Vivendo as Comemorações dos
50 anos da RCC no Brasil
ANO DE 2019
C
hegamos ao limiar da
celebração do Jubileu de
Ouro, 50 anos da RCCBRASIL!
Além de ser um ano celebrativo,
que nos comprometamos a refle-
tir e vivenciar os frutos de Pente-
costes em nosso principal lugar
de testemunho comunitário da
Efusão do Espírito Santo: o Grupo
de Oração.
Encerrando esse tríduo pre-
paratório, vamos refletir e apro-
fundar a máxima do testemunho
de vida dos primeiros Cristãos:
“Vede como eles se amam!” -
frase que Tertuliano descreveu
por constatar como era a vida co-
munitária dos primeiros cristãos.
Concluímos este ciclo de oração e
preparação que se iniciou com a
vivência do Perene Pentecostes
(2017), em seguida com a Con-
versão Sincera (2018) e com a
Comunhão Fraterna (2019).
A vida em comunidade é,
pois, um projeto de Deus para a
felicidade do homem. Viver em
comunidade é uma necessidade
vital/existencial. Nesse aspecto,
todas as ciências são unânimes:
antropologia, filosofia, teologia,
sociologia. O homem que vive
sozinho, que se isola, que pensa
se bastar, é profundamente infeliz
e incompleto, pois se completa
em Deus e no seu semelhante. É a
interdependência entre os seme-
lhantes.
O Papa Francisco nos diz que
fora da unidade da Igreja em Cris-
to, a fé perde a sua medida, já não
- Partilha e renúncia (partilhar com o ou-
tro, não ver o outro como uma ameaça)
encontra seu equilíbrio nem o espaço neces-
sário para se manter de pé (Lumen Fidei, 22).
É impossível crer sozinhos. A fé não é só uma
opção individual que se realiza na interiorida-
de do crente, não é uma relação isolada entre
o “eu” do fiel e o “Tu” divino, entre o sujeito au-
tônomo e Deus; mas, por sua natureza, abre-se
ao “nós”, verifica-se sempre dentro da comu-
nhão da Igreja. (Lumen Fidei, 39)
Às vezes somos tentados a buscar uma
fé intimista, individualista. Até dizemos: “não
preciso estar na Igreja para falar com Deus.
Minha Igreja é minha casa.” Lembremos: ‘fora
da comunidade a fé perde a sua medida, já
não encontra seu equilíbrio nem o espaço
necessário para se manter de pé. É impossível
crer sozinhos!’ Outras vezes somos tentados
a abandonar a paróquia, o Grupo de Oração
diante de uma incompreensão, decepção,
etc. Se os discípulos tivessem se afastado de
Jerusalém por causa de seus atritos – e acre-
ditem, foram inúmeros –, ou seja, se eles tives-
sem desobedecido a ordem do Mestre e pelas
diferenças pessoais, se dispersado, cada qual
tomando um rumo diverso, toda a identidade
(caráter) apostólica construída pelo Cristo e
consolidada pelo Espírito Santo em seus cora-
ções, teria se esfacelado e talvez a Promessa
não tivesse se cumprido.
Verificamos alguns Princípios das Co-
munidades dos Primeiros Cristãos à luz das
Sagradas Escrituras (Atos dos Apóstolos):
- Amor verdadeiro (apesar de, ainda que,
aceitação, compreensão e acolhimento do
outro)
- Fé mantida acesa com o suporte dos ir-
mãos
- Respeito mútuo (é respeitando que se é
respeitado; respeitar o processo de cada
um)
jais, animais e ajudais: ‘por isto é que todos
conhecerão que sois meus discípulos: se vos
- Valores comuns (um mesmo Senhor, um
mesmo objetivo, uma mesma razão de ser)
- Serviços comuns (complementaridade
na missão, todos contribuem, para o todo)
- Boa Comunicação
- Delegação/ confiança (capilaridade, des-
centralização do serviço, envolvimento de
todos na obra)
- Organização (disciplina, observância às
orientações e à doutrina, administração,
comprometimento)
- Liderança (um corpo de pessoas para
discernimento dos rumos, ausência de
anarquia).
Comunhão fraterna significa não se fe-
char em si mesmo, não buscar os próprios
interesses, mas se abrir ao outro, convivendo
com as diferenças, estando disposto a se di-
latar para viver a “cultura do encontro” (Papa
Francisco). Sejam desterrados de nosso meio
as divisões, as competições – nossa referência
e centralidade está na Pessoa do Senhor Je-
sus. Caiam por terra, as invejas, os pré-julga-
mentos, as mágoas não trabalhadas (mágoas
ocorrem, mas precisam ser imediata e cons-
tantemente trabalhadas pelo Espírito Santo
em nosso interior), e a rebeldia que são “ervas
daninhas” que contaminam a vida e prejudi-
cam a Obra de Deus em nós.
Nossos bispos também nos exortam: “A
Igreja como ‘comunidade de amor’ é chamada
a refletir a glória do amor de Deus, que é co-
munhão, e assim atrair as pessoas e os povos
para Cristo. “A Igreja cresce não por proseli-
tismo mas por atração. A Igreja atrai quando
vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus
serão reconhecidos se amarem uns aos outros
como Ele nos amou.” (Doc. Aparecida N.º 159).
No mesmo sentido, a Exortação Apostólica
Evangelii Gaudium nos instiga nos n.º 99,100:
“Aos cristãos de todas as comunidades do
mundo, quero pedir-lhes de modo especial
um testemunho de comunhão fraterna, que se
torne fascinante e resplandecente. Que todos
possam se admirar como vos preocupais uns
pelos outros, como mutuamente vos encora-
amardes uns aos outros’ (Jo 13, 35).” ... “Se
virem o testemunho de comunidades autenti-
camente fraternas e reconciliadas, isso é sem-
pre uma luz que atrai. Por isso me dói muito
comprovar como em algumas comunidades
cristãs se dá espaço a várias formas de ódio,
divisão, calúnia, difamação, vingança, ciúme,
a desejos de impor as próprias ideias a todo o
custo... Quem queremos evangelizar com estes
comportamentos?
Alegra-nos compreender o porquê do
Senhor ter levado o Conselho Nacional da
RCCBRASIL a fazer um retiro espiritual na
Terra Santa. Foram dias de convívio frater-
no, impregnados de amor mútuo, partilha,
perdão, numa busca incessante de unidade
de coração e escuta profética do Senhor: -
Vede como eles se amam! O livro (Editora
RCCBRASIL) narra um pouco destes dias que
devem ser sempre nossa bússola e itinerário
espiritual comunitário.
“O amor de Deus foi derramado em nos-
sos corações pelo Espírito Santo que nos foi
dado” (Rm 5,5). Que nossos Grupos de Ora-
ção se tornem escolas de comunidades cristãs
autênticas aos moldes das primeiras. O livro
dos Atos do Apóstolos (At 2,47) nos atesta que,
por causa do testemunho de vida comunitária,
“os primeiros cristãos cativavam a simpatia
de todo o povo e a cada dia o Senhor lhes ajun-
tava outros a caminho da salvação”.
A virtude a ser exercitada e vivida é por ex-
celência a Caridade - amar a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como Jesus nos amou.
Que esta Festa Jubilar nos revigore na vida fra-
terna, na frequência ao Grupo de Oração da
RCC e assim finquemos raízes na comunidade
cristã que se chama Igreja Católica Apostólica
Romana. Permaneçamos fiéis ao chamado
missionário de atrairmos mais pessoas ao se-
guimento de Jesus Cristo através do Grupo de
Oração. Renovemos constantemente nosso
compromisso com o Senhor, não nos deixan-
do levar pelas tentações ou circunstâncias da
vida que muitas vezes esmorecem nossa cami-
nhada podendo nos afastar da comunidade.
W13. Ministério de Comunicação
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