
ordenações foram revisadas por D. Manuel I, onde publicou novas ordenações denominadas
de Ordenações Manuelinas que foram publicadas no dia 11 de março de 1521 e ficarem em
vigor somente até o dia 11 de janeiro de 1603, porém, ambas as ordenações, somente
vigoraram no papel. Logo em seguida, e diferentemente das anteriores, vieram à tona as
Ordenações Filipinas que tiveram de fato uma aplicabilidade prática no país e ficaram em
vigor até meados do ano 1822. Nessas ordenações, era expressamente imposto o preconceito,
onde era crime não ser preconceituoso, onde tal preconceito deveria sempre envolver os
judeus, os árabes, os ciganos, entre outros, além de que a pena de morte era cominada para
maior parte dos delitos, podendo ser executadas de quatro formas diferentes: morte cruel,
morte atroz, morte simples e morte civil.
Em 1823, D. Pedro I deu o ponta pé inicial para a criação de uma nova
Constituição, deixando para trás as Ordenações Filipinas e após um ano, em 25 de março de
1824, inspirada na Constituição francesa, o Brasil teve a sua primeira Constituição Federal, a
qual foi elaborada por um grupo de dez pessoas, contendo sessenta e nove artigos onde a
maioria visava beneficiar os comerciantes e fazendeiros. Apesar de bastante avançada, e
influenciadora da criação do Código Criminal do Império que foi elaborado em 1830, o
Código Criminal mantinha a desproporção e a discriminação que já se vinha adotando nas
legislações anteriores, pois continuava por valorizar a pena de morte como forma de
submissão dos escravos, onde o dono desde que iria estabelecer a pena, caso quisesse, além de
que a lei era aplicada de forma diferente dependendo do agente que cometesse o crime,
havendo uma total discriminação pelo próprio Estado.
Em 15 de novembro de 1889, com a proclamação da república e a evolução da
sociedade, a Constituição imperial de 1824 foi revogada e o governo provisório convocou
uma nova assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição. Em 1890, foi
elaborado um novo Código Penal, que era intelectualmente inferior ao de 1930, e que mais
uma vez não estabelecia nenhuma conduta punitiva para quem praticasse qualquer ato de
discriminação e estabelecia pena punitiva de prisão para as manifestações culturais. Nesse
período, mesmo a Lei Áurea já tendo sido proclamada em 1888 e tido posto um fim no tráfico
23

de escravos, os que já estavam no país continuavam vivendo sob o mesmo regime de


escravidão.
Foi somente em 1934 com a Constituição da República dos Estados Unidos do
Brasil que foi expressamente posta a igualdade racial, em seu segundo capítulo, ao tratar dos
direitos e garantias individuais, previa, in verbis:

(...) Art. 113 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no


País a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à subsistência, à
segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes:
1) Todos são iguais perante a lei. Não haverá privilégios, nem distinções, por motivo
de nascimento, sexo, raça, profissões próprias ou dos pais, classe social, riqueza,
crenças religiosas ou idéias políticas. (...)

Em 1937, surge uma nova constituição que ficou marcada pelo seu retrocesso,
pois voltou a empregar a velha fórmula lacônica, prevendo simplesmente que todos eram
iguais perante a lei. Em 1940, entrou em vigor o novo Código Penal, o qual está vigente até os
dias atuais. A priori o Código Penal não tratava de nenhuma tipificação sobre condutas
racistas ou discriminatórias, mas que em 1997 teve esse cenário alterado com a chegada da
tipificação do crime de injúria qualificada pelo preconceito. O legislador brasileiro só passou
a realmente encarar o preconceito como algo negativo em 1946, partindo do “espirito
mundial”, pois o mundo acabava de presenciar os terríveis acontecimentos da segunda guerra
mundial, e com isso os povos começaram a se preocupar mais e dar mais importância a
questão do preconceito, criando alguns mecanismos capazes de combate-lo para evitar novas
atrocidades parecidas com às da segunda guerra mundial.
A Constituição de 1946, foi a primeira legislação pátria que realmente buscou
combater o terrível problema do preconceito, pois consagrava em seu artigo 5º que “não seria
tolerada propaganda de guerra, de processos violentos para subverter a ordem política e
social, ou de preconceitos de raça ou de classe. ”. De autoria do Deputado Federal Afonso
Arino de Melo Franco, em 1951 surgiu a lei 1.390/51, que passou a tipificar como
contravenções penais todos os atos que fossem resultados de preconceito de raça ou cor, tendo
como punição pena de prisão simples de até um ano, de multa ou de perda do cargo público.
Porém, a lei de Afonso Arino foi bastante criticada por não conter sanções severas, e foi assim
que a nova Constituição de 1967 pela primeira vez enunciava uma punição em relação ao
racismo. Já na constituição de 1969, o contexto da anterior foi mantida, porém, melhorada no
aspecto de que não seria tolerada a propaganda de preconceito de religião. Em 1978 a Lei de
Segurança Nacional (lei 6.620/78) passou a tipificar como crime à segurança nacional a
24

incitação do ódio e da discriminação racial. E então, em 1988, com o fim do regime militar
além de uma grande movimentação nacional, foi promulgada a nova Carta Magna que rege
até os dias atuais, chamada de “constituição cidadã”, tendo evoluindo cada vez mais, pois
trouxe consigo diversos dispositivos com a temática do racismo, instituindo a promoção do
bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação, o princípio fundamental da dignidade da pessoa humana e começou a tomar
uma postura de repúdio ao terrorismo e racismo nas relações internacionais, além de
estabelecer o princípio da igualdade, sem distinção de qualquer natureza e conceder ao crime
de racismo o status de crime imprescritível e inafiançável. Apenas três meses após a entrada
em vigor da Constituição Federal de 1988, foi sancionada a Lei 7.716/89 que tipifica as
condutas racistas como crimes punidos com pena de reclusão de até cinco anos.

6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O método utilizado para a pesquisa foi o qualitativo. O presente método auxilia na


formulação de determinada hipótese e em conjunto com sua caraterística exploratória permite
uma melhor interpretação e entendimento detalhado das informações, não sendo possível
tratar o assunto através de números, ocorrendo, em contrário, a “interpretação dos fenômenos
e a atribuição de significados” como procedimentos básicos. Os dados inseridos foram
focados em retratar o mais próximo possível da realidade estudada de forma descritiva.
Por esse meio, esse estudo visa conceituar o preconceito através da vertente
histórica, apontando a sua evolução/regressão em termos de construção e desconstrução do
mesmo, além da desconstrução da pessoa humana e como o Estado tem se comportando
diante do problema social que o preconceito causa na sociedade durante a sua existência,
explorando o que tem feito o poder público para combate-lo de forma efetiva e o que tem feito
para proteger as minorias atingidas pelo mesmo com base em levantamento bibliográfico.
A pesquisa feita neste trabalho tem caráter exploratório, pois busca expor e
proporcionar maior habituação da sociedade com o problema, visando torna-lo mais explícito
para que a população consiga lidar de forma mais efetiva no combate ao preconceito.

7. ANÁLISE DE DADOS

Partindo de uma análise de dados estatísticos dos diversos tipos de preconceito


elencados atualmente, foi possível realizar um levantamento de dados, onde em uma matéria
25

realizada por Marconi e Bicudo ([200-]), publicada pelo Sindicato dos professores de São
Paulo (SIMPRO-CE), afirma que o preconceito racial, no Brasil, ainda continua camuflado e
não assumido, de acordo com dados obtidos em uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu
Abramo, mostrando que 90% entrevistados afirmavam que realmente existe sim a
discriminação, porém 96% deles informaram que não possuem preconceito contra negros,
97% não são preconceituosos com brancos e 96% relataram não ter preconceito com índios. A
pesquisa foi bem abrangente, entrevistando 5003 pessoas com mais de 16 anos em 266
municípios brasileiros.
A entrevista supracitada não abordou apenas perguntas simples, o questionário
envolvia outras perguntas para ver, se realmente, as pessoas estavam respondendo
verdadeiramente ou se estavam respondendo de forma contrária ao que realmente pensava por
vergonha ou outro motivo. Assim, os pesquisadores envolveram questões relacionadas a
linguagem cotidiana, crenças em superioridade intelectual de alguma raça, ao voto quando se
tratava de candidatos de cor diferente e a relação familiar e da comunidade com pessoas de
outra raça ou cor e foi observado que a tese de não-preconceito relatada no início da
entrevista, não se sustentava e que, na verdade, o preconceito era muito forte (MARCONI;
BICUDO, [200-]).
Felizmente, ainda segundo Marconi e Bicudo ([200-]), a pesquisa realizada pela
Fundação Perseu Abramo mostrou que houve uma redução na taxa de preconceito quando
comparada. Atualmente 75% dos entrevistados apresentaram preconceito e, para a população
urbana, que compreendia 89% dos entrevistados, 74% apresentavam algum tipo de
preconceito enquanto que na pesquisa do Datafolha esse número era de 87%. Também a não
manifestação de preconceito dobrou de 13% para 26%, o preconceito leve passou de 36%
para 50%, o preconceito forte caiu de 4% para 1%, e o médio foi de 47% para 23%. Esses
dados mostram que é possível sim mudarmos e erradicar o preconceito e que é natural que o
homem evolua e com essa evolução, também devemos mudar nossa visão com relação ao
outro, entender que existem pessoas diferentes e que essas pessoas devem ser tratadas iguais
nas suas diferenças e limitações.
Já com relação a homofobia e transfobia, de acordo com a ONUBR ([2016]),
ainda são bastante fortes em todos o mundo, expondo a classe LGBT de todas as idades a
flagrantes violações de direitos humanos e, no Brasil, a situação não é diferente. Dados
publicados em 2012, pelo 2º Relatório Sobre Violência Homofóbica,, publicado pela
Secretaria dos Direitos Humanos, aponta que no ano de 2012 foram 9.982 denúncias de
violações de direitos humanos relacionadas à população LGBT registradas pelo governo
26

federal, enquanto que no ano anterior, em 2011, esse número foi bem menos, registrando
apenas 6.809, mostrando que a violência contra essa classe está aumentando de forma
alarmante no país, onde a quantidade de relatos aumentou em mais de 3 mil no país.
Em uma notícia publicada hoje por Melo (2018) no Jornal Diário do Nordeste, 20
pessoas LGBTIs+ foram assassinadas no Ceará no ano de 2018, este dado foi coletado pelo
Centro de referência LGBT Janaína Dutra, que está ligado à Secretaria de Direitos Humanos e
Desenvolvimento Social da Prefeitura de Fortaleza. Em 2017, este número chegou a 30 casos.
De janeiro a agosto de 2018, o centro acompanhou 656 casos e, em 2017 foram 873
atendimentos jurídico, psicossocial e educativo. Vale ressaltar que as pessoas que relataram
esses abusos envolviam pessoas desde analfabetas até com pós-graduação, mostrando que o
preconceito está presente em todas as esferas do ensino.
A reportagem do Jornal Diário do Nordeste afirma ainda que, no Brasil, as
estatísticas apontam que Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros
(LGBTI+) são alvos recorrentes de insegurança nas ruas. Muitos acham que o preconceito não
mata, mas as pesquisas mostram justamente o contrário, além de tudo que já relatamos, o
preconceito ainda é um caso de saúde, pois muitas pessoas acabam tirando a vida por conta do
preconceito que sobre corriqueiramente, afetando o seu estado emocional e psicológico
(MELO, 2018).

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Antes a todo o exposto, ressalta, de imediato, que o preconceito e a discriminação


existe em nossa sociedade, pois embora esta tente de todas as formas disfarçar o preconceito
que está presente nas suas entranhas, o Estado viu a necessidade e passou a garantir que haja
igualdade entre as pessoas que vivem nesta sociedade, que antes não era prevista legalmente,
reconhecendo assim que de fato o preconceito existe e precisa ser combatido. Nossa Carta
Magna, a Constituição Federal brasileira, trouxe diversos dispositivos em favor da não
discriminação, da igualdade e da preservação dos direitos humanos, tornando esse último, em
seu artigo 1º, um direito fundamental.
A dignidade da pessoa humana é inerente ao homem somente por sua condição de
humano, ou seja, um direito fundamental que é irrenunciável e inalienável.
Tanto o preconceito em si quanto a discriminação racial, ferem o princípio da
dignidade da pessoa humana, pois exalta uns em detrimento dos outros. Visto que ambos
praticados de forma direta são facilmente perceptíveis e punidos de imediato, a sociedade tem
27

tentado mascara-los e pratica-los de forma indireta através de normas e atitudes inofensivas,


que também já é reconhecida pelo judiciário, porém ainda é tímida a sua punição.
Como já foi comentado no presente artigo, a educação é o melhor caminho para a resolução
deste grande problema, pois esta é a base de uma sociedade organizada, e uma lei sozinha é
incapaz de extirpar um problema de gerações da sociedade, dependendo a igualdade para a
sua devida efetivação de um esclarecimento da população.

Sendo assim, constatamos que as ações tomadas pelo Estado, sozinhas, não são
capazes de resolver o problema e promover a grande mudança que é necessária em nossa
sociedade, no entanto, o caminho trilhado pela legislação atual em prol da igualdade abre a
visão da população para que as gerações futuras possam nascer com um novo olhar, que de
um modo geral, será positivo.

9. REFERÊNCIAS

AURÉLIO, Dicionário do. Dicionário do Aurélio. 2018. Disponível em:


<https://dicionariodoaurelio.com/xenofobia>. Acesso em: 26 out. 2018.

AWAD, Fahd. O princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Justiça do


Direito, Rio Grande do Sul, v. 20, n. 1, p.111-120, 2006

BANDEIRA, Lourdes; BATISTA, AnalÌa Soria. Preconceito e discriminação como


expressões de violência. Revista Estudos Feministas, Santa Catarina, v. 1, n. 10, p.119-141,
abr. 2002. Quadrienal. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ref/v10n1/11632.pdf>.
Acesso em: 26 out. 2018.

BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra da Silva. Comentários à constituição do


Brasil.: promulgada em 05 de outubro de 1988. São Paulo: editora Saraiva. 2004, p. 5.

BOBBIO, Noberto. Elogio da Serenidade. 2. Ed. São Paulo: Unesp, 2011. 216 p.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF, Senado, 1998.

______. Constituição (1997). Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997. Altera os arts. 1º e 20 da


Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça
ou de cor, e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
28

1940. Brasília, DF, 13 maio 1997. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm>. Acesso em: 26 out. 2018.

______. Decreto no 3.956, de 8 de outubro de 2001. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D3956.htm>. Acesso em: 15 de abril de
2019.

CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Preconceito Racial: Portugal e Brasil - Colônia. São
Paulo: editora brasiliense. 1983, p. 18.

FARAH, Paulo Daniel. Combates à xenofobia, ao racismo e à intolerância. Revista Usp,


São Paulo, v. 1, n. 114, p.11-30, set. 2017. Disponível em: <https://jornal.usp.br/wp-
content/uploads/1-Paulo-Daniel-Farah.pdf>. Acesso em: 26 out. 2018.

FERREIRA, Aline Albuquerque. O Brasil e o preconceito: uma análise teórica e crítica da


Lei 7.716/89 frente à realidade brasileira. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVIII, n. 134,
mar 2015. Disponível em: <http://ambitojuridico.com.br/site/?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15851>. Acesso em abr 2019.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo dicionário da língua portuguesa, 2ª


edição, Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Grito dos participantes do I congresso mundial da Organização Mundial de Pessoas


Deficientes, Singapura, 1981.

KANT, Immanuel. Sobre a pedagogia, de Tradução: Francisco Cock Fontanella. 6. Ed.


Piracicaba: UNIMEP, 2011. 106p.

LEMISZ, Ivone Ballao. O princípio da dignidade da pessoa humana. [S. l.], 25 mar. 2010.
Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5649/O-principio-da-dignidade-
da-pessoa-humana>. Acesso em: 3 abr. 2019.
29

LIMA, Jhéssica Luara Alves de. Direitos humanos e discriminação racial. em: Âmbito
Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 92, set 2011. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10352>. Acesso em abr 2019.

MARCONI, Elisa; BICUDO, Francisco (Comp.). Como anda o preconceito no Brasil:


Pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo revela que a discriminação racial
continua firme e forte. [200-]. Disponível em:
<http://www.sinprosp.org.br/reportagens_entrevistas.asp?especial=58&materia=193>. Acesso
em: 217 abril 2019.

MELO, Emanoela Campelo de. 20 pessoas LGBTIs+ foram assassinadas no Ceará, em


2018. 2018. Disponível em:
<http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/seguranca/20-pessoas-lgbtis-foram-
assassinadas-no-ceara-em-2018-1.1989620>. Acesso em: 17 abril 2019.

MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2003. p.41

OLIVIERI, Antonio Carlos. Preconceito - A ética e os estereótipos irracionais. [S. l.],


[201-]. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/preconceito-a-etica-
e-os-estereotipos-irracionais.htm>. Acesso em: 13 abr. 2019.

ONUBR. ONU lembra Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia: veja


principais ações no Brasil. 2016. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/onu-lembra-dia-
internacional-contra-a-homofobia-e-a-transfobia-veja-principais-acoes-no-brasil/>. Acesso
em: 17 abril 2019.

PENA JÚNIOR, Moacir César. Direito das pessoas e das famílias: doutrina e
jurisprudência. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 10.

PÉRES, Fernanda. Preconceito Racial Uma Ofensa ao Princípio da Igualdade. 2006. 84 f.


Monografia (Especialização) - Curso de Direito, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2006.
Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Fernanda%20Peres.pdf>. Acesso em: 25 out.
2018.
30

PIERANGELI, José Henrique. Códigos penais do Brasil: evolução histórica, EDIPRO,


1980, p. 53.

SAMPAIO, Noelia. DESCONSTRUINDO O PRECONCEITO NA SOCIEDADE


CONTEMPORÂNEA. [S. l.], [201-]. Disponível em:
<https://www.editorajc.com.br/desconstruindo-o-preconceito-na-sociedade-contemporanea/>.
Acesso em: 11 abr. 2019.

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na


Constituição Federal de 1988, Porto Alegre: Livraria do advogado, 2001 p. 60.

Вам также может понравиться