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08/02/2019 Uma luz brilhou nas trevas - aurelius

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo [25 de dezembro de 2017]


[Lc 2,1-14]
Durante quatro semanas viemos nos preparando para a celebração do Natal. A cada
domingo uma vela era acesa na Coroa do Advento. O acender progressivo das velas –
uma por semana – quis significar a Luz que brilhou progressivamente nas trevas. A
expectativa dessa Luz vem de longa data. No século VIII a. C. o Primeiro Isaías já a
anunciava: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam
as sombras da morte uma luz resplandeceu” (Is 9,10).
As trevas são o egoísmo que insiste em impedir a entrada da Luz de Deus na história, no
coração humano. A força da luz, porém é maior do que as trevas do pecado. Embora este
insista em prevalecer através da ganância, do consumismo, da competição desleal, da
exploração, do desrespeito, da corrupção, do preconceito, da indiferença. Porém, “A
graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens” (Tt 2,11). Para
que a luz vença as trevas é preciso, porém, que o ser humano abandone a “impiedade e
as paixões mundanas” vivendo “neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade” (Tt
2,12).
A sociedade pós-moderna e neoliberal sufoca o sentido do Natal. E os cristãos vão
perdendo de vista seu sentido verdadeiro. As compras de presentes e mais presentes,
despesas inúteis, gastos e festas com verniz de generosidade, bondade e emoção. Ações
de momento que não trazem a libertação verdadeira do ser humano. Pelo contrário,
costuma aprisioná-lo ainda mais nas malhas de uma ideologia assistencialista, por vezes
marcada por um espiritualismo alienante ou uma fé emocionalista que proclama: “Deus
mandou isso para você!”. “Tenha fé que você vai conseguir!”. “Levante as mãos quem
aceita a salvação”. “Tive uma revelação: você está sendo curado nesse momento”. Fica
parecendo que as dificuldades da vida se resolvem como num passe de mágica! Espere
aí, gente! Vamos sair dessa fé infantil e viver uma fé mais madura, mais consistente!
Chega de enganar as pessoas ou de iludir-se a si mesmo! Há programas de televisão que
se dizem cristãos, mas que não têm nada a ver com o Evangelho, com Jesus de Nazaré.
O Jesus que celebramos neste Natal é gente de verdade. Um menino pobre, filho de um
casal de trabalhadores anônimos da Galiléia. Experimenta a condição dos excluídos:
nasce entre os pastores – pois não havia lugar na hospedaria da cidade – excluídos e
odiados pelos citadinos porque o rebanho era ameaça às lavouras dos proprietários de
terra residentes na cidade. Não veio justificar a exclusão e a miséria que atingia (e atinge
ainda hoje) a maior parte da humanidade. Pelo contrário, veio para anunciar que o
Reino de Deus é partilha, é vida em abundância para todos. E que todos nós que nos
dizemos cristãos, só o seremos de fato quando nos comprometermos com Evangelho
que ele veio anunciar.

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O “Filho de Davi” nasce entre os pastores na cidade de Belém, a cidade de Davi. Este rei,
quando menino, era pastor. Foi consagrado para ser o pastor de Israel. Porém,
assediado pelo poder, assumiu uma postura de rei poderoso. E perpetrou muitos atos de
maldade e de infidelidade, muito embora tenha pedido perdão. Porém, aquele que devia
ser a salvação de Israel descenderia de Davi. Ao nascer, o faz em meio aos pastores para
lembrar que veio para ser pastor do rebanho, e não para se servir das ovelhas (cf. Ez 34).
– Quando olhamos para os dirigentes e legisladores de nosso País (e quase todos se
dizem cristãos!), que metem a mão no dinheiro público para fazerem lobby (influência)
junto ao grande capital e aos eleitores, somos acometidos por uma grande decepção e
indignação: as ovelhas estão sendo devoradas e/ou abandonadas pelos lobos travestidos
de pastores!
O sinal para identificar o menino é também interessante: “Um recém-nascido envolto
em faixas e deitado numa manjedoura”. É o sinal da mudança de valores: aqueles que
esperavam um Messias poderoso não poderão encontrá-lo. A salvação brota do meio
dos marginalizados, dos simples, dos pequeninos. Os sinais para encontrá-lo não são
luzes brilhantes, nem milagres estupendos, nem roupas de grife. Mas “um recém-
nascido envolto em faixas”. Ademais os primeiros a visitá-lo não são os dignitários da
cidade, mas os simples pastores. Sua presença como primeiras testemunhas do
nascimento do Salvador evidencia a gratuidade e simplicidade de Deus, que dispensa
aparatos oficiais.
Eis, pois, a grande Luz que nos enche de alegria. Experimentar e contemplar a salvação
de Deus, em Jesus, deve ser motivo de profunda alegria para todos nós: “Eis que eu vos
anuncio uma grande alegria”. Renunciando às trevas do egoísmo, colocamo-nos na
grande Luz de Deus. Nesse encontro amoroso e gratuito com o Senhor, somos
fortalecidos para continuar trabalhando em favor dos excluídos, dissipando as trevas
com a luz que recebemos de Deus na participação da vida divina que nos mereceu Jesus
pela sua morte e ressurreição. Então não precisamos temer as trevas, pois em Jesus
recebemos “graça sobre graça” (Jo 1,16).
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POR QUE 25 DE DEZEMBRO?
Muita gente pensa que o dia 25 de dezembro é a data do aniversário de Jesus. Porém é
preciso esclarecer que não se tem nenhum registro do dia nem do mês em que Jesus
nasceu. O que se sabe com bastante certeza é que terá nascido entre os anos 04 e 06
antes da Era Cristã.
E como se estabeleceu o dia 25 de dezembro para celebrar o Natal do Senhor? É que em
Roma, nesta data, se celebrava o “Nascimento do Sol invicto”. Ou seja, na noite mais
longa e no dia mais curto, devido à distância entre o sol e a linha do equador,
acreditava-se que o sol “renascia”. Era o solstício do inverno, ou seja, a volta do sol que

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marcava o fim do inverno e início do verão. Como o sol representava uma divindade
pagã, 25 de dezembro era dia de festa religiosa. Ora, a Igreja, com a sabedoria que lhe é
própria, valeu-se deste fato para introduzir os cristãos na celebração daquele que é o Sol
que não tem ocaso, a Luz definitiva da vida do fiel, o “Sol Invicto”. Assim, os pagãos que
se convertiam à fé eram introduzidos na celebração de Jesus Cristo, a “Sol nascente que
brilha nas trevas” (cf. Lc 1, 78-79). A festa pagã foi cristianizada.
Se na Igreja Romana se celebra o Natal no dia 25 de dezembro pelas razões aludidas, a
Igreja Oriental celebra esta mesma solenidade no dia 06 de janeiro, denominando-a
Epifania, manifestação do Senhor. Neste dia os cristãos de rito ortodoxo celebram numa
mesma liturgia o nascimento do Salvador e a visita dos Reis Magos (Dia de Reis).
O que tudo isso importa para nós? Que a liturgia da Igreja é sempre uma busca de
inculturar a fé na realidade que vivemos. Símbolos e celebrações pagãs foram
cristianizados e introduzidos na liturgia cristã para que o ensinamento e a vida de Jesus
encontrem ressonância dentro de nós e nos ajudem a transparecer na vida cotidiana as
realidades que celebramos na liturgia

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