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SEVERINO PEDRO DA SILVA

Rica Cristã
Segurança na Vida e no Lar

VIDA CRISTÃ, CASAMENTO, SEXO,


A FAMÍLIA IDEAL, ABORTO, DIVÓRCIO,
VICIEIS, EDUCAÇÃO DE FILHOS,
COSTUMES CRISTÃOS ETC.

Editora

• ,
Ricardo e Darbeia
Copyright Severino Pedro da Silva

Projeto gráfico e editoração: Cristiano de Araújo

Primeira edição / Fev de 2003

Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Silva, Severino Pedro

Ética - Segurança na vida e no lar


São Paulo — Editora Mensagem Para Todos

Índice para catálogo sistemático:


1. Ética

Editora
Mensagem Para Todos
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Editora filiada à

MINISTÉRIO DA CULTURA
Fundação BIBLIOTECA NACIONAL

Departamento Nacional do Livro


Agência Brasileira do ISBN

Ricardo e Danieia
Índice

Prefácio 9

— Capítulo 1 —

A Ética 11

I. A Ética e suas discussões preliminares 12


II. Definição da Ética 13
Maus Costumes 14
Bons Costumes 14

III. Doutrinas e costumes éticos 15


O porquê da Ética 16
Divisão da Ética 17

IV. A Vida Cristã em Geral 22

V. O Conceito do Sexo 23
— Capítulo 2 —

I. Segurança em Casa, na rua e em outras áreas 27


Em casa 28
A cozinha 29
O Banheiro 30
O galpão, garagem e a oficina 31
Os jardins 32
Na sala de estar 33
No quarto de dormir, saguão, escadas e corredores 34

II. Na rua 35

III. Em outras áreas 37


Higiene 37
Do nosso corpo 38
De nossa casa 38
Do lugar em que vivemos 38

— Capítulo 3 —

Casamento, Plano de Deus 39


I. Os Direitos E Deveres Dos Cônjuges 40
II. Como São Organizadas As Famflias 40
III. A Poligamia 43
IV. O Casal Deve Ser Composto Por Pessoas Ideais 44

— Capítulo 4 —

Planejamento Familiar dentro da Ética Cristã 49


I. Ter o Número de Filhos que
Você quer e quando quiser 50
II. Métodos naturais 52
III. Ponto de vista bíblico 52
IV. Organização Mundial Da Saúde (OMS) 54

— Capítulo 5 —

Familia Ideal, como construir uma 63


I. O Cuidado dos Pais pelas Crianças 63
Do Lado Físico 64
Do Lado Espiritual 66
Do Lado Social 67

II. O Pecado da gula para os mais velhos e


para os mais novos 69
III. O Problema da Solidão 71
IV Doenças Psicossomáticas 72

— Capítulo 6 —

O Aborto e a Ética Cristã 81


I. O Aborto Espontâneo 82
II. O Aborto Provocado 84
III. O Aborto Latente 91
IV O Aborto Necessário 92

— Capítulo 7 —

Divórcio e a Ética Cristã 95


I. O pensamento Divino com relação ao divórcio 95
II. A permissão do divórcio 98
— Capítulo 8 —

Criação de Filhos - Sete itens importantes 101


I. Ter uma Religião, sem fanatismo 102
II. Saber Nadar 106
III. Saber Andar de Bicicleta 106
IV. Saber Falar um outro Idioma 106
V. Saber Montar 107
VI. Saber Tocar 107
VII. Fazer um Curso Superior 108

— Capítulo 9 —
A Família Feliz 109
I. A FamíliaJudaica 110
II. A Família Cristã 112
III. A Família de Deus 114
IV. A Família de Jesus 115
V. A Família que tinha medo de tudo 120
VI. A Família que Sofreu e Venceu 124

— Capítulo 10 —

Não beber, jogar, nem fumar 127


I. O Alcoolismo 128
No Organismo 128
No Bolso 129
Na Alma 133
II. O Fumo 134
III. O Jogo de Azar 138
— Capítulo 11 —

Nossos hábitos e costumes cristãos


I. Nosso propósito de irmos à Casa de Deus 140
II. A Ética na Saudação Cristã 141
Saudações Pessoais e Coletivas 142
Saudações Variadas 143
Ética no Ósculo Santo 143
III. Ética na Oração 144
IV. Ética durante a leitura devocional da Bíblia 144
V. Ética Cristã na Santa Ceia 146
Comer o Pão na Ceia imediatamente
ou esperar uns pelos outros? 146
O que fazer com o Pão e o Vinho
que sobraram da Ceia? 147
VI. Ética Cristã na Celebração do Culto 148

— Capítulo 12 —

Usos e costumes na Igreja de Corinto 151


I. O Uso do Véu 151
II As alternativas de Paulo 155
"A ética cristã não contém partícula de joio - é trigo puro"
(E. G. Robinson)
Ao escrever o livro ÉTICA CRISTÃ — Segurança na Vida
e no Lar, o pastor Severino Pedro da Silva foi sumamente ético e feliz.
E creio que o mesmo surgiu numa hora oportuna, quando tantos
ministérios, vidas e lares estão sendo assolados pelo desamor, a
discórdia e a incompreensão. E por extensão, a sociedade como um
todo, encontra-se também sendo afetada por turbulência indesejada
que tantos males têm causado no decorrer dos séculos. Contudo, ainda
há esperança! Os ensinamentos da Bíblia, especialmente no Pentateuco
e nos livros poéticos — todos no Antigo Testamento — o Sermão do
Monte proferido por Jesus e outros escritos nas Epístolas dos escritores
do Novo Testamento, estão repletos de promessas e de sábios
conselhos para aqueles que têm moldado suas vidas de acordo com
tais advertências e neste livro, o autor procura discorrer sobre estes
pensamentos de Deus e os oferecem como orientações necessárias
para cada obreiro e em particular, para cada família cristã.

São Paulo — Brasil, 2002


José Wellington Bezerra da Costa
Presidente da CGADB
Severino Pedro da Silva

"Não há cores neutras na ética cristã"


(Arnaldald H. Lowe)

to
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

ÉTICA

A ética é um dos seis ramos tradicionais da filosofia, onde ocupa


papel importante, desde o começo. A ética também faz parte essencial
da fé religiosa. Ela se ocupa, portanto, com o problema do Bem e do
Mal e aquilo que cada uma dessas entidades venham representar. Os
filósofos argumentavam que era necessário um maior e firme
empreendimento de um argumento moral e metafísico que defendesse
a existência da alma para permitir um julgamento certo, pois neste
mundo, a justiça raramente se faz. A existência de Deus devia também
está em foco neste argumento para julgar e recompensar de modo
justo, porque, neste mundo, isto raramente acontece. A justiça de Deus,
exige que a virtude e o vício recebam as sanções que lhes são devidas:
recompensa ou punição. Aqui no mundo, as sanções da virtude e do
vício são evidentemente insuficientes; muitas vezes é o vício (quer dizer:
a injustiça) que triunfa, e a virtude (quer dizer: a retidão) fica humilhada
A justiça divina requer que cada um seja tratado de acordo com sua
injustiça ou sua retidão. Isso, entretanto, somente poderá ser feito,
com a imortalidade da alma e a base ética da justiça e da retidão de
Deus.

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Severino Pedro da Silva

I. A Ética E Suas
Discussões Preliminares

A ética é um dos seis sistemas tradicionais da filosofia. Eles são


descritos assim:
1°. Ética— a conduta ideal do indivíduo;
2°. Política — a conduta ideal do Estado;
3°. Lógica — o raciocínio que guia o pensamento;
4°. Gnosiologia — a teoria do conhecimento;
5°. Estética — a teoria das belas-artes;
6°. Metafísica — teorias sobre a verdadeira natureza da
existência.
A área filosófica que estuda os valores morais, reflete sobre o
Bem e o Mal, o que é certo ou errado e procura responder, por
exemplo, se os fins justificam os meios ou os meios justificam os fins. A
ética filosófica veio depois — contudo, a ética religiosa se originou no
Jardim do Éden com o primeiro casal: Adão e sua esposa. Eles
receberam de Deus ordens que estavam ligadas as proibições e outras
ligadas ao dever. A ordem de Deus era que o casal podia e devia
comer "livremente" de toda a árvore do jardim. Também ligado ao
dever, o homem devia "lavrar e guardar" o jardim (Gênesis 2. 15-16).
As outras ordens do Criador, ligavam-se diretamente as proibições.
Deus acrescenta: "...da árvore da ciência do bem e do mal, dela não
comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás"
(Gênesis 2. 17). Estas ordens divinas envolviam critérios éticos e aos
quebrantá-los, o homem estaria seguindo em direção errada e pecando
contra a autoridade divina. O temor a Deus evita que o homem peque
contra sua santidade. O comportamento ético, evita que ele peque

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

contra a sua autoridade. Quando o ser humano peca contra a santidade


de Deus, peca através de um ato, com efeito, porém, quando ele peca
contra a sua autoridade, é sempre feito por meio de uma atitude.
Sempre que alguém pecava contra a santidade divina, conseguia perdão.
Mas aquele que pecava contra sua autoridade era morto sem
misericórdia. O obstinado que não se preocupa em observar os bons
princípios da ética, é mais inclinado a pecar contra a autoridade divina.
Assim, a ética bíblica passou a ser considerada com o estudo sistemático
dos deveres e obrigações do ser humano com base nos escritos do
Antigo e do Novo Testamento. A ética bíblica influenciou toda a ética
ocidental, dando a esta um caráter humanitário e benéfico. Muitas leis
e conceitos éticos, ligados a política, o Estado e a moral, nos U.S.A.,
são baseados em porções das Escrituras. No que tange a filosofia
propriamente dita, algumas religiões e seitas pre-estabeleceram
determinados princípios éticos.
Alguns extremamente grosseiros, outros não. Antes do início
da filosofia ocidental, essas religiões e seitas demonstraram uma
preocupação com a retidão da conduta humana: Ilustrações:
• A doutrina do julgamento;
• A doutrina da recompensa;
• A teoria da reencarnação, etc.

II. Definição Da Ética

Usava-se vários conceitos para se definir a ética. No grego,


"ethos" — costume, disposição, hábito. No latim, (moris) — vontade,
costume, uso, regra. Alguns filósofos definiram também a ética como
sendo "a teoria da natureza do bem e como ele pode ser alcançado".
De acordo com as Escrituras existem em termos genéricos duas

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Severino Pedro da Silva

classificações de costumes:
1°. Os "maus" (Atos 13. 18, ARA),
2°. Os "bons" (1 Coríntios 15. 33).

—> Os Maus Costumes


Os maus costumes podem levar alguém a cometer determinados
atos abusivos à vontade divina e a sociedade humana, como por
exemplo:
• Imoralidade (Gênesis 19. 31-32)
• Abominação (Levítico 11. 30)
• Idolatria (Juízes 11. 19)
• Profanação (1 Samuel 2. 13)
• Vício (1 Samuel 20. 25)
• Façanhas duvidosas (1 Samuel 27. 11)
• Atos violentos (1 Reis 18. 28)
• Extravagância (1 Coríntios 11. 16)
• Misturar a religião (2 Reis 17. 33, 34, 40)
• Agouro (Isaías 2. 6)
• Vaidade (Jeremias 10. 3)
• Avareza (Hebreus 13.5)

—> Os Bons Costumes

Os bons costumes, são o inverso dos maus costumes. Eles


podem levar a pessoa a:
• A praticar atos de bondade (Rute 4. 7)

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

• Ensinar com graça (Marcos 10. 1)


• Despertar a justiça — quando adormecida (2 Samuel 20. 18)
• Ir no templo para trabalhar (Lucas 1. 9)
• Ao monte orar (Lucas 22. 39)
• Honrar a dignidade (João 19. 40)
• Ser fiel nos compromissos e deveres cristãos (Atos 17. 2)
Devemos observar que, para que haja uma melhor
compreensão do significado do pensamento, existem diferenças entre
doutrinas e costumes. Embora o conceito ético deva estar presente em
ambos. Podemos opinar que o apóstolo Paulo escreveu 13 (14 — aos
Hebreus?) epístolas, quando apenas deveria ter escrito uma e
distribuído uma cópia dela para cada igreja. Isso facilitaria o trabalho e
ministério de Paulo, porque ganharia com isso tempo e espaço.
Contudo, não resolveria os problemas e necessidades das igrejas em
diferentes regiões, em razão de que nas mesmas existiam costumes e
necessidades diversificadas. Jesus segue também o mesmo exemplo
quando envia sete cartas às igrejas da Ásia por meio de João. Cada
igreja ali existente, precisava de uma mensagem especial por parte do
Senhor.

III. Doutrinas e Costumes Éticos

Todos nós sabemos que existe diferença entre doutrinas e


costumes. Contudo, algumas vezes, vemos como certas pessoas
confundem aquilo que é "doutrina" com aquilo que é simplesmente
"costume". Com efeito, porém, isso não é correto.
1°. A doutrina é universal <> o costume é local.

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Severino Pedro da Silva

2°. A doutrina é eterna <—> o costume é temporal.


3°. A doutrina é de Deus E> o costume é humano.
4°. A doutrina é o conjunto de ensinamentos das Escrituras
<—> o costume é formado por uma miscelânia de hábitos e até de
vícios que foram se formando através dos tempos.
5°. A doutrina permanece <—> o costume passa.
Contudo, tanto na doutrina como no costume, em ambos, devem
haver os métodos éticos de aplicação. (Cf. 1 Coríntios 14. 40).

1. O Porquê Da Ética

Uma necessidade da sociedade. O alvo da ética é a conduta


ideal do homem, baseada no desenvolvimento de sua virtude especial.
Daí — as Doze Virtudes de Aristóteles que estariam
impregnadas e centralizadas entre a margem esquerda e a direita da
vida de cada indivíduo:

1.Covardia Coragem Imprudência


2. Apatia Moderação Licenciosidade
3. Liberalidade- Mundana Lib.-Bondade Prodigalidade
4. Baixeza Magnificência Vulgaridade
5. Humildade—falsa Magnanimidade Vaidade
6. Falta de diligência Diligência Excesso de ambição
7. Falta total do gênio Gentileza Irascibilidade
8. Depreciação Verdadeira auto-avaliação Jactância,ostentação
9. Rusticidade, grosseria Presença de espírito Bufonaria, chocarrice
10. Espírito contencioso Habilidade de responder Lisonja, louvor falso
11.Sem-vergonhice Modéstia Timidez
12.Malignidade Indignação justificada Inveja

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

2. A Divisão Da Ética

Podemos dividir a "ética cristã" propriamente dita, em


quatro pontos:
a) Ética Absoluta
A ética absoluta que aparece nesta primeira parte diz que os
princípios morais alicerçam-se sobre padrões imutáveis, que
não alteram em face de situações ou de indivíduos. Em outras
palavras, o certo sempre será certo, por ser um princípio fixo.

b) Ética Relativa
A ética relativa, por sua vez, ocupa uma posição inteiramente
contrária à ética absoluta. Aquilo que é correto ou bom precisa
ser comprovado como tal na experiência humana. Em outras
palavras, isso deve ser provado na prática e não apenas aceito
na teoria.

c) Ética Dos Valores


A ética dos valores, ocupa uma espécie de posição intermediária
entre as duas idéias antes expostas. Existem certos valores
constantes na vida, que precisam ser respeitados. Jesus, por
exemplo, valorizou a vida. Ele disse: "Não é a vida mais do
que o mantimento, e o corpo mais do que o vestido?" (Mateus
6. 25). Para os antigos gregos, os valores da vida, faziam parte
do temperamento do indivíduo, especialmente no que diz
respeito a sua saúde. Mas isso apontava mais para alguns valores
terrenos do que espirituais. Assim a maneira como a pessoa se
comportava era parte integrante de sua saúde. Sangue, Bílis e
Fleuma faziam parte deste comportamento. Eles acreditavam
que o corpo continha quatro líquidos fundamentais (chamados
humores), baseados nos quatro elementos: fogo, ar, água e terra.
O modo de ser de uma pessoa era definido pelo humor

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Severino Pedro da Silva

preponderante em seu organismo. Os quatro humores eram:


sangue, bílis amarela, fleuma e bílis preta. Cada um era
considerado responsável por um tipo de comportamento.
Excesso de sangue classificava uma pessoa como "sangüínea",
bílis amarela resultava em um estilo "colérico", fleuma
naturalmente produzia uma atitude "fleumática", e bílis preta
era associada à "melancolia". Essas teorias, estabelecidas de
maneira sistemática pela primeira vez por Hipócrates,
permaneceram em uso até a Idade Média. Hoje sabe-se que
elas não eram baseadas em fatos médicos, mas o que os gregos
tinham feito, quase que acidentalmente, era o primeiro método
sistemático para descrever tipos individuais. Tão bem sucedido
foi esse caminho que até hoje as palavras 'humor' (significando
`atitude'), 'sangüíneo', 'colérico', 'fleumático', e 'melancólico'
continuam a ser usadas. Os psicólogos modernos baseados
em conceitos antigos e modernos, costumam mostrar as
qualidades e os defeitos de cada pessoa, mediante seu tipo de
temperamento.

1°. Sangüinea
Seus defeitos:
• Pusilânime • Volúvel • Indisciplinado
• Impulsivo • Inseguro • Egocêntrico
• Barulhento • Exagerado • Medroso

--> Suas qualidades:


• Comunicativo • Destacado • Entusiasta
• Afável • Simpático • Bom companheiro
• Compreensivo • Crédulo

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

2°. Melancólico
-> Seus defeitos:
• Egoísta • Amuado • Pessimista
• Teórico • Confuso • Anti-social
• Crítico • Vingativo • Inflexível
--> Suas qualidades:
• Habilidoso • Minucioso • Sensível
• Perfeccionista • Esteta • Idealista
• Leal • Dedicado

3°. Colérico
Seus defeitos:
• Iracundo • Sarcástico • Impaciente
• Prepotente • Intolerante • Vaidoso
• Auto-suficiente • Insensível • Astucioso
—> Suas qualidades:
• Enérgico • Resoluto • Independente
• Otimista • Prático • Eficiente
• Decidido • Líder • Audacioso

4°. Fleumático
- Seus defeitos:
• Calculista • Temeroso • Indeciso
• Contemplativo • Desconfiado • Pretensioso
• Introvertido • Desmotivado
—> Suas qualidades:
• Calmo • Tranqüilo • Cumpridor
• Eficiente • Conservador • Prático
• Líder • Diplomata • Bem-humorado

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Severino Pedro da Silva

d) Ética Cristã Propriamente Dita

No que tange a ética cristã propriamente dita, ela está


relacionada a vida de cada cristão que de Deus tem recebido a
incumbência de permanecer fiel até o fim de sua jornada aqui
na Terra. Neste ponto de vista de observação, a ética deve
estar relacionada a qualquer área do seu viver, seja ela física,
profissional ou religiosa. Seu comportamento ético deve
acompanhar suas "palavras" e seus "atos". "Assim falai, e assim
procedei..." (Tiago 2. 12). Na esfera cristã, qualquer pessoa
que assume um compromisso com o Senhor Jesus, todo o curso
da sua vida sofre mudança total. Pois "...se alguém está em
Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que
tudo se fez novo" (2 Coríntios 5. 17). Quem está em Cristo,
recebe dEle uma nova natureza, porque foi de novo gerado,
pela palavra de Deus. É impossível quem de novo foi gerado,
andar da mesma maneira que andava antes de encontrar com
Deus. Tudo agora mudou — e mudou para melhor. Até mesmo
aquele velho ditado conhecido de todos nós: "faça o que eu
digo — mas não faça o que eu faço, porque o que eu digo é
sempre certo, mas o que eu faço é sempre errado", não passa
mais a fazer parte de sua vida. Jesus nos advertiu no tocante ao
cuidado que devemos ter em julgar a alguém que está debaixo
de nossos cuidados. Ele disse: "Não julgueis, para que não
sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis
julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de
medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho
do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como
dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho; estando
uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e
então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão"
(Mateus 7. 1-5). Algumas vezes, lamentavelmente, ouvimos
expressões de alguém cuja a vida, não condiz com os

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

ensinamentos divinos a dizer: "eu acabo com ele" — "vou


queimá-lo", etc. Tais expressões e outras semelhantes a elas,
são procedentes de um coração mau. Outrossim, devemos evitar
certas informações que não trazem nenhum tipo de edificação
nem para nós, nem para aquele que a conduz e nem para a
Igreja.
—> Algumas informações são calúnias — a calúnia é como ferida,
mesmo curada, deixa a cicatriz.
—> Algumas vezes parece — mas não é.
A ética nos ensina que devemos ser gratos a Deus e aos irmãos
— não pagar com ingratidão o bem que recebeu (2 Samuel —
9). Procurar ser fiel a Deus, ao ministério, aos irmãos e a seu
superior. De preferência ser "uma bênção" como foi o patriarca
Abraão. E acima de tudo, não ser um traidor. O mau exemplo
de Judas Iscariotes não serve para nenhum de nós. Porque ele
era:
• Um perseguidor (Salmo 109. 16),
• Um amante da maldição (Salino 109. 17),
• Um diabo (João 6. 70),
• Um ladrão (João 12. 6),
• Um traidor (Lucas 22. 48),
• Um filho da perdição (João 17. 12),
• Um precipitado (Atos 1. 18).

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Severino Pedro da Silva

IV. A Vida Cristã Em Geral

NO LAR. O apóstolo Pedro fala de vida conjugal ideal para


que a vida de comunhão com Deus e a resposta das orações do casal
não sejam interrompidas. Seus ensinamentos vão desde os mais
elementares conceitos e tradições até as relações íntimas de ambos.
Ele diz: "Semelhantemente vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos
próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra,
pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavras; considerando
a vossa vida casta, em temor...igualmente vós, maridos, cohabitai com
elas com entendimento, dando honra à mulher, corno vaso mais fraco;
como sendo vós os seus coherdeiros da graça da vida; para que não
sejam impedidas as vossas orações" ( I Pedro 3. 1, 2, 7). A verdadeira
harmonia do casal cristão, torna-se um canal de bênção para o lar e
para a igreja a que pertence.
NA SOCIEDADE. Neste campo o cristão deve ter todo o
cuidado. Comprar, vender, trocar, tomar emprestado e coisas
semelhantes a estas — todas elas, devem serem feitas com a maior
transparência possível. Nada de subterfúgio e engano. Infelizmente
existem pessoas cujos os negócios, são sempre mesclados de
nebulosidade e esperteza.
NA IGREJA. No que tange a Igreja ou a comunidade em
geral, o comportamento cristão deve servir como canal de bênçãos:
para a Igreja — para as famílias — sua e de outrem — para a sociedade
a que pertence e acima de tudo — para si mesmo. Na Igreja Cristã
através dos séculos, procurou-se implantar no sentimento religioso de
cada cristão e de cada família em particular: "Os Cinco Grandes
Princípios" (ideais). Tais princípios encontravam-se vazados nos ideais
elementares (porém necessários) da vida humana. Tais princípios foram
desenvolvidos por Jeremy Bentham. São eles:

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

1°. Utilidade
2°. Segurança
3°. Sustento
4°. Abundância
5°. Igualdade
Pelo desenvolvimento destes princípios, extrairia a essência,
isto é, a maior felicidade para o maior número de pessoas e da própria
Igreja ou nação. Jeremy Bentham, entendeu antes da sua morte que
seu sistema ético para as trilhas da vida, precisava de mais um princípio:
benevolência. Estas qualidades ou estes ideais, são aplicáveis à todos
os servos do Senhor em qualquer época ou lugar. Fugir a tais princípios
é fugir da responsabilidade espiritual e social a ele entregue.

V. O Conceito Do Sexo

Este envolve vários pontos, a saber:


1°. Sexo natural.
O sexo natural quando praticado dentro dos padrões divinos e
de acordo com a necessidade do casal, com vista ao prazer e a
procriação humana, não é pecado e nem trata-se de coisa feia. Fora
destes padrões é adultério, é fornicação e suas formas de expressão.

2°. Sexo pervertido.


O sexo pervertido envolve todas as práticas errôneas do sexo,
tanto no pensamento como na prática. O sexto-mandamento proibia
esta prática (Êxodo 20. 14). O verdadeiro sexo que é praticado de
acordo com o ensinamento ético das Escrituras, é sempre realizado
por amor e afetividade; ao contrário do sexo pervertido, que é sempre

23
Severino Pedro da Silva

praticado pela concupiscência, lascívia e glutonaria mental.

3°. Homossexualismo.
Existem vários sentidos para descrever tal prática. Contudo, o
sentido genérico significa a prática sexual com pessoas do mesmo sexo.
A Bíblia descreve o "homossexualismo" como sensualidade
inflamada (Romanos 1. 27). Na Igreja de Corinto alguns tinham sido
isso — mas haviam sido libertados por Jesus, e o apóstolo fez uma
breve defesa em favor deles, dizendo: "Não erreis; nem os devassos,
nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os
sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem
os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o
que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido
santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e
pelo Espírito do nosso Deus" (1 Coríntios 6. 10-11).

4°. Lesbianismo.
O termo "lesbianismo" vem do nome da ilha grega de Lesbos.
Seu nome bíblico é "Mitilene" que compreendia a capital e por extensão
a todo o território. Paulo em uma de suas viagens missionárias passou
por ela (Atos 20. 14). Cerca de 600 a. C., durante a era áurea da
Grécia, a poetisa Safo viveu naquela ilha, onde segundo se diz, a maioria
dos homens foram dizimados pelas guerras fratricidas — esta poetisa
encorajava as mulheres jovens do lugar a prática do safismo ou
lesbianismo, como parte da adoração à deusa Afrodite. Esta prática
foi levada para Roma por mulheres que tinham sido feitas prisioneiras
e escravizadas pelos exércitos romanos. Paulo observou que tal perigo
já rondava a Igreja na capital do Império e falou sobre tal prática em
Romanos 1. 26b: "Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural,
no contrário a natureza".

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

5". Bestialidade.
Também chamada de "zoofilia". Algumas pessoas tanto do sexo
feminino como do masculino têm atração sexual por animais.
No mundo antigo, especialmente os primitivos habitantes de
Canaã, era prática comum entre seus moradores. Também no Egito e
em Roma pagã eram realizadas tais ações. O épico de Gilgamés, rei
de Manre retrata Enkidu, o caçador de feras, a praticar atos sexuais
com animais. As estatísticas confirmam que atualmente a zoofilia vem
crescendo assustadoramente no mundo. No início tal prática era
reputada com maior incidência entre os homens. Atualmente, porém,
este quadro mudou e tal prática se apresenta com maior predominância
entre as mulheres. Algumas nações do leste e do norte da Ásia, Europa,
e das Américas são as que encabeçam estas estatísticas:
lamentavelmente. Tais práticas são condenadas pela palavra de Deus.
Deus advertiu seu povo dizendo: "Nem te deitarás com um animal,
para te contaminares com ele; nem a mulher se porá perante um animal,
para ajuntar-se com ele; confusão é. Com nenhuma destas coisas vos
contamineis, porque em todas estas coisas se contaminaram as gentes
que eu lanço fora de diante da vossa face" (Levítico 18. 23-24). Depois
da advertência divina: vem a sentença, que diz: "Quanto também um
homem se deitar com um animal, certamente morrerá; e matareis o
animal. Também a mulher que se chegar a algum animal, para ter
ajuntamento com ele, aquela mulher matarás com o animal; certamente
morrerão, o seu sangue é sobre eles" (Levítico 20. 15-16).

6°. Fetichismo.
Fetiche —este termo se aplicava a objeto animado ou inanimado,
feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder
sobrenatural e se presta culto. No campo da prostituição, este termo
se aplica para aqueles que passam a adorar ao sexo, roupas e objetos
extravagantes relacionados diretamente à estes fins. Talvez isso esteja
ligado a "torpeza" de que fala Paulo em Efésios 5. 4. O Aurélio

25
Severino Pedro da Silva

(dicionário de língua portuguesa), diz que esta palavra [torpeza] têm


os seguintes sentidos: desonesto, impudico, infame, repugnante,
manchado, nojento, obsceno, indecente. Já o vocábulo grego
"aischrotes", empregado por Paulo aqui, significa "feiúra", "iniqüidade".
O termo envolve toda e qualquer imundície praticada com tortura e
extravagância por alguém da mente doentia. Existem outros termos
técnicos que apontam para outras modalidades de sexo pervertido.
que se enquadra naquela expressão de Paulo aos gálatas, quando
descrevia as "obras da carne", dizendo: "e coisas semelhantes a estas".
mas os omitimos, por motivos éticos.

26
Segurança
Segurança em Casa, na Rua e em Outras Áreas

Existem pessoas que tudo quanto fazem — fazem


desastradamente. Não observando determinadas regras e manuais
instrutivos que a sabedoria popular e a tecnologia moderna nos
oferecem como medidas de segurança e de orientações gerais. A vida
depende de cuidado por si mesmo e pelos outros. Um dos atributos
da alma humana, encontra-se restritamente ligado ao instinto de auto-
preservação que nos avisa de perigos iminentes e nos capacita a cuidar
de nós mesmos. A falta de atenção, pelo contrário, traz sempre prejuízo
para si e para os demais. No campo humano, existem duas faixas etárias
que inspiram cuidados: Os muito idosos e os muito jovens são
especialmente propensos aos acidentes domésticos — os jovens porque
estão aprendendo, os idosos porque estão se esquecendo.
I) Em Casa
II) Na Rua
III) E Em Outras Áreas

27
Severino Pedro da Silva

I) Em Casa

A maioria dos acidentes ocorrem na cozinha (16%) e na sala


de estar (16%), seguindo-se — ao que parece, os mais perigosos — os
ocorridos nos jardins (11%). Para os muito jovens, as quedas, as
queimaduras, os incêndios, as asfixias e o envenenamento encabeçam
a lista dos mais perigosos, ao passo que as crianças mais velhas sofrem
cortes, contusões e fraturas dos ossos. As pessoas idosas podem,
acidentalmente, tomar muitas drogas (medicamentos). Podem também
sofrer mais quedas à medida que seus sentidos se embotam, o que
acarreta um aumento dos cortes e queimaduras. Setenta e cinco por
cento de todas as lesões que necessitam de tratamento hospitalar são
cortes e contusões, entorses, fraturas, luxações e queimaduras. A
prevenção muitas vezes envolve simplesmente um cuidadoso
planejamento de sua vida para reduzir o risco de acidentes, contudo.
por mais cuidadoso que seja, há sempre riscos especiais que se
encontram com o incêndio, a eletricidade, o gás e a água.
A eletricidade e o gás nas casas devem ser tratados com toda
a atenção.
Em caso de dúvida, consulte sempre um perito. Muitos
incêndios domésticos ocorrem devido à fiação, tomadas e aparelhos
defeituosos. Na Inglaterra, o Conselho de Eletricidade elaborou um
folheto intitulado Segurança no Lar, que pode ser adquirido no próprio
conselho ou nas lojas de aparelhos elétricos. Aqui entre nós, caso haja
alguma dúvida, deve-se consultar um eletricista, ou pessoa entendida,
para examinar esses itens.
Nunca é cedo demais para se começar a pensar em segurança.
Se você tem filhos pequenos, há certas responsabilidades morais e
legais a seguir para protegê-los do perigo. Lembre-se também de que
uma criança com menos de 16 anos não pode ser responsável pelo

28
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

bem-estar de si mesma ou de outra criança ainda mais nova — você,


como adulto, é o responsável. Ensine seus filhos a respeitar o perigo,
em especial o fogo, o gás, a eletricidade e a água, e leve-os a pensar
na segurança alheia assim que tiverem bastante idade para isso. Comece
hoje mesmo a andar por sua casa, examinando-a, se a mesma contém
os meios adequados de segurança que iremos mencionar mais adiante.
Estes dados orientadores "sobre segurança no lar", são dados
universais e aprovados pelo Conselho de Segurança Doméstica dos
Estados Unidos e nos são oferecidos pelo Dr. Andrew Atanway, em
seu livro: Family First Aid Emergency Handbook (Manual de
Primeiros Socorros da Família), 1980 By Andrew Stanway MB,
MRCP. U. S. A.

1. A Cozinha

a. Coloque os armários de modo que possam ser facilmente


alcançados sem necessidade de subir em cadeiras ou escadas.
b. Vire os cabos das caçarolas para o lado da parede.
c. Conserve os venenos, os líquidos para limpeza e os
desinfetantes bem no alto e, de preferência, trancados à chave.
d. Não levante com os dedos a tampa de latas abertas.
e. Jamais abandone gordura quente numa frigideira ou sobre
um fogareiro.
f. Limpe os respingos imediatamente.
g. Não encere exageradamente os assoalhos.
h. Guarde todos os instrumentos pontudos dentro das gavetas.
i. Examine as tomadas de segurança e os fios dos
eletrodomésticos.
j. Não sobrecarregue as tomadas e benjamins.
k. Use uma escova e uma pá de lixo para colher vidros e louça
quebrados.

29
Severino Pedro da Silva

1. Tenha sempre à mão um extintor de fogo ou um cobertor e


aprenda a usá-los.
m. Jamais jogue água em cima de fogo provocado por gordura
— coloque uma tampa sobre a frigideira ou cubra-a com um
pano adequado.
n. Ensine as crianças a respeitarem as máquinas existentes na
cozinha.
o. Tenha sempre à mão um estojo de primeiros socorros.
p. Jamais deixe um fio elétrico pendente de um eletro-doméstico.

2) O Banheiro

a. Conserve todos os comprimidos e remédios fora do alcance


das crianças, de preferência num armário fechado à chave
em um lugar fácil de ser encontrado.
b. Coloque o armário dos remédios bem alto, para que as
crianças não possam alcançá-lo.
d. Jogue fora todos os remédios velhos e os que não têm rótulos.
e. Prefira pisos que não sejam escorregadios.
f. Use tapetes antiderrapantes.
g. Use um tapete antiden-apante, tanto para os jovens quanto
para os adultos, dentro da banheira.
h. Deixe correr a água fria antes da quente ao encher a banheira.
i. Elimine todos os eletrodomésticos portáteis do banheiro.
j. O aquecedor deve estar colocado bem alto na parede ou
teto, mas não sobre a banheira.
k. Use uma cordinha para puxar o comutador de luz.
1. Tenha uma tomada exclusiva para o barbeador elétrico — não
use outras.
m. Conserve as giletes e navalhas fora do alcance das crianças.

30
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

n. Jamais obstrua as frestas para ventilação.


o. Nunca deixe as crianças sozinhas na banheira — e nem em
lugar nenhum.

3) O Galpão, A Garagem e A Oficina

a. Use a ferramenta adequada — não improvise.


b. Use um bom macaco para os carros; nada de empilhar
pedaços de madeira ou tijolos.
c. Mantenha os utensílios de jardinagem seguramente pendentes
nas paredes.
d. Conserve qualquer e todo produto químico bem alto e fora
do alcance das crianças ou de qualquer pessoa.
e. Verifique o estado de segurança da bicicleta de seu filho pelo
menos duas vezes por ano.
f. Use óculos de segurança quando estiver esmerilhando ou
afiando instrumento na roda do esmeril, ou estiver fazendo
decapagem com areia.
g. Use uma máscara quando estiver empregando o vaporizador
e mantenha o local arejado.
h. Trabalhe com boa iluminação.
i. A gasolina só deve ser guardada em recipiente de metal (os
de plástico se deterioram e provocam vazamentos). Não se
deve guardar em casa mais de 10 litros.
j. Conserve as crianças afastadas, quando estiver fazendo algo
perigoso — um terço dos acidentes causados pelo que você
está fazendo quem se fere são as crianças. Use sempre este
provérbio em tom de brincadeira: "crianças ® perto de quem
come e ® longe de quem trabalha".
k. Não deixar o carro funcionando dentro de garagem fechada

31
Severino Pedro da Silva

ou qualquer outro motor, a fim de evitar o acúmulo de


monóxido de carbono.

4) Os jardins

a. Certifique-se de que as escadas de mão estão bem firmes.


b. Não seja superprotetor para com as crianças mais velhas —
mas dê sempre uma olhadinha se elas encontram-se no
caminho certo.
c. Não deixe de vigiar o tempo todo as crianças pequenas que
estão nos balanços.
d. Mantenha cercados os pequenos lagos artificiais se tiver filhos
pequenos.
e. Certifique-se de que os caminhos, degraus e patamares
estejam nivelados e perfeitos especialmente para as pessoas
idosas.
f. Ensine as crianças a reconhecerem as árvores e arbustos
venenosos.
Ensine todo mundo a respeitar as piscinas.
h. Apague as fogueiras antes de ir se deitar.
i. Jamais jogue líquidos inflamáveis ou latas de aerossóis sobre
as fogueiras.
j. Use sapatos fortes ou botas quando estiver cortando grama.
k. Antes de cortar a grama, limpe o jardim de pedras e
brinquedos.
1. Jamais deixe os cortadores de grama abandonados enquanto
o motor estiver funcionando ou quando um cortador elétrico
ainda estiver ligado na tomada.
m. Quando estiver usando tesouras elétricas para cortar a
vegetação da cerca, conserve o fio sobre o seu ombro, fora

32
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

do caminho.
n. Não deixe as ferramentas de jardinagem por toda parte —
elas representam um perigo para todo mundo.
o. Não esqueça machado, enxada, foice, facão e outras
ferramentas de trabalhos ao redor de casa.
p. Não ajuste ou conserte seu cortador de grama, ou sua tesoura
elétrica, enquanto os motores estiverem em funcionamento.
q. Evitar ter em casa ou no seu jardim plantas tóxicas e
substâncias perigosas, como ácidos, sodas cáusticas, etc.
Se esses produtos forem indispensáveis, não deixá-los ao
alcance das crianças. Tal medida deve ser também estendida
a remédios, produtos de limpeza, etc.
r. Consertar vazamentos de gás dos fogões urgentemente. Antes
de dormir ou de viajar, verificar se os botões do fogão estão
bem fechados. O mesmo se aplica a aquecedores a gás.

5) Na Sala De Estar

a. Mantenha as lareiras protegidas.


b. Conserve os alfinetes, agulhas e tesouras longe das crianças
— não deixe nenhum tipo de ferramenta cortante ou pontuda
jogada no chão ou no piso da casa.
c. Se transitar com faca ou objeto pontudo pela casa, use-o
com a mão levantada, acima da cabeça, pois alguém
inesperadamente pode se encontrar com você.
d. Certifique-se de que as estantes dos livros não possam ser
derrubadas.
e. Coloque os fios elétricos onde as pessoas não possam
tropeçar neles, porém jamais sob os tapetes.
f. Substitua os fios elétricos imediatamente, se estiverem
esfolados ou rotos.

33
Severino Pedro da Silva

7. Suba em alguma coisa firme para fazer a limpeza e tirar o pó.


8. Tire o fio da TV (se possuir) da tomada quando for dormir
ou sair de casa.
9. Jamais retire a chapa de trás da TV (se possuir) ou obstrua
as fendas para ventilação.
10. Coloque a TV num lugar alto se ela é portadora de uma
antena vertical. Antena deste tipo podo indicar perigo para
os olhos das crianças — e para os seus também.
11.Mantenha todos os sacos plásticos longe das crianças. Isso
inclui os invólucros protetores internos dos discos
fonográficos.
12. Jamais deixe aberta, sem colocar um ferrolho, as janelas
onde uma criança pequena possa brincar.
13. Jamais coloque espelhos sobre o consolo das lareiras. As
roupas podem incendiar-se enquanto a pessoa está se
olhando no espelho.
14. Não deixe pequenos objetos espalhados com as crianças
por perto — elas podem engoli-los, enfiá-los nos narizes ou
nos ouvidos.
15. Cuidado para não ficar com os dedos presos nas janelas
de guilhotina e nas portas.

6) O Quarto De Dormir, O Saguão,


As Escadas E Os Corredores

1.Se você tiver filhos pequenos, coloque ferrolhos de segurança


em todas as janelas acima do nível do chão.
2. Os aquecedores elétricos são os mais seguros, para os
quartos de dormir das crianças.
3. Quando você usar aquecedores a gás verifique se existe uma
ventilação adequada.

34
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

4. Feche os vidros de remédios e recoloque-os no armário de


medicamentos logo depois de usá-los.
5. Não fume na cama — de preferência em lugar nenhum.
6. Não deixe comprimidos para dormir ao lado da cama —
doses repetidas podem ser tomadas acidentalmente.
7. Tapetes frouxos devem ter cordões que os fixem.
8. Nunca suba ou desça escadas com uma carga muito grande
ou muito pesada.
9. Use portões de segurança nas escadas, quando houver
crianças muito pequenas por perto.
10. Uma boa iluminação é essencial — nada de cantos escuros.
11.Não amontoe lixo nem produtos inflamáveis embaixo das
escadas.
12.Nunca deixe coisas jogadas pelas escadas e verifique sempre
se o tapete sobre ela está bem fixado e não tem buracos.
13. Tenha sempre uma das mãos livres para se segurar no
corrimão — subindo ou descendo, use-o sempre.
14.Nunca tente consertar instalações de gás ou elétricas por
conta própria. Chame um especialista, um técnico. Pagando-
se fica caro. Contudo, se há segurança é mais barato do que
quando se faz de graça — contendo risco (1).

II) Na Rua

Muitas pessoas não observam como andam e nem aonde pisam.


Também não são dadas a observarem certos sinais orientativos que
estão postos em lugares estratégicos, como avisos importantes para
preservação da vida. Alguns cientistas de trânsito, opinam que uma
parte das pessoas que são atropeladas, são possuidoras de baços
grandes, o que as tornam lentas. Elas vêm o perigo, querem avançar,
mais são surpreendidas. Com efeito, porém, existe uma outra parcela,

35
Severino Pedro da Silva

que são vítimas de atropelamentos por falta de atenção. Alguns calculam


mal a distância de onde se encontram e não conseguem atingir o objetivo
e são também surpreendidos. Sabemos que existe a fatalidade, mas
infelizmente, algumas são vítimas mesmo, é do descuido. Outras, são
cuidadosas, éticas; nunca avançam na dúvida, lembrando do velho
ditado: "é melhor perder um minuto na vida, do que a vida num minuto".
A Sinalização de Regulamentação, tem por finalidade informar aos
usuários das condições, proibições, obrigações ou restrições no uso
das vias. Suas mensagens são imperativas e seu desrespeito constitui
infração. A regulamentação mostra as advertências e as obrigações.
Na Sinalização de Advertência que tem por finalidade alertar aos
usuários da via para condições potencialmente perigosas, indicando
sua natureza, tem por finalidade proteger aos usuários. O desrespeito
de suas regras se constitui em perigo iminente. Nas vias para pedestres,
há uma parte da via chamada "refúgio", devidamente sinalizada e
protegida. Também há indicação luminosa ou não de permissão ou
impedimento de locomoção na facha apropriada. Por exemplo:

Proibido trânsito Pedestre ande Pedestre ande


de pedestres pela esquerda pela direita

No cruzamento para pedestres, há sempre uma seta apontando


para a direção que você veio e para a que você vai. Ela está advertindo:
"pare, olhe atentamente para os dois lados, antes de atravessar".
Na passagem de nível sem barreira, geralmente é acrescentado mais
um item à esta advertência. Ali diz: "Pare olhe e escute". Aconselha-se,
portanto, à qualquer pedestre de qualquer idade, somente atravessar a
rua, a pista e coisas assim, quando tiver consciência de total segurança.
E se estiver conduzindo criança, pessoa de idade ou deficiente, o
cuidado deve ser redobrado. Observar também com cuidado onde
pisa é muito importante. Alguém por não dar importância a isso, tem
36
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

sofrido queda que causa ferimentos profundos e até a morte. É fácil


quando se está distraído, olhando para uma outra direção e não para
aquela em que a pessoa está caminhando, pisar antes do meio-fio ou
num buraco e cair repentinamente. Andar com cuidado faz parte de
nossa segurança e pode prolongar o nosso viver.

III) Em Outras Áreas


Estas áreas significam qualquer lugar do universo. No mundo
existem certas áreas que por si mesmas, sem nenhuma outra
interferência, já são denominadas: zonas de perigo. Mas, outras, já
não se mostram tão perigosas. Também existem trabalhos e certos
esportes que oferecem perigos constantes àqueles que os praticam.
Também algumas pessoas são aventureiras e outras precipitadas e
gostam mesmo do perigo. Com efeito, porém, caminhar nessas zonas
de perigo, praticar esportes e exercer funções perigosas de alto risco,
requer, em todos eles, seguir certas regras e normas e treinamentos
preventivos. Correr demais ao volante, aumenta o risco de acidente
que pode prejudicar a si e aos outros. Pedro e João foram avisados da
possibilidade do corpo de Jesus ter sido roubado do túmulo. Eles
partiram em disparada para verem, se pelo menos, conseguiam algumas
evidências que o pudesse encontrá-lo. "Os dois corriam juntos, mas o
outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou
primeiro ao sepulcro" (João 20. 4). A lei da velocidade é sempre esta:
quem corre apressadamente, "chega primeiro ao sepulcro". Observar
os sinais de trânsito e seguir a lei e os números do velocímetro, faz
parte de nossa cidadania e traz segurança para nós e para aqueles que
nos rodeiam.

HIGIENE

A higiene também faz parte de nossa segurança e cuidando


bem dela, podemos impedir o aparecimento de muitas doenças. Nos
37
Severino Pedro da Silva

alimentando bem, cuidando do nosso corpo, de nossa casa e do lugar


onde vivemos, podem ser acrescentados, no mínimo 15 anos de vida.
Isso abrande três áreas importantes:
1°. Do nosso corpo. O corpo torna-se um dos componentes
do viver, do conhecer, do desejar, do fazer, do ter. Sem ele, o homem
não poderá realizar as seguintes funções:
• não pode alimentar-se • não pode aprender
• não pode comunicar-se • não pode divertir-se
• não pode trabalhar • não pode reproduzir-se
• não pode adorar
Alimentar-se bem e corretamente, lavar as mãos com sabão
com freqüências, escovar os dentes, tomar banho todos os dias,
especialmente depois de trabalhar ou ter suado, ajuda a prevenir certas
doenças da pele, coceiras, caspa, espinhas e erupções, etc. Trocas de
roupas, conservação da higiene mental, tudo isso somado, pode evitar
muitos males ao homem.
2°. De nossa casa. A casa é uma extensão do viver do homem
e é nela que ele passa, a maior parte de sua vida. É verdade que
atualmente, uma grande parte do mundo, vive sem as condições básicas
de infra-estrutura; mas onde isso for possível, deve ser implantando
todos os meios para o bem-estar da pessoa humana. Uma casa limpa,
ventilada, bem arrumada, além de oferecer um aspecto agradável para
quem mora e visita, também pode evitar certas doenças e males na
vida de seus ocupantes.
3°. Do lugar em que vivemos. A higiene é de grande
importância na prevenção de muitas infecções. A limpeza pessoal, o
saneamento, isto é, limpeza da localidade em que vivemos, são muito
importantes.

(1) Andrew Stanway. 1980 13y Andrew Stanway MB. MRCP. U.S.A.

38
21 ri;

O Casamento faz parte do plano de Deus para a família

O casamento é uma instituição civil e religiosa. Foi ordenado


por Deus desde os tempos primordiais para dar continuidade à sagrada
instituição da família. O casamento contribui também para o bem-estar
da sociedade, mediante a boa ordem familiar. Do ponto de vista divino
de observação, é recomendado por Deus mediante seus escritores
sagrados, que diz: "...desde o princípio da criação, Deus os fez macho
e fêmea. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á
a sua mulher, e serão os dois uma só carne: e assim já não serão dois,
mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem"
(Marcos 10. 6-9). "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito
seja sem mácula" (Hebreus 13. 4). Lamentavelmente, existem
casamentos realizados fora da aprovação divina, e os cônjuges não
observam as solenes palavras que saiu da boca de Jesus: "o que Deus
ajuntou, não o separe o homem" e sem que haja motivo que justifique
uma separação, contudo, isso é feito sem nenhum receio.

39
Severino Pedro da Silva

I) Os Direitos E Deveres Dos Cônjuges

No que diz respeito aos direitos e deveres dos cônjuges, a


esposa podia exigir do marido dez coisas, três das quais estão
estipuladas na Lei e as outras sete nas interpretações rabínicas:
1)Alimento;
2) Vestido;
3) 0 dever conjugal (Êxodo 21.10).
As outras sete são prescritas pelos doutores da Lei:
1°. Ajuda na enfermidade;
2°. Resgate para a remissão do cativeiro;
3°. Sepultura na morte, permanência ao lado do marido;
4°. Casa na viuvez;
5°. Comida para os filhos;
6°. Uma parte da herança;
7°. E o dote para os filhos (1).
As obrigações da esposa são: o seu trabalho, sua presença
habitual e referência ao marido, etc.
As sociedades apresentam diferenças na maneira como se
organizam ou estruturam seus grupos. Essas variações sofrem, porém.
modificações profundas dependendo de certas influências internas e
externas apresentadas dentro do contexto em que se vive.

II) Como São Organizadas As Famílias


Os antropólogos e sociólogos têm classificado e dividido a
maneira como são organizadas as famílias da seguinte maneira:
• Elementar
• Extensa

4 tl
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

• Composta
• Conjugada-fraterna
• Fantasma
1°. "Família elementar (nuclear, natal — conjugal, simples,
imediata, primária) é uma unidade formada por um homem, sua esposa
e seus filhos, que vivem juntos em união reconhecida pelos outros
membros de sua sociedade.
2°. Na família elementar, pode, à medida que os filhos crescem
e deixam o lar, o grupo familiar diminuir; eventualmente, pode
desaparecer com a morte dos pais. Os Esquimós exemplificam esse
tipo de família.
3°. A família extensa. A família extensa (grande, múltipla como
determina o teimo) é uma unidad,,-composta de duas ou mais famílias
nucleares ligadas por laços consangüíneos; Assim, uma família extensa
é, primeiramente, uma estrutura consangüínea, no sentido de que certo
número de parentes consangüíneos estão ligados entre si por deveres
e direitos mútuos, reconhecidos. Nos dias do Antigo Testamento, a
família numerosa, era considerada como manifestação singular do favor
divino. Com efeito, porém, em o Novo, esse conceito passa a ser visto
por outro prisma com regras bem definidas.
4°. A família composta. A família composta (complexa, conjunta)
é uma unidade formada por três ou mais cônjuges e seus filhos.
Por exemplo: numa sociedade matrilocal (unilinear), a família
complexa compõe-se do Ego (eu): feminino, seus pais, irmãs casadas
e solteiras, irmãos solteiros, os filhos de Ego assim como os de suas
irmãs casadas e respectivos maridos, etc.
5°. A família conjugada — fraterna. Essa refere-se a uma unidade
composta de dois ou mais irmãos, suas respectivas esposas e filhos. O
laço de união é consangüíneo.
Severino Pedro da Silva

6°. A família fantasma. Essa consiste em uma unidade familiar


formada por uma mulher casada e seus filhos e o fantasma. O marido
fantasma não desempenha o papel de pai, é apenas o genitor (pai
biológico). A função de pater (pai social) cabe ao união mais velho da
mulher (fantasma), etc." (2).
Do ponto de vista sócio-biológico, talvez o casamento não seja
visto, no mais rudimentar do sentido, uma necessidade. Contudo, do
ponto de vista divino de observação, o casamento não é elemento
acidental, mas essencial da criação, a ponto de que o próprio homem
não é completo em suas necessidades sem a sua adjutora (cf. Gênesis
1. 26-27; 2. 18). Enquanto não estava formado o casal humano, Deus
não estava contente com a sua obra. Ele disse: "Não é bom que o
homem esteja só". O casamento torna-se, portanto, essencial para a
vida do homem e para sua morte.
• Na vida, o casamento traz ao homem uma espécie de alegria
pela presença de sua esposa (Gênesis 2. 23-25; 24. 67; Eclesiastes 9.
9) e por extensão, a de seus filhos (Gênesis 33. 5).
• Na morte — esta limita o homem. O casamento torna-se um
meio de contornar esta limitação, de sobreviver nos filhos. Por este
motivo na antiga aliança, a mulher estéril buscava a proteção divina,
para cumprir seu dever da missão de mãe. Assim, o matrimônio se
tomou um meio de assegurar o futuro. Era também dever do homem
casar com a viúva de seu irmão se ela não tivesse filhos — e dar-lhe
pelo menos um filho: "...para que o seu nome [nome do esposo falecido]
se não apague em Israel" (Deuteronômio 25. 6; Mateus 22. 25). A
suma do que temos falado, o casamento envolve vários períodos, a
saber: antes, durante e depois. Assim:
• Antes: Este período é coberto pelo espaço de tempo, que
vai do namoro ao noivado propriamente dito.
• Durante: Trata-se desde o dia do casamento até seu ponto
terminal: seja isso por algum acidente de percurso ou seja pela própria

42
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

morte de um dos cônjuges.


• Depois: Este "depois" aqui, pode ser da separação do casal
ou da morte de um deles. Na trilha da vida, existem aqueles que se
casaram — que se casam — e que se dão em casamentos. Jesus falou
sobre isso por amor de seu argumento (Lucas 17. 21). Com efeito,
porém, existem também aqueles que por alguma razão pessoal ou da
existência não optaram por tal coisa: são os celibatários. Sobre eles
falaremos no capítulo seguinte.

III) A Poligamia

A poligamia — consiste na pluralidade de cônjuges. Existem


pelo menos três formas de poligamia: casamento de diversos homens
com diversas mulheres (casamento grupal); casamento de diversos
homens com uma só mulher (poliandria); casamento de várias mulheres
com um só homem (poligamia). A poligamia opõe-se à monogamia,
que é o casamento de um só homem com uma só mulher. No Brasil a
poligamia é proibida. Contudo, é praticada por alguns grupos indígenas.
Os Kayapós, por exemplo, praticam a poligamia. As mulheres kayapós
com o casamento consolidado são respeitadas ou poupadas. Mas,
ainda assim, os casais com filhos podem trocar de parceiros se houver
uma sólida amizade: o amigo dele será chamado de ikamu (irmão) e a
amiga dela será inikiê (irmã). Depois, ambos fazem a troca e é anunciada
publicamente pelos dois para dar uma satisfação à sociedade. No caso
dos carajás a infidelidade é proibida, mas há uma certa tolerância em
relação as escorregadelas. Aplica-se uma espécie de castigo para a
mulher e seu amante. O caso será contado as duas famílias e o irmão
ou irmã aplica uma surra neles. Essa punição simbólica redime o adúltero
e a sociedade indígena. Outro exemplo é o dos Wáiwái, Parikotó e
Taruma. Em determinada época do ano, os homens aband miam suas

43
Severino Pedro da Silva

casas e retornam depois tocando flautas e enfeitados e são


recepcionados pelas mulheres guerreiras, que escolhem cada uma seu
parceiro. Depois elas oferecem presentes aos seus amantes, e eles vão
embora. A poligamia também acontece em algumas tribos, como, por
exemplo, a dos Yanomami, que praticam a poligamia noimalmente com
a irmã ou prima da esposa (3).
Em geral, tais práticas são rejeitadas pelos conceitos religiosos
que se fundamentam nos preceitos bíblicos.

IV) O Casal Deve Ser Composto


Por Pessoas Ideais

Muitas pessoas buscam orientações para diversificados assuntos


e problemas da vida. Contudo, os mais relacionados com o dia-a-dia
são estes:
• Conselho para a tomada de simples decisões
• Respostas para questões incômodas
• Depressão e senso de culpa
• Orientação na determinação de carreira profissionais
• Crises nervosas
• Crises financeiras — tudo dando errado
• Malogros [insucessos, fracassos, não ir avante]
• Pesar
• Conduta excêntrica
• Ansiedade, preocupação e temor
• Insegurança no que fala e no que faz
• Sentimentos desagradáveis
• Dificuldades domésticas e maritais
• Ajuda na solução de conflitos com outras pessoas, na família,
no trabalho, na escola e coisas assim por diante.

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

• Problemas de alcoolismo e entorpecentes


• Dificuldades sexuais
• Problemas psicossomáticos
• Dificuldades no trabalho, na escola e na igreja
• Tentativa de suicídio. No geral, estes problemas afetam as
pessoas de todas as faixas etárias da vida. Por exemplo:
• As crianças
• Os adolescentes
• Os jovens e solteiros
• Solteiros de mais idade
• Pessoas casadas
• Pessoas divorciadas
• Pessoas que vivem juntas maritalmente — mas não são
casadas
• Pessoas mais idosas
• Pessoas com defeitos físicos por elas não aceitos

Todas estas classes apresentam problemas especiais e no geral,


tais pessoas começam a optarem para o lado negativo da vida, parece
que para elas todas as portas se fecham e que tudo somente lhe ocorre
do lado da contra-mão. Se você como conselheiro conversa com uma
delas, seu argumento é sempre vazado para o lado oposto do sucesso.

1. Do Lado Negativo:

Ela começa dizendo:


• Não!
• Não posso!
• Já fiz tudo quanto me era possível
• Já tentei, mas não deu certo
• Fiz o melhor que pude, mas deu errado
• Ninguém acredita em mim — não adianta nem falar
Severino Pedro da Silva

• Eu jamais poderia fazer isso — vai além de minhas


possibilidades físicas, financeiras e espirituais
• Se tivesse tempo, eu o faria
• Não ponha a culpa em mim — a pessoa que fala sempre
aventura
• Não me pergunte
• Penso que sim. No momento só isso
• Você sabe como são as coisas — não creio no futuro —balança
com a cabeça
• Mas eu já orei a esse respeito, mas...
• Já esgotei todos os meus recursos
• Eu tenho a necessidade de...mas não adianta
• Isso é impossível
• Há muitas objeções contra isso — nem vou tentar, não acha?
• Isso não funciona
• Todos estão contra mim...ela conclui. Pessoa que assim se
olha, sempre é um problema para si e para o seu cônjuge.

Você insiste, apontando-lhe o lado correto da vida, mas ela


não aceita o caminho do sucesso. Pessoa que se encontra nessa
situação, jamais visualizará o caminho da vitória, ainda que este seja o
caminho mais desejado em sua vida. Contudo, há uma esperança!

2. Do Lado Positivo:

Ela começa dizendo:


• Sim!
• Quero!
• Posso!
• Vai dar tudo certo
• Serei vitorioso
• Sim! Não tenho tempo, mas irei criar o tempo
• Irei dar o primeiro passo nessa direção

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

• Vou fazer o melhor e Deus me ajudará


• Eu tenho culpa — mas Deus me perdoará
• Estou orando
• Sou uma pessoa bem-aventurada
• Tudo é possível ao que crê e eu sou essa pessoa
• Nunca é tarde para se começar — não acha?

A soma de tudo isso, se resume numa única frase: você precisa


mudar. Mudar para melhor — é claro! O Senhor Jesus Cristo está
interessado nesta mudança. O apóstolo Pedro oferece uma receita
divina para nosso crescimento espiritual, que seguida cuidadosamente,
elevará nosso padrão de vida espiritual. Esta receita se baseia nos "8"
preceitos dos valores divinos em que nossas almas devem, sob eles
repousar. Pedro falou disso por amor de seu argumento. 2 Pd. 1. 5-7:


Virtude
Ciência
Temperança
Paciência
Piedade
Amor fraternal
Caridade

"...se em vós houver e abundarem estas coisas...", continua o


apóstolo, todos serão frutíferos e abundantes na vida espiritual. Com
efeito, porém, adverte ele: "...aquele em quem não há estas coisas é
cego, nada vendo ao longe...". Isto é, estéreis e ociosos, coisas estas
que não trazem nenhum progresso à si e a outrem.

(1) O NTI—VPV. N. R. C. 1982


(2) Curso dc Filosofia. R. Jolivet. Livraria Agir Editora. 1984
(3) O Amor Entre os índios. Geográfica Universal, n° 240. Jan/l 995/Rj.

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Severino Pedro da Silva

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Dentro da Ética Cristã

O planejamento familiar toma-se muito importante para a família


em si e a nação à que pertence. Uma família muito grande pode trazer
problemas sérios. Eis alguns:
1°. Com muitos filhos, é mais difícil alimentar, vestir e educar
bem todas as crianças.
2°. Com um filho atrás do outro, a mãe geralmente fica fraca.
Isto não somente é comprovado pela ciência mas também é confirmado
pela própria Bíblia. "...A que tinha muitos filhos enfraqueceu" (1 Samuel
2. 5b). Cf. Jeremias 15. 9 que diz: "A que dava (a mãe) a luz sete se
enfraqueceu, expirou a sua alma; pôs-se o seu sol sendo ainda de dia;
ela confundiu-se, e envergonhou-se...". Para que o corpo da mulher
possa se recuperar da gravidez, parto e amamentação, o espaço entre
o fim de uma gravidez e o começo de outra deve ser, segundo os
médicos no mínimo de dois anos.

49
Severino Pedro da Silva

3°. Tendo um filho atrás do outro a mãe tem menos leite. As


crianças que nascem por último muitas vezes são alimentadas com
mamadeira.
4°. A partir do 5° filho, os partos ficam cada vez mais perigosos.
5°. O parto em mulher muito jovem ou de mais idade, é mais
perigoso para as mães e para os bebês.

I. Ter O Número De Filhos Que Você Quer


E Quando Quiser

Quando o casal planeja o número de filhos que deseja e pode


sustentar, a família leva uma vida mais feliz e saudável, por vários
motivos:
1°. A mãe está mais calma — seu corpo se recupera bem do
esforço exigido pelas
gestações e no cuidado com as crianças.
2°. Os filhos estão mais sadios — eles são realmente amados e
desejados.
3°. O pai está mais tranqüilo, sua mulher e seus filhos estão
com saúde e ele consegue sustentá-los.
Com famílias mais felizes e saudáveis, toda a comunidade
progride.
Existem métodos naturais para evitar que a mulher fique grávida,
sem ser necessário que se cometam coisas abusivas. Estes métodos se
chamam métodos de planejamento familiar.
Há duas espécies de métodos para evitar a concepção: os
métodos naturais e os métodos artificiais. Com efeito, porém, neste

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

livro iremos apenas abordar os métodos naturais dentro da ética cristã,


visto que, os métodos artificiais, em alguns casos, fogem por completo
dos sentimentos cristãos e podem ferir a santidade divina. Também
têm sido comprovados pela própria ciência médica que alguns destes
métodos artificiais podem causar lesões irreversíveis na mulher. Os
métodos naturais, geralmente, são métodos (quase que) aprovados
por todos. Muitas mulheres que não querem ter filhos costumam fazer
aborto. No Brasil o aborto provocado é ilegal. Sendo ilegal é feito
escondido, sem higiene e por pessoas sem preparo. Tudo isso põe em
grave perigo a saúde e a vida da mulher. Do ponto de vista divino de
observação, o aborto provocado é condenado pela lei divina que
disse: "Não matarás"— quer dizer: "Não matarás a ti mesmo e a outrem"
(Êxodo 20. 13).
• Os grupos evangélicos em geral, não condenam os métodos
naturais em relação ao planejamento familiar. A ordem de Deus para
"Frutificai-vos e multiplicai-vos, e enchei a terra" não foi dada
exclusivamente apenas ao primeiro casal. Ela tornou-se extensiva
também à gerações seguintes. Muitos casais baseados nesta ordem
divina, querem encher a terra sozinhos. Paulo disse que "...não são os
filhos da carne que são os filhos de Deus, mas os filhos da promessa
são contados como descendência" (Romanos 9. 8b). Em outras
palavras, existem "os filhos da carne e os filhos da carnalidade".
• A Igreja Católica não aprova, em princípio, os métodos
artificiais. Entretanto, procura compreender aqueles que usam estes
métodos e quer ajudá-los a passar para os métodos naturais. Os
métodos naturais não prejudicam a saúde. Alguns métodos artificiais
apresentam riscos. Queremos informar ao leitor que, os métodos que
iremos apresentar nos tópicos seguintes, são métodos aprovados pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), agência internacional ligada à
ONU, criada em 1948 para elevar os padrões de saúde no planeta.
Outrossim, estas e outras informações que estão sendo apresentadas
neste livro, são apenas de caráter informais e não orientativos. Fica,

51
Severino Pedro da Silva

portanto, assegurado ao leitor segui-las apenas, com orientações


médicas.

II . Métodos Naturais

Métodos naturais são aqueles que ajudam o casal a ter ou evitar


filhos, sem alterar o funcionamento do organismo.
O casal que quer ter filhos, deve ter relações íntimas durante o
período fértil da mulher. O casal que não deseja ter filhos, precisa
evitar as relações íntimas durante o período fértil da mulher.
Os métodos naturais oferecem as seguintes vantagens:
1°. Não prejudicam a saúde
2°. Evitam despesas além das possibilidades
3°. Usados corretamente falham pouco
É muito importante que o casal tenha profundo interesse em
aprender bem o método escolhido. Deve haver mútua compreensão
por parte de ambos. Precisam colaborar um com o outro. Também é
necessário que ambos se sintam bem com Deus e com sua própria
consciência.

III. Ponto De Vista Bíblico


O apóstolo Paulo quando respondia uma carta que lhe fora
enviada pelo pastor da Igreja de Corinto, descrevendo as dificuldades
ali existentes com respeito ao casamento místico, divórcio e coisas
assim, ele fez uma breve menção sobre o período fértil e não fértil da
mulher. Isso em linguagem hodierna podia significar: Um Planejamento
Familiar moldado nos princípios naturais que os séculos e a sabedoria
popular os ensinou. Assim diz o grande sábio: "Não vos defraudeis um

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos
aplicardes à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás
vos não tente pela vossa incontinência. Digo, porém, isto como que
por permissão e não por mandamento" (1 Coríntios 7. 5). Tem sido
opinado pela maioria dos comentaristas de grande credibilidade que,
Paulo, nessa passagem mostra-nos dois ensinamentos básicos: a
abstinência do casal para se aplicarem a um período de consagração à
Deus — e segundo, abstinência durante o período fértil da mulher —
afim de que esta não engravidasse.

1. Abstinência Do Casal
A abstinência do casal de acordo com certos ensinamentos
do Antigo Testamento que dizia que em caso de propósito de
consagração à Deus por parte de um dos cônjuges, devia, então, haver
um período de separação por parte do casal (cf. Êxodo 19. 15; 1
Samuel 21. 4-5). Geralmente, isso durava três dias.

2. Apenas Por Um Certo Período


Em o Novo Testamento, especialmente na P Epístola de Paulo
aos Coríntios 7, o apóstolo diz que o casal deve se abster por um
certo período de tempo, para que se aplique à prática da oração.
"Depois" continua o apóstolo, "...ajuntai-vos outra vez..." (v. 5).
Aplicando o método analítico de dedução no texto em foco, podemos
chegar a conclusão que, este período de "abstinência" em que o casal
usava para sua consagração à Deus, era exatamente os dias que
começavam e se sucediam o ciclo menstrual da mulher. Isso significa
que, ["todo ciclo menstrual começa com o primeiro dia da regra, que
geralmente dura de 3 a 5 dias"]. No Antigo Testamento foi ordenado
por Deus "o período de separação da mulher". Isso envolvia seu período
menstrual e sua purificação após o parto (Levítico 12. 1-8; 16. 25-
33). Havia também um período de separação para fins espirituais
(Êxodo 19. 15; 1 Samuel 21. 4-5; 1 Coríntios 7. 5).

53
Severino Pedro da Silva

3. Primeiros Dias
Quando a regra termina, vêm alguns dias em que a mulher
sente que as partes íntimas estão secas, sem umidade. Nesse período
seco as relações íntimas não causam gravidez.
Nesses primeiros dias secos, é importante manter relações
íntimas se esta é a vontade e a necessidade do casal, mas sempre à
noite (uma noite sim, uma noite não) para não confundir o esperma do
homem com o muco cervical. As mulheres com ciclo menstrual curto
(menos de 26 dias) não têm dias secos depois da regra. O casal precisa
evitar relações íntimas durante a regra, porque o muco vem nos últimos
dias da regra, e mesmo isso era também proibido pela lei cerimonial de
Deus (Levítico 15. 19.24-25).

IV. Organização Mundial Da Saúde (OMS)

A Organização Mundial da Saúde, órgão ligado diretamente a


ONU, tem aprovado vários métodos de planejamento familiar. Por
exemplo:
1°. Temperatura e muco. Para usar o método do muco
(método da ovulação ou Billings), a mulher precisa conhecer o seu
ciclo menstrual. A mulher anota diariamente a temperatura de seu corpo,
tomada pela boca. Deve fazer isso ao acordar, antes de levantar-se.
Depois da ovulação, a temperatura sobe mais ou menos 0,3 °C. Se
após três dias ela continuar mais alta do que a dos outros dias do ciclo,
isso significa que a ovulação já ocorreu e o óvulo não está mais vivo.
Portanto, não há mais risco de fecundação. O ciclo vai lhe mostrar o
seu período fértil, isto é, a época em que ocorre a ovulação e ela pode
engravidar. Para evitar uma gravidez, ela não pode ter relações íntimas
no período fértil.

54
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

Durante o ciclo menstrual — época que vai do primeiro dia de


urna menstruação até o primeiro dia da próxima — o corpo da mulher
passa por várias mudanças. Conhecendo essas mudanças, a mulher
sabe quando é possível engravidar. A própria medicina tem comparado
o corpo da mulher com a própria terra. A terra tem período de seca e
período de chuva. Se o agricultor planta durante a seca a semente não
brota. A terra não tem umidade para a semente viver. O mesmo acontece
com a mulher. As relações íntimas, durante o período seco da mulher,
não causam gravidez, porque nessa época a mulher não é fértil. A
semente brota se o agricultor planta a semente durante as águas. O
mesmo ocorre com a mulher. Se ela tem relações íntimas no período
fértil (tempo do muco cervical) ela pode engravidar (1).
2°. Para evitar a gravidez, são usados hoje diversos métodos
anticoncepcionais. Mas é aconselhável se o casal decidir por um deles,
é importante consultar um médico, pois só ele pode indicar a melhor
opção para cada caso. Não é recomendável seguir este ou aquele
método, porque cada mulher tem um organismo diferente, e há mulheres
que nem podem tornar pílula, por exemplo.
3°. A pílula. A pílula é um comprimido que contém hormônios
e, por isso, impede a ovulação. As pílulas do tipo mais comum são
tomadas durante 21 dias, a partir do quinto dia da menstruação.
4°. DIU. DIU quer dizer dispositivo intra-uterino. É urna
pequena peça de plástico que o médico coloca dentro do útero da
mulher. Somente o médico pode colocar o DIU.
5°. Diafragma. O diafragma é uma capa de borracha que é
colocada de modo a tampar a entrada do útero. Dessa forma, ele
impede a passagem dos espermatozóides.
6°. O método da tabelinha. O método da tabelinha é o único
aprovado pela igreja católica e em geral, pelas igrejas protestantes,
que o considera um método natural. A mulher faz uma tabela para
saber quais são os seus dias férteis, ou seja, aqueles em que tem maior

55
Severino Pedro da Silva

probabilidade de engravidar. A fertilidade é indicada pela ovulação.


Como o óvulo sobrevive dois dias e o espermatozóide dura três dias
ou mais, a mulher não deve ter relações íntimas durante os três dias
que vêm antes da ovulação, nem até dois dias depois.
7°. A Esterilização. Existe a esterilização natural, a
circunstancial e aquela que por alguma circunstância, o casal pode chegar
à conclusão de que não quer mais ter filhos e, por isso, escolhe a
esterilização como alternativa.
a) A esterilização natural, trata-se de problema congênito. O
corpo da pessoa é assim. A pessoa nunca vai ter filhos, a menos
que haja por parte de Deus um milagre. Alguns homens e
mulheres nascem estéreis.
b) A esterilização circunstancial. Em alguns casos, a esterilidade
não é congênita, e, sim, circunstancial. Um homem e uma mulher
tentam ter um filho, mas a mulher não fica grávida. O homem
ou a mulher pode ser estéril. Dependendo da causa da
esterilidade, às vezes alguma coisa pode ser feita para tornar a
pessoa fértil. Em algumas mulheres, anemia grave, má
alimentação ou falta de iodo, podem diminuir a chance de
engravidar. Existem homens que não conseguem engravidar
suas mulheres porque eles têm pouca quantidade de
espermatozóides.
c) A esteriliza ão por opção. É uma tomada de decisão por
aqueles que nunca mais querem ter filhos. A esterilização pode
ser feita tanto na mulher quanto no homem. No primeiro caso
— a esterilização feminina—, é feita uma cinirgia em que o médico
corta e amarra ambas as trompas. Assim, a ligação existente
entre o ovário e o útero é interrompido e o espermatozóide
não pode mais se encontrar com o óvulo.
Na esterilização masculina é feita uma cirurgia denominada
vasectomia. Ela é mais simples do que a ligação das trompas.
O homem recebe anestesia local e é feita uma pequena abertura

56
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

na pele da bolsa escrotal. Por essa abertura, os canais


deferentes são cortados e amarrados pelo médico. Com isso,
o caminho dos espermatozóides em direção à uretra fica
interrompido (2).
Nas Escrituras, tanto no AT como no NT, se fala de pessoa
estéril ou infértil. Quando se referia ao sexo feminino, geralmente se
aplicava o termo usual "estéril". Quando se aplicava para o sexo
masculino, usava-se o termo "eunuco". Algumas mulheres que foram
tomadas por Deus como exemplo de fé, foram estéreis. Dentre elas: 1.
Sara (Gênesis 11. 30); 2. Rebeca (Gênesis 25. 21); 3. Raquel (Gênesis
29.31); 4. A mãe de Sansão (Juízes 13. 2); 5.Ana (1 Samuel 1.2); 6.
Mical? (2 Samuel 6.23); 7. Isabel (Lucas 1.7). Algumas eram estéreis
por motivo de algum problema de ordem orgânica; outras, porém,
porque Deus lhes tinha cerrado a madre (1 Samuel 1. 5). Com efeito,
porém, todas elas confiaram no Senhor, "Que faz com que a mulher
estéril habite em família, e seja alegre mãe de filhos...". Assim, aquilo
que para essas mulheres era considerado opróbrio, foi removido pelo
poder da fé. Haviam alguns motivos para que as pessoas que eram
estéreis, fossem tidas como "bem-aventuras". Por exemplo:
1°. Gerar filhos para a destruição (Lucas 23. 39).
2°. Gerar filhos para a escravidão (Gálatas 4. 24-27).
Temos atendido um casal quase que desesperado pelo motivo
de um dos cônjuges ser estéril. Existem pessoas, que lançam mão de
todos os meios para conseguir um filho. Jamais vamos criticar uma
pessoa assim. Contudo, aconselhamos que quem se encontrar nesta
situação, antes de tomar certas decisões precipitadas, deve orar ao
Senhor até que Ele lhe revele a sua perfeita vontade. Uma
reconsideração na vida de um casal que não tem filhos, pode ser
importante. Outrossim, uma mulher não deve viver triste e chorando a
vida toda, só porque não tem filhos. Existem informações de que certas
mulheres adoeceram psicologicamente com lesões irreversíveis por

57
Severino Pedro da Silva

causa disto. Ao invés de desespero, essa irmã deve orar: "Senhor, seja
feita a tua vontade em minha vida. Tu sabeis o que é melhor para mim.
E, eu aceito a tua vontade!". Depois, é somente receber o sábio
conselho da parte de Deus, que diz: "Canta alegremente. ó estéril, que
não deste à luz; exulta de prazer com alegre canto, e exclama, tu que
não tiveste dores de parto..." (Isaías 54.1a).
8°. O Eunuquismo. O "eunuquismo" não aponta diretamente
para um homem estéril, ainda que este seja comparado com "uma
árvore seca" (Isaías 56.3); contudo, o termo aponta para um homem
que não tem aptidão para o matrimônio. Outros homens optaram à se
tornarem estéreis, não o eram, mas se fizeram. Mas, outros homens,
são estéreis e outros se fizeram pelos motivos que nosso Senhor
apresentou. A palavra "celibato" vem do termo latino "caelebs", que
quer dizer "solteiro". Este termo designava três sentidos importantes, a
saber:
O celibato voluntário. O celibato voluntário por razões
espirituais começou a ser dogmatizado desde bem cedo na história da
Igreja. Muitos indivíduos puseram-se a praticar o celibato, desde o
começo; e o movimento monástico (século III d.C.) proveu uma prática
mais formalizada do celibato, que desde então tem exercido grande
influência sobre o cristianismo. No entanto, até o século IV d.C., não
houve requisitos eclesiásticos formais sobre a questão; e nem o celibato
dos ministros era universalmente exigido. A lei do celibato clerical
assumiu forma definitiva, tanto no Ocidente quanto no Oriente, devido
às regras estabelecidas pelos imperadores romanos cristãos Teodósio
II e Justiniano I. Portanto, temos aí uma imposição feita de fora para
dentro do cristianismo
O celibato involuntário. Jesus falou deste tipo de celibato
quando disse: "Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da
mãe..." (Mateus 19. 12"). Nesse caso, o eunuco involuntário não é por
opção; mas por circunstância e/ou inaptidão para o ato sexual.

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

O Celibato circunstancial. O celibato ocasionado por


circunstâncias, prende-se ao fato de que, alguém ao ficar viúvo opta
por esta maneira de viver. São raros os casos, mas uma vez por outra
são encontradas pessoas assim. Do lado que diz respeito ao casamento,
temos o caso dos eunucos. Jesus falou de três tipos de eunucos: dois
por razões físicas, e um por razões éticas. Ele disse: "Porque há eunucos
que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados
pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa
do reino dos céus. Quem pode receber isto, recebe-o" (Mateus 1 9.
1 2). Eunucos que assim nasceram do ventre da mãe. "Eunucos de
nascença: homens que nascem com defeitos físicos (ou mentais) que
os tornam incapazes das funções sexuais. Os judeus chamavam tais
homens de "eunucos do sol", isto é, pessoas que nunca viram o sol
exceto no estado de eunuquismo. Por diversas vezes também foram
chamados de "eunucos pelas mãos dos céus", a fim de serem
distinguidos dos eunucos feitos assim por operações feitas pelos
homens". Eunucos que foram castrados pelos homens. "Eunucos
feitos pelos homens: aqui Jesus se refere aos amasculados por meio de
intervenções cirúrgicas, e não "por nascimento". No tempo de Jesus
havia grande número dessas pessoas, especialmente aqueles que
trabalhavam nos haréns orientais. Mas também se lê, na história antiga
muitos atos de barbaridade em forma de emasculação em tempos de
guerra, como castigo contra os inimigos ou como atos de vingança.
Alguns intérpretes, aplicam de forma espiritual ou moral essa
segunda classe de eunucos, dizendo que a principal referência é aos
homens que, por considerações sociais ou morais, se recusam a contrair
matrimônios, como, por exemplo, para servirem melhor ao estado, ao
governo e à sociedade. Contudo, essa interpretação não faz parte do
significado do texto, e em geral é ignorada nos comentários". -->
Eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus.
Eunucos por causa do reino dos céus: há diversas interpretações acerca
dessa terceira classe:

59
Severino Pedro da Silva

a) Fala de pessoas casadas que agissem como se o não fossem,


afim de melhor servirem ao reino de Deus. Interpretando assim o dizer
de Paulo: "Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; o
que resta é que também os que têm mulheres sejam como se as não
tivessem" (1 Coríntios 7. 29).
b) Compreende-se perfeitamente que a referência é aos homens
que se recusam a contrair matrimônio para melhor servirem e adorarem
ao Senhor. Essa recusa não implica no ato físico da castração, a
despeito do fato que, durante séculos, muitos homens têm feito isso
por motivos religiosos.
c) Outro exagero do texto tem sido a prática observada pelas
ordens religiosas dos sacerdotes católicos, ao transformar em regra
fixa a necessidade do celibato" (R.N.C). Na dispensação da lei era
proibido terminantemente a entrada dos eunucos no santuário de Deus.
"O quebrado de quebradura, e o castrado, não entrará na congregação
do Senhor" (Deuteronômio 23. 1). Mas pelo que parece, nos dias de
Jesus este conceito já se encontrava fora de uso (Atos 9. 27). Os
eunucos se consideravam a si próprios como sendo uma "árvore seca"
(Isaías 56. 3). Com efeito, porém, este conceito negativo de si mesmo
e pelos outros, parece que foi extinto pela conversão miraculosa do
eunuco mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes (Atos 8. 26-
39).
Mentira sobre a gravidez: "Muita gente acredita em falsas idéias
sobre a gravidez:Quem está amamentando não engravida. Não é
verdade. Pode engravidar, sim.Na primeira relação é difícil engravidar.
As chances são as mesmas em qualquer relação, seja ela a primeira ou
a décima.Mulher menstruada não fica grávida. Realmente é mais difícil
acontecer uma gravidez nesse período, mas não é impossível" (3).

Se o casal deseja seguir um planejamento familiar,


aconselhamos à buscar a sábia orientação divina e no campo da

60
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

medicina consultar um especialista no assunto. Esses métodos estão


sempre passando por ajustes junto a Organização Mundial da Saúde
(OMS), que oferece orientação de planejamento familiar. Eles estão
sempre sendo atualizados

(1) Onde Não Há Médico. David Werner. Edições Paulinas. 1989.

(2) Daniel Cruz. Ciências e Educação Ambiental. Editora Ática. 1997.

(3) Fernando Gewandsnajder. Série De Olho na Ciência. Editora Ática.

61
Severino Pedro da Silva

62
Ideal

Como construir uma...

No capítulo primeiro deste livro, dissertamos sobre a ética corno


sendo: "A conduta ideal do indivíduo" e o psicólogo James Dobson diz
que os primeiros cinco anos da vida da criança tem muitíssima
importância para toda a vida que se segue, pois é nesse período que
os fundamentos são lançados. Sempre se ouve dizer: "A famflia é urna
extensão da igreja". Esta expressão torna-se também extensiva a uma
comunidade e até mesmo a uma nação. No contexto geral, uma nação
seja ela grande ou pequena, é constituída de células familiares,
compostas de 2, 3, 4, 5 pessoas e daí por diante — de acordo com a
compreensão e cultura de cada um. Portanto, torna-se necessário que,
cada cidadão tenha por si mesmo e por sua família o cuidado na
formação ética de cada indivíduo.

I.0 Cuidado Dos Pais Pelas Crianças


Passaremos a analisar alguns pontos de vista relacionados com

63
Severino Pedro da Silva

o lado físico-social das crianças. Neste sentido, o cuidado dos pais,


da sociedade e do Estado pelas crianças, deve estar presente em todos
os atos de suas vidas. Nosso Código de Processo Civil, organizado
por Juarez de Oliveira — 26a edição, 1996, em seu Artigo 227, diz que
"É dever da familia, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão". No Estatuto Da Criança
E Do Adolescente, em seu Artigo 19/1991, contém algo semelhante,
dizendo: "Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e
educado no seio da família e, excepcionalmente, em família substituta,
assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da
presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes". "Aos
pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de
cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais". Artigo 22. As
Sagradas Escrituras e também algumas leis de alguns países e normas
tribais também tratam do mesmo assunto.

1. Do Lado Físico

a) Desnutrição
Começaremos aqui, nesta seção focalizando o lado físico —
natural da vida. A criança fica desnutrida porque não recebe quantidade
suficiente de comida. Algumas crianças estão desnutridas porque só
comem alimentos ricos em amido, como fubá industrializado, arroz
branco, macarrão branco, mandioca e não recebem alimentos integrais
e cheios de vida em quantidade suficiente para crescer, correr e proteger
o corpo. De acordo com os critérios médicos e nutricionistas, a
desnutrição pode causar na criança muitos problemas diferentes. A
seguir daremos aqui duas listas de alguns problemas oferecidos pelos

64
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

especialistas no assunto: alguns menos graves, outros mais graves. Os


primeiros sinais de desnutrição muitas vezes são notados depois de
uma doença aguda como a diarréia ou o sarampo. A criança doente ou
que está saindo de uma doença precisa de mais alimentos nutritivos do
que a criança sadia.

Casos Menos Graves


• A criança não cresce direito
• Fica com a barriga crescida
• Fica magra
• Perde o apetite
• Fica fraca
• Fica pálida (anemia)
• Tem vontade de comer terra (anemia)
• Tem feridas no canto da boca
• Está sempre resfriada e com alguma infecção
• Não enxerga direito no escuro.

Casos Mais Graves


• A criança ganha pouco ou nenhum peso
• Os pés incham (às vezes também o rosto)
• A pele descarna, tem manchas escuras e feridas abertas,
cabelo fica fino, muda de cor e cai
• Fica triste, perde a vontade de rir e de brincar
• Tem feridas dentro da boca
• Tem dificuldade para aprender
• Tem "olhos secos" (xerose)
• Fica cega.
A criança sadia ganha peso de maneira constante. Se ela recebe
comida nutritiva em quantidade suficiente, e se não tem nenhuma doença
grave, ela aumenta de peso um pouquinho todos os meses.
Precisamos observar a criança que ganha pouco peso ou peso

65
Severino Pedro da Silva

demais, que ganha peso muito devagar, que para de ganhar peso ou
perde peso. Pode ser que ela não esteja comendo os alimentos certos.
Pode ser que esteja doente ou as duas coisas ao mesmo tempo. As
vezes a criança está ganhando peso, mas, como está crescendo, ela
não engorda. Isto está certo. Existe um método chamado de "Caminho
da Saúde". Seguindo este caminho direitinho, é fácil ver se a criança
está ou não ganhando peso normalmente: é só olhar no cartão. São
estes, portanto, alguns dos conceitos gerais em relação a criança.

2. Do Lado Espiritual

a) Direção A Seguir
Do ponto de vista geral das Escrituras Sagradas, a criança
deve se desenvolver nas seguintes direções:
• Crescimento físico
• Robustecimento na graça de Deus
• Crescimento espiritual
• Crescimento social.
Em várias passagens da Bíblia, encontramos o crescimento
físico da criança e seu fortalecimento espiritual fazendo parte do cuidado
de Deus. A criança cresce e se robustece sucessivamente, também
pela operação de Deus em sua vida. Somente comer, beber, dormir,
acordar fazem parte da vida. Com efeito, porém, não é toda a extensão
da vida. A criança precisa de carinho, afeto, amor dos pais, cuidado e
ambiente adequado para que seu desenvolvimento seja normal, sadio
e perfeito.

b) Alguns Exemplos Variados


• Sansão. "Depois teve esta mulher um filho, e chamou o
seu nome Sansão; e o menino cresceu, e o Senhor o
abençoou" (Juízes 1 3.24).

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

• João Batista. "E o menino crescia, e se robustecia em


espírito" (Lucas 1. 80a).
• Jesus. "E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e
em graça para com Deus e os homens" (Lucas 2. 52).

3. Do Lado Social

a) Como Flechas Agudas


As Escrituras nos ensinam que os nossos filhos são comparados
a "flechas na mão do valente" (Salmo 127.4). O que toma um homem
valente temível não é seu arco e nem suas flechas. Tais coisas fazem
apenas parte do contexto de sua armadura. O que tornava um famoso
guerreiro da antigüidade temível era sua boa pontaria. Flechas e arcos
sem uma boa pontaria não metiam medo à ninguém, porque estas jamais
sendo disparadas atingiriam o alvo. O que está em jogo neste salmo
são as "flechas" e o "alvo". "...Os filhos são heranças do Senhor, e o
fruto do ventre o seu galardão". Mas esta herança deve ser bem
repartida e seguir na direção correta de um alvo. Portanto, aqui o pai é
considerado um "valente guerreiro" que usa sua boa pontaria
(orientação) para conduzir seus filhos para o verdadeiro alvo: tanto da
vida material como da espiritual. Espiritualmente falando — nosso alvo
é Cristo! No campo material — nossos filhos devem ser também
orientados de uma maneira correta e segura. Deus sempre nos dá a
divina sabedoria e devemos dela usar também para este fim (cf. 2
Timóteo 2. 7). Também deve evitar dar mais preferência a um em
detrimento do outro. Quem tem filhos sabe que não existe amor maior
no mundo. É um sentimento profundo, intenso, incondicional. Para
alguns pais que possuem mais de um filho, porém, esse amor pode ser
conflituoso. Pouco se fala no assunto, já que é difícil admitir que se
gosta mais de um filho do que do outro. Pode acontecer que os pais
demonstrem preferência por um dos filhos em pequenas atitudes. Como
dar a maior bronca em um e nem se importar com o outro, depois de
os dois terem feito a mesma coisa errada. É difícil dizer por que alguns

67
Severino Pedro da Silva

pais às vezes rejeitam seus filhos. Eles próprios podem ter sido vítimas
dessa experiência. Também podem ter se tornado pais sem estar
preparados. Ainda há pessoas que têm medo de se emocionar e, para
se defender, criam uma casca que os impede de demonstrar afeto.
É inevitável que a criança que não recebe tanta atenção dos
pais se sinta rejeitada. Em geral, ela dá alguns sinais:
• O rendimento na escola cai
• Fica mais agressiva ou irritada
• Demonstra angústia e melancolia e não sabe explicar
por quê
• Procura sempre ficar sozinha, isolada
• Tem dificuldade para lidar com contrariedades
Mãe e pai devem prestar atenção nos filhos e procurar conversar
muito para descobrir as razões dessas mudanças de comportamento.

b) Como Ajudar A Criança A Aprender


Durante o crescimento, a criança aprende aquilo que lhe é
ensinado na escola e aprende mais ainda em casa ou no campo. Ela
aprende olhando, escutando e tentando fazer sozinha o que vê os outros
fazerem.

c) Ela Aprende Mais Vendo Como Os Outros Fazem Do


Que Escutando O Que Dizem. Algumas Das Coisas Mais
Importantes Que A Criança Pode Aprender — Por Exemplo,
Bondade, Responsabilidade E Participação — Só Podem Ser
Ensinadas Pelo Exemplo
A criança aprende pela aventura. Ela precisa aprender como
fazer as coisas sozinha, mesmo cometendo erros. Quando a criança é
muito pequena, precisamos protegê-la de perigos. Mas à medida que
cresce, precisamos ajudá-la a tomar conta de si mesma. Dê
responsabilidade à criança e respeite a opinião dela, mesmo que seja

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

diferente da sua.
Quando a criança é pequena, ela pensa principalmente em si
mesma. Mais tarde, ela descobre o prazer de ajudar e de fazer coisas
pelos outros. Aceite sempre a ajuda da criança e mostre que a ajuda
dela é importante.
A criança que não tem medo, faz muitas perguntas. Se pais,
professores e outras pessoas respondem de maneira simples e honesta
— e quando não sabem, dizem que não sabem — a criança continua a
fazer perguntas. Quando adulto, vai procurar uma forma de tornar o
lugar em que vive um lugar melhor para se viver.

II. 0 Pecado Da Gula Para Os Mais


Velhos E Para Os Mais Novos

Muitos problemas de saúde da meia idade e velhice, inclusive


pressão alta, endurecimento das artérias, doenças do coração e
derrame, muitas vezes (há exceções) são causados pelo modo ético
que a pessoa viveu, pelo que comeu e bebeu quando era mais jovem.
A possibilidade de viver mais tempo com saúde é maior se você:
• Se alimentar bem
• Não tomar bebidas alcoólicas
• Não fuma
• Leva uma vida regular — nada de exagero
• Faz exercícios ou pratica algum esporte [para aqueles que
acham que nem todo esporte deve ser aceito — podem
optar por nadar, andar de bicicleta, caminhar, pescar, caçar
— dentro das normas da lei, etc]
• Procura a harmonia consigo mesmo e com os outros
• Desenvolve suas atividades em estilo normal

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Severino Pedro da Silva

• Procura uma vida simples e de acordo com a natureza (1).


J. E. Adams nos oferece alguns pensamentos sobre isso. Ele
diz que as pessoas com freqüência se queixam do cansaço que resulta
da perda de sono. Os problemas do sono deveriam ser traçados até
suas origens. Os conselheiros deveriam sondar até que a causa (ou
causas) ficasse(m) clara(s). Alguns dos motivos mais freqüentes de
perda do sono, são:
a) Cronograma deficiente — a irregularidade pode causar sérias
dificuldades para o sono;
b) Preocupação com problemas ainda não solucionados — nesse
caso, a resposta consiste em resolver a cada dia os problemas diários;
c) Maus hábitos, como o de assistir programas de televisão até
horas adiantadas de cada noite;
d) Deixar de completar as próprias obrigações no tempo
apropriado: lavar a roupa, passar a roupa a ferro, fazer a limpeza da
casa, etc;
e) Ficar namorando até tarde da noite;
f) Ficar conversando conversa fiada por horas a fio. Algumas
vezes encontramos pessoas dizendo: "Não consigo dormir à noite;
minha mente continua funcionando a todo o vapor, mesmo depois que
me recolho ao leito". Que poderia ser feito, em um caso assim? Diversas
coisas:
1°. Oração no sentido que Deus abençoe o repouso do sono.
"...Assim dá ele (Deus) aos seus amados o sono" (cf. Salmo 4.8; 127.
2; Provérbios 3.24), incluindo a confissão de pecados e a entrega dos
problemas existentes aos cuidados de Deus;
2°. Exercício de transpiração, antes de retirar-se para o leito
(especialmente quando o indivíduo se sente preocupado ou tenso); o
corpo foi formado de tal maneira que o exercício e a preocupação
normalmente são mutuamente exclusivos;

70
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

3°. Relaxamento;
4°. Emprego de anotações feitas à noite; se uma caderneta e
lápis forem deixados ao alcance da mão, a pessoa poderá fazer
anotações (não escrever ensaios) para a retenção de pensamentos vitais,
para que o indivíduo se sinta livre para entregar-se ao sono. É
importante que a pessoa não se levante, ou coma, ou leia ou assista a
programas de televisão, porquanto tudo isso estimula ainda mais a mente.
Melhor é satisfazer a mente do que estimulá-la.

III. 0 Problema Da Solidão

O Dr. Billy Graham, o grande evangelista norte americano,


relaciona cinco tipos de solidão em que uma pessoa pode ser envolvida.
1°. A solidão de quem vive sozinho. Há pessoas que por
opção, circunstâncias ou um outro motivo, vivem sozinhas.
2°. A solidão da sociedade. Aquela pobre criatura humana
que ocupa algum apartamento sóbrio e nunca recebe uma única carta,
que nunca ouve uma palavra de encorajamento, que nunca recebe o
aperto de mão de um amigo — aquele rico da sociedade cujo dinheiro
lhe tem comprado tudo, menos o amor e felicidade — cada uma dessas
pessoas experimentam uma solidão que poucos podem entender.
3°. A solidão do sofrimento. Algumas pessoas são vítimas de
acidentes ou doenças que lhes deixam imóveis para o resto da vida.
Algumas delas, ocupam cadeiras de rodas; outras leitos hospitalares
ou mesmo uma cama em suas próprias casas. Outras que foram
aprisionadas e cumprem prisões perpétuas. Para estas criaturas,
somente Cristo através de seu amor, pode e faz a diferença em suas
vidas.

71
Severino Pedro da Silva

4°. A solidão da tristeza. Esta solidão vem através de diversas


maneiras. Eis algumas delas:
Pela perda de um ente querido. Maria e Marta sua irmã
exemplificam este tipo de pensamento. A morte de seu irmão trouxe à
elas, uma tristeza profunda que somente fora superada com a presença
de nosso Senhor Jesus Cristo, que ressuscitara a Lázaro.
Por um ideal que não se concretizou de acordo com aquilo que
se esperava.
Através de uma operação miraculosa de Deus, para despertar
em alguém o arrependimento. "Porque a tristeza segundo Deus opera
arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende..." (2
Coríntios 7. 10").
5°. A solidão do pecado. É provável que não exista solidão
mais amarga do que a solidão de um cristão desviado dos caminhos
do Senhor. Mas esta pode acabar mediante o perdão divino (cf. Lucas
15. 11-32). O caminho da cruz ainda está aberto! E os braços do
perdão de Deus encontram-se abertos também! É somente seguir em
direção de ambos!

IV. Doenças Psicossomáticas

O Estresse

Os psicólogos e psiquiátricos afirmam que situações


desgastantes vividas ininterruptamente ao longo de semanas afetam
mesmo as defesas do corpo. Têm efeito cumulativo e podem alterar o
comportamento e, a longo prazo, provocar mudanças de personalidade.
Os psicólogos afirmam que crianças estressadas adoecem mais
facilmente, uma vez que as resistências estão fragilizadas; e o apetite,

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

desequilibrado. O estresse infantil se mostra inicialmente na dificuldade


de dormir, no cansaço e irritação. Mas existem outros sintomas que
observados, mostram o início do estresse.
Estímulos estressantes: Muitas vezes chegamos a pensar,
que somente as pessoas adultas podem ser atingidas pelo estresse.
Isso é engano! Há inúmeras situações que geram cargas excessivas de
estresse para as crianças. Em festas de aniversário, é comum serem
abraçadas por dezenas de pessoas, inclusive desconhecidas. Vêem
inúmeras imagens, em geral, de cores fortes. Ouvem muito barulho.
Sua atenção é disputada, chamada, requerida. Como sua mente não
consegue "administrar" tantos estímulos, fica ansiosa. Nos shoppings,
os pequenos estão expostos a vários estímulos sonoros e visuais, além
do apelo do consumo. Após um dia de exposição a esses estímulos,
são normais o cansaço e a indisposição. Outro fator estressante para a
criança são as emoções da família. Pais estressados transmitem suas
ansiedades para os filhos. Eles assimilam esse comportamento pelos
desequilíbrios emocionais que os adultos manifestam, pela maneira
como falam e mesmo pela forma como os abraçam. Estar numa casa
diferente e com pessoas desconhecidas é uma situação que estimula o
estresse, especialmente de bebês. Em ambientes novos eles precisam
ser mantidos bem junto dos pais, que devem conversar com eles,
dando-lhes segurança. Como as crianças não conseguem explicar tudo
que estão sentindo, é preciso medir seu estresse pelas reações geradas
com a somatização dos estímulos de ansiedade. Uma criança muito
estressada pode apresentar também problemas de pele e alergias
respiratórias. Entre as receitas adequadas para resolver o estresse
infantil está o carinho. Pesquisadores da Universidade de Harvard,
nos Estados Unidos, descobriram que o estresse pós-traumático é mais
comum em bebês que dormem sozinhos nos primeiros meses de vida e
que recebem pouco carinho dos pais. Também concluíram que a
carência afetiva pode causar danos estruturais no cérebro. A atenção e
o carinho dos pais acalmam o bebê e baixa o nível do estresse. Níveis
superficiais de estresse são alterados com simples diálogo ou com

7
Severino Pedro da Silva

pequenas brincadeiras. Oferecer objetos ou brinquedos familiares que


proporcionem tranqüilidade também acalma bebês irritados ou ansiosos.

Sinais de estresse

• Dores de cabeça
• Olhos piscando em excesso
• Palpitações
• Constipação
• Suor nas mãos
• Sensação de aperto no estômago
• Mãos frias
• Suor nos pés
• Arrotos freqüentes
• Diarréia
• Fadiga
• Calor no rosto
• Coração batendo forte
• Pele oleosa
• Acidez no estômago
• Tiques nervosos
• Rosto avermelhado
• Respiração curta
• Boca seca
• Pés frios
• Mãos trêmulas
• Gases
• Músculos doloridos
• Ranger dos dentes

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Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

Comportamento estressado

• Incapacidade de concentrar-se
• Submissão demasiada
• Procura não falar
• Hipersensibilidade
• Facilidade em assustar-se
• Agressividade
• Amedrontado
• Retraído
• Necessidade excessiva...
• Parece esconder algo
• Cansaço freqüente
• Age impulsivamente
• Rebelde
• Não quer cooperar
• Pesadelos freqüentes
• Queda no rendimento escolar
• Dificuldade para dormir
• Doente com freqüência
• Evita olhar para as pessoas
• Roer as unhas

Hiperatico

• Está sempre na defensiva


• Diz mentiras ou distorções
• Pega coisas que não lhe pertencem
• Dependente
• Apego excessivo a certas pessoas
• Perda de interesse
• Inquieto
• Mudanças de personalidade
75
Severino Pedro da Silva

Depressão

A depressão é um distúrbio mental decorrente do


funcionamento alterado das células cerebrais que compromete o estado
emocional e físico do indivíduo. Uma de suas causas é uma disfunção
que ocorre na transmissão dos impulsos de uma célula nervosa para
outra. Nesse caso, os neurotransmissores, como a noradrenalina e a
serotonina — subtâncias químicas utilizadas na comunicação entre os
neurônios, existem em quantidade alterada. O paciente registra
variações de humor e comportamento, além de alterações fisiológicas,
como cansaço, falta de apetite, dores e distúrbios digestivos.
Especialistas calculam que a doença atinja 20% da população mundial.
Pode manifestar-se em idosos e crianças, mas os adultos na faixa dos
20 aos 50 anos são os mais vulneráveis. As mulheres têm ainda maior
tendência à depressão, numa proporção de duas mulheres para cada
homem. Uma das razões é a maior variação hormonal que apresentam.
A causa: Fatores genéticos, psicossociais e neuroquímicos
podem desencadear a depressão. Quando os pais possuem a doença,
o risco de o filho vir a tê-la é de 25% a 50%. Eventos como morte de
pessoas próximas, perda de emprego, separação ou outros
acontecimentos estressantes também podem provocá-la, assim como
problemas originados por derrame, baixo funcionamento da tireóide,
medicamentos a base de corticóides e remédios para a hipertensão
arterial.
Sintomas: Entre os sintomas da doença estão perda de
interesse e prazer pelas atividades diárias, cansaço, tristeza peonanente,
desânimo, ansiedade, diminuição da libido, insônia ou excesso de sono,
perda ou excesso de apetite, irritabilidade, falta de memória, dificuldade
de concentração e redução da capacidade produtiva. A pessoa também
torna-se pessimista e apresenta dificuldade em tomar decisões.

76
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

Tratamento: A depressão é tratada basicamente por


psicoterapia e medicação antidepressiva, que normaliza a quantidade
dos neurotransmissores. A melhora com esse tipo de tratamento ocorre
em 70% a 80% dos pacientes. Em alguns casos é usado eletrochoque
(indolor) e o controle do sono, processo em que a pessoa fica 36
horas sem dormir, pois, nessas condições, há liberação de
neurotransmissores. Do lado religioso, contudo, a cura da depressão
pode ser alcançada mediante a fé na pessoa de Jesus. O primeiro
passo é seguir o conselho divino: "...entrega o teu caminho ao Senhor;
confia nele, e ele tudo fará" (Salmo 37. 5). O segundo passo, é seguir
aquilo que Pedro nos ensina em sua 1 Epístola _5.7: "Lançando sobre
ele (Deus) toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós". O
terceiro passo, é sem dúvida, esperar "com paciência no Senhor".
Durante este período de paciência, Deus trabalhará em silêncio criando
os meios e as circunstâncias pelas quais a tristeza e a depressão
desaparecerão.

O Suicídio

Infelizmente existem casos de depressão em que os deprimidos


escolheram erradamente o caminho do suicídio — violando assim, o
direito natural da vida. O suicídio é chamado de "Teoria dos valores".
Para os japoneses é o "hara-kiri", o qual, sob certas circunstâncias, é
chamado de "honroso", tornando ares de nobreza. Entre os esquimós,
o suicídio dos indivíduos idosos e incapacitados era e continua sendo
algo sábio e esperado. Isso alivia a tribo de cargas desnecessárias, em
uma sociedade onde a simples sobrevivência já é um problema grave.
(Segundo eles entendem). Nesse caso, o suicídio torna-se "a auto-
destruição, mediante a supressão intencional da própria vida".
Sócrates, Adolf Hitler, Getúlio Vargas, Santos Dumont e outros vultos
da História foram adeptos desta teoria.

77
Severino Pedro da Silva

Do ponto de vista divino de observação, a Bíblia fala de seis


suicídios, a saber:
1°. Sansão (Juízes 16. 30);
2°. Saul (1 Samuel 31. 4);
3°. Seu escudeiro (1 Samuel 31. 5);
4°. Aitofel (2 Samuel 17.23);
5°. Zinri (1 Reis 16.18);
6°. Judas Iscariotes (Mateus 27. 3-5; Atos 1. 18).
O suicídio viola o direito natural, porque o homem não pertence
a si mesmo. Matando-se, o homem peca:
Contra Deus, que é o Senhor da Vida.
Contra si mesmo, privando-se do primeiro dentre os bens
deste mundo e do mundo vindouro, que é a vida. Deus disse: "Não
matarás" (Êxodo 20. 13): quer dizer: A ti mesmo e a outrem. "Porque
nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si" (Romanos 14. 7).
Contra a sociedade, primeiro por privá-la de um dos seus
membros, e, depois, por recusar-lhe o exemplo da virtude e da paciência
na adversidade.

A Eutanásia: Teoria defendida por alguns que, ao ser usada,


abrevia a morte do paciente. O termo Eutanásia vem do grego, podendo
ser traduzido como "boa morte" ou "morte apropriada". O termo foi
proposto por Francis Bacon, em 1623, em sua obra "Historia vitae et
mortis", como sendo o "tratamento adequado as doenças incuráveis".
De maneira geral, entende-se por eutanásia quando uma pessoa causa
deliberadamente a morte de outra que está mais fraca, debilitada ou
em sofrimento. Neste último caso, a eutanásia seria utilizada para evitar
a distanásia. Tem sido utilizado, de forma equivocada, o termo
Ortotanásia para indicar este tipo de eutanásia. Esta palavra deve ser

78
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

utilizada no seu real sentido de utilizar os meios adequados para tratar


uma pessoa que está morrendo. O termo eutanásia é muito amplo e
pode ter diferentes interpretações. Um exemplo de utilização diferente
da que hoje é utilizada foi a proposta no século XIX, os teólogos Larrag
e Claret, em seu livro "Prontuários de Teologia Moral", publicado em
1866. Eles utilizavam eutanásia para caracterizar a "morte em estado
de graça". Existem dois elementos básicos na caracterização da
eutanásia: a intenção e o efeito da ação. A intenção de realizar a eutanásia
pode gerar uma ação (eutanásia ativa) ou uma omissão, isto é, a não
realização de uma ação que teria indicação terapêutica naquela
circunstância (eutanásia passiva). Desde o ponto de vista da ética, ou
seja, da justificativa da ação, não há diferença entre ambas. Da mesma
forma, a eutanásia, assim como o suicídio assistido, são claramente
diferentes das decisões de retirar ou de não implantar um tratamento,
que não tenha eficácia ou que gere sérios desconfortos, unicamente
para prolongar a vida de um paciente. Ao contrário da eutanásia e do
suicídio assistido, esta retirada a não implantação de medidas
consideradas fúteis, não agrega outra causa que possa conduzir à morte
do paciente. A tradição hipocrática tem acarretado que os médicos e
outros profissionais de saúde se dediquem a proteger e preservar a
vida. Se a eutanásia for aceita como um ato médico, os médicos e
outros profissionais terão também a tarefa de causar a morte. A
participação na eutanásia não somente alterará o objetivo da atenção
à saúde, como poderá influenciar, negativamente, a confiança para com
o profissional, por parte dos pacientes. A Associação Mundial de
Medicina, desde 1987, na Declaração de Madrid, considera a eutanásia
como sendo um procedimento eticamente inadequado. Devemos evitar
a expressão "doentes terminais" no seio religioso e por conseguinte, a
eutanásia. Esta última, significa, literalmente "boa morte". Contudo, do
ponto de vista divino e dos princípios éticos que regem o comportamento
da pessoa humana, isso não (pode) e não é visto assim. A eutanásia
pode ser de dois tipos: ativa e passiva. Na eutanásia passiva não se
tomam medidas heróicas para salvar a vida de uma pessoa; não são

79
Severino Pedro da Silva

empregados equipamentos médicos para salvar a vida. Na eutanásia


ativa aplica-se algum medicamento ou droga que provoque uma morte
rápida. Ela pode tornar-se um tipo de suicídio efetuado por meio de
transferência. Deus é o Senhor da vida e pode levantar o doente em
qualquer fase de sua enfermidade. Para a fé religiosa não existe doente
terminal e concomitantemente a eutanásia deve ser também rejeitada
como sendo solução para aniquilar o sofrimento! (cf. João 1 1. 25).

(1) Onde não há Médico. Dav id Werner. Edições Paulinas. 1989

80
O Aborto e a Ética Cris

Com respeito ao aborto o assunto é complexo e envolve


argumentos de todas as sociedades do mundo.
• Para alguns, trata-se de um crime.
• Para outros, trata-se apenas de um problema de ordem
social.
• Para outros, um problema tanto de ordem social como
espiritual.
Muitos procuram justificar o aborto provocado, defendendo
que o corpo pertence a mulher e ela por isso tem autoridade de fazer
com ele o que quiser. Parece-nos que esta maneira de pensar, não está
correta. Por exemplo: eu posso me vangloriar: a mão é minha; mas
nem por isso posso colocá-la aonde quiser; e, sim, aonde puder. Um
outro exemplo disso, é a língua. Ela pertence a mim; contudo, isso não
me autoriza falar qualquer coisa que venha ferir ou destruir a reputação
de alguém; mas apenas o que a lei e a moral me permitem falar. De

81 J1
Severino Pedro da Silva

igual modo, acontece com o corpo da mulher, ela tem autoridade de


fazer com ele o que ela puder, e, não o que ela quiser. Em todos os
seguimentos da vida, foram criadas leis, normas e os princípios eternos
estabelecidos por Deus e reconhecidos pelas sociedades, que nos
ensinam sobre nossos direitos e nossos deveres. Um deles, é o direito
a vida. Quem aborta por vaidade e não por necessidade, viola este
direito, porque priva a Deus e a sociedade de receber no mundo uma
nova vida, que poderia ser útil à Deus, à sociedade e a sua família.
Vamos, agora, analisar dentro dos padrões morais e a luz da palavra
de Deus, a cada tipo de aborto e o que tudo isso possa significar.

I.0 Aborto Espontâneo

O aborto espontâneo é a perda de um bebê antes que ele possa


viver fora do útero. Ele ocorre involuntariamente, por acidente, por
anormalidades orgânicas da mulher ou por defeito do próprio ovo. O
aborto espontâneo é mais comum nos 3 primeiros meses de gravidez.
Geralmente o bebê estava malformado. O aborto é a forma pela qual
a natureza resolve o problema. Normalmente começa com um
sangramento quase igual ao fluxo menstrual, podendo confundir muitas
vezes a mulher do que realmente está acontecendo. Há dois tipos de
aborto espontâneo: o aborto iminente e o inevitável.
1°. O aborto iminente é uma ameaça de aborto. A mulher tem
um leve sangramento seguido de dores nas costas e outras parecidas
com as cólicas menstruais.
2°. O aborto inevitável é quando se tem a dilatação do útero
para expulsão do conteúdo seguido de fortes dores e hemorragia. O
aborto inevitável é dividido em três tipos: o incompleto que é quando

82
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

ocorre depois da saída dos coágulos a saída restante do conteúdo e o


aborto preso, que é quando o ovo morre, mas não é expelido. No
sentido de "aborto espontâneo", a Bíblia faz as seguintes citações em
termos gráficos:
Em conexão com o mundo animal (Gênesis 31. 38; Jó 21. 10);
Em relação ao mundo humano (Números 12. 11-12; Jó 3. 11,
16; Salmo 58. 8; Eclesiastes 6. 3; Jeremias 1.5; 20. 18; Oséias 9. 14);
Em 1 Coríntios 15. 8 — um abortivo.
Em todas estas passagens, o termo ocorre no sentido de "aborto
espontâneo". Outras expressões semelhantes, tais como:
Aborto oculto (Jó 3. 16), e um abortivo, são por demais
significativas.
A primeira, encontra-se em Jó 3. 16 que diz: "Ou, como 'aborto
oculto', não existiria, como as crianças que nunca viram a luz";
A segunda, está em 1 Coríntios 15. 8, assim: "E por derradeiro
de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo".
No primeiro caso, no hebraico temos uma palavra que vem do
verbo "cair", e significa "aborto"; no grego temos uma palavra,
"éktroma", "aborto" (1).
A palavra hebraica ocorre por três vezes, referindo-se ao feto
que sai sem vida do ventre materno (Jó 3. 16; Salmo 58. 8; Eclesiastes
6. 3). Em Números 12. 12 que diz: "Ora não seja ela (Miriã) como um
morto, que saindo do ventre de sua mãe, tenha metade da sua carne já
consumida" — deve trazer o mesmo sentido.
No segundo caso, Paulo usou a expressão "um abortivo",
quando se referiu ao seu encontro com Cristo, no caminho de Damasco.
Mas nesse caso, tal expressão não trás tanto um sentido de "nascido
morto"; e, sim, de "um nascido fora de tempo". Quer dizer: "nascido
depois". Ao contrário de um aborto propriamente dito, que não nasce

83
Severino Pedro da Silva

depois — salvo algumas exceções — mas que nasce antes do tempo.


Contudo, parece que, Paulo usou tal expressão quando se referiu ao
atraso de sua chamada para salvação e apostolado, salientando mais o
fato de sua indignidade ao ofício, em face de ter perseguido à Igreja de
Deus. E assim, tudo quanto ele era e realizava, foi por ele atribuído não
a si mesmo, mas à graça divina (1 Coríntios 15. 10).

II. 0 Aborto Provocado

O aborto provocado é todo aquele que tem como causador um


agente externo, que pode ser um profissional ou um "leigo" que utiliza
as seguintes técnicas:

1) Dilatação ou corte
Uma faca, em forma de foice, dilacera o corpinho do feto que
é retirado em pedaços.

2) Sucção ou Aspiração
O aborto por sucção pode ser feito até a 12a semana após o
último período menstrual (amenorréia). Este aborto pode ser feito com
anestesia local ou geral. Com a local a paciente toma uma injeção
intramuscular de algum analgésico. Já na mesa de operação faz um
exame para determinar o tamanho e a posição do útero. Se for anestesia
geral, toma-se uma hora antes da operação uma injeção intramuscular
de Thionembutallnicia então uma infusão intravenosa. O Thionembutal
adormece a paciente e um anestésico geral por inalação como o Óxido
de Nitroso é administrado através de uma máscara. A partir daí o
procedimento é o mesmo da anestesia geral e local. O colo do útero é
imobilizado por um tenáculo, e lentamente dilatado pela inserção de
uma série de dilatadores cervicais. Liga-se esta ponta ao aparelho de

84
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

sucção, no qual irá evacuar completamente os produtos da concepção.


A sucção afrouxa delicadamente o tecido da parte uterina e aspira-o,
provocando contrações do útero, o que diminui a perda de sangue.
Com a anestesia local, usa-se uma injeção de Ergotrate para contrair,
o que pode causar náusea e vômitos.

3) Curetagem
Na curetagem é feita a dilatação do colo do útero e com uma
cureta (instrumento de aço semelhante a uma colher) é feita a raspagem
suave do revestimento uterino do embrião, da placenta e das membranas
que envolvem o embrião. A curetagem pode ser realizada até a 15'
semana após a última menstruação. Este tipo de aborto é muito perigoso,
por que pode ocorrer perfuramento da parede uterina, tendo
sangramento abundante. Outro fator importante é que se pode tirar
muito tecido, causando a esterilidade.

4) Aborto por Prostaglandinas


Prostaglandinas são substâncias que provocam contrações
próprias ao parto. Elas são injetadas no líquido amniótico ou ministradas
sob a forma de supositório. Em conseqüência das contrações uterinas,
a mãe expele a criança, já morta, ou insuficientemente desenvolvida
para sobreviver fora do útero materno.

5) Cytotec
Método usado por 45,4% das mulheres hospitalizadas por
complicações surgidas após o aborto. É uma droga indicada na
prevenção e tratamento de úlceras gástricas ou duodenais e contém
misoprostol, que na musculatura uterina faz os músculos se contraírem,
provocando o sangramento e expulsão parcial ou completa do embrião.

6) Drogas e Plantas
Existem várias substâncias que, quando ingeridas, causam
aborto. Algumas são tóxicos inorgânicos como arsênio, chumbo,

85
Severino Pedro da Silva

antimônio, cobre, ferro, fósforo e vários ácidos e sais. As plantas são:


absinto, losna, alecrin, algodoeiro, amiba, cipómil-homes, espirradeira
e várias ervas amargas. Todas estas substâncias ocasionam o aborto
se ingeridas em grande quantidade. O risco de abortar, nesses casos,
é tão grande quanto o de morrer.

7) Evacuação
Neste processo, o colo do útero é amplamente dilatado, urna
vez que a vítima a ser removida, de 13 a 24 semanas, é evidentemente
maior. Como os ossos da criança já estão calcificados, torna-se
necessário utilizar pinças para desconjuntá-los. A criança tem seus
braços e as pernas desmembrados e, em seguida, sua espinha dorsal.
Por último, antes de ser succionado, o crânio é esmagado.

8) Histerotomia
Como na operação cesariana, o abdômen e o útero são abertos
cirurgicamente. Alguns médicos usam a própria placenta para asfixiar
o bebê.

9) Injeção de solução salina


Uma seringa de quatro polegadas perfura a parede abdominal
da mulher e o saco amniótico, sendo extraídos sessenta mililitros do
líquido amniótico. Em seu lugar, injeta-se 200 ml de uma solução salina
fortemente hipertônica. Acostumado a se alimentar do líquido amniótico
no qual esta imerso, o bebê ingere a solução salina, a qual vai
queimando a pele, a garganta e os órgãos internos. Ele começa a
debater-se dentro do útero, em contorções. Isso dura horas, até que
seja então eliminado. A criança é toda cauterizada, tendo o corpo
vermelho pelas queimaduras produzidas.

10) Parto Parcial


Neste tipo de aborto, puxa-se o bebê para fora, deixando

86
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

apenas a cabeça dentro, pois é grande demais. Introduz-se, então, um


tubo em sua nuca, que sugará a massa cerebral, levando a criança à
morte. Só então o bebê consegue ser totalmente retirado.

11) Pílula do dia seguinte


Anticoncepcional de alta dosagem, que utilizado até 72 horas
após a relação sexual impede que o embrião se fixe no útero.

12) Pílula RU-486


É um poderoso esteróide sintético usado para induzir o aborto
em mulheres com cinco a sete semanas de gravidez. Considerado um
dos mais potentes, é capaz de deixar graves seqüelas.

13) Sucção — 2
O colo do útero é amplamente dilatado. Um tubo especial é
inserido no mesmo. Uma violenta aspiração, quase 30 vezes mais
forte que a de um aspirador de pó, suga o bebê para dentro de um
recipiente, desconjuntando-lhe os braços e as pernas, e transformando-
o numa massa de sangue. Este é o método mais usado (1).

MINI-ABORTO

O Mini-Aborto é uma extensão do Aborto Provocado. É feito


quando a mulher está a menos de 7 semanas sem menstruar. O médico
faz um exame manual interno para determinar o tamanho do feto e a
posição do útero. Lava-se a vagina com uma solução anti-séptica e
com urna agulha fina, anestesia o útero em três pontos, prende-se o
órgão com um tipo de fórceps chamado tenáculo, uma sonda de plástico
fino e flexível é introduzida no útero. A esta sonda liga-se um aparelho
de sucção e remove-se o endométrio e os produtos de concepção. A
mulher que faz o mini-aborto, depois da operação pode ter cólicas

87
Severino Pedro da Silva

uterinas, náuseas, suor e reações de fraqueza. A mesma não pode ter


relações sexuais e nem usar tampão nas 3 ou 4 semanas seguintes para
evitar complicações ou infecções. As técnicas mais comuns usadas no
MINI-ABORTO são:

a) Envenenamento por sal


É feito da 16a à 24' semana de gestação. O médico aplica
anestesia local num ponto situado entre o umbigo e a vulva, no qual irá
ultrapassar a parede do abdômen, do útero e do âmnio ( bolsa d'água).
Com esta seringa aspira-se o fluído amniótico, no qual será substituído
por uma solução salina ou uma solução de protaglandina. Após um
prazo de 24 à 48 horas, por efeito de contrações, o feto é expulso
como num parto normal. O risco apresentado por este tipo de aborto
é a aplicação errada da anestesia, e a solução ter sido injetada fora do
âmnio, causando a morte instantânea.

b) Sufocamento
Este método de aborto é chamado de "parto parcial". Nesse
caso, puxa-se o bebê para fora deixando apenas a cabeça dentro, já
que ela é grande demais. Daí introduz-se um tubo em sua nuca, que
sugará a sua massa cerebral, levando-o à sua morte. Só então o bebê
consegue ser totalmente retirado.

c) Esquartejamento
O feto é esquartejado ainda dentro da mãe. Deixando-o em
pedaços. Esta é uma das maneiras mais cruéis, lentas e selvagens de
praticar o aborto. O abortista retira o líquido amniótico de dentro do
útero e coloca uma substância contendo sal. Nos países aonde o aborto
é considerado legal, são usadas todas estas formas de destruição contra
a vida. Veja o quadro a seguir:

88
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

% de aborto por Mortes maternais


País 1.000 mulheres por 100.000 nascimentos
de idade 15 - 44* vivos
Aonde o aborto é legal

Estados Unidos 26 12

Inglaterra 15 9

Holanda 6 12

Finlândia 10 11

Japão 14 18

Austrália 17 9

Aonde o aborto é ilegal

Brasil 38 220

Colômbia 34 1(X)

Chile 45 65

República Dominicana 44 110

México 23 110

Peru 52 280

*Dados são de 1990; grupo-idade é 15-49 em países aonde o aborto é legal e


nited Nations Children's Fund (UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância), Nova

York, 1996.

Em sentido sócio-ético, o aborto provocado, envolve três


princípios básicos: no terreno médico, social e ético-religioso.

• No terreno médico, se algum profissional dessa área ajuda

89
Severino Pedro da Silva

a alguém provocar um aborto apenas pelo simples prazer ou apenas


pela mera vaidade pode nesse caso, está cometendo um crime. Um
médico estuda 20 anos ou mais para salvar a vida e não para matar!
• No campo social, quem mata propositadamente, viola o
direito natural, porque a criatura humana não pertence a si mesma: ela
não é a autora e senhora da sua vida e nem da vida de outrem. Matando,
o ser humano peca, pois, gravemente, contra Deus, que é o Senhor da
vida. Peca, também, contra si mesmo, privando-se da liberdade que
sem dúvida alguma, é um dos bens deste mundo e do vindouro. Peca,
também, contra a sociedade, primeiro por privá-la de um dos seus
membros, e, depois, por ter destruído o futuro de alguém que poderia
ser útil a si mesmo, a sociedade e a Deus.
• Ético-religioso. A vida é Dom de Deus, e um feto tem vida.
O sexto mandamento da lei divina está relacionado com a vida; e, ele
diz, "Não matarás" (Êxodo 20. 13). Os rabinos interpretavam "não
matarás" — como "não matarás a Ti mesmo e a outrem". Passagens
como Êxodo 21. 24-24; Salmo 139. 15-16; Jeremias 1. 5, indicam
que a vida no ventre materno deve ser respeitada como uma vida
humana. Não deve haver justificativa para a mãe que mata o filho de
suas entranhas por querer evitar o escândalo ou a carga financeira
extra. Devemos observar que quase em todos os povos do mundo,
era observada algum tipo de "ética sexual". O sexo extramarital, a
sedução, o estupro e coisas assim eram práticas condenadas. O
casamento era considerado sagrado. A violação de uma jovem noiva
era punida com a morte (lei de Esnuna 26). Até mesmo o estupro de
urna escrava podia resultar em pena capital (lei 31). Uma virgem solteira,
se fosse estuprada, era vingada mediante sanções econômicas, se o
culpado não quisesse casar-se com ela (leis assírias-médias, 55). As
mulheres casadas e as concubinas tinham de usar o véu em lugares
públicos. Uma prostituta, porém, não podia cobrir-se com véu (2).
Contudo, concluímos dizendo: Se alguém fez isso, deve pedir
a Deus o perdão. Todos os pecados podem ser perdoados mediante a

90
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

confissão sincera de um coração arrependido que se chega à Deus por


meio de Jesus Cristo. A recomendação divina é esta: "Cheguemos pois
com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar
misericórdia e achar graça, afim de sermos ajudados em tempo
oportuno" (Hebreus 4. 16).

III. 0 Aborto Latente

Aborto latente. (Previsto). Este tipo de aborto, existe por


enquanto na imaginação do casal ou na imaginação de um deles. A
previsão de nascer urna criança com defeito congênito. Depois dos
35 anos, há maior risco da mulher ter um filho com defeito. Quando os
pais são parentes sangüíneos (primos, por exemplo), há risco maior de
seus filhos nascerem com defeito ou retardados, principalmente se já
existe algum caso na família. Fumar, tomar bebida alcoólica, certos
medicamentos, má alimentação podem também causar dano ao bebê
que está se desenvolvendo no útero. Este gênero de aborto, refere-se
a algum tipo de defeito congênito existente no casal que pode produzir
uma má formação nos filhos. Assim, aquele plano familiar que existia
na mente do casal é destruído pelo temor de virem a ser progenitores
de urna criança defeituosa e com tal receio, privam a vinda de um novo
ser que poderia ser útil à Deus e a sociedade. No campo espiritual,
isso é visto por dois ângulos, a saber:
1°. Falta de aperfeiçoamento na fé. Os futuros pais de uma
criação, devem, antes de tudo, confiarem naquele que tudo o pode e
dar forma determinada ao corpo humano, ainda quando este se encontra
em princípio de formação no ventre materno (Salmo 139. 13-16);
2°. Falta de aperfeiçoamento na caridade divina. "Na caridade
não existe temor; a perfeita caridade lança fora o temor" (1 João 4.

91
Severino Pedro da Silva

18). Contudo, compreendemos que isso é um assunto muito sério e


tomar uma decisão prol ou contra, depende da fé e consciência de
cada um. O patriarca Jó e o profeta Jeremias, falaram em coisas assim.
Em Jó 3. 16, diz: "Ou, como aborto oculto, não existiria, como as
crianças que nunca viram a luz". Jeremias, o profeta, desejou algo assim
parecido. Ele disse: (Porque)"...minha mãe não foi minha sepultura?"
(Jeremias 20. 17). Alguns casais temem a vir serem pais de um filho
defeituoso e antecipadamente procuram clínicas especializadas no
assunto. Com efeito, porém, quando colocamos Deus em primeiro
lugar, naquilo que pensamos ou pedimos, "o Senhor...dará entendimento
em tudo" (2 Timóteo 2. 7).

IV. O Aborto Necessário

O aborto é ilegal no Brasil, salvo com exceções sob


circunstâncias prescritas, o aborto constitui um ato criminal no Brasil.
Um aborto é somente permitido se for feito para salvar a vida da mulher
grávida ou para terminar uma gravidez resultante de um estupro. Na
última circunstância, o consentimento da mulher grávida é necessário
para realizar o aborto. Embora os casos descritos anteriormente são
permitidos pelo código penal desde 1940, os mesmos eram banidos
de serem feitos através da rede pública de hospitais, porém depois de
uma sessão tumultuada realizada pela Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) da Câmara dos Deputados, no dia 20 de Agosto de 1997, foi
aprovado com 24 votos contra 23, o projeto que obriga os hospitais
da rede pública a fazerem abortos nos casos previstos pelo Código
Penal, ou seja - estupro e risco de vida para a mãe - A aprovação
gerou reações diversas, e grupos de católicos e evangélicos fizeram
protestos, e aos gritos diziam "assassinos" e o assunto era o principal
tópico dos jornais, revistas e televisão por vários dias, como se tivesse

92
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

em pauta o assunto de legalização do aborto ao invés da simples


obrigação dos hospitais da rede pública de cumprir o que já estava
previsto no código penal por mais de 57 anos. O Código Penal especifica
que se uma mulher grávida provocar um aborto em si mesma ou
consente o mesmo a ser feito por outra pessoa, ela é sujeita a uma
sentença de um a três anos de detenção. Um aborto realizado em uma
mulher sem o seu consentimento acarreta em uma punição de 3 a 10
anos de prisão. Penalidades mais severas são impostas quando um
aborto ilegal é realizado em uma mulher cujo consentimento foi obtido
em circunstâncias dúbias. Desta maneira, a punição pelo aborto feito
deste jeito , é aumentada de 1 para 4 anos de prisão se: A mulher é
menor de 14 anos; a mulher é mentalmente retardada; ou o
consentimento da mulher foi obtido de maneira fraudulenta, ameaças
severas, ou violência . As penalidades na realização de um aborto ilegal
também aumentam se a mulher sofrer danos. A punição é aumentada
em 1/3 se, como conseqüência de um aborto, a mulher grávida sofrer
danos corporais. Se a mulher grávida morrer, as punições são dobradas.
As leis do aborto no Brasil aparentam estar no processo de serem
reformadas. Embora o Código Civil declara que ele "protege os direitos
do feto desde a concepção"; A constituição não estabelece este direito.
Em 1993, uma proposta emenda que iria permitir o aborto até a 12d
semana de gravidez foi introduzido. Abortos até a 26d semanas de
gravidez também seria permitido para gravidez que foram resultados
de um estupro, e por outros motivos tais como quando o feto é
severamente deformado ou é portador do vírus da aids. O Aborto
Legal (ou quase legal) de acordo com o que estudamos acima,
argumenta que certas circunstâncias justificam o aborto, como nos casos
de incestos ou estupros, ou quando a mãe do feto corre risco de vida,
parecem dar licença ao aborto, mesmo que a alma se faça presente no
feto desde o instante da concepção. Resolver provocar um aborto
com base em uma dessas razões, envolve um grande problema pessoal,
que cada mulher e por extensão a família envolvida deve resolver
individualmente com muita cautela e com muito cuidado. Somos

93
Severino Pedro da Silva

informados de que o aborto provocado origina certas tensões


psicológicas, mesmo nas mulheres que não antecipavam qualquer reação
negativa. O rigor da palavra divina exige que a alma tenha origem por
criação direta, pessoal, distinta e separada por parte de Deus. Uma
criação individual e isolada de cada alma por parte de Deus para cada
indivíduo no momento da formação do corpo, é amplamente difundido
nas Escrituras (Gênesis 2. 7; Jó 33. 4; Eclesiastes 12. 7; Isaías 43. 7;
57. 16; Zacarias 12. 1; Hebreus 12.9). Por esta razão não devemos
jamais destruir a vida. Ela é uma "doação de Deus para o corpo", a fim
de que o corpo tenha vida (Eclesiastes 12. 7; Hebreus 12. 9). Uni
acidente de percurso não justifica a anulação dos princípios eternos
estabelecidos por Deus, em qualquer direção para destruir uma vida.
Isso deve ser pensado, analisado e agido de maneira sábia, prudente,
ética e racional.

( www.terravista.ptienseada/5165/aborto.html
(2) O NTI. VPV. R. N. C. 1982
(3) O NTI. VPV. R. N. C. 1982

94
Divórcio e a Ética Crista

O verdadeiro propósito de Deus desde "o princípio da criação"


é que o casamento deve incluir, a idéia de que aquele homem e aquela
mulher foram criados um para o outro. De acordo com o ensinamento
do Senhor Jesus em relação a isso, é que o casamento deve ser mais
do que uma necessidade biológica, prática social ou simplesmente um
sistema de procriação, ou ainda uma exigência psicológica; deve ser
efetuado também, em finalidade espiritual. A própria natureza requer
uma união indissolúvel. Lamentavelmente alguns acidentes de percurso
têm destruído os laços fortes desta união apresentada no casamento.
"Mas ao princípio não foi assim" disse o Mestre divino (Mt. 19. 8).

I.0 Pensamento Divino


Com Relação Ao Divórcio

Existem vários textos da Bíblia que nos mostram o pensamento


por parte de Deus em relação ao casamento envolvendo apenas um
homem e uma mulher e sua durabilidade, tais como:
95
Severino Pedro da Silva

1)"Portanto deixará o varão ao seu pai e a sua mãe, e apegar-


se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gn. 2. 24).
2) "Goza a vida com 'a mulher' [não diz as mulheres] que amas,
todos os dias de vida d tua vaidade, os quais Deus te deu debaixo do
sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta
vida, e do teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol" (Ec. 9. 9).
3) "Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu..." (Ct. 6.
3a).
4) "Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em
Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do Senhor, a qual ele
ama, e se casou com a filha de deus estranho. O Senhor extirpará das
tendas de Jacó o homem que fizer isto, o que vela, e o que responde,
e o que oferece dons ao Senhor dos Exércitos. Ainda fazeis isto: cobris
o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que
ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa
mão. E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a
mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua
companheira, e a mulher do teu concerto. E não fez ele somente um,
sobejando-lhe espírito? E por que somente um? Ele buscava uma
semente de piedosos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e
ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade. Porque o
Senhor Deus de Israel diz que aborrece o repudio, e aquele que encobre
a violência com o seu vestido, diz o Senhor dos Exércitos; portanto
guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais..." (Malaquias 2.
11-16a).
5) "Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe
carta de desquite. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua
mulher. A não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério,
e qualquer que casar com a repudiada comete adultério" (Mateus 5.
31-32).
6) "Então chegaram-se ao pé dele os fariseus, tentando-o, e

96
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?


Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que
os fez no princípio macho e fêmea os fez. E disse: Portanto deixará o
homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?
Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus
ajuntou não o separe o homem. Disseram-lhe eles: Então por que
mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudia-lha? Disse-lhes
ele: Moisés por causa da dureza dos vossos corações vos permitiu
repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo,
porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de
prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a
repudiada também comete adultério" (Mateus 19. 3-9).
7) "Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei),
que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?
Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-
lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De
sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera, se for doutro
marido" (Romanos 7. 1-3).
8) "Ora, quanto às coisas, que me escrevestes, bom seria que
o homem não tocasse em mulher; mas, por causa da prostituição, cada
um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.
O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a
mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo,
mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem
poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos
defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum
tempo, para vos aplicardes à oração; e depois ajuntai-vos outra vez,
para que Satanás vos não tente pela vosso incontinência. Todavia, aos
casados, mando, não eu mas o Senhor, que a mulher se não aparte do
marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie
como marido; e que o marido não deixe a mulher" (1 Coríntios 7. 1-
5, 10-11).

97
Severino Pedro da Silva

9) "Convém pois que o bispo seja irrepreensível, marido de


uma mulher..." (1 Timóteo 3.2).
10) "Venerado seja entre todos 'o matrimônio' e o leito seja
sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus
os julgará (Hebreus 13. 4).
As citações que acabamos de fazer ainda que exaustivas,
apontam diretamente para um "casamento monógamo", quer dizer: uma
condição conjugal indissolúvel, duradoura e permanente, em que o
homem desposa uma única mulher ou a mulher um só homem. Por
esta razão o casamento deve ser contraído com reverência e no temor
do Senhor, considerando-se os fins para os quais ele foi ordenado,
isto é, para o companheirismo, e apoio e o consolo que o casal deve
proporcionar um ao outro enquanto viverem. Pelo menos enquanto
viver um dos cônjuges. Era, esta, portanto, a vontade de Deus desde
o princípio da criação e continua sendo, porque Deus não muda!

II. A Permissão Do Divórcio

De acordo com o que acabamos de expor, não era bem visto


aos santos olhos de Deus a prática do divórcio. O Senhor mesmo
falou dizendo: "Porque o Senhor Deus de Israel diz que aborrece o
repúdio..." (Malaquias 2. 16a). Contudo, desde os dias de Moisés,
algumas circunstâncias e alguns acidentes conjugais começaram a
acontecer e o divórcio começou a ser permitido entre os judeus: mas
por justa causa. Nos dias de Jesus, este já podia ser feito "por qualquer
motivo". Entre os fariseus haviam dois grupos distintos com relação
ao divórcio. Havia os adeptos da escola de S amai, que só permitiam
o divórcio em caso de infidelidade conjugal, como os da escola de
Hilel, que permitiam o divórcio quase que por qualquer capricho do
marido.
A interpretação que os rabinos davam às suas leis e a matéria

98
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

dos comentários sobre as Escrituras e os costumes da sociedade


judaica, geralmente tinham duplo padrão, isto é, eram tolerantes para
com os homens e severos para com as mulheres. Eles baseavam seus
ensinamentos em passagem como Deuteronômio 24. 1: "Quando um
homem tomar uma mulher, e se casar com ela, então será que, se não
achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito
de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa". O
versículo em foco, era interpretado no sentido rudimentar do texto, de
forma que, as autoridades religiosas dos judeus, passaram a aceitar o
divórcio por qualquer motivo. Qualquer coisa que não agradasse seus
olhos, passou a ser considerada como sendo "coisa feia", criando assim
uma razão legal para o divórcio.

1. Pela Dureza Do Coração


Jesus disse que o divórcio começou a ser permitido desde os
dias de Moisés, ocasionado "pela dureza dos corações". Foi esta a
resposta do Mestre quando os fariseus disseram que Moisés "mandou";
mas Jesus os corrigiu dizendo que Moisés "permitiu" (Mateus 19. 7-
8). "Tal permissão fora concedida para desfazer casamentos errados.
Um casamento que não pudesse ser desfeito poderia provocar
tratamento cruel por parte do homem, especialmente em uma sociedade
onde imperava um padrão duplo e onde a mulher era considerada
propriedade do homem". Jesus acrescentou que, a dureza de coração
afastava para longe a possibilidade do perdão. Ele usou o termo
"dureza" para indicar algo "seco", "duro", "áspero", expressões estas
que indicavam indivíduos obstinados. Nesse caso a palavra combinada
com o termo "coração", o que indicaria um "coração duro".

2. A Exceção
"Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a
não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério" (Mateus
5. 32). Alguns eruditos têm opinado que esta frase aqui pronunciada

99
Severino Pedro da Silva

por Jesus abre uma exceção para um novo casamento; isto é, se um


homem fora traído por sua mulher, ele teria, então, direito a um novo
matrimônio. Em Mateus 19. 9 esta frase aparece seguida de uma
variação. Alio Mestre afirma: "Eu vos digo, porém, que qualquer que
repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com
outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete
adultério".

3. Nos Escritos De Paulo


Em 1 Coríntios 7, o apóstolo emitiu seus sábios conselhos sobre
três pontos importantes no que diz respeito a união conjugal:
1° Um casamento ideal: vv. 1-10;
2° Casamentos que sofreram acidentes de percurso:
vv. 11-15;
3° 0 celibatário: vv. 25-40.
Para alguns comentaristas o apóstolo nos versículos 11-15,
abre uma exceção para que alguns casais na igreja de Corinto possam
contrair novas núpcias. Não sabemos a rigor, se de fato, foi este o
verdadeiro pensamento de Paulo quando disso falou, ou se seu
ensinamento sobre o divórcio se centrava no versículo 11 do capítulo
em foco, que diz: "Se, porém, se apartar (divorciar-se), que fique sem
casar...". Ficando sem casar, a mulher abriria caminho para uma nova
reconciliação com seu marido; casando-se, porém, este caminho de
reconciliação era obstruído pelas normas da lei que dizia: "Se, pois,
saindo (a mulher repudiada) da sua casa. E este último homem a
aborrecer, e lhe fizer escrito de repúdio, e lho der na sua mão, e a
despedir da sua casa; ou se este último homem, que a tomou para si
por mulher, vier a morrer. Então seu primeiro marido, que a despediu,
não poderá tornar a toma-la, para que seja sua mulher, depois que foi
contaminada..." (Deuteronômio 24. 2-4a).

100
Criação de Filhos

Sete Itens Importantes

1) Ter Uma Religião-* Sem Fanatismo


2) Saber Nadar —> Bem
3) Saber Andar De Bicicleta Bem
4) Saber Falar Um Outro Idioma Bem
5) Saber Montar Razoável
6) Saber Tocar Razoável
7) Fazer Um Curso Superior --> Qualquer Área

Os sete itens que são importantes para orientação e criação de


um filho (depois de adulto vêm os complementares, tais como: dirigir
automóvel, pilotar avião, naves, navio e coisas assim), devem ser
aplicados de 5 anos a fase adulta. Durante este período de criança a

101
Severino Pedro da Silva

fase adulta, a pessoa tem bastante facilidade de aprender tudo o que


ouve e o que vê fazer. Não queremos dizer com isso, que pessoa mais
idosa não seja capaz de aprender. Mas é nessa fase que a pessoa tem
maior capacidade de aprendizagem. Outrossim, nós, aqui, não queremos
dizer que estes itens sejam necessários para todas as partes do mundo.
Entendemos que cada povo, tribo, língua e nação, têm suas próprias
culturas e hábitos diferentes. Contudo, quase que em todas as
civilizações, eles são importantes, não sabemos se necessários.

I. Ter Uma Religião —> Sem Fanatismo

Ser adepto de uma religião, significa algo importante tanto para


esta vida como para aquela que há de vir. Religião — (em certo sentido
— re-ligação: ligar o homem com Deus). No campo espiritual: Ligar o
homem com Deus através de Cristo. A religião está ligada à moral
especial como sendo ligada à moral pessoal. A moral pessoal, segundo
o conceito geral, comporta deveres para com Deus, e deveres para
consigo mesmo e deveres para com o próximo. Os deveres para com
Deus se resumem na prática da religião pura e imaculada para com
Ele, que se exprime pelo culto de adoração e pela oração e consagração
a Deus. Quando nos referimos a religião, devemos tomar o termo em
diversos sentidos:
1°. — Materialmente, religião é o conjunto de doutrinas que
tratam das relações do homem para com Deus através de manifestações
exteriores e interiores.
2°. — Subjetivamente, religião é a virtude que faz com que se
rendam a Deus todas as homenagens que lhe são devidas.
3°. — Objetivamente, é o conjunto de deveres do homem para
com Deus baseados nas suas leis e estatutos. O homem sempre foi e
é, necessariamente, inclinado sobre a religião. Daí o fato que, desde

102
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

seu aparecimento sobre a terra, ele volta-se a adorar qualquer coisa.


O coração humano, por sua própria natureza, busca a Deus. Porém, é
evidente que em alguns casos (especialmente numa vida vazia de Cristo),
ele o faça de forma errada. Tiago descreve dois tipos de religiões: uma
"vã" e outra "...pura e imaculada para com Deus" (Tiago 1. 26-27). A
verdadeira religião não trás em si nenhuma dose de fanatismo e deve
fazer parte do contexto da vida humana.
Não pode haver uma família ideal, sem o temor de Deus no
coração. Cremos, e a experiência nos têm comprovado que, um lar
que fora construído sem Deus, terminará sempre em ruínas. No conceito
geral das Escrituras Sagradas, a família como um todo, deveria estar
incluída em todos os seguimentos da vida tanto física como espiritual:
a) Noé. "Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a
terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo
dos céus; tudo o que há na terra expirará. Mas contigo (Noé)
estabelecerei o meu pacto; e entrarás na arca tu e os teus filhos, e a tua
mulher, e as mulheres de teus filhos contigo...e entrou Noé, e seus
filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele na arca, por
causa das águas do dilúvio" (Gênesis 6. 17-18; 7. 7). As riquezas
outorgadas por parte de Deus aos três patriarcas e suas respectivas
famílias:
b) Abraão. "Ora o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e
da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu
nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as
famílias da terra" (Gênesis 12. 1-3).
c) Isaque. "E havia fome na terra, além da primeira fome, que
foi nos dias de Abraão; por isso foi-se Isaque a Abimeleque, rei dos
filisteus, em Gerar. E apareceu-lhe o Senhor, e disse: Não desças ao
Egito; habita na terra que eu te disser; peregrina nesta terra, e serei

103,
Severino Pedro da Silva

contigo e te abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas


terras, e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão teu pai"
(Gênesis 26. 1-3).
d) Jacó. "E partiu Jacó de Berseba, e foi-se a Harã; e chegou
a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou
uma das pedras daquele lugar, e a pôs por sua cabeceira, e deitou-se
naquele lugar, e sonhou: e eis que uma escada era posta na terra, cujo
topo tocava nos céus. E eis que os anjos de Deus subiam e desciam
por ela; e eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o
Senhor, o Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em
que estás deitado, ta darei a ti e à tua semente. E a tua semente será
como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao
norte, e ao sul, e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias
da terra" (Gênesis 28. 13-14).
Quando destruição e os castigos de Deus vêm sobre a terra, a
proteção divina inclui as famílias. "E falou o Senhor a Moisés e a Arão
na terra do Egito, dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos
meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a
congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um
para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para
cada casa. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então
tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme ao número
das almas; conforme ao comer de cada um, fareis a conta para o
cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um
ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras, E o guardareis até ao
décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação
de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e po-lo-ão em
ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães asmos;
com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele nada cru, nem
cozido em água, senão assado ao fogo; a cabeça com os pés e com a
fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até

104
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos


cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o
comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. E eu passarei
pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do
Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do
Egito farei juízos; eu sou o Senhor. E aquele sangue vos será por sinal
nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de
vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a
terra do Egito...E aconteceu, à meia noite, que o Senhor feriu a todos
os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que
se assentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no
cárcere, e todos os primogênitos dos animais" (Êxodo 12. 1-13, 29).
A fé no futuro para conservação do lar. "Porém, se vos parece
mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se
os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou
os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha
casa serviremos ao Senhor" (Josué 24. 15).
No plano da salvação para os pecadores, a redenção efetuada
por Cristo, inclui toda a família:
"...Envia varões a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por
sobrenome Pedro, o qual te dirá palavras com que te salves, tu e toda
a tua casa" (Atos 11. 13-14).
"E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que
eu faça para me salvar? E eles (Paulo e Silas) disseram: Crê no Senhor
Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa" (Atos 16. 30-3). A
recomendação divina para Noé foi esta: "Entra tu e toda a tua família
na arca..." (Gênesis 7. 1).
Somente assim, quando um dia nos apresentarmos perante o
Rei do Universo, podemos usar a brilhante expressão diante dele e
dos seus santos anjos: "Eis-me aqui a mim, e aos filhos que Deus me
deu" (Hebreus 2. 13b).

105
Severino Pedro da Silva

II. Saber Nadar —> Bem

Saber nadar bem faz parte da vida integral de cada indivíduo.


Nadar é essencial tanto para a saúde como para proteção da vida.
Quem nada, dificilmente morre por afogamento. Tomando-se necessário
para a vida de qualquer pessoa. Este exercício capacita a pessoa para
nadar, mergulhar, navegar para qualquer direção. A pessoa que não
sabe nadar, torna-se insegura em si mesma e é sempre um problema
para sua família e para os companheiros. O melhor tempo da pessoa
aprender a nadar é quando criança. Contudo, se ela não aprendeu
nessa fase, deve aprender em qualquer faixa etária da vida. Nunca é
tarde para se aprender a nadar. O segredo de alcançar qualquer coisa
na vida, é somente começar. Quando se quer tem jeito.

III. Saber Andar De Bicicleta —> Bem

Saber andar de bicicleta bem. Parece brincadeira, não é?


Contudo, deve também fazer parte de nosso currículo da vida diária.
Andar de bicicleta é bom. Isso ajuda nossa caminhada e é um exercício
útil para a saúde quando feito de acordo com as normas e regras do
procedimento. Também se torna um problema a menos numa região
cujo transporte é apenas bicicleta. Na China, por exemplo.

IV. Saber Falar Um Outro Idioma ----> Bem


Saber falar uma língua predominante — bem. Toma-se essencial
para qualquer indivíduo e para as trilhas da vida. Atualmente o inglês
em termos gerais, parece ser o idioma de maior utilização tanto no
campo político como no da comunicação. Falar hoje inglês não é mais
um privilégio, mas uma necessidade. Contudo, existem as exceções e

106
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

algumas circunstâncias podem levar as pessoas para uma outra direção


da vida e elas podem aprenderem uma outra língua que lhes servirá
para sua subsistência e sucesso. O melhor período para se aprender
uma outra língua além de nossa língua materna, é na infância. Entretanto,
se alguém por alguma razão não teve esta oportunidade, ainda é tempo.
Agora tem que começar!

V.Saber Montar —> Razoável


Saber montar: razoável. Saber montar ou na linguagem popular:
"saber andar a cavalo" (e outros animais) é também um dos itens
importantes para a pessoa humana. Existem regiões no mundo em que
este é o único meio de transporte que as pessoas dispõem. Em
determinadas regiões da Ásia (Mongólia), deserto do Saara e regiões
desérticas do Oriente Médio, exemplificam o significado deste
pensamento. Na América do Norte: México — na América do Sul,
utiliza-se várias espécies de animais como meios de transportes entre
seus habitantes: Patagônia, na Argentina e partes desérticas do Chile e
outros, etc), utilizam-se com freqüência animais como meio de transporte
em caminhadas de longas distâncias, onde o transporte motorizado
não tem acesso ou ainda não chegou.

VI. Saber Tocar ---> Razoável


Saber tocar — um instrumento qualquer — razoável, torna-se
útil à qualquer pessoa. O ideal seria tocar muito bem. Mas quem não
pode atingir este topo, deve, pelo menos conseguir alcançar uma noção
geral da música e de regência. Sabemos nem todos têm aptidão para
tocar e tocar bem. Contudo, é bom aprender algumas notinhas de
piano, violão, bater bombo ou um outro instrumento que lhe traga
satisfação. Todo mundo gosta de música e ela traz satisfação tanto
para quem toca como para quem ouve.

107
Severino Pedro da Silva

VII. Fazer Um Curso Superior


—> Qualquer Área
Se esforçar para fazer um curso superior em qualquer área,
torna-se importante tanto para aquele (ou aquela) que o fez, como
também para aqueles que por meio dele serão beneficiados. Orientar
os filhos e conduzi-los na direção de um curso superior: qualquer área,
deve fazer parte do currículo de cada família. Cremos que para algumas
famílias isso é quase que impossível, dado a posição geográfica em
que mora e a situação financeira em que se encontra. Mas contudo,
deve haver nessa família a vontade de atingir este alvo. Quando há
vontade, Deus cria os meios. E através dos meios atingimos os fins
necessários. Tudo é possível — mas ao que crê! Responda como
respondeu o pai do jovem enfermo a nosso Senhor Jesus Cristo: "Eu
creio, Senhor!" (Marcos 9. 24) e te será possível!

108
A "família feliz", composta de pessoas saudáveis, deve ser a
minha e pode ser a sua, prezado leitor. Pois "o tempo e a sorte
pertencem a todos" (Eclesiástes 9. 11) e o objetivo primordial de Deus,
é que em Cristo sejam abençoadas todas a famílias da Terra. E assim,
com esta confiança, pedimos à Deus que sua bênção seja abrangente
em todas as áreas de nossas vidas (3 João v. 2). Com efeito, porém,
para que haja felicidade no lar e na família, é necessário que prevaleça
a compreensão mútua no ângulo e triângulo familiar. A união da família
deve existir dentro deste ângulo ou triângulo que é composto pelo casal
ou pai, a mãe, um filho — ou filhos. Depois, através do casamento, a
família toma-se extensa. Tal extensão envolvem dois princípios básicos:
1°. Um biológico
2° E o outro sócio-afinidade
Em qualquer dimensão familiar ela aumenta tanto do ponto de
vista humano como espiritual. No sentido humano-biológico, aumenta

109
Severino Pedro da Silva

pelo processo da procriação. Isso acontece porque a vida está


intimamente relacionada com Deus, que é o Deus da vida. Por isso
"...os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão"
(Salmo 127. 3). No campo espiritual, aumenta porque Jesus torna
parte da sua família todo aquele que crê em Seu nome. Mateus descreve
esta maneira de filiação da seguinte forma: "E, falando ele (Jesus) ainda
à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo
falar-lhe. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali tua mãe e teus irmãos,
que querem falar-te. Porém ele, respondendo, disse ao que lhe falara:
Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? E, estendendo a sua
mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos"
(Mateus 12.46-50).

I. A Família Judaica

O desejo divino era que cada família judaica vivesse bem


espiritualmente e financeiramente. Assim, o bem-estar da família que
temia ao Senhor, começava com o santo temor ao Deus Todo-
poderoso. "Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos
seus caminhos...feliz serás, e te irá bem" e além deste princípio divino,
vinha a honradez dos pais por parte dos filhos. "Honra teu pai e a tua
mãe...para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra". Talvez
estas recomendações por parte de Deus, fizesse com que os pais
dessem instruções para os filhos. Estas eram as recomendações dadas
por Deus à Moisés, aos pais. "Estas palavras, que hoje te ordeno,
estarão no teu coração. E as intimarás a teus filhos, e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e
levantando-te" (Deuteronômio 6. 6-7). O quinto mandamento era
considerado o primeiro mandamento com promessa. Seu comprimento
era acompanhado de prosperidade e de longevidade de vida. Toda a
lei devia ser rigorosamente observada pelo povo israelita em qualquer
idade (Deuteronômio 6. 6-7); mas o 5" mandamento, o de honrar pai

110
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

e mãe falava do relacionamento respeitoso que devia existir entre pais


e filhos. Devemos observar que, nas palavras do Decálogo, todos os
mandamentos trazem o expressivo "não" com exceção de "um" — o 5"
mandamento. Ele apenas diz: "Honra a teu pai e a tua mãe, para que se
prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá". Este
mandamento era dedicado aos filhos de todos os tempos. Paulo
intercalou este mandamento em seus ensinos e lembrou: "Honra teu
pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa" (Efésios
6. 2). Cremos, e as evidências nos comprovam isso, que, desde muito
cedo os pais israelitas procuravam de todas as maneiras incutir nas
mentes de seus filhos os mandamentos de Deus; mas o 5° era repetido
pelo menos 3 vezes ao dia para que houvesse uma espécie de
memorização e a criança pudesse descansar confiante nas promessas
que o mesmo inseria. Eram duas estas promessas divinas:
• Viver — consigo — e com Deus;
• E ter uma vida longa sobre a terra.
Estes princípios encontravam-se restritamente ligados a
"conduta ideal de cada indivíduo".
1°. A primeira promessa por parte de Deus neste mandamento,
trata-se de bem-estar e de vida próspera na terra de Canaã. Não se
deve pensar aqui em vida eterna ou em vida espiritual, embora isso
fora depois inserido no pensamento de Paulo. Mas o viver bem aqui,
trazia em si o sentido de viver bem na vida material.
2°. A Segunda promessa, tratava-se de longevidade de vida.
Os pais ensinavam logo cedo à seus filhos estes princípios divinos.
Uma vida longa era prometida e assegurada àqueles que de bom grado
observavam os mandamentos de Deus (Levítico 18.5;
Romanos 10. 5).
É interessante observarmos que uma longa vida física foi
prometida àqueles que se mostrassem ternos com as aves. "Quando
encontrares algum ninho de ave no caminho em alguma árvore, ou no
Severino Pedro da Silva

chão, com passarinhos, ou ovos, e a mãe posta sobre os passarinhos,


ou sobre os ovos, não tomarás a mãe com os filhos; deixarás ir
livremente a mãe, e os filhos tomarás para ti; para que bem te vá, e
para que prolongues os dias" (Deuteronômio 22. 6-7).

II. A Família Cristã

No Novo Testamento, que normativa a Era Cristã, as mesmas


recomendações incluindo pais e filhos continuam:
1°. Os pais (incluindo o pai e a mãe): "E vós, pais, não
provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação
do Senhor" (Efésios 6.4; cf. Colossenses 3. 21). A partir dos primeiros
anos de idade, os meninos judeus eram iniciados por suas próprias
mães no ensino das Sagradas Letras e no culto ao Deus de Israel.
Ainda nos braços maternos, ouviam os doces cânticos de louvor ao
Senhor Deus eterno, cujo o auxílio era invocado por Israel, ressonando
no ambiente do lar, não somente pela manhã, mas também nas horas
das refeições, ao meio-dia e à noite, quando adormeciam no colo dos
pais. Alguns destes ensinamentos estão registrados em vários textos
do Pentateuco e em outras partes das Escrituras. Eis alguns: "E estas
palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração. E as intimarás a
teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te e levantando-te" (Deuteronômio 6.6-7). "Instrui
ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer
não se desviará dele" (Provérbios 22. 6).
2°. Os filhos: "Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no
Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o
primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, e vivas
muito tempo sobre a terra" (Efésios 6. 1-3). Em outras passagens da
Bíblia encontramos também Deus se preocupando com "...todas as
famílias da terra" (Gênesis 12. 3, etc). O princípio básico de ser

112
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

alcançado pela bênção do Senhor, era a obediência a Deus e aos pais.


O próprio Jesus do ponto de vista humano, quando era criança, era
"sujeito a seus pais" (Lucas 2. 5 1), dando-nos assim o exemplo de um
filho ideal. Para os filhos dos judeus as escolas primárias e secundárias,
a partir da sinagoga, eram rigorosamente observados os ensinamentos
tanto do lado espiritual como do lado humano-cultural. O curso primário
iniciava-se aos seis anos, indo até aos dez. Os elementos de
aprendizagem eram a leitura do hebraico, a escrita, a matemática; as
Escrituras começavam a ser estudadas pelo livro de Levítico, a fim de
incutir o sentimento de pureza nas crianças, porque se argumentava:
"Quando as crianças são puras, os sacrifícios e as ofertas também o
são", segundo o Mishná. "Os puros de coração procuram as coisas
puras". Nesse período de aprendizagem as crianças decoravam a Lei,
as ordenanças judaicas, a lei cerimonial, religiosa, moral e civil;
aprendiam o resto do Pentateuco e depois os Profetas; os Salmos
eram utilizados nos cultos, começando com o Hallel (Salmos 113 a
1 18); os Provérbios eram aplicados a vida diária. Finalmente eram
aprendidas as "Tradições dos Anciãos" para conservação dos bons
princípios e costumes que pouco a pouco foram sendo intercalados na
vida do povo judeu. Dos dez aos quinze anos, os alunos estudavam o
"Mishná" ou a lei tradicional. Finda essa etapa, estavam aptos a estudar
matérias que constituíam assuntos mais elevados, isto é, os cursos das
Academias. Além do "Mishná", estudavam um pouco da história do
povo judeu. O "Mishná" era composto das decisões dos tribunais que
se constituíam para a interpretação da Lei; esse estudo era feito através
de perguntas e discussões, comparações de textos bíblicos, uso da
lógica na interpretação das Escrituras, confronto da Bíblia com o
"Mishná". Estudavam também matemática, astronomia, geografia,
biologia, não como matéria, mas como áreas de conhecimento
necessárias à compreensão da revelação divina. Nas Academias ou
Escolas Superiores, os livros e textos estudados eram o Talmud e o
Gemara, verdadeiras adaptações da lei Mosaica, obras necessárias,
sem dúvida, após o cativeiro da Babilônia. Esses textos constituíam a

113
Severino Pedro da Silva

legislação suplementar, verdadeira, real e dogmática. Na aurora do


cristianismo, o ensino nas escolas superiores dividia-se em dois ramos,
isto é: teologia judaica e "Hagadah" (interpretação pessoal do mestre,
que ensinava de acordo com o seu conhecimento e popularidade). As
aulas, nas escolas hebraicas, eram iniciadas sempre com oração (1).

III. A Família De Deus

"Por esta causa me ponho de joelhos perante o Pai de nosso


Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o
nome" (Efésios 3. 14-15). A família de Deus aqui no texto em foco.
pode ser dividida em duas partes: a que está nos céus e a que se
encontra na terra.
1°. A que está nos céus, é composta pela Trindade Divina e
pelos "muitos milhares de anjos" e os "espíritos dos justos
aperfeiçoados". Todos juntos, compõe a universal assembléia e igreja
dos primogênitos, que estão inscritos nos céus.
2°. A segunda, refere-se aos santos que estão na terra, cujo o
princípio de formação começou com a promessa de Deus à Abraão
com respeito a família, que diz: "Em ti serão benditas todas as famílias
da terra" (Gênesis 12. 3b). Assim, todos nós, nos encontramos debaixo
desta promessa divina. Porque diz a Escritura: "De sorte que os que
são da fé são benditos com o crente Abraão" (Gaiatas 3. 9). Por esta
razão, nós pais, temos de Deus a orientação divina para criarmos nossos
filhos no santo temor de Deus. Isso inclui nossas palavras — nossas
obras e nossos exemplos. Os cuidados pela boa criação de um filho,
deve começar desde o ventre materno (1 Samuel 1. 26-27). Devemos
instruir nossos filhos, ensinando-os no "caminho em que deve andar" e
não no "caminho em que ele 'quer' andar". Quando abrimos o Novo
Testamento, encontramos o Senhor Jesus ministrando seus ensinamentos
no Monte das Bem-aventuranças. Neles, o Mestre aborda todos os

114
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

itens necessários para uma vida ideal. Dos 112 versículos que foram
utilizados pelo escritor sagrado, 107 fazem parte do conteúdo de seu
imortal ensino (Mateus 5. 1-48; 6. 1-34; 7. 1-29; 8. 1). A semelhança
entre Moisés e Cristo nestes dois pontos, é que, Moisés recebeu a lei
em um monte. A lei apontava para o povo eleito "o caminho da vida".
Cristo apresenta aos homens "o caminho da vida" também em um
monte. Como se vê, as Escrituras Sagradas são um repositório de
temas que empolgam os espíritos mais frios e apaixonam as almas
fervorosas e fiéis. Nelas, em seu escopo geral, encontramos
ensinamentos e soluções para todas as facetas e necessidades da vida.
Através de seus ensinamentos e de suas orientações, os homens adultos
se tornam "filhos de Deus", "filhos da luz", "filhos do reino", etc. E sob
sua sábia orientação as crianças continuam "herdeiras do reino de Deus"
(Mateus 18. 2-5). Assim, os filhos dos santos, se tomam "herança do
Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão". O futuro desta herança é
a construção de um lar feliz e habitado por "pessoas saudáveis", tanto
do ponto de vista psicológico como do ponto de vista religioso. As
pessoas saudáveis desfrutam profundamente de Deus, o que é expresso
com explosões ocasionais de êxtase seguidas por longos períodos de
serena felicidade. Suas vidas estão ancoradas nele. Elas sabem que
sentiram o toque de Deus em seu ser. Esse toque as liberta de maneira
crescente para se envolverem mais plenamente com as outras pessoas.
Elas se tornam desejáveis, amadas e queridas por aqueles que as
rodeiam. Elas estão livres para adentrar a vida dos outros. Do ponto
de vista bíblico, estas pessoas saudáveis são classificadas como "sadias
na fé" porque elas desfrutam de uma comunhão perene com Deus e
com os irmãos.

IV. A Família De Jesus

Apesar de algumas interpretações negarem que Jesus quando


se humanizou, era parte integrante de uma família uterina, as evidências

115
Severino Pedro da Silva

bíblicas nos levam a entender que sim. "...Visto corno os filhos participam
da carne e do sangue (de seus pais), também Ele participou das mesmas
coisas..." (Hebreus 2. 14). Assim, Jesus, tinha uma família do ponto de
vista humano. A princípio era pequena. Composta apenas de José,
Maria e de Jesus. Depois é acrescentada:
1°. Tiago,
2°. José,
3°. Judas,
4°. Simão.
E suas irmãs: duas? (Marcos 6. 3). Se realmente eram duas,
somam um total de 6 irmãos.
Várias passagens das Escrituras falam da família biológica de
Jesus.
Alguns têm opinado que, esses "irmãos de Jesus" eram "seus
primos" e não seus irmãos do ponto de vista biológico. Estes estudiosos
sugerem as seguintes explicações:
a) Esses "irmãos" de Jesus eram seus primos, e não irmãos no
sentido literal, como podem indicar as palavras grega e hebraica para
"irmãos". Sendo filhos de Alfeu e de Maria Salomé, a irmã de Maria.
b) Seriam filhos de José mediante um matrimônio anterior.
Nesse caso José era viúvo quando casou com Maria.
c) Seriam filhos de José mediante um casamento posterior; José
teria contraído essas núpcias a fim de criar os filhos de um irmão seu,
já falecido, etc. Ora, em várias passagens do Novo Testamento onde
falam da família de Jesus, parece excluir "seus irmãos" do número dos
"doze" ou de outros membros do Ministério de Cristo e também de
um outro discípulo seu. Em Mateus 12. 46-50, passagem já citada
neste argumento, mostra claramente que a família biológica de Jesus
era sempre mencionada aparte dos demais discípulos. Alguém falou

116
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

para Jesus dizendo: "...Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que
querem falar-te". Imediatamente quando Jesus ouviu isso emitiu a
seguinte resposta: "Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? E,
estendendo a sua mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha
mãe e meus irmãos". Ora, com efeito, até mesmo a posição geográfica
do tempo e do espaço favorece o presente argumento. A família
biológica de Jesus se encontrava do "lado de fora" — enquanto seus
discípulos estavam do "lado de dentro" onde uma reunião presidida
por Jesus se concretizava. Em Marcos 3. 21, "...os seus" que lhe
queriam deter-lhe são distintos da multidão e dos discípulos de Cristo.
E na passagem de Marcos 6. 3, fica também subentendido o mesmo
significado do pensamento. Os próprios inimigos do Senhor entendiam
que Ele fazia parte de uma família humana, cujos membros eram por
eles conhecidos. Eles se expressaram com respeito a isso, dizendo:
"Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José,
e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs?...". Em
João 7. 1-5 encontramos os "irmãos de Jesus" desassociados dos
seus discípulos. Após ter transformado água em vinho durante uma
festa de casamento em Caná da Galiléia, Jesus desceu a Cafarnaum:
"Ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos, e ficaram alí muitos
dias" (João 2. 12).
• Assim escreveu João: "E depois disto Jesus andava pela
Galiléia, e já não queria andar pela Judéia, pois os judeus procuravam
matá-lo. E estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos.
Disseram-lhe pois seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judéia, para que
também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque não há
ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto.
Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Porque nem mesmo
seus irmãos criam nele".
• Em Atos 1. 13-14, encontramos novamente os "irmãos de
Jesus" desassociados dos demais discípulos de Jesus quando o escritor
sagrado faz menção da grande reunião realizada no Cenáculo. Assim

117
Severino Pedro da Silva

diz São Lucas: "E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam,


Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus,
Tiago, filho de Alfeu, Simão, o zelador, e Judas, de Tiago. Todos estes
perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres,
e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos".
• Ainda em 1 Coríntios 9. 5, Paulo menciona os "irmãos do
Senhor" desassociados no contexto unificativo dos demais discípulos.
Ele assim falou: "Não temos nós direito de levar conosco uma mulher
irmã, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e
Cefas"?
• Na passagem de Gálatas 1. 19 Paulo fala de "Tiago, irmão
do Senhor" — quer dizer: "irmão carnal" do Senhor Jesus. Quando
Tiago, filho de Zebedeu era vivo, sempre usava-se a expressão: "Tiago,
filho de Zebedeu, e João, seu irmão", ou "Tiago irmão de João" (Mateus
10. 2; Atos 12. 2). Após a morte de Tiago, Deus ordenou a Jesus que
chamasse Tiago, seu irmão mais velho, para o apostolado e a partir
daí, ele passou a ser conhecido como: "Tiago, irmão do Senhor"
(Gálatas 1. 19). Se este Tiago que aqui está em foco, não fosse irmão
carnal de Jesus, usava-se uma outra expressão, talvez, quem sabe,
"Tiago, irmão de Jacó, de Davi, etc". Portanto, esses homens que são
citados como sendo "os irmãos de Jesus" não poderiam, realmente,
ser primos de Jesus e estar no número dos doze apóstolos. Os nomes
Tiago, José, Judas e Simão eram nomes muito comuns, e é provável
que alguns dos primos de Jesus tivessem os mesmos nomes de seus
irmãos literais. Contudo, esses que aqui são mencionados, são seus
irmãos literais no mais rudimentar do significado do pensamento.
Algumas dessas citações mostram claramente que estas pessoas citadas
como sendo irmãos de Jesus, eram, de fato, seus irmãos literais. Cerca
de 17 menções diretas falam disso:
• No Salmo 69. 8 quando o Messias fala pela boca de Davi,
dizendo: "Tenho-me tornado como um estranho para com os meus
irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe".

118
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

• Dez nos evangelhos (Mateus 12.46-50; 13. 55-56; Marcos


3. 21, 31-35; 6. 3-
4; Lucas 8. 19-21; João 2. 12; 6. 42; 7. 3-8, 10).
• Uma em Atos 1.14.
• Uma em 1 Coríntios 9. 5.
• Uma em 1 Coríntios 15. 7.
• Uma em Gaiatas 1. 19; 2. 9-12.
• Uma em Tiago v. 1.
• Uma em Judas v. 1.
As três últimas são deduzidas por inferências. Finalmente,
devemos notar que a doutrina da perpétua virgindade de Maria não é
apoiada nas Escrituras.
A preservação dessa doutrina forma a base dos argumentos
que explicam erroneamente esses "irmãos", como se não fossem irmãos
literais de Jesus; e também não goza de base alguma nas Escrituras.
Parece razoável que uma doutrina dessa natureza, caso tivesse tanta
importância como alguns afirmam, pelo menos fosse apoiada por uma
pequena afirmação bíblica nesse sentido (2).
O exemplo de Jesus para sua família, não só serviu para sua
vida social, mas também para a vida espiritual. Seu amor e seu interesse
pela família, fez com que Ele restaurasse a fé de seus irmãos. Somos
informados de que os irmãos carnais de Jesus, a princípio não "criam
nEle" (João 7. 5). Mas depois de sua morte e ressurreição todo este
quadro mudou. Em Mateus 28. 7, 10, existem duas ordens do Senhor
para que seus "discípulos" e seus "irmãos" fossem para a Galiléia para
vê-lo. A primeira foi transmitida pelos anjos e a segunda, pelo próprio
Jesus. Parece que os "discípulos" aqui, encontram-se desassociados
dos "irmãos". Se estes "irmãos" eram de fato os irmãos de Jesus, que
dar a entender que são, foi esta a mensagem de transformação que

119
Severino Pedro da Silva

mudou por completo suas vidas. Mais adiante, eles aparecem juntos
com os apóstolos, orando no Cenáculo (Atos 1. 14). Uma outra citação
tardia, coloca também José, Judas e Simão no contexto unificativo dos
apóstolos e de Cefas (1 Coríntios 9. 5). A mensagem especial de Jesus,
restaurou a fé, a paz e confiança de sua família. A mesma mensagem de
restauração por parte do Senhor, continua de pé. Ele sempre está a
bater na porta dos indiferentes, esperando apenas que alguém ouça a
sua voz e abra a porta para que Ele entre em sua casa e a família que
nela habita seja completamente restaurada.

V. A Família Que Tinha Medo De Tudo


A família que tinha medo de tudo, se refere a uma família
fantasma. Mas pode existir uma família que por falta de vontade de
libertação, se enquadre no argumento em foco, isto é, que seja
portadora da Síndrome do Pânico. Primeiro é preciso compreender
que não estamos falando sobre um medo de bases reais no mundo
exterior. Se você tem medo de atravessar uma rua movimentada ou
quando perseguido por um tigre, esse medo é real. É autoprotetor,
assegura a sobrevivência. Mas estamos discutindo temores internos,
isto é, aquelas ansiedades vagas, aborrecidas e dolorosas, que você
não pode identificar ou entender completamente. O medo, se não for
debelado a tempo, pode ir passando de pai para filhos e seguintes. É
verdade que o estresse e a violência urbana têm feito com que as
pessoas se sintam inseguras em qualquer lugar que se encontrem,
mesmo dentro de suas próprias casas. Essa realidade propicia que a
ansiedade de alguns atinja um nível muito alto, esse quadro pode chegar
a um distúrbio de ansiedade. Entre esses distúrbios, um que tem
chamado a atenção pela quantidade de pessoas que o apresentam
atualmente, é a síndrome do pânico. Essa desordem normalmente não
tem início repentino, mas vai progredindo. Após a primeira crise, a
pessoa freqüentemente desenvolve vários graus de nervosismo e

120
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

apreensão, o que faz que com outros ataques sucedam o primeiro,


essa sucessão se dá pelo medo do quadro em si. Então, além do motivo
desencadeante inicial, a ansiedade provocada pelo medo da crise é
um fator para que ela ocorra. Há ataques que ocorrem várias vezes
por semana. É raro, mas existem pessoas onde o quadro se limita ao
primeiro, mas seguido de um medo persistente de que a crise se repita.
Para a pessoa que sofre da síndrome, os ataques parecem sem causa,
o que aumenta a ansiedade, o que acaba provocando outra crise. A
síndrome do pânico pode ser limitada a um período breve de tempo,
durar semanas, meses, ou mesmo anos (o mais comum). Quando ocorre
por anos pode haver períodos de remissão, nos quais podem surgir
ataques com sintomas limitados. Em uma crise aguda, o indivíduo
apresenta ao menos quatro dos seguintes sintomas:
a) Falta de ar ou sensação de asfixia;
b) Vertigem, sensação de instabilidade ou de desmaio;
c) Palpitações ou taquicardia;
d) Tremor ou abalos;
e) Sudorese;
f) Sufocamento;
g) Náusea;
h) Anestesia ou formigamento;
i) Calafrios ou ondas de calor;
j) Dor ou "aperto" no peito;
k) Medo de morrer;
1) Medo de perder o controle ou enlouquecer.
O mais comum é que tais sintomas sejam seguidos de
claustrofobia, que é o medo de lugares de onde seria difícil sair em
uma emergência, como na ocorrência de uma crise, por exemplo. Uma
característica interessante é a rapidez em que surgem os sintomas, quase
sempre sem que a pessoa perceba sua aproximação, o que leva ao

121
Severino Pedro da Silva

pensamento de que algum fator orgânico grave surgiu e então ela busca
um médico. Mas como a crise costuma durar dez minutos em média
nada é encontrado além das alterações somáticas. Existem pessoas
que por falta de higiene mental constante, passam a sofrer influências e
a ter medo de tudo e de todos — como por exemplo, ter medo de:
• "acrofobia — de altura,
• acrodromofobia — de aviões,
• aerofobia — de correntes de ar,
• agorafobia — de espaços abertos e multidões,
• algofobia — de dores,
• antropofobia — da sociedade ou de seres humanos,
• aracnofobia — de aranhas,
• cancrofobia — de câncer,
• carpofobia — de frutas,
• cinofobia — de cachorros,
• claustrofobia — de espaços fechados e estreitos,
• cremnofobia — de precipícios,
• fotofobia — de luz,
• geofobia — de contato com a terra,
• ginecofobia — de mulheres,
• hidrofobia — de água,
• hipnofobia — de dormir,
• nictofobia — da noite ou de escuridão,
• nosofobia — de doenças,
• ornitofobia — de pássaros,
• pantofobia — de tudo,
• pirofobia — de fogo,
• potamofobia — de rios,
• tafofobia — de ser enterrado vivo,
• talassofobia — do mar,
• tanatofobia — da morte,
• xenofobia — de estrangeiros,
• zoofobia — de animais em geral".

122
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

Aí se inicia a busca por solução com diversos especialistas e


em diversas áreas até que o paciente seja encaminhado a um psiquiatra
ou psicólogo. Um tratamento eficiente deve ser constituído em duas
áreas da existência:
A. Na psicologia e psiquiatria. Esta parte envolve os seguintes
pontos:
1.Acompanhamento psicoterapêutico;
2. Tratamento com medicamentos;
3. Informar ao paciente a atuação e os efeitos da ansiedade no
organismo;
4. Que se estabeleça a confiança entre terapeuta e paciente;
5. Atendimentos que abordam uma única faceta do distúrbio
tendem ao fracasso ou a mascarar o problema com a remissão
temporária ou artificial da sintomatologia;
6. Que a pessoa procure refúgio em Jesus, o bálsamo da vida.
B. Buscando refúgio em Jesus. A verdadeira paz é a paz interior.
Esta paz trás à pessoa humana uma espécie de segurança e confiança
em tudo aquilo que fala e realiza. Este tipo de paz não vem apenas por
acaso. Ela deve ser buscada com diligência. A Bíblia nos ensina a buscar-
mos a paz divina "...que excede todo o entendimento" (Filipenses 4.
7). "...Busque a paz, e siga-a" (1 Pedro 3. 11b). Existem pessoas que
têm medo de tudo e de todos. Sabemos que um pouquinho de medo,
faz parte também de nossa defesa. Mas ter medo de tudo e de todos,
é doença. Jesus é o Príncipe da Paz e a voz de suas palavras, sempre
soam em nossos ouvidos, dizendo: "tende bom animo", "não temais",
"não tenhas medo" (Mateus 14. 27; 17. 7). Henry Brandt, psicólogo
americano, diz que paz na mente e a fé em Jesus, são os melhores
medicamentos para as inquietudes da vida. Evidentemente, se uma
pessoa tem paz no coração e sua mente passa a ser controlada e
renovada plenamente pelo Espírito Santo, pouco a pouco esta síndrome

123
Severino Pedro da Silva

do medo com os demais males que a acompanham, serão debeladas


pela operação miraculosa do Espírito de Deus.

VI. A Família Que Sofreu E Venceu

Jó e sua esposa são os dois personagens que tomamos aqui,


como exemplo de ilustração. Nenhum de nós queremos o "sofrimento"
de Jó e de sua esposa. O primeiro, Jó, sofreu com resignação; a
segunda, sua esposa, sofreu com revolta e reclamação. Embora num
futuro distante, Deus através de sua misericórdia, transfoimou aquela
senhora em uma mulher dócil, pacata, mãe de filhos, fiel a Deus e ao
seu marido. Com efeito, porém, o grande triunfo de Jó, foi a sua
"paciência", porque através dela e de sua fidelidade a Deus, este
"acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía".
E ele teve um final feliz conforme veremos na parte final deste argumento.
Jó era um homem bem-sucedido, mas um dia forças hostis e tenebrosas
conspiraram contra a família e a encurralaram de todos os lados, com
o fil me propósito de desestabiliza-la e destruí-la. Jó tinha uma vida
moral ilibada. Era elogiado por Deus. Era um pai extraordinário que
tinha boa comunicação com os filhos e orava por eles constantemente
às madrugadas. Satanás, porém, questionou a integridade de Jó e
Deus permitiu que ele fosse provado. Satanás atingiu as cinco áreas
vitais da sua vida: 1. Finanças; 2. Filhos; 3. Saúde; 4. Casamento; 5.
Amizades. Jó perdeu todos os seus bens. Ele foi a falência. Ele ficou
arruinado financeiramente. Depois desse esbarro desinstalador, ele
ainda perdeu seus dez filhos, esmagados e soterrados por um terremoto,
num dia de festa e celebração da família. Esse pai, com o coração
apertado vai para o cemitério sepultar todos os seus filhos num único
dia. Se isso não bastasse, seu corpo foi ferido dos pés a cabeça por
uma enfermidade devastadora. Tumores malignos cobriram a sua pele.
Seu corpo apodrecia. Ele raspava suas feridas com cacos de telha.

124
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

Da sua pele enegrecida e do seu corpo encarquilhado exalava-se um


mau cheiro repugnante. As pessoas o praguejavam e cuspiam nele.
Sua dor era atroz. Seu choro era constante. Desejou morrer antes de
ter nascido. Amaldiçoou o dia do seu nascimento e suspirou ter
encontrado os seios da sua mãe secos de leite, para morrer de fome na
sua infância. Aquela família estava num nevoeiro denso. Estava
precisando de um avivamento. Então, do meio das trevas da dor,
surge a luz da esperança. Do caos brotou a restauração. Do deserto,
uma fonte de esperança começou a jorrar. Deus se revelou a Jó.
Mostrou-lhe sua soberania e seu controle sobre todas as coisas. Jó
compreendeu que os desígnios de Deus não podem ser frustrados (42.
2). O sofrimento de Jó, ao invés de endurecê-lo, levou-o para mais
perto de Deus (42. 5). Deus converteu em bênção toda maldição que
o diabo lançou sobre Jó. Tudo o que o diabo tomou de Jó, Deus
trouxe de volta.
1°. Deus restaurou os bens de Jó (42. 10). Ele ficou o dobro
mais rico. Seus negócios prosperaram. Seus empreendimentos deram
certo. A bênção de Deus o enriqueceu.
2°. Deus restaurou a saúde de Jó (42. 10, 16, 17). Deus o
curou de todas as suas enfermidades. Ele viveu mais cento e quarenta
anos e viu sua descendência se prolongar na terra.
3°. Deus restaurou o seu casamento (42. 12, 13). Aquela mulher
amarga e revoltada foi curada por Deus e eles tiveram, uma linda história
de amor.
4°. Deus restaurou os filhos de Jó (42. 13). Deus lhe deu
outros dez filhos. Agora, Jó tem dez filhos no céu e dez filhos na terra.
O detalhe é que suas filhas agora são as mulheres mais bonitas do
oriente.
5°. Também Deus restaurou os amigos de Jó (42. 7-9). Deus
os fez ver a loucura e a injustiça que haviam cometido contra Jó. Deus
converteu o choro em alegria, o vale em manancial, o deserto em oásis,

125
Severino Pedro da Silva

o último estado melhor do que o primeiro (42. 12). Deus também


multiplicou seus anos e Jó morreu velho e farto de dias. (H. D. L.
Adaptado).

(1) TCB. E. C. CPAD. 1994

(210 NTI. VPV. R. N. C. 1982

126
oga1r, nem fumar

Existem alguns vícios que devem ser evitados em um lar feliz.


Com eles, este lar jamais será um lar ideal, mas inquieto e cheio de
perturbações. A temperança torna-se muito importante tanto para a
vida social como para a vida religiosa. Os bons princípios recomendam:
"moderação na bebida e na comida, castidade, preservação dos
excessos da sensualidade, que arruinam a saúde, mais ainda que as
suas privações" (1).

Os vícios comuns que trazem perturbações:


Os vícios mais comuns que geralmente trazem estas
perturbações, são:
1°. Alcoolismo
2°. Fumo
3°. Jogos de azar

127
Severino Pedro da Silva

Podia-se relacionar também aqui as drogas. Contudo, estas


merecem um estudo aparte, visto que elas afetam a pessoa, a família, a
sociedade e ao Estado.

I.0 Alcoolismo

Os problemas relacionados com o álcool (inclusive morte por


intoxicação, crime e acidente) cresceram consideravelmente na maior
parte do mundo, nas últimas décadas.
O álcool causa prejuízos em três áreas da vida:
• No organismo
• No bolso
• Na alma

1) No Organismo

1°. O fígado aumenta de volume. Os resíduos do álcool destroem


as células do fígado provocando uma inflamação. Essa inflamação é
muito grave. Os olhos da pessoa ficam de cor amarelada, ela pode
entrar em coma e morrer. A destruição das células também pode levar
a uma lesão no fígado chamada cirrose hepática. Esta é uma doença
grave e incurável.
2°. No aparelho digestivo o álcool provoca gastrite, úlcera,
diabete e contribui para o aparecimento de câncer da língua, da faringe,
do esôfago, do estômago e do intestino.
3°. Em algumas pessoas o álcool provoca obesidade porque
contém muitas calorias.
4°. Em outras pessoas o álcool produz magreza e fraqueza.
porque faz perder o apetite e torna a digestão difícil.

128
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

5°. O alcoólatra sofre freqüentemente de pressão alta.


6°. Pode ter arteriosclerose, que leva ao derrame ou ao enfarte.
7°. O alcoólatra é menos resistente a infecções e envelhece
antes do tempo.
8°. O alcoólatra é uma vítima fácil de broncopneumonia,
tuberculose pulmonar e
câncer da faringe.
9°. O alcoólatra sente formigamento, câimbras e dores violentas
nas pernas, à noite.
10°. Suas mãos começam a tremer.
11°. A vista fica fraca.
12°. O álcool pode provocar anemia.
13°. O álcool pode provocar gota e reumatismo.
14°. O álcool, com o tempo, leva à impotência (5 a 25 anos de
uso).
15°. O cérebro da pessoa fica dependente do álcool. O álcool
provoca dependência física com sintomas mais graves do que muitas
drogas.
Bebida durante a gravidez é uma das causas de defeito físico e
retardo na criança. Na realidade todos os órgãos são atingidos pela
bebida.

2) No Bolso

Efeitos do álcool sobre a família, a comunidade e


orçamento doméstico

O alcoolismo traz graves problemas para a família, a


comunidade e o país:
• A bebida está presente em grande parte das mortes no trânsito

129
Severino Pedro da Silva

e outros acidentes, dos crimes violentos, dos suicídios, das mortes por
incêndio e afogamentos.
• A bebida é mais grave entre os jovens porque os acidentes
atingem, principalmente, as pessoas com menos de 40 anos.
Um país inteiro perde muito com despesas de tratamento,
mortes prematuras, ausências no emprego, pouco rendimento no
trabalho, acidentes nas estradas, incêndios, prisões e além de tudo,
prejuízo no orçamento doméstico, etc. Quem bebe, fica com menos
dinheiro do que quem não bebe.

Como sabemos que alguém é viciado na bebida?


Há 10 sinais de alcoolismo. Se alguém apresenta mais de 4
sinais, sabemos que é viciado.
1)Preocupação dos amigos com seu hábito de beber.
2) Branco (perda de memória) sob efeito da bebida.
3) Beber muito de uma só vez.
4) Dirigir depois de beber.
5) Faltar ao serviço ou à aula.
6) Fazer ou dizer coisas embaraçosas.
7) Problemas com a justiça.
8) Toma 4 doses quando quer tomar apenas 2.
9) Beber para "fugir" dos problemas.
10) Achar que a bebida é um bom remédio.

O que fazer e o que não fazer


Não seja paternalista! Não ajude o viciado (mulher, marido,
pai, mãe, filho, colega, vizinho) escondendo os "sinais de abuso".
Por exemplo:
• Não dê desculpas pelo viciado para encobrir que ele estava

130
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

bêbado.
• Não limpe nada quando ele, bêbado, faz uma bagunça.
• Não dê desculpas quando ele faz algo embaraçoso para
outras pessoas.
• Não acredite quando ele diz: "Nunca mais vou beber".
• Seja um amigo! Ajude o viciado a reconhecer que tem um
problema. Ele precisa de ajuda profissional, além de sua ajuda — porém
não paternalista!
• Se você está preocupado com alguém que bebe, procure
conselho profissional.
• Seja rápido.
• Não negue que você está chateado com o comportamento
dele (ou dela).
• Organize um grupo de pessoas para conversar sobre o
assunto e procurar uma solução. Um bom caminho é entrar em contato
com um grupo de A.A. — Alcoólicos Anônimos. Eles têm muita
experiência no assunto e podem ser uma grande ajuda. Procure
primeiramente uma igreja evangélica idônea e sadia na fé e na Sã doutrina
de nosso Senhor Jesus Cristo. Leve esta pessoa viciada até lá. Ali
chegando, "...entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo
fará" (Salmo 37. 5). Não desprezes os métodos naturais — mas coloque
a fé em primeiro lugar! Depois de fortalecido na fé e esperança que
você encontra diante do "trono da graça", esta te dará força e coragem
para trabalhar na libertação desta pessoa viciada. Existem cerca de
626 versículos na Bíblia que falam contra a embriaguez e a ingestão de
bebidas alcoólicas. Se Deus faz severa recomendação contra tal prática
— certamente, dará também a sua graça libertadora no processo de
libertação de todo aquele que duma forma ou de outra, está sendo
escravizado pelo vício.

131
Severino Pedro da Silva

A família que não bebia e a que era viciada na bebida

Na América do Norte viveram séculos atrás, dois homens que


se conheciam. Um era crente, o outro não.
O crente, Edward Jonathan, quando ainda jovem, fizera um
propósito de que, quando casar-se, entregaria toda a plenitude de seus
bens e de sua família para glória e engrandecimento do reino de Deus.
Casou-se com uma moça crente, e no seu lar predominava a leitura da
Bíblia e a oração. Esta familia teve durante 150 anos 729 descendentes
dos quais 300 se tornaram pregadores da Palavra de Deus, 65
professores em escolas superiores, 13 catedráticos, 3 deputados e um
vice-presidente da nação.
O não crente, Max Junkers, casou-se com uma moça atéia e
viveram conforme o seu ideal. Durante os 150 anos a família teve 1.026
descendentes, dos quais 300 moveram prematuramente, 100 foram
condenados a prisão, 190 eram prostitutas, 100 alcoólatras (2).

Uma mulher que se tornou uma alcoólatra

Uma senhora que se tornou alcoólatra antes dos 20 anos de


idade, descreve sua trajetória sombria e depois sua vitória através de
Cristo da seguinte maneira:
ANTES — NO PECADO DEPOIS — EM CRISTO:
• Intranqüila Tranqüila
• Tensa Segura
• Nervosa Calma
• Culpada Contente
• Envergonhada Agradecida
• Pressionada Livre

132
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

• Suja Limpa
• Incapaz Consciente
• Incerta Receptiva
• Indigna Digna
• Desconcertada Sóbria
• Desinteressada Desejosa de orar

3) Na Alma

Quando alguém se aproxima de Cristo por meio da fé, ele está


cônscio de que encontra a Deus. Este encontro com Deus, criará uma
espécie de refúgio em sua vida. Sua maneira de viver, muda
completamente em todos os sentidos. Ele passa a ser "uma nova
criatura" e tudo quanto era vício, hábitos grosseiros e coisas assim —
que lhe causava prejuízos são agora substituídos pela presença do
Espírito Santo. A libertação destes vícios e hábitos — especialmente o
de beber serão instantaneamente ou paulatinamente aniquilados. Pelo
menos foi o que disse Jesus: "Se vós permanecerdes na minha palavra,
verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a
verdade vos libertará" (João 8. 31-32). Contudo, se o homem se
descuidar deste impacto causado pelo novo nascimento e voltar a ser
aquilo que era, o prejuízo será inevitável — cumprindo-se assim o que o
apóstolo Pedro falou: "Porquanto se, depois de terem escapado das
corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus
Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o
último estado pior do que o primeiro...deste modo sobreveio-lhes o
que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio
vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama" (2 Pedro 2. 20,
22).

133
Severino Pedro da Silva

II. 0 Fumo

O fumo é hoje o fator que mais provoca doenças e mortes no


mundo ocidental. O fumo está causando mais câncer no pulmão do
que a própria poluição do ar. É mais prejudicial do que o álcool.
Na fumaça do cigarro existem mais de 3.000 substâncias, entre
as quais muitos gases e partículas que prejudicam o organismo. Além
da nicotina (líquido venenoso das folhas do tabaco) temos na fumaça o
monóxido de carbono, um gás extremamente perigoso. Este gás passa
para a corrente sangüínea provocando graves problemas nos vasos
sangüíneos e no coração. Aumenta o risco de enfarte e derrame.
A partir do momento em que a fumaça do cigarro toca os lábios
do fumante, começa a agredir por onde passa: boca, garganta, esôfago,
estômago, vias respiratórias, pulmões. Milhões de minúsculas partículas
de fuligem se depositam em todo o trajeto que a fumaça percorre pelo
corpo. O fumante que diz: "Eu não trago" engana-se totalmente
supondo que a fumaça do cigarro só faz mal quando penetra nos
pulmões. A fumaça absorvida pela mucosa da boca passa para o
sangue alcançando pâncreas e rins; vai até a urina e atinge a bexiga.
Cada parte do corpo que entrou em contato com os tóxicos do cigarro
pode ficar com câncer.
Os venenos da fumaça do cigarro não se perdem no espaço.
Continuam no ar poluindo o ambiente e causando nas pessoas que não
fumam, nos "fumantes passivos", os mesmos problemas de saúde.
Na casa em que há fumantes, as crianças freqüentemente têm
problemas do aparelho respiratório.
Mulher de marido fumante tem duas vezes mais possibilidade
de contrair câncer do pulmão, comparado com mulher de marido que

134
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

não fuma. Porém, se a própria mulher também fuma, o risco de contrair


essa espécie de câncer aumenta quatro vezes.
A nicotina atinge até o útero da gestante que fuma. Por esse
motivo, ela corre risco maior de abortar, de ter filhos que nascem mortos
ou que morrem no primeiro ano de vida, de ter filhos menores ou com
defeito físico. Os filhos que sobrevivem têm mais risco de pneumonia
e outras doenças respiratórias. Além disso, eles têm mais dificuldade
para aprender.

O hábito de fumar

O hábito de fumar pode fazer parte do complemento das "obras


da carne" mencionadas em Gálatas 5. 19-21: "...as quais são:
prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias,
emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios,
bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas...". Agora, o
apóstolo completa dizendo: "...acerca das quais vos declaro, como já
antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino
de Deus". Alguns estudiosos acham que, as "coisas semelhantes a
estas" que o apóstolo fala, nada têm a ver com o vício de fumar.
Contudo, no conceito geral das Escrituras, Deus vê sempre o "vício"
com desdenho. Assim escreveu Jó mostrando a aversão divina com
relação ao vício: "Porque ele (Deus) conhece os homens vãos, e vê o
vício; e não o terá em consideração" (Jó 11. 11). Com respeito ao
profeta Daniel está escrito: "...ele era fiel, e não se achava nele nenhum
vício nem culpa" (Daniel 6. 4b). A divina comunhão com Deus pode
ser partida por causa de qualquer vício. Fumar é um vício. Assim é
melhor não arriscar! Se o leitor (ou leitora) deste livro ainda fuma, não
fique triste, pois o Senhor te libertará! Isso lhe trará saúde para seu
corpo, economia para seu bolso, paz para a sua alma e satisfação para
Deus.

135 j
Severino Pedro da Silva

Pais, professores e profissionais de saúde que fumam dão


péssimo exemplo para crianças e adolescentes

O fumo produz dependência química da nicotina e uma


dependência psicológica do cigarro. A dependência química desaparece
em poucos dias depois que a pessoa parou de fumar. A dependência
psicológica é mais difícil de quebrar. A pessoa se habituou a ficar com
o cigarro na mão ou na boca, dar uma tragada e soltar a fumaça. Ela
faz tudo isso automaticamente sem pensar. Para se livrar do vício, a
pessoa precisa decidir antes o que vai fazer quando sentir o impulso de
fumar. Por exemplo, ela pode decidir enxaguar a boca, respirar bem
fundo várias vezes, falar consigo mesma ou dar uma volta. Estão sendo
usadas várias técnicas para ajudar o fumante a parar de fumar.
Destacamos os programas de 8 dias realizados pela Igreja Adventista
e outras comunidades evangélicas que estão desenvolvendo técnicas
reconhecidas pelo Ministério da Saúde e exercícios de caráter religiosos.
Qualquer programa de ajuda ao fumante precisa incluir um trabalho de
acompanhamento suave durante muito tempo para as pessoas que
deixam de fumar. Sem este acompanhamento a maioria dos fumantes
perdem o estímulo e voltam a fumar.

Os riscos do fumo para os não fumantes

Está mais do que comprovado que o fumo faz mal para os não
fumantes que convivem com o hábito dos fumantes em casa, escritórios,
elevadores etc. Ele apenas não faz mal, ele mata. Uma experiência
feita no Medical College de Nova York mostrou que os não fumantes
mantidos durante 20 minutos em uma sala de espera esfumaçada
apresentaram aumento de plaquetas no sangue. As plaquetas são
elementos do sangue responsáveis pela formação de coágulos capazes
de entupir as artérias.Além disso mais de 3.000 substâncias presentes

136
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

na fumaça diminuem a capacidade do coração, de acelerar seu ritmo


quando necessário. Esses sintomas podem ser mais graves para as
pessoas que têm doenças respiratórias. Adolescentes que cresceram
entre fumantes têm pulmões fracos e danificados. Além das doenças
do coração e do pulmão, o cigarro causa realmente o câncer de pulmão.
Em geral, a doença leva à morte entre 12 e 24 meses, após ser
diagnosticado. O consumidor de três maços de cigarro por dia tem
grandes chances de ter câncer no pulmão. Atualmente, no mundo,
morrem cerca de 8.000 pessoas por dia por causa do hábito de fumar.
O fumante involuntário já na vida intra-uterina pode apresentar sintomas
graves, sobretudo nos últimos quatro meses da gravidez: alteração na
estrutura do cérebro e de suas funções, infecções no ouvido, dificuldade
respiratória, baixo peso ao nascer, asma, problemas pulmonares. Devido
às alterações nas funções do cérebro, essas crianças podem ter padrões
alterados de comportamento: conduta anti-social, ansiedade,
depressão, hiperatividade e imaturidade (3).

Se você pára de fumar:

• Seu corpo pode se recuperar da lenta destruição pelo


fumo.
• Você vai ficar mais calmo.
• Você vai dormir melhor e ter mais energia.
• Você vai trabalhar melhor.
• Sua pele vai ficar mais saudável e você vai parecer
muitos anos mais jovem.
• Seus dentes vão ficar brancos de novo.
• Seus dedos vão se livrar daquela horrível mancha
amarela.
• Você vai respirar com mais profundidade e receber mais
oxigênio.
• A tosse com catarro e o pigarro vão desaparecer.
• Sua voz vai ficar mais clara.

137
Severino Pedro da Silva

• Seu olfato vai melhorar.


• Seus problemas do estômago vão diminuir.
• O fumo não vai mais roubar vitaminas do seu corpo.
• Você vai sentir o sabor da comida.
• A circulação do sangue vai melhorar e mãos e pés vão
ficar mais quentes.
• O coração não vai palpitar tanto.
• Você vai suar menos.
• Seu desempenho sexual vai melhorar.
• Você pode ter uma gravidez sadia e seu bebê não vai
sofrer as conseqüências do fumo.
• Você vai ganhar muitos anos de vida.
• Economizar muito dinheiro.
• Deus se tomará seu grande amigo (4).

III. O Jogo de Azar

O jogo de azar — usualmente, jogo de azar, jogo de cartas e


outras modalidades são chamados assim. Alguns destes jogos são
considerados como contravenção penal. Do ponto de vista divino de
observação, qualquer jogo de qualquer natureza, pode ser chamado
de "jogo de azar", pois o jogo tanto para quem joga como para aquele
que com ele se envolve, sempre trás azar e várias desvantagens. A
pessoa viciada em jogo, toma sua mente escrava e o seu tempo. Por
estas e outras razões é bom não jogar. Quem joga além de se tornar
um escravo de tal vício, ainda perde muito tempo e quebrantamentos
de contratos que envolvem horários determinados, trazendo assim
prejuízos a si mesmo — a família e a sociedade a que pertence.

(1) Curso de Filosofia. R. Jolivet. Livraria Agir Editora. 1984


(2) É Difícil Ser Santo? S.P.P. CPAD. RJ -2002
(3) Revista Superinteressante. Agosto de 1990
(4) Onde não há Módico. David Werner. Edições Paulinas. 1989

138
Not_:sos Hábitos e Costumes Cristãos

Todos os nossos hábitos e costumes devem ser éticos e


santificados. Quando ignoramos este lado da vida espiritual, alegando
que tudo faz parte do social, começamos a fracassar. Muitos têm dito
que cada pessoa tem a sua maneira de adorar a Deus e prestar-lhe seu
culto. Essa frase é quase que parecida com aquela que diz que "todos
os caminhos levam à Roma" ou ainda, "todos os caminhos levam à
Deus". Nenhuma destas frases estão corretas. Especialmente quando
pensamos em chegar à Deus. Existem apenas "dois caminhos para a
eternidade". Um largo e o outro estreito. O da perdição e o que conduz
a vida eterna. O caminho da perdição é o caminho do pecado. Nele, a
pessoa humana anda nas trevas, sem saber aonde está e nem para
onde está caminhando. Jesus disse que, quem continuar andando nele,
seu fim será a perdição. O outro caminho é Jesus. Ele mesmo assim se
identifica, dizendo: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém
vem ao Pai, senão por mim" (João 14. 6b).

139
Severino Pedro da Silva

I. Nosso Propósito De Irmos


À Casa De Deus
O verdadeiro propósito que deve levar o cristão à casa de
Deus, é a oração e adoração (Mateus 2. 2, 11); quando não é este o
motivo principal, Deus pode:
• Rejeitar nosso culto (Isaías 1. 14);
• Reprovar nossos atos religiosos (2 Samuel — 6);
• Não aceitar nosso louvor e adoração — porque não partem
do coração, mas apenas dos lábios (Mateus 15. 7-9);
• Excluir nossa oração (Lamentações 3. 8);
• (Jesus) Não achar as nossas obras perfeitas diante de Deus
(Apocalipse 3. 2).
Não ignoramos que cada denominação evangélica ou grupo
têm a sua liturgia na celebração do culto. Contudo, se isso não é feito
com reverência e no temor do Senhor, tudo é feito em vão. Moisés
ficou satisfeito e feliz, porque Deus aprovou todo o seu trabalho na
construção do tabernáculo e seus utensílios. Quando Moisés terminou
de levantar o tabernáculo, "então a nuvem cobriu a tenda da
congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo" (Êxodo 40.
34). Algo semelhante aconteceu na dedicação do templo construído
por Salomão. Quando a arca do Senhor foi colocada no lugar
santíssimo: "uma nuvem encheu a casa do Senhor. E não podiam ter-
se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a
glória do Senhor enchera a casa do Senhor" (1 Reis 8. 10-11).

140;
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

II. A Ética Na Saudação Cristã

Em todas as civilizações e entre o povo cristão, existem maneiras


diversificadas no uso da saudação. Mas no geral, a maioria delas, usam
mais as saudações sociais do "Bom Dia", "Boa Tarde" e "Boa Noite"
(em português). "Bonjour", "bonsoir", "bonne nuit" — à despedida (em
francês). "Good morning!", "good afternoon!", "good evening !", "good
night!" — à se deitar (em inglês). "Buenos dias", "buenas tardes", "buenas
noches" (em espanhol). Em outras línguas são usadas outras frases
contendo o mesmo sentido. No seio do povo evangélico, além da
saudação social, é usada um tipo de saudação que se toma especial e
distintiva para este ou aquele grupo. Entre as igrejas pentecostais, em
sua maioria, se saúdam com "A Paz do Senhor" e isso também já se
vê pouco a pouco acontecendo em igrejas tradicionais. Esta saudação,
quando realizada no mais profundo do sentimento cristão, pode
transmitir a paz deixada por Jesus, para seus seguidores, depois de
sua ressurreição (João 20. 21). Ela não se refere, ordinariamente a
saudação habitual nossa de: "A Paz Do Senhor". Isso seria apenas a
forma, mas infere a essência da paz de Deus, que excede todo o
entendimento. Quando Jesus disse à seus discípulos: "Paz seja
convosco", Ele estava inferindo para eles esta paz. Ele não estava
saudando formalmente seus discípulos com a paz do Senhor. Com
efeito, porém, não foi isso que Jesus fez ou procurou fazer. O Senhor
encontrou um grupo de homens amedrontados — com inquietudes no
coração — escondidos por trás de algumas portas. Então Ele entrando
procurou tranqüilizá-los, dizendo: "Paz seja Convosco". Isso relembrava
para os discípulos uma outra expressão do Senhor quando os confortava
a respeito de sua partida para o Pai. Ele disse assim: "Deixo-vos a
minha paz, a minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá.
Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (João 14. 27).
Algumas denominações no mundo, seguindo o exemplo deixado por
Jesus, adotaram entre seus membros essa forma de saudação. No

141
Severino Pedro da Silva

Brasil, por exemplo, foi aceito logo que cedo os cristãos saudarem uns
aos outros com a "paz do Senhor", com exceção de alguns estados do
Sul que, por causa do espiritismo, em que seus adeptos usavam a paz
do Senhor como saudação e também usualmente chamavam uns aos
outros de irmãos. Saudar com a paz do Senhor é muito bom e por que
não dizer, até honroso; contudo, isso deve ser praticado dentro da
essência inerente a ela. Quando assim sucede, a paz não é apenas uma
forma de saudação social, vazia e formal, mas, acima de tudo, um
veículo transmissor da bondade de Deus. Ela é a paz que "vai" e a paz
que "volta", conforme disse Jesus: -E, em qualquer casa onde entrardes,
dizei: Paz seja nesta casa. E, se ali houver algum filho de paz, repousará
sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós" (Lucas 10.5-6).

1. Saudações Pessoais E Coletivas


Várias maneiras de saudações eram usadas nas Escrituras e
algumas delas estavam mais ligadas à cultura dos povos do que à práticas
religiosas.Existem vários exemplos disso em ambos os Testamentos.
Esses exemplos são depreendidos tanto na esfera humana como na
esfera angelical.
• "Então o anjo do Senhor lhe apareceu, e lhe disse: O Senhor
é contigo, varão valoroso" (Juízes 6. 12).
• "E eis que Boaz veio de Belém, e disse aos segadores: O
Senhor seja convosco.
E disseram-lhe eles: O Senhor te abençoe" (Rute 2. 4).
• "E assim direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa
tenha paz, e tudo o que tens tenha paz!" (1 Samuel 25. 6).
• "E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada,
o Senhor é contigo..." (Lucas 1. 28).
• "Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo..." (2 Coríntios
13 12, etc).

142
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

2. Saudações Variadas

• Roma e Ásia Menor. " Graça e paz" (Romanos 1. 7;


Apocalipse 1. 4).
• Éfeso. "Graça, misericórdia e paz" (1 Timóteo 1. 2).
• Jerusalém. "Saúde" (Tiago 1. 1).
• Jerusalém. "Misericórdia, e paz, e caridade" (Judas v. 2).
• 0 mundo. "Paz na terra" (Lucas 2. 14).

3. Ética No Ósculo Santo


No Novo Testamento, esta saudação é feita com algumas
variações: "ósculo" (Lucas 7. 45); "santo ósculo" (Romanos 16. 16);
"ósculo santo" (1 Coríntios 16. 20); "ósculo de caridade" (1 Pedro 5.
14). Usualmente esse ósculo se fazia mediante dois beijos, um em cada
face, conforme continua sendo usado nas saudações orientais e em
outros países. Algumas vezes apenas se dizia: "Eu te Saúdo!" (Mateus
26.49); e, em ocasiões de despedida: "Vai-te em Paz!" (1 Samuel 1.
17).
Alguns têm opinado que, estas variações se davam influências
também pelas culturas de vários povos. Geralmente elas eram mais
extensas na chegada do que na saída. Assim, para os judeus, se dizia:
"Paz!". Para os gregos, se dizia: "Graça!" e para os gentios, se dizia:
"Misericórdia" (cf. Tito 1. 4). As saudações quando alguém estava se
despedindo eram breves e objetivas. Mas pelo que parece, no Novo
Testamento, passou-se a usar mais a palavra "graça", visto ter seu
equivalente na "Graça Salvadora de Deus".

143
Severino Pedro da Silva

III. Ética Na Oração

As Escrituras não ensinam que a oração era feita com os olhos


fechados. Em geral, se orava com os olhos abertos — contudo, esse
costume de orarmos com nossos olhos fechados e adotado pelo povo
de Deus é muito bom. Orando de olhos fechados, o cristão se desliga
do mundo natural e das influências externas que podem trazerem
perturbações e isso pode isolar o cristão de ir além do mundo,
mergulhando no porvir. Entretanto, há certas ocasiões em que isso não
nos é possível e devemos orar mesmo de olhos abertos e nossa oração
será aceita (cf. Neemias 2. 4; João 11. 41). Jesus nos exortou dizendo:
"...tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta,
ora a teu Pai, que está oculto..." (Mateus 6. 6). Com efeito, porém, os
nossos olhos em certo sentido, são portas que ligam o mundo interior
com o exterior. Fechando os olhos para orar, o cristão está se desligando
temporariamente do mundo e das coisas que lhe cercam e entrando
assim, numa dimensão espiritual que vai além do mundo dos sentidos
(cf. Colossenses 3. 2). Parece que não havia normas pre-estabelecidas
no tocante a posição que se devia orar. Contudo, alguns estudiosos
das Escrituras, opinam que somente se deve orar de joelhos. Outra
posição, seria, segundo eles, usada somente para adoração.

IV. Ética Durante A Leitura


Devocional Da Bíblia

Este também é um assunto bastante observado no seio cristão.


Alguns opinam que somente se deve fazer a leitura oficial do culto com
a Igreja de pé. Outros, opinam que isso deve ser feito com a Igreja
sentada e que apenas deve ficar de pé aquele que está lendo. Nos dias

144
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

do sacerdote Esdras, parece que era costume de quando alguém ia ler


as Escrituras, a congregação se colocava de pé. "E Esdras, o sacerdote,
trouxe a lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres,
e de todos os entendidos para ouvirem, no primeiro dia do sétimo
mês. E leu nela diante da praça, que está diante da porta das águas,
desde a alva até ao meio dia, perante homens e mulheres, e entendidos;
e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei. E Esdras,
o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele
fim; e estavam em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, e Sema,
e Ananías, e Urias, e Hilquias, e Maaséias; e à sua mão esquerda,
Pedalas, e Misael, e Malquias, e Hasum, e Hasbadana, Zacarias, e
Mesulão. E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo;
porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se
pôs em pé" (Esdras 8. 2-5). No texto em foco, que temos aqui nesta
seção, diz que quando Esdras "abriu o livro" para ler, "...todo o povo
se pôs em pé". Nos dias do Novo Testamento, parece que este costume
de ler com a congregação em pé tinha mudado. Quando Jesus chegou
"...a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de Sábado, segundo o
seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler" (Lucas 4. 16). Não
existe menção de que os presentes na sinagoga tenham se levantado
para ouvir a leitura oficial daquele culto, mas unicamente Jesus que
"levantou-se" — leu — e depois "assentou-se". No versículo 29 do capítulo
em foco, fica evidenciado que aqueles ouvintes permaneceram
assentados durante a leitura oficial. Pois ele afirma: "...Levantando-se
(os ouvintes), o expulsaram da cidade". Cremos, portanto, que como
não existe um ensinamento uniforme no tocante a tal procedimento,
cada igreja ou ministério deve proceder de acordo com "...os decretos"
que foram estabelecidos por aqueles que fundaram tais igrejas ou
ministérios. Visto que não se trata de uma doutrina propriamente dita,
e, sim, de um costume ocasional, temporário, regional e circunstancial
(cf. Atos 16. 4: 1 Coríntios 15. 1-2).

145
Severino Pedro da Silva

V. Ética Cristã Na Santa Ceia

Esta é uma outra questão que se encontra ligada diretamente


ao âmbito doutrinário. Contudo, tem sido discutido em diversas igrejas
e regiões diferentes. Devemos observar que, Jesus não ordenou beber
todos ("nele") — isso, certamente levaria o significado de se usar apenas
um cálice por ocasião da Ceia. Mas a ordem divina é para que todos
bebam ("dele"). Neste caso, havendo bom senso, pode ser usado o
cálice individual para cada cristão. Isso torna-se saudável e até
higiênico. Embora não devamos invocar aqui nenhuma medida de
caráter sanitário, em tratar-se de um ato memorial e espiritual. Contudo,
há sempre alguém sensível e meticuloso em nosso meio.

1. Comer O Pão Na Ceia Imediatamente


Ou Esperar Uns Pelos Outros?

A expressão do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 11.33 que diz:


"Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns
pelos outros", teria o sentido de que todos os membros da Igreja
deveriam esperar, até que o ministro oficiante da Santa Ceia mandasse
comer o pão. Usualmente, isso tornou-se um costume quase que
universal. Contudo, esta expressão do apóstolo refere-se a continuação
do que ele iniciara no versículo 21 do mesmo argumento. Ali um grupo
se antecipava, fazendo da Ceia uma refeição ordinária, e, não um Ato
Memorável. Assim: "Um tinha fome (o que chegava depois) e outro
embriagava-se" (o que chegava mais cedo). Paulo, portanto, os advertiu
que, quem fosse chegando, não tomasse uma ceia antecipada, mas
que "esperasse uns pelos outros" até que o ministro oficiante do ato
solene determinasse a participação do corpo e do sangue do Senhor.
Nas palavras de Paulo, segue-se a sentença imediata: "Tomai, e comei",
e não: "Tomai e esperei uns pelos outros". Segue-se, portanto, que

146
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

"esperai uns pelos outros", não traz o sentido restrito de o pegar o


pão, para depois comer; e, sim, o sentido de esperai uns pelos outros
para que juntos celebrem a Santa Ceia.

2. O Que Fazer Com O Pão E O Vinho


Que Sobraram Da Ceia?

Esta é uma outra questão bastante discutida no seio da


cristandade. Neste caso, devemos buscar uma solução racional e
satisfatória que não venha ferir nem a santidade divina e nem a
consciência humana. Neste sentido, não existe um ensinamento
doutrinário. Assim, cada denominação tem sua maneira de proceder.
Contudo, como nosso assunto neste livro é ética, devemos procurar
proceder com o pão e o vinho de uma maneira que não fira a Deus e
nem a consciência dos santos. Alguns sugerem as seguintes opções:
1°. Queimar o pão restante que sobrou da Ceia e derramar o
vinho na terra. Talvez pensando-se na maneira que se procedia com o
resto que sobrava do cordeiro pascal (Êxodo 12. 10). Esta maneira
de proceder, contudo, não é vista com bons olhos, pois nesse caso, se
estaria queimando o corpo de nosso Senhor Jesus Cristo e sepultando
o seu sangue na terra.
2°. Enterrar o pão e dar à beber o cálice as crianças ou a uma
outra pessoa qualquer. A meu ver, essa forma de proceder também
não é correta. Porque estamos assim sepultando Cristo novamente e
usando seu sangue de maneira incorreta.
3°. Existem igrejas que aproveitam o pão e o cálice restantes e
os utilizam nas ceias das congregações — mas de qualquer maneira, vai
sobrar ainda pão e vinho em algumas delas, pois há igrejas que não
possuem outras congregações.
4°. Algumas igrejas (o que nós aceitamos), tomam o pão e o

147
Severino Pedro da Silva

vinho restantes, e dilui o pão em água corrente e derrama o vinho na


correnteza. Onde não existe água corrente, faz-se o mesmo processo
através de uma pia, ou um outro recipiente com água limpa. A água
limpa quando estava associada a qualquer sacrifício, culpa ou
enfermidade, era sempre sinal de purificação. Assim tanto o pão como
o vinho, são consumidos de maneira mais decente e higiênica pelas
águas da purificação. Não sabemos se essa forma seria a mais correta
— contudo, pelo menos, é a mais suave.

VI. Ética Cristã Na Celebração Do Culto

Cada igreja evangélica tem a sua liturgia. Não existe uma


maneira uniforme na celebração do Culto, mas formas diversificadas.
são usadas por cada grupo em suas reuniões formais. Cremos que
estamos vivendo o período dos Juízes, quando "...cada um fazia o que
parecia reto aos seus olhos" (Juízes 21. 25). Contudo, existem
atualmente, algumas reuniões que pouco se parecem com um culto
divino. Hoje, dificilmente se usa a expressão "celebrar o culto", e existem
lugares que já se falam em apresentar o show. Geralmente usa-se a
frase: "dirigir o culto" ou "dirigir a reunião". Mas o nosso assunto aqui.
não se prende à expressão idiomática e sim, a maneira como eram
dirigidos os cultos nas igrejas cristãs nos tempos do Novo Testamento
e nos séculos que se seguiram. Nos dias de Jesus aqui na terra, parece
que se iniciava a reunião com um período de oração. Depois, era feita
a explanação da palavra e em seguida, se cantava um hino ou até mais
de um. (Cf. Lucas 4. 16; Atos 3. 1; Hebreus 2. 12). Contudo, este
costume era judaico e era procedido nas sinagogas judaicas e algumas
destas formas devem ter passado para as igrejas cristãs posteriormente.
Na igreja de Corinto já havia ali uma homilia e roteiro pre-estabelecido
para direção do culto cristão. Veja o que diz Paulo em 1 Coríntios 14.
26, 29:
1°. (Salmo). Havia um período de louvor

148
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

2°. (Doutrina). Era ministrada a palavra de Deus


3°. (Revelação). Havia depois do ensino, manifestações dos
dons
espirituais: profecias (por dois ou três profetas), revelações e
coisas assim.
4°. (Línguas). Variedades de línguas
5°. (Interpretação).
Devemos observar aqui e em outras passagens das Escrituras,
que o culto divino tinha para seus praticantes um sentido todo especial.
Se iniciava o mesmo com um período de santo louvor em que todos,
dele, participavam. Isso demonstrava a satisfação daqueles que tinham
vindo à santa adoração.
O ensino da Palavra de Deus vinha logo de imediato. Não
ficava para depois ou para um segundo plano apenas como disciplina
extra-curricular.
As manifestações espirituais do Espírito Santo sucediam como
confirmação daquilo que Deus tinha falado por meio de um pastor ou
mesmo de um mestre credenciado por Deus e reconhecido pela Igreja.
Tais manifestações jamais se chocavam com o ensino ministerial —
porque Deus não se contradiz. As línguas eram seguidas pelas
interpretações. Em alguns cultos haviam profecias (dois ou três profetas
eram usados por Deus). O importante aqui, é que, haviam duas
participações movidas pelo intelecto e três participações diretamente
do Espírito Santo. O que tomava um culto tanto racional como espiritual
(cf. Romanos 12. 1). Na Igreja Primitiva, parece que, um período de
oração antecipava o ensino da Palavra de Deus, o que não deixava de
ser muito bom. Atualmente algumas Igrejas conservadoras seguem o
mesmo modelo (cf. Atos 1. 14-22; 6. 4, etc). A conclusão do culto
também era feita dentro da mesma atmosfera espiritual.
Lamentavelmente hoje, algumas igrejas terminam seus cultos com uma

149
Severino Pedro da Silva

série de avisos. Que pena!


Um outro costume que veio tomando forma na Igreja, no
decorrer dos séculos, foi a confissão pública do levantar a mão como
sinal visível de aceitação a Jesus. Na Igreja Primitiva não existia este
costume quando a pessoa fazia sua decisão para Cristo. Pouco a pouco
o costume da pessoa levantar a mão como sinal de que estava aceitando
Jesus, foi se instalando nas igrejas no decorrer dos séculos. No dia de
Pentecoste quando Pedro e os demais apóstolos terminaram seu
discurso quase que três mil pessoas vieram a frente e pediram para
que fossem "agregadas" como adeptos daquela nova fé em Jesus Cristo
(Atos 2. 41 ). Semelhantemente deu-se a mesma coisa quando Pedro
e João curaram o paralítico da porta chamada formosa (Atos 4. 4).
Nas igrejas posteriores, a manifestação exterior daquele que estava
saindo das trevas e entrando na luz, é descrita por Paulo, em Romanos
10. 8-10. Assim ele disse: "Mas que diz? A palavra está junto de ti, na
tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a
saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração
creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com
o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a
salvação". Parece que, a exigência exterior neste processo aqui, era
fazer confissão. Era esta, portanto, a prova exterior do novo converso.

150
I.0 Uso Do Véu

O uso do véu a princípio era mais cultural do que religioso.


Com o passar dos séculos, pelo que parece, a prática foi saindo do
mundo social e se estabelecendo no mundo religioso. Várias questões
foram ali levantadas por eles, que envolviam muitos setores da Igreja;
mas as primeiras estavam relacionadas mais com a parte religiosa e
administrativa na Igreja; aquelas que se seguiam, eram questões mais
complexas e diversificadas.
1°. Incesto (1 Coríntios — 5),
2°. Homossexualismo (1 Coríntios — 6),
3°. Casamento, divórcio e celibato (1 Coríntios — 7),
4°. Participação dos crentes em festas pagãs( 1 Coríntios — 8),

151
Severino Pedro da Silva

5°. Grupos carismáticos que queriam servir a Cristo sem deixar


a idolatria (1 Coríntios —10),
6°. Se as mulheres cristãs deviam cortar o cabelo ou usar véu
(1 Coríntios —11.
Em todas as questões e dificuldades, Paulo procurou trazer
orientações sábias e edificantes. Algumas delas traziam alegria, outras
traziam tristeza, mas no final de tudo foi salvo tanto o barco como a
tripulação. No primeiro caso, para aquele que praticou o incesto, Paulo
pediu a igreja que o perdoasse e juntou também o seu perdão ao da
igreja (2 Coríntios 2. 6-10); no segundo, ele disse a igreja que todos
aqueles homens tinham sido lavados, santificados e justificados por
Cristo; portanto, deviam serem recebidos sem restrições e preconceitos
(1 Coríntios 6. 11); no terceiro, ele concluiu seu ensino dizendo: se
alguém puder ficar solteiro (solteira) fique — mas se não puder e casar,
não peca, contanto que seja no Senhor (1 Coríntios 7. 27-28); para o
quarto grupo, o apóstolo foi mais incisivo, dizendo para eles que "a
ciência incha, mas o amor edifica". Quem serve a Cristo, ou escolhe
Jesus ou o mundo; ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo
tempo; o procedimento deles de estarem na igreja servindo a Cristo e
depois do culto irem para as festas idólatras, ali realizavam grandes
arrematações de comidas em benefícios dos ídolos, e ainda depois,
sentavam-se em suas mesas e ali comiam e bebiam de todas aquelas
coisas sacrificadas a tais coisas, dizendo que de acordo com seus livros
de ciências, "o comer e o beber, faziam parte do sumo bem" e com tais
procedimentos, escandalizavam aqueles irmãos mais fracos, pelos quais
Cristo morreu (1 Coríntios 8. 9-13). O quinto grupo é composto de
alguns dissidentes do grupo anterior. Uma parte tinha ouvido o conselho
de Paulo, mas a outra não. Foi aí que o apóstolo os advertiu, dizendo:
"fugi da idolatria". Servir a Jesus e andar misturado com o mundo, fica
com o coração dividido, e é comparado nas Escrituras a "um bolo que
não foi virado", isto é, somente foi assado uma banda, a outra ainda
está crua (Oséias 7. 8). Não sabemos se este grupo ouviu o conselho

152
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

divino; se não o ouviram, houve para eles e para a igreja uma grande
perda! Agora no capítulo 11, surge a questão do véu. Então Paulo
começa dizendo assim: "Portanto, se a mulher não se cobre com véu,
tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-
se ou rapar-se, que ponha o véu". (1 Coríntios 11. 6). Somente neste
argumento que aqui está em foco, Paulo menciona a palavra "mulher"
(no singular) por 16 vezes (vv. 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 15). O
ensino principal do apóstolo aqui, é em relação aos usos e costumes
no que diz respeito ao cabelo da mulher. É importante notar que, cada
povo no mundo têm seus hábitos, costumes e tradições. Talvez tenha
sido esta a razão maior de se escrever 4 evangelhos — 14 epístolas
paulinas? Contendo ensinamentos diferentes — porém harmonizados
em cada detalhe — 7 outras diversificadas — e as 7 cartas do Apocalipse.
Com efeito, porém, se existe apenas um povo falando a mesma língua,
professando a mesma religião e defendendo uma mesma cultura, era
necessário, apenas um evangelho (o de Mateus — a base do judaísmo)
— uma epístola (a dos romanos—a base do domínio mundial) — e uma
carta (a da Igreja de Éfeso — a base do amor cristão). Contudo, isso
não era assim. Haviam muitas "...nações, e tribos, e povos, e línguas"
de diferentes culturas, costumes e religiões diferentes. Depois também
passou-se a selecionar estes grupos em três categorias: os judeus, os
gregos e a igreja de Deus (1 Coríntios 10. 32). Paulo teve mais
dificuldade em seu ministério do que os demais apóstolos. Ele foi
enviado aos povos pagãos; povos que viviam "sem Cristo, separados
da comunidade de Israel, e estranhos aos concertos da promessa, não
tendo esperança, e sem Deus no mundo". Até o evangelho que ele
pregava, chamo-o de "...evangelho da incircuncisão" e afirmava que
fora chamado por Deus para ser "ministro da incircuncisão" — enquanto
que Pedro foi chamado de "ministro da circuncisão" — e que pregava o
"...evangelho da circuncisão" (Gálatas 2. 7).
O autor deste livro já esteve por algumas vezes na cidade de
Corinto, especialmente na antiga cidade, onde existem ainda hoje as
ruínas de uma sinagoga judaica ao lado do templo de Apolo e em

153
Severino Pedro da Silva

frente ao Ágora que, segundo informações fidedignas fora transformada


na Igreja Cristã que Paulo ministrou a Santa Ceia e ensinou sobre os
Dons Espirituais e concomitantemente, falara sobre o uso do cabelo e
do véu. A transformação deste santuário judaico em uma Igreja Cristã,
foi ocasionada pela conversão de prosélitos e judeus da lei de Moisés
que ali habitavam.O uso do véu foi sugerido por Paulo na Igreja de
Corinto por várias razões: Os habitantes da cidade de Corinto tinham
se notabilizados por suas práticas sexuais exageradas e pervertidas.
Era inevitável que esses vícios e estas condutas lascívias fossem levadas
ao seio da Igreja Cristã que se instalara naquela cidade. De acordo
com informações que vieram daqueles dias, as mulheres prostitutas da
cidade de Corinto, usavam seus cabelos compridos e que para atrair
os homens para o sexo, deixavam seus rostos descobertos e seus
cabelos soltos. Contudo, existem informações que, com as invasões e
conquistas dos exércitos romanos, algumas mulheres prostitutas foram
feitas prisioneiras e seus cabelos foram rapados como parte de um
ritual de humilhação implantado pelos conquistadores romanos. Assim,
tais mulheres trazendo sobre si este opróbrio, passaram admitir o uso
do véu. Nos tempos dos reis de Israel — especialmente nos dias de
Salomão, as mulheres usavam "tranças" (Cantares 4. 1, 3; 6.7; 7. 5),
e o "frisado dos cabelos" (1 Pedro 3. 3). Com efeito, porém, nos dias
de Jesus aqui na terra, parece que as mulheres passaram a usar cabelos
longos e soltos (cf. Lucas 7. 37, 38, 44; João 11.2; 12. 3; 1 Coríntios
11. 15), mas o uso das tranças parece que tinha caído de moda (1
Timóteo 2. 9).
Existem informações de que as mulheres de vidas livres da
cidade de Corinto, usavam uma espécie de sandalhas utilizadas apenas
no mundo da prostituição. No solado dessas sandalhas encontrava-se
escrito em baixo relevo a palavra: sexo. Assim, estas mulheres eram
identificadas por dois sinais distintivos: pelo cabelo e pelo rastro. As
mulheres cristãs reclamaram ao apóstolo, que muitas vezes por não
usarem o véu, foram confundidas com algumas destas mulheres. É
bem provável que esse opróbrio inclua o fato de que as mulheres

154
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

tradicionalmente são mais atrativas ao sexo oposto se tiverem os cabelos


longos. Isso atrai a atenção dos homens. Uma mulher sem véu, em
lugares públicos, por conseguinte, era considerada um motivo de atração
sexual; e isso envolvia a mulher em uma conduta imprópria, no que
concerne ao respeito que a mulher deve a seu marido. As leis assírias,
por exemplo, determinava que as mulheres casadas e as concubinas
usassem o véu — mas as prostitutas não podiam usar. Em Corinto talvez
houvesse costume similar.

II. As Alternativas De Paulo

Diante duma série de dificuldades, Paulo então sugere algumas


alternativas para solucionar o problema no tocante o cabelo da mulher:
• Que elas se tosquiassem;
• Rapar a cabeça;
• Por o véu.
De acordo com as informações do Antigo Testamento, o uso
do véu podia ser praticado por mulheres honradas e também por
mulheres de má fama. Parece que entre as mulheres hebréias o uso do
véu era restritamente praticado somente por mulheres castas e de boa
fama. Outros povos, tais como os filisteus também seguiam a mesma
disciplina ética da época (cf. Gênesis 20. 16). Com efeito, porém,
para outros primitivos habitantes de Canaã, esta prática era o inverso.
Tal uso era praticado e seguido pelas mulheres de má fama. Tamar,
nora de Judá, exemplifica o significado deste argumento. Um dia ela
soube que seu sogro se encontrava naquela região em que ela habitava.
"E deram aviso a Tamar, dizendo: Eis que o teu sogro sobe a Timnate,
a tosquiar as suas ovelhas. Então ela tirou de sobre si os vestidos da
sua viuvez, e cobriu-se com o véu, e disfarçou-se, e assentou-se à
entrada das duas fontes que estão no caminho..." (Gênesis 38. 13-
14). No versículo seguinte desta narrativa diz, que "...vendo-a Judá,

155
Severino Pedro da Silva

teve-a por uma prostituta; porque ela tinha coberto o seu rosto" (v.
15). Na igreja de Corinto parece que havia também tal costume entre
as mulheres de vida-livre, de praticarem o uso do véu; tal prática trouxe
sem dúvida, um grande constrangimento para as mulheres cristãs e
Paulo usando da sabedoria divina, sugeriu que as irmãs abolissem o
véu, e, em lugar deste, usassem seus próprios cabelos como uma espécie
de véu natural.
Em último caso, deixar o cabelo crescer e usá-lo em lugar de
véu. As mulheres gregas raramente apareciam em público, mas viviam
em reclusão essencial. As mulheres solteiras não abandonavam as
suas habitações exceto em ocasiões especiais, como nos festivais e
nos cortejos. E até mesmo depois de contraírem matrimônio era-lhes
permitido bem pouca liberdade para se misturarem com outras pessoas.
Suas companhias constantes eram os escravos e as crianças. Certos
lugares eram vedados à sua vista. A cobertura de cabeça, entre os
gregos, consistia de redes ou de lenços, que usualmente cobriam a
cabeça toda, ou então de um xale que geralmente envolvia tanto o
corpo como a cabeça. Com base em tais costumes é que vemos por
que Paulo insistia sobre o uso do véu, e por qual razão somente essa
interpretação — que diz que as mulheres do cristianismo primitivo usavam
somente o véu sobre os cabelos longos — é que satisfaz as exigências
do texto.
• Tosquiar o cabelo — ou rapar a cabeça. Parece que nestes
dois pontos o apóstolo apenas sugeriu, mas não aprovou. Ele mesmo
disse: "...para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se..."
(v. 6). Essa indecência originava-se de alguns princípios básicos:
Tosquiar-se para os judeus era como se estivesse com a cabeça
rapada, algo que para eles era repugnante, porque as adúlteras sempre
tinham a cabeça rapada, como castigo e sinal de seu delito (cf. Números
5. 18). As mulheres prisioneiras eram também submetidas a este tipo
de punição (cf. Deuteronômio 21. 10-12). Algumas pessoas faziam
isso em sinal de luto — e às vezes seguiam também estas normas como

156
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

sinal de humilhação (cf. Isaías 15. 2; 22. 12; Jeremias 7. 29; 16. 6; 47.
5; Ezequiel 7. 18; Amós 8. 10; Miquéias 1. 16). Mas isso não era
normal para as mulheres que estavam em seu estado natural e livre.
Porque sempre que alguém era encontrado neste estado, era reputado
como sendo alguém rejeitado e desprezível (Isaías 7. 20). Os leprosos
também passavam por um certo processo de rapagem antes que fossem
declarados purificados (Levítico 14. 9). Os levitas antes de sua
consagração à Deus eram também submetidos a algo assim (Levítico
8.7).
• Cremos assim, que as duas primeiras sugestões apresentaram
dificuldades para aquelas mulheres por todos estes inconvenientes
acima mencionados. Era viável, portanto, que Paulo oferecesse uma
solução honrosa e adequada para aquelas irmãs.
• Parece que Paulo em resumo, disse: "O homem por ser a
glória de Deus, deve cortar seu cabelo — a mulher por ser a glória do
homem, deve deixar seu cabelo crescido". Tais coisas serão honrosas
tanto para os homens como para as mulheres.

1.Com Respeito Aos Homens


Em geral os homens tinham seus cabelos curtos, mas havia
algumas exceções. Os nazireus usavam seus cabelos crescidos.
Contudo, isso somente era rigorosamente observado durante o voto
de seu nazireado. No final desse período rapava a cabeça e queimava
seus cabelos (Números 6. 18). Somente nesses casos era permitido
usar cabelos longos. Sansão era um deles. Seu nazireado não era por
voto — mas por opção de Deus (Juízes 13. 5, 7; 16. 17). O profeta
Samuel parece que também era nazireu (1 Samuel 1. 11). Talvez Ezequiel
fosse nazireu, pois seus cabelos eram longos e foi transportado por
meio deles à Jerusalém (Ezequiel 8. 3). Fora deste contexto, parece
que em sentido geral, ter cabelos longos nas Escrituras era visto do
ponto de vista de observação, como vaidade. Ou seja, isso era

157
Severino Pedro da Silva

ostentado por pessoas vaidosas, tais como:


• Absalão. "Não havia, porém, em todo Israel homem tão belo
e tão aprazível como Absalão; desde a planta do pé até à cabeça não
havia nele defeito algum. E, quando tosquiava a sua cabeça (e sucedia
que no fim de cada ano tosquiava, porquanto muito lhe pesava, e por
isso a tosquiava), pesava o cabelo da sua cabeça duzentos siclos.
segundo o peso real" (cf. 2 Samuel 14. 25-26). Seus cabelos longos
serviu para suas conquistas e contribuíram para sua morte. Veja o que
aconteceu: "E Absalão se encontrou com os servos de Davi, e Absalão
ia montado num mulo; e, entrando o mulo debaixo da espessura dos
ramos dum grande carvalho, pegou-se-lhe a cabeça no carvalho, e
ficou pendurado entre o céu e a terra; e o mulo, que estava debaixo
dele, passou adiante...então disse Joabe: Não me demorarei assim
contigo aqui. E tomou três dardos, e traspassou com eles o coração
de Absalão, estando ela ainda vivo no meio do carvalho. E o cercaram
dez mancebos, que levavam as armas de Joabe. E feriram a Absalão,
e o mataram" (2 Samuel 18. 9, 14, 15).
• Judeus que se tinham desviado. "Vi também naqueles dias
judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas, e
moabitas; e seus filhos falavam meio asdoditas, e não podiam falar
judaico, senão segundo a língua de cada povo. E contendi com eles, e
os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos..."
(Neemias 13. 23-25).
• Os demônios que saíram do poço do abismo. "E o parecer
dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guen-a;
e sobre as suas cabeças havia umas corno coroas semelhantes ao ouro;
e os seus rostos eram como rostos de homens. Tinham cabelos como
cabelos de mulheres...- (Apocalipse 9. 7-8).
• Muitos artistas têm pintado Jesus com seus cabelos longos
seguindo o estilo grego. Mas Jesus era um judeu e dele não possuímos
nem pintura e nem fotografia. Naturalmente, pelo que parece, na igreja

158
Ética Cristã - Segurança na Vida e no Lar

de Corinto não havia problema no caso dos homens. Nenhum homem


andaria coberto com véu, pois as mulheres são as que se cobrem de
véu, e não os homens.

2.Cortar O Cabelo Como Convém


Os costumes são normas para o cumprimento da lei. E, com
efeito, o ensino rabínico estabelecia algumas normas em relação ao
corte de cabelo masculino, especialmente quando se tratava de
sacerdotes ou mesmo simplesmente de levitas. A mais conhecida era
esta: "E a sua cabeça não raparão, nem deixarão crescer o seu cabelo;
antes, como convém, tosquiarão as suas cabeças" (Ezequiel 44. 20).
Como ali na cidade de Corinto havia uma sinagoga judaica que mais
tarde serviu de base para os fundamentos e instalações de uma igreja
cristã, cremos que este modelo judaico tenha pouco a pouco penetrado
no seio da cultura grega. No entretanto, entre os judeus de séculos
posteriores, quando um homem entrava na sinagoga, recebia o "tallith",
um xale de quatro pontas, para ser posto sobre a cabeça. Os romanos,
antes mesmo do aparecimento do "tallith" judaico, já costumavam entrar
em seus templos de cabeça coberta, incluindo tanto as mulheres como
os homens. Os gregos, entretanto, tradicionalmente sempre oravam e
adoravam de cabeça descoberta. A Bíblia nos ensina que não devemos
nos conformar com este mundo. Uma boa ética, torna-se bastante
proveitosa para manter o equilíbrio e a temperança, para a vida presente
e para aquela que há de vir. Busquemo-la! Amém.

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â• 004 O PERFIL DA ESPOSA IDEAL Á RN 052 FAMILIA - RESGATANDO VALORES PERDIDOS
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♦• 007 0 PERFIL DO PAI SACERDOTE (SERIE JOVENS;
Á• 008 0 QUE OS JOVENS PRECISAM SABER 055 A BEIRA DO CAMINHO NÃO É O SEU LUGAR
Á 009 O NAMORO E SUAS IMPLICAÇÕES Á 056 VOCE NASCEU PARA VENCER
Á 011 APRENDA A PREGAR (2 FITAS; ÀS 057 SEIS VERDADES QUE O 20`,'EM NÃO PODE
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