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UNIVERSIDADE TIRADENTES

CÁSSIO TAWANDERSON DOS SANTOS


DAVID RAFAEL LUCIO FEITOSA

UTILIZAÇÃO DE LAJES NERVURADAS EM

EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

ARACAJU
2016
CÁSSIO TAWANDERSON DOS SANTOS
DAVID RAFAEL LUCIO FEITOSA

UTILIZAÇÃO DE LAJES NERVURADAS EM EDIFÍCIOS


RESIDENCIAIS

Trabalho de conclusão de curso


apresentada à Universidade Tiradentes como um
dos pré-requisitos para a obtenção do grau de
bacharel em Engenharia Civil.

Orientador:

Professor D. Sc. Emerson Figueiredo dos Santos

ARACAJU
2016
CÁSSIO TAWANDERSON DOS SANTOS
DAVID RAFAEL LUCIO FEITOSA

UTILIZAÇÃO DE LAJES NERVURADAS EM EDIFÍCIOS


RESIDENCIAIS

Monografia apresentada ao Curso de


Engenharia Civil da Universidade Tiradentes –
UNIT, como requisito parcial para obtenção do grau
de bacharel em Engenharia Civil.

Aprovada em ____/______/______

Banca Examinadora

_______________________________________________
Professor: D. Sc.. Emerson Figueiredo dos Santos
Universidade Tiradentes

_______________________________________________
Professor: M. Sc. Vinicius Costa Correia
Universidade Tiradentes

______________________________________________
Professor: M. Sc. Rodolfo Santos da Conceição.
Instituto Federal de Sergipe
Quem sabe o que planta, não tem medo da colheita. (EX)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a DEUS por ter me dado sabedoria, força, dedicação
e persistência nessa jornada de 5 anos, a todos que estiveram presente de uma
forma ou de outra mandando vibrações positivas, ao Professor Emerson pela
paciência na orientação deste trabalho, a todos os professores e profissionais desta
instituição, a meus amigos Danilo, Leonardo, Alan, Igor e Ayrtinho, por terem tido
paciência e me deram apoio de maneira direta e indireta nesses 5 anos, a Priscila
Marinho por ter me dado todo suporte e suportado meus estresse em uma parte
dessa vitoria,a Paula Morgana que sempre me ajudou em todos os momentos, a
Sannany por ter incentivado no inicio dessa jornada, a minha tia Rosana que
contribuiu bastante até com uma calculadora no início do curso, a toda minha família
que contribuiu com essa conquista, tios, tias, avós, avôs, primos e primas, a todos
meus irmão David, Tawana, Junior e Cassiele que me deram todo apoio e foram
extremamente importante para essa conquista, a meu grande pai que contribuiu de
todas as formas possíveis para que esse sonho se tornasse real e por fim a minha
grande rainha Diva que sempre acreditou em meu potencial, sempre fez o possivel e
o impossivel que sem a insistência dela não teria alcançado esse objetivo e ao meu
pequeno príncipe João Gabriell minha principal fonte de inspiração, obrigado a todos
vocês essa conquista é nossa.

“Cássio Tawanderson dos Santos”


Primeiramente uma eterna gratidão a Deus, pois sem ele não teria chegado onde
estou.
Agradeço ao Professor D. Sc. Emerson Figueireido dos Santos pelo incentivo,
paciência e compreensão do nosso trabalho.
Agradeço a minha mãe Crisley Madelon Lucio, minha guerreira, heroína, que
sempre fez o melhor por mim, que me disciplinou, que me ensinou a nunca desistir
daquilo que tive vontade e incentivou superar meus obstáculos. Mulher batalhadora,
digna que tenho orgulho de ter tido como mãe, você foi, e será sempre a melhor
coisa da minha vida.
A Luciano por estar ao lado de minha mãe nos apoiando em todos os momentos.
A minha tia Shirley Lucio, e minha avó Gasparina Lucio, que durante toda jornada
estiveram presentes durante esses cincos anos torcendo por mim e me apoiando
quando precisei. Aprendi muito com vocês, sempre leais e sinceras comigo.
Obrigado muito! Amo vocês!
Ao meu Tio Erley que apesar de estar distante, me auxiliou muito!
A minha tia Jadna que acreditou em mim.
Meus primos: Thais, Eric, pelo carinho, atenção, pessoas no qual cresci juntos, sei
que em breve vocês chegarão lá.
Ao meu amigo prof. Dr. Fabio por ter sido um alicerce em minha formação
acadêmica, com suas aulas e conselhos.
Minha madrinha Maria, uma pessoa admirável e generosa no qual tive sorte de tê-la.
Agradeço de coração a meu padrinho Manuel Lucio, que tenho uma grande
admiração como pessoa, que sempre zelou pelos meus estudos, um homem de
caráter e honesto. Gosto muito de você e sua mãe! (Madrinha).
Aos meus primos, primas, tios e tias, com destaque para Batista, Joana e Flavio que
apesar de ausência torceram muito por mim.
Venho agradecer a meu pai Erivaldo Alves Feitosa pelas palavras de incentivo,
sempre tentando me mostrar que tenho que conquistar meus objetivos pelos meus
próprios méritos.
Aos meus irmãos
Aos amigos de minha infância pelo grande incentivo.
E não poderia deixar de agradecer aos amigos do colégio e faculdade por estarem
sempre juntos, nos melhores e nos momentos mais difíceis que vivemos nessa
trajetória.
Aos mestres, por dedicarem seu tempo e sabedoria para que minha formação fosse
um aprendizado de vida.
Enfim, muito obrigado!

“David Rafael Lucio Feitosa”


RESUMO

O presente trabalho apresenta de uma forma generalizada as aplicações das


lajes nervuradas em edifícios residenciais, abrangendo sua origem, tipos de lajes
nervuradas, características, suas vantagens e desvantagens, materiais utilizados, os
critérios de dimensionamento e seus aspectos geometricos, metodos construtivos e
suas economias. Foram citados os materiais de enchimentos que são utilizados no
processo construtivo das lajes pré-moldadas e moldadas no local. Foi utilizada a
NBR 6118 como referencia para os aspectos geométricos citados nesta pesquisa.
Foi constatado que a laje nervurada gera uma economia significativa em relação as
demais lajes com a mesma eficácia e segurança das demais. Dispensam o concreto
desnecessário e consequentemente diminui sua armadura, vencendo grandes vãos
e dispensando a utilização de vigas gerando assim uma economia considerável.
Economia esta que envolve somente entre a comparação as lajes, mas deve-se
levar em consideração a construção do empreendimento na sua totalidade para ver
o orçamento final e assim definir qual o melhor projeto a ser executado. Foi citada
uma comparação do orçamento entre a laje maciça e laje nervurada na execução de
um edifício de 3 andares que serviria para uma garagem que ficaria anexada a um
edifício de 15 pavimentos tipos, térreo e dois subsolos, mostrou uma economia de
aproximadamente 12,4% do sistema de laje nervurada em relação a laje
convencional.

Palavras-chaves: Concreto armado; Processo Construtivo; Lajes Nervurada.


ABSTRACT

The present study presents in a general way the applications of ribbed slabs
in residential buildings, covering its origins, types of ribbed slabs, characteristics,
advantages and disadvantages, utilized materials, the criteria for sizing and
geometrics aspects, constructive methods, and economic aspects. The materials of
pouring which are utilized on the constructive process in pre-cast slabs and molded
on-site were referred. The Brazilian Norm NBR 6118 was used as a reference for the
geometric aspects referred on this research. It was found that ribbed slabs generate
a significant economy related to the other slabs, keeping the same effectiveness and
security as the others. They discard unnecessary concrete and consequently
decrease the number of reinforcement used, overcoming large spans and dispensing
the use of beams, therefore generating a considerable economy. This economy is
usually only related to other types of slabs, but it should be taken into consideration
when establishing the final budget and defining the best project to be executed. For
this study, a budget comparison between the uses of solid concrete slabs and ribbed
slabs in the construction of a three-story building which would be used as parking
space and would be attached to a building, with 15 standard floors, ground floor, and
two underground floors, was analyzed and cited. The budget comparison presented
an economy of approximately 12,4% on the ribbed slab system in relation to the
conventional slab.

Key words: Reinforced concrete, Constructive Process, Ribbed slabs


Lista de Figuras

Figura 2.1 – Seção típica de laje nervurada moldadas no local .....................03

Figura 2.2 – Laje nervuradas com de EPS .....................................................05

Figura 2.3 – Montagem da forma para lajes moldadas no local .....................05

Figura 2.4 – Dimensões na seção transversal de lajes nervuradas ...............07

Figura 2.5 – Vão efetivo de lajes ....................................................................08

Figura 2.6 – Lajes pré-moldadas ....................................................................10

Figura 2.7 – Lajota cerâmica e bloco EPS .....................................................11

Figura 2.8 – Vigotas pré-moldadas .................................................................11

Figura 2.9 – Laje alveolar ...............................................................................12

Figura 2.10 – Laje pré-moldada tipo PI ou duplo T ........................................13

Figura 2.11 – Lajota cerâmica .......................................................................19

Figura 2.12 – Bloco EPS para laje pré-moldada ...........................................20

Figura 2.13 – Sistemas de formas aplicadas nas lajes nervuradas ..............21

Figura 2.14 – Detalhes das armaduras de distribuição positiva ....................23

Figura 2.15 – Disposição das armaduras .......................................................23

Figura 2.16 – Perspectiva e são típica de armadura em treliça....................24

Figura 3.1 – Escoramento de uma laje nervurada .........................................26

Figura 3.2 – Escoramento do tablado de madeira ..........................................27

Figura 3.3 – Sistema de escoramento de uma laje nervurada .......................27

Figura 3.4 – Engrossamento da laje nos pontos de momento negativo .........29

Figura 3.5 – Posicionamento dos moldes para lajes moldada “in loco”..........29

Figura 3.6 – Laje nervurada moldada “in loco” ...............................................30

Figura 3.7 – Armadura e espaçadores plásticos ............................................31

Figura 3.8 – Cabos de protensão da laje ........................................................32


Figura 3.9 – Detalhe da extremidade de ancoragem da protensão da laje ...32

Figura 3.10 – Fase de cura em lajes de nervuradas semi-escoradas.............33

Figura 3.11 – Execução da laje nervurada pré-moldada ................................34

Figura 3.12 – Detalhe da interface com a tubulação elétrica .........................35

Figura 3.13 – Armadura de distribuição ..........................................................36

Figura 3.14 – Concretagem da laje nervurada ...............................................37


Lista de Tabelas
Tabela 2.1 – Classe de agressividade ambiental ..........................................16

Tabela 2.2 – Resistência do concreto e fator água-cimento .........................17

Tabela 2.3 – Classe de agressividade e cobrimento nominal .......................18

Tabela 2.4 – Altura do elemento de enchimento e total da laje .....................21

Tabela 3.1 – Comparação dos gastos entre laje maciça e nervurada ...........38
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 2

1.3 APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 2

2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................... 3

2.1. TIPOLOGIA DAS LAJES NERVURADAS .............................................................................. 3

2.1.1. LAJES NERVURADAS MOLDADAS “IN LOCO”............................................................ 4

2.1.1.1. CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS ..................................................................... 6

2.1.1.2. RECOMENDAÇÕES DA NORMA BRASILEIRA NBR 6118.03 ................................ 6

2.1.1.3. DIMENSÕES LIMITES.......................................................................................... 6

2.1.1.4. VÃOS EFETIVOS.................................................................................................. 8

2.1.1.5. ABERTURAS........................................................................................................ 9

2.1.1.6. ARMADURA DE DISTRIBUIÇÃO E ESTRIBOS....................................................... 9

2.1.2. LAJES NERVURADAS PRÉ-MOLDADAS .................................................................... 10

2.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA DE LAJES NERVURADAS......................... 13

2.3. MATERIAIS UTILIZADOS ................................................................................................. 15

2.3.1 CONCRETO ............................................................................................................... 15

2.3.2. MATERIAL DE ENCHIMENTO .................................................................................. 18

2.3.3. ARMADURA ............................................................................................................ 22

3. MÉTODOS CONSTRUTIVOS ................................................................................................... 25

3.1. LAJE NERVURADA MOLDADA NO LOCAL....................................................................... 25

3.2. LAJES PRÉ-MOLDADAS................................................................................................... 34

3.3 ANÁLISE ECONOMICA..................................................................................................... 37

4. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 41


1

1 - INTRODUÇÃO

Com o mercado da construção civil cada vez mais competitivo, é

necessário que se busquem saídas para reduzir o tempo de execução e,

principalmente, os gastos que envolvem a construção de um edifício. As indústrias

do setor estão sempre investindo na procura de novas técnicas que evitam os

desperdícios, aliviando assim o preço final do empreendimento. Neste sentido, as

lajes podem ser consideradas o principal alvo do setor, devido às sua extensão e

volume de concreto utilizado. Existem variados tipos de lajes de concreto armado

como lajes maciças, nervuradas, protendidas, mistas entre outras. Assim, a escolha

do tipo de laje apropriada deve levar em conta aspectos construtivos, de projeto e

custo. Neste sentido, as lajes nervuradas vêm ganhando espaço ao longo dos anos,

não apenas em ambientes de grandes vãos (comumente utilizadas), mas também

em edifícios residenciais.

A origem da concepção de lajes nervuradas data do ano de 1854, quando

o engenheiro civil britânico William Boutland Wilkinson patenteou um sistema em

concreto armado de pequenas vigas regularmente espaçadas (citar fonte), que, por

sua vez, são solidarizadas entre si e pela laje. Essas vigas, também chamadas

nervuras, têm a função de enrijecer a laje, denominada mesa.

De acordo com a NBR- 6118:2014, lajes nervuradas são definidas como

lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, onde a região que está

sendo tracionada é constituída por nervuras e material inerte entre as mesmas. As

lajes nervuradas unidirecionais devem ser calculadas segundo a direção das

nervuras, desprezadas a rigidez transversal e a rigidez à torção. Apesar disso, pode-


2

se considerar a referida laje como um sistema estrutural tipo grelha que suporta uma

laje de pequena espessura.

1.2 OBJETIVOS

Destacam-se entre os principais objetivos deste trabalho:

 Apresentar os mais abrangentes tipos de lajes nervuradas de concreto;

 Características geométricas definidas por norma;

 Apresentar os aspectos construtivos da laje nervurada;

 Vantagens e desvantagens para o uso desse tipo de laje;

 Métodos construtivos;

1.3 APRESENTAÇÃO

Este trabalho aborda os diferentes tipos de lajes nervuradas desenvolvida

atualmente na construção civil. No capítulo 2, são apresentadas as tipologias da laje,

sistema estrutural, aspectos geométricos, vantagens e desvantagens. Já no capítulo

3 são abordados os métodos construtivos da laje nervurada, suas aplicações em

edifícios residenciais e análise econômica. E, por fim, o capítulo 4 apresenta uma

conclusão obtida na elaboração do trabalho realizado.


3

2. DESENVOLVIMENTO

Entende-se como lajes nervuradas o conjunto de nervuras e mesa de

concreto, além da presença ou não do material de enchimento (Figura 2.1).

Comumente, a nervura fica localizada na parte inferior e a mesa de concreto na

parte superior, mas existem outros tipos não muito utilizados que são as lajes

nervuradas invertidas, onde as nervuras ficam na parte superior e a mesa de

concreto na parte inferior. Além destas, existem as lajes nervuradas duplas quando

as nervuras ficam entre duas mesas de concreto.

Figura 2.1 – Seção típica de laje nervurada moldadas no local


Fonte: https://www.ufrgs.br/eso/content/?cat=5&paged=5

2.1. TIPOLOGIA DAS LAJES NERVURADAS

Depreende-se como tipologia das lajes nervuradas as várias modalidades

de lajes e seu comportamento estático. Divide-se, basicamente, em dois grupos de

lajes:- Lajes nervuradas moldadas “in loco”;

- Lajes nervuradas pré-moldadas

Apesar de haver semelhança no funcionamento de ambos, existem

algumas diferenças principalmente quanto à execução.


4

2.1.1. LAJES NERVURADAS MOLDADAS “IN LOCO”

As lajes nervuradas moldadas “in loco” (Figura 2.2) são executadas em

toda sua totalidade na obra, na posição definitiva. Sua principal vantagem é a

continuidade dos elementos componentes da laje, fazendo com que suas nervuras

trabalhem como grelha de vigas.

A tendência é cada vez mais a utilização desse tipo de laje, por conta da

redução do consumo de concreto, sendo mais econômica que a laje maciça, devido

a sua economia de concreto e compensados, agilidade na execução e sua mão-de-

obra não precisa de técnicas específicas (CARVALHO, 2009).

As vantagens das lajes nervuradas são mais notórias quando utilizadas

em grandes vãos, onde uma laje maciça pode apresentar elevada espessura,

resultando num deslocamento da linha neutra em direção da sua face superior. Com

isso, uma grande massa de concreto, localizada abaixo da linha neutra, fica sujeita à

tração, desprezada quando da fase de dimensionamento. Esta massa de concreto,

não considerada na resistência da laje, atua como sobrecarga para a estrutura. A

retirada, pois, da massa excedente não apenas alivia o peso, como também pode

aumentar a capacidade de carga.

Costumeiramente, as lajes nervuradas eram executadas no local

utilizando o EPS (isopor) como material inerte (também dito enchimento) para

preenchimento dos espaços vazios (ver Figura 2.2). Além da dificuldade de

posicionamento e fixação dos blocos de EPS, estes, em sua grande maioria, não

eram reutilizados. Não raro, eram utilizados blocos cerâmicos como material de

enchimento.
5

Figura 2.2 – Laje nervurada com uso de EPS.

O avanço desse método construtivo culminou na utilização de moldes

reutilizáveis fabricados em material polimérico (Figura 2.3). Mais recentemente, o

uso da protensão potencializou as vantagens do método construtivo.

Figura 2.3 – Montagem da forma para lajes moldadas no local.

Fonte: Próprio Autor


6

2.1.1.1. CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS

As determinações das lajes nervuradas são feitas através de estudos

adquiridos por engenheiros, experiência profissional ou de acordo com as

recomendações das normas, devendo sempre respeitar as dimensões mínimas

exigidas.

2.1.1.2. RECOMENDAÇÕES DA NORMA BRASILEIRA NBR 6118.03

Serão reproduzidas a seguir as recomendações da NBR 6118:2003 quanto às

dimensões limites, vão efetivos e aberturas para as lajes nervuradas, sem distinção

se armadas em uma ou em duas direções, vale ressaltar que algumas

recomendações são semelhantes às lajes maciças.

2.1.1.3. DIMENSÕES LIMITES

a) Espessura da mesa (hf):

Quando não tubulações horizontais embutidas, hf, deve ser maior ou igual a

1:15 da distância entre nervuras e não menor que 3 cm;

Quando existirem tubulações embutidas de diâmetro máximo 12.5 mm, o

valor mínimo absoluto de hf deve ser de 4 cm.


7

b) Espessura das nervuras (bw):

A espessura das nervuras não desse ser inferior a 5cm;

Não é permitido o uso de armadura de compressão em nervuras de

espessura inferior a 8 cm.

c) Espaçamento entre nervuras:

Para as lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menor ou igual a 65

cm, pode-se dispensar a verificação da flexão, e para verificação do cisalhamento da

região das nervuras, utiliza-se os critérios de laje;

Para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110 cm,

pede-se a verificação da flexão da mesa e as nervuras devem ser verificadas ao

cisalhamento como vigas;

Para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos maior que 110 cm, a

mesa deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas, sempre

obedecendo os seus limites mínimos de espessura.

Na figura 2.1.1.3 observa-se algumas dessas recomendações.

Figura 2.4 – Dimensões na seção transversal de lajes nervuradas

Fonte: (NBR 6118:2003)


8

Sendo: bw ≥ 5 cm

hf ≥ 3 cm

≥ a:15 (quando não houver tubulação horizontais embutidas)

hf ≥ 4 cm (quando existirem tubulações embutidas)

2.1.1.4. VÃOS EFETIVOS

Neste segundo item, quando os apoios puderem ser considerados

suficientemente rígidos quanto à translação vertical, o vão efetivo das lajes deve ser

calculado pela seguinte expressão:

𝑙𝑒𝑓 = 𝑙𝑜 + 𝑎1 + 𝑎2

Com a1 igual ao menor valor entre (t1:2 e 0.3h) e a2 igual ao menor valor

entre (t2:2 e 0.3h), conforme indicado na figura 2.1.1.4.

Figura 2.5 – Vãos efetivos de lajes.

Fonte: (NBR 6118:2003)


9

2.1.1.5. ABERTURAS

Os furos ou aberturas executadas em qualquer elemento estrutural dão

origem à concentração de tensões que podem ser prejudiciais, por conta disso,

considera-se que os furos têm dimensões pequenas em relação ao sistema

estrutural, enquanto as aberturas não. Entretanto as aberturas em lajes

normalmente são necessárias, principalmente para dar passagem às instalações

hidrossanitárias. Segundo a NBR 6118:2003 as aberturas devem haver um limite

previsto, devendo atender as seguintes condições:

 As dimensões da abertura devem corresponder no máximo a 1:10 do vão menor (lx)

(Figura 2.1.1.5);

 A distância entre a face de uma abertura e uma boda livre da laje deve ser igual ou

maior que 1:4 do vão, na direção considerada;

 A distância entre faces de abertura adjacentes deve ser maior que a metade do

menor vão.

2.1.1.6. ARMADURA DE DISTRIBUIÇÃO E ESTRIBOS

De acordo com a NBR 6118:2003 estabelece que a armadura secundária de

flexão em lajes deve ser superior ou igual a 20% da armadura principal, devendo-se

manter ainda um espaçamento entre as barras de 33cm, está norma estabelece

também, para as lajes armadas em uma direção, que está armadura por metro, deve

ser superior a 0.9 cm².


10

2.1.2. LAJES NERVURADAS PRÉ-MOLDADAS

As lajes nervuradas pré-moldadas são, em geral, unidirecionais e apresenta

nervuras do tipo vigotas, lajes alveolares e duplo T. As lajes do tipo vigota podem

ser do tipo trilho ou treliçada (CARVALHO, 2007).

Esse tipo de laje é amplamente utilizado em edificações residenciais, devido

os pequenos vãos a serem vencidos (até 5m) e também por conta do baixo custo de

produção, simples execução, segurança. Com isso as lajes nervuradas pré-

moldadas se inserem nesse contexto de serem largamente utilizadas em edificações

de médio e pequeno porte. (CARVALHO & FIGUEIREDO FILHO, 2004).

Um exemplo clássico são as lajes pré-moldadas residenciais (Figura 2.6).

Método muito conhecido que utiliza vigotas pré-moldadas espaçadas por filas de

material de enchimento tipo lajota cerâmica ou blocos de EPS (ver Figura 2.7).

Figura 2.6 – Lajes nervuras pré-moldadas.


11

Figura 2.7 – Lajota cerâmica e bloco EPS


Fonte: http://www.isoform.com.br/images/i702239.jpg

As vigotas constituem as nervuras do sistema. Com o passar dos anos, as

vigotas (Figura 2.8) tipos trilhos foram sendo substituídas pelas vigotas treliçadas,

tornando o sistema mais confiável, uma vez que grande parte desta peça é

constituída pelo concreto lançado na obra. Desta forma, pode-se garantir uma

continuidade entre nervura e capa de concreto (mesa). A vigota tipo trilho, além de

dificultar a aderência entre concreto existente e o lançado na obra, não se tinha

controle da armadura, do cobrimento e da qualidade do concreto empregado na

construção deste tipo de vigota.

Figura 2.8 – Vigotas pré-moldadas (FRANCA & FUSCO,1997)


12

Outro tipo de laje pré-moldada são as lajes alveolares (Figura 2.9).

Geralmente pré-moldadas, são painéis pré-moldados de concreto, que possuem

seção transversal com altura constante e alvéolos em seu comprimento (vazios com

seção circular, devido ao tubo utilizado na forma), responsáveis pela redução do

peso da peça. Esse tipo de laje comumente utilizado em grandes vãos. Vale

ressaltar que este tipo de laje pode ser utilizado conjuntamente com a protensão.

O sistema de lajes alveolares tem inúmeras vantagens como, por

exemplo, a dispensa de serviços de carpintaria, facilidade de estocagem, transporte

e montagem, dispensa de escoramento, redução de serviços na obra. Em situações

que os vãos a serem vencidos sejam considerados grandes, este tipo de laje é

bastante utilizado, tendo como uma desvantagem sua mão-de-obra devem ter

treinamentos específicos.

Figura 2.9 – Imagem ilustrativa de uma laje alveolar.


Fonte: http://www.concrelaje.com.br/wpcontent/uploads/2016/06/imgproduto_26.jpg

A laje Pi (Figura 2.10), assim chamada devido à sua seção transversal

assemelhar-se ao formato da letra grega, é confeccionada em concreto armado pré-


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moldado com nervura longitudinal com o formato de duplo T. Possuem diversas

alturas e comprimentos determinados através da sobrecarga necessária para cada

tipo de obra. Utilizada em grandes vãos proporcionando rapidez na sua colocação.

Não necessita de elementos de enchimento e escoras para concretagem.

Figura 2.10 – Laje pré-moldada tipo PI ou Duplo T.


Fonte: http://www.concrelaje.com.br/wp-content/uploads/2016/06/imgproduto_25.jpg

2.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA DE LAJES


NERVURADAS

Talvez uma das mais significativas vantagens da laje nervurada é a

redução do volume de concreto, sem perda da capacidade de carga. A busca

incessante pela redução de volume de concreto está mais focada nas lajes, por ser

um elemento estrutural de dimensões maiores que os outros elementos. A redução

de concreto acarreta em diminuição da carga devido ao peso próprio, aliviando as

cargas transferidas às fundações.


14

O sistema de grelha, proporcionado pelas nervuras, que enrijecem a laje

(mesa) de concreto de pequena espessura, confere à laje nervurada uma elevada

capacidade de carga, o que permite vencer grandes vãos, diminuindo a quantidade

de pilares, liberando espaços, o que é vantajoso em locais como garagens, onde os

pilares, além de dificultarem as manobras dos veículos.

Ainda na vertente estrutural, sua altura confere rigidez lateral à estrutura

global do edifício, resultando em pequenos deslocamentos laterais, induzidos pelo

vento. Além disso, a elevada rigidez da laje propicia redução de rotação nos pilares,

reduzindo os efeitos de segunda ordem, reduzindo a excentricidade da carga

transferida pela viga. Em decorrência disso, o resultado é a uso de pilares com

dimensões menores.

São também adequadas ao sistema de lajes sem vigas, em que podem

ser necessárias regiões maciças apenas nas regiões dos pilares, onde há grande

concentração de tensões.

As lajes nervuradas são de fácil execução, por conta do simples

manuseio e montagem, e se bem executadas e dimensionadas, funcionam

adequadamente e com segurança (CARVALHO, 2009).

A altura da laje e os vazios decorrentes da ausência de material de

enchimento resultam num acúmulo de ar entre a laje e o forro que confere ao

ambiente um conforto térmico.

Em contra-partida, pode-se constituir uma desvantagem o aumento do

gabarito da edificação, em decorrência da necessidade de altura da laje nervurada.

Quando prescinde o material de enchimento, as lajes nervuradas

apresentam grande superfície de exposição aos agentes deletérios. Por isso, deve-

se utilizar de rigor na execução.


15

Em lajes residenciais, a utilização de forros torna-se imperativa, devido a

fatores estéticos. A utilização de forros pode dificultar a fixação de elementos mais

pesados, como lustres, demandando demolição parcial do forro para execução do

serviço.

O posicionamento de tubulações hidro-sanitárias é restringido e limitado

aos espaços deixados pela laje nervurada. Comumente, nas proximidades da viga,

há um engrossamento da laje, dificultando o posicionamento de tubulações

sanitárias. Em adição, a elevada altura da laje nervurada demanda um aumento da

altura dos ralos, necessitando de eventuais adequações, seja pela obra seja pelo

fabricante.

Por apresentar, em geral, nervuras e mesas de pequenas espessuras,

não se recomenda a fixação de materiais ou equipamentos por meio de

chumbadores, podendo acarretar em quebra local do concreto, expondo a armadura

às intempéries.

2.3. MATERIAIS UTILIZADOS


2.3.1 CONCRETO

Concreto é basicamente a composição da mistura de aglomerante, água,

agregados graúdo e miúdo, sendo que o aglomerante (cimento), ao ser hidratado

pela água, forma uma pasta resistente e aderente aos fragmentos de agregados

(pedra e areia), formando um bloco monolítico. O diâmetro máximo do agregado não

deve ser superior a 1/3 da espessura da mesa (NBR 6118:2014).

No preparo, um ponto crítico é o cuidado que se deve ter com a dosagem

da quantidade da água utilizada, pois ela é a responsável por dar a reação química

que transforma o cimento em uma pasta aglomerante. Se sua quantidade for muito
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baixa a reação não ocorrerá por completo e se for superior a ideal, a resistência

diminuirá em função dos poros que ocorrerão quando este excesso evaporar.

A relação entre água e cimento utilizados na dosagem, é chamada de

fator água/cimento (a/c). O concreto deve ter uma boa distribuição granulométrica a

fim de preencher todos os vazios, pois a porosidade por sua vez tem influência na

permeabilidade e na resistência das estruturas de concreto.

A norma NBR 6118(2014) especifica para o concreto estrutural o valor

mínimo de 20 MPa (200 kgf/cm2). Porém, o valor da resistência do concreto a ser

especificado no projeto está relacionado com a classe de agressividade do ambiente

no qual a estrutura está inserida. A tabela 2.1 indica o valor mínimo da resistência do

concreto, bem como o máximo fator água-cimento de acordo com a classe de

agressividade. A tabela 2.2 transcreve da NBR6118 (2014) a classificação das

classes de agressividade de acordo com o tipo de ambiente.

Tabela 2.1 – Classe de agressividade ambiental.


Fonte: NBR-6118 (2014)
17

Tabela 2.2 – Indicação da resistência do concreto e fator água-cimento


em função da classe de agressividade ambiental.
Fonte: NBR6118 (2014)

A durabilidade dos edifícios de concreto armado depende principalmente

da qualidade da espessura do concreto de cobrimento das armaduras. Cobrimento

mínimo é a menor distância livre entre uma face da peça e a camada de barras mais

próxima dessa face (inclusive estribos) e tem por objetivo impedir a ação da

corrosão e do fogo nas barras, protegendo desses fatores externos. Para isso, além

do cobrimento adequado, é importante que o concreto seja bem compactado.

A NBR6118:2014 indica que o cobrimento deve ser respeitado ao longo

de todo o elemento considerado e que se constitui num critério de aceitação. Para

garantir o cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem considerar o

cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo (cmin) acrescido da tolerância

de execução (Δc). Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores devem

respeitar os cobrimentos nominais.

Os valores de cmin para Δc = 5,0 mm, quando existe um adequado

controle de qualidade e rígidos e limites de tolerância de variação de medidas, e

este é o caso das vigotas pré-moldadas. Pode-se reduzir o valor de Δc para 5,0 mm.
18

A Tabela 2.3 mostra a correspondência entre o cobrimento nominal e a classe de

agressividade.

Tabela 2.3 - Correspondente entre a classe de agressividade e


cobrimento nominal para ∆c = 5,0 mm (adaptada da NBR 6118/14).
Tipo de Componente classe de agressividade ambiental (ver
Estrutura ou tabela 2.4)
IV
Elemento I II III (3)

Cobrimento nominal (mm)


Concreto
Armado Laje (2) 15 20 30 40
Viga/Pilar 20 25 35 45
Concreto
Protendido( Todos 25 30 40 50
1)

(1) Cobrimento nominal da armadura passiva que envolve a bainha ou os fios, cabos e cordoalhas, sempre superior ao
especificado para o elemento de concreto armado, devido aos riscos de corrosão fragilizante sob tensão.
(2) Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com revestimentos finais secos
tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento tais como pisos de elevado desempenho, pisos
cerâmicos, pisos asfálticos, e outros tantos, as exigências desta tabela podem ser substituídas
pelo item 7.4.7.5 da NBR 6118/14 que prescreve: a) cnom≥ φ barra; b) cnom≥ φ feixe; c) cnom≥ 0,5 φ bainha ,
respeitado um cobrimento nominal ≥ 15 mm.
(3) Nas faces inferiores de lajes e vigas de reservatórios, estações de tratamento de água e esgoto, condutos de
esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente agressivos deve-se ter obrimento nominal
≥ 45 mm

2.3.2. MATERIAL DE ENCHIMENTO

O material de enchimento não é considerado no cálculo da laje. Mesmo

que não seja necessário para a resistência da laje, uma boa qualidade do material é

importante para a segurança e para a forma acabada da estrutura. Logo, os blocos

de enchimento são utilizados para preencher os espaços de lajes nervuradas,

treliçadas e pré-moldadas com finalidade de reduzir o peso próprio e o consumo de

concreto, não tendo nenhuma função estrutural.

O uso de blocos cerâmicos como enchimento foi muito utilizado no

processo construtivo. Porém, ainda conferia sobrecarga considerável à estrutura.

Por isso, foi substituído por blocos de EPS, notadamente mais leves e fáceis de
19

remoção. A estética da laje nervurada sem material de enchimento, apreciada por

arquitetos, engenheiros e usuários, proporcionou o surgimento de formas

reaproveitáveis.

 Blocos cerâmicos

Geralmente usado em lajes nervuradas de vigotas pré-moldadas, devido

a facilidade em sua execução. Tendo como desvantagens o elevado peso específico

para um simples material de enchimento (ver figura 2.11)

Figura 2.11- Lajota cerâmica.


Fonte: http://www.styrobia.com.br/lajota-de-ceramica/
20

 Bloco de EPS

Durante muito tempo o material de enchimento mais utilizado foi a lajota

cerâmica. Hoje em dia o uso de EPS está se popularizando devido ao seu baixo

peso e a facilidade de recorte para se adaptar a qualquer geometria dos vazios (ver

figura 2.12). O intereixo no caso de lajotas cerâmicas é menor devido à pequena

largura deste bloco.

Figura 2.12 – Aplicação de Bloco EPS para laje pré-moldada.


Fonte: http://www.biglajes.com/laje_eps_unidirecional.html

 FORMAS REAPROVEITAVEIS

Essas formas reaproveitáveis (figura 2.13) são feitas de polipropileno

(mais comum) ou de metal. Seu formato em forma de tronco de pirâmide facilita a

desmoldagem. A rigidez do material empregado evita deformações que possam

alterar a forma geométrica da estrutura após o endurecimento do concreto.


21

Figura 2.13 – Sistema de formas aplicadas nas lajes nervuradas.


Fonte: Próprio autor.

Em função das alturas padronizadas dos elementos de enchimento, as

alturas totais das lajes pré-fabricadas estão prescritas na Tabela 2.4.

TABELA 2.4- Alturas totais das lajes pré-fabricadas em função das


alturas padronizadas dos elementos de enchimento
(Fonte: CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO, 2009)
Altura do
elemento de Altura total da
enchimento laje (cm)
(cm)
7,0 10,0 ; 11,0 ;12,0
8,0 11,0 ; 12,0 ; 13,0
10,0 14,0 ; 15,0
12,0 16,0 ; 17,0
16,0 20,0 ; 21,0
20,0 24,0 ; 25,0
24,0 29,0 ; 30,0
29,0 34,0 ; 35,0
22

2.3.3. ARMADURA

As armaduras das lajes nervuradas estão dispostas na mesa, chamadas

de armadura de distribuição; e nas nervuras, ditas armaduras longitudinais.

A armadura de distribuição compreende uma malha/tela formada por

barras de aço de pequeno diâmetro (diâmetro máximo de 8mm). Sua função é de

combater a fissuração devido à retração do concreto que ocorre durante o processo

de endurecimento, tornando-se mais pronunciado em elementos de laje devido à

grande área exposta. Em geral, esse tipo de malha é de uso comercial, sendo as

barras que a compõem soldadas entre si e dispostas em telas de tamanhos pré-

definidos pelo fabricante.

As armaduras principais são dispostas na parte inferior das nervuras e

são responsáveis pela resistência à tração quando da flexão da laje. Dada a

espessura das nervuras, a armadura positiva pode ser composta por até duas barras

de aço, sendo observado o cobrimento definido em projeto.

O dimensionamento estrutural de uma laje nervurada considera a nervura

como uma viga tipo “T” trabalhando isoladamente das demais, ou seja, não

considera a influência das vigas perpendiculares (efeito de grelha). A carga aplicada

considerada equivale à parcela da área de influência delimitada pela mesa da viga

“T”. Tal consideração resulta numa área de aço superior que a consideração do

sistema tipo grelha, portanto, torna-se mais conservador.

A Figura 2.14 apresenta um detalhe das armaduras de distribuição e

principal. Na Figura 2.15 pode-se observar a aplicação da armadura em uma obra

de edifício residencial.
23

Figura 2.14 – Detalhe das armaduras de distribuição e positiva.


Fonte: Próprio autor

Figura 2.15 – Disposição das armaduras de distribuição e principais de


uma laje nervurada.
(Fonte: Próprio autor)

Para as lajes nervuradas unidirecionais, tipo pré-moldada, a armadura de

distribuição apresenta a mesma função, ou seja, combater a fissuração devido à

retração do concreto.
24

Quanto à armadura principal, disposta nas nervuras, esta se apresenta

em forma de treliça composta por: dois banzos inferiores, inseridos numa pequena

camada de concreto; um banzo superior; e as diagonais que interligam os banzos.

Tal esquema pode ser observado na Figura 2.16. Dependendo do carregamento

aplicado e do vão, pode-se fazer necessária a utilização de ferros adicionais,

dispostos ao lado dos banzos inferiores.

Figura 2.16 – Perspectiva e seção típica de uma armadura em treliça.


Fonte: www.gerdau.com.br
25

3. MÉTODOS CONSTRUTIVOS

O presente trabalho não se limitou apenas à pesquisa na literatura técnica

a respeito dos métodos construtivos. Para evidenciar os conceitos aprendidos no

decorrer da pesquisa, foi realizada visita técnica a uma obra de edifício residencial

que utiliza o sistema de laje nervurada.

A visita técnica teve como objetivo a vivência prática do sistema em

epígrafe, bem como buscar particularidades observadas pela equipe de obra.

A seguir são explanadas as etapas construtivas comumente utilizadas

para confecção da laje nervurada.

3.1. LAJE NERVURADA MOLDADA NO LOCAL

As formas e escoramentos estão presentes no processo construtivo das

estruturas de concreto armado, e tem como objetivo manter um molde rígido, sem

deformação, e capaz de suportar não apenas o peso do concreto fresco, mas

também o peso dos operários que participarão da concretagem.

Os escoramentos dão suporte às formas de das lajes até que o concreto

tenha chegado no processo de cura e obtenha resistência suficiente para absorver

aos esforços solicitantes do peso próprio e ações oriundas da obra. Esses materiais

são geralmente fabricados em madeira, que continua sendo o tipo de material mais

utilizado comercialmente. Para o sistema de laje nervurada o que se notou durante a

visita técnica, foi a utilização de escoras metálicas de altura regulável (ver Figura

3.1). Como pode ser observado na Figura 3.2, os pontaletes sustentam um sistema

de vigamento em madeira, dispostos de forma ortogonais para sustentação do


26

tablado de madeira. Vale ressaltar que o posicionamento dos pontaletes obedece

aos critérios estabelecidos em projeto específico.

A Figura 3.3 apresenta uma forma alternativa de escoramento das formas

para as lajes nervuradas, mesclando os pontaletes e sistema tipo cavalete. O

vigamento é feito por perfis metálicos.

Figura 3.1 – Escoramento de uma laje nervurada.


Fonte: Próprio autor.
27

Figura 3.2 – Escoramento do tablado de madeira.


Fonte: Próprio autor.

Figura 3.3 – Sistema de escoramento de uma laje nervurada.


Fonte: http://www.metax.com.br/aluguel-de-escoramentos-id-94
28

Após o posicionamento do escoramento, procede-se a montagem do

tablado com folhas de madeira tipo compensado. O processo de montagem

compreende a sua fixação e nivelamento, geralmente feito com equipamento

topográfico. Cabe ressaltar que este tablado ocupa toda a área do pavimento da

edificação.

Sobre este tablado são posicionados os moldes, vulgarmente chamados

“cabaças”. Esses moldes são, em geral, feitos com material plástico, em formato de

tronco de pirâmide com arestas arredondadas, para facilitar a sua desmoldagem.

Sua disposição lado a lado, alinhadas com o auxílio de um sarrafo de madeira, dá

forma às nervuras, e sua distribuição nos vãos entre as vigas também é

estabelecido no projeto. Isso porque os vãos entre os moldes e as vigas devem ser

preenchidos com concreto, não apenas pela falta de moldes de menor dimensão,

mas também pela necessidade de área de compressão na parte inferior da laje em

área de momentos negativos (ver Figura 3.4). A Figura 3.5 apresenta um vista

panorâmica da montagem dos moldes sobre o tablado de madeira.

Em termos de escoramento e de tablado, as lajes nervuradas não diferem

da laje maciça, a qual requer configuração semelhante. Alternativamente, pode-se

dispor de um sistema de vigamento onde os moldes podem ser apoiados

diretamente, sem a necessidade de montagem de placas de madeira (Figura 3.6).

Porém, deve-se avaliar o custo e o tempo dispendido na montagem, além de

treinamento para qualificação de mão-de-obra.

Com o objetivo de redução de material e tempo de serviço, pode-se

propor a criação de moldes estruturados, dois-a-dois, apoiados nos quatros cantos

extremos por pontaletes. O molde deve ter rigidez suficiente para não deformar
29

quando da aplicação do concreto fresco e do peso dos operários. Tal rigidez pode

ser garantida com a utilização de nervuras dispostas diagonalmente nos moldes.

mesa
hf

ht
nervuras
b l0

- -

Figura 3.4 – Engrossamento da laje nos pontos de momento negativo.


Fonte: Próprio autor.

Figura 3.5 – Posicionamento dos moldes para laje moldada “in loco”.
Fonte: Próprio autor.
30

Figura 3.6 – Lajes nervuradas moldadas.


Fonte: http://dicasdeportugues.net/2013/10/o-que-e-laje-nervurada.html

A etapa seguinte compreende o posicionamento das armaduras, iniciada

pela armadura principal (positiva) e, posteriormente, pelas armaduras negativas e de

distribuição. Torna-se imperativo o uso de espaçadores para garantir o cobrimento

especificado em projeto. Por ficarem posicionadas entre moldes, as armaduras

positivas não sofrem ação dos operários quando da execução dos serviços inerentes

ao processo construtivo, garantindo, assim, um cobrimento mais efetivo nas

nervuras. De modo contrário, as armaduras de distribuição podem ter seu

cobrimento prejudicado por movimentação desta armadura devido ao tráfego de

operários. A Figura 3.7 apresenta o posicionamento das armaduras, bem como o

uso de espaçadores plásticos.


31

Figura 3.7 – Armadura e espaçadores plásticos na laje.


Fonte: Próprio autor.

No caso da obra visitada, o sistema estrutural é composto de laje

nervurada com aplicação de protensão (Figura 3.8). O sistema de protensão é do

tipo pós-tração, ou seja, a aplicação de força de protensão era aplicada após a

concretagem da edificação e após um período de tempo necessário ao concreto

endurecido resistir tal força. Os cabos tipo cordoalha de bainha engraxada eram

dispostos nas formas segundo alinhamento e elevação definidos em projeto. Cabe

salientar que tais elevações, delineadas ao longo do comprimento do cabo, em

geral, assemelha-se ao gráfico de momento fletor da laje. Além do cabo, são

posicionadas, nos extremos dos elementos, as chapas de ancoragem do cabo

(Figura 3.9).
32

Figura 3.8 – Cabos de protensão da laje.


Fonte: Próprio autor.

Figura 3.9 – Detalhe da extremidade de ancoragem da protensão da laje.


Fonte: Próprio autor.
33

Após aplicação de desmoldante nas formas plásticas e de madeira,

procede-se a concretagem da laje. O tempo de aplicação e a vibração constituem-se

etapas importantes nessa fase. O sarrafeamento da superfície do concreto fresco

pode garantir a planicidade da laje nervurada.

O processo de desmoldagem das formas inicia após o endurecimento do

concreto. A desmoldagem, ou desforma, ocorre quatro dias após a concretagem.

Como o vigamento, o tablado e os moldes serão reutilizados para confecção da laje

do pavimento superior, procede-se, pois, a retirada das escoras e, em seguida, o

reescoramento dos pontaletes metálicos dispostos a cada 1,5m², conforme pode ser

observado na Figura 3.10.

Figura 3.10 – Fase de cura em lajes nervuradas semi-escoradas.


Fonte: Próprio autor.

De acordo com o engenheiro responsável pela obra visitada, este

informou que a retirada definitiva do escoramento ocorre ao final de quatro semanas

após a concretagem da laje. O engenheiro informou, ainda, o estado de semi-


34

escoramento é mantido para dois pavimentos abaixo da laje que está em fase de

cura. Isso para evitar deformação que acarretem aparecimento de trincas durante o

processo de cura.

3.2. LAJES PRÉ-MOLDADAS

A seguir apresenta-se as etapas para a execução de pavimentos de lajes

pré-moldadas. (Figura 3.11):

Figura 3.11 – Execução da laje nervurada pré-moldada (EL DEBS, 2000).

Lajes pré-moldadas

Nesse processo construtivo das lajes nervuradas inicia-se pelo transporte

e colocação das nervuras, usando os próprios blocos de enchimento colocando nas

extremidades das vigotas, garantido o espaçamento das mesmas. Logo após a


35

colocação dos materiais de enchimento (Lajotas, EPS ou outros), inicia-se a

aplicação da tubulação elétrica, tal como caixa de passagem (Figura 3.12)

Figura 3.12- Detalhe da interface com a tubulação elétrica, Téchne 68.

Feito isso, coloca-se as armaduras de distribuição e negativas, sempre

respeitando a indicação do projetista (bitola, posição e quantidade), a armadura

negativa deve ser apoiada e amarrada sobre a armadura de distribuição (Figura

3.13).
36

Figura 3.13- Armadura de distribuição laje nervurada.

Fonte:

http://www.lajesjundiai.com.br/files/.thumbs/produtos/2.1_laje_trelicada_ceramica/jpg/640/i_c

one_menu.jpg

Logo após a colocação das armaduras, começa a etapa da concretagem

(Figura 3.14) da capa de concreto que deve ser feita de modo cuidadoso, sempre

analisando alguns aspectos principais como adensamento e fase de cura EL DEBS

(2000). E por fim depois da concretagem deve ser feita a retirada das escoras, de

modo que o concreto adquira resistência suficiente, afim de evitar trincas e fissuras.

Vale ressaltar que se houver múltiplos pavimentos o escoramento do piso inferior

não deve ser retirado antes do término da laje superior.


37

Figura 3.14 – Concretagem da laje nervurada

Fonte: https://www.galaxcms.com.br/imgs_redactor/358/images/7.jpg

3.3 ANÁLISE ECONOMICA

Por conta dos diversos aspectos econômicos citados anteriormente nesta

pesquisa, vimos que a laje nervurada gera além da redução do tempo de execução

(montagem e desmontagem), gera uma economia bastante considerável em relação

aos demais tipos de laje, pois comparada com os outros tipos utiliza-se uma menor

quantidade de concreto, pois ela elimina aquele concreto desnecessário na zona

tracionada e por te uma altura considerável e a mesma inercia acaba reduzindo a

ferragem em relação as demais. Já que seu método construtivo, é dependente de

escoras e formas acaba dispensando o uso de compensados (madeira) diminuindo

consideravelmente o orçamento da construção. A construtora Altana quando

desenvolveu um edifício de 15 pavimentos tipos, térreo e dois subsolos. A garagem

deste edifício dispõe de uma garagem que contará com 3 pavimentos, uma

comparação foi feita entre a laje nervurada e a laje convencional e foi constatada
38

uma economia de 12,38% do primeiro sistema em relação ao segundo.

(http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-

construcao/113/artigo298740-1.aspx)

A seguir segue a tabela de comparação entre a laje nervurada com a laje

tradicional (tabela 3.1).

Tabela 3.1 – Comparação dos gastos entre as lajes maciças e lajes


nervuradas.
Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-
construcao/113/artigo298740-1.aspx
39

4. CONCLUSÃO

Através de estudos e visitas técnicas feitas para obtenção de informação a

respeito de lajes nervuradas em edifícios residenciais, conclui-se que esse modelo

de laje vem sendo cada vez mais utilizado que os padrões tradicionais, devido sua

economia e eficiência, tornando-se uma forte alternativa no mercado atual. Com

uma menor utilização do consumo de concreto e aço esse tipo de laje se torna

economicamente viável, principalmente por vencer grandes vãos, dispensam o uso

de viga diminuindo o numero de pilares da estrutura, sendo muito utilizado em

garagens. Resultante da eliminação do concreto abaixo da linha neutra, gera uma

redução do peso próprio na obra e os materiais de enchimento (lajota, Eps,

outros...), funcionam como materiais inertes, com função de substituir o concreto

desnecessário, sem colaborar ne resistência da estrutura, deixando a laje mais leve,

aliviando o peso da estrutura e consequentemente reduzindo a carga sobre a

fundação tornando mais econômica em relação aos demais tipos de lajes. Sua

tipologia é dividida, são dois grupos: laje moldadas no local “in loco” e laje pré-

moldada, onde a primeira é necessária o uso de formas e escoramentos, que são

mais utilizadas em situações que precisa-se vencer grandes vãos como por exemplo

em uma garagem e a segunda, é composta por vigotas pré-moldadas que também

são constituídos por matérias de enchimento que servem como “forma” e são mais

utilizadas em situações que precise pequenos vãos como por exemplo edifício

residenciais. Pela visita realizada notou-se que seu método construtivo depende do

tipo de laje que venha a ser construída, sua montagem e desmontagem é de fácil

manuseio, porém sua mão de obra deve ter um treinamento especifico, mas não

muito complexo quanto a laje de protensão. Escabece-se assim que essa laje pode
40

vencer facilmente grandes vãos, podendo chegar a 20 metros. E sempre devendo

respeitar as dimensões mínimas de projetos exigidas pela norma para obter

segurança e economia.
41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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usuais de concreto armado, Volume 2. São Paulo, Editora Pini. 2009.

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lajes nervuradas. São Carlos, EESC-USP, agosto de 2007.

GERDAU - “TRELIÇAS GERDAU” – programa automático para cálculo de nervuras


treliçadas distribuído pela Companhia Siderúrgica Gerdau – Mídia magnética.
São Paulo, SP. 2003

PINHEIRO, L. M., REZENDE, J. A. Estrutura de Concreto, São Paulo, Editora Pini,


dezembro de 2003.

MESQUITA, V. V.; CARVALHO, R. C. Escolha da altura de lajes pré-moldadas


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limite último e de deformação excessiva. Relatório de Iniciação Científica.
FAPESP - processo 99/00612-7. São Carlos, SP. 1999.

ROGGE, A. C.; TIRINTAN, M. R. A.; CARAVLHO, R. C.; SYDNEY, F. Jr.;


FIGUEIREDO, J. F. Estudo experimental da deformação ao longo do
tempo em lajes com vigotas pré-moldadas. XXX Jornadas Sul-Americanas
de Engenharia Estrutural. Brasília, GO, 2002.

VIZOTTO, I. Guia de instruções para manuseio, aplicação e utilização de lajes


pré-fabricadas com vigotas treliçadas. São Paulo, 2001.

KIMURA, A. Informática Aplicada a Estruturas de Concreto Armado. São Paulo,


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concreto - Procedimento (NBR 6118:2014). Rio de Janeiro, RJ, 2003.
42

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Laje pré-fabricada –


Requisitos – Parte 2: Lajes bidirecionais. NBR 14859-2:2002. Rio de
Janeiro, 2002.
43

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44

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